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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS - UEG UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE JUSSARA LICENCIATURA EM MATEMÁTICA LUIZ CARLOS FREITAS E SILVA AS DIFICULDADES EM APRENDER E ENSINAR MATEMÁTICA JUSSARA-GO 2009

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS - UEG

UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE JUSSARA

LICENCIATURA EM MATEMÁTICA

LUIZ CARLOS FREITAS E SILVA

AS DIFICULDADES EM APRENDER E ENSINAR MATEMÁTICA

JUSSARA-GO

2009

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Luiz Carlos Freitas e Silva

AS DIFICULDADES EM APRENDER E ENSINAR MATEMÁTICA

Monografia apresentada como requisito parcial para a

obtenção do grau de licenciado em Matemática, pela

Universidade Estadual de Goiás, Unidade Universitária

de Jussara, sob a orientação do professor Helias

Assunção.

JUSSARA-GO

2009

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Dedico este trabalho primeiramente a Deus,

porque sem ele não podemos realizar

trabalho algum, posteriormente a minha

família que me ajuda nos momentos mais

difíceis e aos meus professores e colegas que

estão me ajudando a vencer mais esta

batalha em minha vida.

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RESUMO

O presente trabalho tem o objetivo de apresentar as principais dificuldades observadas no

processo de ensino-aprendizagem, no ensino da matemática, visando encontrar as maiores

deficiências para então buscar soluções para os problemas, mantendo o foco da educação no

aluno, enfatizando a importância que o empenho e a dedicação do educando exerce sobre a

sua aprendizagem e também da importância do professor em cada fase do aprendizado da

criança. Em especial trabalhar a matemática voltada para as necessidades individuais de cada

estudante dentro do meio social, formando cidadãos críticos e participativos, sem deixar de

lado a importância de trabalhar os conteúdos para sua vida profissional.

PALAVRAS – CHAVE: Educação Matemática, ensino–aprendizagem, infra-estrutura,

recursos didáticos e raciocínio lógico.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 6

CAPÍTULO I – POR QUE OS ALUNOS SENTEM TAMANHA DIFICULDADE

EM APRENDER MATEMÁTICA 7

1.1 Trabalhar com o conteúdo matemático dentro da realidade do aluno 7

1.2 Desenvolver a interdisciplinaridade 12

1.3 Desenvolver a educação de forma menos tradicional 14

1.4 Desenvolver o raciocínio lógico 16

1.5 Alguns problemas que podem dificultar a aprendizado. 19

1.6 Como todos os problemas podem facilitar a educação 22

CAPÍTULO II - COMO PODEMOS MELHORAR A EDUCAÇÃO MATEMÁTICA 25

2.1 A Importância do conhecimento matemático 25

2.2 Como e por que a matemática é tão importante no ensino fundamental. 27

2.3 Quais as melhores formas de desenvolver o saber matemático para o aluno 28

2.4 Como a resolução de problemas pode facilitar a transmissão do saber matemático

para o aluno. 29

2.5 Os jogos e as dinâmicas no ensino da matemática 31

2.6 Como o currículo pode auxiliar na educação matemática. 33

2.7 Planejamento no desenvolvimento das aulas de matemática 34

2.8 A avaliação matemática como forma de identificar dificuldades e avanços 35

2.9 A influência da globalização no ensino da matemática 36

CONSIDERAÇÕES FINAIS 38

BIBLIOGRAFIA 39

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INTRODUÇÃO

Se observarmos a história recente dos países considerados bem desenvolvidos, ou seja,

países de primeiro mundo, o fator predominante que favoreceu o desenvolvimento

econômico, tecnológico, intelectual destas nações foi o grande incentivo dos governos na

educação, desta forma, podemos chegar à conclusão que a educação é a principal ferramenta

que estimula o desenvolvimento de um povo.

Quando um povo é intelectualmente bem desenvolvido ele será mais crítico e

consciente de seus direitos e responsabilidades perante a sociedade. Atualmente no Brasil

podemos encontrar inúmeras deficiências em todo o processo de ensino-aprendizagem. Estas

deficiências são desde a questão estrutural, na formulação de conteúdos voltados para a real

utilização de seus mecanismos pedagógicos, trabalhos de formação de professores, má

remuneração do corpo docente, condições muitas vezes precárias de transporte e de

alimentação na escola; ou seja, a educação brasileira apresenta inúmeros problemas que no

desenvolver do trabalho que estarei apresentando, irei abordar-los pausadamente, para que

possamos analisá-los e refleti-los, buscando encontrar soluções e metodologias que possam

minimizar estas deficiências.

Tomarei nota também de metodologias que na sua maioria já estão sendo aplicadas no

dia-a-dia das escolas, que possam melhorar a educação brasileira. O conhecimento

matemático deve também estar englobado em todo processo de ensino-aprendizagem, porque

ela é um elo que trabalha a interdisciplinaridade, este fato não é só observado nas matérias

exatas, com em todas as outras áreas de ensino, isso porque, quando o educando possui bom

raciocínio matemático, ele terá uma visão mais ampla de todo processo de aprendizagem.

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CAPITULO 1: PORQUE OS ALUNOS SENTEM TAMANHA DIFICULDADE EM

APRENDER MATEMÁTICA?

Neste primeiro capítulo irei abordar as principais deficiências, que os alunos

apresentam em aprender matemática, um tema muito amplo e com várias dificuldades que

deixam o assunto com certo grau de complexidade. Uma vez que, para que haja uma boa

aprendizagem necessitam-se inúmeros aspectos para que possamos obter bons resultados. Esta

parte do meu trabalho será de grande importância, pois, se soubermos os principais problemas

apresentados pelos alunos ficará mais fácil alcançar bons resultados. Há aprendizagem

quando os interesses são voltados para as necessidades dos alunos, suas deficiências, suas

expectativas, tornam-se um processo mais sistemático e com maior clareza.

1.1 Trabalhar com o conteúdo matemático dentro da realidade do aluno

A matemática ao longo dos tempos se tornou um verdadeiro “bicho-papão”, pois a

maioria dos alunos sente grande dificuldade em aprender este conteúdo. Isso ocorre por vários

motivos, que são, por exemplo, o mal preparo dos professores, recursos didáticos pedagógicos

defasados, unidades escolares com pouca infra-estrutura, meios de transporte ineficazes, e

também falta de interesse do aluno. O ensino, em qualquer área, deve acontecer de forma que

o aluno sinta a necessidade em aprender algo, este aprendizado deve ser voltado para o seu

dia-a-dia, assim ele sentirá que o aprendizado será de grande importância para sua vida.

Temos que admitir, se não por outra razão, apenas de um ponto de vista

prático, que falamos sobre a mesma Matemática por toda a parte do mundo,

com a mesma notação, as mesmas definições e as mesmas teorias, com algumas exceções, no nível muito elementar. Neste nível, reconhecemos a

existência de práticas matemáticas que diferem essencialmente de um grupo

cultural para outro. Neste nível, a Matemática se aproxima de uma variante

da língua comum, associada ao conceito de codificação de práticas populares e necessidades diárias e os usos de aptidão numérica. (D‟AMBROSIO, 1986.

Pág. 57).

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A partir de vários estudos realizados anteriormente por pesquisadores que buscaram

entender as diferentes formas de se ensinar o mesmo conteúdo é fato que cada grupo cultural

busca aprender apenas aquilo que ele julgue que necessita realmente aprender. Nota-se que a

educação matemática é um tema que deve ser abordado de forma abrangente, pois a questão

cultural da educação é de uma importância imensurável, porque não precisamos elevar nossos

pensamentos para uma visão muito longínqua; basta analisarmos as diferenças culturais

existentes nas grandes cidades, porém, nesses grandes centros, com a existência de escolas

localizadas em favelas, bairros de classe média, e outros em classes altas, podemos observar

que neste pequeno espaço amostral já se observa enormes diferenças culturais e também

percebemos que existem neste contexto grandes diferenças econômicas. Este aspecto

econômico é tão importante quanto o cultural, porque a vida econômica está ligada com os

materiais pedagógicos que o aluno poderá utilizar além de estar relacionado à vida prática do

indivíduo, isto é, o aluno terá melhores meios de desenvolver seu aprendizado fora da escola.

O ensino da matemática apesar de todas suas aplicações práticas ainda é ensinado, em

alguns casos, com um grande grau de complexidade teórica, quando deveria ser voltada para a

prática, uma vez que a aprendizagem que ocorre dentro da realidade do aluno facilita a sua

compreensão, porque este educando poderá realizar uma avaliação crítica da utilização da

aprendizagem. Com esta avaliação, o aluno pode observar que a aprendizagem pode mudar

sua vida e a sociedade que ele vive. O aluno fazendo esta observação se tornará um elemento

que poderá modificar e abranger o conhecimento de todo meio social.

Esta visão atual da educação por parte do professor torna a matemática um elemento

que o aluno poderá fazer uma relação entre ação-realidade, ou seja, poderá dar significado a

aquilo que ele aprende na escola. Esta observação irá melhorar o raciocínio lógico do aluno,

uma vez que o aluno necessita ter um bom raciocínio lógico para que ele possa ter um bom

desenvolvimento no conteúdo matemático.

