UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE ......Silvana Justino Fernando. – Patos, 2015. 40f. : il....

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS SILVANA JUSTINO FERNANDO CONTRIBUIÇÕES DO ENSINO PRÁTICO DE ZOOLOGIA NO ENSINO FUNDAMENTAL II PATOS-PB 2015

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

    CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL

    UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

    SILVANA JUSTINO FERNANDO

    CONTRIBUIÇÕES DO ENSINO PRÁTICO DE ZOOLOGIA NO ENSINO

    FUNDAMENTAL II

    PATOS-PB

    2015

  • SILVANA JUSTINO FERNANDO

    CONTRIBUIÇÕES DO ENSINO PRÁTICO DE ZOOLOGIA DO ENSINO

    FUNDAMENTAL II

    Monografia apresentada ao Curso de Licenciatura

    Plena em Ciências Biológicas, da Universidade

    Federal de Campina Grande, Campus de Patos, PB,

    Para obtenção do título de Licenciada em Ciências

    Biológicas.

    Orientador: Profª. Dra. Solange Maria Kerpel

    PATOS-PB

    2015

  • FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DO CSTR

    F363c Fernando, Silvana Justino

    Contribuições do ensino prático de zoologia no ensino fundamental II /

    Silvana Justino Fernando. – Patos, 2015.

    40f. : il. color.

    Trabalho de Conclusão de Curso (Ciências Biológicas) - Universidade

    Federal de Campina Grande, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, 2015.

    “Orientação: Profa. Dra. Solange Maria Kerpel”

    Referências.

    1. Aulas práticas. 2. Ensino de zoologia. 3. Educação básica.

    I. Título.

    CDU 504:37

  • DECICATÓRIA

    As pessoas que mais confiaram em mim, Ednalva Justino Fernando, a mãe mais linda e

    Solange Maria Kerpel, minha mestra.

  • AGRADECIMENTOS

    Agradeço primeiramente ao meu amado Deus, pois ele nunca desistiu de mim, por seu amor

    infinito.

    Agradeço a minha professora orientadora Solange Maria Kerpel, por toda a confiança em

    mim, quando eu mesmo não confiava, obrigada por todas as palavras de incentivo, por sua

    dedicação e paciência.

    Agradeço aos meus pais, Ednalva e Silvano, por sempre estarem ao meu lado, com seu amor

    incondicional e por sempre fazerem o possível e impossível para a minha felicidade.

    Ao meu esposo Olindino Neto, por seu amor e companheirismo. Eu e você juntos para

    sempre.

    A minha irmã Amanda Fernando e meu cunhado José Edson, por me darem sempre a alegria

    de sua presença mesmo quando estava nem momentos mais difíceis.

    Aos meus amados amigos na universidade principalmente Paloma Freitas, João Adriano,

    Danielle Mariz, Anny Mabelle, Beatriz Iorrane, Aline Dayane, Leonardo, Vitoria Regia e

    Rubenia Pamula pela felicidade de suas amizades ao longo dessa jornada.

    A Maria Aparecida, que me ajudou muito para que este trabalho ficasse pronto. Por ser uma

    verdadeira companheira, amiga e por compartilhar seus conhecimentos.

    A minha amiga que Deus me deu na universidade, um verdadeiro presente Danielle Mariz,

    amiga de fé, meu anjo.

    A Paloma Freitas, por ser meu braço direito em todos os momentos, me incentivar e estar

    sempre oração por mim. Te amo muito amiga.

    A meu anjo José Carlos Pereira, por ser meu anjo guardião. Meu amigo de fé.

  • RESUMO

    O presente trabalho registra as experiências vivenciadas através de dois projetos de extensão

    em forma de cursos “A prática no ensino de ciências do 7º ano do ensino fundamental II e o

    uso de coleções didáticas” e “Ensino de ciências e biologia valorizando práticas e coleções

    didáticas no estudo de Zoologia do ensino fundamental e médio”. Os projetos realizados em

    2011 e 2013 respectivamente emergiram do Programa de Bolsas e Extensão (PROBEX) por

    meio da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Centro de Saúde e Tecnologia

    Rural (CSTR). O público alvo foram os professores da Rede Municipal e Estadual de Ensino

    da cidade de Patos – PB e os cursos foram desenvolvidos com a participação da professora

    coordenadora e alunos no Curso de Ciências Biológicas da UFCG/CSTR visando a melhoria

    nas metodologias no ensino de Zoologia, a partir da realização de aulas teóricas e práticas,

    mensalmente. Apresentando como objetivos gerais, inferir sobre a influência das aulas

    práticas de Zoologia nos professores, alunos e extensionistas. Objetivos específicos: Conhecer

    o perfil dos professores de Ciências na Educação Básica; Observar o interesse dos alunos do

    Ensino Fundamental II nas aulas práticas propostas; Promover práticas de Coletas; Questionar

    os acadêmicos de Ciências Biológicas extensionistas deste projeto, quanto à importância

    destas atividades na sua formação. Pesquisa qualitativa, onde se buscou descrever,

    compreender e explicar as aulas práticas de Zoologia, através dos cursos realizados. Com isso

    nosso estudo contribui efetivamente para a melhor compreensão sobre aulas práticas e sua

    importância no Ensino de Zoologia.

    Palavras Chaves: Aulas práticas. Ensino de Zoologia. Educação básica.

  • ABSTRACT

    This work records the experiences lived through two extension projects in the form of courses

    "Practice in science teaching 7th grade of elementary school II and the use of didactic

    collections" and "Teaching science and biology valuing practical and didactic collections the

    study of Zoology of the elementary and high school." Projects carried out in 2011 and 2013

    respectively emerged from the Scholarship Program and Extension (PROBEX) through the

    Federal University of Campina Grande (UFCG), Center for Health and Rural Technology

    (CSTR). The target audience were teachers of Municipal and State’s Patos Education - PB

    and the courses were developed with the participation of the coordinating teacher and students

    in the Biological Sciences Course UFCG/CSTR aimed at improving the methodologies in

    teaching Zoology from carrying out theoretical and practical classes, monthly. Presenting as

    general goals, infer about the influence of Zoology practical classes for teachers, students and

    extension. Specific objectives: Knowing the profile of science teachers in basic education;

    Observe the interest of elementary school II students proposals practices; Promote collect

    practices; Questioning the life sciences academic extension of this project, the importance of

    these activities in their training. Qualitative research, where he sought to describe, understand

    and explain the practical lessons of Zoology, through courses taken. Thus, our study

    contributes effectively to the better understanding of practical classes and the importance in

    Zoology Teaching.

