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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA CURSO DE ZOOTECNIA ANE ELISE GONÇALVES PAJANOTI EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO SOBRE O COMPORTAMENTO INGESTIVO DE BOVINOS DE CORTE CUIABA 2016

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

FACULDADE DE AGRONOMIA, MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA CURSO DE ZOOTECNIA

ANE ELISE GONÇALVES PAJANOTI

EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO SOBRE O COMPORTAMENTO INGESTIVO DE BOVINOS DE CORTE

CUIABA 2016

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ANE ELISE GONÇALVES PAJANOTI

EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO SOBRE O COMPORTAMENTO INGESTIVO DE

BOVINOS DE CORTE

Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Faculdade de Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, Campus de Cuiabá, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Zootecnia. Orientador: Prof. Dr. Nelcino Francisco de Paula

CUIABA 2016

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Aos meus pais, José Carlos Pajanoti e Sandra

Maria Gonçalves da Anunciação, que são a

minha base e responsáveis por todas as minhas

conquistas,

Dedico.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus, por sempre ter me concedido saúde e

força para seguir minha vida e alcançar meus objetivos. Sou grata pelas pessoas

que Deus colocou no meu caminho, e também pelas diversidades surgidas, pois

graças a ambos, adquiri maturidade e autoconfiança.

Aos meus pais, José Carlos Pajanoti e Sandra Maria Gonçalves da

Anunciação, por terem investido nos meus estudos desde o colégio, exaltando que o

conhecimento é a melhor herança que podem me proporcionar, já que atualmente,

muitos não têm esse privilégio. Agradeço pelo amor e educação que jamais faltaram

em minha criação, tenho muito orgulho e gratidão por tudo que me ensinaram, pois

sem vocês não chegaria até aqui. As minhas irmãs Fernanda Gonçalves e Debora

Gonçalves, pelo apoio, carinho e principalmente pelos conselhos pessoais e

profissionais, que me direcionaram para maior amadurecimento. A toda minha

família, pela confiança no meu potencial.

Ao meu professor/orientador Nelcino Francisco de Paula, no qual tenho

enorme admiração. É com toda certeza um exemplo a ser seguido pelo tratamento e

ensinamentos oferecidos aos alunos, sendo prestativo tanto dentro quanto fora da

sala de aula.

Ao meu amigo e namorado Alexandre Jorge, por todas as vezes que segurou

minha mão, sem deixar de ter paciência e compreensão, e a toda sua família.

Aos meus amigos de turma: Ana Claudia Manentti, Ana Maria Fiori, Ana Paula

Bays, Flávio Andrade, Hariany Ferreira, Jackeline Nerone, Luane Fernandes, Lucas

Garrido e Michel Prates. Obrigada pelo companheirismo durante esses cinco anos,

espero poder cultivar a amizade de vocês daqui em diante.

As minhas amigas de longa data: Fernanda Martinelli, Maria Fernanda

Almeida, Mayara Leonel, Rafaela Costa e Roberta Moraes Pimenta, pela

cumplicidade.

A todo o corpo docente do curso de Zootecnia, em especial a professora

Rosemary Laís Galat que me orientou em grande parte da graduação, e aos

professores André Correa, Carlos Eduardo Cabral, Heder D’Avila, Isis Scatolin,

Janessa Abreu, Joadil, Lisiane Pereira, Maria Fernanda Queiroz, Sânia Camargos, e

Vânia Arantes por todo o comprometimento com o ensino e com os alunos.

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A doutoranda Renata Pereira por ter me autorizado avaliar o comportamento

ingestivo de novilhos, animais estes que estavam presentes no experimento de

doutorado.

A Universidade Federal de Mato Grosso e Fazenda Experimental da UFMT

por terem me oferecido espaço para a realização desse experimento e amparo

necessário para a minha formação.

A todos os colegas que me ajudaram nesse experimento, e contribuíram para

a realização deste sonho.

Ao Núcleo de Estudos em Ruminantes e Pastagens (NERP), por proporcionar

momentos únicos de aprendizado e novas experiências.

Aos membros da banca Lívia Vieira de Barros, Felipe Gomes da Silva, e

Joanis Tilemahos Zervoudakis por aceitarem sem nenhuma objeção participar da

defesa e pela contribuição no trabalho.

A todos o meu muito obrigada, e minha eterna gratidão.

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‘’Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as

grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível’’.

