UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENFERMAGEM … · A Deus, que permitiu não ... pelo...
Transcript of UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENFERMAGEM … · A Deus, que permitiu não ... pelo...
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ESCOLA DE ENFERMAGEM DE RIBEIRÃO PRETO
PAULA FURQUIM GALLO
Tecnologia em Saúde e Segurança na Administração de
Medicamentos em Pacientes Hospitalizados: uma revisão
integrativa
RIBEIRÃO PRETO
2015
PAULA FURQUIM GALLO
Tecnologia em Saúde e Segurança na Administração de
Medicamentos em Pacientes Hospitalizados: uma revisão
integrativa
Dissertação apresentada à Escola de Enfermagem
de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo,
para obtenção do título de Mestre em Ciências,
Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional
em Tecnologia e Inovação em Enfermagem.
Linha de pesquisa: Tecnologia e Inovação no
Cuidado em Enfermagem
Orientador: Profa. Dra. Maria Lucia do Carmo Cruz
Robazzi
Coorientador: Dra. Mayra Fernanda de Oliveira
RIBEIRÃO PRETO
2015
Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio
convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a
fonte.
Gallo, Paula Furquim Tecnologia em Saúde e Segurança na Administração de Medicamentos em
Pacientes Hospitalizados: uma revisão integrativa. Ribeirão Preto, 2015.
116 p. : il. ; 30 cm
Dissertação de Mestrado, apresentada à Escola de Enfermagem de Ribeirão
Preto/USP. Área de concentração: Mestrado Profissional Tecnologia e Inovação em Enfermagem.
Orientador: Profa. Dra. Maria Lucia do Carmo Cruz Robazzi Coorientador: Drª Mayra Fernanda de Oliveira
1. Tecnologia em saúde. 2. Segurança do Paciente. 3. Erro de Medicação.
GALLO, Paula Furquim
Tecnologia em Saúde e Segurança na Administração de Medicamentos em
Pacientes Hospitalizados: uma revisão integrativa
Dissertação apresentada à Escola de Enfermagem
de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo,
para obtenção do título de Mestre em Ciências,
Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional
Tecnologia e Inovação em Enfermagem.
Aprovado em ........../........../...............
Comissão Julgadora
Prof. Dr._____________________________________________________________
Instituição:___________________________________________________________
Prof. Dr._____________________________________________________________
Instituição:___________________________________________________________
Prof. Dr._____________________________________________________________
Instituição:___________________________________________________________
DEDICATÓRIA
A Deus, que permitiu não apenas a realização de um projeto, mas a
concretização de um sonho;
Aos meus pais Edson e Jane, e meus irmãos Rodrigo e Júnior, por serem mais
do que família, e sim, minhas raízes e história;
Ao meu esposo Davi, que tão amavelmente caminhou ao meu lado e
acreditou em mim quando eu mesma duvidava. Obrigada por todo apoio,
incentivo e auxilio. Obrigada pela compreensão nos diversos momentos de
ausência, por cada abraço e oração quando mais precisei;
À minha pequena Ana Laura, meu maior sonho, minha melhor realidade.
Não desisti por você! Dedico a você não apenas este trabalho, mas toda a
minha vida e coração. Amor Eterno!
AGRADECIMENTOS
À Drª Mayra Fernanda de Oliveira, que tão prontamente aceitou o convite para orientação
deste trabalho;
À Profª Drª Maria Lucia do Carmo Cruz Robazzi, que não mediu esforços para a concretização deste sonho;
Ao Prof. Dr. Fábio de Sousa Terra, por toda contribuição oferecida mesmo diante de pedidos
urgentes;
À Profª Mª Benedita G. A. Ribeiro (Tinha), Nycole I. Nascimento, Rodrigo Tomazelli e Gabriel E. Nascimento, por toda a ajuda, quando o tempo parecia ser insuficiente e a
angústia era grande;
À Vanessa C. Polegati e Wiara C. Passos, pelo companheirismo no trabalho, pelo encontro mágico da vida, pela amizade de sempre, pelo amor de irmãs;
À diretoria e colegas do Hospital Estadual de Ribeirão Preto, pela parceria de tantos anos e
a colaboração no desenvolvimento do trabalho no HERP;
Á Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, porque mais que uma instituição de ensino, é a melhor que eu poderia ter;
Aos Amigos, de perto e de longe, que se fizeram presentes em tantos momentos difíceis
durante a realização deste trabalho, vocês foram essenciais durante esta caminhada!
Minha Gratidão!
RESUMO
Gallo, P.F. Tecnologia em Saúde e Segurança na Administração de Medicamentos em Pacientes Hospitalizados: uma revisão integrativa. 2015. 116 f. Dissertação (Mestrado) – Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, 2015.
Eventos Adversos (EA) são recorrentes nas instituições de saúde e incluem os erros de administração de medicamentos, que podem acontecer nas mais diversas fases do processo dessa administração, da prescrição ao monitoramento do paciente. Atualmente, busca-se pela diminuição de danos desnecessários a um nível mínimo dentro dos limites aceitáveis por meio de ferramentas tecnológicas. Frente ao exposto objetivou-se buscar e analisar as evidências científicas, disponíveis na literatura nacional e internacional, a respeito do uso da tecnologia na segurança dos pacientes hospitalizados, considerando a administração de medicamentos. Utilizou-se a Prática Baseada em Evidências (PBE) como referencial teórico para o presente estudo. Realizou-se a Revisão Integrativa da literatura nas bases de dados CINAHL, LILACS e MEDLINE; a questão norteadora da pesquisa foi: Quais intervenções que utilizam tecnologia têm sido empregadas aos pacientes hospitalizados com o intuito de aumentar a segurança, no que diz respeito a administração de medicamentos? Totalizou-se 10 estudos, publicados no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2014, que atendiam aos critérios de inclusão. Após a análise dos dados foi possível identificar que o uso da tecnologia na saúde envolveu: Bomba de Infusão “Inteligente”; Sistema de Alertas e Ferramentas de Apoio à Decisão Clínica; Código de Barras e Sistema Eletrônico de Registro de Medicamentos; Prescrição Médica Eletrônica e Bases de Dados Computadorizada. Verificou-se que a segurança do paciente, nos estudos em questão, foi incrementada com a utilização de uma ou mais ferramentas tecnológicas, resultando em diminuição dos erros de administração de medicamentos e favorecendo a segurança aos pacientes. Descritores: Erros de Medicação, Tecnologia Biomédica, Segurança do Paciente
ABSTRACT
Gallo, P.F. Technology in Health and Safety Drug Administration in Hospitalized Patients: an integrative review. 2015. 116f. Thesis (MS) – University of São Paulo at Ribeirão Preto, College of Nursing, 2015.
Adverse Events (AE) are recurrent in health institutions and include medication administration errors that can occur in several stages of the process of this administration, since the prescription until the patient monitoring. Currently, they seek the reduction of unnecessary damage to a minimum within acceptable limits through technological tools .Based on this, the objective was to seek and analyze the scientific evidence available in the national and international literature regarding the use of technology in the safety of hospitalized patients considering drug administration. The Evidence-Based Practice (EBP) was used as the theoretical framework for this study. An Integrative Literature Review was performed in CINAHL, LILACS and MEDLINE databases; the guiding research question was: What interventions using technology have been employed to hospitalized patients in order to increase security, as regards the administration of medication? It amounted to 10 studies published from January 2010 to December 2014, which matched to the inclusion criteria. After analyzing the data it was observed that the use of health technology involved: Smart Pump; System Alerts and Clinical Decision Support Tools; Bar Code and Electronic System for Drug Registration; Computerized Physician Order Entry and Computerized Databases. It was found that the safety of the patient, in these studies concerned, was increased with the use of one or more technological tools, resulting in decreased drug administration errors and favoring the safety of the patient. Key words: Medication Errors, Biomedical Technology, Patient Safety
RESUMEN
Gallo, P.F. Tecnología en Salud y Seguridad en la Administración de Medicamentos en Pacientes Hospitalizados: una revisión integradora. 2015. 116 f. Disertación (Máster) – Escuela de Enfermería Ribeirão Preto, Universad de São Paulo, 2015.
Eventos Adversos (EA) son recurrentes en las instituciones de salud e incluyen los errores de administración de medicamentos, que pueden ocurrir en diversas etapas del proceso de esa administración, desde la prescripción al monitoreo del paciente. Actualmente, el objetivo es disminuir los daños innecesarios a un nivel mínimo dentro de los límites aceptables, por medio de herramientas tecnológicas. Ante lo expuesto se tuvo como objetivo buscar y analizar las evidencias científicas, disponibles en la literatura nacional e internacional, a respecto del uso de la tecnología en la seguridad de los pacientes hospitalizados, considerando la administración de medicamentos. Se utilizo la Práctica Basada en Evidencias (PBE) como marco de referencia teórico para este estudio. Se realizó la Revisión Integradora de la literatura en las base de datos CINAHL, LILACS y MEDLINE; La cuestión principal de La investigación fue: ¿Cuales intervenciones que utilizan tecnología han sido empleadas en los pacientes hospitalizados con el fin de aumentar la seguridad, en cuanto a la administración de medicamentos? Fueron en total 10 estudios, publicados en el período de enero de 2010 a diciembre de 2014, que cumplían los criterios de inclusión. Después del análisis de los datos fue posible identificar que el uso de la tecnología en salud implicó: Bomba de Infusión “Inteligente”; Sistema de Alertas y herramientas de Apoyo a la Decisión Clínica; Código de Barras y Sistema Electrónico de Registro de Medicamentos; Prescripción Médica Electrónica y Bases de Datos Computadorizada. Se comprobó que la seguridad del paciente, en los estudios en cuestión, fue incrementada con el uso de una o más herramientas tecnológicas, dando como resultado una disminución de los errores de administración de medicamentos y favoreciendo la seguridad de los pacientes. Descriptores: Errores de Medicación, Tecnología Biomédica, Seguridad del Paciente
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Etapas da seleção de estudos da base CINAHL......................
53
Figura 2 Etapas da seleção de estudos da base PUBMED....................
54
Figura 3 Classificação dos níveis de evidências.....................................
56
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Descritores utilizados para a localização dos artigos nas
bases de dados PUBMED, CINAHL e LILACS, 2015.............
49
Quadro 2 Estratégia de busca na base de dados LILACS, 2015...........
51
Quadro 3 Estratégia de busca na base de dados CINAHL, 2015..........
51
Quadro 4 Estratégia de busca na base de dados PUBMED, 2015........
52
Quadro 5 Apresentação dos estudos selecionados e respectivos autores conforme periódico de publicação e base de dados, 2015........................................................................................
59
Quadro 6 Apresentação dos periódicos de acordo com número de estudos selecionados e o fator de impacto do mesmo...........
61
Quadro 7 Apresentação da síntese do estudo 1 incluído na revisão, segundo título, autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento amostral, intervenção, resultados e conclusões, 2015................................................
62
Quadro 8 Apresentação da síntese do estudo 2 incluído na revisão, segundo título, autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento amostral, intervenção, resultados e conclusões, 2015...............................................
63
Quadro 9 Apresentação da síntese do estudo 3 incluído na revisão, segundo título, autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento amostral, intervenção, resultados e conclusões, 2015................................................
64
Quadro 10 Apresentação da síntese do estudo 4 incluído na revisão, segundo título, autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento amostral, intervenção, resultados e conclusões, 2015................................................
65
Quadro 11 Apresentação da síntese do estudo 5 incluído na revisão, segundo título, autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento amostral, intervenção, resultados e conclusões, 2015................................................
66
Quadro 12 Apresentação da síntese do estudo 6 incluído na revisão, segundo título, autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento amostral, intervenção, resultados e conclusões, 2015...............................................
67
Quadro 13 Apresentação da síntese do estudo 7 incluído na revisão,
segundo título, autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento amostral, intervenção, resultados e conclusões, 2015................................................
68
Quadro 14 Apresentação da síntese do estudo 8 incluído na revisão, segundo título, autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento amostral, intervenção, resultados e conclusões, 2015................................................
69
Quadro 15 Apresentação da síntese do estudo 9 incluído na revisão, segundo título, autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento amostral, intervenção, resultados e conclusões, 2015................................................
70
Quadro 16 Apresentação da síntese do estudo 10 incluído na revisão, segundo título, autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento amostral, intervenção, resultados e conclusões, 2015................................................
71
Quadro 17 Categorização sintetizada dos estudos elegíveis, 2015...........................
72
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
BIREME Biblioteca Virtual em Saúde
CINAHL Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature
COREN Conselho Regional de Enfermagem
DECS Descritores em Ciências da Saúde
EA Eventos Adversos
EERP/USP Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de
São Paulo
HERP Hospital Estadual de Ribeirão Preto
ICPS International Classification for Patient Safety
LASA Listen Alike Sound Alike
LILACS Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde
MBE Medicina Baseada em Evidências
MEDLINE Medical Literature Analysis an Retrieval Sistem on-line
MESH Medical Subject Headings
NCC MERP The National Coordinating Council for Medication Error Reporting
and Prevention
NOTIVISA Sistema informatizado nacional para o registro de problemas
relacionados ao uso de tecnologias e de processos assistenciais
OMS Organização Mundial da Saúde
PBE Prática Baseada em Evidências
REBRAENSP Rede Brasileira de Enfermagem e Segurança do Paciente
RI Revisão Integrativa
SNG sonda nasogástrica
SURPASS Surgical Patient Safety System Check List
UI Unidades de Internação
USI Unidade Semi-Intensiva
UTI Unidade de Terapia Intensiva
VIGIPOS Vigilância pós uso das tecnologias em saúde
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO
1. 1.1 1.2 1.3 1.4
REVISÃO DA LITERATURA.......................................................... Eventos Adversos.......................................................................... Administração de Medicamentos.................................................. Segurança do Paciente................................................................. Tecnologia em Saúde....................................................................
17 18 25 30 33
2. REFERENCIAL TEÓRICO.................................................... ...
37
3. OBJETIVO...............................................................................
42
4. 4.1 4.2 4.3 4.4 4.5 4.6 4.7
MÉTODO................................................................................. Tipo de estudo............................................................................... Questão Norteadora...................................................................... Busca na literatura......................................................................... Critérios de Seleção...................................................................... Extração dos Dados...................................................................... Apresentação dos Dados.............................................................. Análise dos Estudos......................................................................
44 45 47 48 50 55 56 57
5. 5.1
RESULTADOS........................................................................ Caracterização dos estudos selecionados....................................
58 59
6. 6.1 6.2 6.2.1 6.2.2 6.2.3 6.2.4
DISCUSSÃO........................................................................... Categorização das tecnologias...................................................... O uso da tecnologia na saúde....................................................... Bomba de Infusão Inteligente........................................................ Sistema de Alerta e Ferramenta de Apoio à Decisão Clínica....... Código de Barras e Sistema Eletrônico de Registro de Medicamentos................................................................................ Prescrição Médica Eletrônica e Base de Dados ...........................
73 74 74 77 81
85 88 90
7. CONCLUSÃO..........................................................................
92
REFERÊNCIAS............................................................................
94
ANEXOS.................................................................................
111
Em 2013 iniciou-se, na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da
Universidade de São Paulo – EERP/USP, a primeira turma do Programa de Pós-
Graduação Mestrado Profissional em Tecnologia e Inovação em Enfermagem e
tivemos o privilégio de compor este grupo, inserindo-nos na linha de pesquisa:
Tecnologia e Inovação no Cuidado em Enfermagem.
Porém nossa trajetória na área da saúde não começou neste momento,
teve inicio em 2002 com o ingresso no curso de Bacharelado em Enfermagem e ao
término do curso, em 2005, a concretização do sonho de ser enfermeira.
Em março de 2008, após experiências profissionais prévias em um
Hospital Geral do interior do Estado de São Paulo e em Maternidade nesta cidade,
ingressamos no Hospital Estadual de Ribeirão Preto (HERP), que seria inaugurado
naquele mesmo mês. Juntamente com o novo trabalho vieram novos desafios,
expectativas e o desejo de fazer do exercício da Enfermagem algo de excelência e
inovação.
As atividades diárias eram desenvolvidas em unidades de internação,
tanto clínica quanto cirúrgica e uma das principais rotinas existentes era e ainda é a
administração de medicamentos. Trata-se de uma tarefa complexa e com muitos
riscos associados.
Por diversas vezes a segurança do paciente, em qualquer instituição de
saúde, é prejudicada com a ocorrência de eventos adversos e, desta forma, a busca
por processos de uma assistência segura torna-se primordial.
Por uma iniciativa da Diretoria da instituição, bem como do grupo de
enfermeiros do HERP, no ano de 2010 foi iniciado um projeto piloto para
administração de medicamentos, que contava com um software totalmente
desenvolvido pela equipe de Tecnologia da Informação deste hospital, objetivando
uma forma segura e eficiente de administração de medicamentos. No ano de 2012
os 50 leitos das Unidades de Internação já contavam com o suporte do sistema
informatizado “Beira Leito” para administração de medicamentos aos pacientes
internados.
Porém, com o decorrer do tempo observou-se a necessidade de ajustar
falhas bem como preencher lacunas, no que diz respeito ao uso da tecnologia no
serviço de saúde hospitalar, e iniciamos a busca de informações que pudessem nos
instrumentalizar em todo este processo.
O presente estudo emerge da necessidade de compreender melhor as
possibilidades do uso da tecnologia considerando a administração segura de
medicamentos.
Desta forma, entendemos que esta investigação poderá fornecer
subsídios para o aprimoramento da prática profissional, tornando-a mais eficiente e
segura.
Revisão da Literatura 18
1.1 Eventos Adversos
Eventos Adversos (EA) acontecem nas diversas instituições de saúde e
devem ser evitados, objetivando que estas instituições alcancem melhorias em seus
processos de qualificação. Sua compreensão facilita a investigação da qualidade da
assistência e auxilia na avaliação dos serviços de saúde (BECCARIA et al., 2009).
Tais eventos são entendidos como complicações, iatrogenias, incidentes
ou erros médicos e são decorrentes de fatores humanos, organizacionais ou
técnicos, resultando ou não em danos ao paciente (BRASIL, 2006). São definidos
como quaisquer ocorrências médicas inconvenientes, sofridas por sujeitos de
pesquisa em investigação clínica (MARODIN; GOLDIN, 2009) Constituem-se em
ocorrências desfavoráveis, que podem acontecer durante o atendimento à saúde
(PAIVA; PAIVA; BERTI, 2010); são incidentes que atingiram os pacientes e
resultaram em danos ou lesões (REASON, 2000; LOMBARTS et al., 2009).
Compõem-se de complicações indesejadas decorrentes do cuidado prestado aos
pacientes, não atribuídas à evolução natural da doença de base; afetam, em média,
10% das admissões hospitalares; desafiam o aprimoramento da qualidade na área
da saúde, pois sua presença reflete o distanciamento entre o cuidado ideal e o real
(GALLOTTI, 2004).
Os EA podem ser definidos como lesões não intencionais que resultam
em incapacidades temporárias ou permanentes e/ou prolongamento do tempo de
permanência ou morte como consequência do cuidado prestado (MENDES et al.,
2005; MARODIN; GOLDIN, 2009); são considerados agravos, não intencionais, que
não apresentam, necessariamente, relação com a doença que levou ao atendimento
inicial, mas que provocam lesões nos pacientes afetados, podendo prolongar o
tempo de internação ou ainda ocasionar óbitos (PAIVA; PAIVA; BERTI, 2010).
Quando decorrentes de erros são denominados EA evitáveis (GALLOTTI,
2004); também podem ser classificados em relação a sua previsibilidade, frequência,
gravidade ou severidade, causalidade e seriedade (MARODIN; GOLDIM, 2009), se
relacionados às medicações, EA não evitáveis são também chamados de reações
adversas aos medicamentos (CASSIANI; FREIRE; GIMENES, 2003). EA cirúrgico e
aqueles relacionados ao uso de drogas parecem corresponder às categorias mais
Revisão da Literatura 19
freqüentes (GALLOTTI, 2004); quase dois terços desses eventos ocorridos em
hospitais estão relacionados aos procedimentos cirúrgicos (VRIES et al., 2011).
A busca pela ocorrência dos EA mostrou que eles acontecem em muitos
países.
Na Colômbia estudo teve como objetivo determinar a incidência,
classificação, evitabilidade e impacto dos EA para determinar a sua importância
como problemas que acontecem em hospitais daquele país. Realizou-se uma coorte
prospectiva de pacientes hospitalizados, há pelo menos 12 horas, em três
Instituições hospitalares gerais colombianas. Foram excluídos os pacientes
psiquiátricos e a presença de EA antes da admissão hospitalar. Foram avaliados
6688 indivíduos durante o período de vigilância; detectou-se 505 pacientes com
rastreamento positivo; um total de 310 apresentou, pelo menos, um EA; em 189
destes pacientes tais eventos foram considerados evitáveis; a invalidez permanente
ocorreu em 1,3% dos pacientes; a mortalidade associada com os EA foi de 6,4%; e
esses propiciaram 1072 dias a mais de hospitalização. Concluiu-se que a incidência
de EA evitáveis foi significativa nos três hospitais colombianos investigados
(GAITAN-DUARTE et al., 2008).
Nos Estados Unidos, estudo objetivou reduzir a taxa de EA relacionados
aos medicamentos prejudiciais de 0,24/1000 doses para 0,08/1000 doses. O estudo
foi quasi-experimental e implementado em um hospital; os eventos foram detectados
por meio de uma combinação de comunicação voluntária, implementação de um
programa voltado para alta confiabilidade, análise da ferramenta utilizada,
intervenções da farmácia e uma colaboração multidisciplinar centrada nos processos
de uso de medicação, não em classes específicas de medicamentos. Como
resultado obteve-se que a taxa de EA prejudiciais aumentou em >65%, inicialmente,
devido ao aumento das notificações de erros. A taxa trimestral foi de 0,17/1000
doses de medicamentos dispensadas em 2010. Até o final de 2013, a taxa havia
diminuído em 76,5%, para 0,04/1000 doses dispensadas. Usando um modelo de
colaboração interna e metodologias focados em processos de uso de medicação, os
EA nocivos foram reduzidos em todo o hospital em 76,5%. A implementação
simultânea de um programa de alta confiabilidade e colaboração multidisciplinar,
voltado para a segurança, mostrou-se importante (MCCLEAD JR et al., 2014).
Na Nigéria, estudo teve como objetivo determinar a prevalência de EA,
Revisão da Literatura 20
bem como avaliar a causa, natureza, gravidade, evitabilidade e os resultados em um
hospital nigeriano e determinar a classe de drogas suspeitas mais comumente
implicadas. A investigação foi realizada com de 221 pacientes adultos, tanto da ala
hospitalar como do ambulatório. A prevalência de EA foi de 17,6% (IC 95%) com 30
(79,5%) destes eventos apresentados na admissão e 8 (20,5%) em desenvolvimento
durante a internação; 46,2% dos eventos foram classificados como prováveis, 35,9%
possíveis e 7,9% certos. Com base na gravidade, 5,1% foram classificados como
suaves, 59,0% como moderados, 30,8% graves e 5,1% letais; 87,2% eram
possivelmente evitáveis; 94,9% dos pacientes recuperaram-se totalmente e 5,1%
morreram. Os EA constituem uma importante causa de internações no hospital
nigeriano investigado e provavelmente ainda irão ocorrer durante as internações
hospitalares recomendando-se o seu acompanhamento (OREAGBA; BADA;
CHUKA-EBENE, 2015).
