AVICULTURA - Trabalho Escrito Sobre Avicultura (Quinta Do Bonito)l
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO
CUSTOS DE TRANSAÇÃO E ARRANJOS INSTITUCIONAIS ALTERNATIVOS:
UMA ANÁLISE DA AVICULTURA DE CORTE NO ESTADO DE SÃO PAULO
ANTONIO CARLOS LIMA NOGUEIRA
Orientador: Prof. Dr. DECIO ZYLBERSZTAJN
SÃO PAULO
2003
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO
CUSTOS DE TRANSAÇÃO E ARRANJOS INSTITUCIONAIS ALTERNATIVOS: UMA
ANÁLISE DA AVICULTURA DE CORTE NO ESTADO DE SÃO PAULO
ANTONIO CARLOS LIMA NOGUEIRA Dissertação apresentada à Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, para obtenção do título de Mestre em Administração
Orientador: Prof. Dr. DECIO ZYLBERSZTAJN
SÃO PAULO
2003
iii
Para
Sílvio e Leodyr
Pelos valores que duram para a vida toda
Renata
Pelo amor, paciência e dedicação demonstrados dia a dia
iv
AGRADECIMENTOS Ao Prof. Dr. Decio Zylbersztajn, pela orientação e motivação durante o estudo, pelo apoio na
minha carreira profissional e principalmente pelo exemplo de ética e responsabilidade.
Aos colegas do PENSA-Programa de Estudos dos Negócios do Sistema Agroindustrial, pela
convivência enriquecedora e companheirismo.
Ao Sr Érico Pozzer, pelo auxílio prestado na coleta dos dados dos integrantes da Associação
Paulista de Avicultura.
À Nice, pelo suporte nas mais diversas situações durante a realização do trabalho.
Às colegas da Revista de Administração da USP, Sônia e Celeste, pelo apoio na fase final do
trabalho.
v
RESUMO
Neste estudo pretende-se analisar a coexistência de arranjos institucionais alternativos
em sistemas produtivos agroindustriais, com foco no suprimento de frangos aos processadores
na avicultura. Ainda que seja predominante na avicultura brasileira, o contrato de parceria
com produtores coexiste com outros arranjos institucionais no Estado de São Paulo, como as
transações via mercado com intermediários de frango vivo ou contratos de fornecimento
temporário com produtores independentes. O objetivo do estudo é analisar a participação
percentual dos arranjos institucionais alternativos no suprimento total dos processadores e as
razões para que sejam adotados. As variáveis explicativas consideradas são algumas
características e estratégias dos processadores, assim como percepções que eles têm sobre as
transações, e o ambientes competitivo. Os dados foram obtidos em questionário aplicado para
30 processadores. A análise foi realizada considerando-se os arranjos institucionais
individuais, o grau de integração medido pelo arranjo predominante (mercado, contratos e
integração) e a escolha dicotômica do Mercado. Para cada nível de análise foram realizadas
análises de estatística descritiva, análise de correlação, análise de correspondência e testes
qui-quadrado para testar as hipóteses levantadas com base na Economia dos Custos de
Transação.
Palavras-chave: custos de transação, arranjos institucionais, avicultura, sistemas
agroindustriais, coordenação vertical.
vi
ABSTRACT
The study analyzes the coexistence of institutional arrangements in agri-food
productive systems, with focus on supply of chickens to the processors in the poultry industry.
Although it is predominant in the Brazilian aviculture, the partnership contract with producers
coexists with other arrangements in the State of São Paulo, as spot market transactions with
dealers of live chicken or contracts of temporary supply with independent producers. The
objective of the study is to analyze the percentile participation of the alternative institutional
arrangements in the total supply of the processors and the reasons why they are adopted. The
considered explanatory variables are some characteristics and strategies of the processors, as
well as perceptions that they have about the transactions, the competitive and institutional
environments. The data was collected by questionnaires applied to a sample of 30 processors.
The analysis had considered the institutional arrangements the degree of coordination
measured by the predominant arrangement (spot market, contracts and vertical integration)
and the dichotomist choice of spot market.. To each level of analysis, the data were treated by
descriptive statistics, correlation analysis, correspondence analysis and chi-square test in order
to test the hypothesis proposed, based on Transaction Cost Economics.
Key-words: transaction costs, institutional arrangements, poultry industry, agri-food systems,
vertical coordination.
vii
SUMÁRIO
Página
1 O PROBLEMA............................................................................................................ 13
1.1 Introdução................................................................................................................ 13 1.2 Situação-Problema ................................................................................................... 15 1.3 Objetivos e Delimitação do Estudo........................................................................... 17 1.4 Referencial Teórico .................................................................................................. 17 1.5 Justificativa .............................................................................................................. 18
2 ECONOMIA DOS CUSTOS DE TRANSAÇÃO......................................................... 19
2.1 Fundamentos............................................................................................................ 20 2.2 Dimensões das Transações ....................................................................................... 21 2.3 Arranjos institucionais.............................................................................................. 23 2.4 Ambiente Institucional ............................................................................................. 25
3 ANÁLISE DE ARRANJOS INSTITUCIONAIS.......................................................... 27
3.1 Tipos de Arranjos Institucionais ............................................................................... 27 3.2 Escolha dos Arranjos Institucionais .......................................................................... 31 3.3 Evolução dos Arranjos Institucionais........................................................................ 38
4 COORDENAÇÃO NA AVICULTURA DE CORTE................................................... 40
4.1 Ambiente Institucional ............................................................................................. 40 4.2 Ambiente Competitivo ............................................................................................. 41 4.3 Evolução dos Arranjos Institucionais........................................................................ 44
5 METODOLOGIA ........................................................................................................ 51
5.1 Definição de Variáveis ............................................................................................. 51 5.2 Hipóteses ................................................................................................................. 57 5.3 Instrumentos de Medida ........................................................................................... 64 5.4 Coleta de Dados ....................................................................................................... 65 5.5 Tratamento e Análise dos Dados .............................................................................. 66 5.6 Limitações do Método.............................................................................................. 69
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................. 71
6.1 Considerações Gerais ............................................................................................... 71 6.2 Arranjos Institucionais ............................................................................................. 72 6.3 Perfil do processador................................................................................................ 76 6.4 Transação de Mercado.............................................................................................. 86 6.5 Ambiente Competitivo ............................................................................................. 88 6.6 Testes de Hipóteses .................................................................................................. 89
viii
7 CONCLUSÃO........................................................................................................... 124
ANEXOS .......................................................................................................................... 131
1. Estatísticas descritivas dos grupos Arranjos institucionais, Perfil do Processador, Transação de mercado e Ambiente competitivo.............................................................. 132 2. Análise de Correlação para os grupos Arranjos institucionais, Perfil do processador, Transação de mercado e Ambiente competitivo.............................................................. 135 3. Resumo da análise de correspondência para Perfil do processador, Transação de mercado e Ambiente competitivo, cada grupo cruzado com Grau de integração ............. 139 4. Testes de Qui-quadrado para Perfil do processador, Transação de mercado, Ambiente competitivo e Mercado................................................................................................... 144 5. Questionário aplicado para processadores da avicultura do Estado de São Paulo ....... 148
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................... 150
ix
LISTA DE FIGURAS Figura Página 1. Continuum de arranjos institucionais básicos da avicultura paulista................................. 53 2. Agentes e arranjos institucionais para fornecimento de frango vivo na avicultura paulista53 3. Arranjos institucionais de suprimento de frangos vivos ao processador (AB). ................. 54 4. Participação percentual média dos arranjos institucionais de cada processador ................ 73 5. Participação percentual dos arranjos institucionais no total de abate da amostra. ............. 73 6. Participação percentual dos casos conforme o Grau de integração adotado....................... 74 7. Participação percentual de adoção de Mercado no total de casos da amostra ................... 74 8. Histograma do ano de instalação das empresas na amostra. ............................................. 77 9. Distribuição percentual por décadas do ano de instalação das empresas na amostra......... 77 10. Histograma de freqüência das empresas na amostra por faixas de escala de produção
(animais abatidos/dia). ................................................................................................. 79 11. Distribuição percentual das empresas na amostra por faixas de escala (animais
abatidos/dia)................................................................................................................. 79 12. Histograma da empresas por faixa de participação do frango congelado. ....................... 80 13. Distribuição das empresas por faixas de participação do frango congelado.................... 81 14. Histograma de empresas por faixa de participação do frango exportado. ....................... 82 15. Distribuição das empresas entre exportadoras e não exportadoras.................................. 83 16. Histograma de empresas por faixa de concentração de vendas....................................... 84 17. Distribuição das empresas por faixas de concentração de vendas no maior comprador. . 85 18. Mapa de análise de correspondência entre Grau de integração e Instalação.................... 92 19. Mapa de análise de correspondência entre Grau de integração e Escala ......................... 93 20. Mapa de análise de correspondência para Congelamento e Grau de integração.............. 94 21. Mapa de análise de correspondência para Concentração e Grau de Integração............... 96 22. Mapa de análise de correspondência para Regularidade e Grau de integração................ 98 23. Mapa de análise de correspondência para Qualidade e Grau de Integração .................... 99 24. Mapa de análise de correspondência para Sanidade e Grau de Integração.................... 100 25. Mapa de análise de correspondência para Negociação e Grau de Integração................ 102 26. Mapa de análise de correspondência para Manutenção e Grau de Integração............... 103 27. Mapa de análise de correspondência para Justiça e Grau de Integração ....................... 105 28. Mapa de análise de correspondência para Impostos e Grau de Integração.................... 106 29. Mapa de análise de correspondência para Previsão e Grau de Integração..................... 107 30. Mapa de análise de correspondência para Conquista e Grau de Integração .................. 108 31. Mapa de análise de correspondência para Informação e Grau de Integração ................ 109 32. Mapa de análise de correspondência para Insumo e Grau de Integração ...................... 111 33. Mapa de análise de correspondência para Comprador e Grau de Integração ................ 112
x
LISTA DE QUADROS Quadro Página 1. Arranjos institucionais para diversos níveis de incerteza e especificidade de ativos ......... 33 2. Previsão da forma organizacional da coordenação vertical .............................................. 34 3. Quadro de referência para a tomada de decisão sobre coordenação vertical .................... 35 4. Variáveis dependentes correspondentes aos arranjos institucionais.................................. 54 5. Variáveis explicativas de perfil e percepções do processador........................................... 56 6. Critério para categorias das variáveis explicativas. ........................................................... 57
xi
LISTA DE TABELAS Tabela Página
1. Variações esperadas nas variáveis de arranjos institucionais............................................ 64 2. Tabela de contingência para o cruzamento de Instalação e Escala ................................... 78 3. Tabela de contingência para o cruzamento de Congelamento e Escala............................. 81 5. Tabela de contingência para o cruzamento de Concentração e Escala............................... 85 6. Tabela de contingência pelo cruzamento de Instalação e Grau de integração ................... 91 7. Tabela de contingência para Escala e Grau de Integração ................................................ 93 8. Tabela de correspondência entre o Congelamento e o Grau de integração ....................... 94 9. Tabela de contingência para Exportação e Grau de integração......................................... 95 10. Tabela de contingência para Concentração e Grau de integração ................................... 96 11. Tabela de contingência para Regularidade e Grau de integração.................................... 97 12. Tabela de contingência para Qualidade e Grau de integração ........................................ 99 13. Tabela de contingência para Sanidade e Grau de integração ........................................ 100 14. Tabela de contingência para Negociação e Grau de integração. ................................... 101 15. Tabela de contingência para Manutenção e Grau de integração ................................... 103 16. Tabela de contingência para Tecnologia e Grau de integração ..................................... 104 17. Tabela de Contingência para Justiça e Grau de integração........................................... 105 18. Tabela de contingência para Impostos e Grau de integração ........................................ 106 19. Tabela de contingência para Previsão e Grau de integração ......................................... 107 20. Tabela de contingência para Conquista e Grau de integração....................................... 108 21. Tabela de contingência para Informação e Grau de integração..................................... 109 22. Tabela de contingência para Insumo e Grau de integração........................................... 110 23. Tabela de contingência para Comprador e Grau de integração..................................... 112 24. Tabela de contingência para Instalação e Mercado ...................................................... 113 25. Tabela de contingência para Escala e Mercado............................................................ 114 26. Tabela de contingência para Congelamento e Mercado ............................................... 114 27. Tabela de contingência para Exportação e Mercado .................................................... 115 28. Tabela de contingência para Concentração e Mercado................................................. 115 29. Tabela de contingência para Regularidade e Mercado ................................................. 116 30. Tabela de contingência para Qualidade e Mercado ...................................................... 117 31. Tabela de contingência para Sanidade e Mercado........................................................ 117 32. Tabela de contingência para Negociação e Mercado.................................................... 118 33. Tabela de contingência para Manutenção e Mercado................................................... 119 34. Tabela de contingência para Tecnologia e Mercado..................................................... 119 35. Tabela de contingência para Justiça e Mercado ........................................................... 120 36. Tabela de contingência para Impostos e Mercado........................................................ 120 37. Tabela de contingência para Previsão e Mercado......................................................... 121 38. Tabela de contingência para Conquista e Mercado ...................................................... 122
xii
39. Tabela de contingência para Informação e Mercado .................................................... 122 40. Tabela de contingência para Insumo e Mercado .......................................................... 123 41. Tabela de contingência para Comprador e Mercado .................................................... 123 42. Estatísticas descritivas das variáveis dependentes........................................................ 133 43. Estatísticas descritivas das variáveis do grupo Perfil do processador ........................... 133 44. Estatísticas descritivas das variáveis explicativas do grupo Transação de mercado ...... 134 45. Estatísticas descritivas das variáveis explicativas do grupo Ambiente competitivo ...... 134 46. Coeficiente de correlação de Pearson entre as variáveis dependentes do grupo Arranjos
institucionais (significância entre parênteses) ............................................................. 136 47. Coeficiente de correlação de Pearson entre as variáveis explicativas do grupo Perfil do
processador (significância entre parênteses) ............................................................... 136 48. Coeficiente de correlação de Pearson entre as variáveis explicativas do grupo Transação
de mercado (significância entre parênteses)................................................................ 137 49. Coeficiente de correlação de Pearson entre as variáveis explicativas do grupo Ambiente
competitivo (significância entre parênteses) ............................................................... 137 50. Coeficiente de correlação de Pearson entre as variáveis explicativas e as variáveis
dependentes (significância entre parênteses)............................................................... 138 51. Resumo da análise de correspondência para Perfil do processador e Grau de integração140 52. Resumo da análise de correspondência para Transação demercado e Grau de integração
.................................................................................................................................. 141 53. Resumo da análise de correspondência para Ambiente competitivo e Grau de integração
.................................................................................................................................. 143 54. Teste de Qui-quadrado entre Perfil do processador e Mercado..................................... 145 55. Teste Qui-quadrado entre Transação de mercado e Mercado ....................................... 146 56. Teste Qui-quadrado para Ambiente competitivo e Mercado ........................................ 147
1 O PROBLEMA 1.1 Introdução
A coordenação nas cadeias produtivas tem sido um tema cada vez mais relevante no
estudo das organizações em razão da grande variedade de arranjos institucionais que têm
surgido em diversas indústrias. Arranjos como os contratos de fornecimento de longo prazo,
subcontratação (terceirização) de fornecedores de produtos e serviços, condomínios
industriais onde fornecedores operam dentro das instalações do cliente, contratos de franquia,
contratos de exclusividade de canal, entre outros, estão tornando as transações via mercado
cada vez menos freqüentes. As inovações nos arranjos institucionais podem gerar novas
questões relativas à defesa da concorrência para o setor público, desafios estratégicos para os
agentes privados e temas de pesquisa para os acadêmicos que estudam as organizações.
No âmbito do agronegócio, a coordenação tem especial interesse em virtude da
tendência, verificada nas últimas décadas, de estreitamento das relações entre as diversas
etapas produtivas. Considerando-se as crescentes exigências de variedade, qualidade e
segurança do alimento por parte dos mercados consumidores domésticos e internacionais, os
sistemas produtivos devem apresentar atualização tecnológica, padronização e uniformidade
de oferta, em qualquer nível de processamento industrial envolvido. Um dos principais
desafios nesse processo é conciliar o aumento da coordenação com os aspectos intrínsecos de
sazonalidade, incerteza e perecibilidade da produção agropecuária.
A compreensão dos determinantes da existência dos diversos arranjos institucionais
que têm surgido representa um desafio para o enfoque tradicional da Teoria da Organização
Industrial, que considera principalmente as alternativas de transação de mercado e integração
vertical. Para Scherer e Ross (1990), essa teoria estuda as decisões dos agentes sobre a oferta
de produtos, o uso de recursos escassos e a distribuição dos resultados com base numa
abordagem de mercado. Considera-se que consumidores e produtores agem respondendo a
sinalizações de preços gerados pelo confronto entre oferta e demanda em mercados com graus
distintos de concentração e competição.
14
Segundo os mesmos autores, se o grau de integração vertical da indústria for analisado
de forma estática, ela representa a extensão das firmas no espectro completo dos estágios de
produção e distribuição. Por outro lado, se se considerar um processo de adaptação da
estrutura da indústria, as firmas podem avançar em etapas a montante (para trás), passando a
produzir matérias-primas ou produtos semi-elaborados usados como insumos, ou a jusante
(para a frente), envolvendo processamento posterior ou distribuição. Os motivos citados para
esses movimentos seriam a redução de custos na integração para trás e o aumento do controle
sobre o ambiente econômico na integração para a frente.
Para Mahoney et al. (1994), a coordenação ao longo da cadeia produtiva pode ser
obtida por meio de vários mecanismos, incluindo mercados (preços), contratos implícitos e
alianças, contratos formais, acordos acionários de joint-ventures e integração vertical. Propõe-
se a existência de uma competição entre formas organizacionais alternativas, com os agentes
econômicos escolhendo aquela que atinja seus objetivos (redução de custos de produção,
compartilhamento de riscos, poder de mercado) ao custo mais baixo.
Assim, os autores consideram que, no campo econômico, as políticas públicas
deveriam permitir uma livre competição entre as formas organizacionais e, portanto, não
poderiam restringir os agentes econômicos em sua escolha. De acordo com essa visão, a
contratação vertical e a integração vertical financeira devem ser tratadas legalmente de forma
equânime.
A competição entre formas alternativas de coordenação vertical pode gerar situações
de coexistência entre elas na mesma indústria, o que representa uma intrigante questão ainda
sem resposta. O tema foi tratado por Zylbersztajn (2001), que procurou estabelecer as bases
teóricas para a difusão de arranjos institucionais, partindo do pressuposto de que o arranjo
mais eficiente será gradativamente adotado pelos agentes econômicos. Esse processo seria
influenciado por três fatores: “(1) existência de capacidades dinâmicas não copiáveis, geradas
em conjunto pelos agentes especializados que fazem parte da cadeia ou rede, (2) ambiente
institucional no qual o arranjo ocorre, implicando que a observação de arranjos simultâneos
pode representar uma situação temporária de desequilíbrio, com agentes adotando o novo
arranjo institucional, (3) barreiras de natureza tecnológica, sob controle do grupo”.
Outro conceito importante para que se entendam os arranjos verticais é o de
subsistema estritamente coordenado, proposto por Zylbersztajn e Farina (1999), que
representa a aplicação a uma cadeia produtiva do conceito de firma como um nexo de
contratos, proposto por Ronald Coase. As proposições dos autores são: (1) uma cadeia de
suprimento pode ser encarada como um nexo de contratos ampliado, cuja arquitetura resulta
15
de seu alinhamento com as características das transações e o ambiente institucional; (2)
existem arranjos contratuais que reproduzem a arquitetura contratual existente na firma, e a
motivação para a elaboração de um subsistema por algum agente dentro da cadeia parte das
estratégias de mercado e da busca de eficiência em custos de transação.
Assim, uma cadeia produtiva pode ser considerada uma entidade independente, ou um
subsistema estritamente coordenado, se um grau suficiente de controle puder ser aplicado. Um
subsistema apresenta maior probabilidade de ocorrência em cadeias de suprimento individuais
do que em sistemas mais agregados. Além disso, diversos mecanismos de motivação e
controle podem ser implementados, para dar suporte à idéia de gestão de uma cadeia de
suprimento.
Para Sauvée (1995), o processo de tomada de decisão pelos agentes sobre a estrutura
de governança é complexo e ainda não está totalmente compreendido. Analisando-se o grau
de coordenação que cada estrutura oferece, verifica-se que essas estruturas poderiam ser
ordenadas em um continuum entre as formas extremas de mercado e de integração vertical,
que seriam intercaladas por um conjunto de formas híbridas (contratos de longo prazo).
Observa-se que as principais abordagens que buscam explicar o crescimento da coordenação
no sistema produtivo baseiam-se na busca do poder de monopólio ou na eficiência.
1.2 Situação-Problema
Na avicultura brasileira, o arranjo institucional dominante para o suprimento de
frangos aos processadores tem sido o contrato de parceria com produtores, que surgiu no
início da década de 60 no Oeste do Estado de Santa Catarina. Nessa estrutura, os
processadores oferecem rações de fabricação própria, pintos de linhagens selecionadas,
medicamentos, assistência técnica e veterinária durante a engorda, comprometendo-se a
adquirir os frangos em peso de abate. Os produtores são responsáveis pelas instalações e
equipamentos das granjas e pelo manejo, assumindo o compromisso de vender os frangos
para o processador contratante. O contrato prevê o pagamento dos lotes de acordo com índices
de eficiência do produtor no manejo, como conversão alimentar ou mortalidade.
A disseminação dos contratos de parceria favoreceu o rápido desenvolvimento
tecnológico da produção e industrialização de aves, gerando ganhos expressivos de
produtividade, redução de custos, qualidade e padronização. Com isso, foi possível uma
16
redução consistente dos preços, aumento do consumo doméstico e o avanço em diversos
mercados internacionais.
Os produtos obtidos após o processamento podem ser o frango resfriado inteiro ou em
cortes, o frango congelado inteiro ou em cortes e alimentos industrializados. As estratégias de
produto dos processadores geralmente estão condicionadas aos mercados atendidos e ao nível
de investimentos realizados em equipamentos. Produzir frango congelado inteiro ou em cortes
exige maiores investimentos do que produzir somente frango resfriado, em razão da
necessidade de túneis de congelamento. Os lideres da indústria têm dirigido os produtos de
maior valor agregado para o mercado doméstico e o frango congelado inteiro ou em partes
para a exportação.
No Estado de São Paulo verifica-se a coexistência dos contratos de parceria com
outras estruturas de governança, como as transações via mercado com intermediários de
frango vivo ou os contratos de fornecimento temporário com produtores, que por sua vez
podem subcontratar produtores de menor escala. A existência de preços mais elevados nos
insumos para a ração (milho e soja), em relação a outras regiões produtoras de aves, e a
competição acirrada por preços no varejo provocam redução nas margens de lucro dos
processadores e produtores, contribuindo para o avanço dos contratos de parceria.
O Estado apresenta pelo menos duas características que o diferenciam na avicultura
brasileira. Primeiro, trata-se do local de origem da avicultura comercial do País, na década de
40, a qual desenvolveu-se a partir de agentes independentes nas diversas etapas e transações
via mercado, até a entrada das grandes agroindústrias com projetos de parceria, após os anos
60. Portanto, existe uma tradição de produção independente importante e competitiva, tanto
que São Paulo sempre esteve entre os quatro maiores Estados produtores do País.
O segundo diferencial é que São Paulo abriga o maior mercado consumidor de frango
inteiro resfriado, que apresenta baixa exigência de padronização e qualidade. Essa condição
viabiliza a existência de processadores de menor porte produzindo apenas frango resfriado,
opção que exige menores investimentos em instalações. Esses agentes adotam contratos de
parceria, de fornecimento temporário ou fazem transações de mercado.
A questão básica que motiva este estudo é compreender por que coexistem arranjos
institucionais distintos no suprimento de frango aos processadores no Estado de São Paulo.
17
1.3 Objetivos e Delimitação do Estudo
O objetivo geral desta dissertação é analisar a coexistência de arranjos institucionais
alternativos em sistemas produtivos agroindustriais, focalizando o suprimento de frangos para
processadores na avicultura de corte do Estado de São Paulo. Os objetivos específicos são:
1. analisar a participação percentual dos arranjos institucionais alternativos no
suprimento total dos processadores;
2. analisar o perfil dos processadores, considerando-se as características da produção
e das vendas;
3. analisar as percepções dos processadores sobre as transações de mercado, os
impactos do ambiente institucional nessas transações e o ambiente competitivo;
4. identificar as relações de dependência dos arranjos institucionais alternativos
adotados pelos processadores com o perfil e as percepções analisados.
O estudo está delimitado às variáveis dependentes que representam os arranjos
institucionais para suprimento de frango vivo adotados pelos processadores. Pretende-se
pesquisar, com os processadores, qual a participação percentual de cada arranjo institucional
em seu suprimento total e as razões para que sejam adotados. Como variáveis explicativas,
são considerados aspectos relacionados ao perfil (características e estratégias) e às percepções
dos agentes sobre as transações e o ambiente competitivo.
1.4 Referencial Teórico
A Economia de Custos de Transação é o referencial teórico usado para o levantamento
de hipóteses a ser testadas pela análise dos dados obtidos dos questionários.
A coordenação de cadeias produtivas tem sido um tema central no âmbito da Nova
Economia Institucional, particularmente em um de seus ramos: a Economia dos Custos de
Transação (ECT). A significativa contribuição da ECT ao conhecimento sobre o tema tem
sido possível porque ela oferece uma abordagem em dois níveis distintos e complementares.
O primeiro nível é microanalítico, tratando das transações e dos arranjos contratuais entre e
intrafirmas, enquanto o segundo é macroinstitucional, considerando os impactos das
instituições formais e informais nas atividades econômicas e nas decisões dos agentes. Esse
arcabouço teórico nasceu das idéias de Ronald Coase, apresentadas em 1937, sobre a
relevância dos custos de transação e do caráter contratual das firmas. Os custos em questão
18
estariam relacionados à busca de informações, negociação, elaboração e monitoramento de
contratos formais ou informais.
No desenvolvimento da ECT destaca-se o trabalho de Oliver E. Williamson, que adota
a transação entre agentes econômicos como unidade de análise, identifica suas principais
dimensões e propõe um modelo teórico pelo qual os agentes escolhem os arranjos verticais
mais eficientes, para um dado ambiente institucional, buscando a minimização de custos de
transação.
1.5 Justificativa
O estudo se justifica por contribuir para a aplicação empírica do referencial teórico e
pela relevância do problema para a avicultura, aspectos detalhados a seguir.
Com relação ao referencial teórico, o estudo avança ao buscar explicar a coexistência
de estruturas de governança distintas na mesma indústria. Essa situação contraria o
pressuposto de alinhamento dos arranjos institucionais com as transações num dado ambiente
institucional, gerando o predomínio do arranjo mais eficiente em custos de transação. Para
explicar esse paradoxo pretende-se analisar os perfis e as percepções dos agentes sobre a
transação de mercado.
Com relação à importância do problema para a avicultura de corte, deve-se destacar
que as vantagens competitivas alcançadas por essa indústria nos mercados domésticos e
internacionais de carnes devem-se principalmente à adoção da estrutura de governança
baseada em contratos de parceria. Assim, torna-se relevante levantar as possíveis causas da
coexistência desse modelo com outras alternativas no Estado de São Paulo, para orientar as
ações dos agentes privados e públicos, dadas as tendências gerais da avicultura nacional e
internacional. Trata-se de questionar as razões para a sobrevivência e a viabilidade futura das
estruturas de governança diferentes do padrão predominante.
A pesquisa se insere em uma seqüência de estudos que combinam análises do
ambiente institucional e dos arranjos institucionais para a indústria avícola de outros países,
como em Menard (1996), Souvée (1995) e Martinez (1999).
2 ECONOMIA DOS CUSTOS DE TRANSAÇÃO
A escolha da Economia dos Custos de Transação (ECT) como referencial teórico neste
estudo se justifica pelo fato de esta apresentar duas linhas de pesquisa distintas mas
complementares, identificadas por Williamson (1991) como Ambiente Institucional e
Instituições de Governança. Essas ferramentas podem ser úteis para se analisar em
profundidade a dinâmica da coordenação na avicultura paulista, considerando-se o quadro
institucional e os aspectos microanalíticos.
Buscando demonstrar a adequação da Economia dos Custos de Transação para
explicar os objetivos das firmas, suas razões de existência e como elas tomam decisões,
Williamson (2000) afirma que essa linha teórica sustenta o uso de critérios de eficiência
econômica para a análise de contratos e organizações, e que a existência e a governança das
firmas são os temas centrais dessa escola de pensamento. O autor considera que o conceito de
firma como uma estrutura de governança ainda está em construção, mas que teria sido útil
para o aprofundamento da compreensão de muitos fenômenos contratuais e organizacionais
complexos, e funcionado como um mecanismo de verificação para evitar usos abusivos ou
incorretos da ortodoxia. Com relação aos resultados obtidos em estudos empíricos, o autor
afirma que a ECT é uma história de sucesso, e completa citando Paul Joskow, que observa
que esse trabalho empírico está em condições bem melhores que o realizado na área de
Organização Industrial em geral.
A primeira seção deste capítulo apresenta conceitos fundamentais e pressupostos
comportamentais do referencial teórico; a segunda seção trata das dimensões consideradas nas
transações, que são as unidades básicas de análise; a terceira seção contém o tratamento dado
pela teoria aos arranjos institucionais, elementos essenciais na abordagem microanalítica; a
quarta seção contém o tratamento dado ao ambiente institucional.
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2.1 Fundamentos
A escolha da ECT como referencial teórico se justifica pelo enfoque microanalítico e
institucional que a caracteriza e que contribui para uma análise detalhada dos arranjos
institucionais e de suas relações com o ambiente institucional.
O caráter microanalítico revela-se na análise aprofundada das transações e das
múltiplas dimensões dos arranjos contratuais que as governam, considerando alguns
pressupostos comportamentais dos agentes econômicos individuais. Essa abordagem contribui
para que se possa identificar os determinantes da dinâmica dos arranjos contratuais adotados
entre firmas e dentro delas. No caso das transações entre firmas, trata do grau de integração
vertical adotado, enquanto dentro das organizações analisa os mecanismos de incentivo,
monitoramento e mensuração de resultados individuais.