Charles Chaplin

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1. Tempo de pastejo de bovinos de corte em função do turno de

avaliação.....................................................................................................15

Figura 2. Tempo de ócio de bovinos de corte em função do turno de

avaliação.....................................................................................................15

Figura 3. Tempo dispendido com ruminação de bovinos de corte em função do turno

de avaliação................................................................................................16

Figura 4. Tempo de permanência no cocho de bovinos de corte em função dos

diferentes tipos de suplemento...................................................................16

Figura 5. Tempo de permanência no cocho de bovinos de corte em função do turno

de avaliação................................................................................................17

Figura 6. Tempo de permanência no bebedouro em função dos turnos matutino e

vespertino e tipo de suplemento.................................................................18

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Disponibilidade da forragem em função dos períodos experimentais.......12

Tabela 2. Comportamento ingestivo diurno de bovinos de corte recebendo diferentes

tipos de suplemento no período seco.....................................................13

Tabela 3. Comportamento ingestivo diurno de bovinos corte em função do tipo de

suplemento e turno de avaliação............................................................14

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO....................................................................................................... 1

2. OBJETIVOS........................................................................................................... 3

3. REVISÃO DE LITERATURA.. .............................................................................. 4

3.1 Suplementação............................................................................................... 4

3.2 Suplementação no período seco.................................................................... 5

3.3 Suplementações Proteica, Energética e Múltipla........................................... 6

3.4 Comportamento ingestivo de bovinos em pastejo.......................................... 7

4. MATERIAL E MÉTODOS...................................................................................... 9

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................... 12

6. CONCLUSÕES.................................................................................................... 19

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................. 20

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................... 21

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RESUMO

A pecuária de corte no Brasil é conduzida na sua grande maioria de forma extensiva.

Entretanto, por conta da sazonalidade da produção forrageira, tem-se procurado

intensificar toda a cadeia produtiva de bovinos, investindo em estratégias de manejo

e buscando melhores índices zootécnicos. A suplementação com concentrados

durante o período seco é uma alternativa para suprir os nutrientes limitantes,

promovendo consequências benéficas sobre o ambiente ruminal. Para se explorar

de maneira eficiente a forragem, é necessário estudo do comportamento ingestivo

dos ruminantes com o intuito de identificar condições de manejo adequadas à

categoria animal e ao sistema de produção adotado. Dessa forma, objetivou-se

avaliar o comportamento ingestivo diurno de bovinos de corte suplementados a

pasto com diferentes suplementos durante o período seco do ano. O experimento foi

realizado no Setor de Bovinocultura de Corte da Fazenda Experimental da

Universidade Federal de Mato Grosso, em delineamento quadrado duplo (4x4)

simultâneo. Foram utilizados oito novilhos Nelore, com peso inicial médio de 555 kg

e 27 meses de idade, distribuídos ao acaso nos tratamentos: controle (suplemento

mineral), suplemento energético, proteico e múltiplo. Os animais foram observados

visualmente por quatro períodos de 12 horas consecutivas, considerando os turnos

matutino e vespertino. As variáveis estudadas foram analisadas em delineamento

quadrado latino duplo e simultâneo, são elas: tempo de pastejo, tempo de ócio em

pé, tempo de ócio deitado, tempo de ruminação, tempo no cocho e tempo no

bebedouro. Com a suplementação, os animais reduziram o tempo de pastejo

(P=0,012), compensando parte do tempo com as atividades de ócio e permanência

no cocho. A suplementação não apresentou efeito sob as atividades de ócio em pé,

ócio deitado e ruminação (P>0,10). O suplemento energético e o suplemento

proteico influenciaram no maior tempo de permanência dos animais no cocho

(P<0,10) quando comparados ao suplemento múltiplo. O tempo de permanência no

bebedouro apresentou efeito de interação tratamento x turno.

Palavras-chaves: bovinos, ócio, pastejo, ruminação, suplementos, turnos.

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1. INTRODUÇÃO

A bovinocultura de corte é umas das principais atividades econômicas do

agronegócio brasileiro, assumindo posição de liderança na comercialização mundial

de carnes. O Brasil tem o maior rebanho comercial do mundo; e o segundo maior

rebanho efetivo (IBGE, 2014), sendo 212,3 milhões de bovinos, atrás apenas da

Índia. Dentre as regiões do país, o Centro-Oeste destaca-se na produção de carne

bovina, levando em consideração sua disponibilidade de área e de insumos

agroindústrias.

Tradicionalmente, 90% do rebanho brasileiro é terminado a pasto, utilizando o

sistema extensivo. Contudo, em regiões de clima tropical ocorre a estacionalidade

da forrageira, que resulta em forragem de melhor qualidade durante a primavera e

verão, e de qualidade inferior no período de outono e inverno. A escassez de

forragem durante a época seca do ano pode provocar queda da eficiência em

criação de bovinos nos trópicos, ocasionando grandes oscilações na produção de

matéria seca e na composição nutricional dos pastos.

O sistema produtivo de bovinos a pasto tem o propósito de atender as

necessidades nutricionais dos animais durante todo o ano. Com o intuito de

minimizar os problemas enfrentados pelos pecuaristas, a intensificação na produção

de carne desenvolve estratégias de manejo desde a fase de cria até a fase de

engorda, oferecendo ao produtor melhores índices zootécnicos. O confinamento

para terminação, o semi-confinamento e a suplementação de animais são métodos

que intensificam a pecuária, buscando redução do ciclo total de produção e carcaças

com melhor acabamento (ABIEC, 2015).

