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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA UNOESC VICE-REITORIA ACADÊMICA NÚCLEO BIOTECNOLÓGICO MESTRADO ACADÊMICO EM CIÊNCIA E BIOTECNOLOGIA GISLAINE APARECIDA DENARDI BIASIOLO ISOLAMENTO, CARACTERIZAÇÃO E SELEÇÃO DE BACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO VEGETAL DE VIDEIRA (Vitis sp.) Videira 2015

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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA UNOESC

VICE-REITORIA ACADÊMICA

NÚCLEO BIOTECNOLÓGICO

MESTRADO ACADÊMICO EM CIÊNCIA E BIOTECNOLOGIA

GISLAINE APARECIDA DENARDI BIASIOLO

ISOLAMENTO, CARACTERIZAÇÃO E SELEÇÃO DE BACTÉRIAS

PROMOTORAS DE CRESCIMENTO VEGETAL DE VIDEIRA (Vitis sp.)

Videira

2015

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GISLAINE APARECIDA DENARDI BIASIOLO

Bióloga

ISOLAMENTO, CARACTERIZAÇÃO E SELEÇÃO DE BACTÉRIAS

PROMOTORAS DE CRESCIMENTO VEGETAL DE VIDEIRA (Vitis sp.)

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Mestrado Acadêmico em Ciência e Biotecnologia da Universidade do Oeste de Santa Catarina como requisito para obtenção do título de Mestre em Ciência e Biotecnologia: Área de concentração: Biotecnologia Ambiental.

Orientadora: Drª. Sabrina Pinto Salamoni

Coorientador: Dr. João Peterson Pereira Gardin

Videira

2015

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Ficha Catalográfica

Vanessa Pereira – CRB: 14/1446

B579i Biasiolo, Gislaine Aparecida Denardi

Isolamento, caracterização e seleção de bactérias promotoras de crescimento vegetal de videira (Vitis sp.) Gislaine Aparecida Denardi Biasiolo – 2015. 92f. : ils. figs, tabs. Orientadora: Profa. Dra. Sabrina Pinto Salamoni. Dissertação (Mestrado em Ciência e Biotecnologia) – Programa de Pós-Graduação Mestrado Acadêmico em Ciência e Biotecnologia, Universidade do Oeste de Santa Catarina, Campus Videira – UNOESC, 2015. Inclui índice de figuras e tabelas.

1. Bactérias. 2. Crescimento de Videira. 3. Bioprospeção. 4. Vitis. sp. I. Título. II. Autor. III Orientador.

CDD: 579

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GISLAINE APARECIDA DENARDI BIASIOLO

ISOLAMENTO, CARACTERIZAÇÃO E SELEÇÃO DE BACTÉRIAS

PROMOTORAS DE CRESCIMENTO VEGETAL DE VIDEIRA (Vitis sp.)

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação Mestrado Acadêmico em Ciência e Biotecnologia da Universidade do Oeste de Santa Catarina como requisito para obtenção do título de Mestre em Ciência e Biotecnologia: Área de concentração: Biotecnologia Ambiental.

APROVADA: 01 de dezembro de 2015

BANCA EXAMINADORA

_______________________________

Drª. Elisandra Minotto

Docente / Unoesc

______________________________

Dr. André Luiz kulkamp de Souza

Engenheiro Agrônomo / Epagri

_____________________________

Dr. Edson Luiz De Souza

Docente / Unoesc

_____________________________

Dr. João Peterson Pereira Gardin

Coorientador

_______________________________

Drª. Sabrina Pinto Salamoni

Orientadora

Videira, 01 de dezembro de 2015

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DEDICO

A minha linda e amada filha Dankieli Denardi Biasiolo

pela alegria que traz para minha vida.

Ao meu marido e companheiro Aldair Biasiolo

pela paciência e amor em todos os momentos.

Eu amo Vocês!

OFEREÇO

Aos meus pais Waldemar Denardi (in memoriam) e Neiva Salete Belotto Denardi

pelo exemplo de vida e por todo o amor e carinho dedica sempre em todos os

momentos.

A minhas irmãs Juciléia Denardi e Indiara Denardi Perazoli pelo carinho e apoio

estando presentes em todos os momentos da minha vida, permitindo sempre que

meus sonhos se tornem realidade.

Aos meus cunhados Heriberto Gati e Ricardo Perazoli pelo apoio e incentivo,

incondicionais, em todos os momentos da minha vida.

Vocês sempre estarão em meu coração!

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AGRADECIMENTOS

“O valor das coisas não está no tempo que elas duram, mas na intensidade com

que acontecem”. Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e

pessoas incomparáveis. (Fernando Pessoa). E por esse grande apoio, os meus

sinceros agradecimentos:

À Deus, pela minha vida, por iluminar meus caminhos e que me permitiu mais está

conquista em minha vida.

À minha orientadora Drª: Sabrina Pinto Salamoni, pela excelente orientação,

dedicação, compreensão, amizade, e incentivo, ao longo destes anos.

Ao Dr. João Peterson Pereira Gardin pela fundamental co-orientação, dedicação,

tranquilidade, amizade e apoio durante o desenvolvimento da pesquisa.

Aos demais professores que de alguma forma contribuíram para o desenvolvimento

da pesquisa e para minha formação profissional.

Ao meu amigo Daniel Kucmanski, pela colaboração, em diversas etapas do

desenvolvimento deste trabalho.

Aos amigos de laboratório de Microbiologia, do Núcleo Biotecnológico da

Universidade do Oeste de Santa Catarina, Campus Videira.

À universidade do meio oeste catarinense – UNOESC, pela oportunidade concedida

e por fornecer estrutura para realização deste trabalho.

Ao programa de pós-graduação – Mestrado em ciência e Biotecnologia representado

pala Drª: Jane Mary Lafayette Neves Gelinski e pelo Dr. César Milton Baratto, pela

colaboração, convivência e incentivo na condução do trabalho.

Aos técnicos e funcionários da Epagri de Videira pelo carinho e por sempre estarem

dispostos a ajudar.

À Epagri pela infraestrutura oferecida para o desenvolvimento dos experimentos de

casa de vegetação.

Á Fapesc (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa

Catarina) e ao CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e

Tecnológico) pelo apoio financeiro.

Aos meus amigos de pós-graduação pelos momentos alegres que vivenciamos.

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À todos que não foram mencionados, mas que contribuíram de maneira direta ou

indiretamente para que esse sonho se tornasse realidade.

À todos minha sincera gratidão.

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CADA AVANÇO DA CIÊNCIA DEPENDE DE UMA NOVA OUSADIA DA

IMAGINAÇÃO.

(Walther Waeny)

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RESUMO

Isolamento, caracterização e seleção de bactérias promotoras de crescimento

vegetal de videira (vitis sp.)

As bactérias promotoras de crescimento em plantas (BPCP) colonizam a

rizosfera e os tecidos das plantas e atuam tanto pelo controle biológico de

fitopatógenos como diretamente pela promoção de crescimento, aumentando a

produtividade e diminuindo a necessidade de utilização de produtos químicos

fertilizantes e fungicidas. O trabalho teve por objetivo a bioprospecção de bactérias

como agentes promotores de crescimento vegetal e biocontrole de patógenos,

visando à formulação de um bioproduto. Foram isolados microrganismos

provenientes de amostras de solo, em diferentes propriedades da Região do Meio

Oeste de Santa Catarina. Após, avaliados quanto à produção de sideróforos,

solubilização de fosfato, produção de ácido-indol-acético, fixação assimbiótica de

nitrogênio atmosférico, produção de celulase. Cinco bactérias foram selecionadas e

adicionadas ao substrato para avaliar o efeito sobre o crescimento da videira em

casa de vegetação. O delineamento experimental constitui-se de seis Tratamentos

(25 plantas por tratamento) T1 controle; T2 Bactéria C12; T3 Bactéria O7; T4

Bactéria B3; T5 Bactéria I3; T6 Bactérias 2, 3, 4 e 5 (mix), com 5 repetições.

Portanto uma suspensão contendo 1,8 X 108 UFC/mL foi adicionada ao substrato

das estacas enraizadas de porta-enxertos de videira da variedade Paulsen 1103. O

ensaio foi conduzido durante sessenta dias e verificou-se em intervalos regulares a

concentração de clorofila foliar, comprimento do ramo, número de folhas. Ao final do

experimento foi verificada a biomassa fresca e a biomassa seca. No total foram

isoladas 46 bactérias. Destas, todas produziram ácido-indol-acético, 65,21%

produziram sideróforos, 63,04% solubilizaram fosfato, 30,43% fixaram nitrogênio,

34,78% produziram celulase e 8,67% apresentaram atividade contra o Fusarium

oxysporum. Para os parâmetros avaliados no experimento “in vivo”, foram

observadas diferenças estatísticas significativas no comprimento do ramo, embora

houve uma tendência de aumento no número de folhas e na massa fresca e seca,

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estás não foram significativas. O comprimento médio do ramo variou de 58,2 cm a

76,7 cm demonstrando um aumento até o 31º dia seguido de redução. O tratamento

2 diferiu significativamente do tratamento controle e dos demais em relação ao

comprimento do ramo, apresentando média superior de 76 cm, sob as condições de

estufa demonstrou potencial para desenvolvimento da parte aérea. A clorofila variou

de 22,1 a 26,9, sendo que os valores mais elevados foram observados após 14 dias

partir, primeira determinação. A massa fresca média das plantas variou de 39,5 g a

47,5 g e a massa seca média variou de 12,6 g a 15,7 g, conforme tratamento. O

número médio de folhas por tratamento variou de 27,1 a 30,8. Os resultados das

avaliações demonstram o potencial biotecnológico das bactérias como agentes de

promoção do crescimento vegetal, sendo uma alternativa para elaboração de um

bioproduto e a redução de insumos agrícolas.

Palavras-chaves: Bactéria. Promoção crescimento vegetal. Bioprospecção. Vitis.sp.

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ABSTRACT

Isolation, characterization and selection of plant growth promoting of Bacteria (Vitis sp.)

The growth promoting bacteria in plants (BPCP) colonizing the rhizosphere of plants

and tissues and act both the biological control of plant pathogens as directly by

promoting growth, increasing productivity and reducing the need for use of chemical

fungicides and fertilizers. The study aimed to bioprospecting of bacteria as agents of

plant growth and biocontrol of pathogens, aimed at formulating a byproduct.

Microorganisms were isolated from soil samples at different properties of the Midwest

Region of Santa Catarina. After evaluated for the production of siderophores,

phosphate solubilization, production-indole acetic acid, assimbiótica fixation of

atmospheric nitrogen, cellulase production. Five bacteria were selected and added to

the substrate to evaluate the effect on the growth of the vine in the greenhouse. The

experiment consisted of six treatments (25 plants per treatment) T1 control; T2

Bacteria C12; T3 Bacteria O7; T4 Bacteria B3; Bacteria T5 I3; T6 Bacteria 2, 3, 4 and

5 (mix) with 5 replications. Therefore a suspension containing 1.8 X 108 CFU / ml

was added to the substrate of rooted cuttings of grapevine rootstocks variety Paulsen

1103. The test was conducted for sixty days and checked at regular intervals the

concentration of chlorophyll, shoot length, number of leaves. At the end of the

experiment the fresh biomass and dry biomass was found. A total of 46 isolated

bacteria. Of these, all produced-indole acetic acid, 65.21% produced siderophores,

63.04% solubilized phosphate, 30.43% fixed nitrogen, 34.78% and 8.67% cellulase

produced showed activity against Fusarium oxysporum. For the parameters used in

the experiment "in vivo", statistically significant differences were observed in shoot

length, although there was an increasing trend in the number of leaves and fresh and

dry weight, it was not significant. The average length of the branch ranged from 58.2

cm to 76.7 cm demonstrating an increase until day 31 followed by reduction.

Treatment 2 differed significantly from the control treatment and the other in relation

to the branch length, with higher average of 76 cm, under greenhouse conditions

showed potential for the shoot development. Chlorophyll the ranged from 22.1 26.9,

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with the highest values were observed after 14 days from, the first determination. The

average fresh mass of plants ranged from 39.5 g to 47.5 g and average dry matter

ranged from 12.6 g to 15.7 g as treatment. The average number of leaves per

treatment ranged from 27.1 to 30.8. Evaluation results show the biotechnological

potential of bacteria as agents promoting plant growth, being an alternative to

drawing up a byproduct and the reduction of agricultural inputs.

Keywords: Bacteria. Promoting plant growth. Bioprospecting. Vitis.sp.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1: Mapa indicando localização dos municípios de Videira e Tangará. ..... 42

FIGURA 2: Vista do parreiral na área de coleta no sítio Irakitan, em Tangará-SC . 43

FIGURA 3: Plantas de Vitis em desenvolvimento em casa de vegetação, sob as

mesmas condições climáticas. .................................................................................. 49

FIGURA 4: Ensaio de solubilização de fosfato em meio sólido. A = Isolados C11;

I2; N3; e J6; B = C33; C12, são positivas para solubilização de fosfato; B2 é negativo

para solubilização de fosfato. .................................................................................... 55

FIGURA 5: Leitura do ensaio de produção de sideróforos (A) Isolado A7 (B)

Isolado J4...... ............................................................................................................ 57

FIGURA 6: Diâmetro do halo de produção de sideróforos. .................................... 58

FIGURA 7: Curva de crescimento dos ramos de porta-enxertos de videira em casa

de vegetação. ............................................................................................................ 64

FIGURA 8: Curva do índice de clorofila (IRC) de porta-enxertos de videira em casa

de vegetação. ............................................................................................................ 65

FIGURA 9: Curva da produção do número de folhas de videira em casa de

vegetação..... ............................................................................................................. 67

FIGURA 10: Média total da biomassa de Vitis sp. após 60 dias de experimento

submetido a diferentes tratamentos; A = Massa Fresca; B = Massa seca. ............... 69

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Concentração média dos nutrientes minerais na matéria seca suficiente

para um adequado desenvolvimento das plantas. .................................................... 24

TABELA 2 - Amostras de solo de diferentes cultivares. .......................................... 43

TABELA 3 - Perfil das bactéria em relação ao gram. .............................................. 52

TABELA 4 - Perfil dos isolados frente aos ensaios in vitro da atividade enzimática,

fisiológica e antifúngica. ............................................................................................ 53

TABELA 5 - Média do Diâmetro do halo de produção de sideróforos das bactérias

isoladas a partir de amostras de solo. ....................................................................... 57

TABELA 6 - Média da produção de ácido-Indol-acético (mg/mL-1) pelos isolados

bacterianos após cultivo com meio suplementado com L triptofano. ........................ 59

TABELA 7 - Bactérias que apresentaram atividade fisiológica quanto a fixação de

nitrogênio...... ............................................................................................................. 60

TABELA 8 - Capacidade das bactérias Isoladas em produzir celulase e

antagonismo ao fungo Fusarium oxysporum............................................................. 61

TABELA 9 - Média do número de folhas, comprimento do ramo, índice de clorofila,

nos diferentes tratamentos em Vitis sp. .................................................................... 63

TABELA 10 -Média geral do comprimento do ramo, índice de clorofila e número e

folhas a partir do primeiro dia após a inoculação das bactérias com Vitis sp. ........... 64

TABELA 11 -Média da massa seca (mg)e massa fresca (mg) da raiz, folha e ramo

nos diferentes tratamentos, após 60 dias do experimento. ....................................... 68

TABELA 12 -Percentual médio de carbono, hidrogênio, nitrogênio e enxofre na

biomassa vegetal submetida a diferentes tratamentos, após 60 dias de

experimento.... ........................................................................................................... 70

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 16

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 19

2.1 PANORAMA DA VITICULTURA ......................................................................... 19

2.2 CRESCIMENTO VEGETAL X CULTIVO DA VIDEIRA ....................................... 23

2.2.1 Nutrição da videira – Macronutrientes e Micronutrientes ........................... 23

2.2.2 Fitormônios ..................................................................................................... 27

2.2.3 Fatores biológicos ......................................................................................... 29

2.3 BACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO EM PLANTAS (BPCP)... .... 31

2.3.1 Habilidade de disponibilizar fosfato ............................................................. 33

2.3.2 Produção de Sideróforos ............................................................................... 34

2.3.3 Produção de Fitormônios .............................................................................. 35

2.3.4 Bactérias Fixadoras de Nitrogênio ............................................................... 36

2.3.5 Atividade Antimicrobiana .............................................................................. 37

2.4 IDENTIFICAÇÃO DE MICRORGANISMOS ........................................................ 39

2.4.1 Caracterização Genotípica das Bactérias .................................................... 39

3 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 42

3.1 ÁREA DE COLETA ............................................................................................. 42

3.2 OBTENÇÃO DOS MATERIAIS BIOLÓGICOS .................................................... 43

3.2.1 Isolamentos de microrganismos de amostras da rizosfera ....................... 43

3.3 ENSAIOS IN VITRO DA ATIVIDADE ENZIMÁTICA, FISIOLÓGICA E ANTI-

FÚNGICA.. ................................................................................................................ 44

3.3.1 Solubilização de fosfatos inorgânicos (Ca3(PO4)2) ...................................... 44

3.3.2 Produção de Sideróforos ............................................................................... 45

3.3.3 Produção de Ácido Indol Acético (AIA) ........................................................ 45

3.3.4 Capacidade das bactérias em fixar nitrogênio ............................................ 46

3.3.5 Produção de celulase..................................................................................... 46

3.3.6 Avaliação do potencial de biocontrole a Fusarium oxysporum ................. 47

3.4 ENSAIOS EM CASA DE VEGETAÇÃO DE PROMOTORES DE CRESCIMENTO

DE PLANTAS ............................................................................................................ 47

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3.4.1 Ensaios in vivo de Promoção de Crescimento de Plantas ......................... 47

3.5 IDENTIFICAÇÃO DAS BACTÉRIAS ................................................................... 50

3.5.1 Extração Molecular de DNA ........................................................................... 50

3.5.2 Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) ...................................................... 51

3.5.3 Análise estatística .......................................................................................... 51

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 52

4.1 AVALIAÇÃO DOS MATERIAIS BIOLÓGICOS OBTIDOS................................... 52

4.2 AVALIAÇÃO DOS ENSAIOS EM CASA DE VEGETAÇÃO DE POTENCIAIS

PROMOTORES DE CRESCIMENTO VEGETAL ...................................................... 62

4.3 ANALISE DE SEQUENCIAMENTO DO GENE rpoB DAS BACTÉRIAS ............. 72

5 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 74

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 75

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 76

ANEXOS ................................................................................................................... 87

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1 INTRODUÇÃO

O Brasil é considerado atualmente um país promissor para o cultivo de uvas

destinadas a produção de vinhos, especialmente produzidos na Região Sul. Os

vinhos catarinenses apresentam uma melhor maturação fenólica, devido à grande

amplitude térmica e ao clima subtropical.

