Universidade de São Paulo Faculdade de Saúde Pública...

Universidade de São Paulo

Faculdade de Saúde Pública

Meditação Transcendental e Saúde: uma revisão

eletrônica da produção científica multidisciplinar em

bancos de dados, de 1970 a 2006

Eliceu Máximo Filho

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde Publica para obtenção do título de Mestre em Saúde Pública. Área de Concentração: Saúde Materno Infantil Orientadora: Profa. Dra. Maria da Penha Costa Vasconcellos

São Paulo

2006

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I

Dedico este trabalho a meus pais Jacyra e Eliceu Máximo e a todos os que vieram antes deles. Com amor

II

Realizar este trabalho foi resgatar 24 anos de atuação e trabalho como professor de Meditação Transcendental, ensinando a muitas pessoas durante este tempo, e compartilhando com elas os efeitos e benefícios desta prática em suas vidas. Os agradecimentos são muitos e são dirigidos a todos os Mestres e Professores que compartilharam comigo seus conhecimentos. Mestres das mais distintas tradições. Reconheço que compartilhar conhecimento é um ato de amor, é indicar um novo caminho a alguém. Assim de certa forma, um agradecimento ao que eles representam – ao próprio Conhecimento, à Verdade, à Percepção da Realidade e à Vida.

III

Yama disse: Vamos agora acender a chama do conhecimento, que quando acesa, é a ponte para imortalidade. Vamos conhecer o supremo e imperecível Brahman, a margem mais distante da vida, o fim de todo sofrimento. Imagine o Ser como o senhor de uma carruagem. O corpo é a carruagem, o intelecto o cocheiro, a mente as rédeas, os sentidos são os corcéis, e seus objetos são a estrada. O Ser, diz o sábio, quando combinado com os sentidos e a mente torna-se o apreciador. Quando a um homem falta sabedoria, sua mente está sempre agitada e seus sentidos são cavalos selvagens arrastando o cocheiro mais e mais. Mas quando ele está cheio de sabedoria, sua mente está centrada e seus sentidos tornam-se cavalos domesticados obedientes à vontade do cocheiro. Mais sutil que os órgãos de percepção estão os sentidos. Mais sutil que eles está a mente. Mais sutil que ela está o intelecto. Mais sutil que ele está o ego. Mais sutil que ele está a causa subjacente de tudo. E mais sutil ainda está o Ser supremo. Não há nada mais sutil que isso. Este é o Absoluto. É o fim de todo sofrimento É a sua própria Consciência. Katha Upanishad

IV

Máximo Filho, E. Meditação Transcendental e Saúde: uma revisão da produção

científica multidisciplinar em bases de dados, de 1970 a 2006: [dissertação de

mestrado]. São Paulo: Faculdade de Saúde Pública da USP; 2006.

Resumo

Contexto – Desde 1970 muitos estudos científicos têm sido publicados sobre

Meditação Transcendental (MT) em áreas distintas, unidisciplinares de

conhecimento. O presente estudo vem trazer uma visão multidisciplinar destas

publicações. Introdução – Define MT, justifica o presente trabalho desenvolvido no

campo da Saúde Pública, destaca as origens da MT a partir do sistema de Filosofia

Vedanta da Índia, sua propagação ao Ocidente, o interesse da comunidade científica

pelo tema, sua utilização na atualidade e sua relevância para o campo da Saúde.

Objetivo - Realizar uma revisão da produção científica sobre o tema MT, buscando

descrever, caracterizar e analisar a natureza multidisciplinar desta produção ao longo

do tempo, com ênfase no campo da Saúde. Métodos - Revisão eletrônica

exploratória de registros de produção científica acerca do tema MT em bases de

dados científicas, caracterizando-se esta produção através de campos de

conhecimento específicos e sua distribuição no tempo. Utilizou-se: 1. o Google para

levantamento eletrônico geral; 2. bases de dados disponíveis à USP (Universidade de

São Paulo) para caracterização da multidisciplinaridade da produção científica; 3.

interface Scopus para caracterização das diversas áreas de conhecimento; 4. interface

EMBASE.com (EMBASE e MEDLINE) para Saúde; 5. e aprofundamento no tema

Saúde Pública por publicações da base de dados EMBASE. Resultados – Encontrou-

se na distribuição de registros de produção científica sobre MT: 1. 2510 no Google

acadêmico; 2. 409 no Psycinfo, 150 no Dissertations and Theses, 87 no FRANCIS,

63 no ERIC, 62 no Sociological Abstracts, 53 no National Criminal Justice

Reference Service Abstracts, 36 no SPORT Discus, 29 no Biological Abstracts, 25

no Physical Education Index, 21 no Applied Social Sciences Index and Abstracts, 18

no Social Services Abstracts e 16 no ABI/Inform; 3. 346 na interface Scopus,

classificados 245 em Ciências da Saúde, 104 em Ciências Sociais, 87 em Ciências da

V

Vida e 7 em Ciências Físicas; 4. 409 na EMBASE e MEDLINE, classificados 229

como Psiquiatria e Neurologia, 84 como Fisiologia e Endocrinologia; 5. e 68 como

Saúde Pública. Conclusão – A produção científica sobre MT a caracteriza como

prática de interesse para distintos campos de conhecimento, em especial, para o

campo da Saúde e Psicologia. Sua aplicabilidade foi identificada por profissionais de

distintas áreas, em especial da Saúde.

Descritores: Meditação Transcendental; Saúde; Revisão Acadêmica [tipo de

publicação]; Bases de Dados Bibliográficas; Multidisciplinaridade.

VI

Máximo Filho, E. Meditação Transcendental e Saúde: uma revisão da produção

científica multidisciplinar em bases de dados, de 1970 a 2006/Transcendental

Meditation and Health: an eletronic review of the multidisciplinar scientific

production in databases, from 1970 to 2006 [dissertation]. São Paulo (BR):

Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo; 2006.

Abstract Context – Since 1970, many scientific studies have been published about

Transcendental Meditation (TM) in distinct, unidisciplinar areas of knowledge. The

present study brings a multidiscplinar vision of these publications. Introduction –

Defines TM, justifies the present study, developed on the field of Public Health,

stand out the origins of TM from the Indian system of Philosophy Vedanta, its

dissemination to the West, the interest from the scientific community by this subject,

its utilization at the present time and its relevance for the field of Health. Objective -

To carry through a revision of the scientific production about the subject TM,

describing, characterizing and analyzing the multidisciplinar nature of this

production along the time, with emphasis on the field of Health. Methods –

Exploratory electronic revision of registers of scientific production about the subject

TM on scientific databases, characterizing its production by their specific fields of

knowledge and its distribution along the time. We utilized: 1. Google for general

electronic survey; 2. databases available to the USP (University of São Paulo) for

characterization of the multidisciplinarity of the subject; 3. interface Scopus for

characterization of the diverse areas of knowledge; 4. interface EMBASE.com

(EMBASE and MEDLINE) for Health; 5. and deepening on the subject Public

Health by publications from EMBASE database. Results – We found in the

distribution of registers of scientific production: 1. 2510 in academic Google; 2. 409

in Psycinfo, 150 in Dissertations and Theses, 87 in FRANCIS, 63 in ERIC, 62 in

Sociological Abstracts, 53 in National Criminal Justice Reference Service Abstracts,

36 in SPORT Discus, 29 in Biological Abstracts, 25 in Physical Education Index, 21

in Applied Social Sciences Index and Abstracts, 18 in Social Services Abstracts e 16

VII

in ABI/Inform; 3. 346 on interface Scopus, classified 245 in Health Sciences, 104 in

Social Sciences, 87 in Life Sciences and 7 in Physical Sciences; 4. 409 in EMBASE

e MEDLINE, classified 229 as Psychiatry and Neurology, 84 as Physiology and

Endocrinology; 5. and 68 as Public Health. Conclusion – The scientific production

on TM subject characterizes it as a practice of interest for distinct fields of

knowledge, in special, for the field of Health and Psychology. Its applicability was

identified by professionals of distinct areas, in special, Health area.

Descriptors: Transcendental Meditation; Health; Review, Academic [publication

type]; Databases; Multidisciplinarity.

VIII

ÍNDICE

1 – INTRODUÇÃO 1

1.1 - DEFINIÇÃO DE MEDITAÇÃO TRANSCENDENTAL 1

1.2 - DESENVOLVIMENTO DO PRESENTE TRABALHO NO

CAMPO DA SAÚDE PÚBLICA 3

1.3 - ORIGENS DA MEDITAÇÃO TRANSCENDENTAL 5

1.4 - O INTERESSE DA COMUNIDADE CIENTÍFICA 12

1.5 - A MEDITAÇÃO TRANSCENDENTAL NA ATUALIDADE 19

1.6 - A MEDITAÇÃO TRANSCENDENTAL NO CAMPO DA

SAÚDE E SOCIEDADE 21

2 - OBJETIVO GERAL 26

3 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 27

3.1 – GOOGLE 28

3.2 – PORTAL SIBINET USP 28

3.3 – INTERFACE SCOPUS 30

3.4 – INTERFACE EMBASE 31

3.5 – SAÚDE PÚBLICA E COLETIVA 31

4 – RESULTADOS e DISCUSSSÃO 33

4.1 - DO GOOGLE 33

4.1.1 – Google search 33

4.1.2 – Google acadêmico 35

4.2 - DO PORTAL SIBINET USP 37

4.2.1 – Interface Proquest 37

4.2.1.1 – ABI/Inform 39

4.2.1.2 – Dissertation and Theses 40

4.2.2 – Interface CSA – Cambridge Social Abstracts 41

4.2.2.1 - ASSIA – Aplied Social Sciences Index

and Abstracts 44

IX

4.2.2.2 - ERIC - Educational Resources

Information Center 45

4.2.2.3 - NCJRS - National Criminal Justice

Reference Service Abstracts 46

4.2.2.4 - Physical Education Index 47

4.2.2.5 - Social Services Abstracts 48

4.2.2.6 - Sociological Abstracts 49

4.2.3 – Interface SilverPlatter 50

4.2.3.1 - Biological Abstracts 53

4.2.3.2 – Francis 54

4.2.3.3 – Psycinfo 55

4.2.3.4 - Sport Discus 56

4.3 - DA INTERFACE SCOPUS 57

4.3.1 - Áreas de abrangência de Assunto 59

4.3.2 - Ciências da Vida 60

4.3.2.1 - Sub-áreas das Ciências da Vida 61

4.3.3 - Ciências da Saúde 62

4.3.3.1 - Sub-áreas das Ciências da Saúde 63

4.3.4 - Ciências Físicas 64

4.3.4.1 Sub-áreas das Ciências Físicas 65

4.3.5 - Ciências Sociais 66

4.3.5.1 - Sub-áreas das Ciências Sociais 67

4.3.6 – Tipos de documentos 68

4.4 - DA INTERFACE EMBASE.COM 69

4.4.1 Línguas de publicação 71

X

4.4.2 Tipos de documentos 72

4.4.3 Países de origem das revistas científicas 74

4.4.4 Evidence Based Medicine 76

4.4.5 Áreas de Foco 79

4.4.5.1 Anatomia e Desenvolvimento 81

4.4.5.2 Bioquímica 81

4.4.5.3 Câncer 81

4.4.5.4 Dermatologia e Venereologia 81

4.4.5.5 Fisiologia e Endocrinologia 82

4.4.5.6 Genética 83

4.4.5.7 Gerontologia e Geriatria 83

4.4.5.8 Medicina Interna 83

4.4.5.9 Neurologia e Psiquiatria 84

4.4.5.10 Imunologia e Hematologia 84

4.4.5.11 Farmacologia e Farmácia 85

4.4.5.12 Saúde Pública 86

4.4.5.13 Otorrinolaringologia 87

4.4.5.14 Patologia e Ciência Forense 87

4.4.5.15 Radiologia e Medicina Nuclear 87

4.4.5.16 Reabilitação 87

4.4.5.17 Toxicologia e Dependência de Drogas 88

4.4.5.18 Cirurgia 89

4.5 - DA SAÚDE PÚBLICA E COLETIVA 90

4.5.1 Tipos de estudos 90

4.5.2 Origem das publicações 93

XI

4.6 – DISCUSSÃO GERAL 94

5 – CONSIDERAÇÕES GERAIS 98

5.1 DAS LIMITAÇÕES METODOLÓGICAS 98

5.2 DA NATUREZA COMERCIAL NA DIVULGAÇÃO DO

CONHECIMENTO CIENTÍFICO 101

6 – CONCLUSÃO 106

7 – REFERÊNCIAS 107

ANEXOS 116

1. Registros de produção científica sobre MT encontrados no

Google acadêmico. 116

2. Registros de produção científica sobre MT encontrados

na base de dados ABI/Inform. 116

3. Registros de produção científica sobre MT acadêmica

encontrados na base de dados Dissertations and Theses. 118


na base de dados ASSIA - Applied Social Sciences Index and Abstracts. 134


na base de dados ERIC - Educational Resources Information Center. 136

6. Registros de produção científica sobre MT encontrados na

base de dados NCJRS - National Criminal Justice Reference Service. 141


base de dados Physical Education Index. 145

XII


base de dados Social Services Abstracts. 147


na base de dados Sociological Abstracts. 149


na base de dados Biological Abstracts. 154


na base de dados Francis. 157


na base de dados Psycinfo. 166


na base de dados Sport Discus. 202


na base de dados Scopus. 205


na base de dados Scopus, segundo Ciências da Vida. 237


na base de dados Scopus, segundo Ciências da Saúde. 246


na base de dados Scopus, segundo Ciências Físicas. 269


na base de dados Scopus, segundo Ciências Sociais. 270

XIII

19. Registro de produção científica sobre MT encontrados

na base de dados EMBASE. 280

20. Registro de produção científica sobre MT encontrados na

base de dados EMBASE, na Área de Foco Fisiologia e Endocrinologia. 313


base de dados EMBASE, na Área de Foco Neurologia e Psiquiatria 321


base de dados EMBASE, na Área de Foco Farmacologia e Farmácia 340


base de dados EMBASE, na Área de Foco Saúde Coletiva. 343

24. Registro de produção científica sobre MT encontrados na base

de dados EMBASE, na Área de Foco Toxicologia de pendência de Drogas. 349

25. Registros de produção científica sobre MT encontrados com nomes

ndexados erroneamente no campo título a 27 de maio de 2006

na interface EMBASE. 352


indexados erroneamente no campo título a 27 de junho de 2006.

na interface EMBASE. 353


indexados erroneamente no campo título/resumo a 27 de junho

de 2006. no MEDLINE. 354

28. Total de registros de produção científica sobre MT encontrados

através do campo título/resumo a 27 de junho de 2006. no MEDLINE. 354

XIV

LISTA DE QUADROS Quadro 1: Portal SibiNet USP, interfaces, bancos de dados pesquisados

e companhias fornecedoras do serviço, em maio de 2006. 30

Quadro 2: Bases de dados da interface ProQuest com registros de

produção científica sobre MT, segundo abrangência e período de

cobertura, em maio de 2006. 38

Quadro 3: Bases de dados da interface CSA Illumina com registros

de produção científica sobre MT, segundo abrangência e período

de cobertura, em maio de 2006. 43

Quadro 4: Bases de dados da interface SilverPlatter com registros

de produção científica sobre MT, segundo abrangência e período

de cobertura, em maio de 2006. 52

XV

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Estatísticas populacionais e uso da Internet mundial. 34

Tabela 2: Distribuição de registros de produção científica

sobre MT entre 1960 e 2006, segundo bases de dados da

interface ProQuest, maio 2006. 37

Tabela 3: Distribuição de publicações sobre MT entre 1960

e 2006, segundo bases de dados da interface CSA Illumina,

maio de 2006. 41


sobre MT entre 1960 e maio de 2006 bases de dados

da interface SilverPlatter, maio/2006. 50


sobre MT entre 1960 e maio de 2006 da base de dados Scopus,

segundo Áreas de Abrangência de Assunto, maio/2006. 59


sobre MT entre 1960 e maio de 2006, segundo sub-Áreas de Foco

da EMBASE, maio/2006. 79

XVI

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Distribuição dos 2510 registros de produção científica

sobre MT. Google acadêmico, 1950-2006, em maio 2006. 35

Figura 2: Distribuição de 16 registros de produção científica

sobre MT da base de dados ABI/Inform Global, de 1970 a maio de 2006. 39


sobre MT em mestrado e doutorado da base de dados Dissertations

and Theses, de 1970 a maio de 2006. 40


sobre MT da base de dados Physical Education Index, de 1970

a maio de 2006. 44


sobre MT da base de dados ASSIA – Applied Social Sciences Indez

and Abstracts, de 1987 a maio de 2006. 45


sobre MT da base de dados ERIC, de 1965 a maio de 2006. 46


XVII

sobre MT na base de dados National Criminal Justice

Reference Service, de 1970 a maio de 2004. 47


sobre MT da base de dados Social Services Abstracts, de 1979

a maio de 2006. 48


sobre MT da base de dados Sociological Abstracts, de 1965

a maio de 2006. 49


sobre MT da base de dados Biological Abstracts, de 1998

a maio de 2006. 53


sobre MT da base de dados Francis, de 1984 a maio de 2006. 54


sobre MT da base de dados Psicinfo, de 1965 a maio de 2006. 55


sobre MT da base de dados Sport Discus, de 1965 a maio de 2006. 56


XVIII

sobre MT da base de dados Scopus, de 1965 a 2006. 57


sobre MT da base de dados Scopus, segundo Área de Abrangência

de Assunto Ciências da Vida, entre 1960 e maio de 2006. 60

Figura 16 - Distribuição de 87 registros de produção científica

sobre MT na base de dados Scopus, segundo sub-Áreas de Abrangência

de Assunto Ciências da Vida, entre 1960 e maio de 2006. 61

.


sobre MT da base de dados Scopus,segundo Área de Abrangência

de Assunto Ciências da Saúde, entre 1960 e maio de 2006. 62



de Assunto Ciências da Saúde, entre 1960 e maio de 2006. 63



de Assunto Ciências Físicas, entre 1960 e maio de 2006. 64



de Assunto Ciências Físicas, entre 1960 e maio de 2006. 65

XIX



de Assunto Ciências Sociais, entre 1960 e maio de 2006. 66



de Assunto Ciências Sociais, entre 1960 e maio de 2006. 67

Figura 23: Distribuição de registros de produção científica

sobre MT da base de dados Scopus, segundo tipos de documentos

entre 1960 e maio de 2006. 68


sobre MT da interface EMBASE.com (EMBASE e MEDLINE),

entre 1960 e maio de 2006. 69


sobre MT nas bases de dados EMBASE e MEDLINE

segundo línguas de publicações, entre 1966 e maio 2006. 71



segundo tipos de documentos. 72


XX


segundo países de origem das revistas científicas. 75



segundo o critério EBM, Evidence Based Medicine. 76


sobre MT na Área de Foco Fisiologia e Endocrinologia

da base de dados EMBASE entre 1974 e maio de 2006. 82


sobre MT na Área de Foco Neurologia e Psiquiatria na base de dados

EMBASE, entre 1974 e maio de 2006. 84


sobre MT na Área de Foco Farmacologia e Farmácia na base de dados

EMBASE de 1974 a maio 2006. 85


sobre MT na Área de Foco Saúde Pública na base de dados

EMBASE de 1974 a maio de 2006. 86


sobre MT na Área de Foco Toxicologia e Dependência de Drogas

XXI

na base de dados EMBASE, de 1974 a maio de 2006. 88


sobre MT na base de dados EMBASE, segundo tipos de estudos

na Área de Foco Saúde Pública, de 1974 a maio 2006.. 91


sobre MT na base de dados EMBASE, segundo países de publicação

das revistas científicas na Área de Foco Saúde Pública, de 1974 a maio 2006. 93

XXII

LISTA DE SIGLAS

AIDS (Acquired Immune Deficiency Syndrome)

APA - American Psychological Association

ASSIA - Applied Social Sciences Index and Abstracts

BA - Biological Abstracts

CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CSA - Cambridge Scientific Abstracts

EMBASE - Excerpta Medica Database

EMTREE - EMBASE Thesaurus Tree

ERIC - Educational Resource Information Centre

ERL - Eletronic Reference Library

INIST - Institut de l'Information Scientifique et Technique

IPSA - International Political Sciences Abstracts

JAMA - Journal of American Medical Association

MEDLINE - Medlars Online

MESH - Medical Subject Headings

MT - Meditação Transcendental

NCJRS - National Criminal Justice Reference Service

NLM - National Library of Medicine

OMS - Organização Mundial de Saúde

ONG - Organização Não Governamental

SIRC - Sport Information Resource Centre

TM - Transcendental Meditation

UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo

USP - Universidade de São Paulo

VPN - Virtual Private Network

WEBSPIRS - SilverPlatter's Information Retrieval System for the World Wide Web

XXIII

LISTA DE ABREVIATURAS

Descritor - de

Dióxido de Carbono - CO2

Eletroencefalograma - EEG

Maharishi Mahesh Yogi - MMY

Oxigênio - O2

Resistência Galvänica da Pele - RGP

Resumo - ab

Título - ti

Wolters Kluwer - WK

1

1 - INTRODUÇÃO

1.1 - DEFINIÇÃO DE MEDITAÇÃO TRANSCENDENTAL

Este trabalho desenvolveu-se tendo como tema a produção científica a

respeito da Meditação Transcendental (MT). Esta prática de meditação foi trazida ao

mundo ocidental por Maharishi Mahesh Yogi (MMY), que a define da seguinte

forma:

A Meditação Transcendental é uma técnica natural que permite à mente consciente de modo crescente experimentar estados mais sutis de pensamento, até que a fonte do pensamento, a ilimitada reserva de energia e inteligência criativa, seja alcançada. Essa prática simples expande a capacidade da mente consciente e um homem é capaz de usar todo o seu potencial em todos os campos do pensamento e ação 45(p.13).

