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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” FACULDADE INTEGRADA AVM O ENSINO DE MÚSICA E AS TECNOLOGIAS DIGITAIS NO ENSINO SUPERIOR. Por: Nelson Henrique de Moraes Duriez Orientadora Professora Flávia Cavalcanti. Rio de Janeiro 2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

O ENSINO DE MÚSICA E AS TECNOLOGIAS DIGITAIS

NO ENSINO SUPERIOR.

Por: Nelson Henrique de Moraes Duriez

Orientadora

Professora Flávia Cavalcanti.

Rio de Janeiro

2011

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

FACULDADE INTEGRADA AVM

O ENSINO DE MÚSICA E AS TECNOLOGIAS DIGITAIS

NO ENSINO SUPERIOR

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Docência

Superior

Por: Nelson Henrique de Moraes Duriez

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AGRADECIMENTOS

Aos alunos e professores que

colaboraram neste trabalho, à

Universidade Federal do Estado do Rio

de Janeiro (UNIRIO) e a Universidade

Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

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DEDICATÓRIA

Aos professores que ajudaram na

minha formação como músico, cidadão

e homem. Aos meus pais que tudo por

mim fizeram e a minha esposa e filho

que para mim são tudo.

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RESUMO

Este trabalho busca verificar a inclusão das tecnologias digitais nos

cursos de música do Ensino Superior. Como estão sendo incorporadas ao

cotidiano universitário e quais os possíveis benefícios da sua utilização. Após

extensa coleta de dados sobre o uso de computadores nas salas de aula e

como esta ferramenta auxiliaria nas práticas musicais e na melhoria do ensino

e aprendizagem, foi realizada uma visita a uma das instituições analisadas com

a aplicação de um questionário e entrevistas com os atores envolvidos. Os

resultados apontam para uma ínfima participação dessas tecnologias nos

cursos de música, aumentadando a defasagem entre as exigências de um

mercado profissional altamente especializado e dinâmico, e a formação dos

estudantes destes cursos.

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METODOLOGIA

Trata-se de uma pesquisa qualitativa e descritiva de opinião. Foram

utilizados os seguintes procedimentos: a) levantamento de dados

bibliográficos, através de periódicos, revistas e jornais, pela Internet e análise

das Leis e Diretrizes da Educação; b) visitação a uma das instituições alvo; c)

aplicação de um questionário para professores e alunos e uma entrevista com

perguntas semi-abertas; d) análise dos dados recolhidos e seus resultados.

Foram objeto de análise, os currículos, grades e projetos

pedagógicos dos Cursos de Música das Universidades Federal do Estado do

Rio de Janeiro (UNIRIO) e Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I -

O Ensino de Música no Nível Superior 11

1.1 - Breve histórico. 11 1.2 - Diretrizes e bases legais 14 1.3 - Metodologias e técnicas de ensino 16 1.4 - Disciplinas e Interdisciplinaridade 21 1.5 - O professor dos professores e seus desafios. 25 CAPÍTULO II -

O uso de computadores na educação musical 28

2.1 - Curta história e Políticas Públicas 28 2.2 - Fazer Música com o computador 31 2.3 - Softwares no ensino musical 34 2.4 - A nova sala de aula de música 36 2.5 - A sala virtual e suas redes 38 CAPÍTULO III - A realidade da sala de aula 41

3.1 - O “chão” da sala de aula 41 3.2 - A “voz” dos alunos 43 3.3 – O “olhar” dos mestres 44 3.4 – A reflexão do pesquisador 49

CONCLUSÃO 51

ANEXOS 54

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 68

ÍNDICE 71

FOLHA DE AVALIAÇÃO 72

INTRODUÇÃO

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O cenário da Música no mundo passa por transformações

constantes, numa escalada regida pelos anseios de uma sociedade

informatizada, globalizada e movida por inovações constantes em termos de

novas mídias e tecnologias. Um mercado exigente e dinâmico, que demanda

profissionais com diversas habilidades e competências, aptos a atuar em

diferentes contextos lidando com as mais diferentes tecnologias, antigas e

modernas.

Essa sociedade necessita de artistas, compositores, arranjadores,

instrumentistas e professores para formar suas novas gerações de músicos.

Precisa ajudar a construir os meios para uma formação atualizada, que

privilegie o conhecimento pertinente e criativo. Precisa inserir a Música no

currículo escolar, oportunizando o contato com a arte, com vistas a uma melhor

formação do indivíduo e a construção de um cidadão mais completo e mais

humano. Para isso, é urgente a formação de novos quadros para suprir a

grande demanda das instituições do Ensino Básico.

A nova sociedade contemporânea através do ensino musical nas

universidades precisa criar meios para formar em grande quantidade e

preparar para o mundo real, extremamente informatizado e competitivo.

Precisa planejar estratégias que aprimorem as dinâmicas da educação

musical, permitindo um melhor ensino aprendizado.

Uma das tecnologias à disposição para isso é o computador. Uma

máquina já incorporada ao cotidiano da maioria dos locais onde existe a

atividade humana, com capacidades e potencialidades suficientes para integrar

comunidades e colaborar na criação de projetos. Mas curiosamente, ainda não

tão presente nas práticas das universidades de música. O que permaneceu

como questão a ser entendida por este pesquisador. Por que tão presente na

atividade musical e no mercado de trabalho, mas colocado de lado como

ferramenta educacional musical dentro das salas de aula?

A realidade do ensino superior nos cursos de música apresenta

muita dificuldade na inclusão das tecnologias digitais em sala de aula. Durante

a minha graduação, pude acompanhar de perto o início de algumas tentativas

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de aproximação com mundo digital, mas nada fundado em um projeto

pedagógico formal, apenas iniciativas pontuais de professores.

Pude observar o interesse dos estudantes, movidos além da

curiosidade natural frente à novidade, mas também pela própria necessidade

deles e seus colegas, ao se defrontarem com as tarefas do dia a dia, do fazer

musical e não se sentirem preparados para lidar com softwares e demais

ferramentas. Enfrentavam situações em que eram cobrados até em trabalhos

do próprio curso, mas não tinham treinamento específico e contato direto com

a tecnologia para utilizá-los.

Por tudo isto, uma investigação a respeito dos motivos deste não

aproveitamento do computador nas aulas de música, motivou este trabalho.

Esta pesquisa busca verificar a utilização das técnicas digitais e seu

manuseio, para um possível aumento da eficiência no aprendizado das turmas

de música, que apresentam na maioria das vezes um número excessivo de

alunos, sem o menor nivelamento e fluxo de continuidade. Como estas

ferramentas poderiam ser úteis na complementação da formação do

profissional que irá atuar musicalmente no mercado de trabalho e na área

educacional.

Quais os principais softwares e como podem ser usados como um

incremento ao aprendizado, na criação de produtos e realização de projetos.

Como o trabalho em sala com os computadores viabilizaria a

integração entre os atores envolvidos e a sociedade, através da oferta de

produtos culturais para a comunidade.

Para tanto esta pesquisa qualitativa e descritiva de opinião fará o

levantamento de dados bibliográficos, através de periódicos, revistas, jornais e

Internet. Visitará uma das instituições, onde através da aplicação de um

questionário para professores e alunos e a observação da realidade da sala de

aula e seus equipamentos, se verificará a presença das tecnologias digitais

nos cursos de música. Para complementar este trabalho, será realizada uma

entrevista com perguntas semi-abertas, com um professor que abordará as

questões políticas, interdisciplinares e éticas que rondam o tema, para uma

melhor análise dos dados recolhidos e seus resultados. Farão parte deste

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estudo, os currículos e projetos pedagógicos dos Cursos de Música das

Universidades Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e Federal do Rio

de Janeiro (UFRJ).

No que se refere às teorias e conceitos da Educação Musical, serão

trabalhados os seguintes autores: KOELLREUTTER (1997), ZANNINI (2000),

PEDROZA (2011), ALIMONDA (1961), ARTAXO, ASSIS e GIZELLE (2008).

Serão analisados os projetos pedagógicos dos cursos de música e as

Diretrizes Curriculares Nacionais na área musical, assim como, a Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96. Em relação ao uso das

tecnologias digitais nas atividades pedagógicas e musicais serão estudados os

seguintes autores: Valente (2002), Snyders (1992), Papert (1980), e as

pesquisas e artigos de: Leme e Bellochio (2007), Fritsh, Flores, Milletto, Vicari

e Pimenta (2003), Araújo (2009), Borges (2007), Ficheman, Lipas, Krüger e

Lopes (2003), Freitas, Benvennuti, Debiase, Gomes (2004).

No primeiro capítulo, o Ensino de Música será analisado através de

sua história e das leis que o regem. Serão investigadas as principais

metodologias e técnicas de ensino e como se organizam os currículos e

disciplinas. Por último, o papel do professor e seus desafios.

No segundo capítulo, o uso de computadores na educação musical,

sua história e quais políticas públicas embasam sua inclusão nas escolas.

Como se faz música com o computador, quais as possibilidades pedagógicas

dos softwares disponíveis e o que esperar da nova sala de aula de música com

o uso dessas tecnologias, que ampliam suas fronteiras para fora dos muros da

escola através das redes virtuais.

Por fim no último capítulo, uma análise do que será visto na visita a

uma das instituições estudadas, a aplicação de um questionário e entrevistas

com alunos e professores, buscarão contextualizar os assuntos dessa

pesquisa, na verificação da realidade dos fatos.

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CAPÍTULO I

O Ensino de Música no Nível Superior

“Música et Arte ad Humanitatem”.

.

“Uma sociedade de massa, tecnológica e industrializada, deve opor-

se aos padrões e critérios da educação musical ainda com alicerces no século

dezenove, obsoleta dentro do contexto de uma nova sociedade

contemporânea, dinâmica e economicamente orientada” (KOELLREUTER,

1977). A afirmativa oriunda do final do século vinte encontra eco neste início de

novo milênio, como explica seu autor,

Um novo tipo de sociedade condiciona um novo tipo de arte. Porque a função da arte varia de acordo com as exigências colocadas pela nova sociedade; porque uma nova sociedade é governada por um novo esquema de condições econômicas; e porque mudanças na organização social e, portanto, mudanças nas necessidades objetivas dessa sociedade, resultam em uma função diferente de arte.

(KOELLREUTER, 1977, p.1)

1.1 – Breve histórico

Ao investigarmos de forma resumida, os fatos históricos

relacionados ao ensino de música no Brasil, encontramos a presença de povos

e culturas, enredados num convívio social entrelaçado, que hoje buscam uma

maior democratização e melhores oportunidades na construção de uma

identidade nacional.

No Brasil pré-colonial, a música indígena pouco deixou de registros

para um melhor entendimento de suas práticas, mas a transmissão oral de

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seus costumes revelou-se útil ferramenta tecnológica, permitindo, ao menos, o

resgate de parte de sua cultura, que vale ainda ser mais e melhor estudada.

A era colonial brasileira registra que os jesuítas desempenharam

papel relevante no ensino musical de 1549 a 1759. Segundo MARIZ (1999), “o

cargo de mestre de capela se estendia também às matrizes vizinhas. Esses

músicos eram professores, dirigiam o coro, escreviam música e cantavam-na,

além de tocarem vários instrumentos” (MARIZ, 1999, p.33). Duas obras

codificaram o ensino jesuítico: a Ratio Studiorum e a Ratio discendi et docendi.

As reformas Pombalinas no século dezoito desestruturaram o

ensino religioso sem contemplar um sistema educacional laico, público e

gratuito Os jesuítas foram substituídos por outros religiosos, conforme Saviani

(2004), “com destaque para os oratorianos” (SAVIANI, 2004, p.2). “Sem

formação adequada de mestres, as aulas regias substituem o curso de

humanidades e se constituem de disciplinas isoladas sem uniformidade de

ensino” (Borges 2006, p.3). Destaque para a presença do negro, sua cultura e

do barroco mineiro e as chamadas irmandades de músicos, como salienta

MARIZ, ”Quase todos eram mulatos e os padres-músicos foram poucos, uma

vez que a construção de conventos estava proibida pela coroa portuguesa, a

fim de evitar o contrabando de ouro e diamantes (MARIZ, 1999, p.39).

O século XIX começa com a chegada da família real em 1808. A

vasta biblioteca musical dos Bragança, a reorganização da Capela Real (com

cerca de 50 cantores e uma centena de instrumentistas), e a construção do

Real Teatro de São João, mudam o cenário musical da época. Neste ambiente

atuou o primeiro grande compositor brasileiro, o padre José Maurício, mulato e

pobre - foi um dos fundadores da Irmandade de Santa Cecília no Rio,

professor de muitos alunos e Mestre da Capela Real. De fato, um aluno de

José Maurício, Francisco Manuel da Silva (compositor do Hino Nacional),

fundou o Conservatório de Música do Rio de Janeiro em 1841, padrão de

todas as instituições brasileiras. Em 1854, um decreto federal regulamentou o

ensino de música no país e passou a orientar as atividades docentes. Em

1855, outro decreto fez exigência de concurso público para a contratação de

professores de música.

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O compositor Heitor Villa Lobos introduziu o ensino de música nas

escolas em âmbito nacional, com a criação da Superintendência de Educação

Musical e Artística (SEMA), no governo Vargas. Foi criado o Conservatório

Brasileiro de Canto Orfeônico (CNCO), em 1942. A docência de canto

orfeônico, a partir de 1945, passou a ser possível somente com o

credenciamento fornecido pelo CNCO ou por outra instituição equivalente.

