UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf ·...

114
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE Mestrado Acadêmico em Ciências da Saúde MARYANE OLIVEIRA CAMPOS Bacharel em Fisioterapia QUALIDADE DE VIDA E FATORES DE RISCO PARA AS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS EM MONTES CLAROS, MINAS GERAIS, BRASIL Montes Claros - Minas Gerais - Brasil Dezembro de 2008

Transcript of UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf ·...

Page 1: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

Mestrado Acadêmico em Ciências da Saúde

MARYANE OLIVEIRA CAMPOS Bacharel em Fisioterapia

QUALIDADE DE VIDA E FATORES DE RISCO

PARA AS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS

EM MONTES CLAROS, MINAS GERAIS, BRASIL

Montes Claros - Minas Gerais - Brasil Dezembro de 2008

Page 2: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

Livros Grátis

http://www.livrosgratis.com.br

Milhares de livros grátis para download.

Page 3: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

1

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

Mestrado Acadêmico em Ciências da Saúde

QUALIDADE DE VIDA E SUA ASSOCIAÇÃO COM FATORES DE RISCO

PARAS AS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS

EM MONTES CLAROS, MINAS GERAIS, BRASIL

Mestranda: Maryane Oliveira Campos

Orientador: Prof. Dr. João Felício Rodrigues Neto

Área de Concentração: Saúde Coletiva

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, PPGCS, da Universidade Estadual de Montes Claros, como parte integrante dos requisitos para obtenção do Título de Mestre em Ciências da Saúde.

Montes Claros - Minas Gerais - Brasil Dezembro de 2008

Page 4: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

2

Page 5: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

3

Page 6: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

4

DEDICATÓRIA

Dedico esta dissertação à população norte-mineira...

pela hospitalidade, cultura e educação proporcionada.

Page 7: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

5

AGRADECIMENTOS

“Durante a luta foi ajudado pelos anjos; as

forças celestiais colocaram cada coisa em seu lugar, e

permitiram que ele pudesse dar o melhor de si. Os

companheiros comentam: Como tem sorte! E o

guerreiro ás vezes consegue muito mais que sua

capacidade permite. Por isso, quando o sol se põe,

ajoelha-se e agradece o Manto protetor a sua volta.

Sua gratidão, porém, não se limita ao mundo

espiritual; ele jamais esquece os amigos, porque o

sangue deles se misturou ao seu no campo de

batalha. Um guerreiro não precisa que ninguém lhe

recorde a ajuda dos outros; ele se lembra sozinho, e divide com eles a recompensa”.

(Paulo Coelho)

À Deus e Nossa Senhora Aparecida, por me iluminar nesta caminhada, dando

forças para que eu continuasse minha jornada, confortando-me diante da solidão

familiar, apresentando-me novos rumos e ter me rodeado de anjos que fizeram desta

trajetória um lindo passo de dança.

À minha mãe, exemplo de luta, de garra, superação e dedicação para que eu

pudesse chegar até aqui.

À meu pai (in memorian), uma vítima das doenças crônicas não

transmissíveis, pelo exemplo de vida e pelo esforço na formação de seus filhos.

À minha família, por ser minha base de sustentação. Irmãos, sobrinhos e

cunhados que sempre estiveram ao meu lado, pelo apoio e os momentos de

convivência sempre agradáveis.

À Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais- FAPEMIG, pela bolsa

de mestrado concedida.

À Universidade Estadual de Montes Claros- UNIMONTES, pela infra-estrutura

disponibilizada e pela oportunidade.

Page 8: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

6

Aos professores do Programa de Pós- graduação em Ciências da Saúde por

contribuir por minha formação profissional e proporcionar a oportunidade de

realização deste grande sonho.

Ao Prof. João Felício Rodrigues Neto, por guiar e iluminar meu caminho.

Exemplo profissional e de vida. Não tenho palavras para expressar o quanto sou

grata pela convivência e aprendizagem proporcionada.

Aos Prof. André Guimarães e Alfredo Batista de Paula pelo incentivo e por

sempre ”abrirem as portas” do Laboratório de Pesquisa em Saúde.

Ao programa de Iniciação Científica em Enfermagem, em especial, a Prof.

Cida Vieira e Prof. Orlene Dias.

À Prof. Marize Fagundes, pelo apoio e paciência nas estatísticas.

À Prof. Marília Borborema, pela amizade, incentivo e trabalho em conjunto.

À Prof. Eliete Flávio pelo trabalho em conjunto.

Às secretárias do Programa de Pós- graduação em Ciências da Saúde, Kátia

e Maria do Carmo pelo apoio e convivência, sempre dispostas a ajudar.

Aos colegas do Mestrado Acadêmico e profissional pelo companheirismo e

pela aprendizagem proporcionada.

Aos estudantes de graduação em Medicina, Danielle Malard, Janine Vilhena,

Juliana Oliveira, Júlio Silveira, Daniel Drummond; pela dedicação à coleta de dados

no percurso da pesquisa e pelo convívio.

À Wilma Patrícia e Marta Barbosa pela contribuição e amizade.

Aos integrantes do laboratório de pesquisa em Ciências da Saúde, pela

convivência e pelo apoio, em especial, Camila Santos Pereira e Gefter Thiago

Batista.

Aos participantes da pesquisa pela contribuição.

À Suelleng Cunha Santos por ter compartilhado sua companhia em república.

Page 9: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

7

À Shirlene e sua família por me acolher e ser meu ponto de apoio em Montes

Claros.

Às amigas Fernanda Villas Boas, Marcella Ataíde e Edith Zuba por me

acolherem e ser minha família em Montes Claros.

À todos que contribuíram de alguma forma.

Muito obrigada pelo Manto protetor a minha volta!

Page 10: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

8

"Jamais considere seus estudos como uma obrigação, mas como uma oportunidade

invejável para aprender a conhecer a influência libertadora da beleza do reino do espírito,

para seu próprio prazer pessoal e para proveito da comunidade à qual seu futuro

trabalho pertencer"

(Albert Einstein)

RESUMO

Oliveira-Campos, Maryane. Qualidade de vida e fatores de risco para as doenças

crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008.

(Dissertação de Mestrado)- Montes Claros (MG): Programa De Pós-Graduação Stricto

Sensu em Ciências da Saúde, Mestrado Acadêmico em Ciências da Saúde; 2008.

Introdução: A qualidade de vida tornou-se uma importante medida de impacto em saúde.

Sua avaliação tem acrescido tanto na população em geral, quanto relacionado ao impacto

de doenças. Objetivo: Verificar a qualidade de vida e presença de associação com fatores

de risco para as doenças crônicas não transmissíveis na população urbana do município de

Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. Métodos: Estudo transversal de base populacional. A

amostra foi calculada considerado a prevalência do fator de risco sobrepeso de 30%, α=0,05

e corrigida para um efeito de delineamento de 30%. Amostragem por conglomerados de

setores censitários urbanos. Sorteou-se 17 setores censitários. Em cada domicílio

entrevistou-se um morador ≥ 18 anos e verificados os dados socioeconômicos,

demográficos, comorbidades auto-referidas, fatores de risco para as doenças crônicas não

transmissíveis e qualidade de vida através do The Medical Outcomes Study 36- Item Short

Form Health Survey (SF-36) . Resultados: Foram entrevistados 648 residentes na região

urbana de Montes Claros, de ambos os sexos. As dimensões de maior comprometimento na

qualidade de vida da população em geral foram Vitalidade (65,7±22,5), Dor (67,6±21,4) ,

Estado Geral de Saúde (65,8± 28,4) e Saúde Mental (67,6±21,4). Os fatores de risco mais

prevalentes foram o baixo consumo de frutas 77,3%, baixo consumo de verduras e legumes

55,1% e sobrepeso 32,6%. Na análise multivariada, os fatores de risco que permaneceram

associados a uma pior qualidade de vida foram o tabagismo nas dimensões Limitação por

Aspectos Físicos, Estado Geral de Saúde, Vitalidade, Aspectos Sociais e Saúde Mental; os

níveis pressóricos alterados permaneceram associados a Limitação por Aspectos Físicos, a

obesidade e o consumo excessivo de álcool permaneceram associados com Capacidade

Funcional. Conclusão: Os fatores de risco que estão associados a um pior estado de

Page 11: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

9

qualidade de vida são os níveis pressóricos alterados, o tabagismo, a obesidade e o

consumo excessivo de álcool.

Palavras-chave: qualidade de vida, fatores de risco, doenças crônicas, saúde pública.

ABSTRACT

Oliveira-Campos, Maryane. Quality of life and risk factors for non-transmissible chronic

diseases in Montes Claros, Minas Gerais, Brazil. 2008. (Dissertation Masters) - Montes

Claros (MG): From Post-Graduate Program Stricto Sensu Health Sciences, Master's.

Academic Health Sciences, 2008.

Introduction: The quality of life has become an important measure of impact on health. His

assessment has increased both in the general population, as related to the impact of

diseases. Objective: To assess the quality of life and presence of association with risk factors

for non-transmissible chronic diseases in the urban population of the municipality of Montes

Claros, Minas Gerais, Brazil. Methods: A cross-sectional household. Cluster sampling of

urban census tracts. The sample was calculated considered the prevalence of overweight

risk factor of 30%, α = 0.05, with deff = 1.3. Was drawn 17 census tracts. In each household

is interviewed a resident ≥ 18 years and recorded the data socioeconomic, demographic,

comorbid self-referred, risk factors for non-transmissible chronic diseases and quality of life

through the Medical Outcomes Study 36 - Item Short Form Health Survey (SF-36). Results:

We interviewed 648 residents in the urban region of Montes Claros, of both sexes. The

dimensions of greater impairment in quality of life of the general population were Vitality

(65.7 ± 22.5), pain (67.6 ± 21.4), general health (65.8 ± 28.4) and Mental Health (67.6 ±

21.4). The most prevalent risk factors were the low consumption of fruits 77.3%, low

consumption of vegetables and legumes 55.1% and 32.6% overweight. In multivariate

analysis, the risk factors that remained associated with a lower quality of life were the size

limitation of smoking on physical aspects, State General Health, Vitality, Social Issues and

Mental Health; blood pressure levels remained associated with altered by Limitation Aspects

Physicists, obesity and excessive alcohol consumption remained associated with Functional

Capacity. Conclusion: The risk factors that are associated with a worse state of quality of life

are altered blood pressure, smoking, obesity and excessive alcohol consumption.

Key words: quality of life, risk factors, chronic diseases, public health.

Page 12: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

10

SUMÁRIO

1.0 Introdução 9

2.0 Objetivos 11

3.0 Metodologia 12

4.0 Produtos gerados 21

5.0 Referências 22

6.0 Anexos 25

Page 13: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

11

1. INTRODUÇÃO

Em 1948, a Organização Mundial de Saúde (OMS), definiu saúde como sendo não

apenas a ausência de doença ou enfermidade, mas também a presença de bem-estar físico,

mental e social. O conceito de saúde reforça o uso da medida de qualidade de vida (QV)

como um instrumento necessário na prática dos cuidados e pesquisa em saúde 1,2.

Apesar da ausência de uma definição sobre o conceito de QV, há um crescente

interesse em transformá-la em uma medida quantitativa. Para medir diretamente o grau de

saúde dos indivíduos, têm-se desenvolvido e testado instrumentos estruturados e

simplificados, capazes de reconhecer os estados de “completo bem-estar físico, mental e

social” dos sujeitos 3.

Os instrumentos genéricos, como o The Medical Outcomes Study 36- Item Short

Form Health Survey (SF-36), são utilizados na avaliação da QV da população em geral. Em

relação ao campo de aplicação, são questionários de base populacional, sem especificar

enfermidades, sendo apropriados para estudos epidemiológicos, planejamento e avaliação

do sistema de saúde 4,5.

A OMS, em informes sobre a situação mundial da saúde, vem alertando países,

governantes e a população em geral, sobre a extrema gravidade da escalada universal das

doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Projeções para o ano de 2020, demonstram

que a mortalidade por DCNT representará 73% dos óbitos no mundo 6,7.

No Brasil, a urbanização, a inserção de novos processos de trabalho, globalização

de mercados e comunicação, entre outros; tiveram um profundo impacto na dinâmica

populacional, cultural e sanitária do país. Esse processo refletiu em um grande aumento da

prevalência de DCNT. Por outro lado, o País enfrenta o desafio da coexistência de novos e

velhos agravos; além das desigualdades regionais 8 .

As doenças crônicas de maior importância em saúde pública são as doenças

cardiovasculares (hipertensão arterial, diabete mellitus, acidente vascular cerebral, doença

coronariana), alguns tipos de câncer (colo uterino e de mama, entre as mulheres; e os de

estômago, pulmão, cólon e próstata, entre os homens) por apresentarem altas taxas de

incapacidade e mortalidade 9,10.

Essas enfermidades caracterizam-se por apresentar etiologia incerta, múltiplos

fatores de risco, longos períodos de latência, curso prolongado e por estarem associadas a

deficiências e incapacidades funcionais. Sendo geralmente de longa duração, são as que

mais demandam ações, procedimentos e serviços de saúde 11,12,13.

As DCNT acometem geralmente a população adulta, na qual estabelecem-se os

desvios dos hábitos de vida, do comportamento e exposições a fatores que acentuam ou

Page 14: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

12

interagem com outros pré-existentes, sendo altamente influenciado por processos sócio-

demográficos 14.

No início, essas doenças evoluem ou podem evoluir sem sintomas, o que torna difícil

um diagnóstico precoce. Após vários estudos, surgiu o conceito de fatores de risco, os quais

aumentam o índice de suspeição, tornando possível um diagnóstico precoce ou

possibilitando a instituição de métodos de prevenção e controle 15.

O modelo de promoção de saúde que encontra em vigência, não tem o objetivo

somente de reduzir os riscos relacionados à saúde. Proporcionar saúde significa, além de

evitar doenças e prolongar a vida, assegurar meios e situações que ampliem a QV 1,2,16.

Diante do modelo de promoção de saúde atual, centralizado em aumentar as

chances de saúde e QV da população foi proposto este estudo. Com o objetivo de verificar a

QV e os fatores de risco para as doenças crônicas não transmissíveis na população urbana

de Montes Claros, Minas Gerais, Brasil.

Page 15: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

13

2.0 OBJETIVOS

Geral

Verificar a qualidade de vida e os fatores de risco para as doenças crônicas não

transmissíveis na população da região urbana de Montes Claros, Minas Gerais, Brasil.

Específicos

_ Verificar a qualidade de vida na população da região urbana de Montes Claros;

_ Verificar a prevalência dos fatores de risco para as doenças crônicas não

transmissíveis na população da região urbana de Montes Claros;

_ Verificar a existência de associação entre a qualidade de vida e os fatores de risco

para as doenças crônicas não transmissíveis na população da região urbana de Montes

Claros;

_ Verificar a dinâmica populacional e o perfil de mortalidade no município de Montes

Claros, entre 1995 e 2005;

Page 16: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

14

3.0 METODOLOGIA

3.1 Aspectos Éticos

Com base na resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde 17, que regulamenta

pesquisas com seres humanos, este estudo passou pela apreciação do Comitê de Ética em

pesquisa da Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES), sendo aprovado no

processo nº 677 (Anexo 1).

Antes de participarem da pesquisa, os voluntários receberam informações sobre a

metodologia deste estudo. Após a leitura e entendimento do Termo de Consentimento Livre

e Esclarecido, os voluntários apresentaram seu consentimento por escrito ou digitais (Anexo

2). Foram tomadas precauções para a preservação da identidade e privacidade, além da

saúde e do bem estar dos participantes acima de qualquer interesse.

3.2 Desenho do estudo Trata-se de um estudo transversal, descritivo e analítico de base populacional,

realizado na região urbana de Montes Claros, Estado de Minas Gerais. A amostra foi

selecionada em amostragem probabilística por conglomerados.

3.3 Localização e descrição do município No cenário de diversidade do estado de Minas Gerais, o Norte de Minas

individualiza-se tanto pelos seus aspectos fisiográficos (zona de transição cerrado/caatinga)

como pelos seus baixos indicadores socioeconômicos. Montes Claros é o único município

com população superior a 100 mil habitantes no norte de Minas Gerais. Dos oitenta e nove

municípios que compõem a região, a maioria possui população absoluta inferior a 20.000

habitantes.

Montes Claros assume a posição de centralidade nessa região, constituindo o núcleo

urbano mais expressivo. Inserida em uma região historicamente caracterizada pelo

desempenho econômico, com graves problemas sociais e localização entre entroncamento

de importantes eixos rodoviários. A cidade desempenha a função de centralizar: comércio

varejista, inter-relação política e administrativa, serviços de saúde, ensino de nível superior,

entre outros.

O município está localizado no norte do Estado de Minas Gerais, na bacia do Alto

Médio São Francisco, situado na área do “Polígono das Secas”. Apresenta área de 3.582

km 2 . Sua posição é localizada nas seguintes coordenadas geográficas: 16° 43’ 31” de

latitude sul e 43° 51’ 54” de longitude oeste de Greenwich.

Page 17: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

15

Segundo o recenseamento de 2000 18, Montes Claros apresenta uma população

residente de 306.947 habitantes no município (cerca de 21% do total regional), sendo destes

289.183 na região urbana e 17.764 na região rural. O número total de pessoas maiores de

18 anos residentes na zona urbana é de 213.711 e o número total de domicílios urbanos é

de 71.041.

3.4 População alvo

A população alvo da pesquisa foi representada por indivíduos com idade maior ou

igual à 18 anos no momento da pesquisa, de ambos os sexos, residentes na região urbana

de Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. Foram considerados critérios de critérios de

exclusão: não ser morador do domicílio visitado, gestantes, acamados e incapacidade de

compreensão e resposta às perguntas após três tentativas.

3.5 Procedimentos de Amostragem

3.5.1 Tamanho da amostra

O tamanho da amostra necessário foi calculado para uma prevalência estimada do

fator de risco excesso de peso de 30% (p = 0.3). Optou-se por eleger a prevalência do

sobrepeso por ser este um dos fatores de risco de maior prevalência para as DCNT. Assim,

para um intervalo de confiança de 95% (z=1,96) um erro fixado de 5% (d), e um efeito de

delineamento (deff) de 30% (deff = 1.3), o tamanho da amostra seria de 422 pessoas n=

(z2.p. (1-p).deff/d2).

O efeito de delineamento se deve à suposição de que a variância total pode ter sido

reduzida em até 30%, uma vez que os indivíduos foram selecionados em aglomerados, os

setores censitários, nos quais há maior homogeneidade que na população.

A verificação do efeito do delineamento (deff = 1,3) foi realizada comparando-se a

variância estimada pelo processo sob conglomerado (cong.) àquela que seria obtida, caso o

procedimento adotado fosse o da amostragem casual simples (acs); A amostra piloto

forneceu uma variância (cong.) = 0,00062444 e variância (acs)=0,00048198 cujo deff foi

estimado em 1,3 (0,00062444/0,00048198). Para efeitos práticos, o tamanho de amostra foi

igualado a 648.

3.5.2 Amostragem dos setores censitários e domicílios

Os domicílios foram selecionados em três etapas considerando os dados do Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 19. O município de Montes Claros apresenta 216

setores censitários, sendo que destes, os setores não-urbanos (rurais) e urbanos especiais

(asilos, creches, orfanatos, hospitais, conventos) totalizam 35 (Figura 1).

Page 18: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

16

Figura 1. Localização dos setores censitários especiais e não especiais na área urbana de Montes

Claros- MG.

Na primeira etapa foram excluídos esses 35 setores não- urbanos e urbanos

especiais restando 181 setores representativos dos domicílios urbanos do município. Sendo

destes 181 setores censitários, 163 são “urbanos não especiais” (onde reside cerca de 96%

da população urbana) e 18 “urbanos subnormais” – favelas – (cerca de 4% da população

urbana).

Em uma segunda etapa, dentre o total de 181 setores censitários urbanos, foram

sorteados 17 setores; sendo 15 “urbanos não especiais” (onde realizou- se 96% das

entrevistas) e 2 “urbanos subnormais” (onde realizou- se 4% das entrevistas) (Figura 2). Os

17 setores censitários sorteados tinham em média de 200 a 300 domicílios e considerou-se

Page 19: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

17

que 1 em cada 3 domicílios seria visitado (Figura 2).

Figura 2. Localização dos setores censitários da área urbana de Montes Claros sorteados para

amostragem.

Na terceira etapa, no mapa de capa setor censitário, foi sorteado um quarteirão e

iniciou-se a coleta de dados na primeira rua do lado direito. Os domicílios residenciais foram

amostrados em ordem de três, sendo o primeiro de cada três visitado. Quando não foi

possível realizar a entrevista, o domicílio seguinte era visitado e a contagem reiniciada deste

ponto. Após o termino de cada, os entrevistadores viravam a direita seguindo o mapa de

cada setor censitário. Em cada domicílio foi entrevistado um morador com idade igual

superior a 18 anos, sendo a escolha do entrevistado realizado por sorteio aleatório simples.

Page 20: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

18

3.6 Coleta de dados

3.6.1 Desenvolvimento do questionário e adequação dos instrumentos de coleta

Com o objetivo definir o elenco de informações essenciais e complementares a

serem abordadas no questionário e adequação dos instrumentos na coleta de dados, foram

realizadas oficinas para treinamento da equipe. Foi realizado pré-teste e calibração dos

instrumentos em uma amostra de conveniência, formada por pessoas com diferentes níveis

de escolaridade e com diferentes portadores de fatores de risco. As reformulações

procedentes com base no pré-teste foram executadas e após esser encontros elaborou-se a

versão final do questionário, a adequação dos instrumentos de coleta e um manual de

coleta.

