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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL LAÍS SANTANA FALCÃO APRESENTAÇÃO E COMENTÁRIOS DE ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA DE TERRAPLENAGEM DA VALEC COMPARATIVAMENTE À NORMATIZAÇÃO DO DNIT – IPR FEIRA DE SANTANA-BA 2012

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

LAÍS SANTANA FALCÃO

APRESENTAÇÃO E COMENTÁRIOS DE ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA DE

TERRAPLENAGEM DA VALEC COMPARATIVAMENTE À NORMATIZAÇÃO

DO DNIT – IPR

FEIRA DE SANTANA-BA

2012

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LAÍS SANTANA FALCÃO

APRESENTAÇÃO E COMENTÁRIOS DE ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA DE

TERRAPLENAGEM DA VALEC COMPARATIVAMENTE À NORMATIZAÇÃO

DO DNIT – IPR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

como requisito à obtenção do grau de Engenheiro

Civil pela Universidade Estadual de Feira de

Santana.

Orientadora Drª. Rosangela Leal Santos.

FEIRA DE SANTANA-BA

2012

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LAÍS SANTANA FALCÃO

APRESENTAÇÃO E COMENTÁRIOS DE ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA DE

TERRAPLENAGEM DA VALEC COMPARATIVAMENTE À NORMATIZAÇÃO

DO DNIT – IPR

Este trabalho foi julgado adequado para a obtenção do título de Engenheiro Civil

aprovada em sua forma final pelo orientador e pela disciplina Projeto Final II do

Departamento de Tecnologia da Universidade Estadual de Feira de Santana.

________________________________________

Profª. Drª. Rosangela Leal Santos

Orientadora

BANCA EXAMINADORA:

________________________________________

Prof. Msc. Areobaldo Oliveira Aflitos

________________________________________

Profª. Esp. Janeide Vitoria de Souza

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AGRADECIMENTOS

Ao universo, à natureza, aos que estão perto, e aos que mesmo longe, são o meu

equilíbrio e meu ser.

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RESUMO

Por meio deste trabalho, analisamos a eficiência do serviço de Terraplenagem –

Empréstimo da VALEC Engenharia, Construções e Ferrovias S.A., empresa pública sob a

forma de sociedade por ações, vinculada ao Ministério dos Transportes; uma vez que este é

baseado na Especificação Técnica VALEC 80-ES-000A-20-0006. Utilizamos como

parâmetro comparativo, a Normatização rodoviária do Departamento Nacional de

Infraestrutura de Transportes – DNIT pelo Instituto de Pesquisa Rodoviárias – IPR, DNIT

107/2009. Para tanto, o trabalho constitui-se inicialmente de uma breve revisão bibliográfica a

partir da infra-estrutura de transporte no Brasil e Bahia com enfoque em ferrovias e rodovias,

posteriormente apresentando um histórico sobre o DNIT, o IPR, e a VALEC.

Palavras-chave: VALEC. DNIT. IPR. Ferrovias.

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ABSTRACT

By this work, we can analyze the efficiency of the Earthmoving service - Loan

VALEC Engineering, Construction and Railways SA, a public company in the form of a

corporation, under the Ministry of Transport, since this is based on the Technical

Specification VALEC 80 -ES-000A-20-0006. We used as comparative parameters, the road

Standardization of the National Department of Transport Infrastructure - DNIT by the Road

Research Institute - RPI, DNIT 107/2009. For this, we have first, a brief review from the

infrastructure of transportation in Brazil and Bahia focusing on railroads and highways, and

then we present a history of the DNIT, the IPR, and VALEC.

Keywords: VALEC. DNIT. IPR. Railroads.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Mapa da Ferrovia de Integração Oeste-Leste - FIOL, Fonte: Geoatuar, A Geografia

e o Mundo Contemporâneo (http://geoatuar.blogspot.com.br/), ............................................ 15

Figura 2 - Fluxograma da metodologia. ................................................................................ 20

Figura 3 - Mapa de Transportes na Bahia, Fonte: DNIT

(http://www2.transportes.gov.br/bit/estados/port/ba.htm), acessado em 08 de Fevereiro de

2011. .................................................................................................................................... 28

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Resumo das Estradas de Ferro da Bahia em 1934, por ordem cronológica de

construção, Fonte: Zorzo (2001). .......................................................................................... 26

Quadro 2 - Comparativo DNIT 107/2009 - VALEC 80-ES-000A-20-0006........................... 51

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LISTA DE SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico

DNER – Departamento Nacional de Estradas de Rodagem

DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

EF – Estrada de Ferro

EUA – Estados Unidos da América

FIOL – Ferrovia de Integração Oeste-Leste

GIPR – Gerência Institucional de Pesquisas Rodoviárias

IPR – Instituto de Pesquisas Rodoviárias

ISC – Índice de Suporte Califórnia

NAVAS – Normas Ambientais da Valec

RMS – Região Metropolitana de Salvador

UEFS – Universidade Estadual de Feira de Santana

UFBA – Universidade Federal da Bahia

VALEC – Engenharia, Construções e Ferrovias S.A.

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SUMÁRIO

1. Introdução ................................................................................................................... 12

1.1 Justificativa ................................................................................................................. 13

1.2 Objetivos ..................................................................................................................... 17

1.2.1 Objetivo Geral ...................................................................................................... 17

1.2.2 Objetivo Específico ............................................................................................... 17

1.3 Hipótese ....................................................................................................................... 18

2. Metodologia ................................................................................................................. 19

3. Revisão Bibliográfica .................................................................................................. 21

3.1 Infra- Estrutura de Transporte Brasil e Bahia .......................................................... 21

3.1.1 Situação Inicial ..................................................................................................... 21

3.1.2 Ferrovias ............................................................................................................... 23

3.1.3 Rodovias................................................................................................................ 27

3.2 Normatização Brasileira ............................................................................................. 30

3.3 VALEC Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. .................................................. 34

4. Análise Comparativa .................................................................................................. 36

4.1 Análise Preliminar ...................................................................................................... 36

4.1.1 DNIT ..................................................................................................................... 36

4.1.1.1 Condições Iniciais ................................................................................................. 37

4.1.1.2 Equipamentos ....................................................................................................... 37

4.1.1.3 Visibilidade e Drenagem ...................................................................................... 37

4.1.1.4 Condicionantes Ambientais.................................................................................. 38

4.1.1.5 Controle de Qualidade ......................................................................................... 39

4.1.1.6 Execução ............................................................................................................... 39

4.1.1.7 Critérios de Aceitação .......................................................................................... 40

4.1.1.8 Critérios de Medição ............................................................................................ 40

4.1.1.9 Apropriação de Custo .......................................................................................... 41

4.1.2 VALEC ................................................................................................................. 41

4.1.2.1 Condições Iniciais ................................................................................................. 41

4.1.2.2 Equipamentos ....................................................................................................... 41

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4.1.2.3 Visibilidade e Drenagem ...................................................................................... 41

4.1.2.4 Condicionantes Ambientais.................................................................................. 42

4.1.2.5 Execução ............................................................................................................... 45

4.1.2.6 Critérios de Aceitação .......................................................................................... 45

4.1.2.7 Critérios de Medição ............................................................................................ 45

4.1.2.8 Apropriação de Custo .......................................................................................... 45

4.2 Análise Comparativa entre a especificação da VALEC e a norma do DNIT ........... 46

5. Considerações Finais................................................................................................... 52

6. Referências Bibliográficas .......................................................................................... 54

ANEXOS ............................................................................................................................ 56

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1. Introdução

O transporte ferroviário é aquele realizado por veículos ferroviários, agrupados em

locomotiva e vagões, tendo a capacidade de juntar várias unidades para sua transformação

numa composição de alta capacidade de transporte de carga, que é sua principal vantagem.

Pode ser composto por mais de uma locomotiva para várias dezenas de vagões quando apenas

uma é incapaz de realizar esse trabalho (SAMIR KEEDI, 2001 apud PUDO, 2006, p. 2).

O surgimento das ferrovias no início do século XIX nos trouxe a modernidade ao

encurtar distâncias, facilitar comunicações e o transporte de cargas. Surgimento esse

estritamente ligado à Revolução Industrial; alteraram as relações econômicas, sociais e se

inseriram na cultura como um todo.

Inicialmente presente na Europa, mais precisamente na Inglaterra, as ferrovias viraram

sinônimo de progresso induzindo inclusive o surgimento de cidades ao longo de linhas

férreas. Consideradas um dos maiores inventos da época, movidas a vapor por queima de

carvão mineral, despertavam grande fascínio entre as pessoas.

No Brasil a primeira ferrovia implantada foi a Imperial Companhia de Navegação a

Vapor em Petrópolis inaugurada em 30 de abril de 1854, de fabricação inglesa, conhecida

como Estrada de Ferro Mauá. Implantada por Irineu Evangelista de Souza, funcionava de

forma que integrava a navegação na Baía de Guanabara vinda do Rio de Janeiro, e a ferrovia

transportando a partir daí até a Raiz da Serra.

A natureza da infraestrutura do Transporte Ferroviário exige investimentos elevados e

esquemas rígidos de controle construtivo e operacional, devido à necessidade de grande

resistência, velocidade e qualidade da via permanente, principalmente, em função do peso dos

trens.

Para garantir este controle, existem as Normas, leis que regulamentam determinada

matéria em um documento que contém uma especificação técnica ou outros critérios precisos

desenvolvidos para serem utilizadas consistentemente como uma regra, diretriz, ou definição.

As normas aumentam a confiabilidade e a efetividade dos serviços, e são criadas a partir um

conjunto de experiência, pesquisas e conhecimento de todas as partes interessadas.

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1.1 Justificativa

A integração ferroviária tem sua importância ao aumentar a vantagem competitiva do

País, uma vez que diminui as enormes distâncias terrestres e a partir de sua capacidade em

concorrer com os outros modais de transporte, apresentando rentabilidade operacional no

transporte do comércio regional. Com rotas de integração dos mercados nacionais, utilizando-

se de uma malha integrada articulada para atender os principais pontos de fluxo de

mercadorias, a movimentação de produtos se torna bem distribuída, desafogando o trânsito

rodoviário oferecendo vantagens, em particular, para as regiões interiores distantes dos portos,

pois torna viável o transporte, em longos percursos.

Sob essa perspectiva, a Ferrovia Norte-Sul foi projetada para promover a integração

nacional, minimizando custos de transporte de longa distância e interligando as regiões Norte

e Nordeste às Sul e Sudeste do Brasil, através das suas conexões com 5 mil quilômetros de

ferrovias privadas (VALEC, 2012).

A integração ferroviária das regiões brasileiras será o grande agente uniformizador do

crescimento auto-sustentável do país, na medida em que possibilitará a ocupação econômica e

social do cerrado brasileiro - com uma área de aproximadamente 1,8 milhão de km²,

correspondendo a 21,84% da área territorial do país, onde vivem 15,51% da população

brasileira - ao oferecer uma logística adequada à concretização do potencial de

desenvolvimento dessa região, fortalecendo a infra-estrutura de transporte necessária ao

escoamento da sua produção agropecuária e agro-industrial (VALEC, 2012).

O traçado inicial da Ferrovia Norte-Sul previa a construção de 1550 quilômetros de

trilhos, cortando os estados do Maranhão, Tocantins e Goiás. Com Medida Provisória de 09

de maio de 2008, da Presidência da República, que incorporou o trecho Açailândia-Belém e

Anápolis –Panorama ao traçado inicialmente projetado, a Ferrovia Norte-Sul terá, quando

concluída, 3.100 quilômetros de extensão (VALEC, 2012).

Fazendo parte do traçado de integração da Ferrovia Norte-Sul, a Ferrovia de

Integração Oeste-Leste (FIOL) foi idealizada na década de 1950, pelo professor da

Universidade Federal da Bahia (UFBA) e deputado federal por quatro mandatos consecutivos

(1970-1986), Vasco Neto, que faleceu em 01 de outubro de 2010 (SEPLAN, 2011).

A Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL) ligará as cidades de Ilhéus, Caetité e

Barreiras – no estado da Bahia – a Figueirópolis, no estado do Tocantins, formando um

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corredor de transporte que otimizará a operação do Porto de Ponta da Tulha e ainda abrirá

nova alternativa de logística para portos no norte do país atendidos pela Ferrovia Norte-Sul e

Estrada de Ferro Carajás (VALEC, 2012).

A VALEC Engenharia, Construções e Ferrovias é a empresa responsável pela

concessão para a construção e operação da Ferrovia Norte-Sul e Ferrovia Oeste-Leste. Uma

empresa pública, sob a forma de sociedade por ações, vinculada ao Ministério dos

Transportes, nos termos previstos na Lei n° 11.772, de 17 de setembro de 2008. A função

social da VALEC é a construção e exploração de infra-estrutura ferroviária (VALEC, 2012).

Até 2011 os dados a cerca do traçado da FIOL constavam que a ferrovia iria contar

com 1527 km totais seguindo as etapas detalhadas abaixo, e com traçado e delimitações dos

lotes no Mapa de Localização na Figura 1.

1ª Etapa:

a) Ilhéus/Caetité (BA);

São 537 km, cuja construção deverá ser concluída em julho de 2012.

b) Caetité/Barreiras/São Desidério (BA);

São 485 km, cuja construção deverá ser concluída em julho de 2013.

2ª Etapa:

c) Barreiras/São Desidério (BA)/Figueirópolis (TO).

São 505 km, cujo prazo de conclusão ainda está em estudo.

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Figura 1 - Mapa da Ferrovia de Integração Oeste-Leste - FIOL, Fonte: Geoatuar, A Geografia e o Mundo Contemporâneo (http://geoatuar.blogspot.com.br/),

acessado em 22 de Março de 2012.

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No entanto, a VALEC deve apresentar até o primeiro trimestre de 2012 as mudanças

no traçado da FIOL. Essa nova alteração se fez necessária em virtude de parte dos trechos da

ferrovia, previstos no projeto original, passarem em regiões cársticas. Os locais situados na

região do São Francisco, oeste baiano, e em trechos das cidades de Barreiras, São Felix do

Coribe, Santa Maria da Vitória e São Desidério, foram apontados pelo Ibama como áreas de

cavernas e vistos como impeditivos à construção da FIOL, pelo projeto original

(NASCIMENTO, 2012).

A VALEC ressaltou ainda que, com a mudança do traçado, os valores iniciais

previstos para a construção da FIOL devem sofrer alterações. Atualmente os custos de

investimento da Ferrovia são estimados em R$ 7,43 bilhões até 2014 e terá 1.527 km de

extensão. “A FIOL promoverá a dinamização das economias locais, alavancando novos

empreendimentos na região, com aumento da arrecadação de impostos, além de geração de

cerca de 30 mil empregos diretos. A ferrovia deve fomentar ainda mais o desenvolvimento

agrícola da região oeste do Estado, cuja previsão é de uma produção de 6,7 milhões de

toneladas em 2015. Os principais produtos a serem transportados serão soja, farelo de soja e

milho, além de fertilizantes, combustíveis e minério de ferro”, ressalta (NASCIMENTO,

2012).

Entre as vantagens previstas com a construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste

para o estado da Bahia estão a redução de custos do transporte de insumos e produtos

diversos, o aumento da competitividade dos produtos do agronegócio e a possibilidade de

implantação de novos pólos agroindustriais e de exploração de minérios, aproveitando sua

conexão com a malha ferroviária nacional (VALEC, 2011).

O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) é uma autarquia

federal vinculada ao Ministério dos Transportes, criada pela lei 10.233, de 5 de junho de

2001. A autarquia tem por objetivo implementar a política de infraestrutura do Sistema

Federal de Viação, compreendendo sua operação, manutenção, restauração ou reposição,

adequação de capacidade e ampliação mediante construção de novas vias e terminais. O

Instituto de Pesquisa Rodoviária (IPR) é um órgão da Diretoria de Planejamento e Pesquisa

vinculados à Coordenação- Geral de Estudos e Pesquisa, conforme consta no artigo 5º do

Regimento Interno do DNIT. Ele realiza estudos na área de transportes, bem como avalia seus

resultados e transforma em Normas aprovadas pela Diretoria Colegiada do DNIT que

estabelecem as sistemáticas necessárias e exigíveis para serviços de execução e controle de

obras viárias (DNIT, 2012).

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A VALEC, assim como o DNIT, define os requisitos básicos necessários à execução

de serviços, concernentes a materiais, manejo ambiental, critérios de medição e forma de

pagamento dos serviços executados, por meio de especificações internas da empresa, que

garantem o padrão de qualidade das obras.

Em vista disto, este trabalho trás uma análise da eficiência do serviço de

Terraplenagem – Empréstimo da VALEC uma vez que este é baseado na Especificação

Técnica VALEC 80-ES-000A-20-0006, a partir da comparação com a Normatização

rodoviária pelo Instituto de Pesquisa Rodoviárias DNIT 107/2009, de forma que valide ou não

os critérios existentes na Especificação da VALEC.