A viticultura representa uma atividade de grande importância econômica para

o país. Favorecendo tanto a sustentabilidade da pequena propriedade, bem como a

geração de emprego em empreendimentos que produzem uvas (MELLO, 2012). A

produção de uva segundo IBGE, em 2015, na Região Sul foi de 1.025.536

toneladas, representando um aumento de 6,74% em relação ao ano anterior. Da

produção nacional, 53,11% é destinada ao consumo “in natura” e 46,89% é

processada para produção de vinhos, sucos e derivados, portanto, percebemos que

existe um potencial para aumentar a produção. (MELLO, 2014).

O Brasil, segundo Mello (2014), no ano de 2012, é o 19° país em área

cultivada, o 12º em produção de uvas, e o 13º em produção de vinhos. Atualmente o

Brasil exporta vinhos para 22 países, dentre os principais destacamos Estados

Unidos, Paraguai, Alemanha, Colômbia e China. No panorama mundial, Santa

Catarina tem demonstrado grande potencial na produção de vinhos tanto em alta

qualidade, como sabor e aroma característicos da região.

Durante o ciclo de produção da cultura fatores químico, físicos e biológicos

interferem na qualidade e produtividade da uva. Ocasionando grandes perdas

econômicas inviabilizando a cultura.

A nutrição mineral da videira influência de forma direta na qualidade da uva. A

carência ou excesso nutricional provocam alterações químicas no metabolismo da

cultura, envolvendo a maturação, formação das proteínas, concentração de acidez e

de açúcares, acarretando em perdas na qualidade dos frutos e, consequentemente

no aroma do vinho. (ALBUQUERQUE, 1996; DOMINGOS; LIMA; BRACCINI, 2015).

Para obter maior produtividade os agricultores tornam-se dependentes de

fontes químicas de nitrogênio e fósforo, tornando a produção onerosa e

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consequentemente esgotando os recursos naturais não renováveis, como petróleo e

gás natural, utilizados na produção destes fertilizantes. (GUPTA et al., 2015).

O uso indiscriminado de fertilizantes como nitrogênio e fósforo durante o

cultivo, em longo prazo, ocasiona a diminuição do pH, o que interfere na microbiota

da rizosfera e os torna indisponível para a planta, além de acarretar a poluição do

solo, do ar e da água diminuindo a produtividade (GUPTA et al., 2015). Fatores

físicos como o solo, clima e elementos topográficos (grau de inclinação, erosão e

drenagem do solo), exercem uma influência significativa sobre os processos

fisiológicos da videira. Fazendo parte do terroir, o solo é o componente mais

importante para viticultura, onde está presente o sistema radicular e inúmeros

metabólitos são produzidos influenciando o desenvolvimento da vinha e, a qualidade

do vinho. (FRAGA et al., 2014).

Além das características de solo comentadas anteriormente, Zarraonaindia et

al. (2015), estudaram a influência de comunidades bacterianas agregadas a

rizosfera da videira as quais influenciam as propriedades organolépticas do vinho e

consequentemente na formação de um terroir regional. As rizobactérias promotoras

de crescimento em plantas colonizam a rizosfera e os tecidos das plantas, e atuam

tanto pelo controle biológico de doenças, como diretamente pela promoção de

crescimento, aumentando a produtividade e desenvolvimento das plantas.

(MARIANO et al., 2004). Estes microrganismos podem produzir uma ampla gama de

metabólitos auxiliares que incluem aleloquímicos, sideróforos, antibióticos, enzimas,

fosfatos, fitormônios e outros, diminuindo a necessidade de utilização de produtos

químicos fertilizantes e fungicidas (ADESEMOYE; TORBERT e KLOEPPER, 2008).

Metabólitos secundários envolvidos no biocontrole são conhecidos por

conferir a bactéria produtora uma vantagem competitiva e seletiva contra outros

organismos, contribuindo para a colonização da planta. (COMPANT et al., 2010).

Segundo Haas e Défago (2005), algumas bactérias podem secretar um ou mais

metabólitos/aleloquímicos garantindo a elas uma maior competitividade com a

microbiota natural da rizosfera e rizoplano.

A rizosfera é o local onde os exsudatos são liberados beneficiando a

propagação da microbiota, induzindo a alterações nas estruturas radiculares, e

características físico-químicas do solo (MARASCO et al., 2013), aumentando a

disponibilidade de nutrientes e água. O que constitui uma alternativa promissora

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para diminuir o uso de insumos químicos e pesticidas artificiais na agricultura.

(RUZZI; AROCA, 2015).

O desenvolvimento de doenças fitopatogênicas do solo apresenta um fator de

difícil controle, principalmente na Região Sul, devido a baixas temperaturas e

umidade elevada. Os fitopatógenos Infectam diferentes cultivares de Vitis sp

causando o declínio e morte de videiras. Uma forma de diminuir as perdas e os

danos causados por esses fitopatógenos é o uso de microrganismos que estão,

frequentemente, envolvidos, à rápida colonização da rizosfera e a capacidade de

competir por nutrientes e consequentemente atuando no biocontrole (GARRIDO et

al., 2004). Poucos estudos têm investigado o potencial de bactérias promotoras de

crescimento associadas à videira. Por isso e devido à importância econômica da

viticultura o presente trabalho teve por objetivo a) Isolar microrganismos do solo de

videira; b) Avaliar a capacidade dos microrganismos em solubilizar fosfato

inorgânico; c) Avaliar a capacidade de produzir sideróforos, celulase e ácido indol

acético (AIA); d) Avaliar capacidade de fixar Nitrogênio; e) Avaliar a atividade

antagônica ao Fusarium oxysporum; f) Selecionar os microrganismo para os ensaios

in vivo; g) Avaliar o potencial biotecnológico como agentes promotores de

crescimento vegetal de Vitis. sp.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 PANORAMA DA VITICULTURA

A uva (Vitis sp.), um dos alimentos mais antigos da humanidade, há 6.000

anos a.C. No Brasil é introduzida na década de setenta, com o avanço nas

tecnologias de cultivo de forma mais sistemática, adquire relevância econômica

mundial, favorecendo o desenvolvimento econômico nacional (MELLO, 2012).

Segundo Protas e colaboradores (2002), os colonizadores portugueses foram

os pioneiros em trazer para o Brasil, os primeiros cultivares de uvas de origem

europeia, em meados de 1532. No século XlX, com a chegada dos imigrantes

Italianos, a vitivinicultura se consolidou com a cultivar da uva Isabel (Vitis labrusca)

de origem americana, sendo esta mais resistente as doenças e culminando na

substituição das cultivares Vitis vinifera de origem europeia. Expandindo-se

primeiramente em São Paulo depois para o Rio Grande do Sul. Atualmente a

produção de uva e vinho vem se expandindo para as regiões Nordeste (Vale do São

Francisco, Petrolina-PE), Centro Oeste (Mato Grosso) e Sudeste (estado de São

Paulo). (CAMARGO et al., 2010).

O Setor Vitivinícola brasileiro é formado por várias cadeias produtivas: uvas

finas, americanas e híbridas para mesa, uvas para elaboração de vinhos finos, de

vinhos de mesa e sucos. O melhoramento genético tem contribuído para o

desenvolvimento de cultivares de uva para diferentes finalidades e adaptadas às

condições climáticas brasileiras (CAMARGO et al., 2010).

No Brasil, as uvas comuns de mesa, como ‘Niágara Rosada’, ‘Isabel’ e

‘Niágara Branca’, são produzidas tradicionalmente na Região Sul, nos meses de

janeiro e fevereiro e representam 50% do volume comercializado de uvas “in natura”,

(CAMARGO; MAIA, 2008).

A viticultura é uma atividade que há décadas vem fazendo parte da vida das

pessoas, os produtos dela derivados além de gerar riquezas e desenvolvimento,

agregam as pessoas confraternizações, lazer e fé fazendo parte do histórico da

cultura humana (ALI et al., 2010).

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De acordo com dados da União Brasileira de Vitivinicultura (UVIBRA), a

produção de uvas no Brasil apresenta três destinações: para o comércio “in natura”,

para a produção de sucos e para produção de vinhos. Em 2015 segundo IBGE, a

produção nacional foi de 1.502.147 toneladas, apresentando um crescimento de

4,52% em relação ao ano anterior, sendo, que 42,93% destinada ao consumo “in

natura” e 830,92 milhões de quilos, isto é 57,07%, processada para produção de

vinhos, sucos e derivados (MELLO, 2013).

Sendo uma das primeiras espécies cultivadas a uva é a fruta mais estimada

em todo o mundo. A produção mundial em 2015, segundo OIV (Organização

Internacional da Vinha e do Vinho), é de 7,573 milhões de hectares de vinhedo. A

maior concentração da produção de uvas ocorre na China com, 11.100 milhões de

quilos, seguida dos Estados Unidos com, 7.700 milhões de quilos. A Europa embora

venha reduzindo sua área e produção, de forma expressiva, o país de maior área

cultivada com videiras é à Espanha, representando 15,66% da produção mundial

(MELLO, 2012).

Devido ao grande potencial agrícola e as vantagens climáticas intrínsecas ao

território brasileiro, o plantio da uva é uma alternativa em diferentes regiões

brasileiras para diferentes consumos, visto que no Brasil algumas regiões se

destacam no cultivo de uvas de qualidade destinadas a produção de vinhos

espumantes e sucos (PEREIRA; GAMEIRO, 2008).

De acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento,

as frutas têm apresentado uma crescente importância econômica no país, tanto no

mercado interno como no internacional. As exportações de frutas frescas em 2014

foram de U$ 877,6 milhões, quase 50% maior que em 2013, que foi de U$ 634,5

milhões, apresentaram um aumento nas exportações. As projeções de produção da

uva até 2022/2023 mostram que deverá ocorrer uma expansão de produção de

1,7% de crescimento ao ano.

No Brasil, a Região Sul segundo IBGE, em 2015, destaca-se como a maior

produtora de uvas, com 1.025.536 toneladas, ainda assim, a Região Sudeste

apresenta uma produção de 157.883 toneladas, a Nordeste 315.338 toneladas,

sendo estas as mais viáveis para investimentos no aspecto produtivo da uva, pois

nos últimos anos estão entre os principais produtores nacionais (PEREIRA;

GAMEIRO, 2008; MELLO, 2013).

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A Região Sul, é responsável por cerca de 90% de toda a produção nacional

tendo como principal destino do cultivo a produção de vinhos e sucos. De acordo

com a UVIBRA, (2015) a produção de sucos, apresentou um crescimento médio de

134,06%, no período de 2010 a 2015. O estado de Santa Catarina vem se

destacando na produção de uvas destinadas a vinhos espumantes. A produção

nacional em 2015 segundo (IBGE) foi de 69.250 toneladas, apresentando um

crescimento de 2,86% em relação a 2014. Atualmente a principal Mesorregião

produtora de uvas em Santa Catarina é o meio-oeste catarinense, localizada no Vale

do Rio do Peixe, com uma produção de 54.262 toneladas, predominando as

variedades Isabel, Niágara e Bordo (DESPLOBINS; SILVA, 2005).

O Brasil tem desenvolvido uma capacidade excepcional para a produção de

vinhos. Destacam-se as cultivares de Vitis labrusca, videiras de origem americana,

como base da vitivinicultura brasileira, principalmente a cultivar “Isabel” muito

utilizada na produção de vinho e “Niágara Branca” e “Niágara Rosada” como uvas

de mesa (MELLO, 2013).

Os cultivares da Vitis vinifera de origem europeia não se desenvolveram com

êxito devido às perdas causadas por doenças fúngicas. A partir do século XX com

desenvolvimento de fungicidas utilizados para o controle destas doenças, o cultivo

de videiras europeias ganhou expressão, sobretudo nos estados do Rio Grande do

Sul e São Paulo (IBRAVIN, 2010).

A videira, conhecida como vinha ou parreira, é uma espécie do tipo

trepadeira. Seu caule é retorcido; os ramos vergam facilmente; as folhas são

copiosas, divididas em cinco nervuras com terminações em pontas agudas; as flores

têm a tonalidade verde e o formato de é um cacho de botões; botanicamente falando

é uma inflorescência, o fruto é a uva, bagas que apresentam diferentes formas e

dimensões muito variáveis, além da coloração da casca, consistência, sabor,

perfume etc., (SANTANA, 2004).

A videira pertence ao Reino Plantae, Classe Magnoliopsida, Ordem Vitales,

Família Vitaceae, Gênero Vitis, este é composto por mais de 60 espécies, cuja

distribuição geográfica espontânea contempla os continentes Asiático, Europeu e

Americano (ALI et al., 2010; CAMARGO et al., 2010).

Encontramos várias espécies de videira descritas na Ásia e no continente

americano, mas sua ocorrência natural vai desde o Canadá até a Venezuela.

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(SOUSA, 1996). Entre o continente Asiático e o Americano, há uma grande

diversidade genética, com espécies adaptadas a diferentes condições ambientais.

No continente europeu ocorrem apenas duas espécies, Vitis vinifera e Vitis silvestris.

Entre as espécies americanas, apenas três apresentam variedades cultivadas: Vitis

labrusca, Vitis bourquina e Muscadinea rotundifolia. Nenhuma cultivar comercial

pertence ao grupo das espécies Asiáticas (CAMARGO et al., 2010).

Segundo Myles, e colaboradores (2001) dentre as uvas europeias, ou uvas

finas, a Vitis vinifera é a espécie mais cultivada no mundo apresentando grande

número de cultivares, tanto de uvas para vinho como também de uvas de mesa e de

uvas para a produção de passas.

No Brasil encontraram-se aproximadamente 70 cultivares de uvas finas. As

principais cultivares tintas, pelo volume processado, é Cabernet Sauvignon, Merlot,

Cabernet Franc, Tannat, Ancellota, Pinot Noir e Egiodola, mais expressivas no Sul

do país, e as cultivares. Syrah e Alicante Bouschet, mais importantes na Região

Nordeste. As uvas finas brancas para processamento chegam a mais de 50

cultivares, destacando-se, no Sul, Moscato Branco, Riesling Itálico, Chardonnay,

Prosecco, Trebbiano, e Moscato Giallo, e, na região Nordeste, as cultivares Chenin

Blanc, Moscato Canelli e Itália, esta última também utilizada como uva de mesa

(CAMARGO et al., 2008).

A Vitis labrusca é a segunda em importância pela área cultivada no mundo, é

utilizada para consumo “in natura” e para a elaboração de suco de uva e vinho.

(MAIA, 2008). O cultivo de Vitis bourquina e Vitis rotundifolia está restrito a poucas

zonas de cultivo limitando-se a poucas cultivares e seu cultivo comercial tem

importância apenas no Centro-Sul dos Estados Unidos (RIZZON, 2000)

No Brasil mais de 80% da produção nacional é obtida por uvas comuns de

grande importância econômica. Mais de 40 cultivares entre labruscas, bourquinas e

híbridas interespecíficas compõem o elenco varietal brasileiro. Segundo Sousa,

(1996) as principais cultivares tintas são Isabel, Bordô, Concord, pertencentes à

espécie V. labrusca, utilizadas para a produção de vinhos e sucos; as cultivares

Jacquez, Herbemont e Cynthiana, de V. bourquina, usadas para vinho e suco; e as

híbridas interespecíficas, Couderc Tinto e Seyve Villard Tinto, também usadas para

a produção de vinhos e suco.

Entre as uvas comuns brancas, destacam-se as cultivares Niágara Branca e

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Niágara Rosada, ambas V. labrusca, Couderc 13, Moscato Embrapa, BRS Lorena e

Seyval, do grupo das híbridas interespecíficas. As cultivares de Vitis labrusca, são

utilizadas pela indústria vitivinícola, e como uvas de mesa, especialmente a Niágara

Rosada e a Isabel (CAMARGO et al., 2010).

2.2 CRESCIMENTO VEGETAL X CULTIVO DA VIDEIRA

2.2.1 Nutrição da videira – Macronutrientes e Micronutrientes

Carbono (C), oxigênio (O) e hidrogênio (H) compõem cerca de 90% do total

de elementos presente na biomassa seca dos vegetais, sendo a nutrição mineral um

componente chave da produção da videira e influencia diretamente na produtividade

e qualidade da uva, e está diretamente ligado ao controle biológico de doenças que

acometem a videira (FRÁGUAS; CZERMAINSKI, 2001).

