UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS –...

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS II COLÓQUIO CIDADE E REGIÃO: URBANIDADES E RURALIDADES CONTEMPORÂNEAS – II CCR COMUNICAÇÃO COORDENADA TEMA: PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO A DOCÊNCIA (PIBID): ALGUNS RESULTADOS DO SUBPROJETO GEOGRAFIA. EIXO TEMÁTICO: Ensino de Geografia, Educação Ambiental: abordagens interdisciplinares no contexto norte mineiro. Coordenador(a): Dulce Pereira dos Santos [email protected] Professora do Departamento de Geociências CCH/ UNIMONTES. Mestre em Desenvolvimento Social – PPGDS/UNIMONTES. Doutoranda em Geografia – PPGG/UFU (2012-2016). EXPOSITORES: Acadêmicos: Marília Pereira da Silva Marí[email protected] Pedro Henrique Maia de Carvalho [email protected] Sandra Aparecida Borges Silva [email protected] Apresentação: A proposta de Comunicação Coordenada refere-se aos resultados alcançados pelo Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID) Subprojeto Geografia vinculado ao Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES, financiado pela Coordenação de

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS – UNIMONTES

DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS

II COLÓQUIO CIDADE E REGIÃO: URBANIDADES E RURALIDA DES

CONTEMPORÂNEAS – II CCR

COMUNICAÇÃO COORDENADA

TEMA: PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO A

DOCÊNCIA (PIBID): ALGUNS RESULTADOS DO SUBPROJETO

GEOGRAFIA.

EIXO TEMÁTICO: Ensino de Geografia, Educação Ambiental: abordagens

interdisciplinares no contexto norte mineiro.

Coordenador(a): Dulce Pereira dos Santos

[email protected]

Professora do Departamento de Geociências – CCH/ UNIMONTES. Mestre em

Desenvolvimento Social – PPGDS/UNIMONTES. Doutoranda em Geografia –

PPGG/UFU (2012-2016).

EXPOSITORES: Acadêmicos: Marília Pereira da Silva

Marí[email protected]

Pedro Henrique Maia de Carvalho

[email protected]

Sandra Aparecida Borges Silva

[email protected]

Apresentação: A proposta de Comunicação Coordenada refere-se aos resultados

alcançados pelo Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID)

Subprojeto Geografia vinculado ao Departamento de Geociências da Universidade

Estadual de Montes Claros – UNIMONTES, financiado pela Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES (2010/2012) sob coordenação

da professora do Departamento de Geociências da UNIMONTES, Ms. Dulce Pereira

dos Santos. O primeiro artigo (Pesquisa, Incentivo à Docência e Ensino de Geografia na

Escola Municipal Professora Maria de Lourdes Pinheiro, em Montes Claros –

MG/Brasil) trata de uma pesquisa realizada por meio da técnica do Grupo Focal, em que

foi possível firmar, a partir dos resultados da pesquisa, novas metodologias,

qualificação e incentivo à prática docente. O segundo artigo (Programas Para o

Desenvolvimento da Educação Brasileira, o Exemplo do PIBID - Programa

Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência) ressalva a importância de investimentos

na educação para que ocorra o desenvolvimento social de uma nação, e ainda, destaca

alguns programas voltados para o setor educacional no Brasil, enfatizando o PIBID

Subprojeto de Geografia. O terceiro trabalho (Intervenções do Programa Institucional de

Bolsa de Iniciação a Docência - PIBID: O lúdico como um caminho metodológico para

o incentivo discente) aborda questões como o emprego da metodologia lúdico, a qual

tem por finalidade despertar o interesse do aluno quanto às aulas de Geografia no

Subprojeto em questão, e, também, apresenta algumas oficinas das intervenções feitas

pelo PIBID. Todos os resultados aqui expostos já foram apresentados em eventos

científicos Internacional, Nacional e Regional da Geografia.

PESQUISA, INCENTIVO À DOCÊNCIA E ENSINO DE GEOGRAFI A NA ESCOLA MUNICIPAL PROFESSORA MARIA DE LOURDES PINHEI RO, EM

MONTES CLAROS – MG/BRASIL 1

SILVA, Sandra Aparecida Borges [email protected] COSTA, Marielle Jacinta Pereira

[email protected] SILVA, Marília Pereira da

Marí[email protected] SOUZA, Edvânia Gisele de

[email protected]

Resumo: A contextualização histórica e social da sociedade contemporânea, com o advento da globalização; dos avanços científicos e tecnológicos; e das profundas transformações dos meios de informação e de comunicação tem afetado diretamente nosso cotidiano provocando desafios. Isso exige um sistema educacional reconstruído e reformulado e uma educação que fomente e tenha como prioridade a formação de cidadãos críticos e ativos. Assim, o presente trabalho busca compreender o processo ensino aprendizagem e os recursos e procedimentos metodológicos utilizados em Geografia na Escola Municipal Professora Maria de Lourdes Pinheiro, na cidade de Montes Claros-MG. A pesquisa está inserida no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID, fomentado pela Universidade Estadual de Montes Claros-UNIMONTES e financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES. O caminho metodológico utilizado foi à revisão bibliográfica, seguida da metodologia da técnica do Grupo Focal com a aplicação de questionário semi estruturado aos discentes da disciplina abordada, se estendendo às unidades administrativas desta instituição de ensino. Os resultados da pesquisa possibilitarão firmar novas metodologias, qualificação e incentivo à prática docente.

Palavras-chave: Geografia, Ensino aprendizagem, Pesquisa, Discentes, Escola.

INTRODUÇÃO Atualmente (2010), a cidade de Montes Claros vem sendo considerada o centro urbano

mais importante do Norte de Minas Gerais. Possui uma população de aproximadamente

361.971 habitantes (IBGE 2010) e centraliza uma diversidade de comércio e serviço.

1 Os resultados apresentados nessa proposta de Comunicação Coordenada é parte integrante de trabalhos desenvolvidos pelo Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID) Subprojeto de Geografia, vinculado ao Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES, financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), sob coordenação da professora do Departamento de Geociências da UNIMONTES Ms. Dulce Pereira dos Santos. ² Graduandas em Geografia pela Universidade Estadual de Montes Claros-MG/Brasil

Agrega uma variedade de Instituições educativas particulares e públicas em diferentes

localizações. Dentre elas podemos destacar a Escola Municipal Professora Maria de

Lourdes Pinheiro, localizada na região leste.

Neste sentido, o trabalho proposto tem como objetivo analisar todo contexto do

processo ensino aprendizagem da disciplina Geografia, na referida Instituição,

enfatizando a prática de brincadeiras e jogos, tendo em vista, a interação do estudante

com os conteúdos trabalhados, de maneira a propiciar relações de afinidade entre

professor versus aluno e aluno versus aluno (CASTELLAR E VILHENA, 2010). Além

de conhecer o ambiente escolar: a estrutura organizacional, o funcionamento da unidade

e as práticas de ensino buscando compreender, através de diagnóstico, quais as

dificuldades da aprendizagem dos discentes, os recursos e os procedimentos

metodológicos utilizados para com o ensino de Geografia. Os resultados apresentados

por esta pesquisa têm por finalidade divulgar o Subprojeto: Programa Institucional de

Bolsa de Iniciação à Docência - PIBID, fomentado pela Universidade Estadual de

Montes Claros - UNIMONTES e financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de

Pessoal de Nível Superior - CAPES, bem como diagnosticar o processo ensino

aprendizagem da Geografia na Escola Municipal Professora Maria de Lourdes Pinheiro.

Provém de atividades desenvolvidas na E. M. Professora Maria de Lourdes Pinheiro por

meio do Subprojeto em Geografia do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a

Docência - PIBID fomentado pela Universidade Estadual de Montes Claros -

UNIMONTES e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior-

CAPES.

A instituição foi uma das selecionadas a participar do Subprojeto por apresentar um

Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB relativamente baixo. O IDEB

foi criado pelo Instituto Nacional de Estudos Anísio Teixeira - INEP, a fim de constatar

o fluxo escolar e as médias de desempenho nas avaliações, sendo realizada com os

estudantes do 5º ao 9°ano da rede municipal, cujo objetivo principal é traçar metas de

qualidade educacional.

A pesquisa foi realizada a partir de revisões bibliográficas, seguido da metodologia da

técnica do Grupo Focal que, de acordo com Gondim (2002), tem como objetivo a coleta

de dados através da interação dos grupos para discussão de um assunto específico

sugerido pelo pesquisador. As entrevistas foram feitas através de 04 equipes de 02

integrantes, sendo três equipes responsáveis por entrevistar os discentes e uma equipe

responsável pelo setor administrativo da unidade escolar. No turno matutino foram

entrevistados 155 discentes, a diretora, três supervisores e três professores da disciplina

Geografia nos turno matutino e vespertino. O período de realização foi de 14 a 24 de

junho. Para registro da discussão da técnica foram necessários questionário semi-

estruturado, recursos áudios-visuais, papéis e canetas.

Acredita-se que o estudo contribuirá para uma melhor organização e dinamização dos

conteúdos a serem abordados, além de integrar-nos à comunidade escolar, para que

possamos vivenciar a prática docente. Contudo, a pesquisa se mostrou necessária,

levando-se em conta que os resultados obtidos possibilitarão a intervenção no decorrer

do subprojeto, além de firmar novas metodologias, visando melhorar a qualidade do

ensino de Geografia e incentivar os acadêmicos para o exercício da docência.

CARACTERIZAÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO DA ESCOLA MUNICIPAL

PROFESSORA MARIA DE LOURDES PINHEIRO

A Escola Municipal Professora Maria de Lourdes Pinheiro, situada à Rua Portugal nº

141, no bairro Independência (Mapa 01) foi criada pela Lei Municipal nº 2009, de 02

de janeiro de 1992 e autorizada a funcionar através da portaria nº289/96, publicada no

MG 16/03/96 para o ensino fundamental e portaria 021/2006 publicada no MG

03/06/2006 para a educação infantil. A instituição recebeu este nome em homenagem à

professora Maria de Lourdes Pinheiro (1907-1991), natural de Montes Claros, pessoa

alegre, extrovertida e muito religiosa. Trabalhou em muitas escolas da cidade, tinha uma

verdadeira vocação para educar a juventude e uma particular estima pelos alunos

carentes, facilitando os seus estudos com bolsas adquiridas na Secretaria de Estado de

Educação – SEE/MG.

Atendendo aos moradores do bairro Independência e adjacências, a Instituição é

considerada, atualmente, uma das maiores escolas da rede municipal da educação com

1796 alunos matriculados e distribuídos nos turno matutino que atende do 5° ao 9° ano

do Ensino Fundamental, vespertino com funcionamento da educação infantil do 1° ao 4°

e 6º ano, e o noturno atendendo a Educação de Jovens e Adultos - EJA.

Mapa 01: Localização da Escola M. Professora Maria de Lourdes Pinheiro Fonte: SEPLA, 2005 Org.: VELOSO, G. A. COSTA, M. J. P.

