Efeitos adversos na saúde de cirurgiões-dentistas e suas ...
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Faculdade de Odontologia de ... · conhecimento desta patologia e das...
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BEATRIZ PAVONI RODRIGUES
Trabalho de Conclusão de Curso submetido à Faculdade de
Odontologia de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo, como
parte dos requisitos necessários para a obtenção do
Grau de Bacharel em Odontologia.
Orientada: Beatriz Pavoni Rodrigues
Orientadora: Profa. Dra. Alexandra Mussolino De Queiroz
Co-orientadora: Thais Tedeschi dos Santos
RIBEIRÃO PRETO – SP
2018
AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO DE ESTUDANTES DE
ODONTOLOGIA E CIRURGIÕES-DENTISTAS,
RESIDENTES EM RIBEIRÃO PRETO-SP, SOBRE A
DOENÇA CELÍACA
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto
Departamento de Clínica Infantil
Resumo
A doença celíaca (DC), também conhecida como enteropatia glúten-induzida, é uma doença
autoimune, crônica, que ocorre em indivíduos geneticamente predispostos à intolerância
digestiva ao glúten. Trata-se de uma das intolerâncias alimentares existentes mais comuns e
pode se manifestar em qualquer fase da vida. O diagnóstico da DC pode ser feito por meio de
testes sorológicos. Porém, apesar dos avanços recentes na realização desses testes, o diagnóstico
definitivo é baseado na biópsia da mucosa intestinal. O tratamento desta condição consiste
numa dieta livre de glúten, a qual resulta em remissão dos sinais e sintomas e na normalização
da anatomia e fisiologia da mucosa intestinal. Além disso, a doença celíaca pode resultar em
diversas manifestações bucais como: atraso na erupção dental, estomatite aftosa recorrente,
queilite angular e defeitos do esmalte, tanto na dentição permanente, quanto na dentição.
Estudos sugerem ainda, uma menor incidência de cárie em celíacos, o que pode ser explicado
pela dieta mais controlada por parte destes indivíduos. Tendo em vista a alta prevalência de
pacientes portadores de DC, a grande quantidade de manifestações bucais encontradas nestes
pacientes e, principalmente, o fato de que estas manifestações podem auxiliar no diagnóstico
precoce de pacientes que não possuam os sinais e sintomas gastrintestinais clássicos da doença,
o objetivo do presente consiste em avaliar, por meio da aplicação de um questionário contendo
28 questões, o grau de conhecimento sobre a doença celíaca em dois diferentes grupos
populacionais residentes na cidade de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil: cirurgiões-dentistas e
estudantes de odontologia. A amostra populacional será composta por 160 indivíduos divididos
em dois grupos distintos: Grupo 01 – constituído por 80 estudantes do quarto e quinto ano de
graduação em odontologia; e grupo 02 – constituído por 80 cirurgiões-dentistas. O questionário
será padronizado e aplicado por um pesquisador, de forma não explicativa. Os dados serão
analisados quanto a sua distribuição e homogeneidade. A verificação da diferença das médias
será realizada por meio de Análise de Variância (ANOVA) e teste t (Student), comparando o
afastamento entre elas e a variação existente dentro de cada amostra. O programa estatístico
utilizado será Bioestat 5.3 e o nível de significância adotado será de 5%.
Palavras Chave:
Conhecimento; Cirurgiã-Dentista; Estudantes de Odontologia; Doença Celíaca
1. Introdução
A doença celíaca (DC), também conhecida como enteropatia glúten-induzida, é uma doença
autoimune, crônica, que ocorre em indivíduos geneticamente predispostos à intolerância
digestiva ao glúten, proteína encontrada em cereais como o trigo, cevada, aveia e centeio, e
ocasiona lesões microscópicas tanto no epitélio, quanto na lâmina própria do intestino delgado
afetando as pequenas vilosidades que revestem a parede do intestino e que são responsáveis pela
absorção de nutrientes (BAPTISTA, 2006; SDEPANIAN et al., 2009; BARBOSA et al., 2010).
Grande parte dos indivíduos diagnosticados com a DC expressam antígenos leucocitários
humanos (HLA) -DQ2 ou HLA-DQ8, responsáveis pela predisposição da resposta imune contra
as proteínas do glúten (ERRIU et al., 2011; SCANLON e MURRAY, 2011). Além dos fatores
genéticos, fatores ambientais, como um período diminuído de aleitamento materno e/ou uma
alta ingestão de alimentos industrializados com alto conteúdo de glúten, também estão
relacionados ao desenvolvimento desta patologia (GREEN e JABRI, 2006; SCANLON e
MURRAY, 2011).
Embora existam muitos portadores assintomáticos que, apesar dos avanços no diagnóstico da
doença, permanecem não diagnosticados, a DC consiste em uma das intolerâncias alimentares
existentes mais comuns. Sua incidência média mundial é de 1%, e no Brasil estima-se que cerca
de dois milhões de brasileiros sejam intolerantes ao glúten (GLOBO REPÓRTER, 2010).
Esta condição pode se manifestar em qualquer fase da vida e, clinicamente, pode se
apresentar de quatro formas distintas: clássica, atípica, silenciosa e latente (MELO et al., 2006).
A forma clássica geralmente é diagnosticada precocemente, por volta dos seis aos 24 meses de
idade, e caracteriza-se pelos sinais e sintomas gastrointestinais intensos, como diarreia crônica
(síndrome da má absorção) e náuseas e vômitos frequentes, além de anemia, perda de peso,
distensão abdominal e hipotrofia glútea, (SDEPANIAN et al., 1999), déficit de crescimento e
irritabilidade (BAI et al., 2005; MURAHOVSCHI, et al., 2009).
