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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
Mestrado Acadêmico em Ciências da Saúde
MARYANE OLIVEIRA CAMPOS Bacharel em Fisioterapia
QUALIDADE DE VIDA E FATORES DE RISCO
PARA AS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS
EM MONTES CLAROS, MINAS GERAIS, BRASIL
Montes Claros - Minas Gerais - Brasil Dezembro de 2008
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
Mestrado Acadêmico em Ciências da Saúde
QUALIDADE DE VIDA E SUA ASSOCIAÇÃO COM FATORES DE RISCO
PARAS AS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS
EM MONTES CLAROS, MINAS GERAIS, BRASIL
Mestranda: Maryane Oliveira Campos
Orientador: Prof. Dr. João Felício Rodrigues Neto
Área de Concentração: Saúde Coletiva
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, PPGCS, da Universidade Estadual de Montes Claros, como parte integrante dos requisitos para obtenção do Título de Mestre em Ciências da Saúde.
Montes Claros - Minas Gerais - Brasil Dezembro de 2008
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DEDICATÓRIA
Dedico esta dissertação à população norte-mineira...
pela hospitalidade, cultura e educação proporcionada.
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AGRADECIMENTOS
“Durante a luta foi ajudado pelos anjos; as
forças celestiais colocaram cada coisa em seu lugar, e
permitiram que ele pudesse dar o melhor de si. Os
companheiros comentam: Como tem sorte! E o
guerreiro ás vezes consegue muito mais que sua
capacidade permite. Por isso, quando o sol se põe,
ajoelha-se e agradece o Manto protetor a sua volta.
Sua gratidão, porém, não se limita ao mundo
espiritual; ele jamais esquece os amigos, porque o
sangue deles se misturou ao seu no campo de
batalha. Um guerreiro não precisa que ninguém lhe
recorde a ajuda dos outros; ele se lembra sozinho, e divide com eles a recompensa”.
(Paulo Coelho)
À Deus e Nossa Senhora Aparecida, por me iluminar nesta caminhada, dando
forças para que eu continuasse minha jornada, confortando-me diante da solidão
familiar, apresentando-me novos rumos e ter me rodeado de anjos que fizeram desta
trajetória um lindo passo de dança.
À minha mãe, exemplo de luta, de garra, superação e dedicação para que eu
pudesse chegar até aqui.
À meu pai (in memorian), uma vítima das doenças crônicas não
transmissíveis, pelo exemplo de vida e pelo esforço na formação de seus filhos.
À minha família, por ser minha base de sustentação. Irmãos, sobrinhos e
cunhados que sempre estiveram ao meu lado, pelo apoio e os momentos de
convivência sempre agradáveis.
À Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais- FAPEMIG, pela bolsa
de mestrado concedida.
À Universidade Estadual de Montes Claros- UNIMONTES, pela infra-estrutura
disponibilizada e pela oportunidade.
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Aos professores do Programa de Pós- graduação em Ciências da Saúde por
contribuir por minha formação profissional e proporcionar a oportunidade de
realização deste grande sonho.
Ao Prof. João Felício Rodrigues Neto, por guiar e iluminar meu caminho.
Exemplo profissional e de vida. Não tenho palavras para expressar o quanto sou
grata pela convivência e aprendizagem proporcionada.
Aos Prof. André Guimarães e Alfredo Batista de Paula pelo incentivo e por
sempre ”abrirem as portas” do Laboratório de Pesquisa em Saúde.
Ao programa de Iniciação Científica em Enfermagem, em especial, a Prof.
Cida Vieira e Prof. Orlene Dias.
À Prof. Marize Fagundes, pelo apoio e paciência nas estatísticas.
À Prof. Marília Borborema, pela amizade, incentivo e trabalho em conjunto.
À Prof. Eliete Flávio pelo trabalho em conjunto.
Às secretárias do Programa de Pós- graduação em Ciências da Saúde, Kátia
e Maria do Carmo pelo apoio e convivência, sempre dispostas a ajudar.
Aos colegas do Mestrado Acadêmico e profissional pelo companheirismo e
pela aprendizagem proporcionada.
Aos estudantes de graduação em Medicina, Danielle Malard, Janine Vilhena,
Juliana Oliveira, Júlio Silveira, Daniel Drummond; pela dedicação à coleta de dados
no percurso da pesquisa e pelo convívio.
À Wilma Patrícia e Marta Barbosa pela contribuição e amizade.
Aos integrantes do laboratório de pesquisa em Ciências da Saúde, pela
convivência e pelo apoio, em especial, Camila Santos Pereira e Gefter Thiago
Batista.
Aos participantes da pesquisa pela contribuição.
À Suelleng Cunha Santos por ter compartilhado sua companhia em república.
7
À Shirlene e sua família por me acolher e ser meu ponto de apoio em Montes
Claros.
Às amigas Fernanda Villas Boas, Marcella Ataíde e Edith Zuba por me
acolherem e ser minha família em Montes Claros.
À todos que contribuíram de alguma forma.
Muito obrigada pelo Manto protetor a minha volta!
8
"Jamais considere seus estudos como uma obrigação, mas como uma oportunidade
invejável para aprender a conhecer a influência libertadora da beleza do reino do espírito,
para seu próprio prazer pessoal e para proveito da comunidade à qual seu futuro
trabalho pertencer"
(Albert Einstein)
RESUMO
Oliveira-Campos, Maryane. Qualidade de vida e fatores de risco para as doenças
crônicas não transmissíveis em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. 2008.
(Dissertação de Mestrado)- Montes Claros (MG): Programa De Pós-Graduação Stricto
Sensu em Ciências da Saúde, Mestrado Acadêmico em Ciências da Saúde; 2008.
Introdução: A qualidade de vida tornou-se uma importante medida de impacto em saúde.
Sua avaliação tem acrescido tanto na população em geral, quanto relacionado ao impacto
de doenças. Objetivo: Verificar a qualidade de vida e presença de associação com fatores
de risco para as doenças crônicas não transmissíveis na população urbana do município de
Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. Métodos: Estudo transversal de base populacional. A
amostra foi calculada considerado a prevalência do fator de risco sobrepeso de 30%, α=0,05
e corrigida para um efeito de delineamento de 30%. Amostragem por conglomerados de
setores censitários urbanos. Sorteou-se 17 setores censitários. Em cada domicílio
entrevistou-se um morador ≥ 18 anos e verificados os dados socioeconômicos,
demográficos, comorbidades auto-referidas, fatores de risco para as doenças crônicas não
transmissíveis e qualidade de vida através do The Medical Outcomes Study 36- Item Short
Form Health Survey (SF-36) . Resultados: Foram entrevistados 648 residentes na região
urbana de Montes Claros, de ambos os sexos. As dimensões de maior comprometimento na
qualidade de vida da população em geral foram Vitalidade (65,7±22,5), Dor (67,6±21,4) ,
Estado Geral de Saúde (65,8± 28,4) e Saúde Mental (67,6±21,4). Os fatores de risco mais
prevalentes foram o baixo consumo de frutas 77,3%, baixo consumo de verduras e legumes
55,1% e sobrepeso 32,6%. Na análise multivariada, os fatores de risco que permaneceram
associados a uma pior qualidade de vida foram o tabagismo nas dimensões Limitação por
Aspectos Físicos, Estado Geral de Saúde, Vitalidade, Aspectos Sociais e Saúde Mental; os
níveis pressóricos alterados permaneceram associados a Limitação por Aspectos Físicos, a
obesidade e o consumo excessivo de álcool permaneceram associados com Capacidade
Funcional. Conclusão: Os fatores de risco que estão associados a um pior estado de
9
qualidade de vida são os níveis pressóricos alterados, o tabagismo, a obesidade e o
consumo excessivo de álcool.
Palavras-chave: qualidade de vida, fatores de risco, doenças crônicas, saúde pública.
ABSTRACT
Oliveira-Campos, Maryane. Quality of life and risk factors for non-transmissible chronic
diseases in Montes Claros, Minas Gerais, Brazil. 2008. (Dissertation Masters) - Montes
Claros (MG): From Post-Graduate Program Stricto Sensu Health Sciences, Master's.
Academic Health Sciences, 2008.
Introduction: The quality of life has become an important measure of impact on health. His
assessment has increased both in the general population, as related to the impact of
diseases. Objective: To assess the quality of life and presence of association with risk factors
for non-transmissible chronic diseases in the urban population of the municipality of Montes
Claros, Minas Gerais, Brazil. Methods: A cross-sectional household. Cluster sampling of
urban census tracts. The sample was calculated considered the prevalence of overweight
risk factor of 30%, α = 0.05, with deff = 1.3. Was drawn 17 census tracts. In each household
is interviewed a resident ≥ 18 years and recorded the data socioeconomic, demographic,
comorbid self-referred, risk factors for non-transmissible chronic diseases and quality of life
through the Medical Outcomes Study 36 - Item Short Form Health Survey (SF-36). Results:
We interviewed 648 residents in the urban region of Montes Claros, of both sexes. The
dimensions of greater impairment in quality of life of the general population were Vitality
(65.7 ± 22.5), pain (67.6 ± 21.4), general health (65.8 ± 28.4) and Mental Health (67.6 ±
21.4). The most prevalent risk factors were the low consumption of fruits 77.3%, low
consumption of vegetables and legumes 55.1% and 32.6% overweight. In multivariate
analysis, the risk factors that remained associated with a lower quality of life were the size
limitation of smoking on physical aspects, State General Health, Vitality, Social Issues and
Mental Health; blood pressure levels remained associated with altered by Limitation Aspects
Physicists, obesity and excessive alcohol consumption remained associated with Functional
Capacity. Conclusion: The risk factors that are associated with a worse state of quality of life
are altered blood pressure, smoking, obesity and excessive alcohol consumption.
Key words: quality of life, risk factors, chronic diseases, public health.
10
SUMÁRIO
1.0 Introdução 9
2.0 Objetivos 11
3.0 Metodologia 12
4.0 Produtos gerados 21
5.0 Referências 22
6.0 Anexos 25
11
1. INTRODUÇÃO
Em 1948, a Organização Mundial de Saúde (OMS), definiu saúde como sendo não
apenas a ausência de doença ou enfermidade, mas também a presença de bem-estar físico,
mental e social. O conceito de saúde reforça o uso da medida de qualidade de vida (QV)
como um instrumento necessário na prática dos cuidados e pesquisa em saúde 1,2.
Apesar da ausência de uma definição sobre o conceito de QV, há um crescente
interesse em transformá-la em uma medida quantitativa. Para medir diretamente o grau de
saúde dos indivíduos, têm-se desenvolvido e testado instrumentos estruturados e
simplificados, capazes de reconhecer os estados de “completo bem-estar físico, mental e
social” dos sujeitos 3.
Os instrumentos genéricos, como o The Medical Outcomes Study 36- Item Short
Form Health Survey (SF-36), são utilizados na avaliação da QV da população em geral. Em
relação ao campo de aplicação, são questionários de base populacional, sem especificar
enfermidades, sendo apropriados para estudos epidemiológicos, planejamento e avaliação
do sistema de saúde 4,5.
A OMS, em informes sobre a situação mundial da saúde, vem alertando países,
governantes e a população em geral, sobre a extrema gravidade da escalada universal das
doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Projeções para o ano de 2020, demonstram
que a mortalidade por DCNT representará 73% dos óbitos no mundo 6,7.
No Brasil, a urbanização, a inserção de novos processos de trabalho, globalização
de mercados e comunicação, entre outros; tiveram um profundo impacto na dinâmica
populacional, cultural e sanitária do país. Esse processo refletiu em um grande aumento da
prevalência de DCNT. Por outro lado, o País enfrenta o desafio da coexistência de novos e
velhos agravos; além das desigualdades regionais 8 .
As doenças crônicas de maior importância em saúde pública são as doenças
cardiovasculares (hipertensão arterial, diabete mellitus, acidente vascular cerebral, doença
coronariana), alguns tipos de câncer (colo uterino e de mama, entre as mulheres; e os de
estômago, pulmão, cólon e próstata, entre os homens) por apresentarem altas taxas de
incapacidade e mortalidade 9,10.
Essas enfermidades caracterizam-se por apresentar etiologia incerta, múltiplos
fatores de risco, longos períodos de latência, curso prolongado e por estarem associadas a
deficiências e incapacidades funcionais. Sendo geralmente de longa duração, são as que
mais demandam ações, procedimentos e serviços de saúde 11,12,13.
As DCNT acometem geralmente a população adulta, na qual estabelecem-se os
desvios dos hábitos de vida, do comportamento e exposições a fatores que acentuam ou
12
interagem com outros pré-existentes, sendo altamente influenciado por processos sócio-
demográficos 14.
No início, essas doenças evoluem ou podem evoluir sem sintomas, o que torna difícil
um diagnóstico precoce. Após vários estudos, surgiu o conceito de fatores de risco, os quais
aumentam o índice de suspeição, tornando possível um diagnóstico precoce ou
possibilitando a instituição de métodos de prevenção e controle 15.
O modelo de promoção de saúde que encontra em vigência, não tem o objetivo
somente de reduzir os riscos relacionados à saúde. Proporcionar saúde significa, além de
evitar doenças e prolongar a vida, assegurar meios e situações que ampliem a QV 1,2,16.
Diante do modelo de promoção de saúde atual, centralizado em aumentar as
chances de saúde e QV da população foi proposto este estudo. Com o objetivo de verificar a
QV e os fatores de risco para as doenças crônicas não transmissíveis na população urbana
de Montes Claros, Minas Gerais, Brasil.
13
2.0 OBJETIVOS
Geral
Verificar a qualidade de vida e os fatores de risco para as doenças crônicas não
transmissíveis na população da região urbana de Montes Claros, Minas Gerais, Brasil.
Específicos
_ Verificar a qualidade de vida na população da região urbana de Montes Claros;
_ Verificar a prevalência dos fatores de risco para as doenças crônicas não
transmissíveis na população da região urbana de Montes Claros;
_ Verificar a existência de associação entre a qualidade de vida e os fatores de risco
para as doenças crônicas não transmissíveis na população da região urbana de Montes
Claros;
_ Verificar a dinâmica populacional e o perfil de mortalidade no município de Montes
Claros, entre 1995 e 2005;
14
3.0 METODOLOGIA
3.1 Aspectos Éticos
Com base na resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde 17, que regulamenta
pesquisas com seres humanos, este estudo passou pela apreciação do Comitê de Ética em
pesquisa da Universidade Estadual de Montes Claros (UNIMONTES), sendo aprovado no
processo nº 677 (Anexo 1).
Antes de participarem da pesquisa, os voluntários receberam informações sobre a
metodologia deste estudo. Após a leitura e entendimento do Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido, os voluntários apresentaram seu consentimento por escrito ou digitais (Anexo
2). Foram tomadas precauções para a preservação da identidade e privacidade, além da
saúde e do bem estar dos participantes acima de qualquer interesse.
3.2 Desenho do estudo Trata-se de um estudo transversal, descritivo e analítico de base populacional,
realizado na região urbana de Montes Claros, Estado de Minas Gerais. A amostra foi
selecionada em amostragem probabilística por conglomerados.
