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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
MENSURAÇÃO DO SUCESSO DE PROMOÇÕES NO VAREJO
Por: FLÁVIA RODRIGUES COSTA
Orientador
Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço
Rio de Janeiro
2009
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
MENSURAÇÃO DO SUCESSO DE PROMOÇÕES NO VAREJO
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do
Mestre – Universidade Candido Mendes como
requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Gestão do Varejo
Por: Flávia Rodrigues Costa
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RESUMO
As promoções constituem ferramenta importante dentre as disponíveis na
comunicação de marketing. No varejo, as promoções que oferecem descontos
no preço, são um meio de atração de clientes com vista ao incremento das
vendas, devido à sensibilidade dos consumidores ao fator preço. É preciso
primeiramente partir da premissa que um investimento em marketing não pode
prejudicar a lucratividade da empresa, e também verificar se os objetivos
táticos da promoção foram cumpridos. É importante que seja adicionado o rigor
científico no processo de análise de efetividade de uma promoção de vendas
para embasar o projeto criativo. Existem técnicas estatísticas que podem
extrair informações precisas, identificando os fatores responsáveis pelo
aumento das vendas dentre os vários fatores de exposição ou sazonais que
existem em um ambiente de loja. Esse conhecimento é importante para saber
se a promoção deve continuar ou não e se deve haver alguma mudança para
atingimento das metas da empresa.
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METODOLOGIA
Chegou-se ao problema proposto através de observação do objeto do estudo,
e para sua resolução a metodologia utilizada neste trabalho foi a pesquisa
bibliográfica. A pesquisa foi feita em livros, internet e periódicos especializados
em negócios e em Métodos Estatísticos.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 06
CAPÍTULO I
RELEVÂNCIA DAS PROMOÇÕES NO VAREJO 08
CAPÍTULO II
MARKETING ROI 14
CAPÍTULO III
IDENTIFICANDO O SUCESSO DA PROMOÇÃO 17
CONCLUSÃO 27
BIBLIOGRAFIA 29
ÍNDICE 30
FOLHA DE AVALIAÇÃO 31
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INTRODUÇÃO
Para o sucesso de qualquer empresa é preciso que existam processos
de avaliação de desempenho. Sabendo que se está no caminho errado é
possível alterar os rumos e encontrar outro caminho que leve ao sucesso.
O processo de recolher informações e analisar dados para aprimorar a
tomada de decisão já é um consenso entre aqueles que conhecem o mundo
empresarial. É uma prática seguida por grandes e pequenas empresas e que
pode ser determinante para seu sucesso.
Segundo Klein (2002), Business Intelligence pode ser definido e
classificado, sob a ótica da tecnologia, dentro de aplicações analíticas que
atendem as necessidades de mensuração não somente da eficácia
operacional, mas principalmente a aferição dos objetivos táticos e estratégicos
das empresas.
Dessa forma não apenas são analisados todos os Principais
Indicadores de Desempenho da empresa (KPI – Key Performance Indicators:
dados de venda, transações, quantidade de itens, margem de lucro obtida,
etc.) como são criadas e revistas as estratégias do negócio, seja para o
posicionamento de produtos na prateleira até a forma de se comunicar com o
cliente e também as promoções realizadas nos pontos de venda.
Klein também relaciona o papel do uso da informação no sucesso das
empresas:
Estratégias estão relacionadas com causa e efeito: por exemplo: “para aumentar as vendas do produto “A” em X% precisamos ampliar a cobertura de vendas”, “para obtermos a margem de Z%, precisamos reduzir o custo de vendas”. Como saber se os resultados foram ou não obtidos? Se não foram, onde ocorreram os problemas? Se foram, quais os fatores críticos determinantes para o sucesso? [....]
7
Táticas estão relacionadas com os processos: métricas claras de aferição para cada um deles. Por exemplo: “processo de televendas: nosso call center deve ser responsável por V% de nossas vendas da linha de produtos "A", [....] A margem na venda deve ser tal”. [....] As métricas deste processo a nível tático estão claras e precisam ser medidas. Os Insights por Processo, componentes do grupo de aplicações analíticas, respondem por esta análise. [...] “Marketing Insight” (Contatos por Campanha, Vendas Efetivas por Campanha, ROI de Campanhas, etc), “Sales Insight & Customer Profitability” (Vendas por Região, Vendas por linha de Produtos, Rentabilidade por Produto, Rentabilidade por Cliente, Lucratividade por Produto etc) (KLEIN, 2002, p. 2)
Quando são estabelecidas as métricas em um processo normalmente
a medição é fácil, uma simples aferição se os resultados foram atingidos ou
não. Porém, em alguns casos essa constatação pode não ser tão simples,
como na análise de efetividade de uma promoção por exemplo.
O presente trabalho se propõe a avaliar e analisar promoções no
varejo, tendo como foco as promoções com desconto de preço. O objetivo é
encontrar resposta às questões: “Por que fazer uma promoção de vendas?” e
“Como avaliar a promoção em termos de lucratividade e eficácia?”. Além disso,
pretende-se chegar a um relatório de avaliação da promoção ideal.
No primeiro capítulo serão fornecidos conceitos sobre varejo e
promoções de vendas, além de mostrar a importância dessa ferramenta na
vida empresarial.
O segundo capitulo mostra que para qualquer investimento feito em
marketing tem é preciso medir e controlar o seu retorno, preservando assim a
saúde financeira da empresa.