3.6.2 Entrevista

O instrumento utilizado foi um questionário semi-estruturado (Anexo 3) que contêm

investigações sobre os aspectos socioeconômicos e demográficos, fatores de risco para as

doenças crônicas não transmissíveis, co-morbidades auto-referidas e qualidade de vida.

Aspectos socioeconômicos e demográficos

A população foi avaliada quanto ao sexo, faixa etária, cor da pele, estado conjugal,

escolaridade e renda.

Medida de Qualidade de vida

Para a avaliação da Qualidade de Vida foi utilizado o questionário The

Medical Outcomes Study 36- Item Short Form Health Survey (SF-36). O SF-36

apresenta-se como um questionário multidimensional formado por 36 itens,

englobados em 8 escalas ou componentes:

1. Capacidade funcional (CF), com dez itens;

2. Aspectos físicos (AF), com quatro itens;

3. Dor (DR), com dois itens;

4. Estado Geral de Saúde (EGS), com cinco itens;

5. Vitalidade (VT), com quatro itens;

6. Aspectos sociais (AS), com dois itens;

7. Aspectos emocionais (AE), com três itens;

8. Saúde mental (SM), com cinco itens.

Além destes componentes, o questionário engloba mais uma questão de

avaliação comparativa entre as condições de saúde atual e de um ano atrás que não

entra na pontuação de nenhuma das oito dimensões.

Page 21: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

19

Para a avaliação de seus resultados, após sua aplicação, é atribuído um valor a cada

questão, o qual, posteriormente, é transformado num escore de 0 a 100, onde zero

corresponde a um pior estado de saúde, e 100 a um melhor, sendo analisada cada

dimensão em separado. Não existe um único valor que resuma toda a avaliação, e que

corresponda a um estado geral de saúde melhor ou pior.

No presente estudo, foi escolhido utilizar o SF-36 por se tratar de um

questionário genérico de avaliação de saúde, de fácil administração e compreensão,

além de não ser muito extenso. Pode ser administrado de cinco a dez minutos com

alto grau de aceitabilidade e qualidade dos dados. Apresenta propriedades de

medida, como reprodutibilidade, validade e sensibilidade a alterações já

demonstradas 19,20. Além disso, ele já está traduzido para a lingua portuguesa,

validado e com boa reprodutibilidade 21.

Nível de atividade física

O nível de atividade física foi avaliado mediante aplicação do Questionário

Internacional de Atividade Física (IPAQ-8, versão curta). O IPAQ é um questionário proposto

pela Organização Mundial de Saúde para avaliação da atividade física em nível mundial e,

atualmente tem sido utilizado em 12 países 22, validado no Brasil 23. O instrumento leva em

consideração as atividades físicas realizadas no momento de lazer, na ocupação, como

meio de locomoção e no trabalho doméstico. A maioria dos estudos considera apenas a

atividade física realizada em momentos de lazer, a opção por uma abordagem mais ampla

se baseia no fato de que, particularmente em países em desenvolvimento, a ocupação e a

locomoção representam uma proporção substancial do total da atividade física do indivíduo.

O IPAQ contém perguntas relacionadas à freqüência (dias por semana) e a duração

(tempo por dia) da realização de atividades físicas moderadas, vigorosas e da caminhada.

Quanto à intensidade, excluindo a caminhada, a atividade física pode ser moderada ou

vigorosa, sendo assim definida:

• moderada – é aquela que precisa de algum esforço físico, faz o indivíduo respirar

um pouco mais forte do que o normal, e o coração bater um pouco mais rápido;

• vigorosa – é aquela que precisa de um grande esforço físico, faz o indivíduo

respirar muito mais forte do que o normal, e o coração bater muito mais rápido.

Considerando os critérios de freqüência, duração e tipo de atividade física

(caminhada, moderada e vigorosa), os indivíduos são classificados em muito ativos, ativos,

irregularmente ativos e sedentários.

Consumo de álcool

Page 22: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

20

As perguntas enfatizaram o tipo de bebida alcoólica consumida, freqüência de

consumo, (dias por semana ou mês) e quantidade ingerida (número de doses

ingeridas nos dias em que consumiu nos últimos 30 dias).

Tabagismo

Foram realizadas perguntas quanto ao hábito de tabagismo. Se fumante, que tipo de

cigarro fuma e freqüência. Se ex-tabagista, o que fumava e há quanto tempo parou de

fumar.

Consumo de frutas, verduras e legumes

As questões relacionadas ao consumo inadequado de frutas, verduras e legumes

foram baseadas no questionário de freqüência alimentar para o estudo de dieta e doenças

não transmissíveis .

Co-morbidades auto-referidas

Foi indagado à presença das seguintes comorbidades: diabetes melittus, dislipidemia,

hipertensão arterial, doença renal, doença pulmonar, doença cardíaca, neoplasia, doença

psiquiátrica e doença reumatológica.

3.7 Variáveis medidas

Pressão arterial

A medida da pressão arterial foi avaliada através do método indireto com

esfigmomanômetro digital calibrado, modelo MF-81 da marca Mark of Fitness, no membro

superior direito. Os voluntários foram orientados a ficar assentados com dorso encostado na

cadeira e relaxados remover roupas do antebraço direito, manter os pés apoiados no chão,

posicionar o braço na altura do coração com a palma da mão voltada para cima, cotovelo

ligeiramente fletido e solicitado para que não falasse durante a medida. Foram realizadas

duas aferições, sendo o intervalo de um minuto, estabelecendo-se a média 25.

Índice de massa corporal

O peso corporal em quilogramas (kg), foi obtido através de registro com a utilização

de uma balança portátil digital, com o voluntário livre de sapatos e roupas pesadas. As

medidas de estatura foram realizadas por estadiômetro portátil do tipo trena com trava. O

voluntário estava em posição ereta, pés juntos, mãos ao lado do corpo e cabeça

posicionada num ângulo de 90º.

Page 23: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

21

Glicemia

O voluntário foi instruído a lavar bem as mãos com água e sabão, em seguida

enxugá-las com uma toalha. O pesquisador segurou a mão direita pendente, apertou o dedo

indicador e manteve apertado. Em seguida, deu um pique com uma agulha descartável para

se obter uma gota de sangue. Essa gota foi colocada na fita de leitura descartável no

glicosímetro para se obter a medida da taxa de glicose 26.

3.8 Controle de qualidade

O controle de qualidade do trabalho de campo envolveu a verificação de ocorrência

das entrevistas, a revisão de questionários preenchidos e a verificação da consistência da

entrada de dados durante a digitação dos mesmos. Com objetivo de evitar fraudes e perdas,

procedeu-se à conferência das entrevistas através de inquérito telefônico. Os questionários

foram pontuados e revisados pela pesquisadora responsável, uma vez considerados

adequados quanto à qualidade dos registros, são lançados na base de dados. Se

identificados erros de preenchimento – respostas em branco, inconsistências, etc. – o

entrevistado foi contatado, por telefone ou pessoalmente, para nova coleta sobre as

informações que apresentaram problemas.

3.9 Análise Estatística

Neste estudo buscou-se analisar, através de modelos de regressão linear múltipla, a

existência de associação entre qualidade de vida e os fatores de risco para as doenças

crônicas não transmissíveis.

As medidas de QV (escores das dimensões do SF-36) variam de 0 a 100 e foram

consideradas variáveis dependentes. As características socioeconômicas, demográficas e

comorbidades auto-referidas foram consideradas variáveis independentes, objetivando

controlar o potencial efeito de confusão da associação principal. Todas as variáveis

independentes foram categorizadas e transformadas em variáveis “Dummys”.

Inicialmente, realizamos uma análise descritiva simples, com cálculo de medida de

tendência central (média) e dispersão (desvio padrão). A presença de normalidade foi

avaliada pelo teste Kolmogoriv-Smirnov. Em seguida, realizou-se análise bivariadas através

de testes não paramétricos Mann-Witney e Kuskall-Wallis para verificar associação entre as

variáveis independentes e variáveis dependentes e, as variáveis que apresentaram valor-p<

0,20 foram selecionadas para o modelo multivariado.

Procedeu-se à análise de regressão linear múltipla 27,28,29, utilizou-se as variáveis

independentes selecionadas na análise univariada associadas às variáveis dependentes. A

Page 24: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

22

qualidade do ajuste dos modelos de regressão linear múltipla, foi verificada através do

coeficiente de determinação (R2).

Os dados foram processados e analisados no Statistical Package for the Social

Sciences (SPSS) 15.0.

Page 25: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

23

4.0 PRODUTOS GERADOS

4.1 Artigo Científico 1

Qualidade de Vida: um instrumento para promoção de saúde.

Revista Baiana de Saúde Pública.

4.2 Artigo Científico 2

Doenças crônicas não transmissíveis: fatores de risco e repercussão na qualidade de

vida.

Revista Baiana de Saúde Pública.

4.3 Artigo Científico 3

Dinâmica populacional e o perfil de mortalidade no Município de Montes Claros,

Minas Gerais, Brasil.

Revista Ciência & Saúde Coletiva.

4.3 Artigo Científico 4

Frutas, verduras e legumes: consumo adequado e prevenção para doenças

crônicas não transmissíveis.

Submetido e em avaliação.

4.4 Artigo Científico 5

Qualidade de Vida e fatores de risco para as doenças crônicas não transmissíveis

em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil.

Submetido e em avaliação.

Page 26: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

24

5.0 REFERÊNCIAS

1. Minayo MCS, Hartz ZMA, Buss PM. Qualidade de vida e saúde: um debate

necessário. Ciência & Saúde Coletiva 2000; 5(1):7-18.

2. Seidl E. M.F.; Zannon C.M.L.C. Qualidade de vida e saúde: aspectos conceituais

e metodológicos. Cad. Saúde Pública 2004; 20 (2): 580-588.

3. Brousse C, Boisaubert B. Quality of life and escales measuring. R. Méd. Int.

2007;28:58-462.

4. Coons SJ, Rao S, Keininger DL, Hays RD. A comparative review of generic

quality of life instruments. Pharmacoeconomics 2000;17:13-35.

5. Guyatt GH, Feeny DH, Patrick DL. Measuring health-related quality of life. Ann.

Intern. Med. 1993;118:622-9.

6. Collins JL, Giles HW, Holmes-Chavez A. Old dilemmas, new commitments:

toward a 21st century strategy for community health promotion. Prev Chronic Dis

[serial online] 2007 Jul [date cited]. Available from:

http://www.cdc.gov/pcd/issues/2007/jul/07_0037.htm

7. Lopez A. D. The evolution of the Global Burden of Disease framework for

disease, injury and risk factor quantification: developing the evidence base for

national, regional and global public health action. Globalization and Health 2005;

(5)1-8.

8. Malta D.C., Cezário A.C., Morura L., Netto Ol., Junior J.B. Da S. A construção da

vigilância e prevenção das doenças crônicas não transmissíveis no contexto do

Sistema Único de Saúde. Epidemiol. Serv. Saúde 2006, 15 (3): 47-65.

9. Organização Pan-Americana De Saúde. Prevenção de doenças crônicas: um

investimento vital. Brasília: Organização Mundial da Saúde; 2005.

10. Katherine W.M., Satterfield D.W. Where Are We to Be in These Times? The

Place of Chronic Disease Prevention in Community Health Promotion.

Public Health Research, Practice, and Policy 2007; (4): 3.

11. Lessa I. Doenças crônicas não-transmissíveis no Brasil: um desafio para a

complexa tarefa da vigilância. Ciência & Saúde Coletiva 2004; (9): 931-943.

12. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de

Análise de Situação em Saúde. Saúde Brasil 2006 : uma análise da situação de

saúde no Brasil / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde,

Departamento de Análise de Situação em Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde.

620 p.,2006.

13. Scharamm J.M.A., et al. Transição epidemiológica e o estudo da carga de doença

no Brasil. Ciência & Saúde Coletiva 2004; (9):897-908.

Page 27: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

25

14. Cesse, E. A. P. Epidemiologia e os determinantes sociais das doenças crônicas

não transmissíveis no Brasil. Tese (Doutorado em Saúde Pública). Fundação

Oswaldo Cruz 2007. 296p.

15. Macambira et al. Aterosclerose: fatores de risco e fatores de risco. Revista

Brasileira de Cardiologia 2001; (81): 54-56.

16. Brasil. Ministério Da Saúde. Plano Nacional de Saúde 2004-2007. Brasília, 2004.

17. Resolução 196/96 do CNS / MS. Dispõe sobre Diretrizes e Normas

Regulamentadoras da Pesquisa envolvendo seres humanos. Disponível em:

URL: [http://www.datasus.gov.br/conselho/resol96/res19696.htm]. Acesso em: 03

de abril de 2007.

18. IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Censo Demográfico 2000.

Disponível em: http://www.ibge.gov.br. Acesso em: 30 de agosto de 2007.

19. Ware, J.E.; Sherbourne, C.D. The MOS 36-item short-form health survey (SF-

36): I. Conceptual framework and item selection. Med. Care 1992; (30): 473 -

482.

20. Mchorney, C.A.; Ware, J.E.; Lu, J.F.R.; Shebourne, C.D. - The MOS 36-Item

Short-Form Health Survey (SF-36): III. Tests of data quality, scaling assumptions

and reliability across diverse patient groups. Med. Care 1994; 32: 40 -66.

21. Ciconelli R.M., Ferraz M. B., Santos W. S., Meinão I. Quaresma M. R. Tradução

para a lingua portuguesa e validação do questionário genérico de avaliação de

qualidade de vida SF-36 (Brasil SF-36). Rev Bras Reumatol 1999, 39 (3).

22. Marshall A., Baumman A. The internacional physical activity questionnaire

summary report of the reliability and validity studies. Document of IPAQ

Excecutive Commite, World Heath Organization, 2001.

23. Matsudo S., Araújo T., Andrade D., Andrade E., Oliveira, L.C., et al. Questionário

internacional de atividade física (IPAQ): estudo de validade e reprodutibilidade no

Brasil. Rev Bras de Atividade Física e Saúde 2001, 6 (2): 5-18.

24. Furlan-Viebig R. e Pastor-Valero M. Desenvolvimento de um questionário de

freqüência alimentar para o estudo de dieta e doenças não transmissíveis. Rev.

Saúde Pública, 2004, 38(4):581-4.

25. SBH- Sociedade Brasileira de Hipertensão arterial. V Diretrizes Brasileiras de

Hipertensão arterial. 2006.

26. SBD- Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus. I Diretriz Brasiléia de Diabetes

Mellitus. 2006.

27. Hair,J.F.; Anderson,R.E.; Tathm,R.L., Black,W.C. Análise Multivariada de

dados. Porto Alegre: Boockman,2005.

Page 28: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

26

28. Pestana,M.H.; Gageiro, J.N. Análise de dados para ciências sociais.

Lisboa: Edições Silabo, 2003.

29. Werkema,M.C.C., Aguiar, S. Análise de regressão: como entender o

relacionamento entre variáveis de um processo. Belo Horizonte:Fundação

Chistiano Otonni,1996.

Page 29: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

27

6.0 ANEXOS

Page 30: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

28

ARTIGO CIENTÍFICO 1

Revista Baiana de Saúde Pública.

QUALIDADE DE VIDA: UM INSTRUMENTO PARA PROMOÇÃO DE SAÚDE

OLIVEIRA-CAMPOS, Maryane1; RODRIGUES-NETO, João Felício

2.

1-Fisioterapeuta, bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais- Brasil (FAPEMIG),

Mestranda em Ciências da Saúde na Universidade Estadual de Montes Claros- UNIMONTES.

2- Doutor em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo- Unifesp.

Prof. do Departamento de Pós-Graduação, Mestrado em Ciências da Saúde na Universidade Estadual

de Montes Claros- UNIMONTES.

Page 31: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

29

Page 32: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

30

Page 33: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

31

Page 34: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

32

Page 35: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

33

Page 36: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

34

Page 37: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

35

Page 38: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

36

Page 39: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

37

Page 40: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

38

ARTIGO CIENTÍFICO 2

Revista Baiana de Saúde Pública

DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS:

FATORES DE RISCO E REPERCUSSÃO NA QUALIDADE DE VIDA

OLIVEIRA-CAMPOS, Maryane1; RODRIGUES-NETO, João Felício

2.

1-Fisioterapeuta, bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais- Brasil (FAPEMIG),

Mestranda em Ciências da Saúde na Universidade Estadual de Montes Claros- UNIMONTES.

2- Doutor em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo- Unifesp, Brasil.

Prof. do Departamento de Pós-Graduação, Mestrado em Ciências da Saúde na Universidade Estadual

de Montes Claros- UNIMONTES.

Page 41: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

39

ARTIGO DE REVISÃO

DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS: FATORES DE RISCO

E REPERCUSSÃO NA QUALIDADE DE VIDA

Maryane Oliveira Campos ¹, João Felício Rodrigues Neto ².

1. Fisioterapeuta. Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Estadual de Montes Claros-

UNIMONTES.

2. Médico. Doutor em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo- UNIFESP. Professor do

Programa de Pós- Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Montes Claros-

UNIMONTES.

Endereço para correspondência:

Maryane Oliveira Campos

Endereço: Praça Abílio Neves, 69. Campo Belo, MG. CEP: 37270-000

Tel: (38)32166482 – (38)99134988 – (35)38312290

E-mail: [email protected]

João Felício Rodrigues Neto

Endereço: Hospital Universitário Clemente de Faria- Mestrado Acadêmico em Ciências da Saúde

Av. Cula Mangabeira, 562

Montes Claros/MG CEP: 39401-001

Tel: (38) 3224-8372

E-mail: joã[email protected]

Page 42: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

40

ARTIGO DE REVISÃO

DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS: FATORES DE RISCO

E REPERCUSSÃO NA QUALIDADE DE VIDA

Resumo

As doenças não transmissíveis são responsáveis por 45,9% da carga mundial de doenças. Em 2020, estima-se que

dois terços desta carga serão atribuídos às doenças crônicas não transmissíveis. Os principais fatores de risco

para as DCNT são a hipertensão arterial, tabagismo, consumo excessivo de álcool, inatividade física,

sobrepeso e obesidade, consumo inadequado de frutas e hortaliças, hiperglicemia. A medida de

qualidade de vida é utilizada na medicina para caracterizar a percepção do indivíduo sobre o seu estado

de saúde em grandes domínios ou dimensões de sua vida. Diante disso, este artigo tem como objetivo

descrever os principais fatores de risco para as doenças crônicas não transmissíveis, com ênfase na

repercussão destes na qualidade de vida dos indivíduos. Apresentamos uma revisão da literatura com

dados fundamentados nas bases de dados on-line, fontes bibliográficas, documentos governamentais,

não governamentais e estatísticas de saúde.

Palavras chaves: fatores de risco, doenças crônicas não transmissíveis, qualidade de vida.

Review article

CHRONIC DISEASES: RISK FACTORS AND IMPACT

ON QUALITY OF LIFE

Abstract

Non-communicable diseases are responsible for 45.9% of the global burden of disease. In 2020, it is

estimated that two thirds of this burden will be allocated to chronic diseases later. The main risk

factors for the DCNT include hypertension, smoking, excessive alcohol intake, physical inactivity,

overweight and obesity, inadequate intake of fruits and vegetables, hyperglycemia. The measure of

quality of life (QOL) is used in medicine to characterize the perception of the individual over his state

of health in large areas or dimensions of your life. Thus, this article aims to describe the main risk

factors for chronic diseases later, with emphasis on the impact they have on quality of life of

individuals. We present a review of the literature with data based on databases online, library

resources, government documents and non-governmental organizations and health statistics.

Key words: risk factors, non-transmissible chronic diseases, quality of life.

Page 43: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

41

REVISÃO DE LITERATURA

Neste início do século XXI, as doenças crônicas vem sendo preocupação de várias

organizações internacionais, enfatizando os chamados países do Terceiro Mundo 1. O termo "Doenças

Crônicas Não-Transmissíveis" (DCNT) pode ser caracterizado por um conjunto de doenças com

história natural prolongada, fatores de risco complexos e múltiplos, interação de fatores etiológicos

desconhecidos, de causa necessária desconhecida, ou especificidade de causa desconhecida. Também

é caracterizada pela ausência de participação ou participação polêmica de microorganismos entre os

determinantes, longo período de latência, longo curso assintomático. O curso clínico em geral é lento,

prolongado e permanente, sendo as manifestações clínicas com períodos de remissão e de

exacerbação. As lesões celulares ocasionadas pela doença geralmente são irreversíveis e pode evoluir

para diferentes graus de incapacidade e até morte 2,3

.

As principais doenças crônicas são as doenças cardiovasculares e as neoplasias. Dentre as

doenças cardiovasculares, as doenças de maior importância em saúde pública são: os acidentes

vasculares cerebrais e doença isquêmica do coração. O diabetes mellitus (DM) contribui tanto para a

mortalidade como para a incapacidade crônica e a HAS com alta prevalência. As principais neoplasias

são: os cânceres de colo uterino e de mama, nas mulheres; e os de estômago, pulmão, cólon e próstata,

entre os homens 4.

Atualmente, as doenças não transmissíveis são responsáveis por 45,9% da carga mundial de doenças.

Estima-se que em 2020 dois terços desta carga serão atribuídos as DCNT 6, com um possível deslocamento da

epidemia de doenças crônicas para países menos desenvolvidos 5. A Organização Mundial de Saúde

(OMS) está envolvida no esforço mundial de priorizar a vigilância das doenças não transmissíveis, com

foco nos principais fatores de risco: hipertensão arterial, tabagismo, consumo excessivo de álcool,

inatividade física, sobrepeso e obesidade, consumo inadequado de frutas e hortaliças, hiperglicemia 5.

