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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA BENEFICIAMENTO E AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE SEMENTES DE MILHO JÚLIO CÉSAR ALVES DA SILVA AREIA – PB 2005

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

DEPARTAMENTO DE FITOTECNIA

BENEFICIAMENTO E AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE SEMENTES DE

MILHO

JÚLIO CÉSAR ALVES DA SILVA

AREIA – PB

2005

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ii

BENEFICIAMENTO E AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE SEMENTES DE

MILHO

JÚLIO CÉSAR ALVES DA SILVA

Dissertação apresentada ao Centro de Ciências

Agrárias da Universidade Federal da Paraíba,

como parte dos requisitos exigidos para

obtenção do título de Mestre em Agronomia

Área de concentração: Sementes

Orientadores: Profa. Dra. Riselane de Lucena Alcântara Bruno

Prof. Dr. Jacinto de Luna Batista

AREIA -PB

-2005-

iii

JÚLIO CÉSAR ALVES DA SILVA

BENEFICIAMENTO E AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE SEMENTES DE

MILHO

Dissertação aprovada em: 06 / 06 / 2005

BANCA EXAMINADORA

Profa. Dra. Riselane de Lucena Alcântara Bruno – Orientadora

CCA/ UFPB – Areia / PB

Prof. Dr. Jacinto de Luna Batista – Orientador

CCA/ UFPB – Areia / PB

Profa. Dra. Josivanda Palmeira Gomes de Gouveia – Examinadora

DAEG/ UFCG – Campina Grande/ PB

Dra. Nivânia Pereira da Costa – Examinadora

CNPq-CCA/ UFPB – Areia / PB

iv

Ao meu Deus

Aos meus pais: Severino Alves da Silva e Josefa Tavares da Silva;

As minhas irmãs Josiane Tavares e Sônia Tavares;

Ao meu Filho Augusto César;

A Roberta Jackeline.

DEDICO

v

AGRADECIMENTOS

Ao Centro de Ciências Agrárias da UFPB, pela formação em Engenharia Agronômica.

Ao Curso de Pós-graduação em Agronomia da UFPB.

Ao Professor Genildo Bandeira Bruno, pela força e dedicação com que conduz a Pós-

graduação em Agronomia, e pelo carinho, amizade e consideração que tem aos seus

alunos.

A minha orientadora à Professora Riselane, pela orientação, amizade e confiança que tem

por seus orientados ("A semente é uma família").

Ao Professor Jacinto Luna Batista pela orientação, respeito e amizade.

Ao Professor Ademar Pereira e sua esposa Edna Ursulino Alves pela consideração,

amizade e confiança.

A Empresa de Pesquisa Agropecuária da Paraíba (EMEPA).

Ao Eng. Agrônomo Rubens Fernandes e a Eng. Agrônoma Gerciane da EMEPA pela

confiança e amizade.

Aos Professores Napoleão da EMBRAPA Algodão, Egberto, Ivandro, Lucineldo, Wálter,

Ítalo, Silvanda, Djail, Mauro, Márcia, Lourival Cavalcante, Leonardo Felix e Eloísa.

A Pesquisadora Nivânia Pereira pela atenção e amizade.

Aos meus amigos de luta e companheirismo José Otávio e Vlaminck Paiva.

Aos amigos da vida Alexandre Furtado, Ana Maria, Iânglio Márcio, Jailson Lopes,

Jeanderson, José Severino, Mário Augusto e Winstom Felix.

A Joana Paula, pessoa de grande importância e maravilhosa que conheci pelas voltas do

mundo, pela amizade, o carinho e a atenção.

A Ricardo e Paulo, pela editoração do trabalho, amizade e confiança.

Meu muito obrigado aos funcionários Antônio Alves, Severino, Betinha, Erom, Paulinho,

Márcia, Mabel, Seu João, Edmilsom e Gorete (secretária do Curso de Agronomia),

Ivandro, Lurdinha, Denize, Carlão, Valmir, Gabriel, Luís e Ramos. A Eliane (secretária da

Pós-Graduação em Agronomia), Zezinho, Cosme, Nino e Tomás pelo carinho e atenção.

Aos companheiros(as) de batalha: Jucilene, Monte, Cristina, Adalgisa, Alessandra, Egeisa,

Eleida, Kaliana, Luciana, Márcio, Farnésio, Erlens, Joel, Ranifábio, Ronny, Fabiano,

Evanduir, Fernando, Nustenil, Djalma, Maria, Mônica, Rosângela, Geomar e aos demais

que esqueci peço minhas desculpas.

vi

SUMÁRIO

LISTA DE TABELA ......................................................................................................... vii

LISTA DE FIGURA......................................................................................................... viii

RESUMO.............................................................................................................................. x

ABSTRACT ........................................................................................................................ xi

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 1

2. REVISÃO DE LITERATURA....................................................................................... 3

2.1. Origem e importância sócio-econômica do milho................................................. 3

2.2. Rendimento e perdas de sementes.......................................................................... 4

2.3. Beneficiamento de sementes.................................................................................... 5

2.4. Tamanho da semente ............................................................................................... 6

3. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................ 9

3.1. Localização do Experimento................................................................................... 9

3.2. Condução da Pesquisa ............................................................................................. 9

3.3. Avaliações ............................................................................................................... 12

3.3.1. Na Usina de Beneficiamento de Sementes ................................................. 12

3.3.2. No Laboratório de Análise de Sementes .................................................... 12

3.4. Análise dos dados ................................................................................................... 14

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................. 15

4.1. Avaliações ............................................................................................................... 15

4.1.1. Na Usina de Beneficiamento de Sementes ................................................. 15

4.1.2. Perdas............................................................................................................ 16

4.1.3. Rendimento do lote e perdas totais ............................................................ 18

4.2. No laboratório de Análise de Sementes................................................................ 20

4.2.1. Umidade........................................................................................................ 20

4.2.2. Peso de mil sementes.................................................................................... 21

4.2.3. Infestação...................................................................................................... 24

4.2.4. Emergência................................................................................................... 26

4.2.5. Primeira contagem....................................................................................... 27

4.2.6. Massa seca .................................................................................................... 28

4.2.7. Envelhecimento acelerado........................................................................... 29

5. CONCLUSÕES.............................................................................................................. 32

6. SUGESTÕES ................................................................................................................. 33

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 34

vii

LISTA DE TABELAS

Tabelas Páginas

1 Diâmetro dos crivos das peneiras utilizadas na máquina de ar e peneira.

Alagoinha-PB, 2005..................................................................................

11

2 Relação dos tratamentos (classes de sementes) e dimensões dos crivos

das peneiras utilizadas para classificação das sementes usadas no

experimento. Alagoinha-PB, 2005............................................................

11

3 Quadrados médios para os dados de perdas em duas cultivares de milho

(BR106 e BR 5011-Sertanejo) submetidas a quatro máquinas de

beneficiamento..........................................................................................

15

4 Quadrados médios para os dados de rendimento do lote e perdas totais

após o beneficiamento em duas cultivares de milho (BR106 e BR 5011-

Sertanejo)..................................................................................................

15

5 Quadrados médios para os dados de infestação, emergência, primeira

contagem, índice de velocidade de emergência, massa seca e

envelhecimento acelerado, para as cultivares BR 106 e BR 5011-

Sertanejo beneficiadas em quatro peneiras de classificação (20, 22, 24

chato e redondo) e testemunha..................................................................

24

viii

LISTA DE FIGURAS

Figuras Páginas

1 Fluxograma da Usina de beneficiamento de sementes (UBS) da unidade

da EMEPA de Alagoinha, PB, para a cultura do milho. Alagoinha-PB,

2005...........................................................................................................

10

2 Perdas ocasionadas por máquinas em cada etapa do processo de

beneficiamento em duas cultivares de milho. Alagoinha-PB, 2005.........

16

3 Rendimento das diferentes classes de sementes das cultivares BR 106 e

BR 5011 Sertanejo. Alagoinha-PB, 2005..................................................

18

4 Rendimento do lote e perda total e de duas cultivares de milho após o

beneficiamento. Alagoinha-PB, 2005.......................................................

19

5 Grau de umidade de sementes de milho das cultivares BR 106 e BR

5011-Sertanejo de diferentes peneiras de classificação. Areia-PB, 2005.

21

6 Peso de mil sementes de duas cultivares de milho em diferentes

peneiras de classificação. Areia-PB, 2005................................................

22

7 Distribuição pluviométrica do município de Damião-PB e Alagoinha-

PB durante os anos de 2002 e 2003...........................................................

23

8 Infestação em sementes de milho das cultivares BR 106 e BR 5011-

Sertanejo de diferentes peneiras de classificação. Areia-PB, 2005...........

25

9 Emergência das cultivares de milho BR 106 e BR 5011-Sertanejo em

função da peneira de classificação. Areia-PB, 2005.................................

27

ix

10 Primeira contagem de sementes de milho das cultivares BR 106 e BR

5011-Sertanejo de diferentes peneiras de classificação. Areia-PB,

2005...........................................................................................................

