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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA CURSO DE GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA
Distribuição espacial do flamboyant, espécie exótica da Mata
Atlântica, no Campus I da Universidade Federal da Paraíba
Gilvan Cardoso da Silva
João Pessoa, PB Março de 2009
Gilvan Cardoso da Silva
Distribuição espacial do flamboyant, espécie exótica da Mata
Atlântica, no Campus I da Universidade Federal da Paraíba
Monografia apresentada ao Curso de
Graduação em Geografia da
Universidade Federal da Paraíba,
como requisito para a obtenção grau
de bacharel em Geografia.
Orientador: Prof. Ms. Paulo Roberto de Oliveira Rosa
João Pessoa, PB Março de 2009
SILVA, Gilvan Cardoso da Distribuição espacial do flamboyant, espécie exótica da Mata Atlântica, no Campus I da Universidade Federal da Paraíba. SILVA, Gilvan Cardoso da, João Pessoa – PB. UFPB, 2009
Gilvan Cardoso da Silva
Distribuição espacial do flamboyant, espécie exótica da Mata
Atlântica, no Campus I da Universidade Federal da Paraíba
Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Geografia da Universidade Federal da Paraíba como requisito para a obtenção grau de bacharel em Geografia, aprovada pela seguinte banca examinadora.
_________________________________________________ Prof. Ms. Paulo Roberto de Oliveira Rosa
Orientador
__________________________________________________ Ms. Geóg. Maria José Vicente de Barros – CREA-PB/COPAM
Examinadora
____________________________________________________ Prof. Ms. Francisco Chagas Lima
Examinador
João Pessoa - PB,____/____/_____
Agradecimentos
A Deus, por me permitir este momento, me conferindo saúde, tranqüilidade e lucidez suficientes para o desenvolvimento deste trabalho.
A minha mãe Maria de Lourdes Cardoso da Silva, já falecida, e a meu pai
Ivan Januário da Silva, pelo carinho e dedicação que me conferiram durante as orientações prestadas na minha formação.
A minha esposa, Francisca Cleide de Souza Cardoso e filhas Giovanna de
Souza Cardoso e Giselle de Souza Cardoso, pela paciência e incentivo que me deram durante esses anos acadêmicos, onde abdiquei de momento nas suas presença para me dedicar ao estudo.
Ao meu Chefe Cap Marcos Cezar e demais colegas de caserna, que
souberam entender a importância da formação acadêmica na vida do homem, me apoiando por diversas vezes nos momento mais difíceis de conciliação do profissional com o universitário. Ressaltando aqui a contribuição do 2º Sgt Rosenildo Vilela de Lima e 3º Sgt Márcio Tadeu do Nascimento Fortunato que, lançando mão dos conhecimentos de informática, prestaram valioso auxílio na consecução desta pesquisa.
Ao meu orientador, Prof. Ms. Paulo Roberto de Oliveira Rosa, pelos
momentos dedicados à orientação deste trabalho, que só foi possível graças à grande quantidade de conhecimento acumulado ao longo dos anos e da sua experiência profissional.
Aos colaboradores, Ms. Geóg. Maria José Vicente de Barros Maria, Cristiano
Saraiva e Profª. Esp. Maria Odete Teixeira do Nascimento por me incentivar e esclarecer algumas situações, conseguidas graças ao excelente desempenho profissional e amor pela pesquisa em biogeografia.
Enfim, àqueles que com paciência e dedicação contribuíram, direta ou
indiretamente, para a realização deste trabalho, incentivando e opinando nos momentos mais difíceis e necessários, o que proporcionou tranqüilidade e segurança em tudo que aqui foi colocado.
A LENDA DO FLAMBOYANT Dias da Criação… Num dos instantes de rara fantasia, Deus quis pintar, na tela imensa do céu, a beleza do ocaso. No sonho e devaneio de Artista. Deus experimentava as tintas, confundindo-as. na palheta em que havia o azul, o vermelho, ao amarelo… De uma das pinceladas, cai um pouco de tinta (tinta que era rubi, tinta que era sangue), que veio dar, à folhagem de uma das árvores tropicais, o seu grito vermelho de combate. Segundo a lenda nesse instante surgiu o flamboyant.
(Geraldo Costa Alves)
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS ......................................................................................... 1
LISATA DE GRÁFICOS ................................................................................... 3
LISTA DE QUADROS ...................................................................................... 4
RESUMO .......................................................................................................... 5
PRIMEIRA PARTE
1. Introdução ................................................................................................... 6
2. Abordagem teórico conceitual .................................................................. 7
2.1. Os sistemas naturais, estruturas geográficas e diferenciação espacial, escala, planejamento e gestão .........................................................................
7
2.2. A Mata Atlântica – passado e presente ..................................................... 20
2.3. Indivíduos exóticos – conceituação, caracterização e introdução de espécies ...........................................................................................................
23
2.4. O flamboyant – aspectos gerais ................................................................ 26
3. Métodos e técnicas .................................................................................... 30
3.1. Resumo histórico e caracterização gerais da área estudada .................... 30
3.2. Metodologia empregada ............................................................................ 33
SEGUNDA PARTE
4. Resultados e discussões ........................................................................... 36
4.1. Setor I – Nordeste ..................................................................................... 38
4.2. Setor II – Sudeste ...................................................................................... 38
4.3. Setor III – Sudoeste ................................................................................... 39
4.4. Setor IV – Noroeste ................................................................................... 42
4.5. O povoamento pelo flamboyant sobre Campus I da cidade Universitária 43
TERCEIRA PARTE
5. Considerações finais ................................................................................. 46
6. Bibliografia .................................................................................................. 47
LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 – Esquema da entrada e saída de matéria energia em um sistema .............................................................................................................
8
FIGURA 2 – Sistemas exóticos que compõem a estrutura UFPB ................... 10
FIGURA 3 – Comportamento de um sistema natural frente a uma tensão ...... 11
FIGURA 4 – Tipos de distribuição dos organismos no espaço ........................ 14
FIGURA 5 – Mata atlântica ontem e hoje ......................................................... 20
FIGURA 6 – Vista aérea do Jardim Botânico Benjamin Maranhão (fragmento de Mata Atlântica) .............................................................................................
22
FIGURA 7 – Flamboyant (Sítio Água Fria – Iguatu/CE) ................................... 26
FIGURA 8 – Espécie de copa bastante esparsa (Ingá/PB) .............................. 26
FIGURA 9 – Caule ereto (Estacionamento do CT – UFPB) ............................. 27
FIGURA 10 – Copa com ramos de crescimento irregular e longos (Central de aulas – UFPB) ..................................................................................................
27
FIGURA 11 – Folhas pecioladas ...................................................................... 27
FIGURA 12 – Ramos com diversas folhas ....................................................... 27
FIGURA 13 – Cacho com flores ....................................................................... 28
FIGURA 14 – Flor ............................................................................................. 28
FIGURA 15 – Fruto (vagens de diversos tamanhos) ....................................... 28
FIGURA 16 – Estrutura interna de uma vagem ................................................ 28
FIGURA 17 – Sementes secas ........................................................................ 28
FIGURA 18 – Sementes verdes ....................................................................... 28
FIGURA 19 – Vista aérea do Campus I da UFPB ............................................ 32
FIGURA 20 - Vista aérea do Campus I da UFPB: divisão dos setores ............ 33
FIGURA 21 – Planta do Campus I da UFPB .................................................... 34
1
FIGURA 22 – Vista aérea do Setor I – Nordeste (UFPB) ................................. 38
FIGURA 23 - Vista aérea do Setor II – Sudeste (UFPB) .................................. 38
FIGURA 24 – Vista aérea do Setor III – Sudoeste (UFPB) .............................. 39
FIGURA 25 – Vista aérea do Setor IV – Noroeste (UFPB) .............................. 42
FIGURA 26 – Planta da UFPB – Campus I com a localização dos Flamboyants .....................................................................................................
44
FIGURA 27 – Planta da UFPB – Campus I com a localização dos Flamboyants .....................................................................................................
45
2
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1 – Número de indivíduos por setor ................................................ 36
GRÁFICO 2 – Indivíduos por setor (diâmetro do caule) ................................... 37
GRÁFICO 3 – Porte dos indivíduos por setores (m) ........................................ 37
GRÁFICO 4 – Porte dos indivíduos (Setor Sudeste) ....................................... 39
GRÁFICO 5 – Porte dos indivíduos (Setor Sudoeste) ..................................... 40
GRÁFICO 6 – Porte dos indivíduos (Setor Noroeste) ...................................... 42
3
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 – Levantamentos de campo (Setor II – Sudeste) ......................... 39
QUADRO 2 - Levantamentos de campo (Setor III – Sudoeste) ....................... 40
QUADRO 3 - Levantamentos de campo (Setor IV – Noroeste) ....................... 42
4
Resumo
O presente trabalho tem como objetivos contribuir para o planejamento da utilização da espécie Flamboyant (Delonix regia) como planta ornamental no Campus I; através da análise do comportamento dessa espécie como exótica do bioma Mata Atlântica e inventariar as espécies em estudo existentes na UFPB. A área de estudo, situada na Cidade Universitária, na cidade de João Pessoa, no Estado da Paraíba, é composta por fragmentos de Mata Atlântica e encontra-se ornamentada com diversas espécies exóticas, dentre elas o Flamboyant, planta muito utilizada em ornamentação de ruas e estradas por apresentar, na época de floração, uma coloração vermelha ou amarelada, o que confere a esses espaços um belo visual. Esse trabalho vai buscar em pesquisas de gabinete, dados que remetam a características da área e espécies estudadas além de procurar entender como se comportam os sistemas naturais frente a presença de espécies exóticas, culminando com trabalhos de campo que, através das diversas medições e imagens realizadas, oferece o embasamento necessário para as conclusões.
