UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ PRÓ-REITORIA DE … · ambiente natural / Míriam Luzia Nogueira...

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA FACULDADE DE VETERINÁRIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS MÍRIAM LUZIA NOGUEIRA MARTINS DE SOUSA CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DE GÔNADAS DE MACHOS DO ROBALO, CENTROPOMUS UNDECIMALIS (BLOCK, 1790) ORIUNDOS DE CULTIVO E DE AMBIENTE NATURAL FORTALEZA 2011

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

FACULDADE DE VETERINÁRIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS VETERINÁRIAS

MÍRIAM LUZIA NOGUEIRA MARTINS DE SOUSA

CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DE GÔNADAS DE MACHOS

DO ROBALO, CENTROPOMUS UNDECIMALIS (BLOCK, 1790)

ORIUNDOS DE CULTIVO E DE AMBIENTE NATURAL

FORTALEZA

2011

MÍRIAM LUZIA NOGUEIRA MARTINS DE SOUSA

CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DE GÔNADAS DE MACHOS

DO ROBALO, CENTROPOMUS UNDECIMALIS (BLOCK, 1790)

ORIUNDOS DE CULTIVO E DE AMBIENTE NATURAL

FORTALEZA

2011

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Ciências Veterinárias da Faculdade

de Veterinária da Universidade Estadual do Ceará,

como requisito parcial para a obtenção do grau de

Mestre em Ciências Veterinárias.

Área de Concentração: Reprodução e Sanidade

Animal

Linha de Pesquisa: Reprodução e sanidade de

carnívoros, onívoros, herbívoros e aves.

Orientadora: Profa. Dra. Célia Maria de Souza

Sampaio

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Estadual do Ceará

Biblioteca Central Prof. Antônio Martins Filho

S725c Sousa, Míriam Luzia Nogueira Martins de Caracterização morfológica de gônadas de machos do robalo,

centropomus undecimalis (BLOCK, 1970) oriundos de cultivo e de ambiente natural / Míriam Luzia Nogueira Martins de Sousa. – 2011.

56 f. : il. color., enc. ; 30 cm. Dissertação (Mestrado) – Universidade Estadual do Ceará,

Faculdade de Ciências Veterinárias, Curso de Mestrado Acadêmico em Ciências Veterinárias, Fortaleza, 2011.

Área de Concentração: Reprodução e Sanidade animal. Orientação: Profª. Drª. Célia Maria de Souza Sampaio. Co-orientação: Prof. Dr. Aldeney Andrade Soares Filho. 1. Peixes. 2. Morfologia testicular.3. Peixe marinho. I. Título.

CDD: 636.089

MÍRIAM LUZIA NOGUERIA MARTINS DE SOUSA

CARACTERIZAÇÃO MORFOLÓGICA DE GÔNADAS DE MACHOS DO

ROBALO, CENTROPOMUS UNDECIMALIS (BLOCK, 1790) ORIUNDOS

DE CULTIVO E DE AMBIENTE NATURAL

Aprovada em: _____/_____/_____.

BANCA EXAMINADORA:

_________________________________

Profa. Dr

a. Célia Maria de Souza Sampaio

Universidade Estadual do Ceará

Orientadora

_________________________________

Prof. Dr. Aldeney Andrade Soares Filho

Universidade Estadual do Ceará

Coorientador

_______________________________________

Profa. Dr

a. Carminda Sandra Brito Salmito-Vanderley

Universidade Estadual do Ceará Examinadora

_______________________________________ Prof

a . Dr

a. Janaína Serra Azul Monteiro Evangelista

Universidade Estadual do Ceará

Examinadora

Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em

Ciências Veterinárias da Faculdade de Veterinária a Universidade

Estadual do Ceará, como requisito parcial para a obtenção do grau

de Mestre em Ciências Veterinárias.

À minha família.

AGRADECIMENTOS

Ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias, da Faculdade de Veterinária, da

Universidade Estadual do Ceará.

À Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico – FUNCAP

pelo apoio financeiro.

Ao Laboratório de Carcinicultura (LACAR), da Universidade Estadual do Ceará.

Ao Laboratório de Cultura de Tecidos (LABICULT), da Universidade Estadual do Ceará.

Ao Núcleo Integrado em Biotecnologia (NIB), da Universidade Estadual do Ceará.

À Professora Célia Maria de Souza Sampaio pela atenção, paciência, confiança, apóio e

orientação.

Ao Prof. Aldeney Andrade Soares Filho pela amizade, incentivo, sugestões e brilhante co-

orientação durante a realização de diversas pesquisas.

À Profa. Carminda Sandra Brito Salmito-Vanderley pelos contatos, oportunidades e pela

orientação, desde a graduação, sendo ela uma das responsáveis pela descoberta da minha

vocação.

À Profa. Janaína Serra Azul Monteiro Evangelista pela ajuda na obtenção das fotografias e

pelas dúvidas tiradas ao longo da pesquisa.

À Profa. Vânia Marilande Ceccatto por ter disponibilizado o seu laboratório para

experimentos.

À Manoel Paiva de Araújo Neto, pela paciência, pelo companheirismo, pelos conselhos, tão

importantes, por sua ajuda na pesquisa, de forma direta e indireta, pelo carinho, pela amizade,

todo meu amor e carinho.

À Caroline Costa Lucas, Arthur Vinicius Lourenço Ferreira, Wallace Teixeira de Cruz, Luana

Rolim Melo, Francisco Rafael Marciano Fonseca, Maria da Conceição de Souza, Ronaldo

Costa Souza, Elieta Alves Ramos, Janaina Andrade dos Santos, Thiago Martins de Sousa e a

Nathalie Ommunden Pessoa pela ajuda, força, discussões e risadas ao desenvolvimento da

pesquisa.

À Patrick Simão Carlos pela valiosa ajuda e ensinamentos sobre o mundo da histologia.

A Deus, por ter me iluminado, ter dado força, paciência, perseverança e motivação para esse

novo caminho que tanto me encantou e que me realiza.

RESUMO

Apesar de contar com mais de quatro mil anos presente na história da humanidade, a

piscicultura vive um momento de expansão, sendo esta apontada como uma das soluções para

o processo de estagnação que a pesca extrativista vem sofrendo nas duas últimas décadas. Um

dos ramos desta atividade é a piscicultura marinha, que consiste no cultivo racional de peixes

que ocorrem no mar e/ou em águas salobras. Dentre os peixes marinhos com perfil mais

adequado para cultivo no Brasil encontra-se o robalo ou camorim, que está presente na costa

brasileira, de norte a sul. Na região nordeste, existe uma produção tradicional de uma destas

espécies, Centropomus undecimalis, baseada no recrutamento de indivíduos jovens para

engorda em viveiros estuarinos naturais. Porém não há na literatura um estudo que

correlacione à espermatogênese em animais de cativeiro e de ambiente natural, na espécie em

estudo. O presente estudo teve como objetivo analisar as características histológicas da

gônada masculina de C. undecimailis, em ambiente natural comparando com a gônada de

animais oriundos de cultivo, caracterizando os estágios de maturação gonadal e verificando as

diferenças entre as células da linhagem espermática. Para tanto foram usados 45 animais

divididos em três grupos, sendo esses 30 animais de cativeiro, 15 não hipofisados e 15

hipofisados, e 15 de ambiente natural. Segmentos das porções proximal, mediana e distal do

órgão foram colhidos, fixadas e preparadas histologicamente, sendo as amostras analisadas à

microscopia de luz. Para análise dos dados foi utilizado à correlação e regressão, com

intervalo de confiança de 95%. Macroscopicamente as gônadas são estruturas pares,

alongadas, apresentando os lóbulos semelhantes em tamanho e situadas dorsalmente na

cavidade corporal. A estrutura do testículo é lobular. As análises mostraram que todos os

grupos de estudo apresentaram os cinco tipos celulares característicos da espermatogênese.