Esta sintomatologia constitui a parte “visível” de toda problemática que envolve a DC.
Porém, as formas de apresentação que atingem a maioria dos indivíduos portadores da doença
são as formas silenciosa e atípica, onde os sintomas não são aparentes e específicos e, por este
motivo, o diagnóstico acaba sendo prejudicado.
Na forma de apresentação atípica da doença a sintomatologia clássica pode ou não estar
presente, sendo que, nestes casos, a doença pode estar associada a outros sintomas inespecíficos,
como: depressão, irritabilidade, déficit de atenção, infertilidade, diabetes, obesidade,
osteoporose, doenças tireoidianas, epilepsia, baixa estatura, anemia ferroprivativa resistente à
reposição por ferro, defeitos na formação do esmalte dentário, estomatite aftosa recorrente,
alterações dermatológicas, como dermatite herpetiforme e psoríase, linfomas e outras
neoplasias. A presença desses sintomas inespecíficos faz com que o diagnóstico seja feito mais
tardiamente, por volta dos cinco a sete anos de idade (BAPTISTA, 2005).
Indivíduos portadores da forma silenciosa da doença são geralmente assintomáticos ou
podem apresentar poucos sintomas, mas possuem sorologia positiva e alterações na mucosa
intestinal. Por sua vez, na forma latente os pacientes são assintomáticos, com sorologia positiva,
porém, dependendo do consumo de alimentos que contém glúten, a biópsia pode ou não
apresentar alterações (MELO et al., 2006).
Além disso, a DC pode estar associada a algumas síndromes. A prevalência da doença em
portadores de síndrome de Down, por exemplo, chega a 12% (ZACHOR et al., 2000), em
indivíduos com síndrome de Turner a 4,1 a 8,1% (BONAMICO et al., 2002) e com síndrome de
Williams, esse valor pode chegar a 8,2% (GIANOTTI et al., 2001). Além disso, esta condição
também pode estar associada a outros problemas autoimunes, como, por exemplo, Diabetes do
Tipo I que possui mais de 8% dos indivíduos afetados, portadores da DC (BARERA et al.,
2002).
O diagnóstico da DC pode ser feito por meio de testes sorológicos. Porém, apesar dos
avanços recentes na realização dos testes sorológicos, o diagnóstico definitivo é baseado na
biópsia da mucosa intestinal. As biópsias intestinais associadas à sorologia positiva representam
o padrão ouro para o diagnóstico da doença (BAI et al., 2005).
Os anticorpos antigliadina (AAG) foram os primeiros marcadores sorológicos descritos na
DC. Eles podem ser detectados por meio da técnica imunoenzimática (ELISA), que possui fácil
execução e baixo custo, porém apresentam sensibilidade (50-60%) e especificidade (60-70%)
reduzidas para o diagnóstico. O anticorpo anti-endomísio (AAE) vem sendo considerado o
marcador de eleição para a triagem da DC, pois apresenta sensibilidade de 90% e especificidade
de praticamente 100%. É detectado por imunofluorescência indireta, por meio de um método
observador-dependente e requer profissional experiente para a realização. Além disso,
recentemente, foi introduzido o anticorpo antitransglutaminase (AATGt), o qual tem mostrado
ser adequado para a detecção da DC. Este anticorpo possui aproximadamente 93% de
sensibilidade e 95% de especificidade e pode ser avaliado por ELISA. Por se tratar de um ensaio
quantitativo que independe do observador e ser de fácil execução, pode ser utilizado para
triagem populacional (BAPTISTA, 2005; MELO et al., 2006).
Alguns trabalhos relatam maior especificidade do AAE para detecção da DC, em relação ao
AATGt, uma vez que este pode estar presente em outras doenças como o diabetes mellitus tipo
1, doença crônica do fígado, artrite reumatoide e insuficiência cardíaca. Atualmente, os
marcadores genéticos têm sido um critério importante em casos de diagnóstico difícil, e o seu
uso tem auxiliado no reconhecimento da DC potencial ou latente, que apresenta sorologia
positiva, porém com resultado de biópsia intestinal normal (BAPTISTA, 2006).
O tratamento desta condição consiste numa dieta livre de glúten, a qual resulta em remissão
dos sinais e sintomas e na normalização da anatomia e fisiologia da mucosa intestinal
(WIERINK et al., 2007).
Porém, apesar de todos avanços científicos e tecnológicos, devido a maioria dos indivíduos
portadores serem assintomáticos ou oligossintomáticos, muitas pessoas permanecem
subdiagnosticadas (BAPTISTA, 2006) e, consequentemente, não são tratadas adequadamente
(HOLMES et al., 1989). Nestes casos o risco de malignização das lesões no intestino delgado
torna-se aumentado (HOLMES et al., 1989). O risco de malignização também aumenta para os
pacientes que não aderem ao tratamento de dieta livre de glúten e, por este motivo, apresentam
maior chance de desenvolvimento de osteoporose, mesmo na infância (KALAYCI et al., 2001),
neoplasias, infertilidade não explicada (12%), atraso no crescimento e outras doenças
autoimunes (BAI et al., 2005).
Além disso, a doença celíaca pode resultar em diversas manifestações bucais como: atraso na
erupção dental (CAMPISI et al., 2007), estomatite aftosa recorrente (SEDGHIZADEH et al.,
2002; BUCCI et al., 2006), queilite angular (LAHTEENOJA et al., 1998) e defeitos do esmalte,
tanto na dentição permanente (BUCCI et al., 2006; WIERINK et al., 2007), quanto na dentição
decídua (BUCCI et al., 2006; ORTEGA-PÁEZ et al., 2008). Além disso, alguns estudos
(FULSTOW, 1979; AGUIRRE et al., 1997) sugerem uma menor incidência de cárie em
celíacos, o que pode ser explicado pela dieta mais controlada por parte destes pacientes.