As doenças crônicas em geral, levam à invalidez parcial ou total do indivíduo, com graves

repercussões para esse, sua família e a sociedade levando à diminuição da qualidade de vida (QV) e ao

aumento dos custos da assistência à saúde 6. A medida de QV é utilizada na medicina para caracterizar

a percepção do indivíduo sobre o seu estado de saúde em grandes domínios ou dimensões de sua vida

7.

Medidas fisiológicas fornecem informações importantes para os clínicos, entretanto, são de

interesse limitado para os pacientes 8. Diante da preocupação de caracterizar essa percepção do

indivíduo sobre o seu estado de saúde, diversos instrumentos têm sido utilizados com a finalidade de

avaliar a qualidade de vida 9,10,11,12,13,14

. Em doenças crônicas, a mensuração da medida de QV vêm se

tornando uma importante medida de impacto 15

.

Neste contexto, este artigo tem como objetivo descrever os principais fatores de risco para as

doenças crônicas não transmissíveis (hipertensão arterial, tabagismo, consumo excessivo de álcool,

inatividade física, sobrepeso e obesidade, consumo inadequado de frutas e hortaliças, hiperglicemia),

com ênfase em estudos que demonstram a repercussão destes na qualidade de vida dos indivíduos.

Page 44: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

42

Para tanto, apresentamos uma revisão da literatura com dados fundamentados nas bases de dados on-

line, fontes bibliográficas, documentos governamentais, não governamentais e estatísticas de saúde.

FATORES DE RISCO

Hipertensão Arterial

A definição de normotensão e hipertensão, baseia-se na prática clínica e no conhecimento da

história natural do processo sendo fundamentada na observação epidemiológica; que associa elevação

de níveis pressóricos a um aumento do risco populacional 16

. A classificação da pressão arterial, de

acordo com a medida no consultório para maiores de 18 anos de idade, preconiza-se níveis

considerados de risco a pressão arterial sistólica ≥ 140 mmHg e/ ou pressão arterial diastólica ≥ 90

mmHg 20

.

A HAS é uma doença multifatorial de caráter crônico e assintomático que depende da

interação entre: predisposição genética, fatores ambientais, alterações estruturais de coração e vasos 18

.

Embora não seja completamente conhecido como essas alterações ocorrem, sabe-se que a HAS é

acompanhada por disfunção do sistema nervoso autônomo, renal e mecanismos humorais.

Estima-se que existam cerca de um bilhão de hipertensos no mundo, com a prevalência de

25% a 30% dos indivíduos adultos com acréscimo em faixas etárias maior sendo esta uma das causas

mais freqüentes de consultas ambulatoriais 19

. No Brasil, estudos epidemiológicos estimam a

prevalência de 40 a 50% da população adulta com mais de 40 anos e que ela afete aproximadamente

um quarto da população brasileira 20

.

Desta maneira, a hipertensão arterial é um importante fator de risco para doenças de impacto

importante em saúde pública como doença cerebrovascular, doença arterial coronariana, insuficiência

cardíaca, insuficiência renal crônica e doença vascular de extremidades 21

. Esta multiplicidade de

conseqüências da HA e o impacto dos efeitos colaterais dos medicamentos, a caracteriza como uma

das causas de maior redução da qualidade e expectativa de vida dos indivíduos.

Estudos têm relatado que hipertensos possuem má QV em relação aos normotensos 22

.

Mesmo com a idéia tradicional que a HA é uma doença assintomática, hipertensos

demonstraram escores mais baixos de medida de QV pelo instrumento SF-36 23

. Contudo,

ainda há controvérsias 24

. Em idosos usando o SF-36 verificando a associação entre qualidade

de vida, sensibilização, tratamento e controle da hipertensão, nem hipertensão, nem

tratamentos com anti-hipertensivos foram associados a pior QV 25

.

O impacto da hipertensão sobre a QV pode ser atribuído em parte à prescrição de

drogas anti-hipertensivos como relataram outros estudos uma associação entre um bom

controle da HAS com tratamento e uma melhora da QV 26,27

. Entretanto, ainda não está claro

Page 45: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

43

que essas mudanças na qualidade de vida são causadas somente pela hipertensão, pela

consciência do estado hipertensivo ou pelo efeito do tratamento.

São poucos os estudos na literatura que avaliam a QV em pacientes hipertensos. Em 2005, de

4.300 artigos publicados em revista especializada em QV desde 1987, apenas nove estavam

relacionados à HA, e desses, dois apresentavam essa doença crônica como fator do estudo principal 28

.

No Brasil, foi realizado um estudo conduzido em Unidade Básica de Saúde da Família no

município de Fortaleza, em 113 portadores desse fator de risco. Foi avaliada a qualidade de vida e

percepção de doença entre portadores de hipertensão arterial. Verificou-se comprometimento em todos

os domínios da escala de qualidade de vida, sugerindo que, a cronicidade da HAS pode levar ao

comprometimento da qualidade de vida do indivíduo 29

.

Um outro estudo foi conduzido em Presidente Prudente. Os pesquisadores avaliaram a QV de

100 pacientes hipertensos em tratamento ambulatorial do Ambulatório Regional de Especialidades. O

grupo A foi composto por pacientes em acompanhamento há mais de cinco anos com alto grau de

adesão ao tratamento e o grupo B de pacientes recém-admitidos no ambulatório de especialidades, que

constituiu o grupo controle. Os resultados obtidos não demonstraram diferenças na QV. Os autores

relataram que uma possível explicação pode estar no tipo do tratamento, em que a equipe

multiprofissional, os aspectos educativos e informativos se acentuam para uma melhor compreensão

da doença hipertensiva como fator de risco 30

.

No ambulatório do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia foram

avaliados a QV de 96 pacientes após infarto agudo do miocárdio e sua correlação com o fator de risco

hipertensão arterial. O SF-36 apresentou piores índices de qualidade de vida, nos domínios físico e

total, quando correlacionado com a hipertensão arterial 31

.

Em estudo descritivo de 83 pacientes internados na Clínica Médica do Núcleo de Hospital

Universitário da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Os principais resultados mostraram

que, sob a ótica dos pacientes estudados, a percepção de qualidade de vida é boa, assim como a

percepção de ausência de severidade da doença 32

.

Tabagismo

O tabaco é uma droga lícita largamente utilizada em todo o mundo. O tabagismo causa cerca

de um óbito a cada seis segundos, sendo maior causa de morte evitável com maior crescimento.

Atualmente, é principal causa de enfermidades responsáveis pela carga de doenças mundial. Não

havendo uma mudança de curso da exposição mundial ao tabagismo, o número de fumantes passará do

ano 2000 a 2030 de 1,2 bilhões para 1,6 bilhões. As mortes anuais atribuíveis ao tabagismo

aumentarão de 4,9 para 10 milhões, sendo que 70% ocorrerão nos países menos desenvolvidos 33

. No

Brasil, um terço da população adulta fuma e o número anual estimado de óbitos relacionado ao

tabagismo é de 200.000 34.

Page 46: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

44

É considerado como fator de risco os indivíduos que praticam o hábito de fumar regularmente

ou ex-fumantes que abandonaram o hábito em um período inferior a cinco anos. O hábito de fumar

aumenta o risco de morte prematura e limitações físicas por doença coronariana, hipertensão arterial,

acidente vascular encefálico, bronquite, enfisema e câncer. Entre os tipos de câncer relacionados ao

uso do tabaco incluem-se os de pulmão, boca, laringe, faringe, esôfago, estômago, fígado, pâncreas,

bexiga, rim e colo de útero 35

.

Diversos estudos têm demonstrado associação entre tabagismo e redução da qualidade de vida

36,37, perda de anos de vida

38,39 e freqüência de co-morbidades psiquiátricas

40,41. Mesmo os fumantes

que não desenvolveram co-morbidades agudas ou crônicas associadas com cigarro apresentam QV

menores do que não - fumantes 42.

Pois, as patologias associadas ao tabaco só costumam ocorrer após

um longo tempo de exposição ao fumo 43

.

Em relação à gravidade da dependência de tabaco e QV em tabagistas moderados e graves,

constatou prejuízo nas dimensões de QV quando comparados aos ex- fumantes e aos que nunca

fumaram fumantes 46,47

. Há relação com a melhora da QV com à cessação do fumo 44,45

. Diante disso, a

medida de QV pode ter um papel imediato na motivação desses indivíduos a contemplar uma

possibilidade de mudança do hábito de fumar.

No Rio Grande do Sul, foi realizado estudo transversal em 276 indivíduos sobre o uso de

tabaco da população geral sem doenças tabaco-relacionadas. Os instrumentos de QV utilizados foram:

World Health Organization Quality of Life Instrument (WHOQOL-BREF), Beck Depression

Inventory (BDI), Beck Anxiety Inventory (BAI), Fagerström Test for Nicotine Dependence. Houve

associação entre a gravidade da dependência de tabaco e piora dos escores em todos os domínios da

QV em todos os instrumentos utilizados. Os tabagistas graves apresentam prejuízo na qualidade de

vida em todos os domínios e maiores sintomas de ansiedade e depressão, se comparados como os

leves e moderados 47

.

Consumo excessivo de álcool

O álcool é uma das poucas drogas psicotrópicas que tem seu consumo admitido e incentivado

pela sociedade. De acordo com a OMS 4, a mortalidade e limitação da condição funcional associada ao

consumo de bebidas alcoólicas superam aquelas associadas ao tabagismo. Calcula-se mundialmente,

que o álcool esteja relacionado a 3,2% de todas as mortes e no Brasil. Estima-se que a carga do álcool

corresponda cerca de 1,5% das mortes; situando o controle do uso de álcool como uma das prioridades

de Saúde Pública brasileira48

.

A literatura mostra que existem diferenças no consumo de álcool por sexo, sendo o uso

abusivo mais freqüente entre homens 49

. Estudos populacionais brasileiros, o alcoolismo está

negativamente associado com situação socioeconômica, educação, ocupação e renda 50

. Diante dessas

proporções, alcoolismo foi escolhido pelo Ministério da Saúde para compor a lista dos dez problemas

de saúde priorizados pelo Programa Saúde da Família 51

.

Page 47: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

45

Considera-se como consumo de risco, a ingestão de bebida alcoólica diária média superior a

uma dose padronizada para mulher e duas doses padronizadas para homem, por dia 4. O consumo de

bebidas alcoólicas quando excessivo, pode provocar problemas de saúde como cirrose, pancreatite,

demência, polineuropatia, miocardite, desnutrição, hipertensão arterial, infarto e certos tipos de

cânceres 52,53

.

O alcoolismo pode afetar a QV do indivíduo. Os indivíduos com maior gravidade de

dependência de álcool apresentam menores índices de QV, comparados com os doentes com menor

gravidade da dependência do álcool 54.

A QV de dependentes do álcool foi menor nos dois os estudos. Em estudo comparativo entre a

população em geral e 596 pacientes dependentes do álcool na Grã Betanha 55

e nos Estados Unidos

entre pacientes dependentes do álcool e outro estudo com pessoas em cuidado primário nos Estados

Unidos em 1333 indivíduos sem transtornos 56

. Contudo, resultados mostram que a QV de alcoólatras

pode ser melhorada por intervenção terapêutica em pacientes com transtornos ao consumo de álcool,

uma redução de 30% ou mais de bebidas por mês levou uma melhoria significativa da dimensão de

saúde mental do instrumento de QV SF – 36 57

.

No Brasil também utilizando o instrumento de QV SF-36, realizou-se um estudo em pacientes

em acompanhamento no Programa de Tratamento do Alcoolismo do Hospital das Clínicas da

Faculdade de Medicina de Botucatu. Os dependentes moderados e/ou graves apresentaram QV inferior

aos dependentes leves em aspecto físico, estado geral de saúde, vitalidade, aspecto social e saúde

mental. Os não abstinentes apresentaram qualidade de vida inferior aos abstinentes em aspecto físico,

aspecto social e saúde mental 58

.

Nível insuficiente de atividade física

O rápido crescimento das doenças crônicas associadas à inatividade física vem sendo

registrado tanto nos países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento. A inatividade física é

responsável por aproximadamente 2 milhões de mortes no mundo. A prevalência da inatividade física

analisada na população brasileira no Inquérito domiciliar sobre comportamentos de risco e morbidade

referida de doenças e agravos não transmissíveis, realizada em 15 capitais e no Distrito Federal,

encontrou níveis de sedentarismo de 28% a 54%. Sendo que atinge uma maior prevalência em

mulheres, idosos, indivíduos de baixo nível sócio-econômico e em incapacitados 21

.

De acordo com as recomendações do the American College of Sports Medicine and the

American Heart Association Primary, todos os adultos saudáveis com idades entre 18 e 65 anos

precisam de intensidade moderada aeróbio (endurance) de atividade física por um período mínimo de

30 minutos em cinco dias por semana ou de intensidade aeróbia vigorosa atividade física para um

mínimo de 20 minutos em três dias por semana 59

.

Anualmente, estima-se que a inatividade física seja responsável por 10%–16% dos casos de

cânceres de cólon, mama e de diabetes e 22% das doenças isquêmicas do coração. A prática de

Page 48: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

46

atividade física regular reduz o risco de mortes prematuras, doenças do coração, acidente vascular

cerebral, câncer de cólon e mama e diabetes tipo II. Atuando na prevenção ou redução da hipertensão

arterial, prevenindo o ganho de peso, auxiliando na prevenção ou redução da osteoporose,

promovendo bem-estar, reduzindo o estresse, a ansiedade e a depressão 60,61

.

Atividade física parece oferecer um conjunto de possibilidades promissoras no sentido de

aumento da qualidade de vida, principalmente no domínio funcional. Em estudo na França em trinta e

dois idosos (60-76 anos), foram supervisionados com sessões de 1 hora de exercícios aeróbicos por

semana durante 2 meses. Os idosos do grupo de atividade física obtiveram melhores escores nos

domínios de QV funcional em relação ao grupo controle 62

.

Outro estudo associou atividade física e qualidade de vida em idosos participantes e não

participantes em programas regulares de atividade física em Portugal. A Q.V. foi avaliada pela versão

curta do instrumento SF-36 os indivíduos do grupo controle apresentaram uma pontuação

significativamente inferior em todos os domínios do SF-36 considerados, comparativamente aos

sujeitos do grupo de exercícios. Sugeriu-se que a participação em programa de atividade física

melhora a qualidade de vida relacionada com a saúde 63

.

No Brasil, em Minas Gerais, realizou-se um estudo de avaliação da Q.V. em aposentados

vinculados a um plano de saúde em 87 aposentados utilizando o SF-36 64

. Após a análise multivariada

evidenciou-se melhor qualidade de vida apenas nos aposentados que praticavam atividade física

regular ou que tinham alguma atividade de trabalho no momento da pesquisa.

Sobrepeso e obesidade

A obesidade é uma doença crônica, que envolve fatores sociais, comportamentais, ambientais,

culturais, psicológicos, metabólicos e genéticos. Caracteriza-se pelo acúmulo de gordura corporal

resultante do desequilíbrio energético prolongado, que pode ser causado pelo excesso de consumo de

calorias e/ ou inatividade física 65

.

A prevalência de sobrepeso e obesidade tem aumentado em todo o mundo e vem se tornando

o maior problema de saúde na sociedade moderna na maioria dos países desenvolvidos e em

desenvolvimento 66

. Adultos dos Estados Unidos, Canadá e de alguns países da Europa Ocidental

apresentam prevalência em cerca de 50% e em alguns subgrupos a prevalência de sobrepeso é superior

a 70% 67

.

No Brasil, a prevalência de obesidade em adultos também pode ser considerada um problema

de saúde pública. A Pesquisa de Orçamentos Familiares (2002-2003), revelou uma prevalência de

sobrepeso e obesidade de 41,1% entre os homens e 40% entre as mulheres, acima de 20 anos 68

. O

crescimento econômico brasileiro proporcionou um elevado consumo de alimentos associado ao estilo

de vida essencialmente sedentário, criando condições ideais para o maior acúmulo de gordura e

agravando a epidemia de sobrepeso e obesidade 69, 70, 71

.

Page 49: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

47

Recentemente, estudos têm demonstrado que as características qualitativas da dieta influenciam

no aparecimento das doenças crônicas não transmissíveis, em todos os momentos o curso da vida

72,73,74,75. Os índices de sobrepeso e obesidade serão considerados fatores de risco: sobrepeso ≥ 25 e

≤29,9 Kg/m² e obeso ≥30 Kg/m² 76

.

O excesso de peso contribui de forma importante para a carga de doenças crônicas e

incapacidades. Dessa forma, o aumento excessivo da quantidade de gordura e do peso corporal deverá

repercutir de maneira negativa tanto na qualidade quanto na expectativa de vida 77,78

. As conseqüências

para a saúde associadas a estes fatores vão desde condições debilitantes que afetam a qualidade de

vida, tais como a osteoartrite, dificuldades respiratórias, problemas músculo-esqueléticos, problemas

de pele e infertilidade, até condições graves como doença coronariana, diabetes tipo 2 e certos tipos

de câncer 79

.

O impacto negativo da obesidade na qualidade de vida dos indivíduos tem sido alvo de

diversas investigações. O estudo de Behavioral Risk Factor Surveillance System, analisou a relação

entre Índice de massa corporal (IMC) e saúde relacionada com qualidade de vida na população adulta

em geral nos Estados Unidos. Os autores concluíram que a qualidade de vida diminui com o aumento

do IMC e que as percepções de saúde podem afetar os esforços dos indivíduos para manter ou alterar

seu peso 80

.

Estudo nos Estados Unidos verificou o Impacto dos fatores de risco cardiometabólicos

aglomerados (sobrepeso, obesidade, diabetes, hiperlipidemia e hipertensão) com Q.V. O aglomerado

principal encontrado foi composto por hipertensão, hiperlipidemia e obesidade; e entre aqueles com

quatro fatores de risco, 40% relatavam hipertensão, hiperlipidemia, a obesidade e diabetes. A

conclusão foi que os fatores aglomerados têm um impacto negativo sobre a QV 81

.

Em revisão bibliográfica sobre os estudos mais importantes sobre obesidade e QV, verifica-se

que na Suécia, resultados sugerem que a obesidade é um fator debilitante para a saúde e

funcionamento psicossocial. Em Madrid, o perfil de pacientes obesos obtinha pior qualidade de vida, o

que possibilitou considerar uma intervenção profilática ou tratamento antecipado a estes casos. Nos

Estados Unidos, mostram que a dor parece ter uma relação direta com a QV, e que poderá ser

considerada uma co-variável da obesidade, devendo ser levada em conta nos tratamentos de obesidade.

Em Oxford, os sujeitos obesos ou com outra doença crônica apresentavam uma degradação do bem-

estar físico, porém apenas os sujeitos com outra doença crônica (sem obesidade associada)

apresentavam deterioração do bem-estar psicológico. A maioria dos estudos citados na revisão sugere

a influência negativa da obesidade e do excesso de peso no estado de saúde e funcionamento

psicossocial 77

.

Page 50: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

48

Consumo inadequado de frutas, verduras e legumes

No Brasil, o padrão alimentar baseado no consumo de cereais, feijões, raízes e tubérculos, vem

sendo substituído por uma alimentação mais rica em gorduras e açúcares. Essas mudanças nos padrões

de consumo têm colocado a população brasileira em maior risco para doenças crônicas 72,82

.

A OMS recomenda um consumo mínimo diário de 400g ou cinco porções de 80 gramas cada

uma 83

. Em pesquisa nos Estados Unidos, somente 23% dos adultos consumiam a quantidade

adequada 84

. Na Irlanda, o consumo médio de frutas, verduras e legumes é 400g/dia 85

. No Reino

Unido, apenas 40% atinge a meta preconizada pela OMS 86

e no Brasil não se sabe essa relação.

Pesquisas mostram que frutas, verduras e legumes (FLV) desempenham papel protetor, de

acordo com o Fundo Mundial para a Pesquisa do Câncer, uma dieta com uma grande quantidade e

variedade de frutas, legumes e verduras pode prevenir 20% ou mais dos casos de câncer 87

. O

Relatório Mundial sobre Saúde de 2002 da OMS estima que o baixo consumo desses alimentos está

associado a cerca de 31% das doenças isquêmicas do coração e 11% dos casos de acidente vascular

cerebral no mundo 88

.

Estudos mostram que as alterações na dieta têm efeitos positivos e negativos na saúde. Uma

alimentação inadequada, rica em gorduras, com alimentos altamente refinados e processados, e pobre

em frutas, legumes e verduras está associada ao aparecimento de diversas doenças como aterosclerose,

hipercolesterolemia, hipertensão arterial, doença isquêmica do coração, infarto agudo do miocárdio,

diabetes mellitus e câncer 89,90

. Estudos epidemiológicos confirmam que o consumo elevado de FLV

reduz o risco de câncer 91, 92

.

Em um estudo longitudinal realizado com cerca de 40.000 mulheres profissionais de saúde-

Women's Health Study, observaram que uma alta ingestão de frutas, legumes e verduras esta associada

com um menor risco de doenças cardiovasculares, principalmente infarto do miocárdio 93.

Acredita-se

que a redução no risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares se dá pela combinação de

micronutrientes, antioxidantes, substâncias fitoquímicas e fibras presentes nestes alimentos 94

.

