UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE … · Filho, Roberto Jorge Lucena Ponciano Perfil...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS CAMPUS PATOS PB PERFIL DOS ALUNOS E PROFESSORES DA EJA NO ENSINO FUNDAMENTAL II DO MUNICÍPIO DE PATOS - PB ROBERTO JORGE LUCENA PONCIANO FILHO PATOS PB 2015

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

    CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL

    UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

    CAMPUS PATOS – PB

    PERFIL DOS ALUNOS E PROFESSORES DA EJA NO ENSINO FUNDAMENTAL

    II DO MUNICÍPIO DE PATOS - PB

    ROBERTO JORGE LUCENA PONCIANO FILHO

    PATOS – PB

    2015

  • ROBERTO JORGE LUCENA PONCIANO FILHO

    PERFIL DOS ALUNOS E PROFESSORES DA EJA NO ENSINO FUNDAMENTAL

    II DO MUNICÍPIO DE PATOS – PB

    Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Licenciatura Plena em Ciências Biológicas, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Campus Patos – PB, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Licenciado Pleno em Ciências Biológicas.

    Orientador: Prof. Dr. Carlos Eduardo Alves Soares

    PATOS – PB

    2015

  • FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA DO CSTR

    F478p

    Filho, Roberto Jorge Lucena Ponciano

    Perfil dos alunos e professores da EJA no ensino fundamental II do município de Patos - PB / Roberto Jorge Lucena Ponciano Filho. – Patos,

    2015.

    37f.: il. color.

    Trabalho de Conclusão de Curso (Ciências Biológicas) - Universidade Federal de Campina Grande, Centro de Saúde e Tecnologia Rural, 2015.

    “Orientação: Prof. Dr. Carlos Eduardo Alves Soares”

    Referências.

    1. Formação. 2. Educação. 3. Ensino. 4. Ciências.

    5. Juvenilização. I. Título.

    CDU 374.7

  • DEDICATÓRIA

    Dedico este trabalho a Deus, por me guiar nos

    caminhos da vida sempre com força, saúde e

    sabedoria, aos meus pais Roberto e Dora, por serem

    meus maiores incentivadores de fé e educação, bem

    como a minha fonte de inspiração, meu amor

    Rivânia Coelle.

  • AGRADECIMENTOS

    Em primeiro lugar a Deus, por sua grandeza e bondade em me proporcionar

    tudo que necessito para encarar está oportunidade de vivenciar e vencer este

    obstáculo.

    Aos meus pais, pela educação, base para tudo em minha vida, pela força e

    incentivo em almejar este momento, além do amor e dedicação a mim empenhados.

    Ao meu grande professor e orientador Dr. Carlos Eduardo, pelo enorme

    auxílio, apoio e incentivo com sua rica sabedoria e que de hoje em diante se tornou

    não só um amigo, mas um pai na ciência para a vida inteira.

    Ao pessoal das Escolas Municipais de Patos/PB, pela disponibilidade e

    ajuda no desenvolvimento e concretização deste trabalho.

    Aos meus amigos que comigo compartilharam grandes momentos durante

    todo o período acadêmico.

    E a minha linda e dedicada namorada, que sempre esteve ao meu lado me

    estimulando a lutar e correr atrás dos meus sonhos.

  • EPÍGRAFE

    “A alegria não chega apenas no encontro do achado,

    mas faz parte do processo de busca. E ensinar e

    aprender não pode dar-se fora da procura, fora da

    boniteza e da alegria (Paulo Freire)”.

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 1 – Adaptado para identificar a distribuição/localização geográfica das escolas localizadas no município de Patos-PB..........................................................16 Figura 2 – Livros didáticos para EJA utilizados na Rede de Ensino Municipal de Patos/PB.....................................................................................................................18 Figura 3 – Demonstrativo por etnias dos alunos.......................................................19 Figura 4 – Faixa etária dos alunos matriculados na EJA em escolas do município de Patos-PB....................................................................................................................20 Figura 5 – Fase em que o aluno interrompeu os estudos.........................................20 Figura 6 – Motivos apontados pelos alunos para deixar os estudos durante o tempo regular........................................................................................................................21 Figura 7 – Idade com que iniciou a vida profissional.................................................21 Figura 8 – Situação profissional dos alunos do EJA no ensino municipal de Patos/PB.....................................................................................................................22 Figura 9 – Conhecimento dos alunos matriculados em EJA sobre quais disciplinas compõem as Ciências Naturais..................................................................................22 Figura 10 – Frequência da escolha das disciplinas que compõe as Ciências Naturais......................................................................................................................23 Figura 11 – Preferência dos Professores entre as disciplinas que compõe as Ciências Naturais.......................................................................................................25 Figura 12 – Disciplinas que compõem as Ciências Naturais apontadas pelos Professores com maior grau de dificuldade para ensino em sala de aula.................26

  • LISTA DE QUADROS

    Quadro 1 – Histórico das Políticas Educacionais para Jovens e Adultos no Brasil...........................................................................................................................13 Quadro 2 – Principais Políticas Educacionais para jovens e adultos no período de 2000 a 2014................................................................................................................14 Quadro 3 – Escolas com oferecimento de EJA no município de Patos-PB..............16

  • LISTA DE TABELAS

    Tabela 1 – Número de alunos por gênero nas escolas pesquisadas........................17 Tabela 2 – Frequências (%) das relações de outras disciplinas com as disciplinas de Ciências Naturais.......................................................................................................24

  • SUMÁRIO

    RESUMO................................................................................................................. 10

    ABSTRACT ............................................................................................................. 11

    INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 11

    ENSINO DE JOVENS E ADULTOS ....................................................................... 13

    PESQUISA .............................................................................................................. 15

    Classificação e Natureza da Pesquisa ................................................................ 15

    Coletas e Análise dos Dados ............................................................................... 16

    RESULTADO E DISCUSSÃO ................................................................................ 17

    Avaliação do Material Didático Utilizado na Disciplina de Ciências Naturais da EJA ............................................................................................................................. 17

    Perfil dos Alunos da EJA e sua Relação com a Disciplina de Ciências Naturais. 18

    Perfil do Professor de Ciências Naturais da EJA ................................................. 25

    CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 27

    REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 28

    APÊNDICE .............................................................................................................. 29

    ANEXO ................................................................................................................... 31

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    Perfil dos Alunos e Professores da EJA no Ensino Fundamental II do Município de Patos - PB

    Profile of Students and Teachers in the EJA Elementary School II Ducks County - PB

    Resumo

    A interação entre ciência, tecnologia e sociedade faz parte do processo efetivo de educação constante, que deve estar sempre em evolução para a criação de habilidades e valores, a fim de desenvolver a formação do cidadão para então introduzi-los na sociedade com o mínimo de formação básica e técnica. A Educação de Jovens e Adultos (EJA) surgiu com o intuito de desenvolver essa formação do cidadão e no Brasil desde sempre foi associada à escolaridade compensatória voltada para indivíduos que não tiveram acesso à Escola no período regular. O perfil dos alunos matriculados na EJA e o perfil dos professores de Ciências envolvidos no ensino de jovens e adultos, nas quatro escolas com oferta da EJA município de Patos-PB, mostram-se como objetivo deste trabalho, bem como, a relação destes com a disciplina de Ciências Naturais e suas interações e influências no cenário social e cultural do aluno. Para tanto foi realizada uma pesquisa quantitativa e qualitativa, com amostra de população, onde alunos e professores aceitaram participar, de forma voluntária, de entrevistas gravadas em áudio e questionários acordados pelo Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE. Na avaliação do material didático, foi observado que os livros utilizados atenderam as Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos. O perfil do aluno firmou uma tendência a juvenilização, mas um forte interesse pelas Ciências, tendo 45% destes com faixa etária entre 18 e 25 anos e 19% de menores de 18 anos, com uma maioria de 95% afirmando gostar de Ciências Naturais. Para os professores, apesar das dificuldades encontradas, mostrou-se equilíbrio no interesse pelas disciplinas das Ciências Naturais, com destaque para a Biologia com 40% das escolhas. De acordo com a análise realizada, concluo que há uma fragilidade do ensino de jovens e adultos no tocante aos problemas vivenciados e a “vitimização” dos professores e alunos acometidos pelo próprio sistema de ensino que se mostraram diretamente influenciáveis a condição destes sujeitos.

