UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA … · Heroico, Imagens, Cartas, Ginástica e...
Transcript of UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA … · Heroico, Imagens, Cartas, Ginástica e...
UNIVERSIDADE DE SAtildeO PAULO
FACULDADE DE FILOSOFIA LETRAS E CIEcircNCIAS HUMANAS
DEPARTAMENTO DE LETRAS CLAacuteSSICAS E VERNAacuteCULAS
PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO DE LETRAS CLAacuteSSICAS
PROJETO DE PESQUISA
Eacutecfrase e fantasia pinturas e(m) palavras Filoacutestrato o velho
Pesquisador Rosacircngela Santoro de Souza
Orientador Prof Dr Paulo Martins
Coorientador Prof Dr Joatildeo Angelo Oliva Neto
2
Iacutendice
Iacutendice 2
I Objetivos 3
II Justificativa 4
III Metodologia 5
IV Aspectos relevantes do projeto 8
1Introduccedilatildeo 8
2Breve descriccedilatildeo dos capiacutetulos propostos 8
21 A Aacutetica em Roma A Helenizaccedilatildeo e a Segunda Sofiacutestica 8
211 Paideia e pertenccedila 8
212 Contexto especiacutefico 9
22 Eacutecfrase e os trecircs niacuteveis de interlocuccedilatildeo 10
23 Do tropo ao gecircnero a autonomia da eacutecfrase 10
24 Imagem mimese e educaccedilatildeo 11
O proacutelogo de Filoacutestrato em Imagens 11
3Traduccedilatildeo 12
ΕΡΩΤΕΣ 12
AMORES Erro Indicador natildeo definido
V Cronograma 15
VI Bibliografia essencial 15
Referecircncias Antigas 15
Referecircncias Modernas 16
3
I Objetivos
A pesquisa ocupa-se de dois objetos estanques mas interdependentes A primeira parte
consta da traduccedilatildeo anotada e comentada dos ldquoEikonesrdquo (Imagens) obra atribuiacuteda
consensualmente a Filoacutestrato o Velho1 Tal trabalho entenderaacute o texto de partida como
material didaacutetico-retoacuterico-poeacutetico afeito portanto a mediaccedilotildees especiacuteficas de elocuccedilatildeo
estabelecidas por essa poikilia geneacuterica Esse dado tambeacutem enceta nossos criteacuterios de
traduccedilatildeo dos quais poderiacuteamos apontar
1 Aproximaccedilatildeo entre a elocuccedilatildeo do texto grego original segundo suas
especificidades geneacutericas e de performance e o texto final
2 Precisatildeo terminoloacutegica para evitar a projeccedilatildeo de conceitos modernos sobre o
objeto antigo
3 Observaccedilatildeo das questotildees de homologia eou de analogia entre o leacutexico da
pintura e da retoacuterica com anotaccedilatildeo e comentaacuterio
4 Estabelecimento de um glossaacuterio de recursos ou procedimentos pictoacutericos
descritos
5 Estabelecimento de notas de compreensatildeo de matiz linguiacutestico poeacutetico-retoacuterico
mitoloacutegico e histoacuterico-cultural
6 Busca de deleite para o leitor contemporacircneo Tendo em vista as trecircs funccedilotildees
retoacutericas ndash mouere docere e delectare ndash que as Imagens tambeacutem possuem a
traduccedilatildeo fundamentalmente atentaraacuteaos processos utilizados pelo autor para
obtenccedilatildeo de deleite sem poreacutem excluir as outras duas Em outras palavras
como pressupomos que natildeo se tratava na Antiguidade nem se trata agora de
mero manual sobre procedimento retoacuterico a eacutecfrase mas de texto fruiacutevel por
especialistas e natildeo especialistas a traduccedilatildeo atenderaacute agraves questotildees por assim
dizer ldquoliteraacuteriasrdquo
A obra que traduziremos eacute dividida em dois livros precedidos de um proacutelogo e conteacutem
descriccedilotildees de quadros temaacuteticos nomeados O primeiro livro conteacutem 31 quadros e o
segundo 34
1(BOWIE ET ELSNER2009)
4
A segunda parte da pesquisa propotildee anaacutelise do texto isto eacute das descriccedilotildees de pinturas
que estariam em uma villa em Naacutepoles A leitura e anaacutelise do texto partiraacute de
pressupostos sobre a mateacuteria ecfraacutestica jaacute assentados por Rodolpho2 principalmente
daqueles em que observamos as teorias da linguagem visual dos estoacuteicos (para os quais
essa linguagem constitui uma categoria central de sua oacuteptica e psicologia3) e nos dos
ceacuteticos notadamente Sexto Empiacuterico que no tratado Contra os Matemaacuteticos apresenta
uma teoria da representaccedilatildeo mental para aferirmos a relaccedilatildeo entre eacutecfrase percepccedilatildeo
fantasia mimese comoccedilatildeo e educaccedilatildeo observada na obra desse autor
Outra obra Dialexis 2 (uma pequena peccedila retoacuterica) seraacute tambeacutem traduzida pois seu
conteuacutedo estaacute em relaccedilatildeo direta com o proecircmio de Imagens e segundo Swain4 pode
ateacute mesmo ter servido como introduccedilatildeo a uma das descriccedilotildees ali contidas
Nesse sentido apresentamos a estrutura para a segunda parte desta dissertaccedilatildeo de
mestrado
Capiacutetulo 1 A Aacutetica em Roma A Helenizaccedilatildeo e a Segunda Sofiacutestica
Capiacutetulo 2 Eacutecfrase e os trecircs niacuteveis de interlocuccedilatildeo
Capiacutetulo 3 Do tropo ao gecircnero a autonomia da eacutecfrase
Capiacutetulo 4 Imagem mimese e educaccedilatildeo
II Justificativa
Esta pesquisa justifica-se
1) pela relevacircncia do autor e a pouca atenccedilatildeo que tem recebido nos Estudos
Claacutessicos no Brasil De sua obra foram traduzidos para o portuguecircs apenas
alguns excertos5
2) pela possibilidade concomitante que a obra apresenta (e que a traduccedilatildeo buscaraacute
manter) de agradar simplesmente mas tambeacutem de delimitar conceitos de
eacutecfrase enargia e fantasia
2 (RODOLPHO 2010)
3 (GODHILL 2007)
4 (SWAIN 2009 41)
5 Prof Dra Paula da Cunha Correa na seacuterie de 14 livros dedicados agrave pintura da Editora 34 organizados
por Jacqueline Lichtenstein
5
3) Pela interlocuccedilatildeo que manteacutem com alguns trabalhos atuais realizados fora do
Brasil
4) Por sua inserccedilatildeo no trabalho do nuacutecleo de pesquisa IAC do PPGLC ndash USP e
afinidades com outras aacutereas dos Estudos Claacutessicos
Filoacutestrato cidadatildeo romano nascido na Greacutecia recebeu pelo menos parte de sua
educaccedilatildeo em Atenas Produziu obra vasta e diversificada que abarca grande espectro
geneacuterico e nos daacute elementos para melhor compreender o que era ser grego ou o que se
considerava ser grego no periacuteodo aleacutem de nos oferecer matizes para compreender as
interferecircncias muacutetuas entre o universo cultural heleniacutestico e o romano que estatildeo na
base da ldquocultura helecircnicardquo do periacutedo revitalizada no principio da era cristatilde
Atualmente satildeo aceitas como suas Vida dos Sofistas Vida de Apolocircnio de Tiana
Heroico Imagens Cartas Ginaacutestica e Nero Vaacuterias delas foram modelo de emulaccedilatildeo
posterior
Eacute de registrar que Filoacutestrato como o periacuteodo ao qual deu nome Segunda Sofiacutestica vecircm
recebendo atenccedilatildeo crescente dos pesquisadores em Letras Claacutessicas fora do Brasil Em
2007 foi editado um volume que trata da cultura no periacuteodo Severiano (organizado por
Simon Swain Stephen Harrison e Jaś Elsner) e em 2009 foi lanccedilado livro dedicado a
Filoacutestrato organizado por dois professores da Universidade de Oxford (Elsner e
Bowie) Alguns autores vecircm se ocupando de sua obra eou aspectos teoacutericos a ela
relacionados Ruth Webb Jaś Elsner Simon Goldhill e Thomas Benediktson
A pesquisa proposta integra as atividades do Grupo de Pesquisa (CNPq) e do Nuacutecleo de
Pesquisa ldquoImagens da Antiguumlidade Claacutessicardquo6 do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em
Letras Claacutessicas do DLCVFFLCHUSP coordenado pelo Prof Dr Paulo Martins
Por uacuteltimo haacute se notar que o texto em questatildeo abre a possibilidade de interlocuccedilotildees
com diversas aacutereas dos Estudos Claacutessicos como por exemplo a histoacuteria e histoacuteria da
arte constituindo pois valoroso manancial de intersecccedilatildeo de conhecimentos
III Metodologia
Os trabalhos levados a termo na aacuterea de Letras Claacutessicas no mais das vezes
restringem-se fundamentalmente agrave biblioteca natildeo soacute pela atividade tradutoacuteria mas
6 httpwwwuspbriac
6
inquestionavelmente por implicar leitura de fontes antigas e modernas Portanto
metodologia cientiacutefica nessa aacuterea natildeo eacute atinente agrave observaccedilatildeo de experimentos ou agrave
pesquisa de campo ndashque podem por exemplo supor tabulaccedilatildeo de resultados ou opccedilatildeo
de mecanismos de afericcedilatildeo ndash mas a meacutetodos de pesquisa bibliograacutefica que supotildee opccedilatildeo
teoacuterica e o respectivo corpus
Como jaacute explicitamos acima o vieacutes teoacuterico com que analisaremos o texto de Filoacutestrato a
primeira e principal questatildeo metodoloacutegica eacute a escolha do texto base A despeito de natildeo
termos acesso aos principais manuscritos e natildeo julgarmos ser esse o cerne de nossa
pesquisa a saber a edoacutetica informamos que as ediccedilotildees modernas de Filoacutestrato satildeo
todas baseadas nos seguintes manuscritos Laurentianus LXVIX (30) seacutec XIII F
Parisiensis Gr 1696 seacutec XIV P Vindobonensis 331 seacutec XIV V1 Vaticanus 1898
seacutec XIII V2 e Vaticanus 98 seacutec XIII V
Quanto agraves ediccedilotildees modernas temos
NEGRI STEPHANI (1521) Stephani Negri elegātissima e gręco Author subditor
trāslationesvidelicet Philostrati Icones Pythagorę aureucirc Athenęi collectanea
et alia multa scitu digniss amp rara incretu etc ms Notes 2 pt Per lo De
Castelliono Mediolani
FILOacuteSTRATO (1503) Tade enestin en tode to biblio Loukianou Philostratou eikones
tou autou Heroika tou autou bioi sophiston Philostratou neoterou eikones
Kallistratou ekphraseis = Quae hoc volumine continentur luciani opera Icones
Philostrati Ejusdem Heroica ejusdem vitae sophistarum Icones junioris
Philostrati Descriptiones Callistrati Venezia in Aedibus Aldis
___________ (1517) Quae hoc volumine continentur Icones Philostrati etchellipgrec
Florentiae sumptu P Juntae
___________ (1550) Philostrati imagines Eiusdem heroica Eiusde uitae
Sophistarum Philostrati Iunioris Imagines Callistrati descriptiones etchellipgrec
Venetiis apud P amp IM Nicolinos
___________ (1578) Les Images ou tableaux de platte peinture des deux Philostrates
Sophistes grecs et les Statues de Callistrate Paris Nicolas Chesneau
___________ (1602) La Suitte de Philostrate (les Images ou tableaux de Platte
Peinture du jeune Philostrate La description de Callistrate de quelques statues
antiques Les Heacuteroiumlques de Philostrate etchellip traduits de grec en Franccedilois) par
Blaise de Vigenegravere Paris A Langellier
___________ (1609) Philostratus Iconum initio De pictura In Martini (m) Pomp
Gauricihellip De sculptura Liber etc
7
___________ (1611) Les Images ou tableaux de platte peinture mis en franccedilois par
Blaise de Vigenegravere tome premier (preacuteface et sonnet de G Linocier vers de
Moysson J Carlin) Tournon Claude Michel
___________ (1615) Les images ou Tableaux de platte peinture des deux Philostrates
sophistes grecs et les statues de Callistrate mis en francois par Blaise de
Vigenegraverehellipavec des eacutepigrammes sur chacun diceux par Artus Thomas Sieur
d‟Embry- Reveus[ ] et corrigez sur l‟original par un docte personnage de ce
temps en la langue grecque et repreacutesentez en taille douce en cette nouvelle ed
Paris l‟Angelier
___________ (1637) Les images ou Tableaux de platte peinture des deux Philostrate
et les statues de Callistrate La description de quelques statues antiques tant
de marbre comme de bronze mis en franccedilois par Blaise de Vigenegravere Avec des
eacutepigrammes sur chacun diceux par Artus Thomas Sieur d‟Embry Reveus et
corrigezhellip et repreacutesentez en taille douce en cette nouvelle eacuted Paris Cramoisy
Quanto agraves traduccedilotildees para as liacutenguas modernas temos
FILOacuteSTRATO (1931) Imagines (descriptions de Callistratus) traduit par Arthur
FAIRBANKS London Heinemann New York Putnam 1931
__________ (1968) Die Bilder griechisch-deutsch Muumlnchen E Heimeran 1968
__________ (1991) La galerie de tableaux traduit par Auguste Bougot reacuteviseacute et
annoteacute par Franccedilois Lissarrague preacuteface de Pierre Hadot Paris les Belles
Lettres
__________ (1993) Imagravegenes Filostrato el Viejo Filostrato el Joven Descipciones
Calistrato Edicion a cargo de Luis Alberto de Cuenca y Miguel Angel
Elvira Madrid Siruela
__________ (1995) Les Images ou tableaux de platte peinture 2 volumes traduction
et commentaires de Blaise de Vigenegravere (1578) preacutesenteacute et annoteacute par
Franccediloise GRAZIANI Paris Honoreacute Champion
__________ (1997) Immagini Traduction et notes de Franco Fanizza et Gianni
Schilardi Lecce Argo
A segunda questatildeo metodoloacutegica diz respeito ao procedimento adotado na traduccedilatildeo e no
estabelecimento das notas de compreensatildeo para o quais aleacutem do que fisicamente estaacute
disponiacutevel nas bibliotecas da USP UNICAMP e UNESP mormente a indexaccedilatildeo do
L‟Anneacutee philologique seraacute realizado levantamento bibliograacutefico virtual nos perioacutedicos
indexados no JStor e Muse Project
8
IV Aspectos relevantes do projeto
1Introduccedilatildeo
Imagens composto de descriccedilotildees de pinturas eacute o primeiro livro em prosa a tratar do
tropo retoacuterico da eacutecfrase de forma unificada e como foco temaacutetico de uma obra7
Influenciou toda a discussatildeo posterior do tropo (eacutecfrase) e eacute a partir dele que se passou a
definiacute-lo exclusivamente como a descriccedilatildeo de obras de arte Importante notar
entretanto que isso ocorreu pela leitura ldquoliteralrdquo desse texto sem que se levasse em
conta seu contexto enunciativo Imagens eacute uma composiccedilatildeo complexa que traz em si
muacuteltiplas referecircncias e muacuteltiplos gecircneros
2Breve descriccedilatildeo dos capiacutetulos propostos
21 A Aacutetica em Roma A Helenizaccedilatildeo e a Segunda Sofiacutestica
211 Paideia e pertenccedila
A elite grega ancorava sua superioridade em termos de educaccedilatildeo ou melhor na
paideia palavra que designa civilizaccedilatildeo e cultura (produccedilatildeo intelectual) e tambeacutem
muacutesica e ginaacutestica Assim aqueles que tinham acesso agrave paideia eram os chamados
pepaideumecircnos ldquoos instruiacutedosrdquo em oposiccedilatildeo aos idiotai ldquoos natildeo instruiacutedosrdquo (uma
subelite na cultura grega) e os barbaroi ldquoos natildeo falantes de gregordquo A natureza da
educaccedilatildeo ideal natildeo era consensual e os textos dos autores do periacuteodo ndash filosoacuteficos
retoacutericos histoacutericos satiacutericos e biograacuteficos ndash espelham tal dissenso
Entretanto eacute possiacutevel identificar um fator unificador em todos eles o enraizamento de
todas as formas de identificaccedilatildeo cultural na tradiccedilatildeo e no passado Embora isso se decirc
fundamentalmente como um problema cultural tinha grande relevacircncia poliacutetica pois
sancionava direito ao exerciacutecio do poder por parte daquela elite cultural grega alinhado
diretamente aos grandes nomes do passado glorioso da Heacutelade
A obra de Filoacutestrato insere-se nesse contexto e compreende grande diversidade
geneacuterica com temas sempre calcados no passado e na tradiccedilatildeo que ao mesmo tempo
operam poreacutem sutis alteraccedilotildees e atenuam os limites e as fronteiras entre os diversos
gecircneros
7 (SWAIN 200944)
9
212 Contexto especiacutefico
Logo no iniacutecio do livro A Vida de Apolocircnio de Tiana Filoacutestrato afirma ldquofazer parte do
ciacuterculo de Julia Domna esposa de Severiano (Iulia heacute basilis8) pois ela admirava e
apreciava todo tipo de oraccedilatildeo retoacutericardquo Muito jaacute se especulou a respeito desse
ldquociacuterculordquo imaginando-se que fosse uma espeacutecie de corte que atraiacutea os principais
pensadores da eacutepoca No entanto as evidecircncias quanto natureza dele satildeo escassas e natildeo
haacute informaccedilotildees precisas sobre sua magnitude constituiccedilatildeo eou duraccedilatildeo Tal ressalva eacute
importante pois muitos autores a partir daiacute fizeram inferecircncias sobre a ldquovida de
Filoacutestrato na corterdquo e interpretaram sua obra como expressatildeo da poliacutetica imperial O
exame da produccedilatildeo de Filoacutestrato contudo natildeo traz nenhuma evidecircncia de filiaccedilatildeo a um
suposto programa imperial
Filoacutestrato viveu a maior parte de sua vida adulta durante a dinastia severiana De forma
geral nessa eacutepoca eacute possiacutevel identificar sinais de continuidade com a produccedilatildeo em
prosa grega observada na eacutepoca dos Antoninos mas observam-se tambeacutem alguns
elementos distintivos Neste periacuteodo comeccedilaram a surgir refutaccedilotildees quanto agrave
superioridade da cultura grega Por exemplo Dioacutegenes Laeacutercio nas Vidas dos
Filoacutesofos Famosos insistia que a sabedoria e a proacutepria humanidade haviam surgido na
Greacutecia Cita Aristoacuteteles e Soacutetion como proponentes da ideia de que a filosofia tivera
origem entre os povos ldquobaacuterbarosrdquo Entretanto ele provavelmente dirigia-se a autores
judeus e cristatildeos de seu proacuteprio periacuteodo que vinham atacando a supremacia cultural
reclamada pelos gregos
Assim sem querer atribuir intencionalidade agrave obra de Filoacutestrato que frequentava a uma
corte romana composta por governantes feniacutecios e tunisianos que transitava entre as
vaacuterias proviacutencias do Impeacuterio podemos traccedilar um paralelo entre sua obra -que explora as
fronteiras entre os gecircneros e os limites de cada um em particular e transforma a tradiccedilatildeo
incorporando-lhe novos elementos sem no entanto abandonaacute-la - e o conceito exposto
por Norberto Guarinello na palestra ldquoO que eacute o Impeacuterio Romanordquo9 de que natildeo seria
adequado falarmos propriamente em fronteiras do Impeacuterio Romano mas sim em
ldquofranjas fronteiriccedilasrdquo em linhas divisoacuterias fluidas entre diferentes povos diferentes
liacutenguas e tradiccedilotildees
8 (FILOacuteSTRATO AT 138)
9 LEIR III Coloacutequio ndash ldquoAs Formas do Impeacuterio Romanordquo em Mariana-MG de 28 - 30 de abril de 2009
10
22 Eacutecfrase e os trecircs niacuteveis de interlocuccedilatildeo
Aceitaremos o que o autor propotildee no prefaacutecio em princiacutepio como
verdadeiroverossiacutemil10
Segundo esse prefaacutecio as descriccedilotildees foram feitas a um menino
de 10 anos de idade (a seu pedido) e a um grupo de potenciais pupilos pouco mais
velhos Para o proacuteprio autor sua funccedilatildeo naquele momento eacute ensinar a ldquointerpretar a
pintura formando seu gostordquo11
Assim considerando a situaccedilatildeo primaacuteria da composiccedilatildeo
da obra haacute o primeiro grupo (ainda segundo o prefaacutecio) que vecirc as obras enquanto o
autor as descreve No grupo vemos de um lado um menino interessado principalmente
nas explicaccedilotildees e interpretaccedilotildees das pinturas De outro os demais jovens interessados
natildeo soacute nesse aspecto descritivo mas tambeacutem na arte retoacuterica do orador (o professor)
Aleacutem disso se a obra foi escrita como registro dessas exposiccedilotildees orais ela teraacute como
destinataacuterios ouvintes12
e leitores que jaacute natildeo tecircm as obras diante dos olhos Dessa
maneira de pronto considerando a diversidade de recepccedilatildeo obteremos uma chave (ou
chaves) de leitura determinando os limites de decoro entre o texto e a recepccedilatildeo O autor
utilizaraacute a memoacuteria e a imaginaccedilatildeo (phantasiacutea) de seu puacuteblico para obter efeito
desejado isto eacute a visualizaccedilatildeo Isso ele consegue natildeo simplesmente descrevendo em
palavras aquilo que estaacute sendo ldquovistordquo mas recriando as pinturas e situaccedilotildees educando
e direcionando o olhar (seja o olhar ldquofiacutesicordquo seja o olhar da mente) dando a ver tanto
aquilo que estaacute reproduzido como aquilo que natildeo estaacute reproduzido no quadro
Desse modo se o autor eacute bem sucedido podemos entatildeo dizer que todos ndash vendo ou natildeo
os quadros ldquoreais ou natildeordquo ndash de fato visualizam as pinturas Cumpre portanto a funccedilatildeo
preciacutepua da eacutecfrase trazer diante dos olhos de maneira viacutevida
23 Do tropo ao gecircnero a autonomia da eacutecfrase
Para os criacuteticos modernos eacutecfrase eacute uma descriccedilatildeo de obras de arte Entretanto o
conceito antigo deste tropo retoacuterico eacute mais amplo que essa definiccedilatildeo Para os antigos
(segundo os progyminasmata ou praexercitamina) eacutecfrase eacute simplesmente aquilo que
ldquocontribui para provocar o efeito de visualizaccedilatildeo do discurso verbalrdquo13
Assim eacutecfrase
deve ser entendida em um contexto em que a palavra eacute concebida como uma ldquoforccedila que
10
(MARTINS2 2010) 11
sect3 prefaacutecio Imagines 12
Provavelmente a obra foi apresentada em outras ocasiotildees a um auditoacuterio anaacutelogo ao primeiro
(Introduccedilatildeo da traduccedilatildeo francesa 5) 13
(RODOLPHO 3)
11
age sobre o ouvinterdquo14
Desta maneira o referente da eacutecfrase tem valor secundaacuterio e o
que importa eacute o impacto sobre a audiecircncia a eacutecfrasetransforma pois os ouvintes e
leitores em expectadores15
Compreendendo-se eacutecfrase dessa maneira observamos que designa um recurso
utilizado em vaacuterios gecircneros de discurso desde a ceacutelebre descriccedilatildeo do escudo de Aquiles
na Iliacuteada os idiacutelios de Teacuteoacutecrito e Mosco e os epigramas da Antologia ateacute os discursos
judiciaacuterios em Roma
Filoacutestrato pela primeira vez em Imagens transforma este recurso no foco principal de
uma obra ndash assim aquilo que era conteuacutedo presente em diversos gecircneros passa a ser o
continente a moldura ou seja uma sineacutedoque de gecircnero letrado
O autor natildeo apenas descreve as pinturas como faz uso de toda a variedade de
possibilidades do tropo ndash passa de narrativas miacuteticas a descriccedilotildees de paisagens de
personificaccedilotildees a naturezas mortas ndash e apresenta como pinturas temas letrados que
fazem parte de outros gecircneros ndash eacutepico bucoacutelico traacutegico etc ndash que contecircm por sua
vez eacutecfrases em si mesmos16
Podemos assim dizer que a eacutecfrase aqui se autonomiza deixa de ser recurso e passa a
ser um fim constituindo-se num gecircnero
24 Imagem mimese e educaccedilatildeo
O proacutelogo de Filoacutestrato em Imagens
Filoacutestrato inicia o proacutelogo de Imagens afirmando que quem despreza a pintura despreza
a verdade e a sabedoria Mais adiante afirma que somente a pintura eacute capaz de mostrar
o verdadeiro caraacuteter dos herois por meio de suas expressotildees faciais Aleacutem disso afirma
tambeacutem o caraacuteter didaacutetico de sua exposiccedilatildeo
Nesta pesquisa investigaremos a relaccedilatildeo entre a obra e as concepccedilotildees de como as artes
mimeacuteticas se relacionavam com a educaccedilatildeo pois se por um lado Filoacutestrato identifica a
sophia com o domiacutenio das vaacuterias technai segundo um modelo platocircnico por outro
afirma que a pintura conteacutem em si a verdade ndash em uma posiccedilatildeo contraacuteria agrave da
14
(WEBB 20095) 15
id ib 16
(ELSNER 200915)
12
Academia - e que eacute possiacutevel ensinar os jovens por meio dela Para tanto consultaremos
outras fontes antigas com as quais Filoacutestrato dialoga Platatildeo na Repuacuteblica e o Sofista
Aristoacuteteles na Poeacutetica Retoacuterica e Poliacutetica Longino no Tratado do Sublime Dioniacutesio
de Halicarnasso no Tratado da Imitaccedilatildeo Horaacutecio na Arte Poeacutetica e Plutarco
3Traduccedilatildeo
Apresento aqui uma primeira traduccedilatildeo ainda natildeo anotada do quadro 6 ndash Amores
ΕΡΩΤΕΣ
Μλα Ἔρωτες ἰδοὺ τρυγῶσιν εἰ δὲ πλθος αὐτῶν
μὴ θαυμάσῃς Νυμφῶν γὰρ δὴ παῖδες οὗτοι
γίνονται τὸ θνητὸν ἅπαν διακυβερνῶντες πολλοὶ
διὰ πολλά ὧν ἐρῶσιν ἄνθρωποι τὸν δὲ οὐράνιόν
φασιν ἐν τῷ οὐρανῷ πράττειν τὰ θεῖα μῶν ἐπῄσθου
τι τς ἀνὰ τὸν κπον εὐωδίας ἢ βραδύνει σοι τοῦτο
ἀλλὰ προθύμως ἄκουε προσβαλεῖ γάρ σε μετὰ τοῦ
λόγου καὶ τὰ μλα
AMORES
Olhe Os Amores estatildeo colhendo maccedilatildes Se haacute
muitos natildeo se espante Satildeo filhos das ninfas
governam tudo o que eacute mortal e satildeo muitos pois
muitas satildeo as coisas que os homens amam Dizem
que um deles celeste rege ateacute mesmo os assuntos
divinos Vocecirc natildeo sente um doce aroma que vem
do pomar ou isso lhe eacute imperceptiacutevel Mas escute
com boa vontade pois as maccedilatildes com minhas
palavras vatildeo atingi-lo
ὄρχοι μὲν οὗτοι φυτῶν ὀρθοὶ πορεύονται τοῦ μέσου
δὲ αὐτῶν ἐλευθερία βαδίζειν πόα δὲ ἁπαλὴ κατέχει
τοὺς δρόμους οἵα καὶ κατακλιθέντι στρωμνὴ εἶναι
Estas fileiras de aacutervores alinham-se perfeitamente
e haacute espaccedilo entre elas para caminhar Uma relva
recobre suave os caminhos e serve de leito m13cio
aos que nela se deitam
ἀπ ἄκρων δὲ τῶν ὄζων μλα χρυσᾶ καὶ πυρσὰ καὶ
ἡλιώδη προσάγονται τὸν ἑσμὸν ὅλον τῶν ρώτων
γεωργεῖν αὐτά φαρέτραι μὲν οὖν χρυσόπαστοι καὶ
χρυσᾶ καὶ τὰ ἐν αὐταῖς βέλη γυμνὴ τούτων ἡ ἀγέλη
πᾶσα καὶ κοῦφοι διαπέτονται περιαρτήσαντες αὐτὰ
ταῖς μηλέαις αἱ δὲ ἐφεστρίδες αἱ ποικίλαι κεῖνται μὲν
ἐν τῆ πόᾳ μυρία δὲ αὐτῶν τὰ ἄνθη οὐδὲ
ἐστεφάνωνται τὰς κεφαλὰς ὡς ἀποχρώσης αὐτοῖς
τς κόμης πτερὰ δὲ κυάνεα καὶ φοινικᾶ καὶ χρυσᾶ
ἐνίοις μόνον οὐ καὐτὸν πλήττει τὸν ἀέρα ξὺν
ἁρμονίᾳ μουσικῆ
Da ponta dos galhos brilham maccedilatildes cor de ouro
vermelho-fogo e amarelo-sol oferecendo-se a
todo o bando de Amores para serem colhidas
Aljavas cravejadas de ouro guardam flechas
aacuteureas e o bando esvoaccedila leve apoacutes penduraacute-las
nas macieiras Suas capas bordadas estendem-se
pela relva e delas emana o brilho de miriacuteades de
cores Guirlandas natildeo lhes enfeitam a cabeccedila
bastam os cabelos As asas azul-mar puacuterpura e
em alguns douradas vibram o ar e em harmonia
produzem quase muacutesica
φεῦ τῶν ταλάρων εἰς οὓς ἀποτίθενται τὰ μλα ὡς
πολλὴ μὲν περὶ αὐτοὺς ἡ σαρδώ πολλὴ δὲ ἡ
σμάραγδος ἀληθὴς δ ἡ μάργηλις ἡ συνθήκη δὲ
Veja as cest13s que lindas crivadas de
sardocircnicas esmeraldas e peacuterolas verdadeiras
Decerto obra de Hefesto Ali guardam as maccedilatildes
Mas de escadas feitas pelo deus os Amores natildeo
precisam voando alcanccedilam as maccedilatildes no alto das
13
αὐτῶν Ἡφαίστου νοείσθω οὐ δὲ κλιμάκων δέονται
πρὸς τὰ δένδρα παρ αὐτοῦ ὑψοῦ γὰρ καὶ ἐς αὐτὰ
πέτονται τὰ μλα
aacutervores
καὶ ἵνα μὴ τοὺς χορεύοντας λέγωμεν ἢ τοὺς
διαθέοντας ἢ τοὺς καθεύδοντας ἢ ὡς γάνυνται τῶν
μήλων ἐμφαγόντες ἴδωμεν ὅ τι ποτὲ οὗτοι νοοῦσιν
Nem vou falar dos que danccedilam em roda dos que
correm dos que estatildeo deitados e dos que se
alegram comendo as maccedilatildes mas vejamos o que
estes outr13s significam
οἱ γὰρ κάλλιστοι τῶν ρώτων ἰδοὺ τέτταρες
ὑπεξελθόντες τῶν ἄλλων δύο μὲν αὐτῶν
ἀντιπέμπουσι μλον ἀλλήλοις ἡ δὲ ἑτέρα δυὰς ὁ μὲν
τοξεύει τὸν ἕτερον ὁ δὲ ἀντιτοξεύει καὶ οὐδὲ ἀπειλὴ
τοῖς προσώποις ἔπεστιν ἀλλὰ καὶ στέρνα
παρέχουσιν ἀλλήλοις ἵν13ἐκεῖ που τὰ βέλη περάσῃ
καλὸν τὸ αἴνιγμα σκόπει γάρ εἴ που ξυνίημι τοῦ
ζωγράφου
Olhe Quatro dos mais belos Amores escapam
discretamente dos outros Dois deles brincam
jogando uma maccedilatilde de um para o outro os outros
dois um flecha o outro que13revida No rosto
nenhuma raiva mas oferecem o peito um ao outro
para que as flechas acertem bem ali Belo enigma
Agora veja se eu consigo compreender o pintor
φιλία ταῦτα ὦ παῖ καὶ ἀλλήλων ἵμερος Menino isso eacute o Amor e o desejo que tecircm um
pelo 13utro
οἱ μὲν γὰρ διὰ τοῦ μήλου παίζοντες πόθου ἄρχονται
ὅθεν ὁ μὲν ἀφίησι φιλήσας τὸ μλον ὁ δὲ ὑπτίαις
αὐτὸ ὑποδέχεται ταῖς χερσὶ δλον ὡς ἀντι φιλήσων
εἰ λάβοι καὶ ἀντιπέμψων αὐτό τὸ δὲ τῶν τοξοτῶν
ζεῦγος ἐμπεδοῦσιν ἔρωτα ἤδη φθάνοντα καὶ φημὶ
τοὺς μὲν παίζειν ἐπὶ τῷ ἄρξασθαι τοῦ ἐρᾶν τοὺς δὲ
τοξεύειν ἐπὶ τῷ μὴ λξαι τοῦ πόθου
Os que brincam com a maccedilatilde estatildeo comeccedilando a
se desejar O que primeiro lanccedila a maccedilatilde a beija e
o outro com as matildeos estendidas para beijaacute-la se
a pega joga-a de volta13A dupla que desfere
flechas estaacute confirmando um amor jaacute existente
Por isso eu digo que os que brincam estatildeo
comeccedilando a se amar os outros dois atiram-se
flechas para que o desejo natildeo acabe
ἐκεῖνοι μὲν οὖν περὶ οὓς οἱ πολλοὶ θεαταί θυμῷ
συμπεπτώκασι καὶ ἔχει τις αὐτοὺς πάλη λέξω καὶ
τὴν πάλην καὶ γὰρ τοῦτο ἐκλιπαρεῖς ὁ μὲν ᾕρηκε
τὸν ἀντίπαλον περιπτὰς αὐτῷ κατὰ τῶν νώτων καὶ
εἰς πνῖγμα ἀπολαμβάνει καὶ καταδεῖ τοῖς σκέλεσιν ὁ
δὲ οὔτε ἀπαγορεύει καὶ ὀρθὸς ὑπανίσταται καὶ
διαλύει τὴν χεῖρα ὑφ ἧς ἄγχoεται στρεβλώσας ἕνα
τῶν δακτύλων μεθ ὃν οὐκέτι οἱ λοιποὶ ἔχουσιν οὐδέ
εἰσιν ἐν τῷ ἀπρίξ ἀλγεῖ δὲ ltὁgt στρεβλούμενος καὶ
κατεσθίει τοῦ ltσυμgtπαλαιστοῦ τὸ οὖς ὅθεν
δυσχεραίνουσιν οἱ θεώμενοι τῶν ρώτων ὡς
ἀδικοῦντι καὶ ἐκπαλαίοντι καὶ μήλοις αὐτὸν
καταλιθοῦσι
Aqueles outros em torno dos quais haacute muitos
espectadores caem um sobre o outro com ardor
a lutar Vou descrever a luta jaacute que assim vocecirc
tanto quer voando um deles segura o oponente
por traacutes sufocando-o e prendendo-lhe as pernas
Mas este natildeo desiste e se levanta Solta a matildeo que
o sufoca torcendo-lhe um dos dedos o que tira a
forccedila dos outros que aliviam o aperto e a asfixia
O que tem o dedo torcido sentindo dor empurra
o oponente com a matildeo mordendo-lhe a orelha
Mas os expectadores natildeo tolerando o lutador
desleal ldquoapedrejam-nordquo de maccedilatildes
μηδὲ ὁ λαγὼς ἡμᾶς ἐκεῖνος διαφυγέτω
συνθηράσωμεν δὲ αὐτὸν τοῖς Ἔρωσι τοῦτο τὸ
θηρίον ὑποκαθήμενον ταῖς μηλέαις καὶ σιτούμενον
Natildeo deixemos que aquela lebre nos escape
Vamos caccedilaacute-la junto com os Amores Ela estaacute
sentada sob as macieiras comendo as maccedilatildes
caiacutedas no chatildeo deixando muitas comidas apenas
14
τὰ πίπτοντα εἰς γν μλα πολλὰ δὲ καὶ ἡμίβρωτα
καταλεῖπον διαθηρῶσιν οὗτοι καὶ καταράσσουσιν ὁ
μὲν κρότῳ χειρῶν ὁ δὲ κεκραγώς ὁ δὲ ἀνασείων
τὴν χλαμύδα καὶ οἱ μὲν ὑπερπέτονται τοῦ θηρίου
καταβοῶντες οἱ δὲ μεθέπουσιν αὐτὸ πεζοὶ κατ
ἴχνος ὁ δ ὡς ἐπιρρίψων ἑαυτὸν ὥρμησε καὶ τὸ
θηρίον ἄλλην ἐτράπετο ὁ δὲ ἐπιβουλεύει τῷ σκέλει
τοῦ λαγώ τὸν δὲ καὶ διωλίσθησεν ᾑρηκότα
pela metade e eles a caccedilam e perseguem Este
aqui batendo as matildeos aquele gritando aquele
outro agitando o manto Alguns gritando voam
sobre a lebre outros datildeo-lhe caccedila a peacute Um deles
se lanccedila sobre ela O animal se esquiva outro
deles tenta pegaacute-la pelas patas de traacutes e pega mas
ela escapa
γελῶσιν οὖν καὶ καταπεπτώκασιν ὁ μὲν ἐς πλευράν
ὁ δὲ πρηνής οἱ δὲ ὕπτιοι πάντες δὲ ἐν τοῖς τς
διαμαρτίας σχήμασι τοξεύει δὲ οὐδείς ἀλλὰ
πειρῶνται αὐτὸν ἑλεῖν ζῶντα ἱερεῖον τῆ Ἀφροδίτῃ
ἥδιστον
Entatildeo rindo e se jogando no chatildeo uns de lado
outros de bruccedilos e outros ainda de costas todos se
mostram desapontados Nenhum deles despede
flechas mas todos tentam pegar a lebre com a
matildeo viva para oferececirc-la em sacrifiacutecio e deleitar
Afrodite
οἶσθα γάρ που τὸ περὶ τοῦ λαγὼ λεγόμενον ὡς
πολὺ τς Ἀφροδίτης μέτεστιν αὐτῷ λέγεται οὖν περὶ
μὲν τοῦ θήλεος θηλάζειν τε αὐτὸ ἃ ἔτεκε καὶ
ἀποτίκτειν πάλιν ἐπὶ ταὐτῷ γάλακτικαὶ ἐπικυΐσκει δὲ
καὶ οὐδὲ εἷς χρόνος αὐτῷ τοῦ τοκετοῦ κενός
Vocecirc sabe que se diz sobre a lebre que nela haacute
muito de Afrodite Diz-se da fecircmea que
amamenta os que gerou e concebe novamente
enquanto ainda estaacute amamentando E ateacute
emprenha quando jaacute se encontra prenhe e em
nenhum momento seu ventre encontra-se
infecundo
τὸ δὲ ἄρρεν σπείρει τε ὡς φύσις ἀρρένων καὶ
ἀποκυΐσκει παρ ὃ πέφυκεν οἱ δὲ ἄτοποι τῶν
ἐραστῶν καὶ πειθώ τινα ἐρωτικὴν ἐν αὐτῷ
κατέγνωσαν βιαίῳ τέχνῃ τὰ παιδικὰ θηρώμενοι
O macho gera filhotes segundo a natureza dos
machos e tambeacutem fica prenhe contrariamente ao
que eacute natural Assim os pervetidos dentre os
amantes observaram neste animal certa persuasatildeo
eroacutetica quando perseguem meninos com
artifiacutecios violentos
ταῦτα μὲν οὖν καταλίπωμεν ἀνθρώποις ἀδίκοις καὶ
ἀναξίοις τοῦ ἀντερᾶσθαι σὺ δέ μοι τὴν Ἀφροδίτην
βλέπε ποῦ δὴ καὶ κατὰ τί τῶν μήλων ἐκείνῃ ὁρᾷς
τὴν ὕπαντρον πέτραν ἧς νᾶμα κυανώτατον
ὑπεκτρέχει χλωρόν τε καὶ πότιμον ὃ δὴ καὶ
διοχετεύεται ποτὸν εἶναι ταῖς μηλέαις ἐνταῦθά μοι
τὴν Ἀφροδίτην νόει Νυμφῶν οἶμαι αὐτὴν ἱδρυμένων
ὅτι αὐτὰς ἐποίησεν ρώτων μητέρας καὶ διὰ τοῦτο
εὔπαιδας
Mas deixemos esses assuntos aos homens injustos
e indignos de serem correspondidos no amor e
vocecirc junto comigo olhe para Afrodite Mas onde
estaacute e em que parte do pomar Vocecirc vecirc uma
gruta donde corre um fio de aacutegua do mais puro
azul fresca e potaacutevel que se ramifica para matar
a sede das macieiras Perceba Afrodite laacute creio
que as ninfas lhe dedicaram um templo por tecirc-las
feito matildees dos Amores e por isso matildees
afortunadas
καὶ κάτοπτρον δὲ τὸ ἀργυροῦν καὶ τὸ ὑπόχρυ σον
ἐκεῖνο σανδάλιον καὶ αἱ περόναι αἱ χρυσαῖ ταῦτα
πάντα οὐκ ἀργῶς ἀνπται λέγει δὲ ltἈφροδίτηςgt
O espelho prateado as sandaacutelias douradas e os
broches de ouro tudo ali dedicado natildeo sem
motivo Dizem pertencer a Afrodite pois isso estaacute
gravado neles e mostra que satildeo oferendas das
Ninfas
15
εἶναι καὶ γέγραπται τοῦτο καὶ Νυμφῶν δῶρα εἶναι
λέγεται
καὶ οἱ Ἔρωτες δὲ ἀπάρχονται τῶν μήλων καὶ
περιεστῶτες εὔχονται καλὸν αὐτοῖς εἶναι
Os Amores oferecem a Afrodite as primiacutecias das
macieiras e circundando-a rogam-lhe que seu
pomar seja belo
V Cronograma
1ordm Semestre de 2011
Traduccedilatildeo do Livro I
Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico
Leitura e fichamento de referecircncias modernas
Cursar uma disciplina
2ordm Semestre de 2011
Traduccedilatildeo do Livro II
Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico
Leitura e fichamento de referecircncias modernas
Cursar uma disciplina
1ordm Semestre de 2012
Redaccedilatildeo do primeiro e segundo Capiacutetulos
Cursar uma disciplina
2ordm Semestre de 2012
Redaccedilatildeo do terceiro e quarto capiacutetulos
1ordm Semestre de 2013
Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo
2ordm Semestre de 2013
Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo
Revisatildeo final da Dissertaccedilatildeo e da Traduccedilatildeo
VI Bibliografia essencial Parte significativa da bibliografia apresentada aqui foi apenas levantada
Referecircncias Antigas
ARISTOacuteTELES (2006) De anima Trad Maria Ceciacutelia Gomes dos Reis Satildeo Paulo
Editora 34
____________ (1973) Poeacutetica Trad Eudoro de Souza Satildeo Paulo Ars Poetica
____________ (1985) PoliacuteticaTrad Maacuterio da Gama Kury Brasiacutelia Editora da
Universidade de Brasiacutelia
16
____________ (1998) Retoacuterica Trad Manuel Alexandre Juacutenior Paulo F Alberto e
Abel do N Pena Lisboa Casa da Moeda
DIONIacuteSIO DE HALICARNASSO (1986) Tratado da Imitaccedilatildeo Traduccedilatildeo e ediccedilatildeo de Raul
Miguel Rosado Fernandes Lisboa INIC
HORAacuteCIO(1984) Arte Poeacutetica Trad R M Rosado Fernandes Lisboa Inqueacuterito
LONGINO (1997) Do Sublime In A Poeacutetica Claacutessica Trad Jaime Bruna Satildeo Paulo
Cultrix
PLATAtildeO (2000) A Repuacuteblica Trad Carlos Alberto Nunes Paraacute Editora Universitaacuteria
UFPA
_______ (1952) Sophist In Plato Trad Harold N Fowler London The Loeb
Classical Library
PLUTARCO(1927 REPRINT 1986) The education of childre How a young man should
study poetry On listening to lectures in Moralia Trad Frank Cole Babbit
London Loeb Classical Library
QUINTILIANO (1979-89) The Institutio Oratoria Trad H E Butler London Loeb
Classical Library
SEXTO EMPIRICO (1997) Against the Physicists Against the Ethicists Trad RG
Bury London Loeb Classical Library
_______________ (1987) Against the Professors Trad RG Bury London Loeb
Classical Library
Referecircncias Modernas
ANDERSON G (1993) The Second Sophistic A Cultural Phenomenon in the Roman
Empire New York Routledge
BEALL SM (1993) ldquoWord-painting in the bdquoImagines‟ of the Elder Philostratusrdquo In
Hermes 1213 pp350-363
BENEDIKTSON D T (2000) Literature and the Visual Arts in Ancient Greece
Oklahoma University of Oklahoma Press Norman Publisihing Division of the
University
BERTRAND E(1882) Un critique d‟art dans l‟Antiquiteacute Philostrate et son eacutecole Paris
Thorin 1882 in-8 367p (appendice avec traduction d‟un choix de tableaux)
BILLAULT A (2000) L‟univers de Philostrate Bruxelles Latomus
BORG B E (ed) (2004) Paideia The World of the 2nd
Sophistic Berlin Walter de
Gryter Grub H
BOWIE E amp ELSNER J (2009) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
17
BOWIE E (2009) ldquoPhilostratus the life of a sophistrdquo In BOWIE E ET ELSNER J
(ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
BOWIE EWEN AND ELSNER JAS (ED) (2009) Philostratus Cambridge Cambridge
University Press
BRYSON N (1994) ldquoPhilostratus and the Imaginary Museumrdquo In Simon Goldhill Art
and Text in Ancient Greek Culture Cambridge Cambridge University Press
CONAN M (1987) ldquoThe Imagines of Philostratusrdquo In Word amp Image vol3 ndeg2
pp162-171
CONSTANTINI M GRAZIANI F ET ROLET S(2006) Le deacutefi de lart Philostrate
Callistrate et limage sophistique La Licorne 75 Rennes Presses
Universitaires de Rennes
CORREA PC Filoacutestrato o Velho In Jacqueline Lichtenstein Magnoacutelia Costa (Org)
A Pintura Textos essenciais VolI O mito da pintura 1 ed Satildeo Paulo Editora
34 2004 v 1 p 27-29
CRESCENZO R(1999) Peintures d‟instruction la posteacuteriteacute litteacuteraire des Images de
Philostrate en France de Blaise de Vigenegravere agrave l‟eacutepoque classique Genegraveve Droz
CRIBIORE R (2001) Gymnastics of the Mind Greek Education in Hellenistic and
Roman Egypt Princeton Princeton University Press
DE LANNOY L(1997) Le problegraveme des Philostrate (Eacutetat de la question)In ANRW
II343 2362-2449
DUBEL S (2009) ldquoColour in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER
JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
ELSNER J (2009) ldquoA Protean corpusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER JAS (ED)
Philostratus Cambridge Cambridge University Press
FOWLER D P (1991) ldquoNarrate and Describe The Problem of Ekphrasisrdquo In The
Journal of Roman Studies vol81 pp25-35
GOLDHILL S (2007) ldquoWhat is ekphrasis forrdquo In CP 1021 pp 1-19
GRAZIANI F (2006)rdquoLa veriteacute en image le method sophistiquerdquo In COSTANTINI M
GRAZIANI F ET ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage
sophistique La Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes
HAMON P (1981) ldquoRhetorical Status of Descriptiverdquo Trad Patricia Baudoin In Yale
French Studies nordm61 pp 1-26
JONES C P (2004) ldquoMultiple identities in the age of the Second Sophisticrdquo In BORG
B E (ed) Paideia The World of the 2nd
Sophistic Berlin Walter de Gryter
Grub H
18
JULIAacute V (ED) (2001) Los Antiguos Griegos y su lenguaBuenos Aires Biblos
KOORTBOJIAN M (2005) ldquoMimesis or Phantasia Two Representional Modes in
Roman Commemorative Artrdquo In Classical Antiquity vol24 nordm2 pp285-311
KOSTOPOULOU V (2009) ldquoPhilostratus‟ Imagines 218 Words and Imagesrdquo In
GRBS 49 Pp 81-100
KRIEGER M (1992) Ekphrasis The Illusion of the Natural Sign London The Johns
Hopkins University Press
KUNZ D (1997) Un sentiment d‟image Poeacutetique ndeg112 pp461-474
LAUSBERG H (1966) Manual de Retoacuterica Literaria Trad R M Rosado Fernandes
Lisboa Fund Calouste Gulbenkian
LEACH E W (2000) ldquoNarrative Space and the Viewer in Philostratus‟ Eikonesrdquo In
Mitteilungen des Deutschen Archaumlologishen Institutes Roumlmische Abteilung
(Mainz am Rhein Verlag Philipp von Zabern) vol107 pp237-252
____________________ (1992) ldquoPolyphemus in Landscape Traditions of Pastoral
Courtshiprdquo In Studies in the history of art vol36 pp62-87
LEVY C amp PERNOT L (1997) Dire LbdquoEacutevidence Paris L‟Harmattan
LEHMANN-HARTLEBEN K (1941) ldquoThe Imagines of the Elder Philostratusrdquo The Art
Bulletin vol23 pp16-44
LISSARRAGUE F (1995) ldquoPhilostrate entre les images et les motsrdquo In POMMIER E
Histoire de l‟histoire de l‟art T1 de l‟Antiquiteacute au XVIIIegrave siegravecle Confeacuterences
du Museacutee du Louvre Paris Paris Museacutee du Louvre 1995 pp79-93
MANIERI A (1999) ldquoImagines Principi dell‟estetica filostrateardquo In QUCC 633
PP 111-121
MARCOS G E amp DIacuteAZ M E (ED) (2009) El surgimiento de la phantasiacutea en la Grecia
Claacutesica Buenos Aires Prometeo Libros
MARTINS P (2005) ldquoEneacuteias se reconhecerdquo In Letras Claacutessicas Satildeo Paulo
Humanitas
___________(2006)ldquoTropos na Eneida e uma imagem metafoacutericardquo In Martinho dos
Santos Marcos (org) ndash 1ordm Simpoacutesio de Estudos Claacutessicos Satildeo Paulo
Humanitas pp 91-118
___________ (2008) ldquoPolignoto Paacuteuson Dioniacutesio e Zecircuxis ndash Uma leitura da pintura
antiga claacutessica gregardquo [Aguarda publicaccedilatildeo Campinas IELUNICAMP
Revista Phaos]
___________ (2010) ldquoCicero The Picturing a Rhetoricrdquo [Aguarda Referee]
19
___________(2010) ldquoBreve Criacutetica da Histoacuteria da Literatura Latinardquo [Aguarda
Publicaccedilatildeo em Classica]
MCMAHON A P (1931) ldquoSextus Empiricus and the Artsrdquo Harvard Studies in
Classical Philology 42 pp 79-137
NEWBY Z (2009) ldquoAbsortion and erudition in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN
EWEN AND ELSNER JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge
University Press
NEWMAN S (2002) ldquoAristotle‟s Notion of bdquoBringing-Before-the-Eyes‟ Its
Contibutionss to Aristotelian and Contemporary Conceptualizations of
Metaphor Style and Audiencerdquo In Rhetorica 201 pp 1-23
PASTOUREAU M et GRAZIANI F(1996) ldquoFlux et reflux de l‟iconologie Philostrate les
Images ou tableaux de platte-peinture traduction et commentaires de Blaise de
Vigenegravere 1587rdquo In Critique vol52 ndeg589-590 pp556-560
PHILLIP J A (1961) ldquoMimesis in the Sophistes of Platordquo In Transactions and
Procedures of the American Philological Associationrdquo vol 92 pp 453- 468
PINEDA V(2000) ldquoLa invencioacuten de la eacutecfrasisrdquo In VV AA Homenaje a la Profesora
Carmen Peacuterez Romero Universidad de Extremadura Facultad de Filosofiacutea y
Letras pp 251-69
QUET MH(2006) ldquoVoir entendrese ressouvenir Cadre circonstances et objectif de
l‟aprentissage d‟un plaisir culturel ltlthellenegtgt d‟apregraves le teimognage du
prologue des Images de Philostrate In COSTANTINI M GRAZIANI F ET
ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage sophistique La
Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes
RODOLPHO M (2010) Eacutecfrase e Evidecircncia nas Letras Latinas Doutrina e Praacutexis
Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada junto ao DLCVPPGLCFFLCH da
Universidade de Satildeo Paulo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Paulo Martins
ROSENTHAL O ET JOURDE M (1995) ldquoCe qu‟on entend dans les Images Philostrate
Vigenegravere 1578rdquo In Michel G amp Jourde M L‟inscription du regard Moyen-
Acircge Renaissance Fontenay-aux-Roses ENS (collection Signes)
ROUGET F (1997) ldquoLes Images ou tableaux de platte-peinture de PhilostraterdquoIn
Sixteenth Century Journal284 pp1380-1382
SHAFFER D (1998) ldquoEkphrasis and the Rhetoric of Viewing in Philostratus‟s
Imaginary Museumrdquo In Philosophy amp Rhetoric 314 pp303-316
SILVERMAN A (1991) ldquoPlato on Phantasiardquo In Classical Antiquity 1991 vol10 nordm1
SQUAIRE M (2009) Image and Text in Greco-Roman Antiquity Cambridge
Cambridge University Press
20
SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review
8 1 Pp 5-21
SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER
JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge
Cambridge Univeristy Press
TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo
In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73
WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to
Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New
York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810
WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory
and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited
WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of
Imitation New York Oxford University Press
_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S
HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge
Univeristy Press
YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp
2
Iacutendice
Iacutendice 2
I Objetivos 3
II Justificativa 4
III Metodologia 5
IV Aspectos relevantes do projeto 8
1Introduccedilatildeo 8
2Breve descriccedilatildeo dos capiacutetulos propostos 8
21 A Aacutetica em Roma A Helenizaccedilatildeo e a Segunda Sofiacutestica 8
211 Paideia e pertenccedila 8
212 Contexto especiacutefico 9
22 Eacutecfrase e os trecircs niacuteveis de interlocuccedilatildeo 10
23 Do tropo ao gecircnero a autonomia da eacutecfrase 10
24 Imagem mimese e educaccedilatildeo 11
O proacutelogo de Filoacutestrato em Imagens 11
3Traduccedilatildeo 12
ΕΡΩΤΕΣ 12
AMORES Erro Indicador natildeo definido
V Cronograma 15
VI Bibliografia essencial 15
Referecircncias Antigas 15
Referecircncias Modernas 16
3
I Objetivos
A pesquisa ocupa-se de dois objetos estanques mas interdependentes A primeira parte
consta da traduccedilatildeo anotada e comentada dos ldquoEikonesrdquo (Imagens) obra atribuiacuteda
consensualmente a Filoacutestrato o Velho1 Tal trabalho entenderaacute o texto de partida como
material didaacutetico-retoacuterico-poeacutetico afeito portanto a mediaccedilotildees especiacuteficas de elocuccedilatildeo
estabelecidas por essa poikilia geneacuterica Esse dado tambeacutem enceta nossos criteacuterios de
traduccedilatildeo dos quais poderiacuteamos apontar
1 Aproximaccedilatildeo entre a elocuccedilatildeo do texto grego original segundo suas
especificidades geneacutericas e de performance e o texto final
2 Precisatildeo terminoloacutegica para evitar a projeccedilatildeo de conceitos modernos sobre o
objeto antigo
3 Observaccedilatildeo das questotildees de homologia eou de analogia entre o leacutexico da
pintura e da retoacuterica com anotaccedilatildeo e comentaacuterio
4 Estabelecimento de um glossaacuterio de recursos ou procedimentos pictoacutericos
descritos
5 Estabelecimento de notas de compreensatildeo de matiz linguiacutestico poeacutetico-retoacuterico
mitoloacutegico e histoacuterico-cultural
6 Busca de deleite para o leitor contemporacircneo Tendo em vista as trecircs funccedilotildees
retoacutericas ndash mouere docere e delectare ndash que as Imagens tambeacutem possuem a
traduccedilatildeo fundamentalmente atentaraacuteaos processos utilizados pelo autor para
obtenccedilatildeo de deleite sem poreacutem excluir as outras duas Em outras palavras
como pressupomos que natildeo se tratava na Antiguidade nem se trata agora de
mero manual sobre procedimento retoacuterico a eacutecfrase mas de texto fruiacutevel por
especialistas e natildeo especialistas a traduccedilatildeo atenderaacute agraves questotildees por assim
dizer ldquoliteraacuteriasrdquo
A obra que traduziremos eacute dividida em dois livros precedidos de um proacutelogo e conteacutem
descriccedilotildees de quadros temaacuteticos nomeados O primeiro livro conteacutem 31 quadros e o
segundo 34
1(BOWIE ET ELSNER2009)
4
A segunda parte da pesquisa propotildee anaacutelise do texto isto eacute das descriccedilotildees de pinturas
que estariam em uma villa em Naacutepoles A leitura e anaacutelise do texto partiraacute de
pressupostos sobre a mateacuteria ecfraacutestica jaacute assentados por Rodolpho2 principalmente
daqueles em que observamos as teorias da linguagem visual dos estoacuteicos (para os quais
essa linguagem constitui uma categoria central de sua oacuteptica e psicologia3) e nos dos
ceacuteticos notadamente Sexto Empiacuterico que no tratado Contra os Matemaacuteticos apresenta
uma teoria da representaccedilatildeo mental para aferirmos a relaccedilatildeo entre eacutecfrase percepccedilatildeo
fantasia mimese comoccedilatildeo e educaccedilatildeo observada na obra desse autor
Outra obra Dialexis 2 (uma pequena peccedila retoacuterica) seraacute tambeacutem traduzida pois seu
conteuacutedo estaacute em relaccedilatildeo direta com o proecircmio de Imagens e segundo Swain4 pode
ateacute mesmo ter servido como introduccedilatildeo a uma das descriccedilotildees ali contidas
Nesse sentido apresentamos a estrutura para a segunda parte desta dissertaccedilatildeo de
mestrado
Capiacutetulo 1 A Aacutetica em Roma A Helenizaccedilatildeo e a Segunda Sofiacutestica
Capiacutetulo 2 Eacutecfrase e os trecircs niacuteveis de interlocuccedilatildeo
Capiacutetulo 3 Do tropo ao gecircnero a autonomia da eacutecfrase
Capiacutetulo 4 Imagem mimese e educaccedilatildeo
II Justificativa
Esta pesquisa justifica-se
1) pela relevacircncia do autor e a pouca atenccedilatildeo que tem recebido nos Estudos
Claacutessicos no Brasil De sua obra foram traduzidos para o portuguecircs apenas
alguns excertos5
2) pela possibilidade concomitante que a obra apresenta (e que a traduccedilatildeo buscaraacute
manter) de agradar simplesmente mas tambeacutem de delimitar conceitos de
eacutecfrase enargia e fantasia
2 (RODOLPHO 2010)
3 (GODHILL 2007)
4 (SWAIN 2009 41)
5 Prof Dra Paula da Cunha Correa na seacuterie de 14 livros dedicados agrave pintura da Editora 34 organizados
por Jacqueline Lichtenstein
5
3) Pela interlocuccedilatildeo que manteacutem com alguns trabalhos atuais realizados fora do
Brasil
4) Por sua inserccedilatildeo no trabalho do nuacutecleo de pesquisa IAC do PPGLC ndash USP e
afinidades com outras aacutereas dos Estudos Claacutessicos
Filoacutestrato cidadatildeo romano nascido na Greacutecia recebeu pelo menos parte de sua
educaccedilatildeo em Atenas Produziu obra vasta e diversificada que abarca grande espectro
geneacuterico e nos daacute elementos para melhor compreender o que era ser grego ou o que se
considerava ser grego no periacuteodo aleacutem de nos oferecer matizes para compreender as
interferecircncias muacutetuas entre o universo cultural heleniacutestico e o romano que estatildeo na
base da ldquocultura helecircnicardquo do periacutedo revitalizada no principio da era cristatilde
Atualmente satildeo aceitas como suas Vida dos Sofistas Vida de Apolocircnio de Tiana
Heroico Imagens Cartas Ginaacutestica e Nero Vaacuterias delas foram modelo de emulaccedilatildeo
posterior
Eacute de registrar que Filoacutestrato como o periacuteodo ao qual deu nome Segunda Sofiacutestica vecircm
recebendo atenccedilatildeo crescente dos pesquisadores em Letras Claacutessicas fora do Brasil Em
2007 foi editado um volume que trata da cultura no periacuteodo Severiano (organizado por
Simon Swain Stephen Harrison e Jaś Elsner) e em 2009 foi lanccedilado livro dedicado a
Filoacutestrato organizado por dois professores da Universidade de Oxford (Elsner e
Bowie) Alguns autores vecircm se ocupando de sua obra eou aspectos teoacutericos a ela
relacionados Ruth Webb Jaś Elsner Simon Goldhill e Thomas Benediktson
A pesquisa proposta integra as atividades do Grupo de Pesquisa (CNPq) e do Nuacutecleo de
Pesquisa ldquoImagens da Antiguumlidade Claacutessicardquo6 do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em
Letras Claacutessicas do DLCVFFLCHUSP coordenado pelo Prof Dr Paulo Martins
Por uacuteltimo haacute se notar que o texto em questatildeo abre a possibilidade de interlocuccedilotildees
com diversas aacutereas dos Estudos Claacutessicos como por exemplo a histoacuteria e histoacuteria da
arte constituindo pois valoroso manancial de intersecccedilatildeo de conhecimentos
III Metodologia
Os trabalhos levados a termo na aacuterea de Letras Claacutessicas no mais das vezes
restringem-se fundamentalmente agrave biblioteca natildeo soacute pela atividade tradutoacuteria mas
6 httpwwwuspbriac
6
inquestionavelmente por implicar leitura de fontes antigas e modernas Portanto
metodologia cientiacutefica nessa aacuterea natildeo eacute atinente agrave observaccedilatildeo de experimentos ou agrave
pesquisa de campo ndashque podem por exemplo supor tabulaccedilatildeo de resultados ou opccedilatildeo
de mecanismos de afericcedilatildeo ndash mas a meacutetodos de pesquisa bibliograacutefica que supotildee opccedilatildeo
teoacuterica e o respectivo corpus
Como jaacute explicitamos acima o vieacutes teoacuterico com que analisaremos o texto de Filoacutestrato a
primeira e principal questatildeo metodoloacutegica eacute a escolha do texto base A despeito de natildeo
termos acesso aos principais manuscritos e natildeo julgarmos ser esse o cerne de nossa
pesquisa a saber a edoacutetica informamos que as ediccedilotildees modernas de Filoacutestrato satildeo
todas baseadas nos seguintes manuscritos Laurentianus LXVIX (30) seacutec XIII F
Parisiensis Gr 1696 seacutec XIV P Vindobonensis 331 seacutec XIV V1 Vaticanus 1898
seacutec XIII V2 e Vaticanus 98 seacutec XIII V
Quanto agraves ediccedilotildees modernas temos
NEGRI STEPHANI (1521) Stephani Negri elegātissima e gręco Author subditor
trāslationesvidelicet Philostrati Icones Pythagorę aureucirc Athenęi collectanea
et alia multa scitu digniss amp rara incretu etc ms Notes 2 pt Per lo De
Castelliono Mediolani
FILOacuteSTRATO (1503) Tade enestin en tode to biblio Loukianou Philostratou eikones
tou autou Heroika tou autou bioi sophiston Philostratou neoterou eikones
Kallistratou ekphraseis = Quae hoc volumine continentur luciani opera Icones
Philostrati Ejusdem Heroica ejusdem vitae sophistarum Icones junioris
Philostrati Descriptiones Callistrati Venezia in Aedibus Aldis
___________ (1517) Quae hoc volumine continentur Icones Philostrati etchellipgrec
Florentiae sumptu P Juntae
___________ (1550) Philostrati imagines Eiusdem heroica Eiusde uitae
Sophistarum Philostrati Iunioris Imagines Callistrati descriptiones etchellipgrec
Venetiis apud P amp IM Nicolinos
___________ (1578) Les Images ou tableaux de platte peinture des deux Philostrates
Sophistes grecs et les Statues de Callistrate Paris Nicolas Chesneau
___________ (1602) La Suitte de Philostrate (les Images ou tableaux de Platte
Peinture du jeune Philostrate La description de Callistrate de quelques statues
antiques Les Heacuteroiumlques de Philostrate etchellip traduits de grec en Franccedilois) par
Blaise de Vigenegravere Paris A Langellier
___________ (1609) Philostratus Iconum initio De pictura In Martini (m) Pomp
Gauricihellip De sculptura Liber etc
7
___________ (1611) Les Images ou tableaux de platte peinture mis en franccedilois par
Blaise de Vigenegravere tome premier (preacuteface et sonnet de G Linocier vers de
Moysson J Carlin) Tournon Claude Michel
___________ (1615) Les images ou Tableaux de platte peinture des deux Philostrates
sophistes grecs et les statues de Callistrate mis en francois par Blaise de
Vigenegraverehellipavec des eacutepigrammes sur chacun diceux par Artus Thomas Sieur
d‟Embry- Reveus[ ] et corrigez sur l‟original par un docte personnage de ce
temps en la langue grecque et repreacutesentez en taille douce en cette nouvelle ed
Paris l‟Angelier
___________ (1637) Les images ou Tableaux de platte peinture des deux Philostrate
et les statues de Callistrate La description de quelques statues antiques tant
de marbre comme de bronze mis en franccedilois par Blaise de Vigenegravere Avec des
eacutepigrammes sur chacun diceux par Artus Thomas Sieur d‟Embry Reveus et
corrigezhellip et repreacutesentez en taille douce en cette nouvelle eacuted Paris Cramoisy
Quanto agraves traduccedilotildees para as liacutenguas modernas temos
FILOacuteSTRATO (1931) Imagines (descriptions de Callistratus) traduit par Arthur
FAIRBANKS London Heinemann New York Putnam 1931
__________ (1968) Die Bilder griechisch-deutsch Muumlnchen E Heimeran 1968
__________ (1991) La galerie de tableaux traduit par Auguste Bougot reacuteviseacute et
annoteacute par Franccedilois Lissarrague preacuteface de Pierre Hadot Paris les Belles
Lettres
__________ (1993) Imagravegenes Filostrato el Viejo Filostrato el Joven Descipciones
Calistrato Edicion a cargo de Luis Alberto de Cuenca y Miguel Angel
Elvira Madrid Siruela
__________ (1995) Les Images ou tableaux de platte peinture 2 volumes traduction
et commentaires de Blaise de Vigenegravere (1578) preacutesenteacute et annoteacute par
Franccediloise GRAZIANI Paris Honoreacute Champion
__________ (1997) Immagini Traduction et notes de Franco Fanizza et Gianni
Schilardi Lecce Argo
A segunda questatildeo metodoloacutegica diz respeito ao procedimento adotado na traduccedilatildeo e no
estabelecimento das notas de compreensatildeo para o quais aleacutem do que fisicamente estaacute
disponiacutevel nas bibliotecas da USP UNICAMP e UNESP mormente a indexaccedilatildeo do
L‟Anneacutee philologique seraacute realizado levantamento bibliograacutefico virtual nos perioacutedicos
indexados no JStor e Muse Project
8
IV Aspectos relevantes do projeto
1Introduccedilatildeo
Imagens composto de descriccedilotildees de pinturas eacute o primeiro livro em prosa a tratar do
tropo retoacuterico da eacutecfrase de forma unificada e como foco temaacutetico de uma obra7
Influenciou toda a discussatildeo posterior do tropo (eacutecfrase) e eacute a partir dele que se passou a
definiacute-lo exclusivamente como a descriccedilatildeo de obras de arte Importante notar
entretanto que isso ocorreu pela leitura ldquoliteralrdquo desse texto sem que se levasse em
conta seu contexto enunciativo Imagens eacute uma composiccedilatildeo complexa que traz em si
muacuteltiplas referecircncias e muacuteltiplos gecircneros
2Breve descriccedilatildeo dos capiacutetulos propostos
21 A Aacutetica em Roma A Helenizaccedilatildeo e a Segunda Sofiacutestica
211 Paideia e pertenccedila
A elite grega ancorava sua superioridade em termos de educaccedilatildeo ou melhor na
paideia palavra que designa civilizaccedilatildeo e cultura (produccedilatildeo intelectual) e tambeacutem
muacutesica e ginaacutestica Assim aqueles que tinham acesso agrave paideia eram os chamados
pepaideumecircnos ldquoos instruiacutedosrdquo em oposiccedilatildeo aos idiotai ldquoos natildeo instruiacutedosrdquo (uma
subelite na cultura grega) e os barbaroi ldquoos natildeo falantes de gregordquo A natureza da
educaccedilatildeo ideal natildeo era consensual e os textos dos autores do periacuteodo ndash filosoacuteficos
retoacutericos histoacutericos satiacutericos e biograacuteficos ndash espelham tal dissenso
Entretanto eacute possiacutevel identificar um fator unificador em todos eles o enraizamento de
todas as formas de identificaccedilatildeo cultural na tradiccedilatildeo e no passado Embora isso se decirc
fundamentalmente como um problema cultural tinha grande relevacircncia poliacutetica pois
sancionava direito ao exerciacutecio do poder por parte daquela elite cultural grega alinhado
diretamente aos grandes nomes do passado glorioso da Heacutelade
A obra de Filoacutestrato insere-se nesse contexto e compreende grande diversidade
geneacuterica com temas sempre calcados no passado e na tradiccedilatildeo que ao mesmo tempo
operam poreacutem sutis alteraccedilotildees e atenuam os limites e as fronteiras entre os diversos
gecircneros
7 (SWAIN 200944)
9
212 Contexto especiacutefico
Logo no iniacutecio do livro A Vida de Apolocircnio de Tiana Filoacutestrato afirma ldquofazer parte do
ciacuterculo de Julia Domna esposa de Severiano (Iulia heacute basilis8) pois ela admirava e
apreciava todo tipo de oraccedilatildeo retoacutericardquo Muito jaacute se especulou a respeito desse
ldquociacuterculordquo imaginando-se que fosse uma espeacutecie de corte que atraiacutea os principais
pensadores da eacutepoca No entanto as evidecircncias quanto natureza dele satildeo escassas e natildeo
haacute informaccedilotildees precisas sobre sua magnitude constituiccedilatildeo eou duraccedilatildeo Tal ressalva eacute
importante pois muitos autores a partir daiacute fizeram inferecircncias sobre a ldquovida de
Filoacutestrato na corterdquo e interpretaram sua obra como expressatildeo da poliacutetica imperial O
exame da produccedilatildeo de Filoacutestrato contudo natildeo traz nenhuma evidecircncia de filiaccedilatildeo a um
suposto programa imperial
Filoacutestrato viveu a maior parte de sua vida adulta durante a dinastia severiana De forma
geral nessa eacutepoca eacute possiacutevel identificar sinais de continuidade com a produccedilatildeo em
prosa grega observada na eacutepoca dos Antoninos mas observam-se tambeacutem alguns