Adicionalmente, foi possível classificar as amostras em fase de esvaziado, fase final de

maturação e imaturo para animais de ambiente natural, fase final de maturação para os

hipofisados e esvaziado, para os não hipofisados. Não houve diferenças nas características

macro e microscópicas, entre os grupos analisados, o que leva a conclusão que não existem

diferenças entre os achados em testículos de C. undecimalis oriundos de cativeiro e de

ambiente natural.

Palavras-chaves: Peixes. Morfologia Testicular. Peixe Marinho.

ABSTRACT

Despite having more than four thousand years present in the history of mankind, the fish

farming is experiencing a period of expansion, which is considered one of the solutions to the

process of stagnation that has suffered extractive fishing in the last two decades. One branch

of this activity is marine fish farming, which is the rational cultivation of fish that occur at sea

and / or brackish water. Among marine fish profile with more suitable profile for cultivation

in Brazil is the bass or Camorim, which is present in the Brazilian coast, from north to south.

In the Northeast, there's a traditional production of one of these species, Centropomus

undecimalis, based on recruitment of young individuals to growth in natural estuarine ponds.

But there is no study in the literature that correlates with spermatogenesis in captive and wild

animals,in the species studied. This study aimed to analyze the histologic features of the male

gonad of C. undecimailis in the natural environment compared to the gonads of animals from

farming, characterizing the stages of gonadal maturation and verifying the differences

between the sperm cell line. Therefore, were used 45 animals divided into three groups, being

30 animals of captivity, 15 nonhipophysed and 15 hipophysed, and 15 animals of natural

environment. Segments of proximal, middle and distal of gonad were collected, fixed and

prepared histologically, and the samples analyzed by light microscopy. For data analysis was

used for correlation and regression, with a confidence interval of 95%. Macroscopically the

gonads are structures pairs, elongated, with lobes similar in size and located dorsally in the

body cavity. The structure of the testis is lobular. The analysis showed that all study groups

presented the five cell types characteristic of spermatogenesis. Additionally, it was possible to

classify the samples in phase of emptied, the final stage of maturation and immature for

animals of the natural environment, the final stage of maturation for the hipophysed and

emptied, for nonhipophysed. There were no differences in macro and microscopic

characteristics, between the groups, which leads to the conclusion that there are no differences

between the findings in the testes of C. undecimalis from captivity and natural environment.

Keywords: Fish.Testicular Morphology. Marine Fish.

LISTA DE FIGURA

Figura 1- A. Relação comprimento e peso total para machos de robalo, C. undecimalis,

oriundos de cativeiro, sem hipofização. B. Relação comprimento e peso total, oriundos de

cativeiro, que foram hipofizados...............................................................................................36

Figura 2 - Relação comprimento e peso total, para machos de robalo, C. undecimalis,

oriundos de ambiente natural....................................................................................................37

Figura 3 - Caracterização macroscópica dos testículos de C. undecimalis. A. Gônada de

animais provenientes de cativeiro. B. Gônada em estádio de maturação final de animais

provenientes de ambiente natural. C. Gônada em estádio imaturo de animais provenientes de

ambiente natural........................................................................................................................38

Figura 4 – Fotomicrografia do testículo de C. undecimalis. T- túnica albugínica; L- túbulo

seminífero; SE- espermátides; SP- espermatozóides. 40X/H-E...............................................39

Figura 5 - Fotomicrografia de testículo de C. undecimalismostrando células germinativas em

diferentes fases de desenvolvimento. 40X/H-E. Espermatócitos (CY), espermátide (ST),

espermatozóide (SP).................................................................................................................40

Figura 6 – Fotomicrograifa de testículo de C. undecimalisna fase de esvaziado,mostrando

células germinativas em diferentes fases de desenvolvimento. 40X/H-E. Espermatogônias

(SCG), espermatozóide (SP).....................................................................................................41

Figura 7. Fotomicrografia de testículo de C. undecimalisem fase final de maturaçãomostrando

células germinativas em diferentes fases de desenvolvimento. 40X/H-E. Espermatozóides

(SP), Espermatócitos (CY)........................................................................................................42

Figura 8 - Fotomicrografia de testículo de C. undecimalis em fase imatura mostrando células

germinativas em diferentes fases de desenvolvimento. 40X/H-E. Espermatogônias (SG),

epitélio contínuo (CGE), ductos (D) e capilar(C).....................................................................43

Figura 9 - Fotomicrografia de testículo de C. undecimalis em fase de maturação final

mostrando células germinativas em diferentes fases de desenvolvimento. 40X/ H-E.

Espermatogônias (Sptg), espermatócito (CY), espermátide (Sptd), espermatozóide

(SP)............................................................................................................................................44

Figura 10 – Fotomicrografia de testículo de C. undecimalis, oriundo de ambiente natural, em

fase de esvaziado. 40X/H-E. Ductos (D) e presença de poucos espermatozóides (SP)............45

LISTA DE TABELA

Tabela 1 – Coeficientes de regressão e determinação entre o comprimento e o peso total, para

robalos, C. undecimalis, provenientes de cativeiro e ambiente natural....................................27

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

C - Capilar

CEAC - Centro de Estudos em Aquicultura Costeira

CGE - Epitélio contínuo

C. Y - Espermatócitos

CY I - Espermatócitos primário

CYII - Espermatócitos secundários

D - Ductos

H.E - Hematoxilina-eosina

IG – Índice gonadossomático

L- Túbulo seminífero

LABOMAR- Instituto de Ciências do Mar

Lg - Comprimento

UFC - Universidade Federal do Ceará

UECE – Universidade Estadual do Ceará

SG - Espermatogônias

ST - Espermátides

SP - Espermatozóides

SGE - spermatogônias

SCG - Grupo de espermatogônias

T- Túnica albugínica

Wg - Peso

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 13

2.1 Robalo ............................................................................................................................ 15

2.1.1 Classificação Taxonômica do robalo, C. undecimalis ............................................. 15

2.1.2 Generalidades sobre a família Centropomidae e a espécie C. undecimalis ............. 15

2.2 Cultivo de robalo .......................................................................................................... 16

2.3 Reprodução do gênero Centropomus .......................................................................... 17

2.3.1 Morfologia das gônadas ........................................................................................... 17

2.3.2 Gametogênese e espermiogênese ............................................................................. 18

2.3.3 Estágios de desenvolvimento gonadal...................................................................... 19

3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................ 21

4 HIPÓTESE CIENTÍFICA .................................................................................................. 22

5 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 23

5.1 Objetivo Geral .............................................................................................................. 23

5.2 Objetivos Específicos .................................................................................................... 23

6 CAPÍTULO 1 ....................................................................................................................... 24

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 48

8 PERSPECTIVAS ................................................................................................................. 49

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 50

INTRODUÇÃO

Apesar de contar com mais de quatro mil anos presente na história da

humanidade, a piscicultura vive um momento de expansão. A atividade é apontada

como uma das soluções para o processo de estagnação que a pesca extrativista vem

sofrendo nas duas últimas décadas, por ser capaz de contrabalançar o desequilíbrio

causado pela diminuição dos estoques naturais e aumentar a oferta de produtos de

excelente qualidade (ANDRADE; YAUSI, 2003; FAO, 2008).

