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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES JULIO CESAR BEZERRA LUCAS MÉTODO DE AJUSTE DOS COEFICIENTES DE ATENUAÇÃO LINEAR APLICADOS À SUBTRAÇÃO DE IMAGENS POR DUPLA ENERGIA Mogi das Cruzes, SP 2008

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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

JULIO CESAR BEZERRA LUCAS

MÉTODO DE AJUSTE DOS COEFICIENTES DE

ATENUAÇÃO LINEAR APLICADOS À SUBTRAÇÃO DE

IMAGENS POR DUPLA ENERGIA

Mogi das Cruzes, SP

2008

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UNIVERSIDADE DE MOGI DAS CRUZES

JULIO CESAR BEZERRA LUCAS

MÉTODO DE AJUSTE DOS COEFICIENTES DE

ATENUAÇÃO LINEAR APLICADOS À SUBTRAÇÃO DE

IMAGENS POR DUPLA ENERGIA

Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado em

Engenharia Biomédica da Universidade de Mogi das Cruzes

como parte dos requisitos para a obtenção do título de

mestre.

Orientador: Profo Dr. Henrique Jesus Quintino de Oliveira

Mogi das Cruzes, SP

2008

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FICHA CATALOGRÁFICA Universidade de Mogi das Cruzes - Biblioteca Central

Lucas, Julio Cesar Bezerra

Método de ajuste dos coeficientes de atenuação linear aplicados à subtração por dupla energia / Julio Cesar Bezerra Lucas. – 2008.

69 f.

Dissertação (Mestrado em engenharia Biomédica) - Universidade de Mogi das Cruzes, 2008

Área de concentração: Processamento de sinais e imagens

Orientador: Prof. Dr. Henrique Jesus Quintino de Oliveira

1. Dupla energia (SIPDE) – Subtração de imagens 2. Imagens mamográficas 3. Coeficiente de atenuação linear 4. Raios X I. Título II. Oliveira, Henrique Jesus Quintino de

CDD 616.0754

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a Deus, por permitir a minha presença neste

mundo para aprender e evoluir espiritualmente.

Dedico também aos meus familiares: pais (Naír e José - in memoriam), irmãos (Luiz,

Maria, Rosa, Antônio, Telma, Silvio e Sandra), a minha esposa Eliane, ao meu filho Nicolas

Felipe e todos os alunos e professores com quem compartilho idéias e experiências.

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AGRADECIMENTOS

Ao Profo Dr. Henrique Jesus Quintino de Oliveira pela dedicação, paciência e todo o

conhecimento que soube compartilhar de maneira serena. A sua sabedoria me incentiva a

continuar na busca de novos horizontes.

Aos meus amigos do mestrado Ivan, Andréa e Ricardo e aos professores Denis, Cássia,

Ronaldo, Ibevan, André, Francisco e Paulo pelo apoio e incentivo.

A diretoria da Faculdade Santa Marcelina (FASM) e Escola de Profissionais da Saúde Sophia

Marchetti (EPSSM) pela colaboração e estímulo.

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“Os mundos do pensamento e da ação se interprenetram, aquilo que

pensamos encontra um caminho para se tornar real”.

(Autor desconhecido)

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RESUMO

A Subtração de Imagens por Dupla Energia (SIPDE) aplicada à mamografia não está sendo usada clinicamente porque ainda não apresenta resultados confiáveis. A variação dos coeficientes de atenuação linear (µ) dos tecidos moles da mama, que ocorre de uma paciente para outra é um dos fatores que limita a aplicação da técnica. Este trabalho apresenta um método de ajuste dos µs para reduzir o efeito das variações inter-pacientes. O ajuste permite melhorar a visualização das microcalcificações, que são indicadores importantes no diagnóstico de lesões. Para realizar o ajuste dos µs, foi usado o método numérico Newton-Rapson para ajustar os coeficientes de proporção de massa (a1 e a2). Os as são usados no cálculo da SIPDE para encontrar os µs dos tecidos da mama em análise. Em seguida, foi desenvolvido um procedimento para escolher a curva de µs mais adequada à SIPDE. Os as encontrados na literatura são adequados à realização da SIPDE com uma curva especifica de µs. Nos resultados obtidos, com os ajustes realizados, os erros dos as ficaram reduzidos a no máximo 1,4%. Em seguida foram geradas diferentes curvas de µs para que SIPDE fosse aplicada em um banco com 200 imagens. Os resultados mostraram que variações não proporcionais das curvas de µs produzem detecções diferenciadas das microcalcificações. A detecção pode ser melhorada se as imagens passarem pela SIPDE com diferentes curvas de µs e os resultados mais adequados forem utilizados. Palavras-chave: Subtração de Imagens por Dupla Energia (SIPDE), imagens mamográficas, coeficiente de atenuação linear, raios X.

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ABSTRACT

The Dual-Energy Subtraction Technique (DEST) applied to the mammography is not being used clinically yet because it does not present trustful results. The variation of the linear attenuation coefficient (µ) of the breast’s soft tissues that happens from a patient to another is one of the problems. In this work, an adjustment method of the µs is being developed to reduce the effect of the inter-patients variations. The adjustment shall improve the visualization of the microcalcifications which are important indicators in the lesion diagnosis. In order to make the adjustment of the µs, first, a numerical method was used (Newton-Rapson) to adjust the mass proportion coefficients (a1 e a2). The as are used for find the µs of the breast tissues being analyzed during calculate the DEST. Next, a proceeding was developed to choose the curve of µs more appropriate to the SIPDE. The considered ones XX in the literature are adapted to the realization of the SIPDE with a curve it specifies of µs. In the obtained results, with the fulfilled agreements, the mistakes of them were reduced her at most 1,4 %. Next different curves were produced of µs so that SIPDE was applied in a bank with 200 images. The results showed which variations you do not provide of the curves of µs produce differentiated detection of the microcalcifications. The detection can be improved if the images she pass for the SIPDE with different curves of µs and the most appropriate results are used.

Keywords: Dual-Energy Subtraction Technique, mammography images, linear attenuation

coefficient, X-ray.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 Coeficientes de absorção linear para carcinoma, fibroglandular

e adiposo................................................................................................21

Figura 2 Coeficientes de absorção linear para adiposo e fibroglandular.............22

Figura 3 Coeficientes de absorção linear do tecido adiposo obtido para a faixa

de energia mamográfica (20 a 40 keV)..................................................23

Figura 4 Coeficientes de absorção linear do tecido adiposo obtido para a faixa de energia da radiografia convencional (40 a 110 keV).............................24

Figura 5 Coeficientes de absorção linear do tecido fibroglandular obtido para a faixa de energia mamográfica (20 e 40keV)..........................................25

Figura 6 Coeficientes de absorção linear do tecido fibroglandular obtido para a faixa de energia da radiografia convencional (40 a 110 keV).......................................................................................................26

Figura 7 Coeficientes de absorção linear das microcalcificações para todas as energias..................................................................................................26

Figura 8 Coeficientes de absorção linear dos carcinomas para todas as energias..................................................................................................27

Figura 9 Escadas de alumínio e lucite usadas para ajustar o polinômio de calibração para a determinação das espessuras equivalentes dos materiais básicos....................................................................................34

Figura 10 Decomposição dos tecidos da mama em componentes de lucite e alumínio.................................................................................................36

Figura 11 Esquema das etapas necessárias para a realização da SIPDE................39 Figura 12 Microcalcificações inseridas nas estruturas mamárias para realização

das imagens. No grupo A elas possuem 0,5 mm de espessura; no B possuem 0,4mm; no C possuem 0,3mm; no D possuem 0,2mm. Os formatos das microcalcificações variam de maneira semelhante as microcalcificações reais.........................................................................43

Figura 13 As curvas obtidas com os erros (%) utilizando os valores de aPMMA e aAl fornecidos por Byng et al. (1998) para adiposo e valores de aPMMA e aAl ajustados manualmente..........................................................................48

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Figura 14 As curvas obtidas com os erros (%) utilizando os valores de aPMMA e aAl fornecidos por RMI para o tecido fibroglandular e valores de aPMMA e aAl ajustados manualmente....................................................................49

Figura 15 As curvas obtidas com os erros (%) utilizando os valores de aPMMA e aAl fornecidos por CIRS para o tecido adiposo e valores de aPMMA e aAl ajustados manualmente..........................................................................50

Figura 16 As curvas obtidas com os erros (%) utilizando os valores de aPMMA e aAl fornecidos por CIRS para o tecido fibroglandular e valores de aPMMA e aAl ajustados manualmente....................................................................51

Figura 17 As curvas obtidas com os erros (%) utilizando os valores de aPMMA e aAl fornecidos por PCJ para o tecido adiposo e valores de aPMMA e aAl ajustados manualmente..........................................................................52

Figura 18 As curvas obtidas com os erros (%) utilizando os valores de aPMMA e aAl fornecidos por PCJ para o tecido fibroglandular e valores de aPMMA e aAl ajustados manualmente..........................................................................53

Figura 19 Microcalcificações não detectadas para cada imagem. Cada ponto do gráfico identifica a microcalcificação que não foi detectada na imagem do eixo X...............................................................................................56

Figura 20 Quantidade de microcalcificações detectadas por padrão de densidade após a aplicação da SIPDE com a curva média de coeficientes (M1)......................................................................................................57

Figura 21 Detecção dos pixels das microcalcificações (PV) separada por padrão de densidade..........................................................................................58

Figura 22 Detecção dos pixels Falsos-Positivos separada por padrão de densidade...............................................................................................58

Figura 23 Gráfico do total das microcalcificações detectadas para cada aplicação da SIPDE e para cada padrão de densidade..........................................61

Figura 24 Resultado dos pixels Verdadeiros-Positivos detectados para cada aplicação da SIPDE e para cada padrão de densidade..........................62

Figura 25 Imagem de raios X da mama 85 realizada em 20 keV com a curva média de µs ......................................................................................... 63

Figura 26 Imagem de raios X da mama 85 realizada em 70 keV com a curva média de µs...........................................................................................63

Figura 27 Resultado da SIPDE para M1 com 22 microcalcificações detectadas.63

Figura 28 Resultado da SIPDE para M22 com 6 microcalcificações detectadas.63

Figura 29 Resultado da SIPDE para M23 com 18 microcalcificações detectadas.............................................................................................64

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Figura 30 Resultado da SIPDE para M24com 0 microcalcificações detectadas.............................................................................................64

Figura 31 Resultado da SIPDE para M25 com 0 microcalcificações detectadas 64

Figura 32 Resultado da SIPDE para M26 com 18 microcalcificações detectadas.............................................................................................64

Figura 33 Resultado da SIPDE para M27 com 6 microcalcificações detectadas 65

Figura 34 Resultado da SIPDE para M28 com 0 microcalcificações detectadas.............................................................................................65

Figura 35 Resultado da SIPDE para M29 com 18 microcalcificações detectadas ..............................................................................................................65

Figura 36 Resultado da SIPDE para M30 com 6 microcalcificações detectadas.............................................................................................65

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Coeficientes de atenuação linear médios obtidos por Johns e Yaffe

(1987).....................................................................................................27

Tabela 2 Coeficiente de absorção linear medido (cm-1), para fótons de 59,5 keV

em tecido da mama feminina.................................................................28

Tabela 3 Coeficiente de atenuação linear para tecido adiposo (em cm-1) em

relação à energia (em keV)....................................................................29

Tabela 4 Valores de densidade (ρ) para três substâncias importantes na

mamografia............................................................................................31

Tabela 5 Composição química presente nos tecidos mamários...........................33

Tabela 6 Espessuras equivalentes em lucite e em alumínio a partir da utilização

da regressão linear................................................................................ 37

Tabela 7 Valores de a1 e a2 para uma escala de energia de 40 a 110 keV para

diversos materiais..................................................................................38

Tabela 8 Coeficientes de atenuação para os tecidos fibroglandular e adiposo para

várias energias de 10 a 100 kVp............................................................45

Tabela 9 Valores de coeficientes de atenuação linear (µ) para adiposo segundo

RMI (Radiation Measurements Inc.) e para os materiais básicos (lucite

e alumínio).............................................................................................46

Tabela 10 Valores de coeficientes de atenuação e respectivos erros para cada

energia utilizando valores de a1 e a2 fornecidos por Byng et al. (1998) e

a1 e a2 ajustados manualmente...............................................................47

Tabela 11 Valores dos µs para o tecido fibroglandular fornecidos por Byng et al.

