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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS CURSO DE AGRONOMIA APLICAÇÃO SUPERFICIAL DE MICRONUTRIENTES EM ÁREAS DE SUCESSÃO SOJA-MILHO NO MATO GROSSO-SINOP CLAUDISON JOSÉ DA SILVA SINOP MT MARÇO - 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS

CURSO DE AGRONOMIA

APLICAÇÃO SUPERFICIAL DE MICRONUTRIENTES EM ÁREAS DE

SUCESSÃO SOJA-MILHO NO MATO GROSSO-SINOP

CLAUDISON JOSÉ DA SILVA

SINOP MT

MARÇO - 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS

CURSO DE AGRONOMIA

APLICAÇÃO SUPERFICIAL DE MICRONUTRIENTES EM ÁREAS DE

SUCESSÃO SOJA-MILHO NO MATO GROSSO-SINOP

CLAUDISON JOSÉ DA SILVA

ORIENTADOR: PROF. DR. ANDERSON LANGE

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao Curso de Agronomia do ICAA/CUS/UFMT, como parte das exigências para a obtenção do Grau de Bacharel em Agronomia.

SINOP MT

MARÇO - 2018

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DEDICATÓRIA

Aos meus familiares, especialmente minha

mãe Maria Monica Vieira Silva e minha avó

Maria Francisca Feitosa da Silva que sempre me

apoiaram fazendo o possível e o impossível para

que este sonho se tornasse realidade.

Ao meu irmão José Claudio Gacho Filho, que

não se encontra mais entre nós, mais foi à fonte

para superar todas as dificuldades e minha irmã

Thafila Vitória.

Dedico a todos que de uma forma ou de outra contribuíram para a realização deste trabalho, especialmente aos meus amigos.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus pelo dom da vida e por estar sempre guiando meus passos,

me dando forças para vencer todas as dificuldades da vida.

A minha família pelo apoio, por terem acreditado em mim, pelos conselhos, pelas

broncas, por tudo que já fizeram por mim.

Ao professor Dr. Anderson Lange, pelos conselhos, paciência, coerência, clareza e

dedicação em seus ensinamentos sempre disposto a atender minhas necessidades e

dúvidas e por me orientar neste trabalho de conclusão de curso.

À Universidade Federal de Mato Grosso, campus Sinop por me oferecer a

oportunidade e o espaço para que pudesse realizar com muito empenho e satisfação

esta graduação.

Aos demais professores que participaram do processo de minha formação

acadêmica em especial Dr. Carlos Cesar Breda e aos participantes da banca por ter

disponibilizado seu tempo e conhecimento nesta etapa.

Aos amigos da graduação, pelo companheirismo e ajuda na execução deste

trabalho: Guilherme Baccin, Pedro Henrique, Fabiano Bernardo, Donicleiton, Luiz

Maurina, Eliabe Santos, Eliã Santos, Beatriz Leme, Gabriele Leme e Elayne Santos.

À minha namorada Beatriz Leme, pelo companheirismo, apoio e compreensão.

Também a equipe Caveira Segurança, por proporcionar boas noites de trabalho.

E a todos os meus colegas e amigos tanto da Agronomia, quanto de outros cursos,

que de uma forma ou de outra me ajudaram no decorrer da faculdade.

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SUMÁRIO

RESUMO.........................................................................................................................7

ABSTRACT.....................................................................................................................8

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9

2. REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 10

2.1. Histórico e importância do cultivo da soja ..................................................... 10

2.2. Adubação na cultura da soja...........................................................................13

2.3. Adubação de micronutrientes na cultura da soja............................................14

2.4. Zinco................................................................................................................17

2.5. Boro.................................................................................................................18

2.6. Manganês........................................................................................................20

2.7. Cobre...............................................................................................................22

3. MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 25

3.1. Descrição da área experimental ................................................................... 25

3.2. Delineamento experimental, tratamentos e semeadura ................................ 26

3.3. Atributos avaliados e colheita ....................................................................... 27

3.4. Análise estatística ......................................................................................... 28

4. RESULTADOS ESPERADOS................................................................................ 28

4.1. Zinco................................................................................................................28

4.2. Boro.................................................................................................................30

4.3. Manganês........................................................................................................32

4.4. Cobre...............................................................................................................34

4.5. Completo.........................................................................................................36

5. CONCLUSÃO............................................................................................................39

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................40

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RESUMO

APLICAÇÃO SUPERFICIAL DE MICRONUTRIENTES EM ÁREAS DE SUCESSÃO SOJA-

MILHO NO MATO GROSSO-SINOP

No Brasil a soja é a cultura agrícola que ocupa a maior área semeada, possui grande importância na produção de óleo vegetal, rações para alimentação animal e utilização na indústria química e de alimentos. Para que ocorra um bom desenvolvimento da soja e altas produtividades, destacasse a adubação de micronutrientes, sendo essencial para o crescimento das plantas e desempenham um papel importante na nutrição equilibrada das culturas. Neste contexto, o presente estudo teve o objetivo de propor a obtenção de respostas na produtividade da soja na medida em que são testadas doses atípicas de micronutriente, zinco (Zn), boro (B), manganês (Mn) e cobre (Cu) aplicados na superfície do solo em pré-plantio. Os estudos foram desenvolvidos em Sinop-MT, no período de outubro a fevereiro na safra 2017/18, com latitude 12°03'50.3"S, longitude 55°33'13.1" O, e altitude de 383 metros com topografia plana. o experimento foi conduzido sob delineamento de blocos casualizados (DBC), contendo 5 experimentos com 5 tratamentos e 5 repetições, as parcelas apresentavam dimensão de 5 x 7 m. As doses para boro e cobre, a saber: 0, 3, 6, 9 e 12 kg ha-1; manganês e zinco, a saber: 0, 4, 8, 12 e 24 kg ha-1 e além destes, um mix (Completo) com todos esses micronutrientes, separados para cada intervalo das doses. Utilizou-se a cultivar NS 7901 RR. A distribuição dos fertilizantes feita a lanço de forma manual e uniforme, utilizou-se como fonte de Zn, Mn, B e Cu respectivamente Sulfato de Zinco (20%), Sulfato de Manganês (26%), Borogran (8%) e Sulfato de Cobre (25%). Avaliou-se após a colheita, produtividade, peso de mil grãos, número de grãos por planta, número de grão por vagem, número de vagens por plantas e estande. As analises estatísticas não apresentaram diferença entre os tratamentos para doses de Zn, Mn e Cu, resultando em diferença significativa para boro e completo. Para Zn esses resultados provavelmente ocorreram devido ao teor de zinco ser superior ao nível critico na profundidade de 0-20 cm (SOUSA; LOBATO, 1998). Neste caso a probabilidade de resposta à aplicação de zinco é baixa (ANDRÉ et al., 2003; ARAÚJO; NASCIMENTO, 2005; ROSA et al., 2003). Já as doses de Mn foram demonstradas por Pinto, (2012) que a eficiência da aplicação de Mn no solo de maneira geral é baixa, e necessita a aplicação de doses consideradas elevadas em relação aos micronutrientes. Moreira et al., (2006) também trabalhando com doses semelhantes ao presente trabalho (1,5; 3,0; 6,0; 12,0; e 48,0 kg ha-1) observaram de modo geral, aumentos nos teores do micronutriente nos solos, mas a concentração e a quantidade de Mn acumuladas pelas plantas de soja foram pouco influenciadas. Provavelmente devido à concentração de Cobre estar adequada no solo, pode ter influenciado a ausência de diferença significativa entre os tratamentos, esses dados corroboram com trabalhos realizados por Borkert, (2002) que também demonstrou não obter resposta à adubação com cobre, em quatro anos de cultivo de soja, em dois solos, um de textura argilosa e outro de textura média. Portanto para B e completo observou que, quando feito à adubação boratada em doses crescentes houve um decréscimo no estande de plantas, ou seja, falha de germinação por toxidez de Boro, constituindo um dos fatores que no final tenham afetado os componentes de produção e produtividade da soja.

Palavras-chaves: Glycine max, Micronutrientes, Toxidez, Produtividade.

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ABSTRACT

SURFACE APPLICATION OF MICRONUTRIENTS IN SOY-CORN SUCCESSION AREAS

IN MATO GROSSO-SINOP

In Brazil soybean is the agricultural crop that occupies the largest area sown, has great importance in the production of vegetable oil, feed for animal feed and use in the chemical and food industry. In order for a good development of soybeans and high yields to occur, micronutrient fertilization should be emphasized and essential for plant growth and play an important role in balanced nutrition of crops. In this context, the objective of this study was to propose responses to soybean yield as atypical doses of micronutrient, zinc (Zn), boron (B), manganese (Mn) and copper (Cu) applied on the pre-planting soil surface. The studies were developed in Sinop-MT, from October to February in the 2017/18 harvest, with latitude 12 ° 03'50.3 "S, longitude 55 ° 33'13.1" W, and altitude of 383 meters with flat topography. the experiment was conducted under a randomized block design (DBC), containing 5 experiments with 5 treatments and 5 replicates, the plots were 5 x 7 m in size. The doses for boron and copper, namely: 0, 3, 6, 9 and 12 kg ha-1; manganese and zinc, namely: 0, 4, 8, 12 and 24 kg ha-1 and in addition a mix with all these micronutrients, separated for each dose interval. The cultivar NS 7901 RR was used. The Zn, Mn, B and Cu sources were Zinc Sulfate (20%), Manganese Sulphate (26%), Borogran (8%) and Sulfate of Copper (25%). It was evaluated after harvest, productivity, weight of thousand grains, number of grains per plant, number of grains per pod, number of pods per plant and stand. Statistical analyzes did not present differences between treatments for Zn, Mn and Cu doses, resulting in a significant difference for boron and complete. For Zn these results probably occurred because the zinc content was higher than the critical level in the 0-20 cm depth (SOUSA and LOBATO, 1998). In this case, the probability of response to zinc application is low (Anderson et al., 2003; ARAÚJO, NASCIMENTO et al., 2003). However, the Mn doses were demonstrated by Pinto (2012) that the efficiency of the application of Mn in the soil in general is low, and requires the application of doses considered high in relation to the micronutrients. However, in the present work (1.5, 3.0, 6.0, 12.0, and 48.0 kg ha-1), there were also increases in the levels of the micronutrients in the soils, but the concentration and amount of Mn accumulated by the soybean plants were little influenced. Probably due to the concentration of Copper being adequate in the soil, may have influenced the absence of a significant difference between the treatments, these data corroborate with works carried out by Borkert, (2002) who also showed no response to copper fertilization in four years of cultivation of soybeans, in two soils, one of clayey texture and one of medium texture. Therefore for B and complete it was observed that when done to the fertilization boratada in increasing doses there was a decrease in the stand of plants, that is, germination failure by Boro toxicity, being one of the factors that in the end affected the components of production and productivity of soybeans.