3.3 Localização e descrição do município No cenário de diversidade do estado de Minas Gerais, o Norte de Minas
individualiza-se tanto pelos seus aspectos fisiográficos (zona de transição cerrado/caatinga)
como pelos seus baixos indicadores socioeconômicos. Montes Claros é o único município
com população superior a 100 mil habitantes no norte de Minas Gerais. Dos oitenta e nove
municípios que compõem a região, a maioria possui população absoluta inferior a 20.000
habitantes.
Montes Claros assume a posição de centralidade nessa região, constituindo o núcleo
urbano mais expressivo. Inserida em uma região historicamente caracterizada pelo
desempenho econômico, com graves problemas sociais e localização entre entroncamento
de importantes eixos rodoviários. A cidade desempenha a função de centralizar: comércio
varejista, inter-relação política e administrativa, serviços de saúde, ensino de nível superior,
entre outros.
O município está localizado no norte do Estado de Minas Gerais, na bacia do Alto
Médio São Francisco, situado na área do “Polígono das Secas”. Apresenta área de 3.582
km 2 . Sua posição é localizada nas seguintes coordenadas geográficas: 16° 43’ 31” de
latitude sul e 43° 51’ 54” de longitude oeste de Greenwich.
15
Segundo o recenseamento de 2000 18, Montes Claros apresenta uma população
residente de 306.947 habitantes no município (cerca de 21% do total regional), sendo destes
289.183 na região urbana e 17.764 na região rural. O número total de pessoas maiores de
18 anos residentes na zona urbana é de 213.711 e o número total de domicílios urbanos é
de 71.041.
3.4 População alvo
A população alvo da pesquisa foi representada por indivíduos com idade maior ou
igual à 18 anos no momento da pesquisa, de ambos os sexos, residentes na região urbana
de Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. Foram considerados critérios de critérios de
exclusão: não ser morador do domicílio visitado, gestantes, acamados e incapacidade de
compreensão e resposta às perguntas após três tentativas.
3.5 Procedimentos de Amostragem
3.5.1 Tamanho da amostra
O tamanho da amostra necessário foi calculado para uma prevalência estimada do
fator de risco excesso de peso de 30% (p = 0.3). Optou-se por eleger a prevalência do
sobrepeso por ser este um dos fatores de risco de maior prevalência para as DCNT. Assim,
para um intervalo de confiança de 95% (z=1,96) um erro fixado de 5% (d), e um efeito de
delineamento (deff) de 30% (deff = 1.3), o tamanho da amostra seria de 422 pessoas n=
(z2.p. (1-p).deff/d2).
O efeito de delineamento se deve à suposição de que a variância total pode ter sido
reduzida em até 30%, uma vez que os indivíduos foram selecionados em aglomerados, os
setores censitários, nos quais há maior homogeneidade que na população.
A verificação do efeito do delineamento (deff = 1,3) foi realizada comparando-se a
variância estimada pelo processo sob conglomerado (cong.) àquela que seria obtida, caso o
procedimento adotado fosse o da amostragem casual simples (acs); A amostra piloto
forneceu uma variância (cong.) = 0,00062444 e variância (acs)=0,00048198 cujo deff foi
estimado em 1,3 (0,00062444/0,00048198). Para efeitos práticos, o tamanho de amostra foi
igualado a 648.
3.5.2 Amostragem dos setores censitários e domicílios
Os domicílios foram selecionados em três etapas considerando os dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 19. O município de Montes Claros apresenta 216
setores censitários, sendo que destes, os setores não-urbanos (rurais) e urbanos especiais
(asilos, creches, orfanatos, hospitais, conventos) totalizam 35 (Figura 1).
16
Figura 1. Localização dos setores censitários especiais e não especiais na área urbana de Montes
Claros- MG.
Na primeira etapa foram excluídos esses 35 setores não- urbanos e urbanos
especiais restando 181 setores representativos dos domicílios urbanos do município. Sendo
destes 181 setores censitários, 163 são “urbanos não especiais” (onde reside cerca de 96%
da população urbana) e 18 “urbanos subnormais” – favelas – (cerca de 4% da população
urbana).
Em uma segunda etapa, dentre o total de 181 setores censitários urbanos, foram
sorteados 17 setores; sendo 15 “urbanos não especiais” (onde realizou- se 96% das
entrevistas) e 2 “urbanos subnormais” (onde realizou- se 4% das entrevistas) (Figura 2). Os
17 setores censitários sorteados tinham em média de 200 a 300 domicílios e considerou-se
17
que 1 em cada 3 domicílios seria visitado (Figura 2).
Figura 2. Localização dos setores censitários da área urbana de Montes Claros sorteados para
amostragem.
Na terceira etapa, no mapa de capa setor censitário, foi sorteado um quarteirão e
iniciou-se a coleta de dados na primeira rua do lado direito. Os domicílios residenciais foram
amostrados em ordem de três, sendo o primeiro de cada três visitado. Quando não foi
possível realizar a entrevista, o domicílio seguinte era visitado e a contagem reiniciada deste
ponto. Após o termino de cada, os entrevistadores viravam a direita seguindo o mapa de
cada setor censitário. Em cada domicílio foi entrevistado um morador com idade igual
superior a 18 anos, sendo a escolha do entrevistado realizado por sorteio aleatório simples.
18
3.6 Coleta de dados
3.6.1 Desenvolvimento do questionário e adequação dos instrumentos de coleta
Com o objetivo definir o elenco de informações essenciais e complementares a
serem abordadas no questionário e adequação dos instrumentos na coleta de dados, foram
realizadas oficinas para treinamento da equipe. Foi realizado pré-teste e calibração dos
instrumentos em uma amostra de conveniência, formada por pessoas com diferentes níveis
de escolaridade e com diferentes portadores de fatores de risco. As reformulações
procedentes com base no pré-teste foram executadas e após esser encontros elaborou-se a
versão final do questionário, a adequação dos instrumentos de coleta e um manual de
coleta.
3.6.2 Entrevista
O instrumento utilizado foi um questionário semi-estruturado (Anexo 3) que contêm
investigações sobre os aspectos socioeconômicos e demográficos, fatores de risco para as
doenças crônicas não transmissíveis, co-morbidades auto-referidas e qualidade de vida.
Aspectos socioeconômicos e demográficos
A população foi avaliada quanto ao sexo, faixa etária, cor da pele, estado conjugal,
escolaridade e renda.
Medida de Qualidade de vida
Para a avaliação da Qualidade de Vida foi utilizado o questionário The
Medical Outcomes Study 36- Item Short Form Health Survey (SF-36). O SF-36
apresenta-se como um questionário multidimensional formado por 36 itens,
englobados em 8 escalas ou componentes:
1. Capacidade funcional (CF), com dez itens;
2. Aspectos físicos (AF), com quatro itens;
3. Dor (DR), com dois itens;
4. Estado Geral de Saúde (EGS), com cinco itens;
5. Vitalidade (VT), com quatro itens;
6. Aspectos sociais (AS), com dois itens;
7. Aspectos emocionais (AE), com três itens;
8. Saúde mental (SM), com cinco itens.
Além destes componentes, o questionário engloba mais uma questão de
avaliação comparativa entre as condições de saúde atual e de um ano atrás que não
entra na pontuação de nenhuma das oito dimensões.
19
Para a avaliação de seus resultados, após sua aplicação, é atribuído um valor a cada
questão, o qual, posteriormente, é transformado num escore de 0 a 100, onde zero
corresponde a um pior estado de saúde, e 100 a um melhor, sendo analisada cada
dimensão em separado. Não existe um único valor que resuma toda a avaliação, e que
corresponda a um estado geral de saúde melhor ou pior.
No presente estudo, foi escolhido utilizar o SF-36 por se tratar de um
questionário genérico de avaliação de saúde, de fácil administração e compreensão,
além de não ser muito extenso. Pode ser administrado de cinco a dez minutos com
alto grau de aceitabilidade e qualidade dos dados. Apresenta propriedades de
medida, como reprodutibilidade, validade e sensibilidade a alterações já
demonstradas 19,20. Além disso, ele já está traduzido para a lingua portuguesa,
validado e com boa reprodutibilidade 21.
Nível de atividade física
O nível de atividade física foi avaliado mediante aplicação do Questionário
Internacional de Atividade Física (IPAQ-8, versão curta). O IPAQ é um questionário proposto
pela Organização Mundial de Saúde para avaliação da atividade física em nível mundial e,
atualmente tem sido utilizado em 12 países 22, validado no Brasil 23. O instrumento leva em
consideração as atividades físicas realizadas no momento de lazer, na ocupação, como
meio de locomoção e no trabalho doméstico. A maioria dos estudos considera apenas a
atividade física realizada em momentos de lazer, a opção por uma abordagem mais ampla
se baseia no fato de que, particularmente em países em desenvolvimento, a ocupação e a
locomoção representam uma proporção substancial do total da atividade física do indivíduo.
O IPAQ contém perguntas relacionadas à freqüência (dias por semana) e a duração
(tempo por dia) da realização de atividades físicas moderadas, vigorosas e da caminhada.
Quanto à intensidade, excluindo a caminhada, a atividade física pode ser moderada ou
vigorosa, sendo assim definida:
• moderada – é aquela que precisa de algum esforço físico, faz o indivíduo respirar
um pouco mais forte do que o normal, e o coração bater um pouco mais rápido;
• vigorosa – é aquela que precisa de um grande esforço físico, faz o indivíduo
respirar muito mais forte do que o normal, e o coração bater muito mais rápido.
Considerando os critérios de freqüência, duração e tipo de atividade física
(caminhada, moderada e vigorosa), os indivíduos são classificados em muito ativos, ativos,
irregularmente ativos e sedentários.
Consumo de álcool
20
As perguntas enfatizaram o tipo de bebida alcoólica consumida, freqüência de
consumo, (dias por semana ou mês) e quantidade ingerida (número de doses
ingeridas nos dias em que consumiu nos últimos 30 dias).
Tabagismo
Foram realizadas perguntas quanto ao hábito de tabagismo. Se fumante, que tipo de
cigarro fuma e freqüência. Se ex-tabagista, o que fumava e há quanto tempo parou de
fumar.
Consumo de frutas, verduras e legumes
As questões relacionadas ao consumo inadequado de frutas, verduras e legumes
foram baseadas no questionário de freqüência alimentar para o estudo de dieta e doenças
não transmissíveis .
Co-morbidades auto-referidas
Foi indagado à presença das seguintes comorbidades: diabetes melittus, dislipidemia,
hipertensão arterial, doença renal, doença pulmonar, doença cardíaca, neoplasia, doença
psiquiátrica e doença reumatológica.
3.7 Variáveis medidas
Pressão arterial
A medida da pressão arterial foi avaliada através do método indireto com
esfigmomanômetro digital calibrado, modelo MF-81 da marca Mark of Fitness, no membro
superior direito. Os voluntários foram orientados a ficar assentados com dorso encostado na
cadeira e relaxados remover roupas do antebraço direito, manter os pés apoiados no chão,
posicionar o braço na altura do coração com a palma da mão voltada para cima, cotovelo
ligeiramente fletido e solicitado para que não falasse durante a medida. Foram realizadas
duas aferições, sendo o intervalo de um minuto, estabelecendo-se a média 25.
Índice de massa corporal
O peso corporal em quilogramas (kg), foi obtido através de registro com a utilização
de uma balança portátil digital, com o voluntário livre de sapatos e roupas pesadas. As
medidas de estatura foram realizadas por estadiômetro portátil do tipo trena com trava. O
voluntário estava em posição ereta, pés juntos, mãos ao lado do corpo e cabeça
posicionada num ângulo de 90º.
21
Glicemia
O voluntário foi instruído a lavar bem as mãos com água e sabão, em seguida
enxugá-las com uma toalha. O pesquisador segurou a mão direita pendente, apertou o dedo
indicador e manteve apertado. Em seguida, deu um pique com uma agulha descartável para
se obter uma gota de sangue. Essa gota foi colocada na fita de leitura descartável no
glicosímetro para se obter a medida da taxa de glicose 26.
3.8 Controle de qualidade
O controle de qualidade do trabalho de campo envolveu a verificação de ocorrência
das entrevistas, a revisão de questionários preenchidos e a verificação da consistência da
entrada de dados durante a digitação dos mesmos. Com objetivo de evitar fraudes e perdas,
procedeu-se à conferência das entrevistas através de inquérito telefônico. Os questionários
foram pontuados e revisados pela pesquisadora responsável, uma vez considerados
adequados quanto à qualidade dos registros, são lançados na base de dados. Se
identificados erros de preenchimento – respostas em branco, inconsistências, etc. – o
entrevistado foi contatado, por telefone ou pessoalmente, para nova coleta sobre as
informações que apresentaram problemas.
3.9 Análise Estatística
Neste estudo buscou-se analisar, através de modelos de regressão linear múltipla, a
existência de associação entre qualidade de vida e os fatores de risco para as doenças
crônicas não transmissíveis.
As medidas de QV (escores das dimensões do SF-36) variam de 0 a 100 e foram
consideradas variáveis dependentes. As características socioeconômicas, demográficas e
comorbidades auto-referidas foram consideradas variáveis independentes, objetivando
controlar o potencial efeito de confusão da associação principal. Todas as variáveis
independentes foram categorizadas e transformadas em variáveis “Dummys”.
Inicialmente, realizamos uma análise descritiva simples, com cálculo de medida de
tendência central (média) e dispersão (desvio padrão). A presença de normalidade foi
avaliada pelo teste Kolmogoriv-Smirnov. Em seguida, realizou-se análise bivariadas através
de testes não paramétricos Mann-Witney e Kuskall-Wallis para verificar associação entre as
variáveis independentes e variáveis dependentes e, as variáveis que apresentaram valor-p<
0,20 foram selecionadas para o modelo multivariado.
Procedeu-se à análise de regressão linear múltipla 27,28,29, utilizou-se as variáveis
independentes selecionadas na análise univariada associadas às variáveis dependentes. A
22
qualidade do ajuste dos modelos de regressão linear múltipla, foi verificada através do
coeficiente de determinação (R2).
Os dados foram processados e analisados no Statistical Package for the Social
Sciences (SPSS) 15.0.
23
4.0 PRODUTOS GERADOS
4.1 Artigo Científico 1
Qualidade de Vida: um instrumento para promoção de saúde.
Revista Baiana de Saúde Pública.
4.2 Artigo Científico 2
Doenças crônicas não transmissíveis: fatores de risco e repercussão na qualidade de
vida.
Revista Baiana de Saúde Pública.
4.3 Artigo Científico 3
Dinâmica populacional e o perfil de mortalidade no Município de Montes Claros,
Minas Gerais, Brasil.
Revista Ciência & Saúde Coletiva.
4.3 Artigo Científico 4
Frutas, verduras e legumes: consumo adequado e prevenção para doenças
crônicas não transmissíveis.
Submetido e em avaliação.
4.4 Artigo Científico 5
Qualidade de Vida e fatores de risco para as doenças crônicas não transmissíveis
em Montes Claros, Minas Gerais, Brasil.
Submetido e em avaliação.