Não foram encontrados estudos que verifiquem a associação entre QV e o consumo de frutas,

verduras e legumes. Diante disso, ainda não se sabe o impacto da presença desse fator de risco na QV

nos indivíduos.

Hiperglicemia

A glicose é uma dextrose monossacáride cristalina, denominada cientificamente de D-glicose

e suas concentrações no sangue são denominadas tecnicamente de glicemia. A hiperglicemia é o

resultado de defeitos na ação da insulina, na secreção de insulina ou em distúrbios metabólicos. É uma

categoria referida como pré-diabetes, que é a glicemia alterada; não é entidade clínica, mas fator de

risco para o desenvolvimento DCNT, como acidente vascular cerebral, doenças renais e cegueira 95, 96,

97. A hiperglicemia é um estado intermediário entre a homeostase normal da glicose e o diabetes

Page 51: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

49

mellitus (DM). As concentrações de glicemia de jejum que são inferiores ao critério diagnóstico para o

DM, porém mais elevadas do que o valor de referência normal.

O DM é uma doença comum e de incidência crescente. Caracteriza-se por um estado

hiperglicêmico crônico, acompanhado de complicações agudas e crônicas. É uma das principais causas

de mortalidade, insuficiência renal, amputação de membros inferiores, cegueira e doença

cardiovascular 98,99,100,101

.

Em 1995, o DM atingia 4% da população adulta mundial e estima-se que, em 2025, alcançará

a cifra de 5,4%. A maior parte desse aumento se dará em países em desenvolvimento, e neles se

acentuará o atual padrão de concentração de casos na faixa etária de 45-64 anos 4. Para a Campanha

Nacional de Detecção do DM, o Ministério da Saúde disponibilizou para os estados e municípios

realização de testes de glicemia capilar. Foram realizados 22.069.905 exames de glicemia capilar, o

que representa um percentual de 73% da população-alvo atendida pelo Sistema Único de Saúde, sendo

16,4% considerados rastreamento positivo. Desconsiderado o estado de jejum, observa-se que 12,8%

alcançaram patamares hiperglicêmicos de considerável probabilidade de diabetes e 3,6% dos

participantes alcançaram um patamar diabético 102

.

No Inquérito Domiciliar sobre Comportamentos de Risco e Morbidade Referida 21

, a

prevalência total do relato de DM auto-referido variou de 5,2% a 9,4%. Manaus (9,3%) apresentou

uma das maiores prevalências, superior a João Pessoa (5,2%), Belo Horizonte (5,4%) e ao Distrito

Federal (5,6%). Em todas as outras capitais, os intervalos de confiança se sobrepõem. Entre os sexos, a

prevalência variou de 4,9% a 12,0% em homens e de 4,9% a 8,9% em mulheres. A prevalência do DM

foi significativamente menor entre os indivíduos com maior escolaridade no Distrito Federal e em

onze capitais: Manaus, Fortaleza, Natal, João Pessoa, Recife, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo,

Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre.

De uma forma geral, os estudos existentes sugerem que a presença de complicações crônicas

do DM está associada a uma diminuição significativa na QV . Além disso, também há associações

negativas encontradas principalmente no domínio físico nas variáveis: idade superior, educação

inferior, solteiros, obesidade, hipertensão e hiperlipidemia103

.

Os estudos tem sugerido que a QV diminui à medida que o número de complicações crónicas

que o doente possui aumenta e que a gravidade das complicações crônicas é uma variável preditora

mais forte do que o número dessas complicações 104

. a elevada prevalência de sintomas das

complicações crônicas combinada com o seu significativo impacto negativo parecem causar uma

diminuição da QV e da utilidade destes, quer do ponto de vista individual ou social 105.

Considerações finais

A proposta desta revisão demonstra a importância de detectar os sinais representativos de

fatores de risco para as DCNT. Ressalta-se a importância de realizar um diagnóstico precoce, já que

essas doenças atuam silenciosamente, sendo a maioria dos indivíduos acometidos por vários fatores de

Page 52: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

50

risco aglomerados em efeito cascata. Realizar o diagnóstico destes fatores não é o único desafio, um

outro aspecto importante é também verificar o impacto que esses fatores podem influenciar na QV.

As complicações por DCNT implicam não apenas custos econômicos, como também, custos

incomensuráveis para os indivíduos, em termos de dor, sofrimento e seu impacto na qualidade de vida.

A prevenção e controle das DCNT e seus fatores de risco são fundamentais para evitar um crescimento

epidêmico dessas doenças e suas conseqüências nefastas para a qualidade de vida dos indivíduos e sua

repercussão no sistema de saúde no País.

Há carência de estudos brasileiros que mensurem a qualidade de vida tanto na população em

geral quanto relacionados com fatores de risco para as DCNT. Estimar adequadamente o “tamanho do

problema” leva à repensar a qualidade e a adequação das intervenções até então realizadas somente

quando as doenças crônicas já estão instaladas. A conscientização que a presença de alguns fatores de

risco para as DCNT impactam na QV representa uma oportunidade para promover e aperfeiçoar ações

de promoção de saúde, além de prevenir complicações e monitorar adequadamente as doenças

crônicas.

REFERÊNCIAS

1. Lopez A. D., Murray C.C.J.L. The global burden of disease, 1990−2020. Nature

Medicine 1998; 4: 1241-1243.

2. Lotufo, Paulo Andrade. Why Brazil does not have an outbreak of chronic diseases:

lessons from cardiovascular diseases? Ciência & Saúde Coletiva 2004; 9 (4): 841-

850.

3. Lessa I. O adulto brasileiro e as doenças da modernidade: epidemiologia das

doenças crônicas não transmissíveis. São Paulo: Hucitec, 1998. 284p.

4. World Health Organization 2002. The World Health Report, 2002: reducing risks,

promoting healthy life. NLM Classification. WA 540.1. Geneva.

5. Whelan J. Who calls for countries to shift from acute to chronic care. News. British

Medical Journal 2002; 324: 1237.

6. Collins JL, Giles HW, Holmes-Chavez A. Old dilemmas, new commitments:

toward a 21st century strategy for community health promotion. Prev Chronic Dis

[serial online] 2007 Jul [Acesso em:11 de julho de 2008]. Disponível em:

http://www.cdc.gov/pcd/issues/2007/jul/07_0037.htm

7. Brousse C., Boisaubert B. Quality of life and scales measuring. La Revue de

médecine interne 2007; 28: 458–462.

8. Guyatt, GH; Thompsom, PJ; Berman, LB; Sullivan, MJ; Townsend, M; Jones, NL.

How shoud we measure function in patients with chronic heart and lung disease? J.

Chron. Dis. 1995; 38: 517-524.

9. Patrick, DL; Deyo, RA. Generic and disease-specific measures in assessing health

status and quality of life. Med. Care 1989; 27:5217 - 5232.

Page 53: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

51

10. Katz, JN; Larson, MG; Phillips, CB; Fossel, AH; Liang, MH. Comparative

measurement sensitivity of short and longer health status instruments. Med. Care

1992; 30: 917 -925.

11. Guyatt, GH; Feeny, DH; Patrick, DL. Measuring health-related quality of life. Ann.

Intern. Med. 1993; 118: 622 - 629.

12. Barr, J. T. The outcomes movement and health status measures. J. Allied. Health

1995; 24: 13 - 28.

13. Guyatt, GH; Naylor, D.; Juniper, E.; Heyland, DK; Jaeschke, R; Cook, DJ. User is

guides to the medical literature. XII. How to use articles about health-related quality

of life. Jama 1997; 277: 1232 - 1236.

14. Coons, SJ; Rao, S.; Keininger, DL; Hays, R.D. A comparative review of generic

quality of life instruments. Pharmacoeconomics 2000; 17: 13 - 35.

15. Ebrahim S. Clinical and Public Health perspectives and applications of health-

related quality of life measurement. Soc. Sci. Med. 1995; 41 (10): 1383-1394.

16. Irigoyen MC, Krieger EM, Consolim- Colombo FM. Controle fisiológico da

pressão arterial pelo sistema nervoso. Revista da Sociedade Brasileira de

Hipertensão 2005; 8 (1): 6-10.

17. Guiderlines Subcommittee 1999. Word Health Organization- Internacional Society

of Hypertension Guidelines for the Manegement of Hypertension. Journal of

Hypertension 1999; 17: 151-183.

18. Krieger E M, Franchini KG, Krieger JE. Fisiopatogenia da hipertensão arterial.

Medicina Ribeirão Preto 1996; 29: 181-192.

19. Kearney PM, Whelton M, Reynolds K, Munter P, Weltonp K, He J. Global burden

of hypertension: analysis of worldwide data. Lancet 2005; 365: 217–223.

20. Fuchs FD, Moreira LB, Moraes LS, Bredemeier M, Cardoso SC. Prevalence of

systemic arterial hypertension and associated risk factors in the Porto Alegre

metropolitan area 1994. Populational – based study. Arquivos brasileiros de

cardiologia 63(6):473-479.

21. Instituto Nacional de Câncer. Inquérito domiciliar sobre comportamentos de risco e

morbidade referida de doenças e agravos não transmissíveis: Brasil, 15 capitais e

Distrito Federal, 2002-2003. Rio de Janeiro: Instituto Nacional de Câncer; 2004.

22. Lawrence W F, Fryback DG, Martin PA, Klein BE. Health status and hypertension:

a population-based study. J Clin Epidemiol 1996; 49: 1239 -1245.

23. Bardage C, Isacson DGL. Hypertension and health-related quality of life: an

epidemiological study in Sweden. J Clin Epidemiol 2001; 54 (2): 172-181.

24. Moum T, Naess S, Sorensen T, Tambs K, Holmen J. Hypertension labelling, life

events and psychological well-being. Psychol Med 1990; 20: 635– 646.

Page 54: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

52

25. Banegas JR, Guallar-Castillón P, Rodríguez-Artalejo F, Lópes- Garcia E, Ruilope

LM. Association between awareness, treatment, and control of hypertension, and

quality of life among older adults in Spain. Am J Hypertens. 2006; 19 (7): 686-93.

26. Erickson SR, Williams BC, Gruppen LD. Perceived symptoms and health-related

quality of life reported by uncomplicated hypertensive patients compared to normal

controls. J Hum Hypertens 2001; 15 (8) :539-548.

27. Wiklund I, Halling K, Ryden- Bergsten T, Fletcher A. Does lowering the blood

pressure improve the mood? Quality-of-life results from the Hypertension Optimal

Treatment (HOT) study. Blood Press 1997; 6:357-364.

28. Alderman MH. Quality of life in hypertensive patients: does it matter and

should we measure it? J Hypertens. 2005; 23: 1635-6.

29. Brito DMS, Araújo TL, Galvão MTG, Moreira TMM, Lopes MV. de O. Qualidade

de vida e percepção da doença entre portadores de hipertensão arterial. Cad. Saúde

Pública 2008; 24 (4): 933-940.

30. Cavalcante MA, Bombig MT, Filho BL, Carvalho AC de C, AAV de, Povoa R.

Qualidade de Vida de Pacientes Hipertensos em Tratamento Ambulatorial Arq Bras

Cardiol 2007; 89(4) : 245-250.

31. Alcântara EC, Resende ES, de Paula LKG, Silveira LC, da Costa MD. Avaliação da

qualidade de vida após infarto agudo do miocárdio e sua correlação com o fator de

risco hipertensão arterial. Rev Bras Hipertens 14(2): 118-120, 2007.

32. Reis M. G. dos, Glashan R. de Q. Adultos hipertensos hospitalizados: percepção de

gravidade da doença e de qualidade de vida. Rev. Latino-Americana de

Enfermagem 2001; 9(3):51-57.

33. Instituto Nacional do Câncer [homepage on the Internet].Brasília: Ministério da

Saúde. Relatório da Organização Mundial de Saúde sobre a epidemia global de

tabagismo, 2008: Pacote MPOWE. Available from: http://

http://www.inca.gov.br/tabagismo/publicacoes/OMS_Relatorio.pdf

34. Menezes AMB. Epidemiologia do tabagismo. J Bras Pneumol. 2004; 30 (2):3-7.

35. National Cancer Institute. National Institutes of Health. Department of Health and

Human Services. Women, tobacco and cancer: an agenda for the 21st Century.

United States, 2004.

36. Woolf SH, Rotemich SF, Johnson RE, Marsland DW. Is cigarette smoking

associated with impaired physical and mental functional status? An office-based

survey of primary care patients. Am. J. Prev. Med. 1999; 17: 134-7.

37. Lyons RA, Lo SV, Littlepage BNC. Perception of health amongst ever-smokers and

never-smokers: a comparison using the SF-36 Health Survey Questionnaire. Tob

Control. 1994; 3: 213-5.

Page 55: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

53

38. Ostbye T, Taylor DH. The effect of smoking on years of healthy life (YHL) lost

among middle-aged and older Americans. Health Serv. Res. 2004; 39: 531-52.

39. Banegas JR, Díez Ganãn L, Rodríguez- Artalejo F, Gonzáles Enríques J, Graciani

A, Villar F. Mortalidad atribuible al tabaquismo en España en 1998. Med Clin

(Barc) 2001; 17: 692-694.

40. Schumitz N; Kruse J; Kugker J. Disabilities, quality of life, and mental disorders

associated with smoking and nicotine dependence. Am J Psychiatry 2003; 1670-

1676.

41. Breslau N; Novak S; Kessler R. Psychiatric disorders and stages of smoking. Biol

Psychiatry 2004; 55 (1):69-76.

42. Cayela A. Rodrigues- Dominguez S. Otero R. Deteriorated Health-Related Quality

of Life in Healthy Male Smokers. Archivos de Bronconeumologia 2007; 43 (2):

59-63.

43. Olufade A; Shaw JW; Foster S; Leischow S.; Hays R. Coons SJ. Development of

the Smoking Cessation Quality of Life Questionnaire. Clin Ther 1999; 21(12):

2113-2130.

44. Tilmann M; Silcok J. A comparison of smokers’ and ex-smokers’ healthrelated

quality of life. J Public Health Med 1997; 19 (3): 268-73.

45. Mitra M; Chung M; Wilber N; Walker D. Smoking status and quality of life. A

longitudinal study among adults with disabilities. Am J Prev Med 2004; 27 (3):

258-260.

46. Wilson D, Parsons J, Wakefield M. The health-related quality- of life of never-

smokers, ex-smokers, and light, moderate and heavy smokers. Prev Med 1999; 29:

139-44.

47. Castro M da Graça, Oliveira M da Silva, Moraes J F D de,

Miguel A C, Araújo R B. Rev. Psiq. Clín. 2007; 34 (2): 61-67

48. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de

Análise de Situação em Saúde. Saúde Brasil 2006 : uma análise da situação de

saúde no Brasil / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde,

Departamento de Análise de Situação em Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde,

2006. 620 p.

49. Rhem, J. et al. Alcohol-related morbidity and mortality. Alcohol Res Health 2003;

27 (1): 39-51.

50. Almeida- Filho N. et al. Determinantes sociais e padrões de consumo de álcool

na Bahia, Brasil. Rev. Saúde Pública, 2004; 38 (1): 45-54.

Page 56: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

54

51. Minto E C, Corradi-Webster C M, Gorayeb R, Laprega M R, Furtado EF.

Intervenções breves para o uso abusivo de álcool em atenção primária. Epidemiol.

Serv. Saúde 2007; 16(3):207-220.

52. Chaloupa FL, Grossman M, Saffer H. The effects of price on alcohol consumption

and alcohol-related problems. Alcohol Research and Heath 2002; 26: 22-34.

53. Babor TF, Caetano R, Casorswell S. Alcohol: Summary of Alcohol: No

Ordinary. Addiction,1998; 1343–1350.

54. Daeppen, JB, Krieg, MA, Burnand, B. et al. MOS-SF-36 in evaluating health-

related quality of life in alcohol-dependent patients. American Journal of Drug and

Alcohol Abuse 1998; 24:685–694.

55. Kenna, M.,Chick, J., Buxton, M. et al. The SECCAT survey:I. The cost and

consequences of alcoholism. Alcohol and Alcoholism, 1996; 31:565–576.

56. Volk R.J., Cantor S.B., Steinbauer J.R., Cass A. R. Alcohol use disorders,

consumption patterns, and health-related quality of life of primary care patients.

Alcohol Clin Exp Res 1997; 21(5):899-905.

57. Kraemer K.L., STEPHEN A. M., Conigliaro J., McNeil M., Gordon A.J., Kelley

M.E. Decreased Alcohol Consumption in Outpatient Drinkers Is Associated with

Improved Quality of Life and Fewer Alcohol-related Consequences. J Gen Intern

Med 2002;175:382–386.

58. Menezes, Carolina. A qualidade de vida de dependentes de álcool. Dissertação

apresentada a Universidade Estadual Paulista. Faculdade de Medicina de Botucatu

para obtenção do grau de Mestre. Botucatu; s.n; 2006. 72p.

59. William L. et al. Physical Activity and Public Health. Updated Recommendation

for Adults From the American College of Sports Medicine and the American Heart

Association. Downloaded from circ.ahajournals.org by on August 8, 2007: 1-13.

60. World Health Organization. Physical activity: direct and indirect health benefits.

Disponível em: www.who.int/hpr/physactic/health.benefits.shtml Acesso em: 03

out. 2008.

61. Centers For Disease Control And Prevention. Improving nutrition and increasing

physical activity. Disponível em: www.cdc.gov/nccdphp/bb_nutrition/ . Acesso em:

09 jul. 2008.

62. Fabre C., Masse´-Biron J., Chamari K., Varray A., Mucci P, Pre´faut Ch..

Evaluation of quality of life in elderly healthy subjects after aerobic and:or mental

training. Arch. Gerontol. Geriatr.1999; 28: 9–22.

63. Mota J., Ribeiro J. L., Carvalho J., De Matos M.G.. Atividade física e qualidade de

vida associada à saúde em idosos participantes e não participantes em programas

regulares de atividade física. Rev. bras. Educ. Fís. Esp. 2006; 20(3):219-25.

Page 57: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

55

64. Pimenta et al. Avaliação da qualidade de vida de aposentados com a utilização do

questionário SF-36. Rev Assoc Med Bras 2008; 54(1): 55-60.

65. National Institutes of Health. Clinical guidelines on the identification, evaluation,

and treatment of overweight and obesity in adults. Bethesda, MD: Department of

Health and Human Services, National Institutes of Health, National Heart, Lung

and Blood Institute, 1998.

66. Popkin, B.M.; Doak, C. The obesity epidemic is a worldwide phenomenon. Nutr.

Rev. 1998; 56:106-14.

67. National Institutes of Health. Clinical guidelines on the identification, evaluation,

and treatment of overweight and obesity in adults. Bethesda, MD: Department of

Health and Human Services, National Institutes of Health, National Heart, Lung

and Blood Institute, 1998.

68. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pesquisa de orçamentos

familiares, 2002-2003. Aquisição alimentar domiciliar per capita, Brasil e grandes

regiões. Rio de Janeiro; 2004.

69. Guimarães,AC. Sobrepeso e obesidade: fatores de risco cardiovascular.

Hipertensão 2001; 4(3): 94-97.

70. Carneiro G. Influência da distribuição da gordura corporal sobre a prevalência da

hipertensão arterial e outros fatores de risco cardiovascular em indivíduos obesos.

Revista da Associação Médica Brasileira 2003; 49(2):306-311.

71. Souza, L. J. De. et al. Prevalência de Obesidade e Fatores de Risco Cardiovascular

em Campos, Rio de Janeiro. Arq. Bras. Endrocrinol Metab. 2003; 47(6): 669-676.

72. Monteiro C.A., Mondini L., Levi-Costa R.B. Mudanças na composição e adequação

nutricional da dieta familiar nas áreas metropolitanas do Brasil (1988-1996). Rev

Saúde Pública 2000; 34:251-8.

73. Mahoney L.T., Clarke W.R., Burns T.L., Lauer R.M. Childhood predictors of high

blood pressure. Am J Hypertens 1991; 4:608-10.

74. Li S., Chen W., Srinivasan S.R., Bond M. Childhood cardiovascular risk factors and

carotid vascular changes in adulthood: The Bogalusa Heart Study. JAMA 2003;

290:2271-6.

75. Lopes A.C.S., Calaffa W.T., Sichieri R., Mingoti S.A., Lima-Costa M.F. Consumo

de nutrientes em adultos e idosos em estudo de base populacional: Projeto Bambuí.

Cad Saúde Pública 2005; 21:1201-9.

76. World Health Organization. Physical Status: The Use And Interpretation of

Anthropometry - Report of a WHO Expert Committee - WHO Technical Report

Series 854, Geneva, 1995.

Page 58: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

56

77. Silva M. P. Da, Jorge Z., A. Domingues, Nobre, E. L. Chambel P., De Castro J.J.

Obesidade e qualidade de vida. Acta Med Port 2006; 19: 247-250.

78. Poston, W. C. et al. Promotion of Healthful Eating, Physical Activity, and Energy

Balance: A Population-Based Prevention of Obesity. The Need for Comprehensive

Scientific Statement From American Heart Association Council on Epidemiology

and Prevention, Interdisciplinary Committee for PreventionFormerly the Expert

Panel on Population and Prevention Science) and Prevention. Circulation 2008;

118; 428-464; originally published online Jun 30, 2008;

http://circ.ahajournals.org/cgi/content/full/118/4/428.

79. World Health Organization. Obesity – preventing and managing the global

epidemic. Geneva: World Health Organization; 1999. (WHO Technical Report

Series, 894).

