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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE QUÍMICA CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA IAN HUMBERTO DE AZEVEDO RAMIREZ REAPROVEITAMENTO DE ÓLEO RESIDUAL DE COZINHA COMO ALTERNATIVA NO ENSINO EM QUÍMICA CAMPINA GRANDE- PB 2014

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE QUÍMICA

CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA

IAN HUMBERTO DE AZEVEDO RAMIREZ

REAPROVEITAMENTO DE ÓLEO RESIDUAL DE COZINHA COMO

ALTERNATIVA NO ENSINO EM QUÍMICA

CAMPINA GRANDE- PB

2014

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IAN HUMBERTO DE AZEVEDO RAMIREZ

REAPROVEITAMENTO DE ÓLEO RESIDUAL DE COZINHA COMO

ALTERNATIVA NO ENSINO EM QUÍMICA

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), apresentado a Universidade Estadual da Paraíba como exigência para obtenção do título de graduado no curso de Licenciatura em Química.

Orientadora: Profa. MSc. Rochelia Silva Souza Cunha.

CAMPINA GRANDE – PB

2014

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Agradeço primeiramente a Deus por ter me

dado força a minha mãe e meu pai por te me

acompanhado sempre e a todos os

professores e amigos que acreditaram em

mim. DEDICO.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus por tudo que ele faz na minha vida por ter me dado

força e coragem para chegar a conclusão desse curso.

A meu Pai, Luiz Humberto Ramirez Nunôz por ter me apoiado em todas as situações

que passei na vida.

À minha Mãe, Nilsa de Azevedo Absalão por ter acreditado e apoiado até hoje

principalmente nas situações difíceis da vida.

Aos meus irmãos, Rafael Rodrigo, José Nelson, Patrícia Romeika, Alessandro

Joseph e Andréia Alena.

À minha orientadora, Rochelia Silva Souza Cunha que me ajudou e acreditou na

minha pessoa.

A todos os professores da UEPB em especial Professora Djane de Fatima, Danuza

Costa, Antonio Augusto por ter acreditado e confiado sempre em mim.

A UEPB,

A toda minha família por sempre estar do meu lado quando preciso.

A todos alunos da minha turma e aos que cursaram com minha pessoa o curso de

licenciatura em química.

A todos que me apoiaram diretamente e indiretamente durante a minha vida.

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LISTA DE ILUSTRAÇÃO

FIGURA 1 - Reação de saponificação.................................................................... 14

FIGURA 2 - Os diversos tipos de óleos utilizados na fabricação dos sabões........ 21

FIGURA 3 - Fluxograma do processo de fabricação do sabão artesanal.............. 22

FIGURA 4 - Avaliação dos alunos frente ao conhecimento prévio da composição

do sabão ................................................................................................................

24

FIGURA 5 - Percentual de respostas diante da pergunta: Você sabe o que é

pH?..........................................................................................................................

25

FIGURA 6 - Percentual de respostas diante da pergunta: Qual a faixa de pH

que um sabão deve apresentar? Com opções de alternativas ( ) pH<7 e ( )pH

=7 ( ) pH>7..............................................................................................................

25

FIGURA 7 - Percentual de respostas diante da pergunta: Você sabia que um

pH ácido quanto básico pode trazer várias complicações ao meio

ambiente?...............................................................................................................

26

FIGURA 8 - Percentual de respostas diante da pergunta: Você acha que existe

semelhança entre sabões e detergentes? Justifique..............................................

27

FIGURA 9 - Reação do óleo com hidróxido de sódio a 40%................................. 28

FIGURA 10 - Observação dos alunos no experimento........................................... 29

FIGURA 11 - Participação dos alunos no experimento......................................... 29

FIGURA 12 - Sabões obtidos com os três tipos de óleos....................................... 30

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RESUMO

O ensino de química na maioria das vezes tem sido aplicado de maneira

fragmentada dificultando a aprendizagem do conteúdo pelo aluno que não tem a

compreensão da importância da química e sua utilização na sociedade. Com ênfase

nesta problemática este trabalho segue com uma proposta de fazer a relação entre a

teoria e a prática por meio da experimentação auxiliando o desenvolvimento

científico dos alunos através do conhecimento prévio adquirido por estes ao longo

da vida e sua aplicação no cotidiano. Diante desta problemática e com objetivo de

melhorar o ensino de química realizou-se um trabalho com os alunos da

Universidade Estadual da Paraíba dos cursos de Licenciatura em Química e

Química Industrial nos turnos: manhã e noite, foram coletados de óleos residuais de

cozinha destinados a fabricação de sabões, contextualizando o cotidiano, química e

o meio ambiente. Uma vez que o descarte inadequado destes óleos prejudica

drasticamente o meio ambiente. Com a realização deste trabalho pode-se perceber

que teve um resultado positivo, pois os alunos mostraram-se mais interessados e

motivados, quanto à compreensão dos conceitos químicos e da importância da

disciplina juntamente com seus benefícios para a sociedade.

Palavras Chaves: Óleos residuais de cozinha, sabão, nova proposta no ensino de

química.

