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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ, CAMPUS DE TOLEDO SABRINA BRUNE TREINAMENTO EM EXCELÊNCIA NO ATENDIMENTO DA ESCOLA CNA PALOTINA/PR TOLEDO 2010

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ, CAMPUS DE TOLEDO

SABRINA BRUNE

TREINAMENTO EM EXCELÊNCIA NO ATENDIMENTO DA ESCOLA CNA

PALOTINA/PR

TOLEDO

2010

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SABRINA BRUNE

TREINAMENTO EM EXCELÊNCIA NO ATENDIMENTO DA ESCOLA CNA

PALOTINA/PR

Relatório Final de Estágio apresentado à disciplina de Estágio Supervisionado em Secretariado Executivo da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE, Campus de Toledo, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Secretariado Executivo. Professor Orientador (a): Débora Vigorena, Ms

TOLEDO

2010

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TERMO DE APROVAÇÃO

SABRINA BRUNE

TREINAMENTO EM EXCELÊNCIA NO ATENDIMENTO DA ESCOLA CNA

PALOTINA

Relatório Final de Estágio Supervisionado aprovado como

requisito parcial para a obtenção do grau de bacharel em

Secretariado Executivo da Universidade Estadual do Oeste do

Paraná - UNIOESTE/Campus de Toledo, pela banca examinadora

formada por:

Orientador: _______

Professora Débora Vigorena

Colegiado do Curso de Secretariado Executivo Bilíngue,

UNIOESTE/Campus de Toledo

Professora Fabiana Regina Veloso Bíscoli

Colegiado do Curso de Secretariado Executivo Bilíngue,

UNIOESTE/Campus de Toledo

Professora Ivanete Daga Cielo

Colegiado do Curso de Secretariado Executivo Bilíngue,

UNIOESTE/Campus de Toledo

Toledo, 24 de Novembro de 2010.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a minha mãe que sempre me incentivou e

encorajou meus estudos. Ao meu pai que me ajudou a pagá-los e não mediu

esforços para que eu os concluísse. Ao meu irmão pela paciência e ao mesmo

tempo peço perdão pela minha ausência durante esses quatro anos.

Agradeço às minhas amigas da faculdade em especial a Soraia, Graciele

e Rosane por terem estado comigo nesses anos de estudo, nas provas, nos

seminários, nos trabalhos e também nas festas. Vou levá-las sempre comigo e

jamais esquecerei todos esses momentos.

Um agradecimento especial vai para minha amiga-irmã Alexsandra por

todo o companheirismo, pela amizade incondicional e pela felicidade que sua

amizade me trás. Eu tive muita sorte de encontrá-la em meu caminho. Ainda a

todos os meus amigos, especialmente ao Gustavo Pavan, ao Guto, ao Felipe,

pois por um lado compreenderam a minha ausência nos últimos momentos desse

trabalho e por outro me fizeram ignorar um pouco minhas responsabilidades e me

divertir. Não seria capaz de continuar sem o ânimo que eles me deram.

Agradeço à direção da escola CNA, por me permitirem desenvolver esse

trabalho e por confiar no meu potencial, em especial à Andréia Yabushita, minha

supervisora de estágio, chefe da CNA a seis anos, colega de trabalho na UFPR e

acima disso, amiga para todas as horas. Já compartilhei tantos momentos bons e

ruins com essa mulher e ainda teremos tantos outros pra compartilhar que é

impossível olhar para trás e não sentir a presença dela na minha caminhada.

Outro agradecimento enorme e imensurável vai para a minha chefe Neivair pelos

dias de folga, pelas horas que sai mais cedo do trabalho e pelas vezes que usei o

horário de trabalho para realizar esse estudo. Eu não conseguiria a tempo sem as

concessões dela.

Agradeço aos professores do curso por dividirem seus conhecimentos

conosco e por terem compartilhado sua sabedoria e experiência com paciência e

atenção. Agradeço, em especial, a professora Vanessa, minha primeira

orientadora, a professora Ednilse e a professora Débora por toda a ajuda e

incentivo que foram imprescindíveis para a conclusão deste trabalho.

Obrigada a todos!

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DEDICATÓRIA

A todos os meus amigos e amigas.

Always let your dreams break

the boundaries of your fears.

(Brandon Flowers)

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RESUMO

Os esforços que as empresas despendem para manter os clientes satisfeitos consistem em uma das melhores e mais eficientes estratégias que as empresas podem usar para destacar-se dos concorrentes. Em vista disso, esse trabalho, desenvolvido na escola de idiomas CNA Palotina/PR, buscou identificar o perfil dos alunos e o grau de satisfação dos mesmos com os serviços e atendimento prestado pela escola. Também buscou-se analisar o ambiente interno sob a ótica da equipe, procurando identificar quais os fatores que poderiam interferir no bom desenvolvimento das funções. Para tanto, foi aplicado um questionário aos alunos e outro para todos os colaboradores. O resultado das análises identificou insatisfação dos alunos com alguns fatores como: atendimento e as aulas, baixa participação dos alunos nas atividades extraclasse, falha na comunicação interna, baixo índice de pessoal treinado, entre outros. Sendo assim, buscando ações para solucionar os fatores apontados como insatisfatórios, foi ministrado um treinamento para a secretária, agente responsável pelo atendimento e sugerido outro treinamento para o restante da equipe, nesse caso, os professores. Ainda foram apresentadas outras ações para apreciação da diretoria, como aulas extras para tirar dúvidas, sessão de filmes, músicas e livros bem como ampliar os canais de comunicação entre todos, valendo-se de caixa de sugestões para os alunos e funcionários e reuniões periódicas entre a equipe para tratar de assuntos pendentes e para que a gerência forneça o feedback para os colaboradores. Todas essas medidas buscam primeiramente melhorar o atendimento e os serviços prestados ao cliente e motivar a equipe a trabalhar mais harmoniosamente, buscando maior satisfação dos alunos.

Palavras-chave: Satisfação, clientes, treinamento.

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ABSTRACT

The efforts that the companies do to keep their clients satisfied are one of the most efficient strategies that a company can use to be outstanding from the other competitors. Due to it, this essay was developed at the CNA languages school and searched to identify the profile of the students and their level of satisfaction with the services and attendance offered by the school. It also investigated the internal environment under the sight of the team, investigating which factors could interfere at the good development of the functions. For this, it was applied a questionnaire to the students and another to the employees. The result of the analysis identified that some students are unsatisfied with some factors like: attendance and classes, low participation of the students at the extra classes activities, fails on the communication process, low level of trained people, among others. For this reason, seeking action to solve the factors pointed like unsatisfactory, it was ministered a training process to the secretary, agent responsible for the attendance and it was suggested another training process to the rest of the team, in this case, the teachers. Although other suggestions were presented to the approval of the managers such as extra classes for wiping out doubts, movies sessions, classes with music and books as well as to amplify the communication channels among all, using a box of suggestion for both, students and employees and regular meetings for the team to deal with pendent subjects and for the managers provide de feedback to the employees. All these measures first look for improving the attendance and the services offered to the clients and to motivate the team to work harmoniously, searching for improve the satisfaction of the students as well.

Key words: Satisfaction, clients, training.

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RESUMEN

Los esfuerzos que las empresas hacen para mantener sus clientes satisfechos son una de las mejores y más eficientes estrategias que las empresas suelen usar para diferenciarse de la competencia. Llevándose en cuenta esto, el estudio fue desarrollado en la escuela de idiomas - CNA Palotina, con el objetivo de identificar el perfil de los alumnos y el nivel de satisfacción de ellos con los servicios y con la atención ofrecida por la escuela. También se buscó analizar el ambiente interno desde la opinión del equipo, buscando identificar cuáles los factores que podrían interferir en el buen desarrollo de las funciones. Además, fue aplicada una encuesta a los alumnos y otra a los empleados. El resultado del análisis identificó insatisfacción de los alumnos con algunos factores como: atención y clases, baja asistencia a los alumnos en las actividades extra curriculares, fallas en la comunicación interna, bajo índice de personal entrenado, entre otros, Así, con base en los factores apuntados como insatisfactorios fue ministrado un entrenamiento para la secretaria, agente responsable por la atención y como sugerencia otro entrenamiento para los profesores. Otras sugerencias fueron presentadas a la dirección para que sean aprobadas como clases extras para sacar dudas, sesiones de películas, música y libros así como ampliar los canales de comunicación entre todos, utilizándose una caja de sugerencia para los alumnos y empleados y reuniones regulares con todo el equipo. Todas esas medidas buscan mejorar la atención ofrecida a los clientes y motivar el equipo para trabajar más harmoniosamente, buscando mejorar el contentamiento de los alumnos.

Palabras-clave: satisfacción, clientes, entrenamiento.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – PRINCIPAIS ITENS DE UMA PROGRAMAÇÃO DE TREINAMENTO

..............................................................................................................................33

FIGURA 2 – MODELO DE AVALIAÇÃO INTEGRADO E SOMATIVO. .................48

FIGURA 3 – ORGANOGRAMA DA ESCOLA CNA PALOTINA ............................55

FIGURA 4 – MODELO DE PLANEJAMENTO DE TREINAMENTO ......................85

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – MOTIVO DE EVASÃO DE CLIENTES ...........................................17

GRÁFICO 2 – DISTINÇÃO DE GÊNERO ENTRE OS ALUNOS ..........................68

GRÁFICO 3 – FAIXA ETÁRIA DOS ALUNOS ......................................................69

GRÁFICO 4 – FREQUÊNCIA DE VISITA DOS ALUNOS À ESCOLA ..................70

GRÁFICO 5 – REAÇÃO DOS ALUNOS AO SE SENTIREM NEGLIGENCIADOS

..............................................................................................................................73

GRÁFICO 6 – MOTIVOS PARA TROCAR DE ESCOLA ......................................75

GRÁFICO 7 – DISTINÇÃO DE GÊNERO ENTRE OS COLABORADORES ........76

GRÁFICO 8 – FAIXA ETÁRIA DOS COLABORADORES ....................................76

GRÁFICO 9 – NÍVEL DE ESCOLARIDADE DOS COLABORADORES ...............77

GRÁFICO 10 – NÍVEL DE SATISFAÇÃO DO COLABORADOR EM TRABALHAR

NA ESCOLA CNA .................................................................................................80

GRÁFICO 11 – PORCENTAGEM DE COLABORADORES QUE JÁ

PARTICIPARAM DE UM TREINAMENTO OFERECIDO PELA ESCOLA CNA....82

GRÁFICO 12 – QUANTIDADE DE COLABORADORES QUE ACREDITAM QUE

O TREINAMENTO PODE MELHORAR O DESEMPENHO NO TRABALHO .......82

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – AVALIAÇÃO GERAL DA SATISFAÇÃO DOS ALUNOS COM

RELAÇÃO AO ATENDIMENTO DA CNA .............................................................71

TABELA 2 – AVALIAÇÃO GERAL DA SATISFAÇÃO DOS ALUNOS COM

RELAÇÃO A QUALIDADE DOS SERVIÇOS OFERECIDOS PELA CNA .............72

TABELA 3 – AVALIAÇÃO GERAL SOBRE QUESTÕES INTERNAS DA ESCOLA

CNA .......................................................................................................................78

TABELA 4 – AVALIAÇÃO DA FREQÜÊNCIA COM QUE OS COLABORADORES

RECEBEM UM FEEDBACK DA GERÊNCIA ........................................................79

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 13

2 OBJETIVOS ................................................................................................. 16

2.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................... 16

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................... 16

3 JUSTIFICATIVA .......................................................................................... 17

4 REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................................... 19

4.1 O CONCEITO DA QUALIDADE ................................................................. 19

4.2 O PORQUÊ DE IMPLANTAR PROGRAMAS DE QUALIDADE ................ 22

4.2.1 A IMPORTÂNCIA DE CONHECER OS CLIENTES .............................. 23

4.3 A IMPORTÂNCIA DO TREINAMENTO PARA AS EMPRESAS ................ 26

4.4 CONCEITO DE TREINAMENTO ............................................................... 27

4.5 ETAPAS DO TREINAMENTO ................................................................... 29

4.5.1 O levantamento de necessidades e o diagnóstico ................................. 29

4.5.2 O desenho: a programação do treinamento .......................................... 31

4.5.3 A execução do treinamento ................................................................... 39

4.5.4 Fatores que afetam a qualidade da execução ....................................... 41

4.5.5 Controle e coordenação da Execução ................................................... 41

4.5.6 A avaliação e o feedback ....................................................................... 42

4.5.7 Medidas de avaliação de treinamento ................................................... 43

4.6 O FATOR EMOCIONAL NA EMPRESA .................................................... 48

5 METODOLOGIA .......................................................................................... 51

6 ANÁLISE DA ORGANIZAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

COLETADOS ................................................................................................... 54

6.1 DIAGNÓSTICO DA ORGANIZAÇÃO......................................................... 54

6.1.1 Estrutura Organizacional ....................................................................... 55

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6.1.2 Descrição das funções........................................................................... 56

6.1.3 Histórico da Organização ....................................................................... 58

6.1.4 Ambiente Organizacional ....................................................................... 60

6.1.5 Operacionalização da Organização ....................................................... 63

6.2 OPERACIONALIZAÇÃO DO ESTÁGIO..................................................... 67

6.2.1 Análise do questionário aplicado aos alunos ......................................... 68

6.2.2 Avaliação do questionário aplicado à equipe ......................................... 75

6.2.3 Desenvolvimento e aplicação do treinamento em “Qualidade no

atendimento” .................................................................................................... 84

6.3 SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES ....................................................... 86

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 93

APÊNDICES .................................................................................................... 98

APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DO ATENDIMENTO AO

CLIENTE CNA. ................................................................................................. 99

APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DE SATISFAÇÃO DOS

COLABORADORES COM A ESCOLA CNA. ................................................. 101

APÊNDICE C – PLANEJAMENTO DO TREINAMENTO. .............................. 103

APÊNDICE D – SUGESTÃO DE CRONOGRAMA DE ATIVIDADES PARA A

ESCOLA. ........................................................................................................ 104

ANEXO .......................................................................................................... 105

ANEXO 1 – AMOSTRA DE SLIDES UTILIZADOS NO TREINAMENTO. ...... 106

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1 INTRODUÇÃO

A qualidade no atendimento ao cliente, juntamente com o planejamento e

a condução de um treinamento capaz de orientar os funcionários da Escola CNA

Palotina a atingirem a excelência, configuraram o objeto principal de estudo deste

trabalho. O primeiro tema é respaldado por Chiavenato (2000) ao afirmar que a

qualidade no atendimento é a satisfação às exigências do cliente. Já quanto ao

segundo tema, o mesmo autor explica que treinar é um ato que visa oferecer aos

participantes os meios necessários para proporcionar-lhes a aprendizagem.

Estes conceitos são utilizados pelas empresas devido ao advento da

globalização e a grande quantidade de informações ao alcance de todos

mudaram substancialmente o perfil dos clientes, que estão mais exigentes e

preocupados com a qualidade dos serviços e produtos que adquirem. Por isso, as

empresas estão enfrentando mais dificuldades para desenvolver seus negócios,

tendo que reestruturar sua maneira de atuar no mercado (ZENONE, 2003). Dessa

forma, esta mesma evolução provocou aumento do fluxo de mercado ao

apresentar produtos e serviços semelhantes, que atendem a todos os

consumidores, com os mais diversos gostos e ainda os deixam na dúvida sobre

qual marca adquirir. (MAHFOOD, 2004).

Em virtude disso, torna-se imprescindível que as empresas busquem um

diferencial para conseguirem sobreviver a este mercado. Para Bogmann (2002), a

qualidade no atendimento tem se mostrado uma grande saída para tal empasse,

já que esta teoria estimula o crescimento organizacional através da constante

inovação dos produtos e serviços prestados, aumentando as chances de

aceitação e consequente fidelidade do consumidor. Assim, os produtos evoluem

para atender as novas demandas do mercado e os serviços evoluem para melhor

satisfazer o cliente.

Neste contexto, a qualidade no atendimento aos clientes é uma maneira

eficaz de fidelizá-los, garantindo assim, que eles continuem a fazer negócios, se

tornem fiéis à marca e contribuam com o marketing da empresa. A manutenção

dos relacionamentos de longo prazo é mutuamente benéfica, tanto para as

organizações quanto para seus clientes e empregados. (NICKELS e WOOD,

1999).

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Além disso, de acordo com Santos (2003), o custo para se conquistar um

novo cliente é vinte vezes maior para serviços e dez vezes maior para o

segmento de produtos tangíveis. Apenas as empresas voltadas para os

consumidores sobreviverão. São elas que poderão oferecer valor preeminente a

seus consumidores. Kotler (2000) ainda complementa que conquistar novos

clientes custa entre cinco a sete vezes mais do que manter os já existentes na

empresa. Compensa muito mais manter o cliente do que conquistar um novo. Um

cliente contente ainda é a propaganda da empresa.

Por isso, considera-se a qualidade no atendimento um dos principais

fatores que impactam na decisão de compra e negociação do cliente com

determinada empresa. Nota-se também que a qualidade gera a satisfação e a

consequente fidelidade dos clientes. Aspectos esses que trazem lucratividade e

tornam as empresas competitivas e aptas a permanecerem no mercado com

sucesso.

Foi observando essa tendência que o presente estudo propôs a aplicação

de questionários visando identificar o nível de satisfação dos alunos com o

atendimento prestado e com os demais serviços oferecidos pela unidade para

posteriormente planejar a execução de um de treinamento para a secretária no

qual, o objetivo principal foi fornecer técnicas para melhor atender os clientes

CNA. Também, procurou-se avaliar o processo de comunicação entre a equipe e

gerência e insatisfação dos funcionários com as funções exercidas na escola,

fatores estes, capazes de desmotivar a equipe, o que por consequência, reflete

no atendimento aos clientes.

Lacombe (2005, p.335) afirma que toda empresa “precisa dispor de

pessoas competentes e motivadas para produzir“. Do mesmo modo, as pessoas

possuem habilidades genéricas que precisam ser desenvolvidas a fim de atender

aos requisitos impostos pelo cargo que ocupam.

A partir dessa necessidade de conhecimento, o investimento no

desenvolvimento pessoal dos colaboradores é revertido em ações que trazem

lucratividade para a empresa, além do mais, sendo os recursos humanos o maior

capital de qualquer organização, o investimento no pessoal é um retorno

garantido. (BOOG, 1998).

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Após a análise dos questionários, pôde-se elaborar sugestões à empresa

visando corrigir as falhas encontradas e aperfeiçoar procedimentos. Para tanto, foi

aplicado um treinamento para a secretária, sugerido treinamento aos professores

e elaborado um cronograma com atividades extracurriculares aos alunos,

procurando aumentar o tempo de permanência dos mesmos na escola. Ainda

foram sugeridas melhorias nos canais de comunicação, como por exemplo, a

implantação de reuniões semanais.

A adoção dessas medidas pela escola visa atender melhor o aluno, de

forma que, ele se sinta sempre assessorado pela unidade e motivado a seguir

seus estudos.

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2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar a satisfação dos alunos da Escola CNA –Palotina/PR quanto ao

atendimento prestado, visando adequá-lo à excelência de qualidade.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) avaliar o perfil do aluno e sua opinião com relação às aulas, a

estrutura física, gerência e professores, por meio de um

questionário;

b) identificar as dificuldades percebidas pelos funcionários na execução

de suas funções e no relacionamento com os demais membros da

equipe e gerência;

c) desenvolver um treinamento específico para o responsável pelo

atendimento buscando fornecer técnicas para melhor atender os

alunos;

d) fornecer soluções para os problemas percebidos pelos alunos e

pelos funcionários.

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3 JUSTIFICATIVA

O mundo empresarial vive em uma acirrada competição. Para sobreviver

a essa avalanche de concorrentes, as empresas apostam na fidelização dos

clientes, por intermédio de um atendimento excelente.

Mas, mesmo empenhadas em mantê-los, fatalmente as empresas

continuam a perdê-los. Marques (2006) constatou em sua pesquisa que 80% da

evasão ocorreu devido a fatores relacionados ao mau atendimento prestado aos

clientes, conforme Gráfico 01.