O perfil socioeconômico dos alunos é bem diversificado, porém a maioria se enquadra

em situação de renda mínima, dependendo de programas como o bolsa família e

também, da ajuda na aquisição de materiais escolares subsidiados.

É interessante lembrar que o Projeto Político Pedagógico da Instituição foi elaborado

através de uma ação coletiva, com a participação de toda a comunidade escolar, para

assim poder chegar ao objetivo que viria a ser uma melhor forma de trabalho e

organização da escola, tendo sempre, como perspectiva, o desenvolvimento do aluno,

proporcionando-lhe um ensino de qualidade que favoreça a sua interação na sociedade e

uma atuação de forma crítica, participativa e autônoma, no exercício da cidadania.

RESULTADOS DA PESQUISA REALIZADA NA ESCOLA MUNICIPAL

PROFESSORA MARIA DE LOURDES PINHEIRO

A análise foi baseada em pesquisa semi-estruturada em diferentes turmas,

compreendendo dois momentos distintos: primeiro, foram destinadas argumentações

voltadas aos discentes, essas consistiam em questões gerais na qual tinham como

interesse respostas objetivas (sim ou não), com possíveis comentários. Em contrapartida

na questão (4) foi questionado como o livro didático é usado pelos professores daquela

escola. A resposta desse questionamento deveria ser de forma discursiva, porém devido

à questão anterior questionar se os discentes possuíam livros didáticos para melhor

desenvolvimento da Disciplina da área do Subprojeto, houve unanimidade na resposta

negativa, devido às questões (3) e (4) estarem relacionadas. O segundo momento teve

como direcionamento a técnica do Grupo Focal onde as perguntas eram abertas,

possibilitando discussões, argumentações e observações de possíveis gestos, sons e

movimentos diante de cada questionamento.

As observações das questões gerais foram destinadas à organização escolar. Na questão

(1) foi questionado se a escola envolve os discentes em atividades e projetos. Na 2º

questão foi questionado se o Conselho Escolar conta com a participação dos discentes.

Na questão (3) se os discentes possuem livros didáticos para a disciplina da área de

conhecimento do Subprojeto e como os livros são usados pelo professor. Referente à

questão (5) e para finalizar foi argumentado se os discentes conhecem o Calendário de

Atividades da Escola. A análise do primeiro momento pode ser observada na

representação do Gráfico 01.

Gráfico 01: Análise das questões gerais do questionário semi-estruturado Fonte: Pesquisa Direta, maio de 2010. Org.: COSTA, M. J P

Ao analisar o Gráfico 01, podemos constatar que na questão (1), 69% não conhecem os

projetos e as rotinas da Instituição. De fato, as atividades extracurriculares são vistas por

eles como obrigação a ser cumprida, o que leva ao desinteresse das disciplinas, em

particular da Geografia.

Quando questionado sobre a participação dos educando no Conselho Escolar, grande

parte julgou ignorar o andamento dessa estrutura. Entretanto, o reconhecimento e a

interação, por parte do corpo escolar, facilitam a melhoria da qualidade de ensino, já

que de acordo com o (Projeto Político Pedagógico 2009-2010), este tem como objetivo

a gestão participativa, para que haja excelência no trabalho escolar.

De acordo com a análise da organização dos recursos utilizados para o desenvolvimento

dos conteúdos abordados pela Geografia, foi registrada por inúmeros estudantes a falta

de livros didáticos, o que responde tanto à questão 03 quanto a 04, uma vez que ambas

estão inter-relacionadas. Todavia, é importante salientar que o livro didático é elemento

estruturador da prática do discente, sendo necessário que o aluno o utilize a fim de

compreender e lidar com uma realidade cada vez mais globalizada, aperfeiçoando

assim, os conhecimentos geográficos. Segundo (CASTELLAR E VILHENA, 2010)

deve-se compreender que o livro didático é uma ferramenta de apoio e a partir dele o

professor amplia os conteúdos, através da busca de novas fontes. Por tudo isso, o livro

será de suma importância e necessidade na vida do aluno, sendo imprescindível como

instrumento, de modo a estimular a reflexão de um pensamento autônomo, buscando

exercitar sua capacidade de questionamento e argumentação.

Quando os discentes foram questionados sobre o conhecimento do calendário de

Atividades da Escola, todos responderam Não. Isto quer dizer que os mesmos não têm

acesso ao calendário, uma vez que este deve ser divulgado previamente para que haja

maior envolvimento entre alunos e professores.

De acordo com os questionamentos focais aos discentes, indagamos o que os mesmos

gostam de ver nas aulas de Geografia. As respostas foram distintas, como se pode

constatar:

Aluna D: “Projetos de reciclagem” Aluno B: “Adoro Geografia Física, principalmente a parte que estuda as placas tectônicas”. Aluna C: “Não gosta da matéria por não achá-la interessante”. Aluno F: Odeio “Geografia”.

Nota-se, através dessas colocações, que houve divergências de opiniões. Contudo, foi

possível perceber que os discentes se interessam por aulas práticas, principalmente

quando ocorreu o projeto de reciclagem citado pela aluna D, sendo a Geografia uma

ciência de múltiplas realidades, fazendo-se necessário que as aulas práticas conduzam

os discentes a compreender a amplitude da Geografia, in locu.

A segunda questão que refere ao que os discentes menos gostam nas aulas de Geografia

foi observado, segundo as colocações, que a maioria não gosta da disciplina. Conforme

os discentes, a professora não se interessa pelas aulas, pois a mesma não tem autoridade,

o que gera muita turbulência em sala de aula. Os mesmos afirmam que a matéria teórica

é passada no quadro por uma aluna e as explicações ocorrem próximas às avaliações.

Em contrapartida, todos gostam muito da explicação, falam que é de fácil compreensão.

No que se refere à terceira questão foi abordado se os discentes consideram importante a

aula de Geografia, solicitando as devidas explicações.

Aluna A5: “Sim, é muito importante, pois agente vai aprender mais e isso vai nos ajudar a entrar no mercado de trabalho”. Aluna A1: “O mais importante é a explicação”. Aluno G: “Colaboração entre professor e aluno”. Aluno C: “Acha importante, pois a Geografia faz parte da vida e assim temos conhecimento sobre outros lugares”.

No geral, houve uma superioridade do fator “explicação de conteúdo”, uma vez que o

mesmo é de suma importância para compreensão da Disciplina, papel bem

desempenhado pela professora, conforme afirmação dos alunos.

A quarta questão propõe como os discentes gostariam que fossem as aulas de Geografia.

Aluna E: “Gostaria que a professora fosse mais amiga”. Aluno F: “Laboratórios para realização de experiências”. Aluna A2: “Gostaria que a professora ficasse mais em sala de aula, tendo mais paciência e que fosse mais dinâmica”. Aluno H: “Realização de aulas práticas“.

Nesse sentido, conclui-se que vivemos em um mundo de constantes transformações e

turbulências, os alunos desprovidos de atenção fazendo-se necessário a inclusão de

afetividade na relação entre professor-aluno, na esfera escolar, pois os mesmos estão em

processo de formação. Contudo, o afeto pode melhorar a aprendizagem e proporcionar

troca de experiências.

A relação entre docentes e discentes, baseada na afetividade, pode fornecer um

equilíbrio sustentável para que a aprendizagem seja de fato transmitida aos alunos.

Foram solicitadas aos alunos, na quinta questão, algumas sugestões para melhorar as

aulas de Geografia. Estas foram assim descritas;

Aluno C: “Relacionamento amigável entre alunos e professores”. Aluna J: “Aulas mais fáceis e diferentes de dinâmicas”. Aluno G: “Ter mais dialogo, fazendo perguntas para os alunos sobre a matéria”. Aluna A1: “Não passar textos”.

Foi notória a amplitude de respostas, onde os discentes expressaram seus anseios por

aulas mais dialogadas, com aplicações de dinâmicas e trabalhos de campo, que

favoreçam a convivência e bom relacionamento entre alunos e professores, “a realização

do jogo na disciplina possibilita a construção de habilidades que auxiliarão na produção

lógica do conhecimento, permitindo associação com outros conteúdos e dinamizando a

aula” (CASTELLAR, VILHENA, 2010. p. 48). Algumas colocações foram abordadas

na questão subseqüente onde se discute o relacionamento entre discentes e docentes.

Houve uma imparcialidade considerável nas respostas, uma vez que alguns discentes

afirmam que a relação é pacífica e amigável, enquanto outros consideram a relação

estritamente profissional, não havendo contato interpessoal o que pode ser descrito nas

citações abaixo.

Aluna J: “Somente relação professor e aluno e nada mais”. Aluno M: “A relação é boa e amigável”. Aluno D1: “Ótima e excelente”. Aluno C4: “Só conversa com os alunos dentro da sala, fora já não fala mais nada”.

É fundamental que haja entre professor e aluno uma relação de respeito, cooperação e

diálogo em todos os níveis de modalidades de ensino, pois será através desta relação

que os discentes serão motivados a construir seu próprio nível de conhecimento.

Na sétima questão foi investigado se são ministradas aulas práticas da disciplina. Foram

unânimes nas respostas de que as aulas carecem de atividades práticas, onde até a data

pesquisada houve a realização destas apenas em Projetos que são desenvolvidos pela

instituição; como o Projeto de Reciclagem, Copa do Mundo, Combate à Dengue, entre

outros.

Na oitava questão foi abordado se os mesmos participam de Projetos desenvolvidos pela

escola. Conforme a questão anterior há ocorrência de projetos, contudo os mesmos

afirmaram que há uma participação insuficiente em tais eventos, por não se sentirem

motivados.

Na nona questão foram perguntados aos alunos sobre os principais os principais

recursos auxiliares utilizados pela escola em prol do processo ensino aprendizagem.

Percebemos que o âmbito escolar oferece uma estrutura física insuficiente para atender

a necessidade escolar. De acordo com os discentes os recursos são utilizados da seguinte

maneira:

Quadro 01

Sala de Vídeo Biblioteca Laboratório de

Informática

Este utilizado como

sala de aula

Tem acesso, porém os livros não

podem ser levados para casa.

Utilizada somente

quando falta professor

Fonte: Pesquisa direta, 2010 Org.: GONÇALVES, E. F. O

Foi solicitado, na décima questão que os discentes se posicionassem como são

realizadas as avaliações, sendo constatada a seguinte resposta: Apenas uma avaliação de

dez a doze pontos, dezoito pontos em exercícios, trabalhos e comportamento.

Entretanto, no quesito comportamento, poucos recebem nota devido ao fator

indisciplina. Conforme podemos observar:

Entendemos que a avaliação refere-se, antes de tudo, à forma com que o professor encara o conteúdo de sua área, os fundamentos dela e o processo de aprendizagem. Isso significa que quando tratamos de avaliação no cotidiano escolar, nos envolvemos, também, com a prática docente e com o currículo escolar. (VILHENA, CASTELLAR, 2010, p. 145)

Concluí-se que a avaliação é fator relevante dentro da prática docente, já que consiste na

demonstração de bons resultados diante da solicitação de trabalho em prol de seu

reconhecimento.

