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Universidade de Brasília Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Gestão de Políticas Públicas Departamento de Administração ISAAC NEWTON SIQUEIRA FERRER ANÁLISE DO PROJETO CENTRO DE ADESTRAMENTO DO EXÉRCITO BRASILEIRO: UMA ABORDAGEM MULTICRITÉRIO Brasília DF 2019

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Universidade de Brasília

Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Gestão de Políticas Públicas

Departamento de Administração

ISAAC NEWTON SIQUEIRA FERRER

ANÁLISE DO PROJETO CENTRO DE ADESTRAMENTO DO

EXÉRCITO BRASILEIRO: UMA ABORDAGEM MULTICRITÉRIO

Brasília – DF

2019

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ISAAC NEWTON SIQUEIRA FERRER

ANÁLISE DO PROJETO CENTRO DE ADESTRAMENTO DO

EXÉRCITO BRASILEIRO: UMA ABORDAGEM MULTICRITÉRIO

Monografia apresentada ao Departamento de

Administração como requisito parcial à

obtenção do título de MBA em Gestão de

Projetos da Universidade de Brasília.

Professor Orientador: Dr. Evaldo César

Cavalcante Rodrigues

Brasília – DF

2019

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ISAAC NEWTON SIQUEIRA FERRER

ANÁLISE DO PROJETO CENTRO DE ADESTRAMENTO DO

EXÉRCITO BRASILEIRO: UMA ABORDAGEM MULTICRITÉRIO

A Comissão Examinadora, abaixo identificada, aprova o Trabalho de Conclusão de Curso de

MBA em Gestão de Projetos da Universidade de Brasília do aluno

ISAAC NEWTON SIQUEIRA FERRER

Prof Dr. Evaldo César Cavalcante Rodrigues

Professor-Orientador

Prof Dra. Siegrid Guillaumon Dechandt Ms. Luis Antonio Correia Lima

Professora-Examinadora Coronel do EB- Examinador

Brasília, 22 de agosto de 2019

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Aos meus queridos pais, esposa Carla e

minhas lindas filhas gêmeas Yasmim e Yoná

- dedico a vocês esta conquista: pelo

incentivo, angústias, compreensão, amor e

carinho, sem os quais não conseguiria realizar

este sonho. “Só Sabe o que é vitória aquele

que luta!

Lutamos e Vencemos!”.

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“Tente uma, duas, três vezes e se possível tente a quarta, a

quinta e quantas vezes for necessário. Só não desista nas

primeiras tentativas, a persistência é amiga da conquista. Se

você quer chegar aonde à maioria não chega, faça aquilo que

a maioria não faz.”

Bill Gates

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AGRADECIMENTOS

À minha esposa FCª CARLA SANTOS FERRER, por me incentivar com todo seu amor e

confiança em cada decisão de minha vida;

Às minhas queridas filhas gêmeas 2Y -YASMIM & YONÁ FERRER, tão pequenas, mas de

uma compreensão gigante e infindável em compreender minhas ausências em prol dos estudos;

À meus pais, FCº FERRER e ELIENE FERRER, por terem me concebido, educado e mostrado

as orientações da vida, agradeço por seus exemplos e doação aos filhos. meu afeto e minha

eterna gratidão;

Ao meu irmão ISRAEL FERRER, agradeço pelo incentivo e pela paciência em ouvir minhas

angústias nos momentos difíceis;

Ao Professor Dr Evaldo Cesar Cavalcante Rodrigues, meus sinceros agradecimentos pela

orientação prestimosa que me concedeu no encaminhamento deste estudo e por ter sempre

acreditado em mim, agradeço pela confiança e estímulo;

Agradeço o incentivo e o apoio dos colegas da Turma ‘pioneira’ de MBA UNB Gestão de

Projetos com a parceria EPEx, que me acompanharam em todas as etapas nesses anos de 2018

e 2019, compartilhando sugestões, críticas e indicação de fontes sobre este ensaio acadêmico;

A todos os Professores do corpo discente, bem como, a atenciosa secretária Maraflor, do

Programa MBA UNB/EPEx curso Gestão de Projetos, agradeço pela imprescindível

colaboração dada à realização deste trabalho.

A todos os meus amigos do COTER e integrantes dos Centros de Adestramentos que

participaram com a cooperação de suas percepções à efetivação deste trabalho acadêmico, meu

reconhecimento e eterna gratidão.

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RESUMO

Este trabalho se propõe a identificar os fatores de influência que impactam no Projeto Centro

de Adestramento do Exército Brasileiro e as contribuições no aperfeiçoamento do Preparo da

Força Terrestre. Este estudo teve como metodologia de pesquisa o Modelo Multicritério de

Apoio à Decisão – Construtivista calcada pelo universo de militares com relativa experiência

nos Centros de Adestramento. O trabalho foi baseado em conceitos como projetos, gestão de

projetos, gerenciamento de recursos, gestão de pessoas, treinamento e desenvolvimento e centro

de adestramento. Os procedimentos metodológicos adotados para atender aos objetivos de

pesquisa ocorreram por brainstormings e grupos focais que proveram índices de percepção dos

gestores nos critérios: capacitação de pessoal, doutrina militar terrestre, interoperabilidade,

ensino militar e simulação. Assim, a avaliação geral dos critérios foi de 87% do total possível,

ressaltando que todos os componentes foram considerados relevantes à análise da pesquisa.

Observou-se também que nenhum critério foi avaliado abaixo de 75% de importância do valor

total, ficando mais próximo de atingir a pontuação máxima do que a mínima. Deste modo, o

desempenho global atingido teve percepção classificada positiva, de caráter ótimo para

excelente.

Palavras-chave: Projeto. Centro de Adestramento. Exército Brasileiro. Análise

Multicritério: MCDA-C

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ABSTRACT

This work aims to identify the influencing factors that impact on the Brazilian Army Training

Center Project, in order to contribute to the improvement of Land Force readiness. However,

this study had as research methodology the Multicriteria Decision Aid - Constructivist Model

supported by a universe of military personnel with relative experience in Training Centers. The

work was based on concepts such as projects, project management, resource management,

training and development, and training center. The methodological procedures adopted to meet

the research objectives occurred by brainstormings and focus groups that provided managers'

perception indexes on the following criterias: personnel capacity, military land doctrine,

interoperability, military teaching and simulation. Therefore, the overall assessment of the

criterias was 87% of the total possible, emphasizing that all components were considered

relevant to the research analysis. It was also observed that no criterias was assessment below

75% of importance of the total value, being closer to achieve the maximum score than the

minimum. Throughtout this, the overall performance achieved was measured as positive,

leaving perceptions concepts from the ranking great to excellent.

Key- words: Project. Training Center. Brazilian Army. Multicriteria Decision Aid

Constructivist Analysis

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1– Portfólio Estratégico do Exército............................................................................3

Figura 1.2– Modelagem do Sistema Operacional Militar Terrestre...........................................4

Figura 2.1– Relação de Grupo de Processos e Área de Conhecimentos..........................................14

Figura 2.2– Cronograma do Projeto CA-Sul.....................................................................................21

Figura 2.3– Modelos de Simulação...........................................................................................22

Figura 3.1– Classificação da Pesquisa.......................................................................................27

Figura 3.2– Subordinação do CA-Leste....................................................................................28

Figura 3.3– Subordinação do CA-Sul........................................................................................28

Figura 3.4– Rótulo.....................................................................................................................31

Figura 3.5– Conversão dos PVE em PVF.................................................................................35

Figura 4.1– Gráfico Capacitação de Pessoal..............................................................................44

Figura 4.2– Gráfico Doutrina Militar Terrestre..........................................................................47

Figura 4.3– Gráfico Interoperabilidade.....................................................................................49

Figura 4.4– Gráfico Sistema de Ensino.....................................................................................51

Figura 4.5– Gráfico Simulação..................................................................................................53

Figura 4.6– Gráfico Análise Global dos Critérios......................................................................57

Figura 4.7– Gráfico Análise Global em Porcentagem................................................................58

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LISTA DE QUADROS

Quadro 2.1– Taxonomia dos conceitos.......................................................................................9

Quadro 3.1– Cálculo da Amostra..............................................................................................30

Quadro 3.2– Mapa Cognitivo....................................................................................................32

Quadro 3.3– Ponto de Vista Elementar.....................................................................................34

Quadro 3.4– Composição dos PVFs..........................................................................................36

Quadro 3.5– Descritores............................................................................................................37

Quadro 4.1– Faixa etária............................................................................................................41

Quadro 4.2– Gênero..................................................................................................................41

Quadro 4.3– Nível de Escolaridade...........................................................................................41

Quadro 4.4– Posto/Graduação...................................................................................................42

Quadro 4.5– Frequência de utilização.......................................................................................42

Quadro 4.6– Tempo de Serviço.................................................................................................42

Quadro 4.7– Lócus - Centro de Adestramento...........................................................................43

Quadro 4.8– Alcance dos Objetivos e Resultados da Pesquisa.................................................59

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LISTA DE TABELAS

Tabela 4.1– Capacitação de Pessoal..........................................................................................44

Tabela 4.2– Doutrina Militar Terrestre......................................................................................46

Tabela 4.3– Interoperabilidade..................................................................................................48

Tabela 4.4– Sistema de Ensino..................................................................................................51

Tabela 4.5– Simulação..............................................................................................................53

Tabela 4.6– Análise Global dos Critérios..................................................................................55

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

APA - Análise Pós-Ação

CAAdEx - Centro de Avaliação e Adestramento do Exército

CA-Leste – Centro de Adestramento-Leste

CA-Sul – Centro de Adestramento-Sul

C Dout Ex - Centro de Doutrina do Exército

CPOR - Centro de Preparação de Oficiais da Reserva

COTER - Comando de Operações Terrestres

DECEx - Departamento de Ciência e Cultura do Exército

DMT - Doutrina Militar Terrestre

DSET - Dispositivo Simulação de Engajamento Tático

EB - Exército Brasileiro

ECEME – Escola de Comando e Estado-Maior do Exército

EE – Estabelecimento de Ensino

EsAO – Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais

EsSA – Escola de Sargentos das Armas

EPEx - Escritório de Projetos do Exército

FEE - Forças de Emprego Estratégico

FOROP - Força Oponente

ITIC – Infraestrutura de Tecnologia, Informações e Comunicações

MCDA-C - Modelo de Análise Multicritério de Apoio à Decisão – Construtivista

MDA - Módulos Didáticos de Adestramento

NEGAPEB - Normas para Elaboração, Gerenciamento e Acompanhamento de Projetos no

Exército Brasileiro

NPOR – Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva

OA - Objetivo de Adestramento

OCA - Observadores, Controladores e Adestradores

OCB - Organização Civil Brasileira

OEA - Organização dos Estados-Americanos

OEE - Objetivos Estratégicos do Exército

ODOp - Órgão de Direção Operacional

OM - Organização Militar

ONU –Organização das Nações Unidas

OTAN - Organização do Tratado do Atlântico Norte

PBC – Planejamento Baseado em Capacidades

PCI - Plano de Cooperação de Instrução

PIM - Programa de Instrução Militar

Ptf EE - Portfólio Estratégico do Exército

PVE - Pontos de Vista Elementar

PVF - Pontos de Vista Fundamental

QCP- Quadro de Cargos Previstos

SADLA - Sistemática de Acompanhamento Doutrinário e de Lições Aprendidas

SIMACEM - Simulação de Adestramento de Estado-Maior

SIMAF - Simulador de Apoio de Fogo

SIMEB - Sistema de Instrução do Exército Brasileiro

SISEMP - Sistema de Emprego da Força Terrestre

SISPREPARO - Sistema de Preparo da Força Terrestre

SISPRON - Sistema de Prontidão

SISOMT - Sistema Operacional Militar Terrestre

SSEB - Sistema de Simulação do Exército Brasileiro

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 1

1.1 Contextualização ............................................................................................................. 3

1.2 Formulação do problema ............................................................................................... 5

1.3 Objetivo Geral ................................................................................................................. 6

1.4 Objetivos Específicos ...................................................................................................... 7

1.5 Justificativa ...................................................................................................................... 7

2 REVISÃO TEÓRICA ..................................................................................................... 9

2.1 Projetos............. ..............................................................................................................11

2.2 Gestão de Projetos..........................................................................................................13

2.3 Gerenciamento de recursos............................................................................................13

2.4 Gestão de Pessoas...........................................................................................................15

2.5 Treinar e Desenvolver pessoas......................................................................................17

2.6 Centro de Adestramento................................................................................................18

3 MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA.................................................................24

3.1 Tipologia e descrição geral dos métodos de pesquisa .................................................25

3.2 Caracterização do objeto de estudo..............................................................................27

3.3 População e amostra......................................................................................................29

3.4 Método de pesquisa: MCDA-C.....................................................................................30

3.4.1 Arcabouço teórico do modelo de análise multicritério de apoio à decisão......................30

3.4.2 Teoria construtivista.........................................................................................................31

3.4.3 Brainstorming...................................................................................................................32

3.4.4 Grupo focal.......................................................................................................................35

3.4.5 Construção de Descritores................................................................................................37

3.5 Procedimentos de coleta de dados.................................................................................37

3.6 Modelagem dos dados no software.................................................................................38

4 Análise dos resultados....................................................................................................40

4.1 Análise dos dados sociodemográficos.............................................................................40

4.2 Análise dos fatores de influência no projeto Centro de Adestramento......................43

4.2.1 Capacitação de pessoal.....................................................................................................43

4.2.2 Doutrina Militar Terrestre................................................................................................45

4.2.3 Interoperabilidade.............................................................................................................48

4.2.4 Sistema de Ensino.............................................................................................................50

4.2.5 Simulação.........................................................................................................................52

4.2.6 Análise global dos fatores de influência no projeto Centro de Adestramento..................55

4.3 Cumprimento dos objetivos e resultados da pesquisa..................................................59

5 CONCLUSÃO ....................................................................................................... ........61

5.1 Limitações do trabalho...................................................................................................62

5.2 Recomendações do trabalho..........................................................................................62

REFERÊNCIA ...................................................................................................... ..................63

APÊNDICES ........................................................................................................................... 68

Apêndice A – Formulário de coleta de dados.... ...................................................................68

Apêndice B – Tabulação dos resultados dos formulários ..................... ..............................70

Apêndice C – Construção da taxa de contribuição dos PVFs e SubPVFs.........................72

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1

1 INTRODUÇÃO

Os Exércitos mais atuantes no mundo apresentam necessidades de dispor de estruturas de

adestramento modernas para a obtenção e a manutenção de suas capacidades operativas. Isso

acontece, atualmente, no Joint Readiness Training Center (JRTC) nos EUA, no Infantry

Training Center (ITC) no Reino Unido, no Centre de Entrainement aux Actions en Zone

Urbane (CENZURB) na França e no War Game Training Center (WGTC) nos Emirados

Árabes Unidos, todos Centros de Adestramento, referências mundiais, para treinamento com

meios de simulação de combate e validação de tropas para emprego.

Da mesma forma, acontece na América Latina, como no Centro de Entrenamiento

Operativo Táctico (CEOTAC) no México, no Centro de Entrenamiento de Combate Acorazado

del Ejército (CECOMBAC) no Chile e no Centro Nacional de Entremientos del Ejército

(CENAE) na Colômbia, todos também Centros de Adestramento, com características próprias

capazes de difundir rapidamente novos conceitos doutrinários e, ao mesmo tempo, proporcionar

preparo diferenciado para suas Forças Armadas, inclusive com os respectivos apoios ao

combate e ao apoio logístico.

A partir da década de 90, as Operações de Amplo Espectro tornaram-se mais complexas,

envolvendo um número crescente de dimensões, de pessoal, de tecnologias e de organismos tão

bem preparados como desafiadores para lidar com o combate moderno.

A atual conjunta internacional mundial requer cada vez mais que o Exército Brasileiro se

mantenha atualizado e se profissionalize tanto em matéria de equipamentos, doutrinas,

capacidades operativas, dentre outras atividades ligadas ao aprimoramento estratégico dos

Programas, Sistemas e Objetivos à evolução da Instituição. Isto posto, seguindo a perspectiva

da Concepção Estratégica do Exército “cabe constantemente a Força Terrestre1 realizar

autoexames quanto ao incremento de seu poder bélico, cujo intuito maior é desempenhar os

destinos que lhe compete junto ao País” (2017, p.8).

Atualmente, países pertencentes à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN)

têm implantado em suas Forças Armadas, Centros de Adestramento com eficiência de recursos

humanos, tecnologias e demais recursos de apoio à otimização de preparação de suas tropas.

1 Força Terrestre é considerado o instrumento de ação do Exército Brasileiro, e inclui todos os elementos do EB,

organizados por módulos de combate, com base em capacidades, a partir dos fatores determinantes: Doutrina,

Organização (e/ou processos), Adestramento, Material, Educação, Pessoal e Infraestrutura, com vistas ao emprego

nas Operações no Amplo Espectro (DMT, 2014, p 1-2).

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Diante desse cenário, a premissa exigiu estudos para estruturas e processos mais flexíveis

por parte da Doutrina Militar e, consequentemente, o nível de preparação das tropas da Força

Terrestre teve que corresponder, em qualquer tempo e espaço, as reais necessidades das

atividades sob o controle do Órgão de Direção Operacional (ODOp).

Neste sentido, o Comando de Operações Terrestres, como Gestor do Projeto Centro de

Adestramento, tem a responsabilidade de organizar e coordenar os Centros de Adestramentos,

ao aperfeiçoamento do preparo da Força Terrestre, com busca de resultados na validação de

tropas com Eficiência Operacional2.

Nessa perspectiva, o COTER ao desenvolver a gestão do Projeto Centro de Adestramento

é dotado de duas estruturas de apoio para o aperfeiçoamento do Preparo da Força Terrestre,

tendo em seu gerenciamento de recursos, a execução, o monitoramento e o controle de dois

processos distintos. No primeiro, ocorreu por processo de transformação, uma vez que a

Unidade já existia e recebeu novas capacidades, enquanto que no segundo, por ser embrionário

se deu por processo de implantação.

O Centro de Adestramento-Leste (CA-Leste), lotado na cidade do Rio de Janeiro/RJ,

existe desde 1996, com antiga denominação de Centro de Avaliação e Adestramento do

Exército (CAAdEx). Esse Centro é uma unidade militar vocacionada para adestrar tropas leves

de emprego estratégico do Exército Brasileiro (EB), preferencialmente, as tropas paraquedistas,

aeromóveis e de operações especiais, por intermédio dos diferentes meios de simulação3.

O Centro de Adestramento-Sul (CA-Sul), sitiado na cidade de Santa-Maria/RS, teve sua

fundação em 2014, e tem a incumbência pelo adestramento coletivo das tropas blindadas e

mecanizadas (nível mínimo Força-Tarefa Subunidade) para as Operações de Amplo Espectro4,

com ênfase na utilização de meios de simulação.

A seguir será discorrido sobre a contextualização do tema, a fim de ambientar sobre o

assunto em discussão e fornecer uma descrição do contexto da pesquisa.

2 Eficiência Operacional é a capacidade técnico-administrativa da OM para desempenhar, adequadamente e com

economia, as atividades e ações correspondentes às missões que lhe são atribuídas em quadro de organização,

dinamizando os recursos materiais e humanos que definem seu nível de operacionalidade (SIMEB, 2018, p. 2-6). 3 Simulação é uma técnica experimental utilizada para estudar a operação de sistemas condicionados pela decisão

humana e/ou influências probabilísticas, a partir da imitação de um modelo com aspectos relevantes de

comportamento do sistema sob estudo (BRASIL,2018). 4 Operações de Amplo Espectro são operações sublinhadas pela combinação simultânea ou sucessiva de

operações em atitude ofensiva, defensiva, operações de pacificação e/ou de apoio a órgãos governamentais como,

emprego de um conjunto interdependente de forças capazes de explorar a iniciativa, aceitar risco e criar

oportunidades para alcançar resultados decisivos (CONCEPÇÃO ESTRATÉGICA, 2017, p. 8).

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1.1 Contextualização

O Adestramento pode ser considerado, segundo o SIMEB (2018), como um conjunto de

atividades capaz de transformar os indivíduos, tropas e o exercício de Comando e Liderança,

desde os escalões mais elementares, inserido em um conjunto harmônico operacional, assim

determinante ao cumprimento de qualquer objetivo militar.

Nesse contexto, o adestramento serve para ampliar a experiência operacional da Força

Terrestre, pois “oferece oportunidades para testar a doutrina de emprego, bem como as técnicas

do material, os procedimentos de apoio logístico e a estrutura organizacional das diversas

Organizações Militares Operacionais” (SIMEB, 2018, p. 6-15).

Seguindo essa perspectiva, os Centros de Adestramentos, Unidades de excelência, foram

criados no Exército Brasileiro para contribuir no Preparo ao adestramento e capacitação de

tropas de qualquer natureza para as operações no amplo espectro, por meio da imitação do

combate, com ênfase na utilização de meios de simulação.

Em 2017, a implantação do Portfólio Estratégico do Exército (Ptf EE) foi constituída

por três grandes subportfólios: Defesa da Sociedade, Geração de Força e Dimensão Humana.

Nesse sentido, os subportfólios são formados por Programas Estratégicos que, dão origem aos

Projetos Estratégicos do Exército.

Figura 1.1 -Portfólio Estratégico do Exército

Fonte: Site EPEx, 2019.

Nesse contexto, os Programas Estratégicos do Exército contribuem para que seja atingido

os Objetivos Estratégicos do Exército (OEE), os quais produzem as capacidades necessárias

para que a Força Terrestre cumpra as suas missões, conforme o previsto na Carta Magna/88 e

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nas demais Diretrizes Ministeriais, em particular a da Estratégia Nacional de Defesa e nas

própria Diretrizes institucionais (CONCEPÇÃO ESTRATÉGICA, 2017).

O Comando de Operações Terrestres (COTER) dentro do Portfólio Estratégico ‘Geração da

Força’ possui um Sistema Gerencial enquadrado dentre os Programas Estratégicos do Exército

denominado Sistema Operacional Militar Terrestre (SISOMT), o qual gerencia os Subprogramas e

Projetos relativos à Doutrina, Preparo e o Emprego da Força Terrestre. Desse modo, o Sistema de

Preparo (SISPREPARO) é o Subsistema que orienta, controla e fiscaliza o Preparo da Força

Terrestre.

O SISPREPARO conta de forma interdependente em sua estrutura, com apoio da

Sistemática de Acompanhamento Doutrinário e de Lições Aprendidas (SADLA), do Centro de

Doutrina do Exército (C Dout Ex), garantindo a própria evolução da doutrina e gestão de Lições

Aprendidas e divulgação das Melhores Práticas.

O SISPREPARO é estruturado pelos Sistemas de Apoio, que contemplam o SIMEB, bem

como, os Centros de Adestramento (C Adst) e Centros de Instrução (CI) e, ainda, pelo Sistema

de Simulação do Exército Brasileiro (SSEB), ambos os sistemas são (co) responsáveis pelas

atividades de Preparo da Força Terrestre.

Sendo assim, cabe ao SISPREPARO planejar, coordenar e controlar, em ligação com os

Comandos Militares de Área, as Preparações Orgânicas e Completas, que serão atingidas pelas

Organizações Militares (OM) da Força Terrestre orientadas pelo Programa de Instrução Militar

(PIM), visando atender ao Sistema de Prontidão (SISPRON) e ao Sistema de Emprego da Força

Terrestre (SISEMP).

Figura 1.2- Modelagem do Sistema Operacional Militar Terrestre

Fonte: SISOMT, 2016.

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A Preparação quer seja Orgânica ou Completa, é caracterizada pela realização dos

Módulos Didáticos de Adestramento (MDA), que contemplam Objetivos de Adestramento

(OA), previstos para serem executados ao longo do Ano de Instrução5 considerado. Durante o

ano de instrução são desencadeados nos corpos de tropa Programas de Instrução que possuem

peculiaridades e objetivos bastante diferenciados entre si, os quais se destacam, principalmente,

o Programa de Instrução Individual e o Programa de Adestramento (SIMEB, 2018).

No Programa de Adestramento, em que pese importância neste estudo, é o balizamento

em que se desenvolve a Fase de Adestramento e se capacitam as OM ao desempenho das

missões, respectivamente, previstas em suas bases doutrinárias, respeitando suas vocações e

grupos de emprego (CONCEPÇÃO ESTRATÉGICA, 2017).

Percorrida essa Fase, uma vez selecionadas e ajustadas no PIM em ano anterior, as tropas

estarão aptas a tomarem contato com os Centros de Adestramento. Esses Centros são Unidades

militares com estruturas físicas, tecnológicas e de recursos humanos apropriadas para atender

as necessidades da Força Terrestre, no que tange a capacitação de pessoal, laboratório de

doutrinas e condução do adestramento das tropas aos níveis mais próximos da realidade do

combate, por intermédio do uso da simulação de combate (SISOMT, 2016).

1.2 Formulação do problema

O Plano Estratégico do Exército6 2016-2019 prevê em seu Objetivo Estratégico do

Exército (OEE 5) – ‘Implantar um novo e efetivo Sistema Operacional Militar Terrestre’, que

ressalta a Estratégia 5.2 – ‘Aperfeiçoamento do Preparo da Força Terrestre’, no qual contempla

5Ano de Instrução é considerado como o período compreendido diante da sistemática de incorporação anual do

contingente de conscritos, os quais serão preparados para atingir o nível de operacionalidade exigido pela Força

Terrestre. O Ano de instrução quando se estende entre os meses de fevereiro e dezembro, tem a denominação de

GRUPAMENTO “ALFA” e, entre os meses de agosto do ano “A” e maio do ano “A+ 1”, GRUPAMENTO

“BRAVO”. O Ano de Instrução é dividido em duas grandes Fases de Instrução, sendo subdivididas em Períodos

e Subperíodos de Instrução, a saber:- FASE DE INSTRUÇÃO INDIVIDUAL: Período de Instrução Individual

Básica- formação do combatente básico; Período de Instrução Individual de Qualificação- formação do combatente

mobilizável- 1º Subperíodo: qualificação de GLO e 2º Subperíodo: qualificação de Defesa Externa e a FASE DE

ADESTRAMENTO: Período de Adestramento Básico- Subperíodo de Adestramento Básico de Pelotões,

Subperíodo de Adestramento Básico de Subunidades e Subperíodo de Adestramento Básico de Unidades, além do

Período de Instrução Avançado (SIMEB, 2018). 6 Plano Estratégico do Exército contém os Programas e os Projetos Estratégicos do Exército (PEE) que são

aqueles projetos com impactos estratégicos, cujos produtos serão os verdadeiros indutores do Processo de

Transformação da Força e, por isso, os que recebem a mais alta prioridade no orçamento da Instituição. O Chefe

do Estado-maior do Exército (EME) é a autoridade patrocinadora dos mesmos e determinará, em portaria, seus

gerentes, a equipe do projeto e suas diretrizes de implantação, além de aprovar sua declaração de escopo e o plano

do projeto. Integram o portfólio do Escritório de Projetos do Exército (NEGAPEB, 2013, p.14).

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6

as Ações Estratégicas 5.2.1– ‘Preparar a Força Terrestre para atuar em Operações Conjuntas,

Combinadas e interagências’ e 5.2.2– ‘Implantar uma nova sistemática de instrução com ênfase

no efetivo profissional’ (PEE, 2016-2019).

Nesse contexto, conforme a concepção do COTER, os Centros de Adestramentos devem

ser as OM responsáveis por avaliar os adestramentos de tropas, centralizando os meios de

simulação de combate necessários ao Preparo da Força Terrestre (SISOMT, 2016). Nesse

diapasão, o COTER estabeleceu um Canal Técnico-Operacional com capacidade de orientar,

coordenar e controlar as atividades doutrinárias, operacionais e administrativas com maior

rapidez e flexibilidade de comunicação com esses Centros.

Assim, o COTER exerce a gestão do gerenciamento de recursos do Projeto Centro de

Adestramento, coordenando semestralmente relatórios de evolução de seu quadro de atividades,

regulando as entregas previstas do seu gerenciamento de escopo, em que se é possível verificar

os principais fatores impactantes, os quais contribuem positivamente no Preparo da Força

Terrestre.

Em contrapartida, existem outros fatores determinantes que necessitam de maior atenção

e que nem sempre são expostos e tangíveis aos olhos dos decisores e gestores, porém esses

fatores são importantes para efetivação do Projeto, sendo o fio condutor do presente trabalho.

Dessa forma, sobre o Projeto Centro de Adestramento, o estudo em tela promoveu a

seguinte indagação: de que forma o Projeto Centro de Adestramento do Exército

Brasileiro, a partir da percepção dos gestores atuantes na área, contribuí para o

aperfeiçoamento do Preparo da Força Terrestre?

1.3 Objetivo Geral

Analisar o Projeto Centro de Adestramento do Exército Brasileiro e suas contribuições

para o aperfeiçoamento do Preparo da Força Terrestre, a partir da percepção dos gestores

atuantes na área.

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7

1.4 Objetivos Específicos

a) Destacar os principais conceitos sobre projetos; gestão de projetos; gerenciamento de

recursos; gestão de pessoas; Treinamento e Desenvolvimento (T&D) de pessoas e Centro de

Adestramento.

b) Identificar os fatores de influência no Projeto Centro de Adestramento do Exército que

contribuí ao Preparo da Força Terrestre.

c) Verificar a percepção dos gestores que atuam na área do Projeto Centro de

Adestramento do Exército.

d) Examinar os fatores que exigem esforço de mudança e que apontam o nível de

desempenho do Projeto Centro de Adestramento do Exército, a partir da percepção dos gestores

atuantes na área.

1.3 Justificativa

Fruto do aumento na demanda de missões de emprego no País e nas Operações de

Manutenção da Paz, a cargo da ONU, a partir da década de 90, houve uma necessidade de se

pensar em estruturas de otimização do adestramento de tropas, que incorporasse como base as

Organizações Militares- Centros de excelência- dotadas de capacidades para se articularem com

as exigências das abordagens em tríplice hélice7.

Nesse sentido, os Centros de Adestramento permitem, ainda, visto por outra ótica, ser

excelentes mecanismos para intercâmbios de especialistas e de gerar conhecimentos

doutrinários com outros países, o que favorece a interação entre nações amigas e fortalecer a

diplomacia militar. Ademais, conforme o SISOMT (2018) os Centros de Adestramento

proporcionam condições de processos diferenciados em ensino, os quais podem cooperar no

adestramento das Escolas de Formação- nos diversos níveis de comando, potencializando a

capacitação dos recursos humanos do Exército Brasileiro.

7 Triplice Hélice foi o termo criado por Henry Etzkovitz nos anos 90, com o objetivo de descrever o modelo de

inovação entendida como resultante de um processo complexo e contínuo de experiências nas relações, ciência,

tecnologia, pesquisa e desenvolvimento nas universidades, empresas e governo. A união entre essas instancias-

uma social, outra pensativa e a última produtiva, indica consolidar as inovações tecnológicas à construção de uma

realidade de desenvolvimento econômico e sustentável (GOMES, et al., 2014).

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8

O Projeto Centro de Adestramento além de incrementar a capacidade operacional das

tropas, bem como a diplomacia militar e o campo ensino-aprendizagem, estima-se considerável

redução nas despesas em adestramento, com a consequente redução no custeio institucional,

pois por intermédio do uso intensivo da tecnologia de simuladores se reduz os prejuízos

materiais e se preservam vidas humanas (OLIVEIRA FILHO, 2018).

Sendo assim, cresce a importância da realização desse estudo, a fim de se verificar de

forma pormenorizada como determinadas etapas da área de conhecimento de gerenciamento de

recursos, principalmente, em tópicos atinentes a pessoas e materiais, e as contribuições do

Projeto em discussão.

Nesse mesmo diapasão, a presente pesquisa ganha notoriedade ao identificar os fatores

de influência que impactam a gestão do Projeto Centro de Adestramento do Exército,

identificando as estruturas integrantes, os entes agregados e os grupos de processos afetos a

execução, monitoramento e controle do Projeto em questão.

Por meio desta pesquisa, ainda, se é possível verificar a gestão dos principais fatores de

influência atinentes à preparação, orientação e condução do Projeto Centro de Adestramento,

com intuito de contribuir positivamente no aperfeiçoamento do Preparo da Força Terrestre.

Ressalta-se que poucos estudos científicos foram desenvolvidos até então sobre o assunto

em tela. Em geral, esses estudos se destinaram a realizar diagnósticos qualitativos processuais,

ligados somente aos Programas de Instrução e, via de regra, a apontar alternativas com soluções

para os problemas, dificuldades e óbices encontrados para esse viés.

A importância desse trabalho surge da quantificação dos principais fatores de influência

que contribuem na gestão do projeto mencionado e o impacto causado nos Centros de

Adestramento com contribuições no Preparo da Força Terrestre. As informações avaliativas

obtidas por técnicas especificas como Brainstormings e Grupos Focais permitiram que as partes

interessadas com esse Projeto, criassem condições de valor para desenvolver um método, com

ajustes calculáveis, diante das percepções desses Públicos.

Espera-se, dessa forma, que o estudo em voga possa contribuir substancialmente a

otimização no desempenho das tropas adestradas nos Centros de Adestramento, bem como,

aprimorar o Projeto em tela, alavancando o Preparo da Força Terrestre.

Nesse sentido, o tema em questão não tem sido estudado empiricamente ou pesquisado

mais profundamente nos projetos da Instituição, junto ao Escritório de Projetos do Exército

(EPEx). Desse modo, dentre as considerações ora levantadas, considerou-se para este estudo

um dos principais motivos a realização da mencionada pesquisa sobre o Projeto em tela.

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9

2 REVISÃO TEÓRICA

Ao se discutir cientificamente o Gerenciamento de Recursos do Projeto Centro de

Adestramento, deve-se observar e estudar diversos tópicos, que dentre eles destacam-se:

Projetos, Gestão de Projetos, Gerenciamento de Recursos, Gestão de Pessoas, Treinamento e

Desenvolvimento (T&D) de Pessoas, além de Centro de Adestramento.

A revisão teórica, segundo Barros e Lehfeld (1990), deve esclarecer os pressupostos

teóricos que dão fundamentação à pesquisa e as contribuições proporcionadas por investigações

anteriores, de tal feito que não deve ser realizada apenas uma ‘colcha de retalhos’ por

referências dos autores, mas sim uma discussão crítica do que sustenta o atual problema em

questão.

No mesmo contexto Gil (2002) afirma que a revisão bibliográfica ou revisão literária nada

mais é do que uma análise de publicações correntes em uma determinada área do conhecimento

consagrada ou inovadora com enfoque no esclarecimento sobre o tema em estudo.

Neste capítulo serão abordados os temas conforme o Quadro 2.1 abaixo.

TERMO DEFINIÇÕES AUTOR

PROJETOS

projetos são executados por

pessoas, com limitações de

recursos e planejados,

executados e controlados ao

longo de seu ciclo de vida.

NEGAPEB (2013)

Projeto pode ser considerado

como um conjunto organizado

de pessoas dedicadas e definidas

com um propósito e objetivo

específico, de tal sorte que

necessitam de planejamento para

gastos, ações únicas e

empreendimentos de risco

elevado.

Tuman (1983)

Projeto também pode ser

considerado como o processo

que envolve os seguintes

aspectos, dentre os mais

relevantes: aplicação de

conhecimentos, habilidades e

ferramentas; atendimentos a

requisitos; produção de

resultados, uso de recursos

financeiros, tomada de decisões

e manutenção da motivação de

pessoas nos diversos processos

de planejamento, execução e

controle.

Atkinson (1999).

a capacidade de aplicar

conhecimentos, habilidades,

ferramentas, técnicas e a

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10

Gestão de Projetos

liderança e o gerenciamento de

recursos em realidades

destinadas ao controle de

eventos não repetitivos, únicos e

complexos, dentro de um cenário

de tempo, custo e qualidade pré-

determinados.

PMI (2017)

significa identificar os

requisitos, adaptar-se às

diferentes necessidades,

preocupações e expectativas das

partes interessadas e o

balanceamento das restrições

conflitantes que incluem o

escopo, a qualidade, o

cronograma, o orçamento, os

recursos e o risco.

NEGAPEB (2013)

Gerenciamento de Recursos

Tal abordagem considera as

competências, as capacidades e

as habilidades, como sendo a

base de conhecimento produtivo

e organizacional, o que apropria

as condições pelas quais os

recursos geram vantagem

competitiva.

KRETZER et al. (2006).

compreende a identificação,

aquisição e gestão dos recursos

indispensáveis à conclusão com

sucesso do projeto. Desse modo,

cabe ao planejador de recursos

garantir que esses estarão

disponíveis para o gerente do

projeto e a sua equipe, na hora e

nos lugares certos.

PMI (2017)

Gestão de Pessoas

é uma área sensível à cultura das

organizações. Ela é

contingencial e situacional, pois

depende de aspectos como

arquitetura organizacional,

tecnologia, modelos de gestão,

pessoas, dentre outras variáveis.

Dutra (2009)

pode ser definida como um

conjunto integrado de processos

cujo intuito é por um lado

desenvolver o capital humano,

proporcionando competências e

competitividades às

organizações/Projetos e, que por

outro lado, constitui as

práticas/processos, com intuito

de valorizar as pessoas com seu

capital intelectual, elemento

fundamental ao sucesso

organizacional.

HSM (2004).

preconiza que o processo de

Treinamento e Desenvolvimento

(T&D) é o que conduz os

programas de treinamento de

pessoas, incluindo qualidade,

Society for Human Resource

Managment (1996)

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11

Treinamento e Desenvolvimento

de Pessoas (T&D)

relações humanas, os pacotes de

softwares de TIC, treinamento

do cargo, treinamento das

posições de gestores e líderes e

treinamento coletivos.

percebe-se que treinar e preparar

as pessoas para as atividades do

trabalho, sob a ótica de buscar o

melhor desempenho de cada

indivíduo no cargo ocupado,

torna-se relevante para observar

as relações interpessoais e os

ganhos de cooperação coletivos,

que resultam da evolução na

formação de grupos às equipes

de trabalho.

Lacombe (2011)

Centros de Adestramento do

Exército

são Unidades Militares dentro da

estrutura do SISPREPARO,

inclinadas a apoiar o

aperfeiçoamento do Preparo da

Força Terrestre, por intermédio

de adestramentos de tropas pela

máxima imitação do combate,

com ênfase na utilização de

diversos meios de simulação.

SISOMT (2016).

as atividades de adestramento de

tropas nos Centros estão

calcadas, principalmente, em

cinco pilares básicos, a saber:

tropas adestradas, meios de

simulação necessários para

desenvolver os Módulos

Didáticos de Adestramento

(MDA), os Observadores,

Controladores e Adestradores

(OCA), a Força Oponente

(FOROP) e a realização da

Análise Pós-Ação (APA).

SIMEB (2018)

Quadro 2.1- Taxonomia dos conceitos

2.1 Projetos

Para o estudo em questão, a noção de Projeto é de suma importância, pois esse é o tópico

que será permeado ao longo de toda a pesquisa, levando em consideração as diferentes

percepções das áreas de conhecimento que o envolvem.

As melhores práticas das diversas linhas de estudo, com objetivos de alcance do sucesso

dos Projetos, estão hoje consolidadas na forma de manuais ou compêndios, dentre os quais

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destacam-se o Project Managment Book (PMBoK)8 do Project Managment Institute (PMI),9

dos Estados Unidos da América e o Project in Controlled Environments (PRINCE2) do Office

of Government Commerce (OGC), do Reino Unido (CAUPIM et al., 1999).

O conceito de Projetos (PMI, 2000) tem sido esclarecido, a partir dos anos 80, com um

entendimento comum diante das organizações que trabalham com tal empreendimento.

Todavia, a literatura oferece diferentes definições para Projetos, as quais os princípios de

unicidade, temporalidade e esforço são considerados marcos transversais desse assunto.

Assim, segundo Tuman (1983), um Projeto pode ser considerado como um conjunto

organizado de pessoas dedicadas e definidas com um propósito e objetivo específico, de tal

sorte que necessitam de planejamento para gastos, ações únicas e empreendimentos de risco

elevado. Assim, Projeto tem um período de duração e exige uma captação de recursos com

expectativa de desempenho para resultados de retorno.

Corroborando com a assertiva acima, Projeto também pode ser considerado como o

processo que envolve os seguintes aspectos, dentre os mais relevantes: aplicação de

conhecimentos, habilidades e ferramentas; atendimentos a requisitos; produção de resultados,

uso de recursos financeiros, tomada de decisões e manutenção da motivação de pessoas nos

diversos processos de planejamento, execução e controle (ATKINSON, 1999).

Em síntese, a NEGAPEB (2013) afirma que os projetos são executados por pessoas, com

limitações de recursos e planejados, executados e controlados ao longo de seu ciclo de vida.

Assim, é possível afirmar que os projetos diferem dos processos e das operações, porque esses

últimos são contínuos e repetitivos, enquanto os projetos têm caráter único e requer continuo

esforço e dedicação de seus participantes.

8 PMBoK é um guia que oferece uma visão geral sobre o gerenciamento de projetos. O PMBoK oferece um vocabulário

comum que foi identificado pelos profissionais da área. Esse vocabulário comum ajuda bastante na comunicação que, conhecendo uma terminologia, pode referenciá-la sempre que for necessário, sem precisar entrar em maiores detalhes.

Além disso, o PMBoK “identifica um subconjunto do conjunto de conhecimentos em gerenciamento de projetos” (PMI,

2017, p. 38). 9 PMI é uma associação sem fins lucrativos, fundada em 1969, com sede na Pensilvânia, nos Estados Unidos da América, que tem como objetivo reunir profissionais da área de gerenciamento de projetos para trocarem experiências e

conhecimentos, identificar e reunir boas práticas de gerenciamento de projetos, estabelecer uma ética na profissão e certificar profissionais da área. Essa importante organização está presente em mais de 185 países com mais de 600 mil

membros afiliados (PMI, 2017, p. 40).

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2.2 Gestão de projetos

A Gestão de Projetos para o presente estudo esclarece a compreensão sobre a atividade e

define o termo para Projetos como, a capacidade de aplicar conhecimentos, habilidades,

ferramentas, técnicas e procedimentos, a liderança e o gerenciamento de recursos em realidades

destinadas ao controle de eventos não repetitivos, únicos e complexos, dentro de um cenário de

tempo, custo e qualidade pré-determinados (PMI, 2017).

Assim, as autoras especializadas no assunto asseguram que Gestão de Projetos “é uma

atividade inerentemente social, capaz de absorver ferramentas evolutivas de tecnologias como

as desenvolvidas na web 2.0 ‘e nos simuladores’. Logo tem-se uma atuação mais natural dentro

dos projetos” (PEDRON et al., 2018, p. 299).

Desse modo, corroborando com a assertiva acima, a Gestão de Projetos é realizada por

meio do gerenciamento de processos agrupados de forma ordenada e lógica. Sabe-se que pode

ser agrupado os processos de diferentes formas. Todavia, o PMBoK orienta os processos em

cinco categorias diferentes, denominadas de Grupos de Processos, a saber: iniciação,

planejamento, execução, monitoramento e controle e encerramento (PMI, 2017).

Seguindo a perspectiva, segundo a NEGAPEB (2013, p.15) a Gestão de Projetos significa

“identificar os requisitos, adaptar-se às diferentes necessidades, preocupações e expectativas

das partes interessadas e o balanceamento das restrições conflitantes que incluem o escopo, a

qualidade, o cronograma, o orçamento, os recursos e o risco”.

Sendo assim, outros fatores condicionantes podem interferir na Gestão do Projeto como

a cultura, o ambiente, o aprendizado e a estrutura organizacional que de via de regra impactam

sobre o modo de gerir um Projeto.

2.3 Gerenciamento de recursos

O Projeto é arquitetado e acompanhado em todo seu ciclo de vida, e uma vez executado

segue as conformidades das operações e dos Grupos de Processos, os quais seguem uma ordem

cronológica. Contudo, essa Gestão se é realizada pelas áreas do conhecimento, de forma

integrada e decorrente do modelo transversal (PMI, 2017).

Cabe destacar que em uma dessas áreas do conhecimento encontra-se o gerenciamento

de recursos, conforme demonstrado na figura 2.1 abaixo.

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Figura 2.1 – Relação de Grupos de Processos e Áreas de Conhecimento

A perspectiva baseada em gerenciamento de recursos se apropria das condições pelas

quais os recursos geram vantagem competitiva. Assim, as decisões estratégicas da organização

não são determinadas pelos mercados e produtos, mas sim pela organização de planos e dos

recursos ligados ao Projeto. Tal abordagem considera as competências, as capacidades e as

habilidades, como sendo a base de conhecimento produtivo e organizacional e, por sua vez, a

fonte mais importante da vantagem competitiva (KRETZER et al., 2006).

O PMBoK (PMI, 2017) define que o gerenciamento dos recursos do projeto compreende

a identificação, aquisição e gestão dos recursos indispensáveis à conclusão com o sucesso do

projeto. Desse modo, cabe ao planejador de recursos garantir que esses estarão disponíveis para

o gerente do projeto e a sua equipe, na hora e nos lugares certos.

Os recursos do projeto podem incluir membros da equipe, suprimentos, materiais,

equipamentos, serviços e instalações. Isto posto, o gerenciamento de recursos eficaz deve

considerar e planejar para a disponibilidade ou a competição por recursos escassos. Esses

recursos podem ser obtidos internamente dos ativos da organização ou de forma exógena, tendo

por base duas abordagens, a saber: por desenvolvimento/ adaptações ou por aquisições

(KRETZER et al., 2006).

A NEGAPEB (2013) define, ainda, que os processos de gerenciamento dos recursos do

Projeto podem ser assim divididos: planejar os gerenciamentos dos recursos; estimar os

recursos das atividades; adquirir recursos; desenvolver a equipe; gerenciar a equipe e controlar

os recursos.

Seguindo essa perspectiva, o gerenciamento de recursos humanos compreende as

informações necessárias a respeito sobre quando e como as pessoas integrantes do Projeto se

articulam e criam necessidades de treinamento, dentre outras circunstâncias (PMI, 2017).

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Dessa forma, pode-se entender que o gerenciamento de recursos é a mobilização e a

articulação de pessoas dentro da organização com objetivos de treinar, buscar parcerias,

contratar, dentre outras atividades sociais e humanizadas. Na falta absoluta de competências,

vencidos todos os esforços para se obter resultados, deve-se mudar o escopo, a qualidade, os

custos e/ou o cronograma, ou até mesmo terminar o projeto (NEGAPEB, 2013).

2.4 Gestão de pessoas

O mundo moderno, baseado em constantes transformações advindas pelas novas

tecnologias de comunicações, permite realizar redes infinitas e mutáveis de informações e

relacionamentos. Tal cenário exige, cada vez mais, que as pessoas, as organizações, os

mercados e as sociedades se mantenham dinamizadas e atualizadas em caráter permanentes,

pois assim é denominada a Era do Conhecimento10 (SIMÕES, 2009).

Nesse sentido, novos softwares, novos processos, consultorias, inovações, pesquisas,

relações de trabalho, dentre outros são os principais fatores que constroem e fragmentam,

rapidamente, diante da nova conjuntura informacional (CASTELLS, 1999). Por isso, segundo

Lacombe (2005), o reconhecimento do capital intelectual, como sendo o maior ativo das

organizações, além de diferencial competitivo, a gestão de pessoas passou a ser cada vez mais

valorizada nas organizações e nas instituições supranacionais.

Pode-se perceber que, ao longo do tempo, as pessoas passaram a significar o diferencial

competitivo que mantém e promovem o sucesso organizacional. Para que haja uma

modernização na gestão de recursos humanos, é cada vez mais necessário que ocorram

mudanças significativas no comportamento das organizações (DUTRA, 2004). Assim, as

estruturas deverão em todos os níveis da organização, possuir pessoas capazes de pensar e

executar múltiplas tarefas, ou seja, pessoas de competências multifacetadas.

Dutra (2004) enfatiza, ainda, que para engajar e utilizar plenamente as pessoas em suas

atividades, as organizações estão mudando conceitos e alterando as práticas gerenciais. Isto

posto, corroborando com essa premissa, Lacombe (2011) afirma que, a denominação dada às

pessoas reflete o grau de importância que elas têm para com as organizações, que em

10 Era do Conhecimento também conhecida como ‘Sociedade do Conhecimento’ pode ser compreendida como

nova forma de sociedade que trouxe consigo a velocidade do tempo real com amplas possibilidades de controle,

armazenamento e acesso a múltiplos conjuntos de informações. Na dinâmica organizacional, o conhecimento

torna-se um dos vetores mais importantes na definição da produtividade e das economias institucionais e porque

não afirmar nacionais e supranacionais. O conhecimento configurou-se como o principal ativo das empresas e

países na busca por maior competitividade e a gestão deste, se transformou em precioso recurso estratégico para o

controle dos processos pelas organizações (CATTANI; HOLZMANN, 2006, p. 57-59).

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contrapartida é a maneira como as organizações enxergam as pessoas que nelas trabalham e

passam a ter um (re)significado, sinalizando o papel e o valor que são atribuído às pessoas.

Organizações e Pessoas buscam objetivos próprios e diferentes, pois no jogo de interesses

existentes entre ambas as partes, nem sempre existem coincidências e ajustes recíprocos. Assim,

Dutra (2009) afirma que a Gestão de Pessoas é uma área sensível à cultura das organizações.

Ela é contingencial e situacional, pois depende de aspectos como arquitetura organizacional,

tecnologia, modelos de gestão, pessoas, dentre outras variáveis.

Dessa forma, a Gestão de Pessoas pode ser definida como um conjunto integrado de

processos cujo intuito é por um lado desenvolver o capital humano, proporcionando

competências e competitividades às organizações/Projetos e, que por outro lado, constitui as

práticas/processos, com intuito de valorizar as pessoas com seu capital intelectual, elemento

fundamental ao sucesso organizacional (HSM, 2004).

Segundo o entendimento de Dessler (1997, p.12), a Gestão de Pessoas “está ligada as

políticas e as atividades necessárias para gerir o trabalho e o cotidiano dos recursos humanos

nas organizações”, podendo ser agrupadas em 06 (seis) campos de estudos: agregar pessoas,

aplicar pessoas, recompensar pessoas, treinar e desenvolver pessoas, manter pessoas e

monitorar pessoas.

Dentro desse Contexto, vale ressaltar sobre o termo Capacitação de Pessoas que pode ser

compreendido, de acordo com Dessler (1998) como um conjunto de práticas técnicas e táticas

definidas por uma organização, para orientar o comportamento humano à conduzir

determinados padrões, como conviver relações interpessoais no ambiente de trabalho, obter

aperfeiçoamento, obter aprendizado, realizar troca de experiências, intercâmbios, integrações,

cooperações, dentre outras ações.

Assim, a Capacitação de Pessoas deve ser entendida pelas organizações de forma

estratégica, associando os comportamentos humanos à gestão de pessoas, o que envolve mais

do que práticas, mas sim projetos e Programas que orientem como se deve lidar com o recurso

humano em uma determinada organização (FLEURY; FISCHER, 2002).

Nesse sentido, o presente estudo sobre gerenciamento de recursos humanos vai se ater a

de treinar e desenvolver pessoas – porque assim é o adestramento para o meio militar, e suas

relações, visando o desempenho do Projeto mencionado.

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2.5 Treinar e Desenvolver Pessoas

A Society for Human Resource Managment, preconiza que “o processo de Treinamento

e Desenvolvimento (T&D) é o que conduz os programas de treinamento de pessoas, incluindo

qualidade, relações humanas, os pacotes de softwares de TIC, treinamento do cargo,

treinamento das posições de gestores e líderes e treinamento coletivos” (1996, p. 35).

Segundo Lacombe (2011) percebe-se que treinar e preparar as pessoas para as atividades

do trabalho, sob a ótica de buscar o melhor desempenho de cada indivíduo no cargo ocupado,

torna-se relevante para observar as relações interpessoais e os ganhos de cooperação coletivos,

que resultam da evolução na formação de grupos às equipes de trabalho.

Cabe trazer à baila para a diferenciação entre grupos e equipes de trabalho, bem como

para a compreensão do conceito de T&D e, ainda, entender como essa ferramenta produz

habilidades e competências de pessoas, consequentemente, em uma percepção de maior

competitividade para o sucesso dos Projetos (LACOMBE, 2011).

Assim, entende-se que a equipe é um conjunto de pessoas dotadas de comprometimento

e responsabilidades, com objetivos definidos e, sob suas competências individuais efetuam

atividades distintas, sabendo que os resultados dependem do desempenho e do esforço de cada

um do grupo. Enquanto que o Grupo constitui uma formação sem existência de atitudes, de

coordenação, de colaboração mútua, de forma que não haja incrementos de desempenho e

resultados compartilhados em âmbito coletivo (REIS, 2005).

Segundo Saviani (1997) é necessário esclarecer que trabalhar com outras pessoas é algo

complexo e que exige grande interação de cada membro e da equipe para integrar tarefas e se

conectar a outras equipes, a fim de gerar novos conhecimentos e incrementar a capacidade de

resolubilidade para os mesmos objetivos de Projetos.

Nesse sentido, o Ensino Militar fomenta a formação do pensar coletivo, do pensar em

Equipe, que em última análise culmina no ano de instrução nas atividades de adestramento.

Assim, pode-se afirmar que a Força Terrestre investe na qualidade de ensino por meio de

práticas inovadoras que conduzem a uma educação integral, possibilitando ao educando, o

desenvolvimento simultâneo das áreas cognitiva, afetiva e psicomotora. O Ensino Militar passa

a ser componente fundamental à consecução do T&D, e o consequente aprimoramento da

gestão de pessoas, que visa o incremento do Projeto em estudo (BRASIL, 2012).

Dessa forma, conforme a constatação de Dessler (1998) percebe-se que o papel de T&D

torna-se imprescindível em uma organização, pois ele passa a ser a ‘peça-chave’ em Gestão de

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Pessoas para direcionar o crescimento de pessoas e agregar valores aos objetivos definidos e

por análise a organização.

Nesse contexto, a equipe tem suas fronteiras definidas no processo e que desses membros

da equipe são exigidos os esforços promotores de uma conquista de produção visando o sistema

social complexo, o qual se exige cada vez mais o humano ser como fator determinante do

sucesso organizacional.

Segundo o PMI (2017, p. 372) Desenvolver a Equipe “é o processo de melhoria de

competências, do intercâmbio entre indivíduos para o pensar coletivo e do ambiente geral da

equipe para aprimorar o desempenho do Projeto”. Nesse mesmo diapasão, Treinamento pode

incluir diversas atividades que visam aperfeiçoar as habilidades e competências dos integrantes

da equipe do projeto, o que pode vir a ocorrer formal ou informalmente.

Seguindo essa perspectiva, baseado no depoimento de Reis (2005), o T&D requer uma

avaliação que pode vir a ocorrer de forma individual e-ou da equipe, e esse procedimento é o

que fornece parâmetros à equipe do Projeto ter uma percepção de como anda seu

posicionamento de desempenho e resultados, as mudanças de condutas e metas dos membros

da equipe, os processos, a tramitação das informações, a tomada de decisões e as interações

com o ambiente e as pessoas.

2.6 Centro de Adestramento

O Adestramento “compreende as atividades de preparo obedecendo a programas e ciclos

específicos, incluindo a utilização de simulação em todas as suas modalidades: construtiva,

virtual e viva” (DMT, 2014, p. 23). É considerado a fase mais importante do Ano de Instrução,

pois caracteriza o estágio final do Preparo da tropa e nesse contexto, os Centros de

Adestramentos ganham notoriedade, haja vista a sua incumbência para certificar tropas a serem

empregadas em Operações Militares (PIM, 2018).

Os Centros de Adestramento do Exército Brasileiro são Unidades Militares dentro da

estrutura do SISPREPARO, inclinadas a apoiar o aperfeiçoamento do Preparo da Força

Terrestre, por intermédio de adestramentos de tropas pela máxima imitação do combate, com

ênfase na utilização de diversos meios de simulação (SISOMT, 2016).

Sendo assim, conforme SIMEB (2018), o adestramento das tropas é realizado nos mais

diversos escalões: Grande Unidade, Unidade, Subunidade e Pelotões, por intermédio de

exercícios militares de dupla ação no terreno, em que são executados os Módulos Didáticos de

Adestramento (MDA). Dessa forma, ênfase é dada para àquelas tropas selecionadas a serem

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adestradas, principalmente, em operações continuadas, em ações simultâneas, diante de

capacidades de operar noturno, no combate em áreas edificadas e no uso das Técnicas, Táticas

e Procedimentos (TTP).

Dentre as principais missões dos Centros de Adestramentos destacam-se realizar o

adestramento das Unidades integrantes das Forças de Emprego Estratégico (FEE) e as Forças

do Sistema de Prontidão (SISPRON), prioridade de emprego da Força Terrestre, conforme o

SISOMT (2016), as quais devem estar com seus níveis de eficiência operacional elevado.

Nesse contexto, Moon, et al., (2008) expressa o conceito da interoperabilidade que ganha

valor agregado junto ao mencionado Projeto, o qual menciona que a interoperabilidade, envolve

a otimização do tempo e de recursos investidos, quando mais de uma força age em conjunto,

tornando a existência de uma maior diversificação de ações nas operações, quer seja a nível

nacional ou regional, por meio da colaboração, quer seja nas atividades conjuntas, combinadas

ou de interagências, quando acionadas.

Desse modo, interoperabilidade no âmbito militar (SANTOS, 2009) ocorre por

intermédio do treinamento e dos exercícios de adestramento, e nesse contexto é que de forma

efetiva se pode analisar se há conhecimento mútuo, prática da doutrina e dos procedimentos

planejados, identificação de problemas à integração, tanto no que diz respeito ao engajamento

das tropas quanto dos equipamentos, bem como retirando lições aprendidas por meio desses

treinos e exercícios.

Assim, dentre outras principais atividades realizadas pelos Centros de Adestramentos,

baseado no SIMEB (2018), cabe destaque a orientação às tropas que por lá são adestradas, as

quais trabalham os processos das Técnicas, Táticas e Procedimentos (TTP), visando assim o

aperfeiçoamento da Sistemática do Adestramento.

Fruto do acompanhamento dessa Sistemática se produz um conjunto de condutas e de

aprendizado, que por vezes, alimentam a Sistemática de Acompanhamento Doutrinário e Lições

Aprendidas (SADLA), reforçando o gerenciamento de Lições Aprendidas, de Melhores

Práticas e de Oportunidades de Melhoria, o que reforça a interdependência entre o

SISPREPARO e o SADLA, junto ao Centro de Doutrina do Exército (C Dout Ex).

É no C Dout Ex que se estuda, organiza, coordena e se faz a gestão da Doutrina Militar

Terrestre, no qual o presente Projeto de certa forma perpassa. Assim, pode-se afirmar que a

Doutrina Militar Terrestre é o “conjunto de valores, fundamentos, conceitos, concepções,

táticas, técnicas, normas e procedimentos da Força Terrestre, estabelecido com a finalidade de

orientar a Força Terrestre no preparo de seus meios” (DMT, 2014, p. 14), considerando a

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20

maneira mais provável de ser empregada, quer seja em operações terrestres, combinadas e

conjuntas.

Dessa forma, A Doutrina Militar Terrestre estabelece um formato peculiar para ser

empregado por seus integrantes tomando como base a solução de problemas militares que

constituem elemento essencial da Defesa e importante instrumento da ação do Estado.

O Centro de Adestramento, ainda, proporciona aos Comandantes das tropas

enquadrantes, quando por lá são adestradas, um diagnóstico do nível de Preparação Orgânica,

Completa e/ou Preparação Específica, atingido pelas tropas adestradas, o que permite efetivar

Certificações da Capacitação Operacional das tropas e seus níveis de Eficiência Operacional,

para possíveis condições de Emprego.

Conforme o PIM (2018), os Centros de Adestramentos devem coordenar junto com o

COTER o adestramento das tropas no âmbito nacional, guardando as particularidades e

natureza de tropas distribuídas no amplo território brasileiro, em que pese às tropas

consideradas de ‘vocação leves’, que serão atendidas pelo Centro de Adestramento- Leste (CA-

Leste), localizado no Rio de Janeiro- RJ e as tropas de ‘vocação pesadas’, no Centro de

Adestramento-Sul (CA-Sul), na cidade de Santa Maria- RS.

Dessa forma, os Centros de Adestramento devem obedecer a um conjunto integrador de

esforços cujos principais vetores são: centralização do máximo de meios de simulação

necessários; estar próximos de Campos de Instrução- local onde se desenvolve o adestramento

das tropas desdobradas no terreno e buscar interação com os Centros de Instrução- ambiente

fomentador de ensino militar para compartilhar e reiterar as atividades de instrução individual

e de adestramento básico.

Segundo SIMEB (2018) as atividades de adestramento de tropas nos Centros estão

calcadas, principalmente, em cinco pilares básicos, a saber: tropas adestradas, meios de

simulação necessários para desenvolver os Módulos Didáticos de Adestramento (MDA), os

Observadores, Controladores e Adestradores (OCA), a Força Oponente (FOROP) e a realização

da Análise Pós-Ação (APA).

As estruturas Centros de Adestramentos são partes integrantes do Projeto Centro de

Adestramento ora ligado ao Projeto Estratégico e Estruturante do novo SISOMT, a cargo do

COTER. Dessa forma, atualmente, de forma reestruturada no portfólio estratégico do Exército,

esses Centros de Adestramentos estão contidos no Programa de Modernização do SISOMT do

Portfólio de Exército Geração de Força (SISOMT, 2016).

Seguindo tal perspectiva, em 2012, deu-se início a criação do Centro de Adestramento-Sul,

na cidade de Santa Maria -RS, por intermédio da Portaria do Comandante do Exército, de 16 de

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abril de 2014 e, para seu efeito, o Estado-Maior do Exército emitiu em 08 de maio de 2016, a

Diretriz de Implantação desse Centro de Adestramento.

A partir de 2017, a Portaria do Comandante do Exército nº 1058, de 21 de setembro de 2017,

ativou de fato esse Projeto para possuir um desenho singular de arquitetura inédita na instituição,

em prol do aperfeiçoamento do Preparo da Força Terrestre. Existe sob seu controle, atualmente, em

funcionamento a Simulação de Adestramento de Estado-Maior (SIMACEM), com sua estrutura

predial em construção e o Simulador de Apoio de Fogo (SIMAF). Encontra-se concluída a fase de

simulação virtual e estando em fase de implementação a simulação viva com o evento-teste

marcado para final de 2019. (PIM, 2018).

Figura 2.2- Cronograma do Projeto CA-Sul

Fonte: CA-Sul

O Centro de Adestramento e Avaliação do Exército (CAAdEx) existe desde de 1996, no

Rio de Janeiro, conforme a Portaria Ministerial nº 525, de 21 de agosto de 1996, vinculado ao

COTER, para efeitos de orientações e supervisões de avaliação e de adestramento.

Esse Centro de Adestramento, após sucessivas alterações estruturais e processuais em seu

quadro evolutivo, principalmente, no contexto das capacidades de simulações existentes

possuía a incumbência de realizar somente a modelagem de Simulação Tática, com enfoque na

Simulação Viva.

Em 13 de outubro de 2017, o CAAdEx, por determinação do Comandante do Exército,

passou a denominar-se Centro de Adestramento-Leste (CA- Leste). Essa mudança marcou a

inserção de novas capacidades à Unidade, tornando-a plena na condução das três modalidades

de Simulação de Combate: Simulação Viva, Virtual e Construtiva. Esse Centro de

Adestramento, atualmente, possui vocação para adestrar tropas leves, fruto de sua envergadura

em mobilidade e flexibilidade.

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Figura 2.3- Modelos de Simulação

Fonte: Site CA-Sul

Ao longo de sua história, essa Organização Militar contribuiu para a elevação dos padrões

de Preparo da Força Terrestre, adestrando tropas para ser empregada em missões dentro do

território nacional, como na preparação para missões dos Grandes Eventos (Copa do Mundo,

Olimpíadas 2016, Visita do Papa ao Brasil, Jogos Mundiais Militares), e em missões

internacionais, no contexto de Operações de Missões de Paz, sob a égide da Organização das

Nações Unidas (ONU) e de outros organismos internacionais, como a Organização dos Estados

Americanos (OEA).

Cabe destaque para o debate sobre o conceito da simulação, que é uma das principais

atividades decorrentes dos Centros de Adestramento. Assim, (BRASIL, 2018) definiu-se que a

atividade de simulação tendo os simuladores como os equipamentos capazes de reproduzir ou

simular comportamentos de outros equipamentos ou sistemas reais, reproduzem fenômenos e

sensações análogos aos equipamentos ou sistemas reais, reproduzindo as sensações físicas e, as

percepções do comportamento dos sistemas reais.

A importância de simuladores no adestramento tem relevância com o Projeto em questão,

conforme o depoimento do General Joseph Martin, do Combined Arms Center- Training,

conforme segue abaixo:

desenvolver o treinamento de capacidades por simulação deve ter como

premissas o campo intelectual à frente do físico, a inovação, a realidade

dos múltiplos escalões em combate, a progressividade das ações e o

esforço humano na guerra. Esse conceito comprova a grande

importância assumida pelos sistemas de simulação destinados ao

treinamento das Forças Armadas, haja vista a vinculação feita com o

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realismo das atividades, a relevância e a repetição dos procedimentos,

meios indispensáveis para um adequado ciclo de adestramento

procedente às operações reais (Conferência de Simulação Militar-

Kansas/EUA, 2015 Apud OLIVEIRA FILHO, 2018).

Seguindo essa perspectiva, os sistemas de simulação inseridos nos Centros de

Adestramento permitem capacitar militares em diferentes aéreas, racionalizando recursos e

trazendo mais possibilidades aos treinamentos. Assim, os militares participam de

representações artificiais de atividades sobrepondo os eventos reais. Para isso, podem ser

utilizados sistemas informatizados, mecânicos, hidráulicos ou a combinação desses sistemas.

Outrossim, os Centros de Adestramento além do incremento da capacidade operacional

das tropas, estima-se considerável redução nas despesas em adestramento, com a consequente

redução no custeio institucional, que por intermédio do uso intensivo da tecnologia de

simuladores possibilita a redução de prejuízos materiais e da preservação de vidas humanas.

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3 MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA

De acordo com Gil (2002), a pesquisa pode ser definida como um procedimento racional

e sistemático, em que o maior objetivo é proporcionar respostas aos problemas que são

definidos. A pesquisa vai desde a concepção do problema até a discussão dos resultados.

Nessa perspectiva, cabe ressaltar que a pesquisa em tela teve como objeto a análise do

Projeto Centro de Adestramento do Exército Brasileiro, a partir das percepções dos gestores

atuantes na área, e as contribuições para o aperfeiçoamento do Preparo da Força Terrestre. Essa

pesquisa se desenvolveu em três locais distintos, sendo primeiramente, em Brasília (COTER);

em seguida, no Rio de Janeiro-RJ (CA-Leste) e por último, em Santa Maria-RS (CA-Sul).

Contudo, percebe-se que o Lócus da pesquisa se deve primordialmente em Brasília por

ter o interesse do Projeto voltado ao Órgão de Direção Operacional- COTER e ao órgão de

Direção Geral- EPEx.

Isto posto, participaram desta pesquisa Oficiais superiores especialistas gestores e praças

agidos usuários, com relativas experiências no Projeto em questão, todos respondentes na área

militar atinente ao tema, tanto do COTER como dos mencionados Centros de Adestramentos.

Diante desse contexto, pode-se constatar que a pesquisa é essencialmente “produzir novo

conhecimento e tem a finalidade de buscar respostas a problemas e indagações de ordens

teóricas e práticas. É a atividade básica da ciência, e por meio dela descobrimos a realidade”

(ZANELLA, 2009, p. 63).

Isto posto, percebe-se que a pesquisa requer “um procedimento reflexivo, sistemático,

controlado e crítico, que permite descobrir fatos novos ou dados, relações ou leis, em qualquer

campo do conhecimento” (LAKATOS; MARCONI, 1991, p. 154).

Dessa forma, pode-se inferir que a atividade mais significativa dos procedimentos

metodológicos é a pesquisa, pois nela se dá a composição do ato de estudar, observar,

experimentar os fenômenos, colocando de lado a sua compreensão a partir de apreensões

subjetivas e imediatas (BARROS; LEHFELD, 1990).

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3.1 Tipologia e descrição geral dos métodos de pesquisa

Visando analisar de que forma o Projeto Centro de Adestramento apoia o Preparo da

Força Terrestre, o presente estudo trata-se de uma pesquisa classificada com foco na base de

dados, contendo tanto dados primários como dados secundários.

Os dados primários se deram a partir do trato de informações dos relatórios semestrais

enviados pelos Centros de Adestramento ao COTER e da aplicação do formulário aos agidos.

Enquanto, os dados secundários foram obtidos com a revisão da literatura por intermédio de

livros, revistas e artigos especializados sobre o assunto, bem como consultas a internet.

Gil (2002) afirma que a leitura que se realiza nas pesquisas bibliográficas pode vir a ajudar

o pesquisador a identificar diversificadas informações e dados constantes do material impresso,

o que cria um raciocínio lógico que possa vir a estabelecer relações entre as informações e os

dados coletados com o problema proposto e, finalmente, analisar a consistência das informações

e dados apresentados pelos autores.

Quanto a natureza da pesquisa, a mesma pode ser classificada como aplicada, por estar

relacionada com o pragmatismo do Preparo da Força Terrestre. Nesse sentido, as autoras

asseveram que a “pesquisa aplicada ocorre quando o pesquisador é movido pela necessidade de

conhecer o aproveitamento imediato de seus resultados” (BARROS; LEHFELD, 1990, p. 34).

Zanella (2009) afirma, ainda, sobre a pesquisa aplicada é a motivação básica à solução de

problemas concretos, práticos e operacionais. Diante disso, pode-se constatar que a pesquisa

aplicada é também chamada de pesquisa empírica, pois o pesquisador precisa ir a campo,

conversar com as pessoas, presenciar as relações sociais e então formar suas percepções dos

fatos alusivos à pesquisa.

No tocante a abordagem, a pesquisa é classificada tanto qualitativa como quantitativa. Na

abordagem qualitativa a pesquisa trata-se de subjetividade e de uma visão construtivista, ao

reconhecer importância as percepções de indivíduos, que em avaliação de alternativas de

solução participam de processos interativos de aprendizagem e evolução, apoiados em

procedimentos formais (BANA E COSTA, 1992).

Seguindo essa perspectiva, Zanella afirma que “os pesquisadores qualitativos buscam

compreender os fenômenos, a partir do ponto de vista dos participantes. O ambiente natural

interage como fonte direta dos dados e o pesquisador o tem como instrumento-chave” (2009,

p. 75).

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Na abordagem quantitativa verifica-se a materialidade operacional probabilística das

informações ora trabalhadas na ferramenta software de aplicação, bem como na tabulação e

análise de dados, junto a representatividade gráfica e de tabelas quantificável como instrumento

de parâmetros junto dos resultados obtidos (SILVEIRA JUNIOR, 2018).

Conforme a constatação de Zanella (2009), a pesquisa quantitativa procura medir e

quantificar os resultados da investigação, elaborando-os em dados estatísticos. É apropriada

para medir opiniões, atitudes e preferências assim como comportamentos.

No que tange aos objetivos da pesquisa é classificada como descritiva e exploratória.

Cabe ressaltar que o estudo é focado na pesquisa descritiva por delinear a realidade, a partir das

percepções dos participantes na observação de campo. Barros e Lehfeld afirmam que a pesquisa

descritiva é a “descrição do objeto por meio de observação e do levantamento de dados” (1990,

p. 34). Corroborando com essa assertiva, Zanella (2009) afirma que a pesquisa descritiva tem

como principal fundamento descrever com exatidão os fatos e fenômenos de determinada

realidade.

A pesquisa exploratória resulta numa maneira rápida e econômica de aprofundar e

amadurecer o problema de pesquisa a que se quer investigar. Essa pesquisa ocorre por

intermédio do levantamento e pela apropriação de conhecimento de trabalhos já escritos por

outros autores que tenham contribuído para o aumento de esclarecimento do tema.

Assim, as autoras estudiosas em metodologia da pesquisa afiançam que as “pesquisas

bibliográficas de forma exploratória são empregadas para adquirir conhecimentos sobre o

objeto de pesquisa, buscando informações de material gráfico, sonoro e informatizado”

(BARROS; LEHFELD, 1990, p. 34).

Quanto aos procedimentos técnicos a pesquisa é considerada tanto como pesquisa de

campo como pesquisa documental. Nesse sentido, verifica-se a pesquisa de campo por conta de

realização da investigação, se coleta dados em locais em que se realiza a observação de campo

ou o ambiente de provas. Os estudos de campo pesquisam situações reais.

Segundo Zanella (2009, p. 88-89), a palavra campo quer dizer que o “estudo é realizado

num ambiente real. São semelhantes aos levantamentos e aos estudos de caso, mas

metodologicamente apresentam diferença quanto à profundidade e amplitude”. Na pesquisa de

campo se tem pouca profundidade e pouca amplitude.

A pesquisa documental, assim como a pesquisa bibliográfica, está focada em aumento do

cabedal de conhecimento sobre o assunto objeto de investigação. Essa pesquisa trata-se de

buscar informações em três fases distintas, a saber: identificação, localização e reunião

sistemática de fontes e materiais. Nesse diapasão, Severino (2002, p. 40) comenta que a

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“pesquisa documental se utiliza de fontes documentais, isto é, fontes de dados secundários. Os

dados documentais, de natureza quantitativa e/ou qualitativa, podem ser encontrados junto à

Organização/Projeto”.

Em relação a temporalidade a pesquisa é relacionada como transversal por tratar-se da

aplicação do recorte de tempo pré-definido, dentro de uma mesma margem temporal.

Dessa forma, percebe-se conforme a figura 3.1 abaixo o resumo da classificação da

pesquisa.

Figura 3.1 – Classificação da Pesquisa

3.2. Caracterização do objeto de estudo

O Projeto Centro de Adestramento tem como prerrogativa o incremento da Eficiência

Operacional para o Preparo da Força Terrestre. Para isso esse Projeto possui duas estruturas de

apoio que são as Organizações Militares, denominadas Centro de Adestramento-Leste (CA-

Leste) e Centro de Adestramento-Sul (CA-Sul).

Além disso, o Projeto de forma complementar contempla integração com os Centros de

Instrução, com as Áreas/Campos de Instrução, Estabelecimentos de Ensino militar, meio

acadêmico civil e Empresas de fomento em Tecnologia,Inovação, Pesquisa e Desenvolvimento,

dentre outros tópicos relacionados com o adestramento para a Força Terrestre. Assim, os

Centros de Adestramentos mencionados são estruturas-alvos de estudo dessa pesquisa, pois

delas emanam a maioria das informações que perpassam pelo Projeto em tela.

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O Centro de Adestramento-Leste tem como missão contribuir para o Preparo da Força

Terrestre, conduzindo o adestramento de tropas, aos níveis mais próximos da realidade de

combate, por intermédio do emprego da simulação de combate. Possui como visão de futuro

contribuir para o Preparo da Força Terrestre, conduzindo o adestramento de tropas, visando o

emprego em operações no amplo espectro dos conflitos, aos níveis mais próximos da realidade,

por meio da simulação de combate. É subordinada a 1ª Divisão de Exército (Rio de Janeiro) e

vinculado tecnicamente ao COTER (Brasília), conforme discriminado na figura 3.2 abaixo.

Figura 3.2- Subordinação do CA-Leste

Fonte: Site do CA-Leste

O Centro de Adestramento-Sul tem como missão contribuir no adestramento e

capacitação de tropas de qualquer natureza, preferencialmente, blindadas e mecanizadas, para

as operações no amplo espectro, por meio da imitação do combate, com ênfase na utilização de

meios de simulação.

Figura 3.3 – Subordinação do CA-Sul

Fonte: Site do CA-Sul

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Dessa forma, as principais estruturas do Projeto Centro de Adestramento tornam-se parte

do lócus para observação e identificação de fatores em seus diversos aspectos na aplicação da

pesquisa de campo.

3.3 População e Amostra

A população da pesquisa é considerada por Barros e Lehfeld (1990) como o universo a

ser trabalhado na pesquisa, ou seja, a totalidade de elementos que compõem determinados

aspectos que definem um estudo, sendo que cada membro do universo de pesquisa é assim

denominado de elemento.

Dessa forma Zanella (2009) afirma que a amostra está relacionada com a regra seletiva

definida à escolha dos elementos e cuja proposição deles estejam relacionados à população.

Neste sentido, ao se aplicar técnicas de amostragem deve-se levar em consideração a teoria das

probabilidades, a representatividade e a proporção.

Para este estudo a população é composta por militares que possuem relativo grau de

experiência no Projeto Centro de Adestramento do Exército Brasileiro. Nessa amostra

encontram-se categoricamente a variável de militares especialistas, gestores, ou seja, usuários

do Projeto em questão, que interagem contribuindo à população estimada em 100 elementos,

com aplicação de margem percentual máxima de 20% (efetivo dos Quadros dos Centros de

Adestramento).

Para o presente trabalho, obteve-se um índice de confiança de 90%, o previsto para

pesquisa sociais e uma margem de erro inferior a 10%. Com a aplicação dos procedimentos

propostos por Santos (2017), apresentados no quadro 3. 1 discriminado abaixo, em que se

verificou uma amostra calculada de 31 elementos para atendimento do juízo crítico de confiança

e da margem de erro estabelecido.

Fórmula do Cálculo Legenda Observação

n=N.Z2.p.(1-p) / Z2.p.(1-p) + e2.N-1

n: amostra calculada;

Z: variável normal;

N: população;

p: real probabilidade do evento; e

e: erro amostral.

- População de 100

elementos- o qual segue o

previsto máximo de 20%,

conforme os Quadros de

Cargos Previstos dos

Centros de Adestramentos

(QCP);

Total de 31 elementos. Quadro 3.1 - Cálculo da Amostra

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3.4 Método de Pesquisa: MCDA-C

A seguir, serão abordados os principais pressupostos do Modelo de Análise Multicritério

de Apoio à Decisão – Construtivista (MCDA-C), bem como os demais procedimentos de

análise e coleta de dados.

3.4.1 Arcabouço Teórico do Modelo de Análise Multicritério de Apoio à Decisão –

Construtivista

O Modelo de Análise Multicritério de Apoio à Decisão – Construtivista (MCDA – C) -

MultiCriteria Decision Aid Constructivist- teve início no final dos anos 90, fazendo parte do

escopo da pesquisa operacional, estudo desenvolvido no final da Segunda Guerra Mundial, em

que se fez necessário por um método com formulações e modelagens matemáticas, que

identificasse múltiplos critérios em apoio a tomada de decisão. (HILLER; LIEBERMAN,

1988).

Dessa forma, percebe-se que os métodos multicritérios de apoio à decisão podem ser

consideradas ferramentas com uso seletivos, de ordenamento, de classificação ou descrição,

pormenorizando as alternativas que se prestarão à tomada de decisões, considerando que

existem múltiplos critérios para os problemas (ENSSLIN et al., 2010). Isto posto, a mencionada

metodologia não tem a pretensão de fornecer uma solução única ou uma alternativa perfeita à

solução de um problema, mas sim, a possibilidade de uma ou variadas alternativas que deixam

a critério dos decisores como solucionar o problema (Gomes, 2014).

Rodrigues (2014) afirma que o Modelo de Análise Multicritério de Apoio à Decisão –

Construtivista contribui para que os decisores arquitetem seus próprios valores, o que ajuda a

entender com profundidade os questionamentos em um processo colaborativo e construtivista

e, assim, encontrar soluções mais adequadas conforme o juízo de valor decidido.

A construção do MCDA-C segue uma ordem lógica. Esse modelo é composto de duas

etapas fundamentais, a saber: a primeira, se notabiliza como qualitativa. Enquanto que a

segunda, se destaca de forma quantitativa (ENSSLIN et al., 2013) Na primeira etapa, busca-se

esclarecimentos e avaliações de potencialidades do objeto de estudo. Na segunda etapa,

quantitativa, os dados obtidos na primeira etapa são arranjados em taxas de contribuições e

níveis de esforço, o que após isso, são formulados e aplicados questionários, sendo esses dados

tabulados pelo Software Mymcdac.

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3.4.2. Teoria Construtivista

A teoria construtivista presente no modelo é o resultado de intercâmbios entre o sujeito e

o objeto. Dessa forma, o problema não tem existência própria, e está orientado para uma

realidade objetiva. A resolução do problema, na visão construtivista, tem como premissa o

reconhecimento da subjetividade dos decisores. A construção ocorre por meio de hipóteses de

trabalho, uma verdadeira interação subjetiva (ENSSLIN, et al., 2001).

Seguindo tal perspectiva, percebe-se que a teoria construtivista analisa diferentes pontos

de vistas de decisores, especialistas e agidos adotando com todas posições e óticas dos

participantes, buscando as possíveis soluções a determinados problemas. Esta pesquisa se

caracteriza como construtivista, uma vez que os dados foram obtidos por intermédio de debates,

interações com especialistas e colaboradores da área militar, sob as técnicas operacionais como

brainstorming e grupo focal, conforme pode ser observado na figura 3.4 abaixo.

Entidades - Atores – Rótulo da Pesquisa

Figura 3.4 - Rótulo

ENTIDADE ESTRATÉGICA

-Escritório de Projetos do Exército;

-Assessoria Planejamento Projeto e Gestão (AP2G), do Comando de Operações Terrestres (COTER)

ATORES “DECISORES”

*Brainstormings 1:

-Chefia do Preparo da Força

Terrestre (COTER);

(2 Gestores);

*Brainstormings 2:

-Chefia da Divisão de

Adestramento/Preparo da Força

Terrestre (COTER);

-Chefia da Divisão de Instrução

/Preparo da Força Terrestre

(COTER);

-Chefia da Divisão de

Simulação/Preparo da Força

Terrestre (COTER); e

(3Especialistas);

*Brainstormings 3:

-Comandantes dos Centros de

Adestramentos (2 Especialistas);

(2 Especialistas)

MODERADOR

(PESQUISADOR)

Pro

cess

o D

ecis

óri

o

ANÁLISE DO PROJETO CENTRO DE ADESTRAMENTO E SUAS CONTRIBUIÇÔES

AO APERFEIÇOAMENTO DO PREPARO DA FORÇA TERRESTRE.

ATORES “AGIDOS”

- Tropas das Forças de Emprego

Estratégica (FEE);

- Tropas previstas no SISPRON;

- Tropas previstas no Programa de

Instrução Militar (PIM) com ações

diretas envolvidas nos Centros de

Adestramentos; e

- Elementos servindo nos Centros

de Adestramentos.

MODERADOR

(PESQUISADOR)

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32

3.4.3. Brainstorming

Brainstorming ou “tempestade de ideias” é um método que foi criado nos Estados Unidos,

pelo publicitário Alex Osborn, e usado para obter a capacidade criativa e crítica de indivíduos

ou grupos, principalmente, nas áreas de humanas e nas dinâmicas de grupos (MINICUCCI,

2001).

Dessa forma, Rodrigues (2014) afirma que Brainstorming é uma técnica de dinâmica de

grupo que consiste em gerar capacidades criativas para solução de problemas específicos de

forma consensual. Essa técnica gera ideias em coletivo, em um ambiente interativo físico ou

virtual, conduzido por um mediador, provocando criticamente os temas em discussões, com

finalidades pré-estabelecidas para julgamentos de valor futuro (EISENHARDT, 1999).

Na presente pesquisa, foram realizadas três rodadas de brainstormings com especialistas

e colaboradores da área militar. A primeira reunião de brainstorming contou com a participação

de especialistas da Chefia do Preparo da Força Terrestre. Já a segunda, teve a presença de

representantes das Divisões da Chefia do Preparo da Força Terrestre. Por fim, a última reuniu

Oficiais Superiores dos Centros de Adestramento.

Todas as informações coletadas durante os brainstormings são consolidadas e formadas

em Mapas Cognitivos, que então são conduzidas para um Grupo Focal, para que possa ser

realizada a avaliação das informações à pesquisa.

O Quadro 3.2 abaixo demonstra a formação do Mapa Cognitivo com os conceitos

determinados (BRASIL, 2014), após realização de brainstorming.

Itens de Qualidade/

Elm. Prim. Aval.

Descrição das Características dos Itens de Qualidade

Aprimoramento do

nível de Adestramento

Condiz em melhoria de parâmetros de adestramento em Técnicas,

Táticas e Procedimentos de tropas treinadas da Força Terrestre para

emprego.

Aperfeiçoamento da

Doutrina Militar

Terrestre

Representa um conjunto harmônico de ideias e entendimentos que

define, ordena, distingue e qualifica as atividades de organização,

preparo e emprego da Força Terrestre.

Capacidade de

Interoperabilidade

Ter capacidade de operar com uma força constituída de maneira

integrada, coordenada e complementar com outras forças ou sistemas

de operações militares em ambientes interagências, em operações

conjuntas ou em operações multinacionais para determinadas missões

estabelecidas.

Digitalização do Espaço

de Batalha

Ter capacidade de apresentar a representação digital de aspectos do

espaço de batalha obtida pela integração entre sensores, vetores e

radares, apoiada em uma Infraestrutura de Tecnologia de Informação

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33

e Comunicações (ITIC), permitindo disponibilizar informações aos

diferentes níveis de decisão, em pontos remotos.

Modelagem, Simulação

e Prevenção

Ter capacidade de realizar a modelagem, a imitação e/ou a

representação de procedimentos de combate e de operações de nossas

forças e das forças adversárias, facilitando a percepção dos ambientes

operacionais por parte dos comandantes nos diversos níveis de

decisão. Utiliza recursos humanos, instalações e meios de tecnologia

da informação, minimizando uso de equipamentos e emprego de vidas

humanas em atividades de elevado risco.

Aproximação das

Áreas/Campos de

Instrução

Ter capacidade de construir, adaptar ou reabilitar infraestruturas

essenciais para a força desdobrada em ações táticas.

Doutrina Militar

Terrestre (DMT)

A Doutrina Militar Terrestre (DMT) é o conjunto de valores,

fundamentos, conceitos, concepções, táticas, técnicas, normas e

procedimentos da F Ter estabelecido com a finalidade de orientar a

Força no preparo de seus meios, considerando o modo de emprego

mais provável, em operações terrestres e conjuntas. A DMT estabelece

um enquadramento comum para ser empregado por seus quadros

como referência na solução de problemas militares.

Educação

Educação – compreende todas as atividades continuadas de

capacitação e habilitação, formais e não formais destinadas ao

desenvolvimento do integrante da F Ter quanto à sua competência

individual requerida. Essa competência deve ser entendida como a

capacidade de mobilizar, ao mesmo tempo e de maneira inter-

relacionada, conhecimentos, habilidades, atitudes, valores e

experiências, para decidir e atuar em situações diversas. Dentre essas

competências, ressalta-se o desenvolvimento da Liderança Militar,

fator fundamental na geração das capacidades.

Sistema de Ensino do

Exército

Desenvolve junto as Escolas do Sistema de Ensino do Exército,

principalmente, no apoio a formação/especialização dos quadros de

oficiais e praças do Exército Brasileiro, otimizando os recursos

humanos.

Pesquisa e

Desenvolvimento

Fomenta apoio, por intermédio das ferramentas de tecnologia dos

meios de simulação, em parcerias de Pesquisa e Desenvolvimento,

junto a outros órgãos do Exército, universidades, entidades de

pesquisas e empresas de emprego dual de Defesa;

Integração com os

Centros de Instrução

(CI)

Evolução de mentalidade voltada à integração de informações com os

Centros de Instrução (CI)

Consciência Situacional

Ter capacidade de empregar meios de tecnologias e meios de

simulação integrando a Consciência Situacional entre múltiplos

escalões, de forma a obter um ambiente colaborativo de Comando e

Controle (C2) e com implementações a intenção do comandante.

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34

Infraestrutura

Infraestrutura engloba todos os elementos estruturais (instalações

físicas, equipamentos e serviços necessários) que dão suporte à

utilização e ao preparo dos elementos de emprego, de acordo com a

especificidade de cada um e o atendimento a requisitos de exercício

funcional.

Quadro 3.2 – Mapa Cognitivo

Diante da apresentação do Quadro ilustrado acima, percebe-se que os Elementos

Primários de Avaliação foram deixados pelo moderador em uma discussão dirigida livre para

desenvolvimento de argumentos e sugestões e, então no final dos intervalos, os principais

tópicos mais comentados foram conduzidos com o Rótulo norteador, o que eram anotados e

consolidados. Ao final de cada Reunião, o pesquisador listava e ratificava os pontos de vista,

de modo a tornar a informação em circulação evidente, transformando-os posteriormente em

Pontos de Vista Elementares (PVEs), conforme demonstrado no Quadro 3.3 abaixo.

Pontos de Vista Elementares

Adestramento capacidade de exercer as Táticas, Técnicas e Procedimentos

Doutrina Militar Terrestre orientam a Força Terrestre no preparo de seus meios, considerando

o modo de emprego

Interoperabilidade operar com uma força constituída de maneira integrada,

coordenada e complementar

Digitalização do Espaço de

Batalha

Infraestrutura de Tecnologia de Informação e Comunicações

(ITIC), permitindo disponibilizar informações digitais

Simulação imitação e/ou a representação de procedimentos de combate, de

operações, de nossas forças e das forças adversárias

Áreas/Campos de Instrução infraestruturas essenciais para a força desdobrada em ações táticas.

Educação atividades continuadas de capacitação e habilitação, destinadas ao

desenvolvimento do integrante da Força

Sistema de Ensino do

Exército

apoio a formação/especialização dos quadros de oficiais e praças

Pesquisa e

Desenvolvimento

fomenta apoio de emprego dual de Defesa

Integração com os Centros

de Instrução (CI)

evolução de mentalidade voltada à integração de informações

Consciência Situacional obter um ambiente colaborativo de Comando e Controle (C2)

Infraestrutura engloba todos os elementos estruturais e de apoio operacionais e

logísticos

Quadro 3.3- Ponto de Vista Elementares

De acordo com Rodrigues (2014), os Pontos de Vista Elementares são identificados fruto

das atividades desenvolvidas dos brainstormings e do moderador, que os balizam conforme o

Rótulo da pesquisa. Nesse diapasão dar-se uma definição para cada PVE e elabora-se os seus

principais subelementos, os SubPVE.

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35

3.4.4. Grupo Focal (GF)

Segundo Rodrigues (2014), Grupo Focal é uma ferramenta de pesquisa de abordagem

qualitativa, cujo principal objetivo é fazer entrevistas grupais e fomentar discussões, a fim de

se obter dados ou informações que possam acrescentar à pesquisa.

Para este trabalho foi realizado dois grupos focais. O primeiro grupo focal ocorreu

presencialmente e composto de 3 pessoas, ambos servindo no COTER. O segundo grupo se deu

por videoconferência, porém com duas gestores, que atualmente, encontram-se servindo em

cada respectivo Centros de Adestramento.

A reunião do grupo focal é onde se dá o ratificado dos pontos de vista e a real consolidação

das informações para transformar os PVE e SubPVE, em Pontos de Vista Fundamentais (PVF)

e SubPVF. Esse procedimento se faz identificando os aspectos relevantes arranjando com base

no juízo de valor dos Decisores, Gestores e Especialistas, em um completo sistema de controle

de mediação aplicado pelo pesquisador.

Figura 3.5 – Conversão dos PVE em PVF

Seguindo a lógica, após formados os PVFs esses foram decompostos em outros

subcritérios, sob uma estrutura de vinculação e consolidados um a um no Grupo Focal. Quirino

(2002) afirma que após definir os PVFs e devido ao grau de complexidade em se mensurar eles,

o próximo passo recai em decompor em Pontos de Vistas Elementares (PVE), o que estabelece

a estrutura básica do modelo multicritério para tomada de decisão.

O Grupo Focal tem a incumbência de deliberar as taxas de contribuição para cada

subcritério, baseado na subjetividade de valores dados a cada subelemento e no quanto contribui

Ponto de Vista Elementares

Adestramento

Doutrina Militar Terrestre

Interoperabilidade

Digitalização do Espaço de

Batalha

Simulação

Áreas/Campos de Instrução

Educação

Sistema de Ensino do Exército

Pesquisa e Desenvolvimento

Integração com os Centros de

Instrução (CI)

Consciência Situacional

Infraestrutura

Rótulo

Análise do Projeto

Centro de Adestramento

como estrutura de apoio

ao Preparo da Força

Terrestre.

Ponto de Vista

Fundamental

Capacitação de

Pessoal

Interoperabilidade

Doutrina Militar

Terrestre

Sistema de Ensino

Simulação

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para o PVF, o que culmina o caráter construtivista- juízo de valor aos decisores (RODRIGUES,

2014), assim demonstrado no Quadro 3.4 abaixo.

Para Roy (1996), as taxas de contribuição obedecem às regras percentuais na escala de

0% a 100%, e serve para implicar o quanto é importante o subcritério dentro daquele critério,

de modo que o somatório dos subcritérios terá de atingir 100% em cada PVF. O Quadro 3.4

demonstra como as taxas de contribuição foram atribuídas pelo Grupo Focal.

PVF

(Pontos de Vistas

Fundamentais) Critério

PVF 1

Subcritério

Nível

de

Esforço

1. Capacitação de

Pessoal

(25%)

1.1 Estágios e Cursos (40%) 12

1.2 Intercâmbios entre os Centros de Adestramento (30%) 17

1.3 Integração com os Centros de Instrução (10%) 2

1.4 Intercâmbio com os Centros de Adestramento de

Nações Amigas (20%)

7

2. Doutrina Militar

Terrestre

(15%)

2.1 Produção de Cadernos de Instrução de Simulação

(45%)

18

2.2 Acompanhamento em Capacidades de Simulação

(20%)

13

2.3 Estudo de Metodologias para Rotação de Tropas

(10%)

3

2.4 Apoio à validação da experimentação doutrinária

(25%)

8

3. Interoperabilidade

(20%)

3.1 Participação em Exercícios Conjuntos (40%) 4

3.2 Participação em Exercícios Combinados (25%) 19

3.3 Preparação em Exercícios de Operações de Paz (15%) 9

3.4 Preparação em Exercícios Interagências (20%) 14

4. Sistema de Ensino

(10%)

4.1 Aplicação de Jogos de Guerra na ECEME (40%) 10

4.2 Aplicação de Jogos de Guerra na EsAO (30%) 5

4.3 Participação em Plano de Cooperação de Instrução

(PCI)/ para Estabelecimentos de Ensino (AMAN, EsSA,

CPOR, NPOR, etc.) (20%)

20

4.4 Participação em Plano de Cooperação de Instrução

(PCI)/ com Nações Amigas (10%)

15

5. Simulação

(30%)

5.1 Equipamentos Dispositivo Simulação de Engajamento

Tático (DSET) (30%)

11

5.2 Equipamentos de Realidade Virtual (20%) 6

5.3 Licenças Softwares Combater - Jogo de Guerra (40%) 16

5.4 Digitalização do Espaço de Batalha (10%) 1

Quadro 3.4 – Composição dos PVFs

O Grupo Focal após compor os PVFs ficou responsável por definir os níveis de esforço

para cada subcritério e critério contido na árvore de valor. Conforme pode-se observar no

Quadro acima, os níveis de esforço concebem importância dos itens em cada critério e

subcritério. De acordo com Rodrigues (2014), no MCDA-C, os níveis de esforço representam

a quantidade de energia e de recursos necessários para que mudanças ocorram de um nível

desfavorável para favorável.

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37

3.4.5. Construção dos Descritores

Os Descritores, segundo Ensslin, et. al. (2001), esclarecem o que será mensurado, uma

vez que a estrutura do modelo permite a identificação dos eixos de avaliação, que se relacionam

aos detalhes de cada PVF. Assim, um critério avaliado é constituído por duas ferramentas a

saber, um descritor e uma função de valor.

Nesse sentido, percebe-se que o Descritor “corresponde a um conjunto de níveis de

impacto (NI) destinados a descrever as performances plausíveis das ações potenciais,

entendidas como as alternativas que estão sendo avaliadas” (SILVEIRA JUNIOR, 2018, p. 84).

Nesse contexto, os descritores fomentam o esclarecimento do mensurável, enquanto que

a função de valor, conforme a assertiva de Quirino (2002) evidencia as informações relativas

às diferenças de atratividade entre os níveis de impacto dos descritores.

Assim, definido as taxas de contribuições e realizado os níveis de esforço, deu-se a

elaboração de um questionário com todos os SubPVFs, em que se foi possível avaliar em uma

escala de 5 (cinco) pautas: “Excelente; Muito Bom; Parcialmente Bom; indiferente e Ruim ou

péssimo”. Dessa forma, as opções de respostas dos participantes, fruto da coleta de dados do

questionário, derivaram em três conceitos: “Pontos Ótimos, Neutro e Aspecto Negativo”, o que

pode ser constatado no Quadro 4 ilustrado abaixo.

Parâmetros para os Descritores

Pergunta Norteadora Níveis de

Impacto

Opção de Respostas Observação

- N 5 Excelente Pontos

Ótimos N 4 Muito Bom

N 3 Parcialmente Bom

N 2 Indiferente Situação

Neutra

N 1 Ruim/Péssimo Aspecto

Negativo

Quadro 3.5 - Descritores

3.5. Procedimento de Coleta de Dados

Concluída as etapas mormente relativas à composição da estrutura física do modelo

multicritério de avaliação, observa-se que as etapas mais sensíveis, dizem respeito à arquitetura

dos aspectos internos do modelo, de natureza mensurativa das ações avaliadas (QUIRINO,

2002), em que os principais tópicos a considerar são: os descritores, as funções de valor e as

taxas de substituição.

- Em que medida o Projeto

Centro de Adestramento

contribui ao Preparo da

Força Terrestre, a partir

do seguinte item:

ES

FO

O

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38

Assim, foi aplicado um formulário aos agidos da pesquisa, com intuito de se obter maiores

informações do Projeto Centro de Adestramento. Barros e Lehfeld (1990), afirma que

formulário é um roteiro de perguntas estabelecido pelo próprio entrevistador e preenchido por

ele com as respostas do pesquisado. Dessa forma, o formulário de aplicação contou com 31

(trinta e um) papers de avaliação, baseado essencialmente nos subcritérios de análise, conforme

visto no Quadro 3.4 e Apêndice “C”.

Isto posto, foi colocado para apreciação dos agidos dos dois mencionados Centros de

Adestramento a aplicação do formulário. Para fins de operacionalização da pesquisa foram

aplicados 16 formulários no CA-Leste e 15 formulários no CA-Sul, perfazendo o total de 31

agidos. Essa aplicação foi realizada nos meses de julho e agosto do corrente ano,

presencialmente nos mencionados Centros e, assim analisadas, e validadas pelo pesquisador.

Uma vez realizado a aplicação do formulário foi necessário efetuar os dados da tabulação,

a fim de definir a pontuação de referência da resposta de cada agente- participante da pesquisa,

variando o estudo de resposta, conforme cada subcritério. Devido a premissa da oportunidade

no lócus da pesquisa, para aplicação dos formulários em tela, não foi utilizado ferramentas de

questionário disponíveis na rede mundial de computadores (internet).

No MCDA-C, a pontuação acumulativa de respostas indica onde está a concentração de

interações, e por meio da mediana, se é possível verificar o nível de impacto dos agentes-

respondentes relacionados no determinado critério.

3.6. Modelagem dos dados no software

A modelagem dos dados coletados e de análise multicritério se deu pelo software

“MyMCDA-C”. Esse software é gratuito, podendo ser acessado pelo endereço

“mymcdac.herokuapp.com”. O software utiliza inúmeras possibilidades que geram fatores à

construção de gráficos.

Em primeira instância, foi preenchido com os dados com “Nível de Referência”, logo

após, na sequência, foram apresentados os critérios e subcritérios, PVF e SubPVF,

respectivamente.

No encadeamento, fez-se o preenchimento das taxas de contribuição e foram lançados os

subcritérios que foram organizados conforme seu Nível de Esforço, de forma decrescente, ou

seja, do maior para menor.

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39

Por fim, as medianas foram apontadas em cada subcritério. Isto posto, preenchida todas

essas etapas do fichário eletrônico, o software MyMCDA-C gera os resultados finais com

gráficos e tabelas, para cada critério, de forma separada e com um gráfico holístico, que

possibilita a análise por parte do pesquisador de forma mais detalhada.

A parte gráfica permite verificar a apreciação do desempenho dos resultados, por

intermédio do estudo comparativo entre o máximo e mínimo com o resultado real obtido na

pesquisa.

Face a essa instrumentalização decorrente do software, esses gráficos, tabelas, pontos

mínimos e máximos, no MyMCDA-C se é possível identificar os critérios que precisam de mais

ou menos esforço, para sair do ponto negativo para o ponto positivo e qual precisará de atenção

gerencial e investimentos por parte dos tomares de decisão.

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40

4. ANÁLISE DOS RESULTADOS

Segundo a constatação de Rodrigues (2014), o método MCDA-C possui dentre seus

principais objetivos produzir um modelo que apoie os decisores a entenderem de maneira

profunda a complexidade dos problemas, com soluções de forma interativa e construtivista.

Desse modo, foi utilizado o software mencionado, em que foram inseridas as informações

relativas dos descritores, níveis de esforço e as medianas obtidas na pesquisa, por intermédio

de gráficos. Neles se deram toda sistemática do processamento e análise dos dados, cuja

discussão ocorrerá baseada na revisão teórica apresentada.

Os entrevistados avaliaram o Projeto conforme a definição estipulada para os descritores

e a função de valor, que se deu por 5 escalas de níveis de impacto – Ruim ou Péssimo,

Indiferente, Parcialmente bom, Muito bom e Excelente, ora assim refinado e validado pelos

decisores no grupo focal.

Assim, Os dados gerados por esse conjunto de avaliações alimentaram o software

supracitado que, por consequência, obteve e comparou as decorrências gráficas, levando em

consideração determinadas pontuações, níveis de esforço, variação de distâncias entre

pontuações (máxima - mínima), o que segundo afirma Rodrigues (2004) define a dificuldade

gerencial de alterar a avaliação dos subcritérios.

Dessa forma, este capítulo trata em um primeiro momento da análise dos dados

sociodemográficos e, posteriormente, na análise dos resultados de cada um dos cinco critérios

identificados, por intermédio da percepção dos respondentes sobre o Projeto Centro de

Adestramento do Exército, são eles: Capacitação de Pessoal, Doutrina Militar Terrestre,

Interoperabilidade, Sistema de Ensino e Simulação.

4.1. Análise dos dados sociodemográficos

A pesquisa foi aplicada nas duas principais estruturas do Projeto, os Centros de

Adestramento-Leste (CA-Leste), no Rio de Janeiro-RJ e no Centro de Adestramento-Sul (CA-

Sul), em Santa Maria-RS, aleatoriamente para os militares integrantes que trabalham naquelas

Unidades militares.

A seguir serão apresentados os dados sociodemográficos dos 31 respondentes deste

trabalho.

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41

No tocante à faixa etária dos entrevistados, conforme o Quadro 4.1, percebe-se que a

maioria está entre 26 a 35 anos com 48,38%, de 36 a 45 anos com 29,03% e de 18 a 25 anos,

19,35%. Somados correspondem a 96,36% dos respondentes, isso vem a indicar que os

integrantes daqueles Centros possuem uma certa experiência e maturidade para produzir

conhecimento ao Projeto. Já os respondentes com mais de 55 anos, correspondem a 3,24%,

respectivamente, da pesquisa.

Faixa

Etária

18 a 25

anos

26 a 35

anos

36 a 45

anos

46 a 55

anos

mais de 55

anos

Total

Respondentes

Total (%)

6

19,35%

15

48,38%

9

29,03%

0

0%

1

3,24%

31

100%

Quadro 4.1 – Faixa etária

Observa-se no Quadro 4.2, que representa os gêneros dos respondentes participantes da

pesquisa, a totalidade dos respondentes se identificam no gênero masculino, representando

100% da amostra do estudo. Desse modo, cabe ressaltar que a nulidade da presença feminina

na pesquisa, não indica ausência de segmento feminino nos Centros de Adestramento, mas sim

um efetivo limitado e, apenas não foi abrangido no recorte temporal.

Faixa

Etária

Masculino Feminino Total

Respondentes

Total (%)

31

100%

0

0%

31

100%

Quadro 4.2 – Gênero

Já no Quadro 4.3, aponta o nível de escolaridade dos respondentes, que foram

classificados entre “Médio”, “Superior”, “Pós-Graduação”, “Mestrado” e “Doutorado”. A

grande maioria, ou seja, 61,03%, dos respondentes diz ter nível superior. Podemos perceber

também que 38,70% dos respondentes diz ter somente ensino médio completo, o que cresce de

importância a sinergia de critérios estudados como capacitação de pessoal e o Sistema Ensino

na gestão de público interno dos Centros de Adestramento o que pode melhorar esse percentual.

Faixa

Etária

Médio Superior

Pós-Grad Mestrado Doutorado Total

Respondentes

Total (%) 12

38,70%

15

48,38%

3

9,68%

1

3,24 %

0

0%

31

100%

Quadro 4.3 – Nível de Escolaridade

Em relação ao Quadro 4.4, Posto/Graduação dos entrevistados, percebe-se que a grande

maioria dos respondentes representam o segmento dos praças (Cb/Sd e ST/Sgt), perfazendo em

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42

torno de 74,19%, enquanto que os oficiais totalizaram 25,81%, o que condiz com a realidade

do Cargos Previstos de efetivo dos respectivos Centros de Adestramentos.

Posto/

Graduação

Cabo/

Soldado

Subtente/

Sargento

Oficial

Subalterno

Oficial

intermediário

Oficial

Superior

Total

Respondentes

Total (%)

12

38,70%

15

48,38%

3

9,68%

1

3,24 %

0

0%

31

100%

Quadro 4.4 – Posto/Graduação

Em relação à frequência de utilização das atividades geridas no Centro de Adestramento,

pelos respondentes, foi gerado o Quadro 4.5. Percebe-se que a grande totalidade se concentra

em torno de 93,58% dos participantes do estudo, que usam de maneira eventual, 2 ou mais

vezes até 5 vezes mais, as atividades do Projeto, em um intervalo de 1 semana. Diante desses

dados, o indicativo aponta a experiência de pessoal no trato com o Projeto. Além disso, pode

ser verificado também que a porcentagem de pessoas que não utilizam o Projeto com frequência

é muito pequena, em torno de 6,45%, em relação aos outros intervalos de frequência, o que

corrobora com a informação citada anteriormente.

Posto/

Graduação

nunca

utiliza

utiliza

apenas 1

vez

Utiliza 2 ou

3 vezes

utiliza 4

ou 5 vezes

utiliza mais

de 5 vezes

Total

Respondentes

Total (%)

2

6,45%

0

0%

7

22,58%

10

32,30%%

12

38,70%

31

100%

Quadro 4.5 – Frequência de utilização

O tempo de serviço dos respondentes produziu o Quadro 4.6. É importante observar

que a grande porção do tempo de serviço girou em torno de 1 a 15 anos, o que representa 74,2%.

Enquanto que o tempo de serviço acima dos 15 até 30 anos de serviço, o estudo identificou a

margem de 22,56% e, tendo acima de 30 anos, com índices de 3,24%.

Pode-se constatar o que a pesquisa aponta ligeiramente, que uma equipe jovem é

integrante nos Centros de Adestramento, o que reforça a necessidade de constante capacitação

de pessoal e aproximação com o Ensino Militar. Por outro lado, essa equipe jovem tem contato

com maior facilidade diante dos meios tecnológicos que envolvem o sistema de simulação e

permite de certa forma maior capacidade de interoperabilidade.

Tp de Sv (a) 1-5a 6-10a 11-15a 16-20a 21-25a 26-30a 31-35a Acima

35a

Respondentes

Total (%)

10

32,30%

9

29%

4

12,90%

3

9,68%

2

6,44%

2

6,44%

0

0%

1

3,24%

Quadro 4.6- Tempo de Serviço

Por fim, o Quadro 4.7 diz respeito ao lócus Centro de Adestramento onde foi aplicado

a pesquisa. O Centro de Adestramento Leste (CA-Leste) foi contemplado com 16 formulários

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de pesquisa-respondentes, o que representou o índice de 51,61%, enquanto que a outra diferença

da aplicação se deu de 15 formulários, para o Centro de Adestramento- Sul, girando em torno

de 48,39% (CA-Sul). Outrossim, a aplicação de 31 formulários em conotação ímpar tornou-se

necessário para criar o sentido pragmático do desempate aleatório técnico da pesquisa

operacional.

Centro de

Adestramento

CA-Leste CA-Sul Total

Respondentes

Total (%)

16

51,61%,

15

48,39%

31

100%

Quadro 4.7- Lócus - Centro de Adestramento

4.2. Análise dos fatores de influência no Projeto Centro de Adestramento

Este tópico trata da análise dos 5 critérios identificados nesta pesquisa, levando em conta

as considerações à percepção dos militares participantes como atores especialistas, no processo

decisório, tendo como fio condutor a confecção do modelo norteador do Rótulo, perpassando

aos brainstormings e grupos focais, que reforçam o caráter interativo para o teor construtivista.

As modelagens de dados ocorreram via software MyMCDA-C, em cinco modelagens

particulares, uma para cada PVF analisado na pesquisa. Os níveis máximos são representados

pela cor azul e os mínimos de cada critério são representados pela cor laranja, respectivamente.

A linha vermelha caracteriza o nível de avaliação dos agidos desta pesquisa. Foram realizadas

as análises, conforme os gráficos, o que apresenta dois tipos de análise a saber: as análises de

forma individual e global.

4.2.1. Capacitação de Pessoal

Assim como foi definido nos brainstormings e nos grupos focais, os quatro principais

focos de análise em relação à Capacitação de Pessoal foram: Estágios e Cursos (1.1) – é a

ampliação e padronização de conhecimentos e técnicas de interesse do SIMEB, voltada ao

efetivo que será multiplicador de informações e que transmitirá noções aos demais;

Intercâmbio entre os Centros de Adestramento (1.2) – é o evento para compartilhamento de

oportunidades, casos de sucesso, inovações de processos e trocas de experiências entre os

Centros e demais estruturas agregadas; Integração com os Centros de Instrução (1.3) – é o

estreitamento de relações entre a formação de pessoal vinculando o Sistema do Ensino Militar

com o SIMEB, mitigando impactos no adestramento nível coletivo– Centros de Adestramento;

Intercâmbio com os Centros de Nações Amigas (1.4) – é o exercício de cooperação

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diplomática e de prospecção entre Nações Amigas, com objetivo de se projetar o Centro no

cenário internacional, por um lado e de se obter conhecimento, por outro.

Esses quatro itens de avaliação, juntos, bem como suas dadas importâncias percentuais

formam os fatores de influências em relação à Capacitação de Pessoal, conforme pode ser

observado na Tabela 4.1 discriminada abaixo.

Tabela 4.1- Capacitação de Pessoal

O critério Capacitação de Pessoal é o que possui a segunda menor variação de escala

global, tendo 195 degraus entre o máximo (148) e o mínimo (-47) avaliados. As análises foram

realizadas de acordo com a Tabela 4.1, o qual apresenta as análises de forma individual e global,

com impactos positivos sobre o Projeto Centro de Adestramento.

Figura 4.1– Gráfico Capacitação de Pessoal

Conforme pode-se observar na Figura 4.1 acima, entre os subcritérios, os itens “1.3 –

Integração com os Centros de Instrução” e “1.4 – Intercâmbio com os Centros de

Adestramentos de Nações Amigas” são os que indicam melhor avaliação por parte dos

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respondentes, apresentando a diferença entre seus níveis máximos e os níveis percebidos cada

um, com 47 e 31 degraus respectivamente, isso os tornam relevantes para priorização de

concepções para capacitação de pessoal e adestramento de tropas. Enquanto que os demais itens

1.1. e 1.2 ratificam suas importâncias no critério de forma relativa dos primeiros, apresentando

22 e 10 degraus para sua plenitude máxima, contribuindo com a percepção do gerenciamento

de recursos humanos, principalmente o item 1.1 com 40% de todo o Critério.

Todavia, o primeiro subcritério obteve uma maior variação de degraus, cerca de 290,

percorrendo como nível máximo (195) e mínimo (-95), o que requer maior atenção gerencial

por parte dos gestores do Projeto. Nesse diapasão, se confirma a constatação de que as relações

de trabalho, entre entes diferentes- como é o caso do Centro de Instrução e o Centro de

Adestramento- porém com afinidades e termos em comum, fazem com que essas organizações

repensem e atualizem os seus modelos de gestão organizacional, bem como, os seus modelos

de gestão de pessoas (LEPAK, SNELL, 1999). Assim, com o reconhecimento do capital

intelectual como sendo o maior ativo das organizações, a integração com os Centros de

Instrução, além de diferencial competitivo, de forma geral, fomenta a capacitação de pessoas,

fator que precisa de maior atenção dos gestores no Projeto.

Em contrapartida, o item “1.2 – Intercâmbio entre os Centros de Adestramento” teve o

menor índice de degraus, com cerca de 140, tendo no nível máximo (120) e no mínimo (-20).

O subPVF 1.2 possui o menor nível de esforço, ou seja, requer menos esforço para reverter a

percepção deste subPVF. Este subcritério sofre menos impacto decorrente dos fatores de

influência no Projeto Centro de Adestramento, em que pese sua representação de 30%, segunda

maior importância da área impactada do critério Capacitação de Pessoal, o que corrobora com

o entendimento apresentado pelo grupo focal.

Sendo assim esse critério se refere a percepção dos fatores de influência do gerenciamento

de recursos humanos, no tocante ao treinar e desenvolver pessoas, promovendo ao Projeto

Centro de Adestramento capacidades para gestão de pessoas, o que faz incrementar o Preparo

da Força Terrestre.

4.2.2. Doutrina Militar Terrestre

De forma análoga, definido nos brainstormings e nos grupos focais, os quatro principais

focos de análise em relação à Doutrina Militar Terrestre: produção de cadernos de instrução

de simulação (2.1) – consiste em material de redação normativo e de padronização da

metodologia, dos meios de simulação e demais medidas administrativas sobre simulação;

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Acompanhamento em capacidades de simulação (2.2) – incide na obtenção de material

específico importado de simulação, dentro da gestão de cronograma do Projeto e, fruto desse

material se verifica as capacidades de simulação construtiva e Tática (hoje incompleta) nos

Centros de Adestramento; Estudo de metodologias para rotação de tropas (2.3) – é a

verificação de metodologia com adequabilidade da capacidade dos Centros de Adestramento

para melhor atender o Preparo da Força Terrestre; Apoio a validação da experimentação

doutrinária (2.4) – estabelece enquadramento comum de um estudo normativo para ser

empregado por eventos como referência na solução de problemas militares e realiza testes

práticos no terreno.

O critério “Doutrina Militar Terrestre” é aquele que possui a menor variação da escala

global, apresentando 180 degraus entre o nível máximo (140) e o mínimo (-40). Esse critério

trata de todos os aspectos normativos e de padronização a que se referem dentro do Projeto,

tendo suas importâncias percentuais discriminadas conforme Tabela 4.2 abaixo.

Tabela 4.2 – Doutrina Militar Terrestre

Conforme pode-se observar na Figura 4.2 abaixo, entre os subcritérios, os itens “2.3 –

Estudo de metodologias para rotação de tropas” e “2.4 – Apoio a validação da experimentação

doutrinária” são os que indicam melhor avaliação por parte dos respondentes, apresentando a

diferença entre seus níveis máximos e os níveis percebidos cada um, com 45 e 32 degraus

respectivamente, o que reflete a otimização de esforço desse fatores como relevância para o

Critério Doutrina Militar Terrestre. Enquanto que os demais itens 2.1. e 2.2 denotam a

percepção de proximidade de seus pontos máximos, apresentando 7 e 10 degraus,

respectivamente, o que corrobora com o discutido nos grupos focal.

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Figura 4.2- Gráfico Doutrina Militar Terrestre

O subcritério 2.3 obteve uma maior variação de degraus, cerca de 280, percorrendo como

nível máximo (190) e mínimo (-90), sendo o item de percepção de maior geração de esforço no

Projeto, o que se deve, ainda, a discussões em andamento para conciliar a capacidade das

estruturas dos Centros com o ano de instrução regulado pelo Programa de Instrução Militar do

Preparo da Força Terrestre.

Dessa forma, a Doutrina Militar Terrestre corrobora requerendo atenção dos gestores

como fator de influência ao Projeto Centro de Adestramento constatando que sua preconização

deve ser flexível, de fácil adaptação face às mudanças que venham a ocorrer, dado os possíveis

cenários, para serem obtidos resultados decisivos, tanto em situações de Guerra e de Não

Guerra, o que requer que os tomadores de decisão, quer seja comandantes em todos os níveis,

tenham elevado grau de iniciativa e liderança (DMT, 2014).

Percebe-se que o item 2.1 teve o menor índice de degraus, com cerca de 130, tendo no

nível máximo (115) e no mínimo (-15). O subPVF 2.1 possui o menor nível de esforço, ou seja,

requer menos esforço para reverter a percepção deste subPVF. Este subcritério sofre menos

impacto decorrente dos fatores de influência no Projeto Centro de Adestramento, em que pese

sua representação de 45%, primeira maior importância da área impactada do critério Doutrina

Militar Terrestre, o que corrobora com o entendimento apresentado pelo grupo focal.

A Doutrina Militar Terrestre se refere a percepção dos fatores de influência do

Planejamento do gerenciamento de recursos, no que diz respeito às normas e procedimentos

que constituirão o objeto das publicações doutrinárias, bem como os critérios para o

aperfeiçoamento das estruturas operativas e a determinação de meios com tecnologia adequada

(DMT, 2014), fomentando ao Projeto Centro de Adestramento as capacidades para melhor

aperfeiçoamento do Preparo da Força Terrestre.

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4.2.3 Interoperabilidade

Conforme discutido em grupo focal, os quatro subcritérios integraram o direcionamento

para o critério Interoperabilidade, a saber: Participação em exercícios conjuntos (3.1) –

consiste na realização de atividades militares com Capacidade de articulação e atuação conjunta

entre forças singulares de um mesmo país em operações; Participação em exercícios

combinados (3.2) – é a realização de atividades militares com Uso de forças multinacionais,

bem como das forças singulares pertencentes às diferentes nações envolvidas, empregado em

prol de um objetivo comum; Preparação em exercícios de Operações de Paz (3.3) - é a

realização de atividades militares com integrantes de outras Forças Armadas sob a égide de

Órgãos multinacionais; Preparação em exercícios interagências (3.4) – consiste em

realização de atividades militares com Articulação entre diferentes instâncias de um governo,

buscando conciliar da melhor forma as capacidades particulares a cada uma delas.

Esses quatro itens de avaliação, juntos, bem como suas dadas importâncias percentuais

formaram os fatores de influências no Projeto em relação ao critério Interoperabilidade,

conforme pode-se verificar na Tabela 4.3, discriminada abaixo.

Tabela 4.3 -Interoperabilidade

O critério “Interoperabilidade” é o que possui a maior variação da escala global,

apresentando 202 degraus entre o nível máximo (153) e o mínimo (-52). Esse critério se refere

na capacidade de criar condições para aumentar o nível operativo dos Centros de Adestramento

por diferentes abordagens.

Conforme observa-se na Figura 4.3 abaixo, entre os subcritérios, os itens “3.3 –

Preparação em exercícios de Operações de Paz” e “3.4 – Preparação em exercícios

interagências” são os que indicam melhor avaliação por parte dos respondentes, apresentando

a diferença entre seus níveis máximos e os níveis percebidos cada um, com 30 e 17 degraus

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respectivamente, o que reflete esforço a esses fatores como percepção de relevância para o

critério Interoperabilidade.

Enquanto que nos demais itens, percebe-se que o 3.2 atinge cerca de uma variação de 5

degraus, o que denota proximidade entre o percebido e o seu ponto máximo e o 3.1 indica a

percepção de maior esforço, apresentando 85 degraus, respectivamente, para alcançar sua

percepção máxima, o que requer atenção dos gestores nesse fator de influência, apesar dele

contribuir com 40% de todo o critério, corroborando com o discutido no grupos focal.

Seguindo a perspectiva, segundo Arms (2002) Interoperabilidade pode ser considerada

como o arranjo para se fornecer o conhecimento e a arquitetura da informação. Isso pode ocorrer

entre duas pessoas, dois sistemas, ou até entre duas instituições que possam permutar

informações de forma eficiente e com bom desempenho, desde que para isso seja necessário

um conjunto de padronizações que, rompendo limites oriundos pela origem dos entes e pela

fragmentação da informação reforce os trabalhos em ampla cooperação.

Para a Força Terrestre, conforme PBC (2014) a interoperabilidade é uma capacidade

militar que amplia aptidões de um componente para cumprir determinada tarefa, a fim de operar

como uma “força constituída de maneira integrada, coordenada, harmônica e complementar

com as demais Forças Armadas envolta, em ambiente interagências, em operações conjuntas

ou em operações multinacionais.

Figura 4.3- Gráfico Interoperabilidade

O subcritério 3.1 obteve a maior variação de degraus, cerca de 270, percorrendo como

nível máximo (185) e mínimo (-85), sendo o item de percepção de maior geração de esforço no

critério, o que se deve, ainda, a necessidade de maior entrosamento com as demais Forças aéreas

e navais, a fim de se obter ganhos de capacidades com máxima eficácia operativa. A Força

Aérea vem participando de atividades de simulação nos Centros de Adestramento-Sul com

frequência, contudo a Marinha possui um projeto de simuladores, mas com pouca participação

em intercâmbio e cooperação no Projeto Centro de Adestramento.

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Percebe-se que o item 3.2 teve o menor índice de degraus, atingiu a marca de 120, tendo

no nível máximo (110) e no mínimo (-10). O subPVF 3.2 possui o menor nível de esforço, ou

seja, requer menos esforço para reverter a percepção deste subPVF. Este subcritério tem menor

impacto decorrente dos fatores de influência no Projeto Centro de Adestramento, em que pese

sua representação de 25%, segunda a maior importância da área impactada do critério

Interoperabilidade, o que corrobora com o entendimento apresentado pelo grupo focal.

4.2.4 Sistema de Ensino

Para o critério Sistema de Ensino os itens direcionados para os respondentes, foram:

Aplicação de jogos de guerra na Escola de Comando e Estado-Maior (ECEME) (4.1) –

consiste na aplicação de um exercício de simulação construtiva para oficiais superiores -alunos

da ECEME, na modalidade dupla ação, com inteligência artificial e tabuleiro, no qual dois

contendores enfrentam-se com liberdade para atuar no jogo de guerra; Aplicação de jogos de

guerra na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (EsAO) (4.2) – consiste na aplicação de

um exercício de simulação virtual e construtiva para oficiais intermediários-alunos da EsAO,

na modalidade dupla ação, com inteligência artificial e tabuleiro, no qual dois contendores

enfrentam-se com liberdade para atuar no jogo de guerra; Participação de Pedido de

Cooperação de Instrução (PCI) para estabelecimentos de Ensino (EE) do Exército (4.3)

(Academia Militar das Agulhas Negras-AMAN; Escola de Sargento das Armas-EsSA; Centro

de Preparação de Oficiais da Reserva-CPOR; Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva-

NPOR, dentre outros) - é o apoio solicitado por um EE/OM Subordinado/Vinculado a outra

OM, a Forças Singulares, a Forças Auxiliares ou a outra Organização Civil Brasileira (OCB),

com a finalidade de complementar o ensino; Participação de pedido de visitas de Nações

Amigas (4.4) – consiste no apoio solicitado para uma Nação Amiga para realizar uma visita de

instrução, cujo o propósito visa fortalecer os laços de cooperação, integração e amizade que

unem os Exércitos do Brasil e dessa Nação Amiga.

O critério “Sistema de Ensino” é o que possui a segunda maior variação da escala global,

apontando 200 degraus, sendo entre o nível máximo (150) e o mínimo (-50). Esse critério

consiste em um sistema próprio e integrado de ensino e pesquisa do Exército, com a finalidade

de capacitar pessoas para o exercício, na paz e na guerra, dos cargos e funções previstas em sua

organização.

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Esses quatro itens de avaliação, interagidos, bem como suas dadas importâncias

percentuais formaram os fatores de influências no Projeto em relação ao critério Sistema de

Ensino, de acordo com a Tabela 4.4., discriminada abaixo.

Tabela 4.4- Sistema de Ensino

Conforme observa-se na Figura 4.4 abaixo, entre os subcritérios, os itens 4.1 e 4.2 foram

os mais bem avaliados pelos respondentes, respectivamente. No item 4.1 não há diferença entre

o nível máximo e o nível percebido, isso denota seu alinhamento de esforço com o critério.

Enquanto para o item 4.2, há uma diferença de 40 degraus, o que representa a maior percepção

de esforço para esse subcritério e a consequente atenção por parte dos gestores. Isso se deve ao

processo de implantação da sincronização do jogo de guerra da EsAO com o jogo da ECEME,

o que requer um consequente desdobramento de ações para efetivar esse fator de influência no

Projeto.

Nos demais itens, percebe-se que o 4.3 não há diferença entre o nível máximo e o nível

percebido e o 4.4 indica a percepção de menor esforço, apresentando 15 degraus,

respectivamente, para alcançar sua percepção máxima. De forma geral, o item 4.1, segundo a

percepção obtida, equivale à “Excelente” e os demais itens 4.2; 4.3 e 4.4 equivalem à resposta

“Muito bom”.

Figura 4.4 -Gráfico Sistema de Ensino

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O subcritério 4.2 obteve a maior variação de degraus, cerca de 280, percorrendo como

nível máximo (180) e mínimo (-80), sendo assim, o item de percepção de maior geração de

impacto ao esforço no critério, em que pese sua representação de 30%, a segunda a maior

importância da área impactada do critério Sistema de Ensino, o que corrobora com o

entendimento apresentado pelo grupo focal.

Percebe-se que o item 4.3 teve o menor índice de degraus, atingindo a marca de 110,

tendo no nível máximo (105) e no mínimo (-5). O subPVF 4.3 possui o menor nível de esforço,

ou seja, requer menos esforço para reverter a percepção deste subPVF. Este subcritério tem

menor impacto decorrente dos fatores de influência no Projeto Centro de Adestramento, haja

vista que existe o Departamento de Ciência e Cultura do Exército (DECEx), Órgão de Direção

Setorial que organiza, controla, coordena e realiza a gestão dos PCI dos EE realizando conexão

com o COTER, no que envolve assuntos afetos ao Projeto Centro de Adestramento.

Assim, o Ensino Militar compreende as atividades continuadas de capacitação e

habilitação, destinadas ao incremento do integrante da Força Terrestre. Desse modo, a

competência individual requerida deve ser entendida como a capacidade de gerar

simultaneamente e de maneira sinérgica, conhecimentos, habilidades, atitudes, valores e

experiências, o que denota em tomada de decisão e atuação em situações diversas (DMT, 2014).

4.2.5 Simulação

De forma similar os brainstormings e os grupos focais foram os instrumentos

determinantes para efetivação dos quatro principais focos de análise em relação ao critério

Simulação: Equipamentos Dispositivos de simulação de engajamento tático (DSET) (5.1)

– é definido como um conjunto de equipamentos que simulam os efeitos provocados por um

engajamento tático de combate, dentro da modalidade de simulação viva, o qual fornece

diversos resultados advindos da atividade de dupla ação, tais como: número de tiros disparados,

quantidade de acertos, se o militar estaria morto ou ferido, a localização no cenário e o controle

simulado de ambiente para tomada de decisão; Equipamento de realidade virtual (5.2) –

consiste em um equipamento denominado VBS- Virtual Battle System -cujo programa permite

de forma individual ou coletiva adestramentos de combates virtuais, com coordenações físicas

e respostas virtuais, na modalidade de simulação virtual; Licenças softwares combater - jogo

de guerra (5.3) – é o software usado pelo Exército Brasileiro para replicar ações de combate e

apoio de combate para postos de comando e outras ações não militares, nos níveis de

Subunidade, Unidade e Grande Unidade, cujo propósito se destinam a melhorar o treinamento,

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a análise e o apoio à decisão, tanto para oficiais de comando militares quanto para gerentes de

crise no setor de preparação para emergências; Digitalização do campo de batalha (5.4) –

consiste em apresentar a representação digital de aspectos do ambiente de combate obtido pela

integração entre sensores, apoiada em uma infraestrutura de informação e comunicações (IIC),

permitindo disponibilizar informações aos diferentes níveis de decisão de forma remota ou não.

Esses quatro itens de avaliação, juntos, bem como suas dadas importâncias percentuais

formam os fatores de influências em relação Simulação, conforme pode ser observado na

Tabela 4.5 discriminada abaixo.

Tabela 4.5-Simulação

O critério Simulação é o que possui a terceira maior variação de escala global, tendo 200

degraus percorridos entre o máximo (150) e o mínimo (-50) avaliados. As análises foram

realizadas de acordo com a Tabela 4.5 acima, o qual apresenta as análises de forma individual

e global, com impactos positivos sobre o Projeto Centro de Adestramento.

Figura 4.5 -Gráfico Simulação

Observa-se na Figura 4.5 acima, entre os subcritérios, os itens 5.1 e 5.4 são os que indicam

melhor avaliação por parte dos respondentes, sendo que o item 5.1 não apresenta diferença entre

seu nível máximo e o nível percebido. Enquanto que o item 5.4 apresenta uma diferença entre

o ponto máximo e o percebido de 50 degraus, respectivamente, inferindo a esse item a

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percepção de esforço para o critério. Ademais, esses dados os tornam de caráter ‘Muito Bom”

para priorização de concepções para o critério Simulação.

Os demais itens 5.2. e 5.3 ratificam a percepção de caráter “Muito Bom” em suas

importâncias nos critérios, de forma relativa dos primeiros, apresentando 37 e 12 degraus,

respectivamente, para atingir sua plenitude máxima, contribuindo assim, com a percepção do

gerenciamento de recursos, principalmente o item 5.3, com melhor ranking de nível em

percepção de esforço, o qual possui cerca de 40% de todo o critério, corroborando o discutido

no grupo focal.

O subcritério 5.4 obteve uma maior variação de degraus, cerca de 300, percorrendo como

nível máximo (200) e mínimo (-100), o que requer maior esforço e, consequente, atenção

gerencial por parte dos gestores do Projeto. Seguindo tal perspectiva, pode-se inferir a

constatação da busca constante em atualização da gestão, aquisição e manutenção de softwares

quer seja com empresas e com universidades parceiras, o que reforça a importância da tríplice

hélice nesse ambiente.

Percebe-se que no Projeto Centro de Adestramento, conforme a constatação de Valério

Netto, et al. (1998), é vital que esteja inserido em um ambiente de inovação, pesquisa e

desenvolvimento, pois o ambiente sintético o qual permeia as modelagens de simulação requer

esse entendimento como funcionamento à atividade.

Assim, a simulação empregando recursos humanos, instalações, equipamentos e

simulacros, além de meios de tecnologia da informação pode ser considerada capaz de realizar

a modelagem, a imitação e/ou a representação de procedimentos de combate e de operações de

forças amigas e das forças adversárias, o que possibilita entender os ambientes operacionais

para que os comandantes nos diversos níveis realizem a tomada de decisão (PBC, 2014). Nesse

sentido, o item 5.4 como fator de influência precisa de maior atenção dos gestores no Projeto.

Em contrapartida, o item 5.3 teve o menor índice de degraus, com cerca de 150

percorridos, tendo no nível máximo (125) e no mínimo (-25). O subPVF 5.3 possui o menor

nível de esforço, ou seja, requer menos esforço para reverter a percepção deste subPVF. O

mencionado subcritério sofre menos impacto decorrente dos demais fatores de influência no

critério Simulação que compõe o Projeto Centro de Adestramento. Isto posto, cabe ressaltar a

sua representação de 40%, maior importância da área impactada do critério Simulação, o que

corrobora com o entendimento apresentado pelo grupo focal.

Sendo assim esse critério se refere a percepção dos fatores de influência do gerenciamento

de recursos, no tocante aos simuladores como instrumentos onde se reproduzem artificialmente

uma situação ou condições reais de um fenômeno/situação realizado com modelos, os quais

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agregam usos de tecnologias e comunicações, assim intensificando ao máximo o realismo

necessário ao adestramento proposto (VALERIO NETTO, et al., 1998), o que promove o

Projeto Centro de Adestramento no apoio ao Preparo da Força Terrestre.

4.2.6. Análise global dos fatores de influência no Projeto Centro de Adestramento

A análise global é a última avaliação dos cinco critérios apresentados neste estudo, o que

permite identificar o predicado dos fatores que influenciam o objeto da pesquisa, ou seja, quais

foram os melhores e os piores fatores de influência no Projeto. Cabe ressaltar que nessa etapa

se é possível apontar quais os critérios que os gestores/agidos atuantes na área do Projeto Centro

de Adestramento estão dando mais importância para o aperfeiçoamento do Preparo da Força

Terrestre. Esse trabalho foi desenvolvido perpassando pelos brainstormings e concepção dos

PVFs e descritores, assim corroborado nos grupos focais.

A Análise Global, conforme a Tabela 4.6 abaixo, demonstra as pontuações e margens

percentuais atingidas de todos os critérios analisados, quer seja: Capacitação de Pessoal,

Doutrina Militar Terrestre, Interoperabilidade, Sistema de Ensino e Simulação.

Tabela 4.6- Análise Global dos Critérios

Assim, as análises realizadas de acordo com a Tabela 4.6, apresentam as apreciações de

forma individual e global, com impactos positivos dentre os fatores de influência no Projeto

Centro de Adestramento do Exército, haja vista que os cinco critérios tiveram conceitualmente

variações conceituais de “Bom” a “Muito Bom”, o que demonstra, ainda, uma lacuna de espaço

em condições de melhoria para o aperfeiçoamento do Preparo da Força Terrestre.

Conforme indicado na Figura 4.6 abaixo, o critério melhor avaliado foi o (4) - “Sistema

de Ensino”, com uma pontuação de 137 pontos, sendo considerando o mais importante para a

análise do Projeto Centro de Adestramento do Exército. Esse critério precisa de uma melhora

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de 13 pontos para atingir seu ponto ótimo ou seu ponto máximo de desempenho, representando

10% dos campos afetados.

Esse critério consiste em um sistema próprio e integrado de ensino e pesquisa do Exército,

tendo como órgão gestor o Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx), cuja

finalidade é capacitar pessoas para o exercício, na paz e na guerra, dos cargos e funções

previstas em sua organização. O Sistema de Ensino está em integração com o Sistema de

Instrução Militar do Exército (SIMEB) e, consequentemente, com o Projeto Centro de

Adestramento, por enquadramento do Programa Estratégico do COTER (SISOMT, 2016).

Os critérios (5) - “Simulação” e (1) - “Capacitação de Pessoal”, foram o segundo e o

terceiro melhores avaliados, obtendo pontuações de 133 e 124 degraus, respectivamente.

Entretanto, percebe-se que o critério (5) demanda 17 degraus para atingir seu ponto ótimo,

enquanto o critério (1) precisa de 24 degraus, sendo que isso representa valores de 30% e 25%,

respectivamente, de impactos nas áreas afetadas.

Em torno dessa análise pode-se verificar que a Simulação e a Capacitação de Pessoal

estão em sinergia constante para otimização na gestão de pessoas, bem como, da administração,

aquisição, coordenação e manutenção de equipamentos de Tecnologia, Informática e

Comunicações (TIC), quer seja, com empresas e/ou com o meio acadêmico parceiro,

compartilhando o conceito de relevância da tríplice hélice, como fundamento ao

desenvolvimento do Projeto Centro de Adestramento (BRASIL, 2018).

Assim percebe-se que é vital que esse Projeto esteja inserido em um ambiente de

inovação, pesquisa e desenvolvimento, pois o ambiente sintético, o qual permeia as modelagens

de simulação de combate que fomentam esse funcionamento à atividade. Assim, torna-se

fundamental o reconhecimento do capital intelectual, como sendo o maior ativo das

organizações, a integração com os Centros de Instrução, além do diferencial competitivo, de

forma geral, promover a capacitação de pessoas (LEPAK, SNELL, 1999).

Em seguida, os critérios (2) - “Doutrina Militar Terrestre” e (3) - “Interoperabilidade”

foram o quarto e quinto melhor avaliados, atingindo uma pontuação de 120 e 109 pontos, nessa

ordem. Dessa forma, é necessário a percepção de esforço de 20 e 44 degraus, respectivamente,

para atingirem seu melhor desempenho, sendo que isso representa 15% e 20%, respectivamente

de impactos nas áreas afetadas.

Pode-se discorrer em análise do acima exposto que a Doutrina Militar Terrestre se refere

no que diz respeito às normas e procedimentos que constituirão o objeto das publicações

doutrinárias, bem como os critérios para o aperfeiçoamento das estruturas operativas e a

determinação de meios de combate com as ferramentas de tecnologia adequada (DMT, 2014).

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57

Assim, observa-se que a interoperabilidade é uma capacidade militar que possibilita

ampliar a operatividade para cumprir determinada tarefa, como uma “força constituída de

maneira integrada, coordenada, harmônica e complementar com as demais Forças Armadas

envolta, em ambiente interagências, em operações conjuntas ou em operações multinacionais.

(PBC, 2014). Nesse contexto, a interoperabilidade deve, ainda, ter a necessidade de maior

entrosamento com as demais Forças aéreas e navais, a fim de se obter ganhos de capacidades

com a máxima eficácia operativa.

Percebe-se que do primeiro critério colocado (4)- “Sistema de Ensino” para os outros quer

seja: (5) – “Simulação”, (2) –“Doutrina Militar Terrestre” e (1) – “ Capacitação de Pessoal” há

pouca diferença de degraus, cerca de 4, 7 e 11, respectivamente, oque reflete um caráter “Muito

Bom” ao Projeto. No entanto, se levar em consideração ao critério (3) – “Interoperabilidade”

verifica-se o distanciamento considerável de 31 degraus daquele melhor colocado, o que ajuíza

o quanto de esforço é viável, ainda, para que os gestores o aproximem para torná-lo no mínimo

“Muito Bom”, como se encontram os demais.

Figura 4.6- Gráfico Análise Global dos Critérios

O critério (3) - “Interoperabilidade” foi considerado o pior avaliado dentre os cinco em

estudo, com uma pontuação de 205 pontos, tendo percorrido de seu ponto máximo (153) e

mínimo (-52). Assim, esse critério requer maior esforço e consequente atenção gerencial por

parte dos gestores, a fim de modificar sua percepção de esforço.

Os critérios (5) – “Simulação” e – (4) “Sistema de Ensino”, ambos tiveram a mesma

percepção de avaliação, sendo considerados 2º e 3º piores avaliados, em que obtiveram 200

pontos, sendo que percorreram de seus máximos (150) e (-50), respectivamente. Contudo, o

critério (4) possui apenas 13 degraus de seu ponto ótimo, enquanto que o (5) possui 17, o que

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58

implica a esse critério uma atenção gerencial de pequena monta com maior esforço do que o

critério (4).

Em contrapartida, os critérios (1) - “Capacitação de pessoal” e (2) – “Doutrina Militar

Terrestre”, esses critérios tiveram o menor índice de degraus, no primeiro, com cerca de 180

percorridos, tendo no nível máximo (140) e no mínimo (-40) e, no segundo, por volta de 195

percorridos, obtendo no nível máximo (148) e no mínimo (-47), respectivamente. Desse modo

esses critérios possuem o menor nível de esforço, ou seja, requerem menos esforço para reverter

suas percepções de critérios.

Ao analisar o resultado global dos cinco mencionados critérios é possível inferir que a

avaliação de importância mensurada pelos gestores atuantes no Projeto Centro de Adestramento

do Exército apontou para os 124 pontos, registrando uma percepção positiva de caráter “Muito

Bom”. Para conseguir alcançar seu maior nível, seria necessário um esforço de 25 pontos, ou

de 16,8%.

A Figura 4.7 abaixo transforma as pontuações avaliadas nesta pesquisa em índices de

porcentagens para uma estimativa mais abreviada. Nesse contexto, o desempenho total atingido

gerou uma pontuação de 87%, de tal forma, que todos os critérios foram considerados

importantes para que os gestores pudessem mensurar os fatores de influência no Projeto Centro

de Adestramento do Exército, sendo que o “Total” está próximo ao nível máximo de

desempenho.

Figura 4.7-Gráfico Análise Global em Porcentagem

Como pode ser observado na Figura 4.7, ficou demonstrado a análise dos impactos

relativos aos fatores de influência no Projeto Centro de Adestramento, em consonância ao Total

pesquisado do estudo, ora representado pela barra de cor laranja.

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Desse modo, percebe-se que foi abrangido no critério (1) o índice de 87% em relação ao

Total de 100%. Em relação ao critério (2) se obteve a pontuação de 88%, já o critério (3) e (4)

78% e 93%, respectivamente, e por último, o critério (4), com 91%, respectivamente.

Seguindo essa perspectiva, pode ser verificado, ainda, que a avaliação foi bastante

positiva, sendo que os critérios (4) e (5) culminaram por terem sido elogiados pelos

respondentes, com reflexos de percepções “Excelentes”, ao atingirem as marcas acima de 90%,

o que corrobora com o discutido no grupo focal.

Via de regra, todos os critérios, exceto o (3), alcançaram a baliza de 80% das influências

dos fatores percebidas como “Muito Bom”, no Projeto Centro de Adestramento. Isto posto, se

deve principalmente na percepção de esforço necessária para buscar a otimização do

desempenho voltado à gestão do Projeto, ao gerenciamento de recursos e, em que pese, a gestão

de pessoas, o treinamento e desenvolvimento de pessoas e a aquisição de recursos materiais,

como: softwares, DSET de simulação, dentre outros, visando completar as capacidades

necessárias ao aperfeiçoamento dos Centros de Adestramentos para o Preparo da Força

Terrestre (SISOMT, 2016).

O único critério porém que ficou na percepção “Bom” foi o critério (3), apesar de ter sido

percebido de maneira positiva pelos respondentes, carece de maior atenção gerencial por parte

dos gestores, no que diz respeito ao assunto ser complexo, principalmente, no que tange as suas

especificidades com relacionamentos com outras Forças Singulares, Nações Amigas ou órgãos

públicos.

4.3 Cumprimento dos objetivos e resultados da pesquisa

Após realizadas todas as análises das informações coletadas, observa-se que os resultados

atingidos pela pesquisa ratificam os objetivos propostos constantes do item 1.3 e 1.4, o que

segue demonstrado no quadro 4.8 discriminado abaixo.

Objetivos Localização Resultados

- Destacar os principais conceitos

aplicáveis sobre Projetos; Gestão de

Projetos; Gerenciamento de Recursos;

Gestão de Pessoas; T&D e Centro de

Adestramento.

2.1 a 2.6

-Foram apresentados os conceitos

pertinentes a revisão teórica sobre o

objeto do estudo, tão necessários para

fundamentar o conjunto da análise.

- Analisar o Projeto Centro de

Adestramento do Exército Brasileiro e

suas contribuições para o

aperfeiçoamento do Preparo da Força

Terrestre.

2.6; 3.2 e 4.

- O Projeto Centro de Adestramento do

Exército Brasileiro foi apresentado e

despertado sua devida importância,

dentro do Programa Estratégico do

Exército gerido pelo EPEx e COTER. Ao

longo do estudo discorreu-se do Projeto

como tem contribuindo ao incremento do

Preparo da Força Terrestre. Isto posto

ocorre pela abordagem da Tríplice Hélice,

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60

pela gestão de pessoas ou pelo

gerenciamento de recursos materiais,

principalmente de simulação. Tal fato,

coloca o Exército Brasileiro com

diferencial de outras Forças no cenário

internacional.

-Identificar os fatores de influência no

Projeto Centro de Adestramento do

Exército que contribuí ao Preparo da

Força Terrestre.

2.1 a 2.6 e

3.1 a 3.6

- A execução de três Reuniões de

brainstormings e dois Grupos focais

permitiram identificar o conjunto de

fatores que associados, em torno da

mediação, foram validados em cinco

critérios, que contribuíram á análise do

Projeto com aperfeiçoamento para o

Preparo da Força Terrestre.

-Verificar a percepção dos gestores que

atuam na área do Projeto Centro de

Adestramento do Exército.

3 e 4

- As respostas aos questionamentos e seu

conjunto análise permitiram identificar a

percepção dos usuários sobre cada fator

de influência para o Projeto Centro de

Adestramento do Exército, contribuindo

assim ao Preparo da Força Terrestre.

- Examinar os fatores que exigem esforço

de mudança e que apontam o nível de

desempenho do Projeto Centro de

Adestramento do Exército, a partir da

percepção dos gestores atuantes na área.

4

Os resultados da pesquisa apontaram que

os fatores Sistema de Ensino e Simulação

são vistos pelos usuários como os fatores

que mais favorecem para a que o Projeto

esteja contribuindo com o Preparo da

Força Terrestre. Enquanto que o critério

interoperabilidade é o componente que

requer maior atenção gerencial e

investimentos por parte dos gestores do

Projeto em questão, considerando que

todas percepções globais impactaram de

forma positiva e relevantes ao Projeto em

tela.

Quadro 4.8 – Cumprimento dos objetivos e resultados da Pesquisa

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61

5 CONCLUSÃO

A implantação do novo e efetivo Sistema Operacional Militar Terrestre contempla a ação

estratégica de buscar o aperfeiçoamento do Preparo da Força Terrestre, em que está enquadrado

o Projeto Centro de Adestramento, tendo como principais e complexas ações de Preparar a

Força Terrestre para atuar em Operações Conjuntas, Combinadas e Interagências e prover uma

nova sistemática de instrução com ênfase no efetivo profissional.

Com intuito de solucionar o problema supramencionado, o presente trabalho teve como

objetivo geral analisar o Projeto Centro de Adestramento do Exército Brasileiro e suas

contribuições para o aperfeiçoamento do Preparo da Força Terrestre, a partir da percepção dos

gestores atuantes na área, tendo como especificidade o foco na identificação de fatores de

influência e no exame dos fatores que exigem esforço de mudança e que apontam níveis de

desempenho referentes ao mencionado Projeto.

Utilizando-se do método de Análise Multicritério de Apoio à Decisão-Construtivista

(MCDA-C) foi possível se chegar ao objetivo proposto deste trabalho, que por intermédio da

combinação de técnicas em pesquisas operacionais como brainstormings e grupos focais foram

assim avaliados e validados os julgamentos considerados relevantes em cinco critérios, a saber:

Capacitação de Pessoal, Doutrina Militar Terrestre, Interoperabilidade, Sistema de Ensino e

Simulação.

De acordo com os resultados obtidos, que influem no Projeto em estudo percebeu-se que

todos os critérios foram considerados relevantes, com impactos de forma positiva, sob o ponto

de vista dos respondentes. A percepção geral dos fatores de influência obtida por intermédio da

pesquisa realizada foi de 87 % (oitenta e sete por cento) do total disponível. Todos os critérios,

exceto “Interoperabilidade”, tiveram avaliações superiores a 85 % (oitenta e cinco por cento),

caracterizando fatores de relevância na condução do Projeto Centro de Adestramento do

Exército. Em relação ao critério “Interoperabilidade” ficou comprovado a demanda de esforços

gerenciáveis por parte dos gestores para alavancar o Projeto em questão.

Conclui-se que, da análise dos gestores atuantes na área militar, o Projeto Centro de

Adestramento do Exército Brasileiro, têm uma percepção positiva de contribuição para o

Preparo da Força Terrestre, indicando que existe espaço para melhorias e o, consequente,

aperfeiçoamento do Projeto.

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62

5.1 Limitações do Trabalho

A presente pesquisa buscou analisar e quantificar a percepção dos gestores atuantes na

área em relação ao Projeto Centro de Adestramento do Exército Brasileiro e sua contribuição

para o aperfeiçoamento do Preparo da Força Terrestre.

Nesse sentido, como pôde ser visto no item 4.3, todos os objetivos foram alcançados,

porém o resultado poderia ser mais expressivo se fosse obtido acesso aos decisores relacionados

ao Projeto Centro de Adestramento, incluindo os Generais Chefe do Escritório de Projeto do

Exército, Chefe do Preparo da Força Terrestre, Comandante de Operações Terrestres e os

Comandantes das 1ª e 3ª Divisões de Exército enquadrantes dos CA-Leste e CA-Sul,

respectivamente. Assim, todos os que participaram dos brainstormings e grupos focais eram

gestores, especialistas e usuários na área militar, mas não correspondentes a nível estratégico.

Outra limitação percebida foi a abrangência dos questionários. Como foram aplicados em

sua totalidade presencialmente, não contemplou todos os segmentos dos Centros de

Adestramento, como no caso, o segmento feminino.

Outrossim, o trabalho ficou limitado pelo tamanho da população de gestores, especialistas

e usuários relacionados com o Projeto Centro de Adestramento (condição de militares com

relativa experiência) e pela amostra obtida na pesquisa.

5.2 Recomendações do Trabalho

Para trabalhos futuros, recomenda-se que seja feita uma pesquisa levando em conta

também as ideias propostas pelos próprios Centros de Instrução que trabalham de forma

integrada aos Centros de Adestramento.

Nesse mesmo diapasão, recomenda-se, ainda, que seja incluída na população dos

gestores, especialista e usuários amostragens de tropas ligadas diretamente como ‘clientes’ do

Projeto Centro de Adestramento, como as Tropas constituintes do Sistema de Prontidão

(SISPRON) e da Força de Emprego Estratégico (FEE), que na presente pesquisa não foram

consultadas, por não ter disponibilidade dentro do recorte temporal estabelecido, o que sugere

pesquisa de novos PVFs e critérios, advindos da alteração de população.

Finalmente, espera-se que esse trabalho possa contribuir para novos estudos de trabalhos

acadêmicos e, ainda, sirva como incentivo aos demais profissionais da área interessados em se

aprofundar no assunto em questão.

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68

APÊNDICE

Apêndice A – Formulário de coleta de dados

Universidade de Brasília –UnB

Faculdade de Administração, Contabilidade, Economia e Gestão Pública- FACE

Departamento de Administração

Programa de Pós-Graduação em Administração – PPGA

O PROJETO CENTRO DE ADESTRAMENTO COMO ESTRUTURA DE APOIO AO PREPARO DA FORÇA

TERRESTRE

Prezado(a) colaborador(a), você está sendo convidado(a) para participar, como voluntário(a), de pesquisa sobre o

Projeto Centro de Adestramento como estrutura de apoio ao Preparo da Força Terrestre, vinculada ao Programa de Pós-

Graduação em Administração – PPGA da Universidade de Brasília – UnB. Todas as informações coletadas nesta pesquisa

são sigilosas e sua identidade será preservada.

Obrigado pela sua participação!

Instruções: preencha os dados abaixo e marque um “X” nos itens de acordo com sua percepção.

Sexo:

Faixa etária:

Posto/Graduação:

Grau de instrução:

Quantas vezes utiliza por

semana as Atividades do

Centro de Adestramento?

( ) masculino

( ) feminino

( ) 18 a 25 anos

( ) 26 a 35 anos

( ) 36 a 45 anos

( ) 46 a 55 anos

( ) mais de 55 anos

( ) Cabo/Soldado

( ) Subtenente/Sargento

( ) Oficial Subalterno

( ) Oficial Intermediário

( ) Oficial Superior

( ) Médio

( ) Superior

( ) Pós-Graduação

( ) Mestrado

( ) Doutorado

( ) nunca utilizo

( ) utilizo apenas 1 vez

( ) utilizo 2 ou 3 vezes

( ) utilizo 4 ou 5 vezes

( ) utilizo 5 vezes ou mais

Quanto Tempo de Serviço possui: Qual o Centro de Adestramento/Local:

( ) 1 -5 anos ( ) 6-10 anos ( ) 11 -15 anos

( ) 16-20 anos ( ) 21-25 anos ( ) 26- 30 anos

( ) 31- 35 anos ( ) acima de 35 anos

( ) CA- Leste (Rio de Janeiro/RJ)

( ) CA-Sul (Santa Maria/RS)

( ) Outros___________

- Preencha com um “X” nos descritores, de acordo com os critérios abaixo, e marque sua perspectiva acerca do

Projeto Centro de Adestramento como estrutura de apoio ao Preparo da Força Terrestre:

Item Critérios Parâmetros para os Descritores

Item

Em que medida o Projeto Centro de

Adestramento apoia o Preparo da Força

Terrestre, a partir do seguinte item:

Excelente

Muito

Bom

Parcialmente

Bom

Indiferente

Ruim

ou

Péssimo

1.Capacitação de

Pessoal

1.1 Estágios e Cursos 1.2 Intercâmbios entre os Centros de

Adestramento

1.3 Integração com os Centros de Instrução 1.4 Intercâmbio com os Centros de

Adestramento de Nações Amigas

2. Doutrina Militar

Terrestre

2.1 Produção de Cadernos de Instrução de

Simulação

2.2 Acompanhamento em Capacidades de

Simulação

2.3 Estudo de Metodologias para Rotação

de Tropas

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69

2.4 Apoio à validação da experimentação

doutrinária

3. Interoperabilidade

3.1 Participação em Exercícios Conjuntos

(outras FA)

3.2 Participação em Exercícios

Combinados (outras NA)

3.3 Preparação em Exercícios de

Operações de Paz

3.4 Preparação em Exercícios

Interagências

4. Sistema de Ensino

4.1 Aplicação de Jogos de Guerra na

ECEME

4.2 Aplicação de Jogos de Guerra na EsAO 4.3 Participação em Plano de Cooperação

de Instrução (PCI)/ para Estabelecimentos

de Ensino (AMAN, EsSA, CPOR, NPOR,

etc.)

4.4 Participação em Plano de Visitas com

Nações Amigas

5. Simulação

5.1 Equipamentos Dispositivo Simulação

de Engajamento Tático (DSET)

5.2 Equipamentos de Realidade Virtual 5.3 Licenças Softwares Combater - Jogo de

Guerra

5.4 Digitalização do Espaço de Batalha

- Grato por sua participação!

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70

Apêndice B – Tabulação dos resultados dos formulários

Item Critérios Parâmetros para os Descritores Avaliação

Item

Em que medida o

Projeto Centro de

Adestramento

apoia o Preparo

da Força

Terrestre, a partir

do seguinte item:

Excelente

N5

Muito

Bom

N4

Parcialmente

Bom

N3

Indiferente

N2

Ruim

ou

Péssimo

N1

Mediana

1.Capacitação de

Pessoal

1.1 Estágios e

Cursos

9 10 6 5 1 10-MB-N4

1.2 Intercâmbios

entre os Centros

de Adestramento

10 10 7 3 1 10-MB-N4

1.3 Integração

com os Centros de

Instrução

6 12 8 3 2 12-MB-N4

1.4 Intercâmbio

com os Centros de

Adestramento de

Nações Amigas

4 12 8 6 1 12-MB-N4

2. Doutrina Militar

Terrestre

2.1 Produção de

Cadernos de

Instrução de

Simulação

10 9 10 2 0 9-MB-N4

2.2

Acompanhamento

em Capacidades

de Simulação

13 10 7 1 0 10-MB-N4

2.3 Estudo de

Metodologias

para Rotação de

Tropas

9 10 9 3 0 10-MB-N4

2.4 Apoio à

validação da

experimentação

doutrinária

8 11 9 3 0 11-MB-N4

3. Interoperabilidade

3.1 Participação

em Exercícios

Conjuntos (outras

FA)

9 6 10 6 0 10-MB-N3

3.2 Participação

em Exercícios

Combinados

(outras NA)

8 8 13 2 0 8-MB-N4

3.3 Preparação

em Exercícios de

Operações de Paz

14 7 4 6 0 7-MB-N4

3.4 Preparação

em Exercícios

Interagências

11 7 9 4 0 7-MB-N4

4. Sistema de Ensino

4.1 Aplicação de

Jogos de Guerra

na ECEME

16 8 6 1 0 16-E-N5

4.2 Aplicação de

Jogos de Guerra

na EsAO

15 11 2 3 0 11-MB-N4

4.3 Participação

em Plano de

Cooperação de

19 9 3 0 0 19-E-N5

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71

Instrução (PCI)/

para

Estabelecimentos

de Ensino

(AMAN, EsSA,

CPOR, NPOR,

etc.)

4.4 Participação

em Plano de

Cooperação de

Instrução (PCI)/

com Nações

Amigas

11 7 10 3 0 7-MB-N4

5. Simulação

5.1 Equipamentos

Dispositivo

Simulação de

Engajamento

Tático (DSET)

18 9 3 1 0 18-E-N5

5.2 Equipamentos

de Realidade

Virtual

13 11 6 1 0 11-MB-N4

5.3 Licenças

Softwares

Combater - Jogo

de Guerra

15 14 2 0 14-MB-N4

5.4 Digitalização

do Espaço de

Batalha

11 9 10 1 0 9-MB-N4

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72

Apêndice C – Construção da taxa de contribuição dos PVFs e SubPVFs

PVF

(Pontos de Vistas

Fundamentais)

Critério

PVF 1

Subcritério

Maior

Esforço

entre os

PVF 1

Maior

Esforço

no

PVF

Geral

Nível

De

Esforço

1. Capacitação de

Pessoal

25%

1.1 Estágios e Cursos 40% 4

2

12

1.2 Intercâmbios entre os Centros de

Adestramento

30% 2 17

1.3 Integração com os Centros de

Instrução

10% 1 2

1.4 Intercâmbio com os Centros de

Adestramento de Nações Amigas

20% 3 7

2. Doutrina Militar

Terrestre

15%

2.1 Produção de Cadernos de Instrução

de Simulação

45%

2

3

18

2.2 Acompanhamento em Capacidades

de Simulação

20%

4

13

2.3 Estudo de Metodologias para

Rotação de Tropas

10%

1

3

2.4 Apoio à validação da

experimentação doutrinária

25% 3 8

3. Interoperabilidade

20%

3.1 Exercícios Conjuntos 40% 1

4

4

3.2 Exercícios Combinados 25% 2 19

3.3 Exercícios Operações Paz 15% 3 9

3.4 Exercícios Interagências 20% 4 14

4. Sistema de Ensino

10%

4.1 Aplicação de Jogos de Guerra na

ECEME

40% 3

5

10

4.2 Aplicação de Jogos Jogos de Guerra

EsAO

30% 1 5

4.3 Plano de Cooperação de Instrução

(PCI)/ Cadetes da AMAN e demais

oficiais temporários de Estabelecimento

de Ensino congêneres

20%

2

20

4.4 Plano de Cooperação de Instrução

(PCI)/ Alunos da EsSA e demais Praças

temporários de Estabelecimento de

Ensino congêneres

10%

4

15

5. Simulação

30%

5.1 Equipamentos Dispositivo

Simulação de Engajamento Tático

(DSET)

30%

3

1

11

5.2 Equipamentos de Realidade Virtual 20% 2 6

5.3 Licenças Softwares Combater -Jogo

de Guerra – Dupla Ação

40% 4 16

5.4 Digitalização do Espaço de Batalha 10% 1 1