UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO LATO … · 2009. 10. 17. · Ao observar o ambiente...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
COMPORTAMENTO HUMANO NAS ORGANIZAÇÕES:
MOTIVAÇÃO
Por: Genedelson José Bastos Junior
Orientador
Prof. Mary Sue Carvalho Pereira
2
Niterói
2009
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
COMPORTAMENTO HUMANO NAS ORGANIZAÇÕES:
MOTIVAÇÃO
Apresentação de monografia ao Instituto A Vez do
Mestre – Universidade Candido Mendes como
requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Gestão de Recursos Humanos.
Por: Genedelson José Bastos Junior
3
AGRADECIMENTOS
....Agradeço as forças divinas por toda
a força e esclarecimento dados para
que eu finalizasse esta etapa na minha
vida.
4
DEDICATÓRIA
.....Dedico a minha mãe Maria, ao meu
avô José, ao meu grande companheiro e
amigo Raul, a minha irmã, aos meus
primos, primas e amigos, a minha
orientadora professora Mary Sue e todos
os professores do Projeto a Vez do
Mestre. Especialmente dedico a minha
inesquecível avó Luzia Pereira de Arruda
pela grande dedicação comigo e para
com toda família durante toda sua vida.
5
RESUMO
Esta monografia visa identificar os fatores que contribuem para o
desenvolvimento do potencial da motivação nos colaboradores.
As Organizações estão sempre em busca de diferenciais para
superação dos resultados e alcance de todos os seus objetivos. Com o passar
dos anos aprendemos que os equipamentos, os processos e a empresa em si
não são capazes sozinhos de fazer esta diferença, percebendo-se que a
diferença está nas pessoas.
Estudiosos sobre o comportamento humano nas organizações
percebem que a grande mola mestra para a eficiência, dedicação e aumento
na produtividade é a motivação.
Percebe-se então que vários fatores influenciam nos resultados
apresentados pelo indivíduo. Estes fatores podem ser intrínsecos e
extrínsecos.
O assunto motivação, no entanto continua a ser um mistério a ser
desvendado pelos profissionais da época, motivados pela empresas que
almejam a cada dia alavancar seus resultados.
6
METODOLOGIA
Por meio de observações realizadas sobre o comportamento dos
colaboradores em empresas em geral e principalmente na empresa em que
trabalho percebi que existem vários tipos de satisfação com o trabalho
realizado e que muitos indivíduos que consideraríamos após a realização de
um trabalho realizados apresentam na verdade um estado de frustração.
Para analisar a motivação foram utilizadas a leitura de jornais, livros e
revistas.
Em comparativo entre o observado e o material analisado, percebemos
que a realidade presente nas empresas de nosso país, ainda tem muito a
evoluir na valorização do ser humano e na importância da motivação dos
colaboradores para o alcance das metas e superação dos resultados. No
entanto notamos uma contribuição muito significativa das empresas
multinacionais que aplicam alguns modelos de gestão vindos de outros países
baseados na motivação.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Motivação Organizacional 10
CAPÍTULO II - A importância da Motivação
no desempenho dos colaboradores 21
CAPÍTULO III – O Gestor de RH 31
CONCLUSÃO 36
BIBLIOGRAFIA 39
ATIVIDADES CULTURAIS 41
FOLHA DE AVALIAÇÃO 42
ÍNDICE 43
8
INTRODUÇÃO
As empresas buscam cada dia mais obter vantagens competitivas para
se destacarem o mercado, buscando excelência e novas maneiras de
satisfazer seus clientes. Porem para isso é necessário contar cada vez mais
com a cooperação das pessoas que são o elemento indispensável para se
conseguir resultados. De acordo com López (1986), o indivíduo trabalha para
satisfazer suas necessidades. Mas que necessidades são estas? A polemica
se inicia quando se tenta responder a esta pergunta. Muitos estudiosos
formularam teorias no intuito de responder este questionamento, porem na
pratica vemos que as necessidades variam de acordo com cada individuo não
podendo se encaixar estas teorias em 100% dos casos.
Sob a visão de López (1986), o indivíduo trabalha para conseguir uma
parte de bens ou serviços ou até o uma quantia equivalente em dinheiro. Mas
o que move cada pessoa e a diferencia em empenho e dedicação no trabalho?