Esta prática, cujo nome originalmente em sânscrito é Parah Dhyana 90 - Parah

[que leva além da margem, suprema] Dhyana [meditação] e em inglês é

Transcendental Meditation (TM), tem a seguinte definição em acordo com o

dicionário médico “Dorland’s dictionary” 32:

Uma técnica para atingir um estado de relaxamento físico e calma psicológica pela prática regular de um procedimento de relaxamento (usualmente dois períodos de 20 minutos ao dia) que envolve a repetição de um mantra que impede que pensamentos aleatórios [distracting thoughts] entrem na mente.

Esta definição do Dorland’s Dictionary é a utilizada para a indexação do

termo “transcendental meditation” como descritor médico da base de dados Excerpta

Medica Database (EMBASE), que contém mais de 15 milhões de registros

bibliográficos do campo de saúde e medicina, e é a versão eletrônica das 52 seções

da Excerpta Medica 74.

Os descritores são termos indexadores utilizados pelas bases de dados, como

o EMBASE Thesaurus Tree (EMTREE) e o Medical Subject Headings (MESH) do

2

MEDlars onLINE (MEDLINE), por exemplo, descrevendo determinado termo e

associando-o a outros correlatos para uma mais fácil pesquisa dentro das bases de

dados do objeto de busca 35.

Este descritor situa o termo “TM” em uma [árvore de posições], que se insere

em ordens cada vez mais abrangentes de [escolas e teorias psiquiátricas], inserido em

[conceitos, técnicas e procedimentos psiquiátricos e psicológicos], que por sua vez se

insere em [fenômeno psicológico e psiquiátrico], dentre as [facetas de navegação da

EMTREE], da seguinte forma 36:

Tree positions for "transcendental meditation": Psychological and psychiatric phenomena Psychological and psychiatric procedures, technique and concepts Psychiatric theories and schools

Transcendental Meditation

A EMTREE é uma árvore hierárquica que lista mais de 500.000 descritores,

que vão de termos mais abrangentes para termos mais específicos, com o intuito de

facilitar e ampliar os resultados 36.

3

1.2 - DESENVOLVIMENTO DO PRESENTE TRABALHO NO CAMPO DA

SAÚDE PÚBLICA

Este trabalho foi desenvolvido na Faculdade de Saúde Pública da

Universidade de São Paulo (USP). A Saúde Pública é um campo de conhecimento

caracterizado pela sua multidisciplinaridade. A multidisciplinaridade e a

interdisciplinaridade têm sido discutidas por pesquisadores do campo da Saúde,

como ALVARENGA 3(1994), que nos relata como o campo da Saúde Pública ou

Coletiva não se circunscreve ao campo das ciências naturais, mas igualmente ao

campo das ciências humanas e das ciências formais, o que resulta no caráter

interdisciplinar deste campo de conhecimento, e coloca desafios metodológicos para

o pesquisador fundamentar as teorias, os métodos e as técnicas de pesquisa

empregadas, quando busca avançar além das fronteiras do conhecimento

unidisciplinar.

A UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 92(2006) nos informa que as

principais bases de dados bibliográficos de interesse da Saúde Pública para acesso

através de sua biblioteca engloba desde bases eletrônicas do campo da Medicina,

como o MEDLINE, além de bases de dados do campo da Sociologia, como o

Sociological Abstracts, da Educação como o Educational Resource Information

Centre (ERIC), da Psicologia, como a PsycInfo, produzida pela American

Psychological Association (APA), entre outras, o que caracteriza a pesquisa

multidisciplinar do campo de Saúde Pública e Coletiva. Este foi o campo de

conhecimento escolhido para o desenvolvimento desta dissertação que buscou

apresentar e caracterizar a natureza multidisciplinar da produção científica realizada

a respeito da Meditação Transcendental (MT).

A linha de pesquisa na qual foi desenvolvido este trabalho é Sociedade

Contemporânea e Saúde Pública. Conforme a FACULDADE DE SAÚDE

PÚBLICA41(2006) esta linha de pesquisa busca “enfatizar problemas de natureza

interdisciplinar colocadas pela contemporaneidade presentes no campo da Saúde

Pública em geral”, contemplando vários enfoques como o impacto na informação e

4

comunicação em Saúde Pública, bem como a saúde mental e a gestão e avaliação de

serviços.

Este trabalho desenvolveu-se trazendo uma revisão da produção científica a

respeito da MT, e foi desenvolvido metodologicamente através da pesquisa em bases

de dados eletrônicos multidisciplinares, que são meios utilizados na

contemporaneidade para a informação e comunicação em Saúde Pública. Versa sobre

uma prática (MT) que tem sido utilizada em diversos campos de conhecimento como

uma possível alternativa e complemento para os atuais serviços de saúde, em um

conceito de saúde mais amplo, que envolve não só o corpo, como a mente e a vida do

indivíduo contextualizada na sociedade atual.

5

1.3 - ORIGENS DA MEDITAÇÃO TRANSCENDENTAL

Como mencionado anteriormente Maharishi Mahesh Yogi foi quem trouxe e

difundiu a prática da Meditação Transcendental ao Ocidente. MAHARISHI 61(1969)

é físico, formado na Universidade de Allahabad, Índia, e em seu livro “Maharishi

Mahesh Yogi on the Bhagavad Gita” ele nos informa a origem deste conhecimento, e

como este foi introduzido e propagado pelo mundo.

A Meditação Transcendental tem sua origem na Tradição de Mestres da

Filosofia Vedanta, de Shankara, na Índia. Esta prática é tradicionalmente um dos

meios através do qual a Realidade se torna uma experiência vívida para aqueles que a

praticam. De acordo com a visão desta escola filosófica, há uma realidade única, uma

unidade imutável que é a base por trás da multiplicidade da criação. Esta realidade

última é a essência de tudo que existe, sendo a essência de nossa própria existência, a

nossa própria consciência, o nosso Ser. Dentro desta visão filosófica, esta meditação

é um mecanismo para que nossa consciência possa transcender os níveis relativos de

percepção, e experimentar o estado auto-referente de si mesma, a consciência pura, o

Ser. 61

MAHARISHI 61(1967) nos comenta que no século passado, o último mestre

desta tradição quem revelou este conhecimento, foi Guru Dev, Swami Brahmananda

Saraswati, que ocupou o trono de Shankaracharya do Norte, em Jyotirmath, Índia. O

trono de Shankara é a sede viva desta escola filosófica, e é ocupado por aquele

indivíduo que não só alcançou o mais alto grau de escolaridade na mesma, mas ele

próprio é considerado uma manifestação viva daquilo que ensina. Guru Dev foi o

mestre de MMY e foi quem o inspirou a ser o porta-voz e divulgador deste

conhecimento para o mundo ocidental, não como uma doutrina filosófica ou

religiosa, mas como uma ferramenta prática e universal para trazer mais felicidade,

realização e paz ao homem atual.

É interessante lembrarmos que as questões últimas da Existência têm sido

abordadas por diferentes percepções da Realidade, que vão da Religião, do latim re

6

ligare [religar], à Ciência, do latim scientìa,ae [conhecimento, saber] e à Filosofia,

do grego philo [amizade a], e sophia [conhecimento]. A primeira, como seu nome

diz, busca a experiência de união do indivíduo à Divindade, considerada a realidade

última do universo. A segunda busca através de suas distintas disciplinas ter uma

percepção correta da realidade, e como esta cognição das leis da Natureza pode ter

aplicações práticas. A última busca a análise, interpretação e reflexão dos diversos

aspectos do ser e do viver. Busca em suma o próprio conhecimento do conhecimento.

CAMPBELL 14(1973), em seu livro “Seven States of Consciousness”, nos

descreve a possibilidade de evolução da consciência humana, conforme a visão de

MMY, ao discorrer sobre esta possibilidade em acordo com a Tradição de mestres da

filosofia Vedanta. Ele nos comenta como foi importante para ele, ao ouvir uma

palestra de MMY, escutar a seguinte questão: “A não ser que eu saiba quem Eu Sou,

como posso eu saber qualquer outra coisa?”. A partir daí ele discorre historicamente,

de como esta pergunta inicial sempre esteve presente no cerne da existência humana

como um todo e é sempre a pergunta mais importante, a que nos remete ao Ser e

Viver. Esta questão trazida por MMY é essencialmente a mesma pergunta de Plotino:

“Quem somos nós?”.

Até recentemente no Ocidente, as pessoas assumiam que o homem era tanto

corpo quanto alma, e que a alma governava o corpo, mas que esta podia também

estar separada dele, como no caso da morte. Esta noção do dualismo mente/corpo é

encontrada também em toda obra de Platão, ao contrário de Aristóteles, que em seu

tratado “Sobre a alma”, assegura que todas as almas são formas ou padrões dos

corpos vivos, e com isso concluía-se que não existia a imortalidade pessoal.

Historicamente, a visão dualística de Platão foi mantida no Ocidente até o

século treze quando São Thomaz de Aquino rejeitou-a, cristianizando a visão de

Aristóteles (àquele tempo o dualismo de Platão parecia fortalecer as idéias difundidas

pelo Albigensianismo, que entre outras coisas pregava a transmigração da alma). No

Renascimento houve uma volta ao pensamento platônico, graças a Descartes que

trouxe uma reformulação ao mesmo. É interessante notar que o pai do pensamento

7

cartesiano, que teve uma influência imensa na própria base do pensamento científico,

em sua visão mecanicista do universo, localizou o ponto de interação da alma com o

corpo na glândula pineal14, que tradicionalmente é a localização do chakra coronário

(centro psiconervoso mais elevado, situado no alto da cabeça, de acordo com escritos

vedânticos milenares) 90.

No século passado, o pensamento aristotélico voltou a dominar, pois de

acordo com a visão de alguns filósofos e de muitos cientistas este parecia estar mais

em acordo com as descobertas científicas da biologia. Desta forma, pesquisadores

contemporâneos da fisiologia cerebral usualmente vêem estados cerebrais e mentais

como diferentes aspectos da mesma coisa. Mas dentro desta visão filosófica, que

permeia o conhecimento científico atual, um questionamento interessante aparece

com o surgimento de computadores cada vez mais potentes: “Será o homem, apenas

um tipo de computador biológico inferior de pernas?”. Este tipo de pergunta é

fundamental para a nossa concepção do mundo, uma vez que a mesma afeta

diferentes aspectos da vida humana como política, medicina, sociologia,

jurisprudência, e a religião, pois é fundamental nos darmos conta de que a maneira

com a qual nós concebermos a existência humana é crucial para o mundo que

construiremos 14.

Assim, no decorrer dos séculos, o homem passou da visão de ser feito à

imagem de Deus, para a de ser um produto incidental biológico de um universo

impessoal, nos quais sua existência e vida são um mero nada tendo em vista a

totalidade do mesmo. Este é provavelmente o motivo para a busca contemporânea

pelo “oculto”, como uma alternativa ao peso da ortodoxia científica. Por outro lado

seria tolo aceitar o obscurantismo como o contraponto ao materialismo científico,

mas é importante que tenhamos certeza antes, de que não estamos substituindo uma

crença por outra.

O questionamento do que vem a ser a mente, e em especial a autoconsciência

está na base do questionamento de diversos cientistas como

SHERRINGTON87(1951), considerado o pai da neurofisiologia moderna,

8

PENFELD73(1966) e WADDINGTON95(1962). Lembramos que é por sermos

conscientes que sabemos da existência do mundo. Os Upanishads 90, textos védicos

que versam sobre os distintos aspectos da Filosofia Vedanta, da qual se originou a

MT, propõe uma pergunta instigante: “Como pode o conhecedor ser conhecido?”.

Esta é essencialmente a pergunta que está na base do propósito original da prática da

MT, e nela localizamos a dependência de todas as outras perguntas. Esta não é

apenas uma pergunta para filósofos ou cientistas preocupados com filosofia, é em

realidade a pergunta mais importante para cada um de nós. Responder a: “Quem sou

eu?”, não só tem o efeito de reorganizar nosso “ser”, como se expressa em diferentes

aspectos de nosso viver. Aqui encontramos o real significado da injunção socrática:

“Conhece-te a ti mesmo”.

SCHRÖDINGER 83(1969), um dos mais brilhantes físicos contemporâneos, e

que descobriu a mecânica quântica, começou sua carreira como filósofo,

interessando-se pela física apenas mais tarde. Em seu livro “Mind and Matter” ele

discutiu estas questões da existência, sendo que para ele a solução é inovadora e

radical, pois ele nega a validade da separação entre o sujeito observador e objeto de

observação. Segundo ele é errônea a idéia de que existiriam inúmeros egos separados

com sua própria versão e percepção do mundo objetivo. Para ele há apenas uma

separação aparente entre o objeto e o sujeito, que é uma indução da mente com

propósito de simplificação: “A mente criou o mundo objetivo do filósofo de si

própria, e excluiu-se, saindo de sua própria criação”83(p.131). A personalidade não

estaria localizada na cabeça, como tendemos inconscientemente a acreditar, e a razão

pela qual nosso ego senciente, perceptivo e pensante não pode ser localizado, é

apenas uma: este ego é ele mesmo o quadro do mundo. Por ser idêntico ao todo, ele

não pode ser contido como parte do mesmo. Esta é a visão dos Upanishads e da

Filosofia Vedanta, e tem sido a mensagem da maioria dos místicos através das eras.

Desta forma, os diferentes números de mentes são apenas um. Esta mente é

indestrutível, pois não está presa ao tempo e espaço, sendo “sempre e agora”, pois

não há algo antes e após ela. Desta forma, Schrödinger nos traz uma síntese da

percepção da Realidade, nos fazendo refletir que a ciência, a religião e a filosofia não

estão necessariamente em oposição umas às outras.

9

Este mesmo tema e percepção da Realidade foram trazidos ao

questionamento por outro físico moderno da atualidade, CAPRA 15(1975), que em

seu livro “O Tao da Física”, nos demonstra os paralelos entre as mais recentes

descobertas da física e as mais antigas tradições místicas.

Abstraindo-nos um pouco da visão filosófica do mundo, MASON 63(1997),

em seu livro “O Maharishi”, nos informa de como a mensagem de Maharishi foi

divulgada e difundida pelo mundo. Lendo este relato da biografia do homem que

trouxe a MT para o mundo ocidental, é interessante notar como a própria MT está

inserida dentro de uma linguagem contemporânea, atual e pós-moderna, dada a

desconstrução entre o propósito original da prática e o contexto no qual é ensinada

atualmente.

A princípio, MMY buscou a difusão da mesma através de um movimento de

regeneração espiritual, que tinha por objetivo fornecer para todo homem um meio

através do qual pudesse encontrar um grau maior de realização dentro de si mesmo.

Porém ele se deu conta de que a idéia de regeneração espiritual, dentro do contexto

da sociedade ocidental, acabava por ser um obstáculo para a universalidade da

propagação deste conhecimento. Diferentemente da cultura indiana, os ocidentais

não tinham um livre pensamento quando o assunto era o espírito. Assim, MMY

mudou a abordagem para a difusão do mesmo, e para tanto não só promoveu o

estabelecimento de academias internacionais de meditação, mas também a criação de

cursos para formação de professores de MT pelo mundo, para haver assim uma mais

fácil difusão e propagação da mesma 63.

Aos poucos, o mundo como um todo foi se interessando pela própria

mensagem da MT, e um grande número de celebridades foram tornando-se

meditadores e auxiliando assim, na divulgação da mesma. Historicamente, durante o

decorrer dos anos, a mídia foi divulgando nomes como de chefes de Estado como o

ex-primeiro-ministro canadense Pierre Trudeau, o imperador Haile Selassie da

Etiópia, músicos como Beatles, Beach Boys, Stevie Wonder e Cher, atores como

10

Clint Eastwood, Burt Reynolds, Efrem Zimbalist, Robert Powell, Jane Fonda, Shirley

McLaine e Faye Dunnaway, além de grande número de esportistas, como os Glob

Trotters, apresentadores e cientistas que se tornaram meditadores, e que consigo

atraíram o interesse de um número cada vez maior de interessados na prática 63.

É também interessante notar o desdobramento histórico da mensagem de

MMY, e como alguns de seus ex-discípulos tomaram seus próprios caminhos,

desenvolvendo seus próprios trabalhos, entre eles o Dr. Deepak Chopra e o líder

espiritual Shri Shri Ravi Shankar.

CHOPRA 20(1991), autor de renome, foi um difusor da prática da MT. Tendo

aprendido a MT por volta de 1981 com um americano em Boston, e prescrevendo a

mesma a seus clientes, em seu livro “O Retorno do Rishi”, ele nos descreve

biograficamente, como ele, um médico indiano formado dentro dos padrões da

medicina ocidental, teve seu encontro com MMY, e como em sua trajetória foram

importantes e inspiradores o encontro e convivência com o mesmo, que o colocou

em contato com os maiores expoentes da medicina Ayurvedica do momento, e com

um universo onde as descobertas estabeleciam contato com conceitos de saúde e cura

muito além dos ocidentais. A partir daí, ele buscou recuperar os valores de sua

cultura secular de origem, fazendo uma revisão total de valores e apresentando

critérios de cura, que abordam muitas vezes a integração da mente e corpo para se

alcançar esses objetivos. Até hoje, seu trabalho reflete este conhecimento, mensagem

original da MT, com o qual teve contato, buscando desvelar, através de dois mundos,

a Índia e os Estados Unidos, uma visão mais integral, ampla e holística da saúde e da

cura.

Sri Sri Ravi Shankar foi professor de MT, e é o fundador do ART OF

LIVING FOUNDATION 7(2006) maior Organização Não Governamental (ONG)

voluntária existente atualmente no mundo. Ele esteve também durante vários anos

em contato direto com o conhecimento de MMY, desenvolvendo depois seu próprio

trabalho. Hoje seu trabalho e sua fundação têm atuação em diferentes partes do

mundo e em diferentes aspectos sociais, com programas de redução de estresse e

11

pobreza, resgate de valores humanos, cuidados à criança, educação em todos os

níveis: físico, mental e espiritual e o programa 5H (homes, health, hygiene, human

values, harmony in diversity) que desenvolve seu trabalho em 5 áreas principais:

moradias, saúde, higiene, valores humanos e harmonia na diversidade, e tem como

objetivo elevar os indivíduos e as comunidades à auto-confiança social e econômica

através do serviço e espiritualidade.

12

1.4 - O INTERESSE DA COMUNIDADE CIENTÍFICA

BLOOMFIELD 12(1975) em seu livro “MT: A Descoberta da Energia Interior

e o Domínio da Tensão” nos informa a respeito do histórico da pesquisa científica a

respeito do tema meditação, e mais especificamente a respeito da MT. Desta forma, a

possibilidade das pessoas alcançarem estados de consciência mais elevados através

de técnicas de meditação, tem sido objeto de afirmação de místicos e filósofos de

diferentes culturas e religiões através dos séculos. Assim textos indianos, que

remontam a milhares de anos, afirmam que há a possibilidade de se experimentar um

quarto estado de consciência, diferente da vigília, sonho e sono, e que a experiência

repetida deste estado capacita o indivíduo a ter uma energia expandida bem como

alcançar um estado de maior inteligência e realização.

JAMES 52(1963), o pai da psicologia norte-americana, antecipou o interesse

da comunidade científica a respeito deste tema, ao afirmar que ele “não tinha dúvida

que cada indivíduo utilizasse apenas uma pequena parcela de sua potencialidade

física, intelectual e moral, e que as práticas de ioga seriam procedimentos metódicos

para despertar níveis funcionais mais profundos, resultando num aumento do vigor e

da energia vitais do praticante” (p.275-276).

Historicamente, a busca de um quarto estado de consciência,

fisiologicamente definível, começou já na década de 30, com a cardiologista francesa

Térèse Brosse, que levou seu eletrocardiógrafo para a Índia, e aparentemente

verificou que os iogues conseguiam controlar certas funções do sistema autônomo.

Mais adiante os neuropsiquiatras KASAMATSU E HIRAI 55(1966), correlacionaram

diferentes tipos de padrões de ondas cerebrais com diferentes estágios de meditação

em monges Zen-budistas. Notaram que à medida que estes meditavam, havia uma

mudança de estágios, desde o aparecimento de ondas alfa (I), seguido pelo aumento

na amplitude alfa (II), diminuição da freqüência alfa (III) e o aparecimento de

seqüências rítmicas teta (IV). Aparentemente havia uma associação entre o fato dos

monges estarem meditando há mais tempo e o surgimento dos estados III e IV,

considerados mais profundos, segundo avaliação de um mestre zen coordenador.

13

O mundo ocidental começou a demonstrar interesse na pesquisa científica dos

efeitos da Meditação Transcendental no final da década de 60 quando

WALLACE96(1970) realizou o primeiro trabalho científico sobre as mudanças

metabólicas resultantes da prática de meditação, trabalho este que foi uma tese de

doutorado na Universidade da Califórnia em Los Angeles e publicado na revista

Science. Continuou sua investigação da aplicação potencial da MT para a saúde, na

Escola de medicina de Harvard, junto a BENSON 97,98,99(1971-72), cardiologista e

professor-adjunto da mesma e a outros.

É interessante notarmos como foram realizados estes primeiros estudos

exploratórios a respeito dos efeitos fisiológicos da prática desta meditação. Segundo

WALLACE 96 a MT foi escolhida como objeto de estudo porque os praticantes eram

todos norte-americanos, facilmente encontráveis, e praticavam uma mesma técnica

ensinada de maneira uniforme. Foi assim, mais facilmente encontrada uma amostra

de meditadores que queriam ser pesquisados, sendo que os mesmos eram isentos de

práticas religiosas especiais, bem como de dietéticas ou ritualísticas, que pudessem

ser possíveis fatores de confusão para a observação dos efeitos.