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

Analisar comparativamente a Especificação Técnica VALEC 80-ES-000A-20-0006

que será usada na construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste, utilizando como

parâmetro norteador a normatização DNIT 107/2009.

1.2.2 Objetivo Específico

a) Definir a área de estudo e o serviço a ser trabalhado;

b) fazer coleta da Norma do DNIT e Especificação da VALEC;

c) fazer uma análise minuciosa e individual dos dados colhidos;

d) sintetizar os dados em uma planilha;

e) fazer uma análise comparativa da Especificação da VALEC em paralelo à

Normatização do DNIT – IPR referente ao mesmo serviço e verificar se uma vez a

execução do projeto da Ferrovia de Integração Oeste-Leste seguindo aos padrões

técnicos especificados pela VALEC, segue também às Normatizações do DNIT

pelo Instituto de Pesquisa Rodoviárias.

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1.3 Hipótese

Supõe-se que a execução de projeto ferroviário de Integração Oeste-Leste, atendendo à

especificação Técnica da VALEC, atenda também à sistemática de execução e controle da

qualidade exigida para o mesmo serviço, pelo DNIT – Instituto de Pesquisa Rodoviárias.

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2. Metodologia

Método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança

e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros –, traçando o

caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista (MARCONI;

LAKATOS, 2006, p. 83).

O método dedutivo de pesquisa tem o propósito de explicar o conteúdo das premissas,

mostrando por fim que os argumentos dedutivos estão corretos ou incorretos; ou as premissas

sustentam de modo completo a conclusão ou, quando a forma é logicamente incorreta, não a

sustentam de forma alguma. Neste método o pesquisador parte de dados particulares

suficientemente constatados e infere uma verdade geral ou universal, não contida nas partes

examinadas.

O método indutivo percorre o caminho inverso, partindo do particular, por meio da

observação criteriosa dos fenômenos concretos da realidade e das relações existentes entre

eles, para se chegar à generalização. Assim, se todas as premissas estudadas são verdadeiras, a

conclusão deve ser verdadeira; e toda informação ou conteúdo fatual da conclusão já estava

nas premissas.

Este trabalho será baseado no método indutivo de pesquisa, onde partimos da premissa

de que uma vez a Especificação da VALEC quanto aos serviços de Terraplenagem

Empréstimo seguindo os critérios da Normatização do DNIT, a obra de construção da

Ferrovia de Integração Oeste-Leste seguirá aos padrões de qualidade exigidos.

Na construção do projeto foi realizada uma revisão bibliográfica visando esclarecer a

situação atual da ferrovia Oeste-Leste e dar conhecimento sobre o órgão competente pela

Normatização rodoviária Brasileira e a empresa concessionária da linha.

No capítulo 1 temos uma introdução e justificativa do projeto de estudo, no capítulo 2

a metodologia aplicada, no capítulo 3 uma breve revisão bibliográfica sobre a infraestrutura

de transportes no Brasil e Bahia, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes –

DNIT e o Instituto de Pesquisas Rodoviárias – IPR, e a VALEC Engenharia, Construções e

Ferrovias S.A. No capítulo 4, temos a análise comparativa da Especificação Técnica da

VALEC e Normatização do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes pelo

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Instituto de Pesquisas Rodoviárias – Serviços de Infra-estrutura – Terraplanagem

Empréstimo. E no capítulo 5 apresentamos as considerações finais acerca do assunto.

O fluxograma da Figura 2 mostra as questões abordadas na pesquisa, desde a

suposição de um problema e o questionamento, até a conclusão e análise dos resultados:

Figura 2 - Fluxograma da metodologia.

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3. Revisão Bibliográfica

3.1 Infra- Estrutura de Transporte Brasil e Bahia

3.1.1 Situação Inicial

O relevo acidentado da costa brasileira, a densidade da Mata Atlântica, os acidentes

geográficos e os ataques dos índios em penetração do território dificultaram a implantação de

estradas que interligassem o litoral ao interior do Brasil no início do período de colonização

até o século XVII, tornando a navegação o meio de transporte mais utilizado no Brasil

colônia.

A navegação marítima e fluvial foi a via de comunicação mais antiga, utilizada pelos

colonizadores que chegaram ao País, percorrendo os mares e seguindo os cursos dos rios

principais, como o Amazonas e seus afluentes, e os rios São Francisco, Paraguaçu,

Jequitinhonha, Rio Grande, em seus trechos navegáveis. Quando o curso do rio não permitia,

iam por terra, pelas trilhas dos índios ou fazendo novos caminhos (FERNANDES, 2006, p.

31).

As propriedades rurais produtoras de açúcar, os engenhos, mantinham o escoamento

da produção, além da obtenção de produtos, notícias e comunicação para com a Metrópole e a

Capital por meio de um diálogo com o mar e o rio, sua via de comunicação principal. Assim

sendo, todos os moradores da região tinham seus barcos ou canoas.

O desbravamento do interior, inóspito e cheio de perigos, não atraía, o que só começou

a acontecer quando a faixa litorânea se tornou muito povoada e o gado das propriedades rurais

ali instaladas, necessitavam de mais terras para a sua expansão. Grupos de criadores de gado,

desde 1650, iniciaram sua caminhada, na busca de novos pastos, pelo vale do rio São

Francisco, chegando a percorrer em 1690, novecentas milhas na direção do sertão (BOXER,

2000 apud FERNANDES, 2006, p. 34).

A descoberta de ouro e diamante em Minas Gerais, por volta de 1695, tornou-se, desde

então, um forte atrativo para as populações do litoral de Pernambuco, Rio de Janeiro e Bahia

que, na busca dos minerais preciosos, percorriam trilhas nas matas, com ajuda de escravos

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carregadores, tropas de burros, mulas e cavalos, animais indispensáveis ao transporte terrestre.

Por rios e mares, usavam-se canoas e batelões (FERNANDES, 2006, p. 34).

A expansão da pecuária, as expedições, e a penetração do interior em busca de índios

para escravizar e de pedras preciosas, fez com que o avanço na direção oeste chegasse à

extrapolação dos limites da colônia levando à revisão do Tratado de Tordesilhas, através do

Tratado de Madri, entre Portugal e Espanha reconhecendo os novos limites do território

nacional.

O governo Central do Brasil Colônia tentava, sem êxito, evitar o acesso às zonas

auríferas, no intuito de impedir o contrabando de minérios que dificultava a Coroa de

arrecadar o “quinto real”. Essa atitude proibicionista do Governo Central trouxe grande

prejuízo e atraso nas comunicações e no desenvolvimento do País, resultando em um modo de

vida próprio da sociedade colonial do interior do Brasil, distanciada dos acontecimentos

nacionais e do que se passava na Metrópole. No interior da Bahia, imperava o absolutismo

dos “coronéis”, donos das propriedades rurais, isoladas, sem comunicação com a capital, que

faziam cumprir, a seu modo, a lei e a ordem (FERNANDES, 2006, p. 37).

Muitos caminhos por terra levavam capitanias como Pernambuco e Maranhão, pela

margem esquerda do São Francisco ao porto fluvial em Juazeiro, Bahia, onde convergiam

todas as estradas que vinham do Nordeste do país em direção à capital da Bahia.

Subindo o rio chegava-se ao arraial de Morrinhos, antigo nome da cidade de Matias

Cardoso. Deste local, dirigia-se a Minas Gerais, por 160 milhas até o rio das Velhas (BOXER,

2000 apud FERNANDES, 2006, p. 38). O rio São Francisco era então navegável de Pirapora,

em Minas Gerais à Sobradinho, próximo a Juazeiro, na Bahia, tendo como portos nesta

capitania: Carinhanha, Urubu, (atual Paratinga), Bom Jesus da Lapa, Remanso, Pilão Arcado,

Sento Sé e Juazeiro. Após Juazeiro, a navegação só era possível em pequenas embarcações

até as cachoeiras de Paulo Afonso e só é retomada em Piranhas, em Alagoas, até desembocar

no Oceano Atlântico (FERNANDES, 2006, p. 38).

O “Vapor de Cachoeira”, uma nova tecnologia de transporte hidroviário da época,

navegava com maquinário inglês e motor a vapor pelo rio Paraguaçu, e conectava as diversas

cidades ribeirinhas do Recôncavo baiano com a capital.

A invenção da máquina a vapor, aperfeiçoada por James Watt, em 1769 – 1785, e da

primeira estrada de ferro a Manchester – Liverpool, aberta ao tráfego em 15 de setembro de

1830 (MATOS, 1995 apud FERNANDES, 2006, p. 41), e por fim, a invenção do telégrafo

elétrico, pelo norte americano Samuel Morse, revolucionaram os meios de produção, os

transportes e as comunicações. Estes inventos seriam importados para o Brasil, a fim de

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propagar a informação, mudando o ritmo da atividade humana além de contribuir para tirar o

Brasil do isolamento em que se encontrava.

O intercambio de produtos de subsistência pelo país e a exportação de produtos

agrícolas escoando pelas estradas até os portos exportadores exigiam do país o

desenvolvimento, conectando-se com o mundo através dos portos no litoral.

O decreto de 23 de outubro de 1832, dispondo sobre a abertura de estradas e reparação

daquelas que ligassem à Corte as Províncias da Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo foi

fundamental para lançar a idéia de um Plano de Viação, evidenciava a urgência de se

construir estradas para facilitar o comércio e a necessidade de articulação daquelas províncias

(FERNANDES, 2006, p. 41).

3.1.2 Ferrovias

Em 1835, o Regente Diogo Feijó baixou o Decreto nº 101, de 31 de outubro, que

concedia autorização para construção de estradas de ferro que ligassem a capital do Império

às províncias da Bahia, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, demonstrando a visão de um

planejamento viário, propondo que se fizessem a articulação da Corte com as capitais

daquelas Províncias (BRASIL, 1973 apud FERNANDES, 2006, p. 42).

A política adotada pelo governo previa o monopólio das empresas ferroviaristas e a

concessão de privilégios tributários durante anos, proliferando a solicitação de formação de

empresas em face de todas as vantagens oferecidas.

Para incentivar a construção de ferrovias, e “lei Feijó”, estabelecia privilégios como a

isenção, por cinco anos, de taxas de importação das máquinas, cessão de terrenos públicos ou

a desapropriação, quando eram de propriedade particular; para a construção das estradas de

ferro e um prazo de 80 anos para a exploração da estrada, ao fim do qual a concessão seria

devolvida ao Patrimônio Nacional (BRASIL, 1974 apud FERNANDES, 2006, p. 43).

A demissão do Regente Feijó, político de posições progressistas, articulada por

pressões de político conservadores, em sua maioria proprietários de terras, viria a retardar as

idéias de avanços dos meios de transporte sugeridas pelo Regente. Além deste fato, a

instabilidade política, com revoltas eclodindo em todo o País nos anos de 1835 a 1841, como

a Revolução da Cabanada no Pará, a Farroupilha no Rio Grande do Sul, a Sabinada na Bahia e

a Balaiada no Maranhão, desestabilizaram as finanças da Nação (FERNANDES, 2006, p. 42).

Em 1840, os políticos monarquistas, para evitar a fragmentação do território, trataram

de antecipar a maioridade do Imperador Pedro II. Esta medida teve efeitos práticos, no ano

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seguinte, na união do País, que estava sendo ameaçada, oferecendo-se a anistia dos revoltosos

(FERNANDES, 2006, p. 42).

Os brasileiros se opuseram à implantação de ferrovias, mesmo com todos os

incentivos em isenções de impostos oferecidos pelo governo, visto que a agricultura era o

negocio mais lucrativo, com o uso de mão-de-obra escrava vinda da África, e o transporte por

meio animal pelas estradas de chão se mostravam mais atrativos para os donos de animais e

fazendeiros proprietários das terras marginais ao roteiro.

As dificuldades criadas para o tráfico de escravos e as crises por que passara a lavoura,

agravadas com as secas que ocorriam no interior, foram decisivas para um novo

direcionamento dos investimentos nacionais, tanto na indústria como no comércio e vieram

refletir positivamente no desenvolvimento da “civilização material”, quando os brasileiros

começaram a se interessar por investir em estradas de ferro. Os proprietários de terras, que

influenciavam nas decisões políticas do País, não dispondo mais da abundante mão-de-obra

escrava, como antes de Lei Eusébio de Queiroz, passaram a aceitar a idéia de ferrovias para

escoar a produção agrícola e pecuária (FERNANDES, 2006, p. 45).

Sobre este contexto fazia-se necessário caminho que interligassem o país em uma

dimensão maior englobando os povoados esparsos e isolados como uma solução estratégica à

segurança e desenvolvimento do país. Tomando-se a Inglaterra como parâmetro, a idéia foi

construir estradas de ferro símbolo da hegemonia comercial e industrial no mundo civilizado.

Assim, sobre os antigos caminhos de gado foram construídas as primeiras ferrovias do

território brasileiro, como as que ligam o Rio São Francisco, na cidade de Juazeiro, ao Piauí e

a de Salvador a Juazeiro, entre outras linhas.

Com o início do ferroviarismo o cenário econômico foi alterado já em principio pelas

iniciativas empresariais externas resultando na implantação autorizada de empresas

estrangeiras no Brasil. “Foram 137 as grandes empresas, fundadas entre 1860 e 1889, sendo

111 delas inglesas e, dentre elas, 18 armadas como empresas de estradas de ferro” (ZORZO,

2001, p. 75).

O ferroviarismo se concretizou, de acordo com a objetividade do investimento

empresarial que concebia a ferrovia como fator da circulação de riquezas, tanto como uma

elaboração racional quanto um conjunto de técnicas produtivas efetivas. Mais do que

simplesmente uma ideologia presente no argumento político esgrimado pela elite local para

promover a modernização na linha do que vinha ocorrendo nas grandes potências

internacionais, o ferroviarismo significou a opção construtiva de fazer estradas de ferro para

retomar o crescimento econômico (ZORZO, 2001, p. 72).

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O século XIX foi marcado por grandes mudanças na sociedade brasileira com idéias

liberais que levaram à proclamação da republica em 1889, socialmente com a imigração de

italianos, franceses e ingleses trazendo mudanças aos costumes, moda, culinária e hábitos.

Produção agrícola de café e fumo, exploração de minerais preciosos, implantação de estradas

de ferro modernizando a sociedade com a europeização dos costumes brasileiros.

Não se pode falar em ferrovias, no Brasil, sem fazer referência ao seu pioneiro, Irineu

Evangelista de Souza, que foi muito influenciado pela mentalidade e organização dos ingleses

com quem trabalhara na sua juventude. Acreditou no investimento, financiando ele próprio a

construção da primeira via férrea brasileira, em conjunto com a Estrada de Ferro Petrópolis,

denominada, mais tarde, Estrada de Ferro Mauá, com bitola de 1,68 metros. Esta estrada foi

aberta ao tráfego em 1854, com 14,5 quilômetros entre o porto de Mauá e a estação do

Fragoso, inaugurada pelo Imperador D. Pedro II que, na oportunidade, entregou o título de

Barão de Mauá a Irineu. Esta era a terceira ferrovia da América do Sul, depois das ferrovias

do Peru e do Chile (FERNANDES, 2006, p. 45).

A segunda estrada, construída para ligar a Corte à capital da província de São Paulo,

foi a Estrada de Ferro D. Pedro II, atual Estrada de Ferro Central do Brasil. A construção da

primeira seção, com bitola de 1,60 metros, teve início em 11 de junho de 1855. Foi

inaugurada pelo Imperador em 29 de março de 1858, com 48,210 quilômetros de extensão, e

compreendia cinco estações: Corte, Engenho Novo, Cascadura, Maxabomba e Queimados. A

segunda seção, a partir de Belém (Rio de Janeiro) à Barra do Pirahy, com extensão de 20,321

quilômetros, foi inaugurada em 12 de julho de 1863 (FERNANDES, 2006, p. 45).

A primeira estrada de ferro da Bahia, e a terceira do Brasil, ligava a Bahia ao S.

Francisco e foi chamada de Estrada de Ferro de S. Francisco a partir de 1896, com 578 km

interligando Salvador à Juazeiro iniciada em 24 de maio de 1856. “Esta concessão, após ter

sido passada a outras mãos por duas vezes, em 1855 foi transferida a “Bahia and San

Francisco Railway Company”, com capital de 16.000:000$000, instalada em Londres”

(ZORZO, 2001, p. 80).

Efetivamente somente vieram a ser construídas sete ferrovias na Bahia (Quadro 1),

tendo cada uma delas uma seqüencia de rescisões de contratos, transferências de patrimônio e

mudanças de domínio. A visão territorial das características comerciais da Bahia, fez do

sistema ferroviário uma extensão do sistema de navegação mercantil, que ligava a zona

produtiva do interior com os portos do litoral. Os produtos agrícolas eram transportados pelas

estradas de ferro do interior da Bahia para o litoral do recôncavo e daí para o porto da capital.

