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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO PAULA FURQUIM GALLO Tecnologia em Saúde e Segurança na Administração de Medicamentos em Pacientes Hospitalizados: uma revisão integrativa RIBEIRÃO PRETO 2015

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO

PAULA FURQUIM GALLO

Tecnologia em Saúde e Segurança na Administração de

Medicamentos em Pacientes Hospitalizados: uma revisão

integrativa

RIBEIRÃO PRETO

2015

PAULA FURQUIM GALLO

Tecnologia em Saúde e Segurança na Administração de

Medicamentos em Pacientes Hospitalizados: uma revisão

integrativa

Dissertação apresentada à Escola de Enfermagem

de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo,

para obtenção do título de Mestre em Ciências,

Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional

em Tecnologia e Inovação em Enfermagem.

Linha de pesquisa: Tecnologia e Inovação no

Cuidado em Enfermagem

Orientador: Profa. Dra. Maria Lucia do Carmo Cruz

Robazzi

Coorientador: Dra. Mayra Fernanda de Oliveira

RIBEIRÃO PRETO

2015

Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio

convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a

fonte.

Gallo, Paula Furquim Tecnologia em Saúde e Segurança na Administração de Medicamentos em

Pacientes Hospitalizados: uma revisão integrativa. Ribeirão Preto, 2015.

116 p. : il. ; 30 cm

Dissertação de Mestrado, apresentada à Escola de Enfermagem de Ribeirão

Preto/USP. Área de concentração: Mestrado Profissional Tecnologia e Inovação em Enfermagem.

Orientador: Profa. Dra. Maria Lucia do Carmo Cruz Robazzi Coorientador: Drª Mayra Fernanda de Oliveira

1. Tecnologia em saúde. 2. Segurança do Paciente. 3. Erro de Medicação.

GALLO, Paula Furquim

Tecnologia em Saúde e Segurança na Administração de Medicamentos em

Pacientes Hospitalizados: uma revisão integrativa

Dissertação apresentada à Escola de Enfermagem

de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo,

para obtenção do título de Mestre em Ciências,

Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional

Tecnologia e Inovação em Enfermagem.

Aprovado em ........../........../...............

Comissão Julgadora

Prof. Dr._____________________________________________________________

Instituição:___________________________________________________________

Prof. Dr._____________________________________________________________

Instituição:___________________________________________________________

Prof. Dr._____________________________________________________________

Instituição:___________________________________________________________

DEDICATÓRIA

A Deus, que permitiu não apenas a realização de um projeto, mas a

concretização de um sonho;

Aos meus pais Edson e Jane, e meus irmãos Rodrigo e Júnior, por serem mais

do que família, e sim, minhas raízes e história;

Ao meu esposo Davi, que tão amavelmente caminhou ao meu lado e

acreditou em mim quando eu mesma duvidava. Obrigada por todo apoio,

incentivo e auxilio. Obrigada pela compreensão nos diversos momentos de

ausência, por cada abraço e oração quando mais precisei;

À minha pequena Ana Laura, meu maior sonho, minha melhor realidade.

Não desisti por você! Dedico a você não apenas este trabalho, mas toda a

minha vida e coração. Amor Eterno!

AGRADECIMENTOS

À Drª Mayra Fernanda de Oliveira, que tão prontamente aceitou o convite para orientação

deste trabalho;

À Profª Drª Maria Lucia do Carmo Cruz Robazzi, que não mediu esforços para a concretização deste sonho;

Ao Prof. Dr. Fábio de Sousa Terra, por toda contribuição oferecida mesmo diante de pedidos

urgentes;

À Profª Mª Benedita G. A. Ribeiro (Tinha), Nycole I. Nascimento, Rodrigo Tomazelli e Gabriel E. Nascimento, por toda a ajuda, quando o tempo parecia ser insuficiente e a

angústia era grande;

À Vanessa C. Polegati e Wiara C. Passos, pelo companheirismo no trabalho, pelo encontro mágico da vida, pela amizade de sempre, pelo amor de irmãs;

À diretoria e colegas do Hospital Estadual de Ribeirão Preto, pela parceria de tantos anos e

a colaboração no desenvolvimento do trabalho no HERP;

Á Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, porque mais que uma instituição de ensino, é a melhor que eu poderia ter;

Aos Amigos, de perto e de longe, que se fizeram presentes em tantos momentos difíceis

durante a realização deste trabalho, vocês foram essenciais durante esta caminhada!

Minha Gratidão!

“Bendiga ao Senhor a minha alma! Não esqueça

nenhuma de suas bênçãos!”

(Salmo 103:2)

RESUMO

Gallo, P.F. Tecnologia em Saúde e Segurança na Administração de Medicamentos em Pacientes Hospitalizados: uma revisão integrativa. 2015. 116 f. Dissertação (Mestrado) – Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, 2015.

Eventos Adversos (EA) são recorrentes nas instituições de saúde e incluem os erros de administração de medicamentos, que podem acontecer nas mais diversas fases do processo dessa administração, da prescrição ao monitoramento do paciente. Atualmente, busca-se pela diminuição de danos desnecessários a um nível mínimo dentro dos limites aceitáveis por meio de ferramentas tecnológicas. Frente ao exposto objetivou-se buscar e analisar as evidências científicas, disponíveis na literatura nacional e internacional, a respeito do uso da tecnologia na segurança dos pacientes hospitalizados, considerando a administração de medicamentos. Utilizou-se a Prática Baseada em Evidências (PBE) como referencial teórico para o presente estudo. Realizou-se a Revisão Integrativa da literatura nas bases de dados CINAHL, LILACS e MEDLINE; a questão norteadora da pesquisa foi: Quais intervenções que utilizam tecnologia têm sido empregadas aos pacientes hospitalizados com o intuito de aumentar a segurança, no que diz respeito a administração de medicamentos? Totalizou-se 10 estudos, publicados no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2014, que atendiam aos critérios de inclusão. Após a análise dos dados foi possível identificar que o uso da tecnologia na saúde envolveu: Bomba de Infusão “Inteligente”; Sistema de Alertas e Ferramentas de Apoio à Decisão Clínica; Código de Barras e Sistema Eletrônico de Registro de Medicamentos; Prescrição Médica Eletrônica e Bases de Dados Computadorizada. Verificou-se que a segurança do paciente, nos estudos em questão, foi incrementada com a utilização de uma ou mais ferramentas tecnológicas, resultando em diminuição dos erros de administração de medicamentos e favorecendo a segurança aos pacientes. Descritores: Erros de Medicação, Tecnologia Biomédica, Segurança do Paciente

ABSTRACT

Gallo, P.F. Technology in Health and Safety Drug Administration in Hospitalized Patients: an integrative review. 2015. 116f. Thesis (MS) – University of São Paulo at Ribeirão Preto, College of Nursing, 2015.

Adverse Events (AE) are recurrent in health institutions and include medication administration errors that can occur in several stages of the process of this administration, since the prescription until the patient monitoring. Currently, they seek the reduction of unnecessary damage to a minimum within acceptable limits through technological tools .Based on this, the objective was to seek and analyze the scientific evidence available in the national and international literature regarding the use of technology in the safety of hospitalized patients considering drug administration. The Evidence-Based Practice (EBP) was used as the theoretical framework for this study. An Integrative Literature Review was performed in CINAHL, LILACS and MEDLINE databases; the guiding research question was: What interventions using technology have been employed to hospitalized patients in order to increase security, as regards the administration of medication? It amounted to 10 studies published from January 2010 to December 2014, which matched to the inclusion criteria. After analyzing the data it was observed that the use of health technology involved: Smart Pump; System Alerts and Clinical Decision Support Tools; Bar Code and Electronic System for Drug Registration; Computerized Physician Order Entry and Computerized Databases. It was found that the safety of the patient, in these studies concerned, was increased with the use of one or more technological tools, resulting in decreased drug administration errors and favoring the safety of the patient. Key words: Medication Errors, Biomedical Technology, Patient Safety

RESUMEN

Gallo, P.F. Tecnología en Salud y Seguridad en la Administración de Medicamentos en Pacientes Hospitalizados: una revisión integradora. 2015. 116 f. Disertación (Máster) – Escuela de Enfermería Ribeirão Preto, Universad de São Paulo, 2015.

Eventos Adversos (EA) son recurrentes en las instituciones de salud e incluyen los errores de administración de medicamentos, que pueden ocurrir en diversas etapas del proceso de esa administración, desde la prescripción al monitoreo del paciente. Actualmente, el objetivo es disminuir los daños innecesarios a un nivel mínimo dentro de los límites aceptables, por medio de herramientas tecnológicas. Ante lo expuesto se tuvo como objetivo buscar y analizar las evidencias científicas, disponibles en la literatura nacional e internacional, a respecto del uso de la tecnología en la seguridad de los pacientes hospitalizados, considerando la administración de medicamentos. Se utilizo la Práctica Basada en Evidencias (PBE) como marco de referencia teórico para este estudio. Se realizó la Revisión Integradora de la literatura en las base de datos CINAHL, LILACS y MEDLINE; La cuestión principal de La investigación fue: ¿Cuales intervenciones que utilizan tecnología han sido empleadas en los pacientes hospitalizados con el fin de aumentar la seguridad, en cuanto a la administración de medicamentos? Fueron en total 10 estudios, publicados en el período de enero de 2010 a diciembre de 2014, que cumplían los criterios de inclusión. Después del análisis de los datos fue posible identificar que el uso de la tecnología en salud implicó: Bomba de Infusión “Inteligente”; Sistema de Alertas y herramientas de Apoyo a la Decisión Clínica; Código de Barras y Sistema Electrónico de Registro de Medicamentos; Prescripción Médica Electrónica y Bases de Datos Computadorizada. Se comprobó que la seguridad del paciente, en los estudios en cuestión, fue incrementada con el uso de una o más herramientas tecnológicas, dando como resultado una disminución de los errores de administración de medicamentos y favoreciendo la seguridad de los pacientes. Descriptores: Errores de Medicación, Tecnología Biomédica, Seguridad del Paciente

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Etapas da seleção de estudos da base CINAHL......................

53

Figura 2 Etapas da seleção de estudos da base PUBMED....................

54

Figura 3 Classificação dos níveis de evidências.....................................

56

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Descritores utilizados para a localização dos artigos nas

bases de dados PUBMED, CINAHL e LILACS, 2015.............

49

Quadro 2 Estratégia de busca na base de dados LILACS, 2015...........

51

Quadro 3 Estratégia de busca na base de dados CINAHL, 2015..........

51

Quadro 4 Estratégia de busca na base de dados PUBMED, 2015........

52

Quadro 5 Apresentação dos estudos selecionados e respectivos autores conforme periódico de publicação e base de dados, 2015........................................................................................

59

Quadro 6 Apresentação dos periódicos de acordo com número de estudos selecionados e o fator de impacto do mesmo...........

61

Quadro 7 Apresentação da síntese do estudo 1 incluído na revisão, segundo título, autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento amostral, intervenção, resultados e conclusões, 2015................................................

62

Quadro 8 Apresentação da síntese do estudo 2 incluído na revisão, segundo título, autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento amostral, intervenção, resultados e conclusões, 2015...............................................

63

Quadro 9 Apresentação da síntese do estudo 3 incluído na revisão, segundo título, autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento amostral, intervenção, resultados e conclusões, 2015................................................

64

Quadro 10 Apresentação da síntese do estudo 4 incluído na revisão, segundo título, autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento amostral, intervenção, resultados e conclusões, 2015................................................

65

Quadro 11 Apresentação da síntese do estudo 5 incluído na revisão, segundo título, autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento amostral, intervenção, resultados e conclusões, 2015................................................

66

Quadro 12 Apresentação da síntese do estudo 6 incluído na revisão, segundo título, autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento amostral, intervenção, resultados e conclusões, 2015...............................................

67

Quadro 13 Apresentação da síntese do estudo 7 incluído na revisão,

segundo título, autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento amostral, intervenção, resultados e conclusões, 2015................................................

68

Quadro 14 Apresentação da síntese do estudo 8 incluído na revisão, segundo título, autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento amostral, intervenção, resultados e conclusões, 2015................................................

69

Quadro 15 Apresentação da síntese do estudo 9 incluído na revisão, segundo título, autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento amostral, intervenção, resultados e conclusões, 2015................................................

70

Quadro 16 Apresentação da síntese do estudo 10 incluído na revisão, segundo título, autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento amostral, intervenção, resultados e conclusões, 2015................................................

71

Quadro 17 Categorização sintetizada dos estudos elegíveis, 2015...........................

72

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

BIREME Biblioteca Virtual em Saúde

CINAHL Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature

COREN Conselho Regional de Enfermagem

DECS Descritores em Ciências da Saúde

EA Eventos Adversos

EERP/USP Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de

São Paulo

HERP Hospital Estadual de Ribeirão Preto

ICPS International Classification for Patient Safety

LASA Listen Alike Sound Alike

LILACS Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde

MBE Medicina Baseada em Evidências

MEDLINE Medical Literature Analysis an Retrieval Sistem on-line

MESH Medical Subject Headings

NCC MERP The National Coordinating Council for Medication Error Reporting

and Prevention

NOTIVISA Sistema informatizado nacional para o registro de problemas

relacionados ao uso de tecnologias e de processos assistenciais

OMS Organização Mundial da Saúde

PBE Prática Baseada em Evidências

REBRAENSP Rede Brasileira de Enfermagem e Segurança do Paciente

RI Revisão Integrativa

SNG sonda nasogástrica

SURPASS Surgical Patient Safety System Check List

UI Unidades de Internação

USI Unidade Semi-Intensiva

UTI Unidade de Terapia Intensiva

VIGIPOS Vigilância pós uso das tecnologias em saúde

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO

1. 1.1 1.2 1.3 1.4

REVISÃO DA LITERATURA.......................................................... Eventos Adversos.......................................................................... Administração de Medicamentos.................................................. Segurança do Paciente................................................................. Tecnologia em Saúde....................................................................

17 18 25 30 33

2. REFERENCIAL TEÓRICO.................................................... ...

37

3. OBJETIVO...............................................................................

42

4. 4.1 4.2 4.3 4.4 4.5 4.6 4.7

MÉTODO................................................................................. Tipo de estudo............................................................................... Questão Norteadora...................................................................... Busca na literatura......................................................................... Critérios de Seleção...................................................................... Extração dos Dados...................................................................... Apresentação dos Dados.............................................................. Análise dos Estudos......................................................................

44 45 47 48 50 55 56 57

5. 5.1

RESULTADOS........................................................................ Caracterização dos estudos selecionados....................................

58 59

6. 6.1 6.2 6.2.1 6.2.2 6.2.3 6.2.4

DISCUSSÃO........................................................................... Categorização das tecnologias...................................................... O uso da tecnologia na saúde....................................................... Bomba de Infusão Inteligente........................................................ Sistema de Alerta e Ferramenta de Apoio à Decisão Clínica....... Código de Barras e Sistema Eletrônico de Registro de Medicamentos................................................................................ Prescrição Médica Eletrônica e Base de Dados ...........................

73 74 74 77 81

85 88 90

7. CONCLUSÃO..........................................................................

92

REFERÊNCIAS............................................................................

94

ANEXOS.................................................................................

111

APRESENTAÇÃO

Em 2013 iniciou-se, na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da

Universidade de São Paulo – EERP/USP, a primeira turma do Programa de Pós-

Graduação Mestrado Profissional em Tecnologia e Inovação em Enfermagem e

tivemos o privilégio de compor este grupo, inserindo-nos na linha de pesquisa:

Tecnologia e Inovação no Cuidado em Enfermagem.

Porém nossa trajetória na área da saúde não começou neste momento,

teve inicio em 2002 com o ingresso no curso de Bacharelado em Enfermagem e ao

término do curso, em 2005, a concretização do sonho de ser enfermeira.

Em março de 2008, após experiências profissionais prévias em um

Hospital Geral do interior do Estado de São Paulo e em Maternidade nesta cidade,

ingressamos no Hospital Estadual de Ribeirão Preto (HERP), que seria inaugurado

naquele mesmo mês. Juntamente com o novo trabalho vieram novos desafios,

expectativas e o desejo de fazer do exercício da Enfermagem algo de excelência e

inovação.

As atividades diárias eram desenvolvidas em unidades de internação,

tanto clínica quanto cirúrgica e uma das principais rotinas existentes era e ainda é a

administração de medicamentos. Trata-se de uma tarefa complexa e com muitos

riscos associados.

Por diversas vezes a segurança do paciente, em qualquer instituição de

saúde, é prejudicada com a ocorrência de eventos adversos e, desta forma, a busca

por processos de uma assistência segura torna-se primordial.

Por uma iniciativa da Diretoria da instituição, bem como do grupo de

enfermeiros do HERP, no ano de 2010 foi iniciado um projeto piloto para

administração de medicamentos, que contava com um software totalmente

desenvolvido pela equipe de Tecnologia da Informação deste hospital, objetivando

uma forma segura e eficiente de administração de medicamentos. No ano de 2012

os 50 leitos das Unidades de Internação já contavam com o suporte do sistema

informatizado “Beira Leito” para administração de medicamentos aos pacientes

internados.

Porém, com o decorrer do tempo observou-se a necessidade de ajustar

falhas bem como preencher lacunas, no que diz respeito ao uso da tecnologia no

serviço de saúde hospitalar, e iniciamos a busca de informações que pudessem nos

instrumentalizar em todo este processo.

O presente estudo emerge da necessidade de compreender melhor as

possibilidades do uso da tecnologia considerando a administração segura de

medicamentos.

Desta forma, entendemos que esta investigação poderá fornecer

subsídios para o aprimoramento da prática profissional, tornando-a mais eficiente e

segura.

17

1 REVISÃO DA LITERATURA

Revisão da Literatura 18

1.1 Eventos Adversos

Eventos Adversos (EA) acontecem nas diversas instituições de saúde e

devem ser evitados, objetivando que estas instituições alcancem melhorias em seus

processos de qualificação. Sua compreensão facilita a investigação da qualidade da

assistência e auxilia na avaliação dos serviços de saúde (BECCARIA et al., 2009).

Tais eventos são entendidos como complicações, iatrogenias, incidentes

ou erros médicos e são decorrentes de fatores humanos, organizacionais ou

técnicos, resultando ou não em danos ao paciente (BRASIL, 2006). São definidos

como quaisquer ocorrências médicas inconvenientes, sofridas por sujeitos de

pesquisa em investigação clínica (MARODIN; GOLDIN, 2009) Constituem-se em

ocorrências desfavoráveis, que podem acontecer durante o atendimento à saúde

(PAIVA; PAIVA; BERTI, 2010); são incidentes que atingiram os pacientes e

resultaram em danos ou lesões (REASON, 2000; LOMBARTS et al., 2009).

Compõem-se de complicações indesejadas decorrentes do cuidado prestado aos

pacientes, não atribuídas à evolução natural da doença de base; afetam, em média,

10% das admissões hospitalares; desafiam o aprimoramento da qualidade na área

da saúde, pois sua presença reflete o distanciamento entre o cuidado ideal e o real

(GALLOTTI, 2004).