O ciclo realidade-indivíduo-ação-realidade é profundamente afetado pela modificação de sua lógica interna, que resulta da adoção de novas formas de

linguagem e codificação, tal como codificação matemática, por exemplo. As

técnicas matemáticas mais avançadas que ele adquiriu sua busca de

motivação e interesse que brotam da formalização que está sujeita ao processo de tornar-se matematicamente instruído – no sentido de adquirir

conhecimento e técnicas da ciência matemática estabelecida – e ao

desenvolvimento de uma terminologia especial e uma forma estruturada de pensar, tornam-se crescentemente alienadas de sua realidade, significando

esta o meio ambiente ou realidade física e natural e também, o que é ainda

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mais importante, a realidade social e cultural. (D‟AMBROSIO,1986. Págs, 59 e 60)

Podemos também observar que se analisarmos o país como um todo, essa diferença

cultural se torna ainda mais gritante. O Brasil é o 5° país em tamanho territorial do mundo, e

também um dos que possui pior distribuição de renda, além disso, existem inúmeras

realidades culturais tanto na questão regional, indígena, além de culturas originadas do

exterior, por isso podemos observar que esta desigualdade se reflete na educação do povo

brasileiro, segundo pesquisas da Unesco as regiões Norte e Nordeste recebem 34,7% menos

recursos para escolas que as regiões Sul e Sudeste o que resulta em condições extremamente

desfavoráveis para as regiões mais pobres do Brasil. Observando na questão cultural há

grande diferença entre o ensino que é voltado para os índios que vivem em tribos localizadas

no interior do Brasil com o ensino ministrado para os alunos de classe média das grandes

cidades. Este exemplo vale também para a questão regional porque um aluno que vive na

região amazônica tem uma visão completamente oposta da realidade de outro aluno que vive

na região sul. Estes e outros fenômenos ocorrem porque o meio em que o indivíduo está

inserido pode interferir no seu modo de agir e de pensar, assim sendo deve-se tornar o ensino

matemático um conteúdo que necessita de diversas formas de aplicabilidade, uma vez que

esteja sempre visando atingir cada grupo cultural de forma mais clara e didática o possível.

Observa-se que além da cultura de cada grupo ou país, existem outros aspectos que

tornam a matemática mais individualizada para cada realidade. Outro aspecto é a vida

socioeconômica, uma vez que este ponto é de grande importância porque a vida econômica

influencia de forma decisiva na vida de um indivíduo, e não seria diferente no

desenvolvimento de um conteúdo matemático. Pois nesta questão econômica, observa-se

também que as escolas necessitam de materiais pedagógicos de boa qualidade, boas

instalações de infra-estrutura, enfim, a escola necessita de inúmeros materiais e estruturas

físicas e humanas, estes elementos necessitam de investimentos. Se a escola não possui boas

condições, ou seja, tenha investimento em todos estes pontos que anteriormente foram citados

o nível da aprendizagem sentirá uma grande deficiência. Além de todos estes pontos que

foram abordados acima existem também outros inúmeros elementos que necessitam de

investimentos porque cada escola tem suas necessidades particulares. Estes recursos devem

ser investidos de forma que os profissionais que buscam sanar estes problemas estruturais

utilizem estes meios de forma coerente, e que assim possam encontrar melhores formas de

ministrar os diversos conteúdos contidos em uma escola, pois com a utilização de melhores

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materiais pedagógicos e melhor infra-estrutura o professor poderá alcançar melhores

resultados.

Dentre os trabalhos que ganharam expressão nesta última década, destaca-se

o Programa Etnomatemática, com suas propostas alternativas para a ação pedagógica. Tal programa contrapõe-se às orientações que desconsideram

qualquer relacionamento mais íntimo da Matemática com aspectos

socioculturais e políticos – o que a mantém intocável por fatores outros a não ser sua própria dinâmica interna. Do ponto de vista educacional, procura

entender os processos de pensamento, os modos de explicar, de entender e

de atuar na realidade, dentro do contexto cultural do próprio indivíduo. A

Etnomatemática procura partir da realidade e chegar à pedagógica de maneira natural, mediante um enfoque cognitivo com forte fundamentação

cultural. (PCNs – Matemática, 2001. Pág. 23)

Esta reflexão torna mais clara a importância de trabalhar o conteúdo matemático

dentro da realidade do aluno porque este aluno vai para escola em busca de um saber que deve

ter nexo dentro do seu mundo, assim o aprendizado terá maior influência na sociedade. Pois a

sociedade é o foco daquilo que é ensinado para o aluno, assim o aluno é um meio que

transporta o conhecimento da escola para a vida social.

Em relação à etnomatemática, podemos observar que se trabalharmos as diferenças em

uma sociedade, podemos diagnosticar melhor as deficiências e as necessidades de cada grupo

que será voltado ao aprendizado. Com essa aproximação do conteúdo matemático ao

educando a aprendizagem terá maior ênfase naqueles pontos que são de maior importância

para a sua vida, este fato deixará a matemática mais lúdica e mais prática, pois o aluno poderá

fazer uma relação entre o concreto e o abstrato, esta relação é de grande importância porque a

matemática não é apenas efetuar contas, resolver expressões numéricas e algébricas, etc. mas

sim uma nova forma de visualizar o mundo que se vive.

A matemática quando focada para um determinado grupo, (podemos citar a educação

matemática indígena), pode-se alcançar melhores resultados porque além de trabalhar os

conteúdos específicos visando retratar o dia-a-dia do aluno, o professor deve procurar ter a

mesma linguagem de seus alunos, ou seja, o mesmo modo de pensar. Assim o educador

poderá transmitir melhor aquilo que ele esta querendo ensinar, porque além de conhecimentos

matemáticos o professor deve ensinar o aluno a interpretar e compreender as teorias

matemáticas.

“Tentei nessa escola aí, pra ver se arrumava vaga pra esses meninos, mas

num acha! Tem três bons de escola e num acha vaga!” Depois tem problema

da localização da escola. Muitas vezes as mães não conseguem vaga na

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escola mais próxima de sua casa. As crianças são obrigadas a fazer todo o

dia longos trajetos de ida e volta à escola. (CECCON, 1984. Pág.42-43)

Dentro da questão socioeconômica devemos observar que o desenvolvimento do aluno

esta diretamente relacionada aos recursos pedagógicos que ele possui, e também nas boas

condições das escolas, prédios escolares em bom estado de conservação, bom preparo dos

professores, meios de transporte de qualidade e outros. Quando o aluno pode trabalhar com

materiais didáticos de boa qualidade ele consegue visualizar o conteúdo matemático de uma

forma mais globalizada, pois com um material mais rico o aluno conseguirá desenvolver

melhor o seu raciocínio lógico uma vez que para um bom desenvolvimento matemático, é

essencial que o aluno tenha uma visão lógica do que esta aprendendo. Se o professor estiver

bem preparado ele terá mais facilidade em desenvolver o conteúdo, o aluno poderá assimilar

melhor aquilo que está sendo ministrado. Quando o aluno estuda em uma escola que esta em

boas condições físicas facilita a aprendizagem, porque a questão de conforto e comodidade é

de grande importância na aprendizagem para o aluno. Este problema é gravíssimo, porque o

educando necessita; como por exemplo, boa carteira para estudar, assim pode melhorar a

aprendizagem. Com relação ao transporte, observa-se que dentro do Brasil temos vários

exemplos que retratam a má qualidade do transporte escolar. Se o aluno já chega à escola

cansado, consequentemente ele terá mais dificuldade em aprender. Isso ocorre muitas vezes

porque os governantes responsáveis pelo transporte dos alunos não se preocupam em dar bons

meios de transportes para os estudantes.

A relação entre pobreza e educação é existente desde o inicio da vida escolar da

humanidade, porque além dos recursos pedagógicos que um aluno necessita, o educando

também precisa de ferramentas que a falta de recursos financeiros impossibilitam a sua

utilização. Como por exemplo, boas condições de habitação e de transporte, e também

condições de aproveitar melhor os recursos pedagógicos existentes na escola. Há também um

grande preconceito direcionado aqueles considerados pobres, isso ocorre muitas vezes porque

estes alunos são originados das periferias das cidades e também da zona rural, porém nem

todos os alunos destas localidades sentem este preconceito, mas a grande maioria se sente

inferiorizada por não possuírem as mesmas condições que as demais crianças.

Quando os pobres, as crianças da periferia e das zonas rurais entram para a

escola, eles ficam deslocados, não conseguem aprender e passam a constituir

um problema. Então, a solução mais fácil é acusar a pobreza pelo fracasso

dos pobres. Não aprendem porque estão com fome, não aprendem porque tem problemas em casa, não aprendem porque falam errado, etc, e etc. A

maioria dos professores e das autoridades de ensino não procuram saber se a

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escola poderia se organizar de outra maneira, levando em conta a pobreza e trabalhando no sentido de diminuir e compensar seus efeitos. Não se procura

adaptar a escola às necessidades dos pobres, o que seria perfeitamente

possível, mas, ao contrário, pede-se aos pobres que se adaptem a uma escola

que não foi feita para eles, o que é praticamente impossível. E, como eles não conseguem fazer esse milagre, vão sendo pouco a pouco eliminados, o

eu faz desaparecer o problema. (CECCON, 1984. Pág. 48-49)

O meio educacional classifica esses alunos por acreditarem que eles têm maiores

dificuldades em aprender pelo fato de serem pobres, e que este problema os coloca em termos

de inferioridade aos demais alunos. A escola deve se adaptar a este aluno com necessidades e

características especiais para sua aprendizagem, porque eles não possuem os mesmos

recursos, nem as mesmas condições de vida dos demais, por isso ele poderá se sentir

inferiorizado, acreditando que não tem condições de aprender como os demais. Este fato deixa

o seu aprendizado cada vez mais difícil, pois se o aluno acredita que não consegue e o

professor não poderá ensiná-lo como aos outros alunos. Desta forma o seu aprendizado será

inferior ao demais.

Ao passar do tempo o aluno pobre que desde o inicio de seu aprendizado se sentiu

inferior aos outros vai ficando para trás em seu estudo, com isso ele tenderá a repetir o ano e

consequentemente deixará a escola. Um dos fatores que evidenciam esta realidade é o fato

que a escola não se preocupa em integrar este grupo de alunos a vida escolar e aos recursos

existentes.

Nota-se também que necessita de uma boa alimentação, nem todos possuem meios

econômicos de ter a primeira refeição em casa logo de manhã, ou condições de levar o seu

alimento para a escola. A merenda escolar é um dos meios que viabiliza uma boa

aprendizagem, porque como ninguém consegue aprender cansado, também não poderá

aprender com fome, esta é uma dura realidade que inúmeras crianças brasileiras enfrentam

diariamente.