    Palavras-chave Formação. Educação. Ensino. Ciências. Juvenilização.

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    Abstract

    The interaction of science, technology and society is part of the actual process of constant education that must be always evolving for the creation of skills and values in order to develop the citizen formation and then bring them into the society with minimal basic and technical training. The EJA - Educação de Jovens e Adultos (Youth and Adult Education) came up with the intention of developing the training of citizens, and in Brazil, it has always been associated with compensatory education focused on individuals who didn't have access to school in the regular period. The profile of these students enrolled in EJA and the profile of the science teachers involved in the youth and adult teaching, on the four schools with the support offered by the EJA of Patos city, Paraíba, were shown as objective of this work, as well as their relation with the discipline of Natural Sciences and their interactions and influences in the social and cultural background of the student. Therefore, a quantitative and qualitative research was conducted, with population sample where students and teachers agreed to take part through voluntary way, interviews recorded in audio and questionnaires agreed by the TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (the Informed Consent Form). In the evaluation of the didactic material, it was observed that the books used responded the Curriculum Guidelines of the young and adults. The profile of the student signed a tendency to juvenilização, but a strong interest in science, having 45% of those aged between 18 and 25 years and 19% of people under 18, with a majority of 95% affirming to like Natural Science. For the teachers, despite the difficulties faced, it had a balancing in the interest in the disciplines of Natural Sciences, especially Biology with 40% of the choices. According to the analysis performed, I conclude that there is a fragility of the Youth and Adults Education regarding the problems experienced and the "victimization" of teachers and students affected by the own education system that were directly influenced.

    Keywords Training. Education. Teaching. Sciences. Juvenilization.

    Introdução

    A condição de vida da sociedade atualmente encontra-se atrelada diretamente às interações culturais, políticas e históricas, neste sentindo, os mesmos são influenciados também na formação da consciência crítica. Hoje a necessidade de constantes mudanças, com o propósito de evolução, desenfreou uma elevada produção científica e tecnológica no mundo, denotando a fragilidade de parte da sociedade em acompanhar o ritmo das transformações. Nessa perspectiva, o dever de propor interação entre ciência, tecnologia e sociedade faz parte do processo efetivo de educação constante, e esses fatos compõem um debate democrático a fim de um mundo mais justo, sustentável, igualitário, digno e solidário, e do qual ainda faz parte o desenvolvimento de habilidades e valores.

    Seguindo o pensamento inicial de Paulo Freire a Educação de Jovens e Adultos (EJA) surgiu com o intuito de desenvolver a formação do cidadão, oferecendo além dos conhecimentos com base em diversos componentes curriculares, experiências novas na vida das pessoas. No Brasil, a EJA desde seu princípio é associada à escolaridade compensatória, visando oferecer uma ferramenta efetiva de educação, a mesma resgata aqueles alunos fora do tempo

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    regular de ensino e os introduz na sociedade com a formação básica, pensamento crítico e conhecimento científico.

    Assim como as demais modalidades da educação básica, a EJA sofre com o tradicionalismo da sala de aula e com a falta de capacitação de seus profissionais, gerando um aprendizado passageiro, fugindo do que sugere os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), onde é realçada a medida de ultrapassar os limites do ensino comum, baseado no acumulo de conceitos e classificações que fogem da vivência do aluno. O problema da EJA é realçado com um constante déficit de matrículas acometido por uma série de fatores, que vão além da falta de profissionais capacitados, de um projeto político-pedagógico efetivo e de recursos financeiros para a manutenção estrutural e profissional.

    Com a EJA sendo bastante questionado no cenário atual da educação brasileira, tomamos como alicerce para este trabalho, buscando compreender as atuais políticas brasileiras para o ensino de jovens e adultos, sobretudo conhecer o cenário do ensino das Ciências e como a mesma tem influência na formação social dos alunos adeptos ao EJA.

    A busca pelo conhecimento desse cenário inserido num mecanismo de educação, que tem como objetivo resgatar indivíduos que não tiveram acesso à escola no período regular e reintroduzi-los na sociedade com formação básica e técnica, é de extrema importância para tornar público sua efetividade ou fragilidade e propor medidas que venham contribuir, como complemento ou suplemento, ao ensino das Ciências na EJA.

    As atenções da educação, principalmente no que diz respeito ao ensino de Ciências estão voltadas para a transmissão de um conhecimento complexo à ideia de cidadania no cenário social e cultural do alunado: em detrimento da didática tradicional dos professores que tentam trabalhar com uma visão interdisciplinar, com a finalidade de entrelaçar o aprendizado obtido na sala de aula com o dia a dia acometido na sociedade. De acordo com Pompeu e Zimmermann (2009), o ensino de Ciências1 que está encarregado de transmitir um conhecimento complexo e muitas vezes técnico, não presente no cenário social e cultural dos alunos, acaba por se tornar um aprendizado esquecido ao tempo implicando na constante necessidade de rever este cenário da educação brasileira.

    Um ponto que se projeta dessa problemática é desconhecer o perfil do aluno da EJA e sua relação com o ensino de ciências, bem como os processos de ensino-aprendizagem que os acometem no dia-a-dia. A escolha e importância de abordar o tema desta pesquisa vêm a tratar-se sobre o ensino de Ciências através da EJA, e suas implicações e abordagem na vida em coletividade e na qualidade de vida de cada cidadão, que adquirindo o conhecimento básico na escola compreenderão melhor sobre os avanços da ciência e tecnologia.

    Portanto o presente estudo se propôs, de forma quantitativa e qualitativa, a conhecer o perfil dos Alunos matriculados na EJA do município de Patos-PB e o perfil dos Professores de Ciências, que executam suas funções, nas escolas com oferecimento da EJA no município de Patos-PB, bem como, a relação destes com o ensino das Ciências Naturais, analisando os livros didáticos e conteúdos utilizados no processo de ensino-aprendizagem, junto a suas interações e influências no cenário social e cultural do aluno.

    1 O termo Ciências será compreendido nesse estudo como o conjunto das disciplinas: Ciências Naturais para o

    ensino fundamental, como também Física, Química e Biologia para o ensino Médio.

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    Ensino de Jovens e Adultos

    A Educação Brasileira evoluiu em rupturas que marcaram épocas e sua história teve início logo com a chegada dos portugueses ao território nacional. Os jesuítas trouxeram não somente a cultura, mas os costumes e à religiosidade européia; causaram também os métodos de ensinos pedagógicos que sobreviveram por 210 anos, até o momento de suas expulsões. A vinda da Família Real para o Novo Mundo permitiu uma nova transformação, mas a educação por aqui continuou em plano secundário. Por todo o Período Imperial, pouco se fez e o que foi realizado desagradou a muitos, que reclamavam de sua má qualidade. A Proclamação da República reformulou várias mudanças que pudessem proporcionar novas transformações, mas a educação brasileira continuou em processo morno de evolução, nada que fosse expressivo ou exemplar. Até os dias de hoje, constantemente, o planejamento educacional sofre alterações, mas a educação continua a ter as mesmas características, um oferecimento do ensino básico com pouca motivação para os Alunos e Professores (BELLO, 2011).

