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U N I V E R S I D AD E D O V AL E D O I T AJ AÍ CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS
DA TERRA E DO MAR Curso de Engenharia Ambiental
AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE VIABILIDADE TÉCNICA,
ECONÔMICA E AMBIENTAL ENTRE UMA USINA DE
BENEFICIAMENTO E UM ATERRO DE RESÍDUOS DE
CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO NO MUNICÍPIO DE ITAJAÍ-SC
Ac: Rafael Augusto da Cunha Viti
Orientador: Rafaela Picolotto, Esp.
Itajaí, Novembro/2014
ii
U N I V E R S I D AD E D O V AL E D O I T AJ AÍ CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS
DA TERRA E DO MAR Curso de Engenharia Ambiental
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
AVALIAÇÃO COMPARATIVA DE VIABILIDADE TÉCNICA,
ECONÔMICA E AMBIENTAL ENTRE UMA USINA DE
BENEFICIAMENTO E UM ATERRO DE RESÍDUOS DE
CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO NO MUNICÍPIO DE ITAJAÍ-SC
Ac: Rafael Augusto da Cunha Viti
Monografia apresentada à banca examinadora do Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Ambiental como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Ambiental.
Itajaí, Novembro/2014
iii
iv
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus pais Luiz e
Sandra por tudo que representam na minha vida.
v
AGRADECIMENTOS
O meu mais carinhoso agradecimento é dedicado aos meus pais Luiz Mauri Viti
(MIMO) e Sandra Cileide da Cunha Viti, por sempre prezarem por uma família integra e com
vontade de vencer as batalhas presentes, tudo isto com muito amor e carinho. Não posso
deixar de agradecer os meus irmãos e cunhadas que sempre me apoiaram, incentivaram e
puderam entender o motivo de ausência nos encontros.
A minha namorada, meus sinceros agradecimentos por entender os meus momentos
de exaltação, foi um período complicado. Sempre me deu força para enfrentar as barreiras
impostas no caminho.
A professora Rafael Picolotto, por ter aceitado o convite de orientação, ajudando e
muito, com planejamento, recomendações, enfim participando e me ajudado tanto no TICT1,
como no TICT2.
Agradeço também aos avaliadores deste trabalho, Professor Alexandre Caramez e
George Bleyer Ferreira. Suas recomendações, sempre construtivas, me ajudaram na
escolha do melhor caminho a ser seguido.
Agradeço aos colegas de graduação, pois foram cinco anos de muito estudo e
dedicação, com momentos de desentendimentos, de alegrias e muita seriedade.
Não poderia deixar de agradecer em especial a “Dupla de 3” (Eu, Kaandra e
Amabilly) da sinergia formada para vencer os trabalhos executados no decorrer da
graduação.
A todos vocês meus sinceros agradecimentos!
vi
RESUMO
O Setor da Construção Civil é considerado um dos que mais gera impactos ambientais
quando não dispostos de maneira ambientalmente adequada. Dentre os impactos pode-se
destacar o assoreamento de córregos e proliferação de vetores. Para mitigar os impactos
negativos causados por este setor, a Reciclagem do Resíduo da Construção e Demolição
(RCD) é uma ótima solução, em que o resíduo passa a ser matéria prima, após a devida
transformação. O presente estudo comparou a viabilidade técnica e econômica entre uma
Usina e um Aterro no tocante à sua implantação e operação no município de Itajaí – SC.
Foram realizadas 04 visitas técnicas, sendo 03 em aterros e 01 em usina de RCD, onde
pode ser verificado o volume de resíduo operado por um aterro estabelecido ao lado dos
empreendimentos propostos, assim como, os equipamentos e mão de obra necessária para
operação do aterro e da usina. Com base na bibliografia foram estabelecidos os
equipamentos que não foram contemplados nos empreendimentos visitados e necessários
para a devida operação. Caracterizaram-se os materiais que se deve beneficiar,
identificaram-se clientes através das visitas técnicas e pesquisa bibliográfica. Analisaram-se
os custos de instalação e operação através de pesquisa bibliográfica. Foi utilizado o método
payback, tanto na usina como no aterro, e verificou-se a viabilidade econômica, sendo que o
tempo de retorno para a Usina foi de 46 meses e o Aterro de 57 meses. Ao final discutem-se
os resultados apresentados.
Palavras-chaves: Resíduos da construção e demolição, tratamento e disposição final,
gestão de resíduos.
vii
ABSTRACT
The Civil Construction Sector is considered one of that generate environmental impacts if
not disposed of in an environmentally appropriate way, such as siltation of streams and
proliferation of vectors to mitigate the negative impacts of this industry, the recycling of
Construction and Demolition Waste (RCD) is a great solution, in which the waste becomes
raw material, after due processing. The present study has compared the technical and
economic viability from a plant and landfill in terms of its implementation and operation in the
city of Itajaí - SC. Four technical visits were performed, being three visits in landfills and one
visit in RCD plant, where it can be seen the volume of waste operated by a landfill located
the side of proposed projects, as well as, the equipment and workforce required for operation
of the landfill and also the plant. Based on the literature, were defined the equipment that
were not included in the visited projects but are needed for full operation. Materials that will
be benefited were marked, customers were identified through the literature search and
technical visits. Costs of installation and operation were analyzed through the literature
search. Payback method, both in the plant and in the landfill, was used to determine the
economic feasibility, and the return-on-investment time for the plant was 46 months and
while for the Landfill was 57 months. At the end we discuss the results presented.
Keywords: construction and demolition waste, treatment and final disposal, waste
management.
viii
SUMÁRIO
DEDICATÓRIA ..................................................................................................................... iv
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................. v
Resumo ................................................................................................................................ vi
Abstract ................................................................................................................................ vii
Sumário ............................................................................................................................... viii
LISTA DE FIGURAS ............................................................................................................. xii
LISTA DE QUADROS .......................................................................................................... xv
1 Introdução ....................................................................................................................... 1
1.1 Contextualização do Tema ...................................................................................... 1
1.1.1 Perguntas de Pesquisa ..................................................................................... 2
1.1.2 Problema de Pesquisa ...................................................................................... 2
1.2 Objetivos ................................................................................................................. 3
1.2.1 Geral ................................................................................................................ 3
1.2.2 Específicos ....................................................................................................... 3
2 Fundamentação Teórica ................................................................................................. 4
2.1 Requisitos Legais – Normas e Legislações.............................................................. 4
2.1.1 Legislação Federal ........................................................................................... 4
2.1.2 Legislação Estadual.......................................................................................... 7
2.1.3 Legislação Municipal ........................................................................................ 7
2.1.4 Normas Técnicas .............................................................................................. 8
2.2 Resíduos da Construção e Demolição ..................................................................... 8
ix
2.3 Aspectos e Impactos Ambientais ........................................................................... 11
2.4 Gestão dos Resíduos ............................................................................................ 13
2.5 Modelos de Destinação ......................................................................................... 15
2.5.1 Aterro e Usina de Beneficiamento de RCD ..................................................... 15
2.5.2 Procedimentos ................................................................................................ 15
2.5.3 Estrutura ......................................................................................................... 16
2.5.4 Documentação ............................................................................................... 17
2.6 Viabilidade Econômica .......................................................................................... 17
3 Metodologia .................................................................................................................. 19
3.1 Classificação da Pesquisa ..................................................................................... 19
3.1.1 Quanto à Natureza ......................................................................................... 19
3.1.2 Quanto aos Objetivos ..................................................................................... 19
3.1.3 Quanto à Forma de procedimentos ................................................................ 19
3.1.4 Quanto à forma de abordagem ....................................................................... 19
3.2 Área de Estudo ...................................................................................................... 19
3.3 Caracterização da atual gestão dos destinatários de RCD .................................... 21
3.3.1 Qualitativamente ............................................................................................. 21
3.3.2 Quantitativamente .......................................................................................... 21
3.4 Levantamento da estrutura necessária para Usina e o Aterro ............................... 21
3.5 Materiais produzidos .............................................................................................. 22
3.6 Avaliar os Impactos Ambientais ............................................................................. 22
3.7 Viabilidade Técnica e Econômica .......................................................................... 23
4 Resultados e Discussão ............................................................................................... 24
x
4.1 Diagnóstico ............................................................................................................ 24
4.1.1 Descrição dos destinatários de RCD .............................................................. 24
4.1.2 Gestão Municipal de RCD .............................................................................. 41
4.1.3 Caracterização dos Resíduos e Produtos ....................................................... 44
4.2 Estudo de viabilidade ............................................................................................. 46
4.2.1 Viabilidade Técnica......................................................................................... 46
4.2.2 Viabilidade Ambiental ..................................................................................... 57
4.2.3 Viabilidade Econômica ................................................................................... 63
4.2.4 Determinação do Payback .............................................................................. 71
5 Considerações Finais ................................................................................................... 73
5.1 Sugestões para futuros trabalhos científicos.......................................................... 74
6 Referências .................................................................................................................. 75
Anexo A - Check List de Estruturas e Operação .................................................................. 81
Apêndice A - Matriz de avaliação de Impacto Ambiental na fase de operação de um Aterro
de RCD ................................................................................................................................ 87
Apêndice B - Matriz de avaliação de Impacto Ambiental na fase de operação de uma Usina
de Beneficiamento de RCD .................................................................................................. 88
Apêndice C - Fluxograma do Gerenciamento dos Resíduos - Aterro A ................................ 89
Apêndice D - Fluxograma do Gerenciamento dos Resíduos - Aterro B ................................ 90
Apêndice E - Fluxograma do Gerenciamento dos Resíduos - Aterro C ................................ 91
Apêndice F - Fluxograma do gerenciamento dos resíduos na Usina SCRECIBRAS............ 92
Apêndice G - Layout dos Galpões e Processos Envolvidos para o Aterro Proposto ............ 93
Apêndice H - Fluxograma do gerenciamento dos resíduos no Aterro Proposto ................... 94
xi
Apêndice I - Layout dos Galpões e Processos Envolvidos para a Usina Proposta ............... 95
Apêndice J - Fluxograma do gerenciamento dos resíduos na Usina Proposta ..................... 96
xii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Fluxograma de gestão dos RCD ........................................................................... 13
Figura 2. Baias de armazenamento temporário adequado no canteiro de obra ................... 14
Figura 3. Mapa de Localização da Área de Estudo .............................................................. 20
Figura 4. Portão de acesso ao aterro ................................................................................... 24
Figura 5. Placa de identificação do empreendimento ........................................................... 24
Figura 6. Baias de armazenamento temporário ................................................................... 25
Figura 7. Trator de esteiras para acerto topográfico ............................................................ 25
Figura 8. Caminhonete para transporte interno de resíduos ................................................ 26
Figura 9. Valas de drenagem, extrema direita e esquerda. .................................................. 26
Figura 10. Identificação e delimitação da APP ..................................................................... 27
Figura 11. Poço de monitoramento de águas subterrâneas ................................................. 27
Figura 12. Resíduo descarregado no final do aterro para triagem ....................................... 28
Figura 13. Papelão triado, já no saco de ráfia ...................................................................... 28
Figura 14. Placa de identificação do empreendimento ......................................................... 29
Figura 15. Galpão de armazenamento temporário ............................................................... 29
Figura 16. Trator de esteiras para acerto topográfico........................................................... 30
Figura 17. Tobata para transporte interno de resíduos ........................................................ 30
Figura 18. Vala de drenagem, extrema esquerda ................................................................ 30
Figura 19. Galpão de triagem .............................................................................................. 31
Figura 20. Poço de monitoramento de águas subterrâneas ................................................. 31
Figura 21. Disposição dos resíduos no fundo do aterro ....................................................... 32
Figura 22. Resíduos triados armazenados em sacos de ráfia .............................................. 32
Figura 23. Via de acesso ao Aterro C .................................................................................. 33
Figura 24. Container para armazenamento temporário ........................................................ 34
Figura 25. Trator de esteiras para acerto topográfico........................................................... 34
Figura 26. Picador para madeiras móvel .............................................................................. 34
Figura 27. Resíduos da Construção Civil (RCC) misturado.................................................. 35
xiii
Figura 28. Resíduos triados em sacos de ráfia .................................................................... 35
Figura 29. Pátio da usina de RCD........................................................................................ 36
Figura 30. Galpão de triagem do RCC ................................................................................. 36
Figura 31. Baias de armazenamento temporário ................................................................. 36
Figura 32. Máquina Pá Carregadeira ................................................................................... 37
Figura 33. Esteira de Triagem ............................................................................................. 37
Figura 34. Calha de drenagem pluvial, extrema esquerda ................................................... 37
Figura 35. Imã para separar os metais do resíduo Classe A ................................................ 38
Figura 36. Peneira vibratória ................................................................................................ 38
Figura 37. Resíduo no alimentador da triagem .................................................................... 39
Figura 38. Pedaços de canos, já no saco de ráfia ................................................................ 39
Figura 39. Gráfico do atual desempenho da Usina de Beneficiamento de RCD ................... 40
Figura 40. Gerenciamento dos RCC dentro do canteiro de obra .......................................... 42
Figura 41. Gráfico do atual desempenho das principais empresas destinatárias de RCC .... 43
Figura 42. Portão de acesso do Aterro Proposto ................................................................. 46
Figura 43. Armazenamento primário e de triagem ............................................................... 46
Figura 44. Esteira de triagem ............................................................................................... 47
Figura 45. Baias de armazenamento temporário ................................................................. 47
Figura 46. Trator de esteiras para acerto topográfico........................................................... 47
Figura 47. Máquina Pá Carregadeira ................................................................................... 48
Figura 48. Valas de drenagem, extrema direita e esquerda ................................................. 48
Figura 49. Identificação e delimitação da APP ..................................................................... 49
Figura 50. Poço de monitoramento de águas subterrâneas ................................................. 49
Figura 51. Documento utilizado para identificar o resíduo transportado, sua origem e
destinação final .................................................................................................................... 50
Figura 52. Portão de acesso da Usina Proposta .................................................................. 52
Figura 53. Armazenamento primário e de triagem ............................................................... 52
Figura 54. Esteira de triagem ............................................................................................... 52
xiv
Figura 55. Baias de armazenamento temporário ................................................................. 53
Figura 56. Picador de madeira ............................................................................................. 53
Figura 57. Britador para Classe A ........................................................................................ 53
Figura 58. Máquina Pá Carregadeira ................................................................................... 54
Figura 59. Escavadeira com Tesoura Hidráulica .................................................................. 54
Figura 60. Identificação e delimitação da APP ..................................................................... 54
Figura 61. Valas de drenagem, extrema direita e esquerda ................................................. 55
Figura 62. Poço de monitoramento de águas subterrâneas ................................................. 55
Figura 63. Comparação do VRG entre o Aterro de RCD e a Usina de Beneficiamento para
Fase de Implantação ........................................................................................................... 61
Figura 64. Comparação do VRG entre o Aterro de RCC e a Usina de Beneficiamento para
Fase de Operação ............................................................................................................... 62
xv
LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Dimensões de Áreas de Preservação Permanente para Curso Natural e outros... 5
Quadro 2. Classificação dos resíduos de construção civil e demolição .................................. 9
Quadro 3. Características de alguns resíduos da construção civil ....................................... 10
Quadro 4. Estruturas e equipamentos utilizados na operação do Aterro A .......................... 25
Quadro 5. Estruturas e equipamentos utilizados na operação do Aterro B .......................... 29
Quadro 6. Estruturas e equipamentos utilizados na operação do Aterro C .......................... 34
Quadro 7. Estruturas e equipamentos utilizados na operação da Usina de RCD ................. 36
Quadro 8. Venda de Produtos no Mês de Agosto pelo Aterro A .......................................... 45
Quadro 9. Estruturas e equipamentos para o Aterro Proposto ............................................. 46
Quadro 10. Estruturas e equipamentos para Usina de Beneficiamento Proposta ................ 52
Quadro 11. Matriz de Impacto Ambiental do Aterro de RCD na Fase de Implantação ......... 57
Quadro 12. Matriz de Impacto Ambiental do Aterro de RCD na Fase de Operação ............. 58
Quadro 13. Matriz de Impacto Ambiental da Usina de Beneficiamento de RCD na Fase de
Implantação ......................................................................................................................... 59
Quadro 14. Matriz de Impacto Ambiental da Usina de Beneficiamento de RCD na Fase de
Operação ............................................................................................................................. 59
Quadro 15. Levantamento de custos para a Implantação do Aterro Proposto ..................... 64
Quadro 16. Custos mensais de Operação ........................................................................... 65
Quadro 17. Adaptado de Filho et al. (2006) ......................................................................... 66
Quadro 18. Peso de cada componente no Aterro Proposto com receita financeira .............. 66
Quadro 19. Levantamento de custos para a Implantação da Usina Proposta ...................... 68
Quadro 20. Custos mensais de Operação ........................................................................... 69
Quadro 21. Adaptada de Filho et al. (2006) ......................................................................... 70
Quadro 22. Peso de cada componente na Usina Proposta com receita financeira .............. 71
Quadro 23. Resumo dos custos e receitas dos empreendimentos propostos ...................... 71
1
1 INTRODUÇÃO
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA
A Indústria da Construção Civil é um dos setores que mais gera impactos ambientais
no mundo, contribuindo intensamente de forma negativa na alteração da paisagem do meio
ambiente. Segundo Küster (2007), a maioria dos municípios não possui áreas destinadas à
recepção dos resíduos gerados, o que resulta nas disposições em áreas de importantes
cursos d’água, ocasionando enchentes e grandes prejuízos para a sociedade.
Conforme o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos
(2010), o setor está com desenvolvimento em ritmo acelerado e os impactos inerentes desta
atividade ocorrem em todas as fases da construção, e esses impactos são maximizados,
uma vez que seu crescimento ocorre de forma desordenada, ocasionando a extração
excessiva de matéria prima usada nas construções, que em sua maioria são provenientes
de recursos naturais não renováveis, considerando também os resíduos sólidos e tóxicos
gerados pelo processo.
Segundo a Política Estadual de Resíduos Sólidos (2005), é aceito o descarte de
resíduos sólidos em locais ambientalmente adequados, sendo que, para os resíduos da
construção civil, atualmente é possível destinar ambientalmente adequado de duas formas,
em aterros ou em centrais de beneficiamento.
