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Universidade Estadual de Maringá Centro de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção Mapeamento de Processos: Um estudo de caso em uma Indústria de Produção de Fios Singelos Fernanda Braz Volpato TCC-EP-29-2010 Maringá - Paraná Brasil

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Universidade Estadual de Maringá Centro de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção

Mapeamento de Processos: Um estudo de caso em uma

Indústria de Produção de Fios Singelos

Fernanda Braz Volpato

TCC-EP-29-2010

Maringá - Paraná

Brasil

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Universidade Estadual de Maringá

Centro de Tecnologia Departamento de Engenharia de Produção

Mapeamento de Processos: Ume Estudo de Caso em uma Indústria de Produção de Fios Singelos

Fernanda Braz Volpato

TCC-EP-29-2010

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito de avaliação no curso de graduação em Engenharia de Produção na Universidade Estadual de

Maringá – UEM. Orientadora: Prof.ª : MSc. Gislaine Camila Lapasini Leal

Maringá - Paraná

2010

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DEDICATÓRIA

Dedico a Deus por ter me dado força e

sabedoria para realização deste trabalho. E também aos meus pais que me apoiaram e

sempre me incentivaram a persistir.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a Deus por me dar forças, disposição e vontade para realizar este

trabalho. Agradeço aos meus pais e ao meu irmão, por serem o alicerce da minha vida e por

pedirem todos os dias para que a Nossa Senhora me cobrisse com seu manto sagrado.

Agradeço a todos os meus professores por mediar seus conhecimentos, em especial a minha

professora orientadora que muito contribuiu sendo peça essencial para este trabalho. E a todos

os meus amigos por entenderem a minha ausência em muitos eventos em função da realização

desse trabalho.

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RESUMO

Com a globalização e o aumento da competitividade no mundo comercial não vale mais a idéia de gerenciar com foco em departamentos e metas individuais. Para acompanhar o ritmo

da economia mundial deve-se gerenciar com foco nos processos, no fluxo de material e de informações visando os interesses dos clientes. Assim, para que se consiga gerencias com foco nos processos, estes devem ser identificados, desenhados e criticados, a fim de implantar

melhorias e enxugá- los e eliminar atividades que não agregam valor ao cliente, além de criar funcionários mais flexíveis através do conhecimento das atividades por todos. O presente

trabalho realiza mapeamento de processos em uma indústria de produção de fios singelos utilizando a notação EPC (Event-Driven Process Chain) que baseia-se no fluxo das atividades e eventos e suas relações de dependência, foca na descrição dos processos, possui linguagem

de múltiplos objetivos, atende a análise, simulação e otimização de processos. O mapeamento foi realizado através de entrevistas com os funcionários operacionais dos setores envolvidos.

Após o desenho do fluxo do processo foram levantados os problemas do setor, elaborado planos de ação para as correções devidas e divulgação do trabalho nas áreas.

Palavras-chave: Gestão por Processos, Processos, Mapeamento, EPC.

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ABSTRACT

With globalization and increasing competitiveness in the commercial world is not worth more

than the idea of focusing on managing departments and individual goals. To keep pace with the global economy should be handled, with a focus on processes in the material flow and

information for clients' interests. Thus, in order to be able to focus on managerial processes, they must be identified, designed and criticized in order to implement improvements and to wipe them and eliminate activities that do not add value to the customer, and create more

flexible employees through knowledge of activities by all.The present work performs a mapping of processes in industry production of yarn single and using the notation EPC

(Event-Driven Process Chain) which is based on the flow of activities and events and their dependency relationships, focuses on the description of the processes, language has multiple goals, assists the analysis, simulation and optimization processes. Mapping was conducted

through interviews with operational staff from the sectors involved. After drawing the process flow have been raised the industry's problems, developed action plans for correction and

proper disclosure in the work areas.

Keywords: Process Management, Process, Mapping, EPC.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS..........................................................................................................................................viii

LISTA DE QUADROS...................................................................................................................... ....................ix

LISTA DE ABREVIATURAS E S IGLAS............................................................................................................x

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................................. 1

1.1 JUSTIFICATIVA .......................................................................................................................................................... 2 1.2 DEFINIÇÃO E DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA ........................................................................................................ 3 1.3 OBJETIVOS................................................................................................................................................................. 3

1.3.1 Objetivo geral.................................................................................................................................................. 3 1.3.2 Objetivos específicos...................................................................................................................................... 3

1.4 METODOLOGIA ......................................................................................................................................................... 4 1.5 ORGANIZAÇÃO.......................................................................................................................................................... 5

2 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................................................................. 6

2.1 CADEIA DE VALOR ................................................................................................................................................... 6 2.2 GESTÃO POR PROCESSOS ........................................................................................................................................ 8

2.2.1 Processos críticos e processos chaves ...................................................................................................... 14 2.3 MAPEAMENTO DE PROCESSOS ............................................................................................................................. 15 2.4 EPC (EVENT-DRIVEN PROCESS CHAIN)................................................................................................................ 19 2.5 INDICADORES DE PROCESSOS ............................................................................................................................... 22

3 ES TUDO DE CASO .................................................................................................................................................... 24

3.1 A EMPRESA ............................................................................................................................................................. 24 3.1.1 Indústria de fios ............................................................................................................................................ 25

3.2 O PROCESSO ............................................................................................................................................................ 26 3.3 MAPEAMENTO DE PROCESSOS ............................................................................................................................. 33

3.3.1 Visão da Organização ................................................................................................................................. 34 3.3.2 Metodologia do mapeamento ..................................................................................................................... 37 3.3.3 Software utilizado ......................................................................................................................................... 39 3.3.4 Modelagem do processo de produção de fios utilizando a notação EPC .......................................... 40

3.4 AÇÕES DE MELHORIA PÓS MAPEAMENTO ......................................................................................................... 47

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................................................... 51

4.1 CONTRIBUIÇÕES ..................................................................................................................................................... 51 4.2 DIFICULDADES E LIMITAÇÕES.............................................................................................................................. 52 4.3 TRABALHOS FUTUROS ........................................................................................................................................... 52

APÊNDICE A - Mapeamento do Processo de Produção de Fios Singelos ...............................................................58 ANEXO A - Cadeia de Valor................................................................................................................................60 ANEXO B - Instrução Operacional para Abertura de Misturas............................................................................62 ANEXO C - Instrução Operacional para Sala de Abertura...................................................................................64 ANEXO D - Instrução Operacional das Cardas ....................................................................................................66 ANEXO E - Instrução Operacional das Passadeiras .............................................................................................69 ANEXO F - Instrução Operacional para Transporte de Latas ..............................................................................71 ANEXO G - Instrução Operacional das Maçaroqueiras .......................................................................................73 ANEXO H - Instrução Operacional dos Filatórios ...............................................................................................76 ANEXO I - Instrução Operacional para o Transporte de Fios ..............................................................................79 ANEXO J - Instrução Operacional das Conicaleiras ............................................................................................81 ANEXO K - Instrução Operacional dos Open End...............................................................................................85 ANEXO L - Instrução Operacional do Autocoro .................................................................................................87 ANEXO M - Instrução Operacional para Vaporização de Fios ............................................................................91 ANEXO N - Planilha dos Pontos de Alerta ..........................................................................................................94 ANEXO O - Plano de Ação 01 .............................................................................................................................97 ANEXO P - Plano de Ação 02 ............................................................................................................................100 ANEXO Q - Modelo de Sugestão de M elhoria...................................................................................................103

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1: CADEIA DE VALOR GENÉRICA............................................................................................................................... 6 FIGURA 2: FLUXOGRAMA DO PROCESSO PRODUTIVO ........................................................................................................ 27 FIGURA 3: ABRIDOR ................................................................................................................................................................ 28 FIGURA 4: CARDA .................................................................................................................................................................... 28 FIGURA 5: LATAS DE CARDAS ............................................................................................................................................... 29 FIGURA 6: PASSADEIRA........................................................................................................................................................... 29 FIGURA 7: OPEN END............................................................................................................................................................... 30 FIGURA 8: MAÇAROQUEIRAS ................................................................................................................................................. 30 FIGURA 9: FILATÓRIOS............................................................................................................................................................ 31 FIGURA 10: ESPULAS ............................................................................................................................................................... 31 FIGURA 11: CONICALEIRA ...................................................................................................................................................... 32 FIGURA 12: AUTO CLAVE ....................................................................................................................................................... 32 FIGURA 13: SALA DE LUZ NEGRA ......................................................................................................................................... 33 FIGURA 14: EMBALAGEM ....................................................................................................................................................... 33 FIGURA 15: ORGANOGRAMA GERAL DA EMPRESA - CORPORATIVO ............................................................................... 34 FIGURA 16: ORGANOGRAMA DA INDÚSTRIA DE FIOS......................................................................................................... 35 FIGURA 17: MAPA HOLÍSTICO DOS PROCESSOS - VISÃO POR GESTÃO POR PROCESSOS............................................... 35 FIGURA 18: NOVA ESTRUTURA DA INDÚSTRIA DE FIOS - VISÃO PELA GESTÃO POR PROCESSOS ............................... 36 FIGURA 19: ESQUEMA DE ARRIADA DAS MAÇAROQUEIRAS .............................................................................................. 45

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 1: OBJETOS SÍMBOLOS DE EPC ............................................................................................................................. 20

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ARPO Arpo Process Modeler

BDP Business Process Diagram

BPMN Business Process Modeling Notation

DPN Diagrama de Processo de Negócio

EPC Event-Driven Process Chain

IDEF Integrated DEFinition

ISO International Organization for Standardization

MS Microsoft

OMG Object Management Group

OHSAS Occupational Health & Safety Advisory Services

PDCA Plan, Do, Check, Action

P&D Pesquisa e Desenvolvimento

TI Tecnologia da Informação

UML Unified Modeling Language

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1 INTRODUÇÃO

Nos últimos anos, com a constante mudança na economia mundial, a idéia de Gestão vem

passando por mudanças significativas. As empresas estão cada vez mais competitivas e

globalizadas. A competitividade há poucos anos, era apenas um fator de diferenciação: hoje é

fator de sobrevivência (CARVALHO 1 apud WASTOWSKI, 2001). Portanto, não cabe mais a

idéia de gerenciar com foco nos departamentos e nas eficiências setoriais, mas gerenciar com

foco nos processos, nos fluxos de materiais e de informações, visando os interesses dos

clientes.

Segundo Pessoa (2010), processo é uma sequência de ações (atividades, funções ou tarefas)

que visam à realização de um trabalho que agregue valor a um produto ou serviço. A

atividade que agrega valor é aquela que é executada certa da primeira vez, que modifica o

produto/serviço e aquela em que o cliente tem interesse.

Um processo recebe uma ou mais entradas (input), agrega valor ao produto/serviço e criam

saídas (output) para o cliente de interesse, seja ele interno ou externo (PESSOA, 2002). É de

suma importância que a gerência conheça todos os seus processos, pois não se pode tomar

decisões eficazes sem saber como ocorrem as atividades e quem são seus responsáveis

diretos. Assim, a principal função da Gestão de Processos, é conhecê-los para redesenhá- los,

implementar melhorias e enxugá- los, eliminando atividades que não agregam valor a ele,

além de criar colaboradores multifuncionais e flexíveis.

Salerno2 (apud Paim et al., 2009) afirma que para que seja considerado um processo, deve-se

possuir entradas tangíveis ou intangíveis e saídas que são os resultados desse. Aliado a isso,

um processo possui recursos usados de forma racional, custos, desempenho global, fatores de

desempenho e “desenrolar temporal”, pois um fator inicia o processo e outro fecha (entrega).

1 CARVALHO, L. R. M. Custeando para Competir: custos em ambiente Just-in-Time. In : SEMINÁRIO

INTERNACIONAL: QUALIDADE E PRODUTIVIDADE: AVALIAÇÃO E CUSTEIO. Anais... Porto Alegre,

1993. 2 SALERNO, M. Projeto de organizações integradas e flexíveis: processos, grupos e gestão democrática via

espaços-negociação. São Paulo : Atlas, 1999.

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Para Lee e Dale3 (apud Paim et al., 2009), a gestão de processos é uma abordagem para gerir

sistematicamente, mensurar e melhorar os processos da empresa, através do trabalho de

equipes multifuncionais e da ampliação do poder dos empregados. Consiste em documentar

os processos, entender o fluxo destes, atribuir responsabilidades gerenciais, aperfeiçoarem as

métricas do processo, melhorá-lo para garantir a qualidade do produto e o seu desempenho.

Na gestão por processos, a organização não é vista de maneira funcional, departamentalizada,

mas de forma horizontal, integrando modelos e categorias básicas de processos. Assim, a

gestão por processo é eficiente se comparada com a gestão funcional, pois esta apresenta

características indesejáveis que comprometem o desempenho das empresas. Dentre essas

características ressalta-se: priorizar cada departamento em detrimento dos processos

essenciais; apresentar hierarquias rígidas e pesadas que resultam na execução fragmentada dos

processos (PESSOA, 2002).

Uma ferramenta usada na gestão por processo é o mapeamento, ou seja, o desenho sequencial

e lógico das atividades, detalhando-o através da visão gerencial e principalmente operacional

de cada atividade para estabelecer a situação desejada e padronizá-la de acordo com a missão

da empresa.

Este trabalho analisa os processos da Indústria de Fios da Cocamar Cooperativa

Agroindustrial de Maringá – Paraná, que está implantando a Gestão por Processos, para tal

será realizado o mapeamento dos processos dos processos.

1.1 Justificativa

O presente trabalho está sendo realizado para que o fluxo do processo e de informações

gerados pela indústria em questão sejam compreendidos por todos os envolvidos, para que

então possa ser aplicado o conceito de Gestão por Processo. Além disso, esse trabalho se faz

necessário para auxiliar na distribuição das competências, ou seja, para que se identifique o

responsável por cada processo/atividade e suas habilidades; oferecer subsídios para analisar as

atividades que agregam valor; evitar retrabalho, evitar conferências desnecessárias e com isso

diminuir custos e, por conseguinte enxugar o processo. Focando o resultado na melhoria

contínua dos processes industriais.

3 LEE, R.. DALLE, B. Business process management: a review and evaluation. Business Process Mangement

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1.2 Definição e Delimitação do Problema

Através do Mapeamento de Processos, serão identificados os fluxos do processo, de

informação, os relacionamentos entre as áreas e atividades além de determinar seus

responsáveis.

A finalidade do estudo é implantar melhorias nos processos e eliminar atividades que não

agregam valor ao processo/produto, para tal priorizar-se-á uma área do processo e/ou uma

interface, para que sejam utilizadas as ferramentas que auxiliam na gestão por processos.