5
PRIMEIRA PARTE 1. INTRODUÇÃO
Atualmente, situada na cidade de João Pessoa, no Estado da Paraíba,
está o Campus I da Universidade Federal da Paraíba, que em sua extensão guarda
vestígios preciosos de Mata Atlântica, importante formação florestal, que no passado
representava a segunda maior floresta tropical em ocorrência e importância na
América do Sul, em especial no Brasil.
Frente ao avanço da modernidade e da necessidade do homem em
moldar o seu espaço essa mata foi, dentro da UFPB, sendo fragmenta pelo traçado
das ruas e avenidas existentes e dando lugar às diversas instalações que hoje
fazem parte da estrutura física do Campus. Nesse espaço, também foram
introduzidas espécies exóticas, objetivando-se, possivelmente, a obtenção de
sombras e melhoria no aspecto visual da Universidade.
Dentre as espécies introduzidas, está o Flamboyant (Delonix regia), árvore
originária de Madagascar, costa Leste da África e de ilhas do Oceano Índico.
Conhecida por ser uma árvore de grande porte, com floração vistosa e formas muito
peculiares, o flamboyant é bastante utilizada para ornamentação de ruas, estradas,
entrada de propriedades rurais, além de servir de sombra. Entretanto, o seu uso não
é recomendado próximo a prédios, calçadas e fiação elétrica sob o risco de danificá-
las.
Diante do exposto, o presente trabalho tem como objetivos contribuir para
o planejamento da utilização dessa espécie como planta ornamental no Campus I;
verificar o comportamento do flamboyant como espécie exótica introduzida no bioma
Mata Atlântica e inventariar as espécies em estudo existentes na UFPB.
Para atingir tais objetivos, foram realizados três trabalhos de campo que
consistiram em medições – diâmetro, altura e distância das árvores às instalações -,
imagens do posicionamento das raízes e copa das árvores em relação às
instalações do Campus I e imagens das partes da espécie em análise.
Posteriormente, em gabinete, foi feita a plotagem dos indivíduos num mapa em meio
digital.
6
2. ABORDAGEM TEÓRICA E CONCEITUAL
2.1. Os sistemas naturais, estruturas geográficas e diferenciação espacial, escala, planejamento e gestão
A abordagem teórico conceitual se reveste de importância por atuar no
desenvolvimento de qualquer trabalho de pesquisa. A partir do direcionamento
teórico e da apreensão dos inúmeros conceitos construídos ao longo do tempo por
diversos estudiosos, o pesquisador tem facilitada a sua atividade, além de
enriquecer-se com termos empregados em outras disciplinas do conhecimento.
Faz-se necessário para um melhor entendimento do presente trabalho, o
contato com conceitos empregados em diversas outras Ciências e aqui presentes,
que permitem uma melhor formulação de idéias e o estabelecimento de
diferenciações entre os diversos termos empregados.
Conceitos como estruturas, sistemas, tensão ambiental, equilíbrio
dinâmico, limite, limiar, densidade, intensidade, resiliência, refúgio, dentre outros,
encontram-se presentes nesse trabalho, representando o suporte necessário para o
seu desenvolvimento geral.
Inicialmente, há a necessidade de definir e entender o funcionamento de
um sistema natural. Segundo Guerra (1999, p. 115), sistema é
um conjunto de unidades que possuem propriedades comuns e relações entre si, encontrando-se organizado em função das inter-relações entre as unidades e cujo grau de organização permite que assuma a função de um todo que é maior que a soma de suas partes. Cada unidade tem seu estado controlado, condicionado ou dependente do estado das outras unidades.
O sistema pode ser dividido em aberto e fechado, sendo que no primeiro
caso a energia recebida pelo sistema é devolvida ao exterior e no segundo, essa
energia fica retida dentro do sistema (DREW, 1996).
Guerra (1999, p. 115) nos diz que os elementos integrantes dos sistemas
encontram-se inter-relacionados, um dependendo do outro, através das ligações que
indicam os fluxos. Indicando também em outro momento que os eventos que
expressam o fornecimento de matéria e energia aos sistemas regulam o
7
funcionamento e a organização deles e que cada evento fornece determinada
quantidade de matéria ou energia ao sistema, cujo valor representa a sua magnitude
(intensidade ou grandeza). Todo fluxo através do sistema provoca algum efeito, mas
essas mudanças variam grandemente coma intensidade da entrada. A importância
dos eventos de alta magnitude é grande, muitas vezes provocando ultrapassagem
nos limiares de absorção e promovendo modificação intensa no sistema.
+ ritmo (ordem) FEEDBACK
- caos (desordem)
FIGURA 1 – Esquema da entrada e saída de matéria energia em um sistema Fonte: Esquema apresentado em aula de PGGA 2008.2.
O estado do sistema é caracterizado por sua organização, composição e
fluxo de energia e matéria, podendo ser medido através de variáveis, cujos valores
descrevem o estado do sistema naquela oportunidade. Quando as estruturas e as
relações possuem valores aproximadamente constantes, em virtude do
funcionamento adaptado aos imputs fornecidos, o sistema encontra-se em estado
estacionário ou constante. Caso haja alteração nos imputs, ultrapassando a
capacidade de absorção do sistema, há mudança para outro estado.
Um aspecto também importante no funcionamento dos sistemas são os
chamados mecanismos de realimentação ou feedback que, de acordo com Drew
(1996, p. 30) são “... mecanismos que tendem a reforçar ou a diminuir a tendência
de um sistema para a mudança”. Também chamado de retroalimentação, consiste
no procedimento em que uma parte do sinal de saída de um sistema é retorna para
a entrada deste mesmo sistema, com a finalidade de diminuir, amplificar ou controlar
a saída do sistema.
SISTEMA
ENERGIA
MATÉRIA M
E GEOG
8
Quando o nível de saída é diminuído diz que ela é negativa; quando o
contrário ocorre tem-se a retroalimentação positiva. Efeitos variados também podem
ocorrer de acordo com as condições, tempo de transmissão e inércia do sistema, o
que pode provocar efeitos variados (ciclos, comportamento caótico, etc.).
A intensidade das alterações processadas nos sistemas será determinada
por dois fatores, a saber: o esforço (ou tensão) e o grau de suscetibilidade à
mudança (sensibilidade). A intervenção humana na natureza está caracterizada pelo
aumento nos fluxos circulares ou taxas de mobilização das substâncias naturais, não
representando significância em escala global e sim em sistema inferiores,
principalmente aqueles que envolvem seres vivos, como é o caso do ecossistema,
que também reagem mais rapidamente à tensão e oferecem menos resistência.
(DREW, 1996).
Dolfuss (1973, p. 81) define estrutura como sendo cada uma das unidades
funcionais e fisionômicas que, no espaço geográfico, possuem identidade e são
localizadas. Isso nos faz compreender que se trata de uma unidade espacial ainda
maior, cada uma delas regida e organizada por um sistema. E afirma, ainda, que há
uma estreita relação entre estrutura e sistema, mas quando se trata de estrutura
geográfica, há uma diferença, uma vez que, aquela passa a pertencer a esta.
Segundo o autor, uma estrutura é um elemento do espaço, individualizado e
localizado, mas cuja evolução é regida por sistema que o organizam tanto do interior
quanto do exterior. O autor enfatiza a divisão das estruturas geográficas são táxons
e coros, que se constituem respectivamente, unidades sistemáticas que se
classificam mutuamente e unidades espaciais que cobrem uma área definida e se
distribuem. A determinação dos limites das unidades geográficas representa as
maiores dificuldades para a análise geográfica. Os limites são mais ou menos
nítidos, desigualmente visíveis, constituem fronteiras ou franjas; são lineares ou
enroscadas e sujeitos ao deslocamento. As estruturas ligam-se entre si, por vezes,
pelas superfícies de contato constituídas pelos limites ou também através de série
de redes cuja natureza varia. As transferências e trocas se fazem através de malhas
traçadas pelas redes.
9
É indispensável na pesquisa geográfica a análise estrutural (determinação
das unidades do espaço) e o estudo dos sistemas que as presidem. Elas se
revestem de importância para a compreensão da articulação do espaço e para o
entendimento do sentido das transformações por eles sofridas. O estudo estrutural
possui um valor explicativo, destinado a fornecer explicações para os fenômenos
observados, a mostrar a lógica dos sistemas que subtendem a realidade geográfica
(DOLFUSS, 1973).
A presente pesquisa foi realizada no espaço interno da Universidade
Federal da Paraíba (Campus I) cuja área total se assemelha á área de um bairro e
cuja representação dos fenômenos pode ser expressa em documentos cuja escala
fique entre 1/20 000 e 1/50 000. Portanto, o trabalho foi realizado tomando-se por
base o nível 6 de organização das famílias nas divisões espaciais e que, segundo G.
Bertrand, citado in A Análise das estruturas Geográficas (DOLFUSS, 1973),
compreende o geossistema, definido como:
Uma unidade funcional e compreensiva, um conjunto que reagrupa todos os geofacies1, dinamicamente ligados uns aos outros. Apresenta-se como um mosaico de elementos geneticamente unidos. ... Pode ser um bairro de uma cidade, uma coletividade rural, incluindo a aldeia e a gleba. Procede-se ao estudo e à representação dos fenômenos como auxílio de documentos cuja escala fica compreendida entre 1/20 000 e 1/50 000”. (G. Bertrand)
FIGURA 2 – Sistemas exóticos que compõem a estrutura UFPB Fonte: Esquema apresentado em aula de PGGA 2008.2.