Keywords: Glycine max, Micronutrients, Toxicity, Grain yield

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1. INTRODUÇÃO

A soja é a aleuro-oleaginosa mais importante para a economia mundial, apresenta

como centro de origem e domesticação o nordeste da Ásia (China e regiões adjacentes)

(CHUNG; SINGH, 2008) e a sua disseminação do Oriente para o Ocidente ocorreu através

de navegações.

No Brasil, a soja (Glycine max L.) é a cultura agrícola que ocupa maior área cultivada.

Sua expansão no país se deve aos avanços científicos e a disponibilização de tecnologias

ao setor produtivo, bem como a sua importância na produção de óleo vegetal, rações para

alimentação animal e na utilização na indústria química e de alimentos (COSTA NETO;

ROSSI, 2000).

Destacam-se como os maiores produtores de soja no mercado internacional os Estados

Unidos, o Brasil e a Argentina, que produziram na safra 2016/17 81,4% de toda soja mundial

e cujo destino principal de exportação é a China com 64,26% (Companhia Nacional de

Abastecimento-CONAB, 2017). No Brasil destacam-se as regiões Centro-Oeste, Sul e

Sudeste, que produziram na safra 2016/17 96,03 milhões de toneladas, com produtividade

média de 5,522 kg há-1.

Para que ocorra um bom desenvolvimento da soja e consequentemente altas

produtividades, vários fatores devem ser levados em consideração, entre eles pode-se

destacar a adubação. A prática da adubação pode ser tanto via solo como foliar, sendo que

a primeira tem por objetivo complementar a nutrição da planta em quantidade e qualidade

em relação ao que o solo pode fornecer (STAUT, 2007).

A adubação de micronutrientes é essencial para o crescimento das plantas e

desempenham um papel importante na nutrição equilibrada das culturas. Os nutrientes que

os compõem são, boro (B), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), molibdênio (Mo), zinco

(Zn), níquel (Ni) e cloreto (Cl). Eles são tão importantes para a nutrição das plantas como

nutrientes primários, embora as plantas necessitem em menores quantidades. A falta de

qualquer um dos micronutrientes no solo pode limitar o crescimento, mesmo quando todos

os outros nutrientes estão presentes em quantidades adequadas (CARMO et al., 2012).

Os micronutrientes (Zn; B; Mn e Cu) apresentam importância na, ativação de enzimas,

processos fisiológicos na fase reprodutiva, constituição de enzimas e reações metabólicas

ligadas à fotossíntese, participam de reações redox e transporte de elétrons na fotossíntese,

respectivamente, (MASCARENHAS et al., 2014), (YAMADA, 2000), (BORKERT, 1989),

(TAIZ; ZEIGER, 2010).

Outros fatores favorecem também como, demanda de alta produtividade da lavoura

retiram os micronutrientes do solo, elevado uso de fertilizantes NPK (Nitrogênio, Fósforo,

Potássio), contendo pequenas quantidades de micronutrientes, avanços na tecnologia de

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fertilizantes reduz a adição residual de micronutrientes. E com isso contribuem para uma

elevação significativa no uso e necessidade de micronutrientes, portanto tem-se notado

aumento de produtividade em outras culturas com uso de altas doses de micronutrientes,

assim.

É provável que o sistema de semeadura direta exporte grande parte desses

micronutrientes, e com isso a aplicação desses no solo venha a melhorar os componentes

de produção da soja. Sabendo da importância do fornecimento via solo de nutrientes para o

desenvolvimento das plantas, este trabalho teve por objetivo avaliar o efeito de doses

crescentes de cobre (Cu), manganês (Mn), boro (B) e zinco (Zn) no solo e desenvolvimento

da cultura da soja e sua produtividade no norte de Mato Grosso.

2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1. Histórico e importância do cultivo da soja

A soja (Glycine max L. Merrill) era uma espécie de planta rasteira cultivada na costa

leste da Ásia, principalmente ao longo do Rio Amarelo, na China. Sua evolução começou a

partir de um cruzamento natural entre duas espécies de sojas selvagens, realizado por

cientistas da antiga China, conseguindo assim domesticá-la. A soja juntamente com o

milheto, centeio, trigo e arroz eram considerados grãos sagrados devido a sua importância

na dieta alimentar da antiga civilização chinesa (EMBRAPA, 2004).

A soja pertence à família Fabaceae, é um grão rico em proteínas cultivado como

alimento tanto para o homem como para animais. No Brasil, o primeiro relato sobre o

surgimento da soja através de seu cultivo é de 1882, no Estado da Bahia (BLACK, 2000).

Em seguida, foi levada por imigrantes japoneses para São Paulo, e somente, em 1914, a

soja foi introduzida no Estado do Rio Grande do Sul, sendo este por fim, o lugar onde as

variedades trazidas dos Estados Unidos, melhor se adaptaram às condições

edafoclimáticas, principalmente em relação ao fotoperíodo (BONETTI, 1981).

A expansão da cultura da soja no Cerrado se deu graças a pesquisadores da Embrapa

Soja que desenvolveram a primeira cultivar brasileira. Hoje a região do Cerrado é a principal

produtora da cultura, alcançando rendimentos superiores à média nacional e às obtidas nos

estados da região Sul (EMBRAPA, 2004).

Brum et al. (2005) afirmam que a soja foi uma das principais responsáveis pela

introdução do conceito de agronegócio no país, não só pelo volume físico e financeiro, mas

também pela necessidade empresarial de administração da atividade por parte dos

produtores, fornecedores de insumos, processadores da matéria-prima e negociantes.

O complexo soja, composto pela soja em grãos e seus derivados como óleo e farelo de

soja, foi o principal produto exportado em 2016, representando 13,72% de toda a exportação

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brasileira, ou seja, US$ 25,42 bilhões, ficando à frente de produtos importantes como

minérios, petróleo e combustíveis (CONAB, 2017).

O mercado internacional de soja é composto por quatro principais players, com três

produtores, a saber: Estados Unidos, Brasil e Argentina, e um comprador (importador), a

China (CONAB, 2017). Em seu relatório de junho de 2016 o USDA estima que a safra

mundial de soja em grãos 2017/18 será de aproximadamente 345,09 milhões de toneladas,

valor 1,90% menor que o estimado na safra 2016/17 de 313,26 milhões de toneladas.

O Brasil, na safra 2017/18, será o maior exportador de soja do mundo, com 64,00

milhões de toneladas de soja em grãos exportados, aumento de 4,07%, em relação às

exportações da safra 2016/17 que foram de 61,50 milhões de toneladas, segundo o

Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, 2017).

Segundo a CONAB (2017), para a safra já colhida 2016/17, o Brasil produziu,

aproximadamente, 113,93 milhões de toneladas de soja em grãos, valor 19,38% maior que

os 95,43 milhões de soja em grãos produzidos na safra 2015/16. Este aumento foi

provocado pelo aumento de área, estimado em 1,90%, passando de 33,25 milhões de

hectares para 33,89 milhões de hectares. Mas o fator de maior impacto foi o aumento na

produtividade de aproximadamente 17,10%, pois o ótimo clima nos principais Estados

produtores em todos os estágios da lavoura contribuiu para que a produção chegasse a este

valor.

Os principais Estados produtores da safra 2016/17 foram: Mato Grosso, com 26,80% da

produção (30,51 milhões de toneladas); Paraná, com 17,10% da produção (19,53 milhões

de toneladas); Rio Grande do Sul, com 16,40% (18,71 milhões de toneladas); e Goiás, com

9,40% (10,82 milhões de toneladas) (CONAB, 2017).

Com relação à estimativa de área constatou-se que os percentuais de variação em

relação à safra 2016/17 não se modificou. Desta forma, as alterações de área nas sete

macrorregiões que ocorreram em virtude da consolidação da área via sensoriamento remoto

na safra 2016/17 foi o motivo do reajuste da área da safra 2017/18. Desta forma, a atual

previsão de área da nova safra é de 9,42 milhões de hectares, o que representa um

incremento de 0,17% ou 16 mil hectares em relação à safra 2016/17, no comparativo entre

as regiões, os maiores incrementos anuais de áreas seguem ocorrendo nas regiões

nordeste e norte do Estado, de 9,40 mil e 3,90 mil hectares, respectivamente (Quadro 1)

(Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária-IMEA, 2017).

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Quadro1: Estimativa de área de produção de soja em Mato Grosso e a variação anual das regiões. Regiões do

Imea Área 12/13 Área 13/14 Área 14/15 Área 15/16 Área 16/17

Área 17/18*

Variação Anual

Centro-Sul 591.614 617.912 654.413 694.373 696.060 696.979 0,13%

Médio-Norte 2.912.311 3.001.212 3.117.698 3.152.498 3.216.159 3.216.159 0,00%

Nordeste 1.071.394 1.208.516 1.452.679 1.538.295 1.590.072 1.599.540 0,60%

Noroeste 486.647 536.651 558.560 589.598 600.972 602.774 0,30%

Norte 110.392 158.649 235.160 267.182 302.597 306.566 1,31%

Oeste 1.052.008 1.079.005 1.076.381 1.111.378 1.083.186 1.083.186 0,00%

Sudeste 1.689.723 1.836.588 1.922.969 1.958.198 1.919.481 1.919.481 0,00%

Mato Grosso 7.914.088 8.438.533 9.017.860 9.311.522 9.408.526 9.424.685 0,17%

Unidade: hectares Fonte: Adaptado de IMEA *Estimativa

Desta maneira, com o ajuste realizado apenas no dado de área, a produção aguardada

para a temporada 2017/18 é de 30,60 milhões de toneladas, registrando um leve aumento

de 20,80 mil toneladas em relação à estimativa passada e firmando-se com previsão de

recuo de 2,14% ou 670,00 mil toneladas ante à safra 2016/17 (IMEA, 2017).

Com relação à produtividade, a previsão foi mantida inalterada em relação à estimativa

anterior, de 54,12 sacas por hectare, devido, principalmente, às incertezas que permeiam a

safra. Isso porque, apesar do atraso já constatado na semeadura da safra 2017/18 até o

final de outubro, as condições climáticas durante o desenvolvimento das lavouras serão

determinantes para a consolidação dos rendimentos a campo (Quadro 2) (IMEA, 2017).

Quadro 2: Estimativa de produtividade da soja em Mato Grosso e variação anual das regiões. Regiões do

Imea Produtividad

e 12/13 Produtividad

e 13/14 Produtividad

e 14/15 Produtividad

e 15/16 Produtividad

e 16/17 Produtividad

e 17/18* Variação

Anual

Centro-Sul 49,30 51,97 52,40 50,09 54,78 54,53 -0,46%

Médio-Norte 49,80 52,04 54,20 48,17 56,76 54,59 -3,82%

Nordeste 49,30 51,67 51,60 46,06 53,73 52,47 -2,35%

Noroeste 49,50 52,00 52,80 50,33 54,37 53,72 -1,19%

Norte 48,20 51,37 52,50 48,38 54,97 54,30 -1,22%

Oeste 49,50 51,93 53,70 54,40 54,00 54,62 1,15%

Sudeste 50,80 52,00 51,60 52,59 55,90 54,36 -2,75%

Mato Grosso

49,83 51,93 52,90 49,78 55,40 54,12 -2,31%

Unidade: Sacas/Hectares Fonte: Adaptado de IMEA *Estimativa

Segundo o IMEA (2016), a produção em Mato Grosso esta abaixo do limite inferior das

simulações, a produtividade está dentro dos limites. Para o Estado de Mato Grosso, caso

não haja nenhuma mudança abrupta de alguma tecnologia, a produtividade permanecerá

com relativa estabilidade.