Um dos ramos desta atividade é a piscicultura marinha, que consiste no cultivo

racional de peixes que ocorrem no mar e/ou em águas salobras. Existe relato de ações

nesse sentido há mais de 1400 anos, mas somente na década de 1960 iniciou-se o

desenvolvimento de técnicas de alimentação e manejo sistematizado desde a fase larval,

permitindo a produção em larga escala (POLI; ARANA, 2004) com destaque para

algumas espécies de salmão, pargo, robalo, linguado e garoupas, além de algumas

espécies de peixes ornamentais e a iniciativa para criação de tilápias em meios com alta

salinidade (BRASIL REEF, 2010; KUBITZA, 2005).

Dentre os peixes marinhos com perfil mais adequado para cultivo no Brasil

encontra-se o robalo. Na costa brasileira são encontradas quatro espécies (Centropomus

undecimalis, C. parallelus, C. pectinatus e C. ensiferus) que estão distribuídas desde o

Norte até o Sul do país (CERQUEIRA, 2002; PATRONA, 1984). No Nordeste existe

uma produção tradicional de C. undecimalis, baseada no recrutamento de indivíduos

jovens para engorda em viveiros estuarinos naturais (MAIA; ROCHA; OKADA, 1978;

SILVA, 1976).

O estudo da biologia reprodutiva de uma espécie proporciona uma análise mais

segura sobre o potencial pesqueiro do ambiente, embora seja necessário o conhecimento

de vários fatores que influenciam seu comportamento. Segundo Isaac-Nahum e

Vazzoler (1987), a morfologia dos aparelhos reprodutores de macho e de fêmea,

objetivando a correta identificação dos diferentes estádios de maturação gonadal e,

consequentemente, a época do pico de desova e o comprimento mínimo de primeira

maturação sexual são exemplos, dentre outros, de variáveis fundamentais na abordagem

científica acerca de uma população de peixes.

Nos peixes, a dinâmica do processo reprodutivo e a viabilidade da prole refletem

diretamente, ainda que não de maneira única, o funcionamento das suas gônadas

(CHAVES; VAZZOLER, 1984).

Takashima e Hibiya (1995) ressaltam a importância dos estudos histológicos

relacionados com o modo da organização celular e, mais especificamente, da estrutura e

ultraestrutura das gônadas de teleósteos, com vistas ao conhecimento dos hábitos

reprodutivos das espécies de peixes.

Considerando que os peixes constituem o grupo mais diversificado e numeroso

de vertebrados, existem poucos relatos na literatura a respeito da duração dos eventos

espermatogênicos nestes. No entanto, pode ser evidenciado que de maneira geral a

duração da espermatogênese em peixes é bem mais rápida do que o observado para

mamíferos (BILLARD, 1968; BILLARD, 1990; DE FELICE; RASCH, 1969; EGAMI;

HYODO-TAGUCHI, 1967; VILELA et al., 2003), sendo que o conhecimento sobre a

espermatogênese em peixes, porém, é limitado a algumas espécies utilizadas em

pesquisa básica e/ou na aquicultura e na biotecnologia, como o peixe-gato, bacalhau,

enguia, salmão, tilápia, truta e o peixe-zebra.

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Robalo

2.1.1 Classificação Taxonômica do robalo, C. undecimalis

Filo Chordata

Subfilo Vertebrata

Classe Osteichthyes

Sub-classe Actinopterygii

Ordem Perciformes

Subordem Percoidei

Família Centropomidae

Gênero Centropomus

Espécie C. undecimalis (Bloch, 1790)

(Greenwood, 1976; Rivas, 1986)

2.1.2 Generalidades sobre a família Centropomidae e a espécie C. undecimalis

A família Centropomidae possui espécies de grande valor comercial em águas

tropicais e subtropicais costeira, estuarina, lagunar e até doce. Nas Américas, a

subfamília Centropominae é representada por doze espécies do gênero Centropomus,

popularmente conhecido como robalo ou camorim, das quais seis estão distribuídas na

costa atlântico-americana (C. undecimalis, C. parallelus, C. mexicanus, C. ensiferus, C.

pectinatus e C. poeyi) (RIVAS, 1986).

Esta distribuição coincide, aproximadamente, com a dos ecossistemas de

manguezal, seu principal hábitat (GILMORE et al., 1983). As espécies são simpátricas,

podendo ocorrer em proporções variáveis (RIVAS, 1962). O limite sul de distribuição

dos Centropomus é o litoral sul do Brasil, sendo registrada a ocorrência de apenas duas

espécies nesta região, C. undecimalis e C. parallelus (FIGUEIREDO; MENESES,

1980).

Por serem espécies costeiras são capturadas desde a barra dos rios até vários

quilômetros acima da foz, principalmente na época da desova. Os indivíduos preferem

águas calmas, barrentas e sombreadas, e ficam próximos ao fundo, alimentam-se de

pequenos peixes e crustáceos (principalmente camarões e caranguejos). São muito

apreciados pelo público consumidor de pescado por causa da excelente qualidade de sua

carne, e também por pescadores esportivos porque proporcionam uma luta espetacular

ao serem fisgados, principalmente os exemplares de grande porte (CERQUEIRA,

2002).

2.2 Cultivo de robalo

O Brasil e o México são os maiores produtores de robalo, representando mais de

70% das capturas mundiais. No Brasil, esta produção provém essencialmente da pesca

artesanal, e os números se mantiveram relativamente estáveis entre 1990 e 1999,

atingindo cerca de 3.000 t em 2001 (CERQUEIRA, 2002).

Em cultivos brasileiros comumente é adotado o sistema de policultivo com

outras espécies das famílias Mugilidae e Gerreidae, e os robalos mostram-se capazes de

adaptar-se e crescer normalmente em viveiros de água doce. Devido a essa condição de

tolerância a uma ampla faixa de salinidade lhes é conferida a qualidade de controladores

da superpopulação da tilápia do Nilo em viveiros de cultivo ( SILVA; PEREIRA, 1994).

A capacidade dos centropomídeos, particularmente C. undecimalis, de tolerar

amplas variações de salinidade evidencia seu perfil eurihalino. Durante estações de

verão em Pernambuco, foi observado que robalos toleram salinidades de até 54‰ em

viveiros estuarinos com pouca renovação de água, sem problemas aparentes (GOMES,

1995)

Mota Alves (1981) constatou diferenças significativas nas concentrações de sais

no sangue de C.undecimalis, após submeter os indivíduos a choques salínicos,

enquadrando-o como representante típico das espécies osmoconformistas.

Silva (1991), a partir da histologia dos rins de robalos adaptados à água doce,

verificou a presença de grande número de glomérulos, septados e tecidos linfáticos, o

que contribui para sua grande capacidade osmorregulatória, posteriormente confirmada

por Lins (1995), mediante o estudo da concentração osmótica dos fluidos corpóreos.