Além do C, O, H, elementos estruturais da matéria orgânica, as plantas

necessitam de mais treze elementos (minerais) para o seu desenvolvimento: o

nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg), enxofre (S)

considerados macro nutrientes, pois a sua concentração exigida pelas plantas é

maior, 10 a 5.000 vezes em relação aos micronutrientes. Os micronutrientes boro

(B), cloro (Cl), molibdênio (Mo), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn) e zinco (Zn),

são necessários em pequenas quantidades em partes por milhão (ppm), (Tabela 1)

(TECCHIO et al. 2011).

Esses elementos desempenham diversas funções nas plantas, incluindo as

estruturais, enzimáticas, regulatórias e iônicas. Por exemplo, o nitrogênio e o enxofre

são fundamentais na formação das enzimas e coenzimas, o cálcio é responsável

pela abertura e fechamento dos estômatos, o magnésio participa da estrutura da

molécula de clorofila (MENDONÇA, 2010).

De acordo com Tecchio et al. (2011) com a retirada de ramos e cachos da

videira, no período da poda e da colheita, ocorre a extração natural de nutrientes,

sendo a aplicação de fertilizantes no solo essencial para a produtividade da videira

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no próximo ciclo (FAQUIN, 2005). As perdas devido às podas e a colheita variam

entre 57% do Nitrogênio e 32% do enxofre (S) em relação à adubação anual

recomendada, representando cerca de 10% do custo de produção (ALBUQUERQUE

e DECHEN, 2000).

TABELA 1 - Concentração média dos nutrientes minerais na matéria seca suficiente para um adequado desenvolvimento das plantas.

Classificação

Nutriente

Concentração

µ moles/ g %

Macronutrientes orgânicos C

42

O

44

H

6

Macronutrientes N 1000 1,5

K 250 1,0

Ca 126 0,5

Mg 80 0,2

P 60 0,2

S 30 0,1

Micronutrientes

ppm

Cl 3,0 100

B 2,0 20

Fe 2,0 100

Mn 1,0 50

Zn 0,30 20

Cu 0,10 6

Mo 0,001 0,1

Fonte: Adaptado de EPSTEIN, E. 1975.

O nível nutricional da videira é determinado pelo vigor vegetativo do porta-

enxerto e está atrelado a diversas exigências nutricionais da cultivar produtora além

das características físicas, químicas e biológicas do solo (LEÃO et al., 2009).

Brunetto, et al. (2008) observou que o percentual de Nitrogênio ao longo dos

ciclos vegetativo e produtivo da videira, além de aumentar a produção de uva

proporciona vinhos de qualidade, pois a quantidade de nitrogênio nas bagas

interfere na taxa e no tempo de fermentação do mosto. Este aumenta a capacidade

da planta em armazenar carboidratos e disponibiliza-lo mais rapidamente para

translocação para as vias metabólicas da videira, (TECCHIO et al., 2011).

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O nitrogênio é o nutriente mais exigido pela cultura da videira, sendo

essencial no início do desenvolvimento dos brotos, na floração, na formação das

bagas e no desenvolvimento dos órgãos de armazenamento (raízes, tronco e

ramos). O nitrogênio é considerado um fator limitante do crescimento vegetal.

Embora presente em grande quantidade na atmosfera, precisa ser transformado em

formas disponíveis à absorção das plantas (REINHARDT et al., 2008).

O nitrogênio é facilmente perdido por volatilização ou lixiviação e apresenta

um custo elevado para realizar o suprimento necessário a planta, especialmente nos

primeiros dias após a sua emergência. Uma relação de simbiose estabelecida entre

bactérias fixadoras de nitrogênio e a planta realiza naturalmente este processo de

fixação biológica do nitrogênio (RUFINI et al., 2011).

Devido a sua mobilidade na planta, a carência de nitrogênio leva a redução no

tamanho da planta (nanismo). As folhas mais velhas tornam-se amareladas

ocorrendo a clorose seguida de necrose (TECCHIO et al., 2011), o excesso de N

provoca um exagerado e prolongado crescimento vegetativo, com maior

sombreamento dificultando o amadurecimento do fruto e consequentemente bagas

mais moles e aquosas e com maior acidez, causando variações no pH do mosto, no

teor de sólidos solúveis e polifenóis totais, comprometendo a produção final

(FAQUIN, 2005).

O fósforo é um dos principais macronutrientes para o desenvolvimento dos

seres vivos. Depois do nitrogênio é o elemento mais importante para o

desenvolvimento inicial da ramificação da raiz e resistência a doenças nas plantas. A

deficiência deste nutriente reduz severamente o seu crescimento e tamanho

(SHARMA et al., 2013).

Esse elemento é constituinte essencial de fosfolipídios, ácidos nucléicos e

participa das vias metabólicas principalmente da adenosina trifosfato (ATP).

Desempenha um importante papel no processo da fotossíntese sintetizando amido,

proporcionando à uva uma melhor maturação, acentuando o sabor e aroma. Este

macronutriente apresenta mobilidade dentro da planta constituindo cerca de 0,2% de

massa seca (INUI, 2009). Segundo Souza (1996) os vinhos mais finos são ricos em

fósforo. Embora este elemento possa ser abundante no solo, nas formas orgânicas e

inorgânicas, em comparação com outros nutrientes, este não está disponível para as

plantas nas condições naturais da rizosfera (KHAN et al., 2013).

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Apenas 0,1% de fósforo está disponível para a planta, devido a sua fixação no

solo, em forma de complexos minerais insolúveis, sendo necessária a aplicação de

fontes fosfatadas tornando a produção onerosa, além dos danos ambientais gerados

(SHARMA et al., 2013). O fósforo é absorvido principalmente por difusão na forma

de ânions monovalente – ortofosfato H2PO4-. Na videira a maior exigência é durante

a brotação (TECCHIO et al., 2011).

Uma das alternativas para aumentar a biodisponibilidade deste elemento no

solo é realizar o controle do pH do solo (controle físico-químico) ou mesmo o

emprego de microrganismos, que aumentam a solubilidade desse elemento, e

consequentemente promovem uma maior absorção pela planta (GIOVANNINI, 1999;

INUI, 2009).

Depois do fósforo o potássio é o nutriente mais utilizado como fertilizante pela

agricultura brasileira (FAQUIN, 2005). Sua carência traz prejuízos no rendimento

final da produção, devido à formação de sementes pequenas (GLICK et al., 1999).

O potássio é um dos macronutrientes considerado importantes na nutrição da

videira, por ser utilizado em maior quantidade. Este é absorvido na forma de íon K+.

No solo encontra-se na forma de rochas insolúveis e silicato associado a minerais

primários (TECCHIO et al., 2011).

Sendo o cátion mais abundante nas células da videira, o potássio é

responsável por funções vitais como a fotossíntese, a regulação da abertura e

fechamento dos estômatos, limitando as perdas de água pela planta. Apresenta

ação enzimática como ativador de enzimas que atuam no transporte de carboidratos

para a maturação dos cachos, interferindo diretamente no aroma do vinho

(DOMINGOS et al., 2015).

Bactérias dos gêneros Acidothiobacillus, Bacillus, Burkholderia, Paenibacillus

e Pseudomonas apresentaram capacidade de solubilizar potássio através da

produção e secreção de ácidos orgânicos na rizosfera vegetal, visando diminuir o

uso de agrotóxicos (GLICK et al., 1999).

Outro elemento de grande importância e limitante ao crescimento vegetal é o

Ferro. Este elemento participa na síntese da clorofila. Nos tecidos das plantas a

quantidade de Ferro é pequena. Devido a sua imobilidade nos tecidos, percebemos

a sua deficiência nas folhas e brotos novos deixando-os amarelados (SOUZA, 1996;

TECCHIO et al., 2011).

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O ferro para ser absorvido pelas raízes das plantas, precisa ser reduzido do

Ferro férrico (Fe3+) para ferroso (Fe2+) na rizosfera. Esta redução está relacionada

com a capacidade das raízes em efetuar a redução do pH da solução ou excretar

substâncias redutoras capazes de reduzir o Fe3+ para Fe2+ (FAQUIN, 2005; GLICK,

et al., 1999).

Na Europa a escassez de ferro nos tecidos da videira origina a clorose

calcária, sem importância para os solos brasileiros ricos em ferro, porém a sua

deficiência está associada ao pH do solo tornando insolúvel para as plantas

(SOUZA, 1996).

O enxofre é um nutriente que participa de reações bioquímicas, sendo um

elemento essencial na síntese de proteína. Na planta, se encontra na forma orgânica

(cistina, cisteína, metionina, proteínas, glicosídeos e vitaminas). No solo, o enxofre é

absorvido pelas raízes das plantas na forma oxidada de sulfato (SO42+) mas pode ser

absorvida pelos estômatos das folhas na forma SO2 (FAQUIN, 2005; TECCHIO et

al., 2011). A carência causa queda na produção dos frutos e biomassa seca de

planta. Devido à baixa mobilidade a sua deficiência aparece nas folhas novas. As

absorções de nitrogênio e enxofre estão relacionadas, ou seja, a deficiência de um

elemento reprime a assimilação do outro (DOMINGOS et al., 2015).

.

2.2.2 Fitormônios

Responsáveis pelo crescimento e desenvolvimento vegetal, os fitormônios

são substâncias orgânicas produzidas em pequena quantidade pelos vegetais.

Atuam em diferentes órgãos das plantas: raiz, caule, folhas, flores e frutos

(MENDONÇA, 2010). Os fitormônios podem ser classificados de acordo com sua

função em de crescimento, reguladores e hormônios de resistência (MENDONÇA,

2010; YANG SUIJUAN et al., 2014).

Fitormônios como auxina, ácido-indol-3-acético (AIA), sendo o mais

abundante das plantas (GLICK et al., 1999; PEAT et al. 2012), é responsável pela

divisão, diferenciação, e a expansão das células vegetais. Estes são produzidas

principalmente na gema apical do caule e da raiz e conduzidas por toda a planta a

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partir das células meristemáticas, promovendo o crescimento das raízes e do caule

através do alongamento das células. O efeito da auxina depende da sua

concentração, quando esta é baixa pode estimular o crescimento e quando é

elevada pode ser inibitória, interferindo na promoção do crescimento e na

germinação de sementes (MENDONÇA, 2010; SZILAGYI-ZECCHIN et al., 2014).

Segundo Ahmad et. al. (2008), o L-triptofano é um aminoácido precursor da

AIA, atuando como um fator limitante no crescimento das plantas, induzindo a

divisão celular e a embriogênese, mas quando não disponível para a planta afeta os

processos fisiológicos das plantas e consequentemente a produção.

O Etileno é sintetizado nos diferentes tecidos vegetais. A enzima 1-

aminociclopropano-1-ácido carboxílico (ACC) é precursora da produção de etileno

(GLICK et al., 1999). Tem por função a maturação dos frutos e senescência das

folhas e flores (MENDONÇA, 2010). Foram analisados durante três anos o

amadurecimento de bagas de Vitis vinifera L. pelo método transcricional Affymetrix

Vitis Gene Chip. Como resultado foi encontrado 19% do conjunto de genes do

núcleo das bagas estão relacionados com o metabolismo hormonal, sendo a auxina

e o etileno os principais hormônios que influenciaram o desenvolvimento das

mesmas, (BÖTTCHER et al., 2013; PEAT et al., 2012; PILATI et al., 2007).

As Giberelinas são produzidas nos tecidos jovens do caule e em sementes

em formação, atuando tanto na divisão quanto no alongamento celular do sistema

caulinar produzindo plantas altas, além da indução da germinação de sementes e

florescimento em plantas (MENDONÇA, 2010).

O ácido abscísico (ABA) é produzido nas folhas maduras e sementes, atua no

fechamento dos estômatos, favorece a síntese de reserva em sementes e pode

afetar a indução e a manutenção de dormência nas sementes e gemas de certas

espécies (MENDONÇA, 2010).

As citocininas e zeatina são produzidas nas raízes e promovem o

desenvolvimento das gemas laterais, a divisão celular e o crescimento de mudas e

transplantes (MENDONÇA, 2010; YANG et al., 2014). Alguns fatores, especialmente

o tipo, a concentração e a combinação de reguladores de crescimento, como

citocinina e a zeatina melhoram a quantidade e qualidade da produção (IVARSON

et.al., 2013).

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As rizobactérias do gênero Azotobacter sp., Rhizobium sp., Pantoea

agglomerans, Rhodospirillum rubrum, Pseudomonas fluorescens, Bacillus subtilis e

Polymyxa paenibacillus, se destacam sendo excelentes produtoras de citocininas e

giberelinas, atuando como promotoras de crescimento (GLICK et al., 1999).

O ácido salicílico, um composto fenólico, muito importante devido às suas

diversas funções reguladoras nas plantas, participa diretamente dos níveis de

clorofila, pigmentos carotenóides e taxa fotossintética, influenciando no crescimento

das plantas (YANG SUIJUAN et al., 2014).

A utilização de microrganismos para melhorar a disponibilidade de nutrientes

vegetal é uma prática necessária para uma agricultura sustentável e tem aumentado

significativamente nas últimas décadas, resultando em uma elevação da produção

agrícola (FREITAS et al., 2011).

2.2.3 Fatores biológicos

As doenças fúngicas representam um dos maiores problemas para a

produção de uva. Nos últimos anos o número de casos de morte e declínio de

plantas de videira é grande ocasionou uma redução da área plantada e,

consequentemente redução da produtividade. Em regiões onde as condições

climáticas são favoráveis ao desenvolvimento das doenças fúngicas, os tratamentos

fitossanitários podem atingir 30% do custo de produção da uva, inviabilizando a

cultura (SONÊGO et al., 2005).

Entre as doenças que acometem a videira podemos destacar as de origem

bacteriana e fúngica. As principais espécies de fungos causadores da morte e

declínio da videira, na Região Sul, são Cylindrocarpon destructans, Fusarium

oxysporum f. sp. herbemontis, Phaeoacremonium sp., Verticillium sp.,

Botryosphaeria sp., Graphium sp., Cylindrocladium sp., sendo encontrados em

vários municípios do Rio Grande do Sul (GARRIDO et al., 2004; GARRIDO

SÔNEGO; VANDERLEI, 2004).

A fusariose é causada pelo fungo Fusarium oxysporum f. sp. herbemonts,

uma das principais doenças da Região Sul, foi verificada pela primeira vez no Rio

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Grande do Sul, em 1954, no cultivar Herbemont. A doença continua ainda hoje

causando danos nos vinhedos do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, com a

morte de plantas, sobretudo em porta-enxertos oriundos do cruzamento de Vitis

riparia x V berlandieri e plantas de pé-franco (sem porta enxertos) (SONÊGO et al.,

2005; KUNIYUKI; AMORIM, 1997).

O Declínio da Videira vem apresentando um aumento nos últimos anos na

Região Sul. De acordo com SONÊGO et al., (2005) os principais agentes

identificados dessa moléstia no Brasil são: Eutypa lata, forma sexuada de Libertella

blepharis, encontrada em vinhedos de São Paulo e do Rio Grande do Sul;

Botryosphaeria sp., forma sexuada de Botryodiplodia theobromae, encontrada em

São Paulo e no Nordeste; Sphaeropsis sp. e Phomopsis vitícola, principalmente no

Rio Grande do Sul, os sintomas de declínio nas plantas surgem aproximadamente

de 2 a 4 anos após a infecção (KUNIYUKI; AMORIM, 1997). A doença se

desenvolve lentamente nas videiras, e consequentemente o impacto econômico é

sentido somente quando a videira atinge a fase adulta (SONÊGO et al., 2005).

O declínio da videira foi observado em Portugal, Espanha e Grécia é causada

pelo fungo Cylindrocarpon destructans. Apresenta ampla distribuição geográfica,

podendo ser encontrado em todos os continentes, presente desde a superfície até

as camadas mais profundas do solo. O Cylindrocarpon destructans acomete as

plantas jovens da videira causando um escurecimento interno do colo, redução dos

brotos jovens, murcha da parte aérea da planta e, finalmente, a morte da planta

(GARRIDO, et al., 2004).

Outro problema fitossanitário que vem se destacando é na Região Sul é a

pérola-da-terra Eurhizococcus brasiliensis (Hemiptera: Margarodidae) é um dos

principais agentes responsáveis pelo declínio da cultura da videira. Doença nativa da

Região Sul do Brasil tem dificultado o cultivo tanto pelos danos causados quanto

pela falta de controle devido a facilidade de dispersão da doença (FÁBIO; BOTTON;

DE ANDRADE, 2014). É uma cochonilha subterrânea, que se alimentam de grande

quantidade de seiva das plantas, provocando o decadência da videira, reduzindo

drasticamente a produção, causando a morte da videira. A disseminação da pérola-

da-terra ocorre principalmente pela Linepithema humile, espécie de formigas que se

associa aos cistos em busca dos resíduos açucarados, pois estas transportam as

ninfas eclodidas até as raízes das plantas hospedeiras (DE CÉSARO, 2008).

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Entre as medidas preventivas de controle pode ser adotado o uso de material

vegetativo sadio, evitando a entrada do patógeno em áreas ainda não afetada, ou o

emprego de cultivares resistentes (NAVES et al., 2005). Outra alternativa é o

emprego de bioinoculantes que pode atuar de forma direta, disponibilizando

nutrientes ou hormônios, sendo que, os microrganismos podem inibir ou evitar o

crescimento de fitopatógenos a partir da secreção de enzimas e substâncias

antimicrobianas (CALVO, 2014).