O terceiro capítulo mostra as conseqüências da promoção de vendas e
como pode ser feita a mensuração da efetividade da promoção em termos de
incremento de vendas.
O conhecimento utilizado para responder a essas questões, além das
melhores práticas empresariais serão alguns métodos estatísticos.
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CAPÍTULO I
RELEVÂNCIA DAS PROMOÇÕES NO VAREJO
1.1 – Conceituação de Varejo
Na definição de Kotler (2000), varejo engloba todas as atividades
relacionadas à venda direta de produtos e serviços aos consumidores finais,
para uso pessoal, não relacionada a negócios. Qualquer empresa que forneça
um produto ou serviço para o consumidor final está praticando varejo.
Por atender justamente ao consumidor final, uma das principais
características desse tipo de negócio é a competitividade, principalmente
quando se trata de bens não duráveis.
Em artigo sobre a competição no varejo, Raza (2009) ressalta a
importância das vantagens competitivas. As vantagens procuram isolar as
características de oportunidades únicas de produtos-mercados que darão à
empresa forte posição competitiva, retendo para a empresa valor agregado.
Uma vantagem competitiva forma a base para o sucesso corporativo,
fazendo com que a empresa possa distinguir-se favoravelmente de suas
concorrentes. No artigo são citadas as seguintes vantagens competitivas:
Conhecimento da marca, Qualidade dos produtos, Preço dos produtos,
Localização, Força de Vendas, Ponto de Vendas, Serviço de atendimento ao
cliente, Assistência técnica e Garantia Rede de distribuição, Planejamento
Estratégico e Motivação dos funcionários.
Por estar bem próximo do cliente, o varejo possui várias oportunidades
de se comunicar com o cliente diretamente no ponto de venda através da
exposição de produtos atrativa, promoções, promotores de venda que saibam
valorizar as marcas, Dress-up da loja, e outras estratégias de comunicação.
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1.2 – Promoções de Vendas
Kotler (1980) destaca as premissas implícitas do conceito de Venda:
a) A tarefa principal da empresa é conseguir vendas substanciais para
seus produtos;
b) Os consumidores normalmente não comprarão o suficiente por si
mesmos;
c) Os consumidores podem ser induzidos a comprar através de vários
estratagemas de estímulo de vendas.
d) Os clientes provavelmente comprarão de novo, e mesmo que não o
façam, há muitos outros consumidores no mercado.
Segundo a definição de Costa, a promoção de vendas:
É uma estratégia de comunicação que age a curto prazo, visando promover um produto e estimular a ação de compra/venda por parte dos públicos, podendo atuar como apoio às outras estratégias ou isoladamente, funcionando como solução para inúmeros problemas surgidos no marketing mix (COSTA, 1996, p. 67)
Segundo Manzo (1975), os objetivos da promoção de vendas são:
a) Fazer com que os vendedores vendam mais;
b) Auxiliar o distribuidor a escoar a mercadoria das prateleiras;
c) Influir no consumidor final, seja antes ou no momento da compra,
de modo a fazê-lo preferir aquele produto ou marca em detrimento
do concorrente.
Manzo também destaca que a promoção amplia a ação da
propaganda, e dentre os principais processos de promover as vendas junto ao
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consumidor estão: Brindes, Prêmios, Concursos, Ofertas especiais,
cuponagem, demonstrações, degustações, amostras, material de ponto de
venda (displays, por exemplo), feiras e exposições, impressos e datas
especiais.
As Ofertas especiais, foco do presente trabalho, podem ser:
a) Rebaixa de preços no produto durante determinado período;
b) Duas unidades pelo preço de uma;
c) Dois produtos diferentes, relacionados ou não entre si, por um
preço especial, menor do que a soma dos preços de cada produto;
d) Pague dois e leve três;
e) Artigo do dia, da semana, da quinzena, ou do mês que são
vendidos a preços menores do que o preço normal, durante aquele
período.
De acordo com Yeshin (2006), a promoção é uma ferramenta em
crescimento, dentre aquelas disponíveis na comunicação de marketing. A
promoção de vendas tem tido num, passado recente, um reconhecimento de
sua utilidade atingindo uma grande variedade de objetivos de marketing.
Vários fatores tanto internos quanto externos contribuem para o rápido
crescimento no número de promoções de vendas:
a) Os consumidores se tornaram mais sensíveis a preço devido a uma
queda do poder de compra;
b) Os Distribuidores estão mais concentrados e com maior poder de
decisão e demandam mais promoções dos fornecedores para
ajudá-los a aumentar a circulação na loja;
c) A competição pela participação de mercado se intensifica;
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d) A efetividade da mídia de massa tem caído devido aos altos custos
e à similaridade entre as marcas;
e) As empresas, preocupadas com a queda das vendas estão
procurando resultados a curto prazo.
Diferentemente das outras ferramentas de comunicação de Marketing,
a promoção de vendas produz resultados rápidos. Em comparação com outras
formas de comunicação, a promoção de vendas é fácil e com baixo custo de
implementação.
A promoção de vendas cria vendas mais freqüentes, em maiores
quantidades, como na forma de incentivar a comprar um Pack maior (leve 3 e
pague 2). Ao apresentar ao consumidor uma nova possibilidade de uso,
incentiva a compra mais freqüente ou cria a necessidade de um produto que
não era consumido anteriormente. Isso é possível ao criar no cliente um senso
de oportunidade. Também pode lembrar aos consumidores sobre as
características de uma marca antiga e introduzir uma nova marca ou produto.