Dentre todas as manifestações bucais, os defeitos na formação do esmalte são os mais
associados à DC. Essa associação foi demonstrada pela primeira vez em 1970, por Smith. E em
1986, Aine estabeleceu que os defeitos de esmalte, associados a DC, constituem-se defeitos
específicos, simétricos e cronologicamente detectáveis em todos os quadrantes da dentição
permanente, sendo que devem ser consideradas inespecíficas as manifestações não simétricas ou
não detectáveis nos quadrantes.
A etiologia dos defeitos de esmalte em portadores da DC ainda é desconhecida. Segundo a
literatura, especula-se que esta má-formação do esmalte poderia ser uma consequência da
hipocalcemia resultante da doença (NIKIFORUK E FRASIER, 1981), predisposição genética
(MARIANI et al., 1994) ou resultado de uma reação autoimune no órgão do esmalte durante a
odontogênese (MÄKI et al., 1991).
A prevalência de defeitos específicos de esmalte variam de 38% a 96% em crianças
portadoras da DC e de 0,6% a 17% em indivíduos não doentes (PRIOVOLOU et al., 2004). Por
este motivo, a Sociedade Norte-Americana de Gastroenterologia, Hepatologia e Nutrição
Infantil inclui os defeitos de esmalte como fatores de risco para a doença celíaca (HILL et al.,
2005), sendo a detecção destes problemas importantes para o diagnóstico precoce desta
condição.
Dessa forma, tendo em vista a alta prevalência de pacientes portadores de DC, a grande
quantidade de manifestações bucais encontradas nestes pacientes e, principalmente, o fato de
que estas manifestações podem auxiliar no diagnóstico precoce de pacientes que não possuam
os sinais e sintomas gastrintestinais clássicos da doença, torna-se evidente a importância do
conhecimento desta patologia e das suas complicações e manifestações por parte dos cirurgiões-
dentistas na identificação, no encaminhamento destes pacientes para avaliação médica
específica e no estabelecimento do diagnóstico precoce da doença (HILL et al., 2005), visando o
tratamento adequado e, consequentemente, melhora na qualidade de vida destes pacientes.
Por este motivo, a verificação do conhecimento da população, dos cirurgiões-dentistas e de
estudantes de odontologia se faz necessária visando, de acordo com os resultados encontrados,
identificar possíveis falhas no ensino e na conscientização da população, propondo medidas
capazes de difundir, cada vez mais, o conhecimento a respeito desta doença.
2. Proposição
O presente estudo tem como objetivo avaliar o grau de conhecimento sobre a doença celíaca
em dois diferentes grupos populacionais residentes na cidade de Ribeirão Preto, São Paulo,
Brasil: cirurgiões-dentistas e estudantes de odontologia, tendo em vista a alta prevalência de
pacientes portadores de DC, a grande quantidade de manifestações bucais encontradas nestes
pacientes e baseando-se na importância dos cirurgiões-dentistas no diagnóstico desta doença,
principalmente em pacientes não-clássicos.
3. Materiais e Métodos
O projeto consiste em estudo transversal que, por meio de questionário modificado de
Sdepanian et al. (2001), contendo 28 questões objetivas, avaliando o grau de conhecimento
sobre a doença celíaca em dois diferentes grupos populacionais residentes na cidade de Ribeirão
Preto, São Paulo, Brasil: cirurgiões-dentistas e estudantes de odontologia.
O estudo foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Odontologia de
Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (FORP-USP) e realizado após aprovação.
3.1. Amostra Populacional
A amostra populacional será composta por 160 indivíduos residentes à cidade de
Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil, que concordarem participar da pesquisa por meio da
assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Anexo I).
Os participantes serão recrutados por meio de convite, presencial, para responder ao
questionário. Os alunos convidados serão alunos do quarto e quinto ano da Faculdade
de Odontologia de Ribeirão Preto – FORP/USP e os profissionais convidados serão
profissionais da área odontológica, que atuam de forma ativa em consultórios,
particulares e públicos, na cidade de Ribeirão Preto.
Os indivíduos participantes serão divididos em dois grupos distintos: Grupo 01 –
constituído por 80 estudantes do quarto e quinto ano de graduação em odontologia; e
grupo 02 – constituído por 80 cirurgiões-dentistas.
3.2. Coleta de dados
O questionário padronizado (Anexo II), com identificação opcional, foi aplicado por um
pesquisador, de forma não explicativa, a fim de que não haja interferências no resultado.
As questões iniciais avaliaram dados gerais a respeito dos participantes da pesquisa,
como idade, sexo, grau de escolaridade e área de atuação profissional e as demais
perguntas tiveram enfoque nas características gerais e manifestações bucais da doença
celíaca.
3.3. Análise Estatística
Os dados serão analisados quanto a sua distribuição e homogeneidade.
Inicialmente será computado o número médio de pessoas, dentro de cada grupo, que
souberem responder as perguntas. A verificação da diferença das médias será realizada
por meio de Análise de Variância (ANOVA) e teste t (Student), comparando o
afastamento entre elas e a variação existente dentro de cada amostra.
O programa estatístico utilizado foi Bioestat 5.3 e o nível de significância
adotado será de 5%.