Ao observar o ambiente interno de uma empresa vemos pessoas
enfrentando várias dificuldades, com salários medianos, e situações de stress,
conflitos, etc, que encaram seu dia de trabalho como se fosse o último de suas
vidas e vêem o mesmo como se fosse o melhor do mundo. Em contrapartida
vemos pessoas altamente qualificadas, com salários excelentes, ocupando
uma posição razoavelmente boa e, no entanto não estão felizes e realizadas
no que fazem apesar de parecer que possuem tudo para isso. Este tipo de
sentimento prejudica não só a pessoa mais também a empresa visto que o
individuo fica incapaz de realizar todo seu potencial produzindo menos que o
esperado para superar as expectativas.
O que leva um indivíduo a produzir mais ou menos que outro não está
ligado à falta de interesse ou habilidade e sim a intensidade da motivação
presente em cada um, que pode variar de acordo com o estimulo oferecido.
9
Quando analisamos diferentes estudiosos vemos a complexidade do
assunto. Alguns estudiosos propõem que a motivação pode ser estimulada
através de técnicas de condicionamento, como é o caso de Deci (1990, p. 59)
que afirma ”O comportamento das pessoas pode, pelo menos até certo ponto
ser controlado no sentido em que as pessoas farão o que for preciso para
conseguir recompensas extrínsecas, evitar punições ou ganhar competições”.
São as pessoas que são as responsáveis pelos resultados das
organizações e para tal é necessário que as mesmas estejam dispostas e
motivadas.
Este estudo tem como intuito demonstrar a importância da motivação
nas organizações e como a mesma influencia no comportamento humano
desenvolvendo o potencial do indivíduo.
10
CAPÍTULO I
MOTIVAÇÃO ORGANIZACIONAL
1.1 RESUMO HISTORICO
Na opinião de Hersey (1986),1 quando o assunto é motivação a
primeira idéia que vem a mente é a Teoria da Hierarquia das Necessidades de
Abraham Maslow, que desenvolveu um esquema interessante para explicar a
intensidade de certas necessidades, os estudos de Maslow influenciaram
muitos pesquisadores entre eles Frederick Herzberg, que desenvolveu a sua
Teoria da Motivação-Higiene, onde levantava dados sobre o comportamento
humano no trabalho, destacando que para a empresa, a vantagem do estudo
das atitudes no trabalho seria o aumento da produtividade, a diminuição do
absenteísmo e melhores relações de trabalho. Para o indivíduo, a
compreensão das forças que elevam o moral traria mais felicidade e auto-
realização.
Hersey (1986), fala ainda sobre a situação motivadora onde os objetivos
de uma pessoa são dirigidos para a consecução do objetivo dentro dessa idéia
os autores fazem uma comparação entre Herzberg e Maslow.
Para Maslow é útil para a identificação das necessidades ou motivos
e Herzberg fornece idéias sobre as metas e incentivos que satisfazem a essas
necessidades. Assim, numa situação motivadora, se soubermos quais são as
necessidades de alta intensidade (Maslow) dos indivíduos que desejamos
influenciar, deveremos ser capazes de determinar os objetivos (Herzberg) que
devem ser colocados no ambiente para motivar tais indivíduos.
Ao mesmo tempo, quando sabemos que objetivos essas pessoa
querem satisfazer, também sabemos quais são as suas necessidades de alta
intensidade. Isso é possível porque se verificou que o dinheiro e os benefícios
tendem a satisfazer às necessidades nos níveis fisiológico e de segurança; as
1 HERSEY, B. Psicologia para administradores. São Paulo: EPU, 1986, p. 33.
11
relações interpessoais e a supervisão são exemplos de fatores de higiene que
tendem a atender às necessidades sociais; maior responsabilidade, trabalho
desafiante, crescimento e desenvolvimento são motivadores que tendem a
satisfazer às necessidades de estima e auto-realização.
Em 1975, em artigo publicado na Califórnia Management Review,
intitulado A new strategy for job enrichment Hackman e Oldham foram
encontrados cinco dimensões funcionais que contribuem especialmente para o
enriquecimento de cargos. Segundo os pesquisadores a motivação tende a
diminuir se o indivíduo percebe a falta de qualquer uma destas cinco
dimensões, ocasionando uma debilitação psicológica.