Os EA podem ser definidos como lesões não intencionais que resultam

em incapacidades temporárias ou permanentes e/ou prolongamento do tempo de

permanência ou morte como consequência do cuidado prestado (MENDES et al.,

2005; MARODIN; GOLDIN, 2009); são considerados agravos, não intencionais, que

não apresentam, necessariamente, relação com a doença que levou ao atendimento

inicial, mas que provocam lesões nos pacientes afetados, podendo prolongar o

tempo de internação ou ainda ocasionar óbitos (PAIVA; PAIVA; BERTI, 2010).

Quando decorrentes de erros são denominados EA evitáveis (GALLOTTI,

2004); também podem ser classificados em relação a sua previsibilidade, frequência,

gravidade ou severidade, causalidade e seriedade (MARODIN; GOLDIM, 2009), se

relacionados às medicações, EA não evitáveis são também chamados de reações

adversas aos medicamentos (CASSIANI; FREIRE; GIMENES, 2003). EA cirúrgico e

aqueles relacionados ao uso de drogas parecem corresponder às categorias mais

Revisão da Literatura 19

freqüentes (GALLOTTI, 2004); quase dois terços desses eventos ocorridos em

hospitais estão relacionados aos procedimentos cirúrgicos (VRIES et al., 2011).

A busca pela ocorrência dos EA mostrou que eles acontecem em muitos

países.

Na Colômbia estudo teve como objetivo determinar a incidência,

classificação, evitabilidade e impacto dos EA para determinar a sua importância

como problemas que acontecem em hospitais daquele país. Realizou-se uma coorte

prospectiva de pacientes hospitalizados, há pelo menos 12 horas, em três

Instituições hospitalares gerais colombianas. Foram excluídos os pacientes

psiquiátricos e a presença de EA antes da admissão hospitalar. Foram avaliados

6688 indivíduos durante o período de vigilância; detectou-se 505 pacientes com

rastreamento positivo; um total de 310 apresentou, pelo menos, um EA; em 189

destes pacientes tais eventos foram considerados evitáveis; a invalidez permanente

ocorreu em 1,3% dos pacientes; a mortalidade associada com os EA foi de 6,4%; e

esses propiciaram 1072 dias a mais de hospitalização. Concluiu-se que a incidência

de EA evitáveis foi significativa nos três hospitais colombianos investigados

(GAITAN-DUARTE et al., 2008).

Nos Estados Unidos, estudo objetivou reduzir a taxa de EA relacionados

aos medicamentos prejudiciais de 0,24/1000 doses para 0,08/1000 doses. O estudo

foi quasi-experimental e implementado em um hospital; os eventos foram detectados

por meio de uma combinação de comunicação voluntária, implementação de um

programa voltado para alta confiabilidade, análise da ferramenta utilizada,

intervenções da farmácia e uma colaboração multidisciplinar centrada nos processos

de uso de medicação, não em classes específicas de medicamentos. Como

resultado obteve-se que a taxa de EA prejudiciais aumentou em >65%, inicialmente,

devido ao aumento das notificações de erros. A taxa trimestral foi de 0,17/1000

doses de medicamentos dispensadas em 2010. Até o final de 2013, a taxa havia

diminuído em 76,5%, para 0,04/1000 doses dispensadas. Usando um modelo de

colaboração interna e metodologias focados em processos de uso de medicação, os

EA nocivos foram reduzidos em todo o hospital em 76,5%. A implementação

simultânea de um programa de alta confiabilidade e colaboração multidisciplinar,

voltado para a segurança, mostrou-se importante (MCCLEAD JR et al., 2014).

Na Nigéria, estudo teve como objetivo determinar a prevalência de EA,

Revisão da Literatura 20

bem como avaliar a causa, natureza, gravidade, evitabilidade e os resultados em um

hospital nigeriano e determinar a classe de drogas suspeitas mais comumente

implicadas. A investigação foi realizada com de 221 pacientes adultos, tanto da ala

hospitalar como do ambulatório. A prevalência de EA foi de 17,6% (IC 95%) com 30

(79,5%) destes eventos apresentados na admissão e 8 (20,5%) em desenvolvimento

durante a internação; 46,2% dos eventos foram classificados como prováveis, 35,9%

possíveis e 7,9% certos. Com base na gravidade, 5,1% foram classificados como

suaves, 59,0% como moderados, 30,8% graves e 5,1% letais; 87,2% eram

possivelmente evitáveis; 94,9% dos pacientes recuperaram-se totalmente e 5,1%

morreram. Os EA constituem uma importante causa de internações no hospital

nigeriano investigado e provavelmente ainda irão ocorrer durante as internações

hospitalares recomendando-se o seu acompanhamento (OREAGBA; BADA;

CHUKA-EBENE, 2015).

Na China, foi realizado um estudo prospectivo multicêntrico que incluiu

pacientes submetidos a cirurgias não cardíacas entre 1º de Março de 2008 e 28 de

fevereiro de 2010, em cinco hospitais universitários, localizados em diferentes

regiões do país. EA cardíacos são importantes causas de morbidade e mortalidade

peri-operatória de pacientes idosos submetidos a cirurgia não cardíaca. A incidência

desses eventos em pacientes idosos chineses submetidos à cirurgia não cardíaca foi

de 9,1% pois de 1422 pacientes recrutados, 129 desenvolveram pelo menos um

evento e a morte ocorreu em 11 pacientes (0,8%). Os fatores de risco que

contribuem para os EA cardíacos foram: idade ≥ 75 anos, sexo feminino, história de

infarto do miocárdio, histórico de hipertensão, cirurgia de alto risco, hipotensão intra-

operatória, e hipoxemia intra-operatória (XU et al., 2015).

Ainda nos Estados Unidos, investigação analisou retrospectivamente os

EA que ocorrem dentro da primeira hora após a infusão em 460 pacientes com

câncer submetidos a transplante de células-tronco, no período de 1º de janeiro de

2008 a 1º de maio de 2011. Destes pacientes, 382 receberam transplantes

autólogos e 78 transplantes alogênicos. A incidência, tipos e critérios utilizados na

terminologia adotada pelo Instituto Nacional do Câncer Comum e o grau de

toxicidade para os EA foram anotados. Foram realizadas análises univariadas para

estudar quais características dos pacientes e das infusões podem estar associadas

com a ocorrência dos eventos. Dos 460 pacientes, 261 (56,7%) apresentaram EA

Revisão da Literatura 21

(66,7% durante a infusão alogênica e 54,7% durante a infusão autóloga); a maioria

dos eventos foi cardiopulmonar; a análise univariada da infusão e das características

dos pacientes revelou que um segundo transplante (p= 0,005) foi associado com

mais EA para os pacientes de transplante autólogo; para os de transplante

alogênico, uma infusão de maior volume de glóbulos vermelhos (p= 0,01) foi

associada com mais EA. Concluiu-se que tais eventos ainda são comuns durante a

infusão de células-tronco e são geralmente cardiopulmonares (VIDULA et al., 2015).

Na Holanda, um checklist de segurança do paciente cirúrgico (SURPASS

– Surgical Patient Safety System Check List) foi desenvolvido em 2004 e vem sendo

utilizado pelos profissionais envolvidos com o paciente cirúrgico. Estudo teve o

objetivo de avaliar qual a proporção e a natureza dos erros cirúrgicos que poderiam

ser prevenidas pelo uso do SURPASS Check List. Foi realizada uma revisão dos

registros usando dados da companhia de seguros holandesa MediRisk Company.

Todos os registros de erros médicos arquivados em consequência de incidentes

ocorridos de janeiro de 2004 a dezembro de 2005 foram reavaliados. Das 2128

reclamações feitas, 294 foram inseridas no estudo. Erros de diagnóstico (26%), de

tratamento (13%), danos pré-operatórios (20%), lados errados da cirurgia (2%),

sítios errados da cirurgia (7%), procedimentos errados (6%) e pacientes errados

(1%) foram os eventos mais identificados. Do total de 412 fatores contributivos para

estes problemas, 29% correspondiam a um dos itens do checklist, demonstrando

que poderiam ter sido prevenidos caso esta ferramenta tivesse sido utilizada.

Quanto aos desfechos dos eventos, 31% conduziram a dano temporário sem

reoperação, porém, em mais de um terço (37%) houve necessidade de novo

procedimento cirúrgico, 29% levaram a danos permanentes e 3% resultaram em

óbito. Em 40% dos óbitos e em 29% dos que apresentaram danos permanentes, no

mínimo um fator contribuinte era coberto por um item do checklist e poderia ter sido

prevenido, caso o SURPASS tivesse sido usado (VRIES et al., 2011).

Como a infecção de sítio cirúrgico é considerada um EA, estudo espanhol

objetivou descrever a existência e qualidade da protocolização da preparação pré-

cirúrgica em uma rede regional de hospitais públicos de Múrcia Avaliou-se o

indicador existência de protocolo/norma de preparação pré-cirúrgica, analisando a

qualidade formal (atributos) e de conteúdo (presença de recomendações baseadas

em evidência) dos documentos existentes. Sete (de nove) hospitais comprovaram

Revisão da Literatura 22

que tinham protocolos de preparação pré-cirúrgica. Foram identificadas

oportunidades de melhoria da qualidade formal e de conteúdo dos protocolos.

Recomendações sobre assepsia estavam incompletas na maioria dos documentos;

a preparação pré-cirúrgica está protocolizada na maioria dos hospitais, mas a

qualidade dos protocolos era deficiente, assim como a padronização das práticas

baseadas em evidências (PENALVER-MOMPEAN et al., 2012).

No Brasil, pesquisa realizada em três hospitais cariocas mostrou que

7,6% dos pacientes internados eram acometidos por algum tipo de EA (MENDES et

al, 2009).

O objetivo de um estudo realizado no estado de São Paulo foi identificar

os EA na assistência de enfermagem em uma unidade de terapia intensiva (UTI). Os

dados foram coletados por meio de uma ficha de ocorrências, em um período de dez

meses, no qual os pacientes foram monitorados durante a permanência na UTI.

Foram registrados 550 EA sendo 26 relacionados aos cinco certos na administração

de medicamentos, 23 às medicações não administradas, 181 às anotações

inadequadas da medicação, 28 às falhas na instalação de drogas em bomba de

infusão, 17 a não realização de medicamentos inalatórios, 8 ao manuseio incorreto

de seringas e agulhas, 53 aos procedimentos de enfermagem não realizados, 46 ao

manuseio incorreto de artefatos terapêuticos e diagnósticos, 37 aos alarmes dos

equipamentos utilizados de maneira incorreta e 131 à falhas nas anotações de

enfermagem. A existência de EA no cuidado prestado pela enfermagem é um

indicador importante que evidencia a qualidade da assistência na UTI. (BECCARIA

et al, 2009).

A enfermagem concentra grande parte das atividades e dos processos de

atendimento nos serviços de saúde, o que favorece o seu envolvimento nas falhas

que ocorrem na assistência ao paciente, consideradas EA.

Nesse sentido, pesquisa realizada no Uruguai teve como objetivo

conhecer os aspectos significativos para enfermeiros sobre a sua experiência de ser

responsável por um EA à saúde. O estudo foi qualitativo exploratório, com foco na

hermenêutica dialética e utilizou a técnica de análise de conteúdo. A amostra foi

constituída por doze enfermeiros que tiveram pelo menos uma experiência de

responsabilidade por EA a um paciente e quatro supervisores de enfermagem com a

responsabilidade de monitorar o EA. A análise dos dados permitiu a construção das

Revisão da Literatura 23

categorias relacionadas com a organização de saúde e recursos humanos: o

contexto organizacional, a falta de notificação do evento, o excesso de trabalho e a

falta de descanso. Torna-se necessário aprofundar o tema por meio de pesquisa e

desenvolvimento de intervenções para promover a cultura de segurança nos

cuidados de saúde, com implicações na prática e na formação de enfermeiros

(FERREIRA-UMPIERREZ, CHIMINELLI-TOMAS, 2014).

No Brasil, estudo realizado em um hospital de ensino do interior do

Estado de São Paulo, buscou compreender a motivação da equipe de enfermagem

para a notificação de EA no ambiente de trabalho. Foram realizadas entrevistas

abertas com 17 enfermeiros e 14 técnicos/ auxiliares de enfermagem do hospital e

as respostas foram analisadas e categorizadas. Foi possível a identificação de seis

categorias: todo tipo de ocorrência deve ser notificado; a notificação como sistema

de auxílio à gestão da assistência; a cultura da punição em transição; o enfermeiro

como responsável pela notificação voluntária; compartilhar problemas com a

administração superior e alcançar qualidade no processo de trabalho. Ao notificar o

EA, os profissionais compreendem que estabelecem uma relação de colaboração

com a instituição e acreditam que receberão suporte administrativo e segurança

profissional, condições que os encorajam a continuar notificando. Notificar permite à

equipe de enfermagem compartilhar responsabilidades com a administração

superior e, ainda, estimula ações corretivas. O estudo revela a motivação da equipe

de enfermagem para a notificação de EA, o que contribui para a reflexão das

políticas institucionais voltadas para a segurança do paciente nos serviços de saúde

(PAIVA et al, 2014).

Em um hospital privado de nível terciário localizado no município de São

Paulo foi realizado um estudo quantitativo, retrospectivo, que objetivou caracterizar

os EA nas UTI, nas Unidades Semi-Intensivas (USI) e nas Unidades de Internação

(UI) quanto à natureza, tipo, dia da semana e relação funcionário/paciente no

momento da ocorrência; e identificar as intervenções dos enfermeiros após o evento

e as taxas de EA. Dos 229 eventos notificados 57,6% estavam relacionados à sonda

nasogástrica (SNG), seguidos por queda (16,6%) e administração de medicamentos

(14,8%). A relação funcionário/paciente, no momento do evento, era de 1:2 na UTI,

1:3 na USI e 1:4 na UI; houve distribuição semelhante de ocorrências nos diferentes

dias da semana. As intervenções de enfermagem foram recolocações da SNG (83,3

Revisão da Literatura 24

%) e comunicação da ocorrência ao médico nos casos de erros de medicação

(47,6%) e queda (55,2%). A maior taxa de EA foi relacionada à SNG (NASCIMENTO

et al., 2008).

Ainda no Brasil, os EA tornaram-se preocupação da ANVISA (Agência

Nacional de Vigilância Sanitária). Esta é uma instituição reguladora vinculada ao

Ministério da Saúde, que exerce o controle sanitário de todos os produtos e serviços

submetidos à vigilância sanitária, tais como medicamentos, alimentos, cosméticos,

saneantes, derivados do tabaco, produtos médicos, sangue, hemoderivados e

serviços de saúde (BRASIL, 1999).

A ANVISA desde 2008, estabeleceu um formulário de notificação de

eventos adversos aos medicamentos, incluído no NOTIVISA, sistema informatizado

nacional para o registro de problemas relacionados ao uso de tecnologias e de

processos assistenciais, por meio do monitoramento da ocorrência de queixas

técnicas de medicamentos e produtos para a saúde, incidentes e EA, com o

propósito de fortalecer a vigilância pós uso das tecnologias em saúde, conhecida

como VIGIPOS e a vigilância dos eventos adversos assistenciais. A partir daquela

data, o sistema, em 2012, já tinha recebido mais 16 mil notificações e este número

continuava a aumentar em torno de 30% ao ano (BRASIL, 2008, 2013a).

O EA está no âmago de uma discussão ainda maior que é a segurança

do paciente, grande problema no campo da saúde, determinante para a qualidade

das instituições de cuidados de saúde. Cuidados de saúde inseguros resultam em

aumento da morbidade e mortalidade evitáveis, além de aumento da despesa, que

afeta a eficácia e a eficiência dos sistemas saúde (FERREIRA-UMPIERREZ,

CHIMINELLI-TOMAS, 2014).

A segurança do paciente e a administração de medicamentos, temáticas

que apresentam íntima relação com esse estudo e são motivadoras para sua

elaboração, serão tratadas nos próximos itens desta Revisão.

Revisão da Literatura 25

1.2 Administração de Medicamentos

A administração de medicamentos é uma prática complexa e recorrente

para os profissionais de enfermagem no desenvolvimento de suas ações diárias que

afetam substancialmente parte da população hospitalizada (COIMBRA; CASSIANI,

2001).

É considerada uma das atividades de maior seriedade e relevância,

sendo necessária à enfermagem a aplicação de princípios científicos que

fundamentem a ação do enfermeiro, de forma a prover ações seguras (CARVALHO

et al., 1999). É uma das funções assistenciais exercidas pela equipe de enfermagem

decorrente da implementação da terapêutica médica (COIMBRA; CASSIANI, 2001).

Constitui-se em um processo complexo e multidisciplinar, cujos profissionais têm

como objetivo comum a prestação de uma assistência de qualidade, segura e eficaz

para o cliente. Tais características dependem da organização dos processos

envolvidos e da gestão do plano terapêutico (FRANCO et al., 2010).

Quanto mais complexas as ações realizadas maior é o risco de exposição

dos pacientes às iatrogenias e complicações em sua saúde física, emocional e

psíquica.

Entende-se por iatrogenia a denominação dada às doenças ou

manifestações causadas pelo uso de medicamentos (aplicados de maneira criteriosa

ou não), das radiações, do sangue, dos contrastes radiológicos, dos anestésicos e

as que podem ser induzidas por atos cirúrgicos, pela ação médica pouco prudente,

ou impactos emocionais (LACAZ et al., 1980).

Para a administração segura de medicamentos há de se difundir e

promover o conhecimento farmacológico para que os profissionais de enfermagem

incorporem um alicerce científico apropriado à administração de medicamentos. São

também necessários os conhecimentos sobre anatomia, fisiologia, microbiologia e

bioquímica, para esta administração ser segura (TELLES FILHO; CASSIANI, 2004).

A administração de medicamentos inicia-se no momento da prescrição

médica, continua com a provisão destes pelo farmacêutico e termina com o seu

preparo e administração aos clientes pela enfermagem (CARVALHO et al., 1999).

No Brasil, o exercício dessa atividade está sendo praticado, na maioria

Revisão da Literatura 26

das instituições de saúde, por profissionais da enfermagem de nível técnico sob a

supervisão do enfermeiro (COIMBRA, CASSIANI, 2001), profissional que deve

conhecer em profundidade os medicamentos a serem administrados por ele ou sua

equipe.

Entretanto, Telles Filho e Cassiani (2004) reforçam que a administração

de medicamentos vem sendo permeada pela escassez de conhecimento, ausência

de reciclagem e de educação em serviço. O conhecimento do enfermeiro deve

abranger a ação do medicamento no organismo, métodos e vias de administração,

eliminação, reações colaterais, dose máxima e terapêutica, efeitos tóxicos, as

técnicas de administração pelas diferentes vias, bem como, a anatomia e fisiologia

humana; falhas no conhecimento deste profissional refletem diretamente na

orientação que é fornecida ao paciente (MIASSO; CASSIANI, 2005). A falta de

conhecimento sobre a estabilidade, a biodisponibilidade, o armazenamento e o

preparo de medicamentos são, também, causas freqüentes de erros de

medicamento em hospitais brasileiros (RIBEIRO, 1993).

O enfoque que está sendo exercido sobre a prática de administração de

medicamentos é mais voltada para o conhecimento científico, dos quais os

profissionais enfermeiros abstraem em seu percurso cotidiano, seja ele adquirido em

sua formação profissional, na sua vivência ou em cursos de aperfeiçoamento, entre

outros (COIMBRA; CASSIANI, 2001).

Administrar medicamentos é, portanto, um processo multi e inter-

disciplinar, que exige conhecimento variado, consistente e profundo (TELLES

FILHO; CASSIANI, 2004).

