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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA
CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
RIQUEZA E DIVERSIDADE DE AVES DE SUB-BOSQUE DA RESERVA BIOLÓGICA DE GUARIBAS, PARAÍBA, BRASIL.
LUANE MARIA MELO AZEREDO
ORIENTADOR: DR. ALAN LOURES RIBEIRO
João Pessoa – 2013
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA
CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
RIQUEZA E DIVERSIDADE DE AVES DE SUB-BOSQUE DA RESERVA BIOLÓGICA DE GUARIBAS, PARAÍBA, BRASIL.
LUANE MARIA MELO AZEREDO
ORIENTADOR: DR. ALAN LOURES RIBEIRO
Trabalho - Monografia apresentada ao Curso de Ciências Biológicas (Trabalho Acadêmico de Conclusão de Curso), como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Ciências Biológicas.
João Pessoa – 2013
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA NATUREZA
CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
Luane Maria Melo Azeredo
Riqueza E Diversidade De Aves De Sub-Bosque Da Reserva Biológica De Guaribas, Paraíba, Brasil.
Trabalho – Monografia apresentada ao Curso de Ciências Biológicas, como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Ciências Biológicas.
Data:_________________________________
Resultado: ____________________________
BANCA EXAMINADORA:
Dr. Alan Loures Ribeiro Orientador
Dr. Gustavo Henrique Calazans Vieira
Dr. Carlos Barros de Araújo
Ao tecido que nunca se dissipa: A família.
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador Dr. Alan Loures Ribeiro, pela orientação, puxões de orelha e
sobretudo pela paciência desde o início do projeto até a finalização deste trabalho.
À minha família, sobretudo meus pais e meus irmãos pelo amor e apoio incondicional
que me foi dado desde sempre.
Aos meus queridos amigos de infância e aos meus irmãos do EJC por todos os
momentos que estivemos juntos em oração e ação, trabalhando em equipe, me fazendo
um enorme bem. (Somos todos anjos de uma asa só. Só podemos voar abraçados uns
aos outros).
Ao meu melhor amigo Mayandson Tomaz de Oliveira, por estar sempre comigo,
mesmo que apenas em pensamento. (Enquanto houver você do outro lado, aqui do outro
eu consigo me orientar).
A Maria Azeredo, Ricardo Soares, Marina Azeredo e Cecília Azeredo, por permitirem
que eu bagunçasse suas vidas durante esses quatro anos de curso. Agradeço a Maria, por
seu apoio e seu jeito paciente; a Marina, por seu jeito compreensivo; a Cecília, por suas
gracinhas, que aliviavam o meu estresse; e a Ricardo por fazer eu me sentir melhor, pelo
simples fato de perguntar se eu estava bem.
Aos meus colegas de curso e parceiros de campo Talita Campos de Oliveira, Nicolas
Eugenio de Vasconcelos Saraiva, Ingrid Denóbile Torres, Jéssica Túlio, Georgiana
Pimentel e Leandro Leal por tornarem as horas de campo ainda mais prazerosas e
divertidas.
Aos meus demais colegas de turma, Carmem Karime, Aércia Cordeiro, Jaíse Paiva,
Sâmia Duarte, José Araújo Neto, Aline Morais e Marina Fonseca por termos passado
por todas as dificuldades e momentos de felicidade juntos ao longo do curso.
À UFPB pelo projeto de Iniciação Científica que foi transformado nesta monografia.
À diretoria da Reserva Biológica de Guaribas (Rio Tinto e Mamanguape) por permitir a
execução do trabalho na mesma e pelo apoio estrutural durante os dias de coleta.
ÍNDICE
RESUMO ABSTRACT LISTA DE FIGURAS LISTA DE TABELAS 1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 11 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................... 12 3. LITERATURA CITADA ...................................................................................... 13 4. ARTIGO CIENTÍFICO ......................................................................................... 15 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 36 APÊNDICES .............................................................................................................. 37 ANEXOS .................................................................................................................... 48
Resumo
O presente estudo teve como objetivo avaliar as comunidades de aves do sub-
bosque de dois ambientes da Reserva Biológica de Guaribas – Mamanguape/ Rio Tinto
- PB, Brasil. A Rebio Guaribas se compõe de um mosaico vegetacional, com manchas
de, principalmente, dois tipos fitofisionômicos: Tabuleiro Nordestino (Cerrado) e Mata
Atlântica. As espécies foram capturadas com redes de neblina (malha 36 mm, 12x3m)
espaçadas 25 m de distância entre si e dispostas de forma aleatória ao longo dos dois
ambientes. Ao todo 124 localidades foram amostradas entre agosto e junho de 2012,
totalizando 1640,2 horas*rede. Com os dados obtidos foram estimadas a riqueza,
diversidade, similaridade, além de modeladas os tipos de curvas de abundância para as
comunidades de aves amostradas. Ao todo 58 espécies de aves pertencentes a 24
famílias foram capturadas. O ambiente de Cerrado mostrou-se não só o mais rico como
também aquele com o maior número de capturas (396 indivíduos de 52 espécies). Na
mata foram capturados 73 indivíduos de 23 espécies. O índice de similaridade entre as
amostras demonstrou que as espécies em ambos ambientes são pouco semelhantes (IS=
0,37). Embora o trecho de Cerrado tenha sido o mais rico em espécies, esta diferença
em grande parte pode ser explicada pelas diferenças do esforço amostral, bem como da
altura da vegetação. O modelo de abundância que apresentou o melhor ajuste para o
ambiente de mata foi o modelo log-normal sugerindo que este ambiente sofre uma
interferência de uma série de fatores. Já para o trecho de Cerrado o modelo com melhor
ajuste foi o da série geométrica, indicando que este hábitat ainda não atingiu a sua
capacidade suporte em relação às espécies que o ocupam.
Palavras–chave: avifauna, sub-bosque, riqueza, diversidade.
Abstract.
The present study aimed to evaluate the understory bird communities of Reserva
Biológica de Guaribas – Mamanguape/ Rio Tinto –PB, Brazil. Rebio Guaribas consists
of a vegetation mosaic, with patches of mainly two phytophysiognomic types:
Northeastern Tabuleiro and Atlantic Forest. The species were captured with mist nets
(36mm mesh; 12x3m) spaced 25m apart and arranged randomly across the two habitat.
As a whole, 124 sites were sampled between August and June 2012, totalling 1640.2
hours*network. Based on data obtained were estimated richness, diversity, similarity,
and modeled the types of curves for abundance of bird communities sampled.
Altogether 58 species of birds belonging to 24 families were captured. The habitat of
Cerrado proved to be not only the richest habitat but also the one whith the greater
number of catches (396 individuals of 52 species). In the forest were captured 73
individuals of 23 species. The similarity index between samples showed that species in
both environments are somewhat similar (IS = 0.37). Although the patch of cerrado has
been the richest in species, this difference can largely be explained by differences in
sampling effort, as well as the vegetation height. The abundance model that showed the
best fit for the forest habitat was the log-normal model suggesting that the environment
suffers interference from a number of factors. Whereas, for the cerrado patch the model
with the best fit was the geometric series, indicating that this habitat has not yet reached
its carrying capacity for species that occupy it.
Key-words: Avifauna, understory, richness, diversity.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Curva acumulativa das espécies de aves capturadas em Mata (M) e Tabuleiro (T) na Reserva Biológica de Guaribas. ......................................................... 38
Figura 2: Modelo de distribuição de abundância Série Geométrica para o ambiente de Tabuleiro da REBIO Guaribas. ..................................................................................... 40
Figura 3: Modelo de distribuição de abundância Log-normal para o ambiente de Tabuleiro da REBIO Guaribas....................................................................................... 40
Figura4: Relação das espécies mais capturadas no ambiente de Tabuleiro da Rebio Guaribas......................................................................................................................... 41
Figura 5: Relação das espécies mais capturadas no ambiente de Mata Atlântica da Rebio Guaribas............................................................................................................... 41
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Estimativas de riqueza, diversidade e predição do número de espécies obtidas de amostragens de aves capturadas em Mata e Tabuleiro da Reserva Biológica de Guaribas................................................................................................. 37
Tabela 2: Riqueza e similaridade das espécies do Tabuleiro e da Mata Atlântica classificadas de acordo com suas guildas alimentares................................................. 39
Tabela 3: Composição específica, guilda alimentar, status de ameaça e número de capturas de diferentes espécies de aves do sub-bosque de trechos de Tabuleiros e Mata Atlântica da Reserva Biológica de Guaribas...................................................... 42
11
1- INTRODUÇÃO
O Brasil abriga uma das mais diversas avifaunas do mundo, com o número de
espécies estimado em mais de 1.800 (CBRO, 2011). Isto equivale à aproximadamente
57% das espécies de aves registradas em toda América do Sul. Mais de 10% dessas
espécies são endêmicas ao Brasil, fazendo deste país um dos mais importantes para
investimentos em conservação (Sick, 1997).
Muitos estudos demonstram que nas regiões neotropicais os hábitats perturbados
ou secundários são importantes para muitas espécies de aves, tanto residentes, como
base permanente ou para uso de recursos em curto período. (Maia-Gouvêa, 2005).
As atividades humanas causam inúmeras alterações no ambiente. Dentre elas, a
fragmentação florestal, com a criação de novas bordas e clareiras, que levam ao
desaparecimento de espécies vegetais secundárias, com consequente invasão de espécies
pioneiras (Lovejoy et al, 1986). A fragmentação florestal é um dos fenômenos mais
graves do processo de expansão da atividade agropecuária no Brasil, presente desde as
etapas mais antigas, na Mata Atlântica nordestina, até as mais recentes, no Cerrado do
Centro-Oeste e na Floresta Amazônica. Áreas de vegetação nativa contínuas vêm sendo
transformadas em fragmentos florestais isolados (Viana et al., 1992).
Preston (1962) foi o primeiro a apontar o perigo de deixar apenas pequenos
fragmentos de habitat, usando dados de estudos biogeográficos de ilhas. De acordo com
Terborgh (1992), o número de espécies presente em um ambiente seria reduzido à
metade sempre que se retirasse 90% dessa vegetação. Por exemplo, no caso da Mata
Atlântica, onde restam menos de 0,1% da cobertura vegetal original, a capacidade de
manutenção da diversidade seria de apenas 1/8 de suas condições originais.