Na China, foi realizado um estudo prospectivo multicêntrico que incluiu
pacientes submetidos a cirurgias não cardíacas entre 1º de Março de 2008 e 28 de
fevereiro de 2010, em cinco hospitais universitários, localizados em diferentes
regiões do país. EA cardíacos são importantes causas de morbidade e mortalidade
peri-operatória de pacientes idosos submetidos a cirurgia não cardíaca. A incidência
desses eventos em pacientes idosos chineses submetidos à cirurgia não cardíaca foi
de 9,1% pois de 1422 pacientes recrutados, 129 desenvolveram pelo menos um
evento e a morte ocorreu em 11 pacientes (0,8%). Os fatores de risco que
contribuem para os EA cardíacos foram: idade ≥ 75 anos, sexo feminino, história de
infarto do miocárdio, histórico de hipertensão, cirurgia de alto risco, hipotensão intra-
operatória, e hipoxemia intra-operatória (XU et al., 2015).
Ainda nos Estados Unidos, investigação analisou retrospectivamente os
EA que ocorrem dentro da primeira hora após a infusão em 460 pacientes com
câncer submetidos a transplante de células-tronco, no período de 1º de janeiro de
2008 a 1º de maio de 2011. Destes pacientes, 382 receberam transplantes
autólogos e 78 transplantes alogênicos. A incidência, tipos e critérios utilizados na
terminologia adotada pelo Instituto Nacional do Câncer Comum e o grau de
toxicidade para os EA foram anotados. Foram realizadas análises univariadas para
estudar quais características dos pacientes e das infusões podem estar associadas
com a ocorrência dos eventos. Dos 460 pacientes, 261 (56,7%) apresentaram EA
Revisão da Literatura 21
(66,7% durante a infusão alogênica e 54,7% durante a infusão autóloga); a maioria
dos eventos foi cardiopulmonar; a análise univariada da infusão e das características
dos pacientes revelou que um segundo transplante (p= 0,005) foi associado com
mais EA para os pacientes de transplante autólogo; para os de transplante
alogênico, uma infusão de maior volume de glóbulos vermelhos (p= 0,01) foi
associada com mais EA. Concluiu-se que tais eventos ainda são comuns durante a
infusão de células-tronco e são geralmente cardiopulmonares (VIDULA et al., 2015).
Na Holanda, um checklist de segurança do paciente cirúrgico (SURPASS
– Surgical Patient Safety System Check List) foi desenvolvido em 2004 e vem sendo
utilizado pelos profissionais envolvidos com o paciente cirúrgico. Estudo teve o
objetivo de avaliar qual a proporção e a natureza dos erros cirúrgicos que poderiam
ser prevenidas pelo uso do SURPASS Check List. Foi realizada uma revisão dos
registros usando dados da companhia de seguros holandesa MediRisk Company.
Todos os registros de erros médicos arquivados em consequência de incidentes
ocorridos de janeiro de 2004 a dezembro de 2005 foram reavaliados. Das 2128
reclamações feitas, 294 foram inseridas no estudo. Erros de diagnóstico (26%), de
tratamento (13%), danos pré-operatórios (20%), lados errados da cirurgia (2%),
sítios errados da cirurgia (7%), procedimentos errados (6%) e pacientes errados
(1%) foram os eventos mais identificados. Do total de 412 fatores contributivos para
estes problemas, 29% correspondiam a um dos itens do checklist, demonstrando
que poderiam ter sido prevenidos caso esta ferramenta tivesse sido utilizada.
Quanto aos desfechos dos eventos, 31% conduziram a dano temporário sem
reoperação, porém, em mais de um terço (37%) houve necessidade de novo
procedimento cirúrgico, 29% levaram a danos permanentes e 3% resultaram em
óbito. Em 40% dos óbitos e em 29% dos que apresentaram danos permanentes, no
mínimo um fator contribuinte era coberto por um item do checklist e poderia ter sido
prevenido, caso o SURPASS tivesse sido usado (VRIES et al., 2011).
Como a infecção de sítio cirúrgico é considerada um EA, estudo espanhol
objetivou descrever a existência e qualidade da protocolização da preparação pré-
cirúrgica em uma rede regional de hospitais públicos de Múrcia Avaliou-se o
indicador existência de protocolo/norma de preparação pré-cirúrgica, analisando a
qualidade formal (atributos) e de conteúdo (presença de recomendações baseadas
em evidência) dos documentos existentes. Sete (de nove) hospitais comprovaram
Revisão da Literatura 22
que tinham protocolos de preparação pré-cirúrgica. Foram identificadas
oportunidades de melhoria da qualidade formal e de conteúdo dos protocolos.
Recomendações sobre assepsia estavam incompletas na maioria dos documentos;
a preparação pré-cirúrgica está protocolizada na maioria dos hospitais, mas a
qualidade dos protocolos era deficiente, assim como a padronização das práticas
baseadas em evidências (PENALVER-MOMPEAN et al., 2012).
No Brasil, pesquisa realizada em três hospitais cariocas mostrou que
7,6% dos pacientes internados eram acometidos por algum tipo de EA (MENDES et
al, 2009).
O objetivo de um estudo realizado no estado de São Paulo foi identificar
os EA na assistência de enfermagem em uma unidade de terapia intensiva (UTI). Os
dados foram coletados por meio de uma ficha de ocorrências, em um período de dez
meses, no qual os pacientes foram monitorados durante a permanência na UTI.
Foram registrados 550 EA sendo 26 relacionados aos cinco certos na administração
de medicamentos, 23 às medicações não administradas, 181 às anotações
inadequadas da medicação, 28 às falhas na instalação de drogas em bomba de
infusão, 17 a não realização de medicamentos inalatórios, 8 ao manuseio incorreto
de seringas e agulhas, 53 aos procedimentos de enfermagem não realizados, 46 ao
manuseio incorreto de artefatos terapêuticos e diagnósticos, 37 aos alarmes dos
equipamentos utilizados de maneira incorreta e 131 à falhas nas anotações de
enfermagem. A existência de EA no cuidado prestado pela enfermagem é um
indicador importante que evidencia a qualidade da assistência na UTI. (BECCARIA
et al, 2009).
A enfermagem concentra grande parte das atividades e dos processos de
atendimento nos serviços de saúde, o que favorece o seu envolvimento nas falhas
que ocorrem na assistência ao paciente, consideradas EA.
Nesse sentido, pesquisa realizada no Uruguai teve como objetivo
conhecer os aspectos significativos para enfermeiros sobre a sua experiência de ser
responsável por um EA à saúde. O estudo foi qualitativo exploratório, com foco na
hermenêutica dialética e utilizou a técnica de análise de conteúdo. A amostra foi
constituída por doze enfermeiros que tiveram pelo menos uma experiência de
responsabilidade por EA a um paciente e quatro supervisores de enfermagem com a
responsabilidade de monitorar o EA. A análise dos dados permitiu a construção das
Revisão da Literatura 23
categorias relacionadas com a organização de saúde e recursos humanos: o
contexto organizacional, a falta de notificação do evento, o excesso de trabalho e a
falta de descanso. Torna-se necessário aprofundar o tema por meio de pesquisa e
desenvolvimento de intervenções para promover a cultura de segurança nos
cuidados de saúde, com implicações na prática e na formação de enfermeiros
(FERREIRA-UMPIERREZ, CHIMINELLI-TOMAS, 2014).
No Brasil, estudo realizado em um hospital de ensino do interior do
Estado de São Paulo, buscou compreender a motivação da equipe de enfermagem
para a notificação de EA no ambiente de trabalho. Foram realizadas entrevistas
abertas com 17 enfermeiros e 14 técnicos/ auxiliares de enfermagem do hospital e
as respostas foram analisadas e categorizadas. Foi possível a identificação de seis
categorias: todo tipo de ocorrência deve ser notificado; a notificação como sistema
de auxílio à gestão da assistência; a cultura da punição em transição; o enfermeiro
como responsável pela notificação voluntária; compartilhar problemas com a
administração superior e alcançar qualidade no processo de trabalho. Ao notificar o
EA, os profissionais compreendem que estabelecem uma relação de colaboração
com a instituição e acreditam que receberão suporte administrativo e segurança
profissional, condições que os encorajam a continuar notificando. Notificar permite à
equipe de enfermagem compartilhar responsabilidades com a administração
superior e, ainda, estimula ações corretivas. O estudo revela a motivação da equipe
de enfermagem para a notificação de EA, o que contribui para a reflexão das
políticas institucionais voltadas para a segurança do paciente nos serviços de saúde
(PAIVA et al, 2014).
Em um hospital privado de nível terciário localizado no município de São
Paulo foi realizado um estudo quantitativo, retrospectivo, que objetivou caracterizar
os EA nas UTI, nas Unidades Semi-Intensivas (USI) e nas Unidades de Internação
(UI) quanto à natureza, tipo, dia da semana e relação funcionário/paciente no
momento da ocorrência; e identificar as intervenções dos enfermeiros após o evento
e as taxas de EA. Dos 229 eventos notificados 57,6% estavam relacionados à sonda
nasogástrica (SNG), seguidos por queda (16,6%) e administração de medicamentos
(14,8%). A relação funcionário/paciente, no momento do evento, era de 1:2 na UTI,
1:3 na USI e 1:4 na UI; houve distribuição semelhante de ocorrências nos diferentes
dias da semana. As intervenções de enfermagem foram recolocações da SNG (83,3
Revisão da Literatura 24
%) e comunicação da ocorrência ao médico nos casos de erros de medicação
(47,6%) e queda (55,2%). A maior taxa de EA foi relacionada à SNG (NASCIMENTO
et al., 2008).
Ainda no Brasil, os EA tornaram-se preocupação da ANVISA (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária). Esta é uma instituição reguladora vinculada ao
Ministério da Saúde, que exerce o controle sanitário de todos os produtos e serviços
submetidos à vigilância sanitária, tais como medicamentos, alimentos, cosméticos,
saneantes, derivados do tabaco, produtos médicos, sangue, hemoderivados e
serviços de saúde (BRASIL, 1999).
A ANVISA desde 2008, estabeleceu um formulário de notificação de
eventos adversos aos medicamentos, incluído no NOTIVISA, sistema informatizado
nacional para o registro de problemas relacionados ao uso de tecnologias e de
processos assistenciais, por meio do monitoramento da ocorrência de queixas
técnicas de medicamentos e produtos para a saúde, incidentes e EA, com o
propósito de fortalecer a vigilância pós uso das tecnologias em saúde, conhecida
como VIGIPOS e a vigilância dos eventos adversos assistenciais. A partir daquela
data, o sistema, em 2012, já tinha recebido mais 16 mil notificações e este número
continuava a aumentar em torno de 30% ao ano (BRASIL, 2008, 2013a).
O EA está no âmago de uma discussão ainda maior que é a segurança
do paciente, grande problema no campo da saúde, determinante para a qualidade
das instituições de cuidados de saúde. Cuidados de saúde inseguros resultam em
aumento da morbidade e mortalidade evitáveis, além de aumento da despesa, que
afeta a eficácia e a eficiência dos sistemas saúde (FERREIRA-UMPIERREZ,
CHIMINELLI-TOMAS, 2014).
A segurança do paciente e a administração de medicamentos, temáticas
que apresentam íntima relação com esse estudo e são motivadoras para sua
elaboração, serão tratadas nos próximos itens desta Revisão.
Revisão da Literatura 25
1.2 Administração de Medicamentos
A administração de medicamentos é uma prática complexa e recorrente
para os profissionais de enfermagem no desenvolvimento de suas ações diárias que
afetam substancialmente parte da população hospitalizada (COIMBRA; CASSIANI,
2001).
É considerada uma das atividades de maior seriedade e relevância,
sendo necessária à enfermagem a aplicação de princípios científicos que
fundamentem a ação do enfermeiro, de forma a prover ações seguras (CARVALHO
et al., 1999). É uma das funções assistenciais exercidas pela equipe de enfermagem
decorrente da implementação da terapêutica médica (COIMBRA; CASSIANI, 2001).
Constitui-se em um processo complexo e multidisciplinar, cujos profissionais têm
como objetivo comum a prestação de uma assistência de qualidade, segura e eficaz
para o cliente. Tais características dependem da organização dos processos
envolvidos e da gestão do plano terapêutico (FRANCO et al., 2010).
Quanto mais complexas as ações realizadas maior é o risco de exposição
dos pacientes às iatrogenias e complicações em sua saúde física, emocional e
psíquica.
Entende-se por iatrogenia a denominação dada às doenças ou
manifestações causadas pelo uso de medicamentos (aplicados de maneira criteriosa
ou não), das radiações, do sangue, dos contrastes radiológicos, dos anestésicos e
as que podem ser induzidas por atos cirúrgicos, pela ação médica pouco prudente,
ou impactos emocionais (LACAZ et al., 1980).
Para a administração segura de medicamentos há de se difundir e
promover o conhecimento farmacológico para que os profissionais de enfermagem
incorporem um alicerce científico apropriado à administração de medicamentos. São
também necessários os conhecimentos sobre anatomia, fisiologia, microbiologia e
bioquímica, para esta administração ser segura (TELLES FILHO; CASSIANI, 2004).
A administração de medicamentos inicia-se no momento da prescrição
médica, continua com a provisão destes pelo farmacêutico e termina com o seu
preparo e administração aos clientes pela enfermagem (CARVALHO et al., 1999).
No Brasil, o exercício dessa atividade está sendo praticado, na maioria
Revisão da Literatura 26
das instituições de saúde, por profissionais da enfermagem de nível técnico sob a
supervisão do enfermeiro (COIMBRA, CASSIANI, 2001), profissional que deve
conhecer em profundidade os medicamentos a serem administrados por ele ou sua
equipe.
Entretanto, Telles Filho e Cassiani (2004) reforçam que a administração
de medicamentos vem sendo permeada pela escassez de conhecimento, ausência
de reciclagem e de educação em serviço. O conhecimento do enfermeiro deve
abranger a ação do medicamento no organismo, métodos e vias de administração,
eliminação, reações colaterais, dose máxima e terapêutica, efeitos tóxicos, as
técnicas de administração pelas diferentes vias, bem como, a anatomia e fisiologia
humana; falhas no conhecimento deste profissional refletem diretamente na
orientação que é fornecida ao paciente (MIASSO; CASSIANI, 2005). A falta de
conhecimento sobre a estabilidade, a biodisponibilidade, o armazenamento e o
preparo de medicamentos são, também, causas freqüentes de erros de
medicamento em hospitais brasileiros (RIBEIRO, 1993).
O enfoque que está sendo exercido sobre a prática de administração de
medicamentos é mais voltada para o conhecimento científico, dos quais os
profissionais enfermeiros abstraem em seu percurso cotidiano, seja ele adquirido em
sua formação profissional, na sua vivência ou em cursos de aperfeiçoamento, entre
outros (COIMBRA; CASSIANI, 2001).
Administrar medicamentos é, portanto, um processo multi e inter-
disciplinar, que exige conhecimento variado, consistente e profundo (TELLES
FILHO; CASSIANI, 2004).
Erros relacionados à administração de medicamentos podem ocorrer
tanto no hospital quanto no domicílio, após a alta hospitalar do paciente (MIASSO;
CASSIANI, 2005). Muitas vezes, o erro de medicação só é descoberto quando o
paciente apresenta alguma manifestação clínica após a administração, ou algum
dano foi percebido ao cliente (FRANCO et al., 2010). Em geral, os erros podem ser
causados pela enfermagem, considerando principalmente o fato de que são os
profissionais designados pelo preparo e administração dos fármacos (RIBEIRO,
1993).
Na ocorrência de um erro, o enfermeiro deve iniciar uma investigação
criteriosa evidenciando todos os detalhes, tais como, horário, pessoal envolvido,
Revisão da Literatura 27
turno, tipo de erro, estágio do processo que ocorreu o erro e possíveis falhas no
sistema a fim de corrigir e preveni-los, e não atribuir a culpa somente ao profissional
envolvido. A identificação dos erros e dos fatores de risco favorece a identificação de
falhas e a minimização da repetição dos erros (FRANCO et al., 2010).
Para a reflexão a respeito do impacto dos erros de medicação na
segurança do paciente, primeiramente é necessário o uso de uma linguagem
uniforme referente ao significado dos termos relacionados a erros de administração
de medicamento.
De acordo com The National Coordinating Council for Medication Error
Reporting and Prevention - NCC MERP (1999) consideram-se:
Erro de omissão: a não realização de uma (ou mais) dose(s) e/ou
medicamento(s) ao paciente.
Erro de Medicamento: quando o medicamento administrado não
corresponde ao prescrito.
Erro de dose: administração de dose maior ou menor daquela prescrita,
ou ainda a realização de dose extra.
Via de Administração: realização da medicação em outra via que não a
indicada.
Erro de Concentração: reconstituição e/ou diluição realizado(s)
incorretamente.
Erro de Apresentação: medicamentos que possuem, na mesma via de
administração, mais que um tipo de apresentação, por exemplo, solução e cápsula.
Técnica Errada: envolve falhas durante o preparo da medicação, inclui
esmagamento inadequado de cápsulas e comprimidos.
Velocidade da taxa de infusão: caracterizada pela infusão muito rápida
ou muito lenta do medicamento prescrito.
Paciente errado: quando todos os itens relacionados ao medicamento
foram observados, no entanto, realizados a outro paciente.
Erro de horário: administração do medicamento fora do intervalo de
tempo pré-estabelecido.
Erro de Monitoração: relacionado à interação medicamentosa, registro
prévio de alergias, interação medicamento x alimento.
Especificamente, direcionando a prática hospitalar há também outras
Revisão da Literatura 28
classificações destes erros (CASSIANI, 2005), tais como:
Erro de prescrição: falhas relacionadas ao ato de elaborar a prescrição
médica, pode incluir escolha incorreta da droga, erro de cálculo da dose a ser
realizada, da concentração, da via de administração, da velocidade da infusão ou da
ilegibilidade da prescrição manual.
Erro de transcrição: equívocos na transcrição da prescrição médica
manual para o envio ao setor da farmácia.
Erro de dispensação: erros acontecidos na separação do medicamento
pelo setor da Farmácia até a entrega no setor solicitante. Inclui: extravios, entrega
incorreta de dose, medicamento ou apresentação.
EA relacionados aos medicamentos podem ocorrer em qualquer etapa do
processo, ou seja, na prescrição, transcrição, distribuição, administração e
monitorização das reações adversas (CASSIANI; GIMENES; MONZANI, 2009). Os
erros de medicação estão incluídos entre as causas das doenças
iatrofarrnacogênicas (RIBEIRO, 1993).
Sabe-se, também, que os meios de comunicação utilizados (prescrições
incompletas, falhas no preenchimento dos formulários de dispensação, uso de
etiquetas transcritas falta de comunicação entre profissionais e pacientes) podem
ser pontos frágeis e favorecer a ocorrência de erros de medicação (SILVA et al.,
2007).
Nos anos 1960, no Brasil, para cada seis doses administradas aos
pacientes, uma estava incorreta; os sistemas de distribuição de medicamentos
necessitavam ser repensados para melhoria da segurança na distribuição e
administração. Farmacêuticos hospitalares apresentaram um novo sistema
denominado Dose Unitária, capaz de diminuir a incidência de erros de medicação e
o custo dos medicamentos, e minimizar as perdas e os furtos dos mesmos,
melhorando o aproveitamento dos profissionais envolvidos e o nível de assistência
(RIBEIRO, 1993).
Investigação norte americana, considerando a ocorrência de erro e sua
relação com pacientes admitidos, demonstrou que duas em cem admissões foram
alvos de erro relacionado à administração de medicamento (KOHN et al., 2000).
Estudo realizado em 2010 apontou a ocorrência de até 15 EA a cada cem
internações realizadas (HUG et al., 2010)
Revisão da Literatura 29
A definição do número absoluto de erros de medicação, bem como seu
impacto no tempo de internação dos pacientes acometidos, é de difícil mensuração.
Isso ocorre tanto pela existência de características singulares em cada instituição de
saúde, considerando a complexidade do paciente, os mecanismos de segurança
utilizados e a qualificação dos trabalhadores, quanto pela existência da
subnotificação dos erros de medicação (MONZANI, 2006; ALJADHEY et al., 2013a),
decorrente da maior frequência de ações punitivas em detrimento das ações
educativas ao realizar o registro dos erros cometidos (KÜHNER; MARQUES, 2004).
A Resolução da Diretriz Colegiada número 36/2013 sugere a substituição da culpa e
da punição diante de erros pela oportunidade de aprendizado com as falhas,
buscando melhorias na atenção à saúde (BRASIL, 2013b).
Alguns estudos apontam para a dificuldade de entendimento das
prescrições manuais em decorrência da ilegibilidade que estas apresentam e o
impacto sobre os erros de dispensação e/ou administração que surgem pela
dificuldade em compreender o nome do medicamento, bem como doses, vias ou
intervalos de repetição (CASSIANI et al., 2009; GIMENES, 2007).
Estima-se que os custos financeiros da morbimortalidade relacionada à
administração de medicamentos sejam próximos a US$136 bilhões (cento e trinta e
seis bilhões de dólares), por ano, nos estados norte americanos (KOHN et al, 2000).
Há mais de uma década Bates et al. (1997) reportam que os gastos gerados, em um
determinado hospital norte americano estudado, seria de aproximadamente US$5,6
milhões (cinco milhões e seiscentos mil dólares) por ano, em virtude de Eventos
Adversos de Medicamentos.
Kohn et al.(2000) apontam para o fato de que o incremento médio em
caso de erros de medicação é de cerca de US$4.700 (quatro mil e setecentos
dólares) por admissão, ou seja, cerca de US$ 2,8 milhões (dois milhões e
oitocentos mil dólares) em um hospital de grande porte, com aproximadamente 700
leitos de internação. Tornam-se inegáveis os prejuízos financeiros decorrentes da
administração incorreta de medicamentos, além da repercussão no estado de saúde
do paciente e a possibilidade de lesões permanentes.
O melhor controle do processo de administração dos medicamentos
permite que esses cheguem ao paciente na dose, via e hora corretas. A abolição de
transcrições da prescrição médica e a sua revisão pelo farmacêutico diminuem a
Revisão da Literatura 30
probabilidade de ocorrer erros de medicação. A dispensação das medicações, de
acordo com as prescrições médicas e em estado de serem administradas
diretamente ao paciente, reduz significativamente o tempo que a equipe de
enfermagem gasta em atividades relacionadas a esta administração, possibilitando o
emprego desse tempo na melhoria da qualidade da assistência dispensada aos
pacientes sob sua responsabilidade (RIBEIRO, 1993).
Novos processos que podem favorecer a segurança ao paciente e o melhor
desempenho da equipe de enfermagem envolvem tecnologias de saúde.
1.3 Segurança do Paciente
A temática referente à segurança do paciente tem sido alvo de diversas
instituições de saúde em âmbito mundial. Existe a preocupação com o indivíduo, em
virtude das complicações resultantes do tratamento de saúde ou erros decorrentes
da ação de profissionais da área da saúde, como por exemplo: manipulação
incorreta do paciente, infecções, identificação incorreta de pacientes pré-cirúrgicos
ou óbito (KOHN et al., 2000; ALVES, 2013; CHAVE, 2013).
Outro fator importante que suscita o interesse pelo assunto está
relacionado aos possíveis desdobramentos que este evento pode trazer para a
Instituição, exemplificado pelo aumento nas taxas de ocupação além dos gastos
financeiros, considerando tanto os gastos terapêuticos quanto pagamentos a
seguros e ressarcimentos legais pelos danos causados durante a internação
hospitalar (BATES et al., 1997; CLASSEN et al., 1997; KOHN et al., 2000;
CASSIANI, 2005).