Alguns Resíduos da Construção e Demolição (RCD) podem ser reciclados em
unidades de tratamento apropriadas, chamando-as de usina de beneficiamento, sendo estas
responsáveis por submeter o resíduo a um processo de trituração e peneiramento. Essas
usinas podem ser projetadas com vários equipamentos de acordo com os produtos que se
deseja fabricar, desde trituradores de grande porte, acoplados a uma série de peneiras para
separação dos agregados por tamanho, até equipamentos de fabricação de tijolos, blocos e
tubos de concreto, guias de calçadas, entre outros (MANSOR et al, 2010).
Em consequência disto, é possível afirmar que as centrais de beneficiamento
reduzem significativamente os impactos negativos gerados pelo setor da construção civil,
podendo citar a redução dos impactos ambientais referentes a extração, transporte e
processamento de recursos naturais, além de reduzir a necessidade de disposição de
Resíduos da Construção e Demolição - RCD em aterros sanitários, aumentando a vida útil
dos mesmos, além do que, inibirá as disposições de RCD em locais inapropriados, como,
margens de rios, córregos e outros.
Já os aterros possuem uma estrutura simplificada, tendo como objetivo principal o
acerto topográfico do terreno. Embora sua estrutura seja simplificada em relação a uma
usina de beneficiamento, os aterros de RCD reduzem a proliferação da disposição dos
2
resíduos, contribuindo nos aspectos visuais e facilitando o controle dos possíveis impactos
que possam ser gerados.
Segundo Cardozo (2012), a implantação tanto de centrais de beneficiamento e
aterros trará inúmeras vantagens na disposição final dos resíduos gerados pelos
empreendimentos, colaborando para o uso sustentável e controlado de recursos naturais, e
adotando política de tratamento para resíduos sólidos gerados através da reutilização e
reciclagem desses resíduos.
Em relação aos responsáveis para execução de programas, projetos e pelo controle
e fiscalização em questões relacionadas a atividades com potencial de provocar degradação
ambiental, a qual se enquadra os resíduos da construção civil, os órgãos ou entidades
municipais que integram o Sistema Nacional do Meio Ambiente como órgãos locais são
designados para estas funções, como previsto pelo art. 6°, inciso VI, da Lei n° 6.938, de
1981, com a redação dada pela Lei n° 7.804, de 1989.
Tratando especificamente dos RCD, de acordo com a Resolução Conama nº
307/2002, os municípios devem elaborar e implantar o Plano de Gerenciamento de
Resíduos da Construção Civil - PGRCC, sendo que uma das ações do mesmo é a
fiscalização de todos os atores envolvidos no sistema, desde disposições clandestinas, até
nos empreendimentos licenciados. A instalação destes deverá contar com a intensificação
na fiscalização, pois, caso não haja fiscalização, a população não encaminhará os resíduos
para as centrais, e impossibilitará a reinserção de uma parte significativa dos resíduos na
cadeia produtiva.
Como existem duas formas para disposição final destes resíduos, o presente
trabalho visa comparar a viabilidade técnica e econômica, entre uma Usina de
Beneficiamento de Resíduos da Construção e Demolição e um Aterro de Resíduos da
Construção e Demolição para o município de Itajaí/SC.
1.1.1 Perguntas de Pesquisa
Há viabilidade técnica, econômica e ambiental para implantação de uma usina de
beneficiamento e/ou aterro de resíduos da construção e demolição no município de
Itajaí/SC?
Caso haja viabilidade técnica e econômica para as duas opções definidas acima,
qual é a mais viável para o município de Itajaí/SC?
1.1.2 Problema de Pesquisa
A ausência de usinas de reciclagem e/ou aterros de RCD em muitos municípios,
resulta na destinação inadequada de muitos resíduos que poderiam ser reaproveitados.
Esses resíduos poderiam tornar fonte de renda, além de diminuir os resíduos levados para
3
os aterros sanitários. O problema de pesquisa que este trabalho trata, vem ao encontro a
necessidade de extinção das áreas de disposição inadequada dos RCD, mostrando que há
viabilidade econômica nas usinas de beneficiamento de RCD, sendo estas, responsáveis
por reinserir parte significativa de resíduos na cadeia produtiva.
1.2 OBJETIVOS
Os objetivos do presente estudo estão divididos entre o Objetivo Geral e os Objetivos
Específicos, descritos abaixo:
1.2.1 Geral
Avaliar a Viabilidade Técnica, Econômica e Ambiental de uma Usina de
Beneficiamento e um Aterro de Resíduos da Construção e Demolição no Município
de Itajaí-SC
1.2.2 Específicos
Caracterizar quali-quantitativamente os resíduos de construção e demolição;
Descrever a infraestrutura para implantação e operação da usina de reciclagem;
Caracterizar os materiais beneficiados que podem ser produzidos na usina;
Descrever a infraestrutura para implantação e operação do aterro de resíduos da
construção e demolição;
Avaliar os impactos ambientais oriundos da implantação e operação da usina e do
aterro de resíduos da construção e demolição.
Comparar a viabilidade técnica, econômica e ambiental da usina e do aterro.
4
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 REQUISITOS LEGAIS – NORMAS E LEGISLAÇÕES
Possui um conjunto de políticas públicas e normas técnicas que auxiliam na gestão
dos resíduos da construção e demolição, que devem cumprir as legislações referentes a
resíduos sólidos e também legislações específicas a sua categoria à âmbito federal,
estadual e municipal.
2.1.1 Legislação Federal
2.1.1.1 Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS
Regulamentada pelo Decreto n° 7404 de 23 de dezembro de 2010, esta Política visa
minimizar a problemática dos Resíduos Sólidos Urbanos, com ela foi definida a
responsabilidade compartilhada, que inclui desde os fabricantes até os consumidores, além
do poder público como responsáveis pela destinação e tratamento adequado do seu
material obsoleto, através do processo de logística reversa.
A responsabilidade pelos resíduos segundo a Política Nacional de Resíduos Sólidos,
Lei 12305/2010, cita no artigo 3°, inciso XVII:
Responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos: conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos.
Sendo assim, o vínculo do gerador com o produto produzido é até o final da cadeia
produtiva, com tudo, todos os integrantes da cadeia produtiva deste produto tem parcela de
responsabilidade para a destinação final deste material.
No que tange à disposição de resíduos, a Lei 12.305/2010, trata como disposição
ambientalmente adequada o local onde proporciona à reutilização, a reciclagem, a
compostagem, a recuperação, o aproveitamento energético ou outras destinações admitidas
pelos órgãos competentes, além de dispor os resíduos de forma ordenada, em cumprimento
as normas operacionais específicas de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à
segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos.
As regras e penas previstas em caso do descumprimento da PNRS aplicam-se a
todos, pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, responsáveis, direta ou
indiretamente, pela geração de resíduos.
5
2.1.1.2 Código Florestal – Lei 12651/2012
Esta lei busca o desenvolvimento sustentável, para isso aborda várias frentes em
relação ao modelo de manejo ao quais os recursos ambientais devem seguir, dentre vários
artigos que compõe a lei, destaca-se o Artigo 4º que trata das Áreas de Preservação
Permanente (APP), instituindo fatores que caracterizam a APP e estabelecendo
afastamentos mínimos para cada situação, dentre estes, a lei estabelece os padrões para as
faixas marginais de qualquer curso d’água naturais perenes e intermitentes, excluídos os
efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima conforme Quadro 1.
Quadro 1. Dimensões de Áreas de Preservação Permanente para Curso Natural e outros
Curso Natural (m) Área de Preservação Permanente (m)
Até 10 30
10 a 50 50
50 a 200 100
200 a 600 200
Superior a 600 500
Fonte: Adaptado da Lei Federal 12651 de 2012.
Outra resolução que dispõe sobre as Áreas de Preservação Permanente e
estabelece as mesmas dimensões descritas no Código Florestal (Lei 12651/2012) é a
Resolução CONAMA nº 303/2002.
2.1.1.3 Resolução CONAMA nº 001/1986
A Resolução CONAMA nº 001/1986 estabelece as definições, as responsabilidades,
os critérios básicos e as diretrizes gerais para a Avaliação de Impacto Ambiental.
2.1.1.4 Resolução CONAMA nº 006/1986
A Resolução CONAMA nº 006/1986 estabelece a obrigatoriedade da publicação
definições, as responsabilidades, os critérios básicos e as diretrizes gerais para a Avaliação
de Impacto Ambiental.
2.1.1.5 Resolução CONAMA nº 237/1997
A Resolução CONAMA nº 237/1997 surgiu a fim de solucionar impasses oriundos do
licenciamento ambiental dispondo de diretrizes, procedimentos e critérios para o
licenciamento ambiental.
Especificamente o artigo 10 trata das etapas que o licenciamento ambiental deverá
seguir, sendo que o inciso VIII, parágrafo 1° cita:
6
No procedimento de licenciamento ambiental deverá constar, obrigatoriamente, a certidão da Prefeitura Municipal, declarando que o local e o tipo de empreendimento ou atividade estão em conformidade com a legislação aplicável ao uso e ocupação do solo e, quando for o caso, a autorização para supressão de vegetação e a outorga para o uso da água, emitidas pelos órgãos competentes.
2.1.1.6 Resolução CONAMA nº 307/2002
A Resolução CONAMA nº 307/2002 surgiu como uma solução para os impasses
oriundos da gestão dos RCC, determinando responsabilidades e deveres, ela visa uma
gestão integrada para os RCC, que irá proporcionar benefícios de ordem social, econômica
e ambiental.
No ano de 2011, ocorreu atualização desta Resolução no que se refere ao resíduo
gesso, que foi reclassificado como passível de reutilização e reciclagem, passando da
classe C para a Classe B (Resolução CONAMA nº 431/2011).
A Resolução estabelece definições para os RCC, princípios para o setor da
construção civil, diretrizes para a efetiva redução dos impactos ambientais negativos
gerados pelo setor, critérios e procedimentos para a gestão desses resíduos.
Essa Resolução transferiu a responsabilidade de gestão dos RCC do poder público
para os geradores dos resíduos, devendo segregar os RCC em quatro classes diferentes,
conforme Quadro 2, para encaminhá-los para a reciclagem ou disposição final
ambientalmente adequada.
De acordo com Karpinski (2008), é de responsabilidade dos municípios a solução
para os pequenos volumes de RCD, que geralmente são dispostos em locais inapropriados.
Quanto aos grandes volumes, devem ser definidas e licenciadas áreas para o manejo dos
resíduos, em conformidade com a Resolução CONAMA nº. 307/02, cadastrando e
formalizando a presença dos transportadores dos resíduos e fiscalizando as
responsabilidades dos geradores, inclusive quanto ao desenvolvimento de projetos de
gerenciamento.
Intenção de extinguir os “bota-foras” clandestinos é a parte chave desta resolução
que associa a disposição de resíduos da construção civil em locais inadequados à forte
contribuição para a degradação da qualidade ambiental local.
2.1.1.7 Portaria IBAMA nº 085/1996
A Portaria do IBAMA nº 085/1996 em seu escopo, exige que toda empresa que
possua veículos movidos a óleo Diesel, ou contrate veículos movidos a este combustível
deve criar e adotar um Programa Interno de Autofiscalização da Correta Manutenção da
Frota.
7
2.1.2 Legislação Estadual
A Política Estadual de Resíduos Sólidos, instituída pela Lei Estadual Nº 13.557/2005,
determina diretrizes e normas de prevenção da poluição, assim como, proteção e
recuperação da qualidade do meio ambiente e da saúde pública.
As atividades consideradas potencialmente causadoras de degradação ambiental
passíveis de licenciamento ambiental no Estado de Santa Catarina estão listadas no
CONSEMA 013/2012.
Para o processo de licenciamento da atividade de Disposição Final de Resíduos e/ou
Rejeitos da Construção Civil em aterros, 71.60.05, deverá seguir a Instrução Normativa - IN
65 da FATMA.
Esta IN é dirigida para atividades econômicas diversas, pertencentes ao Anexo 1
desta norma. No entanto, a atividade de Unidade de reciclagem de resíduos da construção
civil, 71.60.06, não possui IN específica, devendo assim, trabalhar no molde da IN 65, com
alterações sempre que necessário.
2.1.3 Legislação Municipal
A Fundação Municipal de Itajaí para fins de licenciamento baseia-se na Resolução
CONSEMA n° 014/2012 e na Resolução n° 003/2011 do Conselho Municipal do Meio
Ambiente - COMDEMA de Itajaí, sendo a entidade que aprova a listagem das atividades
consideradas potencialmente causadoras de degradação ambiental de impacto local, para
fins do exercício da competência do licenciamento ambiental municipal, os Aterros da
Construção Civil são passíveis de licenciamento ambiental, conforme o seguinte
enquadramento e critérios:
71.60.05 - Tratamento e/ou disposição final de resíduos da construção civil
Poluidor/Degradador Ar: P Água: P Solo: P Geral: P
Porte: QT ≤ 50: pequeno: Licenciamento Ambiental (RAP) – FAMAI
71.60.06 - Unidade de reciclagem de resíduos da construção civil.
Poluidor/Degradador Ar: M Água: P Solo: P Geral: M
Porte: QT <= 50: pequeno (RAP) - FAMAI
Sendo que QT é quantidade de resíduos em toneladas por dia, sendo este o
indicador que define o porte do empreendimento a ser licenciado. Ressalta-se ainda que QT
abaixo de 50, para ambas as atividades, o empreendimento é obrigado a apresentar um
Relatório Ambiental Prévio (RAP) para análise do Licenciamento Ambiental.
8
Lei Municipal n° 6141 de 05 de junho de 2012, e regulamentada pelo Decreto
Municipal n° 9869 de 17 de dezembro de 2013. Esta Lei institui o sistema de gestão
sustentável de resíduos da construção civil e resíduos volumosos e o Plano Integrado de
Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil – PGIRCC.
2.1.4 Normas Técnicas
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) desenvolveu Normas Técnicas
pertinentes à gestão adequada para os RCC, abrangendo o RCD in natura, até o RCD
reciclado:
NBR 10004:2004 - Classifica os resíduos sólidos em três classes.
NBR 15112:2004 - Relacionada a resíduos da construção civil e resíduos volumosos,
estabelecendo diretrizes para projeto de implantação e operação para áreas de transbordo e
triagem, possibilitando o recebimento dos resíduos para realizar a triagem e consequente
valorização. Está atrelada a logística da destinação dos resíduos e poderá, caso seja
licenciado para esta atividade, processar resíduos para valorização e aproveitamento.
NBR 15113:2004 - Estabelece diretrizes para projeto, implantação e operação de
aterros para RCC; solução esta, adequada a disposição dos resíduos classe A, quando os
resíduos estiverem triados.
NBR 15114:2004 - Constitui diretrizes para projeto, implantação e operação de
Centrais de Reciclagem de RCC, onde possibilitam à transformação dos resíduos da
construção classificados na classe A em agregados reciclados destinados à reinserção na
atividade da construção.
Com intuito de futuras aplicações destes agregados reciclados, foram elaboradas
duas Normas.
NBR 15115:2004 - Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil -
Execução de camadas de pavimentação.
NBR 15116:2004 - Agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil -
Utilização em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural.
As NBR 10151:2000 e NBR 10152:1987 – Tratam dos níveis aceitáveis de emissão
de ruído, tanto para conforto acústico, como avaliação do ruído visando o conforto da
comunidade local.
2.2 RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO E DEMOLIÇÃO
Segundo Resolução CONAMA 307 de 2002, os resíduos da construção civil são
resíduos provenientes das construções, reformas, reparos, demolições e preparações de
terrenos.
9
A Resolução CONAMA nº 307, com alteração da Resolução CONAMA 431,
identifica e enquadra cada um dos resíduos de construção civil conforme apresentado no
Quadro 2.
Quadro 2. Classificação dos resíduos de construção civil e demolição
Classificação dos
RCC Tipo de resíduos
Classe A
Resíduos de edificações como: componentes cerâmicos (tijolos, blocos,
telhas, placas de revestimento), argamassa e concreto. Resíduos
reutilizáveis como agregados, tais como: de construção, demolição,
reformas e reparos de pavimentação e de outras obras de infraestrutura,
inclusive solos de terraplanagem.
Resíduos provenientes também de processo de fabricação e/ou demolição
de peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meios-fios) produzidas
no canteiro de obras.
Classe B Resíduos recicláveis para outras destinações, tais como: plásticos, papel/
papelão, metais, vidros, madeiras, gesso e outros.
Classe C Resíduos para os quais não foram desenvolvidas tecnologias ou aplicações
economicamente viáveis que permitam a sua reciclagem ou recuperação.
Classe D
Resíduos perigosos oriundos do processo de construção, tais como: tintas
solventes, óleos, além dos contaminados ou prejudiciais à saúde oriundos
de demolição, reformas e reparos de clínicas radiológicas, instalações
industriais, bem como materiais que contenham amianto ou outros produtos
nocivos à saúde.
Fonte: Adaptado da Resolução CONAMA nº 307 de 2002 e suas atualizações.
Segundo a NBR 10004/2004, os resíduos sólidos são divididos em duas classes,
sendo de Classe I, os Resíduos perigosos, pois, apresentam alguma característica de
Inflamabilidade, Corrosividade, Reatividade, Toxidade ou Patogenicidade, já os Resíduos de
Classe II, tem uma subdivisão entre IIA e IIB, ambos, possuem a característica de não
perigosos, onde IIA são os resíduos não inertes, ou seja, tem propriedades de
biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água e os resíduos IIB são aqueles
que quando amostrados de forma representativa, conforme normas pré-estabelecidas nesta
norma, não tiveram nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores
aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor.
Os Resíduos da Construção e Demolição estão inseridos em todas as classes
descritas acima, entretanto, há poucos resíduos pertencentes à Classe I, basicamente os
resíduos desta Classe são: latas de tintas, solventes e telhas ou similares de amianto. No
10
entanto, há uma vasta gama de resíduos pertencentes à Classe II, como tijolos, madeiras,
cerâmicas, plásticos, papéis, vidros, gesso e demais.
A composição dos resíduos da construção civil segundo John (2000) sofre variações
conforme parâmetros específicos do local de geração como também dependem de alguns
fatores tais como, o estágio de desenvolvimento da atividade da indústria em questão, a
qualidade da mão de obra e as técnicas construtivas empregadas, a adoção de programas
de qualidade e etc. (Quadro 3)
Quadro 3. Características de alguns resíduos da construção civil
Composição Características
Argamassa Material obtido após o endurecimento de um mistura em proporções
adequadas de agregado miúdo, aglomerante e água. Podem ser
utilizados como revestimentos de pisos, tetos e paredes ou de
assentamentos de tijolos, blocos, azulejos e ladrilhos, reparos e obras de
concreto, entre outros.