4. Resultados
As perguntas 1, 2 e 3 do questionário (Anexo II), correspondiam ao número do
entrevistado, idade e sexo. Foram entrevistados 80 estudantes de odontologia do quarto e quinto
ano de graduação (Grupo I) da faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – FORP/USP
(Tabela 1). A idade dos entrevistados variou de 21 a 28 anos, sendo que 37,5% possuíam 22
anos e 68,75% pertenciam ao sexo feminino.
Estudantes
Idade - Média 22,6
Sexo (%)
Feminino 68,75%
Masculino 31,25%
Tabela 1. Idade (média) e proporção entre os gêneros masculino e feminino do público
entrevistado.
A pergunta 4 verificava o grau de escolaridade dos entrevistados. Todos os estudantes
de odontologia, logicamente, possuíam o ensino superior ainda incompleto.
A pergunta 5 referia-se apenas para o direcionamento do questionário entre os
profissionais e estudantes de odontologia em relação à sua área de atuação profissional (Área da
Saúde).
Nas perguntas 6 e 7, destinadas apenas aos indivíduos do grupo I (estudantes), foi
verificado que foram entrevistados alunos do oitavo e décimo período de graduação do curso de
odontologia.
As perguntas 8 a 10, destinadas apenas aos indivíduos do grupo II (cirurgiões-dentistas),
referia-se apenas para o direcionamento dos profissionais em relação ao tempo de formação e
área de especialização atuante.
A pergunta 11 questionava o entrevistado se ele já tinha ouvido falar do termo “Doença
Celíaca”. Entre os estudantes, 43,75% responderam que já tinham ouvido falar sobre a doença.
A pergunta 12 verificava os meios de comunicação por qual o entrevistado tinha obtido
informações a respeito da Doença Celíaca. Os meios citados foram televisão, internet,
escola/faculdade e outros meios (amigos e familiares). Dentre eles, a “internet” (57,14%),
seguida pela “faculdade” (40%), foram os mais citados. Nenhum entrevistado assinalou que
tinha obtido informações a respeito da doença por meio de meios impressos e rádio.
A questão 13 procurava saber, caso o conhecimento do entrevistado sobre doença
celíaca tivesse sido obtido por meio de disciplinas do curso da graduação, qual disciplina tinha
transmitido essa informação. Entre os estudantes, 40% responderam que tinham ouvido falar
sobre a doença nas disciplinas da graduação. Dentre elas, foram citadas as disciplinas de
diagnóstico e semiologia, genética, farmacologia, fisiologia e odontopediatria.
A questão 14 tinha como objetivo investigar se os entrevistados sabiam qual nutriente
alimentar está relacionado à doença celíaca. A maioria dos entrevistados não soube responder
que o glúten é o nutriente alimentar causador da doença celíaca. O porcentual registrado de
indivíduos que tinham este conhecimento foi de 43,75% entre os estudantes.
A questão 15 procurava identificar se os entrevistados tinham conhecimento sobre qual
grupo de macromoléculas o nutriente alimentar relacionado à doença celíaca fazia parte. A
maior proporção de estudantes (65%) não soube responder esta pergunta e apenas 12 (15%)
responderam que se tratava de uma proteína.
A pergunta 16 foi realizada a fim de avaliar o conhecimento dos entrevistados em
relação à necessidade de restrição dos hábitos alimentares, por parte dos indivíduos portadores
da Doença Celíaca, por toda vida, esporadicamente, raramente ou até que os exames se
normalizem. A grande maioria dos estudantes (63,75%) não soube responder esta questão.
Apenas 35% responderam que a restrição deve ser para a vida toda.
A pergunta 17 procurava saber o grau de conhecimento dos entrevistados sobre o fato
da intolerância alimentar ao glúten ser uma condição permanente ou transitória. A maioria dos
estudantes (60%) não souberam responder esta questão.
Na questão 18, foi averiguado se o entrevistado sabia qual o principal problema
ocasionado pela doença celíaca. Metade (50%) dos estudantes responderam a alternativa correta
(absorção deficiente dos nutrientes).
A questão 19 tinha como objetivo investigar se os entrevistados sabiam qual (is) órgão
(s) do corpo humano a Doença Celíaca afetava. Os órgãos mais citados foram o intestino
delgado, intestino grosso e estômago. Sendo que, a maioria dos estudantes (45%) sabia que as
manifestações da doença ocorriam no intestino delgado (resposta correta).
A pergunta 20 procurava saber quais os principais sinais e sintomas da doença celíaca.
Cerca de 85% dos estudantes souberam responder que diarreias, náuseas/vômitos, distensão
abdominal, irritabilidade e dermatites eram sintomas desta patologia.
A pergunta 21 procurava saber se o entrevistado acreditava na existência de
predisposição genética para o desenvolvimento da doença celíaca. A maior porcentagem dos
estudantes (56,25%) não soube responder esta questão. Apenas 41,25% sabia que havia
predisposição para o desenvolvimento desta doença.
A pergunta 22 procurava saber quais exames poderiam ser realizados para o diagnóstico
correto da Doença Celíaca (Tabela 2). A maioria dos entrevistados (56,25%) não soube
responder esta pergunta e apenas 17,5% sabiam a resposta correta.
Estudantes (%)
Exame de sangue 26,25
Exame sorológico 12,5
Biópsias 5
Não souberam responder 56,25
Tabela 2. Porcentagem (%) das respostas a cerca de quais exames poderiam ser realizados para o diagnóstico correto da Doença Celíaca. Em negrito a resposta correta.