(1998) e valores dos µs para o tecido fibroglandular ajustados

manualmente..........................................................................................48

Tabela 12 Percentuais de erros para o tecido adiposo utilizando a1 = 0,7973 e a2 =

0,0001 fornecidos por Byng et al. (1998) e percentuais de erros para o

tecido adiposo utilizando a1 = 0,942 e a2 = -0,0085 ajustados

manualmente..........................................................................................50

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Tabela 13 Percentuais de erros para o tecido fibroglandular utilizando a1 = 0,8484

e a2 = 0,0248 fornecidos por Byng et al. (1998) e percentuais de erros

para o tecido fibroglandular utilizando a1 = 0,9961 e a2 = 0,059

ajustados manualmente..........................................................................50

Tabela 14 Percentuais de erros para o tecido adiposo utilizando a1 = 0,8289 e a2 =

-0,0075 fornecidos por Byng et al. (1998) e percentuais de erros para o

tecido adiposo utilizando a1 = 0,982 e a2 = -0,0295 ajustados

manualmente........................................................................................................... 51

Tabela 15 Percentuais de erros para o tecido fibroglandular utilizando a1 = 0,8382

e a2 = 0,0299 fornecidos por Byng et al. (1998) e percentuais de erros

para o tecido fibroglandular utilizando a1 = 0,9893 e a2 = 0,0711

ajustados manualmente..........................................................................52

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO...................................................................................................16

1.1 Motivação e Justificativa..................................................................... 17

1.2 Objetivos............................................................................................... 19

1.3 Organização da Dissertação................................................................ 19

2 REFERENCIAL TEÓRICO E ESTADO DA ARTE..................................... 20

2.1 Os coeficientes de atenuação linear (µµµµ) dos tecidos e sua influência

na obtenção de imagens mamográficas.................................................... 20

2.2 Uso dos coeficientes de atenuação linear (ìs) na subtração

de imagens por dupla energia (SIPDE)............................................ 21

2.2.1 Variação dos valores de µ de cada tecido da mama............... 22

2.2.2 Considerações finais sobre a variação dos µs..................................... 29

2.3 Obtenção dos coeficientes de atenuação linear para diversos

elementos químicos.................................................................................... 30

2.3.1 Considerações finais sobre os métodos de obtenção

dos coeficientes de atenuação linear para diversos elementos

químicos........................................................................................... 34

2.4 Base teórica da Subtração de Imagem por Dupla Energia

(SIPDE) em mamografia............................................................................34

3 MATERIAL E MÉTODO................................................................................. 39

3.1 Ajuste do µ para a viabilidade da SIPDE.......................................... 39

3.2 Obtenção das famílias de curvas dos µs .............................................40

3.3 Procedimento de ajuste dos valores de a1 e a2 e escolha da curva

de µs.............................................................................................................41

3.3.1 Ajustes dos coeficientes de proporção de massa

(a1 e a2).............................................................................................41

3.4 Banco de imagens de mama para testes do método de ajuste

das curvas....................................................................................................42

3.5 Avalliação dos resultados.....................................................................44

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................... 45

4.1 Ajuste dos coeficientes de proporção de massa (a1 e a2)..................45

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4.2 Ajuste dos µs no cálculo da SIPDE....................................................54

4.2.1 – Variação proporcional dos µs na SIPDE..............................55

4.2.2 - Variação não proporcional dos µs na SIPDE........................60

5 CONCLUSÕES ..................................................................................................66

REFERÊNCIAS.....................................................................................................68

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1 INTRODUÇÃO

O câncer de mama atinge milhares de mulheres por ano em todo o mundo e a

prevenção é a maneira mais eficaz para obter um diagnóstico precoce, combater a doença e

aumentar as chances de cura. Existem maneiras de antecipar o diagnóstico do câncer mamário

como a realização do exame clínico anual nas mulheres com 40 anos ou mais, conforme

preconiza a Organização Mundial da Saúde (OMS)1. Para mulheres pertencentes a grupos de

risco elevados, tais como mãe ou irmã que tiveram ou tenham câncer de mama e a presença

de fatores genéticos (genes BRCA1 ou BRCA2), os exames de rastreamento devem ser

iniciados aos 35 anos, sendo que a mamografia é considerada o método mais eficaz para a

detecção do câncer de mama. Outros métodos que usam imagens da mama como a ultra-

sonografia e a ressonância magnética têm avançado, permitindo ao médico obter informações

complementares para o diagnóstico, mas ainda não apresentam o mesmo desempenho que a

mamografia.

Sabe-se que em muitos casos o câncer de mama está associado à presença de tipos

específicos de microcalcificações, o que implica em indicativo seguro de sua presença. Sabe-

se também que o melhor método para detectar as microcalcificações é a mamografia. Porém,

em muitos exames as microcalcificações, especialmente nos estágios iniciais da doença, não

são visualizadas devido ao seu tamanho reduzido e ao borramento causado pela sobreposição

dos diferentes tecidos que formam a mama (fibroglandular e adiposo). A visualização torna-se

particularmente difícil em mamas jovens que apresentam maior densidade, ou seja, maior

presença de tecido fibroglandular. Uma possibilidade de aumentar o desempenho na detecção

das microcalcificações é utilizar a técnica de Subtração de Imagens por Dupla Energia,

(SIPDE).

A SIPDE utiliza dois feixes de radiação com energias diferentes, sendo um de 20 à 35

keV e outro de 40 à 80 keV. As imagens obtidas para as duas energias passam por um

processamento matemático (SIPDE) que usa como referência as imagens de dois materiais

básicos bem caracterizados radiologicamente (como lucite e alumínio). Teoricamente a

SIPDE permite evidenciar as pequenas calcificações que ficavam mascaradas na imagem.

Porém, a SIPDE ainda não apresenta resultados que a torne viável para uso clínico. Parte

dessa inviabilidade se deve as variações naturais de uma grandeza física dos tecidos,

1 Site: http://www.who.int/en/

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conhecida como coeficiente de atenuação linear (µ). O µ é uma medida da atenuação que os

raios X sofrem ao atravessar a matéria. No caso da SIPDE assume-se que os µs sejam

conhecidos para os tecidos da mama.

Fisicamente os valores dos µs dependem da energia dos fótons incidentes, da

densidade do material, do número atômico dos elementos químicos que compõem os tecidos.

Porém, cada mulher apresenta µs específicos devido à variabilidade natural de densidade e da

composição química dos tecidos. Muitos pesquisadores mediram valores de µ de diversas

amostras, com grande precisão, utilizando diversas metodologias, mas os valores medidos só

representam adequadamente a amostra investigada. Não existe um valor de µ, para uma dada

energia, que possa representar todos os tecidos de diferentes mamas.

1.1 Motivação e Justificativa

Apesar da mamografia ainda ser o melhor método de auxílio ao diagnóstico para a

identificação das lesões mamárias e do diagnóstico precoce das lesões da mama estar

associado, em muitos casos, à detecção de microcalcificações, a sensibilidade da mamografia

não é tão alta quanto se deseja, pois muitos casos de câncer ainda não são detectados pelos

médicos. De acordo com Johns et al. (1983) há estimativas de que 60% a 80% dos casos de

câncer de mama contenham depósitos de cálcio. Outros métodos de obtenção de imagens têm

contribuído para a identificação dos males que atingem a mama. As imagens de ressonância

magnética (RM) e ultrassonografia (US) apresentam benefícios como a não utilização de

radiação ionizante. No entanto, as limitações na visualização das microcalcificações e das

lesões associadas ainda impedem que venham substituir a mamografia, pois a mamografia

apresenta a melhor sensibilidade (capacidade de identificação dos verdadeiros-positivos). Por

outro lado, a baixa especificidade da mamografia (baixa capacidade de identificação de

verdadeiros-negativos) tem motivado o desenvolvimento de métodos alternativos que

aumentem essa especificidade. Por isso, o uso da mamografia com raios X derivou para

aplicação de métodos que podem melhorar a qualidade do diagnóstico, como é o caso da

subtração de imagens por dupla energia (SIPDE).

A SIPDE foi aplicada pela primeira vez ao diagnóstico de lesões da mama por Johns et

al. (1983). A técnica consiste em utilizar dois feixes de raios X com energias diferentes, sendo

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uma imagem obtida com baixa energia, normalmente na faixa diagnóstica para a mama, entre

20 e 35 kVp, que apresenta bom contraste entre os tecidos moles e a outra com alta energia,

entre 40 e 80 kVp, que produz maior uniformidade na imagem. Um processamento

matemático utilizando essas imagens permite isolar estruturas que tenham os coeficientes de

atenuação linear (µs) distintos dos µs das estruturas vizinhas. Porém, alguns fatores afetam os

resultados obtidos com este método, tais como: qualidade das imagens, relação sinal-ruído

(RSR) das imagens, movimentação involuntária da paciente no intervalo entre as incidências e

a variação dos coeficientes de atenuação linear (µ) de paciente para paciente.

A obtenção de mamografias com qualidade é o primeiro fator relevante para a

realização adequada da SIPDE e requer cuidados específicos no treinamento de pessoal

técnico, que deve apresentar habilidades para posicionar a paciente de maneira correta. O

posicionamento incorreto da mama é o problema mais comum encontrado na revisão dos

filmes desprezados em clínicas e hospitais (BASEGIO et al. 2007). Além disso, a utilização

de equipamentos, dispositivos e acessórios em boas condições permite aumentar a

sensibilidade do método e reduzir os casos de falsos-positivos e, principalmente, falso-

negativos. Existem outras causas que afetam a qualidade das imagens mamográficas e a dose

recebida pela paciente, gerando conseqüências diversas. Muitas dessas causas podem ser

evitadas com mudanças nos procedimentos técnicos e com melhoria na manutenção dos

equipamentos, dispositivos e acessórios utilizados.

Um parâmetro importante, que afeta diretamente a qualidade dos resultados obtidos

com a SIPDE e que não pode ser diretamente modificado pela interferência humana, é a

variação dos coeficientes de atenuação linear (µ) dos tecidos da mama. Os µs dos tecidos

mamários foram obtidos por diversos pesquisadores, como Millar (1975), Hammerstein et al.

(1979), Hubbell (1982), Johns e Yaffe (1987), Hubbel (1996), Al-Bahri e Spyrou (1996) e

Byng et al. (1998). Observando os resultados dos experimentos realizados por esses

pesquisadores nota-se que há uma variação significativa (maior que 10%) dos µs para tecidos

iguais na mesma energia. Esta variação está relacionada com a constituição dos tecidos

mamários que apresentam variações em sua composição química. De acordo com a

International Commission Radiology Protection (ICRP-1975), White et al. (1977),

Hammerstein et al. (1979), Johns et al. (1987) e CIRS (1993) e Byng et al. (1998), ocorrem

variações dos µs para o mesmo tecido mamário de pessoas diferentes, impedindo assim a

determinação exata dos µs de cada tecido mamário. No capitulo 2 desta monografia é

apresentado o desenvolvimento teórico para o processamento matemático da SIPDE onde se

pode constatar a dependência com os µs para o seu desempenho.

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1.2 Objetivos

Melhorar o desempenho da SIPDE para imagens de mama. Fazer com que a tabela dos

µs usados na SIPDE resulte em uma subtração mais eficiente para a detecção das

microcalcificações. Para isso foram determinadas as variações de atenuação aos raios X para

cada tecido da mama. Foi desenvolvido um método matemático de ajuste, a ser incorporado à

metodologia de cálculo da SIPDE, que permita a observação de diversos resultados de modo

que se possa escolher o mais apropriado.

1.3 Organização da Dissertação

Além deste capítulo de introdução, a monografia está dividida em 4 capítulos, a saber:

O capítulo 2 apresenta uma revisão bibliográfica dos fatores que afetam os valores dos

µ s dos tecidos da mama e que produzem variações nas imagens mamográficas. Também são

apresentados os diversos pesquisadores que mediram os valores de µ s e as respectivas

metodologias utilizadas. Os resultados dessas medidas são compilados de modo a mostrar as

variações naturais dos µ s. É descrita a teoria da SIPDE e sua implementação na mamografia, o

desenvolvimento de experimentos para a obtenção de espessuras equivalentes em alumínio e

lucite e as formulações teóricas para a realização da SIPDE.

O capítulo 3 descreve os materiais e métodos para a implementação dos ajustes dos

coeficientes de proporção de massa (a1 e a2) e dos coeficientes de atenuação linear (µ s). É

apresentada também a maneira como serão analisados os resultados.

O capítulo 4 apresenta os resultados que foram obtidos para o ajuste dos coeficientes

de proporção de massa (a1 e a2). São discutidas as conseqüências desse ajuste, bem como a

relevância de sua alteração no resultado da SIPDE. Na segunda parte do capítulo são

apresentados e discutidos os resultados da SIPDE com base no uso de diversas curvas de µs

para detectar microcalcificações.

No capitulo 5 são apresentadas as conclusões finais.

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21

2 REFERENCIAL TEÓRICO E ESTADO DA ARTE

2.1 Os coeficientes de atenuação linear (µ) dos tecidos e sua influência na

obtenção de imagens mamográficas

Na interação dos fótons de raios X com a matéria podem ocorrer cinco efeitos: o efeito

Compton, o espalhamento coerente, o efeito fotoelétrico, produção de pares e

fotodesintegração (BUSHONG 2004). Os três principais e que interessam diretamente a este

trabalho são: o efeito fotoelétrico, o efeito Compton e o espalhamento coerente, que são

responsáveis pela atenuação dos fótons de raios X nas energias utilizadas para o diagnóstico

médico.

A formação da imagem para diagnóstico depende da atenuação dos fótons de raios X,

que por sua vez depende da energia desses fótons, da densidade do material, do número

atômico dos elementos químicos que compõem os tecidos e da espessura dos objetos a serem

radiografados. Fatores como a energia dos fótons de raios X e a espessura da mama podem ser

medidos com boa precisão, porém a composição química e a densidade mamária não podem

ser determinadas para a realização do diagnóstico. A variação da composição química ocorre

em todos os tecidos que compõem a mama, tais como os tecidos fibroglandulares e adiposos,

os ductos e as veias. Essa variação causa diferenças nos coeficientes de atenuação linear (µ)

desses tecidos.

