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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO E CIÊNCIAS CONTÁBEIS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
CONTROLADORIA COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO PARA MICRO E
PEQUENAS EMPRESAS
João Victor Costa Alves
CUIABÁ – MT
2019
João Victor Costa Alves
CONTROLADORIA COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO PARA MICRO E
PEQUENAS EMPRESAS
Monografia apresentada a UFMT/Faculdade
de Administração e Ciências Contábeis,
Departamento de Ciências Contábeis, para
obtenção do título de Bacharel em Ciências
Contábeis.
Professor Ms. Adão Ferreira
CUIABÁ – Março/2019
JOÃO VICTOR COSTA ALVES
CONTROLADORIA COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO PARA MICRO E
PEQUENAS EMPRESAS
Monografia defendida (o) e aprovada (o) em 26/03/2019 pela banca examinadora constituída
pelos professores:
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________________________
Orientador Prof. Ms. Adão Ferreira.
Presidente
___________________________________________________________
Membro de Banca Prof.ª Dr.ª Lúcia Fernanda de Carvalho
___________________________________________________________
Membro de Banca Prof. Ms. João Soares da Costa
CUIABÁ – MT
2019
DEDICATÓRIA
Dedico a todos meus familiares e amigos que
estiveram presentes nesta jornada.
6
AGRADECIMENTOS
A Deus, em primeiro lugar, que me concedeu saúde, proteção e oportunidade de
aprendizado ao longo dessa trajetória.
Aos meus pais Guilherme de Souza Alves Filho e Joanita da Costa Alves pelo amor
incondicional e incentivo ao estudo desde a minha infância.
Aos meus irmãos Caio Cesar Costa Alves, Felipe Cesar Costa Alves e Raphael
Guilherme da Costa Alves que me serviram como fonte de inspiração e de motivação.
A meu orientador Prof. Dr. Adão Ferreira, por conduzir com maestria a minha jornada
e a conclusão desse trabalho.
Aos docentes do Departamento de Ciências Contábeis da Universidade Federal de
Mato Grosso por contribuírem com a minha formação científica, profissional e pessoal.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................08
2 CONTABILIDADE GERENCIAL.....................................................................10
2.1 Considerações gerais............................................................................................10
2.2 Contabilidade Gerencial: definição e amplitude..................................................14
2.3 GESTÃO ESTRATÉGICA...............................................................................17
2.4 Qualidade total no controle estratégico e modelo de gestão................................20
2.5 Planejamento Estratégico.....................................................................................21
2.6 Estrutura organizacional e planejamento estratégico...........................................23
2.7 Micro e Pequenas Empresas................................................................................25
2.8 Participação das Micro e Pequenas Empresas na economia do país...................25
3 METODOLOGIA.................................................................................................28
4 CONTROLADORIA COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO.......................29
4.1 Posicionamento da controladoria.........................................................................30
4.2 Missão e objetivos da controladoria.................................................................. 31
4.3 Funções da controladoria no processo de gestão.................................................33
4.4 A Controladoria na Transição para a Gestão na Perspectiva dos Processos........34
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................39
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1 INTRODUÇÃO
Nos mercados atuais as empresas devem buscar por diferenciais competitivos
sustentáveis e o setor de serviços representa uma fonte importante para decisões estratégicas e
para a oferta de valor aos clientes. Devido ao ambiente de marketing competitivo, uma
estratégia voltada para os clientes é essencial para moldar as decisões e ações organizacionais.
A chegada do novo milênio apresenta uma era marcada pela continuidade dos
processos de mudanças nas estruturas, nas tecnologias e nas estratégias das organizações.
Essas transformações provocam forte impacto nas formas de gestão organizacional,
especialmente nos comportamentos dos indivíduos que nelas atuam, sejam organizações
públicas ou privadas, do ramo industrial, comercial e de serviços, com ou sem fins lucrativos.
As organizações que até pouco tempo atrás apresentavam um processo de gestão
simples e restringido a cumprir tão somente as funções basilares, nos dias atuais se defrontam-
se com uma estrutura heterogênea de pessoas e atividades, em que os clientes demandam uma
melhor qualidade quando forem adquirir os produtos, em um mercado em frequente
desenvolvimento e cada vez mais competitivo.
Uma administração sem uma gestão estratégica eficiente, pode fazer com que muitas
organizações tomem decisões fora da realidade, tendo como resultado perdas de vantagens
competitivas, em consequência da ausência do gerenciamento de informações a respeito dos
processos associados a múltiplas atividades.
O ambiente econômico na atualidade caracteriza-se pela alta competitividade, pelo
requinte dos consumidores e pela velocidade com que ocorrem mudanças. A efetividade
operacional, baseada na redução dos custos, no aumento da produtividade e na melhoria dos
produtos, é atualmente um imperativo para que as organizações consigam competir num
mercado cada vez mais acirrado.
Observa-se, ao longo de décadas que várias empresas não tiveram uma preocupação
efetivamente em desenvolver e utilizar modelos de gestão com base em informações
contábeis e gerenciais para a obtenção dos resultados almejados. O setor de médias e
pequenas empresas, busca menos alternativas em termos de gestão dos negócios, talvez
decorrente de desinformação e administração por intuição.
Quais os principais problemas ocasionados em empresas sem um controle efetivo de
sua gestão?
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Os empresários começam a sentir a necessidade de se organizarem para elaborar um
fluxo de informações consistentes e agilizar o processo de tomada de decisões, além de buscar
alternativas de controle e racionalização dos custos de operação.
Os empresários, por desconhecimento, por receio de perder o controle do negócio ou
ainda pela redução não planejada de custos, não delegam tarefas operacionais e acabam
acumulando as funções de gestão e operação dos negócios, desempenhando funções diversas
simultaneamente, o que acarreta prejuízo no que tange às atividades de planejamento
estratégico e administrativo, com vistas à maximização de resultados e busca de novas
tecnologias, bem como expansão dos negócios, que são ações inerentes à sua importância no
processo decisório. Para sanar essa deficiência, procura-se analisar as alternativas sob o foco
de resolução dos processos de fluxo e consistência das informações, bem como indicar
ferramentas com base em controladoria para a tomada de decisão.
Assim o objetivo do presente estudo foi de através de uma pesquisa bibliográfica,
discorrer acerca da controladoria como instrumento de gestão.
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2 CONTABILIDADE GERENCIAL
Vive-se no início do século XXI no período da era da informação e do conhecimento,
onde às dificuldades empresariais aumentam a cada dia, e para sobreviver em um mercado
competitivo o profissional de contabilidade necessita de informações e conhecimentos sólidos
de todos os ramos da contabilidade. Assim no presente capítulo aborda-se sobre a
contabilidade gerencial suas definições e considerações gerais.
2.1 Considerações gerais
A ideia da organização surgiu a partir da delegação de atividades entre sujeitos e
mobilização de recursos para o atingimento de determinado objetivo. As organizações
representam um agrupamento de relações sociais organizadas que têm o condão de tomar
decisões e alcançar determinados objetivos. Quando se vislumbra este conceito de
organização, naturalmente assimila-se à definição de empresa, que constitui uma das formas
mais complexas de instituição social, porém, não é a única, pois, cite-se como exemplos a
família, a universidade, a igreja, o exército, dentre outras (ASSIS; SILVA, 2017).
A atividade empresarial organizada é recente e teve como fundamento histórico a
progressiva substituição do sistema de produção artesanal para o sistema fabril, com a
Revolução Industrial (NUNES, 2016).
Este foi o marco para a substituição gradativa do trabalho humano para o mecânico,
com a evolução da indústria e da agricultura, diante da invenção da máquina de fiar e do
descaroçador do algodão. Estas invenções marcaram a primeira fase da 1ª Revolução
Industrial que foi seguida pelas demais três fases que, respectivamente, foram responsáveis
pela aplicabilidade da força motriz na indústria, por meio da máquina a vapor; pelo êxodo
rural e desenvolvimento do sistema fabril de produção; e finalmente, pelo avanço dos meios
de transporte e comunicação (NUNES, 2016).