24
5.0 REFERÊNCIAS
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26
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27
6.0 ANEXOS
28
ARTIGO CIENTÍFICO 1
Revista Baiana de Saúde Pública.
QUALIDADE DE VIDA: UM INSTRUMENTO PARA PROMOÇÃO DE SAÚDE
OLIVEIRA-CAMPOS, Maryane1; RODRIGUES-NETO, João Felício
2.
1-Fisioterapeuta, bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais- Brasil (FAPEMIG),
Mestranda em Ciências da Saúde na Universidade Estadual de Montes Claros- UNIMONTES.
2- Doutor em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo- Unifesp.
Prof. do Departamento de Pós-Graduação, Mestrado em Ciências da Saúde na Universidade Estadual
de Montes Claros- UNIMONTES.
29
30
31
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33
34
35
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37
38
ARTIGO CIENTÍFICO 2
Revista Baiana de Saúde Pública
DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS:
FATORES DE RISCO E REPERCUSSÃO NA QUALIDADE DE VIDA
OLIVEIRA-CAMPOS, Maryane1; RODRIGUES-NETO, João Felício
2.
1-Fisioterapeuta, bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais- Brasil (FAPEMIG),
Mestranda em Ciências da Saúde na Universidade Estadual de Montes Claros- UNIMONTES.
2- Doutor em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo- Unifesp, Brasil.
Prof. do Departamento de Pós-Graduação, Mestrado em Ciências da Saúde na Universidade Estadual
de Montes Claros- UNIMONTES.
39
ARTIGO DE REVISÃO
DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS: FATORES DE RISCO
E REPERCUSSÃO NA QUALIDADE DE VIDA
Maryane Oliveira Campos ¹, João Felício Rodrigues Neto ².
1. Fisioterapeuta. Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Estadual de Montes Claros-
UNIMONTES.
2. Médico. Doutor em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo- UNIFESP. Professor do
Programa de Pós- Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Estadual de Montes Claros-
UNIMONTES.
Endereço para correspondência:
Maryane Oliveira Campos
Endereço: Praça Abílio Neves, 69. Campo Belo, MG. CEP: 37270-000
Tel: (38)32166482 – (38)99134988 – (35)38312290
E-mail: [email protected]
João Felício Rodrigues Neto
Endereço: Hospital Universitário Clemente de Faria- Mestrado Acadêmico em Ciências da Saúde
Av. Cula Mangabeira, 562
Montes Claros/MG CEP: 39401-001
Tel: (38) 3224-8372
E-mail: joã[email protected]
40
ARTIGO DE REVISÃO
DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS: FATORES DE RISCO
E REPERCUSSÃO NA QUALIDADE DE VIDA
Resumo
As doenças não transmissíveis são responsáveis por 45,9% da carga mundial de doenças. Em 2020, estima-se que
dois terços desta carga serão atribuídos às doenças crônicas não transmissíveis. Os principais fatores de risco
para as DCNT são a hipertensão arterial, tabagismo, consumo excessivo de álcool, inatividade física,
sobrepeso e obesidade, consumo inadequado de frutas e hortaliças, hiperglicemia. A medida de
qualidade de vida é utilizada na medicina para caracterizar a percepção do indivíduo sobre o seu estado
de saúde em grandes domínios ou dimensões de sua vida. Diante disso, este artigo tem como objetivo
descrever os principais fatores de risco para as doenças crônicas não transmissíveis, com ênfase na
repercussão destes na qualidade de vida dos indivíduos. Apresentamos uma revisão da literatura com
dados fundamentados nas bases de dados on-line, fontes bibliográficas, documentos governamentais,
não governamentais e estatísticas de saúde.
Palavras chaves: fatores de risco, doenças crônicas não transmissíveis, qualidade de vida.
Review article
CHRONIC DISEASES: RISK FACTORS AND IMPACT
ON QUALITY OF LIFE
Abstract
Non-communicable diseases are responsible for 45.9% of the global burden of disease. In 2020, it is
estimated that two thirds of this burden will be allocated to chronic diseases later. The main risk
factors for the DCNT include hypertension, smoking, excessive alcohol intake, physical inactivity,
overweight and obesity, inadequate intake of fruits and vegetables, hyperglycemia. The measure of
quality of life (QOL) is used in medicine to characterize the perception of the individual over his state
of health in large areas or dimensions of your life. Thus, this article aims to describe the main risk
factors for chronic diseases later, with emphasis on the impact they have on quality of life of
individuals. We present a review of the literature with data based on databases online, library
resources, government documents and non-governmental organizations and health statistics.
Key words: risk factors, non-transmissible chronic diseases, quality of life.
41
REVISÃO DE LITERATURA
Neste início do século XXI, as doenças crônicas vem sendo preocupação de várias
organizações internacionais, enfatizando os chamados países do Terceiro Mundo 1. O termo "Doenças
Crônicas Não-Transmissíveis" (DCNT) pode ser caracterizado por um conjunto de doenças com
história natural prolongada, fatores de risco complexos e múltiplos, interação de fatores etiológicos
desconhecidos, de causa necessária desconhecida, ou especificidade de causa desconhecida. Também
é caracterizada pela ausência de participação ou participação polêmica de microorganismos entre os
determinantes, longo período de latência, longo curso assintomático. O curso clínico em geral é lento,
prolongado e permanente, sendo as manifestações clínicas com períodos de remissão e de
exacerbação. As lesões celulares ocasionadas pela doença geralmente são irreversíveis e pode evoluir
para diferentes graus de incapacidade e até morte 2,3
.
As principais doenças crônicas são as doenças cardiovasculares e as neoplasias. Dentre as
doenças cardiovasculares, as doenças de maior importância em saúde pública são: os acidentes
vasculares cerebrais e doença isquêmica do coração. O diabetes mellitus (DM) contribui tanto para a
mortalidade como para a incapacidade crônica e a HAS com alta prevalência. As principais neoplasias
são: os cânceres de colo uterino e de mama, nas mulheres; e os de estômago, pulmão, cólon e próstata,
entre os homens 4.
Atualmente, as doenças não transmissíveis são responsáveis por 45,9% da carga mundial de doenças.
Estima-se que em 2020 dois terços desta carga serão atribuídos as DCNT 6, com um possível deslocamento da
epidemia de doenças crônicas para países menos desenvolvidos 5. A Organização Mundial de Saúde
(OMS) está envolvida no esforço mundial de priorizar a vigilância das doenças não transmissíveis, com
foco nos principais fatores de risco: hipertensão arterial, tabagismo, consumo excessivo de álcool,
inatividade física, sobrepeso e obesidade, consumo inadequado de frutas e hortaliças, hiperglicemia 5.
As doenças crônicas em geral, levam à invalidez parcial ou total do indivíduo, com graves
repercussões para esse, sua família e a sociedade levando à diminuição da qualidade de vida (QV) e ao
aumento dos custos da assistência à saúde 6. A medida de QV é utilizada na medicina para caracterizar
a percepção do indivíduo sobre o seu estado de saúde em grandes domínios ou dimensões de sua vida
7.
Medidas fisiológicas fornecem informações importantes para os clínicos, entretanto, são de
interesse limitado para os pacientes 8. Diante da preocupação de caracterizar essa percepção do
indivíduo sobre o seu estado de saúde, diversos instrumentos têm sido utilizados com a finalidade de
avaliar a qualidade de vida 9,10,11,12,13,14
. Em doenças crônicas, a mensuração da medida de QV vêm se
tornando uma importante medida de impacto 15
.
Neste contexto, este artigo tem como objetivo descrever os principais fatores de risco para as
doenças crônicas não transmissíveis (hipertensão arterial, tabagismo, consumo excessivo de álcool,
inatividade física, sobrepeso e obesidade, consumo inadequado de frutas e hortaliças, hiperglicemia),
com ênfase em estudos que demonstram a repercussão destes na qualidade de vida dos indivíduos.
42
Para tanto, apresentamos uma revisão da literatura com dados fundamentados nas bases de dados on-
line, fontes bibliográficas, documentos governamentais, não governamentais e estatísticas de saúde.
FATORES DE RISCO
Hipertensão Arterial
A definição de normotensão e hipertensão, baseia-se na prática clínica e no conhecimento da
história natural do processo sendo fundamentada na observação epidemiológica; que associa elevação
de níveis pressóricos a um aumento do risco populacional 16
. A classificação da pressão arterial, de
acordo com a medida no consultório para maiores de 18 anos de idade, preconiza-se níveis
considerados de risco a pressão arterial sistólica ≥ 140 mmHg e/ ou pressão arterial diastólica ≥ 90
mmHg 20
.
A HAS é uma doença multifatorial de caráter crônico e assintomático que depende da
interação entre: predisposição genética, fatores ambientais, alterações estruturais de coração e vasos 18
.
Embora não seja completamente conhecido como essas alterações ocorrem, sabe-se que a HAS é
acompanhada por disfunção do sistema nervoso autônomo, renal e mecanismos humorais.
Estima-se que existam cerca de um bilhão de hipertensos no mundo, com a prevalência de
25% a 30% dos indivíduos adultos com acréscimo em faixas etárias maior sendo esta uma das causas
mais freqüentes de consultas ambulatoriais 19
. No Brasil, estudos epidemiológicos estimam a
prevalência de 40 a 50% da população adulta com mais de 40 anos e que ela afete aproximadamente
um quarto da população brasileira 20
.
Desta maneira, a hipertensão arterial é um importante fator de risco para doenças de impacto
importante em saúde pública como doença cerebrovascular, doença arterial coronariana, insuficiência
cardíaca, insuficiência renal crônica e doença vascular de extremidades 21
. Esta multiplicidade de
conseqüências da HA e o impacto dos efeitos colaterais dos medicamentos, a caracteriza como uma
das causas de maior redução da qualidade e expectativa de vida dos indivíduos.
Estudos têm relatado que hipertensos possuem má QV em relação aos normotensos 22
.
Mesmo com a idéia tradicional que a HA é uma doença assintomática, hipertensos
demonstraram escores mais baixos de medida de QV pelo instrumento SF-36 23
. Contudo,
ainda há controvérsias 24
. Em idosos usando o SF-36 verificando a associação entre qualidade
de vida, sensibilização, tratamento e controle da hipertensão, nem hipertensão, nem
tratamentos com anti-hipertensivos foram associados a pior QV 25
.
O impacto da hipertensão sobre a QV pode ser atribuído em parte à prescrição de
drogas anti-hipertensivos como relataram outros estudos uma associação entre um bom
controle da HAS com tratamento e uma melhora da QV 26,27
. Entretanto, ainda não está claro
43
que essas mudanças na qualidade de vida são causadas somente pela hipertensão, pela
consciência do estado hipertensivo ou pelo efeito do tratamento.
São poucos os estudos na literatura que avaliam a QV em pacientes hipertensos. Em 2005, de
4.300 artigos publicados em revista especializada em QV desde 1987, apenas nove estavam
relacionados à HA, e desses, dois apresentavam essa doença crônica como fator do estudo principal 28
.
No Brasil, foi realizado um estudo conduzido em Unidade Básica de Saúde da Família no
município de Fortaleza, em 113 portadores desse fator de risco. Foi avaliada a qualidade de vida e
percepção de doença entre portadores de hipertensão arterial. Verificou-se comprometimento em todos
os domínios da escala de qualidade de vida, sugerindo que, a cronicidade da HAS pode levar ao
comprometimento da qualidade de vida do indivíduo 29
.
Um outro estudo foi conduzido em Presidente Prudente. Os pesquisadores avaliaram a QV de
100 pacientes hipertensos em tratamento ambulatorial do Ambulatório Regional de Especialidades. O
grupo A foi composto por pacientes em acompanhamento há mais de cinco anos com alto grau de
adesão ao tratamento e o grupo B de pacientes recém-admitidos no ambulatório de especialidades, que
constituiu o grupo controle. Os resultados obtidos não demonstraram diferenças na QV. Os autores
relataram que uma possível explicação pode estar no tipo do tratamento, em que a equipe
multiprofissional, os aspectos educativos e informativos se acentuam para uma melhor compreensão
da doença hipertensiva como fator de risco 30
.
No ambulatório do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia foram
avaliados a QV de 96 pacientes após infarto agudo do miocárdio e sua correlação com o fator de risco
hipertensão arterial. O SF-36 apresentou piores índices de qualidade de vida, nos domínios físico e
total, quando correlacionado com a hipertensão arterial 31
.
Em estudo descritivo de 83 pacientes internados na Clínica Médica do Núcleo de Hospital
Universitário da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. Os principais resultados mostraram
que, sob a ótica dos pacientes estudados, a percepção de qualidade de vida é boa, assim como a
percepção de ausência de severidade da doença 32
.
Tabagismo
O tabaco é uma droga lícita largamente utilizada em todo o mundo. O tabagismo causa cerca
de um óbito a cada seis segundos, sendo maior causa de morte evitável com maior crescimento.
Atualmente, é principal causa de enfermidades responsáveis pela carga de doenças mundial. Não
havendo uma mudança de curso da exposição mundial ao tabagismo, o número de fumantes passará do
ano 2000 a 2030 de 1,2 bilhões para 1,6 bilhões. As mortes anuais atribuíveis ao tabagismo
aumentarão de 4,9 para 10 milhões, sendo que 70% ocorrerão nos países menos desenvolvidos 33
. No
Brasil, um terço da população adulta fuma e o número anual estimado de óbitos relacionado ao
tabagismo é de 200.000 34.
44
É considerado como fator de risco os indivíduos que praticam o hábito de fumar regularmente
ou ex-fumantes que abandonaram o hábito em um período inferior a cinco anos. O hábito de fumar
aumenta o risco de morte prematura e limitações físicas por doença coronariana, hipertensão arterial,
acidente vascular encefálico, bronquite, enfisema e câncer. Entre os tipos de câncer relacionados ao
uso do tabaco incluem-se os de pulmão, boca, laringe, faringe, esôfago, estômago, fígado, pâncreas,
bexiga, rim e colo de útero 35
.
Diversos estudos têm demonstrado associação entre tabagismo e redução da qualidade de vida
36,37, perda de anos de vida
38,39 e freqüência de co-morbidades psiquiátricas
40,41. Mesmo os fumantes
que não desenvolveram co-morbidades agudas ou crônicas associadas com cigarro apresentam QV
menores do que não - fumantes 42.
Pois, as patologias associadas ao tabaco só costumam ocorrer após
um longo tempo de exposição ao fumo 43
.
Em relação à gravidade da dependência de tabaco e QV em tabagistas moderados e graves,
constatou prejuízo nas dimensões de QV quando comparados aos ex- fumantes e aos que nunca
fumaram fumantes 46,47
. Há relação com a melhora da QV com à cessação do fumo 44,45
. Diante disso, a
medida de QV pode ter um papel imediato na motivação desses indivíduos a contemplar uma
possibilidade de mudança do hábito de fumar.