Assim, depois de rastreadas as atividades e mapeado o fluxo dos processos, será escolhido um

processo (aquele que apresentará maior problema e potencial de melhoria) para que sejam

sugeridas ações para a melhoria do mesmo.

1.3 Objetivos

1.3.1 Objetivo geral

Mapear o processo produtivo da Indústria de Fios da Cocamar, identificando as atividades, os

processos críticos, o fluxo, as interfaces com as demais áreas e os pontos de alerta, a fim de

introduzir a Gestão por Processos. Propor, determinar e definir ações de melhoria nos

processos críticos.

1.3.2 Objetivos específicos

Como objetivos específicos, têm-se:

Caracterizar e entender o processo produtivo da Indústria de Fios, levantando as

instruções de trabalho e os procedimentos operacionais padrão;

Modelar o processo produtivo de fios;

journal, v. 4, n. 3, p. 214-225, 1998.

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Identificar os processos críticos, levantar os pontos de alerta (pontos que foram

levantados pelos funcionários como passíveis de melhorias) e

Propor ações de melhoria contínua.

1.4 Metodologia

Segundo Silva e Menezes (2005) quanto à natureza da pesquisa, ela é considerada como uma

pesquisa aplicada, ou seja, gera conhecimentos para aplicação prática para a solução de

problemas, envolvendo interesses reais. Quanto à abordagem, a pesquisa é qualitativa, ou seja,

uma relação dinâmica entre o mundo real e o subjetivo que não pode ser traduzido em

números. O estudo é realizado através de análises e interpretações, não se aplicando

ferramentas estatísticas. Os processos e os seus significados são os focos principais.

Do ponto de vista dos objetivos, a pesquisa é descritiva, irá descrever as características dos

processos e as relações entre as suas variáveis, envolve técnicas de coletas de dados e

levantamento de dados.

Quanto aos procedimentos técnicos, o trabalho é uma pesquisa ação, pois o trabalho foi

concebido e realizado em estreita associação com uma ação e com a resolução de um

problema coletivo, assim, há envolvimento participativo e colaborativo.

As etapas cumpridas no trabalho foram:

Revisão bibliográfica dos conceitos relacionados, sendo eles: processos, gestão por

processos, modelagem de processos, indicadores de processo, metodologia EPC Event-

Driven Process Chain e cadeia de valor;

Caracterizar o ambiente de estudo, apresentando a empresa como um todo, a indústria

foco do trabalho e o seu processo;

Definir o processo a ser mapeado; e,

Mapear o processo.

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1.5 Organização

Neste capítulo foram descritos os objetivos deste trabalho o contexto, a motivação e a

metodologia que norteou o desenvolvimento do mesmo.

O restante deste trabalho encontra-se organizado da seguinte forma:

Capítulo 2: apresenta os conceitos relevantes que embasaram o desenvolvimento deste

trabalho, sendo eles: cadeia de valor, gestão por processos, processos críticos e

processos chaves, mapeamento de processos EPC (Event-Driven Process Chain),

indicadores de processos.

Capítulo 3: descreve a empresa no nível corporativo, a unidade industrial de fios, o

processo de produção, a metodologia para o mapeamento, o software utilizado, o

mapeamento e ações tomadas após o mapeamento.

Capítulo 4: discute as contribuições e limitações do trabalho e apresenta os trabalhos

futuros.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

Esse capítulo descreve os conceitos que nortearam o desenvolvimento do trabalho, sendo eles:

Gestão por Processos, Mapeamento de Processos e EPC (Event-Driven Process Chain).

2.1 Cadeia de Valor

A Cadeia de Valor, conceito proposto por Porter (2010), desagrega uma empresa em suas

atividades estrategicamente relevantes, com o objetivo de entender o comportamento dos

custos e das fontes potenciais de diferenciação. Segundo esse autor, uma companhia obtém

vantagem competitiva se desempenha essas atividades uma forma mais barata, ou melhor, que

seus competidores. A cadeia de valor de uma empresa está inserida num conjunto de

atividades definido como sistema de valor, caracterizado pelo inter-relacionamento entre as

cadeias de valores de fornecedores, empresas, canais de distribuição e compradores (ou

clientes). Por exemplo, a qualidade de um insumo produzido por um fornecedor e entregue à

firma pode influenciar na qualidade do produto produzido por esta e assim sucessivamente,

afetando o último elo do sistema, que é o consumidor final. Porter (2010) afirma que uma

empresa é lucrativa, se o valor que ela cria excede os custos envolvidos na produção do

produto/serviço. A cadeia de valor consiste de atividades de valor e margem, conforme ilustra

a Figura 1. As atividades de valor são atividades distintas, tanto físicas como

tecnologicamente, que uma empresa desempenha enquanto a margem é a diferença entre o

valor total e o custo coletivo de desempenhar essas atividades.

Figura 1: Cadeia de Valor genérica

Fonte: Porte (2009)

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Para Valle e Oliveira (2009), a representação das organizações somente em níveis

hierárquicos não é mais conveniente para lidar com a complexidade e dinâmica do ambiente.

A macro visão organizacional é composta por cultura, estratégia, estrutura, processos, redes,

competências, tecnologia e conhecimento. Para demonstrar essa estrutura organizacional é

comumente usado um recurso de representação gráfico organizacional, a Cadeia de Valor.

“A cadeia de valor é uma relação integrada de processos... Que podem levar a

organização a uma posição competitiva superior. Os processos primários se referem

à logística de entrada de insumos, à produção, aos recursos básicos da empresa para

permit ir a produção: pessoas, infra -estrutura, aquisições e tecnologia.” (Valle e

Oliveira, 2009).

Segundo Leal, Pinho e Corrêa (2005) os processos são divididos em subprocessos, que ainda

se dividem em atividades. O conjunto das atividades que compõem um processo transforma-

se no foco de toda análise. O questionamento deve começar com o cliente externo, seguindo a

classificação proposta: agrega valor (clientes consideram importante) e não agrega valor

(clientes não dispostos a pagar pela atividade). A finalidade é eliminar atividades que não

agregam valor ao cliente.

Para Porter4 (apud Valle e Oliveira, 2009) a grande vantagem do uso da cadeia de valor é

conseguir gerir as interfaces entre os processos. Além disso, explicita o valor que é agregado

em cada elo da cadeia e com isso consegue identificar o que não agrega valor ao

produto/serviço. O conceito de valor segundo Ramsay5 (apud Valle e Oliveira, 2009) varia

conforme as disciplinas, em economia, o valor depende do benefício que o cliente obtém ao

consumir; para o marketing é o benefício percebido pelo fornecedor e cliente num bem ou

serviço que possui dado preço e qualidade; em estratégia, valor pode ser a quantidade de

cliente que estão dispostos á comprar determinado produto e em operações o valor está ligado

ao sistema de entrega de produtos e serviços, na melhoria de desempenho, responsabilidade,

qualidade, custo transferência de tecnologia.

A idéia de cadeia de valor mostra que o valor se move em direção ao cliente, ou seja, vai

desde a estratégia da organização voltada para o cliente, do pedido do cliente até o momento

4 PORTER, Michel. Es tratégia Competitiva: técnica para a análise de indústrias e da concorrência. Rio de

Janeiro: Campus, 1991. 5 RAMSAY, John. The Real Meaning of value in Trading Relationship . Intenational Journal of operation &

Production Mangement, v. 25, n. 6, p. 549-565, 2005.

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da entrega do serviço ou produto. Enfim, para Ramsay6 (apud Valle e Oliveira, 2009) o valor

de negócio é visto como característica da inovação industrial e na função gerencial é visto

como manutenção da diferenciação concorrencial.

Em 2010, as empresas competem no mercado com outras que apresentam produtos similares,

é de suma importância trabalhar para que se agregue cada vez mais valor aos seus produtos de

acordo com as necessidades e desejos dos clientes. Daí a importância do gerenciamento da

cadeia de valor, pois as empresas têm clientes que possuem necessidades potencialmente

diferentes e que mudam constantemente com o passar do tempo. Assim, a clássica separação

entre meios e fins perde o sentido quando se vale em análise do valor agregado. Para Motta7

(apud Valle e Oliveira, 2009) os meios e os fins se integram e o processo é o foco para

construir flexibilidade, aumentar a produtividade, reduzir tempo e custo e agregar valor ao

cliente.

Gerenciar a cadeia de valor significa fazer uma leitura reversa, ou seja, ler nas entrelinhas e

desvendar as potencialidades da organização que são dispersas com as atividades diárias.

Assim, o conceito de Gestão por processos e de Cadeia de Valor caminham juntos, pois a

macro visão expressa pela cadeia de valor concebe a organização em grandes processos,

enquanto os processos refletem os fluxos de trabalho diário da empresa, juntos macro visão e

processos representam a ação da empresa para cumprir a missão organizacional.

Em suma, Cadeia de Valor representa o conjunto de atividades desempenhadas por uma

organização desde as relações com os fornecedores e ciclos de produção e de venda até a fase

da distribuição final.

2.2 Gestão por Processos

Após a Segunda Guerra Mundial, surgiu a necessidade de grandes práticas gerenciais, ou seja,

na do Era Pós fordismo o mundo dos negócios se tornou mais complexo e competitivo, não

cabendo mais o modo de gestão funcional de organização hierárquica. A gestão tradicional

baseada em funções, com a crença de que se cada departamento ou área cumprir seus

objetivos a organização também terá cumprido o seu, dá lugar a idéia à gestão baseada da

6 RAMSAY, John. The Real Meaning of value in Trading Relationship. Intenational Journal of operation &

Production Mangement, v. 25, n. 6, p. 549-565, 2005. 7 MOTTA, Paulo Roberto. Transformação Organizacional: teoria e prática de inovar . Rio de Janeiro :

Qualitymark, 1997.

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visão sistêmica e holística, que enxerga a organização de forma horizontal voltada para o

fluxo dos processos. Deve-se então pensar nos objetivos gerais da organização, com foco nas

necessidades dos clientes, voltadas para os processos, seus fornecedores, clientes, entradas e

saídas. A aplicação da visão sistêmica do processo vê as organizações da perspectivas de

relações, isto nos permite entender as novas transformações no ambiente de bens e serviços

(PAIM et al., 2009).

Segundo Carvalho e Paladini (2005) num mundo de negócios competitivo e globalizado, não

cabe mais a idéia de Gestão Funcional, baseada na competição entre departamentos e pessoas

onde foca-se a eficiência setorial em detrimento à eficiência global da companhia. Gestão

esta, que mostra apenas as relações verticais, sem apresentar os fornecedores, clientes, fluxo

de trabalho, produtos e responsáveis. Dificultando assim, o trabalho do gestor, que não

compreende totalmente os processos e seus responsáveis.

Apesar de não caber mais a visão de estrutura vertical, funcional e departamentalizada, as

empresas não extinguiram completamente a idéia de funções, a gestão das empresas, na

verdade, é bidimensional (vertical e horizontal), ou seja, matricial. Entendido o conceito de

processo é possível que se consiga entender o que é gerenciar com o foco no processo e qual a

sua funcionalidade e importância dentro de uma organização. Para Pessoa (2002), Gestão por

Processos é um conjunto de ações paralelas baseadas em fatos e dados, traduzidos por

indicadores, que permitem manter constantes as rotinas e implementar melhorias. Depois de

executadas essas melhorias, é através desses indicadores que se consegue mensurar o impacto

destas no processo.

Gestão por Processos é uma metodologia de cima para baixo projetada para organizar,

gerenciar e medir a organização com base nos processos centrais da organização. É uma

abordagem sistêmica para analisar, redesenhar, melhorar e gerenciar um projeto ou programa

específico para um processo. Usa-se de softwares para gerenciar e mensurar a execução de

workflows (fluxo de processo ou combinação de tarefas), a fim de diminuir custos e aumentar

a produtividade (WOLF8 et al. apud PAIM et al., 2009).

Carvalho e Paladini (2005) ressaltam que gerenciar por processo significa visualizar as

atividades através de processos chaves, ou seja, devem-se identificar os processos críticos do

8 WOLF, C.; The state of business process management: 2006. BPTrends, 2006. Disponível em:

www.bptrends.com. Acesso em 20 jun. 2006.

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10

sistema e focar as ações de melhoria nesses processos, onde estão os interesses dos clientes. O

trabalho do gestor está em evitar que existam falhas nesses processos críticos para que elas

não ultrapassem as fronteiras da organização e cheguem ao cliente final (NAGEL &

ROSEMANN9 apud PAIM et al., 2009). Pereira e Scandelari (2009) ressaltam que os

processos devem ser tratados como sistemas internos à organização e também externos com

interação entre sistemas de outras empresas em parceria com a organização.

A Gestão por Processos em detrimento à Gestão funcional cria interrelacionamentos entre os

processos, orienta as atividades para o cliente, cria times auto gerenciados, investe em

aprendizado e treina funcionários multifuncionais. Os cargos são agrupados em torno de um

fluxo de atividade, unindo os colaboradores pelas habilidades demandadas pelas atividades,

dando prioridade às necessidades de controlar e minimizar riscos (PESSOA, 2002).

Segundo Pereira (2009), as organizações com estrutura departamentalizada (vertical) possuem

um foco na sua área de atuação e não interage com as outras áreas da organização, isto torna a

empresa lenta, com tendência à elevação de custos, pois cada departamento não foca no

objetivo comum da organização, mas sim, em suas metas individuais. Já na Gestão por

Processos, as organizações visualizam as necessidades do cliente, e os processos são

direcionados para atendê- lo adequadamente, mantendo-o satisfeito.

Zairi e Sinclair10 (apud Paim et al., 2009) realizaram uma das mais completas pesquisas

empíricas sobre gestão por processos. Para eles, independente da forma como cada empresa

enxerga esse tipo de gestão, todas entram em consenso ao relacionar processo com qualidade

total e melhoria contínua. Atrelado a isso, os autores contribuem com a definição de

ferramentas e técnicas necessárias à gestão por processos, que é referida por eles como

reengenharia, visualização de processos; pesquisa operacional e estudo de métodos;

tecnologia da informação; gestão de mudança; benchmarking; engenharia industrial e foco no

processo; e foco nos consumidores. Segundo Pessoa (2002), a Gestão por Processo aumenta a

flexibilidade e a transparência do processo, foca o controle no processo global, mantém um

equilíbrio entre as melhorias nos fluxos e no processamento e facilita a execução de

9 ROSEMANN, M. Potential pitfalls of process modeling: part A . Business Process Management Journal, v.

12, n. , p. 249-254, 2006. 10

ZAIRI, M.; SINCLAIR, D. Business process re-engineering and process management: A survey of current

practice and future trends in integrated mangement . Business Process Re-engineering & Management Journal,

v. 1, n. 1, p. 8-30, 1995.