Madeira Possui elevada resistência mecânica para baixa massa específica, bem
como elasticidade e baixa condutibilidade térmica, e também baixo custo.
Concreto Material resultante da mistura íntima e proporcionada de um aglomerante
(cimento), agregados miúdos e graúdos com água. Pode ser aplicado
como: estruturas, revestimentos, pavimentos, paredes, canalizações,
fundações, entre outros.
Materiais Cerâmicos Possuem como matéria Prima básica a argila, podendo ser cozidos ou
não. Exemplos: tijolos, telhas, azulejos, pastilhas, louças, porcelana e etc.
Fonte: Werner (2004), apud Picolotto (2007).
Os materiais utilizados na construção de edificações são variados,
consequentemente os resíduos provenientes são diversos, segundo Pinto (1999), cita:
Blocos de concreto, blocos cerâmicos, outros componentes cerâmicos, argamassas,
Concreto, tijolos e assemelhados;
Madeira, plásticos (sacaria de embalagens, aparas de tubulações);
Papelão (sacos e caixas de embalagens dos insumos utilizados durante a obra) e
papéis escritório), metal (ferro, aço, fiação revestida, arames), serragem e EPS (poliestireno
expandido, exemplo: isopor), gesso de revestimento, placas acartadas e artefatos; e
Solo, telas de fachada e de proteção, materiais, instrumentos e embalagens
contaminadas por resíduos perigosos (exemplos: embalagens plásticas e de metal,
instrumentos de aplicação como broxas, pincéis, trinchas e outros materiais auxiliares como
panos, trapos, estopas).
11
Em relação à Demolição, os resíduos gerados pela atividade se restringem a
Blocos de concreto, blocos cerâmicos, outros componentes cerâmicos, argamassas,
concreto, tijolos e assemelhados.
A aceleração do processo de urbanização e a estabilização da economia nos últimos
anos evidenciaram o enorme volume de resíduos gerados pela construção e demolição nas
cidades brasileiras, à semelhança do que já era observado em regiões densamente
povoadas de outros países (PICOLOTTO, 2007).
Para Júnior (2007), estima-se que a geração de resíduos da construção civil é igual
ou maior que a massa de resíduos sólidos domiciliar, umas das causas desses dados serem
altíssimos. Segundo Cassa, Carneiro e Brum (2001), a mão de obra não qualificada,
definição e detalhamento insuficientes nos projetos arquitetônicos e estruturais são
responsáveis pela alta geração de resíduos nos canteiros de obra.
Segundo Cabral e Moreira (2011), em percentagem, o resíduo que mais gera
desperdício em Porto Alegre/ RS é a argamassa, com 44,2%. Confirma-se que as maiores
perdas, em Porto Alegre, ocorrem nas fases de concretagem, alvenaria, emboço/reboco e
revestimento.
Segundo a Revista Manutenção & Tecnologia (2014), mais de 6% do RCD gerado no
país é reciclado, sita ainda a Associação Brasileira de Resíduos da Construção e Demolição
(Abrecon), onde em uma de suas pesquisas, estimou um volume de 84 milhões de m³ por
ano de resíduos gerados pelo setor, gerando custos para a coleta, transporte e disposição,
pois a construção civil usa de materiais não renováveis em sua maioria. O reaproveitamento
de materiais de demolição também pode ser uma alternativa viável, já que evita o
desperdício e são reciclados e reutilizados. Ao todo a Abrecon listou a presença de 310
Usinas de Reciclagem de RCC no país, sendo que, 4% destas, encontra-se em Santa
Catarina.
Além da disposição citada pela Revista Manutenção & Tecnologia (2014), o resíduo
da construção civil pode ser disposto também em aterro de resíduo da construção civil,
como citado anteriormente.
2.3 ASPECTOS E IMPACTOS AMBIENTAIS
Segundo Cardoso (2004), o aspecto ambiental pode ser definido como “elemento
das atividades, produtos e serviços de uma organização que pode interagir com o meio
ambiente”, impacto ambiental como “qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou
benéfica, que resulte, no todo ou em parte, das atividades, produtos ou serviços de uma
organização”.
A Resolução do CONAMA nº 01 (1986) define Impacto Ambiental como: “qualquer
alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por
12
qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou
indiretamente afetem a saúde, a segurança e o bem estar da população; as atividades
sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a
qualidade dos recursos naturais”. É possível identificar, a alteração nas 3 propriedades
(físicas, químicas e biológicas) do Meio Ambiente, geradas pela atividade da Construção
Civil.
Os Aspectos e Impactos gerados pela Indústria da Construção Civil não são
considerados apenas de viés negativo, visto que, contribuem para qualidade de vida de sua
população.
A atividade em questão é responsável entre 20% a 50% dos recursos naturais
consumidos pela população, dado citado por Santos, 2007. Estima-se no Brasil que 75% da
matéria prima extraída do meio ambiente são direcionadas ao setor - como também é
considerada a principal geradora de resíduos no Brasil, Carelli (2010) apud Gramacho et al.
(2013), afirma que 60% do total de resíduos produzidos nas cidades brasileiras têm origem
na construção civil.
Segundo Strauch e Albuquerque (2008), o aumento da quantidade de resíduos e de
produtos oriundos do setor, reflete o volume ao qual tiramos recursos da natureza sem
repor, consumindo parte deles e transformando a outra parte em sobras com características
prejudiciais, superando em larga escala a capacidade de absorção e reposição da natureza.
A evolução das tecnologias e das atividades humanas é acompanhada de longe pela
evolução da gestão dos resíduos.
As consequências suscitadas pelo setor frente às questões sociais são de difícil
determinação, visto que, provocam redução da qualidade de vida no centro urbano frente a
aspectos como enchentes, poluição visual, assoreamento de rios e córregos, entre outros.
Pode-se verificar a presença de disposições irregulares em diversos locais, trazendo
assim, inúmeras desvantagens para a população existente. As disposições irregulares
contribuem para o assoreamento dos sistemas de drenagem, contaminação das águas
superficiais e subterrâneas, mudança das cotas de terrenos sem controle, proliferação de
vetores e outras consequências.
Porém, o setor da Construção Civil tem parcela de responsabilidade significativa para
o crescimento e desenvolvimento do país, atuando sob dois aspectos importantes de nossa
sociedade, o déficit habitacional e o desemprego.
Um dos pontos positivos deste setor está relacionado à capacidade de absorver os
resíduos de outras indústrias no seu processo produtivo, reduzindo significativamente os
impactos ambientais que seriam causados por estes rejeitos, se tornando matéria prima,
como o exemplo do cimento.
13
É um setor que auxilia diretamente na redução do desemprego nacional, visto que,
é responsável por mais de 2,327 milhões de empregos diretos e indiretos, de acordo com
pesquisa do SINDUSCON-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São
Paulo) e da FGV (Fundação Getúlio Vargas) no estudo Conjuntura da Construção, publicado
em 2010.
2.4 GESTÃO DOS RESÍDUOS
Cada município elabora sua lei e determina a responsabilidade de cada integrante do
sistema, para o município de Itajaí as determinações constam no Plano Municipal Integrado
da Gestão dos Resíduos da Construção Civil estabelecida pela Lei Municipal n° 6141 de 05
de junho de 2012.
A responsabilidade pela gestão dos resíduos é diferenciada para os pequenos e
grandes geradores, sendo que a determinação dos padrões para caracterização destes
atores é estabelecida por Lei Municipal. De modo geral, o Manual da Caixa Econômica
Federal (2001), ilustra essa divisão com a Figura 1.
Figura 1. Fluxograma de gestão dos RCD
Fonte: Manual da Caixa Econômica Federal, 2001.
Segundo o Manual da Caixa Econômica Federal (2001), as responsabilidades do
pequeno gerador é a segregação, quantificação, acondicionamento e transporte dos
resíduos até o ponto de descarga mais próximo, a partir deste ponto, a responsabilidade
passa a ser da Prefeitura Municipal. Já o grande gerador, é responsável pelo resíduo até a
base de descarga de entulho.
O primeiro passo para que se tenha uma gestão eficiente dos RCD, os grandes
geradores devem elaborar e implantar do Plano de Gerenciamento de Resíduos da
Construção Civil – PGRCC, sempre em busca da redução e reutilização dos materiais
14
dentro do canteiro de obras, busca-se ainda o melhor manejo para os resíduos, definindo
locais apropriados para a segregação e armazenamento temporário.
No que tange a Demolição, é a atividade que mais gera resíduo, porém uma classe
predomina e o resíduo vem separado, atribuindo um poder de reciclagem com alto poder de
aproveitamento.
Segundo Freitas (2013), o modelo adequado de armazenamento dos resíduos da
construção civil deve ser com cobertura e impermeabilização das baias, conforme Figura 2.
Figura 2. Baias de armazenamento temporário adequado no canteiro de obra
Fonte: Freitas, 2013.
A dificuldade no gerenciamento dos resíduos dentro de uma edificação está atrelada
diretamente a falta de treinamento dos colaboradores, visto que, os resíduos são gerados
separadamente e por falta de conhecimento e/ou cultura, acabam misturando todos os
resíduos em um único local e armazenam de forma inadequada (PICOLOTTO, 2007).
Com essas atitudes dos colaboradores, muitos resíduos que possuíam grande
potencial de reciclagem acabam perdendo o potencial de reciclagem e caso seja
armazenado com resíduos Classe D, pode ser contaminado perdendo totalmente o potencial
de reciclagem.
Para que se tenha uma eficiência no gerenciamento interno dos resíduos, é
necessário que se tenha um local de armazenamento temporário com ao menos baias
separadas por classe, com cobertura e solo impermeabilizado, para posterior destinação
para as caçambas coletoras.
Todo resíduo que é retirado do canteiro de obra deve estar acompanhado do
documento “Controle de Transporte de Resíduos – CTR”. Neste documento terá todas as
informações do resíduo transportado, desde volume até o tipo do material, do local de
15
geração, até o local de destinação do mesmo. Alguns municípios, como Cuiabá/MT,
criaram uma lei municipal (Lei Municipal 4.949, 2007) para tratar da gestão dos RCC, e
acondicionaram a liberação do HABITE-SE com a apresentação destes controles.
2.5 MODELOS DE DESTINAÇÃO
Conforme mencionado anteriormente, atualmente há duas maneiras ambientalmente
adequada para a destinação dos resíduos gerados pela construção civil, sendo estes o
Aterro de Resíduo da Construção e Demolição (RCD) e a Usina de Beneficiamento de RCD,
que basicamente é a triagem dos materiais pelas classes determinadas no CONAMA
307/2002 e a diferença do dois empreendimentos se encontra no aproveitamento futuro do
resíduo Classe A, sendo que o aterro simplesmente utiliza-o in natura para acerto
topográfico e a usina beneficia para aproveitamento nos canteiros de obra novamente.
2.5.1 Aterro e Usina de Beneficiamento de RCD
Para que seja possível implementar um Aterro de RCD ou uma Usina de
Beneficiamento de RCD, deverá inicialmente atender aos requisitos do Plano Diretor
Municipal – Zoneamento do município e a Legislação Ambiental competente.
O Plano Diretor Municipal indicará o uso adequado para as áreas do município e
desta forma, o local onde há possibilidade de operação da atividade almejada. Deve ser
também respeitado os limites impostos pelas legislações ambientais aplicadas, adequando-
se as características exigidas para a área (SPIEKER, 2011).
A localização é um fator essencial, visto que o transporte dos RCD é realizado
diariamente através de caminhões, estes produzem poluição atmosférica através dos
materiais particulados em suspensão emitidos pela combustão e poluição sonora, através
de ruídos. Portanto a área deve ser de fácil acesso, estar próxima às fontes geradoras de
RCD, para otimizar as rotas realizadas pelos transportadores, além de contar com boas
condições de tráfego, contribuindo para o fluxo de transporte (CARDOZO, 2012).
2.5.2 Procedimentos
Os procedimentos operacionais do Aterro e da Usina iniciam com a chegada das
cargas de resíduos. Ao chegar ao empreendimento, os caminhões das empresas de coleta
e transporte de resíduos da construção civil devem se dirigir para o setor administrativo para
a entrega do seu Controle de Transporte de Resíduo – CTR, diante do qual os funcionários
autorizam a disposição dos resíduos na empresa (NBR 15112:2004).
16
Após serem autorizados, os transportadores devem se encaminhar para a área de
descarga do empreendimento onde realiza a deposição dos resíduos, deve-se despejar o
material somente na área apropriada para a triagem.
Tanto para Usina quanto para o Aterro, a segregação dos resíduos inicia-se nos
acúmulos de resíduos que se formam no galpão de acondicionamento e triagem conforme
citado anteriormente, nestes os funcionários da empresa realizam a coleta dos resíduos que
não pertencem a Classe A, utilizando para este serviço o auxílio de uma esteira elevada a 3
metros de altura, para facilitar na remoção dos resíduos. Conta ainda com o auxílio de
ferramentas como, máquina pá carregadeira para movimentação do resíduo, encaminhando
os resíduos coletados para área de transbordo e triagem. Os resíduos que restam da
segregação, que teoricamente deveria ser só o resíduo classe A, são espalhados
uniformemente pela área útil do terreno com o trator de esteira, realizando a atividade de
aterramento no caso do Aterro, e para a Usina esse resíduo serve de matéria prima para
confecção de agregados miúdos, através de conjuntos de britagem, que diminuem a
granulometria do resíduo para padrões pré-estabelecidos, acumulando-os em montes
conforme granulometria (NBR 15113:2004).
Tanto o Aterro, quanto a Usina devem destinar os resíduos Classe C juntamente com
os resíduos classe D que forem triados, para uma destinação final adequada.
Eventualmente nesta classe ocorre a presença de resíduo eletroeletrônico, o que
teoricamente não deveria acontecer, estes devem ser destinados a uma unidade de
recebimento de resíduos eletrônicos. Cabe ressaltar que todas as destinações feitas pelo
empreendimento devem estar acompanhadas de suas devidas notas de venda (NBR
15113:2004).
2.5.3 Estrutura
O aterro e a Usina possuem basicamente uma estrutura em comum, devendo
possuir segundo a NBR 15113:2004 cercamento do perímetro da área a ser realizada a
atividade, portão, identificação da atividade em local visível, iluminação e energia, meio de
comunicação, dispositivo para armazenamento temporário para os resíduos triados, poços
de monitoramento das águas subterrâneas e superficiais, este último item, somente para
empreendimentos com área acima de 10.000m² e capacidade do aterro, superior a
10.000m³.
Para que seja possível a operacionalização desta atividade, é necessário o auxilio de
um trator de esteira ou uma máquina do tipo pá carregadeira.
O que diferencia uma Usina de um Aterro é a intenção que se tem de uso futuro do
resíduo, e consequentemente o procedimento a ser tomado para alcançar o objetivo do
17
empreendimento. Sendo que para a Usina, o processo é mais complexo, pois depende de
um conjunto de britagem, peneiramento, e acondicionamento.
Após a triagem, o Resíduo da Construção e Demolição (RCD) classe A é submetido
a um processo de beneficiamento que passa por moedor, triturador, peneiras vibratórias e
esteiras.
2.5.4 Documentação
Para o município de Itajaí, conforme o item 2.1.3, o licenciamento destas atividades é
de dever da Fundação Municipal de Itajaí – FAMAI.
Conforme a Fundação Municipal do Meio Ambiente de Itajaí (FAMAI), para
implantação tanto de um aterro como de uma usina, deve-se primeiramente verificar a
viabilidade técnica junto a Secretaria Municipal de Urbanismo, solicitar o parecer técnico da
defesa civil em relação às áreas de inundação, deve-se elaborar um estudo ambiental
conforme o enquadramento do empreendimento projeto de operação do aterro/usina, projeto
de monitoramento de águas superficiais (caso solicitado) e projeto de escoamento
superficial.
Segundo a Fundação Municipal do Meio Ambiente de Itajaí (FAMAI), as
documentações necessárias para o funcionamento de um aterro e uma usina, além da
Licença Ambiental de Operação que deve estar em vigor e de acordo com as
condicionantes estabelecidas, devem exigir os Controles de Transporte de Resíduos (CTR)
dos transportadores, comprovante (Nota Fiscal) de destinação dos resíduos Classe B e
contrato e os comprovantes de encapsulamento com empresa devidamente licenciada para
receber os resíduos Classe D e para a usina deve-se comprovar o volume de Classe A
transformado em agregado.
2.6 VIABILIDADE ECONÔMICA
Segundo Assaf Neto (2006), é de extrema importância avaliar a viabilidade
econômica de um projeto que implique na mobilização de recursos financeiros, com intuito
de ter conhecimento do tempo em que levará o retorno do capital investido, caso utilize o
método do Payback.
A análise econômico-financeira de projetos segundo Damodaran (2002) demonstra
um subsídio para a decisão de investir, de modo a reduzir incertezas, e levando em conta
riscos relacionados ao investimento bem como os custos dos recursos que necessitam ser
empregados para a realização do projeto.
Para a realização da análise de implantação da Usina e do Aterro de RCD,
utilizaremos como ferramenta de análise econômica a metodologia do Payback. Segundo
18
Cardozo (2012), a viabilidade financeira deve ser considerada como ponto fundamental
em todas as etapas, sendo necessário desenvolver uma metodologia específica para
análise de viabilidade econômica de processo de reciclagem.
A fórmula matemática do payback pode ser representada da seguinte maneira:
PAYBACK = VALOR DO INVESTIMENTO/VALOR DOS FLUXOS DE CAIXA
O Payback é um dos métodos mais simples de ser usado e interpretado. Calcula o
tempo decorrido para o caixa gerado igualar o investimento inicial, sendo que se o período
do payback for menor que prazo estipulado pelo investidor, o projeto se torna viável, e em
contra partida se o período do payback for superior ao prazo estipulado pelo investidor,
torna-se inviável (DAMODARAN, 2002).
Payback é um método de simples leitura e entendimento, pois se analisa apenas o
período em que se deseja o retorno do investimento para aprovação do investimento
(ROSS, 2002).
19
3 METODOLOGIA
3.1 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA
Segundo Gil, (2007) as pesquisas podem ser classificadas de diversas formas, com
critérios que variam segundo diferentes abordagens. Oferecendo noções introdutórias, a
classificação da pesquisa se dará quanto à natureza, aos objetivos, aos procedimentos e
quanto à forma de abordagem.
Este trabalho, conforme mencionado acima, enquadra-se da seguinte maneira:
3.1.1 Quanto à Natureza
Pesquisa aplicada, pois visa à aplicação de uma metodologia para a solução de
problemas, vindo a contribuir com novas conquistas e descobertas em prol do meio
ambiente.