As ações da administração resumem-se em interagir com o ambiente econômico e
financeiro. Para bem desempenhá-las há a necessidade de informações. O papel da
contabilidade é o de provê-las. Sob este enfoque as tarefas do contador, estarão, portanto,
interligadas com o planejamento, controle e a tomada de decisões. A contabilidade como
cultura milenar que sempre existiu presente nos povos e nações fora acumulando sua força
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teórica e científica no decorrer dos séculos, até um auge que marcou com o culmine de sua
ciência (ASSIS; SILVA, 2017).
O auge de sua ciência foi nada mais do que aquela estrutura que se relativa com uma
gnosiologia1 plausível, permitindo com que pudesse ser um conhecimento superior como
muitos outros, dotado de uma cadeira superior. Assim, a formação cultural da contabilidade
derivou uma ciência superior com um amparo da razão humana, sombra da divina (HOOG,
2015).
Como cultura teórica e superior logicamente, se elevou nos seus princípios, nos seus
conceitos, a pontos técnicos que consequentemente exigiam um caráter superior na formação,
ou na capacidade dos liceístas.
Os inúmeros pontos conceituais exigem uma exaustiva elucubração, tal como análise
perspicaz dos aludidos elementos, o que por vezes causa uma fadiga perniciosa àqueles que
estudam e ensinam tal matéria. Desta maneira, os estudos de contabilidade na sua capacidade
denotavam, como denotam, um potencial fora do comum (IUDÍCIBUS; GELBCKE, 2003).
A sua estrutura científica composta das suas características, conceitos, doutrinas,
preposições, pensamentos, teorias, e teoremas, garante uma superior gnose que não perde para
nenhuma outra ciência neste plano terrestre, igualmente, necessita de sabedoria da parte
daquele que aprende, todavia, a matéria que nos auxilia a aprender chama-se didática, método
o qual se deve passar os básicos conhecimentos até a escala superior de modo simples e
assimilável (HOOG, 2015).
O conhecimento contábil sempre esteve presente na mente do ser humano, que
desejava as coisas, e procurava por meio dos bens, transformá-las em utilidades para a sua
vida.
É inimaginável uma empresa sem objetivos, e dificilmente se consegue trabalhar em
uma empresa cujos objetivos não estejam formalizados. Os objetivos variam de empresa para
empresa e conforme o tipo de empreendimento e devem estar formalizados, explícitos e
comunicados, pelo menos em níveis gerenciais.
Os membros da administração devem tomar decisões, a serem implantadas (se o
forem) e os resultados que serão colhidos no futuro, por vezes em futuro distante. Tais
decisões são conhecidas como decisões gerenciais. Então, por definição, as decisões são o
objeto e as informações são os instrumentos de uma contabilidade gerencial (SOUZA, 2008).
1A Gnoseologia respeita à capacidade ou às condições do sujeito.
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Por conseguinte, a contabilidade gerencial, está voltada para o futuro. Contempla
informações financeiras, mas, em grande medida, também, informações quantitativas.
Os aspectos qualitativos ficarão sob os critérios dos membros da equipe de decisão.
Portanto, a contabilidade financeira e a contabilidade gerencial tratam de reportar a alocação
de recursos escassos. A contabilidade financeira é a principal fonte de informações sobre a
alocação de recursos interempresas, e a contabilidade gerencial trata de como alocar recursos
dentro da própria empresa (SOUZA, 2008).
A contabilidade gerencial proporciona informações que auxiliam os administradores
a controlarem as aplicações e atividades internas e ainda decidir quais produtos vender, onde,
quando e a quem vendê-los (HOOG, 2015).
Se a contabilidade gerencial é tão importante, por que não recebe a atenção
correspondente? Há pelo menos duas razões para isto. Uma delas é que a informação se
destina aos proprietários, e estes nem sempre se dispõem a montar uma estrutura que permita
extrair informações gerenciais. Não é raro encontrar no gerenciamento das empresas, pessoas
com tendências imediatistas e com pouca propensão ao uso de informações contábeis.
Também não é difícil encontrar pessoas atuando com foco exclusivamente no caixa e
nos impostos. Tais atitudes, em geral, acabam limitando severamente o desenvolvimento do
negócio gerenciado.
Os gestores devem possuir a visualização das informações gerenciais para auxiliar no
processo de tomada de decisões e planejamento dos recursos financeiros, através de seu
controle (KÜSTER; et al. 2010).
A cada dia a contabilidade gerencial passa a adquirir maior relevância nas
organizações, essencialmente por ser uma ferramenta que tem por escopo organizar, processar
e gerar informações, assim sendo, ela assessora aos gestores no momento da tomada de
decisões relevantes sobre o patrimônio (HOOG, 2015).
Decorrente das modificações ocorridas no ambiente organizacional, em que os
mercados são muito competitivos, as organizações são movidas pela imperiosidade de
adaptarem à realidade econômica onde se encontram, com o objetivo de garantirem sua
permanência na sociedade atual (BERTI, 2013).
A demanda pela informação gerencial contábil, ou seja, decorrente do sistema
contábil, teve sua evolução e seu ponto forte no século XIX como a fase da revolução
industrial nas empresas, principalmente do ramo de tecelagem, em fábricas de armas como
pode ser demonstrada através do seguinte exemplo: os administradores daquelas empresas
recebiam informações sobre o custo/hora de conversão de matéria-prima (fio-tecelagem) ou
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em transformação em produto acabado (tecido), e o custo por linha de produto por
departamento e por funcionário. Nesta fase a contabilidade gerencial utiliza basicamente a
contabilidade de custos e a contabilidade financeira como ferramentas para auxiliar os
gestores na tomada de decisão (VASCONCELOS, 2009).
No século XX, com o aumento da competitividade, decorrente da evolução da
tecnologia da informação, os gestores das empresas precisam de informações seguras para a
tomada de decisão. Nesta fase a contabilidade gerencial assume um papel importante na
gestão empresarial e utiliza todos os campos do sistema contábil, ou seja: a contabilidade de
custos, contabilidade financeira, análise das demonstrações financeiras, auditoria etc
(COTRIN; SANTOS; ZOTTE JUNIOR, 2012).
Nesta fase a contabilidade gerencial utiliza indicadores financeiros para mensurar e
auxiliar os gestores na tomada de decisão. Os indicadores são obtidos através da utilização da
análise das demonstrações financeiras, análise de investimentos, análise orçamentária, gestão
de custos (VASCONCELOS, 2009).
No século XXI, nesta fase a contabilidade gerencial, além de utilizar os indicadores
financeiros, precisa e passa a usar os indicadores não financeiros, importantes na avaliação do
desempenho das atividades em execução (BERTI, 2013).
A contabilidade gerencial na era da informação é uma ferramenta que fornece
subsídios que possibilitam aos administradores decidirem com segurança na busca dos
objetivos e resultados esperados pela organização (IUDÍCIBUS; MARTINS; GELBCKE,
2003).
A adoção e prática de uma contabilidade gerencial efetiva permitirá à diretoria da
empresa o comando efetivo da organização, interligando os objetivos estratégicos à condução
operacional, de forma integrada.
Para se tentar criar uma posição destacada, relativamente aos seus concorrentes, é
preciso que a organização se utilize de uma ou mais estratégias que possam reforçar os seus
pontos fortes e minimizar os pontos fracos, possibilitando um melhor desempenho dos
negócios (LEAL FILHO, 2011).
Uma parte importante da contabilidade para o setor gerencial ou contabilidade
gerencial é, sem dúvida, a contabilidade de custos, da mesma forma a análise das
demonstrações contábeis, pois esses campos reúnem um conjunto de dados possíveis de
transformar em informações que possibilitem auxiliar os gestores na administração das
organizações (empresas) (HOOG, 2015).
