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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE FISIOTERAPIA MARIANA SCHUBERT REGIANI PEREIRA BIGUAÇU (SC) 2011

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE FISIOTERAPIA

MARIANA SCHUBERT

REGIANI PEREIRA

BIGUAÇU (SC)

2011

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MARIANA SCHUBERT

REGIANI PEREIRA

UM PROGRAMA PREVENTIVO DA INCIDÊNCIA DE LESÕES MÚSCULO-

ESQUELÉTICAS EM ATLETAS DE REMO

Trabalho de conclusão de curso apresentado

como requisito parcial para obtenção do título

de Bacharel em Fisioterapia da Universidade

do Vale do Itajaí, Centro de Ciências da Saúde, Campus Biguaçu (SC)

Orientadora: MSc. Angelise Mozerle

BIGUAÇU (SC)

2011

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AGRADECIMENTOS

As nossas mães Clara e Gorete por todo apoio prestado nessa longa caminhada;

As orientadoras Claudia Thofehrn, Juliana Vidotto e Angelise Mozerle pela

paciência e as contribuições prestadas ao nosso trabalho;

Á professora Aline Moreira pela compreensão na última etapa do estágio

hospitalar;

Ao professor Felipe Lacerda pelo apoio e incentivo na realização dessa pesquisa;

Ao Eduardo Machado Ceara, técnico e preparador físico dos atletas do Clube

Náutico Francisco Martinelii que acreditou na proposta da pesquisa e abriu a

oportunidade de implementar, junto aos atletas, mais esse trabalho;

Aos atletas participantes do estudo, pela seriedade com que enfrentaram o

desafio;

Ao Leandro Jorge, namorado da acadêmica Mariana Schubert, por todo apoio

prestado, dedicação, compreensão e paciência para que ela pudesse percorrer com mais

suavidade essa difícil trajetória;

Aos colegas de sala, pelo carinho e apoio que tiveram conosco;

Aos amigos da acadêmica Regiani Pereira: Patricia Serpa, Tania Regina Vanelli,

Suiani Rocha, as primas Mery Alessandra Martinenghi, Mileise Aline Martinenghi e ao

irmão Rafael Pereira, por todo carinho, compreensão, incentivo, acolhimento e

segurança para a realização de mais esta etapa;

Ao nosso amigo Matheus Silverio pela colaboração com a confecção do banner.

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RESUMO

A prática esportiva eleva o risco da ocorrência de lesões. Os atletas estão

sujeitos a sofrerem lesões, seja em fase de treinamento ou em competição. Essas lesões

estão diretamente relacionadas a fatores predisponentes intrínsecos e extrínsecos, e à

ausência de um programa preventivo. O presente estudo objetivou verificar a incidência

das lesões entre os atletas de remo no Clube Náutico Francisco Martinelli e diante disso

elaborar um programa preventivo. Na coleta dos dados foi aplicado um questionário

com 26 atletas e com a obtenção e análise dos dados, foi possível caracterizar as

principais regiões anatômicas mais acometidas. Dentre os resultados obtidos destacam-

se a predominância do sexo masculino, com média de idade de 26 anos, exercendo o

esporte em média de 91 meses, e de treino 13 horas semanal, sendo que os maiores

números de leões foram em treinamento. Em relação ao incômodo dos segmentos

mencionados no questionário, os atletas relataram um índice maior em coluna lombar

(n=17), ombros (n=12) e coluna dorsal (n=9). Nas lesões a maior incidência foi em

coluna lombar (n=9), pernas-joelhos (n=7) e punho-mão (n=4). Diante desses

resultados, criou-se um programa através de uma palestra e um banner indicando os

alongamentos adequados para as regiões mais afetadas.

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ABSTRACT

The sports increases the risk of occurrence of injuries. Athletes are subject to be

injured, either in training or competition. These lesions are directly related to intrinsic

and extrinsic risk factors, and the absence of a preventive program. This study aimed to

determine the incidence of injuries among athletes rowing in Martinelli Francisco Yacht

Club and at that prepare a preventive program. In the data collection was a

questionnaire with 26 athletes and obtaining and analyzing data, it was possible to

characterize the main anatomical regions most affected. Among the results obtained

highlight the predominance of males, mean age 26 years, playing sports an average of

91 months training and 13 hours weekly, with the largest numbers of lions were in

training. In relation to the annoyance of segments mentioned in the questionnaire, the

athletes reported a higher rate in the lumbar spine (n = 17), shoulders (n = 12) and spine

(n = 9). In the lesions was the highest incidence in the lumbar spine (n = 9), legs, knees

(n = 7) and wrist-hand (n = 4). Given these results, we created a program through a

lecture and a banner indicating the stretches suitable for the most affected regions.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

FIGURA 1 – Finca pé

FIGURA 2 – Carrinho

FIGURA 3 – Forqueta

FIGURA 4 – Single Skiff

FIGURA 5 – Doble Skiff

FIGURA 6 – Four Skiff

FIGURA 7 – Dois sem timoneiro

FIGURA 8 – Dois com timoneiro

FIGURA 9 – Quatro sem timoneiro

FIGURA 10 – Quantro com timoneiro

FIGURA 11 – Oito com timoneiro

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – Peso, idade, quantidade de horas e tempo de treinamento

TABELA 2 – Fadiga, desconforto ou dor em coluna cervical

TABELA 3 – Fadiga, desconforto ou dor em ombros

TABELA 4 – Fadiga, desconforto ou dor punhos e mãos

TABELA 5 – Fadiga, desconforto ou dor em coluna lombar

TABELA 6 – Fadiga, desconforto ou dor em coxas

TABELA 7 – Fadiga, desconforto ou dor em perna e joelhos

TABELA 8 – Lesão em cervical

TABELA 9 – Lesão em punhos e mãos

TABELA 10 – Incidência de lesões em coluna dorsal

TABELA 11 – Incidência de lesões em coluna lombar

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁFICO 1 – Quantidade de homens e mulheres CNFM

GRÁFICO 2 – Como aconteceu a lesão

GRÁFICO 3 – Desempenho nas regatas

GRÁFICO 4 – Fadiga, desconforto ou dor em cotovelos

GRÁFICO 5 – Fadiga, desconforto ou dor em coluna dorsal

GRÁFICO 6 – Fadiga, desconforto ou dor em tornozelos e pés

GRÁFICO 7 – Atletas lesioanados em ombro

GRÁFICO 8 – Lesões em cotovelos

GRPAFICO 9 – Incidência de lesões em membros inferiores

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SIGLAS

CNFM – Clube Náutico Francisco Martinelli

CBR – Confederação Brasileira do Remo

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .........................................................................................................11

2 OBJETIVOS ..............................................................................................................13

2.1 Objetivos gerais ........................................................................................... .............13

2.2 Objetivos específicos ................................................................................................13

3. EMBASAMENTO TEÓRICO ................................................................................14

3.1 Definição e biomecânica do remo ............................................................................14

3.2 Lesões músculo-esqueléticas ....................................................................................20

3.2.1 Fadiga muscular .....................................................................................................21

3.2.2 Dor..........................................................................................................................21

3.2.3 Prevenção ...............................................................................................................22

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................................24

4.1 Delineamento do estudo ...........................................................................................24

4.2 Delimitação do estudo ..............................................................................................24

4.3 Instrumentos e procedimentos da coleta de dados ....................................................25

4.3.1 Pimeira etapa: Triagem inicial com os sujeitos da pesquisa e determinação dos

parcipantes.......................................................................................................................25

4.3.2 Segunda etapa: Protocolo de estudo ......................................................................26

4.3.3 Aplicação do instrumento de pesquisa dos atletas do Clune Náutico Francisco

Martinelli ........................................................................................................................26

4.4 Procedimentos de análise de dados .........................................................................27

5 RESULTADOS ................................................. ........................................................28

5.1 Resultados das questoes ............................................................................................28

6 DISCUSSÃO ..............................................................................................................39

7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................45

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................46

APÊNDICES .................................................................................................................52

APÊNDICE A: Termo de consentimento livre e esclarecido .........................................52

ANEXO ..........................................................................................................................53

ANEXO A: Questionário ................................................................................................52

ANEXO B: FOLDER .....................................................................................................57

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1 1 INTRODUÇÃO

Desde o surgimento de atividades físicas com a finalidade de competição até aos

grandes espetáculos dos dias atuais, o esporte viveu inúmeras transformações,

acompanhando par e passo as transformações que ocorrem na sociedade, refletindo em

seu ambiente os avanços científicos, tecnológicos e os valores criados e desenvolvidos

pelos indivíduos (SILVA & RUBIO, 2003).

Os mesmos autores alegam que o ambiente esportivo altamente competitivo

criou uma condição absoluta e inquestionável de valorização excessiva da vitória. Uma

das grandes motivações de qualquer atleta que participa hoje de importantes

competições nacionais ou internacionais está não somente na vitória, mas justamente na

luta pela conquista do recorde. A luta do atleta não é tanto contra o adversário, ―mas

contra o cronômetro‖.