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ABSTRACT

The teaching of chemistry at most times has been applied piecemeal way

hindering learning content for the student who has no understanding of the

importance of chemistry and their use in society. With emphasis on this problem, this

work follows with a proposal to make the relationship between theory and practice

through assisting trial scientific development of students, through prior knowledge

acquired by these lifelong learning and its application in daily life. On this issue, and

in order to improve the teaching of chemistry held a job with the students of State

University of Paraíba graduation courses in chemistry and Industrial Chemistry in

shifts: morning and evening, were collected from kitchen waste oils intended for the

manufacture of soaps, the context of everyday life, chemistry and the environment.

Once the improper disposal of these oils dramatically harms the environment. With

the completion of this work one can realize that had a positive result, because

students were more interested and motivated, as the understanding of chemical

concepts and importance of discipline along with its benefits to society.

Key Words: Kitchen waste Oils, SOAP, new proposal in teaching chemistry.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................... 11

1.1 OBJETIVOS............................................................................................ 12

1.1.1 Objetivo Geral................................................................................... 12

1.1.2 Objetivos Específicos.................................................................... 12

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................. 13

2.1 HISTORIA DO SABÃO ...................................................................... 13

2.2 CARACTERISTICAS DOS SABÕES.................................................... 14

2.3 FUNÇÃO DEOS SABÕES..................................................................... 15

2.4 SABÃO E O MEIO AMBIENTE............................................................. 15

2.5 SOCIEDADE MEIO AMBIENTE E QUÍMICA ...................................... 16

2.6 A QUÍMICA E SUA IMPORTACIA NO ENSINO .................................. 17

2.7 DIFICULDADES NO ENSINO DE QUÍMICA........................................... 18

2.8 APRENDIZAGEM NO ENSINO DE QUÍMICA........................................ 19

3 METODOLOGIA....................................................................................... 20

3.1 População e amostra.......................................................................... 21

3.2 Materiais e Métodos para fabricação do sabão................................. 21

4 RESULTADOS E DISCURSÃO............................................................... 24

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................... 31

REFERÊNCIAS........................................................................................... 32

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1 INTRODUÇÃO

Atualmente a busca por novas propostas que envolvam a melhoria do ensino

é um grande desafio constante enfrentado por professores que consigam aliar

qualidade de ensino junto com as necessidades de concepção de ensino-

aprendizagem.

Com a consciência que a partir de suas atitudes o homem constrói sua

realidade devemos repensar na ação pedagógica com o objetivo de melhorar a

educação de modo geral.

A química é uma ciência bem complexas abrangendo vários segmentos e

áreas, onde essa ciência tem papel fundamental na formação de pessoas no mundo

atual com uma visão bem ampla para a área da educação.

Por isso é de suma importância difundir os conhecimentos no ensino da

Química que permitam a construção de uma visão de mundo mais articulada e

menos fragmentada, contribuindo para que o indivíduo se veja como participante de

um mundo em constante transformação.

Segundo os PCN para o ensino: conhecimentos devem traduzir-se em

competências e habilidades cognitivas e afetivas. ―Cognitivas e afetivas, sim, para

poderem ser consideradas competências em sua plenitude.‖ Consideramos que para

facilitar à aquisição dessas competências as aulas experimentais são fundamentais

para assimilação dos conhecimentos de química. (PCN’s Ciências, 1997).

Na formação de novos cidadãos é preciso que seja dado ênfase ao ensino

como um todo, para que se possa passar para os alunos o verdadeiro conhecimento

científico de maneira eficaz.

E se tratando do Ensino de Química, os PCN afirmam que este ensino tem se

reduzido a memorização de conteúdo, definição de leis isoladas, sem qualquer

relação com o cotidiano do aluno, onde este conhecimento limita-se apenas a

utilização de fórmulas matemáticas e nomenclaturas, de forma mecânica e não a

aplicação do entendimento de uma situação-problema, fatores estes, que não

representam uma aprendizagem significativa.

Conforme esta problemática este trabalho traz uma nova proposta de ensino,

que consiste na experimentação onde foi reciclado óleos residuais de cozinha para a

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fabricação de sabão com ênfase no ensino de química, de conteúdos de química

orgânica vinculados com a química do sabão.

Logo esse trabalho tem uma grande importância no caráter interdisciplinar

da química com relação a educação ambiental com uma abordagem bem

contextualizada nos conhecimentos químicos. Fazendo que os alunos de

Licenciatura em Química e Química Industrial tenham uma abordagem previa de

seus conhecimentos sobre a formação do sabão bem como aulas experimentais que

possibilite a interação dos mesmo no laboratório, além de desenvolver o trabalho

cooperativo.

1.1 OBJETIVOS

1.1.1 Objetivos Gerais

Avaliar uma proposta didática no Ensino de química com os alunos da

Universidade Estadual da Paraíba com as turmas de Licenciatura em Química e

Química Industrial na cidade de Campina Grande Paraíba.

1.1.2 Objetivos Específicos

Avaliar o nível de consciência dos alunos sobre a química que envolve os

sabões;

Abordar um breve contexto histórico da origem do sabão

Reaproveitamento dos óleos residuais de cozinha na transformação de sabão

Aula experimental com uma abordagem de melhoria no ensino de química

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEORICA

2.1 HISTÓRIA DO SABÃO

O sabão foi inventado no ano de 600 a.C. pelos fenícios que usavam terra

argilosa contendo calcário ou cinzas de madeira era um sabão pastoso usado em

Roma no século IV, apenas para lavar os cabelos.