elementos distintivos Neste periacuteodo comeccedilaram a surgir refutaccedilotildees quanto agrave
superioridade da cultura grega Por exemplo Dioacutegenes Laeacutercio nas Vidas dos
Filoacutesofos Famosos insistia que a sabedoria e a proacutepria humanidade haviam surgido na
Greacutecia Cita Aristoacuteteles e Soacutetion como proponentes da ideia de que a filosofia tivera
origem entre os povos ldquobaacuterbarosrdquo Entretanto ele provavelmente dirigia-se a autores
judeus e cristatildeos de seu proacuteprio periacuteodo que vinham atacando a supremacia cultural
reclamada pelos gregos
Assim sem querer atribuir intencionalidade agrave obra de Filoacutestrato que frequentava a uma
corte romana composta por governantes feniacutecios e tunisianos que transitava entre as
vaacuterias proviacutencias do Impeacuterio podemos traccedilar um paralelo entre sua obra -que explora as
fronteiras entre os gecircneros e os limites de cada um em particular e transforma a tradiccedilatildeo
incorporando-lhe novos elementos sem no entanto abandonaacute-la - e o conceito exposto
por Norberto Guarinello na palestra ldquoO que eacute o Impeacuterio Romanordquo9 de que natildeo seria
adequado falarmos propriamente em fronteiras do Impeacuterio Romano mas sim em
ldquofranjas fronteiriccedilasrdquo em linhas divisoacuterias fluidas entre diferentes povos diferentes
liacutenguas e tradiccedilotildees
8 (FILOacuteSTRATO AT 138)
9 LEIR III Coloacutequio ndash ldquoAs Formas do Impeacuterio Romanordquo em Mariana-MG de 28 - 30 de abril de 2009
10
22 Eacutecfrase e os trecircs niacuteveis de interlocuccedilatildeo
Aceitaremos o que o autor propotildee no prefaacutecio em princiacutepio como
verdadeiroverossiacutemil10
Segundo esse prefaacutecio as descriccedilotildees foram feitas a um menino
de 10 anos de idade (a seu pedido) e a um grupo de potenciais pupilos pouco mais
velhos Para o proacuteprio autor sua funccedilatildeo naquele momento eacute ensinar a ldquointerpretar a
pintura formando seu gostordquo11
Assim considerando a situaccedilatildeo primaacuteria da composiccedilatildeo
da obra haacute o primeiro grupo (ainda segundo o prefaacutecio) que vecirc as obras enquanto o
autor as descreve No grupo vemos de um lado um menino interessado principalmente
nas explicaccedilotildees e interpretaccedilotildees das pinturas De outro os demais jovens interessados
natildeo soacute nesse aspecto descritivo mas tambeacutem na arte retoacuterica do orador (o professor)
Aleacutem disso se a obra foi escrita como registro dessas exposiccedilotildees orais ela teraacute como
destinataacuterios ouvintes12
e leitores que jaacute natildeo tecircm as obras diante dos olhos Dessa
maneira de pronto considerando a diversidade de recepccedilatildeo obteremos uma chave (ou
chaves) de leitura determinando os limites de decoro entre o texto e a recepccedilatildeo O autor
utilizaraacute a memoacuteria e a imaginaccedilatildeo (phantasiacutea) de seu puacuteblico para obter efeito
desejado isto eacute a visualizaccedilatildeo Isso ele consegue natildeo simplesmente descrevendo em
palavras aquilo que estaacute sendo ldquovistordquo mas recriando as pinturas e situaccedilotildees educando
e direcionando o olhar (seja o olhar ldquofiacutesicordquo seja o olhar da mente) dando a ver tanto
aquilo que estaacute reproduzido como aquilo que natildeo estaacute reproduzido no quadro
Desse modo se o autor eacute bem sucedido podemos entatildeo dizer que todos ndash vendo ou natildeo
os quadros ldquoreais ou natildeordquo ndash de fato visualizam as pinturas Cumpre portanto a funccedilatildeo
preciacutepua da eacutecfrase trazer diante dos olhos de maneira viacutevida
23 Do tropo ao gecircnero a autonomia da eacutecfrase
Para os criacuteticos modernos eacutecfrase eacute uma descriccedilatildeo de obras de arte Entretanto o
conceito antigo deste tropo retoacuterico eacute mais amplo que essa definiccedilatildeo Para os antigos
(segundo os progyminasmata ou praexercitamina) eacutecfrase eacute simplesmente aquilo que
ldquocontribui para provocar o efeito de visualizaccedilatildeo do discurso verbalrdquo13
Assim eacutecfrase
deve ser entendida em um contexto em que a palavra eacute concebida como uma ldquoforccedila que
10
(MARTINS2 2010) 11
sect3 prefaacutecio Imagines 12
Provavelmente a obra foi apresentada em outras ocasiotildees a um auditoacuterio anaacutelogo ao primeiro
(Introduccedilatildeo da traduccedilatildeo francesa 5) 13
(RODOLPHO 3)
11
age sobre o ouvinterdquo14
Desta maneira o referente da eacutecfrase tem valor secundaacuterio e o
que importa eacute o impacto sobre a audiecircncia a eacutecfrasetransforma pois os ouvintes e
leitores em expectadores15
Compreendendo-se eacutecfrase dessa maneira observamos que designa um recurso
utilizado em vaacuterios gecircneros de discurso desde a ceacutelebre descriccedilatildeo do escudo de Aquiles
na Iliacuteada os idiacutelios de Teacuteoacutecrito e Mosco e os epigramas da Antologia ateacute os discursos
judiciaacuterios em Roma
Filoacutestrato pela primeira vez em Imagens transforma este recurso no foco principal de
uma obra ndash assim aquilo que era conteuacutedo presente em diversos gecircneros passa a ser o
continente a moldura ou seja uma sineacutedoque de gecircnero letrado
O autor natildeo apenas descreve as pinturas como faz uso de toda a variedade de
possibilidades do tropo ndash passa de narrativas miacuteticas a descriccedilotildees de paisagens de
personificaccedilotildees a naturezas mortas ndash e apresenta como pinturas temas letrados que
fazem parte de outros gecircneros ndash eacutepico bucoacutelico traacutegico etc ndash que contecircm por sua
vez eacutecfrases em si mesmos16
Podemos assim dizer que a eacutecfrase aqui se autonomiza deixa de ser recurso e passa a
ser um fim constituindo-se num gecircnero
24 Imagem mimese e educaccedilatildeo
O proacutelogo de Filoacutestrato em Imagens
Filoacutestrato inicia o proacutelogo de Imagens afirmando que quem despreza a pintura despreza
a verdade e a sabedoria Mais adiante afirma que somente a pintura eacute capaz de mostrar
o verdadeiro caraacuteter dos herois por meio de suas expressotildees faciais Aleacutem disso afirma
tambeacutem o caraacuteter didaacutetico de sua exposiccedilatildeo
Nesta pesquisa investigaremos a relaccedilatildeo entre a obra e as concepccedilotildees de como as artes
mimeacuteticas se relacionavam com a educaccedilatildeo pois se por um lado Filoacutestrato identifica a
sophia com o domiacutenio das vaacuterias technai segundo um modelo platocircnico por outro
afirma que a pintura conteacutem em si a verdade ndash em uma posiccedilatildeo contraacuteria agrave da
14
(WEBB 20095) 15
id ib 16
(ELSNER 200915)
12
Academia - e que eacute possiacutevel ensinar os jovens por meio dela Para tanto consultaremos
outras fontes antigas com as quais Filoacutestrato dialoga Platatildeo na Repuacuteblica e o Sofista
Aristoacuteteles na Poeacutetica Retoacuterica e Poliacutetica Longino no Tratado do Sublime Dioniacutesio
de Halicarnasso no Tratado da Imitaccedilatildeo Horaacutecio na Arte Poeacutetica e Plutarco
3Traduccedilatildeo
Apresento aqui uma primeira traduccedilatildeo ainda natildeo anotada do quadro 6 ndash Amores
ΕΡΩΤΕΣ
Μλα Ἔρωτες ἰδοὺ τρυγῶσιν εἰ δὲ πλθος αὐτῶν
μὴ θαυμάσῃς Νυμφῶν γὰρ δὴ παῖδες οὗτοι
γίνονται τὸ θνητὸν ἅπαν διακυβερνῶντες πολλοὶ
διὰ πολλά ὧν ἐρῶσιν ἄνθρωποι τὸν δὲ οὐράνιόν
φασιν ἐν τῷ οὐρανῷ πράττειν τὰ θεῖα μῶν ἐπῄσθου
τι τς ἀνὰ τὸν κπον εὐωδίας ἢ βραδύνει σοι τοῦτο
ἀλλὰ προθύμως ἄκουε προσβαλεῖ γάρ σε μετὰ τοῦ
λόγου καὶ τὰ μλα
AMORES
Olhe Os Amores estatildeo colhendo maccedilatildes Se haacute
muitos natildeo se espante Satildeo filhos das ninfas
governam tudo o que eacute mortal e satildeo muitos pois
muitas satildeo as coisas que os homens amam Dizem
que um deles celeste rege ateacute mesmo os assuntos
divinos Vocecirc natildeo sente um doce aroma que vem
do pomar ou isso lhe eacute imperceptiacutevel Mas escute
com boa vontade pois as maccedilatildes com minhas
palavras vatildeo atingi-lo
ὄρχοι μὲν οὗτοι φυτῶν ὀρθοὶ πορεύονται τοῦ μέσου
δὲ αὐτῶν ἐλευθερία βαδίζειν πόα δὲ ἁπαλὴ κατέχει
τοὺς δρόμους οἵα καὶ κατακλιθέντι στρωμνὴ εἶναι
Estas fileiras de aacutervores alinham-se perfeitamente
e haacute espaccedilo entre elas para caminhar Uma relva
recobre suave os caminhos e serve de leito m13cio
aos que nela se deitam
ἀπ ἄκρων δὲ τῶν ὄζων μλα χρυσᾶ καὶ πυρσὰ καὶ
ἡλιώδη προσάγονται τὸν ἑσμὸν ὅλον τῶν ρώτων
γεωργεῖν αὐτά φαρέτραι μὲν οὖν χρυσόπαστοι καὶ
χρυσᾶ καὶ τὰ ἐν αὐταῖς βέλη γυμνὴ τούτων ἡ ἀγέλη
πᾶσα καὶ κοῦφοι διαπέτονται περιαρτήσαντες αὐτὰ
ταῖς μηλέαις αἱ δὲ ἐφεστρίδες αἱ ποικίλαι κεῖνται μὲν
ἐν τῆ πόᾳ μυρία δὲ αὐτῶν τὰ ἄνθη οὐδὲ
ἐστεφάνωνται τὰς κεφαλὰς ὡς ἀποχρώσης αὐτοῖς
τς κόμης πτερὰ δὲ κυάνεα καὶ φοινικᾶ καὶ χρυσᾶ
ἐνίοις μόνον οὐ καὐτὸν πλήττει τὸν ἀέρα ξὺν
ἁρμονίᾳ μουσικῆ
Da ponta dos galhos brilham maccedilatildes cor de ouro
vermelho-fogo e amarelo-sol oferecendo-se a
todo o bando de Amores para serem colhidas
Aljavas cravejadas de ouro guardam flechas
aacuteureas e o bando esvoaccedila leve apoacutes penduraacute-las
nas macieiras Suas capas bordadas estendem-se
pela relva e delas emana o brilho de miriacuteades de
cores Guirlandas natildeo lhes enfeitam a cabeccedila
bastam os cabelos As asas azul-mar puacuterpura e
em alguns douradas vibram o ar e em harmonia
produzem quase muacutesica
φεῦ τῶν ταλάρων εἰς οὓς ἀποτίθενται τὰ μλα ὡς
πολλὴ μὲν περὶ αὐτοὺς ἡ σαρδώ πολλὴ δὲ ἡ
σμάραγδος ἀληθὴς δ ἡ μάργηλις ἡ συνθήκη δὲ
Veja as cest13s que lindas crivadas de
sardocircnicas esmeraldas e peacuterolas verdadeiras
Decerto obra de Hefesto Ali guardam as maccedilatildes
Mas de escadas feitas pelo deus os Amores natildeo
precisam voando alcanccedilam as maccedilatildes no alto das
13
αὐτῶν Ἡφαίστου νοείσθω οὐ δὲ κλιμάκων δέονται
πρὸς τὰ δένδρα παρ αὐτοῦ ὑψοῦ γὰρ καὶ ἐς αὐτὰ
πέτονται τὰ μλα
aacutervores
καὶ ἵνα μὴ τοὺς χορεύοντας λέγωμεν ἢ τοὺς
διαθέοντας ἢ τοὺς καθεύδοντας ἢ ὡς γάνυνται τῶν
μήλων ἐμφαγόντες ἴδωμεν ὅ τι ποτὲ οὗτοι νοοῦσιν
Nem vou falar dos que danccedilam em roda dos que
correm dos que estatildeo deitados e dos que se
alegram comendo as maccedilatildes mas vejamos o que
estes outr13s significam
οἱ γὰρ κάλλιστοι τῶν ρώτων ἰδοὺ τέτταρες
ὑπεξελθόντες τῶν ἄλλων δύο μὲν αὐτῶν
ἀντιπέμπουσι μλον ἀλλήλοις ἡ δὲ ἑτέρα δυὰς ὁ μὲν
τοξεύει τὸν ἕτερον ὁ δὲ ἀντιτοξεύει καὶ οὐδὲ ἀπειλὴ
τοῖς προσώποις ἔπεστιν ἀλλὰ καὶ στέρνα
παρέχουσιν ἀλλήλοις ἵν13ἐκεῖ που τὰ βέλη περάσῃ
καλὸν τὸ αἴνιγμα σκόπει γάρ εἴ που ξυνίημι τοῦ
ζωγράφου
Olhe Quatro dos mais belos Amores escapam
discretamente dos outros Dois deles brincam
jogando uma maccedilatilde de um para o outro os outros
dois um flecha o outro que13revida No rosto
nenhuma raiva mas oferecem o peito um ao outro
para que as flechas acertem bem ali Belo enigma
Agora veja se eu consigo compreender o pintor
φιλία ταῦτα ὦ παῖ καὶ ἀλλήλων ἵμερος Menino isso eacute o Amor e o desejo que tecircm um
pelo 13utro
οἱ μὲν γὰρ διὰ τοῦ μήλου παίζοντες πόθου ἄρχονται
ὅθεν ὁ μὲν ἀφίησι φιλήσας τὸ μλον ὁ δὲ ὑπτίαις
αὐτὸ ὑποδέχεται ταῖς χερσὶ δλον ὡς ἀντι φιλήσων
εἰ λάβοι καὶ ἀντιπέμψων αὐτό τὸ δὲ τῶν τοξοτῶν
ζεῦγος ἐμπεδοῦσιν ἔρωτα ἤδη φθάνοντα καὶ φημὶ
τοὺς μὲν παίζειν ἐπὶ τῷ ἄρξασθαι τοῦ ἐρᾶν τοὺς δὲ
τοξεύειν ἐπὶ τῷ μὴ λξαι τοῦ πόθου
Os que brincam com a maccedilatilde estatildeo comeccedilando a
se desejar O que primeiro lanccedila a maccedilatilde a beija e
o outro com as matildeos estendidas para beijaacute-la se
a pega joga-a de volta13A dupla que desfere
flechas estaacute confirmando um amor jaacute existente
Por isso eu digo que os que brincam estatildeo
comeccedilando a se amar os outros dois atiram-se
flechas para que o desejo natildeo acabe
ἐκεῖνοι μὲν οὖν περὶ οὓς οἱ πολλοὶ θεαταί θυμῷ
συμπεπτώκασι καὶ ἔχει τις αὐτοὺς πάλη λέξω καὶ
τὴν πάλην καὶ γὰρ τοῦτο ἐκλιπαρεῖς ὁ μὲν ᾕρηκε
τὸν ἀντίπαλον περιπτὰς αὐτῷ κατὰ τῶν νώτων καὶ
εἰς πνῖγμα ἀπολαμβάνει καὶ καταδεῖ τοῖς σκέλεσιν ὁ
δὲ οὔτε ἀπαγορεύει καὶ ὀρθὸς ὑπανίσταται καὶ
διαλύει τὴν χεῖρα ὑφ ἧς ἄγχoεται στρεβλώσας ἕνα
τῶν δακτύλων μεθ ὃν οὐκέτι οἱ λοιποὶ ἔχουσιν οὐδέ
εἰσιν ἐν τῷ ἀπρίξ ἀλγεῖ δὲ ltὁgt στρεβλούμενος καὶ
κατεσθίει τοῦ ltσυμgtπαλαιστοῦ τὸ οὖς ὅθεν
δυσχεραίνουσιν οἱ θεώμενοι τῶν ρώτων ὡς
ἀδικοῦντι καὶ ἐκπαλαίοντι καὶ μήλοις αὐτὸν
καταλιθοῦσι
Aqueles outros em torno dos quais haacute muitos
espectadores caem um sobre o outro com ardor
a lutar Vou descrever a luta jaacute que assim vocecirc
tanto quer voando um deles segura o oponente
por traacutes sufocando-o e prendendo-lhe as pernas
Mas este natildeo desiste e se levanta Solta a matildeo que
o sufoca torcendo-lhe um dos dedos o que tira a
forccedila dos outros que aliviam o aperto e a asfixia
O que tem o dedo torcido sentindo dor empurra
o oponente com a matildeo mordendo-lhe a orelha
Mas os expectadores natildeo tolerando o lutador
desleal ldquoapedrejam-nordquo de maccedilatildes
μηδὲ ὁ λαγὼς ἡμᾶς ἐκεῖνος διαφυγέτω
συνθηράσωμεν δὲ αὐτὸν τοῖς Ἔρωσι τοῦτο τὸ
θηρίον ὑποκαθήμενον ταῖς μηλέαις καὶ σιτούμενον
Natildeo deixemos que aquela lebre nos escape
Vamos caccedilaacute-la junto com os Amores Ela estaacute
sentada sob as macieiras comendo as maccedilatildes
caiacutedas no chatildeo deixando muitas comidas apenas
14
τὰ πίπτοντα εἰς γν μλα πολλὰ δὲ καὶ ἡμίβρωτα
καταλεῖπον διαθηρῶσιν οὗτοι καὶ καταράσσουσιν ὁ
μὲν κρότῳ χειρῶν ὁ δὲ κεκραγώς ὁ δὲ ἀνασείων
τὴν χλαμύδα καὶ οἱ μὲν ὑπερπέτονται τοῦ θηρίου
καταβοῶντες οἱ δὲ μεθέπουσιν αὐτὸ πεζοὶ κατ
ἴχνος ὁ δ ὡς ἐπιρρίψων ἑαυτὸν ὥρμησε καὶ τὸ
θηρίον ἄλλην ἐτράπετο ὁ δὲ ἐπιβουλεύει τῷ σκέλει
τοῦ λαγώ τὸν δὲ καὶ διωλίσθησεν ᾑρηκότα
pela metade e eles a caccedilam e perseguem Este
aqui batendo as matildeos aquele gritando aquele
outro agitando o manto Alguns gritando voam
sobre a lebre outros datildeo-lhe caccedila a peacute Um deles
se lanccedila sobre ela O animal se esquiva outro
deles tenta pegaacute-la pelas patas de traacutes e pega mas
ela escapa
γελῶσιν οὖν καὶ καταπεπτώκασιν ὁ μὲν ἐς πλευράν
ὁ δὲ πρηνής οἱ δὲ ὕπτιοι πάντες δὲ ἐν τοῖς τς
διαμαρτίας σχήμασι τοξεύει δὲ οὐδείς ἀλλὰ
πειρῶνται αὐτὸν ἑλεῖν ζῶντα ἱερεῖον τῆ Ἀφροδίτῃ
ἥδιστον
Entatildeo rindo e se jogando no chatildeo uns de lado
outros de bruccedilos e outros ainda de costas todos se
mostram desapontados Nenhum deles despede
flechas mas todos tentam pegar a lebre com a
matildeo viva para oferececirc-la em sacrifiacutecio e deleitar
Afrodite
οἶσθα γάρ που τὸ περὶ τοῦ λαγὼ λεγόμενον ὡς
πολὺ τς Ἀφροδίτης μέτεστιν αὐτῷ λέγεται οὖν περὶ
μὲν τοῦ θήλεος θηλάζειν τε αὐτὸ ἃ ἔτεκε καὶ
ἀποτίκτειν πάλιν ἐπὶ ταὐτῷ γάλακτικαὶ ἐπικυΐσκει δὲ
καὶ οὐδὲ εἷς χρόνος αὐτῷ τοῦ τοκετοῦ κενός
Vocecirc sabe que se diz sobre a lebre que nela haacute
muito de Afrodite Diz-se da fecircmea que
amamenta os que gerou e concebe novamente
enquanto ainda estaacute amamentando E ateacute
emprenha quando jaacute se encontra prenhe e em
nenhum momento seu ventre encontra-se
infecundo
τὸ δὲ ἄρρεν σπείρει τε ὡς φύσις ἀρρένων καὶ
ἀποκυΐσκει παρ ὃ πέφυκεν οἱ δὲ ἄτοποι τῶν
ἐραστῶν καὶ πειθώ τινα ἐρωτικὴν ἐν αὐτῷ
κατέγνωσαν βιαίῳ τέχνῃ τὰ παιδικὰ θηρώμενοι
O macho gera filhotes segundo a natureza dos
machos e tambeacutem fica prenhe contrariamente ao
que eacute natural Assim os pervetidos dentre os
amantes observaram neste animal certa persuasatildeo
eroacutetica quando perseguem meninos com
artifiacutecios violentos
ταῦτα μὲν οὖν καταλίπωμεν ἀνθρώποις ἀδίκοις καὶ
ἀναξίοις τοῦ ἀντερᾶσθαι σὺ δέ μοι τὴν Ἀφροδίτην
βλέπε ποῦ δὴ καὶ κατὰ τί τῶν μήλων ἐκείνῃ ὁρᾷς
τὴν ὕπαντρον πέτραν ἧς νᾶμα κυανώτατον
ὑπεκτρέχει χλωρόν τε καὶ πότιμον ὃ δὴ καὶ
διοχετεύεται ποτὸν εἶναι ταῖς μηλέαις ἐνταῦθά μοι
τὴν Ἀφροδίτην νόει Νυμφῶν οἶμαι αὐτὴν ἱδρυμένων
ὅτι αὐτὰς ἐποίησεν ρώτων μητέρας καὶ διὰ τοῦτο
εὔπαιδας
Mas deixemos esses assuntos aos homens injustos
e indignos de serem correspondidos no amor e
vocecirc junto comigo olhe para Afrodite Mas onde
estaacute e em que parte do pomar Vocecirc vecirc uma
gruta donde corre um fio de aacutegua do mais puro
azul fresca e potaacutevel que se ramifica para matar
a sede das macieiras Perceba Afrodite laacute creio
que as ninfas lhe dedicaram um templo por tecirc-las
feito matildees dos Amores e por isso matildees
afortunadas
καὶ κάτοπτρον δὲ τὸ ἀργυροῦν καὶ τὸ ὑπόχρυ σον
ἐκεῖνο σανδάλιον καὶ αἱ περόναι αἱ χρυσαῖ ταῦτα
πάντα οὐκ ἀργῶς ἀνπται λέγει δὲ ltἈφροδίτηςgt
O espelho prateado as sandaacutelias douradas e os
broches de ouro tudo ali dedicado natildeo sem
motivo Dizem pertencer a Afrodite pois isso estaacute
gravado neles e mostra que satildeo oferendas das
Ninfas
15
εἶναι καὶ γέγραπται τοῦτο καὶ Νυμφῶν δῶρα εἶναι
λέγεται
καὶ οἱ Ἔρωτες δὲ ἀπάρχονται τῶν μήλων καὶ
περιεστῶτες εὔχονται καλὸν αὐτοῖς εἶναι
Os Amores oferecem a Afrodite as primiacutecias das
macieiras e circundando-a rogam-lhe que seu
pomar seja belo
V Cronograma
1ordm Semestre de 2011
Traduccedilatildeo do Livro I
Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico
Leitura e fichamento de referecircncias modernas
Cursar uma disciplina
2ordm Semestre de 2011
Traduccedilatildeo do Livro II
Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico
Leitura e fichamento de referecircncias modernas
Cursar uma disciplina
1ordm Semestre de 2012
Redaccedilatildeo do primeiro e segundo Capiacutetulos
Cursar uma disciplina
2ordm Semestre de 2012
Redaccedilatildeo do terceiro e quarto capiacutetulos
1ordm Semestre de 2013
Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo
2ordm Semestre de 2013
Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo
Revisatildeo final da Dissertaccedilatildeo e da Traduccedilatildeo
VI Bibliografia essencial Parte significativa da bibliografia apresentada aqui foi apenas levantada
Referecircncias Antigas
ARISTOacuteTELES (2006) De anima Trad Maria Ceciacutelia Gomes dos Reis Satildeo Paulo
Editora 34
____________ (1973) Poeacutetica Trad Eudoro de Souza Satildeo Paulo Ars Poetica
____________ (1985) PoliacuteticaTrad Maacuterio da Gama Kury Brasiacutelia Editora da
Universidade de Brasiacutelia
16
____________ (1998) Retoacuterica Trad Manuel Alexandre Juacutenior Paulo F Alberto e
Abel do N Pena Lisboa Casa da Moeda
DIONIacuteSIO DE HALICARNASSO (1986) Tratado da Imitaccedilatildeo Traduccedilatildeo e ediccedilatildeo de Raul
Miguel Rosado Fernandes Lisboa INIC
HORAacuteCIO(1984) Arte Poeacutetica Trad R M Rosado Fernandes Lisboa Inqueacuterito
LONGINO (1997) Do Sublime In A Poeacutetica Claacutessica Trad Jaime Bruna Satildeo Paulo
Cultrix
PLATAtildeO (2000) A Repuacuteblica Trad Carlos Alberto Nunes Paraacute Editora Universitaacuteria
UFPA
_______ (1952) Sophist In Plato Trad Harold N Fowler London The Loeb
Classical Library
PLUTARCO(1927 REPRINT 1986) The education of childre How a young man should
study poetry On listening to lectures in Moralia Trad Frank Cole Babbit
London Loeb Classical Library
QUINTILIANO (1979-89) The Institutio Oratoria Trad H E Butler London Loeb
Classical Library
SEXTO EMPIRICO (1997) Against the Physicists Against the Ethicists Trad RG
Bury London Loeb Classical Library
_______________ (1987) Against the Professors Trad RG Bury London Loeb
Classical Library
Referecircncias Modernas
ANDERSON G (1993) The Second Sophistic A Cultural Phenomenon in the Roman
Empire New York Routledge
BEALL SM (1993) ldquoWord-painting in the bdquoImagines‟ of the Elder Philostratusrdquo In
Hermes 1213 pp350-363
BENEDIKTSON D T (2000) Literature and the Visual Arts in Ancient Greece
Oklahoma University of Oklahoma Press Norman Publisihing Division of the
University
BERTRAND E(1882) Un critique d‟art dans l‟Antiquiteacute Philostrate et son eacutecole Paris
Thorin 1882 in-8 367p (appendice avec traduction d‟un choix de tableaux)
BILLAULT A (2000) L‟univers de Philostrate Bruxelles Latomus
BORG B E (ed) (2004) Paideia The World of the 2nd
Sophistic Berlin Walter de
Gryter Grub H
BOWIE E amp ELSNER J (2009) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
17
BOWIE E (2009) ldquoPhilostratus the life of a sophistrdquo In BOWIE E ET ELSNER J
(ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
BOWIE EWEN AND ELSNER JAS (ED) (2009) Philostratus Cambridge Cambridge
University Press
BRYSON N (1994) ldquoPhilostratus and the Imaginary Museumrdquo In Simon Goldhill Art
and Text in Ancient Greek Culture Cambridge Cambridge University Press
CONAN M (1987) ldquoThe Imagines of Philostratusrdquo In Word amp Image vol3 ndeg2
pp162-171
CONSTANTINI M GRAZIANI F ET ROLET S(2006) Le deacutefi de lart Philostrate
Callistrate et limage sophistique La Licorne 75 Rennes Presses
Universitaires de Rennes
CORREA PC Filoacutestrato o Velho In Jacqueline Lichtenstein Magnoacutelia Costa (Org)
A Pintura Textos essenciais VolI O mito da pintura 1 ed Satildeo Paulo Editora
34 2004 v 1 p 27-29
CRESCENZO R(1999) Peintures d‟instruction la posteacuteriteacute litteacuteraire des Images de
Philostrate en France de Blaise de Vigenegravere agrave l‟eacutepoque classique Genegraveve Droz
CRIBIORE R (2001) Gymnastics of the Mind Greek Education in Hellenistic and
Roman Egypt Princeton Princeton University Press
DE LANNOY L(1997) Le problegraveme des Philostrate (Eacutetat de la question)In ANRW
II343 2362-2449
DUBEL S (2009) ldquoColour in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER
JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
ELSNER J (2009) ldquoA Protean corpusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER JAS (ED)
Philostratus Cambridge Cambridge University Press
FOWLER D P (1991) ldquoNarrate and Describe The Problem of Ekphrasisrdquo In The
Journal of Roman Studies vol81 pp25-35
GOLDHILL S (2007) ldquoWhat is ekphrasis forrdquo In CP 1021 pp 1-19
GRAZIANI F (2006)rdquoLa veriteacute en image le method sophistiquerdquo In COSTANTINI M
GRAZIANI F ET ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage
sophistique La Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes
HAMON P (1981) ldquoRhetorical Status of Descriptiverdquo Trad Patricia Baudoin In Yale
French Studies nordm61 pp 1-26
JONES C P (2004) ldquoMultiple identities in the age of the Second Sophisticrdquo In BORG
B E (ed) Paideia The World of the 2nd
Sophistic Berlin Walter de Gryter
Grub H
18
JULIAacute V (ED) (2001) Los Antiguos Griegos y su lenguaBuenos Aires Biblos
KOORTBOJIAN M (2005) ldquoMimesis or Phantasia Two Representional Modes in
Roman Commemorative Artrdquo In Classical Antiquity vol24 nordm2 pp285-311
KOSTOPOULOU V (2009) ldquoPhilostratus‟ Imagines 218 Words and Imagesrdquo In
GRBS 49 Pp 81-100
KRIEGER M (1992) Ekphrasis The Illusion of the Natural Sign London The Johns
Hopkins University Press
KUNZ D (1997) Un sentiment d‟image Poeacutetique ndeg112 pp461-474
LAUSBERG H (1966) Manual de Retoacuterica Literaria Trad R M Rosado Fernandes
Lisboa Fund Calouste Gulbenkian
LEACH E W (2000) ldquoNarrative Space and the Viewer in Philostratus‟ Eikonesrdquo In
Mitteilungen des Deutschen Archaumlologishen Institutes Roumlmische Abteilung
(Mainz am Rhein Verlag Philipp von Zabern) vol107 pp237-252
____________________ (1992) ldquoPolyphemus in Landscape Traditions of Pastoral
Courtshiprdquo In Studies in the history of art vol36 pp62-87
LEVY C amp PERNOT L (1997) Dire LbdquoEacutevidence Paris L‟Harmattan
LEHMANN-HARTLEBEN K (1941) ldquoThe Imagines of the Elder Philostratusrdquo The Art
Bulletin vol23 pp16-44
LISSARRAGUE F (1995) ldquoPhilostrate entre les images et les motsrdquo In POMMIER E
Histoire de l‟histoire de l‟art T1 de l‟Antiquiteacute au XVIIIegrave siegravecle Confeacuterences
du Museacutee du Louvre Paris Paris Museacutee du Louvre 1995 pp79-93
MANIERI A (1999) ldquoImagines Principi dell‟estetica filostrateardquo In QUCC 633
PP 111-121
MARCOS G E amp DIacuteAZ M E (ED) (2009) El surgimiento de la phantasiacutea en la Grecia
Claacutesica Buenos Aires Prometeo Libros
MARTINS P (2005) ldquoEneacuteias se reconhecerdquo In Letras Claacutessicas Satildeo Paulo
Humanitas
___________(2006)ldquoTropos na Eneida e uma imagem metafoacutericardquo In Martinho dos
Santos Marcos (org) ndash 1ordm Simpoacutesio de Estudos Claacutessicos Satildeo Paulo
Humanitas pp 91-118
___________ (2008) ldquoPolignoto Paacuteuson Dioniacutesio e Zecircuxis ndash Uma leitura da pintura
antiga claacutessica gregardquo [Aguarda publicaccedilatildeo Campinas IELUNICAMP
Revista Phaos]
___________ (2010) ldquoCicero The Picturing a Rhetoricrdquo [Aguarda Referee]
19
___________(2010) ldquoBreve Criacutetica da Histoacuteria da Literatura Latinardquo [Aguarda
Publicaccedilatildeo em Classica]
MCMAHON A P (1931) ldquoSextus Empiricus and the Artsrdquo Harvard Studies in
Classical Philology 42 pp 79-137
NEWBY Z (2009) ldquoAbsortion and erudition in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN
EWEN AND ELSNER JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge
University Press
NEWMAN S (2002) ldquoAristotle‟s Notion of bdquoBringing-Before-the-Eyes‟ Its
Contibutionss to Aristotelian and Contemporary Conceptualizations of
Metaphor Style and Audiencerdquo In Rhetorica 201 pp 1-23
PASTOUREAU M et GRAZIANI F(1996) ldquoFlux et reflux de l‟iconologie Philostrate les
Images ou tableaux de platte-peinture traduction et commentaires de Blaise de
Vigenegravere 1587rdquo In Critique vol52 ndeg589-590 pp556-560
PHILLIP J A (1961) ldquoMimesis in the Sophistes of Platordquo In Transactions and
Procedures of the American Philological Associationrdquo vol 92 pp 453- 468
PINEDA V(2000) ldquoLa invencioacuten de la eacutecfrasisrdquo In VV AA Homenaje a la Profesora
Carmen Peacuterez Romero Universidad de Extremadura Facultad de Filosofiacutea y
Letras pp 251-69
QUET MH(2006) ldquoVoir entendrese ressouvenir Cadre circonstances et objectif de
l‟aprentissage d‟un plaisir culturel ltlthellenegtgt d‟apregraves le teimognage du
prologue des Images de Philostrate In COSTANTINI M GRAZIANI F ET
ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage sophistique La
Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes
RODOLPHO M (2010) Eacutecfrase e Evidecircncia nas Letras Latinas Doutrina e Praacutexis
Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada junto ao DLCVPPGLCFFLCH da
Universidade de Satildeo Paulo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Paulo Martins
ROSENTHAL O ET JOURDE M (1995) ldquoCe qu‟on entend dans les Images Philostrate
Vigenegravere 1578rdquo In Michel G amp Jourde M L‟inscription du regard Moyen-
Acircge Renaissance Fontenay-aux-Roses ENS (collection Signes)
ROUGET F (1997) ldquoLes Images ou tableaux de platte-peinture de PhilostraterdquoIn
Sixteenth Century Journal284 pp1380-1382
SHAFFER D (1998) ldquoEkphrasis and the Rhetoric of Viewing in Philostratus‟s
Imaginary Museumrdquo In Philosophy amp Rhetoric 314 pp303-316
SILVERMAN A (1991) ldquoPlato on Phantasiardquo In Classical Antiquity 1991 vol10 nordm1
SQUAIRE M (2009) Image and Text in Greco-Roman Antiquity Cambridge
Cambridge University Press
20
SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review
8 1 Pp 5-21
SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER
JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge
Cambridge Univeristy Press
TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo
In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73
WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to
Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New
York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810
WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory
and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited
WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of
Imitation New York Oxford University Press
_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S
HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge
Univeristy Press
YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp
3
I Objetivos
A pesquisa ocupa-se de dois objetos estanques mas interdependentes A primeira parte
consta da traduccedilatildeo anotada e comentada dos ldquoEikonesrdquo (Imagens) obra atribuiacuteda
consensualmente a Filoacutestrato o Velho1 Tal trabalho entenderaacute o texto de partida como
material didaacutetico-retoacuterico-poeacutetico afeito portanto a mediaccedilotildees especiacuteficas de elocuccedilatildeo
estabelecidas por essa poikilia geneacuterica Esse dado tambeacutem enceta nossos criteacuterios de
traduccedilatildeo dos quais poderiacuteamos apontar
1 Aproximaccedilatildeo entre a elocuccedilatildeo do texto grego original segundo suas
especificidades geneacutericas e de performance e o texto final
2 Precisatildeo terminoloacutegica para evitar a projeccedilatildeo de conceitos modernos sobre o
objeto antigo
3 Observaccedilatildeo das questotildees de homologia eou de analogia entre o leacutexico da
pintura e da retoacuterica com anotaccedilatildeo e comentaacuterio
4 Estabelecimento de um glossaacuterio de recursos ou procedimentos pictoacutericos
descritos
5 Estabelecimento de notas de compreensatildeo de matiz linguiacutestico poeacutetico-retoacuterico
mitoloacutegico e histoacuterico-cultural
6 Busca de deleite para o leitor contemporacircneo Tendo em vista as trecircs funccedilotildees
retoacutericas ndash mouere docere e delectare ndash que as Imagens tambeacutem possuem a
traduccedilatildeo fundamentalmente atentaraacuteaos processos utilizados pelo autor para
obtenccedilatildeo de deleite sem poreacutem excluir as outras duas Em outras palavras
como pressupomos que natildeo se tratava na Antiguidade nem se trata agora de
mero manual sobre procedimento retoacuterico a eacutecfrase mas de texto fruiacutevel por
especialistas e natildeo especialistas a traduccedilatildeo atenderaacute agraves questotildees por assim
dizer ldquoliteraacuteriasrdquo
A obra que traduziremos eacute dividida em dois livros precedidos de um proacutelogo e conteacutem
descriccedilotildees de quadros temaacuteticos nomeados O primeiro livro conteacutem 31 quadros e o
segundo 34
1(BOWIE ET ELSNER2009)
4
A segunda parte da pesquisa propotildee anaacutelise do texto isto eacute das descriccedilotildees de pinturas
que estariam em uma villa em Naacutepoles A leitura e anaacutelise do texto partiraacute de
pressupostos sobre a mateacuteria ecfraacutestica jaacute assentados por Rodolpho2 principalmente
daqueles em que observamos as teorias da linguagem visual dos estoacuteicos (para os quais
essa linguagem constitui uma categoria central de sua oacuteptica e psicologia3) e nos dos
ceacuteticos notadamente Sexto Empiacuterico que no tratado Contra os Matemaacuteticos apresenta
uma teoria da representaccedilatildeo mental para aferirmos a relaccedilatildeo entre eacutecfrase percepccedilatildeo
fantasia mimese comoccedilatildeo e educaccedilatildeo observada na obra desse autor
Outra obra Dialexis 2 (uma pequena peccedila retoacuterica) seraacute tambeacutem traduzida pois seu
conteuacutedo estaacute em relaccedilatildeo direta com o proecircmio de Imagens e segundo Swain4 pode
ateacute mesmo ter servido como introduccedilatildeo a uma das descriccedilotildees ali contidas
Nesse sentido apresentamos a estrutura para a segunda parte desta dissertaccedilatildeo de
mestrado
Capiacutetulo 1 A Aacutetica em Roma A Helenizaccedilatildeo e a Segunda Sofiacutestica
Capiacutetulo 2 Eacutecfrase e os trecircs niacuteveis de interlocuccedilatildeo
Capiacutetulo 3 Do tropo ao gecircnero a autonomia da eacutecfrase
Capiacutetulo 4 Imagem mimese e educaccedilatildeo
II Justificativa
Esta pesquisa justifica-se
1) pela relevacircncia do autor e a pouca atenccedilatildeo que tem recebido nos Estudos
Claacutessicos no Brasil De sua obra foram traduzidos para o portuguecircs apenas
alguns excertos5
2) pela possibilidade concomitante que a obra apresenta (e que a traduccedilatildeo buscaraacute
manter) de agradar simplesmente mas tambeacutem de delimitar conceitos de
eacutecfrase enargia e fantasia
2 (RODOLPHO 2010)
3 (GODHILL 2007)
4 (SWAIN 2009 41)
5 Prof Dra Paula da Cunha Correa na seacuterie de 14 livros dedicados agrave pintura da Editora 34 organizados
por Jacqueline Lichtenstein
5
3) Pela interlocuccedilatildeo que manteacutem com alguns trabalhos atuais realizados fora do
Brasil
4) Por sua inserccedilatildeo no trabalho do nuacutecleo de pesquisa IAC do PPGLC ndash USP e
afinidades com outras aacutereas dos Estudos Claacutessicos
Filoacutestrato cidadatildeo romano nascido na Greacutecia recebeu pelo menos parte de sua
educaccedilatildeo em Atenas Produziu obra vasta e diversificada que abarca grande espectro
geneacuterico e nos daacute elementos para melhor compreender o que era ser grego ou o que se
considerava ser grego no periacuteodo aleacutem de nos oferecer matizes para compreender as
interferecircncias muacutetuas entre o universo cultural heleniacutestico e o romano que estatildeo na
base da ldquocultura helecircnicardquo do periacutedo revitalizada no principio da era cristatilde
Atualmente satildeo aceitas como suas Vida dos Sofistas Vida de Apolocircnio de Tiana
Heroico Imagens Cartas Ginaacutestica e Nero Vaacuterias delas foram modelo de emulaccedilatildeo
posterior
Eacute de registrar que Filoacutestrato como o periacuteodo ao qual deu nome Segunda Sofiacutestica vecircm
recebendo atenccedilatildeo crescente dos pesquisadores em Letras Claacutessicas fora do Brasil Em
2007 foi editado um volume que trata da cultura no periacuteodo Severiano (organizado por
Simon Swain Stephen Harrison e Jaś Elsner) e em 2009 foi lanccedilado livro dedicado a
Filoacutestrato organizado por dois professores da Universidade de Oxford (Elsner e
Bowie) Alguns autores vecircm se ocupando de sua obra eou aspectos teoacutericos a ela
relacionados Ruth Webb Jaś Elsner Simon Goldhill e Thomas Benediktson
A pesquisa proposta integra as atividades do Grupo de Pesquisa (CNPq) e do Nuacutecleo de
Pesquisa ldquoImagens da Antiguumlidade Claacutessicardquo6 do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em
Letras Claacutessicas do DLCVFFLCHUSP coordenado pelo Prof Dr Paulo Martins
Por uacuteltimo haacute se notar que o texto em questatildeo abre a possibilidade de interlocuccedilotildees
com diversas aacutereas dos Estudos Claacutessicos como por exemplo a histoacuteria e histoacuteria da
arte constituindo pois valoroso manancial de intersecccedilatildeo de conhecimentos
III Metodologia
Os trabalhos levados a termo na aacuterea de Letras Claacutessicas no mais das vezes
restringem-se fundamentalmente agrave biblioteca natildeo soacute pela atividade tradutoacuteria mas
6 httpwwwuspbriac
6
inquestionavelmente por implicar leitura de fontes antigas e modernas Portanto
metodologia cientiacutefica nessa aacuterea natildeo eacute atinente agrave observaccedilatildeo de experimentos ou agrave
pesquisa de campo ndashque podem por exemplo supor tabulaccedilatildeo de resultados ou opccedilatildeo
de mecanismos de afericcedilatildeo ndash mas a meacutetodos de pesquisa bibliograacutefica que supotildee opccedilatildeo
teoacuterica e o respectivo corpus
Como jaacute explicitamos acima o vieacutes teoacuterico com que analisaremos o texto de Filoacutestrato a
primeira e principal questatildeo metodoloacutegica eacute a escolha do texto base A despeito de natildeo
termos acesso aos principais manuscritos e natildeo julgarmos ser esse o cerne de nossa
pesquisa a saber a edoacutetica informamos que as ediccedilotildees modernas de Filoacutestrato satildeo
todas baseadas nos seguintes manuscritos Laurentianus LXVIX (30) seacutec XIII F
Parisiensis Gr 1696 seacutec XIV P Vindobonensis 331 seacutec XIV V1 Vaticanus 1898
seacutec XIII V2 e Vaticanus 98 seacutec XIII V
Quanto agraves ediccedilotildees modernas temos
NEGRI STEPHANI (1521) Stephani Negri elegātissima e gręco Author subditor
trāslationesvidelicet Philostrati Icones Pythagorę aureucirc Athenęi collectanea
et alia multa scitu digniss amp rara incretu etc ms Notes 2 pt Per lo De
Castelliono Mediolani
FILOacuteSTRATO (1503) Tade enestin en tode to biblio Loukianou Philostratou eikones
tou autou Heroika tou autou bioi sophiston Philostratou neoterou eikones
Kallistratou ekphraseis = Quae hoc volumine continentur luciani opera Icones
Philostrati Ejusdem Heroica ejusdem vitae sophistarum Icones junioris
Philostrati Descriptiones Callistrati Venezia in Aedibus Aldis
___________ (1517) Quae hoc volumine continentur Icones Philostrati etchellipgrec
Florentiae sumptu P Juntae
___________ (1550) Philostrati imagines Eiusdem heroica Eiusde uitae
Sophistarum Philostrati Iunioris Imagines Callistrati descriptiones etchellipgrec
Venetiis apud P amp IM Nicolinos
___________ (1578) Les Images ou tableaux de platte peinture des deux Philostrates
Sophistes grecs et les Statues de Callistrate Paris Nicolas Chesneau
___________ (1602) La Suitte de Philostrate (les Images ou tableaux de Platte
Peinture du jeune Philostrate La description de Callistrate de quelques statues
antiques Les Heacuteroiumlques de Philostrate etchellip traduits de grec en Franccedilois) par
Blaise de Vigenegravere Paris A Langellier
___________ (1609) Philostratus Iconum initio De pictura In Martini (m) Pomp
Gauricihellip De sculptura Liber etc
7
___________ (1611) Les Images ou tableaux de platte peinture mis en franccedilois par
Blaise de Vigenegravere tome premier (preacuteface et sonnet de G Linocier vers de
Moysson J Carlin) Tournon Claude Michel
___________ (1615) Les images ou Tableaux de platte peinture des deux Philostrates
sophistes grecs et les statues de Callistrate mis en francois par Blaise de
Vigenegraverehellipavec des eacutepigrammes sur chacun diceux par Artus Thomas Sieur
d‟Embry- Reveus[ ] et corrigez sur l‟original par un docte personnage de ce
temps en la langue grecque et repreacutesentez en taille douce en cette nouvelle ed
Paris l‟Angelier
___________ (1637) Les images ou Tableaux de platte peinture des deux Philostrate
et les statues de Callistrate La description de quelques statues antiques tant
de marbre comme de bronze mis en franccedilois par Blaise de Vigenegravere Avec des
eacutepigrammes sur chacun diceux par Artus Thomas Sieur d‟Embry Reveus et
corrigezhellip et repreacutesentez en taille douce en cette nouvelle eacuted Paris Cramoisy
Quanto agraves traduccedilotildees para as liacutenguas modernas temos
FILOacuteSTRATO (1931) Imagines (descriptions de Callistratus) traduit par Arthur
FAIRBANKS London Heinemann New York Putnam 1931
__________ (1968) Die Bilder griechisch-deutsch Muumlnchen E Heimeran 1968
__________ (1991) La galerie de tableaux traduit par Auguste Bougot reacuteviseacute et
annoteacute par Franccedilois Lissarrague preacuteface de Pierre Hadot Paris les Belles
Lettres
__________ (1993) Imagravegenes Filostrato el Viejo Filostrato el Joven Descipciones
Calistrato Edicion a cargo de Luis Alberto de Cuenca y Miguel Angel
Elvira Madrid Siruela
__________ (1995) Les Images ou tableaux de platte peinture 2 volumes traduction
et commentaires de Blaise de Vigenegravere (1578) preacutesenteacute et annoteacute par
Franccediloise GRAZIANI Paris Honoreacute Champion
__________ (1997) Immagini Traduction et notes de Franco Fanizza et Gianni
Schilardi Lecce Argo
A segunda questatildeo metodoloacutegica diz respeito ao procedimento adotado na traduccedilatildeo e no
estabelecimento das notas de compreensatildeo para o quais aleacutem do que fisicamente estaacute
disponiacutevel nas bibliotecas da USP UNICAMP e UNESP mormente a indexaccedilatildeo do
L‟Anneacutee philologique seraacute realizado levantamento bibliograacutefico virtual nos perioacutedicos
indexados no JStor e Muse Project
8
IV Aspectos relevantes do projeto
1Introduccedilatildeo
Imagens composto de descriccedilotildees de pinturas eacute o primeiro livro em prosa a tratar do
tropo retoacuterico da eacutecfrase de forma unificada e como foco temaacutetico de uma obra7
Influenciou toda a discussatildeo posterior do tropo (eacutecfrase) e eacute a partir dele que se passou a
definiacute-lo exclusivamente como a descriccedilatildeo de obras de arte Importante notar
entretanto que isso ocorreu pela leitura ldquoliteralrdquo desse texto sem que se levasse em
conta seu contexto enunciativo Imagens eacute uma composiccedilatildeo complexa que traz em si
muacuteltiplas referecircncias e muacuteltiplos gecircneros
2Breve descriccedilatildeo dos capiacutetulos propostos
21 A Aacutetica em Roma A Helenizaccedilatildeo e a Segunda Sofiacutestica
211 Paideia e pertenccedila
A elite grega ancorava sua superioridade em termos de educaccedilatildeo ou melhor na
paideia palavra que designa civilizaccedilatildeo e cultura (produccedilatildeo intelectual) e tambeacutem
muacutesica e ginaacutestica Assim aqueles que tinham acesso agrave paideia eram os chamados
pepaideumecircnos ldquoos instruiacutedosrdquo em oposiccedilatildeo aos idiotai ldquoos natildeo instruiacutedosrdquo (uma
subelite na cultura grega) e os barbaroi ldquoos natildeo falantes de gregordquo A natureza da
educaccedilatildeo ideal natildeo era consensual e os textos dos autores do periacuteodo ndash filosoacuteficos
retoacutericos histoacutericos satiacutericos e biograacuteficos ndash espelham tal dissenso
Entretanto eacute possiacutevel identificar um fator unificador em todos eles o enraizamento de
todas as formas de identificaccedilatildeo cultural na tradiccedilatildeo e no passado Embora isso se decirc
fundamentalmente como um problema cultural tinha grande relevacircncia poliacutetica pois
sancionava direito ao exerciacutecio do poder por parte daquela elite cultural grega alinhado
diretamente aos grandes nomes do passado glorioso da Heacutelade
A obra de Filoacutestrato insere-se nesse contexto e compreende grande diversidade
geneacuterica com temas sempre calcados no passado e na tradiccedilatildeo que ao mesmo tempo
operam poreacutem sutis alteraccedilotildees e atenuam os limites e as fronteiras entre os diversos
gecircneros
7 (SWAIN 200944)
9
212 Contexto especiacutefico
Logo no iniacutecio do livro A Vida de Apolocircnio de Tiana Filoacutestrato afirma ldquofazer parte do
ciacuterculo de Julia Domna esposa de Severiano (Iulia heacute basilis8) pois ela admirava e
apreciava todo tipo de oraccedilatildeo retoacutericardquo Muito jaacute se especulou a respeito desse
ldquociacuterculordquo imaginando-se que fosse uma espeacutecie de corte que atraiacutea os principais
pensadores da eacutepoca No entanto as evidecircncias quanto natureza dele satildeo escassas e natildeo
haacute informaccedilotildees precisas sobre sua magnitude constituiccedilatildeo eou duraccedilatildeo Tal ressalva eacute
importante pois muitos autores a partir daiacute fizeram inferecircncias sobre a ldquovida de
Filoacutestrato na corterdquo e interpretaram sua obra como expressatildeo da poliacutetica imperial O
exame da produccedilatildeo de Filoacutestrato contudo natildeo traz nenhuma evidecircncia de filiaccedilatildeo a um
suposto programa imperial
Filoacutestrato viveu a maior parte de sua vida adulta durante a dinastia severiana De forma
geral nessa eacutepoca eacute possiacutevel identificar sinais de continuidade com a produccedilatildeo em
prosa grega observada na eacutepoca dos Antoninos mas observam-se tambeacutem alguns
elementos distintivos Neste periacuteodo comeccedilaram a surgir refutaccedilotildees quanto agrave
superioridade da cultura grega Por exemplo Dioacutegenes Laeacutercio nas Vidas dos
Filoacutesofos Famosos insistia que a sabedoria e a proacutepria humanidade haviam surgido na
Greacutecia Cita Aristoacuteteles e Soacutetion como proponentes da ideia de que a filosofia tivera
origem entre os povos ldquobaacuterbarosrdquo Entretanto ele provavelmente dirigia-se a autores
judeus e cristatildeos de seu proacuteprio periacuteodo que vinham atacando a supremacia cultural
reclamada pelos gregos
Assim sem querer atribuir intencionalidade agrave obra de Filoacutestrato que frequentava a uma
corte romana composta por governantes feniacutecios e tunisianos que transitava entre as
vaacuterias proviacutencias do Impeacuterio podemos traccedilar um paralelo entre sua obra -que explora as
fronteiras entre os gecircneros e os limites de cada um em particular e transforma a tradiccedilatildeo
incorporando-lhe novos elementos sem no entanto abandonaacute-la - e o conceito exposto
por Norberto Guarinello na palestra ldquoO que eacute o Impeacuterio Romanordquo9 de que natildeo seria
adequado falarmos propriamente em fronteiras do Impeacuterio Romano mas sim em
ldquofranjas fronteiriccedilasrdquo em linhas divisoacuterias fluidas entre diferentes povos diferentes
liacutenguas e tradiccedilotildees
8 (FILOacuteSTRATO AT 138)
9 LEIR III Coloacutequio ndash ldquoAs Formas do Impeacuterio Romanordquo em Mariana-MG de 28 - 30 de abril de 2009
10
22 Eacutecfrase e os trecircs niacuteveis de interlocuccedilatildeo
Aceitaremos o que o autor propotildee no prefaacutecio em princiacutepio como
verdadeiroverossiacutemil10
Segundo esse prefaacutecio as descriccedilotildees foram feitas a um menino
de 10 anos de idade (a seu pedido) e a um grupo de potenciais pupilos pouco mais
velhos Para o proacuteprio autor sua funccedilatildeo naquele momento eacute ensinar a ldquointerpretar a
pintura formando seu gostordquo11
Assim considerando a situaccedilatildeo primaacuteria da composiccedilatildeo
da obra haacute o primeiro grupo (ainda segundo o prefaacutecio) que vecirc as obras enquanto o
autor as descreve No grupo vemos de um lado um menino interessado principalmente
nas explicaccedilotildees e interpretaccedilotildees das pinturas De outro os demais jovens interessados
natildeo soacute nesse aspecto descritivo mas tambeacutem na arte retoacuterica do orador (o professor)
Aleacutem disso se a obra foi escrita como registro dessas exposiccedilotildees orais ela teraacute como
destinataacuterios ouvintes12
e leitores que jaacute natildeo tecircm as obras diante dos olhos Dessa
maneira de pronto considerando a diversidade de recepccedilatildeo obteremos uma chave (ou
chaves) de leitura determinando os limites de decoro entre o texto e a recepccedilatildeo O autor
utilizaraacute a memoacuteria e a imaginaccedilatildeo (phantasiacutea) de seu puacuteblico para obter efeito
desejado isto eacute a visualizaccedilatildeo Isso ele consegue natildeo simplesmente descrevendo em
palavras aquilo que estaacute sendo ldquovistordquo mas recriando as pinturas e situaccedilotildees educando
e direcionando o olhar (seja o olhar ldquofiacutesicordquo seja o olhar da mente) dando a ver tanto
aquilo que estaacute reproduzido como aquilo que natildeo estaacute reproduzido no quadro
Desse modo se o autor eacute bem sucedido podemos entatildeo dizer que todos ndash vendo ou natildeo
os quadros ldquoreais ou natildeordquo ndash de fato visualizam as pinturas Cumpre portanto a funccedilatildeo
preciacutepua da eacutecfrase trazer diante dos olhos de maneira viacutevida
23 Do tropo ao gecircnero a autonomia da eacutecfrase
Para os criacuteticos modernos eacutecfrase eacute uma descriccedilatildeo de obras de arte Entretanto o
conceito antigo deste tropo retoacuterico eacute mais amplo que essa definiccedilatildeo Para os antigos
(segundo os progyminasmata ou praexercitamina) eacutecfrase eacute simplesmente aquilo que
ldquocontribui para provocar o efeito de visualizaccedilatildeo do discurso verbalrdquo13
Assim eacutecfrase
deve ser entendida em um contexto em que a palavra eacute concebida como uma ldquoforccedila que
10
(MARTINS2 2010) 11
sect3 prefaacutecio Imagines 12
Provavelmente a obra foi apresentada em outras ocasiotildees a um auditoacuterio anaacutelogo ao primeiro
(Introduccedilatildeo da traduccedilatildeo francesa 5) 13
(RODOLPHO 3)
11
age sobre o ouvinterdquo14
Desta maneira o referente da eacutecfrase tem valor secundaacuterio e o
que importa eacute o impacto sobre a audiecircncia a eacutecfrasetransforma pois os ouvintes e
leitores em expectadores15
Compreendendo-se eacutecfrase dessa maneira observamos que designa um recurso
utilizado em vaacuterios gecircneros de discurso desde a ceacutelebre descriccedilatildeo do escudo de Aquiles
na Iliacuteada os idiacutelios de Teacuteoacutecrito e Mosco e os epigramas da Antologia ateacute os discursos
judiciaacuterios em Roma
Filoacutestrato pela primeira vez em Imagens transforma este recurso no foco principal de
uma obra ndash assim aquilo que era conteuacutedo presente em diversos gecircneros passa a ser o
continente a moldura ou seja uma sineacutedoque de gecircnero letrado
O autor natildeo apenas descreve as pinturas como faz uso de toda a variedade de
possibilidades do tropo ndash passa de narrativas miacuteticas a descriccedilotildees de paisagens de
personificaccedilotildees a naturezas mortas ndash e apresenta como pinturas temas letrados que
fazem parte de outros gecircneros ndash eacutepico bucoacutelico traacutegico etc ndash que contecircm por sua
vez eacutecfrases em si mesmos16
Podemos assim dizer que a eacutecfrase aqui se autonomiza deixa de ser recurso e passa a
ser um fim constituindo-se num gecircnero
24 Imagem mimese e educaccedilatildeo
O proacutelogo de Filoacutestrato em Imagens
Filoacutestrato inicia o proacutelogo de Imagens afirmando que quem despreza a pintura despreza
a verdade e a sabedoria Mais adiante afirma que somente a pintura eacute capaz de mostrar
o verdadeiro caraacuteter dos herois por meio de suas expressotildees faciais Aleacutem disso afirma
tambeacutem o caraacuteter didaacutetico de sua exposiccedilatildeo
Nesta pesquisa investigaremos a relaccedilatildeo entre a obra e as concepccedilotildees de como as artes
mimeacuteticas se relacionavam com a educaccedilatildeo pois se por um lado Filoacutestrato identifica a
sophia com o domiacutenio das vaacuterias technai segundo um modelo platocircnico por outro
afirma que a pintura conteacutem em si a verdade ndash em uma posiccedilatildeo contraacuteria agrave da
14
(WEBB 20095) 15
id ib 16
(ELSNER 200915)
12
Academia - e que eacute possiacutevel ensinar os jovens por meio dela Para tanto consultaremos
outras fontes antigas com as quais Filoacutestrato dialoga Platatildeo na Repuacuteblica e o Sofista
Aristoacuteteles na Poeacutetica Retoacuterica e Poliacutetica Longino no Tratado do Sublime Dioniacutesio
de Halicarnasso no Tratado da Imitaccedilatildeo Horaacutecio na Arte Poeacutetica e Plutarco
3Traduccedilatildeo
Apresento aqui uma primeira traduccedilatildeo ainda natildeo anotada do quadro 6 ndash Amores
ΕΡΩΤΕΣ
Μλα Ἔρωτες ἰδοὺ τρυγῶσιν εἰ δὲ πλθος αὐτῶν
μὴ θαυμάσῃς Νυμφῶν γὰρ δὴ παῖδες οὗτοι
γίνονται τὸ θνητὸν ἅπαν διακυβερνῶντες πολλοὶ
διὰ πολλά ὧν ἐρῶσιν ἄνθρωποι τὸν δὲ οὐράνιόν
φασιν ἐν τῷ οὐρανῷ πράττειν τὰ θεῖα μῶν ἐπῄσθου
τι τς ἀνὰ τὸν κπον εὐωδίας ἢ βραδύνει σοι τοῦτο
ἀλλὰ προθύμως ἄκουε προσβαλεῖ γάρ σε μετὰ τοῦ
λόγου καὶ τὰ μλα
AMORES
Olhe Os Amores estatildeo colhendo maccedilatildes Se haacute
muitos natildeo se espante Satildeo filhos das ninfas
governam tudo o que eacute mortal e satildeo muitos pois
muitas satildeo as coisas que os homens amam Dizem
que um deles celeste rege ateacute mesmo os assuntos
divinos Vocecirc natildeo sente um doce aroma que vem
do pomar ou isso lhe eacute imperceptiacutevel Mas escute
com boa vontade pois as maccedilatildes com minhas
palavras vatildeo atingi-lo
ὄρχοι μὲν οὗτοι φυτῶν ὀρθοὶ πορεύονται τοῦ μέσου
δὲ αὐτῶν ἐλευθερία βαδίζειν πόα δὲ ἁπαλὴ κατέχει
τοὺς δρόμους οἵα καὶ κατακλιθέντι στρωμνὴ εἶναι
Estas fileiras de aacutervores alinham-se perfeitamente
e haacute espaccedilo entre elas para caminhar Uma relva
recobre suave os caminhos e serve de leito m13cio
aos que nela se deitam
ἀπ ἄκρων δὲ τῶν ὄζων μλα χρυσᾶ καὶ πυρσὰ καὶ
ἡλιώδη προσάγονται τὸν ἑσμὸν ὅλον τῶν ρώτων
γεωργεῖν αὐτά φαρέτραι μὲν οὖν χρυσόπαστοι καὶ
χρυσᾶ καὶ τὰ ἐν αὐταῖς βέλη γυμνὴ τούτων ἡ ἀγέλη
πᾶσα καὶ κοῦφοι διαπέτονται περιαρτήσαντες αὐτὰ
ταῖς μηλέαις αἱ δὲ ἐφεστρίδες αἱ ποικίλαι κεῖνται μὲν
ἐν τῆ πόᾳ μυρία δὲ αὐτῶν τὰ ἄνθη οὐδὲ
ἐστεφάνωνται τὰς κεφαλὰς ὡς ἀποχρώσης αὐτοῖς
τς κόμης πτερὰ δὲ κυάνεα καὶ φοινικᾶ καὶ χρυσᾶ
ἐνίοις μόνον οὐ καὐτὸν πλήττει τὸν ἀέρα ξὺν
ἁρμονίᾳ μουσικῆ
Da ponta dos galhos brilham maccedilatildes cor de ouro
vermelho-fogo e amarelo-sol oferecendo-se a
todo o bando de Amores para serem colhidas
Aljavas cravejadas de ouro guardam flechas
aacuteureas e o bando esvoaccedila leve apoacutes penduraacute-las
nas macieiras Suas capas bordadas estendem-se
pela relva e delas emana o brilho de miriacuteades de
cores Guirlandas natildeo lhes enfeitam a cabeccedila
bastam os cabelos As asas azul-mar puacuterpura e
em alguns douradas vibram o ar e em harmonia
produzem quase muacutesica
φεῦ τῶν ταλάρων εἰς οὓς ἀποτίθενται τὰ μλα ὡς
πολλὴ μὲν περὶ αὐτοὺς ἡ σαρδώ πολλὴ δὲ ἡ
σμάραγδος ἀληθὴς δ ἡ μάργηλις ἡ συνθήκη δὲ
Veja as cest13s que lindas crivadas de
sardocircnicas esmeraldas e peacuterolas verdadeiras
Decerto obra de Hefesto Ali guardam as maccedilatildes
Mas de escadas feitas pelo deus os Amores natildeo
precisam voando alcanccedilam as maccedilatildes no alto das
13
αὐτῶν Ἡφαίστου νοείσθω οὐ δὲ κλιμάκων δέονται
πρὸς τὰ δένδρα παρ αὐτοῦ ὑψοῦ γὰρ καὶ ἐς αὐτὰ
πέτονται τὰ μλα
aacutervores
καὶ ἵνα μὴ τοὺς χορεύοντας λέγωμεν ἢ τοὺς
διαθέοντας ἢ τοὺς καθεύδοντας ἢ ὡς γάνυνται τῶν
μήλων ἐμφαγόντες ἴδωμεν ὅ τι ποτὲ οὗτοι νοοῦσιν
Nem vou falar dos que danccedilam em roda dos que
correm dos que estatildeo deitados e dos que se
alegram comendo as maccedilatildes mas vejamos o que
estes outr13s significam
οἱ γὰρ κάλλιστοι τῶν ρώτων ἰδοὺ τέτταρες
ὑπεξελθόντες τῶν ἄλλων δύο μὲν αὐτῶν
ἀντιπέμπουσι μλον ἀλλήλοις ἡ δὲ ἑτέρα δυὰς ὁ μὲν
τοξεύει τὸν ἕτερον ὁ δὲ ἀντιτοξεύει καὶ οὐδὲ ἀπειλὴ
τοῖς προσώποις ἔπεστιν ἀλλὰ καὶ στέρνα
παρέχουσιν ἀλλήλοις ἵν13ἐκεῖ που τὰ βέλη περάσῃ
καλὸν τὸ αἴνιγμα σκόπει γάρ εἴ που ξυνίημι τοῦ
ζωγράφου
Olhe Quatro dos mais belos Amores escapam
discretamente dos outros Dois deles brincam
jogando uma maccedilatilde de um para o outro os outros
dois um flecha o outro que13revida No rosto
nenhuma raiva mas oferecem o peito um ao outro
para que as flechas acertem bem ali Belo enigma
Agora veja se eu consigo compreender o pintor
φιλία ταῦτα ὦ παῖ καὶ ἀλλήλων ἵμερος Menino isso eacute o Amor e o desejo que tecircm um
pelo 13utro
οἱ μὲν γὰρ διὰ τοῦ μήλου παίζοντες πόθου ἄρχονται
ὅθεν ὁ μὲν ἀφίησι φιλήσας τὸ μλον ὁ δὲ ὑπτίαις
αὐτὸ ὑποδέχεται ταῖς χερσὶ δλον ὡς ἀντι φιλήσων
εἰ λάβοι καὶ ἀντιπέμψων αὐτό τὸ δὲ τῶν τοξοτῶν
ζεῦγος ἐμπεδοῦσιν ἔρωτα ἤδη φθάνοντα καὶ φημὶ
τοὺς μὲν παίζειν ἐπὶ τῷ ἄρξασθαι τοῦ ἐρᾶν τοὺς δὲ
τοξεύειν ἐπὶ τῷ μὴ λξαι τοῦ πόθου
Os que brincam com a maccedilatilde estatildeo comeccedilando a
se desejar O que primeiro lanccedila a maccedilatilde a beija e
o outro com as matildeos estendidas para beijaacute-la se
a pega joga-a de volta13A dupla que desfere
flechas estaacute confirmando um amor jaacute existente
Por isso eu digo que os que brincam estatildeo
comeccedilando a se amar os outros dois atiram-se
flechas para que o desejo natildeo acabe
ἐκεῖνοι μὲν οὖν περὶ οὓς οἱ πολλοὶ θεαταί θυμῷ
συμπεπτώκασι καὶ ἔχει τις αὐτοὺς πάλη λέξω καὶ
τὴν πάλην καὶ γὰρ τοῦτο ἐκλιπαρεῖς ὁ μὲν ᾕρηκε
τὸν ἀντίπαλον περιπτὰς αὐτῷ κατὰ τῶν νώτων καὶ
εἰς πνῖγμα ἀπολαμβάνει καὶ καταδεῖ τοῖς σκέλεσιν ὁ
δὲ οὔτε ἀπαγορεύει καὶ ὀρθὸς ὑπανίσταται καὶ
διαλύει τὴν χεῖρα ὑφ ἧς ἄγχoεται στρεβλώσας ἕνα
τῶν δακτύλων μεθ ὃν οὐκέτι οἱ λοιποὶ ἔχουσιν οὐδέ
εἰσιν ἐν τῷ ἀπρίξ ἀλγεῖ δὲ ltὁgt στρεβλούμενος καὶ
κατεσθίει τοῦ ltσυμgtπαλαιστοῦ τὸ οὖς ὅθεν
δυσχεραίνουσιν οἱ θεώμενοι τῶν ρώτων ὡς
ἀδικοῦντι καὶ ἐκπαλαίοντι καὶ μήλοις αὐτὸν
καταλιθοῦσι
Aqueles outros em torno dos quais haacute muitos
espectadores caem um sobre o outro com ardor
a lutar Vou descrever a luta jaacute que assim vocecirc
tanto quer voando um deles segura o oponente
por traacutes sufocando-o e prendendo-lhe as pernas
Mas este natildeo desiste e se levanta Solta a matildeo que
o sufoca torcendo-lhe um dos dedos o que tira a
forccedila dos outros que aliviam o aperto e a asfixia
O que tem o dedo torcido sentindo dor empurra
o oponente com a matildeo mordendo-lhe a orelha
Mas os expectadores natildeo tolerando o lutador
desleal ldquoapedrejam-nordquo de maccedilatildes
μηδὲ ὁ λαγὼς ἡμᾶς ἐκεῖνος διαφυγέτω
συνθηράσωμεν δὲ αὐτὸν τοῖς Ἔρωσι τοῦτο τὸ
θηρίον ὑποκαθήμενον ταῖς μηλέαις καὶ σιτούμενον
Natildeo deixemos que aquela lebre nos escape
Vamos caccedilaacute-la junto com os Amores Ela estaacute
sentada sob as macieiras comendo as maccedilatildes
caiacutedas no chatildeo deixando muitas comidas apenas
14
τὰ πίπτοντα εἰς γν μλα πολλὰ δὲ καὶ ἡμίβρωτα
καταλεῖπον διαθηρῶσιν οὗτοι καὶ καταράσσουσιν ὁ
μὲν κρότῳ χειρῶν ὁ δὲ κεκραγώς ὁ δὲ ἀνασείων
τὴν χλαμύδα καὶ οἱ μὲν ὑπερπέτονται τοῦ θηρίου
καταβοῶντες οἱ δὲ μεθέπουσιν αὐτὸ πεζοὶ κατ
ἴχνος ὁ δ ὡς ἐπιρρίψων ἑαυτὸν ὥρμησε καὶ τὸ
θηρίον ἄλλην ἐτράπετο ὁ δὲ ἐπιβουλεύει τῷ σκέλει
τοῦ λαγώ τὸν δὲ καὶ διωλίσθησεν ᾑρηκότα
pela metade e eles a caccedilam e perseguem Este
aqui batendo as matildeos aquele gritando aquele
outro agitando o manto Alguns gritando voam
sobre a lebre outros datildeo-lhe caccedila a peacute Um deles
se lanccedila sobre ela O animal se esquiva outro
deles tenta pegaacute-la pelas patas de traacutes e pega mas
ela escapa
γελῶσιν οὖν καὶ καταπεπτώκασιν ὁ μὲν ἐς πλευράν
ὁ δὲ πρηνής οἱ δὲ ὕπτιοι πάντες δὲ ἐν τοῖς τς
διαμαρτίας σχήμασι τοξεύει δὲ οὐδείς ἀλλὰ
πειρῶνται αὐτὸν ἑλεῖν ζῶντα ἱερεῖον τῆ Ἀφροδίτῃ
ἥδιστον
Entatildeo rindo e se jogando no chatildeo uns de lado
outros de bruccedilos e outros ainda de costas todos se
mostram desapontados Nenhum deles despede
flechas mas todos tentam pegar a lebre com a
matildeo viva para oferececirc-la em sacrifiacutecio e deleitar
Afrodite
οἶσθα γάρ που τὸ περὶ τοῦ λαγὼ λεγόμενον ὡς
πολὺ τς Ἀφροδίτης μέτεστιν αὐτῷ λέγεται οὖν περὶ
μὲν τοῦ θήλεος θηλάζειν τε αὐτὸ ἃ ἔτεκε καὶ
ἀποτίκτειν πάλιν ἐπὶ ταὐτῷ γάλακτικαὶ ἐπικυΐσκει δὲ
καὶ οὐδὲ εἷς χρόνος αὐτῷ τοῦ τοκετοῦ κενός
Vocecirc sabe que se diz sobre a lebre que nela haacute
muito de Afrodite Diz-se da fecircmea que
amamenta os que gerou e concebe novamente
enquanto ainda estaacute amamentando E ateacute
emprenha quando jaacute se encontra prenhe e em
nenhum momento seu ventre encontra-se
infecundo
τὸ δὲ ἄρρεν σπείρει τε ὡς φύσις ἀρρένων καὶ
ἀποκυΐσκει παρ ὃ πέφυκεν οἱ δὲ ἄτοποι τῶν
ἐραστῶν καὶ πειθώ τινα ἐρωτικὴν ἐν αὐτῷ
κατέγνωσαν βιαίῳ τέχνῃ τὰ παιδικὰ θηρώμενοι
O macho gera filhotes segundo a natureza dos
machos e tambeacutem fica prenhe contrariamente ao
que eacute natural Assim os pervetidos dentre os
amantes observaram neste animal certa persuasatildeo
eroacutetica quando perseguem meninos com
artifiacutecios violentos
ταῦτα μὲν οὖν καταλίπωμεν ἀνθρώποις ἀδίκοις καὶ
ἀναξίοις τοῦ ἀντερᾶσθαι σὺ δέ μοι τὴν Ἀφροδίτην
βλέπε ποῦ δὴ καὶ κατὰ τί τῶν μήλων ἐκείνῃ ὁρᾷς
τὴν ὕπαντρον πέτραν ἧς νᾶμα κυανώτατον
ὑπεκτρέχει χλωρόν τε καὶ πότιμον ὃ δὴ καὶ
διοχετεύεται ποτὸν εἶναι ταῖς μηλέαις ἐνταῦθά μοι
τὴν Ἀφροδίτην νόει Νυμφῶν οἶμαι αὐτὴν ἱδρυμένων
ὅτι αὐτὰς ἐποίησεν ρώτων μητέρας καὶ διὰ τοῦτο
εὔπαιδας
Mas deixemos esses assuntos aos homens injustos
e indignos de serem correspondidos no amor e
vocecirc junto comigo olhe para Afrodite Mas onde
estaacute e em que parte do pomar Vocecirc vecirc uma
gruta donde corre um fio de aacutegua do mais puro
azul fresca e potaacutevel que se ramifica para matar
a sede das macieiras Perceba Afrodite laacute creio
que as ninfas lhe dedicaram um templo por tecirc-las
feito matildees dos Amores e por isso matildees
afortunadas
καὶ κάτοπτρον δὲ τὸ ἀργυροῦν καὶ τὸ ὑπόχρυ σον
ἐκεῖνο σανδάλιον καὶ αἱ περόναι αἱ χρυσαῖ ταῦτα
πάντα οὐκ ἀργῶς ἀνπται λέγει δὲ ltἈφροδίτηςgt
O espelho prateado as sandaacutelias douradas e os
broches de ouro tudo ali dedicado natildeo sem
motivo Dizem pertencer a Afrodite pois isso estaacute
gravado neles e mostra que satildeo oferendas das
Ninfas
15
εἶναι καὶ γέγραπται τοῦτο καὶ Νυμφῶν δῶρα εἶναι
λέγεται
καὶ οἱ Ἔρωτες δὲ ἀπάρχονται τῶν μήλων καὶ
περιεστῶτες εὔχονται καλὸν αὐτοῖς εἶναι
Os Amores oferecem a Afrodite as primiacutecias das
macieiras e circundando-a rogam-lhe que seu
pomar seja belo
V Cronograma
1ordm Semestre de 2011
Traduccedilatildeo do Livro I
Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico
Leitura e fichamento de referecircncias modernas
Cursar uma disciplina
2ordm Semestre de 2011
Traduccedilatildeo do Livro II
Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico
Leitura e fichamento de referecircncias modernas
Cursar uma disciplina
1ordm Semestre de 2012
Redaccedilatildeo do primeiro e segundo Capiacutetulos
Cursar uma disciplina
2ordm Semestre de 2012
Redaccedilatildeo do terceiro e quarto capiacutetulos
1ordm Semestre de 2013
Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo
2ordm Semestre de 2013
Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo
Revisatildeo final da Dissertaccedilatildeo e da Traduccedilatildeo
VI Bibliografia essencial Parte significativa da bibliografia apresentada aqui foi apenas levantada
Referecircncias Antigas
ARISTOacuteTELES (2006) De anima Trad Maria Ceciacutelia Gomes dos Reis Satildeo Paulo
Editora 34
____________ (1973) Poeacutetica Trad Eudoro de Souza Satildeo Paulo Ars Poetica
____________ (1985) PoliacuteticaTrad Maacuterio da Gama Kury Brasiacutelia Editora da
Universidade de Brasiacutelia
16
____________ (1998) Retoacuterica Trad Manuel Alexandre Juacutenior Paulo F Alberto e
Abel do N Pena Lisboa Casa da Moeda
DIONIacuteSIO DE HALICARNASSO (1986) Tratado da Imitaccedilatildeo Traduccedilatildeo e ediccedilatildeo de Raul
Miguel Rosado Fernandes Lisboa INIC
HORAacuteCIO(1984) Arte Poeacutetica Trad R M Rosado Fernandes Lisboa Inqueacuterito
LONGINO (1997) Do Sublime In A Poeacutetica Claacutessica Trad Jaime Bruna Satildeo Paulo
Cultrix
PLATAtildeO (2000) A Repuacuteblica Trad Carlos Alberto Nunes Paraacute Editora Universitaacuteria
UFPA
_______ (1952) Sophist In Plato Trad Harold N Fowler London The Loeb
Classical Library
PLUTARCO(1927 REPRINT 1986) The education of childre How a young man should
study poetry On listening to lectures in Moralia Trad Frank Cole Babbit
London Loeb Classical Library
QUINTILIANO (1979-89) The Institutio Oratoria Trad H E Butler London Loeb
Classical Library
SEXTO EMPIRICO (1997) Against the Physicists Against the Ethicists Trad RG
Bury London Loeb Classical Library
_______________ (1987) Against the Professors Trad RG Bury London Loeb
Classical Library
Referecircncias Modernas
ANDERSON G (1993) The Second Sophistic A Cultural Phenomenon in the Roman
Empire New York Routledge
BEALL SM (1993) ldquoWord-painting in the bdquoImagines‟ of the Elder Philostratusrdquo In
Hermes 1213 pp350-363
BENEDIKTSON D T (2000) Literature and the Visual Arts in Ancient Greece
Oklahoma University of Oklahoma Press Norman Publisihing Division of the
University
BERTRAND E(1882) Un critique d‟art dans l‟Antiquiteacute Philostrate et son eacutecole Paris
Thorin 1882 in-8 367p (appendice avec traduction d‟un choix de tableaux)
BILLAULT A (2000) L‟univers de Philostrate Bruxelles Latomus
BORG B E (ed) (2004) Paideia The World of the 2nd
Sophistic Berlin Walter de
Gryter Grub H
BOWIE E amp ELSNER J (2009) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
17
BOWIE E (2009) ldquoPhilostratus the life of a sophistrdquo In BOWIE E ET ELSNER J
(ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
BOWIE EWEN AND ELSNER JAS (ED) (2009) Philostratus Cambridge Cambridge
University Press
BRYSON N (1994) ldquoPhilostratus and the Imaginary Museumrdquo In Simon Goldhill Art
and Text in Ancient Greek Culture Cambridge Cambridge University Press
CONAN M (1987) ldquoThe Imagines of Philostratusrdquo In Word amp Image vol3 ndeg2
pp162-171
CONSTANTINI M GRAZIANI F ET ROLET S(2006) Le deacutefi de lart Philostrate
Callistrate et limage sophistique La Licorne 75 Rennes Presses
Universitaires de Rennes
CORREA PC Filoacutestrato o Velho In Jacqueline Lichtenstein Magnoacutelia Costa (Org)
A Pintura Textos essenciais VolI O mito da pintura 1 ed Satildeo Paulo Editora
34 2004 v 1 p 27-29
CRESCENZO R(1999) Peintures d‟instruction la posteacuteriteacute litteacuteraire des Images de
Philostrate en France de Blaise de Vigenegravere agrave l‟eacutepoque classique Genegraveve Droz
CRIBIORE R (2001) Gymnastics of the Mind Greek Education in Hellenistic and
Roman Egypt Princeton Princeton University Press
DE LANNOY L(1997) Le problegraveme des Philostrate (Eacutetat de la question)In ANRW
II343 2362-2449
DUBEL S (2009) ldquoColour in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER
JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
ELSNER J (2009) ldquoA Protean corpusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER JAS (ED)
Philostratus Cambridge Cambridge University Press
FOWLER D P (1991) ldquoNarrate and Describe The Problem of Ekphrasisrdquo In The
Journal of Roman Studies vol81 pp25-35
GOLDHILL S (2007) ldquoWhat is ekphrasis forrdquo In CP 1021 pp 1-19
GRAZIANI F (2006)rdquoLa veriteacute en image le method sophistiquerdquo In COSTANTINI M
GRAZIANI F ET ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage
sophistique La Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes
HAMON P (1981) ldquoRhetorical Status of Descriptiverdquo Trad Patricia Baudoin In Yale
French Studies nordm61 pp 1-26
JONES C P (2004) ldquoMultiple identities in the age of the Second Sophisticrdquo In BORG
B E (ed) Paideia The World of the 2nd
Sophistic Berlin Walter de Gryter
Grub H
18
JULIAacute V (ED) (2001) Los Antiguos Griegos y su lenguaBuenos Aires Biblos
KOORTBOJIAN M (2005) ldquoMimesis or Phantasia Two Representional Modes in
Roman Commemorative Artrdquo In Classical Antiquity vol24 nordm2 pp285-311
KOSTOPOULOU V (2009) ldquoPhilostratus‟ Imagines 218 Words and Imagesrdquo In
GRBS 49 Pp 81-100
KRIEGER M (1992) Ekphrasis The Illusion of the Natural Sign London The Johns
Hopkins University Press
KUNZ D (1997) Un sentiment d‟image Poeacutetique ndeg112 pp461-474
LAUSBERG H (1966) Manual de Retoacuterica Literaria Trad R M Rosado Fernandes
Lisboa Fund Calouste Gulbenkian
LEACH E W (2000) ldquoNarrative Space and the Viewer in Philostratus‟ Eikonesrdquo In
Mitteilungen des Deutschen Archaumlologishen Institutes Roumlmische Abteilung
(Mainz am Rhein Verlag Philipp von Zabern) vol107 pp237-252
____________________ (1992) ldquoPolyphemus in Landscape Traditions of Pastoral
Courtshiprdquo In Studies in the history of art vol36 pp62-87
LEVY C amp PERNOT L (1997) Dire LbdquoEacutevidence Paris L‟Harmattan
LEHMANN-HARTLEBEN K (1941) ldquoThe Imagines of the Elder Philostratusrdquo The Art
Bulletin vol23 pp16-44
LISSARRAGUE F (1995) ldquoPhilostrate entre les images et les motsrdquo In POMMIER E
Histoire de l‟histoire de l‟art T1 de l‟Antiquiteacute au XVIIIegrave siegravecle Confeacuterences
du Museacutee du Louvre Paris Paris Museacutee du Louvre 1995 pp79-93
MANIERI A (1999) ldquoImagines Principi dell‟estetica filostrateardquo In QUCC 633
PP 111-121
MARCOS G E amp DIacuteAZ M E (ED) (2009) El surgimiento de la phantasiacutea en la Grecia
Claacutesica Buenos Aires Prometeo Libros
MARTINS P (2005) ldquoEneacuteias se reconhecerdquo In Letras Claacutessicas Satildeo Paulo
Humanitas
___________(2006)ldquoTropos na Eneida e uma imagem metafoacutericardquo In Martinho dos
Santos Marcos (org) ndash 1ordm Simpoacutesio de Estudos Claacutessicos Satildeo Paulo
Humanitas pp 91-118
___________ (2008) ldquoPolignoto Paacuteuson Dioniacutesio e Zecircuxis ndash Uma leitura da pintura
antiga claacutessica gregardquo [Aguarda publicaccedilatildeo Campinas IELUNICAMP
Revista Phaos]
___________ (2010) ldquoCicero The Picturing a Rhetoricrdquo [Aguarda Referee]
19
___________(2010) ldquoBreve Criacutetica da Histoacuteria da Literatura Latinardquo [Aguarda
Publicaccedilatildeo em Classica]
MCMAHON A P (1931) ldquoSextus Empiricus and the Artsrdquo Harvard Studies in
Classical Philology 42 pp 79-137
NEWBY Z (2009) ldquoAbsortion and erudition in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN
EWEN AND ELSNER JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge
University Press
NEWMAN S (2002) ldquoAristotle‟s Notion of bdquoBringing-Before-the-Eyes‟ Its
Contibutionss to Aristotelian and Contemporary Conceptualizations of
Metaphor Style and Audiencerdquo In Rhetorica 201 pp 1-23
PASTOUREAU M et GRAZIANI F(1996) ldquoFlux et reflux de l‟iconologie Philostrate les
Images ou tableaux de platte-peinture traduction et commentaires de Blaise de
Vigenegravere 1587rdquo In Critique vol52 ndeg589-590 pp556-560
PHILLIP J A (1961) ldquoMimesis in the Sophistes of Platordquo In Transactions and
Procedures of the American Philological Associationrdquo vol 92 pp 453- 468
PINEDA V(2000) ldquoLa invencioacuten de la eacutecfrasisrdquo In VV AA Homenaje a la Profesora
Carmen Peacuterez Romero Universidad de Extremadura Facultad de Filosofiacutea y
Letras pp 251-69
QUET MH(2006) ldquoVoir entendrese ressouvenir Cadre circonstances et objectif de
l‟aprentissage d‟un plaisir culturel ltlthellenegtgt d‟apregraves le teimognage du
prologue des Images de Philostrate In COSTANTINI M GRAZIANI F ET
ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage sophistique La
Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes
RODOLPHO M (2010) Eacutecfrase e Evidecircncia nas Letras Latinas Doutrina e Praacutexis
Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada junto ao DLCVPPGLCFFLCH da
Universidade de Satildeo Paulo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Paulo Martins
ROSENTHAL O ET JOURDE M (1995) ldquoCe qu‟on entend dans les Images Philostrate
Vigenegravere 1578rdquo In Michel G amp Jourde M L‟inscription du regard Moyen-
Acircge Renaissance Fontenay-aux-Roses ENS (collection Signes)
ROUGET F (1997) ldquoLes Images ou tableaux de platte-peinture de PhilostraterdquoIn
Sixteenth Century Journal284 pp1380-1382
SHAFFER D (1998) ldquoEkphrasis and the Rhetoric of Viewing in Philostratus‟s
Imaginary Museumrdquo In Philosophy amp Rhetoric 314 pp303-316
SILVERMAN A (1991) ldquoPlato on Phantasiardquo In Classical Antiquity 1991 vol10 nordm1
SQUAIRE M (2009) Image and Text in Greco-Roman Antiquity Cambridge
Cambridge University Press
20
SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review
8 1 Pp 5-21
SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER
JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge
Cambridge Univeristy Press
TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo
In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73
WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to
Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New
York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810
WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory
and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited
WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of
Imitation New York Oxford University Press
_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S
HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge
Univeristy Press
YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp
4
A segunda parte da pesquisa propotildee anaacutelise do texto isto eacute das descriccedilotildees de pinturas
que estariam em uma villa em Naacutepoles A leitura e anaacutelise do texto partiraacute de
pressupostos sobre a mateacuteria ecfraacutestica jaacute assentados por Rodolpho2 principalmente
daqueles em que observamos as teorias da linguagem visual dos estoacuteicos (para os quais
essa linguagem constitui uma categoria central de sua oacuteptica e psicologia3) e nos dos
ceacuteticos notadamente Sexto Empiacuterico que no tratado Contra os Matemaacuteticos apresenta
uma teoria da representaccedilatildeo mental para aferirmos a relaccedilatildeo entre eacutecfrase percepccedilatildeo
fantasia mimese comoccedilatildeo e educaccedilatildeo observada na obra desse autor
Outra obra Dialexis 2 (uma pequena peccedila retoacuterica) seraacute tambeacutem traduzida pois seu
conteuacutedo estaacute em relaccedilatildeo direta com o proecircmio de Imagens e segundo Swain4 pode
ateacute mesmo ter servido como introduccedilatildeo a uma das descriccedilotildees ali contidas
Nesse sentido apresentamos a estrutura para a segunda parte desta dissertaccedilatildeo de
mestrado
Capiacutetulo 1 A Aacutetica em Roma A Helenizaccedilatildeo e a Segunda Sofiacutestica
Capiacutetulo 2 Eacutecfrase e os trecircs niacuteveis de interlocuccedilatildeo
Capiacutetulo 3 Do tropo ao gecircnero a autonomia da eacutecfrase
Capiacutetulo 4 Imagem mimese e educaccedilatildeo
II Justificativa
Esta pesquisa justifica-se
1) pela relevacircncia do autor e a pouca atenccedilatildeo que tem recebido nos Estudos
Claacutessicos no Brasil De sua obra foram traduzidos para o portuguecircs apenas
alguns excertos5
2) pela possibilidade concomitante que a obra apresenta (e que a traduccedilatildeo buscaraacute
manter) de agradar simplesmente mas tambeacutem de delimitar conceitos de
eacutecfrase enargia e fantasia
2 (RODOLPHO 2010)
3 (GODHILL 2007)
4 (SWAIN 2009 41)
5 Prof Dra Paula da Cunha Correa na seacuterie de 14 livros dedicados agrave pintura da Editora 34 organizados
por Jacqueline Lichtenstein
5
3) Pela interlocuccedilatildeo que manteacutem com alguns trabalhos atuais realizados fora do
Brasil
4) Por sua inserccedilatildeo no trabalho do nuacutecleo de pesquisa IAC do PPGLC ndash USP e
afinidades com outras aacutereas dos Estudos Claacutessicos
Filoacutestrato cidadatildeo romano nascido na Greacutecia recebeu pelo menos parte de sua
educaccedilatildeo em Atenas Produziu obra vasta e diversificada que abarca grande espectro
geneacuterico e nos daacute elementos para melhor compreender o que era ser grego ou o que se
considerava ser grego no periacuteodo aleacutem de nos oferecer matizes para compreender as
interferecircncias muacutetuas entre o universo cultural heleniacutestico e o romano que estatildeo na
base da ldquocultura helecircnicardquo do periacutedo revitalizada no principio da era cristatilde
Atualmente satildeo aceitas como suas Vida dos Sofistas Vida de Apolocircnio de Tiana
Heroico Imagens Cartas Ginaacutestica e Nero Vaacuterias delas foram modelo de emulaccedilatildeo
posterior
Eacute de registrar que Filoacutestrato como o periacuteodo ao qual deu nome Segunda Sofiacutestica vecircm
recebendo atenccedilatildeo crescente dos pesquisadores em Letras Claacutessicas fora do Brasil Em
2007 foi editado um volume que trata da cultura no periacuteodo Severiano (organizado por
Simon Swain Stephen Harrison e Jaś Elsner) e em 2009 foi lanccedilado livro dedicado a
Filoacutestrato organizado por dois professores da Universidade de Oxford (Elsner e
Bowie) Alguns autores vecircm se ocupando de sua obra eou aspectos teoacutericos a ela
relacionados Ruth Webb Jaś Elsner Simon Goldhill e Thomas Benediktson
A pesquisa proposta integra as atividades do Grupo de Pesquisa (CNPq) e do Nuacutecleo de
Pesquisa ldquoImagens da Antiguumlidade Claacutessicardquo6 do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em
Letras Claacutessicas do DLCVFFLCHUSP coordenado pelo Prof Dr Paulo Martins
Por uacuteltimo haacute se notar que o texto em questatildeo abre a possibilidade de interlocuccedilotildees
com diversas aacutereas dos Estudos Claacutessicos como por exemplo a histoacuteria e histoacuteria da
arte constituindo pois valoroso manancial de intersecccedilatildeo de conhecimentos
III Metodologia
Os trabalhos levados a termo na aacuterea de Letras Claacutessicas no mais das vezes
restringem-se fundamentalmente agrave biblioteca natildeo soacute pela atividade tradutoacuteria mas
6 httpwwwuspbriac
6
inquestionavelmente por implicar leitura de fontes antigas e modernas Portanto
metodologia cientiacutefica nessa aacuterea natildeo eacute atinente agrave observaccedilatildeo de experimentos ou agrave
pesquisa de campo ndashque podem por exemplo supor tabulaccedilatildeo de resultados ou opccedilatildeo
de mecanismos de afericcedilatildeo ndash mas a meacutetodos de pesquisa bibliograacutefica que supotildee opccedilatildeo
teoacuterica e o respectivo corpus
Como jaacute explicitamos acima o vieacutes teoacuterico com que analisaremos o texto de Filoacutestrato a
primeira e principal questatildeo metodoloacutegica eacute a escolha do texto base A despeito de natildeo
termos acesso aos principais manuscritos e natildeo julgarmos ser esse o cerne de nossa
pesquisa a saber a edoacutetica informamos que as ediccedilotildees modernas de Filoacutestrato satildeo
todas baseadas nos seguintes manuscritos Laurentianus LXVIX (30) seacutec XIII F
Parisiensis Gr 1696 seacutec XIV P Vindobonensis 331 seacutec XIV V1 Vaticanus 1898
seacutec XIII V2 e Vaticanus 98 seacutec XIII V
Quanto agraves ediccedilotildees modernas temos
NEGRI STEPHANI (1521) Stephani Negri elegātissima e gręco Author subditor
trāslationesvidelicet Philostrati Icones Pythagorę aureucirc Athenęi collectanea
et alia multa scitu digniss amp rara incretu etc ms Notes 2 pt Per lo De
Castelliono Mediolani
FILOacuteSTRATO (1503) Tade enestin en tode to biblio Loukianou Philostratou eikones
tou autou Heroika tou autou bioi sophiston Philostratou neoterou eikones
Kallistratou ekphraseis = Quae hoc volumine continentur luciani opera Icones
Philostrati Ejusdem Heroica ejusdem vitae sophistarum Icones junioris
Philostrati Descriptiones Callistrati Venezia in Aedibus Aldis
___________ (1517) Quae hoc volumine continentur Icones Philostrati etchellipgrec
Florentiae sumptu P Juntae
___________ (1550) Philostrati imagines Eiusdem heroica Eiusde uitae
Sophistarum Philostrati Iunioris Imagines Callistrati descriptiones etchellipgrec
Venetiis apud P amp IM Nicolinos
___________ (1578) Les Images ou tableaux de platte peinture des deux Philostrates
Sophistes grecs et les Statues de Callistrate Paris Nicolas Chesneau
___________ (1602) La Suitte de Philostrate (les Images ou tableaux de Platte
Peinture du jeune Philostrate La description de Callistrate de quelques statues
antiques Les Heacuteroiumlques de Philostrate etchellip traduits de grec en Franccedilois) par
Blaise de Vigenegravere Paris A Langellier
___________ (1609) Philostratus Iconum initio De pictura In Martini (m) Pomp
Gauricihellip De sculptura Liber etc
7
___________ (1611) Les Images ou tableaux de platte peinture mis en franccedilois par
Blaise de Vigenegravere tome premier (preacuteface et sonnet de G Linocier vers de
Moysson J Carlin) Tournon Claude Michel
___________ (1615) Les images ou Tableaux de platte peinture des deux Philostrates
sophistes grecs et les statues de Callistrate mis en francois par Blaise de
Vigenegraverehellipavec des eacutepigrammes sur chacun diceux par Artus Thomas Sieur
d‟Embry- Reveus[ ] et corrigez sur l‟original par un docte personnage de ce
temps en la langue grecque et repreacutesentez en taille douce en cette nouvelle ed
Paris l‟Angelier
___________ (1637) Les images ou Tableaux de platte peinture des deux Philostrate
et les statues de Callistrate La description de quelques statues antiques tant
de marbre comme de bronze mis en franccedilois par Blaise de Vigenegravere Avec des
eacutepigrammes sur chacun diceux par Artus Thomas Sieur d‟Embry Reveus et
corrigezhellip et repreacutesentez en taille douce en cette nouvelle eacuted Paris Cramoisy
Quanto agraves traduccedilotildees para as liacutenguas modernas temos
FILOacuteSTRATO (1931) Imagines (descriptions de Callistratus) traduit par Arthur
FAIRBANKS London Heinemann New York Putnam 1931
__________ (1968) Die Bilder griechisch-deutsch Muumlnchen E Heimeran 1968
__________ (1991) La galerie de tableaux traduit par Auguste Bougot reacuteviseacute et
annoteacute par Franccedilois Lissarrague preacuteface de Pierre Hadot Paris les Belles
Lettres
__________ (1993) Imagravegenes Filostrato el Viejo Filostrato el Joven Descipciones
Calistrato Edicion a cargo de Luis Alberto de Cuenca y Miguel Angel
Elvira Madrid Siruela
__________ (1995) Les Images ou tableaux de platte peinture 2 volumes traduction
et commentaires de Blaise de Vigenegravere (1578) preacutesenteacute et annoteacute par
Franccediloise GRAZIANI Paris Honoreacute Champion
__________ (1997) Immagini Traduction et notes de Franco Fanizza et Gianni
Schilardi Lecce Argo
A segunda questatildeo metodoloacutegica diz respeito ao procedimento adotado na traduccedilatildeo e no
estabelecimento das notas de compreensatildeo para o quais aleacutem do que fisicamente estaacute
disponiacutevel nas bibliotecas da USP UNICAMP e UNESP mormente a indexaccedilatildeo do
L‟Anneacutee philologique seraacute realizado levantamento bibliograacutefico virtual nos perioacutedicos
indexados no JStor e Muse Project
8
IV Aspectos relevantes do projeto
1Introduccedilatildeo
Imagens composto de descriccedilotildees de pinturas eacute o primeiro livro em prosa a tratar do
tropo retoacuterico da eacutecfrase de forma unificada e como foco temaacutetico de uma obra7
Influenciou toda a discussatildeo posterior do tropo (eacutecfrase) e eacute a partir dele que se passou a
definiacute-lo exclusivamente como a descriccedilatildeo de obras de arte Importante notar
entretanto que isso ocorreu pela leitura ldquoliteralrdquo desse texto sem que se levasse em
conta seu contexto enunciativo Imagens eacute uma composiccedilatildeo complexa que traz em si
muacuteltiplas referecircncias e muacuteltiplos gecircneros
2Breve descriccedilatildeo dos capiacutetulos propostos
21 A Aacutetica em Roma A Helenizaccedilatildeo e a Segunda Sofiacutestica
211 Paideia e pertenccedila
A elite grega ancorava sua superioridade em termos de educaccedilatildeo ou melhor na
paideia palavra que designa civilizaccedilatildeo e cultura (produccedilatildeo intelectual) e tambeacutem
muacutesica e ginaacutestica Assim aqueles que tinham acesso agrave paideia eram os chamados
pepaideumecircnos ldquoos instruiacutedosrdquo em oposiccedilatildeo aos idiotai ldquoos natildeo instruiacutedosrdquo (uma
subelite na cultura grega) e os barbaroi ldquoos natildeo falantes de gregordquo A natureza da
educaccedilatildeo ideal natildeo era consensual e os textos dos autores do periacuteodo ndash filosoacuteficos
retoacutericos histoacutericos satiacutericos e biograacuteficos ndash espelham tal dissenso
Entretanto eacute possiacutevel identificar um fator unificador em todos eles o enraizamento de
todas as formas de identificaccedilatildeo cultural na tradiccedilatildeo e no passado Embora isso se decirc
fundamentalmente como um problema cultural tinha grande relevacircncia poliacutetica pois
sancionava direito ao exerciacutecio do poder por parte daquela elite cultural grega alinhado
diretamente aos grandes nomes do passado glorioso da Heacutelade
A obra de Filoacutestrato insere-se nesse contexto e compreende grande diversidade
geneacuterica com temas sempre calcados no passado e na tradiccedilatildeo que ao mesmo tempo
operam poreacutem sutis alteraccedilotildees e atenuam os limites e as fronteiras entre os diversos
gecircneros
7 (SWAIN 200944)
9
212 Contexto especiacutefico
Logo no iniacutecio do livro A Vida de Apolocircnio de Tiana Filoacutestrato afirma ldquofazer parte do
ciacuterculo de Julia Domna esposa de Severiano (Iulia heacute basilis8) pois ela admirava e
apreciava todo tipo de oraccedilatildeo retoacutericardquo Muito jaacute se especulou a respeito desse
ldquociacuterculordquo imaginando-se que fosse uma espeacutecie de corte que atraiacutea os principais
pensadores da eacutepoca No entanto as evidecircncias quanto natureza dele satildeo escassas e natildeo
haacute informaccedilotildees precisas sobre sua magnitude constituiccedilatildeo eou duraccedilatildeo Tal ressalva eacute
importante pois muitos autores a partir daiacute fizeram inferecircncias sobre a ldquovida de
Filoacutestrato na corterdquo e interpretaram sua obra como expressatildeo da poliacutetica imperial O
exame da produccedilatildeo de Filoacutestrato contudo natildeo traz nenhuma evidecircncia de filiaccedilatildeo a um
suposto programa imperial
Filoacutestrato viveu a maior parte de sua vida adulta durante a dinastia severiana De forma
geral nessa eacutepoca eacute possiacutevel identificar sinais de continuidade com a produccedilatildeo em
prosa grega observada na eacutepoca dos Antoninos mas observam-se tambeacutem alguns
elementos distintivos Neste periacuteodo comeccedilaram a surgir refutaccedilotildees quanto agrave
superioridade da cultura grega Por exemplo Dioacutegenes Laeacutercio nas Vidas dos
Filoacutesofos Famosos insistia que a sabedoria e a proacutepria humanidade haviam surgido na
Greacutecia Cita Aristoacuteteles e Soacutetion como proponentes da ideia de que a filosofia tivera
origem entre os povos ldquobaacuterbarosrdquo Entretanto ele provavelmente dirigia-se a autores
judeus e cristatildeos de seu proacuteprio periacuteodo que vinham atacando a supremacia cultural
reclamada pelos gregos
Assim sem querer atribuir intencionalidade agrave obra de Filoacutestrato que frequentava a uma
corte romana composta por governantes feniacutecios e tunisianos que transitava entre as
vaacuterias proviacutencias do Impeacuterio podemos traccedilar um paralelo entre sua obra -que explora as
fronteiras entre os gecircneros e os limites de cada um em particular e transforma a tradiccedilatildeo
incorporando-lhe novos elementos sem no entanto abandonaacute-la - e o conceito exposto
por Norberto Guarinello na palestra ldquoO que eacute o Impeacuterio Romanordquo9 de que natildeo seria
adequado falarmos propriamente em fronteiras do Impeacuterio Romano mas sim em
ldquofranjas fronteiriccedilasrdquo em linhas divisoacuterias fluidas entre diferentes povos diferentes
liacutenguas e tradiccedilotildees
8 (FILOacuteSTRATO AT 138)
9 LEIR III Coloacutequio ndash ldquoAs Formas do Impeacuterio Romanordquo em Mariana-MG de 28 - 30 de abril de 2009
10
22 Eacutecfrase e os trecircs niacuteveis de interlocuccedilatildeo
Aceitaremos o que o autor propotildee no prefaacutecio em princiacutepio como
verdadeiroverossiacutemil10
Segundo esse prefaacutecio as descriccedilotildees foram feitas a um menino
de 10 anos de idade (a seu pedido) e a um grupo de potenciais pupilos pouco mais
velhos Para o proacuteprio autor sua funccedilatildeo naquele momento eacute ensinar a ldquointerpretar a
pintura formando seu gostordquo11
Assim considerando a situaccedilatildeo primaacuteria da composiccedilatildeo
da obra haacute o primeiro grupo (ainda segundo o prefaacutecio) que vecirc as obras enquanto o
autor as descreve No grupo vemos de um lado um menino interessado principalmente
nas explicaccedilotildees e interpretaccedilotildees das pinturas De outro os demais jovens interessados
natildeo soacute nesse aspecto descritivo mas tambeacutem na arte retoacuterica do orador (o professor)
Aleacutem disso se a obra foi escrita como registro dessas exposiccedilotildees orais ela teraacute como
destinataacuterios ouvintes12
e leitores que jaacute natildeo tecircm as obras diante dos olhos Dessa
maneira de pronto considerando a diversidade de recepccedilatildeo obteremos uma chave (ou
chaves) de leitura determinando os limites de decoro entre o texto e a recepccedilatildeo O autor
utilizaraacute a memoacuteria e a imaginaccedilatildeo (phantasiacutea) de seu puacuteblico para obter efeito
desejado isto eacute a visualizaccedilatildeo Isso ele consegue natildeo simplesmente descrevendo em
palavras aquilo que estaacute sendo ldquovistordquo mas recriando as pinturas e situaccedilotildees educando
e direcionando o olhar (seja o olhar ldquofiacutesicordquo seja o olhar da mente) dando a ver tanto
aquilo que estaacute reproduzido como aquilo que natildeo estaacute reproduzido no quadro
Desse modo se o autor eacute bem sucedido podemos entatildeo dizer que todos ndash vendo ou natildeo
os quadros ldquoreais ou natildeordquo ndash de fato visualizam as pinturas Cumpre portanto a funccedilatildeo
preciacutepua da eacutecfrase trazer diante dos olhos de maneira viacutevida
23 Do tropo ao gecircnero a autonomia da eacutecfrase
Para os criacuteticos modernos eacutecfrase eacute uma descriccedilatildeo de obras de arte Entretanto o
conceito antigo deste tropo retoacuterico eacute mais amplo que essa definiccedilatildeo Para os antigos
(segundo os progyminasmata ou praexercitamina) eacutecfrase eacute simplesmente aquilo que
ldquocontribui para provocar o efeito de visualizaccedilatildeo do discurso verbalrdquo13
Assim eacutecfrase
deve ser entendida em um contexto em que a palavra eacute concebida como uma ldquoforccedila que
10
(MARTINS2 2010) 11
sect3 prefaacutecio Imagines 12
Provavelmente a obra foi apresentada em outras ocasiotildees a um auditoacuterio anaacutelogo ao primeiro
(Introduccedilatildeo da traduccedilatildeo francesa 5) 13
(RODOLPHO 3)
11
age sobre o ouvinterdquo14
Desta maneira o referente da eacutecfrase tem valor secundaacuterio e o
que importa eacute o impacto sobre a audiecircncia a eacutecfrasetransforma pois os ouvintes e
leitores em expectadores15
Compreendendo-se eacutecfrase dessa maneira observamos que designa um recurso
utilizado em vaacuterios gecircneros de discurso desde a ceacutelebre descriccedilatildeo do escudo de Aquiles
na Iliacuteada os idiacutelios de Teacuteoacutecrito e Mosco e os epigramas da Antologia ateacute os discursos
judiciaacuterios em Roma
Filoacutestrato pela primeira vez em Imagens transforma este recurso no foco principal de
uma obra ndash assim aquilo que era conteuacutedo presente em diversos gecircneros passa a ser o
continente a moldura ou seja uma sineacutedoque de gecircnero letrado
O autor natildeo apenas descreve as pinturas como faz uso de toda a variedade de
possibilidades do tropo ndash passa de narrativas miacuteticas a descriccedilotildees de paisagens de
personificaccedilotildees a naturezas mortas ndash e apresenta como pinturas temas letrados que
fazem parte de outros gecircneros ndash eacutepico bucoacutelico traacutegico etc ndash que contecircm por sua
vez eacutecfrases em si mesmos16
Podemos assim dizer que a eacutecfrase aqui se autonomiza deixa de ser recurso e passa a
ser um fim constituindo-se num gecircnero
24 Imagem mimese e educaccedilatildeo
O proacutelogo de Filoacutestrato em Imagens
Filoacutestrato inicia o proacutelogo de Imagens afirmando que quem despreza a pintura despreza
a verdade e a sabedoria Mais adiante afirma que somente a pintura eacute capaz de mostrar
o verdadeiro caraacuteter dos herois por meio de suas expressotildees faciais Aleacutem disso afirma
tambeacutem o caraacuteter didaacutetico de sua exposiccedilatildeo
Nesta pesquisa investigaremos a relaccedilatildeo entre a obra e as concepccedilotildees de como as artes
mimeacuteticas se relacionavam com a educaccedilatildeo pois se por um lado Filoacutestrato identifica a
sophia com o domiacutenio das vaacuterias technai segundo um modelo platocircnico por outro
afirma que a pintura conteacutem em si a verdade ndash em uma posiccedilatildeo contraacuteria agrave da
14
(WEBB 20095) 15
id ib 16
(ELSNER 200915)
12
Academia - e que eacute possiacutevel ensinar os jovens por meio dela Para tanto consultaremos
outras fontes antigas com as quais Filoacutestrato dialoga Platatildeo na Repuacuteblica e o Sofista
Aristoacuteteles na Poeacutetica Retoacuterica e Poliacutetica Longino no Tratado do Sublime Dioniacutesio
de Halicarnasso no Tratado da Imitaccedilatildeo Horaacutecio na Arte Poeacutetica e Plutarco
3Traduccedilatildeo
Apresento aqui uma primeira traduccedilatildeo ainda natildeo anotada do quadro 6 ndash Amores
ΕΡΩΤΕΣ
Μλα Ἔρωτες ἰδοὺ τρυγῶσιν εἰ δὲ πλθος αὐτῶν
μὴ θαυμάσῃς Νυμφῶν γὰρ δὴ παῖδες οὗτοι
γίνονται τὸ θνητὸν ἅπαν διακυβερνῶντες πολλοὶ
διὰ πολλά ὧν ἐρῶσιν ἄνθρωποι τὸν δὲ οὐράνιόν
φασιν ἐν τῷ οὐρανῷ πράττειν τὰ θεῖα μῶν ἐπῄσθου
τι τς ἀνὰ τὸν κπον εὐωδίας ἢ βραδύνει σοι τοῦτο
ἀλλὰ προθύμως ἄκουε προσβαλεῖ γάρ σε μετὰ τοῦ
λόγου καὶ τὰ μλα
AMORES
Olhe Os Amores estatildeo colhendo maccedilatildes Se haacute
muitos natildeo se espante Satildeo filhos das ninfas
governam tudo o que eacute mortal e satildeo muitos pois
muitas satildeo as coisas que os homens amam Dizem
que um deles celeste rege ateacute mesmo os assuntos
divinos Vocecirc natildeo sente um doce aroma que vem
do pomar ou isso lhe eacute imperceptiacutevel Mas escute
com boa vontade pois as maccedilatildes com minhas
palavras vatildeo atingi-lo
ὄρχοι μὲν οὗτοι φυτῶν ὀρθοὶ πορεύονται τοῦ μέσου
δὲ αὐτῶν ἐλευθερία βαδίζειν πόα δὲ ἁπαλὴ κατέχει
τοὺς δρόμους οἵα καὶ κατακλιθέντι στρωμνὴ εἶναι
Estas fileiras de aacutervores alinham-se perfeitamente
e haacute espaccedilo entre elas para caminhar Uma relva
recobre suave os caminhos e serve de leito m13cio
aos que nela se deitam
ἀπ ἄκρων δὲ τῶν ὄζων μλα χρυσᾶ καὶ πυρσὰ καὶ
ἡλιώδη προσάγονται τὸν ἑσμὸν ὅλον τῶν ρώτων
γεωργεῖν αὐτά φαρέτραι μὲν οὖν χρυσόπαστοι καὶ
χρυσᾶ καὶ τὰ ἐν αὐταῖς βέλη γυμνὴ τούτων ἡ ἀγέλη
πᾶσα καὶ κοῦφοι διαπέτονται περιαρτήσαντες αὐτὰ
ταῖς μηλέαις αἱ δὲ ἐφεστρίδες αἱ ποικίλαι κεῖνται μὲν
ἐν τῆ πόᾳ μυρία δὲ αὐτῶν τὰ ἄνθη οὐδὲ
ἐστεφάνωνται τὰς κεφαλὰς ὡς ἀποχρώσης αὐτοῖς
τς κόμης πτερὰ δὲ κυάνεα καὶ φοινικᾶ καὶ χρυσᾶ
ἐνίοις μόνον οὐ καὐτὸν πλήττει τὸν ἀέρα ξὺν
ἁρμονίᾳ μουσικῆ
Da ponta dos galhos brilham maccedilatildes cor de ouro
vermelho-fogo e amarelo-sol oferecendo-se a
todo o bando de Amores para serem colhidas
Aljavas cravejadas de ouro guardam flechas
aacuteureas e o bando esvoaccedila leve apoacutes penduraacute-las
nas macieiras Suas capas bordadas estendem-se
pela relva e delas emana o brilho de miriacuteades de
cores Guirlandas natildeo lhes enfeitam a cabeccedila
bastam os cabelos As asas azul-mar puacuterpura e
em alguns douradas vibram o ar e em harmonia
produzem quase muacutesica
φεῦ τῶν ταλάρων εἰς οὓς ἀποτίθενται τὰ μλα ὡς
πολλὴ μὲν περὶ αὐτοὺς ἡ σαρδώ πολλὴ δὲ ἡ
σμάραγδος ἀληθὴς δ ἡ μάργηλις ἡ συνθήκη δὲ
Veja as cest13s que lindas crivadas de
sardocircnicas esmeraldas e peacuterolas verdadeiras
Decerto obra de Hefesto Ali guardam as maccedilatildes
Mas de escadas feitas pelo deus os Amores natildeo
precisam voando alcanccedilam as maccedilatildes no alto das
13
αὐτῶν Ἡφαίστου νοείσθω οὐ δὲ κλιμάκων δέονται
πρὸς τὰ δένδρα παρ αὐτοῦ ὑψοῦ γὰρ καὶ ἐς αὐτὰ
πέτονται τὰ μλα
aacutervores
καὶ ἵνα μὴ τοὺς χορεύοντας λέγωμεν ἢ τοὺς
διαθέοντας ἢ τοὺς καθεύδοντας ἢ ὡς γάνυνται τῶν
μήλων ἐμφαγόντες ἴδωμεν ὅ τι ποτὲ οὗτοι νοοῦσιν
Nem vou falar dos que danccedilam em roda dos que
correm dos que estatildeo deitados e dos que se
alegram comendo as maccedilatildes mas vejamos o que
estes outr13s significam
οἱ γὰρ κάλλιστοι τῶν ρώτων ἰδοὺ τέτταρες
ὑπεξελθόντες τῶν ἄλλων δύο μὲν αὐτῶν
ἀντιπέμπουσι μλον ἀλλήλοις ἡ δὲ ἑτέρα δυὰς ὁ μὲν
τοξεύει τὸν ἕτερον ὁ δὲ ἀντιτοξεύει καὶ οὐδὲ ἀπειλὴ
τοῖς προσώποις ἔπεστιν ἀλλὰ καὶ στέρνα
παρέχουσιν ἀλλήλοις ἵν13ἐκεῖ που τὰ βέλη περάσῃ
καλὸν τὸ αἴνιγμα σκόπει γάρ εἴ που ξυνίημι τοῦ
ζωγράφου
Olhe Quatro dos mais belos Amores escapam
discretamente dos outros Dois deles brincam
jogando uma maccedilatilde de um para o outro os outros
dois um flecha o outro que13revida No rosto
nenhuma raiva mas oferecem o peito um ao outro
para que as flechas acertem bem ali Belo enigma
Agora veja se eu consigo compreender o pintor
φιλία ταῦτα ὦ παῖ καὶ ἀλλήλων ἵμερος Menino isso eacute o Amor e o desejo que tecircm um
pelo 13utro
οἱ μὲν γὰρ διὰ τοῦ μήλου παίζοντες πόθου ἄρχονται
ὅθεν ὁ μὲν ἀφίησι φιλήσας τὸ μλον ὁ δὲ ὑπτίαις
αὐτὸ ὑποδέχεται ταῖς χερσὶ δλον ὡς ἀντι φιλήσων
εἰ λάβοι καὶ ἀντιπέμψων αὐτό τὸ δὲ τῶν τοξοτῶν
ζεῦγος ἐμπεδοῦσιν ἔρωτα ἤδη φθάνοντα καὶ φημὶ
τοὺς μὲν παίζειν ἐπὶ τῷ ἄρξασθαι τοῦ ἐρᾶν τοὺς δὲ
τοξεύειν ἐπὶ τῷ μὴ λξαι τοῦ πόθου
Os que brincam com a maccedilatilde estatildeo comeccedilando a
se desejar O que primeiro lanccedila a maccedilatilde a beija e
o outro com as matildeos estendidas para beijaacute-la se
a pega joga-a de volta13A dupla que desfere
flechas estaacute confirmando um amor jaacute existente
Por isso eu digo que os que brincam estatildeo
comeccedilando a se amar os outros dois atiram-se
flechas para que o desejo natildeo acabe
ἐκεῖνοι μὲν οὖν περὶ οὓς οἱ πολλοὶ θεαταί θυμῷ
συμπεπτώκασι καὶ ἔχει τις αὐτοὺς πάλη λέξω καὶ
τὴν πάλην καὶ γὰρ τοῦτο ἐκλιπαρεῖς ὁ μὲν ᾕρηκε
τὸν ἀντίπαλον περιπτὰς αὐτῷ κατὰ τῶν νώτων καὶ
εἰς πνῖγμα ἀπολαμβάνει καὶ καταδεῖ τοῖς σκέλεσιν ὁ
δὲ οὔτε ἀπαγορεύει καὶ ὀρθὸς ὑπανίσταται καὶ
διαλύει τὴν χεῖρα ὑφ ἧς ἄγχoεται στρεβλώσας ἕνα
τῶν δακτύλων μεθ ὃν οὐκέτι οἱ λοιποὶ ἔχουσιν οὐδέ
εἰσιν ἐν τῷ ἀπρίξ ἀλγεῖ δὲ ltὁgt στρεβλούμενος καὶ
κατεσθίει τοῦ ltσυμgtπαλαιστοῦ τὸ οὖς ὅθεν
δυσχεραίνουσιν οἱ θεώμενοι τῶν ρώτων ὡς
ἀδικοῦντι καὶ ἐκπαλαίοντι καὶ μήλοις αὐτὸν
καταλιθοῦσι
Aqueles outros em torno dos quais haacute muitos
espectadores caem um sobre o outro com ardor
a lutar Vou descrever a luta jaacute que assim vocecirc
tanto quer voando um deles segura o oponente
por traacutes sufocando-o e prendendo-lhe as pernas
Mas este natildeo desiste e se levanta Solta a matildeo que
o sufoca torcendo-lhe um dos dedos o que tira a
forccedila dos outros que aliviam o aperto e a asfixia
O que tem o dedo torcido sentindo dor empurra
o oponente com a matildeo mordendo-lhe a orelha
Mas os expectadores natildeo tolerando o lutador
desleal ldquoapedrejam-nordquo de maccedilatildes
μηδὲ ὁ λαγὼς ἡμᾶς ἐκεῖνος διαφυγέτω
συνθηράσωμεν δὲ αὐτὸν τοῖς Ἔρωσι τοῦτο τὸ
θηρίον ὑποκαθήμενον ταῖς μηλέαις καὶ σιτούμενον
Natildeo deixemos que aquela lebre nos escape
Vamos caccedilaacute-la junto com os Amores Ela estaacute
sentada sob as macieiras comendo as maccedilatildes
caiacutedas no chatildeo deixando muitas comidas apenas
14
τὰ πίπτοντα εἰς γν μλα πολλὰ δὲ καὶ ἡμίβρωτα
καταλεῖπον διαθηρῶσιν οὗτοι καὶ καταράσσουσιν ὁ
μὲν κρότῳ χειρῶν ὁ δὲ κεκραγώς ὁ δὲ ἀνασείων
τὴν χλαμύδα καὶ οἱ μὲν ὑπερπέτονται τοῦ θηρίου
καταβοῶντες οἱ δὲ μεθέπουσιν αὐτὸ πεζοὶ κατ
ἴχνος ὁ δ ὡς ἐπιρρίψων ἑαυτὸν ὥρμησε καὶ τὸ
θηρίον ἄλλην ἐτράπετο ὁ δὲ ἐπιβουλεύει τῷ σκέλει
τοῦ λαγώ τὸν δὲ καὶ διωλίσθησεν ᾑρηκότα
pela metade e eles a caccedilam e perseguem Este
aqui batendo as matildeos aquele gritando aquele
outro agitando o manto Alguns gritando voam
sobre a lebre outros datildeo-lhe caccedila a peacute Um deles
se lanccedila sobre ela O animal se esquiva outro
deles tenta pegaacute-la pelas patas de traacutes e pega mas
ela escapa
γελῶσιν οὖν καὶ καταπεπτώκασιν ὁ μὲν ἐς πλευράν
ὁ δὲ πρηνής οἱ δὲ ὕπτιοι πάντες δὲ ἐν τοῖς τς
διαμαρτίας σχήμασι τοξεύει δὲ οὐδείς ἀλλὰ
πειρῶνται αὐτὸν ἑλεῖν ζῶντα ἱερεῖον τῆ Ἀφροδίτῃ
ἥδιστον
Entatildeo rindo e se jogando no chatildeo uns de lado
outros de bruccedilos e outros ainda de costas todos se
mostram desapontados Nenhum deles despede
flechas mas todos tentam pegar a lebre com a
matildeo viva para oferececirc-la em sacrifiacutecio e deleitar
Afrodite
οἶσθα γάρ που τὸ περὶ τοῦ λαγὼ λεγόμενον ὡς
πολὺ τς Ἀφροδίτης μέτεστιν αὐτῷ λέγεται οὖν περὶ
μὲν τοῦ θήλεος θηλάζειν τε αὐτὸ ἃ ἔτεκε καὶ
ἀποτίκτειν πάλιν ἐπὶ ταὐτῷ γάλακτικαὶ ἐπικυΐσκει δὲ
καὶ οὐδὲ εἷς χρόνος αὐτῷ τοῦ τοκετοῦ κενός
Vocecirc sabe que se diz sobre a lebre que nela haacute
muito de Afrodite Diz-se da fecircmea que
amamenta os que gerou e concebe novamente
enquanto ainda estaacute amamentando E ateacute
emprenha quando jaacute se encontra prenhe e em
nenhum momento seu ventre encontra-se
infecundo
τὸ δὲ ἄρρεν σπείρει τε ὡς φύσις ἀρρένων καὶ
ἀποκυΐσκει παρ ὃ πέφυκεν οἱ δὲ ἄτοποι τῶν
ἐραστῶν καὶ πειθώ τινα ἐρωτικὴν ἐν αὐτῷ
κατέγνωσαν βιαίῳ τέχνῃ τὰ παιδικὰ θηρώμενοι
O macho gera filhotes segundo a natureza dos
machos e tambeacutem fica prenhe contrariamente ao
que eacute natural Assim os pervetidos dentre os
amantes observaram neste animal certa persuasatildeo
eroacutetica quando perseguem meninos com
artifiacutecios violentos
ταῦτα μὲν οὖν καταλίπωμεν ἀνθρώποις ἀδίκοις καὶ
ἀναξίοις τοῦ ἀντερᾶσθαι σὺ δέ μοι τὴν Ἀφροδίτην
βλέπε ποῦ δὴ καὶ κατὰ τί τῶν μήλων ἐκείνῃ ὁρᾷς
τὴν ὕπαντρον πέτραν ἧς νᾶμα κυανώτατον
ὑπεκτρέχει χλωρόν τε καὶ πότιμον ὃ δὴ καὶ
διοχετεύεται ποτὸν εἶναι ταῖς μηλέαις ἐνταῦθά μοι
τὴν Ἀφροδίτην νόει Νυμφῶν οἶμαι αὐτὴν ἱδρυμένων
ὅτι αὐτὰς ἐποίησεν ρώτων μητέρας καὶ διὰ τοῦτο
εὔπαιδας
Mas deixemos esses assuntos aos homens injustos
e indignos de serem correspondidos no amor e
vocecirc junto comigo olhe para Afrodite Mas onde
estaacute e em que parte do pomar Vocecirc vecirc uma
gruta donde corre um fio de aacutegua do mais puro
azul fresca e potaacutevel que se ramifica para matar
a sede das macieiras Perceba Afrodite laacute creio
que as ninfas lhe dedicaram um templo por tecirc-las
feito matildees dos Amores e por isso matildees
afortunadas
καὶ κάτοπτρον δὲ τὸ ἀργυροῦν καὶ τὸ ὑπόχρυ σον
ἐκεῖνο σανδάλιον καὶ αἱ περόναι αἱ χρυσαῖ ταῦτα
πάντα οὐκ ἀργῶς ἀνπται λέγει δὲ ltἈφροδίτηςgt
O espelho prateado as sandaacutelias douradas e os
broches de ouro tudo ali dedicado natildeo sem
motivo Dizem pertencer a Afrodite pois isso estaacute
gravado neles e mostra que satildeo oferendas das
Ninfas
15
εἶναι καὶ γέγραπται τοῦτο καὶ Νυμφῶν δῶρα εἶναι
λέγεται
καὶ οἱ Ἔρωτες δὲ ἀπάρχονται τῶν μήλων καὶ
περιεστῶτες εὔχονται καλὸν αὐτοῖς εἶναι
Os Amores oferecem a Afrodite as primiacutecias das
macieiras e circundando-a rogam-lhe que seu
pomar seja belo
V Cronograma
1ordm Semestre de 2011
Traduccedilatildeo do Livro I
Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico
Leitura e fichamento de referecircncias modernas
Cursar uma disciplina
2ordm Semestre de 2011
Traduccedilatildeo do Livro II
Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico
Leitura e fichamento de referecircncias modernas
Cursar uma disciplina
1ordm Semestre de 2012
Redaccedilatildeo do primeiro e segundo Capiacutetulos
Cursar uma disciplina
2ordm Semestre de 2012
Redaccedilatildeo do terceiro e quarto capiacutetulos
1ordm Semestre de 2013
Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo
2ordm Semestre de 2013
Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo
Revisatildeo final da Dissertaccedilatildeo e da Traduccedilatildeo
VI Bibliografia essencial Parte significativa da bibliografia apresentada aqui foi apenas levantada
Referecircncias Antigas
ARISTOacuteTELES (2006) De anima Trad Maria Ceciacutelia Gomes dos Reis Satildeo Paulo
Editora 34
____________ (1973) Poeacutetica Trad Eudoro de Souza Satildeo Paulo Ars Poetica
____________ (1985) PoliacuteticaTrad Maacuterio da Gama Kury Brasiacutelia Editora da
Universidade de Brasiacutelia
16
____________ (1998) Retoacuterica Trad Manuel Alexandre Juacutenior Paulo F Alberto e
Abel do N Pena Lisboa Casa da Moeda
DIONIacuteSIO DE HALICARNASSO (1986) Tratado da Imitaccedilatildeo Traduccedilatildeo e ediccedilatildeo de Raul
Miguel Rosado Fernandes Lisboa INIC
HORAacuteCIO(1984) Arte Poeacutetica Trad R M Rosado Fernandes Lisboa Inqueacuterito
LONGINO (1997) Do Sublime In A Poeacutetica Claacutessica Trad Jaime Bruna Satildeo Paulo
Cultrix
PLATAtildeO (2000) A Repuacuteblica Trad Carlos Alberto Nunes Paraacute Editora Universitaacuteria
UFPA
_______ (1952) Sophist In Plato Trad Harold N Fowler London The Loeb
Classical Library
PLUTARCO(1927 REPRINT 1986) The education of childre How a young man should
study poetry On listening to lectures in Moralia Trad Frank Cole Babbit
London Loeb Classical Library
QUINTILIANO (1979-89) The Institutio Oratoria Trad H E Butler London Loeb
Classical Library
SEXTO EMPIRICO (1997) Against the Physicists Against the Ethicists Trad RG
Bury London Loeb Classical Library
_______________ (1987) Against the Professors Trad RG Bury London Loeb
Classical Library
Referecircncias Modernas
ANDERSON G (1993) The Second Sophistic A Cultural Phenomenon in the Roman
Empire New York Routledge
BEALL SM (1993) ldquoWord-painting in the bdquoImagines‟ of the Elder Philostratusrdquo In
Hermes 1213 pp350-363
BENEDIKTSON D T (2000) Literature and the Visual Arts in Ancient Greece
Oklahoma University of Oklahoma Press Norman Publisihing Division of the
University
BERTRAND E(1882) Un critique d‟art dans l‟Antiquiteacute Philostrate et son eacutecole Paris
Thorin 1882 in-8 367p (appendice avec traduction d‟un choix de tableaux)
BILLAULT A (2000) L‟univers de Philostrate Bruxelles Latomus
BORG B E (ed) (2004) Paideia The World of the 2nd
Sophistic Berlin Walter de
Gryter Grub H
BOWIE E amp ELSNER J (2009) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
17
BOWIE E (2009) ldquoPhilostratus the life of a sophistrdquo In BOWIE E ET ELSNER J
(ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
BOWIE EWEN AND ELSNER JAS (ED) (2009) Philostratus Cambridge Cambridge
University Press
BRYSON N (1994) ldquoPhilostratus and the Imaginary Museumrdquo In Simon Goldhill Art
and Text in Ancient Greek Culture Cambridge Cambridge University Press
CONAN M (1987) ldquoThe Imagines of Philostratusrdquo In Word amp Image vol3 ndeg2
pp162-171
CONSTANTINI M GRAZIANI F ET ROLET S(2006) Le deacutefi de lart Philostrate
Callistrate et limage sophistique La Licorne 75 Rennes Presses
Universitaires de Rennes
CORREA PC Filoacutestrato o Velho In Jacqueline Lichtenstein Magnoacutelia Costa (Org)
A Pintura Textos essenciais VolI O mito da pintura 1 ed Satildeo Paulo Editora
34 2004 v 1 p 27-29
CRESCENZO R(1999) Peintures d‟instruction la posteacuteriteacute litteacuteraire des Images de
Philostrate en France de Blaise de Vigenegravere agrave l‟eacutepoque classique Genegraveve Droz
CRIBIORE R (2001) Gymnastics of the Mind Greek Education in Hellenistic and
Roman Egypt Princeton Princeton University Press
DE LANNOY L(1997) Le problegraveme des Philostrate (Eacutetat de la question)In ANRW
II343 2362-2449
DUBEL S (2009) ldquoColour in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER
JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
ELSNER J (2009) ldquoA Protean corpusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER JAS (ED)
Philostratus Cambridge Cambridge University Press
FOWLER D P (1991) ldquoNarrate and Describe The Problem of Ekphrasisrdquo In The
Journal of Roman Studies vol81 pp25-35
GOLDHILL S (2007) ldquoWhat is ekphrasis forrdquo In CP 1021 pp 1-19
GRAZIANI F (2006)rdquoLa veriteacute en image le method sophistiquerdquo In COSTANTINI M
GRAZIANI F ET ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage
sophistique La Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes
HAMON P (1981) ldquoRhetorical Status of Descriptiverdquo Trad Patricia Baudoin In Yale
French Studies nordm61 pp 1-26
JONES C P (2004) ldquoMultiple identities in the age of the Second Sophisticrdquo In BORG
B E (ed) Paideia The World of the 2nd
Sophistic Berlin Walter de Gryter
Grub H
18
JULIAacute V (ED) (2001) Los Antiguos Griegos y su lenguaBuenos Aires Biblos
KOORTBOJIAN M (2005) ldquoMimesis or Phantasia Two Representional Modes in
Roman Commemorative Artrdquo In Classical Antiquity vol24 nordm2 pp285-311
KOSTOPOULOU V (2009) ldquoPhilostratus‟ Imagines 218 Words and Imagesrdquo In
GRBS 49 Pp 81-100
KRIEGER M (1992) Ekphrasis The Illusion of the Natural Sign London The Johns
Hopkins University Press
KUNZ D (1997) Un sentiment d‟image Poeacutetique ndeg112 pp461-474
LAUSBERG H (1966) Manual de Retoacuterica Literaria Trad R M Rosado Fernandes
Lisboa Fund Calouste Gulbenkian
LEACH E W (2000) ldquoNarrative Space and the Viewer in Philostratus‟ Eikonesrdquo In
Mitteilungen des Deutschen Archaumlologishen Institutes Roumlmische Abteilung
(Mainz am Rhein Verlag Philipp von Zabern) vol107 pp237-252
____________________ (1992) ldquoPolyphemus in Landscape Traditions of Pastoral
Courtshiprdquo In Studies in the history of art vol36 pp62-87
LEVY C amp PERNOT L (1997) Dire LbdquoEacutevidence Paris L‟Harmattan
LEHMANN-HARTLEBEN K (1941) ldquoThe Imagines of the Elder Philostratusrdquo The Art
Bulletin vol23 pp16-44
LISSARRAGUE F (1995) ldquoPhilostrate entre les images et les motsrdquo In POMMIER E
Histoire de l‟histoire de l‟art T1 de l‟Antiquiteacute au XVIIIegrave siegravecle Confeacuterences
du Museacutee du Louvre Paris Paris Museacutee du Louvre 1995 pp79-93
MANIERI A (1999) ldquoImagines Principi dell‟estetica filostrateardquo In QUCC 633
PP 111-121
MARCOS G E amp DIacuteAZ M E (ED) (2009) El surgimiento de la phantasiacutea en la Grecia
Claacutesica Buenos Aires Prometeo Libros
MARTINS P (2005) ldquoEneacuteias se reconhecerdquo In Letras Claacutessicas Satildeo Paulo
Humanitas
___________(2006)ldquoTropos na Eneida e uma imagem metafoacutericardquo In Martinho dos
Santos Marcos (org) ndash 1ordm Simpoacutesio de Estudos Claacutessicos Satildeo Paulo
Humanitas pp 91-118
___________ (2008) ldquoPolignoto Paacuteuson Dioniacutesio e Zecircuxis ndash Uma leitura da pintura
antiga claacutessica gregardquo [Aguarda publicaccedilatildeo Campinas IELUNICAMP
Revista Phaos]
___________ (2010) ldquoCicero The Picturing a Rhetoricrdquo [Aguarda Referee]
19
___________(2010) ldquoBreve Criacutetica da Histoacuteria da Literatura Latinardquo [Aguarda
Publicaccedilatildeo em Classica]
MCMAHON A P (1931) ldquoSextus Empiricus and the Artsrdquo Harvard Studies in
Classical Philology 42 pp 79-137
NEWBY Z (2009) ldquoAbsortion and erudition in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN
EWEN AND ELSNER JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge
University Press
NEWMAN S (2002) ldquoAristotle‟s Notion of bdquoBringing-Before-the-Eyes‟ Its
Contibutionss to Aristotelian and Contemporary Conceptualizations of
Metaphor Style and Audiencerdquo In Rhetorica 201 pp 1-23
PASTOUREAU M et GRAZIANI F(1996) ldquoFlux et reflux de l‟iconologie Philostrate les
Images ou tableaux de platte-peinture traduction et commentaires de Blaise de
Vigenegravere 1587rdquo In Critique vol52 ndeg589-590 pp556-560
PHILLIP J A (1961) ldquoMimesis in the Sophistes of Platordquo In Transactions and
Procedures of the American Philological Associationrdquo vol 92 pp 453- 468
PINEDA V(2000) ldquoLa invencioacuten de la eacutecfrasisrdquo In VV AA Homenaje a la Profesora
Carmen Peacuterez Romero Universidad de Extremadura Facultad de Filosofiacutea y
Letras pp 251-69
QUET MH(2006) ldquoVoir entendrese ressouvenir Cadre circonstances et objectif de
l‟aprentissage d‟un plaisir culturel ltlthellenegtgt d‟apregraves le teimognage du
prologue des Images de Philostrate In COSTANTINI M GRAZIANI F ET
ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage sophistique La
Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes
RODOLPHO M (2010) Eacutecfrase e Evidecircncia nas Letras Latinas Doutrina e Praacutexis
Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada junto ao DLCVPPGLCFFLCH da
Universidade de Satildeo Paulo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Paulo Martins
ROSENTHAL O ET JOURDE M (1995) ldquoCe qu‟on entend dans les Images Philostrate
Vigenegravere 1578rdquo In Michel G amp Jourde M L‟inscription du regard Moyen-
Acircge Renaissance Fontenay-aux-Roses ENS (collection Signes)
ROUGET F (1997) ldquoLes Images ou tableaux de platte-peinture de PhilostraterdquoIn
Sixteenth Century Journal284 pp1380-1382
SHAFFER D (1998) ldquoEkphrasis and the Rhetoric of Viewing in Philostratus‟s
Imaginary Museumrdquo In Philosophy amp Rhetoric 314 pp303-316
SILVERMAN A (1991) ldquoPlato on Phantasiardquo In Classical Antiquity 1991 vol10 nordm1
SQUAIRE M (2009) Image and Text in Greco-Roman Antiquity Cambridge
Cambridge University Press
20
SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review
8 1 Pp 5-21
SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER
JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge
Cambridge Univeristy Press
TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo
In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73
WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to
Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New
York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810
WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory
and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited
WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of
Imitation New York Oxford University Press
_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S
HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge
Univeristy Press
YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp
5
3) Pela interlocuccedilatildeo que manteacutem com alguns trabalhos atuais realizados fora do
Brasil
4) Por sua inserccedilatildeo no trabalho do nuacutecleo de pesquisa IAC do PPGLC ndash USP e
afinidades com outras aacutereas dos Estudos Claacutessicos
Filoacutestrato cidadatildeo romano nascido na Greacutecia recebeu pelo menos parte de sua
educaccedilatildeo em Atenas Produziu obra vasta e diversificada que abarca grande espectro
geneacuterico e nos daacute elementos para melhor compreender o que era ser grego ou o que se
considerava ser grego no periacuteodo aleacutem de nos oferecer matizes para compreender as
interferecircncias muacutetuas entre o universo cultural heleniacutestico e o romano que estatildeo na
base da ldquocultura helecircnicardquo do periacutedo revitalizada no principio da era cristatilde
Atualmente satildeo aceitas como suas Vida dos Sofistas Vida de Apolocircnio de Tiana
Heroico Imagens Cartas Ginaacutestica e Nero Vaacuterias delas foram modelo de emulaccedilatildeo
posterior
Eacute de registrar que Filoacutestrato como o periacuteodo ao qual deu nome Segunda Sofiacutestica vecircm
recebendo atenccedilatildeo crescente dos pesquisadores em Letras Claacutessicas fora do Brasil Em
2007 foi editado um volume que trata da cultura no periacuteodo Severiano (organizado por
Simon Swain Stephen Harrison e Jaś Elsner) e em 2009 foi lanccedilado livro dedicado a
Filoacutestrato organizado por dois professores da Universidade de Oxford (Elsner e
Bowie) Alguns autores vecircm se ocupando de sua obra eou aspectos teoacutericos a ela
relacionados Ruth Webb Jaś Elsner Simon Goldhill e Thomas Benediktson
A pesquisa proposta integra as atividades do Grupo de Pesquisa (CNPq) e do Nuacutecleo de
Pesquisa ldquoImagens da Antiguumlidade Claacutessicardquo6 do Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em
Letras Claacutessicas do DLCVFFLCHUSP coordenado pelo Prof Dr Paulo Martins
Por uacuteltimo haacute se notar que o texto em questatildeo abre a possibilidade de interlocuccedilotildees
com diversas aacutereas dos Estudos Claacutessicos como por exemplo a histoacuteria e histoacuteria da
arte constituindo pois valoroso manancial de intersecccedilatildeo de conhecimentos
III Metodologia
Os trabalhos levados a termo na aacuterea de Letras Claacutessicas no mais das vezes
restringem-se fundamentalmente agrave biblioteca natildeo soacute pela atividade tradutoacuteria mas
6 httpwwwuspbriac
6
inquestionavelmente por implicar leitura de fontes antigas e modernas Portanto
metodologia cientiacutefica nessa aacuterea natildeo eacute atinente agrave observaccedilatildeo de experimentos ou agrave
pesquisa de campo ndashque podem por exemplo supor tabulaccedilatildeo de resultados ou opccedilatildeo
de mecanismos de afericcedilatildeo ndash mas a meacutetodos de pesquisa bibliograacutefica que supotildee opccedilatildeo
teoacuterica e o respectivo corpus
Como jaacute explicitamos acima o vieacutes teoacuterico com que analisaremos o texto de Filoacutestrato a
primeira e principal questatildeo metodoloacutegica eacute a escolha do texto base A despeito de natildeo
termos acesso aos principais manuscritos e natildeo julgarmos ser esse o cerne de nossa
pesquisa a saber a edoacutetica informamos que as ediccedilotildees modernas de Filoacutestrato satildeo
todas baseadas nos seguintes manuscritos Laurentianus LXVIX (30) seacutec XIII F
Parisiensis Gr 1696 seacutec XIV P Vindobonensis 331 seacutec XIV V1 Vaticanus 1898
seacutec XIII V2 e Vaticanus 98 seacutec XIII V
Quanto agraves ediccedilotildees modernas temos
NEGRI STEPHANI (1521) Stephani Negri elegātissima e gręco Author subditor
trāslationesvidelicet Philostrati Icones Pythagorę aureucirc Athenęi collectanea
et alia multa scitu digniss amp rara incretu etc ms Notes 2 pt Per lo De
Castelliono Mediolani
FILOacuteSTRATO (1503) Tade enestin en tode to biblio Loukianou Philostratou eikones
tou autou Heroika tou autou bioi sophiston Philostratou neoterou eikones
Kallistratou ekphraseis = Quae hoc volumine continentur luciani opera Icones
Philostrati Ejusdem Heroica ejusdem vitae sophistarum Icones junioris
Philostrati Descriptiones Callistrati Venezia in Aedibus Aldis
___________ (1517) Quae hoc volumine continentur Icones Philostrati etchellipgrec
Florentiae sumptu P Juntae
___________ (1550) Philostrati imagines Eiusdem heroica Eiusde uitae
Sophistarum Philostrati Iunioris Imagines Callistrati descriptiones etchellipgrec
Venetiis apud P amp IM Nicolinos
___________ (1578) Les Images ou tableaux de platte peinture des deux Philostrates
Sophistes grecs et les Statues de Callistrate Paris Nicolas Chesneau
___________ (1602) La Suitte de Philostrate (les Images ou tableaux de Platte
Peinture du jeune Philostrate La description de Callistrate de quelques statues
antiques Les Heacuteroiumlques de Philostrate etchellip traduits de grec en Franccedilois) par
Blaise de Vigenegravere Paris A Langellier
___________ (1609) Philostratus Iconum initio De pictura In Martini (m) Pomp
Gauricihellip De sculptura Liber etc
7
___________ (1611) Les Images ou tableaux de platte peinture mis en franccedilois par
Blaise de Vigenegravere tome premier (preacuteface et sonnet de G Linocier vers de
Moysson J Carlin) Tournon Claude Michel
___________ (1615) Les images ou Tableaux de platte peinture des deux Philostrates
sophistes grecs et les statues de Callistrate mis en francois par Blaise de
Vigenegraverehellipavec des eacutepigrammes sur chacun diceux par Artus Thomas Sieur
d‟Embry- Reveus[ ] et corrigez sur l‟original par un docte personnage de ce
temps en la langue grecque et repreacutesentez en taille douce en cette nouvelle ed
Paris l‟Angelier
___________ (1637) Les images ou Tableaux de platte peinture des deux Philostrate
et les statues de Callistrate La description de quelques statues antiques tant
de marbre comme de bronze mis en franccedilois par Blaise de Vigenegravere Avec des
eacutepigrammes sur chacun diceux par Artus Thomas Sieur d‟Embry Reveus et
corrigezhellip et repreacutesentez en taille douce en cette nouvelle eacuted Paris Cramoisy
Quanto agraves traduccedilotildees para as liacutenguas modernas temos
FILOacuteSTRATO (1931) Imagines (descriptions de Callistratus) traduit par Arthur
FAIRBANKS London Heinemann New York Putnam 1931
__________ (1968) Die Bilder griechisch-deutsch Muumlnchen E Heimeran 1968
__________ (1991) La galerie de tableaux traduit par Auguste Bougot reacuteviseacute et
annoteacute par Franccedilois Lissarrague preacuteface de Pierre Hadot Paris les Belles
Lettres
__________ (1993) Imagravegenes Filostrato el Viejo Filostrato el Joven Descipciones
Calistrato Edicion a cargo de Luis Alberto de Cuenca y Miguel Angel
Elvira Madrid Siruela
__________ (1995) Les Images ou tableaux de platte peinture 2 volumes traduction
et commentaires de Blaise de Vigenegravere (1578) preacutesenteacute et annoteacute par
Franccediloise GRAZIANI Paris Honoreacute Champion
__________ (1997) Immagini Traduction et notes de Franco Fanizza et Gianni
Schilardi Lecce Argo
A segunda questatildeo metodoloacutegica diz respeito ao procedimento adotado na traduccedilatildeo e no
estabelecimento das notas de compreensatildeo para o quais aleacutem do que fisicamente estaacute
disponiacutevel nas bibliotecas da USP UNICAMP e UNESP mormente a indexaccedilatildeo do
L‟Anneacutee philologique seraacute realizado levantamento bibliograacutefico virtual nos perioacutedicos
indexados no JStor e Muse Project
8
IV Aspectos relevantes do projeto
1Introduccedilatildeo
Imagens composto de descriccedilotildees de pinturas eacute o primeiro livro em prosa a tratar do
tropo retoacuterico da eacutecfrase de forma unificada e como foco temaacutetico de uma obra7
Influenciou toda a discussatildeo posterior do tropo (eacutecfrase) e eacute a partir dele que se passou a
definiacute-lo exclusivamente como a descriccedilatildeo de obras de arte Importante notar
entretanto que isso ocorreu pela leitura ldquoliteralrdquo desse texto sem que se levasse em
conta seu contexto enunciativo Imagens eacute uma composiccedilatildeo complexa que traz em si
muacuteltiplas referecircncias e muacuteltiplos gecircneros
2Breve descriccedilatildeo dos capiacutetulos propostos
21 A Aacutetica em Roma A Helenizaccedilatildeo e a Segunda Sofiacutestica
211 Paideia e pertenccedila
A elite grega ancorava sua superioridade em termos de educaccedilatildeo ou melhor na
paideia palavra que designa civilizaccedilatildeo e cultura (produccedilatildeo intelectual) e tambeacutem
muacutesica e ginaacutestica Assim aqueles que tinham acesso agrave paideia eram os chamados
pepaideumecircnos ldquoos instruiacutedosrdquo em oposiccedilatildeo aos idiotai ldquoos natildeo instruiacutedosrdquo (uma
subelite na cultura grega) e os barbaroi ldquoos natildeo falantes de gregordquo A natureza da
educaccedilatildeo ideal natildeo era consensual e os textos dos autores do periacuteodo ndash filosoacuteficos
retoacutericos histoacutericos satiacutericos e biograacuteficos ndash espelham tal dissenso
Entretanto eacute possiacutevel identificar um fator unificador em todos eles o enraizamento de
