UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE...

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA EZEQUIEL GABRIELLI ANÁLISE DO CONTEÚDO INFECCIOSO/ENDOTÓXICO DE CANAIS RADICULARES DE DENTES COM INFECÇÕES ENDODÔNTICAS SINTOMÁTICAS E ASSINTOMÁTICAS. Piracicaba 2019

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE PIRACICABA

EZEQUIEL GABRIELLI

ANÁLISE DO CONTEÚDO INFECCIOSO/ENDOTÓXICO DE CANAIS

RADICULARES DE DENTES COM INFECÇÕES ENDODÔNTICAS

SINTOMÁTICAS E ASSINTOMÁTICAS.

Piracicaba

2019

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EZEQUIEL GABRIELLI

ANÁLISE DO CONTEÚDO INFECCIOSO/ENDOTÓXICO DE CANAIS

RADICULARES DE DENTES COM INFECÇÕES ENDODÔNTICAS

SINTOMÁTICAS E ASSINTOMÁTICAS.

ORIENTADORA: Professora Dra. Brenda Paula Figueiredo de Almeida Gomes

Piracicaba

2019

Dissertação apresentada à Faculdade de

Odontologia de Piracicaba da Universidade Estadual

de Campinas como parte dos requisitos exigidos para

a obtenção do título de Mestre em Clínica

Odontológica, na área de Endodontia.

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À

VERSÃO FINAL DA DISSERTAÇÃO

DEFENDIDA PELO ALUNO EZEQUIEL

GABRIELLI E ORIENTADA PELA PROFA.

DRA. BRENDA PAULA FIGUEIREDO DE

ALMEIDA GOMES.

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DEDICATÓRIAS

À Deus, sem ele em meu coração nada disso seria possível. O Senhor

sempre me guiou pelos melhores caminhos e esteve presente em todos os

momentos desta jornada.

Dedico este trabalho a meu pai Lauri Gabrielli e a minha mãe Elisete Santin

Gabrielli. O apoio de vocês sempre foi fundamental para que eu seguisse o meu

sonho. Vocês são os meus maiores exemplos de que com trabalho, humildade e

dignidade o sucesso é alcançado. Vocês são a minha vida! Muito obrigado por todo

carinho e motivação para que eu concluísse esta etapa!

À minha namorada, Andressa Welter, por sempre estar ao meu lado me

apoiando em minhas escolhas. Você me ajudou a compreender melhor a vida e as

pessoas tornando os dias longe de casa e de todos mais fáceis. Muito obrigado pelo

companheirismo, carinho e dedicação comigo!

À toda família Santin e família Gabrielli, vocês todos foram essenciais para

esta conquista. A cada visita, a alegria de todos me contagiava de tal forma a

renovar as minhas energias para prosseguir esta jornada. Mesmo eu estando longe

vocês sempre estiveram presentes no meu cotidiano amenizando as saudades e

vibrando as minhas conquistas!

À minha orientadora Profa. Dra. Brenda Paula Figueiredo de Almeida

Gomes, por despertar em mim o interesse pela pesquisa com seus inúmeros

exemplos de competência. Agradeço por confiar em meu potencial e me orientar

estimulando meu crescimento profissional e pessoal. Este período foi muito

importante em minha vida e a senhora sempre esteve presente incentivando e

oportunizando a realização da minha caminhada.

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AGRADECIMENTOS

À direção da Faculdade de Odontologia de Piracicaba, da Universidade

Estadual de Campinas, na pessoa do seu diretor, o Prof. Dr. Francisco Haiter Neto.

À Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)

pela concessão da bolsa de mestrado, processo nº 2017/18459-0.

O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) - Código de

Financiamento 001.

À Profa. Dra. Karina Gonzales Silvério Ruiz, coordenadora do Programa

de Pós-Graduação da FOP/UNICAMP e ao Prof. Dr. Valentim Adelino Ricardo

Barão, coordenador do curso de Pós-Graduação em Clínica Odontológica.

Aos professores da área de Endodontia, Profa. Dra. Adriana de Jesus

Soares, Prof. Dr. Alexandre Augusto Zaia, Profa. Dra. Brenda Paula Figueiredo

de Almeida Gomes, Prof. Dr Caio Cezar Randi Ferraz, Prof. Dr. José Flávio

Affonso de Almeida e Profa. Dra. Marina Angélica Marciano.

Aos professores da Universidade de Passo Fundo Prof. Dr. Matheus Albino

Souza e Prof Dr. Doglas Cecchin pela amizade e encorajamento para seguir na

carreira docente.

Ao meu amigo Augusto Rodrigues Lima, você sempre se mostrou

disponível desde que eu cheguei à FOP/UNICAMP. Muito obrigado por toda ajuda

desprendida durante estes anos e por sempre me servir de exemplo de caráter e

conduta.

Ao meu amigo Maicon Ricardo Zieberg Passini. Pessoa de personalidade

incrível, humilde e sempre disposto a ajudar. Muito obrigado pela ajuda rotineira no

laboratório.

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À Ana Cristina Godoy, sempre com sua felicidade contagiante e disposta a

ver todos bem. Você foi uma pessoa sensacional, muito obrigado pela companhia de

sempre tornando nossos dias mais agradáveis.

Aos meus amigos da minha terra Arthur Leonardo Weber e Lauter Eston

Pelepenko Teixeira. Nossa amizade é muito importante para mim. Com nosso

companheirismo tornamos os dias longe de casa mais agradáveis e engraçados.

Espero sempre retribuir essa amizade.

Aos funcionários Maria Helídia Neves Pereira e Janaína Leite.

Aos funcionários da Coordenação de Pós-Graduação, Ana Paula Carone

Gonzales, Leandro Vigano e Érica Alessandra Pinho Sinhoreti. Vocês todos são

sinônimos de competência, sempre disponíveis para solucionar problemas

encontrados no decorrer desse caminho da melhor forma possível. Muito obrigado

por toda ajuda.

A minha banca de qualificação, Dra. Débora Campanella Bastos, Dra.

Janaína Sardi e Prof. Dr. José Flavio Affonso de Almeida pelas incontestáveis

considerações a fim de construirmos melhorias neste trabalho.

Aos meus colegas de mestrado, Emelly de Aveiro, Fernanda Yukari

Takara, Jéssica Jeuken Teixeira, Lauter Eston Pelepenko Teixeira, Lidiane

Mendes Louzada, Natália Siqueira Lobo, Pabla Secchi, Ricardo Honda e Vito

Madio Chiarelli Neto.

Aos colegas de doutorado, Aline Cristine Gomes, Ana Carolina Correia

Neto, Maria Cristina Carvalho, Augusto Rodrigues Lima, Bruna Milaré, Felipe

Nogueira Anacleto, Daniel Rodrigo Herrera, Rodrigo Vasconscelos, Bruna

Ueno, Eloá Cristina Bícego, Rafaela Casadei Chapola, Diogo da Silva,

Jaqueline Lazzari, Andrea Cardoso Pereira, Priscila Amanda Francisco, Marina

Prado e Flávia Saavedra.

Aos pacientes que participaram da minha pesquisa, muito obrigado pela

confiança. Vocês são essenciais para a concretização deste projeto.

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A todos que participaram direta ou indiretamente, contribuindo para

realização deste trabalho.

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“O ponto de partida para qualquer conquista é o desejo.”

Napoleon Hill

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RESUMO

O interior de canais radiculares com a presença de tecido pulpar necrótico

estabelece um nicho ecológico complexo e adequado para o desenvolvimento de

infecções endodônticas polimicrobianas. Além disso, é importante observar o seu

potencial inflamatório através dos níveis de fatores de virulência como o ácido

lipopolissacarídeo (LPS) e ácido lipoteicoico (LTA). O objetivo deste estudo foi

investigar a presença de microrganismos específicos em canais radiculares, e

avaliar os níveis de LPS e LTA nos casos de dentes necrosados sintomáticos com

abscesso associado (GI) e também canais radiculares de dentes necrosados

assintomáticos (GII) durante as etapas do tratamento endodôntico. Vinte pacientes

com necessidade de intervenção endodôntica foram selecionados apresentando ou

não sintomatologia dolorosa. Amostras microbiológicas, de LPS e de LTA foram

coletadas em diferentes fases do tratamento endodôntico: antes do preparo químico-

mecânico (PQM), após PQM, e após medicação intracanal (MIC), de 20 canais

radiculares e também do abscesso apical agudo. O método de cultura foi empregado

para avaliar eficácia do PQM e da MIC na redução da carga microbiana. Nested-

PCR foi realizado para investigar espécies específicas de microrganismos nas

diferentes fases do tratamento endodôntico. Níveis de LPS foram mensurados pelo

teste Limulus Amebocyte Lysate (LAL). Enzyme-Linked Immunosorbent Assay foi

empregado para quantificação de LTA. Todos os dados foram tabulados e analisados

por diferentes testes estatísticos. Os níveis de endotoxinas foram mais altos em GI

do que em GII (p<0,05). O PQM foi efetivo na redução da carga microbiana em

ambos os grupos (p<0,05). No GII houve redução significativa de LTA após PQM

(p<0,05), já no GI a redução foi significativa somente após MIC (p<0,05). No GI

houve redução de LPS após PQM (p<0,05), já no GII a redução somente foi

significativa após MIC (p<0,05). Enterococcus faecalis e Fusobacterium nucleatum

foram espécies frequentemente detectadas em casos de infecção primária. Os

níveis de LPS foram maiores nos casos sintomáticos, estando associados com a

presença de dor espontânea. Concluiu-se que diferentes espécies são detectadas

em todas as etapas do tratamento endodôntico. O PQM é capaz de reduzir a carga

microbiana, entretanto não do LTA, cujos níveis permanecem elevados mesmo após

a MIC.

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PALAVRAS-CHAVES: microrganismos, ácido lipopolissacarídeo, ácido lipoteicoico,

endodontia, necrose pulpar, abscesso, Nested-PCR.

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ABSTRACT

The interior of root canals with the presence of necrotic pulp tissue establishes a

complex and adequate ecological niche for the development of polymicrobial

endodontic infections. In addition, it is fundamentally important to observe its

inflammatory potential through levels of virulence factors such as lipopolysaccharide

(LPS) and lipoteichoic acid (LTA). The objective of this study was to investigate the

presence of specific microorganisms in root canals, and to evaluate the levels of LPS

and LTA in cases of symptomatic necrotic teeth with associated abscess (GI) and in

root canals of asymptomatic necrotic teeth (GII) during the endodontic treatment

(ET). Twenty patients requiring endodontic intervention were selected with or without

pain symptomatology. Microbiological, LPS and LTA samples were collected in

different phases of endodontic treatment: before the chemical-mechanical

preparation (CMP), after CMP, and after intracanal medication (ICM), 20 root canals

and acute apical abscess. Culture method was used to evaluate the effectiveness of

CMP and ICM in reducing microbial load. Nested-PCR was performed to investigate

specific species of microorganisms in the different phases of endodontic treatment.

Levels of LPS were measured by the Limulus Amebocyte Lysate (LAL) test. Enzyme-

Linked Immunosorbent Assay was used for quantification of LTA. All data were

tabulated and analyzed by different statistical tests. Endotoxin levels were higher in

GI than in GII (p <0.05). CMP was effective in reducing the microbial load in both

groups (p <0.05). In GII there was a significant reduction of LTA after CMP (p <0.05),

whereas in GI the reduction was significant only after MIC (p <0.05). In GI, there was

a reduction of LPS after CMP (p <0.05). In GII, the reduction was only significant

after ICM (p <0.05). Enterococcus faecalis and Fusobacterium nucleatum were highly

detected in cases of primary infection. LPS is present in higher levels in symptomatic

cases and is associated with the presence of spontaneous pain. It was concluded

that different species are detected in all stages of endodontic treatment. CMP is able

to reduce microbial load, but not LTA, whose levels remain high even after ICM.

KEY WORDS: microorganisms, lipopolysaccharide acid, lipoteicoic acid, endodontia,

pulp necrosis, abscess, Nested-PCR.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 15

2 REVISÃO DA LITERATURA 18

Microbiota da Infecção Endodôntica Primária Sintomática e

Assintomática 18

Método de Cultura Microbiana na Endodontia 23

Método de Nested-PCR na Endodontia 25

Quantificação dos níveis de Ácido Lipopolissacarídeo (LPS) na Endodontia 27

Quantificação dos níveis de Ácido Lipoteicoico (LTA) na Endodontia 30

3 PROPOSIÇÃO 33

Objetivo Geral 33

Objetivos Específicos 33

4 MATERIAL E MÉTODOS 34

5 RESULTADOS 50

Sinais e Sintomas Clínicos Apresentados pelos Pacientes dos Grupos

Sintomáticos e Assintomáticos 50

Quantificação de UFC, LPS e LTA em Pacientes dos Grupos Sintomáticos e

Assintomáticos nas Diferentes Fases do Tratamento Endodôntico 57

Análises das Frequências e Porcentagens de Detecção de Microrganismos

através do Nested-PCR 64

6 DISCUSSÃO 83

7 CONCLUSÃO 88

REFERÊNCIAS 89

APÊNDICES 101

APÊNDICE 1 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 101

65

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APÊNDICE 2 - Quadros das Bactérias Detectadas pelo Nested-PCR em

Casos Sintomáticos e Assintomático 105 00

ANEXOS 112

ANEXO 1 - Verificação de Originalidade e Prevenção de Plágio 112

ANEXO 2 - Certificado do Comitê de Ética em Pesquisa da FOP-UNICAMP 113

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15

1 INTRODUÇÃO

O interior de canais radiculares com a presença de tecido pulpar necrótico

estabelece um nicho ecológico complexo e adequado para o desenvolvimento de

infecções endodônticas polimicrobianas, além disso, estas fontes de microrganismos

são capazes de se propagarem, e assim contaminar os tecidos periapicais

(Sundqvist, 1992; Montagner et al., 2012). A periodontite apical é uma destas

infecções dos tecidos periapicais caracterizada por ser uma alta agressão e

originada por bactérias que se deslocam via forame apical para a superfície externa

radicular do elemento dentário. O resultado a este ataque microbiano é uma

inflamação localizada na extremidade radicular de um dente, assim esta resposta

ocasionada por bactérias e seus subprodutos pode manifestar-se de diferentes

formas, incluindo o desenvolvimento de um abscesso apical agudo (AAA) (Siqueira

& Rôças, 2013; Sousa et al., 2014a).

O AAA é clinicamente identificado pela presença de dor à percussão e

dor/sensibilidade à palpação, apresenta aumento de volume com potencial de

difusão para os seios e outros espaços faciais da cabeça e pescoço, com eventuais

consequências letais. Quando a resposta inflamatória não consegue eliminar o

agente agressor ou reduzir a intensidade desta injúria, ocorre uma exacerbação

caracterizada por uma inflamação purulenta, isto ocorre devido à presença de

bactérias altamente virulentas associadas à infecção (Rôças et al., 2001; Robertson

& Smith, 2009; Nóbrega et al., 2016).

O aspecto microbiológico das infecções endodônticas primárias é um

cenário polimicrobiano dominado por espécies anaeróbias estritas (Gomes et al.,

2015; Siqueira et al., 2001). Alguns estudos já realizados para identificação

bacteriana presente em AAA relatam os gêneros Prevotella, Streptococcus e

Porphyromonas como os mais encontrados nestas lesões (Khemaleelakul et al.,

2002; Siqueira et al., 2001; Nóbrega et al., 2016; Rajaram et al., 2016).

A utilização de testes de cultura microbiana favoreceu a compreensão do

processo infeccioso nos canais radiculares necrosados durante um longo período,

através da identificação bacteriana, e avaliação da suscetibilidade aos

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procedimentos endodônticos (Peters et al., 2002; Vianna et al., 2008). Entretanto,

algumas limitações importantes da cultura dificultam a análise abrangente da

microbiota presente nos casos de AAA. Sugere-se que esta limitação se deva ao

conhecimento do predomínio de espécies anaeróbias estritas nestas lesões (Gomes

et al., 1996a; Peters et al., 2002; Sousa et al., 2003). Assim para fins de pesquisa e

cultua dos canais radiculares e abscessos tornam-se extremamente sensíveis, pois

estes procedimentos requerem critérios que favoreçam a sobrevivência destes

microrganismos desde o momento da sua coleta e transporte até o cultivo dos

mesmos (Petti et al., 2005; Roças & Siqueira, 2013). Contudo, o teste de unidades

formadoras de colônias (UFC) é um método confiável para avaliar o potencial de

descontaminação de agentes antimicrobianos utilizados na terapia endodôntica

(Vianna et al., 2008).

Os métodos moleculares para detecção específica de espécies bacterianas

são progressivamente mais aceitos e utilizados na endodontia. Além do que, estes

servem como alternativa aos fatores que podem inviabilizar a identificação fenotípica

de microrganismos pelos métodos de cultura tradicionais (Song, 2005, Shahi et al.,

2018).