Segundo DaCosta (2005), o remo assim como a roda, é um dos instrumentos

fundadores da civilização humana. E como tal, o barco a remo estava presente na

expansão e desenvolvimento dos antigos egípcios, gregos e romanos. Mas como

esporte, o remo se origina na Inglaterra quando esta atividade encontrou outro

significado além do transporte, exploração e conquista.

Quem trouxe a modalidade para o Brasil, em 1880, foram os imigrantes alemães

do Rio Grande do Sul e, posteriormente, italianos do Estado de São Paulo

(GERASIMENKO, 2002). Foi em Santos, com a fundação do Clube de Regatas

Santistas, no século XIX, que oficialmente surgiu o remo (DUARTE, 2003).

Esta modalidade foi introduzida nos jogos Olímpicos desde sua primeira edição,

em 1896. O remo como qualquer desporto olímpico, é caracterizado por intensa

competitividade, conjugando força e sincronia dos movimentos, características

fundamentais na incessante busca da obtenção de melhores resultados. O principal

objetivo para os atletas desta modalidade é obter melhor desempenho físico e técnico,

visando superar um determinado trecho em menor tempo em que seus adversários

(OLIVEIRA, 2006).

Na maioria dos esportes ocorrem lesões. Elas são aceitas como inevitáveis, por

conseqüência da prática esportiva intensa. Entretanto, a maioria delas possivelmente

será evitada, se o atleta procurar auxílio no momento em que perceber que algo não vai

bem, em vez de esperar que os sintomas se agravem a tal ponto que a continuação do

treinamento se torne impossível (BLACK e REEBERG, [199-?]).

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Sabe-se que na prática de esporte em geral existem sistemas de classificação

para garantir uma competição justa. No remo há classes para homens e mulheres, peso

leve e pesado, para juniores e seniores (NAKATU e TSUKAMOTO, 2007).

Diversos aspectos estão relacionados ao desempenho no remo, podendo ser

destacados: as capacidades condicionais, coordenativas e as características

morfológicas, como as mais importantes para o alcance de resultados na modalidade

(MAIA, OLIVEIRA e SOARES, 2003).

Durante a remada, a musculatura dos membros inferiores é responsável por

aproximadamente 75% da potência gerada no deslocamento do barco, ficando o restante

para a musculatura de membros superiores e do tronco (HAGERMAN, 1994).

As lesões musculares ou distensões musculares são aquelas onde há ruptura de

fibras musculares, na junção músculo-tendão, no tendão ou na inserção óssea de uma

unidade músculo-tendínea (PINTO e CASTILLO, 1998).

No Remo, um grande número de lesões pode ocorrer enquanto o atleta se

prepara fisicamente para remar, e não por causa da prática em si. Melhor dizendo, elas

são causadas por excesso de treinamento ou por uma técnica errônea. Uma lesão por

excesso de treinamento é devida à repetição estereotipada de um movimento padrão,

que compromete os tecidos. Este tipo de problema ocorre com freqüência em certos

momentos, como por exemplo, na preparação para uma competição importante, ou após

retornar de férias ou períodos de doença, quando o atleta julga que precisa fazer treinos

extras para recuperar o nível de performance anterior (BLACK e REEBERG, [199-?]).

Segundo os mesmos autores, provavelmente são de maior ocorrências, as dores e

lesões lombares. Não significam, necessariamente, o fim da carreira do atleta, pois na

maioria dos casos podem ser corrigidas com exercícios de flexibilidade e alongamento

da musculatura ou melhoria da técnica. Porém, se não forem tratadas, podem piorar e

causar danos irreparáveis a longo prazo.

Tendo em vista a dificuldade de encontrar estudos direcionados à atletas do

remo em Florianópolis o presente estudo procura identificar as principais lesões

músculo-esqueléticas em atletas de remo do Clube Náutico Francisco Martinelli, afim

de realizar um programa preventivo na rotina de treinamento, para que os mesmos

possam obter um melhor rendimento com o mínimo de lesões.

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2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Verificar a incidência das lesões músculo- esqueléticas entre os atletas de remo

no Clube Náutico Francisco Martinelli e elaborar um programa preventivo.

2.2 Objetivos Específicos

Especificamente esse trabalho se propõe:

Investigar as principais lesões músculo-esqueléticas que acometem esses

indivíduos;

Verificar a rotina de treinamento dos atletas do Clube Náutico Francisco

Martinelli;

Verificar a rotina de exercícios de apoio dos atletas do Clube Náutico

Francisco Martinelli.

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3 EMBASAMENTO TEÓRICO

3.1 Definição e biomecânica do remo

Remo é o ato de deslocar um barco, com ou sem timoneiro, pela força muscular

de um ou mais remadores, usando remos como alavancas do segundo gênero e sentados

de costas para a direção do movimento do barco (http://www.cbr-

remo.com.br/files/sobre_remo_barcos.asp).

O remo é um esporte de ―exercício físico‖, termo-chave usado pelos que

defendiam e propagavam os benefícios dessa prática. É o esporte da saúde, do desafio

contra o outro e contra o mar, que educa o músculo e a moral (MELO, 2006).

Segundo Machado e Richa ([200-?]), barco é composto por elementos básicos

como Finca Pé, Carrinho e a Forqueta.

Finca Pé: é uma pequena plataforma com um tênis fixo para que o

remador fique fixo ao barco e possa utilizar o carrinho na remada (FIGURA 1).

FIGURA 1 – Finca pé. FONTE: MAIO, 2006.

Carrinho: Utilizado para aumentar a potência da remada, desliza sobre

dois trilhos, faz com que as pernas possam ser utilizadas durante a remada (FIGURA 2).

FIGURA 2 – Carrinho. FONTE: MAIO, 2006.

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Forqueta: local onde o remo é encaixado deve ser regulado de acordo

com cada remador para facilitar a remada.

FIGURA 3 – Forqueta. FONTE: MAIO, 2006.

Quanto aos remos existem dois tipos de remos que são os remos simples aonde

cada remador conduz um remo com ambas às mãos, esse remo mede cerca de 3 metros

e 75 centímetros. E o remo duplo onde cada remador segura dois remos cada um com

uma mão, esse remo mede aproximadamente 2 metros e 90 centímetros. O remo do lado

esquerdo do remador é o boreste e do lado direito é chamado de bombordo. Seu material

de fabricação varia desde os remos de madeira até os de fibra de carbono mais usados

atualmente (FEDERAÇÃO DE REMO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL,

2008).

De acordo com Carr (1998), a biomecânica pode ser definida como a aplicação

das leis e princípios mecânicos aos organismos vivos. O estudo da biomecânica no remo

torna-se importante para entendermos como acontecem os movimentos, facilitando

assim a compreensão do esporte, e para podermos explicar alguns mecanismos de

lesões.

As embarcações a princípio são largas e pesadas, foram aperfeiçoadas por uma

técnica que permitiu a obtenção de resultados cada vez melhores, pela rapidez com que

deslizavam na água. Com o passar dos tempos os barcos de regatas foram sendo

construídos com outro tipo de material, sendo os mais modernos de fibra de carbono

(SANTINONI e SOARES, 2006).

A evolução do esporte implicou a classificação das provas de acordo com o

número de remadores, surgindo competições que variavam de um a oito homens, com

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ou sem timoneiro (ou patrão), que é o tripulante encarregado de orientar o barco e os

atletas nos barcos (SANTINONI e SOARES, 2006). Um homem não pode timonear um

barco feminino e vice-versa, exceto em provas de másteres, salvo se a entidade

organizadora da regata permitir.

As categorias competitivas estão divididas em masculina e feminina. Cada uma

destas está subdividida em peso livre e peso leve. O termo peso livre define que não

existe limite de massa corporal para que os atletas competem nessa categoria;

contrariamente o termo peso leve, define que nesta categoria há restrição do peso

máximo que um remador pode ter individualmente, ou em caso de barcos com mais de

um remador, restringe-se o peso médio de uma guarnição. Na categoria peso leve

masculina competem remadores com massa corporal máxima de 72,5 kg, no Esquife, e

média de 70,0 kg em guarnições de conjunto; já na categoria feminina o limite de massa

corporal é de 59,0 kg, para o Esquife, e 57,0 kg de média para guarnições de conjunto

(FISA, 2005a). Exemplificando: poderíamos ter uma guarnição no Duplo Esquife

masculino peso leve com um remador de 67,5 kg e o outro pesando 72,5 kg o que

resultaria em um valor média de 70,0 kg para a massa corporal dos atletas (MAIA,

2006).

A seguir os tipos de barcos utilizados atualmente pelos remadores descritos em

Maio (2006) e na CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE REMO (http://www.cbr-

remo.com.br/files/sobre_remo_barcos.asp):

SINGLE SKIFF (1X)

COMPRIMENTO: 8,20m

FIGURA 4 – Single Skiff. FONTE: CBR; MAIO, 2006.