    Keywords: Practical lessons. Zoology education. Basic education.

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 1: Formação dos professores inscritos no curso “Ensino de Ciências e

    Biologia: valorizando práticas e coleções didáticas no estudo de Zoologia do Ensino

    Fundamental e Médio” realizados no campus do CSTR, UFCG de junho a dezembro

    de 2013..........................................................................................................................

    24

    Figura 2: Desenvolvimento de aulas teóricas, no CSTR, UFCG, Patos, PB, em

    junho de 2011: (A) aula auxiliada por quadro branco; (B) aula auxiliada por projetor

    multimídia.....................................................................................................................

    25

    Figura 3: Aulas teóricas no Laboratório de Microscopia da UFCG-CSTR, durante o

    curso realizado em 2013. Com auxilio do multimídia (A) e do quadro branco

    (B).................................................................................................................................

    26

    Figura 4: Aulas práticas com elaboração de desenhos esquemáticos, observação da

    morfologia externa e interna de diferentes grupos de invertebrados, no laboratório

    de microscopia, no CSTR, UFCG, Patos, PB em setembro e outubro de

    2011...............................................................................................................................

    27

    Figura 5: Aulas práticas no Laboratório de Microscopia da UFCG-CSTR,

    realizadas no curso “Ensino de Ciências e Biologia valorizando práticas e coleções

    didáticas no estudo de Zoologia do Ensino Fundamental e Médio” em 2013. Com

    auxilio dos esfereomicroscópio (lupas) (A), microscópio (B) para observações

    externas (C) e especificas (D) aos espécimes conservados em

    álcool.............................................................................................................................

    28

    Figura 6: Montagem de terrário no laboratório de Preparação de Material

    Zoológico da UACB, no CSTR, UFCG, Patos, PB em outubro de

    2011...............................................................................................................................

    29

    Figura 7: Montagem do minhocário no Laboratório de Preparação Zoológica, no

    curso realizado em 2013................................................................................................

    29

    Figura 8. Desenvolvimento de aulas práticas em campo no CSTR, UFCG, Patos,

    PB, em junho e outubro de 2011: (A) e (B) observação do ambiente externo com

    ênfase na diversidade biológica; (C) e (D) coleta de animais com o uso de diferentes

    técnicas..........................................................................................................................

    30

    Figura 9: Aula de campo nas proximidades da UFCG-CSTR, julho e novembro de

    2013, com observaçoes do ambiente e utilização de tecnicas específicas para coleta

    e conservaçao, com pinças (A) e (B), rede de varedura (C) e puçá

    (D)..................................................................................................................................

    31

    Figura 10: Aulas ministradas na Escola Municipal de Ensino Fundamental José

  • Permínio Wanderley de Santa Gertrudes município de Patos (A) e (B) e no SESI (C)

    e (D), em outubro de 2013, com intuito de proporcionar aos alunos observações as

    espécies reforçando a aprendizagem através das práticas.

    .......................................................................................................................................

    33

  • LISTA DE TABELAS

    Tabela 1: Cronograma das aulas nas escolas de ensino fundamental e médio do

    município de Patos, ministradas pelo grupo do projeto de extensão “Ensino de

    Ciências e Biologia: valorizando práticas e coleções didáticas no estudo da

    Zoologia do Ensino Fundamental e Médio”, durante o mês de outubro de

    2013..............................................................................................................................

    32

    Tabela 2. Cronograma e programa dos assuntos estudados pelos extencionistas e

    coordenadora durante o curso de extensão “A prática no ensino de Ciências do 7º

    Ano do Ensino Fundamental e o uso de coleções didáticas”, em

    2011...............................................................................................................................

    34

    Tabela 3: Cronograma e programa do assuntos trabalhados pelos extensionistas e

    coordenadora do Curso de extensão “Ensino de Ciências e Biologia: valorizando

    práticas e coleções didáticas no estudo da Zoologia do Ensino Fundamental e

    Médio”, em

    2013...............................................................................................................................

    34

  • LISTA DE ABREVIATURAS

    SESI - Serviço Social da Industria

    UACB - Unidade Acadêmica de Ciências Biológicas

    UFCG - Universidade Federal de Campina Grande

    CSTR - Centro de Saúde e Tecnologia Rural

    PROBEX - Programa de Bolsas e Extensão

  • SUMÁRIO

    1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 14

    1.2 JUSTIFICATIVA ........................................................................................................16

    1.3 OBJETIVOS ............................................................................................................... 17

    1.3.1 Objetivo Geral .......................................................................................................... 17

    1.3.2 Objetivos Específicos ................................................................................................ 17

    2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................... 18

    2.1 A educação.....................................................................................................................18

    2.2 O ensino de Ciências......................................................................................................18

    2.3 O ensino de Zoologia.....................................................................................................20

    3 MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................ 22

    3.1 Caracterização dos Projetos............................................................................................22

    3.2 Metodologia da Pesquisa................................................................................................23

    4 RESULTADOS ................................................................................................................. 24

    5 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................... 38

    6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................ 39

  • 14

    1 INTRODUÇÃO

    A ciência está em tudo em nossa volta, nos interesses de busca incessantes por

    informação, reflexão, orientação e conclusões. A escola é parte integrante da sociedade em

    constante renovação e desempenha um papel fundamental na construção do pensamento

    científico e da construção do conhecimento em processos dinâmicos (GUERRA, 2010).

    A investigação científica nos oferece uma compreensão sobre o modo de disposição

    intelectual e com isso a evolução do conhecimento científico é de fundamental importância

    (Goulart, 2005). Por isso, o impacto e as transformações provocado pelas tecnologias e

    consequentemente o conhecimento científico, vem propor uma reformulação no ensino de

    ciências (Krasilchik, 1988). Fazendo uma análise histórica do desenvolvimento do ensino de

    ciências ao longo de sua curta trajetória, observa-se que há uma preocupação com a

    atualização dos programas de ensino em relação ao progresso da própria ciência

    (KRASILCHIK,1988).