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11

benchmarking (que significa a busca das melhores práticas por parte das indústrias a fim de

atingirem um melhor desempenho).

Lopes11 (apud Pereira Junior e Scandelari, 2009) afirma que a gestão por processos é inserida

em uma empresa para servir de base para a melhoria contínua dos processos produtivos,

ampliando os níveis de eficiência e reduzindo as perdas. Ele coloca ainda que qualquer

empresa, seja ela de pequeno ou médio porte, pode se reestruturar por processos, mas para

que isso ocorra, é importante que haja rompimento com idéias antigas e se inicie um

movimento de modernização da empresa, não somente no papel, mas principalmente na

cabeça das pessoas que compõem a organização. Deverá haver mudança nas práticas

administrativas, reestudo da forma de ação e de gerenciamento, proposição da cultura de

mudanças e principalmente estar aberto a novas idéias e quebrar paradigmas.

Para a gestão por processos atingir seus objetivos não é suficiente mapear e descrever os

processos, é necessário criar possibilidades de melhoria, preferencialmente contínua e medir o

desempenho do processo através de indicadores, com o intuito de verificar a evolução gerada

pelas melhorias. Assim, é importante que os processos estejam em sintonia com os objetivos

da empresa.

A importância de se gerenciar por processos, segundo Paim et al. (2009) está no fato de que

algumas empresas não conseguem incorporar atividades que permitam responder às mudanças

internas e externas devido à não terem como mensurar o impacto na forma como seus

processos estão projetados, documentados ou desenhados.

Qualquer organização seja ela pública ou privada tem a necessidade de coordenar os seus

trabalhos. Os mecanismos de coordenação do trabalho estão intrinsecamente relacionados à

forma como os recursos e as atividades são geridas no dia a dia e aos meios pelos quais a

organização irá gerar o aprendizado e promover as melhorias nas operações e na forma de

coordenação do trabalho em si.

Quanto maior a complexidade da coordenação do processo produtivo, maior a necessidade de

se gerenciar processos. Essa capacidade tem sido vista atualmente como uma forma eficaz de

11

LOPES, Marco Aurélio B.; BEZERRA, Marlene J.S. Gestão de processos: fatores que influenciam o sucesso

na sua implantação. XXVIII Encontro Nacional de Engenharia de Produção, Outubro 2008.

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promover integração, dinâmica, flexibilidade e inovação nas organizações, de certa forma

proporcionando paridade e/ou vantagem competitiva (PAIM et al. 2009).

Os benefícios que vêm sendo obtidos com o gerenciamento de processos são (PAIM et al.

2009):

Uniformização de entendimentos das formas de trabalhos através dos modelos de

processos, contribuindo para uma visão homogênea da organização.

Melhoria do fluxo das informações através dos modelos dos processos.

Padronização dos processos através de um referencial de conformidade.

Melhoria na gestão organizacional através do melhor conhecimento dos processos

associados.

Aumento da compreensão teórica e prática sobre os processos.

Redução de tempo e custo dos processos.

Redução do tempo de atravessamento de produtos.

Aumento da satisfação dos clientes.

Aumento da produtividade dos trabalhadores.

Redução de defeitos.

Valle e Oliveira (2009) ressaltam que a idéia-chave é a existência de um todo, de que tudo faz

parte de um contexto maior. Este todo está integrado por propriedades singulares, que não se

encontram nas partes. Assim, os sistemas devem ser vistos por uma perspectiva de

distanciamento. Uma forma de desmembrar as partes, com a intuição de aprofundamento em

cada uma delas, é a visualização do sistema por diferentes níveis, assim a visão depende de

um foco, que exibe o contexto maior que permite ver a contribuição das partes para o sistema

como um todo. Outra opção para a verificação da contribuição das partes para o todo é o fluxo

do processo através de um mapa, onde constam as transformações e a realimentação dos

processos.

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Diante desse cenário surge então à idéia de Gestão por Processos, que significa relacionar os

processos orientando-os para os interesses do cliente, visando à eficiência da companhia e não

a de setores isolados. Para que seja melhor compreendido o conceito de Gestão por Processo,

deve-se entender o que significa processo.

“Processo é uma cooperação de atividades e recursos distintos voltados à realização de

um objet ivo global, orientado para o cliente final, que é comum ao processo e ao

produto/serviço. Um processo é repetido de maneira recorrente dentro da empresa. A

um processo correspondem um desempenho, que formaliza seu objetivo global (n ível de

qualidade, prazo de entrega); uma organização, que materializa e estrutura

transversalmente e interdependência das atividades do processo durante sua duração;

uma co-responsabilidade dos atores nessa organização com relação ao desempenho

global; uma responsabilidade local de cada grupo de atores ao nível de sua própria

atividade.” (ZARIFIAN12

apud PAIM et al. 2009).

Para Hammer e Champy13 (apud Paim et al., 2009), processos são atividades realizadas por

uma empresa e que produzem um resultado para um consumidor. Cada processo é uma

ordenação de atividades que ocorrem em série ou em paralelo para transformar um objeto de

negócio com a meta de concluir uma demandada tarefa. Pessoa (2002) destaca que um

processo deve ser eficiente, adaptável, controlável e ter qualidade assegurada.

Caulliraux14 (2000), afirma que um processo deve descrever um conjunto de atividades que

iniciam e terminam em um cliente externo, deve diferenciar as atividades fim e as atividades

meio e deve ser representado hierarquicamente (níveis de abstração, foco de apresentação,

etc.).

Para Davenport15 (apud Leal, Pinho e Corrêa, 2005) um processo é uma ordenação específica

de atividades de trabalho no tempo e no espaço com um começo, um fim, inputs e outputs

claramente identificados, sendo enfim, uma estrutura para tomada de ações. Os processos

devem seguir uma seqüência lógica a fim de atingir seus resultados com a finalidade de ajudar

12

SARIFIAN, M. Projeto de organizações integradas e flexíveis: processos, grupos e gestão democrática

via es paços de comunicação-negóciação. São Paulo: Atlas, 1999. 13

HAMMER, M.; CHAMPY, J. Reengenharia: revolucionado a empresa em função dos clientes, da

concorrência e das grandes mudanças da gerência. Rio de Janeiro: Campus, 1994. 14

CAULLIRAUX, H. Principais publicações sobre processos. Rio de Janeiro : GPI/ COPPE/UFRJ, 2000.

Fichamento. 15

DAVENPORT, T. Reengenharia de processos: como inovar na empresa através da tecnologia de

informação. Rio de Janeiro : Campus, 1994.

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a atingir os objetivos da organização. Além disso, Netto 16 (apud Paim et al., 2009) acrescenta

que processo é o fluxo de objetos no tempo e no espaço, podendo esses objetos serem

materiais, idéias, informações e etc., ou seja, é o modo como uma organização realiza o seu

trabalho.

Para Cruz (2009) processos, quanto à existência, são a introdução de insumos (entradas) num

ambiente, formado por procedimentos, normas e regras, que, ao processarem os insumos,

transformam-nos em resultados que serão enviados (saídas) aos clientes do processo.

Gadd17 (apud Paim et al., 2009) relaciona a gestão por processos com a forma com que os

processos críticos são definidos, como a organização gerencia de forma sistemática seus

processos, como o desempenho de seus processos é medido (com atenção aos feedbacks

gerados ao longo do processo e como as métricas que são utilizadas para rever o processo e

definir melhorias), como a organização estimula a inovação e a criatividade e como a

organização implementa mudanças nos processos e avalia seus benefícios. Ou seja, a principal

forma de aplicar melhorias em um processo é eliminar atividades que não agregam valor ao

processo/produtos. Para que uma atividade seja considerada como uma atividade que agrega

valor ela deve conter os seguintes itens: ser feito certo da primeira vez, interessar para o

cliente e modificar o produto/serviço.

2.2.1 Processos críticos e processos chaves

Os processos críticos são aqueles que agregam valor ao produto/serviço, ou seja, aqueles

pelos quais devemos dar mais atenção, pois são esses os processos que os clientes enxergam e

pelos quais eles pagam. O que não é considerado processo crítico é um desperdício.

Para Leal, Pinho e Corrêa, 2005 quando se pensa em desperdícios, é comum definir três

diferentes níveis de atividades:

Atividades que agregam valor: chegam aos olhos do consumidor final e este está

disposto a pagar por elas.

16

NETTO, C. Definindo Gestão por pocessos: características, vantagens, des vantagens . In : LAURINDO, F.;

ROTONDARO, R. (Org) Gestão integrada de processos e da tecnologia de informação. São paulo : Atlas, 2006. 17

GADD, K. Business self-assessment: a strategic tool for building process robustness and achieving

integrated management. Business Process Reengineering & Management Journal , v. 1, n. 3, p. 66-85, 1995.

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15

Atividades desnecessárias que não agregam valor: o consumidor não está disposto a

pagar por essas atividades e elas são desnecessárias em qualquer circunstância.

Atividades necessárias que não agregam valor: aos olhos do consumidor final não

agregam valor ao produto, mas são necessárias para outras atividades. São

desperdícios difíceis de serem eliminados a curto prazo.

Deve-se identificar os processos críticos com a finalidade de eliminar desperdícios, que são

atividades que não agregam valor. Shingo18 (apud Leal, Pinho e Corrêa, 2005) classifica os

desperdícios em sete grandes grupos: produção em excesso, transporte, estoque, espera,

movimentação, retrabalho (correção) e processamento.

Para Pessoa (2002), processos chaves são aqueles que representam riscos para a vida humana,

para o meio ambiente, e/ou colocam em risco uma grande quantidade de recursos. Seus

resultados produzem alto impacto para os clientes, as falhas nesses processos comprometem

todo o sistema e são críticos para a consecução da estratégia da organização.

2.3 Mapeamento de Processos

Segundo Cheung e Bal19 (apud Oliveira, Paiva e Almeida, 2007), o principal subsídio para a

gestão por processos é o mapeamento de processo, que consiste em uma técnica para se

colocar o processo de um setor em um diagrama com a finalidade de visualizá- lo e representar

as tarefas necessárias para a entrega de um produto ou serviço na seqüência em que elas

ocorrem. O mapeamento deve ser apresentado em uma linguagem gráfica que permita expor

os detalhes do processo de forma gradual e controlada, com precisão e focar as interfaces do

processo numa linguagem condizente com o vocabulário do projeto. Assim, gerir processos é

útil para qualquer tipo de organização, já que a necessidade de coordenar deriva exatamente

da própria ação de dividir e organizar o trabalho em si.

Segundo Harrington20 (apud Biazzi, Muscat e Biazzi, 2006) mapeamento de processos

descreve graficamente um processo existente ou um novo processo proposto, identificando

18

SHINGO, S. Sistema toyota de produção: do ponto-de-vista de engenharia de produção. Porto Alegre:

Bookmann, 1996. 19

HEUNG, Y.; BAL, J. Process analysis techniques and tools for business improvements. Business Process

Management Journal, v. 4, n. 4, p. 274-290, 1998. 20

HARRINGTON, H.J. Business Process Improvement: The breakthrough Strategy for Total Quality,

Productivity and Competitiveness. New York: McGraw Hill, 1991.

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16

cada evento da sequencia de atividades por meio de símbolos, linhas e pa lavras. Para Barnes21

(apud Gomes, 2009) o mapa de processos é uma técnica que permite registrar um processo de

uma maneira compacta, a fim de tornar possível sua melhor compreensão e posterior

melhoria.

Leal, Pinho e Corrêa (2005) ressaltam que, mapear processos significa identificar,

documentar, analisar e desenvolver um processo de melhoria. É a representação visual dos

processos de trabalho mostrando com inputs, outputs e tarefas estão ligadas entre si,

proporcionando um novo pensamento de como o trabalho é realizado, destacando os pontos

cruciais das áreas onde uma mudança terá um impacto bastante significativo para a melhoria

do processo atual.

O mapeamento de processos é uma ferramenta gerencial analítica e de comunicação que têm a

intenção de ajudar a melhorar os processos existentes ou de implantar uma nova estrutura

voltada para processos O mapeamento permite a redução de custo no desenvolvimento de

produtos e serviço, pois já se tem o sequenciamento das atividades evidenciados, reduz as

falhas de integração entre sistemas, melhora o desempenho da organização, além de permitir o

entendimento dos procedimentos e dos processos por todos (CORREIA, LEAL e ALMEIDA,

2002).

Correia, Leal e Almeida (2002) abordam que em um mapeamento de processos, independente

da técnica utilizada deve conter a definição das fronteiras dos clientes e dos processos, os

atores envolvidos, devem partir de entrevistas com os responsáveis pelas áreas, estudar os

documentos disponíveis e criar modelos com base no passo a passo seguindo da lógica do

ciclo “author-reader”, ou seja, baseada numa série de informações reportadas pelos atores,

aqueles que racionalizam suas atividades, que podem ser tanto os que participam do processo

com os potenciais usuários do modelo.

De acordo com Rother e Shook22 (apud Correia, Leal e Almeida, 2002) o mapeamento é

essencial para:

Ajudar a entender não somente o processo isoladamente, mas o fluxo;

21

BARNES, R.M. (1982) – Es tudo de movimentos e de tempos . São Paulo, Edgard Blücher, 6ª ed. 22 ROTHER, M.; SHOOK, J., Learning to See - Value Stream Mapping to Add Value and Eliminate Muda.

The Lean Enterprise Institute, MA, USA, 1998.

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17

Ajudar a identificar mais do que as perdas, as fontes de perda;

Fornecer uma linguagem comum para tratar os processos;

Tomar decisões do fluxo visível de forma que possam ser discutidos por todos;

Unificar conceitos e técnicas enxutas;

Formar a base de um plano de implementação;

Descrever como a cadeia produtiva deve operar.

Seguindo na linha de que mapear processos é necessário para redesenho e para introdução de

melhorias, Leal, Pinho e Corrêa (2005) sugerem que existem quatro pontos que devem ser

considerados no desenvolvimento de possíveis soluções de melhoria, são eles: eliminar todo o

trabalho desnecessário; combinar operações ou elementos; modificar a seqüência das

operações; e, simplificar as operações essenciais. Segundo Barnes23 (apud Leal, Pinho e

Corrêa, 2005) simplificar uma tarefa é planejar um meio que permita obter o mesmo, ou

melhor, resultado sem gastar nada a mais por isso. Assim, existem três razões possíveis para a

organização alterar um processo: redução de custos, renovação de competitividade; e,

domínio competitivo.