PESQUISA DESTINADA À UNIDADE ESCOLAR

Este processo consiste na parte da pesquisa voltada para a unidade escolar com o

objetivo de conhecer e caracterizar a dinâmica de ensino, para assim fazermos um

paralelo entre as colocações dos discentes e argumentações do corpo escolar. Para isso,

foi realizada entrevista semi-estruturada com o intuito de colher dados dos projetos,

rotinas e programas de ensino da Escola.

Na primeira parte do questionário referente aos dados dos projetos e rotinas da Escola,

foi questionado aos entrevistados se a Escola possui um projeto pedagógico, sendo as

respostas dos mesmos positivas. De acordo com relatos descritos anteriormente, a

Escola possui Projeto Político Pedagógico datado de 2009 a 2010, que foi elaborado

com a participação da comunidade escolar com objetivo de melhorar o desempenho dos

alunos da referida instituição.

Ao serem interrogados na segunda questão sobre o conselho escolar, se existe e qual a

freqüência das reuniões, houve divergência nas respostas dos entrevistados, uma vez

que seis responderam que sim e um respondeu que não, houve ainda discordância em

relação à freqüência das reuniões já que quatro entrevistados responderam que estas são

semestrais, dois responderam que são bimestrais e um respondeu que não houve

reuniões.

Sobre a área de conhecimento do Subprojeto foi questionado na questão três se esta é

planejada a partir do Projeto Pedagógico da Escola, seis responderam que sim e apenas

um respondeu que não. Ficou ratificada na questão um, a existência do Projeto Político

Pedagógico e de acordo com a maioria dos entrevistados o planejamento das disciplinas

inclusive a do Subprojeto, tem o próprio como base.

Foi explanado nas questões quatro e cinco se a Escola possui calendário de

planejamento e qual a periodicidade das reuniões. Na questão referente ao calendário de

planejamento, seis dos entrevistados afirmaram que sim e um respondeu que não.

Todavia, todos os entrevistados concordaram ao afirmar que se reúne sempre que

necessário para a formulação do calendário escolar. Em decorrência da periodicidade de

reuniões de planejamento houve divergência na questão abordada, não havendo um

consenso nas respostas. Três responderam que semestrais dois entrevistados bimestrais,

um trimestral e um mensal.

A partir da análise da questão seis, referente às reuniões de coordenação da disciplina

Geografia, ocorreram controvérsias argumentativas, já que quatro docentes afirmaram

que as reuniões são coletivas com docentes de áreas afins, dois responderam que são

coletivas, porém com docentes da mesma área, apenas um respondeu que não há

regularidade nas reuniões, os docentes planejam sozinhos, desse modo, pode-se

enfatizar que existe uma falha na comunicação da unidade administrativa.

Na sétima pergunta foi questionada a ocorrência de formação continuada aos docentes.

Pôde-se evidenciar a insuficiência da continuidade de cursos de capacitação, pós-

graduação e especialização. Neste questionamento um citou que faz pós-graduação pela

Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG e três afirmaram participar do curso de

pós - graduação Mídias na Educação pela Universidade Estadual de Montes Claros -

UNIMONTES.

Em relação aos recursos utilizados para o desenvolvimento das atividades interescolares

foram citados: livros didáticos, filmes, brinquedos, biblioteca e computadores. Em

contrapartida, os discentes argumentaram em sua maioria a não utilização destes

recursos.

Deixaram-se aberto colocações dos docentes e unidade administrativa, as possíveis

reivindicações para melhoria das condições de ensino-aprendizagem, sendo o

envolvimento da família, palestras, projetos de intervenção pedagógica, capacitações

dos professores e diálogo com os alunos, as principais condições para o beneficio do

ensino.

Por fim, foi questionado aos entrevistados sobre as dificuldades sentidas pelos docentes

em relação às dificuldades de ensino aprendizagem dos alunos. Foram constatados

diversos problemas enfrentados pelo corpo docente como; falta do apoio familiar, falta

de compromisso, imaturidade, grande número de alunos na sala de aula, indisciplina,

falta de recursos pedagógicos e desinteresse dos alunos. Diante dos obstáculos descritos

pelos entrevistados, torna-se comprometida a qualidade do ensino.

No segundo momento das entrevistas destinadas a unidade escolar, o primeiro

questionamento foi referente aos dados do programa de ensino, como são realizadas as

seleções do conteúdo a ser ministrado. Um entrevistado respondeu que a organização é

praticada através do livro didático, cinco argumentaram que as seleções são feitas a

partir dos parâmetros curriculares, quatro afirmaram que os contextos selecionados

dependem da competência e habilidade dos alunos. Para findar, um entrevistado

respondeu que as seleções são feitas de acordo com o Conteúdo Básico Comum

(Conteúdo Básico Comum), e dois contestaram que o planejamento é concretizado

pelos professores e supervisores do sistema municipal, coletivamente. A partir das

colocações foi possível evidenciar que existem falhas na comunicação administrativa,

uma vez que não há coerência no planejamento dos conteúdos a serem ministrados em

sala de aula. Fato, que poderá comprometer a aprendizagem dos estudantes e o processo

de ensino dos professores.

Quando questionado como são feitas às avaliações de acompanhamento dos alunos,

todos os entrevistados responderam que estas são processuais, durante todo o período

letivo. No entanto, os discentes se mostraram insatisfeitos com o processo avaliativo;

consideram as avaliações e as notas compactas, ou seja, o procedimento utilizado é

fundamentado em prova, trabalho e participação, sendo que este último nem sempre são

proporcionados a eles.

Ao serem interrogados quanto ao programa de ensino, previsto para o período de Maio a

Junho, apenas três dos entrevistados responderam. Os demais não se prontificaram. As

argumentações foram assim descritas:

D1: “planejamento, integrado com a rede municipal, seguem o planejamento”. D2: “sou supervisora pedagógica, portanto não temos uma disciplina”. D3: “sistema solar, projeto relacionado ao meio ambiente e a copa do mundo”.

Quando perguntado, se existe projetos interdisciplinares na escola com ações previstas

para o ano de 2010 todos responderam que sim. Foram citados: Projeto Promovendo a

Paz, Consciência Negra, Copa do Mundo, Meio Ambiente, Sistema Escolar, Feira

Literária, Cândido Canela, dentre outros solicitados pela Secretaria Municipal de

Educação – SME. É notório na referida questão inúmeros projetos, e alguns deles

estavam ocorrendo no período de realização das entrevistas na instituição. Entretanto,

uma das reivindicações dos discentes é exatamente a falta de projetos ou divulgação

antecipada destes, para a participação dos mesmos.

Quanto ao laboratório de ensino, seis entrevistados afirmaram a existência do

laboratório de informática e recursos áudio visuais, contudo, o referido laboratório se

encontra momentaneamente desativado e vem sendo utilizado como sala de aula.

Quanto à biblioteca, todos afirmaram que existe e está em boas condições de uso, além

de o acervo ser considerável, em contrapartida determinados professores se queixaram

da má organização dos livros, do espaço físico, que segundo eles é pequeno e da

quantidade de livros não atender regularmente a demanda da escola.

CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES

A concretização deste trabalho foi de suma importância para compreendermos, num

primeiro momento, quais são as dificuldades de aprendizagem dos discentes, os

recursos e os procedimentos metodológicos utilizados para com o ensino da Geografia,

bem como, conhecermos a Escola Municipal Professora Maria de Lourdes Pinheiro,

pois, como nosso campo de pesquisa docente, é essencial entender o seu funcionamento,

estrutura física, corpo discente, corpo administrativo e realidade socioeconômica a qual

está inserida.

Esta etapa de pesquisa, auxiliada pelo grupo focal, tornou-se necessária para iniciar os

trabalhos de pesquisa, objetivando fazer intervenções no sentido de desenvolver a

disciplina Geografia na referida escola de uma maneira mais dinâmica, agradável e

integradora, modificando desta forma os aspectos negativos evidenciados na pesquisa já

realizada.

Destarte, o processo de ensino favorecido através de dinâmicas e jogos possibilita a

interação do estudante com os diferentes núcleos sociais e culturais, já que proporciona

o desenvolvimento da aprendizagem, estimulando a curiosidade e o raciocínio lógico.

Assim, a prática docente promovida por este projeto e pelas referidas instituições que o

fomentam mostra-se um desafio para nós, contudo, acreditamos que este será um

período de muito aprendizado e crescimento tanto no campo pessoal, como profissional.

REFERÊNCIAS

GONDIM, S.M.G. Grupos focais com técnica de investigação qualitativa: desafios metodológicos. Revista Paidéia Cadernos de Psicologia e Educação. Ribeirão Preto, v.12, n.24, p.149-162, 2002.

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2009. Dados populacionais do Bairro Independência Montes Claros- MG. Disponível em: www.ibge.gov.br. Acessado em 10 de outubro de 2010. IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2010. Cidades @. Dados populacionais da cidade de Montes Claros-MG. Disponível em www.ibge.gov.br/cidadesat/. Acessado em 26 de Novembro de 2010. MONTES CLAROS, Secretária Municipal de Educação de Montes Claros. Projeto Político Pedagógico da Escola Municipal Maria de Lourdes Pinheiro 2009-2010, Montes Claros (MG), 2011. CASTELLAR, S.V. VILHENA, J. Ensino de Geografia. São Paulo: Cengage Learning, 2010.