1.2 CONCEITO
Trabalhar tem sido ao longo dos anos maneira pela qual o homem
modifica a sociedade, como agente de mudança principalmente no progresso,
seus feitos influenciam principalmente a economia, como ressalta Kanaane:
“O trabalho sempre ocupou lugar central na vida de diferentes comunidades, onde gradativamente foi sendo limitado pelas condições socialmente estabelecidas” Kanaane (1999, p. 15)
Levando-se em consideração que na era da globalização qualquer
estratégia pode ser capaz refletir diretamente em várias partes do mundo, a
projeção do trabalho apresenta uma dimensão ainda maior.
Por causa da importância do trabalho na vida do ser humano os
especialistas estão cada vez mais voltando seus estudos para as relações
empresa/homem.
Durante muito tempo as empresas adotaram a idéia de que a
produtividade e os bons resultados dependessem apenas das máquinas que
com o tempo iriam substituir quase por completo a mão de obra humana
devido à modernidade e a rapidez na execução das tarefas.
12
Por isso ocorreu a busca pela rapidez da produtividade através das
máquinas que teoricamente substituiriam a mão-de-obra humana. O uso das
máquinas significaria muito mais produção com um tempo muito menor.
A Revolução Industrial veio para transformar o sistema de produção
artesanal para o fabril e abriu portas para a utilização de mão de obra
especializada, ou seja, funcionários que estivessem capazes de operar as
máquinas.
Logo após começa a exploração capitalista, onde os trabalhadores
tinham que produzir quantidades muito maiores que sua capacidade, tendo
que realizar jornadas de trabalho desumanas.
Neste período as empresas até este momento consideravam somente
as máquinas como fator principal para o aumento da eficiência na
produtividade e com isso aumentar cada vez mais seus lucros. Mas tarde a
visão começa a mudar e as organizações passam a dar mais valor ao ser
humano como responsável por “executar com qualidade“, a motivação humana
passa a fazer a diferença na busca pela excelência dos resultados.
A motivação das pessoas é um processo interno, em que cada um
demonstra atitudes motivacionais distintas em momentos diferentes, podemos
perceber que estas forças influem intensamente na maneira de encarar o
trabalho e sua própria vida. Um motivo nada mais é do que uma necessidade
que atua sobre o intelecto fazendo o ser humano agir, movimentar-se. A
motivação surge das necessidades do indivíduo e é adquirida através de uma
vontade de realizar uma ação, tem origem em uma necessidade (motivo).
Conseqüentemente, a satisfação é o atendimento desta necessidade.
Para diversas pessoas, a motivação continua a ser um mistério.
Muitas vezes até já ouviram falar ou leram sobre este assunto, porém, na
prática esse assunto permanece pouco compreendido. Geralmente fazemos
uma analogia de motivação somente em relação às empresas em que
trabalhamos, sendo que na verdade a motivação influencia todas as relações
13
em qualquer tipo de grupo ou organização, seja dentro de casa, na escola, na
religião, etc.
A motivação dentro das organizações apresenta incontestável
importância ao papel da satisfação no ambiente de trabalho. Satisfação, aqui,
descrita como um efeito do desempenho empregado, influenciado por diversos
tipos de recompensas que os colaboradores conquistam. A idéia de satisfação
normalmente influencia a decisão das pessoas de trabalhar e permanecer no
emprego. O conceito que a pessoa tem de satisfação vem das suas
percepções de um modo geral, de seu entendimento sobre o ambiente
organizacional que o rodeia, bem como sobre si mesmo, e leva-o a ter uma
ação afetiva e/ou avaliativa frente a uma idéia proposta, pessoa ou
acontecimento pontual em sua vida pessoal ou profissional.
Vários escritores apresentam diversos conceitos sobre a motivação,
porem podemos notar uma série de semelhanças entre as visões
apresentadas por todos e até uma complementação destas idéias com o
passar dos anos.
Se observarmos, Chiavenato (1999, p. 592),2 por exemplo, que define
a motivação da seguinte forma:
“... processo contínuo de satisfação de necessidades individuais”. E mais tarde o autor complementa, a motivação funciona nos indivíduos como desejo e receio, tendo cada pessoa necessidades, valores sociais e objetivos diferentes, sendo que o resultado alcançado gera um comportamento diferenciado em cada ser humano.”
Mais tarde Maximiano (2000),3 complementa que a motivação não
surge no entusiasmo ou na alta disposição, mas sim no comportamento
motivacional relacionado com uma causa. A motivação está relacionada com
2 CHIAVENATO, I. - Gestão de Pessoas; o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999 3 MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Teoria geral da administração: da escola científica à competitividade na economia globalizada. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000
14
os desejos individuais, sendo que as iniciativas somente serão realizadas se
houver possibilidade de alcançá-los.