28

11 Massa seca de plântulas de milho das cultivares BR 106 e BR 5011-

Sertanejo, Areia-PB, 2005.........................................................................

29

12 Envelhecimento acelerado de sementes de milho das cultivares BR 106

e BR 5011-Sertanejo em diferentes peneiras de classificação. Areia-PB,

2005...........................................................................................................

30

x

SILVA, Júlio César Alves da. Beneficiamento e avaliação da qualidade de sementes de

milho. Areia-PB, Centro de Ciências Agrárias - UFPB. maio 2005. 40p. Dissertação.

Programa de Pós-Graduação em Agronomia.

RESUMO

O milho é uma das culturas mais estudadas em todo o mundo devido sua

importância na alimentação humana e animal. A pesquisa foi realizada com o objetivo

avaliar o beneficiamento e sua interferência na qualidade física e fisiológica de sementes

de duas cultivares de milho. Foram utilizadas para amostragem quatro lotes de duas

toneladas para as cultivares BR 5011-Sertanejo e BR 106, safra 2002/2003. As sementes

foram classificadas em peneiras de crivos oblongos e circulares de acordo com a forma e o

tamanho, obtendo-se quatro classes de sementes (20/64”, 22/64”x3/4, 24/64”x3/4 chatas e

24/64”redonda). A quantificação das perdas foi realizada durante as etapas do

beneficiamento, nas máquinas pré-limpeza, ar e peneiras, classificadores e mesa de

gravidade, avaliando-se ainda as perdas totais e o rendimento do lote. As sementes foram

avaliadas quanto ao grau umidade, peso de 1000 sementes, infestação, emergência,

primeira contagem, índice de velocidade de emergência, massa seca de plântulas e

envelhecimento acelerado. Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado em

esquema fatorial 5 x 2 (tratamentos/peneiras x cultivares) para estudar a qualidade física e

fisiológica e o fatorial 4 x 2 (máquinas x cultivares) para avaliar as perdas na Usina de

Beneficiamento de Sementes. A análise estatística foi realizada usando-se o programa

SAEG, e a comparação de médias foi feita pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. A

cultivar BR 5011-Sertanejo apresentou maior rendimento e conseqüentemente menores

perdas totais. Dentre as máquinas utilizadas no beneficiamento, destaca-se o classificador,

onde foram registradas as maiores perdas, principalmente para a cultivar BR 106. As

sementes da cultivar BR 5011-Sertanejo evidenciaram maior grau de umidade, peso de

1000 sementes e massa seca de plântulas. As sementes da cultivar BR 106 apresentaram

maiores percentuais de germinação e vigor em relação a BR 5011-Sertanejo,

principalmente pelo teste de envelhecimento acelerado.

Termos para indexação: Zea mays, peneiras, classificação, rendimento e perdas totais.

xi

SILVA, Júlio César Alves da. Processing and evaluation of the quality of seeds corn.

Areia-PB, Centro de Ciências Agrárias - UFPB.. may 2005. 40p. Dissertation. Programa de

Pós-Graduação em Agronomia.

ABSTRACT

The corn is one of the cultures more studied all over the world due your importance

in the human and animal feeding. The research had for objective to evaluate the processing

in relation to physical and physiologic quality of seeds of two you cultivate of corn. They

were used for sampling four lots of two tons for you cultivate them 5011-Sertanejo and BR

106, crop 2002/2003. The seeds were classified in sieves of oblong and circular sieves in

agreement with the form and the size, being obtained four classes of seeds (20/64 ", 22/64"

x 3/4, 24/64" x 3/4 flattned and 24/64"circular). The quantification of the losses was

accomplished during the stages of the improvement, in the machines pré-cleaning, air and

sieves, classifiers and gravity separator, being still evaluated the total losses and the

revenue of the lot. The seeds were appraised with relationship to the degree humidity,

weight of 1000 seeds, infestation, emergency, first count, index of emergency speed,

seedling dry weight and accelerated aging. The delineamento was used casualizado entirely

in factorial outline 5 x 2 (treatments/sieves x cultivate) to study the physical and

physiologic quality and the factorial 4 x 2 (machines x cultivate) to evaluate the losses in

the Plant of Processing of Seeds. The statistical analysis was accomplished being used the

program SAEG, and the comparison of averages was made by the test of Tukey to 5% of

probability. To cultivate 5011-Sertanejo presented larger revenue and consequently smaller

total losses. Among the machines used in the processing, he stands out the classifier, where

the largest losses were registered, mainly for to cultivate BR 106. The seeds of cultivating

5011-Sertanejo evidenced larger humidity degree, weight of 1000 seeds and seedling dry

weight. The seeds of the cultivate BR 106 presented larger percentile of germination and

vigor in relation to 5011-Sertanejo, mainly for the test of accelerated aging.

Key-words: Zea mays, sieves, classification, revenue and total losses.

xii

Ficha catalográfica elaborada na Seção de Processos Técnicos da Biblioteca Setorial de Areia-PB, CCA/UFPB. Bibliotecária: Márcia Maria Marques CRB4 – 1409

S586q Silva, Júlio César Alves da.

Beneficiamento e avaliação da qualidade de sementes de milho./ Júlio César Alves da Silva. – Areia, PB: CCA/UFPB, 2005.

40 p.: il. Dissertação (Mestrado em Agronomia) pelo Centro de Ciências

Agrárias da Universidade Federal da Paraíba. Orientadores: Riselane Lucena de Alcântara Bruno, Jacinto de Luna

Batista.

1. Milho. 2. Milho - beneficiamento de sementes. 3. Milho - quantificação de perdas. 4. Milho - qualidade. I. Bruno, Riselane Lucena de Alcântara (orientador). II. Título.

CDU: 664.784(043.3)

xiii

1. INTRODUÇÃO

O Nordeste Brasileiro apresenta grande diversidade edafoclimática e

socioeconômica com zonas onde ainda é praticada uma agricultura, com poucos insumos

modernos e problemas agravantes de produtividade e de mercado. Nesse contexto, é de

extremo interesse o desenvolvimento de um programa intensivo de avaliação de híbridos e

cultivares de milho (Zea mays L.), que constitui uma cultura de grande importância para a

região, procurando definir materiais genéticos com melhores níveis de adaptação,

produtividade e portadoras de características desejáveis para a cultura, tais como: alto

potencial de produtividade, porte baixo das plantas e da inserção das espigas, precocidade,

com bom espalhamento de espigas e tolerância ao acamamento e quebramento do colmo

(Carvalho et al., 1999).

Apresentando alto potencial produtivo e boa adaptabilidade às condições

ambientais para o cultivo na região, destacam-se as cultivares BR 5011-Sertanejo e BR 106

de porte intermediário e ciclo normal (Carvalho et al., 1992; Carvalho et al., 1999).

Contudo, para a difusão destas, necessita-se de um programa que priorize a produção de

sementes de alto padrão e, nesse sentido, a produção de sementes de milho apresenta uma

preocupação constante com o produto final, que é determinado pela adequação de práticas

que contribuam com melhor qualidade, e assim, atender às exigências do mercado. Dentre

as práticas utilizadas após a colheita, destaca-se o beneficiamento, que consiste na

eliminação dos materiais indesejáveis oriundos da colheita, melhorando o lote, sendo uma

etapa obrigatória do processo produtivo que busca sementes com alto padrão de qualidade.

O beneficiamento de sementes de milho é altamente especializado, se comparado

com o de outras culturas. Depois de colhidas, as espigas são despalhadas e submetidas à

debulha para posteriormente sofrerem os processos de pré-limpeza, limpeza e classificação

devido à grande variação de tamanho, forma, peso e qualidade das sementes na própria

espiga (Menezes et al., 2002).

Alguns autores afirmam que a qualidade dos lotes de sementes, além de outros

fatores, também está relacionada com a sua uniformidade, de modo que sementes pequenas

apresentam uma menor quantidade de substâncias de reserva, o que contribui para um lento

desenvolvimento inicial das plântulas, acarretando, conseqüentemente, um crescimento

desuniforme (Giomo et al., 2001; Menezes et al., 2002). Estudando o uso de peneiras de

classificação de sementes de café (22/64", 20/64", 18/64" e 16/64") e mesa de gravidade,

xiv

Araújo et al. (2004) verificaram que o processo germinativo e a qualidade dos lotes foram

afetados diretamente pela desuniformidade das sementes.

Segundo Carvalho e Nakagawa (2000), as sementes de maior tamanho ou aquelas

que apresentam maior densidade, são as que possuem, normalmente, embriões bem

formados e com maiores quantidades de reservas, sendo potencialmente as mais vigorosas;

no entanto, estudos realizados com sementes de milho e soja demonstraram que o peso e o

tamanho não influenciaram nos resultados de testes conduzidos no laboratório e no

desempenho das plantas em campo (Feldman e Toledo, 1979; Martins et al., 1997). Esses

resultados concordam com os obtidos por Andrade et al. (1997) que pesquisando duas

cultivares de milho (BR 201 e BR 451), verificaram que o tamanho e a forma das sementes

não afetaram o desenvolvimento das plantas a campo, nem a produção de grãos.