    “A compreensão dessa realidade levou Paulo Freire, ainda nos anos de 1960, a reconhecer o analfabetismo como uma questão não só pedagógica, mas também social e política, seria uma transformação da sociedade em todos os segmentos, social, político e econômico”, Sousa; Cunha, (2010, p.3). O mesmo recebeu o dever de desenvolver e organizar o primeiro Programa Nacional de Alfabetização de Adultos, mas devido o Golpe Militar em 1964, Paulo Freire foi extraído da missão no trabalho de alfabetização, pois sua iniciativa tinha se tornado uma ameaça à ordem instalada. Alcançando expressivos resultados durante o período em que ficou à frente de projetos voltados à alfabetização de adultos, Paulo Freire reformulou a ideia da educação, que desencadeou posteriormente o Plano Nacional de Alfabetização de Adultos, extinto no decorrer do ano de 164.

    Em 1967, o atual Governo tomou para si o dever da alfabetização de adultos, criando assim o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL), com o foco voltado para uma população com faixa etária de 15 a 30 anos e desenvolvendo uma alfabetização funcional. A partir da década de 70 o MOBRAL se expandiu no território nacional, dando continuidade e propondo uma educação integralizada, com foco na conclusão do antigo curso primário (PORCARO, 2013).

    A recente história do Brasil está repleta de iniciativas de combate ao analfabetismo (Quadro 1).

    Quadro 1 – Histórico das Políticas Educacionais para Jovens e Adultos no Brasil.

    Ditadura Militar Movimento Brasileiro de Alfabetização

    (Mobral) 1967 – 1985

    Período da Redemocratização Cursos Supletivos 1985 – 1996

    Governo Fernando Henrique Cardoso

    Programa Alfabetização Solidária 1996 – Até os dias

    atuais

    Governo Luiz Inácio Lula da Silva Brasil Alfabetizado 2003 – Até os dias

    atuais

    Fonte: Adaptado de Barros (2011)

  • 14

    Diferentes políticas foram tomadas para almejar o abatimento da taxa de analfabetismo entre os brasileiros, independentemente do tamanho da escala, foram colaborando de certa maneira para transformar os 39,6%, de 1960, para aos 9,7%, em 2009 (último ano em que dados oficiais foram disponíveis). Mesmo tendo uma grande redução, o Brasil iniciou à segunda década do século 21 com 14,1 milhões de analfabetos. (BARROS, 2011).

    Para o século 21 na busca de atender a alta demanda das discussões acerca do atendimento aos jovens e adultos foi tomada uma nova postura nas indicações de determinações legais, de 2000 até a presente data (Quadro 2, na íntegra Anexo A), favorecendo um novo ritmo na oferta de escolarização bem como formação profissional a partir das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos. (JARDILINO; ARAUJO, 2014).

    Quadro 2 – Principais políticas educacionais para jovens e adultos no período de 2000 a 2014.

    DETERMINAÇÕES LEGAIS FUNDAMENTOS

    Parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE)/Câmara de Educação Básica (CEB) nº 11, de 10 de maio de 2000.

    Ocupou-se da especificidade das Diretrizes Curriculares Nacionais para EJA.

    Resolução CNE/CEB nº 1, de 5 de julho de 2000.

    Estabeleceu as Diretrizes Curriculares Nacionais para a EJA.

    Parecer CNE/CEB nº 36, de 7 de dezembro de 2004.

    Apreciou a indicação que propõe a reformulação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a EJA.

    Parecer CNE/CEB nº 2, de 16 de março de 2005.

    Apreciou o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem): Educação, Qualificação e Ação Comunitária.

    Lei nº 11.129, de 30 de junho de 2005. Instituiu o Projovem, criou o Conselho Nacional da Juventude (CNJ) e a Secretaria Nacional da Juventude.

    Decreto nº 5.840, de 13 de julho de 2006.

    Instituiu o Proeja.

    Lei nº 11.692, de 10 de junho de 2008. Regulamentou o Projovem.

    Lei nº 11.741, de 16 de julho de 2008. Alterou dispositivos da LDB, com o objetivo de integrar e institucionalizar as ações da Educação Profissional Técnica de nível médio, da Educação de Jovens e Adultos e da Educação Profissional e Tecnológica.

    Parecer CNE/CEB nº 23, de 8 de outubro de 2008.

    Avaliou as Diretrizes Operacionais para a EJA, definindo duração dos cursos, idade mínima para ingresso, idade mínima para a certificação nos exames de EJA e oferta por meio da Educação a Distância.

    Resolução do Conselho Deliberativo do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) nº 51, de 16 de setembro de 2009.

    Dispôs sobre Programa Nacional do Livro Didático para Educação de Jovens e Adultos (PNLD-EJA).

    Parecer CNE/CEB nº 6, de 7 de abril de 2010.

    Revisou o Parecer CNE/CEB nº 23/2008, relativo a Diretrizes Operacionais para a EJA.

    Resolução CNE/CEB nº 3, de 15 de junho de 2010.

    Instituiu as Diretrizes Operacionais para a EJA, definindo duração dos cursos, idade mínima para ingresso, idade mínima para a certificação nos exames de EJA e oferta por meio da Educação a Distância.

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    Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprovou o Plano Nacional de Educação (PNE)

    Fonte: Adaptado de Jardilino e Araujo (2014).

    Para Rocha et. al., (2002) “A falta de recursos financeiros, aliada à escassa produção de estudos e pesquisas sobre essa modalidade, tem contribuído para que essa educação se torne uma mera reprodução do ensino para jovens e adultos”. A educação no mundo inteiro tem evoluído tomando como base a vigência da Declaração Mundial sobre Educação para Todos. O Brasil está aquém do cumprimento deste compromisso e aliado a LDB nº 9.394/96 vem tentando honrar com o mínimo exigível através da EJA – Educação de Jovens e Adultos.

    Para Soares (2007, p.26) “A Educação de Jovens e Adultos representa uma promessa de efetivar um caminho de desenvolvimento de todas as pessoas de todas as idades”. Nessa perspectiva, jovens, adultos e idosos que não tiveram a oportunidade de escolarização regular em seu tempo apropriado terão a possibilidade de desenvolver conhecimentos e habilidades, além de trocar experiências e adquirir acesso a novas culturas.

    “É preciso que a sociedade compreenda que alunos da EJA vivenciam problemas como preconceito, vergonha, discriminação, críticas, dentre tantos outros e que tais questões são vivenciadas tanto no cotidiano familiar como na vida em comunidade” (SOUSA; CUNHA, 2010, p.2).

    A escola de EJA, principalmente a privada, deve ser analisada com cuidado. Reconhecemos que muitos são os fatores que atraem os jovens para ela, principalmente no que diz respeito à agilidade e a rapidez na conclusão dos cursos no convívio mais direto com a diferença na flexibilidade de seus honorários e currículos (BRUNEL, 2004, apud SOARES, 2007, p.26).

    Os jovens e os adultos que optam pelo caminho da escola, escolhem não somente a promoção de seu desenvolvimento pessoal, como também se trata de um processo contínuo de idas e vindas, vitórias e desencontros, motivação e desânimo, num desafio constante e batalhas diárias, para a construção de um projeto de vida.

    Pesquisa

    Classificação e Natureza da Pesquisa

    A pesquisa foi desenvolvida no município de Patos – PB, no período entre o segundo semestre de 2014 e o primeiro de 2015.

    A área de atuação desta pesquisa envolveu quatro escolas da rede Municipal de Ensino de Patos – PB, com 58 alunos e 4 professores participantes de forma voluntaria mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (APÊNDICE A), no turno noturno, como descrito no quadro 3. A pesquisa foi do tipo amostra de população, tendo em vista, o número pequeno de alunos e professores que compreendem este universo das escolas municipais com Ensino de Jovens e Adultos, buscando alcançar 100% dos envolvidos. As turmas foram compostas de forma distintas, com número de alunos frequentes que vão

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    de 1 até 20 em cada série que estão dispostas nas classes de 6ª, 7ª, 8ª e 9ª séries do Ensino Fundamental II.

    Quadro 3 – Escolas com oferecimento de EJA no município de Patos – PB.