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Quando consideramos as macrorregiões, o maior destaque é a região médio-norte que

apresenta crescimento pontual de 21,00% entre 2014 e 2025. Dentre as macrorregiões, a

cultura de soja deverá ter maior crescimento no norte, noroeste e nordeste, aumentando a

participação na produção de Mato Grosso, mas a produtividade provavelmente não terá o

aumento significativo como se vê nas demais regiões com áreas consolidadas, por causa do

seu crescimento em áreas abertas mais recentemente (IMEA, 2016).

2.2. Adubação na cultura da soja

Segundo Cantarella e Duarte (2008), a adubação das culturas deve ser embasada em

conhecimentos sobre nutrição de cada espécie, fertilidade dos solos e aspectos

econômicos. É necessário levar em consideração também as peculiaridades do sistema de

produção, incluindo a sucessão e rotação de culturas.

A análise de solo é a principal ferramenta para avaliar a fertilidade do solo e embasaras

recomendações de nutrientes para as culturas. As amostragens podem ser feitas na

entrelinha durante o desenvolvimento das culturas ou em período entre a colheita e a

semeadura da próxima cultura. Na sucessão soja milho safrinha, a colheita da soja e a

semeadura do milho são feitas simultaneamente, sem espaço de tempo. O único período

sem plantas no campo é após a colheita do milho safrinha, quando é possível aplicar

calcário e gesso a lanço. A baixa umidade do solo nesse período dificulta a penetração de

trados, sendo aconselhável antecipar a amostragem do solo para facilitar o planejamento do

seu manejo, bem como a aquisição de insumos (CANTARELLA; DUARTE, 2008).

A exigência de cada cultura por nutrientes pode ser inferida a partir da extração total e

da marcha de absorção dos nutrientes, principalmente pela existência de picos de máxima

absorção pela planta (CANTARELLA; DUARTE, 2008).

Em geral a exigências nutricionais se tornam mais críticas quando a planta entra na

fase reprodutiva, agravando-se na época de formação das sementes, quando consideráveis

quantidades destes nutrientes são translocados para as sementes. Essa maior exigência se

deve a sua necessidade na formação e no desenvolvimento de novos órgãos de reserva

(CARVALHO; NAKAGAWA, 2000). Como pode se observar as quantidades médias de

nutrientes necessários para a produção de 1.000 kg de grãos de soja e qual o percentual

exportado (Tabela 1).

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Tabela 1: Quantidade absorvida e exportação de nutrientes pela cultura da soja.

Fonte: Embrapa (2008)

2.3. Adubação de micronutrientes na cultura da soja

A agricultura brasileira passa por uma fase em que a produtividade, a eficiência, a

lucratividade e a sustentabilidade dos processos produtivos são aspectos da maior

relevância. Nesse contexto, os micronutrientes, cuja importância é conhecida há décadas,

apenas mais recentemente passaram a ser utilizados de modo mais rotineiro nas adubações

em várias regiões e para as mais diversas condições de solo, clima e culturas no Brasil

(LOPES, 1999).

Os micronutrientes, por definição são aqueles requeridos em pequenas quantidades

pelas plantas, porém na sua ausência ou com baixa disponibilidade no solo/solução nutritiva

acarreta distúrbios fisiológicos, com baixo desenvolvimento da cultura e em estágios mais

avançados de deficiência a morte da planta (ABREU et al., 2007).

Os micronutrientes, devido à baixa necessidade pelas plantas, são os elementos menos

estudados pela pesquisa. Com o aumento do potencial genético para produtividade de

várias culturas, as reservas desses nutrientes, no solo, foram diminuindo e, assim, os

mesmos estão sendo aplicados ao solo para que as produtividades não sejam prejudicadas.

Entretanto, como não haviam critérios corretos para avaliar e quantificar a sua aplicação,

vinha ocorrendo excesso ou falta desses nutrientes para as plantas (SFREDO et al., 2008).

Segundo Lopes (1999), os principais motivos que despertaram o maior interesse pela

utilização de fertilizantes contendo micronutrientes no Brasil foram: a) o início da ocupação

da região dos cerrados, formada por solos deficientes em micronutrientes, por natureza; b) o

aumento da produtividade de inúmeras culturas com maior remoção e exportação de todos

os nutrientes; c) a incorporação inadequada de calcário ou a utilização de doses elevadas

acelerando o aparecimento de deficiências induzidas; d) o aumento na proporção de

produção e utilização de fertilizantes NPK de alta concentração, reduzindo o conteúdo

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incidental de micronutrientes nesses produtos; e, e) o aprimoramento da análise de solos e

análise foliar como instrumentos de diagnose de deficiências de micronutrientes.

Segundo Sfredo et al. (2008), na região de solos de Cerrado, originalmente, já existe

deficiência de micronutrientes, principalmente de zinco e de boro. Entretanto, mais

recentemente já há deficiência em cobre e manganês, provavelmente devido ao excesso e à

má incorporação de calcário. Por isso, para micronutrientes, deve-se fazer um

acompanhamento através de análise foliar e de solo e, caso ocorram deficiências, aplicar os

elementos via solo, via foliar (Co, Mo e Mn) ou via semente (Co e Mo), dependendo do nível

de deficiência.

No Bioma Cerrado, principalmente a partir de 1990, tornou-se habitual a utilização de

insumos com o objetivo de suprir micronutrientes, em especial, Zn e B. Dados das indústrias

de fertilizantes revelam crescimento de 13,3 vezes no consumo de micronutrientes nos

últimos 13 anos no Brasil, enquanto o consumo de macronutrientes cresceu 2,1 vezes no

mesmo período (YAMADA, 2004).

Quanto à absorção desses nutrientes pelas plantas, a mesma pode ocorrer por fluxo de

massa (B, Mo, Cl), por interceptação radicular (Fe e Mn) e por difusão (Fe, Cu, Mn, Zn, Ni).

Compreender os mecanismos de contato íon-raiz e o comportamento dos micronutrientes no

solo é necessário para se manejar corretamente as práticas de adubação (SARTORI et al.,

2015).

Solos pobres em matéria orgânica e solos arenosos são mais propensos às

deficiências, pois, além de não contarem com uma importante fonte de micronutriente que é

a matéria orgânica, a lixiviação é facilitada pela falta de cargas elétricas que permitiriam a

retenção dos micronutrientes adicionados via adubação. Entretanto, teores elevados de

matéria orgânica também podem levar à deficiência de cátions metálicos, principalmente o

Cu. Isso se deve à formação de complexos orgânicos nos quais esse nutriente permanece

fortemente retido (RESENDE, 2003).

O conhecimento dos fatores que influenciam o aparecimento de deficiência ou

toxicidade de micronutrientes é de fundamental importância para o manejo da adubação. A

ausência de boa fertilidade no solo é a principal causa de deficiência de todos os

micronutrientes, mas o total presente no solo não indica, necessariamente, a quantidade

disponível. Dentre os fatores que influenciam a disponibilidade dos micronutrientes, o pH do

solo é um dos mais importantes. Assim, com exceção de Mo, cuja disponibilidade aumenta

com a elevação do pH, a calagem aumenta as chances de ocorrer deficiência de

micronutrientes, sobretudo quando são aplicadas doses elevadas de calcário. Por sua vez,

em condições de acidez elevada (pH em água menor que 5,0) ocorre aumento da

solubilidade de Cu, Zn, Fe e Mn. É o caso, por exemplo, do Mn, cuja fitotoxicidade pode

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ocorrer na faixa de pH entre 4 a 5, mas o aumento do pH numa unidade reduz a

disponibilidade de Mn e de Zn em 100 vezes (EMBRAPA, 2011).

As condições de encharcamento do solo (drenagem deficiente, compactação)

favorecem a disponibilidade de Fe e Mn, aumentando a sua absorção pelas plantas. Outro

fator que interfere na disponibilidade dos micronutrientes é a matéria orgânica, que é a

principal fonte de B dos solos nas regiões tropicais. Assim, fatores que inibem a

decomposição da matéria orgânica, como condições de seca, reduzem o suprimento de B

para as plantas. Solos arenosos, com baixa CTC, em locais sujeitos a elevados índices de

chuva tendem a ser pobres em micronutrientes, especialmente B, devido ao alto potencial

de lixiviação (EMBRAPA, 2011).

De certa forma, pode-se considerar que a adubação com micronutrientes está ligada ao

uso de tecnologias pelo agricultor. Em propriedades menos capitalizadas ou em sistemas de

produção com uso menos intensivo de insumos, a preocupação primária é garantir o

fornecimento dos macronutrientes N, P e K, sendo os micronutrientes relegados a segundo

plano (EMBRAPA CERRADOS, 2004).

Existem três filosofias básicas para aplicação de micronutrientes que vêm sendo

utilizadas no Brasil: filosofia de segurança, filosofia de prescrição e filosofia de restituição. A

filosofia de prescrição vem, aos poucos, substituindo a filosofia de segurança para um

número considerável de casos de recomendações oficiais de micronutrientes para as mais

diferentes regiões e condições de solo, clima e culturas (LOPES, 1999).

Um exemplo da combinação da filosofia de segurança com a de prescrição é a utilizada

para construção da fertilidade do solo com micronutrientes na cultura da soja, tomando por

base a necessidade ditada pela análise foliar e aplicando-se as seguintes doses: 4 a 6 kg de

Zn/ha, 0,5 a 1 kg de B/ha, 0,5 a 2,0 kg de Cu/ha, 2,5 a 6 kg de Mn/ha, 50 a 250g de Mo/ha e

50 a 250 g de Co/ha, aplicados a lanço e com efeito residual para pelo menos cinco anos.

Para aplicação no sulco, é recomendável ¼ dessas doses repetidas por 4 anos

consecutivos. No caso do Mo e Co, recomenda-se, ainda, o tratamento das sementes com

as doses de 12 e 25 g de Mo/ha e 1 a 5 g de Co/ha, com produtos de alta solubilidade

(EMBRAPA, 1996).

Segundo Volkweiss (1991), a filosofia de prescrição é o sistema ideal do ponto de vista

econômico, de segurança para o agricultor e de uso racional de recursos naturais, como são

os micronutrientes. Contudo, para sua utilização é necessária uma sólida base experimental

referente a seleção ou desenvolvimento e calibração de métodos de análises de solos ou de

plantas.