DOUBLE SKIFF (2X)

COMPRIMENTO: 10,40m

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FIGURA 5 - Doble Skiff. FONTE: CBR; MAIO, 2006.

FOUR SKIFF (4X)

COMPRIMENTO: 13,40m

FIGURAFFFFIGURA 6 - Four Skiff. FONTE: CBR; MAIO, 2006.

SEM TIMONEIRO (2-)

COMPRIMENTO: 10,40m

FIGURA 7 – Dois sem timoneiro. FONTE: CBR; MAIO, 2006.

FIGURA

DOIS COM TIMONEIRO (2+)

COMPRIMENTO: 10,40m

FIGURA 8 – Dois com timoneiro. FONTE: CBR; MAIO, 2006.

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QUATRO SEM TIMONEIRO (4-)

COMPRIMENTO: 13,40m

FIGURA 9 – Quatro sem timoneiro. FONTE: CBR; MAIO, 2006.

QUATRO COM TIMONEIRO (4+)

COMPRIMENTO: 13,70m

FIGURA 10 – Quatro com timoneiro. FONTE: CBR; MAIO, 2006.

OITO COM TIMONEIRO (8+)

COMPRIMENTO: 19,90 m

FIGURA 11 – Oito com timoneiro. FONTE: CBR; MAIO, 2006.

As provas oficiais são realizadas em uma distância de dois mil metros onde até

seis barcos competem simultaneamente separados por raias com um traçado retilíneo.

Numa regata os remadores realizam um volume de remadas que varia de duzentos a

duzentos e quarenta e quatro remadas aproximadamente que são realizadas em um ritmo

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(voga) médio entre trinta e quatro a trinta e oito de remadas por minuto (SECHER,

1992).

A modalidade está no programa das olimpíadas da era moderna desde a sua

primeira edição e atualmente é composto de 14 provas sendo 8 masculinas e 6

femininas, sendo desde a olimpíada de Atlanta, 1996, implantada a categoria peso leve

em duas provas no masculino e uma prova no feminino (CONFEDERAÇÃO

BRASILEIRA DE REMO, 2008).

O ciclo da remada pode ser dividido em duas fases: a fase de propulsão e a de

recuperação. A técnica correta do movimento da remada respeita uma seqüência de

movimentos onde os membros inferiores são os primeiros atuantes seguidos pelo tronco

e membros superiores, respectivamente na fase de propulsão e inversamente na fase de

recuperação (OLIVEIRA, 2006).

Durante o treino, o ritmo das remadas variam entre 15 e 40 remadas por minuto,

o passo que durante a competição do barco individual (single-skiff) esse ritmo varia

entre 32 e 38 remadas por minuto. O barco com oito remadores o ritmo pode alcançar

48 remadas por minuto na largada (STEINACKER, 1993).

A remada básica é uma ação muscular coordenada que requer aplicação de força

repetitiva de maneiras fortes e suaves. Cada grupo grande de músculo irá contribuir para

essa ação, pois é um esporte que utiliza movimentos de empurrar e puxar, aplicando

força continuamente, ao longo de toda a amplitude de movimento. Se o atleta deseja

aplicar força máxima a uma resistência pesada, ele utiliza, simultaneamente, o maior

número de segmentos corporais que possam ser aplicados na tarefa, que são: pernas,

costas, tórax, ombros e braços (CARR, 1998).

Os remadores puxam os remos por menos de seis minutos em uma competição.

Ao longo da competição, esses atletas mudam a intensidade e o período de tempo em

que aplicam força com seus músculos. No início, os atletas, usam mais batidas por

minuto quando aceleram do que, posteriormente, no trajeto. Cada puxada no remo é

rápida, potente, mas sobre uma curta distância (CARR, 1998).

Segundo o mesmo autor, nos jogos olímpicos, remadores desejam manter o

curso o mais reto possível. Para isso, eles tentam eliminar quaisquer forças que possam

desviá-los do caminho. Um barco de oito remos (por exemplo), peso-pesado,

disparando para a chegada, tem uma tremenda estabilidade linear. Coletivamente, os

oito remadores e seu barco compõem uma grande massa. A forma longa e estreita do

barco, combinada com as remadas, propelem-nos a uma alta velocidade, em uma linha

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reta. A oposição, tentando tirá-los de seu curso reto, vem do vento, das ondas e do atrito

gerado pelo movimento através do ar e da água.

3.2 Lesões músculo-esqueléticas e atenção primária (programa de prevenção)

Lesão foi definida por Chen et al (2005) como, todo o problema físico durante a

prática ou a competição em que resultou em um efeito ou em uma ausência da prática

ou da competição seguinte. Rose, Tadiello e Junior (2006) definem lesão como sendo

um dano causado por traumatismo físico sofrido pelos tecidos do corpo.

Segundo Rose, Tadiello e Junior (2006) a prática esportiva eleva o risco da

ocorrência de lesões. Os atletas estão sujeitos a sofrerem lesões, seja em fase de

treinamento ou em competição. Essas lesões estão diretamente relacionadas a fatores

predisponentes intrínsecos e extrínsecos, e à ausência de um programa preventivo.

É importante saber que o mecanismo de lesão, definido por Whiting e Zernick

(2001), como sendo, ―o processo físico fundamental responsável por uma determinada

ação, reação ou resultado.‖ Em outras palavras mecanismo de lesão é como ocorreu a

lesão, que pode ter sido por trauma direto ou indireto. Na área desportiva saber

identificar o mecanismo de lesão é fundamental para um bom diagnóstico e a partir

disso, elaborar um plano de tratamento eficaz, permitindo que o atleta volte a sua

capacidade física satisfatória o mais rápido possível (SILVA et al, 2005).

Segundo Whiting e Zernick (2001), cada lesão é impar, embora seja muitas

vezes semelhante às outras lesões, ela nunca de fato é exatamente igual a anterior. A

gravidade da lesão está relacionada ao grau de dano sofrido pelo tecido. Por exemplo,

nas lesões leves e moderadas, existe tipicamente uma ruptura parcial da estrutura

tecidual. O tecido lesionado ainda pode suportar carga de treinamento, porém em menor

quantidade. Nos casos de lesões graves com ruptura total de estruturas, não há

continuidade do tecido, ou seja, em um determinado ponto ele se encontra interrompido

e isso não permite que uma carga de treinamento seja imposta e aceita pelo organismo.

As lesões do esporte são causadas por traumas de diferentes níveis. Para

simplificar dividi-se as lesões em traumáticas, causadas por grandes forças, e síndromes

por uso excessivo. Lesões traumáticas agudas são comuns em atletas. A causa e a

gravidade são geralmente óbvias. O atleta sentirá uma dor súbita, com desenvolvimento

de edema, que normalmente leva algumas horas para atingir o seu grau máximo. Já a

síndrome por uso excessivo são de difíceis diagnóstico e tratamento. Essas lesões se

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tornaram mais comuns com o aumento da prática de esportes em geral, com a maior

intensidade e a duração dos treinamentos (PERTERSON e RENSTRÖM, 2001).

Mas para Pochini, Runco, Lasmar (2004), as lesões musculares podem ser

classificadas em traumáticas e atraumáticas. Entre as traumáticas, estão o estiramento, a

contusão e a laceração (ou ruptura, sendo esta parcial ou total). Entre as atraumáticas,

estão a câimbra e a dor muscular tardia. Podemos encontrar ainda outras classificações,

com relação ao tempo de lesão (agudas ou crônicas) e à ocorrência, lesão primária ou

recidivante, levando-se em conta se esta ocorreu pela primeira vez naquele determinado

músculo ou não.

Segundo Hensel, Perroni, Junior (2008), as lesões esportivas causam

normalmente alterações no desempenho dos atletas, com um possível afastamento dos

treinos e competições. Por isso é importante o papel na prevenção dessas lesões,

exercendo um programa de atenção primária, para diminuir sua ocorrência e minimizar

sua intensidade, melhorando assim, o desempenho do atleta. Tendo como base,

Oliveira, Simões e Andrade (2008), uma vez que a Atenção Primária à Saúde (APS)

baseia-se na promoção à saúde e na prevenção de agravos, esse nível assistencial tem

potencial para impactar os níveis superiores de atenção, reduzindo a necessidade da

interrupção dos treinos.

3.2.1 Fadiga Muscular

A fadiga muscular (FM) é definida como qualquer redução na capacidade do

sistema neuromuscular de gerar força, é um fenômeno comum em esportes de

resistência. O início da atividade muscular voluntária envolve muitos processos que

começam com o controle cortical no cérebro e terminam com a formação das pontes

cruzadas dentro da fibra muscular. A fadiga muscular pode, portanto, ocorrer como

resultado da falha de qualquer um dos processos envolvidos na contração muscular

(SILVA, MARTINEZ, PACHECO e PACHECO, 2006).