(Segundo Plínio ano 77) naturalis História no século I ele descreve o processo

de fabricação de sabão em dois tipos sabão duro e sabão mole mas só no século

XIII. O sabão sólido apareceu quando os árabes descobriram o processo de

saponificação que consiste na mistura de óleos naturais, gordura animal e soda

cáustica que depois de fervida endurecia. Até por volta do século XIX pensava-se

que o sabão fosse só uma mistura mecânica de gordura e um álcali, mas um

químico Frances chamado Chevreul, conseguiu comprovar quimicamente que esse

processo era uma reação química não podendo deixar de citar.

(Domeier e Leblanc, 2004). Onde Domeier identificou o sabão na recuperação

da glicerina das misturas da saponificação e Leblanc com a produção da barrilha a

partir do cloreto de sódio, onde observou que álcali o necessário para a

saponificação era obtido pela lixiviação bruta das cinzas de madeira ou pela

evaporação de águas alcalinas naturais. Onde esse processo ocorria a bastante

tempo no rio Nilo.

Ao longo do tempo o processo de fazer sabão não foi modificado onde

envolvia os processos como: saponificação descontínua dos óleos e gorduras,

mediante um álcali seguida pela salga para separar o sabão, as modificações

maiores ocorriam no pré tratamento das gorduras e óleos no processo de fabricação

e no acabamento de sabão. Por volta de 1937 os processos passaram a ser

contínuos quando Procter e Gamble instalaram um processo contínuo de

neutralização e hidrólise a alta pressão, em Quincy, Massachusetts.

O passo seguinte foi o processo de saponificação continua desenvolvido em

conjunto por Sharples e pelos irmãos Lever onde esse processo foi instalado na

usina dos últimos em Baltimore em 1945. Esses processos de produção de sabão

embora bem desenvolvimentos tecnológicos de extrema importância foram

parcialmente superados pela introdução dos detergentes sintéticos.

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2.2 CARACTERISTICAS DOS SABÕES

Os sabões possuem como características importantes ser 100%

biodegradáveis, ou seja, totalmente decomposto por meio da ação de bactérias,

onde é consumido e destruído pelos microorganismo existentes na água que dessa

maneira não fica poluída, é atóxico tem baixo custo em sua fabricação é produzido a

partir de matérias – primas como (gorduras e óleos). Notamos também que os

sabões apresentam problemas quanto a água utilizada que pode ter caráter ácido e

em relação também a água dura por conter cátions metálicos como:Ca2+ e Mg2+.

São compostos de moléculas de grandes grupos de hidrocarbônicos, hidrofóbicos e

hidrofílicos, notamos que os sabões hidrofóbicos não têm afinidade com a água

onde contém um ou mais grupos apolares e os hidrofílicos que tem afinidade com

água (SHREVE e BRINK JR, 1977).

A saponificação de gorduras e óleos são caracterizadas pela reação entre um

Ester com uma base para produzir um álcool e o sal de uma ácido como mostra logo

abaixo na figura 1:

FIGURA 1 - Reação de saponificação.

Ester + base Álcool + Sal de um ácido.

Fonte: (SHREVE e BRINK JR, 1977).

Assim quando aquecemos gorduras em presença de uma base, realizamos

uma reação de saponificação essa reação a hidrolise de um tri Ester de ácido graxo

e glicerol é chamada de saponificação (SHREVE e BRINK JR, 1977). Na figura

acima onde se localiza os sais de ácidos graxos, existe uma parte polar que é

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solúvel em água –COO-Na+ e uma parte apolar composta de 12 a 18 átomos de

carbono é a parte insolúvel em água (SHREVE e BRINK JR, 1977). Ao fazer a troca

da base de hidróxido de sódio (NaOH) pela base de hidróxido KOH é obtido sabões

de potássio empregados na fabricação de cremes de barbear.

2.3 FUNÇÃO DO SABÃO

Segundo UCKO (1992) a soda caustica (NaOH) é um álcali também

conhecido como base que tem um caráter forte ou seja tem grande tendência a

receber prótons. Notamos que a soda caustica reage por completo em água e álcool

pois libera grande quantidade de OH- e reage com gorduras e óleos formando sabão

que tem como principal função atuar como agente de limpeza além de ser

biodegradável, esse processo de saponificação que ocorre e relativo a uma reação

química

Além de ser de baixo custo, a indústria do sabão utiliza em sua fabricação

uma grande quantidade de soda caustica, sal comum, barrilha, Hidróxido de

potássio, silicato de sódio, bicarbonato de sódio e de fosfato de trissódio na sua

produção.

Logo observa-se de maneira geral que o sabão em barra para ser produzido

adequadamente tem de ser produzido em um sistema básico onde seu pH deve

estar entre 7 e 11,5 pois um sabão com o potencial Hidrogênionico maior que 11,5

pode trazer vários problemas a saúde e meio ambiente.

2.4 SABÃO E O MEIO AMBIENTE.

A fabricação de sabão é de suma importância para o meio ambiente, pois é a

partir de sua fabricação que é possível retirar óleo e gorduras que seriam

descartados no meio ambiente onde esses óleos e gorduras são extremamente

prejudicial ao mesmo(NOVAIS,1993).