A uniformidade das sementes de milho constitui uma das características de grande

importância uma vez que facilita os tratamentos com produtos químicos (inseticidas,

fungicidas e outros), haja vista, que as máquinas tratam as sementes de diferentes classes

separadamente, como também, pela semeadura mecanizada ser ajustada para cada tipo e

tamanho de semente (Borba et al., 1994; Borba et al., 1995; Kikuti et al., 1999; Alves et

al., 2001).

A influência da forma e do tamanho das sementes não é um assunto completamente

esclarecido, existindo muitas controvérsias em relação ao potencial de germinação e vigor.

Em função desses fatores, é necessário buscar informações, sobre o efeito do

beneficiamento na qualidade das sementes, visando correlacionar as classes obtidas na

separação com seu desempenho fisiológico.

Diante do exposto o presente trabalho foi realizado com o objetivo avaliar o

beneficiamento e a qualidade física e fisiológica de sementes de milho, das cultivares BR

5011-Sertanejo e BR 106.

xv

2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Origem e importância sócio-econômica do milho

Provavelmente, o milho (Zea mays L.) é a mais importante planta comercial com

origem nas Américas. Há indicações de que sua origem tenha sido no México, América

Central ou Sudoeste dos Estados Unidos. É uma das culturas mais antigas do mundo,

havendo provas, através de escavações arqueológicas e geológicas de que é cultivado há

pelo menos 5.000 anos. Logo depois do descobrimento da América, foi levado para a

Europa, onde era cultivado em jardins, até que seu valor alimentício tornou-se conhecido e

passou, então, a ser plantado em escala comercial, espalhando-se para o mundo todo

(Vasconcelos, 1999).

A importância econômica do milho é caracterizada pelas diversas formas de sua

utilização, que vai desde a alimentação animal até a indústria de alta tecnologia. Na

realidade, o uso do milho em grãos na alimentação animal representa a maior parte do

consumo desse cereal, isto é, cerca de 70% no mundo. Nos Estados Unidos, cerca de 50%

é destinado a esse fim, enquanto que no Brasil varia de 60 a 80%. Apesar de não ter uma

participação expressiva na forma de grão pela alimentação humana, o consumo de seus

derivados constitui um fator importante em regiões com baixa renda, por exemplo: no

Nordeste do Brasil, o milho é a fonte de energia para muitas famílias que vivem no semi-

árido; outro exemplo está na população mexicana, que tem no milho o ingrediente básico

da sua culinária (Medeiros et al., 1998).

A cultura do milho é uma das mais estudadas em todo mundo, dado a sua

importância na alimentação humana e animal. Entretanto, para instalar uma lavoura de

milho com alta produtividade e correspondente rentabilidade, é necessário tomar uma série

de decisões no planejamento da lavoura. A primeira e mais importante é a seleção da

semente, combinadas com as condições de locais, de solo, clima e sistema de produção

adotado. A partir da maturidade fisiológica, as sementes entram num processo de

deterioração, responsável pela perda na viabilidade, estando ligado diretamente com as

condições ambientais anteriores à colheita, danos mecânicos durante as operações de

colheita e beneficiamento e das condições de armazenamento (Marcos Filho, 1994).

Na obtenção de sementes de alta qualidade, é de fundamental importância

considerar as ações de controle no campo, durante a colheita, transporte, beneficiamento e

armazenamento, além do tratamento das sementes antes do semeio. Conforme Matos

xvi

(1989), dentre os principais fatores que afetam a perda da viabilidade das sementes,

destacam-se a temperatura e a umidade relativa do ambiente de armazenamento, o grau de

umidade das sementes no ato da colheita, e evidentemente, a qualidade inicial das mesmas,

expressas através da germinação e vigor, que possam ser demonstrados em algum teste

correspondente.

2.2. Rendimento e perdas de sementes

Após a colheita, as sementes apresentam materiais indesejáveis em quantidades

consideráveis, que precisam ser eliminados, tais como pó, partes de folhas, colmo e outras

partes das plantas, bem como terra e pedras. Material inerte e sementes de diferentes

tamanhos afetam o fluxo nas máquinas, inclusive nas semeadoras, além de favorecerem a

formação de um ambiente propício ao desenvolvimento de insetos e microorganismos,

comprometendo conseqüentemente o armazenamento destas. Já outras impurezas, como

sementes de plantas daninhas e de outras plantas cultivadas, podem afetar a qualidade dos

lotes subseqüentes (Silva e Soares, 2003).

De acordo com Teixeira et al. (2002), toda massa de grãos a ser armazenada, e que

contenha excesso de impurezas e materiais estranhos, deve ser submetida a um processo de

separação, antes da operação de secagem e armazenamento, normalmente realizados por

máquinas de limpeza de ar e peneiras.

Em se tratando de colheita e beneficiamento, parece impossível, realizá-las sem que

haja perdas de sementes. Estudos realizados por Araújo et al. (2000a), com o objetivo de

avaliar o efeito da colheita mecânica sobre o rendimento de beneficiamento de sementes do

milho híbrido AG-304, mostraram que a colheita manual, principalmente com debulha

manual, proporcionou maior rendimento. Os mesmos autores relataram ainda que na

colheita mecanizada o rendimento de beneficiamento decresceu, à medida que se aumentou

a velocidade do cilindro debulhador.

Verificando o efeito da colheita nas perdas de sementes de milho híbrido AG-304,

Araújo et al. (2000b), observaram que as perdas em sementes (perdas de separação) foram

semelhantes para todos os tratamentos, sendo considerado 12 tratamentos resultantes da

combinação de três teores de umidade na colheita (18-19%; 16-17% e 13,5-14,5%) e

quatro velocidades do cilindro debulhador (755, 585, 485 e 275 rpm) e ainda evidenciaram

que a perda total no campo foi maior quando as sementes foram colhidas com maior teor

de umidade e menor velocidade do cilindro debulhador. Esses resultados estão de acordo

xvii

com as observações realizadas por Mantovani (1989), que verificou perda no cilindro ou

unidade de debulha é ocasionada por aqueles grãos ainda presos a pedaços de sabugos ou

pontas de espigas, principalmente trilhados que são jogados para fora da colhedora, bem

como está relacionado à baixa velocidade do cilindro debulhador e a colheita do milho

muito úmido.

2.3. Beneficiamento de sementes

O beneficiamento de sementes consistiu-se uma fase essencial na produção de

sementes de alta qualidade, isto porque que as mesmas precisam ser beneficiadas e

manipuladas de forma adequada, caso contrário, os esforços anteriores para o

desenvolvimento do material genético e as técnicas culturais especializadas para a

produção de sementes podem ser perdidas (Fessel et al., 2003). A qualidade final das

sementes depende dos cuidados mantidos durante o beneficiamento e armazenamento,

visando minimizar as injúrias que ocorrem durante o processamento, principalmente

aquelas de origem mecânicas (Silveira e Vieira, 1982).

Em um conceito mais amplo, o beneficiamento é parte essencial da tecnologia

relativa à produção de semente de alto padrão, o qual envolve todas as operações desde o

preparo das sementes após colheita (manipulação, debulha ou descascamento, pré-limpeza,

secagem, limpeza, classificação, melhoramento das qualidades físicas), até o tratamento

com produtos químicos e embalagem. Atualmente o beneficiamento está relacionado

somente às operações de pré-limpeza, limpeza, classificação até o melhoramento das

qualidades físicas das sementes, considerando-se as demais operações como trabalhos

específicos (Carvalho e Nakagawa, 2000).

No processo de beneficiamento, a qualidade final depende das operações para

remover impurezas, sementes de baixa qualidade, classificar adequadamente e evitar

misturas mecânicas com outras sementes. A escolha de uma ou mais máquinas para o

beneficiamento de um lote de semente, depende do tipo, da natureza e quantidade de

impurezas e das características desejáveis no material beneficiado. Geralmente, para o

beneficiamento de sementes de milho, são utilizados equipamentos de pré-limpeza,

limpeza, mesa de gravidade e classificação, constituindo uma etapa importante para

aprimorar a qualidade em termos de germinação, vigor e sanidade (Alexandre e Silva,

2000, Fessel et al., 2003). No entanto, reduções no vigor das sementes de milho foram

observadas, após a operação de pré-limpeza por Albuquerque e Priante Filho (1993). Por

xviii

outro lado, Amaral et al. (1984), verificaram que a utilização de máquinas de ar e peneira e

mesa de gravidade, eliminaram materiais indesejáveis, aumentando a pureza física e

sanitária de lotes de sementes de ervilha. Resultados semelhantes foram obtidos por

Lollato e Silva (1984) e também por Buitrago et al. (1991) quando constataram que

sementes de feijão beneficiadas na mesa de gravidade apresentaram melhores qualidades

físicas, fisiológicas e sanitárias. Menezes et al. (2002) relataram que o beneficiamento do

milho constitui uma fase essencial para descartar materiais indesejáveis que acompanham

as sementes, haja vista, que estes podem afetar diretamente a qualidade física e fisiológica

dos lotes.