No Rio Grande do Sul, foi realizado estudo transversal em 276 indivíduos sobre o uso de
tabaco da população geral sem doenças tabaco-relacionadas. Os instrumentos de QV utilizados foram:
World Health Organization Quality of Life Instrument (WHOQOL-BREF), Beck Depression
Inventory (BDI), Beck Anxiety Inventory (BAI), Fagerström Test for Nicotine Dependence. Houve
associação entre a gravidade da dependência de tabaco e piora dos escores em todos os domínios da
QV em todos os instrumentos utilizados. Os tabagistas graves apresentam prejuízo na qualidade de
vida em todos os domínios e maiores sintomas de ansiedade e depressão, se comparados como os
leves e moderados 47
.
Consumo excessivo de álcool
O álcool é uma das poucas drogas psicotrópicas que tem seu consumo admitido e incentivado
pela sociedade. De acordo com a OMS 4, a mortalidade e limitação da condição funcional associada ao
consumo de bebidas alcoólicas superam aquelas associadas ao tabagismo. Calcula-se mundialmente,
que o álcool esteja relacionado a 3,2% de todas as mortes e no Brasil. Estima-se que a carga do álcool
corresponda cerca de 1,5% das mortes; situando o controle do uso de álcool como uma das prioridades
de Saúde Pública brasileira48
.
A literatura mostra que existem diferenças no consumo de álcool por sexo, sendo o uso
abusivo mais freqüente entre homens 49
. Estudos populacionais brasileiros, o alcoolismo está
negativamente associado com situação socioeconômica, educação, ocupação e renda 50
. Diante dessas
proporções, alcoolismo foi escolhido pelo Ministério da Saúde para compor a lista dos dez problemas
de saúde priorizados pelo Programa Saúde da Família 51
.
45
Considera-se como consumo de risco, a ingestão de bebida alcoólica diária média superior a
uma dose padronizada para mulher e duas doses padronizadas para homem, por dia 4. O consumo de
bebidas alcoólicas quando excessivo, pode provocar problemas de saúde como cirrose, pancreatite,
demência, polineuropatia, miocardite, desnutrição, hipertensão arterial, infarto e certos tipos de
cânceres 52,53
.
O alcoolismo pode afetar a QV do indivíduo. Os indivíduos com maior gravidade de
dependência de álcool apresentam menores índices de QV, comparados com os doentes com menor
gravidade da dependência do álcool 54.
A QV de dependentes do álcool foi menor nos dois os estudos. Em estudo comparativo entre a
população em geral e 596 pacientes dependentes do álcool na Grã Betanha 55
e nos Estados Unidos
entre pacientes dependentes do álcool e outro estudo com pessoas em cuidado primário nos Estados
Unidos em 1333 indivíduos sem transtornos 56
. Contudo, resultados mostram que a QV de alcoólatras
pode ser melhorada por intervenção terapêutica em pacientes com transtornos ao consumo de álcool,
uma redução de 30% ou mais de bebidas por mês levou uma melhoria significativa da dimensão de
saúde mental do instrumento de QV SF – 36 57
.
No Brasil também utilizando o instrumento de QV SF-36, realizou-se um estudo em pacientes
em acompanhamento no Programa de Tratamento do Alcoolismo do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina de Botucatu. Os dependentes moderados e/ou graves apresentaram QV inferior
aos dependentes leves em aspecto físico, estado geral de saúde, vitalidade, aspecto social e saúde
mental. Os não abstinentes apresentaram qualidade de vida inferior aos abstinentes em aspecto físico,
aspecto social e saúde mental 58
.
Nível insuficiente de atividade física
O rápido crescimento das doenças crônicas associadas à inatividade física vem sendo
registrado tanto nos países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento. A inatividade física é
responsável por aproximadamente 2 milhões de mortes no mundo. A prevalência da inatividade física
analisada na população brasileira no Inquérito domiciliar sobre comportamentos de risco e morbidade
referida de doenças e agravos não transmissíveis, realizada em 15 capitais e no Distrito Federal,
encontrou níveis de sedentarismo de 28% a 54%. Sendo que atinge uma maior prevalência em
mulheres, idosos, indivíduos de baixo nível sócio-econômico e em incapacitados 21
.
De acordo com as recomendações do the American College of Sports Medicine and the
American Heart Association Primary, todos os adultos saudáveis com idades entre 18 e 65 anos
precisam de intensidade moderada aeróbio (endurance) de atividade física por um período mínimo de
30 minutos em cinco dias por semana ou de intensidade aeróbia vigorosa atividade física para um
mínimo de 20 minutos em três dias por semana 59
.
Anualmente, estima-se que a inatividade física seja responsável por 10%–16% dos casos de
cânceres de cólon, mama e de diabetes e 22% das doenças isquêmicas do coração. A prática de
46
atividade física regular reduz o risco de mortes prematuras, doenças do coração, acidente vascular
cerebral, câncer de cólon e mama e diabetes tipo II. Atuando na prevenção ou redução da hipertensão
arterial, prevenindo o ganho de peso, auxiliando na prevenção ou redução da osteoporose,
promovendo bem-estar, reduzindo o estresse, a ansiedade e a depressão 60,61
.
Atividade física parece oferecer um conjunto de possibilidades promissoras no sentido de
aumento da qualidade de vida, principalmente no domínio funcional. Em estudo na França em trinta e
dois idosos (60-76 anos), foram supervisionados com sessões de 1 hora de exercícios aeróbicos por
semana durante 2 meses. Os idosos do grupo de atividade física obtiveram melhores escores nos
domínios de QV funcional em relação ao grupo controle 62
.
Outro estudo associou atividade física e qualidade de vida em idosos participantes e não
participantes em programas regulares de atividade física em Portugal. A Q.V. foi avaliada pela versão
curta do instrumento SF-36 os indivíduos do grupo controle apresentaram uma pontuação
significativamente inferior em todos os domínios do SF-36 considerados, comparativamente aos
sujeitos do grupo de exercícios. Sugeriu-se que a participação em programa de atividade física
melhora a qualidade de vida relacionada com a saúde 63
.
No Brasil, em Minas Gerais, realizou-se um estudo de avaliação da Q.V. em aposentados
vinculados a um plano de saúde em 87 aposentados utilizando o SF-36 64
. Após a análise multivariada
evidenciou-se melhor qualidade de vida apenas nos aposentados que praticavam atividade física
regular ou que tinham alguma atividade de trabalho no momento da pesquisa.
Sobrepeso e obesidade
A obesidade é uma doença crônica, que envolve fatores sociais, comportamentais, ambientais,
culturais, psicológicos, metabólicos e genéticos. Caracteriza-se pelo acúmulo de gordura corporal
resultante do desequilíbrio energético prolongado, que pode ser causado pelo excesso de consumo de
calorias e/ ou inatividade física 65
.
A prevalência de sobrepeso e obesidade tem aumentado em todo o mundo e vem se tornando
o maior problema de saúde na sociedade moderna na maioria dos países desenvolvidos e em
desenvolvimento 66
. Adultos dos Estados Unidos, Canadá e de alguns países da Europa Ocidental
apresentam prevalência em cerca de 50% e em alguns subgrupos a prevalência de sobrepeso é superior
a 70% 67
.
No Brasil, a prevalência de obesidade em adultos também pode ser considerada um problema
de saúde pública. A Pesquisa de Orçamentos Familiares (2002-2003), revelou uma prevalência de
sobrepeso e obesidade de 41,1% entre os homens e 40% entre as mulheres, acima de 20 anos 68
. O
crescimento econômico brasileiro proporcionou um elevado consumo de alimentos associado ao estilo
de vida essencialmente sedentário, criando condições ideais para o maior acúmulo de gordura e
agravando a epidemia de sobrepeso e obesidade 69, 70, 71
.
47
Recentemente, estudos têm demonstrado que as características qualitativas da dieta influenciam
no aparecimento das doenças crônicas não transmissíveis, em todos os momentos o curso da vida
72,73,74,75. Os índices de sobrepeso e obesidade serão considerados fatores de risco: sobrepeso ≥ 25 e
≤29,9 Kg/m² e obeso ≥30 Kg/m² 76
.
O excesso de peso contribui de forma importante para a carga de doenças crônicas e
incapacidades. Dessa forma, o aumento excessivo da quantidade de gordura e do peso corporal deverá
repercutir de maneira negativa tanto na qualidade quanto na expectativa de vida 77,78
. As conseqüências
para a saúde associadas a estes fatores vão desde condições debilitantes que afetam a qualidade de
vida, tais como a osteoartrite, dificuldades respiratórias, problemas músculo-esqueléticos, problemas
de pele e infertilidade, até condições graves como doença coronariana, diabetes tipo 2 e certos tipos
de câncer 79
.
O impacto negativo da obesidade na qualidade de vida dos indivíduos tem sido alvo de
diversas investigações. O estudo de Behavioral Risk Factor Surveillance System, analisou a relação
entre Índice de massa corporal (IMC) e saúde relacionada com qualidade de vida na população adulta
em geral nos Estados Unidos. Os autores concluíram que a qualidade de vida diminui com o aumento
do IMC e que as percepções de saúde podem afetar os esforços dos indivíduos para manter ou alterar
seu peso 80
.
Estudo nos Estados Unidos verificou o Impacto dos fatores de risco cardiometabólicos
aglomerados (sobrepeso, obesidade, diabetes, hiperlipidemia e hipertensão) com Q.V. O aglomerado
principal encontrado foi composto por hipertensão, hiperlipidemia e obesidade; e entre aqueles com
quatro fatores de risco, 40% relatavam hipertensão, hiperlipidemia, a obesidade e diabetes. A
conclusão foi que os fatores aglomerados têm um impacto negativo sobre a QV 81
.
Em revisão bibliográfica sobre os estudos mais importantes sobre obesidade e QV, verifica-se
que na Suécia, resultados sugerem que a obesidade é um fator debilitante para a saúde e
funcionamento psicossocial. Em Madrid, o perfil de pacientes obesos obtinha pior qualidade de vida, o
que possibilitou considerar uma intervenção profilática ou tratamento antecipado a estes casos. Nos
Estados Unidos, mostram que a dor parece ter uma relação direta com a QV, e que poderá ser
considerada uma co-variável da obesidade, devendo ser levada em conta nos tratamentos de obesidade.
Em Oxford, os sujeitos obesos ou com outra doença crônica apresentavam uma degradação do bem-
estar físico, porém apenas os sujeitos com outra doença crônica (sem obesidade associada)
apresentavam deterioração do bem-estar psicológico. A maioria dos estudos citados na revisão sugere
a influência negativa da obesidade e do excesso de peso no estado de saúde e funcionamento
psicossocial 77
.
48
Consumo inadequado de frutas, verduras e legumes
No Brasil, o padrão alimentar baseado no consumo de cereais, feijões, raízes e tubérculos, vem
sendo substituído por uma alimentação mais rica em gorduras e açúcares. Essas mudanças nos padrões
de consumo têm colocado a população brasileira em maior risco para doenças crônicas 72,82
.
A OMS recomenda um consumo mínimo diário de 400g ou cinco porções de 80 gramas cada
uma 83
. Em pesquisa nos Estados Unidos, somente 23% dos adultos consumiam a quantidade
adequada 84
. Na Irlanda, o consumo médio de frutas, verduras e legumes é 400g/dia 85
. No Reino
Unido, apenas 40% atinge a meta preconizada pela OMS 86
e no Brasil não se sabe essa relação.
Pesquisas mostram que frutas, verduras e legumes (FLV) desempenham papel protetor, de
acordo com o Fundo Mundial para a Pesquisa do Câncer, uma dieta com uma grande quantidade e
variedade de frutas, legumes e verduras pode prevenir 20% ou mais dos casos de câncer 87
. O
Relatório Mundial sobre Saúde de 2002 da OMS estima que o baixo consumo desses alimentos está
associado a cerca de 31% das doenças isquêmicas do coração e 11% dos casos de acidente vascular
cerebral no mundo 88
.
Estudos mostram que as alterações na dieta têm efeitos positivos e negativos na saúde. Uma
alimentação inadequada, rica em gorduras, com alimentos altamente refinados e processados, e pobre
em frutas, legumes e verduras está associada ao aparecimento de diversas doenças como aterosclerose,
hipercolesterolemia, hipertensão arterial, doença isquêmica do coração, infarto agudo do miocárdio,
diabetes mellitus e câncer 89,90
. Estudos epidemiológicos confirmam que o consumo elevado de FLV
reduz o risco de câncer 91, 92
.
Em um estudo longitudinal realizado com cerca de 40.000 mulheres profissionais de saúde-
Women's Health Study, observaram que uma alta ingestão de frutas, legumes e verduras esta associada
com um menor risco de doenças cardiovasculares, principalmente infarto do miocárdio 93.
Acredita-se
que a redução no risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares se dá pela combinação de
micronutrientes, antioxidantes, substâncias fitoquímicas e fibras presentes nestes alimentos 94
.
Não foram encontrados estudos que verifiquem a associação entre QV e o consumo de frutas,
verduras e legumes. Diante disso, ainda não se sabe o impacto da presença desse fator de risco na QV
nos indivíduos.
Hiperglicemia
A glicose é uma dextrose monossacáride cristalina, denominada cientificamente de D-glicose
e suas concentrações no sangue são denominadas tecnicamente de glicemia. A hiperglicemia é o
resultado de defeitos na ação da insulina, na secreção de insulina ou em distúrbios metabólicos. É uma
categoria referida como pré-diabetes, que é a glicemia alterada; não é entidade clínica, mas fator de
risco para o desenvolvimento DCNT, como acidente vascular cerebral, doenças renais e cegueira 95, 96,
97. A hiperglicemia é um estado intermediário entre a homeostase normal da glicose e o diabetes
49
mellitus (DM). As concentrações de glicemia de jejum que são inferiores ao critério diagnóstico para o
DM, porém mais elevadas do que o valor de referência normal.
O DM é uma doença comum e de incidência crescente. Caracteriza-se por um estado
hiperglicêmico crônico, acompanhado de complicações agudas e crônicas. É uma das principais causas
de mortalidade, insuficiência renal, amputação de membros inferiores, cegueira e doença
cardiovascular 98,99,100,101
.
Em 1995, o DM atingia 4% da população adulta mundial e estima-se que, em 2025, alcançará
a cifra de 5,4%. A maior parte desse aumento se dará em países em desenvolvimento, e neles se
acentuará o atual padrão de concentração de casos na faixa etária de 45-64 anos 4. Para a Campanha
Nacional de Detecção do DM, o Ministério da Saúde disponibilizou para os estados e municípios
realização de testes de glicemia capilar. Foram realizados 22.069.905 exames de glicemia capilar, o
que representa um percentual de 73% da população-alvo atendida pelo Sistema Único de Saúde, sendo
16,4% considerados rastreamento positivo. Desconsiderado o estado de jejum, observa-se que 12,8%
alcançaram patamares hiperglicêmicos de considerável probabilidade de diabetes e 3,6% dos
participantes alcançaram um patamar diabético 102
.
No Inquérito Domiciliar sobre Comportamentos de Risco e Morbidade Referida 21
, a
prevalência total do relato de DM auto-referido variou de 5,2% a 9,4%. Manaus (9,3%) apresentou
uma das maiores prevalências, superior a João Pessoa (5,2%), Belo Horizonte (5,4%) e ao Distrito
Federal (5,6%). Em todas as outras capitais, os intervalos de confiança se sobrepõem. Entre os sexos, a
prevalência variou de 4,9% a 12,0% em homens e de 4,9% a 8,9% em mulheres. A prevalência do DM
foi significativamente menor entre os indivíduos com maior escolaridade no Distrito Federal e em
onze capitais: Manaus, Fortaleza, Natal, João Pessoa, Recife, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo,
Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre.