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Quadro 1 - Resumo das Estradas de Ferro da Bahia em 1934, por ordem cronológica de construção,

Fonte: Zorzo (2001).

Segundo Zorzo (2001, p. 76), o crescimento da rede ferroviária no Brasil atingiu um

patamar alto na passagem dos anos de maior entusiasmo ferroviarista, de 1870 aos 1890,

quando, de apenas algumas centenas de quilômetros construídos nas duas décadas anteriores,

chegou a incrementar cerca de dez mil quilômetros. O crescimento da rede de estradas de

ferro manteve-se nesse nível até 1930. Após os anos da década de 1930, a rede passou a

crescer cada vez menos, sendo que a partir de 1950, somente alguns pequenos trechos que já

vinham sendo construídos foram contabilizados na sua expansão.

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3.1.3 Rodovias

Na década de 1920, uma verdadeira reviravolta produziu-se no sistema viário baiano,

conduzida por uma grande euforia rodoviarista. O primeiro plano rodoviário autorizou a

construção de estradas de rodagem ligando centros produtores a mercados consumidores ou a

rios navegáveis, estradas de ferro e portos de mar. O resultado direto desse plano foi o inicio

da construção da primeira estrada de rodagem moderna da Bahia da Capital à Feira de

Santana inaugurada em 1929 (ZORZO, 2000, p. 109).

Segundo Alban (2002, p. 61), a partir dos anos 50, com a implantação da indústria

automobilística nacional, o modal rodoviário passou a se desenvolver aceleradamente,

assumindo a hegemonia na matriz de transportes brasileira. Em função da flexibilidade, dos

grandes progressos técnicos no setor e também do barateamento do preço do petróleo, o

modal rodoviário, nessa época, expandiu-se em todo o mundo. Nos anos 80, com a

intensificação da crise fiscal, têm-se a “década perdida”, em que os investimentos, e também

os recursos para manutenção, praticamente cessaram em todos os modais.

O uso inadequado dos modais gerou uma enorme dependência do modal rodoviário,

que acaba suprindo lacunas dos demais modais, porém apresenta uma frota ultrapassada e as

rodovias em condições precárias (PALMEIRA; ERHART, 2006, p. 3).

A malha rodoviária da Bahia é extensa devido à vastidão territorial, e em decorrência

disso as principais regiões são entrecortadas por vias federais e estaduais. Segundo Alban

(2002, p. 68), como no restante do país, o modal rodoviário baiano, além de dominante,

apresenta uma baixa integração com os demais. De uma maneira geral, ele se estrutura a partir

de rodovias troncais, quase sempre federais, alimentadas por rodovias estaduais, conformando

corredores de transporte que convergem, quase sem exceção, para a Região Metropolitana de

Salvador (RMS), (Figura 3). Ao todo, a Bahia possui cerca de 25,2 mil km de rodovias, sendo

5.201 km de rodovias federais e 20.000 m de rodovias estaduais e estaduais transitórias.

Nesse contexto, quando as rodovias federais entram em colapso, como no momento atual, um

grande fluxo de cargas se redireciona para as rodovias estaduais, engendrando seu rápido

desgaste.

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Figura 3 - Mapa de Transportes na Bahia, Fonte: DNIT (http://www2.transportes.gov.br/bit/estados/port/ba.htm),

acessado em 08 de Fevereiro de 2011.

Alban (2002, p. 68) continua dizendo que essa estrutura, muito funcional no passado,

apresenta, desde os anos 80, sérios entraves a um desenvolvimento mais integrado e

equilibrado do estado. De fato, com a polarização na Região Metropolitana de Salvador, as

conexões inter-regiões são muito débeis ou mesmo inexistentes, o que dificulta, em muito, o

comércio interno. A esse problema estrutural agrega-se o estado bastante precário da maioria

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das rodovias federais. Essa realidade não só desarticula todo o sistema de corredores

rodoviários, como torna a manutenção das rodovias estaduais muito difíceis e onerosas.

A participação da região litoral Sul da Bahia nos negócios internacionais, desde o final

do Século XIX, está intimamente relacionada com a cultura do cacau e ao seu processamento

industrial, que no ano de 2006 correspondeu aos 85% da pauta de exportação da região.

Atualmente, há uma crescente participação de outros segmentos como o têxtil, o da soja e

seus derivados, o do café e especiarias, o dos móveis, o da pesca e o da aqüicultura e o das

maquinas e equipamentos eletrônicos nas exportações da região, Ministério do

Desenvolvimento da Indústria e Comércio (MDIC, 2007, apud OLIVEIRA, 2009, p. 8).

Segundo Alban (2002, p. 6), o Estado da Bahia vem apresentando um

desenvolvimento econômico reconhecido no cenário nacional, resultado de uma política fiscal

austera que lhe tem assegurado credibilidade no meio empresarial nacional e internacional.

Dessa forma, obteve-se a interiorização, bem como a diversificação do parque industrial,

fortaleceram-se pólos agrícolas e agro-industriais, especialmente na Região Oeste, expandiu-

se o pólo de informática em Ilhéus e o complexo petroquímico, em Camaçari, além de

consolidar-se a indústria do turismo. Culminando esse sucesso, tem-se a recente instalação do

Complexo Automotivo da Ford e a fábrica Monsanto, que representam o nascimento de um

novo ciclo econômico para a Bahia.

Nesse contexto de desenvolvimento econômico que surge a necessidade de

implantação de um sistema logístico de transportes eficiente que atenda o escoar de matérias

primas, insumos e produção, de modo que agregue valor ao produto comercialmente e ainda o

torne competitivo.

A infra-estrutura é capaz de conferir vantagens competitivas para o desenvolvimento

econômico endógeno, de uma determinada região, frente ao comércio internacional. Em

decorrência, suas externalidades relacionadas com o sistema logístico de transporte

proporcionam a condição de reduzir o custo na transferência das bases de produtos exportados

pela região e de integrar as regiões espacialmente para melhor promover a circulação das

pessoas e dos bens de fatores (FROMM, 1968, apud OLIVEIRA, 2009, p. 2).

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3.2 Normatização Brasileira

De alguma forma mais ou menos sutil, o gérmen do Instituto de Pesquisas Rodoviárias

já estava embutido na Lei de Criação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico (CNPq), de 1951 (Lei 1.310). Diz o Artigo 13 dessa Lei: "Para a realização de

seus objetivos, o Conselho é autorizado a promover a criação e a organização de laboratórios

ou institutos, não só na Capital Federal, como em outras localidades do país, e que lhe ficarão

subordinados científica, técnica administrativamente" (IPR, 2011).

Quando surgiu o CNPq, ainda não existia o IPR na sua estrutura formal, mas apenas

uma possibilidade um tanto remota de criá-lo. Um dos mentores da criação do IPR foi o

Professor José Alberto Baptista Pereira (1898-1971), Presidente do CNPq de 1955 a 1956

(IPR, 2011).

"O progresso rodoviário verificado no país nos últimos anos e a importância das

estradas de rodagem na sua vida econômica têm indicado a necessidade de criação de um

órgão especializado, visando a promover e a estimular a pesquisa rodoviária, a correlacionar

resultados científicos e tecnológicos, tendo em vista as diferentes condições e características

oferecidas pelas diversas regiões do país e objetivando o máximo aproveitamento dos nossos

próprios recursos e produtos. Os diversos Congressos Rodoviários Nacionais vêm de há muito

recomendando a criação de um órgão especializado em pesquisas rodoviárias, tendo sido mais

uma vez preconizada a sua criação no último Congresso Rodoviário, realizado em São Paulo

em outubro de 1954" (IPR, 2011).

Nessa mesma carta, encaminha o anteprojeto de Decreto para a criação do Instituto,

anteprojeto este que o CNPq elaborou com a assistência do então Departamento Nacional de

Estradas de Rodagem (DNER) e para o qual obteve a aprovação do Conselho Deliberativo do

CNPq, em sua sessão de 22 de dezembro. O próprio José Alberto Baptista Pereira fora, no

período 1954-55, Diretor-Geral do DNER e, por certo, trouxera consigo para o CNPq a idéia

de criação do Instituto, provavelmente vislumbrada pela primeira vez enquanto estivera no

DNER. É inegável também a influência que teve o Highway Research Board (Junta de

Pesquisa Rodoviária), dos Estados Unidos da América (EUA), na organização da estrutura do

IPR, assim como provavelmente a Escola Alemã, uma vez que o Professor fez parte de seus

estudos em Berlim (Alemanha) (IPR, 2011).

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Diz ele em carta ao Diretor-Geral do DNER, datada de 13 de dezembro de 1955,

anterior, portanto, à carta ao Presidente da República: "... tanto que, no último Congresso

Rodoviário realizado em São Paulo, do qual participamos Vossa Excelência na qualidade de

Presidente do Conselho Rodoviário Nacional e eu, então, como Diretor-Geral desse

Departamento, foi mais uma vez preconizada a criação de um órgão de pesquisas rodoviárias"

(IPR, 2011).

"Está, pois, este Conselho (CNPq) em condição de vir a propor a Sua Excelência o

Senhor Presidente da República a criação de um órgão visando a promover e a estimular a

pesquisa rodoviária, a formação de pessoal técnico especializado em estradas de rodagem, a

realização de congressos, conferências e seminários nacionais e internacionais, o intercâmbio

de pessoal técnico-científico por meio de viagens de estudo e missões científicas e por outros

meios enfim que objetivem congregar técnicos, cientistas, industriais e comerciantes em prol

do rodoviarismo. Antes, porém, de encaminhar o anteprojeto de decreto, em anexo, à decisão

do Conselho Deliberativo deste órgão (CNPq) e, em seguida, à elevada consideração do

Excelentíssimo Senhor Presidente da República, venho submetê-lo à apreciação de Vossa

Excelência e pedir a confirmação por esse Departamento do seu interesse na criação do

referido Instituto e do seu propósito de apoiá-lo e prestigiá-lo decididamente, contribuindo, a

partir do próximo exercício, para a sua instalação e manutenção" (IPR, 2011).

Instado, o DNER responde por meio de seu Diretor-Geral, Álvaro de Souza Lima, ao

apelo do CNPq prontamente, já em 19 de dezembro, e nos seguintes termos: "Tão logo nos

chegou às mãos o anteprojeto (do IPR) em apreço, submetemo-lo à consideração do Conselho

Executivo (do DNER), reunido especialmente em 14 do corrente para esse fim, que resolveu:

'aprovar a minuta de anteprojeto elaborada pelo Conselho Nacional de Pesquisas, com a

modificações introduzidas por este Conselho e, em seguida, submeter a matéria à

consideração do Egrégio Conselho Rodoviário Nacional." Apreciado pelo Conselho

Rodoviário Nacional, com as modificações introduzidas pelo Conselho Executivo, foi

deliberado por aquele órgão estabelecer-se redação final ao anteprojeto como subsídio para a

solução do assunto (IPR, 2011).

Assim, a Instituto de Pesquisas Rodoviárias foi concebido e nomeado por articulações

entre o Professor José Alberto Baptista Pereira (CNPq) e o Engenheiro Álvaro de Souza Lima

(DNER). Teve o suporte do CNPq na criação e organização de laboratórios e institutos e, o

DNER como suporte, que constituía o principal beneficiário do instituto.

O Ofício do Presidente do CNPq foi encaminhado à Presidência da República

contendo a proposta de criação do IPR, no entanto, o Gabinete Militar da Presidência da

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República pediu o adiamento da questão, sendo necessários mais dois anos, e foi durante o

governo do Presidente Juscelino Kubitschek, que finalmente o projeto de criação do IPR foi

aceito e concretizado pelo Decreto N.o 42.212, de 29 de agosto de 1957. O primeiro Diretor

do IPR foi José Alberto Baptista Pereira, mentor e criador, permanecendo no posto até 1960.

O Instituto de Pesquisas Rodoviárias nascia com as seguintes finalidades:

a) promover a criação e o desenvolvimento dos serviços especializados de

informações e atividades sobre pesquisas de estradas de rodagem;

b) promover e estimular a realização de trabalhos práticos, proporcionando meios

para a sua execução e divulgação dos resultados obtidos pelos pesquisadores;

c) estimular o intercâmbio entre os diversos órgãos rodoviários, associações,

corporações, firmas ou indivíduos, no âmbito nacional e internacional, que se

interessam em pesquisas referentes a estradas de rodagem;

d) coordenar, com a cooperação dos Departamentos de Estradas de Rodagem Federal,

Estaduais, Municipais e dos Territórios, os resultados dos trabalhos de pesquisa

realizados sobre estradas de rodagem;

e) incentivar a mais ampla aplicação dos resultados obtidos tendo em vista o

aproveitamento dos materiais nacionais e sua utilização na informação científica e

tecnológica dos pesquisadores.

O Decreto N.o 71.395, de 17 de novembro de 1972, que “transfere o IPR, do CNPq,

para o DNER e dá outras providências”, é reticente em relação às reais causas subjacentes à

transferência. Como não se teve acesso às atas do Conselho Deliberativo do CNPq, em que se

discutiu a transferência, pode-se especular duas razões principais para a ocorrência. A

primeira seria a já mencionada incompatibilidade entre o próprio CNPq e o IPR, em que o

primeiro se dedicava à pesquisa pura, ao passo que o segundo, por força de suas ligações com

o DNER e outros órgãos rodoviários, se voltava mais à pesquisa aplicada, criando, assim, uma

divergência tácita. A segunda razão seria o início de certa retração do DNER na administração

direta das grandes obras, quando, em parte devido ao grande número de projetos, foi

necessário apelar para a iniciativa privada dos empreiteiros e consultores especializados.

Assim, receber o IPR, com quem já tinha fortes afinidades, representava para o DNER, além

de um re-alento, uma forma de reorganizar os seus potenciais (IPR, 2011).

O IPR fazendo parte do DNER veio atuar nos interesses comuns de pesquisas de

órgãos rodoviários estaduais, universidades e indústrias, em vista do aperfeiçoamento

tecnológico com estudos e pesquisas aplicadas no campo rodoviário.

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A estrutura regimental e o regimento interno do IPR foram instituídos pelo Decreto nº

74.606, de 24 de setembro de 1974, pela Portaria Ministerial nº 36, de 13 de janeiro de 1975,

e pela Resolução do Conselho Administrativo do DNER nº 581, de 7 de abril de 1975 (IPR,

2011).

Com a reforma administrativa do Governo Federal em 1990, procedeu-se à

reestruturação do DNER nos termos da Portaria Ministerial nº 257, de 21 de novembro de

1991, e definiram-se as competências das unidades administrativas por meio da Resolução nº

51 do Conselho de Administração do DNER, de 25 de setembro de 1992, alterando-se o nome

Instituto de Pesquisas Rodoviárias para Diretoria de Desenvolvimento Tecnológico (IPR,

2011).

Por meio do Decreto nº 3.153, de 26 de agosto de 1999, foram aprovados a Estrutura

Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e Funções Gratificadas do

DNER, e pela Portaria Ministerial nº 43, de 10 de fevereiro de 2000, foi aprovado o

Regimento Interno do DNER, que restabeleceu o nome do IPR - Instituto de Pesquisas

Rodoviárias (IPR, 2011).

Com a Lei n° 10.233, de 05/06/2001 que criou o Departamento Nacional de Infra-

Estrutura de Transportes - DNIT, com o Decreto n° 4.129, de 13/02/2002 que aprovou a

Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções

Gratificadas do DNIT e com o Regimento Interno aprovado em 02/05/2002, que não definiu a

estrutura organizacional nos níveis abaixo de Gerência, o IPR não foi explicitamente

posicionado no novo Departamento, estando, entretanto, vinculado a Diretoria de

Planejamento Pesquisa do DNIT, sem organograma próprio (IPR, 2011).

Por intermédio da Resolução n° 10, de 31/01/2007, foi aprovado pelo Conselho de

Administração do DNIT, com ressalvas, o Regimento Interno, no qual o IPR figura como uma

Coordenação da Diretoria de Planejamento e Pesquisa (IPR, 2011).

Por intermédio da Portaria nº 1.834, de 28/12/2006, foi constituída no âmbito da

Diretoria-Geral do DNIT, a Gerência Institucional de Pesquisas Rodoviárias (GIPR), com as

atribuições do IPR. Para o cumprimento de suas atividades, a GIPR contará com as

instalações físicas e laboratoriais do IPR/DNIT, localizadas no Centro Rodoviário, no Rio de

Janeiro, e com os recursos humanos do IPR. O apoio técnico-administrativo para a

consecução das atividades do GIPR será fornecido pela Diretoria-Executiva do DNIT. As

atividades do GIPR passaram a vigorar a partir de 01/01/2007 e a Portaria nº 1.834/2006

vigerá até a implantação de nova Estrutura Regimental para o DNIT (IPR, 2011).