Foram escolhidos 36 indivíduos de ambos os sexos para participar, com

idades variando entre 17 e 41 anos, alguns vivendo em Boston e outros na área de

Los Angeles. Todos não possuam qualquer tipo de deficiências físicas ou mentais e

haviam praticado a MT por um período de uma semana até nove anos, numa média

de tempo de dois anos e meio. Como a MT não requer nenhuma arrumação especial

em relação ao ambiente, os meditadores podiam praticar a técnica sem se sentirem

perturbados, inibidos ou desconfortáveis, mesmo estando meditando em laboratórios,

sob o controle de diversos métodos de observação fisiológica 96.

Entre os dispositivos de teste havia uma máscara, que permitia medir o

consumo de oxigênio, uma sonda inserida na artéria braquial, para a verificação

contínua de modificações químicas no sangue, e eletrodos no couro cabeludo, para

medir-se o eletroencefalograma (EEG). O procedimento experimental neste primeiro

14

estudo foi bem simples: os pacientes dirigiam-se a um laboratório, onde os

pesquisadores aplicavam-lhes os instrumentos, e após um período de 30 minutos, nos

quais os mesmos adaptavam-se aos instrumentos, os pesquisadores começavam a

observar os dados. Iniciavam com um período de 20 minutos, nos quais os indivíduos

permaneciam de olhos fechados, apenas relaxando. Depois começavam a praticar a

MT, por um período de 30 minutos, e permaneciam apenas relaxados, por mais 15

minutos. Neste quase experimento, as mudanças metabólicas eram comparadas entre

as medidas tomadas antes, durante e após a meditação 96.

As descobertas de WALLLACE e BENSON 97,98,99 (1971, 1972) ampliaram

consideravelmente as informações vagas, e às vezes contraditórias, fornecidas a

respeito de estudos anteriores realizados sobre o tema meditação. Eles notaram que

uma das modificações mais significativas observadas durante a prática da MT, foi

redução no consumo de oxigênio (O2), que está relacionado diretamente com o índice

de atividade física do indivíduo. Notamos facilmente esta relação entre consumo de

O2 e atividade física quando corremos e ficamos ofegantes, devido ao aumento de

atividade e conseqüentemente consumo de O2. Normalmente, num ciclo diário de 24

horas, durante o sono profundo há uma baixa gradual no consumo de O2 até se

atingir seu ponto mais baixo numa média de 10 por cento, e ocasionalmente de 20

por cento.

Em todos os meditadores observados no estudo, já logo durante os primeiros

minutos da MT, foi observada uma redução de 16 a 18 por cento neste consumo, que

se mantinha durante o total do período da prática, sendo que este consumo retornava

ao normal após o término da mesma. Este estado de repouso observado durante a MT

apresentou-se mais profundo do que com o observado durante o sono e hipnose. Para

testar se este efeito ocorria de uma forma saudável e não forçada, os investigadores

mediram a quantidade de dióxido de carbono (CO2) no sangue arterial durante a

meditação, uma vez que uma diminuição forçada na redução do consumo de O2

acarretaria num aumento na concentração de CO2 no sangue arterial. É o que ocorre

quando conscientemente paramos de respirar – há um aumento da concentração de

CO2, o que pode ocasionar tontura e eventualmente inconsciência. Eles notaram que

15

durante a prática, a quantidade relativa entre O2 e CO2, chamada de quociente

respiratório, permanecia constante, demonstrando que não havia uma redução

forçada da respiração 96.

Os pesquisadores notaram, através dos catéteres venosos, que o percentual do

fluxo sanguíneo reduz em média 25 por cento durante a prática da MT. Esta é outra

medida acurada para se medir o metabolismo, através do processo de metabolização

do sangue nos tecidos, e que indicou no experimento, um estado de profundo repouso

metabólico 96.

Outro dado descoberto foi um aumento na Reação Galvânica da Pele (RGP),

uma medida diretamente relacionada ao aumento de relaxamento e redução da

ansiedade e estresse. É medida através de eletrodos colocados na superfície da pele

para se medir então a resistência da mesma a uma corrente elétrica branda. Este tipo

de modificação é a que tem sido empregada como base para o chamado ‘detector de

mentiras’ pelas agências encarregadas do cumprimento da lei nos Estados Unidos,

pois supostamente, há uma relação direta entre a ansiedade experimentada ao se

mentir e uma menor RGP. É muito interessante de se notar que o sono profundo

promove um aumento lento e gradual de relaxamento, assim medido pela RGP, de

cerca de 250 por cento em relação ao estado de repouso anterior ao sono, sendo que

durante o período da MT, este aumento observado foi de 500 por cento, indicando

um estado de repouso profundo mais intenso e uma redução grande da ansiedade 96.

Outro dado importante descoberto por WALLACE e BENSON 96,97 (1971-

1972) foi redução da concentração de lactato no sangue arterial, um produto químico

presente no sangue e relacionado ao estresse. Durante o período da meditação há

uma redução quatro vezes mais rápida desta concentração em indivíduos meditando

em comparação aos períodos nos quais os mesmos não estão meditando ou estão

descansando deitados de costas, sendo que durante a prática da MT a redução

observada é três vezes mais rápida do que a diminuição durante o sono.

16

BLOOMFIELD 12 descreve como os pesquisadores deste primeiro estudo

referem-se em suma, aos efeitos da MT como uma reação psicofisiológica integrada,

que restabelece a energia e o equilíbrio do corpo:

Há boas razões para acreditar que os estímulos incessantes do meio-ambiente mutável, ao sistema nervoso simpático, são amplamente responsáveis pela alta incidência de hipertensão e de doenças similares, preponderantes em nossa sociedade. Nessas circunstâncias, o estado hipometabólico, representando o sossego, em vez de hiperativação, do sistema nervoso simpático, pode constituir uma seta indicadora na direção de uma saúde melhor 99 (p. 90).

Estudos subseqüentes buscaram identificar os mecanismos subjacentes a este

estado diferenciado observado durante a MT, uma vez que os primeiros estudos

sugeriram que de alguma forma esta prática estava associada a um reflexo

restaurador para o cérebro. Assim, os estudos feitos por WALLACE e BENSON97,

utilizando EEG em meditadores durante a prática da MT, apresentaram um

consistente aumento de amplitude nas ondas lentas alfa, de 8 a 9 ciclos por segundo,

nas regiões frontais e centrais do cérebro, ondas estas que distinguem o estado

experimentado durante a MT do estado de sono e sonho. Foi observado também que

meditadores de apenas alguns meses desta técnica apresentavam padrões de EEG

similares aos observados por KASAMATSU e HIRAI 54(1963) em monges zen-

budistas que meditavam há 20 ou 30 anos.

Pesquisando alterações deste tipo, o neurologista BANQUET 8,9 realizou

pesquisas aprofundadas a respeito da relação entre a prática da MT e mudanças nos

padrões do EEG. Ele utilizou um método de análise espectral por computador para

comparar padrões de EEG do período de meditação de 12 meditadores (praticantes

da MT por 2 anos) com os de outros 12 indivíduos enquanto relaxavam com os olhos

fechados. Através de seu estudo ele descobriu que no primeiro estágio da prática (I)

os indivíduos apresentavam atividade alfa, que era seguido pelo surgimento dos

padrões teta (II), sendo estes últimos diferentes dos padrões teta e delta,

característicos da sonolência. No mesmo estudo, quatro meditadores avançados

identificaram, através de botões utilizados para registrar qualquer experiência

17

subjetiva importante, um terceiro estágio (III), que foi descrito como consciência

pura, e caracterizado pelo surgimento de ondas beta, sincrônicas, de freqüência e

amplitude quase constantes, abrangendo todo o couro cabeludo. Este estado foi

considerado pelos pesquisadores como um quarto estado de consciência, e também é

chamado de consciência transcendental, origem do nome da MT. O padrão de ondas

alfa ressurgia ao final da MT, sendo que havia a persistência deste padrão e algumas

vezes do padrão de ondas teta, mesmo com os olhos abertos ao final da prática.

Mesmo apresentando padrões de EEG de ondas lentas, normalmente

encontrados apenas no sono e sonho, todos os praticantes da MT estavam despertos

durante a prática, podendo responder a perguntas quando questionados, bem como

fazer movimentos voluntários quando solicitados, sem perturbar o padrão observado

do EEG. O pesquisador sugeriu que “as mudanças do EEG pela meditação são

independentes da interação entre o paciente e o mundo exterior, mas produzidas pela

atividade mental específica da prática” 9(p. 150).

Uma das maiores descobertas de BANQUET 9 foi sincronização das ondas

eletroencefalográficas durante a MT. Ele observou que há uma acentuada

uniformidade de freqüência e amplitude na atividade elétrica de todas as áreas do

cérebro, e chamou este fenômeno de hipersincronia. Este aumento de sincronia intra

e inter-hemisférica no padrão de freqüências alfa e beta é observado no

funcionamento cerebral durante a prática da MT e é diferente do observado no estado

de vigília, no qual as ondas cerebrais apresentam-se de maneira caótica, e diferente

também da pouca coerência experimentada no padrão de ondas teta e delta durante a

sonolência e o sono. De acordo com o pesquisador, este aumento de ordem no EEG

pode ser uma chave para a compreensão da reação fisiológica integrada que ocorre

durante esta prática.

Estes primeiros trabalhos exploratórios a respeito das mudanças fisiológicas

observadas durante a prática da MT, originaram uma série de novas pesquisas. Estas

pesquisas não só aprofundaram a investigação de alterações na fisiologia durante a

prática, mas também buscaram descobrir como a prática regular da mesma influencia

18

diferentes aspectos da vida. Elas têm sido desenvolvidas em vários países do mundo

Houve um interesse gradual e global no tema.

Hoje este tema tem sido motivo de interesse de várias universidades e

institutos de pesquisa, inclusive no Brasil, com pesquisadores como CURIATI 29

(2002) realizando estudos semelhantes na Faculdade de Medicina da USP, e

HARUMI 49 (2002) na Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São

Paulo (UNIFESP).

19

1.5 - A MEDITAÇÃO TRANSCENDENTAL NA ATUALIDADE

Uma série de (pré) conceitos surge à nossa mente quando falamos a respeito

do tema meditação. Assim, autores de livros a respeito da MT como HOLLINGS 50

(2001) em seu livro “Meditação Transcendental, uma introdução à prática e objetivos

da MT”, e ROTH 81 (1998), em seu livro: “Maharishi Mahesh Yogi’s Transcendental

Meditation”, buscam desconstruir estes (pré) conceitos antes de conceituarem a

prática em si.

Eles descrevem a MT como uma prática mental muito simples, natural, sem-

esforço, de fácil aprendizagem e universal. Ela é uma técnica mental, pois não

envolve exercícios físicos, posturas especiais ou outras práticas físicas. Simples, pois

não é um procedimento complicado, que necessita de conhecimentos anteriores.

Natural, pois não envolve qualquer tipo de sugestão ou manipulação, como na

hipnose. Sem-esforço, pois não requer qualquer aptidão para o controle ou

concentração da mente. Ela é de fácil aprendizagem, pois a partir dos 10 anos,

qualquer pessoa pode aprender esta meditação. Universal, pois qualquer indivíduo

pode praticá-la, pois ela não envolve qualquer mudança de código de conduta,

educação de caráter moral, crença, devoção ou sistema de valores específicos. Ela

não tem assim qualquer estrutura teológica, isto é, não é necessário que se acredite

em alguma doutrina específica e tampouco que a MT funcione. 50,81

Mesmo certa dose de ceticismo é bem vinda, pois a técnica funciona por si

mesma, e qualquer pessoa praticante de qualquer fé pode ocupar-se da MT sem

prejuízo à mesma. Ela tampouco é um estilo de vida, ainda que possua um efeito no

modo de vida do meditador. Não há a prescrição de dietas ou vestimentas especiais,

nem de regras comportamentais ou morais para se adotar um modo de vida diferente

dos não-meditadores. Estes aspectos da vida são deixados para que o indivíduo

decida por si, uma vez que a intenção da prática é o aperfeiçoamento natural da

pessoa, sem a necessidade de ditarem-se regras a ela. A MT não é uma poção mágica

para se usar apenas quando as coisas vão mal, e sim uma prática a ser feita

20

regularmente, e cujos benefícios surgirão gradualmente através desta mesma

regularidade.

Através da MT, experimentamos níveis mais aquietados da consciência, isto

é, a mente dirige-se a um estado de percepção silencioso, mas plenamente alerta. À

medida que isto ocorre, vivenciamos um grau muito grande de redução da atividade

metabólica 97, acompanhado por uma série de efeitos, como mudanças

eletroencefalográficas 8, maior sincronia das ondas cerebrais 31, redução de

substâncias associadas ao estresse como o lactato 98 e o cortisol plasmático 60, entre

outras. Com a regularidade da prática, isto resulta numa série de benefícios em nosso

dia a dia, como uma mente mais alerta, criativa e inteligente ao longo do dia, bem

como num menor grau de estresse e tensão, melhorando a saúde e fornecendo a base

para uma atividade mais dinâmica, produtiva e realizadora, refletindo-se assim, em

indivíduos que promovem uma sociedade mais saudável.

ROTH 81 e HOLLINGS 50 nos relatam que a MT é praticada durante 15 a 20

minutos, duas vezes ao dia. Uma vez, normalmente, de manhã antes do café da

manhã, para começar-se o dia com mais vivacidade e energia, e novamente á tarde,

ou início da noite, para ter-se um resto de dia mais agradável e uma noite mais bem

dormida. Pode-se praticá-la em qualquer local, desde que sentados confortavelmente,

não havendo necessidade de silêncio no meio-ambiente, podendo ser praticada no

metrô, escritório, ou num carro estacionado ao longo da estrada, sendo que

usualmente se pratica no conforto das casas.

Diferentes práticas resultam assim, em diferentes efeitos no dia a dia. Estudos

científicos realizados comparando diferentes técnicas de meditação e relaxamento

com a MT, demonstraram claramente que a MT se apresenta mais eficaz na redução

da ansiedade 30, na melhoria da saúde psicológica 44, no aumento da auto-realização2,

na redução do uso de cigarros 77, álcool 34 e drogas 4.

21

1.6 - A RELEVÂNCIA DA MEDITAÇÃO TRANSCENDENTAL PARA O

CAMPO DA SAÚDE

BLOOMFIELD 12(1975) nos relata que os benefícios encontrados com a

prática da MT foram atraindo cada vez mais o interesse do mundo e como foi

observado que a tensão da sociedade e o mal-estar nos indivíduos estavam se

generalizando cada vez mais nos dias atuais. Assim, foram de fundamental

importância os avanços na tecnologia para estudar a relação dos estados mentais com

os processos corporais, para assim poder se explicar o aumento dos problemas do

homem em termos de processos fisiológicos específicos, que estavam associados ao

estresse.

BLOOMFIELD 12 nos comenta que “ainda que haja adaptações do corpo às

circunstâncias do dia a dia, estas sobrecarregam em muito os recursos básicos do

mesmo, e deixam o organismo com uma necessidade de repouso profundo para

restabelecer o equilíbrio fisiológico”. Outros pesquisadores sugerem que a falta de

integração entre diferentes áreas anatômicas do cérebro pode também ser uma

possível causa da fragmentação do homem moderno, mas observamos que há uma

relação direta do estresse com os problemas que afligem a humanidade durante

séculos, como a tensão, a má saúde e a insatisfação crônica. Com esta atual

compreensão do estresse é possível pensarmos em uma solução psicofisiológica para

auxiliar a resolver estes problemas de séculos.

As dificuldades que se apresentam para a sobrevivência nas grandes

cidades, a violência, a competição e os problemas econômicos, fazem do estresse

uma característica comum a quase todos os cidadãos, independente de classe

social, sexo ou idade. Saber lidar com as circunstâncias negativas, com as

adversidades é a diferença para ser mais saudável e ter uma melhor qualidade de

vida. Em realidade a prática permite que a eliminação de estresse no indivíduo

reflita-se como um bem comum à sociedade na qual vivemos.

22

Resgatando a origem e fundamentos da Saúde ocidental, CAPRA 16(1994),

em seu livro “O Ponto de Mutação”, nos informa que a medicina hipocrática surgiu

da tradição de cura da Grécia antiga, que por sua vez teve suas raízes em tempos pré-

helênicos. Naquele tempo, todo o processo de cura era considerado um fenômeno

espiritual, que estava associado a várias deidades. A principal das antigas deidades

de cura era a deusa Hygieia, considerada com uma das formas da deusa Athena,

tendo associação ao simbolismo da serpente, e o visco como sua panacéia 47.

Após consecutivas invasões bárbaras, a religião patriarcal e a ordem social

foram impostas à Grécia, e grande parte dos mitos foi distorcida, o que converteu a

deusa Hygieia em uma das filhas do deus Asclépio, que passou a ser o deus

dominante da cura, sendo cultuado em toda a Grécia 89. Asclépio tem seu nome

também etimologicamente associado ao visco, e em seu ritual as serpentes

continuaram desempenhando um papel de destaque, estando simbolicamente

enroscadas no bastão do deus, que é o símbolo até hoje utilizado pela medicina

ocidental.

Hygieia continuou associada ao culto asclepiano, e era retratada com seu pai e

sua irmã Panakeia. As duas simbolizam dois aspectos distintos das artes curativas, a

prevenção e a terapia 33. Hygieia [Saúde] personificava a sabedoria pela qual as

pessoas seriam saudáveis se vivessem sabiamente, e Panakeia [Panacéia]

personificava o tratamento através de remédios, derivados de plantas ou da terra. A

busca de uma panacéia para a cura dos males é atualmente o aspecto dominante da

ciência biomédica, que às vezes ainda oscila entre os dois aspectos de assistência à

saúde simbolizada por estas duas deusas.

A medicina grega possuía por um lado uma escola que usava o ritual de cura

asclepiano, baseado nos sonhos e conhecida como incubação do templo, e que os

terapeutas junguianos tentaram reinterpretar em termos modernos 66, e por outro os

médicos gregos, chamados àquela época de asclepíades (em honra a Asclépio), que

formavam corporações médicas, praticando uma medicina baseada no conhecimento

empírico.

23

Naqueles tempos não havia competições entre estas duas escolas, sendo que

da tradição dos asclepíades surgiu Hipócrates, personagem de fundamental influência

sobre a ciência médica ocidental. No cerne da medicina hipocrática há uma

amplitude não só de visão, mas também de filosofia profunda com a convicção de

que as doenças são fenômenos naturais que podem ser cientificamente estudadas, e

não são causadas por demônios ou forças sobrenaturais, podendo ser tratadas de

forma abrangente, que incluem a prevenção, o diagnóstico e a terapia 33.

Um dos livros importantes do compêndio hipocrático é o Corpus

hippocraticum que apresenta como o bem-estar individual está diretamente

relacionado a condições ambientais como a qualidade da água, do ar, dos alimentos,

dos hábitos gerais e da topografia da terra. Este relacionamento ecológico entre o ser

humano e meio-ambiente é enfatizado de tal forma que a doença é considerada um

desequilíbrio dos mesmos ou resultado de mudança destas condições 16. Esta

percepção de Saúde tem sido seriamente negligenciada pela medicina ocidental de

origem cartesiana, e só agora novamente devidamente apreciada.

De acordo com estes escritos que estão no fundamento da Medicina e Saúde

atuais, a Saúde requer um equilíbrio entre influências ambientais, modos de vida e

diferentes humores, sendo que os últimos podem ser reenunciados em termos de

equilíbrio químico hormonal e interdependência da mente e corpo. Para a Cura tem

que haver o reconhecimento das forças curativas inerentes aos organismos vivos, o

chamado “poder curativo da natureza”, e para tanto o trabalho do médico consistia

em ajudar estas forças naturais a se manifestarem para o processo de Cura 16.

Deste significado original de dar assistência ao processo de Cura natural, é

que surgiu a palavra terapeuta, do grego therpuin [dar assistência]. Portanto, através

da tradição hipocrática surgida há 2500 anos atrás, resgatamos este conceito de

Saúde: o equilíbrio da relação fundamental entre meio-ambiente, corpo e mente; bem

como o conceito de Cura: o reavivar do poder curativo inerente à natureza. 16 Ambos

estes conceitos da tradição hipocrática foram diferentemente desenvolvidos em

24

distintas culturas como a chinesa e a indiana, sendo que a medicina chinesa tem uma

representação mais bem alicerçada aqui no Brasil, com possibilidade de cursos de

formação em acupuntura, técnica de tratamento que teve sua origem nesta tradição de

medicina, pela própria UNIFESP atualmente em São Paulo.

A medicina ayurvedica existe há 5000 anos e tem sua origem na Índia. Ela

ainda não está tão bem alicerçada em nosso país quanto a chinesa, sendo que autores

de sucesso e renome como CHOPRA, em distintos livros sobre o tema, como

“Conexão Saúde” 17, “Cura Quântica” 18 e “Saúde Perfeita” 19 entre outros, seja um

grande divulgador do assunto. De acordo com CHOPRA, este sistema de medicina

milenar tem como princípio o fato de que a mente exerce profunda influência sobre o

corpo e de que a liberação das doenças está relacionada a um maior contato com a

percepção interior. Tem como pressuposto o fato de que o corpo humano é

controlado por “uma rede de inteligência” que determina se estamos saudáveis e bem

integrados com a natureza. Para alcançar estes objetivos busca-se um plano para

restabelecer a harmonia essencial entre corpo e natureza, bem como fortalecer a

união mente e corpo para se adquirir assim a Saúde e a Cura. Utilizam-se para tanto

distintos tipos de abordagens e atividades, como dietas específicas, rotinas diárias,

integração neuromuscular, exercícios físicos e respiratórios, bem como mecanismos

para redução do estresse, como a MT.