todas as formas de identificaccedilatildeo cultural na tradiccedilatildeo e no passado Embora isso se decirc
fundamentalmente como um problema cultural tinha grande relevacircncia poliacutetica pois
sancionava direito ao exerciacutecio do poder por parte daquela elite cultural grega alinhado
diretamente aos grandes nomes do passado glorioso da Heacutelade
A obra de Filoacutestrato insere-se nesse contexto e compreende grande diversidade
geneacuterica com temas sempre calcados no passado e na tradiccedilatildeo que ao mesmo tempo
operam poreacutem sutis alteraccedilotildees e atenuam os limites e as fronteiras entre os diversos
gecircneros
7 (SWAIN 200944)
9
212 Contexto especiacutefico
Logo no iniacutecio do livro A Vida de Apolocircnio de Tiana Filoacutestrato afirma ldquofazer parte do
ciacuterculo de Julia Domna esposa de Severiano (Iulia heacute basilis8) pois ela admirava e
apreciava todo tipo de oraccedilatildeo retoacutericardquo Muito jaacute se especulou a respeito desse
ldquociacuterculordquo imaginando-se que fosse uma espeacutecie de corte que atraiacutea os principais
pensadores da eacutepoca No entanto as evidecircncias quanto natureza dele satildeo escassas e natildeo
haacute informaccedilotildees precisas sobre sua magnitude constituiccedilatildeo eou duraccedilatildeo Tal ressalva eacute
importante pois muitos autores a partir daiacute fizeram inferecircncias sobre a ldquovida de
Filoacutestrato na corterdquo e interpretaram sua obra como expressatildeo da poliacutetica imperial O
exame da produccedilatildeo de Filoacutestrato contudo natildeo traz nenhuma evidecircncia de filiaccedilatildeo a um
suposto programa imperial
Filoacutestrato viveu a maior parte de sua vida adulta durante a dinastia severiana De forma
geral nessa eacutepoca eacute possiacutevel identificar sinais de continuidade com a produccedilatildeo em
prosa grega observada na eacutepoca dos Antoninos mas observam-se tambeacutem alguns
elementos distintivos Neste periacuteodo comeccedilaram a surgir refutaccedilotildees quanto agrave
superioridade da cultura grega Por exemplo Dioacutegenes Laeacutercio nas Vidas dos
Filoacutesofos Famosos insistia que a sabedoria e a proacutepria humanidade haviam surgido na
Greacutecia Cita Aristoacuteteles e Soacutetion como proponentes da ideia de que a filosofia tivera
origem entre os povos ldquobaacuterbarosrdquo Entretanto ele provavelmente dirigia-se a autores
judeus e cristatildeos de seu proacuteprio periacuteodo que vinham atacando a supremacia cultural
reclamada pelos gregos
Assim sem querer atribuir intencionalidade agrave obra de Filoacutestrato que frequentava a uma
corte romana composta por governantes feniacutecios e tunisianos que transitava entre as
vaacuterias proviacutencias do Impeacuterio podemos traccedilar um paralelo entre sua obra -que explora as
fronteiras entre os gecircneros e os limites de cada um em particular e transforma a tradiccedilatildeo
incorporando-lhe novos elementos sem no entanto abandonaacute-la - e o conceito exposto
por Norberto Guarinello na palestra ldquoO que eacute o Impeacuterio Romanordquo9 de que natildeo seria
adequado falarmos propriamente em fronteiras do Impeacuterio Romano mas sim em
ldquofranjas fronteiriccedilasrdquo em linhas divisoacuterias fluidas entre diferentes povos diferentes
liacutenguas e tradiccedilotildees
8 (FILOacuteSTRATO AT 138)
9 LEIR III Coloacutequio ndash ldquoAs Formas do Impeacuterio Romanordquo em Mariana-MG de 28 - 30 de abril de 2009
10
22 Eacutecfrase e os trecircs niacuteveis de interlocuccedilatildeo
Aceitaremos o que o autor propotildee no prefaacutecio em princiacutepio como
verdadeiroverossiacutemil10
Segundo esse prefaacutecio as descriccedilotildees foram feitas a um menino
de 10 anos de idade (a seu pedido) e a um grupo de potenciais pupilos pouco mais
velhos Para o proacuteprio autor sua funccedilatildeo naquele momento eacute ensinar a ldquointerpretar a
pintura formando seu gostordquo11
Assim considerando a situaccedilatildeo primaacuteria da composiccedilatildeo
da obra haacute o primeiro grupo (ainda segundo o prefaacutecio) que vecirc as obras enquanto o
autor as descreve No grupo vemos de um lado um menino interessado principalmente
nas explicaccedilotildees e interpretaccedilotildees das pinturas De outro os demais jovens interessados
natildeo soacute nesse aspecto descritivo mas tambeacutem na arte retoacuterica do orador (o professor)
Aleacutem disso se a obra foi escrita como registro dessas exposiccedilotildees orais ela teraacute como
destinataacuterios ouvintes12
e leitores que jaacute natildeo tecircm as obras diante dos olhos Dessa
maneira de pronto considerando a diversidade de recepccedilatildeo obteremos uma chave (ou
chaves) de leitura determinando os limites de decoro entre o texto e a recepccedilatildeo O autor
utilizaraacute a memoacuteria e a imaginaccedilatildeo (phantasiacutea) de seu puacuteblico para obter efeito
desejado isto eacute a visualizaccedilatildeo Isso ele consegue natildeo simplesmente descrevendo em
palavras aquilo que estaacute sendo ldquovistordquo mas recriando as pinturas e situaccedilotildees educando
e direcionando o olhar (seja o olhar ldquofiacutesicordquo seja o olhar da mente) dando a ver tanto
aquilo que estaacute reproduzido como aquilo que natildeo estaacute reproduzido no quadro
Desse modo se o autor eacute bem sucedido podemos entatildeo dizer que todos ndash vendo ou natildeo
os quadros ldquoreais ou natildeordquo ndash de fato visualizam as pinturas Cumpre portanto a funccedilatildeo
preciacutepua da eacutecfrase trazer diante dos olhos de maneira viacutevida
23 Do tropo ao gecircnero a autonomia da eacutecfrase
Para os criacuteticos modernos eacutecfrase eacute uma descriccedilatildeo de obras de arte Entretanto o
conceito antigo deste tropo retoacuterico eacute mais amplo que essa definiccedilatildeo Para os antigos
(segundo os progyminasmata ou praexercitamina) eacutecfrase eacute simplesmente aquilo que
ldquocontribui para provocar o efeito de visualizaccedilatildeo do discurso verbalrdquo13
Assim eacutecfrase
deve ser entendida em um contexto em que a palavra eacute concebida como uma ldquoforccedila que
10
(MARTINS2 2010) 11
sect3 prefaacutecio Imagines 12
Provavelmente a obra foi apresentada em outras ocasiotildees a um auditoacuterio anaacutelogo ao primeiro
(Introduccedilatildeo da traduccedilatildeo francesa 5) 13
(RODOLPHO 3)
11
age sobre o ouvinterdquo14
Desta maneira o referente da eacutecfrase tem valor secundaacuterio e o
que importa eacute o impacto sobre a audiecircncia a eacutecfrasetransforma pois os ouvintes e
leitores em expectadores15
Compreendendo-se eacutecfrase dessa maneira observamos que designa um recurso
utilizado em vaacuterios gecircneros de discurso desde a ceacutelebre descriccedilatildeo do escudo de Aquiles
na Iliacuteada os idiacutelios de Teacuteoacutecrito e Mosco e os epigramas da Antologia ateacute os discursos
judiciaacuterios em Roma
Filoacutestrato pela primeira vez em Imagens transforma este recurso no foco principal de
uma obra ndash assim aquilo que era conteuacutedo presente em diversos gecircneros passa a ser o
continente a moldura ou seja uma sineacutedoque de gecircnero letrado
O autor natildeo apenas descreve as pinturas como faz uso de toda a variedade de
possibilidades do tropo ndash passa de narrativas miacuteticas a descriccedilotildees de paisagens de
personificaccedilotildees a naturezas mortas ndash e apresenta como pinturas temas letrados que
fazem parte de outros gecircneros ndash eacutepico bucoacutelico traacutegico etc ndash que contecircm por sua
vez eacutecfrases em si mesmos16
Podemos assim dizer que a eacutecfrase aqui se autonomiza deixa de ser recurso e passa a
ser um fim constituindo-se num gecircnero
24 Imagem mimese e educaccedilatildeo
O proacutelogo de Filoacutestrato em Imagens
Filoacutestrato inicia o proacutelogo de Imagens afirmando que quem despreza a pintura despreza
a verdade e a sabedoria Mais adiante afirma que somente a pintura eacute capaz de mostrar
o verdadeiro caraacuteter dos herois por meio de suas expressotildees faciais Aleacutem disso afirma
tambeacutem o caraacuteter didaacutetico de sua exposiccedilatildeo
Nesta pesquisa investigaremos a relaccedilatildeo entre a obra e as concepccedilotildees de como as artes
mimeacuteticas se relacionavam com a educaccedilatildeo pois se por um lado Filoacutestrato identifica a
sophia com o domiacutenio das vaacuterias technai segundo um modelo platocircnico por outro
afirma que a pintura conteacutem em si a verdade ndash em uma posiccedilatildeo contraacuteria agrave da
14
(WEBB 20095) 15
id ib 16
(ELSNER 200915)
12
Academia - e que eacute possiacutevel ensinar os jovens por meio dela Para tanto consultaremos
outras fontes antigas com as quais Filoacutestrato dialoga Platatildeo na Repuacuteblica e o Sofista
Aristoacuteteles na Poeacutetica Retoacuterica e Poliacutetica Longino no Tratado do Sublime Dioniacutesio
de Halicarnasso no Tratado da Imitaccedilatildeo Horaacutecio na Arte Poeacutetica e Plutarco
3Traduccedilatildeo
Apresento aqui uma primeira traduccedilatildeo ainda natildeo anotada do quadro 6 ndash Amores
ΕΡΩΤΕΣ
Μλα Ἔρωτες ἰδοὺ τρυγῶσιν εἰ δὲ πλθος αὐτῶν
μὴ θαυμάσῃς Νυμφῶν γὰρ δὴ παῖδες οὗτοι
γίνονται τὸ θνητὸν ἅπαν διακυβερνῶντες πολλοὶ
διὰ πολλά ὧν ἐρῶσιν ἄνθρωποι τὸν δὲ οὐράνιόν
φασιν ἐν τῷ οὐρανῷ πράττειν τὰ θεῖα μῶν ἐπῄσθου
τι τς ἀνὰ τὸν κπον εὐωδίας ἢ βραδύνει σοι τοῦτο
ἀλλὰ προθύμως ἄκουε προσβαλεῖ γάρ σε μετὰ τοῦ
λόγου καὶ τὰ μλα
AMORES
Olhe Os Amores estatildeo colhendo maccedilatildes Se haacute
muitos natildeo se espante Satildeo filhos das ninfas
governam tudo o que eacute mortal e satildeo muitos pois
muitas satildeo as coisas que os homens amam Dizem
que um deles celeste rege ateacute mesmo os assuntos
divinos Vocecirc natildeo sente um doce aroma que vem
do pomar ou isso lhe eacute imperceptiacutevel Mas escute
com boa vontade pois as maccedilatildes com minhas
palavras vatildeo atingi-lo
ὄρχοι μὲν οὗτοι φυτῶν ὀρθοὶ πορεύονται τοῦ μέσου
δὲ αὐτῶν ἐλευθερία βαδίζειν πόα δὲ ἁπαλὴ κατέχει
τοὺς δρόμους οἵα καὶ κατακλιθέντι στρωμνὴ εἶναι
Estas fileiras de aacutervores alinham-se perfeitamente
e haacute espaccedilo entre elas para caminhar Uma relva
recobre suave os caminhos e serve de leito m13cio
aos que nela se deitam
ἀπ ἄκρων δὲ τῶν ὄζων μλα χρυσᾶ καὶ πυρσὰ καὶ
ἡλιώδη προσάγονται τὸν ἑσμὸν ὅλον τῶν ρώτων
γεωργεῖν αὐτά φαρέτραι μὲν οὖν χρυσόπαστοι καὶ
χρυσᾶ καὶ τὰ ἐν αὐταῖς βέλη γυμνὴ τούτων ἡ ἀγέλη
πᾶσα καὶ κοῦφοι διαπέτονται περιαρτήσαντες αὐτὰ
ταῖς μηλέαις αἱ δὲ ἐφεστρίδες αἱ ποικίλαι κεῖνται μὲν
ἐν τῆ πόᾳ μυρία δὲ αὐτῶν τὰ ἄνθη οὐδὲ
ἐστεφάνωνται τὰς κεφαλὰς ὡς ἀποχρώσης αὐτοῖς
τς κόμης πτερὰ δὲ κυάνεα καὶ φοινικᾶ καὶ χρυσᾶ
ἐνίοις μόνον οὐ καὐτὸν πλήττει τὸν ἀέρα ξὺν
ἁρμονίᾳ μουσικῆ
Da ponta dos galhos brilham maccedilatildes cor de ouro
vermelho-fogo e amarelo-sol oferecendo-se a
todo o bando de Amores para serem colhidas
Aljavas cravejadas de ouro guardam flechas
aacuteureas e o bando esvoaccedila leve apoacutes penduraacute-las
nas macieiras Suas capas bordadas estendem-se
pela relva e delas emana o brilho de miriacuteades de
cores Guirlandas natildeo lhes enfeitam a cabeccedila
bastam os cabelos As asas azul-mar puacuterpura e
em alguns douradas vibram o ar e em harmonia
produzem quase muacutesica
φεῦ τῶν ταλάρων εἰς οὓς ἀποτίθενται τὰ μλα ὡς
πολλὴ μὲν περὶ αὐτοὺς ἡ σαρδώ πολλὴ δὲ ἡ
σμάραγδος ἀληθὴς δ ἡ μάργηλις ἡ συνθήκη δὲ
Veja as cest13s que lindas crivadas de
sardocircnicas esmeraldas e peacuterolas verdadeiras
Decerto obra de Hefesto Ali guardam as maccedilatildes
Mas de escadas feitas pelo deus os Amores natildeo
precisam voando alcanccedilam as maccedilatildes no alto das
13
αὐτῶν Ἡφαίστου νοείσθω οὐ δὲ κλιμάκων δέονται
πρὸς τὰ δένδρα παρ αὐτοῦ ὑψοῦ γὰρ καὶ ἐς αὐτὰ
πέτονται τὰ μλα
aacutervores
καὶ ἵνα μὴ τοὺς χορεύοντας λέγωμεν ἢ τοὺς
διαθέοντας ἢ τοὺς καθεύδοντας ἢ ὡς γάνυνται τῶν
μήλων ἐμφαγόντες ἴδωμεν ὅ τι ποτὲ οὗτοι νοοῦσιν
Nem vou falar dos que danccedilam em roda dos que
correm dos que estatildeo deitados e dos que se
alegram comendo as maccedilatildes mas vejamos o que
estes outr13s significam
οἱ γὰρ κάλλιστοι τῶν ρώτων ἰδοὺ τέτταρες
ὑπεξελθόντες τῶν ἄλλων δύο μὲν αὐτῶν
ἀντιπέμπουσι μλον ἀλλήλοις ἡ δὲ ἑτέρα δυὰς ὁ μὲν
τοξεύει τὸν ἕτερον ὁ δὲ ἀντιτοξεύει καὶ οὐδὲ ἀπειλὴ
τοῖς προσώποις ἔπεστιν ἀλλὰ καὶ στέρνα
παρέχουσιν ἀλλήλοις ἵν13ἐκεῖ που τὰ βέλη περάσῃ
καλὸν τὸ αἴνιγμα σκόπει γάρ εἴ που ξυνίημι τοῦ
ζωγράφου
Olhe Quatro dos mais belos Amores escapam
discretamente dos outros Dois deles brincam
jogando uma maccedilatilde de um para o outro os outros
dois um flecha o outro que13revida No rosto
nenhuma raiva mas oferecem o peito um ao outro
para que as flechas acertem bem ali Belo enigma
Agora veja se eu consigo compreender o pintor
φιλία ταῦτα ὦ παῖ καὶ ἀλλήλων ἵμερος Menino isso eacute o Amor e o desejo que tecircm um
pelo 13utro
οἱ μὲν γὰρ διὰ τοῦ μήλου παίζοντες πόθου ἄρχονται
ὅθεν ὁ μὲν ἀφίησι φιλήσας τὸ μλον ὁ δὲ ὑπτίαις
αὐτὸ ὑποδέχεται ταῖς χερσὶ δλον ὡς ἀντι φιλήσων
εἰ λάβοι καὶ ἀντιπέμψων αὐτό τὸ δὲ τῶν τοξοτῶν
ζεῦγος ἐμπεδοῦσιν ἔρωτα ἤδη φθάνοντα καὶ φημὶ
τοὺς μὲν παίζειν ἐπὶ τῷ ἄρξασθαι τοῦ ἐρᾶν τοὺς δὲ
τοξεύειν ἐπὶ τῷ μὴ λξαι τοῦ πόθου
Os que brincam com a maccedilatilde estatildeo comeccedilando a
se desejar O que primeiro lanccedila a maccedilatilde a beija e
o outro com as matildeos estendidas para beijaacute-la se
a pega joga-a de volta13A dupla que desfere
flechas estaacute confirmando um amor jaacute existente
Por isso eu digo que os que brincam estatildeo
comeccedilando a se amar os outros dois atiram-se
flechas para que o desejo natildeo acabe
ἐκεῖνοι μὲν οὖν περὶ οὓς οἱ πολλοὶ θεαταί θυμῷ
συμπεπτώκασι καὶ ἔχει τις αὐτοὺς πάλη λέξω καὶ
τὴν πάλην καὶ γὰρ τοῦτο ἐκλιπαρεῖς ὁ μὲν ᾕρηκε
τὸν ἀντίπαλον περιπτὰς αὐτῷ κατὰ τῶν νώτων καὶ
εἰς πνῖγμα ἀπολαμβάνει καὶ καταδεῖ τοῖς σκέλεσιν ὁ
δὲ οὔτε ἀπαγορεύει καὶ ὀρθὸς ὑπανίσταται καὶ
διαλύει τὴν χεῖρα ὑφ ἧς ἄγχoεται στρεβλώσας ἕνα
τῶν δακτύλων μεθ ὃν οὐκέτι οἱ λοιποὶ ἔχουσιν οὐδέ
εἰσιν ἐν τῷ ἀπρίξ ἀλγεῖ δὲ ltὁgt στρεβλούμενος καὶ
κατεσθίει τοῦ ltσυμgtπαλαιστοῦ τὸ οὖς ὅθεν
δυσχεραίνουσιν οἱ θεώμενοι τῶν ρώτων ὡς
ἀδικοῦντι καὶ ἐκπαλαίοντι καὶ μήλοις αὐτὸν
καταλιθοῦσι
Aqueles outros em torno dos quais haacute muitos
espectadores caem um sobre o outro com ardor
a lutar Vou descrever a luta jaacute que assim vocecirc
tanto quer voando um deles segura o oponente
por traacutes sufocando-o e prendendo-lhe as pernas
Mas este natildeo desiste e se levanta Solta a matildeo que
o sufoca torcendo-lhe um dos dedos o que tira a
forccedila dos outros que aliviam o aperto e a asfixia
O que tem o dedo torcido sentindo dor empurra
o oponente com a matildeo mordendo-lhe a orelha
Mas os expectadores natildeo tolerando o lutador
desleal ldquoapedrejam-nordquo de maccedilatildes
μηδὲ ὁ λαγὼς ἡμᾶς ἐκεῖνος διαφυγέτω
συνθηράσωμεν δὲ αὐτὸν τοῖς Ἔρωσι τοῦτο τὸ
θηρίον ὑποκαθήμενον ταῖς μηλέαις καὶ σιτούμενον
Natildeo deixemos que aquela lebre nos escape
Vamos caccedilaacute-la junto com os Amores Ela estaacute
sentada sob as macieiras comendo as maccedilatildes
caiacutedas no chatildeo deixando muitas comidas apenas
14
τὰ πίπτοντα εἰς γν μλα πολλὰ δὲ καὶ ἡμίβρωτα
καταλεῖπον διαθηρῶσιν οὗτοι καὶ καταράσσουσιν ὁ
μὲν κρότῳ χειρῶν ὁ δὲ κεκραγώς ὁ δὲ ἀνασείων
τὴν χλαμύδα καὶ οἱ μὲν ὑπερπέτονται τοῦ θηρίου
καταβοῶντες οἱ δὲ μεθέπουσιν αὐτὸ πεζοὶ κατ
ἴχνος ὁ δ ὡς ἐπιρρίψων ἑαυτὸν ὥρμησε καὶ τὸ
θηρίον ἄλλην ἐτράπετο ὁ δὲ ἐπιβουλεύει τῷ σκέλει
τοῦ λαγώ τὸν δὲ καὶ διωλίσθησεν ᾑρηκότα
pela metade e eles a caccedilam e perseguem Este
aqui batendo as matildeos aquele gritando aquele
outro agitando o manto Alguns gritando voam
sobre a lebre outros datildeo-lhe caccedila a peacute Um deles
se lanccedila sobre ela O animal se esquiva outro
deles tenta pegaacute-la pelas patas de traacutes e pega mas
ela escapa
γελῶσιν οὖν καὶ καταπεπτώκασιν ὁ μὲν ἐς πλευράν
ὁ δὲ πρηνής οἱ δὲ ὕπτιοι πάντες δὲ ἐν τοῖς τς
διαμαρτίας σχήμασι τοξεύει δὲ οὐδείς ἀλλὰ
πειρῶνται αὐτὸν ἑλεῖν ζῶντα ἱερεῖον τῆ Ἀφροδίτῃ
ἥδιστον
Entatildeo rindo e se jogando no chatildeo uns de lado
outros de bruccedilos e outros ainda de costas todos se
mostram desapontados Nenhum deles despede
flechas mas todos tentam pegar a lebre com a
matildeo viva para oferececirc-la em sacrifiacutecio e deleitar
Afrodite
οἶσθα γάρ που τὸ περὶ τοῦ λαγὼ λεγόμενον ὡς
πολὺ τς Ἀφροδίτης μέτεστιν αὐτῷ λέγεται οὖν περὶ
μὲν τοῦ θήλεος θηλάζειν τε αὐτὸ ἃ ἔτεκε καὶ
ἀποτίκτειν πάλιν ἐπὶ ταὐτῷ γάλακτικαὶ ἐπικυΐσκει δὲ
καὶ οὐδὲ εἷς χρόνος αὐτῷ τοῦ τοκετοῦ κενός
Vocecirc sabe que se diz sobre a lebre que nela haacute
muito de Afrodite Diz-se da fecircmea que
amamenta os que gerou e concebe novamente
enquanto ainda estaacute amamentando E ateacute
emprenha quando jaacute se encontra prenhe e em
nenhum momento seu ventre encontra-se
infecundo
τὸ δὲ ἄρρεν σπείρει τε ὡς φύσις ἀρρένων καὶ
ἀποκυΐσκει παρ ὃ πέφυκεν οἱ δὲ ἄτοποι τῶν
ἐραστῶν καὶ πειθώ τινα ἐρωτικὴν ἐν αὐτῷ
κατέγνωσαν βιαίῳ τέχνῃ τὰ παιδικὰ θηρώμενοι
O macho gera filhotes segundo a natureza dos
machos e tambeacutem fica prenhe contrariamente ao
que eacute natural Assim os pervetidos dentre os
amantes observaram neste animal certa persuasatildeo
eroacutetica quando perseguem meninos com
artifiacutecios violentos
ταῦτα μὲν οὖν καταλίπωμεν ἀνθρώποις ἀδίκοις καὶ
ἀναξίοις τοῦ ἀντερᾶσθαι σὺ δέ μοι τὴν Ἀφροδίτην
βλέπε ποῦ δὴ καὶ κατὰ τί τῶν μήλων ἐκείνῃ ὁρᾷς
τὴν ὕπαντρον πέτραν ἧς νᾶμα κυανώτατον
ὑπεκτρέχει χλωρόν τε καὶ πότιμον ὃ δὴ καὶ
διοχετεύεται ποτὸν εἶναι ταῖς μηλέαις ἐνταῦθά μοι
τὴν Ἀφροδίτην νόει Νυμφῶν οἶμαι αὐτὴν ἱδρυμένων
ὅτι αὐτὰς ἐποίησεν ρώτων μητέρας καὶ διὰ τοῦτο
εὔπαιδας
Mas deixemos esses assuntos aos homens injustos
e indignos de serem correspondidos no amor e
vocecirc junto comigo olhe para Afrodite Mas onde
estaacute e em que parte do pomar Vocecirc vecirc uma
gruta donde corre um fio de aacutegua do mais puro
azul fresca e potaacutevel que se ramifica para matar
a sede das macieiras Perceba Afrodite laacute creio
que as ninfas lhe dedicaram um templo por tecirc-las
feito matildees dos Amores e por isso matildees
afortunadas
καὶ κάτοπτρον δὲ τὸ ἀργυροῦν καὶ τὸ ὑπόχρυ σον
ἐκεῖνο σανδάλιον καὶ αἱ περόναι αἱ χρυσαῖ ταῦτα
πάντα οὐκ ἀργῶς ἀνπται λέγει δὲ ltἈφροδίτηςgt
O espelho prateado as sandaacutelias douradas e os
broches de ouro tudo ali dedicado natildeo sem
motivo Dizem pertencer a Afrodite pois isso estaacute
gravado neles e mostra que satildeo oferendas das
Ninfas
15
εἶναι καὶ γέγραπται τοῦτο καὶ Νυμφῶν δῶρα εἶναι
λέγεται
καὶ οἱ Ἔρωτες δὲ ἀπάρχονται τῶν μήλων καὶ
περιεστῶτες εὔχονται καλὸν αὐτοῖς εἶναι
Os Amores oferecem a Afrodite as primiacutecias das
macieiras e circundando-a rogam-lhe que seu
pomar seja belo
V Cronograma
1ordm Semestre de 2011
Traduccedilatildeo do Livro I
Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico
Leitura e fichamento de referecircncias modernas
Cursar uma disciplina
2ordm Semestre de 2011
Traduccedilatildeo do Livro II
Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico
Leitura e fichamento de referecircncias modernas
Cursar uma disciplina
1ordm Semestre de 2012
Redaccedilatildeo do primeiro e segundo Capiacutetulos
Cursar uma disciplina
2ordm Semestre de 2012
Redaccedilatildeo do terceiro e quarto capiacutetulos
1ordm Semestre de 2013
Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo
2ordm Semestre de 2013
Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo
Revisatildeo final da Dissertaccedilatildeo e da Traduccedilatildeo
VI Bibliografia essencial Parte significativa da bibliografia apresentada aqui foi apenas levantada
Referecircncias Antigas
ARISTOacuteTELES (2006) De anima Trad Maria Ceciacutelia Gomes dos Reis Satildeo Paulo
Editora 34
____________ (1973) Poeacutetica Trad Eudoro de Souza Satildeo Paulo Ars Poetica
____________ (1985) PoliacuteticaTrad Maacuterio da Gama Kury Brasiacutelia Editora da
Universidade de Brasiacutelia
16
____________ (1998) Retoacuterica Trad Manuel Alexandre Juacutenior Paulo F Alberto e
Abel do N Pena Lisboa Casa da Moeda
DIONIacuteSIO DE HALICARNASSO (1986) Tratado da Imitaccedilatildeo Traduccedilatildeo e ediccedilatildeo de Raul
Miguel Rosado Fernandes Lisboa INIC
HORAacuteCIO(1984) Arte Poeacutetica Trad R M Rosado Fernandes Lisboa Inqueacuterito
LONGINO (1997) Do Sublime In A Poeacutetica Claacutessica Trad Jaime Bruna Satildeo Paulo
Cultrix
PLATAtildeO (2000) A Repuacuteblica Trad Carlos Alberto Nunes Paraacute Editora Universitaacuteria
UFPA
_______ (1952) Sophist In Plato Trad Harold N Fowler London The Loeb
Classical Library
PLUTARCO(1927 REPRINT 1986) The education of childre How a young man should
study poetry On listening to lectures in Moralia Trad Frank Cole Babbit
London Loeb Classical Library
QUINTILIANO (1979-89) The Institutio Oratoria Trad H E Butler London Loeb
Classical Library
SEXTO EMPIRICO (1997) Against the Physicists Against the Ethicists Trad RG
Bury London Loeb Classical Library
_______________ (1987) Against the Professors Trad RG Bury London Loeb
Classical Library
Referecircncias Modernas
ANDERSON G (1993) The Second Sophistic A Cultural Phenomenon in the Roman
Empire New York Routledge
BEALL SM (1993) ldquoWord-painting in the bdquoImagines‟ of the Elder Philostratusrdquo In
Hermes 1213 pp350-363
BENEDIKTSON D T (2000) Literature and the Visual Arts in Ancient Greece
Oklahoma University of Oklahoma Press Norman Publisihing Division of the
University
BERTRAND E(1882) Un critique d‟art dans l‟Antiquiteacute Philostrate et son eacutecole Paris
Thorin 1882 in-8 367p (appendice avec traduction d‟un choix de tableaux)
BILLAULT A (2000) L‟univers de Philostrate Bruxelles Latomus
BORG B E (ed) (2004) Paideia The World of the 2nd
Sophistic Berlin Walter de
Gryter Grub H
BOWIE E amp ELSNER J (2009) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
17
BOWIE E (2009) ldquoPhilostratus the life of a sophistrdquo In BOWIE E ET ELSNER J
(ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
BOWIE EWEN AND ELSNER JAS (ED) (2009) Philostratus Cambridge Cambridge
University Press
BRYSON N (1994) ldquoPhilostratus and the Imaginary Museumrdquo In Simon Goldhill Art
and Text in Ancient Greek Culture Cambridge Cambridge University Press
CONAN M (1987) ldquoThe Imagines of Philostratusrdquo In Word amp Image vol3 ndeg2
pp162-171
CONSTANTINI M GRAZIANI F ET ROLET S(2006) Le deacutefi de lart Philostrate
Callistrate et limage sophistique La Licorne 75 Rennes Presses
Universitaires de Rennes
CORREA PC Filoacutestrato o Velho In Jacqueline Lichtenstein Magnoacutelia Costa (Org)
A Pintura Textos essenciais VolI O mito da pintura 1 ed Satildeo Paulo Editora
34 2004 v 1 p 27-29
CRESCENZO R(1999) Peintures d‟instruction la posteacuteriteacute litteacuteraire des Images de
Philostrate en France de Blaise de Vigenegravere agrave l‟eacutepoque classique Genegraveve Droz
CRIBIORE R (2001) Gymnastics of the Mind Greek Education in Hellenistic and
Roman Egypt Princeton Princeton University Press
DE LANNOY L(1997) Le problegraveme des Philostrate (Eacutetat de la question)In ANRW
II343 2362-2449
DUBEL S (2009) ldquoColour in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER
JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
ELSNER J (2009) ldquoA Protean corpusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER JAS (ED)
Philostratus Cambridge Cambridge University Press
FOWLER D P (1991) ldquoNarrate and Describe The Problem of Ekphrasisrdquo In The
Journal of Roman Studies vol81 pp25-35
GOLDHILL S (2007) ldquoWhat is ekphrasis forrdquo In CP 1021 pp 1-19
GRAZIANI F (2006)rdquoLa veriteacute en image le method sophistiquerdquo In COSTANTINI M
GRAZIANI F ET ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage
sophistique La Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes
HAMON P (1981) ldquoRhetorical Status of Descriptiverdquo Trad Patricia Baudoin In Yale
French Studies nordm61 pp 1-26
JONES C P (2004) ldquoMultiple identities in the age of the Second Sophisticrdquo In BORG
B E (ed) Paideia The World of the 2nd
Sophistic Berlin Walter de Gryter
Grub H
18
JULIAacute V (ED) (2001) Los Antiguos Griegos y su lenguaBuenos Aires Biblos
KOORTBOJIAN M (2005) ldquoMimesis or Phantasia Two Representional Modes in
Roman Commemorative Artrdquo In Classical Antiquity vol24 nordm2 pp285-311
KOSTOPOULOU V (2009) ldquoPhilostratus‟ Imagines 218 Words and Imagesrdquo In
GRBS 49 Pp 81-100
KRIEGER M (1992) Ekphrasis The Illusion of the Natural Sign London The Johns
Hopkins University Press
KUNZ D (1997) Un sentiment d‟image Poeacutetique ndeg112 pp461-474
LAUSBERG H (1966) Manual de Retoacuterica Literaria Trad R M Rosado Fernandes
Lisboa Fund Calouste Gulbenkian
LEACH E W (2000) ldquoNarrative Space and the Viewer in Philostratus‟ Eikonesrdquo In
Mitteilungen des Deutschen Archaumlologishen Institutes Roumlmische Abteilung
(Mainz am Rhein Verlag Philipp von Zabern) vol107 pp237-252
____________________ (1992) ldquoPolyphemus in Landscape Traditions of Pastoral
Courtshiprdquo In Studies in the history of art vol36 pp62-87
LEVY C amp PERNOT L (1997) Dire LbdquoEacutevidence Paris L‟Harmattan
LEHMANN-HARTLEBEN K (1941) ldquoThe Imagines of the Elder Philostratusrdquo The Art
Bulletin vol23 pp16-44
LISSARRAGUE F (1995) ldquoPhilostrate entre les images et les motsrdquo In POMMIER E
Histoire de l‟histoire de l‟art T1 de l‟Antiquiteacute au XVIIIegrave siegravecle Confeacuterences
du Museacutee du Louvre Paris Paris Museacutee du Louvre 1995 pp79-93
MANIERI A (1999) ldquoImagines Principi dell‟estetica filostrateardquo In QUCC 633
PP 111-121
MARCOS G E amp DIacuteAZ M E (ED) (2009) El surgimiento de la phantasiacutea en la Grecia
Claacutesica Buenos Aires Prometeo Libros
MARTINS P (2005) ldquoEneacuteias se reconhecerdquo In Letras Claacutessicas Satildeo Paulo
Humanitas
___________(2006)ldquoTropos na Eneida e uma imagem metafoacutericardquo In Martinho dos
Santos Marcos (org) ndash 1ordm Simpoacutesio de Estudos Claacutessicos Satildeo Paulo
Humanitas pp 91-118
___________ (2008) ldquoPolignoto Paacuteuson Dioniacutesio e Zecircuxis ndash Uma leitura da pintura
antiga claacutessica gregardquo [Aguarda publicaccedilatildeo Campinas IELUNICAMP
Revista Phaos]
___________ (2010) ldquoCicero The Picturing a Rhetoricrdquo [Aguarda Referee]
19
___________(2010) ldquoBreve Criacutetica da Histoacuteria da Literatura Latinardquo [Aguarda
Publicaccedilatildeo em Classica]
MCMAHON A P (1931) ldquoSextus Empiricus and the Artsrdquo Harvard Studies in
Classical Philology 42 pp 79-137
NEWBY Z (2009) ldquoAbsortion and erudition in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN
EWEN AND ELSNER JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge
University Press
NEWMAN S (2002) ldquoAristotle‟s Notion of bdquoBringing-Before-the-Eyes‟ Its
Contibutionss to Aristotelian and Contemporary Conceptualizations of
Metaphor Style and Audiencerdquo In Rhetorica 201 pp 1-23
PASTOUREAU M et GRAZIANI F(1996) ldquoFlux et reflux de l‟iconologie Philostrate les
Images ou tableaux de platte-peinture traduction et commentaires de Blaise de
Vigenegravere 1587rdquo In Critique vol52 ndeg589-590 pp556-560
PHILLIP J A (1961) ldquoMimesis in the Sophistes of Platordquo In Transactions and
Procedures of the American Philological Associationrdquo vol 92 pp 453- 468
PINEDA V(2000) ldquoLa invencioacuten de la eacutecfrasisrdquo In VV AA Homenaje a la Profesora
Carmen Peacuterez Romero Universidad de Extremadura Facultad de Filosofiacutea y
Letras pp 251-69
QUET MH(2006) ldquoVoir entendrese ressouvenir Cadre circonstances et objectif de
l‟aprentissage d‟un plaisir culturel ltlthellenegtgt d‟apregraves le teimognage du
prologue des Images de Philostrate In COSTANTINI M GRAZIANI F ET
ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage sophistique La
Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes
RODOLPHO M (2010) Eacutecfrase e Evidecircncia nas Letras Latinas Doutrina e Praacutexis
Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada junto ao DLCVPPGLCFFLCH da
Universidade de Satildeo Paulo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Paulo Martins
ROSENTHAL O ET JOURDE M (1995) ldquoCe qu‟on entend dans les Images Philostrate
Vigenegravere 1578rdquo In Michel G amp Jourde M L‟inscription du regard Moyen-
Acircge Renaissance Fontenay-aux-Roses ENS (collection Signes)
ROUGET F (1997) ldquoLes Images ou tableaux de platte-peinture de PhilostraterdquoIn
Sixteenth Century Journal284 pp1380-1382
SHAFFER D (1998) ldquoEkphrasis and the Rhetoric of Viewing in Philostratus‟s
Imaginary Museumrdquo In Philosophy amp Rhetoric 314 pp303-316
SILVERMAN A (1991) ldquoPlato on Phantasiardquo In Classical Antiquity 1991 vol10 nordm1
SQUAIRE M (2009) Image and Text in Greco-Roman Antiquity Cambridge
Cambridge University Press
20
SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review
8 1 Pp 5-21
SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER
JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge
Cambridge Univeristy Press
TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo
In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73
WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to
Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New
York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810
WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory
and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited
WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of
Imitation New York Oxford University Press
_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S
HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge
Univeristy Press
YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp
6
inquestionavelmente por implicar leitura de fontes antigas e modernas Portanto
metodologia cientiacutefica nessa aacuterea natildeo eacute atinente agrave observaccedilatildeo de experimentos ou agrave
pesquisa de campo ndashque podem por exemplo supor tabulaccedilatildeo de resultados ou opccedilatildeo
de mecanismos de afericcedilatildeo ndash mas a meacutetodos de pesquisa bibliograacutefica que supotildee opccedilatildeo
teoacuterica e o respectivo corpus
Como jaacute explicitamos acima o vieacutes teoacuterico com que analisaremos o texto de Filoacutestrato a
primeira e principal questatildeo metodoloacutegica eacute a escolha do texto base A despeito de natildeo
termos acesso aos principais manuscritos e natildeo julgarmos ser esse o cerne de nossa
pesquisa a saber a edoacutetica informamos que as ediccedilotildees modernas de Filoacutestrato satildeo
todas baseadas nos seguintes manuscritos Laurentianus LXVIX (30) seacutec XIII F
Parisiensis Gr 1696 seacutec XIV P Vindobonensis 331 seacutec XIV V1 Vaticanus 1898
seacutec XIII V2 e Vaticanus 98 seacutec XIII V
Quanto agraves ediccedilotildees modernas temos
NEGRI STEPHANI (1521) Stephani Negri elegātissima e gręco Author subditor
trāslationesvidelicet Philostrati Icones Pythagorę aureucirc Athenęi collectanea
et alia multa scitu digniss amp rara incretu etc ms Notes 2 pt Per lo De
Castelliono Mediolani
FILOacuteSTRATO (1503) Tade enestin en tode to biblio Loukianou Philostratou eikones
tou autou Heroika tou autou bioi sophiston Philostratou neoterou eikones
Kallistratou ekphraseis = Quae hoc volumine continentur luciani opera Icones
Philostrati Ejusdem Heroica ejusdem vitae sophistarum Icones junioris
Philostrati Descriptiones Callistrati Venezia in Aedibus Aldis
___________ (1517) Quae hoc volumine continentur Icones Philostrati etchellipgrec
Florentiae sumptu P Juntae
___________ (1550) Philostrati imagines Eiusdem heroica Eiusde uitae
Sophistarum Philostrati Iunioris Imagines Callistrati descriptiones etchellipgrec
Venetiis apud P amp IM Nicolinos
___________ (1578) Les Images ou tableaux de platte peinture des deux Philostrates
Sophistes grecs et les Statues de Callistrate Paris Nicolas Chesneau
___________ (1602) La Suitte de Philostrate (les Images ou tableaux de Platte
Peinture du jeune Philostrate La description de Callistrate de quelques statues
antiques Les Heacuteroiumlques de Philostrate etchellip traduits de grec en Franccedilois) par
Blaise de Vigenegravere Paris A Langellier
___________ (1609) Philostratus Iconum initio De pictura In Martini (m) Pomp
Gauricihellip De sculptura Liber etc
7
___________ (1611) Les Images ou tableaux de platte peinture mis en franccedilois par
Blaise de Vigenegravere tome premier (preacuteface et sonnet de G Linocier vers de
Moysson J Carlin) Tournon Claude Michel
___________ (1615) Les images ou Tableaux de platte peinture des deux Philostrates
sophistes grecs et les statues de Callistrate mis en francois par Blaise de
Vigenegraverehellipavec des eacutepigrammes sur chacun diceux par Artus Thomas Sieur
d‟Embry- Reveus[ ] et corrigez sur l‟original par un docte personnage de ce
temps en la langue grecque et repreacutesentez en taille douce en cette nouvelle ed
Paris l‟Angelier
___________ (1637) Les images ou Tableaux de platte peinture des deux Philostrate
et les statues de Callistrate La description de quelques statues antiques tant
de marbre comme de bronze mis en franccedilois par Blaise de Vigenegravere Avec des
eacutepigrammes sur chacun diceux par Artus Thomas Sieur d‟Embry Reveus et
corrigezhellip et repreacutesentez en taille douce en cette nouvelle eacuted Paris Cramoisy
Quanto agraves traduccedilotildees para as liacutenguas modernas temos
FILOacuteSTRATO (1931) Imagines (descriptions de Callistratus) traduit par Arthur
FAIRBANKS London Heinemann New York Putnam 1931
__________ (1968) Die Bilder griechisch-deutsch Muumlnchen E Heimeran 1968
__________ (1991) La galerie de tableaux traduit par Auguste Bougot reacuteviseacute et
annoteacute par Franccedilois Lissarrague preacuteface de Pierre Hadot Paris les Belles
Lettres
__________ (1993) Imagravegenes Filostrato el Viejo Filostrato el Joven Descipciones
Calistrato Edicion a cargo de Luis Alberto de Cuenca y Miguel Angel
Elvira Madrid Siruela
__________ (1995) Les Images ou tableaux de platte peinture 2 volumes traduction
et commentaires de Blaise de Vigenegravere (1578) preacutesenteacute et annoteacute par
Franccediloise GRAZIANI Paris Honoreacute Champion
__________ (1997) Immagini Traduction et notes de Franco Fanizza et Gianni
Schilardi Lecce Argo
A segunda questatildeo metodoloacutegica diz respeito ao procedimento adotado na traduccedilatildeo e no
estabelecimento das notas de compreensatildeo para o quais aleacutem do que fisicamente estaacute
disponiacutevel nas bibliotecas da USP UNICAMP e UNESP mormente a indexaccedilatildeo do
L‟Anneacutee philologique seraacute realizado levantamento bibliograacutefico virtual nos perioacutedicos
indexados no JStor e Muse Project
8
IV Aspectos relevantes do projeto
1Introduccedilatildeo
Imagens composto de descriccedilotildees de pinturas eacute o primeiro livro em prosa a tratar do
tropo retoacuterico da eacutecfrase de forma unificada e como foco temaacutetico de uma obra7
Influenciou toda a discussatildeo posterior do tropo (eacutecfrase) e eacute a partir dele que se passou a
definiacute-lo exclusivamente como a descriccedilatildeo de obras de arte Importante notar
entretanto que isso ocorreu pela leitura ldquoliteralrdquo desse texto sem que se levasse em
conta seu contexto enunciativo Imagens eacute uma composiccedilatildeo complexa que traz em si
muacuteltiplas referecircncias e muacuteltiplos gecircneros
2Breve descriccedilatildeo dos capiacutetulos propostos
21 A Aacutetica em Roma A Helenizaccedilatildeo e a Segunda Sofiacutestica
211 Paideia e pertenccedila
A elite grega ancorava sua superioridade em termos de educaccedilatildeo ou melhor na
paideia palavra que designa civilizaccedilatildeo e cultura (produccedilatildeo intelectual) e tambeacutem
muacutesica e ginaacutestica Assim aqueles que tinham acesso agrave paideia eram os chamados
pepaideumecircnos ldquoos instruiacutedosrdquo em oposiccedilatildeo aos idiotai ldquoos natildeo instruiacutedosrdquo (uma
subelite na cultura grega) e os barbaroi ldquoos natildeo falantes de gregordquo A natureza da
educaccedilatildeo ideal natildeo era consensual e os textos dos autores do periacuteodo ndash filosoacuteficos
retoacutericos histoacutericos satiacutericos e biograacuteficos ndash espelham tal dissenso
Entretanto eacute possiacutevel identificar um fator unificador em todos eles o enraizamento de
todas as formas de identificaccedilatildeo cultural na tradiccedilatildeo e no passado Embora isso se decirc
fundamentalmente como um problema cultural tinha grande relevacircncia poliacutetica pois
sancionava direito ao exerciacutecio do poder por parte daquela elite cultural grega alinhado
diretamente aos grandes nomes do passado glorioso da Heacutelade
A obra de Filoacutestrato insere-se nesse contexto e compreende grande diversidade
geneacuterica com temas sempre calcados no passado e na tradiccedilatildeo que ao mesmo tempo
operam poreacutem sutis alteraccedilotildees e atenuam os limites e as fronteiras entre os diversos
gecircneros
7 (SWAIN 200944)
9
212 Contexto especiacutefico
Logo no iniacutecio do livro A Vida de Apolocircnio de Tiana Filoacutestrato afirma ldquofazer parte do
ciacuterculo de Julia Domna esposa de Severiano (Iulia heacute basilis8) pois ela admirava e
apreciava todo tipo de oraccedilatildeo retoacutericardquo Muito jaacute se especulou a respeito desse
ldquociacuterculordquo imaginando-se que fosse uma espeacutecie de corte que atraiacutea os principais
pensadores da eacutepoca No entanto as evidecircncias quanto natureza dele satildeo escassas e natildeo
haacute informaccedilotildees precisas sobre sua magnitude constituiccedilatildeo eou duraccedilatildeo Tal ressalva eacute
importante pois muitos autores a partir daiacute fizeram inferecircncias sobre a ldquovida de
Filoacutestrato na corterdquo e interpretaram sua obra como expressatildeo da poliacutetica imperial O
exame da produccedilatildeo de Filoacutestrato contudo natildeo traz nenhuma evidecircncia de filiaccedilatildeo a um
suposto programa imperial
Filoacutestrato viveu a maior parte de sua vida adulta durante a dinastia severiana De forma
geral nessa eacutepoca eacute possiacutevel identificar sinais de continuidade com a produccedilatildeo em
prosa grega observada na eacutepoca dos Antoninos mas observam-se tambeacutem alguns
elementos distintivos Neste periacuteodo comeccedilaram a surgir refutaccedilotildees quanto agrave
superioridade da cultura grega Por exemplo Dioacutegenes Laeacutercio nas Vidas dos
Filoacutesofos Famosos insistia que a sabedoria e a proacutepria humanidade haviam surgido na
Greacutecia Cita Aristoacuteteles e Soacutetion como proponentes da ideia de que a filosofia tivera
origem entre os povos ldquobaacuterbarosrdquo Entretanto ele provavelmente dirigia-se a autores
judeus e cristatildeos de seu proacuteprio periacuteodo que vinham atacando a supremacia cultural
reclamada pelos gregos
Assim sem querer atribuir intencionalidade agrave obra de Filoacutestrato que frequentava a uma
corte romana composta por governantes feniacutecios e tunisianos que transitava entre as
vaacuterias proviacutencias do Impeacuterio podemos traccedilar um paralelo entre sua obra -que explora as
fronteiras entre os gecircneros e os limites de cada um em particular e transforma a tradiccedilatildeo
incorporando-lhe novos elementos sem no entanto abandonaacute-la - e o conceito exposto
por Norberto Guarinello na palestra ldquoO que eacute o Impeacuterio Romanordquo9 de que natildeo seria
adequado falarmos propriamente em fronteiras do Impeacuterio Romano mas sim em
ldquofranjas fronteiriccedilasrdquo em linhas divisoacuterias fluidas entre diferentes povos diferentes
liacutenguas e tradiccedilotildees
8 (FILOacuteSTRATO AT 138)
9 LEIR III Coloacutequio ndash ldquoAs Formas do Impeacuterio Romanordquo em Mariana-MG de 28 - 30 de abril de 2009
10
22 Eacutecfrase e os trecircs niacuteveis de interlocuccedilatildeo
Aceitaremos o que o autor propotildee no prefaacutecio em princiacutepio como
verdadeiroverossiacutemil10
Segundo esse prefaacutecio as descriccedilotildees foram feitas a um menino
de 10 anos de idade (a seu pedido) e a um grupo de potenciais pupilos pouco mais
velhos Para o proacuteprio autor sua funccedilatildeo naquele momento eacute ensinar a ldquointerpretar a
pintura formando seu gostordquo11
Assim considerando a situaccedilatildeo primaacuteria da composiccedilatildeo
da obra haacute o primeiro grupo (ainda segundo o prefaacutecio) que vecirc as obras enquanto o
autor as descreve No grupo vemos de um lado um menino interessado principalmente
nas explicaccedilotildees e interpretaccedilotildees das pinturas De outro os demais jovens interessados
natildeo soacute nesse aspecto descritivo mas tambeacutem na arte retoacuterica do orador (o professor)
Aleacutem disso se a obra foi escrita como registro dessas exposiccedilotildees orais ela teraacute como
destinataacuterios ouvintes12
e leitores que jaacute natildeo tecircm as obras diante dos olhos Dessa
maneira de pronto considerando a diversidade de recepccedilatildeo obteremos uma chave (ou
chaves) de leitura determinando os limites de decoro entre o texto e a recepccedilatildeo O autor
utilizaraacute a memoacuteria e a imaginaccedilatildeo (phantasiacutea) de seu puacuteblico para obter efeito
desejado isto eacute a visualizaccedilatildeo Isso ele consegue natildeo simplesmente descrevendo em
palavras aquilo que estaacute sendo ldquovistordquo mas recriando as pinturas e situaccedilotildees educando
e direcionando o olhar (seja o olhar ldquofiacutesicordquo seja o olhar da mente) dando a ver tanto
aquilo que estaacute reproduzido como aquilo que natildeo estaacute reproduzido no quadro
Desse modo se o autor eacute bem sucedido podemos entatildeo dizer que todos ndash vendo ou natildeo
os quadros ldquoreais ou natildeordquo ndash de fato visualizam as pinturas Cumpre portanto a funccedilatildeo
preciacutepua da eacutecfrase trazer diante dos olhos de maneira viacutevida
23 Do tropo ao gecircnero a autonomia da eacutecfrase
Para os criacuteticos modernos eacutecfrase eacute uma descriccedilatildeo de obras de arte Entretanto o
conceito antigo deste tropo retoacuterico eacute mais amplo que essa definiccedilatildeo Para os antigos
(segundo os progyminasmata ou praexercitamina) eacutecfrase eacute simplesmente aquilo que
ldquocontribui para provocar o efeito de visualizaccedilatildeo do discurso verbalrdquo13
Assim eacutecfrase
deve ser entendida em um contexto em que a palavra eacute concebida como uma ldquoforccedila que
10
(MARTINS2 2010) 11
sect3 prefaacutecio Imagines 12
Provavelmente a obra foi apresentada em outras ocasiotildees a um auditoacuterio anaacutelogo ao primeiro
(Introduccedilatildeo da traduccedilatildeo francesa 5) 13
(RODOLPHO 3)
11
age sobre o ouvinterdquo14
Desta maneira o referente da eacutecfrase tem valor secundaacuterio e o
que importa eacute o impacto sobre a audiecircncia a eacutecfrasetransforma pois os ouvintes e
leitores em expectadores15
Compreendendo-se eacutecfrase dessa maneira observamos que designa um recurso
utilizado em vaacuterios gecircneros de discurso desde a ceacutelebre descriccedilatildeo do escudo de Aquiles
na Iliacuteada os idiacutelios de Teacuteoacutecrito e Mosco e os epigramas da Antologia ateacute os discursos
judiciaacuterios em Roma
Filoacutestrato pela primeira vez em Imagens transforma este recurso no foco principal de
uma obra ndash assim aquilo que era conteuacutedo presente em diversos gecircneros passa a ser o
continente a moldura ou seja uma sineacutedoque de gecircnero letrado
O autor natildeo apenas descreve as pinturas como faz uso de toda a variedade de
possibilidades do tropo ndash passa de narrativas miacuteticas a descriccedilotildees de paisagens de
personificaccedilotildees a naturezas mortas ndash e apresenta como pinturas temas letrados que
fazem parte de outros gecircneros ndash eacutepico bucoacutelico traacutegico etc ndash que contecircm por sua
vez eacutecfrases em si mesmos16
Podemos assim dizer que a eacutecfrase aqui se autonomiza deixa de ser recurso e passa a
ser um fim constituindo-se num gecircnero
24 Imagem mimese e educaccedilatildeo
O proacutelogo de Filoacutestrato em Imagens
Filoacutestrato inicia o proacutelogo de Imagens afirmando que quem despreza a pintura despreza
a verdade e a sabedoria Mais adiante afirma que somente a pintura eacute capaz de mostrar
o verdadeiro caraacuteter dos herois por meio de suas expressotildees faciais Aleacutem disso afirma
tambeacutem o caraacuteter didaacutetico de sua exposiccedilatildeo
Nesta pesquisa investigaremos a relaccedilatildeo entre a obra e as concepccedilotildees de como as artes
mimeacuteticas se relacionavam com a educaccedilatildeo pois se por um lado Filoacutestrato identifica a
sophia com o domiacutenio das vaacuterias technai segundo um modelo platocircnico por outro
afirma que a pintura conteacutem em si a verdade ndash em uma posiccedilatildeo contraacuteria agrave da
14
(WEBB 20095) 15
id ib 16
(ELSNER 200915)
12
Academia - e que eacute possiacutevel ensinar os jovens por meio dela Para tanto consultaremos
outras fontes antigas com as quais Filoacutestrato dialoga Platatildeo na Repuacuteblica e o Sofista
Aristoacuteteles na Poeacutetica Retoacuterica e Poliacutetica Longino no Tratado do Sublime Dioniacutesio
de Halicarnasso no Tratado da Imitaccedilatildeo Horaacutecio na Arte Poeacutetica e Plutarco
3Traduccedilatildeo
Apresento aqui uma primeira traduccedilatildeo ainda natildeo anotada do quadro 6 ndash Amores
ΕΡΩΤΕΣ
Μλα Ἔρωτες ἰδοὺ τρυγῶσιν εἰ δὲ πλθος αὐτῶν
μὴ θαυμάσῃς Νυμφῶν γὰρ δὴ παῖδες οὗτοι
γίνονται τὸ θνητὸν ἅπαν διακυβερνῶντες πολλοὶ
διὰ πολλά ὧν ἐρῶσιν ἄνθρωποι τὸν δὲ οὐράνιόν
φασιν ἐν τῷ οὐρανῷ πράττειν τὰ θεῖα μῶν ἐπῄσθου
τι τς ἀνὰ τὸν κπον εὐωδίας ἢ βραδύνει σοι τοῦτο
ἀλλὰ προθύμως ἄκουε προσβαλεῖ γάρ σε μετὰ τοῦ
λόγου καὶ τὰ μλα
AMORES
Olhe Os Amores estatildeo colhendo maccedilatildes Se haacute
muitos natildeo se espante Satildeo filhos das ninfas
governam tudo o que eacute mortal e satildeo muitos pois
muitas satildeo as coisas que os homens amam Dizem
que um deles celeste rege ateacute mesmo os assuntos
divinos Vocecirc natildeo sente um doce aroma que vem
do pomar ou isso lhe eacute imperceptiacutevel Mas escute
com boa vontade pois as maccedilatildes com minhas
palavras vatildeo atingi-lo
ὄρχοι μὲν οὗτοι φυτῶν ὀρθοὶ πορεύονται τοῦ μέσου
δὲ αὐτῶν ἐλευθερία βαδίζειν πόα δὲ ἁπαλὴ κατέχει
τοὺς δρόμους οἵα καὶ κατακλιθέντι στρωμνὴ εἶναι
Estas fileiras de aacutervores alinham-se perfeitamente
e haacute espaccedilo entre elas para caminhar Uma relva
recobre suave os caminhos e serve de leito m13cio
aos que nela se deitam
ἀπ ἄκρων δὲ τῶν ὄζων μλα χρυσᾶ καὶ πυρσὰ καὶ
ἡλιώδη προσάγονται τὸν ἑσμὸν ὅλον τῶν ρώτων
γεωργεῖν αὐτά φαρέτραι μὲν οὖν χρυσόπαστοι καὶ
χρυσᾶ καὶ τὰ ἐν αὐταῖς βέλη γυμνὴ τούτων ἡ ἀγέλη
πᾶσα καὶ κοῦφοι διαπέτονται περιαρτήσαντες αὐτὰ
ταῖς μηλέαις αἱ δὲ ἐφεστρίδες αἱ ποικίλαι κεῖνται μὲν
ἐν τῆ πόᾳ μυρία δὲ αὐτῶν τὰ ἄνθη οὐδὲ
ἐστεφάνωνται τὰς κεφαλὰς ὡς ἀποχρώσης αὐτοῖς
τς κόμης πτερὰ δὲ κυάνεα καὶ φοινικᾶ καὶ χρυσᾶ
ἐνίοις μόνον οὐ καὐτὸν πλήττει τὸν ἀέρα ξὺν
ἁρμονίᾳ μουσικῆ
Da ponta dos galhos brilham maccedilatildes cor de ouro
vermelho-fogo e amarelo-sol oferecendo-se a
todo o bando de Amores para serem colhidas
Aljavas cravejadas de ouro guardam flechas
aacuteureas e o bando esvoaccedila leve apoacutes penduraacute-las
nas macieiras Suas capas bordadas estendem-se
pela relva e delas emana o brilho de miriacuteades de
cores Guirlandas natildeo lhes enfeitam a cabeccedila
bastam os cabelos As asas azul-mar puacuterpura e
em alguns douradas vibram o ar e em harmonia
produzem quase muacutesica
φεῦ τῶν ταλάρων εἰς οὓς ἀποτίθενται τὰ μλα ὡς
πολλὴ μὲν περὶ αὐτοὺς ἡ σαρδώ πολλὴ δὲ ἡ
σμάραγδος ἀληθὴς δ ἡ μάργηλις ἡ συνθήκη δὲ
Veja as cest13s que lindas crivadas de
sardocircnicas esmeraldas e peacuterolas verdadeiras
Decerto obra de Hefesto Ali guardam as maccedilatildes
Mas de escadas feitas pelo deus os Amores natildeo
precisam voando alcanccedilam as maccedilatildes no alto das
13
αὐτῶν Ἡφαίστου νοείσθω οὐ δὲ κλιμάκων δέονται
πρὸς τὰ δένδρα παρ αὐτοῦ ὑψοῦ γὰρ καὶ ἐς αὐτὰ
πέτονται τὰ μλα
aacutervores
καὶ ἵνα μὴ τοὺς χορεύοντας λέγωμεν ἢ τοὺς
διαθέοντας ἢ τοὺς καθεύδοντας ἢ ὡς γάνυνται τῶν
μήλων ἐμφαγόντες ἴδωμεν ὅ τι ποτὲ οὗτοι νοοῦσιν
Nem vou falar dos que danccedilam em roda dos que
correm dos que estatildeo deitados e dos que se
alegram comendo as maccedilatildes mas vejamos o que
estes outr13s significam
οἱ γὰρ κάλλιστοι τῶν ρώτων ἰδοὺ τέτταρες
ὑπεξελθόντες τῶν ἄλλων δύο μὲν αὐτῶν
ἀντιπέμπουσι μλον ἀλλήλοις ἡ δὲ ἑτέρα δυὰς ὁ μὲν
τοξεύει τὸν ἕτερον ὁ δὲ ἀντιτοξεύει καὶ οὐδὲ ἀπειλὴ
τοῖς προσώποις ἔπεστιν ἀλλὰ καὶ στέρνα
παρέχουσιν ἀλλήλοις ἵν13ἐκεῖ που τὰ βέλη περάσῃ
καλὸν τὸ αἴνιγμα σκόπει γάρ εἴ που ξυνίημι τοῦ
ζωγράφου
Olhe Quatro dos mais belos Amores escapam
discretamente dos outros Dois deles brincam
jogando uma maccedilatilde de um para o outro os outros
dois um flecha o outro que13revida No rosto
nenhuma raiva mas oferecem o peito um ao outro
para que as flechas acertem bem ali Belo enigma
Agora veja se eu consigo compreender o pintor
φιλία ταῦτα ὦ παῖ καὶ ἀλλήλων ἵμερος Menino isso eacute o Amor e o desejo que tecircm um
pelo 13utro
οἱ μὲν γὰρ διὰ τοῦ μήλου παίζοντες πόθου ἄρχονται
ὅθεν ὁ μὲν ἀφίησι φιλήσας τὸ μλον ὁ δὲ ὑπτίαις
αὐτὸ ὑποδέχεται ταῖς χερσὶ δλον ὡς ἀντι φιλήσων
εἰ λάβοι καὶ ἀντιπέμψων αὐτό τὸ δὲ τῶν τοξοτῶν
ζεῦγος ἐμπεδοῦσιν ἔρωτα ἤδη φθάνοντα καὶ φημὶ
τοὺς μὲν παίζειν ἐπὶ τῷ ἄρξασθαι τοῦ ἐρᾶν τοὺς δὲ
τοξεύειν ἐπὶ τῷ μὴ λξαι τοῦ πόθου
Os que brincam com a maccedilatilde estatildeo comeccedilando a
se desejar O que primeiro lanccedila a maccedilatilde a beija e
o outro com as matildeos estendidas para beijaacute-la se
a pega joga-a de volta13A dupla que desfere
flechas estaacute confirmando um amor jaacute existente
Por isso eu digo que os que brincam estatildeo
comeccedilando a se amar os outros dois atiram-se
flechas para que o desejo natildeo acabe
ἐκεῖνοι μὲν οὖν περὶ οὓς οἱ πολλοὶ θεαταί θυμῷ
συμπεπτώκασι καὶ ἔχει τις αὐτοὺς πάλη λέξω καὶ
τὴν πάλην καὶ γὰρ τοῦτο ἐκλιπαρεῖς ὁ μὲν ᾕρηκε
τὸν ἀντίπαλον περιπτὰς αὐτῷ κατὰ τῶν νώτων καὶ
εἰς πνῖγμα ἀπολαμβάνει καὶ καταδεῖ τοῖς σκέλεσιν ὁ
δὲ οὔτε ἀπαγορεύει καὶ ὀρθὸς ὑπανίσταται καὶ
διαλύει τὴν χεῖρα ὑφ ἧς ἄγχoεται στρεβλώσας ἕνα
τῶν δακτύλων μεθ ὃν οὐκέτι οἱ λοιποὶ ἔχουσιν οὐδέ
εἰσιν ἐν τῷ ἀπρίξ ἀλγεῖ δὲ ltὁgt στρεβλούμενος καὶ
κατεσθίει τοῦ ltσυμgtπαλαιστοῦ τὸ οὖς ὅθεν
δυσχεραίνουσιν οἱ θεώμενοι τῶν ρώτων ὡς
ἀδικοῦντι καὶ ἐκπαλαίοντι καὶ μήλοις αὐτὸν
καταλιθοῦσι
Aqueles outros em torno dos quais haacute muitos
espectadores caem um sobre o outro com ardor
a lutar Vou descrever a luta jaacute que assim vocecirc
tanto quer voando um deles segura o oponente
por traacutes sufocando-o e prendendo-lhe as pernas
Mas este natildeo desiste e se levanta Solta a matildeo que
o sufoca torcendo-lhe um dos dedos o que tira a
forccedila dos outros que aliviam o aperto e a asfixia
O que tem o dedo torcido sentindo dor empurra
o oponente com a matildeo mordendo-lhe a orelha
Mas os expectadores natildeo tolerando o lutador
desleal ldquoapedrejam-nordquo de maccedilatildes
μηδὲ ὁ λαγὼς ἡμᾶς ἐκεῖνος διαφυγέτω
συνθηράσωμεν δὲ αὐτὸν τοῖς Ἔρωσι τοῦτο τὸ
θηρίον ὑποκαθήμενον ταῖς μηλέαις καὶ σιτούμενον
Natildeo deixemos que aquela lebre nos escape
Vamos caccedilaacute-la junto com os Amores Ela estaacute
sentada sob as macieiras comendo as maccedilatildes
caiacutedas no chatildeo deixando muitas comidas apenas
14
τὰ πίπτοντα εἰς γν μλα πολλὰ δὲ καὶ ἡμίβρωτα
καταλεῖπον διαθηρῶσιν οὗτοι καὶ καταράσσουσιν ὁ
μὲν κρότῳ χειρῶν ὁ δὲ κεκραγώς ὁ δὲ ἀνασείων
τὴν χλαμύδα καὶ οἱ μὲν ὑπερπέτονται τοῦ θηρίου
καταβοῶντες οἱ δὲ μεθέπουσιν αὐτὸ πεζοὶ κατ
ἴχνος ὁ δ ὡς ἐπιρρίψων ἑαυτὸν ὥρμησε καὶ τὸ
θηρίον ἄλλην ἐτράπετο ὁ δὲ ἐπιβουλεύει τῷ σκέλει
τοῦ λαγώ τὸν δὲ καὶ διωλίσθησεν ᾑρηκότα
pela metade e eles a caccedilam e perseguem Este
aqui batendo as matildeos aquele gritando aquele
outro agitando o manto Alguns gritando voam
sobre a lebre outros datildeo-lhe caccedila a peacute Um deles
se lanccedila sobre ela O animal se esquiva outro
deles tenta pegaacute-la pelas patas de traacutes e pega mas
ela escapa
γελῶσιν οὖν καὶ καταπεπτώκασιν ὁ μὲν ἐς πλευράν
ὁ δὲ πρηνής οἱ δὲ ὕπτιοι πάντες δὲ ἐν τοῖς τς
διαμαρτίας σχήμασι τοξεύει δὲ οὐδείς ἀλλὰ
πειρῶνται αὐτὸν ἑλεῖν ζῶντα ἱερεῖον τῆ Ἀφροδίτῃ
ἥδιστον
Entatildeo rindo e se jogando no chatildeo uns de lado
outros de bruccedilos e outros ainda de costas todos se
mostram desapontados Nenhum deles despede
flechas mas todos tentam pegar a lebre com a
matildeo viva para oferececirc-la em sacrifiacutecio e deleitar
Afrodite
οἶσθα γάρ που τὸ περὶ τοῦ λαγὼ λεγόμενον ὡς
πολὺ τς Ἀφροδίτης μέτεστιν αὐτῷ λέγεται οὖν περὶ
μὲν τοῦ θήλεος θηλάζειν τε αὐτὸ ἃ ἔτεκε καὶ
ἀποτίκτειν πάλιν ἐπὶ ταὐτῷ γάλακτικαὶ ἐπικυΐσκει δὲ
καὶ οὐδὲ εἷς χρόνος αὐτῷ τοῦ τοκετοῦ κενός
Vocecirc sabe que se diz sobre a lebre que nela haacute
muito de Afrodite Diz-se da fecircmea que
amamenta os que gerou e concebe novamente
enquanto ainda estaacute amamentando E ateacute
emprenha quando jaacute se encontra prenhe e em
nenhum momento seu ventre encontra-se
infecundo
τὸ δὲ ἄρρεν σπείρει τε ὡς φύσις ἀρρένων καὶ
ἀποκυΐσκει παρ ὃ πέφυκεν οἱ δὲ ἄτοποι τῶν
ἐραστῶν καὶ πειθώ τινα ἐρωτικὴν ἐν αὐτῷ
κατέγνωσαν βιαίῳ τέχνῃ τὰ παιδικὰ θηρώμενοι
O macho gera filhotes segundo a natureza dos
machos e tambeacutem fica prenhe contrariamente ao
que eacute natural Assim os pervetidos dentre os
amantes observaram neste animal certa persuasatildeo
eroacutetica quando perseguem meninos com
artifiacutecios violentos
ταῦτα μὲν οὖν καταλίπωμεν ἀνθρώποις ἀδίκοις καὶ
ἀναξίοις τοῦ ἀντερᾶσθαι σὺ δέ μοι τὴν Ἀφροδίτην
βλέπε ποῦ δὴ καὶ κατὰ τί τῶν μήλων ἐκείνῃ ὁρᾷς
τὴν ὕπαντρον πέτραν ἧς νᾶμα κυανώτατον
ὑπεκτρέχει χλωρόν τε καὶ πότιμον ὃ δὴ καὶ
διοχετεύεται ποτὸν εἶναι ταῖς μηλέαις ἐνταῦθά μοι
τὴν Ἀφροδίτην νόει Νυμφῶν οἶμαι αὐτὴν ἱδρυμένων
ὅτι αὐτὰς ἐποίησεν ρώτων μητέρας καὶ διὰ τοῦτο
εὔπαιδας
Mas deixemos esses assuntos aos homens injustos
e indignos de serem correspondidos no amor e
vocecirc junto comigo olhe para Afrodite Mas onde
estaacute e em que parte do pomar Vocecirc vecirc uma
gruta donde corre um fio de aacutegua do mais puro
azul fresca e potaacutevel que se ramifica para matar
a sede das macieiras Perceba Afrodite laacute creio
que as ninfas lhe dedicaram um templo por tecirc-las
feito matildees dos Amores e por isso matildees
afortunadas
καὶ κάτοπτρον δὲ τὸ ἀργυροῦν καὶ τὸ ὑπόχρυ σον
ἐκεῖνο σανδάλιον καὶ αἱ περόναι αἱ χρυσαῖ ταῦτα
πάντα οὐκ ἀργῶς ἀνπται λέγει δὲ ltἈφροδίτηςgt
O espelho prateado as sandaacutelias douradas e os
broches de ouro tudo ali dedicado natildeo sem
motivo Dizem pertencer a Afrodite pois isso estaacute
gravado neles e mostra que satildeo oferendas das
Ninfas
15
εἶναι καὶ γέγραπται τοῦτο καὶ Νυμφῶν δῶρα εἶναι
λέγεται
καὶ οἱ Ἔρωτες δὲ ἀπάρχονται τῶν μήλων καὶ
περιεστῶτες εὔχονται καλὸν αὐτοῖς εἶναι
Os Amores oferecem a Afrodite as primiacutecias das
macieiras e circundando-a rogam-lhe que seu
pomar seja belo
V Cronograma
1ordm Semestre de 2011
Traduccedilatildeo do Livro I
Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico
Leitura e fichamento de referecircncias modernas
Cursar uma disciplina
2ordm Semestre de 2011
Traduccedilatildeo do Livro II
Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico
Leitura e fichamento de referecircncias modernas
Cursar uma disciplina
1ordm Semestre de 2012
Redaccedilatildeo do primeiro e segundo Capiacutetulos
Cursar uma disciplina
2ordm Semestre de 2012
Redaccedilatildeo do terceiro e quarto capiacutetulos
1ordm Semestre de 2013
Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo
2ordm Semestre de 2013
Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo
Revisatildeo final da Dissertaccedilatildeo e da Traduccedilatildeo
VI Bibliografia essencial Parte significativa da bibliografia apresentada aqui foi apenas levantada
Referecircncias Antigas
ARISTOacuteTELES (2006) De anima Trad Maria Ceciacutelia Gomes dos Reis Satildeo Paulo
Editora 34
____________ (1973) Poeacutetica Trad Eudoro de Souza Satildeo Paulo Ars Poetica
____________ (1985) PoliacuteticaTrad Maacuterio da Gama Kury Brasiacutelia Editora da
Universidade de Brasiacutelia
16
____________ (1998) Retoacuterica Trad Manuel Alexandre Juacutenior Paulo F Alberto e
Abel do N Pena Lisboa Casa da Moeda
DIONIacuteSIO DE HALICARNASSO (1986) Tratado da Imitaccedilatildeo Traduccedilatildeo e ediccedilatildeo de Raul
Miguel Rosado Fernandes Lisboa INIC
HORAacuteCIO(1984) Arte Poeacutetica Trad R M Rosado Fernandes Lisboa Inqueacuterito
LONGINO (1997) Do Sublime In A Poeacutetica Claacutessica Trad Jaime Bruna Satildeo Paulo
Cultrix
PLATAtildeO (2000) A Repuacuteblica Trad Carlos Alberto Nunes Paraacute Editora Universitaacuteria
UFPA
_______ (1952) Sophist In Plato Trad Harold N Fowler London The Loeb
Classical Library
PLUTARCO(1927 REPRINT 1986) The education of childre How a young man should
study poetry On listening to lectures in Moralia Trad Frank Cole Babbit
London Loeb Classical Library
QUINTILIANO (1979-89) The Institutio Oratoria Trad H E Butler London Loeb
Classical Library
SEXTO EMPIRICO (1997) Against the Physicists Against the Ethicists Trad RG
Bury London Loeb Classical Library
_______________ (1987) Against the Professors Trad RG Bury London Loeb
Classical Library
Referecircncias Modernas
ANDERSON G (1993) The Second Sophistic A Cultural Phenomenon in the Roman
Empire New York Routledge
BEALL SM (1993) ldquoWord-painting in the bdquoImagines‟ of the Elder Philostratusrdquo In
Hermes 1213 pp350-363
BENEDIKTSON D T (2000) Literature and the Visual Arts in Ancient Greece
Oklahoma University of Oklahoma Press Norman Publisihing Division of the
University
BERTRAND E(1882) Un critique d‟art dans l‟Antiquiteacute Philostrate et son eacutecole Paris
Thorin 1882 in-8 367p (appendice avec traduction d‟un choix de tableaux)
BILLAULT A (2000) L‟univers de Philostrate Bruxelles Latomus
BORG B E (ed) (2004) Paideia The World of the 2nd
Sophistic Berlin Walter de
Gryter Grub H
BOWIE E amp ELSNER J (2009) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
17
BOWIE E (2009) ldquoPhilostratus the life of a sophistrdquo In BOWIE E ET ELSNER J
(ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
BOWIE EWEN AND ELSNER JAS (ED) (2009) Philostratus Cambridge Cambridge
University Press
BRYSON N (1994) ldquoPhilostratus and the Imaginary Museumrdquo In Simon Goldhill Art
and Text in Ancient Greek Culture Cambridge Cambridge University Press
CONAN M (1987) ldquoThe Imagines of Philostratusrdquo In Word amp Image vol3 ndeg2
pp162-171
CONSTANTINI M GRAZIANI F ET ROLET S(2006) Le deacutefi de lart Philostrate
Callistrate et limage sophistique La Licorne 75 Rennes Presses
Universitaires de Rennes
CORREA PC Filoacutestrato o Velho In Jacqueline Lichtenstein Magnoacutelia Costa (Org)
A Pintura Textos essenciais VolI O mito da pintura 1 ed Satildeo Paulo Editora
34 2004 v 1 p 27-29
CRESCENZO R(1999) Peintures d‟instruction la posteacuteriteacute litteacuteraire des Images de
Philostrate en France de Blaise de Vigenegravere agrave l‟eacutepoque classique Genegraveve Droz
CRIBIORE R (2001) Gymnastics of the Mind Greek Education in Hellenistic and
Roman Egypt Princeton Princeton University Press
DE LANNOY L(1997) Le problegraveme des Philostrate (Eacutetat de la question)In ANRW
II343 2362-2449
DUBEL S (2009) ldquoColour in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER
JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
ELSNER J (2009) ldquoA Protean corpusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER JAS (ED)
Philostratus Cambridge Cambridge University Press
FOWLER D P (1991) ldquoNarrate and Describe The Problem of Ekphrasisrdquo In The
Journal of Roman Studies vol81 pp25-35
GOLDHILL S (2007) ldquoWhat is ekphrasis forrdquo In CP 1021 pp 1-19
GRAZIANI F (2006)rdquoLa veriteacute en image le method sophistiquerdquo In COSTANTINI M
GRAZIANI F ET ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage
sophistique La Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes
HAMON P (1981) ldquoRhetorical Status of Descriptiverdquo Trad Patricia Baudoin In Yale
French Studies nordm61 pp 1-26
JONES C P (2004) ldquoMultiple identities in the age of the Second Sophisticrdquo In BORG
B E (ed) Paideia The World of the 2nd
Sophistic Berlin Walter de Gryter
Grub H
18
JULIAacute V (ED) (2001) Los Antiguos Griegos y su lenguaBuenos Aires Biblos