Gomes (1995) ao comparar as taxas metabólicas entre grupos de robalo-flecha

submetidos a ambientes de água doce e de água salobra, não constatou diferença

significativa entre seus valores.

Os robalos são espécies estenotérmicas, portanto com baixa tolerância a

temperaturas inferiores a 14º C, quando deixam de se alimentar (CERQUEIRA, 2002).

2.3 Reprodução do gênero Centropomus

Uma característica sexual notável entre robalos é o fato de consistirem em

espécies protândricas hermafroditas, que maturam primeiramente como machos e

posteriormente, mudam de sexo e permanecem, em sua maioria, como fêmeas pelo resto

de suas vidas. Todas as fêmeas de C. undecimalis tornam-se sexualmente maduras com

três anos de idade.

Gilmore et al. (1983) reforçam a idéia de que o estuário é o principal habitat dos

robalos, ressaltando que as espécies no ambiente marinho não são encontradas em

profundidades maiores do que 20 metros. Sua ocorrência predominante no ambiente

estuarino é também destacada por Tucker Jr. e Campbell (1988), tratando-se, portanto

de espécies costeiras que passam a maior parte de sua vida nos estuários e rios

tributários de água doce (especialmente os juvenis), migrando para as enseadas e zona

marinha para desovar (MARSHALL, 1958; VOLPE, 1959).

Segundo Peters et al. (1998), os juvenis de C.undecimalis apresentam um estádio

preliminar pelágico, cuja duração é bastante variável e depende de fatores como

disponibilidade de alimento e pressão predatória, seguido de um estágio demersal mais

longo.

O período reprodutivo de C.undecimalis se distribui ao longo dos meses de abril

a dezembro na costa da Flórida, concentrando-se por, pelo menos, sete meses: na costa

do Golfo, de abril a setembro e na costa atlântica, de abril a outubro (TAYLOR et al.,

1998).

Outros autores, também estudando o período reprodutivo, determinaram os

seguintes meses. Marshall (1958) determinou o período de maio-novembro, com pico

da atividade em maio-junho. Já Volpe (1959) determinou que esse período fosse de

junho e julho; Fore, Schmidt (1973), em maio-novembro; Gilmore et al. (1983) em

abril-dezembro, com a sugestão de desova parcelada, com dois picos, em junho-julho e

agosto-outubro; Tucker JR.; Campbell (1988) de maio-outubro; e McMichael et al

(1989) de abril-dezembro. Estas variações temporais devem ser esperadas porque

parâmetros físicos, como a temperatura, que parece determinar a desova, variam entre

diferentes áreas (BYE, 1984).

2.3.1 Morfologia das gônadas

As gônadas são estruturas pares, alongadas, apresentando lóbulos semelhantes

em tamanho e estão situadas dorsalmente na cavidade corporal, relacionadas látero-

ventralmente com a bexiga natatória. São separadas entre si, fusionando-se em sua parte

caudal, nas proximidades do poro genital. Externamente as gônadas são revestidas pelo

peritônio visceral – túnica albugínea, e ligadas ao dorso da cavidade. Conforme o

estádio de maturação das gônadas há variação de volume, forma e cor (VIEIRA, 2002).

Baseados nestes critérios, a escala microscópica de maturidade foi dividida em

cinco estádios, utilizando as escalas de classificação estabelecidas para outras espécies

(VIEIRA, 2002).

2.3.2 Gametogênese e espermiogênese

De acordo com a nomenclatura estabelecida por Yamamoto (1956) e modificada

por West (1990) para a gametogênese, foi possível identificar os seguintes tipos

celulares em testículos de C. undecimalis, segundo Mendonça (2004):

i. Os testículos estão organizados em lóbulos direcionados para o lúmen

central da gônada. Cada lóbulo contém inúmeros túbulos seminíferos

irregularmente dispostos, e formam uma cadeia que converge para o

ducto deferente ao nível de parede gonadal;

ii. As células espermatogênicas ocorrem em diferentes estádios da

espermatogênese (espermatogônias, espermatócitos, espermátides). Elas

formam cistos os lóbulos seminíferos, os espermatozóides encontram-se

livres no lúmen dos lóbulos. Cada cisto é rodeado por uma fina camada

de tecido conjuntivo;

iii. As espermatogônias (sptg) se localizam na periferia dos túbulos

seminíferos, em cistos agrupados ou isolados, misturados com o tecido

intersticial. Possui forma esférica; com contorno irregular e citoplasma

pouco basófilo, com núcleo central com 1 a 2 nucléolo;

iv. Os espermatócitos primários e secundários (spt1, spt2) agrupam-se em

cistos interligados e ambos possuem características semelhantes: os spt1

possuem forma esférica e o citoplasma acidófilo; o núcleo é fortemente

basófilo, sem nucléolo aparente. Já o spt2 apresenta forma oval, com o

núcleo em forma ovóide e ocupa quase toda a célula;

v. As espermátides (spdt) localizam-se nas porções mais centrais do órgão,

próximas ao lúmen da gônada, são células pequenas, esféricas, cromatina

nuclear condensada;

vi. Por fim, os espermatozóides (sptz) estão localizados no lúmen dos

túbulos seminíferos; são células muito pequenas, de cabeça oval, de

cromatina nuclear condensada.

2.3.3 Estágios de desenvolvimento gonadal.

Foram identificados cinco estádios gonadais para os machos e uma fase de

transição sexual (inter-sexos) em ambiente hipersalino no nordeste do Brasil

(Galinhos/RN), segundo Mendonça (2004):

1. Imaturos

2. Maturação inicial

3. Maturação final

4. Maduro

5. Esvaziado

Já a fase de transição sexual é caracterizada por apresentar tecido ovariano em

desenvolvimento e tecido espermatogênico em degeneração, segundo Mendonça (2004).

Grier e Taylor (1998) usando o índice gonadossomático (IG) e alterações

histológicas que ocorrem no testículo do robalo, C. undecimalis, provenientes de Tampa

Bay Flórida, chegaram a definir cinco estádios de maturação, em um ciclo reprodutivo

anual:

i. Testículo em regressão, ocorrendo de outubro a fevereiro e sendo

representada pela presença de espermatogônias e espermatócitos

primários e secundários.

ii. Começo da época de maturação, que ocorre de fevereiro a junho e é

representada pela presença de espermatócitos nas extremidades dos

túbulos, dando início ao processo de espermiogênese. Começo do

aumento do volume testicular.

iii. Época média de maturação vai de abril a agosto e é representada pelo

esgotamento dos espermatócitos primários e secundários, aparecendo

muitas espermátides e começo do processo de espermiação, com

posterior aparecimento de espermatozóides maduros.

iv. Época de maturação final vai de maio a outubro e é representada por total

desaparecimento dos espermatócitos (CYI e CYII), presença reduzida de

espermátides e túbulos seminiferos cheios de espermatozóides, até as

partes mais proximais, antes ocupadas por células mais imaturas. Aqui o

volume testicular chega ao máximo.

v. Esvaziado, que ocorre de agosto a dezembro e é representado pela

diminuição do volume testicular, começo de uma nova onda

espermatogênica, com aparecimento da maturação de espermatogônias.