    ESCOLAS ENDEREÇO

    E. M. E. F. Anésio Leão/Miguel Mota Rua Euclides Franco, S/N, Vila Cavalcante

    E. M. E. F. Aristedes Hamad Timene Rua José Mendes, S/N, Jardim Guanabara

    E. M. E. F. Monsenhor Manoel Vieira Rua José Satyro Quinho, 171, Monte Castelo

    E. M. E. F. Nabor Wanderley Da Nóbrega Rua João Domingos de Queiroz, S/N, Jardim Queiroz

    Fonte: Secretaria Municipal de Educação – Patos/PB, 2013

    As quatro escolas estão localizadas em quatro distintas regiões da cidade, como mostra o mapa a seguir, favorecendo uma maior acessibilidade à população.

    Figura 1 – Adaptado para identificar a distribuição/localização geográfica das Escolas (Fonte: Google Maps. 2015).

    Coletas e Análise dos Dados

    A pesquisa ocorreu de modo sistematizado com a exploração do sujeito-objeto, a fim de captar com prioridade a fala dos alunos e professores como seres pensantes e críticos do processo de investigação.

  • 17

    Para iniciar a pesquisa foi solicitada autorização às direções das escolas envolvidas por meio de ofício (APÊNDICE B). A pesquisa ocorreu de 26 a 27 de novembro de 2014. A coleta dos dados ocorreu em dois momentos distintos, onde no primeiro momento foram realizadas entrevistas semi-estruturadas gravadas em áudio com os Professores especificamente da disciplina de Ciências das escolas envolvidas com perguntas sobre as escolha, características e uso do material didático, utilizando aparelho Smartphone como ferramenta para a coleta de voz. No segundo momento compreendeu-se na aplicação do questionário com perguntas objetivas e discursivas (Apêndice C) para os Alunos envolvidos e também para os Professores da disciplina de Ciências (Apêndice D).

    A análise dos dados ocorreu de maneira sistemática, subsidiada pelo embasamento teórico e advindo das informações extraídas dos questionários. Posteriormente a coleta dos dados, foram organizados e analisados, todo o material coletado para se chegar à interpretação dos resultados.

    Resultado e Discussão

    O trabalho apresentou um estudo sobre o ensino de jovens e adultos, enfatizando as relações das Ciências Naturais com os perfis dos sujeitos envolvidos, alunos e professores, compartilhando as características e as perspectivas de cada.

    Foram entrevistados um total de 58 alunos, dos quais 55% são de homens e 45% de mulheres, como descrito na Tabela 1.

    Tabela 1 – Número de alunos por gênero nas escolas pesquisadas

    ESCOLAS FEMINO MASCULINO

    E. M. E. F. NABOR WANDERLEY 4 3

    E. M. E. F. ANÉSIO LEÃO 5 6

    E. M. E. F. MONS. MANOEL VIEIRA 10 12

    E. M. E. F. ARISTIDES HAMAD 7 11

    TOTAL POR GENERO 26 32

    TOTAL % 45% 55%

    A pesquisa foi dividida em três dimensões: a – Avaliação do material didático utilizado na disciplina de Ciências Naturais da EJA; b – Perfil dos alunos da EJA e sua relação com a disciplina de Ciências Naturais; c – Perfil do professor de Ciências Naturais da EJA, contemplando estes três fragmentos foi possível elencar as constatações discutidas a seguir.

    Avaliação do Material Didático Utilizado na Disciplina de Ciências Naturais da EJA

    A avaliação do material didático consistiu na comparação de dois livros que se encontram disponíveis na rede de ensino municipal de Patos-PB, são eles, “Alcance EJA” da editora Positivo (A) e “EJA Moderna” da editora Moderna (B). Foi observado que ambos os livros atenderam as Diretrizes Curriculares da Educação de Jovens e Adultos, com vários destaques

  • 18

    para o primeiro (sugestão de páginas web para pesquisa, de atividades práticas e texto complementar). Por outro lado, foram detectadas ausências de assuntos transversais e a presença conceitual de características que projetam a Ciência como imutável. Quando confrontada a opinião dos Professores sobre o uso desses livros, por unanimidade, todos defendem o uso do livro “Alcance EJA”, alegando maior proximidade de seu conteúdo com a realidade social dos alunos. Foi possível observar também durante as visitas às escolas um grande déficit de livros (Figura 2).

    Figura 2 – Livros utilizados na rede de ensino municipal de Patos-PB, A e B. (Fonte: Google Imagens, 2015).

    Perfil dos Alunos da EJA e sua Relação com a Disciplina de Ciências Naturais

    Quando levado em consideração a matriz étnica, predominaram-se os pardos com 46% e brancos com 26%, como está descrito na Figura 3. Os demais, negros com 21%, orientais com 5% e 2% não souberam opinar.

  • 19

    Figura 3 – Demonstrativo por etnias dos alunos.

    A faixa etária mais frequente, como descrito na Figura 4, foi a de 18 a 25 anos com 45% e os menores de idade com 19%, confirmando a juvenilização do EJA que já tem se projetado em outros trabalhos da área.

    Conhecido como “juvenilização da EJA”, este fenômeno, intensificado nos últimos anos, pode ser confirmado nos dados informados pelas escolas, às secretarias de educação que atuam nesta modalidade de ensino, nos âmbitos municipal ou estadual. A juvenilização da EJA marca o ingresso de alunos e alunas jovens em classes majoritariamente noturnas, antes pensadas para atender o estudante adulto (JARDILINO; ARAUJO, 2014, p. 181).

    As demais faixas, de 26 a 36 e de 37 a 48 anos compuseram 17% cada, já a faixa etária dos acima de 49 anos compreendeu apenas 2% (Figura 4).

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    ro d

    e a

    lun

    os

  • 20

    Figura 4 – Faixa etária dos alunos matriculados na EJA em escolas do município de Patos-PB.

    A grande maioria, 65% destes alunos, abandonou ou foram transferidos ao EJA entre a 5ª e 8ª série do segundo seguimento fundamental, enquanto que 35% deixaram o ensino durante o tempo regular da 1ª e 4ª do primeiro seguimento do fundamental (Figura 5).

    Figura 5 – Fase em que o aluno interrompeu os estudos.

    Os principais motivos pelos quais levaram estes alunos à desistência (Figura 6).

    19%

    45%

    17%

    17%

    2%

    Menor de Idade

    18 e 25 anos

    26 e 36 anos

    37 e 48 anos

    Acima de 49 anos

    35%

    65%

    Entre a 1ª e 4ª série

    Entre a 5ª e 8ª série

  • 21

    Figura 6 – Motivos para deixar os estudos durante o tempo regular.

    No grupo de desistentes por filhos ou gravidez, como abordado no questionário, tivemos apenas 14% dos alunos acometidos. Aqueles que desistiram por motivos de trabalho compuseram 41% e como maior grupo, chegando a 45%, indivíduos que abandonaram seus estudos por motivos considerados fúteis como o relato de um aluno onde diz “abandonei pra namorar” e outro que alegou em suas próprias palavras “tenho preguiça de estudar”.

    Buscando compreender melhor o segundo grupo de maior desistência, que está composto por aqueles que abandonaram a escola durante o tempo regular de ensino e observar a atual situação profissional destes alunos (Figuras 7 e 8).

    Figura 7 – Idade com que iniciou a vida profissional.

    Daqueles que constam nunca ter trabalhado apenas cinco (9%) dos alunos fazem parte, aos que iniciaram a vida profissional antes dos quinze anos foram registrados onze (19%) alunos,

    24

    8

    26

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    Trabalho Filhos Outros Motivos

    me

    ro d

    e a

    lun

    os

    43%

    19%

    29%

    9%

    Com 15 anos

    Menos de 15 anos

    Maior de 16 anos

    Nunca Trabalhou

  • 22

    compondo os dois grupos de maiores frequências, temos os que começaram a trabalhar com mais de dezesseis anos que está composto por dezessete (29%) alunos e com vinte e cinco (43%) deles encontram-se os que com quinze anos tiveram o primeiro vínculo empregatício.