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A normatização do DNIT foi escolhida como termo comparativo em vista do seu

estabelecimento de padrões técnicos para o desenvolvimento e controle de obras de infra-

estrutura rodoviária embasados em normas internacionais consagradas e normas da

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

3.3 VALEC Engenharia, Construções e Ferrovias S.A.

A VALEC Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. é uma empresa pública, sob a

forma de sociedade por ações, vinculada ao Ministério dos Transportes, nos termos previstos

na Lei n° 11.772, de 17 de setembro de 2008 (VALEC, 2012).

A função social da VALEC é a construção e exploração de infraestrutura ferroviária.

E, de acordo com o Art. 8° da Lei em referência, compete à VALEC, em conformidade com

as diretrizes do Ministério dos Transportes (VALEC, 2012):

a) administrar os programas de operação da infraestrutura ferroviária, nas ferrovias a

ela outorgadas;

b) coordenar, executar, controlar, revisar, fiscalizar e administrar obras de

infraestrutura ferroviária, que lhes forem outorgadas;

c) desenvolver estudos e projetos de obras de infraestrutura ferroviária;

d) construir, operar e explorar estradas de ferro, sistemas acessórios de armazenagem,

transferência e manuseio de produtos e bens a serem transportados e, ainda,

instalações e sistemas de interligação de estradas de ferro com outras modalidades

de transportes;

e) promover o desenvolvimento dos sistemas de transportes de cargas sobre trilhos,

objetivando seu aprimoramento e a absorção de novas tecnologias;

f) celebrar contratos e convênios com órgãos nacionais da administração direta ou

indireta, empresas privadas e com órgãos internacionais para prestação de serviços

técnicos especializados;

g) exercer outras atividades inerentes às suas finalidades, conforme previsão em seu

estatuto social.

A VALEC tem concessão para a construção e operação da Ferrovia Norte-Sul, cujo

traçado, com extensão de 3.100 km, é iniciado em Belém, no Pará, e segue até o município de

Panorama, em São Paulo (VALEC, 2012).

Além disso, a VALEC detém, de acordo com a Lei 11.772, a concessão das Ferrovias

(VALEC, 2012):

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a) EF 267 – de Panorama, em São Paulo, a Porto Murtinho, no Mato Grosso do Sul,

com 750 km;

b) EF 334 – Ferrovia da Integração Oeste-Leste, que, partindo de Ilhéus, na Bahia,

chega a Figueirópolis, no Tocantins, onde se liga à Ferrovia Norte-Sul, num total

de 1.527 km;

c) EF 354 – Ferrovia Transcontinental, que partirá do Litoral Norte Fluminense e

passará por Muriaé, Ipatinga e Paracatu, em Minas Gerais; por Brasília, no Distrito

Federal, por Uruaçu, em Goiás; por Cocalinho, Ribeirão Castanheira e Lucas do

Rio Verde, em Mato Grosso; Vilhena e Porto Velho, em Rondônia; e Rio Branco e

Cruzeiro do Sul, no Acre, até chegar à localidade de Boqueirão da Esperança, na

fronteira Brasil-Peru. A Transcontinental terá, após concluída, um percurso de

4.400 km.

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4. Análise Comparativa

Neste capítulo foi realizada a análise comparativa entre a Especificação Técnica da

VALEC e a Normatização do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes,

quanto ao serviço de Terraplanagem/Empréstimo.

4.1 Análise Preliminar

Ambas as referências, Norma DNIT 107/2009 - ES e Terraplanagem – Empréstimo

VALEC, tem o objetivo de estabelecer os critérios e condições exigíveis para execução de

serviços de movimentação como escavação, remoção, carga e descarga de material destinado

a complementar um volume insuficiente, técnica ou economicamente. Definem também os

critérios para controle de qualidade, critérios de medição e forma de pagamento de serviços

executados.

4.1.1 DNIT

Diferente da Especificação da VALEC, a Normatização do DNIT trás algumas

definições, voltadas sempre para o conceito de estradas de rodagem:

a) equipamento Geral – máquinas ou unidades móveis utilizadas na execução de

serviços;

b) empréstimos – áreas especificadas em projeto para remoção de material destinado

ao cobrimento de aterros;

c) aterros – segmento onde é necessária a implantação de material proveniente de

cortes e/ou empréstimos;

d) faixa Terraplenada – faixa correspondente à largura de toda a área compreendida

entre os limites de corte e aterro, tanto em seção plena como em seção mista,

acrescida da área entre as linhas de “offsets”.

e) corpo de aterro – parte do material para aterro situado sobre o terreno natural;

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f) camada final – camada de 60 cm de espessura determinada com base em preceitos

técnico-econômicos sobre o corpo de aterro ou corte definida pelo greide de

terraplenagem.

4.1.1.1 Condições Iniciais

Os empréstimos selecionados para projetos de aterros devem ser constituídos de

materiais de 1ª e/ou 2ª categoria e devem atender às seguintes condições específicas:

a) atender às exigências do projeto de engenharia e considerar uma análise técnico-

econômica;

b) sem a presença de matéria orgânica, micáceas e diatomáceas, e não ter em sua

constituição turfas ou argilas orgânicas;

c) índice de Suporte Califórnia (ISC) > 2% e expansão menor ou igual a 4%

determinados por Ensaio de Compactação e Ensaio de Índice de Suporte

Califórnia;

d) para camada final de aterro e/ou substituição da camada superficial de cortes

utiliza-se da melhor capacidade de suporte e expansão menor ou igual a 2% por

intermédio dos ensaios mencionados anteriormente.

4.1.1.2 Equipamentos

Para equipamentos se prevê a utilização do equipamento apropriado para atendimento

da necessidade, em geral tratores equipados com laminas.

4.1.1.3 Visibilidade e Drenagem

A Normatização do DNIT trás também algumas condições gerais visando o

beneficiamento das condições da estrada em relação à visibilidade e drenagem das águas

pluviais:

a) nos cortes a inclinação do talude deve ser suficiente que suavize e melhore a

estabilidade, o greide modificado para melhores as condições dos cortes;

b) no caso dos cortes em tangente em pequenas alturas, alargar em toda a altura

melhorando a drenagem e a visibilidade, no caso de alturas significativas, alargar

até determinada altura permitindo uma melhor estabilidade dos taludes;

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c) promover o melhoramento da visibilidade na parte interna nos casos de cortes em

curva;

d) no caso de aterros os empréstimos devem ser laterais para diminuição do tempo de

transporte e elevação do greide;

e) no caso de ocorrência de materiais de 3ª categoria, no topo ou em parte, os

procedimentos acima não se aplicam;

f) todos os serviços preliminares de desmatamento e destocamento devem ser feitos

atendendo a Norma DNIT 104/2009.

4.1.1.4 Condicionantes Ambientais

Em exploração de caixas de empréstimo, devem se adotadas as seguintes soluções

para a preservação ambiental:

a) atendimento a regularidade ambiental, a legislação de uso e ocupação do solo do

município, e recuperação das áreas degradadas pela obra;

b) horário de trabalho compatível com a legislação local e atendimento aos requisitos

de segurança dos trabalhadores da obra;

c) garantia da segurança e do conforto dos usuários e moradores próximos;

d) Planejamento e programação das obras, assim como do tráfego de veículos e

equipamentos.

e) condições específicas relativas ao canteiro de obra, instalações industriais e

equipamentos em geral seguem especificações da Norma DNIT 070/2006-PRO na

subseção 5.1;

f) medidas relativas às jazidas e caixas de empréstimo contidas na subseção 5.4 da

Norma DNIT 070/2006-PRO que determinam o atendimento aos preceitos

vigentes pelos órgãos regionais, execução do Plano de Recuperação de Áreas

Degradadas em conformidade com o Programa Ambiental, preservação dos cursos

d’água, das áreas situadas em reservas florestais, ecológicas ou de valor cultural

legalmente, dos sistemas naturais, diminuição dos processos erosivos e

instabilidade física, instalação de sistema de drenagem eficiente e realização de

inspeções ambientais periódicas.

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4.1.1.5 Controle de Qualidade

Visando o atendimento às Normas DNIT 011/2004-PRO e DNIT 013/2004-PRO em

se tratando de programa de qualidade, as inspeções de controle devem atender a sistemática

abaixo:

a) o controle tecnológico de materiais deve ser procedido de acordo com as normas

especificas vigentes do DNIT;

b) na execução do serviço de empréstimo deve ser verificada a autorização fiscal,

destinação do material extraído e se as condições mencionadas anteriormente estão

sendo atendidas;

c) o controle geométrico deve ser feito de forma visual por meio de levantamento

topográfico, deve atender ainda às especificações quanto a acabamento,

configurações do talude e aos termos de preservação ambiental.

4.1.1.6 Execução

O início e o desenvolvimento dos serviços de exploração de empréstimo devem

obedecer, rigorosamente, à programação de obras estabelecida e consignada na “Segmentação

do Diagrama de Brukner”, enfocada na subseção 4.2.7 da Norma DNIT 104/2009 – ES –

Serviços Preliminares (NORMA DNIT 107/2009, p. 4).

Atendendo todos os requisitos descritos acima e equipamentos, os empréstimos devem

ser executados de acordo com as seguintes determinações:

a) os serviços a serem executados devem atender ao projeto de engenharia e às

especificações para materiais descritas anteriormente;

b) deve ser feito o devido desmatamento, destocamento e limpeza da área de

empréstimo;

c) somente depois da limpeza e com autorização fiscal, podem ser iniciados os

processos de escavação e utilização;

d) os empréstimos devem, preferencialmente, atingir a cota do greide evitando a

condução das águas pluviais para a plataforma;

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e) em greides elevados, as bordas internas das caixas de empréstimo devem localizar-

se a uma distancia mínima de 5,00 m do pé do aterro, bem como possuir

declividade longitudinal para drenagem das águas pluviais;

f) deve ser mantida uma faixa de 2,00 m sem exploração entre a borda externa das

caixas de empréstimo e o limite da faixa de domínio;

g) em alargamento de cortes a faixa passa a ser 3,00 m para implantação da valeta de

proteção;

h) a finalização das caixas de empréstimos deve ser executada sobre taludes estáveis;

i) a inclinação dos taludes dos cortes e/ou caixas de empréstimo devem ser

garantidos;

j) para o transporte dos materiais de empréstimo, que interfiram no trafego, este deve

ser feito por meio de caminhões basculantes.

4.1.1.7 Critérios de Aceitação

Sendo atendidas todas as prescrições, os serviços devem ser aceitos, não sendo aceitos,

os serviços devem ser corrigidos para nova avaliação até que atenda a todas as prescrições.

4.1.1.8 Critérios de Medição

Para os processos de medição, deve ser levado em consideração o volume de material

extraído, a dificuldade de extração e a distância de transporte percorrida entre a caixa de

empréstimo e o local de deposição:

a) a cubação do material escavado deve ser feito com base em referências de nível

integrantes do Projeto de Engenharia, após desmatamento e limpeza da caixa de

empréstimo, e levantamento final após a utilização da caixa de empréstimo, caso

não seja possível, considerar relações de volume in natura/ compactado para

obtenção dos volumes extraídos;

b) o material a ser escavado deve ser determinado no Projeto, e as distâncias

determinadas em termos de extensão axial entre o centro de gravidade de

empréstimo e aterro, enquadradas ao Projeto de Engenharia;

c) os quantitativos dos serviços a serem executados referentes a cada caixa de

empréstimo devem estar sinalizados nos estaqueamento da construção.

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4.1.1.9 Apropriação de Custo

No que diz respeito ao custo unitário:

Os serviços devem ser medidos em unidade de m³, compreender o que foi executado,

seja escavação, carga e/ou transporte do material, sendo disponível como parâmetro inicial o

Manual de Composição de Custos Rodoviários do DNIT.

4.1.2 VALEC

A disposição normativa especificada pela VALEC para empréstimo define como

critério a conformidade com a Norma do DNIT 107/2009 - ES, no entanto os critérios

cabíveis julgados pela VALEC prevalecem sobre as normas de referência.

4.1.2.1 Condições Iniciais

O material deve ser selecionado dentre os de 1ª categoria e seguir as especificações do

projeto atendendo ao padrão qualidade.

4.1.2.2 Equipamentos

Para os equipamentos se prevê a utilização racional atendendo às necessidades do

projeto à produtividade requerida.

4.1.2.3 Visibilidade e Drenagem

De preferência, o empréstimo deve ser contíguo ao longo do corpo estradal podendo

ser utilizado material proveniente do alargamento do corte, o qual deve atingir a cota do

greide não sendo permitido o acúmulo de águas pluviais na plataforma em execução, e não

obstruir o sistema de drenagem. O acabamento dos bordos de empréstimo deve ser

desempenado e sob taludes estáveis.

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4.1.2.4 Condicionantes Ambientais

Quanto ao manejo ambiental são exigidos os seguintes pontos:

a) a área de empréstimo fora da faixa de domínio deve ser licenciada junto ao órgão

ambiental responsável;

b) o desmatamento, destocamento e limpeza devem seguir especificação da VALEC,

e o material deve ser estocado de tal forma que permita a reutilização;

c) não é permitida queima do material, exploração de áreas com restrições

ambientais, reserva ecológica, florestal ou cultural, ou área propicia à agricultura,

ou em proximidades;

d) deve ser garantida a drenagem nas áreas de exploração, e a exploração deve ser

feita de acordo com o projeto aprovado pela fiscalização e licenciado

ambientalmente, assim como para alterações no projeto;

e) após o término de exploração a área deve ser recuperada restabelecendo a

conformidade da área, garantindo a drenagem e evitando a erosão, com um sistema

de drenagem eficiente com no máximo a utilização de canaletas recobertas com

grama em placas, e a cobertura dos taludes e platôs inicialmente com o material

estocado e posteriormente com grama em placa ou hidrossemeadura;

f) o tráfego de máquinas e funcionários deve ser sempre controlado a fim de evitar a

abertura de caminhos e acessos acarretando no desmatamento e desfiguração do

terreno;

g) além desta, deve se seguir também as disposições normativas da VALEC quanto a

termos ambientais, Normas Ambientais da VALEC (NAVAS).

As NAVAS foram trabalhadas quando o núcleo de Gestão Ambiental passou a

organizar o conjunto de ações ambientais da VALEC e a estruturar o Sistema de Gestão

Ambiental (SGA), o qual, como rezam as normas internacionais, deve buscar a prevenção

contra a ocorrência de impactos adversos ao meio ambiente, induzindo a empresa a assumir

uma postura positiva com relação às questões ambientais, sendo assim, a VALEC solicitou

que a OIKOS, na qualidade de consultora especializada contratada, usasse a documentação

ambiental já produzida na e para a VALEC e preparasse, obedecendo as normas da série ISO-

14000 (NAVAS APRESENTAÇÃO, 2002, p. 6).

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A Política Ambiental da VALEC é subordinada à Política Ambiental do Governo

Federal, que tem como paradigmas básicos a busca do Desenvolvimento Sustentável e da

Justiça Social. Neste sentido, a Política Ambiental da VALEC busca a obediência a estes

preceitos, comprometendo-se com os seguintes princípios (NAVAS APRESENTAÇÃO,

2002, p. 9):

a) Participar ativamente do Desenvolvimento Sustentável do Cerrado Brasileiro,

tanto no que se refere à promoção econômica e social, como no que se refere à

conservação dos recursos naturais;

b) Planejar, administrar e realizar as obras de construção, a operação ferroviária, a

manutenção dos trens e os serviços de conservação da infra-estrutura com estrita

observância da legislação ambiental em vigor, estabelecendo rotinas e

procedimentos voltados para a garantia da saúde e da segurança dos trabalhadores

e da população vizinha, bem como da manutenção da qualidade do meio ambiente;

c) Treinar e capacitar os empregados da VALEC e incentivar para que os parceiros e

os contratados atuem em favor do ambiente equilibrado e do desenvolvimento

sustentável;

d) Apoiar e incentivar as ações voltadas à redução do consumo de energia e da

produção de resíduos em todas as unidades da empresa, bem como à adoção de

práticas de consumo sustentável;

e) Manter permanente diálogo com os empregados, fornecedores, clientes,

comunidades vizinhas, órgãos de fiscalização ambiental e com o público em geral,

mantendo a abertura e a transparência das ações da VALEC nas discussões de

práticas de segurança, de promoção da saúde e de proteção do meio ambiente;

f) Buscar e incentivar a melhoria contínua da Política Ambiental, aperfeiçoando

permanentemente a atuação da VALEC nos princípios aqui estabelecidos.

A série NAVAS, conseqüentemente, contém as Propostas para Discussão, conforme

foram preparadas pela equipe da OIKOS, às quais foi anexado o texto sobre “consumo

sustentável” preparado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e pelo Instituto de Defesa

do Consumidor (IDEC), que deve orientar a discussão nas unidades administrativas da

VALEC (NAVAS APRESENTAÇÃO, 2002, p. 7).