De uma forma geral, os estudos existentes sugerem que a presença de complicações crônicas
do DM está associada a uma diminuição significativa na QV . Além disso, também há associações
negativas encontradas principalmente no domínio físico nas variáveis: idade superior, educação
inferior, solteiros, obesidade, hipertensão e hiperlipidemia103
.
Os estudos tem sugerido que a QV diminui à medida que o número de complicações crónicas
que o doente possui aumenta e que a gravidade das complicações crônicas é uma variável preditora
mais forte do que o número dessas complicações 104
. a elevada prevalência de sintomas das
complicações crônicas combinada com o seu significativo impacto negativo parecem causar uma
diminuição da QV e da utilidade destes, quer do ponto de vista individual ou social 105.
Considerações finais
A proposta desta revisão demonstra a importância de detectar os sinais representativos de
fatores de risco para as DCNT. Ressalta-se a importância de realizar um diagnóstico precoce, já que
essas doenças atuam silenciosamente, sendo a maioria dos indivíduos acometidos por vários fatores de
50
risco aglomerados em efeito cascata. Realizar o diagnóstico destes fatores não é o único desafio, um
outro aspecto importante é também verificar o impacto que esses fatores podem influenciar na QV.
As complicações por DCNT implicam não apenas custos econômicos, como também, custos
incomensuráveis para os indivíduos, em termos de dor, sofrimento e seu impacto na qualidade de vida.
A prevenção e controle das DCNT e seus fatores de risco são fundamentais para evitar um crescimento
epidêmico dessas doenças e suas conseqüências nefastas para a qualidade de vida dos indivíduos e sua
repercussão no sistema de saúde no País.
Há carência de estudos brasileiros que mensurem a qualidade de vida tanto na população em
geral quanto relacionados com fatores de risco para as DCNT. Estimar adequadamente o “tamanho do
problema” leva à repensar a qualidade e a adequação das intervenções até então realizadas somente
quando as doenças crônicas já estão instaladas. A conscientização que a presença de alguns fatores de
risco para as DCNT impactam na QV representa uma oportunidade para promover e aperfeiçoar ações
de promoção de saúde, além de prevenir complicações e monitorar adequadamente as doenças
crônicas.
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59
ARTIGO CIENTÍFICO 3
Revista Ciência & Saúde Coletiva
DINÂMICA POPULACIONAL E O PERFIL DE MORTALIDADE NO MUNICÍPIO DE
MONTES CLAROS, MINAS GERAIS, BRASIL.
Oliveira-Campos, Maryane 1; Cerqueira, Marília Borborema Rodrigues
2 ; Rodrigues-
Neto, João Felício 3.
1. Maryane Oliveira Campos. Fisioterapeuta. Mestranda em Ciências da Saúde na Universidade
Estadual de Montes Claros- UNIMONTES.
2. Marília Borborema Rodrigues Cerqueira. Mestre em Demografia pelo CEDEPLAR/UFMG - Centro
de Desenvolvimento e Planejamento Regional da Universidade Federal de Minas Gerais.
Coordenadora da Estação de Pesquisa da Escola Técnica de Saúde da Universidade Estadual de
Montes Claros -UNIMONTES.
3. João Felício Rodrigues Neto. Médico. Doutor em Medicina pela Universidade Federal de São
Paulo- UNIFESP. Professor do Departamento de Clínica Médica da Universidade Estadual de Montes
Claros -UNIMONTES.
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
Gráfico 2. Mortalidade por grupos de causa segundo os capítulos da CID 10, em Montes Claros, no
período de 1996 a 2005.
Mortalidade proporcional por causa básica, Montes
Claros, 1996-2005
0
5
10
15
20
25
30
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005
Ano
%
DIP
Neoplasias
Circulatório
Externas
Fonte: Datasus acesso em jun., jul. e ago. de 2008.
70
Tabela 1. Distribuição proporcional de óbitos, por Capítulos da CID-10 e anos selecionados, para ambos
os sexos e grandes grupos populacionais, Montes Claros, Minas Gerais, Brasil
Capítulo CID-10
Grandes Grupos Populacionais e Anos Selecionados
0 a 14 anos 15 a 59 anos 60 anos ou mais
1996 2005 1996 2005 1996 2005
I – Algumas Doenças
Infecciosas e Parasitárias
II – Neoplasias
IX – Doenças do Aparelho
Circulatório
XX – Causas Externas de
Morbidade e Mortalidade
16,12
2,89
2,07
8,68
3,57
5,36
0,89
12,50
9,42
13,58
17,89
22,04
6,74
15,16
20,06
27,11
4,88
18,27
34,59
3,91
4,73
17,31
37,31
2,69
FONTE: Datasus e IBGE acesso em jun., jul. e ago. de 2008.
71
Tabela 2. Taxas de mortalidade por grande grupo populacional em 100 mil habitantes , por algumas
causas básicas da CID-10 e anos selecionados – Montes Claros/ MG.
Grande grupo
populacional
DIP
Doenças do
Aparelho
Circulatório Causas Externas
Neoplasias
1996 2005 1996 2005 1996 2005 1996 2005
0 a 14 anos 43,70 3,89 5,60 0,97 22,41 13,62 10,09 5,84
15 a 59 anos 35,54 20,26 66,86 60,32 83,13 81,50 50,60 45,58
60 anos ou + 217,68 194,33 1.542,38 1.532,55 174,14 110,41 814,73 711,07
Fonte: Datasus, acesso em jun., jul. e ago. de 2008.
72
ARTIGO CIENTÍFICO 4 Submetido e em avaliação.
FRUTAS, VERDURAS E LEGUMES: CONSUMO ADEQUADO E PREVENÇÃO
PARA AS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS.
OLIVEIRA-CAMPOS, Maryane1; RODRIGUES-NETO, João Felício
2; Fernandes-Flávio, Eliete
3.
1- Fisioterapeuta, bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais- Brasil (FAPEMIG),
Mestranda em Ciências da Saúde na Universidade Estadual de Montes Claros- UNIMONTES.
2- Doutor em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo- Unifesp, Brasil.
Prof. do Departamento de Pós-Graduação, Mestrado em Ciências da Saúde na Universidade Estadual
de Montes Claros- UNIMONTES.
3-Nutricionista, Hospital Universitário Clemente de Faria- Universidade Estadual de Montes
Claros.Doutora em Ciência dos Alimentos pela Universidade Federal de Lavras-UFLA.
73
FRUTAS, VERDURAS E LEGUMES:
CONSUMO ADEQUADO E PREVENÇÃO
PARA DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS.
Resumo: Estudos têm evidenciado que o consumo de frutas, verduras e legumes como parte da
alimentação podem prevenir as doenças crônicas não-transmissíveis como as doenças cardiovasculares
e os diversos tipos de câncer. A baixa ingestão destes está entre os principais fatores de risco que
contribuem para mortalidade mundial. Estima-se que até 2,7 milhões de vidas poderiam ser salvas
anualmente, se o consumo fosse adequado. A prevenção vem sendo enfatizada em políticas
populacionais que aumentem o consumo. Este artigo promove uma abordagem sobre políticas de
incentivo ao consumo adequado de FLV no combate as doenças crônicas não transmissíveis,
construídos por uma ótica baseada no conhecimento científico.
Palavras-chave: políticas públicas, doenças crônicas, inquéritos alimentares, frutas, verduras,
legumes.
FRUIT, VEGETABLES AND LEGUMES:
APPROPRIATE CONSUMPTION AND PREVENTION
FOR NON-TRANSMISSIBLE CHRONIC DISEASES.
Abstract: Studies have shown that consumption of fruits, vegetables and legumes as part of the diet
can prevent the non-transmissible chronic diseases such as cardiovascular disease and various types of
cancer. The low intake of these are among the main risk factors contributing to mortality worldwide. It
is estimated that up to 2.7 million lives could be saved each year if consumption were appropriate.
Prevention has been emphasized in population policies that increase consumption. This article
promotes an approach on policies to encourage the consumption of adequate of fruits, vegetables and
legumes to combat the chronic diseases later, constructed by a perspective based on scientific
knowledge.
Keywords: public policies, chronic diseases, food surveys, fruits, vegetables, legumes.
FRUTAS, HORTALIZAS Y LEGUMBRES:
DE CONSUMO ADECUADAS Y LA PREVENCIÓN
DE LAS ENFERMEDADES NO TRANSMISIBLES.
Resumen: Los estudios han demostrado que el consumo de frutas, verduras y legumbres como parte
de la dieta puede prevenir las enfermedades crónicas no transmisibles como las enfermedades
cardiovasculares y diversos tipos de cáncer. La baja ingesta de estos se encuentran entre los
principales factores de riesgo que contribuyen a la mortalidad en todo el mundo. Se estima que hasta
2,7 millones de vidas podrían salvarse cada año si el consumo se proceda. Prevención se ha hecho
hincapié en las políticas de población que aumentar el consumo. Este artículo promueve un enfoque
sobre las políticas para fomentar el consumo de consumo de frutas, verduras y legumbres adecuada
para luchar contra las enfermedades crónicas más tarde, construido por una perspectiva basada en el
conocimiento científico.
Palabras clave: política pública, las enfermedades crónicas, encuestas alimentos, frutas, verduras,
legumbres.
74
Introdução
As tendências de transição nutricional decorrentes da urbanização e industrialização ocorridas
neste século direcionaram para uma dieta ocidentalizada. Em 2001, as doenças crônicas não
transmissíveis (DCNT) contribuíram com aproximadamente 60% do total de 56,5 milhões de mortes
no mundo e aproximadamente 46% da carga global de doenças 2. No Brasil, nesse mesmo período, as
DCNT foram responsáveis por cerca de 62% das mortes e 39% das internações do Sistema Único de
Saúde 4.
O padrão alimentar brasileiro baseado no consumo de cereais, feijões, raízes e tubérculos, vem
sendo substituído por uma alimentação mais rica em gorduras e açúcares3. Houve um aumento da
densidade energética comum, através de maior consumo de carnes, leite e derivados ricos em
gorduras, e redução do consumo de frutas, cereais, verduras e legumes 1.
A alimentação inadequada aliada à diminuição progressiva da atividade física converge para o
aumento no número de casos de DCNT em todo o mundo Uma alimentação inadequada, rica em
gorduras, com alimentos altamente refinados e processados, e pobre em frutas, legumes e verduras está
associada ao aparecimento de diversas doenças como aterosclerose, hipercolesterolemia, hipertensão
arterial, infarto agudo do miocárdio, diabetes mellitus, doença isquêmica do coração, câncer e acidente
vascular cerebral 3, 5, 6
.
A baixa ingestão de frutas, verduras e legumes (FLV) está entre os principais fatores de risco
que contribuem para mortalidade mundial. Estima-se que até 2,7 milhões de vidas poderiam ser salvas
anualmente, se o consumo fosse adequado 7. Conhecer a ingestão alimentar populacional é uma tarefa
complexa, pois as práticas alimentares possuem significados distintos permeados por dimensões da
vida social 8. Entretanto, essa prática é de importância fundamental pois o elo entre dieta e doenças
crônicas tem despertado interesse em cientistas e entidades governamentais 9. Diante disso, este artigo
promove uma abordagem sobre a importância do consumo adequado de frutas, verduras e legumes na
prevenção das doenças crônicas e dos inquéritos alimentares para subsidiar medidas de promoção de
saúde, construídos por uma ótica baseada no conhecimento científico.
Consumo adequado de frutas, verduras e legumes e prevenção de doenças
A Estratégia Global para alimentação saudável, Atividade Física e Saúde3 foi elaborada pela
OMS (Organização Mundial de Saúde), preconizando a implementação de recomendações em
diferentes ambientes para promover um estilo de vida saudável na população. Dentre as
recomendações, encontra-se aumentar o consumo de FLV, cereais integrais e leguminosas. Limitar a
ingestão de açúcar livre, limitar a ingestão energética procedente de gorduras, substituir as gorduras
saturadas por insaturadas e eliminar as gorduras trans (hidrogenadas).
A OMS recomenda para prevenção de doenças crônicas o consumo diário de, no mínimo,
400g de frutas, verduras e legumes 3. Segundo a Pirâmide Alimentar Brasileira, o número de porções
75
de FLV pode variar segundo o valor energético total da dieta em 3 a 5 porções/dia para as frutas (70
kcal) e de 4 a 5 para legumes e vegetais (15 kcal) 10
. O Guia Alimentar para a População Brasileira
estabelece que para a promoção de uma alimentação saudável é essencial a diversificação entre as
diversas espécies dos grupos de alimentos 11
.
As FLV e fazem parte das recomendações diárias para uma dieta saudável é importante para a
promoção da saúde. Estas por serem alimentos-fonte de vitaminas, minerais, fibras e água podem ser
considerados alimentos de baixa densidade energética. Fornecem, também, pequenas quantidades de
proteínas e lipídios e as quantidades de carboidratos são variáveis, sendo maiores e mais significativas
nas raízes e nos tubérculos, que compõem outro grupo alimentar (grupo do arroz, pão, massas, batata,
mandioca, dentre outros) 10
. As FLV podem ser consideradas alimentos funcionais, pois são fontes de
substâncias bioativas (polifenóis, glicosinolatos e carotenóides) 12.
Em um estudo longitudinal realizado com cerca de 40.000 mulheres profissionais de saúde
(Women's Health Study), observaram que uma alta ingestão de FLV, está associada com um menor
risco de doenças cardiovasculares, principalmente infarto do miocárdio 13
. Acredita-se que a redução
no risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares se dá pela combinação de micronutrientes,
antioxidantes, substâncias fitoquímicas e fibras presentes nestes alimentos14
, e que o efeito protetor se
estende além da capacidade antioxidante 15
.
O consumo desses alimentos pode diminuir os riscos de morte relacionados a doenças
coronarianas e acidente vascular cerebral por meio da atividade antiplaquetária, concentração de
hemocisteína, pressão sanguínea, substituição de ácidos graxos na dieta, bem como redução da
ingestão de gordura saturada16
. Dietas ricas em FLV, segundo estudos epidemiológicos, reduzem o
risco de câncer no aparelho digestório13
e mama17
. Pois um importante papel anticarcinogênico pode
ser exercido pelos glucosinatos, ricos em vegetais 18
.
Inquéritos alimentares e medidas de prevenção primária
A realização de inquéritos dietéticos permite a obtenção de informações quantitativas e/ou
qualitativas a cerca do consumo alimentar. Dentre as situações que a Organização das Nações Unidas
para Agricultura e Alimentação aponta para a utilização de destes inquéritos destacam-se: no
planejamento e avaliação de programas de educação nutricional, na orientação de políticas nutricionais
de produção de alimentos e na complementação de estudos epidemiológicos 19
.