    Figura 8 – Situação profissional dos alunos do EJA no ensino municipal de Patos-PB.

    De forma positiva os números mostram que 64% dos alunos, que corresponde a 37 indivíduos, encontram-se atualmente inseridos no mercado de trabalho e apenas 36% destes alunos, que correspondem 21 indivíduos, estão desempregados.

    Explorando a relação do aluno junto à disciplina de Ciências Naturais, primeiramente foi questionado sobre quais são as subdisciplinas que a compõe, são elas, Biologia, Física, Química, Astronomia e Geologia (Figura 9).

    Figura 9 – Conhecimento dos alunos matriculados em EJA sobre quais compõem as Ciências Naturais.

    64%

    36%

    Empregado

    Desempregado

    13

    2

    10 5

    19

    9

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    Acertou todas Acertou 4 Acertou 3 Acertou 2 Acertou 1 Nenhum Acerto

    me

    ro d

    e a

    lun

    os

  • 23

    Entre as cinco alternativas que formam a resposta correta para a composição da disciplina

    de Ciências Naturais, foram adicionadas duas alternativas erradas de modo proposital, a fim

    de testar o nível de conhecimento e percepção dos alunos para a composição correta da

    disciplina em questão. Da população total, composta por cinqüenta e oito alunos, treze

    acertaram de forma completa, apenas dois acertaram quatro das cinco alternativas corretas,

    dez acertaram três alternativas, cinco acertaram duas das alternativas, dezenove acertaram

    apenas uma das alternativas e nove dos alunos não acertaram nenhuma, marcando apenas

    as alternativas falsas.

    Dentre as cinco alternativas corretas de subdisciplinas que formam as Ciências Naturais e

    com base nas escolhas dos alunos sobre sua composição, chegamos à seguinte frequência

    (Figura 10).

    Figura 10 – Frequência da escolha das disciplinas que compõe as Ciências Naturais.

    Das subdisciplinas em questão para a composição das Ciências Naturais, Biologia foi a resposta mais escolhida com 25%, seguida por Física com 23% das escolhas, Química com 21%, Geologia com 20% e Astronomia com apenas 11%. Os números mostram uma forte tendência da escolha da Biologia e as disciplinas de exatas (Física e Química), os motivos merecem investigação, mas causas como a formação acadêmica do professor e a preferência por satisfação própria do aluno ou professor para determinada disciplina podem ser atrativos para a causa desta divergência.

    Completando as indagações na busca da relação do aluno do EJA junto à disciplina de Ciências Naturais vejamos (Tabela 2).

    23%

    21%

    20%

    25%

    11%

    Física Química Geologia Biologia Astronomia

  • 24

    Tabela 2 – Frequências (%) das relações de outras disciplinas com as disciplina de Ciências Naturais.

    CIÊNCIAS NATURAIS SIM NÃO NÃO RESPONDEU

    Gosta da disciplina? 95% 5% -

    Há relação com seu dia-a-dia? 93% 5% 2%

    Já participou de alguma aula prática? 36% 62% 2%

    Já participou de alguma aula de campo? 19% 81% -

    Gosta da metodologia de seu professor? 86% 14% -

    É importante para sua vida? 97% 3% -

    Fonte: Pesquisa realizada em 2014.

    Como demonstra a tabela, 95% dos alunos gostam da disciplina contra apenas 5% de rejeição, bem como quando questionados sobre se há relação do que é ensinado na disciplina com o dia-a-dia dos mesmos, temos 93% afirmando que existe essa relação contra apenas 5% negando e 2% que não souberam opinar.

    No questionamento sobre a participação dos alunos em qualquer tipo de aula prática ou aula de campo durante a disciplina de Ciências Naturais, projetou-se um cenário negativo que no tocante ao uso da interdisciplinaridade, construção do conhecimento técnico e vivencia com o meio ambiente tem sido deixado em segundo plano por motivos que englobam a problemática de estrutura física, material e profissional do EJA. Perguntados sobre a satisfação quanto à metodologia empregada em sala de aula por seu professor de Ciências Naturais, 86% afirmaram gostar da metodologia atualmente empregada contra 14% não satisfeitos, demonstrando que mesmo sem o uso efetivo de laboratórios, aulas práticas e de campo, o professor tem sido efetivo no emprego de seu projeto didático. Abordados sobre a importância dos saberes adquiridos na disciplina de Ciências Naturais para com a vida dos mesmos, 97% afirma que sim quanto à importância do conhecimento adquirido na disciplina para sua vida contra apenas 3% que não relevam importância.

    Resumindo, o perfil dos alunos da EJA no município de Patos-PB, demonstra uma população jovem e inexperiente, beirando o desinteresse fato este demonstrado pelo abandono do ensino no tempo regular justificado pelos mesmos através de motivos banais e evidenciado durante a apuração e discussão destes dados. Esses resultados confirmam alguns fenômenos que já tem se projetado em outros trabalhos da área, como afirma Sousa; Cunha, (2010, p.9):

    Já em relação aos alunos, nota-se que o programa é mais eficaz com pessoas de mais idade, talvez, por levar o ensino mais a sério e com responsabilidade, pois os mais novos são mais desinteressados pelo estudo, estão mais preocupados com o diploma no fim do curso, mal querem terminar o Ensino Médio, percebe-se um descaso e falta de perspectiva dessas pessoas por não quererem um futuro melhor e por isso não dão o devido valor a essa modalidade de ensino.

  • 25

    Perfil do Professor de Ciências Naturais da EJA

    A rede de ensino municipal da cidade Patos/PB, na categoria ensino de jovens e adultos, hoje conta com apenas três professores para quatro escolas, sendo duas atendidas por um mesmo profissional. Estes três profissionais traçam perfis semelhantes, as três são do sexo feminino; com faixa etária entre 41 a 50 anos; fazem parte do quadro de servidores efetivos com tempo de magistério entre 21 a 30 anos; quanto ao tempo dedicado ao ensino de jovens e adultos, uma compreende de 1 a 10 anos de serviços e as outras duas de 11 a 20 anos. Todas são frutos do ensino público tendo concluído o ensino médio em escolas públicas, quanto à formação acadêmica, todas se qualificaram em instituições de ensino superior com aulas de regime presencial, porém, uma obteve sua graduação em instituição pública e as demais em instituições privadas.

    Entre as três profissionais apenas uma apresenta licenciatura em ciências biológicas, as demais são licenciadas em áreas distintas para a função de professor em Ciências Naturais. Quanto à qualificação pessoal com pós-graduações apenas uma não apresenta titulação, nas demais, uma apresenta título de mestrado e outra de especialização.

    Quando questionado quais, entre as disciplinas que compõe as Ciências Naturais, as professoras mais se identificam, a Biologia tomou destaque obtendo 40% das escolhas, seguida por um empate entre Física, Química e Geologia com 20% (Figura 11).

    Figura 11 – Preferência dos professores entre as disciplinas que compõe as Ciências Naturais.

    Para o questionamento de quais, entre as disciplinas que compõe as Ciências Naturais, as professoras encontram dificuldades maiores no ensino da sala de aula, a biologia tornou-se destaque novamente por não receber nenhuma preferência de escolha, ocorrendo um empate entre física, química, geologia e astronomia com 25% das escolhas (Figura 12).

    Biologia 40%

    Física 20%

    Química 20%

    Geologia 20%

    Astronomia 0%

  • 26

    Figura 12 – Disciplinas que compõem as Ciências Naturais e apontadas pelos os professores com maior grau de dificuldade para ensino em sala de aula.