1.2 Desenvolver a interdisciplinaridade

Outro tema muito importante que os alunos questionam é que sentem a matemática um

pouco distanciada das demais disciplinas; no entanto este conteúdo com toda sua

complexidade se aproxima de várias outras matérias, auxiliando no desenvolvimento de

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diversos conteúdos presentes em outras áreas do conhecimento, esta aproximação torna o

conteúdo matemático um mecanismo de interação dentro de todo o processo de ensino-

aprendizagem, porque diversas matérias utilizam cálculos matemáticos, e o aluno só poderá

ter bons resultados nessas outras disciplinas se ele possuir bom conhecimento matemático.

...podemos retomar essa distinção ao fixarmos as exigências do

conhecimento interdisciplinar para além do simples monólogo de

especialistas ou do „diálogo paralelo‟ entre dois dentre eles, pertencendo a disciplinas vizinhas. Ora, o espaço interdisciplinar, quer dizer, seu

verdadeiro horizonte epistemológico, não pode ser outro senão o campo

unitário do conhecimento. Jamais esse espaço poderá ser constituído pela

simples adição de todas as especialidades nem tampouco por uma síntese de ordem filosófica dos saberes especializados. O fundamento do espaço

interdisciplinar deverá ser procurado na negação e na superação das

fronteiras disciplinares. (JAPIASSU, 1976, pág. 74-75)

Observamos que a interdisciplinaridade é um elemento que trabalha a interação de

diversos campos do conhecimento. Esta interação facilita o entendimento não só da

matemática, mas também das outras disciplinas que fazem parte deste processo. Trabalhando

a matemática de forma interdisciplinar, torna-a mais dinâmica e com mais aplicabilidade,

assim, podemos utilizar os mecanismos matemáticos em outras matérias.

A interdisciplinaridade também é um elemento que torna o aprendizado matemático

mais real e prático, porque o aprendizado passa a ter um maior significado. Pois ao

desenvolver esta visão mais abrangente dos conteúdos ministrados o professor pode dar uma

visão mais prática e realista daquilo que está ensinando, porque um conteúdo que foi

aprendido há algum tempo atrás, hoje pode estar sendo utilizado em grande quantidade em

outra matéria, isso irá induzir o aluno a buscar um maior entendimento matemático, uma vez

que ele está utilizando aquilo outrora aprendido.

Assim como a interdisciplinaridade, a multidisciplinaridade também contribui para

ampliar os conhecimentos sobre determinado assunto, um determinado problema matemático

envolve outras disciplinas sem, no entanto haver consenso entre elas sobre os métodos e

conceitos utilizados, cada um contribuindo de acordo com as especificações de seu conteúdo,

assim o aluno terá várias visões sobre um mesmo assunto.

Com a interação entre diferentes conteúdos podemos observar a realidade de uma

forma clara e assim chegar a solucionar dúvidas que seriam de grande dificuldade para serem

resolvidas. Assim o professor consegue conduzir a sua aula, de forma que haja um maior

interesse dos alunos em buscar o conhecimento e com isso a participação irá aumentar

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consideravelmente. Com esse aumento da participação do aluno, irão surgir várias dúvidas

que possam ser discutidas, há medida que essas novas dúvidas vão sendo esclarecidas,

consequentemente o aprendizado terá uma maior qualidade e clareza.

“A aprendizagem em Matemática está ligada à compreensão, isto é, à

apreensão do significado; apreender o significado de um objeto ou

acontecimento pressupõe vê-lo em suas relações com outros objetos e acontecimentos. Assim, o tratamento dos conteúdos em compartimentos

estanques e numa rígida sucessão linear deve dar lugar a uma abordagem em

que as conexões sejam favorecidas e destacadas. O significado da Matemática para o aluno resulta das conexões que ele estabelece entre ela e

as demais disciplinas, entre ela e seu cotidiano e das conexões que ele

estabelece entre os diferentes temas matemáticos.” (PCNs matemática, 2001 págs. 19 – 20).

Podemos observar que a matemática é um tema que interage com todas as matérias,

isso mostra a grande importância da matemática no desenvolvimento de grande parte do

processo educacional. A matemática é um elo que une diversos conhecimentos, por exemplo,

é necessário conhecer a matemática para trabalhar o crescimento populacional de uma região,

encontrar o número de oxidação de um elemento químico, e em diversas outras disciplinas

que envolvem a matemática muitas vezes sem perceber, todavia o conteúdo matemático

também pode ser trabalhado de forma que haja uma interação entre as demais disciplinas e

também o cotidiano como já foi anteriormente abordado. Este ponto de vista mais abrangente

de ensinar matemática torna o processo ensino-aprendizagem mais rico em oportunidades de

melhor aproveitamento daquilo que esta sendo ministrado.

Quando o professor trabalha de forma interdisciplinar, o aprendizado além de ter mais

finalidade torna-se mais prazeroso para o aluno. Esta relação entre diversos conteúdos

também pode melhorar o desenvolvimento das outras matérias ali estudadas, pois com a

utilização da matemática as demais disciplinas também podem sofrer grandes avanços.

Quando observamos a interdisciplinaridade de fora do processo ensino-aprendizagem,

podemos dizer que isto não é de grande valia, porém quando o professor esta diariamente com

o aluno ele pode observar que este mecanismo é de grande auxilio para o bom

desenvolvimento não só matemático, mas também das demais disciplinas. O professor deve

ter muita clareza em realizar um trabalho interdisciplinar uma vez que não se pode fazer uma

mistura aleatória de conteúdos, e sim se deve trabalhar de forma sistematizada.

1.3 Desenvolver a educação de forma menos tradicional

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Outra queixa muito frequente é a complexidade no ensino matemático, com a

utilização de vários exercícios repetitivos e também utilização de fórmulas que tornam a

matemática bastante mecânica e pouco explicativa. O conteúdo matemático quando é

ensinado de forma tradicional dificultando seu entendimento porque o aprendizado quando é

trabalhado de forma lúdica voltado para a realidade e também buscando o entendimento do

aluno de forma sistemática, desenvolvendo o aprendizado de maneira que ele possa analisar o

conteúdo, e também fazer uma comparação entre o que já foi aprendido e o que está

aprendendo, assim o aluno poderá participar melhor do seu aprendizado. Necessita-se fazer

uma mesclagem entre educação tradicional e a não tradicional, esta atitude pode deixar a

matemática mais prática, porque hoje existem novos meios que possibilitem uma educação

mais atual como a internet, software, vários jogos pedagógicos, e outros, que facilitam na

compreensão de certos temas matemáticos, e não simplesmente com exercícios repetitivos

visando apenas à aprendizagem por forma de repetição, com isso tornaremos as aulas mais

dinâmicas e atrativas.

Na educação não tradicional o aluno faz parte do seu aprendizado, ou seja, ele

participa de todos os processos ativamente, criando problemas em que ele mesmo buscará

solucionar. Observa-se também que uma educação não tradicional, não é baseada apenas na

autoridade do professor, nas avaliações sem consulta e individuais. Baseando também numa

liberdade que o aluno tem em participar da aula, manifestar-se perante aos colegas e ao

professor de forma que seu raciocínio possa ser analisado.

Em relação à avaliação, necessita-se de ser contínua analisando assim o aprendizado

do aluno dia-a-dia, porém neste ponto a educação tradicional tem a sua importância, porque

pelo menos uma avaliação bimestral deve ser ministrada para os alunos. Outro aspecto da

educação tradicional que é de importância é a autoridade que o professor deve exercer perante

a sala de aula, porque em uma sala desorganizada e com muito barulho terá sua aprendizagem

prejudicada e com baixos resultados.

Tradicionalmente, a prática mais frequente no ensino de Matemática era

aquela em que o professor apresentava o conteúdo oralmente, partindo de definições, exemplos, demonstração de propriedades, seguidos de exercícios

de aprendizagem, fixação e aplicação, e pressupunha que o aluno aprendia

pela reprodução. Considerava-se uma reprodução correta era evidência de que ocorrera a aprendizagem. Essa prática de ensino mostrou-se ineficaz,

pois a reprodução correta poderia ser apenas uma simples indicação de que o

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aluno aprendeu a reproduzir, mas não aprendeu o conteúdo. É relativamente recente, na história da Didática, a atenção ao fato de que o

aluno é agente da construção do seu conhecimento, pelas conexões que

estabelece com seu conhecimento prévio num contexto de resolução de

problemas. (PCNs matemática, 2001 págs. 39-40).

Há um fenômeno muito comum existente no processo ensino-aprendizagem que

constitui no fato de que o ensino é voltado às vezes para a memorização e não para a

compreensão, estes problemas são ainda reflexos de uma matemática tradicional, tema que já

está em processo de mudança por meio de reformulações curriculares e também novas

propostas pedagógicas.

Estas observações deixam mais claras à necessidade de um ensino atual e dinâmico,

pois apenas a resolução de problemas recorrentes torna toda a aprendizagem fora da realidade,

com isso o aprendizado apresenta as características que os alunos mais se queixam, ou seja, os

conteúdos não apresentam uma utilidade prática. Devemos tirar da sociedade, certo

preconceito existente que, a matemática é um tema complicado e de difícil entendimento.

Associando os termos matemáticos não só com a vida do individuo, mas de forma que

influencie culturalmente, economicamente e socialmente, buscando assim estimular a sua

melhor compreensão.

Às vezes os alunos até tem facilidade em aprender matemática, mas necessitam da

maior relação entre o concreto e o abstrato, as poucas aplicações da geometria, da álgebra, e

às vezes até da aritmética dificulta essa relação que deve ser incentivada, utilizando métodos

que demonstrem suas reais finalidades e aplicações de forma lúdica buscando maior clareza.

O aluno precisa compreender a matemática como um conteúdo que está integrado em sua

vida, de forma que ela é usada em diversas situações cotidianas.

1.4 Desenvolver o raciocínio lógico

O professor também deve desenvolver a matemática de forma que o aluno possa

construir o seu conhecimento, assim o educando terá facilidade em assimilar os conteúdos.