Outra grande vantagem das promoções é a redução de estoques e o
incentivo dado à força de vendas.
A promoção de vendas também atende a estratégias específicas.
Yeshin apud Peattie (1998) diz que a promoção de vendas pode:
a) Atrair novos clientes, tirando-os da concorrência;
b) Induzir clientes atuais a comprar mais;
c) Persuadir clientes a migrar para uma marca com margem de lucro
melhor.
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1.3 – Elasticidade-Preço
As promoções de venda que oferecem desconto no preço (ou alguma
outra forma de vantagem financeira como brindes, por exemplo) se baseiam
primariamente na sensibilidade dos consumidores ao preço. O comportamento
de consumo em reação a uma mudança de preço é um vasto objeto de estudo,
sendo a questão básica da Teoria do Consumidor dentro da Teoria
Microeconômica.
Myers e Reynolds (1972) confrontam a economia de consumo surgida
após a Segunda Guerra Mundial, segundo a qual o desejo de satisfação
pessoal e psicológica é o principal motivador de compra, com a teoria
econômica tradicional que sustenta o “princípio da racionalidade”. Segundo
este princípio o consumidor, considerando as alternativas de compra,
estabelece uma ordem de desiderabilidade de tal forma que a mais desejável
produzirá a maior satisfação por unidade de custo, a segunda mais desejável
produzirá menos satisfação, etc. Defrontando-se com o mesmo conjunto de
alternativas de compra o consumidor fará consistentemente sempre a mesma
escolha. No entanto, a maioria dos escritores toma uma posição eclética
intermediária, em que são levados em consideração não só os fatores
racionais, mas os impulsos e o hábito.
Segundo Kotler (1980) a análise tradicional das reações dos
compradores às mudanças de preço é baseada na hipótese de que todos os
compradores tomam conhecimento da mudança de preço e a aceitam. A
dimensão de suas reações à mudança de preço é descrita pelo conceito de
Elasticidade-Preço da demanda.
O termo Elasticidade-Preço da demanda se refere à alteração
percentual na demanda (quantidade vendida por período) causada pela
mudança percentual de preço. Uma Elasticidade-preço de -1 significa que as
vendas aumentam ou diminuem na mesma proporção em que os preços caem
(ou sobem). Neste caso a receita total não é afetada. Uma elasticidade-preço
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maior que -1 significa que as vendas aumentam (ou diminuem) em maior
proporção do que os preços sobem (ou caem). Neste caso a receita total
cresce. Uma Elasticidade-Preço menor que -1 significa que as vendas
aumentam (ou diminuem) em menor proporção do que os preços caem (ou
sobem), neste caso, a receita total diminui.
Ainda segundo Kotler, a Elasticidade-preço é, na prática,
extremamente difícil de ser medida, pois depende da dimensão da mudança
esperada de preço, e do nível original do preço. Por isso, uma de suas
recomendações para estimar a reação provável de seus consumidores finais é
utilizar um método de análise estatístico para investigar as relações entre
preço e quantidade, sob a forma de uma análise histórica.
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CAPÍTULO II
LUCRATIVIDADE NAS PROMOÇÕES
2.1 – Fatores internos para determinação de preços
Os preços são determinados por muitos fatores: o varejista deve levar
em conta tanto as considerações internas quanto externas. As considerações
externas estão relacionadas nas reações do consumidor, da concorrência, e
das considerações legais.
As considerações internas são as primárias e mais importantes.
Rachman (1973) relaciona as seguintes:
a) Custos
- Da Mercadoria – são relativamente estáveis de uma empresa para
outra;
- Fixos – se relacionam indiretamente com o volume das vendas
(aluguel, salários fixos, eletricidade, etc);
- Variáveis – se relacionam diretamente com o volume das vendas
– (comissões, custos de propaganda ou investimento em
marketing)
b) Metas e Políticas de preço
- Decisão de vender acima ou abaixo do mercado – a empresa
pode optar por diferenciar seus serviços e cobrar mais caro ou
utilizar o Preço como arma contra concorrência;
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- Objetivos de preços: estabelecimento de uma determinada taxa
de retorno ou crescimento/manutenção da atual participação de
mercado.
c) Oferta da Mercadoria – a exclusividade ao oferecer um produto, ou
serviço agregado, pode permitir margens mais altas.
O sistema de formação de preços no varejo é bastante inexato, ainda
mais quando é feita uma promoção que oferece rebaixa de preços. Assim é
preciso administrar o seu andamento e analisar cada um dos componentes
que entram na formação de preço do produto.
De acordo com Yeshin (2006), uma verificação de nível básico da
efetividade de uma promoção parte da quantificação do impacto da promoção
em volume. O volume vendido em promoção multiplicado pelo preço reduzido
leva a uma venda líquida, aonde deverão também ser deduzidos os custos
fixos da promoção. Esse valor deve ser então comparado à venda estimada
(com preço normal) se não houvesse promoção.
2.2 – Retorno sobre investimento
De acordo com Rachman (1973), embora uma empresa julgue os
dados de vendas como mensuração bastante fidedigna da tendência de
crescimento, é possível, mesmo assim, que a despeito da natureza fixa da
maioria dos custos varejistas, as vendas pudessem estar aumentando em taxa
menor que a lucratividade. Em conseqüência, é incumbência da administração
não apenas observas as vendas, como também desenvolver a avaliação dos
lucros.