Erros relacionados à administração de medicamentos podem ocorrer

tanto no hospital quanto no domicílio, após a alta hospitalar do paciente (MIASSO;

CASSIANI, 2005). Muitas vezes, o erro de medicação só é descoberto quando o

paciente apresenta alguma manifestação clínica após a administração, ou algum

dano foi percebido ao cliente (FRANCO et al., 2010). Em geral, os erros podem ser

causados pela enfermagem, considerando principalmente o fato de que são os

profissionais designados pelo preparo e administração dos fármacos (RIBEIRO,

1993).

Na ocorrência de um erro, o enfermeiro deve iniciar uma investigação

criteriosa evidenciando todos os detalhes, tais como, horário, pessoal envolvido,

Revisão da Literatura 27

turno, tipo de erro, estágio do processo que ocorreu o erro e possíveis falhas no

sistema a fim de corrigir e preveni-los, e não atribuir a culpa somente ao profissional

envolvido. A identificação dos erros e dos fatores de risco favorece a identificação de

falhas e a minimização da repetição dos erros (FRANCO et al., 2010).

Para a reflexão a respeito do impacto dos erros de medicação na

segurança do paciente, primeiramente é necessário o uso de uma linguagem

uniforme referente ao significado dos termos relacionados a erros de administração

de medicamento.

De acordo com The National Coordinating Council for Medication Error

Reporting and Prevention - NCC MERP (1999) consideram-se:

Erro de omissão: a não realização de uma (ou mais) dose(s) e/ou

medicamento(s) ao paciente.

Erro de Medicamento: quando o medicamento administrado não

corresponde ao prescrito.

Erro de dose: administração de dose maior ou menor daquela prescrita,

ou ainda a realização de dose extra.

Via de Administração: realização da medicação em outra via que não a

indicada.

Erro de Concentração: reconstituição e/ou diluição realizado(s)

incorretamente.

Erro de Apresentação: medicamentos que possuem, na mesma via de

administração, mais que um tipo de apresentação, por exemplo, solução e cápsula.

Técnica Errada: envolve falhas durante o preparo da medicação, inclui

esmagamento inadequado de cápsulas e comprimidos.

Velocidade da taxa de infusão: caracterizada pela infusão muito rápida

ou muito lenta do medicamento prescrito.

Paciente errado: quando todos os itens relacionados ao medicamento

foram observados, no entanto, realizados a outro paciente.

Erro de horário: administração do medicamento fora do intervalo de

tempo pré-estabelecido.

Erro de Monitoração: relacionado à interação medicamentosa, registro

prévio de alergias, interação medicamento x alimento.

Especificamente, direcionando a prática hospitalar há também outras

Revisão da Literatura 28

classificações destes erros (CASSIANI, 2005), tais como:

Erro de prescrição: falhas relacionadas ao ato de elaborar a prescrição

médica, pode incluir escolha incorreta da droga, erro de cálculo da dose a ser

realizada, da concentração, da via de administração, da velocidade da infusão ou da

ilegibilidade da prescrição manual.

Erro de transcrição: equívocos na transcrição da prescrição médica

manual para o envio ao setor da farmácia.

Erro de dispensação: erros acontecidos na separação do medicamento

pelo setor da Farmácia até a entrega no setor solicitante. Inclui: extravios, entrega

incorreta de dose, medicamento ou apresentação.

EA relacionados aos medicamentos podem ocorrer em qualquer etapa do

processo, ou seja, na prescrição, transcrição, distribuição, administração e

monitorização das reações adversas (CASSIANI; GIMENES; MONZANI, 2009). Os

erros de medicação estão incluídos entre as causas das doenças

iatrofarrnacogênicas (RIBEIRO, 1993).

Sabe-se, também, que os meios de comunicação utilizados (prescrições

incompletas, falhas no preenchimento dos formulários de dispensação, uso de

etiquetas transcritas falta de comunicação entre profissionais e pacientes) podem

ser pontos frágeis e favorecer a ocorrência de erros de medicação (SILVA et al.,

2007).

Nos anos 1960, no Brasil, para cada seis doses administradas aos

pacientes, uma estava incorreta; os sistemas de distribuição de medicamentos

necessitavam ser repensados para melhoria da segurança na distribuição e

administração. Farmacêuticos hospitalares apresentaram um novo sistema

denominado Dose Unitária, capaz de diminuir a incidência de erros de medicação e

o custo dos medicamentos, e minimizar as perdas e os furtos dos mesmos,

melhorando o aproveitamento dos profissionais envolvidos e o nível de assistência

(RIBEIRO, 1993).

Investigação norte americana, considerando a ocorrência de erro e sua

relação com pacientes admitidos, demonstrou que duas em cem admissões foram

alvos de erro relacionado à administração de medicamento (KOHN et al., 2000).

Estudo realizado em 2010 apontou a ocorrência de até 15 EA a cada cem

internações realizadas (HUG et al., 2010)

Revisão da Literatura 29

A definição do número absoluto de erros de medicação, bem como seu

impacto no tempo de internação dos pacientes acometidos, é de difícil mensuração.

Isso ocorre tanto pela existência de características singulares em cada instituição de

saúde, considerando a complexidade do paciente, os mecanismos de segurança

utilizados e a qualificação dos trabalhadores, quanto pela existência da

subnotificação dos erros de medicação (MONZANI, 2006; ALJADHEY et al., 2013a),

decorrente da maior frequência de ações punitivas em detrimento das ações

educativas ao realizar o registro dos erros cometidos (KÜHNER; MARQUES, 2004).

A Resolução da Diretriz Colegiada número 36/2013 sugere a substituição da culpa e

da punição diante de erros pela oportunidade de aprendizado com as falhas,

buscando melhorias na atenção à saúde (BRASIL, 2013b).

Alguns estudos apontam para a dificuldade de entendimento das

prescrições manuais em decorrência da ilegibilidade que estas apresentam e o

impacto sobre os erros de dispensação e/ou administração que surgem pela

dificuldade em compreender o nome do medicamento, bem como doses, vias ou

intervalos de repetição (CASSIANI et al., 2009; GIMENES, 2007).

Estima-se que os custos financeiros da morbimortalidade relacionada à

administração de medicamentos sejam próximos a US$136 bilhões (cento e trinta e

seis bilhões de dólares), por ano, nos estados norte americanos (KOHN et al, 2000).

Há mais de uma década Bates et al. (1997) reportam que os gastos gerados, em um

determinado hospital norte americano estudado, seria de aproximadamente US$5,6

milhões (cinco milhões e seiscentos mil dólares) por ano, em virtude de Eventos

Adversos de Medicamentos.

Kohn et al.(2000) apontam para o fato de que o incremento médio em

caso de erros de medicação é de cerca de US$4.700 (quatro mil e setecentos

dólares) por admissão, ou seja, cerca de US$ 2,8 milhões (dois milhões e

oitocentos mil dólares) em um hospital de grande porte, com aproximadamente 700

leitos de internação. Tornam-se inegáveis os prejuízos financeiros decorrentes da

administração incorreta de medicamentos, além da repercussão no estado de saúde

do paciente e a possibilidade de lesões permanentes.

O melhor controle do processo de administração dos medicamentos

permite que esses cheguem ao paciente na dose, via e hora corretas. A abolição de

transcrições da prescrição médica e a sua revisão pelo farmacêutico diminuem a

Revisão da Literatura 30

probabilidade de ocorrer erros de medicação. A dispensação das medicações, de

acordo com as prescrições médicas e em estado de serem administradas

diretamente ao paciente, reduz significativamente o tempo que a equipe de

enfermagem gasta em atividades relacionadas a esta administração, possibilitando o

emprego desse tempo na melhoria da qualidade da assistência dispensada aos

pacientes sob sua responsabilidade (RIBEIRO, 1993).

Novos processos que podem favorecer a segurança ao paciente e o melhor

desempenho da equipe de enfermagem envolvem tecnologias de saúde.

1.3 Segurança do Paciente

A temática referente à segurança do paciente tem sido alvo de diversas

instituições de saúde em âmbito mundial. Existe a preocupação com o indivíduo, em

virtude das complicações resultantes do tratamento de saúde ou erros decorrentes

da ação de profissionais da área da saúde, como por exemplo: manipulação

incorreta do paciente, infecções, identificação incorreta de pacientes pré-cirúrgicos

ou óbito (KOHN et al., 2000; ALVES, 2013; CHAVE, 2013).

Outro fator importante que suscita o interesse pelo assunto está

relacionado aos possíveis desdobramentos que este evento pode trazer para a

Instituição, exemplificado pelo aumento nas taxas de ocupação além dos gastos

financeiros, considerando tanto os gastos terapêuticos quanto pagamentos a

seguros e ressarcimentos legais pelos danos causados durante a internação

hospitalar (BATES et al., 1997; CLASSEN et al., 1997; KOHN et al., 2000;

CASSIANI, 2005).

O conceito de segurança do paciente está vinculado à ideia de diminuição

de danos desnecessários a um patamar mínimo aceitável, quando se trata de

assistência à saúde (WHO, 2009). É um constructo que implica em um

comportamento destinado a minimizar o risco dos danos aos pacientes por meio da

eficácia e do desempenho individual destinado a evitar lesões aos pacientes do

cuidado que se destina a ajudá-los (ALBRECHT, 2015). Pode ser definida como

uma assistência à saúde livre de danos, realizada de maneira certa, no momento

Revisão da Literatura 31

apropriado, de modo equânime e eficaz, fundamentado em conhecimento científico

e tendo como meta atender as necessidades integrais e individuais do paciente e

família (PARDO et al., 2015).

Vários países reconhecem-na como importante e estão construindo

formas e abordagens para melhorar a qualidade e a segurança dos cuidados.

Também reconhecem a importância de educar os profissionais de saúde nos

princípios e conceitos de segurança do paciente (WHO, 2011).

Em 2002, a Assembleia Mundial de Saúde alertava sobre a necessidade

de se observar atenciosamente o problema da segurança do paciente e de

estabelecer sistemas baseados em sua melhoria, bem como qualidade dos cuidados

de saúde prestados (WHO, 2006). Atualmente estes dois conceitos “Segurança do

Paciente” e “Qualidade da Assistência” têm sido empregados conjuntamente,

entendendo-se que são eixos norteadores para um cuidado integral à saúde

(OLIVEIRA, PAULA, 2013; BRASIL, 2014).

Para que existam ações efetivas objetivando a redução de riscos

assistenciais nas mais diversas Unidades de Saúde, a Organização Mundial da

Saúde (OMS) vem concentrando esforços na tentativa de contextualizar as

informações e desta forma facilitar a descrição, comparação, medição,

monitoramento, análise e interpretação dos dados, tanto para a melhoria direta ao

paciente assistido quanto no desenvolvimento e planejamento das políticas de

saúde (WHO, 2009).

Diante da linguagem inconsistente adotada para o entendimento do que é

segurança do paciente a OMS lançou a Aliança Mundial para a Segurança do

Paciente (World Alliance for Patient Safety), no sentido de criar uma Classificação

Internacional de Segurança do Paciente (International Classification for Patient

Safety – ICPS), que continha 48 conceitos-chave (RUNCIMAN et al, 2009;

TRAVASSOS, CALDAS, 2013). Por meio da “World Alliance for Patient Safety”

(Aliança Mundial para a Segurança do Paciente), a OMS ressalta a importância do

comprometimento com a segurança do paciente, buscando soluções possíveis,

explorando novas tecnologias, além da aproximação do paciente como figura central

desta temática (WHO, 2006). O documento ressalta o uso da tecnologia como um

instrumento poderoso para a busca do cuidado seguro, além da oportunidade de

implementar a tecnologia da informação com a possibilidade de adaptá-la visando a

Revisão da Literatura 32

facilidade do uso.

No Brasil, o Ministério da Saúde instituiu, em 2013, o Programa Nacional

de Segurança do Paciente, atendendo aos apelos individuais e/ou coletivos dos

profissionais da saúde e da população em geral por uma atenção segura e livre de

incidentes. Na enfermagem, foi criada a Rede Brasileira de Enfermagem e

Segurança do Paciente (REBRAENSP), com pólos na maioria dos estados

brasileiros, criando espaços de debates com impacto para as práticas assistenciais,

de ensino e de pesquisa (URBANETTO; GERHARDT, 2013).

Acompanhando o movimento de redução da exposição do paciente a

riscos desnecessários, o Conselho Regional de Enfermagem do Estado de São

Paulo juntamente com a Rede Brasileira de Segurança do Paciente em 2010,

divulgaram o manual “10 Passos Para a Segurança do Paciente” que orienta e

esclarece a importância da promoção da prática segura da assistência de

enfermagem. São contemplados os assuntos: Identificação do paciente, Cuidado

limpo e Cuidado Seguro; Cateteres e Sondas; Cirurgia Segura; Sangue e

Hemocomponentes; Paciente envolvido com sua segurança; Comunicação Efetiva;

Prevenção de Queda; Prevenção de úlcera por pressão; Segurança na utilização da

tecnologia (COREN-SP; REBRAENSP, 2010).

Corroborando com a importância deste tema a Agência Nacional de

Vigilância Sanitária (BRASIL, 2013b) por meio da Resolução da Diretriz Colegiada

(RDC) 36/2013 institui ações para a segurança do paciente em serviços de saúde.

Entretanto, para que haja uma verdadeira segurança do paciente é

necessário existir uma cultura de segurança, definida pelo Programa Nacional de

Segurança do Paciente como: cultura na qual todos os trabalhadores, incluindo

profissionais envolvidos no cuidado e gestores, assumem responsabilidade pela sua

própria segurança, pela segurança de seus colegas, pacientes e familiares; cultura

que prioriza a segurança acima de metas financeiras e operacionais; cultura que

encoraja e recompensa a identificação, a notificação e a resolução dos problemas

relacionados à segurança; cultura que, a partir da ocorrência de incidentes, promove

o aprendizado organizacional e cultura que proporciona recursos, estrutura e

responsabilização para a manutenção efetiva da segurança (URBANETTO;

GERHARDT, 2013).

Revisão da Literatura 33

1.4 Tecnologia em Saúde

Tecnologia é um termo que tem sido usado, corriqueiramente, como um

produto ou equipamento; na realidade tem uma abrangência muito maior, pois

compreende saberes constituídos para a geração e utilização de produtos e para

organizar as relações humanas (MEHRY et al., 1997).

Em saúde, as tecnologias compreendem todas as intervenções que

podem ser utilizadas para promover a saúde, prevenir, diagnosticar, tratar, reabilitar

ou cuidar de doenças em longo prazo; isto inclui medicamentos, dispositivos,

procedimentos e sistemas de organização e suporte dentro dos quais se fornece o

atendimento (SÃO PAULO s/d).

Nesta última década, pode-se observar o desenvolvimento e a aplicação

da tecnologia nos serviços de saúde, como aliados na otimização do tempo e na

prática segura (WHO, 2006).

Na área da saúde as tecnologias podem ser agrupadas nas categorias:

duras, representadas pelo material concreto como equipamentos tecnológicos como

máquinas e normas, mobiliários ou material de consumo; leves-duras, que incluem

os saberes estruturados representados pelas disciplinas que operam em saúde, a

exemplo da odontológica, epidemiológica, clinicas médica, entre outras e leves,

expressadas como o processo de produção da comunicação, das relações, de

vínculos que conduzem ao encontro do usuário com necessidades de ações de

saúde, relações, acolhimento e gestão de serviços (MEHRY et al., 1997; MEHRY,

1997).

O fenômeno tecnologia em saúde, pela complexidade e demandas

diferenciadas, por vezes utilizada no manejo do cuidado ao cliente, faz com que os

profissionais pensem, reflitam, discutam e troquem experiências sobre como

oferecer uma assistência qualificada em um ambiente tecnológico (SILVA;

FERREIRA, 2009).

Tanto para a área da saúde como para a enfermagem, a produção

acelerada da ciência e da tecnologia é essencial para as inovações; influenciam

diretamente na organização do serviço, no modo de cuidar, inovando e

fundamentando a prática assistencial (CROZETA et al., 2010).

Revisão da Literatura 34

Com a conquista das tecnologias na saúde, os serviços passaram a

dispor de técnicas, instrumentos, métodos e matérias-primas diversos, o que

resultou na reconfiguração de espaço físico e da atuação profissional, mas também

em novas formas de prevenção, diagnóstico e tratamento dos agravos à saúde

(SILVA; FERREIRA, 2009).

Considerando-se que a enfermagem é responsável, dentre tantas tarefas,

pela administração de medicamentos aos pacientes hospitalizados e que os erros de

medicação podem acontecer neste processo, há necessidade de se ter mecanismos

que favoreçam a segurança na administração dos diversos fármacos presentes nos

ambientes de atuação profissional.

Buscando soluções para a minimização dos erros relacionados à

administração de medicamentos, Davis (2000) considera essenciais: prescrição

eletrônica, uso de leitor de código de barras e atuação do farmacêutico clínico nas

Unidades de Internação. Para Cassiani, Freire e Gimenes (2003), entre os vários

elementos apontados na literatura para prevenir ou reduzir os erros na medicação

está a tecnologia de informação; a utilização do código de barras nas embalagens

dos medicamentos e a prescrição médica eletrônica estão entre estas estratégias

Ao se reportar ao uso de código de barras, Davis (2000) ressalta o fato de

tal instrumento tecnológico apresentar-se como um filtro de checagem, minimizando

a ocorrência de erros, além de diminuir o tempo gasto no processo de conferência e

checagem das informações antes da administração do medicamento, tornando o

processo mais confiável.

A Aliança para Segurança do Paciente destaca que entre os possíveis

benefícios para o uso da tecnologia na segurança do paciente é que pode-se

melhorar a comunicação entre todos os envolvidos por meio de informações

fidedignas às pessoas certas, e consequentemente resultando em decisões corretas

e seguras. Sugere também o emprego da tecnologia como instrumento de gestão da

segurança na administração de medicamentos, por meio da entrada de solicitações

(WHO, 2006).

Infelizmente, estes avanços tecnológicos ainda não fazem parte da

realidade cotidiana de vários países (ALJADHEY et al., 2013a), fato que corrobora

para a busca de ferramentas acessíveis, considerando a realidade local.

Erros relacionados á administração de medicamentos não devem ser

Revisão da Literatura 35

observados de modo pontual, apenas como um evento isolado, mas é importante

que o sistema seja analisado buscando soluções que contemplem recurso pessoal,

recurso físico, recurso financeiro e acesso a diferentes tecnologias para incremento

da assistência à saúde.

No âmbito internacional, diversas medidas têm sido realizadas e com

bons resultados. Dentre as iniciativas destacam-se a dispensação de medicamentos

com a utilização de códigos de barras, o uso de bombas de infusão, a realização de

listas de medicamentos com nomes e sons semelhantes LASA (do inglês Listen

Alike Sound Alike); o registro de alergias medicamentosas além da realização de

prescrição médica por via eletrônica e checagem de medicamentos com dispositivos

eletrônicos portáteis (AGRAWAL, 2009; POON et al., 2010; JORDÃO et al., 2012;

ALJADHEY et al., 2013b; ISMICT, 2013).

Estudo realizado em um centro médico acadêmico apontou qual tem sido

a utilização da tecnologia na assistência à saúde e seus respectivos benefícios; fez

uma avaliação de um sistema que unifica prescrição eletrônica e a utilização de

checagem utilizando código de barras, apontando uma redução da incidência de

erros graves em 55% (POON et al., 2010).