Este desenvolvimento virá de forma que o professor dê liberdade para o aluno trabalhar os

diversos conteúdos matemáticos a sua maneira, mostrando que um determinado conteúdo

matemático pode ter diversas formas de resolução. O professor deve apresentar ao aluno todas

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as formas de resolução dos exercícios e deixar ao critério de cada aluno qual a melhor forma

de resolução. Quando o professor utiliza este método pedagógico ele trabalha com o

raciocínio lógico do aluno, desenvolvendo assim todos os seus conhecimentos matemáticos.

Ao ministrar os conteúdos, o professor deve visualizar as melhores formas de

transmitir o conhecimento, porque dentro de uma sala de aula existem alunos com diversas

habilidades matemáticas e também diversas dificuldades matemáticas. O professor deve

diagnosticar quais são as principais dificuldades dos alunos em particular tentando assim não

deixar nenhum aluno com déficit em seu aprendizado, buscando manter sempre um bom nível

de aprendizagem para todos.

Estudos sobre desenvolvimento do raciocínio lógico matemático no contexto

do trabalho tem visado não somente estabelecer como o conhecimento se

desenvolve em contextos naturais, como também determinar como a

escolarização formal contribui para este desenvolvimentos. (CARRAHER,

2001, pág, 70.)

O professor necessita ter um bom diálogo com seus alunos, melhorando a

percepção do educador sobre as dificuldades do educando “o professor deve se colocar no

lugar dos alunos” (texto dez mandamentos para professor, George Polya). Esta observação do

professor é muito importante, porque várias dúvidas existentes são deixadas de lado, e às

vezes o aluno não pergunta por vergonha, se ele não pergunta a aprendizagem vai ficando

cada vez mais defasada. Quando o professor tenta se colocar no lugar dos alunos, ele poderá

estar um passo a frente no ponto de vista de sanar dúvidas, porque com esta visão o educador

pode observar que alguns alunos sentem dificuldades em determinados pontos no

desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem.

Quando o professor trabalha de forma não tradicional ele desenvolve também o

raciocínio lógico deste modo, quando o professor desenvolve a visão lógica de seu aluno ele

também esta desenvolvendo o próprio aprendizado do aluno de forma automatizada, uma vez

que o próprio aluno consegue desenvolver uma visão matemática mais abrangente. Esta visão

facilita o trabalho do professor porque o aluno conseguirá fazer perguntas mais elaboradas

que não só irão sanar as suas dúvidas como também do restante da turma.

Os resultados expressos pelos instrumentos de avaliação, sejam eles provas,

trabalhos, postura em sala, constituem indícios de competências e como tal

devem ser considerados. A tarefa do avaliador constitui um permanente exercício de interpretação de sinais, de indícios, a partir dos quais manifesta

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juízos de valor que lhe permitem reorganizar a atividade pedagógica. (PCNs Matemática, 2001, pág. 59)

Na questão da avaliação, o professor deve utilizar diversos métodos, inclusive o

tradicional, que diz que devemos dar pelo menos uma avaliação individual sem consulta, o

professor deve também ministrar avaliações de grupo, trabalhos para ser realizado em casa,

acompanhar a participação diária do seu aluno. Estes outros métodos de avaliação, juntamente

com a avaliação individual podem diagnosticar quais são as deficiências que os alunos

apresentam. Quando o professor utiliza a avaliação em grupos, trabalhos com duas ou mais

pessoas, além de trabalhar o conteúdo matemático o educando também estará desenvolvendo

o aprendizado entre os alunos, de forma que um possa auxiliar o outro, percebendo que aquele

que está com mais dificuldades pode aprender com aquele que tem mais facilidade. A questão

de enviar trabalhos para serem feitos em casa desenvolve a aprendizagem porque o aluno irá

estudar para resolver as questões ali propostas, o aprendizado assim terá maior bagagem

teórica. O fato de o professor trabalhar com avaliação contínua favorece o bom desenvolver

da aula porque se o aluno sabe que esta sendo avaliado diariamente ele terá mais

responsabilidade com seu dia-a-dia na escola, com isso o aluno também irá buscar participar

mais das aulas. Esta participação será de grande importância porque irão aparecer dúvidas,

sugestões, além do conteúdo possibilitar também diversas fórmulas de resolução dos

exercícios, o professor então poderá dar a opção a cada aluno de escolher a melhor maneira de

resolução.

Quando o professor desenvolve sua aula de forma não tradicional ele também poderá

melhorar o diálogo entre ele e os alunos, isso facilitará o seu trabalho porque os alunos terão

mais liberdade em participar das suas aulas, pois muitas perguntas são tidas como incoerentes

ou fora dos conteúdos, com isso o professor deve ter certo jogo de cintura para voltar ao

conteúdo sem tirar a liberdade dos alunos de participarem das aulas. Pois apesar daquela

pergunta não ser cabível, ou seja, ser desprezível, daqui a pouco tempo este mesmo aluno

pode ter alguma dúvida, e esta dúvida pode estar dentro do conteúdo, e poderá melhorar o

desenvolvimento da aula. Se o professor não souber lidar com estas dúvidas que às vezes são

feitas fora do conteúdo ministrado no momento, ele poderá intimidar seu aluno a fazer novos

questionamentos.

A importância do desempenho de um papel ativo do aluno na construção do

seu conhecimento; Direcionamento do ensino fundamental para a aquisição de competências

básicas necessárias ao cidadão e não apenas voltadas para a preparação de

estudos posteriores;

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Necessidade de levar os alunos a compreenderem a importância do uso da tecnologia e a acompanharem sua permanência e renovação. (PCNs

matemática, 2001, pág.22)

Observando o que foi acima citado nota-se que o desenvolvimento matemático já vem

sofrendo alterações ao longo do tempo porque vem mudando a visão do educador, ele é o

principal meio de desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem. O educador deve

trabalhar sempre buscando uma visão do aluno focada sempre na sua necessidade e também

na sua realidade, isso torna o ensino matemático cada vez mais atual. Quando o aluno está

ligado às modernidades tecnológicas ele terá maior facilidade em encontrar utilidade naquilo

que esta aprendendo. Com esta atitude o professor estará trazendo sua aula para uma realidade

não tradicional, pois a educação tradicional é voltada para exercícios repetitivos quase sempre

iguais, e também utilizando sempre as mesmas formas de resolução. Já esta nova visão que o

educando vem adquirindo torna-o cada vez mais um agente que pode transformar o

desenvolvimento do conteúdo matemático, assim ele pode utilizar esta modernidade para

auxiliá-lo na busca de resoluções para seus problemas, encontrando novas possibilidades além

das encontradas nos livros.

A educação não tradicional também pode melhorar o desenvolvimento do ensino

porque o professor deixa de ser apenas um transmissor do conhecimento, mas também passa a

ser um condutor que possibilitará o aluno a desenvolver seu aprendizado. Este conhecimento

que o aluno desenvolve automaticamente tende a permanecer mais claramente, porque vem de

forma natural.

1.5 Alguns problemas que podem dificultar a aprendizado.

A influência da vida familiar é de grande importância no desenvolvimento educacional

do aluno, porque a criança é um individuo em formação, tanto fisicamente quanto

intelectualmente. A família deve fornecer todos os recursos necessários para que haja um bom

desenvolvimento em cada fase de sua vida. Os pais são o espelho dos filhos, deste modo, tudo

que a criança aprende em casa irá influenciar em sua vida na escola, o ritmo de vida, horários

para estudo, organização, respeito, são todas atitudes moldadas pelo convívio familiar e que

irão refletir futuramente em sua vida adulta.

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Em condições ideais a criança se torna progressivamente mais autônoma à medida que cresce e, ao tornar-se mais autônoma, torna-se menos

heterônoma. Ou seja, à medida que a criança se torna apta a governar-se, ela

é menos governada por outras pessoas. (KAMII, 1999, pág. 106).

Quando o aluno já vem de casa para a escola com a mentalidade um pouco

desenvolvida, facilita o trabalho do professor, porque a educação não é apenas

responsabilidade da escola, mas sim de todos, principalmente dos pais. Nota-se que para o

educador, desenvolver raciocínio lógico e crítico de todos os alunos é bastante complicado,

mas quando os pais estimulam seus filhos a estudarem em casa, estão desenvolvendo também

o raciocínio lógico e crítico assim o trabalho do professor torna-se mais dinâmico. O aluno se

envolve mais na construção de seu conhecimento, porque consegue acompanhar melhor o

raciocínio do professor, e desenvolve mais durante as aulas, pelo fato de entender e criticar o

que é exposto em sala. Alunos mais críticos se tornaram cidadãos mais críticos, e assim a

sociedade ganha com o surgimento de profissionais mais engajados no desenvolvimento

social.

Todavia o aluno necessita de diversos recursos e atitudes para que possa desenvolver o

conteúdo em sua formação escolar, como já vimos o raciocínio lógico facilita todo o processo

de ensino aprendizagem, logo a família pode e deve ajudar a desenvolver a educação, com

esta atitude o aprendizado terá melhores resultados. A educação se dará de maneira mais fácil

e o aluno quando percebe que está aprendendo sente mais prazer em continuar buscando o

conhecimento para sua vida.

Quase todos os dias podemos observar nos telejornais a dura realidade dos alunos que

são transportados de maneira inadequada para ir de casa para a escola. Nestes telejornais

podemos observar que às vezes os alunos são obrigados a viajar várias horas em carrocerias

de caminhões chamados “Pau de Arara”.

Estes meios de transporte não dão a menor segurança muito menos conforto, aquelas

crianças que saem cedo de casa e alguns além de todas as condições adversas dos meios de

transportes ainda não comem nada em casa e já chegam às escolas exaustas e famintas. Esta

realidade é bastante comum nas regiões mais distantes de nosso Brasil. É dever dos governos

darem condições de transportes de boa qualidade e boa merenda escolar. Mas infelizmente

estes governos que são escolhidos pelo povo, nem sempre cumprem com a sua

responsabilidade, e quem mais sofre são os alunos que se sujeitam a esta dura realidade.