A conservação de aves envolve a preservação dos hábitats e de outros recursos
requeridos durante sua vida. Outro fator vital na sobrevivência de muitas espécies de
aves, principalmente para aquelas mais exigentes, seria também a manutenção daqueles
ambientes e recursos explorados, ainda que eventualmente (Karr, 1982). O sucesso dos
esforços para a preservação depende do conhecimento das causas e extensão da variação
nas populações, bem como na detecção das espécies mais sensíveis às alterações em
seus hábitats (Loiselle & Blake (1992) citado por Piratelli, (1999).
Os levantamentos avifaunísticos são ferramentas bastante úteis, tanto na avaliação
da qualidade de ecossistemas terrestres como em monitoramentos de alterações
12
provocadas, em função da grande diversidade de aves e de nichos ecológicos que
exploram (Sick 1997).
Existem diversas formas de se estudar as comunidades de aves; todas elas
envolvendo levantamentos qualitativos e quantitativos. No Brasil, tem sido empregadas
amostragens por pontos, sendo estes pontos definidos por sorteio (Vielliard & Silva,
1990) e também por marcação e recaptura, com uso de redes ornitológicas (Lovejoy et
al., 1986; Bierregaard. et al., 1992).
De acordo com Piratelli (1999), A primeira linha de estudos em comunidades
identificável na literatura é aquela que trabalha com ecologia teórica. No início da
década de 1960, Hairston e.t al. (1960) comentaram sobre a estrutura de comunidades,
versando sobre os fatores que limitam as populações de diferentes níveis tróficos.
Segundo os autores, embora existam fatores limitantes característicos de cada nível, os
recursos e, consequentemente, a competição normalmente interferem nos tamanhos de
populações tanto de produtores, como de herbívoros e predadores. Ainda nesta época,
MacArthur & MacArthur (1961) discutiram fatores que afetariam a diversidade de aves
e opinaram que a diversidade de plantas por si só em nada afeta a diversidade das aves,
exceto para casos como frugivoria. O perfil da vegetação (alturas diferentes) porém,
formaria mosaicos diferentes que favoreceriam a diversidade.
2- FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A destruição mundial das florestas tropicais despertou durante as últimas décadas,
um senso de urgência para a preservação. Essa situação recentemente se tornou de alta
prioridade, graças à consciência pública da grande biodiversidade e fragilidade destes
ecossistemas. Infelizmente, cientistas e conservacionistas se encontram agora em uma
desesperada necessidade de apresentar dados, que poderiam ajudar a salvar o que ainda
resta dos recursos naturais degradados. (Vielliard, 2000).
Aves que habitam o sub-bosque das florestas são mais sensíveis à fragmentação
do hábitat. A fragmentação não apenas reduz a quantidade e qualidade do hábitat
remanescente, mas também isola populações remanescentes. Geralmente, a matriz que
circunda os fragmentos é menos complexa que a floresta original tornando-a um hábitat
inadequado. A matriz, então pode agir como uma barreira para pássaros do sub-bosque
impedindo a sua movimentação entre fragmentos (Vergara & Simonetti, 2006).
13
Segundo Brown & Brown (1992) e Morellato & Haddad (2000), citados por
Magalhães (2007), a destruição da floresta leva a eliminação de muitas populações e a
diminuição da diversidade genética de espécies, iniciando um processo contínuo de
extinção local, onde a composição e a diversidade biológica da comunidade passam por
processos de transição até o equilíbrio (Tabarelli, 2000). Willis (1979) relacionou
diminuição da área florestal com decréscimo no número de espécies de aves, por isso
entende-se que a presença ou ausência de certas espécies determina a situação ecológica
de ecossistemas específicos (Telino-Júnior et al. 2000).
3- LITERATURA CITADA
KARR, J.R..; Avian extinction on Barro Colorado Island, Panama: a reassessment. American Naturalist. 119:220-239. 1982.
LOVEJOY, T.E.; BIERREGAARD JR., R.O.; RYLANDS, A.B.; MALCOLM, J.R;
QUINTELA, C.E.; SCHUBART, H.O.R. & HAYS, M.B.; Edge and other effects of isolation on Amazon forest fragments. in: M.E. SOUL (Ed.), Conservation biology. Sunderland, Sinauer Associates Publishers, p. 257-285. 1986.
MAGALHÃES, V. S.; AZEVEDO-JÚNIOR, S. M.; LYRA-NEVES, R. M.; TELINO-
JÚNIOR, W. R. E SOUZA, D. P.; Biologia de aves capturadas em um fragmento de Mata Atlântica, Igarassu, Pernambuco, Brasil. Revista. Brasileira de Zoologia. 24 (4): 950-964. 2007.
MAIA-GOUVÊA, E. R; GOUVÊA, E. E PIRATELLI, A.; Comunidade de aves de sub-
bosque em uma área de entorno do Parque Nacional do Itatiaia, Rio de Janeiro, Brasil. Revista Brasileira de Zoologia. 22(4): 859-866. 2005.
MACARTHUR, R.H. & MACARTHUR, J.W.; On bird species diversity. Ecology
42(3): 594-598. 1961. PIRATELLI, A.J.; Comunidades de aves de sub-bosque na região leste de Mato Grosso
do Sul. Rio Claro, Universidade Estadual Paulista. Tese de doutoramento. 1999. PRESTON, F.W.. The canonical distribution of commonness and rarity. Part II. Ecology
43: 410-432. 1962
14
SICK, H.; Ornitologia Brasileira. Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira, II+862p.
1997. TABARELLI, M.; Dois Irmãos: o desafio da conservação biológica em um fragmento
de floresta tropical, p. 311-323; In: I.C. Machado; A.V. Lopes & K.C. Pôrto (Eds). Reserva Ecológica de Dois Irmãos: Estudos em um Remanescente de Mata Atlântica em Área Urbana (Recife, Pernambuco, Brasil). Recife, Editora Universitária, SECTMA, 326p. 2000.
TELINO-JÚNIOR, W.R.; LYRA-NEVES, R.M. DE & CARNEIRO R.S., Observações
de Touit surdus (Psittacidae) em fragmentos florestais de Pernambuco, Brasil. Melopsittacus 3 (4): 159-165. 2000.
TERBORGH, J. Maintenance of diversity in tropical forests. Biotropica 24(2b): 283-
292. 1992. VERGARA, P. M., & SIMONETTI, J. A.; Abundance and Movement of Understory
Birds in a Maulino Forest Fragmented by Pine Plantations. Biodiversity and Conservation, 15(12), 3937–3947. 2006.
VIANA, V; TABANEZ, A.J.A. & MARTINES, J.L.A.; Restauração e manejo de
fragmentos florestais. Anais: Congresso sobre essências nativas. São Paulo, Instituto Florestal, p. 1-19, 1992.
VIELLIARD, J. M.; Bird community as an indicator of biodiversity: results from
quantitative surveys in Brazil. Anais da Academia Brasileira de Ciências, 72(3), 323–30. 2000.
WILLIS, E.O. The composition of avian communities in remanescent woodlots in
Southern Brazil. Papéis Avulsos de Zoologia 33: 1-25. 1979.
15
4- ARTIGO CIENTÍFICO
Luane Maria Melo Azeredo & Alan Loures Ribeiro¹
1- Departamento de Sistemática e Ecologia, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa- PB,
Brasil. Cep: 58000-000, João Pessoa- Paraíba- Brasil.
Abstract
The present study aimed to evaluate the understory bird communities of Reserva
Biológica de Guaribas – Mamanguape/ Rio Tinto –PB, Brazil. Rebio Guaribas consists
of a vegetation mosaic, with patches of mainly two phytophysiognomic types:
Northeastern Tabuleiro and Atlantic Forest. The species were captured with mist nets
(36mm mesh; 12x3m) spaced 25m apart and arranged randomly across the two habitat.
As a whole, 124 sites were sampled between August and June 2012, totalling 1640.2
hours*network. Based on data obtained were estimated richness, diversity, similarity,
and modeled the types of curves for abundance of bird communities sampled.
Altogether 58 species of birds belonging to 24 families were captured. The habitat of
Cerrado proved to be not only the richest habitat but also the one whith the greater
number of catches (396 individuals of 52 species). In the forest were captured 73
individuals of 23 species. The similarity index between samples showed that species in
both environments are somewhat similar (IS = 0.37). Although the patch of cerrado has
been the richest in species, this difference can largely be explained by differences in
sampling effort, as well as the vegetation height. The abundance model that showed the
best fit for the forest habitat was the log-normal model suggesting that the environment
suffers interference from a number of factors. Whereas, for the cerrado patch the model
with the best fit was the geometric series, indicating that this habitat has not yet reached
its carrying capacity for species that occupy it.
Key-words: Avifauna, understory, richness, diversity.
16
Resumo
O presente estudo teve como objetivo avaliar as comunidades de aves do sub-
bosque de dois ambientes da Reserva Biológica de Guaribas – Mamanguape/ Rio Tinto
- PB, Brasil. A Rebio Guaribas se compõe de um mosaico vegetacional, com manchas
de, principalmente, dois tipos fitofisionômicos: Tabuleiro Nordestino (Cerrado) e Mata
Atlântica. As espécies foram capturadas com redes de neblina (malha 36 mm, 12x3m)
espaçadas 25 m de distância entre si e dispostas de forma aleatória ao longo dos dois
ambientes. Ao todo 124 localidades foram amostradas entre agosto e junho de 2012,
totalizando 1640,2 horas*rede. Com os dados obtidos foram estimadas a riqueza,
diversidade, similaridade, além de modeladas os tipos de curvas de abundância para as
comunidades de aves amostradas. Ao todo 58 espécies de aves pertencentes a 24
famílias foram capturadas. O ambiente de Cerrado mostrou-se não só o mais rico como
também aquele com o maior número de capturas (396 indivíduos de 52 espécies). Na
mata foram capturados 73 indivíduos de 23 espécies. O índice de similaridade entre as
amostras demonstrou que as espécies em ambos ambientes são pouco semelhantes (IS=
0,37). Embora o trecho de Cerrado tenha sido o mais rico em espécies, esta diferença
em grande parte pode ser explicada pelas diferenças do esforço amostral, bem como da
altura da vegetação. O modelo de abundância que apresentou o melhor ajuste para o
ambiente de mata foi o modelo log-normal sugerindo que este ambiente sofre uma
interferência de uma série de fatores. Já para o trecho de Cerrado o modelo com melhor
ajuste foi o da série geométrica, indicando que este hábitat ainda não atingiu a sua
capacidade suporte em relação às espécies que o ocupam.
Palavras–chave: avifauna, sub-bosque, riqueza, diversidade.