A prática de administração de medicamentos é rotineira nas instituições

de saúde e necessita que ações e processos sejam aprimorados para o

favorecimento da segurança do paciente. A utilização da tecnologia em saúde pode

ser um instrumento e/ou um meio para a busca e alcance desta assistência livre de

perigos.

Entretanto há ainda necessidade de um maior número de estudos sobre

os aspectos positivos e negativos das tecnologias em saúde.

Em pesquisa realizada no Paraná ficou clara a presença de indicadores

mostrando que a introdução da tecnologia informacional computadorizada

compromete a qualidade no atendimento, prejudicando a relação entre profissional

de saúde-paciente. Esta relação tornou-se mais distante com a introdução do

sistema informatizado; o computador poderia ser comparado a um intruso neste

relacionamento, pois há sequestro do tempo do profissional em relação ao paciente.

Como um elemento essencial para atingir a qualidade nos serviços é o

comprometimento dos profissionais de saúde com o trabalho, a ruptura deste laço

põe em dúvida a qualidade do atendimento, pois contraria o conceito de que, para

Revisão da Literatura 36

haver qualidade no serviço, todos os clientes, funcionários e comunidade devem

estar satisfeitos (MACIEL-LIMA, 2004).

Então, constata-se, até o momento, uma escassez de estudos que

avaliem o impacto dessas tecnologias no tempo de intervenção, nos resultados

alcançados e no processo de trabalho (CBIS, 2012). Entre essas, encontram-se

aquelas relacionadas ao uso de medicamentos, identificando-se que ainda existem

lacunas de conhecimento e, conseqüentemente, as necessidades de mais

pesquisas sobre esta complexa temática.

37

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Referencial Teórico 38

A busca pela qualidade superior do cuidado em saúde, articulada com a

necessidade de uso racional de recursos públicos e privados tem contribuído para o

aumento da pressão sobre os profissionais da área no sentido de assegurar a

implementação de uma prática baseada em evidências científicas (SAMPAIO;

MANCINI, 2007).

A Prática Baseada em Evidências (PBE) compreende o uso consciente,

sensato e com clareza da melhor evidência disponível na atualidade para a tomada

de decisão a respeito do cuidar individual do paciente (ATALLAH; CASTRO, 1998).

Compreende um processo capaz de integrar a competência clínica individual com os

achados clínicos gerados pelas pesquisas sistemáticas existentes (ATALLAH;

CASTRO, 1998, FRENCH, 1999; DOMENICO; IDE, 2003)

A PBE pode ser considerada um processo de busca, avaliação e

aplicação de evidências científicas, tanto para tratamento quanto para

gerenciamento em saúde (HAMER, 1999).

Pode também ser definida como uma procura sistemática, além de uma

avaliação crítica e síntese das mais importantes pesquisas, que respondam a uma

questão norteadora (MELNYK, FINEOUT-OVERHOLT, 2011).

Este processo de busca por evidências científicas em conjunto com o

saber prático iniciou-se com o movimento da Medicina Baseada em Evidências

(MBE) (LOPES, 2000). A expressão “medicina baseada em evidência” surgiu nos

anos de 1980, na MacMaster University Medicine School, para descrever a

aprendizagem baseada em problemas (BENNETT; BENNETT, 2000). A MBE traduz-

se pelo exercício da medicina no contexto em que a experiência clínica é assimilada

à capacidade de analisar de modo crítico e aplicar de forma racional a informação

científica resultando na melhora da qualidade da assistência médica (LOPES, 2000).

A MBE utiliza provas científicas existentes e disponíveis no momento,

com boa validade interna e externa, para a aplicação de seus resultados na prática

clínica (EL DIB, 2007). A prática da MBE objetiva a integração da experiência clínica

às melhores evidências disponíveis, considerando a segurança nas intervenções e a

ética na totalidade das ações (CENTRO COCHRANE DO BRASIL, s/d).

Maluf-Filho (2009) enfatiza a importância da utilização da Medicina

baseada em evidências como norteador para a prática diária, no atendimento a

pacientes, diminuindo a lacuna entre a construção do saber e as atividades

Referencial Teórico 39

inerentes à profissão, como prescrição e orientação.

Os cuidados em Saúde Baseados em Evidência e a PBE compreendem

os mesmos conceitos e princípios da medicina baseada em evidência, sendo

aplicados por profissionais distintos e em diversos contextos de saúde (BENNETT;

BENNETT, 2000).

A Saúde Baseada em Evidências é uma abordagem que emprega as

ferramentas da Epidemiologia Clínica, da Estatística, da Metodologia Científica e da

Informática para trabalhar a pesquisa, o conhecimento e o exercício em saúde, com

o objetivo de oferecer a melhor informação disponível para a tomada de decisão

nessa área. Saúde Baseada em Evidências é a arte de analisar e diminuir a

incerteza na tomada de decisão em Saúde (CENTRO COCHRANE DO BRASIL,

s/d).

A PBE associada à medicina e à enfermagem vem sendo discutida

principalmente na América do norte e Reino Unido, todavia no Brasil esse

movimento desenvolve-se na medicina sendo, ainda incipiente na enfermagem

(GALVÃO; SAWADA, 2003).

A enfermagem baseada em evidências requer habilidades que,

infelizmente, não são habituais na prática clínica: a identificação das questões

essenciais nas tomadas de decisão, busca de informações científicas pertinentes à

pergunta e avaliação da validade das informações (DOMENICO; IDE, 2003; CRUZ;

PIMENTA, 2005).

Existe um componente histórico para esta lacuna considerando o fato de

que as ações em Enfermagem foram pautadas pelo empirismo no decorrer de

muitos anos e somente na década de 1950 ocorreu a incorporação de saberes de

diversas ciências para a construção de um corpo próprio de conhecimentos

(PEDROLO et al., 2009).

O Conselho Internacional de Enfermeiros descreve PBE como uma

abordagem para solução de problemas com decisões tomadas para a prática clínica,

que envolve a evidência contemporânea robusta, a experiência clínica, a avaliação

holística e a consideração da opinião dos pacientes (ICN, 2012).

Trata-se de uma estratégia desenvolvida de forma criteriosa para

identificação e análise de evidências existentes na prática de saúde, e possui os

mesmos padrões de uma pesquisa primária em relação aos itens de clareza e rigor

Referencial Teórico 40

(GANONG, 1987)

Um dos propósitos da Prática Baseada em Evidências (PBE) é incentivar

a utilização de resultados de pesquisa junto à assistência à saúde prestada,

fortalecendo a importância da pesquisa para a prática clínica (MENDES; SILVEIRA;

GALVAO, 2008)

Wilson et al. (2015) ressalta que a identificação individual e coletiva de

qualidades é imperativo para se concentrar esforços de melhoria da assistência ao

paciente e gastar recursos com sabedoria, utilizando-se da Prática Baseada em

Evidências.

De acordo com Melnyk e Fineout-Overholt (2011), os passos da PBE

incluem:

0. O cultivo de um espírito de investigação;

1. Elaboração da questão norteadora de modo que produza os melhores e mais

relevantes resultados. (Estratégia PICO);

2. Procura pela escolha dos melhores e mais relevantes resultados para responder a

questão clínica (por exemplo, em busca de revisões sistemáticas, incluindo

metanálises);

3. Avaliação critica das evidências encontradas para a sua validade, confiabilidade e

aplicabilidade, a fim de sintetizar a evidência;

4. Integração das provas com a própria experiência clínica e preferências do

paciente e valores para implementar uma decisão clínica;

5. Avaliação dos resultados da decisão prática ou mudança baseada em evidências

6. Divulgação dos resultados da busca da PBE.

As revisões tradicionais incluem artigos de revisão e livros de texto, que

geralmente são narrativas embasadas na opinião dos autores, e apresentam

pequena força de evidência considerando o fato de não serem reproduzíveis por

outros autores. O autor pode ser tendencioso em buscar trabalhos que reforcem o

seu ponto de vista, não considerando aqueles que divergem ou têm propostas

alternativas, mesmo que produzidos com boa metodologia de pesquisa

(BERNARDO; NOBRE; JATENE, 2004).

No entanto, a enfermagem baseada em evidências está pautada na

Referencial Teórico 41

utilização de resultados de pesquisas ou mesmo de dados obtidos de forma

sistemática, originários de programas de avaliação e de melhoria de qualidade e/ou

consenso de especialistas reconhecidos e confirmada experiência para comprovar a

prática (STETLER et al, 1998a), ao invés de basear-se em experiências clínicas

isoladas, opiniões sem fundamentação ou tradições.

Pode-se afirmar que a enfermagem baseada em evidências envolve a

tomada de decisão sobre a assistência à saúde para indivíduos ou grupo de

pacientes, e tem como fundamento o consenso das evidências mais relevantes a

partir de pesquisas e informações de base de dados (DRIEVER, 2002).

Para a pesquisa na prática baseada em evidências utiliza-se a Revisão

Integrativa (RI), que permite a incorporação das evidências na prática clínica. A RI é

relatada na literatura como método de pesquisa desde os anos de 1980 (ROMAN;

FRIEDLANDER, 1998).

42

3 OBJETIVO

Objetivos 43

O presente estudo tem como objetivo buscar e analisar as evidências

científicas, disponíveis na literatura brasileira e internacional, a respeito do

uso da tecnologia na segurança dos pacientes hospitalizados, considerando a

administração de medicamentos.

44

4 MÉTODO

Método 45

4.1 Tipo de estudo

A presente investigação trata-se de um estudo de revisão.

Revisões constituem-se em formas de pesquisas que utilizam de fontes

de informações bibliográficas ou eletrônicas para obtenção de resultados das

investigações de outros autores, com o objetivo de fundamentar teoricamente um

determinado objetivo (ROTHER, 2007). Reunir evidências de pesquisa para nortear

a prática clínica é uma das principais razões para se desenvolverem esses tipos de

estudos que sintetizam a literatura (SAMPAIO; MANCINI, 2007).

O amplo desenvolvimento de bases de dados eletrônicas que propiciam o

acesso mais rápido às informações tem sido determinante na realização dos vários

tipos de revisões da literatura (SIBRACEN, 2002), incluindo-se a Revisão Integrativa

(RI).

Para o alcance do objetivo proposto nesta investigação, elegeu-se a

Revisão Integrativa (RI) como método de pesquisa, utilizado no âmbito da Prática

Baseada em Evidências (PBE).

A RI envolve a sistematização e publicação dos resultados de uma

pesquisa bibliográfica, de modo geral os resultados são úteis na assistência à

saúde, enfatizando a relevância da aproximação entre a pesquisa acadêmica e a

prática clínica. O seu principal objetivo é a integração entre a pesquisa científica e a

prática profissional no âmbito da atuação profissional (UFSCAR s/d).

Constitui-se em um método de revisão amplo, pois possibilita incluir

literatura teórica e empírica bem como estudos com diferentes abordagens

metodológicas (quantitativa e qualitativa). Ao contrário da revisão tradicional, a RI

segue um protocolo pré-estabelecido que deve orientar todo o processo de revisão,

da identificação do problema, passando pela busca de informação ao relatório final.

Estudos incluídos na revisão são averiguados de forma sistemática em relação aos

seus objetivos, materiais e métodos, possibilitando que o leitor avalie o

conhecimento pré-existente sobre o tema investigado (POMPEO; ROSSI; GALVÃO,

2009), minimizando as informações sujeitas a viés de seleção, com pouca ou quase

ausência da interpretação e análise crítica pessoal do autor (ROTHER, 2007).

A RI possibilita a análise de pesquisas relevantes que dão sustentação

Método 46

para a tomada de decisão e a melhoria da prática clínica, proporcionando a síntese

do estado do conhecimento de um determinado assunto, além de apontar lacunas

do conhecimento que precisam ser preenchidas com a realização de novos estudos

(MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008).

O método RI é uma abordagem que permite a inclusão de diversas

metodologias (ou seja, experimental e pesquisa não-experimental) e tem o potencial

para o desenvolvimento da prática baseada em evidências para a enfermagem.

(WHITTEMORE; KNAFL, 2005)

Outro fator de grande relevância deste tipo de investigação é a facilidade

no acesso a informações que esta revisão proporciona, otimizando o tempo dos

enfermeiros clínicos, além do encorajamento da utilização dos resultados da

pesquisa na assistência à saúde (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008)

As principais vantagens e benefícios da RI são: reconhecimento dos

profissionais que mais investigam determinado assunto; separação entre as

descobertas científicas e as opiniões e ideias; descrição do conhecimento

especializado no seu estado atual e a promoção de impacto sobre a prática clínica

(MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008)

Mendes, Silveira e Galvão (2008) descrevem o percurso metodológico da

RI dividida em seis etapas distintas:

1) Identificação do tema e seleção da hipótese ou questão de pesquisa para a

elaboração da RI: Para que esta seja elaborada é essencial que haja a definição

de um problema e a formulação de uma hipótese ou questão de pesquisa, e que

seja relevante para a saúde;

2) Estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão de estudos/ amostragem ou

busca na literatura: está relacionada ao fato de quanto mais amplo for o objetivo

da revisão mais seletivo deverá ser o revisor quanto à inclusão da literatura a ser

considerado, uma vez que uma demanda muito grande de estudos pode resultar

tanto em viés nos resultados quanto na impossibilidade de construção da revisão;

3) Definição das informações a serem extraídas das investigações selecionadas/

categorização dos estudos: nesta etapa de elucidação das informações pode-se

utilizar um instrumento para reunir e sintetizar as principais informações;

4) Avaliação dos estudos incluídos na RI: semelhante à análise dos dados em uma

Método 47

pesquisa convencional, realizado com rigor, visando garantir a validade da

revisão.

5) Interpretação dos resultados: fase correspondente à discussão dos principais

resultados na pesquisa convencional. Neste momento é possível a comparação

com o conhecimento teórico, a identificação de conclusões e as implicações

resultantes da revisão integrativa;

6) Apresentação da revisão/síntese do conhecimento: faz-se necessário uma

explicação clara dos procedimentos empregados em todas as etapas anteriores

resultando na maior qualidade e confiabilidade da revisão integrativa. Esta etapa

consiste na elaboração do documento que deve contemplar a descrição das

etapas percorridas pelo revisor e os principais resultados evidenciados da análise

dos artigos incluídos.

Para a extração dos dados dos artigos selecionados, é importante a

utilização de instrumento que permita avaliar cada estudo separadamente, tanto

metodologicamente quanto em relação aos resultados, como também possibilita a

síntese dos artigos incluídos, respeitando suas diferenças (URSI, 2005).

A condução da revisão integrativa relacionada a um determinado assunto

é capaz de gerar uma série de informações atuais, bem como identificar lacunas de

conhecimento que ainda precisam ser respondidas, e deste modo possibilitar o

desenvolvimento de novos estudos (GALVÃO; MENDES; SILVEIRA, 2008),

4.2 Questão Norteadora

Com o objetivo de direcionar o presente estudo foi formulada a seguinte

questão:

Quais intervenções que utilizam tecnologia têm sido empregadas aos

pacientes hospitalizados com o intuito de aumentar a segurança, no que diz respeito

a administração de medicamentos?

Método 48

4.3 Busca na literatura

Na segunda etapa, com o intuito de responder ao questionamento

anteriormente citado, foram realizados procedimentos de busca em bibliotecas

virtuais para acessar as seguintes bases de dados: Literatura Latino-Americana e do

Caribe em Ciências da Saúde (LILACS); Cumulative Index to Nursing and Allied

Health Literature (CINAHL) e Medical Literature Analysis an Retrieval Sistem on-line

(MEDLINE).

O MEDLINE é um grande banco de dados com mais de 22 milhões de

referências a artigos publicados em aproximadamente 5.600 revistas, em mais de 80

países. É possível encontrar artigos publicados na área médica desde a década de

1940 até o presente momento. O acesso às citações e aos resumos é gratuito, por

meio do PubMed, no endereço eletrônico http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed .

O CINAHL consiste em uma das maiores bases de dados da Enfermagem

e área da saúde com publicações e revisões, além da indexação de 5.000 periódicos

nestas mesmas áreas. Apresenta sua versão digital há mais de três décadas e sua

utilização é mediante pagamento. O acesso eletrônico é realizado no endereço

eletrônico www.cinahl.com

A terceira base de dados escolhida para a busca foi a LILACS que

abrange 27 países, principalmente da América Latina e Caribe, com cerca de 590.00

artigos em 900 periódicos distintos dos últimos 30 anos. O acesso pode ser

realizado por meio da Biblioteca Virtual em Saúde da BIREME disponível

eletronicamente pelo endereço http://www.bireme.br

Para localização dos artigos nas bases de dados anteriormente referidas,

foram selecionadas as palavras-chave relacionadas ao tema: tecnologia em saúde,

erro de medicação e segurança do paciente. Posteriormente, foi realizada consulta

aos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e ao Medical Subject Headings

(MeSH), a fim de identificar os descritores controlados. No DeCS foram identificados

os seguintes descritores: Tecnologia Biomédica; Erros de Medicação e Segurança

do Paciente, bem como seus correspondentes em espanhol (Tecnologia Biomédica,

Errores de Medicatión e Seguridad Del Paciente) e inglês (Biomedical Technology,

Medication Errors e Patient Safety), Após consulta ao MeSH foram identificados:

Método 49

Biomedical Technology, Medication Errors e Patient Safety, conforme Quadro 1.

Quadro 1 - Descritores utilizados para a localização dos artigos nas bases de dados

PUBMED, CINAHL e LILACS, 2015

Base de

Dados

Segurança do Paciente

Erros de Medicação

Tecnologia em Saúde

Patient Safety

Medication Errors

Biomedical Technology

Patient Safety

Medication Errors

Biomedical Technology

“Medication Error” “Errors,

Medication” “Error, Medication”

“Medication Errors” ”Drug Use

Error” “Drug Use Errors”

”Error, Drug Use” “Errors, Drug Use”

“Use Error, Drug” “Use Errors, Drug”

“Biomedical Technology”

“Technology, Biomedical”

“Biomedical Technologies”

“Technology, Health Care” “Health

Technology” “Technology, Health”

“Health Care Technology”

“Patient Safety” “Patient Safeties”

“Safeties, Patient” “Safety, Patient”

Tecnologia em Saúde LILACS

CINAHL

PUBMED

Descritores Controlados Descritores Não Controlados

Método 50

4.4 Critérios de Seleção

Para seleção dos artigos foram adotados como critérios para inclusão:

Aqueles que retratassem o uso da tecnologia para a administração de

medicamentos de maneira mais segura e que respondam a questão norteadora;

Os indexados nas bases de dados MEDLINE, CINAHL e LILACS;

Os publicados de janeiro de 2010 a dezembro de 2014;

Os publicados nos idiomas inglês, espanhol ou português;

Os que apresentassem resumo disponível.

Foi realizada a leitura atentiva de título e resumo para verificar o

ajustamento à pergunta norteadora, e posteriormente, quando surgiram dúvidas em

relação ao conteúdo do estudo, o artigo foi pré-selecionado para leitura na íntegra,

para decisão da inclusão ou não do mesmo, objetivando a coerência na busca dos

artigos e evitar possíveis vieses.

Optou-se por excluir as revisões de literatura, editoriais, relatos de

experiência, cartas, capítulos de livros, artigos duplicados.