    Lima & Vasconcelos (2006), destacam que o educador em ciências tem sido ao longo

    do tempo sujeitados a inúmeros desafios, como transformar as descobertas cientificas e

    tecnológicas em conteúdo didático palatáveis aos alunos.

    As aulas de ciências deve despertar a curiosidade dos alunos e os incentivar a pensar

    de forma científica (Reginaldo, 2012). Existe a necessidade em levar o aluno a despertar o

    interesse pelas aulas, fazendo com que eles se envolvam na investigação científica e assim

    aumentar suas capacidades de resolver problemas e entender conceitos básicos

    (KRASILCHIK, 2008).

    Aulas práticas ou experimentais são formas diferenciadas para que os educandos

    possam conhecer a ciência e começar a fazer ciência ainda na escola. Com isso essas

    atividades não devem ser feitas separadas da teoria ensinada em sala de aula e do cotidiano do

    aluno. Para que não ocorra uma deformação da ciência na escola, o saber aconteça e seja

    eficaz durante as aulas práticas o aluno além de observar e manipular o objeto de estudo, deve

    também refletir, discutir, explicar e relatar. Isso daria ao seu trabalho um caráter de

    investigação científica (AZEVEDO, 2004).

    As aulas de Zoologia no Ensino Fundamental têm como função mostrar aos alunos a

    relação entre a vida animal e os ambientes envolvendo aspectos biológicos e evolutivos dos

    grupos de animais (Brasil, 1998). Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998) a

    Zoologia é ensinada no Ensino Fundamental de forma tradicional sendo restrito a sistema de

    classificação biológica fundamentada em semelhanças e diferenças morfológicas, com

  • 15

    enfoque em uma nomenclatura extensa e desconectada dos debates científicos no campo de

    conhecimento zoológico.

    Com isso, para que as aulas de zoologia ocorram de forma prazerosa, é necessária a

    utilização de novas metodologias e recursos pedagógicos para assim auxiliarem na

    compreensão dos conteúdos de Zoologia, afim de que os educandos possam ter uma

    aprendizagem significativa (BASTOS JUNIOR, 2013).

  • 16

    1.2 JUSTIFICATIVA

    Observando a importância do Ensino de Zoologia, houve a preocupação de analisar

    melhor para tornar possível a busca por uma aula dinâmica, prática, com utilização e

    exemplares de coleção e enfoque evolutivo, fazendo relação com o modo de vida assim com

    ambiente em que os animais estão inseridos, sendo desejável como prática educacional.

    Assim os cursos de extensão trouxe um despertar para a realidade das aulas práticas de

    Zoologia, neste contexto justifica-se esse olhar da pesquisa.

  • 17

    1.3 OBJETIVOS

    1.3.1 Gerais

    Inferir sobre a influência das aulas práticas de Zoologia nos professores, alunos e

    extensionistas.

    1.3.2 Específicos

    Conhecer o perfil dos professores de Ciências na Educação Básica;

    Promover práticas de Coletas;

    Observar o interesse dos alunos do Ensino Fundamental II nas aulas práticas

    propostas;

    Questionar os acadêmicos de Ciências Biológicas extensionistas deste projeto, quanto

    a importância destas atividades na sua formação;

  • 18

    2 REFERENCIAL TEÓRICO

    2.1 A Educação

    Diante de tantas mudanças ocorridas em nossa sociedade ao longo do tempo, a

    educação sempre foi o grande desafio. Desafio este, que de muitas maneiras tenta ser

    superado com as inúmeras teorias educacionais, que em comum tem a concepção de que

    educação é um processo de desenvolvimento individual (GADOTTI, 2000).

    Para Freire (1979), a educação é um processo de busca permanente pela perfeição, já

    que somos seres incompletos. Com isso, todo ser educando deve ser levado a refletir sobre a

    sua realidade, sua postura me relação ao mundo, assim podendo levantar hipótese sobre essa

    realidade e procurar soluções. A educação é um processo de adequação do homem na

    sociedade (FREIRE, 1979).

    Assim, não existe uma única forma nem um único modelo de educação, e não existe

    um único lugar para que a educação aconteça. Não há idade para se educar, a educação se

    estende por toda a vida, ela não é neutra (Gadotti, 2000). A educação faz parte dessa forma

    de criar e recriar o homem, com o poder de transformar o mundo, sendo o sujeito de sua ação

    (FREIRE, 1979).

    “Um ato de criar”, é dessa forma que freire (1996) descreve a educação. Para esse

    autor o educando deve manter um prazer pela rebeldia, pela curiosidade, pela ousadia, para

    assim manter-se longe da passividade que muitas vezes estamos expostos. Dessa forma, o

    desafio é termos educadores e educando com a capacidade de serem criadores, investigadores,

    rigorosamente curiosos, inquietos, humildes e persistentes (FREIRE, 1996).

    2.2 O ensino de Ciências

    A palavra Ciência tem como definição, o conjunto metódico de conhecimentos obtidos

    mediante a observação e experiência; conhecimento e habilidade adquirido para desempenhar

    certa atividade; informação, saber, notícia (Ferreira, 2000). Através da ciência o homem

    sempre se questionou e buscou respostas a respeito do universo em que vive, como a natureza

    age, como o nosso corpo se comporta frente ao perigo ou a doença, ate mesmo a incessante

    procura pelo conforto e comodidade. Nomes conhecidos da nossa história fizeram suas

    contribuições, passando seus conhecimentos por meio de discípulos e aprendizes e o homem

    continua na sua busca de entender tudo que o cerca.

  • 19

    O ensino da disciplina de Ciências nas escolas do Brasil até 1961 era ministrado

    apenas nas duas últimas séries do antigo ginásio e não era obrigatório, passando a acontecer

    em todas as séries ginasiais a partir da promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação

    n. 4.024/61 e tornou-se obrigatório somente em 1971 com a Lei 5.692. Essa obrigatoriedade

    se deu principalmente devido a problemas relacionados a o meio ambiente e saúde. Quando a

    LDB foi promulgada, o cenário escolar era de ensino tradicional, o conhecimento científico

    era considerado um saber neutro e a verdade cientifica tida como inquestionável. O material

    didático trabalhado era o livro didático de escolha do professor (BRASIL, 1998).