O que se confirma com a constatação de Hersey & Blanchaid
(1986),4 enfatizando que as pessoas são diferentes não só pela sua
capacidade, mas pela vontade de realizar uma determinada ação, isto é pela
motivação. Pois a motivação das pessoas depende da intensidade dos seus
motivos. Percebemos que por mais simples que pareça uma atividade o
contexto se torna mais complexo e atinge proporções diferentes, pois nem
todas as pessoas conseguem realizar os mesmos resultados já que cada um
possui uma perspectiva diferente.
Segundo a Enciclopédia Barsa (2000), motivação é o conjunto de
fatores que impulsionam o comportamento do ser humano ou de outros
animais para a realização de um objetivo. Manifesta-se como resposta a
estímulos internos e externos. E é isso a essência: desenvolver estímulos para
que a pessoa coloque ação em seu motivo e produza uma resposta
satisfatória e capaz de atingir o seu objetivo.
1.3 A MOTIVAÇÃO NO AMBIENTE ORGANIZACIONAL
De acordo com Lopes (1980),5 os primeiros fatores básicos da
motivação humana são o hedonismo e o idealismo. O primeiro explica que o
homem não ama a dor e o desconforto, mas o prazer e o conforto. Daí a razão
dos conselhos sobre como tornar agradáveis as condições e o ambiente
organizacional, a fim de que aquele fator seja satisfeito, resultando no
aumento da motivação.
4 HERSEY, Paul; BLANCHARD, Kenneth H. Psicologia para administradores: a teoria e as técnicas da liderança situacional. São Paulo: EPU, 1986 5 LOPES, Tomas Vilanova Monteiro. Motivação no trabalho. Rio de Janeiro: Fundação Getulio Vargas, 1980
15
A motivação surge dentro dos indivíduos e se potencializa através
das necessidades humanas. Todos os seres humanos têm suas necessidades
próprias, que podem ser identificados como aspirações, desejos, objetivos ou
motivos. Certas necessidades são até parecidas quanto à maneira pela qual
fazem os indivíduos adequarem suas ações de maneira a obter sua satisfação
individual.
Segundo Chiavenato (1999 p. 47):6
"... a motivação é o desejo de exercer altos níveis de esforço em direção a determinados objetivos organizacionais, condicionados pela capacidade de satisfazer objetivos individuais. A motivação depende da direção (objetivos), força e intensidade do comportamento (esforço) e duração e persistência.
1.4 TEORIAS DA MOTIVAÇÃO
Há muitas teorias sobre motivação para ambiente de trabalho, a maioria
apresenta termos semelhantes e elementos em comum. Não podemos
descartar de nenhuma maneira a importância das metas, incentivos e
feedback no gerenciamento e na gestão de pessoas. O que é relativamente
novidade na área da motivação para a execução de um bom trabalho, porém,
é o nível em que as tecnologias atuais contribuem e possibilitam a aplicação
do que há muito tempo conhecemos.
Segundo Wagner & Hollenbeck (1999 p. 88),7
“As teorias de motivação no trabalho normalmente se preocupam mais com as razões do que com as habilidades que levam alguns indivíduos a realizar suas tarefas melhor do que outros.”
6 CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999 7 WAGNER III, John A. & HOLLENBECK, John R. Comportamento Organizacional: assegurando vantagem competitiva. 1ª Ed. São Paulo: Ed. Saraiva, 1999
16
• A Teoria do Reforço
Salienta como reforços ou recompensas podem afetar o
comportamento das pessoas. Não fala de forças internas como a motivação,
tem um direcionamento mais ambiental, diz que o comportamento é uma
função do histórico de reforço de um indivíduo. De acordo com essa teoria,
comportamentos relacionados ao ambiente de trabalho, que tenham sido
recompensados de alguma forma, apresentam maior probabilidade de se
repetir num futuro próximo. Ela afirma que a probabilidade do acontecimento
de um determinado comportamento se potencializa se for condicionado a uma
recompensa; ao contrário, a probabilidade de um comportamento ser repetido
no futuro diminui se ele for seguido de uma punição.