GRÁFICO 1 – MOTIVO DE EVASÃO DE CLIENTES FONTE: MARQUES (2006, p.50)

Outra pesquisa realizada pela National Retail Merchants Association

Research Institute, em 2004, apontou resultados similares ao constatar que 68%

dos clientes trocaram de empresa por problemas de postura no atendimento; 14%

por não terem suas reclamações atendidas; 9% pelo preço; 9% por competição

ou mudança de endereço.

Novamente, o percentual de evasão em decorrência do atendimento

ineficiente somou mais de 80% dos motivos, neste caso 82% dos clientes

entrevistados.

Ainda de acordo com Marques (2006), as empresas que perderam esses

80% da clientela foram, provavelmente, aquelas que não contrataram

profissionais que apresentassem os requisitos mínimos e as habilidades básicas

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para atender o público. Não treinaram esses profissionais na postura adequada

que um atendente deve apresentar, nem desenvolveram nesses recursos

humanos as condições individuais capazes de promover a empatia, tampouco

criaram um padrão de atendimento, adaptável ao perfil de cada freguês.

Portanto, percebe-se que a falta de um perfil adequado do atendente,

bem como a falta de um treinamento para desenvolver nos funcionários as

qualificações necessárias para servir ao público com excelência são as causas

primárias que ocasionam a perda de clientes.

Diante do exposto, a relevância deste estudo em meios acadêmicos pode

ser justificada não apenas pela necessidade ditada pelo mercado, mas também

pelo fato de que a Escola CNA Palotina - estabelecimento onde o presente estudo

se desenvolveu - sofreu com índices elevados de desistências e de troca dos

alunos pela concorrência. Tais índices foram auferidos pelo registro dos dados

internos e do balanço anual de desempenho da Unidade CNA Palotina e

apontaram que no início do ano de 2009, a escola contava com 149 alunos

matriculados e no início de 2010 com 127. Houve, portanto, um índice de evasão

de 14,76% e ao considerar que a escola conta atualmente com 127 alunos, esse

índice deve ser investigado.

Destaca-se ainda que a presente pesquisa foi viável devido ao interesse

da escola em reduzir a taxa de evasão por meio do desenvolvimento dos recursos

humanos e sugestões de melhorias. Desta forma, todos os meios necessários

para o planejamento, aplicação e condução do treinamento, bem como o

levantamento das necessidades, dos pontos falhos e a identificação dos temas a

serem explanados no processo de treinamento e na formulação de sugestões

tiveram total apoio da gerência da Unidade Palotina.

Por fim, entende-se que o investimento na satisfação dos clientes poderá

fidelizá-los e evitar que optem pela concorrência. Isso é uma realidade que não

apenas pode garantir o sucesso da empresa como também demonstrar o

comprometimento que ela possui com a satisfação dos clientes e da sociedade no

geral.

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4 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo é abordado o embasamento teórico do tema em questão,

no qual foram estudadas diversas teorias e aplicações para a qualidade no

atendimento. Para tanto, torna-se necessário o entendimento do conceito de

qualidade e seus aspectos principais, o histórico da qualidade, os métodos e

estratégias que podem ser adotadas pela empresa, a importância de se prezar a

qualidade em todos os processos organizacionais e os benefícios trazidos pela

otimização da gerência da qualidade.

Posteriormente, os conceitos estudados foram utilizados como base para

a elaboração de um processo de treinamento de funcionários. Para tanto, foi

necessário o estudo das técnicas e etapas de treinamento, desde a identificação

das necessidades e falhas que precisem ser corrigidas, os meios despendidos

que amenizem essas dificuldades, a importância no âmbito organizacional, os

benefícios que colaboradores bem treinados trazem as empresas e meios de

avaliar os resultados.

4.1 O CONCEITO DA QUALIDADE

Muito se fala de qualidade no atendimento e da satisfação dos clientes

para manter a empresa em uma boa posição no mercado. E não podia ser

diferente. Segundo Kotler (2005), as empresas que centram suas ações nos

clientes são capazes de construir um relacionamento em longo prazo e aumentar

sua lucratividade. Essa definição deixa claro o valor que um tratamento refinado a

clientela pode agregar aos negócios. A base encontra-se nos clientes. Os

produtos e mercados conquistados são a conseqüência do bom atendimento.

Ainda de acordo com o autor supracitado, todas as empresas deveriam

ter suas atividades voltadas a satisfazer os clientes e essa ênfase pode ser dada

colocando-os no topo de uma pirâmide invertida, de forma que todo o pessoal de

baixo, incluindo os grandes gerentes e executivos, deva estar envolvido em ter e

manter contato com os clientes, bem como conhecê-los e atendê-los. Detzel e

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Desatnick (1994) complementam Kotler (2005) quando afirmam que os clientes

têm que estar no topo do organograma da empresa, pois desta forma, os

funcionários conseguem entender a importância deles para a permanência da

organização no mercado.

Mas, engana-se quem pensa que esta preocupação é recente. As

organizações sempre buscaram obter vantagem competitiva encantando o cliente

e tornando-o fiel a marca. “Este „encantamento‟ é provocado por uma atitude

diferenciada, a excelência no atendimento” (DINIZ; FUERTH, 2009).

Oliveira (2004) exemplifica que tal preocupação com a qualidade é tão

antiga que até mesmo o Código de Hamurabi, que data de 2.150 a.C. já pregava

que se as casas e habitações da época não fossem seguras, ou se algum

acidente ocorresse em decorrência de falhas em sua construção, o construtor

seria punido. Os fenícios, por sua vez, cortavam a mão dos fabricantes de

produtos que não atendiam a qualidade imposta pelas especificações

governamentais. O Governo Romano, para controlar todo o seu extenso território,

desenvolveu padrões de qualidade e métodos de medição para mapear as áreas

sob seu domínio. Nota-se, portanto, que um longo caminho foi percorrido até que

se chegasse ao conceito de qualidade utilizado hoje.

Atualmente, as empresas estão em uma busca contínua pelo

aperfeiçoamento dos serviços prestados aos seus clientes. Elas não medem

esforços para alcançar a Qualidade Total. De acordo com Roberts e Sergesketter

(1994), a Qualidade Total se baseia fundamentalmente nas ações praticadas

pelos indivíduos dentro da empresa. Assim, torna-se impossível dissociar as

pessoas da qualidade, uma vez que ela não poderá existir sem que os recursos

humanos de uma organização compreendam e apliquem seus princípios.

Levando-se em consideração a base pessoal da qualidade, pode-se

afirmar que é um desafio definir a qualidade como um conceito, uma vez que “a

percepção dos indivíduos é diferente em relação aos mesmos produtos e

serviços, em função de suas necessidades, experiências e expectativas”

(LONGO, 1996, p.8).

Tal divergência é notável ao descrever os diferentes conceitos que vários

autores atribuem à qualidade. Segundo Chowdhury (2006), a qualidade não pode

ser definida pela empresa, mas sim, individualmente por cada cliente. Seguindo

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esta linha, Marcante (2008) afirma que a qualidade deve ser entendida como um

conjunto de características e aspectos que fazem parte do serviço prestado e que

deve, invariavelmente, surpreender o cliente e superar suas expectativas.

Assim, independente das palavras utilizadas para defini-la, dois aspectos

devem ser levados em consideração. O primeiro deles é a não contrariedade dos

conceitos utilizados e o segundo é a utilização deste conceito de forma

abrangente.

Mas, como o foco do presente estudo será voltado à satisfação dos

alunos diante aos serviços prestados pela Escola CNA, esta pesquisa se baseará

no conceito de que a qualidade será atingida ao satisfazer as expectativas dos

clientes da CNA. Partindo da busca pela melhoria dos processos de qualidade, ou

seja, dos princípios políticos, das estruturas de apoio e das práticas projetadas

para melhorar continuamente a eficiência do atendimento (MOLLER, 1993).

Leva-se em consideração, juntamente com o exposto acima, que apesar

de os clientes possuírem expectativas sobre o serviço que será prestado, tais

expectativas, mesmo sendo influenciáveis, deverão estar relacionadas tanto com

a qualidade no atendimento, quanto ao desempenho e execução dos serviços.

Assim, torna-se necessário analisar tanto a qualidade técnica quanto a qualidade

humana (KLOSS, 2006).

Kloss (2006) ainda complementa que a qualidade técnica “satisfaz as

exigências e expectativas concretas”, enquanto a qualidade humana tenta

compreender a diferença entre o que uma pessoa é capaz de fazer e aquilo que

ela realmente faz, mostra que o desempenho de uma pessoa oscila em diferentes

situações e que não se deve esperar o mesmo desempenho de pessoas

diferentes. O que deve ser cobrado nas qualidades humanas é que o profissional

sempre esteja fazendo o melhor que pode, sempre buscando aperfeiçoar-se.

Isto posto, pode-se dizer que qualidade é uma forma de gerenciar os

negócios da organização, corrigindo problemas e aperfeiçoando técnicas ao longo

dos processos organizacionais (FEIGENBAUM, 1994). É uma maneira de

adequar o marketing, os serviços, os recursos humanos e a produção às

necessidades dos clientes, de modo que a satisfação gerada seja um meio para a

conquista efetiva e fiel dos clientes.

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22

4.2 O PORQUÊ DE IMPLANTAR PROGRAMAS DE QUALIDADE

A conquista e manutenção dos clientes de uma empresa requerem

estratégias que satisfaçam suas necessidades e desejos. Além disso, os clientes,

quando buscam uma empresa, procuram mais do que apenas o produto ou o

serviço. Eles buscam atenção, cortesia e presteza.

De acordo com Gerson (1999), na nova economia global, prover serviços

excelentes é uma maneira eficaz de manter os clientes fiéis à empresa. Tal tarefa,

no entanto, significa muito mais do que sorrir para o cliente. O perfil do

consumidor não é mais o mesmo que o de antigamente. Devido aos adventos da

globalização e da disseminação de grandes quantidades de informações

diariamente, os consumidores cada vez mais informados, emergiram no mercado

como uma classe exigente e ciente de seus direitos.

Consequentemente, as empresas tiveram que buscar fatores que

pudessem diferenciá-las das demais. Este é o maior desafio. De acordo com

Mahfood (2004), a gama de produtos e serviços oferecidos é tão grande que o

mercado oferece opções que atendem a todo o tipo de demanda. Há produtos e

serviços de todos os jeitos, tamanhos e preços que, além de suprirem as

necessidades dos consumidores, ainda os deixam na dúvida sobre qual marca

adquirir.

É em meio a essa situação que as empresas precisam buscar um

diferencial, uma maneira de fazer com que seus clientes sejam fiéis a ela e

resistam às investidas das concorrentes.

Partindo da ideia de que os produtos e serviços são semelhantes, o que

pesará na escolha de uma empresa em detrimento da outra será o nível de

excelência com que o cliente será tratado, estabelecendo uma relação de

confiança entre cliente e empresa. Tal parceria, para Bee (2000), é a maior

vantagem competitiva que uma empresa pode ter, pois o resto a concorrência

pode oferecer a qualquer momento.

Portanto, o atendimento excelente tornou-se o cerne de uma empresa e

ela pode valer-se desta característica para conquistar efetivamente seus clientes,

sendo que a qualidade do produto vendido ou do serviço prestado deve ser

invariavelmente de excelente qualidade técnica. Neste atendimento, o cliente

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deve ser respeitado, bem como ouvido em suas decisões e opiniões. O cliente

deve ser a prioridade a partir do momento que adentrar a empresa (GODRI,

1994).

Complementando esta ideia, Bernardino, Khour e Pacanowski (2004,

p.68) afirmam que “por produto, o cliente paga preço. Por serviço, ele começa a

dar valor. Com relacionamento, ele virará fã do negócio”.

Ou seja, é a partir da qualidade no atendimento que as organizações

sobrevivem as incertezas do mercado. O atendimento excelente é apenas o ponto

de partida e precisa ser complementado por todo um serviço de pós-venda, a fim

de assessorar o cliente sempre que ele precisar (DESATNICK e DETZEL, 1994).

Embora as empresas não possam abdicar-se da responsabilidade de

prover bens e serviços adequados aos parâmetros, com preços que os clientes

possam pagar e dentro do período de tempo esperado, o fundamental é exceder

às expectativas do cliente por meio de um tratamento cortês e transparente,

prestado com excelência e acima de tudo, padronizado a cada cliente. Porém,

esse tipo de tratamento só pode ser oferecido quando a empresa conhece o

cliente que atende.

4.2.1 A IMPORTÂNCIA DE CONHECER OS CLIENTES

Quando o assunto for qualidade no atendimento, é impossível desvincular

a palavra cliente do tema. Marcante (2008) define os clientes como sendo

qualquer pessoa, segmento ou organização que mantém contato com a empresa

ou a quem os serviços e produtos são direcionados. Assim, os clientes são todo o

público ao qual a empresa despende seus esforços e direciona sua atenção.

Ademais, ele complementa que somente os clientes é que são capazes de

determinar se existe ou não qualidade.

Assim, cliente é toda a pessoa que espera algum serviço ou atendimento

de alguém. É em quem o serviço impacta. Se o cliente espera por algo, há

expectativas a serem atendidas. Essas expectativas são esperanças e são

inerentes à personalidade humana. Desta forma, todas as pessoas possuem

expectativas em relação a algo (TSCHOHL, 2001).

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Tschohl (2001, p.52) descreveu as expectativas do cliente da seguinte

forma: “faça menos do que o cliente espera e o serviço é considerado ruim; faça

exatamente o que o cliente espera e o serviço é considerado bom; faça mais do

que o cliente espera e o serviço é considerado superior e especial”. O que o autor

quis dizer é que o serviço para ser considerado excelente deve fazer com que o

cliente perceba que suas expectativas foram superadas, integralmente.

Acerca das expectativas do cliente e da sua consequente satisfação,

Kotler (1998) explica que a satisfação é um sentimento de prazer ou de desprazer

resultante da comparação do desempenho esperado pelo produto (ou resultado)

em relação às expectativas que essa pessoa carregava consigo. Se, por um lado,

a performance fizer jus ao que ele esperava, ele ficará satisfeito. Mas, por outro

lado, se tal desempenho exceder suas expectativas, ele ficará encantado

(KOTLER e ARMSTRONG, 1999).

Ambos os autores ainda afirmam que “as empresas inteligentes têm como

meta encantar os clientes, prometendo somente o que podem oferecer e depois

oferecendo mais do que prometeram” (KOTLER e ARMSTRONG, 1999, p.6). É

nesse encantamento da clientela que a fidelidade reside.

Outra corrente teórica crescente nas empresas atuais e que auxilia o

processo de fidelização dos clientes é o Customer Ralationship Management,

CRM ou ainda marketing de relacionamento com o cliente. De acordo com essa

corrente, manter o relacionamento com os clientes não deve ser apenas uma

estratégia de marketing. O relacionamento faz parte da cultura da empresa e os

clientes são vistos individualmente. Assim, tal técnica permite que se conheça

profundamente o cliente, bem como suas necessidades e desejos, evitando

saturá-lo com produtos ou serviços que ele não queira. As informações adquiridas

de cada cliente são armazenadas em um banco de dados para serem

consultadas quando preciso (PEPPERS; ROGERS, 2004).

Desta forma, conhecendo melhor o consumidor é mais fácil interagir com

eles, pois já se sabe seus gostos e preferências e ainda, convencê-los a negociar

será uma tarefa menos dispendiosa, uma vez que os clientes já estarão

habituados com os serviços prestados (KOTLER, 2006). Para tanto, Crosby

(1999) diz que os clientes devem ser identificados sempre. Suas necessidades

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devem ser examinadas e atendidas prontamente e eles devem ser cultivados de

forma que considerem a empresa a melhor de todas.

Bee (2000) ainda atentam ao fato de que na maioria das vezes, ficar

próximo do cliente e lhe proporcionar tudo o que for preciso traz muito mais

vantagens e lucros do que seguir as tendências do mercado ou até mesmo

incrementar o ramo dos negócios.

Outra ideia aplicável é a de considerar que todos os clientes são

diferentes. De acordo com Kotler e Keller (2005), para a obtenção de um negócio

rentável, é preciso entender sabiamente os clientes que serão servidos. Trata-se,

portanto, de um desafio. Enquanto alguns clientes ficarão felizes com certo nível

de atendimento, outros se sentirão profundamente insatisfeitos com o mesmo

serviço. Por essa razão, Mahfood (1994) deixa uma regra que jamais deve ser

relevada: “tratar cada cliente como ele deseja ser tratado”. Por isso, a principal

forma de agregar esse valor a clientela é oferecendo o produto ou serviço de que

ele necessita e deseja de forma individualizada, fazendo com que se sintam

realizados ao fazer o negócio. O cliente sempre deve se sentir único e a

negociação deve ser conduzida como se estivesse se dirigindo a um amigo

(BRETZKE, 2000).

Ou seja, os clientes podem ser parecidos, mas jamais serão iguais. As

pessoas são uma combinação de suas crenças, religiões, criação, nível de

educação, posição econômica, entre outros fatores que distinguem uns dos

outros. Assim, é inútil tratar todos os clientes de uma maneira padronizada e

imutável.

Peter e Waterman (1982) afirmam que “ficar próximo ao cliente” é o

principal atributo das empresas classificadas como excelentes no mercado. Todas

as empresas deveriam aprender com quem elas atendem, obtendo ideias e até

mesmo parcerias com os seus clientes. Uma empresa onde todos participam gera

uma confiabilidade mútua e sem dúvida, uma parceria imbatível.

“Somente companhias empenhadas em servir, conhecer e escutar os

clientes são as que conseguem gerar lucros sólidos” (WHITELEY, 1992, p.4). E

para isso, é preciso respeitar as diferenças individuais de cada consumidor,

usando o bom senso e a percepção para interpretar o que ele deseja.

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Por outro lado, é sabido que as pessoas possuem habilidades genéricas e

que, muitas vezes, precisam desenvolvê-las e adequá-las ao contexto

organizacional. Para tanto, a organização de um processo de treinamento surge

como uma possibilidade de desenvolver no pessoal as habilidades requeridas

para a execução do trabalho.

4.3 A IMPORTÂNCIA DO TREINAMENTO PARA AS EMPRESAS

Como discutido nos capítulos anteriores, para que as empresas alcancem

a fidelidade dos clientes é necessário que elas forneçam seus serviços, bens e

atendimentos com a máxima qualidade. Para isso, o quadro de funcionários das

organizações deve ser composto por pessoas competentes e qualificadas, que

por intermédio de seus conhecimentos e habilidades, possam surpreender a

clientela. De acordo com Saraiva (2004) não é por meio da perseguição constante

ao lucro que é possível conquistá-lo e sim indo atrás das pessoas. Neste caso, o

relacionamento da empresa com as pessoas deve começar internamente, ou

seja, pelos funcionários.

Neste contexto, Chowdhury (2006, p.37) afirma que “os primeiros clientes

são os que estão dentro da empresa. São os funcionários e os colegas de

trabalho”. Por isso, ao refutar-se a importância da equipe e do seu

desenvolvimento, não se pode esperar que ela se empenhe para oferecer um

bom serviço aos clientes de fora da empresa.

Chiavenato (1996) concorda com Chowdhury quando afirma que as

empresas são basicamente formadas pela inteligência das pessoas que

trabalham nela. Sem essa inteligência, a aplicabilidade dos outros recursos; o

capital financeiro, máquinas e equipamentos; jamais serão gerenciados com

destreza suficiente para gerar lucros. Assim, a administração dos recursos

humanos é prioritária em qualquer organização, sobrepondo-se sobre todos os

outros departamentos.

No entanto, Lacombe (2005, p.311) lembra que “as pessoas são

admitidas com qualificações genéricas e toda empresa tem suas peculiaridades”.

Por isso, é imprescindível o ajuste das pessoas a essas peculiaridades. Drucker

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(2002) alega que transformar o conhecimento em produção ao mesmo tempo em

que é um desafio dispendioso, é uma necessidade eminente. Treinar não é mais

uma opção para as empresas. O treinamento hoje é indispensável para execução

do trabalho com eficiência e eficácia. A qualidade começa pela educação e acaba

na educação. Uma empresa que progride em qualidade é uma empresa que

aprende, que aprende a aprender (ISHIKAWA, 1986).