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Dependendo do nível organizacional, a demanda pela informação gerencial contábil
é diferente. Ao nível do gerente de produção (linha de frente) onde a matéria-prima, material
secundário e outros insumos são convertidos em produtos acabados e onde os serviços são
executados para os clientes, primeiramente a informação é necessária para efeito de controle e
melhorar o nível das atividades (HOOG, 2015).
Ao nível do gerente financeiro, esse precisa da informação do volume de recursos
necessários para pagar as obrigações (fornecedores, empregados, Estado – tributos etc.), as
disponibilidades existentes no caixa da empresa e em bancos, a possibilidade de entrada de
recursos etc (BERTI, 2013).
Uma das relevâncias da contabilidade como ferramenta de gestão de negócios, é que
a contabilidade gerencial é um segmento da contabilidade que tem como objetivo principal
monitorar os gestores de informações que auxiliem na tomada de decisão e deve ser
desenvolvida por profissionais de visão sistêmica que assumem o papel de fornecedor de
feedback das atividades da empresa (IUDÍCIBUS; MARTINS; GELBCKE, 2003).
A contabilidade gerencial reúne todos os dados do sistema contábil, através das
disciplinas de contabilidade de custos, administração financeira e orçamentária, análise das
demonstrações financeiras, contabilidade financeira, fiscal, planejamento empresarial, análise
de investimentos etc. A contabilidade gerencial reúne os dados contidos no sistema contábil,
com o objetivo de auxiliar o gestor na tomada de decisão.
2.2 Contabilidade Gerencial: definição e amplitude
A contabilidade gerencial é o processo de apurar e relatar informações a respeito de
atividades econômicas para uso dos administradores no planejamento, avaliação de
desempenho e controle operacional conforme Souza (2008):
No planejamento trata-se de decidir o que, quando e com quais recursos serão
exercidas as atividades para atingir o lucro ou retorno desejado. Para tanto
determinam-se os recursos técnicos materiais, mão de obra e o mais que for necessário
para produzir. Em entidades não econômicas trata-se de escolher programas para
executar.
Na avaliação de desempenho as ações compreendem o acompanhamento das
atividades e o desempenho de produtos individuais e de pessoas, de acordo com
padrões preestabelecidos.
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No controle operacional tem-se um processo de monitoramento a respeito da situação
no momento, tal como os estoques, o estágio de acabamento dos produtos em
elaboração ou dos contratos em execução, identificação e eliminação dos gargalos e
outros aspectos, de forma a manter a regularidade do processo produtivo.
A contabilidade gerencial é essencialmente um instrumento de caráter quantitativo
que se completa com os elementos qualitativos. Nisto, aliás, reside uma importante diferença:
a contabilidade financeira concede primazia aos elementos monetários ao invés da
contabilidade gerencial que privilegia as quantidades (HOOG, 2015).
A idealização de um sistema de geração de informações gerenciais, próprio e
adequado a cada empresa impõe substanciais desafios, principalmente nas grandes
organizações.
Importantes questões de como selecionar dados, processar, agregar e relatar as
informações segundo as necessidades do usuário são difíceis de serem implantadas, e a
situação ideal é a de implantar o sistema gradativamente. Além destas, questões relativas aos
gastos para a obtenção das informações, a melhor maneira de alocar recursos entre os
produtos e serviços, e aos períodos, provocam, constantemente, importantes questões
conceituais, para as quais nem sempre a teoria é clara o suficiente para ser usada de imediato
(SOUZA, 2008).
A utilidade da contabilidade gerencial não se restringe às empresas mercantis ou
industriais. É também necessária em empresas de prestação de serviços, organizações sem
finalidades lucrativas, organizações governamentais e sociais e mesmo pelos indivíduos.
Todos estes tipos de organizações utilizam a contabilidade financeira extensivamente, mas
nem todas se dispõem a utilizar métodos e procedimentos gerenciais em suas decisões.
Em geral a contabilidade é vista consistindo de três subgrupos: contabilidade
financeira, contabilidade gerencial e auditoria. Esta é uma classificação orientada para o
usuário.
As diferenças entre a contabilidade gerencial e a contabilidade financeira em
discussão adiante, revelam os atributos de cada tipo, direcionado para proporcionar
informações confiáveis a cada interessado. Um ponto básico da contabilidade financeira é que
ela é feita tendo em mente que há, em muitos empreendimentos, uma dissociação entre
proprietários do patrimônio e os gestores deste mesmo patrimônio e mesmo do patrimônio em
si (SOUZA, 2008).
Por exemplo, a contabilidade financeira utiliza custos históricos, não porque os
investidores estejam interessados no passado, mas porque são objetivos que possibilitam aos
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interessados e auditores concordarem sobre o que foi feito, como feito e qual a melhor
maneira de divulgar isto. A concordância sobre o futuro, ou sobre o que, ou como deve ser
feita alguma coisa, até certo ponto adentra o campo das conjecturas, da subjetividade
(SOUZA, 2008).
Outra diferença é que a contabilidade é feita sob os princípios e normas técnicas
emitidas pelos órgãos reguladores do exercício profissional e pelos órgãos de classe. Tais
princípios e normas técnicas podem ser estudados e entendidos por qualquer um. Se o
investidor tiver familiaridade com os princípios e que são de ordem geral, fica-lhe mais fácil
compreender o que está sendo relatado (SOUZA, 2008).
A contabilidade gerencial, por outro lado, serve a um público diferente, com
necessidades diferentes. Os gerentes precisam dispor de informações detalhadas, elaboradas
para os seus propósitos específicos em bases recorrentes, de curta periodicidade para o
controle operacional. Tais informações envolverão estimativas e projeções que serão insumos
do processo de decisão.
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2.3 GESTÃO ESTRATÉGIA
Analisando-se a origem da palavra estratégia, é possível identificar que, de origem
grega (strategos), o termo referia-se à “[...] arte e ciência de dirigir forças militares durante
um conflito” (OLIVEIRA, 2013, p. 326).
Essa palavra ganhou sentido de estratégia empresarial e pode facilitar o sucesso
empresarial e a sustentação desse sucesso. Esse termo, apesar de antigo, é atual e apresenta
sentido amplo que, no mundo empresarial, envolvem inúmeras forças as quais, exercidas
sobre todas as ações da organização, devem ser capazes de desenvolver uma forma de
diferencial competitivo (OLIVEIRA, 2013).
As organizações podem ser entendidas como sistemas socialmente criados,
edificados, partilhados e apoiados pelos seus colaboradores; desta feita pode-se dizer que há
um padrão integrado que revela algo estável e com um grau intensamente arraigado,
determinando o nível do vínculo social ali existente. A criação da moderna organização
empresarial, portanto, está atrelada à evolução do sistema de produção fabril e ao
investimento dispendido para obtenção de vantagens de custos decorrentes da escala da
produção, somada à aplicação de esforços em serviços de comercialização, fornecimento e
acondicionamento de produtos e, em seguida, ao monitoramento destas atividades para
coordenação e monitoramento do fluxo de materiais no decorrer do processo de produção
(ASSIS; SILVA, 2017).
O desenvolvimento da organização está atrelado ao movimento de complexidade das
relações sociais. O aperfeiçoamento da tecnologia, e a consequente necessidade do homem
contemporâneo em tornar suas atividades cada vez mais céleres, exigiu que a corporação se
adaptasse, sob pena de estar fadada à falência. A gestão estratégica nasce em meados de 1900.
As práticas organizacionais foram fortemente influenciadas pela Primeira Guerra Mundial,
que exigiu o aprimoramento das atividades relacionadas à tecnologia (informática e
aeronáutica), logística e custos. Após 1939, novamente a guerra provocou impactos
(OLIVEIRA, 2013).