O grupo Música Viva se forma em 1939 e em 1946 lança um

manifesto, onde defende um ensino ideologicamente engajado. Neste

manifesto, não se referem diretamente à Educação Musical, mas sim à

educação entendida em seu âmbito de integralidade: Este movimento foi

vanguarda da produção e educação musical brasileira, capitaneado por Hans

Joachim Koellreutter.

Durante a Segunda República, a reforma Capanema, as Leis

Orgânicas do Ensino, a primeira Lei de Diretrizes e Bases (LDB 4024/61), o

Movimento de Cultura Popular em Pernambuco e o método Paulo Freire de

alfabetização de adultos alavancaram mudanças na educação brasileira.

Todavia, a segunda Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

promulgada pelo governo militar, Lei 5.692/71, marca um retrocesso e assume

um caráter tecnicista. O ensino polivalente das artes afasta a prática musical

das escolas, principalmente das escolas públicas. É posto em marcha um

processo de sucateamento dos serviços prestados pelo Estado (e isto inclui a

educação).

Na década de noventa, com a promulgação da nova constituição em

1988, fez-se necessária uma nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional, a qual é promulgada em 1996. A partir desta Lei, 9394/96, a luta pela

inclusão da Educação Musical enquanto componente curricular obrigatório em

todos os sistemas de ensino a nível nacional ganhou vulto e em 2008, a Lei nº

11.769, publicada no Diário Oficial da União no dia 19, altera a Lei de

Diretrizes e Bases da Educação (LDB) — nº 9.394, de 20 de dezembro de

1996 - e torna obrigatório o ensino de música no ensino fundamental e médio.

A música é conteúdo optativo na rede de ensino, a cargo do planejamento

pedagógico das secretarias estaduais e municipais de educação. No ensino

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geral de artes, a escola pode oferecer artes visuais, música, teatro e dança.

Foi dado um prazo de três anos de adequação para as instituições de ensino e

a partir do primeiro dia de setembro do ano de 2011, o ensino de música é

presença obrigatória nos currículos das escolas públicas. Já para o ano letivo

de 2012 deverá ser implantado, o que demanda urgência na formação de

professores com nível superior.

1.2 – Diretrizes e bases legais

A história entrelaçada com a política e suas leis produziram

mudanças importantes para os cursos de música. A LDB 9394/96, corrigiu uma

aberração, que era o professor de “todas” as artes. Um único profissional com

a responsabilidade de ensinar, Música, Dança, Artes Plásticas e Teatro.

Finalmente a Lei nº 11.769 de 2008, garante os benefícios da música nas

escolas, ampliando as possibilidades de trabalho e a demanda de

profissionais.

De toda a forma, vale uma análise na LDB e nas Diretrizes

Curriculares Nacionais, aos olhos da educação musical. O artigo 43, da LDB

9394/96, trata do ensino superior e sua finalidade. Tem sete incisos, e no

primeiro, criação cultural, espírito científico e reflexão, são finalidades onde a

música tem contribuições importantes. O que é reforçado no inciso terceiro,

que incentiva a pesquisa, o desenvolvimento científico-tecnológico, a difusão

cultural e o mais importante, o entendimento e desenvolvimento do ser

humano e seu meio. Ou seja, procura contribuir para um melhor indivíduo e

seu mundo. Do que concorda KOELLREUTTER,

Trata-se, por isso, de estudar línguas, de fazer teatro, de desenhar, de fazer música e de desenvolver as nossas faculdades manuais e criadoras sem pretendermos tornar-nos um professor, um ator, um pintor, um musicista ou um artífice. Trata-se de formar um homem (1970, p.4).

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O inciso quarto promove a divulgação de conhecimentos culturais,

científicos e técnicos e a comunicação do saber através do ensino, de

publicações ou de outras formas de comunicação. No mundo atual,

informação e comunicação são a base do desenvolvimento da nova sociedade

tecnológica. Hoje o papel dos CDS, livros, livros virtuais, mp3, mp4, ao se

espalhar em distancias, velocidades e espaços jamais imaginados, ganham

contornos revolucionários. Reflexões que o citado compositor também

manifesta,

Arte e artista, numa escala sempre crescente, tendem a tornar-se o instrumento universal da comunicação entre os homens; porque tais áreas da sociedade em que a comunicação se processa tornam-se importantes universalmente; e porque a arte precisa de uma função social a fim de realizar eficientemente seu papel na sociedade (KOELLREUTTER, 1977, p.2)

Estimular o conhecimento dos problemas do mundo presente, em

particular os nacionais e regionais, prestar serviços especializados à

comunidade e estabelecer com esta uma relação de reciprocidade, promover a

extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das

conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica

e tecnológica geradas na instituição. O que vem de encontro a

KOELLREUTTER

Apenas um tipo de educação musical é capaz de fazer justiça a essa situação: a que aceita como sua missão a tarefa de transformar critérios e idéias artísticos em nova realidade, sobre o fundo das mudanças sociais; um tipo de educação musical para o treinamento de músicos que estarão capacitados a encarar sua arte como arte aplicada - isto é, como um complemento estético aos vários setores da vida e da atividade do homem moderno - e preparados para colocar suas atividades a serviço da sociedade (KOELLREUTTER, 1977, p.3)

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Discutidas as finalidades do ensino superior, o que se espera do

profissional com curso de Graduação em Música? Que tenha, pelo menos, as

seguintes competências e habilidades para:

- intervir na sociedade de acordo com suas manifestações culturais,

demonstrando sensibilidade e criação artísticas e excelência prática;

- viabilizar pesquisa científica e tecnológica em música, visando à

criação, compreensão e difusão da cultura e seu desenvolvimento;

- atuar, de forma significativa, nas manifestações musicais,

instituídas ou emergentes;

- atuar, em articulação com as diversas instituições, nos

diferenciados espaços culturais e, especialmente, em instituições de ensino

específico de música;

- estimular criações musicais e sua divulgação como manifestação

do potencial artístico.

Com estas cinco diretrizes, estabelecidas pelo CNE (Conselho

Nacional de Educação), via RESOLUÇÃO Nº 2, DE OITO DE MARÇO DE

2004, onde são esperadas do profissional graduado; participação aguda na

sociedade; sensibilidade e prática fluente. Criação, reflexão, produção,

desenvolvimento e difusão da cultura. Ensinar, atuar e manifestar o potencial

artístico. Como diretrizes, são amplas e flexíveis, liberando de suas atribuições

os pequenos obstáculos do caminho, para indicar a almejada meta: formar

seres humanos criadores e criativos, atuantes e em evolução constante, em

busca do novo e do melhor para eles e o meio em que vivem. Como sintetiza

KOELLREUTTER (1970, p.4),

Um método de educação artística universal, como eu o idealizo, contribuirá, então, decisivamente para ela [transformação histórica do homem], formando e desenvolvendo, de maneira criadora, uma nova consciência não somente do indivíduo, mas também da humanidade: uma consciência do destino comum

1.3 – Metodologias e técnicas de ensino

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As metodologias no aprendizado musical são inúmeras,

dependendo da área de interesse e seria inviável neste espaço discorrer sobre

todas, pois englobam diversas disciplinas, porém, as que lidam diretamente

com a linguagem, através do solfejo e ditado, do estudo de Harmonia ou para

aprendizagem de instrumentos se destacam nos currículos, e aqui,

abordaremos algumas mais ligadas à área da musicalização.

Villa Lobos pensava o estudo de música como algo muito maior que

ler e escrever notas. Vislumbrava um cidadão completo, com uma formação

ampla e sólida. Considerava o ensino de música uma força viva, uma

linguagem e não regras no papel. ”O conhecimento de regras não deve ser um

objetivo e, sim, uma necessidade a ser atendida em tempo devido” (ZANNINI

2000, p.16). Antes das regras deve vir à vivência, o contato com os sons.

Educar o ouvido para modulações diversas e a harmonia do próprio ouvido,

antes do ensino da mesma. (ZANNINI, 2000, p.16,17)

A vivência, sem dúvida, se apresenta como fundamental nas

práticas musicais. Sentir, vivenciar, experimentar, verbos imprescindíveis.

Claro que o citado compositor não desvaloriza, nem muito menos despreza ou

desconhece a chamada “Teoria Musical”, mas entende a prática como vital.

Assim pensava Émile Jacques Dalcroze, que priorizava: eu sinto, no lugar de

eu sei. Entronizou o corpo como catalisador do ritmo e de todos os fenômenos

musicais (ZANNINI 2000, p.10). Este suíço, o primeiro renovador da pedagogia

musical no século vinte, solidificou um dos principais métodos até hoje.

A ele se somam os métodos construídos por Edgard Willens e Carl

Orff, formando um tripé das mais populares metodologias musicais usadas no

Brasil. Willens com um enfoque psicológico e Orff com a introdução da

linguagem como geradora de ritmos. Sem metodizar nada, sem estruturar

nada, como pregava o próprio ORFF (ZANNINI, 2000.p.261).

Para Carl Orff, a educação deve partir de experiências simples, antepondo-se a conceituações teóricas. (...) seu trabalho é baseado em atividades lúdicas, como: cantar, bater palmas, dançar, percutir em qualquer objeto que esteja à mão ou no próprio corpo (ARTAXO, ASSIS, GIZELE, 2008, p.5).

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“O método Koellreutter é não ter método, depende da situação”

(PAZ, 2000 p.221). Estariam esses pesos pesados do ensino de música

defendendo uma anarquia perdida em improvisações? Certamente que não.

Apenas não acreditavam em planos engessados, inflexíveis, que padronizam o

entendimento de um aprendizado musical único e imutável.

Hoje um educador musical, tem a seu dispor, uma gama de opções

de métodos, técnicas, ferramentas e estratégias de ensino capazes de atender

quaisquer objetivos pedagógicos. No Ensino Superior de Música, alvo principal

desta pesquisa, a disciplina PEM- Percepção Musical é eixo central, tanto dos

bacharelados quanto nas licenciaturas. Solfejar, escrever música é o foco.

Para isto, os citados métodos e outros disponíveis podem ser suficientes - se

bem trabalhados - mas para a teia complexa do aprendizado de música em

suas demais especialidades e atualidades é necessário bem mais.

Técnica é definida como: conjunto de meios materiais utilizados na

confecção de uma arte (Dicionário Larousse Cultural). Também conhecida

como estratégia, é conceituada por Masetto (2003, p.86),

Procurando conceituar de maneira mais formal, podemos dizer que as estratégias para a aprendizagem constituem-se numa arte de decidir sobre o conjunto de disposições, que favoreçam o alcance dos objetivos educacionais pelo aprendiz, desde a organização do espaço da sala de aula com sua carteiras, até o material a ser usado, por exemplo, recursos audiovisuais visitas técnicas, internet etc.,ou o uso de dinâmicas de grupo, ou outras atividades individuais

Nesse ponto encontramos uma das principais questões deste

trabalho, que busca verificar como se encontra o contato da tecnologia e a

pedagogia exercida na universidade, nas disciplinas musicais. Apesar de um

manancial de técnicas e métodos, meios e ferramentas, por que professores

continuam se utilizando de aulas teóricas expositivas como sua principal

técnica de ensino? Por que esta maneira de ensinar prevalece, induzindo o

aluno a uma passividade no processo de aprendizagem?

A aula teórica expositiva é uma estratégia perfeita se for dialógica e

reflexiva. Pode-se abrir um tema de estudo, de importância e atualidade e

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fazer uma síntese do assunto estudado e estabelecer comunicações que

tragam atualidade ao tema ou explicações necessárias. Porém, ao longo de

um semestre, torna-se muitas vezes enfadonha e desmotivadora. Para que

isso não aconteça, vejamos algumas opções de estratégias para o

aprendizado de qualquer disciplina, de qualquer curso, até mesmo disciplinas

musicais (ligadas diretamente à linguagem) e as que falam sobre música

(História, Análise e etc), de forma geral.

Técnicas para ambientes presenciais e universitários

- Apresentação Simples, Apresentação Cruzada em Duplas, Complemento de

Frases, Desenhos em Grupo, Deslocamento Físico, Brainstorming, podem ser

usadas para descontrair e aproximar os alunos de uma turma (quebra-gelo).

- Debate com a classe toda: permite ao aluno expressar-se em público,

apresentando suas idéias, reflexões e vivências. Objetiva à valorização do

trabalho de grupo, sua metodologia é: escolha do tema e sugestão de leituras

e bibliografia básica. O professor deve orientar para que estudem o assunto e

façam anotações, será o mediador, mantendo o grupo em torno do tema

central, evitando dispersões administrando o tempo e orientando para que, ao

final do debate, se possa chegar a algumas conclusões

- Estudo de caso: Faz com que o aluno aprenda a resolver problemas a partir

de seu contato com uma situação profissional real ou simulada. Objetiva

ensinar o aluno a pesquisar, a elaborar relatório científico e a debater

resultados obtidos nas várias pesquisas. A orientação requer por parte do

professor disponibilidade para ensinar os alunos a pesquisarem,

acompanhando o desempenho do grupo na pesquisa.