Desta forma, não cabe a empresa decidir se quer ou não treinar seus

recursos humanos, já que a capacitação e motivação do pessoal são

responsáveis pela satisfação dos clientes. Para tanto, torna-se necessário o

entendimento dos conceitos e das etapas de um treinamento.

4.4 CONCEITO DE TREINAMENTO

Por ser amplamente difundido, o conceito de treinamento foi definido por

diversos autores. Genericamente, treinar consiste em um conjunto de

procedimentos que busca desenvolver qualidades e habilidades nos recursos

humanos, a fim de habilitá-los a serem mais produtivos, contribuindo com a

empresa no alcance dos seus objetivos e metas. Seu propósito pode ser

justificado com a necessidade que as empresas têm de manterem-se no

mercado, sobrevivendo às investidas da concorrência sob sua clientela. Assim,

por intermédio do treinamento, é possível aumentar a produtividade dos

indivíduos em seus deveres influenciando-os em suas atitudes e

comportamentos. É por meio do treinamento que também é possível fazer com

que os indivíduos atendam os requisitos impostos para o bom desempenho do

cargo que ocupa (CARVALHO; NASCIMENTO, 1997)

Ainda para Carvalho e Nascimento (1997), o treinamento é um

procedimento pelo qual o funcionário adquirirá a eficiência que necessita para o

seu trabalho por meio de habilidades, qualificações e hábitos de pensamento que

lhe serão incutidos durante o processo. Já Minicucci (1995, p. 182) alega que: “O

treinamento pode ser considerado um esforço planejado, organizado,

especialmente projetado para auxiliar os indivíduos a desenvolverem suas

capacidades”.

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Nesta mesma direção, Chiavenato (2002) explica que o treinamento é um

processo que busca aperfeiçoar e desenvolver o colaborador para seu

crescimento profissional em determinada carreira na empresa ou para que se

torne mais eficiente e produtivo para seu cargo.

Além disso, esse processo de assimilação de conhecimentos possui

objetivos divergentes que devem ser ajustados de acordo com as necessidades

da empresa, visando corrigir eventuais falhas organizacionais.

Dessa forma, o treinamento pode ser formulado objetivando a formação

profissional básica, cujo processo visa situar novos funcionários no contexto

organizacional, a fim de que se acostumem ao sistema produtivo da organização,

tornando-o familiar com as rotinas, como suas funções e responsabilidades,

minimizando a insegurança e instabilidade que é constatada em novatos no

período que segue a contratação (BOOG, 1998).

O mesmo processo pode ser direcionado objetivando-se a especialização

em uma tarefa específica que oferecerá oportunidade ao empregado de adquirir

um conhecimento específico para ser aplicado em determinada área. Pode ser

acompanhado por uma promoção ou mudança de cargo. Além disso, há também

a reciclagem, que é definida como a oportunidade de se atualizar os

conhecimentos já aprendidos na sua rotina de serviço e de instigar a busca

constante de novos conhecimentos evitando assim que o capital intelectual se

torne desmotivado e obsoleto (MARRAS, 2001).

Segundo Ferreira (1979, p.219):

“O treinamento dentro de uma empresa poderá objetivar tanto a preparação do elemento humano para o desenvolvimento de atividades que virá a executar, como desenvolvimento de suas potencialidades para o melhor desempenho das que já executa.”

Quer dizer, além de visar o desenvolvimento do potencial do capital

intelectual de seus colaboradores, a melhor maneira de desenvolver o

treinamento é seguindo cada etapa, ordenadamente, sem relevar fases e

tampouco desconsiderar alguns procedimentos.

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4.5 ETAPAS DO TREINAMENTO

Para Chiavenato (1999, p. 297), “o treinamento é um processo cíclico e

contínuo que é composto pela seguintes etapas:

a) analisar: na qual serão levantadas as necessidades;

b) planejar: o programa todo será planejado análise dos recursos

humanos;

c) fazer: consiste na execução do treinamento;

d) avaliar: os resultados serão auferidos e comparados com os

objetivos.

Por isso, antes dos objetivos serem fixados é preciso saber que

conhecimentos devem ser adquiridos e que falhas precisam ser corrigidas. Para a

obtenção dessas informações, utilizar-se-á a primeira etapa descrita por

Chiavenato (1999): o diagnóstico preliminar da empresa, que será feito por meio

de um levantamento de necessidades.

4.5.1 O levantamento de necessidades e o diagnóstico

A fim de evitar o desvio da finalidade e a consequente ineficácia do

treinamento, o levantamento de necessidades deve emergir como uma percepção

dos problemas que a falta do treinamento estão causando na empresa.

Boog (1998) afirma que se deve levantar todos os possíveis desvios de

padrão visando delinear medidas, sejam elas corretivas ou preventivas. Marras

(2001, p.152) endossa tal alegação ao afirmar que “o levantamento de

necessidades de treinamento detecta as carências de dois diferentes cenários: o

cenário relativo e o prospectivo”. O cenário relativo pede uma ação corretiva, na

qual a realização do treinamento ocorrerá após a falha. Quer dizer, o treinamento

é realizado para corrigir um erro que já foi cometido. Por outro lado, o cenário

prospectivo promoverá uma ação preventiva, ou seja, o treinamento implementará

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a antecipação de possíveis falhas do fluxo organizacional, a fim de evitar que

ocorram.

Para gerenciar os cenários acima, a empresa pode valer-se de

questionários, avaliação de desempenho, discussão em grupo, reuniões

interdepartamentais, entrevista estruturada, pesquisas de atitudes e satisfação de

clientes, exames e teste de habilidades, tanto técnicos quanto práticos (BOOG,

1998).

Seja qual for o meio utilizado para a detecção dos problemas, Chiavenato

(2008) lembra que tal responsabilidade compete a qualquer departamento da

empresa que seja responsável pela linha ou função de staff, o que será definido

tendo em vista quem deve ser treinado e para quê. Além disso, Boog (1998)

afirma que mesmo que o treinamento seja para um departamento específico ou

para tarefas específicas, é um equívoco pensar que o resto da organização

poderá abster-se da responsabilidade de contribuir para o bom desenvolvimento

do processo. O impacto do treinamento e seus reflexos serão sentidos na

totalidade da empresa, sendo assim, cabe a todos esforçarem-se para garantir o

sucesso da operação.

Após o levantamento das necessidades, os dados obtidos deverão ser

tabulados para posterior análise. Essa é a fase do diagnóstico, no qual a base de

dados permitirá a medição do tamanho do problema e se tal problema é

solucionável ou não via treinamento. Esse diagnóstico pode ainda conter outras

sugestões e outras soluções para a correção das falhas (BOOG, 1998).

Chiavenato (2008) defende que o diagnóstico preliminar deve ser

elaborado em três etapas, sendo elas:

e) análise da organização total: esta etapa caracteriza a filosofia base

do treinamento. Nela são estudados todos os aspectos referentes à

empresa, desde sua missão e histórico até o ambiente interno

(políticas e planos internos) e o externo ambiente (socioeconômico e

tecnologia em vigência);

f) análise dos recursos humanos: aqui é verificado se os recursos

humanos são suficientes, em quantidade e qualidade para suprir as

exigências do treinamento. O número de empregados, suas

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qualificações e conhecimentos, experiência, nível de desempenho

serão levados em consideração na elaboração do plano;

g) análise das operações e tarefas: é a análise mais restritiva do

levantamento de necessidades, pois é feita ao nível do cargo e

fundamentada pelas exigências requeridas por tal função.

Habilidades, comportamentos e conhecimentos requisitados para

que o funcionário seja apto ao cargo devem ser devidamente

registrados.

Ressalta-se que nenhuma destas análises pode ser relevada pois poderá

resultar em inconsistência ou insuficiência de dados

Carvalho e Nascimento (1998) defendem este mesmo procedimento para

a realização do diagnóstico ao afirmarem que a pesquisa de necessidades deve

conter, de maneira ampla e abrangente, as três áreas acima explanadas: análise

da empresa, das tarefas e do comportamento pessoal. Além disso, ao se levantar

tais dados, pode ser útil procurar de antemão os funcionários que necessitam

formação, qual setor que mais necessita de treinamento e que tipo de treinamento

é apropriado para aquele setor.

Segundo os autores Boog (1998), Chiavenato (2008) e Carvalho e

Nascimento (1998), perguntas assim ajudam na posterior elaboração do

programa de treinamento.

Esse diagnóstico se justifica uma vez que a empresa deve ser estudada e

analisada em sua totalidade, tendo em vista que, para contribuírem com a

produtividade da organização, seus colaboradores devem conhecê-la

integralmente e não apenas as funções dos cargos que ocupam.

4.5.2 O desenho: a programação do treinamento

Depois de feito o diagnóstico e o levantamento de necessidades é

possível estabelecer as medidas que serão tomadas a fim de sanar as

deficiências constatadas. Desta forma, é com base nas informações que foram

levantadas que o programa de treinamento será elaborado.

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Fontes (1980) lembra que, não apenas as atividades de treinamento, mas

todas as atividades empresariais devem ser precedidas de um planejamento

apropriado para que as ações possam ser adequadas as necessidades dos

órgãos. Somente por meio de um plano que o treinamento atingirá um maior

rendimento e aproveitamento. Assim, “nenhuma atividade de treinamento, por

mais simples que seja, pode prescindir do planejamento” (FONTES, 1980, p.30).

Concordando com Fontes (1980), Chiavenato (1999) explica que o

desenho consiste no planejamento de um conjunto de ações e atitudes que

devem ser desenvolvidas baseando-se no diagnóstico. Tais ações deverão ser

desenvolvidas de forma que corrijam as falhas levantadas, alcancem os objetivos

desejados e previnam futuras discordâncias. Essas medidas precisam estar,

invariavelmente, em concordância com as necessidades organizacionais. Boog

(1998) confirma que para o programa ser eficaz é fundamental que se saiba

exatamente aonde se quer chegar e de que maneira se atingirá tal ponto.

A Figura 01, proposta por Chiavenato (2008), resume as principais

temáticas que um programa de treinamento adequado deve abordar:

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FIGURA 1 – PRINCIPAIS ITENS DE UMA PROGRAMAÇÃO DE TREINAMENTO FONTE: CHIAVENATO (2008, P. 414)

Interpretando a Figura 01, nota-se que a primeira etapa do planejamento

é a identificação do público alvo. Vasconcellos (1999) explica que, somente por

intermédio da correta identificação e análise da população que será atingida pelo

programa, é que o sucesso do treinamento será garantido. Isto porque, por

exemplo, não se pode aplicar um treinamento gerencial para os trabalhadores de

uma produção que demandam por habilidades técnicas e tampouco ensinar

PRINCIPAIS ITENS DE UMA PROGRAMAÇÃO DE TREINAMENTO

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habilidades técnicas para gerentes que necessitam de conhecimentos

interpessoais.

Seguindo a figura 01, a próxima etapa consiste na nomeação do

treinador. Zakir (1999 apud BOOG, 1999) sugere que, nos treinamentos de

integração de novos funcionários, a área de RH é a mais indicada para guiar o

processo, uma vez que essa fase é uma extensão do processo de recrutamento e

de seleção. Portanto, ao setor de RH a responsabilidade de situar o novo

colaborador, tendo em vista que até o momento é com essa área que o

profissional manteve maior contato. Em reciprocidade, o RH também é o

departamento que mais conhece o profissional até então.

Já para os treinamentos de aperfeiçoamento ou correção, nesse caso de

funcionários efetivos, a transmissão dos conteúdos pode ser deferida por um

profissional capacitado e experiente. De acordo com Feuillette (1991), esse

profissional pode ser tanto um treinador profissional – aquele que é efetivo na

empresa, conduzindo os funcionários integralmente – como também um treinador

ocasional – contratado exclusivamente para o treinamento, por um período

predeterminado. Há também a possibilidade do processo ser conduzido pelo

próprio dono da vaga.

Para Ettingery (1999), o supervisor de treinamento, comumente, é uma

pessoa experiente, com conhecimento inquestionável da empresa e que possua

as habilidades acima descritas. Segundo ele, essa pessoa, preferencialmente,

deverá provir de dentro do organograma e somente em últimos casos deverão ser

chamadas pessoas alheias à organização.

Entretanto, Freire (1997), constatou que a escolha do treinador deve ser

um procedimento cuidadoso. É comum o instrutor se deparar com treinandos

totalmente desmotivados e desinteressados e cabe a ele quebrar essa

resistência. Infelizmente, nem todos os profissionais reconhecem a importância

dos treinamentos para o aperfeiçoamento pessoal e é por esse motivo que os

instrutores devem dar o máximo de si para motivar o pessoal. Do mesmo modo, o

instrutor precisa respeitar a autonomia dos educandos, favorecendo a

participação na resolução de problemas e questões que lhes envolvam; além de

tomar decisões coerentes com relação à aprendizagem e a troca de

conhecimentos.

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Desta forma, não é adequado que o treinador se valha do treinamento

para promover seu conhecimento. O trabalho deste profissional se dá com os

alunos e não sobre eles ou consigo mesmo.

A etapa seguinte consiste na definição dos objetivos. De acordo com

Feuillette (1991), o processo de fixação de objetivos é mais complicado do que

parece. Muitas vezes negligenciado pelos instrutores e treinadores, ele consiste

na construção da base sobre a qual toda a preparação do treinamento poderá se

apoiar. Sem tal base, corre-se o risco do treinamento centrar-se apenas no

conteúdo e na execução do cronograma, não alcançando o objetivo final.

Assim, quando definidas as habilidades e conceitos que os treinandos

deverão ter adquirido findo o período de aprendizagem, evita-se que o

treinamento, mesmo sendo dinâmico, motivador e encorajador, se torne obsoleto

e sem aplicabilidade. Treinamentos inaplicáveis representam um risco à

produtividade da empresa, uma vez que os lucros investidos no processo jamais

retornarão. Os funcionários, por sua vez, também se sentem prejudicados, pois

são incapazes de aplicar o que, dispendiosamente, se comprometeram a

aprender (FEUILLETTE, 1991).

Além disso, os objetivos devem ser definidos de forma que seja possível

verificar, depois do processo, em que medida o treinamento permitiu que os

mesmos fossem alcançados. Para esta definição, é interessante que o programa

esteja descrito em verbos específicos. O uso do infinitivo permite aos funcionários

saberem com exatidão o que lhes é esperado. Verbos como descrever, construir,

identificar e escrever não deixam margem de dúvidas quanto ao que é proposto,

pois estão claramente explicados (FEUILLETTE, op. cit.)

Assim, além de evitar dúvidas e desentendimentos, a fixação dos

objetivos que foram definidos explicitamente traz outras vantagens. Dentre essas

vantagens, Feuillette (1991) ressalta que a motivação dos funcionários é maior,

pois ele percebe a utilidade e a aplicabilidade do treinamento, sentindo assim,

mais vontade de aprender. Além disso, uma base sólida de objetivos é a garantia

de sucesso total da operação, tendo em vista que o planejamento do que será

feito e estudado será direcionado a suprir as necessidades levantadas.

Esse levantamento também permite que a avaliação de desempenho seja

continuamente testada, porque ao dividir-se o treinamento em diferentes

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habilidades a serem adquiridas, estabelece-se uma progressão na concepção dos

conhecimentos. Muitas vezes, alguns conhecimentos e habilidades são derivados

e decorrentes de outros. Assim, ordenando-os por etapas evita-se que haja

incoerências ou precipitações na aprendizagem.

Ademais da avaliação de desempenho, a apuração dos resultados

também é facilitada com objetivos previamente definidos. Fixar os objetivos

significa que há um grande interesse na apreciação do resultado final

(FEUILLETTE, 1991).

Dando continuidade, a abordagem subsequente do programa faz

referência aos assuntos e conteúdos a serem explanados, bem como aos

métodos utilizados para a transmissão dessas informações.

Uma vez determinados os objetivos do treinamento, tem-se em mãos as

pretensões do processo. Com base nessas expectativas, os instrutores e demais

encargados devem definir que conteúdos serão ensinados. A escolha dos

conteúdos precisa ser cautelosa, já que tais ensinamentos precisam ser

coerentes e capazes de preencher a lacuna existente nos aprendizes. Desta

forma, a ementa, além de atualizada e contextualizada, deve permitir que o

profissional estabeleça um elo que ligue o treinamento à sua carreira profissiona.

Quando a aplicabilidade do treinamento não consegue ser notada pelos

profissionais, eles se sentirão prejudicados por precisarem aprender algo que

dificilmente irão usar. Do mesmo modo, a empresa também perderá ao fornecer

tempo, materiais e recursos em um investimento que não trará o retorno desejado

(TOLEDO e MILIONI, 1986).

Outro desafio da programação do treinamento é a definição dos métodos

e técnicas de ensino. Boog (1999) explica que todos os métodos utilizados podem

ser úteis e eficazes. O que validará o processo de treinamento é a comprovação

de que os objetivos foram alcançados, independentemente dos meios utilizados.

O autor ainda alerta que é preciso tomar o cuidado de cumprir as condições de

prazo, sempre ajustando os meios ao tempo disponível, juntamente com a

adequação do que será utilizado ao valor que se tem disponível a gastar,

auferindo-se, dessa forma, os custos incorridos e ajustando-os ao orçamento

disponível.

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Portanto, não há uma regra de ouro para a escolha do método de ensino,

tampouco existe uma metodologia mais eficiente que a outra. Os meios

simplesmente justificam os fins.

Geralmente, esse método de ensino utiliza transparências, slides,

apresentações no power point, vídeos, minifilmes, materiais impressos como

panfletos, folders - utilizados para melhor situar os empregados no decorrer das

explanações e para que eles tenham o conhecimento de quais assuntos serão

abordados. Há também uma infinidade de fatores do treinamento que podem

influir na escolha do recurso, tais como “nível do treinando, forma do treinamento,

tipo de necessidades, duração dos cursos, recursos humanos e materiais,

condições físicas e ambientais” (FONTES, 1975, p. 64).

No entanto, o programa pode se tornar extenso e cansativo. Para evitar

essa monotonia Kroehnert (2001) afirma que jogos, simulações de casos,

dramatizações e quebra-cabeças são grandes maneiras de introduzir novos

conhecimentos e testar certas habilidades durante treinamentos, sendo também

uma maneira de divertir os participantes durante os cursos, tendo em vista que

alguns assuntos se tornam maçantes quando só ouvidos.

Outro recurso funcional para a absorção dos novos conhecimentos e que

garante a continuidade da aprendizagem é o manual. De acordo com Chiavenato

(1999), manual é todo e qualquer conjunto de normas, procedimentos, funções,

atividades, políticas, objetivos, instruções e orientações que devem ser

obedecidas e cumpridas pelos funcionários da empresa. Porém, Zakir (1999 apud

BOOG, 1999) atenta ao fato de que os manuais têm um período de vida curto e

frequentemente se tornam obsoletos. Por essa razão, é interessante formular o

manual em forma de fichário, que além de atender bem as necessidades, sua

estrutura permite periódicas adaptações.

Juntamente com esses métodos e recursos convencionais, Chiavenato

(2008) explica que os avanços tecnológicos e a ascensão da TI – Tecnologia da

Informação estão transformando o cenário pedagógico. Os métodos estão mais

baratos, didáticos e interativos. Os recursos audiovisuais como slides e DVDs

estão a cada dia mais comunicativos; as teleconferências, juntando pessoas

distantes e permitindo que as mesmas interajam entre si em áudio e vídeo,

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ademais, toda a gama de serviços eletrônicos como o voice mail, o messenger, o

skype e a intranet estão, veemente, influenciando os métodos de treinamento.

Mas, de acordo com Vasconcellos (1999), não importa quais são os

instrumentos que serão utilizados. O que não se pode fazer é abrir mão da

criatividade e da eficiência, tampouco sair do foco. O essencial é manter em

mente os objetivos da empresa.