A diversidade na composição química e nas proporções entre os elementos químicos

apresenta grande complexidade que depende da idade, das condições metabólicas e

hormonais, da alimentação, dentre outros. Segundo Spyrou (1996), até mesmo para um único

indivíduo existem pequenas variações dos coeficientes quando são utilizadas diferentes

amostras. As variações na composição mamária afetam os µs dos tecidos, que por sua vez

afeta a capacidade de produzir o cancelamento correto dos tecidos moles pela SIPDE. A

precisão dos µs tem uma influência no resultado final da SIPDE e sua correta determinação,

ou a mais próxima possível da real, permite a realização de uma subtração capaz de revelar

melhor as microcalcificações antes mascaradas pela sobreposição dos tecidos.

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22

2.2 Uso dos coeficientes de atenuação linear (µs) na subtração de imagens por

dupla energia (SIPDE)

Um dos problemas que tornam a aplicação da SIPDE inviável para diagnóstico de

lesões da mama é a variação dos µs, que ocorre de uma mama para outra. Em virtude desta

variação a subtração não pode ser realizada com boa eficiência, pois se assume que os

coeficientes envolvidos nos cálculos sejam bem conhecidos. Entretanto, na prática clínica não

é possível realizar um procedimento de medida destes coeficientes para os tecidos de cada

mama que está sendo imageada. Uma alternativa a esta deficiência da técnica é ajustar a

tabela de coeficientes presentes no software de subtração de modo que seja obtido o melhor

cancelamento possível dos tecidos moles.

Os µ s dos tecidos alteram-se quando ocorrem variações da energia dos fótons de raios

X incidentes e das densidades dos tecidos adiposos, fibroglandulares e carcinoma conforme a

figura 1. Para energias incidentes mais altas, acima de 60 keV, os µ s dos tecidos ficam com

valores muito próximos, causando uma uniformização da imagem.

Figura 1: Coeficientes de absorção linear para carcinoma, fibroglandular e adiposo. Fonte: Johns, P.C. e Yaffe, M.J., 1987, p. 686

Variação dos coef.para adiposo, fibroglandular e carcinoma (Jonhs et al.1987)

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110Energia

(KeV)

adiposo

fibroglandular

Carcinoma

Coef.de atenua-ção

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Para baixas energias, abaixo de 40 keV, os µ s dos tecidos fibroglandular e adiposo

apresentam diferenças mais pronunciadas como ilustra a figura 2. Por isso, a imagem da

mama obtida nesta faixa de energia apresenta melhor contraste entre os tecidos.

Figura 2: Coeficientes de absorção linear para adiposo e fibroglandular. Fonte: Byng, J.W.; Mainprize, J.G.; Yaffe, M.J., 1998, p. 1374

A Subtração de Imagens por Dupla Energia explora esse efeito com a finalidade de

evidenciar objetos de interesse clínico em imagens radiológicas. No entanto, é necessário que

os valores de µ s em todas as energias sejam bem conhecidos para todos os tecidos envolvidos.

Para entender melhor esses efeitos é apresentado a seguir um levantamento dos métodos e

valores de µs para cada tecido da mama.

2.2.1 Variação dos valores de µ de cada tecido da mama

Diversas metodologias foram utilizadas para a obtenção dos valores de µ s, o

instrumental tecnológico e os meios de obtenção de amostras de mama ou fantomas são

diversos. A análise dos valores de µ s encontrados por Millar (1975), Hammerstein et al.

Coeficiente de Atenuação Linear (Byng et al. 1998)

0

1

2

3

4

5

0 50 100Energia (KeV)

adiposofibroglandular

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(1979), Hubblell (1982), Johns e Yaffe (1987) e Hubblell (1996), para cada tecido da mama

(adiposo, fibroglandular, microcalcificação e carcinoma), indica variações significativas

conforme pode ser visto nos gráficos das figuras 3, 4, 5, 6, 7 e 8. Analisando estes gráficos

fica evidente que é impossível obter um único valor de µ para um grupo de amostras (ou um

grupo populacional), sendo assim a SIPDE não pode ser realizada apropriadamente, já que o

processamento matemático intrínseco do método depende destes valores serem coincidentes

com os valores dos µ s que deram origem à imagem.

Pode-se observar que os valores de µ s do tecido adiposo obtido pelos autores, como

mostram as figuras 3 e 4, sofrem variações de até 20%. Por exemplo, na Figura 3 o µ obtido

por Johns; Yaffe (1987) para energia de 20KeV é da ordem de 0,45, enquanto que o µ para a

mesma energia obtido por Hubbell (1996) é da ordem de 0,56. Observa-se ainda que esta

variação não é proporcional em outras energias de acordo com as medidas apresentadas pelos

autores, pois as curvas dos valores de µ s se interceptam entre 40 e 50 keV (figura 4).

0.2

0.25

0.3

0.35

0.4

0.45

0.5

0.55

0.6

20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40Energia (keV)

Co

efi

cie

nte

de a

ten

uação

lin

ear

(cm

-1)

Johns; Yaffe (1987)

Hubbell (1996)

Hubbell (1982)

Hammerstein et. al (1979)

Millar (1975)

Figura 3: Coeficientes de absorção linear do tecido adiposo obtido para a faixa de energia

mamográfica (20 a 40 keV). Fonte: Sakai, A.O., 2003, p. 19

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25

As curvas foram separadas em dois gráficos com diferentes escalas para que a

diferenciação seja visível em todas as energias.

0.15

0.16

0.17

0.18

0.19

0.2

0.21

0.22

0.23

0.24

40 50 60 70 80 90 100 110Energia (keV)

Co

efi

cie

nte

de a

bs

orç

ão

lin

ea

r (c

m-1

)Johns; Yaffe (1987)

Hubbell (1996)

Hubbell (1982)

Hammerstein et. al (1979)

Millar (1975)

Figura 4: Coeficientes de absorção linear do tecido adiposo obtido para a faixa de energia da

radiografia convencional (40 a 110 keV). Fonte: Sakai, A.O., 2003, p. 19

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26

Observação semelhante pode ser feita para os µ s dos tecidos fibroglandulares, como

mostram as figuras 5 e 6, para os µ s das microcalcificações na figura 7, e também para os µ s

dos carcinomas na figura 8, sendo que nestes dois últimos casos os µ s foram obtidos por uma

quantidade menor de pesquisadores.

0,25

0,3

0,35

0,4

0,45

0,5

0,55

0,6

0,65

0,7

0,75

0,8

0,85

20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40Energia (keV)

Co

efi

cie

nte

de

ab

so

rçã

o l

ine

ar

(cm

-1)

Johns; Yaffe (1987)

Hubbell (1996)

Hubbell (1982)

Hammerstein et. al (1979)

Millar (1975)

Figura 5: Coeficientes de absorção linear do tecido fibroglandular obtido para a faixa de energia mamográfica (20 e 40keV). Fonte: Sakai, A.O., 2003, p. 18

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27

0.16

0.18

0.2

0.22

0.24

0.26

0.28

40 50 60 70 80 90 100 110

Energia (keV)

Co

efi

cie

nte

de a

bso

rção

lin

ear

(cm

-1)

Johns; Yaffe (1987)

Hubbell (1996)

Hubbell (1982)

Hammerstein et. al (1979)

Millar (1975)

Figura 6: Coeficientes de absorção linear do tecido fibroglandular obtido para a faixa de energia da radiografia convencional (40 a 110 keV). Fonte: Sakai, A.O., 2003, p. 18

0

0.5

1

1.5

2

2.5

3

3.5

4

20 30 40 50 60 70 80 90 100Energia (keV)

Co

efi

cie

nte

de

ab

so

rçã

o lin

ea

r (c

m-1

)

Millar (1975)

Hubbell (1982)

Hubbell (1996)

Figura 7: Coeficientes de absorção linear das microcalcificações para todas as energias. Fonte: Sakai, A.O., 2003, p. 17

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28

0.15

0.25

0.35

0.45

0.55

0.65

0.75

0.85

20 30 40 50 60 70 80 90 100 110Energia (keV)

Co

efi

cie

nte

de a

bso

rçã

o lin

ea

r (c

m-1

)

Johns; Yaffe (1987) Montado

Figura 8: Coeficientes de absorção linear dos carcinomas para todas as energias. OBS: A curva “Montado” foi obtida da montagem dos coeficientes por meio da composição química do tecido e suas proporções no tecido, obtidos de Millar (1975), Hammerstein et al. (1979). Fonte: Sakai, A.O., 2003, p. 17 A obtenção do µ a partir de experimentos utilizando fantomas ou mesmo tecidos da

mama foi realizada por diversos autores. Johns e Yaffe (1987), por exemplo, utilizaram

amostras de tecidos normais obtidas de 10 mulheres que realizaram procedimentos de redução

da mama e mais 3 amostras de cadáveres obtidas em autópsia. A tabela 1 mostra os valores

médios de µs obtidos no experimento.

Tabela 1: Coeficientes de atenuação linear médios obtidos por Johns e Yaffe, (1987).

Tipo de tecido

Nº de pacientes

Energia(keV) ����

18

20

25

30

40

50

80

110

adiposo 7 0,558 0,456 0,322 0,264 0,215 0,194 0,167 0,152

fibroglandular 8 1,028 0,802 0,506 0,378 0,273 0,233 0,189 0,170

carcinoma 6 1,085 0,844 0,529 0,392 0,281 0,238 0,192 0,173

Fonte: Johns e Yaffe, (1987).

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Utilizando uma técnica de transmissão tomográfica de fóton (PTT), Al-Bahri e Spyrou

(1996) determinaram uma média para o coeficiente de atenuação linear. A tabela 2 mostra os

valores médios de µ obtidos no experimento para a energia de 59,5 keV. Observa-se que estes

autores falam em média dos coeficientes e não em valores únicos, o que corrobora com a

hipótese de variação.

Tabela 2: Coeficiente de atenuação linear medido (cm-1) obtidos por Al-Bahri e Spyrou, para fótons de 59,5 keV em tecido da mama feminina.

Nº do Paciente Tumor Adiposo Fibroglandular

1 ---- 0,259±0,011 0,184±0,003

2 0,295±0,015 0,199±0,008 0,232±0,022

3 0,258±0,017 0,238±0,005 0,219±0,022

4 ---- 0,228±0,011 0,207±0,009

5 0,259±0,033 ---- 0,229±0,025

6 0,212±0,004 0,185±0,014 0,232±0,022

7 ---- 0,210±0,006 0,277±0,013

8 0,239±0,008 0,221±0,026 0,232±0,004

9 0,249±0,004 0,169±0,036 0,231±0,016

Escala 0,212-0,295 0,169-0,259 0,184-0,277

Média 0,252±0,041 0,214±0,050 0,227±0,047

Fonte: Al-Bahri e Spyrou, (1996).

A tabela 3 mostra os valores de µ (cm-1) para tecido adiposo obtidos por Byng et al.

(1998). Os valores de µ abaixo de 18 keV e acima de 100 keV foram obtidos por

extrapolação.

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Tabela 3: Coeficiente de atenuação linear para tecido adiposo (em cm-1) em relação à energia (em keV).

(a)RMI (Radiation Measurements Inc.); (b)CIRS (Computerized Imaging Reference Systems, Inc.); (c)PCJ (JONHS, P.C., 1987); (d)Hammerstein (Hammerstein G.R. et al. 1979); (e)ICRP (International Commission on Radiological Protection). Fonte: J.W.Byng et al. (1998).

2.2.2 Considerações finais sobre a variação dos µs

Cabe observar que alguns autores se referem a um valor médio para os coeficientes de

atenuação linear, revelando que os valores mensurados não são constantes mesmo quando é

usada uma única metodologia de medida. Isto pode ocorrer por dois motivos: ou as

metodologias de medidas não apresentam boa repetitividade, ou de fato os coeficientes variam

de uma amostra para outra. Observando os dados da constituição química dos tecidos obtidos

por ICRP (1975), White et al. (1977), Hammerstein et al. (1979), Jonhs et al. (1987) e CIRS

(1993) citados por J. W. Byng et al. (1998) percebe-se que eles variam para o mesmo tecido

mamário de pessoas diferentes, sendo assim, podemos concluir que os µ s também variam de

uma pessoa para outra. Os valores médios dos µs permitem desenvolver fantomas

mamográficos com características equivalentes em densidade e absorção de mamas reais. No

entanto, a comparação com os valores obtidos por Johns e Yaffe (1987) mostram uma

concordância de 88% para tumores, de 88% para tecido adiposo e de 96% para tecido

Autores ↓↓↓↓

Energia (keV)����

10 15 18 20 25 30 40 50 60 80 100 110

RMI:Fat (AP6)(a) 2,958 0,959 0,622 0,500 0,341 0,272 0,214 0,190 0,177 0,161 0,151 0,147

CIRS:Fat(b) 2,971 0,965 0,627 0,505 0,345 0,276 0,217 0,193 0,180 0,164 0,154 0,150

PCJ:Fat(c) 2,549 0,841 0,558 0,456 0,322 0,264 0,215 0,194 0,184 0,167 0,157 0,152

MISTURAS

RMI:Fat (AP6)(a)

2,688 0,884 0,580 0,470 0,325 0,263 0,210 0,188 0,175 0,161 0,151 0,147

CIRS:Fat(b) 2,768 0,925 0,609 0,493 0,341 0,275 0,218 0,195 0,182 0,166 0,156 0,152

Hammerstein: Fat(d)

2,715 0,896 0,590 0,479 0,333 0,270 0,217 0,194 0,182 0,167 0,157 0,152

ICRP:Fat(e) 2,643 0,876 0,579 0,471 0,329 0,268 0,216 0,194 0,181 0,166 0,156 0,152

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31

fibroglandular, ou seja, há variações de até 12%. Rao e Gregg (1975) concluíram que ocorrem

variações acima de 1% entre tecidos normais e cancerígenos em alguns órgãos semelhantes ao

pulmão e ao fígado. Para tecidos mamários normais e não normais Al-Bahri e Spyrou (1996)

observaram variações próximas a 10%. Deve-se considerar que estes autores chegaram a estas

conclusões comparando valores obtidos com a mesma metodologia de medida, o que

corrobora com o fato de que os coeficientes de atenuação linear variem de uma pessoa para

outra. Quando se considera dados de diferentes autores obtidos com diferentes metodologias

percebe-se variações ainda maiores, como é o caso mostrado na figura 3 para os µ s de tecido

adiposo.