Segundo Humberto (2007), pesquisas apontam que os brasileiros consomem

aproximadamente três bilhões de litros de óleo de cozinha por ano. Depois de

usado, parte desse óleo é jogado na rede de drenagem pluvial e rede de esgoto.

Isso acarreta aumento do custo no tratamento dessas redes em até 45% e também

causa o entupimento das tubulações.

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Cada litro de óleo despejado no esgoto tem capacidade para poluir cerca de

20 mil litros de água. Essa quantidade corresponde ao consumo de uma pessoa

durante 14 anos (SABESP, 2008).

De acordo com Novais (1993), um dos problemas que o sabão pode

ocasionar é em relação a espuma que o sabão forma, onde fica na superfície da

água impedimento a passagem do oxigênio para os peixes, plantas aquáticas e

assim não conseguem fazer a fotossíntese, pois a espuma impede a passagem da

luz, o excesso de espuma deixa a água ou o meio alcalino podendo até prejudicar

todo sistema da natureza, um exemplo disso, são as aves aquáticas que são muito

prejudicadas com a poluição da água por sabões e detergentes. Elas possuem um

revestimento de óleo em suas penas e flutuam na água graças à camada de ar que

fica presa debaixo delas. Quando esse revestimento é removido, essas aves não

conseguem mais boiar e se afogam.

A pesar de que o sabão ao ser colocado no meio ambiente pode ser

prejudicial, ele também é de suma importância, existem processos que os resíduos

dos sabões são decompostos sob a ação dos microrganismos que vivem em

ambiente aquático mas isso leva tempo. A esse processo damos o nome

de biodegradação (NOVAIS,1993).

2.5 SOCIEDADE, MEIO AMBIENTE E QUÍMICA

No âmbito da interdisciplinaridade e multidisciplinaridade é notável que a

química tem grande relação com outras ciências e que também se relacionam com a

natureza, o meio ambiente e o homem com propriedades tanto físicas e químicas.

No âmbito de adquiri conhecimento, tanto aluno quanto professores devem ter

uma reflexão a respeito de que o ensino deve ser passado, observado ou adquirido

com um propósito que beneficie a sociedade visando um benefício para o meio

ambiente e a comunidade participativa, ou seja, todo conhecimento deve ser

aplicado com um propósito de benefício construtivo para tudo e todos.

[...] aprender a conhecer, isto é, adquirir os instrumentos da compreensão; aprender a fazer, para poder agir sobre o meio envolvente; aprender a viver juntos, a fim de participar e cooperar com os outros em todas as atividades humanas; finalmente, aprender a ser, via essencial que integra as três precedentes (DELORS, 1998, p. 89-90).

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[...] a Química pode ser um instrumento da formação humana que amplia os

horizontes culturais e a autonomia no exercício da cidadania, se o

conhecimento químico for promovido como um dos meios de interpretar o

mundo e intervir na realidade, se for apresentado como ciência, com seus

conceitos, métodos e linguagens próprios, e como construção histórica,

relacionada ao desenvolvimento tecnológico e aos muitos aspectos da vida

em sociedade. (PARÂMETROS CURRICULARES, 1999,p.109).

Compreender a educação enquanto ação na prática transformadora, é saber

porém que a impossibilidade de atingir seus objetivos na plenitude, é condicionada

pelas condições de compreensão do ensino ( LIBÂNIO, 1998).

[...] é necessário que se conheça também, o tipo de pensamento usado

nessa matéria e entenda as especificidades metodológicas da produção do

conhecimento químico. Esses três dimensões vão constituir-se

dialeticamente na mente do aprendiz, desde que o programa de ensino as

contemple simultaneamente (MALDANER 2000,p.163).

2.6 A QUÍMICA E SUA IMPORTÂNCIA NO ENSINO

O ensino superior em relação a formação de professores vem crescendo

gradativamente pois o ensino e aprendizado quando levado a sério tende a

beneficiar os alunos da graduação ao longo de sua formação acadêmica. Observa-

se que a licenciatura em química possui uma grade curricular bem articulada onde

preparam os estudantes a ser profissionais qualificados onde os mesmos aprendem

a repassar os conhecimentos aprendidos com uma visão geral de que sempre

precisará renova o ensino com o passar dos anos dando importância geral no

aprendizado dos alunos.

A competência não reside nos recursos mas nos conhecimentos a serem

mobilizados, mas na própria mobilização desses recursos. A competência pertence

à ordem do ―saber mobilizar‖. Para haver competência, é preciso que esteja em jogo

um repertorio de recursos (conhecimentos e capacidades cognitivas) (LE

BOTERF,1994).

Seria notável propor uma representação bem ordenada das práticas de

ensino pedagógico. Mas a pesquisa infelizmente não progride de forma linear e sim

em uma pratica multiforme onde não basta só a capacidade de ensinar mas de

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buscar cada vez mais e mais o conhecimento correto e bem apurado com o

embasamento do que é correto e claro.

[....]sobre toda análise dos saberes e das competências .A complexidade

do funcionamento do espírito e das práticas, bem como a diversidade das

tradições filosóficas, das disciplinas de referência e dos imaginários

pessoais, impedem-nos de estar completamente no pensamento do outro.