• A Teoria da Expectativa
Busca esclarecer como as recompensas induzem certos
comportamentos nas pessoas dentro da Organização, focalizando estados
cognitivos interiores que provocam a motivação. A elaboração da teoria da
Expectativa ou Expectância, modelo de motivação desenvolvido por Vroom
(1964),8 é uma teoria ampla sobre motivação que tenta explicar os
determinantes das atitudes e dos comportamentos na organização.
Motivação segundo ele é uma força que direciona o indivíduo para
um determinado comportamento, é uma função multiplicativa da expectativa,
ou seja, a probabilidade subjetiva sentida de que aquele resultado irá ocorrer.
Os três principais conceitos subjacentes à esta teoria são os de Valência,
Instrumentalidade e Expectativa.
• A Teoria da Auto-Eficácia
Explica como a como a crença de cada indivíduo em suas próprias
habilidades pode influenciar diretamente seu comportamento. Pessoas que
apresentam grande auto-eficácia acreditam ser extremamente capazes de
realizar qualquer tarefa e serão motivadas a direcionar o esforço que for
8 VROOM, Victor H. Work and motivation. New York: John Wiley & Sons, 1964
17
preciso para fazê-lo. Segundo essa teoria, a motivação para a execução de
uma tarefa proposta está diretamente ligada ao fato de a pessoa acreditar ou
não que é capaz de executar uma determinada tarefa com sucesso. Entre
várias formas de desenvolver a auto-eficácia se destaca o sucesso. Pessoas
com altos níveis de habilidade muito provavelmente obtiveram sucesso no
passado, sendo assim, tendem a ter uma elevada auto-eficácia no que se
propõem a fazer.
• A Teoria da Equidade
Adams (1965),9 afirma que as pessoas são motivadas a alcançar
uma condição de igualdade ou justiça nas suas relações com outras pessoas e
com as organizações. De acordo com ele, os colaboradores que se encontram
em situação de desigualdade demonstram um alto grau de insatisfação e
tensão emocional que eles procurarão reduzir. Essa teoria especifica
condições sob as quais a desigualdade ocorrerá, situações que os próprios
colaboradores deverão minimizar. Acredita-se que quando um indivíduo avalia
o resultado de suas tarefas, qualquer oportunidade percebida em relação aos
outros é um estado de consciência motivadora.
• Teoria da Fixação de Metas
É a teoria de motivação que provavelmente tem sido mais útil para
os psicólogos organizacionais, é uma forma muito boa de aumentar a
produtividade no trabalho. O foco básico dessa teoria prega que o
comportamento do indivíduo é motivado por suas próprias intenções e seus
objetivos, que podem estar intensamente ligados a comportamentos
específicos. As metas de uma pessoa são o fator principal da motivação
relacionada à tarefa proposta, sendo que as metas influenciam os
pensamentos e as ações.
9 ADANS, J. S. Inequity in social exchange. In: BERKOWITZ, L. (Ed.). Advances in experimental social psychology. New York: Academic Press, 1965. v. 2.
18
• Teoria dos Dois Fatores
Herzberg (1959),10 desenvolveu a teoria dos dois fatores da
Motivação, que identifica fatores diferentes como sendo fundamentais na
satisfação no trabalho, chamados de Fatores de Higiene e Fatores de
Motivação. Os aspectos do trabalho relevantes às necessidades de natureza
animal são chamados fatores Higiênicos. Os aspectos do trabalho importantes
para as necessidades de crescimento são chamados fatores de Motivação.
• Teoria da Ação
De origem alemã, demonstra um processo através do
relacionamento entre objetivos e ações. Essa teoria evidencia que as teorias
de motivação para o trabalho se voltem principalmente nos comportamentos
direcionados aos objetivos chamados de ações. Tais ações são o resultado da
pretensão de alcançar um objetivo, que pode ser ínfimo, como a confecção de
uma peça em uma fábrica, até alcançar uma ascensão no trabalho. O foco
evidenciado por essa teoria está nas ações propriamente ditas e nos
processos que levam a execução destas ações.
As diversas teorias de motivação têm direcionado a várias
estratégias efetivas para a alteração do comportamento dos colaboradores, no
entanto, existe uma certa necessidade de compreender melhor como
implementar os princípios, levando em consideração as vantagens e
desvantagens destas diversas práticas. Porém as condições sob as quais as
influencias na motivação são efetivas ou não ainda precisam de estudos
complementares para que sejam extremamente assertivos.