Os lucros medidos como proporção das vendas já há muito tempo são
amplamente usados como retro-orientação. Durante o período pós-guerra,
porém, reconheceu-se a necessidade de adotar outra medida. Esta medida,
denominada Retorno sobre investimento, demonstrou lucros como uma
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proporção do valor da posse ou capital investido no negócio. Essa mensuração
foi inicialmente disseminada pelos chamados Estudos da Harvard, publicados
durante a década de 1930 (RACHMAN, 1973).
Rachman também demonstra que algumas lojas com uma maior
relação lucro / vendas não tem necessariamente a maior proporção de lucros
em relação ao investimento. Inversamente, muitas empresas com a proporção
mais baixa em lucros em relação às vendas obtiveram os mais altos lucros em
investimento. Em um exemplo mostrado, uma cadeia de mercearias com uma
relação lucro / vendas de 1,7, ganhou aproximadamente 23 centavos em cada
dólar investido. Para muitos observadores, esta última medida é um bom
indicador da capacidade da empresa em equilíbrio de custos e conquista de
demanda.
17
CAPÍTULO III
IDENTIFICANDO O SUCESSO DA PROMOÇÃO
3.1 – Premissas básicas de sucesso da promoção
No capítulo anterior mostra-se a importância da manutenção da
lucratividade ao se fazer uma alteração de preços ou qualquer investimento em
marketing. O próximo passo é aferir se a alavancagem das vendas foi
estatisticamente significativa.
Yeshin (2006) divide as vendas de um produto em promoção em duas
componentes:
a) Vendas Base – São as vendas que aconteceriam independente de
promoção.
b) Vendas Incrementais – São as vendas diretamente atribuídas à
promoção, que não aconteceriam sem ela. Podem ser divididas em:
Vendas “roubadas” da concorrência (quando a migração das
vendas ocorre do produto concorrente para o produto em
promoção), Canibalização da marca (quando a migração das
vendas ocorre de um produto de uma marca para outro produto da
mesma marca em promoção), Crescimento da categoria (quando
atrai novos consumidores para o produto em promoção).
É necessário ter em mente que em uma promoção aonde são feitos
investimentos, (gastos em comunicação, desconto nos preços, premiação,
etc.), todos os clientes recebem o incentivo, apesar de alguns desses clientes
(leais à marca em promoção) já estarem propensos a comprar os produtos
normalmente. Também é preciso ser considerada a substituição de marcas,
fazendo com que os clientes migrem para um produto em promoção, mas
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reduzindo as vendas de outros produtos da mesma categoria fazendo com que
a lucratividade como um todo decresça.
Outros problemas que devem ser monitorados são: vendas estáveis de
uma marca ou produto apenas quando em promoção e a distorção da
perspectiva de preço dos consumidores, assim como a desvalorização da
imagem da marca.
Yeshin apud Marsden (1994) cita uma série de fatores que devem ser
considerados para a efetividade da promoção ser propriamente mensurada,
como investimentos em comunicação, impacto do volume extra vendido, ação
da concorrência durante a promoção, mudanças no padrão da distribuição, etc.
3.2 – Identificando as Vendas Incrementais
A simples aferição do aumento das vendas pode não ser o suficiente
para atribuir uma promoção como bem sucedida. Como visto, as vendas mais
importantes são aquelas que trazem crescimento para a categoria, e não as
decorrentes de migração ou vendas base.
Também existem vários fatores como sazonalidade, outros benefícios
aos clientes, layout de exposição de produtos, sistema de distribuição,
mudança do patamar de vendas da empresa como um todo, etc. que podem
ser particularmente fatores de confusão. Assim, serão listadas algumas
técnicas para identificar as vendas incrementais decorrentes da promoção.
3.2.1 – Regressão Linear
Uma maneira de estimar o percentual de aumento de vendas devido
apenas a rebaixa de preços é calculando a elasticidade-preço. O objetivo é
obter a relação “diminuição de preço” x “aumento das vendas” através de um
modelo estatístico.
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De forma resumida uma regressão linear pode ser definida como
estimação dos parâmetros na relação entre variáveis (Thomas, 1978). Partindo
de uma hipótese de relação linear entre duas variáveis X e Y pode-se escrever
uma equação para representar essa relação.
iii XY εβα ++= , i= 1, ..., n
Onde:
Yi = variável dependente
Xi = variável independente
iε = erros aleatórios
Na figura abaixo, tem-se o exemplo de um gráfico mostrando uma
relação linear entre duas variáveis.
Gráfico 3.1 – Gráfico de Relação linear
Na Figura acima, os pontos em cinza representam o cruzamento dos
valores das variáveis, e a linha em vermelho que é a reta de regressão,
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formada a partir da equação que estima o valor de Y. Nos fenômenos de
observação, a relação linear não é perfeita, por isso a reta não consegue cobrir
todos os pontos. A distância entre cada ponto cinza e a reta vermelha é
chamada de erro de previsão.
No exemplo acima, concluímos que o crescimento da variável X causa
um crescimento da variável Y. A equação nos diz exatamente qual a base dos
valores de Y (36.278), e quanto cada aumento em X acrescenta nessa base
(56,17% de X).
No âmbito das promoções pode ser feito um modelo tendo o preço
como variável independente e a demanda a variável dependente. Consegue-se
chegar numa base de vendas, e quanto a variação de preço incrementa na
base de vendas.