O uso de tecnologias que buscam produzir de forma eficiente e sustentável,

preservando o meio ambiente, torna-se um desafio para o sistema produtivo. A

suplementação com concentrados é uma alternativa que possibilita suprir os

nutrientes limitantes (REIS et al., 2004). Assim, o fornecimento adicional de proteína,

energia, ou ambos, proporcionam aos ruminantes desde a mantença de peso até

ganhos mais elevados (PAULINO et al., 2000); maximizando o consumo, a

digestibilidade da forragem, e atuando de forma interativa com o sistema intensivo

de produção de bovinos de corte.

Para se explorar de forma correta a forragem, é necessário ter conhecimento

sobre os fatores relacionados na interação planta-animal, envolvendo estudos de

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como os diferentes suplementos afetam o comportamento ingestivo dos ruminantes

a pasto, de forma a identificar condições de manejo adequadas à categoria animal e

ao sistema de produção adotado (JOCHIMS et al., 2010). Há vários componentes

externos que podem influenciar as atividades dos bovinos, como condições

climáticas, horário do fornecimento de suplementos, convívio com outros animais,

características da pastagem e disponibilidade de água de boa qualidade. O

conhecimento do comportamento ingestivo dos animais de acordo com a dieta

fornecida é de grande importância para avaliação de seu desempenho produtivo

(CAVALCANTI et al., 2008; MISSIO et al., 2010).

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2. OBJETIVOS

2.1. Objetivos gerais:

Objetivou-se com este estudo avaliar o comportamento ingestivo diurno de

bovinos de corte suplementados a pasto com diferentes suplementos durante o

período seco do ano.

2.2. Objetivos específicos:

Avaliar o tempo despendido em atividades de pastejo;

Avaliar o tempo despendido com ruminação;

Avaliar o tempo em ócio;

Avaliar o tempo de permanência dos animais no cocho;

Avaliar o tempo de permanência dos animais no bebedouro;

Avaliar os efeitos dos turnos matutino e vespertino em relação às

variáveis citadas anteriormente;

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3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1 Suplementação

O rebanho bovino brasileiro está em plena evolução, enaltecendo cada vez

mais a importância da pecuária na economia nacional e no mercado mundial. Entre

as vantagens, destacam-se a competitividade econômica, a produção de carne sob

condições de ambientes naturais e a tendência de demanda dos mercados mais

exigentes. Diante dos avanços, a bovinocultura está investindo ao longo de toda

cadeia produtiva em métodos tecnológicos visando alcançar melhores índices

zootécnicos, garantindo aos animais um crescimento satisfatório durante o ano, uma

terminação mais precoce e encurtando o ciclo de produção. Dessa forma, a pecuária

passa de atividade extrativista e extensiva, atingindo um sistema intensivo e com

melhor capacidade de gerenciamento.

No Brasil a maioria dos pastos de gramíneas tropicais são mantidos em solos

com baixa fertilidade e sem adubação, limitando ainda mais o desenvolvimento da

planta. Uma vez que os pastos constituem a base da alimentação do rebanho

bovino, estes devem manter uma oferta permanente de alimento em quantidade e

qualidade suficientes, para obter ótima resposta produtiva por parte dos animais. O

desempenho dos ruminantes é obtido por meio da interação forragem disponível x

consumo x digestão x exigências nutricionais, que pode ser satisfatório ou não no

sistema de produção. Diante de um desempenho não satisfatório, é necessária a

suplementação da dieta dos animais, que deve ser conveniente do ponto de vista

técnico-econômico (ZERVOUDAKIS et al., 2002).

O uso da suplementação é uma estratégia de manejo de pastagens que

possibilita aumento da capacidade de suporte e do peso final do animal, oferecendo

nutrientes que viabilizem as metas estimadas no sistema de produção. Os

resultados nutricionais obtidos podem depender de fatores como: disponibilidade,

nível de fibra e proteína bruta (PB) na composição da forragem. Neste contexto, a

suplementação pode possibilitar desempenho diferenciado aos animais, desde a

simples manutenção de peso, passando por ganhos moderados de 200 a 300 g/dia,

até ganhos de 500 a 600 g/dia (PAULINO, 2001).

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3.2 Suplementação no período seco

Em virtude da sazonalidade quantitativa e qualitativa das plantas forrageiras

de clima tropical, a meta principal da suplementação seria reduzir as deficiências

nutricionais desta forragem, para estimular o consumo e a digestibilidade dos

nutrientes pelos animais (CANESIN et al., 2007). Desta forma, para que o programa

de suplementação seja eficaz, a disponibilidade de forragem é fundamental para

contribuir com o oferecimento energia, e principalmente, proteína a fim de otimizar

as atividades da microbiota ruminal.