Considerando as características específicas de cada base de dados

selecionada para este estudo e seu modo de acesso, as estratégias utilizadas para

localizar os artigos foram adaptadas para cada uma delas.

Os descritores controlados e não controlados foram combinados

utilizando os operadores booleanos. Tais operadores lógicos provêm da álgebra

booleana e servem para combinar termos, de forma a limitar ou mesmo ampliar o

resultado da pesquisa; são eles: and, or e not.

Os resultados desta etapa encontram-se nos Quadros de 2 a 4.

Método 51

OPERAÇÃO CRUZAMENTOS ENCONTRADOS PRÉ-SELECIONADOS

01 “Segurança do Paciente” AND “Tecnologia Biomédica” AND “ Erros de Medicação”

0 0

02 “Segurança do Paciente” AND “Tecnologia Biomédica”

2 0

03 “Segurança do Paciente” AND “Erros de Medicação”

36 0

04 “Tecnologia Biomédica” AND “Erros de Medicação”

0 0

05 “Erros de Medicação” AND “Tecnologia em Saúde”

73 Filtro do tempo: 18

0

Quadro 2 – Estratégia de busca na base de dados LILACS, 2015

OPERAÇÃO CRUZAMENTOS ENCONTRADOS PRÉ-SELECIONADOS

01

“Medication Errors” AND “Patient Safety”

2176

Após aplicação do filtro de tempo e artigo de pesquisa:225

36

02 “Medication Erros” AND “Biomedical Technology”

0 0

03 “Patient Safety” AND “Biomedical Technology”

1 0

Quadro 3 – Estratégia de busca na base de dados CINAHL, 2015

Método 52

OPERAÇÃO CRUZAMENTOS ENCONTRADOS PRÉ-

SELECIONADOS

01 “Medication Errors” AND Biomedical Technology” AND “Patient Safety

25 Após aplicação do filtro tempo: 8

0

02 (“Medication Error” OR “Errors, Medication” OR “Error, Medication” OR “Medication Errors” OR ”Drug Use Error” OR “Drug Use Errors” OR ”Error, Drug Use” OR “Errors, Drug Use” OR “Use Error, Drug” OR “Use Errors, Drug”) AND (“Biomedical Technology” OR “Technology, Biomedical” OR “Biomedical Technologies” OR “Technology, Health Care” OR “Health Technology” OR “Technology, Health” OR “Health Care Technology”) AND (“Patient Safety” OR “Patient Safeties” OR “Safeties, Patient” OR “Safety, Patient”)

326

Após aplicação do filtro de tempo:

135

44

Quadro 4 – Estratégia de busca na base de dados PUBMED, 2015

Após a pré-seleção dos artigos elegíveis para o presente estudo, a partir

da leitura de título e resumo, realizou-se a leitura meticulosa dos mesmos, na

íntegra, buscando aqueles que respondessem à questão norteadora e

enquadrassem aos critérios de inclusão, conforme demonstrado a seguir (Figuras 1

e 2).

Método 53

Figura 1 – Etapas da seleção de estudos da base CINAHL

CINAHL

220 estudos

elegíveis

36 estudos

elegíveis

07 estudos

selecionados

184 artigos excluídos

após leitura dos

resumos

29 artigos excluídos

após leitura na íntegra

05 artigos não

disponíveis

225 estudos

elegíveis

Método 54

Figura 2 - Etapas da seleção de estudos da base PUBMED

4

40

134 estudos

elegíveis

126 estudos

elegíveis

44 estudos

elegíveis

4 estudos

selecionados

08 artigos não

disponíveis

82 artigos excluídos

após leitura dos

resumos

40 artigos excluídos

após leitura na íntegra

135 estudos

elegíveis 01 artigo repetido

na mesma base

PUBMED

Método 55

Cabe destacar que na base de dados LILACS não foi elegível e pré-

selecionado qualquer artigo que respondesse a questão norteadora e que se

enquadrasse aos critérios de inclusão.

A estratégia de busca foi realizada de forma isolada em cada base de

dados, assim como a exclusão dos artigos duplicados após a leitura dos títulos e

resumos. Após a leitura na íntegra dos artigos pré-selecionados realizou-se nova

comparação para identificação de artigos repetidos, desta vez entre as bases de

dados. Este último refinamento eliminou 1 artigo. A amostra foi composta por 10

estudos elegíveis.

O levantamento dos artigos nas referidas bases de dados foi realizado

entre os meses de junho e agosto de 2015.

4.5 Extração dos Dados

Para a coleta de dados nos artigos inclusos na presente revisão

integrativa utilizou-se um instrumento validado (ANEXO A), proposto por URSI

(2005), que contempla os seguintes itens:

Identificação do artigo original, incluindo título do artigo e do periódico, área de

especialidade do periódico, nome do(s) autor(es), local de trabalho e graduação;

país, idioma e ano de publicação;

Características metodológicas do estudo, identificando o tipo de abordagem,

delineamento de pesquisa, características da amostra, identificação das variáveis,

resultados, análise estatística e nível de evidência e

Avaliação do rigor metodológico, apresentando a clareza na trajetória

metodológica e identificação de vieses.

Para a avaliação do nível de evidência dos artigos incluídos na amostra,

foi utilizado o sistema de classificação proposto por Stetler et al. (1998b) que

classifica os estudos em níveis que variam de I a VI , conforme Figura 3

Método 56

Fonte: STETLER C.B et al. Utilization focused reviews in a nursing service. Appl Nurs Res. v. 11, n. 4, p. 195-206. 1998.

Figura 3 – Classificação dos níveis de evidências.

4.6 Apresentação dos Dados

A apresentação da presente revisão contemplará informações sobre cada

artigo revisado, no entanto, para análise e síntese dos artigos selecionados que

atenderam aos critérios de inclusão foi utilizado um quadro sinóptico (ANEXO B)

proposto por URSI (2005), que contempla os seguintes aspectos:

Nome da pesquisa;

Autores;

Tipo de publicação;

Método 57

Detalhamento Metodológico;

Detalhamento amostral

Intervenção Estudada

Resultados

Recomendações/ Conclusões

4.7 Análise dos Estudos

A avaliação e organização de modo sistemático dos dados apresentados

em cada pesquisa são de suma importância para a qualidade da RI (BEYEA;

NICOLL, 1998). Posteriormente, os dados extraídos devem ser agrupados de acordo

com suas similaridades.

Com base nas características do estudo, a análise dos dados foi realizada

de forma descritiva.

A discussão dos resultados evidenciados foi fundamentada na literatura

disponível. É realizada a comparação com o conhecimento teórico objetivando a

detecção das implicações resultantes da revisão integrativa (WHITTEMORE;

KNAFL, 2005)

58

5 RESULTADOS

59

5.1 Caracterização dos estudos selecionados

A amostra foi composta de 10 estudos primários de acordo com os

critérios de seleção previamente expostos nesta RI.

No quadro 5, a seguir, apresenta-se o título dos estudos, autores, data de

publicação, periódico, e base de dados.

Considerando o ano de publicação dos estudos verifica-se que um deles

foi publicado em 2010, três em 2011 e nos anos de 2012, 2013 e 2014 foram

publicados 2 artigos em cada um destes períodos.

É possível identificar que dentre as áreas de especialização dos

periódicos selecionados a predominância é de revistas da área Farmacêutica,

contemplando 5 dos estudos selecionados, seguida pela área médica (geral e

psiquiátrica) com 2 publicações; na sequência aparecem áreas de Informática

Biomédica, Enfermagem Geral e Qualidade & Segurança do Paciente contemplando

1 estudo cada uma, conforme Quadro 5.

TÍTULO DO ESTUDO AUTORES DATA DE PUBLICAÇÃO

PERIÓDICO BASE DE DADOS

A case study on the safety impact of implementing smart patient-controlled analgesic pumps at a tertiary care academic medical Center

Tran, M Ciarkowski, S. Wagner, D. Stevenson, J.G.

2012

The Joint

Commission Journal on Quality and Patient Safety

CINAHL

A clinical data warehouse-based process for refining medication orders alerts

Boussadi, A. Et Al

2012

Journal of the

American Medical Informatics Association

CINAHL

Comparison of medication safety effectiveness among nine critical access hospitals

Cochran, G. L. Haynatzki, G.

2013

American Journal of Health-System

Pharmacy

CINAHL

Effect of barcode technology with eletronic medication administration Record on medication accuracy rates

Seibert, H.H. Maddox, R.R. Flynn, E.A. Williams, C.K.

2014

American Journal of Health System

Pharmacy

PUBMED

continua...

60

TÍTULO DO ESTUDO AUTORES DATA DE PUBLICAÇÃO

PERIÓDICO BASE DE DADOS

Effectiveness of an electronic inpatient medication record in reducing medication errors in Singapore

Choo, J. Johnston, L. Manias, E.

2014

Nursing & Health

Sciences

CINAHL

Identifying and reducing medication errors in psychiatry: creating a culture of safety through the use of an adverse event reporting mechanism.

Jayaram, G. Doyle, D. Steinwachs, D.Samuels, J.

2011

Journal of

Psychiatric Practice

CINAHL

Impact of implementing smart infusion pumps in a pediatric intensive care unit.

Manrique-Rodríguez, S. Et Al

2013

American Journal of Health-System

Pharmacy

PUBMED CINAHL

Implementation and evaluation of a comprehensive system to deliver pediatric continuous infusion medications with standardized concentrations

Hilmas, E Sowan, A Gaffoor, M Vaidya, V

2010

American Journal of Health-System

Pharmacy

PUBMED

Integrating tecnology to improve medication administration

Prusch , A.E. Suess, T.M. Paoletti, R.D. Olin, S.T. Watts, S.D.

2011

American Journal of Health-System

Pharmacy

PUBMED

Medication errors in patients with severe chronic kidney disease and acute coronary syndrome: the impact of computer-assisted decision support

Milani, R.V. Oleck, S.A. Lavie, C.J.

2011

Mayo Clinic Proceedings

CINAHL

conclusão.

Quadro 5 - Estudos selecionados e respectivos autores conforme periódico de publicação e base de dados, 2015

No Quadro 6 apresenta-se a relação entre os estudos selecionados, a

área de especialidade do periódico, a quantidade de artigos em cada um dele e seu

respectivo fator de impacto.

61

PERIÓDICO ÁREA DE ESPECIALIDADE

QUANTIDADE DE ARTIGOS

FATOR DE IMPACTO

American Journal of Health-System Pharmacy

Farmácia 5 1.882

Journal of Psychiatric Practice

Médica – Psiquiatria

1 2.051

Journal of the American Medical Informatics Association

Informática Médica 1 3.504

Mayo Clinic Proceedings

Médica 1 6.262

Nursing & Health Sciences

Enfermagem 1 1.042

The Joint Commission Journal on Quality and Patient Safety

Qualidade e Segurança

1 Sem fator de impacto

Quadro 6 - Apresentação dos periódicos de acordo com número de estudos selecionados e o fator de impacto, 2015

Considerando a classificação dos estudos de acordo com o nível de

evidência, os estudos 1, 2, 3, 4, 6, 7, 8, 9 e 10 apresentaram Nível IV, e o estudo 5

Nível III.

Na sequência os estudos serão apresentados utilizando quadro resumo

(Anexo B) proposto por URSI (2005).

Visando a facilitação da discussão dos resultados aqui apresentados os

Quadros foram numerados de 7 a 16 de acordo com ordem alfabética.

62

ESTUDO 1

NOME DA PESQUISA

AUTORES TIPO DE PUBLICAÇÃO

DETALHAMANENTO METODOLÓGICO

DETALHAMENTO AMOSTRAL

A case study on the safety impact of implementing smart patient-controlled analgesic pumps at a tertiary care academic medical center

Tran, M Ciarkowski, S. Wagner, D. Stevenson,J.G.

Publicação de outras áreas da saúde – Qualidade e segurança do Paciente The Joint Commission Journal on Quality and Patient Safety

Abordagem Quanti-tativa – Delineamen-to Não Experimental

Em 2005: 16.349 pacientes recebe-ram analgesia controlada por eles mesmos em bombas de infusão. Em 2007: 16.249 pacientes.

INTERVENÇÃO ESTUDADA RESULTADOS RECOMENDAÇÕES/ CONCLUSÕES

No ano de 2005 utilizam bombas

de seringa comuns e analisaram

o uso das bombas durante os

meses de Janeiro a Novembro.

Em 2006 as bombas foram

substituídas por Bombas com

Sistema Inteligente de Infusão.

Em 2007 foi realizada avaliação

quanto ao uso das bombas de

infusão com sistema inteligente.

Foi realizada uma pesquisa junto

aos enfermeiros da unidade em

teste das bombas de infusão

inteligentes, para avaliar a sua

percepção quanto à segurança

do paciente com a utilização de

bombas inteligente.

As bombas com sistema de

infusão inteligente preveniram

159 erros na unidade de

cuidados ao Adulto. Os erros de

programação de bombas de

infusão em 2007 foram 34%

menor, em comparação ao ano

de 2005. Com relação à

investigação feita junto aos

enfermeiros verificou-se que

dentre as etapas no uso da

bomba (verificação de código de

barras, alarme suave, alarme

rígido e tela de verificação), a

que causou maior impacto

quanto ao benefício para a

segurança foi a leitura do código

de barras. Todos os enfermeiros

concordaram que a bomba de

infusão inteligente para controle

de analgesia pelo paciente

reduz a ocorrência de erros, se

comparado com as bombas

convencionais.

As bombas com sistema de

infusão inteligente para

controle de analgesia pelo

paciente tiveram um impacto

positivo na segurança do

paciente no centro médico.

Outras instalações devem

adotar dispositivos de infusão

de analgesia controlada pelo

paciente com dispositivo de

segurança adicionais, tais

como verificação de código de

barras e sua concentração,

bem como limites de dosagem

para evitar erros de

programação das bombas.

Quadro 7 - Apresentação da síntese do Estudo 1 incluído na revisão, segundo título,

autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento amostral,

intervenção, resultados e conclusões, 2015.

63

ESTUDO 2

NOME DA PESQUISA

AUTORES TIPO DE PUBLICAÇÃO

DETALHAMANENTO METODOLÓGICO

DETALHAMENTO AMOSTRAL

A clinical data warehouse-based process for refining medication orders alerts

Boussadi, A. Caruba, T Zapletal, E Sabatier, B. Durieux, P. Degoulet, P.

Publicação de outras áreas da saúde – Informática Médica Journal of the American Medical Informatics Association

Abordagem Quantitativa – Delineamento Não Experimental

Foram analisadas 8692 prescrições médicas (2008 a 2011).

INTERVENÇÃO ESTUDADA RESULTADOS RECOMENDAÇÕES/

CONCLUSÕES

Avaliou-se a base de dados (no

período de 2008 a 2011) já

existente utilizada no sistema de

alertas da prescrição eletrônica.

Construiu-se uma nova base de

dados clínicos para refinamento de

alertas em prescrições médicas de

medicamentos. Foram analisados

10 medi-camentos cujos níveis de

dosagem dependem dos limiares

da função renal

Das 8692 prescrições estuda-

das 892 (10,62%) alertas

foram gerados para a

segurança do paciente na

administração de medica-

mentos

Uma maneia de reduzir alertas

em excesso é reduzir a

frequência de alertas “falso-

positivos” ou alertas que não

são aceitos pelos médicos

Quadro 8 - Apresentação da síntese do Estudo 2 incluído na revisão, segundo título,

autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento amostral,

intervenção, resultados e conclusões, 2015.

64

ESTUDO 3

NOME DA PESQUISA

AUTORES TIPO DE PUBLICAÇÃO

DETALHAMANENTO METODOLÓGICO

DETALHAMENTO AMOSTRAL

Comparison of medication safety effectiveness among nine critical access hospitals

Cochran, G. L. Haynatzki, G.

Publicação de outras áreas da saúde – Farmácia American Journal of Health-System Pharmacists

Abordagem Quantitativa – Delineamento Não Experimental

Nove hospitais participantes, classificados em três grupos (G1, G2, G3) de acordo com similaridade nos processos de dispensação de medicamentos, totalizando 3109 dispensações.

INTERVENÇÃO ESTUDADA RESULTADOS RECOMENDAÇÕES/ CONCLUSÕES

Avaliação das taxas de erros de

medicamento, de acordo com o

tipo de dispensação de

medicamentos.

G1: 2 hospitais com 10 horas

de apoio da farmácia por

semana e sem sistema de

código de barras na beira do

leito.

G2: 4 hospitais com suporte

farmacêutico por até 40 horas e

sem sistema de código de

barras na beira do leito.

G3: 3 hospitais com suporte

farmacêutico acima de 40 horas

e sistema de código de barras

na beira do leito

Considerando o número

total de erros, o G1

apresentou uma taxa de

3.27%, seguida pelo G2

que apresentou taxa de

1.49%. A taxa apresentada

pelo G3 grupo foi de 0.53%.

Considerando os erros que

efetivamente atingiram o

paciente obteve-se as

seguintes taxas:

G1: 3,07%

G2: 0,81%

G3: 0,35%

Os hospitais com suporte

farmacêutico acima de 40 horas e

sistema de código de barras na beira

do leito apresentaram as mais baixas

taxas de erro de medicamento entre

os grupos estudados.

Um sistema de código de barras na

beira do leito não reduz a

probabilidade de um erro ser gerado

no ambiente hospitalar. Seu papel é a

identificação precoce, antes da

administração do fármaco, para que o

erro não atinja o paciente

Quadro 9 - Apresentação da síntese do Estudo 3 incluído na revisão, segundo título,

autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento amostral, intervenção, resultados e conclusões, 2015

65

ESTUDO 4

NOME DA

PESQUISA

AUTORES TIPO DE

PUBLICAÇÃO

DETALHAMENTO

METODOLÓGICO

DETALHAMENTO

AMOSTRAL

Effect of barcode

technology with

eletronic

medication

administration

Record on

medication

accuracy rates

Seibert, H.H.

Maddox, R.R.

Flynn, E.A.

Williams, C.K.

Publicação de

outras áreas da

saúde – Farmácia

American Journal

Health System

Pharmacy

Abordagem

Quantitativa –

Delineamento Não

Experimental

2 hospitais: 10

unidades de

atendimento em

estudo

INTERVENÇÃO ESTUDADA RESULTADOS RECOMENDAÇÕES/

CONCLUSÕES

Implantação do sistema de administraçãode medicação assistida por código de barras (BCMA) com registro de administração de medica-mentos eletrônico (EMAR), em dois hospitais. Foram realizados pré e pós-testes para avaliação do efeito da implantação do sistema sobre as taxas de erros de medicação (Fase 1 antes da implantação, Fase 2 após 6 meses, Fase 3 após 12 meses)

Considerando o número de ocorrências de oportunidades para erros, em ambos os hospitais, os eventos na fase 3 foram menores que na fase 1 – Hospital 1: Fase 1- 2092 oportunidades de erros e na Fase 2 – 1577, Hospital 2: Fase 1 – 2061 e 773, nas fases 1 e 3, respectivamente. Desconsiderando as ocorrências de tempo errado para administração dos medicamentos (demora, por exemplo), a melhora da taxa de ocorrência em ambos os hospitais foi para 96% de precisão. Considerando as taxas gerais de notificações de erros de medicação nos hospitais em estudo, houve queda acentuada das mesmas após a intervenção. Antes – Dez/2006 a Mar/2008: 101 notificações. Dez/2007 a Mar/2008: 81 notificações. Jan/2008 a Maio/2008 73 notificações. Depois: Fev/2009 a Maio/2009: 26 notificações. Set/2010 a Dez/2-10: 33 Notificações

A implementação de BCMA e EMAR nos dois hospitais foi associada aos aumentos significativos nas taxas totais de precisão de medicação e a não introdução de novos tipos de erro no processo de administração de medicamentos. As taxas de pre-cisão mostraram-se melhoradas quando ”erros de tempo” foram excluídos da análise. A frequência de erros evitáveis por BCMA e EMAR diminuiu significativamente em ambos os hospitais após a implementação dessa tecnologia

Quadro 10 - Apresentação da síntese do Estudo 4 incluído na revisão, segundo título, autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento amostral, intervenção, resultados e conclusões, 2015.