É necessário, porém, que se faça um modelo mais complexo que
envolva mais variáveis, como época do ano, outras promoções, comunicação
em loja, etc. Nesse caso o modelo é de regressão linear múltipla (com mais de
uma variável), como mostrado na equação abaixo:
iiii XXY εββα ++++= ...2211
Pelo método estatístico dos mínimos quadrados ordinários chega-se
ao valor dos parâmetros (betas) que tornam os valores calculados na equação
mais próximos dos valores reais. Da mesma forma que na regressão linear
com uma variável, os betas fornecem a variação em Y a cada variação em X.
O método dos mínimos quadrados está disponível em softwares estatísticos e
também nas funções estatísticas do MS-Excel.
Para a análise de promoção poderiam ser usadas como variáveis
independentes variáveis que indicam se o produto está em promoção, a época
do mês ou ano, o início da promoção, se o produto está em promoção também
na concorrência, se outros produtos da mesma categoria estão em promoção,
se houve mudança na exposição , na forma de distribuição, ou qualquer outro
fator relevante para alteração do padrão passado. O que se pretende explicar,
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ou seja, a nossa variável dependente são as vendas do produto em promoção.
Segue abaixo, tabela exemplificando variáveis que poderiam ser incluídas em
uma regressão para estimar o incremento de uma promoção:
Tabela 3.1 – Exemplo de variáveis explicativas para as vendas de um produto
em promoção.
As variáveis usadas para exprimir valores “Sim” ou “Não” são
chamadas variáveis categóricas ou Dummies (variáveis 1, 4, 5 e 6). Para que
se possa rodar o modelo proposto é necessária certa quantidade de dados no
tempo, e também se tenha vendas de períodos em promoção e em não
promoção. O “beta” estimado para a variável 1, dará o valor adicionado na
base de vendas, em caso de promoção, sem o efeito das outras variáveis.
Assim esse será o aumento real e não confundido por outros fatores.
Heerde, Dekimpe e Putsis (2004), sugerem o uso de regressão linear
múltipla para calcular o efeito da promoção nas vendas decompostas em cada
tipo: venda migrada de outros produtos da mesma marca, de outros produtos
de marcas diferentes e vendas novas que impulsionam o crescimento da
categoria. A partir daí, o efeito da promoção é calculado separadamente em
vários modelos (um para cada tipo de venda).
Para esse modelo o primeiro passo é a decomposição das vendas, o
que por si só pode fornecer informações importantes. Heerde et al (2004),
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exemplifica um acompanhamento de promoção feito em períodos (semanas),
de modo que:
• É calculada a diferença de vendas dentro da mesma marca em
promoção na semana promocional e não promocional. Essa é a
venda incremental da marca ou Own-Brand;
• É calculada a diferença de vendas das outras marcas (não
promocionais) na semana promocional e não promocional. Pode
indicar uma migração de uma marca em promoção para uma
marca que não está em promoção. Essa é a venda incremental
entre marcas ou Cross-Brand;
• É calculada a diferença de vendas no período pré e pós-
promocional. Essa é a venda incremental entre períodos ou
Cross-Period;
A venda incremental real, ou crescimento da categoria é a soma das
vendas incrementais Own-Brand, Cross-Brand e Cross-Period. A figura abaixo
exemplifica o processo mostrado por Heerd et al (2004):
Figura 3.1 – Processo de decomposição de vendas
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Após isso essas vendas são dividas pela venda da categoria e
chegamos a valores de participação. Com esses dados é rodado um modelo
estatístico para cada uma das vendas acima, usando como variáveis
explicativas as variáveis sazonais, variáveis com níveis de preço, variáveis
indicadores de suporte à promoção (comunicação na loja), etc. a fim de se
obter o efeito da promoção em cada venda.
Para gerar as informações a serem utilizadas no modelo é preciso ter
vários períodos de promoção de uma mesma marca para que se tenha uma
estimativa precisa do comportamento da mesma.
Esse tipo de análise, apesar de ser bem completa, depende de dados
com o tempo, não sendo recomendável para amostras muito pequenas. Além
disso, a interpretação pode não ser tão intuitiva, pois os gerentes de algumas
empresas trabalham com análises mais empíricas. No entanto, a
decomposição das vendas pode ser utilizada tomando-se o cuidado de
analisar as vendas relativas e não absolutas dentro do período analisado, sob
o risco de desconsiderar o fator sazonal.
3.2.2 – Estatística Experimental
Identificar o incremento de vendas ou resposta do consumidor à
promoção algumas vezes pode ser relacionado a um problema de
experimentação, em que existe exposição a diferentes fatores, sendo possível
calcular e identificar o peso destes.
Gomes (1982) define estatística como a matemática aplicada aos
dados de observação, e a estatística experimental se refere aos dados
colhidos através de experimentos, mesmo sempre existindo a variação ao
acaso ou aleatória. Esses experimentos são caracterizados primariamente por
repetição das condições.
Segundo Rooney (2009), o delineamento teste/controle, Pré/Pós-
campanha ajusta o que se esperaria encontrar nas vendas se não houvesse
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promoção. As venda do grupo teste serão as vendas provenientes dos clientes
expostos à promoção e do grupo controle dos clientes não expostos.
O conceito de venda incremental para esse delineamento é:
Vendas Incrementais = Vendas Observadas – Vendas Esperadas
Onde as vendas observadas e esperadas são do grupo teste.
Uma estimativa das vendas esperadas poderia ser:
Vendas Esperadas grupo Teste Pós-promoção = Vendas Esperadas grupo
Teste Pré-promoção * (grupo controle Pós-promoção / grupo controle Pré-
promoção).