O conceito de segurança do paciente está vinculado à ideia de diminuição
de danos desnecessários a um patamar mínimo aceitável, quando se trata de
assistência à saúde (WHO, 2009). É um constructo que implica em um
comportamento destinado a minimizar o risco dos danos aos pacientes por meio da
eficácia e do desempenho individual destinado a evitar lesões aos pacientes do
cuidado que se destina a ajudá-los (ALBRECHT, 2015). Pode ser definida como
uma assistência à saúde livre de danos, realizada de maneira certa, no momento
Revisão da Literatura 31
apropriado, de modo equânime e eficaz, fundamentado em conhecimento científico
e tendo como meta atender as necessidades integrais e individuais do paciente e
família (PARDO et al., 2015).
Vários países reconhecem-na como importante e estão construindo
formas e abordagens para melhorar a qualidade e a segurança dos cuidados.
Também reconhecem a importância de educar os profissionais de saúde nos
princípios e conceitos de segurança do paciente (WHO, 2011).
Em 2002, a Assembleia Mundial de Saúde alertava sobre a necessidade
de se observar atenciosamente o problema da segurança do paciente e de
estabelecer sistemas baseados em sua melhoria, bem como qualidade dos cuidados
de saúde prestados (WHO, 2006). Atualmente estes dois conceitos “Segurança do
Paciente” e “Qualidade da Assistência” têm sido empregados conjuntamente,
entendendo-se que são eixos norteadores para um cuidado integral à saúde
(OLIVEIRA, PAULA, 2013; BRASIL, 2014).
Para que existam ações efetivas objetivando a redução de riscos
assistenciais nas mais diversas Unidades de Saúde, a Organização Mundial da
Saúde (OMS) vem concentrando esforços na tentativa de contextualizar as
informações e desta forma facilitar a descrição, comparação, medição,
monitoramento, análise e interpretação dos dados, tanto para a melhoria direta ao
paciente assistido quanto no desenvolvimento e planejamento das políticas de
saúde (WHO, 2009).
Diante da linguagem inconsistente adotada para o entendimento do que é
segurança do paciente a OMS lançou a Aliança Mundial para a Segurança do
Paciente (World Alliance for Patient Safety), no sentido de criar uma Classificação
Internacional de Segurança do Paciente (International Classification for Patient
Safety – ICPS), que continha 48 conceitos-chave (RUNCIMAN et al, 2009;
TRAVASSOS, CALDAS, 2013). Por meio da “World Alliance for Patient Safety”
(Aliança Mundial para a Segurança do Paciente), a OMS ressalta a importância do
comprometimento com a segurança do paciente, buscando soluções possíveis,
explorando novas tecnologias, além da aproximação do paciente como figura central
desta temática (WHO, 2006). O documento ressalta o uso da tecnologia como um
instrumento poderoso para a busca do cuidado seguro, além da oportunidade de
implementar a tecnologia da informação com a possibilidade de adaptá-la visando a
Revisão da Literatura 32
facilidade do uso.
No Brasil, o Ministério da Saúde instituiu, em 2013, o Programa Nacional
de Segurança do Paciente, atendendo aos apelos individuais e/ou coletivos dos
profissionais da saúde e da população em geral por uma atenção segura e livre de
incidentes. Na enfermagem, foi criada a Rede Brasileira de Enfermagem e
Segurança do Paciente (REBRAENSP), com pólos na maioria dos estados
brasileiros, criando espaços de debates com impacto para as práticas assistenciais,
de ensino e de pesquisa (URBANETTO; GERHARDT, 2013).
Acompanhando o movimento de redução da exposição do paciente a
riscos desnecessários, o Conselho Regional de Enfermagem do Estado de São
Paulo juntamente com a Rede Brasileira de Segurança do Paciente em 2010,
divulgaram o manual “10 Passos Para a Segurança do Paciente” que orienta e
esclarece a importância da promoção da prática segura da assistência de
enfermagem. São contemplados os assuntos: Identificação do paciente, Cuidado
limpo e Cuidado Seguro; Cateteres e Sondas; Cirurgia Segura; Sangue e
Hemocomponentes; Paciente envolvido com sua segurança; Comunicação Efetiva;
Prevenção de Queda; Prevenção de úlcera por pressão; Segurança na utilização da
tecnologia (COREN-SP; REBRAENSP, 2010).
Corroborando com a importância deste tema a Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (BRASIL, 2013b) por meio da Resolução da Diretriz Colegiada
(RDC) 36/2013 institui ações para a segurança do paciente em serviços de saúde.
Entretanto, para que haja uma verdadeira segurança do paciente é
necessário existir uma cultura de segurança, definida pelo Programa Nacional de
Segurança do Paciente como: cultura na qual todos os trabalhadores, incluindo
profissionais envolvidos no cuidado e gestores, assumem responsabilidade pela sua
própria segurança, pela segurança de seus colegas, pacientes e familiares; cultura
que prioriza a segurança acima de metas financeiras e operacionais; cultura que
encoraja e recompensa a identificação, a notificação e a resolução dos problemas
relacionados à segurança; cultura que, a partir da ocorrência de incidentes, promove
o aprendizado organizacional e cultura que proporciona recursos, estrutura e
responsabilização para a manutenção efetiva da segurança (URBANETTO;
GERHARDT, 2013).
Revisão da Literatura 33
1.4 Tecnologia em Saúde
Tecnologia é um termo que tem sido usado, corriqueiramente, como um
produto ou equipamento; na realidade tem uma abrangência muito maior, pois
compreende saberes constituídos para a geração e utilização de produtos e para
organizar as relações humanas (MEHRY et al., 1997).
Em saúde, as tecnologias compreendem todas as intervenções que
podem ser utilizadas para promover a saúde, prevenir, diagnosticar, tratar, reabilitar
ou cuidar de doenças em longo prazo; isto inclui medicamentos, dispositivos,
procedimentos e sistemas de organização e suporte dentro dos quais se fornece o
atendimento (SÃO PAULO s/d).
Nesta última década, pode-se observar o desenvolvimento e a aplicação
da tecnologia nos serviços de saúde, como aliados na otimização do tempo e na
prática segura (WHO, 2006).
Na área da saúde as tecnologias podem ser agrupadas nas categorias:
duras, representadas pelo material concreto como equipamentos tecnológicos como
máquinas e normas, mobiliários ou material de consumo; leves-duras, que incluem
os saberes estruturados representados pelas disciplinas que operam em saúde, a
exemplo da odontológica, epidemiológica, clinicas médica, entre outras e leves,
expressadas como o processo de produção da comunicação, das relações, de
vínculos que conduzem ao encontro do usuário com necessidades de ações de
saúde, relações, acolhimento e gestão de serviços (MEHRY et al., 1997; MEHRY,
1997).
O fenômeno tecnologia em saúde, pela complexidade e demandas
diferenciadas, por vezes utilizada no manejo do cuidado ao cliente, faz com que os
profissionais pensem, reflitam, discutam e troquem experiências sobre como
oferecer uma assistência qualificada em um ambiente tecnológico (SILVA;
FERREIRA, 2009).
Tanto para a área da saúde como para a enfermagem, a produção
acelerada da ciência e da tecnologia é essencial para as inovações; influenciam
diretamente na organização do serviço, no modo de cuidar, inovando e
fundamentando a prática assistencial (CROZETA et al., 2010).
Revisão da Literatura 34
Com a conquista das tecnologias na saúde, os serviços passaram a
dispor de técnicas, instrumentos, métodos e matérias-primas diversos, o que
resultou na reconfiguração de espaço físico e da atuação profissional, mas também
em novas formas de prevenção, diagnóstico e tratamento dos agravos à saúde
(SILVA; FERREIRA, 2009).
Considerando-se que a enfermagem é responsável, dentre tantas tarefas,
pela administração de medicamentos aos pacientes hospitalizados e que os erros de
medicação podem acontecer neste processo, há necessidade de se ter mecanismos
que favoreçam a segurança na administração dos diversos fármacos presentes nos
ambientes de atuação profissional.
Buscando soluções para a minimização dos erros relacionados à
administração de medicamentos, Davis (2000) considera essenciais: prescrição
eletrônica, uso de leitor de código de barras e atuação do farmacêutico clínico nas
Unidades de Internação. Para Cassiani, Freire e Gimenes (2003), entre os vários
elementos apontados na literatura para prevenir ou reduzir os erros na medicação
está a tecnologia de informação; a utilização do código de barras nas embalagens
dos medicamentos e a prescrição médica eletrônica estão entre estas estratégias
Ao se reportar ao uso de código de barras, Davis (2000) ressalta o fato de
tal instrumento tecnológico apresentar-se como um filtro de checagem, minimizando
a ocorrência de erros, além de diminuir o tempo gasto no processo de conferência e
checagem das informações antes da administração do medicamento, tornando o
processo mais confiável.
A Aliança para Segurança do Paciente destaca que entre os possíveis
benefícios para o uso da tecnologia na segurança do paciente é que pode-se
melhorar a comunicação entre todos os envolvidos por meio de informações
fidedignas às pessoas certas, e consequentemente resultando em decisões corretas
e seguras. Sugere também o emprego da tecnologia como instrumento de gestão da
segurança na administração de medicamentos, por meio da entrada de solicitações
(WHO, 2006).
Infelizmente, estes avanços tecnológicos ainda não fazem parte da
realidade cotidiana de vários países (ALJADHEY et al., 2013a), fato que corrobora
para a busca de ferramentas acessíveis, considerando a realidade local.
Erros relacionados á administração de medicamentos não devem ser
Revisão da Literatura 35
observados de modo pontual, apenas como um evento isolado, mas é importante
que o sistema seja analisado buscando soluções que contemplem recurso pessoal,
recurso físico, recurso financeiro e acesso a diferentes tecnologias para incremento
da assistência à saúde.
No âmbito internacional, diversas medidas têm sido realizadas e com
bons resultados. Dentre as iniciativas destacam-se a dispensação de medicamentos
com a utilização de códigos de barras, o uso de bombas de infusão, a realização de
listas de medicamentos com nomes e sons semelhantes LASA (do inglês Listen
Alike Sound Alike); o registro de alergias medicamentosas além da realização de
prescrição médica por via eletrônica e checagem de medicamentos com dispositivos
eletrônicos portáteis (AGRAWAL, 2009; POON et al., 2010; JORDÃO et al., 2012;
ALJADHEY et al., 2013b; ISMICT, 2013).
Estudo realizado em um centro médico acadêmico apontou qual tem sido
a utilização da tecnologia na assistência à saúde e seus respectivos benefícios; fez
uma avaliação de um sistema que unifica prescrição eletrônica e a utilização de
checagem utilizando código de barras, apontando uma redução da incidência de
erros graves em 55% (POON et al., 2010).
A prática de administração de medicamentos é rotineira nas instituições
de saúde e necessita que ações e processos sejam aprimorados para o
favorecimento da segurança do paciente. A utilização da tecnologia em saúde pode
ser um instrumento e/ou um meio para a busca e alcance desta assistência livre de
perigos.
Entretanto há ainda necessidade de um maior número de estudos sobre
os aspectos positivos e negativos das tecnologias em saúde.
Em pesquisa realizada no Paraná ficou clara a presença de indicadores
mostrando que a introdução da tecnologia informacional computadorizada
compromete a qualidade no atendimento, prejudicando a relação entre profissional
de saúde-paciente. Esta relação tornou-se mais distante com a introdução do
sistema informatizado; o computador poderia ser comparado a um intruso neste
relacionamento, pois há sequestro do tempo do profissional em relação ao paciente.
Como um elemento essencial para atingir a qualidade nos serviços é o
comprometimento dos profissionais de saúde com o trabalho, a ruptura deste laço
põe em dúvida a qualidade do atendimento, pois contraria o conceito de que, para
Revisão da Literatura 36
haver qualidade no serviço, todos os clientes, funcionários e comunidade devem
estar satisfeitos (MACIEL-LIMA, 2004).
Então, constata-se, até o momento, uma escassez de estudos que
avaliem o impacto dessas tecnologias no tempo de intervenção, nos resultados
alcançados e no processo de trabalho (CBIS, 2012). Entre essas, encontram-se
aquelas relacionadas ao uso de medicamentos, identificando-se que ainda existem
lacunas de conhecimento e, conseqüentemente, as necessidades de mais
pesquisas sobre esta complexa temática.
Referencial Teórico 38
A busca pela qualidade superior do cuidado em saúde, articulada com a
necessidade de uso racional de recursos públicos e privados tem contribuído para o
aumento da pressão sobre os profissionais da área no sentido de assegurar a
implementação de uma prática baseada em evidências científicas (SAMPAIO;
MANCINI, 2007).
A Prática Baseada em Evidências (PBE) compreende o uso consciente,
sensato e com clareza da melhor evidência disponível na atualidade para a tomada
de decisão a respeito do cuidar individual do paciente (ATALLAH; CASTRO, 1998).
Compreende um processo capaz de integrar a competência clínica individual com os
achados clínicos gerados pelas pesquisas sistemáticas existentes (ATALLAH;
CASTRO, 1998, FRENCH, 1999; DOMENICO; IDE, 2003)
A PBE pode ser considerada um processo de busca, avaliação e
aplicação de evidências científicas, tanto para tratamento quanto para
gerenciamento em saúde (HAMER, 1999).
Pode também ser definida como uma procura sistemática, além de uma
avaliação crítica e síntese das mais importantes pesquisas, que respondam a uma
questão norteadora (MELNYK, FINEOUT-OVERHOLT, 2011).
Este processo de busca por evidências científicas em conjunto com o
saber prático iniciou-se com o movimento da Medicina Baseada em Evidências
(MBE) (LOPES, 2000). A expressão “medicina baseada em evidência” surgiu nos
anos de 1980, na MacMaster University Medicine School, para descrever a
aprendizagem baseada em problemas (BENNETT; BENNETT, 2000). A MBE traduz-
se pelo exercício da medicina no contexto em que a experiência clínica é assimilada
à capacidade de analisar de modo crítico e aplicar de forma racional a informação
científica resultando na melhora da qualidade da assistência médica (LOPES, 2000).
A MBE utiliza provas científicas existentes e disponíveis no momento,
com boa validade interna e externa, para a aplicação de seus resultados na prática
clínica (EL DIB, 2007). A prática da MBE objetiva a integração da experiência clínica
às melhores evidências disponíveis, considerando a segurança nas intervenções e a
ética na totalidade das ações (CENTRO COCHRANE DO BRASIL, s/d).
Maluf-Filho (2009) enfatiza a importância da utilização da Medicina
baseada em evidências como norteador para a prática diária, no atendimento a
pacientes, diminuindo a lacuna entre a construção do saber e as atividades
Referencial Teórico 39
inerentes à profissão, como prescrição e orientação.
Os cuidados em Saúde Baseados em Evidência e a PBE compreendem
os mesmos conceitos e princípios da medicina baseada em evidência, sendo
aplicados por profissionais distintos e em diversos contextos de saúde (BENNETT;
BENNETT, 2000).
A Saúde Baseada em Evidências é uma abordagem que emprega as
ferramentas da Epidemiologia Clínica, da Estatística, da Metodologia Científica e da
Informática para trabalhar a pesquisa, o conhecimento e o exercício em saúde, com
o objetivo de oferecer a melhor informação disponível para a tomada de decisão
nessa área. Saúde Baseada em Evidências é a arte de analisar e diminuir a
incerteza na tomada de decisão em Saúde (CENTRO COCHRANE DO BRASIL,
s/d).
A PBE associada à medicina e à enfermagem vem sendo discutida
principalmente na América do norte e Reino Unido, todavia no Brasil esse
movimento desenvolve-se na medicina sendo, ainda incipiente na enfermagem
(GALVÃO; SAWADA, 2003).
A enfermagem baseada em evidências requer habilidades que,
infelizmente, não são habituais na prática clínica: a identificação das questões
essenciais nas tomadas de decisão, busca de informações científicas pertinentes à
pergunta e avaliação da validade das informações (DOMENICO; IDE, 2003; CRUZ;
PIMENTA, 2005).
Existe um componente histórico para esta lacuna considerando o fato de
que as ações em Enfermagem foram pautadas pelo empirismo no decorrer de
muitos anos e somente na década de 1950 ocorreu a incorporação de saberes de
diversas ciências para a construção de um corpo próprio de conhecimentos
(PEDROLO et al., 2009).
O Conselho Internacional de Enfermeiros descreve PBE como uma
abordagem para solução de problemas com decisões tomadas para a prática clínica,
que envolve a evidência contemporânea robusta, a experiência clínica, a avaliação
holística e a consideração da opinião dos pacientes (ICN, 2012).
Trata-se de uma estratégia desenvolvida de forma criteriosa para
identificação e análise de evidências existentes na prática de saúde, e possui os
mesmos padrões de uma pesquisa primária em relação aos itens de clareza e rigor
Referencial Teórico 40
(GANONG, 1987)
Um dos propósitos da Prática Baseada em Evidências (PBE) é incentivar
a utilização de resultados de pesquisa junto à assistência à saúde prestada,
fortalecendo a importância da pesquisa para a prática clínica (MENDES; SILVEIRA;
GALVAO, 2008)
Wilson et al. (2015) ressalta que a identificação individual e coletiva de
qualidades é imperativo para se concentrar esforços de melhoria da assistência ao
paciente e gastar recursos com sabedoria, utilizando-se da Prática Baseada em
Evidências.
De acordo com Melnyk e Fineout-Overholt (2011), os passos da PBE
incluem:
0. O cultivo de um espírito de investigação;
1. Elaboração da questão norteadora de modo que produza os melhores e mais
relevantes resultados. (Estratégia PICO);
2. Procura pela escolha dos melhores e mais relevantes resultados para responder a
questão clínica (por exemplo, em busca de revisões sistemáticas, incluindo
metanálises);
3. Avaliação critica das evidências encontradas para a sua validade, confiabilidade e
aplicabilidade, a fim de sintetizar a evidência;
4. Integração das provas com a própria experiência clínica e preferências do
paciente e valores para implementar uma decisão clínica;
5. Avaliação dos resultados da decisão prática ou mudança baseada em evidências
6. Divulgação dos resultados da busca da PBE.
As revisões tradicionais incluem artigos de revisão e livros de texto, que
geralmente são narrativas embasadas na opinião dos autores, e apresentam
pequena força de evidência considerando o fato de não serem reproduzíveis por
outros autores. O autor pode ser tendencioso em buscar trabalhos que reforcem o
seu ponto de vista, não considerando aqueles que divergem ou têm propostas
alternativas, mesmo que produzidos com boa metodologia de pesquisa
(BERNARDO; NOBRE; JATENE, 2004).
No entanto, a enfermagem baseada em evidências está pautada na
Referencial Teórico 41
utilização de resultados de pesquisas ou mesmo de dados obtidos de forma
sistemática, originários de programas de avaliação e de melhoria de qualidade e/ou
consenso de especialistas reconhecidos e confirmada experiência para comprovar a
prática (STETLER et al, 1998a), ao invés de basear-se em experiências clínicas
isoladas, opiniões sem fundamentação ou tradições.
Pode-se afirmar que a enfermagem baseada em evidências envolve a
tomada de decisão sobre a assistência à saúde para indivíduos ou grupo de
pacientes, e tem como fundamento o consenso das evidências mais relevantes a
partir de pesquisas e informações de base de dados (DRIEVER, 2002).
Para a pesquisa na prática baseada em evidências utiliza-se a Revisão
Integrativa (RI), que permite a incorporação das evidências na prática clínica. A RI é
relatada na literatura como método de pesquisa desde os anos de 1980 (ROMAN;
FRIEDLANDER, 1998).
Objetivos 43
O presente estudo tem como objetivo buscar e analisar as evidências
científicas, disponíveis na literatura brasileira e internacional, a respeito do
uso da tecnologia na segurança dos pacientes hospitalizados, considerando a
administração de medicamentos.
Método 45
4.1 Tipo de estudo
A presente investigação trata-se de um estudo de revisão.
Revisões constituem-se em formas de pesquisas que utilizam de fontes
de informações bibliográficas ou eletrônicas para obtenção de resultados das
investigações de outros autores, com o objetivo de fundamentar teoricamente um
determinado objetivo (ROTHER, 2007). Reunir evidências de pesquisa para nortear
a prática clínica é uma das principais razões para se desenvolverem esses tipos de
estudos que sintetizam a literatura (SAMPAIO; MANCINI, 2007).
O amplo desenvolvimento de bases de dados eletrônicas que propiciam o
acesso mais rápido às informações tem sido determinante na realização dos vários
tipos de revisões da literatura (SIBRACEN, 2002), incluindo-se a Revisão Integrativa
(RI).
Para o alcance do objetivo proposto nesta investigação, elegeu-se a
Revisão Integrativa (RI) como método de pesquisa, utilizado no âmbito da Prática
Baseada em Evidências (PBE).
A RI envolve a sistematização e publicação dos resultados de uma
pesquisa bibliográfica, de modo geral os resultados são úteis na assistência à
saúde, enfatizando a relevância da aproximação entre a pesquisa acadêmica e a
prática clínica. O seu principal objetivo é a integração entre a pesquisa científica e a
prática profissional no âmbito da atuação profissional (UFSCAR s/d).
Constitui-se em um método de revisão amplo, pois possibilita incluir
literatura teórica e empírica bem como estudos com diferentes abordagens
metodológicas (quantitativa e qualitativa). Ao contrário da revisão tradicional, a RI
segue um protocolo pré-estabelecido que deve orientar todo o processo de revisão,
da identificação do problema, passando pela busca de informação ao relatório final.
Estudos incluídos na revisão são averiguados de forma sistemática em relação aos
seus objetivos, materiais e métodos, possibilitando que o leitor avalie o
conhecimento pré-existente sobre o tema investigado (POMPEO; ROSSI; GALVÃO,
2009), minimizando as informações sujeitas a viés de seleção, com pouca ou quase
ausência da interpretação e análise crítica pessoal do autor (ROTHER, 2007).
A RI possibilita a análise de pesquisas relevantes que dão sustentação
Método 46
para a tomada de decisão e a melhoria da prática clínica, proporcionando a síntese
do estado do conhecimento de um determinado assunto, além de apontar lacunas
do conhecimento que precisam ser preenchidas com a realização de novos estudos
(MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008).
O método RI é uma abordagem que permite a inclusão de diversas
metodologias (ou seja, experimental e pesquisa não-experimental) e tem o potencial
para o desenvolvimento da prática baseada em evidências para a enfermagem.
(WHITTEMORE; KNAFL, 2005)
Outro fator de grande relevância deste tipo de investigação é a facilidade
no acesso a informações que esta revisão proporciona, otimizando o tempo dos
enfermeiros clínicos, além do encorajamento da utilização dos resultados da
pesquisa na assistência à saúde (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008)
As principais vantagens e benefícios da RI são: reconhecimento dos
profissionais que mais investigam determinado assunto; separação entre as
descobertas científicas e as opiniões e ideias; descrição do conhecimento
especializado no seu estado atual e a promoção de impacto sobre a prática clínica
(MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008)
Mendes, Silveira e Galvão (2008) descrevem o percurso metodológico da
RI dividida em seis etapas distintas:
1) Identificação do tema e seleção da hipótese ou questão de pesquisa para a
elaboração da RI: Para que esta seja elaborada é essencial que haja a definição
de um problema e a formulação de uma hipótese ou questão de pesquisa, e que
seja relevante para a saúde;
2) Estabelecimento de critérios para inclusão e exclusão de estudos/ amostragem ou
busca na literatura: está relacionada ao fato de quanto mais amplo for o objetivo
da revisão mais seletivo deverá ser o revisor quanto à inclusão da literatura a ser
considerado, uma vez que uma demanda muito grande de estudos pode resultar
tanto em viés nos resultados quanto na impossibilidade de construção da revisão;
3) Definição das informações a serem extraídas das investigações selecionadas/
categorização dos estudos: nesta etapa de elucidação das informações pode-se
utilizar um instrumento para reunir e sintetizar as principais informações;
4) Avaliação dos estudos incluídos na RI: semelhante à análise dos dados em uma
Método 47
pesquisa convencional, realizado com rigor, visando garantir a validade da
revisão.