2.4. Tamanho da semente

Sementes de milho são classificadas de acordo com a forma (redondos ou

achatados) e posteriormente, separadas em diferentes tamanhos, para uniformizar e facilitar

a semeadura no campo. O tamanho das sementes é definido pelas dimensões, largura e

comprimento, sendo aqueles que diferem quanto a largura podem ser separadas por

peneiras crivos circulares e as que diferem quanto a espessura, podem ser separadas pelos

crivos oblongos (Martinelli-Seneme et al., 2000a).

As sementes de milho redondas da cultivar AL-34 (5,95 x 19,05 mm, 5,56 x

19,05mm, 5,16 x 19,05 mm e 4,74 x 19,05 mm) são comercializadas a valores 40% mais

baixos em relação ao padrão comercial, pois acredita-se que possuem qualidade inferior às

sementes grandes e achatadas, pois quando semeados no campo, em condições não ideais,

apresentam pior desempenho, conseqüentemente, redução de plantas e de produtividade

final. Desta forma, justifica-se o não aproveitamento dessas frações como sementes,

considerando-as descartes, embora Martinele-Seneme (1998) tenha verificado que a

emergência e o desenvolvimento das plântulas originadas por essas sementes em campo,

não diferiram da semente de tamanho padrão (8,73 mm).

Estudos realizados com sementes de milho classificadas em peneiras de crivos

circulares, demonstram que sementes maiores (8,73 mm e 7,94 mm) apresentaram maior

potencial de germinação (Menezes et al., 1991). Em relação à forma da semente Shiech e

McDonald (1982) verificaram que as sementes achatadas foram superiores às redondas por

meio do teste de germinação. Nas sementes redondas o eixo embrionário ocupa uma

posição mais susceptível, facilitando injúrias, podendo causar rachaduras na casca, morte

da semente, ou redução do vigor (Carvalho e Nakagawa, 2000). Contudo, Menezes et al.

xix

(1991) e Martinelli-Seneme et al. (1997), em trabalhos desenvolvidos com milho,

verificaram uma tendência das sementes redondas e grandes apresentarem maior incidência

de danos do que às achatadas e pequenas.

Na mesma linha, Martinelli-Seneme et al. (2000a), pesquisando a forma e o

tamanho na qualidade de sementes de milho, verificaram que as sementes achatadas são

mais vigorosas do que as redondas não tendo constatado influência do tamanho na

qualidade das sementes achatadas. Entretanto, outras pesquisas realizadas por Martinelli-

Seneme et al. (2001), avaliando a produtividade do milho da cultivar AL-34 em função da

forma e do tamanho da semente, verificaram que o tamanho e a forma da semente não

influenciaram no desenvolvimento e na produtividade das plantas.

Segundo Carvalho e Nakagawa (2000), as sementes de maior tamanho ou aquelas

que apresentaram maior densidade, são às que possuem, normalmente, embriões bem

formados e com maiores quantidades de reservas, potencialmente mais vigorosas. No

entanto, estudos realizados com sementes de milho e soja, demonstraram que o peso e o

tamanho das sementes não influenciaram os resultados nos testes conduzidos no

laboratório (germinação, primeira contagem do teste de germinação e condutividade

elétrica) e desenvolvimento de plantas no campo (Marcos Filho et al, 1977; Feldmam e

Toledo, 1979; e Martins et al., 1997).

Andrade et al. (1997), avaliando a forma e o tamanho da semente de dois cultivares

de milho (BR 201 e BR 451) no desempenho das plantas no campo, verificaram que essas

variáveis não afetaram o desenvolvimento das plantas, inclusive a produção de grãos para

ambos os cultivares estudados, bem como, acrescentaram que o uso de sementes menores

poderia acarretar uma economia de sementes no plantio de até 44%. No entanto, Gaspar e

Nakagawa (2002) trabalhando com sementes de milheto (Pennisetum americanum (L.)

Leeke) verificaram que a germinação e o vigor dessa espécie são influenciados pelo

tamanho das sementes, sendo as maiores as que apresentaram melhores qualidades, quando

comparadas com as menores. Esses resultados concordam com os encontrados por Gardner

e Vanderlip (1989) pesquisando sobre a mesma cultura.

Dias (1992), trabalhando com sementes de milheto, avaliando a influência do seu

tamanho na germinação e vigor, observou que as sementes maiores, presentes em maior

percentual, apresentaram maior peso de 100 sementes, maior comprimento de raiz e

matéria seca de plântulas, quando avaliadas aos cinco dias após a semeadura. Já no teste de

envelhecimento artificial, Scotti e Godoy (1978) observaram que as sementes de milho

grandes (5,56 x 19,05 mm) foram superiores às médias (5,16 x 19,05 mm) e pequenas

xx

(4,74 x 19,05 mm). Entretanto, Marcos Filho et al. (1977) e Costa e Carvalho (1983) não

verificaram diferenças relacionadas ao tamanho das sementes de milho quando submetidas

ao mesmo teste. Nesse sentido, em outros trabalhos realizados com sementes de milho

submetidas ao teste de envelhecimento artificial realizados por Shiech e McDonald (1982)

e Scotti e Krzyzanowski (1977) foi constatado que as sementes achatadas apresentaram-se

mais vigorosas que redondas.

Pesquisas sobre a influência do tamanho e da forma da semente apresentaram

resultados conflitantes com relação à percentagem e velocidade de emergência, assim,

alguns autores não verificaram diferenças significativas na percentagem de emergência de

plântulas em campo quando compararam sementes de milho achatadas com redondas

(Andrade et al., 1997) e entre as achatadas grandes e médias (Silva e Marcos Filho, 1982).

Em alguns trabalhos foi verificado que, de maneira geral, sementes de maior tamanho

apresentaram maior percentual final de emergência (Wood et al., 1977). Martinelli et al.

(1997) verificaram que sementes achatadas de milho da classe 22/64” apresentaram

percentagem de emergência de plântulas no campo superior às sementes redondas. Wood

et al. (1977) e Araújo et al. ( 2004), observaram que as sementes de maior tamanho têm

proporcionado maiores percentagens final de emergência. Menezes et al. (1991) e Gaspar e

Nakagawa (2002), constataram que as sementes grandes são mais vigorosas que as

pequenas, sendo um fator importante para germinação e emergência de plântulas, o que

discorda dos dados obtidos por Andrade et al. (1997).

xxi

3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. Localização do Experimento

A pesquisa foi desenvolvida na Unidade de Beneficiamento de Sementes (UBS),

da Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária da Paraíba (EMEPA), localizada no

município de Alagoinha-PB. As análises e testes foram realizados no Laboratório de

Análise de Sementes, do Departamento de Fitotecnia do Centro de Ciências Agrárias

da Universidade Federal da Paraíba, localizado no município de Areia-PB.

3.2. Condução da Pesquisa

As amostras utilizadas foram retiradas de um lote de sementes com 16 toneladas

(267 sacas de 60 kg), sendo oito toneladas da cultivar BR 106 e oito da BR 5011-Sertanejo,

provenientes de campos de produção de sementes fiscalizadas, de produtores cadastrados

no Programa de Produção de Sementes do Estado da Paraíba, colhidas na safra de

2002/2003. As sementes da cultivar BR 106 foram produzidas no município de Damião e

da cultivar BR 5011-Sertanejo no município de Alagoinha de acordo com o calendário

agrícola da Paraíba proposto pelo Banco do Nordeste do Brasil (BNB), que vai de 15 de

março a 15 de Abril.

Na Usina de Beneficiamento de Sementes, as sementes de cada cultivar foram

homogeneizadas, pesadas e divididas em quatro lotes de duas toneladas, sendo

posteriormente beneficiadas. O processo foi constituído de quatro fases consecutivas, pré-

limpeza, limpeza, classificação e mesa de gravidade, conforme o fluxograma da Unidade

de Beneficiamento de Sementes da EMEPA, Alagoinha-PB (Figura 1).

xxii

Figura 1. Fluxograma da Usina de Beneficiamento de Sementes da Unidade da EMEPA

de Alagoinha, PB, para a cultura do milho. Alagoinha - PB, 2005

Recepção

Acondicionamento

ou Pré-limpeza

Máquina de Ar e

Peneira (MAP)

Classificação

Máquina de Classificação

Mesa de Gravidade

Tratamento

e Embalagem

Armazenamento

Transporte

xxiii

Na primeira fase, as sementes das quatro porções representativas dos tratamentos

foram descarregadas individualmente na moega, sendo transportadas em elevadores de

canecas para a máquina de pré-limpeza, para remoção das impurezas leves, grosseiras e as

mais pesadas (palhas, pedaços de sabugo, pedras, torrões, etc.). Posteriormente as sementes

foram encaminhadas para a máquina de ar e peneira, para eliminação de outras impurezas

(restos vegetais, fragmentos de sementes e outros), coletadas em seis bicas distintas

denominadas de A, B, C1, C2, D1e D2 (Tabela 1).