1 É fisionomicamente homogêneo. As dimensões do elemento variam de 1 a vários hectares. Aparece
imediatamente quando da observação de uma fotografia aérea; é reproduzido em mapas cuja escala pode variar de 1/5 000 até 1/20 000. (DOLFUSS, 1973)
Diversos exóticos � Sistema de exóticos � Estrutura (UFPB)
Flamboyant
Mangueiras
Castanholeiras
Outros exóticos
Estrutura (UFPB): paisagem de exóticos
Sistema de exóticos
10
Os limites fazem parte de cada estrutura ou “conjunto espacial
isósquemo”, são mais ou menos precisos, facilmente localizáveis e representam a
intervenção direta de um sistema (DOLFUSS, 1973).
Um outro fator interessante é a presença do limiar que, representa o ponto
de onde se é capaz de avaliar a situação de um dado sistema. Através da
determinação desse limiar, torna-se mais fácil fazer uma avaliação (diagnóstico)
acerca das mudanças ocorridas naquele sistema. Sabe-se que, o sistema ao ter o
limiar ultrapassado não se pode mais realizar uma reabilitação do sistema. O que vai
ocorrer com esse sistema é a sua nova posição com um novo equilíbrio. A FIGURA
3 (DREW, 1996) ilustra bem isso.
Levando-se em consideração a escala humana de tempo tem-se a
impressão do aspecto estático dos sistemas naturais, na sua maioria, sendo que na
realidade, os sistemas oscilam em torno de uma situação média – estado conhecido
como equilíbrio dinâmico (DREW, 1996).
FIGURA 3 – Comportamento de um sistema natural frente a uma tensão Fonte: DREW (1986, p. 30)
estado inicial do sistema restauração
(equilíbrio dinâmico)
Modificação do sistema
esforço eliminado (a)
Tempo
Esforço contínuo (b)
(b) novo nível de equilíbrio dinâmico
Esforço eliminado (b)
limiar de recuperação
recuperação (b)
Estado do sistema
11
Cavalcanti (1999, p. 60) define resiliência como a magnitude do didtúrbio
que pode ser absorvido antes que o sistema se modifique. O autor ressalta, ainda, o
conceito de capacidade de suporte (K) que, segundo ele, representa o tamanho
máximo populacional de uma espécie que uma área pode sustentar sem reduzir sua
habilidade de sustentar a mesma espécie no futuro.
A vulnerabilidade e a sensibilidade, no caso da vegetação terrestre
espontânea ou introduzida pelo homem, são funções da amplitude do intervalo dos
limites de tolerância às variações dos fatores abióticos e bióticos. Quanto mais
próxima ela estiver de um de seus limites, mais vulnerável será. Na utilização da
vegetação como indicadora de condições ambientais e como instrumento de
avaliação para gestão ambiental deve-se optar pelo trabalho em nível
macrorregional, regional ou local (GUERRA, 1999).
Segundo Guerra (1999, p. 157), as mudanças ambientais, provocadas pela
vegetação, têm seus fatores levantados, considerando-se as origens naturais ou
antrópicas, destacando como um dos principais fatores de origem antrópica o
reflorestamento com espécies exóticas, que tem como impactos diretos a invasão
por essas espécies e espécies ruderais, a perda da biodiversidade e fragmentação
da biota, a aceleração do processo erosivo e perda da fertilidade, a possibilidade do
avanço de pragas e doenças, entre outros, além da probabilidade de inúmeros
impactos indiretos.
Tomando-se por base o conceito de população citado por Remmert (1982,
p. 127) que a descreve como formada de indivíduos de uma só espécie aptos a
trocarem material genético..., passa-se a verificar que dentro da perspectiva do
presente estudo tem-se uma população, representada pelo indivíduo flamboyant.
Uma população possui características as quais apesar de serem mais bem
expressas como funções estatísticas, são propriedades exclusivas do grupo. Dentre
as quais podem ser destacadas a densidade, a natalidade, a mortalidade, a
distribuição etária, o potencial biótico, a dispersão e forma de crescimento. E, possui,
ainda, características genéticas diretamente relacionadas com a sua ecologia. Tais
como a adaptatividade, o fitness2 reprodutivo (darwiniano) e a persistência
2
Aplicado a um organismo ou genótipo, é a sua capacidade, relativa aos outros integrantes da população, de deixar uma descendência viável (ODUM 1986, p. 189)
12
(probabilidade de deixarem descendentes ao longo de grande período de tempo)
(ODUM, 1986).
Dolfuss (1973, p. 95) nos remete aos conceitos de densidade e
intensidade, onde o primeiro representa a carga de uma população por unidade de
superfície considerada e o segundo “o grau de força, de atividade ou de potência de
um fenômeno ou processo que se exprime por unidade de tempo ou de superfície”.
Esses conceitos apresentam suma importância, uma vez que, a Geografia
tem como um dos temas principais o conhecimento e a explicação das cargas
populacionais e a comparação das densidades em função das civilizações e dos
dados fornecido pelo meio natural.
Para se entender e se realizar um estudo melhor elaborado como relação
ao comportamento de espécies exóticas em conjunto com espécies nativas e, até se
avaliar o quão prejudicial essa espécie é para os indivíduos endógenos, Remmert
(1982, p. 132-134) nos remete a uma distinção entre dois tipos de estrategistas que
fazem parte do biótopo. Em primeiro lugar surge o estrategista K que, segundo ele,
apresentam as seguintes características: a permanência por longos períodos; a
capacidade de serem selecionados para a máxima utilização uniforme do habitat
que possa ser realizada sem afetá-lo; a adapatação à capacidade do habitat; de
uma forma geral são árvores grandes e de vida longa; são dotadas de habilidade
competitiva, uma longa extensão de vida e pequena progênie e possuem um
número alto de espécies em habitat que existem há séculos. Depois, surge o
estrategista r, que apresenta como principais características: a rapidez com que
aparecem e desaparecem dos habitats; a velocidade com que colonizam o habitat,
exploram-no completamente e realizam uma grande busca por um novo local
favorável; a rapidez no desenvolvimento e reprodução e uma tendência extrema em
renunciar ao habitat; são representados por pequenos animais e espécies de plantas
pioneiras; podem ser encontrados em ambientes efêmeros, como poças d’ água de
chuva, monte de terra, etc; a capacidade de constituir uma população grande em
pouco tempo, mas não podem manter-se contra uma competição vigorosa.
As distribuições dos indivíduos no espaço são descritos por Remmert
(1982, p. 141) como sendo de três tipos, a saber: uniforme, em cachos e casual,
sendo que a distribuição casual pode se dar de maneira uniforme. A distribuição
uniforme dos organismos no espaço é ingênua, embora em algumas situações
13
possa ocorrer que a distância entre um organismo e o seu vizinho seja a mesma
sobre grande área. Essa distribuição, quando ocorre, indica um comportamento
territorial de uma espécie determinada. A distribuição em “cacho” (“cluster”) pode
ocorrer por uma atração social entre os organismos, de modo que os recém-
chegados se localizam na vizinhança dos habitantes já existentes. Outros fatores
também são responsáveis como a atuação de animais no transporte e acúmulo de
sementes que dão origem a moitas densas de algumas árvores como o caso dos
pica-paus e das formigas. Já a distribuição é a casual ou aleatória, que como o
nome indica, ocorre ao acaso, apesar da dúvida se é realmente ao acaso. Em
alguns casos, pode-se explorar a vantagem seletiva desse tipo de distribuição.
(REMMERT, 1982).
FIGURA 4 – Tipos de distribuição dos organismos no espaço Fonte: REMMERT (1982, p. 141)
Remmert (1982, p. 141) faz um comentário acerca da introdução ao
estudo da distribuição espacial de uma população dizendo que “ao se estudar a
distribuição espacial de uma população, precisamos primeiro medir as distâncias
entre os indivíduos e analisar estes dados”. O autor destaca, ainda, que irão indicar
territorialidade os casos de distribuições uniformes; encacheamento, para
histograma de distância com dois máximos e, distribuição aleatória, para histograma
de distância largo, sem máximo claro. Têm-se, então, para estes casos, os padrões
de distância que se seguem: distribuição aleatória: variância igual à média;
distribuição em cacho: variância maior que a média e distribuição uniforme: variância
menor que a média.
Numa floresta tropical pluvial, onde a competição é intensa, as sementes mais pesadas e, consequentemente, possuidoras de mais nutrientes são as mais prováveis de produzirem mudas. Por outro lado, o alto peso das sementes reduz o número de sementes
Casual Cacheada Uniforme Uniforme cacheada
14
formadas, bem como sua transportabilidade. A estratégia provavelmente usada pela seleção foi o desenvolvimento de frutas atraentes para os transportadores a longa distância, pois nenhuma semente tem qualquer chance permanecendo logo embaixo da árvore mãe. Além disso, os transportadores seriam favorecidos se depositassem as sementes em locais onde sua oportunidade de germinação e crescimento for boa. A seleção, consequentemente, tende a encorajar a evolução de frugívoros especiais em vez dos generalistas (REMMERT, 1982).
São três os principais mecanismos para manutenção de uma densidade
média: a auto-regulação, o sistema predador-presa e o suprimento de alimento,
sendo que, com relação ao controle da população, cientistas defendem apenas a
auto-regulação como o único meio de controle das populações, enfatizando que
predadores no sentido mais amplo, disponibilidade de alimentos e fatores externos
diversos nunca podem garantir uma limitação a longo prazo do tamanho
populacional.
A auto-regulação entre os vegetais também ocorre, uma vez que, a
maneira mais adequada de uma semente alcançar o solo e buscar a germinação é a
sua queda embaixo da planta-mãe. O processo se dá justamente porque quanto
mais longa é a vida da planta-mãe, menor é a possibilidade de que a plantinha
medre a seu lado. De modo que quanto mais longe da planta-mãe caem as
sementes, maior probabilidade delas se tornarem adultas. Isso se deve em parte à
sombra que a plantinha produz, e também pode ser que efeitos alelopáticos3
desempenhem seu papel. Há uma diferença distinta entre o número de sementes no
chão e o de plantinhas que será ainda maior se comparado com plantas mais
velhas, já enraizadas e crescendo.