PROGRAMAS PARA O DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA, O EXEMPLO DO PIBID (PROGRAMA INSTITUCIO NAL DE

BOLSA DE INICIAÇÃO A DOCÊNCIA) 2

GONÇALVES, Ellen Fabiana Oliveira [email protected]

CARVALHO, Pedro Henrique Maia de [email protected]

SILVA, Marília Pereira da [email protected]

SANTOS, Dulce Pereira dos [email protected]

Resumo: Embora seja perceptível o progresso do ensino público na escola básica brasileira, constata-se ainda a precariedade que o mesmo enfrenta. Atualmente (2012), considera-se o setor educacional uma das esferas mais importantes para o desenvolvimento de um país. Conquanto, a nossa nação tenha avançado neste campo, ainda há muito que ser feito. Entre os vários impasses para o pleno desenvolvimento da educação brasileira, verificam-se diversos problemas relacionados à falta de infraestrutura na unidade escolar, ausência de políticas públicas que oferecem aos docentes melhores condições de trabalho e salários dignos, carência do incentivo familiar e tão logo de profissionais bem preparados. É importante ressaltar que o Brasil vem crescendo constantemente, e no setor da educação muito se tem feito com a introdução de programas que visam uma educação de boa qualidade. O exemplo são os altos investimentos em programas sociais como a Bolsa Família, Poupança Jovem, dentre outros, os quais oferecem mensalmente auxílio monetário para as famílias de baixa renda em troca da presença dos seus filhos nas escolas. Todavia, neste trabalho será evidenciado o programa criado pelo governo federal, o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência - que apresenta dentre os objetivos dinamizar o ensino dos educandos, aumentar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) das escolas em que funcionam e promover a qualificação profissional dos acadêmicos da licenciatura. Portanto, o objetivo do presente artigo é divulgar os trabalhos desenvolvidos pelo PIBID Subprojeto Geografia da Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES nas Escolas Municipais Professora Maria de Lourdes Pinheiro e Jair de Oliveira. A metodologia empregada para realização do presente trabalho consistiu em revisão bibliográfica, diagnósticos das intervenções realizadas pelos acadêmicos bolsistas no ambiente escolar, coleta de dados em sítios eletrônicos e relatos de experiências dos bolsistas acadêmicos e supervisores pertencentes ao Subprojeto de Geografia. Nesta conjuntura, para que uma nação possa se desenvolver economicamente

2 Os resultados apresentados nessa proposta de comunicação coordenada é parte integrante de trabalhos desenvolvidos pelo Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID) Subprojeto de Geografia, vinculado ao Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES, financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), sob coordenação da professora do Departamento de Geociências da UNIMONTES Ms. Dulce Pereira dos Santos.

e socialmente é necessário que possua professores bem preparados e qualificados, algo extremamente necessário para o avanço do sistema educacional brasileiro. Palavras-chave: Programas; Educação; PIBID; Desenvolvimento; Ensino aprendizagem. INTRODUÇÃO No tocante ao setor educacional, embora encontre em situação hipotética, o Brasil

conquistou avanços significativos no que diz respeito à queda nas taxas de

analfabetismo, criação de programas que visam uma educação de melhor qualidade,

formação continuada de professores, inovações tecnológicas, dentre outros.

Todavia, apesar dos altos investimentos e incentivos voltados à área da educação,

verifica-se através dos dados obtidos nas avaliações do Ministério da educação (MEC) a

exemplo dos dados compilados na Prova Brasil, no Sistema Nacional de Avaliação da

Educação Básica (SAEB) e Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), que os

resultados ainda não condizem com os esforços governamentais e os investimentos

feitos na área da educação. A partir das implicações obtidas nessas estimações é que o

Ministério da Educação, juntamente com as Secretarias Municipais e Estaduais de

Educação, podem determinar atuações que possibilitam o avanço e o aperfeiçoamento

da qualidade do ensino no país. Conforme se observa nas palavras descritas por Silva:

Educação é o caminho que leva ao conhecimento. É a possibilidade que se tem de abrir as janelas da realidade e entender a construção cotidiana do viver. Ter educação é ter chance de expandir os horizontes e romper com as grades da ignorância, que aprisiona e limita o olhar. É poder descobrir o mundo e se descobrir nele e com ele. Educar é iluminar o pensamento, incentivar a dúvida, instigar a pergunta, mesmo quando não se tem resposta. Educação esta que não permite a naturalização da realidade, que impulsiona a evolução das idéias, a construção de valores e a esperança no amanhã. (SILVA 2006, p.35)

Conquanto, se profira que vivemos em uma sociedade do conhecimento, onde o setor

educacional encontra-se ao alcance de todos, verifica-se ainda que o acesso a esse

conhecimento culturalmente gerado não é simples, mas deve ser acima de tudo

prioritário. É indispensável que se busque uma educação que possibilite o

desenvolvimento de uma sociedade de forma justa e igualitária.

Neste sentido, o respectivo trabalho busca abordar alguns fatores que tem contribuído

para a melhoria do sistema educacional brasileiro, como o Programa da Universidade

para Todos (PROUNI), o Bolsa Família, o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), o

Poupança Jovem e o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência (PIBID),

este sendo objeto central de estudo do presente trabalho. Programas estes, que

atualmente concedem a doação de bolsas, financiamentos e auxílio financeiros aos

estudantes do ensino médio e superior do país, possibilitando que haja um grande passe

ao desenvolvimento da educação.

Destarte, a finalidade do presente estudo é divulgar os trabalhos desenvolvidos pelo

PIBID Subprojeto Geografia da Universidade Estadual de Montes Claros –

UNIMONTES, nas Escolas Municipais Professora Maria de Lourdes Pinheiro e Jair de

Oliveira, instituições estas parceiras do programa. O caminho metodológico em

primeiro momento consistiu em revisão bibliográfica e logo após em análises das

intervenções concretizadas pelos acadêmicos bolsistas no ambiente escolar, coleta de

dados em sítios eletrônicos e relatos de experiências dos acadêmicos e supervisores

pertencentes ao Subprojeto.

Não obstante, a construção deste trabalho se mostrou necessário levando-se em conta

que os resultados obtidos possibilitarão conhecer programas que vem sendo destaque no

cenário nacional, a exemplo o PIBID, este que tem por objetivo geral incentivar a

formação de professores para a educação básica, contribuindo para a elevação da

qualidade da escola pública. Acredita-se que este período de inserção dos acadêmicos

neste projeto será de muito aprendizado e crescimento, tanto na área profissional como

pessoal para todos aqueles que nele estão inseridos.

BREVE ANÁLISE DE ÍNDICES EDUCACIONAIS BRASILEIROS E SEU

REFLEXO NO DESENVOLVIMENTO SOCIAL

Sabe-se que o acesso à escola é um direito legal inserido na Constituição Brasileira,

educação esta que se obstina a abrir portas na garantia de um futuro melhor, onde todos

possam ter conhecimento dos seus direitos e deveres. É célebre afirmar que as inserções

de políticas públicas correlacionadas aos Governos Municipais, Estaduais e Federais

que visam garantir o acesso do cidadão à educação básica, fizeram com que o índice de

brasileiros frequentes nas escolas crescesse. É perceptível que estes estão se engajando,

embora vagarosamente, na criação de projetos que visem políticas de valorização tanto

para crianças, jovens e adultos no setor educacional.

Nota-se que os programas brasileiros resultam até então positivamente na sociedade, já

que o país vem passando por uma reforma educacional, a exemplo no governo de

Fernando Henrique Cardoso com a criação da Lei de Diretrizes de Bases da Educação

Nacional (LDBEN), além de outros programas que ocasionam na queda do índice de

repetentes, evasão escolar dentre outros, acarretando assim, na diminuição da taxa de

analfabetismo. Em relação ao índice de analfabetismo houve um declínio nos últimos

anos entre pessoas de 15 anos ou mais de idade, o que pode ser visualizado no Gráfico

01.

Gráfico 01: Taxa de Analfabetismo. Fonte: IBGE – Censo Demográfico 1940/2010 Org.: GONÇALVES, E. F.O., 2012. As informações presentes acima nos mostram a evolução a qual o Brasil obteve nos

últimos anos referentes às taxas de analfabetismo no território brasileiro. Embora tenha

dado um grande salto entre os anos de 1940 a 2010, e registrando entre 2000 e 2010

uma queda na taxa de 4 pontos percentuais, ainda não alcançamos o patamar desejável,

verificando que este índice ainda representa um volume alto em números absolutos. Ou

seja, houve certo avanço, embora haja muito que ser feito para a erradicação do

analfabetismo no Brasil.

Desta forma, é perceptível nas últimas décadas do século XX e início do século XXI,

um avanço brasileiro no setor educacional. Contudo, esse progresso serve para apontar

um crescimento no nível social da população brasileira, fator considerado importante

para a melhoria do nível de desenvolvimento da nação.

Abarca-se que o declínio na taxa de analfabetismo soa de forma agradável em todas as

esferas sociais, o que evidencia o desenvolvimento educacional do Brasil. Porém, se

analisarmos o país como uma nação emergente, de economia estável e crescente, e

buscar o enfoque no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), pode-se

constatar de acordo com os dados de 2011 realizados por pesquisas do Programa das

Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que o país se encontra no 84° lugar

dentre os 187 países avaliados.

As análises do IDH são baseadas em três fortes pilares as quais abrangem a

escolaridade, a renda per capita e a expectativa de vida, temas voltados especificamente

para verificar aspectos sociais do país, o que reflete na qualidade de vida da população.

Dados que remetem a necessidade do Brasil em acelerar o desenvolvimento social,

abrangendo a sociedade de forma igualitária e coerente. O ranking dos primeiros lugares

e a posição do Brasil se registra da seguinte forma de acordo com a Tabela I a seguir.

Posição País IDH 2011

DESENVOLVIMENTO HUMANO MUITO ALTO

1° Noruega 0,943

2° Austrália 0,929

3° Holanda 0,910

4° Estados Unidos 0,910

5° Nova Zelândia 0,908

Posição País IDH 2011

DESENVOLVIMENTO HUMANO ALTO

48º Uruguai 0,783

83° Equador 0,720

84° Brasil 0,718

Tabela I: Índice de Desenvolvimento Humano 2011 Fonte: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD. Org.: GONÇALVES, E. O., 2012.

A Tabela I demonstra a disparidade do Brasil quanto ao país de maior IDH do mundo,

a Noruega. Verifica-se também que o Brasil se encontra muito distante dos outros

quatro primeiro colocados. Os dados acima esclarecem também que o Equador, país

Sul americano se encontra a uma posição a frente do Brasil, o que vale ressaltar que esta

nação nem mesmo possui uma economia em ascensão como a brasileira. Na frente do

Brasil estão também o Chile no 44º lugar, e os vizinhos Argentina e Uruguai,

respectivamente nas posições 45º e 48º.

A respeito da situação brasileira quanto a sua educação, correlacionado ao IDH, em uma

reportagem realizada pelo Jornal Nacional importante noticiário do país, no mês de

Novembro de 2011, o mesmo informa que a Noruega possui quase o dobro da taxa de

escolaridade em relação ao Brasil, com média de 12,6 anos. O boletim aborda ainda que

segundo o PNUD, o Brasil melhorou na renda e na educação, constando que o tempo

médio na escola agora (2011) é de 7 anos, quatro a mais, o que conforme o relatório isso

não é suficiente para diminuir a desigualdade social no território brasileiro.

Sendo assim, analisa-se que o Brasil avançou muito em questões sociais, e se tratando

especificamente da educação, o setor está cada vez mais sendo foco de programas para

investimentos e incentivos, tendo em vista a sua importância para o desenvolvimento

social do país.

PROGRAMAS EDUCACIONAIS PARA O DESENVOLVIMENTO DA

EDUCAÇÃO NO BRASIL, O ENFOQUE DO PIBID

Hodiernamente, a educação é vista como um fator essencial para o crescimento de uma

nação, sendo dever da família e do estado proporcionar as crianças e os adolescentes

um ensino de excelente qualidade. Corrobora Pimenta quando diz que, “o processo

educativo vem enfrentando o maior desafio, para que ele se torne cada vez mais ativo e

importante para a vida dos participantes em geral” (2011, p.312) e finaliza proferindo:

O compromisso não é somente do governo, mas especialmente das famílias, dos empresários e, sobretudo dos políticos em todos os níveis de atividade. Senão fizermos da Educação no Brasil a base de desenvolvimento do país, estaremos cometendo um crime da maior gravidade e que comprometerá nossa condição de país sério e representativo. (PIMENTA 2011, p. 312).