A pergunta 23 investigava se os entrevistados acreditavam ou não que a doença celíaca
poderia ocasionar manifestações orais e, em caso positivo, a pergunta 24 questionava qual (is)
manifestação (ões) bucais a doença poderia manifestar (Tabela 3). A maior porcentagem das
respostas entre os estudantes (75%) assinalou que a Doença Celíaca poderia sim, ocasionar
manifestações orais. Porém, dentre estes indivíduos, 50% não souberam quais eram estas
manifestações.
Estudantes (%)
Atraso na erupção dental 8,33
Aftas recorrentes 33,33
Queilite angular 6,66
Alterações no esmalte dentário 16,6
Herpes recorrentes 5
Lesões de cárie 1,66
Doença periodontal 5
Não souberam responder 50
Tabela 3. Porcentagem (%) das respostas sobre qual (is) manifestação (ões) bucal (is) a Doença Celíaca pode ocasionar. Em negrito a resposta correta.
A pergunta 25 procurava saber se os entrevistados sabiam se a doença celíaca tem ou
não tratamento e, em caso de resposta positiva, a pergunta 26 procurou investigar se estes
indivíduos sabiam qual (is) é (são) a (s) opção (ões) de tratamento para esta doença (Tabela 4).
A maioria dos estudantes (77,7%) assinalou a alternativa correta, marcada em negrito na tabela,
enquanto que apenas 33,3% não sabiam quais eram as modalidades de tratamento para esta
patologia.
Estudantes (%)
Uso contínuo de medicamento 22,22
Mudança dos hábitos alimentares 77,77
Cirurgia 0
Não souberam responder 33,33
Tabela 4. Porcentagem (%) das respostas sobre qual (is) modalidade (s) de tratamento (os) a Doença Celíaca possui. Em negrito a resposta correta.
A pergunta 27 procurava investigar, em casos de não tratamento/controle da doença,
qual (is) era (m) a (s) possível (is) complicação (ões) que Doença Celíaca poderia provocar
(Tabela 5). Entre estudantes, 56,25% não souberam responder e apenas 24,1% dos estudantes
assinalaram as alternativas corretas, marcadas em negrito na tabela.
Estudantes (%)
Câncer de intestino 2,5
Osteoporose 3,75
Deficiência no crescimento 16,25
Diabetes 1,25
Infertilidade 3,75
Gastrite crônica 13,75
Anemia 12,5
Desnutrição 23,75
Dermatite 11,25
Problemas renais 5
Convulsão 1,25
Não souberam responder 56,25
Tabela 5. Porcentagem (%) das respostas sobre qual (is) possível (is) complicação (ões) a doença celíaca pode ocasionar. Em negrito a resposta correta.
A última pergunta (28) questionava se o entrevistado achava importante uma maior
divulgação das características, manifestações e complicações da Doença Celíaca. Todos os
estudantes entrevistados acharam que a difusão do conhecimento sobre esta doença se faz
necessária.
Observação: Os resultados apresentados referem-se no momento apenas aqueles obtidos juntos
aos alunos de graduação, e estão em percentuais, uma vez que o questionário será aplicado ainda a
profissionais dentistas, que aceitem participar, durante a Jornada Odontológica da FORP/USP, a qual
ocorrerá apenas após a data de envio do TCC. Durante a apresentação do TCC, já teremos os dados dos
2 grupos e a análise estatística. Peço desculpas e agradeço antecipadamente a compreensão.
5. Discussões
A Doença Celíaca (DC) é uma enteropatia crônica do intestino delgado, de caráter
autoimune, que ocorre em indivíduos geneticamente predispostos devido a exposição ao glúten,
proteína alimentar presente no trigo, aveia, centeio, cevada e malte. A medida terapêutica para
esta patologia consiste na remoção do glúten da dieta, para toda vida, que permite restauração
da mucosa intestinal e remissão dos sinais e sintomas da doença.
Estudos recentes têm demonstrado que esta doença é mais frequente do que se imaginava. A
Associação de Celíaco do Brasil (ACELBRA) estima, hoje, no Brasil, a existência de mais de
um milhão de portadores da DC e, apesar de todos os avanços científicos e tecnológicos na área
de diagnóstico, sua frequência ainda é subestimada (BAPTISTA, 2006). A falta de
conhecimento da doença, por parte de profissionais da área da saúde, e a dificuldade de acesso
aos meios de diagnósticos, por parte da população em geral, reduzem as possibilidades de
tratamento adequado e, consequentemente, melhora clínica do paciente (BAPTISTA, 2006;
HOLMES et al., 1989).
Tendo em vista a alta prevalência de pacientes portadores de DC, a grande quantidade de
manifestações bucais encontradas nestes pacientes e, principalmente, o fato de que estas
manifestações podem auxiliar no diagnóstico precoce dos indivíduos que não possuam os sinais
e sintomas gastrintestinais clássicos da doença, torna-se evidente a importância do
conhecimento desta patologia e das suas manifestações e complicações, por parte dos
profissionais da área da saúde, em especial, os cirurgiões-dentistas, objetivando a identificação e
o encaminhamento destes pacientes para avaliação médica específica para o estabelecimento do
diagnóstico precoce da doença (HILL et al., 2005).
Por este motivo, o presente estudo objetivou investigar o conhecimento dos estudantes de
Odontologia e Cirurgiões Dentistas, sobre DC. Na entrevista, o público feminino foi o mais
prevalente (24% maior que o masculino), fato semelhante ao que ocorreu nos trabalhos de
Pellegrin (2005), cuja porcentagem de público feminino foi maior (79%). Este fato difere,
porém, do registrado por Laporte & Zandonadi (2008), cuja prevalência de público masculino
sobre o feminino foi maior que 56%, sugerindo, desta forma, que esta proporção parece variar
de acordo com o universo amostral de cada estudo.