3.1.2 Quanto aos Objetivos
É classificado com exploratório, pois deverá proporcionar maiores informações sobre
o assunto tratado neste trabalho e também mostra o objetivo de proporcionar maior
intimidade com o problema.
3.1.3 Quanto à Forma de procedimentos
Nos procedimentos o estudo se insere em pesquisa bibliográfica, pois se utiliza para
a construção do trabalho de livros e outros documentos. Outra classificação é de pesquisa
de campo, baseando-se nas observações dos fatos reais, efetuando-se coleta de dados “em
campo” e empregando o uso de formulários, check list e entrevistas.
3.1.4 Quanto à forma de abordagem
A pesquisa enquadra-se como qualitativa e quantitativa, pois é imprescindível
determinar os resíduos gerados, a qualidade destes e os impactos da atividade estudada,
bem como propor medidas a serem tomadas e implantadas.
3.2 ÁREA DE ESTUDO
O presente trabalho foi executado no município de Itajaí/SC, com a localização do
empreendimento no Bairro Itaipava. Para efeitos de localização do empreendimento, assim
como, a área de entorno, a Figura 3, explana a exata localização do empreendimento, que
servirá de base tanto para o aterro de RCD, como para a usina de beneficiamento de RCD.
20
Figura 3. Mapa de Localização da Área de Estudo Fonte: Google Earth.
Situado no litoral norte de Santa Catarina, estado da região sul do Brasil, o município
de Itajaí tem sua economia fortemente conduzida pelo porto, o segundo maior do Brasil em
movimentação de cargas e contêineres e o maior exportador de carnes congeladas
(PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAJAÍ, 2014).
Considerada o segundo maior PIB catarinense, atrás somente do município de
Joinville, Itajaí em seus últimos dados de 2011 constava com 341 empresas no ramo da
construção civil estabelecidas no município e uma geração de 2.257 empregos (FIESC,
2013).
O município em estudo promulgou a Lei Municipal n° 6141 de 05 de junho de 2012, e
regulamentada pelo Decreto Municipal n° 9869 de 17 de dezembro de 2013. Esta Lei institui
o sistema de gestão sustentável de resíduos da construção civil e resíduos volumosos e o
Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil – PGIRCC de acordo
com o previsto na resolução CONAMA n° 307/2002 e Lei Federal da Política Nacional de
Resíduos Sólidos n° 12.305/2010.
Segundo Freitas (2013), a Lei Municipal n° 6141 de 05 de junho de 2012 apresenta a
incorporação do Plano Municipal Integrado da Gestão dos Resíduos da Construção Civil,
estabelece as diretrizes para execução do mesmo. Na Lei são definidos que os pequenos
geradores de volume de RCC são os que geram até 1 m³ e os grandes geradores, aqueles
21
que geram volumes superiores a 1m³, determinando quais são suas obrigatoriedades,
dentre elas ressalta-se a elaboração e execução dos planos de gerenciamento de resíduos
da construção civil para os geradores de grandes volumes. Define-se também quais são os
atores responsáveis pela gestão dos resíduos fixando-se quais são suas responsabilidades
e disciplinas. Além disso, a presente lei ainda determina diretrizes para a destinação final
dos resíduos, para a gestão e fiscalização, fixando penalidades e infrações administrativas
caso haja descumprimento da Lei.
3.3 CARACTERIZAÇÃO DA ATUAL GESTÃO DOS DESTINATÁRIOS DE RCD
Para caracterizar a atual gestão dos destinatários de RCD de Itajaí, foi realizado um
levantamento junto ao órgão responsável para licenciar esta atividade, para identificar todos
os empreendimentos legalizados e realizar visitas técnicas para subsidiar o diagnóstico
geral do tratamento que os RCD estão sendo submetidos.
Por haver indícios da presença de disposição final dos RCD em locais clandestinos,
realizou-se uma pesquisa junto a Secretaria de Obras do município e com o Órgão de
Fiscalização.
3.3.1 Qualitativamente
Nas visitas técnicas realizadas aos destinatários de Itajaí, pode-se identificar todos
os resíduos que são dispostos nestes ambientes, a fim de diagnosticar a qualidade do
resíduo que chega para estes empreendimentos. Realizaram-se registros fotográficos e a
aplicação do Anexo A para coletar os dados necessários.
3.3.2 Quantitativamente
Para o levantamento quantitativo dos resíduos da construção civil, adotou-se o
volume de resíduos operados pelo Aterro A, localizado ao lado dos empreendimentos
propostos, sendo este volume utilizado para a análise de viabilidade dos empreendimentos
propostos.
Para que se tenha maior confiabilidade nos dados obtidos, elaborou-se entrevistas
com análise documental em relação à qualidade e quantidade do resíduo gerado no Aterro
citado.
3.4 LEVANTAMENTO DA ESTRUTURA NECESSÁRIA PARA USINA E O
ATERRO
A pesquisa referente à estrutura necessária tanto para usina de beneficiamento, assim
como para o aterro de RCD, foi baseada na bibliografia existente e com realização de visitas
para aplicação de um check list (Anexo A) nos destinatários destes materiais. O mesmo foi
22
elaborado com base na Lei Municipal nº 6141/2012 e nas NBR 15112, 15113 e 15114,
assim como, as adequações solicitadas pelo órgão ambiental competente.
Após o levantamento de todas as exigências para implantação e operação tanto da
usina quanto do aterro, realizou-se uma pesquisa de mercado para identificar os custos
envolvidos na implantação do empreendimento.
3.5 MATERIAIS PRODUZIDOS
Foi realizada uma pesquisa junto com as empresas que trabalham no mesmo ramo de
atividade, tanto da região como de outros estados, com intuito de identificar quais são os
materiais que serão gerados nestes empreendimentos, assim como o valor comercial destes
agregados, e demais materiais.
3.6 AVALIAR OS IMPACTOS AMBIENTAIS
Avaliaram-se todos os impactos ambientais gerados pelos empreendimentos nas
fases de implantação e operação, através de pesquisas a campo e na bibliografia existente,
buscando sempre a padronização dos dados obtidos para favorecer o cruzamento destes.
Aplicou-se o modelo MAGIA (Apêndice A e B) nas visitas técnicas, para comparar o
grau de complexidade do impacto gerado por cada empreendimento. Este questionário foi
aplicado tanto na Usina de beneficiamento existente na região, assim como, no aterro de
RCD.
Portanto, este trabalho teve como objetivo formular uma Hipótese Global de Situação
de Impacto – HGSI, preconizada no Modelo de Avaliação e Gestão de Impactos Ambientais
– MAGIA, estabelecendo-se de forma conceitual as relações de causa e efeito existentes
entre as atividades transformadoras do meio, e as alterações e impactos delas decorrentes
(KOHN DE MACEDO, 1994).
Este modelo realiza o cruzamento de algumas informações para formular a Hipótese
Global de Situação de Impacto – HGSI, informações como: o sentido do impacto ambiental,
positivo ou negativo, a forma de incidência, direta ou indireta, a distributividade do impacto,
local ou regional, o tempo de incidência, imediato ou mediato, prazo de permanência,
permanente ou temporário, além da análise do aplicador do modelo frente à intensidade e
importância dos impactos identificados.
O cruzamento da Magnitude, da Intensidade e a Importância de cada impacto,
resultarão em um Valor de Relevância Global (VRG), ao qual possui uma variação de -125 a
125, sendo que, resultados mais próximos a -125 são os piores resultados e os resultados
próximos a 125, melhor desempenho ambiental.
23
3.7 VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA
Para análise da viabilidade técnica dos empreendimentos propostos, foram realizadas
as visitas técnicas para comprovar o funcionamento das estruturas e a verificação dos
objetivos propostos por cada um deles. Buscou-se ainda informações adicionais através de
pesquisas bibliográficas.
Já para identificar viabilidade econômica dos empreendimentos propostos, foi aplicado
o modelo Payback, que leva em conta o valor investido para a instalação do
empreendimento dividido pelo resultado da subtração da renda bruta anual pelo custo de
operação anual, obtendo-se um tempo de retorno do investimento em anos.
𝑷𝑨𝒀𝑩𝑨𝑪𝑲 (𝐀𝐧𝐨𝐬) = 𝐕𝐀𝐋𝐎𝐑 𝐃𝐎 𝐈𝐍𝐕𝐄𝐒𝐓𝐈𝐌𝐄𝐍𝐓𝐎
(𝐑𝐄𝐂𝐄𝐈𝐓𝐀 𝐁𝐑𝐔𝐓𝐀 𝐀𝐍𝐔𝐀𝐋 − 𝐂𝐔𝐒𝐓𝐎 𝐀𝐍𝐔𝐀𝐋 𝐃𝐄 𝐎𝐏𝐄𝐑𝐀ÇÃ𝐎)
Com base nos custos identificados e os fluxos mensais de caixa, foi possível estimar o
tempo em anos para que o investidor tenha seu recurso financeiro investido. A avaliação do
investidor em relação à viabilidade ou não do empreendimento deverá levar em conta esse
resultado obtido.
24
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados do presente trabalho serão apresentados em dois grandes grupos,
sendo o diagnóstico dos empreendimentos em operação na região, o primeiro grupo e o
segundo grupo com os resultados da viabilidade dos empreendimentos propostos.
4.1 DIAGNÓSTICO
4.1.1 Descrição dos destinatários de RCD
Para o desenvolvimento do presente trabalho, foram realizadas quatro visitas técnicas,
contemplando três aterros de RCC no município de Itajaí e uma usina de RCD em
Camboriú.
Aterro A
Foi realizada uma visita técnica a empresa no dia 27 de setembro de 2014 (Figuras 4
e 5). A empresa está localizada no município de Itajaí/SC. Possui uma área de
aproximadamente 6.935 m², conta com o auxílio de 04 colaboradores e possui uma
capacidade de recebimento de RCC de 50 Ton/dia.
Figura 4. Portão de acesso ao aterro
Figura 5. Placa de identificação do empreendimento
As estruturas e os equipamentos, assim como a quantidade destes e a utilidade
estão descritos no Quadro 4.
25
Quadro 4. Estruturas e equipamentos utilizados na operação do Aterro A
Equipamento /
Estrutura Quantidade Utilidade Figura
Baia de
Armazenamento
Temporário
04
Armazenamento dos
resíduos triados -
Classe B e D
Figura 6. Baias de armazenamento temporário
Trator de Esteira 01
Espalhar o RCC
para nivelamento do
terreno
Figura 7. Trator de esteiras para acerto topográfico
26
Equipamento /
Estrutura Quantidade Utilidade Figura
Caminhonete
carroceria 01
Transporte interno
de resíduos Classe
B e D
Figura 8. Caminhonete para transporte interno de resíduos
Vala de
drenagem 02
Evitar o alagamento
de áreas vizinhas
Figura 9. Valas de drenagem, extrema direita e esquerda.
27
Equipamento /
Estrutura Quantidade Utilidade Figura
Demarcação da
APP 01
Delimitar o limite do
aterro
Figura 10. Identificação e delimitação da APP
Poço de
Monitoramento
de Águas
Subterrâneas
04
Controle da
qualidade das águas
subterrâneas
Figura 11. Poço de monitoramento de águas subterrâneas
Ao chegar à empresa os caminhões são recebidos, sem nenhum controle de
quantidade, qualidade e procedência dos resíduos, e são encaminhadas até o final do
imóvel que já está aterrado, onde os resíduos são depositados todos juntos (Figura 12). Não
há controle na entrada do aterro, pois é de uso exclusivo da empresa proprietária do
empreendimento que possui também o transporte dos RCC.
28
Figura 12. Resíduo descarregado no final do aterro para triagem
Depois de depositados, os resíduos são manualmente triados e segregados,
armazenando em sacos de ráfias os resíduos recicláveis para serem encaminhados para as
baias de armazenamento temporário (Figura 13).
Figura 13. Papelão triado, já no saco de ráfia
Sendo assim, pode-se perceber que este empreendimento tria apenas os materiais
recicláveis como: papel/papelão; plásticos; metais; madeira e vidros, além do resíduo classe
29
A que é utilizado para acerto topográfico do empreendimento. O Apêndice C demonstra
os processos realizados na empresa e as destinações realizadas para cada material triado.
Aterro B
A visita técnica ao Aterro de Resíduos da Construção Civil foi realizada no dia 28 de
setembro de 2014 (Figura 14). A empresa está localizada no município de Itajaí/SC. Possui
uma área de 112.554 m², conta com o auxílio de 6 colaboradores e possui uma capacidade
de recebimento de RCC de 50 Ton/dia.
Figura 14. Placa de identificação do empreendimento
As estruturas e os equipamentos, assim como a quantidade destes e a utilidade
estão descritos no Quadro 5.
Quadro 5. Estruturas e equipamentos utilizados na operação do Aterro B
Equipamento /
Estrutura Quantidade Utilidade Figura
Galpão de
Alvenaria para
Armazenamento
Temporário com
área de
aproximadamente
100m²
01
Armazenamento
dos resíduos
triados - Classe B
e D
Figura 15. Galpão de armazenamento temporário
30
Equipamento /
Estrutura Quantidade Utilidade Figura
Trator de Esteira 01
Espalhar o RCC
para nivelamento
do terreno
Figura 16. Trator de esteiras para acerto topográfico
Tobata com
carroceria 01
Transporte interno
de resíduos Classe
B e D
Figura 17. Tobata para transporte interno de resíduos
Vala de drenagem 01
Evitar o
alagamento de
áreas vizinhas
Figura 18. Vala de drenagem, extrema esquerda
31
Equipamento /
Estrutura Quantidade Utilidade Figura
Galpão Aberto de
Madeira para
Triagem com área
de
aproximadamente
120 m²
01
Separar os
resíduos Classe B
e D
Figura 19. Galpão de triagem
Poço de
Monitoramento de
Águas
Subterrâneas
01
Controle da
qualidade das
águas
subterrâneas
Figura 20. Poço de monitoramento de águas subterrâneas
Foi constatado em visita técnica que o poço de monitoramento de água subterrânea
não segue os padrões estabelecidos pela NBR 15495/ 1-2, sendo assim, será considerado
que o empreendimento não atende os requisitos relacionados a este dispositivo de
monitoramento ambiental.
Este aterro recebe resíduos de RCD de 5 empresas transportadoras, ao chegar à
empresa os caminhões são recebidos, por um colaborador do aterro para receber o ticket de
controle de descarga. Este ticket tem a função de comprovar a descarga e o controle de
cobrança futura do volume destinado por cada empresa transportadora, sem nenhum
controle de qualidade e procedência dos resíduos que são encaminhadas até o final do
imóvel que já está aterrado, onde os resíduos são depositados todos juntos (Figura 21).
32
Figura 21. Disposição dos resíduos no fundo do aterro
Depois de depositados, os resíduos são manualmente triados e segregados,
armazenando em sacos de ráfias os resíduos recicláveis para serem encaminhados para as
baias de armazenamento temporário (Figura 22).
Figura 22. Resíduos triados armazenados em sacos de ráfia
Sendo assim, pode-se perceber que este empreendimento tria apenas os materiais
recicláveis como: papel/papelão; plásticos; metais; madeira e vidros, além do resíduo classe
33
A que é utilizado para acerto topográfico do empreendimento. O Apêndice D demonstra
os processos realizados na empresa e as destinações realizadas para cada material triado.
Aterro C
Foi realizada uma visita técnica a empresa no dia 27 de setembro de 2014 (Figura
23). A empresa está localizada no município de Itajaí/SC. Possui uma área útil de
aproximadamente 21.186 m², conta com o auxílio de 02 colaboradores e possui uma
capacidade de recebimento de RCC de 50 Ton/dia. Não existe placa de identificação do
empreendimento, dificultando a identificação por terceiros do aterro.
Figura 23. Via de acesso ao Aterro C
As estruturas e os equipamentos, assim como a quantidade destes e a utilidade
estão descritos no Quadro 6.
34
Quadro 6. Estruturas e equipamentos utilizados na operação do Aterro C
Equipamento /
Estrutura Quantidade Utilidade Figura
Container de 40
pés para o
Armazenamento
Temporário
01
Armazenamento dos
resíduos triados -
Classe B e D
Figura 24. Container para armazenamento temporário
Trator de Esteira 01
Espalhar o RCC
para nivelamento do
terreno
Figura 25. Trator de esteiras para acerto topográfico
Picador para
madeiras, com
capacidade de
produzir 8m³/h
01
Transforma madeira
usada em cavaco
para uso em
caldeiras e fornos
Figura 26. Picador para madeiras móvel
35
Não há controle do sistema de recebimento dos resíduos no aterro, ao chegar à
empresa os caminhões são recebidos, sem nenhum controle de quantidade, qualidade e
procedência dos resíduos, e são encaminhadas até o final do imóvel que já está aterrado,
onde os resíduos são depositados todos juntos (Figura 27). A inexistência do controle na
entrada do aterro ocorre, visto que, é de uso exclusivo da empresa proprietária do
empreendimento que possui também o transporte dos RCC.
Figura 27. Resíduos da Construção Civil (RCC) misturado
Depois de depositados, os resíduos são manualmente triados e segregados, para
posteriormente ser armazenando em sacos de ráfias os resíduos recicláveis e finalmente
encaminhados para o container de armazenamento temporário (Figura 28).
Figura 28. Resíduos triados em sacos de ráfia
36
Sendo assim, pode-se perceber que este empreendimento tria apenas os
materiais recicláveis como: papel/papelão; plásticos; metais; madeira (cavaco) e vidros,
além do resíduo classe A que é utilizado para acerto topográfico do empreendimento. O
Apêndice E demonstra os processos realizados na empresa e as destinações realizadas
para cada material triado.
Usina de beneficiamento de RCD
Foi realizada uma visita técnica a empresa no dia 26 de setembro de 2014 (Figuras
29 e 30). A empresa está localizada no município de Camboriú/SC. Possui uma área de
aproximadamente 44.072 m² de terreno, com área útil de 950 m², conta com o auxílio de 14
colaboradores e possui uma capacidade de recebimento de RCC de 45 Ton/dia.
Figura 29. Pátio da usina de RCD
Figura 30. Galpão de triagem do RCC
As estruturas e os equipamentos, assim como a quantidade destes e a utilidade
estão descritos no Quadro 7.