Chiavenato (2008) complementa que, igual atenção deve ser dada ao

tempo de duração do treinamento, bem como os locais que possibilitem o

desenvolvimento apropriado das atividades. Invariavelmente o treinamento deve

ser sucinto, de forma que aborde tudo o que o funcionário precise assimilar, mas

sem sobrecarregá-lo. Treinamentos muito longos além de serem cansativos e

monótonos pouco entusiasmam os aprendizes.

Quanto à sobrecarga, Ettingery (1999, p.39) adiciona um alerta sobre a

velocidade com que as informações devem ser transmitidas, bem como a

quantidade de informações passadas ao empregado, de forma a não

sobrecarregar o funcionário com informações que dificilmente serão assimiladas.

“É preciso ter cuidado para não ensinar demasiadas coisas ao mesmo tempo. A uma pessoa que está sendo treinada devem dar-se as informações e demonstrações necessárias, passo a passo, parte por parte, em pequenas doses. Não se deve dar nenhum novo conceito, instrução ou ensinamento técnico enquanto as etapas anteriores não tiverem sido dominadas plenamente.”

Da mesma forma, o mau planejamento do tempo pode causar a perda de

informações importantes ao término do programa. Assim, com o ensinamento

detalhado e ordenado em sintonia com a prática, o funcionário encarará suas

atribuições como um hábito, executando o que lhe cabe de maneira quase

inconsciente.

Também há divergências quanto ao local onde de aplicação das técnicas.

Para Chiavenato (2008) há basicamente duas possibilidades:

a) treinamento no local de trabalho ou on the job;

b) treinamento fora do local de trabalho.

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O primeiro caso não requer acomodações especiais e geralmente é

ministrado por alguém interno a organização. É baseado na prática, de maneira

que o empregado aprende enquanto já realiza as tarefas. Geralmente é aplicado

a novatos ou aos a que foram atribuídas novas funções.

Para Fontes (1980) esse tipo de treinamento é eficaz por proporcionar

prática naquilo que realmente será executado. Mas, por outro lado, há perdas

econômicas quanto ao uso e depreciação de equipamentos, no caso de produção

e quanto ao tempo de serviço que está sendo gasto sem produzir, nos casos de

gerência.

Já o segundo caso é mais complexo, porém mais organizado. Pode ser

ministrado em salas de aula ou em qualquer outro estabelecimento que permita a

imersão total dos aprendizes. Geralmente, os instrutores são alheios à empresa,

contratados especificamente para tal evento. Palestras, workshops,

dramatizações e oficinas de trabalho são maneiras de treinar que suplementam o

serviço propriamente realizado pelos colaboradores. Esse tipo de treinamento,

portanto, atua como um complemento profissional, não sendo imprescindível à

realização dos serviços (CHIAVENATO, 2008). Para Fontes (1980), as

desvantagens desse método são nulas ou quase nulas.

Ao concluir o planejamento do treinamento e todas as etapas anteriores, a

empresa encontra-se apta a executar o processo dentro dos parâmetros

previamente desenhados.

4.5.3 A execução do treinamento

A fim de que o programa descrito nos parágrafos anteriores seja

executado de maneira apropriada e alcance as metas propostas, Fontes (1980, p.

179) afirma que:

“Torna-se indispensável a presença de uma estrutura organizacional dotada de mobilidade, servindo de suporte às responsabilidades, às relações internas e às atividades de todos os membros da unidade de treinamento.”

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Assim, tendo em vista que as empresas são um agrupamento de

unidades menores, ou seja, de departamentos, segundo Fontes (1980), a

execução do treinamento envolve a plena utilização de todos os recursos

humanos e financeiros disponíveis na empresa.

De acordo com Chiavenato (2008), a implementação do treinamento

pressupõe praticamente dois binômios:

a) instrutor X aprendiz: neste caso, os instrutores são as pessoas que

irão atuar na transmissão dos conteúdos, podendo ser “instrutores

profissionais - participam integralmente da empresa - e/ou

instrutores ocasionais - alheios à organização e contratados

exclusivamente por determinado período” (FEUILLETTE, 1991,

p.11). Podem também estar em qualquer nível hierárquico, desde

que possuam experiência e know-how incontestável para ministrar o

processo; (CHIAVENATO, 2008).

b) instruir X aprender: instrução consiste basicamente na exposição e

transmissão do conteúdo ou tarefa. Aprendizagem, por sua vez, é a

assimilação do que foi instruído e transmitido (CHIAVENATO, 2008).

Muitas vezes, o que é instruído não é necessariamente aprendido.

Por outro lado, pode haver aprendizagem sem instrução, já que as

pessoas são capazes de aprender coisas sozinhas, sem que

ninguém precise ensiná-las.

A ênfase maior deve ser dada, impreterivelmente, no aprender. O instruir

é apenas o meio para o fim que realmente importa: a aprendizagem e a

assimilação dessa aprendizagem.

Porém, além de enfatizar o aprendizado, há outros fatores que devem ser

levados em consideração para assegurar que o processo de treinamento

apresente resultados positivos. Esses aspectos são requisitos para a obtenção da

qualidade.

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4.5.4 Fatores que afetam a qualidade da execução

Segundo Chiavenato (2008) em concordância com Boog (1998) e com

Ferreira, Fortuna e Tachizawa (2001), os fatores que afetam a execução do

treinamento são:

a) adequação do programa: o treinamento deve ser a solução para os

problemas levantados;

b) a qualidade dos métodos, técnicas e materiais: os recursos devem

ser projetados para facilitar o decorrer do ensino;

c) cooperação e envolvimento da chefia: como já comentado

anteriormente, o treinamento impacta em toda a empresa, por isso,

todos os departamentos, inclusive a alta hierarquia devem

despender esforços pessoais e financeiros em prol do treinamento;

d) preparo dos instrutores: a seleção dos treinadores precisa ser

criteriosa. O conhecimento e experiência do profissional devem ser

incontestáveis;

e) qualidade dos aprendizes: consiste no agrupamento de aprendizes

com níveis semelhantes de conhecimento e com mesmos objetivos

de aprendizagem. O grupo de treinandos deve ser homogêneo.

Portanto, é imprescindível que o responsável pelo treinamento esteja

atento a estes detalhes, sob risco de prejudicar a execução do treinamento e

consequentemente, seus resultados.

4.5.5 Controle e coordenação da Execução

Na fase de execução, o controle e a supervisão do fluxo do processo são

de extrema importância para garantir que o que foi programado e proposto esteja

sendo seguido de forma adequada.

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Carvalho e Nascimento (1999, p.177) no que concerne aos controles de

treinamento concluíram que: “esta é uma fase em que são estabelecidos os vários

instrumentos de controle da atividade de formação, e cuja finalidade é verificar se

o plano de treinamento está caminhando em direção aos objetivos”.

Como, segundo Fontes (1980), os planos não se autorealizam, o fluxo do

treinamento deve ser auferido de “forma contínua e ordenada, de modo que se

obtenha uma ação na consecução de um objetivo de cada vez” (CARVALHO e

NASCIMENTO, 1998, p.183). Tais autores ainda complementam que com o uso

do controle é possível averiguar se tudo está ocorrendo como foi planejado e,

caso contrário, a identificação da discordância será mais rápida e

consequentemente, melhor solucionada. A manutenção da continuidade eficaz é,

portanto, a principal vantagem do controle.

Outra maneira eficiente de controlar esse fluxo é por intermédio de um

cronograma. Ainda, Carvalho e Nascimento (1999, p.178) definem o cronograma

como sendo “a última etapa do processo”, que consiste na definição das “etapas,

épocas, locais, tipos de eventos instrutores, coordenadores e outros dados da

programação”.

Além disso, tais autores complementam afirmando que com o uso do

cronograma as atividades serão organizadas e executadas seguindo uma linha de

tempo, atribuindo a essa linha, datas e tarefas, definindo como e quem as

executará e quais serão os próximos passos. A elaboração do cronograma torna-

se, então, a maneira mais organizada de se definir uma linha de ação.

4.5.6 A avaliação e o feedback

Após o período de execução do treinamento, a etapa subsequente é a

avaliação do processo. Marras (2001, p. 159) afirma que a avaliação de

treinamento “tem por finalidade aferir os resultados conseguidos

comparativamente aquilo que foi planejado e esperado pela organização”. Ainda

segundo esse autor, o que mais importa para a organização é a ciência de que o

investimento terá retorno.

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Esta avaliação é justificável pelo fato de que o treinamento gerou

despesas a empresa, que despendeu esforços, tempo, recursos humanos e

materiais para o evento e, ao término, espera receber de volta o que foi investido.

Assim, a avaliação das ações do treinamento deve fazer com que se possam

evidenciar as modificações desejadas e principalmente, se os objetivos e metas

previamente fixados foram alcançados (FEUILLETTE, 1991).

Mas, um programa de treinamento não será considerado eficaz apenas se

a empresa receber seus investimentos de volta. Ambos, empresa e funcionários,

devem sentir-se satisfeitos com as mudanças implantadas (FONTES, 1980).

Há, porém, um problema maior que gera discussões nos meios

empresariais. Em se tratando de avaliação de treinamento é extremamente

complicado definir uma maneira de medir o grau de aproveitamento e compará-lo

com o custo total do processo.

4.5.7 Medidas de avaliação de treinamento

Como constatado nos tópicos anteriores, o treinamento surge nas

organizações como uma oportunidade de propiciar meios de aprendizagem aos

colaboradores. É sabido que as pessoas são admitidas com habilidades

genéricas que precisam ser desenvolvidas e adaptadas aos requisitos impostos

pela empresa.

Em virtude dessa necessidade, é imprescindível que as organizações

reservem parte de seu capital para investir em processos de treinamento,

objetivando capacitar cada funcionário para melhor desempenhar as atribuições

requeridas pelo cargo que ocupam.

Sendo o treinamento um processo que requer capital, tempo e recursos

humanos, as empresas demandam por técnicas de avaliação mais precisas e por

métodos de coleta de dados mais eficientes que permitam auferir problemas de

ordem subjetiva e que, por assim serem, passam despercebidos pela avaliação

de dados convencional.

Há duas décadas, era sugerido que se separasse o termo dado a gestão

de pessoas, o convencional “Treinamento & Desenvolvimento” de forma que o

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treinamento era conceituado como sendo uma maneira de transmissão e

aquisição de conhecimentos técnicos e sistemáticos enquanto o desenvolvimento

se referia à gestão e a autogestão de aprendizagem (BORGES-ANDRADE, 2002

apud BASTOS,1991).

Porém, atualmente esse conceito de autogestão deixou de ser uma opção

para as pessoas que pretendem se manter bem posicionadas no mercado de

trabalho. Aperfeiçoar-se constantemente e continuadamente, objetivando o

desenvolvimento de diversas competências pessoais é uma incumbência não

apenas da empresa como também do próprio indivíduo, visto que desenvolver-se

garante a empregabilidade também fora da empresa na qual trabalha.

Observando-se a dualidade do conceito de Treinamento &

Desenvolvimento, pode-se dizer que não é mais conveniente separar ambas as

terminologias. O mais indicado é que as duas coexistam visto que, se de um lado

cabe as empresas oferecer os conhecimentos técnicos necessários para o bom

desempenho das funções, por outro o funcionário possui uma responsabilidade

pessoal de buscar, por si só, meios que permitam que ele cresça e desenvolva

novas habilidades.

Portanto, por mais que a responsabilidade pela gestão de conhecimentos

seja também pessoal, as empresas não podem abster-se de oferecer o

treinamento.

No entanto, algumas empresas ainda são relutantes quanto à

implementação de um processo de treinamento. Isso porque, ele requer um

investimento alto, no qual as empresas dispõem tempo para o planejamento e

execução, capital para os recursos e materiais necessários para a transmissão

dos conteúdos e dispensa dos funcionários em horário de serviço para que

possam participar do treinamento.

Nos tópicos anteriores foram explicadas as etapas que formam o

processo de treinamento. Todas essas etapas são ordenadas de forma contínua,

sendo a finalização de uma imprescindível para a iniciação de outra. Tais etapas

consistem basicamente em: levantamento de necessidades, planejamento e

execução e avaliação. Em todas essas fases há um grande fluxo de informação

sendo que a fase de avaliação é a responsável por promover o feedback do

procedimento como um todo. A avaliação do treinamento é, portanto, a

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responsável pela retroalimentação do processo, fato esse que garante a correção

de possíveis falhas e o aperfeiçoamento de futuros treinamentos.

De maneira geral, a avaliação dar-se-á através de discussões de opiniões

e baseada em formulários teóricos, já que tal grau de eficácia é imensurável e

numericamente intangível. Carvalho e Nascimento (1999, p.220) ressaltam essa

subjetividade ao valer-se da definição de Hamblin (1978) para definir a avaliação

do treinamento como sendo “qualquer tentativa no sentido de obter informações

sobre os efeitos do programa de treinamento, determinando seu valor à luz

dessas informações”.

Por outro lado, não faltam estudos que tentam “dar luz” a tais

informações. E essa preocupação é antiga. Ainda em 1959, Donald Kirkpatrick –

ex-presidente da ASTD (The American Society for Training and Development – A

Sociedade Americana de Treinamento e Desenvolvimento) dos Estados Unidos,

doutor pela Universidade Wiscousin e escritor de quatro artigos intitulados

“Techniques for Evaluating Training Programs” (Técnicas para Avaliação de

Programas de Treinamento), publicados no jornal T&D da ASTD - propôs uma

divisão da avaliação em quatro níveis: avaliação de reação, de aprendizagem, de

comportamento, e de resultados ou valor final.

Autores como Fontes (1980), Carvalho e Nascimento (1999) e Bohlander,

Sherman e Snell (1998) corroboram essa definição e concordam quando afirmam

que, mesmo que alguns destes critérios sejam mais fáceis que outros de serem

auferidos, todos se complementam e quando combinados, fornecem um quadro

geral de validação do processo.

Com base em tais visões, reação compreende o conjunto de atitudes dos

treinandos, sendo elas negativas ou positivas, com relação ao processo. É a

maneira como eles se sentiram em relação aos conteúdos que foram submetidos.

Nesta etapa não será analisado o quanto foi aprendido e sim o quanto do que foi

passado foi aceito. É nessa fase que será medida a quantidade de conhecimento

que foi assimilado. É, portanto, uma pesquisa quantitativa, que pode ser auferida

por meio de testes ou prática.

A etapa subsequente é a do comportamento. Nesta fase, as duas etapas

antecedentes servirão de pré-requisito, pois, há casos em que as reações foram

positivas e a quantidade de conteúdos assimilados foi satisfatória, mas, por

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alguma razão não houve mudança de comportamento no trabalho. Então, caberá

aos gerentes encontrarem medidas para incentivar os funcionários a aplicar o que

lhes foi ensinado, mostrando-lhes a importância do processo tanto para o

profissional quanto para o pessoal e aproximando ao máximo o treinamento com

a vivência do colaborador.

Bricchi (1998) aponta que as causas mais comuns dessa resistência são

a aversão natural que as pessoas têm a mudanças e a falta de vontade de

aprender e de reciclar-se.

Por último, avaliam-se os resultados. Esta parte é objetiva e consiste na

comparação do custo com o benefício através da demonstração de quais foram

os resultados tangíveis do programa como: redução de custos, melhoria da

qualidade, da produtividade, menor rotatividade, maior motivação, etc. A

avaliação de resultados é feita através da análise dos resultados da organização,

de cada departamento ou ainda individualmente. A única dificuldade encontrada

nessa etapa é a separação das variáveis que envolveram o processo de mudança

e identificar o que realmente é devido ao treinamento.

Portanto, percebe-se que o treinamento é um processo que propõe uma

intervenção ao sugerir mudanças e que a avaliação é a coleta de dados capazes

de estabelecer uma comparação entre a situação atual – pós-treinamento e a

anterior – pré-treinamento.

Borges-Andrade (2002 apud BASTOS,1991) explica que há uma cadeia

de relações que sequencia todo o processo de treinamento. Essa cadeia constitui

um fluxo de ações que devem ser organizadas de maneira contínua, objetivando

atender aos objetivos pré-estabelecidos. Em um lado se alinhará os objetivos e as

ações previstas para alcançá-los. Do outro lado e paralelamente aos objetivos e

as ações, serão dispostos os efeitos produzidos. Ao comparar-se os

objetivos/ações com os efeitos produzidos, os avaliadores do treinamento terão

em mãos um panorama do resultado do treinamento e assim, poderão avaliar se

a razão pela qual o treinamento foi efetuado foi atingida, se houve mudanças no

desempenho dos treinados e se o investimento terá retorno por meio do aumento

da produtividade.

Outra forma de avaliação que tem servido para avaliar a amplitude do

treinamento e principalmente as reações induzidas nos treinandos é o modelo

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proposto por Borges-Andrade (1982 apud BORGES-ANDRADE 2002) chamado

de Modelo de Avaliação Integrado e Somativo – MAIS. Esse sistema tem se

mostrado eficaz ao permitir que vários aspectos do treinamento sejam

considerados simultaneamente, aspectos esses imprescindíveis para a aferição

dos resultados sendo eles: os insumos, os procedimentos, os processos, os

resultados e o ambiente. Ao considerar o ambiente, ele foi dividido em quatro

partes, a saber: as necessidades constatadas no ambiente, o apoio prestado, sua

disseminação e os resultados apresentados em longo prazo.

Por insumos consideram-se os fatores físicos, sociais e comportamentais

que os funcionários já carregavam consigo antes do treinamento. Esses traços,

inerentes as pessoas, podem influenciar e comprometer o processo. Os

procedimentos são todas as atividades realizadas durante o treinamento. Podem

ser jogos, exercícios, dinâmicas e são controlados pelo instrutor. Os processos,

por sua vez, nada mais são do que as consequências dos procedimentos e

também consistem na resposta produzida pelo treinando ao receber o estímulo do

treinamento. Por fim, os resultados são o que realmente foi assimilado e

compreendido pelo treinando findo o processo. Os resultados podem promover

mudanças de atitudes, aquisição de novas habilidades e variações no

desempenho profissional.

Além dessas variáveis, vale lembrar que o ambiente onde o treinamento é

aplicado também influencia nos resultados. Em razão de sua amplitude, para fins

de estudo, o ambiente é dividido em quatro partes, sendo elas: as necessidades,

que consistem nas falhas e faltas existentes e que são capazes de arruinar o

desempenho esperado; o apoio, que são os recursos disponíveis e necessários

para o desenvolvimento do treinamento. Podem ser estruturais englobando as

instalações, iluminação do ambiente, disposição dos móveis e subjetivas, quando

influenciam no aprendizado e na transmissão dos conhecimentos, como o número

de treinandos, de instrutores e as práticas. Há também dentro do ambiente a

disseminação que abrange todos os aspectos relativos à escolha do tipo

treinamento e dos assuntos a serem abordados e por último há os resultados em

longo prazo no qual os resultados e as conseqüências do treinamento são

analisadas após percorrido certo período.

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A Figura 02 representa o modelo de avaliação Integrado e Somativo,

também chamado de MAIS, integrando os aspectos necessários para a

mensuração dos efeitos do treinamento.

FIGURA 2 – MODELO DE AVALIAÇÃO INTEGRADO E SOMATIVO. FONTE: MODELO DE AVALIAÇÃO INTEGRADO E SOMATIVO (BORGES-ANDRADE, 1982)

Assim, sendo o MAIS um recurso abrangente de medição de reações,

convém que ele seja usado juntamente com questionários adaptados as

peculiaridades de cada organização.

4.6 O FATOR EMOCIONAL NA EMPRESA

De acordo com Bohlander, Sherman e Snell (1998), o ativo intelectual ou

os recursos humanos são a estratégia chave para garantir que a organização

sobreviva no mercado. No passado, as pessoas temiam que seus lugares nas

organizações fossem tomados pela automatização, que seria capaz de eliminar a

necessidade do trabalho humano e ainda superar seus índices de produtividade.

Mas, o que ocorre hoje é exatamente o contrário.

Nunca as pessoas foram tão valorizadas dentro das empresas. E não

podia ser diferente. “As pessoas são o papel central para a obtenção de

vantagem competitiva de uma empresa” (BOHLANDER, SHERMAN e SNELL,

1998, p. 2).