Durante o período seco do ano, as forrageiras tropicais possuem alto grau de

lignificação da parede celular, maior nível de polissacarídeos estruturais (celulose e

hemicelulose), e teor de PB inferior ao valor crítico de 8% na matéria seca (MS)

(DETMANN et al., 2010). Nestas circunstâncias, são observadas deficiências

múltiplas de compostos nitrogenados, energia e minerais, sendo que a última, é

facilmente suprida por um programa adequado de mineralização. Já a deficiência de

compostos nitrogenados acontece por conta da alta relação carbono:nitrogênio no

substrato basal, implicando em alterações na disponibilidade de enzimas

microbianas as quais são responsáveis pela degradação dos compostos fibrosos

insolúveis da forragem (DETMANN et al., 2010). Consequentemente, verifica-se:

queda na qualidade da pastagem, diminuição da digestibilidade da fração fibrosa da

planta, menor produção de ácidos graxos voláteis (AGV) que são importantes fontes

de energia aos ruminantes, e queda na taxa de passagem do alimento, limitando,

dessa forma, a ingestão de forragem pelo enchimento físico do rúmen (OLIVEIRA,

2011).

O fornecimento adicional de fontes de nitrogênio para animais sob pastejo

com forragem de baixa qualidade, favorece o incremento do consumo voluntário do

pasto, devido principalmente ao crescimento de bactérias fibrolíticas. Essas

bactérias ampliam a taxa e extensão de degradação da porção fibrosa, a síntese de

proteína microbiana e melhoram a extração de energia da forragem pelo animal

(DETMANN et al., 2004; PAULINO et al., 2006)

A concentração de nitrogênio amoniacal (NAR) no rúmen constitui passo

limitante para que haja disponibilidade de enzimas, e assim ocorra o processo de

degradação da fibra. O mínimo de 8 mg de NAR/dL de fluido ruminal deve ser

estabelecido por intermédio do uso de recursos suplementares, de forma a propiciar

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plena capacidade de degradação microbiana da fibra oriunda da forragem. Com o

propósito de maximizar o balanço de compostos nitrogenados no rúmen, é

recomendado 15 mg de NAR/dL, o que equivaleria a dietas com aproximadamente

12% de PB com base na matéria seca (DETMANN et al., 2010). Em vista disso,

confirma-se a prioridade da suplementação com compostos nitrogenados para

animais alimentados com forragens de baixa qualidade.

A época seca do ano é considerada a fase mais crítica do sistema de

produção de bovinos a pasto. Se não houver suplementação da dieta dos animais

neste período, acontecerá uma redução do ganho de peso do animal gerando ao

produtor piores índices zootécnicos. A falta de nutrientes limitantes que seriam

usados para produção de carne e gordura, irá desencadear a mobilização de tecidos

corporais para a mantença. Portanto, para atingir ganhos condizentes à

bovinocultura de corte de ciclo curto, o uso de estratégias de manejo do pasto

associadas à suplementação podem potencializar o desempenho dos animais e

otimizar a utilização dos recursos forrageiros (REIS et al., 2012).

3.3 Suplementações Proteica, Energética e Múltipla

A suplementação proteica pode favorecer a digestão da fibra aumentando o

consumo de forragem pelo animal, isso provavelmente se dá ao fornecimento de

uma fonte de nitrogênio não proteico (NNP) ou de proteína degradável no rúmen

(PDR) que atenda as necessidades das bactérias fibrolíticas. A disponibilidade de

amônia no rúmen, fonte de nitrogênio aos microrganismos, irá viabilizar a

degradação da fração fibrosa, influenciando no comportamento animal. Conforme há

aumento do desempenho, maiores serão as exigências em nutrientes dos animais

(MALAFAIA et al., 2006).

O teor de PB no suplemento deve ser ajustado em função dos níveis

encontrados no pasto. Entretanto, é importante saber quanto desta proteína é

efetivamente degradável no rúmen e aproveitada pelo bovino. Por este motivo, a

quantidade de PB do suplemento deve ser calculada para que o animal apresente

uma boa resposta a suplementação (REIS et al., 2005).

Quando houver baixa disponibilidade de energia na forragem em relação às

exigências da microbiota ruminal, a utilização de suplementos energéticos será

benéfica aos bovinos. Isso ocorre geralmente em situações onde os teores de

nitrogênio solúvel são altos nas forragens consumidas, ou em períodos de seca

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prolongada (MALAFAIA et al., 2006). No entanto, dependendo da quantidade do

suplemento consumido, da oferta de pasto, e composição da forragem, a

suplementação energética pode agravar a deficiência de proteína e provocar um

efeito substitutivo, ou seja, o consumo de suplemento diminui o consumo de

forragens, sem melhorar o desempenho animal (BARBOSA et al., 2001).

Os bovinos sofrem carências nutricionais múltiplas durante o período seco do

ano, como deficiência de minerais, compostos nitrogenados e de nutrientes

digestíveis totais (NDT). O uso de suplementos múltiplos torna-se uma saída, pois

disponibiliza macro e microminerais, energia, proteína e vitaminas, visando

proporcionar o crescimento contínuo dos animais (PAULINO et al., 2001a). Sendo

assim, o consumo de energia e proteína deve ser equilibrado, otimizando a

fermentação ruminal e a produção de proteína microbiana. Em casos de níveis

irregulares dos nutrientes, podem ocorrer perdas de nitrogênio pela urina, ou seja,

desperdício de um elemento oneroso na produção animal.