Em se tratando de controle populacional através da atuação de
predadores vale ressaltar que, segundo Hermann Remmert, esses desempenham
um papel importante, embora essa afirmativa seja complicada, uma vez que, se
torna necessário a definição do que seja um predador que deve ser tratado de uma
maneira conjuntural, incluindo nesse grupo os organismos patogênicos, parasitas,
parasitóides, herbívoro e competidores interespecíficos que podem afetar a
3 Algumas plantas têm a capacidade de produzir substâncias que impedem o crescimento de outras
plantas ao seu redor. Isso chama-se alelopatia. Essa característica é observada em plantas que precisam competir por luz e nutrientes do solo de forma intensa e o "estresse" que certas plantas sofrem faz com que ela produza essas substâncias que são nocivas a outras plantas. (http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20061031100313AAmNIEM)
15
população de um organismo como o fazem os predadores, causando pelo menos
um dano a um organismo vivo, possivelmente culminando com o controle do
tamanho da sua população.
A auto-regulação através da competição intra-específica no caso dos
vegetais apresenta a seguinte ação no caso dos vegetais: os pesos das plantinhas
têm a sua distribuição à medida que elas crescem, desenvolvendo vários máximos;
poucas crescem muito rapidamente e há as que pesam mais que a média, enquanto
a maioria é mais leve que a média; plantinhas muito próximas umas das outras têm
baixa probabilidade de sobrevivência; ocorrem mudanças estruturais, onde elas
aumentam o comprimento e a razão peso-por-área da folha e o peso das sementes
diminui em relação às outras partes vegetais; ocorre uma distribuição espacial
uniforme de plantas maduras e as plantas superiores ficam muito grandes. Na
floresta é comum a existência de “flutuações de populações” comparáveis, como
uma adaptação aos predadores no mais amplo sentido. Num conjunto normal, estas
produzem sementes apenas a intervalos mais ou menos longos. Como
conseqüência destas flutuações, que não podem ser previstas pelos animais, os
animais consomem apenas uma porcentagem relativamente baixa de sementes
prontamente acessíveis, com seu alto teor de energia. Realmente, muitos animais
armazenam as sementes e depois esquecem os locais, auxiliando a ampla
disseminação de sua “presa”. (REMMERT, 1982).
Odum (1986, p. 189) traz mais algumas considerações importantes como
o conceito de comunidade biótica que, segundo ele, representa o “... conjunto de
populações que funciona como unidade integradora, através de transformações
metabólicas coevolutivas numa dada área de habitat físico”.
O conceito de natalidade e mortalidade também é enfatizado pelo autor
que define o primeiro como a capacidade de uma população aumentar, constituindo
um termo mais amplo, que engloba a produção de novos indivíduos de qualquer
organismo, seja qual for o processo: nascimento, eclosão, germinação ou divisão
(ODUM, 1986).
Os conceitos de Ecologia e Ecossistema são ilustrados por Cavalcanti
(1999, p. 56-57). Segundo ele, o primeiro deles foi elaborado por E. Haeckel, em
1866 e diz respeito ao “corpo de conhecimento que diz respeito à economia da
natureza”. Já o segundo foi estabelecido por Golley, em 1993 e representa “uma
16
máquina ecológica constituída de níveis tróficos que foram acoplados através de
fluxos de energia” se constituindo um termo funcional para as contínuas interações
entre organismos, populações, comunidade e ambiente físico-químico.
São apontados quatro pontos que apresentam conseqüências para o
manejo. São eles, a saber: a invasão de espécies persistentes após um distúrbio e
durante a sucessão é probabilística; espécies invasoras iniciais e finais podem estar
continuamente presentes; distúrbios grandes e internos (fogo, vento, herbívoros) são
parte da dinâmica interna do ecossistema e alguns distúrbios podem levar o
ecossistema a diferentes campos de estabilidade (CAVALCANTI, 1999).
Segundo Cavalcanti (1999, p. 58), a escala é um ponto fundamental em
Ecologia porque diferentes questões podem ser percebidas de acordo com o nível
de análise (se populações ou paisagens, por exemplo) e também porque se podem
obter informações diferentes dessas distintas abordagens.
Diante da afirmativa, pode-se dizer que os sistemas ecológicos em escala
auxiliam na determinação de prioridades para estudos de conservação da biosfera e
que uma abordagem hierárquica parece ser um modo mais apropriado para se
chegar à pesquisa ambiental, porque ela organiza os diferentes níveis de questão,
análise e informação.
Em uma escala ecológica, “espécies indicadoras” ou “agrupamento-alvo
de organismos” são sugestões úteis para ajudar na obtenção de informações sobre
habitat, tamanho de nicho e função ecológica, e sobre outros grupos (predadores e
presas, por exemplo). Seguir padrões de distribuição e abundância de espécie-alvo
ajuda a avaliar espécies raras e riqueza de habitat. Fearnside, 1986 in Meio
Ambiente, Desenvolvimento e Políticas Públicas, citado por Alpina Begossi in
Escala, Economia Ecológica e a Conservação da Biodiversidade sugere que a
capacidade de suporte humana deve ser considerada central para as políticas de
desenvolvimento. O manejo de recursos contemporâneos, incluindo populações
nativas em áreas de conservação, tais como florestas tropicais, deve incluir medidas
de capacidade de suporte. É impossível lidar hoje com o manejo local de recursos
naturais sem analisar a capacidade de suporte. Atividades e manejo ecológico
envolvendo nativos são enfatizados em virtude da familiarização destes com as
áreas envolvidas. Nativos mantêm refúgios, minimizando a colheita, outros usam a
sucessão florestal, dentre outros (CAVALCANTI, 1999).
17
Como um dos objetivos desse trabalho é contribuir para o planejamento da
utilização da espécie Flamboyant (Delonix regia) como planta ornamental no
Campus I, tornam-se necessárias algumas considerações acerca do que seja essa
atividade. Segundo Oliveira (1973, p. 21), o planejamento estratégico:
“...corresponde ao estabelecimento de um conjunto de providências a serem tomadas pelo administrador para a situação em que o futuro tende a ser diferente do passado; entretanto, a empresa tem condições e meios de agir sobre as variáveis e fatores de modo que possa exercer alguma influência....”
O autor nos traz a definição de plano, que se constitui no documento formal
que se constitui na consolidação das informações e atividades desenvolvidas no
planejamento. Segundo esse autor existe, ainda, o propósito do planejamento que
pode ser definido como:
“o desenvolvimento de processos, técnicas e atitudes administrativas, que proporcionam uma situação viável de avaliar as implicações futuras de decisões presentes em função dos objetivos empresariais que facilitarão a tomada de decisões no futuro, de modo mais rápido, coerente, eficiente e eficaz”.
Por último também vale a pena citar os conceitos de Biogeografia e
refúgio, destacados por Troppmair in Terra: Questões ambientais e soluções locais
onde o primeiro é definido como:
o estudo das estruturas, das interações e dos processos espaciais do presente e do passado dando ênfase aos seres vivos – as Biocenoses – que habitam determinados locais – o biotopo” e, o segundo nos remete a “áreas florestais ou não, onde espécies da flora e da fauna permanecem isolados em espaços relativamente restritos, enquanto em grandes áreas circunvizinhas ocorrem condições ambientais adversas à sua expansão” (SEABRA, 2008)
Diante de tudo que aqui foi dito, tem-se uma noção geral de como
proceder para o entendimento de todas as questões que norteiam o referido
trabalho, realizado com o intuito de atender a todos os objetivos elencados na sua
introdução. Espero que a sua realização venha contribuir de alguma maneira para
direcionar os planejamentos que visam uma gestão do patrimônio de uma maneira
18
geral – vegetação, solo, clima, instalações físicas, recursos humanos, dentre outros
que são parte integrante desse geossistema UFPB.
19
2.2. A Mata Atlântica – passado e presente
À época do
descobrimento, estendia-
se ao longo da costa da
América do Sul, um
compelxo de tipos de
florestas em geral
latifoliada e pluvial, de
tropicais a subtropicais.
Essa densa floresta se
desenvolveu graças ao
relevo, regimes de vento e
correntes oceânicas e
penetrava pelo interior
cerca de cem quilômetros
na costa norte e
alargando-se a mais de quinhentos quilômetros no sul e sudeste, chegando até a
Argentina e Paraguai, ocupando uma área de cerca de um milhão de quilômetros
quadrados. Esse complexo, denominado de Mata Atlântica brasileira achava-se
associada a outra floresta muito maior porém distinta dela, a Floresta Amazônica,
onde juntas, possuíam a maior espécie de riqueza em espécies do planeta. Em
vistude do seu tamanho considerável, apresentava uma grande diversidade de
espécies endêmicas como epífitas – bromélias e orquídeas.
Com o descobrimento e a ocupação do nosso território deu início à
devastação desse complexo florestal, ocasionado principalmente pela exploração
desordenada e intensiva, principalmente para a extração e exportação do pau-brasil,
seguido de outras madeiras de valor tais como tapinhoã, sucupira, canela,
canjarana, jacarandá, araribá, pequi, jenipaparana, peroba, urucurana e vinhático.
Essa prática devastadora associada à disseminação da cana-de-açúcar deu-se de
forma mais drástica no Nordeste brasileiro onde a extinção foi praticamente total,
afetando a população local e causando consequentemente, graves problemas
sociais. Pouco restou para a preservação de espécies que se viram ameaçadas pela
poluição ambiental através da emissão de poluentes.