Baseado nessa perspectiva global e atual de Saúde, a Organização Mundial de

Saúde (OMS), ao discutir o tema “Outra saúde/Paradigma ampliado da saúde” 69,

estabeleceu como tema relevante a ser abordado e pesquisado a seguinte idéia:

Na atualidade, os sistemas médicos ditos alternativos ou complementares, tais como a homeopatia, a medicina tradicional chinesa, a medicina ayurvédica, e outros vêm aparecendo com tendência nas últimas décadas, ao lado da medicina oficial, como uma fonte legítima de produção de serviços de saúde. Favorecidos por um lado, pela imigração de populações orientais para o ocidente ensejando uma intensa abertura cultural corolário do fenômeno da globalização, e por outro lado, por certas mudanças culturais e de estilos de vida ocorridos recentemente, seus praticantes tem hoje uma presença marcante no mercado profissional de serviços de saúde, notadamente na prática privada. Todavia, no setor público do SUS, muitas Secretarias de Saúde promovem sua incorporação e difusão, havendo notável aceitação por parte de seus usuários. De um modo geral, os serviços prestados pelos

25

agentes desses sistemas alternativos objetivam não somente a cura e a prevenção de enfermidades como também a promoção da saúde, envolvendo um conjunto muito peculiar de preceitos éticos, normas de vida e práticas de corpo orientadas pela noção de vitalidade, vale dizer, um paradigma holístico. Considerando estas tendências, "Outra Saúde" tem como propósito realizar investigações participativas que tomem em consideração questões como estas: como estes sistemas ditos alternativos confrontam-se ou conformam-se com os paradigmas da saúde que são propugnados pela medicina oficial; 2) como estas práticas alternativas estão sendo absorvidas pelos centros de saúde e hospitais do SUS; 3) como afetam o campo da promoção da saúde. Refletindo em forma crítica sobre estes pontos, o grupo buscará difundir um conjunto de preceitos e práticas que possam representar um novo caminho às concepções vigentes sobre saúde, ou seja, um caminho para um conceito ampliado da saúde 69.

Torna-se hoje assim, pela própria contemporaneidade, cada vez mais

relevante a pesquisa científica em procedimentos seculares. Pelo fato de não terem

abandonado conhecimentos antigos e leigos, tem-se descoberto muitas novas drogas,

e é de muito interesse para a Saúde Pública pesquisar e viabilizar métodos

cientificamente eficazes e que contemplem uma diversidade de enfoques. Hoje, cada

vez mais o próprio conceito de saúde tem-se ampliado. Este novo conceito busca a

saúde do indivíduo em muitos outros níveis. Em realidade todos buscamos um maior

grau de paz e felicidade interior, pois a busca da felicidade tem sido um impulso

motor de nossas decisões como indivíduos no mundo em que vivemos.

Dentro deste amplo contexto, em primeira leitura flutuante a respeito do tema,

notamos que diversos estudos têm apresentado benefícios da prática da Meditação

Transcendental em distintas áreas de vida como: melhor concentração e

aprendizado56, melhor qualidade de sono 67, diminuição da ansiedade 30 e do

estresse60, fortalecimento do sistema imunológico 58, diminuição de incidência de

doenças como insônia 59 e pressão arterial alta 10, melhor capacidade percepto-

motora 5 e desempenho atlético 80, entre outras. Esses benefícios encontrados têm

sido aplicados para o desenvolvimento de programas distintos como: saúde do

idoso1, saúde escolar 56, saúde do trabalhador 48, prevenção ao abuso de drogas 21

entre outros, e refletem em mecanismos de intervenção e de promoção de Saúde

Pública para a criação de uma sociedade mais saudável.

26

2 – OBJETIVO

Realizar uma revisão da produção científica sobre o tema Meditação

Transcendental, buscando descrever, caracterizar e analisar o caráter multidisciplinar

desta produção ao longo do tempo, com ênfase no campo da Saúde.

27

3 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Envolveu a pesquisa exploratória do tema MT através de registros de

produção científica em bases de dados eletrônicas. Estes registros incluem

publicações em revistas científicas, artigos revisados por especialistas, teses,

trabalhos de conferência, dissertações, livros, resumos e artigos de editoras

acadêmicas, além de organizações profissionais, bibliotecas de pré-publicações,

universidades e outras entidades acadêmicas.

Nas diversas interfaces eletrônicas pesquisadas, buscamos sempre pela frase

exata “TM”, e para isso inserimos a mesma entre aspas. Esta estratégia de busca nos

permitiu que a busca se restringisse sempre à frase exata, isto é “transcendental

meditation”, e não à palavra transcendental, que eventualmente poderia estar

separada de meditation em um mesmo resultado de busca.

Buscamos sempre descrever, caracterizar e analisar as características

multidisciplinares das publicações científicas a respeito da MT, e sua distribuição ao

longo do tempo, e como em especial, este tema tem sido pesquisado no campo da

Saúde.

Para isso organizamos e apresentamos os resultados através de tabelas de

produção e gráficos das bases pesquisadas, bem como quadros para a caracterização

das mesmas. Devido ao grande número de registros de produção científica

encontrados em toda nossa pesquisa, anexamos a listagem dos mesmos em um cd-

rom à parte (anexos) em sua versão escrita.

Grande parte de nosso trabalho foi desenvolvido pela Internet. A Internet é

uma rede global de computadores que se comunicam utilizando uma linguagem

comum, e se parece com o sistema telefônico internacional, onde ninguém é

28

proprietário ou controlador do sistema, mas está conectado de tal maneira, que o faz

funcionar como uma grande rede 87.

A Internet tem uma escala mundial de milhões de computadores que

permitem o acesso a informações e todo tipo de transferência de dados entre si 87.

Utilizando esta rede mundial de computadores como meio de pesquisa,

seguimos estes procedimentos:

3.1 GOOGLE

Pesquisa através da frase exata “transcendental meditation” para identificação

de como o tema se apresenta presente na atualidade. Para isso fizemos uma busca

pela Internet através do Google search e Google acadêmico, caracterizando o tema

MT em termos de divulgação e sua distribuição no tempo a 27/04/06.

3.2 PORTAL SIBINET USP

Pesquisa extensiva através de registros de produção científica em bancos de

dados eletrônicos sobre a MT para vermos como o tema se insere em distintos

campos de conhecimento e sua distribuição no tempo. Para isso utilizamos o acesso

às bases de dados científicos disponibilizado à comunidade USP pelo portal

SibiNET, caracterizando estes bancos de dados quanto a sua origem multidisciplinar

e interfaces, e apresentando a distribuição no tempo dos registros de publicação

científica sobre o tema.

O portal SibiNet é um mecanismo de interface eletrônica, via Internet, e que

permite o funcionamento sistêmico das bibliotecas da USP. Com o intuito de

oferecer suporte ao desenvolvimento do ensino e da pesquisa promove “o acesso à

informação, por meio de programas cooperativos e de racionalização, com o

estabelecimento de políticas, compartilhamento de recursos e normalização de

procedimentos, no âmbito das bibliotecas da USP”, em consonância com “normas e

29

padrões internacionais de transcrição e de intercâmbio de informações bibliográficas

e de comunicação de dados”. Permite assim, que o usuário tenha a possibilidade de

realizar pesquisas em todas as bases de dados, independente da editora de origem 74.

Acessamos bases de dados disponíveis, através do acesso regulamentado, a

partir de equipamentos existentes nos ‘campi’ da USP, e posteriormente através de

computador pessoal localizado fora dos ‘campi’, pelo acesso Virtual Private Network

(VPN), que fornece conectividade à rede USP sem estar conectada nela diretamente,

isto é, de qualquer máquina conectada na Internet e que tenha cliente VPN 94.

Utilizamos os recursos disponibilizados pelo portal USP SibiNet para

caracterizarmos as bases de dados utilizadas na pesquisa, e para mapearmos a

publicação científica no período de cobertura das bases de dados até 27 de maio de

2006, buscando ver como distintos campos de conhecimento científico tem se

interessado pela pesquisa a respeito da MT, e como têm sido a distribuição dos

registros de publicação científica no tempo.

Em todas as interfaces pesquisadas procuramos sempre pela frase exata “TM”

restritas aos campos título do documento (ti) ou (+) resumo (ab) (+) ou descritor (de).

O período de pesquisa sempre foi desde o início de cobertura de registros disponíveis

nas bases de dados até a data da pesquisa efetuada na mesma.

Em todas as bases de dados nas quais encontramos menos de 15 registros de

produção científica relacionados à MT, optamos por caracterizar as mesmas nos

quadros descritivos bem como apresentar os resultados obtidos nas tabelas de

registros científicos, mas não apresentamos gráficos de distribuição dos registros ao

longo do tempo, devido ao número pequeno de registros encontrados nas mesmas.

Abaixo listamos as interfaces de pesquisa utilizadas nas quais foram

realizadas buscas de registros de produção científica sobre MT, as bases de dados

nelas contidas, bem como as companhias fornecedoras deste serviço de informação

(quadro 1):

30

Quadro 1: Portal SibiNet USP, interfaces, bancos de dados pesquisados sobre MT e companhias fornecedoras do serviço, em maio de 2006.

Interfaces Bases de Dados pesquisadas Companhias

Proquest Dissertations and Theses, ABI/Inform Global, Prisma ProQuest

Company

CSA Illumina

ASFA: Aquatic Sciences and Fisheries Abstracts, ASSIA: Applied Social Sciences Index and Abstracts, BioOne Abstracts and Indexes, CSA Technology Research Database, ERIC: Education Resources Information Center, Linguistics and Language Behavior Abstracts, LISA: Library and Information Science Abstracts, MicroPatent Materials Patents, NCJRS: National Criminal Justice Reference Service Abstracts, Oceanic Abstracts, Physical Education Index, Social Services Abstracts, Sociological Abstracts, Water Resources Abstracts

CSA

Corporation

SilverPlatter

AGRICOLA: Agricultural Online Access, AGRIS: Agricultural Sciences, Analytical Abstracts, Biological Abstracts, Cab Abstracts, Drug Information Fulltext, EconLit, Food & Human Nutrition, Francis, FSTA: Food Science and Technology Abstracts, GEOBASE: Geo Abstracts Database, GeoRef, Inspec Database, IPSA: International Political Sciences Abstracts, IPA: International Pharmaceutical Abstracts, MathSci Disc, MEDLINE, Philosopher s Index, PsycINFO, Publishers, Distributors & Wholesalers, Sport Discus, TROPAG & RURAL: Agriculture and Environment for Developing Regions and Abstracts on Rural Development in the Tropics, Ulrich’s International Periodicals, Zoological Records.

Wolters Kluwer

Health (WK

Health)

Disponível em: http://www.bibcir.fsp.usp.br CSA – Cambridge Scientific Abstracts MT – Meditação Transcendental

3.3 INTERFACE SCOPUS

Caracterização, análise e distribuição de registros de produção científica a

respeito da MT, utilizando a interface eletrônica Scopus 85 que com seu banco de

dados contempla e possibilita a organização de estudos de diferentes origens de

conhecimento em si mesma, quanto a áreas e sub-áreas de abrangência de assunto,

tipos de publicação e distribuição no tempo destes registros.

31

Fizemos nossa pesquisa a 10/05/06, buscando pela frase exata “TM” nos

campos título, resumo e palavra-chave. A palavra-chave é um campo combinado das

palavras-chaves fornecidas pelo autor e dos termos indexados principalmente.

3.4 INTERFACE EMBASE.COM

Aprofundamento da pesquisa através da interface EMBASE.com 74, que

contempla a possibilidade de trabalharmos com duas bases de dados distintas

(EMBASE e MEDLINE), que são mais ligadas ao campo da saúde e medicina, pela

caracterização, categorização e análise dos registros de produção científica através de

tipos de publicação, línguas e países de origem das mesmas, bem como áreas de foco

e sua distribuição ao longo do tempo.

Nossa pesquisa foi feita em 23 de maio de 2006, utilizando como termo de

busca a frase exata “TM” restrita aos seguintes campos: resumo (ab) ou (+) título do

trabalho (ti) ou (+) descritor (de).

A indexação e classificação dos registros de produção científica na base de

dados EMBASE foi realizada por um indexador treinado da mesma. Estivemos à

medida que qualificando e definindo as distintas Áreas de Foco 40, apresentando

também gráficos para notarmos como os resultados encontrados estavam se dispondo

ao longo do tempo. Apresentamos estes gráficos quando foram encontrados no

mínimo 15 resultados por área pertinente.

3.5 SAÚDE PÚBLICA E COLETIVA

Utilizamos a classificação disponível através da base de dados EMBASE 40

para caracterização mais aprofundada de registros de produção científica limitados à

área de foco Saúde Pública e Coletiva para descrevermos como esta produção a

respeito da MT tem sido realizada, objeto de pesquisa da faculdade de Saúde Pública,

onde foi desenvolvida esta dissertação.

32

Esta pesquisa foi realizada em 15 de junho de 2006 utilizando os seguintes

campos de busca: resumo (ab) ou (+) título do trabalho (ab) (ou) (+) descritor, tendo

como limite a área d foco Saúde Pública e Coletiva [public health]/lim 40.

33

4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados parciais encontrados nas bases de dados e a discussão a eles

pertinente foram indexados da seguinte forma no decorrer do texto desta dissertação:

♣ - resultados

♦ - discussão

4.1. GOOGLE

4.1.1. Google Search

♣♣♣♣ Quando a 27/04/06 pesquisamos a respeito da frase “TM”, através desse

mecanismo de busca, encontramos aproximadamente 886.000 resultados indexados.

♦ O Google Inc. é a corporação que possui o maior site de busca da internet, o

Google Search, um serviço que teve sua origem a partir de um projeto de doutorado

dos Larry Page e Sergey Brin da Universidade de Stanford em 1996, e que buscou

criar um site de busca mais avançado, rápido e com maior qualidade de links do que

os sites de busca que existiam àquela época 46.

O Google Search foi resultado deste trabalho, e assim obteve-se um sistema

de busca pela Internet, com grande relevância aos resultados de buscas em um

ambiente simples. O faturamento desta corporação em 2005 foi de 6,139 bilhões de

dólares 46,104.

A pesquisa feita sobre a frase exata “TM” no Google Search nos permitiu ter

uma visão bem ampla e geral de como o tema MT está divulgado na atualidade.

Tem-se como ressalva que este meio de comunicação e informação está

inserido em uma realidade virtual, cujo acesso é restrito a uma pequena porcentagem

34

(15,7%) da população mundial (tabela 1), ainda que o crescimento de seu uso tenha

se apresentado muito grande nos últimos anos (183,4%). As populações dos países

desenvolvidos são as que têm o maior número de acessos à internet, e

conseqüentemente maior possibilidade de ter contato, conhecimento e informação

sobre este tema (MT) através deste veículo de informação.

♣ Em pesquisa atualizada em 31/03/2006 pela Internet World Stats 106, a

Internet tem penetração da seguinte forma em relação ao mundo (tabela 1):

Tabela 1: Estatísticas populacionais e uso da Internet mundial.

População do Mundo (estimada 2006)

Uso da Internet, Últimos Dados

População (Penetração) Regiões do Mundo

N % N %

Crescimento de uso

2000-2005 em %

África 915.210.928 14,2 23.649.000 2,6 423,9

Ásia 3.667.774.066 56,4 364.270.713 9,9 218,7

Europa 807.289.020 12,4 291.600.898 36,1 177,5

Oriente Médio 190.084.161 2,9 18.203.500 9,6 454,2

América do Norte 331.473.276 5,1 227.303.680 68,6 110,3

América Latina/Caribe

553.908.632 8,5 79.962.809 14,4 342,5

Oceania / Austrália 33.956.977 0,5 17.872.707 52,6 134,6

Total do Mundo 6.499.697.060 100,0 1.022.863.307 15,7 183,4

Extraído de Internet World Stats, em 29/05/2006. Disponível em: www.internetworldstats.com. Notas: As estatísticas do uso da Internet e da população mundial foram atualizadas em 31/03/2006. Os números demográficos estão baseados no site da world-gazetteer. A informação do uso da Internet vem de dados publicados por Nielsen//NetRatings, International Telecommunications Union, e outras fontes confiáveis.

35

4.1.2. Google Acadêmico

♣ Encontramos 2510 registros de produção científica (anexo 1) através deste

mecanismo de busca, sendo que 2 destes registros são datados do período de 1950 a

1959, e 9 do período de 1960 a 1969. Estes resultados se dispuseram da seguinte

forma (figura 1):

♦♦♦♦ O Google Acadêmico é um mecanismo de pesquisa que fornece uma maneira

simples de pesquisar a literatura acadêmica de forma abrangente em várias

disciplinas e fontes em um só lugar, ajudando com isso a identificar as pesquisas

mais relevantes do mundo acadêmico.

Figura 1: Distribuição dos 2510 registros de produção científica sobre MT. Google acadêmico, 1950-2006, em maio 2006.

0

50100

150

200

250300

350400

450500

550600

Reg

istr

os e

ncon

trad

os n

o G

oogl

e ac

adêm

ico

1950

-195

9

1960

-196

9

1970

-74

1975

-79

1980

-84

1985

-89

1990

-94

1995

-99

2000

-04

2005

-06

Anos

MT – Meditação Transcendental

36

Por ser um mecanismo de busca gratuito e eficaz seu uso tem crescido muito,

pois leva em conta através de sua classificação não só o texto integral de cada artigo,

como o autor, a publicação em que o artigo saiu e a freqüência com que foi citado em

outras publicações acadêmicas 46.

Mesmo não correspondendo ao período de nosso estudo, os resultados

encontrados no Google acadêmico foram os únicos que contemplaram registros de

produção científica anteriores a 1970 sobre MT.

Entre eles observam-se publicações a respeito do tema a partir de 1951,

período no qual a MT começou a ser divulgada por MMY através do mundo (1.3).

Caso cresça a utilização deste mecanismo de busca e ele se torne mais aceito

pela comunidade científica, o Google acadêmico pode se tornar um contraponto às

outras interfaces de pesquisa científica existentes, consideradas hoje mais aceitas

pela vida acadêmica.

Os resultados encontrados através deste mecanismo de busca apresentam o

fato de que o número de registros de produção científica sobre MT (figura 1) tem

crescido nos últimos anos, o que demonstra o interesse da comunidade científica em

pesquisas a respeito deste tema.

37

4.2. PORTAL SIBINET USP

4.2.1 Interface ProQuest

♣ Encontramos um total de 167 registros de produção científica sobre MT nas

bases de dados da interface Proquest. Estes resultados distribuíram-se da seguinte

forma (tabela 2):

Tabela 2: Distribuição de registros de produção científica sobre MT entre 1960 e 2006, segundo bases de dados da Interface ProQuest, maio 2006.

Período Bases de dados

1960

-69

1970

-74

1975

-79

1980

-84

1985

-89

1990

-94

1995

-99

2000

-04

2005

-06

Total

ABI/Inform

* 1 1 2 3 1 5 3 - 17

Dissertations and Theses

- 15 29 19 23 19 24 18 3 150

Total - 16 30 21 26 20 29 21 3 167

* período não coberto pela base de dados. MT – Meditação Transcendental

♦ A ProQuest Company, fornecedora dests interface é considerada uma das

editoras líderes de informação e educação. Um de seus objetivos é o de prover

soluções inovadoras aos problemas de informação dos usuários.

Esta companhia foi considerada uma das 200 melhores pequenas empresas

pela Forbes magazine. Trabalha no campo de informação, mais especificamente, para

a educação, administração e negócios 75.

38

A interface Proquest possibilita acesso ao conteúdo de inúmeras revistas na

área de administração e ciências afins. Outras publicações de sua cobertura abrangem

estudos étnicos, de gênero, de ancestralidade entre outros 76.

As características das bases de dados da interface Proquest, na qual foram

encontrados registros de produção científica sobre MT, são as seguintes (quadro 2):

Quadro 2: Bases de dados da Interface ProQuest com registros de produção científica sobre MT, segundo abrangência e período de cobertura, em maio de 2006.

Bases de Dados Abrangência Período de

Cobertura

ABI/Inform

Negócios, Finanças, Economia, Perfis de empresas, Técnicas de gestão, Teoria e Prática Empresarial, Publicidade, Marketing, Economia, Recursos Humanos, Finanças, Taxação, Computadores.

1971 em diante

Dissertations and

Theses

Considerada a maior fonte de pesquisa acadêmica do mundo, e possui mais de 2 milhões de entradas, sendo considerada um recurso central de confiança para informações sobre dissertações de doutorado e de mestrado.

1861 em diante

Disponível em: http://www.bibcir.fsp.usp.br. MT – Meditação Transcendental

As bases de dados nas quais foram encontrados registros de produção

científica sobre MT da interface Proquest cobrem duas áreas distintas:

• como a MT tem sido empregada e estudada no campo empresarial, através da

base de dados ABI/Inform, e

• como tem sido pesquisada pela vida acadêmica, em diferentes universidades e

institutos de pesquisa através do mundo. Como tem sido o interesse a respeito

deste tema para as dissertações de mestrado e doutorado.