80. Ford, Earl S., David G. Moriarty, Matthew M. Zack, Ali H. Mokdad, And Daniel P.

Chapman. Self-Reported Body Mass Index and Health-Related Quality of Life:

Findings from the Behavioral Risk Factor Surveillance System. Obesity Research

2001; 9(1).

81. Sullivan P.W., Ghuschyan V., Wyatt H.R, Wu E.Q., Hill J. O. Impact of

Cardiometabolic Risk Factor Clusters on Health-related Quality of Life in the U.S.

Obesity 2007; 15 (2).

82. Ministério Da Saúde. A vigilância, o controle e a prevenção das doenças crônicas

não transmissíveis – DCNT – no contexto do Sistema Único de Saúde brasileiro.

Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2005.

83. World Health Organization. Food and Agricultural Organization of the United

Nations. Expert Report on Diet, Nutrition and the Prevention of Chronic Diseases.

Geneva: World Health Organization/Food and Agricultural Organization of the

United Nations; 2003. WHO Technical Report Series 916.

84. Steffen L. M., Jacobs Jr. D.R., Stevens J., Shahar E., Chariters T., Folson A. R.

Association off whole-grain refined-grain, and fruit and vegetable consumption

whith risks off all-cause mortality and incident coronary artery disease and

ischemic stroke: the Atherosclerosis Risk in Communities (ARIC) study. Am J Clin

Nutr 2003; 78:383-390.

85. O’ Brien M., Kiely M., Galvin M., Flynn A., The importance of composite food for

estimetes of vegetable and fruit intakes. Plublic Health Nutr 2003; 6 (7) 711-726.

86. John J. H., Ziebland S., Yudkin P., Roe L. S., Neil H.A.W. Effects of fruit and

vegetable consumption on plasma antioxidant concentrations and blood pressure: a

randomised controlled trial. The Lancet 2002, 359(8): 1969-74.

Page 59: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

57

87. World Cancer Fund-American Institute For Cancer Research (1997). Food,

nutrition and the prevention of cancer: A global perspective. Washington, World

Cancer Fund-American Institute For Cancer Research.

88. World Health Organization 2003. Integrated prevention of non-comunicable

diseases. Executive Board, 113 th, Session. Draft global strategy on diet, physical

activity and health. EB113/44Add.1, 2003.

89. Kris-Etherton, P.; Daniels, S. R.; Eckel, R. H. Et Al. Aha scientific statement:

summary of the Scientific Conference on Dietary Fatty Acids and Cardiovascular

Health. Conference summary from the Nutrition Committee of the American Heart

Association. Journal of Nutrition 2001; 131 (4):1322-6.

90. Mann, J. I. Diet and risk of coronary heart disease and type II diabetes. Lancet

2002, 360: 783-9.

91. Gandini S, Merzenich H, Robertenson C, Boyle P. Meta-analysis of studies on

breast cancer risk and diet: the role of fruit and vegetable comsuption and intake

associated micronitrients. Eur. J. Cancer 2000; 36: 636-646.

92. Jonh J.H., Ziebland S., Yudikin P., Roe R.S., Neil H.A.W. Effects os fruit and

vegetable comsuption on plasma antioxidant concentrations and blood pressure: a

randomed controlled trial. The lancet 2002; 359 (8): 1969-74.

93. Liu S. et al. Fruit and vegetable intake and risk of cardiovascular disease: the

Women's Health Study. American Journal of Clinical Nutrition 2000; 72 (4): 922-

928.

94. Rimm, E. B. et al. Vegetable, fruit, and cereal fiber intake and risk of coronary

heart disease among men. JAMA 1996; 275:447–51.

95. Cotran Rs, Kumar V, Robbins Sl. Patologia estrutural e funcional. 5 ed. Rio de

Janeiro: Guanabara Koogan; 1996.

96. Guyton, A.; Hall, J. Tratado de Fisiologia Médica. 10ª. ed. Rio de Janeiro:

Guanabara Koogan, 2002.

97. Lima W. A, Glaner M.F. Principais fatores de risco relacionados às doenças

cardiovasculares. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano

2006; 8 (1): 96-104.

98. Decode Study Group. Glucose tolerance and mortality: comparasion of WHO and

American Diabetes Association diagnostic criteria. Lancet 1999, 354: 617-21.

99. Cruz Filho, R. A. et al. O papel da glicemia capilar de jejum no

diagnóstico precoce de diabetes mellitus: correlação com fatores de

risco cardiovascular. Arquivo Brasileiro de Endocrinologia Metabólica

2002; 46 (3): 255-259.

Page 60: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

58

100. Schaan, B. D.; Harzheim, E.; Gus, J. Perfil de risco cardíaco no diabetes mellitus

alterada. Revista Saúde Pública, Porto Alegre 2004; 38 (4): 529-536.

101. SBD- Sociedade Brasileira de Diabetes Mellitus. I Diretriz Brasiléia de Diabetes

Mellitus. 2006.

102. Toscano C.M. As campanhas nacionais para detecção das doenças crônicas não-

transmissíveis:diabetes e hipertensão arterial. Ciência & Saúde Coletiva 2004, 9 (4):

885-895.

103. Papadopoulos A., Kontodimopoulos N., Frydas A., Ikonomakis E., Niakas D.

Predictors of health-related quality of life in type II diabetic patients in Greece.

BMC Public Health 2007; 7: 186.

104. Glasgow, R. E., Ruggiero, L., Eakin, E. G., Dryfoos, J., & Chobanian, L. (1997).

Quality of life and associated characteristics in a large national sample of adults

with diabetes. Diabetes Care, 20 (4), 562- -567.

105. Hahl, J., Hämäläinen, H., Sintonen, H., Simell, T., Ariren, S., & Simell, O. (2002).

Health-related quality of life in type 1 diabetes without or with symptoms of long-

term complications. Quality of Life Research, 11 (5), 427-436.

Page 61: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

59

ARTIGO CIENTÍFICO 3

Revista Ciência & Saúde Coletiva

DINÂMICA POPULACIONAL E O PERFIL DE MORTALIDADE NO MUNICÍPIO DE

MONTES CLAROS, MINAS GERAIS, BRASIL.

Oliveira-Campos, Maryane 1; Cerqueira, Marília Borborema Rodrigues

2 ; Rodrigues-

Neto, João Felício 3.

1. Maryane Oliveira Campos. Fisioterapeuta. Mestranda em Ciências da Saúde na Universidade

Estadual de Montes Claros- UNIMONTES.

2. Marília Borborema Rodrigues Cerqueira. Mestre em Demografia pelo CEDEPLAR/UFMG - Centro

de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Universidade Federal de Minas Gerais.

Coordenadora da Estação de Pesquisa da Escola Técnica de Saúde da Universidade Estadual de

Montes Claros -UNIMONTES.

3. João Felício Rodrigues Neto. Médico. Doutor em Medicina pela Universidade Federal de São

Paulo- UNIFESP. Professor do Departamento de Clínica Médica da Universidade Estadual de Montes

Claros -UNIMONTES.

Page 62: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

60

Page 63: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

61

Page 64: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

62

Page 65: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

63

Page 66: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

64

Page 67: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

65

Page 68: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

66

Page 69: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

67

Page 70: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

68

Page 71: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

69

Gráfico 2. Mortalidade por grupos de causa segundo os capítulos da CID 10, em Montes Claros, no

período de 1996 a 2005.

Mortalidade proporcional por causa básica, Montes

Claros, 1996-2005

0

5

10

15

20

25

30

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005

Ano

%

DIP

Neoplasias

Circulatório

Externas

Fonte: Datasus acesso em jun., jul. e ago. de 2008.

Page 72: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

70

Tabela 1. Distribuição proporcional de óbitos, por Capítulos da CID-10 e anos selecionados, para ambos

os sexos e grandes grupos populacionais, Montes Claros, Minas Gerais, Brasil

Capítulo CID-10

Grandes Grupos Populacionais e Anos Selecionados

0 a 14 anos 15 a 59 anos 60 anos ou mais

1996 2005 1996 2005 1996 2005

I – Algumas Doenças

Infecciosas e Parasitárias

II – Neoplasias

IX – Doenças do Aparelho

Circulatório

XX – Causas Externas de

Morbidade e Mortalidade

16,12

2,89

2,07

8,68

3,57

5,36

0,89

12,50

9,42

13,58

17,89

22,04

6,74

15,16

20,06

27,11

4,88

18,27

34,59

3,91

4,73

17,31

37,31

2,69

FONTE: Datasus e IBGE acesso em jun., jul. e ago. de 2008.

Page 73: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

71

Tabela 2. Taxas de mortalidade por grande grupo populacional em 100 mil habitantes , por algumas

causas básicas da CID-10 e anos selecionados – Montes Claros/ MG.

Grande grupo

populacional

DIP

Doenças do

Aparelho

Circulatório Causas Externas

Neoplasias

1996 2005 1996 2005 1996 2005 1996 2005

0 a 14 anos 43,70 3,89 5,60 0,97 22,41 13,62 10,09 5,84

15 a 59 anos 35,54 20,26 66,86 60,32 83,13 81,50 50,60 45,58

60 anos ou + 217,68 194,33 1.542,38 1.532,55 174,14 110,41 814,73 711,07

Fonte: Datasus, acesso em jun., jul. e ago. de 2008.

Page 74: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

72

ARTIGO CIENTÍFICO 4 Submetido e em avaliação.

FRUTAS, VERDURAS E LEGUMES: CONSUMO ADEQUADO E PREVENÇÃO

PARA AS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS.

OLIVEIRA-CAMPOS, Maryane1; RODRIGUES-NETO, João Felício

2; Fernandes-Flávio, Eliete

3.

1- Fisioterapeuta, bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais- Brasil (FAPEMIG),

Mestranda em Ciências da Saúde na Universidade Estadual de Montes Claros- UNIMONTES.

2- Doutor em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo- Unifesp, Brasil.

Prof. do Departamento de Pós-Graduação, Mestrado em Ciências da Saúde na Universidade Estadual

de Montes Claros- UNIMONTES.

3-Nutricionista, Hospital Universitário Clemente de Faria- Universidade Estadual de Montes

Claros.Doutora em Ciência dos Alimentos pela Universidade Federal de Lavras-UFLA.

Page 75: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

73

FRUTAS, VERDURAS E LEGUMES:

CONSUMO ADEQUADO E PREVENÇÃO

PARA DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS.

Resumo: Estudos têm evidenciado que o consumo de frutas, verduras e legumes como parte da

alimentação podem prevenir as doenças crônicas não-transmissíveis como as doenças cardiovasculares

e os diversos tipos de câncer. A baixa ingestão destes está entre os principais fatores de risco que

contribuem para mortalidade mundial. Estima-se que até 2,7 milhões de vidas poderiam ser salvas

anualmente, se o consumo fosse adequado. A prevenção vem sendo enfatizada em políticas

populacionais que aumentem o consumo. Este artigo promove uma abordagem sobre políticas de

incentivo ao consumo adequado de FLV no combate as doenças crônicas não transmissíveis,

construídos por uma ótica baseada no conhecimento científico.

Palavras-chave: políticas públicas, doenças crônicas, inquéritos alimentares, frutas, verduras,

legumes.

FRUIT, VEGETABLES AND LEGUMES:

APPROPRIATE CONSUMPTION AND PREVENTION

FOR NON-TRANSMISSIBLE CHRONIC DISEASES.

Abstract: Studies have shown that consumption of fruits, vegetables and legumes as part of the diet

can prevent the non-transmissible chronic diseases such as cardiovascular disease and various types of

cancer. The low intake of these are among the main risk factors contributing to mortality worldwide. It

is estimated that up to 2.7 million lives could be saved each year if consumption were appropriate.

Prevention has been emphasized in population policies that increase consumption. This article

promotes an approach on policies to encourage the consumption of adequate of fruits, vegetables and

legumes to combat the chronic diseases later, constructed by a perspective based on scientific

knowledge.

Keywords: public policies, chronic diseases, food surveys, fruits, vegetables, legumes.

FRUTAS, HORTALIZAS Y LEGUMBRES:

DE CONSUMO ADECUADAS Y LA PREVENCIÓN

DE LAS ENFERMEDADES NO TRANSMISIBLES.

Resumen: Los estudios han demostrado que el consumo de frutas, verduras y legumbres como parte

de la dieta puede prevenir las enfermedades crónicas no transmisibles como las enfermedades

cardiovasculares y diversos tipos de cáncer. La baja ingesta de estos se encuentran entre los

principales factores de riesgo que contribuyen a la mortalidad en todo el mundo. Se estima que hasta

2,7 millones de vidas podrían salvarse cada año si el consumo se proceda. Prevención se ha hecho

hincapié en las políticas de población que aumentar el consumo. Este artículo promueve un enfoque

sobre las políticas para fomentar el consumo de consumo de frutas, verduras y legumbres adecuada

para luchar contra las enfermedades crónicas más tarde, construido por una perspectiva basada en el

conocimiento científico.

Palabras clave: política pública, las enfermedades crónicas, encuestas alimentos, frutas, verduras,

legumbres.

Page 76: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

74

Introdução

As tendências de transição nutricional decorrentes da urbanização e industrialização ocorridas

neste século direcionaram para uma dieta ocidentalizada. Em 2001, as doenças crônicas não

transmissíveis (DCNT) contribuíram com aproximadamente 60% do total de 56,5 milhões de mortes

no mundo e aproximadamente 46% da carga global de doenças 2. No Brasil, nesse mesmo período, as

DCNT foram responsáveis por cerca de 62% das mortes e 39% das internações do Sistema Único de

Saúde 4.

O padrão alimentar brasileiro baseado no consumo de cereais, feijões, raízes e tubérculos, vem

sendo substituído por uma alimentação mais rica em gorduras e açúcares3. Houve um aumento da

densidade energética comum, através de maior consumo de carnes, leite e derivados ricos em

gorduras, e redução do consumo de frutas, cereais, verduras e legumes 1.

A alimentação inadequada aliada à diminuição progressiva da atividade física converge para o

aumento no número de casos de DCNT em todo o mundo Uma alimentação inadequada, rica em

gorduras, com alimentos altamente refinados e processados, e pobre em frutas, legumes e verduras está

associada ao aparecimento de diversas doenças como aterosclerose, hipercolesterolemia, hipertensão

arterial, infarto agudo do miocárdio, diabetes mellitus, doença isquêmica do coração, câncer e acidente

vascular cerebral 3, 5, 6

.

A baixa ingestão de frutas, verduras e legumes (FLV) está entre os principais fatores de risco

que contribuem para mortalidade mundial. Estima-se que até 2,7 milhões de vidas poderiam ser salvas

anualmente, se o consumo fosse adequado 7. Conhecer a ingestão alimentar populacional é uma tarefa

complexa, pois as práticas alimentares possuem significados distintos permeados por dimensões da

vida social 8. Entretanto, essa prática é de importância fundamental pois o elo entre dieta e doenças

crônicas tem despertado interesse em cientistas e entidades governamentais 9. Diante disso, este artigo

promove uma abordagem sobre a importância do consumo adequado de frutas, verduras e legumes na

prevenção das doenças crônicas e dos inquéritos alimentares para subsidiar medidas de promoção de

saúde, construídos por uma ótica baseada no conhecimento científico.

Consumo adequado de frutas, verduras e legumes e prevenção de doenças

A Estratégia Global para alimentação saudável, Atividade Física e Saúde3 foi elaborada pela

OMS (Organização Mundial de Saúde), preconizando a implementação de recomendações em

diferentes ambientes para promover um estilo de vida saudável na população. Dentre as

recomendações, encontra-se aumentar o consumo de FLV, cereais integrais e leguminosas. Limitar a

ingestão de açúcar livre, limitar a ingestão energética procedente de gorduras, substituir as gorduras

saturadas por insaturadas e eliminar as gorduras trans (hidrogenadas).

A OMS recomenda para prevenção de doenças crônicas o consumo diário de, no mínimo,

400g de frutas, verduras e legumes 3. Segundo a Pirâmide Alimentar Brasileira, o número de porções

Page 77: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

75

de FLV pode variar segundo o valor energético total da dieta em 3 a 5 porções/dia para as frutas (70

kcal) e de 4 a 5 para legumes e vegetais (15 kcal) 10

. O Guia Alimentar para a População Brasileira

estabelece que para a promoção de uma alimentação saudável é essencial a diversificação entre as

diversas espécies dos grupos de alimentos 11

.

As FLV e fazem parte das recomendações diárias para uma dieta saudável é importante para a

promoção da saúde. Estas por serem alimentos-fonte de vitaminas, minerais, fibras e água podem ser

considerados alimentos de baixa densidade energética. Fornecem, também, pequenas quantidades de

proteínas e lipídios e as quantidades de carboidratos são variáveis, sendo maiores e mais significativas

nas raízes e nos tubérculos, que compõem outro grupo alimentar (grupo do arroz, pão, massas, batata,

mandioca, dentre outros) 10

. As FLV podem ser consideradas alimentos funcionais, pois são fontes de

substâncias bioativas (polifenóis, glicosinolatos e carotenóides) 12.

Em um estudo longitudinal realizado com cerca de 40.000 mulheres profissionais de saúde

(Women's Health Study), observaram que uma alta ingestão de FLV, está associada com um menor

risco de doenças cardiovasculares, principalmente infarto do miocárdio 13

. Acredita-se que a redução

no risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares se dá pela combinação de micronutrientes,

antioxidantes, substâncias fitoquímicas e fibras presentes nestes alimentos14

, e que o efeito protetor se

estende além da capacidade antioxidante 15

.

O consumo desses alimentos pode diminuir os riscos de morte relacionados a doenças

coronarianas e acidente vascular cerebral por meio da atividade antiplaquetária, concentração de

hemocisteína, pressão sanguínea, substituição de ácidos graxos na dieta, bem como redução da

ingestão de gordura saturada16

. Dietas ricas em FLV, segundo estudos epidemiológicos, reduzem o

risco de câncer no aparelho digestório13

e mama17

. Pois um importante papel anticarcinogênico pode

ser exercido pelos glucosinatos, ricos em vegetais 18

.

Inquéritos alimentares e medidas de prevenção primária

A realização de inquéritos dietéticos permite a obtenção de informações quantitativas e/ou

qualitativas a cerca do consumo alimentar. Dentre as situações que a Organização das Nações Unidas

para Agricultura e Alimentação aponta para a utilização de destes inquéritos destacam-se: no

planejamento e avaliação de programas de educação nutricional, na orientação de políticas nutricionais

de produção de alimentos e na complementação de estudos epidemiológicos 19

.

Os inquéritos alimentares poderão fornecer subsídios para promoção de atividades educativas

e de outros eventos que estimulem novos hábitos e comportamentos, possibilitando assim, o

direcionamento de políticas públicas. O Ministério da Saúde vem desenvolvendo várias ações, entre

elas encontram-se ações programáticas orientadas para o aumento do consumo como a Política

Nacional de Alimentação e Nutrição 20

.

O envolvimento da comunidade, através de suas organizações, pode viabilizar as condições

que dão suporte às mudanças 21

. Na educação alicerçam-se as bases para novos hábitos alimentares:

Page 78: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

76

desde o acesso e a apropriação da informação, à conscientização quanto aos determinantes de saúde,

até as ações práticas para a aquisição de hábitos saudáveis.

É possível alcançar do nível adequado do consumo na população por meio da implantação de

Programas de Promoção de Saúde. Um exemplo de programa bem-sucedido é desenvolvido no Centro

de Pesquisas da Petrobrás (CENPES), onde através de ações abrangentes e horizontais, aumentar em

60% o consumo de frutas e verduras no restaurante local, reduzir o consumo de maionese em 50%,

entre outros resultados22

.

Considerações finais

Transformar a informação epidemiológica, em matéria de consumo de massa e em políticas de

saúde pública é um desafio. Aumentar o consumo de FLV é uma das principais barreiras da atualidade

a serem superadas na saúde pública. A avaliação da freqüência do consumo de FVL na população

brasileira é fundamental para dar subsídio ao planejamento em saúde, beneficiando a população como

um todo. O enfoque destas estratégias não pode se limitar a modificações de estilos de vida ou

medidas de caráter individual, mas utilizar estratégias coletivas, que permitam modificações

ambientais e sociais mais amplas para que sejam mais eficazes.

É necessário à conscientização do papel das FLV na prevenção de DCNT na população em

geral, aumentar seu consumo mediante ações nas áreas de saúde pública e agricultura, incentivar e

apoiar o desenvolvimento e a implantação de estratégias nacionais de promoção do consumo, apoiar

pesquisas em áreas pertinentes e desenvolver os recursos humanos para elaborar e implantar

programas de promoção do consumo. A iniciativa advoga pelo desenvolvimento e implantação de

programas de promoção do consumo sustentáveis, abrangentes e intersetoriais 5.

Entretanto, o sucesso do programa envolve a superação de algumas barreiras importantes,

entre elas: a desinformação, a resistência à mudança, a exclusão social, os conflitos de interesses e a

distância entre o conhecimento científico e a sua aplicabilidade. A adequada divulgação e aplicação

das medidas de prevenção primária e detecção precoce de doenças são capazes de reduzir a

mortalidade, melhorar o prognóstico e qualidade de vida da população, apresentando uma ação

estratégica para o controle desses agravos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. World Health Organization. Resolution WHA57.17. Global strategy on diet, physical

activity and health. Proceedings of the 57th World Health Assembly; 2004 22 May. Geneva:

WHO; 2004.

2. Achutti A, Azambuja MIR. Doenças crônicas não-transmissíveis no Brasil: repercussões do

modelo de atenção à saúde sobre a seguridade social. Ciência & Saúde Coletiva 2004;

9(4):833-840.