Um melhor desempenho do processo produtivo da agricultura brasileira irá depender

mais e mais do uso eficiente de micronutrientes. Para que esse objetivo possa ser atingido,

a avaliação das possíveis deficiências, da eficiência das fontes, dos métodos de fabricação,

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das tecnologias de aplicação e do efeito residual deve ser feita de forma integrada,

abrangente e sistêmica. O papel do ensino, da pesquisa, da extensão e da indústria é, cada

vez mais, o de aplicar esforços para que essa integração possa ser alcançada no curto

prazo (LOPES, 1999).

Dentre os micronutrientes, o Zn e o B são os mais limitantes na produtividade das

culturas no Cerrado. As causas da deficiência comum nas culturas são a pobreza natural

das rochas, normalmente rochas ácidas, pobres em micronutrientes ou rochas

ferromagnesianas que sofreram um intenso processo de intemperismo, acarretando a perda

das bases trocáveis e de micronutrientes, resultando no acúmulo de sílica (Si02) e óxidos de

ferro e alumínio (FAGERIA, 2000).

2.4. Zinco

A soja é classificada como cultura de média capacidade de resposta ao zinco, e a

deficiência deste micronutriente é caracterizada pelo caule rígido e ereto, com internódios

curtos e cor amarelada nos folíolos (MALAVOLTA; KLIEMANN, 1985).

Para produzir uma tonelada de grãos, a soja extrai aproximadamente 61 g de Zn, sendo

que 40 g são exportados nos grãos e 21 g nos restos culturais, ou seja, 66% do que é

absorvido pela planta é exportado (EMBRAPA SOJA, 2008).

A absorção de Zn pelas plantas de soja está diretamente relacionada ao pH do solo,

sendo que o excesso de calagem e a consequente elevação excessiva do pH podem

resultar em deficiência. Mascarenhas et al., (1988), estudando a concentração de Zn nas

folhas de soja em função de diferentes níveis de calagem, observaram que as maiores

doses de calcário aplicadas resultaram em menor concentração de Zn nas folhas.

O Zn é importante na ativação de enzimas nas plantas, como a sintetase do triptofano,

enzima precursora do ácido indolacético (AIA) (MASCARENHAS et al., 2014). Os sintomas

de deficiência são caracterizados pela coloração amarelo-amarronzado claro nas folhas e

pelo reduzido tamanho das folhas jovens, devido a baixa mobilidade desse micronutriente

no floema da planta. Outro sintoma de deficiência é o encurtamento dos entre nós (roseta)

(HANSEL; OLIVEIRA, 2016).

As deficiências de Zn, provocadas por altos níveis de fósforo no solo, tem sido

observados por diversos autores. Os mecanismos que interferem nas relações entre zinco e

fósforo ainda não são totalmente conhecidos. Entretanto, alguns trabalhos tem revelado que

altas concentrações de fósforo no solo ocasionam a formação de compostos insolúveis,

como o fosfato de zinco, os quais reduzem a concentração de zinco na solução do solo,

ocasionando sua deficiência (LANTMANN et al., 1985).

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A deficiência de Zn é generalizada nas áreas de Cerrado recém-abertas para a

agricultura (LOPES, 1983). Certamente, esse é o micronutriente que mais limitaria a

produtividade das lavouras de soja, não fossem a pesquisa e a disseminação de técnicas de

correção da baixa disponibilidade e o comportamento peculiar do elemento no solo. Por

tratar-se de uma limitação primária ao desenvolvimento das culturas, sua aplicação

sistemática tornou-se tradicional em áreas de Cerrado. A maioria dos formulados NPK,

comercializados na região, são acrescidos de certa concentração de Zn e, dado o

pronunciado efeito residual das adubações com esse micronutriente, com o tempo tende a

ocorrer aumento do teor disponível no solo (GALRÃO, 2002).

Para a região Central do Brasil, quando os teores encontrados nos solos forem

classificados como médios a baixos (< 1,6 mg. dm-3, extrator Mehlich 1, ou < 1,2 mg. dm-3,

extrator DTPA) aplicar 4,0 a 6,0 kg. ha-1 de zinco a lanço, com efeito residual de pelo menos

cinco anos, ou 1/3 dessa recomendação no sulco de semeadura durante período de três

anos consecutivos (EMBRAPA, 1998b).

Em relação ao fornecimento de Zn às plantas de soja, percebe-se que a aplicação à

lanço no solo, via tratamento de sementes e/ou via foliar proporcionam resultados positivos

para o rendimento de grãos (INOCÊNCIO et al., 2012).

2.5. Boro

Depois do Zn, o B é o micronutriente cuja deficiência ocorre de forma mais generalizada

nas áreas de Cerrado. A aplicação via solo é a maneira mais conveniente de se fornecer o

B. Dada a restrita mobilidade desse elemento na planta, evidenciada pela baixa taxa de

redistribuição dos tecidos mais velhos para as regiões de crescimento (MALAVOLTA et al.,

1997).

O B é considerado um dos micronutrientes de maior ocorrência em níveis baixos nos

solos, especialmente naqueles sob cerrado, nos solos arenosos e nos que possuem baixos

teores de matéria orgânica (SANTOS, 1999).

A soja é classificada como possuidora de médio potencial de resposta ao B e a

deficiência destes micronutrientes e caracteriza pela presença de clorose internerval nas

folhas mais novas, com pontas encurvadas para baixo e limbo enrugado, morte da gema

terminal e raízes mal desenvolvidas (MALAVOLTA; KLIEMANN, 1985).

Para produzir uma tonelada de grãos, a soja extrai aproximadamente 77 g de B, sendo

que 20 g são exportados nos grãos, e 57 g nos restos culturais, ou seja 26% do que e

absorvido pela planta é exportado (EMBRAPA SOJA, 2008).

Ele apresenta função vital em várias etapas relacionadas à fase reprodutiva das plantas

(FAGERIA, 2009). Além disso, participa de vários processos fisiológicos, principalmente na

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síntese e integridade da parede celular, podendo seus sintomas de deficiência serem

confundidos com os de fósforo (P) e de potássio (K) (YAMADA, 2000). Na cultura da soja a

deficiência de B pode desorganizar os vasos condutores, diminuir a germinação do grão de

pólen e o crescimento do tubo polínico. Como esse micronutriente tem baixa mobilidade na

planta os sintomas de deficiência são encontrados primeiramente nos tecidos jovens e

recém formados. Além disso, a deficiência de B pode ocasionar o super brotamento, devido

à morte da gema apical e enrugamento das folhas (CASTILLO, 2016).

O B é importante na divisão e elongação celular, na germinação do pólen, elongação do

tubo polínico e fecundação, garantindo a formação do fruto ou semente, sendo fator

determinante da produção. A reserva de B nas sementes também é extremamente

importante, pois sementes deficientes têm baixo poder germinativo e, além disso, irão gerar

plântulas anormais. (RERKASEM et al., 1997).

A funcionalidade do B nas plantas é dependente da disponibilidade Ca nos tecidos,

sendo de fundamental importância que ambos estejam disponíveis em quantidades

suficientes para o desenvolvimento das plantas. Avaliando os efeitos da aplicação de Ca e B

via foliar nas fases vegetativa e reprodutiva da soja sobre os componentes de rendimento

(número de vagens por planta, número de grãos por vagem, peso de sementes por planta) e

a qualidade fisiológica das sementes, Bevilaqua et al., (2002) concluíram que a aplicação de

Ca e B aumentou o peso de grãos por planta, porém não afetou a qualidade fisiológica das

sementes. Além disso, os autores verificaram que as melhores respostas da aplicação de

Ca e B sobre os componentes de rendimento foram verificadas nas fases de floração e pós-

floração.

O B é absorvido pelas plantas na forma de ácido bórico e boratos, H3BO3 e B(OH)4-

respectivamente. O B é imóvel no floema da planta, dessa forma sua melhor utilização

ocorre quando este é proveniente do solo. Entretanto alguns fatores podem afetar o teor de

boro no solo, tais como: alta precipitação, principalmente nos solos arenosos, ocasionando

maior lixiviação e consequente menores teores no solo; baixo teor de matéria orgânica ou

baixa taxa de mineralização desta podem diminuir o teor desse micronutriente, uma vez que

grande parte de B se encontra preso na matéria orgânica e pH do solo, uma vez que na

faixa pH entre 6 e 7 ocorre a máxima disponibilidade de B (CASTILLO, 2016).

Todavia, devido ao aumento das doses de corretivos, muitas vezes ultrapassando os

limites estabelecidos pelas recomendações, a ocorrência de deficiências nutricionais por B

podem se tornar mais frequentes (HANSEL; OLIVEIRA, 2016).

Galrão (1990) verificou aumento significativo no rendimento de soja pela adição de B,

principalmente em solos do cerrado brasileiro corrigidos em acidez. Em Latossolo sob

cerrado, a aplicação de 1,0 kg ha-1 de boro no primeiro ano aumentou o rendimento da soja

apenas no segundo cultivo (GALRÃO, 1991).

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Para a região Central do Brasil, a recomendação é a mesma feita para o Estado do

Paraná, que é de 0,5 a 1,0 kg ha-1 de B com base na análise de solo ou análise foliar, com

exceção da aplicação de B no sulco de semeadura, que deve ser de 1/3 da dose por um

período de três anos consecutivos (EMBRAPA, 1998b).

Para avaliar o estado nutricional das lavouras, Hitsuda et al. (2001) sugeriram o teor de

B nos grãos como melhor indicador que o teor na folha. A concentração ideal de B nos

grãos seria de 20 a 27 mg kg-1. Quando menor que 10 mg kg-1, a produção é comprometida.

Todavia, Buzetti et al. (1990) demonstraram que tanto os níveis críticos no solo quanto na

folha ou nos grãos podem variar em função das condições de acidez do solo.

Uma preocupação adicional refere-se ao fato de o B ser considerado o micronutriente

para o qual é mais estreita a faixa de teores entre os limites de deficiência e de toxidez para

as plantas (RESENDE, 2004).

2.6. Manganês

Em sistemas naturais, o Mn está presente em minerais na forma de óxidos de Mn,

frequentemente misturados a óxidos de ferro. Sua disponibilidade no solo é determinada por

vários fatores, incluindo pH, potencial redox, natureza e concentração de cátions e ânions,

composição mineralógica do solo, teor de matéria orgânica no solo e microrganismos

(FAGERIA, 2009).

O Mn foi muito estudado nos Estados do Sul do Brasil em razão de sua ocorrência em

excesso nos solos ácidos, causando toxicidade para a soja. Mais recentemente têm sido

constatadas deficiências de Mn nos solos sob cerrado e em alguns solos da região Sul do

Brasil, especialmente quando se eleva o pH a valores próximos da neutralidade (SANTOS,

1999).

Assim, dependendo das condições do solo, o Mn pode apresentar-se deficiente ou em

concentrações tóxicas às plantas. Em solos ácidos de Cerrado observa-se redução na

produtividade da soja pelo excesso de Mn. Por outro lado, uma saturação por bases mais

elevada (V maior que 60% e pH acima de 6,0) é a causa mais comum da deficiência desse

micronutriente na cultura (RESENDE, 2004).