Uma razão para se mapear processos, é o fato de se poder guiar programas de redução de

custos e de tempos de ciclos, de melhoria da qualidade do processo ou outros esforços para

melhorar o desempenho organizacional. O mapeamento é uma técnica usada para detalhar os

processos de negócios focando os elementos importantes que influenciam em seu

comportamento atual. O mapeamento de processo é usualmente executado nos seguintes

passos (LEAL, PINHO E CORRÊA, 2005):

Identificação dos produtos e serviços dos processos, pontos iniciais e finais de cada

processo.

Reunião de dados e preparação.

Transformação dos dados em representação visual para identificar gargalos,

desperdícios, demoras e duplicação de esforços.

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18

Mapear ajuda a identificar as fontes do desperdício, fornecendo uma linguagem comum para

tratar dos processos de manufatura e serviços, tornando as decisões sobre os fluxos visíveis,

de modo em que se possa discuti- las, agregando conceitos e técnicas enxutas, que ajudam a

evitar a implementação e mostrando a relação entre o fluxo de informação e o fluxo de

material.

Existem várias técnicas para mapeamento de processos, como por exemplo, BPMN (Business

Process Modeling Notation), UML (Unified Modeling Language), EPC (Event-Driven

Process Chain), IDEF (Integrated DEFinition) (VALLE e OLIVEIRA, 2009).

Segundo Valle e Oliveira (2009) o BPMN possui um único modelo de diagrama, chamado de

Business Process Diagram (BPD), ou Diagrama de Processo de Negócio (DPN), diagrama

suficiente para o desenho dos mais diversos elementos que formam um modelo. Embora a

técnica seja rica na oferta de elementos de modelagem, o que a torna uma das mais completas

e promissoras atualmente, os elementos mais utilizados na modelagem de processos de

negócio são somente quatro: atividades, eventos, gateways (decisões) e sequência de fluxos

(sequene flows) ou rotas. Com apenas esses quatro elementos é possível construir modelos de

processos bastante expressivos, fazendo com que o BPMN seja efetivamente fácil de aprender

e simples de utilizar.

A técnica UML é uma linguagem de representação gráfica especificada e co ntrolada pelo

OMG (Object Management Group), com o objetivo de visualizar, especificar, construir e

documentar softwares orientados a objetos buscando a qualidade da identificação dos

requisitos funcionais e não funcionais. Uma funcionalidade adicional da UML é a capacidade

de modelar processos de negócio em análise. E requisitos não funcionais são os que dão

suporte aos requisitos funcionais referentes à usabilidade, arquitetura, segurança, etc.

(VALLE e OLIVEIRA, 2009).

De acordo com Valle e Oliveira (2009) a técnica IDEF permite analisar processos por meio da

construção de modelos que refletem sua funcionalidade atual para projetar a situação ideal de

operacionalidade do negócio.

23

BARNES, Ralph M. Estudo de movimentos e de tempos. São Paulo: Edgard Blücher, 6ª ed., 1982.

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19

2.4 EPC (Event-Driven Process Chain)

Para o estudo de caso foi utilizada a técnica EPC (Event-driven Process Chain), essa decisão

foi tomada à nível corporativo na empresa para a padronização dos processos. Ou seja, a

escolha da técnica de modelagem não foi foco de estudo do trabalho, foi opção do escritório

de processos da empresa estudada. Esta decisão foi tomada em virtude do método utilizar uma

linguagem popular de mapeamento de processos, o que o torna de fácil compreensão.

O EPC se baseia no fluxo de atividades e eventos e nas suas relações de dependência

(VALLE e OLIVEIRA, 2009). O foco desse método é essencialmente conceitual na descrição

dos processos, possui uma linguagem com múltiplos objetivos, atende à análise, simulação e

“otimização” de processos.

O Mapeamento do negócio é definido usando um conjunto de objetos, gerando o fluxo de

trabalho, numa Cadeia de Processos Orientada por Eventos.

Segundo Valle e Oliveira (2009), as vantagens do EPC são basicamente: descreve estruturas

complexas de processos e atividades, mapeando com perfeição o fluxo de controle entre as

atividades; apresenta notação gráfica simples, intuitiva e suporte de um bom número de

ferramentas de mercado, em vários níveis de potencialidade e preço; permite a integração de

elementos de diferentes visões; pode ser usada para modelos de grande escala e/ou

complexos; possui capacidade de exportação para vários formatos-padrões; permite grande

nível de abstração pelo encadeamento de eventos e atividades e apesar de não possuir uma

entidade independente para gerir sua padronização, possui grande aceitação e respe itabilidade,

sendo sem dúvida o grande responsável pelo sucesso alcançado pela técnica.

A grande desvantagem é que não é padronizado por entidade independente e ainda que não

seja obrigatória, a necessidade de indicar um evento após cada atividade pode trazer um efeito

negativo em processos de larga escala ou complexos, uma vez que vários eventos são

absolutamente dispensáveis do ponto de vista de entendimento e documentação de um

processo.

A notação gráfica é simples e composta pelos objetos “Processo”, “Atividade”, “Evento”,

“Módulo de TI”, “Texto”, “Documento”, “Interface de Processos” e “Operadores Lógicos”,

os quais são descritos no Quadro 1.

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20

Representam os grandes

processos da empresa, são

as cadeias de valor ou

macroprocessos.

Representa os documentos

gerados pela atividade.

Evento que representa

interface com outro

processo.

Operador lógico "E

exclusivo"

Operador lógico "Ou

exclusivo"

Representa um fator anterior

ou posterior à execução de

uma atividade. As funções

devem relacionar-se

(sequência /dependência)

utilizando-se de eventos.

Processo, subprocesso ou

tarefas, representa uma

unidade de trabalho de

qualquer dimensão. É a

base de um modelo.

Representa o módulo e

aplicação em que a atividade

é excutada no sistema ERP.

Caixa de texto para

eventuais esclarecimentos e

para descrição de entradas

e saídas de processos de

TI.

Operador lógico "E/OU"

Objeto Descrição do Objeto Objeto Descrição do objeto

Quadro 1: Objetos Símbolos de EPC

Costa (2010) afirma que este método é mais fácil e simples para usuários não técnicos e que

funciona como um gráfico ordenado de eventos e funções e que suporta a execução de

processos paralelos.

O EPC (Event-driven Process Chain) é uma linguagem popular para modelagem de processos

de negócios, documentação de modelos de referência industrial e workflows. Descrevem o

fluxo e controle de processos de negócios como uma cadeia de funções, eventos e conectores

lógicos. Um evento expressa ume pré-condição para uma função ou uma pós-condição que

sinaliza a conclusão da função. O eEPC consiste no EPC estendido com dados, recursos,

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21

tempos e probabilidades. Este método é intensivamente utilizado por ferramentas comerciais

(Costa, 2010).

Segundo Costa (2010) com a utilização de operadores lógicos os modelos de eEPC podem ser

expandidos de forma a acomodar a complexidade dos procedimentos.

Para a metodologia EPC, a visão dos processos é através de uma cadeia de blocos

construtores dispostos segundo a ordem temporal e de regras de precedência entre eventos e

atividades subseqüentes, desta característica o próprio nome dado a este diagrama chamado de

EPC (Georges e Batocchio, 2009).

Segundo Georges e Batocchio (2009) a principal característica de um diagrama EPC é que

eventos ocorrem antes e depois de cada atividade, sendo, portanto, o evento quem determina o

funcionamento do diagrama. Este mecanismo simples de evento-atividade-evento é a essência

do seu funcionamento, mas os diagramas EPC não se limitam a estes, ao contrário, contém

outras visões e blocos que ampliam o alcance de sua representação. A visão dos dados é

destinada a modelar as informações que são geradas e consumidas durante as atividades. A

representação formal dos dados é obtida com o uso de diagramas entidade-relacionamento

oriunda do estudo dos bancos de dados. Os dados se relacionam com os diagramas EPC

através das atividades que, quando são realizadas, consomem e geram dados. Tudo isso de

modo rigoroso do ponto de vista formal, como linguagem de computação que necessita de

verificação de consistência aliado com as facilidades de uma linguagem de fácil compreensão

e menos formal como os fluxogramas.

Para Davis24 (apud Sousa 2010) o diagrama EPC é o modelo central para toda a modelagem

de negócio. É um modelo dinâmico que traz consigo os recursos estáticos do negócio

(sistema, organizações, dados, etc.) e os organiza para conceber uma sequência de tarefas ou

atividades („o processo‟) que agrega valor ao negócio. O modelo EPC pode detalhar tanto um

processo previsto a cadeia de valor com uma atividade crítica ou complexa que caracteriza um

subprocesso.

O fluxo de trabalho pode detalhar em um modelo EPC engloba informações como papéis

executores e suas unidades organizacionais, raias que organizam as atividades de acordo cm

24

DAVIS, R., Business Process Modeling with ARIS – A Practical Guide. London: Springer, 2002, 531 p.

Bibliografia: ISBN, 1-85233-434-7.

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22

seus papéis executores, elementos de interface com outros processos, eventos que demarcam

o início e o fim do processo, eventos intermediários que sinalizam circunstâncias importantes

para a continuidade do processo, principalmente nos fluxos de decisão, operadores lógicos

para inserir regras no fluxo e as próprias atividades que serão executadas ao longo do

processo (Sousa, 2010).

O nível de detalhe em um modelo EPC o difere de um simples modelo de workflow,

permitindo uma leitura clara das atividades de negócio. Isto auxilia no estudo de me lhorias e

planejamento de automação das atividades.

2.5 Indicadores de Processos

Segundo Muscat e Fleury25 (apud Biazi, Muscat e Biazi, 2006) para fazer frente à competição,

é necessário criar mecanismos para saber se está realmente sendo competitiva e para ver ificar

se está aperfeiçoando sua forma de atuação. Para tal, deve-se definir, medir e monitorar

indicadores para monitorar o desempenho competitivo. A escolha dos indicadores deve ser

orientada pelas decisões competitivas estratégicas da empresa. Primeiro deve-se identificar os

atributos mais valorizados pelo cliente, depois a organização passa a conhecer seus fatores

críticos de sucesso. E é através desses fatores que a organização deve escolher as variáveis

que deverão ser mensuradas e se possível aperfeiçoadas.

Para Valle e Oliveira (2009), tratando-se de medidas estatísticas, os indicadores de

desempenho podem ser utilizados com boa ou má intenção. Evidentemente, seu uso de

maneira equivocada trará sérios prejuízos para a organização. O processo decisório baseado

em falsos indicadores tem conseqüências desastrosas, o que coloca em risco a estabilidade

organizacional e a sua capacidade de competição.

Se colocarmos como base o ciclo PDCA de Deming (Plan, Do, Check, Action) como

ferramenta gerencial aplicada a melhoria contínua, veremos que o fator mais importante é a

checagem, pois implementar aquilo que foi planejado, a maioria das empresas conseguem,

mas é no “checar” que se encontram as maiores dificuldades e indefinições. Isso acontece

porque a checagem está no uso sistematizado dos indicadores e suas medidas de desempenho,

o que a maioria das organizações ainda não alcançou.

25

MUS CAT, A.R.N. & FLEURY, A.C.C. Indicadores da Qualidade e Produtividade na Indústria Brasileira ,

Revista Indicadores da Qualidade e Produtividade, São Paulo, 1993.

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23

Pior do que isto é que o checar, avaliar e medir ainda são vistos de forma negativa em muitas

organizações constituídas por pessoas que agem de forma reativa ou cognitiva e, logo

correlacionam essas características com a punição.

Para a escolha dos indicadores, deve-se estabelecer metas para cada processo. Segundo Cruz

(2009) uma vez que se têm estabelecidas essas metas, é preciso definir de antemão de que

forma os resultados serão medidos e quando forem medidos se estão ou não dentro dos

parâmetros aceitáveis para a meta estabelecida.

Os indicadores de desempenho podem ser descritivos e/ou numéricos, embora, na prática,

quando os atribuímos a uma atividade qualquer, eles sejam compostos pelos dois tipos (PAIM

et al. 2009).

Os sistemas de avaliação de desempenho, entendidos dentro do contexto da integração entre

medidas, indicadores e sistemas de indicadores, é um conjunto articulado de indicadores de

desempenho que permitem realizar a gestão a partir do seu acompanhamento e tomada de

ações gerenciais. Com um sistema de medição de desempenho, é possível comunicar

estratégia e clarear valores, identificar problemas e oportunidades, entender processos,

melhorar o controle e planejamento, identificar momentos e locais de ações necessárias,

mudar comportamentos, tornar possível a visualização de trabalhos, envolver pessoas, fazer

parte ativa da remuneração funcional a facilitar a delegação de responsabilidades (PAIM et al.

2009).

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3 ESTUDO DE CASO

Este capítulo apresenta a empresa em que foi realizado o estudo de caso. O estudo baseia-se

na Cocamar Cooperativa Agroindustrial, que possui várias indústrias e setores de prestação de

serviços. No entanto, o estudo de caso será focado no mapeamento do processo e interfaces do

processo de produção de fios.

3.1 A Empresa

A empresa está localizada na cidade de Maringá, no Paraná. Entre as principais cooperativas

brasileiras, a Cocamar possui uma estrutura ágil e moderna, é dona de um diversificado

parque industrial, onde processa praticamente tudo o que recebe. Além disso, possui uma rede

de entrepostos de recebimento de produtos agrícolas, comercialização de bens de produção e

prestação de serviços em mais de 30 municípios paranaenses.

A Cocamar tem trabalhado constantemente na capacitação de seus cooperados, com a

finalidade d que eles aumentem sua produtividade, com isso, tem atingido faturamento

recorde nos últimos anos, sem falar do fato de ser considerada umas das cooperativas mais

modernas e bem administradas do Brasil, sempre com responsabilidade social e ambiental.

Com uma Política Integrada de Gestão da Qualidade, a Cocamar busca a satisfação dos

clientes e cooperados através da melhoria continua dos processos a fim de assegurar:

qualidade e segurança alimentar dos produtos, prevenção da poluição e perdas pelo

gerenciamento ambiental e riscos socioeconômicos provenientes das atividades

agroindustriais, atendimento à legislação assumido com a SA 8000, OHSAS 18001:2007,

NBR ISO 9001:2008 e ISO 14001:2004 e aperfeiçoamento do sistema integrado da qualidade

através de atualizações regulares no planejamento estratégico.

A missão da Cooperativa é “Atender o cooperado, buscando a perpetuação da cooperativa de

forma sustentável”. A visão é “Crescer com rentabilidade”. E os valores são rentabilidade,

qualidade, confiabilidade, ética, transparência, equidade, responsabilidade socioambiental e

pessoas.