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Não vamos discutir porque há indivíduos ricos e pobres porque há países ricos e pobres. Será isto parte integrada no processo civilizatório ocidental?

Como começou? Claramente, a história nos mostra que o crescimento dos

muitos, hoje considerados ricos, países mesmo se internamente a distinção

entre ricos e pobres foi abrandada por medidas socializantes, coincide com a exploração do que é hoje chamado Terceiro Mundo e sabemos que a

situação econômica corrente coloca esses países do Terceiro Mundo como

devedores crescentes, ou, de acordo com o dicionário de Webster, “culpados de negligência ou isolamento do dever”.( D‟AMBROSIO, 1986, pág. 56).

Estas obrigações de dar bons meios de transportes lanche, materiais didáticos, recursos

humanos e físicos, enfim, estes e outros fatores que desenvolvem a educação é dever dos

governos, porém nem sempre estes mesmos cumprem com a sua responsabilidade e com isso

a qualidade da educação sofre uma grande e decisiva deficiência que deixam estes alunos

carentes com grande dificuldade de concorrerem com aqueles que tiveram boas condições de

estudos. É fácil perceber que alunos que estudam em escolas boas, se alimentam bem e

possuem boa estrutura familiar geralmente estão mais capacitados para ingressar nos melhores

cursos das faculdades.

Estes acontecimentos nos dias atuais podem ser observados com muita frequência nas

escolas, pois a abordagem de traficantes é cada vez mais intensa sobre os alunos porque eles

são um público alvo para esse tipo de crime. As drogas tornam a vida do individuo mais

tumultuada, eles ficam mais agressivos, nervosos, e geram além de problemas físicos

inúmeros problemas sociais que podem fomentar a violência dentro da escola. Na escola

devem ser adotadas algumas medidas que impeçam a atuação destes bandidos.

A complexidade que envolve a presença de drogas (de alguma forma) é

maior do que a mera constatação de que um ato ilícito ocorre dentro das

escolas, ferindo os princípios da educação e da escola como local seguro e

de formação para a cidadania. Como a escola é um lugar de sociabilidade, destaca-se o risco de difusão e propagação do uso de drogas entre os

estudantes, já que os que são consumidores podem vir a influenciar aqueles

que não o são: “Tem as pessoas que passam a ser consumidoras e tem aquelas que já entram na escola que já são consumidores.” (UNESCO,

2005 pág, 102)

Educar os alunos para se manterem longe das drogas é um dever da escola e também

de toda sociedade porque infelizmente a criminalidade esta presente em todas as esferas

sociais, tanto nas mais carentes quanto nas de classe alta, no entanto, se conseguirmos

diminuir este problema a educação poderá sofrer uma grande melhora, não só na

aprendizagem, mas também na consciência cívica do individuo. Porque o aluno que usa

drogas não esta apenas se destruindo, mas também está fomentando o crime. E lado a lado

com as drogas caminha a violência dentro da escola. A violência não é apenas agressão física,

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mas também a agressão psicológica conhecida como Bulling, que consiste em ofensas que às

vezes fere mais do que socos e pancadas. Este tipo de violência que muitas vezes é visto como

brincadeira pode chegar a ter consequências muito drásticas porque a pessoa que esta sendo

agredida pode sentir vontade de revidar, e com isso ele pode ter alguma atitude que acarrete

não só problemas psicológicos a outra pessoa, mas sim chegar a agressão física. Crianças que

sofrem com este tipo de agressão podem se tornar adultos frustrados e depressivos.

Isto permite-me concluir sobre dois pontos. O primeiro é que se quiser estar

numa verdadeira perspectiva de reflexão e elaboração sobre os fenômenos ditos de violência, sem esperar uma pacificação a curto prazo, isso quer

dizer, ao mesmo tempo, que é preciso reabilitar o trabalho como dimensão

antropológica da constituição dos sujeitos e da própria sociedade. E quem diz reabilitar o trabalho, diz igualmente reconhecer a conflitualidade social

psíquica que habita o trabalho. Assim, no que diz respeito à escola, não

podemos pensar apenas em questões escolares. Da mesma maneira que me parece que os problemas da violência na escola levantam menos problemas

do que os próprios problemas da escola, também os problemas de violência

social levantam menos problemas à sociedade do que os problemas da

sociedade e os problemas da necessária transformação democrática na escola como na sociedade. ( ROCHEX, 2003, pág. 20-21)

Esta questão nos dias atuais nos mostra um problema muito comum, porque a

violência não esta apenas nas ruas, ela vem muitas vezes de dentro da própria casa do aluno.

O educando já chega à escola pensando que aquelas atitudes violentas que às vezes ele

observa ou até mesmo é vitima tanto na rua como em sua casa são normais e corriqueiras,

assim ele acredita que seja normal uma pessoa ter estas atitudes para com o próximo. Podendo

até mesmo se tornar uma pessoa violenta com seus colegas e em alguns casos com os

professores.

A sociedade vê a violência escolar como se este tipo de agressão não pudesse ser

caracterizado como crime, mas sim como indisciplina que o aluno apresente no ambiente

escolar. Os indivíduos que estão envolvidos no meio educacional devem ter a consciência que

violência na escola não é apenas indisciplina, mas sim uma agressão que pode ser física,

psicológica ou ambas, podendo ter consequências trágicas se não for repreendidas e

devidamente punidas.

1.6 Como todos os problemas podem facilitar a educação.

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Na educação existem estes e outros diversos problemas, porém quando podemos

diagnosticar os problemas existentes, poderemos encontrar com mais facilidade as soluções,

pois a educação matemática se baseia também na resolução de problemas utilizando o

raciocínio lógico como ferramenta.

Todo mundo vive se queixando da escola. Pais, professores e alunos

reclamam que ela não está funcionando como devia e que as coisas não

podem continuar desse jeito. Mas cada um pensa que o culpado desse mal funcionamento são sempre os outros. Daí que a discussão sobre a escola

parece mais um coro em que cada um acusa o outro, cada um tem uma parte

de razão mas ninguém consegue se entender nem chegar à raiz do problema.

(CECCON, 1984, pág.11)

Muitas vezes os pais jogam toda responsabilidade da aprendizagem e da educação de

seus filhos na responsabilidade exclusiva da escola e isso é um grande erro, porque o

professor é chamado de educador, mas a educação que o professor ministra é apenas um

complemento. O dever de educar é realmente dos pais, fica a cargo do professor o trabalho de

desenvolver o conhecimento estudantil da criança e noções de cidadania etc.

A educação é um dos principais elementos que pode mudar a visão do individuo e da

sociedade. Assim os pais, professores e governantes devem estar sempre muito atentos às

necessidades de cada aluno e dar a eles meios que possibilitam o bom andamento do processo

de ensino-aprendizagem.

Esta questão educacional que nos dias atuais esta a cargo da escola é muito importante

porque o professor deve ter uma formação psicológica que possa influenciar o educando para

que quando ele sair do meio escolar ele possa ter alguma percepção do que o individuo é

perante a sociedade, e que como indivíduo deve estar ciente dos seus direito e deveres.

Quando uma pessoa sabe o que pode e o que não pode fazer, sua vida será mais tranqüila

porque não estará ultrapassando os limites que a sociedade pré estabelece para o bom

convívio no meio social.

Quando a escola consegue diagnosticar os problemas que existem, todo corpo docente

poderá resolver esta situação utilizando meios pedagógicos, mudando o raciocínio do

professor em relação a suas obrigações, dando ao professor melhores formas de se

atualizarem e também mostrar a ele a necessidade desta atualização, entre outros aspectos

podemos citar também que a escola deve dizer ao aluno porque esta ali, qual a sua finalidade,

que é ser a principal forma de disseminar o conhecimento pela sociedade, e também mostrar

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ao aluno a necessidade que ele tem em aprender todo aquele conhecimento que está ali

ofertado.

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CAPITULO 2: COMO PODEMOS MELHORAR A EDUCAÇÃO MATEMÁTICA

Este aspecto é muito complexo porque a educação matemática é um elemento que

depende de inúmeros fatores, tanto financeiros, humanos, metodológicos, sociais e culturais.

Á educação escolar é cheia de obstáculos que muitas vezes devem ser analisados por pessoas

capacitadas e engajadas, para que possam resolver os problemas existentes. Estes

profissionais além de um envolvimento emotivo deve também estar cientes de suas

responsabilidades perante a sociedade e ter bom embasamento teórico e boa formação para

então poderem formar cidadãos que consigam viver em uma sociedade mais crítica, igualitária

e preocupada com os problemas sociais.

Deste modo devemos buscar soluções que possam auxiliar nesse processo de formação

de indivíduos, trazendo o conteúdo matemático para a vida não só do educando, mas também

de todo o grupo social que ele esta inserido, porque os conhecimentos matemáticos além de

grande importância prática para a pessoa também é uma ferramenta que pode melhorar a

visão que este individuo tem daquilo que ele precisa para ter êxito em sua vida profissional.

2.1 A Importância do conhecimento matemático.

A matemática juntamente com a leitura e a escrita é de grande influência na vida dos

indivíduos, sem um conhecimento básico em matemática uma pessoa terá inúmeros

problemas em sua vida. Porque a vida financeira do individuo esta diretamente relacionada à

matemática e também ao bom andamento de sua vida pessoal, deste modo percebemos que a

matemática pode influenciar decisivamente o individuo, de forma que ela é um mecanismo

que viabiliza diversas atividades na vida do ser humano.

A matemática é componente importante na construção da cidadania, na medida em que a sociedade se utiliza, cada vez mais, de conhecimentos

científicos e recursos tecnológicos, dos quais cidadãos devem se apropriar. A

matemática precisa estar ao alcance de todos e a democratização de seu

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ensino deve ser meta prioritária do trabalho docente. (PCNs Matemática,

2001, pág.19)

O conhecimento matemático quando tratado de forma prioritária pelos professores, por

se desenvolver mais rapidamente e com mais eficiência. Este favor é muito importante,

porque o aluno que possui bom conhecimento matemático terá também muita facilidade em

desenvolver seu conhecimento em outras áreas da educação. Isso ocorre por diversos motivos,

pois o bom desenvolvimento matemático possibilita um raciocínio mais rápido e com maior

facilidade de entendimento não só nas matérias que envolvem cálculos como física e química,

mas também nos conteúdos relacionados às áreas ditas humanas.