Quadro 7. Estruturas e equipamentos utilizados na operação da Usina de RCD
Equipamento /
Estrutura Quantidade Utilidade Figura
Baia de
Armazenamento
Temporário
04
Armazenamento dos
resíduos triados -
Classe B e D
Figura 31. Baias de armazenamento temporário
37
Equipamento /
Estrutura Quantidade Utilidade Figura
Máquina Pá
Carregadeira 02
Carregar o
alimentador da
triagem e os
caminhões
Figura 32. Máquina Pá Carregadeira
Esteira de
triagem 01
Separação dos
resíduos Classe B,
C e D
Figura 33. Esteira de Triagem
Calha de
drenagem pluvial 01
Evitar o alagamento
de áreas vizinhas
Figura 34. Calha de drenagem pluvial, extrema esquerda
38
Equipamento /
Estrutura Quantidade Utilidade Figura
Imã eletrostático 01 Retirar o material
ferroso do RCC
Figura 35. Imã para separar os metais do resíduo Classe A
Peneira
Vibratória 01
Classificar o RCC
em 3 dimensões
(Fino, Médio e
Grosso)
Figura 36. Peneira vibratória
Segundo a empresa possui poços de monitoramento de águas subterrâneas, no
entanto, nas visitas técnicas realizadas na referida empresa não se observou a presença
destes dispositivos e na Licença de Operação do empreendimento não consta o
monitoramento dos poços e análises periódicas.
Ao chegar à empresa os caminhões são recebidos, em uma guarita de inspeção da
origem, qualidade e da quantidade, todos os resíduos da construção civil, exceto gesso, são
encaminhados para a área de recebimento, logo atrás da guarita para posteriormente ser
encaminhado para o alimentador da triagem (Figura 37). Já o gesso é encaminhado
diretamente para pilha deste material.
39
Figura 37. Resíduo no alimentador da triagem
Depois de depositados, os resíduos são manualmente triados com auxilio da esteira,
armazenando posteriormente em sacos de ráfias os resíduos recicláveis para serem
encaminhados para empresas de reciclagem (Figura 38)
Figura 38. Pedaços de canos, já no saco de ráfia
Sendo assim, pode-se perceber que este empreendimento gera os materiais
recicláveis como: papel/papelão; plásticos; metais; madeira e vidros, além do resíduo classe
A que é separado em 03 diferentes classes granulométricas. O Apêndice F demonstra os
processos realizados na empresa e as destinações realizadas para cada material triado.
A Figura 39 retrata o resultado da Usina de Camboriú frente ao Anexo A.
40
Figura 39. Gráfico do atual desempenho da Usina de Beneficiamento de RCD
0
50
100
Cumprimento dos Itens (%)
Itens
Diagnóstico da Usina de RCD em Camboriú/SC
USINA DE RCD
41
O resultado apresentado da Usina foi satisfatório, não houve cumprimento apenas
nos itens relacionados ao monitoramento das águas subterrâneas e do uso futuro do
terreno, no entanto, este item não se enquadra para este empreendimento, visto que, se
operado de maneira adequada não terá vida útil.
Os demais itens foram cumpridos parcialmente ou integralmente demonstrando um
empreendimento próximo a atender os requisitos exigidos pelas legislações, através de
pequenas adequações e melhorias.
4.1.2 Gestão Municipal de RCD
A gestão atual dos resíduos de construção e demolição em Itajaí está bastante
simplificada, ocorrendo o aterramento de inúmeros resíduos passíveis de reciclagem.
A disposição final de resíduos da construção civil no município atualmente seguem
dois caminhos principais, aterros de resíduos da construção civil que recebem todos os
resíduos da construção civil e os aterros que são denominados de terraplanagem que estão
aptos a receber apenas os resíduos classe A.
Através de entrevista com a Fundação do Meio Ambiente e a Secretaria de Obras de
Itajaí, foi constatado a disposição irregular em diversos pontos do município, podendo
ocorrer contaminação do lençol freático, uma vez que não há nenhum controle relacionado à
procedência e diversidade dos resíduos descartados.
A gestão dos resíduos da construção civil dentro do canteiro de obra está em
crescente desenvolvimento, no entanto, a realidade nos canteiros de obra do município está
aquém do exigido pela legislação, Figura 40. Diversas obras não estão seguindo o
Programa de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PGRCC), documento
obrigatório para a obtenção da licença ambiental, sem o cumprimento deste, os resíduos
gerados na obra chegam aos aterros acondicionados de forma incorreta dificultando o
processo de reciclagem e consequentemente diminuindo o percentual de resíduo reciclado.
A Fundação Municipal do Meio Ambiente de Itajaí (FAMAI) está com uma força tarefa
para averiguar se as obras que passaram pelo licenciamento estão cumprindo com os
planos e projetos apresentados para obtenção da licença.
Todos os empreendimentos que foram visitados operam o aterro de formas similares,
descarga dos resíduos no final do terreno e separação dos resíduos pertencentes às
classes B, C e D neste local, para posterior acerto topográfico com uso do trator de esteira.
Este procedimento inviabiliza retirar todos os resíduos que não pertencem à classe
A, sendo este, o único passível de aterramento. Além da possível contaminação do solo e
água, ocorre grande perda econômica, pois a receita destes empreendimentos está
inteiramente na venda dos resíduos recicláveis.
42
Em relação ao controle de quantidade, qualidade e procedência destes resíduos,
nenhuma das empresas contemplou 100% dos itens, no entanto é de extrema importância
para um gerenciamento ideal dos resíduos. A inexistência deste procedimento poderá
sobrecarregar os colaboradores de triagem, reduzindo a porcentagem de triagem, e
consequentemente o aterramento novamente destes materiais que deveriam ser reciclado,
gerando renda para o empreendimento.
Foi criada a Lei Municipal n° 6141 de 05 de junho de 2012, e regulamentada pelo
Decreto Municipal n° 9869 de 17 de dezembro de 2013, no entanto, a FAMAI não esta
apliacando na integra esta ainda esta lei, cobrando somente quando a denúncia de
disposição irregular. O prazo informado para o funcionamento geral desta lei foi de mais dois
anos.
Figura 40. Gerenciamento dos RCC dentro do canteiro de obra
O Anexo A foi aplicado para 03 aterros de Itajaí-SC e apenas 05 itens do anexo, ou
seja, 16,67% foram atendidos pelos 03 empreendimentos visitados simultaneamente,
demonstrando um setor fragilizado em preocupações ambientais.
O diagnóstico completo pode ser apreciado na Figura 41, que demonstra os
empreendimentos que atenderam, não atenderam ou atenderam parcialmente.
43
Figura 41. Gráfico do atual desempenho das principais empresas destinatárias de RCC
0
50
100
Cumprimento dos Itens (%)
Itens
Diagnóstico dos Aterros de RCC em Itajaí/SC
ATERRO A
ATERRO B
ATERRO C
44
O Gráfico acima demonstra a fragilidade das principais empresas destinatárias de
RCC de Itajaí/SC. Conforme já mencionado acima, apenas 05 dos 30 questionamentos
foram atendidos pelos 03 empreendimentos simultaneamente, em relação ao dispositivo de
monitoramento de águas subterrâneas, apenas um empreendimento possui o sistema
implantado com projeto aprovado, e o laudo da qualidade da água demonstrou todos os
parâmetros dentro do permitido pela legislação em vigor.
Todos os empreendimentos não atenderam o item relacionado ao uso de protetores
individuais nos colaboradores, assim como, dispositivos de combate a incêndio.
O Aterro C, apresentou maior número de itens sem atendimento, resultando assim,
no pior desempenho ambiental quando comparado aos outros empreendimentos vistoriados,
são descumprimentos variados, como falta de portão dificultando a entrada de terceiros, até
falta da elaboração de relatórios referente ao volume acumulado de resíduo.
O aterro que apresentou melhor desempenho ambiental foi o Aterro A, cumprindo 16
itens integralmente e 8 parcialmente dos 30 itens questionados, demonstrando que o setor
econômico que esta em crescente desenvolvimento carece de dispositivos, controles
operacionais referentes a qualidade ambiental.
4.1.3 Caracterização dos Resíduos e Produtos
Os aterros de resíduos da construção civil, assim como as usinas de beneficiamento
recebem quase todos os resíduos gerados no canteiro de obra, exceto o resíduo orgânico
que deve ser encaminhado diretamente para o aterro sanitário mais próximo. A dificuldade
destes empreendimentos está relacionada ao modo em que os resíduos chegam, ou seja,
todos misturados e sem acondicionamento adequado.
O volume de resíduos operado no ano de 2013 pelo Aterro A foi de 30.420 m³ de
aterro de todas as classes. Este volume refere-se à destinação diária por volta de 26
caçambas de 4 m³ por dia, trabalhando 24 dias no mês.
Será utilizado este volume para a análise de viabilidade econômica dos
empreendimentos propostos, visto que, os dados são confiáveis e o Aterro A encontra-se ao
lado dos empreendimentos propostos, no entanto pela envergadura do município de
Itajaí/SC em relação ao setor da construção civil, é sabido que o volume gerado é superior
ao citado acima.
Visto que a gama de produtos utilizados nas construções é expressiva, a diversidade
dos resíduos que chegam a estes empreendimentos segue o mesmo princípio. Tanto os
aterros quanto as usinas de beneficiamento de RCC, operam com uma frente de triagem do
resíduo, para reaproveitar/reciclar o máximo possível destes materiais, gerando materiais
conforme Quadro 8, o diferencial da Usina é a produção dos agregados a partir do resíduo
classe A.
45
Quadro 8. Venda de Produtos no Mês de Agosto pelo Aterro A
Resíduo/Produto Peso por Mês Valor Comercial
Papel/Papelão 9845 Kg 0,25/Kg
Plástico 5453 Kg 0,50/Kg
Ferro 3572 Kg 0,30/Kg
Alumínio - 2,50/Kg
Cobre - 12,00/Kg
Madeira 100 m³ 10,00/m³
Vidros de Conserva 20/um 0,75/um
Vidro - 0,10/Kg
Os volumes determinados no quadro, assim como, os valores comerciais
apresentados, refere-se ao manejo atual do Aterro A.
Estes resíduos que sofrem o processo de triagem são comercializados com
indústrias sucateiras, conforme valores médios mencionados acima, que realizam a
reinserção desta matéria no processo produtivo, reduzindo significativamente a busca de
matéria prima na natureza.
Além dos resíduos contidos no Quadro 8, é corriqueira a presença de sofás,
colchões, latas de tinta, solventes, equipamentos elétricos, resíduos domiciliares, podas de
vegetação e pneus. Raramente é identificada a presença de animais de pequeno porte
mortos, peças automotivas e barril de produto químico, no entanto já foi relatado e deve-se
ter mais atenção e fiscalização para evitar estas situações.
De acordo com John e Agopyan apud Moreira e Figueiredo (2010), varia de acordo
com a composição dos resíduos a possibilidade de reciclagem. Quase toda a fração
cerâmica pode ser beneficiada com diferentes aplicações conforme sua composição
específica. Já materiais de concretos estruturais e de rochas naturais podem ser reciclados
como agregados para a produção novamente de concretos estruturais.
O uso de agregado reciclado de concreto oferece o máximo nível de reutilização e
constitui a forma mais fácil de atingir o fechamento do ciclo de vida deste material, pois
retorna a sua origem.
46
4.2 ESTUDO DE VIABILIDADE
4.2.1 Viabilidade Técnica
Aterro Proposto
O empreendimento proposto será localizado na Avenida Itaipava, 2286, no Bairro
Itaipava, Itajaí/SC. O terreno conta com uma área de 34.000,00 metros quadrados, e com
cota de aterro de 3 metros, totalizando um volume para disposição de 102.000,00 metros
cúbicos. A capacidade de recebimento de RCD será de 50 Ton/dia e contará com a
colaboração de 6 colaboradores, sendo um para o escritório, um maquinista e 4 operadores
de triagem.
As estruturas e os equipamentos, assim como a quantidade destes e a utilidade
estão descritos no Quadro 9, foram levantados todas as necessidades para o cumprimento
efetivo da legislação e normativas vigentes.
Quadro 9. Estruturas e equipamentos para o Aterro Proposto
Equipamento /
Estrutura Quantidade Utilidade Figura
Sistema de
Entrada e Saída
de Veículos e
Pessoas e
Cercamento de
todo Perímetro do
Aterro
01
Controlar a entrada
e saída, realizar
vistoria da carga e
pesagem do
resíduo
Figura 42. Portão de acesso do Aterro Proposto
Galpão de
Alvenaria de 200
m²
02
Garantir que o
resíduo não tenha
contato com o solo
e lençol freático
Estocagem de
Gesso e
equipamentos
Figura 43. Armazenamento primário e de triagem
47
Equipamento /
Estrutura Quantidade Utilidade Figura
Esteira de
Separação do
RCC
01
Auxiliar o poder de
separação dos
Resíduos
Figura 44. Esteira de triagem
Baia de
Armazenamento
Temporário em
Container
04
Armazenamento
dos resíduos
triados - Classe B
e D
Figura 45. Baias de armazenamento temporário
Trator de Esteira 01
Espalhar o RCC
para nivelamento
do terreno
Figura 46. Trator de esteiras para acerto topográfico
48
Equipamento /
Estrutura Quantidade Utilidade Figura
Máquina Pá
Carregadeira 01
Auxiliar no
processo de
Triagem e
carregamento dos
caminhões
Figura 47. Máquina Pá Carregadeira
Vala de drenagem 02
Evitar o
alagamento de
áreas vizinhas
Figura 48. Valas de drenagem, extrema direita e esquerda
49
Equipamento /
Estrutura Quantidade Utilidade Figura
Demarcação da
APP 01
Delimitar o limite
do aterro
Figura 49. Identificação e
delimitação da APP
Poço de
Monitoramento de
Águas
Subterrâneas
04
Controle da
qualidade das
águas
subterrâneas
Figura 50. Poço de monitoramento de águas subterrâneas
Ao chegar à empresa os caminhões são recebidos, em uma guarita de inspeção,
onde irá verificar a procedência do resíduo, realizar a pesagem, comparar o resíduo com o
descrito no Controle de Transporte de Resíduos (CTR), (Figura 51) caso seja compatível
com os resíduos operados no aterro, é encaminhado para o Galpão de armazenamento
Primário onde realizará a descarga.
50
Figura 51. Documento utilizado para identificar o resíduo transportado, sua origem e destinação final
O local de descarga dentro do Galpão 01 e 02 dependerá se o resíduo é gesso ou
não, caso a resposta seja positiva é depositado na área destinada exclusivamente para este
material (Apêndice G), caso seja negativa, seguirá para o Armazenamento de RCD onde
sofrerá o processo de triagem futuramente.
Na saída do veículo, é realizada novamente a pesagem para que se obtenha o peso
em quilogramas do resíduo destinado, através da diferença entre o peso de entrada pelo de
saída, entretanto, optou-se pela cobrança de R$ 20,00 por caçamba de 4 m³ de RCD sem
Classe D e de R$ 40,00 por caçamba de 4 m³ de RCD com Classe D e não por peso. Já o
gesso tem um custo de R$ 75,00 por tonelada, visto que, seu valor é mais elevado e
necessita de um controle mais rígido para cobrança.
Depois de depositados, os resíduos são transportados pela máquina pá carregadeira
até o silo de abastecimento da esteira de triagem, onde quatro operários farão manualmente
a triagem dos resíduos não pertencentes à Classe A, sendo assim, ao final da esteira
restarão apenas resíduos passíveis de acerto topográfico do terreno, no qual esta sediada a
empresa.
Os resíduos triados serão acondicionados em bags conforme suas tipologias, exceto
madeiras, metais e o gesso resultante, que serão carregados pela pá carregadeira até o
armazenamento temporário conforme sua característica.
Sendo assim, o processo de triagem se tornará mais eficaz e organizado, gerando
um produto de melhor qualidade e consequentemente mais renda para o empreendimento,
51
obtendo principalmente ganhos nas questões ambientais, visto que, reduzira
significativamente o potencial de contaminação do solo e água.
A madeira triada será comercializada por R$ 10,00 o metro cúbico com uma empresa
que realiza o beneficiamento deste material (picador), transformando este material em
cavaco para utilização em diversos fornos.
A destinação final dos resíduos Classe D será contratada uma empresa que detenha
a licença ambiental para transporte de resíduos perigosos e a descarte em uma destinação
final adequada para estes resíduos (Aterro Industrial), com custo para o empreendimento de
R$ 200,00 por mês, este valor da direito ao empreendimento destinar 100 quilogramas
destes resíduos por mês, caso seja necessário ampliar o volume, será realizado um aditivo
ao contrato.
O aterro só poderá vender seus produtos para as indústrias sucateiras licenciadas,
solicitando destas, as licenças ambientais, nota fiscal de compra e comprovante de
destinação dos resíduos vendidos.
De acordo com o Diagnóstico de Resíduos de Itajaí-SC, ao qual se propõe a
implantação do aterro, existem apenas três indústrias sucateiras licenciadas (PREFEITURA
MUNICIPAL DE ITAJAÍ, 2014).
Sucata Dias,
Sucata do Alemão;
Sucatas Paulinho.
Com intuito de facilitar a interpretação do processo produtivo que será executado no
Aterro Proposto, o Apêndice H, demonstra todas as operações e destinações dos resíduos.
Usina de Beneficiamento Proposta
O empreendimento proposto terá a mesma localização do Aterro Proposto, Avenida
Itaipava, 2286, no Bairro Itaipava, Itajaí/SC. O terreno conta com uma área de 34.000,00
metros quadrados. A capacidade de recebimento de RCC será de 50 Ton/dia.
As estruturas e os equipamentos, assim como a quantidade destes e a utilidade
estão descritos no Quadro 10, foram levantados todas as necessidades para o cumprimento
efetivo da legislação e normativas vigentes.