KOORTBOJIAN M (2005) ldquoMimesis or Phantasia Two Representional Modes in
Roman Commemorative Artrdquo In Classical Antiquity vol24 nordm2 pp285-311
KOSTOPOULOU V (2009) ldquoPhilostratus‟ Imagines 218 Words and Imagesrdquo In
GRBS 49 Pp 81-100
KRIEGER M (1992) Ekphrasis The Illusion of the Natural Sign London The Johns
Hopkins University Press
KUNZ D (1997) Un sentiment d‟image Poeacutetique ndeg112 pp461-474
LAUSBERG H (1966) Manual de Retoacuterica Literaria Trad R M Rosado Fernandes
Lisboa Fund Calouste Gulbenkian
LEACH E W (2000) ldquoNarrative Space and the Viewer in Philostratus‟ Eikonesrdquo In
Mitteilungen des Deutschen Archaumlologishen Institutes Roumlmische Abteilung
(Mainz am Rhein Verlag Philipp von Zabern) vol107 pp237-252
____________________ (1992) ldquoPolyphemus in Landscape Traditions of Pastoral
Courtshiprdquo In Studies in the history of art vol36 pp62-87
LEVY C amp PERNOT L (1997) Dire LbdquoEacutevidence Paris L‟Harmattan
LEHMANN-HARTLEBEN K (1941) ldquoThe Imagines of the Elder Philostratusrdquo The Art
Bulletin vol23 pp16-44
LISSARRAGUE F (1995) ldquoPhilostrate entre les images et les motsrdquo In POMMIER E
Histoire de l‟histoire de l‟art T1 de l‟Antiquiteacute au XVIIIegrave siegravecle Confeacuterences
du Museacutee du Louvre Paris Paris Museacutee du Louvre 1995 pp79-93
MANIERI A (1999) ldquoImagines Principi dell‟estetica filostrateardquo In QUCC 633
PP 111-121
MARCOS G E amp DIacuteAZ M E (ED) (2009) El surgimiento de la phantasiacutea en la Grecia
Claacutesica Buenos Aires Prometeo Libros
MARTINS P (2005) ldquoEneacuteias se reconhecerdquo In Letras Claacutessicas Satildeo Paulo
Humanitas
___________(2006)ldquoTropos na Eneida e uma imagem metafoacutericardquo In Martinho dos
Santos Marcos (org) ndash 1ordm Simpoacutesio de Estudos Claacutessicos Satildeo Paulo
Humanitas pp 91-118
___________ (2008) ldquoPolignoto Paacuteuson Dioniacutesio e Zecircuxis ndash Uma leitura da pintura
antiga claacutessica gregardquo [Aguarda publicaccedilatildeo Campinas IELUNICAMP
Revista Phaos]
___________ (2010) ldquoCicero The Picturing a Rhetoricrdquo [Aguarda Referee]
19
___________(2010) ldquoBreve Criacutetica da Histoacuteria da Literatura Latinardquo [Aguarda
Publicaccedilatildeo em Classica]
MCMAHON A P (1931) ldquoSextus Empiricus and the Artsrdquo Harvard Studies in
Classical Philology 42 pp 79-137
NEWBY Z (2009) ldquoAbsortion and erudition in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN
EWEN AND ELSNER JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge
University Press
NEWMAN S (2002) ldquoAristotle‟s Notion of bdquoBringing-Before-the-Eyes‟ Its
Contibutionss to Aristotelian and Contemporary Conceptualizations of
Metaphor Style and Audiencerdquo In Rhetorica 201 pp 1-23
PASTOUREAU M et GRAZIANI F(1996) ldquoFlux et reflux de l‟iconologie Philostrate les
Images ou tableaux de platte-peinture traduction et commentaires de Blaise de
Vigenegravere 1587rdquo In Critique vol52 ndeg589-590 pp556-560
PHILLIP J A (1961) ldquoMimesis in the Sophistes of Platordquo In Transactions and
Procedures of the American Philological Associationrdquo vol 92 pp 453- 468
PINEDA V(2000) ldquoLa invencioacuten de la eacutecfrasisrdquo In VV AA Homenaje a la Profesora
Carmen Peacuterez Romero Universidad de Extremadura Facultad de Filosofiacutea y
Letras pp 251-69
QUET MH(2006) ldquoVoir entendrese ressouvenir Cadre circonstances et objectif de
l‟aprentissage d‟un plaisir culturel ltlthellenegtgt d‟apregraves le teimognage du
prologue des Images de Philostrate In COSTANTINI M GRAZIANI F ET
ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage sophistique La
Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes
RODOLPHO M (2010) Eacutecfrase e Evidecircncia nas Letras Latinas Doutrina e Praacutexis
Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada junto ao DLCVPPGLCFFLCH da
Universidade de Satildeo Paulo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Paulo Martins
ROSENTHAL O ET JOURDE M (1995) ldquoCe qu‟on entend dans les Images Philostrate
Vigenegravere 1578rdquo In Michel G amp Jourde M L‟inscription du regard Moyen-
Acircge Renaissance Fontenay-aux-Roses ENS (collection Signes)
ROUGET F (1997) ldquoLes Images ou tableaux de platte-peinture de PhilostraterdquoIn
Sixteenth Century Journal284 pp1380-1382
SHAFFER D (1998) ldquoEkphrasis and the Rhetoric of Viewing in Philostratus‟s
Imaginary Museumrdquo In Philosophy amp Rhetoric 314 pp303-316
SILVERMAN A (1991) ldquoPlato on Phantasiardquo In Classical Antiquity 1991 vol10 nordm1
SQUAIRE M (2009) Image and Text in Greco-Roman Antiquity Cambridge
Cambridge University Press
20
SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review
8 1 Pp 5-21
SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER
JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge
Cambridge Univeristy Press
TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo
In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73
WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to
Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New
York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810
WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory
and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited
WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of
Imitation New York Oxford University Press
_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S
HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge
Univeristy Press
YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp
7
___________ (1611) Les Images ou tableaux de platte peinture mis en franccedilois par
Blaise de Vigenegravere tome premier (preacuteface et sonnet de G Linocier vers de
Moysson J Carlin) Tournon Claude Michel
___________ (1615) Les images ou Tableaux de platte peinture des deux Philostrates
sophistes grecs et les statues de Callistrate mis en francois par Blaise de
Vigenegraverehellipavec des eacutepigrammes sur chacun diceux par Artus Thomas Sieur
d‟Embry- Reveus[ ] et corrigez sur l‟original par un docte personnage de ce
temps en la langue grecque et repreacutesentez en taille douce en cette nouvelle ed
Paris l‟Angelier
___________ (1637) Les images ou Tableaux de platte peinture des deux Philostrate
et les statues de Callistrate La description de quelques statues antiques tant
de marbre comme de bronze mis en franccedilois par Blaise de Vigenegravere Avec des
eacutepigrammes sur chacun diceux par Artus Thomas Sieur d‟Embry Reveus et
corrigezhellip et repreacutesentez en taille douce en cette nouvelle eacuted Paris Cramoisy
Quanto agraves traduccedilotildees para as liacutenguas modernas temos
FILOacuteSTRATO (1931) Imagines (descriptions de Callistratus) traduit par Arthur
FAIRBANKS London Heinemann New York Putnam 1931
__________ (1968) Die Bilder griechisch-deutsch Muumlnchen E Heimeran 1968
__________ (1991) La galerie de tableaux traduit par Auguste Bougot reacuteviseacute et
annoteacute par Franccedilois Lissarrague preacuteface de Pierre Hadot Paris les Belles
Lettres
__________ (1993) Imagravegenes Filostrato el Viejo Filostrato el Joven Descipciones
Calistrato Edicion a cargo de Luis Alberto de Cuenca y Miguel Angel
Elvira Madrid Siruela
__________ (1995) Les Images ou tableaux de platte peinture 2 volumes traduction
et commentaires de Blaise de Vigenegravere (1578) preacutesenteacute et annoteacute par
Franccediloise GRAZIANI Paris Honoreacute Champion
__________ (1997) Immagini Traduction et notes de Franco Fanizza et Gianni
Schilardi Lecce Argo
A segunda questatildeo metodoloacutegica diz respeito ao procedimento adotado na traduccedilatildeo e no
estabelecimento das notas de compreensatildeo para o quais aleacutem do que fisicamente estaacute
disponiacutevel nas bibliotecas da USP UNICAMP e UNESP mormente a indexaccedilatildeo do
L‟Anneacutee philologique seraacute realizado levantamento bibliograacutefico virtual nos perioacutedicos
indexados no JStor e Muse Project
8
IV Aspectos relevantes do projeto
1Introduccedilatildeo
Imagens composto de descriccedilotildees de pinturas eacute o primeiro livro em prosa a tratar do
tropo retoacuterico da eacutecfrase de forma unificada e como foco temaacutetico de uma obra7
Influenciou toda a discussatildeo posterior do tropo (eacutecfrase) e eacute a partir dele que se passou a
definiacute-lo exclusivamente como a descriccedilatildeo de obras de arte Importante notar
entretanto que isso ocorreu pela leitura ldquoliteralrdquo desse texto sem que se levasse em
conta seu contexto enunciativo Imagens eacute uma composiccedilatildeo complexa que traz em si
muacuteltiplas referecircncias e muacuteltiplos gecircneros
2Breve descriccedilatildeo dos capiacutetulos propostos
21 A Aacutetica em Roma A Helenizaccedilatildeo e a Segunda Sofiacutestica
211 Paideia e pertenccedila
A elite grega ancorava sua superioridade em termos de educaccedilatildeo ou melhor na
paideia palavra que designa civilizaccedilatildeo e cultura (produccedilatildeo intelectual) e tambeacutem
muacutesica e ginaacutestica Assim aqueles que tinham acesso agrave paideia eram os chamados
pepaideumecircnos ldquoos instruiacutedosrdquo em oposiccedilatildeo aos idiotai ldquoos natildeo instruiacutedosrdquo (uma
subelite na cultura grega) e os barbaroi ldquoos natildeo falantes de gregordquo A natureza da
educaccedilatildeo ideal natildeo era consensual e os textos dos autores do periacuteodo ndash filosoacuteficos
retoacutericos histoacutericos satiacutericos e biograacuteficos ndash espelham tal dissenso
Entretanto eacute possiacutevel identificar um fator unificador em todos eles o enraizamento de
todas as formas de identificaccedilatildeo cultural na tradiccedilatildeo e no passado Embora isso se decirc
fundamentalmente como um problema cultural tinha grande relevacircncia poliacutetica pois
sancionava direito ao exerciacutecio do poder por parte daquela elite cultural grega alinhado
diretamente aos grandes nomes do passado glorioso da Heacutelade
A obra de Filoacutestrato insere-se nesse contexto e compreende grande diversidade
geneacuterica com temas sempre calcados no passado e na tradiccedilatildeo que ao mesmo tempo
operam poreacutem sutis alteraccedilotildees e atenuam os limites e as fronteiras entre os diversos
gecircneros
7 (SWAIN 200944)
9
212 Contexto especiacutefico
Logo no iniacutecio do livro A Vida de Apolocircnio de Tiana Filoacutestrato afirma ldquofazer parte do
ciacuterculo de Julia Domna esposa de Severiano (Iulia heacute basilis8) pois ela admirava e
apreciava todo tipo de oraccedilatildeo retoacutericardquo Muito jaacute se especulou a respeito desse
ldquociacuterculordquo imaginando-se que fosse uma espeacutecie de corte que atraiacutea os principais
pensadores da eacutepoca No entanto as evidecircncias quanto natureza dele satildeo escassas e natildeo
haacute informaccedilotildees precisas sobre sua magnitude constituiccedilatildeo eou duraccedilatildeo Tal ressalva eacute
importante pois muitos autores a partir daiacute fizeram inferecircncias sobre a ldquovida de
Filoacutestrato na corterdquo e interpretaram sua obra como expressatildeo da poliacutetica imperial O
exame da produccedilatildeo de Filoacutestrato contudo natildeo traz nenhuma evidecircncia de filiaccedilatildeo a um
suposto programa imperial
Filoacutestrato viveu a maior parte de sua vida adulta durante a dinastia severiana De forma
geral nessa eacutepoca eacute possiacutevel identificar sinais de continuidade com a produccedilatildeo em
prosa grega observada na eacutepoca dos Antoninos mas observam-se tambeacutem alguns
elementos distintivos Neste periacuteodo comeccedilaram a surgir refutaccedilotildees quanto agrave
superioridade da cultura grega Por exemplo Dioacutegenes Laeacutercio nas Vidas dos
Filoacutesofos Famosos insistia que a sabedoria e a proacutepria humanidade haviam surgido na
Greacutecia Cita Aristoacuteteles e Soacutetion como proponentes da ideia de que a filosofia tivera
origem entre os povos ldquobaacuterbarosrdquo Entretanto ele provavelmente dirigia-se a autores
judeus e cristatildeos de seu proacuteprio periacuteodo que vinham atacando a supremacia cultural
reclamada pelos gregos
Assim sem querer atribuir intencionalidade agrave obra de Filoacutestrato que frequentava a uma
corte romana composta por governantes feniacutecios e tunisianos que transitava entre as
vaacuterias proviacutencias do Impeacuterio podemos traccedilar um paralelo entre sua obra -que explora as
fronteiras entre os gecircneros e os limites de cada um em particular e transforma a tradiccedilatildeo
incorporando-lhe novos elementos sem no entanto abandonaacute-la - e o conceito exposto
por Norberto Guarinello na palestra ldquoO que eacute o Impeacuterio Romanordquo9 de que natildeo seria
adequado falarmos propriamente em fronteiras do Impeacuterio Romano mas sim em
ldquofranjas fronteiriccedilasrdquo em linhas divisoacuterias fluidas entre diferentes povos diferentes
liacutenguas e tradiccedilotildees
8 (FILOacuteSTRATO AT 138)
9 LEIR III Coloacutequio ndash ldquoAs Formas do Impeacuterio Romanordquo em Mariana-MG de 28 - 30 de abril de 2009
10
22 Eacutecfrase e os trecircs niacuteveis de interlocuccedilatildeo
Aceitaremos o que o autor propotildee no prefaacutecio em princiacutepio como
verdadeiroverossiacutemil10
Segundo esse prefaacutecio as descriccedilotildees foram feitas a um menino
de 10 anos de idade (a seu pedido) e a um grupo de potenciais pupilos pouco mais
velhos Para o proacuteprio autor sua funccedilatildeo naquele momento eacute ensinar a ldquointerpretar a
pintura formando seu gostordquo11
Assim considerando a situaccedilatildeo primaacuteria da composiccedilatildeo
da obra haacute o primeiro grupo (ainda segundo o prefaacutecio) que vecirc as obras enquanto o
autor as descreve No grupo vemos de um lado um menino interessado principalmente
nas explicaccedilotildees e interpretaccedilotildees das pinturas De outro os demais jovens interessados
natildeo soacute nesse aspecto descritivo mas tambeacutem na arte retoacuterica do orador (o professor)
Aleacutem disso se a obra foi escrita como registro dessas exposiccedilotildees orais ela teraacute como
destinataacuterios ouvintes12
e leitores que jaacute natildeo tecircm as obras diante dos olhos Dessa
maneira de pronto considerando a diversidade de recepccedilatildeo obteremos uma chave (ou
chaves) de leitura determinando os limites de decoro entre o texto e a recepccedilatildeo O autor
utilizaraacute a memoacuteria e a imaginaccedilatildeo (phantasiacutea) de seu puacuteblico para obter efeito
desejado isto eacute a visualizaccedilatildeo Isso ele consegue natildeo simplesmente descrevendo em
palavras aquilo que estaacute sendo ldquovistordquo mas recriando as pinturas e situaccedilotildees educando
e direcionando o olhar (seja o olhar ldquofiacutesicordquo seja o olhar da mente) dando a ver tanto
aquilo que estaacute reproduzido como aquilo que natildeo estaacute reproduzido no quadro
Desse modo se o autor eacute bem sucedido podemos entatildeo dizer que todos ndash vendo ou natildeo
os quadros ldquoreais ou natildeordquo ndash de fato visualizam as pinturas Cumpre portanto a funccedilatildeo
preciacutepua da eacutecfrase trazer diante dos olhos de maneira viacutevida
23 Do tropo ao gecircnero a autonomia da eacutecfrase
Para os criacuteticos modernos eacutecfrase eacute uma descriccedilatildeo de obras de arte Entretanto o
conceito antigo deste tropo retoacuterico eacute mais amplo que essa definiccedilatildeo Para os antigos
(segundo os progyminasmata ou praexercitamina) eacutecfrase eacute simplesmente aquilo que
ldquocontribui para provocar o efeito de visualizaccedilatildeo do discurso verbalrdquo13
Assim eacutecfrase
deve ser entendida em um contexto em que a palavra eacute concebida como uma ldquoforccedila que
10
(MARTINS2 2010) 11
sect3 prefaacutecio Imagines 12
Provavelmente a obra foi apresentada em outras ocasiotildees a um auditoacuterio anaacutelogo ao primeiro
(Introduccedilatildeo da traduccedilatildeo francesa 5) 13
(RODOLPHO 3)
11
age sobre o ouvinterdquo14
Desta maneira o referente da eacutecfrase tem valor secundaacuterio e o
que importa eacute o impacto sobre a audiecircncia a eacutecfrasetransforma pois os ouvintes e
leitores em expectadores15
Compreendendo-se eacutecfrase dessa maneira observamos que designa um recurso
utilizado em vaacuterios gecircneros de discurso desde a ceacutelebre descriccedilatildeo do escudo de Aquiles
na Iliacuteada os idiacutelios de Teacuteoacutecrito e Mosco e os epigramas da Antologia ateacute os discursos
judiciaacuterios em Roma
Filoacutestrato pela primeira vez em Imagens transforma este recurso no foco principal de
uma obra ndash assim aquilo que era conteuacutedo presente em diversos gecircneros passa a ser o
continente a moldura ou seja uma sineacutedoque de gecircnero letrado
O autor natildeo apenas descreve as pinturas como faz uso de toda a variedade de
possibilidades do tropo ndash passa de narrativas miacuteticas a descriccedilotildees de paisagens de
personificaccedilotildees a naturezas mortas ndash e apresenta como pinturas temas letrados que
fazem parte de outros gecircneros ndash eacutepico bucoacutelico traacutegico etc ndash que contecircm por sua
vez eacutecfrases em si mesmos16
Podemos assim dizer que a eacutecfrase aqui se autonomiza deixa de ser recurso e passa a
ser um fim constituindo-se num gecircnero
24 Imagem mimese e educaccedilatildeo
O proacutelogo de Filoacutestrato em Imagens
Filoacutestrato inicia o proacutelogo de Imagens afirmando que quem despreza a pintura despreza
a verdade e a sabedoria Mais adiante afirma que somente a pintura eacute capaz de mostrar
o verdadeiro caraacuteter dos herois por meio de suas expressotildees faciais Aleacutem disso afirma
tambeacutem o caraacuteter didaacutetico de sua exposiccedilatildeo
Nesta pesquisa investigaremos a relaccedilatildeo entre a obra e as concepccedilotildees de como as artes
mimeacuteticas se relacionavam com a educaccedilatildeo pois se por um lado Filoacutestrato identifica a
sophia com o domiacutenio das vaacuterias technai segundo um modelo platocircnico por outro
afirma que a pintura conteacutem em si a verdade ndash em uma posiccedilatildeo contraacuteria agrave da
14
(WEBB 20095) 15
id ib 16
(ELSNER 200915)
12
Academia - e que eacute possiacutevel ensinar os jovens por meio dela Para tanto consultaremos
outras fontes antigas com as quais Filoacutestrato dialoga Platatildeo na Repuacuteblica e o Sofista
Aristoacuteteles na Poeacutetica Retoacuterica e Poliacutetica Longino no Tratado do Sublime Dioniacutesio
de Halicarnasso no Tratado da Imitaccedilatildeo Horaacutecio na Arte Poeacutetica e Plutarco
3Traduccedilatildeo
Apresento aqui uma primeira traduccedilatildeo ainda natildeo anotada do quadro 6 ndash Amores
ΕΡΩΤΕΣ
Μλα Ἔρωτες ἰδοὺ τρυγῶσιν εἰ δὲ πλθος αὐτῶν
μὴ θαυμάσῃς Νυμφῶν γὰρ δὴ παῖδες οὗτοι
γίνονται τὸ θνητὸν ἅπαν διακυβερνῶντες πολλοὶ
διὰ πολλά ὧν ἐρῶσιν ἄνθρωποι τὸν δὲ οὐράνιόν
φασιν ἐν τῷ οὐρανῷ πράττειν τὰ θεῖα μῶν ἐπῄσθου
τι τς ἀνὰ τὸν κπον εὐωδίας ἢ βραδύνει σοι τοῦτο
ἀλλὰ προθύμως ἄκουε προσβαλεῖ γάρ σε μετὰ τοῦ
λόγου καὶ τὰ μλα
AMORES
Olhe Os Amores estatildeo colhendo maccedilatildes Se haacute
muitos natildeo se espante Satildeo filhos das ninfas
governam tudo o que eacute mortal e satildeo muitos pois
muitas satildeo as coisas que os homens amam Dizem
que um deles celeste rege ateacute mesmo os assuntos
divinos Vocecirc natildeo sente um doce aroma que vem
do pomar ou isso lhe eacute imperceptiacutevel Mas escute
com boa vontade pois as maccedilatildes com minhas
palavras vatildeo atingi-lo
ὄρχοι μὲν οὗτοι φυτῶν ὀρθοὶ πορεύονται τοῦ μέσου
δὲ αὐτῶν ἐλευθερία βαδίζειν πόα δὲ ἁπαλὴ κατέχει
τοὺς δρόμους οἵα καὶ κατακλιθέντι στρωμνὴ εἶναι
Estas fileiras de aacutervores alinham-se perfeitamente
e haacute espaccedilo entre elas para caminhar Uma relva
recobre suave os caminhos e serve de leito m13cio
aos que nela se deitam
ἀπ ἄκρων δὲ τῶν ὄζων μλα χρυσᾶ καὶ πυρσὰ καὶ
ἡλιώδη προσάγονται τὸν ἑσμὸν ὅλον τῶν ρώτων
γεωργεῖν αὐτά φαρέτραι μὲν οὖν χρυσόπαστοι καὶ
χρυσᾶ καὶ τὰ ἐν αὐταῖς βέλη γυμνὴ τούτων ἡ ἀγέλη
πᾶσα καὶ κοῦφοι διαπέτονται περιαρτήσαντες αὐτὰ
ταῖς μηλέαις αἱ δὲ ἐφεστρίδες αἱ ποικίλαι κεῖνται μὲν
ἐν τῆ πόᾳ μυρία δὲ αὐτῶν τὰ ἄνθη οὐδὲ
ἐστεφάνωνται τὰς κεφαλὰς ὡς ἀποχρώσης αὐτοῖς
τς κόμης πτερὰ δὲ κυάνεα καὶ φοινικᾶ καὶ χρυσᾶ
ἐνίοις μόνον οὐ καὐτὸν πλήττει τὸν ἀέρα ξὺν
ἁρμονίᾳ μουσικῆ
Da ponta dos galhos brilham maccedilatildes cor de ouro
vermelho-fogo e amarelo-sol oferecendo-se a
todo o bando de Amores para serem colhidas
Aljavas cravejadas de ouro guardam flechas
aacuteureas e o bando esvoaccedila leve apoacutes penduraacute-las
nas macieiras Suas capas bordadas estendem-se
pela relva e delas emana o brilho de miriacuteades de
cores Guirlandas natildeo lhes enfeitam a cabeccedila
bastam os cabelos As asas azul-mar puacuterpura e
em alguns douradas vibram o ar e em harmonia
produzem quase muacutesica
φεῦ τῶν ταλάρων εἰς οὓς ἀποτίθενται τὰ μλα ὡς
πολλὴ μὲν περὶ αὐτοὺς ἡ σαρδώ πολλὴ δὲ ἡ
σμάραγδος ἀληθὴς δ ἡ μάργηλις ἡ συνθήκη δὲ
Veja as cest13s que lindas crivadas de
sardocircnicas esmeraldas e peacuterolas verdadeiras
Decerto obra de Hefesto Ali guardam as maccedilatildes
Mas de escadas feitas pelo deus os Amores natildeo
precisam voando alcanccedilam as maccedilatildes no alto das
13
αὐτῶν Ἡφαίστου νοείσθω οὐ δὲ κλιμάκων δέονται
πρὸς τὰ δένδρα παρ αὐτοῦ ὑψοῦ γὰρ καὶ ἐς αὐτὰ
πέτονται τὰ μλα
aacutervores
καὶ ἵνα μὴ τοὺς χορεύοντας λέγωμεν ἢ τοὺς
διαθέοντας ἢ τοὺς καθεύδοντας ἢ ὡς γάνυνται τῶν
μήλων ἐμφαγόντες ἴδωμεν ὅ τι ποτὲ οὗτοι νοοῦσιν
Nem vou falar dos que danccedilam em roda dos que
correm dos que estatildeo deitados e dos que se
alegram comendo as maccedilatildes mas vejamos o que
estes outr13s significam
οἱ γὰρ κάλλιστοι τῶν ρώτων ἰδοὺ τέτταρες
ὑπεξελθόντες τῶν ἄλλων δύο μὲν αὐτῶν
ἀντιπέμπουσι μλον ἀλλήλοις ἡ δὲ ἑτέρα δυὰς ὁ μὲν
τοξεύει τὸν ἕτερον ὁ δὲ ἀντιτοξεύει καὶ οὐδὲ ἀπειλὴ
τοῖς προσώποις ἔπεστιν ἀλλὰ καὶ στέρνα
παρέχουσιν ἀλλήλοις ἵν13ἐκεῖ που τὰ βέλη περάσῃ
καλὸν τὸ αἴνιγμα σκόπει γάρ εἴ που ξυνίημι τοῦ
ζωγράφου
Olhe Quatro dos mais belos Amores escapam
discretamente dos outros Dois deles brincam
jogando uma maccedilatilde de um para o outro os outros
dois um flecha o outro que13revida No rosto
nenhuma raiva mas oferecem o peito um ao outro
para que as flechas acertem bem ali Belo enigma
Agora veja se eu consigo compreender o pintor
φιλία ταῦτα ὦ παῖ καὶ ἀλλήλων ἵμερος Menino isso eacute o Amor e o desejo que tecircm um
pelo 13utro
οἱ μὲν γὰρ διὰ τοῦ μήλου παίζοντες πόθου ἄρχονται
ὅθεν ὁ μὲν ἀφίησι φιλήσας τὸ μλον ὁ δὲ ὑπτίαις
αὐτὸ ὑποδέχεται ταῖς χερσὶ δλον ὡς ἀντι φιλήσων
εἰ λάβοι καὶ ἀντιπέμψων αὐτό τὸ δὲ τῶν τοξοτῶν
ζεῦγος ἐμπεδοῦσιν ἔρωτα ἤδη φθάνοντα καὶ φημὶ
τοὺς μὲν παίζειν ἐπὶ τῷ ἄρξασθαι τοῦ ἐρᾶν τοὺς δὲ
τοξεύειν ἐπὶ τῷ μὴ λξαι τοῦ πόθου
Os que brincam com a maccedilatilde estatildeo comeccedilando a
se desejar O que primeiro lanccedila a maccedilatilde a beija e
o outro com as matildeos estendidas para beijaacute-la se
a pega joga-a de volta13A dupla que desfere
flechas estaacute confirmando um amor jaacute existente
Por isso eu digo que os que brincam estatildeo
comeccedilando a se amar os outros dois atiram-se
flechas para que o desejo natildeo acabe
ἐκεῖνοι μὲν οὖν περὶ οὓς οἱ πολλοὶ θεαταί θυμῷ
συμπεπτώκασι καὶ ἔχει τις αὐτοὺς πάλη λέξω καὶ
τὴν πάλην καὶ γὰρ τοῦτο ἐκλιπαρεῖς ὁ μὲν ᾕρηκε
τὸν ἀντίπαλον περιπτὰς αὐτῷ κατὰ τῶν νώτων καὶ
εἰς πνῖγμα ἀπολαμβάνει καὶ καταδεῖ τοῖς σκέλεσιν ὁ
δὲ οὔτε ἀπαγορεύει καὶ ὀρθὸς ὑπανίσταται καὶ
διαλύει τὴν χεῖρα ὑφ ἧς ἄγχoεται στρεβλώσας ἕνα
τῶν δακτύλων μεθ ὃν οὐκέτι οἱ λοιποὶ ἔχουσιν οὐδέ
εἰσιν ἐν τῷ ἀπρίξ ἀλγεῖ δὲ ltὁgt στρεβλούμενος καὶ
κατεσθίει τοῦ ltσυμgtπαλαιστοῦ τὸ οὖς ὅθεν
δυσχεραίνουσιν οἱ θεώμενοι τῶν ρώτων ὡς
ἀδικοῦντι καὶ ἐκπαλαίοντι καὶ μήλοις αὐτὸν
καταλιθοῦσι
Aqueles outros em torno dos quais haacute muitos
espectadores caem um sobre o outro com ardor
a lutar Vou descrever a luta jaacute que assim vocecirc
tanto quer voando um deles segura o oponente
por traacutes sufocando-o e prendendo-lhe as pernas
Mas este natildeo desiste e se levanta Solta a matildeo que
o sufoca torcendo-lhe um dos dedos o que tira a
forccedila dos outros que aliviam o aperto e a asfixia
O que tem o dedo torcido sentindo dor empurra
o oponente com a matildeo mordendo-lhe a orelha
Mas os expectadores natildeo tolerando o lutador
desleal ldquoapedrejam-nordquo de maccedilatildes
μηδὲ ὁ λαγὼς ἡμᾶς ἐκεῖνος διαφυγέτω
συνθηράσωμεν δὲ αὐτὸν τοῖς Ἔρωσι τοῦτο τὸ
θηρίον ὑποκαθήμενον ταῖς μηλέαις καὶ σιτούμενον
Natildeo deixemos que aquela lebre nos escape
Vamos caccedilaacute-la junto com os Amores Ela estaacute
sentada sob as macieiras comendo as maccedilatildes
caiacutedas no chatildeo deixando muitas comidas apenas
14
τὰ πίπτοντα εἰς γν μλα πολλὰ δὲ καὶ ἡμίβρωτα
καταλεῖπον διαθηρῶσιν οὗτοι καὶ καταράσσουσιν ὁ
μὲν κρότῳ χειρῶν ὁ δὲ κεκραγώς ὁ δὲ ἀνασείων
τὴν χλαμύδα καὶ οἱ μὲν ὑπερπέτονται τοῦ θηρίου
καταβοῶντες οἱ δὲ μεθέπουσιν αὐτὸ πεζοὶ κατ
ἴχνος ὁ δ ὡς ἐπιρρίψων ἑαυτὸν ὥρμησε καὶ τὸ
θηρίον ἄλλην ἐτράπετο ὁ δὲ ἐπιβουλεύει τῷ σκέλει
τοῦ λαγώ τὸν δὲ καὶ διωλίσθησεν ᾑρηκότα
pela metade e eles a caccedilam e perseguem Este
aqui batendo as matildeos aquele gritando aquele
outro agitando o manto Alguns gritando voam
sobre a lebre outros datildeo-lhe caccedila a peacute Um deles
se lanccedila sobre ela O animal se esquiva outro
deles tenta pegaacute-la pelas patas de traacutes e pega mas
ela escapa
γελῶσιν οὖν καὶ καταπεπτώκασιν ὁ μὲν ἐς πλευράν
ὁ δὲ πρηνής οἱ δὲ ὕπτιοι πάντες δὲ ἐν τοῖς τς
διαμαρτίας σχήμασι τοξεύει δὲ οὐδείς ἀλλὰ
πειρῶνται αὐτὸν ἑλεῖν ζῶντα ἱερεῖον τῆ Ἀφροδίτῃ
ἥδιστον
Entatildeo rindo e se jogando no chatildeo uns de lado
outros de bruccedilos e outros ainda de costas todos se
mostram desapontados Nenhum deles despede
flechas mas todos tentam pegar a lebre com a
matildeo viva para oferececirc-la em sacrifiacutecio e deleitar
Afrodite
οἶσθα γάρ που τὸ περὶ τοῦ λαγὼ λεγόμενον ὡς
πολὺ τς Ἀφροδίτης μέτεστιν αὐτῷ λέγεται οὖν περὶ
μὲν τοῦ θήλεος θηλάζειν τε αὐτὸ ἃ ἔτεκε καὶ
ἀποτίκτειν πάλιν ἐπὶ ταὐτῷ γάλακτικαὶ ἐπικυΐσκει δὲ
καὶ οὐδὲ εἷς χρόνος αὐτῷ τοῦ τοκετοῦ κενός
Vocecirc sabe que se diz sobre a lebre que nela haacute
muito de Afrodite Diz-se da fecircmea que
amamenta os que gerou e concebe novamente
enquanto ainda estaacute amamentando E ateacute
emprenha quando jaacute se encontra prenhe e em
nenhum momento seu ventre encontra-se
infecundo
τὸ δὲ ἄρρεν σπείρει τε ὡς φύσις ἀρρένων καὶ
ἀποκυΐσκει παρ ὃ πέφυκεν οἱ δὲ ἄτοποι τῶν
ἐραστῶν καὶ πειθώ τινα ἐρωτικὴν ἐν αὐτῷ
κατέγνωσαν βιαίῳ τέχνῃ τὰ παιδικὰ θηρώμενοι
O macho gera filhotes segundo a natureza dos
machos e tambeacutem fica prenhe contrariamente ao
que eacute natural Assim os pervetidos dentre os
amantes observaram neste animal certa persuasatildeo
eroacutetica quando perseguem meninos com
artifiacutecios violentos
ταῦτα μὲν οὖν καταλίπωμεν ἀνθρώποις ἀδίκοις καὶ
ἀναξίοις τοῦ ἀντερᾶσθαι σὺ δέ μοι τὴν Ἀφροδίτην
βλέπε ποῦ δὴ καὶ κατὰ τί τῶν μήλων ἐκείνῃ ὁρᾷς
τὴν ὕπαντρον πέτραν ἧς νᾶμα κυανώτατον
ὑπεκτρέχει χλωρόν τε καὶ πότιμον ὃ δὴ καὶ
διοχετεύεται ποτὸν εἶναι ταῖς μηλέαις ἐνταῦθά μοι
τὴν Ἀφροδίτην νόει Νυμφῶν οἶμαι αὐτὴν ἱδρυμένων
ὅτι αὐτὰς ἐποίησεν ρώτων μητέρας καὶ διὰ τοῦτο
εὔπαιδας
Mas deixemos esses assuntos aos homens injustos
e indignos de serem correspondidos no amor e
vocecirc junto comigo olhe para Afrodite Mas onde
estaacute e em que parte do pomar Vocecirc vecirc uma
gruta donde corre um fio de aacutegua do mais puro
azul fresca e potaacutevel que se ramifica para matar
a sede das macieiras Perceba Afrodite laacute creio
que as ninfas lhe dedicaram um templo por tecirc-las
feito matildees dos Amores e por isso matildees
afortunadas
καὶ κάτοπτρον δὲ τὸ ἀργυροῦν καὶ τὸ ὑπόχρυ σον
ἐκεῖνο σανδάλιον καὶ αἱ περόναι αἱ χρυσαῖ ταῦτα
πάντα οὐκ ἀργῶς ἀνπται λέγει δὲ ltἈφροδίτηςgt
O espelho prateado as sandaacutelias douradas e os
broches de ouro tudo ali dedicado natildeo sem
motivo Dizem pertencer a Afrodite pois isso estaacute
gravado neles e mostra que satildeo oferendas das
Ninfas
15
εἶναι καὶ γέγραπται τοῦτο καὶ Νυμφῶν δῶρα εἶναι
λέγεται
καὶ οἱ Ἔρωτες δὲ ἀπάρχονται τῶν μήλων καὶ
περιεστῶτες εὔχονται καλὸν αὐτοῖς εἶναι
Os Amores oferecem a Afrodite as primiacutecias das
macieiras e circundando-a rogam-lhe que seu
pomar seja belo
V Cronograma
1ordm Semestre de 2011
Traduccedilatildeo do Livro I
Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico
Leitura e fichamento de referecircncias modernas
Cursar uma disciplina
2ordm Semestre de 2011
Traduccedilatildeo do Livro II
Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico
Leitura e fichamento de referecircncias modernas
Cursar uma disciplina
1ordm Semestre de 2012
Redaccedilatildeo do primeiro e segundo Capiacutetulos
Cursar uma disciplina
2ordm Semestre de 2012
Redaccedilatildeo do terceiro e quarto capiacutetulos
1ordm Semestre de 2013
Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo
2ordm Semestre de 2013
Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo
Revisatildeo final da Dissertaccedilatildeo e da Traduccedilatildeo
VI Bibliografia essencial Parte significativa da bibliografia apresentada aqui foi apenas levantada
Referecircncias Antigas
ARISTOacuteTELES (2006) De anima Trad Maria Ceciacutelia Gomes dos Reis Satildeo Paulo
Editora 34
____________ (1973) Poeacutetica Trad Eudoro de Souza Satildeo Paulo Ars Poetica
____________ (1985) PoliacuteticaTrad Maacuterio da Gama Kury Brasiacutelia Editora da
Universidade de Brasiacutelia
16
____________ (1998) Retoacuterica Trad Manuel Alexandre Juacutenior Paulo F Alberto e
Abel do N Pena Lisboa Casa da Moeda
DIONIacuteSIO DE HALICARNASSO (1986) Tratado da Imitaccedilatildeo Traduccedilatildeo e ediccedilatildeo de Raul
Miguel Rosado Fernandes Lisboa INIC
HORAacuteCIO(1984) Arte Poeacutetica Trad R M Rosado Fernandes Lisboa Inqueacuterito
LONGINO (1997) Do Sublime In A Poeacutetica Claacutessica Trad Jaime Bruna Satildeo Paulo
Cultrix
PLATAtildeO (2000) A Repuacuteblica Trad Carlos Alberto Nunes Paraacute Editora Universitaacuteria
UFPA
_______ (1952) Sophist In Plato Trad Harold N Fowler London The Loeb
Classical Library
PLUTARCO(1927 REPRINT 1986) The education of childre How a young man should
study poetry On listening to lectures in Moralia Trad Frank Cole Babbit
London Loeb Classical Library
QUINTILIANO (1979-89) The Institutio Oratoria Trad H E Butler London Loeb
Classical Library
SEXTO EMPIRICO (1997) Against the Physicists Against the Ethicists Trad RG
Bury London Loeb Classical Library
_______________ (1987) Against the Professors Trad RG Bury London Loeb
Classical Library
Referecircncias Modernas
ANDERSON G (1993) The Second Sophistic A Cultural Phenomenon in the Roman
Empire New York Routledge
BEALL SM (1993) ldquoWord-painting in the bdquoImagines‟ of the Elder Philostratusrdquo In
Hermes 1213 pp350-363
BENEDIKTSON D T (2000) Literature and the Visual Arts in Ancient Greece
Oklahoma University of Oklahoma Press Norman Publisihing Division of the
University
BERTRAND E(1882) Un critique d‟art dans l‟Antiquiteacute Philostrate et son eacutecole Paris
Thorin 1882 in-8 367p (appendice avec traduction d‟un choix de tableaux)
BILLAULT A (2000) L‟univers de Philostrate Bruxelles Latomus
BORG B E (ed) (2004) Paideia The World of the 2nd
Sophistic Berlin Walter de
Gryter Grub H
BOWIE E amp ELSNER J (2009) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
17
BOWIE E (2009) ldquoPhilostratus the life of a sophistrdquo In BOWIE E ET ELSNER J
(ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
BOWIE EWEN AND ELSNER JAS (ED) (2009) Philostratus Cambridge Cambridge
University Press
BRYSON N (1994) ldquoPhilostratus and the Imaginary Museumrdquo In Simon Goldhill Art
and Text in Ancient Greek Culture Cambridge Cambridge University Press
CONAN M (1987) ldquoThe Imagines of Philostratusrdquo In Word amp Image vol3 ndeg2
pp162-171
CONSTANTINI M GRAZIANI F ET ROLET S(2006) Le deacutefi de lart Philostrate
Callistrate et limage sophistique La Licorne 75 Rennes Presses
Universitaires de Rennes
CORREA PC Filoacutestrato o Velho In Jacqueline Lichtenstein Magnoacutelia Costa (Org)
A Pintura Textos essenciais VolI O mito da pintura 1 ed Satildeo Paulo Editora
34 2004 v 1 p 27-29
CRESCENZO R(1999) Peintures d‟instruction la posteacuteriteacute litteacuteraire des Images de
Philostrate en France de Blaise de Vigenegravere agrave l‟eacutepoque classique Genegraveve Droz
CRIBIORE R (2001) Gymnastics of the Mind Greek Education in Hellenistic and
Roman Egypt Princeton Princeton University Press
DE LANNOY L(1997) Le problegraveme des Philostrate (Eacutetat de la question)In ANRW
II343 2362-2449
DUBEL S (2009) ldquoColour in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER
JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
ELSNER J (2009) ldquoA Protean corpusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER JAS (ED)
Philostratus Cambridge Cambridge University Press
FOWLER D P (1991) ldquoNarrate and Describe The Problem of Ekphrasisrdquo In The
Journal of Roman Studies vol81 pp25-35
GOLDHILL S (2007) ldquoWhat is ekphrasis forrdquo In CP 1021 pp 1-19
GRAZIANI F (2006)rdquoLa veriteacute en image le method sophistiquerdquo In COSTANTINI M
GRAZIANI F ET ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage
sophistique La Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes
HAMON P (1981) ldquoRhetorical Status of Descriptiverdquo Trad Patricia Baudoin In Yale
French Studies nordm61 pp 1-26
JONES C P (2004) ldquoMultiple identities in the age of the Second Sophisticrdquo In BORG
B E (ed) Paideia The World of the 2nd
Sophistic Berlin Walter de Gryter
Grub H
18
JULIAacute V (ED) (2001) Los Antiguos Griegos y su lenguaBuenos Aires Biblos
KOORTBOJIAN M (2005) ldquoMimesis or Phantasia Two Representional Modes in
Roman Commemorative Artrdquo In Classical Antiquity vol24 nordm2 pp285-311
KOSTOPOULOU V (2009) ldquoPhilostratus‟ Imagines 218 Words and Imagesrdquo In
GRBS 49 Pp 81-100
KRIEGER M (1992) Ekphrasis The Illusion of the Natural Sign London The Johns
Hopkins University Press
KUNZ D (1997) Un sentiment d‟image Poeacutetique ndeg112 pp461-474
LAUSBERG H (1966) Manual de Retoacuterica Literaria Trad R M Rosado Fernandes
Lisboa Fund Calouste Gulbenkian
LEACH E W (2000) ldquoNarrative Space and the Viewer in Philostratus‟ Eikonesrdquo In
Mitteilungen des Deutschen Archaumlologishen Institutes Roumlmische Abteilung
(Mainz am Rhein Verlag Philipp von Zabern) vol107 pp237-252
____________________ (1992) ldquoPolyphemus in Landscape Traditions of Pastoral
Courtshiprdquo In Studies in the history of art vol36 pp62-87
LEVY C amp PERNOT L (1997) Dire LbdquoEacutevidence Paris L‟Harmattan
LEHMANN-HARTLEBEN K (1941) ldquoThe Imagines of the Elder Philostratusrdquo The Art
Bulletin vol23 pp16-44
LISSARRAGUE F (1995) ldquoPhilostrate entre les images et les motsrdquo In POMMIER E
Histoire de l‟histoire de l‟art T1 de l‟Antiquiteacute au XVIIIegrave siegravecle Confeacuterences
du Museacutee du Louvre Paris Paris Museacutee du Louvre 1995 pp79-93
MANIERI A (1999) ldquoImagines Principi dell‟estetica filostrateardquo In QUCC 633
PP 111-121
MARCOS G E amp DIacuteAZ M E (ED) (2009) El surgimiento de la phantasiacutea en la Grecia
Claacutesica Buenos Aires Prometeo Libros
MARTINS P (2005) ldquoEneacuteias se reconhecerdquo In Letras Claacutessicas Satildeo Paulo
Humanitas
___________(2006)ldquoTropos na Eneida e uma imagem metafoacutericardquo In Martinho dos
Santos Marcos (org) ndash 1ordm Simpoacutesio de Estudos Claacutessicos Satildeo Paulo
Humanitas pp 91-118
___________ (2008) ldquoPolignoto Paacuteuson Dioniacutesio e Zecircuxis ndash Uma leitura da pintura
antiga claacutessica gregardquo [Aguarda publicaccedilatildeo Campinas IELUNICAMP
Revista Phaos]
___________ (2010) ldquoCicero The Picturing a Rhetoricrdquo [Aguarda Referee]
19
___________(2010) ldquoBreve Criacutetica da Histoacuteria da Literatura Latinardquo [Aguarda
Publicaccedilatildeo em Classica]
MCMAHON A P (1931) ldquoSextus Empiricus and the Artsrdquo Harvard Studies in
Classical Philology 42 pp 79-137
NEWBY Z (2009) ldquoAbsortion and erudition in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN
EWEN AND ELSNER JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge
University Press
NEWMAN S (2002) ldquoAristotle‟s Notion of bdquoBringing-Before-the-Eyes‟ Its
Contibutionss to Aristotelian and Contemporary Conceptualizations of
Metaphor Style and Audiencerdquo In Rhetorica 201 pp 1-23
PASTOUREAU M et GRAZIANI F(1996) ldquoFlux et reflux de l‟iconologie Philostrate les
Images ou tableaux de platte-peinture traduction et commentaires de Blaise de
Vigenegravere 1587rdquo In Critique vol52 ndeg589-590 pp556-560
PHILLIP J A (1961) ldquoMimesis in the Sophistes of Platordquo In Transactions and
Procedures of the American Philological Associationrdquo vol 92 pp 453- 468
PINEDA V(2000) ldquoLa invencioacuten de la eacutecfrasisrdquo In VV AA Homenaje a la Profesora
Carmen Peacuterez Romero Universidad de Extremadura Facultad de Filosofiacutea y
Letras pp 251-69
QUET MH(2006) ldquoVoir entendrese ressouvenir Cadre circonstances et objectif de
l‟aprentissage d‟un plaisir culturel ltlthellenegtgt d‟apregraves le teimognage du
prologue des Images de Philostrate In COSTANTINI M GRAZIANI F ET
ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage sophistique La
Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes
RODOLPHO M (2010) Eacutecfrase e Evidecircncia nas Letras Latinas Doutrina e Praacutexis
Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada junto ao DLCVPPGLCFFLCH da
Universidade de Satildeo Paulo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Paulo Martins
ROSENTHAL O ET JOURDE M (1995) ldquoCe qu‟on entend dans les Images Philostrate
Vigenegravere 1578rdquo In Michel G amp Jourde M L‟inscription du regard Moyen-
Acircge Renaissance Fontenay-aux-Roses ENS (collection Signes)
ROUGET F (1997) ldquoLes Images ou tableaux de platte-peinture de PhilostraterdquoIn
Sixteenth Century Journal284 pp1380-1382
SHAFFER D (1998) ldquoEkphrasis and the Rhetoric of Viewing in Philostratus‟s
Imaginary Museumrdquo In Philosophy amp Rhetoric 314 pp303-316
SILVERMAN A (1991) ldquoPlato on Phantasiardquo In Classical Antiquity 1991 vol10 nordm1
SQUAIRE M (2009) Image and Text in Greco-Roman Antiquity Cambridge
Cambridge University Press
20
SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review
8 1 Pp 5-21
SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER
JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge
Cambridge Univeristy Press
TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo
In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73
WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to
Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New
York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810
WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory
and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited
WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of
Imitation New York Oxford University Press
_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S
HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge
Univeristy Press
YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp
8
IV Aspectos relevantes do projeto
1Introduccedilatildeo
Imagens composto de descriccedilotildees de pinturas eacute o primeiro livro em prosa a tratar do
tropo retoacuterico da eacutecfrase de forma unificada e como foco temaacutetico de uma obra7
Influenciou toda a discussatildeo posterior do tropo (eacutecfrase) e eacute a partir dele que se passou a
definiacute-lo exclusivamente como a descriccedilatildeo de obras de arte Importante notar
entretanto que isso ocorreu pela leitura ldquoliteralrdquo desse texto sem que se levasse em
conta seu contexto enunciativo Imagens eacute uma composiccedilatildeo complexa que traz em si
muacuteltiplas referecircncias e muacuteltiplos gecircneros
2Breve descriccedilatildeo dos capiacutetulos propostos
21 A Aacutetica em Roma A Helenizaccedilatildeo e a Segunda Sofiacutestica
211 Paideia e pertenccedila
A elite grega ancorava sua superioridade em termos de educaccedilatildeo ou melhor na
paideia palavra que designa civilizaccedilatildeo e cultura (produccedilatildeo intelectual) e tambeacutem
muacutesica e ginaacutestica Assim aqueles que tinham acesso agrave paideia eram os chamados
pepaideumecircnos ldquoos instruiacutedosrdquo em oposiccedilatildeo aos idiotai ldquoos natildeo instruiacutedosrdquo (uma
subelite na cultura grega) e os barbaroi ldquoos natildeo falantes de gregordquo A natureza da
educaccedilatildeo ideal natildeo era consensual e os textos dos autores do periacuteodo ndash filosoacuteficos
retoacutericos histoacutericos satiacutericos e biograacuteficos ndash espelham tal dissenso
Entretanto eacute possiacutevel identificar um fator unificador em todos eles o enraizamento de
todas as formas de identificaccedilatildeo cultural na tradiccedilatildeo e no passado Embora isso se decirc
fundamentalmente como um problema cultural tinha grande relevacircncia poliacutetica pois
sancionava direito ao exerciacutecio do poder por parte daquela elite cultural grega alinhado
diretamente aos grandes nomes do passado glorioso da Heacutelade
A obra de Filoacutestrato insere-se nesse contexto e compreende grande diversidade
geneacuterica com temas sempre calcados no passado e na tradiccedilatildeo que ao mesmo tempo
operam poreacutem sutis alteraccedilotildees e atenuam os limites e as fronteiras entre os diversos
gecircneros
7 (SWAIN 200944)
9
212 Contexto especiacutefico
Logo no iniacutecio do livro A Vida de Apolocircnio de Tiana Filoacutestrato afirma ldquofazer parte do
ciacuterculo de Julia Domna esposa de Severiano (Iulia heacute basilis8) pois ela admirava e
apreciava todo tipo de oraccedilatildeo retoacutericardquo Muito jaacute se especulou a respeito desse
ldquociacuterculordquo imaginando-se que fosse uma espeacutecie de corte que atraiacutea os principais
pensadores da eacutepoca No entanto as evidecircncias quanto natureza dele satildeo escassas e natildeo
haacute informaccedilotildees precisas sobre sua magnitude constituiccedilatildeo eou duraccedilatildeo Tal ressalva eacute
importante pois muitos autores a partir daiacute fizeram inferecircncias sobre a ldquovida de
Filoacutestrato na corterdquo e interpretaram sua obra como expressatildeo da poliacutetica imperial O
exame da produccedilatildeo de Filoacutestrato contudo natildeo traz nenhuma evidecircncia de filiaccedilatildeo a um
suposto programa imperial
Filoacutestrato viveu a maior parte de sua vida adulta durante a dinastia severiana De forma
geral nessa eacutepoca eacute possiacutevel identificar sinais de continuidade com a produccedilatildeo em
prosa grega observada na eacutepoca dos Antoninos mas observam-se tambeacutem alguns
elementos distintivos Neste periacuteodo comeccedilaram a surgir refutaccedilotildees quanto agrave
superioridade da cultura grega Por exemplo Dioacutegenes Laeacutercio nas Vidas dos
Filoacutesofos Famosos insistia que a sabedoria e a proacutepria humanidade haviam surgido na
Greacutecia Cita Aristoacuteteles e Soacutetion como proponentes da ideia de que a filosofia tivera
origem entre os povos ldquobaacuterbarosrdquo Entretanto ele provavelmente dirigia-se a autores
judeus e cristatildeos de seu proacuteprio periacuteodo que vinham atacando a supremacia cultural
reclamada pelos gregos
Assim sem querer atribuir intencionalidade agrave obra de Filoacutestrato que frequentava a uma
corte romana composta por governantes feniacutecios e tunisianos que transitava entre as
vaacuterias proviacutencias do Impeacuterio podemos traccedilar um paralelo entre sua obra -que explora as
fronteiras entre os gecircneros e os limites de cada um em particular e transforma a tradiccedilatildeo
incorporando-lhe novos elementos sem no entanto abandonaacute-la - e o conceito exposto
por Norberto Guarinello na palestra ldquoO que eacute o Impeacuterio Romanordquo9 de que natildeo seria
adequado falarmos propriamente em fronteiras do Impeacuterio Romano mas sim em
ldquofranjas fronteiriccedilasrdquo em linhas divisoacuterias fluidas entre diferentes povos diferentes
liacutenguas e tradiccedilotildees
8 (FILOacuteSTRATO AT 138)
9 LEIR III Coloacutequio ndash ldquoAs Formas do Impeacuterio Romanordquo em Mariana-MG de 28 - 30 de abril de 2009
10
22 Eacutecfrase e os trecircs niacuteveis de interlocuccedilatildeo
Aceitaremos o que o autor propotildee no prefaacutecio em princiacutepio como
verdadeiroverossiacutemil10
Segundo esse prefaacutecio as descriccedilotildees foram feitas a um menino
de 10 anos de idade (a seu pedido) e a um grupo de potenciais pupilos pouco mais
velhos Para o proacuteprio autor sua funccedilatildeo naquele momento eacute ensinar a ldquointerpretar a
pintura formando seu gostordquo11
Assim considerando a situaccedilatildeo primaacuteria da composiccedilatildeo
da obra haacute o primeiro grupo (ainda segundo o prefaacutecio) que vecirc as obras enquanto o
autor as descreve No grupo vemos de um lado um menino interessado principalmente
nas explicaccedilotildees e interpretaccedilotildees das pinturas De outro os demais jovens interessados
natildeo soacute nesse aspecto descritivo mas tambeacutem na arte retoacuterica do orador (o professor)
Aleacutem disso se a obra foi escrita como registro dessas exposiccedilotildees orais ela teraacute como
destinataacuterios ouvintes12
e leitores que jaacute natildeo tecircm as obras diante dos olhos Dessa
maneira de pronto considerando a diversidade de recepccedilatildeo obteremos uma chave (ou
chaves) de leitura determinando os limites de decoro entre o texto e a recepccedilatildeo O autor
utilizaraacute a memoacuteria e a imaginaccedilatildeo (phantasiacutea) de seu puacuteblico para obter efeito
desejado isto eacute a visualizaccedilatildeo Isso ele consegue natildeo simplesmente descrevendo em
palavras aquilo que estaacute sendo ldquovistordquo mas recriando as pinturas e situaccedilotildees educando
e direcionando o olhar (seja o olhar ldquofiacutesicordquo seja o olhar da mente) dando a ver tanto
aquilo que estaacute reproduzido como aquilo que natildeo estaacute reproduzido no quadro
Desse modo se o autor eacute bem sucedido podemos entatildeo dizer que todos ndash vendo ou natildeo
os quadros ldquoreais ou natildeordquo ndash de fato visualizam as pinturas Cumpre portanto a funccedilatildeo
preciacutepua da eacutecfrase trazer diante dos olhos de maneira viacutevida
23 Do tropo ao gecircnero a autonomia da eacutecfrase
Para os criacuteticos modernos eacutecfrase eacute uma descriccedilatildeo de obras de arte Entretanto o
conceito antigo deste tropo retoacuterico eacute mais amplo que essa definiccedilatildeo Para os antigos
(segundo os progyminasmata ou praexercitamina) eacutecfrase eacute simplesmente aquilo que
ldquocontribui para provocar o efeito de visualizaccedilatildeo do discurso verbalrdquo13
Assim eacutecfrase
deve ser entendida em um contexto em que a palavra eacute concebida como uma ldquoforccedila que
10
(MARTINS2 2010) 11
sect3 prefaacutecio Imagines 12
Provavelmente a obra foi apresentada em outras ocasiotildees a um auditoacuterio anaacutelogo ao primeiro
(Introduccedilatildeo da traduccedilatildeo francesa 5) 13
(RODOLPHO 3)
11
age sobre o ouvinterdquo14
Desta maneira o referente da eacutecfrase tem valor secundaacuterio e o
que importa eacute o impacto sobre a audiecircncia a eacutecfrasetransforma pois os ouvintes e
leitores em expectadores15
Compreendendo-se eacutecfrase dessa maneira observamos que designa um recurso
utilizado em vaacuterios gecircneros de discurso desde a ceacutelebre descriccedilatildeo do escudo de Aquiles
na Iliacuteada os idiacutelios de Teacuteoacutecrito e Mosco e os epigramas da Antologia ateacute os discursos
judiciaacuterios em Roma
Filoacutestrato pela primeira vez em Imagens transforma este recurso no foco principal de
uma obra ndash assim aquilo que era conteuacutedo presente em diversos gecircneros passa a ser o
continente a moldura ou seja uma sineacutedoque de gecircnero letrado
O autor natildeo apenas descreve as pinturas como faz uso de toda a variedade de
possibilidades do tropo ndash passa de narrativas miacuteticas a descriccedilotildees de paisagens de
personificaccedilotildees a naturezas mortas ndash e apresenta como pinturas temas letrados que
fazem parte de outros gecircneros ndash eacutepico bucoacutelico traacutegico etc ndash que contecircm por sua
vez eacutecfrases em si mesmos16
Podemos assim dizer que a eacutecfrase aqui se autonomiza deixa de ser recurso e passa a
ser um fim constituindo-se num gecircnero
24 Imagem mimese e educaccedilatildeo
O proacutelogo de Filoacutestrato em Imagens
Filoacutestrato inicia o proacutelogo de Imagens afirmando que quem despreza a pintura despreza
a verdade e a sabedoria Mais adiante afirma que somente a pintura eacute capaz de mostrar
o verdadeiro caraacuteter dos herois por meio de suas expressotildees faciais Aleacutem disso afirma
tambeacutem o caraacuteter didaacutetico de sua exposiccedilatildeo
Nesta pesquisa investigaremos a relaccedilatildeo entre a obra e as concepccedilotildees de como as artes
mimeacuteticas se relacionavam com a educaccedilatildeo pois se por um lado Filoacutestrato identifica a
sophia com o domiacutenio das vaacuterias technai segundo um modelo platocircnico por outro
afirma que a pintura conteacutem em si a verdade ndash em uma posiccedilatildeo contraacuteria agrave da
14
(WEBB 20095) 15
id ib 16
(ELSNER 200915)
12
Academia - e que eacute possiacutevel ensinar os jovens por meio dela Para tanto consultaremos
outras fontes antigas com as quais Filoacutestrato dialoga Platatildeo na Repuacuteblica e o Sofista
Aristoacuteteles na Poeacutetica Retoacuterica e Poliacutetica Longino no Tratado do Sublime Dioniacutesio
de Halicarnasso no Tratado da Imitaccedilatildeo Horaacutecio na Arte Poeacutetica e Plutarco
3Traduccedilatildeo
Apresento aqui uma primeira traduccedilatildeo ainda natildeo anotada do quadro 6 ndash Amores
ΕΡΩΤΕΣ
Μλα Ἔρωτες ἰδοὺ τρυγῶσιν εἰ δὲ πλθος αὐτῶν
μὴ θαυμάσῃς Νυμφῶν γὰρ δὴ παῖδες οὗτοι
γίνονται τὸ θνητὸν ἅπαν διακυβερνῶντες πολλοὶ
διὰ πολλά ὧν ἐρῶσιν ἄνθρωποι τὸν δὲ οὐράνιόν
φασιν ἐν τῷ οὐρανῷ πράττειν τὰ θεῖα μῶν ἐπῄσθου
τι τς ἀνὰ τὸν κπον εὐωδίας ἢ βραδύνει σοι τοῦτο
ἀλλὰ προθύμως ἄκουε προσβαλεῖ γάρ σε μετὰ τοῦ
λόγου καὶ τὰ μλα
AMORES
Olhe Os Amores estatildeo colhendo maccedilatildes Se haacute
muitos natildeo se espante Satildeo filhos das ninfas
governam tudo o que eacute mortal e satildeo muitos pois
muitas satildeo as coisas que os homens amam Dizem
que um deles celeste rege ateacute mesmo os assuntos
divinos Vocecirc natildeo sente um doce aroma que vem
do pomar ou isso lhe eacute imperceptiacutevel Mas escute
com boa vontade pois as maccedilatildes com minhas
palavras vatildeo atingi-lo
ὄρχοι μὲν οὗτοι φυτῶν ὀρθοὶ πορεύονται τοῦ μέσου
δὲ αὐτῶν ἐλευθερία βαδίζειν πόα δὲ ἁπαλὴ κατέχει
τοὺς δρόμους οἵα καὶ κατακλιθέντι στρωμνὴ εἶναι
Estas fileiras de aacutervores alinham-se perfeitamente
e haacute espaccedilo entre elas para caminhar Uma relva
recobre suave os caminhos e serve de leito m13cio
aos que nela se deitam
ἀπ ἄκρων δὲ τῶν ὄζων μλα χρυσᾶ καὶ πυρσὰ καὶ
ἡλιώδη προσάγονται τὸν ἑσμὸν ὅλον τῶν ρώτων
γεωργεῖν αὐτά φαρέτραι μὲν οὖν χρυσόπαστοι καὶ
χρυσᾶ καὶ τὰ ἐν αὐταῖς βέλη γυμνὴ τούτων ἡ ἀγέλη
πᾶσα καὶ κοῦφοι διαπέτονται περιαρτήσαντες αὐτὰ
ταῖς μηλέαις αἱ δὲ ἐφεστρίδες αἱ ποικίλαι κεῖνται μὲν
ἐν τῆ πόᾳ μυρία δὲ αὐτῶν τὰ ἄνθη οὐδὲ
ἐστεφάνωνται τὰς κεφαλὰς ὡς ἀποχρώσης αὐτοῖς
τς κόμης πτερὰ δὲ κυάνεα καὶ φοινικᾶ καὶ χρυσᾶ
ἐνίοις μόνον οὐ καὐτὸν πλήττει τὸν ἀέρα ξὺν
ἁρμονίᾳ μουσικῆ
Da ponta dos galhos brilham maccedilatildes cor de ouro
vermelho-fogo e amarelo-sol oferecendo-se a
todo o bando de Amores para serem colhidas
Aljavas cravejadas de ouro guardam flechas
aacuteureas e o bando esvoaccedila leve apoacutes penduraacute-las
nas macieiras Suas capas bordadas estendem-se
pela relva e delas emana o brilho de miriacuteades de
cores Guirlandas natildeo lhes enfeitam a cabeccedila
bastam os cabelos As asas azul-mar puacuterpura e
em alguns douradas vibram o ar e em harmonia
produzem quase muacutesica
φεῦ τῶν ταλάρων εἰς οὓς ἀποτίθενται τὰ μλα ὡς
πολλὴ μὲν περὶ αὐτοὺς ἡ σαρδώ πολλὴ δὲ ἡ
σμάραγδος ἀληθὴς δ ἡ μάργηλις ἡ συνθήκη δὲ
Veja as cest13s que lindas crivadas de
sardocircnicas esmeraldas e peacuterolas verdadeiras
Decerto obra de Hefesto Ali guardam as maccedilatildes
Mas de escadas feitas pelo deus os Amores natildeo
precisam voando alcanccedilam as maccedilatildes no alto das
13
αὐτῶν Ἡφαίστου νοείσθω οὐ δὲ κλιμάκων δέονται
πρὸς τὰ δένδρα παρ αὐτοῦ ὑψοῦ γὰρ καὶ ἐς αὐτὰ
πέτονται τὰ μλα
aacutervores
καὶ ἵνα μὴ τοὺς χορεύοντας λέγωμεν ἢ τοὺς
διαθέοντας ἢ τοὺς καθεύδοντας ἢ ὡς γάνυνται τῶν
μήλων ἐμφαγόντες ἴδωμεν ὅ τι ποτὲ οὗτοι νοοῦσιν
Nem vou falar dos que danccedilam em roda dos que
correm dos que estatildeo deitados e dos que se
alegram comendo as maccedilatildes mas vejamos o que
estes outr13s significam
οἱ γὰρ κάλλιστοι τῶν ρώτων ἰδοὺ τέτταρες
ὑπεξελθόντες τῶν ἄλλων δύο μὲν αὐτῶν
ἀντιπέμπουσι μλον ἀλλήλοις ἡ δὲ ἑτέρα δυὰς ὁ μὲν
τοξεύει τὸν ἕτερον ὁ δὲ ἀντιτοξεύει καὶ οὐδὲ ἀπειλὴ
τοῖς προσώποις ἔπεστιν ἀλλὰ καὶ στέρνα
παρέχουσιν ἀλλήλοις ἵν13ἐκεῖ που τὰ βέλη περάσῃ
καλὸν τὸ αἴνιγμα σκόπει γάρ εἴ που ξυνίημι τοῦ
ζωγράφου
Olhe Quatro dos mais belos Amores escapam
discretamente dos outros Dois deles brincam
jogando uma maccedilatilde de um para o outro os outros
dois um flecha o outro que13revida No rosto
nenhuma raiva mas oferecem o peito um ao outro
para que as flechas acertem bem ali Belo enigma
Agora veja se eu consigo compreender o pintor
φιλία ταῦτα ὦ παῖ καὶ ἀλλήλων ἵμερος Menino isso eacute o Amor e o desejo que tecircm um
pelo 13utro
οἱ μὲν γὰρ διὰ τοῦ μήλου παίζοντες πόθου ἄρχονται
ὅθεν ὁ μὲν ἀφίησι φιλήσας τὸ μλον ὁ δὲ ὑπτίαις
αὐτὸ ὑποδέχεται ταῖς χερσὶ δλον ὡς ἀντι φιλήσων
εἰ λάβοι καὶ ἀντιπέμψων αὐτό τὸ δὲ τῶν τοξοτῶν
ζεῦγος ἐμπεδοῦσιν ἔρωτα ἤδη φθάνοντα καὶ φημὶ
τοὺς μὲν παίζειν ἐπὶ τῷ ἄρξασθαι τοῦ ἐρᾶν τοὺς δὲ
τοξεύειν ἐπὶ τῷ μὴ λξαι τοῦ πόθου
Os que brincam com a maccedilatilde estatildeo comeccedilando a
se desejar O que primeiro lanccedila a maccedilatilde a beija e
o outro com as matildeos estendidas para beijaacute-la se
a pega joga-a de volta13A dupla que desfere
flechas estaacute confirmando um amor jaacute existente
Por isso eu digo que os que brincam estatildeo
comeccedilando a se amar os outros dois atiram-se
flechas para que o desejo natildeo acabe
ἐκεῖνοι μὲν οὖν περὶ οὓς οἱ πολλοὶ θεαταί θυμῷ
συμπεπτώκασι καὶ ἔχει τις αὐτοὺς πάλη λέξω καὶ
τὴν πάλην καὶ γὰρ τοῦτο ἐκλιπαρεῖς ὁ μὲν ᾕρηκε
τὸν ἀντίπαλον περιπτὰς αὐτῷ κατὰ τῶν νώτων καὶ
εἰς πνῖγμα ἀπολαμβάνει καὶ καταδεῖ τοῖς σκέλεσιν ὁ
δὲ οὔτε ἀπαγορεύει καὶ ὀρθὸς ὑπανίσταται καὶ
διαλύει τὴν χεῖρα ὑφ ἧς ἄγχoεται στρεβλώσας ἕνα
τῶν δακτύλων μεθ ὃν οὐκέτι οἱ λοιποὶ ἔχουσιν οὐδέ
εἰσιν ἐν τῷ ἀπρίξ ἀλγεῖ δὲ ltὁgt στρεβλούμενος καὶ
κατεσθίει τοῦ ltσυμgtπαλαιστοῦ τὸ οὖς ὅθεν
δυσχεραίνουσιν οἱ θεώμενοι τῶν ρώτων ὡς
ἀδικοῦντι καὶ ἐκπαλαίοντι καὶ μήλοις αὐτὸν
καταλιθοῦσι
Aqueles outros em torno dos quais haacute muitos
espectadores caem um sobre o outro com ardor
a lutar Vou descrever a luta jaacute que assim vocecirc
tanto quer voando um deles segura o oponente
por traacutes sufocando-o e prendendo-lhe as pernas
Mas este natildeo desiste e se levanta Solta a matildeo que
o sufoca torcendo-lhe um dos dedos o que tira a
forccedila dos outros que aliviam o aperto e a asfixia
O que tem o dedo torcido sentindo dor empurra
o oponente com a matildeo mordendo-lhe a orelha
Mas os expectadores natildeo tolerando o lutador
desleal ldquoapedrejam-nordquo de maccedilatildes
μηδὲ ὁ λαγὼς ἡμᾶς ἐκεῖνος διαφυγέτω
συνθηράσωμεν δὲ αὐτὸν τοῖς Ἔρωσι τοῦτο τὸ
θηρίον ὑποκαθήμενον ταῖς μηλέαις καὶ σιτούμενον
Natildeo deixemos que aquela lebre nos escape
Vamos caccedilaacute-la junto com os Amores Ela estaacute
sentada sob as macieiras comendo as maccedilatildes
caiacutedas no chatildeo deixando muitas comidas apenas
14
τὰ πίπτοντα εἰς γν μλα πολλὰ δὲ καὶ ἡμίβρωτα
καταλεῖπον διαθηρῶσιν οὗτοι καὶ καταράσσουσιν ὁ
μὲν κρότῳ χειρῶν ὁ δὲ κεκραγώς ὁ δὲ ἀνασείων
τὴν χλαμύδα καὶ οἱ μὲν ὑπερπέτονται τοῦ θηρίου
καταβοῶντες οἱ δὲ μεθέπουσιν αὐτὸ πεζοὶ κατ
ἴχνος ὁ δ ὡς ἐπιρρίψων ἑαυτὸν ὥρμησε καὶ τὸ
θηρίον ἄλλην ἐτράπετο ὁ δὲ ἐπιβουλεύει τῷ σκέλει
τοῦ λαγώ τὸν δὲ καὶ διωλίσθησεν ᾑρηκότα
pela metade e eles a caccedilam e perseguem Este
aqui batendo as matildeos aquele gritando aquele
outro agitando o manto Alguns gritando voam
sobre a lebre outros datildeo-lhe caccedila a peacute Um deles
se lanccedila sobre ela O animal se esquiva outro
deles tenta pegaacute-la pelas patas de traacutes e pega mas
ela escapa
γελῶσιν οὖν καὶ καταπεπτώκασιν ὁ μὲν ἐς πλευράν
ὁ δὲ πρηνής οἱ δὲ ὕπτιοι πάντες δὲ ἐν τοῖς τς
διαμαρτίας σχήμασι τοξεύει δὲ οὐδείς ἀλλὰ
πειρῶνται αὐτὸν ἑλεῖν ζῶντα ἱερεῖον τῆ Ἀφροδίτῃ
ἥδιστον
Entatildeo rindo e se jogando no chatildeo uns de lado
outros de bruccedilos e outros ainda de costas todos se
mostram desapontados Nenhum deles despede
flechas mas todos tentam pegar a lebre com a
matildeo viva para oferececirc-la em sacrifiacutecio e deleitar
Afrodite
οἶσθα γάρ που τὸ περὶ τοῦ λαγὼ λεγόμενον ὡς
πολὺ τς Ἀφροδίτης μέτεστιν αὐτῷ λέγεται οὖν περὶ
μὲν τοῦ θήλεος θηλάζειν τε αὐτὸ ἃ ἔτεκε καὶ
ἀποτίκτειν πάλιν ἐπὶ ταὐτῷ γάλακτικαὶ ἐπικυΐσκει δὲ
καὶ οὐδὲ εἷς χρόνος αὐτῷ τοῦ τοκετοῦ κενός
Vocecirc sabe que se diz sobre a lebre que nela haacute
muito de Afrodite Diz-se da fecircmea que
amamenta os que gerou e concebe novamente
enquanto ainda estaacute amamentando E ateacute
emprenha quando jaacute se encontra prenhe e em
nenhum momento seu ventre encontra-se
infecundo
τὸ δὲ ἄρρεν σπείρει τε ὡς φύσις ἀρρένων καὶ
ἀποκυΐσκει παρ ὃ πέφυκεν οἱ δὲ ἄτοποι τῶν
ἐραστῶν καὶ πειθώ τινα ἐρωτικὴν ἐν αὐτῷ
κατέγνωσαν βιαίῳ τέχνῃ τὰ παιδικὰ θηρώμενοι
O macho gera filhotes segundo a natureza dos
machos e tambeacutem fica prenhe contrariamente ao
que eacute natural Assim os pervetidos dentre os
amantes observaram neste animal certa persuasatildeo
eroacutetica quando perseguem meninos com
artifiacutecios violentos
ταῦτα μὲν οὖν καταλίπωμεν ἀνθρώποις ἀδίκοις καὶ
ἀναξίοις τοῦ ἀντερᾶσθαι σὺ δέ μοι τὴν Ἀφροδίτην
βλέπε ποῦ δὴ καὶ κατὰ τί τῶν μήλων ἐκείνῃ ὁρᾷς
τὴν ὕπαντρον πέτραν ἧς νᾶμα κυανώτατον
ὑπεκτρέχει χλωρόν τε καὶ πότιμον ὃ δὴ καὶ
διοχετεύεται ποτὸν εἶναι ταῖς μηλέαις ἐνταῦθά μοι
τὴν Ἀφροδίτην νόει Νυμφῶν οἶμαι αὐτὴν ἱδρυμένων
ὅτι αὐτὰς ἐποίησεν ρώτων μητέρας καὶ διὰ τοῦτο
εὔπαιδας
Mas deixemos esses assuntos aos homens injustos
e indignos de serem correspondidos no amor e
vocecirc junto comigo olhe para Afrodite Mas onde
estaacute e em que parte do pomar Vocecirc vecirc uma
gruta donde corre um fio de aacutegua do mais puro
azul fresca e potaacutevel que se ramifica para matar
a sede das macieiras Perceba Afrodite laacute creio
que as ninfas lhe dedicaram um templo por tecirc-las
feito matildees dos Amores e por isso matildees
afortunadas
καὶ κάτοπτρον δὲ τὸ ἀργυροῦν καὶ τὸ ὑπόχρυ σον
ἐκεῖνο σανδάλιον καὶ αἱ περόναι αἱ χρυσαῖ ταῦτα
πάντα οὐκ ἀργῶς ἀνπται λέγει δὲ ltἈφροδίτηςgt
O espelho prateado as sandaacutelias douradas e os
broches de ouro tudo ali dedicado natildeo sem
motivo Dizem pertencer a Afrodite pois isso estaacute
gravado neles e mostra que satildeo oferendas das
Ninfas
15
εἶναι καὶ γέγραπται τοῦτο καὶ Νυμφῶν δῶρα εἶναι
λέγεται
καὶ οἱ Ἔρωτες δὲ ἀπάρχονται τῶν μήλων καὶ
περιεστῶτες εὔχονται καλὸν αὐτοῖς εἶναι
Os Amores oferecem a Afrodite as primiacutecias das
macieiras e circundando-a rogam-lhe que seu
pomar seja belo
V Cronograma
1ordm Semestre de 2011
Traduccedilatildeo do Livro I
Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico
Leitura e fichamento de referecircncias modernas
Cursar uma disciplina
2ordm Semestre de 2011
Traduccedilatildeo do Livro II
Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico
Leitura e fichamento de referecircncias modernas
Cursar uma disciplina
1ordm Semestre de 2012
Redaccedilatildeo do primeiro e segundo Capiacutetulos
Cursar uma disciplina
2ordm Semestre de 2012
Redaccedilatildeo do terceiro e quarto capiacutetulos
1ordm Semestre de 2013
Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo
2ordm Semestre de 2013
Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo
Revisatildeo final da Dissertaccedilatildeo e da Traduccedilatildeo
VI Bibliografia essencial Parte significativa da bibliografia apresentada aqui foi apenas levantada
Referecircncias Antigas
ARISTOacuteTELES (2006) De anima Trad Maria Ceciacutelia Gomes dos Reis Satildeo Paulo
Editora 34
____________ (1973) Poeacutetica Trad Eudoro de Souza Satildeo Paulo Ars Poetica
____________ (1985) PoliacuteticaTrad Maacuterio da Gama Kury Brasiacutelia Editora da
Universidade de Brasiacutelia
16
____________ (1998) Retoacuterica Trad Manuel Alexandre Juacutenior Paulo F Alberto e
Abel do N Pena Lisboa Casa da Moeda
DIONIacuteSIO DE HALICARNASSO (1986) Tratado da Imitaccedilatildeo Traduccedilatildeo e ediccedilatildeo de Raul
Miguel Rosado Fernandes Lisboa INIC
HORAacuteCIO(1984) Arte Poeacutetica Trad R M Rosado Fernandes Lisboa Inqueacuterito
LONGINO (1997) Do Sublime In A Poeacutetica Claacutessica Trad Jaime Bruna Satildeo Paulo
Cultrix
PLATAtildeO (2000) A Repuacuteblica Trad Carlos Alberto Nunes Paraacute Editora Universitaacuteria
UFPA
_______ (1952) Sophist In Plato Trad Harold N Fowler London The Loeb
Classical Library
PLUTARCO(1927 REPRINT 1986) The education of childre How a young man should
study poetry On listening to lectures in Moralia Trad Frank Cole Babbit
London Loeb Classical Library
QUINTILIANO (1979-89) The Institutio Oratoria Trad H E Butler London Loeb
Classical Library
SEXTO EMPIRICO (1997) Against the Physicists Against the Ethicists Trad RG
Bury London Loeb Classical Library
_______________ (1987) Against the Professors Trad RG Bury London Loeb
Classical Library
Referecircncias Modernas
ANDERSON G (1993) The Second Sophistic A Cultural Phenomenon in the Roman
Empire New York Routledge
BEALL SM (1993) ldquoWord-painting in the bdquoImagines‟ of the Elder Philostratusrdquo In
Hermes 1213 pp350-363
BENEDIKTSON D T (2000) Literature and the Visual Arts in Ancient Greece
Oklahoma University of Oklahoma Press Norman Publisihing Division of the
University
BERTRAND E(1882) Un critique d‟art dans l‟Antiquiteacute Philostrate et son eacutecole Paris
Thorin 1882 in-8 367p (appendice avec traduction d‟un choix de tableaux)
BILLAULT A (2000) L‟univers de Philostrate Bruxelles Latomus
BORG B E (ed) (2004) Paideia The World of the 2nd
Sophistic Berlin Walter de
Gryter Grub H
BOWIE E amp ELSNER J (2009) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
17
BOWIE E (2009) ldquoPhilostratus the life of a sophistrdquo In BOWIE E ET ELSNER J
(ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
BOWIE EWEN AND ELSNER JAS (ED) (2009) Philostratus Cambridge Cambridge
University Press
BRYSON N (1994) ldquoPhilostratus and the Imaginary Museumrdquo In Simon Goldhill Art
and Text in Ancient Greek Culture Cambridge Cambridge University Press
CONAN M (1987) ldquoThe Imagines of Philostratusrdquo In Word amp Image vol3 ndeg2
pp162-171
CONSTANTINI M GRAZIANI F ET ROLET S(2006) Le deacutefi de lart Philostrate
Callistrate et limage sophistique La Licorne 75 Rennes Presses
Universitaires de Rennes
CORREA PC Filoacutestrato o Velho In Jacqueline Lichtenstein Magnoacutelia Costa (Org)
A Pintura Textos essenciais VolI O mito da pintura 1 ed Satildeo Paulo Editora
34 2004 v 1 p 27-29
CRESCENZO R(1999) Peintures d‟instruction la posteacuteriteacute litteacuteraire des Images de
Philostrate en France de Blaise de Vigenegravere agrave l‟eacutepoque classique Genegraveve Droz
CRIBIORE R (2001) Gymnastics of the Mind Greek Education in Hellenistic and
Roman Egypt Princeton Princeton University Press
DE LANNOY L(1997) Le problegraveme des Philostrate (Eacutetat de la question)In ANRW
II343 2362-2449
DUBEL S (2009) ldquoColour in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER
JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
ELSNER J (2009) ldquoA Protean corpusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER JAS (ED)
Philostratus Cambridge Cambridge University Press
FOWLER D P (1991) ldquoNarrate and Describe The Problem of Ekphrasisrdquo In The
Journal of Roman Studies vol81 pp25-35
GOLDHILL S (2007) ldquoWhat is ekphrasis forrdquo In CP 1021 pp 1-19
GRAZIANI F (2006)rdquoLa veriteacute en image le method sophistiquerdquo In COSTANTINI M
GRAZIANI F ET ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage
sophistique La Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes
HAMON P (1981) ldquoRhetorical Status of Descriptiverdquo Trad Patricia Baudoin In Yale
French Studies nordm61 pp 1-26
JONES C P (2004) ldquoMultiple identities in the age of the Second Sophisticrdquo In BORG
B E (ed) Paideia The World of the 2nd
Sophistic Berlin Walter de Gryter
Grub H
18
JULIAacute V (ED) (2001) Los Antiguos Griegos y su lenguaBuenos Aires Biblos
KOORTBOJIAN M (2005) ldquoMimesis or Phantasia Two Representional Modes in
Roman Commemorative Artrdquo In Classical Antiquity vol24 nordm2 pp285-311
KOSTOPOULOU V (2009) ldquoPhilostratus‟ Imagines 218 Words and Imagesrdquo In
GRBS 49 Pp 81-100
KRIEGER M (1992) Ekphrasis The Illusion of the Natural Sign London The Johns
Hopkins University Press
KUNZ D (1997) Un sentiment d‟image Poeacutetique ndeg112 pp461-474
LAUSBERG H (1966) Manual de Retoacuterica Literaria Trad R M Rosado Fernandes
Lisboa Fund Calouste Gulbenkian
LEACH E W (2000) ldquoNarrative Space and the Viewer in Philostratus‟ Eikonesrdquo In
Mitteilungen des Deutschen Archaumlologishen Institutes Roumlmische Abteilung
(Mainz am Rhein Verlag Philipp von Zabern) vol107 pp237-252
____________________ (1992) ldquoPolyphemus in Landscape Traditions of Pastoral
Courtshiprdquo In Studies in the history of art vol36 pp62-87
LEVY C amp PERNOT L (1997) Dire LbdquoEacutevidence Paris L‟Harmattan
LEHMANN-HARTLEBEN K (1941) ldquoThe Imagines of the Elder Philostratusrdquo The Art
Bulletin vol23 pp16-44
LISSARRAGUE F (1995) ldquoPhilostrate entre les images et les motsrdquo In POMMIER E
Histoire de l‟histoire de l‟art T1 de l‟Antiquiteacute au XVIIIegrave siegravecle Confeacuterences
du Museacutee du Louvre Paris Paris Museacutee du Louvre 1995 pp79-93
MANIERI A (1999) ldquoImagines Principi dell‟estetica filostrateardquo In QUCC 633
PP 111-121
MARCOS G E amp DIacuteAZ M E (ED) (2009) El surgimiento de la phantasiacutea en la Grecia
Claacutesica Buenos Aires Prometeo Libros
MARTINS P (2005) ldquoEneacuteias se reconhecerdquo In Letras Claacutessicas Satildeo Paulo
Humanitas
___________(2006)ldquoTropos na Eneida e uma imagem metafoacutericardquo In Martinho dos
Santos Marcos (org) ndash 1ordm Simpoacutesio de Estudos Claacutessicos Satildeo Paulo
Humanitas pp 91-118
___________ (2008) ldquoPolignoto Paacuteuson Dioniacutesio e Zecircuxis ndash Uma leitura da pintura
antiga claacutessica gregardquo [Aguarda publicaccedilatildeo Campinas IELUNICAMP
Revista Phaos]
___________ (2010) ldquoCicero The Picturing a Rhetoricrdquo [Aguarda Referee]
19
___________(2010) ldquoBreve Criacutetica da Histoacuteria da Literatura Latinardquo [Aguarda
Publicaccedilatildeo em Classica]
MCMAHON A P (1931) ldquoSextus Empiricus and the Artsrdquo Harvard Studies in
Classical Philology 42 pp 79-137
NEWBY Z (2009) ldquoAbsortion and erudition in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN
EWEN AND ELSNER JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge
University Press
NEWMAN S (2002) ldquoAristotle‟s Notion of bdquoBringing-Before-the-Eyes‟ Its
Contibutionss to Aristotelian and Contemporary Conceptualizations of
Metaphor Style and Audiencerdquo In Rhetorica 201 pp 1-23
PASTOUREAU M et GRAZIANI F(1996) ldquoFlux et reflux de l‟iconologie Philostrate les
Images ou tableaux de platte-peinture traduction et commentaires de Blaise de
Vigenegravere 1587rdquo In Critique vol52 ndeg589-590 pp556-560
PHILLIP J A (1961) ldquoMimesis in the Sophistes of Platordquo In Transactions and
Procedures of the American Philological Associationrdquo vol 92 pp 453- 468
PINEDA V(2000) ldquoLa invencioacuten de la eacutecfrasisrdquo In VV AA Homenaje a la Profesora
Carmen Peacuterez Romero Universidad de Extremadura Facultad de Filosofiacutea y
Letras pp 251-69
QUET MH(2006) ldquoVoir entendrese ressouvenir Cadre circonstances et objectif de
l‟aprentissage d‟un plaisir culturel ltlthellenegtgt d‟apregraves le teimognage du
prologue des Images de Philostrate In COSTANTINI M GRAZIANI F ET
ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage sophistique La
Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes
RODOLPHO M (2010) Eacutecfrase e Evidecircncia nas Letras Latinas Doutrina e Praacutexis
Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada junto ao DLCVPPGLCFFLCH da
Universidade de Satildeo Paulo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Paulo Martins
ROSENTHAL O ET JOURDE M (1995) ldquoCe qu‟on entend dans les Images Philostrate
Vigenegravere 1578rdquo In Michel G amp Jourde M L‟inscription du regard Moyen-
Acircge Renaissance Fontenay-aux-Roses ENS (collection Signes)
ROUGET F (1997) ldquoLes Images ou tableaux de platte-peinture de PhilostraterdquoIn
Sixteenth Century Journal284 pp1380-1382
SHAFFER D (1998) ldquoEkphrasis and the Rhetoric of Viewing in Philostratus‟s
Imaginary Museumrdquo In Philosophy amp Rhetoric 314 pp303-316
SILVERMAN A (1991) ldquoPlato on Phantasiardquo In Classical Antiquity 1991 vol10 nordm1
SQUAIRE M (2009) Image and Text in Greco-Roman Antiquity Cambridge
Cambridge University Press
20
SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review
8 1 Pp 5-21
SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER
JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge
Cambridge Univeristy Press
TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo
In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73
WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to
Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New
York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810
WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory
and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited
WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of
Imitation New York Oxford University Press
_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S
HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge
Univeristy Press
YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp
9
212 Contexto especiacutefico
Logo no iniacutecio do livro A Vida de Apolocircnio de Tiana Filoacutestrato afirma ldquofazer parte do
ciacuterculo de Julia Domna esposa de Severiano (Iulia heacute basilis8) pois ela admirava e
apreciava todo tipo de oraccedilatildeo retoacutericardquo Muito jaacute se especulou a respeito desse
ldquociacuterculordquo imaginando-se que fosse uma espeacutecie de corte que atraiacutea os principais
pensadores da eacutepoca No entanto as evidecircncias quanto natureza dele satildeo escassas e natildeo
haacute informaccedilotildees precisas sobre sua magnitude constituiccedilatildeo eou duraccedilatildeo Tal ressalva eacute
importante pois muitos autores a partir daiacute fizeram inferecircncias sobre a ldquovida de
Filoacutestrato na corterdquo e interpretaram sua obra como expressatildeo da poliacutetica imperial O
exame da produccedilatildeo de Filoacutestrato contudo natildeo traz nenhuma evidecircncia de filiaccedilatildeo a um
suposto programa imperial
Filoacutestrato viveu a maior parte de sua vida adulta durante a dinastia severiana De forma
geral nessa eacutepoca eacute possiacutevel identificar sinais de continuidade com a produccedilatildeo em
prosa grega observada na eacutepoca dos Antoninos mas observam-se tambeacutem alguns
elementos distintivos Neste periacuteodo comeccedilaram a surgir refutaccedilotildees quanto agrave
superioridade da cultura grega Por exemplo Dioacutegenes Laeacutercio nas Vidas dos
Filoacutesofos Famosos insistia que a sabedoria e a proacutepria humanidade haviam surgido na
Greacutecia Cita Aristoacuteteles e Soacutetion como proponentes da ideia de que a filosofia tivera
origem entre os povos ldquobaacuterbarosrdquo Entretanto ele provavelmente dirigia-se a autores
judeus e cristatildeos de seu proacuteprio periacuteodo que vinham atacando a supremacia cultural
reclamada pelos gregos
Assim sem querer atribuir intencionalidade agrave obra de Filoacutestrato que frequentava a uma
corte romana composta por governantes feniacutecios e tunisianos que transitava entre as
vaacuterias proviacutencias do Impeacuterio podemos traccedilar um paralelo entre sua obra -que explora as
fronteiras entre os gecircneros e os limites de cada um em particular e transforma a tradiccedilatildeo
incorporando-lhe novos elementos sem no entanto abandonaacute-la - e o conceito exposto
por Norberto Guarinello na palestra ldquoO que eacute o Impeacuterio Romanordquo9 de que natildeo seria
adequado falarmos propriamente em fronteiras do Impeacuterio Romano mas sim em
ldquofranjas fronteiriccedilasrdquo em linhas divisoacuterias fluidas entre diferentes povos diferentes
liacutenguas e tradiccedilotildees
8 (FILOacuteSTRATO AT 138)
9 LEIR III Coloacutequio ndash ldquoAs Formas do Impeacuterio Romanordquo em Mariana-MG de 28 - 30 de abril de 2009
10
22 Eacutecfrase e os trecircs niacuteveis de interlocuccedilatildeo
Aceitaremos o que o autor propotildee no prefaacutecio em princiacutepio como
verdadeiroverossiacutemil10
Segundo esse prefaacutecio as descriccedilotildees foram feitas a um menino
de 10 anos de idade (a seu pedido) e a um grupo de potenciais pupilos pouco mais
velhos Para o proacuteprio autor sua funccedilatildeo naquele momento eacute ensinar a ldquointerpretar a
pintura formando seu gostordquo11
Assim considerando a situaccedilatildeo primaacuteria da composiccedilatildeo
da obra haacute o primeiro grupo (ainda segundo o prefaacutecio) que vecirc as obras enquanto o
autor as descreve No grupo vemos de um lado um menino interessado principalmente
nas explicaccedilotildees e interpretaccedilotildees das pinturas De outro os demais jovens interessados
natildeo soacute nesse aspecto descritivo mas tambeacutem na arte retoacuterica do orador (o professor)
Aleacutem disso se a obra foi escrita como registro dessas exposiccedilotildees orais ela teraacute como
destinataacuterios ouvintes12
e leitores que jaacute natildeo tecircm as obras diante dos olhos Dessa
maneira de pronto considerando a diversidade de recepccedilatildeo obteremos uma chave (ou
chaves) de leitura determinando os limites de decoro entre o texto e a recepccedilatildeo O autor
utilizaraacute a memoacuteria e a imaginaccedilatildeo (phantasiacutea) de seu puacuteblico para obter efeito
desejado isto eacute a visualizaccedilatildeo Isso ele consegue natildeo simplesmente descrevendo em
palavras aquilo que estaacute sendo ldquovistordquo mas recriando as pinturas e situaccedilotildees educando
e direcionando o olhar (seja o olhar ldquofiacutesicordquo seja o olhar da mente) dando a ver tanto
aquilo que estaacute reproduzido como aquilo que natildeo estaacute reproduzido no quadro
Desse modo se o autor eacute bem sucedido podemos entatildeo dizer que todos ndash vendo ou natildeo
os quadros ldquoreais ou natildeordquo ndash de fato visualizam as pinturas Cumpre portanto a funccedilatildeo
preciacutepua da eacutecfrase trazer diante dos olhos de maneira viacutevida
23 Do tropo ao gecircnero a autonomia da eacutecfrase
Para os criacuteticos modernos eacutecfrase eacute uma descriccedilatildeo de obras de arte Entretanto o
conceito antigo deste tropo retoacuterico eacute mais amplo que essa definiccedilatildeo Para os antigos
(segundo os progyminasmata ou praexercitamina) eacutecfrase eacute simplesmente aquilo que
ldquocontribui para provocar o efeito de visualizaccedilatildeo do discurso verbalrdquo13
Assim eacutecfrase
deve ser entendida em um contexto em que a palavra eacute concebida como uma ldquoforccedila que
10
(MARTINS2 2010) 11
sect3 prefaacutecio Imagines 12
Provavelmente a obra foi apresentada em outras ocasiotildees a um auditoacuterio anaacutelogo ao primeiro
(Introduccedilatildeo da traduccedilatildeo francesa 5) 13
(RODOLPHO 3)
11
age sobre o ouvinterdquo14
Desta maneira o referente da eacutecfrase tem valor secundaacuterio e o
que importa eacute o impacto sobre a audiecircncia a eacutecfrasetransforma pois os ouvintes e
leitores em expectadores15
Compreendendo-se eacutecfrase dessa maneira observamos que designa um recurso
utilizado em vaacuterios gecircneros de discurso desde a ceacutelebre descriccedilatildeo do escudo de Aquiles
na Iliacuteada os idiacutelios de Teacuteoacutecrito e Mosco e os epigramas da Antologia ateacute os discursos
judiciaacuterios em Roma
Filoacutestrato pela primeira vez em Imagens transforma este recurso no foco principal de
uma obra ndash assim aquilo que era conteuacutedo presente em diversos gecircneros passa a ser o
continente a moldura ou seja uma sineacutedoque de gecircnero letrado
O autor natildeo apenas descreve as pinturas como faz uso de toda a variedade de
possibilidades do tropo ndash passa de narrativas miacuteticas a descriccedilotildees de paisagens de
personificaccedilotildees a naturezas mortas ndash e apresenta como pinturas temas letrados que
fazem parte de outros gecircneros ndash eacutepico bucoacutelico traacutegico etc ndash que contecircm por sua
vez eacutecfrases em si mesmos16
Podemos assim dizer que a eacutecfrase aqui se autonomiza deixa de ser recurso e passa a
ser um fim constituindo-se num gecircnero
24 Imagem mimese e educaccedilatildeo
O proacutelogo de Filoacutestrato em Imagens
Filoacutestrato inicia o proacutelogo de Imagens afirmando que quem despreza a pintura despreza
a verdade e a sabedoria Mais adiante afirma que somente a pintura eacute capaz de mostrar
o verdadeiro caraacuteter dos herois por meio de suas expressotildees faciais Aleacutem disso afirma
tambeacutem o caraacuteter didaacutetico de sua exposiccedilatildeo
Nesta pesquisa investigaremos a relaccedilatildeo entre a obra e as concepccedilotildees de como as artes
mimeacuteticas se relacionavam com a educaccedilatildeo pois se por um lado Filoacutestrato identifica a
sophia com o domiacutenio das vaacuterias technai segundo um modelo platocircnico por outro
afirma que a pintura conteacutem em si a verdade ndash em uma posiccedilatildeo contraacuteria agrave da
14
(WEBB 20095) 15
id ib 16
(ELSNER 200915)
12
Academia - e que eacute possiacutevel ensinar os jovens por meio dela Para tanto consultaremos
outras fontes antigas com as quais Filoacutestrato dialoga Platatildeo na Repuacuteblica e o Sofista
Aristoacuteteles na Poeacutetica Retoacuterica e Poliacutetica Longino no Tratado do Sublime Dioniacutesio
de Halicarnasso no Tratado da Imitaccedilatildeo Horaacutecio na Arte Poeacutetica e Plutarco
3Traduccedilatildeo
Apresento aqui uma primeira traduccedilatildeo ainda natildeo anotada do quadro 6 ndash Amores
ΕΡΩΤΕΣ
Μλα Ἔρωτες ἰδοὺ τρυγῶσιν εἰ δὲ πλθος αὐτῶν
μὴ θαυμάσῃς Νυμφῶν γὰρ δὴ παῖδες οὗτοι
γίνονται τὸ θνητὸν ἅπαν διακυβερνῶντες πολλοὶ
διὰ πολλά ὧν ἐρῶσιν ἄνθρωποι τὸν δὲ οὐράνιόν
φασιν ἐν τῷ οὐρανῷ πράττειν τὰ θεῖα μῶν ἐπῄσθου
τι τς ἀνὰ τὸν κπον εὐωδίας ἢ βραδύνει σοι τοῦτο
ἀλλὰ προθύμως ἄκουε προσβαλεῖ γάρ σε μετὰ τοῦ
λόγου καὶ τὰ μλα
AMORES
Olhe Os Amores estatildeo colhendo maccedilatildes Se haacute
muitos natildeo se espante Satildeo filhos das ninfas
governam tudo o que eacute mortal e satildeo muitos pois
muitas satildeo as coisas que os homens amam Dizem
que um deles celeste rege ateacute mesmo os assuntos
divinos Vocecirc natildeo sente um doce aroma que vem
do pomar ou isso lhe eacute imperceptiacutevel Mas escute
com boa vontade pois as maccedilatildes com minhas
palavras vatildeo atingi-lo
ὄρχοι μὲν οὗτοι φυτῶν ὀρθοὶ πορεύονται τοῦ μέσου
δὲ αὐτῶν ἐλευθερία βαδίζειν πόα δὲ ἁπαλὴ κατέχει
τοὺς δρόμους οἵα καὶ κατακλιθέντι στρωμνὴ εἶναι
Estas fileiras de aacutervores alinham-se perfeitamente
e haacute espaccedilo entre elas para caminhar Uma relva
recobre suave os caminhos e serve de leito m13cio
aos que nela se deitam
ἀπ ἄκρων δὲ τῶν ὄζων μλα χρυσᾶ καὶ πυρσὰ καὶ
ἡλιώδη προσάγονται τὸν ἑσμὸν ὅλον τῶν ρώτων
γεωργεῖν αὐτά φαρέτραι μὲν οὖν χρυσόπαστοι καὶ
χρυσᾶ καὶ τὰ ἐν αὐταῖς βέλη γυμνὴ τούτων ἡ ἀγέλη
πᾶσα καὶ κοῦφοι διαπέτονται περιαρτήσαντες αὐτὰ
ταῖς μηλέαις αἱ δὲ ἐφεστρίδες αἱ ποικίλαι κεῖνται μὲν
ἐν τῆ πόᾳ μυρία δὲ αὐτῶν τὰ ἄνθη οὐδὲ
ἐστεφάνωνται τὰς κεφαλὰς ὡς ἀποχρώσης αὐτοῖς
τς κόμης πτερὰ δὲ κυάνεα καὶ φοινικᾶ καὶ χρυσᾶ
ἐνίοις μόνον οὐ καὐτὸν πλήττει τὸν ἀέρα ξὺν
ἁρμονίᾳ μουσικῆ
Da ponta dos galhos brilham maccedilatildes cor de ouro
vermelho-fogo e amarelo-sol oferecendo-se a
todo o bando de Amores para serem colhidas
Aljavas cravejadas de ouro guardam flechas
aacuteureas e o bando esvoaccedila leve apoacutes penduraacute-las
nas macieiras Suas capas bordadas estendem-se
pela relva e delas emana o brilho de miriacuteades de
cores Guirlandas natildeo lhes enfeitam a cabeccedila
bastam os cabelos As asas azul-mar puacuterpura e
em alguns douradas vibram o ar e em harmonia
produzem quase muacutesica
φεῦ τῶν ταλάρων εἰς οὓς ἀποτίθενται τὰ μλα ὡς
πολλὴ μὲν περὶ αὐτοὺς ἡ σαρδώ πολλὴ δὲ ἡ
σμάραγδος ἀληθὴς δ ἡ μάργηλις ἡ συνθήκη δὲ
Veja as cest13s que lindas crivadas de
sardocircnicas esmeraldas e peacuterolas verdadeiras
Decerto obra de Hefesto Ali guardam as maccedilatildes
Mas de escadas feitas pelo deus os Amores natildeo
precisam voando alcanccedilam as maccedilatildes no alto das
13
αὐτῶν Ἡφαίστου νοείσθω οὐ δὲ κλιμάκων δέονται
πρὸς τὰ δένδρα παρ αὐτοῦ ὑψοῦ γὰρ καὶ ἐς αὐτὰ
πέτονται τὰ μλα
aacutervores
καὶ ἵνα μὴ τοὺς χορεύοντας λέγωμεν ἢ τοὺς
διαθέοντας ἢ τοὺς καθεύδοντας ἢ ὡς γάνυνται τῶν
μήλων ἐμφαγόντες ἴδωμεν ὅ τι ποτὲ οὗτοι νοοῦσιν
Nem vou falar dos que danccedilam em roda dos que
correm dos que estatildeo deitados e dos que se
alegram comendo as maccedilatildes mas vejamos o que
estes outr13s significam
οἱ γὰρ κάλλιστοι τῶν ρώτων ἰδοὺ τέτταρες
ὑπεξελθόντες τῶν ἄλλων δύο μὲν αὐτῶν
ἀντιπέμπουσι μλον ἀλλήλοις ἡ δὲ ἑτέρα δυὰς ὁ μὲν
τοξεύει τὸν ἕτερον ὁ δὲ ἀντιτοξεύει καὶ οὐδὲ ἀπειλὴ
τοῖς προσώποις ἔπεστιν ἀλλὰ καὶ στέρνα
παρέχουσιν ἀλλήλοις ἵν13ἐκεῖ που τὰ βέλη περάσῃ
καλὸν τὸ αἴνιγμα σκόπει γάρ εἴ που ξυνίημι τοῦ
ζωγράφου
Olhe Quatro dos mais belos Amores escapam
discretamente dos outros Dois deles brincam
jogando uma maccedilatilde de um para o outro os outros
dois um flecha o outro que13revida No rosto
nenhuma raiva mas oferecem o peito um ao outro
para que as flechas acertem bem ali Belo enigma
Agora veja se eu consigo compreender o pintor
φιλία ταῦτα ὦ παῖ καὶ ἀλλήλων ἵμερος Menino isso eacute o Amor e o desejo que tecircm um
pelo 13utro
οἱ μὲν γὰρ διὰ τοῦ μήλου παίζοντες πόθου ἄρχονται
ὅθεν ὁ μὲν ἀφίησι φιλήσας τὸ μλον ὁ δὲ ὑπτίαις
αὐτὸ ὑποδέχεται ταῖς χερσὶ δλον ὡς ἀντι φιλήσων
εἰ λάβοι καὶ ἀντιπέμψων αὐτό τὸ δὲ τῶν τοξοτῶν
ζεῦγος ἐμπεδοῦσιν ἔρωτα ἤδη φθάνοντα καὶ φημὶ
τοὺς μὲν παίζειν ἐπὶ τῷ ἄρξασθαι τοῦ ἐρᾶν τοὺς δὲ
τοξεύειν ἐπὶ τῷ μὴ λξαι τοῦ πόθου
Os que brincam com a maccedilatilde estatildeo comeccedilando a
se desejar O que primeiro lanccedila a maccedilatilde a beija e
o outro com as matildeos estendidas para beijaacute-la se
a pega joga-a de volta13A dupla que desfere
flechas estaacute confirmando um amor jaacute existente
Por isso eu digo que os que brincam estatildeo
comeccedilando a se amar os outros dois atiram-se
flechas para que o desejo natildeo acabe
ἐκεῖνοι μὲν οὖν περὶ οὓς οἱ πολλοὶ θεαταί θυμῷ
συμπεπτώκασι καὶ ἔχει τις αὐτοὺς πάλη λέξω καὶ
τὴν πάλην καὶ γὰρ τοῦτο ἐκλιπαρεῖς ὁ μὲν ᾕρηκε
τὸν ἀντίπαλον περιπτὰς αὐτῷ κατὰ τῶν νώτων καὶ
εἰς πνῖγμα ἀπολαμβάνει καὶ καταδεῖ τοῖς σκέλεσιν ὁ
δὲ οὔτε ἀπαγορεύει καὶ ὀρθὸς ὑπανίσταται καὶ
διαλύει τὴν χεῖρα ὑφ ἧς ἄγχoεται στρεβλώσας ἕνα
τῶν δακτύλων μεθ ὃν οὐκέτι οἱ λοιποὶ ἔχουσιν οὐδέ
εἰσιν ἐν τῷ ἀπρίξ ἀλγεῖ δὲ ltὁgt στρεβλούμενος καὶ
κατεσθίει τοῦ ltσυμgtπαλαιστοῦ τὸ οὖς ὅθεν
δυσχεραίνουσιν οἱ θεώμενοι τῶν ρώτων ὡς
ἀδικοῦντι καὶ ἐκπαλαίοντι καὶ μήλοις αὐτὸν
καταλιθοῦσι
Aqueles outros em torno dos quais haacute muitos
espectadores caem um sobre o outro com ardor
a lutar Vou descrever a luta jaacute que assim vocecirc
tanto quer voando um deles segura o oponente
por traacutes sufocando-o e prendendo-lhe as pernas
Mas este natildeo desiste e se levanta Solta a matildeo que
o sufoca torcendo-lhe um dos dedos o que tira a
forccedila dos outros que aliviam o aperto e a asfixia
O que tem o dedo torcido sentindo dor empurra
o oponente com a matildeo mordendo-lhe a orelha
Mas os expectadores natildeo tolerando o lutador
desleal ldquoapedrejam-nordquo de maccedilatildes
μηδὲ ὁ λαγὼς ἡμᾶς ἐκεῖνος διαφυγέτω
συνθηράσωμεν δὲ αὐτὸν τοῖς Ἔρωσι τοῦτο τὸ
θηρίον ὑποκαθήμενον ταῖς μηλέαις καὶ σιτούμενον
Natildeo deixemos que aquela lebre nos escape
Vamos caccedilaacute-la junto com os Amores Ela estaacute
sentada sob as macieiras comendo as maccedilatildes
caiacutedas no chatildeo deixando muitas comidas apenas
14
τὰ πίπτοντα εἰς γν μλα πολλὰ δὲ καὶ ἡμίβρωτα
καταλεῖπον διαθηρῶσιν οὗτοι καὶ καταράσσουσιν ὁ
μὲν κρότῳ χειρῶν ὁ δὲ κεκραγώς ὁ δὲ ἀνασείων
τὴν χλαμύδα καὶ οἱ μὲν ὑπερπέτονται τοῦ θηρίου
καταβοῶντες οἱ δὲ μεθέπουσιν αὐτὸ πεζοὶ κατ
ἴχνος ὁ δ ὡς ἐπιρρίψων ἑαυτὸν ὥρμησε καὶ τὸ
θηρίον ἄλλην ἐτράπετο ὁ δὲ ἐπιβουλεύει τῷ σκέλει
τοῦ λαγώ τὸν δὲ καὶ διωλίσθησεν ᾑρηκότα
pela metade e eles a caccedilam e perseguem Este
aqui batendo as matildeos aquele gritando aquele
outro agitando o manto Alguns gritando voam
sobre a lebre outros datildeo-lhe caccedila a peacute Um deles
se lanccedila sobre ela O animal se esquiva outro
deles tenta pegaacute-la pelas patas de traacutes e pega mas
ela escapa
γελῶσιν οὖν καὶ καταπεπτώκασιν ὁ μὲν ἐς πλευράν
ὁ δὲ πρηνής οἱ δὲ ὕπτιοι πάντες δὲ ἐν τοῖς τς
διαμαρτίας σχήμασι τοξεύει δὲ οὐδείς ἀλλὰ
πειρῶνται αὐτὸν ἑλεῖν ζῶντα ἱερεῖον τῆ Ἀφροδίτῃ
ἥδιστον
Entatildeo rindo e se jogando no chatildeo uns de lado
outros de bruccedilos e outros ainda de costas todos se
mostram desapontados Nenhum deles despede
flechas mas todos tentam pegar a lebre com a
matildeo viva para oferececirc-la em sacrifiacutecio e deleitar
Afrodite
οἶσθα γάρ που τὸ περὶ τοῦ λαγὼ λεγόμενον ὡς
πολὺ τς Ἀφροδίτης μέτεστιν αὐτῷ λέγεται οὖν περὶ
μὲν τοῦ θήλεος θηλάζειν τε αὐτὸ ἃ ἔτεκε καὶ
ἀποτίκτειν πάλιν ἐπὶ ταὐτῷ γάλακτικαὶ ἐπικυΐσκει δὲ
καὶ οὐδὲ εἷς χρόνος αὐτῷ τοῦ τοκετοῦ κενός
Vocecirc sabe que se diz sobre a lebre que nela haacute
muito de Afrodite Diz-se da fecircmea que
amamenta os que gerou e concebe novamente
enquanto ainda estaacute amamentando E ateacute
emprenha quando jaacute se encontra prenhe e em
nenhum momento seu ventre encontra-se
infecundo
τὸ δὲ ἄρρεν σπείρει τε ὡς φύσις ἀρρένων καὶ
ἀποκυΐσκει παρ ὃ πέφυκεν οἱ δὲ ἄτοποι τῶν
ἐραστῶν καὶ πειθώ τινα ἐρωτικὴν ἐν αὐτῷ
κατέγνωσαν βιαίῳ τέχνῃ τὰ παιδικὰ θηρώμενοι
O macho gera filhotes segundo a natureza dos
machos e tambeacutem fica prenhe contrariamente ao
que eacute natural Assim os pervetidos dentre os
amantes observaram neste animal certa persuasatildeo
eroacutetica quando perseguem meninos com
artifiacutecios violentos
ταῦτα μὲν οὖν καταλίπωμεν ἀνθρώποις ἀδίκοις καὶ
ἀναξίοις τοῦ ἀντερᾶσθαι σὺ δέ μοι τὴν Ἀφροδίτην
βλέπε ποῦ δὴ καὶ κατὰ τί τῶν μήλων ἐκείνῃ ὁρᾷς
τὴν ὕπαντρον πέτραν ἧς νᾶμα κυανώτατον
ὑπεκτρέχει χλωρόν τε καὶ πότιμον ὃ δὴ καὶ
διοχετεύεται ποτὸν εἶναι ταῖς μηλέαις ἐνταῦθά μοι
τὴν Ἀφροδίτην νόει Νυμφῶν οἶμαι αὐτὴν ἱδρυμένων
ὅτι αὐτὰς ἐποίησεν ρώτων μητέρας καὶ διὰ τοῦτο
εὔπαιδας
Mas deixemos esses assuntos aos homens injustos
e indignos de serem correspondidos no amor e
vocecirc junto comigo olhe para Afrodite Mas onde
estaacute e em que parte do pomar Vocecirc vecirc uma
gruta donde corre um fio de aacutegua do mais puro
azul fresca e potaacutevel que se ramifica para matar
a sede das macieiras Perceba Afrodite laacute creio
que as ninfas lhe dedicaram um templo por tecirc-las
feito matildees dos Amores e por isso matildees
afortunadas
καὶ κάτοπτρον δὲ τὸ ἀργυροῦν καὶ τὸ ὑπόχρυ σον
ἐκεῖνο σανδάλιον καὶ αἱ περόναι αἱ χρυσαῖ ταῦτα
πάντα οὐκ ἀργῶς ἀνπται λέγει δὲ ltἈφροδίτηςgt
O espelho prateado as sandaacutelias douradas e os
broches de ouro tudo ali dedicado natildeo sem
motivo Dizem pertencer a Afrodite pois isso estaacute
gravado neles e mostra que satildeo oferendas das
Ninfas
15
εἶναι καὶ γέγραπται τοῦτο καὶ Νυμφῶν δῶρα εἶναι
λέγεται
καὶ οἱ Ἔρωτες δὲ ἀπάρχονται τῶν μήλων καὶ
περιεστῶτες εὔχονται καλὸν αὐτοῖς εἶναι
Os Amores oferecem a Afrodite as primiacutecias das
macieiras e circundando-a rogam-lhe que seu
pomar seja belo
V Cronograma
1ordm Semestre de 2011
Traduccedilatildeo do Livro I
Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico
Leitura e fichamento de referecircncias modernas
Cursar uma disciplina
2ordm Semestre de 2011
Traduccedilatildeo do Livro II
Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico
Leitura e fichamento de referecircncias modernas
Cursar uma disciplina
1ordm Semestre de 2012
Redaccedilatildeo do primeiro e segundo Capiacutetulos
Cursar uma disciplina
2ordm Semestre de 2012
Redaccedilatildeo do terceiro e quarto capiacutetulos
1ordm Semestre de 2013
Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo
2ordm Semestre de 2013
Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo
Revisatildeo final da Dissertaccedilatildeo e da Traduccedilatildeo
VI Bibliografia essencial Parte significativa da bibliografia apresentada aqui foi apenas levantada
Referecircncias Antigas
ARISTOacuteTELES (2006) De anima Trad Maria Ceciacutelia Gomes dos Reis Satildeo Paulo
Editora 34
____________ (1973) Poeacutetica Trad Eudoro de Souza Satildeo Paulo Ars Poetica
____________ (1985) PoliacuteticaTrad Maacuterio da Gama Kury Brasiacutelia Editora da
Universidade de Brasiacutelia
16
____________ (1998) Retoacuterica Trad Manuel Alexandre Juacutenior Paulo F Alberto e
Abel do N Pena Lisboa Casa da Moeda
DIONIacuteSIO DE HALICARNASSO (1986) Tratado da Imitaccedilatildeo Traduccedilatildeo e ediccedilatildeo de Raul
Miguel Rosado Fernandes Lisboa INIC
HORAacuteCIO(1984) Arte Poeacutetica Trad R M Rosado Fernandes Lisboa Inqueacuterito
LONGINO (1997) Do Sublime In A Poeacutetica Claacutessica Trad Jaime Bruna Satildeo Paulo
Cultrix
PLATAtildeO (2000) A Repuacuteblica Trad Carlos Alberto Nunes Paraacute Editora Universitaacuteria
UFPA
_______ (1952) Sophist In Plato Trad Harold N Fowler London The Loeb
Classical Library
PLUTARCO(1927 REPRINT 1986) The education of childre How a young man should
study poetry On listening to lectures in Moralia Trad Frank Cole Babbit
London Loeb Classical Library
QUINTILIANO (1979-89) The Institutio Oratoria Trad H E Butler London Loeb
Classical Library
SEXTO EMPIRICO (1997) Against the Physicists Against the Ethicists Trad RG
Bury London Loeb Classical Library
_______________ (1987) Against the Professors Trad RG Bury London Loeb
Classical Library
Referecircncias Modernas
ANDERSON G (1993) The Second Sophistic A Cultural Phenomenon in the Roman
Empire New York Routledge
BEALL SM (1993) ldquoWord-painting in the bdquoImagines‟ of the Elder Philostratusrdquo In
Hermes 1213 pp350-363
BENEDIKTSON D T (2000) Literature and the Visual Arts in Ancient Greece
Oklahoma University of Oklahoma Press Norman Publisihing Division of the
University
BERTRAND E(1882) Un critique d‟art dans l‟Antiquiteacute Philostrate et son eacutecole Paris
Thorin 1882 in-8 367p (appendice avec traduction d‟un choix de tableaux)
BILLAULT A (2000) L‟univers de Philostrate Bruxelles Latomus
BORG B E (ed) (2004) Paideia The World of the 2nd
Sophistic Berlin Walter de
Gryter Grub H
BOWIE E amp ELSNER J (2009) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
17
BOWIE E (2009) ldquoPhilostratus the life of a sophistrdquo In BOWIE E ET ELSNER J
(ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
BOWIE EWEN AND ELSNER JAS (ED) (2009) Philostratus Cambridge Cambridge
University Press
BRYSON N (1994) ldquoPhilostratus and the Imaginary Museumrdquo In Simon Goldhill Art
and Text in Ancient Greek Culture Cambridge Cambridge University Press
CONAN M (1987) ldquoThe Imagines of Philostratusrdquo In Word amp Image vol3 ndeg2
pp162-171
CONSTANTINI M GRAZIANI F ET ROLET S(2006) Le deacutefi de lart Philostrate
Callistrate et limage sophistique La Licorne 75 Rennes Presses
Universitaires de Rennes
CORREA PC Filoacutestrato o Velho In Jacqueline Lichtenstein Magnoacutelia Costa (Org)
A Pintura Textos essenciais VolI O mito da pintura 1 ed Satildeo Paulo Editora
34 2004 v 1 p 27-29
CRESCENZO R(1999) Peintures d‟instruction la posteacuteriteacute litteacuteraire des Images de
Philostrate en France de Blaise de Vigenegravere agrave l‟eacutepoque classique Genegraveve Droz
CRIBIORE R (2001) Gymnastics of the Mind Greek Education in Hellenistic and
Roman Egypt Princeton Princeton University Press
DE LANNOY L(1997) Le problegraveme des Philostrate (Eacutetat de la question)In ANRW
II343 2362-2449
DUBEL S (2009) ldquoColour in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER
JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
ELSNER J (2009) ldquoA Protean corpusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER JAS (ED)
Philostratus Cambridge Cambridge University Press
FOWLER D P (1991) ldquoNarrate and Describe The Problem of Ekphrasisrdquo In The
Journal of Roman Studies vol81 pp25-35
GOLDHILL S (2007) ldquoWhat is ekphrasis forrdquo In CP 1021 pp 1-19
GRAZIANI F (2006)rdquoLa veriteacute en image le method sophistiquerdquo In COSTANTINI M
GRAZIANI F ET ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage
sophistique La Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes
HAMON P (1981) ldquoRhetorical Status of Descriptiverdquo Trad Patricia Baudoin In Yale
French Studies nordm61 pp 1-26
JONES C P (2004) ldquoMultiple identities in the age of the Second Sophisticrdquo In BORG
B E (ed) Paideia The World of the 2nd
Sophistic Berlin Walter de Gryter
Grub H
18
JULIAacute V (ED) (2001) Los Antiguos Griegos y su lenguaBuenos Aires Biblos
KOORTBOJIAN M (2005) ldquoMimesis or Phantasia Two Representional Modes in
Roman Commemorative Artrdquo In Classical Antiquity vol24 nordm2 pp285-311
KOSTOPOULOU V (2009) ldquoPhilostratus‟ Imagines 218 Words and Imagesrdquo In
GRBS 49 Pp 81-100
KRIEGER M (1992) Ekphrasis The Illusion of the Natural Sign London The Johns
Hopkins University Press
KUNZ D (1997) Un sentiment d‟image Poeacutetique ndeg112 pp461-474
LAUSBERG H (1966) Manual de Retoacuterica Literaria Trad R M Rosado Fernandes
Lisboa Fund Calouste Gulbenkian
LEACH E W (2000) ldquoNarrative Space and the Viewer in Philostratus‟ Eikonesrdquo In
Mitteilungen des Deutschen Archaumlologishen Institutes Roumlmische Abteilung
(Mainz am Rhein Verlag Philipp von Zabern) vol107 pp237-252
____________________ (1992) ldquoPolyphemus in Landscape Traditions of Pastoral
Courtshiprdquo In Studies in the history of art vol36 pp62-87
LEVY C amp PERNOT L (1997) Dire LbdquoEacutevidence Paris L‟Harmattan
LEHMANN-HARTLEBEN K (1941) ldquoThe Imagines of the Elder Philostratusrdquo The Art
Bulletin vol23 pp16-44
LISSARRAGUE F (1995) ldquoPhilostrate entre les images et les motsrdquo In POMMIER E
Histoire de l‟histoire de l‟art T1 de l‟Antiquiteacute au XVIIIegrave siegravecle Confeacuterences
du Museacutee du Louvre Paris Paris Museacutee du Louvre 1995 pp79-93
MANIERI A (1999) ldquoImagines Principi dell‟estetica filostrateardquo In QUCC 633
PP 111-121
MARCOS G E amp DIacuteAZ M E (ED) (2009) El surgimiento de la phantasiacutea en la Grecia
Claacutesica Buenos Aires Prometeo Libros
MARTINS P (2005) ldquoEneacuteias se reconhecerdquo In Letras Claacutessicas Satildeo Paulo
Humanitas
___________(2006)ldquoTropos na Eneida e uma imagem metafoacutericardquo In Martinho dos
Santos Marcos (org) ndash 1ordm Simpoacutesio de Estudos Claacutessicos Satildeo Paulo
Humanitas pp 91-118
___________ (2008) ldquoPolignoto Paacuteuson Dioniacutesio e Zecircuxis ndash Uma leitura da pintura
antiga claacutessica gregardquo [Aguarda publicaccedilatildeo Campinas IELUNICAMP
Revista Phaos]
___________ (2010) ldquoCicero The Picturing a Rhetoricrdquo [Aguarda Referee]
19
___________(2010) ldquoBreve Criacutetica da Histoacuteria da Literatura Latinardquo [Aguarda
Publicaccedilatildeo em Classica]
MCMAHON A P (1931) ldquoSextus Empiricus and the Artsrdquo Harvard Studies in
Classical Philology 42 pp 79-137
NEWBY Z (2009) ldquoAbsortion and erudition in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN
EWEN AND ELSNER JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge
University Press
NEWMAN S (2002) ldquoAristotle‟s Notion of bdquoBringing-Before-the-Eyes‟ Its
Contibutionss to Aristotelian and Contemporary Conceptualizations of
Metaphor Style and Audiencerdquo In Rhetorica 201 pp 1-23
PASTOUREAU M et GRAZIANI F(1996) ldquoFlux et reflux de l‟iconologie Philostrate les
Images ou tableaux de platte-peinture traduction et commentaires de Blaise de
Vigenegravere 1587rdquo In Critique vol52 ndeg589-590 pp556-560
PHILLIP J A (1961) ldquoMimesis in the Sophistes of Platordquo In Transactions and
Procedures of the American Philological Associationrdquo vol 92 pp 453- 468
PINEDA V(2000) ldquoLa invencioacuten de la eacutecfrasisrdquo In VV AA Homenaje a la Profesora
Carmen Peacuterez Romero Universidad de Extremadura Facultad de Filosofiacutea y
Letras pp 251-69
QUET MH(2006) ldquoVoir entendrese ressouvenir Cadre circonstances et objectif de
l‟aprentissage d‟un plaisir culturel ltlthellenegtgt d‟apregraves le teimognage du
prologue des Images de Philostrate In COSTANTINI M GRAZIANI F ET
ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage sophistique La
Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes
RODOLPHO M (2010) Eacutecfrase e Evidecircncia nas Letras Latinas Doutrina e Praacutexis
Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada junto ao DLCVPPGLCFFLCH da
Universidade de Satildeo Paulo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Paulo Martins
ROSENTHAL O ET JOURDE M (1995) ldquoCe qu‟on entend dans les Images Philostrate
Vigenegravere 1578rdquo In Michel G amp Jourde M L‟inscription du regard Moyen-
Acircge Renaissance Fontenay-aux-Roses ENS (collection Signes)
ROUGET F (1997) ldquoLes Images ou tableaux de platte-peinture de PhilostraterdquoIn
Sixteenth Century Journal284 pp1380-1382
SHAFFER D (1998) ldquoEkphrasis and the Rhetoric of Viewing in Philostratus‟s
Imaginary Museumrdquo In Philosophy amp Rhetoric 314 pp303-316
SILVERMAN A (1991) ldquoPlato on Phantasiardquo In Classical Antiquity 1991 vol10 nordm1
SQUAIRE M (2009) Image and Text in Greco-Roman Antiquity Cambridge
Cambridge University Press
20
SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review
8 1 Pp 5-21
SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER
JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge
Cambridge Univeristy Press
TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo
In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73
WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to
Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New
York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810
WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory
and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited
WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of
Imitation New York Oxford University Press
_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S
HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge
Univeristy Press
YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp
10
22 Eacutecfrase e os trecircs niacuteveis de interlocuccedilatildeo
Aceitaremos o que o autor propotildee no prefaacutecio em princiacutepio como
verdadeiroverossiacutemil10
Segundo esse prefaacutecio as descriccedilotildees foram feitas a um menino
de 10 anos de idade (a seu pedido) e a um grupo de potenciais pupilos pouco mais
velhos Para o proacuteprio autor sua funccedilatildeo naquele momento eacute ensinar a ldquointerpretar a
pintura formando seu gostordquo11
Assim considerando a situaccedilatildeo primaacuteria da composiccedilatildeo
da obra haacute o primeiro grupo (ainda segundo o prefaacutecio) que vecirc as obras enquanto o
autor as descreve No grupo vemos de um lado um menino interessado principalmente
nas explicaccedilotildees e interpretaccedilotildees das pinturas De outro os demais jovens interessados
natildeo soacute nesse aspecto descritivo mas tambeacutem na arte retoacuterica do orador (o professor)
Aleacutem disso se a obra foi escrita como registro dessas exposiccedilotildees orais ela teraacute como
destinataacuterios ouvintes12
e leitores que jaacute natildeo tecircm as obras diante dos olhos Dessa
maneira de pronto considerando a diversidade de recepccedilatildeo obteremos uma chave (ou
chaves) de leitura determinando os limites de decoro entre o texto e a recepccedilatildeo O autor
utilizaraacute a memoacuteria e a imaginaccedilatildeo (phantasiacutea) de seu puacuteblico para obter efeito
desejado isto eacute a visualizaccedilatildeo Isso ele consegue natildeo simplesmente descrevendo em
palavras aquilo que estaacute sendo ldquovistordquo mas recriando as pinturas e situaccedilotildees educando
e direcionando o olhar (seja o olhar ldquofiacutesicordquo seja o olhar da mente) dando a ver tanto
aquilo que estaacute reproduzido como aquilo que natildeo estaacute reproduzido no quadro
Desse modo se o autor eacute bem sucedido podemos entatildeo dizer que todos ndash vendo ou natildeo
os quadros ldquoreais ou natildeordquo ndash de fato visualizam as pinturas Cumpre portanto a funccedilatildeo
preciacutepua da eacutecfrase trazer diante dos olhos de maneira viacutevida
23 Do tropo ao gecircnero a autonomia da eacutecfrase
Para os criacuteticos modernos eacutecfrase eacute uma descriccedilatildeo de obras de arte Entretanto o
conceito antigo deste tropo retoacuterico eacute mais amplo que essa definiccedilatildeo Para os antigos
(segundo os progyminasmata ou praexercitamina) eacutecfrase eacute simplesmente aquilo que
ldquocontribui para provocar o efeito de visualizaccedilatildeo do discurso verbalrdquo13
Assim eacutecfrase
deve ser entendida em um contexto em que a palavra eacute concebida como uma ldquoforccedila que
10
(MARTINS2 2010) 11
sect3 prefaacutecio Imagines 12
Provavelmente a obra foi apresentada em outras ocasiotildees a um auditoacuterio anaacutelogo ao primeiro
(Introduccedilatildeo da traduccedilatildeo francesa 5) 13
(RODOLPHO 3)
11
age sobre o ouvinterdquo14
Desta maneira o referente da eacutecfrase tem valor secundaacuterio e o
que importa eacute o impacto sobre a audiecircncia a eacutecfrasetransforma pois os ouvintes e
leitores em expectadores15
Compreendendo-se eacutecfrase dessa maneira observamos que designa um recurso
utilizado em vaacuterios gecircneros de discurso desde a ceacutelebre descriccedilatildeo do escudo de Aquiles
na Iliacuteada os idiacutelios de Teacuteoacutecrito e Mosco e os epigramas da Antologia ateacute os discursos
judiciaacuterios em Roma
Filoacutestrato pela primeira vez em Imagens transforma este recurso no foco principal de
uma obra ndash assim aquilo que era conteuacutedo presente em diversos gecircneros passa a ser o
continente a moldura ou seja uma sineacutedoque de gecircnero letrado
O autor natildeo apenas descreve as pinturas como faz uso de toda a variedade de
possibilidades do tropo ndash passa de narrativas miacuteticas a descriccedilotildees de paisagens de
personificaccedilotildees a naturezas mortas ndash e apresenta como pinturas temas letrados que
fazem parte de outros gecircneros ndash eacutepico bucoacutelico traacutegico etc ndash que contecircm por sua
vez eacutecfrases em si mesmos16
Podemos assim dizer que a eacutecfrase aqui se autonomiza deixa de ser recurso e passa a
ser um fim constituindo-se num gecircnero
24 Imagem mimese e educaccedilatildeo
O proacutelogo de Filoacutestrato em Imagens
Filoacutestrato inicia o proacutelogo de Imagens afirmando que quem despreza a pintura despreza
a verdade e a sabedoria Mais adiante afirma que somente a pintura eacute capaz de mostrar
o verdadeiro caraacuteter dos herois por meio de suas expressotildees faciais Aleacutem disso afirma
tambeacutem o caraacuteter didaacutetico de sua exposiccedilatildeo
Nesta pesquisa investigaremos a relaccedilatildeo entre a obra e as concepccedilotildees de como as artes
mimeacuteticas se relacionavam com a educaccedilatildeo pois se por um lado Filoacutestrato identifica a
sophia com o domiacutenio das vaacuterias technai segundo um modelo platocircnico por outro
afirma que a pintura conteacutem em si a verdade ndash em uma posiccedilatildeo contraacuteria agrave da
14
(WEBB 20095) 15
id ib 16
(ELSNER 200915)
12
Academia - e que eacute possiacutevel ensinar os jovens por meio dela Para tanto consultaremos
outras fontes antigas com as quais Filoacutestrato dialoga Platatildeo na Repuacuteblica e o Sofista
Aristoacuteteles na Poeacutetica Retoacuterica e Poliacutetica Longino no Tratado do Sublime Dioniacutesio
de Halicarnasso no Tratado da Imitaccedilatildeo Horaacutecio na Arte Poeacutetica e Plutarco
3Traduccedilatildeo
Apresento aqui uma primeira traduccedilatildeo ainda natildeo anotada do quadro 6 ndash Amores
ΕΡΩΤΕΣ
Μλα Ἔρωτες ἰδοὺ τρυγῶσιν εἰ δὲ πλθος αὐτῶν
μὴ θαυμάσῃς Νυμφῶν γὰρ δὴ παῖδες οὗτοι
γίνονται τὸ θνητὸν ἅπαν διακυβερνῶντες πολλοὶ
διὰ πολλά ὧν ἐρῶσιν ἄνθρωποι τὸν δὲ οὐράνιόν
φασιν ἐν τῷ οὐρανῷ πράττειν τὰ θεῖα μῶν ἐπῄσθου
τι τς ἀνὰ τὸν κπον εὐωδίας ἢ βραδύνει σοι τοῦτο
ἀλλὰ προθύμως ἄκουε προσβαλεῖ γάρ σε μετὰ τοῦ
λόγου καὶ τὰ μλα
AMORES
Olhe Os Amores estatildeo colhendo maccedilatildes Se haacute
muitos natildeo se espante Satildeo filhos das ninfas
governam tudo o que eacute mortal e satildeo muitos pois
muitas satildeo as coisas que os homens amam Dizem
que um deles celeste rege ateacute mesmo os assuntos
divinos Vocecirc natildeo sente um doce aroma que vem
do pomar ou isso lhe eacute imperceptiacutevel Mas escute
com boa vontade pois as maccedilatildes com minhas
palavras vatildeo atingi-lo
ὄρχοι μὲν οὗτοι φυτῶν ὀρθοὶ πορεύονται τοῦ μέσου
δὲ αὐτῶν ἐλευθερία βαδίζειν πόα δὲ ἁπαλὴ κατέχει
τοὺς δρόμους οἵα καὶ κατακλιθέντι στρωμνὴ εἶναι
Estas fileiras de aacutervores alinham-se perfeitamente
e haacute espaccedilo entre elas para caminhar Uma relva
recobre suave os caminhos e serve de leito m13cio
aos que nela se deitam
ἀπ ἄκρων δὲ τῶν ὄζων μλα χρυσᾶ καὶ πυρσὰ καὶ
ἡλιώδη προσάγονται τὸν ἑσμὸν ὅλον τῶν ρώτων
γεωργεῖν αὐτά φαρέτραι μὲν οὖν χρυσόπαστοι καὶ
χρυσᾶ καὶ τὰ ἐν αὐταῖς βέλη γυμνὴ τούτων ἡ ἀγέλη
πᾶσα καὶ κοῦφοι διαπέτονται περιαρτήσαντες αὐτὰ
ταῖς μηλέαις αἱ δὲ ἐφεστρίδες αἱ ποικίλαι κεῖνται μὲν
ἐν τῆ πόᾳ μυρία δὲ αὐτῶν τὰ ἄνθη οὐδὲ
ἐστεφάνωνται τὰς κεφαλὰς ὡς ἀποχρώσης αὐτοῖς
τς κόμης πτερὰ δὲ κυάνεα καὶ φοινικᾶ καὶ χρυσᾶ
ἐνίοις μόνον οὐ καὐτὸν πλήττει τὸν ἀέρα ξὺν
ἁρμονίᾳ μουσικῆ
Da ponta dos galhos brilham maccedilatildes cor de ouro
vermelho-fogo e amarelo-sol oferecendo-se a
todo o bando de Amores para serem colhidas
Aljavas cravejadas de ouro guardam flechas
aacuteureas e o bando esvoaccedila leve apoacutes penduraacute-las
nas macieiras Suas capas bordadas estendem-se
pela relva e delas emana o brilho de miriacuteades de
cores Guirlandas natildeo lhes enfeitam a cabeccedila
bastam os cabelos As asas azul-mar puacuterpura e
em alguns douradas vibram o ar e em harmonia
produzem quase muacutesica
φεῦ τῶν ταλάρων εἰς οὓς ἀποτίθενται τὰ μλα ὡς
πολλὴ μὲν περὶ αὐτοὺς ἡ σαρδώ πολλὴ δὲ ἡ
σμάραγδος ἀληθὴς δ ἡ μάργηλις ἡ συνθήκη δὲ
Veja as cest13s que lindas crivadas de
sardocircnicas esmeraldas e peacuterolas verdadeiras
Decerto obra de Hefesto Ali guardam as maccedilatildes
Mas de escadas feitas pelo deus os Amores natildeo
precisam voando alcanccedilam as maccedilatildes no alto das
13
αὐτῶν Ἡφαίστου νοείσθω οὐ δὲ κλιμάκων δέονται
πρὸς τὰ δένδρα παρ αὐτοῦ ὑψοῦ γὰρ καὶ ἐς αὐτὰ
πέτονται τὰ μλα
aacutervores
καὶ ἵνα μὴ τοὺς χορεύοντας λέγωμεν ἢ τοὺς
διαθέοντας ἢ τοὺς καθεύδοντας ἢ ὡς γάνυνται τῶν
μήλων ἐμφαγόντες ἴδωμεν ὅ τι ποτὲ οὗτοι νοοῦσιν
Nem vou falar dos que danccedilam em roda dos que
correm dos que estatildeo deitados e dos que se
alegram comendo as maccedilatildes mas vejamos o que
estes outr13s significam
οἱ γὰρ κάλλιστοι τῶν ρώτων ἰδοὺ τέτταρες
ὑπεξελθόντες τῶν ἄλλων δύο μὲν αὐτῶν
ἀντιπέμπουσι μλον ἀλλήλοις ἡ δὲ ἑτέρα δυὰς ὁ μὲν
τοξεύει τὸν ἕτερον ὁ δὲ ἀντιτοξεύει καὶ οὐδὲ ἀπειλὴ
τοῖς προσώποις ἔπεστιν ἀλλὰ καὶ στέρνα
παρέχουσιν ἀλλήλοις ἵν13ἐκεῖ που τὰ βέλη περάσῃ
καλὸν τὸ αἴνιγμα σκόπει γάρ εἴ που ξυνίημι τοῦ
ζωγράφου
Olhe Quatro dos mais belos Amores escapam
discretamente dos outros Dois deles brincam
jogando uma maccedilatilde de um para o outro os outros
dois um flecha o outro que13revida No rosto
nenhuma raiva mas oferecem o peito um ao outro
para que as flechas acertem bem ali Belo enigma
Agora veja se eu consigo compreender o pintor
φιλία ταῦτα ὦ παῖ καὶ ἀλλήλων ἵμερος Menino isso eacute o Amor e o desejo que tecircm um
pelo 13utro
οἱ μὲν γὰρ διὰ τοῦ μήλου παίζοντες πόθου ἄρχονται
ὅθεν ὁ μὲν ἀφίησι φιλήσας τὸ μλον ὁ δὲ ὑπτίαις
αὐτὸ ὑποδέχεται ταῖς χερσὶ δλον ὡς ἀντι φιλήσων
εἰ λάβοι καὶ ἀντιπέμψων αὐτό τὸ δὲ τῶν τοξοτῶν
ζεῦγος ἐμπεδοῦσιν ἔρωτα ἤδη φθάνοντα καὶ φημὶ
τοὺς μὲν παίζειν ἐπὶ τῷ ἄρξασθαι τοῦ ἐρᾶν τοὺς δὲ
τοξεύειν ἐπὶ τῷ μὴ λξαι τοῦ πόθου
Os que brincam com a maccedilatilde estatildeo comeccedilando a
se desejar O que primeiro lanccedila a maccedilatilde a beija e
o outro com as matildeos estendidas para beijaacute-la se
a pega joga-a de volta13A dupla que desfere
flechas estaacute confirmando um amor jaacute existente
Por isso eu digo que os que brincam estatildeo
comeccedilando a se amar os outros dois atiram-se
flechas para que o desejo natildeo acabe
ἐκεῖνοι μὲν οὖν περὶ οὓς οἱ πολλοὶ θεαταί θυμῷ
συμπεπτώκασι καὶ ἔχει τις αὐτοὺς πάλη λέξω καὶ
τὴν πάλην καὶ γὰρ τοῦτο ἐκλιπαρεῖς ὁ μὲν ᾕρηκε
τὸν ἀντίπαλον περιπτὰς αὐτῷ κατὰ τῶν νώτων καὶ
εἰς πνῖγμα ἀπολαμβάνει καὶ καταδεῖ τοῖς σκέλεσιν ὁ
δὲ οὔτε ἀπαγορεύει καὶ ὀρθὸς ὑπανίσταται καὶ
διαλύει τὴν χεῖρα ὑφ ἧς ἄγχoεται στρεβλώσας ἕνα
τῶν δακτύλων μεθ ὃν οὐκέτι οἱ λοιποὶ ἔχουσιν οὐδέ
εἰσιν ἐν τῷ ἀπρίξ ἀλγεῖ δὲ ltὁgt στρεβλούμενος καὶ
κατεσθίει τοῦ ltσυμgtπαλαιστοῦ τὸ οὖς ὅθεν
δυσχεραίνουσιν οἱ θεώμενοι τῶν ρώτων ὡς
ἀδικοῦντι καὶ ἐκπαλαίοντι καὶ μήλοις αὐτὸν
καταλιθοῦσι
Aqueles outros em torno dos quais haacute muitos
espectadores caem um sobre o outro com ardor
a lutar Vou descrever a luta jaacute que assim vocecirc
tanto quer voando um deles segura o oponente
por traacutes sufocando-o e prendendo-lhe as pernas
Mas este natildeo desiste e se levanta Solta a matildeo que
o sufoca torcendo-lhe um dos dedos o que tira a
forccedila dos outros que aliviam o aperto e a asfixia
O que tem o dedo torcido sentindo dor empurra
o oponente com a matildeo mordendo-lhe a orelha
Mas os expectadores natildeo tolerando o lutador
desleal ldquoapedrejam-nordquo de maccedilatildes
μηδὲ ὁ λαγὼς ἡμᾶς ἐκεῖνος διαφυγέτω
συνθηράσωμεν δὲ αὐτὸν τοῖς Ἔρωσι τοῦτο τὸ
θηρίον ὑποκαθήμενον ταῖς μηλέαις καὶ σιτούμενον
Natildeo deixemos que aquela lebre nos escape
Vamos caccedilaacute-la junto com os Amores Ela estaacute
sentada sob as macieiras comendo as maccedilatildes
caiacutedas no chatildeo deixando muitas comidas apenas
14
τὰ πίπτοντα εἰς γν μλα πολλὰ δὲ καὶ ἡμίβρωτα
καταλεῖπον διαθηρῶσιν οὗτοι καὶ καταράσσουσιν ὁ
μὲν κρότῳ χειρῶν ὁ δὲ κεκραγώς ὁ δὲ ἀνασείων
τὴν χλαμύδα καὶ οἱ μὲν ὑπερπέτονται τοῦ θηρίου
καταβοῶντες οἱ δὲ μεθέπουσιν αὐτὸ πεζοὶ κατ
ἴχνος ὁ δ ὡς ἐπιρρίψων ἑαυτὸν ὥρμησε καὶ τὸ
θηρίον ἄλλην ἐτράπετο ὁ δὲ ἐπιβουλεύει τῷ σκέλει
τοῦ λαγώ τὸν δὲ καὶ διωλίσθησεν ᾑρηκότα
pela metade e eles a caccedilam e perseguem Este
aqui batendo as matildeos aquele gritando aquele
outro agitando o manto Alguns gritando voam
sobre a lebre outros datildeo-lhe caccedila a peacute Um deles
se lanccedila sobre ela O animal se esquiva outro
deles tenta pegaacute-la pelas patas de traacutes e pega mas
ela escapa
γελῶσιν οὖν καὶ καταπεπτώκασιν ὁ μὲν ἐς πλευράν
ὁ δὲ πρηνής οἱ δὲ ὕπτιοι πάντες δὲ ἐν τοῖς τς
διαμαρτίας σχήμασι τοξεύει δὲ οὐδείς ἀλλὰ
πειρῶνται αὐτὸν ἑλεῖν ζῶντα ἱερεῖον τῆ Ἀφροδίτῃ
ἥδιστον
Entatildeo rindo e se jogando no chatildeo uns de lado
outros de bruccedilos e outros ainda de costas todos se
mostram desapontados Nenhum deles despede
flechas mas todos tentam pegar a lebre com a
matildeo viva para oferececirc-la em sacrifiacutecio e deleitar
Afrodite
οἶσθα γάρ που τὸ περὶ τοῦ λαγὼ λεγόμενον ὡς
πολὺ τς Ἀφροδίτης μέτεστιν αὐτῷ λέγεται οὖν περὶ
μὲν τοῦ θήλεος θηλάζειν τε αὐτὸ ἃ ἔτεκε καὶ
ἀποτίκτειν πάλιν ἐπὶ ταὐτῷ γάλακτικαὶ ἐπικυΐσκει δὲ
καὶ οὐδὲ εἷς χρόνος αὐτῷ τοῦ τοκετοῦ κενός
Vocecirc sabe que se diz sobre a lebre que nela haacute
muito de Afrodite Diz-se da fecircmea que
amamenta os que gerou e concebe novamente
enquanto ainda estaacute amamentando E ateacute
emprenha quando jaacute se encontra prenhe e em
nenhum momento seu ventre encontra-se
infecundo
τὸ δὲ ἄρρεν σπείρει τε ὡς φύσις ἀρρένων καὶ
ἀποκυΐσκει παρ ὃ πέφυκεν οἱ δὲ ἄτοποι τῶν
ἐραστῶν καὶ πειθώ τινα ἐρωτικὴν ἐν αὐτῷ
κατέγνωσαν βιαίῳ τέχνῃ τὰ παιδικὰ θηρώμενοι
O macho gera filhotes segundo a natureza dos
machos e tambeacutem fica prenhe contrariamente ao
que eacute natural Assim os pervetidos dentre os
amantes observaram neste animal certa persuasatildeo
eroacutetica quando perseguem meninos com
artifiacutecios violentos
ταῦτα μὲν οὖν καταλίπωμεν ἀνθρώποις ἀδίκοις καὶ
ἀναξίοις τοῦ ἀντερᾶσθαι σὺ δέ μοι τὴν Ἀφροδίτην
βλέπε ποῦ δὴ καὶ κατὰ τί τῶν μήλων ἐκείνῃ ὁρᾷς
τὴν ὕπαντρον πέτραν ἧς νᾶμα κυανώτατον
ὑπεκτρέχει χλωρόν τε καὶ πότιμον ὃ δὴ καὶ
διοχετεύεται ποτὸν εἶναι ταῖς μηλέαις ἐνταῦθά μοι
τὴν Ἀφροδίτην νόει Νυμφῶν οἶμαι αὐτὴν ἱδρυμένων
ὅτι αὐτὰς ἐποίησεν ρώτων μητέρας καὶ διὰ τοῦτο
εὔπαιδας
Mas deixemos esses assuntos aos homens injustos
e indignos de serem correspondidos no amor e
vocecirc junto comigo olhe para Afrodite Mas onde
estaacute e em que parte do pomar Vocecirc vecirc uma
gruta donde corre um fio de aacutegua do mais puro
azul fresca e potaacutevel que se ramifica para matar
a sede das macieiras Perceba Afrodite laacute creio
que as ninfas lhe dedicaram um templo por tecirc-las
feito matildees dos Amores e por isso matildees
afortunadas
καὶ κάτοπτρον δὲ τὸ ἀργυροῦν καὶ τὸ ὑπόχρυ σον
ἐκεῖνο σανδάλιον καὶ αἱ περόναι αἱ χρυσαῖ ταῦτα
πάντα οὐκ ἀργῶς ἀνπται λέγει δὲ ltἈφροδίτηςgt
O espelho prateado as sandaacutelias douradas e os
broches de ouro tudo ali dedicado natildeo sem
motivo Dizem pertencer a Afrodite pois isso estaacute
gravado neles e mostra que satildeo oferendas das
Ninfas
15
εἶναι καὶ γέγραπται τοῦτο καὶ Νυμφῶν δῶρα εἶναι
λέγεται
καὶ οἱ Ἔρωτες δὲ ἀπάρχονται τῶν μήλων καὶ
περιεστῶτες εὔχονται καλὸν αὐτοῖς εἶναι
Os Amores oferecem a Afrodite as primiacutecias das
macieiras e circundando-a rogam-lhe que seu
pomar seja belo
V Cronograma
1ordm Semestre de 2011
Traduccedilatildeo do Livro I
Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico
Leitura e fichamento de referecircncias modernas
Cursar uma disciplina
2ordm Semestre de 2011
Traduccedilatildeo do Livro II
Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico
Leitura e fichamento de referecircncias modernas
Cursar uma disciplina
1ordm Semestre de 2012
Redaccedilatildeo do primeiro e segundo Capiacutetulos
Cursar uma disciplina
2ordm Semestre de 2012
Redaccedilatildeo do terceiro e quarto capiacutetulos
1ordm Semestre de 2013
Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo
2ordm Semestre de 2013
Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo
Revisatildeo final da Dissertaccedilatildeo e da Traduccedilatildeo
VI Bibliografia essencial Parte significativa da bibliografia apresentada aqui foi apenas levantada
Referecircncias Antigas
ARISTOacuteTELES (2006) De anima Trad Maria Ceciacutelia Gomes dos Reis Satildeo Paulo
Editora 34
____________ (1973) Poeacutetica Trad Eudoro de Souza Satildeo Paulo Ars Poetica
____________ (1985) PoliacuteticaTrad Maacuterio da Gama Kury Brasiacutelia Editora da
Universidade de Brasiacutelia
16
____________ (1998) Retoacuterica Trad Manuel Alexandre Juacutenior Paulo F Alberto e
Abel do N Pena Lisboa Casa da Moeda
DIONIacuteSIO DE HALICARNASSO (1986) Tratado da Imitaccedilatildeo Traduccedilatildeo e ediccedilatildeo de Raul
Miguel Rosado Fernandes Lisboa INIC
HORAacuteCIO(1984) Arte Poeacutetica Trad R M Rosado Fernandes Lisboa Inqueacuterito
LONGINO (1997) Do Sublime In A Poeacutetica Claacutessica Trad Jaime Bruna Satildeo Paulo
Cultrix
PLATAtildeO (2000) A Repuacuteblica Trad Carlos Alberto Nunes Paraacute Editora Universitaacuteria
UFPA
_______ (1952) Sophist In Plato Trad Harold N Fowler London The Loeb
Classical Library
PLUTARCO(1927 REPRINT 1986) The education of childre How a young man should
study poetry On listening to lectures in Moralia Trad Frank Cole Babbit
London Loeb Classical Library
QUINTILIANO (1979-89) The Institutio Oratoria Trad H E Butler London Loeb
Classical Library
SEXTO EMPIRICO (1997) Against the Physicists Against the Ethicists Trad RG
Bury London Loeb Classical Library
_______________ (1987) Against the Professors Trad RG Bury London Loeb
Classical Library
Referecircncias Modernas
ANDERSON G (1993) The Second Sophistic A Cultural Phenomenon in the Roman
Empire New York Routledge
BEALL SM (1993) ldquoWord-painting in the bdquoImagines‟ of the Elder Philostratusrdquo In
Hermes 1213 pp350-363
BENEDIKTSON D T (2000) Literature and the Visual Arts in Ancient Greece
Oklahoma University of Oklahoma Press Norman Publisihing Division of the
University
BERTRAND E(1882) Un critique d‟art dans l‟Antiquiteacute Philostrate et son eacutecole Paris
Thorin 1882 in-8 367p (appendice avec traduction d‟un choix de tableaux)
BILLAULT A (2000) L‟univers de Philostrate Bruxelles Latomus
BORG B E (ed) (2004) Paideia The World of the 2nd
Sophistic Berlin Walter de
Gryter Grub H
BOWIE E amp ELSNER J (2009) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
17
BOWIE E (2009) ldquoPhilostratus the life of a sophistrdquo In BOWIE E ET ELSNER J
(ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
BOWIE EWEN AND ELSNER JAS (ED) (2009) Philostratus Cambridge Cambridge
University Press
BRYSON N (1994) ldquoPhilostratus and the Imaginary Museumrdquo In Simon Goldhill Art
and Text in Ancient Greek Culture Cambridge Cambridge University Press
CONAN M (1987) ldquoThe Imagines of Philostratusrdquo In Word amp Image vol3 ndeg2
pp162-171
CONSTANTINI M GRAZIANI F ET ROLET S(2006) Le deacutefi de lart Philostrate
Callistrate et limage sophistique La Licorne 75 Rennes Presses
Universitaires de Rennes
CORREA PC Filoacutestrato o Velho In Jacqueline Lichtenstein Magnoacutelia Costa (Org)
A Pintura Textos essenciais VolI O mito da pintura 1 ed Satildeo Paulo Editora
34 2004 v 1 p 27-29
CRESCENZO R(1999) Peintures d‟instruction la posteacuteriteacute litteacuteraire des Images de
Philostrate en France de Blaise de Vigenegravere agrave l‟eacutepoque classique Genegraveve Droz
CRIBIORE R (2001) Gymnastics of the Mind Greek Education in Hellenistic and
Roman Egypt Princeton Princeton University Press
DE LANNOY L(1997) Le problegraveme des Philostrate (Eacutetat de la question)In ANRW
II343 2362-2449
DUBEL S (2009) ldquoColour in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER
JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
ELSNER J (2009) ldquoA Protean corpusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER JAS (ED)
Philostratus Cambridge Cambridge University Press
FOWLER D P (1991) ldquoNarrate and Describe The Problem of Ekphrasisrdquo In The
Journal of Roman Studies vol81 pp25-35
GOLDHILL S (2007) ldquoWhat is ekphrasis forrdquo In CP 1021 pp 1-19
GRAZIANI F (2006)rdquoLa veriteacute en image le method sophistiquerdquo In COSTANTINI M
GRAZIANI F ET ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage
sophistique La Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes
HAMON P (1981) ldquoRhetorical Status of Descriptiverdquo Trad Patricia Baudoin In Yale
French Studies nordm61 pp 1-26
JONES C P (2004) ldquoMultiple identities in the age of the Second Sophisticrdquo In BORG
B E (ed) Paideia The World of the 2nd
Sophistic Berlin Walter de Gryter
Grub H
18
JULIAacute V (ED) (2001) Los Antiguos Griegos y su lenguaBuenos Aires Biblos
KOORTBOJIAN M (2005) ldquoMimesis or Phantasia Two Representional Modes in
Roman Commemorative Artrdquo In Classical Antiquity vol24 nordm2 pp285-311
KOSTOPOULOU V (2009) ldquoPhilostratus‟ Imagines 218 Words and Imagesrdquo In
GRBS 49 Pp 81-100
KRIEGER M (1992) Ekphrasis The Illusion of the Natural Sign London The Johns
Hopkins University Press
KUNZ D (1997) Un sentiment d‟image Poeacutetique ndeg112 pp461-474
LAUSBERG H (1966) Manual de Retoacuterica Literaria Trad R M Rosado Fernandes
Lisboa Fund Calouste Gulbenkian