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O mapeamento de processos é realizado a nível corporativo, em todas as unidades da

cooperativa, porém o foco deste trabalho está na Indústria de Fios, que será descrita na

próxima seção.

3.1.1 Indústria de fios

A Indústria de Fios da Cocamar é uma das mais diversificadas do país, industrializa e

comercializa subprodutos têxteis que vão desde fios puros de algodão à fios sintéticos a base

de viscose, poliéster e outros. Seus clientes principais são malharias dos estados de Santa

Catarina, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Os produtos finais resultantes da

comercialização dos fios produzidos na Cocamar variam desde itens de vestuário (moletons,

malhas, brim), cama, mesa e banho, materiais industriais (lonas e luvas) e cirúrgicos (gases e

ataduras).

A produção da indústria é em torno de 700 toneladas por mês. Os produtos são fios Open-End

cardados (fiação por rotor26) que variam de Ne27 8/1 a Ne 30/1 e fios convencionais cardados

(fiação a anel28) que também variam de título Ne 8/1 à Ne 30/1. Título do fio é a relação da

sua massa em determinada metragem. As fibras utilizadas na indústria são bem diversificadas,

algodão, poliéster, poliéster ecológico (pet), viscose, polímero poliamida, linho e outros.

A tecnologia usada na indústria é de sistema convencional cardado e Open-End cardado,

passadores auto-reguladores (que homogenizam e regularizam o título da fita), emenda

splicer29 e controle de metragem30.

Desde 2009, a fiação, assim como todas as indústrias da cooperativa está ingressando em um

sistema de gestão por processos, por esse motivo foi submetida ao mapeamento dos seus

processos para contribuir com a política da melhoria contínua.

26

É o processo de produção de fios e fib ras descontínuas por qualquer método no qual a ponta da fita ou mecha é

aberta ou separada nas suas fibras individuais ou tufos, sendo seguidamente reconstituída no dispositivo de

fiação a fim de fo rmar o fio (FIAÇÃO... 2010). 27

Ne é a unidade de titulação inglesa que é igual ao número de meadas de 840 jardas para se obter o peso de 1

lib ra. 28

É o processo através de estiragem e torção do pavio formando o fio pronto. 29

Após encontrar um defeito no fio no processo de bobinagem, o fio é cortado e as duas pontas são sopradas

pelo splicer, e no momento do desligamento do ar, o fio fica automaticamente emendado. 30

A conicaleira possui um controle de metragem para que as rocas saiam no tamanho programado.

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3.2 O Processo

O processo de fiação de fios singelos (fios simples, que se apresentam de forma isolada, ou

seja, na forma de um único fio, não são retorcidos) é realizado através de uma sequência de

estiragem e torção da fibra.

Para melhor compreensão do processo, a Figura 2 ilustra o fluxograma do processo.

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27

Início

1. Sala de

Abertura

2. Carda

3. Passadeira

4. Open End 5.

Maçaroqueira

8.

Vaporização

7.

Conicaleira

6. Filatório

Convencional

Necessita

tratamento para

fixar torção?

9.

Umidificação

10. Inspeção e

Embalagem

Fim

Sim

Não

Necessita

recuperar umidade

do fio ?

Sim

NãoNão

Figura 2: Fluxograma do Processo Produtivo

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O Início do processo é na sala de abertura de fardos, onde chega a matéria-prima (fardos de

algodão ou de fibra sintética). Ao chegarem do armazém, os fardos foram separados em

misturas de 20 a 40 fardos para que não aja problema de diferença de coloração, ou seja, o

responsável pelo gerenciamento da matéria-prima classifica os fardos de acordo com as suas

características físicas e químicas e monta a mistura de modo que as diferenças entre os fardos

sejam compensadas.

Na sala de abertura, o operador rasga uma manta de cada fardo da mistura de modo a manter a

uniformidade do algodão para abastecer o abridor. Os abridores (Figura 3) têm a finalidade de

abrir, limpar, misturar e uniformizar as fibras têxteis.

Figura 3: Abridor

Do abridor o algodão misturado e limpo segue para as cardas através de tubulações. As cardas

(Figura 4) têm a função de abrir, limpar, paralelizar e estirar as fibras. No processo de

cardagem, as fibras são transformadas em véu e em seguida em cabo através da estiragem. O

produto final das cardas é o cabo enrolado dentro de uma lata (Figura 5).

Figura 4: Carda

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Figura 5: Latas de Cardas

As latas de cabo resultante das cardas são transportadas até as passadeiras (Figura 6). As

passadeiras são máquinas que têm a finalidade de realizar a dublagem das fitas (uniformizar o

peso/unidade de comprimento), paralelizar as fibras, efetuar a estiragem no produto,

uniformizar as fitas, retirando os ganchos oriundos do processo de cardagem e corrigir o título

da fita. O produto final da passadeira é a fita enrolada dentro de uma lata.

Figura 6: Passadeira

Do setor de passadeiras, a lata de fita pode ter dois destinos diferentes, ser transportada para

maçaroqueira ou para a o Open End.

O Open End (Figura7) realiza a fiação a rotor, onde as fibras são descontínuas por um método

no qual a ponta da fita ou mecha é aberta ou separada nas suas fibras individuais ou tufos,

sendo reconstituída em seguida no dispositivo da fiação a fim de se tornar fio. Essas máquinas

têm a função de estirar a fita proveniente das passadeiras, limpar e aplicar torção às massas de

fibras, transformando-as em um fio contínuo e resistente. O produto final do Open End, é o

fio enrocado em bobinas (tubetes) de papelão.

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30

Figura 7: Open End

As latas de fitas de passadeiras que não seguiram para o Open End serão transportadas para as

maçaroqueiras para que seguir o fluxo da fiação convencional (anel). As maçaroqueiras

(Figura 8) são máquinas que têm a finalidade de estirar a fita (afinar o produto, paralelizando

as fibras) proveniente das passadeiras e aplicar uma pré torção, transforma ndo-a em pavio.

Seu produto de saída é a maçaroca, um canudo envolvido por pavio.

Figura 8: Maçaroqueiras

As maçarocas são transportadas para o filatório (Figura 9). Os filatórios são máquinas que têm

a finalidade de estirar o pavio proveniente das maçaroqueiras, paralelizar e torcer com a

finalidade de dar resistência ao fio. O produto de saída é o fio enrolados em espulas (Figura

10).

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Figura 9: Filatórios

Figura 10: Es pulas

Do setor de filatório, as espulas seguem para a conicaleira, que tem a finalidade de purgar o

fio, ou seja, retirar os defeitos existentes e transferir o fio das espulas para as bobinas (cones

de papelão). A bobinagem na conicaleira (Figura 11) constitui na passagem do fio contido em

uma espula para uma bobina ou cone, que terá formato, capacidade e tamanho mais

adequados para uma operação posterior que se deseja realizar (tecelagem ou malharia). Esta

operação serve também para a realização de uma depuração, ou seja, a eliminação de defeitos

no fio, tais como: pontos finos e fracos, pontos grossos, neps (aglomerado) e nós. A

conicaleira tem a capacidade de transferir fio da espula proveniente dos filatórios anéis (ou

convencionais) para as bobinas ou rocas cilíndricas, possibilitando o melhor desempenho dos

processos seguintes da cadeia têxtil.

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Figura 11: Conicaleira

Tanto as rocas de fios provenientes do Open End como as rocas provenientes de filatórios

convencionais podem ser vaporizadas, umidificadas ou não passar por essas atividades.

A umidificação dos fios é realizada na Sala de Umidificação que tem como finalidade

aumentar o percentual de água existente no fio. Durante o processo de fiação, o fio perde

umidade, e esta é recuperada de acordo com composição do fio produzido, para isso os fios

são submetidos à uma sala com umidade aproximada de 95% durante o período de

aproximadamente 04 (quatro) horas.

A vaporização de fios é realizada na AutoClave (Figura 12), que tem a finalidade de

estabilizar os fios e aliviar as tensões internas dos mesmos. Para aliviar as tensões internas, os

fios após a primeira torção são sujeitos a tratamento térmico. A vaporização utiliza-se,

geralmente, das propriedades termoplásticas dos fios. A temperatura depende da natureza do

fio, ponto de amolecimento, fusão, entre outras características.

Figura 12: Auto Clave

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Depois de vaporizadas ou umidificadas as rocas vão para inspeção e embalagem. A inspeção é

realizada na Sala de Luz Negra (Figura 13) e se faz necessária para verificar se há problemas

nas bobinas, tais como barramento, contaminações ou misturas de materiais. A inspeção

realizada fora da sala de luz negra tem o objetivo de verificar as condições da bobina como,

reservas, laçadas, três pontas, etc. A embalagem é realizada em sacos plásticos individuais e

depois em caixas de papelão com 12 bobinas, tem como finalidade proteger a bobina.

Figura 13: Sala de Luz Negra

O produto final da Indústria de Fios são bobinas de fio acondicionadas em caixas de papelão

com 12 unidades conforme Figura 14 para serem consumidas em indústrias de malharia ou

tecelagem.

Figura 14: Embalagem

3.3 Mapeamento de Processos

Esta seção apresentará a situação antes e após a inserção da Gestão por Processos. Em

seguida, apresentará a metodologia utilizada no mapeamento do processo de produção de fios

apresentado e apresentará os resultados obtidos.

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3.3.1 Visão da Organização

A partir da nova estrutura implantada na empresa, surge a idéia de Gestão por Processos, em

que os responsáveis pelas atividades são designados através dos processos que estão sob sua

subordinação e não mais por departamento. Os organogramas hierárquicos foram substituídos

por estruturas de responsabilidade que se movem na direção do processo com se ntido ao

cliente, isto fica claro quando se observa a Cadeia de Valor no Apêndice A.

Para a compreensão da reestruturação causada pela Gestão por Processos, a Figura 15 e 16

mostram como era a departamentalização e as Figuras 17 e 18 mostram como é a nova

estrutura da empresa sendo gerenciada com foco no processo.

Figura 15: Organograma Geral da Empresa - Corporativo

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Figura 16: Organograma da Indústria de Fios

Figura 17: Mapa Holístico dos Processos - Visão por Gestão por Processos

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Figura 18: Nova Estrutura da Indústria de Fios - Visão pela Gestão por Processos

Nota-se que com a nova estrutura não existe uma idéia departamentalizada como

anteriormente, mas sim, processos que caminham juntos com o objetivo comum que é a

satisfação do cliente. Neste contexto surge ainda uma nova figura: o engenheiro de processos

que trabalha em paralelo aos responsáveis pelos processos e realiza estudos que levam a

melhoria contínua dos processos, como por exemplo:

O próprio mapeamento de processos;

Estudo de definição de layout;

Melhorias de qualidade e produtividade (visando redução de tempo de set up,

desperdícios, perdas e retrabalhos);

Estudos de carga de trabalho;

Dimensionamento de equipamentos e dispositivos;

Análise crítica das perdas de processos;

Análise da saturação de planta de acordo com o mix de produtos, considerando

gargalos e pontos críticos de controle;

Análise crítica de produtos que sofrem constantes ajustes nos processos produtivos;

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Estruturação, acompanhamento e liberação de start up de novos equipamentos em

conjunto com P&D;

Estruturação de treinamento técnico para operação de novos equipamentos e

processos;

Análise e definição de nível tecnológico necessário para a planta produtiva;

Análise crítica das distorções de qualidade dos produtos;

Análise crítica de resultados de controle estatístico.

Definidas as estruturas e as responsabilidades pelos processos, realizou-se o mapeamento a

nível corporativo, de onde surgiu a Cadeia de Valor. Após esse passo, cada unidade de

negócio ficou responsável pelo mapeamento dos seus processos, de onde surgiu o objetivo

desse estudo.

O processo principal da Indústria de Fios é a produção de fios singelos, assim, esse estudo

será voltado para esse processo, seu indicador e as melhorias geradas nessa área. Também

foram mapeados os processos que fazem interface com a produção de fios, da mesma forma,

gerando sugestões de melhoria, não conformidades e tendo seus indicadores controlados pelos

responsáveis dos processos, porém não é o foco desse estudo.

3.3.2 Metodologia do mapeamento

Um mapa é composto por atividades, informações e restrições de interfaces de forma

simultânea. A representação gráfica inicia-se em um sistema por inteiro, que é expandido em

unidades menores conectadas por linhas e setas, aumentando o nível de detalhamento. Esta

decomposição é que garantirá a validade dos mapas finais.

O mapa deve permitir expor detalhes do processo de modo gradual e controlado, apresentar

concisão e precisão na descrição do processo, focar a atenção nas interfaces do mapa do

processo e fornecer uma análise de processos poderosa e consistente.

Para iniciar a representação do processo, deve-se realizar entrevistas semi-estruturadas com os

envolvidos nos processos, de forma com que estes descrevam aberta e claramente sobre as

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atividades desenvolvidas. Com os dados dessa primeira entrevista, ter-se-á suporte para

realização de perguntas mais específicas para cada processo. Osborn31 (apud Leal, Pinho e

Corrêa, 2005) propõe agrupar as informações de modo a facilitar a construção do

mapeamento do processo, desenvolvendo um entendimento compartilhado da situação, além

de controlar a complexidade da descrição do processo e manter a fidelidade às informações

fornecidas pelos atores, fornecendo uma lista concisa que servirá de apoio às fases seguintes.

Para Leal, Pinho e Corrêa, (2005) primeiro deve-se definir o processo, ou seja, organizar,

conversar com os funcionários, fazer o mapeamento dos processos críticos e verificar as

urgências. Deve-se investigar as expectativas e percepções dos clientes do processo sobre as

atividades relacionadas. Nesta primeira fase é fundamental que o mapa seja padronizado para

as etapas seguintes. Deve-se atentar à verificação de multiplicidade de caminhos no fluxo de

trabalho. Se o trabalho não flui exatamente através do mesmo caminho, é importante

documentar os pontos nos quais ele pode se dividir.

A segunda fase é a análise do processo, cuja importância se deve ao fato de permitir um

contínua preocupação com o mercado externo e com todos os níveis da empresa, ou seja, dar-

se atenção aos concorrentes e às necessidades do consumidor. A partir daí, segue-se com o

desenvolvimento se soluções, avaliação de alternativas e aprovação de propostas.

A última fase é a de melhoria do processo. Ela mostra a abordagem atual dos processos e as

propostas de melhoria. Para tal, faz-se a verificação do plano de melhoria, a implantação da

solução ótima e a monitoração dos resultados. Esta fase garante que falhas detectadas sejam

analisadas e solucionadas.