Para produzir 1 tonelada de grãos, a soja extrai aproximadamente 130 g de Mn, sendo

que 30 g são exportados nos grãos, e 100 g nos restos culturais, ou seja 23% do que é

absorvido pela planta é exportado (EMBRAPA SOJA, 2008).

A soja é classificada como possuidora de alta capacidade de resposta à aplicação de

Mn (MALAVOLTA; KLIEMANN, 1985). Estudo realizado em Latossolo sob cerrado permitiu

verificar que todas as 12 cultivares testadas responderam a aplicação de Mn, embora

algumas tenham sido mais sensíveis à deficiência do que outras (ABREU et al., 1995).

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Na planta, o Mn apresenta importante papel na constituição de enzimas, participação

indireta na formação de clorofila e atua na ativação de diversas reações metabólicas ligadas

à fotossíntese (HANSEL e OLIVEIRA, 2016). O Mn acelera a germinação e a maturidade, ao

mesmo tempo em que eleva a disponibilidade de P e Ca (BORKERT, 1989).

Os sintomas de deficiência são clorose internerval das folhas mais novas, com as

nervuras e estreita faixa de tecido ao longo das mesmas permanecendo verdes por algum

tempo, enquanto os sintomas de toxicidade são folhas velhas medianas encarquilhadas com

pontuações pardas que coalescem, podendo haver inicialmente clorose internerval

semelhante àquela provocada pela deficiência de magnésio (MALAVOLTA; KLIEMANN,

1985).

Em trabalho clássico realizado no cerrado, em Latossolo Vermelho-Escuro, Tanaka e

Mascarenhas, (1992) observaram sintomas de deficiência de Mn em plantas de soja

causada pela aplicação de dose elevada de calcário. Nesse solo, mesmo havendo

incorporação da calagem, a saturação por bases resultante foi de 81% e o pH 5,9,

condições suficientes para o desenvolvimento da deficiência. Por outro lado, Oliveira Junior

et al. (2000), que estudaram doses de calcário e de Mn na cultura da soja no cerrado,

constataram que os efeitos favoráveis da aplicação de calcário (elevação do pH a 5,4 e

saturação por bases de 70%) foram maiores do que os danos causados pela diminuição do

teor de Mn, e que a aplicação foliar de Mn foi uma técnica eficiente para aumentar e manter

a produção.

Para a região Central do Brasil, a recomendação é 2,5 a 6,0 kg. ha-1 de Mn com base na

análise de solo ou análise foliar, com exceção da aplicação de Mn no sulco de semeadura,

que deve ser de 1/3 da dose por um período de três anos consecutivos (EMBRAPA, 1998b).

A adubação com Mn via solo costuma ser pouco efetiva na correção de deficiências,

com efeito residual muito inferior ao observado no caso do Zn e Cu, chegando a ser

inexpressivo em algumas situações (ex: solos com pH acima de 6,0). Desse modo, a

adubação foliar com Mn é recomendada para a soja quando há condição provável de

insuficiência, como quando é feita aplicação exagerada ou má incorporação de calcário ou,

ainda, em áreas de solos arenosos e com baixos teores de matéria orgânica. Havendo

deficiência visual do nutriente, a Embrapa tem indicado a aplicação de 350 g ha -1 de Mn (1,5

kg de sulfato de Mn) diluídos em 200 l de água com 0,5% de uréia, antes da floração

(EMBRAPA, 2001).

Com a introdução da soja RR e a intensificação na utilização do herbicida glifosato,

surgiram questões referentes ao problema da deficiência de Mn induzida pelo glifosato na

soja. A característica quelante do glifosato pode promover a imobilização de nutrientes,

como Fe e Mn, em soja transgênica resistente a este herbicida, induzindo a deficiência de

Mn na cultura (HANSEL; OLIVEIRA, 2016). Com o objetivo de mitigar esse distúrbio

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nutricional, Merotto Junior et al. (2015) buscaram identificar os efeitos do glifosato em

interação com a adubação foliar em cultivos de soja que já apresentavam sintomas de

deficiência induzida. Os resultados demonstraram que, nessas condições, a adubação foliar

não promoveu incrementos nos teores foliares de Mn, mostrando-se ineficiente como forma

de aumentar o rendimento de grãos de soja. Carvalho et al. (2015) concluem que a

transgenia RR da soja não proporciona maior resposta à aplicação de Mn.

2.7. Cobre

Em comparação ao Zn e B, os relatos de ocorrência de problemas associados à

deficiência de Cu na soja são relativamente recentes nas áreas de Cerrado. Possivelmente,

tais problemas podem ser atribuídos ao aumento da produtividade da cultura na região, à

redução dos teores de matéria orgânica (fonte de micronutrientes) no decorrer dos cultivos

ou, em outros casos, ao manejo inadequado da calagem, com elevação excessiva do pH do

solo (LOPES, 1999).

Para produzir uma tonelada de grãos, a soja extrai aproximadamente 26 g de Cu, sendo

que 10 g são exportados nos grãos, e 16 g nos restos culturais, ou seja, 38% do que e

absorvido pela planta é exportado (EMBRAPA SOJA, 2008).

Muito poucos estudos têm sido realizados com relação ao cobre para a cultura da soja

nos solos brasileiros. A soja é classificada como de baixa capacidade de resposta ao cobre

(MALAVOLTA; KLIEMANN, 1985) e os sintomas de deficiência se caracterizam por

murchamento da planta, cor verde azulada e deformação das folhas (MALAVOLTA et al.,

1997).

O Cu é um importante micronutriente relacionado ao crescimento e desenvolvimento

das plantas. Está ligado a enzimas que participam de reações redox, como a plastocianina,

a qual está envolvida no transporte de elétrons na fotossíntese (TAIZ; ZEIGER, 2010). Atua

também como ativador de enzimas que participam do transporte eletrônico terminal da

respiração. Na sua deficiência, as folhas novas tornam-se verde-escuras, com possíveis

manchas necróticas, e em situação de deficiências severas pode ocorrer queda das folhas

(HANSEL; OLIVEIRA, 2016). Segundo Lopes (1999), a disponibilidade de Cu no solo está

relacionada a diversos fatores, como pH, textura, conteúdo de matéria orgânica, entre

outros. Em relação ao pH, a maior disponibilidade está na faixa de 5,0 a 6,5. Solos argilosos

apresentam menores riscos de deficiência de Cu, comparados aos solos arenosos. A

presença de matéria orgânica e de íons metálicos também é um fator importante, pois o

excesso desses elementos reduz a disponibilidade de Cu às plantas.

Para a região Central do Brasil, a recomendação é de 0,5 a 2,0 kg ha-1 de cobre com

base na análise de solo ou análise foliar, com exceção da aplicação de cobre no sulco de

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semeadura, que deve ser de 1/3 da dose por um período de três anos consecutivos

(EMBRAPA, 1998b).

O cobre tem comportamento similar ao do zinco, no que diz respeito ao efeito residual

da adubação. Aplicações das doses recomendadas via solo garantem disponibilidade de Cu

suficiente para, pelo menos, quatro cultivos de grãos (GALRÃO, 2002). Todavia, a

disponibilidade pode ser comprometida pelo fato de o Cu ser vigorosamente retido em solos

com conteúdo mais elevado de matéria orgânica, formando complexos muito estáveis com

compostos orgânicos (RESENDE, 2004). Esse problema pode ocorrer nas áreas de plantio

direto (VITTI; TREVISAN, 2000), devido à tendência de formação desses complexos com o

incremento nos teores de matéria orgânica do solo.

Estudo realizado por Galrão (1999) comparando o efeito de três métodos de aplicação

de Cu - no solo, em pulverização foliar e na semente - sobre a produção de soja, em três

anos de cultivo, mostrou que a aplicação de 1,2 e 2,4 kg ha-1 de Cu a lanço, apenas no

primeiro cultivo, e a aplicação dessas mesmas doses parceladamente no sulco, no segundo

e terceiro cultivo, proporcionaram incrementos na produtividade da soja. Aplicações de 0,6

kg ha-1 de Cu via foliar e de 2,4 kg ha-1 nas sementes proporcionaram resultados

semelhantes. Esse trabalho ressalta também a questão do efeito residual do Cu no solo,

pois a aplicação desse micronutriente pode disponibilizar quantidades suficientes de Cu por

até quatro cultivos consecutivos (GALRÃO, 2002).

É importante destacar, ainda, que pulverizações de defensivos à base de cobre podem

contribuir de forma expressiva para o atendimento dos requerimentos nutricionais da soja

(RESENDE, 2004).

Mesmo as quantidades de micronutrientes exigidas serem de gramas por hectare, a

redução da disponibilidade de micronutrientes se refletirá significativamente na

produtividade das culturas, visto que os micronutrientes atuam principalmente na ativação

de enzimas e nos complexos de oxirredução (ABREU et aI., 2007).

Assim, os ácidos orgânicos podem preencher essas lacunas, principalmente no que diz

respeito a dinâmica de micronutrientes em solos intemperizado do Cerrado. Para possibilitar

altas produtividades é necessário ter o conhecimento da dinâmica dos nutrientes,

principalmente na região dos Cerrados, que são caracterizados como solos ácidos e pobres

em nutrientes, devido ao intenso intemperismo que foi submetido (FAGERIA, 2000).

As perdas de produtividade causadas por deficiências de micronutrientes no Brasil são

devidas, principalmente, ao molibdênio, cobalto, zinco, boro e manganês (SANTOS, 1999).

O fornecimento será dependente da eficiência de aproveitamento pelas plantas, mas

também é importante observar o custo e o retorno econômico dessas operações na lavoura

de soja, de forma a maximizar a produção e otimizar os custos (HANSEL; OLIVEIRA, 2016).

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24

Embora as recomendações para os sistemas de produção de soja estejam embasados

em comprovação científica bastante satisfatória, a pesquisa não tem conseguido

contemplar, de forma imediata, todas as questões surgidas no tocante ao manejo da

fertilidade dos solos do Bioma Cerrado. O primeiro obstáculo é a enorme abrangência

geográfica da região, mais de 200 milhões de hectares, quase um quarto das terras

brasileiras. Ao contrário do que se possa pensar, o Bioma Cerrado não é homogêneo, sendo

composto por vários ecossistemas. Suas fronteiras agrícolas estendem-se hoje a áreas do

território nacional que apresentam distintas características edafoclimáticas e ecológicas

(RESENDE, 2004).

Segundo Resende (2004), a diversidade de sistemas de produção atualmente

explorados na região é outro complicador. A combinação de diferentes sequências de

culturas e de sistemas de manejo variados torna mais complexo o processo de

desenvolvimento de novas tecnologias.