No levantamento bibliográfico realizado foi possível verificar a inviabilidade de obter

um único valor de µ que possa ser utilizado para todas as SIPDE´s, pois as variações vão

sempre ocorrer. Deve-se buscar outros meios mais eficazes para uma melhor realização da

SIPDE que comporte tal variação.

2.3 Obtenção dos coeficientes de atenuação linear para diversos elementos

químicos

O coeficiente de atenuação de massa (µ/ρ) e o coeficiente de absorção-energia massa

(µen/ρ) foram encontrados no National Institute of Standards and Technology (NIST)

elaborado por J.H. Hubell (1982) and S.M. Seltzer (1993). O NIST disponibiliza os valores de

µ/ρ para elementos com número atômico (Z) de 1 a 92, além de 48 substâncias de interesse

radiológico. A escala de energia varia de 1 keV à 20 MeV, sendo realizado uma interpolação

da energia com intervalo de 1 keV utilizando o modelo exponencial descrito abaixo:

β

ρµ

Ek.= (1)

Onde: ρµ

representa o coeficiente de atenuação de massa;

k e β são coeficientes lineares; E representa a energia dos fótons de raios X;

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32

Utilizando a publicação do coeficiente de massa do NIST para duas energias

conhecidas (E1 e E2), os coeficientes lineares (β e ln k) são determinados a seguir:

)ln()ln(

lnln

12

1

1

2

2

EE −

=ρµ

ρµ

β (2)

)ln()ln(

)ln(.ln)ln(.ln

ln12

12

22

1

1

EE

EE

k−

=ρµ

ρµ

(3)

A interpolação dos valores do coeficiente de atenuação de massa (µ/ρ) multiplicado

pela densidade (ρ) permite obter o coeficiente de atenuação linear (µ). A tabela 4 mostra os

valores de densidade (g/cm3) extraídos de Hammerstein et al.(1979) e de Hubbell et al.(1996).

São valores médios de densidade dos tecidos.

Tabela 4. Valores de densidade (ρ) para três substâncias importantes na mamografia. Material Densidade (g/cm3)

Microcalcificação (CaCO3) 2,93

Tecido adiposo 0,93

Tecido fibrogladular 1,04

Fonte: Hammerstein et al., (1979) e Hubbell et al., (1996).

Utilizando um estreito feixe de fótons de raios X monoenergético com uma

intensidade inicial (Io) penetrando em um material com espessura (x) e densidade (ρ), a

intensidade de saída (I) é determinada por uma lei de atenuação exponencial:

X

eI

I .

0

= ρ

µ

(4)

podendo ser reescrita como:

= −

I

IX 01 ln

ρµ

(5)

para a determinação de µ/ρ é necessário conhecer os valores de Io, I e X.

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33

A técnica para a determinação experimental do coeficiente de atenuação linear (µ) em

função da energia (µ(E)) foi usada por Johns e Yaffe (1987) que mediram a atenuação dos

raios X nos tecidos normais e cancerígenos da mama. Foi utilizado um espectrômetro de pulso

para coletar o espectro de energia de dois feixes de raios X: o espectro transmitido pelo

material de interesse e um espectro transmitido pelo ar. A média do µ(E) foi determinada a

partir da seguinte equação:

( ))(

)(

)(ln.

1

EEN

ENL

E

ar

ref µµ

+

= (6)

onde: ( )EN ref representa o número de contagem do espectro de referência;

( )EN é o número de contagem da atenuação do espectro com espessura mamária ( )L .

Os erros randômicos de ( )Eµ podem ser atribuídos por fótons estatísticos nas medidas de

espectroscopia e os valores dos erros das medidas das espessuras ( )L .

A fração de erro ( )( )Eµσ em ( )Eµ foram expressas por Johns e Yaffe (1987) em função dos espectros de medida e do espectro de correção.

( )( ) ( ) ( )2

1

22

)(ln.

)(

1

)(

1

)(

+

+=

L

L

EN

EN

ENENE

Ec

c

ref

ref

σµµσ

(7)

Considerando energias maiores que a da borda de absorção k, o coeficiente de

atenuação da massa ρµ

de um material pode ser escrito aproximado com a expressão:

( )

+≈

m

n

pgcgE

ZCNEfN

ρµ

(8)

Onde:

Ng é a densidade de massa do elétron, descrita como:

=

A

ZNN g .0 , sendo No o número de Avogadro;

Z é o número atômico; A o número de massa. Cp = 9,8.10-24 E é a energia do fóton;

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( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )

+÷+−+++÷−+÷++= 2

2213121ln

2

121ln12112.1 γγγ

γγγγγ

γγ

γ oc Cf

(função de Klein-Nishina)

Já Lehmann et al. (1981) obtiveram coeficientes de atenuação linear utilizando dois

materiais básicos: o alumínio (Al) e o polimetil-metacrilato ((C5H8O2)n) (PMMA, lucite ou

acrílico) sendo possível calcular o µ(E) a partir da equação abaixo:

( ) ( ) ( )EaEaE AlAlpmmapmma µµµ .. += (9)

Os parâmetros aPMMA e aAl são determinados para cada espectro de µ(E), já os valores

de µPMMA e µAl são extraídos de Plechaty et al. (1975). Neste trabalho os parâmetros aPMMA e

aAl são descritos como (a1) e (a2), respectivamente.

A tabela 5 extraída de Byng et al. (1987) mostra a composição média dos elementos

químicos presentes no tecido mamário.

Tabela 5: Composição química presente nos tecidos mamários.

Composição química (fração de peso)

H C N O F Cl Ca P Al Dens.

(g/cm3)

Composição dos tecidos

ICRP:adiposo(a) 12 64 0,8 23,3 --- 0,12 0,0023 0,016 --- 0,92

Hammerstein:adiposo(b) 11,2 61,4 1,7 25,1 - - - 0,1 - 0,93

Hammerstein:fibroglan-dular(b)

10,2 18,4 3,2 67,7 - - - 0,5 - 1,04

Composição do fantoma

RMI:adiposo(AP06) (c) 8,36 69,14 2,36 16,93 3,1 0,14 - - - 0,92

RMI:fibroglandular (MS11) (c)

8,41 67,97 2,27 18,87 - 0,13 2,35 - - 0,99

CIRS:adiposo(d) 11,76 75,95 1,23 9,82 - 1,17 - - - 0,924

CIRS:fibroglandular(d) 10,93 70,21 1,15 12,51 - 1,1 0,61 - 3,46 1,04

(a)ICRP (1975); (b)Hammerstein et.al. (1979); (c)White et.al. (1977) e (d)CIRS (1993). Ainda encontramos traços dos elementos químicos: Na(0,051), Mg(0,002), S(0,073), K(0,032), Fe(0,0024) e Zr(0,002). Fonte: Byng et al., (1987).

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2.3.1 Considerações finais sobre os métodos de obtenção dos coeficientes de

atenuação linear para diversos elementos químicos

A composição química mamária apresenta diversos elementos químicos, que juntos,

formam a complexidade da mama. A fração de peso apresentado na tabela 5 por diversos

autores utilizando tecidos ou fantomas mostra variações na composição química, que com

efeito, causam variações na atenuação dos fótons de raios X e por sua vez uma variação dos

dos valores de µs.

2.4 Base teórica da Subtração de Imagem por Dupla Energia (SIPDE) em mamografia

A subtração de imagem por dupla energia aplicada a mamografia foi primeiramente

estabelecida por Johns et al.(1983) para a detecção de microcalcificações. Para isso foi

utilizado um fantoma composto de uma solução de K2HPO4, água e butanol e um objeto de

calibração (figura 9) composto de lucite e de alumínio. O objeto de calibração consiste de

duas escadas sobrepostas que contém 11 degraus de lucite e 6 degraus de alumínio formando

84 combinações de lucite com alumínio.

Raios X

Escada de Lucite Escada de

Alumínio

(a) (b) Figura 9: (a) Escadas de alumínio e de lucite usadas para ajustar o polinômio de calibração para a determinação das espessuras equivalentes dos materiais básicos. (b) Radiografia das escadas de alumínio e lucite.

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O objeto de calibração apresenta na sua composição o lucite com densidade próxima à

dos tecidos moles e o alumínio com densidade próxima à das microcalcificações. As imagens

obtidas do objeto de calibração, juntamente com as informações do objeto (coeficientes e

espessuras) são processadas matematicamente e assim é possível determinar pares de

espessuras equivalentes em lucite e em alumínio para cada pixel da mama imageada. O

processamento matemático pode ser feito da seguinte maneira:

Segundo Alvarez e Macovski (1976) o coeficiente de atenuação linear para um

material ξ em função da energia pode ser escrito em termos de duas funções de energia, f1(E)

e f2(E) e dois materiais específicos, a1 e a2, como mostra a equação 10.

( ) ( ) ( ) ( ) ( )EfaEfaE 2211 .. ξξµξ += (10)

Posteriormente Lehmann et al.(1981) reescrevem a equação 10 onde o coeficiente de

atenuação linear de um material ξ pode ser obtido em termos dos coeficientes de atenuação de

outros dois materiais referidos como materiais básicos, como mostra a equação 11.

( ) ( ) ( )EaEaE AlAllulu µµµ ξξξ .. += (11)

Portanto, o coeficiente de atenuação de um material ξ é obtido pela combinação das

espessuras dos materiais luaξ e Alaξ .

Segundo Johns et al. (1984) a expressão original de Alvarez e Macovski pode ser

reescrita em função de duas energias El e Eh, correspondendo a baixa energia (El) e alta

energia (Eh), como mostra a equação 12.

( ) ( ) ( ) ( ) ( )hhl EEaEEaE ξξξ µµµ ..1 += (12)

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Uma representação vetorial segundo Lehmann et al. (1981), conforme a figura 10,

mostra a decomposição da mama em três componentes: tecidos adiposo e, fibroglandular e

microcalcificação, como também de dois materiais básicos que são o lucite e alumínio.

Figura 10: Decomposição dos tecidos da mama em componentes de lucite e de alumínio.

O gráfico de projeção dos vetores mostrado na figura 10 apresenta os tecidos adiposo e

fibroglandular próximos do eixo X, que podem ser cancelados pelo lucite, se o vetor L for

escolhido convenientemente, ou seja, em comprimento e direção adequados de forma que a

linha pontilhada seja traçada como mostrado no gráfico. O vetor das calcificações se

aproxima do eixo Y e pode ser cancelado pelo alumínio (A) se o vetor for escolhido

convenientemente. O lucite e o alumínio são materiais básicos com propriedades radiológicas

equivalentes aos tecidos adiposo/fibroglandular e microcalcificação, respectivamente. Esta

descrição vetorial apresentada por Lehmann et al. (1981) permite compreender o

cancelamento dos tecidos moles pela projeção dos vetores que produz um ângulo de

cancelamento (Ф) e comprimentos L e A. O вngulo de projeзгo Ф é independente da

espessura dos tecidos.

Para a realização da SIPDE as imagens dos tecidos são convertidas em espessuras de

materiais equivalentes em lucite e em alumínio. A equação 13 mostra a relação matemática

ξφ

lucitea

alumínioa

tecido fibroglandular

Coeficientes Teóricos

calcificações

L

A

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para a determinação da espessura equivalente em um dos materiais básicos, onde o i

representa um material qualquer. Portanto, para determinar as espessuras para dois materiais

tem-se duas equações similares:

alluiTTkTkTkTkTkkA HLiHiLiHiLiii ,,5,2

4,2

3,2,10, =+++++= (13)

As constantes k da equação 13 são determinadas numericamente por regressão linear

múltipla. A tabela 6 apresenta essas constantes obtidas por Johns et al. para lucite e alumínio

pela utilização da regressão linear múltipla, que transforma a atenuação do material ξ (tecidos

moles da mama) em espessuras equivalentes de lucite e de alumínio.

Tabela 6: Espessuras equivalentes em lucite e em alumínio a partir da utilização da regressão linear. Constantes Polinomiais Lucite Alumínio

k0 0,0172 0,00646 k1 -0,991 0,281 k2 6,61 -0,548 k3 -0,332 0,201 k4 -0,500 0,344 k5 0,805 -0,515

Fonte: Johns et al. (1983). Assim, para determinar as espessuras equivalentes em lucite (Aα) e em alumínio (Aβ)

podem ser utilizadas as equações 14 e 15.