39

4.2.1.1 Base de dados ABI/Inform

♣ Encontramos 17 registros de produção científica sobre MT nesta base de

dados. Os registros de produção científica (anexo 2) distribuíram-se da seguinte

forma no tempo (figura 2):

♦ Os tópicos cobertos por esta base de dados incluem além de negócios,

finanças e economia citadas anteriormente, também revistas, perfis de empresas e

jornais econômicos, sendo considerada um dos meios mais abrangentes e acadêmicos

para se explorar e compreender tópicos relacionados à pesquisa empresarial. Em sua

pesquisa contam-se aproximadamente 1800 revistas empresariais mundiais com uma

cobertura internacional profunda. Este serviço é fornecido pela Proquest company 76.

Figura 2: Distribuição de 17 registros de produção científica sobre MT da base de dados ABI/Inform Global, de 1970 a maio de 2006.

0

1

2

3

4

5

Pub

licaç

ões

regi

stra

das

na b

ase

1970

-74

1975

-79

1980

-84

1985

-89

1990

-94

1995

-99

2000

-04

2005

-06

Anos

Fonte: Proquest, maio 2006. MT – Meditação Transcendental

40

4.2.1.2. Dissertations and Theses

♣ Encontramos 150 registros de produção científica nesta base de dados. Estes

resultados (anexo 3) distribuíram-se da seguinte forma (figura 3):

♦ O conhecimento acadêmico é a base da formação científica. Este banco de

dados nos permite visualizar como dissertações de mestrado e doutorado têm sido

realizadas sobre MT através do mundo. Nesta base de dados há a cobertura de mais

de 2.000.000 de registros científicos. Este é um serviço oferecido pela Proquest

company 76.

Figura 3: Distribuição de 150 registros de produção científica sobre MT em mestrado e doutorado pela base de dados Dissertations and Theses, de 1970 a maio de 2006.

0

5

10

15

20

25

30

Pub

licaç

ões

regi

stra

das

na b

ase

1965

-69

1970

-74

1975

-79

1980

-84

1985

-89

1990

-94

1995

-99

2000

-04

2005

-06

Anos

Fonte: Proquest, maio 2006. MT – Meditação Transcendental

41

4.2.2 Interface CSA Illumina

♣ Encontramos um total de 241 registros de produção científica sobre MT nas bases de dados indexadas nesta interface. Estes resultados distribuíram-se da seguinte forma (tabela 3):

Tabela 3: Distribuição de registros de produção científica sobre MT entre 1960 e 2006, segundo bases de dados da interface CSA Illumina, maio de 2006.

Período Bases de Dados

1960

-69

19

70-

74

1975

-79

19

80-

84

1985

-89

19

90-

94

1995

-99

20

00-

04

2005

-06

Total

Linguistics and Language Behavior Abstracts

* 2 - - - - - - - 2

Physical Education Index * 4 9 4 1 - 1 1 - 20

CSA Technology Research Database

- - - 1 - - - - - 1

ASSIA: Applied Social Sciences Index and Abstracts

* * * * 5 4 2 9 1 21

ERIC: Educational Resources Information Center

- 9 29 14 2 1 3 5 - 63

NCJRS: National Criminal Justice Reference Service Abstracts

* 6 21 15 2 4 2 3 - 53

Social Services Abstracts * * - 1 4 2 3 8 - 18

Sociological Abstracts - 3 8 10 15 8 11 7 1 63

Total - 24 67 45 29 19 22 33 2 241

* período não coberto pela base de dados. CSA – Cambridge Scientific Abstracts MT – Meditação Transcendental

42

♦ A interface CSA Illumina é fornecida pela CSA corporation, uma companhia

global de informação. Atua como editora e distribuidora gráfica e eletrônica, e tem

por objetivo servir como um guia para ajudar os pesquisadores a serem mais efetivos

em seus trabalhos. Para isso provê ferramentas eficazes para manejar e organizar as

informações 22.

Possui 100 bases de dados bibliográficas e revistas científicas, primariamente

em quatro campos de conhecimento: ciências naturais; ciências sociais; artes e

humanidades; e tecnologia. A CSA corporation tem sua sede nos Estados Unidos,

escritórios ao redor do mundo e tem sido utilizada em mais de 80 países, por mais de

4000 instituições diferentes 22.

Esta interface permite, através do portal SibiNet USP, o acesso a mais de 50

bases de dados elaboradas pela CSA (Cambridge Scientific Abstracts) e seus

parceiros. Nela consta um grande número de áreas de pesquisa, incluindo ciência dos

materiais, ciência do meio ambiente, ciências biológicas, biotecnologia, engenharia,

ciência da computação, sociologia, história da arte e lingüística 74.

Ela é projetada para prover uma opção de busca mais amigável ao

pesquisador. Oferece uma solução multibusca que pode ser utilizada pelo

pesquisador, além de de-duplicação de resultados, opções de múltiplas línguas,

descritores hyper-linked, entre outros fatores 22.

Observa-se através da listagem das bases de dados da interface CSA que há

uma multidisciplinaridade de áreas de conhecimento nas quais foram encontrados

registros de produção científica sobre MT (quadro 3). A predominância é de

resultados na área da educação (4.2.2.2), sociologia (4.2.2.6) e reabilitação (4.2.2.3).

O número de pesquisas científicas realizadas na área de ciências sociais (4.2.2.5) e

ciências sociais aplicadas (4.2.2.1) também é grande tendo-se em vista que a

existência destas bases de dados é recente (tabela 3).

43

Abaixo caracterizamos as bases de dados nas quais foram encontrados

registros de produção científica através da interface CSA Illumina (quadro 3):

Quadro 3: Bases de dados da Interface CSA Illumina com registros de produção científica sobre MT, segundo abrangência e período de cobertura, em maio de 2006.

Bases de Dados da

Interface CSA Illumina Abrangência

Período de

Cobertura

ASSIA: Applied Social

Sciences Index and Abstracts

Serviços Sociais, Psicologia,

Sociologia e Informação de Saúde. 1987 em diante

CSA Technology Research

Database

Materiais, Engenharia, Aeroespacial,

Alta Tecnologia. 1962 em diante

ERIC: Educational Resources

Information Center

Educação, Teste, Mensuração e

Avaliação. 1966 em diante

Linguistics and Language

Behavior Abstracts

Lingüística Teórica e Aplicada,

Psicolingüística e Terapia Verbal. 1973 em diante

NCJRS: National Criminal

Justice Reference Service

Justiça Criminal e Juvenil, Controle de

Drogas e Emprego da Lei. 1975 em diante

Physical Education Index Bem-Estar Físico, Saúde e Medicina

Esportiva. 1970 em diante

Social Services Abstracts Serviço Social, Serviços Humanos,

Bem-Estar Social e Política Social. 1979 em diante

Sociological Abstracts Estrutura Social, Desigualdade,

Mudança Social e Problemas Sociais. 1952 em diante

Disponível em: http://www.bibcir.fsp.usp.br. CSA – Cambridge Scientific Abstracts MT – Meditação Transcendental

44

4.2.2.1 ASSIA – Applied Social Sciences Index and Abstracts


dados. Estes resultados (anexo 4) distribuíram-se da seguinte forma (figura 4):

♦♦♦♦ A base de dados ASSIA cobre primariamente registros de produção científica

no campo das ciências sociais aplicadas às áreas da saúde, psicologia, sociologia,

economia, política, relações de raças e educação. Possuía até dezembro de 2005, por

volta de 375.000 registros indexados. Estes registros estavam distribuídos em mais

de 500 revistas científicas de 16 países diferentes, incluindo os Estados Unidos e

Reino Unido. Este serviço é fornecido pela CSA corporation 24.

Figura 4: Distribuição de 21 registros de produção científica sobre MT da base de dados ASSIA – Applied Social Sciences Index and Abstracts, de 1987 a maio de 2006.

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2000

-04

2005

-06

Anos

Fonte: CSA Illumina, maio 2006. CSA – Cambridge Scientific Abstracts MT – Meditação Transcendental

45

4.2.2.2 ERIC - Educational Resources Information Center



♦ O banco de dados da ERIC é fornecido pelo Departamento de Educação

Norte-Americano com o intuito maior de prover acesso amplo à literatura

relacionada com a área educacional. Possuía até outubro de 2005 por volta de

1.172.800 registros de produção científica 25.

Figura 5: Distribuição de 63 registros de produção científica sobre MT da base de dados ERIC - Educational Resources Information Center, de 1965 a maio de 2006.

0

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-94

1995

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2000

-04

2005

-06

Anos


46

4.2.2.3 NCJRS - National Criminal Justice Reference Service Abstracts



♦ O banco de dados NCJRS é fornecido pelo Departamento de Justiça Norte-

Americano. É um sistema de informação para pessoas ao redor do mundo envolvidas

com a pesquisa, política e práticas relacionadas à justiça criminal e juvenil, bem

como ao controle de drogas. Este banco de dados possuía até dezembro de 2005 por

volta de 189.000 registros de produção científica que cobrem estas áreas 26.

Figura 6: Distribuição de 53 registros de produção científica sobre MT na base de dados NCJRS - National Criminal Justice Reference Service, de 1970 a maio de 2004.

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-69

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-74

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-89

1990

-94

1995

-99

2000

-04

2005

-06

Anos


47

4.2.2.4 - Physical Education Index



♦♦♦♦ O Physical Education Index cobre a literatura primariamente no campo da

educação física, além de medicina esportiva, dança, lei desportiva, cinesiologia,

aprendizagem motora, terapia física, sociologia e psicologia esportiva, além de outras

áreas. Este banco de dados possuía até dezembro de 2005 por volta de 268.000

registros de produção científica que cobrem estas áreas distintas. Este serviço é

fornecido pela CSA corporation 23.

Figura 7: Distribuição de 26 registros de produção científica sobre MT da base de dados Physical Education Index, de 1970 a maio de 2006.

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1970

-74

1975

-79

1980

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1990

-94

1995

-99

2000

-04

2005

-06

Anos


48

4.2.2.5 - Social Services Abstracts

♦ Encontramos 18 registros de produção científica sobre MT nesta base de


♦ A base de dados Social Services Abstracts provê uma cobertura da literatura

primariamente focada no serviço social, serviços humanos e áreas correlatas, que

incluem bem-estar social, política social e desenvolvimento comunitário. Possuía até

dezembro de 2005 por volta de 107.000 registros de produção científica que cobrem

estas áreas distintas. Este serviço é fornecido pela CSA corporation 27.

Figura 8: Distribuição de 18 registros de produção científica sobre MT da base de dados Social Services Abstracts, de 1979 a maio de 2006.

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-94

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-99

2000

-04

2005

-06

Anos


49

4.2.2.6 - Sociological Abstracts



♦ A base de dados Sociological Abstracts cobre literatura primariamente na

área da sociologia e disciplinas correlatas à ciência social e comportamental. Ela

possuía até novembro de 2005 por volta de 680.000 registros de produção científica

destas áreas. Este serviço é fornecido pela CSA corporation 28.

Figura 9: Distribuição de 63 registros de produção científica sobre MT da base de dados Sociological Abstracts, de 1965 a maio de 2006.

0123456789

101112131415

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1975

-79

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-94

1995

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2000

-04

2005

-06

Anos


50

4.2.3 Interface SilverPlatter

♣ Encontramos um total de 583 registros de produção científica sobre MT nas

bases de dados indexadas desta interface. Estes resultados distribuíram-se da seguinte

forma (tabela 4):

Tabela 4: Distribuição de registros de produção científica sobre MT entre 1960 e maio de 2006, segundo a bases de dados SilverPlatter, maio/2006.

Período Bases de Dados

1960

-69

19

70-

74

1975

-79

19

80-

84

1985

-89

19

90-

94

1995

-99

20

00-

04

2005

-06

Total

Biological Abstracts * * * * * * 5 18 6 29

CAB Abstracts * * * * * - 1 1 - 2

EconLit - - - - - - - 2 - 2

Francis * * * 16 28 13 10 19 1 87

GEOBASE: Geo Abstracts

Database * * * * * - 1 - - 1

Inspec Database - - - 2 1 - 1 1 1 6

IPSA: International

Political Sciences Abstracts * * * * 1 1 - - - 2

Philosophers Index - - 1 7 - - - - - 8

Psycinfo - 34 118 60 41 54 49 51 2 409

Sport Discus - 4 15 8 3 3 - 3 - 36

Tropag e Rural * * * * * * 1 - - 1

Total - 38 134 94 74 70 68 95 10 583

* período não coberto pela base de dados. MT – Meditação Transcendental

51

♦ A interface SilverPlatter é um produto do Wolters Kluwer Health (WK

Health), uma provedora de informação para profissionais e estudantes de medicina,

enfermagem, saúde e farmácia. Esta é uma divisão da Wolters Kluwer corporation,

uma multinacional de serviços de informação na área de saúde, serviços

corporativos, serviços financeiros, impostos, contabilidade, direito, regulamentação e

educação, com rendas anuais de mais de 3,4 bilhões de euros em 2005 e mais de

18.400 empregados ao redor do mundo. A sede desta corporação situa-se em

Amsterdam, Holanda 70.

A Eletronic Reference Library (ERL), [biblioteca de referência eletrônica] é

utilizada pela USP para o acesso a mais de 30 bases de dados distintas. A ERL

mantém a coleção de referências eletrônicas com a tecnologia da SilverPlatter. Ela

foi projetada para dar suporte a servidores múltiplos em meio-ambientes amplos, e

tem sido uma solução para grandes instituições e consórcios, ao prover o acesso local

e remoto às informações dentro de distintas redes eletrônicas 74.

A WebSPIRS (SilverPlatter's Information Retrieval System for the World

Wide Web) é uma interface popular de pesquisa, que provê acesso através da Web ao

seu ERL servidor local, bem como ao serviço de assinatura de Internet da

SilverPlatter, permitindo a usuários distantes a pesquisa nas bases de dados da

SilverPlatter. Para tanto possui características e ferramentas para disponibilizar os

resultados de pesquisa com acurácia em um meio-ambiente eletrônico facilmente

utilizável 100.

Observa-se através da listagem das bases de dados da interface SilverPlatter

que há uma multidisciplinaridade de áreas de conhecimento nas quais foram

encontrados registros de produção científica sobre MT (quadro 4). A predominância

é de resultados na área da psicologia (4.2.3.3), ciências humanas (4.2.3.2), esportes

(4.2.3.4) e ciências biológicas (4.2.3.1). O número de pesquisas científicas realizadas

na área de ciências biológicas também é grande tendo-se em vista que a existência

desta base de dados é recente (tabela 4).

52

Abaixo caracterizamos as bases de dados nas quais foram encontrados

registros de produção científica sobre MT através da interface SilverPlatter (quadro

4):

Quadro 4: Bases de dados da Interface SilverPlatter com registros de produção científica sobre MT, segundo abrangência e período de cobertura, em maio de 2006. Bases de Dados da

Interface

SilverPlatter

Abrangência Período de

Cobertura

BA: Biological

Abstracts

Biologia, Microbiologia, Botânica, Ecologia, Patologia,

Bioquímica, Genética, Meio-Ambiente, Veterinária.

1998 em

diante

CAB Abstracts

Agricultura, Agronomia, Solos, Pesticidas, Horticultura,

Florestas, Veterinária, Fertilizantes, Genética, Meio-

Ambiente.

1990 em

diante

EconLit Economia, Finanças Públicas, Indústria. 1969 em

diante

Francis Ciências Sociais, Humanidades, Psicologia, História Da

Arte, Religião, Filosofia, Literatura.

1984 em

diante

GEOBASE: Geo

Abstracts Database

Meio-Ambiente, Ecologia, Mineralogia, Geografia Física,

Geografia Humana, Geologia.

1994 em

diante

Inspec Database

Física, Engenharia Elétrica, Eletrônica, Ciências da

Computação, Tecnologia da Informação, Ciência de

Materiais, Oceanografia, Engenharia Nuclear, Geofísica,

Engenharia Biomédica, Biofísica.do Conhecimento.

1969 em

diante

IPSA: International

Political Sciences

Abstracts

Pensamento Político, Relações Internacionais, Leis

Internacionais, Ciência Política, Opinião Pública, Processos

Políticos.

1989 em

diante

Psycinfo Psicologia, Educação, Psiquiatria, Ciências Sociais. 1967 em

diante

Philosophers Index Filosofia, Educação, Ciências Políticas, Religião. 1940 em

diante

Sport Discus Fisioterapia, Biomecânica, Esportes, Educação Física. 1830 em

diante

Tropag e Rural

Agricultura nos Trópicos: Desenvolvimento Da

Agricultura, Desenvolvimento Animal, Florestas,

Economia Rural, Irrigação, Meio-Ambiente.

1990 em

diante

Disponível em: http://www.bibcir.fsp.usp.br. MT – Meditação Transcendental

53

4.2.3.1 - Biological Abstracts (BA)



♦ A base de dados Biological Abstracts contém registros de produção científica

em biologia, microbiologia, botânica, ecologia, patologia, bioquímica, genética, meio

ambiente e veterinária. É considerada uma referência líder para informação de

ciências da vida. Ela foi produzida pela BIOSIS Biological Abstracts, Inc., e hoje é

um produto da The Thomson Corporation, BA 74.

Figura 10: Distribuição de 29 registros de produção científica sobre MT da base de dados Biological Abstracts, de 1998 até maio de 2006.

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-04

2005

-06

Anos

Fonte: SilverPlatter, maio 2006. MT – Meditação Transcendental

54

4.2.3.2 - Francis


dados. Estes resultados (anexo 11) distribuíram-se da seguinte forma (figura11):

♦ A base de dados Francis oferece resumos de artigos e livros primariamente

nas áreas das ciências sociais e humanidades. Os principais temas de abrangência

são: psicologia, história da arte, religião, filosofia e literatura. A Francis é produzida

pela INIST (Institut de l'Information Scientifique et Technique da França), e algumas

áreas de sua abrangência são cobertas a partir de 1984, e outras a partir de 1991.

Cobre mais de 1.500.000 de registros de produção científica 101.

Figura 11: Distribuição de 87 registros de produção científica sobre MT da base de dados Francis, de 1984 até maio de 2006.

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1980

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1995

-99

2000

-04

2005

-06

Anos


55

4.2.3.3 - Psycinfo



♦ A Psycinfo é uma base de dados que cobre registros de produção científica

primariamente em psicologia, educação, psiquiatria e ciências sociais. Contém

aproximadamente 1.500.000 de registros e resumos de artigos publicados em revistas

internacionais. Ela é um produto da American Psychological Association (APA) 102.

Figura 12: Distribuição de 409 registros de produção científica sobre MT da base de dados Psycinfo, de 1965 a maio de 2006.

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2000

-04

2005

-06

Anos


56

4.2.3.4 - Sport Discus



♦ A Sport Discus é uma base de dados que contém resumos primariamente em

esportes, educação física, fisioterapia e biomecânica. Ela é uma base de dados

fornecida pela SIRC (Sport Information Resource Centre) 74.

Figura 13: Distribuição de 36 registros de produção científica sobre MT da base de dados Sport Discus, de 1965 a maio de 2006.

0123456789

101112131415

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-94

1995

-99

2000

-04

2005

-06

Anos

Fonte: Silver Platter, maio 2006. MT – Meditação Transcendental

57

4.3. INTERFACE SCOPUS


dados (anexo 14). Nenhum resultado anterior a 1970 foi encontrado. Houve um total

de 159 pesquisadores envolvidos nestes estudos, e um total de 160 revistas científicas

nas quais estes registros foram publicados. Os resultados encontrados distribuíram-se

da seguinte forma ao longo do tempo (figura 14):

♦ A base de dados Scopus tem a mais ampla cobertura disponível da literatura

científica, técnica, médica e das ciências sociais, sendo que mais de 60% dos títulos

são de outros países que não os EUA. Agrega multidisciplinarmente em sua interface

revistas científicas de diferentes áreas de abrangência apresentando 5500 títulos em

Figura 14: Distribuição de 346 registros de produção científica sobre MT da base de dados Scopus, de 1965 a 2006.

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1990

-94

1995

-99

2000

-04

2005

-06

Anos

Fonte: Scopus, maio 2006. MT – Meditação Transcendental

58

ciências físicas, 5300 em ciências da saúde, 3400 em ciências da vida e 2850 em

ciências sociais. A Scopus é um produto do grupo Elsevier.

A Elsevier faz parte do Reed Elsevier Group, uma companhia internacional

com mais de 36.000 empregados espalhados por 200 localidades no mundo, e

considerada uma das editoras líderes mundiais em multimídia para informação em

produtos de serviços científicos, médicos, legais, educacionais e de negócios ao redor

do mundo. Movimentou no ano de 2005, por volta de 5 a 7 bilhões de libras

esterlinas 84,78.

Ela oferece 15.000 títulos de revistas de mais de 4.000 editoras distintas, 27,7

milhões de resumos, 245 milhões de referências e resultados de 250 milhões de

páginas da web científicas, entre outros recursos 79.

Os registros de produção científica sobre MT encontrados nesta base de dados

apresentam 159 diferentes pesquisadores envolvidos na pesquisa sobre o tema.

Alguns de seus nomes estiveram presentes em vários registros encontrados, o que

apresenta a existência e desenvolvimento de linhas de pesquisa específicas

utilizando-se dessa prática para mensuração de seus efeitos em diferentes campos de

conhecimento.

A multidisciplinaridade é observada também pela diversidade de áreas de

conhecimento nas quais foram encontrados registros de produção científica sobre

MT. Houve publicações em 160 diferentes revistas científicas que atuam em distintas

áreas de conhecimento, e nas quais foram encontrados resultados sobre este tema.

As áreas de divulgação de conhecimento científico nas quais estas revistas estão

inedexadas foram a base de classificação para os resultados encontrados e

distribuídos segundo áreas e sub-áreas de abrangência de assunto, fornecido pela

base de dados Scopus, e utilizado em nossa pesquisa.