Page 79: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

77

3. World Health Organization. Chronic disease: key risk factors include high cholesterol, high blood

pressure, low fruit and vegetable intake. Disponível

em:<http://www.who.int/dietphysicalactivity/media/en/gsfs_chronic_disease.pdf>. Acesso em: 01 set.

2007.

4. Monteiro CA, Mondini L, Costa RBL. Mudanças na composição e adequação nutricional da dieta

familiar nas áreas metropolitanas do Brasil entre 1988 e 1996. Revista de Saúde Pública 2000;

34(3):251-58.

5. Mann, J. I. Diet and risk of coronary heart disease and type II diabetes. Lancet 2002; 360 (9335):

783-9, 2002.

6. Kris-Etherton P, Daniels SR, Eckel RH et al. AHA scientific statement: summary of the Scientific

Conference on Dietary Fatty Acids and Cardiovascular Health. Conference summary from the

Nutrition Committee of the American Heart Association. Journal of Nutrition, 2001; 131(4):1322-6.

7. World Health Organization. Diet, nutrition and the prevention of chronic diseases. Geneva: WHO;

1990.

8. Garcia RWV. Representações sobre o consumo alimentar e suas aplicações em inquéritos

alimentares: estudo qualitativo em sujeitos submetidos á prescrição dietética. Revista de

Nutrição de Campinas 2004; 17(1): 15-28.

9. Freire MC, Cannon G, Sheiham A. Análise das recomendações internacionais sobre o

consumo de açucares publicados em 1961 e 1991. Revista de Saúde Pública 1994; 28 (3):

228-37.

10. Philippi ST, Jaime PC, Ferreira CM. Grupo das frutas e dos legumes e verduras. IN:

Philippi, S.T. Pirâmide dos alimentos: fundamentos básicos da nutrição.Barueri, SP: Manole,

2008

11. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Coordenação Geral da

Política de Alimentação e Nutrição. Guia alimentar para a população brasileira: promovendo a

alimentação saudável. Brasília, Ministério da Saúde, 2006.

12. Horst MA, Lajolo FF. Biodisponibilidade de compostos bioativos de alimentos. IN:

Cozzolino, SMF. Biodisponibilidade de nutrientes. Baureri, Manole, 2005.

13. Simin Liu, JoAnn E Manson, I-Min Lee, Stephen R Cole, Charles H Hennekens, Walter C Willett

and Julie E Buring. Fruit and vegetable intake and risk of cardiovascular disease: the Women's Health

Study. American Journal of Clinical Nutrition 2000; 72 (4): 922-928.

14. Rimm EB, Ascheiro A, Giovannucci E et al. Vegetable, fruit, and cereal fiber intake and risk of

coronary heart disease among men. Jama 1996; 275:447–51.

15. Hyson D. The health benefits of fruits and vegetables: a scientific overview for health

professionals. Wilmington, DE. Produce for Better Health Foundation, 2002.

Page 80: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

78

16. Rego AR et al. Fatores de risco para doenças crônicas não-transmissíveis: inquérito

domiciliar no município de São Paulo, SP (Brasil). Metodologia e resultados preliminares.

Revista de Saúde Pública 1990; (24):277-85.

17. Gandini S, Merzenick H, Robertson C. et al. Meta-analysis of studies on breast cancer risk

and diet: the role of fruit and vegetable consumption and the intake of associated

micronutrients. Eur J Cancer 2000; 36:636-46.

18. Ambrosone CB, Mccann SE, Freudenhen JL et al. Breast cancer risk in premenopausal

women is inversely associated with consumption of brocoli, a source of isotthiocyanates, but

is not modified by GST genotype. J Bethesda 2004; 134(5):1134-138.

19. Vasconselos FAG. Avaliação nutricional de coletividades. 3ed. Florianópolis: Ed. UFSC,

2000.

20. Malta DC, Cezário AC, Moura L, NETTO OL, Junior JB da S. A construção da

vigilância e prevenção das doenças crônicas não transmissíveis no contexto do

Sistema Único de Saúde. Epidemiol. Serv. Saúde 2006; 15(3).

21. Fortmann SP, Varady AN. Effects of community wide education on cardiovascular disease risk

factors: The Stanford Five-City Project. Am J Epidemiol 2000; 152(4):316-23.

22. Duarte MF, Fiszman R. Estratégias de prevenção para doenças cardiovasculares e promoção

de saúde. Revista da Socerj 2003; 16(2): 134-141.

Page 81: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

79

ARTIGO CIENTÍFICO 5

Submetido e em avaliação.

QUALIDADE DE VIDA E FATORES DE RISCO

PARA AS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS

EM MONTES CLAROS, MINAS GERAIS, BRASIL.

OLIVEIRA-CAMPOS, Maryane1; VILHENA, Janine Moraes

2; ROCHA, MALARD NEVES,

Danielle 2

; OLIVEIRA, Juliana Fonseca2; SILVEIRA, Júlio César Magalhães

2; DRUMOND, Daniel;

RODRIGUES-NETO, João Felício3 ; SILVEIRA, Marise Fagundes

4.

1-Fisioterapeuta, bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais- Brasil (FAPEMIG),

Mestranda em Ciências da Saúde na Universidade Estadual de Montes Claros, Brasil.

2-Estudantes do curso de Graduação em Medicina na Universidade Estadual de Montes Claros, Brasil.

3- Doutor em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo, Brasil. Prof. do Departamento de

Pós-Graduação, Mestrado em Ciências da Saúde na Universidade Estadual de Montes Claros, Brasil.

4- Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de São Paulo. Prof. do Departamento de

Pós-Graduação, Mestrado em Ciências da Saúde na Universidade Estadual de Montes Claros, Brasil.

.

Page 82: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

80

INTRODUÇÃO

As repercussões do desenvolvimento científico e tecnológico nas condições

de vida da população, têm levado ao aumento da expectativa de vida, expondo a

população a um maior risco de desenvolver doenças crônicas não transmissíveis

(DCNT). Tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento, estas

doenças ocupam as primeiras posições nas estatísticas de mortalidade mundiais

[1,2]. Projeções para o ano de 2020, revelam que a mortalidade por doenças

crônico-degenerativas representará 73% dos óbitos no mundo [3].

O Brasil experimentou acentuadas transformações no contexto do século XX. Por

influência do crescimento do comércio internacional instalaram-se formas capitalistas de

produção, trabalho e consumo. Diante disso, o processo de industrialização e urbanização

se desenvolve de forma mais acelerada. Essa dinâmica teve impacto na história social,

econômica e cultural na constituição de suas diversas regiões brasileiras produzindo um

cenário de desigualdades que perpassam séculos e persistem até a atualidade [4].

Acompanhando esse cenário, ocorrem intensas e contrastantes modificações na

evolução das condições de saúde da população do conjunto de fatores demográficos,

econômicos, sociais e de mudanças nutricionais que interferem no padrão de

morbimortalidade no país [5]. O aumento da longevidade populacional chama particular

atenção por sua ocorrência de modo acelerado, aumentando a probabilidade de expressão

das enfermidades crônicas, que geralmente se manifestam em idades mais avançadas [6].

Nos últimos anos, houve um aumento do interesse pela monitorização do nível de

qualidade de vida pela sua importância como indicador prognóstico de morbidade e

mortalidade [7]. A QV é reconhecida como um importante indicador de saúde pública, sendo

cada vez mais utilizada para controlar o peso da doença em uma população [8-10].

Entretanto, estudos estabelecem correlação entre baixos níveis de qualidade de vida,

doenças crônicas e fatores de risco [11-12].

Proporcionar saúde significa, além de evitar doenças e prolongar a vida, assegurar

meios e situações que ampliem a QV, ou seja, ampliem a capacidade de autonomia e o

padrão de bem-estar que, por sua vez, são valores socialmente definidos. Nessa

perspectiva, a intervenção sanitária refere-se não apenas à dimensão objetiva dos agravos

e dos fatores de risco, mas também aos aspectos subjetivos [13,14].

Este estudo foi proposto na cidade de Montes Claros, localizado no norte do Estado

de Minas Gerais, a 16° 43’ 31” de latitude sul e 43° 51’ 54” de longitude oeste de Greenwich.

Tem área de 3.582 km 2 com uma população residente de 306.730 habitantes, sendo na

região urbana 289.006 habitantes. Apresenta índices de desenvolvimento humano- IDH=

0,783 [15,16]. O presente estudo tem com o objetivo verificar a existência de associação

Page 83: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

81

entre qualidade de vida e os fatores de risco para as doenças crônicas não transmissíveis

na população da região urbana de Montes Claros, Minas Gerais, Brasil.

METODOLOGIA

Trata-se de estudo transversal de base populacional. Os dados foram coletados no

período de fevereiro a agosto de 2008. Foram incluídos indivíduos ≥ 18 anos, de ambos os

sexos, residentes na região urbana de Montes Claros. Indivíduos com limitações físicas e/ou

mentais que impossibilitasse realizar à entrevista, grávidas e acamados foram

impossibilitados de participar do estudo.

O número total de pessoas ≥18 anos residentes na zona urbana de Montes Claros

era de 224.451, segundo o último recenseamento em 2000 [15]. Para determinação do

tamanho da amostra (n), levou-se em consideração uma prevalência estimada do fator de

risco excesso de peso de 30% (p = 0.3), um intervalo de confiança de 95% (z=1,96) e um

erro fixado de 5%.

O modelo de amostragem foi por conglomerados. Diante disso, o tamanho da

amostra foi corrigido para um efeito de delineamento (deff) de 30% (deff = 1.3). O tamanho

da amostra seria de 422 indivíduos; para efeitos práticos, foi igualado a uma amostra total

de 648 indivíduos.

A amostragem foi realizada em três etapas. O município de Montes Claros apresenta

216 setores censitários, sendo que, os setores não-urbanos (rurais) e urbanos especiais

(asilos, creches, orfanatos, hospitais, conventos) totalizam 35. Na primeira etapa foram

excluídos esses 35 setores não- urbanos e urbanos especiais restando 181 setores

representativos dos domicílios urbanos do município. Destes 181 setores censitários, 163

são “urbanos não especiais” (96% da população urbana) e 18 “urbanos subnormais”

(aglomerados, favelas) (4% da população urbana).

Em uma segunda etapa, para a representatividade dos setores censitários urbanos,

dentre os 181 setores censitários foram sorteados 17 setores censitários. Destes, 15

“urbanos não especiais” e 2 “urbanos subnormais”.

Na terceira etapa, foi sorteado um quarteirão dentro de cada setor, iniciando a coleta

na primeira rua do lado direito. Os domicílios residenciais foram amostrados em ordem de

três, sendo o primeiro de cada três visitado. Quando não foi possível realizar a entrevista, o

domicílio seguinte era visitado e a contagem reiniciada deste ponto. Após o termino da rua

os entrevistadores viravam a direita seguindo o mapa de cada setor censitário. Em cada

domicílio foi entrevistado um morador, sendo a escolha do entrevistado realizado por sorteio

aleatório simples.

Page 84: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

82

COLETA DE DADOS Com base na resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde do Brasil [17], este

estudo passou pela apreciação do Comitê de Ética em pesquisa da Universidade Estadual

de Montes Claros sendo aprovado no processo nº 677. Os voluntários receberam

informações sobre a metodologia e apresentaram consentimento após a leitura e

entendimento do consentimento livre e esclarecido.

O instrumento de coleta de dados foi um questionário semi- estruturado contendo

investigações sobre os aspectos socioeconômicos e demográficos, fatores de risco para as

doenças crônicas não transmissíveis, comorbidades auto-referidas e qualidade de vida.

Foram considerados fatores de risco a atividade física insuficiente, tabagismo,

consumo excessivo de álcool, consumo inadequado de frutas e hortaliças, sobrepeso e

obesidade, níveis alterados de pressão arterial, hiperglicemia [18].

O nível de atividade física insuficiente foi considerado indivíduos irregularmente

ativos e sedentários, avaliado pelo Questionário Internacional de Atividade Física versão 8

(IPAQ-8) [19].

Os tabagistas foram considerados fumantes e os ex-fumantes que abandonaram o

hábito de fumar, em um período inferior a cinco anos foi definido como risco [20].

O consumo de bebida alcoólica diário médio ≥ 2 doses padronizadas de bebidas para

homens e ≥ 1 dose padronizada para mulheres, por dia. Considerou-se como uma dose

padronizada: meia garrafa ou 1 lata de cerveja, um cálice de vinho ou 1 dose de bebida

destilada [21].

O baixo consumo de frutas, verduras e legumes foi definido como a ingestão destes

menor que uma vez ao dia avaliada através do questionário de freqüência alimentar [22].

O ìndice de massa corporal (IMC) ≥25 e ≤29,9 kg/m2 foi classificado como

sobrepeso e obesidade IMC ≥30 kg/m2. O cálculo do IMC foi realizado apartir de dados

obtidos com uma balança digital G-Tech e um estadiômetro portátil do tipo trena, com o

indivíduo livre de sapatos e roupas pesadas [23].

Os níveis alterados de pressão arterial foram a pressão arterial sistólica ≥ 140 mmHg

e/ ou pressão arterial distólica ≥ 90 mmHg, independente do uso de antihipertensivos [24]. A

medida de pressão arterial foi realizada através de um aparelho de pressão digital modelo

MF-81 da marca Mark of Fitness, por duas vezes, e a média das duas foi utilizada na

análise.

Hiperglicemia foi considerada a glicemia casual > 200 mg/dL, com sensibilidade

(46%) e especificidade (59,5%), obtida através de um glicosímetro da marca Prestige

[25,26].

A presença de comorbidades auto-referidas indagadas foram à hipertensão arterial,

diabetes mellitus, dislipidemias, doença vascular, doença renal, doença pulmonar, doença

cardíaca, neoplasia, psiquiátrica e doença reumatológica.

Page 85: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

83

Para a avaliação da Qualidade de Vida foi utilizado o questionário The

Medical Outcomes Study 36- Item Short Form- Health Survey (SF-36), traduzido e

validado no Brasil [26]. O SF-36 é um questionário multidimensional que engloba 8

domínios, formado por 36 itens.

1. Capacidade Funcional (CF), investiga a presença e extensão das dificuldades

relacionadas a atividades diárias como subir escadas, tomar banho, etc., com dez itens;

2. Limitações por Aspectos Físicos (AF), pesquisa limitações e o quanto essas limitações

dificultam nas tarefas diárias ou trabalho, com quatro itens;

3. Dor (DR), investiga a presença de sofrimento, fundamentando-se na intensidade da

dor, extensão ou interferência nas atividades diárias, com dois itens;

4. Estado Geral de Saúde (EGS), são aspectos gerais relacionados à percepção de

saúde, com cinco itens;

5. Vitalidade (VT), considera o nível de vigor, energia e cansaço, com quatro itens;

6. Aspectos Sociais (AS), demonstra o quanto um problema físico ou emocional interfere

nas atividades sociais, com dois itens;

7. Aspectos Emocionais (AE), investiga a participação em atividades de trabalho e tempo

dispensado em decorrência de problemas emocionais, com três itens;

8. Saúde mental (SM), investiga a presença de ansiedade, depressão, alterações do

comportamento, descontrole emocional e bem-estar psicológico, com cinco itens;

Além destes componentes, o questionário engloba mais uma questão de

avaliação comparativa entre as condições de saúde atual e de um ano atrás que não

entra na pontuação de nenhuma das oito dimensões.

Para a avaliação de seus resultados, após sua aplicação, é atribuído um valor

a cada questão, o qual, posteriormente, é transformado num escore de 0 a 100,

onde 0 corresponde a um pior estado de saúde, e 100 a um melhor, sendo analisada

cada dimensão em separado. Não existe um único valor que resuma toda a

avaliação, e que corresponda a um estado geral de saúde melhor ou pior.

ANÁLISE ESTATÍSTICA

Neste estudo buscou-se analisar, através de modelos de regressão linear múltipla, a

associação entre qualidade de vida e os fatores de risco para as doenças crônicas não

transmissíveis.

As medidas de QV (escores das dimensões do SF-36) variam de 0 a 100 e foram

consideradas variáveis dependentes. As características socioeconômicas, demográficas e

comorbidades auto-referidas foram consideradas variáveis independentes, objetivando

controlar o potencial efeito de confusão da associação principal.

Page 86: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

84

Inicialmente, foi feita uma análise descritiva simples como cálculo de medida de

tendência central e dispersão. Em seguida, realizou-se análise bivariada através de testes

não paramétricos Mann-Witney e Kuskall-Wallis para verificar associação entre as variáveis

independentes e variáveis dependentes. As variáveis que apresentaram valor-p<0,20 foram

selecionadas para o modelo multivariado. Em seguida, procedeu-se a análise de regressão

linear múltipla.

Os dados foram processados e analisados no Statistical Package for the Social

Sciences (SPSS) 15.0.

RESULTADOS

Foram entrevistados 648 indivíduos de ambos os sexos, sendo 478 (73,8%) do sexo

feminino. A média de idade foi de 43 anos, sendo a idade mínima de 18 e a máxima 97

anos. O tempo médio para completar a entrevista foi 17 minutos.

Entre as características socioeconômicas e demográficas da amostra, a faixa etária

entre 18- 44 e 45-64 anos apresentou 592 indivíduos (91,3%). Declararam a cor da pele não

branca 437 indivíduos (67,4%). Em situação conjugal casado ou união consensual 366

indivíduos (56,5%). Em atividade profissional 437 indivíduos (67,4%). Apresentavam até 11

anos de escolaridade 555 indivíduos (85,6%). Relataram renda familiar mensal de até 3

salários mínimos 405 indivíduos (62,5%). As principais comorbidades auto-referidas foram

hipertensão arterial 211 (32,6%), dislipidemias 121 (18,7%) e doenças reumatológicas 82

(12,7%); conforme descrito na Tabela 1.

A prevalência dos fatores de risco na população estudada foi de baixo consumo de

frutas 77,3% [IC95% 74,0-80,0], baixo consumo de verduras e legumes 55,1% [IC95% 51,2-

58,9], tabagismo 16,2% [IC95% 13,3-19,0], sobrepeso 32,6% [IC95% 29,0-36,2], obesidade

18,7% [IC95% 15,7-21,7], nível insuficiente de atividade física 26,7% [IC95% 23,3-30,1],

hiperglicemia 11,6% [IC95% 9,1-14,7] e consumo excessivo de álcool 5,7% [IC95% 3,9-7,4].

A média dos escores das dimensões do questionário SF-36 na população adulta da

região urbana de Montes Claros estão demonstrados na Tabela 2. Os escores de maior

comprometimento foram observados nos domínios VT (65,7±22,5), DR (67,6±21,4) , EGS

(65,8± 28,4) e SM (67,6±21,4).

As associações bivariadas entre os escores das dimensões do SF-36 e as

características socioeconômicas e demográficas demonstraram que o sexo e os anos de

escolaridade estão associados a todas as dimensões. A faixa etária e a renda familiar

mensal estão também associados na maioria das dimensões, com exceção, na dimensão

AE e AS, respectivamente. A cor da pele auto-declarada apresentou associação nas

Page 87: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

85

dimensões EGS e VT; o estado conjugal nas dimensões CF, DR, AE; e atividade

profissional na dimensão DR (Tabela 3).

Entre as comorbidades auto-referidas, a análise bivariada demonstrou que a

presença de hipertensão arterial, doença reumatológica, vascular, cardíaca, renal e

psiquiátrica estão associadas a todas as dimensões do SF-36. A dislipidemia encontra-se

associada nas dimensões CF, DR, EGS; o diabetes mellitus nas dimensões CF, AF, EGS,

VT; a doença pulmonar na dimensão CF e a neoplasia na dimensão EGS (Tabela 4).

Estão associados com a QV os fatores de risco: consumo insuficiente de frutas nas

dimensões EGS, VT, SM; consumo insuficiente de verduras e legumes nas dimensões CF,

EGS, AS, SM; o sobrepeso nas dimensões DR, EGS, VT, AS, AE; a obesidade nas

dimensões CF, DR, EGS; a hiperglicemia nas dimensões CF, AF, EGS, SM e o consumo

excessivo de álcool nas dimensões CF, VT, SM. O tabagismo, os níveis pressóricos

alterados e o nível insuficiente de atividade física estão comprometidos em quase todos os

domínios do SF-36, com exceção, das dimensões DR, VT e AS, DR e AS; respectivamente

(Tabela 5).

O modelo da Regressão Linear Múltipla está apresentado na Tabela 6. Entre as

características socioeconômicas e demográficas, o sexo feminino apresentou associado a

piores escores de QV em quase todas as dimensões em relação ao masculino, com

exceção ao domínio EGS. Em relação à faixa etária de 18-44 anos, os indivíduos de 45-64

anos apresentaram piores escores na CF e DR. Os indivíduos ≥65 anos, também

permaneceram relacionados à piores escores de QV dos domínios CF e VT.

Em relação aos indivíduos com 12 anos ou mais de escolaridade, os indivíduos que

relataram níveis inferiores de estudo obtiveram piores escores na dimensão EGS, AE e SM.

Em relação a renda familiar mensal, permaneceu associada uma pior QV, os indivíduos que

relataram renda familiar mensal < $ 400 dólares na dimensão CF e renda familiar ≥ $ 800

dólares nas dimensões AF e EGS.