3.4 Comportamento ingestivo de bovinos em pastejo

Segundo MACARI et al. (2007) conhecer os mecanismos do processo de

pastejo é fundamental para entender como acontece o controle da alimentação

pelos animais. Os ruminantes, assim como outras espécies, procuram manter o

consumo de alimentos conforme suas necessidades nutricionais. Ao serem

suplementados, novas variáveis influenciam o comportamento ingestivo, e estão

relacionadas com características peculiares da forragem e do suplemento disponível,

ocasionando substituição do consumo do pasto por suplemento e/ou acréscimo no

consumo total de matéria seca (HODGSON, 1990; BREMM et al., 2005). Dessa

maneira, as atividades realizadas pelos animais podem ser divididas em tempo de

pastejo, ócio, ruminação, interação com outro, permanência no cocho e no

bebedouro.

O estudo do comportamento ingestivo para a orientação de pesquisas com

bovinos a pasto tem propósito de quantificar os efeitos de níveis de suplementação e

teores dos nutrientes no concentrado. Porém, no que se refere às metodologias

utilizadas para esses estudos, ocorre uma grande discrepância entre a duração de

avaliação, intervalo de observações e número de turnos e repetições adequadas

para obter dados com alta acurácia (SANATANA JÚNIOR et al., 2014).

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Dentre as variações de duração de avaliação que expressam o

comportamento do animal, existe a metodologia de 24 horas que já foi utilizada por

alguns autores (BREMM et al., 2008; FREITAS et al., 2010), assim como a avaliação

de 20 horas (OLIVO et al., 2006), 12 horas (ÍTAVO et al., 2008; SILVA et al., 2010),

11 horas (MACARI et al., 2007), 10 horas (SOUZA et al., 2007) e 9 horas e 20

minutos (PARDO et al., 2003).

A disponibilidade de sombra, corretas instalações que facilitam o manejo nos

piquetes, bebedouros bem localizados, fornecimento de água com alta vazão,

cochos cobertos e, horários regulares na distribuição dos suplementos, são aspectos

do meio que influenciam diretamente no desempenho dos animais.

De acordo com CABRAL et al. (2011) durante o período das águas, a inclusão

de proteína na dieta influencia o comportamento diurno dos animais, reduzindo o

tempo de pastejo. Em regiões tropicais, o pastejo dos bovinos é mais expressivo

durante o turno vespertino, enquanto que o tempo de ócio e de permanência dos

animais no cocho são maiores no turno matutino. Os animais não alteram o tempo

diurno de ruminação em função da suplementação conforme os autores.

Portanto, faz-se necessário avaliar os efeitos de diferentes tipos de

suplementos durante o período seco do ano, estudando como o comportamento

ingestivo dos ruminantes pode nortear a adequação de práticas de manejo que

venham a aumentar a produtividade dos bovinos.

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4. MATERIAL E MÉTODOS

O experimento foi conduzido no Setor de Bovinocultura de Corte da Fazenda

Experimental da Universidade Federal de Mato Grosso, localizada no município de

Santo Antônio de Leverger, distante 30 km de Cuiabá, em uma área experimental

constituída de oito piquetes de 0,24 ha cada, formados com Brachiaria brizantha cv.

Marandu. Cada piquete era constituído de bebedouros e cochos cobertos para

fornecimento do suplemento, com distância recomendada entre estes, e

disponibilidade de água com alta vazão.

A área está situada próxima às coordenadas geográficas de 15°47´5´´

latitude Sul, 56°04´ longitude Oeste, e altitude de 140. O clima da região é o Aw

(tropical quente, com estação seca de inverno), segundo a classificação de Köppen,

com temperatura máxima podendo chegar aos 40 °C nos meses mais quentes e a

mínima no mês mais frio de 17 °C. A precipitação média gira em torno de 1300

milímetros anuais, com intensidade máxima em janeiro, fevereiro e março.

O método de pastejo foi contínuo com taxa de lotação fixa, utilizando-se oito

novilhos Nelores fistulados no rúmen, com idade e pesos médios iniciais de, 27

meses e 555 kg, respectivamente. O experimento foi estruturado em delineamento

quadrado duplo (4x4) simultâneo. No início do experimento, todos os animais foram

submetidos ao controle de ecto e endoparasita, além da realização quando

necessária, do combate contra possíveis infestações de carrapatos e mosca-do-

chifre.

Cada período experimental teve duração de 21 dias, correspondendo a um

total de 84 dias de experimento entre os meses de abril a julho de 2015, durante a

época seca do ano. Os primeiros 16 dias de cada período foram destinados à

adaptação dos animais ao suplemento e ajuste na estrutura do dossel forrageiro.

Os tratamentos consistiram de suplemento energético, proteico e múltiplo,

compostos de milho grão triturados, farelo de soja, e mistura mineral, sendo que, o

suplemento proteico era o único que tinha ureia em sua composição. Conjuntamente

foi avaliado também um tratamento controle, onde os animais receberam somente

mistura mineral. Os suplementos foram formulados de acordo com as exigências

propostas para machos Nelore, não castrados em pastejo, almejando-se ganho

médio diário de 400 g/animal/dia e peso corporal médio próximo dos animais deste

estudo (Valadares Filho et al., 2010).