Devemos ressalvar que o estudo matemático não é apenas fazer contas aritméticas,

mas também desenvolver o aluno intelectualmente, assim ele será mais crítico e poderá

desenvolver seu próprio conhecimento. A matemática é um elo que une a vida do aluno àquilo

que ele esta aprendendo na escola, isso ocorre porque o conteúdo matemático é muito amplo,

e também engloba inúmeros aspectos que possibilitam o individuo a adquirir uma

mentalidade crítica e lógica. Este aumento na capacidade intelectual do individuo irá formar

uma sociedade mais consciente daquilo que ela deve fazer para que possa melhorar a vida de

todo meio em que vive.

Mas a vitalidade da matemática deve-se também ao fato de que, apesar do

seu caráter abstrato, seus conceitos e resultados tem origem no mundo real e

encontram muitas aplicações em outras ciências e em inúmeros aspectos práticos da vida diária: na indústria, no comercio e na área da tecnologia. Por

outro lado, ciências como física, química e astronomia tem na matemática

ferramenta essencial. Em outras áreas do conhecimento, como sociologia,

psicologia, antropologia, medicina, economia política, embora seu uso seja menor que nas chamadas ciências exatas, ela também constitui um subsidio

importante, em função de conceitos, linguagem e atitudes que ajuda a

desenvolver. (PCNs Matemática, 2001, pág. 27)

Este ponto de vista que a matemática esta inserido demonstra mais claramente as

necessidades específicas e as utilizações do conhecimento matemático, não se nas outras áreas

do processo de ensino aprendizagem, mas também na vida cotidiana do individuo. Uma

sociedade matematicamente bem desenvolvida torna-se mais realista e observadora nos seus

reais problemas e supostas soluções, além do fato que o conhecimento matemático é de suma

importância para o homem porque no mundo globalizado e capitalista que vivemos, este

conhecimento possibilita grandes vantagens em sua vida profissional e pessoal.

Assim, se o individuo possui bom conhecimento em matemática ele terá maior

facilidade em efetuar negócios financeiros, cálculos de área, cálculos populacionais, etc.; A

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matemática não é apenas fazer contas de somar ou diminuir, mais um elo que leva a sociedade

a se tornar mais realista, pois tudo que é ensinado na escola tem alguma utilidade no meio

social.

2.2 Como e por que a matemática é tão importante no Ensino Fundamental.

Nos primeiros anos de estudo do educando, podemos notar que já esta sendo

desenvolvidas no intelecto dos alunos algumas noções matemáticas que os acompanharam por

toda sua vida. Estas noções com o desenvolver da vida estudantil devem ser aprofundadas de

forma que este novo conhecimento esteja sempre anexado a aquele antigo, adquirido por toda

sua vida.

A matemática comporta um amplo campo de relações, regularidades e coerências que despertam a curiosidade e instigam a capacidade de

generalizar, projetar, prever e abstrair, favorecendo a estruturação do

pensamento e o desenvolvimento do raciocínio lógico. Faz parte da vida de

todas as pessoas nas experiências mais simples como contar, comparar e operar sobre quantidades. Nos cálculos relativos a salários, pagamentos e

consumo, na organização de atividades como agricultura e pesca, a

matemática se apresenta como um conhecimento de muita aplicabilidade. Também é um instrumento importante para diferentes áreas do

conhecimento, por ser utilizada em estudos tanto ligados às ciências da

natureza como às ciências sociais e por estar presente na composição musical na coreografia, na arte e nos esportes. (PCNs Matemática, 2001,

pág. 29)

Isso ocorre porque o conhecimento matemático faz parte da vida do indivíduo de

forma que ele às vezes nem percebe que está utilizando este tipo de conhecimento. A

matemática é como a língua de um povo, ou seja, faz parte da cultura, das relações que o

homem faz entre o concreto e o abstrato. Por isso torna-se mais interessante trabalhar de

forma empírica, continua, para que o aluno aprende sem perceber.

O professor deve fortalecer esta visão comparativa da matemática, já nos primeiros

anos do ensino fundamental. O conhecimento adquirido nesta fase do processo de ensino-

aprendizagem será à base de todo o aprendizado nas demais fases da aprendizagem do aluno.

A matemática também tem um papel de grande importância que, se trata do fato que o

mercado de trabalho espera que o profissional possua todas as qualidades que são

desenvolvidas no estudo matemático.

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2.3 Quais as melhores formas de desenvolver o saber matemático para o aluno.

Este saber matemático além de ser desenvolvido pelo professor em sala de aula,

também é observado através dos alunos que trazem de sua vida algum conhecimento, este

anteriormente desenvolvido no seu dia-a-dia. O aprendizado matemático ocorre diariamente,

porque todos nós utilizamos a matemática várias vezes ao dia muitas vezes sem ao menos

percebermos, então este aprendizado chamado de empírico será desenvolvido até o fim da

vida do indivíduo, de forma que será somado a aquele conhecimento adquirido na escola,

então percebemos a necessidade da escola estar sempre voltada para aquilo que o aluno sabe e

também o que precisa aprender no processo de ensino-aprendizagem.

No entanto, apesar dessa evidência, tem se buscado, sem sucesso, uma

aprendizagem em matemática pelo caminho da reprodução de procedimentos e da acumulação de informações; nem mesmo a exploração de materiais

didáticos tem contribuído para uma aprendizagem mais eficaz, por ser

realizada em contextos pouco significativos e de forma muitas vezes

artificial. É fundamental não subestimar a capacidade dos alunos, reconhecendo que resolvem problemas mesmo que razoavelmente

complexos, lançando mão de seus conhecimentos sobre o assunto e

buscando estabelecer relações entre o já conhecido e o novo. (PCNs Matemática, 2001, pág. 38)

O professor deve relacionar o conhecimento novo com aquele que o aluno já possui,

desta forma ele irá dar sequência ao aprendizado, e também deve trabalhar com problemas

voltados sempre para vida cotidiana. O aluno poderá visualizar melhor o que esta ali

aprendendo e o aprendizado será cada vez menos artificial, desta forma o educando estará

construindo seu próprio conhecimento.

O professor deve também ministrar uma aula cada vez mais diversificada abordando

sempre o que há de mais novo no mundo globalizado, como por exemplo, utilizar jogos

matemáticos, softwares, dinâmicas. O professor deve fazer uma relação entre o conteúdo

matemático e o que há de mais moderno no mundo em todas as áreas das ciências, tanto

humanas, biológicas e exatas. O educando poderá ter uma visão mais atual da matemática

porque ele poderá fazer uma comparação entre o conteúdo matemático e as demais

disciplinas.

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2.4 Como a resolução de problemas pode facilitar a transmissão do saber matemático para o

aluno.

Com a resolução de problemas além de desenvolver o raciocínio lógico do aluno

estaremos também mostrando a ele as utilizações em sua vida daquilo que ele esta aprendendo

na escola, uma vez que esta é uma queixa que os educandos têm. A matemática necessita de

uma prática para que o conhecimento de seus conteúdos possa ser assimilado pelos alunos de

forma que fique fixado em sua mente.

Ensinar a resolver problemas é uma tarefa mais difícil do que ensinar conceitos habilidades e algoritmos matemáticos, não é um mecanismo direto

de ensino, mas uma variedade de processos de pensamentos que precisam

ser cuidadosamente desenvolvido pelo aluno com o apoio e incentivo do

professor. (DANTE, 2002, pág. 30)

Quando o professor utiliza esse mecanismo didático, ele deixa sua aula mais criativa e

prazerosa, porque o educando esta ali descobrindo algo de uma forma sistemática e não

mecânica, ele aprenderá a ter seu próprio desenvolvimento intelectual. O conhecimento

adquirido de uma forma natural, sem que o aluno decore algo, mas sim entenda cada passo

que foi dado no desenvolver da resolução do problema, tornando o aprendizado muito mais

claro para aluno, assim ele poderá fazer uma comparação entre os problemas já resolvidos e

os que ele esta resolvendo naquele instante.

Esta prática pedagógica, também enfatiza todo o conhecimento que o aluno já possui,

porque ele irá trabalhar não só com aquele conteúdo, mas sim irá utilizar conceitos aprendidos

em outras aulas, outra serie, enfim, ele irá trabalhar um determinado problema com diversos

conceitos matemáticos. Isso torna o ato de resolver problemas uma forma bastante eficaz para

ministrar o conteúdo matemático. A matemática desde os seus primeiros pesquisadores foi

criada com a finalidade de resolver algum determinado problema existente na vida do ser

humano, e com isso, podemos observar os primeiros aspectos que torna a matemática mais

inserida dentro da vida do individuo.

A resolução de problemas também pode dar ao aluno uma noção entre o concreto e o

abstrato muito importante, que os educadores devem estar atentos porque esta visão entre

aquilo que ele aprende na escola e a realidade, facilitam o entendimento do aluno. Esta

observação pode ser facilmente comprovada, por exemplo: quando o professor que está

trabalhando com sólidos geométricos, sua aula terá melhor desenvolvimento se ele utilizar

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exemplos físicos como, caixas de leite que representam cubos, cano cortado que pode

representar um cilindro, etc.

A história da matemática mostra que ela foi construída como resposta a

perguntas provenientes de diferentes origens de contexto, motivadas por problemas de ordem prática (divisão de terra, cálculos de crédito), por

problemas vinculados a outras ciências (física, astronomia) , bem como por

problemas relacionados a investigações internas a própria matemática. Todavia, tradicionalmente, os problemas não tem desempenhado seu

verdadeiro papel no ensino, pois, na melhor das hipóteses são utilizados

apenas como forma de aplicação de conhecimentos adquiridos anteriormente

pelos alunos. (PCNs Matemática, 2001, pág. 42)

Com a resolução de problemas, além de desenvolver o raciocínio lógico do aluno, o

professor também está desenvolvendo os conteúdos matemáticos anteriormente ministrados.