3.2.2 Dor

A dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável e vivida por cada

um de forma diferente. Pode ser aguda, de curta duração, ou crônica, quando persiste

por mais de 3 meses. A dor no atleta tem duas origens, uma decorrente do próprio

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22

treinamento e a outra, causada por lesões musculoesqueléticas que geralmente se

prolongam no tempo gerando, desta forma, as dores crônicas (THURM, 2007). E para

Bonfim et al (2010) a dor é um mecanismo de proteção do organismo, contra uma

agressão tecidual, e pode ser desencadeada por vários tipos de agentes, que estimulam

terminações nervosas livres presentes em toda a superfície corporal (nociceptores).

Esportes de alto nível determinam posturas corporais que muitas vezes

extrapolam a linha da saúde. Essas particularidades, em longo prazo, resultam em

desconforto corporal (dor), que pode estar associado a alterações posturais, evoluindo

posteriormente para processos deletérios que, em muitos casos, podem até limitar a

prática da modalidade esportiva (DETANICO et al, 2008).

3.2.3 Prevenção

A base de todas as teorias envolvidas no trabalho de prevenção das lesões leva

em conta a capacidade de se avaliar adequadamente as limitações de quem pratica o

esporte associada ao conhecimento da magnitude e tipo de sobrecarga que a prática do

esporte gera. Atletas bem condicionados sofrem um menor número de lesões

(PARREIRA, 2007).

É muito importante a educação do participante na prevenção de possíveis

complicações médicas ou lesões, além de promover uma atitude saudável e positiva em

relação ao treinamento. Os exercícios devem se tornar uma recompensa e não uma

punição. O treinador é o principal responsável na prevenção da fadiga, e não se limita

unicamente a acompanhar o treinamento. Na verdade, ele deve a todo instante conhecer

seu atleta o mais intimamente possível, pois dessa forma é possível perceber alterações

assintomáticas ocorridas no atleta (LIPPO e SALAZAR, 2007).

Por isso que as lesões musculoesqueléticas têm urgência especial para os atletas,

principalmente para com os de alto nível, torna-se, portanto, fundamental a participação

da fisioterapia em entidades desportivas, a fim de evitar o afastamento do atleta,

aumentar-lhe o entendimento do gesto desportivo e para implantar medidas preventivas

de lesão; e não somente a realização de tratamento pós-lesão (VIEIRA et al, 2007).

O alongamento é um termo geral usado para descrever qualquer manobra

fisioterapêutica elaborada para aumentar a mobilidade os tecidos moles e

subsequentementes melhorar a ADM por meio de alongamento (aumento do

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23

comprimento) de estruturas que tiveram encurtamento adaptativo e tornaram-se

hipomóveis com o tempo (KISNER e COLBY, 2005).

E a mobilidade pode ser definida pelos mesmos autores acima citado, como

habilidade as estruturas ou dos seguimentos do corpo de se moverem ou serem movidas

de modo a permitir a presença de movimentos amplos para as atividades funcionais

(ADM funcional). Ainda definida como habilidade de um indivíduo iniciar, controlar ou

manter movimentos ativos do corpo para desempenhar tarefas motoras simples ou

complexas (mobilidade funcional).

A flexibilidade é a capacidade de uma articulação mover-se com facilidade em

sua amplitude de movimento e refere-se ao grau de mobilidade passiva do corpo com

restrição própria da unidade músculo-tendínea ou de outros tecidos corporais.

Clinicamente flexibilidade é a máxima amplitude articular e representa o maior

comprimento muscular (JUNIOR, 2007).

Hipomobilidade é a mobilidade diminuída, restrita ou limitada. Muitos fatores

podem contribuir para a hipomobilidade e a rigidez dos tecidos moles, perda potencial

da ADM e o desenvolvimento de contraturas (KISNER e COLBY, 2005).

A contratura é uma contração muscular duradoura, que causa dor local.

Deformidade provocada por partes moles, o que impede a extensão de uma articulação

(GUERGOLET E LOPES (200-?]). De acordo com Kisner e Coby (2005) a contratura é

definida como uma perda quase completa de movimento, enquanto o termo

encurtamento é usado para denotar perda parcial de movimento.

Os atletas irão realizar o alongamento de forma ativa, que é estabelecido pela

atividade muscular do próprio indivíduo envolvido na ação, sem ajuda externa

(BAGRICHEVSKY, 2005).

Em relação à intensidade de uma força de alongamento é determinada pela carga

colocada sobre os tecidos moles à medida que eles são alongados. E a duração do

alongamento refere-se ao período de tempo no qual uma força é aplicada e os tecidos

encurtados são mantidos na posição alongada (KISNER e COLBY, 2005).

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24

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

4.1 Delineamento do Estudo

Essa pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa de Seres Humanos

da UNIVALI (349/9).

Para Köche (1999) a pesquisa é definida como descritiva a partir de seus

objetivos, servindo para proporcionar uma visão do problema, o que aproxima das

pesquisas exploratórias.

A proposta do estudo segue o Método Hipotético-Dedutivo, pois primeiramente

é necessário compreender o método científico como a descrição e a discussão de quais

critérios básicos são utilizados no processo de investigação científica. Esses critérios

porém não são apresentados como prescrições dogmáticas, mas elementos que se

somam à imaginação crítica ou à criatividade, já que os cientistas ―trabalham muito

perto da fronteira entre o espanto e a compreensão‖ (KÖCHE, 1999). Esse método

apresenta duas alternativas:

H0 = apresenta negação, ou seja, rejeita as locações de hipóteses de pesquisa

(BARROS e LEHFELD, 1998);

H1 = o pesquisador trabalha com uma hipótese que pretende comprovar -

hipótese alternativa (MARCONI e LAKATOS, 2007).

O estudo investigou as lesões nos atletas do CNFM, e assim elaborou as

hipóteses alternativas, deduzindo um melhor plano de educação e prevenção para os

atletas participantes.

4.2 Delimitação do Estudo

O presente estudo foi realizado com os atletas do Clube Náutico Francisco

Martinelli (CNFM), na cidade de Florianópolis - Santa Catarina, nos dias 10 de

novembro de 2009, 17 de abril de 2010, 14 e 15 de outubro de 2011.

Para a composição da amostra serão considerados os seguintes critérios de

inclusão para os indivíduos:

a) Ambos os sexos;

b) Com idade mínima de 16 anos;

c) Atletas do Clube Náutico Francisco Martinelli;

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25

d) Atletas que participam de competições a nível estadual e nacional;

e) Atletas que treinam aproximadamente três vezes por semana;

f) Que concordem e possuam disponibilidade em participar da pesquisa, através da

assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice A).

Como critério de exclusão será considerado:

Idade inferior a 16 anos;

Presença de doença mental;

Qualquer outro fator de impedimento e de compreensão para realização da

entrevista;

Que não assinarem o termo de consentimento livre e esclarecido.

4.3 Instrumentos e Procedimentos de Coleta de dados

Para atender os objetivos específicos serão desenvolvidas as seguintes atividades

de coleta de dados: triagem inicial com os sujeitos, determinação dos participantes,

aplicação do instrumento de pesquisa nos atletas do Clube Náutico Francisco Martinelli.

Depois de formuladas as hipóteses, comenta Köche (1999) que não é

conveniente afirmar ―a hipótese foi aceita‖, ou confirmada, pois jamais um experimento

a confirma, ou a valida em sentido positivo, por maior severidade, controle e rigor que

tenham sido adotados. Deve-se afirmar ―a hipótese não foi rejeitada‖, isto é, a partir das

provas de não se ter encontrado algo em contrário quando submetida a testes de

falseabilidade e confrontada com o resultado de outras teorias, ela passa a proporcionar

uma aceitação temporariamente válida. Sendo assim, se durante o projeto, as deduções

não tiverem dando resultados positivos, as hipóteses vão ter que ser analisadas

novamente.

4.3.1 Primeira etapa: Triagem inicial com os sujeitos e determinação dos participantes

A pré-seleção dos sujeitos que compôs a amostra dessa pesquisa foi

realizada inicialmente, com base nos critérios de inclusão e não apresentaram nenhum

dos critérios de exclusão mencionados.

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4.3.2 Segunda etapa: Protocolo de estudo

a) Estudo de campo: O estudo de campo procura muito mais o aprofundamento

das questões propostas do que a distribuição das características da população segundo

determinadas variáveis. Como conseqüência, o planejamento do estudo de campo

apresenta muito maior flexibilidade, podendo ocorrer mesmo que seus objetivos sejam

reformulados ao longo do processo da pesquisa (GIL, 1999).

4.3.3 Aplicação do instrumento de pesquisa nos atletas do Clube Náutico

Francisco Martinelli

Para tal procedimento foi utilizado o instrumento que foi elaborado pelos

pesquisadores (ANEXO A), a partir de versões adaptadas do questionário nórdico

músculos-esqueléticas de Kuorinka et al (1987), e do questionário de lesão de Perroni

(2007), auxiliando na investigação da incidência das lesões.