17
INTRODUÇÃO
A Mata Atlântica é a segunda maior floresta pluvial tropical do continente
americano, que originalmente estendia-se de forma contínua ao longo da costa
brasileira, penetrando até o leste do Paraguai e nordeste da Argentina em sua porção sul.
No passado cobria mais de 1,5 milhões de km2 – com 92% desta área no Brasil
(Fundação SOS Mata Atlântica & INPE, 2001). A Mata Atlântica é um dos 25 hotspots
mundiais de biodiversidade. Embora tenha sido em grande parte destruída, ela ainda
abriga mais de 8.000 espécies endêmicas de plantas vasculares, anfíbios, répteis, aves e
mamíferos (Myers et al., 2000). Extremamente heterogênea em sua composição, a Mata
Atlântica estende-se de 4o a 32°S e cobre um amplo rol de zonas climáticas e formações
vegetacionais, de tropicais a subtropicais. A elevação vai do nível do mar até 2.900m,
com mudanças abruptas no tipo e profundidade dos solos e na temperatura média do ar
(Mantovani, 2003).
No meio das formações vegetacionais da Mata Atlântica, podemos encontrar
remanescentes de Cerrado (conhecidos como Tabuleiros). Este bioma também faz parte
dos hostspots mundiais com cerca de 60% de sua vegetação já perdida (Myers, et. al.,
2000) e os seus remanescentes estão isolados em fragmentos florestais. Estudos
demonstram uma alta diversidade no Cerrado. O domínio é formado de um mosaico de
diferentes formas de vegetação que pode variar de vegetação rasteira (campos limpos) a
formações florestais (Cerradão). Esta heterogeneidade é importante para manter altos
níveis de riqueza de espécies (Machado, et.al., 2004).
Os distúrbios antropogênicos contribuíram para um empobrecimento biológico
nos ecossistemas (Manica, et. al., 2010). Uma consequência dos distúrbios é a criação
de fronteiras nítidas no ambiente, ou bordas que podem influenciar o movimento e a
distribuição dos organismos. Como resultado da ação antrópica, os animais silvestres
tiveram seus hábitats reduzidos a fragmentos de mata.
As regiões onde se concentram as maiores áreas de remanescentes estão
usualmente associadas às atuais unidades de conservação de proteção integral. Embora a
extensão e atual localização dessas áreas sejam ainda controversas, pelo menos cinco
áreas de endemismos podem ser reconhecidas com base na distribuição de vertebrados
18
terrestres e plantas: Brejos Nordestinos, Pernambuco, Bahia Central, Costa da Bahia e
Serra do Mar, todas no Brasil (Silva & Casteleti, 2003; Silva et al., 2004).
De acordo com Silva & Tabarelli (2000), no nordeste brasileiro a maioria dos
remanescentes florestais possui menos de 50 hectares e apresenta fortes alterações na
composição florística e estrutura, devido aos efeitos de borda e à perda de espécies
dispersoras de sementes. Entre elas as mais importantes são: o centro de endemismo de
Pernambuco e os Brejos Nordestinos (Ribeiro et al. 2009). Embora as aves sejam um
dos grupos mais bem investigados, a região, em termos ornitofaunísticos, ainda é pouco
conhecida. Tal desconhecimento está concentrado principalmente nos Estados da
Paraíba e Rio Grande do Norte, localidades que compõem o Centro de Pernambuco.
Esta região é conhecida por abrigar 28 táxons endêmicos da floresta Atlântica e 27
endêmicos da região, muitos dos quais oficialmente ameaçados de extinção (Tabarelli e
Roda, 2005).
Para a avifauna, por exemplo, podem ser descritos vários táxons exclusivos dessa
região, onde muitos estão sob algum grau de ameaça (IUCN 2009). Nesse contexto,
algumas áreas são conhecidas como IBA’s (Important Bird Areas), uma divisão que
utiliza critérios universais para indicar áreas de grande importância para as aves no
planeta (Birdlife International/Save Brasil 2010).
Quando as espécies de aves neotropicais se dispersam em busca de melhores
condições alimentares, climáticas ou reprodutivas, produzem trocas nas composições
das comunidades. Este fenômeno está bem estudado em espécies migratórias que
cobrem grandes distâncias desde as zonas temperadas até o trópico de acordo com
Terborgh & Faaborg (1980), citado por Verea et. al.(2000).
Uma das Unidades de Conservação pertencentes ao Centro de Pernambuco é a
Reserva Biológica Guaribas que integra o Sistema de Unidades de Conservação do
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO).
A REBIO Guaribas tem uma formação vegetacional heterogênea. As formações
vegetacionais encontradas na REBIO Guaribas mostram fortes ligações com a formação
fitogeográfica da Caatinga, que possui vegetação predominante no semi-árido
nordestino, localizada no interior continental, sem atingir a costa litorânea
(MMA/IBAMA, 2003). É possível que as aves endêmicas de cada ambiente possam ter
19
se aventurado em explorar o ambiente oposto a fim de buscar melhores condições para
sua sobrevivência. Como também é possível que as mesmas tenham ficado reclusas em
seu hábitat sofrendo os efeitos da fragmentação.
Os estudos acerca da avifauna da REBIO Guaribas são muito escassos. Em seu
último estudo acerca das aves da Reserva, Almeida & Teixeira (2010) utilizaram uma
metodologia de avaliação rápida, sem replicações espacial e temporal adequadas. Além
disso, muitas áreas não têm quaisquer informações sobre dados populacionais das
espécies, bem como análises da estrutura e dinâmica de suas comunidades de aves.
Somado a isto existem informações equivocadas e/ou desatualizadas de algumas destas
áreas, tornando-se urgente a sua revisão.
OBJETIVOS
Este trabalho teve por objetivo geral melhorar as informações sobre a avifauna da
Rebio Guaribas, área considerada de grande importância biológica para as aves na
Paraíba (Birdlife International/Save Brasil 2010). Sendo assim, o trabalho procurou
disponibilizar dados de riqueza, abundância relativa e ocorrência de espécies do sub-
bosque por ambientes da área.
MATERIAIS E MÉTODOS
Área de Estudo – A Reserva Biológica Guaribas está localizada entre os
municípios de Mamanguape e Rio Tinto (06º44’S, 35º08’O), no nordeste do Estado da
Paraíba, com aproximadamente 4.321 ha (IBAMA 1995). A Rebio Guaribas engloba
três áreas descontínuas, denominadas SEMA 01, SEMA 02 e SEMA 03. As duas
primeiras localizadas no município de Mamanguape e a última no município de Rio
Tinto. A SEMA 1 não foi amostrada neste trabalho(Anexo 2).
Fatores abióticos – Segundo a classificação de Köppen, a região da REBIO está
inserida no tipo climático As’, caracterizado por ser quente e úmido, de estação seca no
20
verão e chuvosa no inverno. Esse tipo climático possui temperaturas superiores a 18º C
no mês menos quente. As chuvas de outono-inverno são provocadas pelos ciclones da
Frente Polar Atlântica. As temperaturas médias anuais na área da REBIO variam entre
24°C e 26°C e quanto às temperaturas máximas, os meses de dezembro e fevereiro
possuem as maiores médias, entre 28°C e 30°C. A máxima absoluta anual é de 36°C. A
forte evaporação, dentre outros fatores climáticos, resulta numa maior Umidade
Relativa que ocorre principalmente no inverno, quando os índices se elevam para 85% a
90%. A área da Unidade está localizada entre as isoietas de 1.750 e 2.000 milímetros
anuais, com as chuvas iniciando em fevereiro, atingindo níveis máximos em abril, maio
e junho e se prolongando até o mês de julho. A estiagem dura entre dois e três meses,
ocorrendo em outubro, novembro (mês mais seco) e dezembro.
Vegetação – A Reserva Biológica Guaribas se compõe de um mosaico
vegetacional, com manchas de, principalmente, dois tipos de revestimento florístico:
Tabuleiro Nordestino e Mata Atlântica (Anexo 1) . Os tabuleiros, encontrados desde
Pernambuco até o Piauí apresentam-se bastante diversos quanto à vegetação no seu
ponto de vista florístico e fitogeográfico. O complexo florístico existente nestas áreas
compartilha elementos da vegetação de matas, caatingas, cerrados e cerradões
(Fernandes & Bezerra, 1990). O Cerrado encontrado na Rebio Guaribas representa
vários subtipos desta fitofisionomia como campo cerrado, campo sujo e campo limpo.
Tal ocorrência, disjunta da área “core” contida no Planalto Central do Brasil, reforça a
hipótese dessas áreas serem relictos de uma distribuição mais ampla e antiga dos
domínios dos Cerrados. Dentre as formações florestais secundárias presentes na REBIO
Guaribas, a floresta estacional semidecidual de terras baixas ocupa as áreas de
dessecamento do relevo mais elevado. As formações savânicas e áreas de tensão
ecológica estão confinadas às áreas de tabuleiros. Na RebioGuaribas, a floresta
estacional semidecidual de terras baixas ocupa as áreas de fundo de vale, encostas do
relevo montanhoso e as áreas de platôs. Tais florestas encontram-se em processo de
regeneração natural, após cortes para extração de madeira e carvão, há
aproximadamente 17 anos nas SEMA’s 01 e 02 e a cerca de 60 anos na SEMA 03.
(MMA/IBAMA, 2003).
Amostragem das aves – As espécies foram capturadas com redes de neblina
(malha 36 mm, 12x3m) espaçadas 25 m de distância entre si e dispostas de forma
21
aleatória ao longo dos diferentes ambientes (Mata Atlântica e Cerrado) da Rebio
Guaribas. Para capturar aves territoriais é recomendável que as redes fiquem bem
espaçadas numa distância apropriada para amostrar o maior número de territórios
possível (Ralph et. al, 2004). O trabalho com as redes normalmente deve ser realizado
cedo, pela manhã, porque as taxas de captura são mais altas nas primeiras 4-6h após o
amanhecer, que é quando as aves são mais ativas (Ralph, 2004). As redes ficaram
abertas desde as primeiras horas da manhã até às 11h, com duração aproximada de 6h
de esforço por rede aberta por dia. Ao todo 124 localidades foram amostradas entre
agosto e junho de 2012. O ambiente de Cerrado foi amostrado mais vezes que o
ambiente de Mata obtendo-se no total 1640,2 horas*rede (Σ(H*R), onde H= horas de
rede aberta e R= quantidade de redes. As coletas foram realizadas mensalmente (duas
vezes por mês quando possível). As aves capturadas foram retiradas das redes e
colocadas em sacos de contenção com etiquetas numéricas correspondentes às redes que
as capturaram bem como o ambiente em que se encontravam (Mata Atlântica ou
Tabuleiro). As espécies foram identificadas com o auxílio de guias de campo e
fotográficos e a sistemática seguiu CBRO 2011. Após a identificação da ave, foram
feitas anotações gerais (comprimento, peso, e quando possível o sexo) e colocada uma
anilha metálica fornecida pelo CEMAVE.