- Ensino por projeto envolve uma ou mais disciplinas, possibilita experiências

interativas de conhecimento e experiência de interdisciplinaridade. Desenvolve

atitude prospectiva e habilidade de planejamento diante de uma dada situação.

- Desempenho de papéis (dramatização)

Visa o desenvolvimento de habilidades e atitudes dos alunos, incentivando-os

a participarem. Permite avaliar de que modo ele se comporta, na prática, como

profissional, ao se colocar em papéis próprios de suas realidades profissionais.

Trabalhar valores como desenvolvimento pessoal, aquisição de habilidades de

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relacionamento interpessoal, consciência de si mesmo, independência social,

sensibilidade a situações grupais. Somam- se a elas, as dinâmicas de grupo e

a leitura orientada.

Outro aspecto essencial se refere ao ambiente do aprendizado, que

deve ser aproximado do ambiente de trabalho. A importância da formação do

profissional em seu local de atuação, da interação teoria e prática, num mesmo

momento e lugar. Aulas práticas em laboratórios específicos e bem montados,

mas também nas salas de aula. Sobre este assunto, veremos adiante, num

capitulo dedicado ao ambiente da sala de aula. Para ampliar a exposição do

educando ao mundo real, nada melhor que o estágio e as visitas técnicas onde

se vê, conversa e aprende com quem faz.

Voltando à aula expositiva, os recursos audiovisuais aparecem

como ferramentas de apoio, e na atividade musical, são extremamente úteis.

Desde o tradicional quadro negro ou branco, mapas, cartazes, tabelas -

trabalhados em sala há séculos - até os mais atuais, fotos, slides,

transparências, filmes, vídeos, músicas, Powerpoint, softwares e Internet, com

o uso de computadores. Destaque para as inúmeras possibilidades de

utilização da informática, e a facilidade da convergência de todas estas

ferramentas numa só, viabilizando infinitas opções de trabalho, o que será

amplamente discutido posteriormente.

Como vemos, as estratégias podem ser as mais diversas, os

métodos dependem dos objetivos e interesses dos envolvidos. O ensino de

música tradicionalmente tem na relação mestre-discípulo seu pilar de apoio,

desde que o mundo é mundo. Os métodos surgiram desses encontros. A

observação do educador moldou estratégias de ensino que viabilizaram o

aprendizado de gênios e a formulação de obras primas. Mas, as

transformações da sociedade, trouxeram os desafios da educação das

massas. Educar musicalmente turmas grandes, até mesmo estádios lotados,

como pretendeu Villa Lobos com o projeto do Canto Orfeônico.

Portanto o educador do Ensino Superior de Música convive com o

desafio de oferecer a melhor construção de conhecimento, da forma mais

abrangente, inclusiva e democrática. Atender às necessidades da sociedade

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moderna e de seu tempo. Repensar conceitos e vencer o receio ao

desconhecido. Dispor de um, ou vários métodos e técnicas, objetivando a

motivação e o bom aprendizado.

1.4 – Disciplinas e Interdisciplinaridade.

As disciplinas de toda ordem ajudaram o avanço do conhecimento e são insubstituíveis. O que existe entre as disciplinas é invisível as conexões entre elas também são invisíveis. Mas isto não significa que seja necessário conhecer somente uma parte da realidade. É preciso ter uma visão capaz de situar o conjunto. É necessário dizer que não é a quantidade de informações nem a sofisticação em Matemática, que podem dar sozinhas um conhecimento pertinente, mas sim a capacidade de colocar o conhecimento no contexto (MORIN)

Ao revelar à preocupação em relação ao ensino fragmentado, no

seu livro, “Os sete saberes necessários à educação do futuro”; MORIN afirma:

“O segundo buraco negro é que não ensinamos as condições de um

conhecimento pertinente, isto é, de um conhecimento que não mutila o seu

objeto. Como declara ALIMONDA,

(...) um dos aspectos mais defeituosos no ensino da música nas escolas especializadas no Brasil, reside na falta de aplicação total de conhecimentos, como um todo, na educação dos alunos. Cada matéria existe por si só. Os professores de harmonia, de piano, ou de história, não coordenam as matérias, o que resulta na desvalorização de cada uma e na falta de aproveitamento do que elas proporcionam para a compreensão de outras (1961, p.15)

Assim nos parece o mais sábio; desenvolver a capacidade que deve

ser estimulada pelo ensino - a de ligar as partes ao todo e o todo às partes.

Pascal dizia, já no século dezessete: “Não se pode conhecer as partes sem

conhecer o todo, nem conhecer o todo sem conhecer as partes”.

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Acredita Hernandes (2006), que é preciso adotar uma visão

integrada da educação. Os currículos devem possibilitar a imersão de

professores e alunos, na resolução de problemas organizados em temas ou

projetos. Ora, se não há projeto interdisciplinar mais completo que a

apresentação de uma nova obra, peça, show. A gravação de CD, DVD, e

outros frutos do trabalho escolar, e por que não acadêmico? Sem dúvida, que

são empreendimentos que envolvem diversas áreas, e são por si só

multidisciplinares.

Portanto, a Música como objeto de estudo, não deve ser

desmembrada numa visão cartesiana, em que seu entendimento seja

separado, dificultando sua compreensão como todo. Deve estar próxima das

demais áreas do conhecimento. Como vislumbra KOELLREUTER (1977, p.5)

Porque não há mais enfoque possível de um assunto específico, mas apenas uma metodologia abrangendo assuntos múltiplos, e para a cooperação de músicos com arquitetos, planejadores urbanos, designers, artistas comerciais, produtores, cineastas, engenheiros de luz e outros especialistas, a instrução interdisciplinar é de importância vital

O Projeto Pedagógico, do Curso de Licenciatura em Música da

UFRJ, de 2008, tem sua justificativa principal expressa pela necessidade de

possibilitar ao educando o acesso à educação estética, de forma a incorporar à

sua formação, aspectos essenciais à construção de sua cidadania. O que põe

novamente a formação integral do professor – cidadão – ser humano crítico e

reflexivo, como foco. Nele, encontram-se algumas ponderações sobre a

Interdisciplinaridade. Vale alguma reflexão a respeito desta matéria, que é

sempre objeto de trabalhos e muita polêmica, e é o que veremos neste trecho

do documento citado.

Cabe observar que a concepção adotada de interdisciplinaridade não suprime o conceito de “disciplina” (Moreira, 2000). O currículo manteve o traçado de disciplinas, reconhecendo que, além de professores e alunos estarem mais habituados à lógica disciplinar (o que favorece a aceitação da nova proposta), as disciplinas podem ter uma

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inserção dinâmica e crítica no currículo, não o descaracterizando enquanto proposta mais aberta e atual. (PP-UFRJ, 2008, p.6)

Não é objetivo central desta pesquisa a organização curricular dos

cursos de música, mas a afirmação justifica a manutenção de um modelo

fragmentador. A menção de uma “lógica disciplinar”, e “hábito dos

professores e alunos”, mostra que costumes são difíceis de serem

modificados, modelos cartesianos se mantém ainda firmes.

Coloca-se como uma proposta mais aberta e atual. Porém, sem ir

de encontro à modernidade, onde a renovação, passa pela visão

interdisciplinar, como entendimento da complexidade. Na mesma página o

documento enseja; ”abertura permanente para novos conteúdos e para uma

interdisciplinaridade crítica; ênfase no papel do aluno como construtor de seu

percurso”, denotando somente a possibilidade de interdisciplinaridade e

legando ao aluno, a responsabilidade de promovê-la e ao entendimento do

todo.

Mas, ao examinar a grade curricular da Licenciatura da UFRJ

(anexo1) o aluno construtor de seu percurso, tem que se acostumar a pré-

requisitos, eixos, siglas, matérias consideradas obrigatórias e outras nem tanto.

Um conjunto de disciplinas obrigatórias, em prol de uma desejável

proporcionalidade, objetivando evitar a ênfase excessiva num ou noutro campo

de conhecimento musical.

Para tanto, calcadas em três eixos, sendo o módulo primeiro; prática

vocal-instrumental; prática composicional e regência. Objetivando formar

professores de música que sejam capazes de tocar um instrumento, de reger

outros executantes para uma realização artístico-musical conjunta, e de

elaborar discursiva e coerentemente idéias musicais, produzindo partituras

para execução ou empregando outros suportes tecnológicos para este fim. A

estas se incorporam, competências específicas que requerem determinados

domínios, como afirma SOUZA (1997, p.16),

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Acredito que os problemas pedagógicos são solucionados a partir das competências específicas (domínio técnico através da prática de um instrumento musical), competência metodológica (metodologia do ensino da música) e competência social (conhecimento de fundamentos de Psicologia e Sociologia), sendo esta última, na minha opinião, a que melhor pode solucionar conflitos, resolver questões de disciplina, problemas de grupo, entre outros”

O que exige além de habilidades musicais, a pedagogia e a

chamada competência social, que deve ser assunto de diversas pesquisas por

sua profundidade. Para tanto, os módulos segundo e terceiro, têm

respectivamente, a Pedagogia e a Pesquisa, como alvo - o que contempla a

idéia de uma formação completa, de um cidadão social e bem capacitado para

suas tarefas de trabalho.

Portanto o indivíduo formado no Curso de Licenciatura em Música

deverá ser um professor músico, capacitado pedagogicamente para atuar na

Educação Básica, bem como em outros espaços de atuação que hoje se

apresentam na sociedade. Perfil condizente com um futuro profissional

capacitado teórica e praticamente, possuidor das diferentes “competências

referentes ao domínio de conteúdos a serem socializados, aos seus

significados em diferentes contextos e sua articulação interdisciplinar” (artigo 6º

das Diretrizes Curriculares Nacionais para Formação de Professores para a

Educação Básica, em Cursos Superiores) Desta vez, cabe ao professor

formado estabelecer a interdisciplinaridade.

Nota-se a presença constante da visão interdisciplinar em diversas

propostas educacionais, mas não sua implantação como proposta central, de

um projeto pedagógico. Espera-se a adoção desta, por parte das

universidades como um todo, em busca de seus benefícios para todos os

campos do conhecimento, para dar conta da complexidade do mundo moderno

frente às suas necessidades, como indica (SNYDERS, 1992, p.135)

O ensino da música pode dar um impulso exemplar à interdisciplinaridade, fazendo vibrar o belo em áreas escolares cada vez mais extensas e que (...) para alguns alunos é a partir da beleza da música, da alegria proporcionada pela beleza musical, tão freqüentemente presente em suas vidas de uma

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outra forma, que chegarão a sentir a beleza na literatura, o misto de beleza e verdade existente na matemática, o misto de beleza e eficácia que há nas ciências e nas técnicas.

O que se associa mais uma vez ao o pensamento do educador

musical, que ainda no século passado, se alinhava a MORIN, ao clamar aos

responsáveis pela educação

A música não é uma atividade isolada, mas sim uma parte do todo do pensamento humano, que a música erudita e popular constituem uma cousa só, e considerem, não apenas a unidade das matérias musicais, mas das artes em geral, e das atividades intelectuais, e até a unidade de passado, presente e futuro (KOELLREUTTER, 1956, p.5)

Nas entrevistas realizadas e comentadas no capítulo terceiro desta

pesquisa, abordaremos mais uma vez o assunto, ponto chave para a mudança

de paradigma, que se obriga em virtude dos avanços intelectuais e

tecnológicos, da citada sociedade de massas. Uma sociedade informatizada e

interligada. Aclamada como “sociedade do conhecimento”, que avança e nos

arrasta, condicionando nossos fazeres aos seus desejos de constante

inovação.

1.5 – O Professor dos professores e seus desafios.

E o que esperar daqueles que tem o papel de efetivamente

encaminhar o processo de aprendizado. O professor que irá formar o novo

professor, o novo cidadão do mundo. Para uns, o professor ideal é “o guia, o

amigo e conselheiro, que o conduzirá entre o abismo de adoração

incondicional de tudo que pertence ao passado e adoção sem crítica de tudo

que é atual e novo” (KOELLREUTTER, 1954 p.44). Uma percepção libertária e

impulsionadora. Para outros, um conceito pragmático como explica TARDIF

(2002, p.39).

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Em suma, o professor ideal é alguém que deve conhecer sua matéria, sua disciplina e seu programa, além de possuir certos conhecimentos relativos às ciências da educação e à pedagogia e desenvolver um saber prático baseado em sua experiência cotidiana com os alunos.

Todas as competências esperadas do estudante como as

observadas, são cobradas do mestre, além de diversas outras. Deve planejar

as atividades de ensino e os resultados da aprendizagem de seus alunos.

Deve como pesquisador, se comprometer com a criação de novos

conhecimentos, para então difundir os mesmos na sociedade, através da

extensão. Por tudo isso, se coadunando aos preceitos já estabelecidos

anteriormente, pesquisar, criar e ofertar os bens dessa criação à sociedade.

Os desafios são igualmente, muitos. Em pesquisa sobre a

heterogeneidade nas turmas de percepção musical na UFRJ, PEDROZA

(2010, p.136), aponta que: “três das quatro professoras entrevistadas por ele

manifestaram superlotação das turmas como um problema no ensino-

aprendizagem”. O professor devido a este fator tem problemas em reconhecer

e trabalhar as dificuldades específicas de cada aluno. Segundo uma das

entrevistadas, professora Aparecida, “O número de vagas vem aumentando e

o número de professoras diminuindo”. As mesmas educadoras acreditam num

total máximo de 15 alunos, como contingente máximo ideal para esta

disciplina. O que aos olhos de nossa experiência como aluno e também

professor, já seria um duro trabalho. Visto que o aprendizado da linguagem

musical é tão complexo quanto o aprendizado de um instrumento, uma vez que

lida com habilidades cognitivas e motoras, muito particulares e peculiares.