5) Interpretação dos resultados: fase correspondente à discussão dos principais
resultados na pesquisa convencional. Neste momento é possível a comparação
com o conhecimento teórico, a identificação de conclusões e as implicações
resultantes da revisão integrativa;
6) Apresentação da revisão/síntese do conhecimento: faz-se necessário uma
explicação clara dos procedimentos empregados em todas as etapas anteriores
resultando na maior qualidade e confiabilidade da revisão integrativa. Esta etapa
consiste na elaboração do documento que deve contemplar a descrição das
etapas percorridas pelo revisor e os principais resultados evidenciados da análise
dos artigos incluídos.
Para a extração dos dados dos artigos selecionados, é importante a
utilização de instrumento que permita avaliar cada estudo separadamente, tanto
metodologicamente quanto em relação aos resultados, como também possibilita a
síntese dos artigos incluídos, respeitando suas diferenças (URSI, 2005).
A condução da revisão integrativa relacionada a um determinado assunto
é capaz de gerar uma série de informações atuais, bem como identificar lacunas de
conhecimento que ainda precisam ser respondidas, e deste modo possibilitar o
desenvolvimento de novos estudos (GALVÃO; MENDES; SILVEIRA, 2008),
4.2 Questão Norteadora
Com o objetivo de direcionar o presente estudo foi formulada a seguinte
questão:
Quais intervenções que utilizam tecnologia têm sido empregadas aos
pacientes hospitalizados com o intuito de aumentar a segurança, no que diz respeito
a administração de medicamentos?
Método 48
4.3 Busca na literatura
Na segunda etapa, com o intuito de responder ao questionamento
anteriormente citado, foram realizados procedimentos de busca em bibliotecas
virtuais para acessar as seguintes bases de dados: Literatura Latino-Americana e do
Caribe em Ciências da Saúde (LILACS); Cumulative Index to Nursing and Allied
Health Literature (CINAHL) e Medical Literature Analysis an Retrieval Sistem on-line
(MEDLINE).
O MEDLINE é um grande banco de dados com mais de 22 milhões de
referências a artigos publicados em aproximadamente 5.600 revistas, em mais de 80
países. É possível encontrar artigos publicados na área médica desde a década de
1940 até o presente momento. O acesso às citações e aos resumos é gratuito, por
meio do PubMed, no endereço eletrônico http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed .
O CINAHL consiste em uma das maiores bases de dados da Enfermagem
e área da saúde com publicações e revisões, além da indexação de 5.000 periódicos
nestas mesmas áreas. Apresenta sua versão digital há mais de três décadas e sua
utilização é mediante pagamento. O acesso eletrônico é realizado no endereço
eletrônico www.cinahl.com
A terceira base de dados escolhida para a busca foi a LILACS que
abrange 27 países, principalmente da América Latina e Caribe, com cerca de 590.00
artigos em 900 periódicos distintos dos últimos 30 anos. O acesso pode ser
realizado por meio da Biblioteca Virtual em Saúde da BIREME disponível
eletronicamente pelo endereço http://www.bireme.br
Para localização dos artigos nas bases de dados anteriormente referidas,
foram selecionadas as palavras-chave relacionadas ao tema: tecnologia em saúde,
erro de medicação e segurança do paciente. Posteriormente, foi realizada consulta
aos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e ao Medical Subject Headings
(MeSH), a fim de identificar os descritores controlados. No DeCS foram identificados
os seguintes descritores: Tecnologia Biomédica; Erros de Medicação e Segurança
do Paciente, bem como seus correspondentes em espanhol (Tecnologia Biomédica,
Errores de Medicatión e Seguridad Del Paciente) e inglês (Biomedical Technology,
Medication Errors e Patient Safety), Após consulta ao MeSH foram identificados:
Método 49
Biomedical Technology, Medication Errors e Patient Safety, conforme Quadro 1.
Quadro 1 - Descritores utilizados para a localização dos artigos nas bases de dados
PUBMED, CINAHL e LILACS, 2015
Base de
Dados
Segurança do Paciente
Erros de Medicação
Tecnologia em Saúde
Patient Safety
Medication Errors
Biomedical Technology
Patient Safety
Medication Errors
Biomedical Technology
“Medication Error” “Errors,
Medication” “Error, Medication”
“Medication Errors” ”Drug Use
Error” “Drug Use Errors”
”Error, Drug Use” “Errors, Drug Use”
“Use Error, Drug” “Use Errors, Drug”
“Biomedical Technology”
“Technology, Biomedical”
“Biomedical Technologies”
“Technology, Health Care” “Health
Technology” “Technology, Health”
“Health Care Technology”
“Patient Safety” “Patient Safeties”
“Safeties, Patient” “Safety, Patient”
Tecnologia em Saúde LILACS
CINAHL
PUBMED
Descritores Controlados Descritores Não Controlados
Método 50
4.4 Critérios de Seleção
Para seleção dos artigos foram adotados como critérios para inclusão:
Aqueles que retratassem o uso da tecnologia para a administração de
medicamentos de maneira mais segura e que respondam a questão norteadora;
Os indexados nas bases de dados MEDLINE, CINAHL e LILACS;
Os publicados de janeiro de 2010 a dezembro de 2014;
Os publicados nos idiomas inglês, espanhol ou português;
Os que apresentassem resumo disponível.
Foi realizada a leitura atentiva de título e resumo para verificar o
ajustamento à pergunta norteadora, e posteriormente, quando surgiram dúvidas em
relação ao conteúdo do estudo, o artigo foi pré-selecionado para leitura na íntegra,
para decisão da inclusão ou não do mesmo, objetivando a coerência na busca dos
artigos e evitar possíveis vieses.
Optou-se por excluir as revisões de literatura, editoriais, relatos de
experiência, cartas, capítulos de livros, artigos duplicados.
Considerando as características específicas de cada base de dados
selecionada para este estudo e seu modo de acesso, as estratégias utilizadas para
localizar os artigos foram adaptadas para cada uma delas.
Os descritores controlados e não controlados foram combinados
utilizando os operadores booleanos. Tais operadores lógicos provêm da álgebra
booleana e servem para combinar termos, de forma a limitar ou mesmo ampliar o
resultado da pesquisa; são eles: and, or e not.
Os resultados desta etapa encontram-se nos Quadros de 2 a 4.
Método 51
OPERAÇÃO CRUZAMENTOS ENCONTRADOS PRÉ-SELECIONADOS
01 “Segurança do Paciente” AND “Tecnologia Biomédica” AND “ Erros de Medicação”
0 0
02 “Segurança do Paciente” AND “Tecnologia Biomédica”
2 0
03 “Segurança do Paciente” AND “Erros de Medicação”
36 0
04 “Tecnologia Biomédica” AND “Erros de Medicação”
0 0
05 “Erros de Medicação” AND “Tecnologia em Saúde”
73 Filtro do tempo: 18
0
Quadro 2 – Estratégia de busca na base de dados LILACS, 2015
OPERAÇÃO CRUZAMENTOS ENCONTRADOS PRÉ-SELECIONADOS
01
“Medication Errors” AND “Patient Safety”
2176
Após aplicação do filtro de tempo e artigo de pesquisa:225
36
02 “Medication Erros” AND “Biomedical Technology”
0 0
03 “Patient Safety” AND “Biomedical Technology”
1 0
Quadro 3 – Estratégia de busca na base de dados CINAHL, 2015
Método 52
OPERAÇÃO CRUZAMENTOS ENCONTRADOS PRÉ-
SELECIONADOS
01 “Medication Errors” AND Biomedical Technology” AND “Patient Safety
25 Após aplicação do filtro tempo: 8
0
02 (“Medication Error” OR “Errors, Medication” OR “Error, Medication” OR “Medication Errors” OR ”Drug Use Error” OR “Drug Use Errors” OR ”Error, Drug Use” OR “Errors, Drug Use” OR “Use Error, Drug” OR “Use Errors, Drug”) AND (“Biomedical Technology” OR “Technology, Biomedical” OR “Biomedical Technologies” OR “Technology, Health Care” OR “Health Technology” OR “Technology, Health” OR “Health Care Technology”) AND (“Patient Safety” OR “Patient Safeties” OR “Safeties, Patient” OR “Safety, Patient”)
326
Após aplicação do filtro de tempo:
135
44
Quadro 4 – Estratégia de busca na base de dados PUBMED, 2015
Após a pré-seleção dos artigos elegíveis para o presente estudo, a partir
da leitura de título e resumo, realizou-se a leitura meticulosa dos mesmos, na
íntegra, buscando aqueles que respondessem à questão norteadora e
enquadrassem aos critérios de inclusão, conforme demonstrado a seguir (Figuras 1
e 2).
Método 53
Figura 1 – Etapas da seleção de estudos da base CINAHL
CINAHL
220 estudos
elegíveis
36 estudos
elegíveis
07 estudos
selecionados
184 artigos excluídos
após leitura dos
resumos
29 artigos excluídos
após leitura na íntegra
05 artigos não
disponíveis
225 estudos
elegíveis
Método 54
Figura 2 - Etapas da seleção de estudos da base PUBMED
4
40
134 estudos
elegíveis
126 estudos
elegíveis
44 estudos
elegíveis
4 estudos
selecionados
08 artigos não
disponíveis
82 artigos excluídos
após leitura dos
resumos
40 artigos excluídos
após leitura na íntegra
135 estudos
elegíveis 01 artigo repetido
na mesma base
PUBMED
Método 55
Cabe destacar que na base de dados LILACS não foi elegível e pré-
selecionado qualquer artigo que respondesse a questão norteadora e que se
enquadrasse aos critérios de inclusão.
A estratégia de busca foi realizada de forma isolada em cada base de
dados, assim como a exclusão dos artigos duplicados após a leitura dos títulos e
resumos. Após a leitura na íntegra dos artigos pré-selecionados realizou-se nova
comparação para identificação de artigos repetidos, desta vez entre as bases de
dados. Este último refinamento eliminou 1 artigo. A amostra foi composta por 10
estudos elegíveis.
O levantamento dos artigos nas referidas bases de dados foi realizado
entre os meses de junho e agosto de 2015.
4.5 Extração dos Dados
Para a coleta de dados nos artigos inclusos na presente revisão
integrativa utilizou-se um instrumento validado (ANEXO A), proposto por URSI
(2005), que contempla os seguintes itens:
Identificação do artigo original, incluindo título do artigo e do periódico, área de
especialidade do periódico, nome do(s) autor(es), local de trabalho e graduação;
país, idioma e ano de publicação;
Características metodológicas do estudo, identificando o tipo de abordagem,
delineamento de pesquisa, características da amostra, identificação das variáveis,
resultados, análise estatística e nível de evidência e
Avaliação do rigor metodológico, apresentando a clareza na trajetória
metodológica e identificação de vieses.
Para a avaliação do nível de evidência dos artigos incluídos na amostra,
foi utilizado o sistema de classificação proposto por Stetler et al. (1998b) que
classifica os estudos em níveis que variam de I a VI , conforme Figura 3
Método 56
Fonte: STETLER C.B et al. Utilization focused reviews in a nursing service. Appl Nurs Res. v. 11, n. 4, p. 195-206. 1998.
Figura 3 – Classificação dos níveis de evidências.
4.6 Apresentação dos Dados
A apresentação da presente revisão contemplará informações sobre cada
artigo revisado, no entanto, para análise e síntese dos artigos selecionados que
atenderam aos critérios de inclusão foi utilizado um quadro sinóptico (ANEXO B)
proposto por URSI (2005), que contempla os seguintes aspectos:
Nome da pesquisa;
Autores;
Tipo de publicação;
Método 57
Detalhamento Metodológico;
Detalhamento amostral
Intervenção Estudada
Resultados
Recomendações/ Conclusões
4.7 Análise dos Estudos
A avaliação e organização de modo sistemático dos dados apresentados
em cada pesquisa são de suma importância para a qualidade da RI (BEYEA;
NICOLL, 1998). Posteriormente, os dados extraídos devem ser agrupados de acordo
com suas similaridades.
Com base nas características do estudo, a análise dos dados foi realizada
de forma descritiva.
A discussão dos resultados evidenciados foi fundamentada na literatura
disponível. É realizada a comparação com o conhecimento teórico objetivando a
detecção das implicações resultantes da revisão integrativa (WHITTEMORE;
KNAFL, 2005)
59
5.1 Caracterização dos estudos selecionados
A amostra foi composta de 10 estudos primários de acordo com os
critérios de seleção previamente expostos nesta RI.
No quadro 5, a seguir, apresenta-se o título dos estudos, autores, data de
publicação, periódico, e base de dados.
Considerando o ano de publicação dos estudos verifica-se que um deles
foi publicado em 2010, três em 2011 e nos anos de 2012, 2013 e 2014 foram
publicados 2 artigos em cada um destes períodos.
É possível identificar que dentre as áreas de especialização dos
periódicos selecionados a predominância é de revistas da área Farmacêutica,
contemplando 5 dos estudos selecionados, seguida pela área médica (geral e
psiquiátrica) com 2 publicações; na sequência aparecem áreas de Informática
Biomédica, Enfermagem Geral e Qualidade & Segurança do Paciente contemplando
1 estudo cada uma, conforme Quadro 5.
TÍTULO DO ESTUDO AUTORES DATA DE PUBLICAÇÃO
PERIÓDICO BASE DE DADOS
A case study on the safety impact of implementing smart patient-controlled analgesic pumps at a tertiary care academic medical Center
Tran, M Ciarkowski, S. Wagner, D. Stevenson, J.G.
2012
The Joint
Commission Journal on Quality and Patient Safety
CINAHL
A clinical data warehouse-based process for refining medication orders alerts
Boussadi, A. Et Al
2012
Journal of the
American Medical Informatics Association
CINAHL
Comparison of medication safety effectiveness among nine critical access hospitals
Cochran, G. L. Haynatzki, G.
2013
American Journal of Health-System
Pharmacy
CINAHL
Effect of barcode technology with eletronic medication administration Record on medication accuracy rates
Seibert, H.H. Maddox, R.R. Flynn, E.A. Williams, C.K.
2014
American Journal of Health System
Pharmacy
PUBMED
continua...
60
TÍTULO DO ESTUDO AUTORES DATA DE PUBLICAÇÃO
PERIÓDICO BASE DE DADOS
Effectiveness of an electronic inpatient medication record in reducing medication errors in Singapore
Choo, J. Johnston, L. Manias, E.
2014
Nursing & Health
Sciences
CINAHL
Identifying and reducing medication errors in psychiatry: creating a culture of safety through the use of an adverse event reporting mechanism.
Jayaram, G. Doyle, D. Steinwachs, D.Samuels, J.
2011
Journal of
Psychiatric Practice
CINAHL
Impact of implementing smart infusion pumps in a pediatric intensive care unit.
Manrique-Rodríguez, S. Et Al
2013
American Journal of Health-System
Pharmacy
PUBMED CINAHL
Implementation and evaluation of a comprehensive system to deliver pediatric continuous infusion medications with standardized concentrations
Hilmas, E Sowan, A Gaffoor, M Vaidya, V
2010
American Journal of Health-System
Pharmacy
PUBMED
Integrating tecnology to improve medication administration
Prusch , A.E. Suess, T.M. Paoletti, R.D. Olin, S.T. Watts, S.D.
2011
American Journal of Health-System
Pharmacy
PUBMED
Medication errors in patients with severe chronic kidney disease and acute coronary syndrome: the impact of computer-assisted decision support
Milani, R.V. Oleck, S.A. Lavie, C.J.
2011
Mayo Clinic Proceedings
CINAHL
conclusão.
Quadro 5 - Estudos selecionados e respectivos autores conforme periódico de publicação e base de dados, 2015
No Quadro 6 apresenta-se a relação entre os estudos selecionados, a
área de especialidade do periódico, a quantidade de artigos em cada um dele e seu
respectivo fator de impacto.
61
PERIÓDICO ÁREA DE ESPECIALIDADE
QUANTIDADE DE ARTIGOS
FATOR DE IMPACTO
American Journal of Health-System Pharmacy
Farmácia 5 1.882
Journal of Psychiatric Practice
Médica – Psiquiatria
1 2.051
Journal of the American Medical Informatics Association
Informática Médica 1 3.504
Mayo Clinic Proceedings
Médica 1 6.262
Nursing & Health Sciences
Enfermagem 1 1.042
The Joint Commission Journal on Quality and Patient Safety
Qualidade e Segurança
1 Sem fator de impacto
Quadro 6 - Apresentação dos periódicos de acordo com número de estudos selecionados e o fator de impacto, 2015
Considerando a classificação dos estudos de acordo com o nível de
evidência, os estudos 1, 2, 3, 4, 6, 7, 8, 9 e 10 apresentaram Nível IV, e o estudo 5
Nível III.
Na sequência os estudos serão apresentados utilizando quadro resumo
(Anexo B) proposto por URSI (2005).
Visando a facilitação da discussão dos resultados aqui apresentados os
Quadros foram numerados de 7 a 16 de acordo com ordem alfabética.
62
ESTUDO 1
NOME DA PESQUISA
AUTORES TIPO DE PUBLICAÇÃO
DETALHAMANENTO METODOLÓGICO
DETALHAMENTO AMOSTRAL
A case study on the safety impact of implementing smart patient-controlled analgesic pumps at a tertiary care academic medical center
Tran, M Ciarkowski, S. Wagner, D. Stevenson,J.G.
Publicação de outras áreas da saúde – Qualidade e segurança do Paciente The Joint Commission Journal on Quality and Patient Safety
Abordagem Quanti-tativa – Delineamen-to Não Experimental
Em 2005: 16.349 pacientes recebe-ram analgesia controlada por eles mesmos em bombas de infusão. Em 2007: 16.249 pacientes.
INTERVENÇÃO ESTUDADA RESULTADOS RECOMENDAÇÕES/ CONCLUSÕES
No ano de 2005 utilizam bombas
de seringa comuns e analisaram
o uso das bombas durante os
meses de Janeiro a Novembro.
Em 2006 as bombas foram
substituídas por Bombas com
Sistema Inteligente de Infusão.
Em 2007 foi realizada avaliação
quanto ao uso das bombas de
infusão com sistema inteligente.
Foi realizada uma pesquisa junto
aos enfermeiros da unidade em
teste das bombas de infusão
inteligentes, para avaliar a sua
percepção quanto à segurança
do paciente com a utilização de
bombas inteligente.
As bombas com sistema de
infusão inteligente preveniram
159 erros na unidade de
cuidados ao Adulto. Os erros de
programação de bombas de
infusão em 2007 foram 34%
menor, em comparação ao ano
de 2005. Com relação à
investigação feita junto aos
enfermeiros verificou-se que
dentre as etapas no uso da
bomba (verificação de código de
barras, alarme suave, alarme
rígido e tela de verificação), a
que causou maior impacto
quanto ao benefício para a
segurança foi a leitura do código
de barras. Todos os enfermeiros
concordaram que a bomba de
infusão inteligente para controle
de analgesia pelo paciente
reduz a ocorrência de erros, se
comparado com as bombas
convencionais.
As bombas com sistema de
infusão inteligente para
controle de analgesia pelo
paciente tiveram um impacto
positivo na segurança do
paciente no centro médico.
Outras instalações devem
adotar dispositivos de infusão
de analgesia controlada pelo
paciente com dispositivo de
segurança adicionais, tais
como verificação de código de
barras e sua concentração,
bem como limites de dosagem
para evitar erros de
programação das bombas.
Quadro 7 - Apresentação da síntese do Estudo 1 incluído na revisão, segundo título,
autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento amostral,
intervenção, resultados e conclusões, 2015.
63
ESTUDO 2
NOME DA PESQUISA
AUTORES TIPO DE PUBLICAÇÃO
DETALHAMANENTO METODOLÓGICO
DETALHAMENTO AMOSTRAL
A clinical data warehouse-based process for refining medication orders alerts
Boussadi, A. Caruba, T Zapletal, E Sabatier, B. Durieux, P. Degoulet, P.
Publicação de outras áreas da saúde – Informática Médica Journal of the American Medical Informatics Association
Abordagem Quantitativa – Delineamento Não Experimental
Foram analisadas 8692 prescrições médicas (2008 a 2011).
INTERVENÇÃO ESTUDADA RESULTADOS RECOMENDAÇÕES/
CONCLUSÕES
Avaliou-se a base de dados (no
período de 2008 a 2011) já
existente utilizada no sistema de
alertas da prescrição eletrônica.
Construiu-se uma nova base de
dados clínicos para refinamento de
alertas em prescrições médicas de
medicamentos. Foram analisados
10 medi-camentos cujos níveis de
dosagem dependem dos limiares
da função renal
Das 8692 prescrições estuda-
das 892 (10,62%) alertas
foram gerados para a
segurança do paciente na
administração de medica-
mentos
Uma maneia de reduzir alertas
em excesso é reduzir a
frequência de alertas “falso-
positivos” ou alertas que não
são aceitos pelos médicos
Quadro 8 - Apresentação da síntese do Estudo 2 incluído na revisão, segundo título,
autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento amostral,
intervenção, resultados e conclusões, 2015.
64
ESTUDO 3
NOME DA PESQUISA
AUTORES TIPO DE PUBLICAÇÃO
DETALHAMANENTO METODOLÓGICO
DETALHAMENTO AMOSTRAL
Comparison of medication safety effectiveness among nine critical access hospitals
Cochran, G. L. Haynatzki, G.
Publicação de outras áreas da saúde – Farmácia American Journal of Health-System Pharmacists
Abordagem Quantitativa – Delineamento Não Experimental
Nove hospitais participantes, classificados em três grupos (G1, G2, G3) de acordo com similaridade nos processos de dispensação de medicamentos, totalizando 3109 dispensações.
INTERVENÇÃO ESTUDADA RESULTADOS RECOMENDAÇÕES/ CONCLUSÕES
Avaliação das taxas de erros de
medicamento, de acordo com o
tipo de dispensação de
medicamentos.
G1: 2 hospitais com 10 horas
de apoio da farmácia por
semana e sem sistema de
código de barras na beira do
leito.
G2: 4 hospitais com suporte
farmacêutico por até 40 horas e
sem sistema de código de
barras na beira do leito.
G3: 3 hospitais com suporte
farmacêutico acima de 40 horas
e sistema de código de barras
na beira do leito
Considerando o número
total de erros, o G1
apresentou uma taxa de
3.27%, seguida pelo G2
que apresentou taxa de
1.49%. A taxa apresentada
pelo G3 grupo foi de 0.53%.
Considerando os erros que
efetivamente atingiram o
paciente obteve-se as
seguintes taxas:
G1: 3,07%
G2: 0,81%
G3: 0,35%
Os hospitais com suporte
farmacêutico acima de 40 horas e
sistema de código de barras na beira
do leito apresentaram as mais baixas
taxas de erro de medicamento entre
os grupos estudados.