Figura 5 – Mata atlântica ontem e hoje Fonte: http://www.jornaldosamigos.com.br/mata_atlantica.jpg
20
Atualmente, no Brasil, praticamente 90% da Mata Atlântica encontra-se
destruída e destes, 75% está sob risco de extinção. Os principais remanescentes
são encontrados na Serra do Mar e da Mantiqueira, posssivelmente em virtude do
seu relevo acidentado. Cerca de 70% da população brasileira, vive na área de
domínio da Mata Atlântica, que abriga comunidades tradicionais, incluindo povos
indígenas, dos quais podem ser destacados os Wassu, Pataxó, Tupiniquim, Gerén,
Guarani, Krenak, Kaiowa, Nandeva, Terena, Kadiweu, Potiguara, Kaingang e
Guarani M'Bya.
A sua biodiversidade chega a ser maior que a da Floresta Amazônica,
possibilitada pelas variações de altitude e latitude. A flora caracteriza-se por uma
vegetação exuberante, com acentuado higrofitismo(4) e uma série de variações
conhecidas por nomes como Ombrófila Densa, Ombrófila Mista, Estacional
Semidecidual, Estacional Decidual, além de ecossistemas associados como os
campos de altitude, manguezais, restingas, brejos interioranos e ilhas oceânicas,
definidas pelo CONAMA, em 1992. Com relação à fauna, o grande número de
espécies, assim como o endemismo também são marcantes, surpreendendo
também pela descoberta de novas espécies de anfíbios, peixes, aves e mamíferos.
A presença de chuvas de encosta, proporcionada pela presença de
montanhas que barram a passagem das nuvens, determinam o alto índice
pluviométrico. Isso faz com que exista uma grande quantidade de água garantindo a
qualidade e o volume dos seus cursos d’água, assim como o desenvolvimento das
atividades humanas que dela dependem. Neste bioma, encontram-se inseridas sete
das nove grandes bacias hidrográficas brasileiras, assegurando qualidade e
quantidade de água potável para o abastecimento de vários municípios.
A exploração de inúmeras espécies de madeira, plantas medicinais,
árvores não madeireiras e plantas ornamentais com fins comerciais ou não; a
introduçaõ de espécies exóticas; a caça e a pesca predatórios; a expansão da
indústria, da urbanização, da agricultura e, hoje de forma mais acentuada do
turismo, exercem uma forte pressão sob o bioma Mata Atlântica, causando a
diminuição ou até mesmo o desaparecimento de espécies, sobretudo endêmicas.
Também contribuem para o desaparecimento de espécies e indivíduos a caça e a
pesca predatórios, a introdução de indivíduos exóticos.
21
Algumas medidas podem ser implementadas com a finalidade reduzir os
impactos causados à mata tais como a fiscalização da caça, da presença de animais
em cativeiro, da pesca, da comercialização de espécies silvestres e da existência de
programas de educação ambiental visando à população local. Projetos de
recuperação, a criação de APAs, apoiadas por um legislação rígida e fiscalização
intensiva têm contribuído para a frear e preservar o pouco que ainda restou desse
complexo florestal, colocado pela Constituição de 1988 como um patrimônio
nacional.
Diante do que já foi dito, e
sabendo que o Nordeste brasileiro foi a
região em que a Mata Atlântica foi mais
castigada, tem-se uma noção geral de
como ela se apresenta no Estado e, de
forma particular, no município de João
Pessoa, em especial na área estudada,
apresentando-se sob a forma de
fragmentos, bastante antropizado,
convivendo de maneira nada harmoniosa
com o conjunto de edificações e espécies
exóticas. O Estado da Paraíba, que no
início da colonização possuía cerac de 12% do total de Mata Atlântica, ainda conta
com algumas Unidades de Conservação importantes tais como o Parque Zoo
Botânico Arruda Câmara (Jardim Botânico Benjamim Maranhão), a Reserva
Biológica Guaribas e a Área de Proteção Ambiental da Barra do Rio Mamanguape,
sendo que a primeira se situa no município de João Pessoa e bem próximo da área
estudado.
FIGURA 6 – Vista aérea do Jardim Botânico Benjamin Maranhão (fragmento de Mata Atlântica) Fonte: Google Earth, 13 Fev 09 – 09:25
Jardim Botânico Benjamin Maranhão
22
2.3. Indivíduos exóticos – conceituação, caracterização e introdução de
espécies
Animais ou vegetais que se instalam em locais onde naturalmente não são
encontradas são denominadas de exóticas. São espécies de plantas, animais ou
microorganismos introduzidos a um ecossistema do qual não fazem parte
originalmente que se adaptam, propagam e exercem dominância, prejudicando
processos naturais e espécies nativas, são chamadas espécies exóticas invasoras.
Então, nem toda espécie exótica é invasora.
Diversas são as maneiras como essas espécies podem chegar aos locais
onde antes não existiam. Habitas de clima quente e modificados pelo homem são
ambientes ideais para a instalação de espécies exóticas. A introdução de espécies
tem representado uma das maiores causas de diminuição da diversidade no planeta,
favorecida pelo desenvolvimento do mundo globalizado.
Tomando-se por base a lei dos 10% de Willianson (1996) que enuncia que
cerca de 10% das espécies introduzidas se estabelecem no local de introdução e
10% dentro dessas que conseguiram se estabelecer tornam-se pragas, tem-se uma
idéia geral da complexidade que é permitir a propagação dessas espécies em
ambientes naturais, que ao se tornarem invasoras podem representar um grande
risco à biodiversidade no Planeta, através da alteração no equilíbrio ecológico.
Essa “quebra” do equilíbrio ocorre uma vez que muitas dessas espécies
apresentam determinadas características - como ciclo reprodutivo rápido, baixa
demanda nutricional, parasistismo, etc – que faz com que elas se multipliquem
rapidamente e passem a utilizar os recursos que antes eram suficientes para o bem
estar de todas as espécies nativas. Isso, geralmente, traz graves conseqüências que
vão desde a morte de espécies nativas do habitat até a extinção daquelas
específicas daquela região.
Existem três maneiras de como ocorre a instalação de exóticos em um
ambiente. A primeira delas se dá quando as espécies são intencionalmente
introduzidas. A segunda maneira ocorre quando espécies são intencionalmente
introduzidas apenas no cativeiro, porém fogem para o meio ambiente. Nos dois
primeiros casos, recomenda-se um amplo estudo de manejo da espécie deve ser
realizado antes de sua introdução, a fim de se evitar um futuro descontrole.
23
Finalmente, a terceira maneira ocorre de maneira acidental, considerada uma
maneira onde não há controle e apresentando a detecção rápida da dispersão da
espécie como melhor maneira de solucionar o problema.
Muitas das vezes, os impactos das introduções de exóticos representam a
segunda causa global de extinção ficando atrás somente da perda e fragmentação de habitats,
ocorrem de maneira imperceptível, sendo a espécie incorporada ao novo ambiente
de tal forma que passe a ser vista como nativa. Por outro lado, podem ocorrer
impactos catastróficos, através de alterações profundas na estrutura dos
ecossistemas ou mesmo danos econômicos.
Com relação à introdução intencional de espécies em determinado
ambiente, o pesquisador Mauro Galetti, doutor em ciências biológicas pela
Universidade de Cambridge e especialista em biologia da conservação, enfatiza que,
em relação ao Brasil, as experiências de introdução de espécies exóticas ou
Sistemas Agroflorestais foram “desastrosas”, uma vez que, esse tipo de prática nem
sempre é previsível. O autor destaca como exemplo o caso da jaca, árvore originária
da Índia que foi introduzida em várias florestas brasileiras e que hoje necessitam de
um controle sob o risco de se tornar uma invasora e competir com as plantas
nativas, reduzindo a diversidade da floresta. Em contrapartida, a mesma jaca serve
de alimento a diferentes espécies nativas que lá se encontram e cuja remoção dessa
fonte de alimento poderia representar outro desequilíbrio daquele ambiente através
da diminuição no suprimento de alimentos.
Diante do exposto têm-se uma clara noção de como os indivíduos exóticos
são introduzidos, como se comportam e como podem atuar de maneira significativa
no equilíbrio do sistema, convivendo de maneira parasitária ou dominando o habitat
das espécies endógenas. É importante pensar o modo de como prevenir esse fato,
uma vez que, a melhor maneira é impedir diretamente a introdução da espécie,
prática impossível, especialmente nos casos de introdução acidental.
Outros modos de impedir que determinadas espécies se alastrem em
ambientes naturais podem ser utilizados. Em primeiro lugar, espécies invasoras com
grande potencial de se tornarem exóticas invasoras devem ser detectada para que
possam ser analisadas e se efetivar um controle da sua dispersão. Essa detecção
pode ser facilitada através da observância de alguns fatores tais como: espécies
tidas com invasoras em outros locais merecem atenção e quanto maior a população
24
inicial da espécie em questão e quanto maior a tolerância a diferentes tipos de clima,
maior a chance de se tornar invasora. Em segundo lugar, faz-se necessário a
erradicação de espécie invasora já instalada, porém, isso nem sempre é possível em
virtude de muitas vezes apresentar elevado custo-benefício, grande demanda de
tempo e o risco de causar impactos maiores ao ambiente.
O importante é ter em mente que a introdução de outras espécies como
controladora de espécies exóticas não deve acontecer e que a principal forma de
combater a introdução indesejável de espécies é a conscientização do principal
agente disseminador de espécies, principalmente no que se refere a plantas para
uso ornamental ou para o cultivo.
25
2.4. O flamboyant – aspectos gerais
A espécie em estudo trata-se
do Flamboyant (FIG 7), pertencente à
família das Leguminosas, divisão
Cesalpináceas e cujo nome, de origem
francesa, significa flamejante, assim
denominado em virtude da coloração
vermelha bastante acentuada de suas
flores. Apresenta outros nomes
populares tais como Flor-do-Paraíso,
Pau-Rosa, Rainha do Verão, Árvore
dos Namorados e Acácia-Rubra. Essa
árvore tem como nome científico Delonix regia e sua ocorrência natural se dá na
costa Leste da África, em Madagáscar e ilhas do Oceano Índico, porém está no
Brasil desde o início do século XIX quando foram trazidas para cá as primeiras
mudas que se adaptaram muito bem ao clima e ao solo brasileiros, podendo ser
ainda mais antigas no nosso território em virtude de uma outra versão de que
corsários franceses empenhados em comercializar o ibirapitanga com os índios,
teriam trazido esta planta para o Brasil no final do século XVIII, disseminando-a em
áreas planas do Rio de Janeiro.