52
Quadro 10. Estruturas e equipamentos para Usina de Beneficiamento Proposta
Equipamento /
Estrutura Quantidade Utilidade Figura
Sistema de
Entrada e Saída
de Veículos e
Pessoas e
Cercamento de
todo Perímetro do
Aterro
01
Controlar a entrada
e saída, realizar
vistoria da carga e
pesagem do
resíduo
Figura 52. Portão de acesso da Usina Proposta
Galpão de
Alvenaria de 200
m²
02
Garantir que o
resíduo não tenha
contato com o solo
e lençol freático
Estocagem de
gesso e
beneficiamento da
madeira
Figura 53. Armazenamento primário e de triagem
Esteira de
Separação do
RCC
01
Aumentar o poder
de separação dos
Resíduos
Figura 54. Esteira de triagem
53
Equipamento /
Estrutura Quantidade Utilidade Figura
Baia de
Armazenamento
Temporário em
Container
04
Armazenamento
dos resíduos
triados - Classe B
e D
Figura 55. Baias de armazenamento temporário
Picador de
Madeira com
produção de 12
m³/h
01
Transforma
madeira usada em
cavaco para uso
em caldeiras e
fornos
Figura 56. Picador de madeira
Conjunto de
Britagem com
extração de metais
01 Beneficiamento do
Resíduo Classe A
Figura 57. Britador para Classe A
54
Equipamento /
Estrutura Quantidade Utilidade Figura
Máquina Pá
Carregadeira 01
Auxiliar no
processo de
Triagem e
carregamento dos
caminhões
Figura 58. Máquina Pá
Carregadeira
Escavadeira para
21 Toneladas com
Tesoura Hidráulica
01
Auxiliar no
processo de
reciclagem dos
Resíduos de
Demolição
Figura 59. Escavadeira com
Tesoura Hidráulica
Demarcação da
APP 01
Delimitar o limite
do aterro
Figura 60. Identificação e
delimitação da APP
55
Equipamento /
Estrutura Quantidade Utilidade Figura
Vala de drenagem 02
Evitar o
alagamento de
áreas vizinhas
Figura 61. Valas de drenagem,
extrema direita e esquerda
Poço de
Monitoramento de
Águas
Subterrâneas
04
Controle da
qualidade das
águas
subterrâneas
Figura 62. Poço de monitoramento
de águas subterrâneas
Ao chegar à empresa os caminhões são recebidos, em uma guarita de inspeção,
onde irá verificar a procedência do resíduo, realizar a pesagem, comparar o resíduo com o
descrito no Controle de Transporte de Resíduos (CTR) e caso seja compatível com os
resíduos operados no aterro, é encaminhado para o Galpão de armazenamento Primário
onde realizará a descarga.
56
O local de descarga dentro do Galpão 01 e 02 dependerão se o resíduo é gesso
ou não, caso a resposta seja positiva é depositado na área destinada exclusivamente para
este material, caso seja negativa, seguirá para a área de RCC onde sofrerá o processo de
triagem e britagem futuramente (Apêndice I).
Na saída do veículo, é realizada novamente a pesagem para que se obtenha o peso
em quilogramas do resíduo destinado, através da diferença entre o peso de entrada pelo de
saída, entretanto, optou-se pela cobrança de R$ 20,00 por caçamba de 4 m³ de RCD sem
Classe D e de R$ 40,00 por caçamba de 4 m³ de RCD com Classe D e não por peso. Já o
gesso tem um custo de R$ 75,00 por tonelada, visto que, seu valor é mais elevado e
necessita de um controle mais rígido para cobrança.
Depois de depositados, os resíduos são transportados pela máquina pá carregadeira
até o silo de abastecimento da esteira de triagem, onde quatro operários farão manualmente
a triagem dos resíduos não pertencentes à Classe A, sendo assim, ao final da esteira
restarão apenas resíduos passíveis de serem britados, resultando em agregados de 3
granulometrias diferentes, fino, médio e grosso.
Os agregados serão comercializados para compradores diversos, que desejam
utilizar para base de pavimentação, acerto topográfico, preenchimento de fundamentos e até
para fabricação de artefatos de cimento. O custo dos agregados irá variar conforme a
granulometria, agregado fino com valor de R$ 14,00 o metro cúbico, agregado médio com
valor de R$ 13,00 e o grosso com valor de R$ 12,00 o metro cúbico. Será utilizada uma taxa
de conversão de quilogramas para metro cúbico, conforme cada peso específico do
agregado, para viabilizar a cobrança com o auxílio da balança.
Os resíduos triados serão acondicionados em bags conforme suas tipologias, exceto
madeiras, metais e o gesso resultante, que serão carregados na caçamba de transporte
interno e encaminhados para o armazenamento temporário conforme sua característica.
Sendo assim, o processo de reciclagem se tornará mais eficaz e organizado,
gerando um produto de melhor qualidade e consequentemente mais renda para o
empreendimento, obtendo principalmente ganhos nas questões ambientais, visto que,
reduzira significativamente o potencial de contaminação do solo e água.
A madeira triada será encaminhada para o picador do aterro, que está localizado no
galpão de beneficiamento para a fabricação de cavaco, aumentando assim o valor comercial
deste produto, pois a madeira bruta é comercializada em torno de R$ 10,00 o metro cúbico,
já o cavaco tem valor comercial de até R$ 25,00 para a mesma quantidade.
A destinação final dos resíduos Classe D será contratada a empresa Ambiental
Transportes, que será responsável pela coleta, transporte e destinação final destes
resíduos, com custo para o empreendimento de R$ 200,00 por mês, este valor da direito ao
57
empreendimento destinar 100 quilogramas destes resíduos por mês, caso seja
necessário ampliar o volume, será realizado um aditivo ao contrato.
O aterro só poderá vender seus produtos para as indústrias sucateiras licenciadas,
solicitando destas, as licenças ambientais, nota fiscal de compra e comprovante de
destinação dos resíduos vendidos.
De acordo com o Diagnóstico de Resíduos de Itajaí-SC, ao qual se propõe a
implantação da usina de beneficiamento, existem apenas três indústrias sucateiras
licenciadas (PREFEITURA MUNICIPAL DE ITAJAÍ, 2014).
Sucata Dias;
Sucata do Alemão;
Sucatas Paulinho.
Com intuito de facilitar a interpretação do processo produtivo que será executado na
Usina Proposta, o Apêndice J, demonstra todas as operações e destinações dos resíduos.
4.2.2 Viabilidade Ambiental
Foram levantados os aspectos ambientais e seus respectivos impactos para os
empreendimentos propostos, resultando na Matriz para Avaliação de Impactos Ambientais
para o Aterro de resíduos da construção e Demolição (RCD) e para a Usina de
beneficiamento de RCD, tanto para implantação quanto para operação. Foi perceptível a
existência de grande similaridade entre os impactos gerados, no entanto, os Valores de
Relevância Global (VRG) obtidos sofreram variações, conforme Quadros 11, 12, 13 e 14.
Quadro 11. Matriz de Impacto Ambiental do Aterro de RCD na Fase de Implantação
Processo Aspectos Ambientais Impactos Ambientais VRG
±(1 a 125)
Transporte de Materiais
Material Particulado em Suspensão (MPS)
Redução do Bem Estar da População do Entorno
-20
Redução da Qualidade do Ar -30
Emissão Atmosférica Redução da Qualidade do Ar -24
Ruído Aumento dos níveis de Pressão Sonora -24
Umidificação das vias de Acesso
Recurso Hídrico Aumento da Escassez de Recursos Naturais -12
Construção do Empreendimento
Estaqueamento Aumento dos níveis de Pressão Sonora -40
Ocupação do Solo Redução de Habitat -36
Evasão de Fauna -36
Materia Prima Aumento da extração de Materia Prima -18
Campo de Trabalho Aumento de Emprego e Renda 30
Resíduos Sólidos Aumento da Geração de Resíduos Sólidos -6
O Quadro 11 refere-se ao resultado obtido para a fase de Implantação de um Aterro
de RCD. Pode-se perceber que os três principais impactos ambientais que contribuem
negativamente para a avaliação do empreendimento estão relacionados à Redução da
58
Qualidade do Ar (VRG -30), Redução de Habitat pela ocupação do solo (VRG -36) e o
Aumento dos níveis de Pressão Sonora pelo estaqueamento do empreendimento (VRG -
40). Já o Aumento de Emprego e Renda (VRG 30) contribui positivamente para a
viabilização do empreendimento.
Quadro 12. Matriz de Impacto Ambiental do Aterro de RCD na Fase de Operação
Processo Aspectos Ambientais Impactos Ambientais VRG
±(1 a 125)
Transporte dos Resíduos
Emissão de Material Particulado em Suspensão (MPS)
Redução do Bem Estar da População do Entorno
-36
Redução da Qualidade do Ar -40
Emissão Atmosférica Redução da Qualidade do Ar -36
Aumento dos Níveis de Ruído Aumento dos níveis de Pressão Sonora -40
Umidificação da Carga
Consumo de Recurso Hídrico Aumento da Escassez de Recursos Naturais -40
Descarga dos Resíduos
Emissão de Material Particulado em Suspensão (MPS)
Redução da Qualidade do Ar -64
Falta de Impermeabilização no solo
Redução da Qualidade da Água Subterrânea -36
Redução da Qualidade do Solo -48
Disposição dos Resíduos Classe A Aumento do Escoamento Superficial -36
Ocupação do Solo Redução de Habitat -48
Triagem do RCC
Aumento dos Níveis de Ruído Aumento dos níveis de Pressão Sonora -40
Emissão de Material Particulado em Suspensão (MPS)
Redução da Qualidade do Ar -16
Descarte de Efluente Sanitário Redução da Qualidade do Solo -40
Redução da Qualidade do Água -40
Reaproveitamento de Materiais
Redução no Desperdício de Materiais Recicláveis
40
Redução na Exploração de Jazidas Minerais 50
Campo de Trabalho Aumento de Emprego e Renda 50
O Quadro 12 refere-se ao resultado obtido para a fase de operação de um Aterro de
RCD. Pode-se perceber que os três principais impactos ambientais que contribuem
negativamente para a avaliação do empreendimento estão relacionados à Redução da
Qualidade do Ar na descarga dos resíduos (VRG -48), Redução de Habitat pela ocupação
do solo (VRG -36) e o Aumento dos níveis de Pressão Sonora pela movimentação de
caminhões pesados (VRG -24). Já a Redução no Descarte de Materiais Recicláveis com a
eficiência da triagem (VRG 45), Redução na Exploração de Jazidas Minerais (VRG 40) e o
Aumento de Emprego e Renda principalmente no setor de triagem (VRG 40) são os três
impactos que contribuem positivamente para a viabilização deste empreendimento.
Todos os impactos ambientais listados são de caráter temporário, ou seja, após o
encerramento desta atividade não terá vestígios positivos e negativos do empreendimento.
59
Quadro 13. Matriz de Impacto Ambiental da Usina de Beneficiamento de RCD na Fase de Implantação
Processo Aspectos Ambientais Impactos Ambientais VRG ±(1 a 125)
Transporte de Materiais
Material Particulado em Suspensão (MPS)
Redução do Bem Estar da População do Entorno
-30
Redução da Qualidade do Ar -45
Ruído Aumento dos níveis de Pressão Sonora -36
Emissão Atmosférica Redução da Qualidade do Ar -30
Umidificação das vias de Acesso
Recurso Hídrico Aumento da Escassez de Recursos Naturais
-24
Construção do Empreendimento
Estaqueamento Aumento dos níveis de Pressão Sonora -40
Ocupação do Solo Redução de Habitat -36
Evasão de Fauna -36
Materia Prima Aumento da extração de Materia Prima -27
Campo de Trabalho Aumento de Emprego e Renda 45
Resíduos Sólidos Aumento da Geração de Resíduos Sólidos
-9
O Quadro 13 refere-se ao resultado obtido para a fase de Implantação de uma Usina
de Beneficiamento de RCD. Pode-se perceber que os três principais impactos ambientais
que contribuem negativamente para a avaliação do empreendimento estão relacionados à
Redução da Qualidade do Ar (VRG -45), Redução de Habitat pela ocupação do solo (VRG -
36) e o Aumento dos níveis de Pressão Sonora pelo estaqueamento do empreendimento
(VRG -36). Já o Aumento de Emprego e Renda (VRG 45) contribui positivamente para a
viabilização do empreendimento.
Quadro 14. Matriz de Impacto Ambiental da Usina de Beneficiamento de RCD na Fase de Operação
Processo Aspectos Ambientais Impactos Ambientais VRG
±(1 a 125)
Transporte dos Resíduos
Emissão de Material Particulado em Suspensão (MPS)
Redução do Bem Estar da População do Entorno
-36
Redução da Qualidade do Ar -40
Emissão Atmosférica Redução da Qualidade do Ar -40
Aumento dos Níveis de Ruído Poluição Sonora -40
Umidificação da Carga
Consumo de Recurso Hídrico Aumento da Escassez de Recurso Natural -32
Descarga dos Resíduos
Emissão de Material Particulado em Suspensão (MPS)
Redução da Qualidade do Ar -64
Falta de Impermeabilização no solo
Redução da Qualidade da Água Subterrânea
-24
Redução da Qualidade do Solo -24
Disposição dos Resíduos Classe A Aumento do Escoamento Superficial -24
Ocupação do Solo Redução de Habitat -24
60
Processo Aspectos Ambientais Impactos Ambientais VRG
±(1 a 125)
Triagem do RCC
Aumento dos Níveis de Ruído Poluição Sonora -40
Emissão de Material Particulado em Suspensão (MPS)
Redução da Qualidade do Ar -12
Descarte de Efluente Sanitário Redução da Qualidade do Solo -40
Redução da Qualidade do Água -40
Reaproveitamento de Materiais
Redução no Descarte de Materiais Recicláveis
60
Redução na Exploração de Jazidas Minerais 60
Campo de Trabalho Aumento de Emprego e Renda 100
Classificação Granulométrica
Aumento dos Níveis de Ruído Poluição Sonora -80
Britagem
Emissão de Material Particulado em Suspensão (MPS)
Redução do Bem Estar da População do Entorno
-60
Redução da Qualidade do Ar -36
Aumento dos Níveis de Ruído Poluição Sonora -80
O Quadro 14 refere-se ao resultado obtido para a fase de operação de uma Usina de
Beneficiamento de RCD. Pode-se perceber que os três principais impactos ambientais que
contribuem negativamente para a avaliação do empreendimento estão relacionados ao
Aumento dos níveis de Pressão Sonora no processo de separação por dimensão do
agregado e da britagem (VRG -80), Redução da Qualidade do Ar pela descarga dos
resíduos (VRG -64) e Redução do Bem Estar da População do Entorno pela emissão de
Material Particulado em Suspensão (VRG -60) e a Já a Redução no Descarte de Materiais
Recicláveis pela triagem adequada (VRG 60) e o Aumento de Emprego e Renda
principalmente na triagem (VRG 100), são os dois principais impactos que contribuem
positivamente para a viabilização deste empreendimento.
A similaridade dos impactos oriundos tanto da Implantação, como da Operação dos
empreendimentos propostos possibilitando assim, a confrontação de impactos gerados
conforme Figura 63 e 64.
61
Figura 63. Comparação do VRG entre o Aterro de RCD e a Usina de Beneficiamento para Fase de Implantação
-125
-100
-75
-50
-25
0
25
50
75
100
125
Valor de Referência Global (VRG)
Impactos Ambientais
Comparação dos resultados de Impactos Ambientais Identificados na Fase de Implantação
ATERRO DE RCD USINA DE RCD
62
Figura 64. Comparação do VRG entre o Aterro de RCC e a Usina de Beneficiamento para Fase de Operação
-125
-100
-75
-50
-25
0
25
50
75
100
125
Valor de Referência Global (VRG)
Impactos Ambientais
Comparação dos resultados de Impactos Ambientais Identificados na Fase de Operação
ATERRO USINA
63
Foram analisados os resultados dos dois empreendimentos e chegou-se a
conclusão que para fase de instalação a Usina de RCD, obteve resultados inferiores ao do
Aterro, no entanto, a diferença não foi elevada.
Pode-se perceber que os dois empreendimentos por exercerem atividades similares,
tiveram resultados aproximados para fase de operação, no entanto, a usina obteve os
resultados de impactos negativos sempre iguais ou inferiores quando comparado com o
aterro de RCD, já para os aspectos positivos, resultou no inverso, ou seja, todos os
impactos identificados resultaram em valores superiores para a usina de beneficiamento de
RCD.
Vários impactos foram repetidos, no entanto, seus valores de referência global são
diferentes, pois são originados em diversas etapas do processo produtivo e a Figura 64
apresenta apenas o mais relevante, com exceção do Aumento dos Níveis de Pressão
Sonora, pois este impacto resultou em um Valor de Referência Global de -80, merecendo o
destaque atribuído.
4.2.3 Viabilidade Econômica
Custo de Implantação e Operação do Aterro Proposto
O levantamento dos custos de implantação e operação do aterro é necessário para
confrontar os dados de receita com a operação e os valores necessários para ter o
empreendimento em funcionamento.
A determinação destes investimentos necessários para a fase de implantação e
operação de um aterro foi realizado através de pesquisa bibliográfica e informações obtidas
nas visitas técnicas. Para obtenção dos valores desses investimentos foram solicitados
orçamentos para empresas pertinentes a cada serviço específico, e selecionada a que
apresentava o preço com melhor custo-benefício.
Embora os dois empreendimentos propostos forem em uma mesma área, será
considerado o custo de obtenção desta, pois, impactará diretamente no tempo de retorno
dos empreendimentos, pois necessita-se de uma área considerável e o custo torna-se alto.
Segue Quadro 15, com os orçamentos selecionados das estruturas e equipamentos
necessários para a adequada implantação do Aterro Proposto.
64
Quadro 15. Levantamento de custos para a Implantação do Aterro Proposto
ESTRUTURAS EQUIPAMENTOS QUANTIDADE CUSTO
UNITARIO CUSTO DE
IMPLANTACAO EMPRESA
SELECIONADA
Obtenção do Terreno - 1 600000,00 R$ 600.000,00 -
Licença Ambiental Prévia - 1 9000,00 R$ 9.000,00 Eng. Ambiental
Licença Ambiental de Instalação - 1 6000,00 R$ 6.000,00 Eng. Ambiental
Licença Ambiental de Operação - 1 5000,00 R$ 5.000,00 Eng. Ambiental
Sistema de Entrada e Saída de Veículos, Pessoas e Cercamento de
todo Perímetro do Aterro
Computador 2 1100,00 R$ 2.200,00 Dell
Telefone 2 55,00 R$ 110,00 Millium
Móveis de Escritório (Mesas, Cadeiras e Armários)
3 650,00 R$ 1.950,00 Nazaflex
Balança Rodoviária 1 25000,00 R$ 25.000,00 -
Cercamento do Perímetro 858 21,00/m R$ 18.018,00 Construtora Local
Guarita/Escritório de Operação 1 8000,00 R$ 8.000,00 Construtora Local
Galpão de Alvenaria de 200 m² - 2 500,00/m² R$ 200.000,00 Construtora Local
Sistema Auxiliador de Triagem Esteira de Separação do RCC 11 2800/m R$ 30.800,00 Grupo Baram
Alimentador Vibratório 1 12000,00 R$ 12.000,00 Grupo Baram
Baia de Armazenamento Temporário Container de 40 pés Usado 1 6000,00 R$ 6.000,00 -
Trator de Esteira Massey Ferguson usado 1 60000,00 R$ 60.000,00 Massey Ferguson
Máquina Pá Carregadeira Pá carregadeira modelo DL 200
Doosan 1 180000,00 R$ 180.000,00 Doosan
Sistema de Drenagem Pluvial Vala de drenagem 2 5000,00 R$ 10.000,00 Construtora Local
Demarcação da APP Piquetes e Placas 10 70,00 R$ 700,00 -
Sistema de Monitoramento de Águas Subterrâneas
Poço de Monitoramento de Águas Subterrâneas
4 2000,00 R$ 8.000,00 Geólogo
TOTAL R$ 1.182.778,00
65
É notório no Quadro 15, que o número de equipamentos para a operação
adequada do empreendimento em estudo não é tão simplificada como a atual gestão
realizada pelos Aterros em operação.