A Segunda Guerra Mundial promoveu a expansão geográfica das empresas
americanas, a fim de recuperar o país. Após a Segunda Guerra Mundial, o processo de
desenvolvimento econômico e social e a acirrada concorrência de mercado provocaram uma
série de mudanças nas empresas, em especial, no que diz respeito à necessidade de se
conhecer outros subsistemas do ambiente organizacional que pudessem representara fonte
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renovadora de recursos para maior sintonia da empresa com o mundo a sua volta (ASSIS;
SILVA, 2017).
Até a década de 1950, a principal referência para as ações gerenciais era o
orçamento, o qual era utilizado como base para a decisão de ações futuras. Com a ampliação
dos mercados, essa ferramenta passou a ser insuficiente. A partir daí, devido à necessidade de
melhor desempenho, criou-se o planejamento de longo prazo, que realizava a projeção de
resultados futuros de acordo com o desempenho atual e passado (ASSIS; SILVA, 2017).
De 1960 em diante, o conceito de estratégia popularizou-se no meio empresarial, a
partir de sua associação com a dinâmica de planejamento. O planejamento estratégico,
resultado dessa associação, surgiu no momento em que as grandes organizações sentiram a
necessidade de aperfeiçoar seus processos de planejamento e gerência, com vistas à maior e
melhor sensoriamento prospectivo de possíveis modificações de curso. Isto ocorreu em razão
de alguns fatores: aumento da complexidade dos ambientes interno e externo das empresas;
intensificação da competição global; e crescimento da competição por recursos cada vez mais
escassos (LEAL FILHO, 2011).
As crises do petróleo de 1973 e 1979 transformaram o ambiente de mercado em que
as organizações atuavam. A partir desse período, a análise do ambiente externo foi
reconhecida como um importante elemento de gerenciamento. A otimização de recursos
também foi implantada (NUNES, 2016).
De 1980 em diante, a administração estratégica aliou o planejamento estratégico com
a tomada de decisão operacional em todos os níveis organizacionais, de modo que gerentes e
funcionários fossem envolvidos nas dinâmicas para se comprometerem mais com as
estratégias da organização (GAZZINELLI, 2006).
Nos anos 90, o conhecimento passou a ser considerado o principal recurso.
Estratégias relacionadas ao meio ambiente e a ações coletivas se tornaram as novas
tendências. O planejamento estratégico é um esforço disciplinado para produzir decisões e
que facilita a comunicação e a participação dos funcionários, ajustando interesses e valores
divergentes, além de promover tomada de decisões ordenadas com vistas a sua
implementação (LEAL FILHO, 2011).
A adoção de um conjunto de ferramentas e metodologias permitirá à diretoria da
empresa o comando efetivo da organização, interligando os objetivos estratégicos à condução
operacional, de forma integrada. Os enfoques instrumentais de gestão abrangem
considerações sob as mais diversas abordagens desenvolvidas por autores diversos no
contexto nacional e internacional. Para se tentar criar uma posição destacada, relativamente
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aos seus concorrentes, é preciso que a organização se utilize de uma ou mais estratégias que
possam reforçar os seus pontos fortes e minimizar os pontos fracos, possibilitando uma
melhor desempenho dos negócios (LEAL FILHO, 2011).
Para tanto, a empresa precisa estar em sintonia com essas estratégias, que se
constituem base fundamental para a prática do planejamento estratégico dentro da ideia de
diferencial competitivo (OLIVEIRA, 2013).
Quando o desenvolvimento e a execução da administração estratégica são
adequadamente estruturados, bem como catalisado por um especialista no assunto, para
Mainardes (2011), acaba ocorrendo um procedimento natural de divulgação do processo na
empresa. Se isso não ocorrer, cada executivo divulga o processo de administração estratégica
do jeito que quiser e quando quiser o que provoca uma série de problemas para a empresa.
Naturalmente essa situação tem que estar interligada com uma adequada explicação
anterior a respeito do conceito, metodologia e aplicação da administração estratégica, como
princípio para aprimorar a participação das pessoas e, consequentemente, ser cobrado seu
comprometimento para com os resultados (OLIVEIRA, 2013).
Para otimizar o processo de administração estratégica nas empresas, faz-se necessária
a aplicação de técnicas que sejam criativas e analíticas. Esse procedimento proporciona
benefícios para toda a administração estratégica da empresa, principalmente para o controle
estratégico, que pode ser considerado parte final do referido processo (MAINARDES, 2011).
Esse contexto estratégico deve estar sustentado pelo modelo de gestão da empresa.
Um dos aspectos básicos do processo de planejamento estratégico é o estabelecimento de
objetivos, desafios e metas. Muitas práticas inovadoras em processos de gestão têm sido
utilizadas, alguns exemplos são relatados pela literatura especializada, tais como a gestão da
qualidade total, o downsizing, o just in time, a criação de organizações focalizadas no cliente,
a gestão de custos baseada em atividades, a reengenharia, o planejamento situacional e outros
(OLIVEIRA, 2013).
Apesar da importância destas práticas como mecanismos para adaptar as
organizações a um processo de mudança, ainda são alvo de críticas por apresentarem um
desempenho insuficiente para manter a competitividade numa era pautada por organizações
flexíveis, permeáveis e integradas (SILVA; AMORIM, 2012).
Para que os objetivos, estratégias e políticas sejam adequadamente estabelecidas é
necessário que o principal cliente da administração estratégica se autoconheça, bem como
saiba identificar o que vai querer ser nos futuros próximo e distante. Ou seja, será que a
empresa realmente se conhece e sabe onde quer chegar? Muitas vezes, a empresa não é uma
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“boa cliente” para a qualidade total da administração estratégica. Quando a empresa deve
iniciar a qualidade total na administração estratégica? (CARLIN, 2017).
A resposta é simples: deve-se começar o processo de qualidade total na
administração estratégica quando se identificar uma situação de não qualidade na
administração estratégica, no todo ou em uma de suas partes. E essa percepção estratégica é
que diferencia a qualidade de alguns executivos de empresas (OLIVEIRA, 2013).
Como o modelo de gestão das empresas é formado pelos instrumentos
administrativos que a empresa conseguiu consolidar, bem como pelo estilo administrativo de
seus principais executivos, pode-se entender que o principal problema — e solução — para se
efetivar qualidade total no modelo de gestão das empresas está na atuação de seus principais
executivos. Ou seja, os instrumentos administrativos podem ou não ser bem elaborados e
aplicados, dependendo da qualidade administrativa dos principais executivos da empresa
(ASSIS; SILVA, 2017).
A qualidade total na administração estratégica deve ser prioritária, ou seja, é
necessário que seja assumida responsavelmente por todos os executivos da empresa. Esse é
um aspecto que auxilia todo o processo da administração estratégica nas empresas e,
principalmente, o momento da direção estratégica. A qualidade total na administração
estratégica também pressupõe determinado nível de confiança entre as pessoas envolvidas no
processo (OLIVEIRA, 2013).
Na realidade, essa confiança consolida-se de maneira gradativa e, portanto, com
elevada sustentação.
2.4 Qualidade total no controle estratégico e modelo de gestão
Como o modelo de gestão das empresas é formado pelos instrumentos
administrativos que a empresa conseguiu consolidar, bem como pelo estilo administrativo de
seus principais executivos, pode-se apontar que o principal problema — e solução — para se
efetivar qualidade total no modelo de gestão das empresas está na atuação de seus principais
executivos (OLIVEIRA, 2013).
Ou seja, os instrumentos administrativos podem ou não ser bem elaborados e
aplicados, dependendo da qualidade administrativa dos principais executivos da empresa.
Portanto, em última instância, a qualidade total do modelo de gestão das empresas depende da
qualidade de seus principais executivos (SANTOS, 2011).
