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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ CENTRO DE EDUCAÇÃO BIGUAÇU CURSO DE PSICOLOGIA MARIANA CAMPOS SIQUEIRA REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA MOTIVAÇÃO PARA O USO DO ÊXTASE EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS DA ÁREA DA SAÚDE BIGUAÇU 2007

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

CENTRO DE EDUCAÇÃO BIGUAÇU

CURSO DE PSICOLOGIA

MARIANA CAMPOS SIQUEIRA

REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA MOTIVAÇÃO PARA O USO DO

ÊXTASE EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS DA ÁREA DA SAÚDE

BIGUAÇU

2007

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MARIANA CAMPOS SIQUEIRA

REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA MOTIVAÇÃO PARA O USO DO

ÊXTASE EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS DA ÁREA DA SAÚDE

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Psicologia ao Curso de Psicologia da Universidade do Vale do Itajaí.

BIGUAÇU

2007

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MARIANA CAMPOS SIQUEIRA

REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DA MOTIVAÇÃO PARA O USO DO

ÊXTASE EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS DA ÁREA DA SAÚDE

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi considerado aprovado, atendendo os requisitos

parciais para obter o grau de Bacharel em Psicologia na Universidade do Vale do Itajaí no

curso de psicologia

Biguaçu, 2007

Banca Examinadora

__________________________________________

Profº. Msc. Paulo César Nascimento (Orientador)

__________________________________________

Profº. Mirella Alves de Brito

__________________________________________

Profª. Vera Baumgarten Ulysséa Baião

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Dedico a presente monografia a pessoas muito

especiais que se fizeram presentes em várias

etapas de minha vida.

À meus pais Alei e Maria Helena; meus irmãos

Marcos Antônio, Luciana e Fernanda e

familiares que acompanharam todo meu

caminho percorrido sempre com palavras e

gestos de incentivo, sempre incentivando a

realizar o meu sonho, apesar das dificuldades.

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AGRADECIMENTOS

À Universidade do Vale do Itajaí por fazer parte de minha formação acadêmica.

Ao orientador Professor Paulo César Nascimento, pelo acompanhamento pontual e

competente, por toda a sua orientação e pelos seus ensinamentos.

Aos alunos que colaboraram com a pesquisa, para que pudessem ser atingidos seus

objetivos.

Aos colegas de turma pela amizade e companheirismo demonstrados durante todo o

convívio ao longo do curso. Em especial as amigas Adrienne, Mariana e Mauren pela sincera

amizade, apoio e carinho durante esta desafiadora caminhada.

À banca examinadora pela presença e colaboração.

A todos que direta ou indiretamente contribuíram para essa pesquisa.

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RESUMO

A presente pesquisa tem como objetivo descrever as representações sociais que os estudantes universitários têm em relação à motivação para o uso do êxtase. Utiliza-se como categorias de assunto a definição sobre drogas, um breve histórico do êxtase (contexto, efeitos e a toxicidade e complicações do uso) e o conceito das representações sociais. A metodologia utilizada para a investigação foi através da abordagem mista (qualitativa e quantitativa) e como instrumento de pesquisa foi utilizado um questionário do tipo misto (com perguntas abertas e fechadas), que foi aplicado com universitários da área da saúde, estudantes dos cursos de psicologia, enfermagem e fisioterapia da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI. Os resultados da pesquisa demonstram que o fator que mais motiva os jovens a utilizarem o êxtase é a pressão social, ou seja, a influência de amigos. O efeito mais buscado entre os jovens foram os efeitos psicológicos como o bem estar e a euforia. Percebe-se que na amostra foram poucos estudantes que admitiram usar a droga. Palavras chaves: êxtase, representação social, estudantes universitários, motivações.

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ABSTRACT

The present research has as objective to describe the social representations that the university students have in relation to the motivation for the use of the ecstasy. The definition used as categories of subject on drugs, a historical briefing of the ecstasy (context, effect and the toxicidade and complications of the use) and the concept of the social representations. The methodology used for the inquiry was through the mixing boarding (qualitative and quantitative) and as research instrument a questionnaire of the mixing type was used (with open and closed questions), that it was applied with colleges student of the area of the health, students of the psychology courses, nursing and fisioterapia of the University of the Valley of Itajaí - UNIVALI. The results of the research demonstrate that the factor that more motivates the young to use the ecstasy is the social pressure, or either, the influence of friends. The searched effect more between the young had been the psychological effect as the welfare and the euphoria. One perceives that in the sample they had been few students who had admitted to use the drug. Words keys: ecstasy, social representation, university students, motivations.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.......................................................................................... 1.1 JUSTIFICATIVA..........................................................................................................

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA....................................................................................

1.3 OBJETIVOS.................................................................................................................

1.3.1 Objetivo geral...........................................................................................................

1.3.1.1 Objetivos específicos...............................................................................................

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.................................................................. 2.1 DROGAS......................................................................................................................

2.2 HISTÓRICO DO ÊXTASE..........................................................................................

2.2.1 Toxicidade e complicações do uso de êxtase..........................................................

2.3 REPRESENTAÇÕES SOCIAIS...................................................................................

3 METODOLOGIA..........................................................................................3.1 TIPO DE PESQUISA....................................................................................................

3.2 AMOSTRA...................................................................................................................

3.3 INSTRUMENTO..........................................................................................................

3.4 PROCEDIMENTOS.....................................................................................................

3.5 ANÁLISE DOS DADOS..............................................................................................

4 ANALISE DOS DADOS...............................................................................

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................

REFERÊNCIAS................................................................................................

APÊNDICES.....................................................................................................

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1 INTRODUÇÃO

1.1 JUSTIFICATIVA

O consumo de drogas é motivo de preocupação constante na sociedade brasileira,

pelo seu aumento desenfreado de uso, principalmente feito pelos jovens. Um fato preocupante

é o aumento do consumo do êxtase (ecstasy), que ocorre por ser uma droga de fácil acesso e

usada de forma recreativa, geralmente ingerida em festas e aparentemente sem causar danos

para o usuário.

Os usuários de êxtase são, principalmente, jovens de classe média que ingerem a

droga muitas vezes sem ao menos saberem o que realmente estão ingerindo e também sem

conhecerem os prejuízos causados ao utilizarem esta droga. A partir daí, surgiu o interesse em

realizar esta pesquisa com jovens universitários. Com esta pesquisa pretende-se obter

informações sobre a representação social que jovens tem sobre a droga e o que os levam a

utilizar esta droga.

Há poucos estudos sobre este assunto no Brasil, pois os estudos encontrados até o

momento são sobre o uso da maconha, da cocaína e do álcool. Este é um assunto de

fundamental importância para a sociedade brasileira onde o consumo de êxtase vem

aumentando cada vez mais entre os jovens. Esta pesquisa irá produzir conhecimentos novos

para o meio científico e através desta pesquisa poderão ser desenvolvidas estratégias

educacionais para a nossa sociedade.

1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

O aumento do uso do êxtase entre os jovens brasileiros está preocupando cada vez

mais a sociedade. Muitas vezes os jovens desconhecem os efeitos negativos que a droga pode

trazer, mas consideram, geralmente os efeitos positivos da mesma. Porém, caberiam

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questionamentos a respeito de que pontos positivos seriam estes, ou seja, quais os motivos

que levam os indivíduos a utilizarem a droga. Diante destas dúvidas, propõe-se como

problema de pesquisa: Quais são as representações sociais de estudantes universitários sobre a

motivação para o uso do êxtase?

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo geral

Descrever as representações sociais que os estudantes universitários da área da saúde têm em

relação à motivação para o uso do êxtase.

