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UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS - UNISINOS
UNIDADE ACADÊMICA DE GRADUAÇÃO
CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS - BACHARELADO
MICAEL LUÃ BERGAMASCHI
INTERPRETAÇÕES PALEOAMBIENTAIS DO PLEISTOCENO MÉDIO COM
BASE EM FORAMINÍFEROS BENTÔNICOS DA BACIA DE SANTOS – BRASIL
SÃO LEOPOLDO
2012
Micael Luã Bergamaschi
INTERPRETAÇÕES PALEOAMBIENTAIS DO PLEISTOCENO MÉDIO COM
BASE EM FORAMINÍFEROS BENTÔNICOS DA BACIA DE SANTOS – BRASIL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
como requisito parcial para a obtenção do título
de Bacharel em Ciências Biológicas, pelo
Curso de Ciências Biológicas da Universidade
do Vale do Rio dos Sinos - UNISINOS
Orientador: Prof. Dr. Itamar Ivo Leipnitz
São Leopoldo
2012
Aos meus pais, Cláudia e Fernando.
Presentes nos momentos de eclipse e luz em minha vida.
AGRADECIMENTOS
Ao finalizar este estudo e concluir mais uma etapa em minha vida, gostaria de agradecer
àqueles que colaboraram de diversas e significativas maneiras no desenvolvimento e evolução
deste trabalho:
Ao meu orientador, Itamar Ivo Leipnitz, que sempre me incentivou, apoiou e abriu
portas na minha jovem caminhada ao longo destes anos que venho me dedicando aos estudos
com foraminíferos.
Aos pesquisadores e amigos, Carolina Jardim Leão e Fabricio Ferreira, pela
oportunidade, ideias e ensinamentos passados, contribuindo para a realização deste trabalho e
motivação para muitos outros que estão por vir.
À Petrobras por ter cedido as amostras para execução deste trabalho.
Aos colegas do Instituto Tecnológico de Micropaleontologia (ITT Fossil – Unisinos),
pelo suporte técnico de fundamental importância. Pelas risadas e diversos momentos de
descontração.
Aos amigos da Biologia, pelos momentos de diversão e discussões biológicas, que de
forma direta ou indireta contribuíram para a conclusão deste trabalho.
Aos pesquisadores, Guilherme Krahl e Thièrs Wilberger, por ótimas discussões e
sugestões, e também pelo incentivo e amizade.
Ao Rogério da Silva Martins da Costa, responsável técnico do microscópio eletrônico
de varredura (MEV) do Cenpes/Petrobras, pelo auxílio na obtenção das fotomicrografias de
foraminíferos.
Ao pesquisador John W. Murray pela singular ajuda em discussões por e-mail
relacionadas à sistemática e metologia aplicada.
Ao professor Renato Luiz Romera Carlson pelo essencial suporte nas análises
estatísticas.
Aos meus pais, Fernando e Cláudia, meus exemplos maiores de amor, determinação e
perseverança. Sou muito grato por todo o carinho, amo vocês!
A minha irmã Natalie, pela amizade e companheirismo eternos. Por todo o carinho,
convivência e força, você é muito importante em minha vida e uma grande fonte de alegria.
A minha querida tia Janaina, muitas alegrias e brigas... e é claro, vitórias conquistadas
sem perder o bom humor. Sempre estará em meu coração.
Ao grande amigo Adriano Misturini, pela amizade e grandes momentos de alegrias e
aprendizados... e que você perdoe a ausência de quem tem orgulho de te chamar de irmão!
Ao Nando, por todo amor, companheirismo e compreensão. Obrigado por estar em
minha vida e por toda a coragem que você me passou durante esta jornada, que também dedico
a você.
“The fact that we live at the bottom of a deep gravity well, on the
surface of a gas covered planet going around a nuclear fireball 90
million miles away and think this to be normal is obviously some
indication of how skewed our perspective tends to be”
Adams (2003, p. 55).
RESUMO
O Pleistoceno (2,58 milhões de anos a 12 mil anos atrás) foi um período muito dinâmico
na história geológica da Terra, caracterizado por grandes oscilações climáticas que modificaram
as condições dos ambientes no planeta e moldaram a distribuição da biodiversidade marinha.
Foraminíferos são protistas em sua grande maioria marinhos, muito sensíveis a variações
ambientais, e largamente utilizados em estudos paleoecológicos. O presente estudo teve como
objetivo analisar as associações de foraminíferos bentônicos do testemunho BS-A, na busca de
contribuir com o conhecimento acerca das características paleoecológicas e paleoambientais do
Pleistoceno Médio. O testemunho analisado foi coletado a uma profundidade de 2.141 metros
no talude continental da Bacia de Santos e possui recuperação contínua de 20,65 m.
Selecionaram-se 25 amostras representantes do Pleistoceno Médio, processadas dentro da
metodologia padrão para microfósseis calcários. Foram identificados 26.629 espécimes,
distribuídos em 64 gêneros e 147 espécies de foraminíferos bentônicos, entretanto apenas três
apresentaram um padrão de abundância e distribuição consistente (Epistominella exigua,
Alabaminella weddellensis, e Cassidulina californica). Através dos dados de distribuição da
fauna e análises de regressão, foi possível subdividir o intervalo estudado em três subintervalos.
Os subintervalos A (mais antigo, entre 2.037 e 1.946 cm) e C (mais recente, entre ~1.509 e 849
cm), apresentaram elevada dominância de E. exigua, grande densidade de espécimes de
foraminíferos por grama de sedimento (ind/g) e baixa diversidade. A espécie E. exigua é
oportunista e capaz de se reproduzir rapidamente, em resposta a depósitos sazonais de
fitodetritos. Sugere-se que nesses dois momentos, tenham ocorrido consideráveis aportes de
material fitodetrítico ao fundo oceânico e um consequente aumento na abundância de E. exigua,
o que condicionou uma fauna com elevada dominância e baixa diversidade. Já o subintervalo
B, intermediário cronoestratigraficamente (entre 1.910 e ~1.529 cm), apresentou uma
comunidade de mais diversificada, com elevada abundância de morfotipos infaunais, baixa
densidade e abundância de E. exigua. Esses dados sugerem um momento de maior estabilidade
ambiental, e a inexistência de um aporte considerável de fitodetrítos ao fundo oceânico,
possibilitando um aumento da diversidade na comunidade de foraminíferos. A espécie C.
californica, mesmo sendo a espécie infaunal mais abundante no testemunho, não possui relação
estatística com a abundância desse morfotipo, e apresentou seus maiores valores nos
subintervalos A e B, sugerindo que outros fatores paleoambientais tenham controlando suas
populações, normalmente associada à presença de grande quantidade de carbono orgânico total
na interface água-sedimento. Uma oposição da abundância de A. weddellensis com a de E.
exigua indica momentos que apresentaram diferentes tipos de fluxos fitodetríticos, depositados
em pulsos sazonais (subintervalos A e C) e intercalados por períodos onde a deposição da
matéria orgânica ocorreu de forma mais gradual (subintervalo B), provavelmente associada à
oscilação no ciclo do fósforo. Os padrões de distribuição das três espécies citadas permitiram
caracterizar o Pleistoceno Médio do talude continental da Bacia de Santos como uma zona de
alta produtividade marinha, com variações no aporte de matéria orgânica de origens diversas e
intensidade variável, além de uma possível oscilação na influência das correntes de fundo ao
longo desse período.
Palavras-chave: Paleocologia. Quaternário. Fitodetritos. Mar profundo. Foraminíferos
bentônicos. Análises de regressão.
ABSTRACT
Pleistocene (2.58 million years to 12,000 years ago) was a very dynamic period in
geologic history of Earth, characterized by large climatic fluctuations that changed the
conditions of the environments on the planet and regulated the distribution of marine
biodiversity. Foraminifera are protists mostly marine, very sensitive to environmental changes,
and widely used in paleoecological studies. The present study aims to examine the benthic
foraminiferal associations from the core BS-A, in order to contribute to knowledge about the
paleoecological and paleoenvironmental characteristics of Middle Pleistocene. The core
examined was collected at a depth of 2,141 m on the continental slope of the Santos basin and
has continues recovery of 20.65 m of sediment. Were selected 25 samples belonging to Middle
Pleistocene, processed within the standard methodology for calcareous microfossils. We
identified 26,629 specimes, distributed in 64 genera and 147 species of benthic foraminifera,
however three showed a consistent pattern of abundance and distribution (Epistominella exigua,
Alabaminella weddellensis and Cassidulina californica). Using data distribution of fauna and
regression analysis it was possible to subdivide the interval studied in three subintervals. The
subintervals A (oldest, between 2,037 and 1,946 cm) and C (latest, between ~1,509 and 849
cm), had moments of dominance with high E. exigua abundance, high density of foraminifera
specimens per gram of sediment (ind/g) and low diversity. The species E. exigua is
opportunistic and able to reproduce rapidly, in response to seasonal phytodetritus deposits. This
suggests that in these two moments have occurred considerable influx of phytodetritic organic
matter to the seafloor and a consequent increase in the abundance of E. exigua, which
conditioned a fauna with high dominance and low diversity. Already the subinterval B,
intermediate chronostratigraphically (between 1.910 and ~1.529 cm), presented a more diverse
community of foraminifera, with high abundance of infaunal morphotypes, low density and low
abundance of E. exigua. This data suggest a moment of greater environmental stability, and the
absence of considerable phytodetritical organic matter flow to the seafloor, enabling an increase
of diversity in the community of foraminifera. The species C. californica, in spite of being the
most present infaunal species in the core, has no statistical relationship with the abundance of
this morphotype, and presented its highest values in subintervals A and B, suggesting that other
paleoenvironmental factors have controlling their populations, usually associated with the
presence of large amounts of total organic carbon in sediment-water interface. An opposition
abundance of A. weddellensis with E. exigua indicates moments that suffered different types of
phytodetritc flow deposited in seasonal pulses (subintervals A and C) and interspersed with
periods where the deposition of organic matter occurred more gradually (subinterval B),
possibly associated with phosphorus oscillation of the flow. The distribution patterns of the
three mentioned species allowed to characterize the Middle Pleistocene continental slope of the
Santos Basin as an area of high marine productivity, with variations in the input of organic
matter from different backgrounds and varying intensity, as well as a possible oscillation on the
influence of bottom currents along this period.
Keywords: Paleoecology. Quaternary. Phytodetritus. Deep-sea. Benthic foraminifera.
Regression analysis.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Mapa de localização da Bacia de Santos e local de coleta do testemunho BS-A ... 14
Figura 2 – Carta estratigráfica da Bacia de Santos ................................................................... 15
Figura 3 – Distribuição vertical das massas d´água na Bacia de Santos .................................. 19
Figura 4 – Morfologia básica de um foraminífero ................................................................... 24
Figura 5 – Ciclo reprodutivo de um foraminífero bentônico ................................................... 25
Figura 6 – Formas de carapaças uniloculares ........................................................................... 27
Figura 7 – Formas de carapaças seriadas.................................................................................. 28
Figura 8 – Formas de carapaças mistas .................................................................................... 28
Figura 9 – Formas de carapaças planoespiraladas evolutas ..................................................... 29
Figura 10 – Formas de carapaças planoespiraladas involutas .................................................. 29
Figura 11 – Formas de carapaças trocoespiraladas .................................................................. 29
Figura 12 – Formas de carapaças angulares ............................................................................. 30
Figura 13 – Exemplo da morfologia de espécies epifaunais .................................................... 31
Figura 14 – Exemplo da morfologia de espécies infaunais ...................................................... 32
Figura 15 – Tipos de aberturas presentes na carapaça de foraminíferos .................................. 33
Figura 16 – Distribuição da fauna de foraminíferos conforme a batimetria ............................ 35
Figura 17 – Modelo TROX ...................................................................................................... 37
Figura 18 – Perfil litológico do testemunho BS-A ................................................................... 40
Figura 19 – Abundância relativa das principais espécies do intervalo estudado ...................... 49
Figura 20 – Abundância relativa das três principais espécies, morfotipos, carapaças e valores
dos índices ecológicos ao longo do intervalo estudado ............................................................ 51
Figura 21 – Gráfico de dispersão mostrando linha de tendência (cúbico) para a distribuição da
abundância relativa dos morfotipos ao longo do intervalo estudado ........................................ 53
Figura 22 – Gráficos de dispersão para as análises de regressão mais relevantes .................... 56
Figura 23 – Gráficos de dispersão com subintervalos identificados no ................................... 63
Figura 24 – Estampa 1 com fotomicrografias em MEV das principais espécies de .............. 106
Figura 25 – Estampa 2 com fotomicrografias em MEV das principais espécies de .............. 107
Figura 26 – Estampa 3 com fotomicrografias em MEV das principais espécies de .............. 108
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Avaliação qualitativa do grau de correlação entre duas variáveis .......................... 44
Tabela 2 – Distribuição da fauna identificada conforme a composição das carapaças ............ 50
Tabela 3 – Análises de regressão realizadas e respectivos dados estatísticos .......................... 60
Tabela 4 – Abundância absoluta da fauna ao longo do intervalo estudado ............................ 109
Tabela 5 – Abundância relativa da fauna ao longo do intervalo estudado ............................. 113
Tabela 6 – Dados dos índices ecológicos ............................................................................... 120
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AAF Água Antártica de Fundo
ACAS Água Central do Atlântico Sul
AIA
AL
Água Intermediária Antártica
Água do Litoral
APAN Água Profunda do Atlântico Norte
AST Água Superficial Tropical
AT Água Tropical
BS Bacia de Santos
CB Corrente do Brasil
CCD
CCS
Dissolução do Carbonato de Cálcio (Calcium Carbonate Dissolution)
Correntes da Componente Sul
CM Corrente das Malvinas
CNB Corrente Norte do Brasil
CSE Corrente Sul Equatorial
Ka Mil anos
Ma Milhões de anos
MBE Evento Mid-Brunhes (mid-Brunhes event)
MEV Microscópio Eletrônico de Varredura
MPT
T
Transição do Pleistoceno Médio (mid-Pleistocene transition)
Temperatura
TROX
S
Modelo de condições tróficas e concentrações de oxigênio (TRophic
conditions and OXygen concentrations)
Salinidade
ZCST Zona de Convergência Subtropical
μm Micrômetros
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 12
1.1 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 13
1.1.1 Objetivos Específicos ..................................................................................................... 13
1.2 ÁREA DE ESTUDO: BACIA DE SANTOS ..................................................................... 13
1.2.1 Contexto Morfológico .................................................................................................... 16
1.2.2 Contexto Fisiográfico .................................................................................................... 16
1.2.3 Contexto Sedimentológico ............................................................................................. 17
1.2.4 Contexto Hidrológico .................................................................................................... 17
1.3 PERÍODO QUATERNÁRIO: PLEISTOCENO ................................................................ 20
2 FORAMINÍFEROS ............................................................................................................. 23
2.1 O ORGANISMO EM VIDA .............................................................................................. 24
2.2 MORFOLOGIA DA CARAPAÇA .................................................................................... 26
2.3 FORAMINÍFEROS BENTÔNICOS E SUAS APLICAÇÕES ......................................... 34
3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 39
3.1 TRIAGEM E CLASSIFICAÇÃO ...................................................................................... 41
3.2 ANÁLISES QUALI-QUANTITATIVAS .......................................................................... 41
3.2.1 Análises de Regressão .................................................................................................... 43
3.3 TRATAMENTO DOS DADOS ......................................................................................... 45
3.4 FOTOMICROGRAFIAS EM MEV ................................................................................... 46
4 RESULTADOS .................................................................................................................... 47
4.1 ANÁLISES DE REGRESSÃO .......................................................................................... 52
5 DISCUSSÕES ...................................................................................................................... 62
5.1 SUBINTERVALOS A e C ................................................................................................. 63
5.1.1 A. weddellensis x E. exigua ............................................................................................. 66
5.2 SUBINTERVALO B .......................................................................................................... 67
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 70
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 72
APÊNDICE A – LISTAGEM TAXONÔMICA E FOTOMICROGRAFIAS EM MEV 83
APÊNDICE B – DADOS DAS ANÁLISES QUALI-QUANTITATIVAS DA FAUNA . 109
12
1 INTRODUÇÃO
Foraminíferos são protistas de água doce ou marinhos, cosmopolitas, muito sensíveis a
variações ambientais e condições ecológicas como produtividade, oxigenação e batimetria, fatores
esses que podem influenciar a distribuição e composição de suas associações. As formas bentônicas
estão diretamente relacionadas à interface água-sedimento e dominam as comunidades nesse
ambiente. Possuem um comportamento dinâmico, principalmente em águas profundas, assim sua
aplicação em modelos paleoecológicos torna-se uma tarefa complexa, mas largamente utilizados
em estudos paleoecológicos e paleoceanográficos, como importantes ferramentas na identificação
de mudanças ambientais e na delimitação de correntes oceânicas. (BOLTOVSKOY, 1965;
DOUGLAS; HEITMAN, 1979; GOODAY, 1994).
O Pleistoceno Médio foi um dinâmico período na história climática da terra, com
sucessivas mudanças entre fases glaciais e interglaciais que acabaram modificando os
ambientes marinhos e, consequentemente, a distribuição da biodiversidade nos oceanos.
(MAHER; THOMPSON, 1999). Na Bacia de Santos, localizada na região sudeste da margem
continental brasileira, o grau de conhecimento para os foraminíferos bentônicos desse período
ainda é incipiente, principalmente em regiões mais profundas no talude. Com este estudo
pretende-se ampliar o conhecimento do grupo bem como a sua paleoecologia para a região.
O trabalho descrito a seguir encontra-se estruturado da seguinte forma: inicia com o
apontamento dos objetivos propostos, segue com uma descrição da área de estudo, do
período Quaternário e uma síntese sobre foraminíferos e suas aplicações. Após são
apresentados o material e métodos, a descrição dos resultados, desenvolvem-se as
discussões, considerações finais e demais informações complementares presentes nos
apêndices (e.g. listagem taxonômica e dados de distribuição da fauna).
Pelo motivo de grande parte do referencial teórico estar na língua inglesa e ter sido
traduzido pelo autor, optou-se por não utilizar a expressão “tradução nossa” nas citações
bibliográficas para evitar a repetição e tornar mais claro o texto para o leitor.
13
1.1 OBJETIVOS
O presente estudo teve como foco principal analisar as associações de foraminíferos
bentônicos do testemunho BS-A, na busca de contribuir com o conhecimento acerca das
características paleoecológicas e paleoambientais do Pleistoceno Médio do talude continental
da Bacia de Santos.
1.1.1 Objetivos Específicos
Os objetivos específicos propostos para o presente trabalho foram:
a) identificar taxonomicamente os foraminíferos bentônicos recuperados;
b) definir padrões de abundância e ocorrência da fauna;
c) reconhecer espécies indicadoras de características paleoecológicas;
d) correlacionar dados de distribuição da fauna com índices faunísticos, a partir de
análises de regressão;
e) caracterizar a composição das associações de foraminíferos bentônicos, buscando
comparar as mudanças faunísticas com condições paleoambientais presentes na área
durante o Pleistoceno Médio.
1.2 ÁREA DE ESTUDO: BACIA DE SANTOS
A Bacia de Santos está localizada na região sudeste da margem continental brasileira,
entre os paralelos 23° e 28° Sul (figura 1), abrangendo os litorais do Rio de Janeiro, São Paulo,
Paraná e Santa Catarina. Geologicamente, tem seus limites marcados ao norte com a bacia de
Campos pelo alto do Cabo Frio, e ao sul com a bacia de Pelotas, pelo alto de Florianópolis.
Possui uma área aproximada de 350.000 km2, dos quais 200.000 km2 encontram-se em lâminas
d’água até 400 metros e o restante entre as cotas de 400 e 3.000 metros. (MOHRIAK, 2003;
MOREIRA et al., 2007).
14
Figura 1 – Mapa de localização da Bacia de Santos e local de coleta do testemunho BS-A
Fonte: Adaptada de Nunes, Viviers e Lana (2004, p. 12).
Nota: Local aproximado de coleta do testemunho destacado em vermelho.
Esta bacia foi identificada e descrita pela primeira vez durante estudos de refração
sísmica realizados pelo Lamont-Doherty Geological Observatory na década de 1960. A
litoestratigrafia foi inicialmente definida na década de 1970, e em 1994 estabelecido o
detalhamento do arcabouço crono-estratigráfico. (MOREIRA et al., 2007; PEREIRA; FEIJÓ,
1994). A formação da Bacia de Santos iniciou-se a partir da separação dos continentes da
América do Sul e África (período Juro-Cretáceo) em decorrência da atuação de processos
tectônicos. (PEREIRA et al., 1986).
O testemunho analisado, de acordo com Moreira et al. (2007), encontra-se na Formação
Marambaia (MAR) (figura 2), depositada nas regiões do talude e caracterizada por apresentar
sedimentos lamosos intercalados por siltitos e folhelhos, além de diamictitos e margas.
15
Figura 2 – Carta estratigráfica da Bacia de Santos
Fonte: Moreira et al. (2007, p. 549).
Notas: Local aproximado de coleta do testemunho BS-A destacado em vermelho.
Formações: ARI - Ariri; BVE – Barra Velha; CAM - Camboriú; FLO – Florianópolis;
GUA – Guarujá; IGP - Iguape; ITA – Itajaí-Açu; ITN - Itanhaém; ITP - Itapema; JUR -
Juréia; MAR – Marambaia; PAG – Ponta Aguda; PIÇ - Piçarras; SAN - Santos.
16
1.2.1 Contexto Morfológico
A Bacia de Santos possui uma extensão de 800 km em seu sentido nordeste-sudoeste,
paralelo à linha da costa, e mais 450 km em sentido noroeste-sudoeste na direção do mergulho.
Em seu setor oeste, está limitada pela cadeia de montanhas que possuem de 800 até 2.200
metros, compreendendo a Serra do Mar e a Serra da Mantiqueira, que confinam a bacia em seu
domínio offshore, e estende-se a leste até o sopé da feição fisiográfica conhecida como Platô de
São Paulo. (DUARTE; VIANA, 2007).
A planície costeira é muito estreita e marcada pela ausência de grandes rios,
principalmente em sua área central, entre o Rio de Janeiro e Santos, apresentando uma série de
grandes baías e várias ilhas originadas por exposições do embasamento Pré-Cambriano. Em sua
direção sul e extremo NE, a zona litorânea está associada a sistemas de lagunas e faixas de
praias. (DUARTE; VIANA, 2007; MODICA; BRUSH, 2004).
Fleming et al. (2009) destacam que sua morfologia atual e seus ambientes sedimentares
rasos evoluíram sob a influência de sucessivas migrações do litoral (transgressões e regressões),
ligados às oscilações dos níveis do mar no Quaternário.
1.2.2 Contexto Fisiográfico
A fisiografia da margem da bacia é uma combinação de estruturas derivadas de processos
tectônicos, retrabalhamentos do sedimento por correntes superficiais em águas rasas e correntes de
fundo na plataforma continental. (SOUZA, 1991 apud DUARTE; VIANA, 2007).
A faixa da plataforma continental possui uma largura média de 100 km a 200 km mas, em
sua região próxima ao Cabo Frio, a plataforma possui apenas 70 km de largura. Uma alternância de
saliências e embaiamentos caracterizam a transição relativamente suave entre a plataforma e talude,
com a quebra da plataforma ocorrendo próximo a 200 metros de profundidade, com um
escarpamento de 100 metros de altura e 5º de inclinação. (DUARTE; VIANA, 2007).
O talude médio tem sua passagem para o talude inferior em 1.500 metros de profundidade
e é delimitado expressivamente pela falha do Cabo Frio, que é um canal paralelo ao talude e que
marca a região do limite interno do escorregamento do sal em direção ao fundo oceânico. Nessa
área encontram-se feições que criam um padrão complexo de mini-bacias e altos topográficos que
seguem o aumento da profundidade. (DUARTE; VIANA, 2007). Um conspícuo escarpamento de
direção nordeste-sudoeste caracteriza a base do talude, que corresponde ao flanco interno de um
canal secundário e paralelo ao talude. (MOREIRA; CARMINATI, 2004).
17
1.2.3 Contexto Sedimentológico
Com base em dados bioestratigráficos, a idade de deposição na bacia estende-se desde o
Plioceno Inferior ao Recente. (MOREIRA et al., 2007). A evolução sedimentológica da bacia é
marcada por um significativo padrão progradacional, que foi intensificado no Eoceno Inferior, com
a ocorrência do aumento da taxa de aporte siliciclástico, devido à reativação do soerguimento da
Serra do Mar. (FLEMING et al., 2009; MOREIRA; CARMINATI, 2004). Após, foi dominada
novamente por processos marinhos que redistribuíram os sedimentos depositados, com uma deriva
para o norte da carga sedimentar continental que foi transferida para o oceano durante o Neógeno.
(CHANG; KOWSMANN; FIGUEIREDO, 1988; DUARTE; VIANA, 2007).
A região do talude-bacia é composta por uma sequência deposicional do Eoceno
Inferior-Médio e está preenchida por rochas siliciclásticas formadas por fluxos gravitacionais
de sedimentos. São organizadas nos sistemas deposicionais Arenoso e Lamoso. O Sistema
Arenoso é constituído por sedimentos extrabacinais e tem sua deposição em nível de mar baixo.
Os principais elementos deposicionais desse sistema são: canais fluviais, cânions, canais
submarinos e leques arenosos. (MOREIRA; CARMINATI, 2004).
O Sistema Lamoso é formado por sedimentos intra-bacinais e possui sistemas
deposicionais deltaicos em zona de margem na plataforma. Seus elementos deposicionais são:
deltas de margem de plataforma, superfícies erosivas de alto ângulo, cunhas de acreção
sedimentar e depósitos de paraconglomerados suportados por matriz argilosa nas regiões de
sopé do talude. (MOREIRA; CARMINATI, 2004).
1.2.4 Contexto Hidrológico
A dinâmica das massas d’água é controlada por fatores geomorfológicos e oscilações
do nível eustático do mar, caracterizada por fatores hidrodinâmicos e disponibilidade de
sedimentos. Tais processos exercem um papel importante na transferência, armazenamento e
retrabalhamento dos sedimentos de águas profundas. (MELLO, 2006). Existe uma
estratificação vertical em correntes que fluem em diferentes níveis na coluna d’água, porque
nela existem diferenças na densidade e temperatura, permitindo assim dividi-la em águas
superficiais e profundas. (KENNET, 1982). Os primeiros 500 metros da lâmina d’água possuem
uma camada de águas quentes (águas superficiais) que fluem acima de uma grande camada de
águas frias (águas profundas). Logo abaixo das águas superficiais existe uma zona chamada
termóclina (próxima à isóbata de 500 metros), onde ocorre a rápida mudança de temperatura
18
entre as águas quentes e frias. Desse modo, as temperaturas tendem a ser cada vez menores
quanto maior for a profundidade. (KENNET, 1982).
A Bacia de Santos é composta por massas d’águas que fluem na margem sudeste
brasileira (figura 3). Como correntes superficiais estão: a Água Tropical (AT), que flui em
sentido norte-sul, e a Água Central do Atlântico Sul (ACAS) em sentido sul-norte. Como
correntes profundas estão: a Água Intermediária Antártica (AIA), que flui em sentido sul-norte,
a Água Profunda do Atlântico Norte (APAN) em sentido norte-sul e a Água Antártica de Fundo
(AAF) em sentido sul-norte. As águas superficiais são influenciadas por um regime
anticiclônico de ventos (DUARTE; VIANA, 2007) e compreendem duas massas d’água:
a) Água Superficial Tropical (AST) – formada pela mistura de três tipos de correntes:
Água Tropical (AT – T>18°C, S>36‰), a Água do Litoral (AL) e ressurgências da
Água Central do Atlântico Sul (ACAS). (SOUZA, 2000). As águas superficiais são
transportadas para sul pela Corrente do Brasil (CB), que está associada ao Giro
Subtropical do anticiclone que domina a movimentação da circulação superior do
Atlântico Sul. A CB tem sua origem a 10°S de latitude, onde o ramo sul da Corrente
Sul Equatorial (CSE) se bifurca formando a Corrente Norte do Brasil (CNB)
(STRAMMA, 1991), que flui adjacente a costa em direção sul até a região da Zona
de Convergência Subtropical (ZCS) em aproximadamente 35°S, onde se une com a
Corrente das Malvinas (CM) e segue para norte separando-se da costa. A AT é
transportada para sudoeste ao longo da quebra plataforma-talude pela CB na Bacia
de Santos, na profundidade de 200 metros. (SOUZA, 2000);
b) Água Central do Atlântico Sul (ACAS) – flui entre o limite inferior da AT, cerca de
300 a 500-600 metros de profundidade, considerada uma contracorrente da CB. Mais
fria e menos salina (6°<T<18°C, 34,5‰<S<36‰) que a AT, alguns autores dizem que
é um fluxo de retorno da AT, enquanto outros a caracterizam como um braço superior e
mais quente da Água Intermediária Antártica (AIA). (SOUZA, 2000).
19
Figura 3 – Distribuição vertical das massas d´água na Bacia de Santos
Fonte: Adaptada de Matsuura (1986, apud MELLO, 2006, p. 16).
Como águas oceânicas profundas, provenientes de processos polares e subpolares que
as caracterizam como águas mais frias (DUARTE; VIANA, 2007), estão:
a) Água Intermediária Antártica (AIA) – uma corrente mais rasa logo abaixo da
ACAS, no talude médio entre 500-600 metros até 1.200 metros. Formada na Fronte
Subantártica a 45ºS com uma temperatura entre 6º e 2ºC, alto teor de oxigênio
dissolvido e salinidade mínima de 34,2‰. (PIOLA; GORDON, 1989; REID, 1989).
Flui para o norte de Cabo Frio até a ZCS em 35ºS, após contornar o Alto do Rio
Grande, e modifica sua direção para leste acompanhando o giro do anticiclone
subtropical no Hemisfério Sul. Une-se a Corrente de Benguela na margem
continental africana e retorna para oeste após cruzar a Cadeia Meso-Atlântica,
20
cruzando o flanco norte da elevação de Rio Grande e voltando a margem de Cabo
Frio em 22ºS. (PETTERSON; STRAMMA, 1991).
b) Água Profunda Circumpolar (APC) – essa é a maior massa d’água em volume
dentre as correntes oceânicas do Atlântico sul, origina-se próximo da Antártica e
segue para norte. Em 55ºS é bifurcada em duas camadas (APC superior e inferior
que se funde na APAN). (KENNETT, 1982). A APC é uma corrente de água fria,
rica em nutrientes, pobre em oxigênio, com baixa salinidade, baixa concentração de
CO2 e alto teor de sílica. (REID, 1989; VOLBERS; HEINCH, 2004);
c) Água Profunda do Atlântico Norte (APAN) – ocorre imediatamente entre 1.200
e 3.500 metros de profundidade, entre o talude superior e a borda do Platô de São
Paulo. Possui temperaturas que variam entre 3° e 4°C e salinidades entre 34,6‰
e 35‰, é pobre em nutrientes e rica em oxigênio. Tem seu fluxo em sentido norte-
sul ao longo do limite oeste da margem até 32°S, onde parte do fluxo retorna para
o norte. Acima de 25ºS, todas as correntes exceto a APAN fluem para sul. (REID,
1989; VOLBERS; HEINCH, 2004);
d) Água Antártica de Fundo (AAF) – é uma corrente muito densa e fria, com baixa
concentração de oxigênio e altas taxas de nutrientes, encontra-se abaixo da
profundidade de 3.500 metros e tem seu fluxo no sentido sul-norte, não ocorrendo
na área de estudo. (VOLBERS; HEINCH, 2004).
A reconstrução da paleocirculação da Bacia de Santos é uma tarefa difícil, decorrente
do complexo padrão de circulação atual da área. Dados sísmicos indicam que a sedimentação
do Neógeno ao Recente foi dominada por uma circulação que redistribuiu os sedimentos
transferidos para a bacia, durante os níveis de mar alto e mar baixo, sendo possível sugerir o
percurso e intensidade relativa das águas de fundo nas diversas condições climáticas e
paleooceanográficas. (DUARTE; VIANA, 2007).
1.3 PERÍODO QUATERNÁRIO: PLEISTOCENO
O período Quaternário compreende os últimos 2,58 Ma (Ma = milhões de anos) e é
subdividido em duas épocas: Pleistoceno (~2,58-0,01 Ma) e Holoceno (~0,012 Ma - Recente).
(GIBBARD et al., 2010). A época Pleistocênica é marcada por mudanças no sistema climático
da Terra, com períodos de temperaturas mais frias (fases glaciais) e de temperaturas mais
21
quentes (fases interglaciais). O Holoceno é caracterizado por uma fase de aquecimento
climático e um consequente recuo das geleiras pleistocênicas, culminando no início do atual
interglacial. (MAHER; THOMPSON, 1999; VICALVI, 1997).
As oscilações climáticas, durante o Quaternário, acarretaram em momentos mais
frios com avanços das camadas de gelo continental e diminuição do nível eustático do mar,
e em momentos mais quentes com consequentes recuos das geleiras e aumentos nos níveis
dos oceanos. Essas oscilações ocasionaram grandes mudanças nos ambientes marinhos e
continentais, e acabaram moldando a distribuição da biodiversidade no planeta. Atualmente,
são muito discutidos quais seriam os fatores responsáveis por estas oscilações climáticas,
mas sugere-se que as principais causas estejam ligadas a mudanças na órbita terrestre, na
radiação solar ou na concentração de gases responsáveis pelo efeito estufa. (MAHER;
THOMPSON, 1999; VICALVI, 1997).
O Quaternário é caracterizado por dois importantes eventos, a transição do Pleitoceno
Médio (mid-Pleistocene transition – MPT) e o evento de Mid-Brunhes (mid-Brunhes event –
MBE). Durante o MPT (~1.250 até ~600 ka) os contrastes entre estágios glaciais e
interglaciais se tornaram mais evidentes, com longas fases de resfriamento interrompidas por
fases de aquecimento relativamente rápidas, associadas à diminuição do gelo. (BERGER;
JANSEN, 1994). Mudanças significativas na circulação termohalina ocorreram durante essa
transição climática, modificando a circulação e a posição das correntes oceânicas, alterando
assim o perfil de distribuição vertical de carbono e nutrientes, e a produtividade primária que
enriquece as águas profundas e superficiais. (SARNTHEIN-LOTICHIUS; WINN, 1990). O
MBE (~600 até ~200 ka) é responsável por grande parte das oscilações climáticas e ambientais
do Pleistoceno Médio, e representa a maior reorganização de condições climáticas em diferentes
latitudes, com contrastes entre estágios glaciais e interglaciais superiores a 8°C, um grande aumento
no nível relativo dos oceanos e as maiores taxas de produção da APAN. Esse período também é
marcado pelo grande aumento na acumulação de carbonato nos oceanos, provavelmente causado
pela massiva proliferação de fitoplâncton. (DROXLER et al., 2003).
A frequência e amplitude das mudanças no clima desse período encontram-se bem
evidenciadas no registro geológico, bem como a sua periodicidade, mas ainda permanecem
esclarecimentos sobre outras variações menores, pois oscilações no sistema climático terrestre
são espacialmente dissimilares, e reagem de formas variadas em cada ecossistema no planeta.
(MAHER; THOMPSON, 1999). Os registros quaternários marinhos encontram-se bem
preservados, de forma quase contínua, em comparação com o registro continental, o que
22
possibilita diversos estudos paleoambientais, bioestratigráficos e paleoceanográficos.
(MAHER; THOMPSON, 1999). Os foraminíferos, por possuírem uma alta sensibilidade
ecológica, são uma importante ferramenta de informações sobre as mudanças ambientais desse
período, e um amplo campo a ser investigado no Quaternário marinho brasileiro, principalmente
em regiões de mar profundo, onde atualmente existem poucos estudos.
23
2 FORAMINÍFEROS
Os foraminíferos (do latim foramen = orifício, ferre = possuir) são microrganismos
unicelulares, eucariontes e heterotróficos, e classificados no Reino Protozoa, Filo Foraminifera,
Classe Polythalamea, segundo Cavalier-Smith (2004). São cosmopolitas e predominantemente
marinhos, com apenas uma família de água doce (Allogromiidae). Possuem um tamanho médio
que varia de 100 μm a 1 mm, mas podem apresentar tamanhos maiores, como por exemplo, a já
extinta Lepidocyclina elephantina Lemoine e Douvillé, 1904, com 14 cm e a Neusina agassizi
Goes, 1892 com 19 cm de tamanho. (BIGNOT, 1988; SEN GUPTA, 1999).
Secretam uma carapaça, ou teca, que pode ser de composição calcária ou constituída
pela aglutinação de partículas minerais ou biogênicas, e raramente de composição orgânica
(Família Allogromiidae) ou silicosa (Família Silicoloculinidae). A taxonomia do grupo é
principalmente baseada na morfologia da carapaça, levando em consideração a forma, tipo de
enrolamento das câmaras, tipos de aberturas, composição da parede da carapaça, perfurações e
presença ou ausência de estruturas externas. (ARENILLAS, 2004).
Sua carapaça encontra-se dividida em uma ou mais câmaras, apresenta pequenos septos
que dividem a carapaça internamente e forâmens, os quais conectam as câmaras internas (ver
morfologia básica na figura 4). Sua célula é constituída por uma massa citoplasmática que
internamente à carapaça chama-se endoplasma e circula entre as câmaras através dos forâmens.
A porção externa chama-se ectoplasma e projeta-se através de aberturas ou poros, na forma de
pseudópodos reticulados, os quais são utilizados para locomoção, respiração, captura de
alimento, construção da carapaça e fixação. São onívoros e geralmente alimentam-se de
bactérias, algas, diatomáceas, partículas orgânicas, larvas de invertebrados ou outros
protozoários. (ARENILLAS, 2004; BOLTOVSKOY, 1965).
Os foraminíferos possuem hábito bentônico ou planctônico. Os bentônicos foram os
primeiros a surgir no registro fóssil no início do período Cambriano (há 545 Ma) como formas
aglutinantes, e posteriormente no Siluriano (há 444 Ma) surgem as formas calcárias. Vivem
associados ao sedimento marinho, podem apresentar movimentos (formas vágeis) ou serem
totalmente sésseis fixando-se ao sedimento através de uma cimentação carbonática ou orgânica
(formas sésseis). (ARMSTRONG; BRASIER, 2005).
24
Figura 4 – Morfologia básica de um foraminífero
Fonte: Zerfass (2009, p. 37).
Notas: A = vista lateral em seção longitudinal parcial, com respectivas estruturas internas e
externas; B = Vista apertural e abertura abaixo da última câmara.
Os bentônicos podem ser de hábito epifaunal, quando vivem na superfície do sedimento
oceânico, ou infaunal, quando vivem enterrados nos primeiros centímetros do sedimento,
utilizando suas projeções protoplasmáticas ou secreções calcárias para se fixarem. (CORLISS;
CHEN, 1988).
Os foraminíferos planctônicos surgiram no final do Triássico (205 Ma), habitam a
lâmina d’água flutuando passivamente, encontram-se dispersos sob a ação das correntes e não
possuem movimentos próprios de locomoção, apenas subidas e descidas sazonais na lâmina
d’água controladas pelo ciclo lunar. (MOLINA, 2004).
2.1 O ORGANISMO EM VIDA
Os foraminíferos possuem dimorfismo sexual, com um ciclo reprodutivo apresentando
duas fases de gerações (figura 5), uma assexuada e outra sexuada, que podem ter duração anual,
mensal (regulado pelo ciclo lunar) ou de algumas semanas (pelo ciclo semilunar). A geração
microesférica é a mais estável do ciclo e dá origem a embriões por meiose, que posteriormente
irão formar um organismo haplóide. O indivíduo haplóide faz parte da geração macroesférica,
que é a fase mais efêmera do ciclo, onde o indivíduo formará um cisto para posteriormente
liberar os gametas, que se formarão por meio de mitose. Esses gametas irão se fundir e formar
o zigoto, que novamente originará o indivíduo microesférico diplóide. Frente a condições
ambientais desfavoráveis pode não ocorrer a reprodução sexuada, mas ainda são pouco
conhecidos os detalhes do seu ciclo reprodutivo e variações que possam ocorrer entre as
espécies. (MOLINA, 2004).
25
Figura 5 – Ciclo reprodutivo de um foraminífero bentônico
Fonte: Bellier, Mathieu e Granier. (2010, p. 52).
Nota: Ciclo de reprodução co-dominante haplóide-diplóide dos foraminíferos, exemplo de
reprodução de Elphidium crispum (Linnaeus, 1758).
Existem numerosas espécies de foraminíferos que apresentam uma variação
morfológica devido ao ciclo reprodutivo, podendo diferir no tamanho e dimensões do prolóculo.
A fase macroesférica geralmente corresponde a formas com prolóculo de grande tamanho, já
as formas com prolóculo pequeno são correspondentes da fase microesférica. Por ainda não
terem sua carapaça completamente diferenciada, uma classificação a nível específico ou até
mesmo genérico se torna mais difícil para indivíduos juvenis (com prolóculo grandes), e assim
26
trazer problemas para micropaleontólogos que designam nomes duplicados para espécies que
possuem um dimorfismo intraespecífico, não bem definido em formas fósseis. (MOLINA,
2004).
O tempo de vida de um foraminífero pode variar entre 15 dias e 16 meses, de acordo
com estudos realizados em laboratório com espécimes vivos. (MURRAY, 2000). Os
foraminíferos bentônicos possuem uma estratégia de alimentação bem diversificada, são
herbívoros ativos aqueles que se alimentam de diatomáceas, algas ou bactérias enquanto se
locomovem no substrato. Herbívoros passivos são epifaunais sésseis que capturam
diatomáceas ou partículas orgânicas que passam ao redor de onde estão fixados, e aqueles
considerados carnívoros se alimentam de pequenos artrópodes ou outros protistas. Várias
espécies são oportunistas onívoras, mas também podem ser simbiontes associados a
diatomáceas, clorófitas, dinoflagelados, crisófitas ou rodófitas, as quais os ajudam no
fornecimento de energia. (BELLIER; MATHIEU; GRANIER, 2010; MOLINA, 2004).
2.2 MORFOLOGIA DA CARAPAÇA
A carapaça dos foraminíferos é a parte do organismo que fossiliza, e é essencial
conhecer a sua morfologia para identificação e taxonomia do grupo. Como já citado, sua
carapaça é secretada pelo próprio organismo e muda na forma, ornamentação e constituição. O
único grupo que secreta carapaças unicamente constituídas por material biogênico são formas
uniloculares pertencentes à família Allogromiidae, mas pouco presentes em estudos e muito
raramente fossilizados. Os demais tipos de constituições das carapaças são produzidos por
biomineralização, e são caracterizados como. (BELLIER; MATHIEU; GRANIER, 2010;
CAMACHO; LONGOBUCCO, 2007):
a) aglutinantes: tem sua construção pela aglutinação de partículas capturadas pelo
organismo como grãos de quartzo, espículas de esponjas ou qualquer outro tipo de
partícula presente no substrato, que são agregadas por uma secreção orgânica. São
aglutinantes as espécies pertencentes as famílias Astrorhizida, Lituolida,
Trochamminida e Textulariida;
b) porcelânicos: são aqueles com carapaças de parede calcária, secretada pelo
organismo possuindo um aspecto uniforme imperfurado, liso e homogêneo, com
uma superfície branca brilhante ou assemelhando-se a âmbar brilhante (família
Miliolida);
27
c) hialinos: carapaças também calcárias e secretadas pelo animal, mas perfuradas com
a aparência vítrea, transparente ou translúcida, apresentando ornamentações
(famílias Buliminida, Carterinida, Globigerinida, Involutinida, Lagenida,
Spirillinida, Robertinida e Rotaliida).
Além desses três principais tipos de carapaças existem outras constituições já
encontradas em organismos fósseis, mas muito raras ou não existentes em foraminíferos
recentes. (BELLIER; MATHIEU; GRANIER, 2010; CAMACHO; LONGOBUCCO, 2007):
a) aragonítica: outro tipo raro de constituição calcária aragonítica presente em gêneros
das famílias Involutinida e Robertinida, formas que tiveram sua origem no Permiano;
b) calcítica: presente em fósseis do Paleozóico, em alguns representantes da família
Fusulinina. Apresentam uma carapaça calcária de configuração microgranular,
com microcristais de calcita arranjados em secções finas;
c) microgranular: algumas espécies tem carapaças calcárias do tipo microgranular
(família Fusulinida, do Paleozóico), que possuem microcristais de calcita dispostos
em formas de “estrias” dando um aspecto fino a carapaça, chamada de carapaça
pseudofibrosa;
d) silicosa: durante o período Cretáceo ocorreu um raro grupo de foraminíferos que
apresentava uma carapaça formada pela biomineralização de sílica, pertencentes a
família Silicoloculinina como por exemplo o gênero Rzehakina Cushman, 1927.
Em relação à disposição das câmaras durante o crescimento da carapaça, podem ser do
tipo unilocular (figura 6), que consiste na forma mais simples com apenas uma câmara,
geralmente esférica ou tubular, ou com crescimento do tipo multilocular que é diversificado em
vários aspectos de organização. (MOLINA, 2004):
Figura 6 – Formas de carapaças uniloculares
Fonte: Molina (2004, p. 108).
28
a) formas seriadas (figura 7): são carapaças constituídas por câmaras dispostas em
uma, duas ou três séries ao longo de um eixo reto. Pode haver formas mistas
(figura 8), que iniciam como bisseriados e passam a ser uniseriados, como
trisseriados à bisseriados, como trisseriados-bisseriados-unisseriados ou até
mesmo enrolamentos espiralado-seriados;
Figura 7 – Formas de carapaças seriadas
Fonte: Molina (2004, p. 109).
Figura 8 – Formas de carapaças mistas
Fonte: Molina (2004, p. 111).
b) formas espiraladas: são aquelas dispostas em forma espiral:
a) modo planoespiral: onde as câmaras dispõem-se em um plano de forma paralela
ao eixo de enrolamento, formando uma carapaça simétrica. Podem ser do tipo
evoluto (figura 9), quando as câmaras da última volta da espiral não envolvem
as voltas da espiral anterior, permitindo visualizar todas as voltas da espiral na
carapaça com umbigos amplos, ou do tipo involuto (figura 10), quando as
câmaras da última volta abraçam as da volta anterior da espiral, tornando apenas
visíveis as câmaras da última volta da espiral, com umbigos estreitos ou
profundos;
29
Figura 9 – Formas de carapaças planoespiraladas evolutas
Fonte: Molina (2004, p. 109).
Figura 10 – Formas de carapaças planoespiraladas involutas
Fonte: Molina (2004, p. 110).
b) modo trocoespiral (figura 11): as câmaras se arranjam obliquamente ao eixo de
enrolamento e o crescimento da espiral não se encontra num plano, mas se
desenvolve helicoidalmente. São assimétricas, e apresentam três distintos lados:
dorsal ou espiral (lado evoluto) onde aparecem todas as câmaras, ventral ou
umbilical onde é visível a última volta (lado involuto) e axial ou vista periférica
(vista lateral da carapaça).
Figura 11 – Formas de carapaças trocoespiraladas
Fonte: Molina (2004, p. 110).
c) formas angulares (figura 12): são as câmaras que se enrolam espiraladamente, mas
situando-se em posições fixas por um determinado número de eixos com carapaças
dispostas em ângulos:
a) modo quinquelocular: câmaras em posições alternadas separadas por ângulos de
144°, configurando cinco eixos separados por um ângulo de 72°;
b) modo trilocular: as câmaras se dispõem em três eixos separados por um ângulo
de 72°;
30
c) modo bilocular: as câmaras se dispõem alternadas em ângulos de 180º, podendo
ser do tipo evoluto ou involuto;
d) modo pseudounilocular: as câmaras estão alternadas de um lado a outro sobre o
eixo de crescimento como os biloculinares, mas as câmaras envolvem por
completo as anteriores, dando a carapaça um aspecto unilocular;
e) modo sigmoidal: câmaras dispostas em ângulos maiores de 144° e menores de
180°, apresentando formas juvenis com uma disposição quinqueloculinar.
Figura 12 – Formas de carapaças angulares
Fonte: Molina (2004, p. 112).
Outros dois tipos de crescimentos também existentes, mas menos comuns são.
(MOLINA, 2004):
a) formas polimórficas: com câmaras dispostas num misto entre formas trocoespirais
e miliolídeos.
b) formas estreptoespiraladas: câmaras enroladas de forma desorganizada trocando
sua direção e dando resultado a uma forma oval irregular.
c) formas de cicloanelares: dispostas em anéis concêntricos criando uma concha
discoidal plana.
d) formas orbitoidais: similar às formas ciclo-anelares, mas adicionando-se dois
espessamentos laterais com pequenas câmaras.
A subdivisão de foraminíferos bentônicos em formas epifaunais (que habitam a
superfície do sedimento) e infaunais (que vivem enterrados nos primeiros centímetros do
sedimento), pode ser observada conforme caracteres diagnósticos específicos na morfologia da
carapaça. (CORLISS; CHEN, 1988):
31
a) epifaunais: caracterizados morfologicamente por possuírem carapaças com
enrolamento em ângulos (miliolídios) ou enrolamento trocoespiral em formas
planoconvexas ou biconvexas. Além disso, podem possuir poros em apenas um lado
da carapaça ou estarem ausentes (figura 13);
Figura 13 – Exemplo da morfologia de espécies epifaunais
Fonte: Elaborada pelo autor.
Notas: A, B- Gyroidina altiformis, trocoespiral arredondado; C, D- Planulina sp.1, trocoespiral
planoconvexo; E, F- Quinqueloculina lamarckiana, miliolídio quinqueloculinar; G, H-
Lenticulina sp., trocoespiral biconvexo. Escala equivalente a 10 μm. Fotomicrografias de
espécimes identificadas neste estudo.
32
b) infaunais: possuem enrolamento planoespiral ou seriado e apresentam poros em
toda a carapaça, seu formato é geralmente achatado, ovoide, afilado-cilíndrico,
esférico ou cônico-achatado (figura 14).
Figura 14 – Exemplo da morfologia de espécies infaunais
Fonte: Elaborada pelo autor.
Notas: A, B- Nonion pacificum, planoespiral arredondado; C, D- Cassidulina delicata,
bisseriado ovóide achatado, E- Fissurina formosa, unilocular ovóide achatado, F-
Parafissurina lateralis f. carinata, unilocular ovóide achatado, G- Bulimina striata,
cônico, H- Uvigerina costai, trisseriado cilíndrico, I- Globocassidulina subglobosa,
bisseriado esférico, J- Lagena gracilis, unilocular cilíndrico, K- Bolivina subaenariensis var.
mexicana, bisseriado achatado cônico, L- Brizalina alata, bisseriado achatado cônico. Escala
equivalente a 10 μm. Fotomicrografias de espécimes identificadas neste estudo.
Outro aspecto igualmente importante na morfologia é o tipo de abertura, podendo ser
arredondada (figura 15D), em forma de ferradura (figura 15L), em arco, em meia lua (figura 15E),
em vírgula (figura 15H), radiais, periféricas, dendríticas ou múltiplas. Sua posição pode ser
33
terminal (figura 15D), subterminal, situadas na base da última câmara ao longo da sutura final
(figura 15B), no centro da última câmara (figura 15C), periféricas, umbilicais (figura 15I) ou
laterais. Nas formas troco-espirais podem-se distinguir aberturas na região umbilical, na sua
periferia ou fora desta região. Nas formas plano-espirais está presente na periferia da carapaça.
Também podem apresentar aberturas com modificações na forma de dentes (figuras 15I e 15L),
lábios ou placas. (CAMACHO; LONGOBUCCO, 2007; MOLINA, 2004).
Figura 15 – Tipos de aberturas presentes na carapaça de foraminíferos
Fonte: Boltovskoy (1965, p. 77).
Notas: A-H= aberturas simples; I-L= aberturas dentadas; M-R= aberturas complexas; S-
V= aberturas múltiplas.
34
A estrutura interna mais comum na carapaça de foraminíferos são os septos que
delimitam as câmaras, podendo ser mais espessos e com sistemas de alvéolos/tubos ou mais
afinados. Ornamentações da carapaça são um importante critério utilizado na classificação em
nível de gênero ou de espécie, tem sua localização nas paredes externas e consiste na adição de
tecido calcário que pode ter formas de costelas, protuberâncias, espinhos, pústulas, dobras,
linhas, redes ou granulações. (MOLINA, 2004).
2.3 FORAMINÍFEROS BENTÔNICOS E SUAS APLICAÇÕES
As primeiras menções a foraminíferos foram por Heródoto (cerca de 484-425 a.C.),
Strabo (63 a.C. até 20 d.C.) e Pliny The Elder (23-79 d.C.) que observaram nas rochas calcárias
das pirâmides egípcias a acumulação de objetos em forma de lentes, atualmente conhecidos
como foraminíferos do gênero Nummulites. Foi em 1826 que Alcide d’Orbigny produziu a
primeira classificação e reconhecimento do grupo na sua obra intitulada “Tableau métodique de
la classe de Céphalopodes”. Em 1872, a famosa expedição HMS Challenger realizou um grande
levantamento científico do fundo marinho e o foraminiferólogo H. B. Brady esteve presente.
Mais recentemente, Joseph Cushman destaca-se como um dos primeiros na utilização prática
de foraminíferos como indicadores bioestratigráficos, na determinação da idade de sedimentos.
(CUSHMAN, 1928).
Os foraminíferos tem sua aplicabilidade demonstrada como ferramentas na prospecção de
petróleo, pelo fato de estarem presentes em todos os oceanos, possuirem carapaças facilmente
preservadas nos sedimentos marinhos, terem um rápido desenvolvimento evolutivo e alta
diversidade. (CUSHMAN, 1928). Natland (1933) realizou o primeiro estudo estritamente
paleoambiental na determinação da profundidade de deposição de sedimentos de uma bacia.
Ao longo dos anos foram realizados estudos para determinações paleobatimétricas,
focados principalmente em espécies isobatiais que habitam a mesma profundidade em todos os
oceanos. (BANDY; ARNAL, 1957; PHLEGER; PARKER, 1951). Ainda como determinantes
batimétricos, foi proposto o cálculo da razão entre foraminíferos planctônicos e bentônicos,
muito utilizado até os dias atuais (GRIMSDALE; VAN MORKHOVEN, 1955) juntamente com
a razão entre o número de carapaças hialinas, porcelânicas e aglutinantes como um indicador
de profundidade e salinidade da água (figura 16). Ambientes de plataforma continental são
caracterizados pela grande abundância de formas calcárias bentônicas, zonas de talude pelo
predomínio de foraminíferos planctônicos, e regiões abissais ou afetadas pela Zona de
35
Compensação de Carbonato de Cálcio (Calcium Corbonate Dissolution – CCD), pela
dominância de formas aglutinantes. (ARMSTRONG; BRASIER, 2005; BANDY; ARNAL,
1957; MURRAY, 1973).
Figura 16 – Distribuição da fauna de foraminíferos conforme a batimetria
Fonte: Adaptada de Saidova (1967, apud ARMSTRONG; BRASIER, 2005, p. 154).
Ao decorrer dos anos, diversos estudos detalharam as diferentes características físico-
químicas que podem variar no ambiente (como incidência de luz, pH, salinidade, tipo de
sedimento e batimetria) e influenciar na distribuição das comunidades no fundo oceânico. A
partir do trabalho de Parker (1958), diversos estudos começaram a reconhecer em ambientes
pobres em oxigênio faunas específicas (BERNHARD, 1986; DOUGLAS; HEITMAN, 1979;
SMITH, 1964; ZWAAN, 1982), geralmente com baixa diversidade e dominadas por poucas
espécies morfologicamente adaptadas a se desenvolver em condições limitantes. Como
consequência, a quantidade de oxigênio das águas oceânicas profundas foi gradualmente sendo
aceita como um dos mais importantes fatores ambientais que condicionam a fauna de
foraminíferos. (BERNHARD, 1986; ZWAAN, 1982).
36
Com o desenvolvimento de estudos oceanográficos, Murray (1973), Schnitker (1974)
e Streeter (1973) foram os pioneiros em na relação entre a distribuição dos foraminíferos
bentônicos atuais e as massas d’água, para o esclarecimento de padrões de paleocirculação de
correntes oceânicas profundas, pela sua resposta a parâmetros físico-químicos das massas
d’água. Condições específicas como: oxigenação, aporte de nutrientes, salinidade, pH e
temperatura são responsáveis por propiciar o desenvolvimento de associações específicas da
fauna e sugerir mudanças na influência de massas d’água de fundo entre períodos glaciais e
interglaciais. (GOODAY, 1994; GOODAY; HUGHES, 2002; SCHMIEDL; MACHENSEN,
1997; STREETER, 1973).
Ainda no final do século XX eram usuais as análises da relação entre uma espécie, ou
grupos de espécies, e um único parâmetro ambiental, levando a uma tendência geral de
simplificação da complexa organização dos ambientes aquáticos, onde uma série de fatores
ambientais interagem e controlam a ecologia dos foraminíferos. A ocorrência de espécies
podem ser controladas pela redução do oxigênio devido à adição de matéria orgânica, dando
início a uma nova fase no campo das interpretações sobre os fatores que efetivamente
influenciam a fauna de foraminíferos. (PFLUM; FRERICHS, 1976).
No uso como indicadores de produtividade oceânica foi esclarecido que a entrada de
matéria orgânica e a oxigenação das águas de fundo eram os principais parâmetros ambientais
que controlam as associações da fauna bentônica em águas profundas, e mais importantes que
a profundidade, temperatura e salinidade da água. (BERGER; WEFER, 1990).
Houve um aumento no número de estudos ecológicos e paleoecológicos envolvendo
foraminíferos bentônicos, explorando com maior eficácia seu potencial como ferramenta
paleoceanográfica, a partir da década de 1980. Basov e Khusid (1983), Corliss (1985) e Corliss
e Chen (1988), observaram que os foraminíferos bentônicos não habitam somente a superfície
do fundo oceânico, mas também os primeiros 10 centímetros do sedimento, em habitats que se
tornam cada vez mais pobres em oxigênio conforme se afastam do topo.
Os foraminíferos bentônicos encontram-se adaptados a microhabitats específicos, e a
partir de preferências alimentares específicas e caracteres morfológicos de suas carapaças,
podem ser divididos em hábitos epifaunais ou infaunais. Os epifaunais habitam a superfície do
sedimento e caracterizam ambientes bem oxigenados, enquanto os infaunais encontram-se
enterrados no sedimento e adaptados a ambientes com entradas de matéria orgânica e baixa
concentração de oxigênio. (CORLISS; CHEN, 1988).
37
Utilizando como base os trabalhos pioneiros nessa área (CORLISS; CHEN, 1988
CORLISS; EMERSON, 1990; LOUBERE; GARY; LAGOE, 1993) Jorissen, Stigter e
Widmark (1995) propuseram o chamado “modelo TROX” (TRophic conditions and OXygen
concentrations) (figura 17), o qual estabelece que organismos bentônicos possam viver com
uma determinada quantidade de oxigênio disponível, e na presença do oxigênio, a distribuição
vertical no sedimento é controlada pela disponibilidade de alimento.
Figura 17 – Modelo TROX
Fonte: Adaptada de Jorissen, Stigter e Widmark (1995) e Zwaan et al. (1999 apud BETANCUR;
MARTÍNEZ, 2003, p. 99).
Nota: Gráfico esquemático demonstrando o assumido no modelo conceitual de TROX.
Com isso, o modelo TROX estabelece que, toda espécie tem certa quantidade/qualidade
crítica de oxigênio e nutrientes necessários. Em ambientes muito oligotróficos, todas as
partículas de nutrientes são consumidas na superfície do sedimento, e por esse motivo os
infaunais estarão ausentes. Em áreas mesotróficas a eutrofizadas, pode ser observado um
aumento na profundidade do microhabitat, como resultado da metabolização da matéria
orgânica, qual não está mais restrita a superfície e é conduzida por bioturbações para camadas
38
mais profundas do sedimento, onde provêm nutrientes para as espécies infaunais. Em regiões
muito eutrofizadas, o nível crítico de oxigênio criado pela oxidação da matéria orgânica é maior
que os níveis de transporte de nutrientes, limitando a penetração da fauna na camada de
sedimento. (JORISSEN; STIGTER; WIDMARK, 1995).
Ambientes instáveis são uma exceção ao proposto no modelo TROX, sugerindo que
espécies epifaunais oportunistas (r-estrategistas) possam colonizar com sucesso nichos vazios.
Em casos de fluxos sazonais de fitodetritos ao fundo oceânico, onde a maior parte da
produtividade marinha é concentrada em curtos períodos, resultam em faunas muito dominadas
por espécies epifaunais pioneiras oportunistas (e.g. Alabaminella weddellensis, Epistominella
exigua e Epistominella pusilla). (GOODAY, 1993; JORISSEN; STIGTER; WIDMARK, 1995;
LEÃO, 2011; SMART; GOODAY, 1997; THOMAS; GOODAY, 1996). O fluxo de matéria
orgânica para o fundo marinho não ocorre de forma constante, podendo apresentar uma grande
variabilidade sazonal e/ou interanual. Eventos episódicos podem ser responsáveis pela maior
parte da adição de nutrientes, e determinadas espécies de foraminíferos bentônicos rapidamente
colonizam esses depósitos de fitodetritos, com altas taxas de reprodução. Após florescimentos de
fitoplâncton, a fauna de foraminíferos responde rapidamente aumentando sua densidade. Como
consequência, levam ao aumento na dominância de pequenas espécies oportunistas que são
capazes de crescer na comunidade bentônica frente a materiais fitodetríticos recém-depositados
na interface água sedimento. (GOODAY, 1993, 1996; GOODAY; HUGHES, 2002; GOODAY;
LAMBSHEAD, 1989; SMART et al., 1994; THOMAS; GOODAY, 1996).
A deposição de fitodetritos é bem documentada nas regiões batiais e abissais para o
Atlântico Norte, como demonstrado pelo trabalho de Gooday e Turley (1990). O material
fitodetrítico consiste em agregados orgânicos que, sazonalmente, chegam ao fundo marinho, e
são provenientes de florescimentos (bloom) fitoplanctônicos na zona eutrófica, que ocorre
geralmente na primavera. Os fitodetritos provêm alimento para essas espécies e controlam a
dinâmica de suas populações, que rapidamente dominam o sedimento marinho. (GOODAY,
1993, 1994; SMART; GOODAY, 1997). Smart et al. (1994), discutindo sobre como fluxos
fitodetríticos aos sedimentos marinhos que ocorrem durante períodos de semanas geram traços
no registro fóssil, estabeleceram que episódios sazonais de fitodetritos ocorridos durante períodos
geológicos de tempo significantes são capazes de documentar picos de espécies fitodetríticas
oportunistas, como indicadores locais de variações na produtividade superficial.
39
3 MATERIAL E MÉTODOS
O testemunho BS-A foi coletado a uma profundidade de 2.141 metros de lâmina d’água,
no talude continental da Bacia de Santos (figura 1), pelo navio de sondagem Fugro Explorer,
no ano de 2007, com o auxílio de um amostrador “Jumbo Piston Core” que realizam a
perfuração do sedimento por queda livre, movidos pela gravidade, que promove a sucção e
coleta do sedimento.
O testemunho BS-A apresenta uma recuperação contínua de 20,65 metros e teve sua
litologia descrita (figura 18) no Laboratório de Exploração e Pesquisa – bacia de
Campos/Petrobras, na cidade de Macaé (RJ).
Foram selecionadas 25 amostras de sedimento representantes do Pleistoceno Médio,
entre as profundidades de 831 e 2.065 cm (figura 18) (FERREIRA; LEÃO, [2012]). Cada
amostra contém 10 cm3 de sedimento e foram coletadas com espaçamento padrão de 30 cm
entre elas ou quando se observou alteração litológica. As amostras foram armazenadas em
recipientes plásticos apropriados, identificadas e levadas ao Instituto Tecnológico de
Micropaleontologia (ITT Fossil) da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Para
sua preparação, adotou-se o procedimento padrão para a análise de foraminíferos (LEIPNITZ
et al., 2005; LEIPNITZ; AGUIAR, 2002), conforme as seguintes etapas:
a) pesagem da amostra;
b) lavagem em peneira de malha 63 μm, com água corrente;
c) secagem em estufa a 60ºC;
d) pesagem da amostra seca.
40
Figura 18 – Perfil litológico do testemunho BS-A
Fonte: Ferreira e Leão ([2012], p. 30).
41
3.1 TRIAGEM E CLASSIFICAÇÃO
A triagem consiste na separação de microfósseis de interesse para o estudo (carapaças
de foraminíferos bentônicos) com o auxílio de um estereomicroscópio. Para tal, as amostras
foram quarteadas, quando necessário, para a obtenção de 300 a 600 espécimes de foraminíferos
bentônicos (PATTERSON; FISHBEIN, 1989) e, após, peneiradas em malhas de 63 e 125 μm
para facilitar a triagem. (BOLTOVSKOY, 1965).
O grupo Foraminifera foi enquadrado em nível de filo com base em Cavalier-Smith
(2004). A classificação sistemática dos foraminíferos bentônicos foi realizada segundo a
proposta de Sen Gupta (1999) até nível hierárquico de ordem, segundo Loeblich Júnior e
Tappan (1988) até nível hierárquico de gênero, e a nível específico conforme demais trabalhos:
Barbosa (2002), Barker (1960), Boltovskoy et al. (1980), Boltovskoy e Kahn (1982), Boltovkoy
e Watanabe (1977), Cushman (1918, 1920, 1922, 1923, 1929, 1930, 1931, 1932), Ellis e
Messina (2012), Hayward et al. (2011), Hayward e Buzas (1979), Holbourn e Henderson
(2002), Loeblich Júnior e Tappan (1994), McCulloch (1977), Mello (2006), Milker e Schmiedl
(2012) e Phleger e Parker (1951).
Os espécimes que apresentaram carapaças dissolvidas, deformadas ou fragmentadas,
dificultando uma classificação específica, foram classificados em nível genérico conforme
nomenclatura aperta (expressões em latim; sp. e spp.). Aqueles que se apresentavam muito
fragmentados, impossibilitando até mesmo uma classificação genérica, foram divididos em
Aglutinantes, Rotalídeos e Miliolídeos quebrados. Táxons que apresentavam características
como carapaças muito pequenas, câmaras pouco desenvolvidas e diâmetro do prolóculo
relativamente maior às outras câmaras, foram separadas como formas juvenis diferenciadas em
Miliolídeos ou Rotalídeos.
3.2 ANÁLISES QUALI-QUANTITATIVAS
A caracterização da fauna de foraminíferos bentônicos baseou-se na sua classificação e
contagem do número de espécimes de cada espécie por amostra, elaboração de tabelas de
distribuição, cálculo de índices ecológicos, definição de padrões de abundância e ocorrência
das mesmas ao longo do intervalo estudado. Para consecutiva análise dos parâmetros ecológicos
com base em associações/espécies indicadoras paleoecológicas/paleoambientais. Para
mensurar a fauna em suas características paleoecológicas, foram calculados os seguintes índices
ecológicos, extraídos de Dajoz (1983), Magurran (1987) e Murray (2006):
42
a) abundância absoluta (n): corresponde ao número total de indivíduos de cada
espécie por amostra, sendo esses valores o somatório das frações analisadas (>125
e 63 μm) e extrapolados quando usado o quarteamento;
b) abundância relativa (p): corresponde ao número proporcional de indivíduos da
espécie por amostra, expresso em porcentagem e definido por:
𝑝 =𝑛 𝑥 100
𝑇 (1)
Onde: p = abundância relativa; n = número de indivíduos de uma determinada espécie
na amostra; T = número total de indivíduos de todas as espécies da amostra.
c) riqueza de espécies (S): consiste no número absoluto de espécies numa amostra,
sendo desconsiderados os táxons classificados como Rotalídeos, Miliolídeos e
Aglutinantes quebrados e juvenis.
d) índice de Shannon-Weaver (H’): um índice de diversidade é a medida de “dispersão
qualitativa” de uma população de indivíduos pertencentes a várias categorias
qualitativamente diferentes, com o intuito de distinguir a abundância das espécies
ao longo do testemunho e observar possíveis diferenças na diversidade das
associações. O índice de Shannon-Weaver é muito utilizado na literatura para medir
a diversidade da fauna na comunidade de maneira que esse possa ser comparado
entre as amostras, leva em consideração as variações nas abundâncias e riqueza das
espécies principalmente em amostras onde a comunidade inteira não pode ser
inventariada. Seu valor mínimo ocorre quando todos os indivíduos pertencem à
mesma espécie e o máximo quando cada indivíduo pertence uma espécie diferente,
sendo definido por:
𝐻′ = ∑𝑝𝑖. ln (𝑝𝑖) (2)
Onde: 𝐻′ consiste no somatório da abundância relativa de cada espécie na amostra
(pi), multiplicado pelo logarítimo natural de pi (pi=ni/N); ni = valor de importância
de cada espécie e N = total de valores de importância na amostra.
e) índice de Dominância (Dcomp): o índice de Simpson representa o nível de
dominância de espécies numa amostra, pois calcula a probabilidade de dois
indivíduos sorteados de uma comunidade pertencerem à mesma espécie. É capaz de
estabilizar com menores tamanhos de amostras, não dando muita importância às
43
espécies raras. Leva em consideração a riqueza e equitabilidade, e tem como ponto
forte capturar bem a variação das distribuições da abundância:
𝐷𝑐𝑜𝑚𝑝 = 1 − ∑ 𝑝𝑖2 (3)
Onde: p = abundância relativa da espécie na amostra.
f) equitabilidade de Pielou (J): significa o número máximo de espécimes que estão
distribuídas entre as espécies, ou seja, uma distribuição da abundância entre as
espécies. É utilizado através da seguinte equação:
𝐽 = 𝐻′
𝐻𝑚𝑎𝑥⁄ (4)
Onde: H’ é o valor do índice de Shannon-Weaver, Hmax é a diversidade máxima
que a amostra teria sendo sua equitabilidade máxima, que é calculado por log2S;
S = número de espécies da amostra.
g) densidade de foraminíferos (Dens): consiste na quantidade de espécimes de
foraminíferos encontradas por grama de sedimento (ind/g) em cada amostra. É
obtido através da equação:
𝐷𝑒𝑛𝑠 =𝑃
𝑁 (5)
Onde: Dens consiste na divisão do peso seco da amostra (P) pela abundância total de
foraminíferos da amostra (N).
h) índice de fragmentação (frag): consiste na percentagem de foraminíferos
quebrados por amostra, obtido pela soma do valor de espécimes de Rotalídeos e
Miliolídeos quebrados e posterior transformação em percentagem.
3.2.1 Análises de Regressão
Regressão é um método estatístico que permite explorar e inferir a relação de uma
variável dependente (y = variável resposta) com variáveis independentes específicas (x =
variável explicatória). Uma regressão entre duas variáveis pode apresentar relação linear,
onde os valores ajustam-se em uma linha reta, ou não-linear quando a relação não apresenta
um único sentido (polinomial, exponencial, logarítmica, de potência ou média móvel). Ao
realizar uma análise de regressão, é necessário identificar o grau e a direção da relação entre
44
as variáveis, através dos coeficientes de correlação ou determinação. (HAIR JÚNIOR, 2010;
MILES; SHEVLIN, 2004).
O coeficiente de correlação (r) indica a força e a direção do relacionamento entre duas
variáveis, pode variar entre –1 e +1 onde valores negativos indicam uma relação inversamente
proporcional (se uma variável aumenta a outra diminui), valores positivos uma relação
diretamente proporcional (onde as duas variáveis aumetam) e um valor igual a 0 para dois
parâmetros totalmente independentes. O coeficiente de determinação (r²) também fornece a
existência ou não de vinculação, com a capacidade de estimar corretamente os valores da
variável resposta, indicando quanto da variância da variável resposta é explicada pela
variância das variáveis explicativas, seu valor fica situado no intervalo entre 0 e 1 (quanto
maior, mais explicativo é o modelo), sem apontar a direção da relação. (HAIR JÚNIOR, 2010;
MILES; SHEVLIN, 2004).
Ao rodar o teste de regressão, foi selecionado o método de melhor ajuste (linear ou não-
linear) para uma melhor representatividade da análise em cada caso (tabela 3). Para uma
comparação entre os resultados, optou-se em utilizar o coeficiente de correlação (r), com
subsequente classificação quanto ao grau de regressão de y em relação a x, conforme a tabela 1.
Após os dados, foram representados em um gráfico cartesiano de pontos denominado gráfico de
dispersão, para avaliar se a relação entre as características quantitativas é relevante e possui uma
distribuição equilibrada conforme a linha de tendência, para uma posterior interpretação.
(CALLEGARI-JACQUES, 2003; HAIR JÚNIOR, 2010; MILES; SHEVLIN, 2004):
Tabela 1 – Avaliação qualitativa do grau de correlação entre duas variáveis
| r | A relação é dita
0 Nula
0,01 > 0,24 Muito fraca
0,25 > 0,49 Fraca
0,50 > 0,74 Moderada
0,75 > 0,99 Forte
1 Perfeita
Fonte: Elaborada com base em Callegari-Jacques (2003).
Para avaliar a significância do modelo de regressão utilizado, foi realizado um teste
de significância da regressão através de uma análise de variância (Anova), a qual visa
fundamentalmente verificar o grau de confiabilidade da regressão. Foram consideradas
regressões com significado estatístico, aquelas que apresentaram p < 0,05, indicando uma
45
probabilidade menor que 5% para que o valor observado seja casual. (CALLEGARI-
JACQUES, 2003; HAIR JÚNIOR, 2010).
As análises de regressão entre os valores de abundância das principais espécies e dos
índices ecológicos (tabela 3) foram realizadas com o auxílio do programa estatístico IBM®
SPSS® Statistics 20, e através do CorelDRAW® X4 dispostos gráficos de dispersão com linhas
de tendência para os casos de maior relevância (figura 22).
3.3 TRATAMENTO DOS DADOS
Para as interpretações das informações paleoecológicas, foram utilizadas apenas as
espécies que apresentaram uma abundância relativa mínima de 2% em ao menos uma das
amostras do intervalo. Na análise de dados, a presença de uma fauna esparsa com espécies raras
que apresentam poucos indivíduos (<2%) pode tornar-se um impacto sobre a análise, pois esta
fauna não resultará em informações paleoecológicas devido a sua baixa presença. (SEN
GUPTA, 1999).
A fauna foi subdividida em morfotipos epifaunais e infaunais com base em Corliss e
Chen (1988) e Gooday (1994), para mensurar a abundância de cada morfotipo foram
desconsiderados os espécimes quebrados e juvenis, fornecendo assim uma relação equilibrada
em seus valores de abundância (e.g. quando epifaunais tiverem 60%, infaunais terão 40% de
abundância relativa). Após, foram definidos os padrões de ocorrência e abundância das
principais espécies, e estabelecida a existência e o grau de relação entre as variáveis através das
análises de regressão.
O princípio de sobreposição de camadas, definido por Nicolaus Steno, define que a
deposição dos estratos sedimentares ocorre por ordem cronológica e horizontal da base para o
topo da coluna estratigráfica, estabelecendo que cada camada é mais moderna que a camada
que a recobre, mas mais antiga que a camada que a cobre, conceito que perdura até hoje como
base da estratigrafia sedimentar. (DUNBAR, 1957). Ao realizar a interpretação dos dados
obtidos pelas análises quali-quantitativas, foi considerado que a idade de deposição varia
cronoestratigraficamente ao longo da profundidade das amostras, e representa amostras mais
antigas na base do testemunho e conseguinte diminuição da idade até culminar nas amostras
mais recentes no topo do intervalo estudado.
O cálculo dos índices e valores estatísticos foi realizado com o programa
Paleontological Statistics – Past 2.15 e Microsoft® Excel® 2010, a montagem de gráficos e
46
tabelas foi desenvolvida com o auxílio do Pangaea® PanPlot® 2 (HAMMER; HARPER;
RYAN, 2001) e CorelDRAW® X4.
3.4 FOTOMICROGRAFIAS EM MEV
Foram selecionados os espécimes mais representativos, com o intuito de ilustrar os
foraminíferos bentônicos identificados neste trabalho. As fotomicrografias foram realizadas em um
microscópio eletrônico de varredura (MEV) da marca Zeizz® (modelo EVO-40), nas instalações do
Cenpes/Petrobras, com o auxílio do responsável técnico Rogério da Silva Martins da Costa.
O pós-processamento e montagem das imagens foi desenvolvido no ITT Fossil
(Unisinos) com a utilização do programa de edição de imagem Adobe® Photoshop® CS4 e da
suíte de aplicativos gráficos CorelDRAW® X4.
47
4 RESULTADOS
No testemunho BS-A foram recuperados 26.629 espécimes de foraminíferos bentônicos
em 25 amostras analisadas, e identificadas 147 espécies distribuídas em 6 ordens, 46 famílias,
27 subfamílias e 69 gêneros. A listagem taxonômica das espécies identificadas e as imagens em
MEV das principais espécies são apresentadas no apêndice A. Lagenida é a ordem mais
representativa com 51 espécies e 18 gêneros (Cushmanina, Dentalina, Favulina, Fissurina,
Globofissurella, Laevidentalina, Lagena, Lagenosolenia, Lenticulina, Marginulina,
Nodosaria, Oolina, Palliolatella, Parafissurina, Procerolagena, Pyrulina, Reussolina,
Seabrokia), seguidos por Buliminida com 38 espécies e 15 gêneros (Angulogerina, Bolivina,
Bolivinellina, Brizalina, Bulimina, Buliminella, Cassidulina, Evolvocassidulina, Fursenkoina,
Gavelinopsis, Globocassidulina, Loxostomum, Paracassidulina, Siphouvigerina, Uvigerina),
Rotaliida com 32 espécies inclusas em 21 gêneros (Alabaminella, Anomalinoides, Cibicides,
Cibicidoides, Discorbinella, Epistominella, Eponides, Gyroidina, Laticarinina, Lobatula,
Melonis, Neocornobina, Nonion, Nonionoides, Parreloides, Planulina, Pullenia, Osangularia,
Oridorsalis, Rutherfoidoides, Sphaeroidina), Miliolida com 22 espécies inclusas em 11 gêneros
(Adelosina, Cornuspira, Miliolinella, Nummoloculina, Pyrgo, Quinqueloculina, Sigmoipolsis,
Sigmopyrgo, Spirophtalmidium, Triloculina, Triloculinella), Textulariida com 2 espécies e 2
gêneros (Eggerella e Siphotextularia) e Robertinida com 2 espécies em 2 gêneros (Epistomina
e Robertina).
Apenas 32 espécies apresentam mais de 2% de abundância relativa em ao menos uma
das 25 amostras do intervalo estudado (figura 19), dentre estas espécies, as com maior
abundância relativa são: Epistominella exigua (19,88%; N=5.293), Alabaminella weddellensis
(18,68%; N=4.973), Cassidulina californica (10,46%; N=2.786), Cassidulina laevigata
(4,48%; N=1.194), Cassidulina carinata (3,23%; N=861), Bolivina aculeata (1,82%; N=485),
Pullenia quinqueloba (1,30%; N=345) e Cassidulina delicata (1,18%; N=313). As demais 115
espécies não apresentaram uma abundância relativa mínima (>2% em ao menos uma amostra)
e foram enquadradas na categoria denominada outras (tabela 4, apêndice B).
Apenas E. exigua, A. weddellensis e C. californica possuem uma boa representatividade
ao longo das amostras analisadas (figura 19). A espécie E. exigua é a mais abundante no
testemunho, com pico de abundância relativa ocorrendo nos intervalos 1.428 cm (43,59%;
N=238), 1.408 cm (44,41%; N=270), 1.317 cm (34,58%; N=480), 1.174 cm (30,33%; N=472)
48
e 849 cm (34,88%; N=780), e baixa abundância no intervalo entre 1.910 cm (1,43%; N=3) e
1.621 cm (1,61%; N=4) onde praticamente desaparece (figura 19).
Abundante durante todo o intervalo estudado (figura 19), A. weddellensis apresenta
picos em 1.722 cm (34,97%; N=256), 1.529 cm (42,31%; N=528) e 1.134 cm (57,10%;
N=1.576), e seus menores valores ocorrem em 1.509 cm (2,93%; N=58), 1.174 cm (3,60%;
N=56) e 849 cm (0,27%; N=4). A espécie C. californica tem picos de abundância distribuídos
em várias profundidades ao longo do intervalo (figura 19): 1.250 cm (19,87%; N=252), 1.215
cm (21,64%; N=264), 1.104 cm (19,66%; N=456) e 1.052 cm (21,08%; N=164); e seus menores
valores em: 2.037 cm (2,46%; N=20), 1.996 cm (1,27%; N=24), 1.529 cm (2,88%; N=36) e
1.134 cm (2,90%; N=80). As demais espécies que apresentaram 2% em pelo menos uma
amostra exibiram picos isolados e menores de abundância (figura 19).
49
Figura 19 – Abundância relativa das principais espécies do intervalo estudado
Fonte: Elaborada pelo autor.
50
As formas com carapaça calcário-hialina foram as que apresentaram uma maior riqueza
e abundância no testemunho (96,66%; N=20.581) (e.g. Epistominella exigua e Alabaminella
weddellensis), acompanhado dos porcelanosos (3,18%; N=677) (e.g. Quinqueloculina e Pyrgo)
e aglutinantes (0,15%; N=32) (e.g. Eggerella bradyi) (tabela 2). Nas amostras 1.250 cm e 1.910
cm, os porcelanosos apresentam um pico de 10,64% (N=100) e 7,24% (N=11) respectivamente,
desviando do padrão de abundância relativa média por amostra (~3%). Já as formas aglutinantes
estão pouco representadas, com apenas duas espécies e maior abundância em 1.509 cm (3,86%;
N=10) (figura 20).
Tabela 2 – Distribuição da fauna identificada conforme a composição das carapaças
Composição das
carapaças Ordem Riqueza (S)
Abundância
absoluta
Abundância
relativa (%)
Aglutinantes Textulariida 2 32 0,15
Calcário-hialinos
Buliminida 38 7.610 35,74
Lagenida 51 815 3,83
Robertinida 2 72 0,34
Rotaliida 32 12.084 56,76
Calcário porcelanosos Miliolida 22 677 3,18
Fonte: Elaborada pelo autor.
Através da distribuição dos morfotipos, foi verificada uma maior riqueza de espécies
com o hábito de vida infaunal (70%; N=103), enquanto as espécies com o hábito de vida
epifaunal apresentaram uma maior abundância relativa (57,41%; N=12.222). Na base do
testemunho (2.037 cm), os epifaunais são mais abundantes (56,51%; N=356), entre as
profundidades 1.996 e 1.621 cm o hábito infaunal passa a dominar (52,82%; N=2.719). No
intervalo seguinte (entre 1.571 e 904 cm), os epifaunais são mais representativos com
62,97% (N=9.014), e no topo do intervalo (849 cm) a fauna infaunal domina novamente
(64,67%; N=776) (figura 20).
Dentre os gêneros epifaunais mais representativos estão: Epistominella (19,88%;
N=5.293), Alabaminella (18,68%; N=4.973), Oridorsalis (2,21%; N=588) e Pyrgo (1,95%;
N=520); dentre os infaunais estão: Cassidulina (19,95%; N=5.313), Bulimina (2,55%; N=679),
Pullenia (1,95%; N=520), Brizalina (1,81%; N=482) e Bolivina (1,43%; N=380).
51
Figura 20 – Abundância relativa das três principais espécies, morfotipos, carapaças e valores dos índices ecológicos ao longo do intervalo estudado
Fonte: Elaborada pelo autor.
Notas: A.= Alabaminella; E.= Epistominella; C.= Cassidulina; Ab= Abundância; Frag= Fragmentação.
52
O índice de diversidade de Shannon-Weaver (H’) variou entre 1,361 (1.428 cm) e 3,281
(1.910 cm), apresentando os valores mais elevados nos intervalos 1.910 cm (H’=3,281), entre
1.682 (H’=2,776) e 1.571 cm (H’=2,853), em 1.509 cm (H’=2,522) e 1.250 cm (H’=2,513). Os
menores valores são observados em 1.428 cm (H’=1,361), 1.408 cm (H’=1,392) e 1.134 cm
(H’=1,394) (figura 20).
A amostra 1.910 cm é a que possui maior diversidade (H’=3,281) e apresentou o menor
número de indivíduos de foraminíferos por grama de sedimento com 19,8 ind/g, acompanhada
das amostras 1.621 cm (27,7 ind/g), 1.571 cm (22,7 ind/g) e 1.509 cm (32,7 ind/g). Esses são
valores baixos comparados com a média de 100 ind/g e os maiores valores encontrados em
1.996 cm (198,3 ind/g) e 904 cm (190,4 ind/g) (figura 20).
O índice de equitabilidade de Pielou (J) apresentou os maiores valores em amostras de
maior diversidade de Shannon-Weaver, e oscilou entre 0,454 (1.428 cm) e 0,465 (em 1.134 e
1.408 cm), até 0,927, 0,952 e 1,095 em 1.682, 1.571 e 1.910 cm respectivamente (figura 20).
A dominância de espécies, calculada através do índice de Simpson (D), também apresentou
os menores valores em amostras de maior diversidade: em 1.910 cm (6,2%), entre 1.682 (13,1%) e
1.571 cm (9%), em 1.509 cm (15,3%) e 1.250 (14,7%). E seus valores máximos em amostras de
menor diversidade: 1.428 cm (42%), 1.408 cm (45,2%) e 1.134 cm (50,1%) (figura 20).
A riqueza de espécies (S) tem os menores valores nas profundidades entre 1.408 e 849
cm (S=20), e os mais elevados em 1.946 cm (S=53), 1910 cm (S=44), 1.864 cm (S=44), 1.793
cm (S=41) e 1.682 cm (S=42) (figura 20).
Conforme a quantificação de foraminíferos fragmentados, as amostras com menores
valores foram: 1.946 cm (1,13%; N=12), 1.509 cm (0,86%; N=3) e 1.104 cm (1,74%; N=96);
enquanto os mais elevados níveis de fragmentação foram em: 1.910 cm (10,95%; N=23), 1.793
cm (11,11%; N=45) e 1.571 cm (9,22%; N=20) (figura 20).
4.1 ANÁLISES DE REGRESSÃO
Conforme os resultados obtidos através das análises de regressão (tabela 3), foram
identificadas e são apresentadas a seguir (figura 22) as regressões estatisticamente significativas
(p<0,05) e mais relevantes, possuindo grau de regressão moderado ou forte.
Observaram-se variações na distribuição da abundância dos morfotipos (epifaunal e
infaunal) ao longo da idade das amostras (profundidade) (r=0,60; p=0,021; figura 21). Na base
do testemunho (2.037 cm), o hábito epifaunal apresenta uma tendência de domínio, com
53
subsequente dominância de infaunais até 1.571 cm, onde os epifaunais passam a ser mais
abundantes (entre 1.571 e 904 cm), enquanto os infaunais retornam a apresentar uma maior
abundância no topo do intervalo estudado (849 cm).
Figura 21 – Gráfico de dispersão mostrando linha de tendência (cúbico) para a distribuição da
abundância relativa dos morfotipos ao longo do intervalo estudado
Fonte: Elaborada pelo autor.
A abundância de epifaunais encontra-se diretamente ligada com o índice de dominância
de espécies (r=0,78; p<0,001; figura 22N). A diversidade e equitabilidade apresentam relação
inversamente proporcional à abundância de morfotipos (diversidade: r=–0,71; p=0,002;
equitabilidade: r=–0,75; p<0,001), a qual demonstra haver uma menor diversidade e equitabilidade
em amostras com menores abundâncias de infaunais e maior dominância de epifaunais (figuras
22M e 22O).
A diversidade apresenta-se inversamente relacionada com a dominância de espécies (r=–
0,97; p<0,001; figura 22R), e explica diretamente a equitabilidade da fauna (r=0,96; p<0,001;
figura 22Q). A riqueza de espécies apresenta relação inversa com a dominância (r=–0,63;
p=0,004; figura 22T) e moderada relação com a idade das amostras (r=0,55; p=0,019; figura
54
22D), mas sem apresentar clara distribuição no gráfico de dispersão conforme a idade das
amostras.
A densidade de foraminíferos apresenta relação polinomial de 3º grau com a idade das
amostras (r=0,63; p=0,013), num primeiro momento com uma densidade bastante elevada na base
do testemunho, com uma progressiva diminuição no sentido base-topo até 1.571 cm, onde aumenta
novamente apresentando os maiores valores nas amostras mais recentes (figura 22C). A densidade
apresenta moderada relação inversa com a diversidade de espécies (r=–0,66; p=0,006; figura 22P),
uma moderada relação entre densidade e dominância, mas com baixa relevância conforme gráfico
de dispersão (r=0,62; p=0,001; figura 22S) e não apresenta relação significativa com a distribuição
dos morfotipos (r=0,30, p=0,148; tabela 3).
Já os valores de dominância e diversidade, não apresentam relação consistente com a
idade das amostras (dominância: r=–0,34; p=0,093; diversidade: r=0,36; p=0,075; tabela 3).
Maiores valores de diversidade foram encontrados em amostras com menor abundância de E.
exigua (r=–0,59; p=0,002; figura 22G). A dominância de espécies é diretamente explicada pela
maior abundância das duas espécies fitodetríticas somadas (E. exigua e A. weddellensis) (r=0,83;
p=0,001; figura 22J), bem como para a análise realizada separadamente entre a abundância de E.
exigua e a dominância de espécies, com uma moderada relação (r=0,65; p=0,009; figura 22H),
mas não apresentou significância entre a abundância de A. weddellensis e a dominância (r=0,35;
p=0,090; tabela 3). Apesar da densidade de foraminíferos apresentar moderada relação com as
espécies fitodetríticas (r=0,63; p<0,001), não foi observada uma clara relação no gráfico de
dispersão (figura 22K).
A abundância de epifaunais e das duas espécies fitodetríticas apresentam uma forte relação
diretamente proporcional (r=0,90; p<0,001; figura 22L), enquanto a regressão entre a abundância
de E. exigua e epifaunais apresenta uma moderada relação (r=0,73; p=0,001; figura 22F), e
entre A. weddellensis e epifaunais uma fraca relação (r=0,49; p=0,042; tabela 3). Uma tendência
de oposição foi observada entre A. weddellensis e E. exigua (r=–0,53; p=0,003; figura 22I),
enquanto não foi observada uma consistente relação entre a abundância de A. weddellensis e a idade
das amostras, conforme o gráfico de dispersão (r=0,52; p=0,008; figura 22E). Uma comparação
entre a abundância de E. exigua e a idade das amostras exibe uma moderada relação (r=0,68;
p=0,006; figura 22A), demonstrando uma maior presença de E. exigua na base do intervalo (2.037
cm), diminuindo consideravelmente sua abundância entre 1.910 e 1.621 cm, e voltando a dominar
até o topo do intervalo (849 cm).
55
A espécie C. californica tende a aumentar sua abundância em amostras mais próximas
ao topo do intervalo estudado (r=–0,63; p=0,013; figura 22B), e mesmo sendo a espécie
infaunal mais abundante, não possui relação significativa com os infaunais (r=0,40; p=0,167;
tabela 3). Ao comparar a abundância de C. californica e A. weddellensis, estas espécies não
apresentam relação significativa (r=–0,34; p=0,093; tabela 3). Foi verificado que a A.
weddellensis possui uma distribuição relativamente homogênea ao longo do intervalo estudado
(figura 19). As demais espécies apresentaram picos isolados e menores de abundância não
apresentando relação entre os índices ou distribuição dos morfotipos.
56
Figura 22 – Gráficos de dispersão para as análises de regressão mais relevantes
(continua)
57
(continuação)
58
(continuação)
59
(conclusão)
Fonte: Elaborada pelo autor.
Notas: A.= Alabaminella; C.= Cassidulina; E.= Epistominella.
60
Tabela 3 – Análises de regressão realizadas e respectivos dados estatísticos
(continua)
Variável A Variável B Modelo de
regressão
Coeficiente
correlação
(r)
Coeficiente
determinação
(r2)
Sig. (p)
Gráfico de
dispersão
Profundidade (cm) Densidade (ind/g) Cúbico 0,63 0,40 0,013 figura 22C
Profundidade (cm) Dominância (%) Linear –0,34 0,12 0,093 -
Profundidade (cm) Morfotipos (%) Cúbico 0,60 0,36 0,021 figura 21
Profundidade (cm) Equitabilidade (J) Linear –0,29 0,09 0,151 -
Profundidade (cm) Riqueza (S) Quadrático 0,55 0,30 0,019 figura 22D
Profundidade (cm) Shannon (H') Linear 0,36 0,13 0,075 -
Profundidade (cm) E. exigua (%) Cúbico 0,68 0,46 0,006 figura 22A
Profundidade (cm) A. weddellensis (%) S 0,52 0,27 0,008 figura 22E
Profundidade (cm) C. californica (%) Cúbico –0,63 0,39 0,013 figura 22B
Profundidade (cm) Fitodetríticas (%) Exponencial 0,33 0,11 0,105 -
E. exigua (%) Morfotipos (%) Quadrático 0,73 0,54 0,001 figura 22F
E. exigua (%) Shannon (H') Logarítimico –0,59 0,35 0,002 figura 22F
E. exigua (%) Densidade (ind/g) Inverso 0,40 0,16 0,047 -
E. exigua (%) Dominância (%) Cúbico 0,65 0,42 0,009 figura 22H
E. exigua (%) A. weddellensis (%) Linear –0,53 0,28 0,003 figura 22I
A. weddellensis (%) Morfotipos (%) Quadrático 0,49 0,24 0,042 -
A. weddellensis (%) Densidade (ind/g) Inverso 0,13 0,02 0,519 -
A. weddellensis (%) Shannon (H') Exponencial 0,15 0,02 0,460 -
A. weddellensis (%) Dominância (%) Linear 0,35 0,12 0,090 -
A. weddellensis (%) C. californica (%) Logarítimico –0,34 0,12 0,093 -
C. californica (%) Morfotipos (%) Quadrático 0,40 0,15 0,167 -
C. californica (%) Densidade (ind/g) Quadrático 0,32 0,10 0,311 -
C. californica (%) Shannon (H') Quadrático 0,28 0,08 0,410 -
C. californica (%) Dominância (%) Quadrático 0,34 0,12 0,258 -
61
(conclusão)
Variável A
(independente)
Variável B
(dependente)
Modelo de
regressão
Coeficiente
correlação
(r)
Coeficiente
determinação
(r2)
Sig. (p)
Gráficos de
dispersão
C. californica (%) E. exigua (%) Linear 0,27 0,07 0,198 -
Fitodetríticas (%) C. californica (%) Quadrático –0,35 0,12 0,232 -
Fitodetríticas (%) Dominância (%) Linear 0,83 0,69 <0,001 figura 22J
Fitodetríticas (%) Densidade (ind/g) S 0,63 0,4 <0,001 figura 22K
Fitodetríticas (%) Morfotipos (%) Cúbico 0,90 0,81 <0,001 figura 22L
Morfotipos (%) Shannon (H’) Quadrático –0,71 0,51 0,002 figura 22M
Morfotipos (%) Dominância (%) Quadrático 0,78 0,61 <0,001 figura 22N
Morfotipos (%) Densidade (ind/g) S 0,30 0,09 0,148 -
Morfotipos (%) Riqueza (S) Exponencial –0,28 0,08 0,175 -
Morfotipos (%) Equitabilidade (J) Inverso –0,75 0,56 <0,001 figura 22O
Shannon (H’) Densidade (ind/g) Cúbico –0,66 0,44 0,006 figura 22P
Shannon (H’) Equitabilidade (J) Linear 0,96 0,92 <0,001 figura 22Q
Dominância (%) Shannon (H’) Exponencial –0,97 0,94 <0,001 figura 22R
Dominância (%) Densidade (ind/g) S 0,62 0,39 0,001 figura 22S
Dominância (%) Riqueza (S) Quadrático –0,63 0,40 0,004 figura 22T
Fonte: Elaborada pelo autor.
Notas: A.= Alabaminella; C.= Cassidulina; E.= Epistominella; ind/g= indivíduos de
foraminíferos por grama de sedimento; Sig.= valor de significância da regressão calculado pela
Anova. Valores de significância aceitáveis com erro abaixo de 5% destacados com sublinhados
duplos. Graus de relação com base no coeficiente de correlação (r): apresenta relação forte (r
> 0,75); apresenta moderada relação (r=0,50 > 0,74); apresenta fraca relação (r =0,25 > 0,49);
apresenta relação muito fraca (r < 0,24).
62
5 DISCUSSÕES
O intervalo estudado é constituído por uma recuperação contínua de 1.188 cm de sedimento
que, segundo Ferreira e Leão ([2012]), representam amostras do Pleistoceno Médio com diferentes
idades conforme a profundidade, das mais antigas na base do intervalo (2.037 cm) até amostras
mais recentes no topo do intervalo (849 cm) (figura 18). Os baixos níveis de fragmentação das
carapaças de foraminíferos indicam uma boa preservação, os valores de abundância absoluta e
riqueza uma expressiva recuperação da fauna bentônica ao longo de todo o intervalo analisado.
Foi encontrada uma fauna característica da região de talude, com dominância de formas do tipo
calcário-hialina (ARMSTRONG; BRASIER, 2005) ao longo do Pleistoceno Médio da Bacia
de Santos.
Uma grande variedade de espécies de foraminíferos bentônicos foi identificada,
entretanto 22% (N=32) das mesmas apresentaram uma abundância mínima (2%) em ao menos
uma amostra e apenas três apresentaram um padrão de abundância e distribuição consistente
(Epistominella exigua, Alabaminella weddellensis e Cassidulina californica; figura 19).
A composição das associações de espécies de mar profundo é influenciada por
condições ambientais. (GOODAY, 1994; SCHNITKER, 1974). Em águas rasas, os efeitos na
comunidade referentes à concentração de oxigênio e fluxo orgânico podem ser difíceis de serem
separados. Contudo, em águas profundas, onde os níveis de oxigênio são raramente limitantes,
algumas espécies podem ser boas marcadoras do fluxo orgânico. A utilização da abundância de
espécies da fauna bentônica, valores de dominância e diversidade podem ser boas ferramentas
para identificar os efeitos de altas concentrações de fluxo orgânico ou baixos níveis de oxigênio
dissolvido. (ZWAAN et al., 1999).
Com base nos dados das análises de regressão, foi possível identificar quais variáveis
estão relacionadas estatisticamente, fornecendo assim informações para uma interpretação
paleoecológica/paleoambiental. Através disso e com base nas linhas de tendência para
oscilações da abundância relativa de E. exigua, C. californica, morfotipos (epifaunal e infaunal)
e a densidade de foraminíferos, foi possível subdividir o intervalo estudado em três subintervalos
(figura 23) com distintas características paleoecológicas, a partir de delimitações aproximadas
com base nas linhas de tendência dos gráficos de dispersão. Os subintervalos A e C apresentam
tendências muito semelhantes quanto às suas características paleoecológicas, separados pelo
subintervalo B que apresenta uma oposição de tendências de acordo com as análises de
regressão e a distribuição da fauna.
63
Figura 23 – Gráficos de dispersão com subintervalos identificados no
Pleistoceno Médio da Bacia de Santos
Fonte: Elaborada pelo autor.
5.1 SUBINTERVALOS A e C
O primeiro subintervalo (A) identificado na base do testemunho possui as amostras mais
antigas recuperadas, correspondentes à extensão entre 2.037 cm e 1.946 cm. O subintervalo C
possui as amostras mais recentes, localizado entre ~1.509 cm e 849 cm.
Os subintervalos A e C, separados cronoestratigraficamente, são caracterizados por uma
grande abundância do morfotipo epifaunal, elevada dominância da espécie E. exigua e grande
densidade de foraminíferos bentônicos (figura 23). A maior abundância de epifaunais está
relacionada com os maiores índices de dominância (r=0,78; p<0,001), enquanto a diversidade
64
(r=–0,71; p=0,002) e equitabilidade de espécies (r=–0,75; p<0,001) são consideravelmente
menores em relação a maior abundância de epifaunais.
Na tentativa de explicar quais fatores estariam influenciando a distribuição da fauna e
condicionando uma baixa diversidade e grande dominância de epifaunais, muitos estudos citam
o modelo TROX (JORISSEN; STIGTER; WIDMARK, 1995), o qual estabelece que todas
espécies de foraminíferos possuem certa quantidade/qualidade crítica de oxigênio e nutrientes
necessários. Em ambientes com alta entrada de matéria orgânica e sua posterior oxidação, os
níveis de concentração de oxigênio são conduzidos ao esgotamento na superfície do sedimento,
controlando as populações de epifaunais e permitindo que os infaunais dominem, pois parte da
matéria orgânica é levada a partir de bioturbações a camadas mais profundas do sedimento.
Enquanto em ambientes com baixa entrada de matéria orgânica, é a disponibilidade de
alimento que controlará a abundância a fauna, possibilitando que os epifaunais dominem.
(BETANCUR; MARTÍNEZ, 2003; GOODAY, 1994). Entretanto existem casos de exceção
ao proposto pelo modelo, pois em ecossistemas instáveis certas espécies epifaunais oportunistas
têm a capacidade de colonizar nichos vazios, formados por condições paleoambientais
específicas, e assim dominá-los. (GOODAY, 1993; SMART et al., 1994).
As análises de regressão demonstram que a espécie epifaunal E. exigua é a mais
representativa nesses subintervalos (A e C), e explica a grande abundância desse morfotipo
(r=0,73; p=0,001), diretamente relacionada com os maiores índices de dominância (r=0,65;
p=0,009). A espécie E. exigua é usualmente conhecida como fitodetrítica e oportunista, sendo
capaz de se reproduzir e aumentar suas populações rapidamente frente a depósitos sazonais de
fitodetritos, o que permite utilizá-la para o reconhecimento de pulsos de matéria orgânica
fitodetrítica no registro fóssil. (JORISSEN; FONTANIER; THOMAS, 2007; LEÃO, 2011;
SMART et al., 1994; SMART, 2008; SMART; GOODAY, 1997; SUN et al., 2006; THOMAS
et al., 1995; THOMAS; GOODAY, 1996). Sugere-se que nos dois momentos de dominância
da E. exigua (subintervalos A e C) tenha ocorrido consideráveis aportes de material fitodetrítico
ao fundo oceânico, o que ocasionou uma resposta nas populações de E. exigua aumentando sua
abundância e dominando a fauna de foraminíferos bentônicos.
A abundância de E. exigua tem influência na diversidade de espécies (r=–0,59; p=0,002),
podendo ser a responsável pela baixa abundância de infaunais, o que estaria restringindo a
abundância desse morfotipo e a diversidade de espécies nos subintervalos A e C. Como
epifaunais vivem na superfície do sedimento e esgotam primeiro a oferta de nutrientes, com a
dominância de espécies epifaunais fitodetríticas na comunidade bentônica, cria-se um ambiente
65
limitante para as espécies infaunais. (GOODAY, 1993, 1994, 1996; JORISSEN; STIGTER;
WIDMARK, 1995; SMART; GOODAY, 1997). Além disso, o índice de diversidade
inversamente proporcional à abundância de E. exigua já foi relatado em outros estudos, como
característica indicativa de populações associadas a elevados depósitos de fitodetritos.
(GOODAY, 1993, 1999; GOODAY et al, 1998).
A densidade de foraminíferos nesses dois subintervalos é elevada (figura 23). Um estudo
realizado por Yamashita (2011), no talude da bacia de Campos, evidenciou maiores densidades de
foraminíferos ocorrendo em sedimentos com maior percentagem de areia, o que poderia estar
indicando um maior desenvolvimento de espécies oportunistas em função do aporte de fitodetritos,
principalmente pelo fato da densidade de indivíduos apresentar uma relação inversa com a
diversidade de espécies (r=–0,66; p=0,006), indicativo de fluxos fitodetríticos.
Estudos demonstraram que a densidade e a reprodução de algumas espécies oportunistas
são controladas por acelerados acréscimos na chegada de matéria orgânica ao fundo marinho.
Apenas de 1 a 3% da produção primária das águas superficiais é exportada e atinge o assoalho
oceânico, esta matéria orgânica lábil é rapidamente consumida por bactérias e foraminíferos
bentônicos ligados a aportes de fitodetritos, gerando assim uma colonização de espécies na
superfície da camada sedimentar, aumentando a densidade de indivíduos decorrente do domínio
de espécies oportunistas. (GOODAY, 1993; GOODAY; LAMBSHEAD, 1989; GOODAY;
TURLEY, 1990; MURRAY, 2006).
Apesar de serem observadas características paleoecológicas semelhantes para esses dois
subintervalos, existem diferenças no grau de intensidade de suas características (figura 23) as quais
indicam tendências mais elevadas e definidas para o subintervalo C. Na base do subintervalo A, a
maior abundância de E. exigua e densidade de foraminíferos sugere um paleoambiente com
considerável aporte fitodetrítico, e gradual diminuição até o contato com o subintervalo B, onde o
aporte fitodetrítico é menor. No subintervalo C uma situação inversa é observada, com contínuo
aumento na densidade de foraminíferos e mair dominância de E. exigua apartir da base até
aproximadamente 1.250 cm, sugerindo elevados níveis de aporte fitodetrítico, até o topo do
subintervalo onde o aporte estaria menos presente. A diversidade de espécies é muito baixa e
inversamente proporcional à dominância (r=–0,97; p<0,001), o que sugere dois momentos com
elevado nível de estresse ambiental. (BUZAS; GIBSON, 1969; ZWAAN et al., 1999).
66
5.1.1 A. weddellensis x E. exigua
A segunda espécie mais abundante no Pleistoceno Médio da Bacia de Santos é a A.
weddellensis, também oportunista e indicadora de aportes fitodetríticos ao fundo marinho. Esta
espécie não apresenta sua distribuição relacionada com os subintervalos descritos acima, mas exibe
uma considerável tendência de oposição à abundância de E. exigua (r=–0,53; p=0,003). A A.
weddellensis é bastante abundante e juntamente com E. exigua explica a dominância do morfotipo
epifaunal (r=0,90; p<0,001). Está presente em breves momentos onde E. exigua diminui sua
abundância nos subintervalos A e C (figura 20). No intervalo B onde E. exigua praticamente
desaparece, A. weddellensis exibe grande abundância.
Sun et al. (2006) sugerem que momentos de maior abundância de A. weddellensis
indicam áreas de alta produtividade primária, enquanto E. exigua apresenta seus maiores
valores em áreas com deposição intermitente de nutrientes. Assim, sugere-se que existam
aportes de materiais fitodetríticos com diferentes características ao longo do intervalo
estudado, os subintervalos A e C dominados por deposições intermitentes de fitodetrítos
(↑E. exigua) com breves momentos onde a deposição ocorreu de forma mais gradual (↑A.
weddellensis). Intercalados por um subintervalo onde o aporte de nutrientes ao fundo
marinho foi menos intenso e mais gradual.
Uma explicação alternativa refere a A. weddellensis como não sendo unicamente
fitodetrítica, mas que se alimenta de bactérias que remineralizam o fósforo e, logo, apresenta
crescimento de suas populações frente ao acréscimo desse nutriente. (PAYTAN;
MCLAUGHLIN, 2007). Bertilsson et al., 2003 salientam que as maiores abundâncias de A.
weddellensis ocorrem em períodos nos quais existe uma menor concentração de nutrientes chegando
ao sedimento marinho, sugerindo que A. weddellensis possa estar se alimentando de certas espécies
de picofitoplâncton (tamanho relativo entre 0,2 a 2 µm), que apresentam altas taxas de reprodução
como resposta ao aumento na concentração de fósforo na interface água-sedimento.
O fósforo no fundo oceânico é um nutriente limitante para a produtividade biológica e o
maior controlador da produtividade marinha. Oscilações nas concentrações de fósforo presentes
nos sedimentos podem ser decorrentes de rochas sedimentares na forma de carbonato-
fluorapatita, mineral que se forma principalmente em sedimentos da margem continental em
regiões com alta produtividade primária. Em períodos glaciais, o recuo do mar deixa expostas
regiões da plataforma continental ricas em carbonato-fluorapatita, sofrendo assim dissolução
67
pelas condições de intemperismo. Nos estágios interglaciais, o nível do mar sobe e o fósforo é
carregado para áreas mais profundas do oceano. (FILIPPELLI, 2008; TYRRELL, 1999).
Esta dinâmica no ciclo do fósforo poderia estar controlando a abundância de A. weddellensis,
que demonstra ter preferências e estratégias alimentares distintas de E. exigua. Entretanto,
análises mais aprofundadas são necessárias para confirmar a influência do fósforo na dinâmica
das populações de foraminíferos bentônicos, principalmente pelo fato de ser menos estudado
do que o nitrogênio e o carbono, no que diz respeito a sua participação no ciclo de produtividade
oceânica e em como determinados organismos utilizam cada um desses nutrientes; bem como
referente às preferências alimentares das espécies fitodetríticas. (LEÃO, 2011; PAYTAN;
MCLAUGHLIN, 2007).
5.2 SUBINTERVALO B
A comparação da distribuição da fauna de foraminíferos bentônicos e as análises de
regressão possibilitaram a identificação de um subintervalo com características paleoecológicas
e paleoambientais substancialmente diferentes dos anteriores, encontrando-se numa seção
intermediária aos subintervalos A e C (entre 1.910 e ~1.529 cm) sendo mais recente que o
subintervalo A e mais antigo que o subintervalo C.
No subintervalo B ocorre a maior abundância de infaunais (figura 23), associada aos
menores índices de dominância (r=–0,78; p<0,001), e aos maiores valores de diversidade
(r=0,71; p<0,001) e equitabilidade de espécies (r=0,75; p<0,001). Conforme as
características paleoecológicas citadas anteriormente, sugere-se um momento com condições
paleoambientais mais equilibradas, onde a comunidade de foraminíferos bentônicos infaunais
foi capaz de se diversificar e aumentar em abundância. (BUZAS; GIBSON, 1969; GOODAY,
1993, 1996; JORISSEN; STIGTER; WIDMARK, 1995; ZWAAN et al., 1999).
Nesse subintervalo, a espécie epifaunal E. exigua apresentou os menores valores de
abundância, praticamente desaparecendo em algumas amostras (figura 23), o que sugere a
inexistência de um aporte considerável de fitodetrítos ao fundo oceânico nesse período,
possibilitando com que os infaunais aumentassem em diversidade na comunidade. (GOODAY,
1996; JORISSEN; STIGTER; WIDMARK, 1995). Observa-se também uma grande abundância
de A. weddellensis, a qual apresenta fraca relação com a abundância de epifaunais (r=0,49;
p=0,042) e nenhuma relação com a dominância de espécies (r=0,35; p=0,090), provavelmente
relacionada a outras características paleoambientais como citado anteriormente. Sugere-se um
68
momento de menor e gradual chegada de nutrientes ao sedimento, o que permitiu que tanto a
A. weddellensis como os infaunais dominassem.
Esse período apresenta um gradual incremento dos valores de abundância de C.
californica no sentido base-topo, com uma abundância maior que no subintervalo C, mas menor
que no subintervalo A (figura 23). Mesmo C. californica sendo a espécie infaunal mais presente
no testemunho, não possui relação estatística com a abundância de infaunais (r=0,40; p<0,167),
e não apresenta relação com a abundância das espécies epifaunais E. exigua ou A. weddellensis
(E. exigua: r=0,27; p<0,198; A. weddellensis: r=-0,34; p<0,12), e exibe seus maiores valores no
subintervalo A, onde a E. exigua domina, sugerindo que outros fatores paleoambientais estariam
controlando as populações de C. californica. Alguns autores a citam como sendo indicadora de
períodos de fluxo muito intenso de matéria orgânica degradada, muitas vezes ligada ao aporte de
areias. (OTTO; HERMELIN; SHIMMIELD, 1995; THOMAS et al., 1995). A espécie também é
indicadora de alta depleção dos níveis de oxigênio, e relacionada a amostras ricas em Carbono
Orgânico Total (LEÃO, 2011; SCHMIEDL; MACKENSEN, 1997). A espécie Cassidulina
laevigata apresenta seus maiores valores de abundância nesse subintervalo (figura 19) e é
conhecida na literatura por ser adaptada a fluxos orgânicos de grau moderado a alto.
(ALTENBACH et al., 1999).
Outros gêneros infaunais bem representados nesse subintervalo são Bolivina e Bulimina
(figura 19), conhecidos por habitarem sedimentos lamosos, serem detritívoros e possuírem
algumas espécies tolerantes a disoxia. (MURRAY, 2006).
A densidade de foraminíferos está inversamente relacionada com a diversidade de
espécies (r=–0,66; p=0,006) apresentando os menores valores nesse subintervalo (figura 23),
com uma maior densidade nas amostras mais antigas na base do período, gradual diminuição
até as amostras intermediárias e conseguinte aumento da densidade próximo ao contato com o
subintervalo A. Como citado por Yamashita (2011), os menores valores de densidade e maiores
de diversidade podem estar ligados a uma estabilidade ambiental e a inexistência de espécies
oportunistas dominando a fauna nesse momento.
Conforme as oscilações na distribuição da fauna e nos parâmetros avaliados e discutidos
acima, sugere-se que os três subintervalos identificados no Pleistoceno Médio, possam ter sido
influenciados por modificações nas massas d’água de fundo atuantes no talude continental da
Bacia de Santos. Estudos documentam durante esse período episódios com consideráveis
reduções na formação da corrente de fundo APAN (Água Profunda do Atlântico Norte),
decorrentes da diminuição do nível dos oceanos. Isso muitas vezes pode desencadear descargas
69
sedimentares da plataforma em direção ao talude, ou até mesmo aumentar a força das correntes
de fundo atuantes na área, a partir da diminuição da APAN e o consequente aumento das
Correntes da Componente Sul (CCS), sendo estas correntes responsáveis pela remobilização do
material de fundo. (RAYMO et al, 1990). Assim, modificações na dinâmica das massas d’água
de fundo pode ser uma explicação para o aumento na produtividade local e elevado aporte
fitodetrítico nos subintervalos A e C, que levaram a uma abundância de E. exigua, intercalados
por um período com diferente influência de massas d’água (subintervalo B), possibilitando uma
maior estabilidade paleoambiental e diversidade da fauna de foraminíferos bentônicos.
70
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo paleoecológico da fauna de foraminíferos bentônicos, presentes no talude
continental da Bacia de Santos, possibilitou identificar três momentos no Pleistoceno Médio
com distintas características paleoambientais.
A fauna de foraminíferos bentônicos é principalmente representada pelas espécies
Epistominella exigua, Alabaminella weddellensis e Cassidulina californica, e apresentou
flutuações na composição e diversidade de espécies, com dois momentos de instabilidade
ambiental (subintervalo A e C), na qual poucas espécies foram capazes de dominar a fauna,
principalmente E. exigua, e um momento de maior estabilidade ambiental (subintervalo B) com
uma comunidade de foraminíferos bentônicos mais diversificada:
a) subintervalo A: é o período mais antigo, caracterizado por um momento de estresse
ambiental e elevados valores de dominância, podendo ser decorrente de um maior
aporte de material fitodetrítico ao sedimento marinho, o que permitiu a dominância
da espécie epifaunal oportunista E. exigua, fitodetrítica e que condicionou a
composição da fauna restringindo a diversidade e abundância de infaunais;
b) subintervalo B: intermediário no registro geológico, apresentou a maior abundância
de infaunais e os maiores índices de diversidade e equitabilidade, indicando um
momento de maior estabilidade ambiental. A espécie E. exigua praticamente
desaparece, sugerindo que nesse momento não tenha ocorrido um considerável
aporte fitodetrítico, possibilitando assim que espécies infaunais dominassem e se
diversificassem na comunidade. A espécie C. californica não exibiu relação com a
abundância de infaunais e apresentou um considerável aumento a partir desse
intervalo, indicando a presença de grande quantidade de carbono orgânico total nos
sedimentos do talude da Bacia de Santos;
c) intervalo C: é o período mais recente, onde a fauna apresentou baixa diversidade e
densidade de foraminíferos bentônicos, e uma elevada dominância de E. exigua.
Sugere-se que nesse intervalo tenha ocorrido um considerável aporte de material
fitodetrítico ao fundo oceânico, de maneira mais representativa que no intervalo A,
o que caracteriza um momento de instabilidade ambiental, onde poucas espécies
foram capazes de dominar a comunidade de foraminíferos.
71
A inexistência de relação entre A. weddellensis e a idade das amostras, e uma oposição
com a abundância da E. exigua, indica momentos que apresentaram diferentes tipos de fluxos
fitodetríticos, depositados em pulsos sazonais (subintervalos A e C) e intercalados por períodos
onde a deposição da matéria orgânica ocorreu de forma mais gradual, provavelmente associada
à oscilação do fluxo de fósforo (subintervalo B).
Os padrões de distribuição das três espécies citadas permitiram caracterizar o
Pleistoceno Médio do talude continental da Bacia de Santos como uma zona de alta
produtividade marinha, com variações no aporte de matéria orgânica de origens diversas e
intensidade variável, além de uma possível oscilação na influência das correntes de fundo ao
longo desse intervalo. Foi possível utilizar estas espécies como indicadoras de variações
paleoambientais e de produtividade marinha no intuito de compreender melhor o quebra-cabeça
das associações de foraminíferos bentônicos no dinâmico período que foi o Pleistoceno.
72
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APÊNDICE A – LISTAGEM TAXONÔMICA E FOTOMICROGRAFIAS EM MEV
Segue a listagem taxonômica das espécies de foraminíferos bentônicos identificadas
neste estudo. Na revisão taxonômica, foi verificada a sinonímia para cada espécie, e pelo fato
de grande parte das espécies identificadas serem bem representadas na literatura específica, a
sinonímia foi restringida a citação original e ao nome científico válido atualmente.
Domínio EUKARYOTA Cavalier-Smith, 1998
Reino PROTOZOA Cavalier-Smith, 2002
Subreino BICILIATA Cavalier-Smith, 2002
Infrarreino RHIZARIA Cavalier-Smith, 2002
Filo FORAMINIFERA (d’Orbigny, 1826)
Classe POLYTHALAMEA Cavalier-Smith, 2002
Ordem TEXTULARIIDA Sen Gupta, 1999
Subordem TEXTULARIINA Delage e Hérouard, 1896
Superfamília TEXTULARIACEA Ehrenberg, 1838
Família EGGERELLIDAE Cushman, 1937
Subfamília EGGERELLINAE Cushmann, 1937
Gênero Eggerella Cushmann, 1935
Eggerella bradyi (Cushman, 1911)
Verneuilina bradyi Cushman, 1911.
Eggerella bradyi (Cushman).
Subfamília SIPHOTEXTULARIINAE Loeblich e Tappan, 1985
Gênero Siphotextularia Finlay, 1939
Siphotextularia affinis (Fornasini, 1883)
Sagraina affinis Fornasini, 1983.
Siphotextularia affinis (Fornasini).
84
Ordem MILIOLIDA Sen Gupta, 1999
Subordem MILIOLINA Delage e Hérouard, 1896
Superfamília CORNUSPIRACEA Schultze, 1854
Família CORNUSPIRIDAE Schultze, 1854
Subfamília CORNUSPIRINAE Schultze, 1854
Gênero Cornuspira Schultze, 1854
Cornuspira planorbis Schultze, 1854
Cornuspira planorbis Schultze, 1854.
Família OPHTHALMIDIIDAE Wiesner, 1920
Gênero Spirophthalmidium Cushmann, 1927
Spirophthalmidium acutimargo (Brady, 1884)
Spiroloculina acutimargo Brady, 1884.
Spirophthalmidium acutimargo (Brady).
Superfamília MILIOLACEA Ehrenberg, 1839
Família HAUERINIDAE Schwager, 1876
Subfamília HAUERININAE Schwager, 1876
Gênero Quinqueloculina d'Orbigny, 1826
Quinqueloculina seminulum (Linnaeus, 1758)
Serpula seminulum Linnaeus, 1758.
Quinqueloculina seminulum (Linnaeus).
Quinqueloculina venusta Karrer, 1868
Quinqueloculina venusta Karrer, 1868.
Quinqueloculina vulgaris d'Orbigny, 1826
Quinqueloculina vulgaris d'Orbigny, 1826.
Quinqueloculina weaveri Rau, 1948
Quinqueloculina weaveri Rau, 1948.
Quinqueloculina sp.
85
Subfamília MILIOLINELLINAE Vella, 1957
Gênero Miliolinella Wiesner, 1931
Miliolinella sp.
Gênero Pyrgo Defrance, 1824
Pyrgo bulloides (d'Orbigny, 1826)
(figuras 26M e 26N – apêndice A – p. 108)
Biloculina bulloides. d’Orbigny, 1826.
Pyrgo bulloides (d'Orbigny).
Pyrgo depressa (d'Orbigny, 1826)
Biloculina depressa d´Orbigny, 1826.
Pyrgo elongata (d’Orbigny).
Pyrgo elongata (d'Orbigny, 1826)
Biloculina elongata d’Orbigny, 1826.
Pyrgo elongata (d’Orbigny).
Pyrgo murrhina (Schwager, 1866)
Biloculina murrhina Schwager, 1866.
Pyrgo murrhina (Schwager).
Gênero Triloculina d'Orbigny, 1826
Triloculina lucernuloides (Ujiié, 1990)
Pyrgo lucernuloides Ujiié, 1990.
Triloculina lucernuloides (Ujiié).
Triloculina oblonga (Montagu, 1803)
Vermiculum oblongum Montagu, 1803.
Triloculina oblonga (Montagu).
Triloculina tricarinata d'Orbigny, 1826
Triloculina tricarinata d'Orbigny, 1826.
86
Triloculina trigonula (Lamarck, 1804)
Miliolites trigonula Lamarck, 1804.
Triloculina trigonula (Lamarck).
Gênero Triloculinella Riccio, 1950
Triloculinella pseudoblonga (Zheng, 1980)
(figuras 26O e 26P – apêndice A – p. 108)
Miliolinella pseudooblonga Zheng, 1980.
Triloculinella pseudooblonga (Zheng).
Subfamília SIGMOILINITINAE Luczkowska, 1974
Gênero Nummoloculina Steinmann, 1881
Nummoloculina contraria (d'Orbigny, 1846)
Biloculina contraria d’Orbigny, 1846.
Nummoloculina contratia (d’Orbigny).
Gênero Sigmopyrgo Hofker, 1983
Sigmopyrgo vespertilio (Schlumberger, 1891)
Biloculina vespertilio Sclumberger, 1891.
Sigmopyrgo vespertilio (Sclumberger).
Subfamília SIGMOILOPSINAE Vella, 1957
Gênero Sigmoilopsis Finlay, 1947
Sigmoilopsis schlumbergeri (Silvestri, 1904)
Sigmoilina schlumbergeri Silvestri, 1904.
Sigmoilopsis schlumbergeri (Silvestri).
Família APIROLOCULINIDAE Wiesner, 1920
Gênero Adelosina d'Orbigny, 1826
Adelosina laevigata d'Orbigny, 1826
Adelosina laevigata d'Orbigny, 1826.
87
Ordem LAGENIDA Sen Gupta, 1999
Subordem LAGENINA Delage e Hérouard, 1896
Superfamília NODOSARIACEA Ehrenberg, 1838
Família NODOSARIIDAE Ehrenberg, 1838
Subfamília NODOSARIINAE Ehrenberg, 1838
Gênero Dentalina Risso, 1826
Dentalina flintii (Cushman, 1923)
Nodosaria flintii Cushman, 1923.
Dentalina flintii (Cushman).
Gênero Laevidentalina Loeblich e Tappan, 1986
Laevidentalina bradyensis (Dervieux, 1894)
Dentalina bradyensis Dervieux, 1894.
Laevidentalina bradyensis (Dervieux).
Gênero Nodosaria Lamarck, 1812
Nodosaria sp.
Família VAGINULINIDAE Reuss, 1860
Subfamília LENTICULININAE Chapman, Parr, e Collins, 1934
Gênero Lenticulina Lamarck, 1804
Lenticulina sp.
Subfamília MARGINULININAE Wedekind, 1937
Gênero Marginulina d'Orbigny, 1826
Marginulina obesa Cushman, 1923
Marginulina obesa Cushman, 1923.
Família LAGENIDAE Reuss, 1862
Gênero Lagena Walker e Jacob, 1798
Lagena elongata (Ehrenberg, 1844)
Miliola elongata Ehrenberg, 1844.
Lagena elongata (Ehrenberg).
88
Lagena foveolatiformis McCulloch, 1977
Lagena foveolatiformis McCulloch, 1977.
Lagena hispidula Cushman, 1913
Lagena hispidula Cushman, 1913.
Lagena nebulosa (Cushman, 1923)
Lagena laevis var. nebulosa Cushman, 1923.
Lagena nebulosa (Cushman).
Lagena plumigera Brady, 1881
Lagena plumigera Brady, 1881.
Lagena semistriata (Williamson, 1958)
Lagena vulgaris Williamson var. semistriata Williamson, 1857.
Lagena semistriata (Williamson, 1958).
Lagena striata (d'Orbigny, 1839)
Oolina striata d’Orbigny, 1839.
Lagena striata (d’Orbigny).
Lagena wiesneri Parr, 1950
Lagena wiesneri Parr, 1950.
Lagena spp.
Gênero Procerolagena Puri, 1954
Procerolagena gracilis (Williamson, 1848)
Lagena gracilis Williamson, 1848.
Procerolagena gracilis (Williamson).
89
Procerolagena mollis Cushman, 1944
Lagena mollis Cushman, 1944.
Procerolagena mollis (Cushman).
Gênero Reussolina Colom, 1956
Reussoolina laevis (Montagu, 1803)
Vermiculum laeve Montagu, 1803.
Reussoolina laevis (Montagu).
Família POLYMORPHINIDAE d’Orbigny, 1839
Subfamília POLYMORPHININAE d’Orbigny, 1839
Gênero Pyrulina d’Orbigny, 1839
Pyrulina angusta (Egger, 1857)
Polymorphina angusta Egger, 1857.
Pyrulina angusta (Egger).
Gênero Globofissurella Patterson, 1986
Globofissurella quadricarinata (Sidebottom, 1912)
Lagena staphyllearia var. quadricarinata Sidebottom, 1912.
Globofissurella quadricarinata (Sidebottom).
Família ELLIPSOLAGENIDAE A. Silvestri, 1923
Subfamília OOLININAE Loeblich e Tappan, 1961
Gênero Cushmanina R. W. Jones, 1984
Cushmanina desmophora (Jones, 1872)
Lagena desmophora Jones, 1872.
Cushmanina desmophora (Jones).
Gênero Favulina Patterson e Richardson, 1987
Favulina hexagona (Williamson, 1848)
Entosolenia squamosa Montagu var. hexagona Williamson, 1848.
Favulina hexagona (Williamson).
90
Favulina melo (d'Orbigny, 1839)
Oolina melo d’Orbigny, 1839.
Favulina melo (d’Orbigny).
Gênero Oolina d'Orbigny, 1839
Oolina acuticosta Reuss, 1862
Lagena acuticosta Reuss, 1862.
Oolina acuticosta (Reuss).
Oolina apiopleura (Loeblich e Tappan, 1953)
Lagena apiopleura Loeblich e Tappan, 1953.
Oolina apiopleura (Loeblich e Tappan).
Oolina globosa (Montagu, 1803)
Vermiculum globosum Montagu, 1803.
Oolina globosa (Montagu).
Oolina ovum (Ehrenberg, 1843)
Lagena ovum Ehrenberg, 1843.
Oolina ovum (Ehrenberg).
Oolina spp.
Subfamília ELLIPSOLAGENINAE A. Silvestri, 1923
Gênero Fissurina Reuss, 1850
Fissurina auriculata (Brady, 1881)
Lagena auriculata Brady, 1881.
Fissurina auriculata (Brady).
Fissurina auriglobosa (McCulloch, 1977)
Lagena auriglobosa McCulloch, 1977.
Fissurina auriglobosa (McCulloch).
91
Fissurina circularis Todd, 1954
Fissurina circularis Todd, 1954.
Fissurina elliptica (Cushman, 1923)
Lagena orbignyana var. elliptica Cushman, 1923.
Fissurina elliptica (Cushman).
Fissurina extera McCulloch, 1977
Fissurina extera McCulloch, 1977.
Fissurina formosa (Schwager, 1866)
Lagena formosa Schwager, 1866.
Fissurina formosa (Schwager).
Fissurina kerguelenensis Parr, 1950
Fissurina kerguelenensis Parr, 1950.
Fissurina laevigata Reuss, 1850
Fissurina laevigata Reuss, 1850.
Fissurina marginata (Montagu, 1803)
Vermiculum marginatum Montagu, 1803.
Fissurina marginata (Montagu).
Fissurina multicostulata McCulloch, 1977
Fissurina multicostulata McCulloch, 1977.
Fissurina orbignyana Seguenza, 1862
Fissurina orbignyana Seguenza, 1862.
Fissurina quadrata (Williamson, 1858)
Entosolenia quadrata Williamson, 1858.
Fissurina quadrata (Williamson).
92
Fissurina semimarginata (Reuss, 1870)
Lagena marginata (Montagu), var. semimarginata Reuss, 1870.
Fissurina semimarginata (Reuss).
Fissurina seminiformis (Schwager, 1866)
Lagena seminiformis Schwager, 1866.
Fissurina seminiformis (Schwager).
Fissurina serena McCulloch, 1977
Fissurina serena McCulloch, 1977.
Fissurina spinosa (Sidebottom, 1912)
Lagena fasciata Egger var. spinosa Sidebottom, 1912.
Fissurina spinosa (Sidebottom).
Fissurina subrevertens Parr, 1950
Fissurina subrevertens Parr, 1950.
Fissurina spp.
Gênero Lagenosolenia McCulloch, 1977
Lagenosolenia bradyiformata McCulloch, 1977
Lagenosolenia bradyiformata McCulloch, 1977.
Lagenosolenia incomposita Patterson e Pettis, 1986
Lagenosolenia incomposita Patterson e Pettis, 1986.
Lagenosolenia strigimarginata Loeblich Júnior e Tappan, 1994
Lagenosolenia strigimarginata Loeblich Júnior e Tappan, 1994.
93
Gênero Palliolatella Patterson e Richardson, 1987
Palliolatella palliolata (Earland, 1934)
Lagena palliolata Earland, 1934.
Paliolatella palliolata (Earland).
Subfamília PARAFISSURININAE R.W. Jones, 1984
Gênero Parafissurina Parr, 1947
Parafissurina aperta (Matthes, 1939)
Lagena aperta Matthes, 1939.
Parafissurina aperta (Matthes).
Parafissurina felsinea (Fornasini, 1894)
Lagena felsinea Fornasini, 1894.
Parafissurina felsinea (Fornasini).
Parafissurina lata (Wiesner,1931)
Ellipsolagena lata Wiesner, 1931.
Parafissurina lata (Wiesner).
Parafissurina lateralis (Cushman, 1913)
Lagena lateralis Cushman, 1913.
Parafissurina lateralis (Cushman).
Parafissurina lateralis (Chushman) f. carinata Cushman, 1913
Lagena lateralis Cushman var. carinata Buchner, 1940.
Parafissurina lateralis (Chushman) f. carinata Cushman, 1913.
Parafissurina lateralis (Chushman) f. crassa Cushman, 1913
Lagena lateralis Cushman var. crassa Buchner, 1940.
Parafissurina lateralis (Cushman) f. crassa Cushman, 1913.
94
Parafissurina lateralis(Chushman) f. longispina Cushman, 1913
Lagena lateralis Cushman var. longispira Buchner, 1940.
Parafissurina lateralis (Cushman) f. longispina Cushman, 1913.
Parafissurina subventricosa McCulloch, 1977
Parafissurina subventricosa McCulloch, 1977.
Parafissurina uncifera (Buchner, 1940)
Lagena uncifera Buchner, 1940.
Parafissurina uncifera (Buchner).
Parafissurina spp.
Família GLANDULINIDAE Reuss, 1860
Subfamília SEABROOKIINAE Cushmann, 1927
Gênero Seabrookia Brady, 1890
Seabrookia curta McCulloch, 1977
Seabrookia curta McCulloch, 1977.
Ordem BULIMINIDA Sen Gupta, 1999
Superfamília BOLIVINACEA Glaessner, 1937
Família BOLIVINIDAE Glaessner, 1937
Gênero Bolivina d’Orbigny, 1839
Bolivina barbata Phleger e Parker, 1951
Bolivina barbata Phleger e Parker, 1951.
Bolivina compacta (Sidebottom, 1905)
Bolivina robusta var. compacta Sidebottom, 1905.
Bolivina compacta (Sidebottom).
95
Bolivina inflata Heron-Allen e Earland, 1913
(figura 24F – apêndice A – p. 106)
Bolivina inflata Heron-Allen e Earland, 1913.
Bolivina lowmani Phleger e Parker, 1951
Bolivina lowmani Phleger e Parker, 1951.
Bolivina simplex Phleger e Parker, 1951
Bolivina simplex Phleger e Parker, 1951.
Bolivina sp.
(figura 24J – apêndice A – p. 106)
Gênero Bolivinellina Saidova, 1975
Bolivinellina translucens (Phleger e Parker, 1951)
Bolivina translucens Phleger e Parker, 1951.
Bolivinellina translucens (Phleger e Parker).
Gênero Brizalina d’Orbigny, 1839
Brizalina fragilis (Phleger e Parker, 1951)
(figura 24E – apêndice A – p. 106)
Bolivina fragilis Phleger e Parker, 1951.
Brizalina fragilis (Phleger e Parker).
Brizalina ordinaria (Phleger e Parker, 1951)
(figura 24G – apêndice A – p. 106)
Bolivina ordinaria Phleger e Parker, 1952.
Brizalina ordinaria (Phleger e Parker).
Brizalina striatula (Cushman, 1922)
(figura 24H – apêndice A – p. 106)
Bolivina striatula Cushman, 1922.
Brizalina striatula (Cushman).
96
Brizalina subaenariensis (Cushman, 1922)
(figura 24I – apêndice A – p. 106)
Bolivina subaenariensis Cushman, 1922.
Brizalina subaenariensis (Cushman)
Superfamília LOXOSTOMATACEA Loeblich e Tappan, 1962
Família LOXOSTOMATIDAE Loeblich e Tappan, 1962
Gênero Loxostomum Ehrenberg, 1854
Loxostomum truncatum Phleger e Parker, 1951
Loxostomum truncatum Phleger e Parker, 1951.
Superfamília CASSIDULINACEA d'Orbigny, 1839
Família CASSIDULINIDAE d'Orbigny, 1839
Subfamília CASSIDULININAE d'Orbigny, 1839
Gênero Cassidulina d'Orbigny, 1826
Cassidulina angulosa Cushman, 1933
(figuras 24M e 24N – apêndice A – p. 106)
Cassidulina angulosa Cushman, 1933.
Cassidulina californica Cushman e Hughes, 1925
(figuras 24O e 24P – apêndice A – p. 106)
Cassidulina californica Cushman e Hughes, 1925.
Cassidulina carinata Silvestri, 1896
(figuras 24Q e 24R – apêndice A – p. 106)
Cassidulina laevigata d’Orbigny var. carinata Silvestri, 1896.
Cassidulina carinata Silvestri.
Cassidulina delicata Cushman, 1927
(figuras 25A e 25B – apêndice A – p. 107)
Cassidulina delicata Cushman, 1927.
97
Cassidulina laevigata d'Orbigny, 1826
(figuras 25C e 25D – apêndice A – p. 107)
Cassidulina laevigata d'Orbigny, 1826.
Gênero Evolvocassidulina Eade, 1967
Evolvocassidulina bradyi (Norman, 1881)
Cassidulina bradyi Norman, 1881.
Evolvocassidulina bradyi (Norman).
Gênero Globocassidulina Voloshinova, 1960
Globocassidulina subglobosa (Brady, 1881)
(figuras 25O e 25P – apêndice A – p. 107)
Cassidulina subglobosa Brady, 1881.
Globocassidulina subglobosa (Brady).
Gênero Paracassidulina Nomura, 1983
Paracassidulina nipponensis (Eade, 1969)
Cassidulina orientale Cushman, 1925.
Paracassidulina nipponensis (Eade).
Superfamília BULIMINACEA Jones, 1875
Família BULIMINIDAE Jones, 1875
Gênero Bulimina d'Orbigny, 1826
Bulimina aculeata d'Orbigny, 1826
(figura 24C – apêndice A – p. 106)
Bulimina aculeata d´Orbigny, 1826.
Bulimina alazanensis Cushman, 1927
Bulimina alazanensis Cushman, 1927.
Bulimina marginata d´Orbigny, 1826
Bulimina marginata d’Orbigny, 1826.
98
Bulimina rostratiformis McCulloch, 1977
Bulimina rostratiformis McCulloch, 1977.
Bulimina striata d' Orbigny, 1826
(figura 24D – apêndice A – p. 106)
Bulimina striata d´Orbigny, 1826.
Família BULIMINELLIDAE Hofker, 1951
Gênero Buliminella Cushman, 1911
Buliminella elegantissima (d'Orbigny, 1839)
Bulimina elegantissima d’Orbigny, 1839.
Buliminella elegantissima (d´Orbigny).
Subfamília UVIGERININAE Haeckel, 1894
Gênero Siphouvigerina Parr, 1950
Siphouvigerina ampullacea (Brady, 1884)
Uvigerina asperula Czjzek var. ampullacea Brady, 1884.
Siphouvigerina ampullacea (Brady).
Gênero Uvigerina d'Orbigny, 1826
Uvigerina aculeata d’Orbigny, 1846
Uvigerina aculeata d'Orbigny, 1846.
Uvigerina costai Said, 1955
Uvigerina costai Said, 1955.
Uvigerina hispido-costata Cushman e Todd, 1945
Uvigerina hispido-costata Cushman e Todd, 1945.
Uvigerina mediterranea Hofker, 1932
Uvigerina mediterranea Hofker, 1932.
99
Uvigerina peregrina Cushman, 1923
Uvigerina peregrina Cushman, 1923.
Uvigerina striatula Cushman, 1913
Uvigerina striatula Cushman, 1913.
Subfamília ANGULOGERININAE Galloway, 1933
Gênero Angulogerina Cushman, 1927
Angulogerina angulosa (Williamson, 1858)
(figura 24A – apêndice A – p. 106)
Uvigerina angulosa Williamson, 1858.
Angulogerina angulosa (Williamson).
Angulogerina asperrima (Chapman e Parr, 1937)
(figura 24B – apêndice A – p. 106)
Angulogerina angulosa (Williamson) var. asperrima Chapman e Parr, 1937.
Angulogerina asperrima (Chapman e Parr).
Superfamília FURSENKOINACEA Loeblich e Tappan, 1961
Família FURSENKOINIDAE Loeblich e Tappan, 1961
Gênero Fursenkoina Loeblich e Tappan, 1961
Fursenkoina complanata (Egger, 1893)
Virgulina complanata Egger, 1893.
Fursenkoina complanata (Egger).
Fursenkoina sp.
Gênero Rutherfordoides McCulloch, 1981
Rutherfordoides sp.
100
Ordem ROTALIIDA Sen Gupta, 1999
Subordem ROTALIINA Delage e Hérouard, 1896
Superfamília DISCORBACEA Ehrenberg, 1838
Família EPONIDIDAE Hofker, 1951
Subfamília EPONIDINAE Hofker, 1951
Gênero Alabaminella Saidova, 1975
Alabaminella weddellensis (Earland, 1936)
(figuras 24K e 24L – apêndice A – p. 106)
Eponides weddellensis Earland, 1936.
Alabaminella weddellensis (Earland).
Gênero Eponides de Montfort, 1808
Eponides alabaminaeformis Subbotina, 1960
(figuras 25I e 25J – apêndice A – p. 107)
Eponides alabaminaeformis Subbotina, 1960.
Eponides antillarum d'Orbigny, 1839
(figuras 25K e 25L – apêndice A – p. 107)
Eponides antillarum d'Orbigny, 1839.
Eponides regularis Phleger e Parker, 1951
Eponides regularis Phleger e Parker, 1951.
Família ROSALINIDAE Reiss, 1963
Gênero Gavelinopsis Hofker, 1951
Gavelinopsis vesiformis (Brady, 1953)
(figuras 25M e 25N – apêndice A – p. 107)
Rotalia vesiformis Bandy, 1953.
Gavelinopsis vesiformis (Brady).
Gênero Neoconorbina Hofker, 1951
Neoconorbina sp.
101
Família SPHAEROIDINIDAE Cushman, 1927
Gênero Sphaeroidina d'Orbigny, 1826
Sphaeroidina bulloides d'Orbigny, 1826
Sphaeroidina bulloides dʹOrbigny, 1826.
Superfamília DISCORBINELLACEA Sigal, 1952
Família PARRELLOIDIDAE Hofker, 1956
Gênero Cibicidoides Thalmann, 1939
Cibicidoides mundulus (Brady, Parker e Jones, 1888)
(figura 25E e 25F – apêndice A – p. 107)
Truncatulina mundula Brady, Parker e Jones, 1888.
Cibicidoides mundulus (Brady, Parker e Jones).
Cibicidoides wuellerstorfi (Schwager, 1866)
Anomalina wuellestorfi Schwager, 1866.
Cibicidoides wuellestorfi (Schwager).
Gênero Parrelloides Hofker, 1956
Parrelloides bradyi (Trauth, 1918)
(figura 26G e 26H – apêndice A – p. 107)
Truncatulina bradyi Trauth, 1918.
Parrelloides bradyi (Trauth).
Família PSEUDOPARRELLIDAE Voloshinova, 1952
Subfamília PSEUDOPARRELLINAE Voloshinova, 1952
Gênero Epistominella Husezima e Maruhasi, 1944
Epistominella exigua (Brady, 1884)
(figura 25G e 25H – apêndice A – p. 107)
Pulvinulina exigua Brady, 1884.
Epistominella exigua (Brady).
102
Família DISCORBINELLIDAE Sigal, 1952
Subfamília DISCORBINELLINAE Sigal, 1952
Gênero Discorbinella Cushman e Martin, 1935
Discorbinella bertheloti (d'Orbigny, 1839)
Rosalina bertheloti d’Orbigny, 1839.
Discorbinella bertheloti (dʹOrbigny).
Gênero Laticarinina Galloway e Wissler, 1927
Laticarinina pauperata (Parker e Jones, 1865)
Pulvinulina repanda var. menardii subvar. pauperata Parker e Jones, 1865.
Laticarinina pauperata (Parker e Jones).
Superfamília PLANORBULINACEA Schwager, 1877
Família PLANULINIDAE Bermúdez, 1952
Gênero Planulina d'Orbigny, 1826
Planulina costata (Hantken, 1875)
Truncatulina costata Hantken, 1875.
Planulina costata (Hantken).
Planulina sp.
Família CIBICIDIDAE Cushman, 1927
Subfamília CIBICIDINAE Cushman, 1927
Gênero Cibicides de Montfort, 1808
Cibicides grossepunctatus Earland, 1934
Cibicides grossepunctatus Earland, 1934.
Gênero Lobatula Fleming, 1828
Lobatula lobatula (Walker e Jacob, 1798)
(figuras 26C e 26D – apêndice A – p. 108)
Nautilus lobatulus Walker e Jacob, 1798.
Lobatula lobatula (Walker e Jacob).
103
Superfamília NONIONACEA Schultze, 1854
Família NONIONIDAE Schultze, 1854
Subfamília NONIONINAE Schultze, 1854
Gênero Nonion de Montfort, 1808
Nonion pacificum (Cushman, 1924)
(figuras 26E e 26F – apêndice A – p. 108)
Nonionina umbilicatula (Montagu) var. pacifica Cushman, 1924.
Nonion pacificum (Cushman).
Gênero Nonionoides Saidova, 1975
Nonionoides auris (d'Orbigny, 1839)
Valvulina auris dʹOrbigny, 1839.
Nonionoides auris (d´Orbigny).
Subfamília PULLENIINAE Schwager, 1877
Gênero Melonis de Montfort, 1808
Melonis barleeanum (Williamson, 1858)
Nonionina barleeana Williamson, 1858.
Melonis barleeanum (Williamson).
Melonis pompilioides (Ficht. e Moll, 1798)
Nautilus pompilioides Fichtel e Moll, 1798.
Melonis pompilioides (Fichtel e Moll).
Gênero Pullenia Parker e Jones, 1862
Pullenia bulloides (d'Orbigny, 1826)
(figuras 26I e 26J – apêndice A – p. 108)
Nonionina bulloides d’Orbigny, 1826.
Pullenia bulloides (d’Orbigny).
104
Pullenia quinqueloba (Reuss, 1851)
(figura 26K-L – apêndice A – p. 108)
Nonionina quinqueloba Reuss, 1851.
Pullenia quinqueloba (Reuss).
Superfamília CHILOSTOMELLACEA Brady, 1881
Família OSANGULARIIDAE Loeblich e Tappan, 1964
Gênero Osangularia Brotzen, 1940
Osangularia bengalensis (Schwager, 1866)
Anomalina bengalensis Schwager, 1866.
Osangularia bengalensis (Schwager).
Família ORIDORSALIDAE Loeblich e Tappan, 1984
Gênero Oridorsalis Andersen, 1961
Oridorsalis tener (Brady, 1884)
Truncatulina tenera Brady, 1884.
Oridorsalis tener (Brady).
Oridorsalis umbonatus (Reuss, 1851)
Rotalia umbonatus Reuss, 1851.
Oridorsalis umbonatus (Reuss).
Oridorsalis westi Andersen, 1961
Oridorsalis westi Andersen, 1961.
Família HETEROLEPIDAE Gonzáles-Donoso, 1969
Gênero Anomalinoides Brotzen, 1942
Anomalinoides globulosus (Chapman e Parr, 1937)
Anomalina globulosa Chapman e Parr, 1937.
Anomalinoides globulosus (Chapman e Parr).
105
Família GAVELINELLIDAE Hofker, 1956
Subfamília GAVELINELLINAE Hofker, 1956
Gênero Gyroidina d'Orbigny, 1826
Gyroidina altiformis (Stewart e Stewart, 1930)
Gyroidina soldanii d’Orbigny var. altiformis Stewart e Stewart, 1930.
Gyroidina altiformis (Stewart e Stewart).
Ordem ROBERTINIDA Sen Gupta, 1999
Subordem ROBERTININA Loeblich e Tappan, 1984
Superfamília CERATOBULIMINACEA Cushman, 1927
Família EPISTOMINIDAE Wedekind, 1937
Subfamília EPISTOMININAE Wedekind, 1937
Gênero Epistomina Terquem, 1883
Epistomina elegans (d'Orbigny, 1826)
(figuras 26A e 26B – apêndice A – p. 108)
Rotalia (Tubinuline) elegans d’Orbigny, 1826.
Epistomina elegans (d'Orbigny).
Superfamília ROBERTINACEA Reuss, 1850
Família ROBERTINIDAE Reuss, 1850
Subfamília ROBERTININAE Reuss, 1850
Gênero Robertina d'Orbigny, 1846
Robertina imperatrix (Karrer, 1868)
Bulimina imperatrix Karrer, 1868.
Robertina imperatrix (Karrer).
106
Figura 24 – Estampa 1 com fotomicrografias em MEV das principais espécies de
foraminíferos bentônicos classificadas
Fonte: Elaborada pelo autor.
Notas: A- Angulogerina angulosa, vista lateral; B- Angulogerina asperrima, vista lateral;
C- Bulimina aculeata, vista lateral; D- Bulimina striata, vista lateral; E- Brizalina
fragilis, vista lateral; F- Bolivina inflata, vista lateral; G- Brizalina ordinaria, vista
lateral; H- Brizalina striatula, vista lateral; I- Brizalina subaenariensis, vista
lateral; J- Bolivina sp., vista lateral; K, L- Alabaminella weddellensis, vista ventral e
dorsal; M, N- Cassidulina angulosa, vista ventral e dorsal; O, P- Cassidulina californica,
vista ventral e periférica; Q, R- Cassidulina carinata, vista ventral e periférica. Escala
equivalente a 10 μm.
107
Figura 25 – Estampa 2 com fotomicrografias em MEV das principais espécies de
foraminíferos bentônicos classificadas
Fonte: Elaborada pelo autor.
Notas: A, B- Cassidulina delicata, vista ventral e periférica; C, D- Cassidulina laevigata,
vista dorsal e periférica; E, F- Cibicidoides mundulus, vista dorsal e periférica;
G, H- Epistominella exigua, vista ventral e dorsal; I, J- Eponides alabaminaeformis,
vista ventral e dorsal; K, L- Eponides antillarium, vista ventral e dorsal; M, N-
Gavelinopsis vesiformis, vista ventral e dorsal; O, P- Globocassidulina subglobosa, vista
ventral e dorsal. Escala equivalente a 10 μm.
108
Figura 26 – Estampa 3 com fotomicrografias em MEV das principais espécies de
foraminíferos bentônicos classificadas
Fonte: Elaborada pelo autor.
Notas: A, B- Epistomina elegans, vista ventral e dorsal; C, D- Lobatula lobatula, vista ventral e dorsal;
E, F- Nonion pacificum, vista lateral e apertural; G, H- Parrelloides bradyi, vista ventral e
dorsal; I, J- Pullenia bulloides, vista lateral e apertural; K, L- Pullenia quinqueloba, vista lateral
e apertural; M, N- Pyrgo bulloides, vista frontal e apertural; O, P- Triloculinella pseudoblonga,
vista lateral. Escala equivalente a 10 μm.
109
APÊNDICE B – DADOS DAS ANÁLISES QUALI-QUANTITATIVAS DA FAUNA
Tabela 4 – Abundância absoluta da fauna ao longo do intervalo estudado (continua)
Pro
fun
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ad
e (
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1529 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 16 0 0 4 12 0 16 0 0 0 0 0 8 4 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 4 0 8
1571 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 1 0 24 0 0 0 0 0 1 2 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 7
1621 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 17 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 1 0 0 4
1682 4 0 0 0 2 2 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 2 0 2 0 0 0 6 0 0 0 0 2 0 8 0 2 0 0 0 14
1722 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 40 0 0 0 0 0 2 4 0 0 0 2 0 0 0 2 0 0 2 0 6
1793 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 0 1 1 22 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 2
1834 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 3 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 2 0 0 0 0 2
1864 0 0 0 0 2 6 6 0 0 0 0 0 0 4 0 0 2 4 0 2 6 2 0 34 0 0 0 0 4 2 2 0 2 0 0 0 0 0 6 0 0 0 0 4
1910 0 1 1 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 1 0 0 0 0 2 2 1 0 5 0 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 2 2 0 1 0 0 4
1946 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 2 2 4 4 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 10 6 0 0 0 2 6 0 0 0 0 0 2 18 4 0 0 0 2 30
1996 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8 0 0 0 4 0 0 0 0 0 20 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 16 0 0 0 0 0
2037 0 2 0 0 0 0 0 0 6 2 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 2 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 2 2 0 0 0 0 4
112 (conclusão)
Pro
fun
did
ad
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cm
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elob
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go
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Po
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849 16 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 160 120 0 0 424 776 0 1196 4
904 16 0 0 8 24 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 4 0 0 4 0 144 64 0 32 1076 920 0 1960 36
1052 16 0 0 0 0 2 0 0 2 0 0 0 2 0 0 0 2 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 6 8 4 0 150 56 2 0 266 304 2 554 14
1104 8 0 8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8 0 24 0 0 392 80 8 16 968 856 0 1800 24
1134 0 0 0 0 16 0 0 0 16 8 8 8 0 0 0 0 8 0 0 0 8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 392 48 32 0 1944 344 8 2208 72
1174 12 8 8 4 8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8 0 0 8 0 0 8 0 0 0 0 0 0 12 12 0 0 204 76 8 16 640 612 8 1208 36
1215 4 4 0 0 12 12 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 8 4 0 0 144 36 0 32 552 456 0 980 28
1235 44 0 0 0 12 0 0 0 8 0 16 8 0 0 0 4 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 164 68 32 20 576 360 0 888 48
1250 4 0 0 0 8 0 0 0 4 0 12 4 0 0 0 0 0 0 8 0 0 0 0 0 0 4 64 0 0 0 0 0 0 228 60 40 0 496 444 8 832 100
1317 20 4 0 0 16 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 12 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 204 28 0 4 724 428 12 1120 20
1408 2 0 0 0 8 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 66 26 4 8 430 74 4 488 12
1428 4 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 10 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 62 22 0 8 322 132 10 442 2
1509 6 0 2 0 0 2 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 5 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 86 3 0 0 165 94 10 243 6
1529 8 4 0 0 4 0 0 0 4 0 0 0 0 4 0 0 4 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 4 0 0 192 68 4 20 772 192 12 940 12
1571 3 0 0 0 2 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 1 0 0 5 0 30 19 1 1 83 83 4 157 5
1621 16 1 0 0 3 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 3 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 36 13 1 1 65 132 4 188 5
1682 8 0 6 0 4 0 0 0 4 0 4 2 0 0 4 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 166 14 2 12 228 246 4 450 20
1722 24 0 4 2 6 0 0 0 2 0 8 0 0 0 0 0 8 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 2 0 0 0 0 108 22 10 24 344 224 10 532 26
1793 16 1 0 1 0 0 1 0 1 0 2 0 0 0 0 0 2 0 1 1 0 0 0 1 0 0 0 0 2 1 1 1 0 86 39 3 6 136 135 3 261 7
1834 18 3 0 3 1 0 1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 7 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 109 29 4 4 118 203 8 306 7
1864 46 4 2 0 8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 10 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 148 60 2 8 328 404 14 704 14
1910 4 7 0 0 2 1 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 2 2 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 1 0 2 35 19 0 4 59 93 3 138 11
1946 0 0 0 0 0 0 2 0 6 0 4 14 0 2 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 160 10 12 2 554 322 0 846 30
1996 24 0 0 8 24 0 0 0 0 0 4 0 0 0 0 4 8 0 0 4 0 0 0 0 0 0 0 0 32 4 4 8 0 212 84 8 24 596 960 8 1512 36
2037 26 0 0 0 0 2 2 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 4 0 124 56 2 0 356 274 0 626 4
Fonte: Elaborada pelo autor.
Nota: *Principais espécies, com mais de 2% de abundância relativa em ao menos uma amostra.
113
Tabela 5 – Abundância relativa da fauna ao longo do intervalo estudado
(continua)
Pro
fun
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904 0,00% 7,33% 0,54% 0,36% 0,18% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,18% 0,00% 0,00% 0,00% 1,79% 0,00% 0,00% 0,00% 0,18% 0,18% 0,36% 0,89% 0,36% 0,00% 0,00% 0,00% 1,43%
1052 0,51% 6,94% 0,26% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,26% 0,00% 0,77% 0,00% 0,00% 0,51% 2,06% 0,77% 0,00% 0,77% 0,00% 0,00% 0,00% 0,26% 0,51% 0,00% 0,00% 0,00% 0,26%
1104 0,34% 11,72% 0,34% 2,76% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 1,72% 0,00% 0,00% 0,69% 2,41% 1,03% 0,00% 0,00% 1,03% 0,00% 0,34% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1134 0,58% 57,10% 0,29% 0,29% 0,00% 0,00% 0,00% 0,58% 0,00% 0,87% 0,00% 0,58% 0,00% 0,58% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1174 0,00% 3,60% 1,29% 0,51% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,51% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,51% 0,00% 0,00% 0,00% 14,91% 0,00% 0,00% 0,00% 2,83% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1215 0,00% 16,07% 1,97% 0,00% 0,00% 0,33% 0,00% 0,00% 0,00% 0,98% 0,00% 0,00% 0,33% 0,66% 0,00% 0,33% 0,33% 0,00% 0,00% 0,00% 0,33% 0,66% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1235 0,00% 24,59% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,62% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,33% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1250 0,00% 15,14% 0,00% 0,00% 0,00% 0,95% 0,00% 0,95% 0,32% 1,89% 0,00% 0,32% 0,63% 0,00% 0,32% 0,32% 0,00% 0,32% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1317 0,00% 12,39% 0,29% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 6,05% 0,29% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1408 0,00% 7,57% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,33% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 1,64% 0,00% 0,33% 0,00% 0,00%
1428 0,00% 2,93% 1,10% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,37% 0,00% 0,00% 0,00% 1,47% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,37% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1509 0,00% 16,67% 0,86% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,29% 0,00% 0,00% 0,00% 0,86% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,57% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1529 0,00% 42,31% 0,32% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,64% 0,00% 0,00% 0,32% 0,00% 0,00% 0,32% 0,00% 0,64% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1571 0,00% 10,14% 0,46% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,92% 0,46% 0,00% 0,00% 1,84% 0,00% 0,00% 0,46% 0,46% 0,92% 0,00% 2,30% 6,91% 0,00% 0,00% 0,92% 0,00%
1621 0,00% 13,71% 0,40% 0,00% 0,00% 0,00% 1,21% 4,84% 0,00% 0,00% 0,00% 0,40% 0,00% 6,05% 5,65% 0,81% 0,00% 0,00% 0,00% 1,61% 0,40% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1682 0,00% 20,96% 2,10% 0,00% 0,00% 0,00% 0,30% 7,19% 0,60% 0,90% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 3,59% 1,20% 0,00% 0,90% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1722 0,27% 34,97% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,27% 0,27% 0,00% 0,00% 0,00% 0,27% 0,00% 0,55% 0,00% 0,00% 5,74% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1793 0,00% 20,49% 0,49% 0,00% 0,00% 0,25% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,47% 0,00% 1,73% 0,00% 0,25% 0,00% 0,25% 0,00% 1,23% 0,00% 0,00% 0,00% 0,49%
1834 0,00% 20,99% 0,00% 0,00% 0,00% 0,21% 0,00% 0,21% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 1,71% 0,00% 0,64% 0,00% 0,64% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,86%
1864 0,00% 24,00% 0,63% 0,00% 0,00% 0,21% 0,21% 0,00% 0,00% 0,63% 0,00% 0,00% 0,00% 2,11% 1,05% 1,68% 0,00% 1,89% 0,00% 0,00% 0,00% 0,42% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1910 0,00% 12,38% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,48% 0,00% 0,00% 0,00% 3,33% 0,48% 1,43% 2,86% 2,86% 0,00% 0,48% 0,00% 3,81% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1946 0,00% 16,79% 0,38% 0,00% 0,00% 0,00% 0,19% 3,77% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 1,51% 2,64% 0,19% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,19% 0,00% 0,00% 0,00%
1996 0,00% 5,10% 0,21% 0,64% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,21% 1,06% 0,00% 0,21% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,42% 0,00% 0,00% 0,00% 0,64%
2037 0,00% 21,92% 1,23% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,25% 0,49% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,25% 0,25% 0,00% 0,00% 0,00% 0,25% 0,74% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 1,72%
114
(continuação)
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849 11,35% 20,27% 0,00% 4,32% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 26,22% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,27% 0,00%
904 13,06% 11,09% 0,00% 6,44% 0,00% 0,00% 0,00% 0,18% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 34,88% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,18% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1052 21,08% 0,00% 3,34% 0,00% 0,00% 0,00% 0,77% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 19,28% 0,00% 0,00% 0,00% 1,80% 0,00% 0,26% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1104 19,66% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 27,59% 0,34% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1134 2,90% 0,00% 3,19% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 8,12% 0,29% 0,00% 0,00% 0,00% 0,29% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,29% 0,00%
1174 7,97% 0,51% 3,08% 1,80% 0,00% 0,00% 0,51% 0,51% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 30,33% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,26% 0,00% 0,00% 0,00%
1215 21,64% 1,64% 0,33% 3,61% 0,00% 0,00% 0,00% 0,66% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 24,59% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1235 10,16% 0,00% 1,97% 0,00% 0,00% 0,00% 0,33% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 9,84% 0,98% 0,00% 0,00% 0,33% 0,00% 0,00% 0,33% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1250 19,87% 0,00% 1,89% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,32% 0,00% 0,00% 0,95% 0,00% 8,83% 0,63% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1317 16,71% 0,00% 2,02% 0,29% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,29% 0,00% 34,58% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,29% 0,00% 0,00% 0,00% 0,29% 0,00% 0,29%
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1722 12,84% 1,37% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,27% 1,64% 0,27% 0,00% 0,00% 0,27% 0,00% 0,00% 0,00% 0,27% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1793 6,67% 1,23% 0,00% 6,42% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 3,95% 0,00% 1,23% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1834 5,78% 1,71% 0,00% 20,13% 0,21% 0,00% 0,43% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,21% 0,00% 0,43% 0,00% 0,00% 0,00% 0,21% 0,21% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1864 6,74% 1,26% 0,00% 13,05% 0,00% 0,00% 0,21% 0,00% 0,00% 0,21% 0,00% 0,00% 0,21% 0,00% 0,00% 2,53% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,21% 0,00% 0,00%
1910 4,29% 0,95% 0,48% 4,29% 0,00% 0,00% 2,38% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 1,43% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1946 8,30% 0,19% 0,19% 2,08% 0,00% 0,00% 0,38% 0,00% 0,00% 0,00% 0,19% 0,00% 0,00% 26,23% 1,13% 0,75% 0,00% 0,00% 0,00% 0,19% 0,19% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,19%
1996 1,27% 10,40% 0,00% 29,94% 0,00% 1,06% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 20,59% 0,00% 0,64% 0,00% 0,21% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
2037 2,46% 6,16% 1,48% 8,62% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 19,70% 0,00% 0,74% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,25% 0,00% 0,25% 0,00% 0,25% 0,00%
115
(continuação)
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904 0,18% 0,00% 0,00% 0,18% 0,36% 0,18% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,36% 0,00% 0,00% 0,18% 0,00% 0,00% 0,00% 0,18% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,18% 0,00%
1052 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,26% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,51% 0,51% 0,00% 1,03% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1104 0,00% 0,00% 0,00% 0,34% 0,34% 0,00% 0,00% 0,34% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,34% 0,00% 0,00% 0,34% 2,07% 0,00% 0,00% 0,34% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1134 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,29% 0,00% 0,00% 0,29% 0,00% 0,29% 0,00% 0,00% 0,29% 0,00% 0,29% 0,00% 0,29% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1174 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,26% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,26% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1215 0,00% 0,00% 0,00% 0,33% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,33% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1235 0,00% 0,00% 0,00% 0,66% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,33% 0,66% 0,00% 0,00% 2,30% 0,00% 0,00% 0,33% 0,98% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,33% 0,00%
1250 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 1,26% 0,00% 0,00% 2,21% 0,32% 0,00% 0,00% 0,00% 0,32% 0,32% 0,00% 0,00% 0,00%
1317 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,86% 0,00% 0,00% 0,29% 0,00% 0,00% 0,29% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,29% 0,00%
1408 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,33% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,33% 0,33% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1428 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,37% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
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1621 0,00% 0,00% 0,00% 0,40% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,40% 0,00% 0,00% 0,81% 0,81% 0,00% 0,00% 0,00% 0,81% 0,00% 0,40% 0,40% 0,40% 0,00% 0,00% 0,00%
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1834 0,00% 0,00% 0,00% 0,43% 0,00% 0,21% 0,21% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 1,50% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,43% 0,00% 0,43% 0,00% 0,00% 0,21% 0,00% 0,00%
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1996 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,64% 0,00% 0,00% 0,21% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
2037 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,49% 0,00% 0,00% 0,00% 0,49% 0,49% 0,00% 0,25% 0,25% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
116
(continuação)
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904 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,18% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,18% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1052 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,51% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,26% 0,00% 0,26% 0,00% 0,00%
1104 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,34% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1134 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,58% 0,58% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,29% 0,29% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1174 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,26% 0,00% 0,00% 0,51% 0,26% 0,00% 0,26% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1215 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,33% 0,00% 0,00% 0,00% 0,33% 0,00% 0,00%
1235 0,33% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,33% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 4,26% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,98% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,33% 0,00% 0,00%
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1864 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,42% 0,42% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,21% 0,63% 0,63% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,42% 0,00% 0,00% 0,21% 0,42% 0,00% 0,21%
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1946 0,00% 0,19% 0,38% 0,00% 0,00% 0,19% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,19% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,19% 0,19% 0,38% 0,38% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,38%
1996 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,42% 0,00% 0,00% 0,00% 0,21% 0,00% 0,00%
2037 0,00% 0,25% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,25% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,74% 0,25% 0,00% 0,00% 0,00% 0,49% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
117
(continuação)
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1134 0,00% 0,00% 0,00% 0,29% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,29% 0,00% 0,00% 0,00% 0,29% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1174 0,26% 0,77% 0,00% 0,77% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,26% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 1,29% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,51% 0,77% 0,51%
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118
(continuação)
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904 0,00% 0,36% 1,07% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,18% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
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1104 0,34% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,34% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
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1174 0,51% 0,26% 0,51% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,51% 0,00% 0,00% 0,51% 0,00% 0,00% 0,51% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
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1509 0,57% 0,00% 0,00% 0,57% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,57% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 1,44% 0,00% 0,86% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1529 0,00% 0,00% 0,32% 0,00% 0,00% 0,00% 0,32% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,32% 0,00% 0,00% 0,32% 0,00% 0,32% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,32%
1571 0,00% 0,00% 0,92% 0,00% 0,00% 0,46% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,46% 0,00% 0,00% 0,00% 1,84% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,92% 0,00%
1621 0,00% 0,00% 1,21% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,40% 0,00% 0,00% 0,00% 0,40% 0,00% 1,21% 0,00% 0,40% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1682 0,90% 0,00% 0,60% 0,00% 0,00% 0,00% 0,60% 0,00% 0,60% 0,30% 0,00% 0,00% 0,60% 0,00% 0,60% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1722 0,55% 0,27% 0,82% 0,00% 0,00% 0,00% 0,27% 0,00% 1,09% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 1,09% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,27% 0,00% 0,00%
1793 0,00% 0,25% 0,00% 0,00% 0,25% 0,00% 0,25% 0,00% 0,49% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,49% 0,00% 0,25% 0,25% 0,00% 0,00% 0,00% 0,25% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1834 0,00% 0,64% 0,21% 0,00% 0,21% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,21% 0,00% 0,00% 0,00% 1,50% 0,00% 0,21% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1864 0,21% 0,00% 0,84% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 1,05% 0,00% 0,21% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1910 0,00% 0,00% 0,95% 0,48% 0,48% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,48% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,48% 0,00% 0,95% 0,95% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
1946 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,19% 0,00% 0,57% 0,00% 0,38% 1,32% 0,00% 0,19% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,19% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,19% 0,00% 0,00% 0,00%
1996 0,00% 0,42% 1,27% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,21% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,21% 0,42% 0,00% 0,00% 0,21% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
2037 0,00% 0,00% 0,00% 0,25% 0,25% 0,00% 0,25% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,25% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%
119 (conclusão)
Pro
fun
did
ad
e (
cm
)
Uvi
ger
ina
cost
ai
Uvi
ger
ina
his
pid
o-c
ost
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ger
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Epif
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al
Ag
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nan
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Hia
lin
os
Po
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ânic
os
849 0,00% 0,27% 0,00% 0,00% 0,00% 10,81% 8,11% 0,00% 0,00% 35,33% 64,67% 0,00% 99,67% 0,33%
904 0,18% 0,00% 0,00% 0,18% 0,00% 6,44% 2,86% 0,00% 1,43% 53,91% 46,09% 0,00% 98,20% 1,80%
1052 0,00% 0,77% 1,03% 0,51% 0,00% 19,28% 7,20% 0,26% 0,00% 46,67% 53,33% 0,35% 97,19% 2,46%
1104 0,34% 0,00% 1,03% 0,00% 0,00% 16,90% 3,45% 0,34% 0,69% 53,07% 46,93% 0,00% 98,68% 1,32%
1134 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 14,20% 1,74% 1,16% 0,00% 84,97% 15,03% 0,35% 96,50% 3,15%
1174 0,00% 0,77% 0,77% 0,00% 0,00% 13,11% 4,88% 0,51% 1,03% 51,12% 48,88% 0,64% 96,49% 2,88%
1215 0,00% 0,66% 0,33% 0,00% 0,00% 11,80% 2,95% 0,00% 2,62% 54,76% 45,24% 0,00% 97,22% 2,78%
1235 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 13,44% 5,57% 2,62% 1,64% 61,54% 38,46% 0,00% 94,87% 5,13%
1250 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 17,98% 4,73% 3,15% 0,00% 52,77% 47,23% 0,85% 88,51% 10,64%
1317 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 14,70% 2,02% 0,00% 0,29% 62,85% 37,15% 1,04% 97,22% 1,74%
1408 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 10,86% 4,28% 0,66% 1,32% 85,32% 14,68% 0,79% 96,83% 2,38%
1428 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 11,36% 4,03% 0,00% 1,47% 70,93% 29,07% 2,20% 97,36% 0,44%
1509 0,00% 0,00% 0,86% 0,00% 0,00% 24,71% 0,86% 0,00% 0,00% 63,71% 36,29% 3,86% 93,82% 2,32%
1529 0,00% 0,00% 0,32% 0,00% 0,00% 15,38% 5,45% 0,32% 1,60% 80,08% 19,92% 1,24% 97,51% 1,24%
1571 0,46% 0,00% 0,00% 2,30% 0,00% 13,82% 8,76% 0,46% 0,46% 50,00% 50,00% 2,41% 94,58% 3,01%
1621 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 14,52% 5,24% 0,40% 0,40% 32,99% 67,01% 2,03% 95,43% 2,54%
1682 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 24,85% 2,10% 0,30% 1,80% 48,10% 51,90% 0,84% 94,94% 4,22%
1722 0,27% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 14,75% 3,01% 1,37% 3,28% 60,56% 39,44% 1,76% 93,66% 4,58%
1793 0,49% 0,25% 0,25% 0,25% 0,00% 21,23% 9,63% 0,74% 1,48% 50,18% 49,82% 1,11% 96,31% 2,58%
1834 0,00% 0,00% 0,21% 0,00% 0,00% 23,34% 6,21% 0,86% 0,86% 36,76% 63,24% 2,49% 95,33% 2,18%
1864 0,00% 0,00% 0,00% 0,42% 0,00% 15,58% 6,32% 0,21% 0,84% 44,81% 55,19% 1,91% 96,17% 1,91%
1910 0,95% 0,00% 0,48% 0,00% 0,95% 16,67% 9,05% 0,00% 1,90% 38,82% 61,18% 1,97% 90,79% 7,24%
1946 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 15,09% 0,94% 1,13% 0,19% 63,24% 36,76% 0,00% 96,58% 3,42%
1996 1,70% 0,21% 0,21% 0,42% 0,00% 11,25% 4,46% 0,42% 1,27% 38,30% 61,70% 0,51% 97,17% 2,31%
2037 0,00% 0,25% 0,00% 0,49% 0,00% 15,27% 6,90% 0,25% 0,00% 56,51% 43,49% 0,00% 99,37% 0,63%
Fonte: Elaborada pelo autor.
Nota: *Principais espécies, com mais de 2% de abundância relativa em ao menos uma amostra.
120
Tabela 6 – Dados dos índices ecológicos
Pro
fun
did
ad
e (c
m)
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Ab
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Fra
g i
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a)
849 20 1480 122,075 1,922 0,208 0,642 8,11%
904 38 2236 170,017 2,108 0,216 0,704 4,29%
1052 35 778 36,168 2,339 0,181 0,781 7,20%
1104 26 2320 101,672 1,980 0,224 0,661 4,14%
1134 30 2760 146,479 1,394 0,501 0,465 1,74%
1174 33 1556 122,745 2,273 0,201 0,759 5,91%
1215 27 1220 113,258 1,991 0,214 0,664 5,57%
1235 35 1220 94,737 2,464 0,160 0,822 7,21%
1250 37 1268 105,028 2,513 0,147 0,839 4,73%
1317 24 1388 124,946 1,775 0,263 0,593 2,31%
1408 20 608 56,629 1,392 0,452 0,465 5,59%
1428 16 546 45,174 1,361 0,420 0,454 5,49%
1509 35 348 24,365 2,522 0,153 0,842 0,86%
1529 35 1248 121,564 1,855 0,341 0,619 7,05%
1571 33 217 17,382 2,853 0,090 0,952 9,22%
1621 32 248 22,060 2,642 0,112 0,882 5,65%
1682 42 668 51,917 2,776 0,131 0,927 3,89%
1722 30 732 40,717 1,920 0,288 0,641 6,28%
1793 41 405 29,521 2,583 0,153 0,862 11,11%
1834 37 467 26,661 2,191 0,207 0,731 7,07%
1864 44 950 80,440 2,551 0,160 0,851 7,16%
1910 44 210 14,353 3,281 0,062 1,095 10,95%
1946 53 1060 103,791 2,547 0,162 0,850 1,13%
1996 30 1884 163,789 2,034 0,222 0,679 5,73%
2037 38 812 64,286 2,315 0,173 0,773 6,90%
Fonte: Elaborada pelo autor.