Estabelecemos apenas cumplicidades parciais e temporárias, mas que nos

permitem ―percorrer juntos um pedaço do caminho‖[...] Seria deplorável

limitar-se à introspecção ; os trabalhos de Piaget, Vermersch e alguns

outros mostram que não sabemos tudo sobre nosso funcionamento mental,

que a tomada de consciência é parcial , não sistemática, suscitada por um

obstáculo.(PHILIPPE PERRENNOUD 2001, p 27).

Portanto observa-se que sem uma base de conhecimentos no ensino superior

não conseguiremos ser bom profissionais pois para isso devemos sempre está

atualizado e procurando sempre aprender mais e mais.

Os conhecimentos quando difundidos no ensino de química permitem a

construção de uma visão de mundo mais articulada e menos fragmentada,

contribuindo para que o indivíduo se veja como participante de um mundo em

constante transformação. Para isso, esses conhecimentos devem traduzir-se em

competências e habilidades cognitivas e afetivas. Cognitivas e afetivas sim, para

poderem ser consideradas competências em sua plenitude. (PARAMETROS

CURRICULARES, 1999)

2.7 DIFICULDADES NO ENSINO DE QUÍMICA

Existem vários problemas na área do ensino de química um deles é a ênfase

na memorização de fatos, símbolos, nomes, formulas, reações, equações, teorias,

modelos e etc. Onde notamos que os alunos tanto do ensino médio como o do

ensino superior não conseguem fazer qualquer relação entre si ou entre o próprio

assunto, outro problema é a dificuldade de relacionar a química com a sua vida

cotidiana onde o aluno não consegue fazer relação entre o conteúdo abordado na

sala de aula, a natureza e a sua própria vida.

Fazendo uma abordagem das dificuldades da área de licenciatura em química

a maioria dos professores concordam que a disciplina de química apresenta muitos

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problemas logo notamos que isso é fácil de se constatar pois a maior parte das

pessoas após frequentar aulas de química no ensino médio e superior, sabe muito

pouco de química.

A química por si só e muito complexa e por conta dessa complexidade se

torna de difícil entendimento tanto na área dos estudantes quanto na área de

professores em termos de educação principalmente.

O atropelamento dos cursos do ensino médio ao vestibular é mais um fator a

complicar o ensino de química; a pressão para ―dar matéria‖ e ―terminar o programa‖

tem como resultado, entre outros, a superficialidade de análise dos fenômenos, a má

construção dos conceitos e a ausência do relacionamento do assunto com o saber

da química. Nessas condições, o estudo da química desliza para o seu grau mais

baixo e mais inútil: a simples memorização dos conceitos e de ―regrinhas‖ para

resolver problemas e testes (FOLGUERAS, 1986).

O maior problema, é da dogmatização do conhecimento científico pois o

conteúdo da ciência é passado ao aluno sem suas origens, sem o seu

desenvolvimento enfim sem a sua construção. Logo o conhecimento cientifico,

nesse caso, é mostrado como algo absoluto, fora do espaço e do tempo

(FOLGUERAS,1986).

2.8 APRENDISAGEM NO ENSINO DE QUÍMICA

O ensino de química cada vez mais passa por transformações que

beneficiam a formações de alunos e professores no ramo da química tais como:

novos métodos de abordagem de assuntos, aulas experimentais construção de

materiais didáticos entre outros. Observa-se que a química e uma ciência muito

complexa pois sempre está se aperfeiçoando e inovando seus conteúdos ou seja

alguns conceitos da década de 90 já não são aceitos nos dias atuais.

É preciso enfrentar e superar o fracasso escolar se quer, de fato, uma escola

pública democrática. Para isso, é necessário rever a concepção de qualidade de

ensino. A qualidade de ensino é inseparável das características econômicas, sócio-

culturais e psicológicas das pessoas a serem atendidas. Só podemos falar em

qualidade em relação a algo: coisas, processos fenômenos, pessoas, que são reais.

Isso significa que programas, conteúdos, métodos, formas de organização somente

adquirem qualidade – elevam a qualidade do ensino - quando são compatibilizados

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com as condições reais dos alunos, não apenas individuais, mas principalmente as

determinadas pela origem social (LIBANIO 1994)

Portanto é preciso ter a concepção, que como professores e alunos

devemos nos empenhar ao máximo para que cada vez mais possamos aprender e

interagir para um melhor enriquecimento do conhecimento e da aprendizagem.

3 METODOLOGIA

Este trabalho possui natureza quali-quantitativa, onde a primeira leva em

consideração a existência de uma relação mais dinâmica entre o mundo real e o

sujeito, sendo descritiva e utilizando o método indutivo. Explorando uma visão sobre

a fabricação artesanal do sabão e as substâncias que compõem, como também

suas principais funções e ações no meio ambiente. Enquanto que a segunda de

natureza quantitativa se traduz em números, opiniões e informações para classificá-

los e organizá-los, utilizando métodos estatísticos, com a representação dos

resultados, geralmente em gráficos (GIL, 2008).

Como instrumento de pesquisa foi utilizado um questionário (Apêndice), com

o objetivo de adquiri informações sobre o nível de conhecimento dos alunos.

A pesquisa foi composta das seguintes etapas:

Consulta de periódicos, artigos, livros, revistas que tratam sobre a

preparação dos questionários (Apêndice).

Produção do sabão artesanal, utilizando diferentes tipos de óleo

residuais;

Aplicação dos questionários, com abordagem dos conhecimentos

prévios dos mesmo sobre a importância do sabão.