1.3.1.1 Objetivos específicos

Descrever as representações sociais que os estudantes universitários têm acerca do êxtase.

Identificar os conhecimentos científicos dos estudantes universitários sobre o êxtase.

Identificar as fontes de informações que os estudantes universitários têm sobre o êxtase.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Nesta revisão bibliográfica consta uma parte introdutória sobre o que são as drogas,

quais os tipos de drogas, as formas de uso indevido e quais as finalidades de uso. Em seguida,

traz-se o histórico do êxtase, informações sobre suas toxicidades e complicações do uso. Por

último, são apresentados os aspectos fundamentais da teoria das representações sociais.

2.1 DROGAS

Milby (1988) define droga da seguinte forma: “Qualquer substância que, quando

consumida, modifica uma ou mais funções do corpo é uma droga”. Ele afirma que é

considerada droga até mesmo alguns alimentos do nosso cotidiano como o chá, o café e a

bebida de sabor cola. Pois possuem estimulantes leves que podem influenciar no

funcionamento normal do indivíduo.

O homem está utilizando cada vez mais drogas que aplaquem o seu mal estar, pois

ele tem passado por várias dificuldades nos centros urbanos. Um dos motivos que os levam ao

consumo de drogas é a preocupação com o mercado de trabalho no qual existe muita

competição (Sardinha, 2000).

Segundo Spricigo (2004), as drogas são consumidas para diversas finalidades como o

alívio das dores, para a busca de prazer e como meio para atingir estados até então não

alcançados. Também são usadas em espaços diversos, tais como: rituais, eventos

comemorativos, reuniões e cultos sagrados.

Santos (1997) classificou as drogas em três tipos: as estimulantes, sendo estas as que

estimulam o sistema nervoso central, como exemplo a cocaína, a cafeína, a nicotina e as

anfetaminas; as depressoras, que deprimem o sistema nervoso central, as drogas deste tipo são

os opiáceos, o álcool, os sedativos, os ansiolíticos, os antidepressores e os inalantes; as

perturbadoras, que podem causar uma série de pertubações (alterações na sensopercepção),

como por exemplo, a maconha, a ayahuasca, o cogumelo e o LSD.

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As drogas cujos os efeitos prejudiciais são descritas no DSM-IV são as seguintes: o

álcool, as anfetaminas e substâncias assemelhadas, a cafeína, a cannabis, a cocaína, os

alucinógenos, os inalantes, a nicotina, os opióides, a fenciclidina e os sedativos, os hipnóticos

ou ansiolíticos.

De acordo com o DSM-IV, a característica essencial da dependência de substância

consiste na presença de um agrupamento de sintomas cognitivos, comportamentais e

fisiológicos indicando que o indivíduo continua utilizando uma substância, apesar de

problemas significativos relacionados a ela. Os principais sintomas da dependência são a

tolerância, a abstinência e o comportamento compulsivo de consumo da droga. Estes sintomas

são similares entre as várias categorias de substância, mas, para certas classes, alguns

sintomas são menos salientes e, em uns poucos casos, nem todos os sintomas se manifestam.

Como no caso dos alucinógenos, onde os sintomas de abstinência não aparecem.

Conforme o DSM-IV, a dependência é definida como um agrupamento de três ou

mais dos sintomas relacionados adiante, ocorrendo em qualquer momento, no mesmo período

de 12 meses. O primeiro sintoma a ser mencionado é a tolerância onde esta possui a

necessidade de crescentes quantidades da droga para atingir o efeito desejado ou em uma

diminuição acentuada do efeito com o uso continuado da mesma quantidade de substância. O

segundo sintoma é a abstinência que consiste em uma alteração comportamental mal

adaptativa, com elementos fisiológicos e cognitivos, que ocorre quando as concentrações de

uma substância no sangue e nos tecidos declinam em um indivíduo que manteve um uso

pesado e prolongado da mesma. Após o desenvolvimento dos sintomas desagradáveis de

abstinência, o indivíduo tende a consumir a substância para aliviar ou evitar esses sintomas.

Os sintomas a seguir descrevem o padrão de uso compulsivo de substâncias, no qual o sujeito

pode ingerir a droga em maiores quantidades ou por um período mais longo do que pretendia

no início. Um dos sintomas é quando o indivíduo, frequentemente, expressa um desejo de

reduzir ou romper o uso da droga, mas não consegue, suas tentativas são sempre frustradas.

Quando todas as atividades da pessoa passam a girar em torno da substância é também, um

sintoma do uso compulsivo de substâncias. Um outro sintoma identificado é quando o sujeito

admite a sua contribuição para um problema psicológico ou físico, mas continua ingerindo a

droga.

Conforme relata Milby (1988), quando ocorre um uso excessivo de drogas,

persistente ou ocasional em desacordo com a prática médica vigente, ou seja, a Organização

Mundial de Saúde é considerado um abuso. Entre os abusadores de droga incluem-se:

indivíduos que experimentam drogas, ocasionalmente ou uma única vez, e que tenham seu

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funcionamento comprometido; os que abusam regularmente, mas não são dependentes, como

os abusadores de fim de semana; os indivíduos que abusam de drogas receitadas por seus

médicos.

O uso de drogas entre os estudantes universitários é um assunto muito comentado em

nosso dia-a-dia. O índice de jovens universitários que utilizam drogas é alto, os tipos de

drogas mais utilizados neste meio são a maconha, o álcool, o êxtase e a cocaína. Mas nas

publicações científicas brasileira não foram encontrados muitos estudos sobre o êxtase.

Diferentes das outras drogas mencionadas, onde há muitos estudos no Brasil.

2.2 HISTÓRICO DO ÊXTASE

De acordo com Almeida (2001), a 3-4 metilenodioximetanfetamina (MDMA), é

conhecida aqui no Brasil como "êxtase", e na Europa e nos Estados Unidos é conhecida como

ecstasy, Adam, XTC ou E. É uma droga considerada ilegal, produzida em laboratórios

clandestinos. O êxtase foi patenteado em 1914 no laboratório Merck, na Alemanha.

Inicialmente foi testada como um moderador de apetite, mas nunca chegou ao comércio por

causa de seus efeitos colaterais; sendo assim, ficou muito tempo sem uso. Alexander Shulgin,

um bioquímico norte americano produziu a droga em seu laboratório e fez o uso da mesma,

relatando que o efeito era muito prazeroso.

Segundo Grinspoon (1986 apud ALMEIDA, 2001), nos anos 70, pesquisadores

fizeram publicações sobre o uso do MDMA no contexto terapêutico, pois afirmavam que

facilitava a aliança terapêutica com o profissional. Com o tempo os psicoterapeutas

perceberam sua potencialidade recreativa e conseqüente possibilidade de abuso e ilegalidade.

Sendo assim, passaram a realizar pesquisas na área, mas sem fazer publicações para não

alarmar o público sobre a droga. Mas em 1984 o êxtase passou a ser utilizado por jovens norte

americanos como droga recreativa. Nesta época a droga começou a ser vendida livremente em

bares. Em julho de 1985 o MDMA recebeu uma tarja provisória que o enquadrava na

categoria mais restritiva, reservada para drogas prejudiciais e aditivas sem uso médico. Essa

tarja durou um ano e neste período muitos pesquisadores publicaram que uma droga

semelhante ao MDMA, a MDA causava sérios danos no cérebro. Assim, concluiu-se que o

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êxtase teria o mesmo efeito. Porém, mesmo sendo uma droga proibida, seu uso não cessou;

pelo contrário cada vez mais o uso recreativo da droga tem aumentado.

No ano de 1987 o êxtase passou a ser a droga da moda na ilha de Ibiza, na Espanha.