Conforme Compant e colaboradores (2005) o emprego de bioinoculantes

pode contribuir de maneira significativa na produção vegetal, facilitando a

assimilação de nutrientes e proporcionando maior crescimento, qualidade e

produtividade, atuando também como um importante mecanismo de controle de

fitopatógenos. O conhecimento dos mecanismos de interação entre plantas e

microrganismos e estratégias de colonização representam um importante aspecto no

sucesso da interação (COMPANT et al., 2010).

2.3 BACTÉRIAS PROMOTORAS DE CRESCIMENTO EM PLANTAS (BPCP)

As bactérias promotoras de crescimento em plantas (BPCP) colonizam a

rizosfera e os tecidos das plantas estabelecendo associações benéficas, atuando

direta ou indiretamente na promoção de crescimento, aumentando a produtividade e

diminuindo a necessidade de utilização de produtos químicos fertilizantes e

agroquímicos (COMPANT et al., 2013; GLICK et al., 2007; LUGTENBERG e

KAMILOVA, 2009; VACHERON et al., 2013).

Os estímulos diretos constituem aqueles que afetam o balanço de

reguladores de crescimento da planta, melhorando o estado nutricional da planta e

estimulando os mecanismos de resistência a doenças. Entre estes podemos

destacar a fixação biológica de nitrogênio, a produção de fitormônios, a síntese de

enzimas e a solubilização de fosfato. Os mecanismos indiretos por sua vez estão

relacionados à redução ou inibição da ação de microrganismos patogênicos,

incluindo a produção de antibióticos, sideróforos e enzimas extracelulares como

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celulases e quitinases (ASGHAR et al., 2002; GLICK et al., 2007; KHALID et al.,

2004).

Bactérias do solo tem particular habilidade para crescer rapidamente e para

utilizar uma grande variedade de diferentes fontes de nutrientes. Enquanto que

muitas bactérias encontram-se dispersas no solo, algumas estão aderidas a

partículas, e interagem com as raízes. Em virtude disso, a concentração de

bactérias nas regiões próximas as raízes, isto é, na rizosfera, é muito maior do que

na região não rizosférica (GLICK, 2012). A concentração de bactérias em solos

risosféricos pode variar de 107 a 109 UFC/g, enquanto que em solo não rizosférico a

concentração é inferior de 105 a 107 UFC/g (BAIS et al., 2006).

Segundo Viveros e colaboradores (2010) as bactérias promotoras de

crescimento podem ser classificadas como bactérias extracelulares (eBPCP) e

intracelulares (iBPCP). Os microrganismos presentes na superfície e no interior da

maior parte dos vegetais apresentam relações simbióticas com a planta hospedeira

sem causar dano, sendo as bactérias gram-positivas predominantes na rizosfera

vegetal, principalmente bacilos formadores de esporos por apresentarem

capacidade de degradar biopolímeros (GIONGO et al., 2013).

As bactérias que habitam o interior da planta hospedeira são chamadas de

bactérias endofíticas, enquanto que as bactérias epifíticas crescem e vivem sobre a

superfície vegetal (região em torno da raiz). Existem algumas populações

bacterianas que apresentam a capacidade de se estabelecer entre a colonização

endofítica e epifíticas (dentro e fora do hospedeiro). Esses microrganismos

provocam alteração na composição da rizosfera levando a um aumento no

crescimento e na produtividade de diferentes culturas (FIGUEIREDO et al., 2010).

As raízes das plantas exsudam grande quantidade de nutrientes estimulando

as populações microbianas a metabolizar substâncias capazes de promover

diretamente o desenvolvimento do sistema radicular proporcionando crescimento da

planta e indiretamente a inibição a fitopatógenos por mecanismos de competição ou

a resistência sistêmica (VACHERON et al., 2013).

Muitas bactérias tem capacidade de sintetizar ácido-indol-acético que

apresenta efeito sobre o crescimento e desenvolvimento das plantas e do sistema

radicular de forma específica. As bactérias da rizosfera parecem ter maior potencial

para sintetizar e liberar AIA como metabólito secundário do que a microbiota não

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rizosféricca devido ao rico suplemento de nutrientes dos exsudados das raízes.

Assim a produção varia grandemente entre diferentes espécies e da disponibilidade

de nutrientes (CHITRASELVI; KALIDASS; KANT, 2015)

O conhecimento das comunidades microbianas presentes na rizosfera

proporciona a descoberta de novos metabólitos e possibilita possíveis aplicações

desses microrganismos biotecnologicamente. É preciso avaliar os mecanismos de

ação desses microrganismo in vitro para selecionar as características desejadas,

como por exemplo, produção de quitinase, solubilização de fosfato, capacidade de

produzir ácido indol acético (AIA), produção de sideróforos e capacidade de

sobreviver em ambientes adversos com pouco nutriente (COMPANT et al., 2013;

FEDRIZZI, 2006).

Conforme Calvo (2014) os bioinoculantes são produtos derivados de fontes

naturais ou biológicas e quando aplicados em quantidades pequenas, estimulam um

melhor desenvolvimento da planta, através do aumento da absorção de nutrientes,

do desenvolvimento radicular, tolerância a estresse, facilitando a assimilação de

nutrientes e proporcionando maior crescimento, qualidade e produtividade. O termo

ganhou maior amplitude, como substâncias que contém microrganismos vivos que,

quando aplicados sobre a sementes, superfícies das plantas ou no solo, são

capazes de colonizar a rizosfera ou o interior dos tecidos vegetais e promover o seu

crescimento (VESSEY, 2003). Inoculantes microbianos vem demonstrando um

grande potencial não só na agricultura, mas como biorremediadores, na recuperação

de áreas degradadas.

2.3.1 Habilidade de disponibilizar fosfato

Encontrado no solo em ambas as formas orgânicas e inorgânicas o fósforo se

encontra na forma insolúvel, imóvel ou precipitado, tornando – se indisponível para

as plantas (GLICK et al., 1999).

Muitos microrganismos presentes no solo apresentam capacidade de

disponibilizar fosfato. Bactérias solubilizadoras de fosfato desempenham um papel

crucial na nutrição de fósforo por aumentar sua disponibilidade para as plantas

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através da liberação a partir de formas orgânicas e inorgânicas via solubilização e

mineralização (RODRIGUES; FRAGA, 1999).

As plantas absorvem fosfato apenas em duas formas solúveis, a monobásica

(H2PO4) e o dibásica (HPO42-íons). As rizobactérias apresentam deferentes

mecanismos de solubilização de fosfato, como liberação de ânions, ácidos

orgânicos, prótons, íons e hidróxido da molécula mineral. A produção de enzimas

extracelulares e a liberação do fosfato durante a degradação de substrato (GLICK et

al., 1999).

A produção de ácidos pelos microrganismos torna o fosfato inorgânico,

anteriormente precipitado e “indisponível” em formas mais solúvel e assimilável pela

planta. Da mesma maneira, a produção de fosfatases hidrolisam as fontes orgânicas

(RODRIGUÉZ et al., 2000; SOBRAL, 2003). Frente à potencialidade destes

microrganismos são crescentes os estudos para aferir a capacidade de solubilização

de fósforo.

Os principais gêneros de rizobactérias solubilizadoras de fosfato utilizadas

para melhorar o rendimento e o crescimento vegetal são Arthrobacter, Bacillus,

Beijerinckia, Burkholderia, Enterobacter, Erwinia, Flavobacterium, Microbacterium

Pseudomonas, Rhizobium, Rhodococcus e Serratia (GLICK et al., 1999).

Empregadas como inoculantes, as bactérias solubilizadoras de fósforo vêm

despertando um crescente interesse do setor agrícola, pois sua utilização como

biofertilizantes propicia aumento da produtividade. A estirpe Burkholderia cepacia

tem sido utilizada como biofertilizante, promovendo crescimento nas principais

culturas de Cuba (RODRIGUEZ et al., 2000).

2.3.2 Produção de Sideróforos

Sideróforos são moléculas de baixo peso molecular (< 10 KD) quelantes de

ferro sintetizados por bactérias como Pseudomonas, Azotobacter, Bacillus,

Enterobacter, Serratia, e Azospirillum. Já foram reportados mais de 500 sideróforos

produzidos por microrganismos. Entre estes há três principais, conhecidos como

hidroxamato, catacolato e carboxalato (SAJEED, 2013).

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Os sideróforos são moléculas orgânicas que tem função de sequestrar o Fe+3

presente no solo e torná-lo disponível para as células na forma de complexo

sideróforo Fe+2(AHMED; HOLMSTRÖM, 2014). Produzidos por diferentes

organismos vivos, estes quelantes podem representar um fator limitante para alguns

microrganismos e vantajoso para outros, podendo torna-se um importante

mecanismo antagônico (NEILANDS, 1995; VIANA et al., 2013).

Os microrganismos aeróbicos utilizam o ferro para várias funções, como por

exemplo, a constituição do heme, a redução de oxigênio para a síntese de ATP, a

redução de precursores ribótido de DNA e muitas outras atividades metabólicas

(NEILANDS, 1995).

Os sideróforos apresentam capacidade de se ligar a outros metais além do

ferro apresentando uma variedade de propriedades, atuando como biocontrole,

biossensores e agentes de bioremediação além de promover o crescimento de

plantas, (AHMED; HOLMSTRÖM, 2014).

2.3.3 Produção de Fitormônios

O AIA é um importante fitormônio, pois estimula o alongamento das células

vegetais, modificando certas condições, como, o aumento do teor osmótica das

células, aumento na permeabilidade de água para dentro da célula, redução na

pressão da parede celular, induzindo a síntese de proteínas. Promove a inibição ou

atraso e a abscisão das folhas, induzindo a floração e frutificação (ZHAO, 2010).

Bactérias promotoras de crescimento produzem fitormônios, auxinas,

citocinas e giberelinas que promovem o crescimento das raízes e aumento do

número de pelos radiculares. O AIA pode ser sintetizado a partir de três vias

biossintéticas: duas vias dependente do triptofano, a via indole-3-acetamida (IAM) e

a via indole-3-piruvato (IpyA), e outra via que não depende do triptofano, sendo o

precursor desconhecido (RADWAN, 2004).

Em uma das vias, a enzima necessária a biossíntese da auxina é a ipdC

(indole-3-pyruvate decarboxylase-EC4.1.1.74), sendo o aminoácido L-triptofano (L-

Trp) o precursor fisiológico deste fitormônio em microrganismo e plantas (LEBUHN;

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HARTMANN, 1993). Biossíntese microbiana do IAA no solo pode ser reforçada por

triptofano de exsudatos radiculares. A aplicação do fertilizante orgânico pode

aumentar os níveis de triptofano no solo e em resíduos orgânicos e os fertilizantes

podem ser produzidos por transformação microbiana aeróbia ou anaeróbia

(ARKHIPCHENKO et al., 2006).

Segundo Vacheron et al. (2013) espécies como Azospirillum brasilense

durante a colonização da rizosfera produzem óxido nítrico, um sinalizador da auxina,

2,4-diacetylphloroglucinol (DAPG), hormônio responsável pelo desenvolvimento das

raízes laterais. Concentrações baixas deste hormônio levam à inferência a

resistência sistêmica.

2.3.4 Bactérias Fixadoras de Nitrogênio

O nitrogênio encontra-se em abundância na atmosfera, no entanto, a forma

assimilada pelas plantas é a forma de nitrato (NO3-), ou amônio (NH4+) (TECCHIO et

al., 2011).

Entre os principais processos responsáveis pela disponibilidade de N2

atmosférico às culturas são a fixação industrial, fixação atmosférica e fixação

biológica (DOMINGOS et al., 2015).

A fixação industrial trata-se da obtenção de fertilizantes nitrogenados

industrialmente, a partir da molécula de N2 e a produção da amônia (NH3). O uso

deste tipo de adubação é considerado poluente e reduz a eficácia da fixação

simbiótica em leguminosas por bactérias, além de apresentar um custo elevado na

produção final (FAQUIN, 2005).

A fixação atmosférica, não depende da ação de microrganismos, são

processos naturais, como a reação de descargas elétricas com o N2, a combustão e

o vulcanismo (DOMINGOS et al., 2015).

Conforme Reinhardt e colaboradores (2008) o processo de fixação biológica

de nitrogênio realizado pelas bactérias diazotróficas fornece uma grande quantidade

desse nutriente para as plantas. Esse processo de transformação do N2 atmosférico

em NH3 pelas bactérias é catalisado pela enzima nitrogenase. Esse processo

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depende da expressão de um conjunto de genes conhecidos como genes nif

(nitrogen fixation) que codifica a proteína.

As bactérias promotoras de crescimento têm habilidade de fixar nitrogênio da

atmosfera e fornecer a planta por dois mecanismos, simbiótica e não simbiótico. A

fixação simbiótica de nitrogênio é uma relação mutualística entre microrganismo e

planta. Na forma não simbiótica, a fixação é carreada por microrganismos de vida

livre, diazotróficos como pertencentes aos gêneros Azobacter, Acetobacter,

Azospirillum, Burkolderia e Enterobacter (AHMED e KIBRET, 2004; GUPTA et al.,

2015).

A Fixação Biológica do Nitrogênio (FBN) realizada por Bactérias diazotróficas

pertencentes ao gênero Bradyrhizobium, é a fonte mais viável de fixação N2

atmosférico ao solo. Diazotróficas simbióticas em contato com as raízes das plantas

formam um nódulo e a presença da enzima nitrogenase transforma o nitrogênio

(NH3) não assimilável pela planta em amônia (NH+4) disponível pela planta

(DOMINGOS et al., 2015).

Bactérias do gênero Rhizobium são reconhecidas pela capacidade de fixar

nitrogênio em leguminosas, mas segundo Souza, et al., (2015) bactéria isolada da

rizosfera de arroz Rhizobium sp. UR51a, demonstrou capacidades de produção de

ácido indol acético, de solubilizar fosfato, e fixar nitrogênio, estimulando o

crescimento, a absorção de nutrientes em plantas de arroz.

2.3.5 Atividade Antimicrobiana

Metabólitos secundários envolvidos no biocontrole são conhecidos por

conferir a bactéria produtora uma vantagem competitiva e seletiva, contra outros

organismos contribuindo para sua colonização (COMPANT et al., 2010). Segundo

Haas e Défago (2005) algumas bactérias podem secretar um ou mais metabólitos

garantindo a elas uma maior competitividade com a microbiota natural da rizosfera e

rizoplano.

Um dos mecanismos mais estudados na inibição de fitopatógenos é a

antibiose, que consiste na produção de metabólitos, como por exemplo, antibióticos

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pelo microrganismo antagonista controlando as atividades metabólicas e o

crescimento do patógeno (SARAF et al., 2014).

Bactérias promotoras de crescimento de plantas podem atuar de forma

indireta quando diminui ou impede os efeitos deletérios de patógenos por diferentes

mecanismos (GLICK, 2012). De maneira indireta a inibição de fungo fitopatogênicos

pode ocorrer através da produção de enzimas como celulase, hemicelulose e

quitinases, o que contribui significativamente para a supressão de patógenos em

plantas (SARAF et al., 2014). Bactérias quitinolíticas apresentam características que

envolvem a lise da parede celular das células fúngicas por ação de enzimas

hidrolíticas (BERG et al., 2001).

As bactérias do gênero Bacillus sp. se destacam em relação à capacidade

para produzir celulase e são encontradas em grande quantidade no solo (GAUR;

SONI, 2015). Essas bactérias promovem o crescimento vegetal, pois colonizam as

raízes da planta atribuindo resistência a patógenos, melhora a produtividade e altera

a morfologia radicular através da exsudação de metabolitos (ZARRAONAINDIA, et

al., 2015; YANG, SUIJUAN et al., 2014).

As doenças fúngicas causadas por patógenos do solo representam perdas

econômicas reduzindo a produtividade e a qualidade dos produtos, assim o controle

biológico representa uma alternativa para minimizar as perdas e o uso de produtos

químicos como fertilizantes e fungicidas (GRIGOLETTI, 1993).

Estudos realizados sobre o mecanismo de promoção de crescimento vegetal

mediaram uma ampla compreensão das formas de supressão de doenças por esses

agentes de biocontrole (COMPANT et al., 2005). As bactérias promotoras do

crescimento secretam metabólitos, como enzimas que desempenham um importante

mecanismo no controle biológico de fitopatógenos incluindo Botrytis cinerea,

Sclerotium rolfsii, Fusarium oxysporum,Phytophthora sp., Rhizoctonia solani e

Pythium ultimum (GLICK et al., 1999). Enzimas como a celulase são capaz de

hidrolisar diferentes tipos de açúcar como por exemplo a glicose e desperta

interesse à décadas principalmente na produção de biocatalisadores. (DE CASTRO

e PEREIRA JR., 2010).

No experimento realizado por Walker e colaboradores (2011) três estirpes de

Azospirillum foram inoculadas em duas cultivares de milho e promoveram

modificações dos metabólitos especialmente benzoxazinonas, modificando as vias

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biossintéticas da benzoxazina nas plantas de milho. Estes compostos estão

relacionados com a defesa da planta contra fitopatógenos.

2.4 IDENTIFICAÇÃO DE MICRORGANISMOS

2.4.1 Caracterização Genotípica das Bactérias

A caracterização taxonômica sempre apresentou limitações quanto à

abordagem fenotípica, fisiológica e que está baseada em análises bioquímicas,

principalmente devido à alta variabilidade metabólica das diferentes espécies

(DAHLLÖF; BAILLIE; KJELLEBERG, 2000). Para corroborar com técnicas

bioquímicas clássicas, caracterização morfológica e característica fenotípicas, as

técnicas de biologia molecular têm sido amplamente utilizadas para facilitar e

aprimorar a identificação correta destes microrganismos e sua aplicação

biotecnológica (FELIS; DELLAGLIO, 2007).