Sua maior ocorrência no
Brasil é na região Sudeste onde é
empregada em projetos paisagísticos
com sua indicação para áreas
espaçosas e abertas para favorecer o
seu desenvolvimento. Há variedades
com flores em tonalidades mais
claras, como alaranjado-claro e
salmão amarelado. Isso,
possivelmente, seja o principal
motivador na escolha desta árvore
Figura 7 – Flamboyant (Sítio Água Fria – Iguatu/CE) Foto: Gilvan Cardoso 01/2009
Figura 8 – Espécie de copa bastante esparsa (Ingá/PB) Foto: Gilvan Cardoso 12/2008
26
com ornamental, uma vez que, também é contra indicada para utilização em grandes
cidades em virtude do seu grande porte, sistema radicular extenso e copa esparsa o
que pode trazer problemas estruturais para edificações, calçadas e fiação elétrica.
O
Flamboyant pode
atingir uma altura
média de até 15
metros e 90
centímetros de
diâmetro. O tronco
é cilíndrico,
espesso na base,
ereto e ramificado
apenas na parte
superior. A copa
apresenta numerosos ramos longos e de crescimento irregular, com projeção de 10
metros de diâmetro. A casca externa, ligeiramente sulcada, tem coloração castanho-
acinzentada.
As folhas têm de
30 a 60 centímetros de
comprimento, são
pecioladas (têm haste) e
revestidas por pêlos finos
e curtos, são caducas
(não se mantêm verdes
durante o ano todo) e
geralmente caem no período seco (outono/inverno).
Figura 9 – Caule ereto (Estacionamento do CT – UFPB) Foto: Gilvan Cardoso 11/2008
Figura 10 – Copa com ramos de crescimento irregular e longos (Central de aulas – UFPB) Foto: Gilvan Cardoso 10/2008
Figura 11 – Folhas pecioladas Foto: Gilvan Cardoso 11/2008
Figura 12 – Ramos com diversas folhas Foto: Gilvan Cardoso 11/2008
27
As flores
apresentam cinco pétalas
chegando até sete
centímetros de
comprimento, e formam
grandes cachos. O
período de floração
acontece nos meses de
outubro a dezembro.
Os frutos
são representados por
grandes vagens
achatadas, alongadas e
sinuosas, que variam de
40 a 60 centímetros de
comprimento por cinco a
sete centímetros de largura, que secam e abrem espontaneamente, liberando as
sementes que são extremamente duras, e só germinam após “quebra de
dormência”.
As
sementes apresentam-
se dispostas de forma
transversas, são
numerosas e possuem
o formato ovalado. A
frutificação ocorre entre
os meses de março e julho.
Esta árvore, não precisa de muitos cuidados, apenas podas de limpeza
periódicas e remoção de galhos estragados. Com relação aos frutos, que ficam o
ano inteiro na árvore, a sugere-se que sejam retirados no período em que não há
flores para que a planta não perca sua característica ornamental. Aconselha-se o
Figura 13 – Cacho de flores Foto: Gilvan Cardoso 11/2008
Figura 14 – Flor Foto: Gilvan Cardoso 11/2008
Figura 15 – Fruto (vagens de diversos tamanhos) Foto: Gilvan Cardoso 11/2008
Figura 16 – Estrutura interna de uma vagem Foto: Gilvan Cardoso 11/2008
Figura 17 – Sementes secas Foto: Gilvan Cardoso 11/2008
Figura 18 – Sementes verdes Foto: Gilvan Cardoso 11/2008
28
seu plantio em jardins, ao longo de estradas e entrada de fazendas, que são áreas
com muito espaço e nunca sobre calçadas ou perto de paredes. A semente brota
com dois meses de plantada. Após o sexto mês ou um ano de idade não exigem
cuidados especiais.
29
3. MÉTODOS E TÉCNICAS
3.1. Resumo histórico e caracterização geral da área estudada
A Universidade Federal da Paraíba teve sua origem a partir do ano de
1934, através da criação da Escola de Agronomia do Nordeste, na cidade de Areia,
interior do Estado – primeira escola de nível superior isolada. As tendências
profissionais da comunidade na época voltavam-se para a Medicina, Advocacia e
Sacerdócio, já tradicionais. Porém, fruto de acordos políticos entre Governo do
Estado e Ministério da Agricultura, surge a escola de Agronomia, como projeto viável
e alavanca para a cidade de areia, defasada economicamente (FERNADES;
FERREIRA, 2006).
Surgem outras escolas isoladas no estado, incentivadas pela iniciativa em
Areia tais como: a fundação, em 1947 da Faculdade de Ciências Econômicas que
despontou como sendo a transição para a fase de ensino superior na Paraíba. Na
década de 50 surge a Escola Politécnica de Campina Grande com a intenção de
integração no desenvolvimento técnico-industrial do estado, assim como a Escola de
Engenharia, motivada pela criação do curso de preparação à Escola Preparatória de
Cadetes (1948). A Faculdade de Filosofia surge a partir de previsão em dispositivos
constitucionais na Constituição Estadual de 1947. A Faculdade de Direito da Paraíba
é criada legalmente no ano de 1951, ano da fundação da Escola de Serviços Sociais
que foi criada, apoiada pela Igreja e pelo Estado. A Faculdade de Medicina também
foi fundada em 1951, representando a “carro-chefe” para os demais cursos da área
de saúde que iriam surgir. No ano de 1953 foi criada a Escola Auxiliar de
Enfermagem, impulsionada pela criação da Faculdade de Medicina e
consequentemente ampliação da Assistência Médica estadual e municipal que
aumentaram a necessidade de enfermeiros. A Faculdade de Odontologia foi
encabeçada pela Associação Paraibana de Cirurgiões-Dentistas, apoiado pela
Comissão de Planejamento do Ensino Superior e o Curso de Farmácia teve o início
de seu funcionamento a partir de 1956.
O mercado de trabalho que começava a se esboçar nos setores dos
diversos ramos de ensino, as precárias condições de funcionamento das escolas
30
devido à falta de elementos materiais e a dificuldade de locomoção para outros
centros, criaram um clima favorável à criação de uma Universidade no Estado.
Segundo Fernandes; Ferreira (2006, p. 36), funcionários, docentes e toda
clientela estudantil restringiram suas atividades a salas do Lyceu Paraibano, onde
funcionavam cursos secundaristas. Salas e material didático elementar eram os
recursos de que dispunha a comunidade escolar, ampliados mais tarde com a
integração da escola à Universidade Estadual.
Foi somente no governo de José Américo que condições sociais e
políticas se reuniram para amadurecer uma concepção universitária das quais
podem ser citadas: o funcionamento efetivo das escolas superiores isoladas
particulares, o satisfatório número de alunos, determinando maior demanda de
cursos, andamento precário de algumas escolas carentes de infra-estrutura, a
formação a curto e médio prazos de mercados de trabalho diversos. Isso contribuiu
para a criação em 1995, através da Lei Estadual nº 1.366, de 02 de dezembro, da
Universidade da Paraíba que, recebeu a denominação de Universidade Federal da
Paraíba em 1960 quando foi federalizada através da Lei nº 3.835, de 13 de
dezembro.
Atualmente a UFPB é uma instituição autárquica de regime especial de
ensino, pesquisa e extensão, vinculada ao Ministério da Educação, com estrutura
multi-campi e atuação nas cidades de João Pessoa, Areia e Bananeiras.
A área onde se desenvolveu o presente trabalho é representada pelo
espaço geográfico onde hoje funciona o Campus I da Universidade Federal da
Paraíba, no município de João Pessoa, que segundo MEDEIROS (2008)
... ocupa uma área de aproximadamente 104 hectares em que, de acordo com a proposta do Palno Diretor do Campus I da UFPB, o seu território está compartimentado em três Unidades Territoriais, onde estas foram definidas com base no estatuto da UFPB. Daí, têm-se definidas as seguintes unidades, constituídas por Centros Acadêmicos, Florestas e Jardins (Região Funcional) e Órgãos Suplementares (Região Nodal), As áreas de florestas são divididas em doze Áreas de Proteção Ambiental (APA) em que são constituídas por núcleos remanescentes de Mata Atlântica.
31
Este espaço acha-se bastante modificado e com uma carga de
antropização bastante elevada, fruto da atuação do homem neste meio e das
modificações ocorridas na estrutura sócio-econômica do município ao qual está
inserida.
A Universidade acha-se geograficamente situada de acordo com as
regiões fisiográficas entre o Litoral e a Zona da Mata e conforme as Microrregiões
Homogêneas, no Litoral Paraibano. Nesta região ocorre a predominância do clima
As’ (classificação de Koeppen), quente e úmido com chuvas de outono a inverno. A
formação geológica predominante é a formação barreiras – arenitos variegados, do
cenozóico (terrenos que se
formaram a partir de setenta
milhões de anos atrás). O clima
e o relevo acham-se ligados,
predominando o quente e
úmido litorâneo, com
temperaturas entre 24 ºC a 27
ºC e índices pluviométricos em
torno de 900 a 1.800mm
anuais. A vegetação
predominante é a Latifoliada
Perenifólia Costeira (Mata
Atlântica) (MEDEIROS, 2008).
FIGURA 19 – Vista aérea do Campus I da UFPB Fonte: Google Earth 21 Nov 08 (21:18 h)
32
3.2. Metodologia empregada
Diversos materiais foram empregados na realização do trabalho com a
finalidade de auxiliar na coleta de dados, obtenção de imagens e medições.