59

4.3.1 - Áreas de abrangência de Assunto

♣ Os 346 registros de produção científica sobre MT encontrados através da

interface Scopus, no período de 1960 a 2006, foram classificados por áreas de

abrangência de assunto (tabela 5), classificação esta disponível pela interface. Um

mesmo registro pode estar indexado em mais de uma classificação:

Tabela 5: Distribuição de registros de produção científica sobre MT entre 1960 e maio de 2006 da base de dados Scopus, segundo Áreas de Abrangência de Assunto, maio/2006.

Período Áreas de Abrangência de Assunto

1960

-69

1970

-74

1975

-79

1980

-84

1985

-89

1990

-94

1995

-99

2000

-04

2005

-06

Total

Ciências da Vida

- 5 21 17 9 4 9 16 6 87

Ciências da Saúde

- 15 83 33 16 24 25 36 13 245

Ciências Físicas

- 1 2 - 1 - 1 1 1 7

Ciências Sociais

- 7 35 24 8 6 13 10 1 104

Total - 28 141 74 34 34 48 63 21 443


♦ Observa-se a presença de um maior número de registros de produção

científica presente na área de abrangência ciências da saúde (4.3.3, 4.3.3.1), que

constitui a área de interesse desta dissertação, seguido de ciências sociais (4.3.5,

4.3.5.1), ciências da vida (4.3.2, 4.3.2.1)e por último, ciências físicas (4.3.4, 4.3.4.1).

Um mesmo registro de produção científica pode estar indexado em mais de uma

classificação por área de abrangência, sobretudo quando se trata de revistas

cientificas de interesse de mais de uma área de conhecimento.

60

4.3.2 - Ciências da Vida

♣ Encontramos 87 registros de produção científica sobre MT classificados

como Ciências da Vida (anexo 15), e que apresentaram a seguinte distribuição no

período estudado (figura 15):

♦ A área de Ciências da Vida engloba 3400 títulos de revistas científicas das

seguintes sub-áreas: Ciências Biológicas ou Agrícolas; Bioquímica, Genética e

Biologia Molecular; Imunologia e Microbiologia; Neurociência; Farmacologia,

Toxicologia e Farmácia, bem como Ciências Multidisciplinares. Ciências da Vida foi

a área de conhecimento que apresentou o terceiro maior números de registros de

produção científica sobre o assunto.

Figura 15: Distribuição de 87 registros de produção científica sobre MT da base de dados Scopus, segundo Área de Abrangência de Assunto Ciências da Vida, entre 1960 e maio de 2006.

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-69

1970

-74

1975

-79

1980

-84

1985

-89

1990

-94

1995

-99

2000

-04

2005

-06

Anos


61

4.3.2.1 - Sub-áreas das Ciências da Vida

♣ Os 87 registros de produção científica sobre MT classificados como Ciências

da Vida, foram agrupados segundo sub-áreas de assunto, sendo apresentados na

figura 16:

♦ Dos 87 registros de produção científica classificados como ciências da vida, a

maior parte dos estudos foi enquadrada em neurociência (46%), seguida de

bioquímica, genética e biologia molecular (38%), demonstrando o interesse dos

pesquisadores por alterações e efeitos mensuráveis da prática da MT dentro desses

campos de conhecimento.

Figura 16: Distribuição de 87 registros de produção científica sobre MT na base de dados Scopus, segundo sub-Áreas de abrangência de Assunto das Ciências da Vida, entre 1960 e maio 2006.

Farmacologia, Toxicologia e

Famácia7

8%

Neurociência43

46%

Multidisciplinar3

3%

Ciências Biológicas ou

Agrícolas5

5%

Bioquímica, Genética e

Biologia Molecular35

38%

Imunologia e Microbiologia

00%


62

4.3.3 - Ciências da Saúde


como Ciências da Saúde. Estes resultados (anexo 16) distribuídos da seguinte forma

no período estudado (figura 17):

♦ A área de Ciências da Saúde engloba 5300 títulos de revistas científicas das

seguintes sub-áreas: Medicina; Enfermagem; Odontologia, Profissões da Saúde;

Veterinária e Ciências Multidisciplinares. Foi a área de conhecimento que apresentou

o maior número de registros de produção científica, o que se apresenta coerente com

a idéia de que a MT apresenta-se como uma prática alternativa ou complementar de

interesse para o campo da Saúde.

Figura 17: Distribuição de 245 registros de produção científica sobre MT da base de dados Scopus, segundo Área de Abrangência de Assunto Ciências da Saúde, entre 1960 e maio de 2006.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Pub

licaç

ões

regi

stra

das

na b

ase

1965

-69

1970

-74

1975

-79

1980

-84

1985

-89

1990

-94

1995

-99

2000

-04

2005

-06

Anos


63

4.3.3.1 - Sub-áreas das Ciências da Saúde

♣ Os 245 registros de produção científica sobre MT classificados como

Ciências da Saúde, foram agrupados em sub-áreas de assunto. Estes resultados

distribuíram-se da seguinte forma (figura 18):

♦ A maior parte dos 245 registros de produção científica classificados na sub-

área de assunto ciências da saúde concentrou- se no campo de Medicina (94%). Este

resultado está coerente com outros observados ao pesquisarem-se bases de dados do

campo da Medicina e Saúde, como EMBASE e MEDLINE que juntas apresentaram

grande número de resultados (4.4), indicando o interesse de pesquisadores em efeitos

mensuráveis desta prática neste campo de conhecimento.

Figura 18: Distribuição de 245 registros de produção científica sobre MT na base de dados Scopus, segundo sub-Áreas de abrangência de Assunto das Ciências da Saúde, entre 1960 e maio de 2006..

Medicina 234 94%

Veterinária 0

0%

Multidisciplinar 3

1%

Profissões da Saúde

3 1%

Odontologia 5

2%Enfermagem 6

2%


64

4.3.4 - Ciências Físicas

♣ Encontramos 7 registros de produção científica sobre MT classificados como

Ciências Físicas. Estes resultados (anexo 17) distribuíram-se da seguinte forma

(figura 19):

♦ A área de abrangência de assunto Ciências Físicas engloba 5500 títulos de

revistas científicas das seguintes sub-áreas de assunto: Engenharia Química;

Química; Ciência da Computação; Ciências Planetárias e da Terra; Economia,

Econometria e Finanças; Energia; Engenharia; Ciências do Meio-Ambiente; Ciências

de Materiais; Matemática; Física e Astronomia e Ciências Multidisciplinares.

Observa-se um número pequeno de resultados nesta área de conhecimento, coerente

com a natureza da prática da MT (mente e corpo) e seu campo de estudo.

Figura 19: Distribuição de 7 registros de produção científica sobre MT da base de dados Scopus, segundo Área de Abrangência de Assunto Ciências Físicas, entre 1960 e maio de 2006.

0

1

2

3

Pub

licaç

ões

regi

stra

das

na b

ase

1965

-69

1970

-74

1975

-79

1980

-84

1985

-89

1990

-94

1995

-99

2000

-04

2005

-06

Anos


65

4.3.4.1 Sub-áreas das Ciências Físicas

♣ Os 7 registros de produção científica sobre classificados como Ciências da

Saúde, foram agrupados em sub-áreas de assunto. Estes resultados distribuíram-se da

seguinte forma (figura 20):

♦ O pequeno número de resultados encontrados, 7, deve-se em parte à presença

de registros de produção científica encontrados em revistas consideradas

multidisciplinares pela indexação desta base de dados, como a Science, sendo que

alguns dos restantes estavam indexados em mais de uma classificação.

Figura 20: Distribuição de 7 registros de produção científica sobre MT na base de dados Scopus, segundo sub-Áreas de Abrangência de Assunto das Ciências Físicas, entre 1960 e maio de 2006.

Energia0

0%

Engenharia2

22%

Ciências Planetárias e da Terra

00%Ciências de Materais

00%

Ciências do Meio-ambiente

00%

Matemática1

11%

Multidisciplinares3

33%

Física e Astronomia0

0% Economia, Econometria e

Finanças0

0%

Ciência da Computação

334%

Engenharia Química0

0%

Química0

0%

Fonte: Scopus, a 10/05/2006. MT – Meditação Transcendental

66

4.3.5 - Ciências Sociais


como Ciências Sociais. Estes resultados (anexo 18) distribuíram-se da seguinte forma

no período estudado (figura 21):

♦ A área de abrangência Ciências Sociais engloba 2850 títulos de revistas

científicas das seguintes sub-áreas de assunto: Artes e Humanidades; Negócios,

Administração e Contadoria; Ciências de Decisão; Psicologia; Ciências Sociais e

Ciências Multidisciplinares. Esta área de conhecimento foi a que apresentou o

segundo maior número de registros de produção científica sobre MT, pois engloba

campos de conhecimento onde este tema tem sido pesquisado.

Figura 21: Distribuição de 104 registros de produção científica sobre MT da base de dados Scopus, segundo a Área de Abrangência de Assunto Ciências Sociais, entre 1960 e maio de 2006.

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Pub

licaç

ões

regi

stra

das

na b

ase

1965

-69

1970

-74

1975

-79

1980

-84

1985

-89

1990

-94

1995

-99

2000

-04

2005

-06

Anos


67

4.3.5.1 - Sub-áreas das Ciências Sociais

♣ Os 104 registros de produção científica sobre classificados como Ciências

Sociais, foram agrupados em sub-áreas de assunto. Estes resultados distribuíram-se

da seguinte forma (figura 22):

♦ A sub-área que apresentou maior número de registros de produção científica

dentro das ciências sociais foi Psicologia, resultado este coerente com o observado

quando pesquisamos a base de dados Psycinfo (4.2.3.3), base de dados de psicologia

e que apresentou o maior número isolado de registros de produção científica sobre

MT junto à Medicina e Saúde (4.4). Este resultado pode ser compreendido pelo

interesse de pesquisadores de como uma prática de natureza mental interage e afeta

nossa psique, e como estes efeitos podem ser mensurados.

Figura 22: Distribuição de 104 registros de produção científica sobre MT na base de dados Scopus, segundo sub-Áreas de Abrangência de Assunto das Ciências Sociais, entre 1960 e maio de 2006.

Ciências Sociais7

6%Artes e

Humanidades0

0%

Ciências de Decisão

11%

Negócios, Administração e

Contadoria2

2%

Ciências Multidisciplinares

33%

Psicologia95

88%


68

4.3.6 – Tipos de documentos

♣ Os registros de publicação científica sobre MT da base de dados Scopus

distribuíram-se da seguinte forma em relação ao tipo de documento (figura 23):

♦ Os artigos são publicações de pesquisa original e foi o tipo de documento que

apresentou o maior número de resultados (231) sobre MT, seguido de revisão de

pesquisa original (35), que usualmente possui uma bibliografia extensa, que é

possível pela existência de um número significativo de artigos sobre MT, como esta

dissertação. As (33) notas são discussões ou comentários, o que demonstra o

interesse da comunidade científica em discutir e comentar a respeito deste tema.

Figura 23: Distribuição de registros de produção científica sobre MT da base de dados Scopus, segundo tipos de documentos entre 1960 e maio de 2006.

Artigo231

71%

Revisão35

11%

Errata 1

0%

Carta 18 6%

Nota 33

10%

Editorial 2

1%

Short survey 3

1%


69

4.4 INTERFACE EMBASE.COM

♣ Encontramos 409 registros de produção científica sobre MT (anexo 19) nesta

interface. Nenhum resultado anterior a 1970 foi encontrado. Pesquisando apenas na

base de dados da EMBASE encontramos 296 resultados. Quando fizemos mesma

busca no MEDLINE encontramos 242 resultados, que quando sobrepostos um ao

outro resultou em total de 409 resultados, sendo que registros automaticamente

identificados como duplicados foram descartados pelo próprio mecanismo de busca

da interface (figura 24):

♦ EMBASE.com é uma interface eletrônica do grupo Elsevier (4.3) que oferece

acesso às bases de dados EMBASE e MEDLINE. Abrange as áreas de ciências

biomédicas básicas, biotecnologia, engenharia biomédica e instrumentação,

Figura 24: Distribuição de 409 registros de produção científica sobre MT da interface EMBASE.com (EMBASE e MEDLINE), entre 1960 e maio de 2006.

0102030405060708090

100110120

Pub

licaç

ões

regi

stra

das

na b

ase

1965

-69

1970

-74

1975

-79

1980

-84

1985

-89

1990

-94

1995

-99

2000

-04

2005

-06

Anos

Fonte: EMBASE.com, maio 2006. EMBASE – Excerpta Medica Database MT – Meditação Transcendental

70

administração e política da saúde, farmacologia, saúde pública, ocupacional e

ambiental, psiquiatria e psicologia, ciência forense, medicina veterinária,

odontologia, entre outras. Contém mais de 18 milhões de registros bibliográficos

com resumos da EMBASE (desde 1974) e MEDLINE (desde 1966) 74.

A EMBASE é uma base de dados biomédica e farmacológica que dá ao

usuário acesso às informações mais recente sobre assuntos relacionados à medicina e

a medicamentos. É a versão eletrônica das 52 seções da Excerpta Médica. A coleção

de revistas da EMBASE é internacional e compreende mais de 5.000 revistas

biomédicas de 70 países. Contém mais de 11 milhões de registros de produção

científica de 1974 até o presente (maio 2006), sendo que mais de 500.000 novos

registros são adicionados anualmente. É também um produto do grupo Elsevier 79.

O MEDLINE é uma base de dados da literatura internacional da área médica

e biomédica, sendo produzida pela National Library of Medicine (NLM), USA. Ela

contém referências bibliográficas e resumos de mais de 4000 títulos de revistas

biomédicas publicadas nos Estados Unidos e em outros 70 países. ontém

aproximadamente 11 milhões de registros de produção científica da literatura de

1966 até o momento (maio 2006), e que cobrem as áreas de medicina, biomedicina,

enfermagem, odontologia, veterinária e ciências afins, sendo a atualização das bases

de dados feita mensalmente 64.

Observa-se um grande número de registros de produção científica sobre MT

(409) no campo da Saúde e Medicina. Foi o campo de conhecimento que junto à

Psicologia (4.2.3.3) apresentou o maior número de resultados, o que caracteriza a

MT como uma prática alternativa ou complementar de interesse para este campo de

conhecimento da Saúde e Medicina. Observa-se que ainda que a EMBASE tenha

uma indexação que permite o acesso a registros de produção científica de outros

países, principalmente européia 74 e o MEDLINE, principalmente norte-americana,

há uma grande sobreposição de registros, o que demonstra uma tendência de

globalização destas bases de dados ao indexar nas mesmas, registros de produção

científica de ambos continentes.

71

4.4.1 Línguas de publicação

♣ Os 409 registros de produção científica sobre MT distribuíram-se da seguinte

forma em relação à língua de publicação (figura 25):

♦ Este limite aplicou-se somente aos resultados onde o texto completo do artigo

estava na língua selecionada, uma vez que todos os resumos da EMBASE estão em

inglês. 37 Observamos que há uma distribuição acentuada de publicações escritas em

inglês. Podemos afirmar que a língua inglesa foi a preferida para a publicação

científica sobre MT, e que há uma distribuição internacional em relação às línguas

utilizadas para a publicação de pesquisas sobre este tema.

Figura 25: Distribuição de registros de produção científica sobre MT nas bases de dados EMBASE e MEDLINE segundo línguas de publicações, entre 1966 e maio 2006.

Hebráico1

0%

Francês123%

Norueguês8

2%

Inglês34184%

Português1

0%

Suéco4

1%

Russo3

1%

Holandês1

0%

Espanhol2

0%

Alemão328%

Dinamarquês4

1%


72

O artigo em português foi publicado na Revista Brasileira de Medicina em

1970, e é uma transcrição do trabalho exploratório do doutor Robert Keith Wallace a

respeito das mudanças fisiológicas durante a prática da MT, descrito na introdução

desta dissertação (1.4). 96 Observamos que a língua na qual foi escrito o artigo não

diz respeito ao local onde o estudo foi feito, nem tampouco à origem do pesquisador,

ou sequer à origem da revista na qual foi publicado.

4.4.2 Tipos de documentos

♣ Apresentamos abaixo como os registros de produção científica sobre MT

estão distribuídos quanto aos tipos de publicações. Nem todos os 409 resultados

obtidos estão indexados. Encontramos os seguintes resultados (figura 26):

Figura 26: Distribuição de registros de produção científica sobre MT nas bases de dados EMBASE e MEDLINE segundo tipos de documentos.

Editorial 4

1%

Artigo258

72%

Revisão58

16%

Errata 1

0%

Carta 20 6%

Nota 9

2%

Trabalho de Conferëncia

41%

Short survey 7

2%


73

♦ Nem todos os resultados estão indexados devido ao período de cobertura das

bases de dados EMBASE e MEDLINE. 38 Abaixo descrevemos como se definem

estes tipos de documentos, e qual o período de cobertura para este tipo de análise

fornecido pelas bases de dados:

• Artigo – uma publicação de pesquisa original ou opinião. Esta classificação

foi introduzida na EMBASE em 1990, e está disponível no MEDLINE em

todos os anos. 38

• Carta – uma publicação de uma ou várias cartas, sendo que múltiplas cartas

publicadas na revista original sob o mesmo título são computadas como um

único registro. Esta classificação foi introduzida na EMBASE em 1988, e

introduzida no MEDLINE em 1966. 38

• Trabalho de conferência – uma publicação de dados apresentada em uma

conferência ou simpósio (incluindo os resumos da conferência). Esta

classificação foi introduzida na EMBASE em 1990, e está disponível no

MEDLINE em todos os anos. 38

• Editorial – uma publicação de artigos sumários em uma revista ou provendo

notícias editoriais. Esta classificação foi introduzida na EMBASE em 1978, e

está disponível no MEDLINE em todos os anos. 38

• Errata – uma publicação de erros, correções ou retratações de um trabalho

publicado anteriormente. Esta classificação foi introduzida na EMBASE em

1990, e está disponível no MEDLINE a partir de 1977. 38

• Nota – uma publicação de notas, discussões ou comentários. Esta

classificação foi introduzida na EMBASE em 1990, e está disponível no

MEDLINE a partir de 1977. 38

74

• Revisão - uma publicação de revisão de pesquisa original, usualmente com

uma bibliografia extensa. Esta classificação está disponível na EMBASE e no

MEDLINE em todos os anos. 38

• Short survey – uma publicação de uma mini ou pequena revisão de uma

pesquisa original, usualmente com uma bibliografia extensa menor. Esta

classificação foi introduzida na EMBASE em 1978, e introduzida no

MEDLINE em 2001. 38

Identificamos entre os diversos tipos de documentos um maior número de

artigos (258), o que denota o interesse dos pesquisadores pelo entendimento dos

mecanismos e efeitos da prática da MT, uma vez que se tratam de pesquisa original.

Observamos que este é um tema que mobiliza um interesse crescente da área

científica, uma vez que há um número considerável de revisões (58) de pesquisa

original. O número grande de revisões está relacionado à existência do número

elevado de trabalhos originais (artigos) já existentes.

Os editoriais revelam o pensamento do corpo editorial das revistas, que está

por trás da seleção dos artigos nelas publicados, bem como das cartas selecionadas

por este corpo editorial para debater-se determinado assunto.

4.4.3 Países de origem das revistas científicas


estão distribuídos quanto aos países de origem das revistas científicas. Nem todos os

409 resultados obtidos estão indexados. Encontramos os seguintes resultados (figura

27):

75

♦ Alguns dos 409 resultados não possuíam este tipo de informação pela

indexação das bases de dados.

Observamos uma distribuição quanto à origem da publicação em relação ao

continente no qual foi publicada, fortemente orientada a publicações realizadas na

América do Norte (200), em particular Estados Unidos; seguida por publicações da

Europa (137), especialmente Reino Unido e Alemanha; da Ásia (14), Índia e Japão;

da Oceania (12), Nova Zelândia e Austrália; e por fim da América do Sul (1), Brasil.

Observamos uma clara associação entre uma maior distribuição das

publicações sobre MT e a origem das revistas científicas de países considerados mais

desenvolvidos economicamente. Brasil e Índia são os únicos países que se encontram

fora deste grupo. Todo continente africano não apresenta qualquer trabalho indexado

em qualquer revista deste banco de dados.

Figura 27: Distribuição de registros de produção científica sobre MT nas bases de dados EMBASE e MEDLINE segundo países de origem das revistas científicas.

Itália 1

0% Noruega 8

2%

Reino Unido 61

17%Suíça

3 1%

Alemanha 31 8%

Japão 4

1%

Índia 10 3%

Nova Zelândia 6

2%

França 9

2%

Federação Russa 3

1%

Holanda 11 3%

Suécia 4

1%

Brasil 1

0%

Canadá 3

1%

Austrália 6

2%Áustria

3 1%

Dinamarca 4

1%

Espanha 1

0%Estados Unidos 197 54%

Fonte: EMBASE.com, maio de 2006. EMBASE – Excerpta Medica Database MT – Meditação Transcendental

76

4.4.4 Evidence Based Medicine (EBM) [medicina baseada em evidência]


estão distribuídos quanto à classificação EBM (figura 28):

♦ Este limite nos permitiu a busca a registros de produção científica de revisões

Cochrane, ensaios clínicos controlados, meta-análises, ensaios clínicos controlados e

randomizados e revisões sistemáticas que foram realizadas a respeito da MT. Os

períodos de cobertura e de qualificação dos critérios de classificação seguem as

seguintes definições 39:

Figura 28: Distribuição de registros de produção científica sobre MT nas bases de dados EMBASE e MEDLINE, segundo o critério EBM, Evidence Based Medicine.