A abordagem institucional envolve a análise conjunta de regras formais e informais
relacionadas com direitos de propriedade, tributos, defesa da concorrência, meio ambiente e
outros aspectos, que regulam a ação dos agentes, assim como as organizações instituídas para
criar e aplicar essas regras e solucionar conflitos, como parlamentos, governos, tribunais e
instâncias de arbitragem.
Para Sauvée (1995), a coordenação vertical tem sido um campo importante da
pesquisa econômica, tanto teórica quanto empírica. Para ele, a teoria da Organização
Industrial tem enfocado a integração vertical e as decisões do tipo “fazer ou comprar”,
baseada em uma abordagem tecnológica e de competição imperfeita. A Economia dos Custos
de Transação (ECT) tem desenvolvido uma visão contratual das firmas e dos mercados,
abrindo novas perspectivas para o estudo da coordenação vertical.
A origem da ECT está em Coase (1937), no clássico artigo The Nature of the Firm,
onde o autor argumenta que os custos das transações, da coordenação e da contratação
deveriam ser considerados explicitamente para se entender a extensão da integração vertical.
Desse ponto de vista, as firmas, na busca da maximização de lucros, passariam a realizar as
atividades que envolvessem custos inferiores em relação à contratação no mercado.
Os custos de transação foram definidos por Williamson, citado por Zylbersztajn
(1995), como “os custos ex-ante de preparar, negociar e salvaguardar um acordo, bem como
os custos ex-post dos ajustamentos e adaptações quando a execução de um contrato é afetada
por falhas, erros, omissões e alterações inesperadas. Em suma, são os custos de conduzir o
sistema econômico”.
21
Ainda segundo Zylbersztajn, o objetivo dessa teoria é “estudar o custo das transações
como o indutor dos modos alternativos de organização da produção (governança) dentro de
um arcabouço analítico institucional. Assim a unidade de análise fundamental passa a ser a
transação, onde são negociados direitos de propriedade”.
Esse autor relaciona os pressupostos da ECT:
Custos de transação: aparecem tanto na utilização do sistema de preços como em
transações regidas por contratos internos à firma, o que significa que todos os tipos de
contratos (externos ou internos à firma) são importantes para o funcionamento da economia.
Ambiente institucional: as transações ocorrem em ambientes institucionais
estruturados (regulamentos formais ou informais nos diversos agrupamentos sociais) e as
instituições interferem nos custos de transação, por afetarem o processo de transferência dos
direitos de propriedade (uso, controle e apropriação de resultados dos ativos).
Racionalidade limitada: considera-se que o agente econômico busca um
comportamento otimizador e racional, mas que não conseque satisfazer esse desejo, dada sua
limitação na capacidade cognitiva de receber, armazenar, recuperar e processar informações,
o que faz com que não seja totalmente racional em suas decisões.
Oportunismo: conceito que resulta da ação dos indivíduos na busca de seu auto-
interesse, mas com uma conotação não cooperativa. Ele pode ocorrer, por exemplo, quando
um agente tem uma informação sobre a realidade não disponível a outro agente, e ela é
utilizada de modo a permitir que o primeiro desfrute de algum benefício do tipo
monopolístico.
Com essas ferramentas, a teoria tem como objeto principal de análise as transações
entre os agentes econômicos, em determinado ambiente institucional (externo e interno às
firmas). Busca-se explicar e, se possível, prever a dinâmica dessas transações, com base na
premissa de que os agentes têm como objetivo final minimizar os custos de transação, em
busca de maior eficiência econômica.
2.2 Dimensões das Transações
A hipótese central do trabalho de Williamson é que as transações estão relacionadas
aos arranjos institucionais, que diferem entre si principalmente quanto à eficiência em custos
de transação. Portanto, conhecendo-se as dimensões significativas das transações é possível
prever os arranjos institucionais. As dimensões consideradas são a freqüência com que
22
ocorrem, o grau e o tipo de incerteza à qual estão sujeitas e a condição de especificidade de
ativos (WILLIAMSON, 1979). Os impactos dessas características nos custos de transação são
descritos a seguir.
A incerteza é a característica da transação com efeitos menos conhecidos nos custos de
transação. Definida como uma condição em que os agentes não conhecem os resultados
futuros de determinada transação, representa uma situação diferente daquela na qual existe o
fator chamado risco, geralmente associado a uma distribuição de probabilidades conhecida de
eventos previsíveis. Aparentemente, quanto maior a incerteza, maiores os custos de transação
em razão de uma maior necessidade de salvaguardas nos contratos, que reduzem os retornos
por causa dos custos diretos ou da realização de investimentos inferiores aos necessários para
uma escala de produção ótima.
A freqüência das transações afeta os custos de negociar, elaborar e monitorar
contratos, assim como o comportamento dos agentes quanto ao oportunismo e à construção de
reputação. À medida que a freqüência aumenta, principalmente entre os mesmos agentes,
caem os custos relativos aos contratos e os ganhos provenientes de ações oportunistas, visto
que elas podem interromper o relacionamento. Por outro lado, o aumento da freqüência
aumenta os incentivos para a construção de reputação positiva pelos agentes, pelo reforço à
redução já mencionada nos custos relativos aos contratos.
A especificidade dos ativos é o grau de perda de valor quando o recurso é excluído da
transação e aplicado em sua melhor utilização alternativa. Quanto maior essa perda, maior a
especificidade do ativo. Essa característica torna-se fundamental na análise das transações
porque é uma das fontes de quase-rendas que podem ser criadas nas transações que envolvem
esse tipo de ativo.
Quando determinado agente realiza investimentos em ativos específicos, o outro
agente envolvido na transação pode pretender se apropriar dessa quase-renda, para melhorar
suas condições na negociação, contando com a perda a ser gerada ao primeiro agente se a
transação não ocorrer. Williamson (1985) classifica os tipos de especificidades de ativos
como: de local, de ativos físicos, de ativos humanos e de ativos dedicados, enquanto Masten
et al. (1991) identificam a especificidade de tempo, conceitos detalhados a seguir:
Especificidade de local: as partes envolvidas na transação se relacionam de modo
muito semelhante ao da propriedade unificada: os ativos em questão são imóveis, implicando
elevados custos para que sejam deslocados. A decisão de investimento (custo ex-ante) leva
em consideração o compromisso das partes em manter o relacionamento durante a vida útil
dos ativos, para economias em custos de transporte e estoques, entre outros. A quebra
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contratual gera a perda dessas vantagens, implicando em custos de transação para o
estabelecimento de novos acordos.
Especificidade de ativos físicos: quando uma ou ambas as partes investem em
equipamentos e maquinário cujas características físicas (capacidade, projeto, especificações
técnicas, etc) são específicas para o propósito da relação e têm baixo valor em usos
alternativos.
Especificidade de ativos humanos: os investimentos em qualificação de pessoal e o
processo de aprendizagem contínuo durante a realização das atividades tornam o capital
humano dotado de habilidades específicas ao interesse das partes envolvidas.
Especificidade de ativos dedicados: a expansão da capacidade produtiva adotada por
uma das partes com o propósito único de responder ao incremento da quantidade demandada
pela outra parte se converte em ativos específicos. Se o contrato for cancelado, o fornecedor
ficará com excesso de capacidade de produção.
Especificidade de tempo: em determinados produtos o tempo é um fator fundamental
para a atribuição de valor ou para a eficiência no processo produtivo de determinados
produtos. Assim, observa-se essa característica em jornais diários, que se tornam
ultrapassados no dia seguinte, em alimentos perecíveis, pelos aspectos sanitários, e em
processos produtivos agroindustriais ou da construção civil, pelo encadeamento rigoroso das
etapas. Quanto maior a especificidade de tempo nos ativos, maior a probabilidade de
integração vertical ou de aproximação física das partes.
2.3 Arranjos institucionais
O estudo dos contratos tem sido uma vertente essencial ao longo da evolução da ECT,
em razão do reconhecimento de sua função como de governar as transações. Considerados de
forma ampla, eles representam os mais variados acordos entre os agentes, podendo aparecer
entre firmas no mercado, como uma simples transação de compra e venda, ou dentro das
firmas, como um contrato de trabalho.
Zylbersztajn (1995) destaca o estudo das relações contratuais como uma das principais
áreas da Nova Economia Institucional, da qual a ECT faz parte, que envolve outras áreas,
como Economia, Direito e Administração, ainda que estas tenham enfoques diferentes sobre
os contratos. A Economia considera os aspectos ligados à eficiência, enquanto para o Direito
24
o critério de avaliação dos contratos seria a justiça. O autor relaciona os seguintes aspectos
dos contratos:
Incompletude: característica fundamental de qualquer contrato, deriva da
impossibilidade de se prever eventos ou comportamentos futuros, assim como da
racionalidade limitada dos agentes, que seriam incapazes de considerar todos os aspectos
relevantes das transações envolvidas. O desenvolvimento de uma teoria dos contratos deve
contemplar regras para o preenchimento das lacunas inevitáveis dos contratos.
Custos: relativos à negociação, elaboração, monitoramento, criação e aplicação de
mecanismos para a solução de conflitos e para a punição de comportamentos indesejados.
Uma das formas encontradas pela sociedade para reduzir os custos na solução de conflitos foi
a criação de instituições estruturadas para esse fim, como tribunais formais ou informais. A
firma pode ser considerada uma estrutura apta a resolver uma parcela significativa das
disputas, através da hierarquia.
Duração: concebidos em geral com prazo indeterminado, os contratos podem ser
temporários a priori ou ter a duração interrompida por quebras contratuais unilaterais ou
novas etapas de negociação. A presença de ativos específicos gera a necessidade de
compromissos com prazos mais longos, suficientes para que se recupere o investimento
realizado.
Williamson (1991) oferece uma análise detalhada de três arranjos contratuais básicos,
cada um representando uma estrutura de governança. Ele considera cada contrato como uma
função de p (preços), k (especificidade de ativos) e s (salvaguardas).
Para o contrato clássico, característico das relações de mercado, o preço é
determinante, enquanto k e s são baixos, se não nulos. Nesses contratos, cláusulas formais
especificam a maioria das características da transação em questão, sendo irrelevante a
identidade dos participantes, e as transações são altamente monetizadas.
No outro extremo das estruturas, o contrato de forbearance (controle) pode ser o
contrato implícito das organizações formais, no qual p tem pequena influência, enquanto k e s
têm valores elevados. Nesse arranjo, é crucial a adaptabilidade às mudanças do ambiente, e os
ativos altamente específicos criam a possibilidade de oportunismo, que é reduzida com a
construção de salvaguardas. Neste caso, a hierarquia é o principal instrumento de
adaptabilidade, através do poder de fiat.
Entre os dois arranjos citados estão os contratos neoclássicos, característicos das
formas híbridas, onde os preços têm um papel importante de ajustamento, que é limitado pela
presença de ativos específicos (k é positivo), e as salvaguardas são de difícil implementação.
25
O contrato neoclássico é tipicamente um arranjo de longo prazo, cujo objetivo é desenvolver
um relacionamento continuado, no qual a identidade dos agentes é importante em virtude da
existência de dependência bilateral, enquanto os mecanismos de ajustamento devem ser
flexíveis o suficiente para permitir que as partes se adaptem a distúrbios de impacto
moderado.
2.4 Ambiente Institucional
A linha de pesquisa da ECT que trata do ambiente institucional surgiu do
reconhecimento de que esse elemento afeta o comportamento dos agentes e por conseqüência,
os custos de transação. Com isso, as instituições passaram a ser objeto de análise pela teoria.
Para North (1991),
instituições são restrições (normas) construídas pelos seres humanos, que
estruturam a interação social, econômica e política. Elas consistem em restrições
informais (sanções, tabus, costumes, tradições e códigos de conduta) e regras
formais (constituições, leis e direitos de propriedade).
Farina, Azevedo e Saes (1997, p. 59) consideram que algumas instituições podem
impor restrições sobre outras instituições, ou seja, são instituições que servem
para regular as restrições às ações humanas, servindo de parâmetro para a
escolha de regras formais e informais. Para que as instituições sejam ainda mais
abrangentemente definidas é necessário também incluir na definição anterior os
instrumentos responsáveis pelo funcionamento adequado das regras que compõem
as instituições.
Ainda para esses autores, a principal contribuição da corrente Ambiente Institucional é
o estabelecimento da relação entre instituições e desenvolvimento econômico, que estaria
expresso no slogan da NEI: instituições são importantes e suscetíveis de análise.
Essa corrente parte do pressuposto de que a especialização dos agentes, apesar de
gerar ganhos de eficiência, aumenta a quantidade de transações necessárias e a dependência
entre as partes, o que eleva os custos de transação. Assim, deve-se buscar um ponto de
equilíbrio para o grau de especialização que o agente deverá atingir. O papel das instituições
seria amenizar o crescimento dos custos de transação, tornando as transações viáveis em
ambientes com diferentes graus de especialização.
26
A análise de Ambiente Institucional tem sido realizada consoante dois procedimentos:
investigar os efeitos de uma mudança no ambiente institucional sobre o resultado econômico e
teorizar sobre a criação das instituições. O primeiro tem se desenvolvido nos estudos voltados
para a história econômica, revelando, por exemplo, evidências de que a existência de direitos
de propriedade claramente definidos e o compromisso claro do Estado para que eles sejam
cumpridos favorecem os investimentos e o crescimento econômico. O segundo tem
encontrado mais dificuldades em seu desenvolvimento, principalmente porque os
pressupostos adotados têm sido os mesmos da economia neoclássica, ou seja, que a
tecnologia, dotações iniciais e preferências definem os preços relativos das ações humanas,
incluindo o oportunismo. A tese básica é que à medida que passa a ser economicamente
interessante o estabelecimento de uma instituição, via mudança nos preços relativos, os
agentes se sentem incentivados a implementá-la. Entretanto, os resultados obtidos nos
estudos dessa corrente têm sido contraditórios. O determinismo da correspondência entre
instituições e preços relativos pode ser afetado justamente pela presença de custos de
transação. Nesta condição, a escolha do quadro institucional não responderia com precisão às
mudanças nos preços relativos (FARINA, AZEVEDO e SAES , 1997, p. 65-66).
3 ANÁLISE DE ARRANJOS INSTITUCIONAIS
Este capítulo trata nos três itens seguintes, da análise dos arranjos institucionais em
sistemas produtivos. O primeiro apresenta os tipos básicos de arranjos institucionais e suas
características, o segundo discute as razões para que sejam escolhidos conforme diversas
abordagens teóricas e o terceiro trata da evolução dos arranjos institucionais no tempo.
3.1 Tipos de Arranjos Institucionais
Ao tratarem da integração vertical e do suprimento das firmas em cadeias produtivas,
Brickley, Smith e Zimmerman (1997, p. 350) observam que as firmas podem mudar seu grau
de integração ao longo do tempo e que escolhem a forma de suprimento (outsourcing) num
conjunto seqüencial e contínuo (continuum) de possibilidades. Em uma das extremidades
desse conjunto está o mercado, no qual produtos ou serviços podem ser adquiridos de
qualquer agente de um grande número de fornecedores. Na outra extremidade está a
integração vertical, com a realização interna do produto ou serviço. Entre essas duas opções
extremas estão os contratos de longo prazo, que podem assumir diversas configurações. A
seguir são comentadas essas três alternativas básicas.
3.1.1 Mercado
Brickley, Smith e Zimmerman (1997, p. 354) apresentam os benefícios das transações
em mercados competitivos, como a promoção da produção eficiente – realizada ao menor
custo médio unitário possível. O preço seria igual ao custo médio, fazendo com que os
compradores adquiram produtos ao menor valor que inclua uma taxa normal de retorno do
investimento feito pelos produtores. No longo prazo, os produtores adotam avanços
tecnológicos que reduzem os custos de produção e/ou aprimoram a qualidade do produto. A
redução nos custos é repassada aos compradores na forma de preços mais baixos. Essa análise
28
sugere que quando existem mercados competitivos para a compra de produtos e serviços, as
firmas devm usá-los. Na maioria dos casos, uma firma não consegue adquirir um produto de
forma mais barata por meio de uma transação fora do mercado, que, em muitos casos, sai
mais cara do que no mercado.
Uma condição limitante significativa para a produção interna de insumos é a
necessidade de se atingir um volume suficiente para se tirar proveito das economias de escala.
Suponha-se que, em determinado mercado competitivo, o ponto de custo médio unitário é
atingido para a quantidade Q, individualmente por algumas firmas. Se uma firma precisa de
uma quantidade menor do que Q e produz essa quantidade, seu custo médio unitário será
maior. Se ela decidir produzir Q, poderá vender o excesso no mercado. Entretanto, essa
decisão implica entrar em um novo mercado que não é o seu foco original de negócios. Essa
diversificação pode reduzir o valor da empresa, pois seu desempenho pode vir a ser inferior
ao que seria se ela fosse mais focalizada.
Outra questão a ser considerada no caso de suprimento obtido por meio de transações
fora do mercado é a motivação para a produção eficiente. Divisões que fazem parte de
grandes empresas podem ser ineficientes e ainda assim permanecerem operando, se elas
forem subsidiadas por outras áreas mais lucrativas da firma. As firmas devem adotar sistemas
de incentivo e controle para motivar gerentes internos a se engajar em uma produção
eficiente. De forma semelhante, parceiros em contratos de suprimento de longo prazo
precisam ser motivados para cumprirem suas responsabilidades no acordo. Por outro lado,
firmas independentes estão sujeitas a pressões de mercado mais diretas. Se elas forem
ineficientes em suas linhas de negócio, perderão dinheiro ou eventualmente serão forçadas a
encerrar suas atividades.
Apesar das vantagens no uso de transações de mercados competitivos, a maioria das
transações são realizadas fora deles, com integração vertical ou contratos de longo prazo,
também chamados de formas híbridas. As razões para essa situação serão tratadas no item
“Escolha dos Arranjos Institucionais”.
3.1.2 Integração Vertical
Analisando as vantagens e desvantagens da integração vertical, D’Aveni e Ravenscraft
(1994) estudaram uma comparação entre as economias provenientes da integração e os custos
burocráticos incorridos. O estudo testou as relações entre a integração vertical, os custos da
29
estrutura e a performance no plano da linha de negócios. Os resultados indicaram que a
integração vertical resulta em economia mesmo depois que as economias características da
indústria (economias de escopo e de escala) são controlados. Linhas de negócios integradas
verticalmente economizaram em custos de publicidade, pesquisa e desenvolvimento, mas
tiveram maiores custos de produção, tendo por isso lucratividades ligeiramente superiores às
linhas independentes. Outro resultado foi que a elevação dos custos de produção esteve
relacionada à integração para trás, sugerindo um isolamento das pressões do mercado e falta
de incentivo para que se produza com custos menores. Assim, os autores concluem que os
efeitos de eficiência e de custos burocráticos apareceram, e que os benefícios da integração
superaram ligeiramente suas desvantagens.
3.1.3 Formas Híbridas
O desenvolvimento dos mercados e das estruturas organizacionais levou ao
aprofundamento da questão das fronteiras da firma. Joskow (1993) considera que esse limite
oferece uma distinção bastante grosseira entre os dois mecanismos institucionais básicos para
a alocação de recursos (firma e mercados), representando apenas o início e não o fim da
questão. Isto porque as firmas podem adotar diversas estruturas organizacionais, assim como
as transações de mercado podem adotar muitas formas, desde transações simples em
mercados spot até contratos complexos de longo prazo.
Ao discutir evidências empíricas que relacionam a especificidade de ativos com as
relações verticais, o autor considera estas últimas como uma variável dependente, limitada a
três situações: integração vertical, contratos de longo prazo e transações em mercado spot.
Assim, espera-se que os agentes escolham com mais freqüência a integração vertical ou os
contratos de longo prazo à medida que as quase-rendas associadas a investimentos específicos
se tornem mais importantes e os benefícios associados aos acordos prévios aumentem. Para a
análise empírica, necessita-se de alguma medida de especificidade de ativos a ser tomada
como variável independente.
O autor afirma ainda que existem diversos custos de transação e organizacionais
associados à integração vertical e aos contratos de longo prazo que não aparecem nas
operações em mercados spot. As dificuldades em elaborar, monitorar e exigir o cumprimento
de contratos de longo prazo que possam responder eficientemente a mudanças no mercado
podem provocar uma tendência de adoção da integração vertical. Por outro lado, custos
30
organizacionais, economias de escala, experiência e outros aspectos podem reverter a
tendência no sentido dos contratos de longo prazo ou das operações no mercado spot.
Menard (1996), ao tratar das formas híbridas de governança, faz uma revisão dos
estudos recentes sobre a cordenação vertical, abordando Organização Industrial, que
considera as questões tecnológicas ou o comportamento estratégico na decisão de integrar
verticalmente ou não (TIROLE, 1988). Outros enfoques consideram a integração vertical
como uma resposta à ameaça de apropriação oportunista de quase-rendas (KLEIN,
CRAWFORD & ALCHIAN, 1978) ou como a busca de uma estrutura ótima de propriedade
na qual os resultados são compartilhados de forma a manter os incentivos para os
investimentos (GROSSMAN & HART, 1986).
Uma das alternativas de formas híbridas é a subcontratação, também conhecida como
terceirização, que consiste nos contratos de prestação de serviços para determinadas
atividades da empresa, geralmente como forma de reduzir custos fixos. González et al. (2000)
apresentam um estudo empírico sobre as causas da subcontratação na indústria da construção.
Os resultados indicaram que as empresas tendem a subcontratar menos tarefas quando o risco
de hold-up (comportamento oportunista do agente contratado), medido por índices de
especificidade elaborados pelos autores, aumenta. Outro resultado foi que a incerteza não
parece exercer qualquer efeito significativo na subcontratação, resultado tomado com ressalva
pelos autores, que consideraram que esse efeito foi parcialmente anulado por outros fatores
contrários. Em terceiro lugar, descobriu-se que a subcontratação aumenta quando o número de
produtos diferentes, a especialização em design e o controle técnico aumentam.
Ao analisarem as decisões sobre a integração vertical, Klein, Crawford e Alchian
(1978) tratam da ameaça de rompimento de contratos quando existem quase-rendas
apropriáveis. Quando um investimento específico (que gera perda de valor para o uso
alternativo dos ativos) é realizado, e com isso, criam-se quase-rendas, existe a possibilidade
de oportunismo. De acordo com o referencial de Coase, esse problema pode ser resolvido por
integração vertical ou contratos. O pressuposto adotado pelos autores é o de que à medida que
os investimentos se tornam mais específicos, aumentando as quase-rendas, os custos da
contratação geralmente crescem mais do que os custos da integração vertical.
31
3.2 Escolha dos Arranjos Institucionais 3.2.1 Considerações Gerais
Uma das questões que freqüentemente emergem ao se discutir o grau de integração
vertical é a razão para que agentes aumentem seu controle em outras etapas no sistema em
que atuam, seja por integração vertical financeira ou por contratos de longo prazo. A visão
mais tradicional, baseada em conceitos da Organização Industrial, tende a considerar que a
principal razão para esse movimento é a busca de poder monopolístico. Essa abordagem pode
influenciar as políticas públicas de defesa da concorrência, no sentido de coibir ou punir
práticas que aumentem a integração vertical nos sistemas produtivos com o pretenso objetivo
de favorecer a concorrência. Entretanto, essa abordagem vem sendo superada pelo argumento
da busca da eficiência, segundo o qual a organização do sistema produtivo depende do grau
de coordenação necessário para as atividades realizadas em um dado ambiente institucional.
Essa visão tem sido reforçada por grande número de evidências obtidas em estudos empíricos.
Para Brickley, Smith e Zimmerman (1997, p. 350-360), existem pelo menos três
razões básicas para a realização de transações fora do mercado: custos de transação, taxas ou
regulação e poder de monopólio.
Com relação aos custos de transação, os fatores considerados seriam a especificidade
de ativos, os custos para medir a qualidade, problemas de coordenação e externalidades,
detalhados a seguir.
O investimento em ativos específicos por uma das partes cria vulnerabilidade a ações
oportunistas da outra parte, que pode exigir melhores condições nas negociações, dada a perda
de valor do ativo fora da transação.
A dificuldade de medir a qualidade do insumo adquirido pode favorecer o relaxamento
do fornecedor em suas atividades, o que incentiva o uso de contratos que permitam esse
controle.
Problemas de coordenação podem surgir decorrentes de características do sistema
produtivo que dificultem o uso do sistema de preços, como a utilização da mesma ferrovia por
diversas empresas independentes, ou a gestão de preços em pontos de varejo, que oferece
melhores resultados globais se for centralizada, como nas redes de franquias de fast-food.
As externalidades aparecem para distribuidores quando o produtor consegue criar uma
reputação no mercado e fidelidade dos clientes. Entretanto, podem ocorrer comportamentos
32
de carona de distribuidores independentes, como a falta de investimentos em propaganda ou
em recursos humanos, que prejudica as vendas. Esses problemas podem ser minimizados com
a integração vertical dos canais ou com os contratos de longo prazo que incentivam os
esforços de venda.
A tributação e a regulação também influem na integração vertical. Se determinada
etapa for fortemente taxada enquanto outra não, a firma pode realizar a integração vertical do
estágio menos tributado. Analogamente, uma firma que atua em um segmento altamente
regulado nos preços pode integrar verticalmente outras etapas com menor grau de regulação,
aumentando seus lucros.
Com relação ao poder de monopólio, é possível elaborar estratégias de integração que
tenham como objetivo aumentar lucros provenientes dessa fonte. Uma delas é a possibilidade
de discriminar preços em produtos finais distintos quando se controla a produção de insumos
comuns (BRICKLEY, SMITH e ZIMMERMAN, 1997, p. 350-360).
Nos itens seguintes desta seção aprofunda-se o tema da eficiência em custos de
transação, são apresentadas abordagens que integram outras teorias da Nova Economia
Institucional e finalmente consideram-se alguns aspectos sobre a influência das características
dos agentes na escolha da estrutura de governança.
3.2.2 Eficiência em Custos de Transação
Williamson (1985) discute aspectos teóricos e prescritivos da integração vertical,
situando a evolução da compreensão do tema. O debate sobre esse tema iniciou-se no campo
de estudo dos monopólios, com a discussão sobre qual seria a função principal da integração:
a discriminação de preços, a sucessiva marginalização dos concorrentes ou a criação de
barreiras de entrada. Mais recentemente, percebe-se que a discussão no campo da eficiência
tem avançado significativamente, apesar da objeção dos que consideram as razões de
monopólio e de tecnologia como predominantes.
Assim, para esse autor, nas organizações mais complexas a integração vertical atende
a muitos propósitos, mas o principal seria a eficiência, pela minimização dos custos de
transação, e o fator predominante para a tomada de decisão sobre integrar é a condição de
especificidade de ativo – perda de valor na melhor utilização alternativa.
Se a especificidade de ativo não existir, a contratação via mercado das sucessivas
etapas de produção pode ser eficiente, visto que os fornecedores podem agregar a demanda de
33
diversos clientes, e a busca de novos fornecedores teria custos desprezíveis, já que nenhuma
das partes teria um interesse específico na continuidade do relacionamento. À medida que a
especificidade aumenta, torna-se mais vantajoso incorporar a atividade na organização.
A partir da abordagem de custos de transação, Brickley, Smith e Zimmerman (1997, p.
366) apresentam no Quadro 3 um modelo que indica os arranjos institucionais mais prováveis,
combinando três níveis (baixo, médio e alto) de especificidade de ativos e de incerteza
ambiental. Assim, quando a especificidade de ativos é baixa, a configuração ideal é o uso de
transações de mercado para o suprimento. À medida que o grau de especificidade de ativos
aumenta, as transações fora do mercado (contratos e integração vertical) tornam-se mais
desejáveis. Quando a incerteza é baixa, é possível a elaboração de contratos relativamente
completos. Assim, contratos podem ser usados para resolver conflitos de incentivos,
motivados pela presença de ativos específicos. À medida que a incerteza aumenta, a
contratação se torna mais dispendiosa, até o ponto em que a integração vertical de ativos
específicos se torna a configuração mais adequada.
Quadro 1. Arranjos institucionais para diversos níveis de incerteza e especificidade de ativos
Incerteza Baixo Médio Alto
Baixo Transação de mercado
Transação de mercado
Transação de mercado
Médio Contrato Contrato ou
integração vertical
Contrato ou integração vertical
Esp
ecif
icid
ade
de a
tivos
Alto Contrato Contrato ou
integração vertical
Integração vertical
Fonte: Brickley, Smith e Zimmerman (1997, p.366) 3.2.3 Integração de Abordagens
Ao tratar, com extensa revisão bibliográfica, da competição entre os diversos arranjos
institucionais com extensa revisão bibliográfica, Mahoney et al. (1994) citam, como
principais motivos para a coordenação vertical, a busca de poder monopolístico,
compartilhamento de riscos e eficiência. Os autores identificam que a abordagem de
eficiência apresenta aceitação generalizada na literatura de custos de transação, que considera
34
a ameaça de ações oportunistas quando existe especificidade de ativos (física, humana ou
locacional), assim como destaca o papel da incerteza (de demanda ou tecnológica).
Entretanto, para os autores, a Economia dos Custos de Transação negligencia os
efeitos interativos dos problemas de mensuração apontados pela Teoria da Agência. Essa
teoria enfatiza questões de assimetria informacional entre o principal e os agentes, como os
problemas da inseparabilidade e da programabilidade da tarefa. O problema da
inseparabilidade representa a dificuldade de identificar a ação individual dentro de um grupo.
Se a recompensa não pode ser baseada no resultado, é necessário inserir um gerente para
monitorar o comportamento dos agentes. O problema da programabilidade da tarefa refere-se
ao conhecimento sobre o processo de transformação. Baixo nível de programabilidade de
tarefas reduz a efetividade do esforço de monitoramento.
A integração das abordagens de Custos de Transação e de Agência considera a
programabilidade de tarefas, a inseparabilidade, a incerteza de demanda, a incerteza
tecnológica e a especificidade de ativos como os cinco determinantes da forma
organizacional. Ainda que as incertezas de demanda e tecnológica possam influir, os autores
sugerem que seu efeito ainda é indeterminado e optaram por não considerá-las no modelo, que
adota uma abordagem dicotômica (alto e baixo) das quatro restantes, conforme o Quadro 2.