10 HERZBERG, Frederick. Novamente: como se faz para motivar funcionários? In BERGAMINI, Cecília W. e CODA, Roberto. Psicodinâmica da vida organizacional: Motivação e Liderança. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 1997. The motivation to work. Nova York: Wiley, 1959.
19
1.5 CICLO DA MOTIVAÇÃO
O ciclo motivacional tem início com o surgimento de uma
necessidade; esta é uma força dinâmica, que persiste e induz a um
comportamento. Toda vez que uma necessidade se apresenta, esta quebra o
estado de equilíbrio da pessoa, causando um estado de tensão, insatisfação,
desconforto e desequilíbrio. Esse desconforto leva a pessoa a uma
determinada ação ou comportamento, capaz de descarregar a tensão ou de
livrá-lo do desconforto e do desequilíbrio.
Se o comportamento for eficaz, a pessoa encontrará a satisfação da
necessidade que procura e, portanto, a o término da tensão provocada por ela.
Com a satisfação da necessidade, o indivíduo volta ao estado de equilíbrio
anterior, que é a sua forma de ajustar-se ao ambiente de trabalho. Estas são
as etapas do ciclo da motivação garantindo a satisfação da necessidade do
indivíduo:
Equilíbrio Interno ► Estímulo ou Incentivo ► Necessidade ► Tensão
► Comportamento ► Satisfação
Porém o ciclo motivacional, a necessidade nem sempre pode ser
satisfeita. Pode ser frustrada, ou ainda pode ser compensada (ou seja,
transferida para outro objeto, pessoa ou situação). Se ocorre à frustração da
necessidade, no ciclo da motivação, o desconforto provocado pelo
aparecimento da necessidade cria uma barreira ou um obstáculo para sua
liberação. Quando uma solução adequada não é encontrada, o desconforto,
represada no organismo, procura uma maneira indireta de saída, seja por via
psicológica (agressividade, descontentamento, apatia, tensão emocional,
indiferença) seja por via fisiológica (tensão nervosa, insônia, repercussões
cardíacas ou digestivas).
20
Em alguns momentos, a necessidade não é satisfeita nem frustrada,
e sim transferida ou compensada de alguma forma. Ocorre quando a
satisfação plena de uma outra necessidade reduz ou extingue a intensidade de
uma necessidade que não pode ser satisfeita. Dessa forma, o ciclo
motivacional seja com frustração ou com compensação pode ser demonstrado
da seguinte forma:
Equilíbrio Interno ► Estímulo ou Incentivo ► Necessidade
► Tensão ► Barreira ►Frustração
► Outro comportamento derivativo ►Compensação
Quando a necessidade não é satisfeita, e não sobrevindo as
situações anteriormente mencionadas, não significa que o indivíduo
permanecerá eternamente frustrado. De alguma maneira, a necessidade será
transferida ou compensada. Daí percebe-se que a motivação é um estado
cíclico e constante na vida pessoal.
21
CAPITULO II
A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO NO DESEMPENHO DOS
COLABORADORES
O reconhecimento das pessoas dentro das empresas teve origem,
dentre outras, da necessidade de se amenizar a tendência a desumanização
do trabalho surgida com a implantação de métodos rígidos e rigorosos,
científicos e precisos, aos quais os colaboradores deveriam se submeter, cuja
eficiência era percebida unicamente por meio da produtividade, e a motivação
vinha ser unicamente financeira.
As empresas dependem das pessoas para organizá-las, dirigi-las,
controlá-las, fazê-las lucrar e alcançar seus propósitos com sucesso e
continuamente. Não há empresas sem pessoas. Aparece um grande conflito
industrial: manter os interesses da empresa e os interesses individuais das
pessoas em harmonia, Pois as empresas inclusas numa civilização
industrializada, que para sua existência necessitam da eficiência dos
colaboradores para lucrar, usam métodos que convergem para a eficiência e
não para a cooperação humana.
Com a valorização do ser humano dentro das empresas, houve uma
mudança na visão das pessoas outrora vistas simplesmente como recursos –
dotadas de habilidades, destreza, capacidade e conhecimentos para a
execução de tarefas – para alcançar objetivos organizacionais, para uma visão
de pessoas vistas como pessoas, dotadas de qualidades próprias de
personalidade, valores, aspirações, crenças, motivações, atitudes e objetivos
individuais.