A seqüência de Normas Ambientais da VALEC é constituída pelas Normas listradas a

seguir disponíveis no Portal Eletrônico da VALEC, acessado em 26 de março de 2012:

a) Norma Ambiental Valec Nº 1 – Controle da Poluição e da Degradação Ambiental

na Construção;

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b) Norma Ambiental Valec Nº 2 – Plantios Paisagísticos;

c) Norma Ambiental Valec Nº 3 – Cobertura Vegetal para Recuperação de Áreas

Degradadas;

d) Norma Ambiental Valec Nº 4 – Transplante de Espécimes Vegetais Selecionados;

e) Norma Ambiental Valec Nº 5 – Instalação e Operação de Acampamentos e de

Canteiros de Serviços;

f) Norma Ambiental Valec Nº 6 – Extração de Materiais de Construção;

g) Norma Ambiental Valec Nº 7 – Educação Ambiental;

h) Norma Ambiental Valec Nº 8 – Administração da Mão-de-obra;

i) Norma Ambiental Valec Nº 9 – Prevenção Contra Queimadas;

j) Norma Ambiental Valec Nº 10 – Procedimentos e Rotinas para Monitoramento

Ambiental da Construção;

k) Norma Ambiental Valec Nº 11 – Levantamento Anual e Recuperação do Passivo

Ambiental;

l) Norma Ambiental Valec Nº 12 – Gestão Ambiental;

m) Norma Ambiental Valec Nº 13 – Procedimentos e Rotinas de Acompanhamento de

Compromissos Ambientais;

n) Norma Ambiental Valec Nº 14 – Desapropriações, Compensações e Indenizações;

o) Norma Ambiental Valec Nº 15 – Passagens Inferiores de Fauna;

p) Norma Ambiental Valec Nº 16 – Salvamento da Flora;

q) Norma Ambiental Valec Nº 17 – Operação dos Viveiros;

r) Norma Ambiental Valec Nº 18 – Contingências para evitar e/ou mitigar Impactos

Acidentais com o Meio Ambiente – Respostas a Emergências;

s) Norma Ambiental Valec Nº 19 – Drenagem Superficial e Proteção Contra Erosão;

t) Norma Ambiental Valec Nº 20 – Controle e Minimização da Supressão da

Vegetação;

u) Norma Ambiental Valec Nº 21 – Relocação e Averbação de Reservas Legais

Interceptadas;

v) Norma Ambiental Valec Nº 22 – Monitoramento e Controle de Emissões

Atmosféricas na Fase de Construção;

w) Norma Ambiental Valec Nº 23 – Controle e Monitoramento de Ruídos e Vibrações

nas Fases de Instalação e de Operação e em Receptores Críticos;

x) Norma Ambiental Valec Nº 24 – Proteção de Reservatórios e Mananciais de

Abastecimento d’água;

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y) Norma Ambiental Valec Nº 25 – Gerenciamento de Resíduos e Efluentes na

Construção e Conservação;

z) Norma Ambiental Valec Nº 26 – Resgate da Fauna;

aa) Norma Ambiental Valec Nº 27 – Ações de Comunicação Social;

bb) Norma Ambiental Valec Nº 28 – Treinamento da Mão de Obra para Construção

Sustentável;

cc) Anexo – Guia de Boas Práticas para o Consumo Sustentável.

4.1.2.5 Execução

A execução deve ser precedida pelos serviços de desmatamento, destocamento e

limpeza, os empréstimos devem proceder depois de conferida a adequabilidade do material, a

viabilidade financeira, o atendimentos às especificações do projeto de engenharia e a

autorização da fiscalização.

4.1.2.6 Critérios de Aceitação

Não sendo executados de acordo com o especificado, os serviços devem ser rejeitados

e corrigidos, estando de acordo, são passíveis de medição.

4.1.2.7 Critérios de Medição

Como critérios de medição o volume é calculado em m³ deduzido do material extraído

no desmatamento e só pode feita após com a finalização dos dispositivos de proteção à

erosão. A distância de transporte é medida em projeção horizontal com definição prévia

aprovada pela fiscalização e os materiais são classificados como especificado anteriormente.

4.1.2.8 Apropriação de Custo

Os serviços serão pagos em preços unitários contratuais levando em consideração

escavação, carga, transporte, descarga e espalhamento, também a utilização de equipamentos,

mão-de-obra, encargos sociais, manutenção dos caminhos de serviço, conformação e proteção

dos taludes. Serão pagos com preços específicos por distância de até e além de 5000 m, em

duas parcelas com 90% em medições durante a execução e os 10% restantes após a

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finalização dos dispositivos de drenagem e revestimento dos taludes de aterro por material de

empréstimo.

4.2 Análise Comparativa entre a especificação da VALEC e a norma do DNIT

Normalizar é estabelecer métodos e regras para realizar uma atividade repetitiva da

melhor forma possível, em termos de segurança, praticidade, qualidade e economia. Toda a

norma técnica se baseia na pesquisa ou na experiência e, de modo geral, deve ser obedecida

por todo aquele que se envolver na realização da tarefa por ela regida. Desde sua origem, o

IPR tem a competência para criar, atualizar e adaptar normas relativas às diversas atividades

rodoviárias (IPR, 2012).

A normalização no IPR segue mais ou menos uma rota fixa, desde a elaboração do

texto-base até a aprovação pela Diretoria Colegiada do DNIT e subseqüente distribuição da

Norma à comunidade rodoviária. Esse longo método inclui a submissão da Norma a

especialistas e a sua disponibilização na Internet, em busca de críticas, sugestões e

comentários, e por vezes, a realização de Seminários Técnicos, para discutir amplamente

aspectos técnicos ainda conflitantes. Mantidas as diferenças, praticamente tudo o que se fala a

respeito da criação da Norma Técnica, vale igualmente para o Manual Técnico e outras

publicações (IPR, 2012).

Em paralelo, competem à VALEC Engenharia, Construções e Ferrovias S.A., em

conformidade com as diretrizes do Ministério dos Transportes, coordenar, executar, controlar,

revisar, fiscalizar e administrar obras de infraestrutura ferroviária, que lhes forem outorgadas,

e desenvolver estudos e projetos de obras de infraestrutura ferroviária, para tanto, a VALEC

desenvolve e promove a utilização interna de especificações próprias que definem os

requisitos básicos necessários à execução de serviços, na celebração de contratos e convênios

com órgãos nacionais da administração direta ou indireta, empresas privadas e/ou com órgãos

internacionais para prestação de serviços técnicos especializados.

Ambas, a Norma do DNIT e a especificação da VALEC foram analisadas neste

projeto, e tem o mesmo objetivo como definições de critérios e condições exigíveis para os

serviços de empréstimo, no entanto têm foco em pontos diferentes podendo interferir no

produto final.

Como condições gerais para os serviços a Norma do DNIT 107/2009 – ES é bastante

específica com Norma para desmatamento e destocamento DNIT 104/2009 – ES,

determinação da categoria e qualidade do material, limite de capacidade de suporte e

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expansão, inclusive para camada final, assim como atender ao projeto de engenharia, seguir a

programação do Diagrama de Brukner e considerar uma análise técnico-econômica, ao passo

que a especificação VALEC 80-ES-000A-20-0006 determina que material deva ser

selecionado dentre os de 1ª categoria e seguir as especificações do projeto atendendo ao

padrão qualidade.

Para determinação dos equipamentos em serviços de empréstimo, a Norma do DNIT

prevê a utilização do equipamento apropriado para atendimento da necessidade, em geral

tratores equipados com laminas, enquanto a especificação da VALEC prevê a utilização

racional atendendo às necessidades do projeto e à produtividade requerida.

Em se tratando de qualidade, a Norma do DNIT prevê que o controle tecnológico de

materiais deve ser procedido de acordo com as normas específicas vigentes do DNIT. Na

execução do serviço de empréstimo deve ser verificada a autorização fiscal, destinação do

material extraído e se as condições gerais estão sendo atendidas. O controle geométrico deve

ser feito de forma visual por meio de levantamento topográfico, deve atender ainda às

especificações quanto a acabamento, configurações do talude e aos termos de preservação

ambiental.

A especificação da VALEC não aponta nada em respeito à qualidade, somente quando

se refere a material selecionado, no entanto, prevê que o empréstimo deve ser contíguo ao

longo do corpo estradal podendo ser utilizado material proveniente do alargamento do corte.

Não é permitido o acúmulo de águas pluviais na plataforma em execução, e não deve obstruir

o sistema de drenagem. O acabamento dos bordos de empréstimo deve ser desempenado e sob

taludes estáveis, o que garante a qualidade dos serviços de empréstimo.

Quanto à visibilidade e drenagem, a Norma do DNIT determina que deva ser garantida

a estabilidade do talude pela inclinação, alargamento em toda altura, visibilidade e drenagem.

Utilizar-se de empréstimos laterais para aterros. Constituindo-se material de 3ª categoria, não

proceder desta forma. Sendo assim, ambas, a Norma do DNIT e a especificação da VALEC,

estão em conformidade quanto à garantia da visibilidade, drenagem e qualidade do serviço.

Em relação à execução do serviço de empréstimo a Norma do DNIT prevê que se deve

atender ao projeto de engenharia, e iniciado após o devido desmatamento, destocamento e

limpeza da área de empréstimo, e autorização fiscal. Deve-se evitar a condução das águas

pluviais para a plataforma. Deve ser mantida uma faixa de 2,00 m sem exploração entre a

borda externa das caixas de empréstimo e o limite da faixa de domínio. A finalização das

caixas de empréstimos deve ser executada sobre taludes estáveis. A inclinação dos taludes dos

cortes e/ou caixas de empréstimo devem ser garantidos. Para o transporte dos materiais de

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empréstimo, que interfiram no trafego, este deve ser feito por meio de caminhões basculantes.

Enquanto a especificação da VALEC prevê que a execução deve ser precedida também pelos

serviços de desmatamento, destocamento e limpeza, após de conferida a adequabilidade do

material, a viabilidade financeira, o atendimentos às especificações do projeto de engenharia e

a autorização da fiscalização.

Com relação às condicionantes ambientais a Norma do DNIT determina o atendimento

a toda regularidade ambiental necessária incluindo a recuperação das áreas degradadas,

atendimento a legislação trabalhista, segurança do trabalho, assim como conforto dos usuários

e moradores próximos. Planejamento, programação das obras e do tráfego de veículos e

equipamentos. Canteiro de obras, jazidas e caixas de empréstimo em conformidade com o

Programa Ambiental por Norma específica do DNIT.

Em contrapartida, a especificação da VALEC determina que a área de empréstimo fora

da faixa de domínio deve ser licenciada junto ao órgão ambiental responsável. O

desmatamento, destocamento e limpeza devem seguir especificação da VALEC. Não é

permitida queima do material, exploração de áreas com restrições ambientais, reserva

ecológica, florestal ou cultural, ou área propicia à agricultura, ou em proximidades. A

exploração deve ser feita de acordo com o projeto aprovado pela fiscalização e licenciado

ambientalmente, assim como para alterações. Após o término de exploração a área deve ser

recuperada, garantindo a drenagem e evitando a erosão, e a cobertura dos taludes e platôs. O

tráfego de máquinas e funcionários deve ser sempre controlado. Além desta, deve se seguir

também as disposições normativas da VALEC quanto a termos ambientais, NAVAS.

Como critérios de medição, a Norma do DNIT considera que deve ser levado em

consideração o volume de material extraído, dificuldade de extração e a distância de

transporte. A cubação do material escavado deve ser feito com base em referências de nível

integrantes do Projeto de Engenharia, após desmatamento e limpeza, e levantamento final

após a utilização da caixa de empréstimo. O material a ser escavado deve ser determinado no

Projeto, e as distâncias determinadas em termos de extensão axial entre o centro de gravidade

de empréstimo e aterro, enquadradas ao Projeto de Engenharia.

A especificação da VALEC considera que o volume deve ser calculado em m³

deduzido do material extraído no desmatamento e só pode feita após com a finalização dos

dispositivos de proteção à erosão. A distância de transporte é medida em projeção horizontal

com definição prévia aprovada pela fiscalização e os materiais são classificados como

especificado nas condições iniciais.

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Como critérios de aceitação, a Norma do DNIT prevê que sendo atendidas todas as

prescrições, os serviços devem ser aceitos, não sendo aceitos, os serviços devem ser

corrigidos para nova avaliação até que atenda a todas as prescrições.

A especificação da VALEC define como critério a conformidade com a Norma do

DNIT, no entanto os critérios cabíveis julgados pela VALEC prevalecem sobre as normas de

referência. Não sendo executados de acordo com o especificado, os serviços devem ser

rejeitados e corrigidos, estando de acordo, são passíveis de medição.

Em apropriação de custo pela Norma do DNIT, os serviços devem ser medidos em

unidade de m³, compreender o que foi executado, seja escavação, carga e/ou transporte do

material, sendo disponível como parâmetro inicial o Manual de Composição de Custos

Rodoviários do DNIT.

A especificação da VALEC determina que os serviços sejam pagos em preços

unitários contratuais levando em consideração escavação, carga, transporte, descarga e

espalhamento, também a utilização de equipamentos, mão-de-obra, encargos sociais,

manutenção dos caminhos de serviço, conformação e proteção dos taludes. Sendo pagos com

preços específicos por distância de até e além de 5000 m, em duas parcelas com 90% em

medições durante a execução e 10% após a finalização dos dispositivos de drenagem e

revestimento dos taludes de aterro por material de empréstimo.

A especificação da VALEC não menciona seu parâmetro para composição de custos

unitários, no entanto, os custos unitários são individuais para as empresas e as regiões, assim

como sua bonificação e despesas indiretas.

O Quadro 2 mostra comparativamente os pontos discutidos da Norma do DNIT e

especificação da VALEC:

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ESPECIFICAÇÃO DNIT 107/2009 VALEC 80-ES-000A-20-0006 PRINCIPAIS PONTOS DE DIVERGENCIA

OBJETIVOCritérios e condições exigíveis para execução de serviço de empréstimo incluindo todas as etapas, assim como critérios para controle de qualidade, critérios de medição e forma de pagamento.

Critérios e condições exigíveis para execução de serviço de empréstimo incluindo todas as etapas, assim como critérios para controle de qualidade, critérios de medição e forma de pagamento.

Não possui pontos consideráveis.

CONDIÇÕES INICIAIS

Todos os serviços preliminares de desmatamento e destocamento devem ser feitos atendendo a Norma DNIT 104/2009. Devem ser constituídos de materiais de 1ª e/ou 2ª categoria, sem a presença de matéria orgânica, micáceas e diatomáceas, turfas ou argilas, capacidade de suporte ISC > 2% e expansão menor ou igual a 4%. Para camada final utiliza-se expansão menor ou igual a 2%. Atender ao projeto de engenharia e considerar uma análise técnico-econômica. Deve obedecer à programação de obras estabelecida e consignada na “Segmentação do Diagrama de Brukner”.

O material deve ser selecionado dentre os de 1ª categoria e seguir as especificações do projeto atendendo ao padrão qualidade.

A Norma do DNIT apresenta critérios que especificam e consequentimente limita o uso do solo, enquanto a especificação da VALEC deixa a determinação do material mais ampla.

EQUIPAMENTOSPara equipamentos se prevê a utilização do equipamento apropriado para atendimento da necessidade, em geral tratores equipados com laminas.

Se prevê a utilização racional atendendo às necessidades do projeto e à produtividade requerida.

Não possui pontos consideráveis.

VISIBILIDADE E DRENAGEM

Garantir a estabilidade do talude pela inclinação, alargamento em toda altura, visibilidade e drenagem. Utilizar-se de empréstimos laterais para aterros. Constituindo-se material de 3ª categoria, não proceder desta forma.

O empréstimo deve ser contíguo ao longo do corpo estradal podendo ser utilizado material proveniente do alargamento do corte. Não é permitido o acúmulo de águas pluviais na plataforma em execução, e não deve obstruir o sistema de drenagem. O acabamento dos bordos de empréstimo deve ser desempenado e sob taludes estáveis.

Não possui pontos consideráveis.

CONDICIONANTES AMBIENTAIS

Atendimento a regularidade ambiental, a legislação de uso e ocupação do solo, e recuperação das áreas degradadas. Atendimento à horário e segurança do trabalho. Garantia da segurança e do conforto dos usuários e moradores próximos. Planejamento, programação das obras e do tráfego de veículos e equipamentos. Atendimento da Norma DNIT 070/2006-PRO na subseção 5.1. relativo a canteiro de obras. Medidas relativas às jazidas e caixas de empréstimo contidas na subseção 5.4 da mesma Norma, que determinam o atendimento aos preceitos vigentes pelos órgãos regionais, execução do Plano de Recuperação de Áreas Degradadas em conformidade com o Programa Ambiental, preservação dos cursos d’água, das áreas situadas em reservas florestais, ecológicas ou de valor cultural legalmente, dos sistemas naturais, diminuição dos processos erosivos e instabilidade física, instalação de sistema de drenagem eficiente e realização de inspeções ambientais periódicas.