    Ao se observar a historia do Ensino de Ciências, verifica-se que ao longo do seu curto

    tempo, houve significativas mudanças na sua maneira de ser passado o conteúdo e de ser

    interpretado como Ensino. Também, a melhor forma dos alunos compreenderem os conteúdos

    que envolvem todos os aspectos da vida humana, passando pela nossa curiosidade natural

    para o ceticismo científico. Entendeu-se que o aprendizado será mais efetivo quando há a

    interação professor/estudante/conhecimento, levando em consideração os conteúdos prévios

    dos estudantes e a visão científica atual (BRASIL, 1998).

    Nos anos 80, houve o reconhecimento de que somente as atividades práticas e

    experimentação não garantiriam a aquisição do conhecimento científico pelo aluno (Brasil,

    2001). Também foi neste período, impulsionado pela crise energética que surgiu a discussão

    em torno do tripé Ciência, Tecnologia e Sociedade, importante até os dias atuais. No entanto,

    críticas salutares indicariam a presença de conteúdos desatualizados, formas inadequadas para

    transmissão de conhecimento e falta de estrutura da área de estudo (Bizzo, 2000; PCN, 2001).

    A construção do conhecimento científico passou a ser a preocupação e a valorização

    dos conceitos trazidos pelo aluno a respeito dos fenômenos naturais sendo considerados e

    utilizado s como base para a aprendizagem. Esta consiste na então linha alternativa do

    construtivismo. Do ponto de vista didático, além da valorização do conhecimento prévio, esta

    linha valoriza o envolvimento do aluno no processo. Contudo, ficou evidente que outros

    aspectos precisariam ser levados em conta para a construção do conhecimento, como os

    valores humanos, a visão de Ciência, sua relação com a tecnologia e a sociedade e também, os

    métodos aplicados (Brasil, 2001).

    A educação científica no Ensino Básico deve ser observada, não como uma preparação

    para um futuro cientista, mais como inicio de uma formação de um cidadão capaz de

    investigar e criticar de forma consciente o seu papel na sociedade, para assim modifica-la.

    Porém, o Ensino Cientifico não é eficiente o suficiente para promover o interesse dos alunos,

    e com isso um aprendizado. Com isso, o aprendizado efetivo só ocorrerá se houver mudança,

  • 20

    abandonar a transmissão de conhecimento de uma ciência pronta, para compartilhar

    conhecimento do fazer científico (DECCACHE-MAIA, 2012).

    Com isso, a prática no Ensino de Ciências tinha como finalidade fazer com que os

    alunos tivessem uma iniciação científica por meio da experimentação, uma postura de

    investigação e uma observação criteriosa. Mesmo sendo uma metodologia que seguia passos

    rígido e mecânicos, era nas aulas práticas que se esperava uma transformação no Ensino de

    Ciências, por proporcionar aos estudantes uma redescoberta do seu meio e fazer suas próprias

    investigações (NASCIMENTO, 2010)

    Segundo Borges (2002), as atividades práticas devem mesmo trazer para o educando

    uma saída da passividade para uma participação ativa nas aulas, independente dos métodos

    utilizados pelos professores. Não envolvendo necessariamente a atividade em laboratório, mas

    sim o desenvolvimento de uma busca resposta/resolução, orientado para algum propósito.

    Para Ataide & Silva (2011), o professor de Ciências deve vivenciar no seu dia-a-dia as

    novas práticas de Ensino e Metodologias para poder avaliar o desenvolvimento de sua prática.

    Entre tantas dificuldades já encontradas pelos professores, a realização de aulas práticas é

    mais um desafio para muitos, pois a falta de preparo, super lotação das salas, falta de material

    e de interesse dos alunos são as reclamações mais frequentes. Porem cabe ao professor de

    Ciências utilizar os recursos disponíveis na escola, usar estratégias e recursos didáticos que

    possam tornar as aulas mais atrativas, para assim poder manter a qualidade do ensino

    (BASTOS JUNIOR, 2013).

    As aulas práticas proporcionam aos alunos a percepção de que estes podem elaborar as

    suas ideias, não a partir de um saber pronto mais de uma construção de conhecimentos,

    respostas obtidas através de esforços próprios Deccache-Maia (2012). O respectivo autor nos

    diz o seguinte:

    É no momento da experimentação que o professor pode vivenciar mais

    claramente o seu papel de mediador, levando os seus alunos a colocarem em

    prática o princípio básico da ciência: a curiosidade que leva a indagação que,

    por sua vez, leva a experimentação e, por fim, a elucidação ou recomeço.

    2.3 O ensino de Zoologia

    Zoologia, palavra de origem grega, que significa o estudo da vida animal. No currículo

    escolar, os conteúdos relativos a Zoologia são trabalhados na temática Vida e Ambiente, com

  • 21

    o objetivo de relacionar os animais ao meio ambiente em vivem, assim como suas relações

    filogenéticas (BRASIL, 1998).

    Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), os currículos de Zoologia estão

    presos a sistemas de classificações biológicas com a sistemática que se fundamenta nas

    semelhanças morfológicas entre as espécies. Os agrupamentos de espécies animais são

    baseados em morfologia e fisiologia. Com isso, existe uma extensa nomenclatura, que torna

    em muitas situações o ensino de Zoologia ser baseado unicamente na memorização da

    nomenclatura.

    Porem, o ensino dos conteúdos de Zoologia, pode ser prazerosos e significativos caso

    os educandos tenham contato com a variedade de espécies sendo possível observá-las em seus

    ambientes ou mesmo relacionando suas estruturas com os ambientes em que vivem. Essa

    observação pode ser feita em locais diversos, desde terrenos abandonados, áreas de cultivos,

    na escola, em casa, através de coleções biológicas de animais, zoológicos, entre outros

    (BRASIL, 1998).