Outro obstáculo se apresenta no contato com as mudanças

tecnológicas. Como se trata do tema principal da pesquisa, a relação do

professor (mediador do processo ensino-aprendizagem) com as ferramentas

digitais é importante, e interfere diretamente na inserção destas nas salas de

aula. Claro que dentro de um projeto pedagógico, apoiado pela instituição e

que não coloque o professor, como único responsável pelo processo.

Não pode haver uma mudança uniforme de lado a lado – qualquer tentativa de fazer isso reduzirá o ritmo da mudança

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para o menor denominador comum. A sociedade não pode dar-se ao luxo de manter atrás seus potencialmente melhores professores apenas porque alguns, ou até mesmo a maioria, não estão dispostos. No entanto, muitos fatos observados durante este primeiro trabalho chamam a atenção para a questão do envolvimento frente ao uso do computador por professores, como recurso pedagógico. Afinal era através do professor que poderia ou não se usar o computador na escola. (PAPERT, 1994, p.76)

Apresentam-se ainda como último desafio, às já definidas por Souza

(1997), competências sociais. Além de todos os conhecimentos psicológicos e

pedagógicos mencionados, somam-se habilidades importantes. A capacidade

de favorecer a troca verdadeira e ativa de idéias e pensamentos, numa relação

dialógica, fundada na responsabilidade e nunca no autoritarismo. No

entendimento e na autonomia do outro; acrescentando assim ao processo de

construção do conhecimento, uma dinâmica de crescimento exponencial, como

vislumbrava Freire e a “Educação Libertadora”. Sem desprezar o saber alheio

e seu contexto. Favorecendo a horizontalidade, ao invés da verticalidade nas

relações.

Numa pedagogia que procure entender a complexidade do que é o

ser humano, em todos os seus aspectos, principalmente o emocional.

Afetividade e cooperação levando a superação de todos os desafios.

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CAPÍTULO II

O uso de computadores na educação musical.

A música, que poderia ser viva e vibrante, necessita de novos meios de expressão, e apenas a Ciência pode introduzir nela a seiva jovem. (...) Sonho com instrumentos que obedeçam ao pensamento - os quais, sustentados pela florescência de timbres inimagináveis, permitirão a eles qualquer combinação que eu escolha para impor e submeter às exigências do meu ritmo interno. (1998 apud Martins, Cunha, Várese in Moraes, 1983)

Sonhos e ficções que tomam ares de realidade, nas pesquisas

realizadas pela Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos. Ainda em

fase inicial, a expectativa da equipe liderada pelo engenheiro biomédico Justin

Williams é de que futuramente seja possível conectar computadores aos

neurônios através da tecnologia desenvolvida (anexo2).

2.1 – Curta história e Políticas Públicas.

Do ábaco chinês do século cinco, a máquina Analítica de Charles

Barbbages (1883), a idéia da “máquina das máquinas”, germinava na mente

humana. Porém, apenas no ano de 1945, nasceu o ENIAC, o primeiro

computador eletrônico. De lá para cá a evolução da máquina em relação ao

tempo, supera qualquer expectativa.

A UNICAMP foi pioneira no Brasil ao adquirir o primeiro computador,

em 1968. O escolhido foi o modelo IBM1130.

Nos anos oitenta, a política de reserva de mercado de informática,

fomenta o uso de computadores na educação. É criada a Secretaria Especial

de Informática – SEI. Tem início o processo de criação de uma política

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educacional e informática no país. Projetos como o EDUCOM (1983-1985),

realizados em cinco Universidades Federais, dentre elas a UFRJ, inauguram

os esforços em busca da construção de novos conhecimentos e possibilidades

tecnológicas. No final da mesma década, o MEC, faz as primeiras compras de

computadores para as secretarias de ensino.

Os anos noventa avançam e os computadores cada vez menores e

mais rápidos, se conectam a rede mundial de computadores (Internet), com

plataformas sólidas e confiáveis, permitindo uma comunicação a nível mundial.

Avançam igualmente, políticas importantes no Brasil. O Programa

Nacional de Tecnologia Educacional (PROINFO) é um programa educacional

criado pela Portaria nº 522/MEC, de nove de abril de 1997, para promover o

uso pedagógico de Tecnologias de Informática e Comunicações (TICs) na rede

pública de ensino fundamental e médio. O programa continua em vigência e

colhendo frutos. Segundo a Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias de

Informação e Comunicação nas Escolas Brasileiras – TIC Educação, 2010,

cem por cento das escolas tem pelo menos um computador e noventa e três

por cento contam com conexão à Internet. Foram excluídas do universo: áreas

rurais, escolas federais e turmas multiseriadas. (anexo3)

O novo século aponta para mudanças e avanços. Sessenta anos

depois de ocuparem andares inteiros, os descendentes de ENIAC, são tablets,

que cabem na palma da mão, milhões de vezes mais potentes.

O Governo brasileiro não parece insensível e amplia seus

programas ligados a inclusão das TICs, na Educação. Hoje estão em

andamento além do PROINFO, o Programa Um Computador por Aluno -

PROUCA, que tem como objetivo ser um projeto Educacional utilizando

tecnologia, inclusão digital e adensamento da cadeia produtiva comercial no

Brasil. Tendo iniciado seus trabalhos em 2006, foi durante o ano de 2007 que

foram selecionadas cinco escolas, em cinco estados, como experimentos

iniciais. São Paulo-SP, Porto Alegre-RS, Palmas- TO, Piraí-RJ e Brasília-DF.

Em janeiro de 2010 o consórcio CCE/DIGIBRAS/METASYS foi dado como

vencedor do pregão nº 107/2008 para o fornecimento de 150.000 laptops

educacionais a aproximadamente 300 escolas públicas já selecionadas nos

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estados e municípios. Cada escola receberá os laptops para alunos e

professores, infra-estrutura para acesso à internet, capacitação de gestores e

professores no uso da tecnologia. (site do MEC, 2011)

Agora, espera-se atender pelo menos 25% dos alunos da rede

pública. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)

vai liberar recursos suficientes para que Estados e municípios interessados

atendam essa parcela de seus alunos.

Colocar em prática o plano de que cada estudante tenha um laptop à sua disposição em sala de aula ainda é um sonho distante. Segundo o ministro da Educação, Fernando Haddad, não há uma expectativa de tempo necessária para que a proposta se concretize. “Estamos satisfeitos em poder reduzir o custo da aquisição dos equipamentos a cerca de 200 dólares. Nesses valores estão incluídos instalação e treinamento dos professores nas escolas, inclusive. Dependemos agora do interesse das prefeituras e governos para aderir ao programa” (Priscilla Borges, IG Brasília-27/12/2010)

As últimas notícias são animadoras e confirmam a vontade política

governamental. “Câmara dos Deputados aprovou na terça-feira dia 06 de

setembro de 2011 a medida provisória que reduz a zero as alíquotas do PIS e

da COFINS incidentes sobre a venda de computadores portáteis em forma de

prancheta (tablets) produzidos no Brasil”. A matéria segue para o Senado.

Segundo Aloizio Mercadante, ministro da Ciência e Tecnologia, a idéia é levar

os tablets para todas as salas de aula. “Queremos levar para a escola pública

e fazer como outros países já estão fazendo. Taiwan acabou com o livro

didático, só tem livro na biblioteca”. (DIA ON LINE 8.09.11) Esforços do poder

público sensível às demandas dos dias atuais, que demonstram a urgência da

inclusão digital em todos os níveis da Educação.

2.2 – Fazer Música com o computador.

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Transmitir uma educação musical significativa exige do educador musical consciente a necessidade de re-contextualizar os conteúdos do processo de ensino-aprendizagem na busca por metodologias atualizadas que se ajustem às mudanças de uma sociedade em constante desenvolvimento (KOELLREUTTER apud BRITO, 2001) .

Segundo VALENTE (2002), A construção do conhecimento através

do computador tem sido denominada por Papert de “construcionismo” (Papert,

1986). É a construção do conhecimento que acontece quando o aluno constrói

um objeto de seu interesse, como uma obra de arte, um relato de experiência

ou um programa de computador - no objeto de nossa análise, ligado à Música

e seu ensino - a criação de objetos artísticos, materiais didáticos, cds, dvds,

partituras e materiais culturais diversos. Difere do construtivismo de Piaget. O

aprendiz constrói alguma coisa de seu interesse, num aprendizado motivador,

através do fazer, do "colocar a mão na massa". Com o envolvimento afetivo,

vem a aprendizagem mais significativa. O diferencial ainda conforme

VALENTE (ibid.), é a presença do computador como ferramenta, “quando o

aprendiz está interagindo com o computador ele está manipulando conceitos e

isso contribui para o seu desenvolvimento mental”. Está adquirindo conceitos

da mesma maneira que ele adquire conceitos quando interage com objetos do

mundo, como observou Piaget, num "aprendizado piagetiano" (Papert, 1980).

A relação entre o músico e seu instrumento, vem dos primórdios da

existência humana. Produzindo mitos e enredos dos mais diversos, visto sua

importância. Sem a constante evolução técnica e aprimoramento dos

instrumentos musicais não haveria o que hoje chamamos de Música. Sem a

eterna busca por uma melhor interpretação não teríamos os maestros, os

intérpretes e as sinfonias.

O computador é mais um desses instrumentos, mais uma

ferramenta na construção do conhecimento. Mais um objeto, mais que um

objeto. Mais que uma janela, um portal para o mundo. Seu poder de criação,

de desenvolvimento de projetos, sua velocidade e alcance de divulgação de

informações permite além da ampliação da relação do músico com o seu

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instrumento (seja ele piano, flauta, guitarra), mas também, a sua interação com

o mundo. Podendo ser ainda o computador, o próprio instrumento musical.

Portanto o “fazer música”, implica na conjugação de homens,

objetos, instrumentos e máquinas, na formulação e expressão de uma obra

artística. Da mesma forma deve ser o aprendizado musical. Para isto,

esclarece Valente (2002),

Segundo esta abordagem, o aprendizado de conceitos musicais devem ser adquiridos através do "fazer música", ao invés do aprendizado tradicional onde os conceitos musicais são adquiridos através da performance de uma peça musical ou são vistos como pré-requisitos para a performance da peça musical. Neste contexto temos dois agravantes: primeiro, o aprendiz deve adquirir habilidades para manusear um instrumento musical; segundo, deve adquirir os conceitos e a capacidade para a leitura de uma partitura a fim de executar a peça musical. A implicação desta abordagem é que a técnica de manipulação do instrumento passa a ser mais importante do que a produção ou composição musical. Isto pode ser revertido utilizando o computador. Aprender música através do "fazer música" e usar o computador como uma ferramenta que serve tanto para auxiliar o processo de composição musical quanto para viabilizar a peça musical através de sons. Neste caso, o computador elimina a dificuldade de aquisição de técnicas de manipulação de instrumento musicais e ajuda o aprendiz a focar a atenção no processo de composição musical e na aquisição dos conceitos necessários para atingir este objetivo.

Como estratégia de ensino, usada de forma reflexiva, o uso de

computadores pode ser aplicado para intermediar o aprendizado de um

instrumento musical, ou aquisição de habilidades perceptivas. Estudar as

técnicas específicas, para a execução de um trecho musical, tendo como

auxílio um acompanhamento virtual, ou mesmo a gravação da obra. Praticar

solfejo e ditado com a intermediação do computador, garantindo a correção de

erros e uma boa afinação.

Vale lembrar ainda como técnica de ensino, a capacidade

catalisadora do computador, ao aglutinar todos os recursos audiovisuais

mencionados, como auxiliares de uma aula expositiva no primeiro capítulo.

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Indo além, ao permitir o ensino à distância e o apoio às atividades presencias,

via internet. Os recursos de Teleconferência e Chats, onde um aluno ou grupo

de alunos podem ter contato imediato com professores e monitores,

potencializando seu aprendizado além da sala de aula. Ou mesmo listas de

discussão e troca de e-mails para divulgação de informação e material didático.

As redes sociais, já entranhadas em todos os internautas mundo afora, podem

ser incorporadas ao projeto pedagógico, com inúmeras vantagens. Vale citar o

YOUTUBE, que veicula imagem e som de quase tudo, permitindo acesso

imediato a qualquer obra musical, em diversas interpretações, além da própria

veiculação do autor, ao expor sua criação na rede.

Com o uso reflexivo do computador se busca valorizar a auto-

aprendizagem e à formação permanente. Através da pesquisa e troca de

novas informações, privilegiando o debate e o dialogo, na construção e

elaboração de trabalhos, artigos, textos, poemas e músicas. Num ambiente de

inter aprendizagem, visando à construção da reflexão pessoal e crítica.