Foram usados dois questionários, pois um contemplava mais sobre o incômodo,

fadiga e dor e outro a respeito das lesões músculo-esqueléticas, como este estudo

objetiva verificar a incidência das lesões entre os atletas de remo no Clube Náutico

Francisco Martinelli e assim elaborar um programa educativo preventivo.

Foi aplicado um questionário como instrumento de coleta de dados, nessa coleta

constou dados pessoais e perguntas relacionadas ao remo: tempo e freqüência da prática

do esporte, incômodos e lesões no remo e suas regiões, como aconteceu e como afetou o

seu desempenho devido a lesão.

De acordo com Ruiz (1996) na entrevista o informante fala na técnica do

questionário, o informante escreve ou responde por escrito a um elenco de questões

cuidadosamente elaboradas. Seu anonimato pode representar uma segunda vantagem

muito apreciável sobre a entrevista. Deve apresentar todos os seus itens com a maior

clareza, sem ambigüidade. É importante que haja explicações iniciais sobre a seriedade

da pesquisa, sobre a importância da colaboração dos que foram selecionados para

participar do trabalho como informantes e, principalmente, sobre a maneira correta de

preencher o questionário e de devolvê-lo.

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27

4.4 Procedimentos de Análise dos Dados

Os dados qualitativos e quantitativos coletados serão armazenados em forma de

planilha eletrônica, por meio do programa Microsoft Excel (Microsoft CorporationTM

)

para que seja favorecida a compreensão e a análise estatística.

Os resultados serão apresentados em gráficos e tabelas. A partir do instrumento

de pesquisa, as respostas abertas do instrumento de pesquisa serão analisadas

qualitativamente.

O método qualitativo difere do quantitativo à medida que não emprega um

instrumental estatístico como base do processo de análise de um problema

(RICHARDSON, 1999). De acordo com Rudio (2000), os dados obtidos

qualitativamente utilizam palavras para descrever o fenômeno, enquanto os dados

obtidos de maneira quantitativa são expressos através de símbolos numéricos.

A abordagem qualitativa de um problema, além de ser uma opção do

investigador, justifica-se, sobretudo, por ser uma forma adequada para entender a

natureza de um fenômeno social, e a quantitativa representa, em princípio, a intenção de

garantir a precisão dos resultados, evitar distorções de análise e interpretação,

possibilitando, conseqüentemente, uma margem de segurança quanto às inferências

(RICHARDSON, 1999).

Após a realização do estudo foi elaborada uma palestra e deixado no local um

banner contendo informações para auxiliá-los na rotina de treinamento e competições.

Esses fatores irão variar de acordo com as incidências e o risco de eventuais lesões.

Esclarecemos que os dados obtidos serão analisados apenas em caráter

científico, e sendo assim, o nome dos sujeitos não irá ser divulgado quando apresentado

os resultados da pesquisa.

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28

5 RESULTADOS

Com base nos atletas que treinavam no Clube Náutico Francisco Martinelli

(CNFM) foram selecionados vinte e seis atletas (22 sexo masculino e 4 sexo feminino),

idade média aproximadamente 26 anos, aonde a aplicação do instrumento foi realizada.

A pesquisa foi realizada no Clube Náutico Francisco Martinelli, foi explicado os

procedimentos da pesquisa e verificado quais os atletas atendiam aos critérios de

inclusão e não apresentavam nenhum dos critérios de exclusão mencionados. Após a

concordância dos indivíduos em participarem da pesquisa, os mesmos assinaram o

termo de consentimento livre e esclarecido. Os participantes responderam o

questionário de forma auto-aplicável (ANEXO 1).

5. 1 Resultados das questões

A questão 1: O questionário foi aplicado em dias diferentes para poder

contemplar o número de 26 atletas (10-11-2009, 4 atletas, 17-04-2010, 9 atletas, 14-10-

2011, 3 atletas, 15-10-2011 10 atletas).

Sobre a questão 2 conforme o gráfico 1, dos vinte e seis atletas selecionados,

todos atendiam aos critérios de inclusão da pesquisa, dentre os quais o sexo masculino

prevaleceu com 22 (85%) atletas e do sexo feminino 4 (15%) atletas, constatando assim

que a maioria dos indivíduos do CNFM são do sexo masculino.

85%

15%

SEXO

Sexo masculino

Sexo feminino

GRÁFICO 1 – Quantidade de homens e mulher no CNFM.

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29

Abaixo segue a tabela 1, que esta correlacionando os itens 3, 4, 5, 7, 8, a idade

média dos atletas que participaram da pesquisa foi de 26 anos, o peso dos mesmos de 74

kg, a altura foi de 1,77 cm, o tempo de treinamento 91meses, e a média de horas de

treinamento por semana são de 13h.

Número Mínimo Máximo Média Desvio Padrão

Idade 26 16,00 52,00 26,4615 10,85995

Peso 26 59,00 98,00 74,3462 9,28630

Altura 25 161,00 192,00 177,8000 7,30297

Tempo de treinamento

(meses)

26 11,00 466,00 91,2308 108,32629

Horas de Treinamento 25 2,00 24,00 13,0400 6,35400

Tabela 1: Peso, idade, quantidade de horas e tempo de treinamento.

O item 6 destaca uma característica do atleta, se o mesmo é destro ou canhoto.

Dos 26 atletas que responderam ao questionário 23 (88,46%) são destros, 2 (7,69%)

canhotos e 1 (3,84%) ambidestro.

Na questão 9, nota-se que o maior número de (n= 10) atletas lesionados que

ocorreu em treinamento e 10 atletas sem lesões (GRÁFICO 2).

0

2

4

6

8

10

12

mer

o d

e atl

eta

s

Onde ocorreu a lesão

COMO ACONTECEU A LESÃO

GRÁFICO 2 - Como aconteceu a lesão.

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30

O item 10 relata o desempenho que os atletas tiveram nas regatas em relação a

não ter lesão, se o retirou da competição, continuou com redução do desempenho e se

perturbou sua concentração, houve destaque que 38,46% dos atletas tiveram alteração

no seu desempenho e concentração, dos quais 26,92% não conseguiram prosseguir na

competição.

27%

23%

8%4%

38%

LESÃO E DESEMPENHO NAS REGATAS

Retirou da competição

Continuou a competição, porémcom redução de desempenho

Pertubou a concentração, mas nãoafetou as possibilidades

não resultou qualquer alteração dodesempenho

sem lesão

GRÁFICO 3 - Desempenho nas regatas.

A questão 11 respondidas por todos os remadores, refere-se às alterações durante

os últimos 12 meses como fadiga, desconforto ou dor nos seguintes seguimentos.

COLUNA CERVICAL

Respostas

Frequência Porcentagem

Porcentagem

acumulativa

NÃO 19 73,1 73,1

SIM, INSUPORTÁVEL 2 7,7 80,8

SIM, INTENSA 2 7,7 88,5

SIM, MODERADA 3 11,5 100,0

Total 26 100,0

TABELA 2 – Fadiga, desconforto ou dor em coluna cervical.

Pode-se constatar pela tabela 2, que a maioria dos atletas não referiram queixas

em cervical, porém 7 atletas relataram dor nessa região.

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31

OMBROS

Resposta Frequência Porcentagem Porcentagem

acumulativa

NÃO 14 53,8 53,8

DIR. DOR INTENSA E

ESQ. DOR MODERADA

1 3,8 57,6

DIR. E ESQ. DOR MODERADA 3 11,5 69,1

DIR. DOR INTENSA 2 7,7 76,8

DIR. DOR MODERADA 2 7,7 84,5

DIR. E ESQ. DOR LEVE 2 7,7 92,2

ESQ. DOR MODERADA 1 3,8 96,0

ESQ. DOR LEVE 1 3,8 100,0

Total 26 100,0

TABELA 3 – Fadiga, desconforto ou dor em ombros.

Apesar de 14 atletas não relatarem dor em ombros, 6 referiram dor em ombro

direito e esquerdo, e a maioria destes não sentem incômodo intenso nesses segmentos

(TABELA 3).

Conforme no gráfico 4, apenas 1 (4%) dos 26 atletas sente dor em cotovelo.

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32

96%

4%

COTOVELOS

Não Dir. dor moderada

GRÁFICO 4 – Fadiga, desconforto ou dor em cotovelos.

PUNHOS E MÃOS

Resposta Frequência Porcentagem Porcentagem

acumulativa

NÃO 18 69,2 69,2

DIR. LEVE 2 7,7 76,9

DIR. INTENSA 1 3,8 80,7

ESQ. MODERADA 1 3,8 84,5

ESQ. INTENSA 1 3,8 88,3

DIR. E ESQ.

MODERADA

2 7,7 96,0

DIR. E ESQ.

INTENSA

1 3,8 100

Total 26 100,0

TABELA 4 - Fadiga, desconforto ou dor em punhos e mãos.