    Uma forma de registro das atividades práticas em Zoologia é a utilização de desenhos

    esquemáticos, pois através deles os estudantes conseguem aprender detalhes da anatomia

    externa dos seres vivos e aprender melhor sobre a nomenclatura animal (BRASIL, 1998).

    As atividades práticas tem um importante papel na conscientização da conservação da

    diversidade biológica, pois a partir delas é feita a construção do conhecimento pelo

    entendimento de questões adquiridos pela vivência e compartilhamento de experiências. A

    consciência da importância dos seres vivos passa pela sensibilização, investigação,

    desenvolvimento de atitudes com criatividade e a mobilização onde o indivíduo pode praticar

    a cidadania frente a questões do ambiente natural (CONSERVAÇÃO INTERNACIONAL,

    2010).

    Atividades em áreas como o pátio da escola, o terreno próximo, parques e praças

    podem demonstrar o quanto estamos próximos das maravilhas da diversidade que a natureza

    contém. Aulas com exemplares também instigam a curiosidade e auxiliam no

    desenvolvimento da reflexão do lugar que ocupa no planeta (ARAÚJO, 1991).

  • 22

    3 MATERIAL E MÉTODOS

    3.1 Caracterização dos Projetos

    O presente trabalho foi desenvolvido através da análise dos projetos de extensão em

    forma de cursos “A Prática no Ensino de Ciências do 7º Ano do Ensino Fundamental e o Uso

    de Coleções Didáticas” e “Ensino de Ciências e Biologia: valorizando práticas e coleções

    didáticas no estudo de Zoologia do ensino fundamental e médio”, ambos realizados através do

    Programa de Bolsas e Extensão – PROBEX, no centro e departamento da UFCG – Centro de

    Saúde e Tecnologia Rural, Unidade Acadêmica de Ciências Biológicas, no período de maio a

    dezembro de 2011 e de junho a dezembro de 2013 respectivamente. O público alvo foram os

    professores da rede municipal e estadual de ensino.

    Foram realizadas 22 inscrições em 2011 e 18 em 2013. Os cursos foram realizados na

    UFCG/CSTR, em forma de aulas teorias 30% e práticas70%, no laboratório de microscopia e

    no laboratório de material zoológico, com total de 40 horas aulas. Assim como aulas de

    campo nas mediações da universidade. Aulas realizadas por alunos do curso de Ciências

    Biológicas extensionistas dos projetos de extensão.

    As aulas iniciavam com uma exploração rápida do conteúdo, onde eram mostrados os

    Filos em teoria, suas relações filogenéticas, ecologia e fisiologia. Posteriormente ocorria as

    aulas práticas com utilização de espécimes, para observação de estruturas internas (quando

    possível) e externas. Os animais observados em lupas, e logo após a observação os

    professores faziam desenhos esquemáticos dos espécimes observados. Depois da realização

    das aulas práticas havia um momento de contextualização, onde professores compartilhava

    suas experiências com relação aos Filos estudados.

    Aulas de Campo realizadas nas imediações da universidade, onde foram mostrados

    técnicas de coletas de fácil execução, com material simples e acessível.

    Foram realizados em 2013, aulas nas escolas em que os professores trabalhavam, com

    a mesma metodologia aplica nos cursos, aulas teóricas e práticas, com observação dos

    espécimes e posteriormente a contextualização.

  • 23

    3.2 Metodologia da Pesquisa

    Para o levantamento de dados necessários à realização deste trabalho, optamos pela

    utilização de análise dos questionários, roteiros, listas de frequência memória fotográfica dos

    cursos e depoimentos de extensionistas participantes, aplicados nos cursos realizados em 2011

    e 2013.

    Os questionários foram aplicados no inicio de ambos os cursos, com a finalidade de

    conhecer o perfil dos professores participantes. Os questionários abordaram os seguintes eixos

    temáticos: perfil dos professores, formação acadêmica, metodologia de ensino, realização de

    aulas práticas e dificuldades na realização das aulas práticas. Eram compostos por perguntas

    objetivas com alternativas e perguntas abertas onde os professores poderiam relatar sua

    percepção.

    Foi realizada a análise dos roteiros, onde se observou os conteúdos aplicados durante

    as aulas. As listas de frequência para a observação da assiduidade na participação dos cursos e

    a memória fotográfica onde se tem os registros de algumas atividades realizadas.

    Portanto a pesquisa deste trabalho foi qualitativa, onde não se preocupa com

    representatividade numérica e sim com aspectos da realidade, a compreensão profunda do

    problema estudado (GERHARDT & SILVEIRA, 2009).

  • 24

    4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

    Em 2011 a divulgação do curso foi feita através da secretaria de educação do

    município de Patos, sendo divulgada na rádio local e oferecida uma lista das escolas da rede

    municipal de ensino, onde a coordenadora do curso junto com a equipe executora do projeto

    visitaram tais escolas, sendo distribuídos panfletos e a fichas de inscrição aos professores do

    7º Ano do Ensino Fundamental. O curso ocorrido no ano de 2013 foi divulgado na Secretaria

    de Educação do Município de Patos e na Secretaria Estadual de Educação da Paraíba. A

    Secretaria de Educação do Município de Patos organizou uma reunião em suas instalações

    para ser apresentado o projeto aos professores de ciências.

    As inscrições foram feitas por meio de telefone e email, no total de 22 inscrições,

    sendo 11 os participantes que continuaram ate o final em 2011 e 18 inscrições em 2013, 10

    compareceram até o final do seu desenvolvimento.

    No primeiro dia de curso, foi aplicado questionário para conhecer o perfil dos

    professores, quanto a sua formação acadêmica, sua metodologia, realização de aulas práticas

    de Zoologia e quais as dificuldades para realizar tais aulas.

    Em ambos os cursos houve interesse na busca pelo aperfeiçoamento dos professores

    da rede municipal e no segundo inclusive da rede estadual de Patos, no entanto, dos

    professores inscritos metade permaneceram até o final. Dentre as justificativas para a ausência

    dos demais está que aos sábados os professores realizam outras atividades, como

    especializações, ou mesmo as atividades competentes a seu cargo de professores como

    elaboração de material, correção de atividades entre outros, e atenção a família, já que o curso

    se desenvolvia aos sábados. Mesmo assim considerou-se satisfatório que metade dos

    professores tenham superado tais dificuldades e o interesse em aprender tenha sido maior.