    Quando questionado o porquê da dificuldade, a primeira professora entrevistada respondeu, como justificativa para sua escolha sobre ensino de Física como maior dificuldade dentro das Ciências Naturais, “Talvez por ser uma disciplina que requer um domínio de cálculo e isso é visto como algo complicado pelo alunado”, a segunda professora argumentou para com o ensino de Química, “pela dificuldade de material para se trabalhar” e a terceira profissional alegando dificuldade para o ensino de Astronomia e Geologia, respondeu, “falta de material didático”.

    Por fim, foi questionado sobre o uso da interdisciplinaridade e o enfoque na relação do que é ensinado pelo o professor em sala de aula com o dia-a-dia do aluno, onde todas as três professoras afirmam usar de forma efetiva a interdisciplinaridade em sala de aula, garimpando exemplos e ressaltando cenas comuns ao dia-a-dia vivido por seus alunos. Nas justificativas argumentadas pelas as professoras no uso da interdisciplinaridade, destacam-se as seguintes palavras de uma das profissionais, “Porque o processo de aprendizagem surge a partir do momento que é feita uma relação com a vida de cada um, quando se vê sentido no que é ensinado à aprendizagem logo acontece. E geralmente todo conteúdo abordado pode acontecer de forma interdisciplinar, perpassando por todas as áreas do conhecimento”.

    Sobre o perfil dos professores de Ciências envolvidos na EJA do município de Patos-PB, os dados mostram um quadro docente, no geral, feminino com experiência de sala de aula, bem como no ensino de jovens e adultos. Todas são frutos da educação pública no ensino fundamental e médio, já no ensino superior a maioria apresenta formação em rede privada. Esses resultados não fogem da realidade que outros trabalhos apresentam, como por exemplo, os dados demonstrados no projeto realizado pela SME – Secretaria Municipal de Educação de São Paulo no Caderno 3: Traçando o perfil de alunos e professores da EJA da coleção Uma nova EJA para São Paulo (2004, p. 11-12) onde os parâmetros revelam grandes similaridades:

    Biologia 0%

    Física 25%

    Química 25%

    Geologia 25%

    Astronomia 25%

  • 27

    O corpo docente que atua na EJA-SME-SP é majoritariamente feminino (70%). Do total, 80% têm mais de 35 anos de idade. A maioria tem significativa experiência no magistério (...) e também não é novata no ensino de jovens e adultos (...). Em grande parte, foram educados do ensino público durante o ensino fundamental (83%) e médio (72%); já o ensino superior foi realizado na rede privada por 79%. Praticamente todo o corpo docente tem o ensino superior completo (só 1% tem ensino médio).

    Considerações Finais

    Ao fim desta pesquisa, conclui-se que o livro da editora Moderna é o que melhor atende os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino de Jovens e Adultos. Mesmo com o pequeno número de alunos frequentando a aula, observa-se o déficit de material didático, dificultando na preparação e na execução dos métodos de ensino-aprendizagem.

    No que diz respeito aos sujeitos desta pesquisa, o perfil do aluno nos dá projeções da “vitimização”, causada pelo próprio sistema de ensino e neste sentindo, foi observado o fenômeno chamado da juvenilização que nos remete a jovens transferidos da Escola no tempo regular para o EJA. Em relação ao perfil dos professores, apesar da falta de recursos didáticos e de apoio pedagógico intensivo que acaba por prejudicar o desenvolvimento de suas funções, as três profissionais demonstram ampla experiência e dedicação no tocante a EJA.

    Levando em consideração todos os dados apresentados nesta pesquisa o resultado mostra a carência do sistema de Ensino para Jovens e Adultos, bem como a necessidade da qualificação continua e o aprimoramento dos materiais didáticos ofertados a professores e alunos.

    É notória a realidade da Educação brasileira, em todas as esferas, assustador e ao mesmo tempo preocupante os números e os cenários expressos durante a pesquisa. A falta dos elementos fundamentais ao funcionamento efetivo de uma escola e principalmente ao ensino de jovens e adultos, causam uma estagnação na aprendizagem destes sujeitos, como a falta de material didático durante todo o ano letivo, falta de professores com formação especifica e o despreparo no planejamento efetivo na busca de garantir o principal produto da escola e de uma nação, o aluno.

    O presente estudo, no cumprimento de seu objetivo, espera chamar a atenção dos educadores, pesquisadores e autoridades, a refletir sobre o ensino de jovens e adultos, a execução das políticas públicas voltadas a esta modalidade e a instrumentalização, bem como, os métodos de ensino-aprendizagem empregados no ensino das Ciências Naturais, se a EJA é coerente com suas diretrizes e efetiva no seu funcionamento e assistência aos profissionais e alunos nela inseridos.

  • 28

    Referências Bibliográficas

    AZEVEDO, N. Análise Qualitativa de Dados: Estudo de Caso. 2008. Disponível em: . Acesso em: 27 jun. 2008. BARROS, A. Uma velha promessa: erradicar o analfabetismo. Nova Escola: O desafio de seguir e frente, [s.i.], v. 242, p.25-26, maio 2011. Mensal. BRASIL. Ministério da Educação (Org.). Ciências Naturais na Educação de Jovens e Adultos: Volume 3. Elaborado por Coordenação Geral de Educação de Jovens e Adultos. Disponível em:. Acesso em: 10 out. 2013. GIL, A. C. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008. 200 p. JARDILINO, R. L; ARAUJO, R. M. B. Educação de Jovens e Adultos: Sujeitos, saberes e práticas. São Paulo: Cortez, 2014. 215 p. (Docência em formação: Educação de jovens e adultos). PAIVA BELLO, J. L. Educação no Brasil: a História das rupturas. 2001. Disponível em: . Acesso em: 15 jan. 2014. POMPEU, S. F. C; ZIMMERMANN, E. CONCEPÇÕES SOBRE CIÊNCIA E ENSINO DE CIÊNCIAS DE ALUNOS DA EJA. 2009. VII Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências. Disponível em: . Acesso em: 13 nov. 2009. PORCARO, R. C. A História da Educação de Jovens e Adultos no Brasil. Disponível em: . Acesso em: 01 nov. 2013. SOARES, M. A. F. Perfil do Aluno da EJA / Médio na Escola Dr. Alfredo Pessoa de Lima. 2007. Monografia (Especialização em Educação Profissional Técnica de Nível Médio Integrada ao Ensino Médio na Modalidade Educação de Jovens e Adultos. UFPB. Bananeiras). SOUSA, K. C; CUNHA, N. S. Perfil dos Alunos de Educação de Jovens e Adultos de Teresina. 2010. Disponível em: . Acesso em: 10 dez. 2013. ROCHA, H. F; KARL, H. A; VEIGA, M. S; GUIMARÃES, M. As Práticas Educativas na Educação de Jovens e Adultos. 2002. Disponível em: . Acesso em: 02 jan. 2014.

    SÃO PAULO. Vera Masagão Ribeiro. Secretaria Municipal de Educação (Ed.). Caderno 3: Traçando o Perfil de Alunos e Professores da EJA. 3. ed. São Paulo: Dot/eja, 2004. 34 p.

  • 29

    Recebido em ........, aceito em .........

    APÊNDICE A – Modelo do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido disponibilizado para os alunos e professores participantes da pesquisa.