A área de empréstimo fora da faixa de domínio deve ser licenciada junto ao órgão ambiental responsável. O desmatamento, destocamento e limpeza devem seguir especificação da Valec. Não é permitida queima do material, exploração de áreas com restrições ambientais, reserva ecológica, florestal ou cultural, ou área propicia à agricultura, ou em proximidades. A exploração deve ser feita de acordo com o projeto aprovado pela fiscalização e licenciado ambientalmente, assim como para alterações. Após o término de exploração a área deve ser recuperada, garantindo a drenagem e evitando a erosão, e a cobertura dos taludes e platôs. O tráfego de máquinas e funcionários deve ser sempre controlado. Além desta, deve se seguir também seqüência de Normas Ambientais da VALEC, as NAVAS, subordinadas à Política Ambiental do Governo Federal, que tem como paradigmas básicos a busca do Desenvolvimento Sustentável e da Justiça Social, obedecendo as normas da série ISO-14000.

A especificação da VALEC possui uma sequência de Normas Ambientais (NAVAS) em busca do Desenvolvimento Sustentável e da Justiça Social.

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Quadro 2 - Comparativo DNIT 107/2009 - VALEC 80-ES-000A-20-0006.

EXECUÇÃO

Deve-se atender ao projeto de engenharia. Após o devido desmatamento, destocamento e limpeza da área de empréstimo; e autorização fiscal, podem ser iniciados os serviços. Deve-se evitar a condução das águas pluviais para a plataforma. Deve ser mantida uma faixa de 2,00 m sem exploração entre a borda externa das caixas de empréstimo e o limite da faixa de domínio. A finalização das caixas de empréstimos deve ser executada sobre taludes estáveis. A inclinação dos taludes dos cortes e/ou caixas de empréstimo devem ser garantidos. Para o transporte dos materiais de empréstimo, que interfiram no trafego, este deve ser feito por meio de caminhões basculantes.

A execução deve ser precedida pelos serviços de desmatamento, destocamento e limpeza, após de conferida a adequabilidade do material, a viabilidade financeira, o atendimentos às especificações do projeto de engenharia e a autorização da fiscalização.

A Norma do DNIT apresenta margens numéricas que devem ser garantidas, e considera a utilização do Diagrama de Brukner, enquanto a especificação da VALEC não apresenta essa determinações.

CRITÉRIOS DE ACEITAÇÃO

Sendo atendidas todas as prescrições, os serviços devem ser aceitos, não sendo aceitos, os serviços devem ser corrigidos para nova avaliação até que atenda a todas as prescrições.

A disposição normativa especificada pela Valec para empréstimo define como critério a conformidade com a Norma do DNIT 107/2009 - ES, no entanto os critérios cabíveis julgados pela VALEC prevalecem sobre as normas de referência. Não sendo executados de acordo com o especificado, os serviços devem ser rejeitados e corrigidos, estando de acordo, são passíveis de medição.

A especificação da VALEC determina que os critérios julgados pela mesma, prevalecem na aceitação dos serviços.

CRITÉRIOS DE MEDIÇÃO

Deve ser levado em consideração o volume de material extraído, dificuldade de extração e a distância de transporte. A cubação do material escavado deve ser feito com base em referências de nível integrantes do Projeto de Engenharia, após desmatamento e limpeza, e levantamento final após a utilização da caixa de empréstimo. O material a ser escavado deve ser determinado no Projeto, e as distâncias determinadas em termos de extensão axial entre o centro de gravidade de empréstimo e aterro enquadradas ao Projeto de Engenharia.

Como critérios de medição o volume é calculado em m³ deduzido do material extraído no desmatamento e só pode feita após com a finalização dos dispositivos de proteção à erosão. A distância de transporte é medida em projeção horizontal com definição prévia aprovada pela fiscalização e os materiais são classificados como especificado nas condições iniciais.

As distâncias de transporte pelo DNIT, são determinadas em termos de extensão axial, enquanto pela VALEC são determindas em projeção horizontal.

APROPRIAÇÃO DE CUSTO

Os serviços devem ser medidos em unidade de m³, compreender o que foi executado, seja escavação, carga e/ou transporte do material, sendo disponível como parâmetro inicial o Manual de Composição de Custos Rodoviários do DNIT.

Os serviços serão pagos em preços unitários contratuais levando em consideração escavação, carga, transporte, descarga e espalhamento, também a utilização de equipamentos, mão-de-obra, encargos sociais, manutenção dos caminhos de serviço, conformação e proteção dos taludes. Serão pagos com preços específicos por distância de até e além de 5000 m, em duas parcelas com 90% em medições durante a execução e 10% após a finalização dos dispositivos de drenagem e revestimento dos taludes de aterro por material de empréstimo.

A VELEC determinas seus critérios para formas de pagamento.

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5. Considerações Finais

Com as condições estabelecidas pela Norma do DNIT, é garantido que o solo para

empréstimos tenham baixa desagregação devido à infiltração das águas pluviais e expansão

do solo, poucos espaços vazios principalmente provenientes de decomposição de matéria

orgânica presente, garantindo a coesão do solo e a estabilidade do talude de aterro, além do

melhor manejo do solo diminuindo as distâncias de transporte. Essas características são

garantidas partir da determinação dos valores para ensaio, de capacidade de suporte, índice de

expansão do solo e composição do solo, que limitam o uso do solo às características exigidas

pela Norma.

No entanto, essa limitação restringe a utilização de materiais que não se apresentam

nesta margem de exigência, e que poderiam ser utilizados a partir de adaptações técnicas ou

reaproveitamento. Em vista da diminuição de matéria prima presente na natureza nos dias

atuais, e da tendência ao reaproveitamento de materiais visando à diminuição do impacto

ambiental causado pela indústria da construção civil, a maior liberdade de escolha do material

pela especificação da VALEC se mostra uma vantagem para o serviço.

Ambas as considerações não são específicas em se tratando de equipamentos, no

entanto, a utilização do equipamento inadequado poderá implicar na diminuição da vida útil

da maquina, não afetando diretamente a qualidade do resultado final do serviço.

A especificação da VALEC não aponta nada em respeito ao controle de qualidade do

serviço, somente quando se refere à material selecionado, no entanto, prevê que o empréstimo

deve ser contíguo ao longo do corpo estradal podendo ser utilizado material proveniente do

alargamento do corte. Não é permitido o acúmulo de águas pluviais na plataforma em

execução, e não deve obstruir o sistema de drenagem. O acabamento dos bordos de

empréstimo deve ser desempenado e sob taludes estáveis, o que garante a qualidade dos

serviços de empréstimo.

Quanto à visibilidade e drenagem, a Norma do DNIT determina que deva ser garantida

a estabilidade do talude pela inclinação, alargamento em toda altura, visibilidade e drenagem.

Utilizar-se de empréstimos laterais para aterros. Constituindo-se material de 3ª categoria, não

proceder desta forma. Sendo assim, ambas, a Norma do DNIT e a especificação da VALEC,

estão em conformidade quanto à garantia da visibilidade, drenagem e qualidade do serviço.

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Em relação à execução do serviço de empréstimo, é visto que a especificação da

VALEC tem os pressupostos presentes na Norma do DNIT, no entanto não possui as margens

numéricas de distâncias das caixas de empréstimo, pé de aterro e alargamentos de cortes, que

garantem as melhores condições de estabilidade do solo remanescente.

Em termos ambientais, ambas, a Norma do DNIT e a especificação da VALEC, são

bastante completas e se atêm por atingir todos os âmbitos, desde a regularidade ambiental,

exploração controlada e eficiência do serviço, ao conforto dos usuários e trabalhadores

durante e após a finalização dos serviços. No entanto, a VALEC possui uma seqüência de

Normas Ambientais em busca do Desenvolvimento Sustentável e da Justiça Social, que

atendem aos padrões da série de normas internacionais ISO-14000. Essas Normas Ambientais

da VALEC, as NAVAS, buscam a prevenção contra a ocorrência de impactos adversos ao

meio ambiente a partir da conservação dos recursos naturais, da observância da legislação

ambiental em vigor, do treinamento e capacitacitação os empregados, da adoção de práticas

de consumo sustentável e da transparência das ações da VALEC nas discussões de práticas de

segurança, de promoção da saúde e de proteção do meio ambiente.

A diferença na determinação das distâncias de transporte, para os critérios de medição

entre a Norma do DNIT e a especificação da VALEC, poderia causar um encurtamento das

distâncias quando de diferenças de nível muito grandes para a especificação da VALEC, no

entanto, a definição deve ser previamente aprovada pela fiscalização, podendo ser feito

ajustes caso necessário.

A determinação da VALEC de que a sistemática empregada para a execução dos

serviços está em conformidade com os critérios exigidos pela Norma do DNIT, deveria

significar que a especificação da VALEC abrangeria todas as questões de condições iniciais,

equipamentos, visibilidade e drenagem, condicionantes ambientais, controle de qualidade,

execução, critérios de aceitação e medição, e apropriação de custos contidos na Norma do

DNIT, tornando os critérios mais completos e garantindo uma melhor qualidade dos serviços

de empréstimo, uma vez que o DNIT é o órgão gestor e executor, sob a jurisdição do

Ministério dos Transportes, das vias navegáveis, ferrovias e rodovias federais, no entanto,

como os critérios cabíveis julgados pela VALEC prevalecem sobre a Normatização de

referência, todas as diretrizes norteadas pelo DNIT perdem a veracidade em se tratando da

especificação da VALEC para Terraplenagem – Empréstimo.

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6. Referências Bibliográficas

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DNIT. Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes. Disponível em: http://www2.transportes.gov.br/bit/estados/port/ba.htm. Acesso em: 24 de jan. 2012.

ERHART, Sabrina; PALMEIRA, Eduardo Mauch. Análise do Setor de Transportes. Revista acadêmica de economia, nº 71. Rio Grande do Sul, Economia do Brasil, 2006, 6p.

FERNANDES, Etelvina Rebouças. Do Mar da Bahia ao Rio do Sertão. Salvador, Secretaria da Cultura e Turismo, 2006, 242p.

GEOATUAR. A Geografia e o Mundo Contemporâneo. Disponível em: http://geoatuar.blogspot.com.br/. Acesso em: 22 de mar. 2012.

IPR. Instituto de Pesquisas Rodoviárias. Disponível em: http://ipr.dnit.gov.br/. Acesso em: 25 de jan. 2012.

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia Científica. 6. ed. São Paulo, Atlas, 2006, 315p.

OLIVEIRA, Henrique Campos de. A Relação da Infra-estrutura de Transporte da Região Litoral Sul da Bahia com o Comércio Internacional e o Desenvolvimento Econômico Regional. Salvador, UNIFACS, 2009.

NAVAS, APRESENTAÇÃO. Política Ambiental da Valec. Disponível em: http://www.valec.gov.br/download/navas/Apresentacao.pdf. Acesso em: 26 de mar. 2012.

PUDO, Ana Paula. A importância do Comércio Ferroviário para o Comércio entre os Países do Mercosul – Brasil x Argentina. São Paulo, UNINOVE, 2006.

VALEC. Engenharia, Construções e Ferrovias S.A. Disponível em: http://www.valec.gov.br/oeste-leste.htm. Acesso em: 26 de mar. 2012.

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REIS, Neuto Gonçalves dos. Seleção de Meios de Transportes. Disponível em: http://www.mudin.net/more-sele231227o-de-meios-de-transportes-372179.html. Acesso em: 04 de ago. de 2010.

SEPLAN. Secretaria do Planejamento. Disponível em: http://www.seplan.ba.gov.br/. Acesso em: 10 de mai. 2011.

NASCIMENTO, Alessandra. Mudança no traçado da FIOL deve ser apresentada em 2012. Tribuna da Bahia, Salvador, 03 de jan. 2012. Disponível em: http://www.valec.gov.br/clipping/20120103-1.htm. Acesso em: 19 de jan. 2012.

ZORZO, Francisco Antônio. Ferrovia e Rede Urbana na Bahia. Feira de Santana, UEFS, 2001, 264p.

ZORZO, Francisco Antônio. Retornando à História da Rede Viária Baiana. Sitientibus, nº 22. Feira de Santana, UEFS, 2000, 17p.

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Agosto/2009 NORMA DNIT 107/2009 - ES

DNIT Terraplenagem - Empréstimos - Especificação de serviço

Autor: Instituto de Pesquisas Rodoviárias – IPR

Processo: 50.607.003.581/2008-46

Origem: Revisão da Norma DNER - ES 281/97.

Aprovação pela Diretoria Colegiada do DNIT na reunião de 04/08/2009.

Direitos autorais exclusivos do DNIT, sendo permitida reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte (DNIT), mantido o texto original e não acrescentado nenhum tipo de propaganda comercial.

Palavras-Chave: Nº total de páginas

MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES

DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTES

DIRETORIA-GERAL

DIRETORIA EXECUTIVA

INSTITUTO DE PESQUISAS RODOVIÁRIAS

Rodovia Presidente Dutra, km 163 Centro Rodoviário – Vigário Geral

Rio de Janeiro – RJ – CEP 21240-000 Tel/fax: (21) 3545-4600

Terraplenagem, Empréstimos 11

Resumo

Este documento define a sistemática a ser empregada

na execução de empréstimos de materiais utilizados na

execução de aterros.

São também apresentados os requisitos concernentes a

materiais, equipamentos, execução, inclusive plano de

amostragem e de ensaios, condicionantes ambientais,

controle de qualidade, condições de conformidade e

não-conformidade e os critérios de medição dos

serviços.

Abstract

This document presents procedures for the escavation

of the materials from borrow pits used for the execution

of embankments.

It includes the requirements concerning materials, the

equipment, the execution, includes also a sampling plan,

and essays, environmental management, quality control,

and the conditions for conformity and non-conformity

and the criteria for the measurement and payment of the

performed jobs.

Sumário

Prefácio ......................................................................1

1 Objetivo .............................................................1

2 Referências normativas .....................................2

3 Definições ..........................................................2

4 Condições gerais .............................................. 2

5 Condições específicas ...................................... 3

6 Condicionantes ambientais............................... 5

7 Inspeções ......................................................... 6

8 Critérios de medição ........................................ 6

Anexo A (Informativo) Bibliografia ........................... 10

Índice geral.............................................................. 11

Prefácio

A presente Norma foi preparada pelo Instituto de

Pesquisas Rodoviárias – IPR/DIREX, para servir como

documento base, visando estabelecer a sistemática

empregada para os serviços de execução e controle da

qualidade de empréstimos de materiais utilizados na

execução de aterros em rodovias.

Está formatada de acordo com a Norma DNIT 001/2009

– PRO, cancela e substitui a Norma DNER-ES 281/97.

1 Objetivo

Esta Norma tem por objetivo estabelecer as condições

exigíveis para escavações de material destinado a

prover ou complementar o volume necessário à

construção dos aterros, por insuficiência de volumes de

cortes, por motivos de ordem tecnológica de seleção

dos materiais ou por razões de ordem econômica.

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NORMA DNIT 107/2009–ES 2

2 Referências normativas

Os documentos relacionados a seguir são

indispensáveis à aplicação desta norma. Para

referências datadas, aplicam-se somente as

edições citadas. Para referências não datadas,

aplicam-se as edições mais recentes do referido

documento (incluindo emendas).

BRASIL. Departamento Nacional de Estradas de

Rodagem. DNER-ME 49/94 – Solos – Determinação do

Índice Suporte Califórnia utilizando amostras não

trabalhadas. Rio de Janeiro: IPR, 1994.

_____.DNER-ME 129/94 – Solo – Compactação

utilizando amostras não trabalhadas. Rio de Janeiro:

IPR, 1994.

_____.DNER-PRO 277 - Metodologia para controle

estatístico de obras e serviços. Rio de Janeiro: IPR.

BRASIL. Departamento Nacional de Infraestrutura de

Transportes. DNIT 001/2009-PRO - Elaboração e

apresentação de normas do DNIT - Procedimento. Rio

de Janeiro: IPR, 2009.

_____. DNIT 011/2004-PRO - Gestão da qualidade em

obras rodoviárias - Procedimento. Rio de Janeiro: IPR,

2004.

_____. DNIT 013/2004-PRO - Requisitos para a

qualidade em obras rodoviárias - Procedimento. Rio de

Janeiro: IPR 2004.

_____. DNIT 070-PRO - Condicionantes ambientais das

áreas de uso de obras - Procedimento. Rio de Janeiro:

IPR.

_____. DNIT 104-ES - Terraplenagem – Serviços

preliminares - Especificação de Serviço. Rio de Janeiro:

IPR.

_____. DNIT 106-ES - Terraplenagem – Cortes -

Especificação de serviço. Rio de Janeiro: IPR.

3 Definições

Para os efeitos desta Norma são adotadas as seguintes

definições:

3.1 Equipamento em geral

Máquinas, veículos, equipamentos outros e todas as

unidades móveis utilizadas na execução dos serviços e

obras.