Em relação ao conhecimento sobre o termo “Doença Celíaca”, quase metade dos alunos
entrevistados (43,75%) disseram ter conhecimento acerca do tema. No trabalho de Silveira et al.
(2011), somente 25% dos universitários de um curso de gastronomia conheciam a doença.
Quando comparado ao trabalho realizado por Laporte (2008) com 30 chefes de cozinha, a
proporção dos avaliados que disseram conhecer a doença foi de 30%. Demonstrando que, apesar
de o conhecimento ainda ser bastante deficitário, houve uma difusão de informações a respeito
do tema, ao longo da última década, embora haja, ainda, a necessidade de disseminação destas
informações, principalmente em relação aos profissionais da área da saúde, em especial, os
cirurgiões-dentistas.
Segundo Pellegrin (2005), a presença de familiares com doença celíaca acrescenta maior
conhecimento em relação à doença e maior aderência a dieta isenta de glúten. E no presente
estudo, dos 80 entrevistados, assinalaram que possuíam familiares com a doença.
Em relação aos meios de informação pelo qual os indivíduos entrevistados tinham obtido o
conhecimento em relação à DC, embora todos tenham sido citados (televisão, jornais escritos e
falados, internet e “outras pessoas”), a internet foi o que obteve destaque (57,14%), ficando à
frente, inclusive, das instituições de ensino (40%), colocando em risco a veracidade das
informações obtidas por estes indivíduos acerca da doença, uma vez que neste meio de
comunicação são vinculadas, na mesma velocidade, informações verdadeiras e falsas, ficando a
critério do usuário discernir sobre elas, fato este que se torna crítico, uma vez que estes
indivíduos não apresentavam conhecimento prévio sobre o tema.
Além disso, de acordo com os resultados, foi possível observar que algumas disciplinas do
curso de graduação abordaram o tema “Doença Celíaca”, sendo citadas cinco disciplinas,
entretanto 80% delas foram na área básica e ministradas nos primeiros anos do curso de
graduação, e além disso parece em vista dos resultados obtidos que as informações se perdem ao
longo do tempo ou não foram assimiladas pelos alunos de forma efetiva.
Em relação ao nutriente alimentar relacionado à DC, a maioria dos entrevistados (56,25%)
não souberam responder que o glúten é o nutriente alimentar relacionado à está patologia.
Registrou-se, também, um grande desconhecimento, por parte dos entrevistados, sobre qual
grupo de macromoléculas e características alimentares, o glúten pertencia. A maior proporção
dos estudantes (65%) não soube responder esta pergunta e apenas 12, dos 80 indivíduos (15%),
responderam, acertadamente, que o glúten é uma proteína. Este grau de desconhecimento é
extremamente preocupante e demonstra a necessidade de ações em setores da base educacional,
uma vez que este nutriente está presente na grande maioria dos alimentos (trigo, cevada, malte,
aveia e centeio) e faz parte da dieta da grande maioria dos indivíduos.
Entre os 63 profissionais pediatras entrevistados por Barbosa et al. (2010), o glúten foi
apontado pela maioria (98%) como o alimento que deveria ser excluído da dieta, e 84% dos
participantes responderam que a dieta deveria ser seguida por toda a vida. No presente estudo,
porém, quando os participantes foram questionados sobre a necessidade de restrição dos hábitos
alimentares, por parte dos indivíduos portadores da DC, durante toda vida, esporadicamente,
raramente ou até que os exames se normalizassem, a maioria (63,75%) não soube responder esta
questão sendo que, apenas 35%, disseram que a restrição deveria ser por toda vida. Da mesma
maneira, ao serem questionados se a intolerância alimentar ao glúten era uma condição
permanente ou transitória, 60% dos estudantes declararam não saber responder esta questão e
apenas 40% responderam corretamente que está se tratava de uma condição permanente.
Em relação ao conhecimento do principal problema que a doença celíaca causava, 50% dos
estudantes, sabiam que o principal problema era a absorção de nutrientes. E entre os que sabiam
responder sobre quais (is) órgão (s) do corpo humano a doença afetava, 45% responderam
corretamente que as manifestações da doença ocorriam no intestino delgado, embora outros
órgãos tenham sido citados, como intestino grosso e estômago.
Cassol et al. (2007) efetuaram um estudo descritivo transversal, com amostra não-
probabilística, selecionada entre os membros da Associação dos Celíacos do Brasil – Regional
de Santa Catarina, com o objetivo de investigar os principais sintomas relatados pelos
portadores da doença. Neste estudo, foram apontados como os principais sinais e sintomas da
DC a distensão (71,8%) e dor abdominal (71%) e diarreia (65,5%). No sexo masculino,
predominaram diarreia e déficit ponderal, enquanto que no sexo feminino estavam presentes as
aftas, constipação e anemia, como os sinais mais prevalentes. Entre os pediatras entrevistados
por Barbosa et al. (2010), os sinais e sintomas mais apontados que os levariam a suspeitar de
doença celíaca foram: diarreia crônica, baixo peso, distensão abdominal, baixa estatura e dor
abdominal (39). Em nosso estudo, 85% dos estudantes souberam responder que diarreias,
náuseas e vômitos, distensão abdominal, irritabilidade e dermatites eram os sintomas da doença.
Apesar de os entrevistados terem demonstrado determinado grau conhecimento a respeito
dos sinais e sintomas da doença, ao serem questionados quanto a etiologia, métodos de
diagnóstico, manifestações orais, modalidades de tratamento e possíveis complicações, em
casos de não tratamento, a maioria não soube responder estas questões.