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25

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. Descrição da área experimental

O experimento foi conduzido durante o ano agrícola 2017/2018, em área comercial da

Fazenda Tassiana, com sucessão soja-milho em sistema de semeadura direta consolidado

a mais de dez anos, nos últimos anos a fazenda tem a ideologia de elevar o V% para 75%,

onde tem alcançado produtividade média de 70 sc ha-1, localizada no município de Sinop-

MT, com latitude 12°03'50.3"S, longitude 55°33'13.1" O, e altitude de 383 metros com

topografia plana.

O clima predominante da região e classificado como Aw, segundo a classificação de

Köppen, com estação seca bem definida, sendo caracterizada pela estiagem rigorosa e

período chuvoso bastante intenso. A temperatura média anual oscila entre 20°C e 38°C,

tendo como média 26°C, com precipitação média anual de 2250 mm.

A precipitação pluvial acumulada durante o período de condução do experimento foi de

1206 mm, conforme dados climatológicos do período entre os dias 23/10/17 e 10/02/18

estão na (Figura 1).

Figura 1. Precipitação pluvial e temperaturas com base nos dados pluviométricos durante a condução do experimento. Ano agrícola 2017/2018. Embrapa Agrossilvipastoril, 2018.

O solo da área experimental foi amostrado antes da semeadura da soja, foram

coletadas amostras de solo, 10 pontos dentro da área experimental, com o auxílio de um

trado holandês na camada de 0-20 cm de profundidade, e posterior análise química do solo

em laboratório, o solo foi classificado como Latossolo Vermelho distrófico (LVd) (EMBRAPA,

2006), obtendo os seguintes resultados (Tabela 2) (Tabela 3).

Tabela 2. Análise de solo do experimento com teores de pH, macronutrientes, alumínio, CTC efetiva, matéria orgânica e saturação de bases.

pH P K Ca Mg Al H H+Al T MO V

-----mg/dm3----- --------------------cmol/dm3--------------------- -g/dm3- %

6,1 21,2 38,0 2,6 1,0 0,0 2,9 2,9 6,6 28,7 56,1

0

5

10

15

20

25

30

35

0102030405060708090

Tem

per

atu

ra (°C

)

Pre

cip

ita

çã

o (m

m)

Período

Pluviosidade mm Temperatura média °C

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26

Tabela 3. Análise de solo do experimento com teores de micronutrientes, enxofre e análise textural.

Areia Silte Argila Zn Cu Fe Mn B S

--------g/dm3-------- -------------------------------mg/dm3----------------------------

623 84 293 3,5 1,0 205,4 18,8 0,5 8,2

O preparo da área foi realizado em parcelas, antes da implantação da cultura da soja no

mês de setembro foi feito calagem superficial para se elevar o V% para 75 com calcário

calcítico, e no mês de outubro, com a aplicação de 272 kg ha-1 do formulado NPK 08-40-

00+09 (Nitrogênio, Fosforo, Potássio e Enxofre) e posteriormente a semeadura da soja.

Após a semeadura foi realizada a adubação potássica a lanço, 150 kg ha-1 KCL (Cloreto de

Potássio) em área total.

3.2. Delineamento experimental

Para este estudo foram montados 5 experimentos em esquema de blocos ao acaso

com 5 repetições, em que se avaliou o efeito de doses de zinco (1): 0, 4, 8, 12 e 24 kg ha-1;

boro (2): 0, 3, 6, 9 e 12 kg ha-1; manganês (3): 0, 4, 8, 12 e 24 kg ha-1; cobre (4): 0, 3, 6, 9 e

12 kg ha-1. Além destes, um quinto (5) experimento compondo doses dos quatro nutrientes

foi instalado, a saber: ausência de todos; Zinco 4 kg.ha-1 + Manganês 4 kg.ha-1 + Boro 3

kg.ha-1 + Cobre 3 kg.ha-1; Zinco 8 kg.ha-1 + Manganês 8 kg.ha-1 + Boro 6 kg.ha-1 + Cobre 6

kg.ha-1; Zinco 12 kg.ha-1 + Manganês 12 kg.ha-1 + Boro 9 kg.ha-1 + Cobre 9 kg.ha-1, e Zinco

24 kg.ha-1 + Manganês 24 kg.ha-1 + Boro 12 kg.ha-1 + Cobre 12 kg.ha-1, configurando assim

5 experimentos, que foram avaliados isoladamente. Cada parcela ocupou uma área de 7

metros de comprimento por 5 metros de largura correspondente a 35 m², área total do

experimento 3.675m². Foram vigoradas 12 sementes por metro linear, com espaçamento

entre linhas de 0,5 metros, obtendo como população média 240.000 plantas. ha-1.

Utilizou-se como fonte de Zinco, Manganês, Boro e Cobre, respectivamente, ZnSO4.H2O

- Sulfato de Zinco (20%), MnSO4.H2O - Sulfato de Manganês (26%), Borogran (8%) e

CuSO4.5H2O - Sulfato de Cobre (25%).

A semeadura da soja ocorreu no dia 23/10/2017, o experimento foi conduzido com a

cultivar de soja NS7901RR, que apresenta ciclo médio de 110 a 120 dias, crescimento

indeterminado e grau de maturidade 7.9, e possui como principais características

precocidade, alta produtividade, excelente massa de grão, ampla adaptação geográfica e

época de plantio, excelente capacidade de engalhamento e sanidade foliar.

A aplicação de todos os fertilizantes foi realizada manualmente a lanço após a

semeadura da cultura da soja, no dia 24/10/2017, e devido às quantidades de fertilizantes

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27

serem baixas, para melhor distribuição dos fertilizantes os tratamentos foram misturados a

500 g de areia para cada parcela.

Os tratos culturais seguiram recomendações para cultura e foram realizadas pelo

produtor conforme a exigência da cultura. Realizou-se o manejo fitossanitário completo para

a soja de acordo com a necessidade de aplicação de herbicida, fungicida e inseticida.

A emergência das plantas ocorreu 5 dias após a semeadura. No dia 09/11/2017 foi

realizada a aplicação de inseticida e fertilizante foliar em todo o experimento, utilizando a

mistura de 15 g ha-¹ do inseticida Prêmio (CLORANTRANILIPROLE 200 g L-1) + 0,1 L ha-¹ do

inseticida Fastac100 (ALFA-CIPERMETRINA 100 g L-1) + Complex 151 (0,5 L ha-¹) em 200 L

ha-¹ de água (volume de calda). Dia 30/11/2017 aplicações do produto Orkestra (0,3 L ha-¹)

fungicida de ação protetora e sistêmica, dos grupos químicos Estrobilurina + (80 g ha-¹) do

herbicida Classic (CLORIMURON ETÍLICO) + fertilizantes foliares Complex 151 (1,0 L ha-¹) e

Active (0,5 L ha-¹) + (20 g ha-¹) do inseticida Prêmio do grupo químico Antranilamida + 0,1 L

ha-¹ do inseticida Fastac100 (ALFA-CIPERMETRINA 100 g L-1) e 80 g ha-¹ do inseticida

Cruiser 350 FS (Tiametoxam) em 200 L ha-¹ de água (volume de calda). Dia 22/12/2017

foram aplicados em mistura 0,8 L ha-¹ de Ativum fungicida do grupo quimico dos Triazois-

Carboxamida-Estribilurina + 60 g ha-¹ herbicida Classic (CLORIMURON ETÍLICO) + 1,0 L ha-

¹ do fertilizante foliar Active + 100 g ha-¹ do inseticida Cruiser 350 FS (Tiametoxam) + 0,12 L

ha-¹ do inseticida Normolt150 grupo químico dos Benzoilureias em 200 L ha-¹ de água

(volume de calda).

3.3. Atributos avaliados e a colheita

A colheita da soja foi realizada manualmente, no dia 10/02/2018, correspondendo a 110

DAE. Na área útil da parcela foram colhidas 10 plantas aleatoriamente para avaliações e 15

m de linha de cultivo (3 linhas centrais de 5 metros) para estimar a produtividade.

As avaliações foram:

a) Massa de 1000 grãos (M1000G): em grama (g), foi determinado através da coleta e

contagem de 1000 grãos por parcela experimental. A seguir, realizaram-se as pesagens

com o auxílio de balança analítica, com precisão de um miligrama.

b) Número de vagens por planta (NVP): realizou-se a contagem do número de vagens

presentes em 10 plantas, amostrados aleatoriamente na área útil, onde foram separadas em

número de vagens com 1 grão por planta (NV1G), número de vagens com 2 grãos por

planta (NV2G) e número de vagens com 3 grãos por planta (NV3G).

c) Número de grãos por vagem (NGV): fornecida pela relação entre o número total de

grãos e o número total de vagens nas plantas selecionadas amostradas aleatoriamente em

cada parcela.

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d) Número de grãos por planta (NGP): realizou-se a contagem do número de grãos

presentes em 10 plantas, amostrados aleatoriamente na área útil.

e) Produtividade média de grãos (PROD): estimada através dos 15 metros lineares e

com umidade corrigida a 13%. Os resultados foram convertidos em kg ha-1.

f) Estande de plantas (ET): estimada através do total de plantas em 15 m de linha de

cultivo e convertidos para plantas há-1.

3.4. Análise estatística

Os dados obtidos foram analisados estatisticamente através da análise de variância ao

nível de 5% de probabilidade. Havendo significância, as médias foram comparadas por

Regressão para doses de Zn, B, Cu e Mn, quanto aos tratamentos complexos utilizou-se

comparação de médias pelo teste Scott-Knott, ambos utilizando o programa de análises

estatísticas SISVAR (FERREIRA, 2011).

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Zinco

Na tabela 4 são apresentados os resultados da análise de variância para os tratamentos

com doses de Zinco (Zn), onde não foram observadas diferença para nenhuma das

variáveis analisadas.

Tabela 4. Valores do teste F para o. Número de vagens (NV), número de grãos (NGP), número de grãos por vagem (NGV), Massa de 1000 grãos (M1000), produtividade (PR) e estande (ET) da soja em função de doses de Zn. (Sinop-2018).

NV NGP NGV M1000 PR ET

----------------------------- Valores de F -----------------------------

Doses 1,05 ns 1,06 ns 0,23 ns 0,31 ns 0,38 ns 0.93 ns

Blocos 0,72 ns 1,25 ns 1,75 ns 0,96 ns 1,11 ns 1.26 ns

CV (%) 17,54 17,42 3,43 3,47 8,33 9.22

ns; Não significativo ao teste F a 5% de probabilidade.

Esses resultados provavelmente ocorreram devido ao teor de zinco ser superior ao nível

critico na profundidade de 0-20 cm (SOUSA; LOBATO, 1998). Neste caso a probabilidade

de resposta à aplicação de zinco é baixa (ANDRÉ et al., 2003; ARAÚJO; NASCIMENTO,

2005; ROSA et al., 2003).

Valores semelhantes foram obtidos por outros autores, Gonçalves Júnior et al., (2010)

em que foi verificado para as doses de Zn (0; 2 e 4 kg ha-1) utilizando como fonte do

nutriente sulfato de Zinco, aplicadas no solo, não interferiram na produtividade ou nos

componentes de produção. Esse resultado pode ser atribuído aos índices adequados desse

nutriente no solo, antes da aplicação de Zn. O teor de Zn na camada de 0 a 20 cm

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apresenta-se como médio Galrão (1995) e, portanto, considerado responsivo a adubação.

Na Figura 2 pode-se observar o efeito das doses de Zinco para os componentes de

produção e para a produtividade da soja. Verifica-se que não houve efeito estatístico

significativo para nenhuma das variáveis. A produtividade média obtida com a testemunha

foi 71,3 sc ha-1, semelhante a maior dose (24 kg ha-1), com 71,4 sc ha-1. Devido ter sido um

ano agrícola muito propicio, observa-se que a precipitação acumulada durante o período da

cultura foi de 1206 mm, volume bem maior que a demanda da cultura que é de 450 a 800

mm por ciclo (Embrapa, 2017), porém volume suficiente para a cultura atingir altas

produtividades, assim como as temperaturas não foram limitantes ao crescimento,

desenvolvimento e produtividade da cultura de soja.

73 78

72

87 79

0

20

40

60

80

100

0 4 8 12 24

Va

ge

ns p

o p

lan

ta

Doses de zinco (kg ha-1)

135,9 146,8 149,1

166,1 162,3

0,0

40,0

80,0

120,0

160,0

0 4 8 12 24

Grã

os p

or

pla

nta

Doses de zinco (kg ha-1)

1,99 2,03 2,04 2,02 2,06

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

0 4 8 12 24

Grã

os p

or

va

ge

m

Doses de zinco (kg ha-1)

160 162 163 159 161

0

40

80

120

160

200

0 4 8 12 24Ma

ssa

10

00

grã

os (

g)

Doses de zinco (kg ha-1)

71,3 69,4 67,8 68,5 71,4

0

20

40

60

80

0 4 8 12 24

Pro

du

tivid

ad

e

(sc

ha

-1)

Doses de zinco (kg ha-1)

11,2 10,5 11,2 10,4

11,1

0

3

6

9

12

0 4 8 12 24

Esta

nd

e (

un

)

Doses de zinco (kg ha-1)

2C

2A

2D

2E 2F

2B

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Figura 2: Influência das doses de Zinco, na forma de Sulfato de Zinco, quanto ao 2A número de vagens por planta, 2B número de grãos por planta, 2C número de grãos por vagem, 2D massa de mil grãos, 2E produtividade e 2F estande por metro na soja NS 7901 RR, na safra 2017/18 na região de Sinop - MT.

4.2. Boro

Na tabela 5 são apresentados os resultados da análise de variância para os tratamentos

com doses de B. Não foram observados diferenças entre os tratamentos para as variáveis

número vagem, número grãos/planta, número de grãos/vagem e massa 1000 grãos.

Entretanto para a produtividade de grãos e estande de plantas foram observados diferença.

Tabela 5. Valores do teste F para o. Número de vagens (NV), número de grãos (NGP), número de grãos por vagem (NGV), Massa de 1000 grãos (M1000), produtividade (PR) e estande (ET) da soja em função de doses de B. (Sinop-2018).

NV NGP NGV M1000 PR ET

----------------------------- Valores de F -----------------------------

Doses 0,12 ns 0,12 ns 0,97 ns 0,93 ns 3,58 * 3.99 **

Blocos 1,78 ns 1,97 ns 1,73 ns 1,91 ns 4,58 ** 3.45 *

CV (%) 28,94 28,95 2,00 2,72 8,67 9,17

ns,** e *; Não significativo ao teste F a 5% de probabilidade, significativo a 1% de probabilidade e

significativo a 5% de probabilidade.

Já para a variável produtividade a aplicação dos tratamentos com doses crescentes de

B alterou significativamente os resultados, reduzindo a produtividade (Figura 8). Os

resultados encontrados contradizem os obtidos por Santini et al. (2015) em que não foi

verificado efeito significativo para a produtividade de matéria seca de parte aérea da soja e

número de vagens por planta, tanto para as fontes (Acido Bórico e Borogran) quanto para as

doses (0,0; 0,5; 1,0; 2,0 kg ha-1), já no atual trabalho verificou efeito significativo reduzindo a

produtividade. A superdose de Boro apresentou influência na produção, isso corrobora com

os dados de Santini et al. (2015), que o uso de 2 kg ha-1de B, na forma de borogran é a

melhor alternativa para a adubação boratada, em vista do aumento de produtividade.

Deve-se destacar no trabalho de Santini et al. (2015) que mesmo no solo deficiente em

B (Souza; Lobato, 2004), não foram verificados efeitos significativos na matéria seca e

número de vagens por planta, principalmente, nas maiores aplicações de B nos solos de

textura arenosa e média.

Na figura 4 pode-se observar o efeito das altas doses de Boro na cultura, o que resultou

em efeito significativo para a variável produtividade. A produtividade média obtida com a

testemunha foi superior, com 71,3 sc ha-1, havendo uma diferença de 13 sacas para a maior

dose de boro (12 kg ha-1), resultado da toxidez causada pela alta dose de Boro (Figura 3).

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Figura 3: 3A falha no estande devido a toxidez. 3B ilustra toxidez de Boro na cultura da soja. FOTO: Claudison J. Silva, Sinop-MT.

73 73 75 71 79

0

20

40

60

80

100

0 3 6 9 12

Va

ge

ns p

or

pla

nta

Doses de boro (kg ha-1)

135,9 138,8 145,2 134,0

149,1

0,0

40,0

80,0

120,0

160,0

0 3 6 9 12

Grã

os p

or

pla

nta

Doses de boro (kg ha-1)

1,99 2,06 2,04 2,04 2,01

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

0 3 6 9 12

Grã

os p

or

va

ge

m

Doses de boro (kg ha-1)

160 160 160 156 158

0

40

80

120

160

200

0 3 6 9 12

Massa 1

000 g

rão

s (

g)

Doses de boro (kg ha-1)

0

20

40

60

80

0 3 6 9 12

Pro

du

tiv

idad

e

(sc h

a-1

)

Doses de boro (kg ha-1)

y= 69,80-0,9568x R²=0,92

0

2

4

6

8

10

12

0 3 6 9 12

Esta

nd

e (

un

)

Doses de boro (kg ha-1)

Y= 10,7927 - 0,0806x R= 0,81

4C 4D

4E

3A 3B

4F

4A

4B

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Figura 4: Influência das doses de Boro, na forma de Borogran, quanto ao 4A número de vagens por planta, 4B número de grãos por planta, 4C número de grãos por vagem, 4D massa de mil grãos, 4E produtividade e 4F estande por metro na soja NS 7901 RR, na safra 2017/18 na região de Sinop - MT.

Ao se observar as produtividades, verifica-se que a superdose de boro influenciou na

produção devido a sua toxidez na cultura da soja (Figura 3). Porém estudos realizados por

Resende (2004) constataram que o Boro é considerado o micronutriente para o qual é mais

estreita a faixa de teores entre os limites de deficiência e de toxidez para as plantas.

Observou no presente trabalho que, quando feito à adubação boratada em doses

crescentes houve um decréscimo no estande de plantas, pode se observar que a população

final de plantas por metro para as doses de Boro (Figura 4F), ou seja, falha de germinação

por toxidez de Boro, constituindo um dos fatores que no final tenham afetado os

componentes de produção e produtividade da soja. Mesmo com toda essa saturação de

Boro no solo, as plântulas que germinaram e conseguiram se desenvolver, apresentaram

logo no início sintomas de toxidez nas folhas mais velhas caracterizadas por

amarelecimento das pontas dos folíolos seguido de clorose, posteriormente, até necrose. As

folhas ficam com a aparência de queimadas e caem prematuramente (BORKERT et al.,

1994).

Resultados semelhantes foram obtidos por SANTOS et al., (1984) quando feita a

aplicação de doses de Boro maiores, causam elevados danos à germinação, aumentando o

número de sementes mortas e, especialmente, as anormalidades em plântulas.

Consequentemente o número de vagens por planta tem um acréscimo para a maior

dose (12 kg ha-1), ou seja, o máximo desenvolvimento das plantas, para os componentes de

produção justifica as plantas terem ficado isoladas no campo devido à falha no estande, o

que privilegiou seu desenvolvimento com menor competição por água, luz e nutrientes. Por

isto, à capacidade de compensação da soja no uso do espaço entre plantas, devido à área

foliar e índice de área foliar, que podem resultar em aumento no rendimento de grãos

(PIRES et al., 1998). Com a alteração da área foliar, devido à densidade de população e tipo

de planta, aumentam a percentagem de interceptação da radiação solar e o acúmulo de

matéria seca a valores máximos, à medida que a área foliar é incrementada (PORRAS et

al., 1997).

4.3. Manganês

Na tabela 6 são apresentados os resultados da análise de variância para os tratamentos

com doses de Mn, e cujos resultados não apresentaram diferenças entre os tratamentos, em

todas as variáveis analisadas na cultura da soja.

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33

Tabela 6. Valores do teste F para o. Número de vagens (NV), número de grãos (NGP), número de grãos por vagem (NGV), Massa de 1000 grãos (M1000), produtividade (PR) e estande (ET) da soja em função de doses de Mn. (Sinop-2018).

NV NGP NGV M1000 PR ET

----------------------------- Valores de F -----------------------------

Doses 2,33 ns 2,43 ns 0,65 ns 1,50 ns 1,37 ns 2.49 ns

Blocos 1,97 ns 1,61 ns 0,29 ns 1,81 ns 1,80 ns 3.51*

CV (%) 17,36 18,39 2,50 2,50 9,82 10.52 ns

; Não significativo ao teste F a 5% de probabilidade.

A eficiência da aplicação de Mn no solo depende de uma série de fatores, mas de

maneira geral é baixa, por exemplo, em condições de alto pH do solo, a eficiência da

adubação com Mn via solo pode ser baixa, devido o Mn solúvel contido no adubo passar

rapidamente para formas não disponíveis.

Resultados apresentados por Wilson et al., (1983) trabalhando com a cultura da soja,

registraram aumento significativo na produção de soja após aplicação do Mn, porém,

quando realizada a calagem, foi verificada a redução dos teores de Mn na parte aérea da

planta. Isso e justificado pelo Mn competir pelo mesmo sítio ativo dos carreadores com

outros nutrientes, como o Mg, fornecido através da calagem. A constatação demonstra que

em solos com alta concentração de Mn, a aplicação de calcário pode diminuir o efeito de

toxicidade deste micronutriente em decorrência do aumento do pH do solo e da presença

dos cátions Ca2+ e Mg2+, porém, em condições de carência, a calagem pode agravar essa

situação.

Os resultados encontrados corroboram com os obtidos por Pinto, (2012) onde

demonstra que a eficiência da aplicação de Mn no solo de maneira geral é baixa, e

necessita a aplicação de doses consideradas elevadas em relação aos micronutrientes.