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Foi realizada a coleta de amostra da forragem, nos diferentes piquetes

através do corte rente ao solo de duas áreas delimitadas por um quadrado metálico

de 0,5 x 0,5 m, escolhidos na altura média da forragem (25 pontos em cada diagonal

do piquete). Após a coleta, as amostras de cada piquete foram pesadas e

homogeneizadas, e a partir dessas foram realizadas avaliações da massa de

forragem/ha disponível.

Os animais experimentais foram distribuídos ao acaso nos tratamentos

controle, energético, proteico e múltiplo, e ao final de cada período de avaliação

foram rotacionados entre os piquetes visando reduzir os possíveis efeitos destes

sobre seu comportamento ingestivo. Os suplementos foram distribuídos diariamente

às 10 horas em quantidade de 2 kg/animal/dia, sendo fornecidos 0,35% do peso

corporal de suplemento por animal, sendo que a mistura mineral era oferecida ad

libitum.

Foram realizadas quatro avaliações do comportamento ingestivo dos animais

(uma em cada período experimental), por 12 horas consecutivas, das 5:45 às 17:45

horas. Considerou-se como turno matutino aquele das 5:45 às 11:45 horas, e o turno

vespertino compreendeu o intervalo entre 11:45 até 17:45 horas. Para as

observações foram utilizados dois grupos de pessoas, revezando-se entre os turnos,

sendo que cada grupo analisava quatro animais. Os observadores posicionavam-se

a uma distância dos piquetes, de modo que a presença desses não alterasse

qualquer hábito dos animais; e com auxílio de binóculos, anotavam os horários de

início e término de cada atividade comportamental.

As variáveis avaliadas foram: tempo de pastejo, tempo de ócio em pé, tempo

de ócio deitado, tempo de ruminação, tempo no cocho, e tempo no bebedouro.

Dessa forma, essas atividades são consideradas como mutuamente excludente.

Contabilizou-se como tempo de pastejo o intervalo em que os animais

selecionavam a forragem, incluindo o momento de preensão, controle do bolo

alimentar. O período em que os animais se deslocavam no piquete e interagiam-se

com os outros bovinos, com a ausência da atividade de pastejo e ruminação foi

computado como tempo de ócio em pé. Considerou-se como tempo de ócio deitado

o intervalo em que os animais não mostravam atividades de locomoção, não

ruminavam, e permaneciam em descanso, deitando-se. O tempo de ruminação foi

estimado durante as atividades de regurgitação, remastigação de porções dos

alimentos que retornam do rúmen à boca, e intervalo entre deglutição e a

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11

regurgitação (CABRAL et al., 2011). O período em que os animais permaneciam no

cocho consumindo os suplementos foi contabilizado como tempo de cocho. E por

fim, o tempo de permanência no bebedouro foi considerado o período em que os

animais consumiam água disponível.

As variáveis estudadas foram analisadas em delineamento quadrado latino

duplo e simultâneo utilizando-se o procedimento MIXED do SAS, versão 9.3, de

acordo com o seguinte modelo:

Y = μ + α + q + γ(q) + p + ε

Onde μ é a média geral, α é o efeito fixo de tratamento, q é o efeito aleatório

de quadrado, γ(q) é o efeito aleatório de animal dentro de quadrado, p é o efeito

aleatório de período e ε é o erro aleatório.

Os graus de liberdade e testes foram ajustados usando a opção Kenward-

Roger. A opção LSMEANS foi utilizada para gerar as médias individuais para efeito

de tratamento. Comparações entre as médias foram realizadas através de

contrastes ortogonais. Os contrastes avaliados foram: controle versus

suplementados, energético versus proteico, energético versus múltiplo e proteico

versus múltiplo. Efeitos foram declarados significativos quando P<0,10.

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12

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A disponibilidade de matéria seca total do capim-marandu ficou acima de 4

toneladas/ha (Tabela 1), portanto, entende-se que não houve limitação para que os

animais exercessem pastejo seletivo conforme recomendações de EUCLIDES et al.,

(2000) de 2,7 e 3,2 t/ha, para os períodos de seca e das águas, respectivamente.

Tabela 1 - Disponibilidade da forragem em função dos períodos experimentais.

Período Disponibilidade de MS (t/ha)

1 6,41

2 8,86

3 4,82

4 7,26

A suplementação reduziu (P = 0,012) o tempo de pastejo dos animais, mas

não houve efeito dos diferentes tipos de suplementos (P>0,10) (Tabela 2),

confirmando os resultados de MACARI et al., (2007). Esse autor sugere que tal

comportamento acontece em decorrência do menor consumo da forragem pelos

animais suplementados. Estes resultados também estão de acordo com o estudo de

CABRAL et al., (2011) que avaliaram suplementos com diferentes níveis de proteína

(0, 20 e 40%) e também verificaram reduções no tempo de pastejo.