Acrescentam Leme e Bellochio (2007),

A validação da tecnologia como uma categoria composta pelas ferramentas e dispositivos que o professor de música pode utilizar como mediadores no processo de ensino e aprendizagem remete a uma aproximação com as reflexões de Vygotski (1995, 2002) na teoria sociocultural, tanto pela dimensão instrumental como pelas dimensões históricas – ao considerar as transformações históricas e sociais dos instrumentos através do tempo – e cultural, já que a mediação acontece sempre de modo relacional entre o meio social e cultural construído e organizado pelo homem. Dessa forma os recursos tecnológicos, imbuídos da mesma dimensão instrumental, histórica e cultural se configuram como elementos indispensáveis e inevitáveis nas atividades desses professores de música não somente como auxiliares, mas principalmente como transformadores ativos no processo de aprendizagem de alunos e dos próprios professores. Portanto, tecnologias devem ser entendidas como ferramentas que podem alterar a maneira de conhecer e fazer música, que atuam na mediação do desenvolvimento conhecimento musical de professor(es) e aluno(s) e destes entre si, modificando suas atividades dentro ou fora de sala de aula, para a criação de um ambiente favorável ao ensino e à aprendizagem. Não se resume à condição de computador ou novos recursos simplesmente, mas ao uso crítico-reflexivo de quaisquer recursos que validem a educação musical. O professor de

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música precisa, então, entender as diferenças e semelhanças entre os recursos tecnológicos para situar-se criticamente em relação aos mesmos (revista da ABEM, 2007).

2.3 – Softwares no ensino musical.

Como visto antes, é possível o uso virtuoso de programas de

computador para diversos fins educacionais Mas a escolha de qual software

utilizar, cabe ao orientador da atividade musical. “A escolha da modalidade de

programa educacional que se deseja usar traz consigo pressupostos

psicopedagógicos que devem ser observados e que refletem a crença que

temos a respeito de educação” (FRITSCH, 2003, p.142).

Nas atividades de ensino e aprendizagem estritamente musicais, e

suas práticas; FRITSCH, FLORES, MILLETTO, VICARI e PIMENTA (2003)

apresentam a seguinte classificação para os softwares de música, sendo estes

para:

a) acompanhamento

Produz um auto-acompanhamento e ritmos em tempo-real. Pode ser utilizado

em aulas de técnicas interpretativas, harmonia, arranjo, composição e

acompanhamento para executar exercícios de improvisação, na elaboração de

um arranjo musical.

b) edição de partituras

Serve para editar e imprimir partituras, permitindo a inclusão de notas tanto

usando o mouse como diretamente de uma execução em instrumento MIDI.

Pode ser utilizado para exercícios de instrumentação e orquestração de peças

musicais.

c) gravação de áudio

Permite gravar múltiplas e simultâneas trilhas de áudio digitalizado.

d) instrução musical

Utilizados para o estudo de teoria e percepção e aprendizado de um

instrumento musical.

e) sequenciamento musical

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Permite gravação, execução e edição de músicas tipicamente no formato MIDI.

A música instrumental é gravada via MIDI, usando um teclado ou outro tipo de

instrumento controlador MIDI, e armazenada pelo software, podendo, então,

ser editada. Como não são sons que estão armazenados, e sim as

informações de execução das notas, possibilitam a escolha de diferentes

instrumentos para tocar a mesma música. Alguns desses programas

apresentam uma convergência de operacionalidade ao gravar trilhas de áudio

digital junto com a música MIDI. O computador pode ser usado como um

estúdio completo de gravação para registrar exercícios e composições

f) síntese sonora

Geram sons (timbres) a partir de amostras sonoras armazenadas ou por algum

processo de síntese digital. Podem tocar os sons em tempo-real, a partir de

comandos de notas MIDI executados por um seqüenciador ou por uma pessoa

tocando um instrumento MIDI. Permitindo ao usuário, a possibilidade de criar

seus próprios instrumentos, desenvolvendo, a habilidade de pesquisar e

catalogar novos sons.

Além dos trabalhos dos citados autores, diversas pesquisas

analisadas, como as de ARAÚJO (2009), BORGES (2007), FICHEMAN,

LIPAS, KRÜGER e LOPES (XIV Simpósio Brasileiro de Informática na

Educação – NCE – IM/UFRJ 2003) e por, FREITAS, BENVENUTTI, DEBIASE,

GOMES (2004) apontam perspectivas para o uso de softwares e tecnologias

digitais na educação musical.

Não é foco desta análise, o detalhamento do funcionamento de

programas, nem quais seriam os mais importantes (anexo4), por se tratar de

conhecimentos que abrangeriam inúmeras especificidades. Todavia, deve ser

objeto de estudo deste e outros trabalhos, a inserção de seu ensino nos cursos

de graduação em música, aliado a toda tecnologia de gravação e digitalização.

As exigências do moderno e disputado mercado de trabalho impõe o

conhecimento destas ferramentas. O músico muitas vezes aprende sozinho,

observando colegas ou em cursos particulares, que tem custos altos para a

maioria deles e muitas vezes não certificam e não são reconhecidos

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oficialmente. Do que ratifica, o Relatório Final da Pesquisa: “Som de Classe”,

do Departamento de Música da UDESC de 2004.

A instrumentalização em áudio digital resulta da e na aquisição de habilidades de apoderação, envolve a capacitação em adaptar, em ajustar, em reconhecer e avaliar em meio ao uso. De transformação de distantes “mitos” tecnológicos em objetos de uso, em pertences, em acessórios, propriedades. De tomar a parafernália como parte da sua tralha professoral. Em algo como que seu, adequado, conveniente, acomodado e reinventado para as múltiplas e complexas relações com o som da e na sua classe. (FREITAS, BENVENUTTI, DEBIASE, GOMES, p.20)

2.4 – A Nova Sala de Aula de Música.

(...) por que não levar o micro para dentro da sala de aula? Usá-lo como um instrumento do dia-a-dia do ambiente de estudo, uma ferramenta quotidiana de aprendizagem, um gerenciador de simulações e jogos na sala de aula, cruzando dados para pesquisas e fornecendo material para discussões e levantamento de hipóteses. (Seabra,1993)

Segundo Valente (2002), “a sala de aula deixará de ser o lugar das

carteiras enfileiradas, para se tornar o local de trabalho com ar de caótico,

diversificado em níveis e interesses, porém contextualizado no aluno e no

problema que ele resolve. Ao que acrescenta BELLOCHIO (2003, p.23), “é

necessário que a formação profissional do professor seja tomada como um

processo permanentemente vinculado a práticas educativas reais”. Este autor

aponta a impossibilidade de uma formação baseada na acumulação de

conteúdos, sustentar uma formação sólida para os dias atuais.

Para tanto, uma mudança de paradigma se faz urgente, ao adequar

à sala de aula às necessidades da nova sociedade tecnológica de massa.

Essa transformação começa por passos simples como explica GASPERETTI,

O computador deve estar na sala se aula. Basta um só, mas em condições de ser usado em todas as matérias, pois ele

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pode se transformar em uma máquina do tempo e até ajudar os piores alunos de gramática a aprender as regras. ‘O importante é utilizar a máquina de modo certo, aproveitando o máximo’ (2001, p. 23)

Do que concorda SEABRA (1993), que acredita em uma extensa

informatização das escolas a baixo custo através do uso de um computador

por sala e Tom Snyder, professor americano que se especializou em

desenvolver ambientes interativos com o uso de softwares de simulação

voltados para o uso de um único computador por classe. Para a atividade

musical em sala de aula um único computador permite; gravar; demonstrar

trecho de obras; obras inteiras com diversas interpretações; explicar

fenômenos, acompanhamento de práticas musicais e outros.

A divisão entre teoria e prática é evidenciada por BOCHNIAK, ao

referir-se a necessidade de quebrar as barreiras entre o que deve ser feito em

salas de aula normais e em laboratórios específicos,

Nas escolas (que no caso serão exemplos) – é fácil identificar – sempre há um lugar específico para a teoria e um outro (generalizadamente é um outro), que se reserva para a prática. (...) em alguns momentos, “estuda-se”, em outros, “pratica-se”. (...) o primeiro é o das salas de aula, o segundo é o dos laboratórios oficinas, o dos estágios supervisionados. O importante é que, via de regra, eles são distintos,como se fossem opostos, quase antagônicos. Dicotômicos, certamente (Bochniak, 1992, p.21)

De fato se constata nas universidades a mesma separação. É

comum a existência de laboratórios de informática, com alguns computadores,

mas não em todas as salas de aula. Ao se ter ao menos um equipamento, que

pode realizar múltiplas ações pedagógicas, aproximando teoria e prática,

poderia o trabalho acadêmico ser aprimorado.

Desta situação problema, em que ao menos uma máquina pode ser

utilizada, até a que consideraremos ideal, onde cada aluno tenha sua própria

estação de trabalho, há aspectos financeiros e técnicos importantes, que

dependem de um projeto pedagógico específico e dos objetivos didáticos do

educador. “Para usar o computador como instrumento de aprendizagem não é

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necessário que haja uma máquina para cada aluno, pelo contrário, o trabalho

em pequenos grupos de quatro ou cinco alunos pode ser muito mais

proveitoso, só depende da tarefa que o professor vai dar aos alunos”

(COSCARELLI, 1999).

A relevância de uma arquitetura escolar, que privilegie um ambiente

preparado para a realidade da Música atual e suas demandas, implica na

revisão de conceitos antigos como o que diz, “que um bom professor pode

ensinar em qualquer lugar”. É certo que um bom profissional poderia fazê-lo,

mas tanto melhor faria, se um bom ambiente e os melhores recursos

disponíveis lhe fossem oportunizados. Hoje é possível através de planejamento

e organização, estabelecer condições de trabalho em sala de aula, capazes de

colocar o estudante, diante de situações e problemas que encontrará de fato

na vida como profissional. Aproximando teoria e prática, trazendo o mundo

real para a sala de aula.

2.5 – A Sala Virtual e suas Redes.

É sem dúvida na capacidade comunicativa e integradora permitida

pelas TICs, que a atividade musical na universidade pode ser potencializada.

Ampliando o tamanho da nova sala de aula, através de janelas que se abrem

para o mundo. De acordo com SCHRER (2005, p. 18).

Ainda são poucos os pesquisadores que estudam o uso das tecnologias da informação e da comunicação (TICs) na busca de um sistema bimodal de educação – parte presencial e parte a distância. José Manoel Moran (2002) afirma que podemos construir uma proposta de educação mais híbrida, experimentando e avaliando novos elementos, formas e tecnologias, com uma base de confiança, humildade, flexibilidade e equilíbrio, não esquecendo que a educação é um processo humano e que a máquina é apenas um dos recursos. Ele justifica a necessidade de uma proposta mais híbrida, pelo fato de que ensinar e aprender não pode mais se limitar ao trabalho dentro da sala de aula. Assim necessário mudar o que fazemos dentro e fora dela, com uma comunicação que possibilite a todos continuarem aprendendo.

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Uma visão híbrida, plurimodal, intermediada pelas redes de

comunicação, apoiadas num projeto pedagógico interdisciplinar e dinâmico.

Interligando seus membros; estudantes, professores, monitores, ao meio social

em que convivem. Objetivos e soluções comuns, fortalecidos pela troca do

olhar de cada um. Sendo capaz de individualizar o atendimento às questões

particulares, entre um monitor virtual e um determinado estudante. Ou divulgar

uma obra musical, resultado dos trabalhos feitos em sala, em redes sociais.

Colocando o professor como mediador-facilitador nesse processo, guiando os

caminhos, mas se deixando levar pela onda interativa das conexões. Este, não

deve ter receio das novidades ou desconhecimento de habilidades, se

colocando horizontalmente em relação aos parceiros na construção do

conhecimento. O fato de desconhecer determinado software, ou plataforma,

não deve ser obstáculo para o desenvolvimento de projetos, mas, mais um

fator de aproximação entre os atores deste grande aprendizado, que é conviver

socialmente com as descobertas diárias no campo da informática suas novas

tecnologias e suas possibilidades.

BELLONI (2009), ao se ater às mesmas questões levantadas,

indaga,

Em primeiro lugar, será preciso redefinir o papel do educador: será ele um engenheiro do conhecimento, misto de programador e artista, tutor a distância ou em presença, facilitador ou orientador de uma aprendizagem baseada em materiais multimidiáticos, ou um pesquisador, ator, com seus alunos, na construção do conhecimento? A complexidade de suas tarefas exige uma formação inicial e continuada totalmente nova.

A trilha a ser seguida aponta para a conjunção de todas estas

funções. O educador musical moderno, atualizado, se defrontará com a

exigência de múltiplas competências, mas ao se deixar banhar no mar

cibernético, dividirá democraticamente atribuições e responsabilidades.

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Do estudante se espera a vontade de colaborar, e a noção do poder

a ele conferido, de atuar conjuntamente ao processo, e não como mero

observador. A possibilidade de fazer suas conexões e ao mesmo tempo

contribuir para a criação de algum projeto ou objetivo comum deve ser o

dínamo a movê-lo.

Todos reunidos pelas redes e através delas, se conectando com o

mundo. Permitindo que seja fechado o círculo de troca entre a nova sociedade

de massa tecnologicamente desenvolvida, e os que dela se beneficiam através

da educação e cultura. Desenvolvendo parcerias, permitindo o acesso da

população às descobertas e bens culturais criados no trabalho acadêmico.

Aproximando a produção musical e os profissionais do mercado, às iniciativas

e projetos da comunidade universitária num intercâmbio, até aqui pouco

explorado.