Foi a partir daí que seu uso começou em festas raves, que são festas que se estendem por toda

a noite com músicas eletrônicas e, geralmente, são afastadas dos centros urbanos (Sardinha,

2000).

Com base em Almeida (2001), verificou-se que no Brasil as primeiras remessas

significativas de êxtase ocorreram em 1994, mas ainda não havia tráfico: algumas pessoas

traziam os comprimidos e os revendiam seletivamente a amigos em clubes noturnos.

Diferente da Europa, o consumo do êxtase começou em casas noturnas para depois, em 1995,

aparecerem as famosas festas raves. Cada vez mais aumenta a visibilidade do êxtase na mídia

brasileira, mais frequentemente em páginas policiais, com notícias de um crescente número de

prisões e apreensões.

Segundo Ferigolo (1998), o êxtase é um derivado sintético da anfetamina. Seu uso

provoca a elevação da auto-estima, simpatia e empatia, felicidade, bom humor e uma

sensação de intimidade com as pessoas. Com isso, a comunicação e a relação com as pessoas

melhoram. Mascaró (1991 apud FERIGOLO, 1998) afirma que em alguns grupos de

consumidores sociais o MDMA é valorizado por uma suposta ação afrodisíaca. Mas conforme

Hayner (1986 apud FERIGOLO, 1998), o aumento da função sexual não se comprova, o que

parece acontecer é uma maior aceitação em relação aos aspectos sexuais.

De acordo com Sardinha (2000), é comum o uso de um comprimido de êxtase numa

noite, algumas vezes dividido em duas doses, para que o efeito se prolongue. Geralmente, o

uso é realizado por jovens de 20 a 25 anos, principalmente estudantes universitários. Os

primeiros efeitos da droga surgem a partir de 20 a 60 minutos após a ingestão. Os efeitos

percebidos são: aumento da freqüência cardíaca e da pressão arterial, boca seca, náusea,

sudorese, diminuição do apetite, atenção dispersa, elevação do humor e contratura da

mandíbula. Há alguns sintomas que não são buscados pelo usuário, mas frequentemente

ocorrem: são ataques de pânico, insônia, alterações na concentração e na memória, sendo que

muitas vezes esses sintomas duram por um longo período.

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2.2.1 Toxicidade e Complicações do Uso de Êxtase

Segundo Almeida (2001), o êxtase é considerado uma droga que, aparentemente, não

apresenta perigo físico para as pessoas que usam, mas há vários relatos de pessoas que por

causa da sua ingestão tiveram reações adversas e até mortes. Marlatt (2001) relata alguns dos

problemas relacionados com o perigo do uso: Afora os riscos fisiológicos concretos da substância, os riscos mais significativos das drogas manipuladas provêm do próprio desenvolvimento das drogas (as quais são, essencialmente, subprodutos de experimentos químicos descontrolados). Uma vez que o usuário não pode conhecer as especificações dessas misturas, a dosagem e dos efeitos colaterais são praticamente imprevisíveis. Portanto, além das preocupações em torno da via de administração, é muito importante advertir os usuários sobre os ricos envolvidos no consumo de uma substância quimicamente modificada.

A MDMA não é uma droga controlada farmacologicamente, pois como é ilegal é

fabricada em laboratórios clandestinos, os usuários não sabem o que estão ingerindo.

Almeida (2001) ressalta um outro problema que ocorre com muita freqüência, que é

a hipertermia. O usuário com hipertermia pode chegar a uma temperatura corporal de 42oC. O

que causa o aumento do risco de hipertermia em usuários de êxtase são as condições em que

se faz o uso, pois geralmente, são feitos em lugares fechados sem ventilação, onde muitas

pessoas dançam sem parar e sem se hidratar. A hipertermia pode causar desidratação, queda

de proteínas musculares, rabdomiólise (síndrome causada por danos na musculatura

esquelética), coagulação intravascular disseminada (DIC), convulsões e até morte. Conforme

relata Ferigolo (1998), o que se aconselha a fazer no caso de hipertemia é que o usuário retire

sua roupa e tome líquidos para facilitar a termorregulação.

De acordo com Siegel (1986 apud FERIGOLO, 1998), o sujeito que utilizar o êxtase

todos os dias por um tempo prolongado e com doses elevadas poderia produzir algum grau de

dependência psicológica. Ele relata que a dependência fisiológica não é amplamente

reconhecida, porque ainda não há relatos de “craving” (compulsão ou necessidade, vício) ou

síndrome de retirada.

Segundo Baptista (2002), esta questão da dependência de êxtase é muito intrigante e

um tanto curiosa, pois em sua pesquisa puderam ser constatados, durante as entrevistas com

os informanteschave, alguns casos de dependência de êxtase, onde houve a menção de dois

casos de internação por dependência dessa droga em uma clínica particular em São Paulo,

mas sem uma posterior verificação e confirmação. Contudo, sabe-se também que a

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dependência de êxtase é bastante atípica, não havendo ainda indícios suficientes para

caracterizá-la segundo o DSM-IV e o CID-10, é possível que, devido ao fato dessa droga estar

inserida num “ritual” de uso diferente, pois é uma droga que dificilmente a pessoa utiliza

sozinho e o uso é, geralmente, feito em “baladas”, dificultando o uso compulsivo, logo, não se

instalando um quadro de dependência.

2.3 REPRESENTAÇÕES SOCIAIS

Segundo Moscovici (1976 apud SPINK, 1995, p.26), os conjuntos de conceitos,

afirmações que são as representações sociais, devem ser considerados como verdadeiras

“teorias” do senso comum, “ciências coletivas”, pelas quais se resulta à interpretação e

mesmo a construção das realidades sociais. Construímos a representação social de tudo que

nos cerca, os conceitos são formados através de várias fontes de informações. De acordo com

Jodelet (2001), representar ou se representar corresponde a um ato de pensamento pelo qual o

sujeito se refere a um determinado objeto, que pode ser tanto uma pessoa, quanto uma coisa,

um acontecimento material, psíquico ou social, um fenômeno natural, uma idéia, uma teoria,

etc. Como pode ser tanto real quanto imaginário ou mítico, mas é sempre necessário, pois não

há representação sem um objeto.

A representação social pode ser definida da seguinte forma: Um sistema de valores, idéias e práticas, com uma dupla função: primeiro, estabelecer uma ordem que possibilitará às pessoas orientar-se em seu mundo material e social e controlá-lo; e em segundo lugar, possibilitar que a comunicação seja possível entre os membros de uma comunidade, fornecendo-lhes um código para nomear e classificar, sem ambigüidade, os vários aspectos de seu mundo e da sua história individual e social. (MOSCOVICI, 1976 apud MOSCOVICI, 2003, P.21)

Na teoria das representações sociais, há dois conceitos fundamentais pelos quais elas

são elaboradas, denominados de objetivação e ancoragem. A objetivação é uma operação que

refere-se a um esquema conceitual, um caráter de realidade, dando forma concreta aos

conhecimentos relativos ao objeto de representação. A ancoragem é uma maneira como um

novo conhecimento é inserido no pensamento pré-existente. (Moscovici, 1961/1978 apud

NASCIMENTO, 1996)

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Segundo Abric (1993 apud NASCIMENTO, 1996) com relação a elaboração da

representações sociais, no que se refere à sua estabilidade, depara-se com aspectos

contraditórios, sendo ao mesmo tempo estáveis e móveis, mostrando tanto rigidez quanto

flexibilidade, além de apresentarem fortes diferenças interindividuais. A justificativa dada

para estas contradições parte da estrutura e do modo de funcionamento das representações

sociais, que estariam organizadas em dois sistemas: central e periférico. O sistema central está

ligado a memória coletiva e história do grupo; é caracterizado pela sua estabilidade, coerência

e rigidez. Tem como funções gerar o significado da representação e determinar sua

organização. Já o sistema periférico está ligado ao presente, permitindo a integração de

experiências individuais e da história recente; tem como característica a flexibilidade e a

capacidade de suportar contradições, sendo sensível ao contexto imediato. Suas funções são

as seguintes: permitir a adaptação à realidade concreta e a diferenciação de conteúdo, bem

como proteger o sistema central. Com estes dois processos de organização é possível

compreender melhor as influências das práticas sociais sobre os sistemas de representação.