Um sistema de código de barras na
beira do leito não reduz a
probabilidade de um erro ser gerado
no ambiente hospitalar. Seu papel é a
identificação precoce, antes da
administração do fármaco, para que o
erro não atinja o paciente
Quadro 9 - Apresentação da síntese do Estudo 3 incluído na revisão, segundo título,
autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento amostral, intervenção, resultados e conclusões, 2015
65
ESTUDO 4
NOME DA
PESQUISA
AUTORES TIPO DE
PUBLICAÇÃO
DETALHAMENTO
METODOLÓGICO
DETALHAMENTO
AMOSTRAL
Effect of barcode
technology with
eletronic
medication
administration
Record on
medication
accuracy rates
Seibert, H.H.
Maddox, R.R.
Flynn, E.A.
Williams, C.K.
Publicação de
outras áreas da
saúde – Farmácia
American Journal
Health System
Pharmacy
Abordagem
Quantitativa –
Delineamento Não
Experimental
2 hospitais: 10
unidades de
atendimento em
estudo
INTERVENÇÃO ESTUDADA RESULTADOS RECOMENDAÇÕES/
CONCLUSÕES
Implantação do sistema de administraçãode medicação assistida por código de barras (BCMA) com registro de administração de medica-mentos eletrônico (EMAR), em dois hospitais. Foram realizados pré e pós-testes para avaliação do efeito da implantação do sistema sobre as taxas de erros de medicação (Fase 1 antes da implantação, Fase 2 após 6 meses, Fase 3 após 12 meses)
Considerando o número de ocorrências de oportunidades para erros, em ambos os hospitais, os eventos na fase 3 foram menores que na fase 1 – Hospital 1: Fase 1- 2092 oportunidades de erros e na Fase 2 – 1577, Hospital 2: Fase 1 – 2061 e 773, nas fases 1 e 3, respectivamente. Desconsiderando as ocorrências de tempo errado para administração dos medicamentos (demora, por exemplo), a melhora da taxa de ocorrência em ambos os hospitais foi para 96% de precisão. Considerando as taxas gerais de notificações de erros de medicação nos hospitais em estudo, houve queda acentuada das mesmas após a intervenção. Antes – Dez/2006 a Mar/2008: 101 notificações. Dez/2007 a Mar/2008: 81 notificações. Jan/2008 a Maio/2008 73 notificações. Depois: Fev/2009 a Maio/2009: 26 notificações. Set/2010 a Dez/2-10: 33 Notificações
A implementação de BCMA e EMAR nos dois hospitais foi associada aos aumentos significativos nas taxas totais de precisão de medicação e a não introdução de novos tipos de erro no processo de administração de medicamentos. As taxas de pre-cisão mostraram-se melhoradas quando ”erros de tempo” foram excluídos da análise. A frequência de erros evitáveis por BCMA e EMAR diminuiu significativamente em ambos os hospitais após a implementação dessa tecnologia
Quadro 10 - Apresentação da síntese do Estudo 4 incluído na revisão, segundo título, autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento amostral, intervenção, resultados e conclusões, 2015.
66
ESTUDO 5
NOME DA
PESQUISA
AUTORES TIPO DE
PUBLICAÇÃO
DETALHAMANENTO
METODOLÓGICO
DETALHAMENTO
AMOSTRAL
Effectiveness
of an electronic
inpatient
medication
record in
reducing
medication
errors in
Singapore
Choo, J.
Johnston, L.
Manias, E.
Enfermagem
Geral
Nursing &
Health Sciences
Abordagem
Quantitativa –
Delineamento quase-
Experimental
85 notificações de erros
de administração de
medicamentos no
hospital A no ano de
2006 e 94 em 2008.
298 e 332 notificações de
erros no hospital B, nos
anos de 2006 e 2008,
respectivamente.
INTERVENÇÃO ESTUDADA RESULTADOS RECOMENDAÇÕES/ CONCLUSÕES
Identificação da efetividade do
sistema eletrônico após a
implantação de registro
eletrônico de medicamentos na
redução de erros na
administração de
medicamentos (Hospital B).
A incidência de erros no
hospital A nos anos de
2006 e de 2008 foi de 0,47
e 0,41. Já no hospital B, as
incidências foram idênticas
antes e depois da
implantação do sistema
eletrônico de registro de
medicamentos, 1.19.
A implantação de sistema eletrônico
de registro de medicamentos não
afeta a incidência de erros de
medicação. As taxas de incidência de
erros de medicação foram mais
baixas do que as reportadas em
estudos passados. São necessárias
outras pesquisas buscando elucidar a
efetividade da implementação de
registros eletrônicos de medicamentos
em Singapura.
Quadro 11 - Apresentação da síntese do Estudo 5 incluído na revisão, segundo título, autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento amostral, intervenção, resultados e conclusões, 2015.
67
ESTUDO 6
NOME DA
PESQUISA
AUTORES TIPO DE
PUBLICAÇÃO
DETALHAMANENTO
METODOLÓGICO
DETALHAMENTO
AMOSTRAL
Identifying and
reducing
medication
errors in
psychiatry:
creating a
culture of
safety through
the use of an
adverse event
reporting
mechanism
Jayaram, G.
Doyle, D.
Steinwachs,D.
Samuels, J.
Publicação
Médica
Journal of
Psychiatric
Practice
Abordagem
Quantitativa –
Delineamento Não
Experimental -
O universo amostral é
de 617.524 doses de
medicamentos
administrados no
período de 5 anos, na
instituição do estudo.
INTERVENÇÃO ESTUDADA RESULTADOS RECOMENDAÇÕES/
CONCLUSÕES
Implantação de um sistema de
notificação eletrônica de erros
de medicação no ano de 2004
(PSN – do inglês Patient Safety
Net).
Investigação da redução de
erros de medicação após a
instituição da Prescrição
Eletrônica (PE)
Considerando a quantidade
(isolada) de erros de
medicação nos anos de 2003,
2005 e 2007 obteve-se: 494,
133 e 100 erros,
respectivamente.
A taxa de erros notificados
(1000 pacientes/dia) foram:
2003: 27,89
2005: 5,50
2007: 3,43
Com o uso da PE as taxas dos
erros de prescrição e
transcrição foram: 1,47; 0.25 e
0.14 em 1003, 2005 e 2007
respectivamente. E em
preparação e administração
1.17; 0.46 e 0.29
A PE eliminou erros
relacionados com a ilegibilidade
das prescrições, doses e
transcrições, bem como de sub
ou super dosagens e alergias,
devido as telas de alerta.
Apesar dos achados positivos, faz-se necessário o aprofundamento em quase-erros, para a compreensão de oportunidades de ensino para diversas intervenções no que diz respeito aos erros de medicação
Quadro 12 - Apresentação da síntese do Estudo 6 incluído na revisão, segundo título, autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento amostral, intervenção, resultados e conclusões, 2015.
68
ESTUDO 7
NOME DA
PESQUISA
AUTORES TIPO DE
PUBLICAÇÃO
DETALHAMANENTO
METODOLÓGICO
DETALHAMENTO
AMOSTRAL
Impact of
implementing
smart infusion
pumps in a
pediatric
intensive care
unit.
Manrique-
Rodríguez, S.
et al
Publicação de
outras áreas da
saúde –
Farmácia
American
Journal of
Health-System
Pharmacy
Abordagem
Quantitativa –
Delineamento Não
Experimental
486,875 infusões
efetivamente
programadas
INTERVENÇÃO ESTUDADA RESULTADOS RECOMENDAÇÕES/
CONCLUSÕES
Implementação de bombas de
infusão de unidade pediátrica
de cuidados intensivos, no
período de Janeiro de 2010 a
Junho de 2016.
A revisão dos sinais de alarme
durante os 17 meses do estudo,
identificou 92 alarmes
associados aos erros reais de
programação.
Cerca de 97% dos erros
resultou de programação de
dosagens ou taxas de infusão
acima do limite superior rígido, o
que poderia ter levado à
administração de dose acima do
recomendado.
A taxa de erros de medicação
antes da implantação era de
26,5% baseado nas notificações
de erros de administração de
medicamentos, nenhum erro
notificado estava relacionado ao
uso de bombas de infusão.
O uso de bombas de infusão
inteligentes em unidade
pediátrica de terapia intensiva
melhorou a segurança do
paciente já que permitiu a
intercepção de erros, com
potencial para lesão grave,
durante a programação das
bombas.
Quadro 13 - Apresentação da síntese do Estudo 7 incluído na revisão, segundo título, autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento amostral, intervenção, resultados e conclusões, 2015.
69
ESTUDO 8
NOME DA
PESQUISA
AUTORES TIPO DE
PUBLICAÇÃO
DETALHAMANENTO
METODOLÓGICO
DETALHAMENTO
AMOSTRAL
Implementation
and evaluation
of a
comprehensive
system to
deliver pediatric
continuous
infusion
medications
with
standardized
concentrations
Hilmas, E
Sowan, A
Gaffoor, M
Vaidya, V
Publicação de
outras áreas da
saúde – Farmácia
American Journal
of Health-System
Pharmacy
Abordagem Quanti-
tativa – Delineamento
Não Experimental
Avaliação de 200
prescrições.
INTERVENÇÃO ESTUDADA RESULTADOS RECOMENDAÇÕES/
CONCLUSÕES
Desenvolvimento,
implementação e avaliação
de um sistema de
gerenciamento de medicação
pediátrica, baseada em
prescrições informatizadas
com concentrações
padronizadas para infusões
contínuas de pacientes
pediátricos.
O sistema contempla o
desenvolvimento de um
banco de dados com doses
de infusão padronizadas,
prescrição eletrônica que
utiliza este banco de dados e
bombas de infusão
“inteligentes”
Após o desenvolvimento do
algoritmo para padronização
das doses e a finalização do
banco de dados, para avaliar
os resultados foram auditadas
200 prescrições eletrônica
(PE) e comparadas com uma
amostra aleatória de 200
prescrições antes da
intervenção. A PE eliminou
erros relacionados ao
excesso da dose máxima
preconizada, além de erros
relacionados a prescrições
incompletas ou ilegíveis.
A equipe de farmacêuticos
auditou infusões nas
unidades de atendimento e
100% das infusões estavam
com as doses e velocidades
preconizadas
O sistema automatizado obteve
êxito e o processo de determinação
de um número limitado de
concentrações para cada
medicamento usado em infusão
contínua (pediatria) melhorou,
consideravelmente, a segurança do
paciente, com a eliminação de erros
de medicação
Quadro 14 - Apresentação da síntese do Estudo 8 incluído na revisão, segundo título,
autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento amostral,
intervenção, resultados e conclusões, 2015.
70
ESTUDO 9
NOME DA
PESQUISA
AUTORES TIPO DE
PUBLICAÇÃO
DETALHAMANENTO
METODOLÓGICO
DETALHAMENTO
AMOSTRAL
Integrating
tecnology to
improve
medication
administration
Prusch ,
A.E.
Suess, T.M.
Paoletti,
R.D.
Olin, S.T.
Watts, S.D.
Publicação de
outras áreas da
saúde – Farmácia
American Journal
of Health-System
Pharmacy
Estudo Descritivo Não se aplica
INTERVENÇÃO ESTUDADA RESULTADOS RECOMENDAÇÕES/
CONCLUSÕES
Integração de bombas de
infusão inteligentes, código de
barras para administração de
medicamentos e registro
eletrônico dos medicamentos
administrados no local de
estudo.
Durante a avaliação da
implementação verificou-se que
o cumprimento da padronização
da biblioteca de drogas
aumentou de 56,5% na área de
telemetria e passou para 72,2%.
Na área médica-cirúrgica a taxa
inicial era de 34,1% e passou
para 58,6%.
O número de edições das
infusões diminuiu nas duas
unidades estudadas (Telemetria
e Médica-cirúrgica) de 56,9%
para 14,2% e de 61,2% para
14,7%, respectivamente. Tal fato
simplificou o uso do sistema
pela enfermagem e diminui a
possibilidade de erros de
programação. Constatou-se
após a implantação uma
redução de 32% dos erros de
heparina notificados.
Os erros de medicação foram
reduzidos, a estrutura de trabalho
simplificada e os farmacêuticos
envolveram-se com a checagem
das taxas de infusão.
Quadro 15 - Apresentação da síntese do Estudo 9 incluído na revisão, segundo título, autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento amostral, intervenção, resultados e conclusões, 2015.
71
ESTUDO 10
NOME DA
PESQUISA
AUTORES TIPO DE
PUBLICAÇÃO
DETALHAMANENTO
METODOLÓGICO
DETALHAMENTO
AMOSTRAL
Medication
errors in
patients with
severe chronic
kidney disease
and acute
coronary
syndrome: the
impact of
computer-
assisted
decision
support
Milani, R.V.
Oleck, S.A.
Lavie, C.J.
Publicação
Médica
Mayo Clinic
Proceedings
Abordagem
Quantitativa –
Delineamento Não
Experimental
80 pacientes portadores
de doença renal crônica
admitidos com
Síndrome Coronariana
Aguada e prescrição
eletrônica.
INTERVENÇÃO ESTUDADA RESULTADOS RECOMENDAÇÕES/
CONCLUSÕES
Avaliação do impacto da
prescrição eletrônica (PE) com
ferramenta de apoio à decisão
clínica, sobre a frequência de
erros de medicação
trombolítica, em pacientes com
doença renal crônica admitidos
com Síndrome Coronariana
Aguda
Considerando a prescrição
de medicação
antitrombolítica em
pacientes contra-indicados,
não houve qualquer caso
com a utilização da PE . A
mortalidade até 90 dias foi
de 4 pacientes - com PE -
e 7 nas prescrições
padronizadas.
Com relação aos
sangramentos foram 3 na
PE e 10 nas prescrições
padronizadas. O tempo de
permanência foi menor nos
pacientes que utilizaram a
PE
Os achados apóiam o conceito de
melhora do processo de cuidado.
Demonstrou-se que a ferramenta de
apoio à decisão clínica da PE tem
potencial para melhoria da
assistência prestada
Quadro 16 - Apresentação da síntese do Estudo 10 incluído na revisão, segundo
título, autores, periódico, detalhamento metodológico, detalhamento
amostral, intervenção, resultados e conclusões, 2015.
Sintetizando, os estudos selecionados foram categorizados de acordo
com o tipo de intervenção realizada e estão apresentados no quadro a seguir
(Quadro 17).
72
Título do Estudo Categoria
A case study on the safety impact of implementing
smart patient-controlled analgesic pumps at a
tertiary care academic medical Center
Bomba de Infusão “inteligente”
A clinical data warehouse-based process for
refining medication orders alerts
Base de dados e sistema de alerta
Comparison of medication safety effectiveness
among nine critical access hospitals
Código de Barras e atuação farmacêutica
Effect of barcode technology with eletronic
medication administration Record on medication
accuracy rates
Código de Barras e registro eletrônico de
medicamentos administrados
Effectiveness of an electronic inpatient medication
record in reducing medication errors in Singapore
Sistema eletrônico de registro de
medicamentos administrados
Identifying and reducing medication errors in
psychiatry: creating a culture of safety through the
use of an adverse event reporting mechanism.
Prescrição Eletrônica
Impact of implementing smart infusion pumps in a
pediatric intensive care unit.
Bomba de Infusão “inteligente”
Implementation and evaluation of a comprehensive
system to deliver pediatric continuous infusion
medications with standardized concentrations
Base de dados, Prescrição eletrônica e bomba
de infusão “inteligente”
Integrating tecnology to improve medication
administration
Bomba de infusão “inteligente”, código de
Barras e registro eletrônico de medicamentos
administrados
Medication errors in patients with severe chronic
kidney disease and acute coronary syndrome: the
impact of computer-assisted decision support
Prescrição Médica Eletrônica, com ferramenta
de apoio à decisão clínica.
Quadro 17 - Categorização sintetizada dos estudos elegíveis, 2015
Discussão 74
6.1 Categorização das tecnologias
Conforme identificado anteriormente, a seleção dos estudos para esta RI
tornou possível a identificação de cinco grandes grupos de tecnologias empregadas
na prevenção de erros de medicamento: Bomba de Infusão Inteligente; Sistema de
Alerta/Ferramenta de apoio à Decisão Clínica, Código de Barras e Sistema
Eletrônico de Registro de Medicamentos; Base de Dados Computadorizada e
Prescrição Médica Eletrônica
6.2 O uso da tecnologia na saúde
A tecnologia pode ser definida como um corpo sólido de conhecimentos
que supera a simples aplicação de conceitos e teorias científicas. É essencial a
percepção de que o conhecimento tecnológico possui uma estrutura ampla e que
apesar de formal é difícil de ser categorizado, podendo ser qualificada como um
modo de conhecimento, adquirindo formas e elementos específicos da atividade
humana (PRISMA, 2008).
Desde a década de 40, aconteceu uma rápida expansão de
conhecimentos e habilidades (MARTINS; DAL SASSO, 2008) e uma das evidências
que corrobora com esta perspectiva de amplitude da aplicação da tecnologia é a
observação de que a mesma tem sido empregada na área da educação, do
desenvolvimento agrícola, em parques industriais e em outras esferas da sociedade
(MORAN, 1995; GEHLEN, 2001).
Na área da saúde não é diferente; a tecnologia mostra-se como de
grande importância porque tem implicações no modo de compreender a história, a
prática contemporânea e o futuro das profissões e, acima de tudo, porque influencia
as ações, as concepções e os arranjos sociais (MARTINS, DAL SASSO, 2008). A
tecnologia revela saberes e maneiras de cuidar, tornando imprescindível o
aperfeiçoamento e a atualização dos profissionais de saúde, para que possam
aplicar o conhecimento adquirido de forma responsável e racional, desenvolvendo
Discussão 75
senso crítico e reflexivo de suas ações (SÁ NETO; RODRIGUES, 2010). O
fenômeno tecnologia em saúde amplia a maneira de pensar e discutir dos
profissionais, difundindo informações e levando-os a elaborarem conhecimentos que
alicerçam seus modos de agir (SILVA, FERREIRA, 2009).
Essas tecnologias vêm se expressando nas mais variadas áreas de
atuação em saúde: na educação, no cuidado, na pesquisa e no gerenciamento como
resultado direto do desenvolvimento da ciência e da tecnologia. Tal expansão
impulsionou a evolução de serviços, comunidades, unidades e pessoas
especializadas dentro de ambientes que são referência na assistência à saúde,
alterando os valores, a política, a economia e as relações humanas (MARTINS; DAL
SASSO, 2008).
A evolução tecnológica, a velocidade das mudanças, a globalização e a
necessidade de melhoria de conhecimento dos profissionais têm levado a
automatização dos processos; neste contexto a informática ganha um papel de
destaque e atua, praticamente, em todos os campos do conhecimento humano (CHI;
DIAS, s/d).
Os serviços de saúde passaram a dispor de diferentes técnicas,
instrumentos, métodos e matérias-primas, o que resultou na reformulação do espaço
físico, da atuação profissional, das novas modalidades de prevenção, diagnóstico e
tratamento dos problemas de saúde (SILVA, FERREIRA, 2009).
Uma das tecnologias mais utilizadas na área da saúde é a internet, que
teve um impacto profundo sobre a epidemiologia, revelado no campo da pesquisa,
por ser uma fonte na busca de dados para análise e desenvolvimento de estudos
que contribuem para o conhecimento mais apurado dos fenômenos epidemiológicos
disponíveis na rede de comunicação. A investigação epidemiológica, via internet, fez
surgir a cultura digital em saúde, principalmente por sua progressiva incorporação
nos processos técnicos e aplicações epidemiológicas, pela quantidade de
publicações técnicas e matérias disponíveis na web, assim como pelo aumento
significativo de pesquisas nos últimos anos. A internet torna mais fácil a permuta de
informações entre a ciência e o público ou usuário (SANTOS; SÁ, 2000).
Com o advento da telefonia móvel e, posteriormente, a facilidade de
acesso aos dispositivos conectados à internet, várias ferramentas têm sido
elaboradas com o objetivo de facilitar e até mesmo melhorar a atuação dos
Discussão 76
profissionais de saúde, seja diminuindo o tempo gasto em atividades rotineiras,
obtendo ferramentas que melhoram o desempenho em ações inerentes à profissão;
aumentando a qualidade da assistência prestada ou incrementando a confiabilidade
das intervenções necessárias (JULIANI; KURCGANT, 2007; RANGEL; ÉVORA,
2007, BARRA; DAL SASSO, 2010; VIDOR; FISHER; BORDIN, 2011; CAIVANO;
FERREIRA; DOMENE, 2014). Tais ferramentas podem ser utilizadas tanto em
ambiente hospitalar quanto ambulatorial.
A prática da saúde e da enfermagem continua a ser transformada pelo
impacto da tecnologia; as inovações estimulam o pensamento de novas práticas
para a enfermagem e tais avanços tecnológicos têm inspirado permanentemente a
reflexão sobre o que a enfermagem foi, é e será (MARTINS, DAL SASSO, 2008).
Acresce-se que no setor de serviços, o que se vende é um serviço especializado e
este se dá, basicamente, pela troca de informações, pelo atendimento às
necessidades e expectativas do usuário que o procura; então o que se sobressai
são relações sociais entre indivíduos: profissionais e usuários/consumidores
(MACIEL-LIMA, 2004), raciocínio este aplicado ao setor saúde
Nesse sentido, a presença de recursos tecnológicos em ambientes de
cuidado pode gerar inquietações, sentimentos e comportamentos que se relacionam
às representações sobre determinado objeto, no caso a tecnologia em saúde, as
quais determinam diferentes modos de cuidar (SILVA; FERREIRA, 2009).
Entretanto, há que se cuidar para que o profissional de saúde, incluindo-se o da
enfermagem, na utilização cotidiana de equipamentos/ferramentas tecnológicas, não
se torne insensível, racional e desumano, evidenciando o empoderamento da
ciência e da técnica sobre o homem. É necessário se pensar novas maneiras de
cuidar, empregando a arte, a sensibilidade e a criatividade na adequação e
humanização das tecnologias (SÁ NETO; RODRIGUES, 2010).
Considerando o significado da tecnologia pode-se observar três esferas
distintas: a de objetos físicos, a de conhecimento, no qual atenta-se para como
utilizá-lo, repará-lo, projetá-lo e produzi-lo e a das atividades humanas
compreendida como a criação de um fenômeno, pois transcende a simples definição
de maquinário (MARTINS; DAL SASSO, 2008).
No presente estudo, na análise dos 10 artigos selecionados para esta
investigação, foram identificadas algumas ferramentas tecnológicas relacionadas à
Discussão 77
administração de medicamentos que foram testadas em diversos serviços de saúde,
minimizando os problemas/erros que podem acontecer neste complexo processo.
Todas essas tecnologias identificadas podem ser agrupadas na categoria
dura, representadas por equipamentos tecnológicos (MEHRY et al, 1997; MEHRY,
1997) e/ou na categoria de objetos físicos tais como instrumentos, maquinário,
matéria (MARTINS, DAL SASSO, 2008).
6.2.1 Bomba de Infusão Inteligente
Entre as vias de administração de fármacos, existem as parenterais e
entre essas a intravenosa; soluções administradas intravenosamente podem ser
injetadas de uma só vez ou infundidas lentamente a uma determinada velocidade.
Desde os anos de 1950, sistemas de infusão são cada vez mais utilizados para
administração de substâncias, nutrição e medicamentos em pacientes hospitalizados
e até mesmo em ambiente domiciliar; devido à necessidade de um controle
terapêutico contínuo, sem flutuações na concentração de fluido ao longo do tempo,
proporcionando uma melhor eficácia do tratamento (GONTIJO, BATISTA,
BARREIRO s/d).
Transfundir ou infundir soluções com medicamentos trata-se de um
processo crítico, a ser realizado com cuidados que previnam infecção, assegurem a
identificação precisa do paciente, a escolha correta dos acessórios e dispositivos da
terapia transfusional, o controle da infusão e dos sinais clínicos do paciente que
possam indicar, precocemente, a ocorrência de eventos adversos (PARDO et al.,
2015).