Quadro 2. Previsão da forma organizacional da coordenação vertical Baixa programabilidade de tarefas Alta programabilidade de tarefas Baixa
especificidade Alta
especificidade Baixa
especificidade Alta
especificidade Baixa inseparabilidade
1. Mercados spot
2. Contrato de longo prazo
5. Mercados spot
6. Joint ventures
Alta inseparabilidade
3. Contratos relacionais
4. Clã (hierarquia) 7. Contrato interno
8. Hierarquia
Fonte: Mahoney et al. (1994).
Sauvée (1995) realiza um esforço de compilar e comparar abordagens de economia
institucional, organizacional e de gestão estratégica, para analisar a questão da coordenação
vertical. Para ele, o uso de novos conceitos e pressupostos permite uma visão mais realista e
completa da coordenação e pode ampliar consideravelmente o escopo da análise. O autor
reconhece que as escolas de pensamento são divergentes e estão longe da unificação,
identificando grande oposição metodológica entre as áreas de gestão estratégica e de
economia das organizações.
35
Ao elaborar um quadro de referência descritivo para a coordenação vertical, o autor
inicia destacando a diferença entre os conceitos de ambiente institucional e de arranjo
institucional. Para isso, ele cita Williamson, que afirma que o ambiente institucional é o
conjunto de regras políticas, sociais e legais que estabelecem as bases para a produção, as
trocas e a distribuição, dando como exemplos as regras de eleições, os direitos de propriedade
e o direitos dos contratos. Um arranjo institucional é um acordo entre unidades econômicas
que governa o modo pelo qual essas unidades podem cooperar ou competir. Ele fornece uma
estrutura dentro da qual seus membros podem cooperar, ou um mecanismo que pode influir
em mudanças das leis e dos direitos de propriedade.
O quadro de referência desenvolvido por Sauvée tem os seguintes objetivos: fornecer
uma descrição completa da coordenação vertical por meio de suas principais características
institucionais e propor um modelo de tomada de decisão das firmas, no que se refere à escolha
dessas características. São combinados elementos da Teoria dos Custos de Transação, Teoria
da Organização Industrial, Teoria de Agência e Teoria das Convenções. O quadro de
referência aparece no Quadro 5.
Quadro 3. Quadro de referência para a tomada de decisão sobre coordenação vertical
Foco Primeiro Passo Segundo Passo Produção (ativos) Trocas (transações)
Objetivos Entender a configuração dos estágios da cadeia produtiva Entender a emergência dos padrões de autoridade Determinar os objetivos estratégicos do processo de coordenação
Analisar os mecanismos de controle e de troca Descrever os problemas de agência:
- Seleção adversa - Risco moral
Analisar os problemas de incentivo Variáveis Variáveis tecnológicas
Especificidade de ativos para os agentes ou para as coalizões versus o ambiente competitivo
Características das Transações Incerteza Programabilidade e inseparabilidade das tarefas
Abordagens Análise de Organização Industrial Análise competitiva / institucional Análise de Teoria das Convenções
Análise de custos de transação e de coordenação
Fonte: Sauvée (1995).
Como conclusão, o autor observa que a habilidade de explicar porque as relações
verticais heterogêneas surgem, permanecem e competem está longe de ser atingida. As
decisões sobre coordenação vertical são resultado de procedimentos complexos. Apesar dos
conceitos promissores e resultados significativos, um entendimento completo desse fenômeno
desafia a pesquisa futura. A progressiva construção de uma análise institucional, combinando
36
economia das organizações com gestão estratégica, pode contribuir para essas futuras
pesquisas.
3.2.4 Características dos Agentes
Um aspecto ainda pouco estudado na literatura é o papel da estrutura organizacional e
dos incentivos na elaboração dos contratos entre compradores e vendedores de produtos
agrícolas. Baseando-se nas teorias de Agência, Contratos Incompletos e Custos de Transação,
Sikuta e Cook (2001) analisam como as diferenças na orientação das empresas (para
investidores) e tipos alternativos de cooperativas (para produtores) podem afetar os contratos
com produtores agrícolas.
Nas empresas, investidores em ações dispersos têm direitos de propriedade sobre os
lucros, direitos que podem ser facilmente avaliados e transferidos. A relação das empresas
com os fornecedores é um jogo de soma zero, onde os acréscimos nos preços pagos
representam perdas nos lucros para os investidores, gerando uma tendência inerente de
desconfiança entre os agentes envolvidos, o que favorece a assimetria informacional.
Em cooperativas tradicionais, produtores proprietários investem em cotas na
organização, mas a distribuição da renda residual pode ser definida por critérios de poder ou
por acordos com as organizações. A relação entre a cooperativa e os fornecedores não é
necessariamente um jogo de soma zero, visto que um preço superior pago a um fornecedor
representa um pagamento equivalente a alguns investidores. Com os produtores participando
da governança da organização, há menor grau de assimetria informacional, o que sugere
maior confiança entre os participantes.
Os autores consideram que, comparados aos das cooperativas, os contratos das
empresas com produtores tendem a apresentar: mecanismos de monitoramento e definição de
preços mais transparentes e facilmente verificáveis, verificação ou arbitragem por terceiros,
direitos e responsabilidades mais detalhados sobre um universo maior de contingências (4)
mais direitos de decisão dos contratantes sobre as atividades dos produtores e pagamentos,
aos produtores, de valores menos correlacionados diretamente com os lucros da contratante.
As cooperativas tradicionais são comparadas com as de “nova geração”, conforme
classificação de Cook baseada nos direitos de propriedade, que seriam vagamente definidos
nas tradicionais, gerando problemas como: caronas (cooperados desfrutam de benefícios sem
a contribuição correspondente), horizonte (ganhos residuais não acompanham a extensão da
37
vida dos ativos envolvidos), portfolio (atividades podem estar desalinhadas com os interesses
dos cooperados), controle (menor pressão de mercado na gestão), influência (decisões sobre a
distribuição de riquezas).
As cooperativas de “nova geração” têm maior controle na entrada de cooperados, nos
direitos de entrega de mercadorias, e cotas transferíveis e precificáveis, gerando renda
adicional ao cooperados pela valorização do capital. Assim podem reduzir o efeito carona e
incentivar o reinvestimento dos lucros, tornando-se mais aptas para estabelecer contratos
cujos preços sejam menos correlacionados com os lucros da organização e com cláusulas mais
específicas, geralmente necessárias em produtos com maior valor agregado.
Outra forma de analisar o papel das fronteiras da firma em sua estratégia é verificar se
elas influem nas decisões de alocação de recursos. Mullainathan e Scharfstein (2001) tratam
desse tema num estudo empírico sobre a correlação entre os investimentos em capacidade de
produção e o grau de integração vertical. Os autores analisam o grau de integração da
produção de monômeros de vinil clorídrico (VCM) com a etapa seguinte, onde o produto é
um insumo na obtenção de polivinil clorídrico (PVC).
A partir de um banco de dados global de produtores, os resultados obtidos pelos
autores sugerem que existem diferenças no modo como firmas integradas e não integradas
alocam os recursos. A capacidade dos produtores de VCM integrados parece ser insensível ao
consumo na etapa a jusante da cadeia produtiva, enquanto esse parâmetro é bastante sensível
entre produtores não integrados. A capacidade dos produtores integrados depende somente da
demanda interna por VCM de suas próprias unidades de PVC. Além disso, identificou-se uma
potencial alocação ineficiente de recursos, em razão da manutenção de capacidade ociosa em
relação ao consumo.
Os autores sugerem duas possíveis explicações: foco organizacional no mercado de
PVC, o que leva à incapacidade de perceber oportunidades nos mercados de VCM, e
diferenças no modo de definir preços de transferência e de mercado, que fazem com que os
preços de transferência definidos pelos integrados não respondem tão rapidamente às
mudanças na demanda de mercado quanto os definidos pelos não integrados.
38
3.3 Evolução dos Arranjos Institucionais
Esta seção trata da análise dos arranjos institucionais ao longo do tempo. O tema tem
sido pouco explorado pela ECT, visto que na literatura predominam as análises comparativas
de arranjos institucionais discretos para situações estáticas. Assim, configura-se o desafio de
manter os fundamentos dessa corrente teórica e adaptar suas ferramentas para a análise
dinâmica da coordenação em sistemas produtivos.
Inicialmente, é necessário identificar os tipos de contrato a ser abordados. Por estarem
ligados a transações de mercado, os contratos neoclássicos são, por natureza, de curto prazo,
não apresentando maior interesse com relação ao tema do presente capítulo. Os contratos de
forbearance ocorrem dentro das firmas e têm prazo indefinido, mas o estudo da duração
desses arranjos foge ao escopo deste estudo, por envolver outros aspectos organizacionais.
Assim, os contratos de maior interesse são os contratos relacionais, por envolverem
transações entre firmas e representarem arranjos institucionais híbridos, nas quais os agentes
criam um relacionamento estreito, a especificidade de ativos está presente e existe
flexibilidade para adaptações do contrato em resposta a choques externos. Por essas
características, existe um interesse mútuo em que a transação perdure no tempo.
As relações entre as estratégias das empresas e a evolução dos arranjos institucionais
são tratadas em estudo sobre a organização da distribuição na indústria de refrigerantes norte-
americana (MURIS, SCHEFFMAN e SPILLER, 1992). Os autores analisam, sob a ótica da
Teoria dos Custos de Transação, a mudança nos canais de distribuição da Coca-Cola e da
Pepsi-Cola, que utilizavam engarrafadores independentes e passaram a adotar a integração
vertical com subsidiárias. A hipótese formulada é a de que as mudanças no ambiente e nas
estratégias das empresas aumentaram os custos de transação com os engarrafadores
independentes. O estudo abrange uma primeira etapa qualitativa de levantamento da hipótese,
seguida da etapa quantitativa, com dois testes empíricos. O primeiro explora as diferenças
entre a Coca-Cola e a Pepsi-Cola, na distribuição do produto para as máquinas de refrigerante.
O segundo envolve análises estatísticas dos efeitos competitivos da maior integração vertical
nos canais. Os testes suportaram a hipótese considerada.
Ao estudarem as formas de coordenação entre produtores e processadores nos sistemas
agroindustriais de suínos e bovinos nos EUA, LAWRENCE e HAYENGA (2002) observam
uma significativa mudança das transações a mercado para os contratos de longo prazo ou para
a integração vertical, no caso de suínos, enquanto no setor de bovinos predominam ainda o
mercado spot e os contratos de curto prazo com processadores. Para os autores, as diferenças
39
nas formas de coordenação parecem estar relacionadas, no caso dos suínos, com a
concentração de escala de produção, e a pequena quantidade de processadores disponíveis na
região Sudeste e os maiores investimentos específicos de produtores independentes ou
processadores detentores de marcas. Com relação ao setor de bovinos, observa-se uma cadeia
produtiva com mais etapas e uma ênfase mais tardia em programas de valorização de marcas.
Assim, no volume total de suínos, de 1993 a 2000 a participação percentual das transações a
mercado passou de 87% para menos de 2%, a integração por processadores passou de 2%
para 18% e os contratos evoluíram de 11% para 60%. Os contratos de suínos apresentam
duração de 3 a 10 anos ou renovação perpétua.
Analisando a coordenação vertical da indústria de suínos na Austrália, Gall e Schroder
(2002) avaliaram as alternativas e as razões ds escolha dos produtores para o escoamento do
produto, a situação atual e as perspectivas sobre o relacionamento com compradores e outros
agentes de suporte à atividade. As principais mudanças identificadas nos produtores foram:
passagem da comercialização por leilões para a negociação direta com os abatedouros, e
mudança da operação independente para um relacionamento mais estreito com os principais
compradores, outros produtores e principalmente veterinários e fornecedores de insumos. Os
autores observam também que as maiores fontes de vantagem competitiva são provenientes
de ganhos de produtividade relacionados à saúde dos animais. Os resultados da pesquisa
indicam que o estreitamento das relações com veterinários e fornecedores de insumo gerou
maiores impactos na qualidade e nas performances técnicas e financeiras dos produtores do
que o relacionamento destes com os principais compradores, que são os processadores.
4 COORDENAÇÃO NA AVICULTURA DE CORTE 4.1 Ambiente Institucional
Ao analisar o sistema LABEL ROUGE da indústria avícola francesa, Menard (1996)
aborda de maneira bastante abrangente a influência do ambiente institucional sobre os
arranjos institucionais vigentes, que constituem formas híbridas (intermediárias entre as
transações de mercado e a integração vertical). Utilizando conceitos da Teoria dos Custos de
Transação, o autor levanta questões sobre o processo de coordenação existente, sua eficiência
e a coexistência de diferentes estruturas organizacionais. Assim, identifica-se o papel das
organizações certificadoras privadas, que estabelecem os padrões de processo e de produto
para o uso da marca LABEL, com o suporte de organismos e regulamentos federais, o que
reforça o conceito de autoridade para a coordenação das cadeias. Para o autor, trata-se de um
tipo de poder concedido e limitado pelos agentes envolvidos, diferente da hierarquia nas
firmas, a qual é resultado dos direitos de propriedade.
No Brasil, é possível identificar a influência do ambiente institucional em diversos
momentos da história da avicultura. Sua origem em moldes mais comerciais ocorreu nos anos
40, a partir da especialização da colônia de imigrantes japoneses da região de Mogi das
Cruzes, no Estado de São Paulo. Temos, neste caso, a cultura e os hábitos de uma comunidade
específica condicionando uma atividade econômica. Esse ambiente favoreceu a especialização
de agentes independentes em cada etapa do sistema agroindustrial (ração, pintos, engorda e
abate).
A introdução, pioneira por uma agroindústria, dos contratos de parceria com
produtores no Oeste de Santa Catarina ocorreu no início dos anos 60. A existência de
financiamentos governamentais subsidiados para a atividade representou um suporte essencial
para a disseminação do modelo. Também contribuiu para o sucesso da atividade na região a
uniformidade cultural (imigrantes europeus) e de estrutura fundiária (pequenas unidades de
produção) dos produtores, além da proximidade das propriedades. Essas condições
41
favoreceram a transmissão do pacote tecnológico, o controle do manejo zootécnico e
veterinário e a logística de transporte de ração, pintos e frangos para abate.
Outro evento significativo no âmbito institucional formal foi a decisão das autoridades
econômicas de permitir a atuação de empresas estrangeiras de genética avícola no Brasil, que
passaram a produzir avós e matrizes no país nos anos 60. A iniciativa dificultou o
desenvolvimento tecnológico nessa área por empresas brasileiras. Trata-se de um segmento
tradicionalmente controlado por algumas empresas multinacionais de grande porte, que
inicialmente forneciam seus produtos no mercado e posteriormente estabeleceram contratos
com as grandes agroindústrias processadoras do setor.
Em 1995, no auge da crise provocada nos agronegócios pela implementação do Plano
Real em 1994, com a sobrevalorização cambial e a abertura comercial, novamente o governo
criou um programa de crédito rural específico para os sistemas de parcerias. Por meio desse
mecanismo, vigente até hoje, os recursos são alocados pelos bancos às agroindústrias, que os
repassam aos produtores parceiros.
4.2 Ambiente Competitivo 4.2.1 Avicultura Mundial
De acordo com a Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frango
(ABEF, 2001), que cita dados da FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e
Alimentação), de 1996 a 2000 a produção mundial de frangos cresceu 4,8% ao ano, passando
de 47,6 para cerca de 56,8 milhões de toneladas. O maior produtor mundial de frangos, os
Estados Unidos, vem reduzindo sua taxa de crescimento, em razão dos baixos retornos
econômicos da atividade e da forte concorrência no mercado externo. Em 2000 os EUA
exportaram 2.190 mil toneladas (líder) e o Brasil ficou em segundo lugar, com 906 mil
toneladas, seguido de Hong Kong (885 mil ton.), China (430 mil ton.) e França (350 mil ton.).
Conforme Martins (2002), a carne de frango é a que tem apresentado maior aumento
no consumo mundial, com taxas de crescimento anuais superiores a 3,3% nos últimos seis
anos, crescendo mais de 8% apenas no ano de 1999. O crescimento das exportações mundiais
tem sido superior ao do consumo, alcançando 10% em 2000 e 15% em 2001. O surgimento da
doença da “vaca louca”, inicialmente circunscrita à Inglaterra mas que se manifestou em
42
diversos outros países europeus, favoreceu a exportação brasileira de carnes, especialmente a
de frango, com maior demanda por parte do consumidor europeu.
Entre 1990 e 2000, a avicultura brasileira aumentou sua participação na produção
mundial de 9,6% para 13,7%, crescendo de 2,3 para 5,9 milhões de toneladas, enquanto a
produção global se expandiu 66% no período. As exportações brasileiras cresceram
fortemente de 1996 até 2001, passando de 569 mil toneladas para 1.249 mil toneladas em
2001 (MARTINS, 2002), o que representa uma variação de 119%. Os principais mercados
consumidores dos produtos brasileiros, considerando-se o faturamento gerado em 2000, foram
o Oriente Médio (37,5%), a Ásia (27,4%) e a União Européia (23,6) (ABEF, 2000).
Esse desempenho tem sido obtido principalmente pelas principais agroindústrias do
setor, com uma tendência discreta de desconcentração nessa participação. Enquanto os três
principais grupos (Sadia, Perdigão e Ceval) controlavam 70% das exportações em 1995
(JANK, 1996), os três primeiros colocados em exportação no ano de 2000 (Sadia, Perdigão e
Seara) responderam por 67,2% (ABEF, 2000).
A competitividade da avicultura brasileira no mercado internacional tem sido
conquistada pela conjugação de diversos fatores. Jank (1996) identificou como principais
elementos: (1) o rígido controle sanitário na produção das aves, com a presença permanente
de veterinários nas linhas de abate e em modernos laboratórios para a análise de produtos; (2)
escala operacional de abate semelhante à dos EUA (250 a 400 mil aves por dia) para as
empresas líderes brasileiras; (3) segmentação das exportações por regiões geográficas e
adaptação do produto às exigências de cada mercado, oferecendo-se peito de frango sem osso
e sem pele para a União Européia, asas e coxas desossadas para os países do Sudeste Asiático,
com grande padronização de cortes especiais, frangos inteiros de pequeno porte (1 kg) para o
Oriente Médio, frangos maiores (2 kg) e com a pele mais amarelada para a Argentina e,
finalmente, produtos de baixo preço para países mais pobres (África e Ásia).
A elevada competitividade da indústria avícola brasileira no contexto externo é
evidente, o que explica a estratégia da Doux, de capital francês, ao adquirir a Frangosul e
expandir sua produção para exportação. O excepcional desempenho alcançado pela indústria,
principalmente nas três últimas décadas, assim como os padrões de competição vigentes estão
intimamente ligados aos arranjos institucionais adotados, conforme detalhamento apresentado
na próxima seção.
43
4.2.2 Avicultura Brasileira
Apesar do desempenho positivo no mercado internacional, o crescimento da produção
apoiou-se principalmente no consumo interno, que cresceu de 2,0 para 4,9 milhões de
toneladas (AVES E OVOS, 2001). O consumo brasileiro per capita passou de 14,2 kg em
1990 (APA, 2001), para 22,2 kg em 1996 e 29,9 kg em 2000 (ABEF, 2000), próximo do nível
do Canadá (29,5 kg), mas ainda distante do índice em Hong Kong (43,4kg).
Segundo dados da União Brasileira de Avicultura, citados por Brum (2000), a
conversão alimentar apresentou expressiva evolução positiva neste século, visto que em 1930
eram necessários 3,5 kg de ração para se obter um kg de frango, 2,15 kg em 1990, 1,95 kg em
1997 e 1,9 kg em 2000, o que permitiu que se atingisse o peso de abate em 39 dias.
Considerando-se a quantidade de animais abatidos, segundo dados do IBGE (2002)
referentes a dezembro de 2001, os principais produtores são os Estados do Paraná (56,7
milhões), Santa Catarina (51,7 milhões), Rio Grande do Sul (47,6), São Paulo (35 milhões),
para um total de 243,6 milhões no Brasil. São Paulo esteve entre os três maiores de 1990 até
1996, sendo ultrapassado pelo Rio Grande do Sul em 1997. Verifica-se expansão da produção
na Região Centro-Oeste, com a instalação de abatedouros de grande porte, pela proximidade
das matérias-primas da ração.
Ainda em relação à quantidade de frangos abatidos, a indústria apresenta baixa
concentração, com a participação de mercado das 4 maiores empresas atingindo 31,56% em
1999, seguidas de 15 firmas (comerciais e cooperativas) com participação acumulada de 26%
(AVES E OVOS, 2000). As empresas líderes são a Sadia, com 12,24% dos abates, Perdigão
(8,75%), Doux Frangosul (5,39%) e Seara (5,18%).
Com relação aos preços, observa-se uma tendência persistente de queda no preço do
frango desde a metade da década de 90. Rocha (2002) apresenta a evolução do preço do
frango em dólares desde 1994, no qual se percebe um pico de US$ 1,50 em dezembro de
1994, provavelmente provocado pela sobrevalorização do Real. A partir desse ponto observa-
se uma queda consistente, com alguns pontos de depreciação acentuada por excesso de oferta,
como em abril de 2000 (US$ 5,00), atingindo seu menor valor em junho de 2002 (US$ 4,8).
Para analistas consultados, além da desvalorização cambial no período (62,15%), o
crescimento na oferta de frango e a queda da renda da população explicam a redução das
cotações em dólar. Para um representante da União Brasileira de Avicultura, entretanto, o
aumento da produtividade do setor é um dos principais motivos da redução nos preços. O
44
aumento da produção nos últimos dois anos foi estimulado pelas perspectivas de ganhos por
parte do setor produtivo, por conta das crises sanitárias na Europa.
No mercado interno, caracterizado por elevada rivalidade, aparentemente existem dois
padrões básicos de concorrência na indústria. O primeiro, entre as empresas líderes, consiste
na diferenciação através da diversificação e da agregação de valor em produtos (cortes
temperados, embutidos e pratos congelados) e em expressivos investimentos em marca. O
segundo se refere aos produtos padronizados, como o frango inteiro resfriado ou congelado,
do qual participam, além das empresas líderes, também os demais abatedouros de pequeno
porte. Nesse mercado, as exigências de qualidade são menores, existe baixa diferenciação
entre as marcas, as barreiras de mobilidade são baixas e a competição está baseada em preço.
Focalizando a análise no Estado de São Paulo, Martins (2002) observa que a avicultura
deste Estado, constituída por empresas relativamente antigas e de pequena escala, vem
passando por uma crise decorrente da competição com modelos de produção mais modernos
instalados em outros Estados, que têm sido beneficiados por incentivos estaduais de caráter
fiscal e financeiro. As desvantagens se agravam quando problemas conjunturais, como a
escassez de milho, combinam-se com a saturação do mercado externo e a absorção pelo
mercado consumidor paulista do excesso da produção. Observa-se que a participação relativa
do Estado no total de carne de frango consumida no Brasil caiu consistentemente de 20% para
15% (estimativas) entre 1998 a 2002. Sua participação apresenta maior estabilidade na
produção de pintos (de 22% para 19%) e no alojamento de matrizes de corte (de 19% para
18%). As potenciais saídas propostas pela autora implicam investimentos em plantas de
congelamento, preferencialmente através da associação de pequenas empresas, visando à
atuação conjunta no mercado internacional e talvez criando uma marca forte paulista.
4.3 Evolução dos Arranjos Institucionais 4.3.1 Avicultura Mundial
Com base na Economia dos Custos de Transação, Martinez (1999) analisou a evolução
dos arranjos contratuais adotados pela indústria avícola dos EUA, visando a levantar
previsões sobre o comportamento da indústria de suínos. O autor afirma que os contratos de
produção e a integração vertical facilitaram a rápida adoção de tecnologias, melhoraram o
45
controle de qualidade e garantiram o escoamento da produção de frangos e o suprimento dos
processadores. Com isso o consumo per capita de produtos de alta qualidade derivados do
frango apresentou consistente crescimento, superando o das carnes bovina e suína.
Ao longo da história da indústria avícola norte-americana, a partir da II Guerra
Mundial, foram adotados seis tipos básicos de contratos, detalhados a seguir:
(1) Contabilidade aberta. O primeiro firmado entre integradores (normalmente a
empresa de rações) e produtores, previa a concessão de crédito ao produtor, que era
responsável pelas construções, equipamentos, trabalho, combustível e outros insumos.
Quando os frangos eram vendidos o produtor pagava o débito ao integrador, que obtinha
lucros das margens nos produtos e da cobrança de tarifas fixas pela operação. À medida que
os produtores se especializavam na produção de frangos, os riscos de preço e de produção se
tornavam mais críticos.
(2) Preço garantido. Esses contratos reduziram os riscos de preço e de produção dos
produtores e suas restrições financeiras. A empresa de rações fornecia insumos por uma tarifa
e assumia o risco de preço, visto que para o produtor havia garantia de preço. Quando o preço
contratado excedia os custos do produtor, a diferença era repassada ao produtor, mas quando
era inferior, a perda era cancelada. Assim, os integradores passaram a assumir uma parte dos
riscos de produção. Os produtores ainda estavam sujeitos ao risco do preço dos insumos e a
requerimentos elevados de capital. O preço garantido favoreceu o relaxamento dos
produtores, resultando em aves de baixa qualidade.
(3) Tarifa básica. Esses contratos se tornaram os mais utilizados nos anos 50 e 60. O
integrador fornecia pintos, ração, medicamentos, assistência técnica periódica e tinha um
título de posse dos frangos. O produtor não ficava devedor do integrador pelos insumos e
recebia um valor fixo por ave entregue, unidade de peso ou semana de trabalho. Nessa
configuração, as necessidades de capital e os riscos de produção dos produtores foram
reduzidos. Os riscos de preços de insumos e de venda foram transferidos para o integrador.
Como os pagamentos não eram baseados em ganhos de conversão alimentar e os esforços dos
produtores eram dificilmente monitorados, havia incentivos ao relaxamento.
(4) Compartilhamento. Para deter o relaxamento dos produtores, os integradores
desenvolveram variações do contrato de tarifa fixa. Os integradores forneciam os pintos,
ração, medicamentos e combustível, enquanto os produtores forneciam as instalações,
equipamentos e o trabalho. As aves fornecidas que excediam os custos do integrador eram
compartilhadas com o produtor, provocando um interesse parcial de um agente nos objetivos
do outro. As perdas eram absorvidas pelo integrador, mas eram encorajados os aumentos de
46
margem nos insumos fornecidos, de modo a reduzir os lucros a ser compartilhados. Os
produtores ainda estavam sujeitos a elevados requerimentos de capital e a riscos de preço de
venda, e tinham algum incentivo ao relaxamento.
(5) Conversão alimentar. Esses contratos foram desenhados a fim de fornecer
incentivos para a melhoria das práticas de produção. Nesse arranjo, além da tarifa fixa, era
pago um bônus pela conversão alimentar, baseado em unidades de peso de ração sobre o peso
das aves. Os incentivos ao relaxamento do produtor eram reduzidos pela vinculação da renda
ao desempenho, ainda que o produtor estivesse sujeito ao risco de produção e a restrições de
capital.
(6) Combinação. Esses contratos combinavam os atributos desejáveis dos contratos
apresentados acima. Normalmente eles incluíam uma tarifa fixa ao produtor ajustada por
algum bônus, para desencorajar o relaxamento. Esses bônus eram incluídos dependendo do
compartilhamento de lucros, da eficiência na conversão alimentar, da mortalidade ou de
outros indicadores. Além disso, o bônus era calculado com base na performance do produtor
em comparação com a de produtores similares, e não em relação a algum padrão absoluto.
O autor observa o rápido avanço dos contratos de longo prazo firmados inicialmente
entre produtores e produtores de ração e, posteriormente, entre produtores e processadores.
Enquanto em 1950 5% dos frangos eram produzidos sob contratos ou integração vertical e
95% com produção independente, cinco anos depois 86% da produção já era feita sob
contratos e 10% com produção independente. A participação dos contratos tem se mantido
praticamente estável, apresentando ligeira queda progressiva ao atingir 82% em 1994, quando
convivem com a integração vertical em cerca de 15% da produção e os independentes
respondem pelos 3% restantes.
No âmbito da avicultura francesa, Menard (1996) analisa o sistema LABEL ROUGE a
partir do conceito de estrutura institucional de produção, que significa caracterizar as formas
híbridas de governança considerando outros elementos além dos arranjos contratuais. Ele
conclui que, nessas estruturas, nem a tecnologia nem a propriedade são os principais
determinantes da forma híbrida analisada. Trata-se de um arranjo institucional específico,
desenvolvido deliberadamente pelos participantes através de uma rede de contratos e
profundamente enraizado no ambiente institucional. Assim, para esse autor, os arranjos
institucionais são mais amplos do que os arranjos contratuais específicos, abrangendo-os.
47
4.3.2 Avicultura Brasileira
A estrutura de governança que favoreceu a dinamização da indústria tem como
principal componente o contrato de parceria entre processadores e produtores rurais. Esse
arranjo também é conhecido como contrato de integração, por criar uma situação semelhante
à integração vertical, pelos processadores, da fase de engorda dos frangos, ainda que os
agentes permaneçam como entidades distintas.
Uma denominação mais precisa parece ser a indicada por Blois (1996), que discute a
existência de uma situação chamada de quase-integração vertical, na qual algumas firmas
conseguem obter as vantagens da integração vertical sem assumir os riscos ou a rigidez da
propriedade.
Para esse autor, trata-se do desenvolvimento de um relacionamento estreito entre
clientes e fornecedores, baseado principalmente na dependência do fornecedor, relativa a uma
parcela significativa de seus negócios, com relação a um cliente particular. O estudo indica
que esse tipo de situação fornece ao consumidor um considerável poder de barganha sobre
tais fornecedores, e que esse poder algumas vezes é exercido para exigir condições especiais
ou termos de comercialização que podem aumentar a dependência do fornecedor. Conclui-se
que esse relacionamento pode ser considerado um tipo de integração vertical sem
formalização legal e que em diversas indústrias muitos fornecedores têm encontrado
dificuldades em manter sua independência de gestão em relação a grandes clientes.
Na configuração mais comum do contrato adotado na indústria avícola brasileira, o
processador fornece ao produtor pintos de linhagens selecionadas, ração, assistência
veterinária, medicamentos e garantia de compra. O produtor é responsável pelos
investimentos em instalações e equipamentos, e pela mão-de-obra. Ao final do ciclo de
engorda, o pagamento dos lotes de aves varia de acordo com índices de eficiência atingidos
no processo (conversão alimentar, mortalidade, tempo de engorda).