De acordo com Moscovici (2003) as representações são sempre um produto da

interação e da comunicação e elas tomam sua forma específica a qualquer instante, como se

fosse uma conseqüência do equilíbrio específico desses processos de influência social. As

representações sociais são derivadas da comunicação entre as pessoas, mas sem as

representações não há comunicação. Jodelet (2001) afirma a importância da comunicação nos

fenômenos representativos, pois ela é o vetor de transmissão da linguagem, portadora em si

mesma de representações, e ela incide sobre os aspectos estruturais e formais do pensamento

social, à medida que engaja processos de interação social, influência, consenso ou dissenso e

polêmica. As comunicações contribuem, também, para forjar representações que, apoiadas

numa energética social, são pertinentes para a vida prática e afetiva dos grupos.

Conforme relata Sá in: Spink (1995), as representações sociais acontecem em todas

as ocasiões e lugares onde as pessoas se encontram informalmente e se comunicam.

Acontecem das seguintes maneira: nas refeições diárias; nas filas do banco e do ônibus; nos

ambientes de trabalho e estudo; em bares e praças; e através dos meios de comunicação. Essa

relação faz parte da vida em sociedade. Como afirma Moscovici (1984 apud SPINK, 1995,

p.26): “[...] as representações sociais, por seu poder convencional e prescritivo sobre a

realidade, terminam por constituir o pensamento em um verdadeiro ambiente onde se

desenvolve a vida cotidiana.”.

De acordo com Moscovici (2003), as representações possuem duas funções. A

primeira função é a convencionalização dos objetos, das pessoas ou dos acontecimentos que

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encontram, ou seja, tornar o não familiar em familiar. As representações lhe dão formas

definitivas, as localizam em uma determinada categoria e as definem como um modelo de

determinado tipo. E todos os novos elementos que surgem se juntam a esse modelo e se

sintetizam nele. Assim, mesmo quando um objeto ou uma pessoa não se enquadra exatamente

ao modelo, é forçada a assumir determinada forma e entrar em determinada categoria para se

tornar igual aos outros, sob pena de não ser compreendido e codificado. Uma outra função

localizada é que as representações são prescritivas, ou seja, elas não são pensadas,

simplesmente são impostas, antes mesmo que possamos pensar. Elas são partilhadas por

muitas pessoas, elas penetram e influenciam a mente de cada indivíduo, mas sem ser algo

pensado e sim ser algo re-pensado, re-citado e re-apresentado. As representações não estão

diretamente relacionadas à nossa maneira de pensar, pois o que pensamos depende das

representações que temos.

Segundo Roazzi (2001), as pesquisas sobre as representações sociais encontram-se

em um período de reflexão sobre si mesma e sobre como produzir conhecimentos que

representem a globalidade do problema. Elas são um elo de ligação entre o real, o psicológico

e o social, por isso que são capazes de fazer conexões entre a vida abstrata do saber, das

crenças e a vida concreta do sujeito em seus processos de troca com os outros. O estudo das

representações sociais tenta compreender o que as pessoas pensam sobre algo, mas também

como e porque pensam assim.

O início do uso e a própria relação com êxtase é mediado pela representação social

desta substância, é de total importância saber qual a visão que as pessoas tem de quem usa o

êxtase e o que a droga causa.

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18

3 METODOLOGIA

3.1 TIPO DE PESQUISA

A pesquisa foi realizada através de uma abordagem mista (qualitativa e quantitativa).

Segundo Minayo (2004) a pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares dos

indivíduos. Ela trabalha com o “significado” que cada um dá para as coisas, como suas

crenças, seus valores e suas atitudes. De acordo com Chizzotti (2006), a pesquisa quantitativa

prevêe a mensuração de variáveis preestabelecidas, procurando verificar e explicar sua

influência sobre outras variáveis, mediante a análise da freqüência de incidências e

correlações estatísticas.

Esta pesquisa foi feita de forma exploratória, que conforme Gil (1999) têm como

principal função, desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e idéias, tendo em vista, a

formulação de problemas mais precisos. Este tipo de pesquisa é utilizado, principalmente,

quando o tema é pouco explorado.

3.2 AMOSTRA

A pesquisa foi realizada com alunos na Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI,

localizada do Campus do município de Biguaçu. Foram selecionados alunos dá área da saúde,

dos cursos de Fisioterapia, Enfermagem e Psicologia, das 3ªe 4ª fases. Cabe ressaltar que não

foi possível realizar a pesquisa com os alunos da 3ª fase de fisioterapia, pois não houve

ingresso de alunos no semestre correspondente. O mesmo ocorreu com a turma da 4ª fase de

enfermagem, pois está em estágios, não ocorrendo aulas dentro da universidade. Sendo assim

a pesquisa foi realizada com 39 estudantes. Esta escolha ocorreu em função da nova estrutura

administrativa, pois cada área de conhecimento passou a ter um diretor de centro, assim,

dificultando o acesso para se obter uma autorização para a realização da pesquisa caso fossem

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19

considerados cursos de outras áreas no mesmo campus. Com os alunos da área da saúde foi

preciso somente a autorização de um Diretor de Centro, sendo assim, mais fácil de obtê-la em

tempo hábil. Os alunos que responderam a pesquisa tinham entre 18 e 25 anos, independente

do sexo e classe social.

3.3 INSTRUMENTOS

Os alunos responderam a um questionário do tipo misto (com perguntas abertas e

fechadas) (APÊNDICE 1). Como é um tema que pode causar certo constrangimento ou

desconforto nos entrevistados ao serem abordados sobre o assunto diretamente, foi utilizado

uma técnica projetiva. O questionário foi composto por 5 (cinco) perguntas abertas e 1 (uma)

fechada, e uma figura de dois jovens (um homem e uma mulher), sendo que através desta

figura os sujeitos foram estimulados a projetar suas considerações acerca das perguntas

apresentadas.

Segundo Anzieu (1989), os instrumentos utilizados nesta técnica fazem com que o

sujeito projete atitudes, motivos, conflitos e esquemas de reações pessoais. Trata-se então,

este instrumento, de uma projeção complementar na qual a pessoa atribui aos outros

sentimentos e atitudes que justifiquem as suas.

3.4 PROCEDIMENTOS

Primeiramente foi realizado um estudo piloto, na qual a pesquisadora aplicou o

questionário em seus colegas de sala, onde, assim, pode verificar se o questionário em questão

estava abordando todos os quesitos necessários para esta pesquisa.

Com o questionário devidamente revisado, entrou em contato com a direção de

centro da área da saúde e assim, pegou a autorização, e logo após entrou em contato com a

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20

coordenação de cada curso, onde os coordenadores fizeram a mediação entre os professores

das turmas que responderam o questionário.

O questionário foi respondido em sala de aula, com a presença de um professor. A

pesquisadora colocou para os alunos a importância do anonimato das pessoas envolvidas e

para isso foi explicado verbalmente o que consta na pesquisa e a importância do anonimato

para os pesquisados. Logo, foi pedido que antes de responderem ao questionário assinassem o

termo de consentimento livre e esclarecido (APÊNDICE 2), colocando o mesmo em um único

envelope de papel pardo.