No exemplo a seguir temos o cálculo das vendas incrementais para
esse delineamento:
Tabela 3.2 – Exemplo de incremento de vendas em delineamento
teste/controle, pré/pós (adaptado de ROONEY, 2009).
A interpretação empírica da tabela acima é que, em condições
normais, de não exposição à promoção, o esperado era que o comportamento
pós-promoção tivesse a mesma queda que o grupo controle. A queda, porém,
foi menor, daí considera-se um ganho de venda. Vale lembrar que para essa
análise todos os outros fatores (sazonais, distribuição, comunicação, etc)
precisam estar controlados, ou seja, precisam ser iguais para o grupo controle
e teste.
Em artigo publicado por Almquist e Wyner (2001), também é proposto
o uso da estatística experimental para campanhas de marketing utilizando
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vários atributos. Na figura abaixo são mostrados dados de exemplo, com os
atributos levados em consideração para análise de uma campanha para uma
empresa de softwares:
Tabela 3.3 – Atributos para análise (adaptado de ALMQUIST; WYNER, 2001,
p.7)
No esquema acima tem-se uma campanha de marketing composta dos
atributos Preço, Mensagem e Promoção, cada qual com níveis variados, sendo
necessário identificar qual desses atributos tem o maior poder de resposta.
Nesse caso, é possível chegar a uma combinação ideal dos atributos para que
a campanha seja bem sucedida. Não é preciso testar todas as combinações,
mas utilizando a técnica de Fractional factorial design chegou-se ao seguinte
delineamento:
Tabela 3.4 – Delineamento da Campanha
Cada “X” marcado nas células mostradas na figura acima representa
uma combinação de cada nível dos atributos.
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Abaixo são mostrados os resultados da campanha em termos de
adesão, aonde serão analisados quais atributos criaram maior impacto:
Tabela 3.5 – Resultados do delineamento
Intuitivamente é possível concluir que o fator preço tem um impacto
significante na resposta da campanha. Os preços menores têm um maior
impacto e algumas combinações são mais efetivas que outras. A combinação
Promoção 2, Mensagem 2 e Preço 1 é de longe a mais atrativa para os
consumidores.
Partindo para o propósito de identificar a resposta em uma promoção
ao invés de moldar campanha ideal como no exemplo acima, poderiam ser
utilizados outros atributos, como exposição, comunicação na loja ou época no
ano, por exemplo.
Almquist et al (2001) ainda sugere, após a experimentação, utilizar
esses dados para rodar uma regressão logística que é uma regressão linear
generalizada. Tal modelo também é conhecido como modelo de resposta
binária. A equação que o descreve é do tipo:
Ln
− ππ1
= iii XX εββα ++++ ...2211
No caso específico o modelo seria:
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Para as variáveis: Mensagem e Tipo de Promoção deverão ser usados
variáveis categóricas (Dummies).
Assim como na Regressão linear o modelo dará os betas que serão o
impacto desses atributos na base da taxa de conversão.
As técnicas de estatística experimental são muito utilizadas
especialmente para o marketing direto. No entanto, muitas vezes não é
possível criar um delineamento experimental para uma campanha ou
promoção no varejo. Além da dificuldade de calcular o número de clientes que
foram efetivamente expostos à promoção.
3.2.3 – Gráficos de Controle
Burk (2006) defende o uso de gráficos de controle ao invés das
técnicas de delineamento experimental, por ser um meio mais rápido,
necessita de menor tamanho de amostra, é mais intuitivo e simples de explicar.
Essa técnica cumpre o propósito de avaliar se um processo se comporta
dentro de seu padrão normal podendo ser aplicado a qualquer tipo de número
como taxa de conversão, média das vendas, participação percentual, etc.
oçãoTipodepromMensagemeçoaersãotaxadeconversãotaxadeconv
Log 321 Pr1
βββ +++=
−
28
Gráfico 3.2 – Gráfico de Controle, (adaptado de BURK, 2006, p.4)
No gráfico acima, vê-se que no dia 11 o processo (conversão de
clientes a uma campanha) ultrapassa a linha do limite superior, indicando uma
mudança de comportamento, uma alteração não aleatória.
De acordo com Ekambaram (1972), espera-se que uma medida de
qualidade se agrupe perto de um dado valor que será o nível padrão de
qualidade, e que a variação com relação a esse nível também possa ser
estimada. Quando a qualidade está no máximo controle, e não há interferência
de fatores externos os dados devem se comportar de acordo com a
distribuição normal, que é uma curva em forma de sino (pouca freqüência de
valores menores, máxima freqüência nos valores medianos e pouca freqüência
de valores maiores, subindo e descendo de forma suave).
Assim, os limites definidos para um gráficos de controle são
geralmente baseados na distribuição de freqüências e nas medidas de
tendência central.
Para um gráfico de médias, Ekambaram (pg. 154), utiliza as seguintes
fórmulas:
σ3+= XLS
29
σ3−= XLI
Onde:
LS = Limite Superior do gráfico de Controle
LI = Limite Inferior do gráfico de Controle
X = Média aritmética não amostral
σ =Desvio Padrão não amostral
As medidas de tendência central acima podem ser calculadas em
qualquer software estatístico ou mesmo no MS-Excel.
Esse método identifica alterações nos padrões de vendas, além de ser
de fácil apresentação e interpretação. Porém é preciso considerar os outros
fatores existentes (fatores sazonais e outros) ao realizar uma análise.