Outro elemento bastante comum nessa estrutura de governança é o controle por meio
da integração vertical da fábrica de ração pelos processadores, que gera maior controle sobre
as características e os custos de produção dos frangos, melhores condições na compra de
insumos (milho e farelo de soja) e economias de escala na produção da ração para todos os
contratados.
Com essa estrutura de governança, o processador busca padronização na qualidade,
regularidade na quantidade e pontualidade nos prazos para a aquisição dos animais com peso
de abate. Além disso, ela facilita a implementação de inovações tecnológicas nas diversas
48
etapas da cadeia produtiva, o que explica os consistentes ganhos de produtividade e de
conversão alimentar verificados nas últimas décadas.
Para o produtor, a engorda de frangos com contrato de parceria é uma alternativa
viável por reduzir riscos de demanda e de oscilações no fluxo de caixa. O contrato elimina os
custos envolvidos em transações de mercado, como o acompanhamento e a negociação do
preço, a busca de compradores e as operações de logística, aspectos razoavelmente definidos
no contrato. Ao se concentrar na atividade pecuária, o produtor se especializa e pode buscar
ganhos de produtividade e qualidade para o produto final (conversão alimentar, tempo de
engorda e sanidade).
O contrato de parceria tem se mostrado extremamente adaptado às estratégias das
empresas líderes da indústria e das cooperativas de grande porte para os mercados interno e
externo. Para o mercado interno, a ênfase é produzir carne de frango para uso como insumo
de produtos com maior valor agregado. Para o mercado externo, trata-se de obter produtos
(frango inteiro ou cortes) que atendam às necessidades do consumidor em cada região, que
são diversificadas.
4.3.3 O Caso do Estado de São Paulo
A avicultura de corte em moldes empresariais surgiu em São Paulo, na região de Mogi
das Cruzes, nos anos 40. No final dos anos 50, observou-se uma reestruturação da produção,
com novas granjas e novos métodos de manejo, que contavam com a atuação do Instituto
Biológico de São Paulo no controle sanitário e de doenças. Mas foi a partir de 1960, com a
importação de linhagens específicas para corte, que a avicultura paulista passou a se expandir
nos moldes hoje observados, conforme Zirlis (1991) apud Nicolau (1994). Nessa época,
iniciava-se em condições modestas a avicultura no oeste de Santa Catarina, organizada sob o
sistema de contratos de parceria entre abatedouros e criadores, baseado no modelo americano
de integração e na experiência acumulada na região pela parceria na produção de suínos.
Ao analisar o processo de avanço dos contratos de parceria na avicultura paulista,
Marques (1991) observa que os frigoríficos paulistas começaram a adotar lentamente essa
estrutura de governança a partir de 1969, processo que ganhou impulso a partir de 1981, para
atingindo cerca de 71% da produção em 1991. Observou-se uma crescente concentração no
setor, considerando-se os oito maiores frigoríficos. Nessa obra, o autor considera que o
produtor apresentava pequeno poder de barganha com os frigoríficos, que por sua vez
49
apontaram como principais motivos para a adoção dos contratos a busca de uma escala
mínima de operação, a redução de custos de intermediação e de instalações, assim como a
facilitação do planejamento da produção. Detectou-se também que o ambiente institucional
relacionado aos tributos favorece os contratos, visto que as transferências entre processadores
e produtores contratados ficam isentas.
Em análise das disfunções da indústria avícola na macrorregião de Ribeirão Preto
(SP), Azevedo et al. (1999) tratam da evolução dos arranjos institucionais. Os autores relatam
que a avicultura dessa macrorregião começam a se destacar a partir da década de 70, quando
existiam apenas produtores independentes. A partir do início dos anos 80, dado o elevado
custo da ração, a existência desses produtores ficou ameaçada, e sobreviveram apenas aqueles
que promoveram a integração vertical na produção da ração. Alguns chegaram a adquirir
também abatedouros e matrizeiros próprios. Surgiu então, a figura do integrador, que,
aproveitando a escala de produção de ração e o acesso a novas técnicas, passou a integrar
pequenos produtores independentes, fornecendo ração, pintos de um dia e assistência técnica
para a engorda dos frangos.
Os autores esclarecem que ainda existem alguns produtores independentes, assim
como abatedouros que não possuem granjas integradas. Desses produtores independentes, a
grande maioria faz parte da Cooperativa Coperguaçu (Descalvado), que funciona como uma
integradora, dispondo de parque industrial para abate e processamento, além de granjas de
matrizes e incubatórios. A diferença desse sistema para o sistema de integração usual é que
existe um rateio dos lucros (ou prejuízos) entre a cooperativa e os cooperados, ao invés de
uma remuneração ao produtor. Apesar da presença do sistema cooperativo e de produtores
independentes, predomina na região, como no resto do País, o sistema de integração.
Outra peculiaridade do sistema de integração praticado na região é a presença de
novos agentes, como a figura do intermediário e do corretor de frangos. A característica desse
sistema é a integração do frango vivo, ou seja, os grandes integradores não possuem
abatedouro próprio e, então, atuam no mercado paralelo, comercializando frango vivo. São
encontrados, assim, abatedouros independentes e pequenas avícolas de frango vivo. Apesar de
reconhecerem que esses intermediários desempenham função econômica ao gerenciar
informações e coordenar ações entre os participantes da cadeia produtiva, os autores
identificam ameaças à sua sobrevivência. Com a concorrência intensa na oferta de frango
inteiro no varejo, as margens de toda a cadeia estão sendo reduzidas, ameaçando a
sobrevivência dos abatedouros independentes, clientes dos intermediários integradores.
50
Deve-se destacar também outro agente característico da região – o corretor, que se
situa eventualmente entre os abatedouros independentes e os intermediários integradores ou
entre os primeiros e as granjas independentes. A existência desse agente pode ser justificada
por sua atividade de concentrar e utilizar informações importantes sobre o mercado e por
conseguir prazo maior de pagamento junto ao intermediário, questão muitas vezes
significativa para os abatedouros. A sobrevivência desses agentes também está ameaçada pela
redução das margens dos abatedouros e dos intermediários.
5 METODOLOGIA
Neste capítulo são apresentados os métodos utilizados para estruturar, obter e analisar
os dados necessários para que os objetivos do estudo sejam atingidos. A orientação geral da
metodologia é obter informações sobre a coexistência entre os arranjos institucionais e o que a
determina, com o maior detalhamento possível.
São adotados dois procedimentos que podem contribuir para o aprofundamento da
análise sobre a adoção dos arranjos. Primeiro, analisa-se a participação percentual de cada
arranjo no suprimento total do processado, o que oferece mais informação do que a pesquisa
simplesmente das escolhas do agente para o arranjo predominante. Segundo, incorpora-se na
definição do arranjo institucional o agente envolvido na transação, o que pode permitir
identificar preferências do processador sob esse aspecto.
O capítulo está estruturado em seções que tratam da definição das variáveis (descrição
e fundamentos para que sejam escolhidas), as hipóteses formuladas com base na teoria tratada
nos capítulos anteriores, o instrumento de medida utilizado (descrição do questionário), a
coleta de dados (informações sobre a amostra e sobre a forma de abordagem das empresas),
métodos de tratamento dos dados e limitações da metodologia.
5.1 Definição de Variáveis
Conforme Azevedo et al. (1999), os agentes presentes na avicultura paulista são os
relacionados a seguir, com os códigos adotados para esta dissertação entre parênteses:
a) processadores (AB) – empresas comerciais ou cooperativas que abatem e processam o
frango vivo;
b) corretores de frango vivo (CO) – intermediários com informações sobre mercados que
viabilizam as transações entre processadores e produtores independentes;
c) integradores de frango vivo (PV) – produtores independentes que adicionam à sua
produção os frangos vivos tratados por outros produtores de menor porte, através de
contratos;
52
d) produtores independentes (PI) – agentes que adquirem pintos de um dia no mercado e
realizam a engorda para comercialização do frango vivo;
e) produtores parceiros (PP) – agentes participantes de contratos de parceria com
processadores.
5.1.1 Variáveis Dependentes
Conforme a delimitação estabelecida neste estudo, as variáveis dependentes serão os
arranjos institucionais. A partir da análise fornecida por Azevedo et al. (1999) e de contatos
preliminares com agentes do setor, identificam-se no Estado de São Paulo alguns arranjos
institucionais básicos para o suprimento dos processadores, para os quais são adotadas as
seguintes denominações:
a) Mercado (M) – representa o conjunto de transações esporádicas para a compra de frango
vivo, com baixo conhecimento sobre o vendedor e seu processo de produção, e não
envolve o compromisso de que a transação se repita no futuro. O preço pago é aquele
definido pelas forças de oferta e demanda no momento da negociação.
b) Fornecimento (F) – o contrato de fornecimento pode ser temporário ou de prazo
indeterminado e estabelece um compromisso de fornecimento de frango vivo em volumes
determinados. O preço pago é geralmente aquele definido pelo mercado no momento da
transação, condição estabelecida no acordo;
c) Parceria (P) – o contrato de parceria estabelece que o processador fornece os pintos, ração
e assistência técnica ao produtor parceiro, que fica responsável elos investimentos em
instalações e equipamento e por realizar o manejo para a engorda do frango até o abate,
quando é remunerado de acordo com critérios específicos ao contrato. O arranjo é
conhecido também por "integração", visto que o processador controla muitos fatores de
produção e define os procedimentos durante a engorda, remunerando a prestação de
serviço do produtor. O preço pago é definido por fórmulas que podem ser baseadas
somente em coeficientes técnicos do manejo ou que incluem também o preço de mercado
no momento do abate.
d) Integração (I) – a integração vertical pelo processador representa o controle financeiro
total da engorda dos frangos, incluindo a genética, produção de ração, instalações,
equipamentos e remuneração da mão-de-obra;
53
Utilizando-se o conceito de continuum dos arranjos institucionais, as opções podem
ser ordenadas pelo grau de coordenação vertical que oferecem, conforme apresentado na
Figura 1.
Mercado
Fornecimento
Parceria
Integração |
M | F
| C
| I
Figura 1. Continuum de arranjos institucionais básicos da avicultura paulista
Combinando-se os agentes com os arranjos contratuais possíveis, temos os fluxos do
frango vivo apresentados na Figura 2, onde as setas indicam o sentido da transferência do
frango entre os agentes e cada arranjo institucional completo foi definido como a combinação
do arranjo básico com os agentes participantes.
Figura 2. Agentes e arranjos institucionais para fornecimento de frango vivo na avicultura paulista
As estruturas identificadas são: integração de AB (IAB); parceria entre AB e PP
(CPP); fornecimento entre AB e PV (FPV); fornecimento entre AB e PI (FPI); fornecimento
entre PV e PI (FPI”); mercado entre AB e CO (MCO); mercado entre AB e PV (MPV);
mercado entre AB e PI (MPI); mercado entre CO e PV (MPV’); mercado entre CO e PI
(MPI’).
Conforme a delimitação deste estudo, são considerados somente os arranjos
institucionais adotados pelo processador (AB). Alinhados em ordem crescente de coordenação
vertical, esses arranjos formam um novo continuum que aparece na Figura 3.
Como o processador pode adotar mais de um arranjo institucional simultaneamente,
pretende-se avaliar a participação percentual de cada um no suprimento total, considerando-os
PPP
MCO IAB
MPI’
PP
CO PV
PI
AB
MPV’
MPV
FPI
MPI
FPV
FPI”
CPP
54
como variáveis dependentes contínuas com valores entre 0 e 100. Assim é possível analisar o
grau de adoção de cada um de forma independente dos demais.
mercado com PI
mercado com CO
mercado com PV
contrato de fornecimento
com PI
contrato de fornecimento
com PV
contrato de parceria com PP
integração
vertical |
MPI |
MCO |
MPV |
FPI |
FPV |
CPP |
IAB Figura 3. Arranjos institucionais de suprimento de frangos vivos ao processador (AB).
Um resumo das variáveis dependentes é apresentado no Quadro 4.
Quadro 4. Variáveis dependentes correspondentes aos arranjos institucionais.
Nome Agente envolvido Unidade Tipo
Mercado PI Produtor independente % contínua
Mercado CO Corretor de frango vivo % contínua
Mercado PV Integrador de frango vivo % contínua
Fornecimento PI Produtor independente % contínua
Fornecimento PV Produtor integrador de frango vivo % contínua
Parceria Produtor parceiro % contínua
Integração - % contínua
Definidas as variáveis para os arranjos institucionais, são criadas duas novas variáveis
categóricas a partir do agrupamento dos resultados originais. São elas:
Grau de Integração. Trata-se de um critério de cluster subjetivo baseado na
predominância de determinado arranjo institucional básico na composição de cada
processador. É uma variável que pode assumir três categorias: Mercado, Contratos e
Integração. O caráter subjetivo, atribuído à decisão do pesquisador, deve-se à possibilidade de
que certos agentes tenham seu suprimento dividido igualmente entre duas categorias. Nestes
casos adota-se como critério a classificação que resulte em maior equilíbrio numérico entre os
clusters.
Mercado: Essa variável representa a presença do arranjo institucional básico de
mercado, com qualquer participação percentual diferente de zero e com qualquer agente
envolvido. Por essa definição, torna-se uma variável dicotômica que pode assumir as
categorias "Sim" ou "Não".
55
5.1.2 Variáveis Explicativas
Neste estudo opta-se pela criação de três grupos de variáveis explicativas. O primeiro,
denominado de Perfil do processador, inclui algumas características da produção e das
estratégias do processador. São indicadores objetivos relatados pelo administrador. O segundo
grupo de variáveis, chamado Transação de mercado, trata da percepção sobre a transação de
mercado, que é governada pelo arranjo institucional com o menor grau de coordenação no
continuum identificado para a avicultura paulista. Assume-se o pressuposto de que a
percepção do administrador sobre essa transação influi na composição adotada entre os
arranjos institucionais para o suprimento total de frango vivo. Neste grupo existem duas
variáveis que tratam do impacto do ambiente institucional sobre a transação de mercado. O
terceiro grupo, denominado Ambiente competitivo, contém indicadores subjetivos do
administrador sobre a competição na avicultura paulista atual, focalizando o relacionamento e
o poder de barganha da empresa com fornecedores, compradores e concorrentes.
No Quadro 5 é apresentado um resumo das variáveis explicativas.
56
Quadro 5. Variáveis explicativas de perfil e percepções do processador
Nome Descrição Unidade Tipo
Perfil do processador
Instalação ano do início da operação anos contínua
Escala capacidade de processamento industrial aves/dia contínua
Congelamento participação do frango congelado na produção total
% contínua
Exportação participação do frango exportado na produção total
% contínua
Concentração participação do maior comprador % contínua
Transação de mercado
Regularidade dificuldade de ser conseguida no fornecimento graus escalar
Qualidade dificuldade de medir qualidade graus escalar
Sanidade dificuldade de medir sanidade graus escalar
Negociação dificuldade de negociar com fornecedores graus escalar
Manutenção dificuldade para manter fornecedores fiéis graus escalar
Tecnologia freqüência de mudança tecnológica do fornecedor
graus escalar
Justiça freqüência de disputas judiciais com fornecedores
graus escalar
Impostos carga de impostos na transação graus escalar
Ambiente competitivo
Previsão dificuldade de prever volume de vendas graus escalar
Conquista dificuldade de conquistar novos compradores graus escalar
Informação freqüência de troca de inf. sobre fornecedores com concorrentes
graus escalar
Insumos dificuldade de negociar com fornecedores de insumos para frangos
graus escalar
Comprador dificuldade de negociar com compradores graus escalar
De modo similar ao adotado para as variáveis dependentes, as variáveis explicativas
também têm seus resultados agrupados em categorias. A diferença é que elas continuam
sendo tratadas individualmente. Na Tabela são apresentados os critérios para as categorias de
cada variável.
57
Quadro 6. Critério para categorias das variáveis explicativas.
Nome Categoria 1 Categoria 2 Categoria 3 Categoria 4
Instalação Até 1970 De 1971 a 1980 De 1981 a 1990 De 1991 até hoje
Escala Até 9.600 De 9.600 a 48.000 Acima de 48.000 Cabeças/dia
Congelamento Menos que 33% De 33 a 67% Mais que 67% -
Exportação Não Sim - -
Concentração Menos que 5% De 5 a 15% Mais que 15% -
Regularidade De 0 a 3 De 4 a 6 De 7 a 10 -
Qualidade De 0 a 3 De 4 a 6 De 7 a 10 -
Sanidade De 0 a 3 De 4 a 6 De 7 a 10 -
Negociação De 0 a 3 De 4 a 6 De 7 a 10 -
Manutenção De 0 a 3 De 4 a 6 De 7 a 10 -
Tecnologia De 0 a 3 De 4 a 6 De 7 a 10 -
Justiça De 0 a 3 De 4 a 6 De 7 a 10 -
Impostos De 0 a 3 De 4 a 6 De 7 a 10 -
Previsão De 0 a 3 De 4 a 6 De 7 a 10 -
Conquista De 0 a 3 De 4 a 6 De 7 a 10 -
Informação De 0 a 3 De 4 a 6 De 7 a 10 -
Insumos De 0 a 3 De 4 a 6 De 7 a 10 -
Comprador De 0 a 3 De 4 a 6 De 7 a 10 - 5.2 Hipóteses
A seguir, são apresentadas hipóteses para os sinais da correlação entre as variáveis
dependentes para os arranjos institucionais e as variáveis explicativas dos grupos Perfil do
processador, Transação de mercado e Ambientes competitivo.
Perfil do processador:
1. Instalação. Essa variável indica o ano em que a empresa foi instalada. Pressupõe-se que
essa característica do processador esteja relacionada à freqüência das transações, visto que
quanto mais antiga a empresa (menor o ano de instalação) aumenta a probabilidade de
que a freqüência seja maior. Conforme o referencial teórico, o aumento da freqüência nas
transações favorece a construção de reputação e cria incentivos para a continuidade do
relacionamento, pela redução dos custos de transação. Quando isso acontece, existe maior
possibilidade de que os agentes criem relacionamentos mais estreitos, como os contratos
de longo prazo. Assim, levanta-se a hipótese de que quanto mais atual o ano de instalação,
58
ou mais recente for a firma, maior a dificuldade da empresa para estabelecer contratos de
longo prazo, e maior a adoção do mercado e da integração vertical.
2. Escala. A variável indica a capacidade máxima de processamento da empresa, medida
pela quantidade de aves que podem ser abatidas por dia. As instalações necessárias ao
abate e processamento de frangos são ativos específicos, apresentando aplicação
alternativa apenas para outras aves. Conforme o referencial teórico da ECT, quanto maior
o investimento em ativos específicos realizado por determinado agente, maior será a
necessidade de coordenação sobre a transação, para garantir a plena utilização dos ativos e
minimizar o oportunismo dos outros agentes envolvidos nas transações. Assim, propõe-se
a hipótese de que o aumento na escala exige maior coordenação do suprimento, para
minimizar a capacidade ociosa da planta, favorecendo a adoção de contratos de longo
prazo e da integração vertical.
3. Congelamento. A variável mede a participação percentual do frango congelado no total da
produção. A produção desse item exige a utilização de túneis de congelamento e câmaras
frigoríficas para armazenagem, que são ativos específicos. De acordo com o referencial
teórico da ECT, quanto maior a especificidade de ativos, maior a necessidade de
coordenação da transação. Propõe-se a hipótese de que quanto maior a participação do
frango congelado, maior será a necessidade de coordenação do suprimento de frango vivo,
para se obter regularidade de fornecimento e minimizar a capacidade ociosa nos
equipamentos, promovendo a adoção de contratos e a integração vertical.
4. Exportação. A variável indica a participação da quantidade de frango exportado em
relação à produção total. A exportação de frangos exige o atendimento de padrões rígidos
de qualidade, sanidade e uniformidade, além de envolver volumes elevados e estar
vinculada ao produto congelado. Um dos custos de transação previstos pelo referencial
teórico da ECT é a avaliação do cumprimento de padrões de produto ou processo. Em
transações de mercado esses custos podem se tornar excessivos e inviabilizar a transação.
A hipótese proposta é a de que o aumento da participação da exportação na produção total
exige maior coordenação do suprimento, promovendo a adoção de contratos e a integração
vertical.
5. Concentração. A variável mede a participação percentual do maior comprador na
quantidade total vendida pelo processador. Quando determinado comprador passa a ter
participação significativa das vendas, cria-se uma situação de dependência do vendedor
em relação a esse comprador. Assim espera-se que o processador busque atender às
necessidades desse cliente em volumes e atributos do produto, tornando-se necessário
59
garantir o fornecimento de frango vivo que atenda a essas condições. Portanto, propõe-se
a hipótese de que o aumento da concentração nas vendas no maior cliente maior exige
maior coordenação do suprimento, promovendo a adoção de contratos e a integração
vertical.
Transação de mercado:
6. Regularidade. A variável mede a dificuldade percebida para se conseguir regularidade no
fornecimento de frangos em transações de mercado. A regularidade no suprimento de
frango vivo pode ser definida como o grau em que os fornecedores conseguem entregar os
produto nos volumes e prazos acertados anteriormente. A obtenção de regularidade
representa uma incerteza para o processador, que está sujeito às falhas de entrega do
fornecedor, seja por desvio do produto em ações oportunistas ou queda na produção por
doenças durante o manejo. Conforme o referencial teórico da ECT, esse tipo de incerteza
pode fazer com que o agente busque aumentar a coordenação sobre a transação. Assim,
propõe-se a hipótese de que o aumento na dificuldade de se obter regularidade favoreça a
adoção de contratos de longo prazo e da integração vertical.
7. Qualidade. A variável mede a dificuldade percebida para se medir a qualidade da carne de
frangos em transações de mercado. De acordo com o referencial teórico da ECT, a
aferição da qualidade representa um fonte de custos de transação, visto que é uma das
ações de monitoramento dos contratos, a partir da avaliação dos resultados obtidos. A
aquisição de frango em transações de mercado oferece o risco de que o produto não atenda
requisitos mínimos de qualidade exigidos pelo mercado de destino. A qualidade do frango
adquirido está associada às condições da carne obtida após o abate, que por sua vez está
sujeita à alimentação e manejo oferecidos pelo produtor. O processador pode métodos de
avaliação da qualidade analisando o frango vivo ou a carne obtida após o abate,
incorrendo em custos de transação. Esses custos podem variar com o grau de confiança
que o processador tenha no fornecedor. Conforme a ECT, se os custos de transação
tornam-se muito elevados, o processador tende a buscar maior coordenação na transação.
Assim, propõe-se a hipótese de que o aumento na dificuldade percebida para se medir a
qualidade do frango adquirido em transações de mercado favorece a adoção de contratos e
da integração vertical;
8. Sanidade. A variável avalia a dificuldade em se medir a sanidade do frango adquirido em
transações de mercado. Esse aspecto é bastante similar à qualidade, sendo relacionado
com o cuidados tomados pelo produtor durante a fase de engorda, principalmente no que
se refere ao controle sanitário do ambiente e uso de medicamentos. A sanidade representa
60
uma elemento de risco para o processador e envolve custos para a realização de testes, que
se caracterizam como custos de transação, conforme o referencial teórico da ECT. Se
esses custos de transação aumentam excessivamente, o agente buscará aumentar a
coordenação sobre o processo para que eles sejam reduzidos. Assim, propõe-se a hipótese
de que quanto maior a dificuldade percebida para se medir a sanidade, maior a tendência
de adoção de contratos e integração vertical.
9. Negociação. A variável mede a dificuldade percebida em se negociar com fornecedores
em transações de mercado. Essa negociação pode envolver itens como o preço, o prazo de
pagamento, a responsabilidade pelo transporte, o peso médio das aves, entre outros. De
acordo com o referencial teórico da ECT, esses aspectos são custos de transação
decorrentes dos recursos utilizados (dinheiro, pessoas ou tempo) até que se chegue a um
consenso entre os agentes. À medida que esses custos crescem a transação pode se tornar
inviável, provocando atrasos ou a interrupção no suprimento. A avaliação dessa situação
nas transações de mercado pode levar o processador a escolher outros arranjos
institucionais mais eficientes em custos de transação. Propõe-se a hipótese de que quanto
maior a dificuldade percebida na negociação a mercado, maior será a participação de
arranjos com maior grau de coordenação, como contratos e integração.
10. Manutenção. A variável mede a dificuldade percebida em se manter fornecedores fiéis em
transações de mercado. O mercado é um contrato de curto prazo utilizado para a compra e
venda de bens ou serviços padronizados, com preços definidos principalmente pela
combinação das forças de oferta e demanda, e para o qual a identidade dos agentes tem
pequena importância. Portanto, teoricamente não existem incentivos para que se criem
relacionamentos formais de longo prazo. Entretanto, mesmo em transações de mercado, a
geração de vínculos informais é desejável porque pode reduzir custos de transação. Se
existe dificuldade para a manutenção de fornecedores fiéis a mercado, o processador
poderá buscar outros arranjos institucionais. Portanto, formula-se a hipótese de que quanto
maior a dificuldade percebida para a manutenção de fornecedores fiéis em transações de
mercado, maior a participação de arranjos institucionais que ofereçam mais coordenação,
como os contratos e a integração.
11. Tecnologia. A variável mede a freqüência percebida na mudança tecnológica adotada pelo
fornecedor em transações de mercado. Nas últimas três décadas a avicultura tem
melhorado os níveis de produtividade e qualidade em virtude do contínuo
desenvolvimento tecnológico. Uma das principais vantagens dos arranjos institucionais
contratuais é justamente permitir a rápida adoção dos avanços tecnológicos por parte dos
61
produtores contratados. O objetivo dessa variável é avaliar o grau de atualização
tecnológica dos produtores que não participam de arranjos contratuais. Em um ambiente
de mudanças tecnológicas freqüentes, a desatualização dos fornecedores representa um
risco para os processadores. Assim, propõe-se a hipótese de que quanto maior a freqüência
percebida na mudança tecnológica dos fornecedores de mercado, menor a participação de
arranjos institucionais que ofereçam mais coordenação, como os contratos e a integração.
12. Justiça. A variável mede a freqüência percebida nas disputas judiciais relativas a conflitos
com fornecedores nas transações de mercado. Essa freqüência é influenciada pela
quantidade e gravidade dos conflitos, pelos custos envolvidos e pela confiança na
utilização das cortes formais. A abordagem de Douglass North do âmbito da Nova
Economia Institucional sustenta que o ambiente institucional condiciona as decisões dos
agentes econômicos. Se as regras formais e informais vigentes em determinado ambiente
econômico não garantem o cumprimento dos contratos e a preservação dos direitos de
propriedade, aumenta a incerteza dos agentes, que por isso reduzem seus investimentos ou
adotam arranjos institucionais com maiores salvaguardas e maior coordenação.
Considerando-se a reputação de baixa eficiência da justiça brasileira, com altos custos e
prazos longos para a obtenção sentenças definitivas, as disputas judiciais parecem ser mais
prováveis em casos muito graves ou que envolvam valores elevados. Assim, propõe-se a
hipótese de que quanto maior a freqüência de disputas judiciais em transações de
mercado, maior a participação de arranjos que ofereçam mais coordenação, como os
contratos e a integração vertical;
13. Impostos. A variável mede o impacto percebido dos impostos em transações de mercado,
que reduz a rentabilidade do processador. Trata-se de outro aspecto do ambiente
institucional, relacionado ao sistema tributário vigente na avicultura. Por ser um item de
custo facilmente mensurável, seu impacto na rentabilidade da atividade é evidente.
Considerado como elemento de política pública, o imposto envolve um equilíbrio entre a
necessidade de receita do Estado e o incentivo à sonegação fiscal gerado pelo custo direto
da alíquota e pelos custos administrativos que acarreta às empresas. Quando o imposto
passa a se tornar inviável na transação de mercado, a empresa buscará outras formas de
suprimento. Portanto, quanto maior o impacto percebido dos impostos na transação de
mercado, maior a participação de arranjos institucionais que ofereçam maior coordenação,
como os contratos e a integração vertical;
62
Ambiente competitivo:
14. Previsão. A variável mede a dificuldade percebida para se prever o volume de vendas. A
dificuldade para se prever vendas está relacionada à oscilação histórica da demanda do
mercado e ao volume de informações que o agente dispõe sobre esse mercado. Trata-se de
uma fonte de risco para o processador, já que a programação de sua produção depende
basicamente da previsão de vendas. Adotando-se uma abordagem de Organização
Industrial, supõe-se que os agentes com maior poder no mercado de frango abatido
provavelmente possuem mais informações e maior capacidade de processá-las, o que
facilita a elaboração de previsões e gera mais confiança para a adoção de maior
coordenação no suprimento de frango vivo. Portanto, propõe-se a hipótese de que quanto
maior a dificuldade percebida para se prever vendas maior a participação das transações
de mercado no suprimento.
15. Conquista. A variável mede a dificuldade percebida para se conquistar novos
compradores. A conquista de novos compradores, desde que a empresa seja capaz de
aumentar a sua produção, ocorre se houver demanda não atendida, se o mercado crescer
ou com o deslocamento de concorrentes. Considerando o baixo crescimento econômico
verificado nos anos recentes, supõe-se que a conquista esteja limitada ao deslocamento de
concorrentes. Para que isso seja possível, considerando-se uma abordagem tradicional de
Organização Industrial, o processador com maior poder no mercado de frango abatido
teria maior facilidade de conquistar novos concorrentes ao oferecer vantagens em
logística, preços ou prazos de pagamento ao varejista. Se isso for verdade, esse agente
poderia adotar maior coordenação no suprimento para garantir a produção necessária aos
novos compradores. Portanto, por oposição, supõe-se que a quanto maior a dificuldade
percebida de conquistar novos compradores, maior a participação de transações de
mercado.
16. Informação. A variável mede a freqüência percebida de troca de informações sobre
fornecedores entre concorrentes. A troca de informações entre concorrentes é uma atitude
cooperativa que pode favorecer a estabilidade do sistema produtivo. Ela funciona como
um sistema informal de monitoramento e punição de ações oportunistas dos fornecedores
durante a vigência de um contrato de longo prazo. Na visão tradicional de Organização
Industrial, essa atitude poderia ser considerada um indício da existência de cartel, já que
poderia favorecer a definição conjunta de preços. Entretanto, em mercados pulverizados
essa iniciativa apresenta enorme dificuldade de execução. A troca de informações, reduz
risco de ações oportunistas e assim os custos de transação para a adoção de contratos de
63
longo prazo tornam-se menores. Pelo exposto, propõe-se a hipótese de que quanto maior a
freqüência de troca de informações sobre fornecedores, maior a participação dos contratos
de longo prazo.