    Universidade Federal de Campina Grande

    Centro de Saúde e Tecnologia Rural Unidade Acadêmica de Ciências Biológicas

    TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE)

    Pesquisadores responsáveis: Prof. Dr. Carlos Eduardo Alves Soares (Professor UFCG/CSTR/UACB) e Roberto Jorge de Lucena Ponciano Filho (graduando Ciências Biológicas UACB/CSTR/UFCG). Telefone para contato: (83) 3511-3045. Sua colaboração é importante e necessária para o desenvolvimento da pesquisa, porém sua participação é voluntária. A pesquisa intitulada: Perfil dos alunos e professores de EJA do Ensino Fundamental II no município de Patos-PB: relações do ensino de Ciências Naturais com o cotidiano desse público, avaliará os perfis, o material didático e o conhecimento sobre Ciências dos professores e alunos da EJA na cidade de Patos-PB. A pesquisa será realizada por meio de uma entrevista estruturada, contendo perguntas gerais sobre o tema acima descrito e será gravada (vídeo ou áudio);

    ➝Será garantido o anonimato e o sigilo das informações, além da utilização dos resultados exclusivamente para fins científicos;

    ➝Você poderá solicitar informações ou esclarecimentos sobre o andamento da pesquisa em qualquer momento com o pesquisador responsável;

    ➝Sua participação não é obrigatória, podendo retirar-se do estudo ou não permitir a utilização dos dados em qualquer momento da pesquisa;

    ➝Sendo um participante voluntário você não terá nenhum pagamento e/ou despesa referente à sua participação no estudo;

    ➝Os materiais utilizados para coleta de dados serão armazenados por 5 (cinco) anos, após descartados, conforme preconizado pela Resolução CNS no. 196, de 10 de outubro de 1996. Eu, __________________________________, natural de _____________________ - _____, nascido em: ____/____/______ como voluntário (a) da pesquisa, afirmo que fui devidamente informado(a) e esclarecido(a) sobre a finalidade e objetivos desta pesquisa, bem como sobre a utilização das informações exclusivamente para fins científicos. Meu nome não será divulgado de forma alguma, e terei a opção de retirar meu consentimento a qualquer momento.

    Patos-PB, _____ de ________________ de 2014.

    _________________________________________

    Sujeito da Pesquisa

    _________________________________________

    Pesquisador

  • 30

    APÊNDICE B – Modelo do Termo entregue à direção das escolas para autorização da pesquisa.

    Universidade Federal de Campina Grande Centro de Saúde e Tecnologia Rural

    Unidade Acadêmica de Ciências Biológicas

    Srs. Pesquisadores responsáveis:

    Prof. Dr. Carlos Eduardo Alves Soares (Professor Orientador) e

    Roberto Jorge Lucena Ponciano Filho (Biólogo).

    Pelo presente TERMO DE AUTORIZAÇÃO expressamos o interesse deste

    estabelecimento (nome)____________________________________________ em

    viabilizar a execução da pesquisa intitulada: A CONCEPÇÃO DOS ALUNOS

    SOBRE O ENSINO DE CIÊNCIAS NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: UM

    ESTUDO EXPLORATÓRIO. Essa pesquisa avaliará os perfis, o material didático e o

    conhecimento sobre Ciências dos professores e alunos da EJA na cidade de Patos-

    PB. Tais registros serão feitos com finalidade exclusiva para uso no Trabalho de

    Conclusão de Curso supracitado de aluno concluinte 2014.2 do Curso de

    Licenciatura em Ciências Biológicas (Noturno) da Universidade Federal de Campina

    Grande - UFCG.

    Patos-PB, ___ de ___________ de 2014

    _________________________________________ Assinatura do Gerente ou responsável

  • 31

    ANEXO A – Políticas Educacionais para Jovens e Adultos no período de 2000 a 2014 por Jardilino e Araujo, 2014, p.128.

    DETERMINAÇÕES LEGAIS FUNDAMENTOS

    Parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE)/Câmara de Educação Básica (CEB) nº 11, de 10 de maio de 2000.

    Ocupou-se da especificidade das Diretrizes Curriculares Nacionais para EJA.

    Resolução CNE/CEB nº 1, de 5 de julho de 2000.

    Estabeleceu as Diretrizes Curriculares Nacionais para a EJA.

    Parecer CNE/CEB nº 36, de 7 de dezembro de 2004.

    Apreciou a indicação que propõe a reformulação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a EJA.

    Resolução CNE/CEB nº 1, de 3 de fevereiro de 2005.

    Atualizou as Diretrizes Curriculares Nacionais definidas pelo CNE para o Ensino Médio e para a Educação Profissional Técnica de nível médio às disposições do decreto nº 5.154/2004.

    Parecer CNE/CEB nº 2, de 16 de março de 2005.

    Apreciou o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem): Educação, Qualificação e Ação Comunitária.

    Portaria MEC nº 2.080, de 13 de junho de 2005.

    Estabeleceu, no âmbito dos Centros Federais de Educação Tecnológica, Escolas Técnicas Federais e Escolas Agrotécnicas Federais, as Diretrizes para a oferta de cursos de formação profissional de forma integrada ao Ensino Médio na modalidade EJA.

    Lei nº 11.129, de 30 de junho de 2005. Instituiu o Projovem, criou o Conselho Nacional da Juventude (CNJ) e a Secretaria Nacional da Juventude.

    Parecer CNE/CEB nº 20, de 15 de setembro de 2005.

    Incluiu a EJA, conforme previsão no Decreto nº 5.478/2005, como alternativa para a oferta de Educação Profissional Técnica de nível médio de forma integrada com o Ensino Médio.

    Parecer CNE/CEB nº 29, de 24 de novembro de 2005.

    Apreciou as minutas do Acordo de Cooperação Técnica entre o Ministério da Educação e as organizações do "Sistema S" para a oferta do Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (Proeja).

    Parecer CNE/CEB nº 37, de 7 de julho de 2006.

    Aprovou diretrizes e procedimentos técnico-pedagógicos para a implantação do Projovem.

    Decreto nº 5.840, de 13 de julho de 2006. Instituiu o Proeja.

  • 32

    Lei nº 11.494, de 20 de junho de 2007.

    Regulamentou o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

    Lei nº 11.692, de 10 de junho de 2008. Regulamentou o Projovem.

    Lei nº 11.741, de 16 de julho de 2008.

    Alterou dispositivos da LDB, com o objetivo de integrar e institucionalizar as ações da Educação Profissional Técnica de nível médio, da Educação de Jovens e Adultos e da Educação Profissional e Tecnológica.

    Parecer CNE/CEB nº 23, de 8 de outubro de 2008.

    Avaliou as Diretrizes Operacionais para a EJA, definindo duração dos cursos, idade mínima para ingresso, idade mínima para a certificação nos exames de EJA e oferta por meio da Educação a Distância.

    Decreto nº 6.629, de 4 de novembro de 2008.

    Regulamentou o Projovem.

    Resolução do Conselho Deliberativo do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) nº 51, de 16 de setembro de 2009.

    Dispôs sobre Programa Nacional do Livro Didático para Educação de Jovens e Adultos (PNLD-EJA).

    Parecer CNE/CEB nº 4, de 9 de março de 2010.

    Apreciou a necessidade de Diretrizes Nacionais para a oferta de EJA em situação de privação de liberdade nos estabelecimentos penais.

    Resolução CNE/CEB nº 2, de 19 de maio de 2010.

    Dispôs sobre Diretrizes Nacionais para a oferta de EJA em situação de privação de liberdade nos estabelecimentos penais.

    Parecer CNE/CEB nº 6, de 7 de abril de 2010.

    Revisou o Parecer CNE/CEB nº 23/2008, relativo a Diretrizes Operacionais para a EJA.

    Resolução CNE/CEB nº 3, de 15 de junho de 2010.

    Instituiu as Diretrizes Operacionais para a EJA, definindo duração dos cursos, idade mínima para ingresso, idade mínima para a certificação nos exames de EJA e oferta por meio da Educação a Distância.

    Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprovou o Plano Nacional de Educação (PNE)

  • 33

    ANEXO B - Normas da Revista Brasileira de Pesquisa em Educação e Ciências

    OMITIR REFERÊNCIAS AOS AUTORES OU DADOS QUE PERMITAM A IDENTIFICAÇÃO DOS MESMOS, COMO NOME E/OU NÚMERO DE PROJETOS, CITAÇÕES, NOME E/OU LOCAL DE DEFESA DE TESE,

    AGRADECIMENTOS ETC.

    Título Artigo em Português completo

    Título Artigo completo em Inglês

    Resumo

    Calibri 12, normal, justificado, espaçamento simples, espaçamento depois 6, antes 0. XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXX. XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXX.