Nesse sentido, considerando-se a minimização de problemas
relacionados à infusão, surgiram as bombas de infusão, desde a década de 1960,
que introduzem líquidos e agentes farmacológicos no sistema circulatório de
pacientes em aplicações diversas, como: quimioterapia, infusão de drogas em
quantidades efetivas e não-tóxicas, alimentação enteral e parenteral, aplicação de
soros em pacientes desidratados e manutenção dos níveis apropriados de fluidos
em pacientes durante e após cirurgias (GONTIJO, BATISTA, BARREIRO s/d).
Discussão 78
Bombas de infusão são equipamentos destinados ao controle de
medicamentos, soroterapias ou nutrientes a serem administrados em soluções
enterais ou parenterais, que exigem controle rígido de gotejamento, de modo a
aumentar a segurança do paciente, no que está relacionado ao tempo e volume a
ser administrado (GONTIJO, BATISTA, BARREIRO s/d). Para volume maiores
utiliza-se as denominadas Bombas Volumétricas e para pequenos volumes, bombas
de seringa.
Os sistemas denominados “inteligentes” são bombas de infusão que
possuem um software que possibilita o armazenamento de uma lista de medicações
com volumes e doses padronizadas (WILSON, SULLIVAN, 2004). Caso a
programação da bomba seja feita de maneira errônea, com valores fora dos padrões
mínimo e máximo preconizados, a bomba pode emitir um alerta sonoro e visual, ou
até mesmo não permitir a progressão da infusão.
Quando se manipula uma bomba de infusão para evitar super ou sub-
dosagem de líquidos a um paciente, este evento constitui uma evasão de um erro de
medicação. Podem ser identificados erros abaixo dos limites mínimos, acima dos
limites máximos ou quando se excede os parâmetros de segurança, provocando um
alerta resulta em reprogramação das bombas. (MASON et al., 2014) Tais
dispositivos têm sido considerados como os melhores e mais seguros na
administração de terapia intravenosa (HARDING, 2011).
Cassiani, Gimenes e Monzani (2009) reforçam que uma solução viável
para a diminuição dos erros associados a terapia intravenosa, seria a utilização de
bombas de infusão inteligentes, visto que estes dispositivos têm demonstrado a
capacidade de detectar erros precocemente, reduzindo a sua gravidade e a
frequência . Ao longo da última década as bombas de infusão inteligentes têm se
mostrado grandes aliadas na diminuição de erros de administração de terapias
intravenosas (LARSEN et al, 2005; ZISSER et al. 2008; HARDING, 2011;
MANRIQUE-RODRÍGUEZ et al., 2012; SEEBER et al.,2015).
Nesta revisão identificou-se nos estudos 1 (TRAN et al., 2012), 7
(MANRIQUE-RODRÍGUEZ et al., 2013), 8 (HILMAS et al, 2010) e 9 (PRUSH et al.,
2011) a aplicação de bombas de infusão inteligentes como aliadas à diminuição dos
erros de medicação.
No ano de 2006 as bombas de infusão tradicionais, no local de
Discussão 79
investigação do estudo Tran et al. (2012), foram substituídas por bombas de infusão
com sistema inteligente. No ano de 2007, após análise do software da bomba de
infusão, os autores constataram queda nas taxas de erros de programação de 34%,
quando comparado ao ano de 2005, período anterior à intervenção. Foi possível a
prevenção de 159 erros de medicamentos em terapias intravenosas em pacientes
que controlam a própria analgesia.
Estes achados fortalecem os resultados obtidos pelo estudo MANRIQUE-
RODRÍGUEZ et al. (2013), que demonstra a eliminação de 92 erros de programação
da bomba de infusão, detectados pelo software das bombas inteligentes.
Hush et al. (2005) relatam que ao avaliarem 426 programações de
medicamentos de acordo com o histórico de bombas de infusão comuns, 66,9%
apresentaram um ou mais erros, destes 97% não seriam identificadas por smart
pumps. Os estudos 7 (MANRIQUE-RODRÍGUEZ et al., 2013) e 8 (HILMAS et al.,
2010) reforçam a importância da padronização da biblioteca de drogas de acordo
com as características da instituição de saúde ou setor onde será utilizada a bomba,
levando em consideração os medicamentos padronizados no serviço, idade e peso
dos pacientes e resultado de exames. Tal adequação faz-se primordial, pois os
limites terapêuticos dos medicamentos para o jovem adulto diferem dos valores
ideais para crianças recém nascidas.
Seeber et al. (2015) realizaram uma investigação em hospital australiano
coletando dados das prescrições médicas manuais, da identificação das infusões e
dos displays das bombas de infusão. Identificaram a não adesão ao protocolo
institucional e às recomendações internacionais. Dos 42 erros identificados 64%
foram considerados evitáveis caso fossem utilizadas bombas de infusão com
sistema “inteligente”.
Estudo realizado no Centro Médico Primário Infantil alterou as bombas de
seringas comuns pelas de sistema “inteligente”, com padronização da concentração
de drogas na biblioteca de medicamentos e a rotulação das medicações. Constatou-
se a redução de 73% dos erros; houve queda do risco absoluto de 3.1 para 0,8 por
1000 doses (LARSEN, 2005).
A redução dos erros de administração de medicamentos possibilita uma
maior segurança ao paciente, evita gastos desnecessários para tratamento de
possíveis eventos adversos e fornece ao profissional de saúde instrumento
Discussão 80
facilitador de seu trabalho.
Investigação realizada em hospital espanhol, objetivando analisar o custo
da efetividade da troca das bombas de infusão comuns pelas bombas de infusão
“inteligentes”, estimou que €172.279 foram economizados ao se evitar os eventos
adversos relacionados a administração de medicamentos. (MANRIQUE
RODRIGUES et al., 2014).
Ainda sob a perspectiva dos custos adicionais que envolvem os erros de
administração de medicamento, pesquisa americana verificou ao longo de dois anos
quais os erros de medicação ocorridos, a classificação e, posteriormente, o calculo
do gasto financeiro associado a cada um destes erros. A pesquisa concluiu que os
custos do tratamento atribuíveis aos erros de medicação foram de aproximadamente
US$ 8.439,00 utilizando o método de decomposição Blinder-Oaxaca e US$ 8.898,00
utilizando o método de previsão (CHOI, 2015).
Apesar das evidências disponíveis indicando os aspectos positivos que
envolvem a utilização de bombas de infusão para terapia intravenosa, estudo
realizado com 29 hospitais sauditas a respeito das práticas relacionadas à
dispensação e administração segura de medicamentos demonstrou que apenas
12% dos hospitais utilizam a referida tecnologia (ALSULTAN et al., 2012).
Acresce-se que apesar de muitos dos equipamentos disponíveis
apresentarem recursos e opções, não significa que haja uma melhora significativa
no trabalho dos profissionais de saúde, já que ocorre uma certa dificuldade em
manipular e principalmente programar estas máquinas (GONTIJO, BATISTA,
BARREIRO s/d).
Outro problema vivenciado é que mesmo com a utilização destas
bombas, erros são possíveis. Nesta perspectiva o Sistema Espanhol de Notificação
em Segurança em Anestesia e Reanimação (SENSAR) é um site público para
compartilhamento de experiências que objetiva o incremento da segurança do
paciente por meio da comunicação direta e detecção de falhas. Houve a detecção
de três incidentes decorrentes de programação incorreta de bomba de infusão: em
um deles foi administrado a medicação remifentanil, mas na bomba foi selecionado o
medicamento sulfentanilo; em outro foi planejado e administrado a medicação
propofol, porém em concentração maior do que o prescrito e o terceiro episódio
estava associado à troca de seringas dos medicammntos remifentanil e propofol,
Discussão 81
programados em bombas separadas, que foram trocadas no momento da conexão
da seringa na bomba de infusão. Após a análise destas ocorrências recomendou-se:
diminuir o número de fármacos disponíveis na biblioteca das bombas de infusão;
diminuir o número de seringas diferentes que podem ser conectadas ao dispositivo
de infusão; aumentar número de bombas disponíveis para que sejam identificadas ;
utilizar seringas próprias para cada tipo de bomba de infusão; ativar o software da
bomba para comprovação da programação realizada e aplicar o sistema de
checagem (SENSAR, 2014).
6.2.2 Sistema de Alerta e Ferramenta de Apoio à Decisão Clínica
O século XX foi a época histórica em que a humanidade alcançou muitos
avanços tecnológicos; o atual estágio da tecnologia permitiu que a informação fosse
tratada de forma eficaz, rápida e precisa, otimizando a complexa teia de dados sobre
as preferências dos consumidores, em geral. As organizações em geral, incluindo as
que atuam na área da saúde, precisam utilizar as ferramentas oriundas da
informática a fim de obter o melhor resultado no seu relacionamento com clientes
diretos e indiretos (ALMEIDA; MELLO, 2004).
Esta necessidade de conhecer as ferramentas disponíveis decorre do fato
dos serviços de saúde gerarem e manipularem um grande e complexo volume de
informações provenientes das mais diversas instituições de saúde, em conjunto com
os dados clínicos acumulados dos respectivos pacientes. Antes restritas a um corpo
específico de profissionais, a atual sociedade da informação e do conhecimento
alterou e vem potencializando um conjunto de práticas nos serviços de saúde, as
quais devem ser práticas adequadas de gestão de informação clínica, de modo a
melhorar as tarefas de planejamento, implementação e controle desses serviços
(VASCONCELOS, ROCHA, GOMES, 2004).
Entre vários sistemas existentes há o de alerta, o qual consiste em um
quadro de aviso durante a execução de um software ou programa, de acordo com
padrões pré-estabelecidos, em diferentes áreas de conhecimento e atuação
(MARIN; BOURIE; SAFRAN, 2000; KAWANO, 2006, BARRA, DAL SASSO, 2010).
Discussão 82
Frequentemente esses sistemas são utilizados de forma integrada a
outras tecnologias, como por exemplo, a Ferramenta de Apoio à Decisão Clínica ou
a Prescrição Eletrônica, incrementando a segurança do paciente assistido.
O estudo 2 (BOUSSADI et al., 2012) avaliou a quantidade de alertas
gerados mediante a prescrição eletrônica no hospital que sediou a pesquisa e
constatou que a existência de um banco de dados não atualizado pode gerar avisos
desnecessários e em número excessivo, favorecendo a confusão e não o sinal de
alerta.
Marin et al. (2000) desenvolveram um sistema de alarme para prevenção
de quedas após a identificação dos fatores de risco para este EA. Do mesmo modo
acontece com os fatores relacionados a administração de medicamentos. Quando
estes sistemas são aplicados à prescrição eletrônica, diversos itens podem ser
avaliados, como por exemplo: dose, tempo de infusão, intervalo entre doses,
resultando em um alerta na tela caso o medicamento prescrito não esteja de acordo
com os parâmetros normatizados pela instituição de saúde (KAWANO et al,. 2006).
Entende-se, então, que os sistemas de informação (SI) na área da saúde
apresentam uma importância crescente no suporte prestado aos profissionais de
saúde e aos próprios pacientes. Exemplos de SI incluem redes de informação de
saúde, caracterização, registo e manipulação eletrônica de pacientes, serviços de
telemedicina, integração com sistemas de comunicação móveis, portais de saúde e
muitas outras ferramentas baseadas na aplicação de Tecnologia de Informação em
prevenção, diagnóstico, terapia, monitorização e gestão de serviços (públicos e
privados) de saúde. A multiplicação dos sítios Web é um exemplo típico da aplicação
desta tecnologia na área da saúde por meio da disponibilização de conteúdos para
os profissionais e pacientes (VASCONCELOS, ROCHA, GOMES, 2004).
No que se refere aos sistemas de apoio às decisões (SAD), é possível
afirmar que surgiram em decorrência do avanço das tecnologias de Informação. Tais
sistemas são amplamente utilizados nas estruturas decisórias das organizações,
independentemente de onde os usuários da informação estejam vinculados na
estrutura organizacional. Seu uso efetivo pode vir a facilitar o processo decisório por
meio da obtenção de dados estrategicamente coletados, armazenados e
processados com conteúdos importantes para qualquer nível e tamanho da
organização (FERREIRA, 2010).
Discussão 83
Em relação aos sistemas/ferramentas de apoio á decisão clinica, sabe-se
que na área de saúde os profissionais precisam tomar decisões com o máximo de
precisão em cenários de incertezas; compõem estes cenários os pacientes
considerando-se que são únicos e diferentes e os próprios profissionais, que devem
tomar decisões relacionadas às intervenções terapêuticas, as quais podem
apresentar variabilidade e imprecisão. Neste sentido, os sistemas de apoio ao
diagnóstico podem ser bem úteis, pois o seu uso tende a reduzir a variabilidade e a
imprecisão (SILVA, SOUZA, 2006).
Sistemas de conhecimentos ativos são ferramentas de apoio à decisão
clínica que utilizam dois ou mais itens de dados do paciente para gerar orientações
específicas para cada caso (WYATT; SPIEGELHALTER, 1991; LICHTENSTEIN et
al., 2011).
Estas ferramentas de apoio à decisão possibilitam fazer análises que
antes não eram possíveis, de maneira rápida e flexível garantindo assim, maior
acuricidade nas tomadas de decisão, além de interação entre as áreas de diferentes
saberes técnico-científicos em busca de qualidade de vida (SILVA, CARITÁ,
FELICIO, 2014).
Segundo Perreault & Metzger (1999): os sistemas de apoio à decisão
clínica devem possuir quatro funções principais:
Administrativa: devem dar suporte ao registro e documentação clínica,
autorização de procedimentos, e encaminhamento de pacientes, ou outras
atividades administrativas
Gestão de complexidade clínica e detalhes: armazenamento de dados de
pacientes sendo estudados, ou protocolos medicamentosos (exemplo:
quimioterápico), gestão de chamadas médicas.
Controle de custo: Monitoração de medicação, prevenção de testes duplicados ou
desnecessários
Suporte à Decisão: Suporte ao diagnóstico clínico e procedimentos para
tratamento; promoção de “melhores práticas” e guias específicos de acordo com a
condição do paciente - Guidelines,
O sistema de Alertas e a Ferramenta de apoio à decisão clínica foram
englobados no mesmo subitem, pois ambos utilizam-se de informações de um
banco de dados do paciente (prescrição eletrônica, prontuário eletrônico, biblioteca
Discussão 84
de drogas) e a partir destas informações desencadeiam quadros de avisos ao
usuário do sistema. A ferramenta de apoio à decisão clínica pode ser considerada
uma melhoria do sistema de alerta, pois ela oferece suporte a decisões ou até
mesmo impede uma determinada ação.
O estudo 10 (MILANI; OLECK; LAVIE, 2011) avaliou o impacto da
prescrição eletrônica que possui a ferramenta de apoio à decisão clínica quanto à
frequência de erros de medicação trombolítica em pacientes com doença renal
crônica. Verificou-se que a mortalidade até 90 dias foi menor no grupo da
intervenção (4 óbitos para 9 com prescrição padronizada). Considerando a presença
de sangramentos 3 dos pacientes que utilizaram a ferramenta de apoio,
apresentaram tal intercorrência, enquanto no grupo controle 10 pacientes tiveram
sangramento. Tais resultados vão de encontro aos achados de Fuzzinato et al.
(2013), que após a implantação desta ferramenta constatou que a adequação da
profilaxia para tromboembolia venosa aumentou de 46,2% para 57,9% (p = 0,01).
No Brasil, estudo apresentou o desenvolvimento de um sistema de apoio
à decisão (SAD) para análise dos dados de um determinado evento que teve como
objetivo levantar os fatores de risco para a doença arterial coronariana na população
participante do evento, utilizando o referencial “Campo de Saúde”. Os dados
coletados foram armazenados no SGBD Microsoft Access 2000 por meio de uma
interface implementada em Delphi 7, possibilitando cadastro de dados
antropométricos do cliente, da história clínica e relacionados ao estilo de vida; além
de dados dos exames médicos. A implementação do SAD deu-se por meio de um
Data Mart baseado no modelo Star. Foram efetuados alguns cálculos para chegar-
se aos indicadores de hipertensão, idade, valores de colesterol total e cálculo do
IMC. Após a migração dos dados para o Data Mart foi criado um cubo
multidimensional, por meio da ferramenta Microsoft Query e para analisar os dados
oi utilizada a ferramenta OLAP do Microsoft Excel XP. Como resultado destaca-se a
estrutura amigável e de baixo custo que foi criada para analisar as informações
coletadas no evento. A partir do uso da ferramenta OLAP podem-se fazer análises
que antes não eram possíveis, de maneira rápida e flexível com maior acuricidade
nas tomadas de decisão (SILVA, CAROTÁ, FELICIO, 2014).
A fim de que a tecnologia seja aplicada de forma profícua pela
organização, múltiplos fatores interdependentes precisam estar ajustados e
Discussão 85
sincronizados e, particularmente, a sociedade e o espaço organizacional devem
estar aptos a acolher a tecnologia sem contenções de insumos (ALMEIDA, MELLO,
2004).
6.2.3 Código de Barras e Sistema Eletrônico de Registro de Medicamentos
Código de barras trata-se de uma representação gráfica de números e/ou
letras, largamente utilizada nas mais diferentes empresas, fábricas, indústrias e
prestadores de serviços. Apesar de surgir no início dos anos de 1950, apenas em
meados dos anos 1970 que pode ser realmente operacionalizada e então
gradualmente difundida (BARCODING s/d).
Nos serviços de saúde a sua aplicabilidade também é grande, mas
ressalta-se aqui: o controle de estoques e almoxarifados, a rastreabilidade de
materiais e insumos, identificação de pacientes e registro de medicamentos.
O código de barras para administração de medicamentos é a verificação
eletrônica automática dos mesmos pela enfermagem na beira do leito do paciente, é
uma providência adicional na segurança do processo de administração de
medicamentos a pacientes internados. (RADECKI et al., 2012)
No que se refere à administração segura de medicamentos, é necessário
um leitor portátil de código de barras para que o funcionário de enfermagem, antes
da administração de um fármaco, possa reconhecer o seu código de identificação e,
assim, verificar os dados e a possibilidade de administração.
O código de barras pode ser utilizado durante a administração de
medicamentos para ajudar a verificar a identidade de um paciente e do
medicamento a ser administrado. Os enfermeiros podem utilizar o sistema de
administração de medicamentos de código de barras em conjunto com um sistema
de registro eletrônico de administração de medicamentos para documentar
automaticamente a realização dos mesmos (HE; MARQUARD; HENNEMAN, 2014).
Nesta mesma perspectiva Hassink et al. (2012) afirmam que o código de barras é
desenvolvido para melhorar o cumprimento dos cinco certos da medicação:
medicamento certo, paciente certo, dose certa, via certa e hora certa.
Discussão 86
Os estudos 3 (COCHRAN; HAYNATZKI, 2013), 4 (SEIBERT et al, 2014) e
9 (PRUSH et al., 2010) retratam a utilização desta tecnologia como um fator
importante para redução de erros na administração de medicamentos aliada a outras
intervenções. Cochran e Haynatzki (2013) ressaltam que um sistema de código de
barras na beira do leito não reduz a probabilidade de um erro ser gerado no
ambiente hospitalar. Seu papel é a identificação precoce, antes da administração do
fármaco, para que o erro não atinja o paciente.
Porém, Ehteshami et al. (2014) enfatizam que a utilização do código de
barras impede que o quase erro atinja o paciente, uma vez que para a enfermagem
administrar a medicação todas as variáveis (incluindo drogas, paciente, tempo,
método de administração, e da dose) precisam ser consistentes. Se houver qualquer
inconsistência entre estes cinco fatores o sistema adverte o responsável pela
administração do fármaco para correção dos dados ou do medicamento. A referida
tecnologia parece diminuir a incidência de erros na administração de medicamentos
quando os erros relacionados ao tempo são excluídos (HASSINK, 2012).
Seibert et al. (2014), autores do estudo 4, demonstram que as
oportunidades para erros, em ambos os hospitais estudados na citada investigação
foram menores após a implementação do código de barras. Desconsiderando as
ocorrências de tempo errado para administração dos medicamentos, a melhora da
taxa de precisão em ambos os hospitais foi para 96%. Considerando as taxas gerais
de notificações de erros de medicação nos hospitais em estudo, houve queda
acentuada das mesmas após a intervenção.
Tais achados corroboram com os resultados apresentados por Poon
(2010) no estudo em que observaram 6723 administrações de medicamentos em
unidades de pacientes que não têm código de barras e 7318 administrações de
medicamentos um hospital que possuía tal tecnologia. Nas unidades que não
utilizavam código de barras e registro eletrônico a taxa de erros era de 11,5%
enquanto nas unidades que dispunham das referidas tecnologias as taxas eram de
6,8%.
Pesquisa realizada em hospital público de Midwestern, no período de 12
meses antes da implantação do código de barras e 12 meses depois desta
intervenção, constatou que houve uma diminuição de 18% nas taxas de erros de
administração de medicamentos (LOW; BELCHER, 2002)
Discussão 87
Teixeira e Cassiani (2010) ao observarem a administração de 821 doses
de medicamentos, identificaram e classificaram 74 erros em hospital que não utiliza
código de barras. Compreendem que uma das estratégias a ser utilizada para
minimização destes eventos seria o uso bombas de infusão e verificação de código
de barras.
Porém, além dos aspectos positivos relacionados à segurança do
paciente foi possível a identificação de outros fatores também relevantes. Estudo
que avaliou o impacto do código de barras com relação ao tempo gasto na
enfermagem na assistência aos pacientes, comparou o tempo de movimento com a
observação direta antes e depois da implementação do sistema de código de barras
nas áreas de cuidados intensivos e unidades médico cirúrgicas. No total foram
realizadas 232 horas (duplas) de observações. Os resultados revelaram que a
porcentagem de tempo gasto das enfermeiras com atividades de administração de
medicamentos caiu de 26,9% do tempo para 24,9% depois da implantação. Em
contraposição, o tempo gasto com a assistência direta ao paciente, aumentou de
26.1% para 29,9% depois desta implantação (POON et al., 2008).
Outra perspectiva que repercute na assistência à saúde está relacionada
ao gasto financeiro advindo dos EA relacionados a medicação. Maviglia et al. (2007)
estudaram o custo beneficio da implantação do código de barras em um hospital
terciário e determinaram o retorno do investimento, com o resultado deste estudo ao
término do quinto ano. O total dos gastos foi US$2,24mi de dólares (US$ 1,31mi
para a primeira etapa que durou 3 anos e meio e depois US$ 342 mil dólares por
ano). A diminuição de 517 eventos adversos com medicamentos por ano, devido
erros de dispensação economizou US$2.20 mi. O que resultou em uma economia no
período de cinco anos de US$3.49 mi de dólares.
A necessidade, importância e obrigatoriedade do registro dos
medicamentos administrados aos pacientes é uma rotina não apenas contemplada
na prática diária das instituições de saúde, mas, principalmente, normatizada pelo
conselho de classe da Enfermagem (COREN, 2012). Tal ação é primordial para uma
assistência de qualidade segura, com identificação do momento da checagem, o
profissional que o fez, qual sua categoria profissional e gera a possibilidade de
consultar o responsável pela administração caso haja qualquer necessidade ou
dúvida.
Discussão 88
A pesquisa de Hilmas et al. (2010) - estudo 9 - avaliou conjuntamente a
utilização de bombas de infusão, o código de barras e o registro eletrônico de
medicamentos. Foi possível a identificação do aumento das taxas do cumprimento
das padronizações de infusões. Considerando-se a heparina a redução da taxa de
erro de medicação foi de 32%
Porém, os processos de registros manuais não acontecem concomitantes
ao momento da administração resultando, inclusive, ocasionando falhas de registro.