Os meios e os envolvidos na realização destas metas já estão

disponíveis e foram analisados modestamente neste trabalho até aqui. O

computador aparece como ferramenta interdisciplinar única, permite o

desenvolvimento de competências, favorece a comunicação e o entendimento

entre as pessoas e colaboram para a criação de obras, espetáculos, materiais

didáticos e demais possibilidades. Vale agora, a verificação da relação entre

essas tecnologias e a realidade atual do Ensino Superior de Música, o que

veremos a seguir.

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CAPÍTULO III

A Realidade da Sala de Aula

Após o levantamento de dados bibliográficos, jornais, revistas, o

contato com diversas pesquisas com preocupações similares, feitas em várias

universidades brasileiras, como as de; Brasília (2009), Santa Catarina (2004,

2010), Federal do Rio Grande do Sul (2002) entre outras - com o intuito de

ampliar o olhar sobre o assunto em questão - buscou-se ainda a realização de

uma visita com aplicação de um questionário. Durante um dia inteiro foram

averiguadas as condições gerais das instalações e acompanhadas algumas

aulas. Por fim, entrevistas com professores das graduações em música,

possibilitaram uma melhor reflexão sobre as perspectivas de avanço da área

da educação musical, ao se defrontar com as novas tecnologias.

Consideramos pertinentes aos objetivos desta, a experiência ainda

recentemente vivida, enquanto estudante na Universidade Federal do Estado

do Rio de Janeiro, UNIRIO, entre os anos de 2003 e 2009. As observações

feitas naquele período foram o embrião dos questionamentos que levaram à

pesquisa hoje apresentada.

3.1 – O “Chão” da Sala de Aula.

Realizada no dia 9 de setembro de 2011, foi feita uma visita à

Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Como

mencionado anteriormente, por conhecer o dia a dia da instituição e suas

instalações, mostrou-se viável uma comparação entre a situação encontrada

na década passada e a atual. Buscou-se verificar condições técnicas das salas

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de aula e laboratórios e a aplicação de um questionário (anexo5) com doze

perguntas.

No hall de entrada do prédio principal do Instituto Villa Lobos, no seu

quadro de avisos, um abaixo assinado dos alunos manifestava a indignação

pelo mau estado de conservação das dependências e instrumentos do IVL

(anexo6).

Relatavam as péssimas condições dos pianos, que são a principal

ferramenta de ensino e prática musical da instituição. De fato, é com eles que

se estuda o instrumento, são tocados os exercícios de Harmonia, Percepção

Musical, Análise, Arranjo, portanto, estão presentes nas aulas da maioria das

disciplinas. Sem eles torna-se inviável o ensino e a prática musical.

As dependências estão distribuídas em um prédio de quatro

andares que na maioria das salas conta com piano e quadro negro. Existem

salas para ensaios, para a prática de diversos instrumentos; como violão e

percussão, além de espaços para ensaios, prática de conjunto e

apresentações. Dispõe ainda de estúdios de gravação e edição, e de música

eletroacústica, com boa qualidade e onde se faz o uso de computadores.

Algumas salas com dois ou três computadores, para pesquisadores e

professores, mas nenhum espaço com acesso facilitado para alunos.

Constatamos em duas salas, a presença de laptops e o uso do PowerPoint,

com aparelhagem de reprodução sonora e caixas de som.

Desde a época em que freqüentava como aluno, as condições de

manutenção, limpeza, e conservação das instalações não eram satisfatórias e

continuam sendo objeto de reclamações por parte dos alunos e professores.

Em anexo também, a resposta da Direção do IVL, apontando soluções e a

construção de um novo prédio para melhor acomodação de todos.

De maneira geral, os ambientes que mais se aproximam da

realidade tecnológica necessária para uma moderna atividade musical, são o

Estúdio de Gravação Radamés Gnattali e o chamado LIC-M3, Estúdio de

Música Eletroacústica. Duas ilhas cercadas por um mar de ambientes não

planejados e desatualizados frente às necessidades dos dias de hoje.

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Sem dúvida os alunos e professores enfrentam problemas em

relação ao espaço físico em que atuam e tem que se desdobrar para superar

essa realidade, que não deve ser apenas desta instituição, mas de muitas no

Ensino Público Brasileiro.

3.2 – A “Voz” dos Alunos.

Entre uma aula e outra, foi possível a aplicação de um questionário

com doze perguntas. Os alunos de Licenciatura Alessandro Ribeiro e Davi dos

Santos Pereira, responderam de bom grado e com muita gentileza, nos

possibilitando um melhor entendimento do problema em questão.

Sobre as disciplinas em que tem contato com o computador, Davi

afirmou não ter em quase nenhuma e Alessandro em três. História da Música

Popular Brasileira, Etnomusicologia e ATI (Arranjo e Técnicas Instrumentais).

Consideram restrita a utilização do equipamento, sem possibilidade de uso de

todas as suas capacidades, como o acesso à Internet. Informaram, todavia,

serem bem trabalhados os recursos disponíveis pelos professores. Nas aulas

de História e Etnomusicologia, o Powerpoint é utilizado.

Os principais softwares que tem contato são o Finale e Encore, para

a editoração de partituras e Sonar para gravação digital.

Ambos afirmaram ser importante o contato com a máquina e poder

aprender mais sobre as diversas aplicações de seu manuseio na prática

musical. Gostariam de ter um melhor domínio das técnicas e softwares, para

facilitar seu trabalho, como alunos e sua capacitação como, futuros

professores e músicos.

Sobre o número de alunos excessivo nas aulas de Percepção e

Harmonia, afirmaram que suas turmas contam com mais de vinte alunos, o que

dificulta o aprendizado, o atendimento mais personalizado, e que o uso de

computadores ajudaria.

Contam com o recurso da monitoria somente nas aulas de

Percepção e manifestaram interesse pelo uso da Teleconferência e de uma

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monitoria virtual. Revelaram que os recursos das redes sociais não são usados

para comunicação de assuntos das disciplinas e só os usam fora da escola.

Da mesma forma, fora da escola, trabalham com computadores nas

suas atividades musicais e consideram importante, a inclusão de disciplinas

ligadas à linguagem digital nos currículos de graduação em Música.

3.3- O “Olhar” dos Mestres.

A nos orientar nesse empreendimento, tivemos a felicidade de

contar com a ótica de três professores que em muito engrandeceram este

trabalho. São profissionais com larga experiência, de diferentes instituições.

Através de seus olhos, nos foi possível dimensionar de forma mais ampla, a

realidade do que acontece no dia-a-dia da sala de aula. Por aturem na mesma

cidade, mas em instituições diversas, no ensino público e privado,

acrescentaram argumentos importantes, ajudando o pesquisador limitado pelo

tempo e recursos, a uma melhor compreensão dos fatos, aos quais,

novamente agradeço.

São eles: Professor Josimar Machado Gomes Carneiro, da UNIRIO,

Professor José Alberto Salgado, da UFRJ e Professor Newton Luís Cardoso Jr,

da Universidade Estácio de Sá.

Sou do tempo que para conseguir uma partitura era necessário ir ao MIS e fazer uma cópia manuscrita, porque a copiadora estava sempre com defeito. Desprezar as vantagens de um computador e o uso da internet na sala de aula é minimamente desprezar a realidade dos alunos e perder a dinâmica da velocidade da informação e o compartilhamento. (Josimar Carneiro 2011)

Abordar uma obra musical por diferentes vias só pode ser enriquecedor (...), você vai ter acesso a diversas versões de uma obra e vai também ter acesso a versões, agora, além da versão sonora, gravada, vai ter imagens, filmes (...), então, isso tudo combinado compõe, um panorama de possibilidades de performance, de interpretação, que é muito enriquecedor. (José Alberto Salgado, 2011.)

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Acho que trinta alunos é um número limite para as aulas teóricas. Qualquer número acima disso fere diretamente o aspecto pedagógico de qualquer curso que lida com arte. Dificilmente um bom laboratório comportaria tal número de alunos porque acho que a prática só se torna efetiva quando existe uma relação de um computador para um ou, no máximo, dois alunos. Mas de qualquer modo o computador sempre ajuda. Melhor ter trinta alunos dividindo um computador do que nada. (Newton L. Cardoso, 2011.)

As abordagens aos professores foram feitas de forma diferente,

uma vez que o primeiro e o terceiro responderam ao questionário, via internet,

e o segundo foi entrevistado em sua residência, o que nos permitiu maior

desenvolvimento dos assuntos em questão.

O professor Josimar Carneiro, é responsável pela disciplina de

Arranjo e Técnicas Instrumentais, ATI. Durante minha passagem como aluno,

foi ele o meu professor de arranjo. De fato, nas suas aulas e através de seu

esforço pessoal, foi possível algum contato com a informática, o que viabilizou

aos estudantes, noções importantes sobre softwares e demais técnicas.

Ao responder as doze questões apresentadas, sua visão moderna e

atualizada, caracteriza o profissional interessado e destemido em relação aos

avanços tecnológicos, pronto a oportunizar novos conhecimentos.

Sobre a utilização de computadores nos trabalhos musicais, sua

resposta é objetiva. “Eu o vejo, como um suporte fundamental e indispensável

para os nossos dias”, “uma ferramenta imprescindível nos dias de hoje”.

Levanta observações importantes ao lembrar que, “não adianta ter

computador e não saber o que fazer com ele” ou “que todos os aparelhos

eletrônicos são subaproveitados visto que as pessoas não costumam ler

manuais”.

Os principais softwares com que trabalha são o Finale, o Logic e o

Pro Tools, que é considerada a principal plataforma de gravação digital

existente no mercado.

Afirma não gostar de turmas grandes e que já deu aulas de

informática aplicada à música, para mais de vinte alunos, mas cada um com

sua máquina.

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Não tem monitoria presencial em sua disciplina, mas ao referir-se à

monitoria virtual, acredita na eficácia da ação educativa, tanto presencial

quanto virtual.

Quanto à incorporação de disciplinas ligadas à linguagem digital, no

currículo da graduação em música, sua resposta foi enfática e emblemática,

Acho importante e tenho lutado por isso na UNIRIO. Venho dando aulas de informática aplicada à música desde 1998 em cursos de verão em Londrina e Curitiba e a informática será objeto de estudo da nossa próxima reforma curricular.

De maneira lúcida, o professor Josimar Carneiro não acredita que o

computador seja solução para todos os problemas educacionais, como turmas

grandes e outros já abordados, mas acredita na importância de sua utilização.

O professor José Alberto Salgado é o titular da disciplina Introdução

às Músicas do Mundo, do departamento de Etnomusicologia. Por ter sido

possível um encontro mais reservado e com tempo suficiente, foi realizada

uma entrevista semi-estruturada com questões abertas, que permitiram uma

maior reflexão sobre o assunto.

Foram feitas doze perguntas diferentes das do questionário. Foi

possível abordar além dos assuntos ligados diretamente ao uso do

computador, a questão interdisciplinar, a relação teoria e prática, os problemas

políticos e organizacionais entre outros, dos quais apresentamos uma síntese.

Em suas aulas, este professor ancora uma aula expositiva dialógica

baseada em leituras prévias, com a utilização da ferramenta digital Youtube,

que considera “altamente instrumental”.

Acredita no bom uso de um computador por aluno, tanto quanto,

numa máquina apenas por sala de aula. Segundo ele, “o que não pode faltar é

a reflexão, pensamento. “Não adianta glorificar a tecnologia sem reflexão”.

Os principais softwares que usa são o Finale, para editoração de

partituras e o I Tunes, além do já citado Youtube. Nas suas aulas com esta

ferramenta, o professor pode trazer a música de qualquer cultura do mundo

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para ser apreciada em diversas interpretações, permitindo acesso instantâneo

às obras e facilitando sua compreensão e posterior reflexão através do debate.

Informou também, que os estudantes da Escola de Música da

UFRJ, dispõem de quatro computadores para seus trabalhos. No Laboratório

de Etnomusicologia em que dá suas aulas, existe um computador com acesso

à Internet, financiado pelo CNPQ.

Lista de discussão e a formação de grupos virtuais já são rotina na

sua disciplina e em toda a EMUFRJ, onde existe a criação de uma lista por

turma.

Em suas turmas, o número de alunos é de quinze a vinte no

máximo, o que para sua disciplina considera satisfatório. Não vê problema na

heterogeneidade, considerando a diversidade um parâmetro na educação

pública. Consegue atender individualmente os estudantes, tanto em sala,

quanto, fora dela, via internet.

A relação entre teoria e prática é abordada. Aponta que a falta de

teoria e uma prática desorganizada e fragmentada, são problemas nos cursos

de música. Afirma que, “não se busca conexão entre as aulas teóricas”,

reforçando uma “dicotomia entre prática e teoria”, mantendo-se uma desligada

da outra, ação que considera falsa. Pensa que uma boa teoria valoriza e

informa a prática.

Quanto às turmas grandes, vê o computador como um bom auxiliar,

mas um número excessivo de estudantes em disciplinas como Harmonia e

Percepção Musical inviabilizam o ensino-aprendizagem, por não permitirem um

atendimento individualizado, atento a detalhes técnicos, psicológicos e

emocionais.