Foi explicado aos alunos a importância de respostas completas e que não existe

repostas erradas, assim, eles ficaram livres para responderem o que realmente pensavam.

Logo receberam o questionário, onde não foi preciso a identificação dos pesquisados, apenas

o sexo e a idade. Os alunos tiveram aproximadamente 30 (trinta) minutos para responderem as

perguntas. Ao terminarem foram feitos os agradecimentos e foi disponibilizado um endereço

eletrônico e outras fontes de informações onde eles possam obter o resultado da pesquisa.

3.5 ANÁLISE DOS DADOS

Para a realização da análise de dados das entrevistas foi utilizado o método de análise

de conteúdos que segundo Gil (1999) é uma técnica de investigação que através de uma

descrição objetiva, sistemática e quantitativa do conteúdo manifesto das comunicações, tem

por finalidade a interpretação destas.

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21

4 ANÁLISE DOS DADOS

Para realizar a análise e discussão dos resultados obtidos, foram colocadas em

categorias as respostas das perguntas, que constavam no questionário sobre a representação

social da motivação para o uso do êxtase. Através dessas categorias poderemos compreender

melhor o que foi exposto e observar que atenderam os objetivos propostos.

QUADRO 1:

O primeiro quadro é referente às respostas sobre a opinião dos sujeitos em relação

aos motivos que levaram os jovens a utilizarem o êxtase. O quadro foi dividido pelas

seguintes categorias: a) Fatores sociais, que compreendem as situações em que o meio social,

de alguma forma, interfere nas motivações do indivíduo. Esta categoria subdividiu-se em

Adequação/Pressão social (microssocial), Adequação/Pressão social (macrossocial) foram

classificadas respostas que implicassem em uma forma de comportamento valorizada além

dos pequenos grupos de convivência, que partissem de modelos apresentados na mídia,

Acessibilidade da droga e Negligência familiar; b) Fatores psicológicos, seriam os motivos

relacionados ao próprio indivíduo, sendo assim foi subdivido em Recreação, Curiosidade,

Falta de informação, Esquiva/Evasão, Desinibição, Inconseqüência e Outros; c) Fatores

fisiológicos, são as motivações que buscam uma satisfação fisiológica.

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22

Quadro 1 – Motivos para o uso do êxtase

Categoria Subcategorias Exemplos de respostas F

Fatores

sociais

Adequação/

Pressão social

(microssocial)

“Influência dos amigos”, “Por sair com pessoas que

usam e sentir-se pressionado à usa-lós”, “Interagir

com o grupo”, “Pressão dos amigos”, “Para não se

sentirem excluídos do grupo”, “Para obter aceitação

do grupo”, “Para mostrar independência para seus

colegas, medo de perder seus amigos”, “Sentem-se

deslocados se não usam o êxtase”.

31

Adequação/

Pressão social

(macrossocial)

“moda”, “Por ser uma droga que está na moda”, “para

conseguir popularidade”, “para interagir com o

ambiente”.

4

Acessibilidade

da droga

“Acesso fácil à droga”. 2

Afastamento/

Negligência

familiar

“Negligência em relação à educação e formação do

caráter por parte dos pais”, “A distancia dos pais em

relação à vida dos filhos”, “Por estar sem opinião

familiar, sem conselhos da própria família”.

6

Fatores

Psicológicos

Recreação “Alegria”, “Diversão”, “Sensação de bem estar”,

“Curtir mais a festa”.

13

Curiosidade “Curiosidade”, “Vontade de conhecer algo novo”. 11

Falta de

informação

“Usam por falta de informação”, “Falta de orientação

dos efeitos da droga”.

4

Esquiva/evasão

“Sair da realidade”, “Esquecimento e fuga dos

problemas”, “Fuga dos problemas familiares”, “Para

se sentir fora do seu estado normal”.

8

Desibinibição “Soltar-se”, “Deixa a pessoa mais desinibida”. 5

Inconseqüência “Sem uma opinião própria”, “Imaturidade”, “Não

pensa nas conseqüências”.

4

Outros “Busca de liberdade”, “Relaxar”, “Problemas de

relacionamento”.

6

Fatores “Busca por prazer imediato”, “Busca de prazer”,

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23

Fisiológicos “Para se sentir mais elétrico”, “Sentir adrenalina”,

“Por estarem viciados”.

9

Dentre as motivações para a utilização do êxtase, a que mais se destacou foi a

subcategoria Adequação/Pressão social (microssocial), que de acordo com Paula (2001), são

aquelas que antecedem ao homem, convivem com ele e o transcendem, e se relacionam a

todas as dimensões humanas. Esse mesmo autor mostra que a necessidade de pertencer a um

grupo, como foi demonstrado na pesquisa, pode ser uma motivação para o uso de tóxicos,

pois para uma pessoa participar de uma parte da sociedade, as vezes é necessário que ela

acompanhe os costumes e as formas de ação deste grupo, que passa a ser para ela, um novo

objeto de identificação. E como existem na sociedade grupos de pessoas que fazem uso de

drogas, os sujeitos que desejam integrar nesses grupos são passíveis de desenvolver os

mesmos comportamentos do grupo.

Foram bastante mencionados, também, pelos sujeitos que participaram da pesquisa

fatores psicológicos gerais como motivações para o uso, mas destacou-se, principalmente, a

parte recreativa da droga, na qual esta apresenta sensações como bem estar, alegria, curtir

melhor a festa, ou seja, buscam diversão com a droga. A curiosidade obteve destaque entre as

motivações. Para Paula (2001), a curiosidade é a motivação mais freqüente para justificar o

uso de drogas. O efeito da experiência de experimentar drogas para sanar a curiosidade é

bastante variável, bem como o significado que o sujeito atribui aos seus efeitos,

ordinariamente permeados de fantasias e ilusões.

QUADRO 2:

Quadro referente às respostas sobre se os sujeitos achavam que o rapaz e a moça

usaram o êxtase pelos mesmos motivos. O mesmo foi dividido em três categorias: a) Motivos

iguais; b) Motivos diferentes; c) Dúvidas.

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24

Quadro 2 – Comparação por sexo dos motivos para uso do êxtase

Categoria Exemplos de respostas F

Motivos

iguais

“Sim, principalmente pela influência dos amigos”, “A maioria dos

jovens utiliza o êxtase pelo bem-estar, para curtir o momento, sem

pensar nas conseqüências depois”, “Sim, por serem da mesma faixa

etária de idade”, “Sim, devido ao grupo de colegas que estavam unidos”,

“Não vejo como o gênero poderia influenciar”.

22

Motivos

diferentes

“Não, cada um tem seus motivos”, “Não, o rapaz usou para conhecer as

sensações que a droga produz e a moça pode ter problemas emocionais e

usou como uma forma de fuga”, “Cada indivíduo é único e possui

motivações diferentes”, “ Não, o rapaz para se auto-afirmar e a moça

para participar de um grupo de amigas que são populares”.

9

Dúvida

“Talvez, mas creio que cada um teve seu motivo”, “ Isso depende muito

do contexto que cada um está vivendo”, “Talvez, a influência é um fator

marcante”, “Não sei”, “Talvez, o rapaz tinha a intenção de ficar mais

corajoso para paquerar. E a moça para relaxar”.

9

Os sujeitos mostraram através dessa pesquisa que os motivos que levaram os jovens

a utilizarem à droga que mais se destacaram foram os mesmos para os dois personagens,

enfatizando, a influência dos amigos como a principal motivação para o uso. E não vendo

como o gênero poderia influenciar nessas motivações.