Era de se esperar efeitos da suplementação proteica sob o tempo de pastejo

dos animais, já que, frequentemente durante o período seco do ano, o suplemento

proteico aumenta o consumo de forragem em função do atendimento das exigências

de nitrogênio da população fibrolítica (DETMANN et al., 2010). No entanto, pode-se

atribuir a ausência deste efeito no presente trabalho, pelo alto valor do erro padrão

da média (EPM) observado (Tabela 2).

Não houve efeito da suplementação (P>0,10) para o tempo de ócio em pé e

ócio deitado. Possivelmente a ausência destes efeitos reflete a pouca diferença no

tempo de pastejo. Este resultado confirma o estudo de BREMM et al., (2005) que

avaliaram diferentes níveis de suplementação energética (0; 0,5; 1,0; 1,5% do peso

vivo) fornecida no turno vespertino, com o registro das atividades comportamentais

durante 24 horas, relatando que a suplementação não interferiu nos tempos de ócio.

Em contrapartida, PARDO et al., (2003), e MORENO et al., (2008) mostram que os

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animais não suplementados diminuíram o tempo de descanso, enquanto os animais

que receberam suplementação apresentaram maior tempo de descanso, sugerindo

assim, um menor consumo de forragem pelos últimos.

A suplementação não interferiu no tempo de ruminação (P = 0,409) (Tabela

2). Resultados similares foram encontrados por MACARI et al., (2007) e SILVA et al.,

(2010).

O tempo de permanência no cocho foi maior (P<0,10) para os animais que

receberam suplemento energético e proteico quando comparados com o múltiplo

(Tabela 2). Esperava-se que houvesse diferença entre controle versus

suplementado, em virtude do menor tempo relatado dos animais do tratamento

controle consumindo alimento no cocho. O valor encontrado para tempo de

permanência no cocho do tratamento controle (17,37 minutos) está bem acima dos

resultados obtidos por CABRAL et al., (2011) que verificaram animais gastando

aproximadamente 6 minutos ingerindo o suplemento no cocho. Possivelmente, a

variável discutida foi superestimada durante as observações, pois o fato dos animais

do tratamento controle irem mais vezes ao cocho foi confundido com consumo

efetivo.

Tabela 2 - Comportamento ingestivo diurno de bovinos de corte recebendo

diferentes tipos de suplemento no período seco.

Variáveis Tratamentos

EPM Contrastes

Cont Ener Prot Mult Cont X Supl

Ener X Prot

Ener X Mult

Prot X Mult

Pastejo 352,50 306,62 319,75 312,12 29,92 0,012 0,469 0,760 0,673

Ócio em pé 70,00 92,37 82,37 94,12 17,60 0,295 0,660 0,939 0,606

Ócio deitado 158,25 167,75 173,12 174,88 29,46 0,487 0,822 0,766 0,942

Ruminação 130,50 119,12 122,00 115,75 15,04 0,409 0,866 0,843 0,713

Cocho 17,37 29,00 28,50 17,87 4,81 0,137 0,936 0,084 0,098

Bebedouro 3,5 5,12 6,75 5,25 1,30 0,066 0,258 0,930 0,296

Cont = Controle; Ener = Energético; Prot = Proteico; Mult = Múltiplo; EPM = Erro Padrão da Média; Cont X Ener = Controle X Energético; Ener X Prot = Energético X Proteico; Ener X Mult = Energético X Múltiplo; Prot X Mult = Proteico X Múltiplo. As variáveis foram contabilizadas em minutos.

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Verificou-se efeito de turno (P<0,10) para todas as variáveis avaliadas. Já, o

efeito de interação tratamento x turno foi observado apenas para o tempo de

permanência no bebedouro (Tabela 3).

Tabela 3 - Comportamento ingestivo diurno de bovinos corte em função do tipo de

suplemento e turno de avaliação.

Itens Tratamentos

EPM

Valor P

Cont Ener Prot Mult Trat Turno Trat*Turno

Pastejo 176,25 153,31 159,88 156,06 15,44 0,215 <0,001 0,479

Ócio 108,06 130,06 121,50 134,50 15,77 0,343 <0,001 0,981

Ruminando 65,25 59,56 61,00 57,87 7,69 0,856 0,001 0,211

Cocho 8,69 14,50 14,25 8,94 2,27 0,059 <0,001 0,160

Bebedouro 1,75 2,56 3,37 2,62 0,70 0,291 0,068 0,046

Cont = Controle; Ener = Energético; Prot = Proteico; Mult = Múltiplo. As variáveis foram contabilizadas em minutos.

Para o tempo de pastejo verificou-se maior tempo despendido com o

consumo de forragem durante o período vespertino (Figura 1). Deve-se ressaltar,

que mesmo se tratando de bovinos da raça Nelore, mais resistentes ao calor dos

trópicos quando comparado a animais de raças europeias, os animais

preferencialmente pastejam nos horários onde as temperaturas são mais amenas,

como no final da tarde. O suplemento foi fornecido às 10 horas durante todo o

período experimental, portanto o resultado apresentado pode ser decorrente do

consumo de suplemento no turno da manhã pelos animais. Dessa forma, o horário

do fornecimento do suplemento pode influenciar o comportamento ingestivo dos

animais.