Ao serem questionados quanto a existência de predisposição genética para o
desenvolvimento da doença celíaca, a maior porcentagem dos estudantes (56,25%) não soube
responder esta pergunta. Em relação aos exames que podem ser realizados para o diagnóstico
correto da DC, apenas 17,5% sabiam que o diagnóstico deve ser feito por meio de exames
sorológicos e, em casos positivos, realização de biópsias. Tendo em vista que a doença celíaca
possui diversas manifestações bucais, a pergunta 23 investigava se os entrevistados acreditavam
ou não que a doença celíaca poderia ocasionar manifestações orais e, em caso positivo, a
pergunta 24 questionava qual (is) manifestação (ões) bucais a doença poderia manifestar.
Apesar de a maioria dos estudantes (75%) terem assinalado que a Doença Celíaca poderia sim,
ocasionar manifestações orais, 50% destes indivíduos não souberam quais eram estas
manifestações, demonstrando um conhecimento parcial e insatisfatório a respeito do tema.
Barbosa et al. (2010) reconheceram em seus estudos que existe, efetivamente, uma falha dos
profissionais de saúde em reconhecer as várias manifestações clínicas da doença celíaca e em
saber quais os exames apropriados para a conduta diagnóstica.
Quando questionados sobre a existência ou não de tratamento e, em caso de resposta
positiva, qual (is) eram (são) a (s) opção (ões) de tratamento para esta doença, a maioria dos
estudantes (77,7%) demonstraram conhecimento em relação ao fato de que o único tratamento
para DC, consiste na mudança dos hábitos alimentares. Somente uma dieta livre de glúten (strict
gluten-fee diet - GFD), por toda a vida, é o tratamento para esta patologia (CASE, 2005).
Quanto ao grau de conhecimento das possíveis complicações da doença, mais uma vez os
estudantes demonstraram um conhecimento parcial e/ou deficiente sobre o tema, 56,25% dos
entrevistados não souberam responder esta questão. E apenas, 24,1% assinalaram as alternativas
corretas (câncer do intestino, osteoporose, deficiência no crescimento, diabetes e infertilidade).
Em relação à questão sobre a importância de uma maior divulgação das características da
doença celíaca, esta resultou em uma pergunta óbvia, uma vez que todos os entrevistados
responderam que sim.
Todos esses resultados demonstram uma oscilação no aprendizado, em que, apesar de
56,25% dos estudantes terem o conhecimento sobre o termo “Doença Celíaca”, a grande
maioria demonstrou um conhecimento parcial acerca da doença ou até mesmo errôneo,
indicando uma falha no sistema de aprendizagem e a necessidade de disseminação de
informações e conhecimentos adequados, principalmente porque o dentista quando bem
informado a respeito da doença e suas manifestações bucais pode ser importante elo no
diagnóstico precoce de casos não clássicos da doença celíaca.
6. Conclusão
Com base nos resultados e discussão, podemos concluir que apesar dos entrevistados terem
conhecimento sobre Doença Celíaca, este conhecimento demonstrou-se parcial e incorreto em
muitos pontos abordados pela entrevista, indicando uma falha no sistema de aprendizagem, uma
vez que as informações obtidas não provem, em sua maioria, de instituições de ensino e sim da
internet e outras fontes não confiáveis, indicando também uma maior necessidade de
disseminação de informações e conhecimentos adequados.
O desconhecimento e a falha em reconhecer a etiologia, os métodos de diagnóstico,
manifestações orais, modalidades de tratamento e possíveis complicações, em casos de não
tratamento da DC, indica que existe a necessidade de ampla divulgação do assunto entre esses
profissionais.
7. Referências Bibliográficas
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Anexo I.
Termo de consentimento livre e esclarecido apresentado aos entrevistados.
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (Resolução 466/12 – Conselho Nacional de Saúde)
Nós, Profa. Dra. Alexandra Mussolino de Queiroz e mestranda Thais Tedeschi dos Santos,
pesquisadoras responsáveis pelo projeto “Avaliação do conhecimento de estudantes de odontologia e
cirurgiões-dentistas , residentes em Ribeirão Preto–SP, sobre Doença Celíaca” convidamos
__________
__________________________________________________________, portador (a)
do RG nº ________________ e CPF nº ________________a participar do referido projeto que
será realizado na Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (FORP-USP).
O propósito do estudo será:
a. Avaliar o grau de conhecimento sobre a doença celíaca em dois diferentes grupos populacionais
residentes na cidade de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil: cirurgiões-dentistas e estudantes de
odontologia;
b. Verificar as diferenças entre o grau de conhecimento dos dois grupos.
Declaro, para os devidos fins, que fui devidamente esclarecido (a), de forma oral e escrita, que:
- A pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de
Odontologia de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo (FORP-USP), entidade disponível
para eventuais dúvidas e questionamentos, se necessário, por meio do endereço de e-mail:
[email protected]; e telefone: (16) 3315-0493 – das 13h às 17h, de segunda a sexta-feira (exceto
feriados e pontos facultativos).
- A pesquisa tem caráter científica e poderá ser publicada em jornais, revistas e/ou congressos
científicos no país e no exterior, mantendo-se o sigilo das identidades dos participantes;
- A pesquisa irá avaliar, por meio de questionário padronizado, com identificação opcional,
contendo 28 questões objetivas, o conhecimento sobre a doença celíaca e suas complicações e
manifestações orais;
- As questões iniciais do questionário irão servir de instrumento para avaliar os dados gerais dos
participantes, como idade, gênero, grau de escolaridade e área de atuação profissional e as demais
perguntas terão enfoque nas características gerais e manifestações bucais da doença celíaca.