Defende uma educação que privilegie um projeto que vise à

construção democrática, onde o professor trabalhe num plano horizontal em

relação aos alunos, em pequenos grupos, com margem para a discussão e as

diferenças. Onde a autoridade do “mestre” seja compartilhada.

Da mesma forma, vê no compartilhamento e nas questões políticas

a solução para as melhorias e avanços tecnológicos. Observa que realmente

faltam verbas para a educação, mas a falta de mobilização dos atores

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envolvidos é apontada como uma das causas para a estagnação. Segundo

ele, “as verbas poderiam aparecer, por serem de até de pequeno porte, mas

nas reuniões em que participo, o salário é sempre assunto transformado em

pauta única”. Ele recomenda aos alunos que se organizem e lutem por

melhores condições.

Chama a atenção para a estrutura do ensino universitário e o

sistema de créditos, como responsável pela individualização das ações dos

estudantes, ao induzir a caminhada da graduação a um “cada um por si”, onde

as noções de turma, equipe, time, são desmontadas a cada semestre,

dificultando a criação de movimentos e associações políticas.

Uma última questão surgiu no momento da entrevista, a presença

da interdisciplinaridade na graduação em música. A resposta dada é “que não

funciona na prática nos cursos”. Afirma não existir articulação entre os

professores, para montar ações e programas em conjunto, e foi taxativo: “Isso

não existe”. Embora tenha ele próprio, apresentado proposta para criação de

projetos interdisciplinares, até o momento não são prioridades para a

instituição.

Por fim, o Professor Newton Luís Cardoso respondendo ao

questionário, introduz sua experiência como profissional que trabalha com

computadores obrigatoriamente durante muitos anos. Suas disciplinas no

Curso de Produção Fonográfica / Produção Audiovisual / Cinema são;

Sonoplastia, Produção Musical e Sonorização de Imagens e Sincronização de

Equipamentos de Áudio.

O professor esclarece que a utilização de computadores nas

atividades musicais e didático musicais é irreversível, por exigências do

mercado e do próprio Estado.

É um caminho sem volta. As próprias grades desses cursos, que foram aprovadas pelo MEC, estão repletas de disciplinas que tratam da utilização direta desses programas. O que antes era considerado como ferramenta auxiliar passou a ser tópico obrigatório, principalmente pela imposição do mercado de trabalho. É inconcebível que uma instituição da área de educação não caminhe na direção de adotar o domínio do uso

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do computador nessas práticas como parte obrigatória de sua linha de ensino.

Compartilha da opinião do colega Josimar Carneiro, ao não

acreditar que o uso computador por si só, resolveria os problemas da

educação no país. Considera necessário um conjunto de medidas para tal.

Mas vê o computador como uma ferramenta indispensável sem a qual a

transmissão do conteúdo programático ficaria seriamente comprometida.

Os softwares que utiliza são o Pro Tools Soundtrack Pro e Garage

Band. O recurso de monitoria presencial é feito em todas as disciplinas.

Quanto à possibilidade de uma monitoria virtual, não acredita nisso para os

próximos anos. A comunicação em redes sociais existe, mas isto foi feito por

iniciativa dos próprios alunos e não da instituição.

Quanto à última pergunta do questionário, sobre a importância da

inclusão de disciplinas ligadas à linguagem digital, no currículo da graduação

em música, afirma ser “não só importante, mas obrigatória”.

3.4- A Reflexão do Pesquisador.

Pelo que foi visto na ótica de nossos entrevistados, fica evidente o

entendimento de que a realidade nos impõe necessidades e demandas que

precisam de ações afirmativas em relação ao que se esperara do papel da

Educação Musical no Ensino Superior.

A construção de um projeto pedagógico moderno, apto a solucionar

problemas, possibilitando a criação de inovações e a remoção de barreiras à

evolução do conhecimento, passa pela incorporação de todas as tecnologias já

edificadas. Da tradição oral, do quadro negro, do piano, da guitarra elétrica, e

dos computadores, por que não? Passa pela capacitação, pela união em torno

de objetivos comuns e por ações interdisciplinares, onde através da

comunicação entre os participantes, a realização de projetos fluiria pelo

computador, como artéria principal.

Tal idéia de projeto alicerçada nos desejos da sociedade globalizada

obriga constantes mudanças de paradigma, especialmente no ensino musical,

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onde as novidades tecnológicas impelem transformações. Foi assim com o

piano, com a gravação de áudio e imagem, a guitarra elétrica e é assim com a

presença do computador na Música. Se no início, o preço e os poucos

fabricantes dificultavam a presença de pianos mundo afora, hoje eles estão por

toda a parte, mas já não dão conta de expressar o impulso criador do homem,

que avança exponencialmente. Novas tecnologias estão aí para dar conta dos

“sonhos” e criações e cabe aos educadores facilitar sua utilização como

ferramenta na construção do conhecimento e bem estar social. Simplesmente

trazendo para dentro do ambiente escolar de forma natural, o que já é

realidade fora de seus muros. Se não vivemos mais sem computadores,

gravadores, Internet, televisores e demais aparatos, como não estudá-los,

como não usá-los nas nossas práticas educacionais, em nossas salas de aula?

Não caberá a uma máquina a responsabilidade de melhorar a

Educação no Brasil. Nem a ela, nem a um único professor ou aluno, mas as

escolas, universidades e governos. Através de programas de capacitação,

formulação de quadros de especialistas para treinamento e suporte,

adequação de instalações, projetos pedagógicos, favorecendo uma

perspectiva em que os estudantes tenham convívio com as novidades

tecnológicas constantemente. Que sejam capazes de entendê-las e acessá-las

para todos os fins almejados e que tenham auxílio para resolver seus

problemas.

O computador não como panacéia, cura para todos os males, mas

como instrumento, interface entre a mente humana e suas realizações

fantásticas. Como o violino nas mãos hábeis do violinista, alçando vôo em

direções inesperadas, jamais alcançadas sem ele. È através dessas invenções

que se viabiliza a criatividade humana e a expressão daquilo que mais

caracteriza a arte, a própria humanização do homem.

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CONCLUSÃO

Esta pesquisa realizada de forma qualitativa, não pretende

resultados generalizantes nem a descoberta de uma verdade única. Pela

dimensão dos assuntos abordados, os recursos e limitações do pesquisador,

não dão conta de tal empreendimento, sendo ainda relevantes futuros

trabalhos nesta pouco explorada seara.

Todavia, ao analisar os dados obtidos através de extensa

bibliografia - acessada na maioria das vezes via internet - foi possível levantar

informações sobre diversos aspectos do Ensino Musical, da sua relação com

as novas tecnologias e também como isso acontece no Ensino Superior na

cidade do Rio de Janeiro. A participação dos principais envolvidos, seus relatos

e a própria investigação in loco, nos permitiram chegar ao entendimento de

alguns pontos importantes, que destacamos a seguir.

Os modelos e padrões de ensino das instituições analisadas se

baseiam em conceitos que em sua essência, ainda são os mesmos do século

dezenove, formatados em disciplinas estanques, engessados pelo sistema de

créditos e meios técnicos desatualizados. Da arquitetura ao envolvimento com

a tecnologia moderna, ou a introdução de inovações didáticas e pedagógicas

nas salas de aula, o ideal do “Conservatório”, se mantém enraizado, como uma

espécie de currículo oculto.

Foi possível constatar as imensas dificuldades econômicas por que

passam as Universidades Públicas e como isso interfere negativamente no

ambiente de estudo. Como se torna fundamental a exigência de melhores

condições de trabalho para professores e alunos. Demandas que devem ser

atendidas pelos governos, mas, que se alimentam de uma responsabilidade

compartilhada, necessitando dos anseios da comunidade acadêmica para

impulsioná-los.

Levantou-se a hipótese das turmas com número excessivo de

alunos serem beneficiadas em seu aprendizado, com o auxílio de

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computadores, o que se revelou possível, mas a manutenção de um modelo

industrial, de produção em massa, que condena mais de vinte, trinta alunos, a

um aprendizado coletivo de uma atividade com dificuldades técnicas tão

específicas, mostrou- se um obstáculo difícil de ser vencido, mesmo com a

ajuda das novas tecnologias.

Verificou- se a existência de intenções favoráveis e “vontade

política”, por parte das autoridades governamentais, ao propor projetos e ações

para oportunizar as novas tecnologias aos estudantes da Educação Básica.

Porém, no Nível Superior essa preocupação ainda não se transformou em

ações concretas, principalmente nos cursos de música ofertados nas

instituições estudadas.

Ressaltamos a importância da construção de projetos pedagógicos

interdisciplinares, que de fato favoreçam o acesso de toda e qualquer inovação

tecnológica aos estudantes, aproximando teoria e prática, mundo real e

universidade. Em busca da construção de um conhecimento pertinente e o

entendimento do todo e sua complexidade, como isto contribui na formação do

cidadão e no benefício da comunidade. Unindo da mesma forma, sociedade e

universidade, na criação de produtos, projetos e realizações artísticas em

busca do bem estar social e desenvolvimento cultural.

Pelo que foi visto, o manuseio consciente e reflexivo das tecnologias

digitais já se encontra no seio das instituições de ensino superior analisadas,

mas ainda de maneira tímida, em poucos locais e com acesso restrito aos

alunos. Não se encontram disciplinas disponíveis para o aprimoramento no uso

das ferramentas digitais. Os computadores concentrados em laboratórios (nem

sempre em número suficiente e adequados em relação à quantidade de

estudantes) pouco são vistos nas salas convencionais e quando aparecem,

são introduzidos pelo esforço pessoal de professores que enfrentam imensos

desafios para oferecer o melhor para seus alunos.

Professores que teriam que ser capacitados, amparados por suporte

técnico especializado, vinculado a um projeto de manutenção e implantação

das tecnologias digitais como ferramenta de apoio ao aprendizado.

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Ferramenta esta, que não cabe mais ignorar, pois se encontra por

toda parte, onde o homem estiver. Instrumento que possibilita a interação de

organizações como nunca em nossa história, favorecendo qualquer iniciativa

sócio-cultural. A esta altura, com comprovada eficiência como auxiliar didático-

pedagógico nas atividades musicais como aqui demonstrado, o computador é

imprescindível para a confecção da música moderna e sua divulgação.

Cabe ainda, alertar, por meio desta, a urgência na renovação das

práticas pedagógicas, mudança de paradigma e atualização das universidades,

em relação aos seus cursos de música, com o objetivo de evitar a defasagem

entre as exigências de um mercado altamente especializado e informatizado, e

a qualidade da formação de seus estudantes, futuros profissionais.

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ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 >> Grade da licenciatura da UFRJ;

Anexo 2 >> Reportagem; Anexo 3 >> Pesquisa uso das TICs 2010; Anexo 4 >> Principais Softwares Anexo 5 >> Questionários. Anexo 6 >> Fotos visita Unirio.

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ANEXO 1

Grade licenciatura UFRJ

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ANEXO 2

Reportagem

Nova tecnologia abre caminho para que computadores sejam conectados aos

neurônios

Estudantes da Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, liderados por Minrui Yu and Yu Huang, desenvolveram tubos de silicone e germânio que se ajustam aos neurônios. No experimento feito com ratos, as células nervosas crescem ao longo dos tubos e, inclusive, acompanham as curvas do caminho. A pesquisa ainda está na fase inicial, mas a expectativa do grupo é de que futuramente seja possível conectar computadore saos neurônios através da tecnologia desenvolvida.

Tubos de nanotecnologia. (Foto: Divulgação)

Não se sabe ainda porque as células nervosas percorrem os tubos, se o fazem de forma aleatória ou se há um motivo importante para tal. De qualquer forma, a descoberta pode permitir um grande avanço tecnológico e na medicina. Se os cientistas conseguirem captar as emissões elétricas entre as células nervosas, poderão predefinir os caminhos que os nervos devem seguir através dos minúsculos tubos e, em atividade junto com computadores ligados ao cébrebro, restabelecer a comunicação entre as células e recuperar habilidades perdidas devido a lesões espinhais ou doenças.

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ANEXO 3

Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias de Informação e Comunicação nas Escolas Brasileiras – TIC Educação, 2010.

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ANEXO 4

Principais Softwares

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ANEXO 5

QUESTIONÁRIOS

Questionário: Nome: Data: Atividade acadêmica: Curso: Instituição:

Em quais disciplinas de seu(s) curso(s) encontra o uso de computador em sala de aula?

O uso do computador é feito de forma adequada, utilizando todas as possibilidades do equipamento?

Quais os softwares utilizados?

Como vê o computador como técnica de ensino?

Como vê os diferentes usos do computador, como: acompanhador, tutor para prática

de exercícios (solfejos, ditados, escalas, arpejos), editor ( textos e partituras), gravador, arquivista, comunicador, extensão do professor?

Acredita num bom aprendizado de música em turmas com mais de 30 alunos, principalmente nas disciplinas de PEM, Harmonia, Arranjo? O computador ajudaria?

Problemas como: número excessivo de alunos, desnivelamento, heterogeneidade, falta de atendimento personalizado, poderiam ser remediados com o uso do computador?

Quais disciplinas de seu(s) curso(s) tem monitoria presencial?

Acredita no sucesso de monitoria virtual em horários pré-estabelecidos?

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Quais disciplinas de seu(s) curso(s) usam redes de comunicação social para troca de informações, arquivos, bibliografia e etc?