Análise estatística – Com os dados obtidos foram estimadas a riqueza,
diversidade, similaridade, além de modeladas os tipos de curvas de abundância para as
comunidades de aves amostradas. Para estimar a riqueza foi utilizado o estimador
Chao1; para uma estimativa da predição de espécies que poderiam ainda ser descobertas
foi utilizado o estimador de Solow e Polaski (1999) e para estimar a diversidade dos
ambientes foi escolhido o estimador Simpson MLE. Estas estimativas foram todas
calculadas através do programa SPADE – Species Prediction and Diversity Estimation
– (Chao & Shen 2010). A curva de acumulação de espécies foi construída a partir do
programa EstimateS Colwell (2006).
A similaridade foi calculada através do índice de Sorensen entre os dois ambientes
de forma geral e também entre as guildas alimentares das aves com o objetivo de testar
uma possível diferença entre as comunidades quanto ao forrageamento. As espécies
foram separadas nas guildas de acordo com Sick (1997), Willis (1979) e Sigrist (2009).
Usando a mesma metodologia de Verea et. al. (2000), foram criadas arbitrariamente
22
cinco categorias: Amostras cujos valores oscilaram entre 0,01–0,2 foram consideradas
muito pouco semelhantes; entre 0,21-0,4 pouco semelhantes; entre 0,41-0,6
razoavelmente semelhantes; entre 0,61-0,8 semelhantes e entre 0,81-0,9 muito
semelhantes.
Para a análise do padrão de abundância de cada uma das comunidades de aves
investigadas foram utilizados modelos estatísticos de ajuste de abundância a partir dos
dados de captura das aves: Broken Stick, Série logarítmica, Série log-normal e Série
geométrica. Para a escolha dos modelos com melhor grau de ajuste, foi empregado o
teste do Chi-quadrado que empregou o contraste entre as frequências esperadas versus
as observadas para cada classe de abundância das espécies (Magurran 2004). O software
PAST foi utilizado para auxiliar tais análises (Hammer et al. 2001).
RESULTADOS
O estimador de riqueza Chao1 estimou as riquezas dos ambientes em S=68,0
±10,6 (Tabuleiro) e 38,7±14,8 (Mata). A predição de espécies estimada revelou que
numa segunda coleta de dados seria possível encontrar 7,3±3.6 espécies no ambiente de
Mata e 4±1.5 espécies no ambiente de Tabuleiro. As curvas de acumulação das espécies
de ambos os ambientes (Fig.1) indicam que área explorada para este estudo não se
aproximou de sua assíntota, pois ambas as curvas se mantêm crescentes e em nenhum
momento tendem a estabilização. Sendo assim tanto o ambiente de Mata quanto o
ambiente de Tabuleiros potencialmente abrigam mais espécies. O índice de Simpson foi
mais alto no ambiente de Tabuleiro (D= 22.024 ± 1.535); enquanto na Mata foi
estimado em D= 0.13305 ± 0.03318 (Tabela 1).
Ao todo, foram capturadas 58 espécies de aves pertencentes a 24 famílias
(Platyrhincus mystaceus niveigularis tem sua posição incerta do ponto de vista
taxonômico sendo classificado como Incertae Sedis). (Tabela 2).
O ambiente de Tabuleiro mostrou-se não só o mais rico como também aquele com
o maior número de capturas (396 indivíduos de 52 espécies). Já na mata foram
capturados 73 indivíduos de 23 espécies. A espécie mais abundante foi Neopelma
23
pallescens (Capturado em ambos ambientes) com 89 capturas. Arremon taciturnus
(também capturado em ambos ambientes), Dacnis cayana, Tachyphonus rufus
(capturados exclusivamente em tabuleiro), ficaram entre os mais abundantes com 31, 32
e 32 capturas respectivamente.
Os dados de captura mostraram que várias espécies ocorrem exclusivamente ou
preferencialmente no ambiente de Tabuleiro ou no ambiente de Mata. Dentre as
espécies que registraram cinco ou mais capturas exclusivamente no Tabuleiro estão
Dacnis cayana, Chiroxiphia pareola, Coreba flaveola, Thamnophilus pelzeni, Vireo
olivaceus e Hemitriccus margaritaceiventer. Das aves capturadas exclusivamente no
ambiente de Mata apenas Myiobius barbatus contabilizou cinco capturas. As demais
foram: Geotrygon Montana, Platyrinchus mystaceus niveigularis, Momotus momota
marcgraviana, Hemitriccus striaticolis, Pheugopedius genibarbis, Myrmeciza ruficauda
e Conopophaga melanops nigrifons.
Alguns casos de simpatria puderam ser observados em alguns congêneres como as
Guaracavas Elaenia flavogaster e Elaenia cristata e os congêneres Tolmomyias
sulphurescens e T. flaviventres que foram encontradas exclusivamente no ambiente de
Tabuleiro. Já os congêneres Hemitriccus margaritaceiventer e Hemitriccus striaticollis
foram encontrados um em cada ambiente diferente Não podemos afirmar com certeza
um caso de alopatria, pois H. striaticolis foi capturado apena uma vez de modo que
pouco se sabe da distribuição desta espécie.
O índice de similaridade entre as amostras demonstrou que as espécies em ambos
ambientes são pouco semelhantes (IS= 0,37). As espécies comuns em ambas as
amostras foram: Conopophaga lineata cearae, Eupetomena macroura, Glaucis hirsutus,
Euphonia violacea, Arremon taciturnus, Neopelma pallescens, Xenops minutus,
Dysithamnus mentalis, Turdus leucomelas, Basileuterus flaveolus, Manacus manacus,
Sitassomus griseicapillus, Xenops minutus alagoanus e Formicivora grisea.
Ambos os sub-bosques apresentaram as mesmas guildas alimentares (Tabela 3).
Todas foram mais abundantes no ambiente de Tabuleiro. Os insetívoros (I) foram os
mais abundantes, porém com a similaridade indicando que as amostras são pouco
semelhantes (IS= 0,3), os frugívoros (F) também se enquadraram nessa categoria
(IS=0,25). Os insetívoros-frugívoros (IF) obtiveram uma similaridade maior resultando
24
numa amostra razoavelmente semelhante (IS= 0,46). Dos onívoros obteve-se apenas
uma espécie de cada ambiente: Cyclarhis gujanensis no Tabuleiro e Pheugopedius
genibarbis no Ambiente de Mata, não apresentando, portanto, espécies em comum. (IS=
0). A categoria Granívoro-Insetívoro (GF) apresentou apenas a espécie Columbina
talpacoti no tabuleiro e nenhum exemplar na floresta semidecídua (IS= 0). Os
nectarívoros (N) demonstraram o maior índice de similaridade das amostras (IS= 0,66)
enquadrando-as na categoria semelhantes. Os granívoros foram representados em ambos
os ambientes apenas pela espécie Arremon taciturnus (IS=1).
Os modelos de abundância que tiveram o melhor ajuste foram o modelo de
distribuição série log-normal, para o ambiente de Mata Atlântica (K= 0,06602;
X2=284,2; p<0,0001) e o modelo de distribuição série geométrica para o Tabuleiro
(Média= 0,2132± 0, 2081; Chi^2= 0,2897; p= 0,5904). (Fig 2 e 3).
DISCUSSÃO
A estimativa de espécies produzida por Chao1é uma função da relação entre
singletons (espécies observadas representadas por um único indivíduo) e doubletons
(espécies observadas representadas por dois indivíduos) que irá exceder a riqueza de
espécies observadas por margens cada vez maiores à medida que as frequências
relativas de singletons aumenta (Magurran, 2004). Esta estimativa, portanto, extrapola
os dados além do observado durante a coleta, o que segundo Coddington et al. (1996), é
uma sugestão da necessidade de maior amostragem e maior tempo de coleta. Também é
importante notar que o método de amostragem limita-se à amostragem apenas do sub-
bosque e de trechos de tabuleiro até 3 m de altura. Assim, limitações deste método
podem influenciar fortemente os resultados encontrados.
De acordo com Magurran (2004), o índice de Simpson (D) indica a probabilidade
de que dois indivíduos escolhidos aleatoriamente na mesma amostra sejam da mesma
espécie. O índice revelou-se alto para o Tabuleiro, o que a priori poderia significar uma
baixa diversidade. No entanto, como este ambiente demonstrou uma alta riqueza é
possível que o índice de Simpson esteja relacionado com a equabilidade das amostras.
25
A população da espécie Neopelma pallescens, de acordo com o número de capturas,
mostrou-se muito maior que as populações das demais espécies. Essa discrepância,
portanto, pode ter interferido no cálculo da diversidade. No ambiente de Mata tivemos
um D baixo, indicando que embora seja menos rico que o Tabuleiro, é um ambiente
bastante diverso (Fig. 4 e 5).
As espécies encontradas no sub-bosque da Rebio Guaribas são semelhantes às
encontradas em outros trabalhos realizados na Mata Atlântica do Nordeste brasileiro
(Telino-Júnior, 2000; Lyra-neves, 2004; Almeida e Teixeira, 2010). Em comparação
com este, podemos acrescentar quatro novas espécies à lista de aves da Rebio Guaribas:
Herpsilochmus atricapillus e Thamnophilus pelzeni da Família Thamnophilidae; Turdus
amaurochalinus e Pachyramphus marginatus da Família Turdidae. Além disso, também
foram detectadas espécies em ambientes diferentes dos descritos outrora. As espécies
Glaucis hirsutus, Arremon taciturnus e Basileuterus flaveolus tinham registros de
ocorrência apenas nas áreas abertas do Tabuleiro e Xenops minutus alagoanus com
ocorrência apenas para os ambientes mais florestados (Mata Atlântica). Este trabalho,
porém, demonstra que estas espécies são encontradas em ambos ambientes (Mata
Atlântica e Tabuleiros).
Para ambos os ambientes estudados as guildas alimentares mais abundantes foram
os insetívoros, seguidos dos insetívoros-frugívoros e frugívoros. Os insetívoros
encontrados na REBIO Guaribas possuem hábitos de forrageio dos mais variados. O
Tyrannídeos do gênero Elaenia, por exemplo, são capazes de realizar migrações locais à
procura de insetos. Thamnophílideos buscam alimento nos mais diversos estratos
(inclusive dossel) (Sick, 1997; Sigrist, 2009; Stotz, 1996). De acordo com Verea et.al.
(2000), estas duas famílias têm preferência por ambientes mais abertos, o que condiz
com os campos abertos do Tabuleiro da Rebio Guaribas.
Os insetívoros Myiobius barbatus, Platyrinchus mystaceus niveigularis,
Conopophaga melanops nigrifons, Conopophaga lineata cearae e Dysithamnnus
mentalis foram registrados preferencialmente no ambiente de Mata. Estas espécies são
sensíveis à fragmentação sendo quase nunca encontradas perto de bordas florestais e
costumam ocupar territórios pequenos (<2 ha). Devido a seu baixo deslocamento, um
ambiente mais denso, com folhas no substrato tende a favorecer o comportamento
destas espécies (Sigrist, 2009; Stotz, 1996; Willis et. al., 1979).
26
Os insetívoros-frugívoros foi a segunda guilda mais diversa. Nela temos destaque
para Neopelma pallescens, Tachyphonus rufus e Manacus manacus, como espécies
mais abundantes. Estas espécies por serem mais generalistas conseguem habitar ambos
ambientes da Rebio Guaribas, pois variam sua dieta conforme a escassez e/ou
abundância dos recursos ao longo do ano (Sigrist, 2009). Por conseguirem habitar
ambos ambientes, o efeito de borda, não é considerado um fator limitante para tais
espécies, o que significa que a degradação do ambiente tendeu a beneficiar a
comunidade dos insetívoros-frugívoros.
No grupo dos frugívoros as espécies mais capturadas foram Dacnis cayana,
Tangara cayana e Euphonia violacea. O sub-bosque do Tabuleiro da Rebio Guaribas
apresenta uma maior variedade de espécies de angiospermas, tais como Rubiaceae,
Anacardiaceae, Fabaceae e Melastomataceae que servem de alimento para estas
espécies a longo do ano(MMA/IBAMA, 2003). O ambiente de Mata, no entanto, é mais
rico em espécies frugívoras em seu dossel (MMA/IBAMA, 2003). Euphonia violacea
foi encontrada em ambos ambientes da Rebio Guaribas se beneficiando graças à
capacidade de forragear tanto em sub-bosque quanto em dossel (Stotz, 1996).
Os nectarívoros, frugívoros e onívoros, foram as guildas menos abundantes. com
exceção de Myrmeciza ruficauda soror que é uma espécie de interior de Mata, as
demais podem ser encontradas em ambos os ambientes (Stotz, 1996).
Embora o trecho de cerrado tenha sido o mais rico em espécies, esta diferença em
grande parte pode ser explicada pelas diferenças do esforço amostral, bem como da
altura da vegetação. O dossel do ambiente de Tabuleiro varia em torno de seis a oito
metros de altura com poucos indivíduos emergentes de 12 metros, não existindo,
portanto, um dossel muito distante do sub-bosque. No ambiente de Mata, porém, o
dossel da vegetação é bem mais alto, variando de quinze a vinte metros de modo que as
comunidades que habitam o estrato médio podem diferir das que habitam a copa das
árvores (MMA/IBAMA, 2003).
Fatores como recursos alimentares, luminosidade e umidade, também podem
explicar o porquê do ambiente de o Tabuleiro ser mais rico e mais diverso que o
ambiente de Mata Atlântica. A alta luminosidade neste ambiente propicia maior
produção de frutos e de plantas invasoras produtoras de sementes, que são a base
27
alimentar destas espécies. (Magalhães, 2007) A diminuição dos recursos alimentares
nos períodos mais secos do ano podem determinar que muitas espécies aumentem a
ocupação das áreas. Algumas espécies têm de mudar inclusive a sua dieta e tendem a
frequentar ambientes que antes não frequentavam. (TELINO-JÚNIOR et. al. 2000)
A abundância relativa das espécies demonstrou que diversos fatores regem os
ambientes da REBIO Guaribas. O modelo série geométrica é também conhecido como
hipótese do nicho “pré-ocupado”. As abundâncias das espécies são classificadas do mais
para o menos abundante (Motomura, 1932). Dados de campo mostram que o padrão
série geométrica de abundância de espécies é encontrado primariamente em ambientes
pobres em espécies ou naqueles que se encontram nos primeiros estágios de sucessão
ecológica (Whitakker, 1972).
O tabuleiro da Rebio Guaribas, portanto, é um hábitat ainda insaturado,
aparentemente - ou seja, as comunidades não antingiram a sua capacidade suporte de
modo que há nichos diponíveis a serem ocupados tanto pelas espécies já existentes
quanto as que ainda podem chegar ao longo dos anos. Essa questão está relacionada à
degradação do ambiente por uma série de fatores que podem ter levado à exclusão das
espécies no passado e agora o mesmo se encontra em fase sucessional. Tal situação é
condizente com o estado atual da Rebio Guaribas que sofreu no passado com a
exploração indevida – o que modificou a vegetação nativa em alguns pontos da reserva
– e atualmente está se regenerando naturalmente (MMA/IBAMA, 2003).
A sucessão enfatiza a natureza dinâmica das comunidades biológicas. Ao abalar
seu equilíbrio natural, a perturbação nos revela as forças que determinam a presença ou
ausência de espécies numa comunidade, e os processos responsáveis pela regularização
da estrutura da comunidade (Ricklefs, 2010). A sucessão também evidencia a ideia de
que as comunidades normalmente compreendem mosaicos de fragmentos de estágios
sucessionais. O Tabuleiro da SEMA 2, por exemplo, é composto por um mosaico de
formações savânicas propriamente ditas (Cerrado stricto sensu), bem como outras
formações como campos cerrados e campos sujos (Cerrado lato sensu), demonstrando
assim que os estudos de comunidades devem considerar a perturbação e a mudança
ambiental em muitas escalas de tempo, pois além da exploração indevida no passado, a
REBIO Guaribas sofre os efeitos da fragmentação do habitat. Uma redução na área total
28
do Hábitat causa uma redução na riqueza total das espécies afetando a
biodiversidade(Ricklefs, 2010).
O Modelo Série log-normal, segundo May (1975), é uma consequência do
teorema do limite central, que indica que quando um grande número de fatores age para
determinar a quantidade de uma variável, uma variação aleatória nesses fatores resultará
na variável sendo normalmente distribuída. Este efeito se torna mais pronunciado à
medida que o número de determinados fatores aumenta. No caso da distribuição log-
normal da abundância das espécies a variável é o número de indivíduos por espécie e os
fatores determinantes são todos aqueles que regem a comunidade ecológica (Magurran,
2004).
A mata semidecidual da REBIO Guaribas demonstra ser um ambiente dominado
por diversos fatores bióticos e abióticos. Segundo Dajoz (2005) comunidades
controladas por muitos fatores ecológicos permitem uma partilha equilibrada dos
recursos disponíveis, nas quais existem poucas espécies com valores de abundância
extremos (raras e comuns) e a maioria com valores de abundância intermediários, como
acontece para comunidades de florestas tropicais.
A fragmentação do hábitat no ambiente de Mata (SEMA 2 e SEMA 3) atua como
um fator limitante para as espécies de aves que habitam este meio, pois muitas não são
enocntradas em ambientes abertos nem perto das bordas dos fragmentos (Sigrist, 2009;
Sick, 1997; Stotz, 1996). Além disso, as espécies que vivem ao longo das bordas podem
ser afetadas negativamente pelas interações antagonistas com outras espécies que vivem
na matriz (Ricklefs, 2010). Segundo Bierregaard & Lovejoy, (1989) citado por Ribon et
al. (2003) a abundância das espécies nos fragmentos florestais aumenta imediatamente
após seu isolamento e depois, é reduzida a níveis abaixo daqueles encontrado quando
então mata contínua. O resultado da fragmentação, portanto é a redução drástica no
tamanho da população e o aumento da vulnerabilidade que pode caminhar para a
extinção.
Apesar de estar sob maior pressão antrópica, a Floresta Estacional da SEMA 03 é
a que se encontra em melhor estado de conservação, evidenciado pelo porte das árvores
e presença de epífitas, pouco presentes nas outras áreas. Na SEMA 03, entretanto, a
29
pressão antrópica é maior que nas demais áreas, uma vez que está muito próxima à
cidade de Rio Tinto.
Os processos de desenvolvimento da região trouxeram inerentemente consigo o
uso do fogo para o manejo dos canaviais. Dessa forma, os eventuais incêndios que
historicamente invadiram as áreas naturais são bem conhecidos e comuns em todo o
entorno da REBIO, portanto o fogo, junto com a fragmentação do hábitat pode
influenciar fortemente a abundância das espécies no ambiente de Mata da Rebio
Guaribas.
Algumas espécies tendem a tornar-se mais abundantes após a fragmentação. As
espécies que se beneficiam são tipicamente aquelas que vivem em ecótonos, entre dois
tipos de hábitat (Ricklefs, 2010). As espécies Neopelma pallescens e Arremon
taciturnus, por exemplo, conseguem viver tranquilamente nos dois ambientes da
REBIO.
Neopelma palescens, de acordo com Sigrist (2009), vive no cerradão em matas de
galeria, matas secas e caatingas arbóreas e também na mata ripária ribeirinha. Arremon
taciturnus também segundo Sigrist (2009) é uma espécie típica de floresta densa úmida
da encosta Atlântica e de parte do Nordeste, vivendo no sub-bosque escuro de matas
densas. N. pallescens e A. taciturnus, espécies insetívora-frugívora e granívora,
respectivamente, foram mais representativas devido ao efeito de borda que as
beneficiou.
Em paisagens fragmentadas, um processo regular é a substituição de espécies
especialistas raras por abundantes espécies generalistas, mais adaptadas a áreas mais
abertas (Willis, 1979). Assim, é possível avaliar a qualidade do hábitat, pois algumas
espécies podem ser mais bem encontradas em florestas contínuas enquanto outras irão
aparecer apenas em áreas abertas ou fragmentadas (Piratelli et.al, 2008).
Algumas espécies, porém não se beneficiam da fragmentação, pois têm
preferências por ambientes menos iluminados e que não sofrem com a ação do vento e
acabam por ficar reclusas ao interior do fragmento. Tais espécies podem ser usadas
como bioindicadores da fragmentação. Segundo Piratelli et. al (2008) ao procurar por
bioindicadores, devem-se encontrar grupos de espécies que respondam rapidamente às
30
mudanças ambientais, sendo estas as respostas claramente distintas daquelas geradas
pela flutuação natural.
As espécies Conopophaga melanops nigrifons e Myobius barbatus são exemplos
de bioindicadores de fragmentação (Piratelli, 2008). De acordo com a lista vermelha de
espécies ameaçadas de extinção, as espécies Conopophaga lineata cearae, Momotus
momota marcgraviana, Platyrhincus mystaceus niveigularis e Myrmeciza ruficauda
também se enquadram na bioindicação de fragmentos, justamente por sofrerem com o
efeito de borda de seus hábitat.
Myobius barbatus é uma espécie comum em florestas úmidas e matas secundárias.
Machado e Fonseca (2002) amostraram essa espécie na área mais alta do Vale do Rio
Doce. Sua estimativa de abundância foi afetada pela exploração em São Paulo,
ocorrendo principalmente em floresta primária. Sua distribuição tem um grande alcance
segundo os dados da IUCN (2012), portanto não se enquadra na categoria de espécies
ameaçadas. A tendência da população parece ser estável e, portanto, a espécie não se
aproxima dos limiares de vulnerável sob a tendência critério da população (declínio>
30% em dez anos ou três gerações). Por esta razão a espécie é classificada como pouco
preocupante (IUCN, 2012).
De acordo com Ridgely and Tudor, (1994) citado por Lunardi et. al (2007) e Sick
(1997), o cuspidor-de-máscara-preta (C. melanops nigrifons) costuma ser visto
forrageando em bandos mistos. É dependente do interior da mata, sendo relativamente
sedentário. Enquanto muitas espécies são encontradas prontamente em grandes áreas
florestais esta, está desaparecendo em pequenos fragmentos isolados (Alves & Duarte
1996; Willis & Oniki 2003; citado por Lunardi, et. al.2007).
Conopophaga lineata cearae pode ser encontrado tanto em grandes fragmentos
como em pequenos, embora sua abundância seja maior nas menores manchas (Dantas
e.t. al, 2009). Os estudos indicam que espécimes que são encontrados em fragmentos
muito pequenos possuem asas mais longas que aqueles encontrados em florestas
tropicais mais contínuas. Essa diferença morfológica pode representar uma adaptação
para dispersar-se mais facilmente entre os fragmentos, indicando assim que essa espécie
sofre mudanças morfológicas para acompanhar a fragmentação. Diferente de seu
congênere C. melanops nigrifons, C. lineata cearae tem a habilidade de usar as bordas
31
do habitat para se dispersar para outros fragmentos (Dantas, et. al. 2009). Apenas um
indivíduo desta espécie foi encontrado no ambiente de tabuleiro da REBIO, não
podemos afirmar, contudo, que C. lineata cearae consegue habitar ambientes mais
abertos como o cerrado, pois é tido como uma ave típica de florestas úmidas e matas
serranas (Sigrist, 2009; Sick, 1997). Ambas as espécies C. lineata cearae e C. melanops
nigrifons estão classificados na lista vermelha de espécies ameaçadas com o status de
vulnerável, sendo a perda do hábitat o principal fator para a sua ameaça.
O formigueiro-de-cauda-ruiva (Myrmeciza ruficauda soror) é encontrado ao norte
do rio São Francisco, nos Estados de Alagoas, Pernambuco e Paraíba. Busca as áreas
mais sombrias da mata e, frequentemente, permanece em locais onde o sub-bosque é
bastante denso. O brutal desmatamento das matas de baixada no vale do rio Doce,
Espírito Santo, sul da Bahia e em todo o Nordeste brasileiro, ao norte do rio São
Francisco, foi o principal motivo para o desaparecimento das populações desta espécie
(Ibama, 2008). Alterações no sub-bosque, como a retirada de lenha e a presença de gado
bovino no interior das florestas, também têm efeitos sérios sobre esta espécie. A maior
parte das populações existentes está isolada em fragmentos de tamanhos diversos. Está
classificada regionalmente como “Em perigo” (Ibama, 2008) e globalmente como
“Preocupante” (IUCN, 2012).
O Udu-de-coroa-azul (Momotus momota marcgraviana) é uma ave que habita o
sub-bosque médio e alto das florestas, onde forrageia em busca de artrópodes e
pequenos vertebrados. Pouco se conhece sobre as necessidades ecológicas e o
comportamento deste táxon. O udu-de-coroa-azul é observado com maior frequência em
florestas secundárias ou em regeneração do que em florestas mais maduras. É bastante
territorialista, podendo-se observar o mesmo indivíduo, por dias seguidos, no mesmo
lugar e na mesma hora. Enquadra-se globalmente na categoria “Preocupante” (IUCN,
2012) e regionalmente no status “Em perigo” sendo a destruição/alteração de hábitats e
desmatamento as principais ameaças à sua existência (Ibama, 2008).
O Patinho-do-Nordeste (Platyrinchus mystaceus niveigularis) habita os estratos
baixos e densos das florestas, assim como as bordas e ambientes mais degradados,
chegando a ser abundante em algumas localidades. É encontrado só, vocalizando
intensamente ou parado durante longo tempo e sem vocalizar. Não participa de bandos
mistos e alimenta-se de insetos capturados em voo. A altitude mínima de registro é 3 m
32
e a máxima é de 980 m acima do nível do mar (Machado et. al., 2008). Assim como
outros táxons endêmicos do “Centro de Pernambuco”, a principal ameaça é o
desmatamento, seguido pela destruição e/ou alteração de hábitats, reduzindo assim a sua
área de distribuição. Seu status de ameaça global é “preocupante” (IUCN, 2012) e
regionalmente classificado como vulnerável (Ibama, 2008).
Segundo Terbogh, (1992), citado por Magalhães (2007), o futuro destas espécies
nas sobras destes hábitats fragmentados é incerto, pois a fragmentação pode prover bem
determinadas espécies, sendo insuficiente para outras.
33
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37
5- CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os estudos mostram que o Tabuleiro e a Mata são ambientes importantes para a
conservação de aves da região. Deste modo, uma exploração maior na área através de
um estudo mais detalhado, utilizando-se outras metodologias, tais como a de pontos de
escuta e observação, poderão trazer novas informações sobre a sua avifauna.
O sub-bosque do Tabuleiro mostrou-se propício a acomodar novas espécies que
possam vir a aparecer com o tempo. Os estágios sucessionais em que este ambiente se
encontra, indicam que a conservação se faz necessária, pois embora muitas espécies de
aves consigam habitar os ecótonos, algumas espécies se mantêm presas ao hábitat cada
vez mais fragmentado, como pode ser visto com as espécies bioindicadoras de
fragmentação.
O sub-bosque da Mata Atlântica, no entanto mostrou-se controlado por uma série
de fatores que vão além do clima, pluviosidade, ou escassez de recursos. Trata-se de
ambientes que foram degradados no passado e agora estão se regenerando. A
regeneração, porém é feita em longo prazo de modo que cuidados com o ambiente tais
como evitar que focos de incêndios, provenientes dos canaviais adjacentes se alastrem,
faz-se cada vez mais necessário, para que assim o hábitat possa de regenerar.
O fragmento de Mata Atlântica da SEMA 3 em Rio Tinto é o mais preocupante de
todos, pois além de ser uma área aproximadamente de 300 ha está completamente
inserida dentro da área urbana, de modo que as espécies além de sofrerem com a
fragmentação e o efeito de borda, enfrentam também a problemática dos ruídos urbanos
e a caça ilegal.
As espécies listadas com status de ameaça chamam atenção para a questão da
conservação do hotspot Mata Atlântica e secundariamente do Cerrado (Tabuleiros) que
já se encontram em estado lastimável contando com poucos fragmentos remanescentes
capazes de sustentar a sua biodiversidade.
38
APÊNDICES
Tabela1: Estimativas de riqueza, diversidade e predição do número de espécies obtidas de amostragens de aves capturadas em Mata e Tabuleiro da Reserva Biológica de Guaribas, Mamanguape e Rio Tinto, PB, Brasil.
Mata Variável Estimador/Modelo Estimativa Erro Padrão IC (95%) Riqueza Chao1 38.7 14.8 (25.7, 96.5) Diversidade Simpson MLE 0.13305 0.03318 (0.06802, 0.19808) Predição Solow & Polaski (1999) 7.3 3.6 (0.3, 14.3)
Tabuleiro Variável Estimador/Modelo Estimativa Erro Padrão IC (95%) Riqueza Chao1 68.0 10.6 (56.9, 104.1) Diversidade Simpson MLE 22.024 1.535 (19.016, 25. 033) Predição Solow & Polaski (1999)
4.0 1.5 (1.0, 6.9)
39
Figura 1: Curva acumulativa das espécies de aves capturadas em Mata (M) e Tabuleiro (T) na Reserva Biológica de Guaribas, PB, Brasil. Sobs foi obtido a partir de estimativa MaoTau.
0
10
20
30
40
50
60
70
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Sobs M
SobsM 95% Inf
SobsM 95% Sup
Sobs T
SobsT 95% Inf
SobsT 95% Sup
40
Tabela 2: Riqueza e similaride das espécies do Tabuleiro e da Mata Atlântica classificadas de acordo com suas guildas alimentares. G= granívoro; F= frugívoro; I= insetívoro; O= onívoro; N= nectarívoro; IF= Insetívoro-frugívoro; G-F= Granívoro-frugívoro.
Guilda alimentar Número de espécies capturadas
Similaridade
Tabuleiro Mata Tabuleiro ∩ Mata
G 1 1 1 1 F 6 2 1 0,25 I 27 13 6 0,3 O 1 1 0 0 N 4 2 2 0,66 I F 10 3 3 0,46 G F 1 0 0 0
41
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50Rank
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90A
bund
ance
Figura 2: Modelo de distribuição de abundância Série Geométrica para o ambiente de Tabuleiro da REBIO Guaribas, Mamanguape, Rio Tinto – PB. (K= 0,06602; X2=284,2; p<0,0001)
0.0 2.5 5.0 7.5 10.0 12.5 15.0Oitavas
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Esp
écie
s po
r oi
tava
s
Figura 3: Modelo de distribuição de abundância Log-normal para o ambiente de Mata Atlântica da REBIO Guaribas, Mamanguape, Rio Tinto-PB (Média= 0,2132; desvio-padrão= 0, 2081; X2= 0,2897; p= 0,5904).
42
Figuras 4 e 5: Relação das espécies mais capturadas no ambiente de Tabuleiro e Mata respectivamente. Rebio Guaribas, Mamanguape/Rio Tinto–PB, Brasil.
0 5 10 15 20 25
Momotus momota marcgraviana
Conopophaga melanops
Euphonia violaea
Platyrhincus mystaceus
Turdus leucomelas
Manacus manacus
Myiobius barbatus
Neopelma pallescens
Dysithamnus mentalis
Arremon taciturnus
Nº de indivíduos
Esp
écie
s
Mata Atlântica
0 20 40 60 80 100
Arremon taciturnus
Manacus manacus
Coereba flaveola
Hemitriccus margaritaceiventer
Vireo olivaceus
Formicivora grisea
Tangara cayana
Dacnis cayana
Tachyphonus rufus
Neopelma pallescens
Nº de indivíduos
Esp
écie
sCerrado
43
Tabela 3: Composição específica, guilda alimentar, status de ameaça e número de capturas de diferentes espécies de aves do sub-bosque de trechos de Tabuleiros e Mata Atlântica da Reserva Biológica de Guaribas, Mamanguape, PB. Os números entre parênteses após o nome específico, bem como para cada tipo de ambiente, representam o total de indivíduos capturados.
Espécies Nome popular Guilda alimentar Ambiente Status *
Cerrado Mata
COLUMBIFORMES Latham 1970
COLUMBIDAE Leach, 1820
Columbina talpacoti (Temminck, 1811) rolinha-roxa G, F 7 0
Leptotila rufaxilla (Richard & Bernard, 1792) juriti-gemedeira F 2 0
Geotrygon montana (Linnaeus, 1758) pariri F 0 1
CUCULIFORMES Wagler, 1830
CUCULIDAE Leach, 1820
Piaya cayana (Linnaeus, 1766) alma-de-gato I 1 0
APODIFORMES Peters, 1940
APODIDAE Olphe-Galliard, 1887
Glaucis hirsutus (Gmelin, 1788) balança-rabo-de-bico-torto N 3 1
Eupetomena macroura (Gmelin, 1788) beija-flor-tesoura N 4 1
Chrysolampis mosquitus (Linnaeus, 1758) beija-flor-vermelho N 1 0
Amazilia fimbriata (Gmelin, 1788) beija-flor-de-garganta-verde N 3 0
44
TROGONIFORMES A. O. U., 1886
TROGONIDAE Lesson, 1828
Trogon curucui Linnaeus, 1766 surucuá-de-barriga-vermelha I,F 4 0
CORACIIFORMES Forbes, 1844
MOMOTIDAE Gray, 1840
Momotus momota marcgraviana Pinto & Camargo 1961 udu-de-coroa-azul-do -Nordeste I 0 2 E N
GALBULIFORMES Fürbringer, 1888
GALBULIDAE Vigors, 1825
Galbula ruficauda Cuvier, 1816 ariramba- ariramba-de-cauda-ruiva I 1 0
PICIFORMES Meyer & Wolf, 1810
PICIDAE Leach, 1820
Picumnus fulvescens Stager, 1961 pica-pau-anão-canela I 2 0
PASSERIFORMES Linné, 1758
THAMNOPHILIDAE Swainson, 1824
Myrmeciza ruficauda soror (Pinto, 1940) formigueiro-de-cauda-ruiva I 0 1 E N
Formicivora grisea (Boddaert, 1783) papa-formiga-pardo I 18 1
Dysithamnus mentalis (Temminck, 1823) choquinha-lisa I 2 6
Herpsilochmus atricapillus Pelzeln, 1868 chorozinho-de-chapéu-preto I 4 0
45
Thamnophilus pelzelni Hellmayr, 1924 choca-do-planalto I 10 0
Taraba major (Vieillot, 1816) choró-boi I 1 0
CONOPOPHAGIDAE Sclater & Salvin, 1873
Conopophaga lineata cearae (Cory, 1916) chupa-dente I 3 1 VU
Conopophaga melanops nigrifons Pinto, 1954 cuspidor-de-máscara-preta I 0 3 VU
DENDROCOLAPTIDAE Gray, 1840
Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818) arapaçu-verde I 1 2
Xiphorhynchus atlanticus (Cory, 1916) arapaçu-rajado-do-nordeste I 2 2
Dendroplex picus (Gmelin, 1788) arapaçu-de-bico-branco I 2 0
FURNARIIDAE Gray, 1840
INCERTAE SEDIS
Xenops minutus alagoanos (Sparrman, 1788) bico-virado I 3 1
PIPRIDAE Rafinesque, 1815
Neopelma pallescens (Lafresnaye, 1853) fruxu-do-cerrado I, F 84 5
Manacus manacus (Linnaeus, 1766) rendeira I, F 8 5
Chiroxiphia pareola (Linnaeus, 1766) tangará-falso F 6 0
TITYRIDAE Gray, 1840
Myiobius barbatus (Gmelin, 1789) assanhadinho I 0 5
46
Pachyramphus marginatus (Lichtenstein, 1823) caneleiro-bordado I 3 0
TYRANNOIDEA Vigors, 1825:
INCERTAE SEDIS
Platyrinchus mystaceus niveigularis Pinto, 1954 Patinho-do-nordeste I 0 3 VU
RYNCHOCYCLIDAE Berlepsch, 1907
Tolmomyias sulphurescens (Spix, 1825) bico-chato-de-orelha-preta I 2 0
Tolmomyias flaviventris (Wied, 1831) bico-chato-amarelo I, F 4 0
Hemitriccus striaticollis (Lafresnaye, 1853) sebinho-rajado-amarelo I 0 1
Hemitriccus margaritaceiventer (d'Orbigny & Lafresnaye, 1837) sebinho-olho-de-ouro I 11 0
TYRANNIDAE Vigors, 1825
Camptostoma obsoletum (Temminck, 1824) risadinha I 1 0
Elaenia flavogaster (Thunberg, 1822) guaracava-de-barriga-amarela I 3 0
Elaenia cristata Pelzeln, 1868 guaracava-de-topete-uniforme I, F 4 0
Machetornis rixosa (Vieillot, 1819) suiriri-cavaleiro I 1 0
Cnemotriccus fuscatus (Wied, 1831) guaracavuçu I 1 0
Phaeomyias murina (Spix, 1825) bagageiro I 4 0
VIREONIDAE Swainson, 1837
Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) pitiguari O 1 0
47
Vireo olivaceus (Linnaeus, 1766) juruviara I 15 0
Hylophilus amaurocephalus (Nordmann, 1835) vite-vite-de-olho-cinza I 1 0
HIRUNDINIDAE Rafinesque, 1815
Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817) andorinha-serradora I 1 0
TROGLODYTIDAE Swainson, 1831
Pheugopedius genibarbis (Swainson, 1838) garrinchão-pai-avô O 0 1
POLIOPTILIDAE Baird, 1858
Polioptila plumbea (Gmelin, 1788) balança-rabo-de-chapéu-preto I 4 0
TURDIDAE Rafinesque, 1815
Turdus leucomelas Vieillot, 1818 sabiá-do-barranco I,F 2 3
Turdus amaurochalinus Cabanis, 1850 sabiá-poca I,F 3 0
COEREBIDAE d'Orbigny & Lafresnaye, 1838
Coereba flaveola (Linnaeus, 1758 cambacica I, F 11 0
THRAUPIDAE Cabanis, 1847
Tachyphonus rufus (Boddaert, 1783) pipira-preta I, F 32 0
Lanio cristatus (Linnaeus, 1766) tiê-galo I,F 1 0
Tangara cayana (Linnaeus, 1766) saíra-amarela F 22 0
Dacnis cayana (Linnaeus, 1766) saí-azul F 32 0
48
EMBERIZIDAE Vigors, 1825
Arremon taciturnus (Hermann, 1783) tico-tico-de-bico-preto G 8 23
PARULIDAE Wetmore, Friedmann, Lincoln, Miller, Peters, van
Rossem, Van Tyne & Zimmer 1947
Basileuterus culicivorus (Deppe, 1830) pula-pula I 1 0
Basileuterus flaveolus (Baird, 1865) canário-do-mato I 3 1
FRINGILLIDAE Leach, 1820
Euphonia violacea (Linnaeus, 1758) gaturamo verdadeiro F 6 3
Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766) fim-fim F 1 0
* Status de ameaça: VU: Vulnerável, EN: Em perigo
49
ANEXOS
Anexo 1: Caracterização dos ambientes de Tabuleiro (esq.) e Mata Atlântica (dir.) da Rebio Guaribas, Mamanguape/Rio Tinto –PB (Fotos: Oliveira, C. T.)
Anexo 2: Localização da área de estudo, Reserva Biológica Guaribas. As áreas em marrom claro representam os tabuleiros (formações savânicas indiferenciadas: campo sujo de cerrado, campo limpo de cerrado e cerrado), e as áreas em verde são regiões de Mata Atlântica. Podem ser observadas a SEMA 1, SEMA 2 e SEMA 3. (Plano de Manejo da Rebio Guaribas,
Localização da área de estudo, Reserva Biológica Guaribas. As áreas em marrom claro presentam os tabuleiros (formações savânicas indiferenciadas: campo sujo de cerrado, campo limpo
de cerrado e cerrado), e as áreas em verde são regiões de Mata Atlântica. Podem ser observadas a SEMA 1, SEMA 2 e SEMA 3. (Plano de Manejo da Rebio Guaribas, MMA/IBAMA,
50
Localização da área de estudo, Reserva Biológica Guaribas. As áreas em marrom claro presentam os tabuleiros (formações savânicas indiferenciadas: campo sujo de cerrado, campo limpo
de cerrado e cerrado), e as áreas em verde são regiões de Mata Atlântica. Podem ser observadas a MA/IBAMA, 2003).
51
Anexo 3: Normas da Revista Biota Neotropica
Formatação dos arquivos
Os trabalhos deverão ser enviados em arquivos em formato DOC (MS-Word for
Windows versão 6.0 ou superior). Em todos os textos deve ser utilizada, como fonte
básica, Times New Roman, tamanho 10. Nos títulos das seções usar tamanho 12. Podem
ser utilizados negritos, itálicos, sublinhados, subscritos e superscritos, quando
pertinente. Evite, porém, o uso excessivo desses recursos. Em casos especiais (ver
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Wingdings. Os trabalhos poderão conter os links eletrônicos que o autor julgar
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ser divididos em dois arquivos: um primeiro arquivo contendo todo o texto do
manuscrito, incluindo o corpo principal do texto (primeira página, resumo, introdução,
material, métodos, resultados, discussão, agradecimentos e referências) e as tabelas,
com os respectivos títulos em português e inglês; um segundo arquivo contendo as
figuras e as respectivas legendas em português e inglês. É imprescindível que o autor
abra os arquivos que preparou para submissão e verifique, cuidadosamente, se as
figuras, gráficos ou tabelas estão, efetivamente, no formato desejado. Descrições
detalhadas dos dois arquivos vêm a seguir.
Documento principal
Um único arquivo chamado Principal.rtf ou Principal.doc com os títulos, resumos e
palavras-chave em português ou espanhol e inglês, texto integral do trabalho,
referências bibliográficas e tabelas. Esse arquivo não deve conter figuras, que deverão
estar em arquivos separados, conforme descrito a seguir. O manuscrito deverá seguir o
seguinte formato:
• Título conciso e informativo:
Títulos em português ou espanhol e em inglês (usar letra maiúscula apenas no
início da primeira palavra e quando for pertinente, do ponto de vista ortográfico
ou de regras científicas pré-estabelecidas);
52
• Autores:
Nome completo dos autores com numerações (sobrescritas) para indicar as
respectivas filiações;
Filiações e endereços completos, com links eletrônicos para as instituições;
Indicar o autor para correspondência e respectivo e-mail
• Resumos/Abstract - com no máximo, 350 palavras.
• Palavras-chave /Key words:
As palavras-chave devem ser separadas por vírgula e não devem repetir palavras
do título. Usar letra maiúscula apenas quando for pertinente, do ponto de vista
ortográfico ou de regras científicas pré-estabelecidas.
• Corpo do Trabalho
o 1. Seções – não devem ser numeradas
Introdução (Introduction)
Material e Métodos (Material and Methods)
Resultados (Results)
Discussão (Discussion)
Agradecimentos (Acknowledgments)
Referências bibliográficas (References)
Tabelas
o 2. Casos especiais
A critério do autor, no caso de Short Communications, os itens
Resultados e Discussão podem ser fundidos. Não use notas de rodapé,
inclua a informação diretamente no texto, pois torna a leitura mais fácil e
reduz o número de links eletrônicos do manuscrito.
No caso da categoria "Inventários" a listagem de espécies, ambientes,
descrições, fotos etc., devem ser enviadas separadamente para que
possam ser organizadas conforme formatações específicas. Além disso,
para viabilizar o uso de ferramentas eletrônicas de busca, como o XML,
a Comissão Editorial enviará aos autores dos trabalhos aceitos para
publicação instruções específicas para a formatação da lista de espécies
citadas no trabalho.
Na categoria "Chaves de Identificação" a chave em si deve ser enviada
separadamente para que possa ser formatada adequadamente. No caso de
referência de material coletado é obrigatória a citação das coordenadas
53
geográficas do local de coleta. Sempre que possível a citação deve ser
feita em graus, minutos e segundos (Ex. 24°32'75" S e 53°06'31" W). No
caso de referência a espécies ameaçadas especificar apenas graus e
minutos.
o 3. Numeração dos subtítulos
O título de cada seção deve ser escrito sem numeração, em negrito,
apenas com a inicial maiúscula (Ex. Introdução, Material e Métodos
etc.). Apenas dois níveis de subtítulos serão permitidos, abaixo do título
de cada seção. Os subtítulos deverão ser numerados em algarismos
arábicos seguidos de um ponto para auxiliar na identificação de sua
hierarquia quando da formatação final do trabalho. Ex. Material e
Métodos; 1. Subtítulo; 1.1. Sub-subtítulo).
o 4. Nomes de espécies
No caso de citações de espécies, as mesmas devem obedecer aos
respectivos Códigos Nomenclaturais. Na área de Zoologia todas as
espécies citadas no trabalho devem obrigatoriamente estar seguidas do
autor e a data da publicação original da descrição. No caso da área de
Botânica devem vir acompanhadas do autor e/ou revisor da espécie. Na
área de Microbiologia é necessário consultar fontes específicas como o
International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology.
o 5. Citações bibliográficas
Colocar as citações bibliográficas de acordo com o seguinte padrão:
Silva (1960) ou (Silva 1960)
Silva (1960, 1973)
Silva (1960a, b)
Silva & Pereira (1979) ou (Silva & Pereira 1979)
Silva et al. (1990) ou (Silva et al. 1990)
(Silva 1989, Pereira & Carvalho 1993, Araújo et al. 1996, Lima 1997)
Citar referências a resultados não publicados ou trabalhos submetidos da
seguinte forma: (A.E. Silva, dados não publicados). Em trabalhos
taxonômicos, detalhar as citações do material examinado, conforme as
regras específicas para o tipo de organismo estudado.
o 6. Números e unidades
Citar números e unidades da seguinte forma:
54
� escrever números até nove por extenso, a menos que sejam
seguidos de unidades;
� utilizar, para número decimal, vírgula nos artigos em português
ou espanhol (10,5 m) ou ponto nos escritos em inglês (10.5 m);
� utilizar o Sistema Internacional de Unidades, separando as
unidades dos valores por um espaço (exceto para porcentagens,
graus, minutos e segundos);
� utilizar abreviações das unidades sempre que possível. Não
inserir espaços para mudar de linha caso a unidade não caiba na
mesma linha.
o 7. Fórmulas
Fórmulas que puderem ser escritas em uma única linha, mesmo que
exijam a utilização de fontes especiais (Symbol, Courier New e
Wingdings), poderão fazer parte do texto. Ex. a = p.r2 ou Na2HPO, etc.
Qualquer outro tipo de fórmula ou equação deverá ser considerada uma
figura e, portanto, seguir as regras estabelecidas para figuras.
o 8. Citações de figuras e tabelas
Escrever as palavras por extenso (Ex. Figura 1, Tabela 1, Figure 1, Table
1)
o 9. Referências bibliográficas
Adotar o formato apresentado nos seguintes exemplos, colocando todos
os dados solicitados, na seqüência e com a pontuação indicadas, não
acrescentando itens não mencionados:
FERGUSON, I.B. & BOLLARD, E.G. 1976. The movement of calcium
in woody stems. Ann. Bot. 40(6):1057-1065.
SMITH, P.M. 1976. The chemotaxonomy of plants. Edward Arnold,
London.
SNEDECOR, G.W. & COCHRAN, W.G. 1980. Statistical methods. 7
ed. Iowa State University Press, Ames.
SUNDERLAND, N. 1973. Pollen and anther culture. In Plant tissue and
cell culture (H.F. Street, ed.). Blackwell Scientific Publications, Oxford,
p.205-239.
55
BENTHAM, G. 1862. Leguminosae. Dalbergiae. In Flora Brasiliensis
(C.F.P. Martius & A.G. Eichler, eds). F. Fleischer, Lipsiae, v.15, pars 1,
p.1-349.
MANTOVANI, W., ROSSI, L., ROMANIUC NETO, S., ASSAD-
LUDEWIGS, I.Y., WANDERLEY, M.G.L., MELO, M.M.R.F. &
TOLEDO, C.B. 1989. Estudo fitossociológico de áreas de mata ciliar em
Mogi-Guaçu, SP, Brasil. In Simpósio sobre mata ciliar (L.M. Barbosa,
coord.). Fundação Cargil, Campinas, p.235-267.
STRUFFALDI-DE VUONO, Y. 1985. Fitossociologia do estrato arbóreo
da floresta da Reserva Biológica do Instituto de Botânica de São Paulo,
SP. Tese de doutorado, Universidade de São Paulo, São Paulo.
FISHBASE. http://www.fishbase.org/home.htm (último acesso em
dd/mmm/aaaa)
Abreviar títulos dos periódicos de acordo com o "World List of Scientific
Periodicals" (http://library.caltech.edu/reference/abbreviations/) ou
conforme o banco de dados do Catálogo Coletivo Nacional (CCN -
IBICT) (busca disponível emhttp://ccn.ibict.br/busca.jsf ).
Todos os trabalhos publicados na BIOTA NEOTROPICA têm um
endereço eletrônico individual, que aparece imediatamente abaixo do(s)
nome(s) do(s) autor(es) no PDF do trabalho. Este código individual é
composto pelo número que o manuscrito recebe quando submetido (002
no exemplo acima), o número do volume (10), o número do fascículo
(04) e o ano (2010). Portanto, para citação dos trabalhos publicados na
BIOTA NEOTROPICA seguir o seguinte exemplo:
Rocha-Mendes, F.; Mikich, S. B.; Quadros, J. and Pedro, W. A. 2010.
Ecologia alimentar de carnívoros (Mammalia, Carnivora) em fragmentos
de Floresta Atlântica do sul do Brasil. Biota Neotrop. 10(4): 21-30
http://www.biotaneotropica.org.br/v10n4/pt/abstract?article+bn00210042
010 (último acesso em dd/mm/aaaa)
o 10. Tabelas
Nos trabalhos em português ou espanhol os títulos das tabelas devem ser
bilíngües, obrigatoriamente em português/espanhol e em inglês, e devem
estar na parte superior das respectivas tabelas. O uso de duas línguas
facilita a compreensão do conteúdo por leitores do exterior quando o
56
trabalho está em português. As tabelas devem ser numeradas
seqüencialmente com números arábicos.
Caso uma tabela tenha uma legenda, essa deve ser incluída nesse
arquivo, contida em um único parágrafo, sendo identificada iniciando-se
o parágrafo por Tabela N, onde N é o número da tabela.
o 11. Figuras
Mapas, fotos, gráficos são considerados figuras. As figuras devem ser
numeradas seqüencialmente com números arábicos.
No caso de pranchas os textos inseridos nas figuras devem utilizar fontes
sans-serif, como Arial ou Helvética, para maior legibilidade. Figuras
compostas por várias outras devem ser identificadas por letras (Ex.
Figura 1a, Figura 1b). Utilize escala de barras para indicar tamanho. As
figuras não devem conter legendas, estas deverão ser especificadas em
arquivo próprio.
As legendas das figuras devem fazer parte do arquivo texto Principal.rtf
ou Principal.doc inseridas após as referências bibliográficas. Cada
legenda deve estar contida em um único parágrafo e deve ser
identificada, iniciando-se o parágrafo por Figura N, onde N é o número
da figura. Figuras compostas podem ou não ter legendas independentes.
Nos trabalhos em português ou espanhol todas as legendas das figuras
devem ser bilíngües, obrigatoriamente, em português/espanhol e em
inglês. O uso de duas línguas facilita a compreensão do conteúdo por
leitores do exterior quando o trabalho está em português.