Pode ainda ser encontrada presença de espermatozóides, que se

encontram apenas bem no centro do túbulo seminífero. Presença de

macrófagos, indicando que as células de Sertoli estão começando o

processo de renovação para um novo ciclo espermático.

3 JUSTIFICATIVA

Os estudos de reprodução de peixes normalmente fazem-se necessário o

conhecimento das fases de desenvolvimento gonadal da espécie, sendo baseado em

inspeção visual da aparência externa da gônada. Uma análise mais detalhada e precisa

requer a utilização de métodos histológicos, que fornecerão informações sobre as

modificações celulares de cada espécie.

Porém, não há na literatura um estudo que correlacione à espermatogênese em

animais de cativeiro e de ambiente natural, na espécie em estudo, o que suscita a

necessidade de saber se esses peixes podem ser cultivados e se esse processo de

confinamento, não interfere no desenvolvimento gonadal.

4 HIPÓTESE CIENTÍFICA

Existe diferença entre as gônadas masculinas do robalo, Centropomus

undecimallis proveniente de cativeiro e de ambiente natural.

5 OBJETIVOS

5.1 Objetivo Geral

Analisar as características histológicas da gônada masculina de Centropomus

undecimallis, em ambiente natural comparando com a gônada de animais em cativeiro.

5.2 Objetivos Específicos

• Caracterizar os estágios de maturação sexual;

• Verificar se existe diferença entre as células da linhagem espermática

encontradas entre os exemplares de cativeiro com e sem induções hormonais e

exemplares de ambiente natural.

6 CAPÍTULO 1

Histologia de testículos de Centropomus undecimalis oriundos de cativeiro e de

ambiente natural

Testicular histology of Centropomus undecimalis from captivity and natural

environment

Periódico: Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia

Submetido: 17 de outubro de 2011

Arquivo brasileiro de medicina veterinário e zoootecnia

Histologia de testículos de Centropomus undecimalis oriundos de cativeiro e

de ambiente natural

Autores: MÍRIAM LUZIA NOGUEIRA MARTINS DE SOUSA1,2

, ALDENEY

ANDRADE SOARES FILHO2, MANOEL PAIVA DE ARAÚJO NETO

1,2,

CARMINDA SANDRA BRITO SALMITO-VANDERLEY 3; JOSÉ RENATO DE

OLIVEIRA CÉSAR4 ; CÉLIA MARIA DE SOUZA SAMPAIO

1,2*

1 – Faculdade de Medicina Veterinária, programa de pós-graduação em Ciências

Veterinárias, Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, Ceará, Basil

2 - Laboratório de Carcinicultura da Universidade Estadual do Ceará

3 - Núcleo Integrado em Biotecnologia da Universidade Estadual do Ceará

4- Departamento de Engenharia de pesca, Universidade Federal do Ceará

Autor para correspondência: C.M.S.Sampaio

RESUMO

O objetivo deste trabalho foi analisar as características histológicas da gônada

masculina de C. undecimallis, provenientes de cativeiro e de ambiente natural. Foram

usados 45 animais divididos em três grupos, sendo esses 30 animais de cativeiro, 15 não

hipofisados e 15 hipofisados, e 15 de ambiente natural. Segmentos das porções

proximal, mediana e distal do órgão foram colhidos, fixadas e preparadas

histologicamente, sendo as amostras analisadas à microscopia de luz.

Macroscopicamente as gônadas são estruturas pares, alongadas, apresentando os lóbulos

semelhantes em tamanho e situadas dorsalmente na cavidade corporal. A estrutura do

testículo é lobular. As análises mostraram que todos os grupos de estudo apresentaram

os cinco tipos celulares característicos da espermatogênese, sendo possível classificar

em: fase de esvaziado, fase final de maturação, imaturo, fase final de maturação e

esvaziado para respectivamente, animais hipofisados, não hipofisados e de ambiente

natural. Não houve diferenças nas características macro e microscópicas, entre os

grupos analisados, o que nos leva a conclusão que não existem diferenças entre os

achados em testículos de C. undecimalis oriundos de cativeiro e de ambiente natural e

que para essa espécie a utilização de extrato bruto de hipófise de carpa, na dose utilizada

neste experimento, provavelmente não influencia na espermatogênese.

Palavras-chaves: Peixes. Robalo. Morfologia testicular.

Abstract

The objective of this study was to analyze the histological features of male gonad of C.

undecimallis, from captivity and natural environment. Therefore, were used 45 animals

divided into three groups, being 30 animals of captivity, 15 nonhipophysed and 15

hipophysed, and 15 animals of natural environment. Segments of proximal, middle and

distal of gonad were collected, fixed and prepared histologically, and the samples

analyzed by light microscopy. Macroscopically the gonads are structures pairs,

elongated, with lobes similar in size and located dorsally in the body cavity. The

structure of the testis is lobular. The analysis showed that all study groups presented the

five cell types characteristic of spermatogenesisIt is possible to classify in: emptied

phase, final phase of maturation, immature, final stage of maturation and emptied,

respectively, for hipophysed, nonhipophysed and wild animals, respectively. There

were no differences in macro-and microscopic characteristics, between the groups,

which leads us to the conclusion that there are no differences between the findings in

the testes of C. undecimalis from captivity and natural environment for this species and

that the use of crude extract of carp pituitary, in the dosage used in this experiment,

probably does not affect sperm production.

Keywords: Fish. Common Snook. Testicular Morphology.

INTRODUÇÃO

A Aquicultura é atividade zootécnica que visa à produção de organismos

aquáticos. Dividida em vários segmentos, dentre os quais se destaca a piscicultura, que

na última década teve uma grande expansão (FAO, 2008).

Embora o cultivo de espécies marinhas seja incipiente no Brasil, uma das

espécies mais promissora é o robalo ou camurin, sendo encontradas na costa brasileira

quatro espécies (Centropomus undecimalis, C. parallelus, C. pectinatus e C. ensiferus)

que ocorrem desde litoral Norte até o Sul do país (CERQUEIRA, 2002).

No Nordeste existe uma produção tradicional de C. undecimalis, baseada no

recrutamento de indivíduos jovens para engorda em viveiros estuarinos naturais

(OKADA, 1980). Esta espécie é considerada um importante recurso pesqueiro e uma

das principais fontes de renda de diversas colônias de pescadores da região Nordeste, e

de enorme interesse para a pesca esportiva. No entanto, o cultivo desta espécie em

cativeiro carece de estudos da biologia reprodutiva, a fim de proporcionar uma análise

mais segura sobre seu potencial produtivo, aliado aos aspectos que influenciam seu

comportamento.

Nos peixes, a dinâmica do processo reprodutivo e a viabilidade da prole refletem

diretamente, ainda que não de maneira única, o funcionamento das suas gônadas

(CHAVES; VAZZOLER, 1984).

Segundo Isaac-Nahum e Vazzoler (1987), a análise histológica dos aparelhos

reprodutores de macho e de fêmea visa identificar os diferentes estádios de maturação

gonadal e, consequentemente, a época do pico de desova e o comprimento mínimo de

primeira maturação sexual, variáveis fundamentais na abordagem científica acerca de

uma população de peixes.

No entanto, uma abordagem sobre o processo de espermatogênese dos robalos é

primordial, pois existem evidências histológicas que indivíduos dessa espécie são

hermafroditos protândricos, ou seja, inicialmente são machos e após a primeira

maturação se tornam fêmea (TAYLOR, et al., 2000). O hermafroditismo sequencial

protândrico tem sido extensivamente discutido e parece estar associado ao aumento do

sucesso reprodutivo e das chances de sobrevivência em um dos sexos, à medida que o

individuo cresce.