A reação em cadeia da polimerase (PCR) é um método molecular que

apresenta diversas vantagens como: alta sensibilidade, precisão, análise rápida,

reprodutibilidade, controle de qualidade e contaminação mínima (Schochetman et

al., 1988). Permitindo algumas variações em sua metodologia a fim de propiciar

resultados com detecções de espécies bacterianas mais específicas, como exemplo

a reação de Nested-PCR (Shahi et al., 2018).

A técnica de Nested-PCR é uma variação do PCR com grande

especificidade e sensibilidade, fundamentalmente por meio da utilização de dois

primers em reações distintas. Este duplo conjunto de primers utilizado

sequencialmente reduzem a ligação não específica em produtos devido à

amplificação de sítios de ligação de primers inesperados (Song, 2005; Gomes et al.,

2007; Shahi et al., 2018)

Além da grande importância referente ao conhecimento da microbiota que

compõem as lesões endodônticas é de fundamental relevância observar o seu

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potencial inflamatório nos tecidos pulpares e perirradiculares. O ácido

lipopolissacarídeo (LPS) ou também denominado de endotoxina, é uma molécula

que compõem a membrana externa de bactérias gram-negativas

predominantemente envolvidas nas infecções dos canais radiculares (Cardoso et al.,

2015).

As endotoxinas estabelecem uma rede importante na reação inflamatória

(Martinho et al., 2012), interagindo com células do sistema imunológico dos tecidos

periapicais durante sua multiplicação e/ou morte celular, consequentemente ocorre a

estimulação e liberação de mediadores químicos responsáveis pela reabsorção

óssea e incitação de dor (Gomes et al., 2009; Martinho et al., 2010; Nakamura et al.,

2017).

Alguns estudos já determinaram a presença de bactérias gram-positivas em

infecções primárias (Gomes et al., 1994a; Sousa et al., 2003; Gomes et al., 2004),

tornando fundamental a realização de estudos com intuito de investigar fatores de

virulência associados à este grupo bacteriano, como por exemplo a presença do

ácido lipoteicóico (LTA). Além de estar envolvido na patogenicidade destes

microrganismos gram-positivos, o LTA é considerado um importante agente

etiológico, responsável pela indução da resposta inflamatória e dano nos tecidos

periapicais (Kayaoglu & Orstavik, 2004). O LTA favorece a adesão bacteriana e

consequentemente a viabilização na formação de biofilmes bacterianos, como

resultado favorecendo a resistência a desinfetantes e antibióticos utilizados na

terapia endodôntica (Ginsburg, 2002; Fabretti et al., 2006; Baik et al, 2008a).

Diante disso, revendo a literatura, é possível observar que são escassos os

estudos que comparam simultanemante a identificação de uma microbiota específica

em dentes com periodontite apical sintomática e assintomática. Também,

atualmente, não há nenhum estudo na literatura que quantifique os níveis de LTA em

infecção primária. E ainda, os poucos estudos que determinam as concentrações de

LPS em casos de infecção primária não são comparando dois grupos conjuntamente

como o presente trabalho determinou.

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2 REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Microbiota da Infecção Endodôntica Primária Sintomática e

Assintomática

A microbiota oral é composta por mais de setecentas espécies bacterianas já

reconhecidas como habitantes da cavidade oral em condições saudáveis. O

conhecimento da natureza da microbiota endodôntica depende basicamente da

identificação de microrganismos presentes no sistema de canais radiculares (Jung et

al., 2000; Gomes et al ., 2004).

Em um estudo primário, conduzido por Kakehashi et al. (1965) os autores

objetivaram observar alterações patológicas no tecido pulpar em duas situações

distintas. Para este experimento, dentes de ratos germ-free e ratos convencionais

foram expostos à cavidade oral. Logo foi possível observar a presença de necrose

pulpar completa associada à granulomas e a formação de abscessos apicais nos

ratos convencionais apresentando uma micromicrobiota oral. Em contrapartida, não

foram encontradas polpas necrosadas, granulomas ou abscessos apicais nos

animais germ-free. A partir deste estudo foi concluído que microrganismos e seus

subprodutos são fatores etiológicos da doença endodôntica. Mesmo diante de

impactações severas de alimentos, a presença ou ausência de infecção bacteriana

foi o fator determinante na cicatrização das polpas expostas.

Fabricius et al. (1982) contaminaram dentes de macacos por meio da

exposição do tecido pulpar à cavidade oral com objetivo de avaliar a microbiota

presente nos canais radiculares em diferentes períodos: 7, 90, 180 e 1060 dias. Os

resultados deste trabalho mostraram que a microbiota presente nos canais sofreu

alterações quantitativas e qualitativas nos diferentes períodos. Foi possível observar

a predominância de microrganismos facultativos na porção coronária nos períodos

iniciais. Logo, com o transcorrer dos intervalos entre as coletas a proporção de

colonização de microrganismos anaeróbios aumentou, chegando a 50% de

anaeróbios estritos no final dos 1060 dias. Também foi possível verificar a

predominância de microrganismos fastidiosos na região mais crítica anatomicamente

destes dentes, a região apical.

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19

A quantidade de microrganismos identificação no interior de canais

radiculares é menor quando comparada a microbiota oral (Swimberghe et al., 2018).

Em um estudo realizado por Siqueira & Rôças (2009) foram catalogadas as espécies

bacterianas identificadas fenotipicamente através de métodos de cultura e por meio

de testes moleculares. Com isso, os autores apuraram cerca de 460 diferentes

espécies encontradas no interior dos canais radiculares de diferentes tipos de

infecção endodôntica. Os filos com maior quantidade de espécies foram Firmicutes,

Bacteroidetes, Actinobactérias e Proteobactérias respectivamente.

A colonização no ambiente do canal radicular e a seleção biológica dos

microrganismos são respaldadas por alguns fatores que favorecem este processo.

Fatores como ambiente anaeróbico, interações de sinergismo e antagonismos entre

bactérias e a disponibilidade de nutrientes podem determinar a composição da

microbiota (Nair, 1987; Ricucci & Siqueira, 2010; Swimberghe et al., 2018).

O aspecto microbiológico das infecções endodônticas primárias é um

cenário polimicrobiano dominado principalmente por espécies anaeróbias estritas.

Este ambiente é passível de variações de acordo com as vias de acesso dos

microrganismos ao tecido pulpar (Gomes et al., 1994a; Siqueira et al., 2001; Gomes

et al., 2015;).

A colonização bacteriana no interior de canais radiculares infectados é

arquitetonicamente distinta. As bactérias podem ser encontradas na forma

planctônica, ou seja, suspensas no lúmen do canal radicular úmido, ou na forma de

agregados bacterianos aderidos à parede do canal radicular, também denominada

de biofilmes (Nair, 1987). Além disso, bactérias de diferentes morfologias como

cocos, bastonetes e formas filamentosas podem penetrar em graus variados de

profundidade em túbulos dentinários, podendo chegar próximo a 300 µm (Sen et al.,

1995; Siqueira et al., 2002).

A periodontite apical é uma doença inflamatória e infecciosa que afeta os

tecidos periapicais de um elemento dentário, podendo ser manifestada clinicamente

de forma sintomática ou assintomática (Gomes & Herrera, 2018).

A periodontite apical assintomática é definida por um distúrbio inflamatório

crônico dos tecidos perirradiculares (Nair, 2006). Logo, acredita-se que em casos

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assintomáticos a infecção está geralmente restrita ao canal radicular. As bactérias

envolvidas diretamente na patogenicidade da doença são aquelas localizadas na

porção apical do sistema de canal radicular e que nestes casos possivelmente uma

infecção extrarradicular está ausente (Ricucci & Siqueira, 2010; Rôças & Siqueira,

2018). Clinicamente os sinais e sintomas são praticamente ausentes, podendo ser

relatado alguns episódios prévios de dor e/ou sensibilidade. Ao exame radiográfico

estes dentes estão associados à presença de lesões radiolúcidas localizadas no

periápice ou então lateralmente quando presente ramificações do sistema de canais

radiculares. Esta é uma condição patológica que poderá ser exclusivamente

diagnosticada entre granuloma, cisto ou então a própria periodontite apical

assintomática/crônica. Histopatologicamente consiste na presença de um tecido

granulomatoso com infiltrado inflamatório de células, fibroblastos e cápsula fibrosa

bem desenvolvida. (Alptekin et al., 2005; Salina-Muñoz et al., 2017; Braz-Silva et al.,

2018).

A periodontite apical sintomática acontece no interior de uma região

periapical em decorrência de uma agressão microbiológica ou física. Dentes com

periodontite apical sintomática estão correlacionados a uma alta sensibilidade aos

testes de percussão e palpação (Nair, 2000; Siqueira & Rôças, 2009).

Radiograficamente podem ou não estar associados a áreas radiolúcidas localizadas

na região periapical (Márton & Kiss, 2000). A alta agressão microbiológica ao tecido

pulpar viabiliza o deslocamento de bactérias via forame apical para a superfície

radicular externa do elemento dentário. A forma mais comumente encontrada

clinicamente nos pacientes em decorrência desta migração bacteriana aos tecidos

periapicais é o desenvolvimento do AAA (Montagner et al., 2012).

Clinicamente o AAA é identificado pela presença de dor à percussão e

dor/sensibilidade à palpação. Além disso, é evidente o aumento de volume na região

associada ao elemento dentário afetado pela infecção, com potencial de difusão

para os seios e outros espaços faciais da cabeça e pescoço, com eventuais

consequências letais (Currie & Ho, 1993). Quando a resposta inflamatória não

consegue eliminar o agente agressor ou reduzir a intensidade desta injúria, ocorre

uma exacerbação caracterizada por uma inflamação purulenta, isto ocorre devido à

presença de bactérias altamente virulentas associadas à infecção (Siqueira &

Rôças, 2001; Robertson & Smith, 2009; Nóbrega et al., 2016).

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Em 2001, Rôças et al. pesquisaram a presença das bactérias

Porphyromonas gingivalis, Tannerella forsythia e Treponema denticola, componentes

do complexo vermelho de Socransky em casos de AAA. Através da execução de

PCR do gene 16S rRNA os autores observaram a presença de no mínimo uma

espécie bacteriana em cada amostra. Treponema denticola foi a espécie mais

prevalente, sendo detectada em 5/10 casos, seguido da Porphyromonas gingivalis

4/10 e Tannerella forsythia 1/10. Sendo assim, mesmo estes patógenos sendo

reconhecidos como componentes da microbiota oral e até mesmo associado a

doenças periodontais foi possível reconhecer a ocorrência destes em infecções do

canal radicular, exercendo um processo na patogênese das doenças

perirradiculares.

Espécies bacterianas com morfologia de vibriões ou também denominadas

de espiroquetas pertencem ao gênero Treponema (Dewhirst et al., 2000). A

investigação das espécies que compõem este gênero nas infecções endodônticas é

muito importante devido a sua patogenicidade já relatada por alguns estudos

anteriores e a facilidade que estes microrganismos possuem na sua locomoção do

interior do canal radicular para os tecidos perirradiculares decorrente de sua

morfologia (Rôças et al., 2003; Siqueira & Rôças, 2003; Foschi et al., 2005;

Montagner et al., 2010).

Em 2015, Leite et al. realizaram a primeira revisão sistemática com objetivo

de avaliar a presença de espécies do gênero Treponema em infecções

endodônticas. Para isso, foram incluídos cinquenta e um estudos nesta revisão,

apresentando diferentes metodologias moleculares para identificação destas

bactérias. Os autores observaram que a prevalência de Treponema foi 41,5% em

infecções endodônticas primárias e casos de AAA. Possibilitando assim a conclusão

que estes achados sugerem que as espécies de Treponema são importantes

patógenos endodônticos, particularmente em casos de infecção primária.

George et al. (2016) demonstraram a prevalência de diferentes espécies

bacterianas presentes em casos de AAA em 18 pacientes. Por meio de uma

amplificação inicial do DNA microbiano através da técnica de PCR seguida da

marcação do DNA por meio de microarranjos microbianos (280 espécies) foi possível

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22

identificar uma maior prevalência de espécies bacterianas como a Fusobacterium

nucleatum, Parvimonas micra e Porphyromonas endodontalis.

Por meio da técnica de clonagem e sequenciamento, Nóbrega et al. (2016)

avaliaram a microbiota presente em 10 casos de pacientes que apresentaram

periodontite apical sintomática associada ao AAA. Os autores encontraram uma taxa

média de espécies bacterianas por canal de 15, variando entre 11 a 21

microrganismos. Prevotella spp., Fusobacterium nucleatum, Filifactor alocis e

Peptostreptococcus stomatis foram as espécies bacterianas mais frequentemente

detectadas. Com relação à prevalência dos filos identificados, os filos Firmicutes,

Bacteroidetes e Proteobactéria foram respectivamente os mais apresentados. Com

isso, foi possível reafirmar a alta diversidade bacteriana que a infecção endodôntica

primária aguda apresenta. Além disso, a larga variabilidade interdividual foi

constatada pelos autores, destacando a presença de maior quantidade de bactérias

gram-negativas anaeróbias.

Siqueira & Rôças (2004) avaliaram a presença de Dialister pneumosintes e

Filifactor alocis por meio de PCR multiplex 16S rDNA direcionado à detecção dessas

espécies em infecções endodônticas primárias. Amostras foram coletadas em casos

de lesões periapicais e pacientes assintomáticos e também de casos sintomáticos

com AAA associado. A bactéria Dialister pneumosintes foi detectada em um total de

11 amostras, sendo 7 em casos assintomáticos e 4 em abscessos. Filifactor alocis

foi identificada em um total de 9 amostras, 6 assintomáticos e 3 em abscessos. 6

amostras compartilharam as duas espécies bacterianas, sendo 3 assintomáticos e 3

abscessos. Portanto, os autores concluíram que estas duas espécies fazem parte da

microbiota presente em infecções endodônticas primárias, podendo participar da

patogênese das lesões perirradiculares.

Em 2006, Gomes e colaboradores investigaram a presença de Enterococcus

faecalis em infecções endodônticas por meio de métodos de cultura e molecular. Um

total se 100 pacientes participaram do estudo, alocados em dois grupos diferentes.

Sendo, 50 pacientes com necrose pulpar (infecção primaria) e outros 50 pacientes

com tratamento endodôntico prévio insatisfatório associado a imagens radiolúcidas

no periápice (infecção secundária). Enterococcus faecalis foi identificado através da

cultura em 23/100 casos, e em 79/100 através do PCR. Nas amostras de infecção

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primária o Enterococcus faecalis foi identificado em 4% das 50 amostras por meio da

cultura e em 76% das 50 amostras por meio do PCR. Nos casos de infecção

secundária foi detectado em 42% e 82% na cultura e PCR respectivamente.

Portanto, Enterococcus faecalis foi detectado com frequência em dentes com polpa

necrosada como também em dentes com insucesso da terapia endodôntica prévia.

2.2 Método de Cultura Microbiana na Endodontia

De acordo com Dahlén (2002) os métodos de cultura microbiana são

considerados padrão ouro para avaliação da microbiota componente das infecções

odontogênicas agudas. Atualmente inúmeras técnicas foram relatadas na literatura

para identificação de microrganismos. Entretanto, nenhuma técnica demonstra

capacidade de isolamento e identificação de todos os microrganismos presentes no

interior de canais radiculares (Socransky et al., 1963).

Para o crescimento de microrganismos em métodos de cultura é necessário

a presença de células viáveis e ainda, para sua identificação fenotípica, a cultura

deverá ser obrigatoriamente positiva. Logo, a concentração de microrganismos

deve ser suficientemente elevada para viabilizar o crescimento dos mesmos nos

meios de cultura (Munson et al., 2002; Peters et al., 2002; Vianna et al., 2004).

Sunqvist (1976) utilizou métodos de cultura em anaerobiose. O objetivo foi

avaliar a microbiota de 32 dentes traumatizados, com coroas íntegras, no entanto

compatíveis com diagnóstico de necrose pulpar. A seleção criteriosa dos indivíduos

participantes do estudo permitiu a exclusão de fatores que viabilizassem a

contaminação das amostras. Microrganismos anaeróbios estritos foram isolados em

90% dos casos, valor estes nunca obtidos empregando técnicas de cultura de

bactérias anaeróbios estritas/fastidiosas.

Munson e colaboradores em 2002 avaliaram simultaneamente técnicas de

cultura microbiana e moleculares para investigar a microbiota de canais radiculares

com polpa necrótica associada a presença de AAA. Com isso, os autores

determinaram uma média de 20,2 espécies detectadas por métodos moleculares,

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em contrapartida a média de microrganismos isolados por métodos de cultura foi de

12,6.

Em 2008, Vianna e colaboradores selecionaram 24 dentes para quantificar o

número total de bactérias em diferentes momentos do tratamento endodôntico. Os

autores realizaram coletas iniciais em canais infectados, após preparo químico-

mecânico (PQM) com clorexidina gel (CHX) 2% e após 7 dias de medicação

intracanal (MIC) para avaliar possíveis alterações microbianas. Técnicas de cultura

anaeróbia e aeróbia foram empregadas para determinar a comunidade microbiana

através da contagem UFCs. Os resultados das culturas em meio ágar demonstraram

uma média de redução bacteriana de 99,96% de microrganismos entre a coleta

inicial e após PQM e também uma diferença não significativa entre após o PQM e 7

dias de MIC. Portanto os autores concluíram o efeito benéfico da preparação

químico-mecânica suplementada pelo uso de uma substância auxiliar antibacteriana

foi possível de reduzir em grande parte os microrganismos presentes no canal

radicular principal.