Para a realização das entrevistas foram convidados os funcionários que operacionalizam cada

processo. Foram formuladas perguntas genéricas sobre o processo para a condução e

desenrolar do mapeamento. Em cada reunião, necessita-se de um facilitador e um modelador.

O facilitador conduzirá a reunião e as perguntas, mantendo-se imparcial ao processo, com a

finalidade de inicialmente mapeá- lo da maneira como o operacional enxerga suas atividades,

paralelamente, o modelador desenha o mapa e modela o fluxo do processo de acordo com o

que vai sendo descrito pelos operadores.

31

OSBORN, Charley. Process analysis: process representation and coordination theory. 1996 [on line,

http://www.faculty.babson.edu/osborn/mis7510/readings/DYS1097.doc; capturado em 05/2002].

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Em seguida, os operadores serão questionados sobre os possíveis pontos de alerta do

processo, ou seja, os pontos de possível melhoria, tanto no que se refere aos procedimentos,

como nas condições físicas e estruturais do posto de trabalho, nos métodos, ferramentas,

materiais, ambiente, bem-estar enfim, aquilo que atrapalha o trabalho no geral. Serão

recolhidas proposições de resolução para tais problemas e colocadas em planilhas.

Os mapas e as planilhas de pontos de alerta serão encaminhados ao responsável pelo processo,

para que esse critique o mapa, com o objetivo de que ele esteja de acordo com a real situação

e seqüência com que as atividades e eventos ocorrem. Juntamente com a gerência da

indústria, será analisados os pontos de alerta e serão abertas sugestões de melhorias e não

conformidades potenciais se forem o caso. Definido a viabilidade da solução dos pontos de

alerta, será gerado um plano de ação com as ações que deverão ser tomadas, contando prazo,

responsável, gastos e outros. A partir disso, cada responsável de processo deve reunir-se com

seus funcionários e dar uma devolutiva a respeito dos pontos de alerta, ou seja, explicar a

situação em que se encontra o plano de ação.

Na sequência, devem ser criados elos, conexões das sugestões de melhoria no mapa de

processos e estas serão mensuradas, tanto na questão de ganhos, quanto na questão de gastos.

Com a primeira etapa concluída, deve-se definir um indicador para cada processo, a fim de

posteriormente conseguir observar os ganhos com as melhorias implementadas.

3.3.3 Software utilizado

O software utilizado no estudo de caso é o ARPO Process Modeler da Klug Solutions. Ele é

um software brasileiro que possui facilidade de uso e um conjunto de ferramentas e práticas

que permitem a redução do tempo de trabalho necessário para se obter os processos de

negócio modelados em formato gráfico e organizados em uma base de dados relacional

íntegra. O software foi escolhido a nível corporativo da empresa, sendo assim, essa escolha

não fez parte do estudo do presente trabalho.

O ARPO no sentido de documentar processos de modo padronizado, estruturado e eficaz, tem

a vantagem de forte redução do tempo de entrevistas, documentação e validação dos

processos; possui as metodologias e práticas de mapeamento incorporadas ao software; possui

base de dados relacional integrada (Access, SQL Server ou Oracle); possibilidade de trabalho

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colaborativo de multiusuários simultâneos e/ou individuais; análise automatizada da

semântica dos modelos de processo e aceleradores para a importação de dados do MS-Excel e

diagramas do MS-Visio.

O ARPO possui um conjunto pré-definido de relatórios analíticos sobre os processos e

identificação de gargalos, tempos, custos e recursos envolvidos, para que se possa analisar os

processos, identificar as oportunidades e redesenhar melhorias.

Através da uniformização da terminologia e metodologia de modelagem da empresa; da

geração automática de website com os processos de negócio (HTML com CSS), exportação

automática para os padrões Microsoft (Visio, Powerpoint e Word) e exportação automática

para outros softwares de modelagem, é possível divulgar os processos dentro de toda a

organização (KLUG SOLUTIONS, 2010).

O ARPO é economicamente viável, pois requer apenas um dia de treinamento para a

maturidade no uso ser atingida; não requer hardware sofisticado para o seu funcionamento,

possui licenciamento para acesso simultâneo, o que reduz a quantidade total de licenças e

possui baixo custo total de propriedade, com retorno obtido em poucos meses.

Entendidas as funções e características do software utilizado no mapeamento de processos,

consegue-se entender as atividades e eventos envolvidos.

3.3.4 Modelagem do processo de produção de fios utilizando a notação EPC

Inicialmente foi Mapeada a Cadeia de Valor da cooperativa pelo escritório de processos

(conforme Anexo A). Em seguida cada indústria e unidade ficaram responsáveis pelo

mapeamento da sua área.

O processo de produção de fios como qualquer outro mapeado pela metodologia EPC, deve

começar com um evento, que pode vir de uma interface com outro processo ou não. Esse fato

gerou um impasse na durante o trabalho, pois a matéria-prima vem do armazém de fibras que

fica localizado dentro do parque industrial da empresa, porém fora das instalações da

indústria, e sendo assim, não pode fazer parte do processo de produção de fios. Em reunião

com a gerência e com os responsáveis pelos processos, chegou-se a conclusão de que o início

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do processo começa com o evento “Chegada da Matéria Prima”, sendo esse processo

considerado uma interface, então sendo posteriormente mapeado.

Depois de que a Matéria Prima for descarregada na indústria 32, a primeira atividade da

produção de fios é transportar a mistura (fardos de algodão) para a sala de abertura, que é o

primeiro local de processamento da matéria prima

A próxima atividade é abrir os fardos (conforme Instrução de Trabalho do Anexo B), ou seja,

retirar o pano que envolve os fardos e cortar os arames com o qual eles vêm envolvidos. .

Para tal atividade foi criado um vínculo (link) com o sistema DocNix usado na Cooperativa

para Gestão de Documentos, que direciona o usuário para a página da Intranet com o

documento referido, a Instrução de Trabalho. Depois de abertos, os fardos devem ficar

acondicionados na sala de abertura com a finalidade de que as fibras prensadas em fardos se

soltem ajudando na próxima etapa do processo, além de adquirir a temperatura e umidade

necessária, que é controlada dentro da fábrica.

A próxima atividade do processo é abastecer as esteiras dos abridores conforme Instrução de

Trabalho do Anexo C. Assim, o operador deve pegar uma manta de cada fardo da mistura a

fim de gerar uniformidade do algodão, para garantir o bom andamento da indústria 33 e a

qualidade do produto34.

Ao abastecer a esteira, os abridores limpam e uniformizam as fibras, e sem a interve nção do

operador, por meio de tubulações o algodão é transportado até as cardas que é a próxima etapa

do processo. O algodão sujo (com poeira, cascas e outras impurezas) é transportado como

resíduos para a sala de prensa onde é filtrado, prensado, feito fa rdo e reutilizado para

produção de um fio de segunda linha.

32

A atividade de descarregar os fardos é realizada pelos funcionários do armazém de fibras, portanto foi

mapeada dentro daquele processo. 33

As misturas de algodão são montadas de acordo com as características intrínsecas da fibras e com a tonalidade.

Assim, algodão com características de fibras curtas são ponderados com algodão com características de fibras

longas, algodão com características de resistência intermediária é ponderado com algodão de resistência alta e

assim por diante, min imizando a possibilidade de ruptura da fibra durante o processo de estiragem e garantindo a

constância das regulagens dos equipamentos. 34

As misturas são montadas também levando em consideração a cor do algodão, assim, algodão com tendência

ao creme é ponderado com algodão com tendência ao branco e ao cinza. Desta forma evita um problema de

qualidade que é o barramento (acontece após o tingimento do tecido, é um defeito visual que ocorre da direção

do fio devido à uma desuniformidade do mes mo).

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O setor de abridores é composto por sete máquinas, sendo três para fibras sintéticas e

artificiais, uma para o resíduo recuperado, uma para o chamado algodão mistura “C”

(qualidade inferior - sujo), uma para o algodão mistura “A” usado para fios finos e uma para o

algodão mistura “AA” usado ara fios finos.

Nas cardas, a função do operador é apenas arriar a máquina, conferir o título, inspecionar o

setor e mantê- lo limpo e organizado, conforme Instrução de Trabalho do Anexo D. A carda

faz um véu com as fibras de algodão e através de estiragem e torção, forma o cabo. A

atividade de arriar a máquina consiste em trocar a lata que é preenchida com o cabo durante o

processamento por uma lata vazia para que o ciclo da máquina recomece. Após a arriada, o

operador coloca a lata cheia nos estoques demarcadas com faixas no chão da fábrica para que

posse ser utilizado pelo próximo setor. Se durante o processamento ocorrer ruptura do cabo ou

do véu operador deverá efetuar a emenda, pois com a ruptura, através de sensores a máquina

pára e aguarda o seu religamento. O setor de cardas possui 42 máquinas, sendo cinco

máquinas para fibras sintéticas e artificiais, oito para mistura “C”, cinco para resíduo

recuperado, doze para mistura “A” e doze para mistura “AA”.

A próxima atividade também ocorre no setor de cardas, é a conferência de título. Essa

atividade é necessária para garantir a qualidade do processo, certificando que um cabo leve ou

pesado (fora de título) não prossiga no processo e comprometa a qualidade do produto final.

A conferência de título acontece de acordo da seguinte forma, os operadores devem separar

cinco voltas de cabo arriada sim, arriada não, rodar 110 metros desse cabo e pesar na balança.

Se o título estiver conforme, o operador coloca a lata no estoque em processo e preenche a

planilha de dados de título em um computador ao lado da mesa de título para que seja feito o

controle do processo pela garantia da qualidade. Mas se detectar que o produto está fora de

título, ele deve separar a lata não conforme (para que não vá para o próximo setor) e refazer o

teste. Se nessa segunda conferência resultado for o mesmo, deve separar a lata no local

demarcado, informar a garantia da qualidade (laboratório) que fará as conferências cabíveis e

se necessário irá acionar a manutenção mecânica ou elétrica de acordo com o problema. A

Manutenção pertence a outro processo que foi mapeado independente da produção de fios,

portanto neste caso é considerada uma interface com o processo. Após a interferência da

manutenção, o operador irá conferir o título novamente para só assim dar continuidade no

processo.

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43

O próximo setor é o de passadores. Os passadores são divididos em passadores de primeira e

de segunda passagem, assim, o cabo passa pela primeira máquina depois pela segunda,

garantindo a uniformidade da fita, que é o produto resultante do processamento nos

passadores.

O cabo proveniente das cardas sofre outro processo de estiragem e torção transformando-se

em fita. Nesse setor as atividades do operador são alimentar a máquina (conforme Instrução

de trabalho do Anexo E) e conferir o título. A atividade de alimentar a máquina acontece da

seguinte forma: o operador deve ir buscar a lata de cabo proveniente das cardas levar até o

passador de primeira passagem e fazer a emenda com as latas que já estão em processo nesta

máquina. Essa emenda é feita pegando a ponta superior do cabo da nova lata, abrindo as

fibras e enrolando com as fibras também abertas, da ponta inferior da lata que está em

processo. Caso a máquina esteja parada e sem lata em processo, o cabo da nova lata deve ser

direcionado para o trem de estiragem do passador. Se ocorrer ruptura das fibras, o operador

deve efetuar a emenda.

Também é de atividade desse setor a conferência de título das fitas provenientes dos

passadores de primeira e de segunda passagem. Que ocorre da mesma forma que no setor de

cardas, o operador deve retirar cinco voltas de fita, levar até a mesa de título, rodar 110

metros e pesar na balança. Se o produto estiver em conformidade, o operador preenche a

planilha de controle de título (que assim como nas cardas também é utilizada pela garantia da

qualidade) e coloca o material no estoque em processo. Mas se a fita estiver não conforme, o

operador deve contactar o laboratório da garantia da qualidade que irá regular o pinhão se

estiragem. É feita novamente a conferência do título, se o resultado permanecer, é chamada a

intervenção da manutenção que deverá solucionar o problema.

A conferência de título deve ser feita a cada hora e meia em passadores de primeira passagem

e a cada duas horas em passadores de segunda passagem. Caso o processo permaneça sob

controle, as latas provenientes dos passadores de segunda passagem são transportadas para o

setor seguinte conforme Instrução de trabalho do Anexo F. O processo pode tomar dois rumos

diferentes: ou vai para as maçaroqueiras a fim de seguir no fluxo da fiação convencional ou

vai pra o Open End para seguir o fluxo da fiação a rotor.

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Comecemos pelo setor de maçaroqueiras. Nas maçaroqueiras o operador deve abastecer a

máquina (atividade de trocar terno35) efetuando as emendas das fitas das latas vindas das

passadeiras com as latas que já estão alimentando a máquina conforme Instrução de trabalho

do Anexo G. A emenda é feita com a ponta superior da nova lata com a ponta inferior da lata

que está em processo. O operador deve abrir as fibras da fita e enrolar com a da outras lata

enrolando as duas. Caso a máquina esteja parada e sem lata de alimentação, o operador deve

passar a fita direto no braço pendular da máquina.

A maçaroqueira transforma a fita em pavio através de estiragem e torção. O operador deve

sempre conferir a máquina efetuando as limpezas necessárias. Ao romper o pavio ou fita de

qualquer fuso da máquina, esta pára automaticamente, e o operador deve efetuar a emenda o

mais rápido possível para não perder produtividade.

Quando a máquina estiver próxima da arriada, o operador deve buscar o carrinho de

transporte de maçaroca e os canudos que serão substituídos, posicioná- los de frente à máquina

para a arriada.

Conforme a Instrução de Trabalho, a arriada é realizada da seguinte forma: a Fiação I é

composta por 6 máquinas e 3 operadores, quando uma máquina for arriar, um operador deve

chamar o outro da equipe, conforme Figura 19, onde as setas indicam as máquinas que cada

operador arria, para que a arriada seja feita em dupla e deve também avisar o outro operador

para que este efetue a patrulha36 das outras máquinas; a Fiação II é composta por 4 máquinas

e dois operadores, quando uma máquina estiver próxima da arriada, o operador responsável

por ela deve avisar o outro para que a arriada seja feita em dupla. A arriada consiste em retirar

as maçarocas cheias, colocá-las no carrinho de transporte e colocar os canudos vazios para

que seja envolvido por pavio tornam-se maçaroca. Após a arriada os carrinhos de maçarocas

são posicionados nos locais demarcados como estoque em processo. O operador do filatório

deve buscar os carrinhos e transportá- lo para o setor de filatório.