Assim, verificou-se que não há na literatura estudos que correlacione a

espermatogênese de espécimes de robalos cultivados e aqueles provenientes de

ambiente natural.

Diante do exposto este trabalho tem como objetivo analisar as características

histológicas da gônada masculina de C. undecimallis, provenientes de cativeiro e de

ambiente natural.

MATERIAL E MÉTODOS

Foram utilizados 30 animais de cativeiro, proveniente do Centro de Estudos em

Aquicultura Costeira (CEAC), localizado no município do Eusébio e pertencente ao

Instituto de Ciências do Mar (LABOMAR) da Universidade Federal do Ceará - UFC.

Os indivíduos foram divididos em dois grupos de 15 animais cada: o primeiro, animais

não hipofizados; o segundo, animais hipofisados com dose única de extrato bruto de

hipófise de carpa (2 mg/kg de peso corporal). A coleta e manejo dos peixes ocorreu em

maio de 2010.

Os animais provenientes de ambiente natural (n = 14) foram capturados em

pesca comercial, realizada por pescadores da Colônia do Mucuripe, Fortaleza, Ceará,

nos meses de maio e julho de 2011. Todos os peixes foram sacrificados por meio de

termonarcose. Esse projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética para Uso Animal –

CEUA da Universidade Estadual do Ceará, sob número 10610080-7/54.

Os peixes foram pesados, em balança, com precisão de 0,1 g, e medidos com

auxílio de ictiômetro. Após serem medidos, os indivíduos foram eviscerados para

retirada das gônadas, das quais foi aferido o comprimento (Lg), utilizando-se um

paquímetro digital Caliper de 150 mm e precisão de 0,05 mm, e o peso (Wg) em

balança analítica, com precisão de 0, 0001 g.

A escala de maturação das gônadas foi elaborada levando-se em consideração as

variações nas características macro e microscópicas. Macroscopicamente, as gônadas

foram classificadas segundo a escala de maturação adaptada de Brown-Peterson et al,

(2002) nos seguintes estádios: imaturo, maturação inicial, maturação final, maduro,

desovado e em repouso.

Para análise microscópica, as gônadas foram seccionadas em três partes:

proximal, mediana e distal; em seguida foram fixadas solução de formol tamponado a

10% por 24 horas.

Após a fixação, as gônadas foram desidratadas por meio de banhos em série com

concentrações crescentes de álcool (70%, 80%, 90%, e dois banhos em álcool absoluto);

diafanizadas em xilol e incluídas em parafina para obtenção de cortes com espessura de

5 μm. Para coloração, utilizou-se o método usual hematoxilina-eosina (H.E).

As características microscópicas das gônadas foram observadas em microscópio

binocular Leica DM2000, em objetiva de 40X e 100X; as fotos obtidas com câmera

digital Sony DSC-W320 acoplada ao microscópio.

Para análise dos dados foi utilizado á correlação e regressão, com intervalo de

confiança de 95%.

RESULTADOS

Relação comprimento/peso

Os valores calculados para os coeficientes de regressão e determinação da

relação comprimento e peso total dos machos estão dispostos na Tabela. 1 e Figuras 1, 2

e 3.

Tabela 1 – Coeficientes de regressão e determinação entre o comprimento e o

peso total, para robalos (Centropomus undecimalis) provenientes de cativeiro e

ambiente natural.

Tipo de animal N a b r2

Cativeiro 15 -6174 144,2 0,9526

Cativeiro hipofisado 15 -2844 89,15 0,9382

Ambiente natural 14 -2732 93,72 0,7725

Figura 1 – A. Relação comprimento e peso total, para machos de robalo

(Centropomus undecimalis) oriundos de cativeiro, sem hipofisação.B. Relação

comprimento e peso total, para machos de robalo (Centropomus undecimalis) oriundos

de cativeiro, que foram hipofisados.

Figura 2 - Relação comprimento e peso total, para machos de robalo

(Centropomus undecimalis) oriundos de ambiente natural.

Pode-se observar que a relação comprimento em função do peso para C.

undecimalis caracteriza-se como uma relação isométrica, independente se os indivíduos

foram provenientes de ambiente natural ou cativeiro, e se foram ou não hipofisados.

Caracterização macroscópica gonadal

Externamente, os testículos são revestidos por uma fina camada de peritônio,

abaixo da qual se encontra a túnica fibrosa. Os testículos são organizados em lóbulos

que são orientados para o lúmen da gônada. Cada lóbulo contém inúmeros túbulos

seminíferos, que são arranjados irregularmente e formam um emaranhado que converge

para dentro do ducto deferente. Dentro dos lóbulos, foram observadas duas populações

celulares: células da linhagem espermatogênicas e células de Sertoli. Na região

interlobular encontra-se tecido conjuntivo, vasos sanguíneos e células intersticiais ou de

Leydig.

As gônadas são estruturas pares, alongadas; apresentando os lóbulos

semelhantes em tamanho, situadas dorsalmente na cavidade corporal e relacionadas

látero-ventralmente com a bexiga natatória. São separadas entre si, fusionando-se em

sua parte caudal, nas proximidades do poro genital. No inicio do ciclo são filiformes e

avermelhados, porém quando a espermatogênese inicia a sua evolução, tornam-se

densamente esbranquiçados apresentando finíssimos vasos, resultando uma tonalidade

levemente amarelada. Ocorre também um grande aumento no volume, entretanto não

chega a modificar externamente o animal. Mesmo com a presença de espermatozóides

nas gônadas, não foi possível a colheita do sêmen, o que impossibilitou a análise das

características seminais da espécie. Conforme o estádio de maturação ocorre variação de

volume, forma e cor (Fig. 3).

Figura 3 - Caracterização macroscópica dos testículos de C. undecimalis. A.

Gônada de animais provenientes de cativeiro. B. Gônada em estádio de maturação final

de animais provenientes de ambiente natural. C. Gônada em estádio imaturo de animais

provenientes de ambiente natural.

Caracterização microscópica dos testículos

A estrutura do testículo é lobular, o que caracteriza espermatogônias distribuídas

ao longo do epitélio germinativo, composto por compartimentos germinal que terminam

na periferia do testículo (Fig. 4).

Figura 4 – Fotomicrografia do testículo de C. undecimalis. T- túnica albugínica;

L- túbulo seminífero; SE- espermátides; SP- espermatozóides. 40X/H-E.

As análises mostraram, para todos os grupos de estudo, cinco tipos celulares

característicos da espermatogênese, não sendo evidenciadas diferenças no

desenvolvimento celular, quando se considera a porção proximal, média e distal.

As espermatogônias (SG) que são originárias de células germinativas; após

sucessivas divisões mitóticas, dão origem aos espermatócitos I e II (CYI e CYII), que se

agrupam em cistos interligados, possuindo ambas as características bastante

semelhantes, havendo apenas uma diferença na forma, os CYI possuem forma esférica e

os CYII forma oval, sendo que o núcleo possui forma ovóide que ocupa quase toda a

célula. As espermátides se localizam nas porções mais centrais do órgão, próximas ao

lúmen da gônada; são células pequenas, esféricas. Já os espermatozóides (SP)

encontrados no lúmen dos lóbulos seminíferos; são células muito pequenas (Fig. 5). A

parte mais evidente é cabeça, que possui forma oval, mas sem acrossoma, sendo difícil a

visualização da cauda.