66

ESTUDO 5

NOME DA

PESQUISA

AUTORES TIPO DE

PUBLICAÇÃO

DETALHAMANENTO

METODOLÓGICO

DETALHAMENTO

AMOSTRAL

Effectiveness

of an electronic

inpatient

medication

record in

reducing

medication

errors in

Singapore

Choo, J.

Johnston, L.

Manias, E.

Enfermagem

Geral

Nursing &

Health Sciences

Abordagem

Quantitativa –

Delineamento quase-

Experimental

85 notificações de erros

de administração de

medicamentos no

hospital A no ano de

2006 e 94 em 2008.

298 e 332 notificações de

erros no hospital B, nos

anos de 2006 e 2008,

respectivamente.

INTERVENÇÃO ESTUDADA RESULTADOS RECOMENDAÇÕES/ CONCLUSÕES

Identificação da efetividade do

sistema eletrônico após a

implantação de registro

eletrônico de medicamentos na

redução de erros na

administração de

medicamentos (Hospital B).

A incidência de erros no

hospital A nos anos de

2006 e de 2008 foi de 0,47

e 0,41. Já no hospital B, as

incidências foram idênticas

antes e depois da

implantação do sistema

eletrônico de registro de

medicamentos, 1.19.

A implantação de sistema eletrônico

de registro de medicamentos não

afeta a incidência de erros de

medicação. As taxas de incidência de

erros de medicação foram mais

baixas do que as reportadas em

estudos passados. São necessárias

outras pesquisas buscando elucidar a

efetividade da implementação de

registros eletrônicos de medicamentos

em Singapura.

Quadro 11 - Apresentação da síntese do Estudo 5 incluído na revisão, segundo título, autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento amostral, intervenção, resultados e conclusões, 2015.

67

ESTUDO 6

NOME DA

PESQUISA

AUTORES TIPO DE

PUBLICAÇÃO

DETALHAMANENTO

METODOLÓGICO

DETALHAMENTO

AMOSTRAL

Identifying and

reducing

medication

errors in

psychiatry:

creating a

culture of

safety through

the use of an

adverse event

reporting

mechanism

Jayaram, G.

Doyle, D.

Steinwachs,D.

Samuels, J.

Publicação

Médica

Journal of

Psychiatric

Practice

Abordagem

Quantitativa –

Delineamento Não

Experimental -

O universo amostral é

de 617.524 doses de

medicamentos

administrados no

período de 5 anos, na

instituição do estudo.

INTERVENÇÃO ESTUDADA RESULTADOS RECOMENDAÇÕES/

CONCLUSÕES

Implantação de um sistema de

notificação eletrônica de erros

de medicação no ano de 2004

(PSN – do inglês Patient Safety

Net).

Investigação da redução de

erros de medicação após a

instituição da Prescrição

Eletrônica (PE)

Considerando a quantidade

(isolada) de erros de

medicação nos anos de 2003,

2005 e 2007 obteve-se: 494,

133 e 100 erros,

respectivamente.

A taxa de erros notificados

(1000 pacientes/dia) foram:

2003: 27,89

2005: 5,50

2007: 3,43

Com o uso da PE as taxas dos

erros de prescrição e

transcrição foram: 1,47; 0.25 e

0.14 em 1003, 2005 e 2007

respectivamente. E em

preparação e administração

1.17; 0.46 e 0.29

A PE eliminou erros

relacionados com a ilegibilidade

das prescrições, doses e

transcrições, bem como de sub

ou super dosagens e alergias,

devido as telas de alerta.

Apesar dos achados positivos, faz-se necessário o aprofundamento em quase-erros, para a compreensão de oportunidades de ensino para diversas intervenções no que diz respeito aos erros de medicação

Quadro 12 - Apresentação da síntese do Estudo 6 incluído na revisão, segundo título, autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento amostral, intervenção, resultados e conclusões, 2015.

68

ESTUDO 7

NOME DA

PESQUISA

AUTORES TIPO DE

PUBLICAÇÃO

DETALHAMANENTO

METODOLÓGICO

DETALHAMENTO

AMOSTRAL

Impact of

implementing

smart infusion

pumps in a

pediatric

intensive care

unit.

Manrique-

Rodríguez, S.

et al

Publicação de

outras áreas da

saúde –

Farmácia

American

Journal of

Health-System

Pharmacy

Abordagem

Quantitativa –

Delineamento Não

Experimental

486,875 infusões

efetivamente

programadas

INTERVENÇÃO ESTUDADA RESULTADOS RECOMENDAÇÕES/

CONCLUSÕES

Implementação de bombas de

infusão de unidade pediátrica

de cuidados intensivos, no

período de Janeiro de 2010 a

Junho de 2016.

A revisão dos sinais de alarme

durante os 17 meses do estudo,

identificou 92 alarmes

associados aos erros reais de

programação.

Cerca de 97% dos erros

resultou de programação de

dosagens ou taxas de infusão

acima do limite superior rígido, o

que poderia ter levado à

administração de dose acima do

recomendado.

A taxa de erros de medicação

antes da implantação era de

26,5% baseado nas notificações

de erros de administração de

medicamentos, nenhum erro

notificado estava relacionado ao

uso de bombas de infusão.

O uso de bombas de infusão

inteligentes em unidade

pediátrica de terapia intensiva

melhorou a segurança do

paciente já que permitiu a

intercepção de erros, com

potencial para lesão grave,

durante a programação das

bombas.

Quadro 13 - Apresentação da síntese do Estudo 7 incluído na revisão, segundo título, autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento amostral, intervenção, resultados e conclusões, 2015.

69

ESTUDO 8

NOME DA

PESQUISA

AUTORES TIPO DE

PUBLICAÇÃO

DETALHAMANENTO

METODOLÓGICO

DETALHAMENTO

AMOSTRAL

Implementation

and evaluation

of a

comprehensive

system to

deliver pediatric

continuous

infusion

medications

with

standardized

concentrations

Hilmas, E

Sowan, A

Gaffoor, M

Vaidya, V

Publicação de

outras áreas da

saúde – Farmácia

American Journal

of Health-System

Pharmacy

Abordagem Quanti-

tativa – Delineamento

Não Experimental

Avaliação de 200

prescrições.

INTERVENÇÃO ESTUDADA RESULTADOS RECOMENDAÇÕES/

CONCLUSÕES

Desenvolvimento,

implementação e avaliação

de um sistema de

gerenciamento de medicação

pediátrica, baseada em

prescrições informatizadas

com concentrações

padronizadas para infusões

contínuas de pacientes

pediátricos.

O sistema contempla o

desenvolvimento de um

banco de dados com doses

de infusão padronizadas,

prescrição eletrônica que

utiliza este banco de dados e

bombas de infusão

“inteligentes”

Após o desenvolvimento do

algoritmo para padronização

das doses e a finalização do

banco de dados, para avaliar

os resultados foram auditadas

200 prescrições eletrônica

(PE) e comparadas com uma

amostra aleatória de 200

prescrições antes da

intervenção. A PE eliminou

erros relacionados ao

excesso da dose máxima

preconizada, além de erros

relacionados a prescrições

incompletas ou ilegíveis.

A equipe de farmacêuticos

auditou infusões nas

unidades de atendimento e

100% das infusões estavam

com as doses e velocidades

preconizadas

O sistema automatizado obteve

êxito e o processo de determinação

de um número limitado de

concentrações para cada

medicamento usado em infusão

contínua (pediatria) melhorou,

consideravelmente, a segurança do

paciente, com a eliminação de erros

de medicação

Quadro 14 - Apresentação da síntese do Estudo 8 incluído na revisão, segundo título,

autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento amostral,

intervenção, resultados e conclusões, 2015.

70

ESTUDO 9

NOME DA

PESQUISA

AUTORES TIPO DE

PUBLICAÇÃO

DETALHAMANENTO

METODOLÓGICO

DETALHAMENTO

AMOSTRAL

Integrating

tecnology to

improve

medication

administration

Prusch ,

A.E.

Suess, T.M.

Paoletti,

R.D.

Olin, S.T.

Watts, S.D.

Publicação de

outras áreas da

saúde – Farmácia

American Journal

of Health-System

Pharmacy

Estudo Descritivo Não se aplica

INTERVENÇÃO ESTUDADA RESULTADOS RECOMENDAÇÕES/

CONCLUSÕES

Integração de bombas de

infusão inteligentes, código de

barras para administração de

medicamentos e registro

eletrônico dos medicamentos

administrados no local de

estudo.

Durante a avaliação da

implementação verificou-se que

o cumprimento da padronização

da biblioteca de drogas

aumentou de 56,5% na área de

telemetria e passou para 72,2%.

Na área médica-cirúrgica a taxa

inicial era de 34,1% e passou

para 58,6%.

O número de edições das

infusões diminuiu nas duas

unidades estudadas (Telemetria

e Médica-cirúrgica) de 56,9%

para 14,2% e de 61,2% para

14,7%, respectivamente. Tal fato

simplificou o uso do sistema

pela enfermagem e diminui a

possibilidade de erros de

programação. Constatou-se

após a implantação uma

redução de 32% dos erros de

heparina notificados.

Os erros de medicação foram

reduzidos, a estrutura de trabalho

simplificada e os farmacêuticos

envolveram-se com a checagem

das taxas de infusão.

Quadro 15 - Apresentação da síntese do Estudo 9 incluído na revisão, segundo título, autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento amostral, intervenção, resultados e conclusões, 2015.

71

ESTUDO 10

NOME DA

PESQUISA

AUTORES TIPO DE

PUBLICAÇÃO

DETALHAMANENTO

METODOLÓGICO

DETALHAMENTO

AMOSTRAL

Medication

errors in

patients with

severe chronic

kidney disease

and acute

coronary

syndrome: the

impact of

computer-

assisted

decision

support

Milani, R.V.

Oleck, S.A.

Lavie, C.J.

Publicação

Médica

Mayo Clinic

Proceedings

Abordagem

Quantitativa –

Delineamento Não

Experimental

80 pacientes portadores

de doença renal crônica

admitidos com

Síndrome Coronariana

Aguada e prescrição

eletrônica.

INTERVENÇÃO ESTUDADA RESULTADOS RECOMENDAÇÕES/

CONCLUSÕES

Avaliação do impacto da

prescrição eletrônica (PE) com

ferramenta de apoio à decisão

clínica, sobre a frequência de

erros de medicação

trombolítica, em pacientes com

doença renal crônica admitidos

com Síndrome Coronariana

Aguda

Considerando a prescrição

de medicação

antitrombolítica em

pacientes contra-indicados,

não houve qualquer caso

com a utilização da PE . A

mortalidade até 90 dias foi

de 4 pacientes - com PE -

e 7 nas prescrições

padronizadas.

Com relação aos

sangramentos foram 3 na

PE e 10 nas prescrições

padronizadas. O tempo de

permanência foi menor nos

pacientes que utilizaram a

PE

Os achados apóiam o conceito de

melhora do processo de cuidado.

Demonstrou-se que a ferramenta de

apoio à decisão clínica da PE tem

potencial para melhoria da

assistência prestada

Quadro 16 - Apresentação da síntese do Estudo 10 incluído na revisão, segundo

título, autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento

amostral, intervenção, resultados e conclusões, 2015.

Sintetizando, os estudos selecionados foram categorizados de acordo

com o tipo de intervenção realizada e estão apresentados no quadro a seguir

(Quadro 17).

72

Título do Estudo Categoria

A case study on the safety impact of implementing

smart patient-controlled analgesic pumps at a

tertiary care academic medical Center

Bomba de Infusão “inteligente”

A clinical data warehouse-based process for

refining medication orders alerts

Base de dados e sistema de alerta

Comparison of medication safety effectiveness

among nine critical access hospitals

Código de Barras e atuação farmacêutica

Effect of barcode technology with eletronic

medication administration Record on medication

accuracy rates

Código de Barras e registro eletrônico de

medicamentos administrados

Effectiveness of an electronic inpatient medication

record in reducing medication errors in Singapore

Sistema eletrônico de registro de

medicamentos administrados

Identifying and reducing medication errors in

psychiatry: creating a culture of safety through the

use of an adverse event reporting mechanism.

Prescrição Eletrônica

Impact of implementing smart infusion pumps in a

pediatric intensive care unit.

Bomba de Infusão “inteligente”

Implementation and evaluation of a comprehensive

system to deliver pediatric continuous infusion

medications with standardized concentrations

Base de dados, Prescrição eletrônica e bomba

de infusão “inteligente”

Integrating tecnology to improve medication

administration

Bomba de infusão “inteligente”, código de

Barras e registro eletrônico de medicamentos

administrados

Medication errors in patients with severe chronic

kidney disease and acute coronary syndrome: the

impact of computer-assisted decision support

Prescrição Médica Eletrônica, com ferramenta

de apoio à decisão clínica.

Quadro 17 - Categorização sintetizada dos estudos elegíveis, 2015

73

6 DISCUSSÃO

Discussão 74

6.1 Categorização das tecnologias

Conforme identificado anteriormente, a seleção dos estudos para esta RI

tornou possível a identificação de cinco grandes grupos de tecnologias empregadas

na prevenção de erros de medicamento: Bomba de Infusão Inteligente; Sistema de

Alerta/Ferramenta de apoio à Decisão Clínica, Código de Barras e Sistema

Eletrônico de Registro de Medicamentos; Base de Dados Computadorizada e

Prescrição Médica Eletrônica

6.2 O uso da tecnologia na saúde

A tecnologia pode ser definida como um corpo sólido de conhecimentos

que supera a simples aplicação de conceitos e teorias científicas. É essencial a

percepção de que o conhecimento tecnológico possui uma estrutura ampla e que

apesar de formal é difícil de ser categorizado, podendo ser qualificada como um

modo de conhecimento, adquirindo formas e elementos específicos da atividade

humana (PRISMA, 2008).

Desde a década de 40, aconteceu uma rápida expansão de

conhecimentos e habilidades (MARTINS; DAL SASSO, 2008) e uma das evidências

que corrobora com esta perspectiva de amplitude da aplicação da tecnologia é a

observação de que a mesma tem sido empregada na área da educação, do

desenvolvimento agrícola, em parques industriais e em outras esferas da sociedade

(MORAN, 1995; GEHLEN, 2001).

Na área da saúde não é diferente; a tecnologia mostra-se como de

grande importância porque tem implicações no modo de compreender a história, a

prática contemporânea e o futuro das profissões e, acima de tudo, porque influencia

as ações, as concepções e os arranjos sociais (MARTINS, DAL SASSO, 2008). A

tecnologia revela saberes e maneiras de cuidar, tornando imprescindível o

aperfeiçoamento e a atualização dos profissionais de saúde, para que possam

aplicar o conhecimento adquirido de forma responsável e racional, desenvolvendo

Discussão 75

senso crítico e reflexivo de suas ações (SÁ NETO; RODRIGUES, 2010). O

fenômeno tecnologia em saúde amplia a maneira de pensar e discutir dos

profissionais, difundindo informações e levando-os a elaborarem conhecimentos que

alicerçam seus modos de agir (SILVA, FERREIRA, 2009).

Essas tecnologias vêm se expressando nas mais variadas áreas de

atuação em saúde: na educação, no cuidado, na pesquisa e no gerenciamento como

resultado direto do desenvolvimento da ciência e da tecnologia. Tal expansão

impulsionou a evolução de serviços, comunidades, unidades e pessoas

especializadas dentro de ambientes que são referência na assistência à saúde,

alterando os valores, a política, a economia e as relações humanas (MARTINS; DAL

SASSO, 2008).

A evolução tecnológica, a velocidade das mudanças, a globalização e a

necessidade de melhoria de conhecimento dos profissionais têm levado a

automatização dos processos; neste contexto a informática ganha um papel de

destaque e atua, praticamente, em todos os campos do conhecimento humano (CHI;

DIAS, s/d).

Os serviços de saúde passaram a dispor de diferentes técnicas,

instrumentos, métodos e matérias-primas, o que resultou na reformulação do espaço

físico, da atuação profissional, das novas modalidades de prevenção, diagnóstico e

tratamento dos problemas de saúde (SILVA, FERREIRA, 2009).

Uma das tecnologias mais utilizadas na área da saúde é a internet, que

teve um impacto profundo sobre a epidemiologia, revelado no campo da pesquisa,

por ser uma fonte na busca de dados para análise e desenvolvimento de estudos

que contribuem para o conhecimento mais apurado dos fenômenos epidemiológicos

disponíveis na rede de comunicação. A investigação epidemiológica, via internet, fez

surgir a cultura digital em saúde, principalmente por sua progressiva incorporação

nos processos técnicos e aplicações epidemiológicas, pela quantidade de

publicações técnicas e matérias disponíveis na web, assim como pelo aumento

significativo de pesquisas nos últimos anos. A internet torna mais fácil a permuta de

informações entre a ciência e o público ou usuário (SANTOS; SÁ, 2000).

Com o advento da telefonia móvel e, posteriormente, a facilidade de

acesso aos dispositivos conectados à internet, várias ferramentas têm sido

elaboradas com o objetivo de facilitar e até mesmo melhorar a atuação dos

Discussão 76

profissionais de saúde, seja diminuindo o tempo gasto em atividades rotineiras,

obtendo ferramentas que melhoram o desempenho em ações inerentes à profissão;

aumentando a qualidade da assistência prestada ou incrementando a confiabilidade

das intervenções necessárias (JULIANI; KURCGANT, 2007; RANGEL; ÉVORA,

2007, BARRA; DAL SASSO, 2010; VIDOR; FISHER; BORDIN, 2011; CAIVANO;

FERREIRA; DOMENE, 2014). Tais ferramentas podem ser utilizadas tanto em

ambiente hospitalar quanto ambulatorial.

A prática da saúde e da enfermagem continua a ser transformada pelo

impacto da tecnologia; as inovações estimulam o pensamento de novas práticas

para a enfermagem e tais avanços tecnológicos têm inspirado permanentemente a

reflexão sobre o que a enfermagem foi, é e será (MARTINS, DAL SASSO, 2008).

Acresce-se que no setor de serviços, o que se vende é um serviço especializado e

este se dá, basicamente, pela troca de informações, pelo atendimento às

necessidades e expectativas do usuário que o procura; então o que se sobressai

são relações sociais entre indivíduos: profissionais e usuários/consumidores

(MACIEL-LIMA, 2004), raciocínio este aplicado ao setor saúde

Nesse sentido, a presença de recursos tecnológicos em ambientes de

cuidado pode gerar inquietações, sentimentos e comportamentos que se relacionam

às representações sobre determinado objeto, no caso a tecnologia em saúde, as

quais determinam diferentes modos de cuidar (SILVA; FERREIRA, 2009).