LEACH E W (2000) ldquoNarrative Space and the Viewer in Philostratus‟ Eikonesrdquo In
Mitteilungen des Deutschen Archaumlologishen Institutes Roumlmische Abteilung
(Mainz am Rhein Verlag Philipp von Zabern) vol107 pp237-252
____________________ (1992) ldquoPolyphemus in Landscape Traditions of Pastoral
Courtshiprdquo In Studies in the history of art vol36 pp62-87
LEVY C amp PERNOT L (1997) Dire LbdquoEacutevidence Paris L‟Harmattan
LEHMANN-HARTLEBEN K (1941) ldquoThe Imagines of the Elder Philostratusrdquo The Art
Bulletin vol23 pp16-44
LISSARRAGUE F (1995) ldquoPhilostrate entre les images et les motsrdquo In POMMIER E
Histoire de l‟histoire de l‟art T1 de l‟Antiquiteacute au XVIIIegrave siegravecle Confeacuterences
du Museacutee du Louvre Paris Paris Museacutee du Louvre 1995 pp79-93
MANIERI A (1999) ldquoImagines Principi dell‟estetica filostrateardquo In QUCC 633
PP 111-121
MARCOS G E amp DIacuteAZ M E (ED) (2009) El surgimiento de la phantasiacutea en la Grecia
Claacutesica Buenos Aires Prometeo Libros
MARTINS P (2005) ldquoEneacuteias se reconhecerdquo In Letras Claacutessicas Satildeo Paulo
Humanitas
___________(2006)ldquoTropos na Eneida e uma imagem metafoacutericardquo In Martinho dos
Santos Marcos (org) ndash 1ordm Simpoacutesio de Estudos Claacutessicos Satildeo Paulo
Humanitas pp 91-118
___________ (2008) ldquoPolignoto Paacuteuson Dioniacutesio e Zecircuxis ndash Uma leitura da pintura
antiga claacutessica gregardquo [Aguarda publicaccedilatildeo Campinas IELUNICAMP
Revista Phaos]
___________ (2010) ldquoCicero The Picturing a Rhetoricrdquo [Aguarda Referee]
19
___________(2010) ldquoBreve Criacutetica da Histoacuteria da Literatura Latinardquo [Aguarda
Publicaccedilatildeo em Classica]
MCMAHON A P (1931) ldquoSextus Empiricus and the Artsrdquo Harvard Studies in
Classical Philology 42 pp 79-137
NEWBY Z (2009) ldquoAbsortion and erudition in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN
EWEN AND ELSNER JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge
University Press
NEWMAN S (2002) ldquoAristotle‟s Notion of bdquoBringing-Before-the-Eyes‟ Its
Contibutionss to Aristotelian and Contemporary Conceptualizations of
Metaphor Style and Audiencerdquo In Rhetorica 201 pp 1-23
PASTOUREAU M et GRAZIANI F(1996) ldquoFlux et reflux de l‟iconologie Philostrate les
Images ou tableaux de platte-peinture traduction et commentaires de Blaise de
Vigenegravere 1587rdquo In Critique vol52 ndeg589-590 pp556-560
PHILLIP J A (1961) ldquoMimesis in the Sophistes of Platordquo In Transactions and
Procedures of the American Philological Associationrdquo vol 92 pp 453- 468
PINEDA V(2000) ldquoLa invencioacuten de la eacutecfrasisrdquo In VV AA Homenaje a la Profesora
Carmen Peacuterez Romero Universidad de Extremadura Facultad de Filosofiacutea y
Letras pp 251-69
QUET MH(2006) ldquoVoir entendrese ressouvenir Cadre circonstances et objectif de
l‟aprentissage d‟un plaisir culturel ltlthellenegtgt d‟apregraves le teimognage du
prologue des Images de Philostrate In COSTANTINI M GRAZIANI F ET
ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage sophistique La
Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes
RODOLPHO M (2010) Eacutecfrase e Evidecircncia nas Letras Latinas Doutrina e Praacutexis
Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada junto ao DLCVPPGLCFFLCH da
Universidade de Satildeo Paulo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Paulo Martins
ROSENTHAL O ET JOURDE M (1995) ldquoCe qu‟on entend dans les Images Philostrate
Vigenegravere 1578rdquo In Michel G amp Jourde M L‟inscription du regard Moyen-
Acircge Renaissance Fontenay-aux-Roses ENS (collection Signes)
ROUGET F (1997) ldquoLes Images ou tableaux de platte-peinture de PhilostraterdquoIn
Sixteenth Century Journal284 pp1380-1382
SHAFFER D (1998) ldquoEkphrasis and the Rhetoric of Viewing in Philostratus‟s
Imaginary Museumrdquo In Philosophy amp Rhetoric 314 pp303-316
SILVERMAN A (1991) ldquoPlato on Phantasiardquo In Classical Antiquity 1991 vol10 nordm1
SQUAIRE M (2009) Image and Text in Greco-Roman Antiquity Cambridge
Cambridge University Press
20
SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review
8 1 Pp 5-21
SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER
JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge
Cambridge Univeristy Press
TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo
In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73
WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to
Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New
York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810
WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory
and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited
WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of
Imitation New York Oxford University Press
_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S
HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge
Univeristy Press
YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp
11
age sobre o ouvinterdquo14
Desta maneira o referente da eacutecfrase tem valor secundaacuterio e o
que importa eacute o impacto sobre a audiecircncia a eacutecfrasetransforma pois os ouvintes e
leitores em expectadores15
Compreendendo-se eacutecfrase dessa maneira observamos que designa um recurso
utilizado em vaacuterios gecircneros de discurso desde a ceacutelebre descriccedilatildeo do escudo de Aquiles
na Iliacuteada os idiacutelios de Teacuteoacutecrito e Mosco e os epigramas da Antologia ateacute os discursos
judiciaacuterios em Roma
Filoacutestrato pela primeira vez em Imagens transforma este recurso no foco principal de
uma obra ndash assim aquilo que era conteuacutedo presente em diversos gecircneros passa a ser o
continente a moldura ou seja uma sineacutedoque de gecircnero letrado
O autor natildeo apenas descreve as pinturas como faz uso de toda a variedade de
possibilidades do tropo ndash passa de narrativas miacuteticas a descriccedilotildees de paisagens de
personificaccedilotildees a naturezas mortas ndash e apresenta como pinturas temas letrados que
fazem parte de outros gecircneros ndash eacutepico bucoacutelico traacutegico etc ndash que contecircm por sua
vez eacutecfrases em si mesmos16
Podemos assim dizer que a eacutecfrase aqui se autonomiza deixa de ser recurso e passa a
ser um fim constituindo-se num gecircnero
24 Imagem mimese e educaccedilatildeo
O proacutelogo de Filoacutestrato em Imagens
Filoacutestrato inicia o proacutelogo de Imagens afirmando que quem despreza a pintura despreza
a verdade e a sabedoria Mais adiante afirma que somente a pintura eacute capaz de mostrar
o verdadeiro caraacuteter dos herois por meio de suas expressotildees faciais Aleacutem disso afirma
tambeacutem o caraacuteter didaacutetico de sua exposiccedilatildeo
Nesta pesquisa investigaremos a relaccedilatildeo entre a obra e as concepccedilotildees de como as artes
mimeacuteticas se relacionavam com a educaccedilatildeo pois se por um lado Filoacutestrato identifica a
sophia com o domiacutenio das vaacuterias technai segundo um modelo platocircnico por outro
afirma que a pintura conteacutem em si a verdade ndash em uma posiccedilatildeo contraacuteria agrave da
14
(WEBB 20095) 15
id ib 16
(ELSNER 200915)
12
Academia - e que eacute possiacutevel ensinar os jovens por meio dela Para tanto consultaremos
outras fontes antigas com as quais Filoacutestrato dialoga Platatildeo na Repuacuteblica e o Sofista
Aristoacuteteles na Poeacutetica Retoacuterica e Poliacutetica Longino no Tratado do Sublime Dioniacutesio
de Halicarnasso no Tratado da Imitaccedilatildeo Horaacutecio na Arte Poeacutetica e Plutarco
3Traduccedilatildeo
Apresento aqui uma primeira traduccedilatildeo ainda natildeo anotada do quadro 6 ndash Amores
ΕΡΩΤΕΣ
Μλα Ἔρωτες ἰδοὺ τρυγῶσιν εἰ δὲ πλθος αὐτῶν
μὴ θαυμάσῃς Νυμφῶν γὰρ δὴ παῖδες οὗτοι
γίνονται τὸ θνητὸν ἅπαν διακυβερνῶντες πολλοὶ
διὰ πολλά ὧν ἐρῶσιν ἄνθρωποι τὸν δὲ οὐράνιόν
φασιν ἐν τῷ οὐρανῷ πράττειν τὰ θεῖα μῶν ἐπῄσθου
τι τς ἀνὰ τὸν κπον εὐωδίας ἢ βραδύνει σοι τοῦτο
ἀλλὰ προθύμως ἄκουε προσβαλεῖ γάρ σε μετὰ τοῦ
λόγου καὶ τὰ μλα
AMORES
Olhe Os Amores estatildeo colhendo maccedilatildes Se haacute
muitos natildeo se espante Satildeo filhos das ninfas
governam tudo o que eacute mortal e satildeo muitos pois
muitas satildeo as coisas que os homens amam Dizem
que um deles celeste rege ateacute mesmo os assuntos
divinos Vocecirc natildeo sente um doce aroma que vem
do pomar ou isso lhe eacute imperceptiacutevel Mas escute
com boa vontade pois as maccedilatildes com minhas
palavras vatildeo atingi-lo
ὄρχοι μὲν οὗτοι φυτῶν ὀρθοὶ πορεύονται τοῦ μέσου
δὲ αὐτῶν ἐλευθερία βαδίζειν πόα δὲ ἁπαλὴ κατέχει
τοὺς δρόμους οἵα καὶ κατακλιθέντι στρωμνὴ εἶναι
Estas fileiras de aacutervores alinham-se perfeitamente
e haacute espaccedilo entre elas para caminhar Uma relva
recobre suave os caminhos e serve de leito m13cio
aos que nela se deitam
ἀπ ἄκρων δὲ τῶν ὄζων μλα χρυσᾶ καὶ πυρσὰ καὶ
ἡλιώδη προσάγονται τὸν ἑσμὸν ὅλον τῶν ρώτων
γεωργεῖν αὐτά φαρέτραι μὲν οὖν χρυσόπαστοι καὶ
χρυσᾶ καὶ τὰ ἐν αὐταῖς βέλη γυμνὴ τούτων ἡ ἀγέλη
πᾶσα καὶ κοῦφοι διαπέτονται περιαρτήσαντες αὐτὰ
ταῖς μηλέαις αἱ δὲ ἐφεστρίδες αἱ ποικίλαι κεῖνται μὲν
ἐν τῆ πόᾳ μυρία δὲ αὐτῶν τὰ ἄνθη οὐδὲ
ἐστεφάνωνται τὰς κεφαλὰς ὡς ἀποχρώσης αὐτοῖς
τς κόμης πτερὰ δὲ κυάνεα καὶ φοινικᾶ καὶ χρυσᾶ
ἐνίοις μόνον οὐ καὐτὸν πλήττει τὸν ἀέρα ξὺν
ἁρμονίᾳ μουσικῆ
Da ponta dos galhos brilham maccedilatildes cor de ouro
vermelho-fogo e amarelo-sol oferecendo-se a
todo o bando de Amores para serem colhidas
Aljavas cravejadas de ouro guardam flechas
aacuteureas e o bando esvoaccedila leve apoacutes penduraacute-las
nas macieiras Suas capas bordadas estendem-se
pela relva e delas emana o brilho de miriacuteades de
cores Guirlandas natildeo lhes enfeitam a cabeccedila
bastam os cabelos As asas azul-mar puacuterpura e
em alguns douradas vibram o ar e em harmonia
produzem quase muacutesica
φεῦ τῶν ταλάρων εἰς οὓς ἀποτίθενται τὰ μλα ὡς
πολλὴ μὲν περὶ αὐτοὺς ἡ σαρδώ πολλὴ δὲ ἡ
σμάραγδος ἀληθὴς δ ἡ μάργηλις ἡ συνθήκη δὲ
Veja as cest13s que lindas crivadas de
sardocircnicas esmeraldas e peacuterolas verdadeiras
Decerto obra de Hefesto Ali guardam as maccedilatildes
Mas de escadas feitas pelo deus os Amores natildeo
precisam voando alcanccedilam as maccedilatildes no alto das
13
αὐτῶν Ἡφαίστου νοείσθω οὐ δὲ κλιμάκων δέονται
πρὸς τὰ δένδρα παρ αὐτοῦ ὑψοῦ γὰρ καὶ ἐς αὐτὰ
πέτονται τὰ μλα
aacutervores
καὶ ἵνα μὴ τοὺς χορεύοντας λέγωμεν ἢ τοὺς
διαθέοντας ἢ τοὺς καθεύδοντας ἢ ὡς γάνυνται τῶν
μήλων ἐμφαγόντες ἴδωμεν ὅ τι ποτὲ οὗτοι νοοῦσιν
Nem vou falar dos que danccedilam em roda dos que
correm dos que estatildeo deitados e dos que se
alegram comendo as maccedilatildes mas vejamos o que
estes outr13s significam
οἱ γὰρ κάλλιστοι τῶν ρώτων ἰδοὺ τέτταρες
ὑπεξελθόντες τῶν ἄλλων δύο μὲν αὐτῶν
ἀντιπέμπουσι μλον ἀλλήλοις ἡ δὲ ἑτέρα δυὰς ὁ μὲν
τοξεύει τὸν ἕτερον ὁ δὲ ἀντιτοξεύει καὶ οὐδὲ ἀπειλὴ
τοῖς προσώποις ἔπεστιν ἀλλὰ καὶ στέρνα
παρέχουσιν ἀλλήλοις ἵν13ἐκεῖ που τὰ βέλη περάσῃ
καλὸν τὸ αἴνιγμα σκόπει γάρ εἴ που ξυνίημι τοῦ
ζωγράφου
Olhe Quatro dos mais belos Amores escapam
discretamente dos outros Dois deles brincam
jogando uma maccedilatilde de um para o outro os outros
dois um flecha o outro que13revida No rosto
nenhuma raiva mas oferecem o peito um ao outro
para que as flechas acertem bem ali Belo enigma
Agora veja se eu consigo compreender o pintor
φιλία ταῦτα ὦ παῖ καὶ ἀλλήλων ἵμερος Menino isso eacute o Amor e o desejo que tecircm um
pelo 13utro
οἱ μὲν γὰρ διὰ τοῦ μήλου παίζοντες πόθου ἄρχονται
ὅθεν ὁ μὲν ἀφίησι φιλήσας τὸ μλον ὁ δὲ ὑπτίαις
αὐτὸ ὑποδέχεται ταῖς χερσὶ δλον ὡς ἀντι φιλήσων
εἰ λάβοι καὶ ἀντιπέμψων αὐτό τὸ δὲ τῶν τοξοτῶν
ζεῦγος ἐμπεδοῦσιν ἔρωτα ἤδη φθάνοντα καὶ φημὶ
τοὺς μὲν παίζειν ἐπὶ τῷ ἄρξασθαι τοῦ ἐρᾶν τοὺς δὲ
τοξεύειν ἐπὶ τῷ μὴ λξαι τοῦ πόθου
Os que brincam com a maccedilatilde estatildeo comeccedilando a
se desejar O que primeiro lanccedila a maccedilatilde a beija e
o outro com as matildeos estendidas para beijaacute-la se
a pega joga-a de volta13A dupla que desfere
flechas estaacute confirmando um amor jaacute existente
Por isso eu digo que os que brincam estatildeo
comeccedilando a se amar os outros dois atiram-se
flechas para que o desejo natildeo acabe
ἐκεῖνοι μὲν οὖν περὶ οὓς οἱ πολλοὶ θεαταί θυμῷ
συμπεπτώκασι καὶ ἔχει τις αὐτοὺς πάλη λέξω καὶ
τὴν πάλην καὶ γὰρ τοῦτο ἐκλιπαρεῖς ὁ μὲν ᾕρηκε
τὸν ἀντίπαλον περιπτὰς αὐτῷ κατὰ τῶν νώτων καὶ
εἰς πνῖγμα ἀπολαμβάνει καὶ καταδεῖ τοῖς σκέλεσιν ὁ
δὲ οὔτε ἀπαγορεύει καὶ ὀρθὸς ὑπανίσταται καὶ
διαλύει τὴν χεῖρα ὑφ ἧς ἄγχoεται στρεβλώσας ἕνα
τῶν δακτύλων μεθ ὃν οὐκέτι οἱ λοιποὶ ἔχουσιν οὐδέ
εἰσιν ἐν τῷ ἀπρίξ ἀλγεῖ δὲ ltὁgt στρεβλούμενος καὶ
κατεσθίει τοῦ ltσυμgtπαλαιστοῦ τὸ οὖς ὅθεν
δυσχεραίνουσιν οἱ θεώμενοι τῶν ρώτων ὡς
ἀδικοῦντι καὶ ἐκπαλαίοντι καὶ μήλοις αὐτὸν
καταλιθοῦσι
Aqueles outros em torno dos quais haacute muitos
espectadores caem um sobre o outro com ardor
a lutar Vou descrever a luta jaacute que assim vocecirc
tanto quer voando um deles segura o oponente
por traacutes sufocando-o e prendendo-lhe as pernas
Mas este natildeo desiste e se levanta Solta a matildeo que
o sufoca torcendo-lhe um dos dedos o que tira a
forccedila dos outros que aliviam o aperto e a asfixia
O que tem o dedo torcido sentindo dor empurra
o oponente com a matildeo mordendo-lhe a orelha
Mas os expectadores natildeo tolerando o lutador
desleal ldquoapedrejam-nordquo de maccedilatildes
μηδὲ ὁ λαγὼς ἡμᾶς ἐκεῖνος διαφυγέτω
συνθηράσωμεν δὲ αὐτὸν τοῖς Ἔρωσι τοῦτο τὸ
θηρίον ὑποκαθήμενον ταῖς μηλέαις καὶ σιτούμενον
Natildeo deixemos que aquela lebre nos escape
Vamos caccedilaacute-la junto com os Amores Ela estaacute
sentada sob as macieiras comendo as maccedilatildes
caiacutedas no chatildeo deixando muitas comidas apenas
14
τὰ πίπτοντα εἰς γν μλα πολλὰ δὲ καὶ ἡμίβρωτα
καταλεῖπον διαθηρῶσιν οὗτοι καὶ καταράσσουσιν ὁ
μὲν κρότῳ χειρῶν ὁ δὲ κεκραγώς ὁ δὲ ἀνασείων
τὴν χλαμύδα καὶ οἱ μὲν ὑπερπέτονται τοῦ θηρίου
καταβοῶντες οἱ δὲ μεθέπουσιν αὐτὸ πεζοὶ κατ
ἴχνος ὁ δ ὡς ἐπιρρίψων ἑαυτὸν ὥρμησε καὶ τὸ
θηρίον ἄλλην ἐτράπετο ὁ δὲ ἐπιβουλεύει τῷ σκέλει
τοῦ λαγώ τὸν δὲ καὶ διωλίσθησεν ᾑρηκότα
pela metade e eles a caccedilam e perseguem Este
aqui batendo as matildeos aquele gritando aquele
outro agitando o manto Alguns gritando voam
sobre a lebre outros datildeo-lhe caccedila a peacute Um deles
se lanccedila sobre ela O animal se esquiva outro
deles tenta pegaacute-la pelas patas de traacutes e pega mas
ela escapa
γελῶσιν οὖν καὶ καταπεπτώκασιν ὁ μὲν ἐς πλευράν
ὁ δὲ πρηνής οἱ δὲ ὕπτιοι πάντες δὲ ἐν τοῖς τς
διαμαρτίας σχήμασι τοξεύει δὲ οὐδείς ἀλλὰ
πειρῶνται αὐτὸν ἑλεῖν ζῶντα ἱερεῖον τῆ Ἀφροδίτῃ
ἥδιστον
Entatildeo rindo e se jogando no chatildeo uns de lado
outros de bruccedilos e outros ainda de costas todos se
mostram desapontados Nenhum deles despede
flechas mas todos tentam pegar a lebre com a
matildeo viva para oferececirc-la em sacrifiacutecio e deleitar
Afrodite
οἶσθα γάρ που τὸ περὶ τοῦ λαγὼ λεγόμενον ὡς
πολὺ τς Ἀφροδίτης μέτεστιν αὐτῷ λέγεται οὖν περὶ
μὲν τοῦ θήλεος θηλάζειν τε αὐτὸ ἃ ἔτεκε καὶ
ἀποτίκτειν πάλιν ἐπὶ ταὐτῷ γάλακτικαὶ ἐπικυΐσκει δὲ
καὶ οὐδὲ εἷς χρόνος αὐτῷ τοῦ τοκετοῦ κενός
Vocecirc sabe que se diz sobre a lebre que nela haacute
muito de Afrodite Diz-se da fecircmea que
amamenta os que gerou e concebe novamente
enquanto ainda estaacute amamentando E ateacute
emprenha quando jaacute se encontra prenhe e em
nenhum momento seu ventre encontra-se
infecundo
τὸ δὲ ἄρρεν σπείρει τε ὡς φύσις ἀρρένων καὶ
ἀποκυΐσκει παρ ὃ πέφυκεν οἱ δὲ ἄτοποι τῶν
ἐραστῶν καὶ πειθώ τινα ἐρωτικὴν ἐν αὐτῷ
κατέγνωσαν βιαίῳ τέχνῃ τὰ παιδικὰ θηρώμενοι
O macho gera filhotes segundo a natureza dos
machos e tambeacutem fica prenhe contrariamente ao
que eacute natural Assim os pervetidos dentre os
amantes observaram neste animal certa persuasatildeo
eroacutetica quando perseguem meninos com
artifiacutecios violentos
ταῦτα μὲν οὖν καταλίπωμεν ἀνθρώποις ἀδίκοις καὶ
ἀναξίοις τοῦ ἀντερᾶσθαι σὺ δέ μοι τὴν Ἀφροδίτην
βλέπε ποῦ δὴ καὶ κατὰ τί τῶν μήλων ἐκείνῃ ὁρᾷς
τὴν ὕπαντρον πέτραν ἧς νᾶμα κυανώτατον
ὑπεκτρέχει χλωρόν τε καὶ πότιμον ὃ δὴ καὶ
διοχετεύεται ποτὸν εἶναι ταῖς μηλέαις ἐνταῦθά μοι
τὴν Ἀφροδίτην νόει Νυμφῶν οἶμαι αὐτὴν ἱδρυμένων
ὅτι αὐτὰς ἐποίησεν ρώτων μητέρας καὶ διὰ τοῦτο
εὔπαιδας
Mas deixemos esses assuntos aos homens injustos
e indignos de serem correspondidos no amor e
vocecirc junto comigo olhe para Afrodite Mas onde
estaacute e em que parte do pomar Vocecirc vecirc uma
gruta donde corre um fio de aacutegua do mais puro
azul fresca e potaacutevel que se ramifica para matar
a sede das macieiras Perceba Afrodite laacute creio
que as ninfas lhe dedicaram um templo por tecirc-las
feito matildees dos Amores e por isso matildees
afortunadas
καὶ κάτοπτρον δὲ τὸ ἀργυροῦν καὶ τὸ ὑπόχρυ σον
ἐκεῖνο σανδάλιον καὶ αἱ περόναι αἱ χρυσαῖ ταῦτα
πάντα οὐκ ἀργῶς ἀνπται λέγει δὲ ltἈφροδίτηςgt
O espelho prateado as sandaacutelias douradas e os
broches de ouro tudo ali dedicado natildeo sem
motivo Dizem pertencer a Afrodite pois isso estaacute
gravado neles e mostra que satildeo oferendas das
Ninfas
15
εἶναι καὶ γέγραπται τοῦτο καὶ Νυμφῶν δῶρα εἶναι
λέγεται
καὶ οἱ Ἔρωτες δὲ ἀπάρχονται τῶν μήλων καὶ
περιεστῶτες εὔχονται καλὸν αὐτοῖς εἶναι
Os Amores oferecem a Afrodite as primiacutecias das
macieiras e circundando-a rogam-lhe que seu
pomar seja belo
V Cronograma
1ordm Semestre de 2011
Traduccedilatildeo do Livro I
Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico
Leitura e fichamento de referecircncias modernas
Cursar uma disciplina
2ordm Semestre de 2011
Traduccedilatildeo do Livro II
Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico
Leitura e fichamento de referecircncias modernas
Cursar uma disciplina
1ordm Semestre de 2012
Redaccedilatildeo do primeiro e segundo Capiacutetulos
Cursar uma disciplina
2ordm Semestre de 2012
Redaccedilatildeo do terceiro e quarto capiacutetulos
1ordm Semestre de 2013
Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo
2ordm Semestre de 2013
Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo
Revisatildeo final da Dissertaccedilatildeo e da Traduccedilatildeo
VI Bibliografia essencial Parte significativa da bibliografia apresentada aqui foi apenas levantada
Referecircncias Antigas
ARISTOacuteTELES (2006) De anima Trad Maria Ceciacutelia Gomes dos Reis Satildeo Paulo
Editora 34
____________ (1973) Poeacutetica Trad Eudoro de Souza Satildeo Paulo Ars Poetica
____________ (1985) PoliacuteticaTrad Maacuterio da Gama Kury Brasiacutelia Editora da
Universidade de Brasiacutelia
16
____________ (1998) Retoacuterica Trad Manuel Alexandre Juacutenior Paulo F Alberto e
Abel do N Pena Lisboa Casa da Moeda
DIONIacuteSIO DE HALICARNASSO (1986) Tratado da Imitaccedilatildeo Traduccedilatildeo e ediccedilatildeo de Raul
Miguel Rosado Fernandes Lisboa INIC
HORAacuteCIO(1984) Arte Poeacutetica Trad R M Rosado Fernandes Lisboa Inqueacuterito
LONGINO (1997) Do Sublime In A Poeacutetica Claacutessica Trad Jaime Bruna Satildeo Paulo
Cultrix
PLATAtildeO (2000) A Repuacuteblica Trad Carlos Alberto Nunes Paraacute Editora Universitaacuteria
UFPA
_______ (1952) Sophist In Plato Trad Harold N Fowler London The Loeb
Classical Library
PLUTARCO(1927 REPRINT 1986) The education of childre How a young man should
study poetry On listening to lectures in Moralia Trad Frank Cole Babbit
London Loeb Classical Library
QUINTILIANO (1979-89) The Institutio Oratoria Trad H E Butler London Loeb
Classical Library
SEXTO EMPIRICO (1997) Against the Physicists Against the Ethicists Trad RG
Bury London Loeb Classical Library
_______________ (1987) Against the Professors Trad RG Bury London Loeb
Classical Library
Referecircncias Modernas
ANDERSON G (1993) The Second Sophistic A Cultural Phenomenon in the Roman
Empire New York Routledge
BEALL SM (1993) ldquoWord-painting in the bdquoImagines‟ of the Elder Philostratusrdquo In
Hermes 1213 pp350-363
BENEDIKTSON D T (2000) Literature and the Visual Arts in Ancient Greece
Oklahoma University of Oklahoma Press Norman Publisihing Division of the
University
BERTRAND E(1882) Un critique d‟art dans l‟Antiquiteacute Philostrate et son eacutecole Paris
Thorin 1882 in-8 367p (appendice avec traduction d‟un choix de tableaux)
BILLAULT A (2000) L‟univers de Philostrate Bruxelles Latomus
BORG B E (ed) (2004) Paideia The World of the 2nd
Sophistic Berlin Walter de
Gryter Grub H
BOWIE E amp ELSNER J (2009) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
17
BOWIE E (2009) ldquoPhilostratus the life of a sophistrdquo In BOWIE E ET ELSNER J
(ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
BOWIE EWEN AND ELSNER JAS (ED) (2009) Philostratus Cambridge Cambridge
University Press
BRYSON N (1994) ldquoPhilostratus and the Imaginary Museumrdquo In Simon Goldhill Art
and Text in Ancient Greek Culture Cambridge Cambridge University Press
CONAN M (1987) ldquoThe Imagines of Philostratusrdquo In Word amp Image vol3 ndeg2
pp162-171
CONSTANTINI M GRAZIANI F ET ROLET S(2006) Le deacutefi de lart Philostrate
Callistrate et limage sophistique La Licorne 75 Rennes Presses
Universitaires de Rennes
CORREA PC Filoacutestrato o Velho In Jacqueline Lichtenstein Magnoacutelia Costa (Org)
A Pintura Textos essenciais VolI O mito da pintura 1 ed Satildeo Paulo Editora
34 2004 v 1 p 27-29
CRESCENZO R(1999) Peintures d‟instruction la posteacuteriteacute litteacuteraire des Images de
Philostrate en France de Blaise de Vigenegravere agrave l‟eacutepoque classique Genegraveve Droz
CRIBIORE R (2001) Gymnastics of the Mind Greek Education in Hellenistic and
Roman Egypt Princeton Princeton University Press
DE LANNOY L(1997) Le problegraveme des Philostrate (Eacutetat de la question)In ANRW
II343 2362-2449
DUBEL S (2009) ldquoColour in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER
JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
ELSNER J (2009) ldquoA Protean corpusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER JAS (ED)
Philostratus Cambridge Cambridge University Press
FOWLER D P (1991) ldquoNarrate and Describe The Problem of Ekphrasisrdquo In The
Journal of Roman Studies vol81 pp25-35
GOLDHILL S (2007) ldquoWhat is ekphrasis forrdquo In CP 1021 pp 1-19
GRAZIANI F (2006)rdquoLa veriteacute en image le method sophistiquerdquo In COSTANTINI M
GRAZIANI F ET ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage
sophistique La Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes
HAMON P (1981) ldquoRhetorical Status of Descriptiverdquo Trad Patricia Baudoin In Yale
French Studies nordm61 pp 1-26
JONES C P (2004) ldquoMultiple identities in the age of the Second Sophisticrdquo In BORG
B E (ed) Paideia The World of the 2nd
Sophistic Berlin Walter de Gryter
Grub H
18
JULIAacute V (ED) (2001) Los Antiguos Griegos y su lenguaBuenos Aires Biblos
KOORTBOJIAN M (2005) ldquoMimesis or Phantasia Two Representional Modes in
Roman Commemorative Artrdquo In Classical Antiquity vol24 nordm2 pp285-311
KOSTOPOULOU V (2009) ldquoPhilostratus‟ Imagines 218 Words and Imagesrdquo In
GRBS 49 Pp 81-100
KRIEGER M (1992) Ekphrasis The Illusion of the Natural Sign London The Johns
Hopkins University Press
KUNZ D (1997) Un sentiment d‟image Poeacutetique ndeg112 pp461-474
LAUSBERG H (1966) Manual de Retoacuterica Literaria Trad R M Rosado Fernandes
Lisboa Fund Calouste Gulbenkian
LEACH E W (2000) ldquoNarrative Space and the Viewer in Philostratus‟ Eikonesrdquo In
Mitteilungen des Deutschen Archaumlologishen Institutes Roumlmische Abteilung
(Mainz am Rhein Verlag Philipp von Zabern) vol107 pp237-252
____________________ (1992) ldquoPolyphemus in Landscape Traditions of Pastoral
Courtshiprdquo In Studies in the history of art vol36 pp62-87
LEVY C amp PERNOT L (1997) Dire LbdquoEacutevidence Paris L‟Harmattan
LEHMANN-HARTLEBEN K (1941) ldquoThe Imagines of the Elder Philostratusrdquo The Art
Bulletin vol23 pp16-44
LISSARRAGUE F (1995) ldquoPhilostrate entre les images et les motsrdquo In POMMIER E
Histoire de l‟histoire de l‟art T1 de l‟Antiquiteacute au XVIIIegrave siegravecle Confeacuterences
du Museacutee du Louvre Paris Paris Museacutee du Louvre 1995 pp79-93
MANIERI A (1999) ldquoImagines Principi dell‟estetica filostrateardquo In QUCC 633
PP 111-121
MARCOS G E amp DIacuteAZ M E (ED) (2009) El surgimiento de la phantasiacutea en la Grecia
Claacutesica Buenos Aires Prometeo Libros
MARTINS P (2005) ldquoEneacuteias se reconhecerdquo In Letras Claacutessicas Satildeo Paulo
Humanitas
___________(2006)ldquoTropos na Eneida e uma imagem metafoacutericardquo In Martinho dos
Santos Marcos (org) ndash 1ordm Simpoacutesio de Estudos Claacutessicos Satildeo Paulo
Humanitas pp 91-118
___________ (2008) ldquoPolignoto Paacuteuson Dioniacutesio e Zecircuxis ndash Uma leitura da pintura
antiga claacutessica gregardquo [Aguarda publicaccedilatildeo Campinas IELUNICAMP
Revista Phaos]
___________ (2010) ldquoCicero The Picturing a Rhetoricrdquo [Aguarda Referee]
19
___________(2010) ldquoBreve Criacutetica da Histoacuteria da Literatura Latinardquo [Aguarda
Publicaccedilatildeo em Classica]
MCMAHON A P (1931) ldquoSextus Empiricus and the Artsrdquo Harvard Studies in
Classical Philology 42 pp 79-137
NEWBY Z (2009) ldquoAbsortion and erudition in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN
EWEN AND ELSNER JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge
University Press
NEWMAN S (2002) ldquoAristotle‟s Notion of bdquoBringing-Before-the-Eyes‟ Its
Contibutionss to Aristotelian and Contemporary Conceptualizations of
Metaphor Style and Audiencerdquo In Rhetorica 201 pp 1-23
PASTOUREAU M et GRAZIANI F(1996) ldquoFlux et reflux de l‟iconologie Philostrate les
Images ou tableaux de platte-peinture traduction et commentaires de Blaise de
Vigenegravere 1587rdquo In Critique vol52 ndeg589-590 pp556-560
PHILLIP J A (1961) ldquoMimesis in the Sophistes of Platordquo In Transactions and
Procedures of the American Philological Associationrdquo vol 92 pp 453- 468
PINEDA V(2000) ldquoLa invencioacuten de la eacutecfrasisrdquo In VV AA Homenaje a la Profesora
Carmen Peacuterez Romero Universidad de Extremadura Facultad de Filosofiacutea y
Letras pp 251-69
QUET MH(2006) ldquoVoir entendrese ressouvenir Cadre circonstances et objectif de
l‟aprentissage d‟un plaisir culturel ltlthellenegtgt d‟apregraves le teimognage du
prologue des Images de Philostrate In COSTANTINI M GRAZIANI F ET
ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage sophistique La
Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes
RODOLPHO M (2010) Eacutecfrase e Evidecircncia nas Letras Latinas Doutrina e Praacutexis
Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada junto ao DLCVPPGLCFFLCH da
Universidade de Satildeo Paulo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Paulo Martins
ROSENTHAL O ET JOURDE M (1995) ldquoCe qu‟on entend dans les Images Philostrate
Vigenegravere 1578rdquo In Michel G amp Jourde M L‟inscription du regard Moyen-
Acircge Renaissance Fontenay-aux-Roses ENS (collection Signes)
ROUGET F (1997) ldquoLes Images ou tableaux de platte-peinture de PhilostraterdquoIn
Sixteenth Century Journal284 pp1380-1382
SHAFFER D (1998) ldquoEkphrasis and the Rhetoric of Viewing in Philostratus‟s
Imaginary Museumrdquo In Philosophy amp Rhetoric 314 pp303-316
SILVERMAN A (1991) ldquoPlato on Phantasiardquo In Classical Antiquity 1991 vol10 nordm1
SQUAIRE M (2009) Image and Text in Greco-Roman Antiquity Cambridge
Cambridge University Press
20
SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review
8 1 Pp 5-21
SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER
JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge
Cambridge Univeristy Press
TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo
In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73
WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to
Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New
York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810
WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory
and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited
WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of
Imitation New York Oxford University Press
_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S
HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge
Univeristy Press
YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp
12
Academia - e que eacute possiacutevel ensinar os jovens por meio dela Para tanto consultaremos
outras fontes antigas com as quais Filoacutestrato dialoga Platatildeo na Repuacuteblica e o Sofista
Aristoacuteteles na Poeacutetica Retoacuterica e Poliacutetica Longino no Tratado do Sublime Dioniacutesio
de Halicarnasso no Tratado da Imitaccedilatildeo Horaacutecio na Arte Poeacutetica e Plutarco
3Traduccedilatildeo
Apresento aqui uma primeira traduccedilatildeo ainda natildeo anotada do quadro 6 ndash Amores
ΕΡΩΤΕΣ
Μλα Ἔρωτες ἰδοὺ τρυγῶσιν εἰ δὲ πλθος αὐτῶν
μὴ θαυμάσῃς Νυμφῶν γὰρ δὴ παῖδες οὗτοι
γίνονται τὸ θνητὸν ἅπαν διακυβερνῶντες πολλοὶ
διὰ πολλά ὧν ἐρῶσιν ἄνθρωποι τὸν δὲ οὐράνιόν
φασιν ἐν τῷ οὐρανῷ πράττειν τὰ θεῖα μῶν ἐπῄσθου
τι τς ἀνὰ τὸν κπον εὐωδίας ἢ βραδύνει σοι τοῦτο
ἀλλὰ προθύμως ἄκουε προσβαλεῖ γάρ σε μετὰ τοῦ
λόγου καὶ τὰ μλα
AMORES
Olhe Os Amores estatildeo colhendo maccedilatildes Se haacute
muitos natildeo se espante Satildeo filhos das ninfas
governam tudo o que eacute mortal e satildeo muitos pois
muitas satildeo as coisas que os homens amam Dizem
que um deles celeste rege ateacute mesmo os assuntos
divinos Vocecirc natildeo sente um doce aroma que vem
do pomar ou isso lhe eacute imperceptiacutevel Mas escute
com boa vontade pois as maccedilatildes com minhas
palavras vatildeo atingi-lo
ὄρχοι μὲν οὗτοι φυτῶν ὀρθοὶ πορεύονται τοῦ μέσου
δὲ αὐτῶν ἐλευθερία βαδίζειν πόα δὲ ἁπαλὴ κατέχει
τοὺς δρόμους οἵα καὶ κατακλιθέντι στρωμνὴ εἶναι
Estas fileiras de aacutervores alinham-se perfeitamente
e haacute espaccedilo entre elas para caminhar Uma relva
recobre suave os caminhos e serve de leito m13cio
aos que nela se deitam
ἀπ ἄκρων δὲ τῶν ὄζων μλα χρυσᾶ καὶ πυρσὰ καὶ
ἡλιώδη προσάγονται τὸν ἑσμὸν ὅλον τῶν ρώτων
γεωργεῖν αὐτά φαρέτραι μὲν οὖν χρυσόπαστοι καὶ
χρυσᾶ καὶ τὰ ἐν αὐταῖς βέλη γυμνὴ τούτων ἡ ἀγέλη
πᾶσα καὶ κοῦφοι διαπέτονται περιαρτήσαντες αὐτὰ
ταῖς μηλέαις αἱ δὲ ἐφεστρίδες αἱ ποικίλαι κεῖνται μὲν
ἐν τῆ πόᾳ μυρία δὲ αὐτῶν τὰ ἄνθη οὐδὲ
ἐστεφάνωνται τὰς κεφαλὰς ὡς ἀποχρώσης αὐτοῖς
τς κόμης πτερὰ δὲ κυάνεα καὶ φοινικᾶ καὶ χρυσᾶ
ἐνίοις μόνον οὐ καὐτὸν πλήττει τὸν ἀέρα ξὺν
ἁρμονίᾳ μουσικῆ
Da ponta dos galhos brilham maccedilatildes cor de ouro
vermelho-fogo e amarelo-sol oferecendo-se a
todo o bando de Amores para serem colhidas
Aljavas cravejadas de ouro guardam flechas
aacuteureas e o bando esvoaccedila leve apoacutes penduraacute-las
nas macieiras Suas capas bordadas estendem-se
pela relva e delas emana o brilho de miriacuteades de
cores Guirlandas natildeo lhes enfeitam a cabeccedila
bastam os cabelos As asas azul-mar puacuterpura e
em alguns douradas vibram o ar e em harmonia
produzem quase muacutesica
φεῦ τῶν ταλάρων εἰς οὓς ἀποτίθενται τὰ μλα ὡς
πολλὴ μὲν περὶ αὐτοὺς ἡ σαρδώ πολλὴ δὲ ἡ
σμάραγδος ἀληθὴς δ ἡ μάργηλις ἡ συνθήκη δὲ
Veja as cest13s que lindas crivadas de
sardocircnicas esmeraldas e peacuterolas verdadeiras
Decerto obra de Hefesto Ali guardam as maccedilatildes
Mas de escadas feitas pelo deus os Amores natildeo
precisam voando alcanccedilam as maccedilatildes no alto das
13
αὐτῶν Ἡφαίστου νοείσθω οὐ δὲ κλιμάκων δέονται
πρὸς τὰ δένδρα παρ αὐτοῦ ὑψοῦ γὰρ καὶ ἐς αὐτὰ
πέτονται τὰ μλα
aacutervores
καὶ ἵνα μὴ τοὺς χορεύοντας λέγωμεν ἢ τοὺς
διαθέοντας ἢ τοὺς καθεύδοντας ἢ ὡς γάνυνται τῶν
μήλων ἐμφαγόντες ἴδωμεν ὅ τι ποτὲ οὗτοι νοοῦσιν
Nem vou falar dos que danccedilam em roda dos que
correm dos que estatildeo deitados e dos que se
alegram comendo as maccedilatildes mas vejamos o que
estes outr13s significam
οἱ γὰρ κάλλιστοι τῶν ρώτων ἰδοὺ τέτταρες
ὑπεξελθόντες τῶν ἄλλων δύο μὲν αὐτῶν
ἀντιπέμπουσι μλον ἀλλήλοις ἡ δὲ ἑτέρα δυὰς ὁ μὲν
τοξεύει τὸν ἕτερον ὁ δὲ ἀντιτοξεύει καὶ οὐδὲ ἀπειλὴ
τοῖς προσώποις ἔπεστιν ἀλλὰ καὶ στέρνα
παρέχουσιν ἀλλήλοις ἵν13ἐκεῖ που τὰ βέλη περάσῃ
καλὸν τὸ αἴνιγμα σκόπει γάρ εἴ που ξυνίημι τοῦ
ζωγράφου
Olhe Quatro dos mais belos Amores escapam
discretamente dos outros Dois deles brincam
jogando uma maccedilatilde de um para o outro os outros
dois um flecha o outro que13revida No rosto
nenhuma raiva mas oferecem o peito um ao outro
para que as flechas acertem bem ali Belo enigma
Agora veja se eu consigo compreender o pintor
φιλία ταῦτα ὦ παῖ καὶ ἀλλήλων ἵμερος Menino isso eacute o Amor e o desejo que tecircm um
pelo 13utro
οἱ μὲν γὰρ διὰ τοῦ μήλου παίζοντες πόθου ἄρχονται
ὅθεν ὁ μὲν ἀφίησι φιλήσας τὸ μλον ὁ δὲ ὑπτίαις
αὐτὸ ὑποδέχεται ταῖς χερσὶ δλον ὡς ἀντι φιλήσων
εἰ λάβοι καὶ ἀντιπέμψων αὐτό τὸ δὲ τῶν τοξοτῶν
ζεῦγος ἐμπεδοῦσιν ἔρωτα ἤδη φθάνοντα καὶ φημὶ
τοὺς μὲν παίζειν ἐπὶ τῷ ἄρξασθαι τοῦ ἐρᾶν τοὺς δὲ
τοξεύειν ἐπὶ τῷ μὴ λξαι τοῦ πόθου
Os que brincam com a maccedilatilde estatildeo comeccedilando a
se desejar O que primeiro lanccedila a maccedilatilde a beija e
o outro com as matildeos estendidas para beijaacute-la se
a pega joga-a de volta13A dupla que desfere
flechas estaacute confirmando um amor jaacute existente
Por isso eu digo que os que brincam estatildeo
comeccedilando a se amar os outros dois atiram-se
flechas para que o desejo natildeo acabe
ἐκεῖνοι μὲν οὖν περὶ οὓς οἱ πολλοὶ θεαταί θυμῷ
συμπεπτώκασι καὶ ἔχει τις αὐτοὺς πάλη λέξω καὶ
τὴν πάλην καὶ γὰρ τοῦτο ἐκλιπαρεῖς ὁ μὲν ᾕρηκε
τὸν ἀντίπαλον περιπτὰς αὐτῷ κατὰ τῶν νώτων καὶ
εἰς πνῖγμα ἀπολαμβάνει καὶ καταδεῖ τοῖς σκέλεσιν ὁ
δὲ οὔτε ἀπαγορεύει καὶ ὀρθὸς ὑπανίσταται καὶ
διαλύει τὴν χεῖρα ὑφ ἧς ἄγχoεται στρεβλώσας ἕνα
τῶν δακτύλων μεθ ὃν οὐκέτι οἱ λοιποὶ ἔχουσιν οὐδέ
εἰσιν ἐν τῷ ἀπρίξ ἀλγεῖ δὲ ltὁgt στρεβλούμενος καὶ
κατεσθίει τοῦ ltσυμgtπαλαιστοῦ τὸ οὖς ὅθεν
δυσχεραίνουσιν οἱ θεώμενοι τῶν ρώτων ὡς
ἀδικοῦντι καὶ ἐκπαλαίοντι καὶ μήλοις αὐτὸν
καταλιθοῦσι
Aqueles outros em torno dos quais haacute muitos
espectadores caem um sobre o outro com ardor
a lutar Vou descrever a luta jaacute que assim vocecirc
tanto quer voando um deles segura o oponente
por traacutes sufocando-o e prendendo-lhe as pernas
Mas este natildeo desiste e se levanta Solta a matildeo que
o sufoca torcendo-lhe um dos dedos o que tira a
forccedila dos outros que aliviam o aperto e a asfixia
O que tem o dedo torcido sentindo dor empurra
o oponente com a matildeo mordendo-lhe a orelha
Mas os expectadores natildeo tolerando o lutador
desleal ldquoapedrejam-nordquo de maccedilatildes
μηδὲ ὁ λαγὼς ἡμᾶς ἐκεῖνος διαφυγέτω
συνθηράσωμεν δὲ αὐτὸν τοῖς Ἔρωσι τοῦτο τὸ
θηρίον ὑποκαθήμενον ταῖς μηλέαις καὶ σιτούμενον
Natildeo deixemos que aquela lebre nos escape
Vamos caccedilaacute-la junto com os Amores Ela estaacute
sentada sob as macieiras comendo as maccedilatildes
caiacutedas no chatildeo deixando muitas comidas apenas
14
τὰ πίπτοντα εἰς γν μλα πολλὰ δὲ καὶ ἡμίβρωτα
καταλεῖπον διαθηρῶσιν οὗτοι καὶ καταράσσουσιν ὁ
μὲν κρότῳ χειρῶν ὁ δὲ κεκραγώς ὁ δὲ ἀνασείων
τὴν χλαμύδα καὶ οἱ μὲν ὑπερπέτονται τοῦ θηρίου
καταβοῶντες οἱ δὲ μεθέπουσιν αὐτὸ πεζοὶ κατ
ἴχνος ὁ δ ὡς ἐπιρρίψων ἑαυτὸν ὥρμησε καὶ τὸ
θηρίον ἄλλην ἐτράπετο ὁ δὲ ἐπιβουλεύει τῷ σκέλει
τοῦ λαγώ τὸν δὲ καὶ διωλίσθησεν ᾑρηκότα
pela metade e eles a caccedilam e perseguem Este
aqui batendo as matildeos aquele gritando aquele
outro agitando o manto Alguns gritando voam
sobre a lebre outros datildeo-lhe caccedila a peacute Um deles
se lanccedila sobre ela O animal se esquiva outro
deles tenta pegaacute-la pelas patas de traacutes e pega mas
ela escapa
γελῶσιν οὖν καὶ καταπεπτώκασιν ὁ μὲν ἐς πλευράν
ὁ δὲ πρηνής οἱ δὲ ὕπτιοι πάντες δὲ ἐν τοῖς τς
διαμαρτίας σχήμασι τοξεύει δὲ οὐδείς ἀλλὰ
πειρῶνται αὐτὸν ἑλεῖν ζῶντα ἱερεῖον τῆ Ἀφροδίτῃ
ἥδιστον
Entatildeo rindo e se jogando no chatildeo uns de lado
outros de bruccedilos e outros ainda de costas todos se
mostram desapontados Nenhum deles despede
flechas mas todos tentam pegar a lebre com a
matildeo viva para oferececirc-la em sacrifiacutecio e deleitar
Afrodite
οἶσθα γάρ που τὸ περὶ τοῦ λαγὼ λεγόμενον ὡς
πολὺ τς Ἀφροδίτης μέτεστιν αὐτῷ λέγεται οὖν περὶ
μὲν τοῦ θήλεος θηλάζειν τε αὐτὸ ἃ ἔτεκε καὶ
ἀποτίκτειν πάλιν ἐπὶ ταὐτῷ γάλακτικαὶ ἐπικυΐσκει δὲ
καὶ οὐδὲ εἷς χρόνος αὐτῷ τοῦ τοκετοῦ κενός
Vocecirc sabe que se diz sobre a lebre que nela haacute
muito de Afrodite Diz-se da fecircmea que
amamenta os que gerou e concebe novamente
enquanto ainda estaacute amamentando E ateacute
emprenha quando jaacute se encontra prenhe e em
nenhum momento seu ventre encontra-se
infecundo
τὸ δὲ ἄρρεν σπείρει τε ὡς φύσις ἀρρένων καὶ
ἀποκυΐσκει παρ ὃ πέφυκεν οἱ δὲ ἄτοποι τῶν
ἐραστῶν καὶ πειθώ τινα ἐρωτικὴν ἐν αὐτῷ
κατέγνωσαν βιαίῳ τέχνῃ τὰ παιδικὰ θηρώμενοι
O macho gera filhotes segundo a natureza dos
machos e tambeacutem fica prenhe contrariamente ao
que eacute natural Assim os pervetidos dentre os
amantes observaram neste animal certa persuasatildeo
eroacutetica quando perseguem meninos com
artifiacutecios violentos
ταῦτα μὲν οὖν καταλίπωμεν ἀνθρώποις ἀδίκοις καὶ
ἀναξίοις τοῦ ἀντερᾶσθαι σὺ δέ μοι τὴν Ἀφροδίτην
βλέπε ποῦ δὴ καὶ κατὰ τί τῶν μήλων ἐκείνῃ ὁρᾷς
τὴν ὕπαντρον πέτραν ἧς νᾶμα κυανώτατον
ὑπεκτρέχει χλωρόν τε καὶ πότιμον ὃ δὴ καὶ
διοχετεύεται ποτὸν εἶναι ταῖς μηλέαις ἐνταῦθά μοι
τὴν Ἀφροδίτην νόει Νυμφῶν οἶμαι αὐτὴν ἱδρυμένων
ὅτι αὐτὰς ἐποίησεν ρώτων μητέρας καὶ διὰ τοῦτο
εὔπαιδας
Mas deixemos esses assuntos aos homens injustos
e indignos de serem correspondidos no amor e
vocecirc junto comigo olhe para Afrodite Mas onde
estaacute e em que parte do pomar Vocecirc vecirc uma
gruta donde corre um fio de aacutegua do mais puro
azul fresca e potaacutevel que se ramifica para matar
a sede das macieiras Perceba Afrodite laacute creio
que as ninfas lhe dedicaram um templo por tecirc-las
feito matildees dos Amores e por isso matildees
afortunadas
καὶ κάτοπτρον δὲ τὸ ἀργυροῦν καὶ τὸ ὑπόχρυ σον
ἐκεῖνο σανδάλιον καὶ αἱ περόναι αἱ χρυσαῖ ταῦτα
πάντα οὐκ ἀργῶς ἀνπται λέγει δὲ ltἈφροδίτηςgt
O espelho prateado as sandaacutelias douradas e os
broches de ouro tudo ali dedicado natildeo sem
motivo Dizem pertencer a Afrodite pois isso estaacute
gravado neles e mostra que satildeo oferendas das
Ninfas
15
εἶναι καὶ γέγραπται τοῦτο καὶ Νυμφῶν δῶρα εἶναι
λέγεται
καὶ οἱ Ἔρωτες δὲ ἀπάρχονται τῶν μήλων καὶ
περιεστῶτες εὔχονται καλὸν αὐτοῖς εἶναι
Os Amores oferecem a Afrodite as primiacutecias das
macieiras e circundando-a rogam-lhe que seu
pomar seja belo
V Cronograma
1ordm Semestre de 2011
Traduccedilatildeo do Livro I
Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico
Leitura e fichamento de referecircncias modernas
Cursar uma disciplina
2ordm Semestre de 2011
Traduccedilatildeo do Livro II
Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico
Leitura e fichamento de referecircncias modernas
Cursar uma disciplina
1ordm Semestre de 2012
Redaccedilatildeo do primeiro e segundo Capiacutetulos
Cursar uma disciplina
2ordm Semestre de 2012
Redaccedilatildeo do terceiro e quarto capiacutetulos
1ordm Semestre de 2013
Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo
2ordm Semestre de 2013
Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo
Revisatildeo final da Dissertaccedilatildeo e da Traduccedilatildeo
VI Bibliografia essencial Parte significativa da bibliografia apresentada aqui foi apenas levantada
Referecircncias Antigas
ARISTOacuteTELES (2006) De anima Trad Maria Ceciacutelia Gomes dos Reis Satildeo Paulo
Editora 34
____________ (1973) Poeacutetica Trad Eudoro de Souza Satildeo Paulo Ars Poetica
____________ (1985) PoliacuteticaTrad Maacuterio da Gama Kury Brasiacutelia Editora da
Universidade de Brasiacutelia
16
____________ (1998) Retoacuterica Trad Manuel Alexandre Juacutenior Paulo F Alberto e
Abel do N Pena Lisboa Casa da Moeda
DIONIacuteSIO DE HALICARNASSO (1986) Tratado da Imitaccedilatildeo Traduccedilatildeo e ediccedilatildeo de Raul
Miguel Rosado Fernandes Lisboa INIC
HORAacuteCIO(1984) Arte Poeacutetica Trad R M Rosado Fernandes Lisboa Inqueacuterito
LONGINO (1997) Do Sublime In A Poeacutetica Claacutessica Trad Jaime Bruna Satildeo Paulo
Cultrix
PLATAtildeO (2000) A Repuacuteblica Trad Carlos Alberto Nunes Paraacute Editora Universitaacuteria
UFPA
_______ (1952) Sophist In Plato Trad Harold N Fowler London The Loeb
Classical Library
PLUTARCO(1927 REPRINT 1986) The education of childre How a young man should
study poetry On listening to lectures in Moralia Trad Frank Cole Babbit
London Loeb Classical Library
QUINTILIANO (1979-89) The Institutio Oratoria Trad H E Butler London Loeb
Classical Library
SEXTO EMPIRICO (1997) Against the Physicists Against the Ethicists Trad RG
Bury London Loeb Classical Library
_______________ (1987) Against the Professors Trad RG Bury London Loeb
Classical Library
Referecircncias Modernas
ANDERSON G (1993) The Second Sophistic A Cultural Phenomenon in the Roman
Empire New York Routledge
BEALL SM (1993) ldquoWord-painting in the bdquoImagines‟ of the Elder Philostratusrdquo In
Hermes 1213 pp350-363
BENEDIKTSON D T (2000) Literature and the Visual Arts in Ancient Greece
Oklahoma University of Oklahoma Press Norman Publisihing Division of the
University
BERTRAND E(1882) Un critique d‟art dans l‟Antiquiteacute Philostrate et son eacutecole Paris
Thorin 1882 in-8 367p (appendice avec traduction d‟un choix de tableaux)
BILLAULT A (2000) L‟univers de Philostrate Bruxelles Latomus
BORG B E (ed) (2004) Paideia The World of the 2nd
Sophistic Berlin Walter de
Gryter Grub H
BOWIE E amp ELSNER J (2009) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
17
BOWIE E (2009) ldquoPhilostratus the life of a sophistrdquo In BOWIE E ET ELSNER J
(ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
BOWIE EWEN AND ELSNER JAS (ED) (2009) Philostratus Cambridge Cambridge
University Press
BRYSON N (1994) ldquoPhilostratus and the Imaginary Museumrdquo In Simon Goldhill Art
and Text in Ancient Greek Culture Cambridge Cambridge University Press
CONAN M (1987) ldquoThe Imagines of Philostratusrdquo In Word amp Image vol3 ndeg2
pp162-171
CONSTANTINI M GRAZIANI F ET ROLET S(2006) Le deacutefi de lart Philostrate
Callistrate et limage sophistique La Licorne 75 Rennes Presses
Universitaires de Rennes
CORREA PC Filoacutestrato o Velho In Jacqueline Lichtenstein Magnoacutelia Costa (Org)
A Pintura Textos essenciais VolI O mito da pintura 1 ed Satildeo Paulo Editora
34 2004 v 1 p 27-29
CRESCENZO R(1999) Peintures d‟instruction la posteacuteriteacute litteacuteraire des Images de
Philostrate en France de Blaise de Vigenegravere agrave l‟eacutepoque classique Genegraveve Droz
CRIBIORE R (2001) Gymnastics of the Mind Greek Education in Hellenistic and
Roman Egypt Princeton Princeton University Press
DE LANNOY L(1997) Le problegraveme des Philostrate (Eacutetat de la question)In ANRW
II343 2362-2449
DUBEL S (2009) ldquoColour in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER
JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
ELSNER J (2009) ldquoA Protean corpusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER JAS (ED)
Philostratus Cambridge Cambridge University Press
FOWLER D P (1991) ldquoNarrate and Describe The Problem of Ekphrasisrdquo In The
Journal of Roman Studies vol81 pp25-35
GOLDHILL S (2007) ldquoWhat is ekphrasis forrdquo In CP 1021 pp 1-19
GRAZIANI F (2006)rdquoLa veriteacute en image le method sophistiquerdquo In COSTANTINI M
GRAZIANI F ET ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage
sophistique La Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes
HAMON P (1981) ldquoRhetorical Status of Descriptiverdquo Trad Patricia Baudoin In Yale
French Studies nordm61 pp 1-26
JONES C P (2004) ldquoMultiple identities in the age of the Second Sophisticrdquo In BORG
B E (ed) Paideia The World of the 2nd
Sophistic Berlin Walter de Gryter
Grub H
18
JULIAacute V (ED) (2001) Los Antiguos Griegos y su lenguaBuenos Aires Biblos
KOORTBOJIAN M (2005) ldquoMimesis or Phantasia Two Representional Modes in
Roman Commemorative Artrdquo In Classical Antiquity vol24 nordm2 pp285-311
KOSTOPOULOU V (2009) ldquoPhilostratus‟ Imagines 218 Words and Imagesrdquo In
GRBS 49 Pp 81-100
KRIEGER M (1992) Ekphrasis The Illusion of the Natural Sign London The Johns
Hopkins University Press
KUNZ D (1997) Un sentiment d‟image Poeacutetique ndeg112 pp461-474
LAUSBERG H (1966) Manual de Retoacuterica Literaria Trad R M Rosado Fernandes
Lisboa Fund Calouste Gulbenkian
LEACH E W (2000) ldquoNarrative Space and the Viewer in Philostratus‟ Eikonesrdquo In
Mitteilungen des Deutschen Archaumlologishen Institutes Roumlmische Abteilung
(Mainz am Rhein Verlag Philipp von Zabern) vol107 pp237-252
____________________ (1992) ldquoPolyphemus in Landscape Traditions of Pastoral
Courtshiprdquo In Studies in the history of art vol36 pp62-87
LEVY C amp PERNOT L (1997) Dire LbdquoEacutevidence Paris L‟Harmattan
LEHMANN-HARTLEBEN K (1941) ldquoThe Imagines of the Elder Philostratusrdquo The Art
Bulletin vol23 pp16-44
LISSARRAGUE F (1995) ldquoPhilostrate entre les images et les motsrdquo In POMMIER E
Histoire de l‟histoire de l‟art T1 de l‟Antiquiteacute au XVIIIegrave siegravecle Confeacuterences
du Museacutee du Louvre Paris Paris Museacutee du Louvre 1995 pp79-93
MANIERI A (1999) ldquoImagines Principi dell‟estetica filostrateardquo In QUCC 633
PP 111-121
MARCOS G E amp DIacuteAZ M E (ED) (2009) El surgimiento de la phantasiacutea en la Grecia
Claacutesica Buenos Aires Prometeo Libros
MARTINS P (2005) ldquoEneacuteias se reconhecerdquo In Letras Claacutessicas Satildeo Paulo
Humanitas
___________(2006)ldquoTropos na Eneida e uma imagem metafoacutericardquo In Martinho dos
Santos Marcos (org) ndash 1ordm Simpoacutesio de Estudos Claacutessicos Satildeo Paulo
Humanitas pp 91-118
___________ (2008) ldquoPolignoto Paacuteuson Dioniacutesio e Zecircuxis ndash Uma leitura da pintura
antiga claacutessica gregardquo [Aguarda publicaccedilatildeo Campinas IELUNICAMP
Revista Phaos]
___________ (2010) ldquoCicero The Picturing a Rhetoricrdquo [Aguarda Referee]
19
___________(2010) ldquoBreve Criacutetica da Histoacuteria da Literatura Latinardquo [Aguarda
Publicaccedilatildeo em Classica]
MCMAHON A P (1931) ldquoSextus Empiricus and the Artsrdquo Harvard Studies in
Classical Philology 42 pp 79-137
NEWBY Z (2009) ldquoAbsortion and erudition in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN
EWEN AND ELSNER JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge
University Press
NEWMAN S (2002) ldquoAristotle‟s Notion of bdquoBringing-Before-the-Eyes‟ Its
Contibutionss to Aristotelian and Contemporary Conceptualizations of
Metaphor Style and Audiencerdquo In Rhetorica 201 pp 1-23
PASTOUREAU M et GRAZIANI F(1996) ldquoFlux et reflux de l‟iconologie Philostrate les
Images ou tableaux de platte-peinture traduction et commentaires de Blaise de
Vigenegravere 1587rdquo In Critique vol52 ndeg589-590 pp556-560
PHILLIP J A (1961) ldquoMimesis in the Sophistes of Platordquo In Transactions and
Procedures of the American Philological Associationrdquo vol 92 pp 453- 468
PINEDA V(2000) ldquoLa invencioacuten de la eacutecfrasisrdquo In VV AA Homenaje a la Profesora
Carmen Peacuterez Romero Universidad de Extremadura Facultad de Filosofiacutea y
Letras pp 251-69
QUET MH(2006) ldquoVoir entendrese ressouvenir Cadre circonstances et objectif de
l‟aprentissage d‟un plaisir culturel ltlthellenegtgt d‟apregraves le teimognage du
prologue des Images de Philostrate In COSTANTINI M GRAZIANI F ET
ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage sophistique La
Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes
RODOLPHO M (2010) Eacutecfrase e Evidecircncia nas Letras Latinas Doutrina e Praacutexis
Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada junto ao DLCVPPGLCFFLCH da
Universidade de Satildeo Paulo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Paulo Martins
ROSENTHAL O ET JOURDE M (1995) ldquoCe qu‟on entend dans les Images Philostrate
Vigenegravere 1578rdquo In Michel G amp Jourde M L‟inscription du regard Moyen-
Acircge Renaissance Fontenay-aux-Roses ENS (collection Signes)
ROUGET F (1997) ldquoLes Images ou tableaux de platte-peinture de PhilostraterdquoIn
Sixteenth Century Journal284 pp1380-1382
SHAFFER D (1998) ldquoEkphrasis and the Rhetoric of Viewing in Philostratus‟s
Imaginary Museumrdquo In Philosophy amp Rhetoric 314 pp303-316
SILVERMAN A (1991) ldquoPlato on Phantasiardquo In Classical Antiquity 1991 vol10 nordm1
SQUAIRE M (2009) Image and Text in Greco-Roman Antiquity Cambridge
Cambridge University Press
20
SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review
8 1 Pp 5-21
SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER
JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge
Cambridge Univeristy Press
TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo
In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73
WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to
Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New
York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810
WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory
and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited
WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of
Imitation New York Oxford University Press
_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S
HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge
Univeristy Press
YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp
13
αὐτῶν Ἡφαίστου νοείσθω οὐ δὲ κλιμάκων δέονται
πρὸς τὰ δένδρα παρ αὐτοῦ ὑψοῦ γὰρ καὶ ἐς αὐτὰ
πέτονται τὰ μλα
aacutervores
καὶ ἵνα μὴ τοὺς χορεύοντας λέγωμεν ἢ τοὺς
διαθέοντας ἢ τοὺς καθεύδοντας ἢ ὡς γάνυνται τῶν
μήλων ἐμφαγόντες ἴδωμεν ὅ τι ποτὲ οὗτοι νοοῦσιν
Nem vou falar dos que danccedilam em roda dos que
correm dos que estatildeo deitados e dos que se
alegram comendo as maccedilatildes mas vejamos o que
estes outr13s significam
οἱ γὰρ κάλλιστοι τῶν ρώτων ἰδοὺ τέτταρες
ὑπεξελθόντες τῶν ἄλλων δύο μὲν αὐτῶν
ἀντιπέμπουσι μλον ἀλλήλοις ἡ δὲ ἑτέρα δυὰς ὁ μὲν
τοξεύει τὸν ἕτερον ὁ δὲ ἀντιτοξεύει καὶ οὐδὲ ἀπειλὴ
τοῖς προσώποις ἔπεστιν ἀλλὰ καὶ στέρνα
παρέχουσιν ἀλλήλοις ἵν13ἐκεῖ που τὰ βέλη περάσῃ
καλὸν τὸ αἴνιγμα σκόπει γάρ εἴ που ξυνίημι τοῦ
ζωγράφου
Olhe Quatro dos mais belos Amores escapam
discretamente dos outros Dois deles brincam
jogando uma maccedilatilde de um para o outro os outros
dois um flecha o outro que13revida No rosto
nenhuma raiva mas oferecem o peito um ao outro
para que as flechas acertem bem ali Belo enigma
Agora veja se eu consigo compreender o pintor
φιλία ταῦτα ὦ παῖ καὶ ἀλλήλων ἵμερος Menino isso eacute o Amor e o desejo que tecircm um
pelo 13utro
οἱ μὲν γὰρ διὰ τοῦ μήλου παίζοντες πόθου ἄρχονται
ὅθεν ὁ μὲν ἀφίησι φιλήσας τὸ μλον ὁ δὲ ὑπτίαις
αὐτὸ ὑποδέχεται ταῖς χερσὶ δλον ὡς ἀντι φιλήσων
εἰ λάβοι καὶ ἀντιπέμψων αὐτό τὸ δὲ τῶν τοξοτῶν
ζεῦγος ἐμπεδοῦσιν ἔρωτα ἤδη φθάνοντα καὶ φημὶ
τοὺς μὲν παίζειν ἐπὶ τῷ ἄρξασθαι τοῦ ἐρᾶν τοὺς δὲ
τοξεύειν ἐπὶ τῷ μὴ λξαι τοῦ πόθου
Os que brincam com a maccedilatilde estatildeo comeccedilando a
se desejar O que primeiro lanccedila a maccedilatilde a beija e
o outro com as matildeos estendidas para beijaacute-la se
a pega joga-a de volta13A dupla que desfere
flechas estaacute confirmando um amor jaacute existente
Por isso eu digo que os que brincam estatildeo
comeccedilando a se amar os outros dois atiram-se
flechas para que o desejo natildeo acabe
ἐκεῖνοι μὲν οὖν περὶ οὓς οἱ πολλοὶ θεαταί θυμῷ
συμπεπτώκασι καὶ ἔχει τις αὐτοὺς πάλη λέξω καὶ
τὴν πάλην καὶ γὰρ τοῦτο ἐκλιπαρεῖς ὁ μὲν ᾕρηκε
τὸν ἀντίπαλον περιπτὰς αὐτῷ κατὰ τῶν νώτων καὶ
εἰς πνῖγμα ἀπολαμβάνει καὶ καταδεῖ τοῖς σκέλεσιν ὁ
δὲ οὔτε ἀπαγορεύει καὶ ὀρθὸς ὑπανίσταται καὶ
διαλύει τὴν χεῖρα ὑφ ἧς ἄγχoεται στρεβλώσας ἕνα
τῶν δακτύλων μεθ ὃν οὐκέτι οἱ λοιποὶ ἔχουσιν οὐδέ
εἰσιν ἐν τῷ ἀπρίξ ἀλγεῖ δὲ ltὁgt στρεβλούμενος καὶ
κατεσθίει τοῦ ltσυμgtπαλαιστοῦ τὸ οὖς ὅθεν
δυσχεραίνουσιν οἱ θεώμενοι τῶν ρώτων ὡς
ἀδικοῦντι καὶ ἐκπαλαίοντι καὶ μήλοις αὐτὸν
καταλιθοῦσι
Aqueles outros em torno dos quais haacute muitos
espectadores caem um sobre o outro com ardor
a lutar Vou descrever a luta jaacute que assim vocecirc
tanto quer voando um deles segura o oponente
por traacutes sufocando-o e prendendo-lhe as pernas
Mas este natildeo desiste e se levanta Solta a matildeo que
o sufoca torcendo-lhe um dos dedos o que tira a
forccedila dos outros que aliviam o aperto e a asfixia
O que tem o dedo torcido sentindo dor empurra
o oponente com a matildeo mordendo-lhe a orelha
Mas os expectadores natildeo tolerando o lutador
desleal ldquoapedrejam-nordquo de maccedilatildes
μηδὲ ὁ λαγὼς ἡμᾶς ἐκεῖνος διαφυγέτω
συνθηράσωμεν δὲ αὐτὸν τοῖς Ἔρωσι τοῦτο τὸ
θηρίον ὑποκαθήμενον ταῖς μηλέαις καὶ σιτούμενον
Natildeo deixemos que aquela lebre nos escape
Vamos caccedilaacute-la junto com os Amores Ela estaacute
sentada sob as macieiras comendo as maccedilatildes
caiacutedas no chatildeo deixando muitas comidas apenas
14
τὰ πίπτοντα εἰς γν μλα πολλὰ δὲ καὶ ἡμίβρωτα
καταλεῖπον διαθηρῶσιν οὗτοι καὶ καταράσσουσιν ὁ
μὲν κρότῳ χειρῶν ὁ δὲ κεκραγώς ὁ δὲ ἀνασείων
τὴν χλαμύδα καὶ οἱ μὲν ὑπερπέτονται τοῦ θηρίου
καταβοῶντες οἱ δὲ μεθέπουσιν αὐτὸ πεζοὶ κατ
ἴχνος ὁ δ ὡς ἐπιρρίψων ἑαυτὸν ὥρμησε καὶ τὸ
θηρίον ἄλλην ἐτράπετο ὁ δὲ ἐπιβουλεύει τῷ σκέλει
τοῦ λαγώ τὸν δὲ καὶ διωλίσθησεν ᾑρηκότα
pela metade e eles a caccedilam e perseguem Este
aqui batendo as matildeos aquele gritando aquele
outro agitando o manto Alguns gritando voam
sobre a lebre outros datildeo-lhe caccedila a peacute Um deles
se lanccedila sobre ela O animal se esquiva outro
deles tenta pegaacute-la pelas patas de traacutes e pega mas
ela escapa
γελῶσιν οὖν καὶ καταπεπτώκασιν ὁ μὲν ἐς πλευράν
ὁ δὲ πρηνής οἱ δὲ ὕπτιοι πάντες δὲ ἐν τοῖς τς
διαμαρτίας σχήμασι τοξεύει δὲ οὐδείς ἀλλὰ
πειρῶνται αὐτὸν ἑλεῖν ζῶντα ἱερεῖον τῆ Ἀφροδίτῃ
ἥδιστον
Entatildeo rindo e se jogando no chatildeo uns de lado
outros de bruccedilos e outros ainda de costas todos se
mostram desapontados Nenhum deles despede
flechas mas todos tentam pegar a lebre com a
matildeo viva para oferececirc-la em sacrifiacutecio e deleitar
Afrodite
οἶσθα γάρ που τὸ περὶ τοῦ λαγὼ λεγόμενον ὡς
πολὺ τς Ἀφροδίτης μέτεστιν αὐτῷ λέγεται οὖν περὶ
μὲν τοῦ θήλεος θηλάζειν τε αὐτὸ ἃ ἔτεκε καὶ
ἀποτίκτειν πάλιν ἐπὶ ταὐτῷ γάλακτικαὶ ἐπικυΐσκει δὲ
καὶ οὐδὲ εἷς χρόνος αὐτῷ τοῦ τοκετοῦ κενός
Vocecirc sabe que se diz sobre a lebre que nela haacute
muito de Afrodite Diz-se da fecircmea que
amamenta os que gerou e concebe novamente
enquanto ainda estaacute amamentando E ateacute
emprenha quando jaacute se encontra prenhe e em
nenhum momento seu ventre encontra-se
infecundo
τὸ δὲ ἄρρεν σπείρει τε ὡς φύσις ἀρρένων καὶ
ἀποκυΐσκει παρ ὃ πέφυκεν οἱ δὲ ἄτοποι τῶν
ἐραστῶν καὶ πειθώ τινα ἐρωτικὴν ἐν αὐτῷ
κατέγνωσαν βιαίῳ τέχνῃ τὰ παιδικὰ θηρώμενοι
O macho gera filhotes segundo a natureza dos
machos e tambeacutem fica prenhe contrariamente ao
que eacute natural Assim os pervetidos dentre os
amantes observaram neste animal certa persuasatildeo
eroacutetica quando perseguem meninos com
artifiacutecios violentos
ταῦτα μὲν οὖν καταλίπωμεν ἀνθρώποις ἀδίκοις καὶ
ἀναξίοις τοῦ ἀντερᾶσθαι σὺ δέ μοι τὴν Ἀφροδίτην
βλέπε ποῦ δὴ καὶ κατὰ τί τῶν μήλων ἐκείνῃ ὁρᾷς
τὴν ὕπαντρον πέτραν ἧς νᾶμα κυανώτατον
ὑπεκτρέχει χλωρόν τε καὶ πότιμον ὃ δὴ καὶ
διοχετεύεται ποτὸν εἶναι ταῖς μηλέαις ἐνταῦθά μοι
τὴν Ἀφροδίτην νόει Νυμφῶν οἶμαι αὐτὴν ἱδρυμένων
ὅτι αὐτὰς ἐποίησεν ρώτων μητέρας καὶ διὰ τοῦτο
εὔπαιδας
Mas deixemos esses assuntos aos homens injustos
e indignos de serem correspondidos no amor e
vocecirc junto comigo olhe para Afrodite Mas onde
estaacute e em que parte do pomar Vocecirc vecirc uma
gruta donde corre um fio de aacutegua do mais puro
azul fresca e potaacutevel que se ramifica para matar
a sede das macieiras Perceba Afrodite laacute creio
que as ninfas lhe dedicaram um templo por tecirc-las
feito matildees dos Amores e por isso matildees
afortunadas
καὶ κάτοπτρον δὲ τὸ ἀργυροῦν καὶ τὸ ὑπόχρυ σον
ἐκεῖνο σανδάλιον καὶ αἱ περόναι αἱ χρυσαῖ ταῦτα
πάντα οὐκ ἀργῶς ἀνπται λέγει δὲ ltἈφροδίτηςgt
O espelho prateado as sandaacutelias douradas e os
broches de ouro tudo ali dedicado natildeo sem
motivo Dizem pertencer a Afrodite pois isso estaacute
gravado neles e mostra que satildeo oferendas das
Ninfas
15
εἶναι καὶ γέγραπται τοῦτο καὶ Νυμφῶν δῶρα εἶναι
λέγεται
καὶ οἱ Ἔρωτες δὲ ἀπάρχονται τῶν μήλων καὶ
περιεστῶτες εὔχονται καλὸν αὐτοῖς εἶναι
Os Amores oferecem a Afrodite as primiacutecias das
macieiras e circundando-a rogam-lhe que seu
pomar seja belo
V Cronograma
1ordm Semestre de 2011
Traduccedilatildeo do Livro I
Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico
Leitura e fichamento de referecircncias modernas
Cursar uma disciplina
2ordm Semestre de 2011
Traduccedilatildeo do Livro II
Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico
Leitura e fichamento de referecircncias modernas
Cursar uma disciplina
1ordm Semestre de 2012
Redaccedilatildeo do primeiro e segundo Capiacutetulos
Cursar uma disciplina
2ordm Semestre de 2012
Redaccedilatildeo do terceiro e quarto capiacutetulos
1ordm Semestre de 2013
Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo
2ordm Semestre de 2013
Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo
Revisatildeo final da Dissertaccedilatildeo e da Traduccedilatildeo
VI Bibliografia essencial Parte significativa da bibliografia apresentada aqui foi apenas levantada
Referecircncias Antigas
ARISTOacuteTELES (2006) De anima Trad Maria Ceciacutelia Gomes dos Reis Satildeo Paulo
Editora 34
____________ (1973) Poeacutetica Trad Eudoro de Souza Satildeo Paulo Ars Poetica
____________ (1985) PoliacuteticaTrad Maacuterio da Gama Kury Brasiacutelia Editora da
Universidade de Brasiacutelia
16
____________ (1998) Retoacuterica Trad Manuel Alexandre Juacutenior Paulo F Alberto e
Abel do N Pena Lisboa Casa da Moeda
DIONIacuteSIO DE HALICARNASSO (1986) Tratado da Imitaccedilatildeo Traduccedilatildeo e ediccedilatildeo de Raul
Miguel Rosado Fernandes Lisboa INIC
HORAacuteCIO(1984) Arte Poeacutetica Trad R M Rosado Fernandes Lisboa Inqueacuterito
LONGINO (1997) Do Sublime In A Poeacutetica Claacutessica Trad Jaime Bruna Satildeo Paulo
Cultrix
PLATAtildeO (2000) A Repuacuteblica Trad Carlos Alberto Nunes Paraacute Editora Universitaacuteria
UFPA
_______ (1952) Sophist In Plato Trad Harold N Fowler London The Loeb
Classical Library
PLUTARCO(1927 REPRINT 1986) The education of childre How a young man should
study poetry On listening to lectures in Moralia Trad Frank Cole Babbit
London Loeb Classical Library
QUINTILIANO (1979-89) The Institutio Oratoria Trad H E Butler London Loeb
Classical Library
SEXTO EMPIRICO (1997) Against the Physicists Against the Ethicists Trad RG
Bury London Loeb Classical Library
_______________ (1987) Against the Professors Trad RG Bury London Loeb
Classical Library
Referecircncias Modernas
ANDERSON G (1993) The Second Sophistic A Cultural Phenomenon in the Roman
Empire New York Routledge
BEALL SM (1993) ldquoWord-painting in the bdquoImagines‟ of the Elder Philostratusrdquo In
Hermes 1213 pp350-363
BENEDIKTSON D T (2000) Literature and the Visual Arts in Ancient Greece
Oklahoma University of Oklahoma Press Norman Publisihing Division of the
University
BERTRAND E(1882) Un critique d‟art dans l‟Antiquiteacute Philostrate et son eacutecole Paris
Thorin 1882 in-8 367p (appendice avec traduction d‟un choix de tableaux)
BILLAULT A (2000) L‟univers de Philostrate Bruxelles Latomus
BORG B E (ed) (2004) Paideia The World of the 2nd
Sophistic Berlin Walter de
Gryter Grub H
BOWIE E amp ELSNER J (2009) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
17
BOWIE E (2009) ldquoPhilostratus the life of a sophistrdquo In BOWIE E ET ELSNER J
(ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
BOWIE EWEN AND ELSNER JAS (ED) (2009) Philostratus Cambridge Cambridge
University Press
BRYSON N (1994) ldquoPhilostratus and the Imaginary Museumrdquo In Simon Goldhill Art
and Text in Ancient Greek Culture Cambridge Cambridge University Press
CONAN M (1987) ldquoThe Imagines of Philostratusrdquo In Word amp Image vol3 ndeg2
pp162-171
CONSTANTINI M GRAZIANI F ET ROLET S(2006) Le deacutefi de lart Philostrate
Callistrate et limage sophistique La Licorne 75 Rennes Presses
Universitaires de Rennes
CORREA PC Filoacutestrato o Velho In Jacqueline Lichtenstein Magnoacutelia Costa (Org)
A Pintura Textos essenciais VolI O mito da pintura 1 ed Satildeo Paulo Editora
34 2004 v 1 p 27-29
CRESCENZO R(1999) Peintures d‟instruction la posteacuteriteacute litteacuteraire des Images de
Philostrate en France de Blaise de Vigenegravere agrave l‟eacutepoque classique Genegraveve Droz