Observa-se na tabela 4 que a maioria doa atletas (69,2%) do CNFM não tiveram

problemas nesses seguimentos nos últimos 12 meses, porém 3 relataram fadiga,

desconforto ou dor de forma intensa em punho e mão.

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33

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

Não Leve Moderada Intensa

mer

o d

e a

tlet

as

Intensidade do incômodo

COLUNA DORSAL

GRÁFICO 5 - Fadiga, desconforto ou dor em coluna dorsal.

No gráfico 5, dos 26 atletas 9 relataram alterações em coluna dorsal, sendo

destes 4 queixaram-se de um intenso incômodo.

COLUNA LOMBAR

Respostas Frequência Porcentagem Porcentagem

acumulativa

NÃO 9 34,6 34,6

LEVE 3 11,5 46,1

MODERADA 4 15,4 61,5

INTENSA 7 26,9 88,4

IINSUPORTÁVEL 3 11,5 100,0

Total 26 100,0

TABELA 5 – Fadiga, desconforto ou dor em coluna lombar.

Foi possível observar que na coluna lombar 26,9% dos indivíduos do clube

referiram algum tipo de alteração de alta intensidade, sendo que dos 26 atletas 11,5%

relataram desconforto ou dor insuportável (TABELA 5).

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34

COXAS

Respostas Frequência

Porcentagem

Porcentagem

Acumulativa

NÃO 20 76,9 76,9

LEVE 3 11,5 88,5

MODERADA 3 11,5 100,0

Total 26 100,0

TABELA 6 – Fadiga, desconforto ou dor em coxas.

De acordo com a tabela acima 20 atletas afirmaram não ter alterações em coxo-

femural e 6 atletas sentem fadiga, desconforto ou dor de intensidade leve a moderada.

PERNAS E JOELHOS

Respostas Frequência Porcentagem

Porcentagem

acumulativa

LEVE 3 11,5 11,5

MODERADA 4 15,4 27,0

INTENSA 3 11,5 38,5

INSUPORTÁVEL 1 3,8 42,3

NÃO 15 57,7 100,0

Total 26 100,0

TABELA 7 - Fadiga, desconforto ou dor em pernas e joelhos.

Conforme mencionado na tabela 7, 42,3% dos indivíduos relataram algum

problema de leve a insuportável nesses segmentos, porém 57,7% (a maior parte dos

atletas) não afirmaram alterações em pernas e joelhos.

Embora 4 dos entrevistados afirmarem ter problemas em tornozelos e pés, 22

atletas não apresentaram alterações nos últimos 12 meses (GRÁFICO 6).

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35

0

5

10

15

20

25

Não Leve Moderado

mer

o d

e a

tlet

as

Intensidade do incômodo

TORNOZELOS E PÉS

GRÁFICO 6 – Fadiga, desconforto ou dor em tornozelos pés.

Na mesma questão 11 continuaram a responder somente os atletas que tiveram

lesões nos últimos 12 meses ou últimos dias.

CERVICAL

Resposta Frequência Porcentagem Porcentagem

acumulativa

NÃO 24 92,3 92,3

NOS

ÚLTIMOS

12 MESES

2 7,7 7,7

Total 26 100,0 100,0

TABELA 8 – Lesão em cervical.

Dos atletas entrevistados pode-se observar que 92,3% não mencionaram lesões

nos últimos dias e 12 meses e um número mínimo de indivíduos tiveram lesões na

cervical (TABELA 8).

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Não 96%

Dir, últimos dias 4%

Não

Dir, últimos dias

GRÁFICO 7- Atletas lesionados em ombro.

No gráfico 7 se observa que os atletas do CNFM não lesionaram ombro,

compondo 96% da amostra, e apenas 4% lesionaram o ombro direito nos últimos dias.

No presente estudo confirma-se que não há lesões em cotovelos dos 26 atletas

entrevistados (GRÁFICO 8).

GRÁFICO 8 – Lesões em cotovelo.

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37

PUNHOS E MÃOS

Resposta Frequência Porcentagem Porcentagem

acumulativa

NÃO 22 84,6 84,6

ESQ. NOS

ÚLTIMOS DIAS

1 3,8 88,4

DIR. E ESQ.

NOS ÚLTIMOS

DIAS E MESES

1 3,8 92,2

NOS ÚLTIMOS 12

MESES

2 7,7 100,0

Total 26 100,0

TABELA 9 – Lesões em punhos e mãos.

Novamente observamos um alto índice de atletas que não possuem lesões em

punhos e mãos, pois apenas 7,6% afirmaram lesões nos últimos dias e meses (TABELA

9).

Pode-se observar na tabela 10 que a maioria dos atletas não apresentaram lesões

na coluna dorsal, sendo apenas 7,7% lesionados nos últimos 12 meses.

COLUNA DORSAL

Resposta Frequência Porcentagem Porcentagem

acumulativa

NÃO 24 92,3 92,3

NOS ÚLTIMOS

12 MESES

2 7,7 100,0

Total 26 100,0

TABELA 10 – Incidência de lesões na coluna dorsal.

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38

LOMBAR

Resposta Frequência Porcentagem Porcentagem

acumulativa

NOS ÚLTIMOS DIAS 1 3,8 3,8

NOS ÚLTIMOS

12 MESES

4 15,4 19,2

NOS ÚLTIMOS DIAS

E 12 MESES

4 15,4 34,6

NÃO 17 65,4 100,0

Total 26 100,0

TABELA 11 – Incidência de lesões em coluna lombar.

Observa-se na tabela acima que as lesões acometem diversos locais, entretanto

houve predomínio na região de coluna lombar com 34,6% das respostas apresentadas,

mesmo assim muitos não referem lesão nesse local (65,4%).

GRÁFICO 9 – Incidência de lesões em membros inferiores.

Entre os segmentos apresentados acima, o maior índice de lesões encontra-se em

pernas e joelhos. E dos 26 atletas entrevistados, 25 não possuem lesões em coxa e

tornozelos - pés.

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DISCUSSÃO

O aumento da demanda de exercícios modernos e competitivos provocou o

aumento simultâneo no risco de lesões, causando preocupações para treinadores e

atletas de todas as esferas de rendimento. E isso pode interromper o processo evolutivo

de adaptações sistemáticas impostas pelo treinamento. As ocorrências das lesões

desportivas (LD) são resultados de exercícios realizados de maneira extenuante e, ainda,

inapropriadamente, sendo subestimadas a prevalência e incidência de lesões devido à

ausência de notificação em todo o universo esportivo (PASTRE et al, 2005).

No presente estudo realizado, a prevalência foi do sexo masculino com 84,61%

dos atletas e do sexo feminino de 15,38%. Segundo Soares (2008), no ano de 2003 o

remo do Brasil possuía 1820 atletas federados, sendo que, desses 246 eram mulheres.

Estimativa também confirmada na pesquisa de Martins e Rocha (2010), sobre

características antropométricas e consumo alimentar em atletas do remo, sendo sua

amostra constituída por 6 atletas do sexo feminino e 19 do sexo masculino.

A maioria dos atletas pesquisados tem idade entre 16 e 52 anos, porém o remo é

dividido em várias categorias, conforme idade e peso. Até os 13 anos o remador

pertence à categoria infantil dos 14 aos 15 anos, à categoria juvenil; dos 16 aos 18 anos

pertence à categoria Junior, a partir dos 19 anos ingressa na categoria sênior, sendo esta

dividida em sênior B (dos 19 a 22 anos) e a categoria sênior A (a partir dos 23 anos).

Nesta última não há limite de idade para competir, o atleta pode optar por participar em

competições da categoria máster a partir dos 27 anos (SOUSA, 2010). Na pesquisa

devido aos critérios de exclusão os atletas com idade inferior a 16 anos não participaram

do estudo. Dos 26 atletas, 7 eram da categoria Junior; 6 da categoria Sênior B; 4 sênior

A; e 9 das categorias Sênior A e Máster.

No remo existem duas categorias por peso e divide-se entre peso leve e peso

pesado. O peso leve compete masculino com o limite de 72, 5 Kg para o barco single

skiff, que é o barco individual, e com média de 70 Kg para as demais embarcações. No

single skiff feminino o peso leve fica até 59 Kg e para os demais barcos 57,5 Kg na

média de peso das remadoras. O peso pesado não tem limite de peso e os atletas de

peso leve podem correr no peso pesado sem problemas (SOUZA, 2010). De acordo com

essas informações 30,36 % dos indivíduos do sexo masculino do CNFM se enquadram

na categoria leve, e nenhuma das atletas podem competir na categoria peso leve.

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No presente estudo a estatura dos atletas variou entre 1,61 a 1,92 cm, sendo a

média 1,77 cm. Consta na literatura que atletas de remo tendem a ter estatura acima da

média da população, músculos desenvolvidos e grande envergadura, sendo

características vantajosas para a modalidade, pois garantem uma amplitude de remada

considerada competitiva, aumentando o setor de aplicaçnão de força (HAGERMAN,

1994). Atletas de elite no remo tendem a ser mais altos e mais pesados que outros

atletas de modalidades de resistência e, por terem membros mais longos, apresentam

positiva influência biomecânica que permite um contato mais prolongado de aplicação

de força (CONNOLLY, 2005).