3.2.4 – Considerações
As técnicas mostradas nos tópicos acima têm a finalidade de avaliar a
efetividade de uma promoção já vigente. Muitas empresas já têm uma
programação de promoções ao longo do ano que podem estar vinculadas uma
época (natal, carnaval, dia das mães, dos pais, etc). Nesse caso pode-se
considerar que a empresa já tem uma política de promoções.
Porém, a pesquisa de marketing pode ser utilizada para o
planejamento de uma promoção, realizando uma pesquisa do tipo Pré-teste,
com a finalidade de mensurar o possível interesse dos consumidores e definir
quais ofertas, produtos ou faixas de preço são mais atrativos para o cliente.
Yeshin (2006) indica esse tipo de pesquisa lembrando também que esta pode
indicar o potencial de gerar compras futuras, percepção do valor de dinheiro,
etc.
30
Yeshin (2006) também cita outros tipos de pesquisa de marketing:
a) Pesquisa qualitativa – traz dados atitudinais do cliente. Ex:
Reação à promoção, Impacto à imagem da marca
devido à promoção;
b) Pesquisa quantitativa – simula o ambiente de compra
indicando qual forma de promoção tem maior poder de
incentivo
c) Pesquisa de monitoramento – pesquisa realizada após a
implantação da promoção pode ser quantitativa ou
qualitativa.
A pesquisa de marketing tem a desvantagem de encarecer o processo
de avaliação da promoção, portanto é indicada para grandes investimentos.
3.3 – Relatório Gerencial Sugerido
Os indicadores e análises apresentadas devem ser incluídos em um
acompanhamento pós-promoção, a fim de determinar a sua continuidade ou
não. As informações podem direcionar para a alteração do tipo de promoção,
do patamar de preço, do produto escolhido, etc.
As informações que já são acompanhadas, os indicadores de
desempenho utilizados pela empresa, devem estar junto das demais
informações para complementar a análise e evitar que a empresa se afaste
dos objetivos básicos. Dentre esses indicadores estão as Vendas Brutas ou
líquidas, a Quantidade de Itens vendidos, o número de transações e a
participação percentual nas vendas.
É recomendável acompanhar também os produtos que disputam
participação com o produto em promoção, de modo a quantificar as migrações
das vendas dos produtos com preço normal para os produtos da promoção.
31
A margem bruta percentual consolidada dos produtos promocionais e
de seus similares também deve ser acompanhada, pois um aumento de
participação em produtos de margem menor pode impactar no resultado
financeiro.
O retorno de investimento é um indicador importante a ser incluído,
fornecendo a informação de quanto o dinheiro investido representa das vendas
percentualmente. O investimento pode ser entendido tanto como suporte à
promoção: comunicação, arrumação da loja, etc, como o próprio dinheiro que
está sendo deixado de ganhar com a rebaixa de preços (preço “cheio” menos
preço promocional vezes o volume de venda). Essa informação pode
demonstrar se o investimento realmente foi bom e trouxe um melhor resultado
financeiro para a empresa.
Por último, é importante identificar às vendas incrementais, com a
finalidade de entender de forma precisa a resposta do consumidor à vantagem
oferecida com a promoção.
As técnicas de Decomposição das vendas em vendas incrementais,
vendas base, e vendas migradas de outras marcas, fornecem a informação
necessária para quantificar o ganho decorrente da promoção. São métodos
simples, e que podem ser facilmente utilizados, dependendo apenas dos
resultados das vendas da marca e de seus concorrentes em períodos pré e
pós-promocionais. Se for preferida uma análise mais aprofundada pode-se
então seguir com a técnica de regressão mostrada nos tópicos anteriores.
Qualquer tipo regressão linear objetivando calcular o impacto da
promoção, fornece rigor científico à análise além de considerar todas as
variáveis envolvidas em conjunto.
As técnicas dos gráficos de controle conseguem exprimir intuitivamente
a mudança de padrão ocorrida devido à promoção. Devido à flutuação natural
e sazonal das vendas o ideal é utilizar a média das vendas promocionais de
vários períodos ou então examinar o share ou participação da marca em cada
período.
32
Caso a promoção esteja sendo realizada com fatores controlados, as
técnicas de experimentação podem identificar as vendas incrementais ou
indicar quais fatores ou combinação destes despertam mais a resposta dos
consumidores.
Em suma, o objetivo é mensurar:
• Se os objetivos táticos definidos pela empresa estão sendo
cumpridos;
• Se a promoção está impactando a lucratividade;
• Se a promoção ocasionou uma mudança no padrão das vendas,
com crescimento de vendas para a categoria de produtos.
33
CONCLUSÃO
Obter vantagem competitiva é uma grande preocupação no varejo
devido ao grande número de concorrentes, e a promoção de vendas é uma
ferramenta de atratividade muito utilizada.
As promoções do tipo “ofertas especiais”, que oferecem desconto no
preço ao cliente, trabalha a sensibilidade do consumidor ao preço ao criar um
senso de oportunidade podendo incutir um novo hábito ao cliente.
Assim as promoções também podem ser utilizadas para atingir novos
posicionamentos de marketing no permitindo migrações de vendas entre
produtos da mesma marca, de marcas diferentes. O ideal é que a promoção
tenha a capacidade de atrair novos clientes, mantendo as vendas base.
Ao analisar a efetividade de uma promoção é preciso aferir se os
objetivos táticos e estratégicos foram cumpridos.