3.2 Empréstimos

Áreas indicadas no projeto, ou selecionadas, onde

devem ser escavados materiais a utilizar na execução

da plataforma da rodovia, nos segmentos em aterro.

Tais áreas são utilizadas para suprir a deficiência ou

insuficiência de materiais extraídos dos cortes.

3.3 Aterros

Segmentos de rodovia cuja implantação requer depósito

de materiais provenientes de cortes e/ou de

empréstimos no interior dos limites das seções de

projeto (Off sets) que definem o corpo estradal, o qual

corresponde à faixa terraplenada.

3.4 Faixa terraplenada

Faixa correspondente à largura que vai de crista a crista

do corte, no caso de seção plena em corte; do pé do

aterro ao pé do aterro, no caso de seção plena em

aterro; e da crista do corte ao pé do aterro, no caso da

seção mista. E a área compreendida entre as linhas “Off

sets”.

3.5 Corpo de aterro

Parte do aterro situada sobre o terreno natural e sob a

camada final.

3.6 Camada final

Parte do aterro constituída de material selecionado,

como base em preceitos técnico-econômicos, com 60,0

cm de espessura, situada sobre o corpo do aterro ou

sobre o terreno remanescente de um corte e cuja

superfície é definida pelo greide de terraplenagem.

4 Condições Gerais

O processo de seleção e/ou utilização de

“empréstimos”, a par de atender aos preceitos do

Projeto de Terraplenagem, deve também beneficiar as

condições da estrada, seja melhorando as condições

topográficas ou de visibilidade, seja garantindo uma

melhor drenagem.

Neste sentido, os posicionamentos e a exploração dos

empréstimos devem, alternativamente, obedecer ao

disposto nas subseções 4.1 a 4.7.

4.1 Nos cortes, de uma maneira geral, deve ser

adotado, alternativamente, o seguinte:

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NORMA DNIT 107/2009–ES 3

a) Adoção de uma maior inclinação dos

taludes, de modo a suavizá-los e melhorar

sua estabilidade.

b) Rebaixamento do fundo do corte, com

modificação do greide, para melhorá-lo.

4.2 No caso dos cortes em tangente devem ser

adotados os seguintes procedimentos:

a) No caso de cortes de pequena altura,

alargando-os em toda a altura, para melhorar

as condições de drenagem e de visibilidade;

b) No caso de corte de altura significativa,

promover o alargamento até determinada

altura, criando-se banquetas e melhorando a

estabilidade dos taludes.

4.3 Nos cortes em segmento em curva, deve ser

feito no lado interno da curva, em toda altura ou

não, melhorando as condições de visibilidade.

4.4 No caso dos aterros (empréstimos laterais), deve

ser feito lateralmente, com o intuito de diminuir a

distância de transporte do equipamento,

melhorando as condições de drenagem

(elevação de greide).

4.5 Os procedimentos definidos nas subseções 4.1 a

4.4 não devem recair sobre cortes e áreas que

apresentem, no todo ou em parte, ocorrências de

materiais de 3ª categoria (rochas).

4.6 Antes do início da exploração do empréstimo, os

elementos/componentes do processo construtivo

da terraplenagem, que de forma conjugada com

cada empréstimo em foco serão utilizados para

implantação da via, devem estar em condições

adequadas, condições estas retratadas pelo

atendimento ao disposto nas subseções 4.1 a 4.8

da Norma DNIT 106/2009 - ES.

4.7 O apoio topográfico pertinente a cada uma das

caixas de empréstimos a ser explorada, já

devidamente atendido o disposto nas subseções

4.2.3 e 4.2.4 da Norma DNIT 104/2009 - ES -

Serviços Preliminares, deve, após as operações

de desmatamento e destocamento, ser

devidamente checado e, ser for o caso, revisto,

de sorte a retratar a nova configuração da

superfície.

Neste sentido, e em conseqüência, deve ser

locada nova rede ortogonal, de forma solidária

com os RN’s instituídos no projeto geométrico.

Tal nova rede deve-se constituir no apoio

topográfico a ser efetivamente considerado, para

efeito do controle geométrico dos serviços e da

medição do material escavado.

5 Condições Específicas

5.1 Materiais

Os empréstimos definidos e selecionados no projeto de

engenharia para utilização na execução ou na

complementação da execução dos aterros, devem ser

constituídos de materiais de 1ª e/ou 2ª categoria e

atender a vários requisitos, em termos de características

mecânicas e físicas.

Neste sentido, os materiais em foco, conforme definido

no projeto de engenharia, devem, ordinariamente,

atender ao seguinte:

a) Ser preferencialmente utilizados, atendendo

à qualidade e à destinação prévia indicadas

no projeto de engenharia.

b) Ser isentos de matérias orgânicas, micáceas

e diatomáceas. Não devem ser constituídos

de turfas ou argilas orgânicas.

c) Para efeito de execução do corpo do aterro,

apresentar capacidade de suporte

compatível (ISC ≥ 2%) e expansão menor ou

igual a 4%, determinados por intermédio dos

seguintes ensaios:

• Ensaio de Compactação – Norma

DNER-ME 129/94 (Método A).

• Ensaio de Índice Suporte Califórnia -

ISC Norma DNER ME 49/94, com a

energia do Ensaio de Compactação

(Método A).

d) Para efeito de execução da camada final de

aterros e/ou substituição da camada

superficial de cortes, apresentar, dentro das

disponibilidades e em consonância com os

preceitos de ordem técnico-econômica, a

melhor capacidade de suporte e expansão

menor ou igual a 2%, cabendo a

determinação dos valores de CBR e de

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NORMA DNIT 107/2009–ES 4

expansão pertinentes, por intermédio dos

seguintes ensaios.

• Ensaio de Compactação – Norma

DNER-ME 129/94 (Método B).

• Ensaio de Índice Suporte Califórnia -

ISC Norma DNER-ME 49/94, com a

energia do Ensaio compactação

(Método B).

NOTA: O atendimento aos mencionados

preceitos deve ser efetivado através de

análise técnico-econômica, considerando

várias alternativas de disponibilidades de

materiais ocorrentes e incluindo-se, pelo

menos, 01 (uma) alternativa com a

utilização de material com CBR ≥ 6%.

5.2 Equipamentos

A escavação em empréstimos deve prever a utilização

racional de equipamento apropriado, atendendo à

produtividade requerida. Utilizam-se, em geral, tratores

equipados com lâminas, escavo-transportadores ou

escavadores conjugados com transportadores diversos,

além de tratores empurradores (pushers).

Complementarmente, podem ser também utilizados

tratores e moto-niveladoras para escarificação,

manutenção de caminhos de serviço e áreas de

trabalho.

5.3 Execução

O início e o desenvolvimento dos serviços de

exploração de empréstimos devem obedecer,

rigorosamente, à programação de obras estabelecida e

consignada na “Segmentação do Diagrama de

Bruckner”, enfocada na subseção 4.2.7 da Norma DNIT

104/2009 - ES - Serviços Preliminares.

Uma vez atendida esta condição, as explorações dos

empréstimos devem ser executadas, após devida

autorização da Fiscalização, mediante a utilização dos

equipamentos focalizados em 5.2 e compreendendo e

atendendo ao contido nas subseções 5.3.1 a 5.3.11.

5.3.1 Os serviços a serem executados, atendendo ao

projeto de engenharia, devem considerar o

disposto na seção 4 desta Norma e se

condicionar à efetiva ocorrência de materiais

adequados e respectiva exploração em

condições econômicas.

5.3.2 A escavação deve ser precedida da execução

dos serviços de desmatamento, destocamento e

limpeza da área de empréstimo.

5.3.3 Somente após a completa remoção desta

camada estéril e com a devida autorização por

parte da Fiscalização pode ser efetivada a

escavação e respectiva utilização.

5.3.4 Os empréstimos em alargamento de corte

devem, preferencialmente, atingir a cota do

greide, não sendo permitida, em qualquer fase

da execução, a condução de águas pluviais para

a plataforma da rodovia.

5.3.5 No caso de caixas de empréstimos laterais

destinados a trechos construídos em greide

elevado, as bordas internas das caixas de

empréstimos devem localizar-se à distância

mínima de 5,00 m do pé do aterro, bem como

executados com declividade longitudinal,

permitindo a drenagem das águas pluviais.

5.3.6 Ainda em referência aos empréstimos laterais,

entre a borda externa das caixas de empréstimos

e o limite da faixa de domínio, deve ser mantida

sem exploração uma faixa de 2,00 m de largura,

a fim de permitir a implantação da vedação

delimitadora.

5.3.7 No caso de empréstimos definidos como

alargamento de cortes, a faixa mencionada na

subseção 5.3.6 deve ter largura mínima de 3,00

m, com a finalidade de permitir, também, a

implantação da valeta de proteção.

5.3.8 Constatada a conveniência técnica e econômica

da reserva de materiais escavados nos

empréstimos, para confecção das camadas

superficiais da plataforma, deve ser procedido o

depósito dos referidos materiais, para sua

oportuna utilização.

5.3.9 O acabamento das bordas das caixas de

empréstimo deve ser executado sobre taludes

estáveis.

5.3.10 Durante as operações de escavação dos

empréstimos devem ser tomados os cuidados

especiais, no sentido de que os taludes dos

cortes e/ou das caixas de empréstimos se

apresentem sempre com a devida inclinação.

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NORMA DNIT 107/2009–ES 5

À medida que o empréstimo for sendo rebaixado,

a inclinação dos taludes deve ser acompanhada

e verificada, mediante a utilização de gabarito

apropriado, e procedendo-se as eventuais

correções.

5.3.11 No caso de acentuada interferência com o

tráfego usuário, e desde que este acuse

significativa magnitude, o transporte dos

materiais dos empréstimos para os locais de

deposição deve ser efetivado, obrigatoriamente,

por caminhões basculantes.

6 Condicionantes ambientais

Nas operações destinadas à exploração de caixas de

empréstimo, objetivando a preservação ambiental,

devem ser devidamente observadas e adotadas as

soluções e os respectivos procedimentos específicos

atinentes ao tema ambiental, definidos e/ou instituídos

no instrumental técnico-normativo pertinente vigente no

DNIT e na documentação técnica vinculada à execução

das obras, documentação esta que compreende o

Projeto de Engenharia, os Programas Ambientais

pertinentes do Plano Básico Ambiental e as

recomendações e exigências dos órgãos ambientais.

O conjunto de soluções e procedimentos, acima

reportados, constitui elenco bastante diversificado de

medidas condicionantes que, à luz do instrumental

técnico-normativo pertinente e referenciado à Norma

DNIT 070/2006-PRO, comporta o desdobramento

apresentado na forma das subseções 6.1 a 6.3, que se

seguem.

6.1 Medidas condicionantes de cunho genérico,

focalizadas na subseção 4.2 da Norma DNIT

070/2006-PRO, e que contemplam, entre

outros, os seguintes tópicos:

• O atendimento à plena regularidade

ambiental;

• A observância rigorosa da legislação

referente ao uso e à ocupação do solo,

vigente no município envolvido;

• O estabelecimento de horário de trabalho

compatível com a lei do silêncio (regional ou

local);

• O atendimento à segurança e ao conforto

dos usuários da rodovia e dos moradores

das faixas lindeiras;

• A segurança operacional dos trabalhadores

da obra;

• O planejamento e a programação das obras;

• O disciplinamento do fluxo de tráfego e do

es tac ionam en to dos ve ícu los e

equ ipam en t os ;

• A devida recuperação ambiental das áreas

afetadas pelas obras, após o encerramento

das atividades.

6.2 Medidas condicionantes de cunho específico,

focalizadas na subseção 5.1 da Norma DNIT

070/2006-PRO, e que contemplam os tópicos

“canteiro de obras”, “instalações industriais” e

“equipamentos em geral”, em suas etapas de

instalação/mobilização, de operação e de

desmobilização.

6.3 Medidas condicionantes de cunho específico,

focalizadas na subseção 5.4 da Norma DNIT

070/2006-PRO e que, contemplando as

atividades pertinentes à exploração das caixas

de empréstimo, se detêm, entre outros tópicos,

nos seguintes:

• Atendimento aos preceitos vigentes e os

instituídos pelos competentes órgãos

regionais;

• Execução do PRAD – Plano de

Recuperação de Áreas Degradadas

aprovado, elaborado em conformidade com

o respectivo Programa Ambiental;

• Preservação dos cursos d’água, dos centros

urbanos e das unidades habitacionais;

• Preservação das áreas situadas em

reservas florestais, ecológicas ou de valor

cultural, protegidas pela legislação;

• Preservação de sistemas naturais e das

espécies de fauna rara, ou em extinção, e de

interesse científico ou econômico;

• Adoção de medidas, objetivando evitar a

ocorrência ou aceleração de processos

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NORMA DNIT 107/2009–ES 6

erosivos e a formação de processos de

instabilidade física;

• Instalação de sistema de drenagem

específico;

• Realização de inspeções ambientais, de

conformidade com a periodicidade

estabelecida, e a ter lugar durante a fase de

operação das caixas de empréstimo.

NOTA: Em função de necessidades e particularidades

específicas, detectadas ao longo do desenvolvimento

dos serviços, a Fiscalização deve acatar, acrescentar,

complementar ou suprimir itens integrantes do elenco de

condicionantes, instituído na documentação técnica

reportada.

7 Inspeções

Objetivando o atendimento ao preconizado nas Normas

DNIT 011/2004-PRO e DNIT 013/2004-PRO, a

Fiscalização deve elaborar e cumprir competente

Programa de Inspeções, de sorte a exercer o controle

externo da obra.

Neste sentido e de conformidade com o instituído no

“Planejamento Geral da Obra ou Plano da Qualidade

(PGQ)”, referidas inspeções, de forma sistemática e

contínua, devem atender ao disposto nas subseções 7.1

a 7.4 que se seguem.

7.1 Controle dos insumos

Deve ser procedido o controle tecnológico dos materiais,

na forma das normas específicas vigentes no DNIT,

objetivando verificar quanto aos atendimentos aos

vários requisitos em termos de características físicas e

mecânicas, de conformidade com o definido no projeto

de engenharia e nas alíneas “a” a “d” da subseção 5.1

desta Norma.

7.2 Controle da execução

Deve ser verificado, para a utilização de cada

empréstimo, se:

• A sua exploração foi, na forma devida,

formalmente autorizada pela Fiscalização;

• A destinação do material extraído está em

conformidade com a distribuição definida no

projeto de engenharia;

• O disposto nas seções 4 e 5 desta Norma

está sendo devidamente atendido.

7.3 Verificação do produto

7.3.1 Quanto ao Controle Geométrico

O controle geométrico deve ser feito por meio de

levantamento topográfico e de forma visual, devendo ser

verificado se:

• As demarcações pertinentes às definições

das áreas e respectivos horizontes

utilizáveis dos empréstimos atendem ao

estabelecido no projeto de engenharia;

• O disposto nas subseções 5.3.5, 5.3.6 e

5.3.7 da seção 5 desta Norma foi

devidamente atendido.

7.3.2 Quanto ao acabamento e configuração dos

taludes

Deve ser verificada a efetiva observância ao disposto

nas subseções 5.3.9 e 5.3.10 da seção 5 desta Norma.

7.3.3 Quanto ao atendimento ambiental

Deve ser verificado quanto à devida observância e

atendimento ao disposto na seção 6 desta Norma, bem

como procedida a análise dos resultados então

alcançado, em termos de preservação ambiental.

7.4 Condições de conformidade e não- conformidade

Tais condições devem ser inferidas a partir do resultado

das verificações, controles e análises reportados nas

subseções 7.1, 7.2, e 7.3 desta Norma.

Admitidas como atendidas as prescrições das

subseções em foco, os serviços devem ser aceitos.

Todo componente ou detalhe incorreto deve ser

corrigido.

Qualquer serviço, então corrigido, só deve ser aceito se

as correções executadas o colocarem em conformidade

com o disposto nesta Norma, caso contrário o serviço

deve ser rejeitado.

8 Critérios de medição

Considerando que a medição dos serviços tem como

uma de suas finalidades básicas a determinação, de

forma racional e precisa, do respectivo custo de

execução, a abordagem desta seção comporta dois

tópicos específicos, a saber: A “medição propriamente

dita dos serviços executados” e a “apropriação do custo

da respectiva execução”.

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NORMA DNIT 107/2009–ES 7

É de se observar que, no caso dos empréstimos que

consistiram em alargamentos/rebaixamentos de cortes,

os respectivos processos de medição foram

devidamente abordados na Norma DNIT 106/2009 - ES

- Cortes. Assim sendo, na presente seção são

enfocados os procedimentos concernentes às intituladas

“Caixas de Empréstimos” (empréstimos laterais).

8.1 Processo de medição

A medição dos serviços deve levar em consideração o

volume de material extraído e respectiva dificuldade de

extração, conforme o constante no Projeto de

Engenharia e considerado e avaliado na caixa de

empréstimo (volume in natura). Deve agregar, ainda, a

distância de transporte a ser percorrida, entre a caixa de

empréstimo e o local de deposição na pista ou na praça

de depósito / reserva.