Análise e discussão dos resultados da pesquisa.

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3.1 População e amostra

O público alvo nesta pesquisa, foram11 alunos da Universidade Estadual da

Paraíba, onde esses cursavam nas turmas de Licenciatura em Química e Química

Industrial.

3.2 Materiais e Métodos para fabricação do sabão

Foram utilizados três tipos de óleos:

Óleo tipo 1supersaturado(com características de diversos ciclos de usos)

Óleo tipo 2 saturado (com características de poucos ciclos de usos)

Óleo tipo 3 insaturado (comercial, sem uso)

Estas características podem ser observadas na Figura 2.

FIGURA 2 - Os diversos tipos de óleos utilizados na fabricação dos sabões.

É notável que as características desses óleos se diferenciavam de acordo

com o tempo de uso doméstico evidenciados pela coloração. Observando a Figura

2, é possível perceber que o óleo supersaturado que tem o tempo de uso doméstico

igual a 3meses sua coloração e bem mais escura que o óleo do tipo 2 e óleo do tipo

3. Já o óleo do saturado que tem tempo de uso doméstico igual a 3 semanas tem a

coloração bem mais clara que o óleo do tipo 1 e é um pouco mais escuro que o óleo

tipo 3. Já óleo do insaturado sem tempo de uso doméstico tem a coloração um

pouco mais clara que o óleo do tipo 2 e coloração bem mais clara que o óleo do tipo

Óleo tipo 1 Óleo tipo 2 Óleo tipo 3

Fonte: Própria (2014)

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1. Dessa forma observa-se que as características de coloração dos óleos tipo 1,2, e

3 tem relação direta com seu tempo de uso doméstico.

O processo de fabricação do sabão com cada tipo de óleo é descrito no

fluxograma abaixo na Figura 3.

FIGURA 3 - Fluxograma do processo de fabricação do sabão artesanal.

Foi preparado uma solução básica de hidróxido de sódio a 40% ou seja 800g

de hidróxido de sódio foram pesadas em uma balança analítica com o auxílio de um

Becker de 500mL na utilização da pesagem, onde esses 800g foram diluídos em 2

litros de água destilada para forma a solução de hidróxido de sódio a 40%.Em

seguida foram realizados cálculos relacionados a proporção de quanto de óleo seria

Amostras de

óleos

Óleo

Tipo 1

Mistura de cada

tipo de óleo

com a soda

cáustica a 40%

e essência

Óleo

Tipo 2

Homogeneização

Durante 20

minutos

Transferência

para

Os recipientes de

180mL

Tempo de

repouso de 24

Horas

Óleo

Tipo 3

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utilizado para a formação de sabão, obtemos uma proporção relacionada de 4 litros

de óleo para 1 litro de hidróxido de sódio a 40% ou seja a proporção obtida é de 4:1,

foi feito o seguinte procedimento para todos os óleos.

Foram adicionados 4 litros de óleo em um recipiente. Depois adicionou

lentamente o 1L hidróxido de sódio a 40% e 20 mL a essência depois homogeneizou

com um bastão de vidro durante 20 minutos onde ao passar desse tempo de

homogeneização colocou-se o sabão já formado em pequenos recipientes de 180

mL e deixou um tempo de repouso de 24 horas.

Ao passar esse tempo de 24 horas observou-se que o sabão já tinha

características de solidificação e colorações diferentes por conta do tipo de óleo

utilizado.

Esta parte do projeto teve a finalidade de mostrar aos alunos que é possível

relacionar a disciplina de Química aplicada em sala de aula com a prática no

cotidiano, além de sua relação com outras disciplinas. Os alunos juntamente com o

auxílio do mediador sob supervisão do professor da disciplina participaram da

fabricação do sabão artesanal que ajudou na relação do conhecimento teórico e

prático-cotidiano.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

O questionário foi aplicado levando-se em consideração duas categorias

(conhecimentos prévios de química e quanto a iniciativa de interdisciplinar teoria-

prática) com perguntas que contemplam essas premissas.

Os resultados obtidos com a aplicação do questionário estão apresentados na

Figuras de 4 a 9.

O primeiro questionamento feito aos alunos tinha o objetivo de diagnosticar

qual o conhecimento prévio que eles possuíam sobre os componentes que

pudessem existir no sabão. A Figura 4 irá apresentar os resultados obtidos a partir

da aplicação do instrumento com os alunos.

FIGURA 4 - Avaliação dos alunos frente ao conhecimento prévio da composição do

sabão.

Fonte: Própria (2014).

De acordo com a Figura 4, percebe-se que a percentagem de 55% para a

falta de conhecimento sobre os componentes químicos existentes no sabão, leva-

nos a repensar sobre as metodologias aplicadas em sala de aula, no que diz

respeita a interdisciplinar a teoria com aplicações no cotidiano. Enquanto que 45%

dos alunos entrevistados possui algum nível de conhecimento sobre o tema. Assim,

a contextualização no ensino de química contribui para a aprendizagem significativa

de conteúdo, fazendo com que o aluno perceba a importância do conhecimento

respostassim 45%

respostas não 55%

0%0%

respota sim

resposta não

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químico para sua vida, auxiliando este na interpretação de situações, fatos e

fenômenos que o cerca (PEREIRA, 2010).

FIGURA 5 - Percentual de respostas diante da pergunta: Você sabe o que é pH?