A reação em cadeia da polimerase (PCR – Polymerase Chain Reaction) é

uma das técnicas importantes da biologia molecular na atualidade, devido a sua

facilidade de execução e versatilidade de aproveitamento nas diferentes áreas do

conhecimento.

Esta técnica baseia-se na multiplicação in vitro de segmentos do material

genético, presentes em espaço intergênico do genoma bacteriano (BRUCE et al.,

1999). Obtendo a formação de várias cópias de uma região específica do DNA,

devido a utilização oligonucleotideos iniciadores de primers (MULLIS, 1990).

Segundo Jorgensen e Cluster (1989), a técnica de PCR ARDRA apresenta

grande potencialidade pela simplicidade e rapidez nas respostas de comparação

diferencial entre vários grupos filogenéticos, o que possibilita que sejam efetuadas

análises em distintos níveis de classificação.

A ARDRA (Amplified Ribosomal DNA Restriction Analysis) tem demostrado

bons resultados para a caracterização de diferentes tipos de microrganismos, sendo

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viável em relação a custo benefício se comparada a outras técnicas para fins

similares (LAGUERRE et al., 1994).

A rDNA apresentam uteis cronômetros moleculares, altamente conservada

entre diferentes grupos de organismos. Os rDNA são raramente afetados pela

transferência horizontal de genes e apresenta regiões polimórficas que são capazes

de distinguir filogeneticamente mesmo táxons relacionados (ABREU et al., 2008).

A diferenciação de espécies ou linhagens de muitos grupos de bactérias

(CHENOLL; MACIÁN; AZNAR, 2003), é feita através da análise polimórfica de

fragmentos da região intergênica 5 S, 16S e 23S do RNA ribossomal (KLEIN et al.,

1998). E apresenta uma enorme variação, o que possibilita a sua utilização na

diferenciação de grupos bacterianos (NOUR, 1998).

Embora o gene rDNA 16s seja o marcador molecular ainda mais utilizado

para determinar a variabilidade interespecífica em relação a filogenética bacteriana,

o gene rpoB (gene codificador da sub-unidade â da RNA polimerase) vem se

destacando como marcador molecular para a distinção das variações genotípicas

entre as espécies, devido a melhor capacidade de mutação e homogeneidade nos

padrões de banda (KHAMIS; RAOULT; LA SCOLA, 2005).

De acordo com Durak et al., 2006 os genes rpoB são mais polimórficos que

os 16s rDNA, permitindo maior diferenciação entre espécies com grande similares,

sendo um método rápido para a caracterização de bacillus ssp. Devido a uma certa

limitação na sequência do gene 16s rDNA ser baixa na maioria das espécie sugere-

se que o rpoB proporciona maior sensibilidade na sequência do DNA. Ainda

segundo o mesmo autor as análises filogenéticas permitiram diferenciar linhagens

monofiléticas de espécies que apresentaram semelhança dentro de cada gênero.

A utilização do rpoB gene permite diferenciar facilmente espécies diferentes

dentro do mesmo gênero, sendo que isso não seria possível com utilização de

genes 16s DNA, devido à similaridade fenotípica de certas espécies, sendo uma

ferramenta alternativa para identificação de microrganismos, além de permitir

detectar sítios de mutação que confere, por exemplo resistência a determinados

antibióticos (KIM et al., 1999).

Mollet e colaboradores (1997) comparou o gene rpoB e 16s rDNA de

bactérias da família Enterobacteriaceae durante a identificação molecular e

percebeu que em 85 dos 91 microrganismos o rpoB apresentou maior resolução das

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sequencias na distinção entre as espécies, apresentando entre 1 e 15,4 % maior

variabilidade em relação ao gene 16s rDNA em 82 microrganismos, confirmando a

sua eficiência na identificação de espécies.

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3 MATERIAL E MÉTODOS

A pesquisa foi desenvolvida nos laboratórios do Núcleo Biotecnológico da

Universidade do Oeste de Santa Catarina e no campo experimental da Empresa de

Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Videira - SC (EPAGRI).

3.1 ÁREA DE COLETA

As amostras de solo, são provenientes de vinhedos localizados na Epagri no

município de Videira e no sítio Irakitan, interior do município de Tangará, ambos

situados no Vale do Rio do Peixe, Meio Oeste de Santa Catarina (Figura 1).

No sítio, encontra-se uma pequena propriedade de agricultura familiar, onde a

viticultura é presente por mais de 10 anos, sendo o parreiral de pequena extensão,

com aproximadamente 8.000 m2 (Figura 2).

FIGURA 1: Mapa indicando localização dos municípios de Videira e Tangará.

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FIGURA 2: Vista do parreiral na área de coleta no sítio Irakitan, em Tangará-SC

3.2 OBTENÇÃO DOS MATERIAIS BIOLÓGICOS

3.2.1 Isolamentos de microrganismos de amostras da rizosfera

Para o isolamento dos microrganismo foram coletadas amostras de 3 solos,

dois provenientes de vinhedos localizados na Epagri, e um no sítio Irakitan, no

período de junho a dezembro de 2013. As bactérias provenientes do solo Bordô,

Isabel, Niágara e Isabel respectivamente B, I, N, J são provenientes do banco de

amostra da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Tabela 2).

TABELA 2 - Amostras de solo de diferentes cultivares.

Amostras Solo Propriedade Município Localização Geográfica

1 C Convenc. Epagri Videira 27º02’01,8” Lat. Sul / 51º08’08,1” Lon. Oeste 2 O Orgânico Epagri Videira 27º02’16,1” Lat. Sul / 51º07’51,9” Lon. Oeste

6 A Niágara Particular Tangará 27º07’57,4” Lat. Sul / 51º03’56,8” Lon. Oeste 3 B Bordô Unoesc Videira 26°59’32,4” Lat. Sul / 51°10’34,5” Lon.Oeste 4 I Isabel Unoesc Videira 26°59’32,4” Lat. Sul / 51°10’34,5” Lon.Oeste 5 N Niágara Unoesc Videira 26°59’32,4” Lat. Sul / 51°10’34,5” Lon.Oeste 7 J Isabel Unoesc Videira 26°59’32,4” Lat. Sul / 51°10’34,5” Lon.Oeste 1 C= solo convencional, 2 O= solo orgânico, 3 B= Bordô; 4 I= Isabel; 5 N= Niágara, 6 A= Niágara, 7 J= Isabel.

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Em pontos aleatórios, dos vinhedos, foram coletas 500g de amostras de solo,

rizosférrico e não rizosférrico, de cada local, armazenadas em recipientes plásticos e

transportadas para o Laboratório de Microbiologia, do Núcleo Biotecnológico da

Universidade do Oeste de Santa Catarina, Campus Videira.

Para o isolamento das bactérias, 10 g de solo foram pesados e transferidos

para 90 mL de solução salina (NaCl 0,85 %), mantidas a 25ºC por 30 min, sob

agitação de 250 rpm. Após incubação foram realizadas diluições seriadas decimais

de 10-5, 10-6, 10-7 a seguir uma alíquotas de 100 uL das diluições que foram

semeadas, com auxílio de alça de Drigalsky, no meio ágar nutriente (AN). As placas

foram incubadas a temperatura de 27 ± 1°C por 24-72 horas. Após período de

incubação as colônias foram purificadas, preservadas e mantidas sob refrigeração,

contendo ágar nutriente inclinado, a temperatura de 4°C durante a realização dos

ensaios in vitro. Os mesmos isolados foram preservados em tubos criogênicos de

2,0 mL contendo 20% de glicerol em freezer a -10 °C. Todas as bactérias foram

empregadas nos ensaios de promotores de crescimento. O delineamento

experimental dos ensaios in vitro, foram realizados em triplicata e mais o controle.

3.3 ENSAIOS IN VITRO DA ATIVIDADE ENZIMÁTICA, FISIOLÓGICA E ANTI-

FÚNGICA

3.3.1 Solubilização de fosfatos inorgânicos (Ca3(PO4)2)

Para avaliar a capacidade dos isolados em solubilizar fosfato inorgânico

utilizou-se o método descrito por Nautiyal et al. (1999) (Anexo 1). O meio obtido foi

distribuído em placas de petri.

Os isolados foram repicados pela técnica da picada em locais equidistantes,

sobre o meio de cultura, com auxílio de uma alça de platina. As placas foram

incubadas durante sete dias a temperatura entre 28 e 30°C.

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Após o período de incubação, foi observada a presença ou ausência de halo

de solubilização. Foram considerados positivos os isolados que apresentaram halos

transparentes ao redor da colônia.

3.3.2 Produção de Sideróforos

Os ensaios foram realizados em meio King B, (KING et al., 1954) (Anexo 2),

adicionado ao meio a solução indicadora de cromo azurol (CAS) (Anexo 3). Segundo

a metodologia descrita por Schwyn e Neilands (1987), adaptado por Cattelan (1999).

Os isolados foram cultivados em tubos de ensaio contendo 5 mL de meio King

B, mantidos por 24h à 30°C sob agitação constante. Uma alíquota de 100 µL foi

transferida para placas contendo o mesmo meio. As placas foram incubadas a 30°C

por 72 horas. A presença de halos amarelo/laranja ao redor das colônias representa

resultado positivo para produção de sideróforos. O cálculo do Halo de produção de

sideróforos foi adaptado de Berraquero et al. (1976), a partir da soma do diâmetro do

halo (mm) e do diâmetro das colônias (mm), temos o Halo total de produção.

3.3.3 Produção de Ácido Indol Acético (AIA)

Cada isolado de bactérias foi cultivado em tubos de ensaio com 3 mL de meio

King B (Anexo 2) suplementado com 5 mM de L-triptofano, segundo metodologia de

Bric et al. (1999), adaptado por Cattelan (1999) e incubados no escuro a

temperatura de 30°C, sob agitação constante de 150 rpm (rotação por minuto)

durante 48h.

Uma alíquota de 2 mL da cultura foi centrifugada a 2000 rpm durante 10 min,

1mL do sobrenadante foi transferido para um novo tubo e, acrescentado a este, 1mL

da solução Salkowski (FeCl3 0,5 mol L-1 e 49 mL de HClO4 (35%) segundo Gordon e

Werber (1951) e incubou-se por 30 minutos no escuro. A concentração de AIA foi

determinada em espectrofotômetro a 540 nm (comprimento de onda). O resultado

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46

positivo foi demonstrado pela formação de uma coloração rósea. A concentração de

AIA no meio de cultura foi determinada com base em uma curva padrão de AIA (0, 5,

10, 20, 40 e 60 mg/mL-1), preparada com meio de cultura.

3.3.4 Capacidade das bactérias em fixar nitrogênio

As bactérias isoladas foram transferidas para tubo de ensaio contendo 5 mL

do meio de cultura livre de nitrogênio MLN (Anexo 4) e incubadas a 28°C, por 10

dias. Este procedimento foi repetido mais duas vezes utilizando o mesmo meio de

cultura. A reinoculação sucessiva dos isolados ocorreu para certificar-se que o

crescimento não está ocorrendo devido a reservas de nitrogênio nas células. Após

sucessivos repiques, uma alíquota 200 uL foi transferida para placas de Petri

contendo o meio ágar nutriente (AN), incubadas à 28°C por 72 horas para confirmar

a viabilidade dos isolados. Os isolados que cresceram nas placas são considerados

positivos e fixadores de nitrogênio, de acordo com Rennie (1981), adaptado por

Cattelan (1999).

3.3.5 Produção de celulase

A produção de celulase foi avaliada cultivando-se os isolados em meio

Tripticaseína de soja ágar (TSA) (Anexo 5), suplementado com 5% de carboximetil

celulose (CMC), como única fonte de carbono. Os isolados foram inoculados pela

técnica da picada, distribuídos de forma equidistantes. As placas foram incubadas

em estufa a 28°C por 72 horas. A atividade da celulase foi indicada com adição de

lugol na placa de Petri, após período de incubação. Não ocorreu a mensuração do

halo, as colônias que apresentaram halo incolor, foram consideradas positivas para

produção de celulase.

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3.3.6 Avaliação do potencial de biocontrole a Fusarium oxysporum

Em cada placa de Petri contendo meio ágar Müeller Hinton foram inoculados

cinco isolados, separados de forma equidistante. As placas foram incubadas a

temperatura 28°C por 7 dias. Após, as colônias apresentarem crescimento, cada

placa recebeu uma sobre camada do meio de cultura ainda fundente, contendo

esporos do fitopatógeno. O volume de 1 mL de uma suspensão de esporos

contendo 106 esporos/mL foi misturado com 9 mL de meio Batata-Dextrose-Ágar

(BDA) fundente (temperatura de 45°C). A suspensão homogeneizada foi vertida

sobre as placas com o crescimento das bactérias. Após, as placas foram incubadas

a temperatura de 28°C para permitir o crescimento dos fungos fitopatogênicos por

até sete dias. Após o período de incubação foi observada a presença de halos de

inibição. Os microrganismos que formaram halo de inibição foram considerados com

atividade antifúngica contra Fusarium oxysporum.

3.4 ENSAIOS EM CASA DE VEGETAÇÃO DE PROMOTORES DE

CRESCIMENTO DE PLANTAS

A partir dos resultados obtidos nos ensaios de caracterização enzimática e

fisiológica in vitro, foram selecionados microrganismos para proceder o ensaio em

casa de vegetação.

3.4.1 Ensaios in vivo de Promoção de Crescimento de Plantas

O experimento foi conduzido com estacas enraizadas de porta-enxertos de

videira da variedade Paulsen 1103. As estacas foram padronizadas e plantadas em

caixa de areia até iniciar brotamento das mesmas, após brotamento foram lavadas

em água corrente e transplantadas para vasos plásticos contendo substrato de fibra

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de coco inerte e vermiculita, na proporção de 3 para 1, autoclavados a 121ºC, por 60

minutos). Foram mantidas em casa de vegetação aclimatizadas, a temperatura de

25°C, com umidade relativa de 75%, por um período de 30 dias. Após foram

empregados 150 vasos para o ensaio de promoção de crescimento.

Dos 46 isolados avaliados quanto à produção de sideróforos, solubilização de

fosfato, produção de ácido-indol-acético, fixação assimbiótica de nitrogênio

atmosférico, produção de celulase. Quatro isolados bacterianos foram selecionados,

o principal critério utilizado foi o potencial fisiológico e enzimático das bactérias em

produzir metabólitos que promovam o crescimento vegetal.

As bactérias selecionadas formam cultivadas separadamente em Erlenmeyers

contendo meio líquido Brain Heart Infusion (BHI), a temperatura de 28ºC, por um

período de 18 horas, sob agitação constante de 120 rpm. Decorrido o tempo de

incubação, 20 mL de uma suspensão bactéria contendo 1,8 UFC/mL de bactérias foi

transferido para os vasos contendo as estacas enraizadas.

O delineamento experimental foi constituído de 5 tratamentos e um grupo

controle: T1 controle; T2 Bactéria C12; T3 Bactéria O7; T4 Bactéria B3; T5 Bactéria

I3; T6 Bactérias C12, O7, B3 e I3 (consórcio), com 5 repetições. Para cada

tratamento foram empregados 25 vasos com uma estaca enraizada cada. Os vasos

foram distribuídos e organizados em cinco blocos, com seis tratamentos por blocos

totalizando 30 plantas por bloco. O controle constituiu de plantas sem a adição da

suspensão bacteriana, somente 20 mL de meio de cultura (Figura 3).

As plantas foram mantidas a temperatura de 25°C, com um fotoperíodo de 16

horas de luz e 8 horas de escuro, umidade relativa de 75% sendo adicionado,

semanalmente 50 mL de solução nutriente (Anexo 6) a cada vaso.

A avaliação da promoção de crescimento em Vitis foi realizada por meio dos

parâmetros: índice de clorofila foliar, comprimento do ramo, número de folhas,

biomassa fresca e seca da raiz, do ramo e das folhas, concentração de carbono,

nitrogênio, enxofre e hidrogênio.

Em intervalos regulares foi mensurado o comprimento do caule, contado o

número de folhas e determinado o índice de clorofila, na segunda folha totalmente

desenvolvida com clorofilômetro SPAD 502 da empresa Minolta. A avaliação do

número de folhas, comprimento do ramo e índice de clorofila ocorreu no 1o, 15 o, 31

o, 45 o e 59 o dia.

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FIGURA 3: Plantas de Vitis em desenvolvimento em casa de vegetação, sob as mesmas condições climáticas. Fonte: O autor

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Decorridos os 60 dias as plantas foram coletadas e a raiz, o caule e as folhas

foram separadas para determinação da massa (mg) da matéria fresca. Após estas

foram acondicionadas em sacos de papel previamente secos e pesados. Para

avaliar a massa (mg) da matéria seca, as plantas foram mantidas a 60ºC em estufa

até estabilização da massa e pesadas novamente. A massa da matéria seca e

fresca foi determinada em balança analítica.

As amostras foram maceradas e encaminhadas a EPAGRI de Caçador –SC

para análise do percentual do carbono, hidrogênio, nitrogênio e enxofre.

3.5 IDENTIFICAÇÃO DAS BACTÉRIAS

A identificação molecular foi realizada para duas bactérias, o isolado O7 que

apresentou resultados positivos em todos os ensaios in vitro e o isolado C12, que

apresentou os melhores resultados nos ensaios in vivo.