35

Terno é a sequência de 96 latas que alimentam as maçaroqueiras. 36

Enquanto dois operadores arriam uma máquina as outras máquinas de responsabilidade destes ficam rodando

sem a presença do operador, assim, o um operador fica patrulhando as máquina para se ao acaso corra a ruptura

de alguma fita ou pavio, este efetue a emenda para que a máquina não fique parada não perdendo produtividade.

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45

8 7

6 5 4 3 2 1

910

Figura 19: Es quema de arriada das maçaroqueiras

Nos filatórios, o pavio é transformado em fio por estiragem e torção. Durante o

processamento no filatório as maçarocas são consumidas, ficando apenas os canudos vazios.

O operador deve retirar os canudos vazios e colocar as maçarocas, conforme instrução de

trabalho do Anexo H. Ao romper o fio de algum fuso, ao contrário das outras máquinas que

param automaticamente, o filatório continua rodando, assim, existem operadores que são

responsáveis pela patrulha das máquinas, para efetuar a emenda dos fios que por ventura

estiverem rompidos.

O setor é composto por 47 máquinas, assim, existem quatro equipes de arriadores para que

efetuar as arriadas, retirando as espulas de fio e colocando as canilhas vazias. Ao arriar a

máquina, esta acende uma luz, sinalizando para os arriadores, que trazem os carrinhos com as

canilhas para tal atividade. Os arriadores devem colocar as canilhas e aplicar torção ao fio, ou

seja, passar o fio entre o anel e o viajante para que ao religar a máquina este não seja rompido.

Os arriar as máquinas, as espulas de fio são colocadas em caixas plásticas que são colocadas

sobre paletes para que sejam transportados para a conicaleira conforme Instrução de Trabalho

do Anexo I.

No setor de conicaleira existem 11 máquinas, que passam o fio da espula para a roca,

enrolando o fio nesta. Ao detectar alguma falha no fio a máquina corta-o o faz a emenda

através de robôs com a tecnologia splicer. Os operadores devem abastecer os magazines e

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atender as luzes de sinalização, conforme instrução de trabalho do Anexo J. Cada fuso é

independente na máquina, se acaso o robô for efetuar a emenda e não conseguir por três

tentativas é acessa uma luz que sinaliza para o operador, este deve se dirigir até o fuso,

encontrar a ponta do fio para que a máquina faça a emenda. Ao arriar, o fuso acende uma luz

para sinalizar para o operador, que deve retirar a roca e colocar um cone de papelão vazio

para reiniciar a operação.

As rocas são colocadas na parte de trás da máquina, as embaladeiras vão até as conicaleiras e

recolhem essas rocas com carrinhos. As rocas podem então ser vaporizadas, umidificadas ou

não passar por processo de recuperação de umidade, conforme especificação do PCP.

As latas dos passadores que não vão para a maçaroqueira, são transportadas para o Open

End37. Assim como na maçaroqueira, os operadores do Open End devem trocar o terno da

máquina (abastecer), fazendo a emenda da fia da lata a ser abastecida na la ta com a lata que já

está em processo. Esse tipo de Fiação pode ocorrer em máquinas da marca Elitex, conforme a

Instrução de Trabalho do Anexo K e da marca AutoCoro conforme Instrução de Trabalho do

Anexo L. A entrada da máquina é a fita e a saída é o fio enrocado em tubetes de papelão, não

necessitando a passagem por maçaroqueira e conicaleira. Os operadores devem apenas

colocar os tubetes vazios na máquina. Assim como nas conicaleiras, as rocas provenientes do

Open End são recolhidas pelas embaladeiras, que e podem seguir para a vaporização ou para a

umidificação, dependo da especificação do PCP.

A vaporização acontece na Auto Clave que gera vapor através de uma caldeira conforme

instrução de trabalho do Anexo M. Esse processo acontece colocando-se os carrinhos de roca

dentro da máquina por uma hora para que o fio recupere a umidade e para fixação da torção.

As rocas que serão umidificadas são levadas nos carrinhos até a sala de umidificação durante

quatro horas para recuperação da umidade perdida durante o processo de fiação.

Ao retirar os carrinhos tanto da Auto Clave ou da sala de umidificação, as embaladeiras levam

os carrinhos para sala de luz negra, para fazer a inspeção das rocas a fim de detectar possíveis

defeitos visuais do fio e evitar barramento. Se as rocas estiverem conforme, elas são

embaladas individualmente em sacos plásticos e colocadas em caixas de papelão com doze

37

Máquinas que fazem a fiação a rotor.

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unidades. Se for detectado algum defeito visual, comunica-se o laboratório da garantia da

qualidade que irá definir um destino para o produto, que geralmente é a venda com restrição.

Após a embalagem, que já é realizada em paletes, o fio paletizado é pesado caixa a caixa,

onde é registrado no estoque do sistema, por fim é armazenado nas ruas do armazém de fios

através de empilhadeira elétrica para que posteriormente possa ser expedido e comercializado.

3.4 Ações de Melhoria Pós Mapeamento

Durante as reuniões do mapeamento foram levantados alguns pontos de atenção,

denominados de pontos de alerta, que são pontos que os funcionários julgam que merecem

atenção no sentido que atrapalham o trabalho ou que poderiam ser melhorados. A planilha

contendo estes pontos mostra que em alguns setores da indústria alguns pontos passavam

despercebidos e necessitavam de atenção, pois interferiam diretamente no desempenho das

atividades, estes pontos estão descritos no Anexo N. Foram levantadas as seguintes questões:

Periodicidade de troca dos viajantes dos filatórios era muito longa, o que fazia com que

ocorressem problemas nas espulas que começam a arrebentar prejudicando o processo da

conicaleira, ocasionando atrasos na produção; o chão do Open End era muito áspero, o que

atrapalhava o processo de troca de terno, porque o transporte de latas ficava mais pesado; a

máquina 16 do Filatório do grupo 3 quebrava muito fio, os mecânicos não conseguiam

identificar o problema,isso diminuía a produtividade; o carrinho de transporte de lata das

passadeiras 1 e 2 estava muito alto, o que dificultava a atividade de colocar as latas sobre ele,

muitas vezes elas caíam no chão ou no pé dos operadores, além de danificar o material; e por

último as maçaroqueiras da marca fasa quebravam muito pavio, dificultando ainda mais o

processo de emenda, fazendo com elas não ficassem adequadas..

A partir da planilha de pontos de alerta, foi elaborado um plano de ação (Anexo O) para que

fossem realizadas as melhorias sugeridas pelos colaboradores, ou para que estas pelo menos

fossem tratadas no caso da impossibilidade da realização destas ações. A primeira ação do

plano é substituir as lâmpadas e reatores dos grupos 5 e 6 do filatório, pois os funcionários

alegaram que este setor estava escuro e mal iluminado, melhorando a saúde e segurança dos

trabalhadores

A segunda ação foi a de elaborar um plano para limpeza dos robôs que fazem a aspiração das

fibras voláteis das máquinas, pois estes ficavam constantemente entupidos. Assim, a equipe

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de manutenção vem limpando esses equipamentos duas vezes por semana, melhorando o

andamento das máquinas, diminuindo a quantidade de rupturas e aglomerados, facilitando o

trabalho dos maquinistas e aumentando a produtividade.

A terceira ação foi a manutenção no filatório 38, pois esta máquina estava com muitas

rupturas, atrapalhando o trabalho dos funcionários do setor. A quarta ação foi amolar as

tesouras usadas pelos operadores da conicaleiras para cortar o fio quando este enrola no

tambor da máquina, assim, diminui-se o tempo de fusos parados por enrolamento à espera do

manutentor, pois com a tesoura em mãos, o próprio maquinista corta o fio aglomerado e libera

a máquina para a produção, deixando o manutentor com mais tempo disponível para atividade

que exigem sua atenção.

A quinta ação foi consertar as bate-esteiras da conicaleira que estavam danificadas. A sexta

ação foi substituir as lâmpadas e reatores do setor de conicaleira que estavam mal iluminados.

A sétima ação foi a de igualar os salários de forma que estes sejam proporcionais ao serviço

do funcionário, porém esta ação foi prorrogada, pois demanda um estudo mais detalhado e,

além disso, é uma decisão que deve ser analisada a nível corporativo, depende de negociações

com o sindicato e de legislações trabalhistas.

A oitava ação foi cobrar a eficiência de todos os setores e todos os turnos, pois alguns

encarregados estavam cobrando mais do que outros. Assim, a eficiência foi padronizada em

todos os turnos melhorando o trabalho de programação da produção, tornando a produção

mais uniforme (sem picos), cumprindo as paradas programadas em todos os turnos e não

sobrecarregando algum turno que por ventura possuía uma eficiência mais alta.

A última ação foi arrumar as portas e os rodízios dos carrinhos da sala de prensa que estavam

enroscando e assim, atrapalhando o trabalho. Pois anterior a essa ação, os operadores perdiam

muito tempo com as manobras dos carrinhos e com cuidados excessivos para evitar acidentes.

Após as reuniões foi elaborado um plano de ação contendo as próximas etapas (Anexo P). As

ações foram às seguintes: a primeira foi marcar uma reunião para encerramento do

mapeamento para mostrar o desenho e validá- lo junto a supervisão e gerência da indústria. A

segunda foi criar o link (vínculo à Intranet) das instruções de trabalho das atividades descritas

no mapeamento para que esse ficasse disponível na Intranet possibilitando o acesso à todas as

instruções de trabalho ligadas diretamente ligadas à cada atividade.

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A terceira foi abrir as ocorrências dos pontos de alerta nos sistema DocAtion para tratamento

das não conformidades e sugestões de melhoria para que todas fossem tratadas

adequadamente a fim de fornecer respostas aos funcionários que participaram do mapeamento

garantindo a confiança destes.

A quarta ação foi montar um plano de divulgação do trabalho para todos os colaboradores,

onde foi apresentado o trabalho final do mapeamento conforme Anexo Q. A quinta ação foi

dar uma devolutiva aos funcionários que participaram do mapeamento para que eles tivessem

conhecimento das ações tomadas a partir do levantamento dos pontos de alerta. A ação foi

adicionar o item de divulgação na integração de novos colaboradores, para que estes ao se

integrarem à empresa tenham conhecimento do trabalho, do processo e da gestão por

processo. A sétima ação foi levantar os registros de melhoria realizados no ano de 2009,

seguindo a oitava melhoria que foi criar os link‟s dessas melhorias no mapeamento à

atividade que a tal se refere, conforme o modelo do Anexo R. A nona ação foi levantar os

funcionários da equipe de apoio que têm treinamento para serem líderes de projetos, para que

possa ser envolvido o maior número de pessoas e áreas nos projetos de melhoria posteriores

ao mapeamento.

A décima ação foi marcar uma reunião para divulgar todas as ações tomadas, essa reunião foi

realizada no dia 04/09/2010 na indústria de fios, onde os trabalhos foram divulgados entre as

áreas de apoio.

As ações foram cumpridas adequadamente de acordo com o planejamento do mapeamento de

processos na indústria. Duas ações, o levantamento de melhorias e o link das mesmas ficaram

para a etapa 2 do mapeamento, conforme plano de ação em anexo, porém nessa etapa se

enquadra o mapeamento das interfaces do processo que não é objeto de estudo do presente

trabalho.

Para o acompanhamento do processo, com a finalidade de mensurar as melhorias foi definido

um indicador que recebeu o nome de “Kg /homem hora”. Este indicador apontará se o

processo foi enxugado, ou seja, mostrará com quantos quilogramas de fio foi produzido em

média por funcionário. Assim, se existirem melhorias do tipo “lean”, este indicador irá

demonstrar.

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Para efetuar o cálculo desse indicador, o sistema contabiliza as horas de trabalho de todos os

funcionários da produção de acordo com o cartão ponto e confronta com a produção em

quilogramas daquele dia. Assim, para se obter o “Kg / homem hora” divide-se a quantidade

em quilogramas pelo número de funcionário multiplicado pelas suas respectivas horas

trabalhadas conforme Equação 1.

(1)

Em que,

N = Número de funcionários ativos

H = Horas trabalhadas por funcionário

i = 0, 1, 2... N.

Outros indicadores definidos para quantificar as melhorias no processo pós mapeamento são

os indicadores do Programa 8 sensos da qualidade. Através das notas obtidas pela auditoria

em relação ao treinamento, determinação, união, bem estar, autodisciplina, utilização,

organização, limpeza e combate aos desperdícios, conseguiremos quantificar as melhorias das

ações tomadas no mapeamento. Deverá ser feito um comparativo das notas antes e depois de

implantada a Gestão por Processos.

i ii

Kg

HN

oduçãoHH

)*(

Pr

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51

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este capítulo discute as contribuições, dificuldades e limitações, bem como os trabalhos

futuros.

4.1 Contribuições

O mapeamento de processos na indústria de fios contribuiu para que todos tivessem

conhecimento e acesso à todos os processos das indústrias servindo de startup para a criação

inserção da cultura de funcionários multifuncionais e capacitados. Inseriu-se o conceito de

que todos devem conhecer o processo do começo ao fim, e não apenas as atividades que

realizam, pois cada etapa do processo depende da etapa anter ior, facilitando assim o

entendimento da importância de todas as funções e do trabalho em equipe.

Outra vantajosa contribuição do mapeamento de processos foi o conhecimento das atividades

do processo de produção de fios pela equipe de apoio (encarregados, analistas, supervisores,

gerente, coordenadores e superintendentes) ajudando significativamente na tomada de decisão

(através do conhecimento mais aprofundado do processo) e na interação entre as áreas;

melhorando o fluxo das informações entre as áreas e auxiliando nas atividades rotineiras dos

outros processos, pois cada área passou a conhecer o funcionamento e as limitações das

outras, permitindo assim uma visão homogênea da organização.

O mapeamento também contribuiu para padronização dos processos, pois a partir do momento

em que todos os funcionários tiveram acesso ao mapeamento e às instruções de trabalho nele

contidas, os funcionários passaram a operar de acordo com o procedimento, uniformizando as

atividades. Através do mapeamento aumentou-se o conhecimento prático e teórico das

atividades, estreitando a diferença entre ambos.

Através do levantamento dos pontos de alerta aumentou-se a produtividade dos trabalhadores,

pois estes foram instigados a levantar as questões que atrapalhavam o andamento das

atividades e que não eram percebidas durante a rotina de trabalho, sendo estas devidamente

tratadas e resolvidas, diminuindo a barreira da linha de autoridade e responsabilidade. Além

disso, as reuniões do mapeamento fizeram com que os funcionários passassem a prestar mais

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atenção nas atividades e sugerissem soluções para os problemas rotineiros, antes não

percebidos.