Inicialmente o trabalho foi dividido em três momentos in loco. Com a finalidade de
facilitar os trabalhos, o Campus foi dividido em quatro setores, a saber: Setor I –
Nordeste; Setor II – Sudeste; Setor III – Sudoeste e Setor IV – Noroeste.
(MEDEIROS, 2008).
LEGENDA
Limite Setor I - Nordeste
Limite Setor II – Sudeste
Limite Setor III – Sudoeste
Limite Setor IV - Noroeste
Fonte: Google Earth 21 Nov 08 (21:18 h)
FIGURA 20 – Vista aérea do Campus I da UFPB: Divisão dos setores Fonte: Google Earth 21 Nov 08 (21:18 h)
O primeiro momento, realizado no dia 19 de novembro de 2008, contou
com o apoio de membros do LABEMA - Cristiano Saraiva e Tárcio Aicam - que
prestaram excelente apoio na condução dos trabalhos e consistiu em percorrer todo
Campus na tentativa de realizar o levantamento quantitativo das espécies em estudo,
levando-se em consideração a sua densidade; localizar as espécies dentro da área em
questão, através de sistema de coordenadas (x,y) previamente estabelecidas em Planta
elaborada por LABEMA, atribuindo-lhes um “endereço”; visualizar possíveis danos causados
pela espécie em estudo em instalações, calçadas e fios elétricos do Campus I. Para tanto,
usou-se uma planta (mapa) da Universidade, confeccionada no LABEMA, sob a
supervisão e orientação do Professor Ms. Paulo Rosa, composta de coordenadas
métricas (eixos x e y), com quadrantes de 25 x 25 metros no terreno.
33
Maquina fotográfica digital, marca SONY, 4.1 megapixels (para obtenção
de imagens); um aparelho MP3 Player, marca MOX, 1 GB (para gravação de áudio
durante o trabalho); um paquímetro artesanal, fabricado no próprio LABEMA,
denominado de SUTA pelos seus idealizadores (para aferição de diâmetro do caule
das árvores); uma trena 100 metros (para aferição de distâncias); papel e caneta
(para anotações necessárias);
A segunda etapa foi realizada no dia 24 de novembro de 2008 com a
intenção de ratificar ou retificar informações colhidas na primeira etapa; realizar nova
medição nas distâncias das árvores encontradas no estacionamento do Centro
Tecnológico e realizar a marcação, na planta, de árvore situada nas proximidades do
Departamento de Química. Nesse momento foram utilizados a planta elaborada por
LABEMA/Paulo Rosa; o MP3 Player, marca MOX, 1 GB (para gravação de áudio
durante o trabalho) e papel e caneta (para anotações necessárias);
Os objetivos do terceiro trabalho de campo, realizado em 20 de janeiro de
2009, foram realizar a tomada de imagens das partes (raiz, caule, folha, flores e
fruto) da espécie em estudo e fazer medições e quantificações das partes (raiz,
caule, folha, flores e fruto) da espécie em estudo. Este momento foi dividido em duas
partes sendo a primeira realizada in loco, onde foram usados a máquina fotográfica
digital, marca OLYMPUS, Modelo D-435, 5.1 megapixel: destinada a tomada das
imagens durante o trabalho e papel e caneta (para anotações necessárias). A
segunda parte foi um trabalho em gabinete que tinha como finalidade realizar o
segundo objetivo acima enunciado e foram utilizados uma faca comum (para realizar
a abertura das vagens); uma trena (para realizar as medições necessárias) e uma
tesoura (para retiradas de amostras de partes das plantas que se fizerem
necessárias).
Em todos os momentos, informações e dados eram gravadas em MP3 e
os indivíduos iam sendo localizados na planta previamente confeccionada. Após os
trabalhos de campo, as informações eram condensadas, um relatório era gerado e
posteriormente arquivado em pasta catálogo.
35
SEGUNDA PARTE
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Foi realizado o levantamento quantitativo das espécies em estudo,
constatando-se a existência de cerca de 42 (quarenta e duas) árvores da espécie
em estudo, sendo o resultado por setor o seguinte: Setor I (Nordeste): nenhuma
espécie localizada; Setor II (Sudeste): 02 (duas) espécies localizadas; Setor III
(Sudoeste): 39 (trinta e nove) espécies localizadas e Setor IV (Noroeste): 01 (uma)
espécie localizada.
GRÁFICO 1
Nº DE INDIVÍDUOS POR SETOR
05
1015202530354045
NORDESTE SUDESTE SUDOESTE NOROESTE
Setores
Nº
de in
div
ídu
os
Foram localizadas as espécies dentro da área em questão, através de
sistema de coordenadas (x, y) previamente estabelecidas em Planta elaborada por
LABEMA, atribuindo-lhes um “endereço”. Todos os indivíduos tiveram a aferição do
diâmetro do caule e o cálculo estimado da altura (porte) cujos resultados gerais
estão expressos nos gráficos abaixo.
36
GRÁFICO 2
INDIVÍDUOS POR SETOR (Diâmetro do Caule)
0
5
10
15
20
NORDESTE SUDESTE SUDOESTE NOROESTE
Setores
Nº
de in
div
íduos
0 a 20 cm
21 a 40 cm
41 a 60 cm
61 a 80 cm
GRÁFICO 3
PORTE DOS INDIVÍDUOS POR SETOR (m)
0
5
10
15
20
25
30
NORDESTE SUDESTE SUDOESTE NOROESTE
Setores
Nº
de
ind
ivíd
uo
s
0 a 5 m
6 a 10 m
11 a 15 m
16 a 20 m
Não foram visualizados danos consideráveis causados pela espécie em
estudo em instalações, calçadas e fios elétricos do Campus e foram verificadas
ocorrência de possíveis fitopatologias e de plantas hospedeiras em alguns
indivíduos da espécie em estudo.
37
4.1. Setor I – Nordeste
Toda área deste setor (Fig.
22) foi percorrida e não foi visualizada a
presença de nenhum indivíduo da
espécie em estudo, denotando assim
que o indivíduo não possui estratégia
para a reprodução e povoamento.
4.2. Setor II – Sudeste
Neste setor (Fig. 23) foram
encontrados apenas 02 (dois) indivíduos
da espécie estudada. Um deles situado
no prédio do Departamento de
Morfologia do CCS e possuía bastantes
flores e vagens secas e verdes caídas
ao chão e o outro indivíduo estava
localizado no interior do viveiro da
Prefeitura Universitária e possuía muitos
galhos longos e porte bastante elevado.
As medições efetuadas foram as seguintes (QUADRO 1):
Figura 22 – Vista aérea do Setor I – Nordeste (UFPB) Fonte: Google Earth, 13 Fev 09 – 09:37
Figura 23 – Vista aérea do Setor II – Sudeste (UFPB) Fonte: Google Earth, 13 Fev 09 – 09:42
SETOR I - NORDESTE
SETOR II - SUDESTE
38
QUADRO 1 – Levantamentos de campo (Setor II – Sudeste)
COORDENADAS
NR X Y ALTURA1
(m) DIÂMETRO1
(m) DISTÂNCIA1
1 40 32 10,0 0,63 - 4,20 m do prédio do Departamento de Morfologia do CCS.
2 52 22 18,0 0,40 - Interior do viveiro da Prefeitura.
A presença de apenas dois indivíduos leva a crer que, possivelmente, houve uma disseminação ao acaso. Ambas possuíam características bem diferentes das demais encontradas na Central de Aulas e CT, principalmente com relação a presença de folhas e porte (altura).
GRÁFICO 4
PORTE DOS INDIVÍDUOS POR SETOR (m)
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
SUDESTE
Setor
Nº
de
ind
ivíd
uo
s
11 a 15 m
16 a 20 m
4.3. Setor III – Sudoeste (Fig. 24)
Setor de maior concentração
de indivíduos, principalmente, entre os
prédios da Central de Aulas e
Estacionamento do Centro Tecnológico
(CT). Verificou-se uma maior
densidade e intensidade dos indivíduos
nestas duas áreas, possivelmente
introduzidas para ornamentação e
obtenção de sombra.
Figura 24 – Vista aérea do Setor III – Sudoeste (UFPB) Fonte: Google Earth, 13 Fev 09 – 10:04
SETOR III - SUDOESTE
39
GRÁFICO 5
PORTE DOS INDIVÍDUOS (Setor Sudoeste)
0
5
10
15
20
25
30
SUDOESTE
Setor
Nº
de
ind
ivíd
uo
s
0 a 5 m6 a 10 m11 a 15 m
Foram realizadas medições e a obtenção de imagens onde os resultados
encontram-se na tabela abaixo:
QUADRO 2 - Levantamentos de campo (Setor III – Sudoeste)
COORDENADAS
NR X Y ALTURA1
(m) DIÂMETRO1
(m) DISTÂNCIA1
1 15 15 8,0 0,60 - 5,20 m do prédio 1; - 4,50 m da passarela principal.
2 15 15 6,0 0,35 - 5,20 m do prédio 1; - 10,00 m da árvore 1.
3 14 15 7,0 0,58 - 6,50 m do prédio 1; - 28,70 m da árvore 2.
4 17 16 2,5 0,31 - 5,60 m do prédio 1.
5 16 16 7,0 0,35 - 5,60 m do prédio 1; - 8,20 m da árvore 4.
6 16 16 6,0 0,62 - 5,60 m do prédio 1; - 7,70 m da árvore 5
7 15 16 14,0 0,62 - 5,60 m do prédio 1; - 30,00 m da árvore 6.
8 14 16 9,0 0,53 - 5,60 m do prédio 1. 9 14 16 5,0 0,47 - 6,90 m do prédio 2.