Embora, ainda apresente dados negativos correlacionados ao sistema educacional

brasileiro, o Governo Federal juntamente com os Órgãos Estaduais e Municipais vem

colaborando para que a situação a qual o Brasil se encaixa nas estatísticas, possa se

reverter e tomar um novo rumo. Vale advertir que, é através da educação que se

consegue fazer as transformações necessárias para o progresso de um país. Assim, se

questiona: A educação é importante ou prioritária? Conforme se observa na fala de

Bressam deve ser:

Importante e ser prioritária. É este o desafio de educadores, pais, do Estado e de toda a sociedade: aliar a importância de desenvolver os seus cidadãos e ao mesmo tempo fazer com que este desenvolvimento seja espontâneo, natural. Educar é mais do que prover estudo básico e escolas, é poder tornar a sociedade crítica o suficiente para avaliar a sua própria vida e a vida do seu meio. É poder prover ensino de qualidade e fazer com que este seja plenamente usufruído. É conscientizar os seus cidadãos de que o conhecimento é a arma mais forte e poderosa que a sociedade detém. (BRESSAM 2005/2006, p. 48).

Diante deste fato, é que o governo criou diversos programas voltados para a melhoria da

educação brasileira, sendo alguns deles o Programa da Universidade para Todos

(PROUNI), o Bolsa Família, o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES), o Poupança

Jovem, e tão logo o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID).

De acordo com o MEC (2012), o Programa Universidade aberta para todos foi criado

pelo Governo Federal no ano de 2004, tendo por desígnio a concessão de bolsas

integrais e parciais aos estudantes de graduação e sequenciais de formação específica

em instituições privadas de educação superior, desde que, evidenciem renda per capita

familiar menor que três salários mínimos. A seleção dos candidatos para ingressar no

PROUNI é fruto da sua participação no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM),

este que tem por objetivo avaliar os estudantes do ensino médio de escolas públicas e

privadas medindo seu desempenho pessoal. Tão logo, possibilita aos órgãos

competentes a utilização dos dados compilados para a concessão de bolsas aos

estudantes que obtiveram os melhores resultados diante do processo avaliativo do

ENEM.

Desenvolvido pelo Ministério da Educação e operacionalizado pelo Fundo Nacional de

Desenvolvimento da Educação (FNDE), o Fundo de Financiamento ao Estudante do

Ensino Superior (FIES), tem por escopo financiar prioritariamente estudantes de cursos

de graduação que estejam regularmente matriculados em instituições particulares que

façam parte do programa, e que possuam avaliação positiva no Sistema Nacional de

Avaliação da Educação Superior (SINAES), isto é na estimativa, instituições que

alcançaram conceito maior ou igual a três (MEC, 2012).

Outro programa que vem beneficiando uma grande parte da população carente do Brasil

é o Programa Bolsa Família, instituído no então governo do presidente Luís Inácio Lula

da Silva no ano de 2004, tendo por objetivo proporcionar as famílias de baixa renda

auxílio financeiro desde que, mantenham seus filhos regularmente matriculados e

frequentes nas escolas. Conforme salienta o Ministério do Desenvolvimento Social, o

Programa Bolsa Família possui três eixos básicos: a transferência de renda que promove

o alívio imediato da pobreza, as condicionalidades que reforçam o acesso a direitos

sociais básicos na área da educação, saúde e assistência social e por fim, os programas

complementares que objetivam o desenvolvimento das famílias de modo que os

beneficiários consigam superar a situação de vulnerabilidade. Atualmente, o programa

atende uma estimativa de 13 milhões de famílias em todo território nacional (Ministério

do Desenvolvimento Social – MDS, 2012).

Por conseguinte, estruturado pelo Governo de Minas Gerais, o Programa Poupança

Jovem foi criado no ano de 2007 com a finalidade de capacitar os jovens mineiros para

que almejem um futuro promissor, seja ele no campo pessoal e profissional. Os

beneficiários do programa são os alunos do ensino médio, matriculados nas escolas da

rede pública estadual. Adverte a Secretaria do Estado de Desenvolvimento Social, que o

programa é voltado aos jovens de áreas de alto risco social e que ao término dos três

anos escolares do ensino médio, os mesmos recebem uma poupança de R$ 3 mil, desde

que, frequentem regularmente as aulas, tenham bom desempenho escolar, entre outras

atribuições. As ações do programa são executadas pelas prefeituras, com

acompanhamento e coordenação da Secretaria do Estado de Desenvolvimento Social

(SEDESE, 2012).

Submerge neste momento o foco principal do presente estudo, o Programa Institucional

de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID), criado pelo Governo Federal e fomentado

pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), que

oferece bolsas para acadêmicos da licenciatura em prol da valorização do magistério,

além de remuneração para coordenadores e supervisores, estes que tem por função

nortear o desenvolvimento do licenciando.

O escopo geral do PIBID é incentivar a formação de professores para a educação básica,

cooperando para a elevação da qualidade do ensino das escolas públicas. Outro desígnio

do programa é promover conhecimentos metodológicos e didáticos nas práticas

docentes de caráter inovador, que empreguem recursos de tecnologia da informação e

da comunicação (TIC’s), e que se orientem para a superação de problemas identificados

no processo ensino aprendizagem dos educandos envolvidos. A iniciativa ainda tende a

estimular as escolas públicas de educação básica a tornarem-se protagonistas nos

processos formativos dos estudantes das licenciaturas, em proveito de uma sólida

formação docente inicial, dinamizar o ensino dos educandos e contribuir para o aumento

do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), das escolas em que

funcionam.

No que diz respeito à capacitação profissional dos bolsistas pertencentes ao PIBID, a

mesma é realizada através de intervenções em escolas de ensino básico, em que o

acadêmico vivencia a realidade do âmbito escolar, sendo compreendida por problemas

que vão desde a estrutura física da instituição de ensino à indisciplina dos alunos. Como

descreve Diniz (2010, p.6) sobre o projeto de incentivo docente em questão, afere que o

mesmo “proporciona o contato direto dos acadêmicos com a comunidade escolar e a sua

realidade, ao mesmo tempo em que incentiva a escola a ser protagonista no processo de

formação de futuros professores”.

Colocando em prática o que o projeto disponibiliza para a melhor formação acadêmica

do estudante de licenciatura, estes terão a oportunidade de aprender a fazer

planejamentos de aulas, participar de reuniões que concerne à escola, a exemplo do

conselho de classe e colegiado, envolvimento em gincanas, feiras e toda a programação

que envolve o calendário escolar. É importante ressaltar a vivência em sala de aula, a

qual possibilita aplicar o conteúdo apreendido na Universidade de maneira palpável e

inovadora aos estudantes do ensino fundamental e médio. No discurso a seguir de um

participante do programa, é possível perceber o que o PIBID representa para sua

carreira docente.

“Depois que iniciei no PIBID, várias foram às contribuições que o programa me proporcionou, como por exemplo, o contato direto com a escola, futuro campo de trabalho para nós acadêmicos da licenciatura. Permitiu conhecer a realidade, o futuro campo de atuação, contribuindo para uma formação qualificada e carregada de experiências”. (SIC)

Logo, para um supervisor do programa;

“O PIBID é um programa essencial tanto para o professor de sala de aula (Ensino Fundamental) quanto para os acadêmicos da Universidade. Através dele é possível à melhoria das aulas, com inovação e uma troca mútua de experiências para todas as esferas envolvidas no programa. Acrescentou mais conhecimento, didáticas diferenciadas no tocante dos conteúdos aplicados em sala de aula, permitindo que o auxílio dos acadêmicos contribua de forma significativa no desenvolvimento e recuperação dos alunos, facilitando assim, a proximidade e o vínculo com o professor, escola e Universidade.” (SIC).

O PIBID vem contribuindo para a melhoria da educação brasileira e valorização das

licenciaturas, esta que vinha sem grandes interesses pelas escolhas do corpo estudantil

do país, preparando melhor os acadêmicos que atuarão como professores, fazendo com

que estes tomem o gosto pela atuação do magistério, já que a maneira tradicionalista de

ministrar aulas vem sendo substituída pelas estratégias inovadoras, como bem

exemplifica a proposta do método Lúdico, o qual é calcado os fundamentos do projeto,

uma vez que, amplifica a qualidade do ensino aprendizagem.

Por sua vez, o Subprojeto PIBID Geografia da Universidade Estadual de Montes Claros

(UNIMONTES) foi contemplado com 24 bolsas de iniciação a docência, 3 bolsas para

supervisores e 1 para a coordenação geral, totalizando 28 participantes. É incontestável

o desenvolvimento educacional que o programa traz pra o norte de Minas Gerais, sendo

o PIBID Subprojeto Geografia atuante em 2 escolas públicas da cidade de Montes

Claros e 1 em Pirapora.

As instituições selecionadas para o desenvolvimento das atividades previstas na cidade

de Montes Claros foram a Escola Municipal Jair de Oliveira e a Escola Municipal

Professora Maria de Lourdes Pinheiro, ambas enfatizadas no trabalho. Acoplado às

análises feitas como a estrutura e funcionamento dessas escolas, foi verificado o IDEB

das referidas Unidades de Ensino. Acerca deste Índice Silva (2011) esclarece que o

mesmo foi criado pelo Instituto Nacional de Estudos Anísio Teixeira (INEP), o qual

aborda o fluxo escolar e o desempenho dos educandos, no que se referem sobre as

avaliações realizadas pelos discentes do Ensino Fundamental II, objetivando o alcance

de metas para a qualificação do processo ensino aprendizagem.

A tabela abaixo expõe o último censo do IDEB das escolas municipais da cidade de

Montes Claros-MG, que compõem o total de 23 instituições de ensino.

ESCOLAS POSIÇÃO IDEB

CAIC E.M. Dominguinhos Pereira 1º 4.8 E.M. Ruy Lage 2º 4.8

E.M. Caio Lafetá 3º 4.4

E. M. Zizinha Ribeiro 4º 4.3

E. M. Nair Fonseca Brandão 5º 4.2

E. M. Geraldo Pereira de Souza 6º 4.2 E. M. Crisantino Borém 7º 4.1

E. M. Prof.ª Mª de Lourdes Pinheiro 8º 4.0 E. M. Dona Vidinha Pires 9º 3.7

E. M. Mestra Fininha 10º 3.6

E. M. Rotary São Luiz 11º 3.5 E. M. Alfredo Soares da Mota 12º 3.4

E. M. Alexandre Martins Durães 13º 3.4 E. M. Alcides Carvalho 14º 3.3

E. M. Jair de Oliveira 15º 3.3 E. M. João Valle Mauricio 16º 3.3

E. M. Prof.ª. Neide Melo Franco 17º 3.3 E. M. Laudelina Fonseca 18º 3.2

E. M. Jason Caetano 19º 3.1 E. M. Manoel Pereira do Nascimento 20º 3.1

E. M. Artur Fagundes de Oliveira 21º 2.9 E. M. Afonso Salgado 22º 2.8 E. M. Mariana Santos 23º 2.8

Tabela II: IDEB das instituições de ensino público de Montes Claros Fonte: MEC/INEP, 2009.