Os inquéritos alimentares poderão fornecer subsídios para promoção de atividades educativas
e de outros eventos que estimulem novos hábitos e comportamentos, possibilitando assim, o
direcionamento de políticas públicas. O Ministério da Saúde vem desenvolvendo várias ações, entre
elas encontram-se ações programáticas orientadas para o aumento do consumo como a Política
Nacional de Alimentação e Nutrição 20
.
O envolvimento da comunidade, através de suas organizações, pode viabilizar as condições
que dão suporte às mudanças 21
. Na educação alicerçam-se as bases para novos hábitos alimentares:
76
desde o acesso e a apropriação da informação, à conscientização quanto aos determinantes de saúde,
até as ações práticas para a aquisição de hábitos saudáveis.
É possível alcançar do nível adequado do consumo na população por meio da implantação de
Programas de Promoção de Saúde. Um exemplo de programa bem-sucedido é desenvolvido no Centro
de Pesquisas da Petrobrás (CENPES), onde através de ações abrangentes e horizontais, aumentar em
60% o consumo de frutas e verduras no restaurante local, reduzir o consumo de maionese em 50%,
entre outros resultados22
.
Considerações finais
Transformar a informação epidemiológica, em matéria de consumo de massa e em políticas de
saúde pública é um desafio. Aumentar o consumo de FLV é uma das principais barreiras da atualidade
a serem superadas na saúde pública. A avaliação da freqüência do consumo de FVL na população
brasileira é fundamental para dar subsídio ao planejamento em saúde, beneficiando a população como
um todo. O enfoque destas estratégias não pode se limitar a modificações de estilos de vida ou
medidas de caráter individual, mas utilizar estratégias coletivas, que permitam modificações
ambientais e sociais mais amplas para que sejam mais eficazes.
É necessário à conscientização do papel das FLV na prevenção de DCNT na população em
geral, aumentar seu consumo mediante ações nas áreas de saúde pública e agricultura, incentivar e
apoiar o desenvolvimento e a implantação de estratégias nacionais de promoção do consumo, apoiar
pesquisas em áreas pertinentes e desenvolver os recursos humanos para elaborar e implantar
programas de promoção do consumo. A iniciativa advoga pelo desenvolvimento e implantação de
programas de promoção do consumo sustentáveis, abrangentes e intersetoriais 5.
Entretanto, o sucesso do programa envolve a superação de algumas barreiras importantes,
entre elas: a desinformação, a resistência à mudança, a exclusão social, os conflitos de interesses e a
distância entre o conhecimento científico e a sua aplicabilidade. A adequada divulgação e aplicação
das medidas de prevenção primária e detecção precoce de doenças são capazes de reduzir a
mortalidade, melhorar o prognóstico e qualidade de vida da população, apresentando uma ação
estratégica para o controle desses agravos.
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79
ARTIGO CIENTÍFICO 5
Submetido e em avaliação.
QUALIDADE DE VIDA E FATORES DE RISCO
PARA AS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS
EM MONTES CLAROS, MINAS GERAIS, BRASIL.
OLIVEIRA-CAMPOS, Maryane1; VILHENA, Janine Moraes
2; ROCHA, MALARD NEVES,
Danielle 2
; OLIVEIRA, Juliana Fonseca2; SILVEIRA, Júlio César Magalhães
2; DRUMOND, Daniel;
RODRIGUES-NETO, João Felício3 ; SILVEIRA, Marise Fagundes
4.
1-Fisioterapeuta, bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais- Brasil (FAPEMIG),
Mestranda em Ciências da Saúde na Universidade Estadual de Montes Claros, Brasil.
2-Estudantes do curso de Graduação em Medicina na Universidade Estadual de Montes Claros, Brasil.
3- Doutor em Medicina pela Universidade Federal de São Paulo, Brasil. Prof. do Departamento de
Pós-Graduação, Mestrado em Ciências da Saúde na Universidade Estadual de Montes Claros, Brasil.
4- Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de São Paulo. Prof. do Departamento de
Pós-Graduação, Mestrado em Ciências da Saúde na Universidade Estadual de Montes Claros, Brasil.
.
80
INTRODUÇÃO
As repercussões do desenvolvimento científico e tecnológico nas condições
de vida da população, têm levado ao aumento da expectativa de vida, expondo a
população a um maior risco de desenvolver doenças crônicas não transmissíveis
(DCNT). Tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento, estas
doenças ocupam as primeiras posições nas estatísticas de mortalidade mundiais
[1,2]. Projeções para o ano de 2020, revelam que a mortalidade por doenças
crônico-degenerativas representará 73% dos óbitos no mundo [3].
O Brasil experimentou acentuadas transformações no contexto do século XX. Por
influência do crescimento do comércio internacional instalaram-se formas capitalistas de
produção, trabalho e consumo. Diante disso, o processo de industrialização e urbanização
se desenvolve de forma mais acelerada. Essa dinâmica teve impacto na história social,
econômica e cultural na constituição de suas diversas regiões brasileiras produzindo um
cenário de desigualdades que perpassam séculos e persistem até a atualidade [4].
Acompanhando esse cenário, ocorrem intensas e contrastantes modificações na
evolução das condições de saúde da população do conjunto de fatores demográficos,
econômicos, sociais e de mudanças nutricionais que interferem no padrão de
morbimortalidade no país [5]. O aumento da longevidade populacional chama particular
atenção por sua ocorrência de modo acelerado, aumentando a probabilidade de expressão
das enfermidades crônicas, que geralmente se manifestam em idades mais avançadas [6].
Nos últimos anos, houve um aumento do interesse pela monitorização do nível de
qualidade de vida pela sua importância como indicador prognóstico de morbidade e
mortalidade [7]. A QV é reconhecida como um importante indicador de saúde pública, sendo
cada vez mais utilizada para controlar o peso da doença em uma população [8-10].
Entretanto, estudos estabelecem correlação entre baixos níveis de qualidade de vida,
doenças crônicas e fatores de risco [11-12].
Proporcionar saúde significa, além de evitar doenças e prolongar a vida, assegurar
meios e situações que ampliem a QV, ou seja, ampliem a capacidade de autonomia e o
padrão de bem-estar que, por sua vez, são valores socialmente definidos. Nessa
perspectiva, a intervenção sanitária refere-se não apenas à dimensão objetiva dos agravos
e dos fatores de risco, mas também aos aspectos subjetivos [13,14].
Este estudo foi proposto na cidade de Montes Claros, localizado no norte do Estado
de Minas Gerais, a 16° 43’ 31” de latitude sul e 43° 51’ 54” de longitude oeste de Greenwich.
Tem área de 3.582 km 2 com uma população residente de 306.730 habitantes, sendo na
região urbana 289.006 habitantes. Apresenta índices de desenvolvimento humano- IDH=
0,783 [15,16]. O presente estudo tem com o objetivo verificar a existência de associação
81
entre qualidade de vida e os fatores de risco para as doenças crônicas não transmissíveis
na população da região urbana de Montes Claros, Minas Gerais, Brasil.
METODOLOGIA
Trata-se de estudo transversal de base populacional. Os dados foram coletados no
período de fevereiro a agosto de 2008. Foram incluídos indivíduos ≥ 18 anos, de ambos os
sexos, residentes na região urbana de Montes Claros. Indivíduos com limitações físicas e/ou
mentais que impossibilitasse realizar à entrevista, grávidas e acamados foram
impossibilitados de participar do estudo.
O número total de pessoas ≥18 anos residentes na zona urbana de Montes Claros
era de 224.451, segundo o último recenseamento em 2000 [15]. Para determinação do
tamanho da amostra (n), levou-se em consideração uma prevalência estimada do fator de
risco excesso de peso de 30% (p = 0.3), um intervalo de confiança de 95% (z=1,96) e um
erro fixado de 5%.
O modelo de amostragem foi por conglomerados. Diante disso, o tamanho da
amostra foi corrigido para um efeito de delineamento (deff) de 30% (deff = 1.3). O tamanho
da amostra seria de 422 indivíduos; para efeitos práticos, foi igualado a uma amostra total
de 648 indivíduos.
A amostragem foi realizada em três etapas. O município de Montes Claros apresenta
216 setores censitários, sendo que, os setores não-urbanos (rurais) e urbanos especiais
(asilos, creches, orfanatos, hospitais, conventos) totalizam 35. Na primeira etapa foram
excluídos esses 35 setores não- urbanos e urbanos especiais restando 181 setores
representativos dos domicílios urbanos do município. Destes 181 setores censitários, 163
são “urbanos não especiais” (96% da população urbana) e 18 “urbanos subnormais”
(aglomerados, favelas) (4% da população urbana).
Em uma segunda etapa, para a representatividade dos setores censitários urbanos,
dentre os 181 setores censitários foram sorteados 17 setores censitários. Destes, 15
“urbanos não especiais” e 2 “urbanos subnormais”.
Na terceira etapa, foi sorteado um quarteirão dentro de cada setor, iniciando a coleta
na primeira rua do lado direito. Os domicílios residenciais foram amostrados em ordem de
três, sendo o primeiro de cada três visitado. Quando não foi possível realizar a entrevista, o
domicílio seguinte era visitado e a contagem reiniciada deste ponto. Após o termino da rua
os entrevistadores viravam a direita seguindo o mapa de cada setor censitário. Em cada
domicílio foi entrevistado um morador, sendo a escolha do entrevistado realizado por sorteio
aleatório simples.
82
COLETA DE DADOS Com base na resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde do Brasil [17], este
estudo passou pela apreciação do Comitê de Ética em pesquisa da Universidade Estadual
de Montes Claros sendo aprovado no processo nº 677. Os voluntários receberam
informações sobre a metodologia e apresentaram consentimento após a leitura e
entendimento do consentimento livre e esclarecido.
O instrumento de coleta de dados foi um questionário semi- estruturado contendo
investigações sobre os aspectos socioeconômicos e demográficos, fatores de risco para as
doenças crônicas não transmissíveis, comorbidades auto-referidas e qualidade de vida.
Foram considerados fatores de risco a atividade física insuficiente, tabagismo,
consumo excessivo de álcool, consumo inadequado de frutas e hortaliças, sobrepeso e
obesidade, níveis alterados de pressão arterial, hiperglicemia [18].
O nível de atividade física insuficiente foi considerado indivíduos irregularmente
ativos e sedentários, avaliado pelo Questionário Internacional de Atividade Física versão 8
(IPAQ-8) [19].
Os tabagistas foram considerados fumantes e os ex-fumantes que abandonaram o
hábito de fumar, em um período inferior a cinco anos foi definido como risco [20].
O consumo de bebida alcoólica diário médio ≥ 2 doses padronizadas de bebidas para
homens e ≥ 1 dose padronizada para mulheres, por dia. Considerou-se como uma dose
padronizada: meia garrafa ou 1 lata de cerveja, um cálice de vinho ou 1 dose de bebida
destilada [21].
O baixo consumo de frutas, verduras e legumes foi definido como a ingestão destes
menor que uma vez ao dia avaliada através do questionário de freqüência alimentar [22].
O ìndice de massa corporal (IMC) ≥25 e ≤29,9 kg/m2 foi classificado como
sobrepeso e obesidade IMC ≥30 kg/m2. O cálculo do IMC foi realizado apartir de dados
obtidos com uma balança digital G-Tech e um estadiômetro portátil do tipo trena, com o
indivíduo livre de sapatos e roupas pesadas [23].
Os níveis alterados de pressão arterial foram a pressão arterial sistólica ≥ 140 mmHg
e/ ou pressão arterial distólica ≥ 90 mmHg, independente do uso de antihipertensivos [24]. A
medida de pressão arterial foi realizada através de um aparelho de pressão digital modelo
MF-81 da marca Mark of Fitness, por duas vezes, e a média das duas foi utilizada na
análise.
Hiperglicemia foi considerada a glicemia casual > 200 mg/dL, com sensibilidade
(46%) e especificidade (59,5%), obtida através de um glicosímetro da marca Prestige
[25,26].
A presença de comorbidades auto-referidas indagadas foram à hipertensão arterial,
diabetes mellitus, dislipidemias, doença vascular, doença renal, doença pulmonar, doença
cardíaca, neoplasia, psiquiátrica e doença reumatológica.
83
Para a avaliação da Qualidade de Vida foi utilizado o questionário The
Medical Outcomes Study 36- Item Short Form- Health Survey (SF-36), traduzido e
validado no Brasil [26]. O SF-36 é um questionário multidimensional que engloba 8
domínios, formado por 36 itens.
1. Capacidade Funcional (CF), investiga a presença e extensão das dificuldades
relacionadas a atividades diárias como subir escadas, tomar banho, etc., com dez itens;
2. Limitações por Aspectos Físicos (AF), pesquisa limitações e o quanto essas limitações
dificultam nas tarefas diárias ou trabalho, com quatro itens;
3. Dor (DR), investiga a presença de sofrimento, fundamentando-se na intensidade da
dor, extensão ou interferência nas atividades diárias, com dois itens;
4. Estado Geral de Saúde (EGS), são aspectos gerais relacionados à percepção de
saúde, com cinco itens;
5. Vitalidade (VT), considera o nível de vigor, energia e cansaço, com quatro itens;
6. Aspectos Sociais (AS), demonstra o quanto um problema físico ou emocional interfere
nas atividades sociais, com dois itens;
7. Aspectos Emocionais (AE), investiga a participação em atividades de trabalho e tempo
dispensado em decorrência de problemas emocionais, com três itens;
8. Saúde mental (SM), investiga a presença de ansiedade, depressão, alterações do
comportamento, descontrole emocional e bem-estar psicológico, com cinco itens;
Além destes componentes, o questionário engloba mais uma questão de
avaliação comparativa entre as condições de saúde atual e de um ano atrás que não
entra na pontuação de nenhuma das oito dimensões.
Para a avaliação de seus resultados, após sua aplicação, é atribuído um valor
a cada questão, o qual, posteriormente, é transformado num escore de 0 a 100,
onde 0 corresponde a um pior estado de saúde, e 100 a um melhor, sendo analisada
cada dimensão em separado. Não existe um único valor que resuma toda a
avaliação, e que corresponda a um estado geral de saúde melhor ou pior.
ANÁLISE ESTATÍSTICA
Neste estudo buscou-se analisar, através de modelos de regressão linear múltipla, a
associação entre qualidade de vida e os fatores de risco para as doenças crônicas não
transmissíveis.
As medidas de QV (escores das dimensões do SF-36) variam de 0 a 100 e foram
consideradas variáveis dependentes. As características socioeconômicas, demográficas e
comorbidades auto-referidas foram consideradas variáveis independentes, objetivando
controlar o potencial efeito de confusão da associação principal.
84
Inicialmente, foi feita uma análise descritiva simples como cálculo de medida de
tendência central e dispersão. Em seguida, realizou-se análise bivariada através de testes
não paramétricos Mann-Witney e Kuskall-Wallis para verificar associação entre as variáveis
independentes e variáveis dependentes. As variáveis que apresentaram valor-p<0,20 foram
selecionadas para o modelo multivariado. Em seguida, procedeu-se a análise de regressão
linear múltipla.
Os dados foram processados e analisados no Statistical Package for the Social
Sciences (SPSS) 15.0.