Entretanto, há que se cuidar para que o profissional de saúde, incluindo-se o da

enfermagem, na utilização cotidiana de equipamentos/ferramentas tecnológicas, não

se torne insensível, racional e desumano, evidenciando o empoderamento da

ciência e da técnica sobre o homem. É necessário se pensar novas maneiras de

cuidar, empregando a arte, a sensibilidade e a criatividade na adequação e

humanização das tecnologias (SÁ NETO; RODRIGUES, 2010).

Considerando o significado da tecnologia pode-se observar três esferas

distintas: a de objetos físicos, a de conhecimento, no qual atenta-se para como

utilizá-lo, repará-lo, projetá-lo e produzi-lo e a das atividades humanas

compreendida como a criação de um fenômeno, pois transcende a simples definição

de maquinário (MARTINS; DAL SASSO, 2008).

No presente estudo, na análise dos 10 artigos selecionados para esta

investigação, foram identificadas algumas ferramentas tecnológicas relacionadas à

Discussão 77

administração de medicamentos que foram testadas em diversos serviços de saúde,

minimizando os problemas/erros que podem acontecer neste complexo processo.

Todas essas tecnologias identificadas podem ser agrupadas na categoria

dura, representadas por equipamentos tecnológicos (MEHRY et al, 1997; MEHRY,

1997) e/ou na categoria de objetos físicos tais como instrumentos, maquinário,

matéria (MARTINS, DAL SASSO, 2008).

6.2.1 Bomba de Infusão Inteligente

Entre as vias de administração de fármacos, existem as parenterais e

entre essas a intravenosa; soluções administradas intravenosamente podem ser

injetadas de uma só vez ou infundidas lentamente a uma determinada velocidade.

Desde os anos de 1950, sistemas de infusão são cada vez mais utilizados para

administração de substâncias, nutrição e medicamentos em pacientes hospitalizados

e até mesmo em ambiente domiciliar; devido à necessidade de um controle

terapêutico contínuo, sem flutuações na concentração de fluido ao longo do tempo,

proporcionando uma melhor eficácia do tratamento (GONTIJO, BATISTA,

BARREIRO s/d).

Transfundir ou infundir soluções com medicamentos trata-se de um

processo crítico, a ser realizado com cuidados que previnam infecção, assegurem a

identificação precisa do paciente, a escolha correta dos acessórios e dispositivos da

terapia transfusional, o controle da infusão e dos sinais clínicos do paciente que

possam indicar, precocemente, a ocorrência de eventos adversos (PARDO et al.,

2015).

Nesse sentido, considerando-se a minimização de problemas

relacionados à infusão, surgiram as bombas de infusão, desde a década de 1960,

que introduzem líquidos e agentes farmacológicos no sistema circulatório de

pacientes em aplicações diversas, como: quimioterapia, infusão de drogas em

quantidades efetivas e não-tóxicas, alimentação enteral e parenteral, aplicação de

soros em pacientes desidratados e manutenção dos níveis apropriados de fluidos

em pacientes durante e após cirurgias (GONTIJO, BATISTA, BARREIRO s/d).

Discussão 78

Bombas de infusão são equipamentos destinados ao controle de

medicamentos, soroterapias ou nutrientes a serem administrados em soluções

enterais ou parenterais, que exigem controle rígido de gotejamento, de modo a

aumentar a segurança do paciente, no que está relacionado ao tempo e volume a

ser administrado (GONTIJO, BATISTA, BARREIRO s/d). Para volume maiores

utiliza-se as denominadas Bombas Volumétricas e para pequenos volumes, bombas

de seringa.

Os sistemas denominados “inteligentes” são bombas de infusão que

possuem um software que possibilita o armazenamento de uma lista de medicações

com volumes e doses padronizadas (WILSON, SULLIVAN, 2004). Caso a

programação da bomba seja feita de maneira errônea, com valores fora dos padrões

mínimo e máximo preconizados, a bomba pode emitir um alerta sonoro e visual, ou

até mesmo não permitir a progressão da infusão.

Quando se manipula uma bomba de infusão para evitar super ou sub-

dosagem de líquidos a um paciente, este evento constitui uma evasão de um erro de

medicação. Podem ser identificados erros abaixo dos limites mínimos, acima dos

limites máximos ou quando se excede os parâmetros de segurança, provocando um

alerta resulta em reprogramação das bombas. (MASON et al., 2014) Tais

dispositivos têm sido considerados como os melhores e mais seguros na

administração de terapia intravenosa (HARDING, 2011).

Cassiani, Gimenes e Monzani (2009) reforçam que uma solução viável

para a diminuição dos erros associados a terapia intravenosa, seria a utilização de

bombas de infusão inteligentes, visto que estes dispositivos têm demonstrado a

capacidade de detectar erros precocemente, reduzindo a sua gravidade e a

frequência . Ao longo da última década as bombas de infusão inteligentes têm se

mostrado grandes aliadas na diminuição de erros de administração de terapias

intravenosas (LARSEN et al, 2005; ZISSER et al. 2008; HARDING, 2011;

MANRIQUE-RODRÍGUEZ et al., 2012; SEEBER et al.,2015).

Nesta revisão identificou-se nos estudos 1 (TRAN et al., 2012), 7

(MANRIQUE-RODRÍGUEZ et al., 2013), 8 (HILMAS et al, 2010) e 9 (PRUSH et al.,

2011) a aplicação de bombas de infusão inteligentes como aliadas à diminuição dos

erros de medicação.

No ano de 2006 as bombas de infusão tradicionais, no local de

Discussão 79

investigação do estudo Tran et al. (2012), foram substituídas por bombas de infusão

com sistema inteligente. No ano de 2007, após análise do software da bomba de

infusão, os autores constataram queda nas taxas de erros de programação de 34%,

quando comparado ao ano de 2005, período anterior à intervenção. Foi possível a

prevenção de 159 erros de medicamentos em terapias intravenosas em pacientes

que controlam a própria analgesia.

Estes achados fortalecem os resultados obtidos pelo estudo MANRIQUE-

RODRÍGUEZ et al. (2013), que demonstra a eliminação de 92 erros de programação

da bomba de infusão, detectados pelo software das bombas inteligentes.

Hush et al. (2005) relatam que ao avaliarem 426 programações de

medicamentos de acordo com o histórico de bombas de infusão comuns, 66,9%

apresentaram um ou mais erros, destes 97% não seriam identificadas por smart

pumps. Os estudos 7 (MANRIQUE-RODRÍGUEZ et al., 2013) e 8 (HILMAS et al.,

2010) reforçam a importância da padronização da biblioteca de drogas de acordo

com as características da instituição de saúde ou setor onde será utilizada a bomba,

levando em consideração os medicamentos padronizados no serviço, idade e peso

dos pacientes e resultado de exames. Tal adequação faz-se primordial, pois os

limites terapêuticos dos medicamentos para o jovem adulto diferem dos valores

ideais para crianças recém nascidas.

Seeber et al. (2015) realizaram uma investigação em hospital australiano

coletando dados das prescrições médicas manuais, da identificação das infusões e

dos displays das bombas de infusão. Identificaram a não adesão ao protocolo

institucional e às recomendações internacionais. Dos 42 erros identificados 64%

foram considerados evitáveis caso fossem utilizadas bombas de infusão com

sistema “inteligente”.

Estudo realizado no Centro Médico Primário Infantil alterou as bombas de

seringas comuns pelas de sistema “inteligente”, com padronização da concentração

de drogas na biblioteca de medicamentos e a rotulação das medicações. Constatou-

se a redução de 73% dos erros; houve queda do risco absoluto de 3.1 para 0,8 por

1000 doses (LARSEN, 2005).

A redução dos erros de administração de medicamentos possibilita uma

maior segurança ao paciente, evita gastos desnecessários para tratamento de

possíveis eventos adversos e fornece ao profissional de saúde instrumento

Discussão 80

facilitador de seu trabalho.

Investigação realizada em hospital espanhol, objetivando analisar o custo

da efetividade da troca das bombas de infusão comuns pelas bombas de infusão

“inteligentes”, estimou que €172.279 foram economizados ao se evitar os eventos

adversos relacionados a administração de medicamentos. (MANRIQUE

RODRIGUES et al., 2014).

Ainda sob a perspectiva dos custos adicionais que envolvem os erros de

administração de medicamento, pesquisa americana verificou ao longo de dois anos

quais os erros de medicação ocorridos, a classificação e, posteriormente, o calculo

do gasto financeiro associado a cada um destes erros. A pesquisa concluiu que os

custos do tratamento atribuíveis aos erros de medicação foram de aproximadamente

US$ 8.439,00 utilizando o método de decomposição Blinder-Oaxaca e US$ 8.898,00

utilizando o método de previsão (CHOI, 2015).

Apesar das evidências disponíveis indicando os aspectos positivos que

envolvem a utilização de bombas de infusão para terapia intravenosa, estudo

realizado com 29 hospitais sauditas a respeito das práticas relacionadas à

dispensação e administração segura de medicamentos demonstrou que apenas

12% dos hospitais utilizam a referida tecnologia (ALSULTAN et al., 2012).

Acresce-se que apesar de muitos dos equipamentos disponíveis

apresentarem recursos e opções, não significa que haja uma melhora significativa

no trabalho dos profissionais de saúde, já que ocorre uma certa dificuldade em

manipular e principalmente programar estas máquinas (GONTIJO, BATISTA,

BARREIRO s/d).

Outro problema vivenciado é que mesmo com a utilização destas

bombas, erros são possíveis. Nesta perspectiva o Sistema Espanhol de Notificação

em Segurança em Anestesia e Reanimação (SENSAR) é um site público para

compartilhamento de experiências que objetiva o incremento da segurança do

paciente por meio da comunicação direta e detecção de falhas. Houve a detecção

de três incidentes decorrentes de programação incorreta de bomba de infusão: em

um deles foi administrado a medicação remifentanil, mas na bomba foi selecionado o

medicamento sulfentanilo; em outro foi planejado e administrado a medicação

propofol, porém em concentração maior do que o prescrito e o terceiro episódio

estava associado à troca de seringas dos medicammntos remifentanil e propofol,

Discussão 81

programados em bombas separadas, que foram trocadas no momento da conexão

da seringa na bomba de infusão. Após a análise destas ocorrências recomendou-se:

diminuir o número de fármacos disponíveis na biblioteca das bombas de infusão;

diminuir o número de seringas diferentes que podem ser conectadas ao dispositivo

de infusão; aumentar número de bombas disponíveis para que sejam identificadas ;

utilizar seringas próprias para cada tipo de bomba de infusão; ativar o software da

bomba para comprovação da programação realizada e aplicar o sistema de

checagem (SENSAR, 2014).

6.2.2 Sistema de Alerta e Ferramenta de Apoio à Decisão Clínica

O século XX foi a época histórica em que a humanidade alcançou muitos

avanços tecnológicos; o atual estágio da tecnologia permitiu que a informação fosse

tratada de forma eficaz, rápida e precisa, otimizando a complexa teia de dados sobre

as preferências dos consumidores, em geral. As organizações em geral, incluindo as

que atuam na área da saúde, precisam utilizar as ferramentas oriundas da

informática a fim de obter o melhor resultado no seu relacionamento com clientes

diretos e indiretos (ALMEIDA; MELLO, 2004).

Esta necessidade de conhecer as ferramentas disponíveis decorre do fato

dos serviços de saúde gerarem e manipularem um grande e complexo volume de

informações provenientes das mais diversas instituições de saúde, em conjunto com

os dados clínicos acumulados dos respectivos pacientes. Antes restritas a um corpo

específico de profissionais, a atual sociedade da informação e do conhecimento

alterou e vem potencializando um conjunto de práticas nos serviços de saúde, as

quais devem ser práticas adequadas de gestão de informação clínica, de modo a

melhorar as tarefas de planejamento, implementação e controle desses serviços

(VASCONCELOS, ROCHA, GOMES, 2004).

Entre vários sistemas existentes há o de alerta, o qual consiste em um

quadro de aviso durante a execução de um software ou programa, de acordo com

padrões pré-estabelecidos, em diferentes áreas de conhecimento e atuação

(MARIN; BOURIE; SAFRAN, 2000; KAWANO, 2006, BARRA, DAL SASSO, 2010).

Discussão 82

Frequentemente esses sistemas são utilizados de forma integrada a

outras tecnologias, como por exemplo, a Ferramenta de Apoio à Decisão Clínica ou

a Prescrição Eletrônica, incrementando a segurança do paciente assistido.

O estudo 2 (BOUSSADI et al., 2012) avaliou a quantidade de alertas

gerados mediante a prescrição eletrônica no hospital que sediou a pesquisa e

constatou que a existência de um banco de dados não atualizado pode gerar avisos

desnecessários e em número excessivo, favorecendo a confusão e não o sinal de

alerta.

Marin et al. (2000) desenvolveram um sistema de alarme para prevenção

de quedas após a identificação dos fatores de risco para este EA. Do mesmo modo

acontece com os fatores relacionados a administração de medicamentos. Quando

estes sistemas são aplicados à prescrição eletrônica, diversos itens podem ser

avaliados, como por exemplo: dose, tempo de infusão, intervalo entre doses,

resultando em um alerta na tela caso o medicamento prescrito não esteja de acordo

com os parâmetros normatizados pela instituição de saúde (KAWANO et al,. 2006).

Entende-se, então, que os sistemas de informação (SI) na área da saúde

apresentam uma importância crescente no suporte prestado aos profissionais de

saúde e aos próprios pacientes. Exemplos de SI incluem redes de informação de

saúde, caracterização, registo e manipulação eletrônica de pacientes, serviços de

telemedicina, integração com sistemas de comunicação móveis, portais de saúde e

muitas outras ferramentas baseadas na aplicação de Tecnologia de Informação em

prevenção, diagnóstico, terapia, monitorização e gestão de serviços (públicos e

privados) de saúde. A multiplicação dos sítios Web é um exemplo típico da aplicação

desta tecnologia na área da saúde por meio da disponibilização de conteúdos para

os profissionais e pacientes (VASCONCELOS, ROCHA, GOMES, 2004).

No que se refere aos sistemas de apoio às decisões (SAD), é possível

afirmar que surgiram em decorrência do avanço das tecnologias de Informação. Tais

sistemas são amplamente utilizados nas estruturas decisórias das organizações,

independentemente de onde os usuários da informação estejam vinculados na

estrutura organizacional. Seu uso efetivo pode vir a facilitar o processo decisório por

meio da obtenção de dados estrategicamente coletados, armazenados e

processados com conteúdos importantes para qualquer nível e tamanho da

organização (FERREIRA, 2010).

Discussão 83

Em relação aos sistemas/ferramentas de apoio á decisão clinica, sabe-se

que na área de saúde os profissionais precisam tomar decisões com o máximo de

precisão em cenários de incertezas; compõem estes cenários os pacientes

considerando-se que são únicos e diferentes e os próprios profissionais, que devem

tomar decisões relacionadas às intervenções terapêuticas, as quais podem

apresentar variabilidade e imprecisão. Neste sentido, os sistemas de apoio ao

diagnóstico podem ser bem úteis, pois o seu uso tende a reduzir a variabilidade e a

imprecisão (SILVA, SOUZA, 2006).

Sistemas de conhecimentos ativos são ferramentas de apoio à decisão

clínica que utilizam dois ou mais itens de dados do paciente para gerar orientações

específicas para cada caso (WYATT; SPIEGELHALTER, 1991; LICHTENSTEIN et

al., 2011).

Estas ferramentas de apoio à decisão possibilitam fazer análises que

antes não eram possíveis, de maneira rápida e flexível garantindo assim, maior

acuricidade nas tomadas de decisão, além de interação entre as áreas de diferentes

saberes técnico-científicos em busca de qualidade de vida (SILVA, CARITÁ,

FELICIO, 2014).

Segundo Perreault & Metzger (1999): os sistemas de apoio à decisão

clínica devem possuir quatro funções principais:

Administrativa: devem dar suporte ao registro e documentação clínica,

autorização de procedimentos, e encaminhamento de pacientes, ou outras

atividades administrativas

Gestão de complexidade clínica e detalhes: armazenamento de dados de

pacientes sendo estudados, ou protocolos medicamentosos (exemplo:

quimioterápico), gestão de chamadas médicas.

Controle de custo: Monitoração de medicação, prevenção de testes duplicados ou

desnecessários

Suporte à Decisão: Suporte ao diagnóstico clínico e procedimentos para

tratamento; promoção de “melhores práticas” e guias específicos de acordo com a

condição do paciente - Guidelines,

O sistema de Alertas e a Ferramenta de apoio à decisão clínica foram

englobados no mesmo subitem, pois ambos utilizam-se de informações de um

banco de dados do paciente (prescrição eletrônica, prontuário eletrônico, biblioteca

Discussão 84

de drogas) e a partir destas informações desencadeiam quadros de avisos ao

usuário do sistema. A ferramenta de apoio à decisão clínica pode ser considerada

uma melhoria do sistema de alerta, pois ela oferece suporte a decisões ou até

mesmo impede uma determinada ação.

O estudo 10 (MILANI; OLECK; LAVIE, 2011) avaliou o impacto da

prescrição eletrônica que possui a ferramenta de apoio à decisão clínica quanto à

frequência de erros de medicação trombolítica em pacientes com doença renal

crônica. Verificou-se que a mortalidade até 90 dias foi menor no grupo da

intervenção (4 óbitos para 9 com prescrição padronizada). Considerando a presença

de sangramentos 3 dos pacientes que utilizaram a ferramenta de apoio,

apresentaram tal intercorrência, enquanto no grupo controle 10 pacientes tiveram

sangramento. Tais resultados vão de encontro aos achados de Fuzzinato et al.

(2013), que após a implantação desta ferramenta constatou que a adequação da

profilaxia para tromboembolia venosa aumentou de 46,2% para 57,9% (p = 0,01).

No Brasil, estudo apresentou o desenvolvimento de um sistema de apoio

à decisão (SAD) para análise dos dados de um determinado evento que teve como

objetivo levantar os fatores de risco para a doença arterial coronariana na população

participante do evento, utilizando o referencial “Campo de Saúde”. Os dados

coletados foram armazenados no SGBD Microsoft Access 2000 por meio de uma

interface implementada em Delphi 7, possibilitando cadastro de dados

antropométricos do cliente, da história clínica e relacionados ao estilo de vida; além

de dados dos exames médicos. A implementação do SAD deu-se por meio de um

Data Mart baseado no modelo Star. Foram efetuados alguns cálculos para chegar-

se aos indicadores de hipertensão, idade, valores de colesterol total e cálculo do

IMC. Após a migração dos dados para o Data Mart foi criado um cubo

multidimensional, por meio da ferramenta Microsoft Query e para analisar os dados

oi utilizada a ferramenta OLAP do Microsoft Excel XP. Como resultado destaca-se a

estrutura amigável e de baixo custo que foi criada para analisar as informações

coletadas no evento. A partir do uso da ferramenta OLAP podem-se fazer análises

que antes não eram possíveis, de maneira rápida e flexível com maior acuricidade

nas tomadas de decisão (SILVA, CAROTÁ, FELICIO, 2014).