Figura 5 – Fotomicrografia de testículo de C. undecimalis mostrando células

germinativas em diferentes fases de desenvolvimento. 40X/H-E. Espermatócitos (CY),

espermátide (ST), espermatozóide (SP).

Classificação dos estádios gonadais

Animais provenientes de cativeiro

Para os indivíduos hipofisados, as alterações histológicas que ocorreram

nos testículos dos espécimes estudados permitiram classificá-los na fase de esvaziado,

tendo se observado poucos espermatozóides nos túbulos seminíferos, o que mostra que

o hormônio agiu como um estimulo para a espermiogênese, fazendo com que as células

presentes nos tubulos seminíferos dos animais de cativeiro, com o estímulo do

hormônio, fossem integralmente espermiadas.

Nota-se a presença de espermatogônias se desenvolvendo ao longo do epitélio

germinativo e a ausência de espermaticistos e de espermátides (Fig. 6).

Quanto ao epitélio germinativo este se apresenta em parte contínuo e em parte

descontínuo.

Figura 6 – Fotomicrografia de testículo de C. undecimalis na fase de esvaziado,

mostrando células germinativas em diferentes fases de desenvolvimento. 40X/H-E.

Espermatogônias (SCG), espermatozóide (SP).

Para os indivíduos não hipofisados, as alterações histológicas que ocorreram nos

testículos dos espécimes estudados permitiram classificá-los em fase final de maturação,

com predominância de espermatozóides tomando todo o túbulo seminífero, indicando

que o processo de espermiação já havia começado. Observou-se uma predominância do

epitélio germinativo contínuo, o que indica que o aumento do volume testicular já havia

começado, porém não havia chegado ao seu limite máximo (Fig. 7).

Figura 7. Fotomicrografia de testículo de C. undecimalis em fase final de

maturação mostrando células germinativas em diferentes fases de desenvolvimento.

40X/H-E. Espermatozóides (SP), Espermatócitos (CY).

Animais provenientes de ambiente natural

Para os animais provenientes de ambiente natural foi possível identificar três

estádios de maturação de acordo com as alterações histológicas que ocorreram nos

testículos dos espécimes, permitindo assim classificá-los em: imaturo, em maturação

final e esvaziada.

O estádio imaturo foi caracterizado pela presença de espermatogônias em

proliferação, sendo as únicas células facilmente visualizadas, não sendo possível

distinguir as demais células da linhagem espermática. Também não se é visível à

distinção de túbulos seminíferos (Fig. 8).

Figura 8 – Fotomicrografia de testículo de C. undecimalis em fase imatura

mostrando células germinativas em diferentes fases de desenvolvimento. 40X/H-E.

Espermatogônias (SG), epitélio contínuo (CGE), ductos (D) e capilar(C).

No estádio de maturação final foram observados todos os estágios da linhagem

reprodutiva. O diâmetro dos túbulos aumentou, sendo os espermatozóides as células

predominantes. Também ocorreu a presença de muitos espermatozóides nos túbulos

seminíferos, que ocupavam a parte central do túbulo, bem como presença de poucas

espermatogônias se proliferando no epitélio germinativo (Fig. 9).

Figura 9 – Fotomicrografia de testículo de C. undecimalis em fase de maturação

final mostrando células germinativas em diferentes fases de desenvolvimento. 40X/ H-

E. Espermatogônias (Sptg), espermatócito (CY), espermátide (Sptd), espermatozóide

(SP).

No estádio esvaziado, os túbulos seminíferos apresentaram-se com diâmetro

reduzido e as células predominantes foram as espermatogônias, que formaram

aglomerados, sendo observadas ao longo da parede do lóbulo. Foi observado também

que nos túbulos seminíferos existiam poucos espermatozóides, sendo encontrado maior

quantidade de ductos vazios, o que caracterizava que o peixe havia espermiado

recentemente (Fig. 10). Os achados dessa fase de maturação são os mesmos

encontrados para os animais provenientes de cativeiro que foram submetidos a

hipofisação.

Figura 10 – Fotomicrografia de testículo de C. undecimalis, oriundo de ambiente

natural, em fase de esvaziado. 40X/H-E. Ductos (D) e presença de poucos

espermatozóides (SP).

DISCUSSÃO

Baseado na classificação de Grier (1981) e Nagahama (1986), o testículo de

C. undecimalis é do tipo irrestrito ou lobular espermatogonial, no qual as

espermatogônias estão distribuídas ao longo do comprimento dos lóbulos seminíferos, o

que foi achado também neste estudo para os três grupos estudados.

As espermatogônias em C. undecimalis, foram agrupadas em cinco fases de

desenvolvimento: espermatogônias, espermatócitos primários, espermatócitos

secundários, espermátides e espermatozóides, sendo algumas mais predominantes em

um estádio de maturação do que em outros. A literatura atual, em sua maioria, cita a

espermiogênese dentro da classificação dos estádios maturacionais de desenvolvimento,

onde a ocorrência de determinados tipos celulares caracterizam cada estádio (GARCIA

CAGIDE e GARCIA, 1996; GRIER E TAYLOR, 1998; GARCIA-DÍAZ et al.,2002).

Por exemplo, temos neste estudo, que as espermatogônias estiveram presentes em quase

todos os estádios de desenvolvimento, sendo na fase imatura, a única célula da linhagem

que esteve presente nos achados histológicos.

Estudando o C. undecimalis em Tampa Bay, Florida, Grier e Taylor (1998),

encontraram cinco classes gonadais reprodutivas para machos: imaturo, inicio de

maturação, meio de maturação, maturação final e em regressão.

Para os animais que foram hipofisados se percebe claramente a ação do

hormônio em um peixe não reofilico, que portanto, não precisa de estímulos, fora os

ambientais, mesmo em cativeiro, para que ocorra a maturação de sua gônada. Pelo

resultado obtido, fica claro que a dose hormonal agiu de forma não seletiva, esvaziando

por completo os túbulos seminiferos e levando a um novo recrutamento das

espermatogônias, fato ocorrido tembém com o testículo de cobia (BROWN e

PETERSON, 2002), que no período de regressão apresentou apenas resquicios de

espermatozóides e centro de proliferação de espermatogônias.

As gônadas dos peixes de cativeiro foram coletadas em um único mês, o que

impediu a determinação da época de desova. Embora a coleta dos peixes de ambiente

natural tenha ocorrido em apenas quatro meses foi possível encontrar fases de

maturação distintas (imaturo, maturação final e em esvaziado), sendo que mais de 70%

dos animais estava em maturação final, o que nos faz inferir que possivelmente a

reprodução da espécie no Estado do Ceará ocorra entre os meses de maio a julho.

Existem diversos caracteres para diagnosticar uma espécie hermafrodita

protândrica (SADOVY E SHAPIRO, 1987). A maioria se baseia na estrutura

populacional, sendo observados os seguintes aspectos: distribuição por classes de

comprimento ou idade de machos e fêmeas, e a proporção entre os sexos, além das

características histológicas das gônadas, que devem apresentar tecido espermático em

degeneração e tecido ovariano em desenvolvimento em uma mesma gônada.