RESULTADOS
Foram entrevistados 648 indivíduos de ambos os sexos, sendo 478 (73,8%) do sexo
feminino. A média de idade foi de 43 anos, sendo a idade mínima de 18 e a máxima 97
anos. O tempo médio para completar a entrevista foi 17 minutos.
Entre as características socioeconômicas e demográficas da amostra, a faixa etária
entre 18- 44 e 45-64 anos apresentou 592 indivíduos (91,3%). Declararam a cor da pele não
branca 437 indivíduos (67,4%). Em situação conjugal casado ou união consensual 366
indivíduos (56,5%). Em atividade profissional 437 indivíduos (67,4%). Apresentavam até 11
anos de escolaridade 555 indivíduos (85,6%). Relataram renda familiar mensal de até 3
salários mínimos 405 indivíduos (62,5%). As principais comorbidades auto-referidas foram
hipertensão arterial 211 (32,6%), dislipidemias 121 (18,7%) e doenças reumatológicas 82
(12,7%); conforme descrito na Tabela 1.
A prevalência dos fatores de risco na população estudada foi de baixo consumo de
frutas 77,3% [IC95% 74,0-80,0], baixo consumo de verduras e legumes 55,1% [IC95% 51,2-
58,9], tabagismo 16,2% [IC95% 13,3-19,0], sobrepeso 32,6% [IC95% 29,0-36,2], obesidade
18,7% [IC95% 15,7-21,7], nível insuficiente de atividade física 26,7% [IC95% 23,3-30,1],
hiperglicemia 11,6% [IC95% 9,1-14,7] e consumo excessivo de álcool 5,7% [IC95% 3,9-7,4].
A média dos escores das dimensões do questionário SF-36 na população adulta da
região urbana de Montes Claros estão demonstrados na Tabela 2. Os escores de maior
comprometimento foram observados nos domínios VT (65,7±22,5), DR (67,6±21,4) , EGS
(65,8± 28,4) e SM (67,6±21,4).
As associações bivariadas entre os escores das dimensões do SF-36 e as
características socioeconômicas e demográficas demonstraram que o sexo e os anos de
escolaridade estão associados a todas as dimensões. A faixa etária e a renda familiar
mensal estão também associados na maioria das dimensões, com exceção, na dimensão
AE e AS, respectivamente. A cor da pele auto-declarada apresentou associação nas
85
dimensões EGS e VT; o estado conjugal nas dimensões CF, DR, AE; e atividade
profissional na dimensão DR (Tabela 3).
Entre as comorbidades auto-referidas, a análise bivariada demonstrou que a
presença de hipertensão arterial, doença reumatológica, vascular, cardíaca, renal e
psiquiátrica estão associadas a todas as dimensões do SF-36. A dislipidemia encontra-se
associada nas dimensões CF, DR, EGS; o diabetes mellitus nas dimensões CF, AF, EGS,
VT; a doença pulmonar na dimensão CF e a neoplasia na dimensão EGS (Tabela 4).
Estão associados com a QV os fatores de risco: consumo insuficiente de frutas nas
dimensões EGS, VT, SM; consumo insuficiente de verduras e legumes nas dimensões CF,
EGS, AS, SM; o sobrepeso nas dimensões DR, EGS, VT, AS, AE; a obesidade nas
dimensões CF, DR, EGS; a hiperglicemia nas dimensões CF, AF, EGS, SM e o consumo
excessivo de álcool nas dimensões CF, VT, SM. O tabagismo, os níveis pressóricos
alterados e o nível insuficiente de atividade física estão comprometidos em quase todos os
domínios do SF-36, com exceção, das dimensões DR, VT e AS, DR e AS; respectivamente
(Tabela 5).
O modelo da Regressão Linear Múltipla está apresentado na Tabela 6. Entre as
características socioeconômicas e demográficas, o sexo feminino apresentou associado a
piores escores de QV em quase todas as dimensões em relação ao masculino, com
exceção ao domínio EGS. Em relação à faixa etária de 18-44 anos, os indivíduos de 45-64
anos apresentaram piores escores na CF e DR. Os indivíduos ≥65 anos, também
permaneceram relacionados à piores escores de QV dos domínios CF e VT.
Em relação aos indivíduos com 12 anos ou mais de escolaridade, os indivíduos que
relataram níveis inferiores de estudo obtiveram piores escores na dimensão EGS, AE e SM.
Em relação a renda familiar mensal, permaneceu associada uma pior QV, os indivíduos que
relataram renda familiar mensal < $ 400 dólares na dimensão CF e renda familiar ≥ $ 800
dólares nas dimensões AF e EGS.
Entre as comorbidades auto-referidas, os indivíduos que relatam a presença de
hipertensão arterial apresentaram uma pior QV nas dimensões CF, EGS, VT, AS, AE, SM;
de doenças reumatológicas nas dimensões CF, DR, EGS, AS, AE; doenças vasculares nas
dimensões AF, EGS, VT; de doença cardíaca nas dimensões CF, AF, DR, AS; doença renal
nas dimensões CF, AF, VT; de doenças psiquiátricas nas dimensões AF, EGS, VT, AS, AE,
SM e diabetes mellitus na dimensão EGS.
Entre os fatores de risco, obtiveram os piores escores de QV os tabagistas, os
obesos e os indivíduos que apresentaram um consumo excessivo de álcool. Os tabagistas
apresentaram piores escores de QV em relação aos não tabagistas, nas dimensões AF,
EGS, VT, AS e SM. Os obesos apresentaram pior escore de QV em relação aos eutróficos
na dimensão CF. Os indivíduos que apresentaram um consumo excessivo de álcool em
86
relação aos que não consomem ou consomem moderadamente, obtiveram pior QV na
dimensão CF.
DISCUSSÃO
No Brasil, além do aumento da prevalência por doenças crônicas, há o desafio da
coexistência de novos e velhos agravos. Uma vez que continua elevada a magnitude das
doenças infecto-parasitárias e desigualdades regionais proporcionada pelas diferenças na
distribuição de renda, escolaridade e políticas públicas [28].
Há importantes estudos populacionais brasileiros sobre aspectos sócio-econômicos
e prevalência dos fatores de risco para a DCNT [29,30,31,32,33,34]. Entretanto, em estudos
nacionais e internacionais pouco se sabe sobre o impacto desses fatores de risco para as
DCNT na QV da população em geral.
Em relação ao sexo, as mulheres deste estudo apresentaram escores mais baixos
de QV em quase todos os domínios do SF-36, como verificado em outros estudos
[35,36,37]. Uma alta proporção de angústia, depressão, stress, ansiedade e distúrbios no
sono são encontrados em mulheres em idade reprodutiva Além das diferenças biológicas,
assumem novos papéis na sociedade, têm acúmulo funções e apresenta uma percepção
subjetiva de valor ao estado interior [38,39].
Um outro aspecto a ser considerado, é o aumento da expectativa de vida das
mulheres, que faz com que muitas idosas passem pela experiência de debilitação biológica
[40]. À medida que aumenta a idade, a QV é fortemente determinada por sua habilidade de
manter autonomia e independência [41].
Na faixa etária de 45-64 já evidencia-se o processo de declínio de QV nas
dimensões CF e DR. A Dor pode estar relacionada à carga de trabalho nessa faixa etária,
onde os indivíduos encontram-se economicamente ativos. Um outro aspecto a ser
evidenciado em relação a faixa etária, em indivíduos com idade ≥ 65 anos, houve um
impacto expressivo nas dimensões CF e VT, que pode ser evidenciado pelo declínio das
condições funcionais causada pelo envelhecimento [42]. Além disso, muitos idosos
necessitam de pessoas em seu cuidado, familiares, parentes, amigos e cuidadores.
A qualidade de vida encontra-se influenciada pela escolaridade e renda, como
encontrado neste e outros estudos populacionais em Cingapura e Alemanha [11,12]. Assim,
o bem-estar envolve outros aspectos além de saúde. Dessa forma, a QV está diretamente
relacionada com níveis de educação e distribuição de renda [43].
Em relação aos aspectos socioeconômicos e demográficos, estes comprometem
tanto da saúde física quanto mental o fato de ser mulher e ter baixa escolaridade.
87
Entretanto, apresenta comprometimento da QV somente na saúde física os indivíduos com
idade avançada e renda familiar < $ 400 dólares ou ≥ 800 dólares.
Diante disso, a QV pode ser influenciada por infra-estrutura, logística e serviços
públicos. Ações como investimento em educação, geração de empregos, acesso a serviços
de saúde e programas direcionados para indivíduos com idade avançada são ações diretas
que podem proporcionar uma melhor QV. Um aspecto relevante a ser evidenciado é que a
percepção de QV pode ser influenciada por fatores culturais, socioeconômicos, expectativa
e realidade da vida [44,45,46,47].
Neste estudo tivemos o cuidado de controlar as comorbidades como variáveis de
confusão. Entretanto, os portadores de doenças reumatológicas, vasculares, cardíacas,
renais, psiquiátricas, pulmonares, diabetes mellitus e hipertensão arterial apresentaram um
comprometimento da QV em domínios do SF-36, como verificados em estudos
populacionais nos Estados Unidos da América [11, 48] e Alemanha [12].
A comorbidade de maior prevalência foi a hipertensão arterial. Observamos que há
casos de hipertensão não diagnosticados e não controlados, pois, o número de indivíduos
encontrados com níveis pressóricos alterados (36,9%) é maior que os que auto-referiram
hipertensão arterial diagnosticada (32,6%). A QV em indivíduos com níveis pressóricos
alterados foi acometida no domínio AF. Essa associação ocorre independentemente do
indivíduo ter conhecimento ou não sobre a sua hipertensão arterial.
Entretanto, a QV pode ser acometida antes do indivíduo ter o diagnóstico de
hipertensão arterial. Estudos realizados nos Estados Unidos da América, o risco relativo de
uma pessoa apresentar a comorbidade é bem maior se ela apresentar baixa capacidade
física [49,50]. Diante disso, os indivíduos com níveis pressóricos alterados podem
apresentar uma limitação nas atividades diárias individuais.
Embora a hipertensão arterial seja caracterizada como uma doença assintomática,
indivíduos com níveis pressóricos alterados têm maior freqüência de sintomas de cefaléia,
ansiedade, astenia, distúrbios do sono que normotensos [51]. Estudos mostram uma
associação entre um bom controle da HAS com tratamento e uma melhora da QV [52,53].
O controle dos níveis pressóricos e a educação em saúde, tem sido apontados como uma
das formas para estimular a adesão ao tratamento e melhora da QV.
Além dos níveis pressóricos alterados, a obesidade é um outro fator de risco que
está associada ao domínio CF. As condições debilitantes da obesidade, tais como
osteoartrite, dificuldades respiratórias, problemas músculo-esqueléticos e infertilidade
podem alterar a percepção subjetiva do paciente sobre sua saúde física [54,55].
A QV diminui proporcionalmente com aumento do IMC e as percepções de saúde
podem afetar os esforços dos indivíduos para manter ou alterar seu peso [56]. Apesar do
nosso estudo apresentar comprometimento relacionado somente à saúde física, em revisão
88
bibliográfica, na maioria dos estudos os obesos apresentam de forma concomitante
comprometimento na saúde mental [57].
Neste estudo encontramos um número expressivo de pessoas com excesso de peso
(51,7%) que pode estar associado com o padrão de alimentar. O consumo de alimentos
industrializados na população adulta brasileira teve um aumento expressivo em 2003,
atingindo 40,6% [58]. E neste estudo, encontramos o fator de risco baixo consumo de frutas,
verduras e legumes com prevalência de 77,3% e 55,1%, respectivamente.
O tabagismo apresentou-se como o fator de risco de maior de impacto na Q.V.,
acometendo cinco das oito dimensões. Embora não classificamos a gravidade da
dependência do tabaco, outros estudos mostram que a QV está comprometida tanto em
tabagistas leves [59], quanto crônicos [60].
Nosso estudo encontrou associações tanto nos domínios relacionados a saúde
física quanto mental, correlação também encontrada em outros estudos [61,62]
Porém, encontramos um maior comprometimento da saúde mental. Indivíduos com má
saúde mental têm maior probabilidade de fumar [63] e apresentam alta freqüência de
comorbidades psiquiátricas [64,65]. Sendo importante ressaltar que quando há uma
cessação do hábito de fumar há uma melhora da Q.V [66,67].
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) [68], a mortalidade e
limitação da condição funcional associada ao consumo de bebidas alcoólicas superam
aquelas associadas ao tabagismo. Embora os tabagistas terem apresentado
comprometimento de um número expressivo de domínios, neste estudo não encontramos
associação no domínio Capacidade Funcional. Indivíduos que realizavam o consumo
excessivo de álcool tiveram um escore inferior de QV neste domínio, como observado pela
OMS.
Em outros estudos populacionais, o consumo excessivo de álcool foi associado com
outros domínios do SF-36 [68,69]. A intervenção terapêutica está associada a uma melhora
da QV e apresenta-se com uma oportunidade de intervir antes que o padrão de uso de
álcool provoque danos à saúde do paciente [70,71].
A medida de QV têm sido utilizada na tomada de decisão em relação à intervenção,
concepção, gestão e alocação de recursos em saúde [43,44]. Diante disso, é possível
melhorar a QV com medidas de intervenções populacionais e individuais.
Observa-se que na saúde física, nosso estudo encontrou pior QV nos indivíduos que
apresentam níveis pressóricos alterados, obesidade e consumo excessivo de álcool.
Contudo, o fato de ser tabagista acometeu tanto a saúde física quanto mental.
Diante disso, ressaltamos a importância do planejamento de políticas públicas
direcionadas à população em ações coletivas como melhor acesso aos serviços de saúde,
programas de educação em saúde, campanhas que atuem no aspecto cognitivo refletindo
89
em modificação ou adoção de hábitos favoráveis a um estilo de vida mais saudáveis, entre
outras; e estímulos para ações individuais como controle dos níveis pressóricos,
orientações para aspectos nutricionais visando redução do peso, mudança de hábitos de
tabágicos e de consumo de álcool.
LIMITAÇÕES DO ESTUDO
Uma das limitações deste estudo, é o fato de ter sido realizado em uma única cidade.
Entretanto, é um estudo de base populacional em uma cidade de porte médio, localizada no
segundo maior entroncamento de importantes eixos rodoviários com acesso ao sul, norte e
centro-oeste do País.
As entrevistas foram realizadas no período diurno. Fato que pode ter contribuído
para o percentual superior de mulheres em relação aos homens.
Uma outra limitação é a ausência de medida da QV na população geral brasileira
para a padronização de QV encontrada em Montes Claros.
CONCLUSÃO
Este estudo verificou que a presença de alguns fatores de risco para as DCNT tem
associação com pior QV. Os níveis pressóricos alterados, a obesidade e consumo excessivo
de álcool estão associados a uma pior saúde física. O tabagismo está associado a uma pior
saúde física e mental.
Os resultados deste estudo podem subsidiar o desencadeamento de ações coletivas
e individuais na população vida na população da região urbana de Montes Claros, Minas
Gerais, Brasil. Assim, esperamos contribuir para estimular ações de promoção de saúde, em
um foco de não apenas diminuir o risco de DCNT, mas aumentando as chances de melhoria
da QV.