Porém, as abordagens técnicas utilizadas no desenvolvimento de

aptidões pessoais muitas vezes relevam o fato de que está se tratando com seres

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humanos, dotados de sentimentos e paixões e que respondem a determinadas

motivações.

Assim, “o capital humano é um capital intangível e de forma alguma pode

ser gerenciado da mesma maneira que as empresas gerenciam cargos, produtos

e tecnologias” (BOHLANDER, SHERMAN e SNELL, 1998, P. 9).

É por isso que a bagagem de sentimentos que os empregados carregam

para dentro da sala na hora do treinamento e no momento da execução de suas

tarefas deve ser considerada, pois ela afeta diretamente na maneira como tais

tarefas são executadas.

Em se tratando do processo de treinamento, Feuillette (1991) afirma que a

motivação é o fator determinante que impulsiona a busca do aprendizado. Da

mesma forma, tal motivação só é desencadeada quando os profissionais vêem a

relação entre o conteúdo do treinamento e uma necessidade específica no seu

crescimento profissional. Estes profissionais motivados sabem que o bom

desempenho profissional é valioso e que a ascensão na carreira é um processo

que requer aprendizagem contínua e constante agregação de conhecimentos.

Enquanto a motivação impulsiona os empregados, há, por outro lado,

fatores capazes de travar a assimilação dos conteúdos. Ainda de acordo com

Feuillette (1991), o principal deles é o medo do erro e da crítica. Provavelmente, o

maior medo dos participantes de um treinamento é o de serem criticados na frente

dos colegas e supervisores. Por isso, alguns preferem calar-se ou fingir que

compreenderam para evitar parecerem ignorantes. Tal inibição bloqueia o

processo de aprendizagem. O treinamento deve ser visto pelos aprendizes “como

um tempo e um lugar de reflexão e de experimentação criativa” (FEUILLETTE,

1991, p.23), onde as pessoas devem ser encorajadas e persuadidas a participar

com suas ideias e opiniões, sem medo de serem ridicularizadas ou repreendidas.

Além do bloqueio durante o treinamento, Robbins (1998) comenta que o

emocional dos empregados é determinante no ambiente organizacional e que a

baixa produtividade, o absenteísmo, a rotatividade e erros na execução das

tarefas são sintomas comportamentais que podem estar relacionados a fatores

ambientais, organizacionais e individuais.

Por fatores ambientais consideram-se aqueles externos a organização,

sendo eles: as oscilações da economia, que ora cresce, ora entra em recessão;

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as incertezas políticas, ameaças políticas e partidárias e as incertezas

tecnológicas, pois o espaço de tempo de surgimento de novas tecnologias é muito

pequeno para que possam ser assimiladas. A automação e inovação tecnológica

são muito rápidas quando comparada com a capacidade de aprendizado e

adequação das pessoas a essas novas tendências.

Por fatores organizacionais entendem-se os que são inerentes as

empresas. São eles: as exigências das tarefas, que estão relacionadas à

execução das funções de cada cargo; as exigências do cargo, no qual há pressão

em decorrência da posição hierárquica que a pessoa ocupa; as exigências

interpessoais, que são as pressões impostas pelos colegas e outros empregados;

a estrutura organizacional que, às vezes, é muito rígida e não deixa abertura para

opiniões e participação; a liderança organizacional, o estilo gerencial da empresa

e por último, o estágio de vida da organização, se ela está crescendo, declinando

ou estabilizada.

Há também os fatores individuais, que são os que as pessoas trazem de

suas vidas pessoais para dentro da empresa. Robbins (1998) ainda explica que

as pessoas trabalham cerca de 40 a 50 horas por semana. Isto quer dizer que nas

outras cerca de 120 horas em que estão fora do trabalho, as pessoas passam por

problemas que não conseguem deixar pra fora da empresa ao adentrarem nela.

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5 METODOLOGIA

A metodologia consiste basicamente na exploração dos métodos de

pesquisa que serão utilizados. Essa afirmação é corroborada por Diehl e Tatim

(2004, p. 48), quando alegam que a metodologia é a “maneira utilizada de forma

padronizada para alcançar os objetivos gerais e específicos do projeto de

pesquisa”. Assim, por meio dos procedimentos metodológicos serão buscados os

caminhos, devidamente fundamentados, que auxiliem na solução do problema

encontrado.

Inicialmente, o presente estudo foi delineado pela execução de uma

pesquisa bibliográfica preliminar. Para Boaventura (2004), tal fundamentação

teórica objetiva ressaltar o que já foi proposto e descoberto sobre o tema por

intermédio da análise e síntese de informações e ideias já previamente existentes

e parafraseadas por autores diversos e renomados. Porém, o referido autor ainda

complementa que o estudo dessas ideias deve, obrigatoriamente, gerar uma nova

ideia, útil e aplicável à problematização.

Quanto à técnica de coleta de dados, optou-se pelo desenvolvimento de

um questionário (APÊNDICE A) com o objetivo de identificar o perfil dos 127

alunos matriculados e o nível de satisfação com o atendimento prestado pela

escola.

Outro questionário (APÊNDICE B) buscou traçar o perfil dos

colaboradores, além de identificar como eles interagem no ambiente de trabalho e

como são as relações interpessoais. Também identificou o nível de satisfação dos

funcionários com seu próprio desempenho e com o salário e benefícios que

recebem.

Sem desconsiderar as vantagens e desvantagens deste meio de coleta de

dados, Gil (2002) explica que o questionário é um dos meios mais baratos de

levantamento de informações, uma vez que não exige treinamento dos

aplicadores e suas informações podem ser rapidamente recolhidas,

sistematizadas e analisadas, o que economiza tempo.

Mas, se por um lado suas informações são válidas devido ao anonimato

que é assegurado aos entrevistados, por outro não se pode ter certeza de que os

inquiridos estão sendo realmente sinceros.

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O questionário é um instrumento de coleta de dados quantitativos que traz

um conjunto de perguntas claras e objetivas a serem respondidas pelos

entrevistados. Da mesma forma, devem ser estruturados e organizados de

maneira que permitam que as respostas sejam uniformes, a fim de tornar possível

a padronização dos resultados em dados confiáveis e estatísticos.

Andrade (1997) explica que as questões devem ser claras e objetivas,

pois o entrevistado não contará com a instrução do pesquisador caso não tenha

compreendido algum ponto. Assim, para assegurar o entendimento do propósito

de cada pergunta, os questionários aplicados na Escola CNA foram compostos

preferencialmente de perguntas fechadas, nas quais os entrevistados puderam

marcar apenas uma alternativa.

Por ser substancialmente de natureza quantitativa, esses questionários

possibilitaram a mensuração com índices numéricos dos níveis de satisfação e

insatisfação com os serviços prestados pela empresa. A fim de assegurar uma

maior abrangência e precisão, a população requerida para a amostragem dessa

pesquisa foi de todos os 127 alunos CNA e a 12 colaboradores da Unidade.

A fase posterior à aplicação consistiu na análise e tabulação dos dados.

Para Andrade (1997) a tabulação destaca e reúne os dados mais relevantes que

precisam ser ressaltados e identificados. A fim de facilitar a interpretação e

análise, os dados devem ser dispostos em tabelas, gráficos, quadros e colunas.

Lakatos e Marconi (1988) explicam que esses recursos estatísticos são

necessários por:

“Facilitar, ao leitor, a compreensão e interpretação rápida da massa de dados, podendo apenas com uma olhada, apreender importantes detalhes e relações. Todavia, seu propósito mais importante é ajudar o investigador na distinção de diferenças, semelhanças e relações, por meio da clareza e destaque que a distribuição lógica e a apresentação gráfica oferecem às classificações.”

Nota-se, portanto que a função dos gráficos e tabelas é esclarecer e

simplificar a interpretação. Por isso, as referidas autoras ainda complementam

que esses instrumentos devem ser os mais simples possíveis, limitando-se o

número de ideias expostas de cada vez. Quando se trabalha com uma quantidade

elevada de informações, o ideal é aumentar o número de gráficos e tabelas e não

resumir ou condensar os dados.

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Devido a essa necessidade, os dados coletados de forma quantitativa na

Escola CNA serão apresentados em gráficos e tabelas por intermédio de recursos

de informática como o Microsoft Excel.

Ressalta-se que para as questões abertas de ambos os questionários

(Apêndice A e B), a análise dos dados foi feita de maneira qualitativa, valendo-se

da interpretação. Para a interpretação de dados, Marconi e Lakatos (1988)

explicam que deve ser atribuída aos dados uma explicação intelectual que dê

significação as respostas dadas e as vincule com outros conhecimentos e teorias,

principalmente a aqueles relativos ao tema em estudo.

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6 ANÁLISE DA ORGANIZAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

COLETADOS

6.1 DIAGNÓSTICO DA ORGANIZAÇÃO

Esta pesquisa se desenvolveu na Escola de Idiomas CNA Palotina,

situada na Rua Getúlio Vargas, nº 605 da cidade de Palotina, no estado do

Paraná.

A escola atua no setor terciário, mais especificamente no ramo de

prestação de serviços, oferecendo aos cidadãos palotinenses o ensino de inglês e

espanhol.

Seu mercado de atuação consiste na população da cidade de Palotina e

de municípios próximos que não possuem escolas de idiomas como: São Camilo,

São José e Maripá.

Quanto aos concorrentes, a escola em questão compete com empresas

que oferecem os mesmos serviços sendo elas: Wizard Idiomas, CCAA, Fisk –

Inglês e Espanhol. Como concorrentes indiretos existe a Escola do Trabalho de

Palotina, que oferece cursos de idiomas com preços mais acessíveis à população

carente e o curso de extensão da ITDE (Instituto Tecnológico de Desenvolvimento

Educacional), também patrocinado pelo município, que oferece vídeo aulas a

quem se interessar, com custos simbólicos. Ainda como concorrentes indiretos,

porém de uma maneira mais global, encontram-se os cursos online disponíveis

pela internet que têm se mostrado grandes concorrentes, tendo em vista que o

aprendiz não necessita sair de casa para ter as aulas e possui um horário mais

flexível de estudo, já que o aprendizado é individual.

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55

6.1.1 Estrutura Organizacional

A empresa se encontra dividida em basicamente quatro departamentos: a

diretoria, a coordenação, o departamento dos professores e a secretaria. Essa

estrutura foi definida através do agrupamento de tarefas e funções semelhantes,

mas mesmo que a empresa não tenha utilizado um método de

departamentalização específico, o organograma atende aos objetivos e

estratégias necessárias para que a empresa atinja suas metas.

O organograma da escola é representado na Figura 03 a seguir:

FIGURA 3 – ORGANOGRAMA DA ESCOLA CNA PALOTINA FONTE: DADOS INTERNOS DA CNA PALOTINA

Coordenação

Franqueador

Chefia

Zelador

Secretária

Professores

Contabilidade

ORGANOGRAMA DA ESCOLA CNA PALOTINA

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Pela análise da Figura 02, percebe-se que os setores envolvidos no

atendimento ao público envolvem os professores e a secretária.

6.1.2 Descrição das funções

A escola CNA Palotina, por ser uma empresa pequena, possui uma

estrutura organizacional enxuta e centralizada sob o comando dos dois

proprietários, O Sr. Edson Yabushita e a Sra. Andréia Motter Yabushita. Na

ausência de ambos, os professores e secretária se reportam à coordenadora

pedagógica. Cabe salientar que não existem relações de subordinação entre

professores e secretária com exceção do zelador que se reporta à secretária.

A seguir, serão descritas as principais funções:

6.1.2.1 Franqueador

a) fornecer o material padronizado, tanto o de estudo quanto o de

divulgação;

b) assessorar o franqueado em todos os assuntos relativos a unidade,

desde treinamento, didática de ensino, atividades que a escola deve

promover e marketing;

c) certificar-se que a unidade segue a padronização imposta pela rede;

d) encaminhar o material requerido pelo franqueado;

e) promover cursos e seminários para aperfeiçoamento dos

funcionários.

6.1.2.2 Chefia

a) tomar decisão a respeito dos assuntos administrativos;

b) recrutar,selecionar e contratar funcionários;

c) controlar o financeiro através de planilhas;

d) solucionar problemas com alunos;

e) realizar pedidos de materiais;

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f) elaborar planos para reduzir inadimplências;

g) planejar reformas e mudanças na logística e na estrutura física;

h) definir estratégias de marketing e de retenção de alunos;

i) conduzir parte do treinamento em conjunto com outros setores.

6.1.2.3 Coordenação

a) assegurar que os professores estejam seguindo o planejamento de

aulas, bem como a metodologia padronizada do CNA;

b) fiscalizar o preenchimento de fichas e formulários de aulas, os

chamados Group Register, onde são anotadas as aulas dadas, os

conteúdos ensinados e materiais utilizados, as notas, faltas e

progresso individual de cada aluno;

c) conduzir parte do treinamento;

d) supervisionar as atividades pedagógicas dos professores.

6.1.2.4 Contabilidade

a) prover as folhas de pagamento dos funcionários;

b) fiscalizar se os pagamentos estão seguindo as normas previstas na

CLT, Consolidação das Leis de Trabalho;

c) apurar os impostos;

d) organizar o balanço patrimonial;

e) demonstrar, através de declarações, os resultados do exercício;

f) apurar os lucros auferidos.

6.1.2.5 Equipe dos professores

a) preparar aulas;

b) discutir o método;

c) trocar ideias e informações;

d) preencher os Group Register;

e) arquivar provas e formulários de avaliação;

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f) corrigir tarefas e provas.

6.1.2.6 Secretaria

a) atender diretamente pais, alunos e novos clientes;

b) receber mensalidades e materiais;

c) agendar horários de aulas

d) relatar possíveis problemas como faltas, notas baixas etc.;

e) encaminhar pedidos de materiais;

f) apresentar a metodologia para visitantes.

6.1.2.7 Zelador

a) manter o ambiente limpo;

b) abrir e fechar janelas;

c) organizar os materiais e a disposição de mesas e cadeiras;

d) preparar chá, café, bolachas e bolos.

6.1.3 Histórico da Organização

No final de 2003 Andréia Motter, até então solteira, juntamente com sua

irmã Vanderléia Motter, tiveram a ideia de iniciar algum negócio. Sem um capital

inicial suficiente para investir em algo totalmente próprio, ambas chegaram a

conclusão de que uma franquia seria um negócio rentável em Palotina e que não

implicaria em um grande investimento inicial.

A escolha feita por ambas foi a franquia Athus, uma vez que essa

franquia, por estar em fase de adaptação ao mercado, possuía um custo mais

acessível que outras e tanto Andréia quanto Vanderléia já possuíam

conhecimento de Inglês, o que as motivou a de montar uma escola de idiomas. A

rede Athus, por sua vez, fundada em 2004 na cidade de Toledo (mas que

atualmente é uma rede nacional), teve como primeiros franqueados, em sua

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maioria, professores de inglês experientes e que se encantaram pela nova

maneira de ensinar inglês que o método oferecia.

Assim foi inaugurada, no início do ano de 2004, com muito êxito, uma

franquia da Athus na cidade de Palotina. Foram feitas diversas promoções nas

mensalidades e nos materiais no inicio do ano letivo de 2005 com o intuito de

atrair alunos, fato que deu muito certo.Os negócios íam muito bem, a escola

estava fechando os meses com lucros consideráveis, graças aos 103 alunos

matriculados em meados do ano de 2005 – um número razoavelmente grande

para uma cidade com poucos habitantes como Palotina e com muitas escolas

concorrentes.

Mas, no decorrer do ano, problemas de gestão foram surgindo, uma vez

que os franqueadores possuíam total liberdade de interferência nos assuntos

particulares da unidade de Palotina, devido ao fato de a unidade estar crescendo

juntamente com a franquia. Os franqueadores na verdade acabaram se tornando

sócios da franquia de Palotina, o que diminuiu muito o comando familiar que as

irmãs Motter esperavam ter do seu negócio.

No decorrer do ano de 2005, esse conflito de subordinação gerou uma

insatisfação grande em Vanderléia, que optou por vender sua parte do negócio

para a irmã Andréia, que por sua vez, preferiu romper o contrato com a Athus

Franquias no final de 2005.

No entanto, Andréia se identificou tanto com a escola de idiomas que no

início de 2006, juntamente com seu noivo, Edson Yabushita, começou a pensar

em uma nova franquia, dessa vez mais forte e com mais liberdade para

administrar à sua maneira.

Foi pensando nessa liberdade de negócio, mas ao mesmo tempo sem

precisar investir muito, que Andréia e Edson optaram por uma franquia grande e

global, onde os franqueadores não teriam influência direta na unidade, como

ocorreu com a Athus. A franquia escolhida foi a CNA – Instituto Cultural Norte

Americano, com sede em São Paulo.

A CNA hoje é uma das maiores redes de escolas de idiomas do país,

operando no sistema de franchising através de 480 unidades e com cerca de

meio milhão de alunos em todo o território nacional. De acordo com o site oficial

da CNA, a rede, com 35 anos, renovou pela décima sétima vez consecutiva, seu

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Selo de Excelência em Franchising, concedido pela Associação Brasileira de

Franchising (ABF).

Então, em 2006, a unidade CNA Palotina foi inaugurada na cidade com

grande sucesso. A maioria dos alunos da antiga Athus se manteve na escola,

devido à identificação com os professores e com a diretora Andréia, mas graças

ao forte marketing da marca CNA, que investe em várias redes de divulgação (TV,

outdoors, panfletagens, promoções via internet, etc.) o número de alunos já tinha

praticamente dobrado na metade de 2007.

A escola hoje conta com 127 alunos efetivos, distribuídos em 40 turmas

nos três períodos, inclusive aos sábados à tarde, e juntamente com o material

adaptado à diversas faixas etárias, essa flexibilidade de horários permite que a

escola englobe todo tipo de clientes, desde crianças não alfabetizadas até adultos

que trabalham em período integral ou à noite.

Devido ao ambiente familiar que a escola proporciona aos alunos, onde

eles têm total liberdade para jogar os games exclusivos do laboratório CNA,

assistir filmes e ouvir músicas na sala de mídia, a unidade de Palotina acabou se

transformando em uma segunda casa para os clientes e seus convidados, fato

que juntamente com a tradição da franquia CNA no mercado, do forte marketing,

do método eficaz e da equipe de Palotina, vem consolidando a CNA Palotina

como uma das melhores escolas de ensino de idiomas da região.

Com a empresa estável, os proprietários Andréia e Edson Yabushita

planejam reformar a unidade, aumentando a capacidade e atendendo a todos os

critérios de padronização impostos. Promoções são lançadas para cativar novos

clientes e os lucros obtidos estão sendo revertidos em melhorias no ambiente,

tudo para atingir o potencial máximo da unidade de Palotina.

6.1.4 Ambiente Organizacional

Considerando o ambiente onde a Escola CNA está inserida, há uma série

de fatores que influenciam o comportamento e as atitudes da empresa, a fim de

que haja uma interação harmoniosa entre os serviços prestados pela empresa e a

sociedade palotinense em geral.

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Na cidade de Palotina, observa-se um número grande de escolas de

idiomas para os aproximadamente 36.000 habitantes, o que torna a concorrência

acirrada e o mercado saturado, requerendo canais de marketing fortes e bem

estruturados para chamar a atenção do público. Existe ainda na cidade a Escola

de Idiomas Wizard, que foi a pioneira, fato esse que faz com que a empresa seja

a primeira a ser cotada quando o assunto for idiomas.

Felizmente, com o crescimento econômico da cidade, cada vez mais

pessoas estão preocupadas em aprender um segundo idioma para manter o

emprego, o que possibilitou a implantação de estratégias de recrutamento de

alunos, com planos de mensalidades específicos para cada empresa ou setor da

cidade; a possibilidade de montar grupos com horários mais flexíveis e com

companheiros de trabalho. Ainda com relação à economia, encontra-se um pico

maior na procura dos cursos nas épocas de safra, devido à agricultura controlar

grande parte do mercado. Assim, é necessário que estratégias de marketing

sejam mais fortes nessas épocas do ano.

Além da economia regional, a CNA sofre interferência do mercado

nacional, por ser uma franquia com sede em São Paulo, a unidade sofre com as

oscilações do mercado e com as tendências econômicas do país todo.