A pesquisa realizada com os atletas do CNFM é semelhante ao estudo realizado

por Fonseca et al (2006), na cidade de Florianópolis, SC. Foram avaliados 12 atletas de

remo adultos, do sexo masculino, integrantes de equipes que competem em regatas a

nível nacional, entre 18 e 42 anos. Os sujeitos apresentaram como resultado médio da

estatura um valor igual a 164,4cm.

Dez indivíduos do CNFM se lesionaram durante os treinos e conforme o estudo

de Silva (2005) há uma predominância no número de lesões em treinos em relação aos

jogos. Essa elevação ocorre devido a vários fatores, como por exemplo, o tempo de

treinamento é proporcionalmente maior que o tempo de competição. Sendo que nos

treinos ocorrem com uma frequência maior de movimentos e de exigência para com o

atleta, em relação aos jogos.

Segundo Rose, Tadiello e Junior ([200-?]), a prática esportiva eleva o risco da

ocorrência de lesões. Os atletas estão sujeitos a sofrerem lesões, seja em fase de

treinamento ou em competição. Essas lesões estão diretamente relacionadas a fatores

predisponentes intrínsecos e extrínsecos, e à ausência de um programa preventivo. Para

Oliveira ([entre 2003 e 2004]) nos fatores intrínsecos, estão a estrutura do indivíduo, o

crescimento, o tipo de atividade física e o treinamento de resistência. Já nos extrínsecos,

percebe-se uma maior dependência na organização esportiva, nas alterações das regras,

nos equipamentos de segurança, na supervisão médica e do treinamento, nas sessões de

treinamento e também na interferência dos pais.

Dos 26 atletas, 10 se lesionaram e destes, 7 retiraram-se da competição, 6

continuaram a competição porém com redução do desempenho, 2 atletas a lesão

perturbou a concentração e 1 não resultou qualquer perturbação no desempenho. Uma

lesão desportiva é uma lesão física contraída durante a participação em atividades

desportivas de caráter competitivo ou recreativo, que supõe uma disfunção do

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organismo que produz dor e leva à interrupção ou limitação de uma atividade

desportiva. Num estudo realizado por Negão (1996), citado por Carvalho (2009), com

31 jogadores de futebol profissional, foram observadas 79 lesões que obrigavam à

interrupção do treino físico, sendo 48, 38% destas lesões suficientemente severas para

afastar os atletas da competição durante cerca de sete dias, e 22, 58% das lesões

impediram os atletas de competir de oito a catorze dias. Cerca de metade dos atletas de

desporto de competição sofrem uma lesão que impossibilita a sua participação

desportiva, e cerca de 25% destas lesões requerem, pelo menos, uma semana de

repouso.

A dor pode ser temporária e desaparecer em pouco tempo ou pode tornar-se

crônica e continuar por tempo indeterminado (PIRES, 2009). Oliveira e Celestino

(2010) defendem que cargas intensas de treino e competições aliadas a um descanso

inadequado podem instalar sinais de fadiga e exaustão.

Dos atletas entrevistados do CNFM, queixaram-se de incômodo em coluna

cervical (n=7), dorsal (n=9) e lombar (n=17). Michele e Allison (1999) observaram que,

de 142 atletas de elite na Suécia, a incidência de dor lombar variou de 5 a 85%,

dependendo do esporte. O estudo de Detanico et al (2008) verificou em 41 indivíduos

alterações posturais, desconforto corporal e lesões em atletas das seleções brasileiras de

hóquei sobre a grama, 8 atletas refiram desconforto em lombar. Não foram encontrados

na literatura estudos sobre desconforto em região de cervical e dorsal.

Na pesquisa realizada por Maurer (2009), um dos esportes de maior repercussão

sobre a coluna vertebral é o remo. Modalidades como o remo e a ginástica artística se

caracterizam por manobras de flexão e extensão da coluna vertebral associado a intensas

forças axiais e rotacionais sobre a coluna lombar. Durante o ciclo da remada o atleta

permanece a maior parte do tempo com postura em flexão. A combinação de forças

compressivas associada à flexão foi identificada como um mecanismo de lesão das

estruturas da coluna lombar. Além disso, a modalidade se caracteriza por movimentos

repetitivos e geralmente sem impacto, o que torna o remador mais suscetível a lesões

crônicas da coluna lombar.

Dos 26 atletas entrevistados, 2 relataram lesão coluna cervical, 2 coluna dorsal e

9 coluna lombar. Wajchemberg et al (2002) comenta que 15% de todas as lesões

esportivas acometem esse segmento, poucos estudos encontrados mostram

detalhadamente a incidência de lesões especificas e sua relação com os diversos tipos de

esportes. No estudo de Junior (1999) que apresenta também estatística de 20 anos de

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atendimento de lesões em atletas de alto nível em clube poliesportivo de São Paulo,

observou 11,26% de lesões na coluna vertebral. Lesões na coluna torácica são raras nos

atletas. Na maioria das vezes elas ocorrem nos esportes com alta velocidade e impacto

(http://www.wgate.com.br/conteudo/medicinaesaude/fisioterapia/traumato/lesoes_colun

a_esportes.htm, 2005).

O que mais acomete os atletas do CNFM já mencionado é a lombar e com isso

pode-se afirmar no estudo de Smoljanovic apud Maurer (2009) que realizou um trabalho

retrospectivo na China, durante o Campeonato Mundial de Remo Junior em 2007. E

foram relatadas 393 lesões em remadores das quais 32,3% eram na região lombar. Estes

resultados são semelhantes aos encontrados em estudo prospectivo recente que

acompanhou 20 remadores durante 12 meses consecutivos, verificando 31,8% de lesões

na coluna lombar.

A queixa de dor nos ombros é frequente em inúmeras modalidades esportivas,

como voleibol, judô, natação e ginástica olímpica, essa incidência diminui o rendimento

esportivo e pode determinar o afastamento do atleta (PIRES, 2009). No CNFM 12

indivíduos apresentaram incômodo em ombros. Ao contrário do estudo de Detanico et

al (2008) que verificou em 41 indivíduos alterações posturais, desconforto corporal e

lesões em atletas das seleções brasileiras de hóquei sobre a grama, teve como resultados

dos quais 4 atletas referiram desconforto em ombro.

Em relação ao ombro 4% dos atletas apresentaram lesões. Porém para Ejnisman

(2001) ombro é sede frequente de lesões nos esportes competitivos. Na literatura

revisada a incidência varia de 8 a 13% de todas as lesões atléticas. Pires (2009) ainda

comenta que a queixa de dor nos ombros são frequentes em inúmeras modalidades

esportivas, como voleibol, judô, natação e ginástica olímpica, essa incidência diminui o

rendimento esportivo e pode determinar o afastamento do atleta. Em uma pesquisa

sobre lesões realizada por Perroni (2005) com 60 atletas de triathlon. Dos dados

encontraram um total de 70 lesões, o ombro constituiu a terceira área mais acometida

com 21,42% do total de lesões, sendo a natação a modalidade com maior prevalência

(38,46%). No presente estudo com os remadores do CNFM, o índice de atletas que

relataram lesão em ombros teve uma incidência baixa, contradizendo com a literatura.

Poucos estudos foram encontrados com remadores, tendo assim a necessidade de mais

pesquisas publicadas neste campo.

Cotovelo é uma região que os atletas do CNFM não relataram lesões e somente

1 relatou incômodo, esse último não foi encontrado estudos relacionados ao remo. Uma

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pesquisa realizada por Vieira et al ([entre 2006 e 2007]) com 18 atletas, sobre a

incidência de lesões do voleibol do sexo masculino, que também realizam movimentos

repetitivos com os membros superiores. O autor concluiu que o local anatômico menos

afetado foi o cotovelo com 4% dos atletas lesionados. Semelhante ao estudo de Lopes et

al (2008) sobre os atendimentos realizados pelo serviço de fisioterapia do Comitê

Olímpico Brasileiro durante os XV Jogos Pan-americanos, dos 434 atendidos 28 (5,3%)

sofreram lesões em cotovelo.

Em punhos e mãos dos 26 atletas apenas 8 relataram lesões nessas regiões e 8

queixaram-se de fadiga, desconforto ou dor. Daher ([entre 1999 e 2001]) realizou um

estudo comparativo com 128 atletas da Seleção Brasileira do Handebol, e constatou que

15 indivíduos tiveram lesões nesses segmentos. Resultado confirmado também por

Franco, Lucheta e Teixeira (2011) em um projeto para prevenir lesões de ombro nos

atletas de voleibol, com 12 atletas, sendo que destes apenas 1 teve lesão em punhos e

mãos. Não foi encontrado literatura para incômodo em punhos e mãos em atletas

desportistas.