Quando a ferramenta da administração do código de barras é atrelado ao sistema
eletrônico de registro de medicamentos a informação é registra em tempo real e
favorece a segurança do paciente.
O estudo 4 de Seibert et al. (2014), demonstrou que a utilização do
registro eletrônico associada ao código de barras diminuiu a ocorrências de erros
relacionados a medicamentos, porém o estudo 5 (CHOO; JOHNSTON; MANIAS,
2014) avaliou o registro eletrônico isoladamente, demonstrando que a implantação
de sistema eletrônico de registro de medicamentos não afetou a incidência de erros
de medicação.
6.2.4 Prescrição Médica Eletrônica e Base de Dados
As bases de dados são caracterizadas pelo armazenamento e
organização de informações pertinentes a algo ou a alguém. Tais bases eram
definidas pela guarda de arquivos, que foram substituídas, posteriormente, por
sistemas informatizados, que possibilitaram a retenção de grandes volumes de
informações com as mais diversas características (BEVILACQUA, 2010).
Como já apresentada nesta revisão, a ferramenta Base de Dados é
utilizada em conjunto com outros instrumentos tecnológicos, quer seja no sistema de
alerta (estudo 2 – BOUSSADI et al.,2012), Prescrição Médica Eletrônica ou bombas
de infusão (estudo 8 – HILMAS et al., 2010).
Na área da hospitalar existem diversos tipos de base de dados com
objetivos distintos. Tais dispositivos são capazes de armazenar dados oriundos de
medicamentos medicamentos, insumos, diagnósticos e condutas, dentre outros.
Discussão 89
Considerando a segurança do paciente é possível a identificação da utilização desta
ferramenta na padonização da terapia intravenosa, não permitindo que bombas de
infusão apresentem fluxos e concentrações acima dos padrões pré-estabelecidos
(MANRIQUE-RODRÍGUEZ et al., 2012; SEEBER et al.,2015).
Boussadi et al. ( 2012) objetivando um sistema de alertas mais eficiente e
assertivo, realizaram refinamentos no banco de dados da prescrição eletrônica e
desta forma obtiveram êxito na geração de menos alertas desnecessários, porém,
com melhores resultados. Phansalka et al. (2013) sugerem a adequação dos bancos
ou bases de dados, para que os alertas gerados sejam eficientes.
Dentre os achados desta RI, foi possível a identificação da utilização dos
bancos de dados em conjunto com a Prescrição Médica Eletrônica.
A importância da prescrição médica é inquestionável, bem como sua
complexidade é notória. Apesar das diretrizes relacionadas à Prescrição médica
(PAZIN-FILHO et al., 2013), nem sempre a execução acontece conforme é
preconizada.
As falhas em decorrência da prescrição médica contribuem
significativamente para o índice total de erros de medicações e têm grande potencial
para resultarem em consequências prejudiciais para o paciente (LOPES et al.,
2014). A dificuldade em compreender o receituário médico devido a problemas com
a letra do médico, uso de abreviaturas, ausências de informações relevantes
(GIMENES, 2007; LOPES et al., 2014) dificultam a compreensão das informações
dos medicamentos a serem administrados.
Estima-se que os erros relacionados à prescrição médica atinjam 72%
das falhas (WINTERSTEIN et al., 2004) e 28% são falhas iniciadas nas demais fases
do processo de administração de medicamentos.
Com o objetivo de eliminar erros relacionados à ausência de dados e
associados à ilegibilidade das prescrições manuais surgem as prescrições
informatizadas, que não tinham qualquer ferramenta de apoio, mas contavam com
programas de processamento de textos para posterior impressão.
Buscando-se aprimorar a informatização das prescrições surgem os
sistemas eletrônicos que além da digitação de dados abrangem, também, a
comunicação com o setor da Farmácia para requisição automática das drogas
solicitadas, já que a prescrição fica registrada no prontuário do paciente e o sistema
Discussão 90
de registro eletrônico de medicamentos, possibilitando o resgate de informações
relevantes.
Os estudos 6 (JAYARAM et al., 2011), 8 (HILMAS et al., 2010) e 10
(MILANI, OLECK, LAVIE, 2011) avaliaram o efeito resultante do uso da prescrição
eletrônica nas taxas de erros de medicação. O estudo de Jayaram et al. (2011) 6
demonstrou a diminuição das taxas de erros notificado (por 1000 pacientes/ dia)
diminuiu de 27,89 para 5,50 no ano seguinte ao da implantação (2005) e para 3,43
em 2007. A pesquisa de Hilmas et al., (2010) constatou que a prescrição eletrônica
em conjunto com a reformulação de banco de dados relacionado à padronização de
medicações endovenosas e bombas de infusão inteligentes eliminou erros
referentes ao excesso da dose máxima preconizada, além dos relacionados a
prescrições incompletas ou ilegíveis.
A pesquisa de Milani et al., (2011) comprovou que a mortalidade até 90
dias foi de 4 pacientes com prescrição eletrônica e 7 nas prescrições padronizadas.
Com relação à ocorrência de sangramentos foram 3 pacientes na prescrição
eletrônica enquanto 10 clientes que utilizaram prescrições padronizadas
apresentaram sangramento. O tempo de permanência foi menor nos pacientes que
utilizaram prescrição eletrônica em comparação ao outro grupo de pacientes.
Silva (2009) após analisar 3.931 prescrições médicas no período
compreendido entre julho de 2008 e maio de 2009 identificou um total de 362 (9.2%)
erros de prescrição. Possivelmente a grande quantidade de rasuras, dados
incompletos, ilegibilidade e abreviaturas favorecem a erros. Porém, a presença da
prescrição eletrônica deve acontecer de modo a cumprir critérios bem estabelecidos
e não apenas ser utilizada como uma prescrição médica digitalizada. Estudo
realizado em hospital universitário no estado de São Paulo analisou 1.349
prescrições médicas, sendo que destas 17,5% apresentaram rasuras, estas foram
caracterizadas por modificações na prescrição e que incluíam riscos ou círculos ao
redor do nome dos medicamentos, da dose, frequência ou do número de dias que os
medicamentos estavam sendo prescritos. Percebe-se que apesar da presença de
uma ferramenta que objetiva eliminar erros de medicação em decorrência de
rasuras, alterações e legibilidade o modo de utilização da tecnologia pode
comprometer sua funcionalidade (GIMENES et al., 2006).
Os sistemas de prescrição eletrônica eliminam problemas relacionados à
Discussão 91
caligrafia médica, falta de estrutura e muitos outros benefícios considerando o apoio
à decisão clínica (CHO, 2015).
Pazin-Filho (2013) considera a prescrição eletrônica um avanço
tecnológico duradouro, com inúmeras funções que podem reduzir os erros em cada
fase da administração de medicamentos, porém não pode garantir a eliminação dos
erros de prescrição médica.
Discussão 93
O estudo teve como objetivo buscar e analisar as evidências científicas,
disponíveis na literatura nacional e internacional, a respeito do uso da tecnologia na
segurança dos pacientes hospitalizados, considerando a administração de
medicamentos, utilizando como Referencial Teórico a Prática Baseada em
Evidências (PBE). Foi realizada uma Revisão Integrativa da Literatura nas bases de
dados CINAHL, LILACS e MEDLINE. Dos artigos identificados, dez foram publicados
no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2014 e atenderam aos critérios de
inclusão. Os periódicos em que estavam publicados eram das áreas de
conhecimento da farmácia, médica (psiquiatria), informática médica, médica,
enfermagem e qualidade e segurança. Após a análise dos dados foi possível
identificar que o uso das tecnologias na saúde envolveu: Bomba de Infusão
“Inteligente”; Sistema de Alertas e Ferramentas de Apoio à Decisão Clínica; Código
de Barras; Sistema Eletrônico de Registro de Medicamentos; Prescrição Médica
Eletrônica e Bases de Dados Computadorizada. Evidenciou-se que a segurança do
paciente foi incrementada, na maioria dos estudos analisados, com a utilização de
uma ou mais ferramentas tecnológicas, resultando em diminuição de erros de
administração de medicamentos e favorecendo a segurança aos pacientes.
Entretanto, a segurança do paciente é uma das metas mais importantes
da instituição de saúde e para a sua concretização existe a necessidade do
envolvimento da equipe multiprofissional de atendimento ao paciente, incluindo-se a
equipe de enfermagem. Para a obtenção dessa meta, é necessário o
estabelecimento de um projeto de trabalho a ser desenvolvido pela equipe, com
protocolos de cuidados de enfermagem, indicadores de qualidade, monitorização de
eventos adversos que possam minimizar possíveis erros nas intervenções
realizadas, apoiadas em tecnologias de informação.
Referencias 95
AGRAWAL, A. Medication errors: prevention using information technology systems. Br J Clin Pharmacol. v.67, n.06, p.681-6. 2009. ALBRECHT, R.M. Patient safety: the what, how, and when. The American Journal of Surgery. In press. 2015. In Press, Disponivel em: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0002961015005528. Acessado em 03 de Novembro de 2015. ALJADHEY, H. et al. Medication safety practices in hospitals: a national survey in Saudi Arabia. Saudi Pharm. J. v.21, p.159-64. 2013 ALJADHEY, H. et al. Challenges to and the future os medication safety in Saudi Arabia: A qualitative study. Saudi Pharm. J. in press. 2013. Disponível em http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S131901641300090X# acesso em 17 de julho de 2014. ALMEIDA, G. W.; MELLO, R.C. Uso de novas tecnologias de informação por profissionais da área da saúde na Bahia. Rev. adm. contemp. v. 8, n. 3, p. 9-27. 2004. ALSULTAN, M.S. et al. Hospital pharmacy practice in Saudi Arabia: Dispensing and administration in the Riyadh region. Saudi Pharm J. v.20, p. 307-15. 2012. ALVES, E.A.V. Segurança do paciente: do erro à prevenção do risco. Cad. IberAmer. Direito. Sanit., Brasília, v.2, n.2, jul./dez. 2013 ATALLAH, A.N.; CASTRO, A.A. Evidências para melhores decisões clínicas. São Paulo, Centro Cochrane do Brasil; 1998. BARCODING – INCORPORTED. On line. Disponível em http://www.barcoding.com/Information/barcode_history.shtml . Acesso em 10 de novembro de 2015.
BARRA, D.C.C.; DAL SASSO, G.T.M. Tecnologia móvel à beira do leito: processo de Enfermagem informatizado em terapia intensive a partir da CIPE 1.0®. Texto e Contexto Enferm. v.19, n.1, p.54-63. 2010. BATES, D. W. et al. The costs of adverse Drug Events in Hospitalized Patients. JAMA, v. 277, n. 04, p. 307-17, jan. 1997.
Referencias 96
BECCARIA, L.M. et al. Eventos adversos na assistência de enfermagem em uma unidade de terapia intensiva. Rev Bras Ter Intensiva. v. 21, n.3, p. 276-282. 2009 BENNETT, S.; BENNETT, J.W. The process of evidence-based practice in occupational therapy: informing clinical decisions. Austral Occup Ther J. v.47, p.71-80. 2000. BEVILACQUA, G.M.F. Bancos de dados e Informatização de arquivos:
pressupostos teóricos e aplicações técnicas. Dissertação (mestrado). Faculdade
de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. 2010. 4 p.
BEYEA, S.C; NICOLL, L.H. Writing an integrative review. AORN J. v. 67, n. 4, p.877-80. 1998. BOUSSADI, A. et al. A clinical data warehouse-based process for refining medication orders alerts. J Am Med Inform Assoc. v. 19, p. 782-5. 2012.
BRASIL. Ministério da Saúde. ANVISA. Lei nº 9782, de 26 de janeiro de 1999. Lei nº 9782, de 26 de janeiro de 1999. Diário Oficial da União. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/ . Acesso em: 10 de outubro de 2015. BRASIL. Ministério da Saúde. ANVISA. Organização Nacional de Acreditação. Manual brasileiro de acreditação – ONA: Glossário e termos técnicos. NR GL 1. Jan. 2000, Revisão: mar. 2006. 16 p. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/acreditacao/manual/glossario.pdf. Acesso em 05 de Novembro de 2015 BRASIL. Ministério da Saúde. ANVISA. NOTIVISA - Sistema Nacional de Notificações para a Vigilância Sanitária. Módulo de Notificação. 2008. 31 p. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/hotsite/notivisa/apresenta.htm . Acesso em 01 de Novembro de 2015. BRASIL. Investigação de eventos adversos em serviços de saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Gerência de Vigilância e Monitoramento em Serviços de Saúde (GVIMS), Gerência Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde (GGTES). Série Segurança do paciente e qualidade em serviços de saúde. 1ª ed, 2013, 66 p BRASIL. ANVISA Agência Nacional De Vigilância Sanitária. RDC nº36, de 25 de julho de 2013. Institui ações para a segurança do paciente em serviços de saúde e
Referencias 97
dá outras providências. Brasília. 2013 BRASIL, Ministério da Saúde. Documento de referência para o Programa Nacional de Segurança do Paciente. Ministério da Saúde; Fundação Oswaldo Cruz; Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília. 2014. CAIVANO, S.; FERREIRA, B.J.; DOMENE, S.M.A. Avaliação da usabilidade do Guia Alimentar Digital móvel segundo a percepção dos usuários. Ciência e Saúde Coletiva v.19, n.5, p.1437-46. 2014. CARVALHO, V.T. et al. Erros mais comuns e fatores de risco na administração de medicamentos em unidades básicas de saúde. Rev. latino-am. enfermagem. v. 7, n. 5, p. 67-75. 1999. CASSIANI, S.H.B; FREIRE, C.C.; GIMENES, F.R.E. A prescrição médica eletrônica em um hospital universitário: falhas de redação e opiniões de usuários. Rev Esc Enferm USP. v. 37, n. 4, p. 51-60. 2003. CASSIANI, S. H. B. A segurança do paciente e o paradoxo no uso de medicamentos. Rev Bras Enferm. V. 58, n. 1, p. 95-9, jan-fev; 2005. CASSIANI, S. H. B.; GIMENES, F.R.E.; MONZANI, A.A.S. O uso da tecnologia para a segurança do paciente. Rev. Eletr. Enf. v. 11, n. 2, p. 413-7. 2009. CBIS . CONGRESSO BRASILEIRO EM INFORMÁTICA EM SAÚDE. XIII. 2012. Tecnologias em Saúde: Impactos e Desafios. On line. Disponível em: http://www.sbis.org.br/cbis2012/arquivos/791.pdf . Acesso em 30 de outubro de 2015.
CENTRO COCHRANE DO BRASIL. Saúde Baseada em Evidências. On line. Disponível em: http://centrocochranedobrasil.org.br/cms/index.php?option=com_content&view=article&id=4&Itemid=13 . Acesso em 02 de novembro de 2015. CHAVE, A.S. Erro médico: uma questão de ponto de vista. Brasília, 2013. Anais dos III Congresso Iberoamericano de Direito Sanitário / II Congresso Brasileiro de Direito Sanitário. Cad. IberAmer. Direito. Sanit.,v.2, n.2, jul./dez. 2013. CHI, A. DIAS,J. Sistemas de Apoio à Decisão Utilizados em Ventilação Mecânica. Sociedade Brasileira de Informática em Saúde. On Line. Disponivel em
Referencias 98
http://www.sbis.org.br/cbis/arquivos/851.pdf. Acesso em 18 de novembro de 2015. CHO, I. et al. Acceptability and feasibility of the Leapfrog computerized physician order entry evaluation tool for hospitals outside the United States. International Journal of Medical Informatics v.84, p. 694-701, 2015. CHOI, I. et al. Incidence and treatment costs attributable to medication errors in hospitalized patients. Research in Social & Administrative Pharmacy. Artigo in press, disponível em: ap.org/article/S1551-7411(15)00160-6/pdf . Acesso em 15 de Novembro de 2015. CHOO, J; JOHNSTON, L; MANIAS,E. Effectiveness of an eletronic inpatient medication Record in redution medication errors in Singapore. Nursing and Health Science. v.16, p. 245-54. 2014. CLASSEN , D.C. et al. Adverse drug events in hospitalized patients. Excess length of stay, extra costs, and attributable mortality. JAMA. v.277, n.4, p.301-6. Jan. 1997.
COCHRAN, G.L.; HAYNATZKI, G. Comparison of medication safety effectiveness among nine critical access hospitals. Am J Health Syst Pharm. v.70, n.24, p. 2218-24. 2013.
COIMBRA, J.A.H; CASSIANI, S.H.B. Responsabilidade da enfermagem na administração de medicamentos: algumas reflexões para uma prática segura com qualidade de assistência. Rev Latino-am Enfermagem. v. 9, n. 2, p. 56-60. 2001. COREN - CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DO ESTADO DE SÃO PAULO E REDE BRASILEIRA DE ENFERMAGEM E SEGURANÇA DO PACIENTE. 10 passos para segurança do paciente. São Paulo. 2010. COREN - CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DO ESTADO DE SÃO PAULO . Parecer Técnico que dispõe sobre solicitação de Orientações e Pareceres sobre: “Prática de completar a prescrição médica pelo enfermeiro com os horários em que devem ser administrados os medicamentos. Se a prática é privativa do Enfermeiro e quanto á obrigatoriedade ou possibilidade de apor assinatura e identificação em formulários Médico pelo profissional Enfermeiro ao desenvolver esta atividade”. 2012. CROZETA, K. et al. Interface entre a ética e um conceito de tecnologia em enfermagem. Acta Paul Enferm v. 23, n. 2, p. 239-43. 2010.
Referencias 99
CRUZ, D.A.L.M, PIMENTA, C.A.M. Prática baseada em evidências, aplicada ao raciocínio diagnóstico. Rev Latino-am Enfermagem. v. 13, n. 3, p. 415-22. 2005. DAVIS, N.M. Iniciatives for reducing medication errors: The time is now. Am J Health-Syst Pharm. v. 57, n. 16, p. 1487-92, ago, 2000. EL DIB, R.P. Como praticar a medicina baseada em evidência. J. Vasc Bras. v. 6, n. 1, p. 1-4. 2007. DOMENICO, E.B.L, IDE, C.A.C. Enfermagem baseada em evidências: princípios e aplicabilidades. Rev Latino-am Enfermagem. v.11, n. 1, p.115-8. 2003. DRIEVER, M.J. Are evidence-based practice and best practice the same? West J Nurs Res. v. 24, n. 5, p. 591-7. 2002. EHTESHAMI, A et al. Barcode medication administration and patient safety: A case study in Iran. International Journal of Health System and Disaster Management. v. 2, n. 3, p. 187-91. 2014. FERREIRA, G.E. Avaliação de sistemas de apoio à decisão na perspectiva do usuário da informação: o data warehouse como suporte à estratégia organizacional. Dissertação (mestrado) – 147 f. Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Ciência da Informação . 2010. p. 20. FERREIRA-UMPIERREZ, A.H.; CHIMINELLI-TOMAS, V. Aspectos significativos surgidos de La experiencia de haber sido responsable de un evento adverso ensalud. Aquichán v. 14, n. 3, p. 294-302. 2014. Disponivel em: http://www.scielo.org.co/pdf/aqui/v14n3/v14n3a02.pdf Acesso em 30 de outubro de 2015.
FRANCO, J.N. et al. Percepção da equipe de enfermagem sobre fatores causais de erros na administração de medicamentos. Rev. bras. enferm. v.63, n.6, p. 927-32. 2010.
FRENCH, P. The development of evidence-based nursing. J Adv Nurs. v.29, n.1, p.72-8.1999. FUZINATTO, F. et al. Sistema de suporte à decisão clínica para um programa para profilaxia de tromboembolia venosa em um hospital geral de um país de renda média. J Bras Pneumol. v. 39, n. 2, p. 138-46. 2013.
Referencias 100
GAITAN-DUARTE, H. et al. Incidencia y Evitabilidad de Eventos Adversos en Pacientes Hospitalizados entres Instituciones Hospitalarias en Colombia, Rev. salud pública, v. 10, n. 2, p. 215-26. 2008. GALLOTTI, R.M.D. Eventos adversos: o que são?. Rev. Assoc. Med. Bras.v. 50, n. 2, p. 114, Apr. 2004. GALVÃO, C.M.; SAWADA, N.O. Prática Baseada Em Evidências: estratégias para sua implementação na enfermagem. Rev Bras Enferm. v.56, n.1, p. 57-60. 2003. GANONG, L.H. integrative reviews of nursing research. Res nurs health. . v.10, n.1, p.1-11. 1987. GEHLEN, I. Pesquisa, tecnologia e competitividade na agropecuária brasileira. Sociologias. v. 3, n 6, p. 70-93. 2001. GIMENES, F.R.E., et al. Prescrição Eletrônica como fator contribuinte para segurança de pacientes hospitalizados. Pharmacy Practice v.4, n.1, p. 13-7. 2006. GIMENES, F.R.E. A segurança de pacientes na terapêutica medicamentosa: análise da redação da prescrição médica nos erros de administração de medicamentos em unidades de clínica médica. [dissertação]. Página 56. Escola de Enfermagem/USP; Ribeirão Preto. 2007. GONTIJO, L.L.; BATISTA, J. S.; BARREIRO, M. S. Sistema para monitoramento de infusão e medição de temperatura. Sociedade Brasileira de Informática em Saúde. On line. Disponível em www.sbis.org.br/cbis9/arquivos/159.pdf. Acesso em 10 de novembro de 2015. HAMER, S. Evidence-basead pratice:a handbook for practioners. London: baillière Tindall, 1999. P.3-12. HARDING, A. D. Use of Intravenous Smart Pumps for Patient Safety. Jounal of Emergency Nursing. v. 37, n.1, p.71-2. Jan, 2011. HASSINK, J.; JANSEN, M.; HELMON, P. Effects of bar code-assisted medication administration (BCMA) on frequency, type and severity of medication administration errors: a review of the literature. European Journal of Hospital Pharmacy. v. 19, p. 489–94. 2012.
Referencias 101
HE, Z.; Marquard, J.L.; Henneman, P.L. How do interruptions impact nurses' visual scanning patterns when using barcode medication administration systems? AMIA Annu Symp Proc. p. 1768–76 (ON LINE). Disponível em HTTP://WWW.NCBI.NLM.NIH.GOV/PMC/ARTICLES/PMC4419886/. Acesso em 10 de novembro de 2015.
HILMAS, E. et al. Implementation and evaluation of a comprehensive system to deliver pediatric continuous infusion medications with standardized concentrations. Am J Health-Syst Pharm. v. 67, n. 1, p. 58-69. 2010.
HUG, L.B., et al. Adverse drug event rates in six community hospitals and the potential impact of computerized physician order entry for prevention. J. Gen. Intern. Med. v.25, n. 1, p. 31-8. 2010. HUSH, M. et al. Insights from the sharp end of intravenous medication errors: implications for infusion pump technology. Qual Saf Health Care.v.14, p.80-6. 2005. ICN, International Council of Nurses. Closing the Gap: From Evidence to Action. (2012) ON line. Disponível em http://www.icn.ch/images/stories/documents/publications/ind/indkit2012.pdf . Acesso em 02 de outubro de 2015. ISMICT. International Symposium on Medical Information and Communication Technology – n. 7. 2013. Bedside Medication safety management system using a PDA and RFID tags. Disponível em http://ieeexplore.ieee.org/stamp/stamp.jsp?tp=&arnumber=6521705. Acesso em 17 de julho de 2014.