4.2 Dificuldades e Limitações

A grande dificuldade do trabalho foi conseguir uma forma de que funcionários de setores

diferentes conseguissem ter uma visão por processos, ou seja, o fluxo das atividades dentro do

processo. Vencida essa barreira, a grande limitação foi encontrar propostas de melhoria e

levantar os pontos de alerta, pois alguns funcionários ficaram acanhados e demoraram até

conseguir falar o que atrapalhava efetivamente o trabalho.

Por ser um trabalho realizado a nível corporativo, surgiram alguns problemas quanto à

padronização dos mapeamentos e o entendimento das metodologia EPC por parte de todos.

Assim, no início do mapeamento das unidades (após a formação da cadeia de valor), cada

indústria desenhava o seu processo de uma forma, até que foi conseguida a uniformidade

através do treinamento da metodologia EPC.

Outra limitação foi a quantidade de processos e atividades existentes dentro da indústria.

Devido ao grande volume de mapeamentos, optou-se em focar o estudo na produção de fios

excluindo do presente trabalho os processos que fazem interface com a produção, porém

todos foram devidamente mapeados e suas melhorias devidamente compiladas e tratadas.

4.3 Trabalhos Futuros

Como trabalhos futuros, pode-se vislumbrar:

Mapear todos os processos que apresentam interface com a produção de fios e avaliar

a interferência destes no fluxo do processo, através da correlação dos indicadores. Ou

seja, após realizado o mapeamento da produção é necessário que sejam mapeados os

processos que foram apresentados no desenho como interface com a produção, pois

esses processos interferem diretamente na produção e consequentemente no tempo de

atravessamento do produto. Além disso, melhorias realizadas nesses processos de

interfaces refletem diretamente na melhora do indicador do processo de produção.

Para tanto os indicadores nos novos processos também mapeados também devem ser

acompanhados para que se consiga medir o grau de correlação entre eles.

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Aplicar a ferramenta DMAIC Lean Six Sigma com a finalidade de enxugar o processo

identificando as atividades que não agregam valor tentando eliminá- las, diminuindo o

tempo de atravessamento do produto, os desvios e defeitos do processo. A ferramenta

DMAIC consiste em uma metodologia de resolução de problema baseada na sequencia

das atividades definir, medir, analisar, melhorar e controlar.

Conhecer o tempo das atividades mapeadas através de cronoanálise e o custo de cada

atividade através do rateio do custo total do produto a fim de diminuí- los, otimizando

os processos, aumentando a competitividade nos preços e garantindo assim a

satisfação dos clientes.

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PORTER, Michael E. Estratégia Competitiva. Disponível em:

<http://www.fdrh.rs.gov.br/escola/1CursoGestaoModerna/Texto%2001.pdf>. Acesso em: 19

maio 2010.

SILVA, Edna Lúcia da; MENEZES, Estera Muszkat. Metodologia da Pesquisa e

Elaboração de Dissertação. Florianópolis, 2005. 139 p. Disponível em:

<http://moodlep.uem.br/mod/resource/view.php?id=2394>. Acesso em 24 mar. 2010.

SOUSA, Henrique Prado. Identificação automática de serviços em uma abordagem SOA.

- RJ. 2010. 165 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Curso Bacharelado em

Sistemas de Informação, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,

2010. Disponível em: < http://np2tec.uniriotec.br:9093/np2tec/publicacoes/ProjetoFinal-

HenriquePradoSousa-2010.pdf> . Acesso em: 14 out. 2010.

VALLE, Rogério; OLIVEIRA, Saulo Barbará de (Org.). Análise e Modelagem de Processos

de Negócio: Foco na notação BPMN (Business Process Modeling Notation). São Paulo:

Atlas, 2009. 207 p.

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57

WASTOWSKI, Ricardo. A utilização conjugada do Mapeamento da Cadeia de Valor e do

Mecanismo da função Produção para Avaliação de Sistemas de Produção. 2001. 137 f.

Tese (Mestrado) - Curso de Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto

Alegra, 2001. Disponível em:

<http://www.producao.ufrgs.br/arquivos/publicacoes/Ricardo%20do%20Wastowski.PDF>.

Acesso em: 18 mar. 2010.

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58

APÊNDICE A - Mapeamento do Processo de Produção de Fios

Singelos

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59

Chegada da

Matéria Prima

Transportar as

misturas

Abrir os

fardos

Abastecer

esteira na Sala

de Abertura

Titulo conforme

Arriar as latas

das Cardas

Título Não

Conforme

Alimentar as

passadeiras

Conferir o título

das Cardas

Conferir

título

Separar a lata

Contactar

Laboratório

Garantia da

Qualidade

(Análises de

Produção)

Título Não

Conforme

Parar

passadeira

Título Conforme

Título Conforme

Título não

Conforme

Manutenção

Transportar

latas

Maçaroqueira

Separar latas

Trocar terno/lata

Repetir

conferência do

título da carda

Título Conforme

Conferir

máquina

Preparar para

arriar

Open

End/Elitex/Autocoro

Arriar as

máquinas

Título

Não-Conforme

Trocar terno/lata

Encaminhar

para o filatório

Separar latas

Trocar Tubete

cheio pelo vazio

Umidificação

Substituir os

canudo vazios

Contactar

Laboratório

Emendar o fio

Vaporização

Garantia da

Qualidade

(Análises de

Produção)

Arriar a máquina

Não

Umidifica/

Vaporiza

Parar carda

Realizar

inspeção na

luz negra

Encaminhar

para Conicaleira

Manutenção

Conforme

Abastecer

máquina

Embalar fios

Substituir rocas

cheias por

cones vazios

Fio produzido

Não Conforme

Umidificação

Garantia da

Qualidade

(Análises de

Produção)

Pesagem (PCP)

Vaporização

Não

Umidifica/

Vaporiza

Realizar

inspeção na

luz negra

Conforme

Embalar fios

Não Conforme

Fio produzido

Garantia da

Qualidade

(Análises de

Produção)

Pesagem (PCP)

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60

ANEXO A - Cadeia de Valor

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61

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62

ANEXO B - Instrução Operacional para Abertura de Misturas

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63

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64

ANEXO C - Instrução Operacional para Sala de Abertura

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65

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66

ANEXO D - Instrução Operacional das Cardas

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67

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68

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69

ANEXO E - Instrução Operacional das Passadeiras

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70

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71

ANEXO F - Instrução Operacional para Transporte de Latas

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72

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73

ANEXO G - Instrução Operacional das Maçaroqueiras

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74

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75

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76

ANEXO H - Instrução Operacional dos Filatórios

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77

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78

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79

ANEXO I - Instrução Operacional para o Transporte de Fios

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80

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81

ANEXO J - Instrução Operacional das Conicaleiras

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82

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83

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84

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85

ANEXO K - Instrução Operacional dos Open End

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86

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87

ANEXO L - Instrução Operacional do Autocoro

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88

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89

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90

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91

ANEXO M - Instrução Operacional para Vaporização de Fios

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92

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93

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94

ANEXO N - Planilha dos Pontos de Alerta

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95

Pro

ce

ss

oD

es

cri

çã

o d

o P

on

to

de

Ale

rta

Pro

po

siç

ão

de

Va

lor

(Su

ge

stã

o p

ara

Re

so

lve

r o

po

nto

de

Ale

rta

)

Sta

tus

*H

istó

ric

o

TO

P

1In

dustr

ializ

ar

Fio

s

A p

eri

od

icid

ad

e d

e t

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do

s v

iaja

nte

s

do

s f

ilató

rio

s é

mu

ito

lo

ng

a,

o q

ue

fa

z

co

m q

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oco

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m p

rob

lem

as n

as

esp

ula

s q

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co

me

ça

m a

arr

eb

en

tar

pre

jud

ica

nd

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pro

ce

sso

da

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nic

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ira

.

O q

ue

oca

sio

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atr

aso

na

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Tro

ca

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om

ma

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ncia

.

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ptu

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ios

qu

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do

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na

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. -S

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ere

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nsib

iliza

çã

o d

os c

ola

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rad

ore

s

refe

ren

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ne

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ad

e d

e

estu

do

s d

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bili

da

de

s v

ers

os

rup

tura

s,

ob

jetiva

nd

o r

ed

uçã

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e

cu

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s.

Tra

ba

lho

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elo

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gra

da

tivo

no

s p

roce

sso

s d

a

ind

ustr

ia d

e f

ios a

té f

ina

l d

e 2

01

0,

ob

jetiva

nd

o e

nvo

lvim

en

to d

a f

orç

a

lab

ora

l.

SME - 02682

Concluído em 03/06

2In

dustr

ializ

ar

Fio

sC

o d

o O

pe

n E

nd

ásp

ero

, o

qu

e

atr

ap

alh

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pro

ce

sso

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,

po

rqu

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orn

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s la

tas m

ais

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sa

da

s.

Ris

co

s d

e in

cid

en

tes c

om

os

co

lab

ora

do

res.

- S

olic

ita

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ma

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ten

çã

o c

orr

etiva

do

pis

o n

a

pa

rad

a d

e f

ina

l d

e a

no

.

SME - 02683

Concluído em

20/05

3In

dustr

ializ

ar

Fio

s

As r

od

as d

as la

tas d

e c

ard

as e

stã

o

tra

va

da

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evid

o a

o a

mu

lo d

e s

uje

ira

o

qu

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tra

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roce

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tro

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lata

s.

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o.

En

vo

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on

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eto

r e

pro

gra

ma

MP

T p

ara

se

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çã

o e

co

bra

nça

de

efe

tiva

çã

o d

os c

he

ck-

lists

do

pro

gra

ma

MP

T.

NCP - 02684

Concluído em 25/07

4In

dustr

ializ

ar

Fio

s

O m

etr

ad

or

da

co

nic

ale

ira

3;

6 e

7 n

ão

estã

o f

un

cio

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nd

o c

orr

eta

me

nte

, is

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ue

as r

oca

s s

aia

m f

ora

de

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tra

ge

m,

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ap

alh

an

do

to

do

o

pro

ce

sso

pro

du

tivo

, p

ois

é n

ece

ssá

rio

rep

roce

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-la

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Analis

ar

a n

ecessid

ade d

e

continuar

utiliz

ando o

metr

ador.

Há p

rob

lem

as d

e o

rde

m

op

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cio

na

l e

me

nic

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letr

ôn

ica

.

Su

ge

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e a

se

nsib

iliza

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o d

os

co

lab

ora

do

res r

efe

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ua

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en

to.

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pla

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ram

a

MP

T g

rad

ativo

no

s p

roce

sso

s d

a

ind

ustr

ia d

e f

ios,

ob

jetiva

nd

o

en

vo

lvim

en

to d

a f

orç

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bo

ral. -

An

ális

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qu

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me

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resp

on

ve

is p

ela

ma

nu

ten

çã

o d

o

se

tor

de

co

nic

ale

ira

s.

SME - 02685

Concluído em 25/11/09

Cla

sse d

o

Po

nto

**

GIQ

/F-0

02

2

v.2

Info

rmaçõ

es G

era

is

Ganhos***

Melhorias Imediatas

Criticidade****

Tempo de

Resolução*****

Projeto******

Pla

nil

ha d

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e A

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os P

rocesso

s n

os I

nd

icad

ore

s d

e P

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orm

an

ce

An

ex

o 0

2

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96

5In

du

str

ializ

ar

Fio

s

A m

áq

uin

a 1

6 d

o F

ilató

rio

s d

o g

rup

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qu

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. O

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ão

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em

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en

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ilató

rio

s

ob

jetiva

nd

o a

re

so

luçã

o d

a

irre

gu

lari

da

de

.

SME - 02686

Concluído em

09/12/09

6In

du

str

ializ

ar

Fio

s

O c

arr

inh

o d

e t

ran

sp

ort

e d

e la

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as

pa

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ira

s 1

e 2

estã

o m

uito

alto

s,

o

qu

e d

ific

ulta

co

loca

r a

s la

tas,

mu

ita

s

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ze

s e

las c

ae

m n

o c

o o

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os

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era

do

res,

alé

m d

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an

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ar

o m

ate

ria

l.

Colo

ca

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ba

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ua

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o O

pe

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An

ális

e e

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o d

o c

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inh

o e

m

qu

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o id

en

tifica

nd

o a

s d

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ren

ça

s

e p

ad

ron

iza

nd

o d

e a

co

rdo

co

m o

s

de

ma

is.

SME - 02687

Concluído em

04/08

7In

du

str

ializ

ar

Fio

s

As m

aça

roq

ue

ira

s F

aza

qu

eb

ram

mu

ito

pa

vio

, o

dific

ulta

ain

da

ma

is o

pro

ce

sso

de

em

en

da

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ze

nd

o c

om

ela

s n

ão

fiq

ue

m a

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qu

ad

as.

Em

du

as h

ora

s e

me

ia é

no

rma

l

qu

eb

rar

de

2 a

3 v

eze

s,

ne

ssa

s

qu

ina

s a

s q

ue

bra

s o

co

rre

m e

m

dia

exce

ssiv

as.

- H

á e

xce

sso

de

ru

ptu

ra d

e p

avio

as q

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po

de

m

se

r p

rovo

ca

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s p

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ers

os

fato

res.

-Su

ge

re-s

e a

se

nsib

iliza

çã

o d

os c

ola

bo

rad

ore

s

refe

ren

tes a

ne

ce

ssid

ad

e d

e

estu

do

s r

efe

ren

tes a

s e

ste

s

po

ssiv

eis

fa

tore

s o

bje

tiva

nd

o

me

lho

ria

de

pro

du

tivid

ad

e.

-

Imp

lan

tar

pro

gra

ma

MP

T g

rad

ativo

no

s p

roce

sso

s d

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du

str

ia d

e f

ios,

ob

jetiva

nd

o e

nvo

lvim

en

to d

a f

orç

a

lab

ora

l.

SME - 02688

Concluído em 20/08

To

tal

LL

ON

GO

OK

RE

AL

IZA

DO

AL

TO

SA

MM

ÉD

IO

AE

M A

ND

AM

EN

TO

DIO

SM

CC

UR

TO

PP

RO

RR

OG

AD

OB

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CC

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CE

LA

DO

INS

IGN

IFIC

AN

TE

SI

N/A

O A

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VE

L

SS

IM

TT

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B

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GA

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* T

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O

** C

LA

SS

E D

O P

ON

TO

****

CR

ITIC

IDA

DE

****

** P

RO

JE

TO

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ANEXO O - Plano de Ação 01

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ANEXO P - Plano de Ação 02

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ANEXO Q - Modelo de Sugestão de Melhoria

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