    Dos 11 professores participantes de 2011, 73% apresentaram formação na área de

    Biologia, os demais 27% tinham outras formações acadêmicas. Já em 2013 o perfil dos

    professores 67% tinham formação na área de Ciências biológicas, e 33% nas demais áreas

    (Figura 1).

  • 25

    Figura 1: Formação dos professores inscritos no curso “Ensino de Ciências e Biologia: valorizando práticas e

    coleções didáticas no estudo de Zoologia do ensino fundamental e médio” realizados no campus do CSTR,

    UFCG de junho a dezembro de 2013.

    Quanto a formação acadêmica dos professores, ainda existem profissionais atuando no

    ensino de ciências sem a devida formação acadêmica o que eleva a importância desse tipo de

    curso, não só como metodologia, mas como forma de conhecimento básico à aqueles que

    estão ensinando Zoologia na rede municipal de Patos. De fato, diante de tantos desafios

    propostos aos professores o momento requer do educador um conhecimento teórico e

    metodológico assim como uma dedicação para uma constante atualização, uma vez que os

    desafios são agravados quando tais profissionais possuem deficiências em sua graduação

    (LIMA & VASCONCELOS, 2006).

    No curso de 2011 todos os professores que frequentavam o curso eram da rede

    municipal de ensino. Já em 2013, 14 professores eram do município, duas de escolas estaduais

    e duas do SESI. Alguns desses professores trabalhavam em varias escolas para fechar suas

    cargas horárias semanais.

    A resposta sobre metodologia utilizada em sala de aula no componente curricular de

    ciências foi de que 60% que não realizava aulas práticas.

    A justificativa dada pelos professores para a não realização de aulas práticas as

    justificativas variaram entre nunca terem tido aulas práticas durante sua formação, até o fato

    de não haver estrutura e materiais na escola para tais atividades, pois somente 20% das

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    Biologia Pedagogia Engenharia

    florestal

    Medicina

    Veterinária

    Fisica Geografia

    Po

    rcen

    tag

    em

    Aréa de formação dos professores

  • 26

    escolas havia laboratório para o Ensino de Ciências. No entanto, ao final do curso saíram

    convencidos de que nem todas as aulas práticas ou de campo, necessitam de um laboratório

    ou de grande logística para sua realização.

    As aulas foram ministradas na Universidade Federal de Campina Grande no Centro de

    Saúde e Tecnologia Rural, mensalmente, aos sábados, com inicio as 08:00 hs e termino as

    17:00 hs, com intervalo para almoço, com o total de 40 hs aulas, divididas em teórico (30%) e

    prática (70%) com a participação do professor coordenador e alunos bolsistas e voluntários.

    No primeiro encontro, foi aplicado um questionário para o conhecimento do perfil e

    estratégias de ensino utilizado pelos professores envolvidos.

    As aulas teóricas, também ministradas no ambiente de laboratório, foram executadas

    pelos extensionistas (bolsista e voluntários) assim como o coordenador, com utilização de

    projetor multimídia e quadro branco, havendo discussão de conteúdos em nível de graduação

    e em nível básico (fundamental e médio) seguindo os critérios evolutivos, levando no máximo

    10 minutos de duração (Figura 2 e 3).

    Figura 2. Desenvolvimento de aulas teóricas, no CSTR, UFCG, Patos, PB, em junho de 2011 no ambiente de

    laboratório: (A) uso de quadro branco; (B) uso projetor multimídia.

    A B

  • 27

    Figura 3: Aulas teóricas no Laboratório de Microscopia da UFCG-CSTR, durante o curso realizado em 2013.

    Com auxilio do multimídia (A) e do quadro branco (B).

    As aulas práticas foram realizadas no Laboratório de Microscopia da UACB e no

    Laboratório de Preparação de Material Zoológico da UACB (Figura 4), seguindo roteiros

    impressos, bibliografia específica, técnicas de coleta e conservação apropriadas, com a

    utilização de roteiros, os participantes eram orientados a observação dos espécimes na lupa,

    observando estruturas externas, internas, específicas do espécime conservado (Araujo, 2001).

    Após a realização das aulas práticas os professores faziam desenhos esquemáticos das

    estruturas observadas, seguido de uma contextualização, onde todos falavam se já conheciam

    o Filo estudado, se já tinham realizado aulas práticas com tais Filos (Figura 4).

    A B

  • 28

    Figura 4. Aulas práticas com elaboração de desenhos esquemáticos, observação da morfologia externa e interna

    de diferentes grupos de invertebrados, no laboratório de microscopia, no CSTR, UFCG, Patos, PB em setembro e

    outubro de 2011.

  • 29

    Figura 5: Aulas práticas no Laboratório de Microscopia da UFCG-CSTR, realizadas no curso “Ensino de

    ciências e biologia valorizando práticas e coleções didáticas no estudo de Zoologia do ensino fundamental e

    médio” em 2013. Com auxílio dos estereomicroscópio óptico (lupa) (A), microscópio (B) para observações

    externas (C) e especificas (D) aos espécimes conservados em álcool.

    Uma atividade que chamou atenção e teve aprovação dos professores foi a montagem

    do terrário e do minhocário, pelo aprendizado e facilidade de execução pois o mesmo é de

    baixo custo financeiro, de fácil manutenção, proporciona a possibilidade de abordar vários

    conteúdo como os aspectos da ecologia, do comportamento animal e ainda o ciclo da água

    (Figuras 6 e 7).

    A B

    C D

  • 30

    Figura 6. Montagem de terrário no laboratório de Preparação de Material Zoológico da UACB, no CSTR,

    UFCG, Patos, PB em outubro de 2011.

    Figura 7: Montagem do minhocário no Laboratório de Preparação Zoológica, no curso realizado em 2013.

    A

  • 31

    Foram realizadas aulas de campo nas mediações da UFCG-CSTR (Figura 5 e 6),

    empregando diferentes técnicas de coleta de indivíduos, sempre relacionando sua presença

    com os ambientes em que se encontravam. Assim como as adaptações adquiridas ao longo do

    tempo.