Org.: CARVALHO, P. H. M. d., 2012.

Foram analisadas na Tabela II as posições do último IDEB (2009) das duas escolas de

Montes Claros relacionadas ao PIBID Subprojeto Geografia, em que a Escola

Municipal Professora Maria de Lourdes Pinheiro obteve a 8ª posição com um índice de

4.0, e a Escola Municipal Jair de Oliveira ficando na posição de 15º lugar com um

índice de 3.3. Apesar da Escola Professora Maria de Lourdes Pinheiro apresentar um

IDEB relativamente maior que o da Escola Jair de Oliveira, esta apresenta problemas

semelhantes no que tange a sua estrutura e funcionalidade, sendo a falta de recursos

como livros didáticos, equipamentos tecnológicos, indisciplina dos alunos, falta de

estrutura familiar, etc.

O que deixa evidente é a carência de ambas as escolas das regiões periféricas de Montes

Claros, enfatizando a sua precisão quanto à necessidade de políticas públicas por parte

dos governantes. O Programa de incentivo a docência vem tentando implantar nestas

escolas uma nova forma de ensino em Geografia que melhore na aprendizagem dos

discentes e aumente o desenvolvimento educacional das escolas.

Sendo assim, o Subprojeto de Geografia desenvolve várias estratégias centrais como o

uso de temas transversais através de atividades empreendidas em grupos, onde

partilham conhecimentos, valores e práticas como instrumento de construção do saber.

ESTRATÉGIAS INOVADORAS PARA A MELHORIA DA QUALIDADE DO

ENSINO APRENDIZAGEM EM GEOGRAFIA

Após a introdução do Subprojeto de Geografia no ano de 2010 nas escolas supracitadas,

muito se tem feito para a melhoria do ensino aprendizagem dos discentes. Estão sendo

realizadas metodologias diferenciadas com o uso de inusitados materiais didáticos que

aguçam o interesse dos alunos.

Os auxílios didáticos confeccionados pelos acadêmicos bolsistas para serem aplicados

nas escolas, são utilizados desde a sala de aula a outros ambientes presentes no âmbito

escolar, como a quadra, sala de vídeo e laboratório de informática, permitindo assim que

exerça a técnica de ensino Lúdico. Silva (2010, p.229) enfatiza que essas práticas

diversificadas:

[...] fortalecem os instrumentos de compreensão da realidade da escola e fora dela, seja a relação emocional, social, afetiva, motora e intelectual, despertando o interesse, à vontade e a motivação dos alunos em irem à escola, tornando-a mais atrativa e prazerosa.

No que tange aos materiais didáticos foram criadas diversas atividades que auxiliam no

processo educacional do aluno, a exemplos do ludo, trilha geográfica, bingo e jogo da

velha geográfico, tiro ao alvo, confecção de mapas com materiais recicláveis, e etc,

todos elaborados dentro do contexto dos parâmetros curriculares de Geografia. Vale

ressaltar que, estes tipos de materiais didáticos quando aplicados auxiliam os discentes

na compreensão da matéria, contribuindo assim para revisões de conteúdos, desenvolver

de aptidões em equipe, além de proporcionar o lazer em sala aula.

Foto 1: Confecção de mapas com materiais Foto 2: Confecção de mapas com materiais recicláveis com os alunos da Escola Municipal recicláveis com os alunos da Escola Municipal Jair de Oliveira. Autor : CARVALHO, P. H. M. Jair de Oliveira. Autor : CARVALHO, P. H. M. d., 2011. d., 2011.

Salienta-se que, a participação ativa do PIBID na realização e execução de projetos vem

trazendo inúmeros resultados positivos. Como profissionais do ensino, devemos buscar

por métodos que sejam mais atraentes e viáveis para que os educandos tenham empenho

e participação quanto aos conteúdos elucidados, ou seja, proporcionar um ambiente

favorável ao saber, permitindo que haja um espaço aberto e que permita trocas de

experiências entre professor e aluno.

Nesse sentido, o PIBID vem atuando consideravelmente na atuação e execução de

projetos propostos pelas escolas, e tão logo pelos acadêmicos participantes. Desde a

introdução do Subprojeto de Geografia nas instituições mencionadas, vários projetos já

foram concretizados, a citar o projeto “Lixo e Qualidade de Vida, trabalho de campo

realizado no Parque Municipal Milton Prates no Dia Mundial Da Água, Esquadrão

Todos Contra a Dengue, Passeata Pela Paz no Trânsito, dentre outros”, estes sugeridos

pelos educandários.

Foto 3: Dia Mundial da Água no Parque Municipal Foto 4: Passeata Pela Paz no Trânsito. Realizada Milton Prates. Participação dos alunos da E. M. Profª pela E. M. Prof.ª Maria de Lourdes Pinheiro. Maria de Lourdes Pinheiro na realização de Autor: SILVA, M. P., 2012. experiência. Autor: SILVA, M. P., 2012.

Não obstante, as participações dos acadêmicos estão permitindo a construção de

inúmeros projetos que abordam o conteúdo geográfico e o envolvimento com a

comunidade escolar, a mencionar os projetos “Construção de Maquetes dos Pontos

Turísticos e Históricos de Montes Claros, Passeio na Organização Vida Verde

(OVIVE), Projetos de Reciclagem e Blog Ambiente Virtual da turma”. As ocasiões

oportunizam o PIBID a trabalhar com os alunos o senso crítico e aguçarem as suas

percepções para com os princípios da pesquisa científica.

Foto 5: Passeio na Organização Vida Verde Foto 6: Ambiente Virtual da Turma da Escola (OVIVE). Momento de Interação dos alunos Municipal Professora Maria de Lourdes Pinheiro. com o meio ambiente. Autor: SILVA, M. P., 2011 Autor: PAIVA, R. d. C. G., 2012

Após a exposição de alguns dos inúmeros projetos que estão sendo concretizados pelo

Subprojeto de Geografia, nota-se uma grande melhora quanto ao interesse dos discentes

pela disciplina de Geografia, haja vista que estes estão tendo a possibilidade de terem

aulas mais dinâmicas, atrativas e diferenciadas, o que não ocorria com frequência antes

da introdução do programa nas instituições de ensino. Esse momento possibilita troca de

experiência entre professores, alunos e acadêmicos, permitindo aquisição de

conhecimentos para todos que nele estão inseridos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A análise realizada acerca do ensino na nação brasileira, de acordo com os dados

elucidados, é que esta caminha para que o país se desenvolva também socialmente, já

que o setor econômico nos últimos anos encontra-se estabilizado. Tornar-se claro que a

maneira mais suscetível de desenvolvimento no contexto social, é o investimento de

maneira sólida no setor educacional.

O presente trabalho constatou que o Brasil vem investindo em programas que

possibilitam uma educação de boa qualidade, como exemplificada amplamente na

pesquisa. Entretanto, estes ainda não são suficientes para que o país avance no que diz

respeito à queda nas taxas de analfabetismo.

Conquanto, seja percebível a evolução do ensino público na escola básica brasileira, é

possível verificar a precariedade que o mesmo enfrenta. O PIBID vem contribuindo de

maneira hábil para a valorização do magistério e melhoria no sistema educacional no

Brasil, porém, se todos não abraçarem essa causa, o ensino público continuará o mesmo.

Hodiernamente, o trabalho desenvolvido pelo PIBID tem sido reconhecido

nacionalmente e internacionalmente com a divulgação dos inúmeros trabalhos

produzidos pelos acadêmicos participantes do projeto, o que permite a socialização de

experiências.

No tocante ao PIBID Subprojeto Geografia, este exemplifica o sucesso do Projeto

Nacional na Região Norte Mineira, onde vem contribuindo de forma significativa e

inovadora no processo de ensino aprendizagem dos discentes, e tão logo atuando de

forma concreta na capacitação dos futuros docentes, sendo este momento

imprescindível para a vida profissional dos acadêmicos participantes.

Enfim, tão logo que se mude a personalidade social que vigora no território nacional,

através da educação, o que levará certo espaço de tempo, teremos uma facilidade muito

maior em resolver enigmas sociais e fazer de nossa nação um ambiente melhor, justo e

igualitário para se viver. Que estes programas não sejam instituídos somente para fins

estatísticos, para diminuir a pobreza financeira ou mesmo para mascarar a calamidade

que se encontra a educação pública no Brasil. O que o povo brasileiro carece não são de

números que apontam geração de renda, mas sim de transformações na personalidade da

sociedade brasileira.

REFERÊNCIAS BRASIL, Ministério da Educação – MEC/INEP. Índice de desenvolvimento da educação básica. Disponível em: <http://ideb.inep.gov.br/resultado/resultado/resultado. seam?cid=1494394>. Acessado em 10 de Abril de 2012 ás 13h31min. BRASIL, Ministério da Educação - Programas do Governo Federal. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/>. Acessado em 04 de Abril de 2012 ás 10h48min. BRASIL, Ministério da Educação - Programas do Governo Federal. Disponível em:<http://sisfies.mec.gov.br/.> Acessado em 04 de Abril de 2012 ás 11h33min. BRASIL, Ministério da Educação - Programas do Governo Federal. Disponível em:<http://www.mds.gov.br/bolsafamilia>. Acessado em 04 de Abril de 2012 ás 12h55min. BRASIL, Ministério da Educação - Programas do Governo Federal. Disponível em: <http://www.social.mg.gov.br>. Acessado em 04 de Abril de 2012 ás 15h17min. BRESSAM, Anderson de Araújo. “Ser importante e ser prioritária. É este o desafio de educadores, pais, do Estado e de toda a sociedade: aliar a importância de desenvolver os seus cidadãos...”. In: Rosamaria Durant, et al (Org.). Educação: Importante ou prioritária. Rio de Janeiro: Folha dirigida, 2005/2006. 408 p. p. 48 - 49 p. DINIZ, Carlos Alberto Malveira; SILVA, Marília Pereira da; FONSECA, Patrícia Santos. Ofício de ser professor ou busca pelo diploma de ensino superior?. In.: ENCONTRO NACIONAL DE PRÁTICAS DE ENSINO DE GEOGRAFIA, XI., 2011, Goiânia. Anais... Goiânia: Abril, 2011. Disponível em CD-ROM.