Fonte: Própria (2014).

Na Figura 5 observa-se que os alunos que responderam sim equivalem a

81,82% quando questionados a respeito do que é pH logo leva-nos a pesar que eles

têm concepção da acidez e alcalinidade que ocorre em um processo químico, já

18,18% não sabe o que significa pH nos levando a pensar na dificuldade de ensinar

o quanto a reação é acida ou básica nos fazendo pensar em um bom método de

ensino aprendizagem para aplica em sala de aula.

FIGURA 6 - Percentual de respostas diante da pergunta: Qual a faixa de pH que um sabão

deve apresentar? Com opções de alternativas ( ) pH<7 e ( )pH =7 ( ) pH>7.

Fonte: Própria (2014).

respostassim 81,82%

respostas não 18,18%

0%0%

respota sim

resposta não

20%

20%

50%

10%

pH<7

pH=7

pH>7

não macou

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De acordo com os resultados observados na Figura 6, pode-se perceber que

a maioria dos alunos (50%) reconhecem que o sabão possui um elevado teor de pH,

no entanto as opiniões são bem divididas e que suas respostas são confusas diante

dos percentuais de 10%, 20% e 20%, já que são valores próximos. Estes resultados

confirmam que é preciso ensinar relacionando o cotidiano com conceitos teóricos.

FIGURA 7 - Percentual de respostas diante da pergunta: Você sabia que um pH

ácido quanto básico pode trazer várias complicações ao meio ambiente?

Fonte : Própria (2014).

Figura 7, observa-se que72,72% sabem que o pH ácido ou básico

prejudica o meio ambiente o equivalente e apenas 27,28% não sabem que em um

sabão com características ácidas ou básicas prejudicam o meio ambiente. Diante

disto, é notório que os problemas ambientais apesar de estar em evidência nos dias

atuais, 27% dos avaliados não possuem a devida informação dos danos

ocasionados por produtos químicos depositados de forma incorreta na natureza.

Faz-se oportuno o reforço da contextualização entre química, meio ambiente e

aprendizagem.

respostassim 72,72%

respostas não 27,28%

0%0%

respota sim

resposta não

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FIGURA 8 - Percentual de respostas diante da pergunta: Você acha que existe

semelhança entre sabões e detergentes? Justifique.

Fonte : Própria (2014).

Pelos dados apresentados na Figura 8, pode-se afirmar que cerca de 81,82%

dos alunos acreditam que existem semelhanças entre sabões e detergentes e

apenas 18,18% não acreditam. Ao justificarem suas respostas observa-se que a

maioria dos alunos afirmam que os sabões e detergentes tem características

semelhantes. Os alunos que responderam a alternativas relatam de um modo geral

que os sabões e detergentes tem características de limpeza, formulas moleculares

diferentes e agem tanto com caráter ácido e básico

Quando questionados sobre seguinte pergunta: Você gostaria de participar de

uma aula prática sobre a obtenção de sabão?

É notável a aceitação dos alunos por uma aula expositiva que relacione o

cotidiano com fundamentos teóricos, além disso, os alunos sentiram mais motivados

e contentes por terem feito algo que será utilizado em sua casa ou no seu meio de

vivência.

É fundamental o desenvolvimento de atividades que despertem a observação

e o espírito crítico a fim de promover o conhecimento, abordando por meio das

práticas coletivas juntamente com saberes populares. Essa abordagem situa o

educando como o centro do processo de aprendizagem dando respostas

significativas ao seu viver (SILVA, 2005).

Em relação à aula teórica, os alunos mostraram interessados em aprender a

disciplina de Química uma vez que o conteúdo foi abordado de uma forma diferente

respostassim 81,82%

respostas não 18,18%

0%0%

respota sim

resposta não

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que exemplificou vários tipos de produtos de limpeza, além da sua importância,

utilização e os danos que alguns destes podem causar ao meio ambiente se não

forem tratados ou descartados de uma maneira adequada, além da exemplificação

da reação química envolvida no processo de fabricação do sabão.

Budel (2008), relata que a qualidade do ensino de química depende em

adotar uma nova metodologia que estejam relacionados com princípios básicos e

adequados com à realidade econômica, política e social como também a

necessidade de execução de experimentos que tenham como resultados dados

observados na realidade, transformando o ensino de Química como meio de

educação para a vida, e assim correlacionando o conteúdo de Química com os de

outras disciplinas tornando possível o aluno entender melhor o sentido do

desenvolvimento científico.

A experimentação deste trabalho pode ser observada nas Figuras de 9 a 12.

FIGURA 9 - Reação do óleo com hidróxido de sódio a 40%.

Fonte: Própria (2014)

A Figura 9 - representa a prática onde foi contextualizado os conceitos de

Química como funções orgânicas, polaridade e a representação de substâncias com

conceitos relacionados à matemática envolvendo noções de cálculos simples e de

biologia sobre aspectos e características do meio ambiente.

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FIGURA 10 - Observação dos alunos no experimento.

Fonte: Própria (2014)

FIGURA 11 - Participação dos alunos no experimento.

Fonte: Própria (2014)

Nas Figuras 10 e 11, observa-se o interesse de cada aluno de presenciar cada

passo da experimentação, confirmando a premissa de que aulas expositivas são

mais atraentes e despertam uma maior atenção dos alunos.