Stewart (1998),11 relata que a grande importância para as
organizações se constitui no capital humano que ela possui, pois o capital
humano é a fonte de criação e de inovação. Os indivíduos são um recurso
intangível das empresas. As máquinas realizam tarefas, mas não inventam
22
nada. O dinheiro é proporciona poder, mas não pensa e não toma decisões.
Em plena era da informação o conhecimento é o recurso organizacional
principal e mais importante das organizações, uma riqueza maior que dinheiro.
2.1 FATORES MOTIVACIONAIS
2.1.1 Contribuição para o alcance dos resultados
De acordo com Silva (2005),12 a motivação intrínseca está relacionada a
recompensas psicológicas, tais como a oportunidade de usar a habilidade de
alguém, um sentido de desafio e realização, recebimento de um
reconhecimento positivo ou apreciação, ser tratado de maneira considerável. A
motivação extrínseca é relacionada a ganhos e recompensas tangíveis ou
materiais, como por exemplo: salários, remunerações variáveis, benefícios
adicionais, promoções, seguros de vida, contratos de trabalho, ambiente e
condições adequadas de trabalho.
Caudron (1997),13 depois de discutir muito amplamente com
diversos dirigentes das empresas estudadas e especialistas no assunto,
originou uma lista de técnicas que podem ser implantadas para conseguir gerar
a motivação nos funcionários:
• Oferecer aos colaboradores informações necessárias para a realização
de um bom trabalho;
• Solicitar idéias aos colaboradores e envolvê-los em decisões sobre suas
funções;
• Reconhecer publicamente um trabalho bem feito;
• Promover reuniões destinadas a comemorar o sucesso da equipe;
11 STEWART, Thomas. A. Capital intelectual: a nova vantagem competitiva das empresas. Rio de Janeiro: Campus, 1998 12 SILVA, Reinaldo Oliveira da. Teorias da Administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005 13 CAUDRON, S. O que motiva os empregados. HSM Management, São Paulo, n. 1, p.82-86, março-abril 1997.
23
• Dar ao colaborador uma tarefa interessante para executar;
• Verificar se o colaborador dispõe das ferramentas necessárias para
realizar o melhor trabalho;
• Reconhecer as necessidades pessoais do colaborador;
• Utilizar o desempenho como base para promoções;
• Adotar uma política abrangente de promoção dos colaboradores;
• Estimular o sentido de comunidade;
• Dar aos colaboradores uma razão financeira para serem excelentes;
• Reconhecer as diferenças individuais: não tratar os colaboradores como
se fossem iguais, pois possuem necessidades diferentes;
• Fazer com que as recompensas sejam percebidas como justas: vincular
as recompensas às experiências, habilidades, responsabilidades e
esforços apresentados pelos colaboradores;
• Definir objetivos e fornecer feedback: traçar objetivos específicos,
desafiantes e que possa ser monitoráveis.
• Estimular a participação nas decisões: permitir ou, até mesmo, encorajar
a participação dos colaboradores nas decisões que os afetam, como a
fixação de objetivos ou a definição dos procedimentos no trabalho;
Conforme assevera Herzberg (1964),14 fatores como o salário, estilo
de supervisão, condições ambientais de trabalho e o relacionamento entre as
pessoas não são coisas capazes motivar ou satisfazer as pessoas no
ambiente de trabalho, contudo deveriam despertar a atenção e preocupação
dos lideres organizacionais apenas com o objetivo de evitar a insatisfação no
ambiente organizacional, que também poderia prejudicar o desempenho. Ao
inverso, a realização do funcionário, o reconhecimento pessoal, o desenho do
14 HERZBERG, F. The Motivation: Hygiene concess and problems of manpower. Personnel Administration, 1964.
24
cargo e a delegação de responsabilidades seriam os fatores realmente
capazes de motivar e satisfazer as pessoas.
De acordo com a teoria de Expectância de Vroom (1995),15 a
valência é o que faz com que a pessoa esteja voltada afetivamente para o
alcance de um determinado resultado. Em outras palavras, é o fator
determinante que faz com que uma pessoa sinta repulsa ou atração, por
exemplo, por uma promoção. A instrumentalidade é a clareza ou a força da
relação percebida entre a ação a ser executada e a conquista do resultado
esperado. Em último lugar, a expectativa é o grau de intensidade com que um
indivíduo é capaz de realizar antecipadamente os resultados esperados e
visualizar sua concretização.