Globo.com – G1. Brasil avança no índice de desenvolvimento humano calculado pelas Nações Unidas. Disponível em <http://g1.globo.com/jornal-

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Globo.com – G1. IBGE indica que analfabetismo cai menos entre maiores de 15 anos. Disponível em: <http://g1.globo.com/brasil/noticia/2011/11/ibge-indica-que-analfabetismo-cai-menos-entre-maiores-de-15-anos.html>. Acessado em 03 de Abril de 2012 ás 15h04min. PIMENTA, Aluísio. Educação Minha Causa. / Aluísio Pimenta. – Belo Horizonte: O Lutador, 2001. PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO – PNUD. Ranking do Índice de Desenvolvimento Humano – IDH. Disponível em: <http://www.pnud.org.br/pobreza_desigualdade/reportagens/index.php?id01=3880&lay=pde#p1>. Acessado em 03 de Abril de 2012 às 16h24min. SILVA, Rosângela Ramos V. O lúdico no currículo escolar. In SILVA, Márcio Antônio (Org.). Pesquisa em educação: Diversas abordagens. Montes Claros: UNIMONTES, 2010. 313 p. p. 219-242. SILVA, Sandra Aparecida Borges; COSTA, Marielle Jacinta Pereira; SILVA, Marília Pereira da; SOUZA, Edvânia Gisele de. Pesquisa, incentivo à docência e ensino de Geografia na Escola Municipal Professora Maria de Lourdes Pinheiro, em Montes Claros – MG/Brasil. Revista Geográfica de América Central, San José, Número Especial, p.1-15, 2º semestre de 2011.

INTERVENÇÕES DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO A DOCÊNCIA (PIBID): O LÚDICO COMO UM CAMI NHO

METODOLÓGICO PARA O INCENTIVO DISCENTE 3

CARVALHO, Pedro Henrique Maia de [email protected]

FARIAS, Gabriela Souto [email protected]

OLIVEIRA, Josafá Fiuza de [email protected]

SANTOS, Dulce Pereira dos [email protected]

ABREU, Tânia Carla de [email protected]

Resumo: Compreende-se que a dispersão em sala de aula na contemporaneidade (2012) é cada vez maior por parte dos educandos, como se já não bastasse os outros problemas inclusos nas unidades escolares, para tanto, é significativo obter-se uma metodologia mais apurada para desenvolver a sensibilidade de interesse no aluno que apresenta comportamento diferente dos demais colegas. Em observações feitas pelos acadêmicos do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID), na Escola Municipal Jair de Oliveira, local de desenvolvimento dos trabalhos deste projeto federal que visa à qualificação profissional dos licenciandos, foi percebido que os alunos se sentem desinteressados e sem grandes estímulos para desenvolver as atividades propostas, seja pelos fatores do cansaço físico ou mental e ou até mesmo por não acharem o tema envolvente. Referente ao perfil da escola, esta situa-se na região periférica de Montes Claros, no estado de Minas Gerais, e está inserida em uma área de população de baixa renda, onde apresenta altos índices de criminalidade e problemas como drogas, prostituição dentre outros fatores que contribui no desequilíbrio psicológico-educacional do aluno. Desta forma, o PIBID Subprojeto Geografia, tem por uma das suas funções dinamizar o conteúdo de forma lúdica, trabalhando com jogos em sala de aula e oficinas, possibilitando o aluno sanar dúvidas decorrentes dos conteúdos vistos, melhorando assim o ensino aprendizagem, além de outros objetivos como interagir com a escola selecionada vivenciando o cotidiano escolar, participar de reuniões de planejamento e colegiado, interagir com o calendário letivo, conhecer a organização funcional e estrutural da unidade escolar dentre outras atribuições que correlacionam para uma efetiva capacitação do profissional licenciado. Sendo assim, o objetivo do trabalho é apresentar algumas intervenções do Subprojeto PIBID Geografia, com o enfoque lúdico na metodologia de ensino, o que serve de incentivo discente. O método para a realização do trabalho foi a observação direta feita em sala de aula com

3 Os resultados apresentados nessa proposta de comunicação coordenada é parte integrante de trabalhos desenvolvidos pelo Programa Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência (PIBID) Subprojeto de Geografia, vinculado ao Departamento de Geociências da Universidade Estadual de Montes Claros – UNIMONTES, financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), sob coordenação da professora do Departamento de Geociências da UNIMONTES Ms. Dulce Pereira dos Santos.

turmas dos 7º, 8º e 9º anos, discussões feitas para melhor entendimento do assunto em questão com a professora supervisora do Projeto e questionários semi estruturados aplicados que teve como universo da pesquisa 38 alunos dos 8° anos da escola em vigência, que apresentaram uma maior problematização, sendo este o desinteresse pelas aulas ministradas. Com os resultados obtidos da pesquisa realizada, conclui-se que há uma necessidade de novas metodologias e os professores precisam ser ainda mais criativos desenvolvendo uma metodologia e didática que se tornem mais interessantes para o aluno, esclarecendo que esses itens contidos nos planos de aula do docente têm de ser atualizado e inovador para que se obtenha êxito na atuação em sala de aula.

Palavras-chave: PIBID, lúdico, incentivo, metodologia, aprendizagem.

INTRODUÇÃO

A realidade do ensino brasileiro é reconhecida por diversos fatores que impedem a

evolução da qualidade do setor educacional no país, principalmente no que se refere a

esfera pública, os quais envolvem problemas intra escolar, a saber, os problemas

discentes como o desinteresse e indisciplina, ou pelo corpo docente que reivindica

melhores condições de trabalho.

Sendo assim, a metodologia interligada a uma didática bem dinamizada é preponderante

na tentativa de despertar o interesse dos educandos pelos conteúdos estudados. Nesta

premissa, o profissional da educação contemporânea necessita usar de sua criatividade

para trabalhar com os conteúdos das propostas curriculares das redes públicas de ensino.

Todavia, as idéias retornam-se para a forma lúdica de lecionar, viabilizando uma aula

significativa para os alunos.

Para tanto, ao realizar alterações nas aulas cansativas e sem grandes atrações, conta-se

com a metodologia Lúdica. E, em se tratando da Disciplina de Geografia, esta apresenta

uma porção de conteúdos que oportuniza o trabalho com a prática de ensino Lúdico, já

que essa metodologia dá suporte ao profissional da educação, resultando na maior parte

das vezes aulas com melhor ensino aprendizagem, e, por outro lado amenizando o

estresse cotidiano da sala de aula. Por sua vez, o Programa Institucional de Bolsa de

Iniciação à Docência (PIBID) tem como um dos principais objetivos, dinamizar as

aulas, tornando-as mais agradáveis aos sentidos do discente, possibilitando a execução

de aulas significativas, dentre outros objetivos do Projeto descritos neste trabalho.

Desta forma, o objetivo do trabalho é apresentar algumas intervenções do Subprojeto

PIBID Geografia, com o enfoque lúdico na metodologia de ensino, o que serve de

incentivo discente. O método para a realização do trabalho foi a observação direta feita

em sala de aula com turmas dos 7º, 8º e 9º anos, discussões feitas para melhor

entendimento do assunto em questão com a professora supervisora do Projeto e

questionários semi estruturados aplicados que teve como universo da pesquisa 38 alunos

dos 8° anos da Escola Municipal Jair de Oliveira, os quais apresentaram uma maior

problematização, levando-os ao desinteresse pelas aulas ministradas.

O lúdico foi o caminho mais eficaz encontrado pelos acadêmicos bolsistas participantes

do PIBID, Subprojeto Geografia da Universidade Estadual de Montes Claros

(UNIMONTES), para chamar a atenção dos educandos para os conteúdos de Geografia

ministrados na Escola Municipal Jair de Oliveira, local de desenvolvimento dos nossos

trabalhos. A pesquisa foi elaborada a partir de observações realizadas em sala de aula, e

os dados obtidos comprovaram que a metodologia usada pelo docente para ministrar as

aulas, é o maior responsável por despertar o interesse dos discentes.

BREVES REFLEXÕES SOBRE A EDUCAÇÃO BRASILEIRA E A FORMA

LÚDICA DE ENSINO

No Brasil são reconhecidos os problemas que envolvem o setor educacional, a citar

exemplos como a falta de ambientes confortáveis e bem estruturados, a falta de estrutura

e planejamento familiar vivenciados por crianças e adolescentes da Escola Básica e a

desvalorização do profissional da educação, a qual é vista sem grandes apreciações pela

sociedade, dentre outras incontáveis inibições para o repleto progresso da educação

neste país. Na realidade, é o que se passa o presente momento (2012) do ensino

nacional.

Contudo, o governo brasileiro vem investindo em programas voltados para a educação

tentando amenizar o desfalque no ensino brasileiro, mas percebe-se lacunas em diversas

questões, neste contexto Pimenta (2011, p. 312) assevera que:

O compromisso não é somente do governo, mas especialmente das famílias, dos empresários e, sobretudo dos políticos em todos os níveis de atividade. Se não fizermos da Educação no Brasil a base de desenvolvimento do país, estaremos cometendo um crime da maior gravidade e que comprometerá nossa condição de país sério e representativo.

Para tanto, a nação brasileira necessita não só de programas sobrepostos na comunidade,

mas sim, de políticas públicas eficazes, capazes de resultados mais rápidos e eficientes.

Desta forma apreende-se que os projetos educacionais do Estado brasileiro, investe

muitas vezes em infra estrutura escolar, beneficia discentes com bolsas de estudos e

implementa de diversas formas melhorias nas escolas públicas, mas a realidade

envolvente as unidades do ensino básico brasileiro, é que o mesmo começa a requerer

programas com rumos diferentes, necessitando não só de concessões materiais para

equipar as unidades de ensino, mas também, políticas de conscientização e

sensibilização dos educandos para com os estudos.

No entanto, a escola campo de investigação do referente trabalho, é a Escola Municipal

Jair de Oliveira, a qual não se difere da maioria das realidades de ensino das outras

regiões do país. A Escola é localizada no bairro Jardim El Dourado, região periférica de

Montes Claros, Minas Gerais – Brasil, e o quadro em que se insere a realidade

vivenciada pelos alunos e professores da Escola mencionada não são questões

meramente específicas ou um estudo de caso isolado na educação, são problemas já

mencionados no trabalho e reconhecidos por toda a população brasileira, são questões

graves e de difíceis soluções tais como o envolvimento em drogas, marginalização e

falta de apoio dos familiares, dentre outros que comprometem o aprendizado do

educando.

Hodiernamente (2012) pode-se perceber que o ensino aprendizagem depende tanto da

metodologia, quanto da didática aplicada em sala de aula. Entretanto, uma das

principais metodologias como são ministradas as aulas para alunos com problemas

sociais, falta de concentração e interesse, dentre outras atribuições, é traduzir as aulas

tradicionais de apenas uso do quadro e giz para aulas com uma didática mais próximas

dos alunos. Sendo assim, o lúdico exemplifica bem essa opção metodológica, já que

torna as aulas mais divertidas, proporcionando uma maneira de aprender o conteúdo

com cooperação, total participação, empenho e lazer. Sobre o lúdico é esclarecido que:

[...] é possível a estimulação e a socialização dos alunos, pois com o lúdico é possível que se trabalhe em pequenos e grandes grupos. Os alunos serão desafiados e estimulados a pensar, desenvolvendo aspectos emocionais, afetivos e cognitivos. Através disso, eles passarão a ser cooperativos e responsáveis. Aprendem a perseguir seus objetivos, a agir de acordo com

regras, o raciocínio fica mais rápido e aumenta sua criatividade. (SANTOS 2011, p.6).