A protandria é definida quando alguns ou todos os indivíduos funcionam

sexualmente primeiro como machos e o resto de suas vidas como fêmeas; quando o

tecido germinal masculino se degenera, o desenvolvimento do tecido germinal feminino

se inicia (ABOU-SEEDO et al, 2003).

Para C. undecimalis, o hermafroditismo protândrico foi diagnosticado por Taylor

et al. (2000), em estudo comparativo entre a costa leste e a costa oeste da Flórida.

Através da microscopia gonadal ele observou que todos os espécimes menores eram

machos, e à medida que cresciam, tornavam-se fêmeas, sendo observada nos

exemplares da fase de transição sexual a presença de lamelas ovígeras e sobras do ducto

espermático. Neste estudo não foi possível a visualização desta fase nos animais, visto

que eles se encontravam com comprimento máximo de 73 cm e segundo Perera-García

et al. (2011), cita que somente a partir de 80 cm é que se percebe a transição de macho

para fêmea, sendo esta considerada uma resposta clássica à estratégia reprodutiva de um

hermafrodita protândrico (SADOVY & SHAPIRO, 1987, TAYLOR et al. 2000).

Foi percebida uma predominância nas colheitas realizadas em ambiente natural

de machos, totalizando 14 animais machos e 1 fêmea. Esse resultado não muito típico

pode ser explicado pela estratégia reprodutiva da espécie, que se apresenta como

hermafrodita protândrico, ou seja, o indivíduo se desenvolve macho e em certo período

de seu ciclo de vida seus testículos começam a se degenerar e ao mesmo tempo células

germinativas femininas se proliferam. A ausência de fêmeas nos indivíduos estudados

pode está ligada a muitos fatores, dentre eles a seletividade amostral e a dispersão dos

peixes no ambiente. Tendo em vista que os peixes de maior comprimento são solitários,

habitam regiões mais profundas.

CONCLUSÃO

Não houve diferenças nas características macro e microscópicas, entre os grupos

analisados, o que nos leva a conclusão que não existem diferenças entre os achados em

testículos de C. undecimalis oriundos de cativeiro e de ambiente natural e que para essa

espécie a utilização de hormônio provavelmente não influencia na espermatogênese.

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2000

Figura 1- A. Relação comprimento e peso total para machos de robalo, C. undecimalis,

oriundos de cativeiro, sem hipofização. B. Relação comprimento e peso total, oriundos

de cativeiro, que foram hipofizados.

Figura 2 - Relação comprimento e peso total, para machos de robalo, C. undecimalis,

oriundos de ambiente natural.

Figura 3 - Caracterização macroscópica dos testículos de C. undecimalis. A. Gônada de

animais provenientes de cativeiro. B. Gônada em estádio de maturação final de animais

provenientes de ambiente natural. C. Gônada em estádio imaturo de animais

provenientes de ambiente natural.

Figura 4 - Fotomicrografia de testículo de C. undecimalismostrando células

germinativas em diferentes fases de desenvolvimento. 40X/H-E. Espermatócitos (CY),

espermátide (ST), espermatozóide (SP).

Figura 5 – Fotomicrograifa de testículo de C. undecimalisna fase de

esvaziado,mostrando células germinativas em diferentes fases de desenvolvimento.

40X/H-E. Espermatogônias (SCG), espermatozóide (SP).

Figura 6. Fotomicrografia de testículo de C. undecimalisem fase final de

maturaçãomostrando células germinativas em diferentes fases de desenvolvimento.

40X/H-E. Espermatozóides (SP), Espermatócitos (CY).

Figura 7. Fotomicrografia de testículo de C. undecimalisem fase final de

maturaçãomostrando células germinativas em diferentes fases de desenvolvimento.

40X/H-E. Espermatozóides (SP), Espermatócitos (CY).

Figura 8 - Fotomicrografia de testículo de C. undecimalis em fase imatura mostrando

células germinativas em diferentes fases de desenvolvimento. 40X/H-E.

Espermatogônias (SG), epitélio contínuo (CGE), ductos (D) e capilar(C).

Figura 9 - Fotomicrografia de testículo de C. undecimalis em fase de maturação final

mostrando células germinativas em diferentes fases de desenvolvimento. 40X/ H-E.

Espermatogônias (Sptg), espermatócito (CY), espermátide (Sptd), espermatozóide (SP).

Figura 10 – Fotomicrografia de testículo de C. undecimalis, oriundo de ambiente

natural, em fase de esvaziado. 40X/H-E. Ductos (D) e presença de poucos

espermatozóides (SP).

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os robalos ou camorins, Centropomus undecimalis (Bloch, 1792), como são

vulgarmente conhecidos os peixes do gênero Centropomus no litoral sudeste-sul e

norte-nordeste respectivamente, são peixes de elevado valor comercial, muito apreciado

para consumo e pesca esportiva.

Por ser alvo preferencial dos pescadores artesanais e esportivos os robalos são,

frequentemente, submetidos a excessivos esforços de pesca. Além disso, outro fator que

tem contribuído para a depleção dos seus estoques é a acentuada devastação que vem

ocorrendo nos mangues, locais de importância fundamental para seu ciclo de vida.

Assim, torna-se premente a continuidade de estudos sobre a estrutura populacional desta

espécie (MARSHAL, 1958; RIVAS, 1986).

O conhecimento da estrutura populacional ocupa um importante lugar na

investigação pesqueira visando não só aspectos comerciais como também científicos. O

estudo da estrutura em comprimento de uma população fornece várias informações

acerca da biologia de uma espécie, assim como sua relação com os fatores que influem

na dinâmica desta população; através da estrutura em comprimento pode-se inferir o

período reprodutivo e recrutamento, desde que a amostragem desta venha a refletir a

real estrutura da população (AGOSTINHO, 1985).

A relação “peso x comprimento” tem sido intensamente analisada para fornecer

informações biológicas visando três objetivos: 1) possibilitar a estimativa do peso do

exemplar através do conhecimento do seu comprimento e vice-versa; 2) medir a

variação do fator de condição e 3) indicar o tipo de incremento em peso (LE CREN,

1951). Neste estudo a relação peso x comprimento encontrada foi uma relação

isométrica o que nos mostra que peso e comprimento estão intimamente relacionados, já

que à medida que o peso aumenta o comprimento também aumenta e vice-versa.

Com relação aos estudos das características macro e microscópicas das gônadas

analisadas, neste estudo não foi percebida diferenças entre as amostras de animais de

cativeiro e as amostras de animais provenientes de ambiente natural. Isso pode ter

ocorrido pelo curto espaço de tempo em que as colheitas foram realizadas, não podendo

ser determinada nem a época e pico de desova, o fator de condição, o índice

gonadossomático e o comprimento mínimo de primeira maturação sexual.

8 PERSPECTIVAS

È de suma importância para entender a biologia reprodutiva da espécie C.

undecimalis que mais estudos sejam feitos, que consigam englobar um ciclo reprodutivo

da espécie, sendo necessário para isso pelo menos mais um ano, para que se consiga

estudar todas as fases de maturação do C. undecimalis no Estado do Ceará, para

determinar assim a época de desova, o índice gonadossomático, a proporção da

população e a taxa de fecundidade.

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