    Palavras chaves Calibri 12, normal, justificado, espaçamento depois, 6, antes 0. XXXXXX; XXXXXXXX; XXXXXXX; XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX.

    Abstract

    Calibri 12, normal, justificado, espaçamento simples, espaçamento depois, 6, antes 0. XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXX. XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXX.

    Key words XXXXXX, XXXXXXXX, XXXXXXX, XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

  • 34

    Título (Calibri 16, normal, justificado, espaçamento simples, espaçamento depois 24, antes 6).

    Texto (Calibri 12, normal, justificado, espaçamento simples, espaçamento depois 6, antes 0). XXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXX XXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXX XXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXX

    Subtitulo

    Texto – XXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXX XXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXX XXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXX

    Citação (tudo em itálico, inclusive referências, calibri 11, justificado, , recuo esquerda 4 cm, espaçamento antes 6, depois 6), XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXX XXXXXXXXX XXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXX XXXXXXXXXX XXXXXXXXXX XXXX XXXXXXXXXXXX (BRASIL, 2006, p.7).

    Itens (tudo em itálico, inclusive referências, calibri 11, justificado, espaçamento simples, recuo esquerda 0,63 cm, espaçamento antes 0, depois 6),;

    Itens;

    Tabela 1: Legenda. (calibri 11, normal, simples, espaçamento antes 12, depois 0, justificado)

    Título Título Título (calibri 11, normal, espaçamento simples, antes 0, depois 0, justificado) xxxxxxxxxx

    xxxxxxxxxxxx xxxxxxx

    Figura 1: Legenda. . (calibri 11, normal, simples, espaçamento antes 0, depois 12, justificado)

  • 35

    Quadro 1: Legenda. (calibri 11, normal, simples, espaçamento antes 12, depois 0, justificado)

    Agradecimentos

    NÃO DEVEM SER APRESENTADOS AGRADECIMENTOS NESTA FASE PARA EVITAR IDENTIFICAÇÃO DOS AUTORES. PODEM SER INCLUÍDOS NA REVISÃO FINAL.

    Referências

    Orientações gerais:

    - Não utilizar et al. / e cols. Na lista de referências, apenas ao longo do texto. Mesmo que sejam mais que 3 autores.

    - Utilizar negrito para destaque

    - Abreviar primeiros nomes dos autores, exceto no caso de autores distintos com publicação no mesmo ano.

    - Somente utilizar traços inferiores quando: 1º) os autores forem TODOS iguais e quando não houver quebra de página entre as duas referências.

    - Indicar por AUTOR1, ANO, AUTOR2, ANO, AUTORES, ANO... os trabalhos dos autores, salvo se o trabalho é citado indiretamente e não facilite a identificação dos autores. Na revisão final estes dados devem se incluídos.

    - Utilizar “;” para separar os autores. Nunca “e” ou “&”

    - Criar apenas uma quebra de parágrafo entre cada referência. (isto é, não inserir espaços desnecessários entre as referências)

    Mais de 3 autores:

    SOBRENOME AUTOR, INICIAIS AUTOR; SOBRENOME AUTOR, INICIAIS AUTOR; SOBRENOME AUTOR, INICIAIS AUTOR; SOBRENOME AUTOR, INICIAIS AUTOR; SOBRENOME AUTOR, INICIAIS AUTOR; SOBRENOME AUTOR, INICIAIS AUTOR; Título Livro com mais de 3 autores. Cidade: Editora. Ano.

    Artigo periódico:

    SOBRENOME AUTOR, INICIAIS AUTOR; SOBRENOME AUTOR, INICIAIS AUTOR. Título do artigo. Título do periódico, vol. 1, n.1, p. 1-25, mês-mês (meses são opcionais) Ano.

    Exemplo de artigo em periódico

  • 36

    CAMPBELL, J. D. Illness is a Point of View: The Development of Children’s Concepts of Illness. Child Development, V. 46, p.92-100, 1975.

    Trabalho em congresso

    SOBRENOME AUTOR, INICIAIS AUTOR; SOBRENOME AUTOR, INICIAIS AUTOR; SOBRENOME AUTOR, INICIAIS AUTOR; SOBRENOME AUTOR, INICIAIS AUTOR; SOBRENOME AUTOR, INICIAIS AUTOR; SOBRENOME AUTOR, INICIAIS AUTOR; Título Trabalho. In: Nome_do_evento, Cidade do evento, Ano_do_Evento. Atas...(ou anais, ou caderno de resumos ou proceedings of, sempre acompanhados de ...), Cidade_da_editora: Editora (Sempre omitir o escrito editora). Ano-de_publicação. (Meio_de_publicação)

    GOUVEIA, A.A.; LABURÚ, C.E. A aprendizagem da representação dos circuitos elÉtricos mediada por símbolos-ponte. In: V Encontro de Pesquisa em Educação em Ciências. Baurú, 2005. NARDI, R. BORGES, O. (Orgs.) Atas... Baurú: ABRAPEC, 2005. (CD-ROM).

    Livro

    SOBRENOME AUTOR, INICIAIS AUTOR; SOBRENOME AUTOR, INICIAIS AUTOR. Título Livro: subtítulo do livro (se houver). Cidade: Editora. Ano.

    Capítulo de livro:

    SOBRENOME AUTOR, INICIAIS AUTOR; SOBRENOME AUTOR, INICIAIS AUTOR Título do capítulo In: SOBRENOME AUTOR, INICIAIS AUTOR; SOBRENOME AUTOR, INICIAIS AUTOR (Orgs.). Título Livro. Cidade: Editora. Ano. p. página inicial-página final.

    Revista eletrônica

    Periódico eletrônico

    SOBRENOME AUTOR, INICIAIS AUTOR; SOBRENOME AUTOR, INICIAIS AUTOR. Título Artigo. Título da Revista Eletrônica. Volume, Número, p. página inicial-página final. Disponível em . Acesso em Dia/Mês/Ano.

    Livro eletrônico

    SOBRENOME AUTOR, INICIAIS AUTOR; SOBRENOME AUTOR, INICIAIS AUTOR. Título Livro Eletrônico. Cidade: Editora. Ano. Disponível em . Acesso em Dia/Mês/Ano.

    Tese ou dissertação

  • 37

    SOBRENOME AUTOR, INICIAIS AUTOR;. Título da tese: Subtítulo da tese. Ano da defesa. Números de páginas (ou folhas) 100 p. Dissertação ou tese (Grau obtido) – Instituto ou programa de pós graduação, Cidade, ano.

    Exemplo de dissertação

    ARAUJO, U.A.M. Máscaras inteiriças Tukúna: possibilidades de estudo de artefatos de museu para o conhecimento do universo indígena. 1985. 102 p. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais) – Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, São Paulo, 1986.

    Trabalho de congresso

    SOBRENOME AUTOR, INICIAIS AUTOR; SOBRENOME AUTOR, INICIAIS AUTOR. Título do trabalho. Nome do congresso, ano, Cidade do congresso, Título da publicação do congresso... (e.g. Anais... Atas...; Caderno de Resumos...; Abstract of...) utilizar ... ,p. 1-25, Ano. Meio de publicação se não for impresso, observar exemplo)).

    Exemplos de trabalhos em congresso

    FULANO, F.C.; BELTRANO, M.C. Um exemplo de citação. In: I Congresso Brasileiro de exemplos de citação, 2011, Rio de Janeiro. Anais... p. 9-32, 2011. (CD-ROM).

    GOUVEIA, A.A.; LABURÚ, C.E. A aprendizagem da representação dos circuitos elétricos mediada por símbolos-ponte. In: V Encontro de Pesquisa em Educação em Ciências. Baurú, 2005. NARDI, R. BORGES, O. (Orgs.) Atas... Baurú: ABRAPEC, 2005. (CD-ROM).

    Recebido em ........, aceito em ......