Tabela 1. Diâmetro dos crivos das peneiras utilizadas na máquina de ar e peneira. Alagoinha-PB, 2005

Bicas Diâmetro (mm)

A

B

C1

C2

D1

D2

9,5 x 15

4,5

13,0

13,0

5,0

5,0

Dando continuidade ao beneficiamento, as sementes foram conduzidas aos

classificadores e separadas de acordo com a forma e o tamanho, através de peneiras de

crivos oblongos e circulares (Tabela 2), separando as sementes por calibre de acordo com

as classes (18, 20, 22, 24 chato e redondo). As sementes da classe 18 foram pesadas e

descartadas as quais foram destinadas para alimentação animal.

Tabela 2. Relação dos tratamentos (classes de sementes) e dimensões dos crivos das

peneiras utilizadas para classificação das sementes usadas no experimento. Alagoinha-PB, 2005

Classes Dimensões dos crivos das peneiras

(polegadas) (mm)

24 chato 24/64” x 3/4 9,52 x 19,05

24 redondo 24/64” 9,52

22 22/64 x 3/4 8,73 x 19,05

20 20/64” 7,94

18 18/64” 7,14

xxiv

Após as fases de limpeza e classificação, as sementes foram conduzidas à mesa de

gravidade, onde foram classificadas pela densidade (sementes de pesos leve, médio e

grande), sendo posteriormente, submetidas a última etapa do processo de beneficiamento,

onde foram tratadas com produtos químicos específicos para sementes (inseticida

Sumigram 500 CE a base de Deltametrina e corante vermelho de Bazonyl). Por fim, foram

destinadas ao ensacamento, utilizando embalagens de papel multifoliado com capacidade

para 20 kg de sementes, apropriados para o armazenamento ou distribuição. Na mesa de

gravidade as sementes leves, chochas, mal formadas, podres e atacadas por pragas, como

também impurezas que chegam a essa etapa foram descartadas e contabilizadas como

perdas durante o processo de beneficiamento.

3.3. Avaliações

3.3.1. Na Usina de Beneficiamento de Sementes

As perdas dos lotes foram quantificadas individualmente em cada etapa do

beneficiamento, consistindo na pesagem dos materiais retidos e separados na pré-limpeza,

ar e peneiras, classificador e mesa de gravidade. No final do beneficiamento de cada lote

foi calculado para ambas as cultivares o peso das sementes processadas para determinação

do rendimento do lote. As perdas totais foram obtidas a partir da junção e pesagem do que

foi retido e descartado em cada máquina durante as etapas do processo.

3.3.2. No Laboratório de Análises de Sementes

Para determinação da qualidade física e fisiológica foram avaliadas sementes de

diferentes tamanhos e formas, de amostras médias constituídas por dois kg cada, uma

coletada antes do beneficiamento na moega (testemunha) e as outras amostras após a

passagem nos classificadores. As amostras oriundas dos diferentes tratamentos foram

homogeneizadas, passadas no divisor de sementes e retirada uma amostra de trabalho com

500 g para cada classe em estudo, para realização das seguintes determinações:

Grau de umidade: Efetuada em estufa a 105 ± 3oC, durante 24 horas (Brasil, 1992),

utilizando-se duas repetições de 30 g para cada sub-amostra. O resultado foi expresso em

porcentagem, com três casas decimais.

xxv

Peso de mil sementes: A determinação foi realizada utilizando-se oito sub-amostras de

100 sementes, retiradas da porção sementes puras e pesadas individualmente. Em seguida,

calculou-se a variância, o desvio padrão e o coeficiente de variação dos valores obtidos nas

pesagens. Os resultados foram expressos em grama, com três casas decimais (Brasil,

1992).

Infestação: Da amostra de trabalho, foram retiradas 200 sementes, correspondentes a cada

tratamento, colocadas em embebição por 18 horas. Em seguida, foram separadas em

número de quatro repetições de 50 sementes, cortadas com estilete e observadas através de

lentes especiais para melhor visualização das infestações, que foram identificadas de

acordo com a presença de furos, ovo, larva, pupa ou adulto de inseto, sendo os resultados

expressos em porcentagem, com uma casa decimal.

Emergência: o teste foi realizado com 200 sementes por tratamento, distribuídas em

quatro repetições de 50 sementes, tendo como substrato areia esterilizada em autoclave,

durante duas horas. A semeadura foi feita em bandejas plásticas, mantidas em condições de

ambiente protegido durante sete dias. Em cada bandeja foram colocadas 11 kg de areia

umedecida com 1.584 ml de água, 60% da capacidade de retenção (Brasil, 1992).

Primeira contagem: Efetuada conjuntamente com o teste de emergência. Consistiu no

registro da porcentagem de plântulas normais, quatro dias após a instalação do teste (Vieira

e Carvalho, 1994).

Índice de velocidade de emergência (IVE): Realizada de acordo com a metodologia

descrita por Maguire (1962).

Massa seca: Em cada repetição foram coletadas as partes aéreas das plântulas, fazendo-se

um corte horizontal ao nível do substrato. Em seguida foram introduzidas em sacos de

papel e colocadas em estufa a 65 oC, até a obtenção do peso constante (Vieira e Carvalho,

1994).

Teste de envelhecimento acelerado: Para realização do teste foram colocadas 200

sementes de milho em caixas do tipo gerbox modificado, em uma camada única sobre a

tela e abaixo desta contendo 40 ml de água (Marcos Filho, 1994). Posteriormente, as

sementes foram mantidas a temperatura de 42 ±1oC por 96 horas. Para análise de

germinação neste teste, foram utilizadas quatro amostras de 50 sementes que foram postas

sobre duas folhas de papel tipo germitest, embebidas em água destilada, equivalente a 2,5

vezes o peso do papel. Em seguida, foram cobertas com mais uma folha de papel,

confeccionando-se os rolos, sendo estes levados ao germinador, onde permaneceram a

xxvi

25oC na presença de luz constante. A contagem das plântulas normais foi realizada no 7º

dia (Krzyzanowski et al., 1991).

3.4. Análise dos dados

Para a análise dos dados de perdas na UBS foi utilizado o delineamento

inteiramente casualizado, em esquema fatorial (4 x 2), sendo quatro máquinas (pré-

limpeza, ar e peneira, classificador e mesa de gravidade) e duas cultivares (BR 5011-

Sertanejo e BR106).

Nas demais variáveis, utilizou-se o mesmo delineamento, em esquema fatorial (5 x

2), sendo cinco tratamentos de beneficiamento (testemunha e sementes classificadas em

peneiras 20, 22, 24 chato e redondo) e duas cultivares de milho.

Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias dos tratamentos

comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, usando-se para análise estatística o

programa SAEG 5.0.

xxvii

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Avaliações

4.1.1. Na Usina de Beneficiamento de Sementes

Na Tabela 3 encontram-se os quadrados médios para os dados de perdas de

sementes de duas cultivares de milho, submetidas a quatro máquinas de beneficiamento.

Tabela 3. Quadrados médios para os dados de perdas em duas cultivares de milho (BR106

e BR 5011-Sertanejo) submetidas a quatro máquinas de beneficiamento

Quadrados médios Fonte de variação GL

Perdas

Variedades (V) 1 19807,47**

Máquinas (M) 3 195649,7**

V*M 3 44426,50**

Resíduo 345,3021

CV(%) 14,39

** = Significativo a 1% de probabilidade pelo teste F.

Os quadrados médios para os dados de rendimento do lote e perdas totais de

sementes estão representados na Tabela 4. Verifica-se que todas as variáveis estudadas

durante o beneficiamento das sementes, foram significativas estatisticamente a 1% de

probabilidade pelo teste F

Tabela 4. Quadrados médios para os dados de rendimento do lote e perdas totais após o beneficiamento em duas cultivares de milho (BR106 e BR 5011-Sertanejo)

Quadrados médios Fonte de

variação GL

Rendimento do lote Perdas totais

Cultivares 1 70312,50** 86193,45**

Resíduo 6 5479,500 527,0364

CV(%) 5,27 4,35

** = Significativo a 1% de probabilidade pelo teste F

xxviii

4.1.2. Perdas

Os dados de perdas resultantes do beneficiamento das sementes nas máquinas pré-

limpeza, ar e peneira, mesa de gravidade e classificador estão expressos na Figura 2, onde

se observa que, a cultivar BR 106 apresentou maior perda quando processada no

classificador, no entanto, nas máquinas de ar e peneiras e mesa de gravidade as menores

perdas foram observadas, nessa cultivar, diferindo estatisticamente de acordo com teste de

Tukey a 5% de probabilidade.