17. Insumo. A variável mede a dificuldade percebida de se negociar com fornecedores de
insumos para a engorda de frangos. A negociação com fornecedores de insumos é
necessária para os processadores que operam com integração vertical ou com contratos de
parceria. Os principais insumos negociados são matérias-primas para a fabricação de
ração, como a soja e o milho. As margens de negociação para commodities são muito
estreitas, já que os preços são dados pelo mercado, e a obtenção de vantagens na compra
só é possível em grandes volumes ou se existem oportunidades de arbitragem. Portanto,
propõe-se a hipótese de que quanto maior a dificuldade percebida para se negociar com
fornecedores de insumos, maior a participação das transações de mercado e dos contratos
de fornecimento.
18. Comprador. A variável mede a dificuldade percebida para se negociar com compradores.
A negociação com compradores depende do poder de mercado que o processador possui,
que se traduz em poder de barganha. A estratégia de montagem da carteira de clientes
deve levar em conta esse aspecto, para que se evite a concentração excessiva em
compradores com poder de barganha muito superior à do processador. Para o mercado em
questão, os compradores mais poderosos são as grandes redes de hipermercados. A
existência de negociações equilibradas ou favoráveis ao processador reduz o risco de
quedas nas margens e aumenta a possibilidade adotar maior coordenação no suprimento.
Assim, propõe-se a hipótese de que quanto maior a dificuldade de se negociar com
compradores, maior a participação das transações de mercado.
Na Tabela 1 são apresentados os sinais esperados para as variáveis independentes
relacionadas com os arranjos institucionais, de acordo com as hipóteses formuladas:
64
Tabela 1. Variações esperadas nas variáveis de arranjos institucionais
Variáveis explicativas
Variáveis dependentes
Nome Mercado PI
Mercado CO
Mercado PV
Fornecimento PI
Fornecimento PV
Parceria Integração
Instalação + + + - - - -
Escala - - - + + + +
Congelamento - - - + + + +
Exportação - - - + + + +
Concentração - - - + + + +
Regularidade - - - + + + +
Qualidade - - - + + + +
Sanidade - - - + + + +
Negociação - - - + + + +
Manutenção - - - + + + +
Tecnologia + + + - - - -
Justiça - - - + + + +
Impostos - - - + + + +
Previsão + + + - - - -
Conquista + + + - - - -
Informação - - - + + + -
Insumos + + + + + - -
Comprador + + + + - - - 5.3 Instrumentos de Medida
A partir das hipóteses formuladas, foi elaborado o questionário que consta no Anexo
2. O questionário tem 25 questões, que se dividem em quatro blocos, detalhados a seguir.
Questões de 1 a 7: variáveis do grupo Arranjos institucionais, medidas pela
participação percentual dos arranjos no suprimento total da empresa, para preenchimento dos
valores pelo respondente nos campos indicados.
Questões de 8 a 12: variáveis do grupo Perfil do processador, com características da
produção e das estratégias de venda da empresa, e preenchimento dos valores pelo
respondente nos campos indicados.
Questões de 13 a 20: variáveis do grupo Transação de mercado, com percepções do
respondente sobre a transação de mercado para aquisição de frango vivo, sobre o impacto do
65
ambiente institucional nessa transação. Foi utilizada uma escala do tipo Likert de 11 níveis
identificados de zero a dez, onde o “0” representa o nível mínimo e “10” o máximo.
Questões de 21 a 25: variáveis do grupo Ambiente competitivo, com percepções sobre
o relacionamento com concorrentes e compradores na avicultura atual. Foi utilizada uma
escala do tipo Likert de 11 níveis identificados de zero a dez, onde o “0” representa o nível
mínimo e “10” o máximo.
5.4 Coleta de Dados
Para o estudo dos processadores da avicultura no Estado de São Paulo, foi necessário,
inicialmente, dimensionar e identificar a população total.
A primeira medida adotada foi a obtenção de um banco de dados cadastrais de 217
processadores, de uma empresa que realiza pesquisas de mercado. Em dezembro de 2002
foram enviados para toda a população envelopes contendo o questionário e uma carta de
apresentação solicitando a colaboração da empresa e informando as opções de envio da
resposta, por via postal ou por fax. Em janeiro de 2003 foram feitos contatos telefônicos e
novo envio dos questionários por fax ou por correio eletrônico para cerca de 30 empresas.
A segunda ação foi um contato com a Associação Paulista de Avicultura (APA), para
apresentação do questionário e busca de apoio à realização da pesquisa. Assim, foi obtida uma
lista dos associados, composta de 21 empresas. Esse grupo concentra as empresas de maior
porte do Estado de São Paulo, que participam de reuniões semanais. Os questionários foram
encaminhados através da associação, com uma recomendação do responsável pela área de
avicultura de corte para que fossem respondidos. Esse trabalho foi reforçado com a presença
do pesquisador a uma das reuniões da associação.
Dos 217 questionários enviados pelo correio, 49 retornaram em razão de endereço
incorreto ou de fechamento da firma, restando 168 registros válidos. O resultado da coleta de
dados foi uma amostra de 30 empresas, das quais 20 são associadas à APA e representam os
principais processadores do Estado de São Paulo.
66
5.5 Tratamento e Análise dos Dados
Os dados obtidos foram analisados em três níveis de agrupamento. O primeiro refere-
se aos resultados originais das variáveis dependentes e explicativas, conforme os formatos do
questionário aplicado. O segundo envolve o agrupamento dos resultados das variáveis
dependentes na variável Grau de integração, com três categorias referentes aos arranjos
predominantes em cada agente. As variáveis explicativas também são categorizadas em faixas
de valores. O terceiro adota novo agrupamento das variáveis dependentes na variável
Mercado de formato dicotômico (sim/não). Nesse nível adota-se a mesma categorização nas
variáveis explicativas. As ferramentas de análise são detalhadas a seguir.
5.5.1 Análise de Estatística Descritiva.
Trata-se da análise preliminar dos resultados obtidos para as variáveis dependentes e
explicativas nos formatos originais do questionário. As estatísticas utilizadas são detalhadas a
seguir, conforme Spiegel (1985):
§ Média aritmética: razão entre a somatória dos valores e a quantidade de casos.
§ Mediana: para um conjunto de valores ordenados em ordem de grandeza, é o valor médio
ou a média aritmética dos dois valores centrais. Geometricamente a mediana é o valor de
X correspondente à vertical que divide o histograma em duas partes de áreas iguais.
§ Moda: para um conjunto de números, é o valor que ocorre com a maior freqüência, isto é,
o valor mais comum. A moda pode não existir e, mesmo que exista, pode não ser única.
§ Desvio-padrão: é a raiz média quadrática dos desvios em relação à media aritmética.
§ Mínimo: valor mínimo de uma série de números.
§ Máximo: valor máximo de uma série de números.
§ Curtose: é o grau de achatamento de uma distribuição, considerado usualmente em relação
a uma distribuição normal.
§ Assimetria: é o grau de desvio, ou afastamento da simetria, de uma distribuição. Se a
curva de freqüência de uma distribuição tem uma cauda mais longa à direita da ordenada
máxima do que à esquerda, diz-se que a distribuição é desviada para a direita, ou que ela
tem assimetria positiva. Se é o inverso que ocorre, diz-se que ela é desviada para a
esquerda, ou que tem assimetria negativa.
67
5.5.2 Análise de Correlação.
A correlação é o grau de relação entre as variáveis, que procura determinar o quanto
uma equação linear, ou de outra espécie, descreve ou explica a relação entre as variáveis. A
correlação linear é obtida a partir de um gráfico de dispersão das variáveis X e Y, formados
pelos pontos (X,Y) em um sistema de coordenadas retangulares. Se todos os pontos desse
diagrama parecem cair nas proximidades de uma reta, a correlação é denominada linear. Se Y
tende a aumentar quando X cresce, a correlação é denominada positiva ou direta. Se Y tende a
diminuir quando X aumenta, a correlação é denominada negativa ou inversa.
Será calculado o coeficiente de correlação de Pearson entre pares de variáveis dentro
de cada grupo de variáveis (Arranjos institucionais, Perfil do processador, Transação de
mercado e Ambiente competitivo) e principalmente entre as dependentes e as explicativas,
comparando-se o resultado com as hipóteses propostas. Consideram-se os coeficientes que
apresentam nível de significância suficiente para a rejeição da hipótese nula, nos níveis de
1%, 5% e 10%.
5.5.3 Análise de Tabelas de Contingência. 5.5.3.1 Tabelas de Contingência
Uma tabela de contingência é formada por h linhas e k colunas formando células que
são ocupadas por freqüências observadas. Em uma tabela h X k, para cada freqüência
observada há uma esperada ou teórica, que é calculada de acordo com as regras da
probabilidade. A freqüência total de cada linha é denominada freqüência marginal.
Para investigar a concordância entre as freqüências observadas e esperadas, calcula-se
a estatística:
(oj – ej)2
X2 = Σ j ej
68
Nessa expressão é considerada a soma de todas as casas da tabela de contingência e os
símbolos oj e ej representam, respectivamente as freqüências observadas e esperadas da casa
de ordem j. Essa soma, contém hk termos. A soma de todas as freqüências observadas é
representada por N e é igual à de todas as freqüências esperadas.
O número de graus de liberdade, v, dessa distribuição de qui-quadrado é dado, para
h> 1 e k > 1 por:
a) v = (h – 1) (k – 1), quando as freqüências esperadas podem ser calculadas sem que se
tenha que estimar os parâmetros populacionais por meio das estatísticas amostrais.
b) v = (h – 1) (k – 1) – m, quando as freqüências esperadas somente podem ser calculadas
mediante a estima de m parâmetros populacionais, por meio das estatísticas amostrais.
Quando X2 = 0, as freqüências teóricas e observadas concordam exatamente, enquanto,
quando X2 > 0, isso não se dá. Quanto maior for o valor de X2, maior será a discrepância entre
as freqüências observadas e esperadas.
5.5.3.2 Testes de significância
As freqüências esperadas em uma tabela de contingência são calculadas em uma
hipótese Ho. Se, por essa hipótese, o valor de X2, for maior que alguns valores críticos (tais
como X2 0,95 ou X2 0,99, que são os valores críticos nos níveis de significância 0,05 e 0,01,
respectivamente) é possível concluir-se que as freqüências observadas diferem, de modo
significativo, das esperadas e rejeitar-se H0 (hipótese nula) no nível de significância
correspondente. No caso contrário, deve-se aceitá-la ou, pelo menos, não a rejeitar. Esse
processo é denominado teste de Qui-quadrado da hipótese ou significância.
5.5.3.3 Análise de Correspondência
Conforme Hair et al (1995), a análise de corresponência é uma técnica de
interdependência que tem se tornado crescentemente popular para a redução dimensional e
mapeamento perceptual. É uma técnica composicional porque o mapa perceptual é baseado na
associação entre objetos e um grupo de características descritivas ou atributos especificados
pelo pesquisador. Dentre as técnicas composicionais, a análise de fatores é a que mais se
parece com ela, mas a análise de correspondência vai além dessa técnica. A sua aplicação
69
mais direta é a ilustração da correspondência entre categorias de variáveis, particularmente
aquelas medidas em escalas nominais. Essa correspondência se torna a base para o
desenvolvimento dos mapas perceptuais. Os benefícios da análise de correspondência estão
em suas capacidades únicas de representar linhas e colunas, por exemplo referentes a marcas e
atributos, em um mesmo espaço.
O método consiste em duas etapas básicas, descritas a seguir.
Cálculo da medida de associação. A análise de correspondência utiliza o qui-quadrado
para padronizar os valores das freqüências e formar a base para as associações. A partir de
uma tabela de contingência, calculam-se as freqüências esperadas e o valor de qui-quadrado
para cada célula, considerando-se as diferenças entre as freqüências observadas e as
esperadas. A padronização é necessária porque é mais fácil a ocorrência de diferenças em
células com altas freqüências do que para aquelas com valores pequenos.
Criação do mapa perceptual. Os valores de similaridade (qui-quadrado) oferecem
uma medida padronizada da associação. Com essas medidas, a análise de correspondência
cria uma medida em distância métrica e cria dimensões ortogonais sobre as quais as
categorias podem ser projetadas, de forma a representar o grau de associação dado pelas
distancias de qui-quadrado.
5.6 Limitações do Método
A pesquisa do tipo survey, adotada neste estudo, caracteriza-se pela aplicação de
questionários para uma amostra da população. A aplicação desse método em ciências sociais
aplicadas, seu uso mais comum, apresenta algumas dificuldades e limitações, que são
discutidas a seguir.
Motivação para participar da pesquisa. Nos estudos em Administração, quando o
objeto de análise é a firma, uma das dificuldades básicas é conseguir a adesão da pessoa que
recebe o questionário. Pode ocorrer que a empresa tenha políticas de sigilo que impeçam a
divulgação de algumas informações. Outro problema possível é a falta de tempo do
profissional, que é comum, principalmente entre os ocupantes de níveis hierárquicos mais
elevados. Outra ameaça é a desconfiança do entrevistado para com o entrevistador e suas
intenções de uso das informações. Em geral esses problemas reduzem a quantidade de
respostas para a pesquisa.
70
Dúvidas com o questionário. Quando o questionário é respondido sem a ajuda do
pesquisador, existe o risco de aparecerem dúvidas para o respondente, o que pode prejudicar a
fidedignidade das respostas. Buscando a minimização desse risco, o questionário foi
submetido à Associação Paulista de Avicultura para avaliação preliminar. Entretanto, é
possível que tenha ocorrido alguma distorção nas respostas, já que a maioria dos questionários
da amostra foi respondida sem a ajuda do pesquisador.
Escala tipo Likert. Essa escala envolve grande subjetividade nas respostas, visto que
cada pessoa pesquisada pode ter percepções muito particulares sobre cada nível apresentado.
Neste estudo busca-se minimizar essa dificuldade com a aplicação de uma escala de 11 níveis
em que o respondente deve atribuir uma nota de zero a dez para cada tema proposto. Assim,
permite-se grande variedade de respostas e utiliza-se um esquema razoavelmente conhecido
de avaliação. Além disso, foram elaboradas perguntas com estruturas muito parecidas entre si,
de modo a permitir um “aprendizado” do pesquisado durante as respostas.
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO 6.1 Considerações Gerais
Neste capítulo são apresentados e discutidos os resultados obtidos e os tratamentos
aplicados aos dados. As primeiras quatro seções do capítulo referem-se aos grupos de
variáveis Arranjos institucionais (dependentes), Perfil do processador, Transação de mercado
e Ambiente competitivo (explicativas). Em cada seção os resultados das variáveis são tratados
por estatísticas descritivas e análise de correlação dentro de cada grupo.
A última seção apresenta testes de hipóteses entre as variáveis dependentes e
explicativas, distribuídos em três itens. No primeiro item, os resultados originais das variáveis
são tratados pela análise de correlação e comparados pelas hipóteses formuladas no Capítulo
3. No segundo item são considerados os resultados das variáveis explicativas nas categorias já
definidas e a variável dependente categórica Grau de Integração, formando tabelas de
contingência a serem tratadas por análise de correspondência. No terceiro item são
consideradas as variáveis explicativas categorizadas e a variável dependente dicotômica
Mercado, que formam novas tabelas de contingência, para as quais aplica-se o teste Qui-
quadrado.
Com a análise de correlação pretende-se identificar o sinal e o grau de correlação entre
as variáveis, tomadas duas a duas. O instrumento utilizado é o coeficiente de correlação de
Pearson em análise bivariada. Trata-se de uma avaliação preliminar da correlação entre duas
variáveis, que tem como limitação o fato de não isolar totalmente a influência das demais
variáveis no comportamento daquelas focalizadas.
A análise de correspondência trata de variáveis categóricas cruzadas em tabelas de
contingência. De acordo com a quantidade de categorias, o método cria duas dimensões que
formam gráficos, onde os pontos são as categorias das duas variáveis. Assim, é possivel
visualizar semelhanças entre categorias da mesma variável e entre as variáveis de acordo com
distância entre os pontos no gráfico.
72
6.2 Arranjos Institucionais 6.2.1 Estatística Descritiva
Os resultados das estatísticas descritivas para os resultados desagregados são
apresentados na Tabela 42 do Anexo 1. Desta tabela foram extraídos os valores para a
elaboração da Figura 4, onde se observa a participação percentual média de cada arranjo
institucional em cada processador da amostra. Como esperado, a maior porcentagem é de
contratos de parceria (33%), mas deve-se destacar a participação significativa da integração
vertical (25%) e do total dos contratos de fornecimento (27%), quando se somam as dados de
produtores independentes e de integradores de frango vivo. As transações totais de mercado
atingem 14,9%, somando-se produtores independentes, corretores e integradores de frango
vivo.
Quando as participações dos arranjos no suprimento dos processadores são ponderadas
pela escala, as porcentagens sofrem alterações significativas, conforme pode ser observado na
Figura 5. Percebe-se um aumento da participação do contrato de parceria, que atinge 50%, e
uma redução no total de contratos de fornecimento, que é reduzido para 14,1% do suprimento
total da amostra. A integração vertical diminui ligeiramente para 24,3% e o mercado total
passa para 12,6%.
Considerando-se que a amostra inclui os principais processadores da avicultura
paulista, esses valores representam uma boa estimativa da participação dos arranjos na
capacidade total de abate do Estado. Esse resultado apresenta divergência com a situação
relatada por Marques (1991), que afirma que os contratos de parceria representavam 71% da
produção em 1991 no Estado de São Paulo. Saboya (2001), ao analisar a dinâmica de
localização dos abatedouros de aves e suínos no Centro-Oeste, encontrou uma participação de
83% da capacidade total de abate por empresas “integradas”, que utilizam contratos de
parceria. O mesmo autor relata que no Sul essa participação é praticamente 100%. O presente
estudo indica uma situação peculiar em São Paulo quanto à participação do contrato de
parceria, que estaria em patamar inferior e decrescente nos anos 90 em relação a outras
regiões produtoras.
73
25,0%
33,0%
18,1%
8,9%
3,9%
3,7%
7,3%
integração vertical
parceria
fornecimento PV
fornecimento PI
mercado PV
mercado CO
mercado PI
4. Participação percentual média dos arranjos institucionais de cada processador
23,4%
50,0%
10,3%
3,8%
6,5%
2,4%
3,7%
integração vertical
parceria
fornecimento PV
fornecimento PI
mercado PV
mercado CO
mercado PI
5. Participação percentual dos arranjos institucionais no total de abate da amostra.
74
6. Participação percentual dos casos conforme o Grau de integração adotado
Tomando-se a agregação de resultados por processador, definida pela variável Grau de
integração, temos o gráfico da Figura 6. Observa-se que 60% dos casos apresentam ênfase nas
diversas formas de contratos, 16,7% optam por transações de mercado e 23,3% adotam a
integração vertical
Com a nova agregação de resultados definida pela variável Mercado, temos o gráfico
da Figura 7
7. Participação percentual de adoção de Mercado no total de casos da amostra
23,3%
60,0%
16,7%
Integração
Contratos
Mercado
40,0%
60,0%
Sim
Não
75
6.2.2 Análise de Correlação no Grupo
Observando-se as correlações entre os arranjos institucionais alternativos, que são
variáveis dependentes, na Tabela 46 do Anexo 2, percebe-se que os sinais são negativos em
todos os pares. Trata-se de uma situação esperada, visto que os valores das variáveis sempre
somam 100% para cada processador. Essa condição faz com que a cada variação positiva em
determinado arranjo corresponda uma variação negativa em outros arranjos para que a soma
permaneça constante. Na maioria dos pares de variáveis os coeficientes de correlação não
apresentam significância suficiente para que sejam aceitos. Nesses casos, não existem
evidências estatísticas da correlação entre os arranjos institucionais.
Duas exceções aparecem com a variável Fornecimento PV, que apresenta coeficiente
de -0,372 com a Parceria, significativo a 5%, e coeficiente de -0,335 com a Integração,
significativo a 10%. Esses dados podem ser interpretados como uma tendência dos adotantes
do Fornecimento PV em considerar esses arranjos mais incompatíveis em um composto de
suprimento do que os outros arranjos, com maior grau de rejeição da Parceria do que da
Integração.
É interessante notar que os três arranjos envolvidos com os coeficientes significativos
são os que oferecem os maiores níveis de coordenação da transação Do ponto de vista do
adotante do Fornecimento PV em porcentagens relevantes, a incompatibilidade revela um
limite máximo de coordenação considerado adequado para a sua operação, visto que os outros
dois arranjos oferecem maior coordenação e maiores níveis de investimento. Por outro lado,
se considerarmos o ponto de vista dos adotantes de Parceria e Integração em níveis
importantes, a incompatibilidade com o Fornecimento PV talvez seja um indicador de que
esse arranjo é considerado pouco flexível ou envolve um grau de coordenação desnecessário
para garantir o suprimento total de frango vivo, o que leva à adoção de outros arranjos
complementares.
76
6.3 Perfil do processador 6.3.1 Estatística Descritiva 6.3.1.1 Instalação
A variável Instalação foi derivada da quantidade de anos que a empresa já atua na
avicultura, informação obtida na pesquisa. A conversão para o ano de instalação foi feita para
oferecer uma interpretação mais direta e evitar a necessidade de que o ano fosse calculado
pelos leitores a partir da data de realização da pesquisa.
A partir da Tabela 43 do Anexo 1 foram obtidos os dados de freqüência para a
elaboração do histograma na Figura 6. A primeira constatação é a grande amplitude do
período de instalação, que demonstra a longa história da avicultura paulista, dado que a
empresa mais antiga da amostra instalou-se em 1960, tendo portanto 42 anos. Percebe-se um
aumento na quantidade de empresas que se instalaram até 1970, e se observa um forte
declínio nas duas décadas seguintes. A partir de 1990 observa-se um grande salto na
freqüência, que atinge o maior valor da amostra em torno de 1990, com seis empresas,
seguido de declínio, ainda que com mais nove empresas abertas até 2001.
Outra forma de visualizar esses dados aparece na Figura 9, quando os dados são
categorizados por décadas. Aqui se percebe que os grupos das empresas instaladas até 1970 e
nas décadas de 70 e 80 representam, cada um, 20% dos casos. A concentração maior se dá na
década de 90, com 40% dos casos.
É interessante comparar esses dados com os fornecidos por Saboya (2001) sobre a
distribuição da época de instalação de empresas de avicultura e suinocultura no Centro-Oeste.
O autor informa que 74% das empresas se instalaram na década de 90, 15% na década de 80 e
11% até 1980. Percebe-se um movimento paralelo de instalação de indústrias nas duas
regiões, com forte concentração na década de 90.
77
instalação (ano)
2000,0
1995,0
1990,0
1985,0
1980,0
1975,0
1970,0
1965,0
1960,0
Fre
qüên
cia
7
6
5
4
3
2
1
0
8. Histograma do ano de instalação das empresas na amostra.
9. Distribuição percentual por décadas do ano de instalação das empresas na amostra.
40,0%
20,0%
20,0%
20,0%
de 1991 até hoje
de 1981 a 1990
de 1971 a 1980
até 1970
78
O cruzamento entre Instalação e Escala, com dados agrupados em faixas, permite uma
análise mais aprofundada da distribuição das décadas de instalação por porte da empresa,
conforme apresentado na Tabela 2. Nessa tabela observa-se na década de 70 instalaram-se
33% do total das atuais empresas grandes, seguida pela década de 90, quando instalaram-se
28% do mesmo universo. Deve-se destacar também que na última década do século vinte
instalaram-se 60% de todas as atuais empresas médias.
Tabela 2. Tabela de contingência para o cruzamento de Instalação e Escala Escala (aves/dia) Total Até
9.600 De 9.600 a
48.000 Mais que 48.000
Instalação até 1970 1 2 3 6 de 1971 a 1980 6 6 de 1981 a 1990 2 4 6 de 1991 até hoje 1 6 5 12 Total 2 10 18 30 6.3.1.2 Escala
Com relação à escala de produção, percebe-se grande variabilidade nos casos,
conforme pode ser observado no histograma da Figura 10, elaborado com dados da Tabela 39
do Anexo 1. Para um valor médio de 78.583 cabeças por dia, o mínimo é de 500 e o máximo
atinge 276.000 cabeças por dia. Assim, convivem no Estado empresas com enormes
diferenças em necessidades de suprimento, que podem se refletir nos arranjos institucionais
adotados.
Quando os dados de escala são categorizados em faixas, obtemos a Figura 11. As
faixas são as mesmas utilizadas por Saboya (2001), que adapta os valores utilizados pela
Secretaria de Defesa Agropecuária. Por esse critério, as empresas pequenas abatem até 9.600
cabeças/dia, as médias estão entre 9.600 e 48.000 e as grandes abatem mais do que 48.000. Na
amostra estudada percebe-se forte concentração em grandes empresas (60%).
79
escala (aves/dia)
275000,0
250000,0
225000,0
200000,0
175000,0
150000,0
125000,0
100000,0
75000,0
50000,0
25000,0
0,0
Fre
qüên
cia
7
6
5
4
3
2
1
0
10. Histograma de freqüência das empresas na amostra por faixas de escala de produção (animais abatidos/dia).
60,0%
33,3%
6,7%
mais que 48.000
de 9.600 a 48.000
até 9.600
11. Distribuição percentual das empresas na amostra por faixas de escala (animais abatidos/dia).
80
6.3.1.3 Congelamento
Conforme os dados apresentados na Tabela 43 do Anexo 1, a participação percentual
de frango congelado no total da produção, expressa pela variável Congelamento, tem por
média cerca de 20%, com um mínimo de zero e um máximo de 100%. Com uma mediana de
10% e uma moda de zero, percebe-se um predomínio das estratégias de distribuição local de
frango resfriado, o que torna as empresas muito vulneráveis às oscilações de mercado.
Quando ocorrem quedas na demanda ou superoferta do produto, gerando redução no preço, as
empresas que oferecem somente frango resfriado são obrigadas a vender com margens
comprimidas, por não possuírem estrutura de congelamento e armazenagem a frio. Além
disso, seu raio de alcance da distribuição também é limitado, visto que o produto resfriado não
permite armazenagem por longos períodos e uma parte significativa do prazo de validade é
consumida durante o transporte.
Essa situação pode ser visualizada no histograma da Figura 12, onde aparece a
quantidade de casos nas diversas faixas de percentuais de congelado, e no gráfico da Figura
13, com as participações percentuais do total da amostra para três faixas de percentuais de
congelado (menor que 33%, entre 33% e 67% e mais que 67%).
congelamento (%)
100,080,060,040,020,00,0
Fre
qüên
cia
14
12
10
8
6
4
2
0
12. Histograma da empresas por faixa de participação do frango congelado.
81
6,7%
20,0%
73,3%
mais que 67%
de 33% a 67%
menos que 33%
13. Distribuição das empresas por faixas de participação do frango congelado.
O cruzamento das variáveis Congelamento e Escala, com dados agrupados em faixas
de valores, permite a elaboração da Tabela 3. Nessa tabela observa-se nas faixas de 33% a
67% e de mais que 67% de congelamento há o predomínio das empresas médias e grandes.
Entretanto, deve-se destacar que 54% das grandes empresas operam com menos que 33% de
frango congelado. A preferência pelo frango resfriado pode representar uma opção estratégica
deliberada ou falta de recursos para investimentos, já que as grandes empresas têm escala que
justificam o aumento da produção de frango congelado.
Tabela 3. Tabela de contingência para o cruzamento de Congelamento e Escala Escala (aves/dia) Total Até
9.600 De 9.600 a
48.000 Mais que 48.000
Congelamento menos que 33% 2 8 12 22 de 33% a 67% 2 4 6 mais que 67% 2 2 Total 2 10 18 30
82
6.3.1.4 Exportação
De acordo com os dados contidos na Tabela 43 do Anexo 1, verifica-se que a
participação média do frango exportado na produção de cada processador é de 5%, em uma
amostra com valor mínimo de zero e máximo de 70%. Conforme o gráfico da Figura 14,
observa-se que a maior freqüência ocorre na faixa entre zero e 10%, e que apenas um
processador apresenta o valor máximo de participação. A pequena participação da exportação
é esperada, considerando-se a ênfase das empresas na produção de frango resfriado e o
relevante mercado consumidor do Estado.
O dados de Exportação agrupados em categorias dicotômicas são apresentados no
gráfico da Figura 15, que contém a divisão da amostra entre exportadoras ou não. A existência
de 23% de exportadoras revela que um grupo significativo de empresas tem interesse no
mercado internacional, e já consegue direcionar uma pequena parcela da produção para esse
fim.
exportação (%)
80,060,040,020,00,0
Fre
qüên
cia
30
20
10
0
14. Histograma de empresas por faixa de participação do frango exportado.
83
23,3%
76,7%
Exportadoras
Não exportadoras
15. Distribuição das empresas entre exportadoras e não exportadoras.
O cruzamento dos dados de Exportação e Escala, agrupados em faixas de valores, gera
a Tabela 4. Observa-se o predomínio total das exportadoras entre as grandes empresas, como
era esperado. O dado que se destaca é a participação 47% de grandes empresas no total das-
que não exportam. Essa situação é similar à participação do frango congelado nas grandes
empresas, já que o direcionamento da produção para o mercado interno também pode indicar
uma estratégia definida ou simplesmente a falta de recursos para os investimentos necessários
à exportação.
Tabela 4. Tabela de contingência para o cruzamento de Exportação e Escala Escala (aves/dia) Total Até
9.600 De 9.600 a
48.000 Mais que 48.000
Exportação Não 2 10 11 23 Sim 7 7 Total 2 10 18 30
84
6.3.1.5 Concentração
Os dados sobre a participação do maior comprador nas vendas são apresentados na
Tabela 43 do Anexo 1. A média é de 11,6%, com um mínimo de zero e um máximo de 100%,
e a maior freqüência aparece na faixa de zero a 10%, conforme o histograma da Figura 16. O
gráfico da Figura 17 foi elaborado agrupando-se os dados de Concentração em três faixas de
valores. Nesse gráfico verifica-se que 56% das empresas concentram menos que 5% das
vendas no maior cliente. Percebe-se uma dispersão importante nas vendas, o que indica um
mercado de frango abatido com elevada liquidez e com grande número de compradores de
pequeno porte.