[ ] [ ] [ ]214131211 lnlnln BAB IkIkIkkA +++=α [ ] [ ] [ ]ABA IIkIk lnlnln 16

215 ++ (14)

[ ] [ ] [ ]224232221 lnlnln BAB IkIkIkkA +++=β [ ] [ ] [ ]ABA IIkIk lnlnln 26

225 ++ (15)

Os valores de Aα e Aβ permitem a obtenção dos módulos dos vetores de cancelamento,

conforme apresentado no gráfico da figura 10. No entanto, segundo Lehmann et al. (1981) o

ângulo dos vetores de cancelamento pode ser calculado com base nos coeficientes de

proporção de massa a1 e a2 conforme a equação 16, os tecidos moles da mama podem ser

tratados como um material único.

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=

1

2arctana

a

Al

Lu

ρρ

φ 16

onde: os ρlu e ρAl são as densidades do lucite e do alumínio, respectivamente.

A tabela 7 apresenta os valores de a1 e a2 obtidos por Lehmann et al. (1981) para

diversos materiais com os respectivos valores de erros em %.

Tabela 7: Valores de a1 e a2 para uma escala de energia de 40 a 110 keV para diversos materiais.

Material a1 a2 Fração de erro (%)

Alumínio 0,0 1,0 0,0

Lucite 1,0 0,0 0,0

Músculo 0,9496 0,0803 0,029

Osso 0,2369 0,8325 0,259

Água 0,9679 0,0708 0,053

Gordura 1,0673 -0,0367 0,016

Copper -11,60 13,90 1,140

NaCl -0,7154 1,7831 0,277

Iodine -58,664 68,074 2,737

Fonte: Lehmann et al. (1981).

Dessa forma é conveniente calcular os valores de a1 e a2 com a maior confiabilidade

possível, uma vez que as espessuras equivalentes (Aα e Aβ) são dependentes de um método

numérico que possui um erro intrínseco. Kappadath e Shaw (2003) fazem uma ampla

discussão sobre os resultados desses métodos.

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3 MATERIAL E MÉTODO

3.1 Ajuste do µ para a viabilidade da SIPDE

Para a realização da SIPDE é necessário converter as duas imagens obtidas com

energias diferentes (alta e baixa) em imagens equivalentes em lucite e alumínio. Os

procedimentos necessários para a realização da SIPDE serão descritos utilizando a figura 11:

Figura 11 Esquema das etapas necessárias para a realização da SIPDE.

Com o uso de algoritmos computacionais, baseados na descrição teórica apresentada

no item 2.4, as imagens mamográficas são convertidas em imagens equivalentes a espessuras

de lucite e de alumínio, ou seja, cada pixel da mamografia será representado por uma

combinação das espessuras de lucite e de alumínio. No entanto, alguns erros aparecem

durante este processamento que impedem a realização perfeita da SIPDE. Um deles é devido

ao não alinhamento dos pixels obtidos nas imagens de alta e de baixa energia devido a

Cálculo das imagens equivalentes

Raios X X

Escada dealumínio

Escala deLucite

Imagem em Alta energia

Imagem em Baixa energia

Imagem em Baixa

energia

Imagem em Alta energia

Imagem equivalente dos

tecidos moles em espessura de

lucite

Imagem equivalente dos

tecidos moles em espessura de

alumínio

Imagem final da SIPDE

Coeficientes Teóricos

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movimentação da paciente entre as duas incidências. O outro erro, objeto deste estudo, é o

efeito causado pela variação do µ utilizado no cálculo da SIPDE. A utilização de coeficientes

teóricos (µs) produz uma subtração dos tecidos moles que não é otimizada, ou seja, a

diferença de contraste obtida entre os tecidos moles e as microcalficações nem sempre é

suficiente para permitir a detecção de objetos menores que 0,5mm.

Como não existe a possibilidade de obter uma curva única (ou tabela) dos valores de

µ s para a realização da SIPDE, pretende-se neste trabalho desenvolver uma técnica de ajuste

das curvas dos µs e, conseqüentemente, dos coeficientes de proporção de massa (as). Desta

forma, os valores de µ utilizados no algoritmo de subtração serão otimizados de modo a

produzir a melhor subtração.

Para realizar esta otimização é necessário encontrar uma curva de coeficientes de

atenuação linear, referente à kVp usada, que permita o melhor cancelamento possível dos

tecidos moles saudáveis. Sendo assim, o procedimento mais apropriado, que permite

encontrar a melhor curva de coeficientes é utilizar métodos numéricos.

A proposta é manter em um banco de dados uma família de curvas de coeficientes que

represente toda a faixa de variação dos coeficientes encontrados na natureza. Ao se realizar a

SIPDE aplica-se a família de curvas à imagem buscando a que apresenta o menor erro.

3.2 Obtenção das famílias de curvas dos µs

Para cada tecido, presente na mama, obteve-se as curvas de coeficientes (µs)

encontradas na literatura, conforme os gráficos apresentados nas figuras 3 a 8. Essas curvas

não são paralelas e, portanto, não são proporcionais. Sendo assim, para criar uma família de

curva que represente todos os coeficientes possíveis na natureza realizou-se o seguinte

procedimento:

1) Calculou-se a curva média, como base nos dados obtidos da literatura;

2) Determinou-se a variação máxima entre as curvas de cada tecido;

3) Com base na curva média calculou-se 20 curvas proporcionais à ela, sendo 10

maiores que a curva média, até atingir a variação máxima e 10 menores que a curva média,

até atingir a variação mínima. Vinte curvas é uma amostragem que permite avaliar

estatisticamente os resultados.

4) Com base na curva média calculou-se, também, 10 curvas não proporcionais a ela.

Uma das extremidades ficou fixa e a outra variou. Por exemplo em 20 keV o µ foi mantido

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(valor médio) e em 70 keV variou em 10% do valor médio. Este procedimento altera os

valores de todos os µs das curvas de maneira não proporcional, mantendo-a contínua, ou seja,

sem degraus. A variação não proporcional foi adotada, pois as diversas curvas encontradas na

literatura não são paralelas.

No total foram criadas 30 curvas de µs para representar suas variações naturais.

3.3 Procedimento de ajuste dos valores de a1 e a2 e escolha da curva de µ s

Observou-se que os valores de a1 e a2 encontrados na literatura só satisfazem o sistema

de equações para duas energias em particular e não para o espectro inteiro. Sendo assim, foi

necessário realizar um procedimento de ajustes dos coeficientes de proporção de massa (a1 e

a2) como parte do processo de melhoria do desempenho da SIPDE.

O procedimento para realizar a SIPDE depende de conhecer os coeficientes de

proporção de massa (a1 e a2). Estes coeficientes são calculados com base num sistema de duas

equações e duas incógnitas que parte da equação 9. Tendo os valores dos µ s em duas energias

têm-se as duas equações do sistema. O cálculo dos valores de a1 e a2, por sua vez, depende de

conhecer os µ s mais apropriados à subtração. Dessa forma, é necessário realizar um processo

iterativo até que se obtenha o melhor desempenho da SIPDE, ou seja, escolhe-se uma curva

de µ s, calcula-se a1 e a2, realiza-se a SIPDE e se avalia o resultado. Caso o resultado seja

melhor do que o anterior uma nova curva de µs é escolhida e a SIPDE é recalculada e os

resultados são comparados. Havendo melhora o processo se repete. Caso contrário escolhe-se

uma curva com outro critério.

O critério de escolha das curvas é baseado na família de curvas existentes para o tecido

em análise.

Alvarez e Macovski (1976) calcularam os valores de a1 e a2 para feixe

monoenergético, porém se os mesmos valores forem usados para outras energias obtêm-se

erros no cálculo dos valores de µ dos tecidos moles, o que significa não conseguir o

cancelamento dos tecidos e, por isso, a SIPDE não proporcionará os resultados esperados.

Para resolver esta etapa foi utilizada uma variação do método numérico de Newton-Rapson,

que é usado no cálculo das raízes de polinômios.

3.3.1 Ajustes dos coeficientes de proporção de massa (a1 e a2)

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O procedimento de ajuste inicia-se com uma curva de µ s conhecida. Desta curva

escolhe-se os valores dos µ s em duas energias (20 e 70 keV, conforme trabalho de Johns et al.

1985 que preconiza estas energias como sendo as que conferem menor dose na paciente).

Calculam-se os as pelo sistema de equações. Utilizam-se os as calculados para gerar uma nova

curva de µ s. Calcula-se o erro entre a curva original e a curva gerada com base nos as. Ajusta-

se alternadamente a1 e a2, conforme o método de Newton-Rapson até que o erro seja mínimo.

Este procedimento resulta em coeficientes de proporção de massa que atende a todas

as energias do espectro para a curva de µ s escolhida. O procedimento deve ser repetido se uma

nova curva de µ s for escolhida. Os resultados referentes a estes ajustes são apresentados no

capitulo 4.

3.4 Banco de imagens de mama para testes do método de ajuste das curvas

Um dos problemas da SIPDE é que seus resultados variam em função da densidade e

da espessura dos tecidos fibroglandulares, ou seja, quanto maior a quantidade de tecidos

fibroglandulares e maior a sua espessura pior é o resultado da SIPDE (SAKAI 2003). Dessa

forma, para que os resultados do método de ajuste da curva de coeficientes de atenuação

linear sejam validados, o procedimento deve ser testado para uma amostra abrangente de

estruturas mamárias, ou seja, deve ser uma representação do que existe na natureza, incluindo

as variações de espessuras e de densidades.

Com o software de simulação desenvolvido por Oliveira et al. (2000) é possível

simular imagens de mama com proporções variadas de tecidos fibroglandular e adiposo, com

diferentes espessuras da mama comprimida, com diferentes coeficientes de atenuação linear

(µ s) inclusive para a mesma estrutura, além de ter a possibilidade de adicionar

microcalcificações às estruturas saudáveis. Numa versão mais recente do software,

implementada por Silva (2005) é possível controlar a simulação de acordo com os padrões de

densidade estabelecidos no ACR BI-RADS™ (1998). Dessa forma, é possível controlar

completamente a amostra a ser simulada, sem perder a característica de obter mamas

simuladas aleatoriamente para os parâmetros escolhidos.

Foram simuladas 200 estruturas mamárias, sendo 50 extremamente densas, 50

heterogeneamente densas, 50 isodensas e 50 predominantemente adiposas. Esta distribuição

está de acordo com os 4 padrões de densidades mamárias definidas pelo ACR BI-RADs™.

Para cada grupo de 50 estruturas foram usadas 5 espessuras distintas, sendo 3, 4, 5, 6 e 7 cm,

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ou seja, para cada padrão de densidade foram feitas 10 estruturas para cada espessura. Esta

distribuição perfaz praticamente todos os tipos de mamas encontrados na natureza.

As 200 estruturas mamárias simuladas deram origem a dois bancos de imagens de

mamas, sendo um com imagens de alta energia e outro com imagens de baixa energia. Para

realizar as imagens utilizou-se a curva média de coeficientes de atenuação linear (µ). Todas as

imagens foram simuladas com os mesmos µs. Dessa forma foi possível padronizar a amostra e

avaliar os resultados com base em uma referência única de coeficientes.

As estruturas mamárias foram simuladas somente com tecidos saudáveis. Entretanto,

ao realizar as imagens, um arquivo contendo estruturas de microcalcificações foi adicionado

ao arquivo das estruturas mamárias. Assim todas as imagens foram simuladas com 4 grupos

de microcalcificações. O grupo A (numeradas de 1 a 6) é composto por microcalcificações

com 0,5 mm de espessura. No grupo B as microcalcificações são numeradas de 7 a 12 e

possuem 0,4 mm de espessura. No grupo C elas são numeradas de 13 a 18 e possuem 0,3 mm

de espessura e por fim no grupo D (19 a 24) elas possuem 0,2 mm de espessura. A figura 12

ilustra as microcalcificações inseridas nas estruturas antes da realização das imagens.

Atualmente é considerado que se microcalcificações de 0,5 mm são detectadas, o

diagnóstico é considerado precoce. Neste trabalho buscou-se otimizar a técnica fazendo a

detecção de microcalcificações menores ou iguais a 0,5 mm.

Figura 12 – Microcalcificações inseridas nas estruturas mamárias para realização das imagens. No grupo A elas

possuem 0,5 mm de espessura; no B possuem 0,4mm; no C possuem 0,3mm; no D possuem 0,2mm. Os formatos das microcalcificações variam de maneira semelhante as microcalcificações reais.

A forma e a quantidade de pixels de cada microcalcificação, bem como suas posições

na estrutura são completamente conhecidas, por isso é possível determinar todos os pixels que

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foram ou não detectados corretamente. No total as microcalcificações somam 480 pixels que

podem ser detectados.

3.5 Avaliação dos resultados

Os resultados foram avaliados com base nas quantidades de pixels positivos-

verdadeiros (pixel das microcalcificações detectados corretamente) e dos falsos-positivos

(pixels que não são das microcalcificações e foram realçados pelas SIPDE). Os positivos-

verdadeiros são aqueles pertencentes às microcalcificações e que foram detectados

corretamente pela SIPDE. Os falsos-positivos são pixels detectados pela SIPDE em qualquer

região da imagem cujas coordenadas são diferentes das microcalcificações.

A SIPDE foi aplicada a todas as imagens com todas as 30 curvas que foram calculadas

para representar os µs. Partindo da hipótese que as mamas possuem microcalcificações e que a

quantidade de pixels dessas microcalcificações é muito pequena se comparado com a

quantidade total de pixels na imagem foi adotado como resultados válidos as imagens com

quantidade de pixels maior que 0 (zero) e menor que 1% dos pixels. Porém, na prática se

poucos pixels forem detectados pode não haver significado clínico, sendo assim adotou-se o

mínimo de 50 pixels.

Não foi possível estabelecer critérios que permitam diferenciar automaticamente

detecções positivas-verdadeiras de falsos-positivos, no entanto, como há variações nos

resultados a proposta é apresentar esses resultados para que o médico decida o que representa

a melhor detecção. Como desenvolvimento futuro pode ser apresentado ao operador do

equipamento um dispositivo semelhante ao que existe nos tomógrafos, onde o operador

manuseia a apresentação da imagem até que os objetos de interesse clínico sejam visualizados

adequadamente. Este procedimento é semelhante ao janelamento existente nos equipamentos

da tomografia.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Ajuste dos coeficientes de proporção de massa (a1 e a2)

Dado que a variação dos coeficientes de atenuação linear (µs) interfere diretamente no

cálculo dos coeficientes de proporção de massa são apresentados a seguir as fontes dos µs para

que, em seguida sejam apresentados os valores dos as com seus respectivos ajustes.

No trabalho apresentado por Byng et al. (1998) foram reunidos os coeficientes de

atenuação linear dos tecidos fibroglandular e adiposo obtidos por diversos autores, para várias

energias conforme descrito na tabela 8.

Tabela 8: Coeficientes de atenuação linear dos tecidos fibroglandular e adiposo nas energias de 10 a 100kVp.

(a)RMI (Radiation Measurements Inc.); (b)CIRS (Computerized Imaging Reference Systems, Inc.); (c)PCJ (JONHS, P.C., 1987); Fonte: Adaptado de J.W.Byng et al., (1998).

Os dados da tabela 8 foram divididos por autor e tipo de tecido e tabelados em

planilhas separadas. Em cada planilha foi adicionado os coeficientes de proporção de massa

(ai) calculados pelo próprio Byng et al. (1998). Com esses coeficientes foram calculados os µs

de cada tecido usando os µs dos materiais básicos (lucite e alumínio) por meio da equação 9.

Autores ↓↓↓↓

Energia (keV)����

10 15 20 25 30 40 50 60 80 100

RMI:Fat (AP6)(a) 2,958 0,959 0,500 0,341 0,272 0,214 0,190 0,177 0,161 0,151

CIRS:Fat(b) 2,971 0,965 0,505 0,345 0,276 0,217 0,193 0,180 0,164 0,154

PCJ:Fat(c) 2,549 0,841 0,456 0,322 0,264 0,215 0,194 0,184 0,167 0,157

RMI:Glan (MS11) 4,939 1,555 0,762 0,484 0,363 0,265 0,226 0,206 0,185 0,172

CIRS:Gland 4,916 1,550 0,762 0,486 0,367 0,268 0,230 0,210 0,188 0,175

PCJ:Gland 5,243 1,647 0,802 0,506 0,378 0,273 0,233 0,212 0,189 0,176

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Em seguida, foi calculada a diferença percentual (erro) entre os µs reais dos tecidos, dados por

Byng et al. (1998), com aqueles calculados com base na equação 9. Posteriormente os valores

dos coeficientes de proporção de massa foram ajustados para que o erro entre os µs reais e os

µs calculados fosse o menor possível.

A tabela 9 foi obtida utilizando os valores dos µs expressos por RMI (Radiation

Measurements Inc.) para o tecido adiposo, bem como os µs dos materiais básicos (lucite e

alumínio) que serão os valores utilizados na equação 9 para verificar a equiparação entre os µs

reais e calculados.

Tabela 9 Coeficientes de atenuação linear (µ) do tecido adiposo segundo RMI (Radiation Measurements Inc.) e

dos materiais básicos (lucite e alumínio)

Energia (keV) Gordura (RMI) Lucite Alumínio 10 2,958 3,357 26,23 15 0,959 1,101 7,955 20 0,5 0,5714 3,385 25 0,341 0,3843 1,83007 30 0,272 0,3032 1,128 40 0,214 0,235 0,5685 50 0,19 0,2074 0,3681 60 0,177 0,1924 0,2778 80 0,161 0,1751 0,2018

100 0,151 0,1641 0,1704

Na tabela 9 a primeira coluna indica a energia (em keV) dos fótons de raios X, seguido

da coluna que contém os coeficientes de atenuação linear do tecido adiposo obtido por RMI.

As duas colunas seguintes são os valores de coeficientes de atenuação linear do lucite e do

alumínio, respectivamente, que foram extraídos de Oliveira et al. 2000. Em seguida foi

realizado o cálculo dos coeficientes de atenuação do tecido adiposo utilizando a equação 9.

Esta equação requer os coeficientes de proporção de massa aPMMA (ou a1 para o lucite) e aAl

(ou a2 para o alumínio) que foram calculados pelo próprio Byng et al. (1998) e os µs desses

materiais, que foram fornecidos pela RMI. Os resultados dos cálculos dessa equação deveriam

ser coincidentes com os valores reais dos µs desse tecido (adiposo). No entanto, ao usar os

valores de a1 e a2 calculados (com os seguintes valores a1 = 0,7791 e a2 = 0,0009) por Byng

et al. (1998) obtêm-se erros que variam de 9,8% a 15,2% para os coeficientes do tecido

adiposo, conforme apresentado na 3ª coluna da tabela 4.3. Em seguida realizamos outro

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cálculo dos µs considerando novos valores de a1 e a2 ajustados manualmente (a1 = 0,9225 e

a2 = -0,006) de maneira a expressar o menor erro possível, cujos valores estão apresentados

na 4ª coluna da tabela 10. Neste caso os erros variam de -1,4% a 0,67%, ou seja, erros muito

menores que aqueles obtidos com os cálculos de Byng et al. (1998). Esta diferença deve

diminuir substancialmente os problemas de cancelamento da SIPDE.

Tabela 10 – Valores de coeficientes de atenuação e respectivos erros para cada energia utilizando valores de a1 e

a2 fornecidos por Byng et al. (1998) e a1 e a2 ajustados manualmente.

Energia (keV) µs (Eq. 9) a1 e a2 de Byng

% de erro (Byng)

µs (Eq. 9) (a1 e a2 ajustados)

% de erro (com o ajuste)

10 2,639046 10,78277 2,939453 0,627028 15 0,864949 9,807237 0,967943 -0,93248 20 0,448224 10,35515 0,506807 -1,3613 25 0,301055 11,71402 0,343536 -0,74379 30 0,237238 12,78003 0,272934 -0,34338 40 0,1836 14,20554 0,213377 0,291355 50 0,161917 14,78072 0,189118 0,464263 60 0,150149 15,17014 0,175822 0,665424 80 0,136602 15,15402 0,160319 0,423012

100 0,128004 15,22936 0,15036 0,42394

Para melhor visualização dos erros e das diferenças obtidas com os ajustes de a1 e a2

foram apresentados no gráfico da figura 13 os cálculos dos erros obtidos com os dois valores

dos as. Com a escolha adequada de aPMMA (a1) e aAl (a2) é possível reduzir os erros nos

cálculos dos µs a fim de melhorar os resultados da SIPDE.

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Erros obidos para os coeficientes do tecido adiposo (gordura)

para o RMI

-4

-2

0

2

4

6

8

10

12

14

16

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Energia (keV)

Err

o (

%)

Byng 1998a1=0,7791 e a2=0,0009

erro c/ ajustea1=0,9225 e a2=-0,006

Figura 13 - A curva azul foi obtida com os erros (%) utilizando os valores de aPMMA e aAl fornecidos por Byng et

al. (1998) para a gordura. A curva descrita em vermelho foi montada com os erros (%) obtidos para os valores de aPMMA e aAl ajustados manualmente.

Os mesmos procedimentos foram adotados para calcular os coeficientes dos tecidos

fibroglandulares fornecidos por RMI (Radiation Measurements Inc.). A tabela 11 mostra oito

colunas com os valores de energia (em keV), os coeficientes de atenuação para o tecido

fibroglandular obtidos por RMI e os coeficientes do lucite e do alumínio (materiais básicos)

obtidos de Oliveira et al. (2000), os coeficientes de atenuação (µs) calculados pela fórmula

com base nos as fornecidos por Byng et al. (1998) com os seus respectivos erros (% de erro

Byng), os µs calculados pela equação 9 com base nos as ajustados e seus respectivos erros (%

de erro com o ajuste).

Tabela 11 – Valores de µs para o tecido fibroglandular utilizando a1 = 0,8263 e a2 = 0,0262 fornecidos por Byng

et al. (1998) e valores dos µs para o tecido fibroglandular utilizando a1 = 0,98 e a2 = 0,0605 ajustados manualmente.

Energia (keV)

µ Glandular (RMI)

µ Lucite

µ Alumínio

µs (Eq. 9) (a1 e a2 Byng)

% de erro

(Byng)

µs (Eq. 9) (a1 e a2

ajustados)

% de erro (com o ajuste)

10 4,939 3,357 26,23 3,461115 29,92276 4,876775 1,25987 15 1,555 1,101 7,955 1,118177 28,09149 1,560258 -0,3381 20 0,762 0,5714 3,441 0,562302 26,20708 0,768153 -0,80741 25 0,484 0,3843 1,83007 0,365495 24,48452 0,487333 -0,68868 30 0,363 0,3032 1,128 0,280088 22,84084 0,36538 -0,65565 40 0,265 0,235 0,5685 0,209075 21,1037 0,264694 0,115377 50 0,226 0,2074 0,3681 0,181019 19,90317 0,225522 0,211482 60 0,206 0,1924 0,2778 0,166258 19,292 0,205359 0,311214 80 0,185 0,1751 0,2018 0,149972 18,9339 0,183807 0,644919 100 0,172 0,1641 0,1704 0,14006 18,56959 0,171127 0,507442

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Observa-se que os erros obtidos com os as calculados por Byng (a1 = 0,8263 e a2 =

0,0262) resultam em variações que vão de 18,6% a 29,9%. Já com os as ajustados (a1 = 0,98 e

a2 = 0,0605) os erros dos coeficientes de atenuação, são muito menores, variando de -0,81% a

1,26%.

O gráfico da figura 14 mostra os erros para cada conjunto de as, onde se pode observar

que os erros obtidos com base nos as ajustados (curva em cor vermelha) estão muito próximos

de zero e proporcionalmente são muito menores do que os erros obtidos com os as de Byng et

al. (1998), curva em azul.

Erros obtidos para os coeficientes do

tecido fibroglandular para RMI

-5

0

5

10

15

20

25

30

35

10 15 20 25 30 40 50 60 80 100

Energia (keV)

Err

o (

%)

Byng 1998a1=0,8263 ea2=0,0262

erro c/ ajustea1=0,98 ea2=0,0605

Figura 14 - A curva descrita em azul foi obtida com os erros (% de erro Byng) utilizando os valores de aPMMA (a1

= 0,8263) e aAl (a2 = 0,0262) fornecidos por RMI para o tecido fibroglandular. A curva descrita em vermelho foi obtida com os erros (% de erro com o ajuste) utilizando os valores de aPMMA (a1 = 0,98) e aAl (a2 = 0,0605) ajustados manualmente. Com a escolha adequada de aPMMA e aAl é possível reduzir as procentagens de erros a fim de melhorar a realização da SIPDE para o tecido fibroglandular.

Utilizando outra referência fornecida por Byng et al. (1988) o CIRS (Computerized

Imaging Reference Systems, Inc.), realizou-se os mesmos procedimentos de cálculo. Os erros

(% de erro Byng) para os as dos autores e os as ajustados utilizando o CIRS são apresentados

nas tabelas 12 e 13 e nos gráficos das figuras 15 e 16 onde foi feito o ajuste para os tecidos

adiposo e fibroglandular. Os resultados para cada tecido são mostrados a seguir, assim como o

gráfico contendo as comparações entre os erros obtidos com o uso de a1 e a2 citados por Byng

et. al. (1998) e a1 e a2 obtidos com o ajuste numérico.

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Tabela 12 – Percentuais de erros para o tecido adiposo utilizando a1 = 0,7973 e a2 = 0,0001 fornecidos por Byng et al. (1998) e percentuais de erros para o tecido adiposo utilizando a1 = 0,942 e a2 = -0,0085 ajustados manualmente.

Energia (keV) % de erro (Byng) % de erro (com o ajuste) 10 9,822986 1,065668 15 8,951005 -0,46886 20 9,71855 -0,79412 25 11,13467 -0,42174 30 12,37168 -0,00957 40 13,63025 0,213018 50 14,30216 0,392772 60 14,76206 0,6225 80 14,86134 0,470183

100 15,02989 0,562468

Erros obtidos para os coeficientes do tecido adiposo

para o CIRS.

-4

-2

0

2

4

6

8

10

12

14

16

10 15 20 25 30 40 50 60 80 100

Energia (keV)

Err

o (

%)

Byng 1998a1=0,7973 ea2=0,0001

erro c/ ajustea1=0,942 e a2=-0,0085

Figura 15 - A curva descrita em azul foi obtida com os erros (% de erro Byng) utilizando os valores de aPMMA (a1

= 0,7973) e aAl (a2 = 0,0001) fornecidos por CIRS para o tecido adiposo. A curva descrita em vermelho foi obtida com os erros (% de erro com o ajuste) utilizando os valores de aPMMA (a1 = 0,942) e aAl (a2 = 0,0085) ajustados manualmente.

Tabela 13 - Percentuais de erros para o tecido fibroglandular utilizando a1 = 0,8484 e a2 = 0,0248 fornecidos por

Byng et al. (1998) e percentuais de erros para o tecido fibroglandular utilizando a1 = 0,9961 e a2 = 0,059 ajustados manualmente. Energia (keV) % de erro (Byng) % de erro (com o ajuste)

10 28,83273 0,498826 15 27,00823 -1,03555 20 25,18208 -1,33734 25 23,57493 -0,98258 30 22,2863 -0,42766 40 20,34597 0,139925 50 19,52737 0,7352 60 18,98971 0,93341 80 18,31943 0,891856

100 18,02951 0,849366

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Erros obtidos para os coeficientes

do tecido fibroglandular para o CIRS

-5

0

5

10

15

20

25

30

35

10 15 20 25 30 40 50 60 80 100Energia (keV)

Err

o (

%)

Byng 1998a1=0,8484 ea2=0,0248

erro c/ ajustea1=0,9961 ea2=0,059

Figura 16 - A curva descrita em azul foi obtida com os erros (% de erro Byng) utilizando os valores de aPMMA (a1

= 0,8484) e aAl (a2 = 0,0248) fornecidos por CIRS para o tecido fibroglandular. A curva descrita em vermelho foi obtida com os erros (% de erro com o ajuste) utilizando os valores de aPMMA (a1 = 0,9961) e aAl (a2 = 0,059) ajustados manualmente.

Utilizando a outra referência fornecida por Byng et al. (1988) como o PCJ (Johns e

Yaffe 1987), foram realizados os cálculos de erros (% de erro Byng) e verifica-se a

possibilidade de ajuste do erro (% de erro com o ajuste) para os tecidos adiposo e

fibroglandular. Os resultados para cada tecido são mostrados nas tabelas 14 e 15, assim como

nos gráficos das figuras 17 e 18.

Tabela 14 – Percentuais de erros para o tecido adiposo utilizando a1 = 0,8289 e a2 = -0,0075 fornecidos por Byng

et al. (1998) e percentuais de erros para o tecido adiposo utilizando a1 = 0,982 e a2 = -0,0295 ajustados manualmente.

Energia (keV) % de erro (Byng) % de erro (com o ajuste) 10 -1,44732 1,028286 15 -1,42169 -0,65511 20 1,792553 -0,79064 25 5,335172 -0,4334 30 8,006636 -0,17667 40 11,38244 0,465465 50 12,80768 0,61451 60 13,51821 0,691374 80 13,99587 0,601737

100 14,17548 0,560892

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Erros obtidos para os coeficientes do tecido

adiposo para o PCJ.

-4-202468

10121416

10 15 20 25 30 40 50 60 80 100

Energia (keV)

Err

o (

%)

Byng 1998a1=0,8289 e a2=-0,0075

Erro c/ ajustea1=0,982 e a2=-0,0295

Figura 17 - A curva descrita em azul foi obtida com os erros (% de erro Byng) utilizando os valores de aPMMA (a1

= 0,8289) e aAl (a2 = -0,0075) fornecidos por PCJ para o tecido adiposo. A curva descrita em vermelho foi obtida com os erros (% de erro com o ajuste) utilizando os valores de aPMMA (a1 = 0,982) e aAl (a2 = -0,0295) ajustados manualmente.

Tabela 15 - Percentuais de erros para o tecido fibroglandular utilizando a1 = 0,8382 e a2 = 0,0299 fornecidos por

Byng et al. (1998) e percentuais de erros para o tecido fibroglandular utilizando a1 = 0,9893 e a2 = 0,0711 ajustados manualmente.

Energia (keV) % de erro (Byng) % de erro (com o ajuste) 10 31,37298 1,086533

15 29,52564 -0,47479

20 27,4522 -0,99016

25 25,52582 -0,85098

30 23,84406 -0,57052

40 21,62082 0,034487

50 20,66572 0,706983

60 20,01137 0,899575

80 19,15204 0,75428

100 18,95251 0,875244

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Erros obtidos para os coeficientes do

tecido fibroglandular para PCJ

-5

0

5

10

15

20

25

30

35

10 15 20 25 30 40 50 60 80 100

Energia (keV)

Err

o (

%)

Byng 1998a1=0,8382 ea2=0,0299

erro c/ ajustea1=0,9893 ea2=0,0711

Figura 18 - A curva descrita em azul foi obtida com os erros (% de erro Byng) utilizando os valores de aPMMA (a1

= 0,8382) e aAl (a2 = 0,0299) fornecidos por PCJ para o tecido fibroglandular. A curva descrita em vermelho foi obtida com os erros (% de erro com o ajuste) utilizando os valores de aPMMA (a1 = 0,9893) e aAl (a2 = 0,0711) ajustados manualmente.

Os ajustes realizados numericamente nos valores de coeficientes de proporção de

massa (a1 e a2) permitiram reduzir significativamente os erros nos coeficientes de atenuação

linear (µs) para as três referências (RMI, CIRS e PCJ) reunidos em Byng et al. (1998). As

maiores variações de erros são encontradas para os tecidos fibroglandulares como RMI (de

18,5% a 29,9%), CIRS (de 18,0% a 28,8%) e PCJ (de 19% a 31%). Os ajustes realizados

numericamente permitiram reduzir as variações destes erros, que ficaram respectivamente

dentro da faixa de -0,8% a 1,26% para o RMI, -1,0% a 0,93% para CIRS e de -1,0% a 1,1%

para PCJ.

Já para os tecidos adiposos as variações de erros de Byng foram para RMI (9,8% a

15,2%), CIRS (9,0% a 15%) e PCJ (-1,4% a 14,2%), os ajustes manuais permitiram reduzir,

respectivamente, estas variações para a faixa de -1,4% a 0,7% para o RMI, de -0,8% a 1,1%

para CIRS e de -0,8% a 1,0% para PCJ.

Os gráficos das figuras 13, 15 e 17 mostram o comportamento dos erros para o tecido

adiposo, nas curvas em azul (% de erro Byng) percebe-se que para energias de até 40 keV

existem variações significativas nos erros. De maneira geral são menores do que para energias

a partir de 40 keV (onde observamos erros em torno de 15%), porém para estas energias

ocorre uma uniformização nos erros que observamos graficamente como um comportamento

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quase linear. Com os ajustes realizados nos coeficientes de proporção de massa (a1 e a2) os

erros diminuíram para, no máximo, 2,1%. Nas curvas em vermelho dos gráficos das figuras

13, 15 e 17 pode-se observar uma “suavização” das curvas e sua aproximação no eixo x,

indicando a redução nos percentuais de erros (% de erro com o ajuste).

Os gráficos das figuras 14, 16 e 18 mostram o comportamento dos erros para os

tecidos fibroglandulares, nas curvas em azul (% de erro Byng) percebe-se que para energias

de até 40 keV estão as maiores variações de erros, em torno de 12%. Para energias acima de

40 keV ocorre uma uniformização nos erros que pode ser observada graficamente como um

comportamento aproximadamente linear da curva. Com a realização dos ajustes nos

coeficientes de proporção de massa (a1 e a2) os erros diminuíram para no máximo 2,3% nas

curvas em vermelho dos gráficos das figuras 14, 16 e 18 e pode-se observar uma “suavização”

das curvas e sua aproximação no eixo x, indicando a redução nos erros (% de erro com o

ajuste). Os ajustes realizados numericamente permitem verificar a viabilidade das correções

dos ajustes de a1 e a2 para a redução dos % erros.

De maneira geral os piores erros, encontrados na literatura ocorrem nos coeficientes de

proporção de massa usados para calcular os µs dos tecidos fibroglandulares. Mesmo assim, os

menores erros ocorrem nos coeficientes calculados por CIRS que são de 18%. Já os maiores

erros são para PCJ (31%). Com os ajustes realizados, os piores erros ficaram entre -1% para

CIRS e 1,3% para RMI.

Para os tecidos adiposos, os piores erros foram de -1,4% a 14,2% para os coeficientes

obtidos de PCJ. Com os ajustes realizados, os piores erros foram de -0,8% a 1,0% também

para PCJ.

A incorporação destes resultados nos cálculos da SIPDE permitiu ajustar os

coeficientes de atenuação linear (µs) de modo que foi possível realizá-la para várias curvas

distintas e obter diferentes resultados para a detecção das microcalcificações.

4.2 Ajuste dos µs no cálculo da SIPDE

As 200 estruturas mamárias simuladas de acordo com os 4 padrões de densidades

mamárias definidas pelo ACR BI-RADs™ deram origem a dois bancos de imagens, sendo um

com imagens feitas em alta energia (70 keV) e outro com imagens feitas em baixa energia (20

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56

keV). Essas imagens foram simuladas com uma tabela de coeficientes de atenuação linear (µ)

média, ou seja, foi utilizada a curva média para simular as imagens.

A SIPDE foi aplicada 30 vezes aos 200 pares de imagens dos bancos. Para cada

aplicação foi usada uma curva de µs conforme descrito no item 3.2 do capítulo de

metodologia. As microcalcificações detectadas foram contabilizadas e os resultados são

apresentados e discutidos a seguir.

4.2.1 – Variação proporcional dos µs na SIPDE

A primeira família de curvas de µs utilizada para realizar a SIPDE foi constituída de

curvas geradas por variações proporcionais da curva média. Ao se avaliar os resultados das

detecções das microcalcificações nas imagens, para esta família de curvas, constatou-se que

não ocorreram diferenças nas microcalcificações detectadas. Para as 20 curvas geradas por

meio de variações proporcionais dos µs em relação à curva média as detecções das

microcalcificações foram rigorosamente as mesmas, ou seja, os pixels de cada

microcalcificação detectada foram exatamente os mesmos para os 200 pares de imagens.

Portanto, para representar os resultados das detecções obtidas para esta família de curvas

serão usados os resultados obtidos com a curva média (M1).

Por outro lado, o fato de variar proporcionalmente as curvas de µs e isto não se traduzir

em diferenças no realce das microcalcificações produz relevância prática, pois minimiza as

possibilidades de variações possíveis na busca das curvas que irão resultar nos melhores

ajustes.

As microcalcificações foram numeradas de 1 a 24, conforme a figura 12, para facilitar

a contabilização dos resultados e sua apresentação. O gráfico da figura 19 apresenta todas as

microcalcificações não detectadas para as 200 imagens que foram submetidas à SIPDE,

usando a curva média de µs. O gráfico pode ser lido da seguinte maneira: cada coluna do

gráfico representa as 24 microcalcificações de cada imagem, porém o gráfico só mostra as

microcalcificações não detectadas na imagem. Assim, pode-se observar que todas as

microcalcificações dos grupos A e B (com 0,5 e 0,4 mm de espessura respectivamente) foram

detectadas em todas as imagens. As falhas de detecção começam a ocorrer para

microcalcificações dos grupos C e D (com 0,3 e 0,2 mm de espessura respectivamente). Neste

caso pode-se observar que as falhas de detecção ocorrem, também, em função do padrão de

densidade, mas não da espessura. Lembrando que os padrões de densidade foram agrupados a

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cada 50 mamas (P1 para 1-50, P2 para 51-100, P3 para 101-150 e P4 para 151-200). Cada

grupo de 50 possui 5 grupos de espessuras distintas, de 3 a 7 cm. As cores no gráfico

representam os quatro padrões de densidade das mamas.

Microcalcificações não detectadas por imagem

0

4

8

12

16

20

24

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180 200Imagens

me

ro d

a m

icro

ca

lcif

ica

çã

o n

ão

de

tec

tad

a

Figura 19 – Microcalcificações não detectadas para cada imagem. Cada ponto do gráfico identifica a

microcalcificação que não foi detectada na imagem do eixo X.

As detecções corretas foram contabilizadas e agrupadas na figura 20, que apresenta a

quantidade absoluta de microcalcificações detectadas por padrão de densidade. Cada imagem

contém 24 microcalcificações, portanto, para cada grupo (P1, P2, P3 e P4) é esperada uma

detecção máxima de 1200 microcalcificações, descontados os falsos positivos. O gráfico da

figura 20 é complementar ao da figura 19.

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58

11821095

950

778

0

200

400

600

800

1000

1200

P1 P2 P3 P4

Imagens agrupadas por padrão de densidade

Mic

roc

alc

ific

õe

s

De

tec

tad

as

Figura 20 – Quantidade de microcalcificações detectadas por padrão de densidade após a aplicação da SIPDE

com a curva média de coeficientes (M1).