Quando se verifica o valor proporcionado pelas máquinas na cultivar BR 5011-

Sertanejo, observa-se que as perdas foram maiores quanto maior foi a especialização do

maquinário, destacando-se os resultados obtidos no classificador. A máquina de pré-

limpeza foi a que beneficiou as sementes de milho da cultivar BR 5011-Sertanejo com

maior eficiência, resultando em perdas estatisticamente mais reduzidas.

a A

b Bb Ba B

b A

a B a B

a C0

100

200

300

400

500

600

Pré-limpeza AR e peneira Mesa degravidade

Classificador

Peneiras

Perd

as (k

g)

BR 106 Sertanejo

Figura 2. Perdas ocasionadas por máquinas em cada etapa do processo de beneficiamento

em duas cultivares de milho. Alagoinha-PB, 2005 Colunas seguidas de mesma letra minúscula (cultivares em cada máquina de beneficiamento) e maiúscula (máquinas em cada cultivar) não diferem estatisticamente a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.

Todavia, essas perdas foram relativamente baixas para a BR 5011-Sertanejo quando

comparadas com as perdas obtidas no classificador, onde é possível verificar que essa

cultivar apresentou uma perda de aproximadamente 228 kg (11,38%), contra 512 kg

(25,60%) de perdas para cultivar BR 106, correspondendo a uma diferença de 284 kg de

sementes entre as cultivares. Os classificadores separam as sementes, de acordo com a

BR 5011-Sertanejo

xxix

forma e o tamanho, agrupando as sementes de milho por classes (18, 20, 22, 24 chato e 24

redondo). A classe 18 foi descartada da utilização como semente, podendo ser utilizada

como grãos, não pelo fato de apresentar germinação ou vigor baixo, mas por ser composta

de sementes diminutas que dispõe de pouco material de reserva, podendo interferir no

desenvolvimento das plantas. Verifica-se, ainda, que as impurezas passadas pelos crivos

das peneiras maiores, a exemplo de fragmentos de sementes e outros detritos que tendem a

se acumular nesta classe, contribuem para a redução da pureza física dessas sementes,

justificando, portanto, o seu descarte. Desse modo, observa-se uma maior quantidade de

sementes da classe 18 na cultivar BR 106 (Figura 3), o que explica uma maior perda no

classificador. Nesse contexto é válido salientar que a classe 18 ainda pode ser utilizada

para inúmeras funções, a exemplo do preparo de ração ou da utilização direta na nutrição

animal, na forma de grãos inteiros, farelo ou xerém, entre outras. (Medeiros et al., 1998).

Na cultivar BR 5011 Sertanejo, verifica-se uma maior concentração de sementes da classe

22, ou seja, aquelas de tamanho intermediário.

No mesmo sentido, Sader et al. (1990), pesquisando o efeito de máquinas de

beneficiamento, sobre a qualidade de sementes de amendoim classificadas em peneiras de

diferentes tamanhos (18, 20 e 22), observaram que as sementes retidas na peneira 18,

apresentaram elevado percentual de impurezas, tais como fragmentos de sementes das

classes 20 e 22 que atravessaram as peneiras do classificador, acumulando-se nas classes

de sementes de tamanhos inferiores, contribuindo, portanto, para a redução da qualidade do

lote.

xxx

BR 106

0

100

200

300

400

500

600

18 20 22 24chato 24redondo

Classes

Ren

dim

ento

(kg)

BR 5011 Sertanejo

0

100

200

300

400

500

600

700

18 20 22 24 chato 24redondo

Classes

Ren

dim

ento

(kg)

Figura 3. Rendimento das diferentes classes de sementes das cultivares BR 106 e BR 5011

Sertanejo. Alagoinha-PB, 2005

4.1.3. Rendimento do lote e perdas totais

O rendimento do lote e as perdas totais e estão apresentados na Figura 4, sendo

possível verificar que a cultivar BR 5011-Sertanejo apresentou menor perda (em torno de

418 kg contra 630 kg da cultivar BR 106), ocorrendo uma diferença de 212 kg,

correspondendo a 10,6% de perdas, influenciando diretamente no rendimento do lote. O

rendimento médio de sementes foram de 1.528 kg para a cultivar BR 5011-Sertanejo, esta

xxxi

superando a BR 106 que apresentou um rendimento de 1.340 kg com uma diferença de

rendimento 188 kg para a BR 5011-Sertanejo. Todos os materiais retidos e separados que

não são aproveitados pelas as máquinas de pré-limpeza, ar e peneira, classificador e mesa

de gravidade foram considerados perdas durante as etapas do beneficiamento. Contudo, foi

observado durante o beneficiamento para cultivar BR 5011-Sertanejo, uma menor

quantidade de impurezas, bem como a presença de sementes pequenas, proporcionando

para esta cultivar um rendimento superior a BR 106.

ab

0

400

800

1200

1600

2000

BR 106 SertanejoVariedades de milho

Ren

dim

ento

do

lote

(kg)

b

a

0

200

400

600

800

1000

BR 106 Sertanejo

Cultivares de milho

Perd

as to

tais

(kg)

Figura 4. Rendimento do lote e perda total de duas cultivares de milho após o

beneficiamento. Alagoinha-PB, 2005 Colunas seguidas de letras iguais não diferem estatisticamente a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.

BR 5011-Sertanejo

BR 5011-Sertanejo

xxxii

Em relação ao beneficiamento, Amaral et al. (1984) estudando sua influência na

qualidade de sementes de ervilha, verificaram que as máquinas de ar e peneira e mesa de

gravidade eliminam materiais indesejáveis, aumentando a pureza física e sanitária dos lotes

de sementes. Giomo et al. (2001) e Araújo et al. (2004), encontraram resultados

semelhantes pesquisando o uso de máquinas de ar e peneiras e mesa de gravidade na

classificação e qualidade de sementes de cafeeiro onde verificaram que as máquinas são

eficientes para uniformização e obtenção de sementes de melhor qualidade.

Fessel et al. (2003), estudando a qualidade física, fisiológica e sanitária de sementes

de milho híbrido D766 durante o beneficiamento, relataram que nas sementes beneficiadas

houve um aumento no vigor (envelhecimento acelerado e no índice de velocidade de

germinação) e na porcentagem de germinação contribuindo positivamente para a melhoria

da qualidade fisiológica do lote. Igualmente Lollato e Silva (1984) e Buitrago et al. (1991)

constataram que sementes de feijão (Phaseolus vulgaris, L. cv Carioca) beneficiadas em

máquinas de ventilador e peneiras e mesa de gravidade apresentaram melhores qualidades

fisiológica e sanitária.

No entanto, Delouche (1967) relata que qualquer equipamento utilizado no

beneficiamento de sementes é fonte potencial de danos mecânicos e de contaminação

varietal, ou seja, transportadores, elevadores e outros equipamentos usados desde a colheita

até a embalagem, durante as etapas do beneficiamento, podem influenciar na qualidade da

semente.

4.2. No laboratório de Análise de Sementes

4.2.1. Umidade

As sementes da cultivar BR 106 apresentaram 10,50 % de umidade para todos os

tratamentos sendo portanto, inferior aos valores encontrados para a cultivar BR 5011-

Sertanejo com média de 11,50 % de umidade para todas as classes de sementes estudadas

(Figura 5). Logo, foi possível observar que o tamanho e o formato da semente não

exerceram influência com relação ao teor de umidade para as duas cultivares estudadas.

De acordo com a Comissão Estadual de Sementes e Mudas da Paraíba (CESM-PB,

1989), esses resultados de umidade são considerados satisfatórios, para o armazenamento

de sementes, haja vista, que a mesma recomenda um teor em torno de 12 % umidade para

o armazenamento de milho. Nesse sentido Menezes et al. (2002) destacaram que a

xxxiii

umidade final das sementes após o beneficiamento deve ser entre 12 e 14%; os mesmos

autores beneficiando sementes de milho 32 R21, ciclo super precoce, constataram um grau

de umidade de 12%.

0

2

4

6

8

10

12

14

Testemunha 20 22 24 redondo 24Chato

Classes

Gra

u de

um

idad

e (%

)

BR 106 BR 5011-Sertanejo

Figura 5. Grau de umidade de sementes de milho das cultivares BR 106 e BR 5011-

Sertanejo de diferentes peneiras de classificação. Areia-PB,2005

4.2.2. Peso de mil sementes

Em relação ao peso de 1000 sementes (Figura 6) observa-se que a cultivar BR

5011-Sertanejo apresentou, em geral, um peso médio superior a cultivar BR 106.

Conforme era de se esperar, o peso aumentou com o tamanho das sementes, destacando-se

as classes 24 chato e redondo com maior peso específico. É possível observar ainda que,

em ambas as cultivares as sementes da classe 20 apresentaram resultados semelhantes aos

encontrados para a testemunha. Tal fato demonstra que as sementes não classificadas

(testemunhas) apresentaram uma maior quantidade de sementes de menor calibre (20) para

ambas as cultivares. Estudos realizados por Andrade et al. (1997), com o peso de 1000

sementes em duas cultivares de milho (BR201 e BR451), evidenciaram que as sementes

classificadas da peneira 24 apresentam maiores pesos em relação às demais classes (22, 20,

18, 16, 16-R) estudadas no ensaio. No mesmo sentido, Martinelli–Seneme et al. (1997) e

xxxiv

Martinelli–Seneme et al. (2000a), avaliando o peso de 100 sementes de milho da cultivar

AL-34, observaram que as sementes de tamanhos maiores (5,56 x 19,05 mm) foram as que

apresentaram maiores pesos. Dias (1992) determinando o peso de 100 sementes de milheto

encontrou resultados semelhantes, observando que sementes maiores apresentaram maior

peso. Da mesma forma Gaspar e Nakagawa (2002), estudando o peso de 1000 sementes,

encontraram resultados semelhantes para a mesma cultura (milheto).