O cruzamento da Concentração e da Escala, com dados categorizados, permite a
elaboração da Tabela 5. Nessa tabela observa-se que as grandes empresas representam 64%
das que concentram as vendas em até 5% no maior cliente, somam 70% no segmento que
concentra vendas entre 5% e 15% e não estão representadas no grupo que concentra mais que
15% das vendas. Por outro lado, as empresas médias predominam absolutas na faixa de
concentração acima de 15%. Portanto, aparentemente as grandes empresas aproveitam a
pulverização do mercado para diluir riscos de inadimplência.
concentração (%)
100,080,060,040,020,00,0
Fre
qüên
cia
30
20
10
0
16. Histograma de empresas por faixa de concentração de vendas.
85
10,0%
33,3%56,7%
mais que 15%
de 5 a15%menos que 5%
17. Distribuição das empresas por faixas de concentração de vendas no maior comprador. Tabela 5. Tabela de contingência para o cruzamento de Concentração e Escala Escala (aves/dia) Total Até
9.600 De 9.600 a
48.000 Mais que 48.000
Concentração menos que 5% 1 5 11 17 de 5 a15% 1 2 7 10 mais que 15% 3 3 Total 2 10 18 30 6.3.2 Análise de Correlação no Grupo
Os resultados da análise de correlação para as variáveis de Perfil do processador
aparecem na Tabela 47, no Anexo 2. A variável Exportação apresenta coeficientes de
correlação significativa entre as variáveis Escala (0,417 significativa a 5%) e Congelamento (
0,517 significativa a 1%). A variável Escala apresenta coeficiente de correlação de –0,358
com a variável Instalação (significativa a 10%).
No caso da Exportação, os coeficientes positivos estão de acordo com o esperado,
considerando-se que as empresas com maior participação de frango exportado precisam
operar com escalas mais elevadas e maior porcentagem de frango congelado, por ser
exatamente esse o produto exportado.
86
A correlação entre a Escala e a Instalação revela que as empresas com maiores escalas
são as que têm mais tempo de operação no mercado (menor valor para Instalação). Esse dado
pode ser interpretado como o aproveitamento da vantagem de se entrar primeiro em uma
indústria, o que permite a expansão das empresas pioneiras. Outra forma de analisar esse dado
é considerar que as empresas mais recentes (maior valor para Instalação) têm conseguido
competir com escalas de produção menores do que as das empresas mais antigas, o que pode
revelar uma estratégia de distribuição com menor amplitude geográfica, provavelmente
operando com frango resfriado.
6.4 Transação de Mercado 6.4.1 Estatística Descritiva
Neste item apresenta-se um resumo das estatísticas descritivas para as variáveis do
grupo Transação de mercado. Consultando-se a Tabela 44 no Anexo 1, observa-se uma forte
concentração dos valores médios entre os graus 4 e 5, que ocorre para as variáveis
Regularidade (4,0), Qualidade (4,8), Sanidade (4,3), Negociação (4,2), Manutenção (4,2) e
Tecnologia (4,9). A dispersão dos dados em torno da média é elevada, visto que os valores de
desvio-padrão apresentam o mínimo de 1,938 para a Tecnologia, e situam-se entre 2,717 e
3,055 para as demais variáveis citadas. Assim, os administradores pesquisados têm
praticamente a mesma percepção de dificuldade de nível médio para se conseguir
regularidade de fornecimento, medir sanidade do frango adquirido, negociar com
fornecedores e manter fornecedores fiéis. Ainda próximas desse nível, mas ligeiramente
superiores estão as percepções sobre a freqüência na atualização tecnológica dos produtores e
sobre a dificuldade de medir a qualidade do frango adquirido.
As outras variáveis do grupo, Justiça e Impostos, apresentam resultados bastante
divergentes entre si e das demais. Para a variável Justiça, o valor médio é 1,7, com desvio-
padrão de 2,28, enquanto o item Impostos apresenta média de 7,4, com desvio padrão de
2,59. A primeira variável revela um baixo índice de disputas judiciais com fornecedores, o
que pode indicar que os eventuais problemas ocorridos durante as transações, alguns
refletidos nas variáveis anteriores, não são considerados suficientemente graves para que
sejam levados à Justiça. O resultado também poderia ser explicado pela reconhecida
87
ineficiência nos diversos níveis das cortes brasileiras, dados os custos elevados e os longos
prazos envolvidos para a obtenção de sentenças definitivas.
A variável Impostos apresentou o maior valor médio do grupo, representando uma
percepção generalizada de que a atividade é fortemente penalizada por tributos incidentes nas
transações de mercado. Esse resultado pode ser justificado pela alta competição existente na
indústria avícola, principalmente de frango inteiro resfriado ou congelado, produtos que se
comportam como commodities. Como os expressivos ganhos de eficiência obtidos pelos
processadores nas últimas três décadas têm sido repassados aos consumidores em preços
declinantes, as margens desses agentes são sempre pequenas ou até negativas. Assim,
qualquer item de custo que agrave essa situação é considerado relevante. Na transação em
questão, o principal tributo é o ICMS (imposto sobre circulação de mercadorias e serviços),
regido por legislação estadual.
6.4.2 Análise de Correlação no Grupo
As correlações entre as variáveis de Transação de mercado aparecem na Tabela 47 no
Anexo 2. A situação de maior destaque é que a variável Manutenção apresenta coeficientes de
correlação significativos a 1% com Regularidade (0,713), Qualidade (0,492), Sanidade
(0,627) e Negociação (0,696). Com esses dados, pode-se considerar que as dificuldades em
manter fornecedores fiéis com as transações de mercado são em parte decorrentes da falta de
regularidade no fornecimento, custos elevados para medir qualidade e sanidade, e negociações
difíceis sobre os termos da transação. Todos esses fatores são tipicamente custos de transação,
por estarem relacionados à negociação, avaliação de resultados e monitoramento dos
contratos.
Dentro do grupo, a variável Regularidade também apresenta coeficientes de correlação
de 0,670 com Negociação significativa a 1%, e de 0,390 com Sanidade significativa a 5%.
Assim, os processadores que têm dificuldade em conseguir regularidade no fornecimento
também percebem problemas para medir a sanidade e na negociação com os fornecedores.
Outro caso de forte correlação aparece entre Qualidade e Sanidade (0,724 significativa
a 1%), bastante razoável por se tratar de aspectos dependentes do manejo adotado durante a
engorda do frango.
As demais variáveis não apresentam coeficientes de correlação significativa.
88
6.5 Ambiente Competitivo 6.5.1 Estatística Descritiva
Neste tópico são apresentados os resultados para as variáveis do grupo Ambiente
competitivo. Conforme os dados da Tabela 45, no Anexo 1, verifica-se que os valores médios
se concentram entre os graus 5 e 6 para as variáveis Previsão (5,7), Conquista (6,0),
Informação (5,6) e Comprador (5,9). Os valores de desvio-padrão para essas variáveis
também são relevantes, ficando na faixa de 2,55 a 2,90. A variável Insumo situa-se
ligeiramente abaixo dessa faixa, com média de 4,6 e desvio-padrão de 3,02.
Ainda que a análise das médias fique prejudicada em razão dos níveis elevados de
desvio padrão, é possível identificar algumas tendências gerais. Verifica-se que os resultados
refletem percepções praticamente iguais de dificuldade em nível médio para a conquista de
novos compradores e para negociar com os compradores atuais. No caso da Conquista, os
agentes percebem a forte competição entre os processadores pela expansão do mercado, mas
também que, em geral, existe demanda a ser atendida e há espaço para seu produto.
Com relação à negociação com compradores atuais, que são os canais de distribuição,
aparentemente os processadores enfrentam dificuldades em virtude da oscilação natural de
preços em mercados de commodities, mas realizam negociações equilibradas no que se refere
ao poder de barganha. Provavelmente essa situação é explicada pela baixa concentração de
vendas no maior comprador, expressa na variável Concentração.
As variáveis Previsão e Informação têm resultados semelhantes, ligeiramente
inferiores ao patamar das demais, revelando também percepção de dificuldades em nível
médio. Vendendo seus produtos diretamente para um grande número de varejistas e atuando
em mercados locais com frango resfriado, os processadores, em tese, teriam informações
suficientes para realizar previsões com certa facilidade. A dificuldade percebida pode estar
relacionada com o desconhecimento das estratégias dos líderes da indústria, que possuem
esquemas de distribuição de alcance nacional, por atuarem com frango congelado. A incerteza
da entrada desses produtos nos canais de distribuição pode aumentar a dificuldade para se
prever as vendas pelos processadores paulistas.
O resultado da variável Informação pode indicar que, apesar de competirem
fortemente na colocação dos produtos, os processadores apresentam um comportamento
medianamente cooperativo no que se refere à troca de informações sobre fornecedores.
89
Provavelmente esse processo ocorre nas reuniões semanais da APA, visto que a amostra
analisada contém quase a totalidade dos seus associados.
6.5.2 Análise de Correlação no Grupo
Os resultados da análise de correlação das variáveis de Ambiente Competitivo
aparecem na Tabela 49 do Anexo 2. A variável Insumo apresenta coeficiente de correlação de
0,658 significativa a 1% com Comprador e também de 0,375 significativa a 5% com
Conquista. Assim, os processadores que tem dificuldades de negociar com fornecedores de
insumos para a engorda de frangos também têm dificuldades para negociar com compradores
e para conquistar novos compradores.
6.6 Testes de Hipóteses 6.6.1 Análise de Correlação para Arranjos Institucionais
Os resultados da correlação entre as variáveis dependentes e as explicativas aparecem
na Tabela 50 do Anexo 2. A seguir, esses resultados são comparados com as hipóteses
propostas no Capítulo 3, analisando-se cada arranjo institucional e as variáveis explicativas
que apresentem coeficientes de correlação significativa.
Mercado PI. Verifica-se um coeficiente de correlação de 0,379 significativa a 5% com
Qualidade. O sinal não suporta a hipótese levantada, indicando que mesmo quando a
dificuldade percebida para se medir a qualidade é elevada, o arranjo de mercado com
produtores independente é adotado com participação relevante. Possíveis explicações para
essa situação podem estar relacionadas à pequena preocupação com a qualidade, em virtude
da baixa exigência dos consumidores ou da falta de alternativas para suprimento fora das
transações de mercado. Os demais coeficientes de correlação obtidos não apresentam
significância suficiente para a rejeição da hipótese nula.
Mercado CO. Observa-se o coeficiente de correlação de 0,513 significativo a 1% com
a variável Concentração, contrariando a hipótese proposta. Com a variável Conquista existe
um coeficiente de -0,418 significativo a 5%, também contrariando a hipótese proposta. Os
90
demais coeficientes de correlação obtidos não apresentam significância suficiente para a
rejeição da hipótese nula.
Mercado PV. Existe o coeficiente de -0,461 significativo a 5% com a variável
Tecnologia, contrariando a hipótese proposta. Os demais coeficientes de correlação obtidos
não apresentam significância suficiente para a rejeição da hipótese nula.
Fornecimento PI. Existe o coeficiente de 0,471 significativo a 1% com a variável
Concentração. Os demais coeficientes de correlação obtidos não apresentam significância
suficiente para a rejeição da hipótese nula.
Fornecimento PV. Observa-se o coeficiente de 0,417 significativo a 5% com
Tecnologia, contrariando a hipótese proposta. Os demais coeficientes de correlação obtidos
não apresentam significância suficiente para a rejeição da hipótese nula.
Parceria. Existem os seguintes coeficientes: 0,516 significativo a 1 % com Escala,
suportando a hipótese proposta, 0,670 significativo a 1% com Congelamento, suportando a
hipótese proposta, e o coeficiente de -0,398 significativo a 5% com Qualidade, contrariando a
hipótese proposta. Os demais coeficientes de correlação obtidos não apresentam significância
suficiente para a rejeição da hipótese nula.
Integração. Verifica-se o coeficiente de 0,411 significativo a 1% com Qualidade,
suportando a hipótese proposta. Os demais coeficientes de correlação obtidos não apresentam
significância suficiente para a rejeição da hipótese nula.
6.6.2 Análise de Correspondência para Grau de Integração
Neste item são apresentados os resultados da análise de correspondência entre as
variáveis explicativas tomadas com resultados categóricos. e a variável Grau de integração.
Avalia-se a tabela de contingência, os resultados do teste de Qui-quadrado, que aparecem nas
Tabelas 51, 52 e 53 do Anexo 3, e o mapa da análise de correspondência,
91
6.6.2.1 Perfil do Processador 6.6.2.1.1 Instalação
Aplicado aos dados da Tabela 6, O teste de Qui-quadrado resultou em um valor
significativo a 10% para rejeição da hipótese nula, conforme os dados da Tabela 51 do Anexo
3, o que indica relação de dependência entre o ano de instalação e o arranjo institucional
predominante.
As preferências dos processadores podem ser visualizadas de forma qualitativa no
mapa da análise de correspondência da Figura 18. Nesse mapa observa-se a posição
eqüidistante da faixa até 1970 entre Integração e Mercado, a proximidade entre a década de
70 e os Contratos, a eqüidistância da década de 80 de Contratos e Mercado, e a eqüidistância
da década de 90 de Contratos e Integração.
Verifica-se que quanto mais atual for o ano de instalação do processador maior o grau
de coordenação adotado, o que contraria a hipótese 1 proposta no Capítulo 3. Uma possível
explicação seria o acompanhamento da avicultura paulista, ainda que com arranjos
institucionais próprios, à tendência de maior coordenação exigida na avicultura no plano
nacional. Com isso a participação das transações de mercado reduziu-se nas últimas três
décadas, o que pode ter forçado os entrantes a adotarem arranjos com grau crescente de
coordenação quanto mais atual o ano de entrada.
Tabela 6. Tabela de contingência pelo cruzamento de Instalação e Grau de integração Grau de integração
Instalação Mercado Contratos Integração Total até 1970 2 1 3 6 de 1971 a 1980 0 6 0 6 de 1981 a 1990 1 5 0 6 de 1991 até hoje 2 6 4 12 Total 5 18 7 30
92
Dimensão 1
Integração
Contratos
Mercado
de 1991 até hoje
de 1981 a 1990
de 1971 a 1980
até 1970
Integração
Contratos
Mercado
de 1991 até hoje
de 1981 a 1990
de 1971 a 1980
até 1970
Dimensão 2
grau de integração
instalação
18. Mapa de análise de correspondência entre Grau de integração e Instalação 6.6.2.1.2 Escala
Aplicado aos dados da Tabela 7, o teste de Qui-quadrado apresentou significância
insuficiente para a rejeição da hipótese nula, conforme apresentado na Tabela 51 do Anexo 3.
Portanto, não existe evidência que suporte a relação de dependência entre Escala e Grau de
integração.
Apesar de não apresentarem significância estatística para a relação de dependência, as
preferências dos processadores podem ser visualizadas de forma qualitativa no mapa da
análise de correspondência da Figura 19. Nesse mapa observa-se a proximidade das grandes
empresas com os Contratos, a posição eqüidistante das empresas médias com Contratos e
Mercado, e a maior distância do mapa entre as pequenas empresas e os Contratos.
A proximidade entre as grandes empresas e os Contratos segue a tendência dos líderes
nacionais da avicultura, que operam com contratos de parceria. Deve-se destacar, entretanto, a
freqüência relevante de grandes empresas com ênfase em Integração, que revela uma
coordenação total, mas com custos elevados. Essas empresas provavelmente não conseguiram
atrair agentes para a elaboração dos contratos. Verifica-se a tendência, ainda que com baixa
93
significância estatística, no mesmo sentido da hipótese 2, do Capítulo 3, de que quanto maior
a empresa maior o grau de coordenação adotado.
Tabela 7. Tabela de contingência para Escala e Grau de Integração Grau de integração
Escala Mercado Contratos Integração Total até 9.600 1 0 1 2 de 96.000 a 48.000 3 6 1 10 mais que 48.000 1 12 5 18 Total 5 18 7 30
Dimension 1
Integração
Contratos
Mercado
mais que 48.000
de 9.600 a 48.000
até 9.600
Integração
ContratosMercado
mais que 48.000
de 9.600 a 48.000
até 9.600
Dimension 2
grau de integração
escala
19. Mapa de análise de correspondência entre Grau de integração e Escala 6.6.2.1.3 Congelamento
Aplicado aos dados da Tabela 8, o teste de Qui-quadrado apresentou significância
insuficiente para a rejeição da hipótese nula, conforme apresentado na Tabela 51 do Anexo 3.
Portanto, não existe evidência estatística que suporte a relação de dependência entre
Congelamento e Grau de integração.
94
Apesar de não apresentarem significância estatística para a relação de dependência, as
preferências dos processadores podem ser visualizadas de forma qualitativa no mapa da
análise de correspondência da Figura 20. Nesse mapa observa-se que a categoria de
congelamento até 33% fica eqüidistante das categorias Contratos e Mercado, que o
congelamento entre 33 e 67% torna-se mais próximo dos Contratos, e que o nível de 67%
fica mais próximo da Integração.
Na Tabela 8 observa-se que o uso de Contratos representa 54% das empresas que
trabalham com menos de 33% de frango congelado, e 83% das empresas que operam com
congelamento entre 33% e 67%. A análise sobre o impacto do congelamento sobre o grau de
integração aparentemente ficou prejudicada porque 73% da amostra opera com menos de 33%
de frango congelado.
Tabela 8. Tabela de correspondência entre o Congelamento e o Grau de integração
Grau de integração Congelamento Mercado Contratos Integração Total
Menos que 33% 4 12 6 22 De 33% a 67% 1 5 0 6 Mais que 67% 0 1 1 2
Dimensão 1
Integração
ContratosMercado
mais que 67%
de 33% a 67%
menos que 33%
IntegraçãoContratos
Mercado
mais que 67%
de 33% a 67%
menos que 33%
Dimensão 2
grau de integração
congelamento
20. Mapa de análise de correspondência para Congelamento e Grau de integração
95
6.6.2.1.4 Exportação
Conforme verificado na análise de estatísticas descritivas, no item 6.1.2.4, o percentual
médio de participação do frango exportado é de 14,7% e o histograma indica a maior
freqüência para a Exportação ente zero e 10%. Assim, no agrupamento dos resultados para
essa variável, opta-se pela criação de categorias dicotômicas (sim/não). Aplicando-se análise
de correspondência entre Exportação e Grau de integração, o método cria apenas uma
dimensão, inviabilizando a elaboração do mapa.
Aplicado aos dados da Tabela 9, o teste de Qui-quadrado apresentou significância
insuficiente para a rejeição da hipótese nula, conforme apresentado na Tabela 51 do Anexo 3.
Portanto, não existe evidência estatística que suporte a relação de dependência entre
Exportação e Grau de integração. Apesar dessa condição, as preferências dos processadores
podem ser discutidas de forma qualitativa. Observa-se que no grupo de empresas exportadoras
não há casos de Mercado e que 71% dessas empresas utilizam Contratos, enquanto nas
empresas que não exportam os contratos participam com 56% dos casos. Portanto a utilização
de Contratos é bastante difundida entre os dois grupos.
Tabela 9. Tabela de contingência para Exportação e Grau de integração Grau de integração Mercado Contratos Integração Total Exportação Não 5 13 5 23 Sim 5 2 7 Total 5 18 7 30 6.6.2.1.5 Concentração
Aplicado aos dados da Tabela 9, o teste de Qui-quadrado apresentou significância
insuficiente para a rejeição da hipótese nula, conforme apresentado na Tabela 51 do Anexo 3.
Portanto, não existe evidência estatística que suporte a relação de dependência entre
Concentração e Grau de integração.
Apesar de não apresentarem significância estatística para a relação de dependência, as
preferências dos processadores podem ser visualizadas de forma qualitativa no mapa da
análise de correspondência da Figura 21. Pela Figura percebe-se que a faixa de menor
concentração está eqüidistante de Integração e Mercado, o nível médio de Concentração tem a
96
menor distância dos Contratos e o nível mais elevado de Concentração fica eqüidistante entre
Contratos e Mercado, ainda que mais distante.
Tabela 10. Tabela de contingência para Concentração e Grau de integração Grau de integração Concentração Mercado Contratos Integração Total Menos que 5% 3 10 4 17 De 5 a15% 1 6 3 10 Mais que 15% 1 2 0 3 Total 5 18 7 30
Dimensão 1
Integração
Contratos
Mercado
mais que 15%
de 5 a15%
menos que 5%
Integração
Contratos
Mercado
mais que 15%de 5 a15%
menos que 5%
Dimensão 2
grau de integração
concentração
21. Mapa de análise de correspondência para Concentração e Grau de Integração
97
6.6.2.2 Transação de Mercado 6.6.2.2.1 Regularidade
Aplicado aos dados da Tabela 11, o teste de Qui-quadrado apresentou significância
insuficiente para a rejeição da hipótese nula, conforme apresentado na Tabela 52 do Anexo 3.
Portanto, não existe evidência estatística que suporte a relação de dependência entre
Regularidade e Grau de integração.
Apesar de não apresentarem significância estatística para a relação de dependência, as
preferências dos processadores podem ser visualizadas de forma qualitativa no mapa da
análise de correspondência da Figura 22. Pela Figura, observa-se que os agentes que
consideram nível Baixo apresentam ligeira preferência por Contratos em comparação com
Mercado. Para o nível Médio, existe maior afinidade com Contratos, seguidos da Integração, e
grande distância de Mercado. O nível Alto encontra-se eqüidistante de Mercado e Integração
e mais afastado de Contratos.
Tabela 11. Tabela de contingência para Regularidade e Grau de integração Grau de integração Regularidade Mercado Contratos Integração Total Baixo 2 6 2 10 Médio 1 9 3 13 Alto 2 3 2 7 Total 5 18 7 30
98
Dimensão 1
Integração
Contratos
Mercado
Alto
Médio
Baixo
Integração
Contratos
Mercado
Alto
Médio
Baixo
Dimensão 2
grau de integração
regularidade
22. Mapa de análise de correspondência para Regularidade e Grau de integração 6.6.2.2.2 Qualidade
Aplicado aos dados da Tabela 12, o teste de Qui-quadrado apresentou significância
suficiente para a rejeição da hipótese nula a 10%, conforme apresentado na Tabela 52 do
Anexo 3. Portanto, existe evidência estatística que suporte a relação de dependência entre
Qualidade e Grau de integração.
As preferências dos processadores podem ser visualizadas de forma qualitativa no
mapa da análise de correspondência da Figura 23. Consultando-se a Figura, observa-se que os
agentes que consideram nível Baixo estão bastante afastados de Mercado e Integração, com
distâncias muito semelhantes. Os agentes que optaram por nível Médio têm maior afinidade
por Contratos, seguidos da Integração, e estão mais afastados do Mercado do que os que
escolheram nível Baixo, o que seria esperado. Os processadores que responderam nível Alto
estão mais distantes dos Contratos e mais próximos da Integração e do Mercado, de forma
eqüidistante.
Os resultados da análise de correspondência indicam que a percepção da dificuldade
de medir qualidade apresenta uma discreta influência positiva no aumento da coordenação da
transação, suportando a hipótese formulada no Capítulo 3. Esse efeito é mais claro entre os
99
níveis Baixo e Médio, enquanto para o nível Alto, os agentes parecem confiar mais na
Integração do que nos Contratos, ainda que não deixem de fazer transações de Mercado. A
concessão ao uso de Mercado pode ser resultante da falta de alternativas para completar o
suprimento total.
Tabela 12. Tabela de contingência para Qualidade e Grau de integração Grau de integração Qualidade Mercado Contratos Integração Total Baixo 3 7 0 10 Médio 0 8 4 12 Alto 2 3 3 8 Total 5 18 7 30
Dimensão 1
Integração
Mercado
Alto
Baixo
Integração
MercadoAlto
Baixo
Dimensão 2
qualidade
23. Mapa de análise de correspondência para Qualidade e Grau de Integração 6.6.2.2.3 Sanidade
Aplicado aos dados da Tabela 13, o teste de Qui-quadrado apresentou significância
insuficiente para a rejeição da hipótese nula, conforme apresentado na Tabela 52 do Anexo 3.
Portanto, não existe evidência estatística que suporte a relação de dependência entre Sanidade
e Grau de integração.
100
Apesar de não apresentarem significância estatística para a relação de dependência, as
preferências dos processadores podem ser visualizadas de forma qualitativa no mapa da
análise de correspondência da Figura 24. A observação do revela grande afinidade dos
optantes pelo nível Baixo com Contratos, mas também seu grande distanciamento da
Integração, e o Mercado como situação intermediária. Os que escolhem o nível Médio
apresentam grande afinidade com Integração e maior afastamento dos Contratos e do
Mercado. Aqueles que optam pelo nível Alto têm maior afinidade com Contratos, seguidos da
Integração e do Mercado.
Tabela 13. Tabela de contingência para Sanidade e Grau de integração Grau de integração Sanidade Mercado Contratos Integração Total Baixo 2 8 1 11 Médio 2 5 4 11 Alto 1 5 2 8 Total 5 18 7 30
Integração
Contratos
Mercado Alto
Médio
Baixo
Integração Contratos
Mercado
Alto
Médio Baixo
Dimensão 2
grau de integração
sanidade
24. Mapa de análise de correspondência para Sanidade e Grau de Integração
101
6.6.2.2.4 Negociação
Aplicado aos dados da Tabela 14, o teste de Qui quadrado apresentou significância
insuficiente para a rejeição da hipótese nula, conforme apresentado na Tabela 52 do Anexo 3.
estatística que suporte a relação de dependência entre
Negociação e Grau de integração.
Apesar de não apresentarem significância estatística para a relação de dependência, as
preferências dos processadores podem ser visualizadas de forma qualitativa no ma
análise de correspondência da Figura 25. No mapa da Figura, verifica-
o nível Baixo e Contratos, o nível Médio e Integração e o nível Alto e Mercado. Assim,
agentes com percepção de alta dificuldade de negociação com fornecedore
transações a mercado, talvez por não conseguir completar o suprimento com outros arranjos.
Baixo (72%), enquanto a maior concentração de Integração aparece no nível Médio.
Tabela 14. Tabela de contingência para Negociação e Grau de integração. Gau de integração
Mercado Contratos TotalBaixo 8 1 Médio 1 5 12
2 4 7Total 18 7
102
Dimensão 1
Integração
Contratos
Mercado
Alto
Médio
Baixo
Integração
Contratos
Mercado
Alto
Médio
Baixo
Dimensão 2
grau de integração
negociação
25. Mapa de análise de correspondência para Negociação e Grau de Integração
6.6.2.2.5
Aplicado aos dados da Tabela 15, o teste de Qui-
insuficiente para a rejeição da hipótese nula, conforme apresentado na Tabela 52 do Anexo 3.
Portanto, não exis
Manutenção e Grau de integração.
preferências dos processadores podem ser visualizadas de forma qualitativa no mapa da
-se que os optantes do nível
preferência, mas em menor grau. Os processadores que adotam o nível Alto apresentam
Pelos dados da Tabela 15, percebe se a predominância dos Contratos nos níveis Baixo
e Médio (63,6%) em relação ao nível Alto (50%). A análise revela que a pe
dificuldade de manter fornecedores fiéis em transações de mercado não influi na escolha do
arranjo institucional predominante, contrariando a hipótese levantada no Capítulo 3.
103
Tabela 15. Tabela de contingência para Manutenção e Grau de integração Grau de integração Manutenção Mercado Contratos Integração Total Baixo 3 7 1 11 Médio 0 7 4 11 Alto 2 4 2 8 Total 5 18 7 30
Dimensão 1
Integração
Contratos
Mercado
Alto
Médio
Baixo
Integração
Contratos
Mercado
Alto
Médio
Baixo
Dimensão 2
grau de integração
manutenção
26. Mapa de análise de correspondência para Manutenção e Grau de Integração 6.6.2.2.6 Tecnologia
Aplicado aos dados da Tabela 15, o teste de Qui-quadrado apresentou significância
insuficiente para a rejeição da hipótese nula, conforme apresentado na Tabela 52 do Anexo 4.
Portanto, não existe evidência estatística que suporte a relação de dependência entre
Tecnologia e Grau de integração. A análise de correspondência para Tecnologia resultou em
apenas uma dimensão, o que impediu a elaboração do gráfico.
Os dados da Tabela 15 indicam que os Contratos são a forma predominante para os
adotantes dos níveis Baixo (50%), Médio (66%) e Alto (50%). Essa condição revela que a
percepção sobre a freqüência de mudança tecnológica dos fornecedores de mercado não tem
104
influência sobre o arranjo contratual predominante e explica a inexistência de significância
ação de dependência.
Tabela 16. Tabela de contingência para Tecnologia e Grau de integração
Grau de integraçãoTecnologia Contratos Integração Baixo 2 1 6
1 12 18Alto 3 1 Total 5 7 30
6.6.2.2.7
Aplicado aos dados da Tabela 17, o teste de Qui quadrado apresentou significância
insuficiente para a rejeição da hipótese nula, conforme apresentado na Tabela 52 do Anexo 3.
iça e
Grau de integração.
Apesar de não apresentarem significância estatística para a relação de dependência, as
preferências dos processadores podem ser visualizadas de forma qualitativa no mapa da
percebe-
adotantes do nível Baixo e Contratos. Os que percebem nível Médio estão próximos do
Mercado, seguidos da Integração. Destaca se a discreta afinidade entre os optantes pelo nível
Alto e Contratos, e que estão muito distantes do
A análise revela que a percepção da freqüência de disputas judiciais com fornecedores
de nível Alto para a freqüência nas disputas judiciais contribui para esse resultado. Outro fator
que afirma que quanto maior a freqüência de disputas, maior a coordenação adotada.
105
Tabela 17. Tabela de Contingência para Justiça e Grau de integração Grau de integração Justiça Mercado Contratos Integração Total Baixo 4 15 6 25 Médio 1 2 1 4 Alto 0 1 0 1 Total 5 18 7 30
Dimensão 1
Integração
Contratos
Mercado
Alto
Médio
Baixo
Integração
Contratos
Mercado
AltoMédio
Baixo
Dimensão 2
grau de integração
justiça
27. Mapa de análise de correspondência para Justiça e Grau de Integração 6.6.2.2.8 Impostos
Aplicado aos dados da Tabela 18, o teste de Qui-quadrado apresentou significância
insuficiente para a rejeição da hipótese nula, conforme apresentado na Tabela 52 do Anexo 3.