3.5.1 Extração Molecular de DNA

As bactérias foram cultivadas em caldo BHI (infuso de cérebro e coração) por

8 horas, a temperatura de 30 °C. Após este período procedeu-se a extração

conforme protocolo de (Sambrook et al., 1989). Após crescimento as amostras foram

centrifugadas por 10 minutos a 10000 rpm. O sobrenadante foi desprezado e as

células lavadas com água estéril. As células depois de centrifugadas foram

ressuspendidas em tampão, qual sendo adicionados, SDS a uma concentração final

de 1 % e lisozima a uma concentração de 0,6 %. A solução foi incubada em banho

de água a temperatura de 37 °C por uma hora. Após, foi adicionada proteinase K

(0,6 mg/mL) e a solução novamente incubada a 37 °C por mais uma hora. Um

volume de fenol foi adicionado à mistura, homogeneizado e centrifugado por 20

minutos. O sobrenadante foi transferido para um novo tubo e uma nova extração

com fenol: duas com fenol/clorofórmio/álcool isoamílico (24:24:1) e uma com

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clorofórmio/álcool isoamílico (24:1). Isopropanol 0,7 volumes foi adicionado e após

16 horas a temperatura de - 20 °C, o isopropanol foi desprezado e o DNA

ressuspenso novamente em TE. Após foi realizada migração eletroforetica para

garantir a integridade do material extraído e posterior utilização na Reação em

Cadeia da Polimerase.

3.5.2 Reação em Cadeia da Polimerase (PCR)

Para a amplificação parcial do gene rpoB, foi empregado o par de

oligonucleotídeos iniciadores AAR YTI GGM CCT GAA GAA AT e TGI ART TTR

TCA TCA ACC ATG TG (DRANCOURT and et al., 2004). As condições de

amplificação foram as mesmas empregadas pelo autor. Após amplificação, o

produto foi purificado e encaminhado ao Departamento de Microbiologia da

Universidade Federal do Rio Grande do Sul, para sequenciamento. As sequências

obtidas foram alinhadas utilizando o programa ChromaPro 1.5 sendo a sequência

comparada com a sequência de nucleotídeos de espécies de referência obtidos

EMBL/GenBank database, usando NCBI BLAST.

3.5.3 Análise estatística

Após os experimentos em casa de vegetação, os dados formam submetidos a

análise de variância (ANOVA) e as médias comparadas pelo teste de Scott Knott

(p<0,05).

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 AVALIAÇÃO DOS MATERIAIS BIOLÓGICOS OBTIDOS

A partir de sete amostras de solo, foram isoladas 46 bactérias, destas, 27

(58,6%) são Gram positivas e 19 (41,3%) Gram negativas (Tabela 3). Estes

resultados corroboram com os encontrado por Marasco e colaboradores (2013)

onde, isolaram 769 bactérias a partir de amostras de solo/planta de videiras

provenientes da Itália, Tunísia e Egito, e detectaram a prevalência de bactérias

Gram negativas (66%), sendo identificado de forma mais abundante os gêneros

Pseudomonas, Enterobacter, Pantoea, Bacillus e Arthorobacter.

TABELA 3 - Perfil das bactéria em relação ao gram.

Bactéria GRAM Bactéria GRAM Bactéria GRAM

A10 - C11 + J7 +

A11 + C12 + N3 -

A12 + C2 - N4 -

A14 + C32 - N7 -

A15 + C33 - O11 +

A2 + C35 - O14 -

A3 + CX + O15 +

A4 + I2 - O16 +

A5 - I3 - O2 +

A6 + I4 + O3 +

A7 + I5 + O4 +

A9 - J1 + O7 +

B1 + J2 + O8 -

B2 - J3 + O9 -

B3 + J4 -

B7 - J6 +

(-) bactéria gram negativa; (+) bactéria gram positiva; C= solo convencional, O= solo orgânico,

B= Bordô; I= Isabel; N= Niágara, A= Niágara, J= Isabel.

Das 46 bactérias isoladas, todos os isolados produziram ácido-indol-acético,

29 isolados (63.04%) solubilizaram fosfato, 30 isolados (65,21%) produziram

sideróforos, 16 isolados (34,78%) produziram celulase, 14 isolados (30,43%) fixaram

nitrogênio, e somente 4 (8,67%) isolados apresentaram atividade contra o fungo

fitopatogênico (Tabela 4).

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TABELA 4 - Perfil dos isolados frente aos ensaios in vitro da atividade enzimática, fisiológica e antifúngica.

Isolado AIA

(mg/ml) Nit. Sol. Fosf. Sid. Cel. Ativ. Ant.

Isolado

AIA (mg/ml) Nit.

Sol. Fosf. Sid. Cel.

Ativ. Ant.

A10 + + - - - - I2 + - + + + - A11 + + - - + + I3* + - + + - - A12 + - - + - - I4 + - - + - - A14 + - + + - - I5 + + - - - - A15 + - + + + - J1 + + + + + - A2 + - + + + - J2 + - - - - - A3 + - + + + + J3 + - + + + - A4 + - - - + - J4 + - + + - - A5 + - - + + - J6 + + + + - - A6 + + + + + - J7 + - + - - - A7 + - + + + - N3 + - + + - - A9 + - + - - - N4 + - + - - - B1 + + - + + - N7 + + + - - - B2 + - - - + - O11 + - + - - - B3* + + + + - - O14 + - + + - - B7 + + - + - + O15 + - + + - - C11 + - - + + - O16 + + - + - - C12* + + + + - - O2 + - - - - - C2 + - + + + - O3 + - + - - - C32 + - - + - - O4 + - - - - - C33 + - + + - - O7* + + + + + + C35 + - + + - - O8 + - - + - - CX + + + - - - O9 + - + - - -

* Isolados selecionados para o ensaio in vivo em casa de vegetação; (-) não produziu a enzima/metabolito; (+) produziu a enzima/metabolito; AIA (mg/ml) =

produção de ácido-indol-acético; Nit. = fixação assimbiótica de nitrogênio atmosférico; Sol. Fosf. = solubilização de fosfato; Sid. = produção de sideróforos;

Cel. = produção de celulase; Ativ. Ant. = atividade antagônica contra o Fusarium oxysporum.

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Na tabela 4 podemos observar o perfil dos 46 isolados frente aos ensaios de

atividade enzimática, fisiológica e antifúngica. Podemos verificar que muitos dos

isolados apresentaram resultado positivo para mais de um teste avaliado.

O isolado O7 se destacou apresentando resultado positivo para todos os

ensaios. Outros três isolados, A3, A6 e J1 apresentaram resultados positivos para

cincos dos ensaios, sendo que A6 e J1 apresentaram capacidade de produzir

atividade enzimática e fisiológica para todos os ensaios a que forma submetidos. No

entanto não apresentaram atividade antifúngica. Enquanto que o isolado, A3 não foi

eficiente na fixação de nitrogênio, mas foi um dos 4 isolados a apresentar atividade

antifúngica. Doze (26,09%) isolados foram positivos para quatro ensaios, doze

(26,09%) isolados foram positivos para três ensaios, quinze (32,60%) foram

positivos para dois ensaios e três (6,5%) isolados foram positivos para somente um

ensaio.

De acordo com Marasco e colaboradores (2013) produção de AIA,

solubilização fosfato, produção de amônia, protease e produção de sideróforos foi

avaliada para 175 isolados (93 isolados de rizosfera e 82 endofiticos). A maioria

(95%) dos isolados apresentou múltiplas habilidades, a produção de AIA foi

observada em 82% dos isolados, a solubilização de fosfato em 61% e a produção de

sideróforos em 47%. Portanto podemos perceber que a produção de AIA foi

igualmente detectada tanto em bactérias endofíticas (84%) quanto rizosféricas

(80%). Estes resultados corroboram com os resultados encontrados neste trabalho,

onde 93,5% dos isolados foram positivos para dois ou mais ensaios.

No estudo realizado por Ribeiro e colaboradores (2012), foram isoladas 97

bactérias da raiz de Araucária angustifólia e todos os isolados apresentaram pelo

menos uma característica positiva quanto ao potencial biotecnológico de promoção

de crescimento. A partir do sequenciamento parcial do gene de DNAr 16S dos

isolados, os que se destacaram como promissores foram os pertencentes as famílias

Bacillaceae, Enterobacteriaceae e Pseudomonadaceae. Destes 18 isolados

produziram ácido indole-3-acético (IAA), 27 foram capazes de solubilizar fosfato

inorgânico, 21 isolados fixaram nitrogênio, 37 foram positivas para sideróforos. Estes

resultados corroboram com este estudo. Sendo que, todos os isolados apresentaram

pelo menos uma característica.

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Passos e colaboradores (2014) verificaram a capacidade de bactérias

isoladas da rizosfera de pomares de maçã em produzir sideróforos das 300

bactérias isoladas, 214 (71,3%) apresentaram essa característica. Em relação à

capacidade de solubilizar fosfato apenas 36 (12%) dos isolados apresentaram essa

habilidade. A maioria dos isolados (94,33%) apresentou capacidade de produzir

compostos indólicos.

No ensaio de solubilização de fosfato 63,04% das bactérias avaliadas

apresentaram capacidade de solubilizar fosfato inorgânico em meio de cultura

(Tabela 4). Os microrganismos que apresentaram halo Transparente ao redor da

colônia foram considerados positivos e os que não apresentaram halo foram

considerados negativos para a solubilização de fosfato (Figura 4).

A B

FIGURA 4: Ensaio de solubilização de fosfato em meio sólido. A = Isolados C11; I2; N3; e J6; B = C33; C12, são positivas para solubilização de fosfato; B2 é negativo para solubilização de fosfato.

Karagöza e colaboradores (2012) isolaram bactérias da rizosfera de videiras

selvagens nativa de três regiões diferentes da Turquia, sendo identificados 27

gêneros e 44 espécies totalizando 95 isolados. Destes 12 (12,6%) são fixadoras de

nitrogênio e 12 (12,6%) apresentaram capacidade de solubilizar fosfato. Resultado

este, inferior ao encontrado no presente estudo, o que demonstra o potencial dos

isolados em solubilizar fosfato. Outros trabalhos ainda apontam percentuais

inferiores a este estudo em relação à solubilização de fosfato como os reportados

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por Islam e colaboradores (2006) onde, 30 endofíticos foram isolados e apenas 6

demonstraram com capacidade de solubilizar fosfato.

Das sete amostras diferentes de solo todas apresentaram isolados positivo

para solubilização de fosfato demonstrando que o solo da rizosfera de videira pode

ser um deposito de bactérias com genes para promotoras de crescimento de plantas

(ZARRAONAINDIA et al., 2015).

Bactérias solubilizadoras de fosfato associadas a microrganismos benéficos

ao solo promovem o crescimento das plantas e aumentam a produtividade. No solo

um dos principais mecanismos de solubilização de fosfato está relacionado com a

diminuição do pH do meio, devido a produção de ácidos orgânicos pelas

rizobactérias (KARAGÖZA et al., 2012).

Dawwam e colaboradores (2013) verificaram que dos sete isolados de

bactérias da rizosfera de Ipomoea batatas L. somente quatro solubilizaram fosfato.

Moreira e Araujo (2013) verificaram que os isolados de Bacillus sp demonstraram

pouca atividade na solubilização de fosfatos.

No trabalho reportado por Marasco e colaboradores (2013) foram isoladas

bactérias associadas ao sistema radicular de diferentes cultivares de videira e

verificaram que mais de 60% dos isolados sintetizaram auxinas e solubilizaram

fosfato, metabolitos importantes que enriquecem a rizosfera, promovendo,

resistência a fatores ambientais como seca, solo árido e atividade antagônica.

Segundo Dias e colaboradores (2009) o vigor vegetativo está relacionada com

a capacidade das bactérias de sintetizar auxina e solubilizar fosfato, sendo um fator

relevante para promover o desenvolvimento de mudas durante a aclimatização.

A produção de sideróforos foi observada em 30 (65,21%) microrganismos. Na

figura 5 é possível visualizar a formação do halo no ensaio de produção de

sideróforos. Segundo Benite e Machado (2002), nas últimas três décadas mais de

uma centena de sideróforos de ocorrência natural têm sido isoladas e

caracterizadas, estes incluem de origem bacteriana (Streptomyces, E. coli,

Pseudomonas, Bacillus, Micobacterium) e fúngica (Aspergillus, Penicillium).

A produção destes quelantes de ferro apresentam uma grande diversidade,

mas tem especial importância como agentes de biocontrole, biossensores e agentes

de bioremediação além de promover o crescimento de plantas (AHMED e

HOLMSTRÖM, 2014).

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A B

FIGURA 5: Leitura do ensaio de produção de sideróforos (A) Isolado A7 (B) Isolado J4.

O diâmetro do halo (Diam. Halo - Diam. Colônia) de produção variou de 2,33

mm a 22 mm (Tabela 5). Entre os isolados avaliados, A12, C2, O8, C33 e J3

apresentaram os valores mais elevados sendo o diâmetro do halo de 22 mm, 20,6

mm, 20,3 mm e 20 mm respectivamente (Figura 6).

TABELA 5 - Média do Diâmetro do halo de produção de sideróforos das bactérias isoladas a partir de amostras de solo.

Bactérias Média Desvio Padrão Bactérias Média Desvio Padrão

A12 22,00 ± 2,02 C33 20,00 ± 1,15

A14 10,00 ± 1,15 C35 12,33 ± 1,15

A15 4,33 ± 1,76 I2 15,00 ± 1,20

A2 9,67 ± 1,20 I3 10,33 ± 1,15

A3 9,67 ± 0,88 I4 3,67 ± 0,88

A5 2,33 ± 0,88 J1 6,00 ± 0,88

A6 8,00 ± 0,88 J3 20,00 ± 2,02

A7 3,33 ± 3,51 J4 4,33 ± 3,00

B1 19,67 ± 1,45 J6 7,67 ± 0,66

B3 6,33 ± 0,88 N3 13,33 ± 1,45

B7 9,67 ± 2,30 O14 10,33 ± 1,20

C11 10,00 ± 0,33 O15 16,33 ± 0,33

C12 10,33 ± 1,15 O16 3,33 ± 0,57

C2 20,67 ± 0,88 O7 8,00 ± 0,88

C32 6,33 ± 1,20 O8 20,33 ± 0,33 Os dados são médias de três repetições; ± = desvio padrão.

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58

FIGURA 6: Diâmetro do halo de produção de sideróforos.

Tian e colaboradores (2009) realizaram um trabalho com objetivo de analisar

a diversidade de bactérias produtoras de sideróforos na rizosfera de tabaco por meio

de análise de restrição do DNA ribossomal amplificado (ARDRA), os resultados

relataram que 85% dos isolados produzem sideróforos, destes 75% pertenciam ao

gênero Pseudomonas e apresentaram a produção de carboxilato um tipo de

sideróforos antagônico a Phytophthora parasitica var. nicotianae.

Segundo Radzki e colaboradores (2013) as bactérias Chryseobacterium spp.

e Pseudomonas fluorescens, isoladas da rizosfera demonstraram – se eficazes na

produção de sideróforos. Inoculada em plantas de tomate com doze semanas,

apresentaram um aumento significativo na massa seca e absorção de nutrientes

pelas plantas.

Nas condições do experimento todos os isolados avaliados foram capazes de

produzir AIA (em mg/mL-1 de cultura). Os níveis de produção de AIA variaram de

0,36 mg/mL-1 a 14,7 mg/mL-1 (Tabela 6). Conforme Dobbelaere e colaboradores

(2003) a habilidade de sintetizar fitormônios é amplamente distribuída entre

bactérias associadas com plantas. A auxina estimula o crescimento e o aumento da

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

14,00

16,00

18,00

20,00

22,00

24,00

A1

2

A1

4

A1

5

A2

A3

A5

A6

A7

B1

B3

B7

C1

1

C1

2

C2

C3

2

C3

3

C3

5

I2 I3 I4 J1 J3 J4 J6 N3

O1

4

O1

5

O1

6

O7

O8

Diâ

met

ro d

o h

alo

(m

m)

Isolados

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59

área radicular, permitindo melhor absorção de nutrientes do solo. No trabalho

reportado por Kuss e colaboradores (2007) todos os isolados foram capazes de

produzir AIA. Resultado este que corrobora com os encontrados em nosso estudo.

TABELA 6 - Média da produção de ácido-Indol-acético (mg/mL-1) pelos isolados bacterianos após cultivo com meio suplementado com L triptofano.

Bactéria AIA (mg/mL-1) Desvio Padrão Bactéria AIA (mg/mL-1) Desvio Padrão

A10 0,91 ± 0,001 I2 1,84 ± 0,002

A11 2,82 ± 0,002 I3 14,77 ± 0,003

A12 0,42 ± 0,000 I4 1,51 ± 0,002

A14 2,76 ± 0,001 I5 0,91 ± 0,001

A15 5,49 ± 0,003 J1 0,45 ± 0,000

A2 4,62 ± 0,005 J2 10,62 ± 0,006

A3 0,85 ± 0,002 J3 5,49 ± 0,004

A4 4,07 ± 0,002 J4 3,64 ± 0,005

A5 6,69 ± 0,005 J6 0,69 ± 0,001

A6 0,53 ± 0,001 J7 9,09 ± 0,002

A7 0,69 ± 0,001 N3 1,89 ± 0,004

A9 1,56 ± 0,001 N4 1,18 ± 0,002

B1 1,51 ± 0,002 N7 0,69 ± 0,001

B2 0,47 ± 0,001 O11 0,69 ± 0,001

B3 3,47 ± 0,005 O14 4,51 ± 0,006

B7 1,18 ± 0,002 O15 0,63 ± 0,002

C11 3,15 ± 0,002 O16 0,47 ± 0,001

C12 5,22 ± 0,002 O2 0,74 ± 0,001

C2 0,42 ± 0,001 O3 3,47 ± 0,004

C32 0,36 ± 0,000 O4 0,91 ± 0,001

C33 0,63 ± 0,001 O7 2,44 ± 0,003

C35 1,02 ± 0,001 O8 0,53 ± 0,001

CX 3,25 0,003 O9 0,63 ± 0,001 Os dados são médias de três repetições; ± = desvio padrão.