Neste contexto, foram feitas no início do trabalho do PIBID (2011), na Escola em

vigência, observações nos 7º, 8º e 9º anos do Ensino Fundamental, partindo deste

pressuposto, realizou-se uma pesquisa com os alunos dos 8º anos da escola, escolhidos

por apresentarem um comportamento diferente dos educandos dos outros anos, a citar, a

dispersão em sala de aula, desinteresse e indisciplina. No Gráfico 01 abaixo,

questionou-se aos alunos sobre o que mais os faz se sentir dispersado em sala de aula.

Gráfico 01: O que mais te faz se sentir dispersado em sala de aula? Fonte: Pesquisa direta, Novembro de 2011. Org.: FARIAS, G.S.

As informações passadas do Gráfico 01 expõem que a maneira como a matéria é

passada foi à resposta de 19 alunos de um total de 38 dos 8º anos da Escola Municipal

Jair de Oliveira. Fica bem expresso que sair da forma tradicional de ensinar Geografia é

a maneira mais coerente para chamar a atenção do discente, acarretando assim, em um

melhor ensino aprendizagem.

Contudo, foi questionado aos educandos dos 8º anos, se eles gostam das aulas de

Geografia. Este questionamento foi direcionado para conhecer se a turma tem algum

tipo de rejeição quanto a Disciplina.

Gráfico 02: Você gosta das aulas de Geografia? Fonte: Pesquisa direta, Novembro de 2011. Org.: FARIAS, G.S.

O resultado do questionamento foi de 66% dos discentes gostarem das aulas de

Geografia e 34% não gostarem, o que é um retorno motivador ao docente, tendo em

vista que se a maioria da turma gostar da Disciplina torna-se mais fácil a aprendizagem

pela mesma.

Assim, ressalta-se o foco do presente trabalho, o Subprojeto PIBID Geografia da

UNIMONTES, que por sua vez, possui a responsabilidade de intervir nas escolas com

metodologias inovadoras, incorporando novas técnicas ao ensino, que atraiam a atenção

dos educandos, fazendo com que os alunos despertem interesse pelos conteúdos

ministrados compreendidos nos parâmetros curriculares da Geografia, aumentando

assim, o índice de aprendizado e, consequentemente, de aprovação dos mesmos. Acerca

das novas técnicas e metodologias complementa Fróis (2006, p.17)

O que se pode perceber é que nunca se inquiriu tanto sobre a questão de saber o que é preciso ensinar, e como ensinar. A necessidade de se incorporar ao ensino novas técnicas, novas metodologias, cresce cada vez mais. E é o emprego de recursos como os audiovisuais, eletrônicos, dentre outros, que exercem hoje, papel preponderante na solução das questões que permeiam o ensino e a aprendizagem.

Além disso, o incentivo a docência, contido nas pretensões do Projeto, tem por

finalidade motivar os acadêmicos bolsistas o exercício de ser professor, visa também à

adequada preparação do licenciando, o qual terá capacidade de elaborar e desenvolver

estratégias que atraiam o discente, desmistificando os rótulos que se referem à

Geografia como uma disciplina enfadonha.

Desta forma foi interrogado qual a intervenção do PIBID que os alunos mais gostam.

Gráfico 03: Qual a intervenção do PIBID que você mais gosta? Fonte: Pesquisa direta, Novembro de 2011. Org.: FARIAS, G.S.

A forma mais gratificante vistas pelos estudantes dos 8º anos em aprender Geografia, é

a aula no laboratório de informática da Escola. Estas aulas são ministradas em

ambientes virtuais como Blogs voltados para o ensino da Geografia, a saber, o exemplo

do Blog do Subprojeto PIBID Geografia da Unimontes. As aulas no laboratório são

discutidas temas de conteúdos em andamento na sala de aula, os educandos fazem a

leitura da matéria escolhida publicada no Blog, e posteriormente comentam fazendo um

breve debate sobre o assunto em destaque.

O Programa em discussão não se restringe apenas a ministrar aulas significativas, o

mesmo apresenta objetivos ainda mais específicos. Dentre as várias atuações do

programa para que se perceba a realidade escolar, especifica-se conhecer a estrutura e

funcionamento da Escola contidos no Projeto Político Pedagógico da instituição

vinculada ao PIBID, e, principalmente, participar das atividades do professor

supervisor, a citar, identificar alunos com dificuldade de aprendizagem, elaborar

atividades com o propósito de recuperar a defasagem de conteúdos, corrigir avaliações,

participar de reuniões como conselhos de classe, dentre outras diversas ações do

Projeto.

Em continuidade as análises feitas pelos acadêmicos do PIBID Geografia, descobri-se a

dificuldade do profissional da educação contemporânea da rede pública de trabalhar os

conteúdos de Geografia com os educandos, de forma que eles deixem a idéia de decorar

e comecem a pensar no entendimento da matéria. O Subprojeto de Geografia

preocupou-se em desenvolver principalmente atividades lúdicas, tornando as aulas mais

aprazíveis, interessantes e a aprendizagem mais atrativa. Neste contexto, foi perguntado

ao aluno qual a abordagem da Geografia sente mais dificuldade.

Gráfico 04: Qual a abordagem da Geografia você tem mais dificuldade? Fonte: Pesquisa direta, Novembro de 2011. Org.: FARIAS, G.S.

A resposta foi de 53% dos estudantes dos 8º anos terem maior dificuldade na Geografia

Humana, apesar disso, verificando a partir dos dados expostos no Gráfico 04, pode-se

denotar que a turma ficou bem equiparada quanto à dificuldade entre a Geografia Física

e a Humana. Os discentes ainda explicaram que gostam mais de estudar a Geografia

Física, por ser um tema que envolve a natureza e apresentam muitas figuras envolvendo

paisagens naturais no decorrer dos conteúdos.

Nesta conjuntura, o Programa vem desenvolvendo várias atividades que facilitem a vida

estudantil no que remete ao entendimento de conteúdos, e ao profissional docente no

que diz respeito à execução das aulas. Para tanto, descreve-se algumas atividades

trabalhadas nas oficinas do PIBID e em sala de aula, que podem servir de propostas para

a execução das mesmas em várias ocasiões do ensino de Geografia.

ALGUMAS AÇÕES DO SUBPROJETO PIBID GEOGRAFIA UNIMONTES

As oficinas idealizadas pelo Subprojeto PIBID Geografia da UNIMONTES são

desenvolvidas como uma atividade extraclasse para os escolares dos 7º, 8º e 9º anos,

separadamente, na Escola onde o PIBID executa seus trabalhos, o que não impede

também, de serem desenvolvidos trabalhos no horário de aula, já que os estagiários

dividem-se em grupos para melhor perceber e atender as necessidades dos discentes. Os

temas abordados nas oficinas são de acordo com o desenvolvimento dos conteúdos

estudados em sala de aula.

Uma das atividades práticas desenvolvidas nas oficinas teve incluso o jogo “Tiro ao

alvo geográfico”, exposto na Foto I abaixo. A proposta da atividade é que o educando

ao acertar o alvo, seja ele o Preto, Azul, Laranja, Branco ou Verde, responda as

perguntas propostas, tendo em vista que quanto mais próximo acertarem ao alvo

principal, ou seja, o ponto Verde, mais difíceis são as perguntas e mais pontos farão a

equipe. No fim são contabilizadas quantas respostas foram acertadas, conhecendo a

equipe vencedora.

Foto I: “Tiro ao alvo geográfico” Autor : Carvalho, P.H.M. d., 2012.

Por sua vez, o “Bingo Geográfico” compôs as formas lúdicas de ensino aprendizagem

ministradas nas oficinas. A princípio é entregado à turma cartelas com várias palavras

sobre o conteúdo proposto, como demonstrado na Foto II , faz-se o sorteio das palavras

as quais são marcadas quando obtiverem nas cartelas dos alunos, e assim, vai dando

continuidade até o preenchimento das mesmas, o jogo acaba quando o discente

apresentar a sua cartela completa e conseguir responder as questões referentes às

palavras compostas na cartela, no final o discente é premiado.

Foto II: Cartela do “Bingo Geográfico”. Autor : Carvalho, P.H.M. d., 2012.

Outra oficina que obteve um bom desempenho dos alunos foi a proposta de trabalhar

com a Reciclagem, nesta oficina, os discentes trouxeram materiais de casa, bem como,

garrafas pets, embalagens de leite, caixas de sapato, tesoura (sem ponta), cola e tintas

para confeccionar materiais utilizados no cotidiano. Foram feitos “porta objetos”,

arranjo de flores e sacolinhas surpresa utilizadas em festas infantis, os resultados são

apresentados na Foto III . Desta forma, ficou claro para os discentes o que é reciclar e

qual a sua importância.

Foto III : Objetos feitos de materiais recicláveis. Autor : Carvalho, P.H.M. d., 2012.

Uma das atividades desenvolvidas em horário de aula foi o “Jogo da Velha Geográfico”,

em que se divide a sala em duas equipes, e os próprios grupos são responsáveis por

fazerem as perguntas para o adversário, a equipe que acertar tem o direito de escolher

onde irá marcar no Jogo da Velha até sair a equipe vencedora, o jogo deixa a turma

empolgada, aliviando as tensões de uma revisão para supostas avaliações.

Por último, realizada também em sala de aula, a confecção de mapas e maquetes com

materiais recicláveis como papelão e garrafas descartáveis, é um trabalho relevante para

desenvolver com os escolares, possibilitando a maior compreensão de análises

climáticas, hidrográficas e de relevo que podem ser estudadas, por exemplo, em mapas,

como os exemplificados na Foto IV abaixo.

Foto IV: Mapas feitos de materiais recicláveis. Autor: Carvalho, P.H.M. d., 2012.

Muitas foram às atividades desenvolvidas no PIBID Geografia pelos acadêmicos do

Projeto com os educandos da Escola onde são executadas as intervenções, e o que se

extrai do produto destes trabalhos, como os mencionados acima, é a relevância das

atividades lúdicas, tornando as aulas significativas e aprazíveis aos discentes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui-se que as novas metodologias que tem por pretensões aumentar o interesse dos

alunos, vêm sendo um dos principais enfoques de estudo dos docentes, já que muitos

dos educandos vivenciam uma geração sem respeito com o próximo, e na maioria das

vezes não possuem uma postura de compromisso com os estudos. Sendo assim, o

Planejamento de aulas práticas, todavia lúdicas, com a intenção de propor ao discente a

reflexão, criação e ação é algo imprescindível para a formação do aluno na

contemporaneidade. Para tanto, ficou claro que o lúdico proporciona ao discente uma

melhor compreensão dos conteúdos vistos, contribuindo assim, não só para despertar o

interesse pelos conteúdos, mas, também, para a formação do cidadão que interage no

espaço-sociedade em que vive.

REFERÊNCIAS

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