    Os educandos declararam a necessidade de experimentar a ciência, de relacionar as

    suas atividades com a realidade para enxergar a ciência ao seu redor. Todos afirmaram ao

    final que estavam preparados para o desafio de incluir aulas em campo, mesmos sendo no

    pátio da escola ou arredores, e de aulas práticas com observação de exemplares de coleção,

    que seriam feitas ou emprestadas.

    Figura 8. Desenvolvimento de aulas práticas em campo no CSTR, UFCG, Patos, PB, em junho e outubro de

    2011: (A) e (B) observação do ambiente externo com ênfase na diversidade biológica; (C) e (D) coleta de

    animais com o uso de diferentes técnicas.

    A B

    C D

  • 32

    Figura 9: Aula de campo nas proximidades da UFCG-CSTR, julho e novembro de 2013, com observaçoes do

    ambiente e utilização de tecnicas específicas para coleta e conservaçao, com pinças (A) e (B), rede de varedura

    (C) e rede entomológica (D).

    No curso realizado em 2013, durante o mês de outubro, foram ministradas aulas nas

    escolas (Tabela 1 e Figura 5) em que os professores participantes do curso trabalhavam com a

    finalidade de observar a viabilidade da prática na escola e a reação dos alunos. O conteúdo era

    escolhido pelo professor participante de acordo com o conteúdo que estava sendo ministrado

    na escola. As aulas práticas e teóricas ministradas nas escolas mostraram mais uma vez a

    importância do desenvolvimento destas no ambiente dos mesmos. A curiosidade, o interesse

    pela aula tornou-se nítido nos próprios professores e nos seus educandos, sendo também de

    grande aprendizado para os alunos extensionistas. Considerou-se este como um ponto

    culminante do curso.

    A B

    C D

  • 33

    Tabela 1: Cronograma das aulas nas escolas de ensino fundamental e médio do município de Patos, ministradas

    pelo grupo do projeto de extensão “Ensino de Ciências e Biologia: valorizando práticas e coleções didáticas

    no estudo da zoologia do ensino fundamental e médio”, durante o mês de outubro de 2013.

    DATA ESCOLA

    08/10 Escola Municipal de Ensino Fundamental Alírio Meira Wanderley,

    município de Patos.

    10/10 Escola Municipal de Ensino Fundamental José Permino Wanderley, Santa

    Gertrudes município de Patos.

    11/10 Escola Municipal de Ensino Fundamental Aristides Hamad Timene,

    município de Patos.

    16/10 Serviço Social da Industria – SESI, município de Patos

    17/10 CIEP III Firmino Ayres, município de Patos

    17/10 Escola Municipal de Ensino Fundamental Monsenhor Manoel Vieira,

    município de Patos.

    18/10 Escola Municipal de Ensino Fundamental Inst. Dr. Dionísio da Costa,

    município de Patos.

  • 34

    Figura 7: Aulas ministradas na Escola Municipal de Ensino Fundamental José Permínio Wanderley de Santa

    Gertrudes município de Patos (A) e (B) e no SESI (C) e (D), em outubro de 2013, com intuito de proporcionar

    aos alunos observações as espécies reforçando a aprendizagem através das práticas.

    Do início das inscrições, dos cursos, ao termino, foram realizadas reuniões semanais,

    com a coordenadora do projeto e a equipe executora formada por alunos do curso de Ciências

    Biológicas, para planejamento, preparação das aulas teóricas e práticas a serem ministradas, e

    organização do material a ser utilizado. Inicialmente as reuniões serviriam para apresentação

    do projeto e as metodologias a serem seguidas.

    A partir de então nas reuniões semanais ocorria a distribuição das tarefas para os

    integrante da equipe, onde cada um deveria ser responsável pela elaboração do roteiro da aula

    a ser ministrada pelo mesmo, bem como a organização dos espécimes conservados para as

    aulas práticas relacionados aos assuntos que lhe cabia. As aulas, os roteiros e os materiais a

    serem utilizados sempre eram avaliados pela coordenadora do projeto na semana anterior de

    sua execução. Na semana seguinte as aulas eram feita avaliação do desempenho de cada

    extensionista, para aprimoramento do desempenho na execução do trabalho e alcance dos

    objetivos traçados.

    A B

    D C

  • 35

    Em todas as aulas foi observado o empenho e o desejo de aprender dos professores,

    por isso que teve como principal resultado as mudanças de metodologias aplicadas em suas

    aulas, com o retorno positivo dos alunos. Mesmo com a falta de laboratórios, ou de matérias

    para desenvolvimento de aulas práticas, eles aprenderam a desenvolver tais aulas de acordo

    com a sua realidade.

    As aulas teóricas e práticas ocorreram mensalmente, com os conteúdos seguindo a

    escala evolutiva. Seguiu-se um cronograma conforme as Tabelas 1 e 2.

    Tabela 1. Cronograma e programa dos assuntos estudados pelos extencionistas e coordenadora durante o curso

    de extensão “A prática no ensino de Ciências do 7º Ano do ensino fundamental e o uso de coleções didáticas”,

    em 2011.

    Data Assuntos

    04/06 Diversidade animal; Filos Protozoa e Porifera

    13/08 Texto de Paulo Freire; Elaboração de Roteiros; Filos Cnidaria, Platelmintes, Nematoda, e

    Mollusca (Gastropoda e Bivalvia)

    03/09 Filos Mollusca (Cephalopoda), Annelida, Arthropoda (Crustacea, Aracnida, Myriapoda)

    08/10 Montagem de Terrário; Arthropoda/Insecta: Coleta e Ordens Lepiodoptera, Coleóptera,

    Díptera, Hymenoptera, Hemiptera, Odonata e Orthoptera

    03/12 Filo Echinodermata; Evolução dos vertebrados; Chordata (peixes, anfíbios, répteis, aves e

    mamíferos)

    Tabela 2: Cronograma e programa do assuntos trabalhados pelos extensionistas e coordenadora do Curso de

    extensão “Ensino de Ciências e Biologia: valorizando práticas e coleções didáticas no estudo da zoologia do

    ensino fundamental e médio”, em 2013.