Martinho e colaboradores (2014) conduziram um estudo com objetivo de

avaliar a eficácia de descontaminação intracanal utilizando sistemas alternativos de

instrumentação. Para isso 48 canais radiculares foram selecionados e divididos em

diferentes grupos de acordo com o instrumento a ser utilizado na terapia

endodôntica: WaveOne, Reciproc ProTaper e Mtwo, cada grupo contendo n = 12. A

substância química auxiliar utilizada foi hipoclorito de sódio (NaOCl) a 2,5%, e

técnica de cultura em meio ágar foi empregada para determinar a contagem de UFC.

Para análise duas coletas foram estabelecidas pelos autores, previamente a

qualquer tratamento químico-mecânico no canal radicular e subsequente ao

tratamento aplicado. Todas as amostras iniciais dos canais radiculares apresentaram

crescimento bacteriano. Todos os sistemas de instrumentação do canal radicular,

reciprocantes de lima única ou sistemas rotatórios foram eficientes na redução de

bactérias cultiváveis (WaveOne (99,45%) e Reciproc (99,93%), (ProTaper (99,85%)

e Mtwo (99,41%). Além disso, a análise de cultura não revelou diferenças na

redução da carga microbiana (p>0,05). Concluindo assim que ambos os sistemas

mostraram eficácia semelhante na redução de bactérias cultiváveis de canais

radiculares infectados, mas ressaltando a ausência de esterilidade do sistema de

canais analisados.

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A contagem de UFC é método bastante confiável para avaliar o potencial de

agentes antimicrobianos e ainda viabilizar a avaliação da susceptibilidade dos

procedimentos endodônticos por meio de técnicas baseadas em cultura (Gomes et

al., 1996). Para tanto, o crescimento de alguns patógenos orais pode ser

subestimado pelas técnicas baseadas em procedimentos de cultura microbiana

devido a requisitos extremos para permitir seu crescimento, a exemplo bactérias

anaeróbias estritas como as espiroquetas. (Gomes et al., 1994a; Siqueira & Rôças,

2005, Vianna et al., 2005).

Além disso, vale ressaltar que a ampla diversidade bacteriana e a contagem

de bactérias normalmente é sub-representativa pela análise de cultura. Também a

cultura microbiana negativa não indica esterilidade do canal, visto que cerca de 50%

das espécies bacterianas são passíveis de cultivo. O meio de cultura sem a

presença de bactérias cultivadas pode representar o resultado das limitações dos

procedimentos de amostragem, das técnicas de cultura e da presença de bactérias

que ainda não foram cultivadas. Ainda, resultados negativos podem significar que

populações bacterianas cultiváveis apresentaram níveis abaixo dos considerados

capazes de detecção por métodos de cultura. (Gomes et al., 1994b; Zambon &

Harastzthy, 1995; Rolph et al., 2001; Gomes et al., 2004; Gomes et al., 2005).

2.3 Método de Nested-PCR em Endodontia

Os métodos moleculares são técnicas alternativas que melhoraram a

identificação de diversas espécies bactérias anteriormente sequer cultivadas.

Geralmente as técnicas moleculares incluem um PCR, e a partir deste são

determinadas suas variações como exemplo a técnica de Nested- PCR. (Shahi et

al., 2018). No entanto, algo comumente encontrado nas diferentes metodologias

empregadas na Endodontia é a identificação bacteriana baseada no gene 16S

rRNA, sendo esta uma região de DNA bacteriano presente em todos os

microrganismos, muito específica e preservada para cada espécie (Gomes &

Herrera, 2018).

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A aplicação de métodos moleculares conjuntamente a métodos de cultura

possibilitou a melhor compreensão da infecção/microbiota endodôntica, além de

alguns testes moleculares superarem algumas limitações das técnicas de cultura

microbiana (Aw, 2016).

A técnica de Nested-PCR é uma variação bastante sensível e específica do

PCR, que envolve a utilização de dois conjuntos de primers em reações distintas

(Song, 2005; Montagner et al., 2010). A primeira reação de PCR utiliza um conjunto

de primers com objetivo de amplificar o gene 16S rRNA a partir do DNA extraído dos

patógenos das amostras clínicas (Song, 2005). O produto resultante da reação

primária é submetido a uma segunda reação de PCR. Através da utilização de um

primer de uma espécie bacteriana específica, a reação permitirá o anelamento do

DNA a uma sequência compreendida no interior do primeiro amplicon (Singht et a.,

2006).

A técnica de Nested-PCR apresenta benefícios como uma maior

especificidade e sensibilidade quando comparado ao método de PCR tradicional

(Song, 2005). A reação reduz a ligação não específica em produtos devido a

amplificação de sítios de ligação de primers inesperados (Prakash et al., 2005).

Estas vantagens podem ser justificadas devido ao maior número de ciclos aos quais

as amostras são submetidas, como também a restrição de sequências aos às quais

os primers da reação secundária podem se anelar (Siqueira & Rôças, 2005).

Em 2010, Montagner e colaboradores encontraram uma alta incidência de

espécies de Treponema em amostras de canais radiculares sintomáticos e em AAA

associados, por meio da técnica de Nested-PCR. Para este resultado amostras

pareadas dos dois sítios investigados foram coletadas de 20 indivíduos. A detecção

destes microrganismos foi realizada por meio da técnica de Nested-PCR, realizando

o ensaio de PCR aninhada com primers espécie-específicos para o gene 16S rDNA.

Com isso os autores encontraram uma alta incidência de Treponema socranskii (CR,

17/20; AAA, 15/20), Treponema denticola (CR, 8/20; AAA, 11/20); Treponema

medium (CR, 6/20; AAA, 9/20); e Treponema amylovorum (CR, 5/20; AAA, 9/20),

indicando serem importantes patógenos da infecção endodôntica.

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Lacević et al. (2009) objetivaram avaliar a ocorrência de Tannerella forsythia

em pacientes com infecções endodônticas primárias agudas e crônicas. Por meio de

amostras clínicas coletadas de 40 pacientes, a técnica empregada para detecção

desta espécie bacteriana foi a reação de Nested-PCR, A primeira amplificação foi

utilizada primers universais para detecção da sequência de 16S rDNA, logo, o

produto da primeira reação foi utilizado então para constituir a segunda reação, esta

com um fragmento específico da Tannerella forsythia. Os autores encontraram a

presença da bactéria em 12/27 pacientes crônicos e 5/13 agudos, gerando uma

frequência geral de 42,5% das amostras.

Entre as desvantagens deste método é a possibilidade de contaminação do

local de trabalho com o DNA amplificado durante a manipulação do produto da

primeira reação dificultando a interpretação dos resultados, além de resultados

falsos positivos, dificuldade na falha do desenho de primers (Singh et al., 2006).

2.4 Quantificação dos níveis de Ácido Lipopolissacarídeo (LPS) na

Endodontia

O ácido lipopolissacarídeo (LPS) ou também denominado de endotoxina é

um constituinte da membrana celular externa de exclusivamente das bactérias gram-

negativas. Esta molécula apresenta constituição hidrofóbica com componentes

polissacarídeos, lipídios complexos contendo ácidos graxos e proteínas. Representa

a principal característica antigênica deste grupo bacteriano com ampla repercussão

microbiológica e imunológica (Westphal, 1975; Fabricius, 1982; Rietschel & Brade,

1992).

Estruturalmente a molécula de LPS é constituída por três porções

denominadas de lipídeo A (porção mais interna da molécula), um núcleo externo e o

antígeno O (porção mais externa da molécula). A porção que compreende o lipídeo A

exerce com soberania as atividades endotóxicas do LPS (Jain & Darveau, 2000;

Dixon & Darveau, 2005). A estrutura química do lipídeo A é composta de ácidos

graxos com 15 a 17 átomos de carbono, ligados a duas moléculas de glicosaminas,

nestas, dois radicais fosfatos são ligados e um resíduo proteico permanece unido

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aos radicais de fosfato. De acordo com estudos anteriores a posição dos radicais de

fosfato parece determinar o potencial inflamatório do LPS. Ainda, é a partir desta

estrutura que o LPS é reconhecido, o lipídeo A é responsável pela ativação de

diferentes vias de sinalização intracelular através do estabelecimento de ligações

adequadas com os receptores (Munson et al., 2002; To et al., 2015; Gomes &

Herrera, 2018). A porção polissacarídica é um potente antígeno responsável pela

estimulação de anticorpos mesmo em concentrações submicrométricas (Elin & Wolff,

1976).

De grande repercussão clínica, a endotoxina estabelece uma rede

importante na reação inflamatória, podendo interagir com células do sistema

imunológico presente nos tecidos periapicais e induzindo a reabsorção óssea neste

ambiente (Hong et al., 2004; Martinho et al., 2012). Além disso, alguns estudos já

demonstraram sua correlação positiva com sinais e sintomas presentes em

pacientes, sendo capaz de incitar a dor por meio da estimulação de liberação de

bradicinina (Farber, 1988) da ativação do fator Hageman, ou também pelas

propriedades neurotóxicas quando atuam sob os terminais nervosos pré-sinápticos.

Possui diversas atividades biológicas como a indução de febre, citotoxicidade,

coagulação sanguínea e fibrinólise (Gomes et al., 2009; Martinho et al., 2010;

Nakamura et al., 2017).

Para a viabilidade de bactérias gram-negativas a estrutura

lipopolissacarídica é essencial. Segundo estudos de Carrof & Karibian (2003) e

Darveau e colaboradores (2004) aproximadamente 75% da estrutura bacteriana é

composta por esta molécula que terá função induzir o crescimento celular, diminuir a

permeabilidade, manter a integridade estrutural e estabilidade da membrana,

consequentemente mantendo a proteção contra danos externos.

A eliminação do LPS durante a terapia endodôntica é necessária para a

determinação de sucesso do tratamento. No entanto, endotoxinas são termicamente

estáveis, ou seja, os processos habituais de esterilização são ineficazes para a sua

destruição. Para degradação química é necessária à utilização de ácidos ou bases

fortes. Especificamente durante a terapia endodôntica estudos parecem demonstrar

que os íons hidroxila presentes na pasta de hidróxido de cálcio podem hidrolisar o

LPS, degradando o lipídio A e neutralizando o efeito residual (Marinho et al., 2018).

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Em 2008, Martinho e colaboradores realizaram um estudo com objetivo de

quantificar os níveis de endotoxinas no interior de canais radiculares com

periodontite apical. Para isso, 24 pacientes foram selecionados, todos tiveram

amostras coletadas em dois momentos clínicos S1 – antes e S2 – após PQM do

canal radicular com NaOCl 2,5%. Para análise das concentrações de endotoxinas o

ensaio lisado de amebócitos Limulus (LAL) foi utilizado. As amostras iniciais tiveram

a presença de endotoxinas em 100%, com uma concentração média de 139 U/ml.

Níveis mais altos de LPS foram encontrados em pacientes com sintomatologia

clínica (P <0,05). Em S2, significativa redução de endotoxinas foi encontrada, uma

média de 59,99%. Esta descoberta indicou que o hipoclorito de sódio a 2,5% foi

moderadamente eficaz contra endotoxinas do canal radicular, e ainda mostrou uma

associação estatisticamente significante entre os níveis altos de endotoxinas e

sintomatologia clínica.

Com objetivo de avaliar a eficácia de diferentes substâncias, Gomes et al.

(2009) testaram a capacidade do NaOCl 2,5% e da CHX gel 2% na eliminação de

lipopolissacarídeos em dentes com periodontite apical. Cinquenta e quatro pacientes

foram selecionados e alocados em diferentes grupos de acordo com a substância

utilizada na terapia endodôntica: GI – NaOCl 2,5%; GII – CHX 2%. Amostras foram

coletadas do interior do canal radicular antes e após o preparo químico-mecânico. O

ensaio de LAL foi utilizado para determinação da concentração de unidades de

endotoxinas. Em 100% das amostras iniciais investigadas as endotoxinas estiveram

presentes, caracterizando 272 U/ml no GI, e 152,46 no GII apresentando uma

redução final para 86 EU/mL no GI e 85 U/ml no GII. Com isso os autores

concluíram que o NaOCl 2,5% e a CHX 2% não são eficazes na eliminação de

endotoxinas em canais radiculares infectados.

Recentemente, Marinho et al. (2018), investigaram a influência de algumas

substâncias químicas auxiliares e do hidróxido de cálcio [Ca(OH)2] na eliminação de

LPS e lipídio A além de sua capacidade funcional na ativação do receptor TLR4.

Fusobacterium nucleatum foram expostas a agentes antimicrobianos da seguinte

maneira: substância química auxiliar: NaOCl 5,25%, 2,5% e 1%, CHX 2% em gel e

solução, e 17% de ácido etilenodiaminotetracético (EDTA); MIC: pasta de Ca(OH)2

por diferentes períodos de tempo (1h, 24h, 14 dias e 30 dias); combinação de

substâncias: NaOCl 2,5% durante 1h seguido de EDTA (3 min) e Ca(OH)2 por 7

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dias, CHX 2% durante 1h seguido de EDTA (3 min) e Ca(OH)2 por 7 dias, e solução

salina como controle negativo. As amostras coletadas foram submetidas ao

isolamento de LPS e purificação de lipídios A. A mensuração de lipídio A foi avaliada

por meio de espectrofotometria de massa de tempo por ionização a laser assistida

por matriz, enquanto as bandas de LPS por separação e coloração de prata. A

ativação do receptor Toll-Like 4 (TLR4) determinou as atividades da função do LPS.

Com isso os autores puderam concluir que a solução de NaOCl A 5,25% e Ca(OH)2

a partir das 24h foram capazes de induzir a perda de lipídios A como também a

ausência de detecção de bandas de LPS, diminuindo a atividade imunoestimuladora

através do TLR4.

2.5 Quantificação dos níveis de Ácido Lipoteicoico (LTA) na Endodontia

O ácido lipoteicoico (LTA) é um fator de virulência que compõem a parede

celular de bactérias gram-positivas. Sua presença em infecções endodônticas

mesmo em baixas concentrações, é capaz de estimular a resposta inata do sistema

de defesa do hospedeiro (Wang et al., 1997). Estruturalmente o LTA é anfifílico

formado pela ligação de 1,3-poliglicerofosfatos e ácidos graxos (Wicken & Knox,

1975).

O LTA está associado à capacidade de cepas bacterianas gram-positivas

manifestarem resistência a medicamentos utilizados durante a terapia endodôntica.

Também desempenha importante condição na colonização bacteriana, viabilizando a

formação de biofilmes estruturados e consequentemente propiciando a resistência

bacteriana a antibióticos ou desinfetantes. Por meio de porção lipídica presente no

LTA é possível despontar uma ligação da molécula à hidroxiapatita provendo

atividade absortiva a esta estrutura. Os mediadores inflamatórios podem ser

liberados decorrentes do estimulo originado do LTA em leucócitos, monócitos e

macrófagos. (Ciardi et al., 1977; Signoretto et al., 2000; Ginsburg, 2002; Zhao et al.,

2014).

Baik e colaboradores em 2008 conduziram um experimento objetivando

avaliar a capacidade do hidróxido de cálcio na inativação do LTA presente no

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Enterococcus faecalis resultando na perda ou diminuição das respostas

inflamatórias. Mediante ensaio imunoenzimático o experimento demonstrou que o

uso hidróxido de cálcio na eliminação de Enterococcus faecalis foi mais efetivo

quando comparado a quantidade de bactérias eliminadas por meio da liberação do

fator de necrose tumoral (TNF- α) por meio de uma linhagem de macrófagos. O pré-

tratamento com hidróxido de cálcio revogou a capacidade do LTA induzir a liberação

do TNF-α. Além disso, o LTA não foi capaz de estimular o recepetor Toll-Like 2

(TRL2). Desta maneira os resultados obtidos com este estudo sugerem que o

hidróxido de cálcio é capaz de remover o efeito residual de Enterococcus faecalis

resultando na atenuação das respostas inflamatórias.

Hong et al. (2016) avaliaram a capacidade do NaOCl atenuar a resposta

inflamatória do LTA do fator de virulência de Enterococcus faecalis (EfLTA). Assim o

EfLTA foi tratado com NaOCl em diversas concentrações e períodos de tempo. A

linhagem celular de macrófagos RAW 264.7 foi tratada com interferon gama seguido

de tratamento com EfLTA intacto ou então tratado com NaOCl a fim de verificar a

indutibilidade de mediadores inflamatórios tais como: óxido nítrico, proteína induzida

por interferão e proteína inflamatória sintetizada por macrófagos. Os resultados

demonstraram que o EfLTA tratado com NaOCl teve menor indução de óxido nítrico,

e proteínas induzidas por interferon e macrófagos em comparação com o EfLTA

intacto. Concluindo que o NaOCl modifica a porção glicolipídica do EfLTA levando à

produção reduzida de mediadores inflamatórios.

Barbosa-Ribeiro et al. (2016) conduziram um ensaio clínico com objetivo de

quantificar os níveis de LTA nas diferentes fases do retratamento endodôntico em

dentes com periodontite apical pós-tratamento. Vinte canais radiculares infectados

foram divididos em grupos distintos de acordo com a substância química auxiliar

utilizada na terapia sendo: GI – CHX gel 2%, e GII – NaOCl 6%. As amostras dos

canais radiculares foram coletadas em diferentes momentos sendo antes (S1) e

após (S2) o PQM e após 30 dias de MIC com Ca(OH)2 e CHX 2%. Os níveis de LTA

foram mensurados por meio de ensaio imunoenzimático. O LTA esteve presente em

todas as amostras iniciais (574,0 ± 94,7). Logo a redução de LTA após preparo

químico-mecânico foi de 24,8%, enquanto (P <0,05), enquanto o nível de redução

após o período de MIC foi de 38,6% (P <0,05). O PQM com CHX 2% gel foi mais

efetivo (P <0,05) na redução de LTA (26,9%) do que comparado ao grupo tratado

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com NaOCl 6% (22,6%). Além disso, a MIC mostrou uma redução de 43,2% no

grupo CHX e 36,2% no grupo NaOCl (P> 0,05). Portanto é evidente a necessidade

de mais estudos para investigar os níveis residuais de LTA aceitáveis em canais

radiculares infectados.

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33

3 PROPOSIÇÃO

Diante disto, os objetivos desta pesquisa foram:

3.1 Objetivo Geral

Investigar a presença de microrganismos específicos e avaliar os níveis

de LPS e LTA nos canais radiculares de dentes necrosados sintomáticos com

abscesso associado a tais canais e nos canais radiculares de dentes necrosados

assintomáticos durante as etapas do tratamento endodôntico.

3.2 Objetivos Específicos

1. Correlacionar achados microbiológicos e fatores de virulência

bacteriana com sinais e sintomas clínicos, nos casos sintomáticos e assintomáticos

2. Avaliar o efeito do preparo químico-mecânico e da medicação

intracanal na redução da carga microbiana e dos níveis de LPS e LTA.

3. Determinar correlações positivas e negativas entre as bactérias

detectadas pela técnica de Nested-PCR.

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34

4 MATERIAL E MÉTODOS

Alguns métodos utilizados neste estudo foram descritos previamente por

(Gomes et al.,1994a, 1994b, 1996b, 2004, 2011, 2015; Martinho & Gomes 2008;

Montagner et al., 2012; Sousa et al., 2013, 2014).

4.1 Autorização para Realização da Pesquisa

Este trabalho foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa

da Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP/UNICAMP) – Anexo I seguindo os

padrões estabelecidos pela Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde.

Para a participação deste estudo, todos os pacientes assinaram um termo de

consentimento livre e esclarecido (TCLE) conforme as normas vigentes no referido

Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo seres humanos – Apêndice I.

4.2 Seleção dos Participantes da Pesquisa

Foram selecionados pacientes com necessidade de intervenção endodôntica

devido a presença de necrose do tecido pulpar e presença de lesão periapical que

não apresentavam sintomatologia dolorosa espontânea (n=10) e pacientes com

sintomatologia dolorosa e presença de abscesso apical agudo associado (n=10)

totalizando 20 pacientes.

4.3 Grupos Experimentais

GI: Necrose pulpar com sintomatologia dolorosa e abscesso apical

agudo associado (n=10).

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Ausência de resposta aos testes de sensibilidade pulpar (teste térmico ao

frio). Dor espontânea no momento do atendimento e dor à palpação e percussão

além da presença de edema e ponto de flutuação.

GII: necrose pulpar e lesão periapical sem sintomatologia espontânea

(n=10).

Ausência de resposta aos testes de sensibilidade pulpar (teste térmico ao

frio). Os dentes apresentavam evidência radiográfica de lesão periapical.

4.4 Critérios de Inclusão, Exclusão e Aspectos Clínicos e Radiográficos

Critérios de inclusão: dentes necrosados, com sintomatologia dolorosa e

abscesso apical agudo associado e dentes necrosados, assintomáticos com necrose

pulpar e lesão periapical visível radiograficamente.

Critérios de exclusão: pacientes com antibioticoterapia prévia nos últimos

três meses, canais expostos a cavidade oral, casos em que o isolamento absoluto

não foi possível de ser instalado, casos com doença periodontal avançada,

pacientes jovens com histórico de traumatismos dentais, dentes com rizogênese

incompleta, dentes com a presença de curativos de demora na câmara pulpar e de

tratamentos endodônticos anteriores.

Aspectos clínicos e radiográficos: para cada paciente foram anotados:

idade, sexo, estado pulpar, profundidade da bolsa periodontal, mobilidade dental,

presença de edema dos tecidos periodontais, história de medicação e os achados

radiográficos. Foram anotados os aspectos físicos do canal durante a coleta da

amostra, tais como canal seco, presença de exsudado purulento e/ou hemorrágico.

Os aspectos clínicos do dente envolvido, tais como presenças ou não de cáries e

restaurações também foram avaliadas.

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36

4.5 Procedimentos Endodônticos

O atendimento aos pacientes foi realizado na Clínica de Pós-Graduação da

FOP-UNICAMP.

4.5.1 Coleta das Amostras

Foram coletadas amostras iniciais dos canais radiculares assim como do

exsudato periapical associado, aos casos de abscessos periapicais, amostras dos

canais radiculares após preparo químico-mecânico, e após medicação intracanal.

Todos os procedimentos de coleta das amostras foram realizados por apenas um

operador.

4.5.2 Coleta dos Abscessos

Inicialmente foi realizada anestesia local por bloqueio regional e desinfecção

da mucosa oral adjacente ao dente com digluconato de clorexidina 2% e

neutralização da região com uma solução de tween 80 + lecitina de soja. Após, o

exsudato do abscesso apical foi coletado através de aspiração utilizando uma

seringa estéril. A punção foi realizada no momento que precede a execução do

tratamento do abscesso, que constitui na realização de uma incisão com lâmina de

bisturi, divulsão dos tecidos e ordenha manual da coleção purulenta.

Em um criotubo estéril e apirogênico a secreção purulenta foi depositada.

Um cone de papel estéril e apirogênico foi imerso na secreção durante 60 segundos

e posteriormente transferido para um tubo de ensaio estéril e apirogênico para

posterior análises (LTA/LPS). Uma alíquota de 100 µL do exsudato foi transferida

para um microtubo estéril contendo 1,0 mL de Tris Buffer para posterior

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processamento molecular, outra alíquota de 100 µL para um microtubo previamente

esterilizado, contendo 1,0 mL do meio de transporte pré-reduzido VMGA III (cultura).

4.5.3 Coleta dos Canais Radiculares

Inicialmente o dente envolvido recebeu polimento coronário com pedra-

pomes e isolado com lençol de borracha (isolamento absoluto). A seguir, foi

realizado o vedamento da interface coroa/lençol com cianocrilato (Super Bonder;

Loctite, São Paulo, SP, Brasil) e TopDam (FGM, Joinville, SC, Brasil), para evitar

infiltração de saliva. A antissepsia do campo operatório (superfície externa da

coroa, grampo, lençol de borracha e arco) foi realizada com swabs estéreis

umedecidos primeiramente em H2O2 a 30% e depois em NaOCl 5,25% por 30

segundos cada, subsequentemente neutralizado com solução estéril de tiossulfato

de sódio a 5% (Möller, 1966).

A fase de acesso coronário foi realizada em duas etapas operatórias. A água

proveniente do equipo é cessada, sendo a irrigação realizada manualmente com

solução salina estéril. Foram utilizadas brocas de alta rotação diamantadas estéreis.

Na primeira etapa operatória foi realizada a remoção dos contaminantes coronários

(restaurações, tecido cariado). Na segunda etapa, na fase de confecção da cavidade

de acesso, uma nova broca estéril foi utilizada. Após a confecção da cavidade de

acesso, uma nova desinfecção do campo operatório foi realizada. Prosseguindo,

com o completo acesso ao canal radicular com uma nova broca esférica diamantada

estéril.

Para coleta de fatores de virulência como LTA e LPS foi introduzido um cone

de papel estéril e apirogênico no interior dos canais radiculares. Após 60 segundos,

o cone foi armazenado em tubos de ensaio estéreis e apirogênicos para ensaios

imunoenzimáticos.

Para a coleta microbiológica, cinco cones de papel absorvente, um de cada

vez, foram introduzidos no interior dos canais, permanecendo 60 segundos cada.

Três destes cones foram transferidos para tubos do tipo eppendorfs previamente

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esterilizados, contendo 1,0 mL do meio de transporte pré-reduzido VMGA III (cultura)

e dois foram transferidos para um tubo contendo 300 µL de Tris Buffer, o qual foi

congelado em freezer -20°C para análise molecular, como descrito por Gomes et al.

2011. Quando o canal se encontrava seco, o mesmo era inundado com água

destilada estéril para prosseguimento das coletas.

4.5.4 Primeira Sessão e Coletas Iniciais

Uma vez realizada a coleta inicial como descrito anteriormente, o preparo da

entrada dos canais foi complementado com a realização dos desgastes

compensatórios, utilizando a broca diamantada #3082. Foi realizada a exploração do

canal com lima K#10 antes da instrumentação com limas de NiTi do sistema

Reciproc (VDW, Munich, Alemanha). A instrumentação foi realizada seguindo a

sequência recomendada inicialmente com a Lima R25. Nos casos de canais mais

amplos foram utilizadas as outras limas do sistema (R40 ou R50). A introdução do

instrumento foi feita por terços (coronário, médio e apical) até atingir o comprimento

real de trabalho, com movimentos leves, inserindo e removendo a lima do canal

radicular, evitando sempre qualquer força no sentido apical. Durante o PQM, e a

cada 3 movimentos de entrada e saída (picking motion), os canais foram

preenchidos com clorexidina gel 2% (Endogel, Itapetininga, SP, Brasil). A irrigação foi

realizada com 5 mL de água destilada estéril e apirogênica a cada avanço de 3 mm.

4.5.5 Coleta Intermediária após Preparo Químico-Mecânico

Após a finalização do preparo químico mecânico, os canais foram irrigados

com 5 mL de água destilada estéril e apirogênica e 5 mL de solução tween 80 +

lecitina de soja a, (neutralizante específico da clorexidina) por 60 segundos, e então

uma nova coleta de endotoxina e microbiológica foi realizada seguindo os mesmos

critérios descritos nos tópicos anteriores. Após o término das coletas, os canais

foram preenchidos com medicação intracanal composta por hidróxido de cálcio e

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clorexidina 2% gel. Posteriormente as cavidades de acesso foram restauradas

com resina composta.

4.5.6 Segunda Sessão e Coleta Final

Após 30 dias da instrumentação inicial, a medicação intracanal foi removida

utilizando água destilada estéril apirogênica e novas coletas foram realizadas. A

seguir, os dentes foram re-instrumentados, secos e obturados. Na embocadura

do canal radicular foi colocado um plug de aproximadamente 2 mm de Coltosol

(Coltene Holding, Altstätten, Suíça), e os dentes restaurados com resina composta.

4.6 Procedimentos Laboratoriais

4.6.1 Cultura Microbiana

No interior da cabine de anaerobiose, logo após procedimento de coleta, os

microtubos contendo VMGA III e o material coletado foram agitados durante 60

segundos no agitador (MA 162 – Marconi, São Paulo, Brasil) para facilitar a

dispersão dos microrganismos. Após, foram realizadas diluições seriadas a 1/10,

1/100, 1/1000, 1/10000, 1/100000 utilizando Fastidious Anaerobe Broth – FAB (Lab

M, Bury, Inglaterra). Alíquotas de 50 µL da amostra não diluída e de cada diluiçao

foram plaqueadas em placas pré-produzidas contendo Fastidious Anaerobe Agar –

FAA (Lab M, Bury, Inglaterra) acrescidas de 5% de sangue de carneiro desfibrinado

+ hemina (1mg/L) (Sigma-Aldrich, St. Louis, MO, EUA) + menadiona (1mg/L)

(Sigma-Aldrich, St. Louis, MO, EUA) eposteriormente incubadas em câmara de

anaerobiose a 37°C numa atmosfera de 10% H2, 10% CO2 e 80% N2 até 14 dias

para permitir a detecção de microrganismos de crescimento lento.

Após o período de incubação, cada placa foi examinada em lupa

estereoscópica (Lambda Let 2, Atto, Instruments, CO, Hong Kong) em aumento de 3

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vezes. As unidades formadoras de colônias (UFC/mL) foram contadas. Para a

obtenção do número de UFCs presentes na amostra por mL (amostra inicial) foi

necessário multiplicar por 200.000 ou 20.000.000 o número de UFCs observadas na

contagem das placas, dependendo da diluição realizada. A escolha da placa para

contagem de UFCs estava relacionada à possibilidade de contar de forma individual

o número de UFCs presentes, geralmente visualizado nas diluições 10-4 ou 10-6. Ou

seja, quando a diluição 10-4 foi escolhida, o valor correspondente a essa diluição é

10.000 vezes menor que o inicial (1,0 mL). A alíquota plaqueada foi de 50 μL, ou

seja, 20 vezes menor que 1,0 mL. Portanto o fator de multiplicação do número de

UFCs obtido seria 200.000. Entretanto, quando a diluição 10-6 foi escolhida, o valor

correspondente a essa diluição é 1.000.000 vezes menor que o inicial (1,0 mL). A

alíquota plaqueada foi de 50 μL, ou seja, 20 vezes menor que 1,0 mL. Portanto o

fator de multiplicação do número de UFCs obtido seria 20.000.000.

4.6.2 Extração de DNA

Para a execução da técnica de Nested-PCR foi necessária a extração do

DNA microbiano contido nas amostras coletadas dos canais radiculares e abscessos

periapicais.

Empregou-se o conjunto para extração de DNA de amostras contendo

microrganismos e tecidos QIAamp DNA Micro Kit (QIAGEN, Valencia, Califórnia,

EUA) de acordo com as recomendações do fabricante. Previamente 300 µL das

amostras contidas nos microtubos com solução de Tris Buffer foram alocados em um

novo microtubo. Estes foram centrifugados a 8000 rpm durante 5 minutos. Logo o

sobrenadante foi removido permanecendo as células bacterianas.

De acordo com instruções do fabricante, em cada amostra, foram

adicionados 180 µL do tampão ATL e 20 µL da solução de Proteinase K. Em seguida

os tubos foram agitados por 1 minuto e incubados em banho de água a 56°C, por 30

minutos. Adicionou-se então 200 µL do tampão AL, procedeu-se nova agitação por 1

minuto e os tubos foram expostos à temperatura de 70°C por 10 minutos em banho

de água.

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Para a remoção de impurezas e constituintes lipídicos, adicionou-se 200 µL

de etanol. Todo o conteúdo do tubo foi transferido para as colunas de purificação

contendo microfiltro de sílica, fornecidas pelo fabricante. As colunas foram

centrifugadas a 8000 rpm em ultracentrífugas por 1 minuto. O conteúdo líquido no

tubo de coleta da parte inferior da coluna foi removido. Este conteúdo correspondia a

debris celulares microbianos e componentes do meio de transporte VMGA III. O DNA

microbiano permaneceu aderido ao filtro de sílica para lavagens adicionais com

tampões. Adicionou-se 500 µL da solução de lavagem AW1, e executou-se

centrifugação a 8000 rpm, por 1 minuto. O tampão de lavagem AW2 foi adicionado à

parte superior do filtro e o mesmo foi novamente centrifugado (13000 rpm, 3

minutos). A eluição do DNA do microfiltro foi obtida através da adição de 100 µL do

tampão AE, que foi mantido em contato com o mesmo por 3 minutos, antes da

centrifugação final a 8000 rpm, por 1 minuto, quando se obteve o DNA microbiano

purificado.

Após extração, as leituras das concentrações de DNA presentes nas

amostras coletadas dos canais radiculares e abscessos foram realizadas a 260 nm

através de espectrofotometria (Nanodrop 2000; Thermo Scientific, Wilmington, DE,

EUA).

4.6.3 Técnica de Nested-PCR

A técnica de Nested-PCR foi empregada para a detecção das espécies

Actinomyces naeslundii, Agregatibacter actinomycetemcomitans, Dialister

pneumosintes, Enterococcus faecalis, Filifactor alocis, Fusobacterium nucleatum,

Gemella morbilorum, Parvimonas micra, Porphyromonas endodontalis,

Porphyromonas gingivalis, Prevotella intermedia, Prevotella nigrescens, Prevotella

tannerae, Streptococcus sobrinus e Tannerela forsythia, nas amostras provenientes

de canais radiculares e abscessos periapicais de acordo com o descrito por

Berber (2009). As condições da reação de PCR bem como a sequências de

nucleotídeos empregadas nas reações de amplificação foram descritas previamente

por Willis et al. (1999).

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42

A primeira reação empregou o primer universal direcionado à amplificação

do gene 16S rRNA em sua totalidade, sendo inespecífico para uma determinada

espécie bacteriana. As reações de PCR serão processadas na quantidade total de

50 μL para cada amostra contendo 5 μL de tampão para reação de PCR (10x

Reaction Buffer, Invitrogen, São Paulo, São Paulo, Brasil); 5μL de uma mistura de

deoxiribonucleotídeos fosfatados (2mM) (dNTPs, Invitrogen, São Paulo, São Paulo,

Brasil); 6 μL de solução de cloreto de magnésio (25 mM) (MgCl2, Invitrogen, São

Paulo, São Paulo, Brasil); 1,25 μL de uma solução 100 μM de Primer Forward - 785

(20 mM) (Invitrogen, São Paulo, São Paulo, Brasil); 1,25 μL de uma solução 100 μM

de Primer Reverse – L422 (20 mM) (Invitrogen, São Paulo, São Paulo, Brasil); 29,3

μL de água ultrapura livre de DNAase e RNAase; 0,25 μL da enzima Taq DNA

Polimerase (Taq Platinum, Invitrogen, São Paulo, São Paulo, Brasil) e 2 μL de DNA

extraído da amostra coletada do canal radicular.

Logo para a segunda reação as mesmas foram processadas na quantidade

total de 25 μL para cada amostra empregou-se 1,5 µL do produto da reação anterior

e os primers específicos para cada espécie, que continham sequências de

nucleotídeos presentes no fragmento anteriormente amplificado. Para ambas as

etapas, o volume total da reação foi de 25 µL contendo 2,5 µL de tampão para

reação de PCR (10x Reaction Buffer, (Invitrogen, São Paulo, São Paulo, Brasil); 0,5

µL de uma mistura de desoxiribonucleotídeos fosfatados (dNTPs, (Invitrogen, São

Paulo, São Paulo, Brasil); 1,25 µL de solução de cloreto de magnésio (MgCl2

(Invitrogen, São Paulo, São Paulo, Brasil); 0,75 µL de uma solução 100 µM de

Primer Forward (Invitrogen, São Paulo, São Paulo, Brasil); 0,75 µL de uma solução

100 µM de Primer Reverse (Invitrogen, São Paulo, São Paulo, Brasil); 17,625 µL de

água ultrapura livre de DNAase e RNAase; 0,125 µL da enzima Taq DNA

Polimerase (Taq Platinum, Invitrogen, São Paulo, São Paulo, Brasil) e 1µL da

amostra clínica (produto da primeira reação).

As temperaturas e os tempos empregados na reação de PCR foram:

desnaturação inicial (97°C, 1 minuto); 26 ciclos, compreendendo a etapas de

desnaturação (97°C, 45 segundos), anelamento (temperatura específica para cada

conjunto de primer) e alongamento (72°C, 1 minuto); e, extensão final (72°C, 4

minutos).

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A Tabela 1 demonstra a sequência dos primers utilizados, as temperaturas

de anelamento, e o comprimento do fragmento gerado após a reação de Nested-

PCR.

Amplicons resultantes do PCR foram analisados em gel eletroforético de

agarose 1% (Invitrogen, São Paulo, São Paulo, Brasil) em tampão Tris-Borato EDTA

(pH 8,0). Para isso, uma solução de EZ-vision (Invitrogen, São Paulo, São Paulo,

Brasil) e Loading Buffer (Invitrogen, São Paulo, São Paulo, Brasil) foi preparada e

na proporção 7:3 respectivamente e diluída individualmente com cada produto

resultante da segunda reação do Nested-PCR. Logo, em cada gel foi incluso um

padrão de peso molecular de 100 bp - DNA Ladder (Invitrogen, São Paulo, São

Paulo, Brasil). Após o término de cada corrida (100 volts durante 60 minutos) as

bandas foram observadas por meio do transiluminador de luz ultravioleta

identificando como positiva ou negativa a presença de determinada bactéria.

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Tabela 1 - Microrganismos investigados através da técnica de Nested-PCR, suas sequências de nucleotídeos, fragmento para detecção

e temperatura de anelamento.

Microrganismos Sequências Fragmento (bp) Anelamento (°C)

Universal 16S ribosomal DNA AGA GTT TGA TCC TGG CTC AG ACG GCT ACC TTG TTA CGA CTT

1505 55

Actinomyces naeslundii CTG CTG CTG ACA TCG CC GCT CG TA TCC GCT CGC GCC ACC TCT CGT TA

144 62

Agregatibacter actinomycetemcomitans

GAA CCTTAC CTACTCTTG ACA TCC GAA TGC AGC ACC TGT CTC AAA GC

600 55

Dialister pneumosintes TTC TAA GCA TCG CAT GGT GC GAT TTCGCT TCT CTT TGT TG

590 55

Enterococcus faecalis GTT TAT GCC GCA TGG CAT AAG AG

CCG TCA GGG GAC GTT CAG 310 60

Filifactor alocis AAA CCC ATC TCT GAG TTC TTC TTC

ATG CCA ACT TGA CGT TAA AT 594 60

Fusobacterium nucleatum ATT GTG GCT AAA AAT TAT AGT T ACC CTC ACT TTG AGG ATT ATA G

1000 55

Gemella morbilorum CGAGAGTCAGCCAACCTCATA

CCTTATGAAGCACTGAGTGTATTC 192 55

Parvimonas micra AGA GTT TGA ATC CTG CAG

ATA TCA TGC GAT TCT GTG GTC TC 207 60

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45

*** Sundqvist et al., 1998; Doan et al., 2000; Eguchi et al., 2003; Montagner et al., 2010; 2012; Gomes et al., 2013; Ambrosio et al.,

2018.

Tabela 1 - Microrganismos investigados através da técnica de Nested-PCR, suas sequências de nucleotídeos, fragmento para detecção

e temperatura de anelamento.

Microrganismos Sequências Fragmento (bp) Anelamento (ºC)

Porphyromonas endodontalis GCT GCA GCT CAA CTG TAG TC CCG CTT CAT GTC ACC ATG TC

672 58

Porphyromonas gingivalis AGG CAG CTT GCC TAG AGT CGG ACT GTT AGC AAC TAC CGA TGT

404 58

Prevotella intermedia TTT GTT GGG GAG TAA AGC GGG TCA ACA TCT CTG TAT CCT GCG T

575 58

Prevotella nigrescens ATG AAA CAA AGG TTT TCC GGT AAG CCC ACG TCT CTG TGG GCT GCG A

804 58

Prevotella tannerae CTT AGC TTG CTA AGT ATG CCG

CAG CTG ACT TAT ACT CCC G 550 55

Streptococcus sobrinus GATGATTTGGCTCAGGATCAATCCTC

ACTGAGCCAGTAGTAGACTTGGCAACT 328 60

Tannerela forsythia TGC TTC AGT AGT TAT ACC T

TGC TTC AGT GTC AGT TAT ACC T 641 56

Treponema denticola TAA TAC CGA ATG TGC TCA TTT ACA T

TCA AAG AAG CAT TCC CTC TTC TTC TTA 316 60

Treponema socranskii GAT CAC TGT ATA CGG AAG GTA GAC A

TAC ACT TAT TCC TCG GAC AG 288 56

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46

4.6.4 Teste Limulus Amebocyte Lysate (LAL) Pyrogent-5000 para

Quantificação dos níveis de Ácido Lipopolissacarídeo

Para a realização do teste LAL Pyrogent-5000 (Lonza, Walkersville, MD,

EUA), todos os materiais foram apirogenizados, seguindo o protocolo de calor seco

(estufa) a 250°C por um período de 30 minutos. Outros materiais já se apresentaram

apirogênicos e esterilizados oriundos de fábrica (Lonza, Walkersville, MD, EUA).

Pyrogent-5000 é um ensaio cinético quantitativo para detecção de

endotoxina de bactéria gram-negativa. Esse teste utilizou uma preparação de Lisado

do Amebócito Limulus (LAL), em combinação com um incubador fotométrico e um

software apropriado, para detecção fotométrica da endotoxina. Uma amostra é

misturada com o reagente LAL reconstituído, colocada em um fotômetro e

monitorada automaticamente até o desenvolvimento de uma aparência de turvação

(densidade ótica). O tempo necessário antes da aparição da turvação (tempo de

reação) é inversamente proporcional à quantidade de endotoxina presente. A

concentração de endotoxina em amostras desconhecidas pode ser calculada a partir

de uma curva-padrão.

Para o cálculo da concentração de endotoxina em amostras desconhecidas

foi estabelecida uma curva-padrão com quantidades conhecidas de endotoxina

(Escherichia coli). Esta foi preparada utilizando soluções com concentrações 0,01

EU/mL, 0,10 EU/mL, 1 EU/mL, 10 EU/mL, 100 EU/mL como descrito na Tabela 2.

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47

Tabela 2. Diluição da solução de endotoxina de Escherichia coli para a determinação

da curva padrão.

Tubos

apirogênicos

Concentração

de endotoxina

(EU/mL)

Volume de

água reagente

LAL

Volume de solução de

endotoxina adicionado à

água apirogênica

1 10 0,9 mL 0,1 mL de 100 EU/mL

solução

2 1 0,9 mL 0,1 mL de 10 EU/mL solução

3 0,10 0,9 mL 0,1 mL de 1 EU/mL solução

4 0,01 0,9 mL 0,1 mL de 0,10 EU/mL

solução

Os valores da absorbância das soluções de endotoxina previamente

preparadas foram espectrofotometricamente medidos a 340 nm no leitor Biotek (ELX

808, Winooski, VT, EUA). A absorbância a 340 nm foi linear com os intervalos de

concentração usados. A linearidade da curva padrão dentro do intervalo de

concentração foi usada para determinar os valores de endotoxina. A

reprodutibilidade pode ser verificada pela comparação das diferentes curvas.

Foi impresso um esboço com o posicionamento da água apirogênica, da

curva padrão, das amostras e do controle positivo do produto (PPC) na microplaca

de 96 poços (Corning Costar Corporation, Cambridge, MA, EUA). Em seguida, foi

dispensado cuidadosamente no interior dos poços da microplaca: 100 µL das

amostras e 100 µL dos controles positivos das mesmas, ambas em duplicata. Nas

amostras controles foram dispensados 10 µL da endotoxina na concentração de 10

EU/mL, evitando formação de bolha. Após o preenchimento das amostras e dos

respectivos controles previamente contaminados com Escherichia coli, foi

dispensado cuidadosamente no interior dos poços da microplaca: 100 µL de água

apirogênica (branco), padrões de endotoxina (100 µL da concentração de 0,01

EU/mL; 0,1 EU/mL; 1 EU/mL; 10 EU/mL e 100 EU/mL). A placa foi pré-incubada por

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48

≥ 10 minutos a 37°C+1 °C, no leitor Biotek. Próximo ao final do período de pré-

incubação, cada frasco de reagente Pyrogent-5000 foi reconstituído com 5,2 mL de

tampão de reconstituição Pyrogent-5000. Após isso, foi dispensado rapidamente 100

µL do reagente reconstituído de Pyrogent-5000 dentro de todos os poços da

microplaca, iniciando pela primeira coluna (A1-H1) e procedendo em sequência até a

última coluna utilizada. Com a tampa da microplaca removida foi iniciada a leitura.

Para realizar o calculo das quantidades de endotoxinas o leitor de

microplacas foi monitorado na absorbância de 340 nm de cada poço da microplaca.

Usando a leitura de absorbância inicial de cada orifício como seu próprio branco, o

leitor determinou o tempo necessário para que a absorbância aumente a 0,03

unidades. Este tempo é denominado tempo de reação. O software WinKQCL (Lonza,

Walkersville, MD, EUA) executou automaticamente uma correlação linear log/log do

tempo de reação de cada padrão com a concentração de endotoxina

correspondente. Os parâmetros da curva padrão foram impressos no relatório. Se

amostras apresentassem um valor absoluto do coeficiente de correlação (r) for

0,980, um modelo polinomial pode ser usado para construir uma curva padrão e,

assim, predizer as concentrações de endotoxina das amostras de teste.

4.6.5 Enzyme-Linked Immunosorbent Assay (ELISA) para Quantificação dos

Níveis de Ácido Lipoteicoico

Para a quantificação do ácido lipoteicóico (LTA) nas coletas do interior do

canal radicular e abscessos foi utilizado o ensaio Enzyme-Linked Immunosorbent

Assay (ELISA). As amostras foram individualmente diluídas em 600 µl de solução

tampão (PBS - phosphate buffered saline) contendo 0,1% de solução Tween 20 e 1

µL de coquetel de inibidores de protease (Sigma-Aldrich Inc., St. Louis, MO, USA).

Os tubos foram agitados por 30 minutos e centrifugados a 10000 rpm por 5 minutos.

Kit laboratorial específico foi utilizado para quantificação de LTA. Todos os reagentes

foram levados à temperatura ambiente e a solução diluente foi adicionada em cada

poço contendo o anticorpo monoclonal específico contra o biomarcador de LTA a ser

quantificado. Os padrões e amostras foram adicionados aos poços, permitindo a

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ligação do LTA ao anticorpo imobilizado. Após um período de incubação especifico

(2 horas) os poços foram lavados com solução tampão e um segundo anticorpo

policlonal específico e conjugado a fosfatase alcalina foi adicionado. As placas foram

novamente incubadas (1 hora) e lavadas. Foi adicionado em todos os poços o

substrato (NADPH), que inicia a reação colorimétrica catalisada pela fosfatase

alcalina, seguido de incubação e adição da solução amplificadora da reação

colorimétrica. Após novo período de incubação (15 minutos), a solução de parada foi

adicionada. O desenvolvimento e a intensidade da cor foram quantificados utilizando

um leitor de placas para ELISA de acordo com a curva padrão preparada com os

padrões fornecidos no kit pelo fabricante.

4.7 Análise Estatística

A comparação entre os grupos quanto a idade foi realizada pelo teste t de

Student e quanto às características, sinais e sintomas clínicos pelo teste Exato de

Fisher.

Após análise exploratória os dados de UFC, LTA e LPS foram analisados

pelos testes não paramétricos de Friedman para a comparação entre os locais e

momentos das coletas, e de Mann Whitney para as comparações entre o grupo

sintomático e assintomático.

Para correlacionar os resultados de UFC, LTA e LPS o teste de Spearman foi

aplicado entre os dados obtidos.

Os resultados de Nested-PCR foram analisados pelo teste Exato de Fisher

para os grupos e McNemar para os locais e momentos das coletas.

Todas as análises foram realizadas no programa R Core Team – 2018 (R

Foundation for Statistical Computing, Vienna, Áustria) com nível de significância de

5%.

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50

5 RESULTADOS

5.1 Sinais e Sintomas Clínicos Apresentados pelos Pacientes dos Grupos

Sintomáticos e Assintomáticos

As características clínicas dos pacientes com necessidade de intervenção

endodôntica de dentes associados ao abscesso apical agudo (casos sintomáticos) e

dentes associados a lesão periapical visível radiograficamente (casos

assintomáticos) que participaram do estudo estão apresentados na Tabela 3.

Os pacientes do grupo assintomático não relataram sintomatologia dolorosa

(10/10). Ao teste de sensibilidade térmica e palpação nenhum dos pacientes relatou

sensibilidade (0/10). Ao teste de percussão vertical, dois pacientes relataram

desconforto (0/10). Os dentes apresentavam-se cariados (1/10) ou restaurados

(9/10). Dez canais radiculares apresentavam presença de exsudato em seu interior

(10/10), nenhum caso apresentou presença de secreção purulenta (0/10) ou sangue

(0/10).

Os pacientes do grupo sintomático relataram presença de sintomatologia

dolorosa (10/10). Ao teste de sensibilidade térmica ao frio nenhum dos pacientes

relatou sensibilidade no dente em questão. Ao teste de percussão todos pacientes

relataram desconforto (10/10). Ao teste de palpação nove pacientes relataram

desconforto na região periapical (9/10). Os dentes apresentavam-se cariados (5/10),

restaurados (4/10) ou com prótese (1/10). Um canal radicular apresentou exsudato

em seu interior (1/10), seis canais apresentaram secreção purulenta (6/10) e três

com secreção purulenta e sangue (3/10).

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Tabela 3. Idade, dente avaliado, sinais e sintomas clínicos dos pacientes sintomáticos e assintomáticos.

Variável Grupo

p-valor Sintomático Assintomático

Idade Média (desvio padrão) Média (desvio padrão)

37,00 (13,95) 42,80 (12,65) 0,3430

Frequência (%) Frequência (%)

ASA I Não 0 (0,0%) 0 (0,0%)

- Sim 10 (100,0%) 10 (100,0%)

Dente

11 1 (10,0%) 0 (0,0%)

0,2863

12 2 (20,0%) 2 (20,0%)

16 1 (10,0%) 0 (0,0%)

21 0 (0,0%) 1 (10,0%)

22 0 (0,0%) 2 (20,0%)

24 0 (0,0%) 1 (10,0%)

25 1 (10,0%) 2 (20,0%)

26 2 (20,0%) 0 (0,0%)

34 1 (10,0%) 0 (0,0%)

44 0 (0,0%) 1 (10,0%)

45 0 (0,0%) 1 (10,0%)

46 2 (20,0%) 0 (0,0%)

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Tabela 3. Idade, dente avaliado, sinais e sintomas clínicos dos pacientes sintomáticos e assintomáticos.

Variável Grupo

p-valor Sintomático Assintomático

Cariados Não 5 (50,0%) 9 (90,0%) 0,1409

Sim 5 (50,0%) 1 (10,0%)

Restaurados Não 6 (60,0%) 1 (10,0%) 0,0573

Sim 4 (40,0%) 9 (90,0%)

Próteses Não 9 (90,0%) 10 (100,0%) 1,000

Sim 1 (10,0%) 0 (0,0%)

Dor à Percussão Vertical Não 0 (0,0%) 8 (80,0%)

0,0007 Sim 10 (100,0%) 2 (20,0%)

Dor à Percussão Horizontal Não 5 (50,0%) 10 (100,0%)

0,0325 Sim 5 (50,0%) 0 (0,0%)

Dor a Palpação Não 1 (10,0%) 10 (100,0%)

0,0001 Sim 9 (90,0%) 0 (0,0%)

Dor Espontânea Não 0 (0,0%) 10 (100,0%)

<0,0001 Sim 10 (100,0%) 0 (0,0%)

Edema Localizado Não 4 (40,0%) 10 (100,0%)

0,0108 Sim 6 (60,0%) 0 (0,0%)

Edema Difuso Não 6 (60,0%) 10 (100,0%)

0,2105 Sim 4 (30,0%) 0 (0,0%)

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Tabela 3. Idade, dente avaliado, sinais e sintomas clínicos dos pacientes sintomáticos e assintomáticos.

Variável Grupo

p-valor Sintomático Assintomático

Teste Térmico Negativo Não 0 (0,0%) 0 (0,0%)

- Sim 10 (100,0%) 10 (100,0%)

Exsudato no RC Não 9 (90,0%) 0 (0,0%)

0,0001 Sim 1 (10,0%) 10 (100,0%)

Pus no RC Não 4 (40,0%) 10 (100,0%)

0,0108 Sim 6 (60,0%) 0 (0,0%)

Pus e Sangue no RC Não 7 (70,0%) 10 (100,0%)

0,2105 Sim 3 (30,0%) 0 (0,0%)

Abscesso Submucoso Não 0 (0,0%)

- - Sim 10 (100,0%)

Lesão Periapical Não 9 (90,0%) 0 (0,0%)

0,0001 Sim 1 (10,0%) 10 (100,0%)

Sem Lesão ou ≤ 2 mm

Lesão > 2 mm

9 (90,0%) 7 (70,0%) 0,5820

1 (10,0%) 3 (30,0%)

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54

Não houve diferença significativa entre os grupos quanto idade, estado de

saúde saudável, dente tratado, cárie, prótese, edema difuso, aspecto do interior do

canal radicular com sangue e pus e presença de lesão maior que 2 mm (p>0,05). O

nível de significância para a variável “restaurado” ficou próximo ao limiar (p=0,0573),

sendo restaurado em 40,0% do grupo sintomático e 90,0% no assintomático.

Observou-se ainda que todos os participantes do grupo sintomático e 20,0% dos

assintomáticos apresentavam percussão vertical (p<0,05), Figura 1. Também

50,0% dos sintomáticos apresentavam percussão horizontal (p<0,05), Figura 2.

Entre os sintomáticos 90,0% tinham dor na palpação e todos tinham dor espontânea

(p<0,05), Figura 3. Ainda, 60,0% do grupo sintomático tinham edema localizado

(p<0,05), Figura 4. Todos os participantes do grupo assintomático e 10% do grupo

sintomático apresentavam exsudato no interior do canal radicular (p<0,05), Figura 5.

Quanto a presença de pus no interior do canal radicular também houve diferença

significativa entre os grupos, sendo que 60,0% do grupo sintomático apresentavam,

Figura 6. Lesão periapical foi observada em 10% dos sintomáticos e 100,0% dos

assintomáticos (p<0,05), Figura 7. A maioria das lesões periapical observadas eram

inferiores ou iguais a 2 mm.

Figura 1. Frequência (%) de pacientes com percussão vertical positiva em função do

grupo.

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Figura 2. Frequência (%) de pacientes com percussão horizontal positiva em função

do grupo.

Figura 3. Frequência (%) de pacientes com dor a palpação e dor espontânea em

função do grupo.

Figura 4. Frequência (%) de pacientes com edema localizado em função do grupo.

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56

Figura 5. Frequência (%) de pacientes com exsudato no interior do canal em função

do grupo.

Figura 6. Frequência (%) de pacientes com a presença de secreção purulenta no

interior do canal radicular em função do grupo.

Figura 7. Frequência (%) de pacientes com lesão periapical em função do grupo.

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57

5.2 Quantificação de UFC, LPS e LTA em Pacientes dos Grupos

Sintomáticos e Assintomáticos nas Diferentes Fases do Tratamento

Endodôntico

Na Tabela 4 e Figura 8, Figura 9 e Figura 10 são apresentadas os

resultados de unidades formadoras de colônia (UFC), quantificação de ácido

lipoteicóico (LTA) e quantificação de ácido lipopolissacarídeo (LPS).

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Tabela 4. Mediana (valor mínimo e máximo) de unidades formadoras de colônia (UFC), quantificação dos níveis de ácido lipoteicóico (LTA) e

de ácido lipopolissacarídeo (LPS) em função do grupo e local/tempo.

Variável Grupo Abscesso Interior do canal radicular p-valor

Exsudato Antes do PQM Após o PQM Após a MIC

UFC

X 104

Sintomático 361,50 (1,57-8300,00) A 64,5 (2,89-9300,00) A 0,00 (0,00-0,0015) B 0,00 (0,00-0,0004) B <0,0001

Assintomático - 50,7 (0,0038-63000,00) A 0,00 (0,00-0,0007) B 0,00 (0,00-0,0005) B

p-valor 0,5967 0,7337 0,9097

LTA

Sintomático 0,57 (0,45-1,00) A 0,50 (0,34-,89) AB 0,43 (0,23-0,63) BC 0,24 (0,11-0,45) C <0,0001

Assintomático - 0,70 (0,47-0,92) A 0,45 (0,40-0,72) B 0,27 (0,18-0,46) B 0,0001

p-valor 0,0640 0,2730 0,2899

LPS

Sintomático 120,00 (26,20-393,00) A 132,50 (25,60-287,00) A 0,02 (0,01-0,59) B 0,01 (0,01-3,17) B <0,0001

Assintomático - 25,85 (0,20-79,80) A 0,12 (0,04-0,50) AB 0,01 (0,01-0,10) B 0,0003

p-valor 0,0025 0,0757 0,4963

Medianas seguidas letras distintas na horizontal diferem entre si (p≤0,05)

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Figura 8. Box plot de unidades formadoras de colônia (UFC) x 104 em função do grupo e local/tempo.

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Figura 9. Box plot de quantificação de ácido lipoteicóico (LTA) em função do grupo e local/tempo.

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Figura 10. Box plot de quantificação de ácido lipopolissacarídeo (LPS) em função do grupo e local/tempo.

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Tabela 5. Porcentagem de variação média (desvio padrão) de unidades formadoras de colônia (UFC), quantificação dos níveis

de ácido lipoteicóico (LTA) e de ácido lipopolissacarídeo (LPS) em relação ao tempo anterior, para os dois grupos.

Variável Grupo Interior do canal radicular

Após o PQM Após a MIC

UFC

X 104

Sintomático -99,99% (0,02%) -

Assintomático -99,99% (0,00%) -

LTA Sintomático -22,23% (-17,96%) -39,55% (17.94%)

Assintomático -26,99% (-8,67%) -41,71% (20,67%)

LPS Sintomático -99,81% (0,42%) 3128,20% (10004,08%)

Assintomático -74,01% (78,72%) -59,52% (60,43%)

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63

Houve diminuição significativa de UFC após PQM, nos dois grupos

(p<0,05). Na Tabela 5 observa-se que houve diminuição de 99,99% das UFC

após o PQM. Não houve diferença significativa entre os dois grupos quanto a

quantificação de UFC (p>0,05) no interior do canal radicular. Para o grupo

sintomático não houve diferença significativa entre UFC no exsudato do

abscesso e no interior do canal radicular antes do preparo químico (p<0,05),

mas após o preparo houve diminuição significativa (p<0,05). Quanto ao LTA,

houve diminuição significativa no grupo assintomático após o preparo químico

(p<0,05). Já no grupo sintomático observou-se diminuição significativa entre o

tempo após a MIC e antes do PQM (p<0,05). Ainda no grupo sintomático, LTA no

abscesso não diferiu significativamente do interior do canal antes do PQM

(p>0,05). A redução no LTA nos dois grupos em relação ao tempo anterior pode

ser observada na Tabela 5. Quanto ao LPS, antes do preparo químico o grupo

sintomático apresentava valores maiores que o grupo assintomático (p<0,05).

Após o PQM houve redução significativa no grupo sintomático e partir deste não

houve mais diferença significativa entre os dois grupos (p>0,05). O LPS no

abscesso não diferiu significativamente do interior do canal antes do preparo

químico (p>0,05).

Na Tabela 6 podem-se observar os resultados das análises de

correlações entre unidades formadoras de colônia (UFC), quantificação de ácido

lipoteicóico (LTA) e quantificação de ácido lipopolissacarídeo (LPS).

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Tabela 6. Coeficiente de correlação de Spearman (p-valor) entre unidades formadoras de colônia (UFC), quantificação dos níveis de

ácido lipoteicóico (LTA) e de ácido lipopolissacarídeo (LPS).

Grupo Variável 1 Variável 2 Abscesso Interior do canal radicular

Exsudato Antes do PQM Após o PQM Após a MIC

Sintomático

UFC LTA 0,44 (0,2004) 0,19 (0,6032) -0,42 (0,2208) 0,62 (0,0535)

UFC LPS 0,68 (0,0289) -0,25 (0,4888) 0,25 (0,4922) -0,25 (0,4916)

LTA LPS 0,38 (0,2763) -0,38 (0,2763) -0,42 (0,2266) -0,28 (0,4299)

Assintomat.

UFC LTA - -0,08 (0,8287) 0,18 (0,6230) -0,42 (0,2312)

UFC LPS - -0,10 (0,7770) -0,17 (0,6403) 0,48 (0,1652)

LTA LPS - 0,25 (0,4888) -0,56 (0,0937) -0,03 (0,9240

Ambos

UFC LTA - -0,02 (0,9148) -0,26 (0,2622) 0,13 (0,5714)

UFC LPS - -0,03 (0,8899) 0,05 (0,8298) 0,19 (0,4235)

LTA LPS - -0,34 (0,1388) -0,34 (0,1402) -0,14 (0,5431)

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No grupo sintomático houve correlação positiva entre UFC e LPS no

abscesso (p<0,05); entre UFC e LTA no interior do canal radicular após a MIC o

p-valor da correlação ficou próximo ao limiar (p=0,0535).

5.3 Análises das Frequências e Porcentagens de Detecção de

Microrganismos através do Nested-PCR

Na Tabela 7 são apresentados as frequências e porcentagens de

microrganismos detectados por meio da técnica de Nested-PCR para os dois

grupos de pacientes analisados.

Na Figura 11 e Figura 12 são apresentados os resultados das espécies-

específicas detectadas pela técnica de Nested-PCR.

Os casos assintomáticos com polpa necrosada e lesão periapical

associada a estas polpas tiveram como microrganismos mais detectados no

interior do canal radicular antes de qualquer intervenção endodôntica:

Enterococcus faecalis (10/10), Fusobacterium nucleatum (9/10), Prevotella

nigrescens (7/10), Prevotella tannerae (5/10) e Parvimonas micra (5/10).

Após o PQM dos canais radiculares, as espécies mais prevalentes

detectadas foram Enterococcus faecalis (10/10) e Fusobacterium nucleatum

(5/10).

Nas amostras após a MIC, a prevalência de espécies bacterianas

mostrou-se semelhante após o PQM, apresentando detecção de Enterococcus

faecalis (10/10) e Fusobacterium nucleatum (4/10). Algumas bactérias que não

haviam sido detecdas nas fases do tratamento endodôntico anterior foram

detectadas em poucos casos após a MIC como a Actinomyces naeslundii,

Agregatibacter actinomycetemcomitans, Dialister pneumosintes.

Os casos sintomáticos com polpa necrosada e AAA associado a estes

elementos dentários apresentaram dezesseis espécies bacterianas identificadas

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66

no exsudato desta patologia. A única espécie bacteriana não detectada foi

Treponema socranskii. Entre as espécies bacterianas mais detectadas no

exsudato encontramos: Enterococcus faecalis (10/10), Fusobacterium nucleatum

(10/10), Treponema denticola (8/10), Streptococcus sobrinus (6/10), Prevotella

tannerae (5/10) e Porphyromonas endodontalis (4/10).

Nas amostras destes mesmos pacientes, no entanto coletas no interior

do canal radicular, três espécies bacterianas foram detectadas com maior

frequência: Enterococcus faecalis (10/10), Fusobacterium nucleatum (8/10) e

Parvimonas micra (6/10). Além disso, algumas bactérias que haviam sido

detectadas em baixa prevalência no sítio do AAA não foram detectadas no

interior do canal radicular deste mesmo dente, como as espécies: Actinomyces

naeslundii, Agregatibacter actinomycetemcomitans, Dialister pneumosintes,

Gemella morbilorum, Porphyromonas gingivalis, Prevotella intermédia e a

Prevotella nigrescens.

As amostras coletadas após o PQM apresentaram a mesma prevalência

anterior de detecção para a espécie Enterococcus faecalis (10/10), além deste,

outras duas espécies bacterianas foram detectadas após desinfecção dos

canais radiculares: Fusobacterium nucleatum (7/10) e Fillifactor alocis (1/10). As

demais espécies bacterianas investigadas foram detectadas nesta etapa do

tratamento endodôntico.

Dente as bactérias mais identificadas após MIC encontramos:

Enterococcus faecalis (10/10), Fusobacterium nucleatum (8/10) e Actinomyces

naeslundii (4/10). Três espécies bacterianas apenas não foram identificadas

neste momento: Agregatibacter actinomycetemcomitans, Treponema denticola e

Treponema socranskii.

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67

Tabela 7. Frequência e porcentagem de resultado positivo no Nested-PCR (detecção de bactérias específicas) em função

do grupo e local/tempo.

Bactéria Grupo Abscesso Interior do canal radicular

Exsudato Antes do PQM Após o PQM Após a MIC

Anae Sintomático 1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 4 (40,0%)

Assintomático - 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (10,0%)

p-valor - - - 0,3034

Aact Sintomático 2 (20,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Assintomático - 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (10,0%)

p-valor - - 1,000

Dpne Sintomático 2 (20,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 2 (20,0%)

Assintomático - 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (10,0%)

p-valor - - 1,000

Efae Sintomático 10 (100,0%) 10 (100,0%) 10 (100,0%) 10 (100,0%)

Assintomático - 10 (100,0%) 10 (100,0%) 10 (100,0%)

p-valor - - - -

Falo Sintomático 2 (20,0%) 1 (10,0%)

2 (20,0%)

1 (10,0%) 2 (20,0%)

Assintomático - 0 (0,0%) 0 (0,0%)

p-valor - 1,000 1,000 0,4737

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68

Tabela 7. Frequência e porcentagem de resultado positivo no Nested-PCR (detecção de bactérias específicas) em função

do grupo e local/tempo.

Bactéria Grupo Abscesso Interior do canal radicular

Exsudato Antes do PQM Após o PQM Após a MIC

Fnuc Sintomático 10 (100,0%) 8 (80,0%) 7 (70,0%) 8 (80,0%)

Assintomático - 9 (90,0%) 5 (50,0%) *4 (40,0%)

p-valor - 1,000 0,6499 0,1698

Gmor Sintomático 2 (20,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (10,0%)

Assintomático - 0 (0,0%) 1 (10,0%) 0 (0,0%)

p-valor - - 1,000 1,000

Pmic Sintomático 2 (20,0%) $6 (60,0%) 0 (0,0%) *1 (10,0%)

Assintomático - 5 (50,0%) 0 (0,0%) 2 (20,0%)

p-valor - 1,000 - 1,000

Pend Sintomático 4 (40,0%) 3 (30,0%) 0 (0,0%) 1 (10,0%)

Assintomático - 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

p-valor - 0,2105 - 1,000

Pgin Sintomático 2 (20,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (10,0%)

Assintomático - 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

p-valor - - - 1,000

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69

Tabela 7. Frequência e porcentagem de resultado positivo no Nested-PCR (detecção de bactérias específicas) em função

do grupo e local/tempo.

Bactéria Grupo Abscesso Interior do canal radicular

Exsudato Antes do PQM Após o PQM Após a MIC

Pint Sintomático 1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (10,0%)

Assintomático - 1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

p-valor - 1,000 - 1,000

Pnig Sintomático 2 (20,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (10,0%)

Assintomático - 7 (70,0%) *1 (10,0%) 0 (0,0%)

p-valor - 0,0031 1,000 1,000

Ptan Sintomático 5 (50,0%) 1 (10,0%) 0 (0,0%) 1 (10,0%)

Assintomático - 5 (50,0%) 0 (0,0%) *1 (10,0%)

p-valor - 0,1409 - 1,000

Ssob Sintomático 6 (60,0%) 2 (20,0%) 0 (0,0%) $1 (10,0%)

Assintomático - 2 (20,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

p-valor - 1,000 - 1,000

Tfor Sintomático 3 (30,0%) 1 (10,0%) 0 (0,0%) 1 (10,0%)

Assintomático - 3 (30,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

p-valor - 0,5820 - 1,000

Tden Sintomático 8 (80,0%) $1 (10,0%) 0 (0,0%) $1 (10,0%)

Assintomático - 4 (40,0%) 2 (20,0%) 0 (0,0%)

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70

Tabela 7. Frequência e porcentagem de resultado positivo no Nested-PCR (detecção de bactérias específicas) em função

do grupo e local/tempo.

Bactéria Grupo Abscesso Interior do canal radicular

Exsudato Antes do PQM Após o PQM Após a MIC

p-valor - 0,3034 0,4737 1,000

Tsoc Sintomático 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (10,0%)

Assintomático - 4 (40,0%) 3 (30,0%) 0 (0,0%)

p-valor - 0,0867 0,2105 1,000

Legenda: Anae – Actinomyces naeslundii, Aact – Aggregatibacter actinomycetemcomitans, Dpne – Dialister pneumosintes, Efae – Enterococcus

faecalis, Falo – Filifactor alocis, Fnuc – Fusobacterium nucleatum, Gmor – Gemella morbilorum, Pmic – Parvimonas micra, Pend – Porphyromonas

endodontalis, Pgin – Porphyromonas gingivalis, Pint – Prevotella intermedia, Pnig – Prevotella nigrescens, Ptan – Prevotella tannerae, Ssob –

Streptococcus sobrinus, Tfor – Tannerella forsythia, Tden – Treponema denticola, Tsoc – Treponema socranskii.

* Difere do tempo antes do preparo químico (p<0,05). $Difere Exsudato do abscesso (p<0,05).

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71

Figura 11. Perfil da comunidade microbiana de canais radiculares antes do PQM, após o

PQM e após 30 dias de MIC dos casos de pacientes assintomáticos apresentando

necrose pulpar associada a presença de lesão periapical visível radiograficamente.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Actinomyces naeslundii

Aggregatibacter actinomycetemcomitans

Dialister pneumosintes

Enterococcus faecalis

Fillifactor alocis

Fusobacterium nucleatum

Gemella morbilorum

Parvimonas micra

Porphyromonas endodontalis

Porphyromonas gingivallis

Prevotella intermedia

Prevotella nigrescens

Prevotella tannerae

Streptococcus sobrinus

Tannerella forsythia

Treponema denticola

Treponema socranskii

Após a MIC Após o PQM Antes do PQM

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72

Figura 12. Perfil da comunidade microbiana do exsudato do abscesso, interior do

canal radicular antes do PQM, após o PQM e após 30 dias de MIC dos casos de

pacientes sintomáticos apresentando necrose pulpar associada ao abscesso apical

agudo.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Actinomyces naeslundii

Aggregatibacter actinomycetemcomitans

Dialister pneumosintes

Enterococcus faecalis

Fillifactor alocis

Fusobacterium nucleatum

Gemella morbilorum

Parvimonas micra

Porphyromonas endodontalis

Porphyromonas gingivallis

Prevotella intermedia

Prevotella nigrescens

Prevotella tannerae

Streptococcus sobrinus

Tannerella forsythia

Treponema denticola

Treponema socranskii

Após a MIC Após o PQM Antes do PQM Exsudato

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73

No grupo sintomático houve diminuição significativa de Parvimonas micra

após a MIC em relação ao tempo antes do PQM (p<0,05). No grupo assintomático

houve diminuição significativa da presença de Prevotella nigrescens após o PQM em

relação ao tempo antes do PQM e de Fusobacterium nucleatum e Prevotella

tannerae após a MIC em relação ao tempo antes do PQM (p<0,05). Observou-se

também no grupo sintomático mais presença de Parvimonas micra no interior do

canal antes do PQM do que no abscesso (p<0,05), mais presença de Streptococcus

sobrinus no abscesso do que no interior do canal após MIC (p<0,05); mais presença

de Treponema denticola no abscesso do que no interior do canal antes do preparo

químico e após a MIC (p<0,05). O grupo assintomático teve maior presença de

Prevotella nigrescens antes do PQM (70,0%) do que o grupo sintomático (p<0,05).

Na Tabela 8 são apresentadas as frequências e porcentagens de resultados

positivos de duas bactérias conjuntamente no mesmo paciente. Observa-se grande

porcentagem de pacientes que apresentaram as bactérias Enterococcus faecalis e

Fusobacterium nucleatum conjuntamente. Observou-se também, no abscesso,

presença conjuntamente das bactérias Fusobacterium nucleatum e Treponema

denticola em 80% dos pacientes, das bactérias Prevotella tannerae e Treponema

denticola em 50% dos pacientes e de Streptococcus sobrinus e Treponema denticola

em 60% dos pacientes.

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74

Tabela 8. Frequência e porcentagem de resultados positivos para correlações das duas bactérias no Nested-PCR

(detecção de bactérias específicas) em função do grupo e local/tempo.

Espécie

1

Espécie

2

Abscesso Interior do canal radicular

Exsudato Antes do PQM Após o PQM Após a MIC

Anae

Aact 1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) *1 (5,0%)

Dpne 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 3 (15,0%)

Efae 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 5 (25,0%)

Falo 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Fnuc 1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) *4 (20,0%)

Gmo 1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) *1 (5,0%)

Pmic 1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Pend 1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) *1 (5,0%)

Pgin 1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) *1 (5,0%)

Pint 1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) *1 (5,0%)

Pnig 1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) *1 (5,0%)

Ptan *1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 2 (10,0%)

Ssob *1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) *1 (5,0%)

Tfor 1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) *1 (5,0%)

Tden *1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Tsoc 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) *1 (5,0%)

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75

Tabela 8. Frequência e porcentagem de resultados positivos para correlações das duas bactérias no Nested-PCR

(detecção de bactérias específicas) em função do grupo e local/tempo.

Espécie

1

Espécie

2

Abscesso Interior do canal radicular

Exsudato Antes do PQM Após o PQM Após a MIC

Aact

Dpne 1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Efae 2 (20,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Falo 1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Fnuc 2 (20,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) *0 (0,0%)

Pmic 2 (20,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Pend 2 (20,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Pgin 2 (20,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Pint 1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Pnuc 1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Ptan 1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Ssob *2 (20,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Tfor 2 (20,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Tden *2 (20,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Tsoc 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

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76

Tabela 8. Frequência e porcentagem de resultados positivos para correlações das duas bactérias no Nested-PCR

(detecção de bactérias específicas) em função do grupo e local/tempo.

Espécie

1

Espécie

2

Abscesso Interior do canal radicular

Exsudato Antes do PQM Após o PQM Após a MIC

Dpne

Efae 2 (20,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 3 (15,0%)

Falo 2 (20,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Fnuc 2 (20,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) *2 (10,0%)

Gmo 1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Pmic 1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Pend 2 (20,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Pgin 1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Pint 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Pnig 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Ptan 1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 2 (10,0%)

Ssob 1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Tfor 1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Tden *2 (20,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Tsoc 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

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Tabela 8. Frequência e porcentagem de resultados positivos para correlações das duas bactérias no Nested-PCR

(detecção de bactérias específicas) em função do grupo e local/tempo.

Espécie

1

Espécie

2

Abscesso Interior do canal radicular

Exsudato Antes do PQM Após o PQM Após a MIC

Efae

Falo 2 (20,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%) 2 (10,0%)

Fnuc 10 (100,0%) 17 (85,0%) 12 (60,0%) 12 (60,0%)

Gmo 2 (20,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%) 0 (0,0%)

Pmic 2 (20,0%) 11 (55,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Pend 4 (40,0%) 3 (15,0%) 0 (0,0%) 3 (15,0%)

Pgin 2 (20,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Pint 1 (10,0%) 1 (5,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Pnig 2 (20,0%) 7 (35,0%) 1 (5,0%) 1 (5,0%)

Ptan 5 (50,0%) 6 (30,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Ssob 6 (60,0%) 4 (20,0%) 0 (0,0%) 2 (10,0%)

Tfor 3 (30,0%) 4 (20,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Tden 8 (80,0%) 5 (25,0%) 2 (10,0%) 1 (5,0%)

Tsoc 0 (0,0%) 4 (20,0%) 3 (15,0%) 1 (5,0%)

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78

Tabela 8. Frequência e porcentagem de resultados positivos para correlações das duas bactérias no Nested-PCR

(detecção de bactérias específicas) em função do grupo e local/tempo.

Espécie

1

Espécie

2

Abscesso Interior do canal radicular

Exsudato Antes do PQM Após o PQM Após a MIC

Falo

Fnuc 2 (20,0%) *3 (15,0%) *1 (5,0%) *2 (10,0%)

Gmo 1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Pmic 1 (10,0%) *3 (15,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Pend 2 (20,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Pgin 1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Pint 0 (0,0%) 1 (5,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Pnig 0 (0,0%) 2 (10,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Ptan 1 (10,0%) 1 (5,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Ssob 1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Tfor 1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Tden *2 (20,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Tsoc 0 (0,0%) 1 (5,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

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79

Tabela 8. Frequência e porcentagem de resultados positivos para correlações das duas bactérias no Nested-PCR

(detecção de bactérias específicas) em função do grupo e local/tempo.

Espécie

1

Espécie

2

Abscesso Interior do canal radicular

Exsudato Antes do PQM Após o PQM Após a MIC

Fnuc

Gmo 2 (20,0%) *10 (50,0%) *0 (0,0%) *1 (5,0%)

Pmic 2 (20,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) *2 (10,0%)

Pend 4 (40,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Pgin 2 (20,0%) *3 (15,0%) 0 (0,0%) *1 (5,0%)

Pint 1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) *1 (5,0%)

Pnig 2 (20,0%) *1 (5,0%) 0 (0,0%) *1 (5,0%)

Ptan 5 (50,0%) *6 (30,0%) 0 (0,0%) *1 (5,0%)

Ssob 6 (60,0%) *3 (15,0%) 0 (0,0%) *1 (5,0%)

Tfor 3 (30,0%) *4 (20,0%) 0 (0,0%) *1 (5,0%)

Tden 8 (80,0%) *4 (20,0%) *1 (5,0%) 0 (0,0%)

Tsoc 0 (0,0%) *4 (20,0%) *1 (5,0%) *0 (0,0%)

Gmo

Pmic 2 (20,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Pend 2 (20,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Pgin 2 (20,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Pint 1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Pnig 1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Ptan 1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Ssob 2 (20,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Tfor 2 (20,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Tden 2 (20,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Tsoc 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%) 0 (0,0%)

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80

Tabela 8. Frequência e porcentagem de resultados positivos para correlações das duas bactérias no Nested-PCR

(detecção de bactérias específicas) em função do grupo e local/tempo.

Espécie

1

Espécie

2

Abscesso Interior do canal radicular

Exsudato Antes do PQM Após o PQM Após a MIC

Pmic

Pend 2 (20,0%) *3 (15,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Pgin 2 (20,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Pint 1 (10,0%) *1 (5,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Pnig 1 (10,0%) 4 (20,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Ptan 1 (10,0%) *5 (25,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Ssob *2 (20,0%) *1 (5,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Tfor 2 (20,0%) *2 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Tden 2 (20,0%) *3 (15,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Tsoc 0 (0,0%) *2 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Pend

Pgin 2 (20,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Pint 1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Pnig 2 (20,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Ptan 3 (30,0%) 1 (5,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Ssob 3 (30,0%) 1 (5,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Tfor 3 (30,0%) 1 (5,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Tden *4 (40,0%) 1 (5,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Tsoc 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

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81

Tabela 8. Frequência e porcentagem de resultados positivos para correlações das duas bactérias no Nested-PCR

(detecção de bactérias específicas) em função do grupo e local/tempo.

Espécie

1

Espécie

2

Abscesso Interior do canal radicular

Exsudato Antes do PQM Após o PQM Após a MIC

Pgin

Pint 1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Pnig 1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Ptan 1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Ssob *2 (20,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Tfor 2 (20,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Tden *2 (20,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Tsoc 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Pint

Pnig 1 (10,0%) 1 (5,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Ptan *1 (10,0%) *0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Ssob *1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Tfor 1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Tden *1 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Tsoc 0 (0,0%) 1 (5,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Pnig

Ptan 2 (20,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Ssob *2 (20,0%) 2 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Tfor 2 (20,0%) 1 (5,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Tden *2 (20,0%) 2 (10,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Tsoc 0 (0,0%) 2 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Ptan

Ssob 4 (40,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Tfor 2 (20,0%) 1 (5,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Tden 5 (50,0%) 2 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Tsoc 0 (0,0%) 2 (10,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

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82

Tabela 8. Frequência e porcentagem de resultados positivos para correlações das duas bactérias no Nested-PCR

(detecção de bactérias específicas) em função do grupo e local/tempo.

Espécie

1

Espécie

2

Abscesso Interior do canal radicular

Exsudato Antes do PQM Após o PQM Após a MIC

Ssob

Tfor 3 (30,0%) 1 (5,0%) 0 (0,0%) 1 (5,0%)

Tden 6 (60,0%) 2 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Tsoc 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Tfor Tden *3 (30,0%) 2 (10,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Tsoc 0 (0,0%) 1 (5,0%) 0 (0,0%) 0 (0,0%)

Tdent Tsoc 0 (0,0%) 1 (5,0%) 1 (5,0%) 0 (0,0%)

* Resultados discordantes (p<0,05).

Legenda: Anae – Actinomyces naeslundii, Aact – Aggregatibacter actinomycetemcomitans, Dpne – Dialister

pneumosintes, Efae – Enterococcus faecalis, Falo – Filifactor alocis, Fnuc – Fusobacterium nucleatum, Gmor –

Gemella morbilorum, Pmic – Parvimonas micra, Pend – Porphyromonas endodontalis, Pgin – Porphyromonas gingivalis,

Pint – Prevotella intermedia, Pnig – Prevotella nigrescens, Ptan – Prevotella tannerae, Ssob – Streptococcus sobrinus,

Tfor – Tannerella forsythia, Tden – Treponema denticola, Tsoc – Treponema socranskii.

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83

6 DISCUSSÃO

O presente estudo demonstra singularidade na detecção de espécies

específicas bacterianas e associação a fatores de virulência como o ácido

lipopolissacarídeo (LPS) e ácido lipoteicóico (LTA) na infecção primária sintomática

e assintomática. É consenso entre estudos anteriores que a infecção primária é

polimicrobiana e com prevalência de microrganismos anaeróbios estritos (Fabricius

et al., 1982; Gomes et al., 1994a; Rôças et al., 2001; Nóbrega et al., 2016). No

entanto, a literatura é extremamente limitada acerca de fatores de virulência nestas

infecções como o ácido lipopolissacarídeo e ácido lipoteicoico.

A metodologia de contabilização de UFCs para avaliação da capacidade de

protocolos de descontaminação no interior dos canais radiculares é amplamente

divulgada na literatura endodôntica (Gomes et al., 1996; Munson et al., 2002; Vianna

et al., 2008; Sousa et al., 2013; Martinho et al., 2014). Este estudo demonstrou que o

protocolo de descontaminação empregando como substância química auxiliar a

clorexidina gel 2% associada à instrumentação mecânica com limas do tipo Reciproc

foi eficiente na redução significava da carga microbiana após o preparo químico

mecânico, em ambos os grupos: sintomáticos e assintomáticos. Estando de acordo

com resultados de estudos in vitro prévios (Martinho et al., 2014; Marinho et al.,

2015). Embora a esterilidade do interior do sistema de canais radiculares não seja

alcançada, aparentemente as baixas concentrações de bactérias remanescentes no

interior dos canais radiculares parecem não ter potencial para perpetuar uma

infecção endodôntica.

Em relação à diminuição das taxas microbiológicas com a utilização da MIC

Ca(OH)2 + CHX 2% durante trinta dias estas não apresentaram diferenças

significantes quando comparadas a etapa anterior (após o PQM), resultados estes

equiparados com estudos de (Barbosa-Ribeiro et al., 2017). Embora poucas culturas

após MIC apresentassem microrganismos viáveis, estatisticamente devido ao

baixíssimo número de UFCs contabilizadas, próximo a zero, é impraticável a

aplicação do teste estatístico.