- Tenho plena liberdade de recusar a participação da pesquisa, assim como tenho liberdade de
retirar as minhas respostas a qualquer momento, sem nenhuma penalização ou prejuízo.
- Não é previsto o ressarcimento de despesas ou indenizações aos participantes, uma vez que os
procedimentos a serem realizados não são agressivos à saúde física ou moral.
Estou ciente de que esta pesquisa tem como pesquisador responsável Profa. Dra. Alexandra Mussolino
de Queiroz e a mestranda Thais Tedeschi dos Santos.
Dessa forma, assino este documento de livre e espontânea vontade, estando ciente do seu conteúdo.
__________________________________
Assinatura do Participante
RG: ______________________
CPF:_________________________
__________________________________
Profa. Dra. Alexandra Mussolino de Queiroz
RG: ____________________________
CPF: ___________________________
__________________________________
Thais Tedeschi dos Santos
RG: ____________________________
CPF: ___________________________
Anexo II - Questionário de avaliação de conhecimentos gerais e específicos sobre a
doença celíaca
Atenção: - Este questionário consta de 25 perguntas sobre a doença celíaca.
- Não é necessária a identificação.
- Responda a todas as questões.
1. Entrevistado - número: ___________________
2. Idade: _________________________________
3. Gênero: Masculino Feminino
4. Grau de escolaridade: Ensino Fundamental Incompleto
Ensino Fundamental Completo
Ensino Médio Incompleto
Ensino Médio Completo
Ensino Superior Incompleto
Ensino Superior Completo
Pós-Graduação
5. Área de atuação profissional: ___________________________________
Obs. Caso você não curse e nem tenha cursado graduação ou curso técnico de
formação relacionada à área da saúde, favor passar para a questão 11.
6. Faz graduação em Odontologia? Sim
Não
7. Caso tenha respondido sim à pergunta anterior, qual período do curso você se
encontra? _______________________________.
8. É formado em Odontologia? Sim
Não
9. Caso tenha respondido sim à pergunta anterior, quanto tempo de formação?
_______________________________.
10. Qual a área de especialização, em ODONTOLOGIA? (Caso não seja especialista,
responda clínico-geral)? _______________________________.
11. Já ouviu falar sobre o termo “Doença Celíaca”? Sim
Não
12. Caso tenha respondido sim à pergunta anterior, por qual meio de comunicação você
obteve informações a respeito da doença?
Televisão
Internet
Meios impressos
Rádio
Escola, Faculdade, Cursos – Qual? ______________________
Outros meios – Qual? ______________________
13. Se o seu conhecimento provém do curso de Odontologia, em qual disciplina foi
transmitida informações sobre a doença celíaca? ____________________________
14. Qual o nutriente alimentar está relacionado à doença celíaca?
Lactose
Glúten
Fenilalanina
Açúcar
Sal
Não sei responder
15. O nutriente alimentar relacionado à doença celíaca, em relação às suas
características alimentares, é considerado um:
Carboidrato
Proteína
Lipídeo (gordura)
Vitamina
Mineral
Não sei responder
16. O indivíduo com doença celíaca deve restringir seus hábitos alimentares:
Esporadicamente
A vida toda
Raramente
Até normalização dos exames
Não sei responder
17. A doença celíaca consiste em uma condição:
Transitória
Permanente
Não sei responder
18. Qual o principal problema ocasionado pela doença celíaca causa?
Má digestão dos alimentos
Absorção deficiente dos nutrientes
Transporte deficiente de substâncias pelas células
19. Para você, a doença celíaca afeta qual (is) órgão (s) do corpo humano?
Mucosa oral
Esôfago
Estômago
Intestino grosso
Intestino delgado
Fígado
Pâncreas
Rim
20. Qual (is) o (s) principal (is) sinal (is) e sintoma (s) da doença celíaca?
Diarreia
Náusea/Vômitos
Desmaios frequentes
Distensão abdominal (barriga
inchada)
Perda de peso
Anemia
Aftas recorrentes
Alterações dentárias
Osteoporose
Pneumonia
Dermatite
Irritabilidade
21. Você acha que a ocorrência da doença celíaca está relacionada à predisposição
genética do indivíduo?
Sim
Não
Não sei responder
22. Para o diagnóstico da doença celíaca, pode ser realizado qual (is) exame (s)?
Exame de sangue
Exame sorológico
Biópsia
Não sei responder
23. A doença celíaca pode causar manifestação (ões) bucal (is)?
Sim
Não
24. Caso tenha respondido sim à pergunta anterior, qual (is) manifestação (ões) bucal
(is) ela pode desencadear?
Atraso na erupção dental
Aftas recorrentes
Herpes recorrente
Queilite angular
Cárie
Doença Periodontal
Alterações no esmalte dentário
Não sei responder
25. A doença celíaca tem tratamento?
Sim
Não
26. Caso tenha respondido sim à pergunta anterior, qual (is) opção (ões) de tratamento?
Uso contínuo de medicamento
Mudança dos hábitos alimentares
Cirurgia
Não sei responder
27. Se não tratada, qual (is) a (s) possível (is) complicação (ões) da doença celíaca?
Câncer
Osteoporose
Diabete
Gastrite crônica
Anemias
Desnutrição
Dermatite
Infertilidade
Problemas renais
Convulsão
Deficiência de crescimento
Não sei responder
28. Você acha importante que haja maior divulgação a respeito características e
manifestações e complicações sobre a doença celíaca?
Sim
Não
Agradecemos a sua participação.