Moreira et al., (2006) trabalhando com doses semelhantes ao presente trabalho (1,5; 3,0;

6,0; 12,0; e 48,0 kg ha-1) observaram de modo geral, aumentos nos teores do micronutriente

nos solos, mas a concentração e a quantidade de Mn acumuladas pelas plantas de soja

foram pouco influenciadas. Enquanto Gettier et al., (1984) determinaram que a dose que

proporcionou maior produtividade de soja foi de 60 kg ha-1, utilizando a fonte sulfato de

Mn.

Na figura 5 pode-se observar o efeito das doses de Mn para os componentes de

produção e para a produtividade da soja. Verifica-se que não houve efeito significativo. A

produtividade média obtida com a testemunha foi 71,3 sc ha-1 e na maior dose (24 kg ha-1),

foi de 67 sc há-1.

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Figura 5: Influência das doses de Manganês, na forma de Sulfato de Manganês, quanto ao 5A número de vagens por planta, 5B número de grãos por planta, 5C número de grãos por vagem, 5D massa de mil grãos, 5E produtividade e 5F estande por metro na soja NS 7901 RR, na safra 2017/18 na região de Sinop - MT.

4.4. Cobre

Na tabela 7 são apresentados os resultados da análise de variância para os tratamentos

com as doses de Cu, e não foram observadas diferença entre os tratamentos para as

variáveis analisadas.

Tabela 7. Valores do teste F para o. Número de vagens (NV), número de grãos (NGP), número de grãos por vagem (NGV), Massa de 1000 grãos (M1000), produtividade (PR) e estande (ET) da soja em função de doses de Cu. (Sinop-2018).

73 84

77 93

74

0

20

40

60

80

100

0 4 8 12 24Va

ge

ns p

o p

lan

ta

Doses de manganês (kg ha-1)

135,9

163,1 151,2

187,4

144,0

0,0

40,0

80,0

120,0

160,0

0 4 8 12 24

Grã

os p

or

pla

nta

Doses de manganês (kg ha-1)

1,99 2,00 1,99 2,04 1,99

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

0 4 8 12 24Grã

os p

or

va

ge

m

Doses de manganês (kg ha-1)

160 165 163 160 160

0

40

80

120

160

200

0 4 8 12 24Massa 1

000 g

rão

s (

g)

Doses de manganês (kg ha-1)

71,3 62,0 65,0 67,8 67,5

0

20

40

60

80

0 4 8 12 24

Pro

du

tivid

ad

e

(sc

ha

-1)

Doses de manganês (kg ha-1)

11,2 10,6 9,7 9,6

11,2

0

3

6

9

12

0 4 8 12 24

Esta

nd

e (

un

)

Doses de manganês (kg ha-1)

5E 5F

5A 5B

5C

5D

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NV NGP NGV M1000 PR ET

----------------------------- Valores de F -----------------------------

Doses 0,86 ns 0,95 ns 0,25 ns 1,04 ns 0,50 ns 0,49 ns

Blocos 1,49 ns 1,84 ns 0,92 ns 1,19 ns 0,42 ns 2,58 ns

CV (%) 16,74 16,08 1,99 2,72 9,53 9,16

ns; Não significativo ao teste F a 5% de probabilidade.

Os resultados encontrados corroboram com os obtidos por Galrão, (1984) onde se

avaliou doses de Cobre (0,0; 0,4; 1,2; 2,4; 4,8 Kg ha-1), e no primeiro cultivo não obteve

diferença entre os tratamentos, porém ao longo do segundo e terceiro cultivo, conseguiu

observar diferença entre os tratamentos. Esses dados corroboram com trabalhos realizados

por Borkert, (2002) que também demonstrou não obter resposta à adubação com cobre, em

quatro anos de cultivo de soja, em dois solos, um de textura argilosa e outro de textura

média.

Provavelmente devido à concentração de Cu estar adequada no solo, pode ter

influenciado a ausência de diferença significativa entre os tratamentos. As aplicações de

micronutrientes via solo têm um efeito residual mais prolongado para as culturas anuais,

sendo preferíveis às aplicações foliares, que serão úteis para correções de deficiências no

ano da aplicação (GALRÃO, 1998) (LOPES, 1999).

No figura 6 pode-se observar o efeito das doses de Cobre para os componentes de

produção e para a produtividade da soja. A produtividade média obtida com a testemunha

foi 71,3 sc ha-1 e na menor dose (3 kg ha-1), foi de 70,7 sc há-1. Assim esperasse que nos

próximos anos os efeitos desta aplicação venham a aparecer.

73 73 82

70 71

0

20

40

60

80

100

0 3 6 9 12Va

ge

ns p

o p

lan

ta

Doses de cobre (kg ha-1)

135,9 145,6 163,2

145,8 141,0

0,0

40,0

80,0

120,0

160,0

0 3 6 9 12

Grã

os p

or

pla

nta

Doses de cobre (kg ha-1)

6A 6B

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Figura 6: Influência das doses de Cobre, na forma de Sulfato de Cobre, quanto ao 6A número de vagens por planta, 6B número de grãos por planta, 6C número de grãos por vagem, 6D massa de mil grãos, 6E produtividade e 6F estande por metro na soja NS 7901 RR, na safra 2017/18 na região de Sinop - MT.

4.5. Completo

Na tabela 8 são apresentados os resultados da análise de variância para os tratamentos

com doses Completos. Havendo diferença significativa somente para a variável

produtividade.

Tabela 8. Valores do teste F para o. Número de vagens (NV), número de grãos (NGP), número de grãos por vagem (NGV), Massa de 1000 grãos (M1000), produtividade (PR) e estande (ET) da soja em função de doses de Completo (Sinop-2018).

NV NGP NGV M1000 PR ET

----------------------------- Valores de F ----------------------------- Doses 1,80 ns 1,95 ns 0,48 ns 0,30 ns 5,33 ** 2,43 ns

Blocos 0,74 ns 0,88 ns 1,42 ns 2,32 ns 5,68 ** 2,56 ns

CV (%) 19,68 19,94 2,12 2,74 6,32 9,99 ns

e **; Não significativo ao teste F a 5% de probabilidade e significativo a 1% de probabilidade.

Já para a variável produtividade a aplicação dos tratamentos com doses crescentes de

Completos alterou os valores, diferindo os tratamentos em relação à testemunha. O que

indica um antagonismo entre esses nutrientes e em doses crescentes, corroborando com

Dechen et al., (1991) onde constataram que interações antagônicas entre nutrientes são

comuns e podem provocar problemas de desbalanço nutricional de micronutrientes. Uma

correta e equilibrada oferta de micronutrientes no solo também é fator importante quanto à

1,99 2,02 2,00 2,02 2,03

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

0 3 6 9 12

Grã

os p

or

va

ge

m

Doses de cobre (kg ha-1)

160 164 161 163 165

0

40

80

120

160

200

0 3 6 9 12Massa 1

000 g

rão

s (

g)

Doses de cobre (kg ha-1)

71,3 70,7 66,8 67,1 67,7

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

0 3 6 9 12

Pro

du

tivid

ad

e

(sc

ha

-1)

Doses de cobre (kg ha-1)

11,2 11,1 10,5 11,2 11,1

0

3

6

9

12

0 3 6 9 12

Esta

nd

e (

un

)

Doses de cobre (kg ha-1)

6C 6D

6E 6F

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sua disponibilidade no solo, visto os comportamentos de interação dos nutrientes, o

antagonismo é observado quando a presença de um nutriente inibe a absorção de outro,

como por exemplo, Resende, (2003) relata que níveis elevados de Cobre inibem fortemente

a absorção de Zinco e vice-versa, e que outros tipos de antagonismo são relatados na

literatura, mas não foram ainda satisfatoriamente estudados. Há ainda problemas de

toxidez, principalmente de boro, que podem ter afetado a produtividade.

Ainda, a aplicação dos nutrientes deve ser feita de forma equilibrada protegendo as

culturas contra os antagonismos que possam vir a ocorrer na nutrição mineral das plantas,

como resultado de relações não balanceadas dos nutrientes no solo e nas plantas (SOUZA

et al., 2010).

Observou no presente trabalho que, quando feito à adubação em doses crescentes do

completo houve um decréscimo no estande de plantas, pode se observar que a população

final de plantas por metro para os complexos (Figura 7F), ou seja, falha de germinação por

toxidez ou antagonismo, o que pode ser um dos fatores que no final tenham afetado os

componentes de produção e produtividade da soja. As plântulas que germinaram e

conseguiram se desenvolver, apresentaram logo no inicio sintomas de toxidez nas folhas

mais velhas caracterizadas por clorose, seguido de necrose, possivelmente pela presença

do B no completo.

Consequentemente o número de vagens por planta e grãos por planta tem um

acréscimo para o Completo 2, ou seja, o máximo desenvolvimento das plantas, para os

componentes de produção justifica as plantas terém ficado isoladas no campo devido à falha

no estande, o que privilegiou seu desenvolvimento com menor competição por água, luz e

nutrientes.

Na figura 7 observa-se o efeito do tratamento Completo (Zn, B, Mn, Cu), para os

componentes de produção e para a produtividade da soja. Pode se observar que a

produtividade média obtida com a testemunha foi superior, com 71,3 sc ha-1, havendo uma

diferença de 8,9 sacas para a mais produtiva entre as doses (Completo 2), resultado da

toxidez e antagonismo causada pelo completo.

73 66

84 76

54

0

20

40

60

80

100

0 1 2 3 4Va

ge

ns p

o p

lan

ta

135,9 137,0

169,9 158,7

126,0

0,0

40,0

80,0

120,0

160,0

0 1 2 3 4

Grã

os p

or

pla

nta

Completos

7A 7B

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Figura 7: Influência do tratamento completo (Zn, Mn, B, Cu), na forma de Sulfato de Manganês, Cobre e Zinco e Borogran, quanto ao 7A número de vagens por planta, 7B número de grãos por planta, 7C número de grãos por vagem, 7D massa de mil grãos, 7E produtividade e 7F estande por metro na soja NS 7901 RR, na safra 2017/18 na região de Sinop-MT.

1,99 1,99 2,03 2,03 1,99

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

0 1 2 3 4

Grã

os p

or

va

ge

m

Completos

160 162 159 160 160

0

40

80

120

160

200

0 1 2 3 4

Massa 1

000 g

rão

s (

g)

Completos

71,3 62,4 62,3 62,4 61,0

0

20

40

60

80

0 1 2 3 4

Pro

du

tivid

ad

e

(sc

ha

-1)

Completos

11,2 10,2 10,5

9,6 9,5

0

3

6

9

12

0 1 2 3 4

Esta

nd

e (

un

)

Completos

7C 7D

7E 7F

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5. CONCLUSÃO

A utilização de altas doses de Mn, Zn e Cu na adubação aplicados a lanço no solo, não

interfere na produtividade ou nos componentes de produção.

A aplicação de altas doses de Boro isoladamente ou de altas doses de Boro, Cobre,

Manganês e Zinco combinadas compromete o estande e reduz a produtividade da soja e

causa toxidez às plantas.

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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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