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

Testemunha 20 22 24 redondo 24 Chato

Classes

Peso

de

1000

sem

ente

s (g

)

BR 106 BR 5011-Sertanejo

Figura 6. Peso de mil sementes de duas cultivares de milho em diferentes peneiras de

classificação. Areia-PB,2005

Com relação às sementes da cultivar BR 106, os menores valores obtidos para o

peso de 1000 sementes, podem estar relacionados ao grau de umidade das sementes, bem

como às condições climáticas que foi submetida à cultura do milho, desde o plantio até a

colheita, principalmente no tocante a distribuição de chuvas durante o desenvolvimento da

cultura, haja visto, que a mesma foi produzida em campo de produção de sementes, em

condições de sequeiro, localizado no município de Damião, pertencente a região do

Curimataú paraibano, onde se observa comumente para esta, uma grande irregularidade na

distribuição de chuvas durante todo o ano.

Na Figura 7 estão apresentados os índices pluviométricos para os municípios de

Damião-PB e Alagoinha-PB, nos anos agrícolas de 2002 e 2003, onde é possível verificar

que as chuvas ocorridas no primeiro ano, para o município de Damião-PB, se

concentraram precisamente entre os meses de janeiro, março e junho, no entanto, no

xxxv

segundo ano se observa uma melhor distribuição entre os meses de janeiro a agosto, com

uma redução aparente no mês de maio, cuja época, coincide com o enchimento dos grãos

na espiga, fato este que explica um menor peso observado para as sementes da cultivar

BR106. Apesar da cultivar BR 5011 sertanejo ter sido produzida também em condições de

sequeiro, denota-se uma melhor distribuição de chuvas desde o período do semeio

(março/abril) até a colheita (julho/agosto), o que poderá justificar o maior peso de 1000

sementes encontrado para a cultivar BR 5011 Sertanejo.

Damião (2002/2003)

0

20

40

60

80

100

120

140

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Meses

Pluv

iosi

dade

(mm

)

20022003

Alagoinha-PB (2002/2003)

0

50

100

150

200

250

300

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Meses

Pluv

iosi

dade

(mm

)

2002

2003

Figura 7. Distribuição pluviométrica do município de Damião-PB e Alagoinha-PB durante

os anos de 2002 e 2003

xxxvi

Slatyer (1967) relata que o metabolismo e o alongamento celular são diretamente

afetados pela ausência de água na planta. A deficiência hídrica conforme Larcher (2000),

resulta em uma diminuição no volume celular, um aumento na concentração e uma

progressiva desidratação do protoplasto, afetando todos os processos vitais da planta,

sendo a primeira e mais sensível resposta ao déficit hídrico, a diminuição da turgescência,

e conseqüentemente, associado a esse evento, a redução do processo de crescimento

(crescimento em extensão).

Na Tabela 5, verificam-se os quadrados médios para os dados de infestação,

emergência, primeira contagem, índice de velocidade de emergência, massa seca e

envelhecimento acelerado, para as duas cultivares de milho em estudo nas sementes

beneficiadas em quatro peneiras de classificação e não classificadas (testemunha).

A interação entre os fatores foi significativa apenas para as variáveis infestação e

envelhecimento acelerado. Nos demais casos, não houve efeito significativo para as

variáveis estudadas.

Tabela 5. Quadrados médios para os dados de infestação, emergência, primeira contagem, índice de velocidade de emergência, massa seca e envelhecimento acelerado, para as cultivares BR 106 e BR 5011-Sertanejo beneficiadas em quatro peneiras de classificação (20, 22, 24 chato e redondo) e testemunha

Quadrado médio

Fonte de variação GL INF EMER PC IVE MS ENV

Cultivares (C) 1 0,042* 0,169** 0,184** 5,085 ns 1,287** 0,001 ns

Classes (CS) 4 0,044** 0,058** 0,052** 7,117 ns 0,429 ns 0,020*

C x CS 4 0,034** 0,016 ns 0,023 NS 3,232 ns 0,421 ns 0,075**

Resíduo 30 0,00692 0,01095 0,01231 3,67444 0,19776 0,00588

CV(%) 10,81 8,88 10,33 19,13 25,73 11,500

NS, * e ** = Não significativo, significativo 5 e 1% de probabilidade, respectivamente, pelo teste F, INF = Infestação; EMER = Emergência; PC = Primeira contagem; IVE = Índice de velocidade de emergência; MS = Massa seca; ENV = Envelhecimento acelerado.

4.2.3. Infestação

A maior infestação foi encontrada nas sementes de milho da cultivar BR 106,

quando não processadas em máquinas de beneficiamento, conforme os valores contidos na

Figura 8, superando estatisticamente, as sementes classificadas nas diferentes peneiras. As

xxxvii

sementes da cultivar BR 5011-Sertanejo não sofreram infestação significativa entre as

diferentes classes, mesmo quando comparados à testemunha.

Quando se verifica o nível de infestação nas duas cultivares em cada etapa do

beneficiamento, constatou-se maior incidência de pragas nas sementes da BR 106 não

beneficiadas (testemunha), e as beneficiadas nas peneiras 22 e 24 redondo. A infestação

em sementes da BR 5011-Sertanejo só foi superior à BR 106, quando as sementes foram

processadas na peneira 20. No entanto, não foi verificado efeito significativo nas sementes

submetidas à peneira de classificação 24 chato.

De forma geral, os valores de infestações para todas as classes de sementes foram

desprezíveis, não chegando a representar 0,5%. É valido salientar, que as sementes de

ambas as cultivares antes de serem beneficiadas, foram expurgadas, o que pode explicar a

baixa infestação de pragas de armazenamento. Por outro lado, Leal (2004) objetivando

avaliar o rendimento e a qualidade fisiológica de sementes de milho da variedade CMS-33,

bem como as sementes produzidas em diferentes sistemas de cultivo (plantio direto

consorciado com guandu, plantio direto e plantio convencional) na presença ou não de

adubação mineral (NPK), constatou níveis de infestação próximos a 9,0%.

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

Testemunha 20 22 24 redondo 24 Chato

Classes

Infe

staç

ão (%

)

BR 106 BR 5011-Sertanejo

aA

bA

bB

aA aB

bAaB

bAaB aA

Figura 8. Infestação em sementes de milho das cultivares BR 106 e BR 5011-Sertanejo de

diferentes peneiras de classificação. Areia-PB, 2005 Colunas seguidas de mesma letra minúscula (cultivares em cada peneira) e maiúscula (peneiras em cada cultivar) não diferem estatisticamente a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.

xxxviii

4.2.4. Emergência

Conforme os valores observados na Figura 9, a emergência para a cultivar BR 106

em todas as classes de sementes e na testemunha não apresentaram diferença estatística,

com uma porcentagem de emergência média de 85%. Portanto, pode-se afirmar para essa

cultivar que o tamanho e a forma da semente e o processo de beneficiamento não

exerceram influência sobre na germinação de suas sementes. Esses resultados concordam

com as pesquisas desenvolvidas por Andrade et al. (1997), com duas cultivares de milho

(BR 201 e BR 451); Martinelli–Seneme et al. (2000b) e Martinelli–Seneme et al. (2001),

em sementes de milho da cultivar Al-34, onde verificaram que não houve influência do

tamanho e da forma na qualidade das sementes. De acordo com o Padrão Estadual de

Sementes e Mudas da Paraíba (CESM-PB, 1989), as sementes de milho devem apresentar

germinação igual ou superior a 75%. Valores abaixo desse percentual, indicam que o lote

deve ser descartado, seja, para o plantio ou comercialização como semente. Portanto, esses

valores são considerados satisfatórios para a cultura no Estado da Paraíba.

As sementes classificadas nas peneiras 20, 22 e 24 redondo, da cultivar BR 5011-

Sertanejo apresentaram valores superiores aos encontrados para as sementes não

beneficiadas (testemunha). Em função desses resultados, é válido salientar que o

beneficiamento exerceu influência positiva para a cultivar BR 5011-Sertanejo na maioria

dos tratamentos estudados, sendo possível verificar superioridade para as sementes

beneficiadas e classificadas quando comparadas com as sementes não beneficiadas. Nesse

sentido, Fessel et al. (2003), avaliando a qualidade de sementes durante o beneficiamento

do milho híbrido D766, observaram que esse processo pode aprimorar a qualidade do lote

em termos de germinação, vigor e sanidade.

xxxix

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Testemunha 20 22 24 redondo 24 Chato

Classes

Emer

gênc

ia (%

)

BR 106 BR 5011-Sertanejo

aA

bB

aA aA aAaA

aA

aA

aA

bAB

Figura 9. Emergência das cultivares de milho BR 106 e BR 5011-Sertanejo em função da

peneira de classificação. Areia-PB, 2005 Colunas seguidas de mesma letra minúscula (cultivares em cada peneira) e maiúscula (peneiras em cada cultivar) não diferem estatisticamente a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.