De acordo com Dawwam e colaboradores (2013) das sete bactérias isoladas

da rizosfera de Ipomoea batatas L. todas produziram AIA sendo que a maior

concentração foi de 10,73 ug/mL e a menor de 0,6 ug/mL resultado menor do que o

nosso.

Dos 46 isolados, 20 isolados (43,48%) produziram valores inferiores a 1

mg/mL-1, 19 isolados (41,30%) produziram valores entre 1 e 5 mg/mL-1, cinco

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60

isolados (10,87%) produziram valores entre 5 e 10 mg/mL-1. E os isolados I3 e J2 se

destacaram quanto a capacidade fisiológica de sintetizar AIA produzindo

respectivamente 14,77 e 10,62 mg/mL-1 de AIA.

Em contrapartida os 33 isolados da espécie Azospirillum amazonense obtidos

a partir de amostras de raízes de três espécies de Brachiaria, foram capazes de

produzir fitormônios tipo AIA (ácido 3-indol acético) em meio de cultivo. A quantidade

de AIA produzida variou de 35 a 110 µM (JUNIOR et al., 2004).

Teixeira e colaboradores (2007), isolaram microrganismos endofíticos,

pertencentes aos gêneros Bacillus, Burkholderia, Enterobacter, Stenotrophomonas e

Pseudomona e todos os isolados foram capazes de produzir AIA e fixação de

Nitrogênio atmosférico.

Nos ensaios de fixação de nitrogênio, das 46 bactérias isoladas, 14 (30,4 %)

apresentaram resultados positivos para esta atividade fisiológica, ainda podemos

perceber que todas as sete amostra diferentes de solo apresentou bactérias com

esta característica (Tabela 7). Segundo Beneduzi e colaboradores (2010), os

microrganismos isolados da rizosfera apresentam boa capacidade de assimilar

nitrogênio.

TABELA 7 - Bactérias que apresentaram atividade fisiológica quanto a fixação de nitrogênio.

Bactéria Nitrogênio Bactéria Nitrogênio

A10 + CX + A11 + I5 + A6 + J1 + B1 + J6 + B3 + N7 + B7 + O16 +

C12 + O7 + (+) para a fixação de nitrogênio; N2 = nitrogênio.

No trabalho reportado por Kuss e colaboradores (2007) todos os 58 isolados

da rizosfera de arroz, foram capazes de fixar nitrogênio, sendo Azospirillum

brasilense e A. lipoferum os que apresentaram os maiores valores, 41,08 e 46,82 µg

mL-1, respectivamente. Segundo Janarthine e Eganathan (2012) apenas uma

pequena proporção de bactérias endofíticas demonstram capacidade de fixar

nitrogênio.

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Das bactérias isoladas, 34,8% produziram celulase. A produção de celulase

foi observada em 16 isolados (Tabela 8). Segundo Asghar (2002) e Glick (1995), a

promoção de crescimento vegetal pode ser proporcionada, indiretamente, pela

redução ou inibição da ação de microrganismos patogênicos, devido à produção

enzimas como celulases e quitinases, à produção de antibióticos e a produção de

sideróforos por parte das bactérias promotoras de crescimento.

Berg e colaboradores (2001) isolaram bactérias do solo e da rizosfera e

avaliaram a produção e atividade de quitinase e celulase e atividade antagônica a

Verticillium: Ps. Putida, Ps. chlororaphis e Ser. Plymuthica. Três cepas foram

selecionadas e mostraram-se mais eficientes do que agentes de biocontrole

comerciais.

TABELA 8 - Capacidade das bactérias Isoladas em produzir celulase e antagonismo ao fungo Fusarium oxysporum.

Bactérias Celulase Antagonismo Bactérias Celulase Antagonismo

A10 - - I2 + -

A11 + + I3 - -

A12 - - I4 - -

A14 - - I5 - -

A15 + - J1 + -

A2 + - J2 - -

A3 + + J3 + -

A4 + - J4 - -

A5 + - J6 - -

A6 + - J7 - -

A7 + - N3 - -

A9 - - N4 - -

B1 + - N7 - -

B2 + - O11 - -

B3 - - O14 - -

B7 - + O15 - -

C11 + - O16 - -

C12 - - O2 - -

C2 + - O3 - -

C32 - - O4 - -

C33 - - O7 + +

C35 - - O8 - -

CX - - O9 - -

(-) não produziu a enzima/metabolito; (+) produziu a enzima/metabolito.

Entre as 46 bactérias isoladas da rizosfera de Vitis sp., somente quatro A11,

A3, B7, e O7 ou seja (9%) dos isolados apresentaram atividade contra o fungo

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Fusarium oxysporum (Tabela 7). No estudo de Araujo e colaboradores (2010), onde

foram isoladas 14 bactérias pertencentes ao gênero Bacillus, somente 4 dos

isolados apresentou atividade antagônica contra o fungo Fusarium oxysporum.

No trabalho de Ribeiro e colaborador (2012), foram isoladas 97 bactérias da

raiz de Araucária angustifólia. Destes, 45 isolados foram antagônicos ao Fusarium

oxysporum.

Bactérias e rizobactérias promotoras do crescimento vegetal podem estimular,

direta ou indiretamente, o crescimento de plantas, aumentando a produção de

biomassa, e reduzindo os danos causados por fitopatógenos (LUGTENBERG e

KAMILOVA, 2009; VAN LOON e BACKKER, 2005).

4.2 AVALIAÇÃO DOS ENSAIOS EM CASA DE VEGETAÇÃO DE POTENCIAIS

PROMOTORES DE CRESCIMENTO VEGETAL

Os resultados apresentados aqui demonstram o potencial biotecnológico das

bactérias como agentes de promoção do crescimento vegetal. Foram selecionadas

quatro bactérias O7, I3, C12, B3 (Tabela 4) para avaliar o efeito destes

microrganismos e seus metabólicos em ensaios in vivo em casa de vegetação. O

isolado O7 apresentou resultado positivo para todos os ensaios. O isolado I3 se

destacou na produção de AIA com maior índice de 14,768 (mg/ML-1), as bactérias

C12 e B3 foram positivas para produção de sideróforos, solubilização de fosfato e a

produção de AIA, apresentando potencial como agentes de promoção de

crescimento vegetal. O experimento foi conduzido em casa de vegetação e as

estacas foram submetidas as mesmas condições edafoclimáticas, por um período de

59 dias.

Para os parâmetros avaliados neste estudo, foram observadas diferenças

estatísticas significativas no comprimento do ramo, embora houve uma tendência de

aumento na massa fresca e seca, está não foi significativa. Avaliando o comprimento

do ramo das plantas de videira observamos que no decorrer dos 59 dias do

experimento em casa de vegetação, o tamanho variou de 33,52 (T5, 1º dia) a 102,88

(T2, 59º dias).

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63

Quando avaliamos o vigor vegetativo entre os diferentes tratamentos dos

porta-enxertos de videira, a variável comprimento do ramo se destacou

apresentando diferenças significativas. Portanto verificou-se uma variação na média

por tratamento de 58,288 (tratamento 4) a 76,704 cm (tratamento 2) (Tabela 9).

TABELA 9 - Média do número de folhas, comprimento do ramo, índice de clorofila, nos diferentes tratamentos em Vitis sp.

Nº Folhas=número de folhas; Comp. Ramo =comprimento do ramo; consorcio = as bactérias C12 + O7 + B3 + I3; NS = não significativo; CV = Coeficiente de variação; As médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Scott Knott (p<0,05).

Observando a média geral de todos os tratamentos verificou-se que no

primeiro dia foi de 36,74, e no 59 dia de 85,73 ocorrendo um crescimento normal dos

ramos (Tabela 10). O tratamento T2 se sobressaiu apresentando um maior

crescimento em relação aos outros no decorrer do experimento, obtendo um

aumento de 57% do tamanho inicial. Seguidos pelos tratamentos T3, T6 e T1

(controle). Os tratamentos T5 e T4 foram os que menos cresceram, em média 63 cm

e 58 cm, respectivamente.

No entanto, para o crescimento dos ramos, verificou-se que o comportamento

das curvas foi quadrático e a maior diferença entre o comprimento dos ramos

ocorreu no primeiro mês, evidenciando um aumento até o 31º dia seguido de

redução, conforme a equação de regressão y = -0,0145x2 + 1,7052x + 35,127 R² =

0,9972 (Figura 7).

Bactéria Comp. Ramo (cm) Clorofila Nº Folhas (unid.)

Tratamento 1 Controle 66,880 B 24,9736 A 28,840 NS

Tratamento 2 C12 76,704 A 22,9924 B 30.824 NS

Tratamento 3 O7 69,200 B 24,1208 B 29,624 NS

Tratamento 4 B3 58,288 C 24,7944 A 28,736 NS

Tratamento 5 I3 63,688 C 24,3028 B 27,112 NS

Tratamento 6 Cons. 68,328 B 24,0056 B 28,232 NS

CV 42.24% 14.9% 33.61%

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TABELA 10 - Média geral do comprimento do ramo, índice de clorofila e número e folhas a partir do primeiro dia após a inoculação das bactérias com Vitis sp.

Dia após inoculação Comp. Ramo (cm) Clorofila Nº Folhas (unid.)

1 36,74000 23, 27500 9,293333

15 57,19333 25,84733 26,560000

31 75,35333 25,07633 36,086667

45 80,88667 24,93867 36,133333

59 85,73333 22,68733 36,400000

CV 42.24% 14.9% 33.61% Nº Folhas=número de folhas; Comp. Ramo =comprimento do ramo; CV = Coeficiente de variação.

FIGURA 7: Curva de crescimento dos ramos de porta-enxertos de videira em casa de vegetação.

O crescimento inicial pode ser atribuído às substâncias metabólicas

produzidas após a inoculação das bactérias. Segundo Dias et al. (2009) sob as

condições de estufa os microrganismos Bacillus spp e Sphingopyxis sp.

demonstraram potencial para desenvolvimento radicular, comprimento, peso seco,

número de folhas, o comprimento do pecíolo e peso seco da parte aérea.

y = -0,0145x2 + 1,7052x + 35,127R² = 0,9972

0

20

40

60

80

100

120

0 10 20 30 40 50 60 70

Co

mp

rim

ento

méd

io d

os

ram

os

(cm

)

Dias após a inoculação

T1

T2

T3

T4

T5

T6

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65

No tratamento dois, foi inoculado a bactéria C12 que apresentou halo de 29

mm para sideróforors, produziu 5,22 mg/mL-1 de AIA e apresentou resultado positivo

no ensaio de fixação de nitrogênio e solubilização de fosfato. No ensaio in vivo, o

isolado C12 promoveu um aumento de 14,7% no comprimento dos ramos se

comparado ao controle, apresentando-se promissora para estimular o crescimento

vegetal enfatizando os resultados in vitro. Kim e colaboradores (2014) isolaram

bactérias pertencentes ao gênero Enterobacter sp. produtora de AIA e verificaram o

crescimento vegetativo de mudas de tomates expostos ao estresse salino. Em outro

estudo bactérias como a Azadirachta e Pseudomonas, produzem ferrioxamines, um

sideróforo essencial na disponibilidade do Fe para as plantas promovendo assim o

crescimento das raízes e parte aérea, sendo uma alternativa como biofertilizantes

(AHMED, E; HOLMSTRÖM, 2014).

Apesar de constatar diferença no comprimento do ramo, o índice relativo de

clorofila (IRC) não apresentou diferenças estatísticas entre os tratamentos. Podemos

observar uma pequena variação entre o valor médio de cada tratamento, variando

de 22,9924 a 24,9736 (Tabela 9). O comportamento geral deste IRC mostra um

aumento nos primeiros dias seguido de redução conforme equação de regressão: y

= -0,0031x2 + 0,1695x + 23,364 R² = 0,8811 (Figura 8).

FIGURA 8: Curva do índice de clorofila (IRC) de porta-enxertos de videira em casa de vegetação.

y = -0,0031x2 + 0,1695x + 23,364R² = 0,8811

0

5

10

15

20

25

30

0 10 20 30 40 50 60 70

Índ

ice

de

clo

rofi

la (

SPA

D)

Dias após a inoculação

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O IRC variou de 22, 116 (T2 primeiro dia avaliado) a 26,984 (T1, 17º dia)

conforme tratamento e tempo. Foi observada pequena variação, sendo atingidos os

valores mais elevados a partir do 14º dia após a primeira determinação, portanto

percebemos a maior atividade da fotossíntese neste período. A média geral do IRC

durante o tratamento foi de 23,275 no primeiro dia, e de 22, 687 nos 59 o dia (Tabela

10). Estes resultados contrastam com os estudos de Tecchio e colaboradores (2011)

que observaram relações significativas entre o índice relativo de clorofila (IRC) e o

teor de Nitrogênio e potássio na folha e pecíolo da videira 'Niagara Rosada.

Com relação ao número de folhas avaliados, embora não tenha sido

observada diferença estatística significativa, houve distinção para produção de

folhas entre os tratamentos. Com base na média estimada o tratamento T5 mostrou-

se menos promissor com média de 27,112 uni., enquanto os demais oscilaram entre

28,232 uni. a 30,824 unid., (Tabela 9). Dentre os tratamentos com maior número de

folhas, verificou-se uma tendência de maior produção para o tratamento T2 com

média de 30,824 uni., sendo promissor para crescimento vegetal.

Contudo, mesmo sob condições edafoclimáticas controladas o

desenvolvimento do número de folhas foi baixo, este variou de 8,84 (T4 primeiro dia)

a 40,12 (T2, 59 dia), onde percebemos um aumento somente no primeiro mês, o que

pode indicar uma eficiente atividade fisiológica das bactérias inoculadas, sendo que

após esse período, a capacidade de adaptação e sobrevivência da população

bacteriana determinou a colonização da rizosfera o que pode ter influenciado esta

etapa.

A média geral do número de folhas foi de 9,29 no primeiro dia, e de 36, 40

nos 59º dia de experimento (Tabela 10), onde podemos observar um aumento do

número de folhas somente no primeiro mês de tratamento seguido de redução

conforme equação de regressão: y = 0,0002x3 - 0,0361x2 + 1,7939x + 7,4138 R² =

0,9983 (Figura 9).

No trabalho reportado por Yang Suijuan e colaboradores (2014) após 90 dias

da inoculação da bactéria Sphingomonas paucimobilisZJSH1, a planta medicinal

officinale Dendrobium, constatou se o crescimento significativo das mudas da D.

officinale, com aumentos de 8,6% do tamanho do ramo e de 7,5% da massa fresca.

A promoção de crescimento segundo o autor foi conferida devido à produção de

fitormônios e fixação de nitrogênio pela bactéria.

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FIGURA 9: Curva da produção do número de folhas de videira em casa de vegetação.

Após 59 dias as plantas foram coletadas, separadas, a raiz, o caule e as

folhas e determinado o peso (mg) da matéria fresca, após acondicionadas em sacos

de papel. Os índices de massa seca foram realizados através de processo de

dessecação em estufa de secagem de planta com temperatura controlada de 60ºC.

A média da massa fresca total variou de 39,532 mg a 47,527 mg e de massa

seca total de 12,660 a 15,791 mg (Tabela 11). Embora tenha sido observada

diferença entre os valores médios, esta não foi estatisticamente significativa. Estes

resultados são similares aos resultados encontrados por Passos e colaboradores

(2014) que inocularam cinco isolados de bactérias provenientes da rizosfera, em

mudas de maçã e não obtiveram resultado significativo em relação à massa seca de

raízes.

y = 0,0002x3 - 0,0361x2 + 1,7939x + 7,4138R² = 0,9983

0

5

10

15

20

25

30

35

40

0 10 20 30 40 50 60 70

mer

o d

e fo

lhas

Dias após a inoculação

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TABELA 11 - Média da massa seca (mg)e massa fresca (mg) da raiz, folha e ramo nos diferentes tratamentos, após 60 dias do experimento.

MSRz MSF MSRm MFRz MFF MFRm MFT MST

Trat. 1 5,482 4,532 3,383 19,386 15,652 7,999 43,037 13,398

Trat. 2 5,312 5,495 3,987 19,195 18,400 8,888 46,484 14,795

Trat. 3 6,524 5,335 3,931 22,477 16,614 8,434 47,527 15,791

Trat. 4 5,093 4,708 2,858 18,159 14,852 6,521 39,532 12,660

Trat. 5 5,258 5,112 3,632 19,887 16,744 8,088 44,720 14,004

Trat. 6 6,285 4,874 3,500 22,348 15,158 7,766 45,273 14,660

MSRz: massa seca de raiz; MSF: massa seca de folha; MSRm: massa seca de ramo; MFRz: massa fresca de raiz; MFF: massa fresca de folha; MFRm: massa fresca de ramo; MFT: massa fresca total; MST: massa seca total; Trat. 1 = controle; Trat. 2 = Bactéria C12; Trat. 3 = Bactéria O7; Trat. 4 = Bactéria B3; Trat. 5 = Bactéria I3; Trat. 6 = Bactérias C12, O7, B3 e I3.

A biomassa fresca e seca total foi mais elevada no tratamento 2 e 3, sendo a

massa fresca total (MFT) de 46,484 mg, 47,527 mg e a massa seca total (MST) de,

14,795 mg, 15,791 mg respectivamente, se compararmos ao controle percebemos

um aumento de 9,45% na MFT e de 15,15% na MST, enquanto que a menor

produção de biomassa foi encontrada no tratamento 4 (inferiores ao controle), sendo

39,532 mg de MFT e 12,660 de MST (Tabela 11).