Entre as comorbidades auto-referidas, os indivíduos que relatam a presença de

hipertensão arterial apresentaram uma pior QV nas dimensões CF, EGS, VT, AS, AE, SM;

de doenças reumatológicas nas dimensões CF, DR, EGS, AS, AE; doenças vasculares nas

dimensões AF, EGS, VT; de doença cardíaca nas dimensões CF, AF, DR, AS; doença renal

nas dimensões CF, AF, VT; de doenças psiquiátricas nas dimensões AF, EGS, VT, AS, AE,

SM e diabetes mellitus na dimensão EGS.

Entre os fatores de risco, obtiveram os piores escores de QV os tabagistas, os

obesos e os indivíduos que apresentaram um consumo excessivo de álcool. Os tabagistas

apresentaram piores escores de QV em relação aos não tabagistas, nas dimensões AF,

EGS, VT, AS e SM. Os obesos apresentaram pior escore de QV em relação aos eutróficos

na dimensão CF. Os indivíduos que apresentaram um consumo excessivo de álcool em

Page 88: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

86

relação aos que não consomem ou consomem moderadamente, obtiveram pior QV na

dimensão CF.

DISCUSSÃO

No Brasil, além do aumento da prevalência por doenças crônicas, há o desafio da

coexistência de novos e velhos agravos. Uma vez que continua elevada a magnitude das

doenças infecto-parasitárias e desigualdades regionais proporcionada pelas diferenças na

distribuição de renda, escolaridade e políticas públicas [28].

Há importantes estudos populacionais brasileiros sobre aspectos sócio-econômicos

e prevalência dos fatores de risco para a DCNT [29,30,31,32,33,34]. Entretanto, em estudos

nacionais e internacionais pouco se sabe sobre o impacto desses fatores de risco para as

DCNT na QV da população em geral.

Em relação ao sexo, as mulheres deste estudo apresentaram escores mais baixos

de QV em quase todos os domínios do SF-36, como verificado em outros estudos

[35,36,37]. Uma alta proporção de angústia, depressão, stress, ansiedade e distúrbios no

sono são encontrados em mulheres em idade reprodutiva Além das diferenças biológicas,

assumem novos papéis na sociedade, têm acúmulo funções e apresenta uma percepção

subjetiva de valor ao estado interior [38,39].

Um outro aspecto a ser considerado, é o aumento da expectativa de vida das

mulheres, que faz com que muitas idosas passem pela experiência de debilitação biológica

[40]. À medida que aumenta a idade, a QV é fortemente determinada por sua habilidade de

manter autonomia e independência [41].

Na faixa etária de 45-64 já evidencia-se o processo de declínio de QV nas

dimensões CF e DR. A Dor pode estar relacionada à carga de trabalho nessa faixa etária,

onde os indivíduos encontram-se economicamente ativos. Um outro aspecto a ser

evidenciado em relação a faixa etária, em indivíduos com idade ≥ 65 anos, houve um

impacto expressivo nas dimensões CF e VT, que pode ser evidenciado pelo declínio das

condições funcionais causada pelo envelhecimento [42]. Além disso, muitos idosos

necessitam de pessoas em seu cuidado, familiares, parentes, amigos e cuidadores.

A qualidade de vida encontra-se influenciada pela escolaridade e renda, como

encontrado neste e outros estudos populacionais em Cingapura e Alemanha [11,12]. Assim,

o bem-estar envolve outros aspectos além de saúde. Dessa forma, a QV está diretamente

relacionada com níveis de educação e distribuição de renda [43].

Em relação aos aspectos socioeconômicos e demográficos, estes comprometem

tanto da saúde física quanto mental o fato de ser mulher e ter baixa escolaridade.

Page 89: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

87

Entretanto, apresenta comprometimento da QV somente na saúde física os indivíduos com

idade avançada e renda familiar < $ 400 dólares ou ≥ 800 dólares.

Diante disso, a QV pode ser influenciada por infra-estrutura, logística e serviços

públicos. Ações como investimento em educação, geração de empregos, acesso a serviços

de saúde e programas direcionados para indivíduos com idade avançada são ações diretas

que podem proporcionar uma melhor QV. Um aspecto relevante a ser evidenciado é que a

percepção de QV pode ser influenciada por fatores culturais, socioeconômicos, expectativa

e realidade da vida [44,45,46,47].

Neste estudo tivemos o cuidado de controlar as comorbidades como variáveis de

confusão. Entretanto, os portadores de doenças reumatológicas, vasculares, cardíacas,

renais, psiquiátricas, pulmonares, diabetes mellitus e hipertensão arterial apresentaram um

comprometimento da QV em domínios do SF-36, como verificados em estudos

populacionais nos Estados Unidos da América [11, 48] e Alemanha [12].

A comorbidade de maior prevalência foi a hipertensão arterial. Observamos que há

casos de hipertensão não diagnosticados e não controlados, pois, o número de indivíduos

encontrados com níveis pressóricos alterados (36,9%) é maior que os que auto-referiram

hipertensão arterial diagnosticada (32,6%). A QV em indivíduos com níveis pressóricos

alterados foi acometida no domínio AF. Essa associação ocorre independentemente do

indivíduo ter conhecimento ou não sobre a sua hipertensão arterial.

Entretanto, a QV pode ser acometida antes do indivíduo ter o diagnóstico de

hipertensão arterial. Estudos realizados nos Estados Unidos da América, o risco relativo de

uma pessoa apresentar a comorbidade é bem maior se ela apresentar baixa capacidade

física [49,50]. Diante disso, os indivíduos com níveis pressóricos alterados podem

apresentar uma limitação nas atividades diárias individuais.

Embora a hipertensão arterial seja caracterizada como uma doença assintomática,

indivíduos com níveis pressóricos alterados têm maior freqüência de sintomas de cefaléia,

ansiedade, astenia, distúrbios do sono que normotensos [51]. Estudos mostram uma

associação entre um bom controle da HAS com tratamento e uma melhora da QV [52,53].

O controle dos níveis pressóricos e a educação em saúde, tem sido apontados como uma

das formas para estimular a adesão ao tratamento e melhora da QV.

Além dos níveis pressóricos alterados, a obesidade é um outro fator de risco que

está associada ao domínio CF. As condições debilitantes da obesidade, tais como

osteoartrite, dificuldades respiratórias, problemas músculo-esqueléticos e infertilidade

podem alterar a percepção subjetiva do paciente sobre sua saúde física [54,55].

A QV diminui proporcionalmente com aumento do IMC e as percepções de saúde

podem afetar os esforços dos indivíduos para manter ou alterar seu peso [56]. Apesar do

nosso estudo apresentar comprometimento relacionado somente à saúde física, em revisão

Page 90: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

88

bibliográfica, na maioria dos estudos os obesos apresentam de forma concomitante

comprometimento na saúde mental [57].

Neste estudo encontramos um número expressivo de pessoas com excesso de peso

(51,7%) que pode estar associado com o padrão de alimentar. O consumo de alimentos

industrializados na população adulta brasileira teve um aumento expressivo em 2003,

atingindo 40,6% [58]. E neste estudo, encontramos o fator de risco baixo consumo de frutas,

verduras e legumes com prevalência de 77,3% e 55,1%, respectivamente.

O tabagismo apresentou-se como o fator de risco de maior de impacto na Q.V.,

acometendo cinco das oito dimensões. Embora não classificamos a gravidade da

dependência do tabaco, outros estudos mostram que a QV está comprometida tanto em

tabagistas leves [59], quanto crônicos [60].

Nosso estudo encontrou associações tanto nos domínios relacionados a saúde

física quanto mental, correlação também encontrada em outros estudos [61,62]

Porém, encontramos um maior comprometimento da saúde mental. Indivíduos com má

saúde mental têm maior probabilidade de fumar [63] e apresentam alta freqüência de

comorbidades psiquiátricas [64,65]. Sendo importante ressaltar que quando há uma

cessação do hábito de fumar há uma melhora da Q.V [66,67].

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) [68], a mortalidade e

limitação da condição funcional associada ao consumo de bebidas alcoólicas superam

aquelas associadas ao tabagismo. Embora os tabagistas terem apresentado

comprometimento de um número expressivo de domínios, neste estudo não encontramos

associação no domínio Capacidade Funcional. Indivíduos que realizavam o consumo

excessivo de álcool tiveram um escore inferior de QV neste domínio, como observado pela

OMS.

Em outros estudos populacionais, o consumo excessivo de álcool foi associado com

outros domínios do SF-36 [68,69]. A intervenção terapêutica está associada a uma melhora

da QV e apresenta-se com uma oportunidade de intervir antes que o padrão de uso de

álcool provoque danos à saúde do paciente [70,71].

A medida de QV têm sido utilizada na tomada de decisão em relação à intervenção,

concepção, gestão e alocação de recursos em saúde [43,44]. Diante disso, é possível

melhorar a QV com medidas de intervenções populacionais e individuais.

Observa-se que na saúde física, nosso estudo encontrou pior QV nos indivíduos que

apresentam níveis pressóricos alterados, obesidade e consumo excessivo de álcool.

Contudo, o fato de ser tabagista acometeu tanto a saúde física quanto mental.

Diante disso, ressaltamos a importância do planejamento de políticas públicas

direcionadas à população em ações coletivas como melhor acesso aos serviços de saúde,

programas de educação em saúde, campanhas que atuem no aspecto cognitivo refletindo

Page 91: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

89

em modificação ou adoção de hábitos favoráveis a um estilo de vida mais saudáveis, entre

outras; e estímulos para ações individuais como controle dos níveis pressóricos,

orientações para aspectos nutricionais visando redução do peso, mudança de hábitos de

tabágicos e de consumo de álcool.

LIMITAÇÕES DO ESTUDO

Uma das limitações deste estudo, é o fato de ter sido realizado em uma única cidade.

Entretanto, é um estudo de base populacional em uma cidade de porte médio, localizada no

segundo maior entroncamento de importantes eixos rodoviários com acesso ao sul, norte e

centro-oeste do País.

As entrevistas foram realizadas no período diurno. Fato que pode ter contribuído

para o percentual superior de mulheres em relação aos homens.

Uma outra limitação é a ausência de medida da QV na população geral brasileira

para a padronização de QV encontrada em Montes Claros.

CONCLUSÃO

Este estudo verificou que a presença de alguns fatores de risco para as DCNT tem

associação com pior QV. Os níveis pressóricos alterados, a obesidade e consumo excessivo

de álcool estão associados a uma pior saúde física. O tabagismo está associado a uma pior

saúde física e mental.

Os resultados deste estudo podem subsidiar o desencadeamento de ações coletivas

e individuais na população vida na população da região urbana de Montes Claros, Minas

Gerais, Brasil. Assim, esperamos contribuir para estimular ações de promoção de saúde, em

um foco de não apenas diminuir o risco de DCNT, mas aumentando as chances de melhoria

da QV.

LISTA DE ABREVIATURAS

DCNT: doenças crônicas não transmissíveis

QV: qualidade de vida

IMC: Índice de massa corporal

SF-36: The Medical Outcomes Study 36- Item Short Form- Health Survey

CF: Capacidade funcional

AF: Limitações por Aspectos físicos

DR: Dor

EGS: Estado Geral de Saúde

Page 92: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

90

VT: Vitalidade

AS: Aspectos sociais

AE: Aspectos emocionais

SM: Saúde mental

OMS: Organização Mundial de Saúde

Page 93: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

91

REFERÊNCIAS

1. Lopez AD. The evolution of the Global Burden of Disease framework

for disease, injury and risk factor quantification: developing the

evidence base for national, regional and global public health action.

Globalization and Health 2005, 1(5):1-8.

2. Katherine WM, Satterfield DW. Where Are We to Be in These

Times? The Place of Chronic Disease Prevention in Community

Health Promotion. Public Health Research, Practice and Policy

2007, 4 (3).

3. Mathers CD, Loncar D. Projections of Global Mortality and Burden of

Disease from 2002 to 2030. PLoS Med 2006, 3(11):442.

doi:10.1371/journal.pmed.0030442

4. Santos, M. A urbanização brasileira. 2. ed. São Paulo: Hucitec, 1994.

174p.

5. Prata PR. The Epidemiologic Transition in Brazil. Caderno de Saúde

Pública 1992, 8(2):168-175.

6. Achutti A, Azambuja MIR. Doenças crônicas não-transmissíveis no

Brasil: repercussões do modelo de atenção à saúde sobre a

seguridade social. Ciência & Saúde Coletiva 2004, 9(4):833-840.

7. Peters R. Quality-of-life measures as predictors of mortality and

morbidity. Curr Hypertens Rep. 2001, 3(6):458-61.

8. Brown DW, Balluz LS, Heath GW, Moriarty DG, Ford ES, Giles WH,

Mokdad AH: Associations between recommended levels of physical

activity and health-related quality of life. Findings from the 2001

Behavioral Risk Factor Surveillance System (BRFSS) survey. Prev

Med 2003, 37(5):520-528.

9. Brown DW, Balluz LS, Giles WH, Beckles GL, Moriarty DG, Ford ES,

Mokdad AH: Diabetes mellitus and health-related quality of life among

older adults. Findings from the behavioral risk factor surveillance

system (BRFSS). Diabetes Res Clin Pract 2004, 65(2):105-115.

10. Moriarty DG, Zack MM, Kobau R: The Centers for Disease Control

and Prevention's Healthy Days Measures – Population tracking of

perceived physical and mental health over time. Health Qual Life

Outcomes 2003, 1(1):37. doi:10.1186/1477-75256-49

Page 94: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

92

11. Jiang Y, Hesser JE. Patterns of health-related quality of life and

patterns associated with health risks among Rhode Island adults.

Health and Quality of Life Outcomes 2008; 6:49.

12. Wang H, Beyer M, Gensichen J, Gerlach FM. Health-related quality of

life among general pratice patients with differing chronic diseases in

Germany: Cross sectional survey. BMC Public Health 2008, 8:246.

doi:10.1186/1471-2458-8-246.

13. Buss PM. Promoção da saúde e qualidade de vida. Ciência & Saúde

Coletiva 2000, 5(1):163-177.

14. Seidl EMF, Zannon CMLC. Qualidade de vida e saúde: aspectos

conceituais e metodológicos. Cad. Saúde Pública 2004, 20 (2): 580-

588.

15. IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Censo

Demográfico 2000. Disponível em: http://www.ibge.gov.br. Acesso

em: 30 de agosto de 2007.

16. Fundação João Pinheiro- FJP. Atlas do desenvolvimento humano no

Brasil 2003, Software.

17. Resolução 196/96 do CNS / MS. Dispõe sobre Diretrizes e Normas

Regulamentadoras da Pesquisa envolvendo seres humanos.

Disponível em: URL:

[http://www.datasus.gov.br/conselho/resol96/res19696.htm]. Acesso

em: 03 de abril de 2007.

18. World Health Organization 2002. The World Health Report, 2002:

reducing risks, promoting healthy life. NLM Classification. WA 540.1.

Geneva.

19. Matsudo S, Araújo T, Andrade D, Andrade E, Oliveira, LC, et al.

Questionário internacional de atividade física (IPAQ): estudo de

validade e reprodutibilidade no Brasil. Rev Bras de Atividade Física e

Saúde 2001, 6 (2): 5-18.

20. World Health Organization. International guide for monitoring alcohol

consumption and related harm. Geneva: WHO, 2000.

21. Furlan-Viebig R, Pastor-Valero M. Desenvolvimento de um

questionário de freqüência alimentar para o estudo de dieta e

doenças não transmissíveis. Rev. Saúde Pública, 2004, 38(4):581-4.

22. World Health Organization. Food and Agricultural Organization of the

United Nations. Expert Report on Diet, Nutrition and the Prevention of

Chronic Diseases. Geneva: World Health Organization/Food and

Page 95: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

93

Agricultural Organization of the United Nations, 2003. WHO Technical

Report Series 916.

23. World Health Organization. Obesity: preventing and managing the

global epidemic: report of a WHO consultation on obesity. Geneva;

1998. (WHO/NUT/NCD/98.1).

24. Joint National Committee on Prevention, Detection, evaluation and

treatment of high blood pressure. The Seventh Report. JAMA. 2003,

289 (19): 2560-72.

25. American Diabetes Association. Diagnosis and Classification of

Diabetes Mellitus. Diabetes Care 2008, 31: 55-60.

26. McGregor MS, Pinkham C, Ahroni J, Herter CD, Doctor JD. The

American Diabetes Association Risk Tests for diabetes. Diabetes

Care 1995,18:585-6.

27. Ciconelli RM, Ferraz MB, Santos WS, Meinão I. Quaresma M. R.

Tradução para a lingua portuguesa e validação do questionário

genérico de avaliação de qualidade de vida SF-36 (Brasil SF-36). Rev

Bras Reumatol 1999, 39 (3).

28. Malta DC, Cezário AC, Morura L, Netto Ol, Junior JB Da SA

construção da vigilância e prevenção das doenças crônicas não

transmissíveis no contexto do Sistema Único de Saúde. Epidemiol.

Serv. Saúde 2006, 15 (3): 47-65.

29. Marcopito LF, Rodrigues SSF, Pacheco MA, Shirassu MM., Goldfeder

A. J., Moraes de M. A. Prevalência de alguns fatores de risco para

doenças crônicas na cidade de São Paulo. Rev Saúde Pública 2005;

39 (5): 738- 45.

30. Castro de RAA, Moncau JEC, Marcopito LF. Prevalência de

Hipertensão Arterial Sistêmica na Cidade de Formiga, MG. Arq Bras

Cardiol 2007; 88(3) : 334-339.

31. Fuchs F, Moreira LB., Moraes RS., Bredemeir M, Cardozo SC.

Prevalência de hipertensão arterial sistêmica e fatores associados na

região urbana de Porto Alegre: estudo de base populacional. Arq

Bras Cardiol. 1995; 63 (6): 473-9.

32. Nascimento Neto RM, Krieger JE, Machado-Coelho GL. Projeto

Corações do Brasil. Arq Bras Cardiol. 2005; 85 (3): 218-21.

33. Barreto SM. Hypertension and clustering of cardiovascular risk factors

in a community in Southeast Brazil – The Bambuí Health and Ageing

Study. Arq Bras Cardiol. 2001; 77 (6): 576-81.

Page 96: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

94

34. Instituto Nacional de Câncer. Inquérito domiciliar sobre

comportamentos de risco e morbidade referida de doenças e agravos

não transmissíveis: Brasil, 15 capitais e Distrito Federal, 2002-2003.

Rio de Janeiro: Instituto Nacional de Câncer; 2004.

35. Strine TW, Hootman JM, Chapman DP, Okoro CA, Balluz L:

Healthrelated quality of life, health risk behaviors, and disability

among adults with pain-related activity difficulty. Healthrelated quality

of life, health risk behaviors, and disability among adults with pain-

related activity difficulty. Am J Public Health 2005, 95(11):2042-2048.

36. Strine TW, Balluz L, Chapman DP, Moriarty DG, Owens M, Mokdad

AH. Risk behaviors and healthcare coverage among adults by

frequent mental distress status, 2001. Am J Prev Med 2004, 26

(3):213-216.

37. Zack MM, Moriarty DG, Stroup DF, Ford ES, Mokdad AH. Worsening

trends in adult health-related quality of life and self-rated health-

United States, 1993–2001. Public Health Rep 2004, 119(5):493-505.

38. Ahluwalia IB, Holtzman D, Mack KA, Mokdad A. Health-related quality

of life among women of reproductive age: Behavioral Risk Factor

Surveillance System (BRFSS), 1998–2001. J Womens Health

(Larchmt) 2003, 12(1):5-9.

39. Ahluwalia IB,Mack KA, Mokdad A, Indu B. Mental and Physical

Distress Among Women. Obstetrics & Gynecology 2004; 104 (3): 477.

40. Nogales, AMV. A mortalidade da população idosa no Brasil. Como

vai? População brasileira. Brasília: IPEA 1998, 3: 24-32.

41. Bowling A, Gabriel Z, Dakes J, Dowding L, Evans O, Fleissig A. Let's

ask them: a national survey of definitions of quality of life and its

enhancement among people aged 65 and over. Int J Aging Hum Dev

2003; 56(4):269-306.

42. Zunzunegui MV, Nunez O, Durban M, Garcia de Yébones MJ, Otero

A. Decreasing prevalence of disability in activities of daily living,

functional limitations and poor self-rated health: a 6 year follow-up

study in Spain. Age Clin Exp Res 2006;18:349-51.

43. Felce, D. Defining and applying the concept of quality of life. Journal

of Intellectual Disability Research 1997, 41:126-135.

44. Brazier JE, Harper R, Jones NMB, O’cathian A, Thomas KJ.

Unsherwoodt W. L. Validating the SF-36 health survey questionnaire:

new outcom measure for primary care. BMJ 1992, 305: 160 -164.

Page 97: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

95

45. Perneger TV, Leplége A, Etter JF, Rougemont A. - Validation of a

French-language version of the MOS 36-Item Short-Form Health

Survey (SF-36) in young healthy adults. J Clin Epidemiol 1995, 48:

1051-1060.

46. Bullinger M. German translation and psychometric testing of the SF-

36 health survey: preliminary results from the IQOLA project. Soc Sci

Med 1995, 41: 1359-1366.

47. Currey SS, Rao JK, Winfield JB, Callahan LF. Performance of a

generic health-related quality of life measure in a clinic population with

rheumatic disease. Arthritis Rheum 2003, 49(5):658-664.

48. Sullivan PW, Ghuschyan V, Wyatt HR, Wu EQ, Hill JO. Impact of

Cardiometabolic Risk Factor Clusters on Health-related Quality of Life

in the Unity States of America. Obesity 2007; 15 (2).

49. Lee LM, Hsich S, Paffenbarger RS. Exercise intensity and longevity in

men the Harvard Alumni Healthy Study. JAMA. 1995; 273:1179-84.