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FIGURA 12 - Sabões obtidos com os três tipos de óleos.

Fonte: Própria (2014)

Na Figura 12, observou-se que foram obtidas várias amostras de sabões ao final

do experimento com características diferentes com relação aos óleos usados e seus

tempos de uso como sua eficácia na limpeza coloração entre outros aspectos,

podemos notar visivelmente a mudança de coloração dos sabões formados. Fato

que pode ser explicado pela origem de cada óleo.

As propriedades do sabão são alteradas com o decorrer do uso dos óleos pois

os óleos, após o uso perdem características importantes tais como componentes

protéicos, vitaminas entre outros (MORRISON1972). Dessa forma a qualidade do

sabão é dependente da origem do óleo utilizado.

Notamos que o experimento teve contribuições, pois relacionamos um ensino de

química com uma aula de oratória, escrita e experimental para uma melhor

abordagem de conteúdo. Sendo assim obtendo uma contribuição relacionada no

ensino de química.

Óleo tipo 3 Óleo tipo 2 Óleo tipo 1

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante da pesquisa realizada é possível apresentar as seguintes

considerações:

Através da aplicação da sequência didática do reaproveitamento de óleos

residuais na transformação do sabão, observou-se um grande interesse na aula,

o que gerou motivação nos estudantes, aprovando a proposta positivamente.

Percebe-se que a atividade possibilitou a construção de conhecimentos

auxiliando-os na tomada de decisões para o exercício de sua cidadania.

Observando os resultados frente às questões de caráter conceitual, observa-

se que os alunos conseguiram em grande parte respondê-las.

A metodologia contribuiu para promover um aprendizado coletivo em sala de

aula visto que em todos os momentos os alunos faziam questionamentos

buscando uma articulação da teoria com a prática na tentativa assimilar os

conceitos para gerar uma aprendizagem de significados.

Diante do exposto, é possível perceber que a didática utilizada neste trabalho

configurou-se como uma estratégia potencializada para promover um ensino de

Químico crítico e construtivo, uma aproximação dos alunos com a realidade da

química.

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REFERÊNCIAS

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Cortez/Brasília :MEC: UNESC, 1998.

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resumo do TV Simpósio Sul Brasileiro do Ensino de Ciências, Santa Cruz do

Sul,RS, p.53 . Julho-Agosto de 1986.

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

Leblanc M., Robinson B. H., Simcock R. and Stewart R. B. Phytomining for nickel, thallium and gold, Journal of Geochemical Exploration, December 2004.

LE BOTERF, Guy. DE Ia compétence: essi sin um attracter é trange. Paris:Édition

d’organisatios, 1994.

LIBÂNIO, Jose Carlos. Didática, São Paulo:Cortez, (Coleção Magistério 2°grau.

Serie Formação do Professor), 1994.

MALDANER, Otávio Aloísio. A formação inicial e continuada de professores de

Química: professores/pesquisadores.Ijuí-RS: Unijuí,(Coleção Educação em química),

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MORRISON, Robert Thornton; BOYD, Robert N. Química Orgânica. 5ed. Lisboa:

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NOVAIS.Vera Lúcia Duarte.Química (Físico-química e Química Ambiental),vol.3.

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PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS :Ensino Médio. Ministério da

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PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS: BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental.Ciências. Brasília: MEC/SEF, 1997.

PEREIRA, Gracielle C. L. et al.. Alimentos: tema gerador para aquisição de

conhecimento químico. Disponível em:

<http://connepi.ifal.edu.br/ocs/index.php/connepi/CONNEPI2010/paper/viewFile/1710

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PHILIPPE Perrenoud. Ensinar: agir na Urgência,decidir NE incerteza/Philippe

Perrenoud;trad.CláudiaSchillig.—Porto Alegre Artmed Editora,2001.

Plinio, Caio Segundo. The Natural History, 77 d.c. of Pliny. [trad.] John Bostok e H.

T. Ridley. London : Stanford University Libraries, 1856. Vol. IV

SHREVE , R Norris; BRINK JR, Joseph A. indústria de Processos Químicos.4.ed.,

Rio de Janeiro:Guanabara Dois. 1997.

SILVA, M.A.D.M. Trabalhando a Química na Educação de Jovens e Adultos com a

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Sustentável da companhia de saneamento básico do Estado de São Paulo. (sabesp

2008) .disponível em: http://www2.sabesp.com.br/sustentabilidade2008/. Acessado

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Apêndice

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Questionário aplicado para os alunos de Química industrial e licenciatura em

química da Universidade Estadual da Paraíba para contribuir com uma melhor

abordagem no ensino de química, com o tema : Sabões.

1- Você tem idéia dos componentes químicos que compõe o sabão?

( )Sim ( ) Não

2- Você sabe o que é pH?

( )Sim ( ) Não

3- Qual a faixa de pH que um sabão deve apresentar ?

( )pH < 7 ( )pH = 7 ( )pH > 7

4- Você sabia que um pH tanto ácido quanto básico pode trazer várias

complicações ao meio ambiente?

( )Sim ( ) Não

5- Você acha que existe semelhança entre sabões e detergentes ? justifique.

( )Sim ( ) Não

6- Você gostaria de participar de uma aula prática sobre obtenção de sabão?

( )Sim ( ) Não