Além disso, verificou-se que o tratamento T2 se sobressaiu em relação aos

outros tratamentos na massa seca da folha e do ramo e na massa fresca da folha e

do ramo, portanto a média foi de 5,495 mg, 3,987 mg e 18,400 mg, 8,888 mg,

respectivamente, enfatizando que a bactéria C12 apresenta potencial atividade

fisiológica e enzimática (Figura 10).

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FIGURA 10: Média total da biomassa de Vitis sp. após 60 dias de experimento submetido a diferentes tratamentos; A = Massa Fresca; B = Massa seca.

A

B

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Segundo Albuquerque e Dechen (2000) a produção da biomassa está

diretamente relacionada com a quantidade de nutrientes acumulada. Quanto maior

absorção de nutrientes maior a biomassa acumulada. Embora não tenham sido

encontradas diferenças significativas quanto à massa fresca e seca, a análise de C,

N e S, mostrou-se estatisticamente significativa, conforme tabela 12.

TABELA 12 - Percentual médio de carbono, hidrogênio, nitrogênio e enxofre na biomassa vegetal submetida a diferentes tratamentos, após 60 dias de experimento.

Tratamento C (%) H% N% S%

T1 35,16 B 3,56 0,58 C 0,42 T2 38,88 A 4,38 0,94 B 0,70 T3 40,08 A 4,50 1,24 A 0,70 T4 39,20 A 4,38 1,28 A 0,48 T5 38,94 A 4,82 1,40 A 0,82 T6 30,34 C 4,16 1,28 A 0,60

CV 7.49 % 18.62 % 23.54% 44.06% C= carbono; H= hidrogênio; N= nitrogênio; S= enxofre; CV = Coeficiente de variação. As médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de Scott Knott (p<0,05).

O teor de macronutrientes na biomassa vegetal apresentou diferentes

variações. O percentual de carbono variou de 24,7% (T6) a 49,4% (T3), de

hidrogênio H de 1,8% (T1) a 6,6% (T5), de nitrogênio N, 0,3% (T1) a 1,7% (T3, T4) e

o de enxofre S de 0,2% (T1) a 1,3% (T2). Maior variação foi observada em relação

aos teores de enxofre.

Em relação ao percentual médio de nutrientes observamos pequena variação

variando de 30,34 % a 40,8 %para o elemento carbono, 3,56 % a 4,82 % para o

elemento hidrogênio, de 0,58 % a 1,40 % para o elemento nitrogênio, de 0,42 % a

0,82 % para o enxofre (Tabela 12). Diferença significativa entre os tratamentos foi

observada em relação aos elementos carbono e nitrogênio.

Se avaliarmos o percentual de carbono, verificamos que o tratamento controle

(T1) e o tratamento com o consorcio (T6) apresentaram os valores mais baixos se

comparados aos demais tratamentos. A inoculação com as bactérias C12; O7; B3; e

I3 levou a um incremente de percentual de carbono de 10%, 14%, 11,5 e 10,8%

respectivamente. Conforme estudos de Fernandez et al. (2012) a bactéria

Burkholderia phytofirmans PsJN, que coloniza videira, tem capacidade de aumentar

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a tolerância ao estresse causado pelo frio, modificando o metabolismo dos hidratos

de carbono em plantas de videira.

Se avaliarmos o percentual de nitrogênio, verificamos que no tratamento

controle o percentual foi mais baixo se comparado aos demais, o incremento no

percentual de nitrogênio variou de 61,7% (Tratamento controle) a 140%,

(Tratamento T5), conforme tratamento avaliado. O que demonstra que a inoculação

de bactérias pode de alguma forma ter contribuído para uma melhor absorção deste

elemento.

O nitrogênio compõe aproximadamente 2% da biomassa seca da planta,

sendo um componente de macromoléculas essenciais, tais como proteínas, ácidos

nucléicos e metabolitos secundários (KRAPP et al., 2011).

Dawwam e colaboradores (2013) observaram aumento de 50,5% do teor de

N, e 48,3%, de P, da massa seca de Ipomoea batatas L. em relação ao controle.

Passos e colaboradores (2014) analisaram a absorção de N, P e K em mudas de

maçã, somente as plantas inoculadas com Burkholderia sp. apresentaram níveis

elevados de absorção de fósforo.

Neste trabalho a maioria dos isolados apresentaram múltiplas habilidades nos

ensaios in vitro, o que aponta para um potencial uso destes em promover o

crescimento vegetal. De acordo com os resultados apresentados verificamos que a

inoculação de bactérias a cultura de Vitis, apresentou um potencial promissor no

crescimento vegetal quando avaliados os parâmetros comprimento do ramo, índice

de clorofila, teor de carbono e nitrogênio.

No entanto, para os parâmetros como massa fresca, massa seca, número de

folhas não foi detectada diferença significativa. Para a promoção do crescimento

vegetal é de crucial importância uma eficiente colonização da rizosfera, pelas

bactérias. Além disso a capacidade de adaptação e sobrevivência da população

microbiana. Diferentemente do que acontece em condições de laboratório, onde há

um a otimização das condições de crescimento (disponibilidade de nutrientes,

temperatura e pH e sem agentes competidores) a condição a campo os fatores

ambientais, bem como a característica do próprio substrato pode influenciar esta

etapa.

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4.3 ANALISE DE SEQUENCIAMENTO DO GENE rpoB DAS BACTÉRIAS

Das 46 bactérias isoladas do solo foram selecionadas duas bactérias O7 e

C12, para sequenciamento do gene rpoB (fragmento de 740 pb) e identificação das

espécies. Sendo que o isolado O7 se destacou apresentando resultado positivo para

todos os ensaios e o isolado C12 apresentou os melhores resultados “in vivo” em

relação ao comprimento do ramo, proporcionando um maior crescimento vegetal em

relação a plantas não inoculadas.

O produto da amplificação do gene rpoB do isolado O7 foi de 627 pb, esta

sequência apresentou 99% de similaridade com Bacillus amyloliquefaciens, para o

isolado C12 foi obtido um produto de amplificação de 669 pb, a sequência

apresentou 98% de similaridade com Bacillus thuringiensis.

Pertencente à família Bacillaceae, B. thuringiensis e B. amyloliquefaciens são

bactérias Gram-positivas com elevada taxa de crescimento, a maioria destes

bastonetes são formadores de esporos e apresentam uma ampla capacidade de

excretar metabólitos enzimáticos para o meio extra celular o que lhe confere

potencial aplicação aos setores industriais (ANGELO; VILAS-BÔAS; CASTRO-

GÓMEZ, 2010).

Bactérias pertencentes ao gênero Bacillus são encontradas naturalmente no

solo próximas ao ambiente rizosférico ou endofíticos (GUIMARÃES et al., 2013).

Diversos estudos tem reportado o potencial deste gênero como promotores de

crescimento vegetal. Estudos com bactérias promotoras de crescimento vegetal tem

demonstrados que as rizobaterias do gênero Bacillus são frequentemente

encontradas no solo, dentre elas B. amyloliquefaciens vem se destacando na

promoção de crescimento em plantas e no controle a fitopatógenos (NAUTIYAL et

al., 2013; FAN et al. 2015). Resultados estes que colaboram com os encontrados

neste estudo. Estudos demonstraram que bactérias endofíticas do gênero Bacillus,

Burkholderia, e Pseudomonas, foram encontradas em diferentes tecidos da videira,

sementes, bagas e flores (COMPANT, et al., 2011).

MARASCO e colaboradores (2013) analisaram o sistema radicular de

diferentes cultivares de videira em três ambientes mediterrânicos, no Egito, na

Tunísia e norte da Itália, identificando cinco filos, Acidobacteria, Actinobacteria ,

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Firmicutes, proteobactérias, e Bacteroidetes confirmando a capacidade das

bactérias de colonizar diferentes ambientes. Em outro estudo Dias et al (2009)

isolaram vinte bactérias endofíticas de tecidos meristemáticos de três variedades de

morango com predomínio dos gêneros Bacillus e Sphingopyxis.

No estudo reportado por Ahamad e colaboradores (2008) foram isoladas 72

bactérias pertencentes aos gêneros Azotobacter (47), Pseudomonas (9),

Mesorhizobium (6) e Bacillus (10). Mais de 80% dos isolados de Azotobacter,

Pseudomonas e Mesorhizobium produziram IAA, e somente 20% dos isolados de

Bacillus foram positivos para este ensaio. A solubilização de fosfato foi observada

em 80% Bacillus, 74,47% Azotobacter, 55.56% Pseudomonas (55.56%) e 16.67%

Mesorhizobium, ou seja 56,68% dos isolados foram positivos, resultados estes

similares ao encontrado neste estudo. Por sua vez, menor percentual de isolados

foram capazes de produzir sideróforos e apresentar atividade antifúngica (10–

12,77%).

Vários estudos confirmam a capacidade das bactérias do gênero Bacillus em

promover o crescimento vegetal, resultados estes encontrados em nosso trabalho

onde, Bacillus thuringiensis apresentou resultado significativo em relação ao

comprimento do ramo. Corroborando com este estudo Dias et al. (2009) isolou

microrganismos do gênero Bacillus spp e Sphingopyxis sp. que demonstraram

potencial para desenvolvimento radicular, comprimento e peso seco, número de

folhas, o comprimento do pecíolo e peso seco da parte aérea em morangos.

De acordo com de Guimarães et al. (2013) a utilização de Bacillus

amyloliquefaciens proporcionou o aumento do diâmetro da parte aérea e da

biomassa fresca em plantas de alface atuando sobre o crescimento vegetal. Em

contrapartida Bobrowski et al., (2003) afirma que Bacillus thuringiensis apresenta

genes que confere as plantas resistência a insetos, sendo uma alternativa

biotecnológica no combate aos insetos-pragas das lavouras. O mesmo autor cita a

importância da utilização de Bacillus thuringiensis como biopesticidas, pois este

diminuindo o impacto ambiental e não apresenta prejuízo ao ser humano.

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5 CONCLUSÕES

O solo da rizosfera de videira apresenta um grande número de bactérias com

perfis multivariados em relação à produção de metabolitos, o que confere a planta

melhor desenvolvimento e influencia diretamente na qualidade e produtividade da

uva.

As bactérias selecionadas da rizosfera apresentaram diversas características

relacionadas a mecanismos diretos de promoção de crescimento. Foram isoladas 46

bactérias e todos os isolados foram capazes de produzir AIA, 63% demonstraram

habilidades em solubilizar fosfato, e 30, % foi capaz de fixar nitrogênio,

apresentando-se como promotoras de crescimento vegetal.

As rizobactérias também demonstraram mecanismos indiretos de promoção

de crescimento 65% produziram sideróforos, 34% produziram celulase e 9%

apresentaram antagonismo ao fungo Fusarium oxysporum, reduzindo a ação dos

fitopatógenos e aumentando a produção.

Considerando a eficiência das bactérias na promoção de crescimento da

videira a aplicação de bactérias isoladas ou em combinação, pode ser utilizada, pois

o isolado C12 apresentou os melhores resultados em relação ao comprimento do

ramo, proporcionando um maior crescimento vegetal em relação a plantas não

inoculadas.

A identificação, empregando técnicas de biologia molecular, identificou dois

isolados, C12 e O7 como Bacillus amylofaciens e B. thuringiensis.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Novas pesquisas devem ser realizadas visando confirmar a capacidade dos

isolados em promover o crescimento vegetal, como potencial alternativa para

redução de insumos agrícolas, principalmente em culturas perenes com alta

exigência nutricional e de importância econômica para a região Sul:

Ensaio em casa de vegetação com inoculação em diferentes tempos;

Ensaio a campo para observar a adaptação a microbiota existente;

Testar a atividade antifúngica in vitro e in vivo para o Cylindrocarpon destructans

e Eurhizococcus brasiliensis;

Testar isolados em outras culturas;

Ensaio in vitro com explantes.

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ANEXOS

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Anexo 1: Meio de cultura utilizado para seleção de bactérias com potencial para

solubilização de fosfato.

Meio de cultura descrito por Nautiyal et al. (1999).

Composição g/L

Glicose 10g

Ca5(OH) (PO4)3 5g

MgCl2 6H2O 5g

MgSO4 7H2O 0,25g

KCl 0,2g

(NH4)2SO4 0,1g

Ágar 15g

Água destilada 1000mL

pH final 7,0

Anexo 2: Meio de cultura utilizado para seleção de bactérias.

Meio King B

Composição g/L

Peptona 20g

K2 HPO4, 1,5g

MgSO4 .7H20, 1,5g

Glicerol 15mL

Ágar 15g

Água destilada 1000mL

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Anexo 3: Solução utilizado para seleção de bactérias com potencial para produção de

sideróforos.

Solução Cromo Azurol S (CAS)

Solução A

Cromo Azurol S 12,2 mg

Água Deionizada 10 mL

Solução B

HCl (concentrado) 84uL

Água Deionizada 100mL

FeCl3 6H2O 27 mg

Solução C

HDTMA 21,9 mg

Água Deionizada (morna) 25 mL

Solução D

Piperazina Anidra 4,307 g

Água Deionizada 40 mL

Ajustar vagarosamente o pH com HCl (12 M) para 5,6.

Adicionar 7,5 mL da solução B. Em seguida, acrescentar a mistura vagarosamente

ao conteúdo da solução C. Passar o conteúdo para um balão volumétrico de 100mL.

Adicionar a solução D ao balão volumétrico e completar o volume para 100ml com

agua deionizada. Armazenar a solução colorida em geladeira.

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Anexo 4: Meio de cultura utilizado para seleção de bactérias com potencial para fixação

assimbiótica de nitrogênio.

Reagentes CC MLN

Sacarose (g L-1) 5,0 Manitol (g L-1) 5,0 Lactato de sódio (mL, 50%, v/v)

0,6

K2HPO4 (g L-1) 0,8 0,6

KH2PO4(g L -1) 0,2 1,8

MgSO4-7H2O(g L-1) 0,2 0,2

NaCl (g L-1) 0,1 0,1

CaCl2-2H2O (g L-1) 0,06 0,02

Extrato de levedura (mg L-1) 100 20

CuSO4-5H2O (mg L-1)

0,08

ZnSO4-7H2O (mg L-1)

2,4

H3bo3 (mg L-1)

2,8

Na2MoO4-2H2O (mg L-1) 25 2

MnSO4-H2O (mg L-1)

2,35

Na2FeEDTA (mg L-1) 28 65,6

Biotina (mg L-1) 0,005 0,1

Pyridoxol – HCL (mg L-1)

O,2

PABA(ácido p- aminobenzóico) (mg L-1) 0,01

KOH (g L-1)

4,5

Ph 7 6,8

Ágar (g L-1) 2,2 2,2 cc= concentração; MLN= meio livre de nitrogênio.

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Anexo 5: Meio de cultura utilizado para seleção de bactérias com potencial para produção

de celulase.

Tripticaseína de soja ágar (TSA)

Composição g/L

Digestão pancreática de caseína: 15 g

Cloreto de sódio 5g

Digestão papáica de farinha de soja 5g

Celulose em pó 5g

Agar 15g

Água destilada 1000mL

pH Final 7,3

Anexo 6: Solução nutritiva

Macro nutrientes

Micronutrientes

A solução de micronutrientes, com exceção do Fe, é preparada em conjunto

conforme indicado na seguinte tabela. Pesam-se as quantidades de cada um dos

reagentes e dissolvem-se em conjunto para um volume final de 1000 ml.

Reagentes Solução

(“stock” (g/L)

Sol. Nutritiva

(mL a pipetar por L)

Nitrato de cálcio - Ca(NO3)2.4H2O 236,2 5

Nitrato de potássio - KNO3 101,1 5

Dihidrogenofosfato de potássico -

KH2PO4

136,1 1

Sulfato de magnésio – MgSO4.7H2O 246,5 2

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* O molibdato de amónio pode ser substituído por MoO3 e nesse caso pesar 0,016g/L

Solução de Ferro - preparar uma solução “stock” de Fe dissolvendo 1,67 g de

Hampiron 654 Gs (composto que contem 6% de Fe na forma quelatada de Fe-

EDDHMA) em 1 litro de água destilada.

Todas as soluções “Stock” deverão ser armazenadas no frio em frascos escuros,

devidamente identificados.

Preparação da solução nutritiva de Hoagland:

Por litro de solução nutritiva adicionar 5 ml da solução “stock” de

Ca(NO3)2.4H2O, 5 ml de KNO3, 1 ml de KH2PO4, 2ml de MgSO4.7H2O, 1 ml da

solução de micronutrientes (sem ferro) e 1 ml da solução de ferro perfazendo o

volume até 1 litro com água deionizada.

Acertar o pH da solução nutritiva para 6-6.5 e anotar o valor de condutividade.

Nota 1: Aferir o garrafão onde é preparada a solução nutritiva a 4 litros.

Nota 2: Para que não ocorra a precipitação de alguns dos reagentes é necessário

que antes da adição dos nutrientes sejam colocados cerca de 2 litros de água no

respectivo garrafão e que seja respeitada a ordem de adição dos nutrientes acima

indicada.

Reagentes Solução

“stock”(g/L)

Sol. Nutritiva

(ml a pipetar por L)

Ácido bórico - H3BO3 2,86

Cloreto de manganês - MnCl2.4H2O 1,81

Sulfato de zinco - ZnSO4.7H2O 0,22 1

Sulfato de cobre - CuSO4.5H2O 0,08

Molibdato de amónio* -

(NH4)6Mo7O27.H2O.

0,02