CRIBIORE R (2001) Gymnastics of the Mind Greek Education in Hellenistic and
Roman Egypt Princeton Princeton University Press
DE LANNOY L(1997) Le problegraveme des Philostrate (Eacutetat de la question)In ANRW
II343 2362-2449
DUBEL S (2009) ldquoColour in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER
JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
ELSNER J (2009) ldquoA Protean corpusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER JAS (ED)
Philostratus Cambridge Cambridge University Press
FOWLER D P (1991) ldquoNarrate and Describe The Problem of Ekphrasisrdquo In The
Journal of Roman Studies vol81 pp25-35
GOLDHILL S (2007) ldquoWhat is ekphrasis forrdquo In CP 1021 pp 1-19
GRAZIANI F (2006)rdquoLa veriteacute en image le method sophistiquerdquo In COSTANTINI M
GRAZIANI F ET ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage
sophistique La Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes
HAMON P (1981) ldquoRhetorical Status of Descriptiverdquo Trad Patricia Baudoin In Yale
French Studies nordm61 pp 1-26
JONES C P (2004) ldquoMultiple identities in the age of the Second Sophisticrdquo In BORG
B E (ed) Paideia The World of the 2nd
Sophistic Berlin Walter de Gryter
Grub H
18
JULIAacute V (ED) (2001) Los Antiguos Griegos y su lenguaBuenos Aires Biblos
KOORTBOJIAN M (2005) ldquoMimesis or Phantasia Two Representional Modes in
Roman Commemorative Artrdquo In Classical Antiquity vol24 nordm2 pp285-311
KOSTOPOULOU V (2009) ldquoPhilostratus‟ Imagines 218 Words and Imagesrdquo In
GRBS 49 Pp 81-100
KRIEGER M (1992) Ekphrasis The Illusion of the Natural Sign London The Johns
Hopkins University Press
KUNZ D (1997) Un sentiment d‟image Poeacutetique ndeg112 pp461-474
LAUSBERG H (1966) Manual de Retoacuterica Literaria Trad R M Rosado Fernandes
Lisboa Fund Calouste Gulbenkian
LEACH E W (2000) ldquoNarrative Space and the Viewer in Philostratus‟ Eikonesrdquo In
Mitteilungen des Deutschen Archaumlologishen Institutes Roumlmische Abteilung
(Mainz am Rhein Verlag Philipp von Zabern) vol107 pp237-252
____________________ (1992) ldquoPolyphemus in Landscape Traditions of Pastoral
Courtshiprdquo In Studies in the history of art vol36 pp62-87
LEVY C amp PERNOT L (1997) Dire LbdquoEacutevidence Paris L‟Harmattan
LEHMANN-HARTLEBEN K (1941) ldquoThe Imagines of the Elder Philostratusrdquo The Art
Bulletin vol23 pp16-44
LISSARRAGUE F (1995) ldquoPhilostrate entre les images et les motsrdquo In POMMIER E
Histoire de l‟histoire de l‟art T1 de l‟Antiquiteacute au XVIIIegrave siegravecle Confeacuterences
du Museacutee du Louvre Paris Paris Museacutee du Louvre 1995 pp79-93
MANIERI A (1999) ldquoImagines Principi dell‟estetica filostrateardquo In QUCC 633
PP 111-121
MARCOS G E amp DIacuteAZ M E (ED) (2009) El surgimiento de la phantasiacutea en la Grecia
Claacutesica Buenos Aires Prometeo Libros
MARTINS P (2005) ldquoEneacuteias se reconhecerdquo In Letras Claacutessicas Satildeo Paulo
Humanitas
___________(2006)ldquoTropos na Eneida e uma imagem metafoacutericardquo In Martinho dos
Santos Marcos (org) ndash 1ordm Simpoacutesio de Estudos Claacutessicos Satildeo Paulo
Humanitas pp 91-118
___________ (2008) ldquoPolignoto Paacuteuson Dioniacutesio e Zecircuxis ndash Uma leitura da pintura
antiga claacutessica gregardquo [Aguarda publicaccedilatildeo Campinas IELUNICAMP
Revista Phaos]
___________ (2010) ldquoCicero The Picturing a Rhetoricrdquo [Aguarda Referee]
19
___________(2010) ldquoBreve Criacutetica da Histoacuteria da Literatura Latinardquo [Aguarda
Publicaccedilatildeo em Classica]
MCMAHON A P (1931) ldquoSextus Empiricus and the Artsrdquo Harvard Studies in
Classical Philology 42 pp 79-137
NEWBY Z (2009) ldquoAbsortion and erudition in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN
EWEN AND ELSNER JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge
University Press
NEWMAN S (2002) ldquoAristotle‟s Notion of bdquoBringing-Before-the-Eyes‟ Its
Contibutionss to Aristotelian and Contemporary Conceptualizations of
Metaphor Style and Audiencerdquo In Rhetorica 201 pp 1-23
PASTOUREAU M et GRAZIANI F(1996) ldquoFlux et reflux de l‟iconologie Philostrate les
Images ou tableaux de platte-peinture traduction et commentaires de Blaise de
Vigenegravere 1587rdquo In Critique vol52 ndeg589-590 pp556-560
PHILLIP J A (1961) ldquoMimesis in the Sophistes of Platordquo In Transactions and
Procedures of the American Philological Associationrdquo vol 92 pp 453- 468
PINEDA V(2000) ldquoLa invencioacuten de la eacutecfrasisrdquo In VV AA Homenaje a la Profesora
Carmen Peacuterez Romero Universidad de Extremadura Facultad de Filosofiacutea y
Letras pp 251-69
QUET MH(2006) ldquoVoir entendrese ressouvenir Cadre circonstances et objectif de
l‟aprentissage d‟un plaisir culturel ltlthellenegtgt d‟apregraves le teimognage du
prologue des Images de Philostrate In COSTANTINI M GRAZIANI F ET
ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage sophistique La
Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes
RODOLPHO M (2010) Eacutecfrase e Evidecircncia nas Letras Latinas Doutrina e Praacutexis
Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada junto ao DLCVPPGLCFFLCH da
Universidade de Satildeo Paulo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Paulo Martins
ROSENTHAL O ET JOURDE M (1995) ldquoCe qu‟on entend dans les Images Philostrate
Vigenegravere 1578rdquo In Michel G amp Jourde M L‟inscription du regard Moyen-
Acircge Renaissance Fontenay-aux-Roses ENS (collection Signes)
ROUGET F (1997) ldquoLes Images ou tableaux de platte-peinture de PhilostraterdquoIn
Sixteenth Century Journal284 pp1380-1382
SHAFFER D (1998) ldquoEkphrasis and the Rhetoric of Viewing in Philostratus‟s
Imaginary Museumrdquo In Philosophy amp Rhetoric 314 pp303-316
SILVERMAN A (1991) ldquoPlato on Phantasiardquo In Classical Antiquity 1991 vol10 nordm1
SQUAIRE M (2009) Image and Text in Greco-Roman Antiquity Cambridge
Cambridge University Press
20
SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review
8 1 Pp 5-21
SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER
JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge
Cambridge Univeristy Press
TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo
In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73
WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to
Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New
York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810
WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory
and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited
WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of
Imitation New York Oxford University Press
_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S
HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge
Univeristy Press
YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp
14
τὰ πίπτοντα εἰς γν μλα πολλὰ δὲ καὶ ἡμίβρωτα
καταλεῖπον διαθηρῶσιν οὗτοι καὶ καταράσσουσιν ὁ
μὲν κρότῳ χειρῶν ὁ δὲ κεκραγώς ὁ δὲ ἀνασείων
τὴν χλαμύδα καὶ οἱ μὲν ὑπερπέτονται τοῦ θηρίου
καταβοῶντες οἱ δὲ μεθέπουσιν αὐτὸ πεζοὶ κατ
ἴχνος ὁ δ ὡς ἐπιρρίψων ἑαυτὸν ὥρμησε καὶ τὸ
θηρίον ἄλλην ἐτράπετο ὁ δὲ ἐπιβουλεύει τῷ σκέλει
τοῦ λαγώ τὸν δὲ καὶ διωλίσθησεν ᾑρηκότα
pela metade e eles a caccedilam e perseguem Este
aqui batendo as matildeos aquele gritando aquele
outro agitando o manto Alguns gritando voam
sobre a lebre outros datildeo-lhe caccedila a peacute Um deles
se lanccedila sobre ela O animal se esquiva outro
deles tenta pegaacute-la pelas patas de traacutes e pega mas
ela escapa
γελῶσιν οὖν καὶ καταπεπτώκασιν ὁ μὲν ἐς πλευράν
ὁ δὲ πρηνής οἱ δὲ ὕπτιοι πάντες δὲ ἐν τοῖς τς
διαμαρτίας σχήμασι τοξεύει δὲ οὐδείς ἀλλὰ
πειρῶνται αὐτὸν ἑλεῖν ζῶντα ἱερεῖον τῆ Ἀφροδίτῃ
ἥδιστον
Entatildeo rindo e se jogando no chatildeo uns de lado
outros de bruccedilos e outros ainda de costas todos se
mostram desapontados Nenhum deles despede
flechas mas todos tentam pegar a lebre com a
matildeo viva para oferececirc-la em sacrifiacutecio e deleitar
Afrodite
οἶσθα γάρ που τὸ περὶ τοῦ λαγὼ λεγόμενον ὡς
πολὺ τς Ἀφροδίτης μέτεστιν αὐτῷ λέγεται οὖν περὶ
μὲν τοῦ θήλεος θηλάζειν τε αὐτὸ ἃ ἔτεκε καὶ
ἀποτίκτειν πάλιν ἐπὶ ταὐτῷ γάλακτικαὶ ἐπικυΐσκει δὲ
καὶ οὐδὲ εἷς χρόνος αὐτῷ τοῦ τοκετοῦ κενός
Vocecirc sabe que se diz sobre a lebre que nela haacute
muito de Afrodite Diz-se da fecircmea que
amamenta os que gerou e concebe novamente
enquanto ainda estaacute amamentando E ateacute
emprenha quando jaacute se encontra prenhe e em
nenhum momento seu ventre encontra-se
infecundo
τὸ δὲ ἄρρεν σπείρει τε ὡς φύσις ἀρρένων καὶ
ἀποκυΐσκει παρ ὃ πέφυκεν οἱ δὲ ἄτοποι τῶν
ἐραστῶν καὶ πειθώ τινα ἐρωτικὴν ἐν αὐτῷ
κατέγνωσαν βιαίῳ τέχνῃ τὰ παιδικὰ θηρώμενοι
O macho gera filhotes segundo a natureza dos
machos e tambeacutem fica prenhe contrariamente ao
que eacute natural Assim os pervetidos dentre os
amantes observaram neste animal certa persuasatildeo
eroacutetica quando perseguem meninos com
artifiacutecios violentos
ταῦτα μὲν οὖν καταλίπωμεν ἀνθρώποις ἀδίκοις καὶ
ἀναξίοις τοῦ ἀντερᾶσθαι σὺ δέ μοι τὴν Ἀφροδίτην
βλέπε ποῦ δὴ καὶ κατὰ τί τῶν μήλων ἐκείνῃ ὁρᾷς
τὴν ὕπαντρον πέτραν ἧς νᾶμα κυανώτατον
ὑπεκτρέχει χλωρόν τε καὶ πότιμον ὃ δὴ καὶ
διοχετεύεται ποτὸν εἶναι ταῖς μηλέαις ἐνταῦθά μοι
τὴν Ἀφροδίτην νόει Νυμφῶν οἶμαι αὐτὴν ἱδρυμένων
ὅτι αὐτὰς ἐποίησεν ρώτων μητέρας καὶ διὰ τοῦτο
εὔπαιδας
Mas deixemos esses assuntos aos homens injustos
e indignos de serem correspondidos no amor e
vocecirc junto comigo olhe para Afrodite Mas onde
estaacute e em que parte do pomar Vocecirc vecirc uma
gruta donde corre um fio de aacutegua do mais puro
azul fresca e potaacutevel que se ramifica para matar
a sede das macieiras Perceba Afrodite laacute creio
que as ninfas lhe dedicaram um templo por tecirc-las
feito matildees dos Amores e por isso matildees
afortunadas
καὶ κάτοπτρον δὲ τὸ ἀργυροῦν καὶ τὸ ὑπόχρυ σον
ἐκεῖνο σανδάλιον καὶ αἱ περόναι αἱ χρυσαῖ ταῦτα
πάντα οὐκ ἀργῶς ἀνπται λέγει δὲ ltἈφροδίτηςgt
O espelho prateado as sandaacutelias douradas e os
broches de ouro tudo ali dedicado natildeo sem
motivo Dizem pertencer a Afrodite pois isso estaacute
gravado neles e mostra que satildeo oferendas das
Ninfas
15
εἶναι καὶ γέγραπται τοῦτο καὶ Νυμφῶν δῶρα εἶναι
λέγεται
καὶ οἱ Ἔρωτες δὲ ἀπάρχονται τῶν μήλων καὶ
περιεστῶτες εὔχονται καλὸν αὐτοῖς εἶναι
Os Amores oferecem a Afrodite as primiacutecias das
macieiras e circundando-a rogam-lhe que seu
pomar seja belo
V Cronograma
1ordm Semestre de 2011
Traduccedilatildeo do Livro I
Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico
Leitura e fichamento de referecircncias modernas
Cursar uma disciplina
2ordm Semestre de 2011
Traduccedilatildeo do Livro II
Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico
Leitura e fichamento de referecircncias modernas
Cursar uma disciplina
1ordm Semestre de 2012
Redaccedilatildeo do primeiro e segundo Capiacutetulos
Cursar uma disciplina
2ordm Semestre de 2012
Redaccedilatildeo do terceiro e quarto capiacutetulos
1ordm Semestre de 2013
Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo
2ordm Semestre de 2013
Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo
Revisatildeo final da Dissertaccedilatildeo e da Traduccedilatildeo
VI Bibliografia essencial Parte significativa da bibliografia apresentada aqui foi apenas levantada
Referecircncias Antigas
ARISTOacuteTELES (2006) De anima Trad Maria Ceciacutelia Gomes dos Reis Satildeo Paulo
Editora 34
____________ (1973) Poeacutetica Trad Eudoro de Souza Satildeo Paulo Ars Poetica
____________ (1985) PoliacuteticaTrad Maacuterio da Gama Kury Brasiacutelia Editora da
Universidade de Brasiacutelia
16
____________ (1998) Retoacuterica Trad Manuel Alexandre Juacutenior Paulo F Alberto e
Abel do N Pena Lisboa Casa da Moeda
DIONIacuteSIO DE HALICARNASSO (1986) Tratado da Imitaccedilatildeo Traduccedilatildeo e ediccedilatildeo de Raul
Miguel Rosado Fernandes Lisboa INIC
HORAacuteCIO(1984) Arte Poeacutetica Trad R M Rosado Fernandes Lisboa Inqueacuterito
LONGINO (1997) Do Sublime In A Poeacutetica Claacutessica Trad Jaime Bruna Satildeo Paulo
Cultrix
PLATAtildeO (2000) A Repuacuteblica Trad Carlos Alberto Nunes Paraacute Editora Universitaacuteria
UFPA
_______ (1952) Sophist In Plato Trad Harold N Fowler London The Loeb
Classical Library
PLUTARCO(1927 REPRINT 1986) The education of childre How a young man should
study poetry On listening to lectures in Moralia Trad Frank Cole Babbit
London Loeb Classical Library
QUINTILIANO (1979-89) The Institutio Oratoria Trad H E Butler London Loeb
Classical Library
SEXTO EMPIRICO (1997) Against the Physicists Against the Ethicists Trad RG
Bury London Loeb Classical Library
_______________ (1987) Against the Professors Trad RG Bury London Loeb
Classical Library
Referecircncias Modernas
ANDERSON G (1993) The Second Sophistic A Cultural Phenomenon in the Roman
Empire New York Routledge
BEALL SM (1993) ldquoWord-painting in the bdquoImagines‟ of the Elder Philostratusrdquo In
Hermes 1213 pp350-363
BENEDIKTSON D T (2000) Literature and the Visual Arts in Ancient Greece
Oklahoma University of Oklahoma Press Norman Publisihing Division of the
University
BERTRAND E(1882) Un critique d‟art dans l‟Antiquiteacute Philostrate et son eacutecole Paris
Thorin 1882 in-8 367p (appendice avec traduction d‟un choix de tableaux)
BILLAULT A (2000) L‟univers de Philostrate Bruxelles Latomus
BORG B E (ed) (2004) Paideia The World of the 2nd
Sophistic Berlin Walter de
Gryter Grub H
BOWIE E amp ELSNER J (2009) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
17
BOWIE E (2009) ldquoPhilostratus the life of a sophistrdquo In BOWIE E ET ELSNER J
(ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
BOWIE EWEN AND ELSNER JAS (ED) (2009) Philostratus Cambridge Cambridge
University Press
BRYSON N (1994) ldquoPhilostratus and the Imaginary Museumrdquo In Simon Goldhill Art
and Text in Ancient Greek Culture Cambridge Cambridge University Press
CONAN M (1987) ldquoThe Imagines of Philostratusrdquo In Word amp Image vol3 ndeg2
pp162-171
CONSTANTINI M GRAZIANI F ET ROLET S(2006) Le deacutefi de lart Philostrate
Callistrate et limage sophistique La Licorne 75 Rennes Presses
Universitaires de Rennes
CORREA PC Filoacutestrato o Velho In Jacqueline Lichtenstein Magnoacutelia Costa (Org)
A Pintura Textos essenciais VolI O mito da pintura 1 ed Satildeo Paulo Editora
34 2004 v 1 p 27-29
CRESCENZO R(1999) Peintures d‟instruction la posteacuteriteacute litteacuteraire des Images de
Philostrate en France de Blaise de Vigenegravere agrave l‟eacutepoque classique Genegraveve Droz
CRIBIORE R (2001) Gymnastics of the Mind Greek Education in Hellenistic and
Roman Egypt Princeton Princeton University Press
DE LANNOY L(1997) Le problegraveme des Philostrate (Eacutetat de la question)In ANRW
II343 2362-2449
DUBEL S (2009) ldquoColour in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER
JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
ELSNER J (2009) ldquoA Protean corpusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER JAS (ED)
Philostratus Cambridge Cambridge University Press
FOWLER D P (1991) ldquoNarrate and Describe The Problem of Ekphrasisrdquo In The
Journal of Roman Studies vol81 pp25-35
GOLDHILL S (2007) ldquoWhat is ekphrasis forrdquo In CP 1021 pp 1-19
GRAZIANI F (2006)rdquoLa veriteacute en image le method sophistiquerdquo In COSTANTINI M
GRAZIANI F ET ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage
sophistique La Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes
HAMON P (1981) ldquoRhetorical Status of Descriptiverdquo Trad Patricia Baudoin In Yale
French Studies nordm61 pp 1-26
JONES C P (2004) ldquoMultiple identities in the age of the Second Sophisticrdquo In BORG
B E (ed) Paideia The World of the 2nd
Sophistic Berlin Walter de Gryter
Grub H
18
JULIAacute V (ED) (2001) Los Antiguos Griegos y su lenguaBuenos Aires Biblos
KOORTBOJIAN M (2005) ldquoMimesis or Phantasia Two Representional Modes in
Roman Commemorative Artrdquo In Classical Antiquity vol24 nordm2 pp285-311
KOSTOPOULOU V (2009) ldquoPhilostratus‟ Imagines 218 Words and Imagesrdquo In
GRBS 49 Pp 81-100
KRIEGER M (1992) Ekphrasis The Illusion of the Natural Sign London The Johns
Hopkins University Press
KUNZ D (1997) Un sentiment d‟image Poeacutetique ndeg112 pp461-474
LAUSBERG H (1966) Manual de Retoacuterica Literaria Trad R M Rosado Fernandes
Lisboa Fund Calouste Gulbenkian
LEACH E W (2000) ldquoNarrative Space and the Viewer in Philostratus‟ Eikonesrdquo In
Mitteilungen des Deutschen Archaumlologishen Institutes Roumlmische Abteilung
(Mainz am Rhein Verlag Philipp von Zabern) vol107 pp237-252
____________________ (1992) ldquoPolyphemus in Landscape Traditions of Pastoral
Courtshiprdquo In Studies in the history of art vol36 pp62-87
LEVY C amp PERNOT L (1997) Dire LbdquoEacutevidence Paris L‟Harmattan
LEHMANN-HARTLEBEN K (1941) ldquoThe Imagines of the Elder Philostratusrdquo The Art
Bulletin vol23 pp16-44
LISSARRAGUE F (1995) ldquoPhilostrate entre les images et les motsrdquo In POMMIER E
Histoire de l‟histoire de l‟art T1 de l‟Antiquiteacute au XVIIIegrave siegravecle Confeacuterences
du Museacutee du Louvre Paris Paris Museacutee du Louvre 1995 pp79-93
MANIERI A (1999) ldquoImagines Principi dell‟estetica filostrateardquo In QUCC 633
PP 111-121
MARCOS G E amp DIacuteAZ M E (ED) (2009) El surgimiento de la phantasiacutea en la Grecia
Claacutesica Buenos Aires Prometeo Libros
MARTINS P (2005) ldquoEneacuteias se reconhecerdquo In Letras Claacutessicas Satildeo Paulo
Humanitas
___________(2006)ldquoTropos na Eneida e uma imagem metafoacutericardquo In Martinho dos
Santos Marcos (org) ndash 1ordm Simpoacutesio de Estudos Claacutessicos Satildeo Paulo
Humanitas pp 91-118
___________ (2008) ldquoPolignoto Paacuteuson Dioniacutesio e Zecircuxis ndash Uma leitura da pintura
antiga claacutessica gregardquo [Aguarda publicaccedilatildeo Campinas IELUNICAMP
Revista Phaos]
___________ (2010) ldquoCicero The Picturing a Rhetoricrdquo [Aguarda Referee]
19
___________(2010) ldquoBreve Criacutetica da Histoacuteria da Literatura Latinardquo [Aguarda
Publicaccedilatildeo em Classica]
MCMAHON A P (1931) ldquoSextus Empiricus and the Artsrdquo Harvard Studies in
Classical Philology 42 pp 79-137
NEWBY Z (2009) ldquoAbsortion and erudition in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN
EWEN AND ELSNER JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge
University Press
NEWMAN S (2002) ldquoAristotle‟s Notion of bdquoBringing-Before-the-Eyes‟ Its
Contibutionss to Aristotelian and Contemporary Conceptualizations of
Metaphor Style and Audiencerdquo In Rhetorica 201 pp 1-23
PASTOUREAU M et GRAZIANI F(1996) ldquoFlux et reflux de l‟iconologie Philostrate les
Images ou tableaux de platte-peinture traduction et commentaires de Blaise de
Vigenegravere 1587rdquo In Critique vol52 ndeg589-590 pp556-560
PHILLIP J A (1961) ldquoMimesis in the Sophistes of Platordquo In Transactions and
Procedures of the American Philological Associationrdquo vol 92 pp 453- 468
PINEDA V(2000) ldquoLa invencioacuten de la eacutecfrasisrdquo In VV AA Homenaje a la Profesora
Carmen Peacuterez Romero Universidad de Extremadura Facultad de Filosofiacutea y
Letras pp 251-69
QUET MH(2006) ldquoVoir entendrese ressouvenir Cadre circonstances et objectif de
l‟aprentissage d‟un plaisir culturel ltlthellenegtgt d‟apregraves le teimognage du
prologue des Images de Philostrate In COSTANTINI M GRAZIANI F ET
ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage sophistique La
Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes
RODOLPHO M (2010) Eacutecfrase e Evidecircncia nas Letras Latinas Doutrina e Praacutexis
Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada junto ao DLCVPPGLCFFLCH da
Universidade de Satildeo Paulo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Paulo Martins
ROSENTHAL O ET JOURDE M (1995) ldquoCe qu‟on entend dans les Images Philostrate
Vigenegravere 1578rdquo In Michel G amp Jourde M L‟inscription du regard Moyen-
Acircge Renaissance Fontenay-aux-Roses ENS (collection Signes)
ROUGET F (1997) ldquoLes Images ou tableaux de platte-peinture de PhilostraterdquoIn
Sixteenth Century Journal284 pp1380-1382
SHAFFER D (1998) ldquoEkphrasis and the Rhetoric of Viewing in Philostratus‟s
Imaginary Museumrdquo In Philosophy amp Rhetoric 314 pp303-316
SILVERMAN A (1991) ldquoPlato on Phantasiardquo In Classical Antiquity 1991 vol10 nordm1
SQUAIRE M (2009) Image and Text in Greco-Roman Antiquity Cambridge
Cambridge University Press
20
SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review
8 1 Pp 5-21
SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER
JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge
Cambridge Univeristy Press
TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo
In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73
WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to
Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New
York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810
WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory
and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited
WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of
Imitation New York Oxford University Press
_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S
HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge
Univeristy Press
YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp
15
εἶναι καὶ γέγραπται τοῦτο καὶ Νυμφῶν δῶρα εἶναι
λέγεται
καὶ οἱ Ἔρωτες δὲ ἀπάρχονται τῶν μήλων καὶ
περιεστῶτες εὔχονται καλὸν αὐτοῖς εἶναι
Os Amores oferecem a Afrodite as primiacutecias das
macieiras e circundando-a rogam-lhe que seu
pomar seja belo
V Cronograma
1ordm Semestre de 2011
Traduccedilatildeo do Livro I
Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico
Leitura e fichamento de referecircncias modernas
Cursar uma disciplina
2ordm Semestre de 2011
Traduccedilatildeo do Livro II
Elaboraccedilatildeo de notas de compreensatildeo e de cunho linguumliacutestico
Leitura e fichamento de referecircncias modernas
Cursar uma disciplina
1ordm Semestre de 2012
Redaccedilatildeo do primeiro e segundo Capiacutetulos
Cursar uma disciplina
2ordm Semestre de 2012
Redaccedilatildeo do terceiro e quarto capiacutetulos
1ordm Semestre de 2013
Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo
2ordm Semestre de 2013
Redaccedilatildeo do quinto capiacutetulo
Revisatildeo final da Dissertaccedilatildeo e da Traduccedilatildeo
VI Bibliografia essencial Parte significativa da bibliografia apresentada aqui foi apenas levantada
Referecircncias Antigas
ARISTOacuteTELES (2006) De anima Trad Maria Ceciacutelia Gomes dos Reis Satildeo Paulo
Editora 34
____________ (1973) Poeacutetica Trad Eudoro de Souza Satildeo Paulo Ars Poetica
____________ (1985) PoliacuteticaTrad Maacuterio da Gama Kury Brasiacutelia Editora da
Universidade de Brasiacutelia
16
____________ (1998) Retoacuterica Trad Manuel Alexandre Juacutenior Paulo F Alberto e
Abel do N Pena Lisboa Casa da Moeda
DIONIacuteSIO DE HALICARNASSO (1986) Tratado da Imitaccedilatildeo Traduccedilatildeo e ediccedilatildeo de Raul
Miguel Rosado Fernandes Lisboa INIC
HORAacuteCIO(1984) Arte Poeacutetica Trad R M Rosado Fernandes Lisboa Inqueacuterito
LONGINO (1997) Do Sublime In A Poeacutetica Claacutessica Trad Jaime Bruna Satildeo Paulo
Cultrix
PLATAtildeO (2000) A Repuacuteblica Trad Carlos Alberto Nunes Paraacute Editora Universitaacuteria
UFPA
_______ (1952) Sophist In Plato Trad Harold N Fowler London The Loeb
Classical Library
PLUTARCO(1927 REPRINT 1986) The education of childre How a young man should
study poetry On listening to lectures in Moralia Trad Frank Cole Babbit
London Loeb Classical Library
QUINTILIANO (1979-89) The Institutio Oratoria Trad H E Butler London Loeb
Classical Library
SEXTO EMPIRICO (1997) Against the Physicists Against the Ethicists Trad RG
Bury London Loeb Classical Library
_______________ (1987) Against the Professors Trad RG Bury London Loeb
Classical Library
Referecircncias Modernas
ANDERSON G (1993) The Second Sophistic A Cultural Phenomenon in the Roman
Empire New York Routledge
BEALL SM (1993) ldquoWord-painting in the bdquoImagines‟ of the Elder Philostratusrdquo In
Hermes 1213 pp350-363
BENEDIKTSON D T (2000) Literature and the Visual Arts in Ancient Greece
Oklahoma University of Oklahoma Press Norman Publisihing Division of the
University
BERTRAND E(1882) Un critique d‟art dans l‟Antiquiteacute Philostrate et son eacutecole Paris
Thorin 1882 in-8 367p (appendice avec traduction d‟un choix de tableaux)
BILLAULT A (2000) L‟univers de Philostrate Bruxelles Latomus
BORG B E (ed) (2004) Paideia The World of the 2nd
Sophistic Berlin Walter de
Gryter Grub H
BOWIE E amp ELSNER J (2009) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
17
BOWIE E (2009) ldquoPhilostratus the life of a sophistrdquo In BOWIE E ET ELSNER J
(ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
BOWIE EWEN AND ELSNER JAS (ED) (2009) Philostratus Cambridge Cambridge
University Press
BRYSON N (1994) ldquoPhilostratus and the Imaginary Museumrdquo In Simon Goldhill Art
and Text in Ancient Greek Culture Cambridge Cambridge University Press
CONAN M (1987) ldquoThe Imagines of Philostratusrdquo In Word amp Image vol3 ndeg2
pp162-171
CONSTANTINI M GRAZIANI F ET ROLET S(2006) Le deacutefi de lart Philostrate
Callistrate et limage sophistique La Licorne 75 Rennes Presses
Universitaires de Rennes
CORREA PC Filoacutestrato o Velho In Jacqueline Lichtenstein Magnoacutelia Costa (Org)
A Pintura Textos essenciais VolI O mito da pintura 1 ed Satildeo Paulo Editora
34 2004 v 1 p 27-29
CRESCENZO R(1999) Peintures d‟instruction la posteacuteriteacute litteacuteraire des Images de
Philostrate en France de Blaise de Vigenegravere agrave l‟eacutepoque classique Genegraveve Droz
CRIBIORE R (2001) Gymnastics of the Mind Greek Education in Hellenistic and
Roman Egypt Princeton Princeton University Press
DE LANNOY L(1997) Le problegraveme des Philostrate (Eacutetat de la question)In ANRW
II343 2362-2449
DUBEL S (2009) ldquoColour in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER
JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
ELSNER J (2009) ldquoA Protean corpusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER JAS (ED)
Philostratus Cambridge Cambridge University Press
FOWLER D P (1991) ldquoNarrate and Describe The Problem of Ekphrasisrdquo In The
Journal of Roman Studies vol81 pp25-35
GOLDHILL S (2007) ldquoWhat is ekphrasis forrdquo In CP 1021 pp 1-19
GRAZIANI F (2006)rdquoLa veriteacute en image le method sophistiquerdquo In COSTANTINI M
GRAZIANI F ET ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage
sophistique La Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes
HAMON P (1981) ldquoRhetorical Status of Descriptiverdquo Trad Patricia Baudoin In Yale
French Studies nordm61 pp 1-26
JONES C P (2004) ldquoMultiple identities in the age of the Second Sophisticrdquo In BORG
B E (ed) Paideia The World of the 2nd
Sophistic Berlin Walter de Gryter
Grub H
18
JULIAacute V (ED) (2001) Los Antiguos Griegos y su lenguaBuenos Aires Biblos
KOORTBOJIAN M (2005) ldquoMimesis or Phantasia Two Representional Modes in
Roman Commemorative Artrdquo In Classical Antiquity vol24 nordm2 pp285-311
KOSTOPOULOU V (2009) ldquoPhilostratus‟ Imagines 218 Words and Imagesrdquo In
GRBS 49 Pp 81-100
KRIEGER M (1992) Ekphrasis The Illusion of the Natural Sign London The Johns
Hopkins University Press
KUNZ D (1997) Un sentiment d‟image Poeacutetique ndeg112 pp461-474
LAUSBERG H (1966) Manual de Retoacuterica Literaria Trad R M Rosado Fernandes
Lisboa Fund Calouste Gulbenkian
LEACH E W (2000) ldquoNarrative Space and the Viewer in Philostratus‟ Eikonesrdquo In
Mitteilungen des Deutschen Archaumlologishen Institutes Roumlmische Abteilung
(Mainz am Rhein Verlag Philipp von Zabern) vol107 pp237-252
____________________ (1992) ldquoPolyphemus in Landscape Traditions of Pastoral
Courtshiprdquo In Studies in the history of art vol36 pp62-87
LEVY C amp PERNOT L (1997) Dire LbdquoEacutevidence Paris L‟Harmattan
LEHMANN-HARTLEBEN K (1941) ldquoThe Imagines of the Elder Philostratusrdquo The Art
Bulletin vol23 pp16-44
LISSARRAGUE F (1995) ldquoPhilostrate entre les images et les motsrdquo In POMMIER E
Histoire de l‟histoire de l‟art T1 de l‟Antiquiteacute au XVIIIegrave siegravecle Confeacuterences
du Museacutee du Louvre Paris Paris Museacutee du Louvre 1995 pp79-93
MANIERI A (1999) ldquoImagines Principi dell‟estetica filostrateardquo In QUCC 633
PP 111-121
MARCOS G E amp DIacuteAZ M E (ED) (2009) El surgimiento de la phantasiacutea en la Grecia
Claacutesica Buenos Aires Prometeo Libros
MARTINS P (2005) ldquoEneacuteias se reconhecerdquo In Letras Claacutessicas Satildeo Paulo
Humanitas
___________(2006)ldquoTropos na Eneida e uma imagem metafoacutericardquo In Martinho dos
Santos Marcos (org) ndash 1ordm Simpoacutesio de Estudos Claacutessicos Satildeo Paulo
Humanitas pp 91-118
___________ (2008) ldquoPolignoto Paacuteuson Dioniacutesio e Zecircuxis ndash Uma leitura da pintura
antiga claacutessica gregardquo [Aguarda publicaccedilatildeo Campinas IELUNICAMP
Revista Phaos]
___________ (2010) ldquoCicero The Picturing a Rhetoricrdquo [Aguarda Referee]
19
___________(2010) ldquoBreve Criacutetica da Histoacuteria da Literatura Latinardquo [Aguarda
Publicaccedilatildeo em Classica]
MCMAHON A P (1931) ldquoSextus Empiricus and the Artsrdquo Harvard Studies in
Classical Philology 42 pp 79-137
NEWBY Z (2009) ldquoAbsortion and erudition in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN
EWEN AND ELSNER JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge
University Press
NEWMAN S (2002) ldquoAristotle‟s Notion of bdquoBringing-Before-the-Eyes‟ Its
Contibutionss to Aristotelian and Contemporary Conceptualizations of
Metaphor Style and Audiencerdquo In Rhetorica 201 pp 1-23
PASTOUREAU M et GRAZIANI F(1996) ldquoFlux et reflux de l‟iconologie Philostrate les
Images ou tableaux de platte-peinture traduction et commentaires de Blaise de
Vigenegravere 1587rdquo In Critique vol52 ndeg589-590 pp556-560
PHILLIP J A (1961) ldquoMimesis in the Sophistes of Platordquo In Transactions and
Procedures of the American Philological Associationrdquo vol 92 pp 453- 468
PINEDA V(2000) ldquoLa invencioacuten de la eacutecfrasisrdquo In VV AA Homenaje a la Profesora
Carmen Peacuterez Romero Universidad de Extremadura Facultad de Filosofiacutea y
Letras pp 251-69
QUET MH(2006) ldquoVoir entendrese ressouvenir Cadre circonstances et objectif de
l‟aprentissage d‟un plaisir culturel ltlthellenegtgt d‟apregraves le teimognage du
prologue des Images de Philostrate In COSTANTINI M GRAZIANI F ET
ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage sophistique La
Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes
RODOLPHO M (2010) Eacutecfrase e Evidecircncia nas Letras Latinas Doutrina e Praacutexis
Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada junto ao DLCVPPGLCFFLCH da
Universidade de Satildeo Paulo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Paulo Martins
ROSENTHAL O ET JOURDE M (1995) ldquoCe qu‟on entend dans les Images Philostrate
Vigenegravere 1578rdquo In Michel G amp Jourde M L‟inscription du regard Moyen-
Acircge Renaissance Fontenay-aux-Roses ENS (collection Signes)
ROUGET F (1997) ldquoLes Images ou tableaux de platte-peinture de PhilostraterdquoIn
Sixteenth Century Journal284 pp1380-1382
SHAFFER D (1998) ldquoEkphrasis and the Rhetoric of Viewing in Philostratus‟s
Imaginary Museumrdquo In Philosophy amp Rhetoric 314 pp303-316
SILVERMAN A (1991) ldquoPlato on Phantasiardquo In Classical Antiquity 1991 vol10 nordm1
SQUAIRE M (2009) Image and Text in Greco-Roman Antiquity Cambridge
Cambridge University Press
20
SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review
8 1 Pp 5-21
SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER
JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge
Cambridge Univeristy Press
TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo
In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73
WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to
Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New
York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810
WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory
and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited
WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of
Imitation New York Oxford University Press
_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S
HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge
Univeristy Press
YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp
16
____________ (1998) Retoacuterica Trad Manuel Alexandre Juacutenior Paulo F Alberto e
Abel do N Pena Lisboa Casa da Moeda
DIONIacuteSIO DE HALICARNASSO (1986) Tratado da Imitaccedilatildeo Traduccedilatildeo e ediccedilatildeo de Raul
Miguel Rosado Fernandes Lisboa INIC
HORAacuteCIO(1984) Arte Poeacutetica Trad R M Rosado Fernandes Lisboa Inqueacuterito
LONGINO (1997) Do Sublime In A Poeacutetica Claacutessica Trad Jaime Bruna Satildeo Paulo
Cultrix
PLATAtildeO (2000) A Repuacuteblica Trad Carlos Alberto Nunes Paraacute Editora Universitaacuteria
UFPA
_______ (1952) Sophist In Plato Trad Harold N Fowler London The Loeb
Classical Library
PLUTARCO(1927 REPRINT 1986) The education of childre How a young man should
study poetry On listening to lectures in Moralia Trad Frank Cole Babbit
London Loeb Classical Library
QUINTILIANO (1979-89) The Institutio Oratoria Trad H E Butler London Loeb
Classical Library
SEXTO EMPIRICO (1997) Against the Physicists Against the Ethicists Trad RG
Bury London Loeb Classical Library
_______________ (1987) Against the Professors Trad RG Bury London Loeb
Classical Library
Referecircncias Modernas
ANDERSON G (1993) The Second Sophistic A Cultural Phenomenon in the Roman
Empire New York Routledge
BEALL SM (1993) ldquoWord-painting in the bdquoImagines‟ of the Elder Philostratusrdquo In
Hermes 1213 pp350-363
BENEDIKTSON D T (2000) Literature and the Visual Arts in Ancient Greece
Oklahoma University of Oklahoma Press Norman Publisihing Division of the
University
BERTRAND E(1882) Un critique d‟art dans l‟Antiquiteacute Philostrate et son eacutecole Paris
Thorin 1882 in-8 367p (appendice avec traduction d‟un choix de tableaux)
BILLAULT A (2000) L‟univers de Philostrate Bruxelles Latomus
BORG B E (ed) (2004) Paideia The World of the 2nd
Sophistic Berlin Walter de
Gryter Grub H
BOWIE E amp ELSNER J (2009) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
17
BOWIE E (2009) ldquoPhilostratus the life of a sophistrdquo In BOWIE E ET ELSNER J
(ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
BOWIE EWEN AND ELSNER JAS (ED) (2009) Philostratus Cambridge Cambridge
University Press
BRYSON N (1994) ldquoPhilostratus and the Imaginary Museumrdquo In Simon Goldhill Art
and Text in Ancient Greek Culture Cambridge Cambridge University Press
CONAN M (1987) ldquoThe Imagines of Philostratusrdquo In Word amp Image vol3 ndeg2
pp162-171
CONSTANTINI M GRAZIANI F ET ROLET S(2006) Le deacutefi de lart Philostrate
Callistrate et limage sophistique La Licorne 75 Rennes Presses
Universitaires de Rennes
CORREA PC Filoacutestrato o Velho In Jacqueline Lichtenstein Magnoacutelia Costa (Org)
A Pintura Textos essenciais VolI O mito da pintura 1 ed Satildeo Paulo Editora
34 2004 v 1 p 27-29
CRESCENZO R(1999) Peintures d‟instruction la posteacuteriteacute litteacuteraire des Images de
Philostrate en France de Blaise de Vigenegravere agrave l‟eacutepoque classique Genegraveve Droz
CRIBIORE R (2001) Gymnastics of the Mind Greek Education in Hellenistic and
Roman Egypt Princeton Princeton University Press
DE LANNOY L(1997) Le problegraveme des Philostrate (Eacutetat de la question)In ANRW
II343 2362-2449
DUBEL S (2009) ldquoColour in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER
JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
ELSNER J (2009) ldquoA Protean corpusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER JAS (ED)
Philostratus Cambridge Cambridge University Press
FOWLER D P (1991) ldquoNarrate and Describe The Problem of Ekphrasisrdquo In The
Journal of Roman Studies vol81 pp25-35
GOLDHILL S (2007) ldquoWhat is ekphrasis forrdquo In CP 1021 pp 1-19
GRAZIANI F (2006)rdquoLa veriteacute en image le method sophistiquerdquo In COSTANTINI M
GRAZIANI F ET ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage
sophistique La Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes
HAMON P (1981) ldquoRhetorical Status of Descriptiverdquo Trad Patricia Baudoin In Yale
French Studies nordm61 pp 1-26
JONES C P (2004) ldquoMultiple identities in the age of the Second Sophisticrdquo In BORG
B E (ed) Paideia The World of the 2nd
Sophistic Berlin Walter de Gryter
Grub H
18
JULIAacute V (ED) (2001) Los Antiguos Griegos y su lenguaBuenos Aires Biblos
KOORTBOJIAN M (2005) ldquoMimesis or Phantasia Two Representional Modes in
Roman Commemorative Artrdquo In Classical Antiquity vol24 nordm2 pp285-311
KOSTOPOULOU V (2009) ldquoPhilostratus‟ Imagines 218 Words and Imagesrdquo In
GRBS 49 Pp 81-100
KRIEGER M (1992) Ekphrasis The Illusion of the Natural Sign London The Johns
Hopkins University Press
KUNZ D (1997) Un sentiment d‟image Poeacutetique ndeg112 pp461-474
LAUSBERG H (1966) Manual de Retoacuterica Literaria Trad R M Rosado Fernandes
Lisboa Fund Calouste Gulbenkian
LEACH E W (2000) ldquoNarrative Space and the Viewer in Philostratus‟ Eikonesrdquo In
Mitteilungen des Deutschen Archaumlologishen Institutes Roumlmische Abteilung
(Mainz am Rhein Verlag Philipp von Zabern) vol107 pp237-252
____________________ (1992) ldquoPolyphemus in Landscape Traditions of Pastoral
Courtshiprdquo In Studies in the history of art vol36 pp62-87
LEVY C amp PERNOT L (1997) Dire LbdquoEacutevidence Paris L‟Harmattan
LEHMANN-HARTLEBEN K (1941) ldquoThe Imagines of the Elder Philostratusrdquo The Art
Bulletin vol23 pp16-44
LISSARRAGUE F (1995) ldquoPhilostrate entre les images et les motsrdquo In POMMIER E
Histoire de l‟histoire de l‟art T1 de l‟Antiquiteacute au XVIIIegrave siegravecle Confeacuterences
du Museacutee du Louvre Paris Paris Museacutee du Louvre 1995 pp79-93
MANIERI A (1999) ldquoImagines Principi dell‟estetica filostrateardquo In QUCC 633
PP 111-121
MARCOS G E amp DIacuteAZ M E (ED) (2009) El surgimiento de la phantasiacutea en la Grecia
Claacutesica Buenos Aires Prometeo Libros
MARTINS P (2005) ldquoEneacuteias se reconhecerdquo In Letras Claacutessicas Satildeo Paulo
Humanitas
___________(2006)ldquoTropos na Eneida e uma imagem metafoacutericardquo In Martinho dos
Santos Marcos (org) ndash 1ordm Simpoacutesio de Estudos Claacutessicos Satildeo Paulo
Humanitas pp 91-118
___________ (2008) ldquoPolignoto Paacuteuson Dioniacutesio e Zecircuxis ndash Uma leitura da pintura
antiga claacutessica gregardquo [Aguarda publicaccedilatildeo Campinas IELUNICAMP
Revista Phaos]
___________ (2010) ldquoCicero The Picturing a Rhetoricrdquo [Aguarda Referee]
19
___________(2010) ldquoBreve Criacutetica da Histoacuteria da Literatura Latinardquo [Aguarda
Publicaccedilatildeo em Classica]
MCMAHON A P (1931) ldquoSextus Empiricus and the Artsrdquo Harvard Studies in
Classical Philology 42 pp 79-137
NEWBY Z (2009) ldquoAbsortion and erudition in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN
EWEN AND ELSNER JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge
University Press
NEWMAN S (2002) ldquoAristotle‟s Notion of bdquoBringing-Before-the-Eyes‟ Its
Contibutionss to Aristotelian and Contemporary Conceptualizations of
Metaphor Style and Audiencerdquo In Rhetorica 201 pp 1-23
PASTOUREAU M et GRAZIANI F(1996) ldquoFlux et reflux de l‟iconologie Philostrate les
Images ou tableaux de platte-peinture traduction et commentaires de Blaise de
Vigenegravere 1587rdquo In Critique vol52 ndeg589-590 pp556-560
PHILLIP J A (1961) ldquoMimesis in the Sophistes of Platordquo In Transactions and
Procedures of the American Philological Associationrdquo vol 92 pp 453- 468
PINEDA V(2000) ldquoLa invencioacuten de la eacutecfrasisrdquo In VV AA Homenaje a la Profesora
Carmen Peacuterez Romero Universidad de Extremadura Facultad de Filosofiacutea y
Letras pp 251-69
QUET MH(2006) ldquoVoir entendrese ressouvenir Cadre circonstances et objectif de
l‟aprentissage d‟un plaisir culturel ltlthellenegtgt d‟apregraves le teimognage du
prologue des Images de Philostrate In COSTANTINI M GRAZIANI F ET
ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage sophistique La
Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes
RODOLPHO M (2010) Eacutecfrase e Evidecircncia nas Letras Latinas Doutrina e Praacutexis
Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada junto ao DLCVPPGLCFFLCH da
Universidade de Satildeo Paulo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Paulo Martins
ROSENTHAL O ET JOURDE M (1995) ldquoCe qu‟on entend dans les Images Philostrate
Vigenegravere 1578rdquo In Michel G amp Jourde M L‟inscription du regard Moyen-
Acircge Renaissance Fontenay-aux-Roses ENS (collection Signes)
ROUGET F (1997) ldquoLes Images ou tableaux de platte-peinture de PhilostraterdquoIn
Sixteenth Century Journal284 pp1380-1382
SHAFFER D (1998) ldquoEkphrasis and the Rhetoric of Viewing in Philostratus‟s
Imaginary Museumrdquo In Philosophy amp Rhetoric 314 pp303-316
SILVERMAN A (1991) ldquoPlato on Phantasiardquo In Classical Antiquity 1991 vol10 nordm1
SQUAIRE M (2009) Image and Text in Greco-Roman Antiquity Cambridge
Cambridge University Press
20
SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review
8 1 Pp 5-21
SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER
JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge
Cambridge Univeristy Press
TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo
In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73
WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to
Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New
York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810
WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory
and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited
WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of
Imitation New York Oxford University Press
_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S
HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge
Univeristy Press
YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp
17
BOWIE E (2009) ldquoPhilostratus the life of a sophistrdquo In BOWIE E ET ELSNER J
(ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
BOWIE EWEN AND ELSNER JAS (ED) (2009) Philostratus Cambridge Cambridge
University Press
BRYSON N (1994) ldquoPhilostratus and the Imaginary Museumrdquo In Simon Goldhill Art
and Text in Ancient Greek Culture Cambridge Cambridge University Press
CONAN M (1987) ldquoThe Imagines of Philostratusrdquo In Word amp Image vol3 ndeg2
pp162-171
CONSTANTINI M GRAZIANI F ET ROLET S(2006) Le deacutefi de lart Philostrate
Callistrate et limage sophistique La Licorne 75 Rennes Presses
Universitaires de Rennes
CORREA PC Filoacutestrato o Velho In Jacqueline Lichtenstein Magnoacutelia Costa (Org)
A Pintura Textos essenciais VolI O mito da pintura 1 ed Satildeo Paulo Editora
34 2004 v 1 p 27-29
CRESCENZO R(1999) Peintures d‟instruction la posteacuteriteacute litteacuteraire des Images de
Philostrate en France de Blaise de Vigenegravere agrave l‟eacutepoque classique Genegraveve Droz
CRIBIORE R (2001) Gymnastics of the Mind Greek Education in Hellenistic and
Roman Egypt Princeton Princeton University Press
DE LANNOY L(1997) Le problegraveme des Philostrate (Eacutetat de la question)In ANRW
II343 2362-2449
DUBEL S (2009) ldquoColour in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER
JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
ELSNER J (2009) ldquoA Protean corpusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER JAS (ED)
Philostratus Cambridge Cambridge University Press
FOWLER D P (1991) ldquoNarrate and Describe The Problem of Ekphrasisrdquo In The
Journal of Roman Studies vol81 pp25-35
GOLDHILL S (2007) ldquoWhat is ekphrasis forrdquo In CP 1021 pp 1-19
GRAZIANI F (2006)rdquoLa veriteacute en image le method sophistiquerdquo In COSTANTINI M
GRAZIANI F ET ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage
sophistique La Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes
HAMON P (1981) ldquoRhetorical Status of Descriptiverdquo Trad Patricia Baudoin In Yale
French Studies nordm61 pp 1-26
JONES C P (2004) ldquoMultiple identities in the age of the Second Sophisticrdquo In BORG
B E (ed) Paideia The World of the 2nd
Sophistic Berlin Walter de Gryter
Grub H
18
JULIAacute V (ED) (2001) Los Antiguos Griegos y su lenguaBuenos Aires Biblos
KOORTBOJIAN M (2005) ldquoMimesis or Phantasia Two Representional Modes in
Roman Commemorative Artrdquo In Classical Antiquity vol24 nordm2 pp285-311
KOSTOPOULOU V (2009) ldquoPhilostratus‟ Imagines 218 Words and Imagesrdquo In
GRBS 49 Pp 81-100
KRIEGER M (1992) Ekphrasis The Illusion of the Natural Sign London The Johns
Hopkins University Press
KUNZ D (1997) Un sentiment d‟image Poeacutetique ndeg112 pp461-474
LAUSBERG H (1966) Manual de Retoacuterica Literaria Trad R M Rosado Fernandes
Lisboa Fund Calouste Gulbenkian
LEACH E W (2000) ldquoNarrative Space and the Viewer in Philostratus‟ Eikonesrdquo In
Mitteilungen des Deutschen Archaumlologishen Institutes Roumlmische Abteilung
(Mainz am Rhein Verlag Philipp von Zabern) vol107 pp237-252
____________________ (1992) ldquoPolyphemus in Landscape Traditions of Pastoral
Courtshiprdquo In Studies in the history of art vol36 pp62-87
LEVY C amp PERNOT L (1997) Dire LbdquoEacutevidence Paris L‟Harmattan
LEHMANN-HARTLEBEN K (1941) ldquoThe Imagines of the Elder Philostratusrdquo The Art
Bulletin vol23 pp16-44
LISSARRAGUE F (1995) ldquoPhilostrate entre les images et les motsrdquo In POMMIER E
Histoire de l‟histoire de l‟art T1 de l‟Antiquiteacute au XVIIIegrave siegravecle Confeacuterences
du Museacutee du Louvre Paris Paris Museacutee du Louvre 1995 pp79-93
MANIERI A (1999) ldquoImagines Principi dell‟estetica filostrateardquo In QUCC 633
PP 111-121
MARCOS G E amp DIacuteAZ M E (ED) (2009) El surgimiento de la phantasiacutea en la Grecia
Claacutesica Buenos Aires Prometeo Libros
MARTINS P (2005) ldquoEneacuteias se reconhecerdquo In Letras Claacutessicas Satildeo Paulo
Humanitas
___________(2006)ldquoTropos na Eneida e uma imagem metafoacutericardquo In Martinho dos
Santos Marcos (org) ndash 1ordm Simpoacutesio de Estudos Claacutessicos Satildeo Paulo
Humanitas pp 91-118
___________ (2008) ldquoPolignoto Paacuteuson Dioniacutesio e Zecircuxis ndash Uma leitura da pintura
antiga claacutessica gregardquo [Aguarda publicaccedilatildeo Campinas IELUNICAMP
Revista Phaos]
___________ (2010) ldquoCicero The Picturing a Rhetoricrdquo [Aguarda Referee]
19
___________(2010) ldquoBreve Criacutetica da Histoacuteria da Literatura Latinardquo [Aguarda
Publicaccedilatildeo em Classica]
MCMAHON A P (1931) ldquoSextus Empiricus and the Artsrdquo Harvard Studies in
Classical Philology 42 pp 79-137
NEWBY Z (2009) ldquoAbsortion and erudition in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN
EWEN AND ELSNER JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge
University Press
NEWMAN S (2002) ldquoAristotle‟s Notion of bdquoBringing-Before-the-Eyes‟ Its
Contibutionss to Aristotelian and Contemporary Conceptualizations of
Metaphor Style and Audiencerdquo In Rhetorica 201 pp 1-23
PASTOUREAU M et GRAZIANI F(1996) ldquoFlux et reflux de l‟iconologie Philostrate les
Images ou tableaux de platte-peinture traduction et commentaires de Blaise de
Vigenegravere 1587rdquo In Critique vol52 ndeg589-590 pp556-560
PHILLIP J A (1961) ldquoMimesis in the Sophistes of Platordquo In Transactions and
Procedures of the American Philological Associationrdquo vol 92 pp 453- 468
PINEDA V(2000) ldquoLa invencioacuten de la eacutecfrasisrdquo In VV AA Homenaje a la Profesora
Carmen Peacuterez Romero Universidad de Extremadura Facultad de Filosofiacutea y
Letras pp 251-69
QUET MH(2006) ldquoVoir entendrese ressouvenir Cadre circonstances et objectif de
l‟aprentissage d‟un plaisir culturel ltlthellenegtgt d‟apregraves le teimognage du
prologue des Images de Philostrate In COSTANTINI M GRAZIANI F ET
ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage sophistique La
Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes
RODOLPHO M (2010) Eacutecfrase e Evidecircncia nas Letras Latinas Doutrina e Praacutexis
Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada junto ao DLCVPPGLCFFLCH da
Universidade de Satildeo Paulo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Paulo Martins
ROSENTHAL O ET JOURDE M (1995) ldquoCe qu‟on entend dans les Images Philostrate
Vigenegravere 1578rdquo In Michel G amp Jourde M L‟inscription du regard Moyen-
Acircge Renaissance Fontenay-aux-Roses ENS (collection Signes)
ROUGET F (1997) ldquoLes Images ou tableaux de platte-peinture de PhilostraterdquoIn
Sixteenth Century Journal284 pp1380-1382
SHAFFER D (1998) ldquoEkphrasis and the Rhetoric of Viewing in Philostratus‟s
Imaginary Museumrdquo In Philosophy amp Rhetoric 314 pp303-316
SILVERMAN A (1991) ldquoPlato on Phantasiardquo In Classical Antiquity 1991 vol10 nordm1
SQUAIRE M (2009) Image and Text in Greco-Roman Antiquity Cambridge
Cambridge University Press
20
SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review
8 1 Pp 5-21
SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER
JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge
Cambridge Univeristy Press
TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo
In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73
WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to
Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New
York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810
WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory
and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited
WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of
Imitation New York Oxford University Press
_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S
HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge
Univeristy Press
YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp
18
JULIAacute V (ED) (2001) Los Antiguos Griegos y su lenguaBuenos Aires Biblos
KOORTBOJIAN M (2005) ldquoMimesis or Phantasia Two Representional Modes in
Roman Commemorative Artrdquo In Classical Antiquity vol24 nordm2 pp285-311
KOSTOPOULOU V (2009) ldquoPhilostratus‟ Imagines 218 Words and Imagesrdquo In
GRBS 49 Pp 81-100
KRIEGER M (1992) Ekphrasis The Illusion of the Natural Sign London The Johns
Hopkins University Press
KUNZ D (1997) Un sentiment d‟image Poeacutetique ndeg112 pp461-474
LAUSBERG H (1966) Manual de Retoacuterica Literaria Trad R M Rosado Fernandes
Lisboa Fund Calouste Gulbenkian
LEACH E W (2000) ldquoNarrative Space and the Viewer in Philostratus‟ Eikonesrdquo In
Mitteilungen des Deutschen Archaumlologishen Institutes Roumlmische Abteilung
(Mainz am Rhein Verlag Philipp von Zabern) vol107 pp237-252
____________________ (1992) ldquoPolyphemus in Landscape Traditions of Pastoral
Courtshiprdquo In Studies in the history of art vol36 pp62-87
LEVY C amp PERNOT L (1997) Dire LbdquoEacutevidence Paris L‟Harmattan
LEHMANN-HARTLEBEN K (1941) ldquoThe Imagines of the Elder Philostratusrdquo The Art
Bulletin vol23 pp16-44
LISSARRAGUE F (1995) ldquoPhilostrate entre les images et les motsrdquo In POMMIER E
Histoire de l‟histoire de l‟art T1 de l‟Antiquiteacute au XVIIIegrave siegravecle Confeacuterences
du Museacutee du Louvre Paris Paris Museacutee du Louvre 1995 pp79-93
MANIERI A (1999) ldquoImagines Principi dell‟estetica filostrateardquo In QUCC 633
PP 111-121
MARCOS G E amp DIacuteAZ M E (ED) (2009) El surgimiento de la phantasiacutea en la Grecia
Claacutesica Buenos Aires Prometeo Libros
MARTINS P (2005) ldquoEneacuteias se reconhecerdquo In Letras Claacutessicas Satildeo Paulo
Humanitas
___________(2006)ldquoTropos na Eneida e uma imagem metafoacutericardquo In Martinho dos
Santos Marcos (org) ndash 1ordm Simpoacutesio de Estudos Claacutessicos Satildeo Paulo
Humanitas pp 91-118
___________ (2008) ldquoPolignoto Paacuteuson Dioniacutesio e Zecircuxis ndash Uma leitura da pintura
antiga claacutessica gregardquo [Aguarda publicaccedilatildeo Campinas IELUNICAMP
Revista Phaos]
___________ (2010) ldquoCicero The Picturing a Rhetoricrdquo [Aguarda Referee]
19
___________(2010) ldquoBreve Criacutetica da Histoacuteria da Literatura Latinardquo [Aguarda
Publicaccedilatildeo em Classica]
MCMAHON A P (1931) ldquoSextus Empiricus and the Artsrdquo Harvard Studies in
Classical Philology 42 pp 79-137
NEWBY Z (2009) ldquoAbsortion and erudition in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN
EWEN AND ELSNER JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge
University Press
NEWMAN S (2002) ldquoAristotle‟s Notion of bdquoBringing-Before-the-Eyes‟ Its
Contibutionss to Aristotelian and Contemporary Conceptualizations of
Metaphor Style and Audiencerdquo In Rhetorica 201 pp 1-23
PASTOUREAU M et GRAZIANI F(1996) ldquoFlux et reflux de l‟iconologie Philostrate les
Images ou tableaux de platte-peinture traduction et commentaires de Blaise de
Vigenegravere 1587rdquo In Critique vol52 ndeg589-590 pp556-560
PHILLIP J A (1961) ldquoMimesis in the Sophistes of Platordquo In Transactions and
Procedures of the American Philological Associationrdquo vol 92 pp 453- 468
PINEDA V(2000) ldquoLa invencioacuten de la eacutecfrasisrdquo In VV AA Homenaje a la Profesora
Carmen Peacuterez Romero Universidad de Extremadura Facultad de Filosofiacutea y
Letras pp 251-69
QUET MH(2006) ldquoVoir entendrese ressouvenir Cadre circonstances et objectif de
l‟aprentissage d‟un plaisir culturel ltlthellenegtgt d‟apregraves le teimognage du
prologue des Images de Philostrate In COSTANTINI M GRAZIANI F ET
ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage sophistique La
Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes
RODOLPHO M (2010) Eacutecfrase e Evidecircncia nas Letras Latinas Doutrina e Praacutexis
Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada junto ao DLCVPPGLCFFLCH da
Universidade de Satildeo Paulo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Paulo Martins
ROSENTHAL O ET JOURDE M (1995) ldquoCe qu‟on entend dans les Images Philostrate
Vigenegravere 1578rdquo In Michel G amp Jourde M L‟inscription du regard Moyen-
Acircge Renaissance Fontenay-aux-Roses ENS (collection Signes)
ROUGET F (1997) ldquoLes Images ou tableaux de platte-peinture de PhilostraterdquoIn
Sixteenth Century Journal284 pp1380-1382
SHAFFER D (1998) ldquoEkphrasis and the Rhetoric of Viewing in Philostratus‟s
Imaginary Museumrdquo In Philosophy amp Rhetoric 314 pp303-316
SILVERMAN A (1991) ldquoPlato on Phantasiardquo In Classical Antiquity 1991 vol10 nordm1
SQUAIRE M (2009) Image and Text in Greco-Roman Antiquity Cambridge
Cambridge University Press
20
SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review
8 1 Pp 5-21
SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER
JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge
Cambridge Univeristy Press
TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo
In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73
WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to
Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New
York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810
WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory
and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited
WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of
Imitation New York Oxford University Press
_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S
HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge
Univeristy Press
YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp
19
___________(2010) ldquoBreve Criacutetica da Histoacuteria da Literatura Latinardquo [Aguarda
Publicaccedilatildeo em Classica]
MCMAHON A P (1931) ldquoSextus Empiricus and the Artsrdquo Harvard Studies in
Classical Philology 42 pp 79-137
NEWBY Z (2009) ldquoAbsortion and erudition in Philostratus‟ Imaginesrdquo In BOWIN
EWEN AND ELSNER JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge
University Press
NEWMAN S (2002) ldquoAristotle‟s Notion of bdquoBringing-Before-the-Eyes‟ Its
Contibutionss to Aristotelian and Contemporary Conceptualizations of
Metaphor Style and Audiencerdquo In Rhetorica 201 pp 1-23
PASTOUREAU M et GRAZIANI F(1996) ldquoFlux et reflux de l‟iconologie Philostrate les
Images ou tableaux de platte-peinture traduction et commentaires de Blaise de
Vigenegravere 1587rdquo In Critique vol52 ndeg589-590 pp556-560
PHILLIP J A (1961) ldquoMimesis in the Sophistes of Platordquo In Transactions and
Procedures of the American Philological Associationrdquo vol 92 pp 453- 468
PINEDA V(2000) ldquoLa invencioacuten de la eacutecfrasisrdquo In VV AA Homenaje a la Profesora
Carmen Peacuterez Romero Universidad de Extremadura Facultad de Filosofiacutea y
Letras pp 251-69
QUET MH(2006) ldquoVoir entendrese ressouvenir Cadre circonstances et objectif de
l‟aprentissage d‟un plaisir culturel ltlthellenegtgt d‟apregraves le teimognage du
prologue des Images de Philostrate In COSTANTINI M GRAZIANI F ET
ROLET S Le deacutefi de lart Philostrate Callistrate et limage sophistique La
Licorne 75 Rennes Presses Universitaires de Rennes
RODOLPHO M (2010) Eacutecfrase e Evidecircncia nas Letras Latinas Doutrina e Praacutexis
Dissertaccedilatildeo de Mestrado apresentada junto ao DLCVPPGLCFFLCH da
Universidade de Satildeo Paulo sob a orientaccedilatildeo do Prof Dr Paulo Martins
ROSENTHAL O ET JOURDE M (1995) ldquoCe qu‟on entend dans les Images Philostrate
Vigenegravere 1578rdquo In Michel G amp Jourde M L‟inscription du regard Moyen-
Acircge Renaissance Fontenay-aux-Roses ENS (collection Signes)
ROUGET F (1997) ldquoLes Images ou tableaux de platte-peinture de PhilostraterdquoIn
Sixteenth Century Journal284 pp1380-1382
SHAFFER D (1998) ldquoEkphrasis and the Rhetoric of Viewing in Philostratus‟s
Imaginary Museumrdquo In Philosophy amp Rhetoric 314 pp303-316
SILVERMAN A (1991) ldquoPlato on Phantasiardquo In Classical Antiquity 1991 vol10 nordm1
SQUAIRE M (2009) Image and Text in Greco-Roman Antiquity Cambridge
Cambridge University Press
20
SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review
8 1 Pp 5-21
SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER
JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge
Cambridge Univeristy Press
TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo
In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73
WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to
Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New
York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810
WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory
and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited
WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of
Imitation New York Oxford University Press
_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S
HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge
Univeristy Press
YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp
20
SULLIVAN D L (1989) ldquoClassical Culture and Modern Temperrdquo In Rhetoric Review
8 1 Pp 5-21
SWAIN S (2009) ldquoCulture and nature in Philostratusrdquo In BOWIN EWEN AND ELSNER
JAS (ED) Philostratus Cambridge Cambridge University Press
SWAIN S HARRISON S amp ELSNER J (ED) (2007) Severan Culture Cambridge
Cambridge Univeristy Press
TRIMPI W (1978)ldquoHorace‟s Vt pictura poesis The Argument for Stylistic Decorumrdquo
In Traditio vol34 Nova York Fordham University Press pp 29-73
WATSON G (1994) ldquoThe Concept of bdquoPhantasia‟ from the Late Hellenistic Period to
Early Neoplatonismrdquo In Rise and Decline of the Roman World Berlin New
York Walter de Gruyter Parte II pp4765-4810
WEBB R (2009) Ekphrasis Imagination and Persuasion in Ancient Rhetorical Theory
and Practice Farnham Ashgate Publishing Limited
WHITMARSH T(2001) Greek Literature and the Roman Empire The Politics of
Imitation New York Oxford University Press
_____________ (2007) ldquoProse Literature and the Severan Dynastyrdquo In SWAIN S
HARRISONS ET ELSNER J (ed) Severan Culture Cambridge Cambridge
Univeristy Press
YATES F A (2007) A Arte da Memoacuteria Trad Flavia Bancher Campinas Unicamp