JAYARAM, G. et al. Identifying and reducing medication errors in psychiatry: creating a culture of safety through the use of an adverse event reporting mechanism. J. Psychiatr Pract. v. 17, n.2, p. 81-88. 2011.
JORDÃO, M.M. et al. Tecnologias utilizadas pela enfermagem na prevenção de erros de medicação em pediatria. Enfermagem em Foco. v.3, n.3, p.147-50. 2012. JULIANI, C.M.C.M.; KURCGANT, P. Software educacional sobre escala de pessoal de enfermagem: elaboração, desenvolvimento e aplicação via internet. Rev Latino-am Enfermagem v.15, n.4, p. 639-44. 2007.
Referencias 102
KAWANO, D. F. et al. Acidentes com os medicamentos: como minimizá-los? Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas v. 42, n. 4, p.487-95. 2006. KOHN, L.T. et al. To err is human: building a safer health system. 3rd ed. Washington: National Academy of Institute of Sciences; 2000. KÜHNER, D.; MARQUES, A. Os Erros com Medicamentos e o Compromisso dos Serviços de Saúde. Prática Hospitalar, Ano VI, n. 32, p. 49-51, mar-abr, 2004. LACAZ, C.S. et aI. latrofarmacogenia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1980, p.3. LARSEN, G.Y., et al. Standard drug concentrations and smart pump technology reduce continuous-medcation-infusion errors in pediatric patients. Pediatrics v.11, n.1, p.21-4. 2005. LICHTENSTEIN, F. et al. Sistemas de apoio à decisão baseados em diretrizes interpretadas por computador: um breve histórico e outros tópicos. J. Health Inform. v. 3, n. 4, p. 164-9. 2011 . LOMBARTS, M.J.M.H. et al. Application of quality improvement strategies in 389 European hospitals: results of tHe MARQuIS Project. Qual SAf Health Care, v.18, p. i28-35 (0n line). 2009. Disponivel em http://qualitysafety.bmj.com/content/18/Suppl_1/i28.long Acesso em 12 de Novembro de 2015. LOPES, A.A. Medicina Baseada em Evidências: a arte de aplicar o conhecimento científico na prática clínica. Rev Ass Med Brasil. v.46, n. 3, p. 285-8. 2000. LOPES et al. Qualidade das prescrições médicas em um Centro de saúde escola da Amazônia Brasileira. Rev Soc Bras Clin Med. v.12, n.2, p. :xx-xx. 2014 (on line). Disponivel em http://files.bvs.br/upload/S/1679-1010/2014/v12n2/a4184 Acesso em 22 de outubro de 2015. LOW, D.K.; BELCHER, J.V. et al. Reporting medication errors through computerized medication administration. Comput Inform Nurs. v. 50, n. 5, p. 178-83. 2002. MACIEL-LIMA, S.M. Acolhimento solidário ou atropelamento? A qualidade na relação profissional de saúde e paciente face à tecnologia informacional. Cad. Saúde Pública, v. 20, n. 2, p. 502-11. 2004.
Referencias 103
MALUF-FILHO, F. A contribuição da Medicina Baseada em Evidências para a introdução de novo conhecimento na prática clínica. Arq Gastroenterol. v. 46, n. 2, p. 87-9. 2009.
MANRIQUE-RODRIGUEZ, S. et al. Developing a drug library for smart pumps in a pediatric intensive care unit. Artif Intell Med. v.54, n. 3, p. 155-61. 2012.
MANRIQUE-RODRÍGUEZ, S. et al. Impact of implementing smart infusion pumps in a pediatric intensive care unit. Am J Health-Syst Pharm. V.70, N. 21, P.1897-906. 2013. MANRIQUE-RODRIGUEZ, S. et al. Implementing smart pump technology in a pediatric intensive care unit: A cost-effective approach. International Journal of Medical Informatics v.83, p. 99-105. 2014. MARIN, H.F, BOURIE, P., SAFRAN, C. Desenvolvimento de um sistema de alerta para prevenção de quedas em pacientes hospitalizados. Rev. latino-am enfermagem v.8, n.3, pag. 27-32. 2000. MARODIN, G.; GOLDIM, J.R. Confusões e ambigüidades na classificação de eventos adversos em pesquisa clínica. Rev. esc. enferm. v.43, n.3, p. 690-6. 2009. MARTINS, C.R.; DAL SASSO, G.T.M. Tecnologia: definições e reflexões para a prática em saúde e enfermagem. Texto contexto - enferm., v. 17, n. 1, p. 11-12, Mar. 2008. MASON, J.J. et al. Patient safety, error reduction, and pediatric nurses’ perceptions of smart pump technology. Journal of Pediatric Nursing. v. 29, p. 143-51. 2014. MAVIGLIA, S.Y. et al. Cost-benefit analysis of a hospital pharmacy bar code solution. Arch Intern Med. v.137, n.8, p.788-94. 2007. McCLEAD JR, R.E. et al. rd E., An Internal Quality Improvement Collaborative Significantly Reduces Hospital-Wide Medication Error Related Adverse Drug Events. The Journal of Pediatrics, v. 165, v. 6, p. 1073-5, Dec 2014. MELNYK, B.M; FINEOUT-OVERHOLT, E. Evidence-based practice in nursing & healthcare : a guide to best practice .2nd ed. 2011. P. 4-17.
Referencias 104
MENDES, K.D.S; SILVEIRA, R.C.C.P.; GALVAO, C.M. Revisão integrativa: método de pesquisa para a incorporação de evidências na saúde e na enfermagem. Texto contexto – enferm. Florianópolis, v. 17, n. 4, p. 758-64. Dec. 2008. MENDES, W. et al. Revisão dos estudos de avaliação da ocorrência de eventos adversos em hospitais. Rev Bras Epidemiol. v.8, n.4, p. 393-406, 2005. MENDES W, et al. The assessment of adverse events in hospitals in Brazil. Int J Qual Health Care. v. 21, n. 4, p. 279-84, 2009. MERHY, E.E. Em busca do tempo perdido: a micropolítica do trabalho vivo em saúde. In: Merhy EE, Onocko R, organizadores. Praxis ensalud: un desafío para lo público. Buenos Aires: Lugar Editorial. 1997; p. 113 – 168. MERHY, E.E. et al. Em busca de ferramentas analisadoras das tecnologias em saúde: a informação e o dia a dia de um serviço, interrogando e gerindo trabalho em saúde. In: Merhy, EE; Onocko R, organizadores. Praxis en salud: un desafío para lo publico. São Paulo: Hucitec, 1997. MIASSO, A,I; CASSIANI, S.H.B. Administração de medicamentos: orientação final de enfermagem para a alta hospitalar. Rev Esc Enferm USP. v. 39, n. 2, p. 136-44. 2005. MILANI, R.V; OLECK, S.A; LAVIE, C.J. Medication Errors in Patients with severe chronic kidney disease and acute Coronary Syndrome: the impact of computer-assisted decision support. Mayo Clinic Proceedings. v. 86, n. 12, p. 1161-4. 2011. 2011. MONZANI, A.A.S.. A ponta do iceberg: o método de notificação de erros de medicação em um hospital geral privado no municio de Campinas-SP [dissertação] Página 31. Escola de Enfermagem/USP; Ribeirão Preto. 2006. MORAN, J. M. Novas tecnologias e o re-encantamento do mundo. Tecnologia Educacional. v. 23, n.126, p. 24-6. 1995. NASCIMENTO C.C.P. et al. Indicadores de resultados da assistência: análise dos eventos adversos durante a internação hospitalar. Rev Latino-am Enfermagem v.16, n.4, 2008(on line) Disponivel em: http://www.scielo.br/pdf/rlae/v16n4/pt_15.pdf Acesso em 10 de Novembro de 2015.
Referencias 105
NATIONAL COORDINATING COUNCIL FOR MEDICATION ERROR REPORTING AND PREVENTION. NCC MERP Taxonomy of medication Errors. 1999. Disponivel em http://www.nccmerp.org/pdf/taxo2001-07-31.pdf. Acesso em 17 de julho de 2014.
OLIVEIRA, A.C.; PAULA, A.O. Infecções relacionadas ao cuidar em saúde no contexto da segurança do paciente: passado, presente e futuro. Rev Min Enferm. v.17, n.1, p.216-20. 2013. OREAGBA, I. A.; BADA S.O.; CHUKA-EBENE. V. An intensive study of adverse events in the Medical Unit of a Nigerian Teaching Hospital. Value in Health, v. 18, n. 3, p. a86–a87, mai. 2015.
PAIVA, M.C.M.S; PAIVA, S.A.R; BERTI, H.W. Eventos adversos: análise de um instrumento de notificação utilizado no gerenciamento de enfermagem. Rev Esc Enferm USP. v. 44, n. 2, p. 287-94, 2010. PAIVA, M.C.M.S. et al. The reasons of the nursing staff tonotify adverse events. Rev. Latino-Am. Enfermagem. v. 22, n. 5, p. 747-54, 2014. PARDO, L.P. et al. Hemólise de eritrócitos em dispositivos de infusão intravenosa: revisão integrativa da literatura. Cogitare Enferm. v. 20, n. 1, p. 180-90. 2015. PAZIN-FILHO, A. et al. Princípios de prescrição médica hospitalar para estudantes de Medicina. Medicina (Ribeirão Preto). v. 46, n. 2, p.183-94. 2013. PEDROLO, E. et al A prática baseada em evidências como ferramenta para prática profissional do enfermeiro. Cogitare Enferm. v. 14, n. 4, p. 760-3. 2009. PENALVER-MOMPEAN, M.D. et al. Assessment of protocols for surgical-site preparation in a regional network of hospitals. Rev. Latino-Am. Enfermagem, v. 20, n. 2, p. 316-324, Apr. 2012. PERREAULT, L.; METZGER J. A pragmatic framework for understanding clinical decision support. Journal of Healthcare Information Management. v. 13, n. 2, p. 5-21. 1999. PHANSALKA, S. et al. Drug–drug interactions that should be noninterruptive in order to reduce alert fatigue in electronic health records. J Am Med Inform Assoc . v. 20,
Referencias 106
p. 489–93. 2013.
POMPEO, D.A; ROSSI, L.A.; GALVAO, C.M. Revisão integrativa: etapa inicial do processo de validação de diagnóstico de enfermagem. Acta paul. enferm., v. 22,n. 4, (on line) 2009. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-21002009000400014&script=sci_arttext . Acesso em 20 de outubro de 2015.
POON, E.G. et al. Impact of Barcode medication administration technology and how nurses spend their time providing patient care. J. Nurs. Adm. v. 38, n.12, p.541-9. 2008. POON, E.G. et al. Effect of Bar-Code technology on the Safety of Medication Administration. N Engl J Med. v.362, n18, p.1698-707. 2010. PRISMA. Tecnologia, buscando uma definição para o conceito. 2008. On line. Disponível em http://revistas.ua.pt/index.php/prismacom/article/viewFile/690/pdf . Acesso em 15 de novembro de 2015. PRUSCH, A.E. et al. Integrating technology to improve medication administration. Am J Health-Syst Pharm. v. 68, p. 835-42. 2011. RADECKI, R.P. et al. Effectiveness of Bar Coded Medication Alerts for Elevated Potassium. AMIA Annu Symp Proc P.1360-5 (0n line). Disponível em http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3540424/ . Acesso em 10 de Novembro de 2015. RANGEL, A.L., ÉVORA, Y.O.M. Elaboração automática da escala periódica de trabalho dos profissionais de enfermagem por meio de um software especifico. Rev Eletr Enf v.9, n.1, p.17-30. 2007. Disponivel em https://www.fen.ufg.br/fen_revista/v9/n1/v9n1a02.htm . Acesso em 10 de Outubro de 2015. REASON, J. Human error: models and management. Brit Med J. v. 320, n. 7237, p. 768-70, mar. 2000. RIBEIRO, E. "Dose Unitária": sistema de distribuição de medicamentos em hospitais. Revista de Administração de Empresas. v.33, n.6, p. 62-73. 1993. ROMAN, A.R.; FRIEDLANDER, M.R. Revisão integrativa de pesquisa aplicada à enfermagem. Cogitare Enferm. v. 3, n. 2), p. 109-12. 1998.
Referencias 107
ROTHER, E.T. Revisão sistemática X revisão narrativa. Acta paul. enferm. v. 20, n. 2, p. v-vi, June, 2007. RUNCIMAN, W. et al. Towards na International Classification for Patient Safety: key concepts and terms. Int J Qual Health Care. v.21, n.1, p.18-26. 2009. SA NETO, J.A.; RODRIGUES,B.M.R.D. Tecnologia como fundamento do cuidar em Neonatologia. Texto contexto – enferm. v. 19, n. 2, p. 372-377, June 2010. SAMPAIO, R.F, MANCINI, M.C. Estudos de revisão sistemática: um guia para síntese criteriosa da evidência científica. Rev. bras. fisioter. v. 11, n. 1, p. 83-89, jan./fev. 2007. SANTOS, S.R.; SA, L.D. Integração entre epidemiologia e internet. Rev. bras. enferm., Brasília, v. 53, n. 4, p. 593-598, Dez. 2000. SÃO PAULO . On Line. Disponível em http://www.saude.sp.gov.br/instituto-de-saude/homepage/acesso-rapido/ats/avaliacao-de-tecnologias-em-saude-ats . Acesso em 15 de novembro de 2015. SEEBER, K. et al., Errors in prescribing and administration of intravenous anti-infective therapy and preventability by smart pump technology. Journal of Patient Safety & Infection Control, v.3, p.21-4. 2015. SEIBERT, H.H et al. Effect of barcode technology with electronic medication administration record on medication accuracy rates. Am. J Health-Syst Pharm. v. 71, p. 209-18. 2014. SENSAR. Sistema Espanhol de Notificaion em Seguridad em Anestesia y Reanimacion. Programacion errônea de uma bomba de TCI. Caso SENSAR Del trimestre. Rev Esp Anestesiol Reanim. v.61, n.8, p.27-30. 2014. Disponivel em http://sensar.org/2014/programacion-erronea-de-una-bomba-de-tci-caso-sensar-del-trimestre/ . Acesso em 15 de Novembro de 2015. SIBRACEN. Simpósio Brasileiro Comunicação em Enfermagem. 8º, 2002. Revisão sistemática de literatura e metanálise: noções básicas sobre seu desenho, interpretação e aplicação na área da saúde (on line) Disponível em: http://www.proceedings.scielo.br/pdf/sibracen/n8v2/v2a074.pdf Acesso em 02 de Novembro de 2015. SILVA, A.E.B.C. et al. Problemas na comunicação: uma possível causa de erros de
Referencias 108
medicação. Acta Paul. Enferm. v. 20, n.3, p.272-6. 2007. SILVA, A.M.S. Erros de prescrição médica de pacientes hospitalizados. Einstein, v.7, n.3, p.290-4. 2009. SILVA, R.C.; FERREIRA, M.A. A tecnologia em saúde: uma perspectiva psicossociológica aplicada ao cuidado de enfermagem. Esc Anna Nery Rev Enferm. v.13, n.1, p. 169-73. 2009. SILVA, S.S.; CARITÁ, E.C.; FELICIO, A.C. Ferramenta de Apoio à Decisão para Detecção de Fatores de Risco para Doença Arterial Coronariana. Sociedade Brasileira de Informática em Saúde. On Line. Disponivel em http://www.sbis.org.br/cbis/arquivos/832.pdf, Acesso em 12 de novembro de 2015. SILVA, SOUZA. A Teoria da Decisão como Ferramenta de Apoio às Decisões Clinicas On line. Disponivel em http://www.din.uem.br/sbpo/sbpo2006/pdf/arq0184.pdf . Acesso em 10 de novembro de 2015. STETLER, C.B. et al., Evidence-based practice and the role of nursing leadership. JONA, v. 28, n. 7-8, p. 45-53, 1998. STETLER, C.B. et al. Utilization focused reviews in a nursing service. Appl Nurs Res. v.11, n. 4, p. 195-206. 1998. TEIXEIRA, T.C.A; CASSIANI, S.H.B. Análise de causa raiz: avaliação de erros de medicação em um hospital universitário. Rev. esc. enferm. USP. v.44, n.1, p. 139-46. 2010. TELLES FILHO, P.C.P; CASSIANI, S.H.B. Administração de medicamentos: aquisição de conhecimentos e habilidades requeridas por um grupo de enfermeiros. Rev Latino-am Enfermagem. v.12, n. 3, p.533-40. 2004. TRAN, M. et al. A Case Study on the Safety Impact of Implementing Smart Patient-Controlled Analgesic Pumps at a Tertiary Care Academic Medical Center. Jt Comm J Qual Saf. v.38, n. 3, p. 112-9. 2012. TRAVASSOS, C., CALDAS, B. A qualidade do cuidado e a segurança do paciente: histórico e conceitos. In: Brasil, Assistência segura: uma reflexão teórica aplicada à prática. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Gerência de
Referencias 109
Vigilância e Monitoramento em Serviços de Saúde (GVIMS), Gerência Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde (GGTES). 1ª ed, 2013, capítulo 2, p 19-27. UFSCAR – UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (on line). Dispoível em http://www.seabd.bco.ufscar.br/referencia/o-que-e-revisao-integrativa/?searchterm=None . Acesso em 20 de outubro de 2015. URBANETTO, J.S.; GERHARDT, L.M. Segurança do do paciente na tríade assistência ensino pesquisa. Rev. Gaúcha Enferm. v34, n.3, p8-9. 2013. URSI, E. Prevenção de lesões de pele no perioperatório: revisão integrativa da literatura.[dissertação]. Escola de Enfermagem/USP; Ribeirão Preto 2005. VASCONCELOS , J.B.; ROCHA, A; GOMES, R. Sistemas de informação de apoio à decisão clínica. Estudo de um caso de uma instituição de saúde . 2004. On line. Disponivel em http://www.researchgate.net/publication/278017563_Sistemas_de_Informao_de_Apoio__Deciso_Clnica_Estudo_de_um_caso_de_uma_Instituio_de_Sade. VIDULA, N. et al. Adverse Events During Hematopoietic Stem Cell Infusion: Analysis of the Infusion Product. Clinical Lymphoma, Myeloma & Leukemia. p. 157-62. 2015. On line. Disponivel em http://www.clinical-lymphoma-myeloma-leukemia.com/article/S2152-2650(15)01243-4/pdf. Acesso em 20 de outubro de 2015. VIDOR, A.C., FISHER, P.D., BORDIN, R. Utilização dos sistemas de informação em saúde em municípios gaúchos de pequeno porte. Rev Saude Publica v.45, n.1, p.24-30. 2011. VRIES, E.N. et al. Prevention of Surgical Malpractice Claims by Use of a Surgical Safety Checklist. Annals of Surgery. v.253, n.3, p. 624-28. 2011. WHO. World Health Organization, World Alliance for Patient Safety. Forward Programme 2006-2007. Suiça, 2006 WHO. World Health Organization. International Classification for Patient Safety (ICPS). 2009. Disponível em: http://www.who.int/patientsafety/taxonomy/icps_statement_of_purpose.pdf. Acesso em 30 de maio de 2015
Referencias 110
WILSON, K.; SULLIVAN, M. Preventing medication errors with smart infusion technology. Am J Health Syst Pharm v. 61, n.2, p.177-83. 2004. WILSON, M. et al. Empowering Nurses With Evidence-Based Practice Environments: Surveying Magnet® Pathway to Excellence® and Non-Magnet Facilities in One Healthcare System. Worldviews on Evidence-Based Nursing, v.12, n.1, p.12–21. 2015. WINTERSTEIN, A.G., et al. Nature and causes of clinically significant medication errors in a tertiary care hospital. Am J Health Syst Pharm v.61, n. 18, p.1908-16. 2004. WHITTEMORE, R.; KNAFL, K. The integrative review: updated methodology. Journal of Advanced Nursing, v. 52, n. 5, p. 546–53. 2005. WYATT, J.; SPIEGELHALTER, D. Field trials of medical decisionaids: potential problems and solutions. Proc Annu Symp Comput Appl Med Care. 1991. p.3-7. XU, L. et al. Major adverse cardiac events in elderly patients with coronary artery disease under going non cardiac surgery: A multicenter prospective study in China. Archives of Geronotology and Geriatrics. v.61, n. 3, p. 503-9. Nov/Dec 2015. ZISSER, H. et al. Bolus Calculator: A Review of Four “Smart” Insulin Pumps. Diabetes Technology & Therapeutics. v.10, n. 6,p. 441-4. 2008.
Anexos 112
ANEXO A - INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
IDENTIFICAÇÃO
TÍTULO DO ARTIGO
TÍTULO DO PERIÓDICO
AUTORES
NOME:
LOCAL DE TRABALHO:
GRADUAÇÃO
PAÍS
IDIOMA
ANO DE PUBLICAÇÃO
INSTITUIÇÃO SEDE DO ESTUDO
HOSPITAL
UNIVERSIDADE
CENTRODE PESQUISA
INSTITUIÇÃO ÚNICA
PESQUISA MULTICENTRICA
OUTRAS INSTITUIÇÕES
NÃO IDENTIFICA LOCAL
Anexos 113
TIPO DE REVISTA CIENTÍFICA
PUBLICAÇÃO DE ENFERMAGEM GERAL
PUBLICAÇÃO DE ENFERMAGEM
PERIOPERATÓRIA
PUBLICAÇÃO DE ENFERMAGEM DE
OUTRA ESPECIALIDADE
PUBLICAÇÃO MÉDICA
PUBLICAÇÃO DE OUTRAS ÁREAS DA
SAÚDE
CARACTERÍSTICAS METODOLÓGICAS DO ESTUDO
1.TIPO DE
PUBLICAÇÃO
( ) PESQUISA
( ) Abordagem
Quantitativa
( ) Abordagem Qualitativa
( ) NÃO PESQUISA
( ) Revisão de Literatura
( ) Relato de experiência
( ) Outras.
Qual?________________
( )Delineamento Experimental
( ) Delineamento Quase-
Experimental
( ) Delineamento Não
Experimental
2. OBJETIVO OU
QUESTÃO DE
INVESTIGAÇÃO
3. AMOSTRA 3.1 SELEÇÃO ( ) Randômica ( )
Conveniência
( )
Outra____________________________
3.2 TAMANHO (N) Inicial_____________
Final_____________
Anexos 114
CARACTERÍSTICAS
CRITÉRIOS DE INCLUSÃO/ EXCLUSÃO DOS SUJEITOS
TRATAMENTO
DOS DADOS
INTERVENÇÕES
REALIZADAS
VARIÁVEL INDEPENDENTE
VARIÁVEL DEPENDENTE
GRUPO CONTROLE
INSTRUMENTO DE MEDIDA
DURAÇÃO DO ESTUDO
MÉTODOS EMPREGADOS PARA MENSURAÇÃO DA
INTERVENÇÃO
RESULTADOS
ANÁLISE TRATAMENTO ESTATÍSTICO
NÍVEL DE SIGNIFICÂNCIA
IMPLICAÇÕES AS CONCLUSÕES SÃO JUSTIFICADAS COM BASES NOS
RESULTADOS
QUAIS SÃO AS RECOMENDAÇÕES DPS AUTORES
NIVEL DE
EVIDÊNCIA
Anexos 115
AVALIAÇÃO DO RIGOR METODOLÓGICO
CLAREZA NA IDENTIFICAÇÃO DA
TRAJETÓRIA METODOLÓGICA NO
TEXTO (MÉTODO EMPREGADO,
SUJEITOS PARTICIPANTES, CRI-
TÉRIOS DE INCLUSÃO
/EXCLUSÃO, INTERVENÇÃO, RE-
SULTADOS)
IDENTIFICAÇÃO DE LIMITAÇÕES
OU VIÉSES