10 15 16 7,0 0,55 - 6,90 m do prédio 2; - 19,90 m da árvore 9.
11 15 16 6,0 0,69 - 6,90 m do prédio 2; - 10,00 m da árvore 10.
12 16 16 6,0 0,40 - 6,90 m do prédio 2; - 12,00 m da árvore 11.
13 17 16 3,0 0,40 - 6,90 m do prédio 2; - 23,90 m da árvore 12.
14 16 17 7,0 0,40 - 4,80 m do prédio 3.
15 15 17 8,0 0,71 - 4,80 m do prédio 3; - 12,20 m da árvore 14.
16 15 18 7,0 0,55 - 5,00 m do prédio 4. 17 16 18 7,0 0,35 - 5,00 m do prédio 4;
40
- 31,50 m da árvore 16. 18 15 19 8,0 0,45 - 5,00 m do prédio 5.
19 13 16 7,0 0,37 - 5,80 m da mureta defronte à gerência; - 32,00 m da árvore 18.
20 13 15 5,0 0,35 - Localizada defronte à árvore 3;
21 13 15 6,0 0,60 - Distância da árvore 20: 24 m (oeste); - 24,00 m da árvore 20 (sentido oeste).
22 11 10 14,0 0,35 - Necessidade de retorno para melhor confirmação.
23 11 4 5,0 0,45
- Árvore disposta em um mesmo alinhamento em relação ao prédio da arquitetura (1ª linha de árvores); - 32,80 m do prédio da Arquitetura.
24 11 4 6,0 0,37
- Árvore disposta em um mesmo alinhamento em relação ao prédio da arquitetura (1ª linha de árvores); - 32,80 m do prédio da Arquitetura; - 7,80 m à direita da árvore 23.
25 11 4 4,0 0,58
- Árvore disposta em um mesmo alinhamento em relação ao prédio da arquitetura (1ª linha de árvores); - 32,80 m do prédio da Arquitetura; - 16,00 m à direita da árvore 24.
26 11 4 4,5 0,42 - Da árvore 23 à 26: distância de 6,20 m até o ponto de apoio e 900 à esquerda 4,20 m.
27 11 4 6,0 0,21 - Distância 26 à 27: do ponto de apoio à direita está a árvore 27 a 3,70 m
28 11 4 6,0 0,40 - 8,00 m da árvore 27. 29 12 4 5,0 0,40 - 4,20 m do ponto de apoio. 30 12 4 6,0 0,31 - 7,80 m à direita da árvore 29. 31 12 4 5,0 0,43 - 8,00 m à direita da árvore 30. 32 12 4 5,0 0,49 - 8,00 m à direita da árvore 31.
33 12 4 6,5 0,40 - 16,00 m da passarela em frente ao bloco A.
34 12 4 6,5 0,47 - 9,00 m da árvore 33.
35 7 15 7,0 0,38 - 4,90 m da parte de trás do Bloco Professor Afrânio Aragão.
36 7 15 6,0 0,26 - 16,00 m da árvore 35. 37 31 18 6,5 0,79 - 8,80 m da sala D-102 38 30 16 7,0 0,45 - 5,40 m da lanchonete. 39 30 16 7,0 0,48 - 19,00 m da árvore 38.
41
4.4. Setor IV – Noroeste
Nesta área foi visualizado
apenas um indivíduo da espécie o que
nos permite anunciar que a densidade
populacional é muito baixa, denotando
então que o indivíduo em estudo não
tem uma boa estratégia de povoamento.
Nesse sentido podemos já
afirmar que esse indivíduo não
apresenta ameaça à população vegetal
endógena.
GRÁFICO 6
PORTE DOS INDIVÍDUOS POR SETOR (m)
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
NOROESTE
Setor
Nº
de
ind
ivíd
uo
s
6 a 10 m
As medidas encontradas para a espécie analisada são as seguintes:
QUADRO 3 - Levantamentos de campo (Setor IV – Noroeste)
Figura 25 – Vista aérea do Setor IV – Noroeste (UFPB) Fonte: Google Earth, 13 Fev 09 – 10:14
COORDENADAS
NR X Y ALTURA1
(m) DIÂMETRO1
(m) DISTÂNCIA1
1 14 37 7,0 0,28 - 4,30 m da parte de trás do prédio da agência da Caixa Econômica Federal.
42
4.5. O povoamento pelo flamboyant sobre o Campus I da cidade Universitária
Como já foi anunciado, a espécie em estudo demonstrou que o indivíduo não
possui uma estratégia de povoamento autônoma, haja vista que a maior
concentração dos indivíduos ocorre nas zonas que há edificações por perto, assim
sendo podemos afirmar que o indivíduo está distribuído pelo Campus a partir da
intervenção humana, e o que nos leva a ponderar que essa é uma situação que está
diretamente ligada a questão da estética estabelecida pela floração do indivíduo que
se destaca numa paisagem de predominância de vegetação com muitas folhas como
é o caso da Mata Atlântica.
43
Flamboyant
LEGENDA
Distribuição de indivíduos arbóreos -Flamboyant
Fonte: Levantamento de campo, 2009 Plano diretor UFPB, 2007.
Data de execução: 2009
SETOR IVSETOR III
SETOR II
SETOR I
Figura 26 – Planta da UFPB – Campus I com a localização dos Flamboyants Fonte: LABEMA/UFPB, 2008.
44
Flamboyant
LEGENDA
Distribuição de indivíduos arbóreos -Flamboyant
Fonte: Levantamento de campo, 2009 Plano diretor UFPB, 2007.
Data de execução: 2009
SETOR IVSETOR III
SETOR II
SETOR I
Figura 27 – Planta da UFPB – Campus I com a localização dos Flamboyants Fonte: LABEMA/UFPB, 2008.
45
TERCEIRA PARTE
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Levando-se em consideração todos os levantamentos realizados nos
trabalhos de campo, toda a bibliografia reunida e exaustivamente consultada e todas
as orientações do Professor Ms. Paulo Rosa, orientador do presente trabalho,
chega-se à conclusão que:
1. Com relação á utilização do Delonix regia (Flamboyant) como planta
ornamental no Campus I da Universidade Federal da Paraíba: a espécie pode ser
utilizada para esse fim, uma vez que, não foram constatados prejuízos para as
edificações, fiação elétrica e demais instalações da UFPB. Vale ressaltar, ainda, que
esta espécie deve se localizar em áreas com bastante espaço para que haja
condições de desenvolvimento do seu sistema radicular e da sua copa sem causar
tais prejuízos.
2. No tocante ao comportamento do flamboyant como espécie exótica
introduzida no bioma Mata Atlântica daquela área pode-se afirmar que a espécie se
trata de uma exótica não invasora, uma vez que, não foi verificado qualquer tipo de
distúrbio que pudesse representar uma quebra no equilíbrio dinâmico daquele
geossistema. Não foi observada grande disseminação do flamboyant no interior dos
fragmentos de Mata Atlântica do Campus, motivado talvez pela difícil germinação
das sementes que necessitam de uma quebra de dormência. Isso demonstra que a
espécie analisada pode facilmente conviver com os indivíduos endógenos sem
causar tantos danos.
3. Como o terceiro objetivo era realizar um inventário das espécies em
estudo existentes na UFPB, fez-se uma contabilização das espécies visualizadas
durante os trabalhos.
46
6. BIBLIOGRAFIA ALVES, Magda. Como escrever teses e monografias: um roteiro passo a passo. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007 – 2º Reimpressão. BARROS, Maria José Vicente de. Estrutura das formações vegetais na Reserva Biológica Guaribas – PB. Monografia de graduação (67 f). UFPB, 2002. CAVALCANTI, Clóvis. (Org.). Escala, economia ecológica e a conservação da biodiversidade. In: Meio ambiente, desenvolvimento e políticas públicas. 2. ed. São Paulo: Cortez: Recife: Fundação Joaquim Nabuco, 1999. CUNHA, Sandra Baptista; GUERRA Antônio José Teixeira. (Org.). Diagnose dos sistemas ambientais. In: Avaliação e perícia ambiental. Rio de Janeiro: BERTRAND BRASIL, 1999. Cap. 3, p. 115-168. DEAN, Warren. A ferro e fogo: história da devastação da Mata Atlântica brasileira. Trad. Cid Knipel Moreira. São Paulo: Companhia das Letras, 1996 DREW, David. O homem e a ação no meio físico. In: Processos interativos homem – meio ambiente. Tradução de João Alves dos Santos. São Paulo: DIFEL, 1986. Cap. 2, p. 19-107. FERNADES, David; FERREIRA, Lúcia de Fátima Guerra. (Org.). UFPB 50 anos. João Pessoa: Editora Universitária/UFPB, 2006 FRANCO, Hilário. Contabilidade Geral. 19 edição. São Paulo, Atlas, 19 ed. 1977. LAREDO, Gustavo. Revista Globo Rural: Guarda sol em chamas. Globo, n. 205, nov. 2002. MEDEIROS, Raniere Batista de. Distribuição espacial de árvores exóticas no Campus I da UFPB: o caso das mangueiras. Monografia de graduação (60 f). UFPB, 2008. ODUM, Eugene Pleasants. Dinâmica das populações. In: Ecologia. Tradução Christopher J. Tribe; supervisão da tradução Ricardo Iglesias Rios. Rio de Janeiro: Guanabara, 1986. p. 189-199. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Planejamento Estratégico: conceitos, metodologia e práticas. São Paulo: Ed. Atlas, 1988. REMMERT, Hermann. Ecologia da população. In: Ecologia. São Paulo: EPU-SPRINGER-EDUSP, 1982. p. 127-185. SEABRA, Giovanni. (Org.). Biogeografia, variações climáticas e biodiversidade. In: Terra: mudanças ambientais globais e soluções locais. João Pessoa: Editora Universitária da UFPB, 2008.
47
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48