Portanto, não existe evidência estatística que suporte a relação de dependência entre Impostos
e Grau de integração.
Apesar de não apresentarem significância estatística para a relação de dependência, as
preferências dos processadores podem ser visualizadas de forma qualitativa no mapa da
análise de correspondência da Figura 28. Pelo mapa observa-se que os adotantes do nível
Baixo estão em eqüidistantes de Mercado e dos Contratos, os que adotam nível Médio estão
mais próximos do Mercado e os que optam pelo nível Alto estão próximos dos Contratos.
106
Tabela 18. Tabela de contingência para Impostos e Grau de integração Grau de integração Impostos Mercado Contratos Integração Total Baixo 1 2 0 3 Médio 1 2 1 4 Alto 3 14 6 23 Total 5 18 7 30
Dimensão 1
Integração
Contratos
Mercado
Alto
Médio
Baixo
Integração
Contratos
Mercado
Alto
Médio
Baixo
Dimensão 2
grau de integração
impostos
28. Mapa de análise de correspondência para Impostos e Grau de Integração 6.6.2.3 Ambiente Competitivo 6.6.2.3.1 Previsão
Aplicado aos dados da Tabela 19, o teste de Qui-quadrado apresentou significância
insuficiente para a rejeição da hipótese nula, conforme apresentado na Tabela 53 do Anexo 3.
Portanto, não existe evidência estatística que suporte a relação de dependência entre Previsão
e Grau de integração.
Apesar de não apresentarem significância estatística para a relação de dependência, as
preferências dos processadores podem ser visualizadas de forma qualitativa no mapa da
107
análise de correspondência da Figura 29. Pelo mapa observa-se que os adotantes dos níveis
Baixo e Alto apresentam afinidade com Contratos, e os que adotam nível Médio estão mais
próximos da Integração.
Tabela 19. Tabela de contingência para Previsão e Grau de integração Grau de integração Previsão Mercado Contratos Integração Total Baixo 1 6 2 9 Médio 2 4 3 9 Alto 2 8 2 12 Total 5 18 7 30
Dimensão 1
Integração
Contratos
Mercado
Alto
Médio
Baixo
Integração
Contratos
Mercado
Alto
Médio
Baixo
Dimensão 2
grau de integração
previsão
29. Mapa de análise de correspondência para Previsão e Grau de Integração 6.6.2.3.2 Conquista
Aplicado aos dados da Tabela 20, o teste de Qui-quadrado apresentou significância
insuficiente para a rejeição da hipótese nula, conforme apresentado na Tabela 53 do Anexo 3.
Portanto, não existe evidência estatística que suporte a relação de dependência entre
Conquista e Grau de integração.
108
Apesar de não apresentarem significância estatística para a relação de dependência, as
preferências dos processadores podem ser visualizadas de forma qualitativa no mapa da
análise de correspondência da Figura 30. Pelo mapa percebe-se a proximidade do nível Baixo
com a Integração, a posição quase eqüidistante do nível Médio com os Contratos e com a
Integração, e a proximidade do nível Alto com os Contratos.
Tabela 20. Tabela de contingência para Conquista e Grau de integração Grau de integração Conquista Mercado Contratos Integração Total Baixo 1 2 2 5 Médio 1 6 3 10 Alto 3 10 2 15 Total 5 18 7 30
Dimensão 1
Integração
Contratos Mercado
Alto
Médio
Baixo
Integração
Contratos
Mercado
Alto
Médio
Baixo
Dimension 2
grau de integração
conquista
30. Mapa de análise de correspondência para Conquista e Grau de Integração
109
6.6.2.3.3 Informação
Aplicado aos dados da Tabela 21, o teste de Qui-quadrado apresentou significância
insuficiente para a rejeição da hipótese nula, conforme apresentado na Tabela 53 do Anexo 3.
Portanto, não existe evidência estatística que suporte a relação de dependência entre
Informação e Grau de integração.
Apesar de não apresentarem significância estatística para a relação de dependência, as
preferências dos processadores podem ser visualizadas de forma qualitativa no mapa da
análise de correspondência da Figura 31. No mapa percebe-se a proximidade eqüidistante do
nível Baixo com a Integração e com Contratos, a afinidade do nível Médio com os Contratos,
e a proximidade quase eqüidistante do nível Alto com Mercado e Integração.
Tabela 21. Tabela de contingência para Informação e Grau de integração Grau de integração Informação Mercado Contratos Integração Total Baixo 0 6 2 8 Médio 1 7 2 10 Alto 4 5 3 12 Total 5 18 7 30
Dimensão 1Integração
Contratos
Mercado
Alto
Médio
Baixo
Integração
ContratosMercado
Alto
Médio
Baixo
Dimensão 2
grau de integração
informação
31. Mapa de análise de correspondência para Informação e Grau de Integração
110
6.6.2.3.4 Insumo
Aplicado aos dados da Tabela 22, o teste de Qui-quadrado apresentou significância
insuficiente para a rejeição da hipótese nula, conforme apresentado na Tabela 53 do Anexo 3.
Portanto, não existe evidência estatística que suporte a relação de dependência entre Insumo e
Grau de integração.
Apesar de não apresentarem significância estatística para a relação de dependência, as
preferências dos processadores podem ser visualizadas de forma qualitativa no mapa da
análise de correspondência da Figura 32. No mapa percebe-se a proximidade do nível Baixo
com Contratos, a afinidade do nível Médio com a Integração, e a proximidade do nível Alto
com Mercado. A afinidade do nível Baixo com Contratos pode indicar que muitos desses
arranjos não incluem o fornecimento de alimentação aos contratados, o que libera os
processadores da negociação com fornecedores de insumos.
Tabela 22. Tabela de contingência para Insumo e Grau de integração Grau de integração Insumo Mercado Contratos Integração Total Baixo 2 7 2 11 Médio 1 5 3 9 Alto 2 6 2 10 Total 5 18 7 30
111
Dimensão 1
Integração
Contratos
Mercado
Alto
Médio
Baixo
Integração
Contratos
Mercado
Alto
Médio
Baixo
Dimensão 2
grau de integração
insumo
32. Mapa de análise de correspondência para Insumo e Grau de Integração 6.6.2.3.5 Comprador
Aplicado aos dados da Tabela 23, o teste de Qui-quadrado apresentou significância
insuficiente para a rejeição da hipótese nula, conforme apresentado na Tabela 53 do Anexo 3.
Portanto, não existe evidência estatística que suporte a relação de dependência entre
Comprador e Grau de integração.
Apesar de não apresentarem significância estatística para a relação de dependência, as
preferências dos processadores podem ser visualizadas de forma qualitativa no mapa da
análise de correspondência da Figura 33. Pelo mapa percebe-se que o nível Baixo está
próximo de Contratos, podendo revelar processadores de maior escala e com maior poder de
barganha com os distribuidores. O nível Médio encontra-se próximo do Mercado e o nível
Alto da Integração. Essas afinidades podem estar relacionadas a processadores de menor
porte.
112
Tabela 23. Tabela de contingência para Comprador e Grau de integração Grau de integração Comprador Mercado Contratos Integração Total Baixo 0 5 1 6 Médio 2 5 2 9 Alto 3 8 4 15 Total 5 18 7 30
Dimensão 1
Integração
Contratos
Mercado
AltoMédio
Baixo
Integração
Contratos
Mercado
Alto
Médio
BaixoDimensão 2
grau de integração
comprador
33. Mapa de análise de correspondência para Comprador e Grau de Integração 6.6.3 Tabelas de Contingência para Adoção de Mercado
Neste item são analisadas as tabelas de contingência entre as variáveis explicativas
tomadas com resultados categóricos e a variável dicotômica Mercado. São analisados os testes
Qui-quadrado que constam das Tabelas 54, 55 e 56 do Anexo 4.
113
6.6.3.1 Perfil do Processador 6.6.3.1.1 Instalação
Aplicado à Tabela 24, o teste Qui-quadrado apresentou significância insuficiente para
a rejeição da hipótese nula, conforme a Tabela 54 do Anexo 4. Portanto, não existe evidência
estatística que suporte a relação de dependência entre Instalação e Mercado.
A tabela de contingência entre instalação e mercado indica que a maior concentração
de processadores que não utiliza Mercado instalaram-se a partir dos anos 90. Assim, esses
agentes já entraram no mercado com o arranjo institucional de parceria já estabelecido
nacionalmente e difundindo-se em São Paulo.
Tabela 24. Tabela de contingência para Instalação e Mercado Mercado Total Não Sim Instalação até 1970 2 4 6 de 1971 a 1980 4 2 6 de 1981 a 1990 4 2 6 de 1991 até hoje 8 4 12 Total 18 12 30
6.6.3.1.2 Escala
Aplicado à Tabela 25, o teste Qui-quadrado apresentou significância insuficiente para
a rejeição da hipótese nula, conforme a Tabela 54 do Anexo 4. Portanto, não existe evidência
estatística que suporte a relação de dependência entre Escala e Mercado.
Pela Tabela 25 verifica-se que 70% das empresas médias não utiliza mercado, assim
como 55% das grandes. Essa tendência contraria a hipótese de que quanto maior a escala,
maior a utilização de formas híbridas ou integração vertical. Uma possível justificativa seria a
dificuldade de se conseguir produtores para os contratos em uma conjuntura de margens
estreitas na indústria. Com isso, as empresas de porte menor ainda conseguem suprimento
suficiente, enquanto as grandes são obrigadas a buscar o mercado de forma complementar
114
Tabela 25. Tabela de contingência para Escala e Mercado Mercado Total Não Sim Escala até 9.600 1 1 2 de 9.600 a 48.000 7 3 10 mais que 48.000 10 8 18 Total 18 12 30
6.6.3.1.3 Congelamento
Aplicado à Tabela 26, o teste Qui-quadrado apresentou significância insuficiente para
a rejeição da hipótese nula, conforme a Tabela 54 do Anexo 4. Portanto, não existe evidência
estatística que suporte a relação de dependência entre Congelamento e Mercado.
Analisando-se a Tabela 26, percebe-se uma concentração de empresas com congelado
que não utilizam mercado (59%), o que seria esperado pela maior necessidade de
coordenação. Para os que não produzem congelado, a concentração é ainda maior (62%), mas
sobre uma base menor de empresas.
Tabela 26. Tabela de contingência para Congelamento e Mercado Mercado Não Sim Total Congelamento Não 5 3 8 Sim 13 9 22 Total 18 12 30
6.6.3.1.4 Exportação
Aplicado à Tabela 27, o teste Qui-quadrado apresentou significância insuficiente para
a rejeição da hipótese nula, conforme a Tabela 54 do Anexo 4. Portanto, não existe evidência
estatística que suporte a relação de dependência entre Exportação e Mercado.
Na Tabela 27, considerando-se as empresas que usam Mercado, percebe-se
participação significativa (42%) das exportadoras, ainda que a base represente apenas 23% da
amostra. Essa situação poderia ser explicada pela pequena participação percentual média da
exportação nas empresas pesquisadas, permitindo o suprimento destinado a esse fim
115
proveniente de outros arranjos institucionais. A exportação exige níveis de qualidade e
padronização dificilmente encontrados no mercado.
Aparentemente a Exportação e o uso de Mercado convivem nas empresas da
avicultura paulista porque ambas têm pequena participação na quantidade vendida total e no
suprimento total, respectivamente.
Tabela 27. Tabela de contingência para Exportação e Mercado Mercado Total Não Sim Exportação Não 14 9 23 Sim 4 3 7 Total 18 12 30
6.6.3.1.5 Concentração
Aplicado à Tabela 28, o teste Qui-quadrado apresentou significância insuficiente para
a rejeição da hipótese nula, conforme a Tabela 54 do Anexo 4. Portanto, não existe evidência
estatística que suporte a relação de dependência entre Concentração e Mercado.
Aparentemente a baixa concentração adotada e a pequena participação do Mercado no
suprimento na maioria das empresas não criam efeitos detectáveis de interdependência.
Na Tabela 28, observa-se que, para o grupo com menor Concentração, ocorre a maior
freqüência de empresas que não adotam Mercado. Assim, empresas que teriam maior
confiabilidade de suprimento aparentemente não buscam maior concentração de vendas, o que
em tese seria possível. As razões podem ser a minimização de riscos relacionados aos
compradores ou incapacidade de atender os volumes exigidos.
Tabela 28. Tabela de contingência para Concentração e Mercado Mercado Total Não Sim Concentração menos que 5% 11 6 17 de 5 a15% 5 5 10 mais que 15% 2 1 3 Total 18 12 30
116
6.6.3.2 Transação de Mercado 6.6.3.2.1 Regularidade
Aplicado à Tabela 29, o teste Qui-quadrado apresentou significância suficiente para a
rejeição da hipótese nula a 5%, conforme apresentado na Tabela 55, do Anexo 4. Portanto
existem evidências que suportam a existência de dependência entre Regularidade e Mercados.
A maior freqüência aparece entre os que têm percepção de nível médio e não utilizam
mercado (84%). Neste caso o nível médio de dificuldade parece ser suficiente para que as
empresas evitem as transações de mercado. Para as empresas que utilizam o Mercado,
aparentemente o fazem de modo acessório e com pequenas participação no suprimento total.
Tabela 29. Tabela de contingência para Regularidade e Mercado Mercado Total Não Sim Regularidade Baixo 5 5 10 Médio 11 2 13 Alto 2 5 7 Total 18 12 30
6.6.3.2.2 Qualidade
Aplicado à Tabela 30, o teste Qui-quadrado apresentou significância insuficiente para
a rejeição da hipótese nula, conforme a Tabela 55 do Anexo 4. Portanto, não existe evidência
estatística que suporte a relação de dependência entre Qualidade e Mercado.
A maior freqüência aparece para os têm percepção de nível médio e não utilizam
mercado (75%). Percebe-se uma tendência de evitar o mercado por dúvidas em relação à
qualidade. Entretanto, não existe efeito estatístico porque as empresas aceitam oscilações da
qualidade em virtude da baixa exigência do mercado consumidor. Com isso, a adoção do
Mercado com pequena participação não prejudica os níveis de qualidades necessários para
atender o merco.
117
Tabela 30. Tabela de contingência para Qualidade e Mercado Mercado Total Não Sim Qualidade Baixo 5 5 10 Médio 9 3 12 Alto 4 4 8 Total 18 12 30
6.6.3.2.3 Sanidade
Aplicado à Tabela 31, o teste Qui-quadrado apresentou significância insuficiente para
a rejeição da hipótese nula, conforme a Tabela 55 do Anexo 4. Portanto, não existe evidência
estatística que suporte a relação de dependência entre Sanidade e Mercado.
A maior freqüência aparece para os que têm percepção de nível médio e não utilizam
Mercado (63%), seguida pelos casos de percepção de nível alto sem Mercado (62%). Aqui
aparecem os riscos de sanidade podendo inibir as transações de mercado. A falta de relação de
dependência pode estar relacionada à existência de padrões de sanidade já incorporados pelos
produtores independentes e considerados fundamentais para a sobrevivência na atividade, já
que fornecem frango para processadores dos mais variados portes. Assim, eles devem atender
a padrões mínimos exigidos pelas empresas de maior porte.
Tabela 31. Tabela de contingência para Sanidade e Mercado Mercado Total Não Sim Sanidade Baixo 6 5 11 Médio 7 4 11 Alto 5 3 8 Total 18 12 30
6.6.3.2.4 Negociação
Aplicado à Tabela 32, o teste Qui-quadrado apresentou significância insuficiente para
a rejeição da hipótese nula, conforme a Tabela 55 do Anexo 4. Portanto, não existe evidência
estatística que suporte a relação de dependência entre Negociação e Mercado.
118
A maior freqüência aparece entre os que têm percepção de nível Médio e não utilizam
o Mercado (66%), seguida pelo nível Baixo sem Mercado (63%). Para o nível Alto, a
freqüência dos que não adotam o mercado é de 42%. As variações no nível percebido não
provocam alterações significativas na opção relacionada à adoção do Mercado. De modo geral
o ponto principal da negociação é o preço, e as dificuldades surgem porque o vendedor tenta
sustentar o preço alegando que ele é definido pelo mercado, enquanto o comprador tenta
reduzí-lo alegando que suas margens são estreitas pela competição no varejo. As variações de
percepção de dificuldade podem apresentar viés se o respondente considerar que o preço não
é objeto de negociação, por ser dado pelo mercado.
Tabela 32. Tabela de contingência para Negociação e Mercado Mercado Total Não Sim Negociação Baixo 7 4 11 Médio 8 4 12 Alto 3 4 7 Total 18 12 30
6.6.3.2.5 Manutenção
Aplicado à Tabela 33, o teste Qui-quadrado apresentou significância insuficiente para
a rejeição da hipótese nula, conforme a Tabela 55 do Anexo 4. Portanto, não existe evidência
estatística que suporte a relação de dependência entre Manutenção e Mercado.
A maior freqüência aparece entre os que têm percepção de nível Médio e não utilizam
Mercado (81%). Aparece aqui uma tendência de se evitar o mercado pela baixa fidelidade dos
fornecedores. Entretanto, não aparece o efeito estatístico porque nas percepções de nível
Baixo e Alto existe um equilíbrio nas posições antagônicas com relação ao uso do Mercado.
Aparentemente, o mercado já possui padrões estabelecidos que dispensam a manutenção do
mesmo fornecedor, apesar de ser uma situação vantajosa em custos de transação. Portanto a
manutenção de um fornecedor fiel em transações de mercado parece não ser muito importante
para os processadores, quando decidem adotar ou rejeitar esse arranjo.
33. Tabela de contingência para Manutenção e Mercado
Total Sim Manutenção Baixo 5 11 Médio 9 11
3 5 Total 18 30
Tecnologia
4, o teste Qui-
rejeição da hipótese nula a 10%, conforme apresentado na Tabela 55, do Anexo 4. Portanto,
existe evidência estatística que suporta a relação de dependência entre Tecnologia e Mercado.
A maior freqüência aparece para os que têm percepção de nível Médio e não utilizam
atualização tecnológica dos fornecedores de mercado, reduzindo a predisposição para que
adotem e
a se abastecerem parcialmente pelo Mercado. Assim a avaliação geral parece ser a de que os
fornecedores de mercado estão um passo atrás na corrida tecnológica, mas não estã
Entretanto, essa defasagem reduz os negócios desse grupo.
Tabela 34. Tabela de contingência para Tecnologia e Mercado Mercado Não
Baixo 2 6 14 4 Alto 4 6
18 12
6.6.3.2.7 Justiça
Aplicado à Tabela 35, o teste Qui quadrado apresentou significância insuficiente para
a rejeição da hipótese nula, conforme a Tabela 55 do Anexo 4. Portanto, não existe evidência
120
O nível baixo de disputas para o total da amostra apresenta concentração de 83%.
Deste grupo, 60% não utiliza mercado. Assim, o indicador de disputas judiciais parece não
influir na adoção de mercado. A pequena freqüência de disputas judiciais pode ser creditada à
falta de conflitos ou à opção de não recorrer à Justiça. A primeira opção parece mais provável,
por envolver um mercado altamente competitivo, com elevada padronização e grande
diversidade de agentes compradores e vendedores. As transações são fortemente
regionalizadas, o que gera incentivos para a construção de reputação, mesmo em transações
de mercado.
Tabela 35. Tabela de contingência para Justiça e Mercado Mercado Total Não Sim Justiça Baixo 15 10 25 Médio 2 2 4 Alto 1 1 Total 18 12 30
6.6.3.2.8 Impostos
Aplicado à Tabela 36, o teste Qui-quadrado apresentou significância insuficiente para
a rejeição da hipótese nula, conforme a Tabela 55 do Anexo 4. Portanto, não existe evidência
estatística que suporte a relação de dependência entre Impostos e Mercado.
Percebe-se a predominância da percepção em nível Alto no total da amostra (76%),
dos quais 65% não utilizam mercado. Aqui a percepção de nível Alto para o impacto dos
impostos não apresenta efeito estatístico porque é fortemente dominante, não importando a
opção sobre a adoção do Mercado. Nessa percepção também pode estar atuando a compressão
das margens resultante do aumento de custos com insumos, o aumenta o impacto dos
impostos.
Tabela 36. Tabela de contingência para Impostos e Mercado Mercado Total Não Sim Impostos Baixo 1 2 3 Médio 2 2 4 Alto 15 8 23 Total 18 12 30
121
6.6.3.3
6.6.3.3.1 Previsão
Aplicado à Tabela 37, o teste Qui quadrado apresentou significância insuficiente para
a rejeição da hipótese nula, conforme a
estatística que suporte a relação de dependência entre Previsão e Mercado.
-se a maior concentração entre o nível alto sem mercado (75%), seguido do
não está de acordo com o esperado, visto que
se existe maior incerteza nas vendas, o processador poderia evitar os contratos para não se
mercado. Uma justificativa para que o mercado não seja adotado pode ser a falta de oferta
37. Tabela de contingência para Previsão e Mercado
Total Sim Previsão Baixo 6 9 Médio 6 9
9 3 Total 18 30
6.6.3.3.2
Aplicado à Tabela 38, o teste Qui quadrado apresentou significância insuficiente para
a rejeição da hipótese nula, conforme a Tabela 56 do Anexo 4. Portanto, não existe evidência
Percebe se a mesma concentração nos níveis Baixo sem Mercado, Médio sem
nível de percepção o Mercado é rejeitado por uma parcela significativa dos processadores. Por
outro lado, para os
dificuldade de conquista está mais relacionada a fraquezas internas dos processadores, como a
descapitalização, o que inibe os investimentos para aumento da produção.
122
Tabela 38. Tabela de contingência para Conquista e Mercado Mercado Total Não Sim
Conquista 3 2 Médio 4 10 Alto 9 15
Total 12 30
Informação
-quadrado apresentou significância suficiente para a
se nula a 10%, conforme apresentado na Tabela 56, do Anexo 4. Portanto,
existe evidência estatística que suporta a relação de dependência entre Informação e Mercado.
A maior concentração ocorre para o nível Médio sem Mercado (80%), seguida do
nível Baixo
Assim, aparentemente os agentes que não adotam mercado tendem a trocar informações em
níveis medianos ou baixos. Dada a grande representatividade de participantes da APA na
o resultado é intrigante. A explicação possível é que essa informação não seja
relevante, seja pela fidelidade dos fornecedores ou porque a informação já circule livremente
39. Tabela de contingência para Informação e Mercado
Merca Total Sim Informação Baixo 2 8 Médio 8 10
4 8 Total 18 30
6.6.3.3.4
Aplicado à Tabela 39, o teste Qui-
a rejeição da hipótese nula, conforme a Tabela 56 do Anexo 4. Portanto, não existe evidência
123
A maior concentração ocorre para o nível Médio sem Mercado (66%), seguida do
nível Alto sem Mercado (60%). Assim, os agentes que adotam maior coordenação podem
perceber as maiores dificuldades na aquisição de insumos.
Tabela 40. Tabela de contingência para Insumo e Mercado Mercado Total Não Sim Insumo Baixo 6 5 11 Médio 6 3 9 Alto 6 4 10 Total 18 12 30
6.6.3.3.5 Comprador
Aplicado à Tabela 40, o teste Qui-quadrado apresentou significância insuficiente para
a rejeição da hipótese nula, conforme a Tabela 56 do Anexo 4. Portanto, não existe evidência
estatística que suporte a relação de dependência entre Comprador e Mercado.
A maior concentração ocorre para o nível médio sem mercado (66%), seguida do nível
alto sem mercado (53%). Assim, percebe-se que os processadores que exercem maior
coordenação no suprimento (sem mercado) consideram que têm menor poder de barganha na
venda, provavelmente porque negociam com distribuidores de maior porte.
Tabela 41. Tabela de contingência para Comprador e Mercado Mercado Total Não Sim Comprador Baixo 4 2 6 Médio 6 3 9 Alto 8 7 15 Total 18 12 30
CONCLUSÃO
s as considerações finais e reflexões do autor sobre o
resultado da pesquisa. Considerando se o objetivo geral do estudo de analisar a coexistência
de arranjos institucionais alternativos em sistemas produtivos agroindustriais, o estudo
ama abrangente do tema na avicultura do Estado de São Paulo.
e pela pesquisa sobre a participação percentual de cada arranjo no suprimento do processador
contribuiu fo
possível realizar análises em diversos níveis de profundidade, com o agrupamento sucessivo
das informações. Assim, analisou se o suprimento dos processadores considerando-
arranjo individualmente, a predominância relativa de mercado, contratos ou integração e,
A seguir são apresentadas as conclusões relativas aos objetivos específicos do estudo.
Arranjos Institucionais. O co
visto que representa 33% do suprimento médio de cada processador, ou 50% do suprimento
total da amostra. Esses dados indicam uma participação inferior à verificada nas principais
do Brasil. Com relação à dinâmica de adoção, aparentemente houve um
recuo do contrato de parceria no suprimento durante a década de 90, conforme dados obtidos
O contrato de fornecimento aparece com destaque, participando em média c
do suprimento de cada processador, ainda que essa participação reduza para 14,1% no
suprimento total da amostra. Portanto, é um arranjo que não está associado às empresas de
s envolvidos no
contrato de parceria, como ração e assistência veterinária. Essa pode ter sido a alternativa das
mercado altamente competitivo da avicultura.
-se os agentes envolvidos nos contratos de fornecimento, os produtores
suprimento total da amostra, enquanto os contratos de fornecimento com produtores
125
integradores de frango vivo participam, em média, com 18,1% do suprimento do processador
e 10,3% do suprimento total da amostra. Os dados revelam a importância do integrador de
frango vivo, figura que se estabelece de forma única no Estado, e cuja estratégia é a de
contratar a produção de outros agentes de menor escala. Assim, o integrador de frango vivo
assume alguns dos custos de gestão presentes no contrato de parceria que alguns
processadores não poderiam suportar.
Outro resultado de destaque é a relevante participação da integração vertical, aqui
considerada no sentido literal de posse financeira dos ativos. Esse arranjo responde por 25%
do suprimento médio de cada processador e 24,3% do suprimento total da amostra. Trata-se
de outra situação distintiva do Estado em relação às outras regiões produtoras. O contrato de
parceria pode oferecer alto grau de coordenação do suprimento sem a necessidade de
investimento em instalações e mão-de-obra, razão pela qual ele substitui a integração vertical.
A sobrevivência desse arranjo aparece é uma questão levantada pelo estudo. Possíveis
explicações podem estar relacionadas à dificuldade de se encontrar produtores parceiros,
dadas as margens estreitas em que a indústria tem operado.
O mercado aparece como o arranjo de menor relevância, com uma participação média
de 11% no suprimento de cada processador e de 6,1% no suprimento total da amostra. Na
avicultura, verifica-se elevada competição, esquemas de distribuição de âmbito nacional
operados pelos processadores líderes, ganhos de produtividade repassados ao consumidor na
forma de preços mais baixos e pressão de custos provenientes de insumos que têm cotações
internacionais (soja e milho). Com essas condições, a existência de um mercado de frango
vivo com volumes significativos torna-se cada vez mais difícil, em virtude do enorme nível de
risco para os operadores, compradores ou vendedores. No Estado, esse mercado parece
sustentar-se somente se as transações forem destinadas à produção de frango resfriado para
distribuição local.
Considerando-se os agentes envolvidos nas transações de mercado, os produtores
independentes respondem, em média, por 7,3% do suprimento do processador e 3,7% do
suprimento total da amostra, enquanto os corretores de frango vivo participam, em média,
com 3,7% do suprimento do processador e 2,4% do suprimento total da amostra e finalmente
os integradores de frango vivo são responsáveis, em média, por 3,9% do suprimento de cada
processador e 6,5% do suprimento da amostra. Por esses dados percebe-se que as transações
de mercado com integradores de frango vivo estão associadas a volumes maiores, enquanto as
transações com produtores independentes são de menor escala. Pela discreta participação
126
revelada, o corretor de frango vivo aparece como um agente em decadência, cuja
sobrevivência é cada vez mais difícil em razão das estreitas margens operadas na indústria.
Perfil do Processador. A pesquisa descobriu algumas características básicas do
processador na avicultura do Estado de São Paulo. O levantamento sobre o ano de instalação
surpreende pela enorme faixa de variação dos dados na amostra, visto que a empresa mais
antiga instalou-se em 1960 e a mais nova em 2001. A maior concentração aparece a partir de
1991, com 40% das empresas, seguida de uma distribuição equilibrada nas outras três faixas –
até 1970, de 1971 a 1980 e de 1981 a 1990, com 20% dos casos em cada faixa. Os dados
revelam uma larga tradição da avicultura paulista e uma grande diversidade nos históricos das
empresas que estão competindo atualmente.
O levantamento da escala de produção revela uma média de 78 mil animais por dia
para a capacidade máxima, com uma variação de 500 a 276 mil animais/dia. A maior
concentração por faixa é de 60% de grandes empresas (acima de 48.000 animais/dia), seguida
pelas médias (entre 9.600 e 48.000 animais/dia), com 33,3%, e as pequenas (até 9.600
animais/dia), com 6,7%. Trata-se de um parque industrial diversificado e com predominância
de empresas de alta produção, que parecem ser as sobreviventes de um forte processo de
falências identificado na devolução de questionários pelos Correios e nos contatos telefônicos.
A pesquisa sobre congelamento revelou que a participação média do frango congelado
é de 21,8%, com um mínimo de zero e um máximo de 100%. A maior concentração resultou
em 73% na faixa até 33% de frango congelado. Esses dados indicam a predominância do
frango resfriado como produto principal e de distribuição local, em razão do prazo de validade
reduzido.
A exportação revela-se extremamente tímida entre os processadores paulistas, visto
que a participação média do frango exportado no total da produção é de 5%. A melhor medida
dessa situação é a divisão da amostra entre empresas que não exportam, com 76,7%, e as
exportadoras, que representam 23,3%. Esses dados estão de acordo com a informação sobre
frango congelado, visto que o investimento em túneis de congelamento é a base para se
trabalhar com qualquer produto exportável.
A concentração de vendas no maior comprador revelou uma tendência de forte
pulverização dos volumes, visto que a média ficou em 11,8%. Quando agrupado em faixas,
verifica-se que a maior concentração (56,7%) é das empresas que vendem menos de 5% para
o maior cliente. Esses dados revelam uma distribuição direta para muitos varejistas dos mais
diversos portes.