Sem dúvida não há o que falar em efetividade de uma promoção
quando esta demonstra prejudicar a lucratividade da empresa. Portando a
premissa básica é que a redução de preço continue considerando os fatores
internos da empresa para determinação de preços: custos de mercadoria,
custos fixos, custos variáveis, metas e políticas de preço.
O retorno sobre investimento é mais um indicador chave para
determinar a continuidade ou não da promoção.
O incremento de vendas deve ser calculado sempre atento ao conceito
de venda devido à promoção, considerando as migrações entre produtos ou
marcas, e o efeito pós-promoção devido ao armazenamento de produtos por
parte do cliente. Assim, as vendas incrementais dependem de vários fatores
para ser determinado. É preciso estar atento à sazonalidade, migrações,
outras promoções, comunicação em loja, etc. Para isso entram alguns
métodos estatísticos com vista a identificar uma real mudança nos padrões das
vendas e que possa mensurar o impacto no consumidor.
34
Dentre as técnicas encontradas na literatura e em estudos de
marketing para esse tipo de análise foram mostradas: regressão linear, análise
de design e gráficos de controle.
A regressão linear fornece rigor científico à análise além de considerar
várias as variáveis em conjunto. Porém é uma análise mais complexa e não
tão confiável para amostras muito pequenas.
A análise de design é indicada quando é possível ser criado um
delineamento experimental, ou seja, repetição de condições para fatores
variados. Para comparar promoções em lojas diferentes ou com comunicações
diferentes esse método fornece informação de fácil interpretação.
Os gráficos de controle conseguem exprimir intuitivamente a mudança
de padrão ocorrida devido à promoção.
A decisão de qual método para chegar-se ao incremento de vendas
depende de vários fatores como: disponibilidade de dados, conhecimento
técnico, urgência da informação, etc.
As informações chave (indicadores de desempenho), no período pré e
pós-promocional, também devem ser levantadas de forma a complementar a
análise e verificar o atingimento de todos os objetivos estabelecidos pela
empresa.
Para grandes investimentos, pode ser utilizada uma pesquisa de
marketing, tanto na preparação como no monitoramento da promoção.
A informação daí obtida pode levar a um novo posicionamento de
marketing, novos desenhos de promoção, continuidade da promoção realizada
ou quaisquer outras estratégias que sejam pertinentes.
35
BIBLIOGRAFIA
COSTA, Antonio R. e TALARICO, Edison de Gomes. Marketing promocional: descobrindo os segredos do mercado. São Paulo: Atlas, 1996 EKAMBARAM, Sathya Kuppuswami. A base estatística dos gráficos de
controle de qualidade: um manual para dirigentes industriais e
comerciais. São Paulo: Polígono, 1972.
GOMES, Frederico Pimentel. Curso de Estatística Experimental. 10 ed. São Paulo: Nobel, 1982. HEERDE, Harald J. van; LEEFLANG, Peter S.H; WITTINK, Dick R. Decomposing the sales promotion bump with store Data. Disponível em < http://goliath.ecnext.com/coms2/gi_0199-4399150/Decomposing-the-sales-promotion-bump.html >. Acessado em 07/08/2009.
KLEIN, Enio. CRM Operacional colaborativo ou analítico. Disponível em
<http://www.icone.com.br>. Acessado em 21/08/2005.
KOTLER, Philip. Administração de marketing. 10 ed. São Paulo: Atlas, 2000. ________________. Marketing: Edição Compacta. São Paulo: Atlas, 1980. MANZO, José Maria Campos. Marketing: uma ferramenta para o desenvolvimento. 6 ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1975. MYERS, James H. e REYNOLDS, William H. Gerência de Marketing e Comportamento do Consumidor. Rio de Janeiro: Vozes, 1972. RACHMAN, David J. Varejo: estratégia e estrutura, uma abordagem gerencial. São Paulo: Atllas, 1973. RAZA, Cláudio. Vantagens Competitivas: Consiga Identificá-las na sua Empresa. Disponível em <http://www.varejista.com.br/novo_site/desc_materia.asp?id=39317>. Acessado em 21/07/2009. ROONEY, Patrick. Evaluating the Impact of Promotions without Randomly Assigned Control Groups. Disponível em <http://www.b-eye-network.com/view/10570>. Acessado em 11/08/2009.
36
THOMAS, JJ. Introdução à análise estatística para economistas. Rio: Zahar, 1978. YESHIN, Tony. Sales Promotion. Cengage Learning, 2006.
37
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 02
RESUMO 03
METODOLOGIA 04
SUMÁRIO 05
INTRODUÇÃO 06
CAPÍTULO I
RELEVÂNCIA DAS PROMOÇÕES NO VAREJO 08
1.1 - Conceituação de Varejo 08
1.2 - Promoções de Vendas 09
1.3 - Elasticidade-Preço 12
CAPÍTULO II
LUCRATIVIDADE NAS PROMOÇÕES 14
2.1 - Fatores internos para determinação de preços 14
2.2 - Retorno sobre investimento 15
CAPÍTULO III
IDENTIFICANDO O SUCESSO DA PROMOÇÃO 17
3.1 – Premissas básicas de sucesso da promoção 17
3.2 - Identificando as vendas incrementais 18
3.2.1 - Regressão Linear 18
3.2.2 – Estatística experimental 23
3.2.3 – Gráficos de Controle 27
3.2.4 – Considerações 29
3.3 - Relatório Gerencial Sugerido 30
CONCLUSÃO 33
BIBLIOGRAFIA 35
ÍNDICE 37
38
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição:
Título da Monografia:
Autor:
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito: