UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE …siaibib01.univali.br/pdf/Mariana Stelmach.pdf · parte...

73
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE PSICOLOGIA AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE UMA INTERVENÇÃO BASEADA NA TÉCNICA DE COERÊNCIA CARDÍACA SOBRE SINTOMAS DE DEPRESSÃO, ANSIEDADE E ESTRESSE EM FUNCIONÁRIOS DE UMA UNIVERSIDADE. MARIANA STELMACH Itajaí, (SC) 2007. -1-

Transcript of UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE …siaibib01.univali.br/pdf/Mariana Stelmach.pdf · parte...

UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE EDUCAÇÃO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE PSICOLOGIA

AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE UMA INTERVENÇÃO BASEADA NA TÉCNICA DE

COERÊNCIA CARDÍACA SOBRE SINTOMAS DE DEPRESSÃO, ANSIEDADE E

ESTRESSE EM FUNCIONÁRIOS DE UMA UNIVERSIDADE.

MARIANA STELMACH

Itajaí, (SC) 2007.

-1-

MARIANA STELMACH

AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE UMA INTERVENÇÃO BASEADA NA TÉCNICA DE

COERÊNCIA CARDÍACA SOBRE SINTOMAS DE DEPRESSÃO, ANSIEDADE E

ESTRESSE EM FUNCIONÁRIOS DE UMA UNIVERSIDADE

.

Monografia de Trabalho de Conclusão de Curso apresentada como requisito parcial para obtenção de créditos na disciplina Supervisão de Trabalho de Conclusão de Curso em Psicologia da Universidade do Vale do Itajaí. Orientador: Prof. Dr. Eduardo José Legal

Itajaí (SC), 2007.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................................................7

2 EMBASAMENTO TEÓRICO ..................................................................................................................9

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS........................................................................................................ 17 3.1 Participantes da pesquisa. .............................................................................................................................17 3.2 Instrumentos .................................................................................................................................................17

3.2.1 Escala de Reajustamento Social de Holmes e Rahe .............................................................................18 3.2.2 Inventário de Ansiedade de Beck– (Beck Anxiety Inventory) 1 ............................................................18 3.2.3 Inventário de Depressão Beck (BDI) - (Beck Depression Inventory) ..................................................19 3.2.4 Inventário de Sintomas de Estresse ......................................................................................................19

3.3 Procedimentos para a coleta dos dados ........................................................................................................20 3.4 Procedimentos éticos ....................................................................................................................................22 3.5 Procedimentos para a análise dos dados.......................................................................................................22

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS........................................................................................................... 24 4.1 Análise dos Resultados do Grupo.................................................................................................................24

4.1.1 Inventário de Ansiedade .......................................................................................................................25 4.1.2 Inventário de Depressão .......................................................................................................................26 4.1.3 Sintomas de Estresse ............................................................................................................................27

4.2 Análise dos resultados individuais................................................................................................................28 4.2.1 Participante A .......................................................................................................................................29 4.2.2 Participante B .......................................................................................................................................32 4.2.3 Participante C .......................................................................................................................................35 4.2.4 Participante D .......................................................................................................................................39 4.2.5 Participante E........................................................................................................................................43 4.2.6 Participante F........................................................................................................................................46 4.2.7 Participante G .......................................................................................................................................49 4.2.8 Participante H .......................................................................................................................................52

5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ..................................................................................................... 56

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................................. 59

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................... 62

8 ANEXOS .............................................................................................................................................. 64 8.1 Anexo 1. Escala de Reajustamento Social de Holmes e Rahe......................................................................64 8.2 Anexo 2- Questionário – Sintomas de Estresse ............................................................................................65 8.3 Anexo 3 - Protocolo da técnica de relaxamento (tempo estimado: 30 min.). ...............................................66

9 Apêndices ........................................................................................................................................... 70 9.1 Apêndice 1. Questionário Sócio-Demográfico/Organizacional....................................................................70 9.2 Apêndice 2. Questionários de relatos subjetivos. .........................................................................................71 9.3 Apêndice 3. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido..........................................................................72 9.4 Apêndice 4. Síntese dos Resultados Individuais ..........................................................................................73

DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho aos meus pais, irmão e marido, pessoas que eu amo e tornam minha vida com sentido!

AGRADECIMENTOS

Agradeço as professoras Giovana e Elizabeth por aceitarem fazer parte da minha

banca e contribuir nessa etapa de crescimento do processo de aprendizagem.

Agradeço a imprescindível participação das pessoas que colaboraram e fizeram

parte do grupo da técnica de Coerência Cardíaca.

Agradeço ao professor orientador Eduardo José Legal, pelo incentivo, paciência,

amizade e pela enorme contribuição para o desenvolvimento desse trabalho. Deixo

registrado o quanto o considero como professor e como pessoa. Muito obrigada!

Agradeço de aos meus tios, tias e primos. Pessoas que fazer parte efetiva da minha

vida e as tornam muito melhor eu os amo muito!

Agradeço de coração a minha comadre GIOVANA pela sua insubstituível amizade,

por seu companheirismo, por me ajudar a crescer como ser humano. Só tenho a

agradecer a oportunidade de poder compartilhar momentos que se tornarão

inesquecíveis por estar próximo de uma pessoa tão especial. Obrigada super amiga !

Agradeço ao meu irmão RAFAEL por me aturar, só eu e ele sabemos o quanto sou

insuportável às vezes. Agradeço infinitamente a melhor MÃE por toda sua amizade e

amor incondicional. Agradeço ao meu PAI pelo incansável incentivo destinado a minha

formação e pelo seu amor. Agradeço aos dois pela luta contínua para o

desenvolvimento dessa etapa. AMO VOCÊS!

Por fim, agradeço ao meu amor THIAGO pela participação direta na realização

desse trabalho. Obrigada pelo seu amor, carinho, beijos e sorrisos, de estar sempre

presente e me confortando em todos os momentos. Parabenizo-nos por vencer os

obstáculos e não desistirmos. Prova de um verdadeiro amor !

AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE UMA INTERVENÇÃO BASEADA NA TÉCNICA DE COERÊNCIA CARDÍACA SOBRE SINTOMAS DE DEPRESSÃO, ANSIEDADE E ESTRESSE EM FUNCIONÁRIOS DE UMA UNIVERSIDADE. Orientador: Eduardo José Legal Defesa: Novembro de 2007 RESUMO Estresse, ansiedade e depressão são transtornos mentais cada vez mais comuns. Em geral, os tratamentos são dispendiosos e nem sempre atingem a eficácia desejada pelo cliente. Além disso, alguns tratamentos são de longa duração e podem apresentar efeitos colaterais indesejáveis. Diante dessa situação torna-se necessário o desenvolvimento e teste de formas alternativas de tratamento como, por exemplo, a técnica de Coerência Cardíaca (CC). Estudos sobre o uso da técnica têm demonstrado resultados satisfatórios na redução dos níveis de ansiedade, estresse e depressão. Deste modo, o objetivo desse trabalho é verificar a eficácia da técnica sobre os índices de estresse, ansiedade e depressão entre funcionários de uma instituição de ensino superior. Para tanto, foi aplicado um treinamento de CC repetido por 16 sessões (duas sessões semanais, por oito semanas) em oito funcionários que se dispuseram a participar. Antes, no momento do término, e um mês após o término do treinamento, foram aplicados os instrumentos: Inventário de Depressão de Beck (BDI), o Inventário de Ansiedade de Beck (BAI), o Inventário Sintomas de Estresse e a escala de Reajustamento Social de Holmes e Rahe (esta última aplicada somente antes do treinamento). A ansiedade, medida pelo BAI, apresentou uma redução de 20% nos escores dos sintomas no momento do término da aplicação do treinamento em relação ao seu início e uma redução de mais 1,69% um mês após o término do treinamento. Já, os índices de depressão, medidos pelo BDI, revelaram uma redução de 27,27% nos sintomas no momento do término do treinamento e uma elevação de 10,53% após um mês do seu término. O Inventário de Sintomas de Estresse apresentou resultados semelhante com uma redução de sintomas 38,05% e uma elevação 28,57%. A escala de Holmes e Rahe foi aplicada apenas no início do treinamento indicou que 50% do participantes apresentavam risco de ficarem doentes devido ao excesso de estresse. Também foi requisitado aos participantes que relatassem suas experiências com a técnica de CC e suas percepções sobre os efeito do treinamento. De modo geral, os participantes relataram mudanças postivas em relação ao seu estado inicial e poucos mantiveram a prática após o treinamento, mesmo recebendo a técnica como lhes foi aplicada, gravada em áudio. Com base nesses resultados, observa-se indicativos que a técnica de CC apresentou eficácia em relação aos sintomas investigados, mas o treinamento não foi suficiente para os participantes aderirem a sua prática regular. Palavras chave: Ansiedade; Estresse; Coerência Cardíaca.

-7-

1 INTRODUÇÃO

A vida em sociedade passou a requerer do indivíduo uma grande capacidade de

adaptação. As exigências impostas pelas mudanças às quais o indivíduo tem que se

ajustar acabam sendo co-responsáveis no desenvolvimento de transtornos psicológicos

como, por exemplo, estresse, ansiedade e depressão.

O estresse pode ser descrito como um quadro de distúrbios físicos e emocionais,

associado tanto a situações positivas como negativas tais como: ganhar na loteria,

casar-se, divorciar-se, perder o emprego, aposentar-se e ou perder alguém conhecido

(morte). Essas situações exigem do indíviduo capacidade de adaptações (HOLMES,

1997). Em uma perspectiva evolutiva, o estresse, assim como a ansiedade, são

respostas de defesa natural à auto preservação (BALLONE, 2005). Porém, os recursos

do organismo podem esgotar-se causando prejuízos a saúde caso não houver um

tempo para reconstituírem-se após uma situação estressante.

O estresse à longo prazo pode favorecer o desenvolvimento de quadros de

ansiedade e depressão, além de propiciar ou causar o aparecimento de rugas, pressão

alta, palpitações, dores nas costas, problemas digestivos e impotência sexual

(SERVAN-SCHREIBER, 2004). A depressão, um dos distúrbios mentais associados ao

estresse, caracteriza-se por um rebaixamento do humor com manifestações de choro,

desinteresse e tristeza profunda. Esses sintomas têm uma longa intensidade e

profundidade aparentemente desproporcional à situação (DALGALARRONDO, 2000).

A pessoa deprimida perde a capacidade de fazer coisas que anteriormente lhe davam

prazer, tornar-se apática, abúlica, e muitas vezes perde a capacidade de “sentir” seus

próprios sentimentos (Idem).

-8-

Existem várias formas de tratamento para o estresse, contudo uma delas em

especial tem demonstrado efeitos bastante positivos e rápidos: a Coerência Cardíaca.

Esta técnica busca, através de emoções positivas, fazer com que o coração entre em

coerência (ritmo cardíaco alterna-se de forma regular aceleração/redução), e com isso,

desencadear um estado de equilíbrio entre o cérebro e coração, trazendo efeitos

benéficos ao organismo. Estudos preliminares investigando a eficácia dessa técnica

demonstraram resultados positivos tais como: diminuição dos níveis de ansiedade,

estresse, depressão e controle nas taxas de colesterol (SERVAN-SCHREIBER, 2004;

MCCRATY, 2002).

Em virtude dos gastos com tratamento (medicamentoso e psicoterápico),

geralmente de longo prazo, deve-se investir no conhecimento de técnicas eficientes e

simples que não apresentem efeitos colaterais, a fim de diminuir também os custos

pessoais. Como conseqüência, proporcionar uma maior diversidade e qualidade no

tratamento dos indivíduos que são cada vez mais acometidos por transtornos

psicológicos.

Esse estudo teve como objetivo investigar a eficácia de uma técnica de intervenção

baseada na Coerência Cardíaca sobre os índices de depressão, ansiedade e estresse

entre funcionários de uma instituição de ensino superior.

-9-

2 EMBASAMENTO TEÓRICO

Mudanças rápidas e constantes são as marcas registradas da vida moderna nas

sociedades capitalistas. Não bastasse que a vida em sociedade exigisse do ser

humano uma grande capacidade de adaptação, o desenvolvimento tecnológico e a

dependência cada vez maior destas tecnologias tem nos custado grande soma de

esforços pessoais e sociais para dominá-la e sobreviver na nova cultura. Portanto, é

necessário buscarmos formas de nos adequarmos a essas novas circunstâncias,

administrando os estressores cotidianos da melhor maneira possível (BALLONE, 2005).

Desta forma, o estresse é entendido como:

[...] uma cadeia de reações cuja função é adaptar o organismo a uma

condição ambiental que, de algum modo, exija uma tomada de decisão rápida,

geralmente ligada à sobrevivência. Neste sentido, o estresse pode ser

concebido como uma resposta necessária à manutenção da vida do

organismo [...] (SARDÁ, LEGAL, JABLONSKI, 2004, p.13)

A resposta ao estresse é natural, inata aos seres humanos e prepara o organismo

para uma situação de “fuga ou luta”, provocando alterações psicológicas bem como

fisiológicas. O componente fisiológico de resposta ao estresse envolve a ativação do

eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HHA). Este produz substâncias químicas, como

adrenalina e cortisol que, ao serem liberadas no organismo, provocam uma série de

alterações como: aumento da freqüência cardíaca, pressão arterial, respiração

acelerada, aguçamento de visão e audição, diminuição da sensibilidade à dor e

desaparecimento das sensações de fome e frio. Essas alterações preparam o

-10-

organismo para lidar com possíveis “ameaças” à sobrevivência (BALLONE, 2005;

HOLMES, 1997; SARDA, LEGAL e JABLONSKI, 2004).

A ansiedade, vista como os aspectos psicológicos de resposta ao estresse, é

entendida como uma resposta positiva que pode servir para aumentar nossos esforços

e motivar a solução de problemas. Em algum momento de nossas vidas já

experienciamos sentimentos de ansiedade. Esta produz uma eficiência máxima para a

atuação. Contudo, quando esse ponto é ultrapassado passa-se a constituir um quadro

patológico de transtorno de ansiedade, onde sensações de inquietude, apreensão e

tensão tornam-se constantes na vida do indivíduo (GUERREIRO, 2006). A ansiedade

pode ser desencadeada por duas fontes: uma externa (a capacidade de adaptação a

situações do cotidiano), e outra interna (relacionada aos nossos medos e anseios)

(BALLONE, 2005).

Essas alterações ocasionadas por eventos estressantes à principio são

consideradas benéficas, pois auxiliam na superação de problemas. A longo prazo, no

entanto, dependendo de sua freqüência ou intensidade, podem causar implicações à

saúde, aumentando as chances de desenvolvimento de doenças (BALLONE, 2005;

MYERS, 1999). Entre as doenças relacionadas ao estresse pode-se citar: síndrome de

burnout, cefaléia, doença coronária e dermatose (psoríase). Pode, ainda, agravar os

seguintes quadros: transtorno bipolar, ataques do pânico, fobias sociais e depressão

(DALGALARRONDO, 2000; FELD e RUEGG, 2006; HOLMES, 1997).

-11-

A depressão mostra-se cada vez mais precedida de estados de estresse,

considerada um dos principais transtornos mentais que levam as pessoas a procurar

profissionais da saúde (HOLMES, 1997; MYERS, 1999).

A depressão está associada a desgastes emocionais, físicos e socias, tanto no

âmbito individual como familiar. Deve-se levar em consideração que sentimentos de

tristeza, decepção e frustração fazem parte da condição humana e são vivenciados por

qualquer pessoa em um dado momento da vida. É justificável, por exemplo, ficar

deprimido durante um período de luto, um ajustamento a situação de perda, um período

adaptativo. O que deve ser levado em consideração para diagnóstico de depressão é a

profundidade, a intensidade e o tempo em que ocorre essa tristeza (ABREU, 2006;

DALGALARRONDO, 2000; HOLMES, 1997).

A depressão tem manifestações motoras, somáticas e cognitivas. Como sintomas

motores observam-se a fadiga, a dor muscular, a redução (retardo) e comprometimento

no comportamento motor, afetando também padrões da fala. Os sintomas somáticos

podem ser associados com perturbações alimentares, sono, redução do interesse

sexual, além de tornar o organismo mais suscetível a doenças decorrentes do prejuízo

no sistema imunológico. Em nível cognitivo, destacam-se sintomas em que o indivíduo

se considera sem valor e motivação e com baixa auto-estima (ABREU, 2006; HOLMES,

1997).

Os tratamentos para depressão são, geralmente, longos e dispendiosos. Combinam

práticas medicamentosas e psicoterápicas, que nem sempre são efetivas. De acordo

com Seligman (1994), 60% a 80% dos pacientes que passaram por estes

procedimentos apresentaram melhora, embora possa levar de semanas a meses para

-12-

se atingir o efeito desejável. No caso do uso de medicamentos, especificamente, os

efeitos colaterais indesejáveis podem ser freqüentes. Já a psicoterapia, quando não

disponível gratuitamente, pode ser bastante dispendiosa.

Segundo o Ministério da Saúde, as despesas públicas na saúde, de forma geral,

chegaram a R$ 26.1 bilhões em 2001, totalizando um gasto de R$ 201,00 por

habitante/ano. A Psiquiatria teve o maior gasto médio com internações (R$ 1.296,00) e

cuidados prolongados (R$ 5.232,00) (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001). Segundo a

Organização Mundial da Saúde, a depressão encontra-se em quarto lugar entre as

causas de incapacitação para o trabalho e para vida social e deverá ser a segunda até

2020, perdendo apenas para as doenças coronarianas (ABREU, 2006; CORDAS,

2006).

Outro dado importante em relação aos custos com doeças psicológicas refere-se ao

gastos no setor empresarial. O local de trabalho é considerado uma das maiores fontes

de estresse e, de acordo com o Institudo Americano de Stress, de 75% a 90% de todas

as consultas médicas referem-se a ele. Isso gera um custo médio de 200 bilhões de

dólares por ano para as organizações. Pesquisas recentes demonstram que a palavra

stress tornou-se conhecida mundialmente, sem precisar de tradução, demonstrando

não ser exclusivamente um fenômeno cultural norte-americano (CHILDRE e CRYER,

2002).

Diante deste quadro, a busca de formas diferenciadas de tratar esses problemas

não é apenas uma questão de avanço técnico mas, também, fundamentalmente

importante em termos de redução de gastos e melhora da qualidade de vida .

-13-

Uma técnica que pode corresponder a estas expectativas é o biofeedback. Neste

tratamento o indivíduo aprende a obter um equilíbrio das funções corporais, baseado no

conceito de que respostas autônomas do sistema nervoso (simpático e parassimpático)

podem ser controladas através de um condicionamento operante. A técnica

fundamenta-se em dar um feedback imediato ao paciente em relação ao seu estado,

reforçando sua consciência do processo, tornando-o capaz de controlá-lo (KAPLAN,

SADOCK, GREBB, 1997).

Outra forma de tratamento é a Coerência Cardíaca. Essa técnica parte do princípio

do biofeedback – do equilíbrio entre o sistema nervoso simpático (SNS) e

parassimpático (SNP). Em situações estressantes, o SNS é ativado e começa a

produzir substâncias químicas, como adrenalina e cortisol, com o intuito de preservar a

sobrevivência, e preparar o indivíduo para “lutar ou fugir”. Além disso, emoções

“negativas” como raiva, preocupação ou ansiedade aumentam a produção dos níveis

de cortisol. A longo prazo esses hormônios podem acelerar o processo de

envelhecimento, mudar padrões do sono, além de causar hipertenção e doenças

crônicas (CHILDRE e CRYER, 2002).

Em contrapartida, quando estamos relaxados, o SNP libera subtâncias químicas

como a acetilcolina, que diminui o ritmo do nosso sistema e aumenta a produção de

hormônios como o DHEA, responsável por combater o envelhecimento e proporcionar a

sensação de bem-estar (CHILDRE e CRYER, 2002).

Além do mais, o desequilíbrio que ocorre com o aumento do cortisol e redução dos

níveis de DHEA predispõe a doenças como osteoporose, artrite, doença de Alzheimer,

diminuição das atividades imunológicas, capacidade de renovação da pele e

-14-

cicatrização. Esses desequilíbiros vivenciados pelo individuo, configuram um processo

de má-adaptação que “significa adaptar-se de maneira pouco saudável às circuntâncias

dentro de nós mesmos e no ambiente que vivemos” (CHILDRE e CRYER, 2002, p. 65).

Inúmeras pesquisas tem comprovado como o estresse altera de forma significativa

as funções do organismo. O instituto HeartMath demonstrou como o estresse pode

influenciar estruturas cerebrais diferentes, diminuindo diretamente a capacidade de

solucionar problemas, o raciocínio, a tomada de decisões e a criatividade. Em

contrapartida, quando estamos em equilibrio, as funções corticais realizam suas

atividades (CHILDRE e CRYER, 2002).

Outro estudo realizado pelo instituto HeartMath apontou a relação entre o sistema

imunológico e o estresse. Foi solicitado que os voluntários pensassem em duas

emoções distintas: raiva e carinho. Mediu-se concomitantemente o nível do anticorpo

IgA (imunoglobina A), responsável por combater bactérias e vírus. Os resultados dos

estudos demonstraram que cinco minutos mantendo a concentração no sentimento de

raiva causou a supressão dos níveis de IgA, que se estendeu durante seis horas. Em

contrapartida, após cinto minutos de sentimentos de carinho, houve o estímulo dos

níveis de IgA por um perído de seis horas (CHILDRE e CRYER, 2002).

A Coerência Cardíaca, um método desenvolvido com base nas pesquisas de Rollin

McCraty do instituto HeartMath na Califórnia, demonstrou que emoções positivas

podem ser associadas a uma coerência psicológica (MCCRATY, 2002), ou seja, o fato

de lembrar de algo positivo pode provocar uma alteração no ritmo cardíaco, levando a

uma fase de Coerência Cardíaca (SERVAN-SCHREIBER, 2004).

-15-

Quando o coração encontra-se em coerência a aceleração/redução do ritmo

cardíaco alterna-se de uma forma regular. Este estado assegura para o cérebro o seu

bom funcionamento e este age reforçando a coerência. Esta boa relação entre

cérebro/coração resultará em uma sincronia no sistema autônomo (simpático e

parassimpático), um equilíbrio entre o ramo simpático (que acelera o coração) e o ramo

parassimpático (que age como breque) (SERVAN-SCHREIBER, 2004).

A Coerência Cardíaca consiste, em um primeiro momento, em focalizar a atenção

na respiração para estimular o sistema simpático a diminuir as atividades fisiológicas e,

com isso, resgatar a homeostase do organismo. Depois de conseguir ativar o sistema

simpático e voltar a atenção para si, parte-se para a segunda fase que busca visualizar

o coração (em estado de compressão e expansão) em sincronia com a respiração.

Nesta fase, ao direcionar a atenção para a área do coração, deve-se então concentrar-

se em um sentimento positivo, como um período bom da vida, por exemplo. A terceira

fase é quando se estabelece a Coerência Cardíaca, sinalizada através da consciência

da sensação de calor e expansão do peito. Essas sensações comprovam que a pessoa

entrou em Coerência Cardíaca (SERVAN-SCHREIBER, 2004).

Quando o coração entra em coerência ocorre uma reguldaridade na aceleração

redução dos ritmos cardíacos, provocando uma sensação de bem estar, diferente dos

estados de estresse, ansiedade e depressão (SERVAN-SCHREIBER, 2004).

O que difere esta técnica da maioria das técnicas tradicionais é que, embora as

técnicas tradicionais visem reduzir os níveis de excitação e induzam ao relaxamento, os

efeitos são de curto prazo e não estão vinculados a nenhuma “emoção”; diferente da

-16-

técnica de Coerência Cardíaca que está vinculada à busca de emoções “positivas”,

propiciando efeito benéficos mais duradouros ao indivíduo (CHILDRE e CRYER, 2002).

O que se pretende com essa técnica é auxiliar o participante a estabeler a

coerência através do treinamento, para que posteriormente consiga fazer uso da

técncia em suas práticas diárias (principalmente em situações estressantes), mantendo

uma variabilidade “coerente” do ritmo dos batimentos cardíacos (alternando-se de

forma regular). Isso proporcionará uma melhora no relacionamentos com os outros,

facilitará a forma de lidar com contigências da vida e fará com que o indivíduo obtenha

mais clareza na resolução de problemas e aumente sua produtividade (SERVAN-

SCHREIBER, 2004).

Na Universidade de Stanford foi desenvolvido um programa para ensinar a técnica

de Coerência Cardíaca a pacientes com insuficiência cardíaca severa e edema. Após

seis semanas de treinamento, o grupo com domínio da técnica conseguiu diminuir

sintomas físicos ligados a essa doença tais como: diminuição do estresse (22%),

depressão (34%) e capacidade de caminhar sem perder o fôlego (14%). Os resultados

foram muito melhores que os do grupo de controle que recebeu um tratamento

convencional para essas doenças (SERVAN-SCHREIBER, 2004).

Os estudos preliminares têm demonstrado que a técnica de Coerência Cardíaca

pode reduzir os níveis de ansiedade, depressão, estresse psicológico, aumentar o

desempenho cognitivo, além de melhorar a capacidade do paciente de controlar os

níveis de colesterol e da pressão sanguínea (MCCRATY, 2001).

-17-

3 ASPECTOS METODOLÓGICOS

3.1 Participantes da pesquisa.

Participaram desta pesquisa oito funcionários do sexo feminino, com média de 30

anos de idade, de uma instituição de ensino superior do Vale do Itajaí – SC. Todas

possuem carga horária de trabalho na instituição de 40 horas semanais, estão na

mesma organização por período entre 6 e 10 anos. As participantes da pesquisa

ocupam cargos de: gerente de área, diretora de área, técnica em educação, auxiliar

administrativo, secretária, auxiliar de laboratório, fonoaudióloga e arquivista /

professora.

A formação do grupo ocorreu através de duas opções: por requisição dos

participantes que desejavam participar de um programa para redução e controle do

estresse ocupacional; ou por convite aos funcionários por parte da pesquisadora.

Foram incluídos no grupo todos os participantes que se dispusessem a frequentar

as sessões de treinamento de coerência cardíaca.

3.2 Instrumentos

Os instrumentos utilizados para a coleta de dados foram: Inventário de Ansiedade

de Beck (BAI), Inventário de Depressão de Beck (BDI), Inventário de Sintomas de

stresse (PEIXOTO, 2004), Escala de Reajustamento social de Holmes e Rahe (1967)

adaptada por Brown (1974 apud SAVOIA, 2000), questionário para levantamento de

dados sócio-econômicos (sexo, idade, estado civil, tempo de serviço na instituição,

-18-

carga horária de trabalho e cargo) (apêndice 1) e um questionário para avaliar

frequência de uso da técnica e sensações obtidas (apêndice 2).

3.2.1 Escala de Reajustamento Social de Holmes e Rahe

A Escala de Holmes e Rahe visa obter as diferentes fontes de estresse (família,

trabalho e social) enfrentadas pelo sujeito no último ano. O objetivo da escolha do

instrumento foi coletar informações sobre eventos vitais e contexto social inserido, a fim

de manter o controle das variáveis de estresse intervenientes. A escala é constituida

por uma lista de quarenta e três eventos. O respondente deve assinalar os eventos que

vivenciou no último ano. Cada evento possui uma pontuação própria de acordo com as

especificações do referido instrumento. Segundo os autores, para a pessoa que

apresentou uma média de 200 a 300 escores de estresse, “há uma probabilidade de

mais ou menos 50% de que ela venha a ficar doente devido ao excesso de estresse”

( SAVOIA, 2000, p. 378) (anexo 1).

3.2.2 Inventário de Ansiedade de Beck– (Beck Anxiety Inventory) 1

O Inventário de Ansiedade de Beck (BAI) pretende avaliar a intensidade dos

sintomas de ansiedade através de suas propriedades psicométricas. Segundo Cunha

(2001) a escala foi criada por Beck et al., em 1988, com base em vários instrumentos

de auto-relato usados para medir aspectos de ansiedade.

O BAI é composto de 21 itens que são afirmações descritivas de sintomas de

ansiedade e que devem ser avaliados pelo sujeito com referência a si mesmo. Para

-19-

cada ítem ou sintoma, associa-se uma resposta que denota um grau de intensidade,

quais sejam:

1) “Absolutamente não”: Não apresenta o sintoma;

2) “Levemente”: me incomodou um pouco;

3) “Moderadamente”: foi muito desagradável mas pude suportar ;

4) “Gravemente”: dificilmente pude suportar (CUNHA, 2001).

3.2.3 Inventário de Depressão Beck (BDI) - (Beck Depression Inventory) 1

O Inventário de Depressão Beck (BDI), é a medida de auto avaliação de depressão

mais usada tanto em clínicas como em pesquisas. Valoriza a categoria de sintomas

cognitivos, mas não se restringe a estes. A escala original consiste de 21 itens,

incluindo sintomas e atitudes, cuja intensidade varia de 0 (não se aplica) à 3 (muito

intenso) e cada uma das respostas denota esta intensidade. Esta escala constata

fatores como tristeza, pessimismo, sensação de fracasso, sensação de culpa,

autodepreciação, idéias suicídas, perda de peso, dores, entre outros (CUNHA, 2001).

3.2.4 Inventário de Sintomas de Estresse

O Inventário de Sintomas de Estresse trata-se de um questionário no formato auto-

relatório onde são listados 30 sintomas físicos e psicológicos que estão associados a

1 Devido ao fato do BAI e BDI serem instrumentos comerciais, eles não foram incluídos nos anexos desta monografia por questões éticas.

-20-

reação de estresse. Esta escala foi elaborada por Peixoto (2004) para “investigar os

sintomas de estresse mais freqüentes e de maior intensidade apresentado pelos

docentes” (p. 32), sujeitos na pesquisa desta autora. Ao lado de cada sintoma o

respondente deve marcar a freqüência com que cada um deles se apresenta no

indivíduo. Esta escala inclui sintomas que conforme a intensidade variam: “0” (nunca),

“1” (raramente), “2” (às vezes), “3” (muitas vezes), e “4” (sempre) (anexo 2).

3.3 Procedimentos para a coleta dos dados

As pessoas foram convidadas para a pesquisa e após esclarecer os objetivos e

procedimentos foi formalizada sua participação com a assinatura do Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido (apêndice 3).

Após a formação do grupo aplicou-se a escala de Holmes e Rahe, sintomas de

estresse e os inventários BAI e BDI, a fim de se obter um escore inicial (linha de base)

dos sintomas de estresse, ansiedade e depressão.

A aplicação do treinamento, que inclui relaxamento e Coerência Cardíaca, ocorreu

na sala de dinâmica de grupo do Curso de Psicologia. O treinamento foi aplicado duas

vezes por semana (segunda e quarta-feira) durante dois meses (agosto e setembro),

totalizando dezesseis sessões de trinta minutos. Com o intuito de relaxar os músculos e

diminuir a freqüência cardíaca,a pressão sanguínea e o ritmo respiratório, foi utilizado o

protocolo de relaxamento progressivo de Jacobson (DAVIS, ESHELMAN e MCKAY,

1996) durante os quinze minutos iniciais do treinamento. (anexo 3 – primeira parte). Os

outros quinze minutos foram destinados para a técnica de Coerência Cardíaca (anexo 3

– segunda parte), que procura, através do pensamento de imagens positivas, induzir ao

-21-

estado de Coerência Cardíaca (regulação entre aceleração/redução dos batimentos

cardíacos). Como conseqüência, de acordo com dados obtidos em experimentos

(SERVAN-SCHREIBER, 2004), espera-se obter um equilíbrio entre o sistema simpático

e parassimpático. Tanto o relaxamento progressivo como a técnica de Coerência

Cardíaca foram gravadas previamente em áudio (em um estúdio especializado) com o

intuito de diminuir as variáveis relacionadas ao aplicador e possibilitar aos participantes

o uso da técnica após o término do treinamento.

Ao final de cada dia de treinamento da técnica pediu-se aos participantes para fazer

um relato subjetivo do que haviam sentido com o uso da técnica, tal que pudessemos

constatar o grau de relaxamento subjetivo obtidos pelos participantes e se percebeu a

sensação de calor e expansão do coração, indicativos de obtenção da Coerência

Cardíaca.

Após o término das dezesseis sessões do treinamento da técnica voltou-se à

aplicar os inventários com o objetivo de obter os escores de estresse, ansiedade e

depressão e compará-los com os escores inciais. Foi entregue a cada participante ao

final do treinamento um CD com a técncia para que pudessem continuar se auto-

aplicando.

Após um mês do término do treinamento da técnica os instrumentos (BAI, BDI,

Sintomas de estresse) foram novamente aplicados para comparar os resultados a

médio prazo. Os participantes receberam um questionário para coletarmos informações

uso, frequência, situações estressantes e mudanças significativas no dia-a-dia.

-22-

3.4 Procedimentos éticos

Os dados foram coletados individualmente pela pesquisadora, que forneceu as

instruções sobre como responder os instrumentos. Antes de iniciar a aplicação os

participantes foram informados sobre a pesquisa e esclarecidos de que as informações

obtidas seriam confidenciais, que só seriam utilizadas para as finalidades desta

pesquisa e de que a participação era voluntária e não remunerada. Também foi

esclarecido que, se por qualquer motivo, desejassem abandonar o estudo, estavam

livres para fazê-lo.

3.5 Procedimentos para a análise dos dados

Foi realizado a análise dos escores do grupo em relação aos inventários de

estresse, ansiedade e depressão (antes, depois e um mês depois do término do

treinamento).Também foi feito análise dos escores obtidos individualmente através da

aplicação dos instrumentos (BAI e Sintomas de Estresse) comparando os resultados no

início, no final e depois de um mês do término da aplicação do treinamento. Essas

análises foram representadas em gráficos para facilitar a visualização. Como forma de

mantermos uma análise mais criteriosa em relação aos níveis de estresse iniciais,

aplicamos a escala de reajustamento social de Holmes e Rahe. O objetivo dessa

análise foi poder observar os níveis de estresse e ansiedade iniciais e quais sintomas

se mativeram ou desapareceram. Com essa análise do grupo foi possível averiguar se

a técnica produziu algum efeito e se seus resultados eram consideráveis.

-23-

Os escores dos instrumentos nas três aplicações foram submetidos à análise de

variância para dados não paramétricos (Mann Whitney) comparando-se os intervalos de

tempo dentro do grupos (antes, no momento do término e após um mês do término do

treinamento) (SIEGEL, 1976).

Por fim, pediu-se a cada um dos participantes que relatassem suas percepções

pessoais acerca do treinamento e de seus efeitos sobre seu comportamento e

sintomas. Esses relatos foram descritos individualmente na sessão de análise dos

resultados individuais.

-24-

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1 Análise dos Resultados do Grupo

A análise dos resultados do trabalho foi estruturada primeiramente com os

resultados do grupo para cada um dos instrumentos (BAI, BDI, Estresse). A segunda

parte dessa análise foi referente às respostas individuais dadas pelos participantes

aos intrumentos (BAI, Estresse e a Escala de Holmes e Rahe). O inventário de

depressão não foi avaliado de forma individual por não ter apresentado resultados

significativos em nenhuma das aplicações. As análises foram feitas sempre

comparando-se os resultados obtidos com a aplicação dos instrumentos antes, no

momento do término e depois de um mês do término do treinamento.

4.1.1 Inventário de Ansiedade

295

236 232

0

50

100

150

200

250

300

Inventário de Ansiedade

Antes da aplicação do treinamento No momento do término do treinamentoUm mês depois do término do treinamento

Figura 1 – Somatório dos escores totais do BAI obtidos pelos participantes do treinamento de coerência cardíaca em três momentos distintos.

Conforme representa a figura 1, o resultado dos instrumentos demonstram um

decréscimo de 20% da sintomatologia de estresse, quando se comparada a primeira

medida (antes do treinamento – primeira coluna) com a segunda (no momento do

término da aplicação do treinamento – segunda coluna). Ocorreu ainda, um decréscimo

de 1,69% dos sintomas de estresse quando se compara os resultados no momento do

término e um mês após o término do treinamento, isto é, os sintomas de estresse

continuaram diminuindo, mesmo após o término do treinamento.

-25-

4.1.2 Inventário de Depressão

77

57

63

0

10

20

30

40

50

60

70

80

Inventário de Depressão

Antes da aplicação do treinamento No momento do término do treinamentoUm mês depois do término do treinamento

Figura 2 - Somatório dos escores totais do BDI obtidos pelos participantes do treinamento de coerência cardíaca em três momentos distintos.

Referente ao inventário de depressão representado na figura 2, não foi possível

observar em nenhum caso individual um resultado significativo nos escores de

depressão. Mesmo assim, os participantes apresentaram um decréscimo de 25,97% da

sintomatologia relacionada à depressão, quando comparado antes (primeira aplicação)

e no momento do término da aplicação do treinamento (segunda aplicação) . Após um

mês do término do treinamento ocorreu uma elevação de 10,53% dos sintomas

depressivos. Não houve relato dos participantes de qualquer situação que pudesse

levar ao aparecimento de um sintomatologia depressiva.

-26-

4.1.3 Sintomas de Estresse

339

210 217

0

50

100

150

200

250

300

350

Sintomas de Estresse

Antes da aplicação do treinamento No momento do término do treinamentoUm mês depois do término do treinamento

Figura 3 - Somatório dos escores totais do inventário de sintomas de estresse obtidos pelos participantes do treinamento de coerência cardíaca em três momentos distintos.

A escala de sintomas de estresse do grupo representado na Figura 3, demonstrou

um decréscimo considerável 38,05% quando se compara a aplicação dos inventários

no início da aplicação e no momento do término da aplicação do treinamento. Em

relação à última aplicação do inventário é possível observar uma elevação de 3,33%

dos sintomas de estresse, no entanto não voltou-se a obtever os escores iniciais de

estresse.

Os escores grupais do BAI e dos Sintomas de estresse foram submetidos a análise

de variância para medidas repetidas. A variação obtida nos escores do inventário de

ansiedade (BAI) foi estatisticamente significante (χ2 = 9.484, p < 0,01), mostrando que

-27-

-28-

houve uma redução dos sintomas no grupo entre a primeira e a última aplicação. O

mesmo resultado foi obtido para os escores dos sintomas de estresse (χ2 = 10,516, p <

0,01).

4.2 Análise dos resultados individuais

As respostas dadas pelos participantes para os inventários de Estresse e

Ansiedade foram comparadas da seguinte forma:

antes vs. no momento do término do treinamento;

antes vs. um mês após o término do treinamento; e

no momento do término vs. depois de um mês do término do treinamento.

Foram incluidas nessa avaliação a análise individual do resultado da escala de

Holmes e Rahe e o significado dos dos escores obtidos.

No final desta monografia encontra-se uma tabela síntese como todos os

resultados individuais obtidos (apêndice 04).

4.2.1 Participante A

-29-

13

33

2

25

27

23

0

5

10

15

20

25

30

35

Sintomas Estresse Inventario ansiedade Antes da aplicação do treinamento No momento do término do treinamento Um mês depois do término do treinamento

Figura 4 – Escores obtidos pelo participante A nos inventários Sintomas de Estresse e BAI.

O resultado dos instrumentos, como mostra a Figura 4, revela uma elevação nos

níveis da sintomatologia de estresse de 153,85% e de ansiedade de 8%, quando se

compara a primeira medida (antes do treinamento –primeira coluna) com a segunda (no

momento do término da aplicação do treinamento – segunda coluna), demonstradas no

gráfico. O participante A, depois de um mês do término do treinamento, demonstrou nas

suas respostas aos instrumentos uma redução na sintomatologia de estresse de

93,94%, podendo ser observado no gráfico com a queda brusca da terceira coluna.

-30-

Referente ao inventário de ansiedade também ocorreu uma redução dos sintomas de

14,81% do participante A um mês depois da aplicação do treinamento.

Referente à Escala de reajustamento social de Holmes e Rahe o participante A

obteve um escore de 350 pontos, o que representa uma probabilidade de desenvolver

doenças devido ao excesso de estresse.

O participante A esteve presente em 75% do treinamento. Relatou, nas suas

respostas subjetivas, que obteve a sensação de calor / expansão do peito, além de uma

sensação de bem-estar e relaxamento; respondeu no questionário que fez uso da

técnica após o período de treinamento, pelo menos três vezes na semana; declarou ter

conseguido um maior controle das situações cotidianas.

4.2.1.1 Comparação dos resultados das aplicações do Inventário de Sintomas de

Estresse

Antes vs. No momento do término da aplicação do treinamento: houve uma

elevação dos sintomas taquicardia, insônia, aumento do suor, aumento da pressão

arterial, náusea, problemas dermatológicos, mudança de apetite, tontura, problemas

com memória, sensação de desgaste físico, mal estar generalizado e sem causa

específica, sensibilidade emotiva excessiva, dúvida quanto a si próprio, pesadelos,

sensação de incapacidade, vontade de fugir de tudo, falta de vontade de fazer as

coisas, cansaço excessivo, pensar / falar consistentemente num só assunto e

ansiedade. Esta elevação é demonstrada no gráfico quando se compara a primeira

coluna com a segunda.

No momento do término vs. Depois de um mês do término do treinamento: alguns

sintomas se mantiveram - insônia e problemas dermatológicos - porém de uma forma

-31-

mais tênue. Os sintomas relatados inicialmente foram extintos após um mês do término

do treinamento, conforme respostas dadas ao inventário pelo participante A. Essa

extinção dos sintomas resultou, como demonstra o gráfico, num decréscimo significativo

da terceira coluna quando comparada com as outras.

4.2.1.2 Comparação dos resultados das aplicações do Inventários de Ansiedade

Antes vs. No momento do término da aplicação do treinamento: houve uma

elevação na sintomatologia sensação de calor, medo que aconteça o pior, medo de

perder o controle, nervoso, rosto afogueado, indigestão ou desconforto no abdômen. O

aparecimento possibilitou a elevação da sintomatologia de estresse. Esta é

demonstrada no gráfico do inventário de ansiedade com a elevação da segunda coluna

quando comparada com a primeira.

Antes vs. Depois de um mês do término do treinamento: se mantiveram os

sintomas sensação de calor e nervoso. No entanto, ocorreu a extinção de todos os

sintomas que o participante A havia demonstrando sentir na primeira aplicação dos

inventários. Essa extinção dos sintomas possibilitou a redução da sintomatologia de

ansiedade, mostrada no gráfico com o declínio da terceira coluna quando comparada

às outras.

4.2.2 Participante B

-32-

56

28

45

34

29

30

0

10

20

30

40

50

60

Sintomas Estresse Inventario ansiedade

Antes da aplicação do treinamento No momento do término do treinamento Um mês depois do término do treinamento

Figura 5 Escores obtidos pelo participante B nos inventários Sintomas de Estresse e BAI.

Houve um decréscimo, como mostra a Figura 5, nos sintomas de estresse (50%) e

de ansiedade (14,71%) quando se compara a primeira medida (antes do treinamento –

primeira coluna) com a segunda (no momento do término da aplicação do treinamento –

segunda coluna). Ocorreu a elevação dos sintomas em ambos os instrumentos

(estresse / 60% e ansiedade / 3,45) um mês após o término do treinamento (terceira

coluna).

Referente à Escala de reajustamento social de Holmes e Rahe o participante B

obteve um escore de 151 pontos, não demonstra risco para desenvolver doenças

devido ao excesso de estresse.

-33-

O participante B esteve presente em 68,75% do treinamento. Relatou nas suas

respostas subjetivas que obteve a sensação de calor / expansão do peito, além de

sensação de relaxamento. Respondeu no questionário que fez uso da técnica após o

período de treinamento, cerca de três vezes, declarou ter conseguido enfrentar

situações cotidianas com mais clareza e serenidade.

4.2.2.1 Comparação dos resultados das aplicações do Inventário de Sintomas

de Estresse

Antes vs. No momento do término da aplicação do treinamento: houve um

decréscimo considerável nos sintomas insônia, taquicardia, dor de cabeça, dores de

estômago, aumento do suor, tensão muscular, mudança de apetite, aumento da

pressão arterial, tontura, problemas com memória, sensação de desgaste físico, mal

estar generalizado sem causa específica, irritabilidade, dúvida quanto a si próprio,

sensação de incapacidade, falta de vontade de fazer as coisas, cansaço excessivo e

ansiedade. Pode ser observado no gráfico comparando-se a primeira coluna com a

segunda.

Antes vs. Depois de um mês do término do treinamento: é possível observar o

reaparecimento dos sintomas dor de cabeça, dores de estômago, aumento do suor,

mudança de apetite, aumento da pressão arterial, tensão muscular, tontura, problema

com memória, mal estar generalizado e sem causa específica, irritabilidade, dúvida

quanto a si próprio, sensação de desgaste físico, cansaço excessivo e ansiedade. O

reaparecimento desses sintomas favoreceu a elevação da sintomatologia de estresse.

Demonstrado no gráfico, quando comparado a terceira coluna com primeira, no entanto,

o participante B não voltou a apresentar os escores iniciais do inventário de estresse.

-34-

No momento do término vs. Depois de um mês do término do treinamento: os

sintomas que se mantiveram foi insônia, taquicardia, sensação de incapacidade e falta

de vontade de fazer as coisas. Os sintomas que se mantiveram possibilitaram que o

participante B continuasse apresentando sintomas de estresse.

4.2.2.2 Comparação dos resultados das aplicações do Inventário de Ansiedade

Antes vs. No momento do término da aplicação do treinamento: ocorreu um

decréscimo na sintomatologia dormência ou formigamento, sensação de calor, medo

que aconteça o pior, atordoado ou tonto, palpitação ou aceleração do coração, sem

equilíbrio e medo de morrer. A redução desses sintomas é demonstrada no gráfico

inventário de ansiedade, comparando a primeira coluna com a segunda.

Antes vs. Depois de um mês do término do treinamento: houve o reaparecimento

do sintoma atordoado ou tonto. O reaparecimento desses sintomas favoreceu a

elevação (mínima) da sintomatologia de ansiedade, demonstrado do gráfico, quando

comparada à terceira coluna com a primeira, entretanto, o participante B não voltou a

apresentar os escores iniciais.

No momento do término vs. Depois de um mês do término do treinamento: os

sintomas que se mantiveram foi sensação de calor, sem equilíbrio, palpitação ou

aceleração do coração e medo que aconteça o pior. O participante B demonstrou com

as respostas do último inventário que ocorreu a extinção dos sintomas dormência ou

formigamento e medo de morrer. Os sintomas que se mantiveram possibilitaram que o

participante B continuasse apresentando sintomas de ansiedade. Porém, a extinção de

alguns sintomas, tornou possível conservar escores parecidos quando se compara a

sintomatologia de ansiedade no momento do término da aplicação e um mês após o

término da aplicação do treinamento.

4.2.3 Participante C

-35-

97

37

44

50

35

30

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Sintomas Estresse Inventario ansiedade

Antes da aplicação do treinamento No momento do término do treinamento Um mês depois do término do treinamento

Figura 6 - Escores obtidos pelo participante C nos inventários Sintomas de Estresse e BAI.

Houve um decréscimo, como mostra a Figura 6, nos sintomas de estresse (61,86%)

e de ansiedade (30%), quando se compara o participante C antes (primeira coluna) e

no momento do término da aplicação do treinamento (segunda coluna) . Ocorreu uma

elevação ainda que branda, após um mês do término do treinamento nos sintomas de

estresse (18,92%), diferente do inventário de ansiedade que apresentou um decréscimo

(14,29%) nos sintomas.

-36-

Referente à Escala de reajustamento social de Holmes e Rahe o participante C

obteve um escore de 230 pontos, o que representa uma probabilidade de desenvolver

doenças devido ao excesso de estresse.

O participante C teve uma presença de 68,75% no treinamento. Relatou nas

suas respostas subjetivas que não sentiu a sensação de calor / expansão do peito

durante o treinamento, mas que sentiu uma agradável sensação de relaxamento.

Respondeu no questionário que fez uso da técnica após o período de treinamento,

cerca de uma vez a cada duas semanas.

4.2.3.1 Comparação dos resultados das aplicações do Inventário de Sintomas de

Estresse

Antes vs. No momento do término da aplicação do treinamento: houve um

decréscimo considerável nos sintomas taquicardia, dor de cabeça, boca seca, dores de

estômago, aumento do suor, diarréia, aumento da pressão arterial, náusea, problemas

dermatológicos, mudança de apetite, tontura, problemas com a memória, perda senso

humor, sensação de desgaste físico, mal estar generalizado e sem causa específica,

irritabilidade, sensibilidade emotiva excessiva, dúvida quanto a si próprio, diminuição do

desejo sexual, impossibilidade de trabalhar, vontade de fugir de tudo, pesadelos,

sensação de incapacidade, falta de vontade de fazer as coisas, cansaço excessivo,

pesar / falar consistentemente num só assunto e ansiedade. A redução desses

sintomas favoreceu o declínio da primeira para a segunda coluna, conforme demonstra

o gráfico.

Antes vs. Depois de um mês do término do treinamento: é possível observar, ainda

que de uma forma mais tênue, o reaparecimento dos sintomas aumento do suor,

-37-

mudança de apetite, irritabilidade, sensibilidade emotiva excessiva, dúvida quanto a si

próprio, diminuição do desejo sexual, vontade de fugir de tudo, falta de vontade de fazer

as coisas, sensação de incapacidade, pensar / falar consistentemente num só assunto

e ansiedade. O reaparecimento desses sintomas favoreceu a elevação da

sintomatologia de estresse, demonstrada no gráfico, quando comparada à terceira

coluna com a primeira, no entanto, o participante C não voltou a apresentar os escores

iniciais.

No momento do término vs. Depois de um mês do término do treinamento:

mantiveram os sintomas taquicardia, dor de cabeça, boca seca, dores de estômago,

náusea, problemas dermatológicos, problemas com a memória, perda senso de humor,

sensação de desgaste físico, pesadelos e cansaço excessivo. Houve o decréscimo

ainda maior dos sintomas mal estar generalizado e sem causa específica e

impossibilidade de trabalhar. Ocorreu a extinção dos sintomas tontura, aumento da

pressão arterial e diarréia. Os sintomas que se mantiveram possibilitaram que o

participante C continuasse apresentando sintomas de estresse. Entretanto, o

decréscimo e a extinção de alguns sintomas tornou possível conservar os escores

parecidos, quando comparada à sintomatologia de estresse no momento do término da

aplicação e um mês após o término da aplicação do treinamento.

-38-

4.2.3.2 Comparação dos resultados das aplicações do Inventário de Ansiedade

Antes vs. No momento do término da aplicação do treinamento: houve um

decréscimo na sintomatologia incapaz de relaxar, tremores nas pernas, medo que

aconteça o pior, atordoado ou tonto, palpitação ou aceleração do coração, sem

equilíbrio, nervoso, sensação de sufocação, tremores nas mãos, trêmulo, dificuldade de

respirar, indigestão ou desconforto do abdômen, sensação de desmaio, rosto

afogueado e suor. A redução desses sintomas é demonstrada no gráfico de sintomas

de ansiedade, comparando a primeira coluna com a segunda.

Antes vs. Depois de um mês do término do treinamento: houve o reaparecimento

do sintoma incapaz de relaxar.

No momento do término vs. Depois de um mês do término do treinamento:

mantiveram os sintomas palpitação ou aceleração do coração, sensação de sufocação

e dificuldade de respirar. Houve a extinção dos sintomas de medo que aconteça o pior,

atordoado ou tonto, sem equilíbrio, nervoso, tremores nas mãos, trêmulo, indigestão ou

desconforto do abdômen, sensação de desmaio, rosto afogueado, tremores nas pernas

e suor. A extinção desses sintomas possibilitaram ainda mais o decréscimo da terceira

coluna do inventário de ansiedade.

4.2.4 Participante D

-39-

29

12

19

33

22

27

0

5

10

15

20

25

30

35

Sintomas Estresse Inventario ansiedade

Antes da aplicação do treinamento No momento do término do treinamento Um mês depois do término do treinamento

Figura 7 - Escores obtidos pelo participante D nos inventários Sintomas de Estresse e BAI.

Como demonstra a Figura 7, os instrumentos acusam um decréscimo da

sintomatologia: estresse (58,62%) e ansiedade (33,33%) referenciados no gráfico

quando se compara a primeira medida (antes do treinamento – primeira coluna) com a

segunda (no momento do término da aplicação do treinamento - segunda coluna). Uma

elevação ocorreu nos sintomas em ambos os instrumentos (estresse / 58,33% e

ansiedade / 22,73%) um mês após o término do treinamento (terceira coluna).

Referente à Escala de reajustamento social de Holmes e Rahe o participante D

obteve um escore de 105 pontos, o que não representa risco de desenvolver doenças

devido ao excesso de estresse

-40-

O participante D esteve presente em 93,75% do treinamento. Relatou nas suas

respostas subjetivas que durante a realização do treinamento não experienciou a

sensação calor / expansão do peito. Porém, descreveu sentir uma sensação agradável

e de relaxamento. Respondeu no questionário que não fez uso da técnica após o

período de treinamento, mas que a técnica trouxe para sua vida mais tranqüilidade e

disposição.

4.2.4.1 Comparação dos resultados das aplicações do Inventário de Sintomas de

Estresse

Antes vs. No momento do término da aplicação do treinamento: houve um

decréscimo nos sintomas insônia, dor de cabeça, boca seca, dores de estômago,

aumento do suor, mudança de apetite, tontura, mal estar generalizado e sem causa

específica, irritabilidade, dúvida quanto a si próprio, pesadelos, sensação de

incapacidade, vontade de fugir de tudo, falta de vontade de fazer as coisas, pensar /

falar consistentemente num só assunto e ansiedade. É possível observar essa elevação

no gráfico, comparando a primeira coluna com a segunda.

Antes vs. Depois de um mês do término do treinamento: é possível observar o

reaparecimento dos sintomas mudança de apetite, irritabilidade, tontura, vontade de

fugir de tudo e pensar / falar consistentemente num só assunto. O reaparecimento

desses sintomas possibilitou a elevação dos níveis de estresse, demonstrada na

terceira coluna do gráfico. Contudo, o participante D não voltou a apresentar os escores

iniciais de estresse.

No momento do término vs. Depois de um mês do término da técnica: os sintomas

que se mantiveram foi ansiedade, sensação de incapacidade, dúvida quanto a si

-41-

próprio e pesadelos. Houve uma extinção dos sintomas insônia, dor de cabeça, boca

seca, dores no estômago, aumento do suor, falta de vontade de fazer as coisas e mal

estar generalizado sem causa específica. O participante D demonstrou com as

respostas do último inventário o surgimento de outros sintomas como aumento da

pressão arterial, cansaço excessivo e problemas dermatológicos. Os sintomas que se

mantiveram juntamente com o surgimento de outros sintomas possibilitaram a elevação

dos indices de estresse, conforme demonstrado na terceira coluna do gráfico. Porém, a

extinção de alguns sintomas tornou possível ao participante D conservar os escores

parecidos, quando comparada a sintomatologia de estresse no momento do término e

um mês após o término da aplicação do treinamento.

4.2.4.2 Comparação dos resultados das aplicações do Inventário de Ansiedade

Antes vs. No momento do término da aplicação do treinamento: houve um

decréscimo na sintomatologia sensação de calor, sem equilíbrio, indigestão ou

desconforto no abdômen, incapacidade de relaxar, medo que aconteça o pior,

atordoado ou tonto, nervoso, medo de perder o controle e assustado. A redução desses

sintomas é demonstrada no gráfico, comparando a primeira coluna com a segunda.

Antes vs. Depois de um mês do término do treinamento: houve o reaparecimento

dos sintomas medo que aconteça o pior, atordoado ou tonto, nervoso, medo de perder

o controle e assustado. O reaparecimento desses sintomas favoreceu a elevação dos

sintomas de ansiedade, demonstrada no gráfico quando comparada a terceira com a

primeira coluna. No entanto, não voltou a apresentar os escores iniciais do inventário de

ansiedade.

-42-

No momento do término vs. Depois de um mês do término do treinamento: manteve

o sintoma incapacidade de relaxar. Houve a extinção dos sintomas sensação de calor,

sem equilíbrio e indigestão ou desconforto no abdômen. Os sintomas que se

mantiveram possibilitaram que o participante D continuasse apresentando sintomas de

ansiedade, demonstrado com a elevação da terceira coluna do gráfico. Contudo, a

extinção de alguns sintomas tornou possível o participante D conservar os escores

parecidos, quando comparada a sintomatologia de ansiedade no momento do término e

um mês após o término da aplicação do treinamento.

4.2.5 Participante E

-43-

59

42

41

47

42

45

0

10

20

30

40

50

60

Sintomas Estresse Inventario ansiedade

Antes da aplicação do treinamento No momento do término do treinamentoUm mês depois do término do treinamento

Figura 8 - Escores obtidos pelo participante E nos inventários Sintomas de Estresse e BAI.

Os instrumentos de sintomas de estresse e inventário de ansiedade, conforme

demonstra a Figura 8, acusam um decréscimo da sintomatologia: estresse (28,81%) e

ansiedade (10,64%), quando se compara as medidas do participante E antes (primeira

aplicação) e no momento do término da aplicação do treinamento (segunda aplicação).

Referente ao inventário sintoma de estresse houve um decréscimo ainda maior nos

sintomas (2,38%) após um mês do término do treinamento. Uma elevação ocorreu,

após um mês do fim do treinamento (7,14%) no inventário de ansiedade (terceira

coluna).

-44-

Referente à Escala de reajustamento social de Holmes e Rahe o participante E

obteve um escore de 210 pontos, o que representa uma probabilidade para desenvolver

doenças devido ao excesso de estresse

O participante E teve uma presença de 81,25% no treinamento. Relatou nas suas

respostas subjetivas que durante a realização do treinamento não experienciou a

sensação calor / expansão do peito. No entanto, descreveu uma sensação agradável

de relaxamento. Respondeu no questionário que não fez uso da técnica após o período

de treinamento, mas que a técnica possibilitou um controle melhor em algumas

situações experienciadas diariamente.

4.2.5.1 Comparação dos resultados das aplicações do Inventário de Sintomas de

Estresse

Antes vs. No momento término da aplicação do treinamento: houve um decréscimo

na sintomatologia de taquicardia, dor de cabeça, boca seca, tensão muscular, diarréia,

problemas dermatológicos, mudança de apetite, tontura, mal estar generalizado e sem

causa específica, dúvida quanto a si próprio, sensação de incapacidade, vontade de

fugir de tudo, pesadelos, falta de vontade de fazer as coisas, cansaço excessivo,

pensar / falar consistentemente num só assunto e ansiedade. A redução desses

sintomas é demonstrada no gráfico de sintomas de estresse.

Antes vs. Depois de um mês do término do treinamento: ocorreu o reaparecimento

dos sintomas boca seca, tontura, tensão muscular e problemas dermatológicos.

No momento do término vs. Depois de um mês do término do treinamento:

mantiveram dor de cabeça, mudança de apetite, mal estar generalizado e sem causa

específica, pesadelos, falta de vontade de fazer as coisas, cansaço excessivo e pensar

-45-

/ falar consistentemente num só assunto e ansiedade. Após o participante E responder

a última aplicação do inventário um mês depois do término do treinamento, foi possível

perceber um decréscimo ainda maior do sintoma taquicardia. Houve a extinção dos

sintomas diarréia sensação de incapacidade, dúvida quanto a si próprio e vontade de

fugir de tudo. A extinção e o decréscimo de alguns sintomas tornaram possível o

participante E conservar os escores parecidos, quando comparada a sintomatologia de

estresse no momento do término da aplicação e um mês após o término da aplicação

do treinamento.

4.2.5.2 Comparação dos resultados das aplicações do Inventário de Ansiedade

Antes vs. No momento do término da aplicação do treinamento: houve um

decréscimo na sintomatologia de incapacidade de relaxar, palpitação ou aceleração do

coração, nervoso, sensação de sufocação, tremores nas mãos, medo de perder o

controle e medo de morrer. A redução desses sintomas é demonstrada no gráfico

inventário de ansiedade, comparando a primeira coluna com a segunda.

Antes vs. Depois de um mês do término do treinamento: houve o reaparecimento

dos sintomas medo de perder o controle, nervoso.

No momento do término vs. Depois de um mês do término do treinamento:

mantiveram os sintomas incapaz de relaxar, palpitação ou aceleração do coração,

sensação de sufocação, tremores nas mãos e medo de morrer. O participante E

demonstra com as respostas dadas no último inventário o surgimento de outros

sintomas como suor, sensação de desmaio e trêmulo. Os sintomas que se mantiveram

e o surgimento de novos sintomas possibilitaram a elevação da terceira coluna do

gráfico.

4.2.6 Participante F

-46-

32

30

30

32

25

28

0

5

10

15

20

25

30

35

Sintomas Estresse Inventario ansiedade

Antes da aplicação do treinamento No momento do término do treinamento Um mês depois do término do treinamento

Figura 9 - Escores obtidos pelo participante F nos inventários Sintomas de Estresse e BAI.

Os sintomas de estresse e de ansiedade, conforme representa a Figura 9,

demonstraram um decréscimo da sintomatologia: estresse (6,25%) e ansiedade

(21,88%), quando se compara o participante F antes e no momento do término da

aplicação do treinamento. O participante F manteve uma sintomatologia parecida de

estresse um mês depois do término do treinamento. Referente ao inventário de

ansiedade é possível observar uma elevação dos sintomas (12%), demonstrado na

terceira coluna do inventário de ansiedade.

Referente à Escala de reajustamento social de Holmes e Rahe o participante F

obteve um escore de 259 pontos, o que representa uma probabilidade para desenvolver

doenças devido ao excesso de estresse

-47-

O participante F teve presença de 50% no treinamento. Relatou nas suas respostas

subjetivas que durante a realização do treinamento não experienciou a sensação calor /

expansão do peito. Descreveu sentir-se relaxado ao final de cada treinamento.

Respondeu no questionário que após o período de treinamento fez uso da técnica

algumas vezes, contudo não experienciou a sensação de calor.

4.2.6.1 Comparação dos resultados das aplicações do Inventário de Sintomas de

Estresse

Antes vs. No momento do término da aplicação do treinamento: houve um

decréscimo na sintomatologia de insônia, dor de cabeça, tensão muscular, náusea,

perda do senso humor, irritabilidade, dores de estômago, sensibilidade emotiva

excessiva, dúvida quanto a si próprio e pensar / falar consistentemente num só assunto.

A redução desses sintomas e demonstrada no gráfico de sintomas de estresse

comparando a primeira coluna com a segunda.

Antes vs. Depois de um mês do término da aplicação do treinamento: houve o

reaparecimento da sintomatologia de dor de cabeça, tensão muscular, náusea,

sensibilidade emotiva excessiva. O reaparecimento desses sintomas elevou a terceira

coluna, no entanto, o participante F não voltou a apresentar os escores iniciais de

estresse.

No momento do término vs. Depois de um mês do término da técnica: mantiveram

os sintomas insônia, dores de estômago, irritabilidade e pensar / falar consistentemente

num só assunto. Houve a extinção dos sintomas perda senso de humor e dúvida

quanto a si próprio. Os sintomas que se mantiveram possibilitaram a elevação da

terceira coluna do gráfico. Entretanto, a extinção de alguns sintomas tornou possível o

-48-

participante F conservar os escores parecidos, quando comparada à sintomatologia de

estresse no momento do término e um mês após o término da aplicação do

treinamento.

4.2.6.2 Comparação dos resultados das aplicações do Inventário de Ansiedade

Antes vs. No momento do término da aplicação do treinamento: houve um

decréscimo na sintomatologia dormência ou formigamento, sensação de calor,

sensação de sufocação, nervoso e suor. A redução desses sintomas é demonstrada no

gráfico inventário de ansiedade, comparando o decréscimo da primeira com a segunda

coluna.

Antes vs. Depois de um mês do término da aplicação da técnica: houve o

reaparecimento dos sintomas sensação de calor e sensação de sufocação. Esses

sintomas favoreceram a elevação da terceira coluna do gráfico quando comparada com

a primeira. No entanto, não voltou a apresentar os escores iniciais do inventário de

ansiedade.

No momento do término vs. Depois de um mês do término da técnica: mantiveram

os sintomas dormência ou formigamento, nervoso e suor. O participante F demonstra

com as respostas dadas na aplicação do último inventário o surgimento de outros

sintomas como incapaz de relaxar, medo que aconteça o pior e medo de perder o

controle. Os sintomas que se mantiveram e o surgimento de outros sintomas

possibilitaram que o participante F continuasse apresentando sintomas de ansiedade.

4.2.7 Participante G

-49-

12

5

7

29

23

25

0

5

10

15

20

25

30

Sintomas Estresse Inventario ansiedade

Antes da aplicação do treinamento No momento do término do treinamento Um mês depois do término do treinamento

Figura 10 - Escores obtidos pelo participante G nos inventários Sintomas de Estresse e BAI.

O gráfico dos dois inventários representado na Figura 10, demonstram em ambas as

situações um decréscimo dos sintomas (estresse / 58,33% e ansiedade / 20,69%)

quando se compara a primeira medida (antes do treinamento –primeira coluna) com a

segunda (no momento do término da aplicação do treinamento – segunda coluna).

Uma elevação ocorreu nos sintomas em ambos os inventários (estresse / 40% e

ansiedade / 8,70%) após um mês do término do treinamento (terceira coluna).

Referente à Escala de reajustamento social de Holmes e Rahe o participante G

obteve um escore de 149 pontos, o que não demonstra risco para desenvolver doenças

devido ao excesso de estresse.

-50-

O particpante G teve presença de 68,75% no treinamento. Relatou nas suas

respostas subjetivas que durante a realização do treinamento experienciou algumas

vezes a sensação calor / expansão do peito. Descreveu sentir uma sensação agradável

e de relaxamento. Respondeu no questionário que não fez uso da técnica após o

período de treinamento, mas que a técnica trouxe para sua vida mais tranqüilidade e

disposição.

4.2.7.1 Comparação dos resultados das aplicações do Inventário de Sintomas de

Estresse

Antes vs. No momento do término da aplicação do treinamento: houve um

decréscimo nos sintomas dor de cabeça, dores de estômago, náusea, sensação de

desgaste físico, mal estar generalizado e sem causa especifica, sensibilidade emotiva

excessiva, cansaço excessivo e ansiedade. A redução desses sintomas é demonstrada

no gráfico inventário de estresse, comparando o decréscimo da primeira coluna com a

segunda.

Antes vs. Depois de um mês do término da aplicação do treinamento: é possível

observar o reaparecimento dos sintomas dores de estômago, sensação de desgaste

físico e cansaço excessivo. O reaparecimento desses sintomas possibilitou a elevação

da terceira coluna do gráfico quando comparada com a segunda coluna. Contudo, o

participante G não voltou a apresentar os escores iniciais de estresse.

No momento do término vs. Depois de um mês do término do treinamento: o

sintoma que se manteve foi aumento dor de cabeça. Houve a extinção náusea, mal

estar generalizado e sem causa específica, sensibilidade emotiva excessiva e

ansiedade. Os sintomas que se mantiveram possibilitaram que o participante G

-51-

continuasse apresentando sintomas de estresse. A extinção de alguns sintomas

possibilitou que se conserva-se os escores parecidos, quando se compara os sintomas

no momento do término e depois de um mês do término da aplicação do treinamento.

4.2.7.2 Comparação dos resultados das aplicações do Inventário de Ansiedade

Antes vs. no momento do término do treinamento: houve um decréscimo na

sintomatologia medo que aconteça o pior, palpitação ou aceleração no coração,

sensação de sufocação, incapaz de relaxar, dificuldade de respirar e indigestão ou

desconforto do abdômen. A redução desses sintomas é demonstrada no gráfico

inventário de ansiedade, comparando a primeira coluna com a segunda.

Antes vs. Depois de um mês do término do treinamento: não foi relatado pelo

participante G no seu inventário o reaparecimento de nenhum sintoma.

No momento do término vs. Depois de um mês do término da técnica: manteve os

sintomas incapaz de relaxar e indigestão ou desconforto no abdômen. Houve o

aparecimento dos sintomas atordoado ou tonto e nervoso. Ocorreu a extinção dos

sintomas medo que aconteça o pior, palpitação ou aceleração no coração, sensação de

sufocação, dificuldade de respirar. Os sintomas que o participante G manteve ou que

apareceram favoreceram a elevação da terceira coluna do gráfico quando comparado

com a segunda. No entanto, a extinção de alguns sintomas possibilitou conservar os

escores parecidos, quando se compara a sintomatologia de ansiedade no momento do

término e um mês após o término da aplicação do treinamento.

4.2.8 Participante H

-52-

41

23

25

45

33

27

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

Sintomas Estresse Inventario ansiedade

Antes da aplicação do treinamento No momento do término do treinamento Um mês depois do término do treinamento

Figura 11 – Escores obtidos pelo participante H nos inventários Sintomas de Estresse e BAI.

Os resultados dos inventários demonstrados na Figura 11 acusam um

decréscimo dos sintomas no inventário de estresse (43,90%) e de ansiedade (26,67%),

quando se compara o participante H antes e no momento do término da aplicação do

treinamento, demonstrado no gráfico comparando a primeira com segunda coluna. Uma

elevação, ainda que branda ocorreu nos sintomas de estresse (8,70%) do participante

H após um mês do término do treinamento. O inventário de ansiedade demonstrou que

após um mês do término do treinamento participante H apresentou um decréscimo

(18,18%) ainda maior nos sintomas.

-53-

Referente à Escala de reajustamento social de Holmes e Rahe o participante H

obteve um escore de 248 pontos, o qual demonstra risco para desenvolver doenças

devido ao excesso de estresse.

O participante H esteve presente em 81,25% do treinamento. Relatou nas suas

respostas subjetivas que durante a realização do treinamento experienciou a sensação

calor / expansão do peito, além de uma sensação agradável e de relaxamento.

Respondeu no questionário que não fez uso da técnica após o período de treinamento.

4.2.8.1 Comparação dos resultados das aplicações do Inventário de Sintomas de

Estresse

Antes vs. No momento do término da aplicação do treinamento: os gráficos

demonstraram que houve um decréscimo considerável nos sintomas como insônia, dor

de cabeça, boca seca, tensão muscular, diarréia, náusea, mudança de apetite, tontura,

perda senso humor, irritabilidade, sensibilidade emotiva excessiva, diminuição do

desejo sexual, sensação de incapacidade, vontade de fugir de tudo, pensar / falar

consistentemente num só assunto e ansiedade. A redução desses sintomas favoreceu

o declínio da primeira para a segunda coluna.

Antes vs. Depois de um mês do término do treinamento: é possível observar o

reaparecimento dos sintomas: insônia, dor de cabeça, náusea, tontura, perda senso

humor e diminuição do desejo sexual. O reaparecimento desses sintomas ainda que de

uma forma tênue favoreceu a elevação da última coluna quando comparada com a

segunda. Porém, o participante H não voltou a apresentar os escores iniciais dos

sintomas de estresse.

-54-

No momento do término vs. Depois de um mês do término do treinamento: se

mantiveram os sintomas tensão muscular, mudança de apetite, irritabilidade,

sensibilidade emotiva excessiva e vontade de fugir de tudo. Houve o decréscimo ainda

maior dos sintomas pensar / falar consistentemente num só assunto e ansiedade.

Houve a extinção dos sintomas boca seca, diarréia e sensação de incapacidade. Os

sintomas que o participante H manteve favoreceu a elevação da terceira coluna do

gráfico quando comparada com a segunda. No entanto, a extinção e o decréscimo de

alguns sintomas possibilitou conservar os escores parecidos, quando se compara a

sintomatologia de estresse no momento do término e um mês após o término da

aplicação do treinamento.

4.2.8.2 Comparação dos resultados das aplicações do Inventário de Ansiedade

Antes vs. No momento do término da aplicação do treinamento: houve um

decréscimo na sintomatologia dor ou formigamento, incapaz de relaxar, medo que

aconteça o pior, atordoado ou tonto, tremores nas mãos, palpitação ou aceleração no

coração, dificuldade de respirar, aterrorizado, nervoso, indigestão ou desconforto no

abdômen, assustado e medo de perder o controle. A redução desses sintomas e

demonstrada no gráfico de sintomas de ansiedade.

Antes vs. Depois de um mês do término do treinamento: foi possível observar o

reaparecimento do sintoma incapaz de relaxar.

No momento do término vs. Depois de um mês do término do treinamento:

mantiveram os sintomas atordoado ou tonto. Houve um decréscimo de sintomas

nervoso e tremores nas mãos. Houve uma extinção dor ou formigamento, medo que

aconteça o pior, dificuldade de respirar, assustado, medo de perder o controle,

-55-

indigestão ou desconforto do abdômen, palpitação ou aceleração do coração,

aterrorizado. Os sintomas em que houve um decréscimo ou se extinguiram

possibilitaram, reduzir a terceira coluna do gráfico do inventário de ansiedade.

-56-

5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Segundo Servan-Schreiber (2004), frequentente passamos por momentos

estressantes. Quando tomamos consciência desse estado torna-se possível procurar

formas de alterá-lo. Uma maneira é induzir a Coerência Cardíaca, uma técncia que

busca manter um padrão regular na variabilidade do ritmo cardíaco, proporcionando

uma homeostase no organismo.

Levando em consideração a proposta da técncia e os objetivos desse trabalho, foi

possivel observar através dos instrumentos utizados para avaliar a técnica (inventário

de depressão, inventário de ansiedade e escala de sintomas de estresse) um declínio

bem significativo dos sintomas no momento do término do treinamento quando

comparados aos valores medidos antes do treinamento, o que nos sugere que a técnica

apresentou alguma eficácia. Depois de um mês do término do treinamento os níveis de

estresse e depressão voltaram a subir enquanto os de ansiedade diminuíram. Podemos

sugerir como principal hipótese desse aumento o fato de a maioria dos participantes

não continuarem fazendo uso da técnica, apesar de sua prática regular ter contribuido

para a diminuição destes índices no mês precedente. Deve-se ressaltar que a elevação

dos escores foi mínima. O fato de os participantes não voltarem a apresentar, após um

mês de treinamento, escores da mesma magnitude daqueles iniciais, sugere que os

benefícios do treinamento se estenderam a médio prazo.

Em relação ao BDI, não foi constatado nível preocupante de depressão em

nenhum caso, mesmo assim, houve um decréscimo na sintomatologia no momento do

término e um elevação após um mês do término do treinamento. Apesar da literatura

(SERVAN-SCHREIBER, 2004; HOLMES, 1997; MYERS, 1999; ABREU, 2006) apontar

-57-

uma relação entre estresse e depressão, neste trabalho tal associação não foi

observada.

Nesse estudo foi possível observar o decréscimo dos níveis de ansiedade,

estresse e depressão ao analisar os resultados obtidos através da aplicação dos

inventários propostos (Sintomas de estresse, BAI e BDI). Em consonância ao trabalho,

alguns estudos preliminares têm demonstrado que a técnica de Coerência Cardíaca

pode reduzir os níveis de ansiedade, depressão e estresse psicológico (MCCRATY,

2001).

O que deve ser levado em consideração também na análise dos dados são os

relatos subjetivos dos participantes. Apesar de que durante o treinamento apenas

quatro pessoas relatarem a sensação de calor e/ou expansão do peito (o restante

obteve sensações de relaxamento) e após o treinamento a minoria continuar fazendo

uso da técnica, os participantes relataram que a técnica trouxe melhoras qualitativas

para a vida (sentem-se mais calmos, tranqüilos e com mais clareza na tomada de

decisões). Essa análise subjetiva dos participantes pode ser levada em consideração

como justificativa para diminuição após um mês do término do treinamento dos

sintomas de ansiedade, já que essas respostas vão ao encontro do que Servan-

Screiber (2004) e Childre e Cryer (2002) consideram como resultados favoráveis que

podem ser obtidos como o uso da técnica (capacidade de solucionar problemas,

raciocínio, tomada de decisões e criatividade).

Os treinamentos realizados pelo Instituto HeartMath duram em torno de seis meses

e incluem a realização de outros treinamentos. Com base em estudo realizado por

Fucks e Lopes (2003) com estudantes universitários, o tempo necessário para

-58-

aderência de uma técnica é de mais ou menos dezesseis sessões com uma prática de

duas a três vezes por semana (preferencialmente) durante quinze minutos. Apesar do

estudo preencher os pré-requisitos para o domínio de uma técnica, pode-se analisar

através dos relatos subjetivos que os participantes não continuaram a realizar a técnica.

Tal situação nos remete a suposição de ser necessário um tempo maior, conforme

utilizado pelo instituto, para o indivíduo tomar consciência dos efeitos da técnica bem

como tornar-se habituado e poder fazer uso no seu dia a dia.

Outra constatação importante refere-se aos resultados obtidos com a Escala de

Holmes e Rahe. Os dados demonstram que 50% dos participantes apresentaram níveis

de estresse elevado com probabilidade de desencadeiar doenças. Este percentual

considerável pode ser justificado pelo fato de que grande parte dos participantes

declararam estar passando por momentos de muito estresse no seu setor de trabalho.

Esses índices relacionam-se com a literatura, pois, segundo Childre e Cryer (2002), o

estresse ocupacional é responsável pela procura médica em torno de 90% dos casos.

Esses dados obtidos com os inventários, em conjunto com os relatos subjetivos que

obtivemos, tornam possível considerar que a técnica produziu efeitos qualitativos para

os participantes. Esses resultados estão de acordo com os resultados obtidos pelos

pesquisadores da técncia de Coerência Cardíaca - Servan-Schreiber (2004), Childre e

Cryer (2002) e Mccraty, (2001).

-59-

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A proposta de avaliar uma técnica “alternativa” que não possui muitas testagem,

mas que conforme a literatura e nossos resultados demontrou-se positiva, é

desafiadora. O trabalho foi considerado de enorme valia, pois é imprescindível

buscarmos novas ferramentas de trabalho para nos auxiliar.

O treinamento de Coerência Cardíaca realizado pelo Instituto HeartMath é feito com

o auxílio de aparelhos que demostram para o participante quando este encontra-se em

coerência (feedback). É solicitado para o indivíduo pensar em algo positivo (indução do

coração ao estado de coerência) e, com o uso do aparelho, o indivíduo vai tomando

consciência do seu estado.

Diferente da metodologia utilizada pelo instituto, o treinamento dos funcionários foi

baseado nas técnicas utilizadas pelo psiquiatra David Servan-Schreiber (2004) que

propõe entrar em coerência através apenas do imaginação (pensar em algo positivo).

Partindo desse pressuposto, buscou-se levar o individuo em um primeiro momento ao

relaxamento e posteriormente a coerência cardíaca. Deve-se ressaltar alguns pontos

específicos deste trabalho que podem ter influenciado os resultados devido à utilização

deste método:

A pesquisadora não tem como controlar se as pessoas entraram em coerência. A

única forma de se saber é através dos relatos subjetivos, sendo que apenas

quatro participantes nos informaram ter percebido a sensação de calor e/ou

expansão do peito, indicativo de que a coerência foi alcançada durante o

treinamento;

-60-

A maioria dos participantes declarou ter sentido um relaxamento agradável,

provavelmente devido ao técnica de Jacobson (1ª parte do treinamento) e não à

da Coerência Cardíaca;

Os participantes consideram mais fácil manter a atenção nos quinze minutos

iniciais do treinamento (relaxamento) do que nos quinze minutos finais

(Coerência Cardíaca). Relataram que costumavam dispersar-se nos momentos

finais e que em algumas situações chegaram a dormir.

Com base nesses relatos não podemos afirmar até que ponto os resultados

positivos obtidos com os escores dos participantes em relação aos inventários são

referentes ao alcance da Coerência Cardíaca ou simplesmente aos benefícios de um

estado de relaxamento.

Em relação à formação dos grupos, apesar de um procura aparente, não houve

muita aderência ao treinamento, principalmente devido à sua duração (dois meses).

Apesar das dificuldades enfrentadas para montar o grupo, tivemos uma grande

cooperação dos que decidiram participar. Por essa dificuldade, tivemos que abandonar

a nossa idéia inicial de montar dois grupos de trabalho, sendo um de controle. A opção

de dois grupos seria mais apropiada para podermos comparar os resultados. O trabalho

com apenas um grupo nos permitiu fazer uma avaliação concentrada na eficácia da

técnica por si só, mas não de saber se esta foi a única variável atuante no momento,

em termos organizacionais, já que pessoais tínhamos certo controle (dado pela escala

de ajustamento pessoal de Holmes e Rahe).

-61-

Alguns participantes do grupo demonstraram dificuldades em responder os

inventários apesar de estimularmos as perguntas caso não as houvessem entendido.

Embora esse fato não prejudicou a avaliação, acreditamos que talvez pudessemos ter

resultados mais precisos.

É necessário investir em mais conhecimento referente à essa técnica, por ser um

método simples e de baixo custo. Sugiro sua aplicação em diferentes contextos, por

exemplo, em uma organização. Este ambiente é pertinente por, em geral, apresentar

individuos com altos índices de estresse. Isso nos possibilitaria obter mais resultados e

podermos então ter mais formas de avaliar sua eficácia.

Outro ponto que seria pertinente para avaliar a eficácia da técnica é separar os

efeitos de cada técnica (coerência cardíaca e relaxamento) em dois grupos distintos.

Assim, torna-se possível avaliar se os resultados obtidos são atribuidos ao relaxamento

ou a técnica de Coerência Cardíaca.

É importante buscarmos formas de melhorar e complementar os tratamentos que

existem hoje para pessoas que são acometidas por estresse, ansiedade e depressão.

Devemos procurar formas diferenciadas de tratamento, ou melhor, devemos mudar

nosso foco e procurar práticas que vão além do tratamento e prevenção de agravos

visando a promoção de saúde e a melhor qualidade de vida no trabalho, uma vez que

este não apenas é parte importante de nossa vida, como é também um espaço de

realização pessoal e de estabelecimento de identidade.

-62-

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABREU, C. N. , et al. Sindromes psiquiatricas: diagnóstico e entrevista para profissionais de saude mental. Porto Alegre: Artmed, 2006.

BALLONE, G.J. Alterações Imunológicas no Estresse. In. PsiqWeb, Internet. Disponível em: http://www.psiqweb.med.br . 2005. Acesso em: 12 jun. 2006.

CHILDRE, D. e CRYER, B. Do caos à coerência. São Paulo: Cultrix, 2002.

CORDAS, T. Ciladas do humor. Mente & Cérebro, 7.ed. Especial, 2006.

CUNHA, J. A. Manual da versão em português das escalas Beck. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2001.

DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre: Artes Médicas, 2000.

DAVIS, M; ESHELMAN, E. R; MCKAY, M. Manual de relaxamento e redução do stress. São Paulo: Summus Editorial, 1996.

FELD, M. e RUEGG, J. G. Perto do coração selvagem. Mente & Cérebro, 7.ed. Especial, 2006.

FUCKS, A.M. e LOPES, V. O efeito do treino de controle do estresse sobre os índices de estresse e aproveitamento acadêmico em estudantes universitários. Trabalho de Conclusão de Curso de Psicologia. Itajaí: UNIVALI, 2003.

GUERREIRO, G. Por um triz. Mente & Cérebro, 7.ed. Especial, 2006.

HOLMES, D. S. Psicologia dos transtornos mentais. 2 ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

KAPLAN, H.I; SADOCK, B.J.; GREBB, J.A. Compêndio de psiquiatria: ciências do comportamento e psiquiatria clínica. 7 ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

MCCRATY, R. Influence of Cardiac Afferente Input on Heart-Brain Synchronization and Cognitive Performaçe. Califórnia, 2002. Diponível em: http://www.heartmath.org/printer-friendly/print-research-abstracts-heart-brain.html. Acesso em: 03/08/2006.

MCCRATY, R. Psychophysiological Coherence: A proposed Link Among Appreciation, Cognitive Performance and Healt. Califórnia, 2001. Disponível em: http://www.heartmath.org/printer-friendly/print-research-abstracts-apa.html. Acesso em: 03/08/2006.

-63-

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Anuário Estatístico de Saúde no Brasil, 2001. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/aplicacoes/anuario2001/introd.cfm. Acesso em: 11/08/2006.

MYERS, D. Introdução à psicologia geral. 5.ed. Rio de Janeiro: LT, 1999.

PEIXOTO, C. N. Estratégias de enfrentamento de estressores ocupacionais em professores universitários. 2004. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004

SARDÁ, J. J., LEGAL, E.J., JABLONSKI, S. J. Estresse: Conceitos, métodos, medidas e possibilidades de intervenção. Saõ Paulo: Casa do Psicólogo, 2004

SAVOIA, M.G. Instrumentos para avaliação de eventos vitais e de estratégias de enfreentamento (coping) em situações de estresse. In: GORENSTEIN, C; ANDRADE, l; ZUARDI, A. Escalas de avaliação clínica em Psiquiatria e Psicofarmacologia. São Paulo: Lemos, 2000.

SERVAN-SCHREIBER, D. Curar o estresse a ansiedade e a depressão sem medicamentos nem psicanálise. 3 ed. São Paulo: Sá, 2004.

SELIGMAN, M. P. O que você pode e o que não pode mudar. Rio de Janeiro: Objetiva, 1994.

SIEGEL, S. Estatística não paramétrica: para as ciências do comportamento. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1976.

-64-

8 ANEXOS

8.1 Anexo 1. Escala de Reajustamento Social de Holmes e Rahe

Assinale os eventos que ocorreram com você no último ano:

1. Morte do cônjuge 100 2. Divórcio 73 3. Separação do casal 65 4. Prisão 63 5. Morte de alguém da família 63 6. Acidentes ou doenças 53 7. Casamento 50 8. Perda do emprego 47 9. Reconciliação com o cônjuge 45 10. Aposentadoria 45 11. Doença de alguém da família 43 12. Gravidez 40 13. Dificuldades sexuais 39 14. Nascimento de criança na família 39 15. Mudança no trabalho 39 16. Mudança na sua condição financeira 38 17. Morte de um amigo íntimo 37 18. Mudança na linha de trabalho 36 19. Mudança na freqüência de brigas com o cônjuge 35 20. Compra de casa de valor alto 31 21. Término de pagamento de empréstimo 30 22. Mudança de responsabilidade no trabalho 29 23. Saída de filho (a) de casa 29 24. Dificuldade com a polícia 29 25. Reconhecimento de feito profissional de realce 28 26. Cônjuge começou ou parou de trabalhar 26 27. Começo ou abandono dos estudos 26 28. Acréscimo ou diminuição de pessoas morando na casa 25 29. Mudança de hábitos pessoais 24 30. Dificuldade com o chefe 23 31. Mudança no horário de trabalho 20 32. Mudança de residência 20 33. Mudança de escola 19 34. Mudança de atividades recreativas 19 35. Mudanças de atividades religiosas 18 36. Mudanças de atividades sociais 17 37. Compra a crédito de valor médio 16 38. Mudança nos hábitos de dormir 15 39. Mudança na freqüência de reuniões familiares 15 40. Mudança nos hábitos de alimentação 13 41. Férias 12 42. Natal 12 43. Recebimento de multas ao cometer pequenas infrações 11

-65-

8.2 Anexo 2- Questionário – Sintomas de Estresse

Responda às afirmações abaixo marcando um “X” na categoria mais adequada para você.

Nun

ca

Rar

amen

te

Ás

veze

s

Mui

tas

veze

s

Sem

pre

1. Insônia 2. Taquicardia 3. Dor de cabeça 4. Boca seca 5. Dores de estômago 6. Aumento do suor 7. Tensão muscular 8. Diarréia 9. Aumento da pressão arterial 10. Náusea (enjôo) 11. Problemas dermatológicos (da pele) 12. Mudança de apetite 13. Úlcera 14. Tontura 15. Problemas com a memória 16. Perda do senso de humor 17. Sensação de desgaste físico 18. Mal estar generalizado e sem causa específica 19. Irritabilidade 20. Sensibilidade emotiva excessiva 21. Dúvida quanto a si próprio (achar que não presta) 22. Diminuição do desejo sexual 23. Impossibilidade de trabalhar 24.Pesadelos 25. Sensação de incapacidade (se achar incompetente) 26. Vontade de fugir de tudo 27. Falta de vontade de fazer as coisas, estar pra baixo (deprimido)

28. Cansaço excessivo 29. Pensar/falar consistentemente num só assunto 30. Ansiedade (nervosismo)

-66-

8.3 Anexo 3 - Protocolo da técnica de relaxamento (tempo estimado: 30

min.).

Parte A – Relaxamento Progressivo

Deite-se ou acomode-se da maneira que você se sentir mais confortável...

Fique tranqüilo e feche os olhos bem devagar, o que permitirá que você se

acalme de maneira gradativa.

Pense no seu braço direito. Feche a mão fortemente sentindo a contração. Sinta

a tensão no braço. Permaneça assim por algum tempo. Agora, solte o braço ao

mesmo tempo em que abre a mão e sinta a descontração, faça isso lentamente.

Repita mais uma vez...feche a mão...sinta a contração e solte....

Agora relaxe. Sinta o relaxamento eu seu braço direito e perceba o contraste

com a tensão.

Pense agora no seu braço esquerdo. Feche a mão fortemente sentindo a

contração. Sinta a tensão no braço esquerdo. Permaneça assim por algum

tempo e solte. Repita mais uma vez feche a mão.... sinta a contração e solte...

Concentre a atenção na cabeça, enrugue a testa o máximo que puder. Agora

relaxe e deixe-a ficar lisa.

Agora franza as sobracenlhas e perceba a tensão espalhando-se sobre a testa.

Solte.

Agora feche os olhos e aperte-os. Perceba a tensão. Relaxe os olhos. Mantenha-

os suave e confortavelmente fechados.

-67-

Agora aperte os maxilares, morda com força, repare na tensão em todo o

maxilar. Relaxe os maxilares. Quando os maxilares estão relaxados, os lábios

permanecem ligeiramente afastados.

Agora pressione a língua contra o céu da boca. Sinta a dor na parte de trás da

boca. Relaxe.

Contraia os lábios fortemente um contra o outro. Sinta a tensão e relaxe.

Perceba o contraste entre a tensão e o relaxamento

Incline a cabeça para trás o máximo que puder sem sentir desconforto e observe

a tensão no pescoço. Gire-o para a direita e sinta a mudança no local de tensão,

gire-o para a esquerda. Endireite a cabeça e incline para a frente, pressionando

o queixo contra o tórax.

Relaxe, retorne a cabeça para uma posição confortável.

Deixe o relaxamento aprofundar-se.

Agora, encolha os ombros. Mantenha a tensão enquanto afunda a cabeça entre

os ombros. Relaxe os ombros.

Sinta o relaxamento cada vez mais profundo.

Agora inspire e encha completamente os pulmões. Prenda a respiração. Perceba

a tensão. Agora expire, deixe o tórax ficar solto, deixe o ar sair.

Continue relaxando, respirando livre e suavemente.

Repita mais uma vez...inspire... encha os pulmões de ar. Prenda a respiração

conte até três e expire....

Observe que a tensão abando o seu corpo quando você expira.

-68-

A seguir, coloque sua mão sobre o seu estômago. Inspire profundamente pelo

estômago, empurrando a mão para cima. Segure e expire.

Agora contrai as nádegas e as coxas. Flexione as coxas forçando os calcanhares

para baixo, o máximo que puder. Relaxe e sinta a diferença.

Agora incline os dedos dos pés para baixo, tensionando a barriga da perna.

Analise a tensão. Relaxe.

Agora incline os dedos dos pés na direção do rosto, criando tensão na canela da

perna. Relaxe novamente.

Pense em todo o seu corpo. Sinta-se todo relaxado. Respire calmamente.

(manter este estado por 15 minutos)

-69-

Parte B – Coerência Cardíaca (continuando do último item da parte A)

Procure visualizar seu corpo leve, funcionado em harmonia sem sinais de

tensão.

Nesse momento, com a mente relaxada, sinta seu coração batendo lentamente,

sua respiração leve.....

Preste atenção nos batimento do seu coração...

Agora imagine e visualize um sonho que você gostaria de realizar....

Continue visualizando esta situação agradável, aproveite este momento...

(repetir a última instrução, mantendo este estado por 10 minutos)

Retorne a esta sala, trazendo todos os benefícios que esse relaxamento lhe

proporcionou.

Comece mexendo as pernas, movimentando a cabeça, espreguiçando... venha

voltando..voltando...voltando para a sala.

Quando estiver se sentindo bem. Abra os olhos bem devagar, virando seu corpo

bem devagar para o lado, e venha voltando...voltando...

-70-

9 Apêndices

9.1 Apêndice 1. Questionário Sócio-Demográfico/Organizacional.

1 Nome:

_____________________________________

2 Sexo: M ( ) F ( )

3 Idade:

( ) até 25 anos

( ) de 26 a 30 anos

( ) de 31 a 35 anos

( ) de 36 a 40 anos

( ) de 41 a 50 anos

( ) acima de 50 anos

4 Estado Civil:

( ) Solteiro

( ) Casado

( ) União Estável

( ) Separado

( ) Divorciado

( ) Viúvo

5 Nível de escolaridade:

( ) técnico

( ) auxiliar

( ) graduação

( ) especialista

( ) mestrado

( ) doutorado

6 Tempo de Serviço na UNIVALI:

( ) até 02 anos

( ) de 03 a 05 anos

( ) de 06 a 10 anos

( ) de 11 a 15 anos

( ) de 16 a 20 anos

( ) acima de 20 anos

7 Carga horária total de

trabalho por semana:

( ) 20 horas

( ) 40 horas

( ) + 40 horas

8 Qual o seu cargo

___________________

___________________

___________________

___________________

-71-

9.2 Apêndice 2. Questionários de relatos subjetivos.

QUESTIONÁRIO ENTREGUE NO MOMENTO DO TÉRMINO DO TREINAMENTO

1) Durante a Técnica de Coerência Cardíaca, você sentiu alguma vez a sensação de calor e/ou expansão do peito?

( ) sim ( ) não.

2) Aproximadamente quantas vezes ?

3) Que outras sensações você percebeu durante a Técnica de Coerência

Cardíaca?

4) Você percebeu algum benefício da Técnica de Coerência Cardíaca no seu dia-a

dia?

QUESTIONÁRIO ENTREGUE UM MÊS APÓS UM MÊS DO TÉRMINO DO TREINAMENTO

1) Continua utilizando a Técncia de Coerência Cardíaca? ( )sim ( )não. Em que

situações?

2) Com que frequência?

3) Se você tem feito uso da Técnica de Coerência Cardíaca sentiu alguma vez a

sensação de calor? ( )sim ( ) não. 4) Que outras sensações você percebeu durante a Técnica de Coerência

Cardíaca?

5) Percebeu alguma mudança significativa na sua vida com o uso da Técnica de

Coerência Cardíaca? Qual?

-72-

9.3 Apêndice 3. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

Gostaria de convidá-lo (a) para participar de uma

pesquisa cujo objetivo é testar um procedimento de

controle dos sintomas de estresse, ansiedade e

depressão.

Sua tarefa consistirá no preenchimento de instrumentos

de medidas psicológicas de estresse, depressão e

ansiedade. Estes instrumentos serão aplicados três

vezes (no início do treinamento, no momento do término

do treinamento e um mês após o término do

treinamento). O treinamento consiste em 16 encontros

(dois por semana, durante dois meses), você irá aprender

uma técnica de Coerência Cardíaca. Ao final do

treinamento você receberá um CD com as instruções da

técnica que aprendeu para praticar em casa.

Quanto aos aspectos éticos, gostaria de informar que:

a) seus dados pessoais serão mantidos em sigilo,

sendo garantido o seu anonimato;

b) os resultados desta pesquisa serão utilizados

somente com finalidade acadêmica podendo vir a ser

publicado em revistas especializadas, porém, como

explicitado no item (a) seus dados pessoais serão

mantidos em anonimato;

c) não há respostas certas ou erradas, o que

importa é a sua opinião;

d) a aceitação não implica que você estará obrigado a

participar, podendo interromper sua participação a

qualquer momento, mesmo que já tenha iniciado,

bastando, para tanto, comunicar aos pesquisadores;

e) você não terá direito a remuneração por sua

participação, ela é voluntária;

f) esta pesquisa é de cunho acadêmico e não terapêutico, ainda

que os resultados possam vir a servir para implementação

deste treinamento com todos os outros colaboradores da

UNIVALI;

g) durante a participação, se tiver alguma reclamação, do ponto

de vista ético, você poderá contatar com o responsável por

esta pesquisa.

Muito obrigado!

Pesquisador responsável: Profº. Dr. Eduardo José Legal. F.

3342-7542 r. 8084

E-mail: [email protected]

Pesquisadora: Mariana Stelmach

E-mail: [email protected]

(47) 9941-4170

Curso de Psicologia da Universidade do Vale do Itajaí – CCS

R: Uruguai, 448 – bloco 25b – Sala 401.

IDENTIFICAÇÃO E CONSENTIMENTO

Eu______________________________________________

Declaro estar ciente dos propósitos desta pesquisa e da maneira

como será realizada e no que consiste minha participação. Diante

dessas informações aceito participar da pesquisa.

Assinatura:______________________________________

Data de nascimento:_______________________________

Pesquisadores:___________________________________

Eduardo J. Legal

__________________________________

Mariana Stelmach

9.4 Apêndice 4. Síntese dos Resultados Individuais.

Tabela 1. Síntese dos resultados obtidos pelos participantes nos instrumentos utilizados (BAI, Sintomas de Estresse, Reajustamento Social de Holmes e Rahe) - antes (Ant), no momento do término do treinamento (Ter) e um mês depois do término (1md) - freqüência total às sessões de treinamento, sensações relatadas durante o treinamento e uso da técnica após o término do treinamento.

BAI Sintomas de Estresse Participantes

Ant Ter 1md Ant Ter 1md

Holmes e Rahe

Freqüência ao treinamento

Sensações relatadas

Uso da técnica após

treinamento

Participante A 13 33

(153%)

2

(94%)

25 27 23

(14%) 350 75%

Coerência

(8%) Cardíaca

3 vezes por semana

Participante B 56 28

(50%)

-73-

45

(60%)

34 29

(15%)

30

(3%) 151 69%

Coerência

Cardíaca

3 vezes

Participante C 97 37

(62%)

44

(19%)

50 35

(30%)

30

(19%) 230 69%

Relaxamento 1 vez a cada duas semanas

Participante D 29 12

(59%)

19

(58%)

33 22 27

(23%) 105 94%

Relaxamento Não fez uso

(33%)

45

(7%) 210 81%

Relaxamento Não fez uso Participante E 59 42 41

(2%)

47 42

(29%) (11%)

Participante F 32 30

(6%)

30

(0%)

32 25 28

(12%) 259 50%

Relaxamento Algumas vezes

(22%)

Participante G 12 5

(58%)

7

(40%)

29 23

(20%)

25

(9%) 149 69%

Coerência

Cardíaca

Não fez uso

Participante H 41 23

(44%)

25

(9%)

45 33

(27%)

27

(18%) 248 81%

Coerência

Cardíaca

Não fez uso