Assim o educador estará dando um grande passo para a formação matemática de seu aluno,

porque os conteúdos não estão sendo decorados, mas sim estão sendo entendidos passo a

passo.

Ao passar do tempo o aluno irá melhorar sua capacidade de visualizar e resolver

problemas porque seu raciocínio lógico estará cada vez mais desenvolvido, juntamente com

os conhecimentos matemáticos. Com a melhora no raciocínio e no conhecimento do aluno, ele

começara a resolver aqueles problemas considerados mais complexos, isso ocorre porque o

educando adquire uma maturidade que possibilita a resolução destes problemas. Para o estudo

matemático, este amadurecimento favorece a aprendizagem de novos conteúdos.

Todavia, o processo de ensino-aprendizagem da matemática, deve ser abordado cada

vez mais voltado à utilização do que está sendo ensinado, de forma que todas as ideias,

métodos matemáticos, devem ser aplicadas em problemas que os alunos possam utilizar em

diversas situações, tanto naqueles diários, como também naqueles problemas que virão a um

médio e longo prazo no processo de ensino-aprendizagem.

O ensino da matemática privilegia o raciocínio dedutivo, e não o raciocínio indutivo. Deduzir significa inferir, ou seja, derivar uma inferência de um

princípio geral. O estudo e o ensino da Matemática significa resolver

problemas. Para outros, significa estabelecer provas através de deduções. Em

ambos os casos, a Matemática utiliza muitos conceitos definidos – e o domínio desses conceitos é um pré-requisito para poder aprender as regras

que permitem deduzir provas ou resolver problemas. (OLIVEIRA, 2001,

pág. 175)

Sem dúvida que com a utilização de problemas, o professor conseguirá ministrar seus

conteúdos matemáticos, pois deve sempre trabalhar com o aluno de forma que este possa

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desenvolver seu conhecimento, deste modo ele terá mais consistência naquilo que está

aprendendo porque ele irá descobrir e construir uma habilidade matemática que será muito

utilizada não só em sua vida escolar, mas também em sua vida fora da escola, porque o

conhecimento matemático é tão importância na vida do ser humano quanto o conhecimento da

língua que um povo fala em determinado país. O êxito do aluno é observado principalmente

quando o professor consegue auxiliar o aluno a compreender o problema de forma a permitir

sua resolução utilizando seu raciocínio lógico.

A questão de resolução de problemas é tão complexa que não envolve apenas

conhecimentos matemáticos, raciocínio lógico, mas também o aluno necessita de bom

entendimento para que ele possa compreender o que os enunciados estão pedindo. Se o aluno

não possuir esta habilidade em interpretação de texto ele terá enorme dificuldade em resolver

os exercícios porque ele não irá entender o que determinado problema está questionando. E

com a utilização deste mecanismo pedagógico, o aluno além de melhorar seu conhecimento

matemático, também irá melhorar sua compreensão textual.

2.5 Os jogos e as dinâmicas no ensino da matemática.

Com a utilização de jogos e dinâmicas o professor deixa sua aula mais alegre lúdica e

atrativa, ele estará ministrando seu conteúdo de uma forma diferente que o aluno aprende sem

perceber. Esta forma de aprendizado é de muito eficaz porque normalmente vem como

introdução do conteúdo aprendido anteriormente.

O ponto de partida da atividade matemática não é a definição, mas o

problema. No processo de ensino-aprendizagem, conceitos ideias e métodos matemáticos devem ser abordados mediante a exploração de problemas, ou

seja de situações que os alunos precisem desenvolver algum tipo de

estratégia para resolvê-las. O problema certamente não é um exercício em que o aluno aplica, de forma quase mecânica, uma fórmula ou um processo

operatório. Só a problema se o aluno for levado a interpretar o enunciado da

questão que vier posta e a estruturar a situação que lhe é apresentada. (PCNs Matemática, 2001, pág. 43)

Com o aprendizado que o aluno recebe, ele também aprende a trabalhar em equipe

desenvolve seu conhecimento de uma forma automática, ele aprende sozinho e também

consegue diagnosticar quando há algo incorreto nas atividades que estão realizando. E com a

utilização de dinâmicas o professor estará melhorando o raciocínio lógico do seu aluno porque

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além de resolver determinados problemas, o educando também necessita ter uma boa

interpretação do que se pede na dinâmica e de suas normas, com isso, o aluno conseguirá

visualizar um problema matemático de forma mais abrangente, para que um determinado

jogo, exercício ou problema chegue a um resultado correto o educando deve estar atento a

todos os pontos que estão aplicados em determinada ação, deve ler atenciosamente o

enunciado e entende-lo perfeitamente. Se o aluno não entender corretamente o que se pede na

atividade matemática proposta, ele com certeza terá uma maior dificuldade em resolver e

entender todos os mecanismos utilizados no processo.

“Outro motivo para a introdução de jogos nas aulas de matemática é a

possibilidade de diminuir bloqueios apresentados por muitos de nossos

alunos que temem a Matemática e sentem-se incapacitados para aprendê-la. Dentro da situação de jogo, onde é impossível uma atitude passiva e a

motivação é grande, notamos que, ao mesmo tempo em que estes alunos

falam Matemática, apresentam também um melhor desempenho e atitudes

mais positivas frente a seus processos de aprendizagem.” (BORIN, 1996, pág 9)

Com os jogos, o professor também pode fazer uma avaliação, no sentido que os alunos

possuem alguma dificuldade em algum ponto específico da aprendizagem. Esta avaliação

torna-se muito importante, porque alguns alunos podem ter dificuldades em passar para o

papel aquilo que ele sabe, já com a utilização de jogos estes mesmos alunos podem não

apresentar a mesma dificuldade. Assim o professor deve procurar novas formas de transmitir

esse conhecimento aos alunos, uma vez que a utilização de jogos, problemas, dinâmicas, etc.;

são algumas formas didáticas que podemos utilizar no desenvolver dos conteúdos

matemáticos.

No jogo, mediante a articulação entre o conhecimento e o imaginário, desenvolve-se o autoconhecimento – ate onde se pode chegar – e o

conhecimento dos outros – o que se pode esperar e em que circunstâncias.

Para crianças pequenas os jogos são as ações que elas repetem sistematicamente mas que possuem um sentido funcional (jogos de

exercícios), isto é, são fonte de significados e, portanto, possibilitam

compreensão, geram satisfação, formam hábitos que se estruturam num sistema, essa repetição funcional também deve estar presente na atividade

escolar pois é importante no sentido de ajudar a criança a perceber

regularidades. (PCNs Matemática, 2001, pág. 48)

Os jogos facilitam a percepção dos erros pelos próprios alunos porque ali existe uma

competição, como o ser humano e sempre muito competitivo, ele sempre quer ganhar, logo os

educandos estarão atentos a cada passo para que chegue ao resultado procurado, que é a

vitória. Este aspecto é um grande incentivador para que os alunos se interessem mais no

desenvolver dos jogos, com esta maior participação, os objetivos dos professores serão mais

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facilmente alcançados. Porém estes objetivos que os educadores esperam, só terá consistência

se o aluno conseguir entender e desenvolver o conteúdo matemático que foi ministrado.

Com essa competição sadia, a aprendizagem aparece de forma espontânea, e fica na

mente do aluno com mais consistência, desta forma o professor esta desenvolvendo o

autoconhecimento do aluno. Esta modalidade de transmitir o conhecimento é mais sólida,

porque o professor com o auxilio dos jogos, desenvolve o conteúdo de forma lúdica, prática,

muito didática e também prazerosa para o aluno, ou seja, ele ira gostar das atividades e ira

aprender aquilo que o professor quer lhe ensinar, e quando o aluno quer aprender fica bem

mais fácil ensinar. Podemos observar também que com a utilização dessas metodologias

educacionais a aula será menos tradicional, este aspecto é fundamental porque com a

modernização da educação os alunos necessitam de novas formas de aprender determinados

conteúdos, com isso, se o professor puder deixar sua aula mais diferente e mais atrativa ele

poderá atrair melhor o interesse do aluno.

2.6 Como o currículo pode auxiliar na educação matemática.

Currículo engloba todas as partes envolvidas na educação, pois nele esta inserida toda

base em que o professor deverá se guiar para o bom desempenho de sua aula, neste, é

necessário conter não apenas os conteúdos envolvidos no processo da aprendizagem, mas

também, o que se quer ensinar, para quem, em que momento, pra quê e de que forma, deste

modo, o educando consegue acompanhar a necessidade de se aprender algum conteúdo

especifico.

Os currículos e as teorias curriculares, portanto, não podem ser reconhecidas como um instrumento neutro, pois constituem “[...] operação destinada a

extrair, a fazer emergir, uma essência humana que pré-exista à linguagem, ao

discurso e à cultura” (SILVA, 1995, pág 5)

É importante ressaltar que o currículo, não está restrito apenas ao que o aluno aprende

na escola, ou apenas ao que foi preparado pelo professor, todo seu conhecimento prévio

adquirido em sua vida ou até mesmo nas trocas de experiências em sala e atividades não

planejadas, auxiliam na formação deste currículo, que não esta formalmente explicitado, mas

que participa ativamente do desenvolvimento do aluno, sendo conhecido como currículo

oculto. Voltando para o contexto matemático, podemos citar o interesse das crianças desde

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cedo e até mesmo sem perceber pela matemática financeira, sabendo o valor do dinheiro e sua

importância. É necessário mesclar o que se aprende na escola com os novos elementos

somados a este estudo, como os modernos meios de comunicação, que auxiliam no

desenvolvimento do pensamento e na cultura dos indivíduos.