Trata-se de um investimento de aproximadamente R$ 1.200.000,00, sendo que, o
Trator de Esteira, a Máquina Pá Carregadeira e o Container para armazenamento foram
considerados valores de equipamentos usados em bom estado.
Agora, tratando dos custos de operação será computado o consumo de energia
elétrica para o escritório, esteira de triagem, picador de madeira e para iluminação em geral,
o consumo de óleo diesel para o trator de esteira e para a máquina pá carregadeira. Terá
outros custos, como as análises semestrais dos poços de monitoramento de água
subterrânea, manutenção nas valas de drenagem pluvial e manutenção dos equipamentos,
O custo mensal para a operação do aterro é de aproximadamente R$ 14.500,00, com a
seguinte distribuição de custos, Quadro 16.
Quadro 16. Custos mensais de Operação
Custos Quantidade Valor
Salários 6 9.000,00
Diesel 541 1.300,00
Energia Elétrica - 1.200,00
Análise Poço de Monitoramento 4 1.000,00
Manutenção Sistema de Drenagem Pluvial 2 400,00
Manutenção de Equipamentos - 500,00
Destinação de Contaminados 100 Kg 200,00
Destinação do Gesso 18 Ton 900,00
Total 14.500,00
Foi considerada a média salarial de R$ 1.500,00 por colaborador, visto que,
atualmente um operador de máquina recebe por volta de R$ 2.500,00, um operador de
triagem R$ 1.200,00 e um gerente com salário de R$ 1.700,00.
Para o preço do óleo diesel foi realizado uma pesquisa de mercado e chegou ao
valor médio de R$ 2,40 o litro. Foi adotado este valor como referência, no entanto, este valor
sofre variação de acordo com cada região.
A análise dos poços é realizada semestralmente, e o custo para analisar os 4 poços
é de R$ 6.000,00, realizando a divisão do custo pelo período, obtém-se o valor descrito no
quadro.
A manutenção do Sistema de Drenagem Pluvial significa a realização da limpeza das
valas de drenagem. O custo da retroescavadeira por hora é de R$ 60,00 e o tempo para
executar o serviço é de aproximadamente seis a sete horas. Já a Manutenção de
equipamentos, foi programada uma retirada mensal, no entanto sabe-se que a manutenção
de equipamentos é corretiva, resultando em meses com custos mais elevados e meses sem
custo.
66
O custo de destinação do gesso é de R$ 900,00 para 18 toneladas de resíduo,
encaminhados para empresa Engessul em Imbituba-SC para produção de Gesso Agrícola.
Sendo assim, o custo anual de operação do Aterro Proposto foi de R$ 174.000,00,
vale ressaltar que o presente trabalho não abordou e considerou custos relacionados a
impostos e tributos referentes à operação do empreendimento.
Receita do Aterro Proposto
A receita do Aterro baseia-se na cobrança por cada caçamba descarregada no
terreno e pela venda dos materiais recicláveis. Como citado anteriormente, será considerado
para a análise da viabilidade econômica o volume de resíduo operado pelo Aterro A.
No entanto, para o cálculo da quantidade de cada tipo de resíduo que é descartado
no aterro, foi considerado a divisão estabelecida Filho et al. (2006), onde realizou a
avaliação da composição e quantidade dos resíduos sólidos da construção civil de
Aracajú/SE.
O Quadro 17, foi adaptada de Filho et al. (2006), onde verificou o peso de cada tipo
de resíduo para um montante de 923,59 quilogramas.
Quadro 17. Adaptado de Filho et al. (2006)
Componente Peso (Kg)
Classe A 586,79
Papel/Papelão 16,13
Plásticos 5,33
Metal 0,97
Madeira 24,33
Vidros 0,30
Tendo em vista que o aterro vai receber 624 caçambas de RCC, sendo 600 sem
Classe D durante o mês, e o peso líquido médio das caçambas estacionárias carregadas
com RCC é de 4 toneladas, o peso total de resíduos depositado será de 2.400 toneladas.
Após realizar o cálculo de ponderação para determinar a quantidade de cada
componente para o volume projetado, obteve-se a Quadro 18, o qual, já consta a receita
que cada componente irá gerar para o empreendimento.
Quadro 18. Peso de cada componente no Aterro Proposto com receita financeira
RECEITAS
ENTRADA VALOR UNIDADE VOLUME RECEITA
RCC sem Classe D R$ 20,00 CAÇAMBA 600 R$ 12.480,00
RCC com Classe D R$ 40,00 CAÇAMBA 24 R$ 960,00
GESSO R$ 75,00 TONELADA 18 R$ 1.350,00
SAÍDA
Papel/Papelão R$ 0,25 Quilograma 41914,7 R$ 10.478,68
Plástico R$ 0,50 Quilograma 13850,3 R$ 6.925,15
Ferro R$ 0,30 Quilograma 2520,6 R$ 756,18
Alumínio R$ 2,50 Quilograma 20,0 R$ 50,00
67
Cobre R$ 12,00 Quilograma 50,0 R$ 600,00
Madeira R$ 10,00 Metro Cúbico 166,4 R$ 1.663,76
Vidros de Conserva R$ 0,75 Unidade 40,0 R$ 30,00
Vidro R$ 0,10 Quilograma 779,6 R$ 77,96
RECEITA TOTAL R$ 35.371,72
Sendo assim, a receita mensal bruta contabilizada pelo empreendimento foi de R$
35.371,72, considerando a receita gerada no recebimento dos resíduos e a venda de todos
os materiais triados durante o mês.
Custo de Implantação e Operação da Usina Proposta
O levantamento dos custos de implantação da Usina Proposta é necessário para
confrontar os dados de receita com a operação e os valores necessários para ter o
empreendimento em funcionamento.
A determinação destes investimentos necessários para a fase de implantação de
uma usina foi realizada através de pesquisa bibliográfica e informações obtidas nas visitas
técnicas. Para obtenção dos valores desses investimentos foram solicitados orçamentos
para empresas pertinentes a cada serviço específico, e selecionada a que apresentava o
preço com melhor custo-benefício.
Embora os dois empreendimentos propostos estarem localizados em uma mesma
área, será considerado o custo de obtenção desta, pois, impactará diretamente no tempo de
retorno dos empreendimentos, pois necessita-se de uma área considerável e o custo torna-
se alto. Segue Quadro 19, com os orçamentos selecionados das estruturas e equipamentos
necessários para a adequada implantação do Aterro Proposto.
68
Quadro 19. Levantamento de custos para a Implantação da Usina Proposta
ESTRUTURAS EQUIPAMENTOS QUANTIDADE CUSTO
UNITARIO CUSTO DE
IMPLANTACAO EMPRESA
SELECIONADA
Obtenção do Terreno - 1 600000 R$ 600.000,00 -
Licença Ambiental Prévia - 1 9000,00 R$ 9.000,00 Eng. Ambiental
Licença Ambiental de Instalação 1 6000,00 R$ 6.000,00 Eng. Ambiental
Licença Ambiental de Operação - 1 5000,00 R$ 5.000,00 Eng. Ambiental
Sistema de Entrada e Saída de Veículos e Pessoas e Cercamento de
todo Perímetro do Aterro
Computador 2 1100,00 R$ 2.200,00 Dell
Telefone 2 55,00 R$ 110,00 Millium
Móveis de Escritório (Mesas, Cadeiras e Armários)
3 650,00 R$ 1.950,00 Nazaflex
Balança Rodoviária 1 25000,00 R$ 25.000,00 -
Cercamento do Perímetro 858 21,00/m R$ 18.018,00 Construtora Local
Guarita/Escritório de Operação 1 8000,00 R$ 8.000,00 Construtora Local
Conjunto de Britagem
Britador de Impacto VERBAM RCD Standard para 15 toneladas/hora
1 140000,00 R$ 140.000,00 Grupo Baram
Peneira 1 32000,00 R$ 32.000,00 Grupo Baram
Galpão de Alvenaria de 200 m² - 2 500,00/m² R$ 200.000,00 Coprem Indústria
de Concreto
Sistema Auxiliador de Triagem Esteira de Separação do RCC 11 2800/m R$ 30.800,00 Grupo Baram
Alimentador Vibratório 1 12000,00 R$ 12.000,00 Grupo Baram
Baia de Armazenamento Temporário Container de 40 pés Usado 1 6000,00 R$ 6.000,00 -
Trator de Esteira Massey Ferguson usado 1 60000,00 R$ 60.000,00 Massey Ferguson
Escavadeira com Tesoura Hidráulica Caterpillar Usada 1 330000 R$ 330.000,00 Caterpillar
Máquina Pá Carregadeira Pá carregadeira modelo DL 200
Doosan 1 180000,00 R$ 180.000,00 Doosan
Beneficiamento da Madeira Picador de Madeira com produção de
12 m³/h 1 40000,00 R$ 40.000,00 Planalto
Sistema de Escoamento Superficial Vala de drenagem 2 5000,00 R$ 10.000,00 Construtora Local
Demarcação da APP Piquetes e Placas 10 70,00 R$ 700,00 -
Sistema de Monitoramento de Águas Subterrâneas
Poço de Monitoramento de Águas Subterrâneas
4 2000,00 R$ 8.000,00 Geólogo
TOTAL R$ 1.724.778,00
69
O valor de investimento da Usina Proposta é superior ao do Aterro Proposto, no
entanto já era esperado, pois a Usina necessita de um conjunto de britagem e uma
escavadeira com tesoura hidráulica, sendo que o custo destes equipamentos é de
aproximadamente 27% do valor total para viabilização da operação do empreendimento.
Para que se tenha uma usina adequada às legislações vigentes, é necessário
desembolsar aproximadamente R$ 1.724.278,00, sendo que, o Trator, a Pá Carregadeira, a
Escavadeira com Tesoura Hidráulica e o Picador de madeira foram cotados como
equipamentos usados em bom estado.
Os custos de operação serão computados o consumo de energia elétrica para o
escritório, esteira de triagem, conjunto de britagem, picador de madeira e para iluminação
em geral, o consumo de óleo diesel somente para a máquina pá carregadeira. Terão outros
custos, como as análises semestrais dos poços de monitoramento de água subterrânea,
manutenção nas valas de drenagem pluvial e manutenção dos equipamentos, O custo
mensal para a operação da Usina é de aproximadamente R$ 15.900,00, com a seguinte
distribuição de custos, Quadro 20.
Quadro 20. Custos mensais de Operação
Custos Quantidade Valor
Salários 6 Un. 9.000,00
Diesel 541 Litros 1.300,00
Energia Elétrica - 2.300,00
Análise Poço de Monitoramento 4 Un. 1.000,00
Manutenção Sistema de Drenagem Pluvial 2 Un. 400,00
Manutenção de Equipamentos - 800,00
Destinação de Contaminados 100 Kg 200,00
Destinação do Gesso 18 Ton 900,00
Total 15.900,00
Foi considerada a média salarial de R$ 1.500,00 por colaborador, visto que,
atualmente um operador de máquina recebe por volta de R$ 2.500,00, um operador de
triagem R$ 1.200,00 e um gerente com salário de R$ 1.700,00.
Para o preço do óleo diesel foi realizado uma pesquisa de mercado e chegou ao
valor médio de R$ 2,40 o litro. Foi adotado este valor como referência, no entanto, este valor
sofre variação de acordo com cada região.
A análise dos poços é realizada semestralmente, e o custo para analisar os 04 poços
é de R$ 6.000,00, realizando a divisão do custo pelo período, obtém-se o valor descrito no
quadro.
A manutenção do Sistema de Drenagem Pluvial significa a realização da limpeza das
valas de drenagem. O custo da retroescavadeira por hora é de R$ 60,00 e o tempo para
executar o serviço é de aproximadamente seis a sete horas. Já a Manutenção de
equipamentos, foi programada uma retirada mensal, no entanto sabe-se que a manutenção
70
de equipamentos é corretiva, resultando em meses com custos mais elevados e meses
sem custo.
O custo de destinação do gesso é de R$ 900,00 para 18 toneladas de resíduo,
encaminhados para Engessul em Imbituba-SC para produção de Gesso Agrícola.
Contudo, o custo anual de operação da Usina Proposta foi de R$ 190.800,00, vale
ressaltar que o presente trabalho não abordou e considerou custos relacionados a impostos
e tributos referentes à operação do empreendimento.
Receita da Usina Proposta
A receita da Usina baseia-se na cobrança por cada caçamba descarregada no
empreendimento, pela venda dos materiais recicláveis e dos agregados beneficiados. Como
citado anteriormente, será considerado para a análise da viabilidade econômica o volume de
resíduo operado pelo Aterro A.
No entanto, para o cálculo da quantidade de cada tipo de resíduo que é descartado
no aterro, foi considerado a divisão estabelecida Filho et al. (2006), onde realizou a
avaliação da composição e quantidade dos resíduos sólidos da construção civil de
Aracajú/SE.
O Quadro 21, foi adaptada de Filho et al. (2006), onde verificou o peso de cada tipo
de resíduo para um montante de 923,59 quilogramas.
Quadro 21. Adaptada de Filho et al. (2006)
Componente Peso (Kg)
Classe A 586,79
Papel/Papelão 16,13
Plásticos 5,33
Metal 0,97
Madeira 24,33
Vidros 0,30
Tendo em vista que a usina vai receber 624 caçambas de RCC, sendo 600 sem
Classe D durante o mês, e o peso líquido médio das caçambas estacionárias carregadas
com RCC é de 4000 quilogramas, o peso total de resíduos depositado será de 2.400
toneladas.
Segundo SCRECIBRAS (2014), para cada mil quilogramas de classe A, resulta em
450 quilogramas de Agregado Fino, 350 quilogramas de agregado médio e apenas 200
quilogramas de grosso, sendo assim, foi realizado esta consideração para estimar o volume
de cada agregado processado.
Após realizar o cálculo de ponderação para determinar a quantidade de cada
componente para o volume projetado, obteve-se a Quadro 22, o qual, já consta a receita
que cada componente irá gerar para o empreendimento.
71
Quadro 22. Peso de cada componente na Usina Proposta com receita financeira
RECEITAS
ENTRADA VALOR UNIDADE VOLUME RECEITA
RCC sem Classe D R$ 20,00 CAÇAMBA 600 R$ 12.000,00
RCC com Classe D R$ 40,00 CAÇAMBA 24 R$ 960,00
GESSO R$ 75,00 TONELADA 18 R$ 1.350,00
SAÍDA
AGREGADO GROSSO
R$ 12,00 Metro Cúbico 508,0 R$ 6.096,00
AGREGADO MÉDIO R$ 13,00 Metro Cúbico 444,5 R$ 5.778,50
AGREGADO FINO R$ 14,00 Metro Cúbico 317,5 R$ 4.445,00
Papel/Papelão R$ 0,25 Quilograma 41914,7 R$ 10.478,68
Plástico R$ 0,50 Quilograma 13850,3 R$ 6.925,15
Ferro R$ 0,30 Quilograma 2520,6 R$ 756,18
Alumínio R$ 2,50 Quilograma 20,0 R$ 50,00
Cobre R$ 12,00 Quilograma 50,0 R$ 600,00
CAVACO R$ 25,00 Metro Cúbico 166,4 R$ 4.159,40
Vidros de Conserva R$ 0,75 Unidade 40,0 R$ 30,00
Vidro R$ 0,10 Quilograma 779,6 R$ 77,96
RECEITA TOTAL R$ 53.706,86
Sendo assim, a receita mensal bruta contabilizada pelo empreendimento foi de R$
53.706,86, considerando a receita gerada no recebimento dos resíduos, a venda de todos
os materiais triados e a venda do agregado produzido durante o mês de operação.
4.2.4 Determinação do Payback
Foi utilizada a metodologia descrita no item 3.7 do presente trabalho para determinar
o prazo em anos do retorno do capital investido no empreendimento, ressalta-se novamente
que não foram consideradas saídas relacionadas a impostos e custos de oportunidade do
dinheiro.
Para realizar o cálculo do Payback é necessário o custo de implantação, de
operação e as receitas oriundas da operação dos empreendimentos. O Quadro 23 refere-se
ao resumo dos custos e receitas envolvidas em cada um dos empreendimentos propostos.