QUADRO 3:

Este quadro representa as respostas dos sujeitos sobre quais foram os efeitos

buscados por esses jovens ao usarem a droga. As repostas foram divididas nas seguintes

categorias: a) Efeitos sociais, que são aqueles efeitos mencionados que de alguma forma

interfere, e ou melhora a interação do sujeito com um determinado grupo; b) Efeitos

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25

psicológicos são respostas relacionadas com a busca da satisfação, da melhora ou da fuga de

algo no próprio indivíduo. Essa categoria subdividiu-se em Esquiva/Evasão, Recreação,

Desinibição, Curiosidade, Alteração da sensopercepção, Alteração da consciência e Outros;

c) Efeitos físicos, são respostas que atribuem a satisfação do sujeito a fatores fisiológicos.

Quadro 3 – Efeitos buscados no uso do êxtase

Categoria Subcategorias Exemplos de respostas F

Efeitos

Sociais

“Interagir mais com um grupo”, “Prazer em se

sentir diferente”, “Para serem bem aceitos por

algum grupo”, “Imitar outras pessoas”, “Conselho

de amigos”.

8

Efeitos

Psicológicos

Esquiva/Evasão “Sair de seu estado normal”, “O êxtase é uma

forma de mascarar a timidez e a tristeza”, “Fuga

da realidade”, “Vontade de esquecer os

problemas”.

10

Recreação “Bem-estar”, “Euforia”, “Alegria”, “Felicidade”,

“Diversão”, “Descontrair”, “Curtir a Festa”.

37

Desinibição “Soltarem-se”, “desibinição”. 10

Curiosidade “Novas experiências”, “Experimentar novas

sensações”.

2

Alteração da

sensopercepção

“Alucinações visuais e auditivas”, “Alucinações”,

“A viagem”, “Loucura”, “Fantasia”.

10

Alteração da

consciência

“Para ficar acordado”. 1

Outros “Sensação de liberdade”, “Relaxar”, “Sensação

de alívio”.

11

Efeitos

Físicos

“Prazer máximo”, “Agilidade”, “O efeito mais

desejado é o prazer”.

13

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Os sujeitos da pesquisa deram ênfase para os efeitos psicológicos como os efeitos

mais buscados pelos jovens ao utilizarem a droga. Dentre essa categoria os efeitos mais

mencionados foram o “bem-estar”, “euforia”, “alegria”, “felicidade”, “diversão”, ou seja, o

aspecto recreativo da droga. Estes resultados estão em consonância com os de Baptista

(2002), que em sua pesquisa esses efeitos foram buscados por quase toda a amostra. Segundo

Almeida (2000) essa melhora na sensação de bem-estar está relacionado ao aumento na

função serotonérgica acarretado pelo uso do êxtase. Um outro efeito psicológico buscado é o

de fuga da realidade, que está caracterizado pela subcategoria Esquiva/Evasão. Conforme

Paula (2001) as pessoas quando se encontram em situações consideradas insustentáveis, o uso

de substâncias aparece como escape ou fuga destes estados psicológicos indesejáveis, ou seja,

tem por função fazer com que o usuário “esqueça” seus problemas, frustrações, insatisfações e

escape da timidez e da insegurança para enfrentar a realidade.

Foi observado que o êxtase é também usado como uma forma de lidar com a timidez,

assim como relata Baptista (2002) que um efeito muito característico do êxtase é a promoção

da melhora nas relações interpessoais. Os sujeitos relataram outros efeitos buscados pelos

jovens, como as alterações da sensopercepção, que seriam “A loucura”, “fantasia”,

“Alucinações”, mas de acordo com Grinspoon (1986 apud LAPACHINSKE 2004) o êxtase

quando utilizado em doses recreacionais não manifesta efeitos alucinogênicos. Por outro lado,

em doses elevadas, isto é, a partir de 300mg, podem ocorrer efeitos alucinogênicos com

alterações da percepção.

Os efeitos físicos mais mencionados foram à busca pelo prazer que a droga

proporciona e a melhora na agilidade do indivíduo, isso vai ao encontro do que Rocha (1993)

relata sobre as drogas estimulantes, como é o caso do êxtase: “Essas drogas diminuem o

cansaço, elevam a vivacidade, a disposição e o grau do estado vígil”.

QUADRO 4:

Quadro referente às respostas dos sujeitos sobre quais são os efeitos negativos do

êxtase. As respostas foram organizadas em quatro categorias. Elas são: a) Efeitos sociais,

respostas referente aos efeitos que interfere negativamente na interação do indivíduo com

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27

determinado grupo. Essa categoria dividiu-se em 3 subcategorias, tais como,

Dessetrutura/Afastamento social, Econômico e Outros; b) Efeitos psicológicos são respostas

que mencionam aspectos negativos referentes ao próprio sujeito, sendo subdivididos em

Esquiva/Evasão, Inconsciência, Depressão, Consciência, Atenção, Sensopercepção,

Memória, Pensamento, Afetividade e Outros; c) Efeitos físicos são as respostas que atribuíram

negativamente os fatores físicos; d) Não conhece, repostas referentes a falta de conhecimento

sobre a droga.

Quadro 4 – Efeitos negativos do uso do êxtase

Categoria Subcategorias Exemplos de respostas F

Efeitos

Sociais

Desestrutura/

Afastamento

social

“Atrapalha a vida social”, “desestrutura familiar

em conseqüência do uso”, “Exclusão da

sociedade”, “Preconceitos com os usuários”,

“Estragar suas vidas”.

6

Econômico “O preço do êxtase é alto”, “Falta de dinheiro”. 2

Outros “O usuário contribui para o tráfico e têm uma

parcela de culpa na violência em que vivemos”.

1

Efeitos

Psicológicos

Esquiva/Evasão “Mascarar sentimentos”. 3

Inconseqüência “Irresponsabilidade”, “Rebeldia”, “Fazer coisas

sem ter noção exata do que se está fazendo”.

4

Depressão “Depressão após o uso”, “Depressão”. 2

Consciência

“Perda momentânea da consciência”, “Perda do

auto-controle”, “Perda da consciência”, “Perda da

lucidez”, “Perda do sono após o uso”.

7

Atenção “Desconcentração”. 1

Sensopercepção “Alucinação”. 1

Memória “O esquecimento”. 1

Pensamento “Confusões mentais”, “lentidão”. 2

Afetividade “Agressividade”. 1

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28

Outros “Só sente prazer quando usa a droga”, “Sensação

de culpa após o uso”.

2

Efeitos

Físicos

Dependência “Vício”, “Dependência química”. 22

Efeitos agudos “Causa ferimentos na boca”, “desidratação”,

“Risco de morte”, “Taquicardia”.

4

Complicações

decorrentes do uso

“Futuramente o aumento do índice de portadores

da doença de Parkinson, por causa do uso do

êxtase”, “Algumas pessoas podem desenvolver

problemas cardíacos, convulsões”, “Com o passar

do tempo ocorre crises de abstinência”.

3

Danos/ Efeitos

prejudiciais

“Efeitos neurais prejudiciais”, “Contaminação do

organismo”, “Danos fisiológicos e neurológicos”

“Danifica o organismo”, “Problemas no

metabolismo”.

8

Outros “Causa Doenças”, “Efeitos colaterais”, “É

prejudicial à saúde”.