Faz uso de computador em suas atividades musicais?

Acha importante a incorporação de disciplinas ligadas à linguagem digital, no currículo da graduação em música?

Questionário: Nome: Newton Luiz Cardoso Jr. Data: 25/09/2011 Atividade acadêmica: Professor Curso: Produção Fonográfica / Produção Audiovisual / Cinema Instituição: Universidade Estácio de Sá

Em quais disciplinas de seu(s) curso(s) encontra o uso de computador em sala de aula? 1- Sonoplastia 2- Produção Musical 3- Sonorização de Imagens e Sincronização de Equipamentos de Áudio

O uso do computador é feito de forma adequada, utilizando todas as possibilidades

do equipamento? - Não, por vários motivos. Softwares inadequados, números limitados de estações, problemas de funcionamento e outros.

Quais os softwares utilizados?

- Pro Tools - Soundtrack Pro e Garage Band

Como vê o computador, como técnica de ensino?

- É uma ferramenta indispensável sem a qual a transmissão do conteúdo programático ficaria seriamente comprometida. As próprias ementas dessas disciplinas incluem tópicos diretamente relacionados ao uso de programas (software) específicos

Como vê os diferentes usos do computador, como: acompanhador, tutor para prática

de exercícios (solfejos, ditados, escalas, arpejos), editor (textos e partituras), gravador, arquivista, comunicador, extensão do professor? - É um caminho sem volta. As próprias grades desses cursos, que foram aprovadas pelo MEC, estão repletas de disciplinas que tratam da utilização direta

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desses programas. O que antes era considerado como ferramenta auxiliar passou a ser tópico obrigatório, principalmente pela imposição do mercado de trabalho. É inconcebível que uma instituição da área de educação não caminhe na direção de adotar o domínio do uso do computador nessas práticas como parte obrigatória de sua linha de ensino.

Acredita num bom aprendizado de música em turmas com mais de 30 alunos,

principalmente nas disciplinas de PEM, Harmonia, Arranjo? O computador ajudaria? - Acho que trinta alunos é um número limite para as aulas teóricas. Qualquer número acima disso fere diretamente o aspecto pedagógico de qualquer curso que lida com arte. Dificilmente um bom laboratório comportaria tal número de alunos porque acho que a prática só se torna efetiva quando existe uma relação de um computador para um ou, no máximo, dois alunos. Mas de qualquer modo o computador sempre ajuda. Melhor ter trinta alunos dividindo um computador do que nada.

Problemas como: número excessivo de alunos, desnivelamento, heterogeneidade, falta de atendimento personalizado, poderiam ser remediados com o uso do computador? Acredito que o uso computador por si só não resolveria esses problemas. É necessário um conjunto de medidas para tal.

Quais disciplinas de seu(s) curso(s) tem monitoria presencial? Todas.

Acredita no sucesso de monitoria virtual em horários pré-estabelecidos?

No Brasil não, pelo menos na próxima década.

Quais disciplinas de seu(s) curso(s) usam redes de comunicação social para troca de informações, arquivos, bibliografia e etc? A de número três, mas isto foi feito por iniciativa dos próprios alunos e não da instituição, cujo sistema é bastante instável.

Faz uso de computador em suas atividades musicais? Praticamente em quase sua totalidade.

Acha importante a incorporação de disciplinas ligadas à linguagem digital, no

currículo da graduação em música? Não só importante obrigatória.

.

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Questionário: Nome: Josimar Machado Gomes Carneiro Data: 12/09/11 Atividade acadêmica: Professor Adjunto I Curso: Bacharelado em Música Popular Brasileira Instituição: UNIRIO

Em quais disciplinas de seu(s) curso(s) encontra o uso de computador em sala de aula?

– Boa parte dos meus colegas utiliza computadores da instituição ou pessoais para lecionar. Eu utilizo nas aulas de arranjo.

O uso do computador é feito de forma adequada, utilizando todas as possibilidades do equipamento? – Creio que todos os aparelhos eletrônicos são sub aproveitados, visto que as pessoas não costumam ler manuais. Os computadores não são exceção. Eu, particularmente, sou um usuário antigo de alguns softwares que conheço bastante e gosto de procurar saber sobre as novidades da tecnologia.

Quais os softwares utilizados?

– Finale, Logic e Pro Tools principalmente.

Como vê o computador, como técnica de ensino? – Não vejo o computador como uma técnica de ensino, mas uma ferramenta imprescindível nos dias de hoje. Sou do tempo que para conseguir uma partitura era necessário ir ao MIS e fazer uma cópia manuscrita, porque a copiadora estava sempre com defeito. Desprezar as vantagens de um computador e o uso da internet na sala de aula é minimamente desprezar a realidade dos alunos e perder a dinâmica da velocidade da informação e o compartilhamento.

Como vê os diferentes usos do computador, como: acompanhador, tutor para

prática de exercícios (solfejos-ditados-escalas- arpejos), editor( textos e partituras), gravador, arquivista, comunicador, extensão do professor?

– Eu o vejo como um suporte fundamental e indispensável para os nossos dias.

Acredita num bom aprendizado de música em turmas com mais de 30 alunos, principalmente nas disciplinas de PEM, Harmonia, Arranjo? O computador ajudaria?

– Não gosto de turmas grandes, nem acho que o computador seja uma solução. Já dei aulas na UNIRIO de informática aplicada à música para 20 alunos, mas cada um com a sua máquina.

Problemas como: número excessivo de alunos, desnivelamento, heterogeneidade, falta de atendimento personalizado, poderiam ser remediados com o uso do

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computador? – Não acho que o computador irá resolver os problemas da educação, como os citados e também não adianta ter o computador e não saber o que fazer com ele.

Quais disciplinas de seu(s) curso(s), tem monitoria presencial? – Que eu ministre nenhuma, mas sei que na Licenciatura a disciplina Estágio Docente Obrigatório possui.

Acredita no sucesso de monitoria virtual em horários pré-estabelecidos? – Acredito na monitoria enquanto monitoria, seja ela presencial ou virtual.

Quais disciplinas de seu(s) curso(s) usam redes de comunicação social para troca de informações, arquivos, bibliografia e etc?

– Quase todas as pessoas estão utilizando e consequentemente usam tambem para as disciplinas

Faz uso de computador em suas atividades musicais? Sim para compor, arranjar, gravar, editar, mixar, masterizar, pesquisar, redigir textos e escrever partituras.

Acha importante a incorporação de disciplinas ligadas à linguagem digital, no currículo da graduação em música? – Acho importante e tenho lutado por isso na UNIRIO. Venho dando aulas de informática aplicada à música desde 1998 em cursos de verão em Londrina e Curitiba e a informática será objeto de estudo da nossa próxima reforma curricular.

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ANEXO 6

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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CUNHA, Glória, MARTINS, Maria Cecília. Tecnologia, produção & Educação musical descompassos e desafinos. Laboratório de Arte - LABORARTE—UNICAMP, Núcleo de Informática Aplicada à Educação – NIED. IV Congresso RIBIE, Brasília, 1998. ECO, Umberto. Como Se Faz Uma Tese. São Paulo: Perspectiva, 1994. FERNANDEZ, José Nunes. Normatização, estrutura e organização do ensino da música nas escolas de educação básica do Brasil: LDBEN/96, PCN e currículos oficiais em questão. Revista da Abem número 10 março de 2004.

FICHEMAN, Irene Karaguilla, LIPAS, Ricardo Augusto, KRÜGER, Susana Ester, LOPES, Roseli de Deus. Editor Musical: uma Aplicação para a Aprendizagem de Música apoiada por Meios Eletrônicos Interativos . Laboratório de Sistemas Integráveis - Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) XIV Simpósio Brasileiro de Informática na Educação – NCE – IM/UFRJ 2003 FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. FREIRE, Vanda Bellard: Organizadora. Horizontes da pesquisa em Música. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2010

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KATER, Carlos. Catálogo de Obras de H. J. Koellreutter. Belo Horizonte: FEA / FAPEMIG Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais, 1997. ———. Música Viva e Koellreutter, movimentos em direção à modernidade. São Paulo: Atravez & Musa, 2001. ———. (Edit.) Cadernos de Estudo:Educação Musical, nº 6. SP/BH: Atravez/UFMG, Fev. 1997 (contendo coletânea comentada de textos produzidos por H.J.Koellreutter em diferentes épocas). KOELLREUTTER, Hans-Joachim. O ensino da música num mundo modificado En: Anais do I Simpósio Internacional de Compositores. São Bernardo do Campo, Brasil, 4/10 outubro 1977. ________.1º Curso Internacional de Férias. Palavras pronunciadas por ocasião do I Curso Internacional de Férias – Pro Arte, em Teresópolis/RJ (03/01 –15/02/1950). Exemplar datilografado (02p.). In: KATER, Carlos (Org.). Cadernos de Estudo:educação musical. Belo Horizonte: Atravez/EMUFMG/FAPEMIG, 1997. ________. Música é Comunicação... Intercambio - Economia e Cultura, N.°3/4. Rio de Janeiro/São Paulo: SOCIEDADE PRO ARTE, 1952. _________. Palavras pronunciadas por H.J. Koellreutter, por ocasião da inauguração da “Escola Livre de Música Pro Arte”, em Campinas. Intercambio - Economia e Cultura, N.°4/6. Rio de Janeiro/São Paulo: SOCIEDADE PRO ARTE, 1954. _________. Considerações em torno do problema educacional da música. In: SEMINÁRIOS DE MÚSICA PRO-ARTE – SÃO PAULO. Intercambio. Suplemento Musical. N.1 / 1956. __________. Discurso de Encerramento do X Curso Internacional de Férias Pro Arte de Teresópolis. Intercambio - Economia e Cultura, N.°1/3. Rio de Janeiro/São Paulo: SOCIEDADE PRO ARTE, p.54-57, 1960. - __________. A educação artística, o meio para a formação do homem novo. Discurso do Prof. H.J. Koellreutter na aula inaugural do XX Curso Internacional de Férias Pro Arte de Teresópolis. 1970. _________. Discurso de Encerramento do XXVII Curso Internacional de Férias da Pro Arte (Teresópolis). Intercambio - Economia e Cultura, N.°10/12. Rio de Janeiro/São Paulo: PRO ARTE, p.21-24, 1977. MARIZ, Vasco. História da Música no Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000 (5ªed.).

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MASETTO, Marcos Tarciso. Formação pedagógica dos docentes do ensino superior. Revista Brasileira de Docência, Ensino e Pesquisa em Administração – ISSN 1984-5294 – Edição Especial - Vol. 1, n. 2, p.04-25, Julho, 2009. ———. Competência pedagógica do professor universitário. São Paulo: Sammus: 2003. MEC/SEF. Parâmetros curriculares nacionais : arte / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília, 1997. MILETTO, Evandro M., COSTALONGA, Leandro L., FLORES, Luciano V FRITSCH, Eloi F., PIMENTA, Marcelo S., Vicari, Rosa M. Educação Musical Auxiliada por Computador: Algumas Considerações e Experiências. Novas Tecnologias CINTED-UFRGS na Educação. V.2 Nº 1, Março, 2004. MORIN, Edgar. Introdução ao pensamento complexo. Porto Alegre: Sulina, 2006. NEVES, José Maria. Música Contemporânea Brasileira. SP: Ricordi, 1981. PEDROZA, Gustavo Ballesteros. O professor de percepção musical e a heterogeneidade dos alunos da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: UCAM, 2011. (Monografia de conclusão de curso). PEREIRA, Eliton Perpétuo Rosa, Borges, Maria Helena Jayme. Computador, multimídia e softwares na educação musical:uma experiência interdisciplinar em escola pública do ensino formal. Universidade Federal de Goiás (UFG) ANPPOM – Décimo Quinto Congresso/2005 RESOLUÇÃO CNE/CP Nº 1, de 18 de Fevereiro de 2002

SAVIANI, Demerval. Escola e Democracia. São Paulo: Autores Associados,

1987.

SEABRA, Carlos. O computador na criação de ambientes interativos de de aprendizagem. Em Aberto, Brasília, ano 12, n.57, jan./mar. 1993 VALENTE, José Armando. O computador na sociedade do conhecimento.Campinas: Nied, 2002. ZANNINI, Ermelinda Azevedo Paz. Pedagogia Musical Brasileira no século XX: Metodologias e Tendências. Brasília: Editora Musimed, 2000.

ÍNDICE

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FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I -

O Ensino de Música no Nível Superior 11

1.6 - Breve histórico. 11 1.7 - Diretrizes e bases legais 14 1.8 - Metodologias e técnicas de ensino 16 1.9 - Disciplinas e Interdisciplinaridade 21 1.10 - O professor dos professores e seus desafios 25 CAPÍTULO II -

O uso de computadores na educação musical 28

2.1 - Curta história e Políticas Públicas 28 2.2 - Fazer Música com o computador 31 2.3 - Softwares no ensino musical 34 2.4 - A nova sala de aula de música 36 2.5 - A sala virtual e suas redes 38 CAPÍTULO III - A realidade da sala de aula 41

3.1 - O “chão” da sala de aula 41 3.2 - A “voz” dos alunos 43 3.3 – O “olhar” dos mestres 44 3.4 – A reflexão do pesquisador 49

CONCLUSÃO 51

ANEXOS 54

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 68

ÍNDICE 71