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84

A utilização de testes moleculares na Endodontia favorece a o diagnóstico e

a compreensão da infecção endodôntica e podem complementar resultados obtidos

por testes sub-representativos de cultura. Uma vez que o não crescimento de

colônias bacterianas em placas não significa a esterilidade do canal radicular. Esta

situação possivelmente aconteça devido alguns fatores como, a dificuldade de

crescimento de anaeróbios fastidiosos, baixa quantidade de células bacterianas

viáveis para identificação fenotípica, e características de cultivo inapropriadas para

microrganismos específicos.

A técnica de PCR é uma das metodologias moleculares mais empregadas

atualmente devido a sua ampla divulgação no meio científico. Além disso, as

técnicas de PCR apresentam vantagens como quantificação simples, alta

sensibilidade, precisão, análise rápida, reprodutibilidade, controle de qualidade e

contaminação mínima (Shahriar et al., 2018). Também, para endodontia a técnica de

PCR permite a detecção precisa de restrições de diferentes microrganismos, mesmo

aqueles estritamente anaeróbios, o qual muitas vezes ocorre a morte celular nos

processos de coleta e transporte (Garibyan & Avashia, 2013).

Entre as variações das técnicas de PCR, o Nested-PCR é uma técnica

bastante específica e sensível, envolvendo um conjunto de primers em duas reações

distintas (Siqueira & Rôças, 2004). Estas vantagens da técnica de Nested-PCR são

atribuídas ao maior número de ciclos pelas quais as amostras são submetidas,

assim os primers de espécies-específicas podem se anelar com maior facilidade nas

amostras (Montagner et al., 2010). Desta forma, foi observada a necessidade de

aplicação do teste de Nested-PCR para avaliação de microrganismos específicos

nas amostras do presente estudo

Observamos um percentual de detecção do microrganismo Enterococcus

faecalis em 100% dos pacientes sintomáticos e 90% dos pacientes assintomáticos.

Previamente alguns autores já correlacionaram esta espécie microbiana a infecção

primária (Gomes et al., 2006; Jacinto et al., 2007), mesmo que atribuído sua

presença a uma correlação ao insucesso do tratamento endodôntico (Barbosa-

Ribeiro et al., 2016).

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85

As altas porcentagens de detecção da bactéria Fusobacterium nucleatum

estão normalmente associadas à presença de sintomatologia dolorosa em pacientes

como anteriormente já relatados (Saito et al., 2006; Nóbrega et al., 2016). Nosso

estudo colabora com tais resultados, visto que a espécie foi detectada em 82,5%

dos casos de necrose pulpar com abscesso agudo apical associado. Ainda, na

secreção purulenta do abscesso apical agudo, Fusobacterium nucleatum foi

encontrada em 100% das amostras. Dado este que esta em concordância com

estudo recente que constatou a presença deste microrganismo em 60% de suas

amostras de secreção por meio de análise de checkerboard DNA-DNA hybridization

(Rôças & Siqueira, 2018). No entanto, apesar desta análise não ser significativa

quando comparado entre grupos devido alta porcentagem (90%) da bactéria em

amostras do grupo sintomático, no grupo assintomático a sua redução entre o

momento antes do PQM e após MIC foi significativa, possivelmente de competência

da MIC. Além disso, observou-se grande quantidade de pacientes que apresentaram

as bactérias Fusobacterium nucleatum e Enterococcus faecalis em conjunto, e

também em concordância a analise estatística.

Em um estudo anterior (Ozbek & Ozbek, 2010) que foi realizada a

quantificação de microrganismos que compõem o complexo vermelho em AAA. A

Treponema denticola foi identificada em 65,6% das amostras. Em contrapartida, no

presente estudo esta mesma espécie bacteriana foi encontrada em 80% das

amostras do exsudato purulento do abscesso, dado colaborativo com estudo

realizado por (Montagner et al., 2010) em que os autores aplicaram a mesma

metodologia que o presente estudo utilizou, e constaram a presença de DNA

bacteriano em 11 amostras de secreção purulenta de 20 em sua totalidade.

Possivelmente estas altas taxas de Treponema denticola nos tecidos periapicais

sejam decorrentes de sua morfologia em espirilo e sua capacidade de motilidade

permitindo a sua invasão nestes tecidos periapicais. Este fundamento é

suplementado pela diferença estatística demonstrada no presente estudo

caracterizando uma maior quantidade de Treponema denticola no abscesso quando

comparado ao interior do canal radicular.

Um importante patógeno gengival e normalmente associado às doenças

endodônticas, Porphyromonas gingivalis, teve sua presença detectada em três

amostras da infecção primária sintomática, resultado este equivalente aos

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86

anteriormente publicados (Siqueira et al., 2008). Nas nossas amostras de casos

assintomáticos nenhum resultado foi positivo para presença desta bactéria, em

acordo com um estudo prévio em que apresentou DNA da Porphyromona gingivalis

em apenas 10% das amostras assintomáticas (Pattanshetty et al., 2018).

Entre os grupos, foi resultante positiva a presença de Porphyromonas

endodontalis apenas em casos sintomáticos. Na secreção purulenta, 40% das

amostras foram positivas para esta pesquisa, no interior do canal radicular

associado ao abscesso, 30% das amostras apresentaram compatibilidade com o

primer de Porphyromonas endodontalis colaborando com estudos de infecção

endodôntica primária (Cao et al., 2012; George et al., 2016).

Espécies bacterianas como Agregatibacter actinomycetemcomitans e

Actinomyces naeslundii tiveram seu DNA detectado em uma mínima quantidade de

amostras, próximas a sua nulidade, em discordância com um estudo prévio que

investigou a presença destes microrganismos (Pourhajibagher & Bahador, 2018). No

entanto, neste estudo anterior não houve critérios de inclusão restritos como o do

presente estudo, o que pode ser uma minúcia a ser considerada para presença de

elevadas concentrações destas espécies.

Foi detectada grande quantidade de Parvimonas micra, microrganismo

gram-positivo, de parede espessa e com grande quantidade de peptideoglicanos e

LTA, capazes de influenciar nas reações inflamatórias e aumentar a patogenicidade

de bactérias gram-negativas anaeróbias, principalmente bactérias produtoras de

pigmento negro (Conrads et a., 1997, Gomes et al., 2004).

A quantificação de endotoxinas antes do PQM foi significantemente maior no

grupo de pacientes sintomáticos do que o outro grupo. Níveis iniciais elevados de

endotoxinas em pacientes sintomáticos reforçam estudos anteriores correlacionando

o LPS com sintomatologia clínica (Marinho et al., 2014; Sousa et al., 2014; Cavalli et

al., 2017). O presente estudo contribui com este dado verificando diferenças

estatísticas maiores na presença de dor a percussão horizontal e vertical, à

palpação e sintomatologia espontânea no grupo que apresentou maiores níveis de

endotoxinas.

Ademais, no grupo sintomático a redução deste fator de virulência foi

estatisticamente significante após o PQM. Estes dados parecem apontar para a

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87

eficácia do PQM com instrumentação reciprocante empregando limas Reciproc e

cloredixina gel 2% na preparação dos canais radiculares. Denotando similaridade

com estudo prévio que utilizou a mesma SQA (Marinho et al 2015; Duque et al.,

2019). Embora existam controvérsias na literatura a respeito da capacidade de

diferentes SQA eliminarem endotoxinas, vale ressaltar que em estudo prévio foi

demonstrada eliminação de LPS (96.27%) in vitro, através do uso de solução salina

estéril associada à instrumentação. Indicando assim a ação de fluxo e refluxo pelos

irrigantes e instrumentação como determinantes na redução de endotoxinas

(Marinho et al., 2014).

A literatura endodôntica apresenta carência em estudos que quantifiquem os

níveis de LTA, incluindo casos de infecções endodônticas primárias. O LTA

apresentou significativa diminuição o grupo assintomático após PQM, por outro lado

no grupo sintomático essa diferença somente aconteceu após a MIC. Embora

diferenças estatísticas ocorram entre momentos da terapia endodôntica,

percebemos elevados níveis de LTA remanescente no interior do canal radicular.

Hipoteticamente pode-se atribuir altas taxas remanescentes de LTA a sua

capacidade absortiva desempenhada sobre a hidroxiapatita demonstrada

anteriormente (Ciardi et al., 1977). Além de atualmente não haver conhecimento

sobre as posições arquitetônicas de poliglicerofosfatos na interferência da

resistência do LTA às forças mecânicas e/ou químicas na sua remoção, estas

poderiam suspostamente comportar-se semelhantemente às moléculas de LPS,

uma vez que estas apresentam a determinação da sua capacidade de virulência e

resistência à sua remoção de acordo com a posição destas estruturas (Carrof &

Karibian, 2003; Darveau et al., 2004).

Novos trabalhos devem ser realizados para investigar concomitantemente os

níveis de LPS e LTA em infecções primárias sintomáticas e assintomáticas nas

diferentes fases do tratamento endodôntico. Além disso, outras investigações devem

ser realizadas com um número maior de pacientes a fim de confirmar ou não as

associações bacterianas positivas entre espécies bacterinas que compõem a

microbiota de infecções primárias detectadas pelo presente trabalho.

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88

7 CONCLUSÃO

Baseado nos resultados obtidos pode-se concluir que:

Enterococcus faecalis e Fusobacterium nucleatum foram as espécies

investigadas com maior prevalência em casos sintomáticos e assintomáticos nas

diferentes fases do tratamento endodôntico.

Endotoxinas estão presentes em maiores quantidades em pacientes

sintomáticos que assintomáticos, e estão correlacionas à presença de dor

espontânea nestes pacientes. Ácido lipoteicoico não apresentou correlação com

sinais e sintomas dos pacientes.

O preparo químico-mecânico empregando clorexidina gel 2% como

substância química auxiliar associada a instrumentação mecânica, é eficiente na

redução da carga microbiana e em casos de infecção primária.Os níveis de

endotoxinas são reduzidos em casos sintomáticos. Em contrapartida, este não foi

eficaz na redução dos níveis de ácido lipoteicoico em casos sintomáticos, mas sim

em casos assintomáticos.

A medicação intracanal a base de hidróxido de cálcio e clorexidina gel 2% é

eficaz na redução dos níveis de ácido lipoteicoico em casos sintomáticos e na

redução de endotoxinas em casos assintomáticos.

Enterococcus faecalis e Fusobacterium nucleatum, Enterococcus faecalis e

Parvimonas micra, Fusobacterium nucleatum e Gemella morbilorum, Fusobacterium

nucleatum e Treponema denticola, Prevotella tannerae e Treponema denticola,

Streptococcus sobrinus e Treponema denticola apresentaram altas porcentagens de

detecção em conjunto nos pacientes.

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101

APÊNDICES

Apêndice 1 - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

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102

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105

Apêndice 2 - Quadros das Bactérias Detectadas pelo Nested-PCR em Casos Sintomáticos e Assintomáticos

Quadro 1. Espécies específicas detectadas pelo Nested-PCR nas diferentes fases do tratamento endodôntico em pacientes

sintomáticos.

CASO EXSUDATO ANTES DO PQM APÓS O PQM APÓS A MIC

1 Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

Parvimonas micra

Porphyromonas endodontalis

Streptococcus sobrinus

Tannerella forsythia

Treponema denticola

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

2 Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum Enterococcus faecalis

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

Actinomyces naeslundii

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

3

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

Treponema denticola

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

Parvimonas micra

Porphyromonas endodontalis

Prevotella tannerae

Enterococcus faecalis Enterococcus faecalis

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106

Quadro 1. Espécies específicas detectadas pelo Nested-PCR nas diferentes fases do tratamento endodôntico em pacientes

sintomáticos.

CASO EXSUDATO ANTES DO PQM APÓS O PQM APÓS A MIC

4

Actinomyces naeslundii

Agregatibacter

actinomycetemcomitans

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

Gemella morbilorum

Parvimonas micra

Porphyromonas endodontalis

Porphyromonas gingivallis

Prevotella intermedia

Prevotella nigrescens

Prevotella tannerae

Streptococcus sobrinus

Tannerella forsythia

Treponema denticola

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

Parvimonas micra

Porphyromonas endodontalis

Enterococcus faecalis Enterococcus faecalis

5

Dialister pneumosintes

Enterococcus faecalis

Fillifactor alocis

Fusobacterium nucleatum

Porphyromonas endodontalis

Prevotella tannerae

Treponema denticola

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

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107

Quadro 1. Espécies específicas detectadas pelo Nested-PCR nas diferentes fases do tratamento endodôntico em pacientes

sintomáticos.

CASO EXSUDATO ANTES DO PQM APÓS O PQM APÓS A MIC

6

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

Porphyromonas endodontalis

Prevotella nigrescens

Prevotella tannerae

Streptococcus sobrinus

Tannerella forsythia

Treponema denticola

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

Enterococcus faecalis

Fillifactor alocis

Fusobacterium nucleatum

7

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

Prevotella tannerae

Streptococcus sobrinus

Treponema denticola

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

Streptococcus sobrinus

Enterococcus faecalis

Fillifactor alocis

Fusobacterium nucleatum

Actinomyces naeslundii

Dialister pneumosintes

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

8

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

Prevotella tannerae

Streptococcus sobrinus

Treponema denticola

Treponema denticola

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

Parvimonas micra

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

Actinomyces naeslundii

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

Parvimonas micra

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108

Quadro 1. Espécies específicas detectadas pelo Nested-PCR nas diferentes fases do tratamento endodôntico em pacientes

sintomáticos.

CASO EXSUDATO ANTES DO PQM APÓS O PQM APÓS A MIC

9

Agregatibacter

actinomycetemcomitans

Dialister pneumosintes

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

Fusobacterium nucleatum

Gemella morbilorum

Parvimonas micra

Porphyromonas endodontalis

Porphyromonas gingivallis

Streptococcus sobrinus

Tannerella forsythia

Treponema denticola

Enterococcus faecalis

Parvimonas micra Enterococcus faecalis

Actinomyces naeslundii

Dialister pneumosintes

Enterococcus faecalis

Fillifactor alocis

Fusobacterium nucleatum

Gemella morbilorum

Porphyromonas

endodontalis

Porphyromonas gingivallis

Prevotella intermedia

Prevotella nigrescens

Prevotella tannerae

Streptococcus sobrinus

Tannerella forsythia

10

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

Streptococcus sobrinus

Treponema denticola

Enterococcus faecalis

Fillifactor alocis

Fusobacterium nucleatum

Parvimonas micra

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

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109

Quadro 2. Espécies específicas detectadas pelo Nested-PCR nas diferentes fases do tratamento endodôntico em pacientes

assintomáticos.

CASO ANTES DO PQM APÓS O PQM APÓS A MIC

1

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

Tannerella forsythia

Treponema socrankii

Enterococcus faecalis Enterococcus faecalis

2

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

Parvimonas micra

Prevotella nigrescens

Prevotella tannerae

Tannerella forsythia

Enterococcus faecalis

Prevotella nigrescens

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

3

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

Tannerella forsythia

Treponema denticola

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum Enterococcus faecalis

4

Enterococcus faecalis

Fillifactor alocis

Fusobacterium nucleatum

Parvimonas micra

Prevotella intermedia

Prevotella nigrescens

Treponema socrankii

Enterococcus faecalis

Gemella morbilorum

Treponema socrankii

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

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110

Quadro 2. Espécies específicas detectadas pelo Nested-PCR nas diferentes fases do tratamento endodôntico em pacientes

assintomáticos.

CASO ANTES DO PQM APÓS O PQM APÓS A MIC

5

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

Parvimonas micra

Prevotella tannerae

Treponema denticola

Treponema socrankii

Enterococcus faecalis

Treponema denticola

Treponema socrankii

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

6

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

Prevotella nigrescens

Prevotella tannerae

Treponema socrankii

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

Treponema socrankii

Actinomyces naeslundii

Agregatibacter

actinomycetemcomitans

Dialister pneumosintes

Enterococcus faecalis

Treponema socrankii

7

Enterococcus faecalis

Fillifactor alocis

Fusobacterium nucleatum

Parvimonas micra

Prevotella nigrescens

Prevotella tannerae

Enterococcus faecalis

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

Parvimonas micra

8

Enterococcus faecalis

Prevotella nigrescens

Streptococcus sobrinus

Treponema denticola

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

Treponema denticola

Enterococcus faecalis

Treponema denticola

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111

Quadro 2. Espécies específicas detectadas pelo Nested-PCR nas diferentes fases do tratamento endodôntico em pacientes

assintomáticos.

CASO ANTES DO PQM APÓS O PQM APÓS A MIC

9

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

Parvimonas micra

Prevotella nigrescens

Prevotella tannerae

Treponema denticola

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

Enterococcus faecalis

Parvimonas micra

10

Enterococcus faecalis

Fusobacterium nucleatum

Prevotella nigrescens

Streptococcus sobrinus

Enterococcus faecalis Enterococcus faecalis

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112

ANEXOS

Anexo 1 - Verificação de Originalidade e Prevenção de Plágio

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113

Anexo 2 - Certificado do Comitê de Ética em Pesquisa da FOP-UNICAMP