Em relação aos membros inferiores, os atletas referiram incômodo maior em

pernas e joelhos (n=11), seguidos das coxas (n=6) e tornozelos e pés (n=4). Detanico et

al (2008) verificou em 41 indivíduos alterações posturais, desconforto corporal e lesões

em atletas das seleções brasileiras de hóquei sobre a grama, e teve como resultados dos

quais 12 atletas referiram desconforto em coxa, e 1 em tornozelo. Silva et al (2008)

realizou uma pesquisa com 19 atletas de ginástica rítmica sobre avaliação da

flexibilidade e análise postural e constatou que as queixas álgicas em joelhos foram

presentes em 10 das atletas avaliadas.

O índice de lesões nessas mesmas regiões foram maiores em pernas e joelhos

(n=7), em coxa (n=1) e tornozelos-pés (n=1) sendo ainda um índice baixo, pois consta

na literatura, afirmado por Constante (2005) que observou 90% das lesões esportivas

são nas extremidades inferiores. Em um estudo citado pelo mesmo autor, com 1280

lesões relacionados com esportes, 45% apresentaram lesão no joelho e 9,8% no

tornozelo, constatando assim que o joelho é a região mais comum de comprometimento

nos esportes.

Diante desses resultados, o programa preventivo foi elaborado através um

banner (ANEXO B) e de uma palestra para explicar a importância do alongamento e

como realizá-lo.

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Barba (2006) afirma que os atletas quando mantêm um grau satisfatório de

flexibilidade, ficam menos suscetíveis a certas lesões musculares. A importância do

alongamento muscular já é bastante descrita na literatura. Os indivíduos com boa

flexibilidade tendem a sofrer menos dores e lesões musculares e articulares,

particularmente na região lombar. O hábito de alongar periodicamente pode aliviar a

rigidez muscular e eliminar alguns tipos de desconfortos musculares.

Em conformidade com vários autores encontrados na literatura, a duração do

alongamento varia entre 15 a 30 segundos, realizando uma série, antes e depois dos

treinamentos e competições.

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7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pode-se constatar e investigar que, a maior incidência de lesões foi em coluna

lombar, correspondendo 65,38% (n=17) da amostra; a maioria dos atletas treina em

média 13 horas semanais; e os exercícios de apoio que os atletas utilizam são

alongamentos, estes nem sempre são realizados antes e após os treinos e competições, e

de forma correta.

Foi realizada uma palestra no dia 03-12-2011, para todos os atletas do CNFM

sobre a importância do alongamento e foi deixado no local um banner contendo apenas

os alongamentos das regiões mais acometidas.

Remo é um esporte de elite que exige um alto desempenho dos atletas, e estes

não utilizam o esporte como meio específico de melhorar a saúde, mas se tornam

profissionais do esporte sujeitos a todas as demandas exigidas de qualquer outra área de

atuação, em consequência disso apresentam um maior risco de lesões.

Sugerimos a realização de novas pesquisas referente às lesões em atleta do remo,

pois há poucos estudos descritos na literatura.

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APÊNDICES

APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Nome: Sr (ou Sra)...............................................................................................................,

Idade:................................Sexo:..............................Naturalidade:......................................

Endereço:.................................................................................................................... .......

Profissão:....................................... Identidade:.................................................................

Fui informado detalhadamente sobre a pesquisa intitulada: “Verificação da incidência

das lesões entre os atletas de remo no Clube Náutico Francisco Martinelli: um

programa educativo-preventivo”. O senhor foi plenamente esclarecido de que será

submetido a um questionário anônimo que pretende obter informações sobre a sua

sintomatologia músculo-esquelética e está ciente de que o referido estudo será realizado

no Clube Náutico Francisco Martinelli.

Pelo fato desta pesquisa ter única e exclusivamente interesse científico, a mesma

foi aceita espontaneamente pelo senhor, que no entanto, poderá desistir a qualquer

momento da mesma, inclusive sem nenhum motivo, bastando para isso informar, da

maneira que achar mais conveniente, a sua desistência. Por ser voluntária e sem

interesse financeiro, o senhor não terá direito a nenhuma remuneração. Os dados

referentes ao senhor serão sigilosos e privados, e a divulgação do resultado visará

apenas mostrar os possíveis benefícios obtidos pela pesquisa em questão, sendo que o

senhor poderá solicitar informações durante todas as fases desta pesquisa, inclusive após

a publicação da mesma. Todos os participantes da pesquisa serão beneficiados, uma vez

que obtidos os resultados da pesquisa, será elaborado e apresentado um plano de

prevenção, através de uma palestra e da distribuição de folders.

Biguaçu, de de 20 .

Assinatura (de acordo) ____________________________________________________

______________________________________________________________________

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ANEXO A – QUESTIONÁRIO

Este questionário é anônimo e pretende obter informações sobre a sua sintomatologia

músculo-esquelética.

Seja, POR FAVOR, o mais coerente possível nas suas respostas.

1. Data do inquérito: _____/_____/2009

2. Sexo (desenhe um círculo à volta da resposta correta): 1 Feminino 2 Masculino

3. Em que ano nasceu? .....................

4. Qual o seu peso? .............. kg. 5. Qual a sua altura? ................. cm

6. É destro ou canhoto — (desenhe um círculo à volta da resposta correta)?

1 Destro 2 canhoto 3 Ambidestro

7. Há quantos anos e meses treina? ................. anos + ............ meses

8. Em média, quantas horas treina por semana? ................ horas por semana

Quanto a lesão: se caso não tem nenhuma lesão ou nunca teve, passe para a pergunta 11.

9. Como aconteceu?

( ) competição ( ) aquecimento ( ) participação em outra atividade ( ) fora da atividade

esportiva

( ) treinamento

10. Como a lesão afetou o seu desempenho nas regatas?

( ) retirou-me da competição

( ) continuei a competição, porém com redução de desempenho

( ) pertubou minha concentração mas não afetou as minhas possibilidades

( ) não resultou qualquer alteração do meu desempenho

11. Preencha a tabela seguinte, assinalando com uma cruz o quadrado correspondente ao

seu estado de incômodo, lesão, fadiga ou dor, em função dos segmentos corporais

considerados. No caso de sentir desconforto, refira qual a intensidade do mesmo, de

acordo com a escala seguinte.

Intensidade do incômodo/dor:

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1 — Leve 2 — Moderado 3 — Intenso 4 — Insuportável

Para responder por todos os

remadores

Para responder apenas pelos

remadores que tenham lesões

Teve algum problema durante os

últimos 12 meses (fadiga,

desconforto ou dor) nos seguintes

segmentos? Se sim, refira qual a sua

intensidade, assinalando-a com um

círculo.

Teve alguma lesão

durante os últimos

dias?

Nos últimos 12 meses

esteve impedido de

realizar o seu treino

ou competição

normal devido a este

problema?

1 Coluna cervical

Não � Sim �

1 2

3 4

2 Coluna cervical

Não � Sim �

2 Coluna cervical

Não � Sim �

4 Ombros

Não �

Sim � No direito

Sim � No esquerdo

Sim � Nos dois

1 2

3 4

5 Ombros

Não �

Sim � No direito

Sim � No esquerdo

Sim � Nos dois

6 Ombros

Não � Sim �

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7 Cotovelos

Não �

Sim � No direito

Sim � No esquerdo

Sim � Nos dois

1 2

3 4

Cotovelos

Não �

Sim � No direito

Sim � No esquerdo

Sim � Nos dois

9 Cotovelos

Não � Sim �

10 Punhos/mãos

Não �

Sim � No direito

Sim � No esquerdo

Sim � Nos dois

1 2

3 4

11 Punhos/mãos

Não �

Sim � No direito

Sim � No esquerdo

Sim � Nos dois

12 Punhos/mãos

Não � Sim �

13 Coluna dorsal

Não � Sim �

1 2

3 4

14 Coluna dorsal

Não � Sim �

15 Coluna dorsal

Não � Sim �

16 Coluna lombar

Não � Sim �

1 2

3 4

17 Coluna lombar

Não � Sim �

18 Coluna lombar

Não � Sim �

19 Ancas/coxas

Não � Sim �

1 2

3 4

20 Ancas/coxas

Não � Sim �

21 Ancas/coxas

Não � Sim �

22 Pernas/joelhos

Não � Sim �

1 2

3 4

23 Pernas/joelhos

Não � Sim �

24 Pernas/joelhos

Não � Sim �

25 Tornozelos/pés

Não � Sim �

1 2

3 4

26 Tornozelos/pés

Não � Sim �

27 Tornozelos/pés

Não � Sim �

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Exemplo da marcação de intensidade:

(KUORINKA, 1987 e PERRONI, 2007)

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ANEXO A – FOLDER EDUCATIVO-PREVENTIVO

Alongamento

para a

musculatura

ombros.

Alongamentos

para

musculatura da

lombar.

Alongamento para

musculatura de

pernas e joelhos.

Alongamento para

musculatura de

punhos e mãos.