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Conforme Oliveira (2013), a qualidade da atuação dos principais executivos das
empresas depende da qualidade dos instrumentos administrativos que proporcionam a
sustentação básica de atuação dos executivos, da qualidade da informação nas suas decisões e,
principalmente, da qualidade profissional — conhecimento, capacitação e habilidade — de
cada um dos executivos das empresas.
Uma das premissas que deve ser respeitada para se consolidar a qualidade total no
controle estratégico é a existência otimizada do autocontrole.
Autocontrole é a parte do processo administrativo que, de forma interativa,
espontânea e em tempo real, bem como mediante a comparação com padrões previamente
estabelecidos, avalia o desempenho e o resultado das ações, com a finalidade de realimentar
os tomadores de decisões, de forma que possam corrigir ou reforçar esse desempenho ou
interferir em funções do processo da administração estratégica, para assegurar que os
resultados satisfaçam aos objetivos estabelecidos (OLIVEIRA, 2013, p. 50).
Portanto, o autocontrole ocorre em tempo real, ou seja, no momento em que ocorre o
problema, bem como é uma iniciativa própria de cada executivo. Essa é uma premissa para a
qual os executivos das empresas devem estar sempre atentos.
De qualquer forma, para Oliveira (2013), deve-se preocupar em se alcançar, de forma
gradativa, resultados cada vez melhores. Nunca se deve esquecer, porém, o processo de
elaboração; caso contrário, os resultados podem ficar em um patamar desinteressante. Para
aperfeiçoar o processo de administração estratégica nas empresas, necessária a aplicação de
técnicas que sejam criativas e analíticas. Esse procedimento proporciona benefícios para toda
a administração estratégica da empresa, principalmente para o controle estratégico, que pode
ser considerado parte final do referido processo.
2.5 Planejamento Estratégico
Planejamento estratégico representa uma modalidade de planejamento que responde
às necessidades de um processo decisório. Diversos autores abordam este conceito na
literatura especializada de administração de empresas, com variedade de pontos de vista.
Porém, os fundamentos para a construção de estratégias sempre foram ligados às ações
militares e de guerra em tempos mais antigos (SANTOS, 2011).
Planejamento estratégico é uma metodologia administrativa que possibilita
“estabelecer a direção a ser seguida pela empresa, e que visa ao maior grau de interação com
22
o ambiente, no qual estão os fatores externos ou não controláveis pela empresa” (OLIVEIRA,
2013, p. 73).
O planejamento estratégico deve considerar toda a organização e não somente uma
de suas partes.
Nesse contexto, pode ser considerado, no mínimo, inadequado falar-se em
planejamento estratégico de marketing, planejamento estratégico de recursos
humanos, planejamento estratégico de produção etc. Esses tipos de planejamento são
táticos, pois consideram uma parte bem delineada da empresa. E evidente que esses
planejamentos tratam de questões estratégicas, mas não abordam a empresa como
um todo e, portanto, devem ser denominados planejamento tático de marketing,
planejamento tático de recursos humanos, planejamento tático de produção etc
(OLIVEIRA, 2013, p. 73).
Assim o planejamento estratégico é a procura por um posicionamento no mercado
mais favorável. A estratégia competitiva tem como escopo o estabelecimento de uma posição
mais lucrativa e sustentável contra as forças que definem a concorrência no ambiente
corporativo.
Bernades; Drumond (2008), apontam que as empresas tornaram universais alguns
dos seus pressupostos, tais como: eficácia, desempenho e comportamentos estratégicos, dentre
outros. Mas não se pode esquecer que também se está analisando os vínculos sociais e as
transformações que ali ocorrem.
No conceito de Leal Filho (2011), trata-se de um processo contínuo e sistemático de
tomar decisões que envolvam riscos, de organizar as atividades necessárias à execução destas
decisões e de medir os resultados alcançados em relação às expectativas dos agentes
econômicos e sociais.
O conceito distingue-se das abordagens tradicionais de planejamento, como o
planejamento de longo prazo e o planejamento organizacional, pois, procura introduzir nos
processos administrativos o componente estratégico de pensamento e ação. O planejamento
estratégico centra o foco de análise e atuação na organização como um todo, sob uma
perspectiva que busca integrar as várias partes envolvidas no processo (SANTOS, 2011).
Conforme Porter (2004), em dado momento todas as organizações deve identificar as
forças de competitividade entre as organizações, cabe ao gestor adotar posturas de destaque
no mercado.
A diferenciação é, segundo Porter (2004, p. 39), estratégia acessível para que se
consiga retornos “acima da média de uma indústria porque ela cria uma posição defensável
23
para enfrentar as cinco forças competitivas, embora de um modo diferente do que a liderança
de custo”.
A adoção de novos modelos de negócios se dá com o intuito de aumentar a eficácia
da organização. A mudança organizacional é impulsionada por diversas forças tanto externas
quanto internas, ainda, existem forças que limitam a ação das forças de mudança, que são as
resistências às mudanças.
Já o planejamento operacional é a normatização das metodologias para o
desenvolvimento e para a execução de resultados específicos a serem obtidos pelas áreas
funcionais da organização. O Planejamento operacional é a normatização das metodologias
para o desenvolvimento e para a execução de resultados específicos a serem obtidos pelas
áreas funcionais da organização (SANTOS, 2011).
Diante destes conceitos citados, Porter (2004, p. 41), diz ainda que “conhecimento
das capacidades da companhia e das causas das forças competitivas colocará em destaque as
áreas que a companhia deve enfrentar e aquela que deve evitar”, e assim efetivando seu
posicionamento.
A adoção de um conjunto de ferramentas e metodologias permitirá à diretoria da
empresa o comando efetivo da organização, interligando os objetivos estratégicos à condução
operacional, de forma integrada, obtendo-se com isso o controle estratégico da vetorialização:
agressividade comercial, produtividade operacional e austeridade financeira.
A complexidade do mundo contemporâneo impõe repensar a lógica do modelo
vigente, sobretudo no que diz respeito a lidar com a incerteza, a falta de padrão e a outras
características encontradas na sociedade contemporânea. O desafio então é pensar formas
inovadoras de gestão, sem resistências e ceticismos dos funcionários aos métodos utilizados
para promover, de maneira consciente, o envolvimento deles no processo de trabalho.
Deste modo, abrem-se possibilidades para pensar um gerenciamento pautado na qualificação
versátil e multifuncional dos funcionários que seja adequado ao trabalho em equipe.
2.6 Estrutura organizacional
A estrutura organizacional determina como os papéis, o poder e as responsabilidades
são atribuídos, controlados e coordenados e como a informação flui entre os diferentes níveis
de gerenciamento (SILVA, 2015).
Para Oliveira (2013), estrutura organizacional, nada mais é do que a forma pela qual
as atividades de uma empresa são organizadas, divididas, e coordenadas.
24
Uma estrutura organizacional depende dos objetivos e da estratégia da organização.
Em uma estrutura centralizada, a camada superior de gerenciamento possui a maior parte do
poder decisório e tem um controle estrito sobre departamentos e divisões. Numa estrutura
descentralizada, o poder decisório é distribuído e os departamentos e divisões podem ter
diferentes graus de independência (SILVA, 2015).
Cada organização tem seu estilo próprio bem como sua e cultura que naturalmente
influenciam a maneira de como o trabalho de projeto é conduzido. Desta feita os projetos são
singulares, bem como nas organizações onde são executados (SILVA, 2015).
Conforme Leal Filho (2011), a chegada do novo milênio apresenta uma era marcada
pela continuidade dos processos de alterações nas estruturas, nas tecnologias e nas estratégias
das organizações. Essas modificações provocam forte impacto nas formas de gestão
organizacional, especialmente nos comportamentos dos indivíduos que nelas atuam, sejam
organizações públicas ou privadas, do ramo industrial, comercial e de serviços, com ou sem
fins lucrativos.