LISTA DE ABREVIATURAS
DCNT: doenças crônicas não transmissíveis
QV: qualidade de vida
IMC: Índice de massa corporal
SF-36: The Medical Outcomes Study 36- Item Short Form- Health Survey
CF: Capacidade funcional
AF: Limitações por Aspectos físicos
DR: Dor
EGS: Estado Geral de Saúde
90
VT: Vitalidade
AS: Aspectos sociais
AE: Aspectos emocionais
SM: Saúde mental
OMS: Organização Mundial de Saúde
91
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Tabela 3. Média ± DP dos escores das dimensões do SF-36 entre as características socioeconômicas, demográficas na população da região urbana de Montes Claros, Minas Gerais, Brasil (n= 648), 2008.
Abreviações: vide Tabela 2. *p < 0,05, ** p < 0,01, † p < 0,20 na comparação entre os níveis de cada variável.
Variáveis Dimensões do SF-36 CF AF DR EGS VT AS AE SM
Sexo Feminino Masculino
78,8±24,6** 72,8±41,0** 64,1±28,7** 67,3±20,7† 63,3±23,1** 72,0±23,8** 69,7±42,8** 64,8±22,0** 84,2±23,0 82,3±35,1 70,5±26,9 68,7±23,3 72,5±19,3 78,8±19,0 73,1±19,4 73,1±19,4
Faixa etária
18 - 44 anos 45 - 64 anos ≥ 65 anos
88,2±16,7** 81,0±35,6** 70,3±25,8** 71,9±20,2** 69,0±20,3** 75,9±21,0† 74,2±40,5 69,8±19,5** 74,4±26,2 69,2±42,5 61,0±29,6 64,2±21,9 63,1±24,1 71,7±24,6 69,9±42,3 64,2±24,2 60,0±32,1 69,6±45,1 61,9±33,0 58,6±21,0 65,7±22,5 72,0±23,8 76,7±40,6 64,0±21,6
Cor da pele auto-declarada
Branca Não branca
80,4±25,5 76,3±38,6 64,0±28,9 69,3±22,2† 62,2±24,4† 74,7±21,7 74,3±40,6 65,9±21,7 80,5±23,7 74,1±40,7 66,1±28,1 67,1±21,1 66,9±21,8 72,9±23,5 70,7±42,0 67,4±21,4
Estado Conjugal
Casado ou união consensual Outros
79,5±24,5† 75,8±39,6 64,0±29,7† 67,8±21,5 66,1±23,4 74,5±22,8 74,4±40,5† 67,6±21,2 81,0±24,0 74,3±40,1 68,2±26,4 67,4±21,3 65,3±21,4 73,1±22,6 70,5±42,1 66,4±22,2
Em atividade profissional
Sim Não
81,2±22,8 75,2±39,6 64,5±28,1† 67,9±21,2 65,6±22,9 73,7±22,9 72,0±42,0 66,8±22,1 78,2±26,9 75,4±40,3 68,4±28,8 67,0±22,0 65,8±21,7 74,1±22,8 74,0±39,7 67,4±20,7
Anos de Escolaridade
Até 11 anos (Ensino Médio) 12 anos ou mais (Ensino Superior ou mais)
78,6±25,0** 73,4±41,0** 64,1± 28,8** 66,2±21,7** 65,1±22,8† 73,3±23,2† 71,7±41,8* 66,1±22,2* 89,8±16,5 86,5±29,1 75,8 ±23,1 76,3±17,7 69,0±20,9 77,2±20,1 78,8±37,3 72,2±16,8
Renda familiar mensal* < $ 400 dólares ≥ $ 400 e < 800 dólares ≥ $ 800 dólares
77,4±25,7* 72,9±41,7* 65,5±29,0† 66,4±21,0* 64,1±23,6** 72,2±24,2 70,9±42,5** 64,8±22,5* 87,7±17,8 89,0±26,6 71,2±27,8 72,5±19,5 71,2±17,4 77,0±18,0 80,9±34,5 71,7±17,4 86,4±19,2 79,9±33,7 62,1±24,7 70,4±21,1 67,6±22,3 76,4±22,3 79,2±34,5 74,0±17,8
100
Tabela 4. Média ± DP dos escores das dimensões do SF-36 entre comorbidades auto-referidas na população da região urbana de Montes Claros, Minas Gerais, Brasil (n= 648), 2008.
Presença de co-morbidade Dimensões do SF-36 CF AF DR EGS VT AS AE SM
Hipertensão arterial Sim Não
69,2±27,8** 65,7±43,6** 60,3±26,9** 59,0±21,7** 58,8±23,6** 69,4±25,6** 66,3±44,0** 61,8±22,4** 85,5±20,3 79,9±37,0 68,4±27,3 71,8±20,0 69,0±21,2 76,0±21,1 75,8±39,5 69,5±20,9
Dislipidemia
Sim Não
71,1±28,3** 72,5±41,5 70,3±25,8† 66,6±28,1* 63,3±24,0 74,2±22,8 72,1 ±41,1 64,1 ±24,3 82,3±22,8 75,9±39,4 61,0±29,2 68,7±21,0 66,2±22,2 73,7±22,9 72,8±41,3 67,6±20,9
Doença Reumatológica
Sim Não
63,1±29,7** 58,5±46,8** 52,5±28,8** 59,2±21,9** 57,5±24,4** 66,0±25,9** 60,5±45,7** 65,9±21,7* 82,7±22,3 77,7±38,1 67,7±27,8 68,9±21,1 66,9±22,0 75,0±22,1 74,4±40,3 67,9±20,7
Doença Vascular
Sim Não
67,3±30,4** 59,8±46,3** 55,3±27,8** 57,0±23,6** 55,6±24,3** 66,8 ±27,3** 61,6±46,1** 58,1±24,2* 81,7±23,0 77,0±38,6 67,0±28,2 68,8±20,8 66,8±22,0 74,6± 22,2 73,9±40,5 68,0±21,1
Diabetes melittus
Sim Não
64,8±31,8** 62,2 ±46,0* 61,5±33,5 56,4±21,5** 58,0 ±23,4** 69,5±27,0 74,8±39,9 59,6±23,6** 81,7±22,9 76,5±38,9 66,2±27,8 68,7±21,1 66,4 ±22,3 74,3±22,4 72,5±41,4 67,7±21,3
Doença Cardíaca
Sim Não
61,6±30,6** 52,6± 48,5** 52,2±29,0** 56,4±22,7** 54,8±24,4** 64,7±26,5** 60,7 ±47,6* 59,0±22,4** 82,0±22,8 77,4±38,2 67,1±28,0 68,7±21,0 66,7±22,1 74,7±22,3 73,8 ±40,4 67,8±21,4
Doença Renal Sim Não
63,4±30,4** 47,4±45,9** 48,9±30,3** 55,9±23,5** 53,9±24,8** 64,7±28,6** 56,4±46,7** 61,1±25,0† 81,6±23,2 77,5 ±38,4 67,2± 27,8 68,6±21,0 66,7±22,1 74,6±22,2 74,0±40,5 67,5±21,3
Doença Psiquiátrica Sim Não
71,3±27,0** 52,5 ±46,9** 43,2±27,2** 55,6±23,2** 53,8±28,0** 65,0±29,5* 52,5±46,4** 52,7±27,8** 80,8±24,0 76,8±38,8 67,3±27,8 68,4± 21,1 66,5±21,9 74,4±22,2 74,0±40,6 67,9±20,9
Doença Pulmonar Sim Não
68,6±29,3† 75,0±38,1 63,0±30,0 69,7±14,9 70,0±18,7 78,2±20,3 87,7±31,8† 69,0±21,7 80,6±24,0 75,3±39,8 65,9±28,3 67,6± 21,6 65,6±22,6 73,7±22,9 72,2±41,4 66,9±21,7
Neoplasia
101
Tabela 5. Média ± DP dos escores das dimensões do SF-36 entre os fatores de risco para as DCNT população da região urbana de Montes Claros, Minas Gerais, Brasil (n= 648), 2008.
Sim Não
72,0±31,2 77,0±41,9 61,8±31,0 57,5±22,6† 58,7±26,8 68,7±26,9 72,2±39,7 57,0±24,4† 80,4±24,1 75,2±39,7 65,9±28,3 67,8±21,4 65,8±22,4 73,9±22,8 72,7±41,3 67,2±21,6
Presença dos fatores de risco
Dimensões do SF-36 CF AF DR EGS VT AS AE SM
102
Consumo insuficiente de frutas Sim Não
79,8±24,7 72,1±42,3 59,5±24,3 58,3 ±26,3** 60,0±22,5* 73,1±24,5 73,5±41,5 60,8±20,2** 81,5±22,6 71,9 ±39,5 70,5±26,9 66,4 ±28,7 68,5±20,8 73,9±22,7 72,6±41,2 67,5±21,7
Consumo insuficiente de verduras e legumes
Sim Não
74,4±28,5† 77,1±39,9 65,8±28,3 62,5±25,8† 61,7 ±24,4 73,0±24,1† 75,8±41,2 62,7±22,9* 81,2±23,4 75,0±39,8 65,5±29,0 68,5±20,5 66,4 ±22,1 74,0±22,6 72,2±41,2 67,7±21,4
Tabagismo
Sim Não
75,0±27,0* 61,6±45,6** 63,8±30,1 61,5±22,1** 60,4±24,1** 68,0± 25,5** 68,2±42,4† 61,6±23,1** 81,2±23,6 77,9±38,0 66,2±28,0 68,8±21,1 66,7±22,1 75,0±22,1 73,6±41,0 68,0±21,2
Sobrepeso
Sim Não
74,3±26,2 73,4±41,3 64,0±28,6† 66,0±21,1** 66,7±22,5† 75,0±22,4† 74,4±40,5† 67,1±21,5 84,7±21,6 77,0±38,3 68,0±27,8 69,5±21,3 64,5±22,5 72,7±23,3 70,5±42,1 66,4±22,2
Obesidade
Sim Não
72,4±26,0** 72,9±41,2 61,5±28,8* 61,8±24,1** 65,6±22,6 73,6±23,4 74,3± 40,7 65,5±23,0 81,9±23,6 76,0±39,3 66,9±28,1 69,1±20,4 65,7±22,5 73,9± 22,7 72,1±41,5 67,2±21,3
Níveis pressóricos alterados
Sim Não
76,4±26,8** 69,6±42,1** 63,0±29,0* 63,9±23,2** 64,9±23,9 71,4±25,4 69,0± 42,7† 65,2±22,9† 82,4±22,4 78,6±38,0 67,4±27,9 69,8±20,1 66,1±21,7 75,2±21,1 74,8±40,2 68,0±20,9
Nível insuficiente de atividade física
Sim Não
74,7±29,0** 68,9±43,7* 65,8±29,6 65,3±22,0† 62,8±23,8* 72,3±25,5 77,2±39,9* 65,6±22,2 77,6±38,0 79,9±33,7 65,8±27,9 68,5±21,2 66,8±22,0 74,4±21,8 71,0±41,6 67,5±21,4
Hiperglicemia Sim Não
67,2±32,1† 67,0±45,7† 64,5±31,6 59,9±21,1* 59,8±21,5 69,8±25,4 71,5±40,8 63,4±21,9* 83,6±22,4 84,7±33,3 67,3±22,1 70,0±18,7 64,1±24,7 77,7±19,9 70,3±42,6 73,7±24,7
Consumo excessivo de álcool Sim Não
69,7±24,8 † 77,0±38,3 61,1±24,6 66,3±19,4 60,0± 20,2* 77,3±17,1 69,3±44,0 63,1± 17,8† 78,6±11,1 75,2±39,9 66,1±28,6 67,7±21,6 66,0±22,6 73,6±23,1 72,9± 41,1 67,2±21,8
Coeficiente de correlação entre as dimensões do SF-36 CF AF DR EGS VT AS AE SM
103
Características socioeconômicas e demográficas
β
valor-p
β
valor-p
β
valor-p
β
valor-p
β
valor-p
β
valor-p
β
valor-p
β
valor-p
Sexo Faixa etária 45-64 anos ≥65 anos Cor da pele auto-declarada Estado conjugal Atividade profissional Anos de escolaridade Renda familiar mensal < $ 400 dólares ≥ $ 800 dólares
-4,45 0,03 -8,76 0,00 -21,0 0,00 -- -- -- -- -- -- -- -- -8,20 0,00 -- --
-9,44 0,00
-- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -10,6 0,01
-5,23 0,03 -5,98 0,00 -- -- -- -- -- -- -- -- -- --
-- -- -- --
-- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -6,69 0,00 -- -- -4,81 0,02
-8,77 0,00 -- -- -- -- -6,92 0,04 -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- --
-6,47 0,00 -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- --
-12,4 0,00 -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -8,06 0,03 -- -- -- -- -- --
-8,00 0,00 -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -5,95 0,00 -- -- -- -- -- --
Comorbidades auto-referidas
Hipertensão arterial Dislipidemia Doença reumatológica Doença vascular Diabetes melittus Doença cardíaca Doença renal Doença psiquiátrica Doença pulmonar Neoplasia
-4,01 0,05 -- -- -10,0 0,00 -- -- -- -- -8,80 0,00 -9,82 0,00 -- -- -- -- -- --
-- -- -- -- -- -- -10,3 0,04 -- -- -17,9 0,00 -25,0 0,00 -14,4 0,03 -- -- -- --
-- -- -- -- -12,4 0,00 -- -- -- -- -10,8 0,00 -- -- -- -- -- -- -- --
-7,93 0,00 -- -- -5,95 0,01 -7,69 0,00 -8,86 0,00 -- -- -- -- -15,1 0,00 -- -- -- --
-6,51 0,00 -- -- -- -- -6,51 0,02 -- -- -- -- -8,70 0,01 -9,72 0,01 -- -- -- --
-4,53 0,01 -- -- -6,42 0,01 -- -- -- -- -6,41 0,04 -- -- -7,36 0,04 -- -- -- --
-8,71 0,01 -- -- -13,5 0,00 -- -- -- -- -- -- -- -- -22,7 0,00 -- -- -- --
-6,57 0,00 -- -- -- -- -7,10 0,00 -- -- -- -- -- -- -14,2 0,00 -- -- -- --
Fatores de risco Consumo insuficiente de frutas Consumo insuficiente de verduras e legumes Tabagismo Sobrepeso Obesidade Níveis pressóricos alterados Nível insuficiente de atividade física Hiperglicemia Consumo excessivo de álcool
-- -- -- -- -- -- -- -- -5,99 0,01 -- -- -- -- -- -- -7,13 0,01
-- -- -- -- -16,6 0,00 -- -- -- -- -9,02 0,00 -- -- -- -- -- --
-- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- --
-- -- -- -- -7,18 0,00 -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- --
-- -- -- -- -- -- -6,94 0,01 -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- --
-- -- -- -- -- -- -6,80 0,00 -- -- -- -- -- -- -- -- -- --
-- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- --
-- -- -- -- -- -- -6,61 0,00 -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- -- --
104
R2 0,27 0,39 0,06 0,18 0,12 0,08 0,07 0,13
105
106
107
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