Outro ponto relevante é o fato da empresa interagir com a sociedade

palotinense, onde a imagem da empresa e a opinião que a população tem a

respeito dos serviços prestados é um fator vital para a manutenção da

competitividade. Para isso, a CNA Palotina não mede esforços para que os

alunos se sintam confortáveis usando todas as dependências da escola, também

nos horários fora de aula e com a possibilidade de convidar amigos para

participarem das atividades oferecidas. Festas, sessões de filmes e músicas são

oferecidas para o público, com o intuito de fortalecer a imagem da unidade como

sendo uma empresa acolhedora e sempre aberta para a sociedade. O site da

cidade de Palotina - www.palotina.pr.gov.br- , juntamente com o site exclusivo da

CNA Palotina – www.cnapalotina.com.br– estão na rede para divulgar fotos,

festas e promoções, fazendo com que a empresa esteja presente na mídia local.

A CNA também preza o bom relacionamento com todos os funcionários. As

políticas trabalhistas são justas e compatíveis com as das outras empresas, fato

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que além de motivar os funcionários, passa credibilidade à população, uma vez

que a unidade se importa com o crescimento e o bem estar dos profissionais.

Outro fato inegável é que a cidade tem crescido muito nos últimos anos.

Um exemplo de crescimento foi também a implementação de novos cursos no

Campus da UFPR, que desde o início do ano de 2009, o Campus conta com mais

três cursos tecnológicos: Biotecnologia, Aquicultura e Biocombustível e um de

graduação: Ciências Biológicas, além do já existente de Medicina Veterinária.

Essa ampliação trouxe a migração de estudantes universitários, que são um

público alvo com grande potencial.

Mas, não contando apenas os universitários, Palotina é um grande

exemplo de educação, com alto índice de escolaridade e baixíssimo de

analfabetismo. É fato que os palotinenses investem em cursos, o que torna a

maioria da população um público alvo em potencial, desde crianças não

alfabetizadas até adultos com jornada de trabalho integral. A cultura da cidade

preza os estudos e juntamente com as parcerias estabelecidas com escolas

carentes e as promoções para estabelecimentos privados, a unidade Palotina

acolhe discentes de todas as faixas etárias e níveis sociais.

Considerando não apenas as situações inerentes a cidade de Palotina,

aliam-se a eles o fato de a Escola CNA ser uma franquia e por essa razão grande

parte das atitudes e do comportamento da empresa seguem o modelo da matriz,

o que possibilita que a unidade de Palotina, mesmo sendo pequena e situada no

interior, tenha acesso as inovações constantes do mercado de ensino de idiomas.

Graças a franquia, a empresa conta com laboratório de informática, onde os

alunos praticam os idiomas em softwares exclusivos que reproduzem sotaques,

avaliam pronúncia e corrigem erros léxicos; jogam games lúdicos e aprendem

brincando, sem perceber.

Outro fato que chama a atenção para o compromisso da CNA com a

sociedade em geral são os princípios éticos que norteiam a atuação da rede no

mercado, que torna impossível desvincular a educação com a responsabilidade

social. Pensando nisso, a CNA é filiado ao Instituto ETHOS, que tem como

objetivo promover a gestão empresarial socialmente responsável para a

construção de uma sociedade sustentável e justa. A CNA também é sócia

fundadora da AFRAS – Associação Franquia Solidária com o apoio da ABF -

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Associação Brasileira de Franchising. O objetivo da AFRAS é estimular a

conscientização social e ambiental no setor de franchising. A rede também conta

com a Fundação CNA que trata de 700 crianças de dois anos e meio a seis anos,

localizada em um bairro pobre da Zona Sul de São Paulo onde as crianças

aprendem sob os conceitos da linha construtivista. Recebem uniforme completo,

material didático e alimentação. A Fundação também atende 270 famílias do

bairro fornecendo cestas básicas que beneficiam mais de 1.300 pessoas, não

obrigatoriamente àquelas cujos filhos estudam na entidade, mas as que mais

necessitam.

Há também as Redes de Ações, espalhadas por 432 das 480 escolas

onde se destacam ações de arrecadação de alimentos e agasalhos, além de

iniciativas ligadas à educação e prestação de serviços. No ano passado, foi

realizado em Palotina o Halloween Solidário, onde todos os participantes doaram

um quilo de alimento que foi destinado para a APAE e para o Asilo da cidade.

Novos projetos estão sendo formulados pela unidade de Palotina para ajudar

quem necessita.

A CNA tem vários projetos sociais em andamento e abre um canal para

discutir novas possibilidades de parcerias através da área de comunicação, o que

vem a firmar o compromisso da organização não apenas com o bem estar dos

alunos e franqueados, mas com toda a sociedade.

6.1.5 Operacionalização da Organização

A unidade CNA Palotina conta atualmente com oito professores de Língua

Inglesa, dois professores de Língua Espanhola, uma coordenadora pedagógica,

uma secretária, uma zeladora e os dois diretores proprietários, distribuídos entre

quatro departamentos: secretaria, coordenação, departamento dos professores e

chefia; espalhados pelos 156 metros quadrados de construção.

Os ambientes foram decorados de acordo com as regras de padronização

impostas pela rede CNA, desde a cor de pisos e cortinas, até toda a logística e

fachada e para a adequação a esse padrão, o serviço arquitetônico foi

assessorado pelo franqueador. O ensino de idiomas é prestado a 127 alunos,

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entre os efetivamente matriculados e os que fazem aulas particulares

periodicamente para complementar a disciplina no colégio, distribuídos entre 40

turmas em todos os períodos, manhãs, tardes, noites e sábados.

Mesmo se tratando de uma empresa pequena, a CNA elabora

periodicamente estratégias para recrutamento de novos alunos e retenção dos já

matriculados. Há parcerias com empresas palotinenses como a C.Vale e a I.

Riedi; onde é possível a abertura de turmas exclusivas para colegas de trabalho,

com horários flexíveis e preços mais baixos. Foi efetivado também convênios com

as escolas do município, para as quais a CNA oferece descontos de até 50% nas

parcelas das turmas de uma mesma escola. Para chamar a atenção dos amigos

de alunos, é oferecido um desconto cumulativo de 5% na parcela do aluno por

cada amigo indicado que se matricular no curso.

Além desses planejamentos de marketing, a empresa recebe o material

padronizado de propaganda da CNA São Paulo, que envia panfletos, cupons,

outdoors, faixas, adesivos, banners, canetas, blocos, bonés, camisetas, squeezes

entre outros materiais promocionais. Há também um forte apelo pela mídia

nacional, com propagandas na TV, patrocínios esportivos (automobilismo, barco a

vela, tênis e futebol). A rede CNA de tempos em tempos bonifica as unidades que

tiverem aumento de 20% no número de alunos nos períodos de matrícula.

Com o forte vínculo com a matriz, torna-se necessária uma comunicação

eficiente entre Palotina e São Paulo. Essa troca de informações ocorre por

telefone, e-mails, pelo espaço da Intranet e através do site E-commerce, onde é

oferecido todo o serviço de compras na Editora CNA e também se encontra a

disposição da unidade o material didático CNA. Esse material, o maior produto da

empresa, foi feito sob medida para o aluno brasileiro, sendo exclusivo e interativo.

Além dos livros para uso em sala de aula e de atividades, o kit CNA traz materiais

de apoio como CDs de áudio e de multimídia. Ainda na área tecnológica, as web

lessons, disponíveis no CNA Net, o portal do aluno, são totalmente integradas aos

conteúdos dos livros e aperfeiçoam ainda mais o processo de aprendizagem.

Sempre envolvido com as questões sociais e com o objetivo de contribuir para a

inclusão social dos portadores de deficiência visual, a CNA lançou seu material

didático do curso de inglês em braile.

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Além do aspecto técnico, a empresa está comprometida com os aspectos

organizacionais, uma vez que normas estabelecidas são o principal fundamento

para o bom funcionamento de qualquer empresa. Mas, por tratar-se de uma

organização de pequeno porte e familiar – chefiada por um casal – a maioria das

regras e normas gerais foram dispostas de forma oral, no ato da contratação;

como a definição de funções, de horários de trabalho, salários e remunerações,

comportamento desejado, uso de uniforme e formulários a serem preenchidos. Se

novas ideias e normas surgem nas reuniões mensais, novamente são repassadas

oralmente. A transcrição dessas normas e regimentos foi relevada devido a

grande interação que os funcionários possuem entre si e com a chefia.

Ainda dentro do aspecto técnico, a empresa possui um padrão quanto à

remuneração, que segue as tendências do mercado local. Os professores

possuem um salário variável, dependente da quantidade de hora-aula dada por

mês. Já a secretária e a zeladora tiveram seus salários fixados no ato da

contratação, sujeitos a reajustes conforme mudanças do salário mínimo nacional,

fato que ocorre em todo o mercado local. Devido à inexistência de um

departamento de marketing, as funções do mesmo são divididas entre todos os

funcionários que se interessarem. Cada um recebe uma determinada bonificação

por horas de serviço e por alunos atraídos.

Devido ao organograma enxuto, não existe na empresa: plano de carreira,

projetos para desenvolvimento ou promoção do pessoal e nem possui diretrizes

para avaliação de desempenho e consequentemente plano de cargos e salários,

mas, em compensação, a empresa se preocupa com a qualidade de vida e as

condições de trabalho dos empregados. Os subordinados têm liberdade para se

ausentar da empresa sob circunstâncias de doenças, problemas familiares, em

decorrência de provas e exames (no caso dos que estudam), desde que tenham

avisado a gerência com antecedência. O ambiente da empresa foi estruturado

para garantir não apenas o conforto dos alunos, mas também dos funcionários. A

iluminação é adequada, bem como os armários, mesas e cadeiras. A cozinha está

à disposição dos empregados que preferem fazer as refeições na escola. A

unidade conta também com um sistema de alarme, câmeras e cerca elétrica, uma

vez que a escola fica aberta até as dez horas da noite nos dias de semana.

Periodicamente acontecem confraternizações, onde os funcionários se reúnem

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para almoços ou festivas, tudo para prezar o bom relacionamento entre toda a

família CNA.

Observando ainda a Gestão de Pessoas, ao franqueador é imposto uma

série de procedimentos acerca da contratação de professores, tendo em vista a

manutenção da excelência do ensino CNA. O recrutamento é mais flexível, e cabe

a direção definir quem passará para as próximas etapas do processo. Esse

recrutamento é feito por meio de jornais, anúncios no SINE – Sistema Nacional de

Emprego - ou indicações de pessoas de confiança. Depois de escolhidos, os

possíveis professores serão submetidos a testes de proficiência da língua que

desejam lecionar. São testes que medem a textualidade, tanto produção quanto

interpretação de textos; a pronúncia; a oralidade e fluência; a compreensão oral e

o nível gramatical. Sendo aprovado, o candidato é submetido a uma entrevista

com a direção, onde são avaliadas as habilidades que um professor deve ter;

didática de ensino, paciência e tato com pessoas.

Ressalta-se que, ainda com relação à referida Gestão de Pessoas, a CNA

Palotina encontra-se em um impasse. Devido à falta de um departamento

específico encargado apenas da função de treinamento, tal responsabilidade é

atualmente dividida entre três dos quatro departamentos. A grande parte das

funções cabe a chefia relatar ao novo funcionário como: a metodologia, os

materiais utilizados, o preenchimento dos formulários e das fichas de avaliação, o

arquivamento de provas e documentos enquanto a conduta, o comportamento do

professor em sala de aula e a maneira de seguir a metodologia é em parte

repassada pelo coordenador e em parte pelos outros professores que, além de

instruir o novato, se auxiliam mutuamente.

Levando-se em consideração todas as informações mencionadas, pode-

se concluir que a empresa apresenta um estilo de gerência consultivo; no qual

mesmo que a direção seja responsável pela tomada das decisões, ela não ignora

a opinião dos subordinados, abrindo espaço para opiniões e sugestões, o que só

vem a agregar valor nas relações interpessoais entre os integrantes da unidade e

que reflete diretamente no sucesso do negócio, fator que vem registrando a CNA

no mercado de Palotina.

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6.2 OPERACIONALIZAÇÃO DO ESTÁGIO

O CNA é uma franquia de idiomas que atua há sete anos na cidade de

Palotina. Durante o período de estágio foi possível observar que o atendimento

poderia ser mais próximo aos padrões estabelecidos pela franqueadora.

Durante o período de estágio foi possível observar que o atendimento não

atendia totalmente aos padrões estabelecidos pela franqueadora e a unidade

tampouco havia realizado uma avaliação sobre a satisfação dos alunos quanto ao

atendimento prestado.

Em vista disso, este estudo buscou avaliar o atendimento prestado

atualmente pela Unidade da CNA – Palotina. Para tanto, foi elaborado um

questionário (APÊNDICE A) e aplicado à todos os alunos da escola (total de 127

alunos). Os questionários ficaram disponíveis para os alunos responderem

durante uma semana e por isso obteve-se 100% de retorno. Além disso, com

esse questionário, buscou-se informação sobre o perfil do aluno (sexo e faixa

etária) e sobre a satisfação com os serviços prestados pela escola (aulas,

ambiente interno e atendimento).

Outro questionário (APÊNDICE B) foi aplicado aos professores, à

secretária e a coordenadora pedagógica, com o objetivo de traçar o perfil dos

colaboradores da escola, identificar possíveis descontentamentos da equipe com

o trabalho, suas funções, benefícios e gerência.

Os questionários destinados aos alunos foram aplicados na segunda

semana de maio, entre os dias 10 e 15 de maio. Os professores ficaram

encarregados de distribuí-los aos alunos minutos antes de entrarem em sala. Eles

foram recolhidos no dia 17 de maio para o início da análise. Nessa mesma

semana os professores e demais funcionários também ficaram encarregados de

preencher o questionário preparado para a equipe. A análise dos questionários e

tabulação dos dados foi finalizada no mês de junho.

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68

6.2.1 Análise do questionário aplicado aos alunos

Neste questionário (APÊNDICE A), o público-alvo foram os 127 alunos da

escola CNA. O mesmo contemplou três questões abertas e doze questões

fechadas, com a finalidade de identificar o perfil do aluno CNA e auferir o nível de

satisfação do aluno com os serviços prestados e com o atendimento oferecido.

Na questão 01 foi feito um levantamento do sexo dos alunos. O Gráfico 02

ilustra o resultado dessa pergunta.

GRÁFICO 2 – DISTINÇÃO DE GÊNERO ENTRE OS ALUNOS FONTE: RESULTADO DE PESQUISA

A partir da análise do Gráfico 02, identificou-se que o sexo masculino

predomina com 54% dos alunos, mas com uma pequena margem de diferença

em relação ao sexo feminino que representa 46%.

A questão 02 pretendia identificar a faixa etária predominante na escola.

O resultado pode ser conferido abaixo, no Gráfico 03.

46%

54%

DISTINÇÃO DE GÊNERO ENTRE OS ALUNOS

Masculino

Feminino

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69

GRÁFICO 3 – FAIXA ETÁRIA DOS ALUNOS FONTE: RESULTADO DE PESQUISA

Observando-se o Gráfico 03, percebeu-se que o grande público da CNA –

43% - é formado por adolescentes de idade compreendida entre 15 e 20, seguida

pela faixa compreendida entre 21 e 30. A identificação da faixa etária do público-

alvo permitiu a escola direcionar suas estratégias para atender as peculiaridades

desse público.

Ressalta-se que o conhecimento do gênero e idade predominante foi uma

solicitação da gerência que, preocupada com as estratégias de marketing da

escola, considerou necessário traçar o perfil dos clientes que atende visando

adequar essas estratégias à esse público.

Já a questão 03 buscou tomar conhecimento da frequência com que os

alunos visitam a escola. Vale lembrar que a filosofia da escola encoraja os alunos

a frequentarem a unidade além do horário de aula para que possam manter

contato com o idioma por mais tempo. O resultado pode ser conferido pelo

Gráfico 04.

18%

43%

25%

8% 6%

FAIXA ETÁRIA DOS ALUNOS

até 15

15 a 20

21 a 30

31 a 40

mais de 41

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GRÁFICO 4 – FREQUÊNCIA DE VISITA DOS ALUNOS À ESCOLA FONTE: RESULTADO DE PESQUISA

Conforme o Gráfico 04, a maioria dos alunos, ou seja, 60% só vai à

escola para assistir as aulas. Esse resultado mostra a necessidade de encontrar

maneiras de chamar os alunos para a escola, atendendo a filosofia CNA que,

preza que os alunos permaneçam no ambiente escolar fora do período de aula

para aperfeiçoarem o idioma.

No entanto, a problemática da questão três pode ser amenizada com as

sugestões levantadas pelos próprios alunos na questão 07, que será explicada

adiante. Nessa questão, os alunos puderam sugerir, de maneira descritiva,

melhorias para a escola. Constatou-se que a maior parte das respostas sugeria a

implementação de atividades extraclasse como leitura, filmes, sessões de música.

Percebe-se, portanto, que a existência de um problema desencadeia outros,

neste caso, a falta de atividades motivadoras para os alunos, faz com que eles

permaneçam pouco tempo na escola.

A questão 04 do questionário e suas ramificações procuraram quantificar

a satisfação dos alunos em diversos aspectos do atendimento em uma escala de

“Ótimo”, “Muito Bom”, “Bom”, “Regular” e “Ruim”. O resultado é demonstrado na

Tabela 01 a seguir.

60%17%

9%12%

2%

FREQUÊNCIA DE VISITA DOS ALUNOS À ESCOLA

Só nas aulas

Para estudos adicionais

Para usar os computadores

Para usar os livros

Outros

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71

Variáveis Categorias Frequência %

Ótimo 33 25,98

Muito Bom 57 44,88

Atendimento Geral Bom 13 10,24

Regular 14 11,02

Ruim 10 7,87

Ótimo 77 60,63

Resposta da secretária Muito Bom 15 11,81

as solicitações dos alunos Bom 16 12,60

Regular 12 9,45

Ruim 7 5,55

Ótimo 86 67,72

Resposta do professor as Muito Bom 25 19,68

solicitações dos alunos Bom 6 4,72

Regular 8 6,30

Ruim 2 1,57

Ótimo 80 62,99

Cortesia de toda a equipe Muito Bom 29 22,83

desde a direção até o zelador Bom 10 7,87

Regular 5 3,94

Ruim 3 2,36

TABELA 1 – AVALIAÇÃO GERAL DA SATISFAÇÃO DOS ALUNOS COM RELAÇÃO AO ATENDIMENTO DA CNA FONTE: RESULTADO DA PESQUISA

Conforme a Tabela 01, a primeira variável analisada foi o atendimento

geral da escola e como o aluno avalia a recepção da CNA ao procurar os

serviços. A maioria (45%) respondeu que o atendimento geral é “Muito Bom”. A

segunda resposta mais frequente foi 26% na variável “Ótimo”. Somando-se esses

percentuais, constata-se que 71% dos alunos estão satisfeitos com o atendimento

geral. Porém, 29% deles consideraram o atendimento entre “Bom”, “Regular” ou

“Ruim”, índices estes que devem ser considerados pela escola, visto que

representam 37 alunos.

A segunda variável corresponde ao atendimento da secretária e a

agilidade que ela responde aos pedidos dos alunos. Dentre os alunos

entrevistados, 61% dos alunos responderam que a cortesia e agilidade da

secretária foi “Ótima”. A segunda variável mais freqüente foi “Muito Bom”, com

12%. As respostas “Bom”, “Regular” ou “Ruim” somaram 27%. Novamente, é um

índice que não pode ser relevado.

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72

Em seguida, buscou-se avaliar o atendimento do professor, sua agilidade

e destreza ao atender às solicitações dos alunos. A maioria dos alunos, 68%

atribuiu o conceito “Ótimo” para a variável analisada. O conceito “Muito Bom” foi o

segundo mais escolhido e somou 20% do total. As alternativas “Bom”, “Regular”

ou “Ruim” somaram 13%. Visto que, dos 12 colaboradores questionados 10 são

professores, torna-se imprescindível definir estratégias que promovam melhorias

no atendimento que os professores prestam a seus alunos.