As organizações são sistemas dinâmicos, complexos, não lineares. De fato as
organizações possuem interações e conectividades entre as pessoas; possuem
fontes de aprendizado, criatividade e inovação; podem produzir autonomamente alternativas e
caminhos inovadores; enfim, podem redefinir suas estruturas internas a partir de eventos
externos. A teoria da complexidade valoriza a interdependência desses fenômenos
(OLIVEIRA, 2013).
A adoção de um conjunto de ferramentas e metodologias permitirá à diretoria da
empresa o comando efetivo da organização, interligando os objetivos estratégicos à condução
operacional, de forma integrada, obtendo-se com isso o controle estratégico da vetorialização:
agressividade comercial, produtividade operacional e austeridade financeira.
Planejamento estratégico representa uma modalidade de planejamento que responde
às necessidades de um processo decisório.
No conceito de Leal Filho (2011), trata-se de um processo contínuo e sistemático de
tomar decisões que envolvam riscos, de organizar as atividades necessárias à execução destas
decisões e de medir os resultados alcançados em relação às expectativas dos agentes
econômicos e sociais.
25
2.7 Micro e Pequenas Empresas
São conceituadas segundo a Lei Complementar 123, de 14 de dezembro de 2006
conforme abaixo:
No entanto, este conceito foi atualizado através da Lei Complementar nº 155/2016,
publicada no Diário Oficial da União em 28 de Outubro de 2016, alterando o seguinte II - no
caso de empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$
360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00 (quatro
milhões e oitocentos mil reais).
Art 3º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de
pequeno porte, a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de
responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis
ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que:
II - no caso da empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior
a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três
milhões e seiscentos mil reais).
No entanto, este conceito foi atualizado através da Lei Complementar nº 155/2016, publicada
no Diário Oficial da União em 28 de outubro de 2016, alterando o seguinte:
II - No caso de empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta
superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 4.800.000,00
(quatro milhões e oitocentos mil reais).
2.8 Participação das Micros e Pequenas Empresas na economia do país
Para Carvalho (1999) as pequenas empresas são as que possuem o maior potencial de
crescimento em qualquer ramo, desde que sejam eficientes, ágeis e flexíveis. Por estarem em
constante aumento no cenário nacional, são muito importantes na circulação da moeda, seja
quando falamos em geração de oportunidade de empregos, ou no investimento de recursos em
seus negócios.
As Micro e Pequenas Empresas são as principais geradoras de riqueza no comércio no
Brasil (53,4% [cinquenta e três inteiros e quatro décimos por cento] do PIB deste setor), elas
contribuem em 22,5% (vinte e dois inteiros e cinco décimos por cento) do PIB do setor da
indústria, conforme gráfico SEBRAE, se aproximando das médias empresas (24,5% [vinte e
quatro inteiros e cinco décimos por cento]), e no setor de serviços mais de um terço da
produção nacional (36,3% [trinta e seis inteiros e três décimos por cento]) têm origem nos
pequenos negócios;
26
Figura 1. Participação das empresas no PIB do setor de indústria, Brasil – 2011. Fonte: SEBRAE,
2011
Em relação ao emprego, as MPE representavam 44% (quarenta e quatro por cento) dos
empregos formais em serviços, e aproximadamente 70% (setenta por cento) dos empregos
gerados no comércio;
Figura 2. Empregos formais gerados no setor de serviço e no setor de comércio por Micro e Pequenas
Empresas em 2011, segundo INSTITUTO XXX
27
Figura 3. Remunerações do setor formal de comércio em 2011 por MPE
Portanto, observa-se a grande participação das micro e pequenas empresas no cenário
econômico nacional, mesmo competindo com empresas de grande porte e que possuem
grande estrutura e conhecimentos na área de atuação.
3 METODOLOGIA
28
O presente trabalho foi definido pelo método de procedimento Hipotético-Dedutivo,
Analítico, e pela abordagem qualitativa.
Utilizou-se a pesquisa bibliográfica, que adquiriu um referencial teórico para
entendimento do tema em discussão. Gil, (2010, p. 48) reforça dizendo que “a pesquisa
bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente de
livros e artigos científicos”.
Segundo Matias (2012, p. 87), a pesquisa básica, “tem como propósito gerar
conhecimentos novos, úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista. Envolve
verdades e interesses universais”.
A pesquisa bibliográfica é essencial para o desenvolvimento de uma pesquisa, com
base nas obras já publicadas de vários autores, com o objetivo de transmitir de ponto de vista
diferente um mesmo assunto.
29
4 CONTROLADORIA COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO
O gestor financeiro de uma empresa toma decisões que envolvem atitudes do início
ao fim do ciclo operacional, isto é, do planejamento financeiro à execução e controle das
atividades empresariais (MAMBRINI, 2011).
Uma grande problemática no ambiente corporativo nos dias atuais ocorre em uma
gestão eficiente que traga para a empresa resultados práticos e coerentes com as nuances do
mercado. Diante das várias e consideráveis mudanças no setor da economia do Brasil que
refletem no ambiente interno das organizações, os proprietários e gestores sentem cada vez
mais a indispensabilidade de se ajustarem a essa nova estrutura organizacional, para que
possam permanecer e prosseguirem evoluindo em seus negócios (SCHERRER, 2016).
No sentido de suprir as carências do sistema contábil tradicional, a controladoria
surgiu como uma via alternativa autônoma, fundamentada num corpo de doutrinas e
conhecimentos de aplicação flexível. Este é formado por um conjunto de técnicas capazes de
produzir e disseminar o conhecimento dentro do contexto organizacional, ao modelar,
implantar e integrar sistemas de informações (MAMBRINI, 2011).
Surgiu nas grandes organizações norte-americanas, com a finalidade de realizar o
controle centralizado de todos os negócios da empresa, envolvendo, inclusive, suas filiais,
subsidiárias e divisões. Nessa fase, essa função era exercida por profissionais da área
financeira ou contábil, devido às suas experiências em manipular informações econômico-
financeiras, além da ampla visão sistêmica que dispunham da dinâmica empresarial
(SCHERRER, 2016).
A controladoria emergiu da prática e seu crescimento ocorreu independentemente de
uma definição clara de sua área de atuação. Como consequência, num primeiro momento, boa
parte do arcabouço conceitual foi influenciada pelas ideias que regiam a aplicação prática. Ou
seja: boa parte do seu desenvolvimento foi determinada pela interação dos princípios teóricos
com a prática.
A controladoria não deve ser vista apenas como um método, voltado ao como fazer.
Pode ser melhor visualizada sob dois vértices, consoante Mambrini (2011), a) como um órgão
administrativo com missão, funções e princípios norteadores definidos no modelo de gestão
do sistema-empresa; e b) como uma área do conhecimento humano com fundamentos,
conceitos, princípios e métodos oriundos de outras ciências.
30
Apesar da similaridade científica e vocacional, ou seja, tanto controladoria como
contabilidade atuarem nutrindo com suas informações o processo de gestão vigente, lastreadas
em princípios normativos, vê-se pela perspectiva dos autores que contabilidade e
controladoria se distinguem tanto como áreas do conhecimento humano, como funções
administrativas (MAMBRINI, 2011).
Enfim, a controladoria absorve da ciência contábil fragmentos científicos, métodos e
técnicas de análise e mensuração e as informações contábeis disponibilizadas por meio de
seus informativos próprios. Entretanto, a controladoria pode contar com outras fontes
informativas complementares dependendo da sua configuração, modelo e processo de gestão.
4.1 Posicionamento da controladoria
A controladoria existirá em uma empresa, quer a sua estrutura organizacional a tenha
ou não, como unidade administrativa.
Sabe-se que o posicionamento hierárquico da controladoria dependerá de critérios
oriundos do modelo de gestão existente, especialmente os de ordem pessoal em relação a
figura do controller, tais como: ética, iniciativa, capacidade, competência, gerenciamento,
entre outros, bem como o próprio porte da organização. A Figura 2, apresenta dois
posicionamentos básicos da controladoria nas empresas.