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Figura 1 - Tempo de pastejo de bovinos de corte em função do turno de avaliação.

Para o tempo de ócio verificou-se maior tempo despendido com o descanso,

interação com outros animais, ou locomoção dentro dos piquetes, durante o período

matutino (Figura 2). Provavelmente, essa atividade comportou-se dessa forma

devido a ingestão de suplementos no período da manhã, saciando os animais

durante esse turno, e diminuindo a frequência com que o animal realizava o pastejo.

Vale ressaltar, que as atividades comportamentais analisadas são consideradas

mutuamente excludentes.

Figura 2 - Tempo de ócio de bovinos de corte em função do turno de avaliação.

O tempo de ruminação foi maior (P<0,10) no turno matutino (Figura 3).

Segundo GORDON & MCALLISTER (1970) e DESWYSEN et al., (1989), a atividade

de ruminação é mais consistente durante a madrugada, em torno de 75%, sendo o

tempo médio diário de ruminação de sete a oito horas. SANTOS et al., (2006)

observaram 70% do tempo de ruminação durante a noite, utilizando bezerras em

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pasto de capim-marandu. Assim, é possível explicar o baixo tempo total de

ruminação em análises comportamentais diurna de bovinos, sem esquecer, das

atividades de ingestão que ocorrem majoritariamente durante o dia, ocupando

grande percentual do tempo dos animais. Confirmando os resultados do presente

estudo, CABRAL et al., (2011) observaram baixo tempo de ruminação (18,4% das

atividades diárias avaliadas), ou seja, os animais aproveitaram a fase diurna para o

pastejo.

Figura 3 - Tempo dispendido com ruminação de bovinos de corte em função do

turno de avaliação.

Conforma a Figura 4, verificou-se efeito apenas para tempo de permanência

no cocho, quando as análises foram realizadas considerando os efeitos de

tratamentos.

Figura 4 - Tempo de permanência no cocho de bovinos de corte em função dos

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diferentes tipos de suplemento. *Médias seguidas por letras diferentes diferem entre

si pelo teste DMS de Fisher, considerando 10% como nível crítico de probabilidade.

O maior tempo de permanência dos animais no cocho ocorreu durante

período matutino (5:45 ás 11:45 horas) (Figura 5). Certamente este resultado deve-

se a especificidade do presente estudo, onde os suplementos eram oferecidos aos

animais diariamente ás 10 horas.

Figura 5 - Tempo de permanência no cocho de bovinos de corte em função do turno

de avaliação.

Verificou-se efeito de interação tratamento x turno (P = 0,046) para tempo de

permanência no bebedouro (Tabela 4). Ao analisar o efeito dos tratamentos dentro

dos turnos, é constatado menor tempo no bebedouro para animais do tratamento

controle dentro do turno vespertino, sem diferenças significativas quando se avalia o

período matutino. Adicionalmente, ao comparar os turnos dentro de cada tratamento,

observam-se diferenças significativas apenas no tratamento proteico.

Pode-se explicar esse resultado pelas maiores visitas dos animais no

bebedouro para ingestão de água durante os intervalos de 12:00 ás 14:00, que

estão dentro do turno vespertino. Além dessa justificativa, é possível esclarecer esse

comportamento pelo fato do suplemento proteico conter em sua composição a ureia,

sendo esta atuante como reguladora durante consumo dos ruminantes, de modo

que, os bovinos provavelmente não consumiram todo o suplemento proteico no

turno matutino, voltando ao cocho no período da tarde. Assim, possivelmente

também foram até o bebedouro para ingerir água.

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Figura 6 - Tempo de permanência no bebedouro em função dos turnos matutino e

vespertino e tipo de suplemento. *Médias seguidas por letras maiúsculas e

minúsculas diferentes diferem entre si para efeito de turno e tipo de suplemento,

respectivamente, pelo teste DMS de Fisher, considerando 10% como nível crítico de

probabilidade.

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6. CONCLUSÃO

A suplementação de novilhos influenciou o comportamento diurno dos

animais, através da redução do tempo de pastejo, e aumento da permanência dos

animais no bebedouro. O pastejo dos bovinos é mais intenso durante o turno

vespertino, enquanto que o tempo de ócio, tempo de ruminação e o tempo de

permanência no cocho dos animais são maiores no turno matutino.

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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desenvolvimento deste trabalho foi uma experiência de valia por ter me

proporcionado estender a compreensão sobre o tema proposto. Durante as análises

foi possível entender que para se buscar capacitação profissional, é necessário

participar de novas atividades periodicamente, não só para manter-se em constante

aprendizado, mas também, para convivência em sociedade e respeito ao próximo.

Os resultados me trouxeram esclarecimentos de como atuar em diversas

situações futuras durante minha carreira profissional. No entanto, a formação

acadêmica por si só não é suficiente para aprofundar o conhecimento do aluno em

todas as áreas de atuação, mas direciona o recém-formado ao caminho que deve

seguir.

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