Revisão Sistemática

24%

Enasaio Clínico Randomizado

2139%

Revisão Cochrane1

2% Ensaio Clínico Controlado

2342%

Meta-Análise7

13%


77

• Revisões Cochrane - são revisões sistemáticas sobre intervenções médicas

escritas por profissionais de saúde, e exploram a evidência em favor ou contra

a efetividade e adeqüabilidade de tratamentos, como medicamentos, cirurgia,

educação, etc. em circunstâncias específicas. 39

Esta classificação foi introduzida na EMBASE em 1994, e introduzida no

MEDLINE em 1995. 39

• Ensaio clínico controlado – publicação de um estudo prospectivo em

humanos que possui o critério de um estudo controlado, bem como de um

ensaio clínico. 39

O estudo controlado é um estudo original com um grupo controle, e o ensaio

clínico é um estudo prospectivo desempenhado em humanos com o intuito de

avaliar comparativamente a eficácia de uma ou mais intervenções médicas. 39


MEDLINE em 1995. 39

• Meta-análise – publicação de um estudo avaliando intervenção médica,

incluindo, mas não limitado a ensaio de drogas, por uma análise crítica de

dados de ensaios clínicos previamente registrados. 39


MEDLINE em 1989. 39

• Ensaio Clínico Randomizado – publicação de um ensaio clínico, usando um

grupo controle para comparação com uma intervenção experimental com uma

alocação aleatória de indivíduos aos grupos experimentais e de controle. 39

78


MEDLINE em 1966. 39

• Revisão sistemática - publicação de um estudo que sistematicamente resume

todas as evidências pertinentes a uma questão de saúde específica. Inclui a

meta-análise também. 39

Esta classificação foi introduzida na EMBASE em 2004, e não está

disponível no MEDLINE. 39

É interessante notar que mesmo ensaios clínicos controlados e randomizados

considerados como um dos principais avanços científicos entre os métodos de

pesquisa científica do século XX foram realizados em relação à MT 65.

Os ensaios clínicos e randomizados são trabalhos que têm um tempo de

duração razoável, muitas vezes meses, e envolvem um grande número de

pesquisadores, instituições, tempo e financiamento para serem realizados.

O grande número de registros científicos a respeito da MT tem permitido o

aprofundamento na pesquisa a respeito da mesma, que se evidencia pela existência

de estudos como meta-análises, análises sistemáticas e revisões Cochrane sobre este

tema.

79

4.4.5 Áreas de Foco

♣ Os 296 registros de produção científica sobre MT da base de dados EMBASE

foram classificados por áreas de foco 40 da seguinte forma (tabela 6):

Tabela 6: Distribuição de registros de produção científica sobre MT entre 1970 e maio de 2006, segundo sub-Áreas de Foco da EMBASE, maio/2006.

Período Áreas de Foco

1970

-74

19

75-

79

1980

-84

19

85-

89

1990

-94

19

95-

99

2000

-04

20

05-

06 Total

Anatomia e Desenvolvimento - - - - - - - 1 1

Bioquímica - 3 2 - 1 1 3 - 10

Câncer - - 1 - - 1 3 6 11

Dermatologia e Venereologia - - - - - - 1 1 2

Fisiologia e Endocrinologia - 25 26 14 2 8 6 4 85

Genética - - - - - 1 - - 1

Gerontologia e Geriatria - - 1 1 - - - 1 3

Medicina Interna - - - - - - 3 10 13

Imunologia e Hematologia - - 1 1 - - 1 1 4

Neurologia e Psiquiatria 11 64 40 9 28 9 50 21 232

Otorrinolaringologia 1 - 1 - - 1 1 - 4

Patologia e Ciência Forense 1 - - 1 1 - 1 - 4

Farmacologia e Farmácia - 2 1 - - 5 9 10 27

Saúde Pública - 3 3 4 3 7 19 29 68

Radiologia e Medicina Nuclear - 1 1 - - - - 1 3

Reabilitação - 1 1 - - - 7 - 9

Cirurgia - - - - - - 1 - 1

Toxicologia e Dependência - 2 2 1 3 17 - 2 27

Total 13 101 80 31 38 50 105 87 505


80

♦ Este tipo de classificação da EMBASE permite-nos observar como os

registros de produção científica sobre MT na área da Saúde e Medicina estavam

distribuídos em relação a campos de conhecimento específicas das mesmas.

É importante salientar que mesmo no campo da Medicina, uma mesma

publicação pode interessar a distintos campos de conhecimento. Desta forma se

explica porque a soma total por área de foco dos artigos indexados seja de 505,

enquanto o número total de trabalhos é de 296.

Nota-se pela classificação deste banco de dados, que o maior número de

artigos refere-se à área de foco “Neurologia e Psiquiatria” (4.4.5.9), o que se justifica

pelo fato da prática da MT ser de natureza mental, e indica o interesse de

pesquisadores desta área de conhecimento pelo entendimento dos mecanismos dos

efeitos da mesma em alterações no sistema nervoso.

Outro fator associado ao número elevado de resultados classificados nesta

área de foco é o fato que a MT possui um descritor final para indexá-la nesta base de

dados, situado dentro da área de Neurologia e Psiquiatria (1.1).

A compreensão dos mecanismos inerentes à prática e sua atuação na

fisiologia humana é fortalecida pelo fato de que a segunda área com maior número

de artigos publicados e indexados, “Fisiologia e Endocrinologia” (4.4.5.5), busca a

compreensão de como esta prática de natureza mental interage na fisiologia humana,

alterando seu metabolismo.

A terceira área com maior número de artigos, “Saúde Pública” (4.4.5.12),

área de apresentação desta dissertação de Mestrado, tem entre suas publicações

trabalhos diversos que demonstram a aplicação deste conhecimento como um

mecanismo palpável e utilizável de interesse do campo da saúde coletiva e da saúde

pública.

81

A classificação por áreas de foco limitou os resultados a áreas específicas da

biomedicina e farmacologia para os registros desta base de dados, de 1974 até a data

da pesquisa. Seguem abaixo a definição e caracterização dos resultados encontrados

por estas áreas distintas de conhecimento 40:

4.4.5.1 Anatomia e Desenvolvimento

♣ Foi encontrado 1 resultado (tabela 8).

♦ Esta área cobre tópicos relacionados à biologia de desenvolvimento e

embriologia; desenvolvimento fetal e neonatal; histologia; teratologia; e

antropologia. 40

4.4.5.2 Bioquímica

♣ Foram encontrados 10 resultados (tabela 8).

♦ Esta área cobre tópicos relacionados tanto à química clínica quanto à

bioquímica em geral, e inclui métodos analíticos e testes de função química;

enzimologia; biologia celular; nutrição; e bioquímica metabólica. 40

4.4.5.3 Câncer


♦ Esta área cobre tópicos relacionados a aspectos clínicos e experimentais de

doenças neoplásicas, e inclui pesquisas em imunologia de câncer; agentes

quimioterápicos de câncer; oncogênese; e carcinogênese química e viral. 40

4.4.5.4 Dermatologia e Venereologia

82


♦ Esta área cobre tópicos relacionados a todos os aspectos de doenças venéreas

e de pele, e inclui doenças infecciosas de pele; alergia e toxicologia da pele;

fisiologia, imunologia e bioquímica da pele; sendo que queimaduras e infecções a ela

relacionadas são cobertas em cirurgia. 40

4.4.5.5 Fisiologia e Endocrinologia

♣ Foram encontrados 85 resultados (anexo 20) (figura 29):

♦ Esta área cobre tópicos relacionados a todos os aspectos da fisiologia

Figura 29: Distribuição de 85 registros de produção científica sobre MT na Área de Foco Fisiologia e Endocrinologia da base de dados EMBASE entre 1974 e maio de 2006.

0

5

10

15

20

25

30

Pub

licaç

ões

regi

stra

das

na b

ase

1970

-74

1975

-79

1980

-84

1985

-89

1990

-94

1995

-99

2000

-04

2005

-06

Anos


83

mamífera, incluindo esporte e fisiologia espacial em animais; e endocrinologia

clínica e experimental. 40

4.4.5.6 Genética


♦ Esta área cobre tópicos relacionados a aspectos clínicos, experimentais e

moleculares à genética humana e inclui defeitos congênitos e más-formações; terapia

genética; dados de seqüência molecular para genes e proteínas; e genética de animais

inferiores (quando potencialmente relevante para a medicina humana), sendo que a

genética de plantas e de micróbios está excluída. 40

4.4.5.7 Gerontologia e Geriatria


♦ Esta área cobre tópicos relacionados a todos os aspectos clínicos do

envelhecimento e trabalhos experimentais no processo de envelhecimento, sendo que

problemas emocionais e mentais em idosos, bem como aspectos organizacionais dos

cuidados com a saúde para idosos também são cobertos. 40

4.4.5.8 Medicina Interna


♦ Esta área cobre tópicos relacionados a diagnóstico, tratamento, epidemiologia

e prevenção de doenças que afetam os sistemas de órgãos internos em adultos, como

doenças cardiovasculares; doenças do peito; cirurgia torácica; gastroenterologia;

nefrologia; e urologia, incluindo artigos em tuberculose e diabetes. 40

84

4.4.5.9 Neurologia e Psiquiatria


♦ Esta área cobre tópicos relacionados à neurologia clínica e neurocirurgia;

desordens neuromusculares; aspectos experimentais e clínicos da epilepsia e

convulsões; psicologia médica e psiquiatria; deficiência mental; e aspectos

psicológicos do vício, alcoolismo, comportamento sexual e suicídio. 40

4.4.5.10 Imunologia e Hematologia

Figura 29: Distribuição de 232 registros de produção científica sobre MT na Área de Foco Neurologia e Psiquiatria na base de dados EMBASE, entre 1974 e maio de 2006.

0

10

20

30

40

50

60

70

Pub

licaç

ões

regi

stra

das

na b

ase

1970

-74

1975

-79

1980

-84

1985

-89

1990

-94

1995

-99

2000

-04

2005

-06

Anos


85


♦ Esta área cobre tópicos relacionados à imunologia experimental e clínica;

biologia celular sanguínea; desordens de tecidos linfáticos e sanguíneos; e inclui

imunologia do câncer; imunoterapia; e imunofarmacologia. 40

4.4.5.11 Farmacologia e Farmácia

♣ Foram encontrados 27 resultados (anexo22) (figura 31):

Figura 31: Distribuição de 27 registros de produção científica sobre MT na Área de Foco Farmacologia e Farmácia na base de dados EMBASE de 1974 a maio 2006.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Pub

licaç

ões

regi

stra

das

na b

ase

1970

-74

1975

-79

1980

-84

1985

-89

1990

-94

1995

-99

2000

-04

2005

-06

Anos


86

♦ Esta área cobre tópicos relacionados à farmacologia clínica e experimental;

efeitos colaterais e complicações relacionadas à droga; formulação e manipulação de

drogas e químicos; agentes anestésicos, e anestesiologia. 40

4.4.5.12 Saúde Pública


♦ Esta área cobre tópicos relacionados à saúde pública; epidemiologia e

medicina social; saúde ocupacional e medicina industrial; saúde do meio-ambiente;

poluição do ar, solo e água; e aspectos econômicos, sociais e políticos dos cuidados à

saúde. 40

Figura 32: Distribuição de 68 registros de produção científica sobre MT na Área de Foco Saúde Pública na base de dados EMBASE de 1974 a maio de 2006.

0

5

10

15

20

25

30

Pub

licaç

ões

regi

stra

das

na b

ase

1970

-74

1975

-79

1980

-84

1985

-89

1990

-94

1995

-99

2000

-04

2005

-06

Anos


87

4.4.5.13 Otorrinolaringologia


♦ Esta área cobre tópicos relacionados a todos os aspectos da cirurgia de

doenças de ouvido, nariz e garganta; bem como desordens fonéticas e de fala;

desordens crânio-faciais; desordens auditivas; estomatologia; e audiologia, sendo que

odontologia, ortodontia e periodontologia não estão inclusos. 40

4.4.5.14 Patologia e Ciência Forense

♣ Foram encontrados 4 resultados.

♦ Esta área cobre tópicos relacionados à patologia geral e orgânica;

patofisiologia; anatomia patológica; e patologia forense. Iinclui toxicologia forense;

investigação de cena de crime; problemas psicosociais com implicações legais; além

de ética médica e lei; sendo que estudos animais não relevantes à patologia humana

estão excluídos. 40

4.4.5.15 Radiologia e Medicina Nuclear


♦ Esta área cobre tópicos relacionados ao radiodiagnóstico, radioterapia e

radiobiologia; diagnóstico ultrasônico e termografia; aplicação terapêutica de rádio-

isótopos em biomedicina; e radiohigiene. 40

4.4.5.16 Reabilitação


88

♦ Esta área cobre tópicos relacionados à reabilitação de desordens somáticas e

mentais usando fisioterapia e outras técnicas terapêuticas; sendo que a fisiologia

esportiva está incluída quando relacionada à reabilitação. 40

4.4.5.17 Toxicologia e Dependência de Drogas


♦ Esta área cobre tópicos relacionados aos mecanismos tóxicos e efeitos de

substâncias medicinais e não-medicinais, e inclui cobertura de abuso de drogas,

Figura 33: Distribuição de 27 registros de produção científica sobre MT na Área de Foco Toxicologia e Dependência de Drogas na base de dados EMBASE, de 1974 a maio de 2006.

0

5

10

15

20

Pub

licaç

ões

regi

stra

das

na b

ase

1970

-74

1975

-79

1980

-84

1985

-89

1990

-94

1995

-99

2000

-04

2005

-06

Anos


89

álcool, e solventes orgânicos; farmacologia experimental de dependência; e

toxicologia preditiva. Esta área é coberta pela EMBASE a partir de 1983. 40

4.4.5.18 Cirurgia


♦ Esta área cobre tópicos relacionados à cirurgia geral, abdominal, torácica e

vascular periférica; cirurgia plástica e cosmética; ortopedia, incluindo biomecânica e

doenças dos ossos; cuidados pré e pós-operatórios; e aspectos cirúrgicos de medicina

de tratamento intensivo. 40

90

4.5. SAÚDE COLETIVA E SAÚDE PÚBLICA

♣ Encontramos 68 registros de produção científica (anexo 21) indexados na

área de foco Saúde Pública e Coletiva pela base de dados EMBASE (figura 31).

♦ A MT apresenta-se como uma prática alternativa e complementar aos atuais

modelos de Medicina e Saúde. Ela resgata idéias dos fundamentos da própria

Medicina Ocidental (1.6) simbolizadas pela deusa grega Hygieia, ao atuar de uma

forma holística, não fragmentada em diferentes aspectos de nossa Saúde.

Os efeitos observados durante a prática se refletem através da regularidade da

mesma em benefícios em distintas áreas da vida como melhor qualidade de sono 67,

diminuição da ansiedade 30, problemas cardiovasculares 71 entre outros efeitos de

interesse para o campo da Saúde Pública e Coletiva.

O repouso profundo e a eliminação de estresse experimentada durante a

prática criam a possibilidade de experimentarmos um estado interior que avive os

mecanismos auto-reguladores de nossa fisiologia e assim de nossa própria Saúde.

Estado este que resgata em nós parte da responsabilidade de nosso próprio corpo e

permite que não nos tornemos tão dependentes das características comerciais do atual

modelo de saúde baseado na medicina medicamentosa que muitas vezes esquece de

ter uma visão mais holística e global do indivíduo e de sua saúde.

Os benefícios observados com a prática regular da MT encontrados têm sido

aplicados para o desenvolvimento de programas distintos como: saúde do idoso 1,

saúde escolar 56, saúde do trabalhador 48, prevenção ao abuso de drogas 21 entre

outros, e refletem em mecanismos de intervenção e de promoção de Saúde Pública

para a criação de uma sociedade mais saudável.

91

4.5.1 Tipos de estudos


estão distribuídos quanto ao tipo de estudo realizado (figura 34). Um mesmo

resultado pode estar classificado em mais de um tipo de estudo:

♦ A possibilidade de um estudo estar classificado em mais de uma categoria,

deve-se ao fato de que algumas destas categorias englobam outras, como por

exemplo, os ensaios clínicos randomizados estão inclusos em ensaios clínicos

controlados, e a meta-análise inclusa em tipo de estudo de revisão.

Figura 34: Distribuição de 68 registros de produção científica sobre MT na base de dados EMBASE, segundo tipos de estudos na Área de Foco Saúde Pública, de 1974 a maio 2006.

Ensaio Clínico Randomizado

45%

Trabalho de Conferência

11%

Short Survey2

3%

Revisão19

23%

Meta-Análise6

8%

Ensaio Clínico10

13%

Artigo34

42%Editorial1

1%

Carta3

4%

Errata0

0%


92

Observamos que a maior parte dos registros científicos é de artigos, que como

definidos anteriormente são pesquisas caracterizadas pela sua originalidade.

As revisões apresentam-se com o segundo maior número de registros de

produção científica sobre MT, e isto apresenta o interesse de pesquisadores em

buscar uma síntese do conhecimento científico divulgado para a tomada de decisões

no campo da saúde pública e coletiva, buscando validar a possibilidade de uso e

aplicabilidade deste conhecimento.

O uso e aplicabilidade podem se transformar em políticas e programas de

saúde, bem como em estratégias de linhas de pesquisa e em planejamento e

administração na área de saúde.

Apresentam-se 10 ensaios clínicos e 3 ensaios clínicos randomizados que

como mencionado anteriormente envolvem normalmente um grande número de

pesquisadores e são considerados de grande valia para a cientificidade da apuração

da evidência da eficácia de uma terapia ou droga, como mencionado por

MEDRONHO 65 (2002) .

93

4.5.2 Origem das publicações

♣ Os 68 registros de produção científica classificados como Saúde Pública e

Coletiva distribuíram-se da seguinte forma em relação à origem dos países de

publicação das revistas científicas (figura 35):

♦ Observa-se que os Estados Unidos apresentam o maior número de registros

de produção científica, como observado em toda nossa pesquisa. As revistas de

publicação norte-americanas foram as mais utilizadas por pesquisadores interessados

nesta área de conhecimento para a publicação de seus trabalhos.

Figura 35: Distribuição de 68 registros de produção científica sobre MT na base de dados EMBASE, segundo países de publicação das revistas científicas na Área de Foco Saúde Pública.

Alemanha5

7%

Suíça1

1%

Canadá1

1%Estados Unidos

4263%

Índia2

3%

Reino Unido16

24%

Noruega1

1%


94

4.6 DISCUSSÃO GERAL

É evidente através de nossa pesquisa que a multidisciplinaridade está presente

na produção científica sobre MT, cobrindo uma amplitude muito grande de campos

da ciência como fisiologia (4.4.5.5), bioquímica (4.2.3.1, 4.4.5.2,), neurociência

(4.4.5.9), psicologia (4.2.3.3), medicina (4.5), sociologia (4.2.2.6 e 4.2.3.2), educação

(4.2.2.2), esportes (4.2.2.4 e 4.2.3.4), administração (4.2.1.1), reabilitação (4.2.2.3,

4.4.5.16 e 4.4.5.17), ciências sociais (4.2.2.1 e 4.2.2.5) e saúde pública (4.4.5.12).

Quando observamos a distribuição de registros de produção científica sobre

MT por grandes áreas de abrangência de assunto percebemos que a área com maior

número de publicações científicas é a de Ciências da Saúde (4.3.3), que é o campo de

conhecimento onde desenvolvemos este trabalho, seguido das Ciências Sociais

(4.3.5), Ciências da Vida (4.3.2) e um pequeno número de registros no campo das

Ciências Físicas (4.3.4). Estes resultados são coerentes com a idéia de que a prática

da MT é de interesse como terapia complementar e alternativa para o campo da

Saúde primariamente.

Toda esta grande quantidade de resultados encontrados (anexos) merece ser

criticamente examinada e discutida em estudos de revisão mais aprofundados, como

muitos já existentes (4.3.6, 4.4.2 e 4.4.4). Este não foi nosso propósito nesta

dissertação. Esperamos com nosso trabalho tornar mais conhecido os efeitos da

prática da MT e sua utilização em distintos campos de conhecimento, em especial no

campo da Saúde Pública. Com isto esperamos dar suporte a novos estudos sobre MT

para assim aprofundarmos a pesquisa de seus efeitos e aplicabilidade de seu uso para

profissionais de distintas áreas.

A multidisciplinaridade observada a respeito das pesquisas científicas sobre

MT pode ser dividida em dois grandes grupos de estudos:

• Os trabalhos científicos sobre MT que versam sobre os efeitos observados

durante o período de 20 minutos da prática, e que conseqüentemente estão

95

agrupados em estudos neurológicos, fisiológicos e endocrinológicos

distribuídos por publicações no campo das ciências biológicas e ciências

médicas.

• Os trabalhos científicos sobre MT que versam sobre os efeitos cumulativos da

prática regular da mesma, e que estão distribuídos por estudos publicados

também no campo no campo da neurologia, fisiologia, endocrinologia e

medicina, além dos campos da psicologia, educação, reabilitação, sociologia,

esportes e saúde pública.

Os resultados da primeira categoria, como mencionado anteriormente (1.5),

apresentam o estado fisiológico induzido pela prática da MT caracterizado por uma

redução significativa da taxa metabólica 97 e da ansiedade 30, mensurado

bioquimicamente 98 e eletroencefalograficamente 8, e que indica um estado único de

repouso, acompanhado subjetivamente pela manutenção do estado desperto em

alerta97. Esta combinação não usual de repouso e alerta é acompanhado por

mudanças no padrão de EEG que pode ser sumarizado como maior coerência das

ondas eletroencefalográficas intra- e inter-hemisféricas 9.