No entanto, contabilizar somente as microcalcificações pode não ser tão relevante se

somente as áreas espessas forem realçadas. As 24 microcalcificações de cada imagem somam

480 pixels que podem ser detectados. A detecção destes pixels foi tratada como Positivos-

Verdadeiros (PV) (Figura 21), enquanto que a detecção de outros pixels diferentes destes foi

tratada como Falsos-Positivos (FP - figura 22). Os gráficos das figuras 21 e 22 mostram estes

resultados por padrão de densidade com os respectivos desvios padrões. A quantidade de

microcalcificações detectadas decresce com o aumento do padrão de densidade. Por outro

lado, o desvio padrão aumenta. Isto implica que para imagens mais uniformes, com pouca

densidade de tecidos fibroglandulares (P1 - padrão 1) a detecção é alta, ou seja, em média são

detectados 387 (81%) dos 480 pixels com desvio padrão de 31 pixels (6,5%). Enquanto que

para imagens densas e extremamente densas (P3 e P4) a detecção cai para 278 (58%) e 270

(56%) respectivamente e o desvio padrão sobe para 55 (11,5%) e 42 (8,8%). Em média são

detectados 65% dos pixels com desvio padrão de 13%.

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59

387

320

278 270314

0

50

100

150

200

250

300

350

400

P 1 P 2 P 3 P 4 MgeralImagens agrupadas por padrão de densidade e Média Geral

dia

de

pix

els

de

tec

tad

os

(P

V)

Figura 21 – Detecção dos pixels das microcalcificações (PV) separada por padrão de densidade.

Figura 22 – Detecção dos pixels Falsos-Positivos separada por padrão de densidade.

24

22

0,05 0,2

11,5

-5

0

5

10

15

20

25

30

P 1 P 2 P 3 P 4 Mgeral

Imagens agrupadas por padrão de densidade e Média Geral

Pixels FP (média/grupo)

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A detecção dos Falsos-Positivos não apresenta uma correlação direta com a detecção dos

pixels das microcalcificações. Nos padrões de densidade 1 e 2 os pixels falsos positivos não

atingem 5% se comparado com a quantidade de pixels das microcalcificações. O desvio

padrão baixo (menor que 2%) revela que de maneira geral a quantidade detectada é uniforme

nas imagens. Já para os padrões de densidade 3 e 4, praticamente não há detecção de falsos

positivos. O desvio padrão alto revela que a detecção de falsos positivos ocorre em poucas

imagens. Na média geral, com 11,5 pixels falsos positivos por imagem, com desvio padrão

também de 11,5 indica uma detecção não uniforme. Isso ocorre porque poucas imagens dos

padrões 3 e 4 apresentaram falsos positivos e mesmo assim em pequena quantidade.

A detecção acima de 65% dos pixels pertencentes às microcalcificações associada à

baixa ocorrência de falsos positivos indica que a especificidade da técnica é alta, embora a

sensibilidade não seja tão boa. Entretanto, deve-se ressaltar que as microcalcificações mais

espessas têm 0,5mm no centro e menos que isso nas bordas. As microcalcificações menores

possuem espessura de 0,2mm no centro, com 0,1 mm nas bordas.

Avaliando cada imagem individualmente pode-se fazer a seguinte análise para o

resultado da SIPDE com M1. Buscou-se os dois resultados extremos, isto é, aquele que

identificou o maior número de pixels VP (verdadeiro positivo) e aquele que identificou o

mínimo de pixels VP. A imagem 49 identificou 446 pixels VP, o máximo de pixels esperado

para qualquer subtração é de 480, o melhor resultado obtido para M1. Na imagem 109

identificamos o menor número de VP (109), o pior resultado obtido para M1. Na avaliação

das 200 imagens com os resultados de M1 encontramos 117 delas com identificação de VP

acima de 300 pixels. O maior número de VP encontra-se nas 50 primeiras imagens, padrão 1

de densidade (48 delas), nas imagens de 51 a 100 identificamos 38 imagens com 300 VP ou

mais. Nas imagens de 101 à 150 (18 imagens) e nas imagens de 151 à 200 (13 imagens). O

maior número de identificação de pixels, portanto o melhor resultado da SIPDE foi possível

para o padrão devido às características de densidade predominantemente adiposas. O valor de

referência adotado de 300 pixels VP fornece um indicativo de que, no mínimo, 75% das

microcalcificações foram identificadas, na melhor situação (446 pixels) corresponde a 92,9%

do total de pixels e na pior situação (109 VP) corresponde a 22,7%. No total de imagens

obtidas (200), em 117 foi possível identificar acima de 300 pixels o que corresponde a 58,5%

do total.

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61

4.2.2 - Variação não proporcional dos µs na SIPDE

Considerando a uniformidade de resultados para as curvas proporcionais à curva

média faz-se necessário analisar os resultados obtidos para as curvas não proporcionais.

Sendo assim, neste item são apresentados os resultados da SIPDE para as 10 curvas não

proporcionais entre si. De acordo com a seqüência em que foram geradas elas receberam a

denominação M1 (curva média) e M22 a M30 para as curvas não proporcionais. O Ms de 2 a

21 foram usados para representar as curvas com variações proporcionais e não farão parte da

análise, por apresentarem resultados idênticos aos obtidos para a M1.

O banco de estruturas mamárias foi montado com base nos quatro padrões de

densidades do ACR-BiRADS, ou seja, 50 estruturas para cada padrão. Por isso os resultados

apresentados foram divididos nesses quatro padrões como pode ser observado nas figuras 23 e

24.

O mesmo procedimento de contagem das microcalcificações e dos seus pixels foi

adotado para avaliar os resultados obtidos com a SIPDE aplicada para os M22 até M30, ou

seja, foram contados os pixels verdadeiros positivos (VP) e falsos positivos (FP). A contagem

foi separada por padrão de densidade, sendo que cada padrão contém 50 imagens.

A comparação dos resultados de VP´s indica que para os padrões de densidade 1 e 2

ocorre a melhor identificação das microcalcificações para a curva M29 (figura 23). Era

esperado que a melhor detecção ocorresse quando a SIPDE fosse aplicada com a curva média

(M1) já que as imagens foram realizadas com esta curva de coeficientes. Além do maior

número de pixels VP´s no padrão 1, temos o menor desvio padrão (31), o que mostra que nas

situações em que temos mamas predominantemente adiposas (P1) a identificação dos pixels

das microcalcificações é geralmente mais fácil e apresenta menor variação (menor desvio-

padrão). Já para mamas mais densas dos padrões 3 e 4 a maior quantidade de

microcalcificações detectadas ocorreu para a curva M1, como o esperado. Resultados

semelhantes foram obtidos para M23, M24, M26 e M30. A diminuição da detecção dos pixels

VP´s ocorre devido as mudanças das características mamárias que apresentam aumento

gradativo na densidade o que dificulta o realce dos pixels das microcalcificações, e

conseqüentemente, reduz o contraste que permite separar os pixels VP´s possíveis de ser

identificados.

No entanto, uma pergunta relevante deve ser feita aqui. E se a curva utilizada no

programa de cálculo da dupla energia fosse a M28, por exemplo? Os resultados da detecção

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seriam baixos e a conclusão é que a técnica não é adequada para realçar os objetos de

interesse. Atualmente nenhum trabalho encontrado na literatura trata desta diferença nos

cálculos da subtração. Neste contexto o que se espera é que a subtração deva ser feita para

várias curvas e que o resultado mais apropriado deva ser utilizado. Na tomografia este

procedimento é conhecido como janelamento.

0

200

400

600

800

1000

1200

M1 M22 M23 M24 M25 M26 M27 M28 M29 M30

me

ro d

e m

icro

ca

lcif

ica

çõ

es

de

tec

tad

as

predominantemente adiposas P1 isodensas P2heterogeneamente densas P3 extremamente densas P4

Figura 23 – Gráfico do total das microcalcificações detectadas para cada aplicação da SIPDE e para cada padrão

de densidade.

Adicionalmente a esta análise deve-se dar atenção para a quantidade de pixels

detectados nessas imagens. O gráfico apresentado na figura 24 mostra que a quantidade média

de pixels detectados para as imagens dos padrões de densidade 1 e 2 é maior para a SIPDE

realizada com a curva M29, isso indica que além de maior quantidade de microcalcificações

elas são mais nítidas. O mesmo não ocorre para as microcalcificações contidas nas imagens

dos padrões 3 e 4. Nestes casos a quantidade de pixels detectados com a curva M1 ainda é

melhor.

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63

0

100

200

300

400

500

M1 M22 M23 M24 M25 M26 M27 M28 M29 M30

me

ro m

éd

io d

e p

ixe

ls

predominantemente adiposas P1 isodensas P2heterogeneamente densas P3 extremamente densas P4

Figura 24 – Resultado dos pixels Verdadeiros-Positivos detectados para cada aplicação da SIPDE e para cada

padrão de densidade.

Para cada curva de µs foi obtido um banco contendo 200 imagens que são resultados

da SIPDE. Ao serem utilizadas as curvas não proporcionais (M22 a M30), ocorreram

variações na quantidade de microcalcificações identificadas pela SIPDE. Para ilustrar esta

variação foi escolhida a imagem mamográfica no. 85, que representará os resultados obtidos

com a SIPDE em todas as curvas de µs (M1, M22 a M30). Para este conjunto de imagens, em

particular, as quantidades de microcalcificações detectadas com os respectivos µs aplicados

são: M1=22, M22=6, M23=18, M24=0, M25=0, M26=18, M27=6, M28=0, M29=18 e

M30=6. As imagens simuladas estão apresentadas nas figuras 25 e 26, que são

respectivamente as imagens em baixa e alta energias (20 e 70keV). Os resultados obtidos com

a aplicação da SIPDE são apresentados nas imagens das figuras 27 a 36.

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64

Figura 25 – Imagem de raios X da mama 85 Figura 26 – Imagem de raios X da mama 85 realizada em 20 keV com a curva média de µs realizada em 70 keV com a curva média de µs

Figura 27 – Resultado da SIPDE para M1 Figura 28 – Resultado da SIPDE para M22

com 22 microcalcificações detectadas com 6 microcalcificações detectadas

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65

Figura 29 – Resultado da SIPDE para M23 Figura 30 – Resultado da SIPDE para M24

com 18 microcalcificações detectadas com 0 microcalcificações detectadas

Figura 31 – Resultado da SIPDE para M25 Figura 32 – Resultado da SIPDE para M26

com 0 microcalcificações detectadas com 18 microcalcificações detectadas

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Figura 33 – Resultado da SIPDE para M27 Figura 34 – Resultado da SIPDE para M28

com 6 microcalcificações detectadas com 0 microcalcificações detectadas

Figura 35 – Resultado da SIPDE para M29 Figura 36 – Resultado da SIPDE para M30

com 18 microcalcificações detectadas com 6 microcalcificações detectadas

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67

5 CONCLUSÕES

Os valores dos coeficientes de proporção de massa (a1 e a2) que são encontrados na

literatura são específicos para as condições propostas pelos pesquisadores. A utilização da

SIPDE para imagens da mama requer os ajustes desses coeficientes para a subtração que se

deseja realizar. Os as são afetados diretamente pelos coeficientes de atenuação linear (µs) da

mama, sendo que a escolha da curva correta dos µs usados na SIPDE é fundamental para o

sucesso da técnica. O ajuste dos as para um feixe mono-energético é simples, podendo ser

realizado manualmente. No entanto, para feixes poli-energéticos é necessário a utilização de

métodos numéricos. As preocupações em ajustar as condições físicas necessárias ao uso da

SIPDE têm camuflado a necessidade de estudar as questões primárias da técnica.

O método de ajuste dos as que foi proposto neste trabalho permitiu reduzir os erros no

cálculo dos µs equivalentes, que antes variavam de 18% à 30% e com o ajuste passaram a ser

de -0,8% à 1,4% para feixes poli-energéticos para toda a faixa diagnóstica (10 keV à 110

keV). A contribuição da redução do erro deverá permitir a identificação de mais pontos de

microcalcificações na imagem devido à redução do borramento de fundo causado pelos

tecidos moles. Vários pesquisadores se dedicaram a encontrar valores de µ mais precisos, mas

não houve a preocupação em criar métodos que pudessem realizar ajustes dos µs conforme as

características dos tecidos que estão sendo submetidos à SIPDE. O método numérico aqui

proposto permitiu este ajuste para as imagens simuladas.

O resultado da SIPDE pode ser melhorado se forem utilizadas diversas curvas de µs

para realçar as microcalcificações e os resultados mais adequados forem apresentados. Neste

trabalho os resultados foram obtidos com imagens isentas de ruído. Em estudos futuros deverá

ser acrescentado o ruído para que sua influência seja avaliada. O tempo de processamento

dessas imagens é rápido, (alguns segundos), mesmo em computadores domésticos.

A distribuição das microcalcificações detectadas para os 4 padrões de densidade varia

em função da densidade da mama. O padrão 1 apresenta maior número de microcalcificações

detectadas, enquanto que o padrão 4 apresenta o menor. A maior freqüência de

microcalcificações não detectadas ocorre para as de menor espessura (0,3 e 0,2 mm), como

era esperado.

Os resultados da detecção de microcalcificações podem ser considerados baixos se a

SIPDE não for realizada com a curva de coeficientes adequada. Neste contexto o que se

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68

espera é que a subtração venha a ser feita para várias curvas e que o resultado mais apropriado

seja utilizado, de modo semelhante ao que já acontece no diagnóstico/visualização de imagens

digitais na qual o radiologista faz uso de controles de janelamento.

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REFERÊNCIAS

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