127
Transação de Mercado. O trabalho identificou as percepções dos processadores sobre
a transação de mercado em uma escala de dez níveis, sendo o zero a dificuldade mínima e dez
a máxima. Em média, os agentes avaliam a dificuldade de manter a regularidade do
fornecimento a mercado com o nível 4. A dificuldade de medir a qualidade do frango
adquirido, com o nível 4,8. A dificuldade de medir a sanidade do frango adquirido, com o
nível 4,3. A dificuldade de negociar com fornecedores, com o nível 4,2. A dificuldade de
manter fornecedores fiéis, com o nível 4,2. A freqüência de atualização tecnológica dos
fornecedores, com o nível 4,9. A freqüência de disputas judiciais, com o nível 1,7. O peso dos
impostos na transação, com o nível 7,4.
Na maioria dos casos a avaliação ficou em um nível médio, com exceção das disputas
judiciais, com nível baixo, e do peso dos impostos, com nível alto. Neste grupo destaca-se a
forte correlação positiva entre as variáveis de regularidade, qualidade, sanidade, negociação e
manutenção, o que revela que são parâmetros altamente interdependentes e avaliados de
forma bastante uniforme pelos agentes.
Traduzindo-se os resultados pelo referencial da Economia dos Custos de Transação, os
custos de transação relacionados à freqüência, ao monitoramento de atributos e processos
(qualidade e sanidade), à negociação sobre as condições da transação e a criação de reputação
de fornecedor são avaliados em nível mediano. O impacto do ambiente institucional parece
ser relevante para a transação no caso dos impostos, e de pequena relevância na resolução de
conflitos, que de resto parecem ser pouco freqüentes nessa transação, conforme os contatos
realizados com os processadores.
Ambiente Competitivo. O estudo revelou percepções dos processadores sobre o
ambiente competitivo da avicultura atual, com a mesma escala de onze níveis já citada. Em
média os agentes avaliaram a dificuldade de prever as vendas em 5,7, a dificuldade de
conquistar novos compradores em 6,5, a freqüência de troca de informação sobre
fornecedores com competidores em 5,5, a dificuldade de negociar com fornecedores de
insumos para a engorda do frango em 5,0, e a dificuldade de negociar com comprador em 6,5.
Avaliando-se as respostas, percebe-se que a incerteza de demanda, a rivalidade na
disputa pelos compradores, a cooperação entre competidores, o poder de barganha dos
fornecedores e o poder de barganha do comprador também são avaliados em nível mediano,
ainda que ligeiramente superior ao atribuído no grupo de Transação de Mercado.
Relações de dependência entre variáveis. A análise das relações entre os arranjos
institucionais e as variáveis explicativas foi feita em três níveis: dados originais de todas as
variáveis, dados categorizados das variáveis explicativas e arranjo predominante no
128
processador, e a mesma categorização das variáveis explicativas e escolha dicotômica de
mercado. Seguem as conclusões para cada nível.
Para os dados originais foi realizada a análise de correlação apresentada a seguir,
citando os coeficientes signific
aos coeficientes com significância insuficiente.
. O uso de mercado com produtor independente tem coeficiente de
correlação de 0,379 (5%) com a dificuldade de medir qualidade, o que sup
levantada e revela que o arranjo é adotado mesmo quando a dificuldade para medir a
qualidade é elevada. Explicações para isso podem ser a baixa exigência de qualidade dos
Mercado CO O uso de mercado com corretor de frango vivo tem coeficiente de
correlação de 0,513 (1%) com a concentração de vendas no maior comprador, contrariando a
concentração são muito baixos para a amostra. Com a variável Conquista existe um
-0,418 (5%), também contrariando a hipótese proposta. A explicação pode ser o
compradores, que são as redes varejistas.
Mercado PV. O uso de mercado com integrador de frango vivo tem coeficiente de
-0,461 (5%) com a freqüência de atualização tecnológica dos fornecedores de
es de mercado com integrador de
frango vivo podem considerar os outros fornecedores de mercado atualizados
fornecedores, ou então não estão preocupados com o grau de atualização do fornecedor de
Fornecimento PI
coeficiente de correlação de 0,471 (1%) com a concentração de vendas no maior comprador,
suportando a hipótese proposta.
Fornecimento PV
tem coeficiente de correlação de 0,417 (5%) com freqüência de atualização tecnológica dos
fornecedores de mercado, contrariando a hipótese proposta. Aparentemente, os processadores
ue utilizam contrato de fornecimento consideram os fornecedores de mercado atualizados, já
que estes podem ter o mesmo padrão oferecido pelo integrador de frango vivo e por seus
129
Parceria. O uso do contrato de parceria tem os seguintes coeficientes: 0,516 (1%) com
escala de produção, suportando a hipótese proposta, 0,670 (1%) com participação do frango
congelado, suportando a hipótese proposta e o coeficiente de correlação de -0,398 (5%) com a
dificuldade de medir qualidade no frango adquirido, contrariando a hipótese proposta. A
explicação para o coeficiente de qualidade que contraria a hipótese pode ser uma situação da
indústria em que os padrões de sanidade estariam sendo adotados por todos os tipos de
produtores. Com isso, a dificuldade de medir a sanidade seria reduzida.
Integração. O uso da integração vertical tem coeficiente de correlação de 0,411 (1%)
com a dificuldade de medir qualidade no frango adquirido, suportando a hipótese proposta.
Para os dados categorizados pelo arranjo predominante, as conclusões são
apresentadas a seguir.
Perfil do Processador. Existe relação de dependência entre o arranjo predominante e a
escala de produção, com 10% de confiança. Verifica-se forte concentração do uso de
contratos nas empresas instaladas entre 1971 e 1980 e entre aquelas instaladas a partir de
1991. Para as variáveis do grupo não foram encontradas evidências que suportem a relação de
dependência.
Transação de Mercado. Não foram encontradas evidências que suportem a relação de
dependência entre as variáveis de regularidade, qualidade, sanidade, negociação, manutenção,
informação, tecnologia, justiça e impostos, e o grau de integração, medido pelo arranjo
preferencial.
Ambiente Competitivo. Não foram encontradas evidências que suportem a relação de
dependência entre as variáveis de previsão, conquista, informação, insumos e comprador e o
grau de integração, medido pelo arranjo preferencial.
Para os dados categorizados em escolha dicotômica do Mercado, as conclusões são
apresentadas a seguir.
Perfil do Processador. Não foram encontradas evidências que suportem a relação de
dependência entre as variáveis de regularidade, qualidade, sanidade, negociação, manutenção,
informação, tecnologia, justiça e impostos e a adoção de mercado, medido de forma
dicotômica.
Transação de Mercado. Foram encontradas evidências de relação de dependência da
dificuldade em se obter regularidade de fornecimento e da freqüência de atualização
tecnológica do fornecedor a mercado com a adoção do mercado. Para a variável dificuldade, a
percepção de nível médio tende a inibir a utilização de mercado. Para a variável tecnologia, a
percepção de nível médio parece estar associada à ausência de adoção do mercado. Não
130
foram encontradas evidências que suportem a relação de dependência entre as variáveis de
qualidade, sanidade, negociação, manutenção, informação, justiça e impostos e a adoção de
mercado, medida de forma dicotômica.
Ambiente Competitivo. Foi encontrada uma evidência de dependência entre a
freqüência de troca de informações sobre fornecedores com competidores e a adoção do
mercado. Aparentemente, os agentes que não adotam mercado tendem a trocar informações
em níveis medianos ou baixos. Não foram encontradas evidências que suportem a relação de
dependência entre as variáveis de previsão, conquista, insumos e comprador e a adoção de
mercado, medido de forma dicotômica.
Limitação do Estudo. A principal limitação identificada está relacionada com a opção
de se analisar somente a transação de mercado. Como é uma transação pouco utilizada, houve
certa dificuldade em obter a percepção dos administradores sobre ela. A idéia inicial da
pesquisa incluía a avaliação da percepção sobre as transações realizadas sob outros arranjos
institucionais, mas foi abandonada para simplificar o questionário e a coleta de dados.
Percebe-se que atualmente essa transação exerce pequena influência na escolha dos arranjos
institucionais.
Recomendações para novos estudos. O estudo levantou algumas questões que
merecem a atenção de pesquisadores. A primeira diz respeito à importância de um estudo que
compare o arranjo institucional estabelecido entre integradores de frango vivo e produtores de
menor porte que fornecem frango vivo, com o contrato de parceria tradicional, adotado pelos
processadores líderes da indústria. A segunda se refere à pertinência de uma avaliação
aprofundada dos contratos de fornecimento, analisando-se a influência dos agentes
participantes, assim como as características formais e informais desse arranjo.
132
ANEXO 1. Estatísticas descritivas dos grupos Arranjos institucionais, Perfil do Processador, Transação de mercado e Ambiente competitivo
133
Tabela 42. Estatísticas descritivas das variáveis dependentes
Estatística Mercado PI
Mercado CO
Mercado PV
Fornecimento PI
Fornecimento PV
Parceria Integração
N 30 30 30 30 30 30 30
Média (%) 7,300 3,733 3,933 8,883 18,133 33,000 25,017
Mediana 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 0,000 1,000
Moda 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
D. Padrão 20,9205 16,4378 18,2604 26,4313 37,2575 39,7752 34,3367
Assimetria 3,635 5,331 5,371 3,132 1,780 ,605 1,240
D. Padrão da Assimetria
0,427 0,427 0,427 0,427 0,427 0,427 0,427
Curtose 14,019 28,844 29,160 8,906 1,390 -1,378 ,318
D. Padrão da Curtose
0,833 0,833 0,833 0,833 0,833 0,833 0,833
Mínimo 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
Máximo 100,0 90,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 Tabela 43. Estatísticas descritivas das variáveis do grupo Perfil do processador
Estatística Instalação (ano)
Escala (cab/dia)
Congelamento (%)
Exportação (%)
Concentração (%)
N 30 30 30 30 30
Média (%) 1.983,42 78.583,33 21,80 5,07 11,58
Mediana 1.987,50 62.500,00 10,00 ,00 5,00
Moda 1.972 80.000 0 0 10
D. Padrão 13,073 67229,161 25,719 14,022 21,046
Assimetria -0,310 1,474 1,350 3,850 3,511
D. Padrão da Assimetria
0,427 0,427 0,427 0,427 0,427
Curtose -1,440 2,118 1,552 16,538 12,440
D. Padrão da Curtose
0,833 0,833 0,833 0,833 0,833
Mínimo 1.960 500 0 0 0
Máximo 2.001 276.000 100 70 100
134
Tabela 44. Estatísticas descr
Regularidade Sanidade Negociação Tecnologia Justiça
N 30 30 30 30 30 30 30 30
Média (%) 4,00 4,83 4,33 4,20 4,20 4,97 1,77 7,37
Mediana 4,00 5,00 5,00 4,00 4,50 5,00 1,00 8,00
Moda 0* 6 5 4 5 5 1 8*
D. Padrão 2,717 3,270 3,055 2,917 2,917 1,938 2,285 2,593
Assimetria -,149 ,051 ,073 ,208 ,029 -,254 2,111 -1,185
D. Padrão da Assimetria
0,427 ,427 ,427 ,427 ,427 ,427 ,427 ,427
Curtose -1,048 -1,000 -1,032 -,713 -,994 ,573 4,970 1,131
D. Padrão da Curtose
,833 ,833 ,833 ,833 ,833 ,833 ,833 ,833
Mínimo 0 0 0 0 0 0 0 0
Máximo 8 10 10 10 10 9 10 10 * Foram identificadas várias modas, sendo apresentado o menor valor. Tabela 45. Estatísticas descritivas das variáveis explicativas do grupo Ambiente competitivo
Previsão Conquista Informação Insumo Comprador
N 30 30 30 30 30
Média (%) 5,77 6,00 5,57 4,60 5,87
Mediana 6,00 6,50 5,50 5,00 6,50
Moda 3* 8 5 7 8
D. Padrão 2,909 2,613 2,873 3,024 2,556
Assimetria -,094 -,696 -,420 -,021 -,903
D. Padrão da Assimetria
0,427 0,427 0,427 0,427 0,427
Curtose -,898 ,141 -,499 -,957 ,050
D. Padrão da Curtose
0,833 0,833 0,833 0,833 0,833
Mínimo 0 0 0 0 0
Máximo 10 10 10 10 9 * Foram identificadas várias modas, sendo apresentado o menor valor.
135
ANEXO 2. Análise de Correlação para os grupos Arranjos institucionais, Perfil do processador, Transação de mercado e Ambiente competitivo
136
Tabela 46. Coeficiente de correlação de Pearson entre as variáveis dependentes do grupo Arranjos institucionais (significância entre parênteses)
Mercado PI
Mercado CO
Mercado PV
Fornecimento PI
Fornecimento PV
Parceria
Mercado PI 1 .
Mercado CO -0,074 1 (0,696) .
Mercado PV -0,071 -0,038 1 (0,709) (0,840) .
Fornecimento PI 0,038 -0,075 -0,068 1 (0,843) (0,694) (0,722) .
Fornecimento PV -0,154 -0,105 -0,094 -0,162 1 (0,416) (0,580) (0,622) (0,392) .
Parceria -0,208 -0,152 -0,171 -0,285 -0,372(*) 1 (0,269) (0,421) (0,367) (0,127) (0,043) .
Integração -0,156 -0,064 -0,118 -0,215 -0,335 -0,244 (0,410) (0,736) (0,533) (0,255) (0,071) (0,193)
* A correlação é significativa no nível de 0,05 (bicaudal). Tabela 47. Coeficiente de correlação de Pearson entre as variáveis explicativas do grupo Perfil do processador (significância entre parênteses)
* A correlação é significativa no nível de 0,05 (bicaudal). ** A correlação é significativa no nível de 0,01 (bicaudal)
Instalação Escala Congelamento Exportação
Instalação 1 .
Escala -0,358 1 (0,052) .
Congelamento 0,179 0,251 1 (0,344) (0,180) .
Exportação -0,143 0,417(*) 0,517(**) 1 (0,450) (0,022) (0,003) .
Concentraçao 0,302 -0,179 -0,235 -0,126 (0,104) (0,344) (0,212) (0,507)
137
Tabela 48. Coeficiente de correlação de Pearson entre as variáveis explicativas do grupo
Regularidade Qualidade Negociação Manutenção Tecnologia Justiça
Regularidade 1 .
Qualidade 0,326 1 (0,079) .
Sanidade 0,390(*) ,724(**) 1 (0,033) (0,000) .
Negociação 0,670(**) 0,231 ,391(*) 1 (0,000) (0,219) (0,033) .
Manutenção 0,713(**) 0,492(**) 0,627(**) 0,696(**) 1 (0,000) (0,006) (0,000) (0,000) .
Tecnologia 0,177 0,184 0,182 -0,072 0,154 1 (0,350) (0,330) (0,335) (0,706) (0,418) .
Justiça 0,095 -0,028 0,076 0,100 0,168 0,169 1 (0,619) (0,881) (0,691) (0,598) (0,376) (0,371) .
Impostos 0,019 -0,188 -0,025 -0,033 -0,179 -0,162 -0,043 (0,919) (0,320) (0,897) (0,863) (0,345) (0,392) (0,820)
* A correlação é significativa no nível de 0,05 (bicaudal). ** A correlação é significativa no nível de 0,01 (bicaudal). Tabela 49. Coeficiente de correlação de Pearson entre as variáveis explicativas do grupo Ambiente competitivo (significância entre parênteses)
Previsão Conquista Informação Insumo
Previsão 1 .
Conquista -0,027 1 (0,886) .
Informação 0,239 0,110 1 (0,203) (0,562) .
Insumo 0,209 0,375(*) 0,110 1 (0,269) (0,041) (0,562) .
Comprador 0,344 0,336 0,250 0,658(**) (0,063) (0,070) (0,183) (0,000)
* A correlação é significativa no nível de 0,05 (bicaudal). ** A correlação é significativa no nível de 0,01 (bicaudal).
138
Tabela 50. dependentes (significância entre parênteses)
Mercado
Mercado
Mercado PV
Fornecimento PI
Fornecimento PV
Parceria Integração
Instalação -0,122 0,122 -0,227 0,345 0,083 -0,087 -0,117 (0,522) (0,521) (0,228) (0,062) (0,665) (0,646) (0,537)
Escala -0,210 -0,096 0,169 -0,234 -0,255 0,516** -0,056 (0,264) (0,615) (0,372) (0,212) (0,173) (0,004) (0,770)
Congelamento -0,077 -0,169 -0,137 -0,243 -0,316 0,670** -0,045 (0,684) (0,373) (0,471) (0,195) (0,089) (0,000) (0,814)
Exportação -0,099 -0,066 -0,047 -0,101 -0,149 0,353 -0,053 (0,604) (0,728) (0,806) (0,596) (0,432) (0,056) (0,782)
Concentração -0,137 0,513** -0,073 0,471** -0,063 -0,206 -0,179 (0,469) (0,004) (0,702) (0,009) (0,741) (0,274) (0,345)
Regularidade 0,335 0,109 -0,252 0,300 -0,085 -0,127 -0,113 (0,070) (0,565) (0,179) (0,108) (0,654) (0,502) (0,553)
Qualidade ,379* -0,213 -0,260 -0,054 0,092 -0,398* 0,411* (0,039) (0,260) (0,165) (0,776) (0,627) (0,030) (0,024)
Sanidade 0,228 -0,192 -0,242 -0,129 0,182 -0,221 0,241 (0,226) (0,308) (0,198) (0,496) (0,336) (0,240) (0,200)
Negociação 0,042 ,402* -0,259 -0,043 0,077 -0,057 -0,064 (0,826) (0,027) (0,166) (0,821) (0,688) (0,763) (0,738)
Manutenção 0,291 -0,166 -0,250 -0,019 0,012 -0,063 0,110 (0,119) (0,3820 (0,183) (0,919) (0,948) (0,740) (0,564)
Tecnologia 0,226 -0,286 -0,461* 0,151 0,417(*) -0,189 -0,106 (0,231) (0,126) (0,010) (0,426) (0,022) (0,318) (0,577)
Justiça 0,204 0,016 -0,131 -0,068 0,175 0,035 -0,239 (0,281) (0,934) (0,490) (0,721) (0,356) (0,856) (0,204)
Impostos -0,150 0,210 0,212 0,026 -0,069 -0,183 0,145 (0,430) (0,265) (0,261) (0,890) (0,717) (0,332) (0,445)
Previsão -0,076 0,245 0,009 0,019 -0,042 -0,071 0,037 (0,690) (0,191) (0,963) (0,921) (0,827) (0,708) (0,845)
Conquista 0,320 -0,418* 0,012 0,151 0,101 -0,017 -0,207 (0,085) (0,021) (0,952) (0,426) (0,597) (0,931) (0,273)
Informação 0,237 0,287 0,179 0,098 -0,365* -0,035 -0,015 (0,208) (0,125) (0,344) (0,607) (0,047) (0,854) (0,937)
Insumo 0,276 -0,271 0,154 -0,125 -0,154 0,040 0,095 (0,140) (0,148) (0,415) (0,511) (0,417) (0,832) (0,616)
Comprador 0,059 0,178 0,162 0,075 -0,261 0,040 -0,027 (0,755) (0,347) (0,394) (0,695) (0,163) (0,835) (0,886)
* A correlação é significativa no nível de 0,05 (bicaudal). ** A correlação é significativa no nível de 0,01 (bicaudal).
140
Tabela 51. Resumo da análise de correspondência para Perfil do processador e Grau de integração
Valor Singular
Inércia Qui- quadrado
Sig. Proporção da Inércia Confiança Valor Singular
Responsável por Cum. Desv padrão Correlação Instalação
Dimensão 21 ,599 ,359 ,947 ,947 ,112 -,3772 ,141 ,020 ,053 1,000 ,155
Total ,379 11,365 ,078a 1,000 1,000 Escala
Dimensão 21 ,392 ,154 ,699 ,699 ,171 -,5252 ,257 ,066 ,301 1,000 ,172
Total ,220 6,590 ,159b 1,000 1,000 Congelamento
Dimensão 21 ,307 ,094 ,883 ,883 ,114 -,0902 ,112 ,012 ,117 1,000 ,108
Total ,107 3,206 ,524c 1,000 1,000 Exportação
Dimensão 1 ,247 ,061 1,000 1,000 ,070
Total ,061 1,828 ,401d 1,000 1,000
Concentração Dimensão 2
1 ,236 ,056 ,984 ,984 ,145 -,4612 ,030 ,001 ,016 1,000 ,183
Total ,056 1,693 ,792* 1,000 1,000Legenda para nível de significância:
Instalação a 6 graus de liberdade Escala b 4 graus de liberdade Congelamento c 4 graus de liberdade Exportação d 2 graus de liberdade Concentração e 4 graus de liberdade
141
Tabela 52. Resumo da análise de correspondência para Transação demercado e Grau de integração
Valor Singular
Inércia Qui- quadrado
Sig. Proporção da Inércia Confiança Valor Singular
Responsável por Cum. Desv padrão Correlação Regularidade
Dimensão 21 ,247 ,061 ,936 ,936 ,173 -,1372 ,064 ,004 ,064 1,000 ,181
Total ,065 1,948 ,745a 1,000 1,000 Qualidade
Dimensão 21 ,433 ,188 ,716 ,716 ,107 -,6952 ,273 ,075 ,284 1,000 ,176
Total ,262 7,866 ,097b 1,000 1,000 Sanidade
Dimensão 21 ,285 ,081 ,947 ,947 ,161 -,0902 ,067 ,005 ,053 1,000 ,169
Total ,086 2,573 ,632c 1,000 1,000 Negociação
Dimensão 1 ,368 ,135 ,891 ,891 ,169 ,0182 ,128 ,016 ,109 1,000 ,204
Total ,152 4,547 ,337d 1,000 1,000 Manutenção
Dimensão 21 ,384 ,147 ,911 ,911 ,116 -,3802 ,120 ,014 ,089 1,000 ,182
Total ,162 4,857 ,302e 1,000 1,000
Tecnologia Dimensão
1 ,367 ,135 1,000 1,000 ,164Total ,135 4,048 ,400f 1,000 1,000
Justiça
Dimensão 1 ,168 ,028 ,927 ,927 ,110 ,1162 ,047 ,002 ,073 1,000 ,180
Total ,031 ,916 ,922g 1,000 1,000
Impostos Dimensão
1 ,223 ,050 ,871 ,871 ,155 -,2582 ,086 ,007 ,129 1,000 ,188
Total ,057 1,719 ,787h 1,000 1,000Legenda para nível de significância:
Regularidade a 4 graus de liberdade Manutenção e 4 graus de liberdade
Qualidade b 4 graus de liberdade Tecnologia f 4 graus de liberdade
Sanidade c 4 graus de liberdade Justiçag 4 graus de liberdade
Negociação d 4 graus de liberdade Impostosh 4 graus de liberdade
143
Tabela 53. Resumo da análise de correspondência para Ambiente competitivo e Grau de integração
Valor Singular
Inércia Qui- quadrado
Sig. Proporção da Inércia Confiança Valor Singular
Responsável por Cum. Desv padrão Correlação Previsão
Dimensão 21 ,209 ,044 ,890 ,890 ,183 -,0752 ,073 ,005 ,110 1,000 ,164
Total ,049 1,471 ,832a 1,000 1,000 Conquista
Dimensão 21 ,249 ,062 ,820 ,820 ,177 -,0932 ,117 ,014 ,180 1,000 ,166
Total ,076 2,273 ,686b 1,000 1,000 Informação
Dimensão 21 ,397 ,158 ,983 ,983 ,147 -,1622 ,052 ,003 ,017 1,000 ,177
Total ,160 4,810 ,307c 1,000 1,000 Insumo
Dimensão 21 ,167 ,028 ,968 ,968 ,186 -,0062 ,030 ,001 ,032 1,000 ,189
Total ,029 ,861 ,930d 1,000 1,000 Comprador
Dimensão 21 ,263 ,069 ,968 ,968 ,109 ,0212 ,048 ,002 ,032 1,000 ,189
Total ,071 2,142 ,710e 1,000 1,000Legenda para nível de significância:
Previsão a 4 graus de liberdade
Conquista b 4 graus de liberdade
Informação c 4 graus de liberdade
Insumo d 4 graus de liberdade Comprador e 4 graus de liberdade
144
ANEXO 4. Testes de Qui-quadrado para Perfil do processador, Transação de mercado, Ambiente competitivo e Mercado
145
Tabela 54. Teste de Qui-quadrado entre Perfil do processador e Mercado
Valor Graus de liberdade
Sig. assintótica (bicaudal)
Sig. Exata (bicaudal)
Sig. Exata. (mono)
Instalação Qui-quadrado de Pearson 2,222 3 ,528 Razão de verossimilhança 2,190 3 ,534 Associação linear 1,279 1 ,258 Escala Qui-quadrado de Pearson ,648 2 ,723 Razão de verossimilhança ,660 2 ,719 Associação linear ,126 1 ,722 Congelamento Qui-quadrado de Pearson ,028 1 ,866 Correção de Continuidade (a) ,000 1 1,000 Razão de verossimilhança ,029 1 ,866 Teste exato de Fishert 1,000 ,604 Associação linear ,027 1 ,868 Exportação Qui-quadrado de Pearson ,031 1 ,860 Correção de Continuidade (a) ,000 1 1,000 Razão de verossimilhança ,031 1 ,860 Teste exato de Fishert 1,000 ,597 Associação linear ,030 1 ,862 Concentração Qui-quadrado de Pearson ,629 2 ,730 Razão de verossimilhança ,624 2 ,732 Associação linear ,108 1 ,743 N 30
146
Tabela 55. Teste Qui-quadrado entre Transação de mercado e Mercado
Valor Graus de liberdade
Sig. assintótica (bicaudal)
Regularidade Qui-Quadrado de Pearson 6,580 2 ,037 Razão de verossimilhança 6,980 2 ,031 Associação linear ,347 1 ,556 Qualidade Qui-Quadrado de Pearson 1,875 2 ,392 Razão de verossimilhança 1,931 2 ,381 Associação linear ,009 1 ,924 Sanidade Qui-Quadrado de Pearson ,218 2 ,897 Razão de verossimilhança ,217 2 ,897 Associação linear ,138 1 ,710 Negociação Qui-Quadrado de Pearson 1,140 2 ,566 Razão de verossimilhança 1,123 2 ,570 Associação linear ,590 1 ,442 Manutenção Qui-Quadrado de Pearson 4,006 2 ,135 Razão de verossimilhança 4,206 2 ,122 Associação linear ,310 1 ,578 Tecnologia Qui-Quadrado de Pearson 5,926 2 ,052 Razão de verossimilhança 6,035 2 ,049 Associação linear ,000 1 1,000 Justiça Qui-Quadrado de Pearson ,833 2 ,659 Razão de verossimilhança 1,185 2 ,553 Associação linear ,095 1 ,758 Impostos Qui-Quadrado de Pearson 1,316 2 ,518 Razão de verossimilhança 1,296 2 ,523 Associação linear 1,272 1 ,259 N 30
147
Tabela 56. Teste Qui-quadrado para Ambiente competitivo e Mercado
Valor Graus de liberdade
Sig. assintótica (bicaudal)
Previsão Qui-Quadrado de Pearson 3,958 2 ,138 Razão de verossimilhança 3,970 2 ,137 Associação linear 3,432 1 ,064 Conquista Qui-Quadrado de Pearson ,000 2 1,000 Razão de verossimilhança ,000 2 1,000 Associação linear ,000 1 1,000 Informação Qui-Quadrado de Pearson 5,972 2 ,050 Razão de verossimilhança 6,099 2 ,047 Associação linear 4,006 1 ,045 Insumo Qui-Quadrado de Pearson ,303 2 ,859 Razão de verossimilhança ,305 2 ,859 Associação linear ,069 1 ,793 Comprador Qui-Quadrado de Pearson ,556 2 ,757 Razão de verossimilhança ,558 2 ,757 Associação linear ,431 1 ,511 N 30
149
Questionário para Processadores da Avicultura do Estado de São Paulo Preencha os quadros com a participação em porcentagem de cada opção no suprimento total de frangos vivos (%) para o abatedouro: % 1. Compra eventual de produtor independente
2. Compra eventual de corretor de frango vivo
3. Compra eventual de integrador de frango vivo
4. Contrato de fornecimento com produtor independente
5. Contrato de fornecimento com integrador de frango vivo
6. Contrato de parceria com produtor
7. Granja própria para engorda de frango Perfil do processador Resp.
8. Há quantos anos esta empresa atua na avicultura ?
9. Quantas aves podem ser abatidas por dia no máximo?
10. Qual a participação do frango congelado na quantidade vendida total (%) ?
11. Qual a participação do frango exportado na quantidade vendida total (%) ?
12. Qual a participação do maior cliente na quantidade vendida total (%) ? As questões abaixo devem ser respondidas com a indicação de níveis que variam de zero a dez. Assinale o nível atribuído para os temas seguintes, relacionados ao suprimento de frango vivo em transações no mercado livre, no passado ou no presente.
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
13. O nível de dificuldade de se conseguir regularidade no fornecimento.
o o o o o o o o o o o
14. O nível de dificuldade para se avaliar a qualidade da carne que será obtida do frango vivo adquirido.
o o o o o o o o o o o
15. O nível de dificuldade para se avaliar a sanidade do frango vivo adquirido.
o o o o o o o o o o o
16. O nível de dificuldade em negociar com fornecedores. o o o o o o o o o o o
17. O nível de dificuldade em manter fornecedores fiéis. o o o o o o o o o o o
18. O nível que o Sr(a) atribui para a frequência da mudança tecnológica dos fornecedores.
o o o o o o o o o o o
19. O nível que o Sr(a) atribui para a freqüência de disputas judiciais com fornecedores.
o o o o o o o o o o o
20. O nível que o Sr(a) atribui ao peso dos impostos na transação, que reduzem as margens de lucro da atividade.
o o o o o o o o o o o
Para a avicultura atual, avalie:
21. O nível de dificuldade em se prever o volume de vendas. o o o o o o o o o o o
22. O nível de dificuldade de conquistar novos compradores. o o o o o o o o o o o
23. O nível que o Sr(a). atribui para a freqüência na troca informações com os concorrentes sobre fornecedores.
o o o o o o o o o o o
24. O nível de dificuldade em se negociar com fornecedores de insumos usados na engorda de frangos.
o o o o o o o o o o o
25. O nível de dificuldade em se negociar com compradores. o o o o o o o o o o o
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