4

Não

conhece

“Não conheço os efeitos dessa droga”, “Não sei”. 5

A categoria que mais se destacou foi a dos efeitos físicos, trazendo a dependência

como um dos maiores efeitos negativos da droga, assim, como foi mencionado na

fundamentação teórica. A dependência é um assunto muito intrigante como relata Baptista

(2001), pois ainda não há indícios suficientes para caracterizá-la segundo o DSM-IV e o CID-

10, e também, devido ao fato de ser uma droga que dificilmente a pessoa utiliza sozinho e o

uso é, geralmente, feito em baladas, dificultando o uso compulsivo, logo, não se instalando

um quadro de dependência. E outro efeito físico bastante mencionado foi o fato de o êxtase

trazer danos para o organismo, como danos fisiológicos e neurológicos. No entanto, não

foram encontrados dados sobre esses danos na literatura, apenas danos na parte cognitiva do

indivíduo. Baptista (2001) afirma que ocorrem perdas cognitivas em decorrência ao uso do

êxtase que são irreversíveis e que estão associadas ao uso freqüente e prolongado da droga.

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29

Foram citados alguns efeitos psicológicos, mas os sujeitos da pesquisa deram mais

ênfase para as alterações da consciência, como “perda do autocontrole”, “Perda da lucidez” e

“Perda do sono após o uso”. De acordo com Nunes (2001), a consciência é a capacidade

neurológica de captar o ambiente e de se orientar de forma adequada. Estar consciente é estar

lúcido, com o sensório claro. Diferente do que os sujeitos de pesquisa relataram.

QUADRO 5:

Quadro referente às respostas sobre tudo o que os sujeitos sabem sobre o

êxtase. As repostas foram divididas em três categorias: a) Efeitos, que contém respostas

mencionando qualquer tipo de efeitos que os sujeitos achavam que a droga proporcionasse;

essa categoria subdividiu-se nas seguintes subcategorias: Físicos e psicológicos; b) Perfil da

droga, são respostas que trazem algum tipo de informação sobre o perfil da droga, sendo

assim o quadro foi dividido em cinco subcategorias, tais como: Sociais, Local de consumo,

Composição da droga, Econômico e Usuário; c) Falta de Informação, respostas referente a

falta de conhecimento sobre o assunto.

Quadro 5 – Conhecimentos sobre o êxtase

Categoria Subcategorias Exemplos de respostas F

Físicos

“Pode causar a morte”, “Pode causar dependência, já

na primeira vez que usa”, “muita sede e a dilatação

das pupilas”, “Provoca alucinação e dependência”,

“vicia”, “Seus efeitos colaterais podem ser fatais”,

“pode ocasionar problemas cardíacos”, “Alterações

no sistema nervoso central”, “altera a alimentação”,

“Pode trazer conseqüências como taquicardia,

sudorese”, “Pode ocasionar distúrbios”, “...utilizam

para encontrar o prazer, a satisfação”.

26

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30

Efeitos

Psicológicos

“Causa uma grande depressão”, “droga que propõe

muita euforia, entusiasmo”, “ocasiona depressão após

o uso”, “Causa sérios problemas cognitivos e

psíquicos”, “Usam para ficarem mais solto”, “altera o

humor”, “inquietação”, “sensação de bem-estar”,

“Droga que causa momentos de alegria intensa”, “A

pessoa fica em estado de órbita, com seu sentimentos

aflorados, esquece seus problemas”, “Divertimento”,

“a pessoa fica ligada”, “a pessoa fica agitada”, “altera

o sono”, “Pode-se ouvir sons de ondas do ar”,

“Loucura”.

28

Perfil da

droga

Sociais

“É uma droga ilícita”, “está sendo muito usada”, “É

uma droga que já é produzida no Brasil, participa do

tráfico”, “usada constantemente em diversões com

grande quantidade de pessoas”, “Conhecida como a

pílula da felicidade”. “É conhecida como a droga do

amor”, “É chamada de bala”.

11

Local de

consumo

“É usada em festas e baladas”, “usada em raves”,

“usada em festas longas para agüentar até o fim da

festa”, “Muito utilizada em festas, bares e boates”.

15

Composição da

droga

“É uma droga sintética”, “Uma espécie de

comprimido contendo alguns alucinógenos”,

“Parecidos com comprimido de remédio, possuem

várias cores e desenhos”, “É uma droga desenvolvida

em laboratório”, “É uma cápsula eu acho”.

9

Econômico “É cara”, “Tem um preço elevado”. 3

Usuário

“É muito usada entre jovens, na maioria de classe

média-alta”, “Os jovens utilizavam em busca de uma

sensação agradável”.

8

Falta de

informação

“Não sei nada”, “Nunca tive contato com o êxtase e li

pouco sobre o que causa e o que acontece com a

pessoa que usa”, “Não tenho muito conhecimento”.

6

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31

Os sujeitos deram ênfase tanto para os efeitos físicos, quanto para os efeitos

psicológicos. Um dos efeitos físicos negativo bastante mencionado foi que a droga pode

causar a morte. Indo de encontro com o que foi citado acima na fundamentação teórica,

Almeida (2001) afirma que há vários relatos de pessoas que morreram e tiveram reações

adversas por causa da ingestão da droga.

A depressão após o uso de êxtase foi um dos efeitos psicológicos que os sujeitos

relataram. Segundo Baptista (2001), a depressão de meio de semana é um dos efeitos

residuais mais marcantes provocados pelo uso de êxtase. A intensidade dessa alteração de

humor parece variar de indivíduo para indivíduo, e também conforme a quantidade de

comprimido ingerido na ocasião. Parrot (1998 apud BAPTISTA, 2001) descreveu essas

alterações no humor dos usuários, relacionando-as com uma queda na função serotonérgica

que ocorre horas após o uso da droga. A melhora no humor acontece ao longo da semana.

Com o questionamento sobre tudo que os sujeitos sabiam sobre a droga obtivemos

alguns resultados em relação ao perfil da droga. O êxtase como foi visto é muito usado entre

os jovens, na maioria de classe média-alta. De acordo com Almeida (2000) por enquanto, o

consumo de êxtase no Brasil está limitado a determinados grupos sociais, principalmente

jovens de classe média-alta, mas com a inegável possibilidade de seguir a tendência européia

e norte-americana, tornando-se maior e mais disseminado na sociedade. O êxtase é uma

droga, geralmente, usada em festas raves, ou seja, com muita musica eletrônica. Assim como

mostra Almeida (2000), quando diz que uma das características mais freqüentes no grupo de

usuários é a freqüência a raves e a preferência pela música eletrônica. Essa droga como

alguns sujeitos mencionaram é conhecida como a “droga do amor”, “a pílula da felicidade”.

De acordo com mesmo autor acima citado os rótulos mais atribuídos ao êxtase, esses rótulos

refletem alguns efeitos da droga como felicidade, bem-estar, melhora nas relações pessoais e

também o contexto onde ocorre o uso da mesma (baladas e noitadas).

GRÁFICOS:

Os gráficos abaixo representam as respostas sobre quais as fontes de informação o

sujeito utilizou para conhecer o êxtase. Os meios de informação sugeridos foram: Internet,

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32

livros, Televisão, Experiência pessoal com o uso, contato com usuário, universidade, revistas,

artigos científicos e foi disponibilizado um espaço caso o sujeito tenha outros meios de

informação que não constam nessa lista ou tenham alguma consideração a fazer.