    Data Programação

    13/07 Aplicação de questionários, saída de campo, introdução à diversidade animal, aula teórica

    sobre a elaboração de Roteiros. Inicio dos conteúdos com aulas teóricas e práticas sobre os

    Filos Protozoa e Porifera.

    17/08 Montagem do minhocário e aulas sobre os Filos Cnidaria, Platelmintes, Nematoda,

    Mollusca (Gastropoda e Bivalvia) (Cephalopoda) e Annelida.

    14/09 Introdução ao Filo Arthropoda, aulas teóricas e práticas sobre os Subfilos de Arthropoda

    (Crustacea, Aracnida, Myriapoda) e montagem de terrário.

    23/11 Aulas sobre as ordens de Insecta/Arthropoda: Lepidoptera, Coleoptera, Díptera,

    Hymenoptera, Hemiptera, Odonata, Mantodea e Orthoptera.

    07/12 Aulas sobre os Filo Echinodermata, introdução a evolução dos vertebrados, aulas sobre o

    filo Chordata (peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos)

  • 36

    A memória dos cursos registrou não só o desenvolvimento de nossas atividades no

    momento de sua realização, mas também o empenho e o envolvimento de todos os

    participantes.

    Os extensionistas tiveram a oportunidade de crescimento, de experiência, e também de

    aprendizado junto aos educandos. Segundo seus próprios depoimentos, demonstraram a

    intenção de incluir as práticas nas suas aulas quando profissionais e que estas são possíveis

    mesmo em estruturas simples e com o improviso de materiais, isto pelo entusiasmo observado

    nos alunos.

    Conforme os depoimentos abaixo, a participação dos alunos do Curso de Ciências

    Biológicas nos referidos cursos de extensão, significou crescimento em diversos aspectos

    como os conteúdos aprendidos, nas metodologias para aulas teóricas e práticas, na utilização

    de matérias, no aprender a se avaliar e renovar sua prática pedagógica.

    EXTENCIONISTA 1: “Participar desse curso foi de grande importância para mim

    enquanto aluna de licenciatura, pois me ofereceu a oportunidade de preparar aulas abordando

    grupos de animais, apresenta-las para os professores participantes e ser avaliada. Da mesma

    forma foi muito vantajoso participar da execução de aulas práticas, visto que atualmente os

    professores de escolas públicas utilizam precariamente este tipo de aula e com isto, aprendi

    que estas são fundamentais no processo ensino-aprendizagem. Esse curso além de contribuir

    para minha formação, enquanto futura professora de biologia, me promoveu uma experiência

    única de troca de conhecimentos, sobretudo a aquisição de novos. As metodologias aplicadas

    durante curso foram interativas e eficientes, desta forma, estas são apropriadas para abordar o

    estudo dos animais, certamente, as utilizarei futuramente em sala de aula”.

    EXTENCIONISTA 2: “O referido curso de extensão contribuiu bastante com a minha

    formação, pois constituiu um contato com o campo docente ao envolver preparação e

    apresentações de aulas teóricas sobre os vários conteúdos de Zoologia, como também

    preparação de materiais didáticos para trabalhar cada conteúdo em aulas práticas. Representou

    uma forma de complementação dos conteúdos vistos nas aulas do próprio curso de Biologia,

    fazendo-nos compreender melhor na prática, principalmente as relações e características

    evolutivas dos animais, o que é de grande importância, pois dominar tais conteúdos significa

    passar confiança para os alunos e contribuir com o conhecimento destes, assim como

    despertar neles o interesse pelas aulas, tornando-as mais didáticas. Portanto, todos os métodos

    vistos durante o curso deveriam sim ser utilizados em sala de aula pelos futuros e atuais

    professores que participaram do mesmo, inclusive eu”.

  • 37

    EXTENCIONISTA 3: “O Projeto de Extensão Ensino de ciências e biologia foi algo

    que só veio a acrescentar na minha vida acadêmica e profissional. Hoje atuando como

    Professora de ciências, vejo cada vez mais a necessidade de está buscando novos métodos que

    auxiliem no aprendizado do aluno, e uma das alternativas para facilitar o ensino de ciências

    são as aulas práticas, pois o aluno aprende a relacionar o aprendizado da teoria com a prática.

    Posso considerar esse projeto como uma experiência única vivida enquanto estudante de

    biologia. Espero que um dia projeto continue e eu esteja não como voluntária e sim como uma

    dos participantes!”

  • 38

    8 CONSIDERAÇÕES FINAIS

    Houve interesse da maioria dos professores do ensino básico de Patos participantes do

    curso pelo aperfeiçoamento de suas práticas pedagógicas;

    As dificuldades para a adoção de aulas práticas inicia na própria formação do

    professor de ensino básico e médio, seja pelo baixo nível de conhecimento como pela

    formação fora área;

    Houve curiosidade e entusiasmo dos alunos e professores frente as aulas levadas para

    as escolas.

    As aulas práticas de zoologia me mostraram serem viáveis com materiais

    improvisados e estrutura mínima. A metodologia foi eficiente para atrair os alunos, para

    melhorar sua aprendizagem enquanto cidadãos mais conscientes do seu meio.

    Como extensionista voluntaria no curso de extensão realizado em 2013, foi

    fundamental importância para mim essa colaboração nos cursos, pois me descobri a minha

    identidade como profissional, o ser professor, o querer uma prática pedagógica que esteja de

    acordo com a realidade dos meus educandos e ao mesmo tempo trazer a ciência, o fazer

    científico para dentro das salas de aula. Estimular os alunos a pensar e a querer conhecer o

    nosso meio. Eu percebi que as aulas de Zoologia é muito mais que teoria e mostrar espécimes,

    é ter um olhar detalhado nos ambientes, conhecer as estruturas dos animais, sua função na

    natureza, filogenia e estimular os alunos nesse querer científico.

  • 39

    9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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    da Unijuí, Ijui, Rio Grande do Sul.

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    GUERRA, R. A.T (Org.). Ciências Biológicas, cadernos CB virtual 5. João Pessoa: Ed.

    Universitária. 2010. 59p.

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