50. Blair SN, Goodyear NN, Gibsons LW. Physical fitness and incidence

of hypertension in healthy normotensive men. JAMA. 1984;2252:487-

90.

51. Cutler JA, Sorlie PD, Wolz M et al. Trends in hypertension

prevalence, awareness, treatment and control rates in United States

adults between 1988-1994 and 1999-2004. Hypertension 2008; DOI:

10.1161/HYPERTENSIONAHA.108.113357. Available

at http://hyper.ahajournals.org/.

52. Erickson SR, Williams BC, Gruppen LD. Perceived symptoms and

health-related quality of life reported by uncomplicated hypertensive

patients compared to normal controls. J Hum Hypertens 2001, 15 (8)

:539-548.

53. Wiklund I, Halling K, Ryden- Bergsten T, Fletcher A. Does lowering

the blood pressure improve the mood? Quality-of-life results from the

Hypertension Optimal Treatment (HOT) study. Blood Press 1997,

6:357-364.

54. Poston, WC. et al. Promotion of Healthful Eating, Physical Activity,

and Energy Balance: A Population-Based Prevention of Obesity. The

Need for Comprehensive Scientific Statement From American Heart

Association Council on Epidemiology and Prevention, Interdisciplinary

Committee for PreventionFormerly the Expert Panel on Population

and Prevention Science) and Prevention. Circulation 2008; 118; 428-

Page 98: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

96

464; originally published online Jun 30, 2008;

http://circ.ahajournals.org/cgi/content/full/118/4/428.

55. Silva MP Da, Jorge ZA, Domingues Nobre EL, Chambel P, De Castro

JJ. Obesidade e qualidade de vida. Acta Med Port 2006; 19: 247-250.

56. Earl SF, Moriarty DG, Zack MM, Mokdad DPC. Self-Reported Body

Mass Index and Health-Related Quality of Life: Findings from the

Behavioral Risk Factor Surveillance System. Obesity Research 2001;

9(1).

57. Silva MP Da, Jorge ZA, Domingues NEL. Chambel P, De Castro JJ.

Obesidade e qualidade de vida. Acta Med Port 2006, 19: 247-250.

58. Pesquisa de Orçamentos Familiares, 2002-2003. Rio de Janeiro:

IBGE, 3ª versão, 2006, CD-ROM.

59. Wilson D, Parsons J, Wakefield M. The health-related quality- of life of

never-smokers, ex-smokers, and light, moderate and heavy smokers.

Prev Med 1999, 29: 139-44.

60. Schumitz N, Kruse J, Kugker J. Disabilities, quality of life, and mental

disorders associated with smoking and nicotine dependence. Am J

Psychiatry 2003, 1670-1676.

61. Woolf SH, Rotemich SF, Johnson RE, Marsland DW. Is cigarette

smoking associated with impaired physical and mental functional

status? An office-based survey of primary care patients. Am. J.

Prev. Med. 1999, 17: 134-7.

62. Lyons RA, Lo SV, Littlepage BNC. Perception of health amongst ever-

smokers and never-smokers: a comparison using the SF-36 Health

Survey Questionnaire. Tob Control. 1994, 3: 213-5.

63. Mitra M, Chung M, Wilber N, Walker D. Smoking status and quality of

life. A longitudinal study among adults with disabilities. Am J Prev

Med 2004, 27 (3): 258-260.

64. Breslau N, Novak S, Kessler R. Psychiatric disorders and stages of

smoking. Biol Psychiatry 2004, 55 (1):69-76.

65. Cayela A. Rodrigues- Dominguez S. Otero R. Deteriorated Health-

Related Quality of Life in Healthy Male Smokers. Archivos de

Bronconeumologia 2007, 43 (2): 59-63.

66. Tilmann M, Silcok JA. Comparison of smokers’ and ex-smokers’

healthrelated quality of life. J Public Health Med 1997; 19 (3): 268-73.

67. Olufade A, Shaw JW, Foster S, Leischow S, Hays R, Coons SJ.

Development of the Smoking Cessation Quality of Life Questionnaire.

Clin Ther 1999; 21(12): 2113-2130.

Page 99: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

97

68. Volk RJ, Cantor SB, Steinbauer JR, Cass AR. Alcohol use disorders,

consumption patterns, and health-related quality of life of primary care

patients. Alcohol Clin Exp Res 1997; 21(5):899-905.

69. Kraemer KL, Stephen AM, Conigliaro J, McNeil M, Gordon AJ, Kelley

ME. Decreased Alcohol Consumption in Outpatient Drinkers Is

Associated with Improved Quality of Life and Fewer Alcohol-related

Consequences. J Gen Intern Med 2002,175:382–386.

70. Rhem J et al. Alcohol-related morbidity and mortality. Alcohol Res

Health 2003, 27 (1): 39-51.

71. Kraemer KL, Stephen AM, Conigliaro J, McNeil M, Gordon AJ, Kelley

ME. Decreased Alcohol Consumption in Outpatient Drinkers Is

Associated with Improved Quality of Life and Fewer Alcohol-related

Consequences. J Gen Intern Med 2002,175:382–386.

Page 100: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

98

Page 101: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

99

Tabela 3. Média ± DP dos escores das dimensões do SF-36 entre as características socioeconômicas, demográficas na população da região urbana de Montes Claros, Minas Gerais, Brasil (n= 648), 2008.

Abreviações: vide Tabela 2. *p < 0,05, ** p < 0,01, † p < 0,20 na comparação entre os níveis de cada variável.

Variáveis Dimensões do SF-36 CF AF DR EGS VT AS AE SM

Sexo Feminino Masculino

78,8±24,6** 72,8±41,0** 64,1±28,7** 67,3±20,7† 63,3±23,1** 72,0±23,8** 69,7±42,8** 64,8±22,0** 84,2±23,0 82,3±35,1 70,5±26,9 68,7±23,3 72,5±19,3 78,8±19,0 73,1±19,4 73,1±19,4

Faixa etária

18 - 44 anos 45 - 64 anos ≥ 65 anos

88,2±16,7** 81,0±35,6** 70,3±25,8** 71,9±20,2** 69,0±20,3** 75,9±21,0† 74,2±40,5 69,8±19,5** 74,4±26,2 69,2±42,5 61,0±29,6 64,2±21,9 63,1±24,1 71,7±24,6 69,9±42,3 64,2±24,2 60,0±32,1 69,6±45,1 61,9±33,0 58,6±21,0 65,7±22,5 72,0±23,8 76,7±40,6 64,0±21,6

Cor da pele auto-declarada

Branca Não branca

80,4±25,5 76,3±38,6 64,0±28,9 69,3±22,2† 62,2±24,4† 74,7±21,7 74,3±40,6 65,9±21,7 80,5±23,7 74,1±40,7 66,1±28,1 67,1±21,1 66,9±21,8 72,9±23,5 70,7±42,0 67,4±21,4

Estado Conjugal

Casado ou união consensual Outros

79,5±24,5† 75,8±39,6 64,0±29,7† 67,8±21,5 66,1±23,4 74,5±22,8 74,4±40,5† 67,6±21,2 81,0±24,0 74,3±40,1 68,2±26,4 67,4±21,3 65,3±21,4 73,1±22,6 70,5±42,1 66,4±22,2

Em atividade profissional

Sim Não

81,2±22,8 75,2±39,6 64,5±28,1† 67,9±21,2 65,6±22,9 73,7±22,9 72,0±42,0 66,8±22,1 78,2±26,9 75,4±40,3 68,4±28,8 67,0±22,0 65,8±21,7 74,1±22,8 74,0±39,7 67,4±20,7

Anos de Escolaridade

Até 11 anos (Ensino Médio) 12 anos ou mais (Ensino Superior ou mais)

78,6±25,0** 73,4±41,0** 64,1± 28,8** 66,2±21,7** 65,1±22,8† 73,3±23,2† 71,7±41,8* 66,1±22,2* 89,8±16,5 86,5±29,1 75,8 ±23,1 76,3±17,7 69,0±20,9 77,2±20,1 78,8±37,3 72,2±16,8

Renda familiar mensal* < $ 400 dólares ≥ $ 400 e < 800 dólares ≥ $ 800 dólares

77,4±25,7* 72,9±41,7* 65,5±29,0† 66,4±21,0* 64,1±23,6** 72,2±24,2 70,9±42,5** 64,8±22,5* 87,7±17,8 89,0±26,6 71,2±27,8 72,5±19,5 71,2±17,4 77,0±18,0 80,9±34,5 71,7±17,4 86,4±19,2 79,9±33,7 62,1±24,7 70,4±21,1 67,6±22,3 76,4±22,3 79,2±34,5 74,0±17,8

Page 102: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

100

Tabela 4. Média ± DP dos escores das dimensões do SF-36 entre comorbidades auto-referidas na população da região urbana de Montes Claros, Minas Gerais, Brasil (n= 648), 2008.

Presença de co-morbidade Dimensões do SF-36 CF AF DR EGS VT AS AE SM

Hipertensão arterial Sim Não

69,2±27,8** 65,7±43,6** 60,3±26,9** 59,0±21,7** 58,8±23,6** 69,4±25,6** 66,3±44,0** 61,8±22,4** 85,5±20,3 79,9±37,0 68,4±27,3 71,8±20,0 69,0±21,2 76,0±21,1 75,8±39,5 69,5±20,9

Dislipidemia

Sim Não

71,1±28,3** 72,5±41,5 70,3±25,8† 66,6±28,1* 63,3±24,0 74,2±22,8 72,1 ±41,1 64,1 ±24,3 82,3±22,8 75,9±39,4 61,0±29,2 68,7±21,0 66,2±22,2 73,7±22,9 72,8±41,3 67,6±20,9

Doença Reumatológica

Sim Não

63,1±29,7** 58,5±46,8** 52,5±28,8** 59,2±21,9** 57,5±24,4** 66,0±25,9** 60,5±45,7** 65,9±21,7* 82,7±22,3 77,7±38,1 67,7±27,8 68,9±21,1 66,9±22,0 75,0±22,1 74,4±40,3 67,9±20,7

Doença Vascular

Sim Não

67,3±30,4** 59,8±46,3** 55,3±27,8** 57,0±23,6** 55,6±24,3** 66,8 ±27,3** 61,6±46,1** 58,1±24,2* 81,7±23,0 77,0±38,6 67,0±28,2 68,8±20,8 66,8±22,0 74,6± 22,2 73,9±40,5 68,0±21,1

Diabetes melittus

Sim Não

64,8±31,8** 62,2 ±46,0* 61,5±33,5 56,4±21,5** 58,0 ±23,4** 69,5±27,0 74,8±39,9 59,6±23,6** 81,7±22,9 76,5±38,9 66,2±27,8 68,7±21,1 66,4 ±22,3 74,3±22,4 72,5±41,4 67,7±21,3

Doença Cardíaca

Sim Não

61,6±30,6** 52,6± 48,5** 52,2±29,0** 56,4±22,7** 54,8±24,4** 64,7±26,5** 60,7 ±47,6* 59,0±22,4** 82,0±22,8 77,4±38,2 67,1±28,0 68,7±21,0 66,7±22,1 74,7±22,3 73,8 ±40,4 67,8±21,4

Doença Renal Sim Não

63,4±30,4** 47,4±45,9** 48,9±30,3** 55,9±23,5** 53,9±24,8** 64,7±28,6** 56,4±46,7** 61,1±25,0† 81,6±23,2 77,5 ±38,4 67,2± 27,8 68,6±21,0 66,7±22,1 74,6±22,2 74,0±40,5 67,5±21,3

Doença Psiquiátrica Sim Não

71,3±27,0** 52,5 ±46,9** 43,2±27,2** 55,6±23,2** 53,8±28,0** 65,0±29,5* 52,5±46,4** 52,7±27,8** 80,8±24,0 76,8±38,8 67,3±27,8 68,4± 21,1 66,5±21,9 74,4±22,2 74,0±40,6 67,9±20,9

Doença Pulmonar Sim Não

68,6±29,3† 75,0±38,1 63,0±30,0 69,7±14,9 70,0±18,7 78,2±20,3 87,7±31,8† 69,0±21,7 80,6±24,0 75,3±39,8 65,9±28,3 67,6± 21,6 65,6±22,6 73,7±22,9 72,2±41,4 66,9±21,7

Neoplasia

Page 103: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

101

Tabela 5. Média ± DP dos escores das dimensões do SF-36 entre os fatores de risco para as DCNT população da região urbana de Montes Claros, Minas Gerais, Brasil (n= 648), 2008.

Sim Não

72,0±31,2 77,0±41,9 61,8±31,0 57,5±22,6† 58,7±26,8 68,7±26,9 72,2±39,7 57,0±24,4† 80,4±24,1 75,2±39,7 65,9±28,3 67,8±21,4 65,8±22,4 73,9±22,8 72,7±41,3 67,2±21,6

Presença dos fatores de risco

Dimensões do SF-36 CF AF DR EGS VT AS AE SM

Page 104: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

102

Consumo insuficiente de frutas Sim Não

79,8±24,7 72,1±42,3 59,5±24,3 58,3 ±26,3** 60,0±22,5* 73,1±24,5 73,5±41,5 60,8±20,2** 81,5±22,6 71,9 ±39,5 70,5±26,9 66,4 ±28,7 68,5±20,8 73,9±22,7 72,6±41,2 67,5±21,7

Consumo insuficiente de verduras e legumes

Sim Não

74,4±28,5† 77,1±39,9 65,8±28,3 62,5±25,8† 61,7 ±24,4 73,0±24,1† 75,8±41,2 62,7±22,9* 81,2±23,4 75,0±39,8 65,5±29,0 68,5±20,5 66,4 ±22,1 74,0±22,6 72,2±41,2 67,7±21,4

Tabagismo

Sim Não

75,0±27,0* 61,6±45,6** 63,8±30,1 61,5±22,1** 60,4±24,1** 68,0± 25,5** 68,2±42,4† 61,6±23,1** 81,2±23,6 77,9±38,0 66,2±28,0 68,8±21,1 66,7±22,1 75,0±22,1 73,6±41,0 68,0±21,2

Sobrepeso

Sim Não

74,3±26,2 73,4±41,3 64,0±28,6† 66,0±21,1** 66,7±22,5† 75,0±22,4† 74,4±40,5† 67,1±21,5 84,7±21,6 77,0±38,3 68,0±27,8 69,5±21,3 64,5±22,5 72,7±23,3 70,5±42,1 66,4±22,2

Obesidade

Sim Não

72,4±26,0** 72,9±41,2 61,5±28,8* 61,8±24,1** 65,6±22,6 73,6±23,4 74,3± 40,7 65,5±23,0 81,9±23,6 76,0±39,3 66,9±28,1 69,1±20,4 65,7±22,5 73,9± 22,7 72,1±41,5 67,2±21,3

Níveis pressóricos alterados

Sim Não

76,4±26,8** 69,6±42,1** 63,0±29,0* 63,9±23,2** 64,9±23,9 71,4±25,4 69,0± 42,7† 65,2±22,9† 82,4±22,4 78,6±38,0 67,4±27,9 69,8±20,1 66,1±21,7 75,2±21,1 74,8±40,2 68,0±20,9

Nível insuficiente de atividade física

Sim Não

74,7±29,0** 68,9±43,7* 65,8±29,6 65,3±22,0† 62,8±23,8* 72,3±25,5 77,2±39,9* 65,6±22,2 77,6±38,0 79,9±33,7 65,8±27,9 68,5±21,2 66,8±22,0 74,4±21,8 71,0±41,6 67,5±21,4

Hiperglicemia Sim Não

67,2±32,1† 67,0±45,7† 64,5±31,6 59,9±21,1* 59,8±21,5 69,8±25,4 71,5±40,8 63,4±21,9* 83,6±22,4 84,7±33,3 67,3±22,1 70,0±18,7 64,1±24,7 77,7±19,9 70,3±42,6 73,7±24,7

Consumo excessivo de álcool Sim Não

69,7±24,8 † 77,0±38,3 61,1±24,6 66,3±19,4 60,0± 20,2* 77,3±17,1 69,3±44,0 63,1± 17,8† 78,6±11,1 75,2±39,9 66,1±28,6 67,7±21,6 66,0±22,6 73,6±23,1 72,9± 41,1 67,2±21,8

Coeficiente de correlação entre as dimensões do SF-36 CF AF DR EGS VT AS AE SM

Page 105: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

103

Características socioeconômicas e demográficas

β

valor-p

β

valor-p

β

valor-p

β

valor-p

β

valor-p

β

valor-p

β

valor-p

β

valor-p

Sexo Faixa etária 45-64 anos ≥65 anos Cor da pele auto-declarada Estado conjugal Atividade profissional Anos de escolaridade Renda familiar mensal < $ 400 dólares ≥ $ 800 dólares

-4,45 0,03 -8,76 0,00 -21,0 0,00 -- -- -- -- -- -- -- -- -8,20 0,00 -- --

-9,44 0,00

-- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -10,6 0,01

-5,23 0,03 -5,98 0,00 -- -- -- -- -- -- -- -- -- --

-- -- -- --

-- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -6,69 0,00 -- -- -4,81 0,02

-8,77 0,00 -- -- -- -- -6,92 0,04 -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- --

-6,47 0,00 -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- --

-12,4 0,00 -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -8,06 0,03 -- -- -- -- -- --

-8,00 0,00 -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -5,95 0,00 -- -- -- -- -- --

Comorbidades auto-referidas

Hipertensão arterial Dislipidemia Doença reumatológica Doença vascular Diabetes melittus Doença cardíaca Doença renal Doença psiquiátrica Doença pulmonar Neoplasia

-4,01 0,05 -- -- -10,0 0,00 -- -- -- -- -8,80 0,00 -9,82 0,00 -- -- -- -- -- --

-- -- -- -- -- -- -10,3 0,04 -- -- -17,9 0,00 -25,0 0,00 -14,4 0,03 -- -- -- --

-- -- -- -- -12,4 0,00 -- -- -- -- -10,8 0,00 -- -- -- -- -- -- -- --

-7,93 0,00 -- -- -5,95 0,01 -7,69 0,00 -8,86 0,00 -- -- -- -- -15,1 0,00 -- -- -- --

-6,51 0,00 -- -- -- -- -6,51 0,02 -- -- -- -- -8,70 0,01 -9,72 0,01 -- -- -- --

-4,53 0,01 -- -- -6,42 0,01 -- -- -- -- -6,41 0,04 -- -- -7,36 0,04 -- -- -- --

-8,71 0,01 -- -- -13,5 0,00 -- -- -- -- -- -- -- -- -22,7 0,00 -- -- -- --

-6,57 0,00 -- -- -- -- -7,10 0,00 -- -- -- -- -- -- -14,2 0,00 -- -- -- --

Fatores de risco Consumo insuficiente de frutas Consumo insuficiente de verduras e legumes Tabagismo Sobrepeso Obesidade Níveis pressóricos alterados Nível insuficiente de atividade física Hiperglicemia Consumo excessivo de álcool

-- -- -- -- -- -- -- -- -5,99 0,01 -- -- -- -- -- -- -7,13 0,01

-- -- -- -- -16,6 0,00 -- -- -- -- -9,02 0,00 -- -- -- -- -- --

-- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- --

-- -- -- -- -7,18 0,00 -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- --

-- -- -- -- -- -- -6,94 0,01 -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- --

-- -- -- -- -- -- -6,80 0,00 -- -- -- -- -- -- -- -- -- --

-- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- --

-- -- -- -- -- -- -6,61 0,00 -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- --

Page 106: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

104

R2 0,27 0,39 0,06 0,18 0,12 0,08 0,07 0,13

Page 107: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

105

Page 108: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

106

Page 109: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

107

Page 110: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

108

Page 111: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

109

Page 112: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

110

Page 113: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

Livros Grátis( http://www.livrosgratis.com.br )

Milhares de Livros para Download: Baixar livros de AdministraçãoBaixar livros de AgronomiaBaixar livros de ArquiteturaBaixar livros de ArtesBaixar livros de AstronomiaBaixar livros de Biologia GeralBaixar livros de Ciência da ComputaçãoBaixar livros de Ciência da InformaçãoBaixar livros de Ciência PolíticaBaixar livros de Ciências da SaúdeBaixar livros de ComunicaçãoBaixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNEBaixar livros de Defesa civilBaixar livros de DireitoBaixar livros de Direitos humanosBaixar livros de EconomiaBaixar livros de Economia DomésticaBaixar livros de EducaçãoBaixar livros de Educação - TrânsitoBaixar livros de Educação FísicaBaixar livros de Engenharia AeroespacialBaixar livros de FarmáciaBaixar livros de FilosofiaBaixar livros de FísicaBaixar livros de GeociênciasBaixar livros de GeografiaBaixar livros de HistóriaBaixar livros de Línguas

Page 114: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA …livros01.livrosgratis.com.br/cp118536.pdf · crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008. (Dissertação

Baixar livros de LiteraturaBaixar livros de Literatura de CordelBaixar livros de Literatura InfantilBaixar livros de MatemáticaBaixar livros de MedicinaBaixar livros de Medicina VeterináriaBaixar livros de Meio AmbienteBaixar livros de MeteorologiaBaixar Monografias e TCCBaixar livros MultidisciplinarBaixar livros de MúsicaBaixar livros de PsicologiaBaixar livros de QuímicaBaixar livros de Saúde ColetivaBaixar livros de Serviço SocialBaixar livros de SociologiaBaixar livros de TeologiaBaixar livros de TrabalhoBaixar livros de Turismo