31
Figura 1. Posicionamentos da controladoria na estrutura organizacional.
Fonte: Mambrini (2011).
Dentro desse cenário, a controladoria opera dentro de suas próprias concepções sobre
a gestão empresarial. Nesse sentido, busca contribuir para a melhoria contínua das ações dos
gestores, mediante o fornecimento de informações diversificadas que adicionem valor aos
clientes, acionistas e colaboradores, de forma a assegurar a continuidade da empresa pelo
cumprimento de sua missão.
4.2 Missão e objetivos da controladoria
A controladoria é dotada de missão, objetivos e metas para sua própria atuação. A
missão da controladoria deve estar intimamente voltada para o cumprimento da missão e
continuidade da empresa, coordenando esforços na busca de um resultado global sinérgico
(SCHERRER, 2016).
32
Nesse sentido, Mambrini (2011, p. 153), cita que a missão da controladoria é
“otimizar os resultados econômicos da empresa, para garantir sua continuidade, por meio da
integração dos esforços das diversas áreas”.
Assim, é um setor dotado de missão, objetivos e metas para a atuação própria. Nessa
perspectiva, pode-se enfatizar que os objetivos da controladoria, considerando-se a missão
estabelecida, são: a) promoção da eficácia organizacional; b) viabilização da gestão
econômica; c) promoção da integração das áreas de responsabilidade (MAMBRINI, 2011, p.
153 – 154).
Ocorre que, para ser produtivo em sua incumbência, a controladoria dependente
grandemente da cultura organizacional vigente. Essa cultura organizacional tem sua gênese no
subsistema institucional e, em função do modelo de gestão adotado, estabelecerá a melhor
maneira de a empresa ser conduzida ao cumprimento da missão para a qual se predestinou
(SCHERRER, 2016).
A cultura e as organizações têm sido profundamente estudadas, principalmente a
partir do século XX, mesmo que os resultados sejam tão variados e vastos, que dificultam
mais do que facilitam o seu entendimento. A cultura deve ser compreendida como um
fenômeno simbólico e social, e como tal deve ser compreendido, debatido, delineado e
respeitado. O destaque que a cultura alcançou, coloca-a como um dos elementos decisivos
para a sobrevivência das organizações (CARLIN, 2017).
De um modo geral, as atividades organizacionais estão intimamente ligadas aos
sistemas sociais, cultural, econômico. Os indivíduos também têm seus interesses e
comprometimentos no ambiente social. Tudo isso em um ambiente global com características
do local em que a organização está. As organizações de um modo geral são recipientes de
múltiplas culturas regionais ou nacionais (MAMBRINI, 2011).
A controladoria também se encaixa no perfil das pequenas e médias empresas, onde
não há divisão de trabalho e nem condições para a criação de uma controladoria como
unidade administrativa. Nessas empresas, uma única pessoa, seja um gerente, ou mesmo o
dono, possuem várias atribuições ou funções, tais como: financeira, produção,
comercialização, pessoal (SCHERRER, 2016).
Na realidade essas pessoas atuam como os primeiros controladores dentro da
empresa. Recomenda-se, inclusive, que essas organizações não estruturem sua controladoria
de forma sofisticada. Inicialmente deve-se reorganizar o departamento financeiro e em
seguida compilar informações de produção, administração e vendas. Destaca ainda, a
necessidade de reagrupar, de forma funcional, as diversas tarefas da Controladoria, com vistas
33
a proporcionar economia a uma empresa cujas reduzidas dimensões justificam em parte esse
procedimento (MAMBRINI, 2011).
Desse modo, a missão e os objetivos da controladoria devem estar intimamente
voltados ao cumprimento da missão e continuidade da empresa, idealizado por meio da
integração e coordenação dos esforços dos vários gestores existentes em todos os níveis e
áreas da organização (SCHERRER, 2016).
Por fim, é função de a controladoria servir como indutora da evolução cultural da
organização como um todo, a fim de promover a melhoria da qualidade das decisões. Sua
atuação, para ser eficaz, envolve a implementação de um conjunto de ações próprias, cujos
resultados materializam-se em informações de orientação e controle disponibilizados aos
gestores (MAMBRINI, 2011).
Assim, releva-se o apoio da controladoria ao processo de gestão.
4.3 Funções da controladoria no processo de gestão
A responsabilidade da Controladoria na gestão operacional está em apoiar os
gestores na busca da eficácia de suas atividades, por meio do suporte do seu sistema de
informação com modelos de decisão adequados a cada atividade, e os seus eventos
econômicos em todos os seus aspectos (ANDREOLLA, 2015).
É atribuição de a controladoria prever, avaliar e controlar de forma abrangente todas
as atividades e resultados gerados pela organização. Entretanto, não deve ater-se apenas ao
âmbito contábil-financeiro, mas dar o devido suporte e coordenação às demais áreas e
gestores (OGASSAVARA, 2010).
A partir da coordenação e controle das áreas, espera-se manter a organização em
equilíbrio com suas demandas ambientais internas e externas, ou seja: que os processos
internos sejam bem estruturados para otimizar o fluxo das operações, os clientes estejam
satisfeitos com os produtos e serviços oferecidos e o corpo funcional esteja motivado e em
condições de responder a novas e frequentes demandas. As funções da controladoria estão
ligadas a um conjunto de objetivos que, quando desempenhadas, viabilizam o processo de
gestão econômica. Os gestores devem possuir a visualização das informações gerenciais para
auxiliar no processo de tomada de decisões e planejamento dos recursos financeiros, através
de seu controle (ANDREOLLA, 2015).
A controladoria deve apoiar a avaliação de desempenho, tanto dos gestores ou
setores de responsabilidade, a avaliação de desempenho deve ser empreendida de maneira
34
individual por todos os responsáveis e seus respectivos superiores hierárquicos. Deve ainda
apoiar a avaliação de resultado, produzindo a análise de resultado econômico dos produtos e
serviços; controlando e orientando o processo de estabelecimento de padrões e ainda avaliar o
resultado de seus serviços (ANDREOLLA, 2015).
Cabe ainda a controladoria analisar e verificar as repercussão das legislações no
resultado econômico da organização e atender aos vários agentes do mercado seja como
representante legal totalmente estabelecido, ou dando apoio o gestor responsável
(MAMBRINI, 2011).
Via de regra, a mensuração do ciclo operacional, para fins de sua gestão, é baseada
no transcorrer do tempo. Assim, o acompanhamento dos dias transcorridos entre todos os
momentos do ciclo operacional é uma ação fundamental para a otimização do próprio ciclo.
A utilização dos sistemas integrados de gestão (ERP — Enterprise Resource
Planning), acoplados com outras soluções oferecidas pela tecnologia de informação (CRM,
ECR, EDI, Internet, E-Procurement, dispositivos portáveis etc.), tem sido o caminho mais
utilizado para buscar uma melhoria significativa no ciclo operacional, já que a atual
tecnologia da informação permite uma integração e uma velocidade de comunicação de dados
muito grande.
4.4 A Controladoria na Transição para a Gestão na Perspectiva dos Processos
Vista sob a abordagem processual, a controladoria deve redefinir-se já a partir de sua
própria concepção funcional, migrando para o papel de coordenadora geral das equipes de
processos. A partir dessa nova concepção processual, deve trabalhar para reestruturar o
modelo de gestão convencional vigente e engendrar, de modo adequado, métodos, técnicas e
sistemas de informação, com vistas a apoiar a gestão com base no redesenho por processos
(ANDREOLLA, 2015).
Algumas premissas técnicas e políticas merecem reflexão nessa fase, tais como: a)
Qual é a cultura corporativa existente? b) Qual será o nível de resistências durante o período
de migração; c) Qual a relação custo-benefício envolvida? d) Quais facilidades e praticidades
podem não estar disponíveis ao término do processo? Há aceitação e apoio da alta
administração? (OGASSAVARA, 2010).
Estes e outros questionamentos devem auxiliar na análise dos processos e das
atividades existentes. Não obstante, deve-se avaliar como podem ser conduzidos e forma mais
eficientemente para atingir quatro objetivos: “a) reduzir custos; b) diminuir o ciclo de tempo
35
do processo; c) melhorar a qualidade; e, d) agregar valor ao cliente, em termos de serviço,
flexibilidade etc” (MAMBRINI, 2011, p. 78).
A estruturação do sistema de informações deve levar em conta os recursos
atualmente oferecidos pela tecnologia da informação e oferecer informações que sirvam como
suporte às necessidades de cada membro das equipes de processos e estar em consonância
com o modelo de gestão reformulado segundo a abordagem processual. Vê-se também a
importância da compatibilidade da gestão às turbulências ambientais com que se deparam as
empresas, tendo como suporte a utilização de sistemas que assegurem a melhoria do
desempenho (MAMBRINI, 2011).
Atualmente, necessita-se de modelos muito diferentes, intercomunicantes, que levem
à criação de comunidades de negócios e nos quais haja cooperação, gerenciamento do
conhecimento, trabalho em equipe e busca de alto desempenho. Entretanto, um dos maiores
desafios que as organizações enfrentam é o de abandonar seus velhos sistemas e começar a
construir uma nova visão. Entretanto, a controladoria não deve adotar o ERP – Enterprise
Resource Planning, no pressuposto de uma mudança simples de tecnologia. Na verdade, esse
sistema auxilia no redesenho organizacional por completo na transição para a nova
abordagem processual de gestão (MAMBRINI, 2011).
A controladoria, ao promover a integração de ferramentas da tecnologia da
informação com a arquitetura adequada do sistema de informações, contribui sobremaneira no
apoio às equipes de processos, disponibilizando informações de caráter quantitativo e
qualitativo, o que colabora para que todos tenham uma visão ampla dos resultados esperados e
possam atuar com maior eficácia. Resulta disso uma nova mentalidade cultural com base nos
processos, integrando os gestores de todas as áreas numa grande rede interna de aprendizado e
conhecimento voltada à melhoria do desempenho empresarial (MAMBRINI, 2011).
Assim, espera-se que a controladoria assegure um processo decisório com maior grau
de descentralização, de postura menos burocrática, que favoreça o surgimento do espírito
crítico, o compartilhamento de ideias e ideais nas equipes de processos. Por meio desse estilo
participativo de gestão, acredita-se favorecer o crescimento da cultura corporativa, fator
relevante para a melhoria do desempenho e da continuidade dos negócios empresariais.
Sintetizando as variadas abordagens sobre a gestão empresarial, infere-se que ela é
responsável pela dinâmica do sistema-empresa, bem como, pelo grau de qualidade com que
esse sistema consegue suprir as expectativas ambientais (MAMBRINI, 2011).
Ocorre que, diante das frequentes mudanças, tornou-se difícil equalizar qual o
melhor mix de atividades a ser empreendidas pelos gestores de modo a se obter a desejada
36
eficácia empresarial. No entanto, ter um modelo de gestão bem estruturado e formalizado,
capaz de viabilizar o conjunto de diretrizes estratégicas existentes, é uma premissa básica.
37
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pode-se afirmar que uma organização é um mundo, o que significa um espaço
simbolizado, com seus monumentos e artefatos, seu poder, suas crenças, valores e normas, ou
seja, tudo aquilo que é compartilhado pelos seus membros.
O século XXI, a era da informação, trouxe consigo mudanças e transformações no
cenário mundial que afetaram o mundo dos negócios. A área de RH foi uma das mais afetadas
e, para se adaptar, foi fundamental que ela assumisse uma nova estrutura e desenvolvesse
novas posturas procurando dinamizar intensamente as suas potencialidades e contribuir para o
sucesso da empresa.
A delegação de responsabilidades designadas a gestores, exclusivamente,
identificados, com autonomia e comprometimento, firma a mobilização para a consecução da
efetividade operacional, em busca permanente da excelência, nos negócios abrangidos.
As técnicas empresariais são formas práticas de se gerenciar empresas, ou proceder à
administração dos negócios. Sabe-se que quando se consegue medir adequadamente
determinada grandeza, saber-se-á informar e explicar a mesma. Não pode o empresário nos
dias modernos praticar sua gestão com base apenas naquilo que sabe ou aprendeu em sua
experiência. Existem coisas, decisões, atividades, que por mais que sejam apreendidas pela
experiência, necessitam de métodos racionais e mais organizados na sua aplicação.
Considerando o aspecto estratégico, as palavras-chave que caracterizam a liderança
moderna são: visão, caráter e coragem. Visão, porque estabelece um claro patamar até onde a
organização e seus colaboradores podem e devem chegar. Caráter, através do comportamento
ético pelo qual o líder deve pautar suas ações, e coragem, pela atitude de interagir, inspirar e
orientar tanto a equipe como a organização para viabilizar o caminho que leva à concretização
da visão.
A transposição de cada etapa nesse processo evolutivo necessita da adequada
orientação no desenvolvimento equilibrado do processo de gestão com ênfase em conceitos
econômicos, frente a modelos de gestão caracterizados por crenças e valores restritos a
valores pessoais subjetivos e abstratos.
Nesse propósito, acredita-se que a controladoria possa propiciar uma posição
intermediária na discrepância evidente entre a administração empírica e a administração
científica observada na gestão dessas empresas. Para isso, orienta que a eficácia, abrangendo a
produtividade, a eficiência, a adaptabilidade, geração de valor aos acionistas, clientes e
38
colaboradores, consiste, por conseguinte, na premissa básica que deve nortear as ações dos
diversos gestores.
Nessa linha de pensamento, entende-se que as pequenas e médias empresas para
serem eficazes, necessitam implementar um processo de gestão, compreendendo as etapas de
planejamento, execução e controle, a fim de propiciar instrumentos informacionais
adequados, que subsidiem a otimização dos resultados desejados pelos seus principais
acionistas.
Essa tarefa, bem como a adaptação dos gestores na reformulação de seus hábitos
decisórios, entende-se, deve ser atribuição da controladoria. Para dinamizar e formalizar esse
processo, a controladoria necessita projetar, implementar e manter sistemas de informações
que disponibilizem informações úteis e consistentes ao planejamento e controle das
atividades, de modo a oferecer aos gestores, de todos os níveis e áreas, condições satisfatórias
para monitorarem e avaliarem suas performances e, consequentemente, alcançarem os
objetivos e metas propostos para suas áreas de responsabilidade.
39
REFERÊNCIAS
ANDREOLLA, Nadir. Ferramentas de Gestão Financeira para Pequenas e Médias
Empresas. Curitiba: Juruá, 2015.
ASSIS, Luana de; SILVA, Christian Luiz da. Planejamento Estratégico em Hospitais
Universitários Federais. Curitiba: Juruá, 2017.
BERTI, Anélio. Contabilidade Gerencial. 2 ed. Curitiba: Juruá, 2013.
CARLIN, Everson Luiz Breda. Criando Valor nas Organizações - Do Compliance à
Proteção Patrimonial - Como Tornar uma Empresa um Alvo Atrativo. Curitiba: Juruá, 2017.
COTRIN, Anderson Meira; SANTOS, Aroldo Luiz dos; ZOTTE JUNIOR, Laerte. A
evolução da contabilidade e o mercado de trabalho para o contabilista. Revista Conteúdo:
Capivari, v.2, n.1, 2012. p. 44-63.
GAZZINELLI, Luciana Moraes. Do planejamento estratégico à gestão estratégica. 2006.
49 f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação) – Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas,
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