Quadro 23. Resumo dos custos e receitas dos empreendimentos propostos
Resultados/Empreendimento Aterro Usina
Custo de Implantação R$ 1.182.778,00 R$ 1.724.278,00
Custos de Operação R$ 14.500,00 R$ 15.900,00
Receitas R$ 35.371,72 R$ 53.706,86
72
Aterro Proposto
𝑷𝑨𝒀𝑩𝑨𝑪𝑲 (𝑨𝒏𝒐𝒔) =𝐕𝐀𝐋𝐎𝐑 𝐃𝐎 𝐈𝐍𝐕𝐄𝐒𝐓𝐈𝐌𝐄𝐍𝐓𝐎
(𝐑𝐄𝐂𝐄𝐈𝐓𝐀 𝐁𝐑𝐔𝐓𝐀 𝐀𝐍𝐔𝐀𝐋 − 𝐂𝐔𝐒𝐓𝐎 𝐀𝐍𝐔𝐀𝐋 𝐃𝐄 𝐎𝐏𝐄𝐑𝐀ÇÃ𝐎)
𝑷𝑨𝒀𝑩𝑨𝑪𝑲 (𝑨𝒏𝒐𝒔) = 𝟏. 𝟏𝟖𝟐. 𝟕𝟕𝟖, 𝟎𝟎
(𝟒𝟐𝟒. 𝟒𝟔𝟎, 𝟔𝟒 − 𝟏𝟕𝟒. 𝟎𝟎𝟎, 𝟎𝟎)
𝑷𝑨𝒀𝑩𝑨𝑪𝑲 = ~ 𝟒, 𝟕𝟐 𝐚𝐧𝐨𝐬 ~ 𝟓𝟕 𝐦𝐞𝐬𝐞𝐬
Usina Proposta
𝑷𝑨𝒀𝑩𝑨𝑪𝑲 (𝑨𝒏𝒐𝒔) =𝐕𝐀𝐋𝐎𝐑 𝐃𝐎 𝐈𝐍𝐕𝐄𝐒𝐓𝐈𝐌𝐄𝐍𝐓𝐎
(𝐑𝐄𝐂𝐄𝐈𝐓𝐀 𝐁𝐑𝐔𝐓𝐀 𝐀𝐍𝐔𝐀𝐋 − 𝐂𝐔𝐒𝐓𝐎 𝐀𝐍𝐔𝐀𝐋 𝐃𝐄 𝐎𝐏𝐄𝐑𝐀ÇÃ𝐎)
𝑷𝑨𝒀𝑩𝑨𝑪𝑲 (𝑨𝒏𝒐𝒔) = 𝟏. 𝟕𝟐𝟒. 𝟐𝟕𝟖, 𝟎𝟎
(𝟔𝟒𝟒. 𝟒𝟖𝟐, 𝟑𝟒 − 𝟏𝟗𝟎. 𝟖𝟎𝟎, 𝟎𝟎)
𝑷𝑨𝒀𝑩𝑨𝑪𝑲 = ~ 𝟑, 𝟖𝟎 𝐚𝐧𝐨𝐬 ~ 𝟒𝟔 𝐦𝐞𝐬𝐞𝐬
O investimento necessário para implantar um empreendimento de destinação final de
resíduos da construção civil é razoavelmente alto, ambos acima de 1 milhão de reais. No
entanto, como podemos observar no decorrer do trabalho e nos cálculos acima, os dois
empreendimentos propostos resultaram em tempos de retorno variando de 57 meses para o
aterro e 46 meses para usina.
Outro ponto positivo, que vale ressaltar neste presente trabalho é de que os
empreendimentos propostos foram desenvolvidos para receber apenas o volume operado
atualmente pelo Aterro A, sendo assim, há possibilidade de expansão no recebimento de
RCD, o que reduziria ainda mais o tempo de retorno de ambos os empreendimentos
propostos.
Contudo, caso o empreendimento venha a receber volumes superiores, será
necessário pequenas modificações nos procedimentos e possivelmente no porte do
empreendimento, refletindo no aumento das taxas de licenciamento e custos operacionais.
Embora os dois empreendimentos sejam viáveis economicamente, há uma tendência
de mercado para a extinção de aterros de RCD, por este empreendimento possuir vida útil
(capacidade de aterro), atribuindo à função da destinação ambientalmente adequada
apenas para as usinas de beneficiamento, pois este empreendimento tem forte ligação com
a logística reversa que está presente em vários produtos atualmente como no caso dos
pneus de veículos.
73
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa realizada para o presente trabalho constata que o sistema de disposição
de RCD de Itajaí conta com 6 empresas, operando com aterros em desconformidade com
as exigências das legislações e normas brasileiras.
Demostra ser um mercado próspero, porém, visto que a legislação municipal não
esta sendo cumprida na íntegra e demorará entorno de dois anos para exigirem todos os
requisitos descritos na lei, há de se avaliar com cautela o investimento.
Ressalva-se que na análise dos dois empreendimentos propostos, não se levou em
consideração os tributos e impostos aplicados neste país, necessitando assim, um estudo
mais aprofundado para obtenção destes dados e confrontá-los com os dados obtidos neste.
A Pergunta de Pesquisa foi respondida no Item 4.2.1 e no Item 4.2.3, determinando a
viabilidade técnica e econômica para a implantação de ambos os empreendimentos
propostos. Porém verificou-se a melhor opção na escolha da Usina de Beneficiamento dos
RCD, pois os resultados alcançados em relação à viabilidade ambiental foram mais
satisfatórios e em relação à viabilidade econômica a Usina de Beneficiamento de Resíduos
da Construção e Demolição teve retorno financeiro 11 meses antes, quando comparado
com o Aterro de RCD.
Os objetivos específicos propostos foram atendidos integralmente nos itens: 4.1.3,
onde se quantificou a geração de Resíduos da Construção Civil para calculo de viabilidade
através dos dados obtidos do Aterro A, já tornando os empreendimentos propostos viáveis;
item 4.1.3 foi determinado os materiais a serem beneficiados na usina proposta para ser
possível calcular a viabilidade do empreendimento a partir das visitas técnicas a usinas de
reciclagem, assim como, do aterro de Resíduo da Construção e Demolição; determinou-se a
viabilidade ambiental dos empreendimentos propostos no item 4.2.2; foi determinado no
item 4.2.1, quem seriam os clientes em potencial para a usina e para o aterro proposto; já o
item 4.2.3 realizou-se a determinação dos custos de implantação e operação do aterro e da
usina com as estruturas e equipamentos propostos, através de solicitação de orçamento
para empresas prestadoras de serviços, aonde foram selecionadas as que apresentavam
maior atratividade financeira; determinou-se o tempo que o aterro e a usina proposta
levariam para apresentar retorno financeiro, através da aplicação da fórmula de payback no
item 4.2.4.
Ambos os empreendimentos propostos são viáveis tecnicamente, economicamente e
ambientalmente, no entanto, foi visível a escolha mais adequada da implantação da Usina
de Beneficiamento de RCD comparando com a vida útil do empreendimento, pois todo
material que chega é revendido, sendo assim, não ocupa espaço territorial no local do
empreendimento, que no aterro isto não é uma verdade, pois possui vida útil e necessitaria
74
a implantação em outra área, ocasionando em mais impactos ambientais e provocando
uma poluição ambiental em diversas partes do município e em relação ao tempo de retorno
que mostrou ser inferior aproximadamente 11 meses, quando comparado ao aterro
proposto.
5.1 SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS CIENTÍFICOS
Como o intuito do presente trabalho não foi de verificar especialmente um ou outro
empreendimento, e sim a comparação da viabilidade técnica e econômica entre as duas
possibilidades de destinação ambientalmente adequada para o Resíduo da Construção e
Demolição (RCD), sendo que, a Usina de Beneficiamento de Resíduos da Construção e
Demolição apresentou números mais atrativos, sugere-se a análise individual deste
empreendimento, levando em consideração impostos e tributos, assim como, uma análise
da viabilidade de implantar apenas uma Usina para o recebimento de todo resíduo gerado
no município.
Também se sugere um estudo de viabilidade para a implantação de uma usina de
beneficiamento de RCD com investimento público, sabe-se que empresas públicas são
subsidiadas de alguns impostos, além de na maioria das vezes, já possuir a área do espaço
físico da usina, o que reduz consideravelmente os custos com a implantação da usina,
facilitando sua viabilidade.
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Sólidos – Classificação. Rio de Janeiro.
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ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade - Procedimentos. Rio de
Janeiro.
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Ruído para conforto acústico. Rio de Janeiro.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. (2004) NBR 15112: Diretrizes para
implantação e operação de áreas de transbordo e triagem de resíduos sólidos de construção
civil e resíduos volumosos. Rio de Janeiro.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. (2004) NBR 15113: Diretrizes para
projeto de implantação e operação de aterros para RCD. Rio de Janeiro.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. (2004) NBR 15114: Diretrizes para
implantação e operação de usinas de reciclagem de resíduos sólidos da Construção Civil.
Rio de Janeiro.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. (2004) NBR 15115: Critérios e
procedimentos para o uso de RCD em camadas de pavimentação. Rio de Janeiro.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. (2004) NBR 15116: Diretrizes e
requisitos para a utilização de agregados reciclados de resíduos sólidos da construção civil
em pavimentação e preparo de concreto sem função estrutural. Rio de janeiro.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. (2009) NBR 15495-1: Poços de
monitoramento de águas subterrâneas em aquíferos granulares. Parte 1: Projeto e
Construção. Rio de janeiro.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. (2008) NBR 15495-2: Poços de
monitoramento de águas subterrâneas em aquíferos granulares. Parte 2: Desenvolvimento.
Rio de janeiro.
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RENOVÁVEIS – IBAMA. Portaria Nº 85, de 17 de Outubro de 1996. Disponível em: <
http://www.cntdespoluir.org.br/Documents/PDFs_Legislacao/9portaria_ibama-85-96.pdf>
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Lei nº 4.949, de 05 de janeiro de 2007 – Institui o sistema de gestão sustentável de
resíduos da construção civil e resíduos volumosos e o plano integrado de gerenciamento de
resíduos de construção civil.
Lei nº 7.804, de 18 de junho de 1989 – Altera a Lei nº 6.938, que dispõe sobre a Política
Nacional do Meio Ambiente, seus afins e mecanismos de formulação e aplicação.
Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010 - Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos;
altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras providências.
Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012 - Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera
as Leis nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de
22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de
14 de abril de 1989, e a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá
outras providências.
Lei nº 13.557, de 17 de novembro de 2005 - Institui a Política Estadual de Resíduos
Sólidos; define diretrizes e normas de prevenção da poluição, e dá outras providências.
MANUTENÇÃO & TECNOLOGIA. São Paulo: Diagrama Marketing Editorial, v. 175, dez.
2014. Mensal.
MANSOR, Maria Teresa Castilho et al. Resíduos Sólidos. Caderno de Educação
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STRAUCH, Manuel; ALBUQUERQUE, Paulo Peixoto de (Org.). Resíduos: Como Lidar
com Recursos Naturais. São Leopoldo/RS. Oikos Ltda, 2008. 220 p.
ANEXO
ANEXO A - CHECK LIST DE ESTRUTURAS E OPERAÇÃO
ABNT NBR 15112:2004 - Resíduos Sólidos da Construção Civil e Resíduos Volumosos - Áreas de Transbordo e Triagem (ATT) - Diretrizes para projeto, implantação e operação.
ABNT NBR 15113:2004 - Aterros - Diretrizes para projeto, implantação e operação.
ABNT NBR 15114:2004 – Centrais de Reciclagem de RCC - Diretrizes para projeto, implantação e operação.
LEI Nº 6141, DE 05 DE JUNHO DE 2012 - Institui o Sistema de Gestão Sustentável de Resíduos da Construção Civil e Resíduos Volumosos e o Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil.
Item Sim
(0)
Não
(1)
Parcialmente
(0,5)
Não se
aplica
(0)
Potencial
Impacto REFLEXOS ABRAGÊNCIA DURAÇÃO TEMPORALIDADE MAGNITUDE
PROBABILIDADE
DE OCORRÊNCIA Peso Nota
1. A localização do empreendimento está de acordo com a Lei de zoneamento do município?
2. Os acessos internos e externos são protegidos, executados e mantidos de maneira a permitir sua utilização sob quaisquer condições climáticas?
3. O cercamento no perímetro da área em operação foi construído de forma a impedir o acesso de pessoas estranhas e animais?
4. Há portão junto ao qual seja estabelecida uma forma de controle de acesso ao local?
5. Há sinalização na(s) entrada(s) e na(s)
cerca(s) que identifique(m) o empreendimento?
6. Possui anteparo para proteção quanto aos aspectos relativos à vizinhança, ventos dominantes e estética, como, por exemplo, cerca viva arbustiva ou arbórea no perímetro da instalação?
7. Dispõe de iluminação e energia que permitam uma ação de emergência, a qualquer tempo, e o uso imediato dos diversos equipamentos (bombas, compressores etc.)?
8. Possui sistema de comunicação para utilização em ações de emergência?
9. É realizada análise prévia da caçambas recebidas para seja conhecida a procedência e composição dos resíduos?
10. É realizado controles de origem e quantidade dos resíduos recebidos?
11. É realizado monitoramento periódico da qualidade dos
resíduos dispostos no empreendimento?
12. Possui sistema de monitoramento das águas subterrâneas?
13. São realizada manutenção e inspeção periódica no sistema de monitoramento das águas subterrâneas?
14. É realizadas análise periódicas das águas subterrâneas através do sistema de monitoramento das águas subterrâneas?
15. As análises atendem ao padrões de potabilidade estabelecidos na legislação?
16. São respeitado as faixas de APP, quando existente, conforme estabelece a Lei Federal n° 12651/2012?
17. O Empreendimento possui sistema de drenagem das águas pluviais?
18. O empreendimento possui área específica coberta e impermeabilizada para armazenamento temporário de
resíduos segregados classificados como classe D?
19. É realizado controle da dispersão de material particulado e emissão de ruídos?
20. O empreendimento possui plano de encerramento do aterro e uso futuro da área?
21. O empreendimento possui área de triagem e/ou transbordo dos resíduos?
22. Os resíduos recebidos são previamente triados?
23. Os resíduos de construção civil das classes B, C ou D são encaminhados à destinação adequada?
24. O empreendimento possui equipamentos de segurança conforme Normas Brasileiras específicas para proteção individual dos funcionários e para proteção contra descargas atmosféricas e combate a incêndio nas edificações e equipamentos existentes?
FONTE: Adaptado de Freitas, 2013
25. Realizam relatório mensais referente à quantidade mensal e acumulada de cada tipo de resíduo recebido?
26. Realiza relatório da quantidade e destinação dos resíduos triados, com a devida comprovação da destinação?
27. Só recebem resíduos da construção civil?
28. Todos os resíduos aceitos e destinados do empreendimentos são acompanhados de controle de transporte de resíduos - CTR?
29. Os resíduos triados recebem destinação final adequada conforme estabelece a resolução CONAMA 307/2002?
30. Os transportes dos resíduos recebidos pelo empreendimento possuem anuência do órgão ambiental para desenvolver tal atividade?
TOTAL
APÊNDICES
APÊNDICE A - MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL NA FASE DE OPERAÇÃO DE UM ATERRO DE RCD
Processo Aspectos Ambientais Impactos Ambientais
ATRIBUTOS DOS IMPACTOS AMBIENTAIS
Magnitude ±(1 a 5)
Intensidade (1 a 5)
Importância (1 a 5)
VRG ±(1 a 125)
Transporte dos Resíduos
Emissão de Material Particulado em Suspensão (MPS)
Redução do Bem Estar da População do Entorno
-3 3 4 -36
Redução da Qualidade do Ar -4 2 5 -40
Aumento dos Níveis de Ruído Aumento dos níveis de Pressão Sonora -4 2 5 -40
Umidificação da Carga
Consumo de Recurso Hídrico Aumento da Escassez de Recursos Naturais -5 2 4 -40
Descarga dos Resíduos
Emissão de Material Particulado em Suspensão (MPS) Redução da Qualidade do Ar -4 4 4 -64
Falta de Impermeabilização no solo
Redução da Qualidade da Água Subterrânea
-3 3 4 -36
Redução da Qualidade do Solo -4 4 3 -48
Ocupação do Solo Redução de Habitat -4 4 3 -48
Evasão de Fauna -4 3 3 -36
Triagem do RCC
Aumento dos Níveis de Ruído Aumento dos níveis de Pressão Sonora -4 2 5 -40
Emissão de Material Particulado em Suspensão (MPS) Redução da Qualidade do Ar -4 1 4 -16
Reaproveitamento de Materiais
Redução no Desperdício de Materiais Recicláveis
4 2 5 40
Redução na Exploração de Jazidas Minerais 5 2 5 50
Campo de Trabalho Aumento de Emprego e Renda 5 2 5 50
APÊNDICE B - MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL NA FASE DE OPERAÇÃO DE UMA USINA DE
BENEFICIAMENTO DE RCD
Processo Aspectos Ambientais Impactos Ambientais
ATRIBUTOS DOS IMPACTOS AMBIENTAIS
Magnitude ±(1 a 5)
Intensidade (1 a 5)
Importância (1 a 5)
VRG ±(1 a 125)
Transporte dos Resíduos
Emissão de Material Particulado em Suspensão (MPS)
Redução do Bem Estar da População do Entorno -3 3 4 -36
Redução da Qualidade do Ar -4 2 5 -40
Aumento dos Níveis de Ruído Aumento dos níveis de Pressão Sonora -4 2 5 -40
Umidificação da Carga
Consumo de Recurso Hídrico Aumento da Escassez de Recursos Naturais -5 2 4 -40
Descarga dos Resíduos
Emissão de Material Particulado em Suspensão (MPS)
Redução da Qualidade do Ar -4 4 4 -64
Falta de Impermeabilização no solo Redução da Qualidade da Água Subterrânea -3 2 4 -24
Redução da Qualidade do Solo -4 2 3 -24
Ocupação do Solo Redução de Habitat -4 2 3 -24
Evasão de Fauna -4 2 3 -24
Triagem do RCC
Aumento dos Níveis de Ruído Aumento dos níveis de Pressão Sonora -4 2 5 -40
Emissão de Material Particulado em Suspensão (MPS)
Redução da Qualidade do Ar -3 1 4 -12
Reaproveitamento de Materiais Redução no Desperdício de Materiais Recicláveis 4 3 5 60
Redução na Exploração de Jazidas Minerais 4 3 5 60
Campo de Trabalho Aumento de Emprego e Renda 5 4 5 100
Classificação Granulométrica
Aumento dos Níveis de Ruído Aumento dos níveis de Pressão Sonora -4 4 5 -80
Britagem
Emissão de Material Particulado em Suspensão (MPS)
Redução do Bem Estar da População do Entorno -3 4 5 -60
Redução da Qualidade do Ar -3 3 4 -36
Aumento dos Níveis de Ruído Aumento dos níveis de Pressão Sonora -4 4 5 -80
APÊNDICE C - FLUXOGRAMA DO GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS - ATERRO A
APÊNDICE D - FLUXOGRAMA DO GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS - ATERRO B
APÊNDICE E - FLUXOGRAMA DO GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS - ATERRO C
APÊNDICE F - FLUXOGRAMA DO GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS NA USINA SCRECIBRAS
APÊNDICE G - LAYOUT DOS GALPÕES E PROCESSOS ENVOLVIDOS PARA O ATERRO PROPOSTO
APÊNDICE H - FLUXOGRAMA DO GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS NO ATERRO PROPOSTO
APÊNDICE I - LAYOUT DOS GALPÕES E PROCESSOS ENVOLVIDOS PARA A USINA PROPOSTA
APÊNDICE J - FLUXOGRAMA DO GERENCIAMENTO DOS RESÍDUOS NA USINA PROPOSTA