Os resultados da segunda categoria descrevem uma amplitude bem vasta de

efeitos benéficos da prática regular e contínua da MT, em termos de resistência a

doenças 58, regularização de pressão arterial alta 10, melhor saúde cardíaca 71, melhor

desempenho atlético 80 e acadêmico 56, fortalecimento da personalidade 2, diminuição

da ansiedade 60, melhor produtividade no trabalho 48, efeitos benéficos no campo da

reabilitação 11, todos de interesse para o campo da Saúde Pública.

A ciência moderna tem apresentado o estresse como um importante fator de

causa e agravo das doenças físicas e mentais. O aspecto mais básico para qualquer

tratamento médico é o repouso, considerado um antídoto perfeito ao estresse, pois

permite aos nossos corpos mobilizarem seus próprios recursos em busca da cura de

qualquer desordem surgida. O repouso profundo observado durante a prática da MT

permite a dissolução do estresse mais profundamente enraizado em nossa fisiologia e

96

conseqüentemente que os processos naturais de Cura e Saúde se estabeleçam mais

facilmente em nossas vidas, como simbolizados pelas características da antiga deusa

Hygieia (1.6) e pelos escritos hipocráticos 33.

O objetivo da Saúde deve ser mais do que prevenção e cura das doenças.

Requer que o indivíduo esteja integrado e funcionando harmoniosamente em todos

os aspectos da mente, corpo, relacionamento e integração com o meio-ambiente,

como observado nos fundamentos da Saúde 33 (1.6) e negligenciado muitas vezes

pelo modelo de saúde fragmentada da atualidade. Desta forma se justifica a busca de

uma solução mais holística para a saúde do indivíduo, como afirmado pela OMS 69,

podendo a MT ser um complemento e alternativa para buscar-se esta integração e

harmonia almejada, como observado através dos resultados encontrados em nossa

pesquisa.

Por outro lado, nenhuma das ciências existentes possui uma teoria de

suficiente amplitude e profundidade para organizar, e sozinha explicar

convincentemente todos os resultados encontrados. Para isto é necessário um novo

ponto de vista, e o encontramos no campo da transdisciplinaridade 3. Ela conduz a

uma fenomenologia da saúde que aproxima os modos do saber aos do ser, um meio

que permite considerar as peculiaridades comportamentais de cada indivíduo que

atuam diretamente sobre sua própria saúde. Permite que se construa uma nova

epistemologia que aponte para a importância das fronteiras disciplinares para assim

se compreender melhor o objeto de estudo, ousando romper as fronteiras das

unidisciplinas para abrir-se à complexidade da própria existência, permitindo assim

que conhecimentos distintos da física, biologia, sociologia, medicina, filosofia e até

mesmo da busca espiritual se encontrem 72.

É interessante notar que através da ‘transdisciplinaridade’ podemos mais

facilmente compreender a meditação ‘transcendental’, que já em seu nome de

origem, busca ir além [parah] do estado objetivo da consciência de vigília habitual

para acessar um outro estado de consciência, como proposto por WALLACE et al 97

(1970), um campo de consciência pura, no qual o observador, o processo de

97

observação e o objeto de observação são apenas um. O observador (consciência)

experimentando-se a si mesmo como consciência através da própria consciência.

Este é o estado de consciência pura, há muito descrito em escritos vedânticos

milenares 90, e que nos dias atuais a ciência neurofisiológica vem apresentar como

um estado de consciência diferenciado dos habituais 53.

O corpo da totalidade das pesquisas científicas a respeito da MT nos indica

que a prática não apenas tem um efeito real em nossas vidas, mas nos leva a resgatar

a possibilidade de um crescimento holístico em nossas existências através de um

procedimento simples que estimula um nível muito básico e fundamental em nossa

mente e corpo, um nível que MAHARISHI 62 descreve como a consciência que está

além do estrato mais sutil do campo relativo e da dualidade, e que é transcendental,

sendo a essência do que somos, o nosso Ser.

Como mencionado anteriormente (1.3), a Filosofia Vedanta 90, da qual se

originou a MT, afirma que há uma qualidade de unidade por trás da diversidade do

Universo. A relação entre este ponto de vista e a percepção da Realidade trazida a

nós por cientistas como SCHRÖNDIGER 83, descobridor da Mecânica Quântica, só

pode ser melhor compreendida pela transdisciplinaridade que busca o conhecimento

em si não limitado às fronteiras unidisciplinares.

A transdisciplinaridade presente nesta relação entre a Ciência, a Filosofia e a

Física Quântica permite que se vislumbre a possibilidade de um futuro do

conhecimento científico centrado primariamente na consciência, que é o campo da

existência que primariamente engloba e permeia todo o conhecimento. É através de

nossa consciência que conhecemos. A consciência transcende e permeia todo o

processo de conhecer e é a partir dela que nos expressamos em nossas vidas. É o

campo da consciência a origem do conhecimento da MT, que busca através desta

prática um retorno a ela própria, resgatando a pergunta fundamental: “Quem somos

nós?” para assim reorganizar os diferentes aspectos de nossas vidas e existências, e

conseqüentemente resultar em uma vida mais saudável e integrada em nosso meio-

ambiente.

98

5 - CONSIDERAÇÕES GERAIS

5.1 DAS LIMITAÇÕES METODOLÓGICAS

A primeira limitação de nossa pesquisa tem origem na fonte de dados. Toda

nossa pesquisa foi realizada via Internet, através de mecanismos de busca. Temos já

aqui, um pressuposto inicial de que os dados recebidos por meio da Internet saem de

um lugar e chegam perfeitamente noutro, e que os mecanismos de busca eletrônica

funcionam, e funcionam bem, para que não haja um viés de resultados obtidos.

Em segundo lugar, lembramos que nem todo trabalho cientifico é publicado.

Vale mencionar que é sempre o corpo editorial das revistas que escolhe ou não a

publicação de um artigo, sendo o mesmo formado por indivíduos que possuem suas

próprias crenças e interesses.

Em terceiro lugar, nem toda revista de publicação científica está indexada nos

bancos de dados. Novamente é o corpo editorial das bases de dados que julga

pertinente ou não a indexação de determinada revista no mesmo, sendo que este

corpo editorial também é constituído por indivíduos com suas próprias crenças e

interesses.

Em quarto lugar lembramos que nem toda base de dados de pesquisa

científica é coberto pelo Portal SibiNet USP, e tampouco foi utilizada em nossa

pesquisa.

Em quinto lugar o fator humano. A metodologia para indexação dos registros

de produção científica nas bases de dados é feita por indexadores treinados das

mesmas, e ainda que utilizadas de forma intensa pela comunidade científica, devido à

grande versatilidade e acessibilidade de dados para os pesquisadores, a acurácia dos

dados disponíveis nas bases de dados científicas eletrônicas não é tão grande.

99

SAHU 82(2003) nos comenta que até pouco tempo atrás, todos os dados

disponíveis no MEDLINE eram acrescentados manualmente, o que aumentava a

possibilidade de erros, e resultava em artigos cujas referências escritas fossem

diferentes das disponíveis no MEDLINE.

Em se tratando de fontes de dados secundários e às vezes terciários, a

acurácia dos dados em fontes eletrônicas também tem sido tema de estudo de outros

pesquisadores como ARONSKY et al 6(2005), que demonstraram a falta de acurácia

em referências de 5 revistas científicas eletrônicas (Journal of the American Medical

Informatics Association, Journal of Biomedical Informatics, International Journal of

Medical Informatics, Methods of Information in Medicine, and Artificial Intelligence

in Medicine), comparadas com o MEDLINE, notando que 31 (84%) dos 37 artigos

analisados, possuíam pelo menos um erro identificado. A maior parte dos erros

ocorreu em referência ao autor (31,2%), título (17,7%), página (7,4%), ano (3,5%) e

volume (1,3%).

Encontramos o mesmo tipo de situação em nossa pesquisa. Assim entre os

artigos indexados como “transcendental meditation”, alguns deles não tratavam do

tema. Este tipo de erro foi usualmente associado com o descritor. É importante

salientar que a EMBASE, base de dados utilizada em nossa pesquisa, possui um

descritor final e específico para a MT (1.1), o que em teoria, dificultaria este tipo de

erro. Assim, dentre os artigos indexados com descritores TM, encontramos alguns

poucos que versavam sobre temas diferentes, como os efeitos de uma ópera sobre

uma audiência, outros que versavam sobre a função transcendental da sexualidade e

da dança, por exemplo.

Como em nossa pesquisa muitas vezes não tínhamos acesso ao conteúdo do

texto integral do artigo, nem tampouco à língua no qual foi publicado (sueco,

hebraico, norueguês, etc.), e nosso objetivo principal foi darmos um panorama amplo

de registros de produção científica que tivessem relevância ou importância ao tema

MT, optamos por utilizar a indexação das bases de dados para todos os artigos cujo

100

título ou resumo ou descritor tinham indexada a frase exata “transcendental

meditation” nos mesmos, ainda que eventualmente houvesse erros nesta indexação.

Quando contatado por nós a respeito da metodologia para a indexação dos

artigos, tivemos a seguinte resposta da EMBASE:

Após ler o artigo, a tarefa do indexador é assegurar que cada conceito relevante no artigo é identificado e coberto por um descritor (termos principais e menores, que são escolhidos da EMTREE).

Além disso, o indexador também designa para cada artigo um ‘título de

seção’ ou classificação, como Câncer ou Cirurgia. Cada artigo é designado ao no mínimo um título de seção. Normalmente, um artigo é designado para não mais que cinco ou seis títulos. §

Encontramos também em nossa pesquisa, registros de produção científica

cujo título e/ou resumo não possuíam o termo “TM” digitados corretamente nos

resultados da pesquisa eletrônica de bases de dados, como por exemplo, no

MEDLINE e EMBASE.

Fazendo pesquisa nestas bases de dados a 27 de maio de 2006, em um

universo de resultados de 226 registros de produção científica encontrados com a

frase “TM” presente no titulo do documento (ti), encontramos além destes mais 10

registros (4,42% do total) que possuíam a frase “transcendental mediation” indexada

no campo título, e que conseqüentemente não poderiam ser encontrados através de

busca realizada por este campo.

Esta falta de acurácia é relevante, ainda mais em se tratando de um campo

importante, como o título do documento, e de pesquisas relevantes publicadas em

revistas científicas importantes, como por exemplo, o Journal of American Medical

Association (JAMA). Metodologicamente, não os incluímos. (anexo 25).

§ Comunicação de Oscar Canepa, ScienceDirect Web-Support, em maio/2006, recebida por correio eletrônico. Email: [email protected] Tel: +1 888 437 4636 (Toll-free number - Opt.1) Web: www.sciencedirect.com

101

Vale lembrar, que esta falta de acurácia mencionada diz respeito a apenas um

tipo possível de erro na digitação (mediation ao invés de meditation), e lembramos

que pode ser possível a existência de outros erros similares.

É relevante mencionar este exemplo de erro, uma vez que isto resulta em um

viés de resultados em pesquisas realizadas em bases de dados eletrônicas, que pode

estar presente em outras bases de dados também além das mencionadas.

A 27 de julho de 2006, antes de entregar a redação final de nossa dissertação

tivemos o cuidado de checar se os erros de digitação permaneciam. A base de dados

havendo sido informada dos erros ocorridos os corrigiu parcialmente. Ao refazer a

mesma pesquisa na data acima encontramos ainda 8 resultados (anexo 26) que

possuíam ainda o mesmo erro de digitação no campo título do documento.

Refazendo nesta data nossa pesquisa no MEDLINE pela frase “transcendental

mediation” nos campos título/resumo [Title/Abstract] encontramos ainda 12

resultados (anexo 27) com erros de digitação em um total de 245 resultados (anexo

28) encontrados com a frase “transcendental meditation” digitada corretamente, o

que ainda equivale a 4,9% do total de resultados com erros de digitação.

Acreditamos ser importante salientar este fato que pode ser um campo para

futuras investigações por outros pesquisadores, como por exemplo, checar a

publicação dos artigos científicos sobre MT com a indexação e classificação das

bases de dados.

5.2 DA NATUREZA COMERCIAL NA DIVULGAÇÃO DO CONHECIMENTO

CIENTÍFICO

Toda nossa pesquisa foi desenvolvida através de interfaces de pesquisa

eletrônica. A interface de pesquisa eletrônica é o mecanismo pelo qual o pesquisador

dialoga com as bases de dados e através da qual a própria pesquisa é feita. Estas

interfaces são serviços disponibilizados, às vezes, pelo próprio banco de dados, como

102

o MEDLINE, por exemplo, ou às vezes por grandes corporações que trabalham com

informação e com vários bancos de dados diferentes.

Cada interface possui suas facilidades e/ou limitações para apuração,

caracterização e definição do objeto de pesquisa buscado. Em nossa pesquisa,

estivemos utilizando de várias interfaces, e em se tratando de um trabalho

exploratório, estivemos apresentando e caracterizando de forma sucinta as

dificuldades e facilidades encontradas por estas distintas interfaces ao interagirmos

com elas para o trabalho referente à MT.

Um fato relevante diz respeito à quantidade e diversidade de produtos

oferecidos pelas grandes companhias e corporações, proprietárias muitas vezes das

interfaces, das bases de dados e das revistas de publicação científica. Este fato

também é um resultado de nossa pesquisa, e relevante para um aprofundamento

maior, dado a relação ética entre informação científica e comércio que merece ser

questionada.

Notamos que há uma tendência para a diversificação dos produtos pelas

grandes companhias. A mesma companhia, ou diferentes companhias oferecem

diferentes interfaces, que possuem ligadas a elas diferentes bases de dados ou

revistas, ou possibilidades de análises, ou acesso aos resumos, ou citações, por

exemplo. Não se encontrou um único produto com todas as possibilidades.

Abrimos mão de interfaces de pesquisa semelhantes, como por exemplo, a

interface Web of Knowledge, produto semelhante e concorrente da interface Scopus,

de outro grande grupo corporativo. Ambas contemplam a possibilidade de acesso a

revistas de distintas áreas de conhecimento, permitindo nas mesmas a caracterização

aprofundada dos resultados encontrados.

Devido a nossa escolha pela interface Scopus, apenas mencionamos a

possibilidade de pesquisa através desta outra interface, conhecida pela caracterização

103

das revistas científicas através do chamado “fator de impacto”, atualmente muito

divulgado no meio acadêmico e que optamos por não utilizar em nossa pesquisa.

Esta avaliação através do fator de impacto é produzida pela Web of

Knowledge, um produto da The Thomson Corporation, uma empresa multinacional

que atua com informação nos campos da justiça, impostos, contadoria, educação

superior, serviços financeiros, pesquisa científica e de saúde e possui mais de 20

milhões de usuários, movimentando em torno de U$ 8,70 bilhões de dólares no ano

de 2005 91.

Esta caracterização através do ‘fator de impacto’ produzida por esta empresa,

é utilizada para o sistema de avaliação de pesquisadores pela Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), através do qual se qualifica

a produção científica de pesquisadores através da publicação de artigos nas chamadas

revistas ‘Qualis A’, de grande fator de impacto.

Estas revistas são muitas vezes de propriedade destas grandes corporações, e

devido à natureza comercial e vasta destas grandes multinacionais que atuam em

distintas áreas de informação e pesquisa, há a possibilidade de existência de

interesses associados quanto à publicação ou não de artigos nas mesmas, e este fato

apresenta-se como um campo de estudo para pesquisar-se a relevância deste sistema

de avaliação utilizado pelo CAPES, baseado em um índice (fator de impacto)

fornecido por um grande grupo corporativo.

Um dos pontos que se conta para a avaliação das revistas científicas é o fato

de possuírem o sistema de revisão por pares, que aceita ou não a publicação de

determinado artigo nelas. Os pares são escolhidos pelo corpo editorial das revistas, e

o corpo editorial por sua vez é contratado pelo grupo proprietário da revista, no caso

de revistas científicas de grupos privados. O grupo proprietário da revista vai

contratar seu corpo de funcionários em acordo com seus próprios interesses. Desta

forma a percepção da Realidade, que chega à população através do conhecimento

104

científico publicado por estas revistas passa pelo filtro do capital privado que possui

interesse no lucro.

Atualmente para um artigo ser publicado busca-se verificar que não haja

conflito de interesses éticos por parte do pesquisador, mas esquece-se por outro lado

de verificar, se há conflito de interesses éticos da própria revista ou do próprio banco

de dados para que este artigo possa ou não ser publicado e indexado no mesmo 88. É

de interesse para o conhecimento científico atual a criação de métodos alternativos

de avaliação de revistas e que levem em consideração este ponto mencionado.

Revistas científicas de associações de classes, como as da APA, revistas acadêmicas

como as da USP, e outras que não sejam de propriedade de grupos corporativos, nem

tenham publicidade em suas páginas, poderiam ter um sistema alternativo de

classificação ‘isenta de interesses econômicos’, e não apenas o ‘fator de impacto’

fornecido por um grande grupo corporativo. Revistas cujos editores fossem eleitos

democraticamente por seus pares e não contratados por estes grandes grupos teriam

um fator de confiabilidade pelo fato da ‘democracia’ estar instituída na divulgação

do conhecimento científico. O mesmo vale dizer para os bancos de dados – um banco

de dados multidisciplinar nas mãos de instituições como a OMS seria de grande valia

para a informação e para uma mais fácil acessibilidade ao conhecimento científico

através do mundo.

O valor e fundamento que estão na base do conhecimento científico e da

informação é o conhecimento, a busca da Realidade, a verdade. Por outro lado o

valor e fundamento que estão na base do comércio e do lucro de grandes grupos

corporativos e mesmo de Estados é a ganância e a cobiça. Há um conflito ético e

evidente de valores. Nada muito diferente do que se têm observado ao longo da

história humana.

Este conflito de interesses é observado quando países como os EUA 45

assumem uma posição contra a quebra de patentes para a administração de drogas

anti-retrovirais gratuitas para pacientes infectados por HIV em populações de

continentes inteiros como o africano 93, tendo como justificativa o suposto prejuízo

105

das grandes corporações laboratoriais 45. A ganância e a cobiça de grandes

corporações são mais importantes do que a Saúde e a vida de populações inteiras. O

mesmo Estado norte-americano é o provedor do maior banco de dados de pesquisa

no campo da Medicina e Saúde, o MEDLINE, além de outras bases de dados como

ERIC e NCJRS, e foi onde encontramos erros relevantes na indexação de artigos

sobre MT (anexo 25, 26, 27).

Da mesma forma é válido questionarmos qual a metodologia de indexação

das revistas científicas nas bases de dados para que tenhamos uma real divulgação do

conhecimento científico produzido em distintas regiões do mundo. Quantas revistas

científicas africanas há indexadas nas bases de dados da atualidade e quais são elas?

O drama vivido pelas populações destas regiões do mundo com a disseminação da

AIDS (Acquired Immune Deficiency Syndrome) [Síndrome da Imunodeficiência

Adquirida] e da pesquisa medicamentosa de grandes corporações farmacêuticas 13

merece ser bem divulgada para que a comunidade científica e o mundo possam saber

e questionar a atuação de seus governantes ao se tratar deste tipo de assunto que diz

respeito à Saúde do mundo.

As grandes corporações, proprietárias das grandes bases de dados e de

revistas científicas importantes atuam também no campo de pesquisa e saúde, como

mencionado ao longo de nosso trabalho. Novamente, observa-se aí um conflito ético

de interesses e conseqüentemente um outro campo de investigação. Como a

percepção da Realidade, trazida a nós pelo conhecimento científico publicado nestas

revistas pode estar sendo maculado pela ganância e cobiça de um sistema que não

têm levado em conta estes fatores? Será que práticas como a MT que não sirvam

tanto aos interesses deste sistema conseguem ter a devida divulgação para serem

incorporadas à Saúde Coletiva e Pública? São questionamentos importantes que

devem ser levantados e pesquisados, pois como mencionado anteriormente (1.3) será

que nos dias atuais não estaremos trocando uma crença (a religião) por outra (a

ciência)?

106

6 – CONCLUSÃO

Observa-se que a produção científica a respeito da MT a caracteriza como

uma prática de interesse para distintos campos de conhecimento, em especial, o

campo da Saúde e Psicologia, sendo que sua aplicabilidade foi identificada por

profissionais de distintas áreas, em especial da Saúde.

Como mencionado anteriormente, a característica da produção científica da

MT resgata a idéia dos fundamentos da Saúde, simbolizada pela deusa Hygieia. Em

um mundo atual caracterizado pela existência de grandes corporações que dominam

os meios de comunicação e informação, mesmo o científico, a pesquisa científica

realizada sobre a Meditação Transcendental torna-se um contraponto para a

percepção de mundo e realidade alicerçada por estes meios.

É de muito interesse para o mundo atual a pesquisa e a divulgação destes

meios alternativos para vivermos em nosso dia a dia um estado de Saúde,

caracterizado por um estado de equilíbrio físico, mental, emocional e também

espiritual, no qual nós seres humanos estejamos em harmonia com o meio-ambiente

do qual evoluímos, como já mencionado nos escritos hipocráticos, fundamentos da

Medicina e da Saúde atual.

Lembramos que a presença humana sobre a face da Terra, antiga Mãe Gaya, é

recente. Muito mais recente a partir do momento em que pensamos em termos

cósmicos do próprio Universo do qual viemos e nos desenvolvemos. Talvez seja hora

de buscarmos este sentido de Unidade, do qual antigos campos de conhecimento,

como a Filosofia Vedanta, da qual veio a MT, e conhecimentos atuais como a Física

Quântica, mencionam. Um estado no qual o ser humano esteja em comunhão com o

mundo e com a vida, um estado de equilíbrio e Saúde.

107

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DE 2006 NO MEDLINE: disponível em

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/query.fcgi?db=PubMed (busca: “transcendental

meditation”).

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