Neste sentido, os serviços aceitos de conformidade com

a subseção 7.4 devem ser medidos de acordo com os

critérios instituídos nas subseções 8.1.1 a 8.1.4.

8.1.1 A cubacão dos materiais escavados deve ser

efetivada com base no apoio topográfico e

referências de nível (RN) integrantes do Projeto

de Engenharia. O referido apoio topográfico,

consubstanciado na apresentação da “Rede de

Malhas Cotadas”, deve ser objeto de checagens

e dos devidos tratamentos focalizados nas

subseções 4.2.1, 4.2.3 e 4.2.4 da Norma DNIT

104/2009 - ES - Serviços Preliminares e na

subseção 4.7 desta Norma.

Assim é que, após o desmatamento e limpeza da

caixa de empréstimo, deve ser procedido novo

levantamento e nivelamento de toda a base

topográfica, constituindo-se, então, na “Rede

Primitiva” a ser efetivamente adotada para efeito

de controle geométrico e de medição dos

materiais escavados. O levantamento final, após

a utilização da caixa de empréstimo, deve ser

procedido, dentro de adequado nível de precisão

e de forma solidária com os RN que

referenciaram o nivelamento anterior (primitivo).

NOTAS:

• Os valores então obtidos, medidos nas caixas

de empréstimos, devem ser cotejados e

considerados em função do disposto no projeto

de engenharia, em especial as indicações

constantes no Diagrama de Bruckner e sua

segmentação na forma da subseção 4.2.7 na

Norma DNIT 104/2009 - ES – Serviços

Preliminares, bem como as tolerâncias

assumidas conforme preconizado na seção 7

desta Norma.

• No caso de se tratar de caixas de empréstimo

de difícil cubação e/ou da utilização de

ocorrência comercial, os volumes escavados

devem ser obtidos indiretamente, considerando

o correspondente fator de conversão (volume

compactado/volume “in natura”).

8.1.2 No que respeita à caracterização do material a

ser escavado, este deverá ser classificado, para

cada caixa de empréstimo isoladamente,

considerando o constante no Projeto de

Engenharia e o disposto na subseção 5.1 desta

Norma.

8.1.3 No que respeita ao transporte do material

escavado, a distância correspondente deve ser

determinada em termos de extensão axial entre o

centro de gravidade de cada empréstimo e o

centro de gravidade do segmento de aterro em

construção, onde será depositado o material. No

caso de se tratar de deposição provisória, deve

ser devidamente considerada a distância

adicional decorrente do afastamento lateral. Para

tanto, deve ser observado o preconizado no

Manual de Implantação Básica do DNIT e

procedidas medidas de campo.

Em seqüência, deve ser observado o seguinte:

a) As distâncias obtidas na forma anterior devem

ser, então, referidas ou enquadradas nas

correspondentes “faixas de distâncias de

transporte” instituídas no Projeto de

Engenharia e considerando o “Quadro de

Distribuição de Materiais para Terraplenagem”,

elaborado e vinculado à segmentação do

“Diagrama de Brückner, tratada na subseção

4.2.7 da Norma DNIT 104/2009 - ES - Serviços

Preliminares.

b) Assim, para cada empréstimo e respectivo

grupo de categoria de materiais classificados,

deve ser definido o respectivo atributo de

“Distância de Transporte”.

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NORMA DNIT 107/2009–ES 8

c) Os pares “Volume Escavado x Distância de

Transporte”, relativos a cada uma das 2

categorias de materiais e referentes a cada

empréstimo devem, então, ser distribuídos, em

função da utilização / destino do material.

8.1.4 Devem ser consideradas como integrantes

ordinárias dos processos executivos pertinentes

aos serviços focalizados nas subseções 8.1.1 e

8.1.2, as seguintes operações:

a) As operações referentes à regularização e

acabamento final dos taludes dos

empréstimos, inclusive as referentes ao

escalonamento dos taludes, quando

ocorrente.

b) As operações referentes à preservação

ambiental, focalizada na seção 6 desta

Norma.

8.1.5 Na Memória de Cálculo dos Quantitativos

pertinentes à execução dos serviços em foco, os

pares “Volume Escavado x Distância de

Transporte”, relativos a cada uma das duas

categorias de materiais e referentes a cada

empréstimo, atendida a subseção 8.1.3, devem

ser objeto de quantificação e apresentação

explícita em separado, em função da

utilização/destino do material. Neste sentido, os

demonstrativos dos quantitativos de serviços

executados, relativamente a cada caixa de

empréstimo, devem estar referidos ao

estaqueamento do eixo da via em construção e

desdobrados em três conjuntos, na forma que se

segue:

a) Os volumes de materiais transportados do

empréstimo para a plataforma em

construção.

b) Os volumes de materiais transportados do

empréstimo para a praça de depósito

provisório / reserva.

c) Os volumes de materiais transportados da

praça de depósito provisório / reserva para a

plataforma em construção.

NOTAS:

• Os serviços pertinentes à abertura dos

caminhos de serviço que se situam dentro da

faixa de “off-sets” devem ter seu

demonstrativo de cálculo inserido na planilha

correspondente a Caminhos de Serviço, mas

o respectivo quantitativo de serviço

estabelecido deve ser agregado ao conjunto

referente à alínea “a”, definida nesta

subseção 8.1.5 desta Norma.

• O disposto no tópico anterior deve estar

devidamente registrado nas Memórias de

Cálculo pertinentes às Especificações em

foco.

• O Modelo correspondente da Folha de

Memória de Cálculo, com respectivas

instruções para elaboração, consta no

Manual de Implantação Básica, do DNIT.

8.2 Apropriação do custo de execução dos serviços

Para efeito de determinação do custo unitário dos

serviços deve ser observado o disposto nas subseções

8.2.1 a 8.2.5 a seguir.

8.2.1 Os serviços de escavação dos empréstimos

devem ter sua unidade referida ao “m³”, medida

na caixa de empréstimo (in natura), considerando

os atributos focalizados nas subseções 8.1.1,

8.1.2 e 8.1.3, e a respectiva apropriação engloba,

inclusive, todas as operações pertinentes ao

definido na subseção 8.1.4.

8.2.2 Relativamente aos serviços enquadrados nas

alíneas “a” e “b”, da subseção 8.1.5 o custo

pertinente deve compreender as etapas de

escavação, carga e transporte do material.

8.2.3 Relativamente aos serviços enquadrados na

alínea “c” da subseção 8.1.5, o custo pertinente

deve compreender as etapas de carga e

transporte do material.

8.2.4 A linha metodológica a ser ordinariamente

adotada, bem como o elenco de valores de

parâmetros e de fatores interferentes, são os

estabelecidos no Manual de Composição de

Custos Rodoviários do DNIT.

8.2.5 Ante particularidades ou especificidades,

evidenciadas quando da elaboração do Projeto

de Engenharia, e relativamente aos parâmetros e

fatores interferentes, cabe a adoção de valores

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NORMA DNIT 107/2009–ES 9

diferentes do preconizado no referido Manual de

Composição de Custos Rodoviários, sem

prejuízo da aplicação da linha metodológica

mencionada,

8.2.6 A apropriação do custo de execução

correspondente deve ser obtida de conformidade

com os quantitativos de serviços estabelecidos

na subseção 8.1.5 e mediante a aplicação dos

respectivos custos unitários estabelecidos na

forma das subseções 8.2.1 a 8.2.5.

_________________/Anexo A

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NORMA DNIT 107/2009–ES 10

Anexo A (Informativo)

Bibliografia

a) BRASIL. Departamento Nacional de Estradas de

Rodagem - Manual de implantação básica. 2.

ed. Rio de Janeiro: IPR, 1996. (IPR. Publ.,

696).

b) BRASIL. Departamento Nacional de

Infraestrutura de Transportes. Diretoria-Geral.

Manual de custos rodoviários. 3. ed. Rio de

Janeiro, 2003. 7v. em 13.

_________________/Índice geral

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NORMA DNIT 107/2009–ES 11

Índice geral

Abstract 1

Anexo A (Informativo) Bibliografia 10

Apropriação do custo de

execução dos serviços 8.2 8

Aterros 3.3 2

Camada final 3.6 2

Condicionantes ambientais 6 5

Condições de conformidade

e não-conformidade 7.4 6

Condições específicas 5 3

Condições gerais 4 2

Controle da execução 7.2 6

Controle dos insumos 7.1 6

Corpo de aterro 3.5 2

Critérios de medição 8 6

Definições 3 2

Empréstimos 3.2 2

Equipamento em geral 3.1 2

Equipamentos 5.2 4

Execução 5.3 4

Faixa terraplenada 3.4 2

Índice geral 11

Inspeções 7 6

Materiais 5.1 3

Objetivo 1 1

Prefácio 1

Processo de medição 8.1 7

Quanto ao acabamento e

configuração de taludes 7.3.2 6

Quanto ao atendimento

ambiental 7.3.3 6

Quanto ao controle

geométrico 7.3.1 6

Referências normativas 2 2

Resumo 1

Sumário 1

Verificação do produto 7.3 6

_________________

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ENGENHARIA, CONSTRUÇÕES E FERROVIAS S.A.

TÍTULO: Terraplenagem EMPRÉSTIMO

ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO DE INFRAESTRUTURA

FOLHA

1 / 3

80-ES-000A-20-0006

REV.

1

1. OBJETIVO

A presente especificação define os critérios básicos necessários à execução dos serviços de escavação, carga, remoção e descarga de material de Empréstimo, nas obras de infraestrutura de vias férreas. São também aqui apresentados os requisitos concernentes a materiais, controle da qualidade, manejo ambiental, critérios de medição e forma de pagamento dos serviços executados. 2. FINALIDADE Empréstimo é a operação que se destina a prover ou completar o volume necessário de material à constituição de aterros, por insuficiência de volume dos cortes, por exigência tecnológica de seleção de materiais ou por razões de ordem econômica. 2. DISPOSIÇÕES NORMATIVAS

Os serviços a serem desenvolvidos no âmbito da presente especificação devem ser realizados em observância ao conhecimento e à melhor técnica disponíveis e em conformidade com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, esxistentes, assim como a norma ES-107/2009 do Departamento de Infraestrutura de Transporte - DNIT, assim como normas de uso corrente e/ou tradicionais, além de critérios julgados cabíveis pela VALEC, os quais prevalecem sobre os demais. 3. PREMISSA A escavação em empréstimo deve prever a utilização racional de equipamento apropriado e que atenda à produtividade requerida. 4. MATERIAL O material deve ser selecionado dentre os de 1ª categoria, atendendo à qualidade e à destinação previstas no projeto. 5. EXECUÇÃO a) A escavação deve ser precedida pela implementação dos serviços de desmatamento, destocamento e limpeza da área do empréstimo. b) Os empréstimos indicados no projeto só podem ser usados caso seja confirmada a adequabilidade do material neles existentes e de sua respectiva exploração em condições economicamente vantajosas; a exploração dessas áreas depende de autorização da fiscalização, tendo em vista o atendimento às condições do projeto. c) Sempre que possível, o empréstimo deve ser executado contíguo ao corpo estradal; para tanto, poderá ser usado material retirado de alargamento de corte. d) O empréstimo em alargamento de corte deve, preferencialmente, atingir a cota do greide, não sendo permitida, em qualquer fase da execução, a acumulação de águas pluviais na plataforma em execução.

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ENGENHARIA, CONSTRUÇÕES E FERROVIAS S.A.

TÍTULO: Terraplenagem EMPRÉSTIMO

ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO DE INFRAESTRUTURA

FOLHA

2 / 3

80-ES-000A-20-0006

REV.

1

e) O acabamento dos bordos do empréstimo deve ser executado sob taludes estáveis, e a superfície do mesmo deve ficar desempenada e adequadamente conformada, a fim de permitir a restauração da vegetação nativa, de modo a evitar erosão. f) O empréstimo deve estar posicionado de forma a não causar obstrução ao sistema de drenagem da ferrovia. 6. ACEITE DOS SERVIÇOS a) Os serviços são passíveis de medição, desde que sejam executados de acordo com esta

especificação e o controle geométrico esteja dentro da faixa de tolerância permitida. b) Os serviços rejeitados devem, conforme o caso, ser corrigidos ou complementados. 7. MANEJO AMBIENTAL a) Durante a execução da obra, devem ser preservadas as condições ambientais, com a

exigência, entre outros, dos seguintes procedimentos:

l - área de empréstimo localizada fora da faixa de domínio deve ser licenciada junto ao órgão ambiental responsável, antes que nela seja iniciada qualquer atividade;

ll - o desmatamento, destocamento e limpeza devem ser executados de acordo com a

especificação VALEC n° 80-ES-000A-20-0002, respeitando os limites da área licenciada, e o material dela retirado deve ser estocado de forma que, após a exploração do empréstimo, o solo orgânico possa ser reutilizado na sua recuperação;

lll - não é permitida a queima da vegetação removida; lV - deve ser evitada a localização de empréstimos em áreas com restrições ambientais e de

boa aptidão agrícola; V - não é permitido explorar empréstimos em áreas legalmente protegidas, tais como reservas

ecológicas ou florestais, de preservação cultural, ou, mesmo, em suas proximidades;

Vl - As áreas de empréstimo devem ser mantidas, durante sua exploração, convenientemente drenadas, de modo a evitar o acúmulo de água, bem como os efeitos da erosão.

Vll - a exploração dessas áreas deve ser feita de acordo com projeto aprovado pela

fiscalização e licenciado ambientalmente; qualquer alteração deve ser objeto de complementação do licenciamento ambiental;

Vlll - imediatamente após o término da sua exploração, a área deve ser recuperada,

considerando, no mínimo:

• a reconformação da topografia, de modo a não provocar pontos de alagamento, bem como de não permitir a formação de sulcos erosivos, além de buscar restabelecer a conformação em conformidade com o entorno da área;

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ENGENHARIA, CONSTRUÇÕES E FERROVIAS S.A.

TÍTULO: Terraplenagem EMPRÉSTIMO

ESPECIFICAÇÃO DE SERVIÇO DE INFRAESTRUTURA

FOLHA

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• a implantação de sistema de drenagem que complemente a atividade acima, auxiliando no escoamento da água, de modo a complementar a função de reconformação topográfica da área, devendo ser utilizada, ao máximo, a canaleta recoberta com grama em placas; e

• a cobertura, com grama em placas ou hidrosseameadura, nos taludes e platôs formados;

lX - antes de iniciar a regeneração da área do empréstimo, a camada superior do

solo, estocada na fase de limpeza, deve ser espalhada no platô;

X - o tráfego de máquinas e funcionários deve ser disciplinado de forma a evitar a abertura indiscriminada de caminhos e acessos, pois acarretaria desmatamento desnecessário;

Xl - durante o desenvolvimento da obra deve ser evitado o tráfego desnecessário de veículos e

equipamentos por terrenos naturais de modo a evitar a sua desfiguração.

b) Além destas, devem ser observadas, no que couber, as disposições das Normas Ambientais da VALEC (NAVAS).

8. CRITÉRIO DE MEDIÇÃO

a) O volume de cada empréstimo, para efeito de cálculo, é o resultante da aplicação do método de

média das áreas, expresso em m³. b) O volume de escavação, carga e transporte de cada empréstimo, é obtido do volume calculado

conforme item "a", acima, deduzido o volume do material extraído nos serviços de desmatamento.

c) A distância de transporte é medida em projeção horizontal, ao longo do percurso seguido pelo

equipamento transportador entre os centros de gravidade das massas. O referido percurso, cuja definição é subordinada a critérios técnicos e econômicos, deve ser objeto de aprovação prévia da fiscalização.

d) Os materiais escavados para empréstimo são classificados de acordo com a categoria dos

solos a que pertençam, como descrito na especificação VALEC n° 80-ES-000A-20-0006. e) a medição só pode ser processada após a execução dos dispositivos de proteção à erosão da

área utilizada para empréstimo. 9. FORMA DE PAGAMENTO a) Os serviços são pagos aos preços unitários contratuais, em conformidade com a medição

referida no item anterior. c) Os preços unitários que remuneram as operações de escavação, carga, transporte, descarga e

espalhamento, devem incluir também o fornecimento dos equipamentos, mão-de-obra mais encargos, manutenção dos caminhos de serviço, conformação dos taludes e demais serviços necessários a esse trabalho.

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d) Os volumes transportados a distâncias superiores a 5.000 m são pagos até esta distância pelo

preço de "transporte até 5.000 m"; os que excederem a esta distância, pelos preços de "transporte além de 5.000 m".

e) Os pagamentos referidos devem ser feitos em duas parcelas:

l) 90% do valor total, durante a execução, em cada medição feita e ll) 10% após a conclusão dos dispositivos de drenagem e revestimento dos taludes dos aterros

onde o material de empréstimo for utilizado.

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