INTERNET

LIVROS

Internet

33%

44%

23%

Nenhum

Pouco

Muito

Livros

45%

50%

5%

Nenhum

Pouco

Muito

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33

TELEVISÃO

EXPERIÊNCIA PESSOAL COM O USO

Televisão

8%

57%

35%Nenhum

Pouco

Muito

Experiência pessoal com o uso

92%

5% 3%

Nenhum

Pouco

Muito

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CONTATO COM USUÁRIOS

UNIVERSIDADE

Contato com usuários

52%38%

10%

Nenhum

Pouco

Muito

Universidade

48%

44%

8%

Nenhum

Pouco

Muito

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REVISTAS

ARTIGOS CIENTÍFICOS

Através dessas repostas podemos observar que o meio de informação mais utilizado

pelos sujeitos foi à televisão. Segundo Miguel (2002), a televisão é um meio dominante,

Revistas

19%

59%

22%

Nenhum

Pouco

Muito

Artigos Científicos

55%42%

3%

Nenhum

Pouco

Muito

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desde que surgiu, e que por enquanto não parece ser desafiado pelas novas tecnologias, ela

está ocupando uma posição cada vez mais destacada na vida de seus espectadores (sempre

mais numerosos), como fonte de informação e de entretenimento, a televisão reorganizou os

ritmos da vida cotidiana, os espaços domésticos e, também, as fronteiras entre diferentes

esferas sociais.

O meio de informação menos utilizado foi com relação à experiência com o uso. A

pesquisa mostrou que apenas dois sujeitos usam pouco e um indivíduo relatou que faz muito o

uso dessa droga.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste trabalho foram abordados aspectos relacionados ao alcance dos objetivos, geral

e específicos propostos. Avaliando a pesquisa como um todo poderemos ver que esses

objetivos foram alcançados, pois pretendia-se descrever as representações sociais que os

estudantes universitários têm em relação à motivação para o uso do êxtase, descrever as

representações sociais destes em relação ao êxtase, identificar os conhecimentos científicos e

as fontes de informação que os estudantes universitários têm sobre o êxtase. Foi possível

através dos resultados obter essas informações.

Para alcançar esses resultados, foi aplicado um questionário com estudantes

universitários da área da saúde, fisioterapia, enfermagem e psicologia, na Universidade do

Vale do Itajaí – UNIVALI, por causa de alguns problemas institucionais a pesquisa não pode

se realizada com todos os estudantes de fisioterapia e enfermagem que foram propostos. Mas

essa redução não invalidou a pesquisa, pois os que responderam colaboraram muito na

pesquisa, muitos ficaram interessados em conhecer os resultados, tendo em vista que este

tema é muito carente de informações.

Os resultados obtidos demonstram que a maior motivação para o uso seria a pressão

social, ou seja, a influência de amigos, para conseguir se inserir em determinado grupo. Ao

questionarem sobre qual o efeito mais buscado entre os jovens os efeitos psicológicos como

bem estar e euforia prevaleceram. Indo contra aos efeitos negativos do êxtase, que teve como

predominância aspectos físicos sobre a droga. Outros dados bastante interessantes foram a

falta de informação desses jovens e também a pequena quantidade de estudantes que

utilizaram a droga, pois foram identificados apenas 3 usuários, uma vez que o êxtase está

sendo muito utilizado entre os jovens universitários. Pode-se perceber que os estudantes

traziam muitos conhecimentos sobre outras drogas para definir os efeitos do êxtase.

Umas das dificuldades encontradas para realização deste trabalho foi a escassez da

literatura brasileira sobre o êxtase, ainda que tenha sido fácil encontrar literatura sobre drogas

em geral.

Desta forma, podemos perceber a importância de realizar pesquisas futuras sobre

esse assunto. Sendo assim, propõe-se ampliar o universo da pesquisa, como faze-la com todos

os cursos da UNIVALI, não apenas com a área da saúde como foi realizada neste presente

trabalho.

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APÊNDICES

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APÊNDICE 1: Sexo: Idade:

QUESTIONÁRIO: Uso do êxtase (ecstasy) entre jovens universitários

Ontem em uma festa esses jovens usaram êxtase. (ecstasy)

Observação: Responda este questionário da maneira mais completa possível, partindo da figura acima apresentada. Não há respostas corretas ou incorretas, o importante é saber sua opinião.

1- Na sua opinião, quais os motivos que levaram esses jovens a utilizarem o êxtase (ecstasy)? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

2- Você acha que esse rapaz e a moça usaram o êxtase (ecstasy) pelos mesmos motivos? Explique. ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

3- Em sua opinião, quais foram os efeitos buscados por esses jovens ao usarem o êxtase (ecstasy)? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

4- Na sua opinião, quais os efeitos negativos do êxtase (ecstasy)? ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

5- Descreva tudo o que você sabe sobre o êxtase (ecstasy): ___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

6- Em quais fontes de informação você utilizou para conhecer o êxtase (ecstasy)?

Internet ( )Nenhum ( )Pouco ( )Muito Livros ( )Nenhum ( )Pouco ( )Muito TV ( )Nenhum ( )Pouco ( )Muito Experiência pessoal com o uso ( )Nenhum ( )Pouco ( )Muito Contato com usuários ( )Nenhum ( )Pouco ( )Muito Universidade ( )Nenhum ( )Pouco ( )Muito Revistas ( )Nenhum ( )Pouco ( )Muito Artigos científicos ( )Nenhum ( )Pouco ( )Muito Outros:

________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

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APÊNDICE 2:

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Você está sendo convidado para participar, como voluntário, em uma pesquisa. Após

ser esclarecido sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine

ao final deste documento, que está em duas vias. Uma delas é sua e a outra é do pesquisador

responsável. Em caso de recusa você não será penalizado de forma alguma.

INFORMAÇÕES SOBRE A PESQUISA:

Título do Projeto - Representações sociais da motivação para o uso do êxtase em estudantes

universitários.

Pesquisador Responsável: Paulo César Nascimento

Telefone para contato: 9973-3414

Pesquisador Participante: Mariana Campos Siqueira

Telefone para contato: 8419-4309

Declaro estar ciente de que o objetivo desta pesquisa é descrever as representações

sociais que os estudantes universitários têm em relação à motivação para o uso do êxtase.

Minha tarefa consistirá na participação de uma entrevista coletiva, através de um questionário

com perguntas abertas e fechadas.

Quanto aos aspectos éticos, os pesquisadores informam que:

a) Meus dados pessoais serão mantidos em sigilo, garantindo meu anonimato;

b) A aceitação não implica que sou obrigado a participar da pesquisa até seu final. A

qualquer momento posso interromper minha participação, bastando, para isto,

comunicar os pesquisadores;

c) Minha participação é voluntária, não terei direito a remuneração;

d) Esta pesquisa é de cunho acadêmico e não visa uma intervenção imediata;

e) Durante a participação, se tiver alguma reclamação do ponto de vista ético, poderei

contatar com o responsável desta pesquisa;

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f) A entrevista terá em média 30 minutos. Caso eu sinta qualquer desconforto poderei

interromper minha participação.

g) Não há riscos previsíveis por minha participação;

h) Os resultados obtidos serão analisados somente para fins de pesquisa e estudo.

i) Estou ciente que a minha participação nesta pesquisa beneficiará o estudo sobre o

êxtase e serão de utilidade para os demais estudos na área.

j) Ao final da pesquisa, se for de meu interesse, poderei receber uma cópia eletrônica dos

resultados obtidos.

Nome do Pesquisador: Paulo César Nascimento

Assinatura do Pesquisador: __________________________________________________

CONSENTIMENTO DE PARTICIPAÇÃO DO SUJEITO

Eu, ___________________________________, RG_____________, CPF ____________

abaixo assinado, concordo em participar do presente estudo como sujeito. Fui devidamente

informado e esclarecido sobre a pesquisa, os procedimentos nela envolvidos, assim como os

possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha participação. Foi-me garantido que posso

retirar meu consentimento a qualquer momento não havendo nenhuma penalidade a ser

aplicada se isto ocorrer.

Local e data: ______________________________________________________________

Nome: ___________________________________________________________________

Assinatura do Sujeito: ______________________________________________________

Telefone para contato: ______________________________________________________