Por último, foi perguntado aos alunos sobre a cortesia de toda a equipe no

geral, desde a direção até o zelador. Considerando os conceitos “Ótimo” e “Muito

Bom”, totalizou-se 86% das respostas. Mas, mesmo com 86%, os 14% que

atribuíram conceito entre “Bom”, “Regular” e “Ruim” representam um motivo para

que a direção da escola verifique quais os setores em que o atendimento não

atente totalmente as expectativas dos alunos.

Na sequência do questionário, a questão 05 buscou avaliar a satisfação

dos alunos com os seguintes serviços oferecidos: as aulas, os materiais didáticos

e a estrutura física do ambiente. Por estrutura física considerou-se . Novamente,

os alunos puderam optar por: “Ótimo”, “Muito Bom”, “Bom”, “Regular” e “Ruim”. A

Tabela 02 ilustra o resultado.

Variáveis Categorias Frequência %

Ótimo 13 10,23

Muito Bom 109 85,83

Aulas Bom 5 3,94

Regular 0 0

Ruim 0 0

Ótimo 94 74,01

Muito Bom 23 18,11

Materiais Didáticos Bom 8 6,30

Regular 1 0,79

Ruim 1 0,79

Ótimo 75 59,05

Estrutura física Muito Bom 47 37,01

e layout Bom 3 2,36

Regular 1 0,79

Ruim 1 0,79

TABELA 2 – AVALIAÇÃO GERAL DA SATISFAÇÃO DOS ALUNOS COM RELAÇÃO A QUALIDADE DOS SERVIÇOS OFERECIDOS PELA CNA FONTE: RESULTADO DA PESQUISA

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73

Ao observar a Tabela 02, nota-se que a qualidade das aulas é satisfatória,

pois 86% dos alunos consideram a qualidade das aulas como “Muito Boa” e 10%

como “Ótima”, somando um percentual de 96% de alunos satisfeitos.

Quanto aos materiais didáticos, 74% dos alunos estão satisfeitos com os

que são utilizados, classificando-os como “Ótimo” e 18% como “Muito Bom”. Já

em relação à estrutura da escola, a maioria dos alunos, 96%, considera a

estrutura da escola “Ótima” ou “Muito Boa”.

Porém, visto que a estratégia principal da escola é a estratégia de

diferenciação, na qual ela busca oferecer algo que a diferencie da concorrência

sendo nesse caso o atendimento e a qualidade de seus produtos (aulas e

materiais), vale a pena identificar os motivos de insatisfação dos 4% dos alunos

insatisfeitos com a qualidade das aulas, dos 6% insatisfeitos com o material

didático e dos 4% insatisfeitos com a estrutura da escola e propor alternativas e

sugestões.

A pergunta 06 do questionário procurou investigar de que forma os alunos

reagiriam ao não ter seus pedidos atendidos. O Gráfico 05 retrata o resultado.

GRÁFICO 5 – REAÇÃO DOS ALUNOS AO SE SENTIREM NEGLIGENCIADOS FONTE: RESULTADO DA PESQUISA

De acordo com o Gráfico 05, a maioria dos alunos – 56% - reivindicaria

diretamente com a gerência e 39% com o próprio professor. Somando-se os

percentuais obtém-se um índice de 95% de alunos que reclamariam e

manifestariam sua opinião. Esses números devem ser vistos como uma vantagem

56%39%

0% 0%

5%

REAÇÃO DOS ALUNOS AO SE SENTIREM NEGLIGENCIADOS

Reclama com a gerência

Reclama com o professor

Não reage

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74

para a empresa, pois a reclamação permite que a empresa identifique seus

pontos fracos e ainda mostra que, se o aluno procura a gerência ou o professor

para queixar-se, quer dizer que ele está buscando uma solução para resolver sua

situação na escola e por isso, pressupõem-se que ele não pretende trocá-la.

Além disso, apenas 5% dos alunos não reagiriam e ignorariam seu

descontentamento. Nesses casos, a adoção de uma caixa de sugestões (que

será melhor explicado adiante), nas quais os alunos podem opinar sobre todos os

assuntos inerentes a escola, sendo-lhes garantido o anonimato, pode amenizar o

desconforto desse percentual ao reclamar ou sugerir mudanças. Ressalta-se

ainda que nenhum aluno reagiria desistindo do curso.

Já na questão 07, a intenção foi levantar sugestões de melhorias à

escola. A pergunta foi aberta e os questionados tiveram liberdade para expressar

sua opinião. Dentre as inúmeras respostas, as mais relevantes e que serão

repassadas à gerência são:

a) aulas de conversação, a parte das aulas normais, com turmas

separadas por nível (básico, intermediário e avançado) e no máximo

com cinco alunos. Nessas aulas não haverá livros nem materiais

específicos. O professor/instrutor deverá enviar artigos ou notícias

com antecedência aos alunos para que eles possam lê-los e discuti-

los na próxima aula. Também não haverá provas nem avaliações;

b) acampamentos onde só se fale o idioma estudado;

c) sessões de cinema nos fins de semana com filmes no idioma

estudado.

Finalmente, a questão 08 do questionário buscou identificar os motivos

que podem levar à desistência e fuga do aluno para a concorrência. O resultado

encontra-se tabulado no Gráfico 06.

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75

GRÁFICO 6 – MOTIVOS PARA TROCAR DE ESCOLA FONTE: RESULTADO DA PESQUISA

Percebe-se pelo Gráfico 06 que há vários motivos que fazem os alunos

trocarem de escola CNA. Os mais frequentes, porém, fazem referência a

dificuldade do aluno de se adaptar a metodologia de ensino proposta pela CNA e

a própria dificuldade que o aluno tem de aprender uma língua estrangeira. Esses

dois fatores, metodologia e dificuldade somaram 38% das respostas.

Portanto, é importante que a escola tome conhecimento desses índices

para elaborar estratégias que auxiliem esses alunos com dificuldade a assimilar

melhor o conteúdo exposto na sala de aula. Para isso, aulas de reforço e

exercícios extras podem se tornar um diferencial da escola, transmitindo uma

imagem de comprometimento com o aprendizado efetivo dos alunos.

6.2.2 Avaliação do questionário aplicado à equipe

O segundo público-alvo dessa pesquisa foram 12 colaboradores da

escola CNA. Essa equipe integra oito professores de inglês, dois de espanhol, um

coordenador pedagógico, uma secretária. Aos entrevistados foi submetido um

questionário (APÊNDICE B), composto por duas questões abertas e catorze

questões fechadas. O objetivo foi identificar o perfil do colaborador e quantificar o

17%

15%

6%6%

10%

19%

21%

6%

MOTIVOS PARA TROCAR DE ESCOLA

Metodologia

Professor

Secretária

Gerência

Turma

Preço

Dificuldade

Horário

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76

nível de satisfação que ele tem em trabalhar para a escola e o quão preparado ele

se acha para atender os alunos nas suas mais diversas necessidades.

Na primeira questão do questionário (APÊNDICE B), buscou-se a

distinção de gênero entre os colaborados. O Gráfico 07 ilustra o resultado.

GRÁFICO 7 – DISTINÇÃO DE GÊNERO ENTRE OS COLABORADORES FONTE: RESULTADO DA PESQUISA

De acordo com o Gráfico 07, constata-se que 83% dos funcionários são

do sexo feminino e 17% do sexo masculino. No total de 12 colaboradores, isso

corresponde a 10 mulheres e 02 homens.

A segunda questão teve como objetivo identificar a faixa etária dos

colaboradores. O resultado pode ser conferido no Gráfico 08.

GRÁFICO 8 – FAIXA ETÁRIA DOS COLABORADORES FONTE: RESULTADO DA PESQUISA

17%

83%

DISTINÇÃO DE GÊNERO ENTRE OS COLABORADORES

Masculino

Feminino

8%

42%33%

17%

0%

FAIXA ETÁRIA DOS COLABORADORES

menor de 18

18 a 24

25 a 30

31 a 40

mais de 41

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77

Observando-se o Gráfico 08, percebeu-se que a maior parte dos

colaboradores, 42%, possui idade entre 18 e 24 anos. Outros 33% estão na faixa

entre 25 e 30 anos de idade. Pode-se concluir que a equipe CNA é relativamente

composta de jovens.

A terceira questão procurou tomar conhecimento do nível de escolaridade

da equipe. O Gráfico 09 traz o resultado dessa questão.

GRÁFICO 9 – NÍVEL DE ESCOLARIDADE DOS COLABORADORES FONTE: RESULTADO DA PESQUISA

Pela análise do Gráfico 09, identificou-se que a equipe é composta em

sua maioria (42%) por colaboradores diplomados no ensino superior. Outros 33%

são pós-graduandos, pós-graduados e especialistas. Os 25% restante são

estagiários que ainda cursam o ensino médio e o ensino superior.

Essa análise dos Gráficos 07, 08 e 09 foi uma proposta da gerência que

estava interessada em traçar o perfil da equipe do CNA, a fim de estabelecer um

perfil desejável de funcionários, o que facilitará futuras contratações. Concluiu-se

portanto que a equipe é predominantemente composta por mulheres, com idade

entre 18 e 30 anos e ensino superior completo ou com pós graduação.

Nas questões seguintes, de 04 até 07, foi proposto aos entrevistados que

respondessem em uma escala de “Ótimo”, “Muito Bom”, “Bom”, “Regular” e

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78

“Ruim” sua opinião sobre itens internos da escola CNA. O resultado é

apresentado na Tabela 03.

Variáveis Categorias Frequência %

Ótimo 2 16,66

Muito Bom 7 58,33

Estrutura física Bom 3 25,01

Regular 0 0

Ruim 0 0

Ótimo 1 8,34

Relacionamento Muito Bom 8 66,66

com colegas Bom 2 16,66

Regular 1 8,34

Ruim 0 0

Ótimo 3 25

Relacionamento Muito Bom 2 16,66

com gerência Bom 6 50

Regular 1 8,34

Ruim 0 0

Ótimo 1 8,34

Classificação do Muito Bom 3 25

seu desempenho Bom 8 66,66

Regular 0 0

Ruim 0 0

TABELA 3 – AVALIAÇÃO GERAL SOBRE QUESTÕES INTERNAS DA ESCOLA CNA FONTE: RESULTADO DA PESQUISA

Quanto à estrutura física, conforme Tabela 03, a maioria dos

colaboradores (58 %) a consideram como “Muito Boa” e outros 17% opinaram que

é “Ótima””. Em resumo, a estrutura da escola pode ser dita satisfatória ao

considerar-se que não houve respostas com o conceito de “Regular” e/ou “Ruim”.

No que se refere ao relacionamento interno da equipe, apenas um

funcionário (8,34%) classificou o relacionamento com os colegas como “Ótimo”. A

maioria, porém, somando 66,66%, o classificou como “Muito Bom”. Os outros

25% disseram considerar a integração da equipe como “Boa” e “Regular”. Nesta

variável foi possível identificar que a opinião sobre o relacionamento com os

colegas apresenta divergências entre a equipe. Mesmo que a maioria tenha o

classificado como “Muito Bom”, a somatória do “Bom” e “Regular” resultou em um

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percentual alto, 25%. Lembrando ainda que apenas um colaborador considera o

relacionamento “Ótimo”.

Sobre o relacionamento de cada colaborador com a gerência, o resultado

apresentado na Tabela 04 pôde mostrar que, de maneira geral, as relações de

cada colaborador com a gerência são satisfatórias, pois 25% dos entrevistados

assinalaram o relacionamento como “Ótimo” e 17% como “Muito Bom”. Mesmo

assim, cabe ressaltar que, 50% deles classificou o relacionamento apenas como

“Bom” e 8,34% como “Regular” indicando que é possível melhorar alguns

aspectos.

Por último, quando os colaboradores foram questionados a respeito de

seu próprio desempenho, 67% consideram seu desempenho “Bom” enquanto

25% consideram “Muito Bom” e apenas um colaborador (8,34%) atribuiu o

conceito „Ótimo”.

Buscando melhor esclarecer a percepção dos colaboradores sobre o

relacionamento que mantêm com a gerência, a tabela 04 apresenta o resultados

das questões 7 e 8 do questionário (APÊNDICE B). Aos colaboradores foi

permitido optar entre “Todas às Vezes”, “Na Maioria das Vezes”, “Algumas

Vezes”, “Poucas Vezes” e “Nunca”.

Variáveis Categorias Frequência %

Todas às vezes 0 0

Na maioria das

vezes 5 41,66

Sugestões ouvidas Algumas vezes 6 50

Poucas vezes 1 8,34

Nunca 0 0

Todas às vezes 3 25

Feedback de Na maioria das

vezes 7 58,33 Avaliação de Desempenho Algumas vezes 2 16,66

Poucas vezes 0 0

Nunca 0 0

TABELA 4 – AVALIAÇÃO DA FREQÜÊNCIA COM QUE OS COLABORADORES RECEBEM UM FEEDBACK DA GERÊNCIA FONTE: RESULTADO DA PESQUISA

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80

Quando questionados sobre a freqüência que os colaboradores

conseguem expor suas sugestões à gerência, 50%, vide Tabela 04, respondeu

que são ouvidos apenas “Algumas Vezes” pela direção. 42% afirmaram serem

ouvidos “Na maioria das vezes”. Nenhum colaborador afirmou ter sido ouvido

“Todas às Vezes”.

Já em relação à freqüência com que a direção emite feedback quanto ao

nível de desempenho da equipe, 25% dos colaboradores responderam que

ocorreu “Todas as Vezes” e 58% “Na Maioria das Vezes”. 16% afirmou receber o

feedback apenas “Algumas Vezes” e nenhum colaborador afirmou ter recebido o

“Poucas Vezes” ou “Nunca”.

Na sequência do questionário (APÊNDICE B) a questão 10 buscou avaliar

o nível de satisfação dos colaboradores em fazer parte da equipe CNA. O

resultado pode ser conferido no Gráfico 10.

GRÁFICO 10 – NÍVEL DE SATISFAÇÃO DO COLABORADOR EM TRABALHAR NA ESCOLA CNA FONTE: RESULTADO DA PESQUISA

Pelo Gráfico 10, percebe-se que, somando os “Satisfeitos” e os “Muito

Satisfeitos”, 92% dos colaboradores se sentem realizados trabalhando na escola

CNA. Esse índice pode ser considerado satisfatório, pois a satisfação dos

colaboradores no trabalho pode resultar na melhor execução das tarefas.

Ressalta-se ainda que foi assegurado aos funcionários o anonimato dos

25%

67%

8%

0%

NÍVEL DE SATISFAÇÃO DO COLABORADOR EM TRABALHAR NA ESCOLA CNA

Muito Satisfeito

Satisfeito

Insatisfeito

Muito Insatisfeito

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questionários para que eles não se sentissem inseguros ou receosos ao

responder honestamente as questões. Há, contudo, os 8% que alegaram se sentir

“Insatisfeitos” e esse resultado será transmitido a gerência para que investigue as

possíveis causas do descontentamento.

Ainda sobre percepção dos colaboradores em relação à escola, a questão

11 teve como objetivo avaliar a opinião dos colaboradores quanto aos benefícios

que recebem e, de forma aberta, propôs que eles citassem quais são essas

vantagens. Nessa questão, 100% dos funcionários disseram estar conscientes de

que recebem benefícios. Todos alegaram ser beneficiados pela empresa, além

dos benefícios assegurados por lei, e citaram como exemplos:

a) possibilidade de fazer um curso de idioma sem pagar a

mensalidade, apenas os materiais;

b) compreensão da chefia ao necessitar ausentar-se para resolver

assuntos particulares ou tratar de doenças;

c) enriquecimento cultural próprio devido ao ambiente escolar.

Ressalta-se que a percepção por parte dos funcionários dos benefícios

que eles possuem na empresa ou recebem dela pode ser considerado um agente

motivador. Além disso, o recebimento de fato desses benefícios ajuda a promover

a qualidade de vida no trabalho.

Na questão 12, os colaboradores foram instigados a dizer se já haviam

participado de um treinamento oferecido pela empresa ou não. Como mostra o

Gráfico 11, apenas 25% dos funcionários já passaram pelo treinamento da escola

CNA.

Esse índice é considerado preocupante em virtude da maioria dos

colaboradores serem professores (dos 12 funcionários entrevistados, 10 são

professores). Vale lembrar que a maioria desse pessoal está em sala de aula sem

ter passado por um treinamento que os capacitassem para ensinar. Portanto,

pôde-se concluir que parte da insatisfação dos alunos com as aulas e com a

resposta do professor aos seus pedidos decorre da falta de treinamento

específico que o capacitasse para exercer melhor esses papéis.

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GRÁFICO 11 – PORCENTAGEM DE COLABORADORES QUE JÁ PARTICIPARAM DE UM TREINAMENTO OFERECIDO PELA ESCOLA CNA FONTE: RESULTADO DA PESQUISA

A questão 13 do questionário (APÊNDICE B) investigou se os

colaboradores acreditam na importância da capacitação pessoal e se eles

percebem o treinamento como um meio de melhorar a performance no trabalho.

O resultado é apresentado no Gráfico 12.

GRÁFICO 12 – QUANTIDADE DE COLABORADORES QUE ACREDITAM QUE O TREINAMENTO PODE MELHORAR O DESEMPENHO NO TRABALHO FONTE: RESULTADO DA PESQUISA

Ao levar-se em consideração o Gráfico 12, pode-se afirmar que o

resultado foi satisfatório ao demonstrar que a maior parte da equipe (83%)

concorda plenamente com o treinamento como meio de aprimorar a execução das

25%

75%

PORCENTAGEM DE COLABORADORES QUE JÁ PARTICIPARAM DE UM TREINAMENTO OFERECIDO

PELA ESCOLA CNA

Já participaram

Não participaram

83%

17%

0%

COLABORADORES QUE ACREDITAM QUE O TREINAMENTO PODE MELHORAR O DESEMPENHO

NO TRABALHO

Concordam plenamente

Concordam parcialmente

Discordam

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83

funções enquanto o restante da equipe (17%) concordou parcialmente com o

processo. Esses índices mostram que os colaboradores estão abertos a proposta

de receberem um treinamento e mostram-se dispostos a participar.

Buscando ainda investigar outros pontos acerca do treinamento, a

questão 15 propôs aos colaboradores, de maneira aberta, que expressassem

suas preferências e definissem que tipo de treinamento gostariam de participar.

As sugestões mais freqüentes foram:

a) técnicas para conquistar o cliente quando ele busca a escola por

informações, afastando-o da concorrência;

b) técnicas para conquistar o aluno de maneira efetiva, garantindo que

ele conclua seus estudos na instituição;

c) aperfeiçoar o atendimento telefônico;

d) metodologia de ensino para os professores;

e) rotinas secretariais para a secretária: controle de estoque, fluxo de

caixa, atendimento telefônico, recepção e organização da secretaria

e dos materiais.

Toda tabulação e análise dos dados levantados com os questionários

foram repassadas para a chefia da unidade CNA que demonstrou bastante

interesse em compreender o ambiente da organização, a opinião dos alunos e o

ponto de vista da equipe.

Tendo em vista o resultado do questionário aplicado com os alunos e por

sugestão da chefia, foi desenvolvido um treinamento direcionado aos

responsáveis pelo atendimento dos alunos, neste caso, a secretária da Escola

CNA. O tema do treinamento foi: “Qualidade no atendimento ao cliente”, a fim de

fidelizá-lo e diminuir a taxa de evasão da escola.

O capítulo a seguir explicará os detalhes sobre o planejamento do

treinamento, sua execução e os conteúdos abordados.

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84

6.2.3 Desenvolvimento e aplicação do treinamento em “Qualidade no

atendimento”

Com os resultados obtidos com a aplicação do questionário aos 127

alunos da escola CNA, foi possível identificar os quatro principais pontos que

poderiam ser melhorados com a aplicação de um treinamento sobre qualidade do

atendimento, com os seguintes objetivos:

a) melhorar o atendimento geral da secretária;

b) lidar com as reclamações e ouvir as sugestões dos alunos;

c) conquistar o aluno de maneira efetiva, garantindo que ele conclua

seus estudos na instituição;

d) aumentar o tempo de permanência dos alunos na escola.