Uma coisa é o currículo no papel. Outra coisa é o currículo ensinado na sala

de aula e vivido na escola. E uma coisa diferente é o currículo efetivamente

aprendido pelo aluno. É esse o único que interessa, pois é o único currículo

real ou efetivo. (OLIVEIRA, 2001, pág. 199)

Cada aluno absorve o que o professor ensina de maneira diferente, no ensino

matemático é possível perceber em uma mesma sala de aula, alunos que conseguem

compreender melhor alguns conteúdos que outros, o currículo real, é considerado como sendo

o que o aluno realmente conseguiu aprender, o que ele assimilou a respeito do que foi

ministrado, muitas vezes os professores se prendem ao material que esta utilizando, de forma

conservadora e tradicional, não percebendo que os alunos são diferentes e por isso aprendem

de maneira diferente também, por isso, é importante buscar maneiras diversificadas para

trabalhar um mesmo conteúdo, possibilitando aos alunos um maior entendimento do que foi

trabalhado, fazendo assim, com que o currículo efetivo, seja priorizado em relação ao

currículo formal, ou seja, as metas e objetivos que o professor gostaria de alcançar.

Em relação à formação do currículo formal ele deve estar buscando sempre se adequar

ao currículo efetivo, assim, o educador poderá visualizar não só as necessidades dos alunos,

mas sim, como será a melhor forma de driblar essas dificuldades. No entanto a formulação do

currículo formal tem um grande papel que é a organização dos conteúdos a serem trabalhados,

e também, definirá metas que o professor seguir observando na realidade qual conteúdo, é

realmente importante daquele que não tem tanta importância.

2.7 Planejamento no desenvolvimento das aulas de matemática

O plano deve ser analisado como um guia que vai orientar o professor durante sua

aula, deve ser considerado o conteúdo a ser ministrado os objetivos que o professor deseja

alcançar, os recursos utilizados e como o professor pretende avaliar seus alunos durante a

aula, este planejamento permite que o professor saiba exatamente como proceder perante seus

alunos, o plano é um instrumento pessoal do professor e que auxilia durante todo período que

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o professor se encontra em sala, é comum encontrarmos professores que se recusam a

planejar, e muitas vezes se encontra perdido em sala, sem saber até onde trabalhou na aula

anterior, ou perceber no meio da aula que precisava de algum recurso e não organizou

anteriormente.

Planejamento é um processo que se preocupa com “para onde ir” e “quais as

maneiras adequadas de chegar lá”, tendo em vista a situação presente e

possibilidades futuras, para que o desenvolvimento da educação atenda tanto as necessidades do desenvolvimento da sociedade, quanto as do individuo”.

(ALMAS, 1995, pág. 24)

Com o ato de planejar além do professor sistematizar seu trabalho em sala de aula, ele

também terá um melhor domínio das expectativas que ele tem e também as dos alunos, isso é

muito importante porque o educador terá sempre em mente os seus objetivos reais daquela

aula, na educação matemática esta organização que o professor adquiriu com a utilização do

plano de aula, torna sua aula fundada nos aspectos que irá levar o conhecimento do professor

até a mente do aluno. O plano de aula auxilia também nos processos de avaliação, pois o

professor consegue diagnosticar as deficiências de cada aluno e assim elaborar suas aulas de

maneira que supra as necessidades intelectuais especificas dos educandos.

2.8 A avaliação matemática como forma de identificar dificuldades e avanços.

Para que o professor consiga desempenhar um bom trabalho em uma sala de aula, ele

necessita primeiramente conhecer o nível que seus alunos se encontram, diagnosticar as

maiores deficiências para então buscar a melhor forma de levar o conhecimento aos

educandos, identificando as dificuldades por meio de observações e diálogos ele poderá

buscar maneiras para auxiliá-los da forma que julgar necessário.

Os resultados expressos pelos instrumentos de avaliação, sejam eles provas, trabalhos, postura em sala, constituem indícios de competências e como tal

devem ser considerados. A tarefa do avaliador constitui um permanente

exercício de interpretação de sinais, de indícios, a partir dos quais manifesta juízos de valor que lhe permitem reorganizar a atividade pedagógica. (PCNs

Matemática, 2001, pág.59)

Os instrumentos de avaliação utilizados pelos professores devem ser empregados para

atender algumas necessidades do aluno, incentivando-o a desenvolver certas habilidades,

como o autocontrole, a atenção e o raciocínio lógico, o aluno precisa através dos

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ensinamentos do professor, compreender melhor o saber matemático, compreender a natureza

das operações, aplicar os conceitos e regras, entender os problemas, para então utilizar o que

foi aprendido durantes o curso, assim percebemos a avaliação como uma forma do professor

detectar se todas estas atividades realizadas pelos alunos obtiveram êxito, sendo de

fundamental importância que o professor faça uma auto-avaliação, com o intuito de observar

se os métodos utilizados estão sendo satisfatórios.

A avaliação exerce forte influência sobre o que os professores ensinam,

sobre o que os alunos estudam e, consequentemente, sobre o que aprendem. Os alunos cujos professores os avaliam de forma consistente e frequente

obtêm melhores resultados. (OLIVEIRA, 2001, pág. 329)

A avaliação deve ser vista como uma forma de conhecer os alunos, corrigir suas

dificuldades, para então intervir quando julgar necessário, com base em todos os resultados

obtidos durante o ano observar se o aluno estará apto a ser aprovado, este método deve ser

utilizado para auxiliar na construção do desenvolvimento do aluno, e não como uma forma

punitiva, pois no ensino da matemática, é comum encontrarmos alunos com bloqueios de

aprendizagem que mesmo sabendo o conteúdo não conseguem alcançar notas nas provas.

2.9 A influência da globalização no ensino da matemática.

E possível notar claramente o efeito dos avanços tecnológicos nos meios educacionais,

cada vez mais, surgem novidades para auxiliar o professor em seu trabalho em sala de aula, as

possibilidades de inovação ter tornado o ensino em geral mais interessante, lúdico e criativo,

muitas vezes alunos que antes eram desinteressados em aprender matemática, pode ver nestas

inovações uma influência para se dedicar mais a este estudo. Como exemplo, podemos citar a

geometria, utilizando softwares gráficos, é possível criar figuras e objetos geométricos,

ampliando a visão dos alunos sobre o conteúdo.

Finalmente, assim, o efeito geral de computadores e informática em

Matemática terá consequências necessárias em seu ensino, na importância

atribuída aos assuntos e aos métodos, e na sequência escolhida para a apresentação de material. Em todos os vários ramos de Matemática pode-se

considerar computadores fornecendo experiências numéricas e visuais com o

intento de favorecer a intuição. Pode-se também facilitar apresentações

algorítmicas de provas. (D‟AMBROSIO, 1986, pág. 108 e 109)

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A globalização tem possibilitado um avanço nos métodos de ensino, o que tem

facilitado o desenvolvimento de várias técnicas que se aperfeiçoam a cada novo software

desenvolvido, no entanto toda essa modernidade acaba se tornando um problema para os

professores tradicionalistas, que muitas vezes não conseguem acompanhar este

desenvolvimento, assim percebemos no computador, um apoio que auxilia o professor em seu

trabalho, mas os professores precisam se atualizar, fazendo cursos para então conseguir

acompanhar todos estes avanços tecnológicos que veem surgindo, os que não querem buscar o

auxilio desta tecnologia, acabam frustrando os alunos que estão cada vez mais envolvidos no

mundo virtual.

Essa visão um pouco sombria do impacto da informática na educação

não difere das avaliações do impacto dos meios que a precederam. Na

informática, como foi o caso dos demais meios, há coisas que

funcionam e há coisas que não funcionam, tudo depende, sobretudo,

da qualidade do material didático produzido e colocado num livro,

teipe ou programa de computador. E depende também da adequação

desses materiais ao curso e tipo de aluno. (OLIVEIRA, 2001, pág.

231)

Infelizmente, muitos educandos utilizam esta ferramenta apenas como entretenimento,

se isolam do convívio social, algumas vezes perdem noites de sono em jogos e bate-papo, o

que tem atrapalhado seu desenvolvimento educacional, por isso os professores precisam

encontrar meios de utilizar estes recursos para auxiliar na aprendizagem. Mostrar aos alunos

que ele pode ao mesmo tempo aprender e se divertir com jogos educativos, em que ele muitas

vezes nem percebe que está aprendendo matemática por exemplo. Estes recursos podem

melhorar o desenvolvimento dos alunos, por isso não pode ser descartado, é necessário

encontrar uma forma de conciliar os objetivos que o professor deseja alcançar, com o

interesse que deve ser despertado no aluno, para assim construir o conhecimento utilizando

todos os recursos possíveis.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após todas as pesquisas realizadas utilizando diversos materiais de apoio, pude

observar que a educação não é apenas um mecanismo formado de questões exatas, fórmulas

mágicas que possam chegar ao resultado esperado, a educação é muito mais complexa que

isso porque envolve não só o aluno e o professor, mas sim é uma união de inúmeros fatores

que possam estimular e fomentar todo o processo de ensino aprendizagem para que os

elementos envolvidos possam chegar a um resultado esperado.

A matemática como todas as outras disciplinas envolvidas num currículo escolar é

muito importante porque o aluno utiliza este conhecimento diariamente, não só na escola mas

também em sua vida particular, nota-se também que a educação matemática não é apenas

aquela aprendida na escola mas sim que o aluno pode adquirir conhecimento matemático em

sua vida cotidiana, e o professor deverá valorizar, este conhecimento para assim, dar

continuação no seu estudo matemático.

Quando dizemos que um aluno é matematicamente bem desenvolvido não significa

que ele saiba resolver simples equações e expressões, mas sim, possa desenvolver o seu

raciocínio matemático posterior, porque o aluno é o foco de todo processo de ensino-

aprendizagem, e o professor deve estimular seu aluno para que ele possa construir o seu

conhecimento matemático.

Como vemos não existe um único método infalível para ensinar matemática, é

necessário analisar os alunos, suas competências e habilidades particulares, para então o

educador tentar encontrar a melhor forma de transmitir o conhecimento para seus alunos. Isso

não só na matemática, mas em diversas outras áreas do conhecimento.

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