4.2.5. Primeira contagem

Observa-se na Figura 10, que as sementes da cultivar BR 106 apresentaram

comportamento similar não diferindo estatisticamente entre todas as classes de sementes

estudadas, com porcentagem média de vigor de 85% (primeira contagem). Contudo pode-

se dizer que o beneficiamento, tamanho e a forma não influenciaram no vigor das sementes

na cultivar BR 106. Fessel et al. (2003), estudando sementes de milho híbrido D766

durante o beneficiamento, encontraram resultados semelhantes para primeira contagem,

com uma porcentagem média de 89%.

As sementes da cultivar BR 5011-Sertanejo, nas peneiras 20 e 22 , apresentaram

comportamento estatístico semelhante em torno de 78% de vigor na primeira contagem

diferindo significativamente das sementes não beneficiadas (testemunha). Logo pode-se

inferir, que as sementes da cultivar BR 5011-Sertanejo beneficiadas e classificadas nas

peneiras 20 e 22 mostraram-se mais vigorosas.

Andrade et al. (1997) estudando duas cultivares de milho (BR 201 e BR 451)

classificadas em diferentes peneiras (16/64”x 3/4”, 24/64”, 22/64”, 20/64”, 18/64” e

16/64”) obtiveram 85% de vigor (primeira contagem) para todas as classes. Por outro lado,

xl

Gaspar e Nakagawa (2002) objetivando verificar a influência do tamanho na germinação e

no vigor de sementes de milheto classificadas pelo tamanho em cinco tratamentos (peneira

1: ≥ 2,00 mm, peneira 2: 1,68 a 2,00 mm, peneira 3:1,41 a 1,68 mm e peneira 4: 0,71 a

1,41 mm) mais uma porção do lote original (testemunha), observaram que as sementes da

retidas na peneira 4 apresentaram pior desempenho na primeira contagem. Os mesmos

autores ainda evidenciaram que tamanho das sementes de milheto tem influência sobre a

germinação e o vigor, e concluíram que as sementes maiores apresentaram melhores

qualidades fisiológicas durante a pesquisa.

0

20

40

60

80

100

Testemunha 20 22 24 redondo 24 Chato

Classes

Prim

eira

con

tage

m (%

)

BR 106 BR 5011-Sertanejo

aA

bB

aA aA aAaA

aA

aAB

aA

bAB

Figura 10. Primeira contagem de sementes de milho das cultivares BR 106 e BR 5011-

Sertanejo de diferentes peneiras de classificação. Areia-PB, 2005 Colunas seguidas de mesma letra minúscula (cultivares em cada peneira) e maiúscula (peneiras em cada cultivar) não diferem estatisticamente a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.

4.2.6. Massa seca

Com relação a massa seca observa-se que as plântulas oriundas de sementes da

cultivar BR 5011-Sertanejo apresentaram maior vigor (massa seca), superando

estatisticamente aquelas originadas da BR 106, conforme os dados contidos na Figura 11.

Nesse sentido Vieira e Carvalho (1994), relataram que sementes vigorosas

proporcionaram maior transferência de massa seca de seus tecidos de reserva para o eixo

embrionário na fase de germinação, originando plântulas de maior peso. Tais resultados

xli

estão de acordo com vários autores (Cazetta et al., 1995; Carvalho e Nakagawa, 2000;

Menezes et al., 2002), ao constatarem que sementes de maior tamanho ou maior densidade,

apresentaram embriões bem formados, e com maior quantidade de reservas, sendo

potencialmente mais vigorosos. Dias (1992) verificou que as sementes de milheto de maior

tamanho apresentaram cinco, dias após a semeadura, maiores peso de matéria seca de

plantas. Essas observações estão de acordo com os estudos realizados por Sader et al.

(1990), ao avaliarem a massa seca de plântulas de amendoim, aos 10 dias após a

semeadura, constataram que as sementes classificadas em peneiras de tamanhos maiores

(20 e 22) proporcionaram plântulas mais pesadas e conseqüentemente mais vigorosas,

sendo superiores entre 27 e 47% quando comparadas com as plântulas originadas de

sementes classificadas na peneira 18.

0

0,5

1

1,5

2

2,5

BR 106 BR 5011-Sertanejo

Cultivares

Mas

sa s

eca

(g)

b

a

Figura 11. Massa seca de plântulas de milho das cultivares BR 106 e BR 5011-Sertanejo.

Areia-PB, 2005 Colunas seguidas de letras iguais não diferem estatisticamente a 5% de probabilidade pelo teste

de Tukey.

4.2.7. Envelhecimento acelerado

As sementes da cultivar BR 106, quando processadas em máquinas de

beneficiamento, apresentaram-se mais vigorosas (Figura 12) quando classificadas nas

xlii

peneiras 20 e 24 chato, em relação as não processadas (testemunha) e aquelas processadas

na peneira 24 redondo. Porém, Martinele-Seneme et al. (2000a), pesquisando a forma e o

tamanho de sementes de milho da cultivar AL-34, relataram que a classe 22 foi a que

apresentou sementes mais vigorosas (teste de envelhecimento acelerado).

0

10

20

30

40

50

60

Testemunha 20 22 24 redondo 24 Chato

Classes

Enve

lhec

imen

to a

cele

rado

(%)

BR 106 BR 5011-Sertanejo

bB

aBAaA

bBC aAB

bCbB

aA

aA

bBC

Figura 12. Envelhecimento acelerado de sementes de milho das cultivares BR 106 e BR

5011-Sertanejo em diferentes peneiras de classificação. Areia-PB, 2005 Colunas seguidas de mesma letra minúscula (cultivares em cada peneira) e maiúscula (peneiras em cada cultivar) não diferem estatisticamente a 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.

Verificando-se o percentual de vigor das sementes da cultivar BR 5011-Sertanejo

após o envelhecimento acelerado em função das peneiras de classificação, observa-se que

apenas as sementes classificadas na peneira 24 redondo foram mais vigorosas não

diferindo daquelas não processadas (testemunha); as quais superaram a cultivar BR 106

nas sementes não processadas (testemunha) e na peneira de classificação 24 redondo.

Portanto, os valores obtidos permitem observar que o teste para ambas as cultivares

afetaram diferentes classes de sementes. Nota-se que as sementes beneficiadas da cultivar

BR 106, exceto as processadas na peneira 24 redondo, apresentaram maiores percentuais

de vigor, podendo-se afirmar que o beneficiamento, tamanho e forma da semente

influenciaram positivamente as sementes dessa cultivar pelo teste de envelhecimento

acelerado. Cabe ressaltar que, nas sementes da cultivar BR 5011 Sertanejo as piores

xliii

respostas de vigor ocorreram com as sementes classificadas na peneira 22 e ainda nas

peneiras 20 e 24 chato.

Esses resultados discordam dos encontrados por Marcos Filho et al. (1977) e Costa

e Carvalho (1983), que pesquisando o comportamento de sementes de milho achatadas,

não verificaram diferenças entre as classes de sementes por meio dos resultados do teste de

envelhecimento acelerado. Já Andrade et al. (1997), pesquisando a forma da semente de

duas cultivares de milho (BR 201 e BR 451), verificaram que as sementes classificadas nas

peneiras de menor tamanho (18, 16 e 16 R) apresentaram uma tendência de declínio na

germinação pelo teste de envelhecimento acelerado.

xliv

5. CONCLUSÕES

1. Na maquina de classificação foram registradas as maiores perdas, principalmente para a

cultivar BR 106;

2. A cultivar BR 5011-Sertanejo apresentou maior rendimento e consequentemente menor

perda total de sementes;

3. As sementes da cultivar BR 5011-Sertanejo não classificadas (testemunha) e

classificadas (24 chato) indicaram uma menor qualidade fisiológica (emergência e

primeira contagem), enquanto às da cultivar BR 106 mantiveram alta qualidade em

todas as classes estudadas;

4. As sementes da cultivar BR 5011-Sertanejo apresentaram maior grau de umidade, peso

de 1000 sementes e massa seca de plântulas;

5. As classes de sementes 24 redondo e as não beneficiadas (testemunha) da cultivar BR

5011-Sertanejo, bem como as sementes das classes 20 e 24 chato da cultivar BR 106,

apresentaram-se mais vigorosas quando submetidas ao teste de envelhecimento

acelerado.

xlv

6. SUGESTÕES

1. Na realização de trabalhos futuros será importante analisar separadamente as

sementes processadas em cada máquina de beneficiamento;

2. Realizar estudos relacionados a danos mecânicos nas sementes beneficiadas em

trabalhos posteriores;

3. Verificar a eficiência de cada máquina no processo de limpeza, classificação e

melhoria da qualidade física, fisiológica e sanitária das sementes.

xlvi

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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