Ressalta-se que o item D foi auferido pelo questionário aplicado aos

alunos, no qual 60% deles apenas vão à escola para assistir as aulas. Essa falta

de motivação dos alunos para frequentar a escola pode ser justificada, por um

lado, pela falta de atividades que os cativem. Mas, por outro lado, as atividades

extracurriculares já existentes, em especial as Web Lessons (lições online que o

aluno recebe por uma conta de email junto com o material) são encaminhadas

pela secretária. Desta forma, se o atendimento da secretária não for o esperado

pelo aluno, ele pode se sentir desconfortável em tomar parte nas atividades que

são encaminhadas por ela.

Portanto, a gerência do CNA demonstrou especial interesse no

desenvolvimento de propostas para gerir o relacionamento com os alunos e para

melhorar o atendimento geral da escola.

A próxima etapa então foi planejar o treinamento para a secretária,

baseado no modelo proposto por Chiavenato (2008) (FIGURA 04). Ressalta-se

que esse treinamento foi proposto apenas para a secretária, profissional

responsável por atender os clientes internos e externos e garantir que os alunos

estejam bem assessorados pela escola, ouvindo suas reclamações e sugestões,

solucionando e apresentando alternativas para os mais diversos problemas que

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eles possam ter (dificuldade para aprender, para se adaptar a turma, ao horário,

dificuldades financeiras, etc).

FIGURA 4 – MODELO DE PLANEJAMENTO DE TREINAMENTO FONTE: ADAPTADO DE CHIAVENATO (2008, P. 414)

Com base nesse modelo (Figura 04), foi elaborado o desenho do

treinamento com o conteúdo programático e o período.

MODELO DE PLANEJAMENTO DE TREINAMENTO

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Depois de elaborado esse planejamento, o treinamento foi aplicado à

secretária nos dias 12 a 16 de julho, totalizando 10 horas, sendo ministradas

duas horas por noite. O conteúdo programático contemplou:

a) como construir a carreira com as funções e papeis que devem ser

desempenhados;

b) os passos de uma venda e etapas do atendimento, como quebrar o

gelo e como fechar o negócio;

c) marketing e telemarketing, atendimento ao cliente interno e externo

pessoalmente e pelo telefone;

d) perfil da secretária, comportamentos e habilidades desejáveis,

postura e vestimenta;

e) como tratar o aluno, conhecê-lo, deixá-lo falar, facilitar a

comunicação e promover a empatia;

f) técnicas de pós venda, lidar com reclamações, ouvir sugestões e

estreitar as relações com os aluno.

Ressalta-se que esse conteúdo programático foi proposto pela gerência

da escola. Os materiais do treinamento (ANEXO 01) são disponibilizados pela

matriz, mas foram adaptados as necessidades levantadas ao estudar-se a escola.

No próximo capítulo, foram elaboradas as sugestões e recomendações

com vistas a promover a melhoria do atendimento aos alunos, dos serviços, do

relacionamento interpessoal dentro da equipe e da equipe com a gerência.

6.3 SUGESTÕES E RECOMENDAÇÕES

A pesquisa feita por meio do questionário aplicado aos alunos possibilitou

que a empresa tomasse conhecimento de quem é o público que ela atende.

Formam definidos o gênero e idade predominante dos clientes. Uma vez definido

esse perfil, a empresa poderá direcionar seus esforços e suas campanhas de

marketing para as peculiaridades dessa população.

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Além disso, notou-se que a maioria dos alunos já matriculados vão à

escola apenas para assistir as aulas. Esse problema, porém, está diretamente

atrelado ao fato de que a escola não oferece atividades extras para os alunos.

Isso justifica a falta de interesse dos mesmos por passar mais tempo na escola.

Por isso, baseando-se nas sugestões dadas pelos próprios alunos, foi elaborada

uma lista de atividades extraclasse. Algumas destas atividades serão

supervisionadas por um professor e seguirão um cronograma fixo, para que os

alunos se habituem à peridiocidade das atividades. Vale lembrar que as

atividades foram concentradas principalmente no período vespertino, pois é

neste período que a escolha recebe maior número de alunos. A seguir são

detalhadas as atividades que poderão se adequar ao cronograma sugerido

(APÊNDICE D):

a) aulas de conversação: as turmas serão separadas por nível (básico,

intermediário e avançado). O professor/instrutor enviará artigos ou

notícias com antecedência para que os alunos possam lê-los e

discuti-los em sala;

b) sessão de música: os alunos recebem a letra da música com

palavras faltando e devem completá-la ouvindo. Também será

dividida em níveis;

c) dia do livro: os alunos deverão ir à biblioteca, escolher um livro, lê-lo

e contar o que leu para o professor no idioma aprendido. Não há

necessidade de separar por níveis;

d) sessão de cinema: serão separados apenas os alunos de inglês e de

espanhol. Os filmes serão passados no idioma e com legendas;

e) auxílio nas tarefas: será reservado um horário e uma sala para os

alunos do mesmo livro se reunirem e fazerem as tarefas

(homeworks). Não será necessário um professor acompanhar.

Outra ideia proposta à escola é a implantação de uma “Caixinha de

Sugestões e Reclamações”, na qual os alunos poderão depositar papeizinhos

anônimos com sugestões ou reclamações à respeito dos serviços, aulas e

atendimento.

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Ainda, a análise dos questionários mostrou que há vários motivos que

fazem os alunos desistirem da escola CNA. Os mais persistentes fazem

referência a dificuldade do aluno de se adaptar a metodologia de ensino proposta

pela CNA e a própria dificuldade que o aluno tem de aprender uma língua

estrangeira. Para isso, foi sugerida a gerência, juntamente com a coordenação

que elaborassem uma aula especial para esses alunos com dificuldades na qual

um professor estaria disposto a esclarecer dúvidas algumas vezes por semana e

entregasse exercícios extras de fixação de conteúdo, corrigindo-os na próxima

sessão de tira dúvidas. Ficou definido que a peridiocidade dessas aulas

dependessem da demanda, sendo necessário no mínimo três alunos do mesmo

nível em sala para a aula ser marcada. Esse tipo de sessão para esclarecer

dúvidas vai ser chamada pela escola de Coaching Session (do inglês, aula de

apoio).

Foi sugerido ainda que a secretária se encarregue de fixar no mural os

horários que os professores e a gerência estão disponíveis na escola para

conversar e atender os alunos.

O segundo questionário (APÊNDICE B) atendeu aos pedidos da gerência

ao traçar o perfil da equipe CNA. Com esses dados, pôde-se refletir sobre o perfil

desejado da equipe, o que facilitará futuras contratações.

Além disso, o resultado da pesquisa, por meio das questões 08 e 09 do

questionário (APÊNDICE B), mostrou alguns conflitos de comunicação da equipe

entre si e da equipe com a gerência. Portanto, foi sugerida a gerência da escola

que organize estratégias para desbloquear os canais de comunicação entre todos

os departamentos da unidade.

Para tanto, a fim de promover melhoras no fluxo de comunicação e

garantir que as tarefas e funções de cada um sejam bem executadas, sugere-se

que na impossibilidade de se comunicarem diretamente, se utilize o quadro

branco da sala dos professores e um na secretaria como “Mural de Recados”.

Mas, como a comunicação indireta nem sempre é suficiente, recomenda-

se que seja fixado um dia da semana, no qual todos os funcionários possuam um

tempo livre, para realizar uma reunião, esclarecendo os pontos não resolvidos

durante a semana. Foi sugerido também que a reunião se realize na segunda

feira de manhã, antes do expediente, na qual serão resgatados os assuntos

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pendentes da semana anterior. Nessa reunião, todos os funcionários da escola

CNA deverão comparecer ou então justificar a ausência.

Outra ação que pode ser adotada pela gerência da CNA para apoiar o

processo de comunicação e melhorar o relacionamento interpessoal é implantar

uma avaliação de desempenho periódica adaptada às condições da gerência e

capaz de fornecer o feedback para os colaboradores. Ressalta-se que a

responsabilidade por essa avaliação cabe à gerência ou, na impossibilidade da

gerência assumi-la, que seja delegada ao coordenador pedagógico.

Como constatado pelo resultado das pesquisas, 75% dos colaboradores

da CNA não passaram por um treinamento específico que os capacitasse para

suas funções. Vale ressaltar que a equipe CNA é formada por 10 professores,

um coordenador pedagógico e uma secretária. Da mesma forma, todos os

colaboradores disseram concordar com o treinamento como um meio de

aprimorar a execução de suas tarefas e funções (sendo que 83% concordaram

plenamente e 17% concordaram parcialmente).

Além disso, a maioria dos colaboradores (67%) classificou seu próprio

desempenho no trabalho apenas como “Bom”, indício este de que, alguns

funcionários se sentem inseguros com relação ao seu próprio desempenho.

Visto que a equipe CNA é formada principalmente por professores e o

treinamento para a secretária já foi realizado, foi sugerido à coordenação que se

encarregasse de planejar e conduzir dois processos de treinamento. Um voltado

para os professores de inglês e o outro para os professores de espanhol. O

conteúdo desse treinamento poderá ser composto por:

a) metodologia de ensino;

b) metodologia específica da CNA

c) relacionamento com os alunos;

d) dinâmica de sala;

e) instruções para avaliações orais, escritas e de escuta;

f) uso de planilhas de avaliação,frequência, aulas dadas e de notas;

g) arquivamentos de provas e planilhas de avaliação.

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Ainda é interessante que esse treinamento aborde algumas teorias

motivacionais, que impulsionem os professores a esforçarem-se mais nas aulas,

trazendo atividades diferentes que cativem os alunos.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Um dos objetivos deste estudo foi mostrar que são os clientes que detêm

o poder dentro das organizações. Baseando-se nisso, este trabalho buscou

conhecer os clientes da CNA, saber o quanto estão satisfeitos, buscando

melhorias e ações que promovam maior satisfação com a escola.

A partir da análise das respostas obtidas com o questionário aplicado aos

alunos, percebeu-se que eles não estão completamente satisfeitos com o

atendimento que lhes é prestado. Pensando nisso, desenvolveu-se um

treinamento para o secretário, agente este responsável por atender os clientes em

suas diversas necessidades. Além disso, ressalta-se a importância da unidade

estar atenta ao perfil do profissional que assumirá função de atendimento, bem

como definir quantos colaboradores deverão se dedicar ao atendimento já que, se

por um lado ela tem à disposição uma franqueadora que dá apoio neste processo,

por outro, ela é responsável pela manutenção do padrão de eficiência exigido pela

matriz e imposto para todas as unidades de franquia.

Além disso, a gerência da escola demonstrou grande satisfação com os

serviços prestados principalmente com o treinamento oferecido a secretária.

Ressalta-se que algumas das medidas sugeridas, como o treinamento para os

professores, estão sendo planejadas para serem implantadas em longo prazo,

enquanto as sugestões referente a melhoria da comunicação interna, neste caso,

a caixa de sugestões e as reuniões periódicas, já foram implantadas com grande

aceitação por parte da equipe.

Portanto, várias dificuldades vivenciadas pela escola CNA puderam ser

revistas com o desenvolvimento deste estudo. Ao colocar em prática as

sugestões e desenvolver o treinamento para os professores, os alunos se sentirão

mais satisfeitos ao perceberem o aumento da qualidade das aulas. Também

perceberão a melhora no atendimento, que poderá mais ágil e eficiente, uma vez

que um treinamento foi iniciado visando a aquisição de novas habilidades por

parte da secretária.

Em virtude disso, é provável que as taxas de evasão diminuam, mantendo

os alunos fiéis a escola. Além disso, por meio do treinamento e outros que

deverão acontecer, a secretária estará apta para atender com eficiência os alunos

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e aqueles em potencial. Portanto, pode-se dizer que foi dado à escola a

possibilidade de alcançar as expectativas dos clientes, sendo essa, a maior

estratégia que qualquer empresa pode adotar para se manter no mercado e

destacar-se da concorrência.

Mas, não foi apenas a escola CNA Palotina que se sentiu satisfeita com

os resultados alcançados com este trabalho. Para a acadêmica, a experiência

também foi satisfatória. Além do aprendizado pela aplicação da teoria estudada, o

contato com a empresa e a equipe CNA durante o período de estágio promoveu

uma preparação profissional que refletirá no desempenho de toda a carreira. A

abertura dada para promover mudanças em uma unidade de franquia, que

costuma seguir apenas os procedimentos impostos pela matriz, mostrou a

confiança que a acadêmica conquistou com o trabalho visto que ele começou com

uma proposta de apenas estudar o ambiente, o perfil dos alunos e identificar

possíveis falhas e, com o passar do tempo, foi crescendo e tomando proporções

maiores ao fornecer meios para a gerência melhorar seus procedimentos

internos.

De certa forma, a execução deste trabalho também mostra o quanto a

profissão de secretariado executivo cresceu e quebrou antigos paradigmas que

diziam que o secretário era o agente apenas responsável pelas funções de

assessoria. Este trabalho reafirma que o secretário executivo também possui

competência para assumir posições mais autônomas na hierarquia de uma

organização, como de direção e chefia.

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REFERÊNCIAS

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DO ATENDIMENTO AO

CLIENTE CNA.

DEFINIÇÃO DE PERFIL E AVALIAÇÃO DO ATENDIMENTO AO CLIENTE

1. Sexo:

( ) Masculino ( ) Feminino

2. Faixa etária:

( ) Até 15 anos ( ) 15 a 20 anos ( ) 21 a 30 anos

( ) 31 a 40 anos ( ) Mais de 41

3. Qual a frequência de visitas a escola:

( ) Só nas aulas ( ) Para estudos adicionais ( ) Para usar os

computadores ( ) Para utilizar os livros ( ) Outra:__________

4. Você considera o atendimento da CNA:

( ) Ótimo ( ) Muito Bom ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

4.1 Quando você solicita algo a secretária, ela responde através de um

atendimento:

( ) Ótimo ( ) Muito Bom ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

4.2 Quando você solicita algo aos professores, a maneira como eles

atende seus pedidos é:

( ) Ótima ( ) Muito Boa ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim

4.3 Quanto à cortesia e a educação dos funcionários (secretária,

professores, zeladora e direção):

( ) Ótima ( ) Muito Boa ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim

5. Como você classifica a qualidade dos serviços oferecidos:

5.1 Aulas:

( ) Ótima ( ) Muito Boa ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim

5.2 Material didático:

( ) Ótimo ( ) Muito Bom ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

5.3 Estrutura (sala de aulas e laboratório):

( ) Ótima ( ) Muito Boa ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim

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6. Qual sua reação ao se sentir negligenciado ou quando algo que foi

solicitado não é atendido:

( ) Reclama com a gerência

( ) Reclama com o professor

( ) Desiste do curso

( ) Troca de escola

( ) Não reage

7. Na sua opinião o que precisa ser melhorado nesta escola?

_________________________________________________________________

_______________________________________________________________

_______________________________________________________________

8. O que faria você trocar de escola?

( ) Metodologia não compatível com suas expectativas

( ) Insatisfação com os professores

( ) Insatisfação com a secretária

( ) Insatisfação com a gerência

( ) Insatisfação com os colegas de turma

( ) Preço menor da concorrência

( ) Dificuldades de aprendizado

( ) Conflito de horário

Outros:___________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_______________________________________________________________

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APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO DE SATISFAÇÃO DOS

COLABORADORES COM A ESCOLA CNA.

DEFINIÇÃO DO PERFIL E AVALIAÇÃO DOS COLABORADORES

1. Sexo:

( ) Masculino ( ) Feminino

2. Qual a sua idade:

( ) menor de 18 anos ( ) entre 18 e 24 anos ( ) entre 25 e 30 anos

( ) entre 31 e 40 anos ( ) maior de 41 anos

3. Qual seu nível de escolaridade:

( ) Ensino fundamental ( ) Ensino Médio incompleto

( ) Ensino Médio completo ( ) Superior incompleto ( ) Superior completo

( ) Especialista, mestre ou doutor.

4. Qual a sua opinião sobre a estrutura física da CNA:

( ) Ótima ( ) Muito Boa ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim

5. Você considera seu relacionamento com os colegas de trabalho como:

( ) Ótimo ( ) Muito Bom ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

6. Como você classifica seu relacionamento com a gerência:

( ) Ótimo ( ) Muito Bom ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

7. Como você classifica o seu desempenho:

( ) Ótimo ( ) Muito Bom ( ) Bom ( ) Regular ( ) Ruim

8. Suas idéias e sugestões são ouvidas pela gerência:

( ) Todas as vezes ( ) Na maioria das vezes ( ) Algumas vezes ( ) Poucas

vezes ( ) Nunca

9. Você obtém algum retorno sobre seu desempenho na empresa:

( ) Todas as vezes ( ) Na maioria das vezes ( ) Algumas vezes ( ) Poucas

vezes ( ) Nunca

10. Como você se sente em trabalhar aqui:

( ) Muito satisfeito ( ) Satisfeito ( ) Insatisfeito ( ) Muito insatisfeito

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11. A empresa oferece algum tipo de benefício:

( ) Sim ( ) Não

Se sim, quais?

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_______________________________________________________________

12. Você já participou de algum treinamento pela empresa:

( ) Sim ( ) Não

13. Você acredita que o treinamento pode melhorar seu desempenho:

( ) Concordo plenamente ( ) Concordo parcialmente ( ) Discordo

14. Em que tipo de treinamento você gostaria de participar?

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_________________________________________________________________

_______________________________________________________________

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APÊNDICE C – PLANEJAMENTO DO TREINAMENTO.

EMPRESA: CNA PALOTINA TREINAMENTO: QUALIDADE NO ATENDIMENTO AO ALUNO

OBJETIVO GERAL: PRESTAR MELHOR ATENIMENTO OS ALUNOS, VISANDO FIDELIZÁ-LOS.

C. HORÁRIA: 2 horas CARGA TOTAL: 10 horas PERÍODO: 12 a 16 de julho

Tópico Temática Método Recuros Data e Hora

Papéis a desempenhar

Construindo uma carreira Com quem todos odeiam slides data show 12 de julho

de sucesso trabalhar 19:00 - 21:00

Estabelecimento de metas

O que é vender?

Passos da Venda Primeira impressão slides data show 12 de julho

Etapas do atendimento 19:00 - 21:00

Quebra-gelo e Fechamentos

Histórico do Marketing

Marketing O que é Marketing slides data show 13 de julho

Marketing de Relacionamento 19:00 - 21:00

Percepção

Telemarketing Tipos de Telemarketing slides data show 13 de julho

Como responder ao telefone 19:00 - 21:00

Responsabilidades

Tarefas a serem executadas

Habilidades a serem desenvolvidas 14 de julho

Perfil do Divulgador Posturas e Atitudes slides data show 19:00 - 21:00

Recomendações de roupas,

acessórios,cabelos, unhas,

uso de celulares e MSN

Conhecendo o cliente

Deixando o cliente falar

Objeções e Facilitando a comunicação 15 de julho

Fechamentos Afinidades para quebrar barreiras slides data show 19:00 - 21:00

Empatia e espelhamento

Respondendo a hostilidades

Refutando objeções

O que é o pós-vendas?

Aprendendo com o cliente

Pós-Vendas Lidando com reclamações slides data show 16 de julho

Usando o telefone 19:00 - 21:00

Ouvindo sugestões

Estreitando relações

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104

APÊNDICE D – SUGESTÃO DE CRONOGRAMA DE ATIVIDADES PARA A

ESCOLA.

HORA SEG TER QUA QUI SEX

8:00 – 10:00 X x Leitura Tarefas X

10:00 – 12:00 X x Leitura Tarefas X

13:30 – 15:30 Conversação

Básico

Música

Básico

Leitura Tarefas X

15:30 – 17:30 Conversação

Intermediário

Música

Intermediário

Leitura Tarefas Filme Inglês ou

Espanhol

19:00 – 21:00 Conversação

Avançado

Música

Avançado

Leitura Tarefas Filme Inglês ou

Espanhol

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105

ANEXO

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ANEXO 1 – AMOSTRA DE SLIDES UTILIZADOS NO TREINAMENTO.

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