A fim de que a tecnologia seja aplicada de forma profícua pela

organização, múltiplos fatores interdependentes precisam estar ajustados e

Discussão 85

sincronizados e, particularmente, a sociedade e o espaço organizacional devem

estar aptos a acolher a tecnologia sem contenções de insumos (ALMEIDA, MELLO,

2004).

6.2.3 Código de Barras e Sistema Eletrônico de Registro de Medicamentos

Código de barras trata-se de uma representação gráfica de números e/ou

letras, largamente utilizada nas mais diferentes empresas, fábricas, indústrias e

prestadores de serviços. Apesar de surgir no início dos anos de 1950, apenas em

meados dos anos 1970 que pode ser realmente operacionalizada e então

gradualmente difundida (BARCODING s/d).

Nos serviços de saúde a sua aplicabilidade também é grande, mas

ressalta-se aqui: o controle de estoques e almoxarifados, a rastreabilidade de

materiais e insumos, identificação de pacientes e registro de medicamentos.

O código de barras para administração de medicamentos é a verificação

eletrônica automática dos mesmos pela enfermagem na beira do leito do paciente, é

uma providência adicional na segurança do processo de administração de

medicamentos a pacientes internados. (RADECKI et al., 2012)

No que se refere à administração segura de medicamentos, é necessário

um leitor portátil de código de barras para que o funcionário de enfermagem, antes

da administração de um fármaco, possa reconhecer o seu código de identificação e,

assim, verificar os dados e a possibilidade de administração.

O código de barras pode ser utilizado durante a administração de

medicamentos para ajudar a verificar a identidade de um paciente e do

medicamento a ser administrado. Os enfermeiros podem utilizar o sistema de

administração de medicamentos de código de barras em conjunto com um sistema

de registro eletrônico de administração de medicamentos para documentar

automaticamente a realização dos mesmos (HE; MARQUARD; HENNEMAN, 2014).

Nesta mesma perspectiva Hassink et al. (2012) afirmam que o código de barras é

desenvolvido para melhorar o cumprimento dos cinco certos da medicação:

medicamento certo, paciente certo, dose certa, via certa e hora certa.

Discussão 86

Os estudos 3 (COCHRAN; HAYNATZKI, 2013), 4 (SEIBERT et al, 2014) e

9 (PRUSH et al., 2010) retratam a utilização desta tecnologia como um fator

importante para redução de erros na administração de medicamentos aliada a outras

intervenções. Cochran e Haynatzki (2013) ressaltam que um sistema de código de

barras na beira do leito não reduz a probabilidade de um erro ser gerado no

ambiente hospitalar. Seu papel é a identificação precoce, antes da administração do

fármaco, para que o erro não atinja o paciente.

Porém, Ehteshami et al. (2014) enfatizam que a utilização do código de

barras impede que o quase erro atinja o paciente, uma vez que para a enfermagem

administrar a medicação todas as variáveis (incluindo drogas, paciente, tempo,

método de administração, e da dose) precisam ser consistentes. Se houver qualquer

inconsistência entre estes cinco fatores o sistema adverte o responsável pela

administração do fármaco para correção dos dados ou do medicamento. A referida

tecnologia parece diminuir a incidência de erros na administração de medicamentos

quando os erros relacionados ao tempo são excluídos (HASSINK, 2012).

Seibert et al. (2014), autores do estudo 4, demonstram que as

oportunidades para erros, em ambos os hospitais estudados na citada investigação

foram menores após a implementação do código de barras. Desconsiderando as

ocorrências de tempo errado para administração dos medicamentos, a melhora da

taxa de precisão em ambos os hospitais foi para 96%. Considerando as taxas gerais

de notificações de erros de medicação nos hospitais em estudo, houve queda

acentuada das mesmas após a intervenção.

Tais achados corroboram com os resultados apresentados por Poon

(2010) no estudo em que observaram 6723 administrações de medicamentos em

unidades de pacientes que não têm código de barras e 7318 administrações de

medicamentos um hospital que possuía tal tecnologia. Nas unidades que não

utilizavam código de barras e registro eletrônico a taxa de erros era de 11,5%

enquanto nas unidades que dispunham das referidas tecnologias as taxas eram de

6,8%.

Pesquisa realizada em hospital público de Midwestern, no período de 12

meses antes da implantação do código de barras e 12 meses depois desta

intervenção, constatou que houve uma diminuição de 18% nas taxas de erros de

administração de medicamentos (LOW; BELCHER, 2002)

Discussão 87

Teixeira e Cassiani (2010) ao observarem a administração de 821 doses

de medicamentos, identificaram e classificaram 74 erros em hospital que não utiliza

código de barras. Compreendem que uma das estratégias a ser utilizada para

minimização destes eventos seria o uso bombas de infusão e verificação de código

de barras.

Porém, além dos aspectos positivos relacionados à segurança do

paciente foi possível a identificação de outros fatores também relevantes. Estudo

que avaliou o impacto do código de barras com relação ao tempo gasto na

enfermagem na assistência aos pacientes, comparou o tempo de movimento com a

observação direta antes e depois da implementação do sistema de código de barras

nas áreas de cuidados intensivos e unidades médico cirúrgicas. No total foram

realizadas 232 horas (duplas) de observações. Os resultados revelaram que a

porcentagem de tempo gasto das enfermeiras com atividades de administração de

medicamentos caiu de 26,9% do tempo para 24,9% depois da implantação. Em

contraposição, o tempo gasto com a assistência direta ao paciente, aumentou de

26.1% para 29,9% depois desta implantação (POON et al., 2008).

Outra perspectiva que repercute na assistência à saúde está relacionada

ao gasto financeiro advindo dos EA relacionados a medicação. Maviglia et al. (2007)

estudaram o custo beneficio da implantação do código de barras em um hospital

terciário e determinaram o retorno do investimento, com o resultado deste estudo ao

término do quinto ano. O total dos gastos foi US$2,24mi de dólares (US$ 1,31mi

para a primeira etapa que durou 3 anos e meio e depois US$ 342 mil dólares por

ano). A diminuição de 517 eventos adversos com medicamentos por ano, devido

erros de dispensação economizou US$2.20 mi. O que resultou em uma economia no

período de cinco anos de US$3.49 mi de dólares.

A necessidade, importância e obrigatoriedade do registro dos

medicamentos administrados aos pacientes é uma rotina não apenas contemplada

na prática diária das instituições de saúde, mas, principalmente, normatizada pelo

conselho de classe da Enfermagem (COREN, 2012). Tal ação é primordial para uma

assistência de qualidade segura, com identificação do momento da checagem, o

profissional que o fez, qual sua categoria profissional e gera a possibilidade de

consultar o responsável pela administração caso haja qualquer necessidade ou

dúvida.

Discussão 88

A pesquisa de Hilmas et al. (2010) - estudo 9 - avaliou conjuntamente a

utilização de bombas de infusão, o código de barras e o registro eletrônico de

medicamentos. Foi possível a identificação do aumento das taxas do cumprimento

das padronizações de infusões. Considerando-se a heparina a redução da taxa de

erro de medicação foi de 32%

Porém, os processos de registros manuais não acontecem concomitantes

ao momento da administração resultando, inclusive, ocasionando falhas de registro.

Quando a ferramenta da administração do código de barras é atrelado ao sistema

eletrônico de registro de medicamentos a informação é registra em tempo real e

favorece a segurança do paciente.

O estudo 4 de Seibert et al. (2014), demonstrou que a utilização do

registro eletrônico associada ao código de barras diminuiu a ocorrências de erros

relacionados a medicamentos, porém o estudo 5 (CHOO; JOHNSTON; MANIAS,

2014) avaliou o registro eletrônico isoladamente, demonstrando que a implantação

de sistema eletrônico de registro de medicamentos não afetou a incidência de erros

de medicação.

6.2.4 Prescrição Médica Eletrônica e Base de Dados

As bases de dados são caracterizadas pelo armazenamento e

organização de informações pertinentes a algo ou a alguém. Tais bases eram

definidas pela guarda de arquivos, que foram substituídas, posteriormente, por

sistemas informatizados, que possibilitaram a retenção de grandes volumes de

informações com as mais diversas características (BEVILACQUA, 2010).

Como já apresentada nesta revisão, a ferramenta Base de Dados é

utilizada em conjunto com outros instrumentos tecnológicos, quer seja no sistema de

alerta (estudo 2 – BOUSSADI et al.,2012), Prescrição Médica Eletrônica ou bombas

de infusão (estudo 8 – HILMAS et al., 2010).

Na área da hospitalar existem diversos tipos de base de dados com

objetivos distintos. Tais dispositivos são capazes de armazenar dados oriundos de

medicamentos medicamentos, insumos, diagnósticos e condutas, dentre outros.

Discussão 89

Considerando a segurança do paciente é possível a identificação da utilização desta

ferramenta na padonização da terapia intravenosa, não permitindo que bombas de

infusão apresentem fluxos e concentrações acima dos padrões pré-estabelecidos

(MANRIQUE-RODRÍGUEZ et al., 2012; SEEBER et al.,2015).

Boussadi et al. ( 2012) objetivando um sistema de alertas mais eficiente e

assertivo, realizaram refinamentos no banco de dados da prescrição eletrônica e

desta forma obtiveram êxito na geração de menos alertas desnecessários, porém,

com melhores resultados. Phansalka et al. (2013) sugerem a adequação dos bancos

ou bases de dados, para que os alertas gerados sejam eficientes.

Dentre os achados desta RI, foi possível a identificação da utilização dos

bancos de dados em conjunto com a Prescrição Médica Eletrônica.

A importância da prescrição médica é inquestionável, bem como sua

complexidade é notória. Apesar das diretrizes relacionadas à Prescrição médica

(PAZIN-FILHO et al., 2013), nem sempre a execução acontece conforme é

preconizada.

As falhas em decorrência da prescrição médica contribuem

significativamente para o índice total de erros de medicações e têm grande potencial

para resultarem em consequências prejudiciais para o paciente (LOPES et al.,

2014). A dificuldade em compreender o receituário médico devido a problemas com

a letra do médico, uso de abreviaturas, ausências de informações relevantes

(GIMENES, 2007; LOPES et al., 2014) dificultam a compreensão das informações

dos medicamentos a serem administrados.

Estima-se que os erros relacionados à prescrição médica atinjam 72%

das falhas (WINTERSTEIN et al., 2004) e 28% são falhas iniciadas nas demais fases

do processo de administração de medicamentos.

Com o objetivo de eliminar erros relacionados à ausência de dados e

associados à ilegibilidade das prescrições manuais surgem as prescrições

informatizadas, que não tinham qualquer ferramenta de apoio, mas contavam com

programas de processamento de textos para posterior impressão.

Buscando-se aprimorar a informatização das prescrições surgem os

sistemas eletrônicos que além da digitação de dados abrangem, também, a

comunicação com o setor da Farmácia para requisição automática das drogas

solicitadas, já que a prescrição fica registrada no prontuário do paciente e o sistema

Discussão 90

de registro eletrônico de medicamentos, possibilitando o resgate de informações

relevantes.

Os estudos 6 (JAYARAM et al., 2011), 8 (HILMAS et al., 2010) e 10

(MILANI, OLECK, LAVIE, 2011) avaliaram o efeito resultante do uso da prescrição

eletrônica nas taxas de erros de medicação. O estudo de Jayaram et al. (2011) 6

demonstrou a diminuição das taxas de erros notificado (por 1000 pacientes/ dia)

diminuiu de 27,89 para 5,50 no ano seguinte ao da implantação (2005) e para 3,43

em 2007. A pesquisa de Hilmas et al., (2010) constatou que a prescrição eletrônica

em conjunto com a reformulação de banco de dados relacionado à padronização de

medicações endovenosas e bombas de infusão inteligentes eliminou erros

referentes ao excesso da dose máxima preconizada, além dos relacionados a

prescrições incompletas ou ilegíveis.

A pesquisa de Milani et al., (2011) comprovou que a mortalidade até 90

dias foi de 4 pacientes com prescrição eletrônica e 7 nas prescrições padronizadas.

Com relação à ocorrência de sangramentos foram 3 pacientes na prescrição

eletrônica enquanto 10 clientes que utilizaram prescrições padronizadas

apresentaram sangramento. O tempo de permanência foi menor nos pacientes que

utilizaram prescrição eletrônica em comparação ao outro grupo de pacientes.

Silva (2009) após analisar 3.931 prescrições médicas no período

compreendido entre julho de 2008 e maio de 2009 identificou um total de 362 (9.2%)

erros de prescrição. Possivelmente a grande quantidade de rasuras, dados

incompletos, ilegibilidade e abreviaturas favorecem a erros. Porém, a presença da

prescrição eletrônica deve acontecer de modo a cumprir critérios bem estabelecidos

e não apenas ser utilizada como uma prescrição médica digitalizada. Estudo

realizado em hospital universitário no estado de São Paulo analisou 1.349

prescrições médicas, sendo que destas 17,5% apresentaram rasuras, estas foram

caracterizadas por modificações na prescrição e que incluíam riscos ou círculos ao

redor do nome dos medicamentos, da dose, frequência ou do número de dias que os

medicamentos estavam sendo prescritos. Percebe-se que apesar da presença de

uma ferramenta que objetiva eliminar erros de medicação em decorrência de

rasuras, alterações e legibilidade o modo de utilização da tecnologia pode

comprometer sua funcionalidade (GIMENES et al., 2006).

Os sistemas de prescrição eletrônica eliminam problemas relacionados à

Discussão 91

caligrafia médica, falta de estrutura e muitos outros benefícios considerando o apoio

à decisão clínica (CHO, 2015).

Pazin-Filho (2013) considera a prescrição eletrônica um avanço

tecnológico duradouro, com inúmeras funções que podem reduzir os erros em cada

fase da administração de medicamentos, porém não pode garantir a eliminação dos

erros de prescrição médica.

92

7 CONCLUSÃO

Discussão 93

O estudo teve como objetivo buscar e analisar as evidências científicas,

disponíveis na literatura nacional e internacional, a respeito do uso da tecnologia na

segurança dos pacientes hospitalizados, considerando a administração de

medicamentos, utilizando como Referencial Teórico a Prática Baseada em

Evidências (PBE). Foi realizada uma Revisão Integrativa da Literatura nas bases de

dados CINAHL, LILACS e MEDLINE. Dos artigos identificados, dez foram publicados

no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2014 e atenderam aos critérios de

inclusão. Os periódicos em que estavam publicados eram das áreas de

conhecimento da farmácia, médica (psiquiatria), informática médica, médica,

enfermagem e qualidade e segurança. Após a análise dos dados foi possível

identificar que o uso das tecnologias na saúde envolveu: Bomba de Infusão

“Inteligente”; Sistema de Alertas e Ferramentas de Apoio à Decisão Clínica; Código

de Barras; Sistema Eletrônico de Registro de Medicamentos; Prescrição Médica

Eletrônica e Bases de Dados Computadorizada. Evidenciou-se que a segurança do

paciente foi incrementada, na maioria dos estudos analisados, com a utilização de

uma ou mais ferramentas tecnológicas, resultando em diminuição de erros de

administração de medicamentos e favorecendo a segurança aos pacientes.

Entretanto, a segurança do paciente é uma das metas mais importantes

da instituição de saúde e para a sua concretização existe a necessidade do

envolvimento da equipe multiprofissional de atendimento ao paciente, incluindo-se a

equipe de enfermagem. Para a obtenção dessa meta, é necessário o

estabelecimento de um projeto de trabalho a ser desenvolvido pela equipe, com

protocolos de cuidados de enfermagem, indicadores de qualidade, monitorização de

eventos adversos que possam minimizar possíveis erros nas intervenções

realizadas, apoiadas em tecnologias de informação.

94

REFERÊNCIAS1

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111

ANEXOS

Anexos 112

ANEXO A - INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS

IDENTIFICAÇÃO

TÍTULO DO ARTIGO

TÍTULO DO PERIÓDICO

AUTORES

NOME:

LOCAL DE TRABALHO:

GRADUAÇÃO

PAÍS

IDIOMA

ANO DE PUBLICAÇÃO

INSTITUIÇÃO SEDE DO ESTUDO

HOSPITAL

UNIVERSIDADE

CENTRODE PESQUISA

INSTITUIÇÃO ÚNICA

PESQUISA MULTICENTRICA

OUTRAS INSTITUIÇÕES

NÃO IDENTIFICA LOCAL

Anexos 113

TIPO DE REVISTA CIENTÍFICA

PUBLICAÇÃO DE ENFERMAGEM GERAL

PUBLICAÇÃO DE ENFERMAGEM

PERIOPERATÓRIA

PUBLICAÇÃO DE ENFERMAGEM DE

OUTRA ESPECIALIDADE

PUBLICAÇÃO MÉDICA

PUBLICAÇÃO DE OUTRAS ÁREAS DA

SAÚDE

CARACTERÍSTICAS METODOLÓGICAS DO ESTUDO

1.TIPO DE

PUBLICAÇÃO

( ) PESQUISA

( ) Abordagem

Quantitativa

( ) Abordagem Qualitativa

( ) NÃO PESQUISA

( ) Revisão de Literatura

( ) Relato de experiência

( ) Outras.

Qual?________________

( )Delineamento Experimental

( ) Delineamento Quase-

Experimental

( ) Delineamento Não

Experimental

2. OBJETIVO OU

QUESTÃO DE

INVESTIGAÇÃO

3. AMOSTRA 3.1 SELEÇÃO ( ) Randômica ( )

Conveniência

( )

Outra____________________________

3.2 TAMANHO (N) Inicial_____________

Final_____________

Anexos 114

CARACTERÍSTICAS

CRITÉRIOS DE INCLUSÃO/ EXCLUSÃO DOS SUJEITOS

TRATAMENTO

DOS DADOS

INTERVENÇÕES

REALIZADAS

VARIÁVEL INDEPENDENTE

VARIÁVEL DEPENDENTE

GRUPO CONTROLE

INSTRUMENTO DE MEDIDA

DURAÇÃO DO ESTUDO

MÉTODOS EMPREGADOS PARA MENSURAÇÃO DA

INTERVENÇÃO

RESULTADOS

ANÁLISE TRATAMENTO ESTATÍSTICO

NÍVEL DE SIGNIFICÂNCIA

IMPLICAÇÕES AS CONCLUSÕES SÃO JUSTIFICADAS COM BASES NOS

RESULTADOS

QUAIS SÃO AS RECOMENDAÇÕES DPS AUTORES

NIVEL DE

EVIDÊNCIA

Anexos 115

AVALIAÇÃO DO RIGOR METODOLÓGICO

CLAREZA NA IDENTIFICAÇÃO DA

TRAJETÓRIA METODOLÓGICA NO

TEXTO (MÉTODO EMPREGADO,

SUJEITOS PARTICIPANTES, CRI-

TÉRIOS DE INCLUSÃO

/EXCLUSÃO, INTERVENÇÃO, RE-

SULTADOS)

IDENTIFICAÇÃO DE LIMITAÇÕES

OU VIÉSES

Anexos 116

ANEXO B – QUADRO RESUMO

NOME DA

PESQUISA

AUTORES TIPO DE

PUBLICAÇÃO

DETALHAMANETO

METODOLÓGICO

DETALHAAMENTO

AMOSTRAL

INTERVENÇÃO

ESTUDADA

RESULTADOS RECOMENDAÇÕES/

CONCLUSÕES