De acordo com o que postula Spector (2002),16 o sistema de
recompensas de uma empresa influencia diretamente na motivação no
ambiente de trabalho quando os funcionários são premiados de modo tangível
(aumento salarial, bônus em dinheiro) ou intangível (reconhecimento público ou
elogio) por terem praticado resultados considerados desejáveis para a
empresa. O contrário, o sistema de punições tem o objetivo de reprimir
comportamentos considerados indesejáveis (baixo desempenho, falta de
comprometimento) para o alcance dos objetivos da empresa.
Reconhecer é uma forma de possibilitar a motivação dos
colaboradores em função dos objetivos definidos pela empresa, bem como os
anseios individuais. O reconhecimento é a atitude da empresa no sentido de
retribuir e reconhecer as pessoas tendo como referências o desempenho e as
habilidades e competências demonstradas. É também fator fundamental no
direcionamento e na motivação dos colaboradores.
O Sistema de Reconhecimento e Recompensa tem como finalidade
premiar os colaboradores que se destacam na execução de suas atividades
seja por desempenho, tempo de serviço ou por idéias inovadoras que
15 VROOM, V. H. Work and motivation. New York: Wiley, 1995 16 SPECTOR, P. E. Psicologia nas organizações. São Paulo: Saraiva, 2002.
25
agreguem valor aos resultados da organização, contribuindo assim para o
sucesso e fortalecimento geral da empresa.
Muitas tem sido as teorias sobre a motivação. Porém cada teoria
tem sua própria forma de abordar esse assunto, dando maior ou menor
ênfase a determinados elementos que outros, e contribuindo para se achar um
caminho mais assertivo para motivar as pessoas. Todavia é necessário,
identificar dentre a uma série de variáveis o melhor caminho para seguir, com o
intuito entender de forma satisfatória a motivação e conseguir levar a força de
trabalho e elevar o moral e a força de vontade, entendendo e vencendo os
desafios propostos pela empresa.
MOTIVAÇÃO DA MAO-DE-OBRA
Fonte: Silva (2005)
26
MASLOW: TEORIA DA HIERARQUIA DAS NECESSIDADES
Auto Realização Estímulos Comportamento Auto Estima Sociais
Fisiológicas Fonte: Silva (2005)
27
2.2 O LÍDER E O AMBIENTE PSICOSSOCIAL DE TRABALHO
Hunter (2004),17 assevera que a liderança é o processo de influenciar o
comportamento e a mentalidade de outras pessoas, com a finalidade de
conduzir as ações. Portanto, liderança é a habilidade de influenciar pessoas
para trabalharem entusiasticamente, procurando atingir aos objetivos
percebidos como sendo para o bem comum. O líder normalmente é
identificado por seu carisma, que se traduz por qualidades marcantes, por um
traço vitorioso, exuberante, afirmativo, suave e doce ou severo e agressivo. É
alguém que abraça um propósito e corajosamente sai em busca dessa visão
de modo que ela ressoe na alma e na mente das pessoas.
Para Zanelli, Andrade, Bastos (2004),18 capacidade de se relacionar
bem, de ser ouvido quando necessário e de estar bem consigo mesmo é o
direito que corresponde o paradoxo vital do líder que possui equilíbrio
emocional.
De acordo com Matos (2002),19 estamos vivendo uma época de
grandes transformações nas organizações, exigindo das lideranças uma
postura típica. Dessa forma, são traços característicos no perfil de um líder:
• É um formador de cultura: seus valores e idéias, complementados por
ações estratégicas, refletem-se no ambiente, influenciando atitudes e
comportamentos;
• É aquele que pensa estrategicamente, desenvolve sua competência
pensando junto com a equipe, enxergando o mundo, percebendo as
transformações, exercendo a criatividade, avaliando criticamente as
situações, reconstruindo e renovando;
17 HUNTER, James C. O monge e o executivo. Rio de Janeiro: E. Sextante, 2004. 139 p 18 ZANELLI, José Carlos, BASTOS, Antônio Virgílio Bittencout e ANDRADE, Jairo Eduardo Borges. Psicologia, Organizações e trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed, 2004. 19 MATOS, Francisco Gomes de. Nova Liderança Nova Organização. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2002.
28
• Sabe identificar forças e fraquezas e está convicto de que só se constrói
a partir do reconhecimento, nas pessoas e na cultura organizacional,
dos pontos fortes e de como construir algo sobre eles;
• Avalia os avanços da tecnologia e sabe o momento de aplicá-la;
• Atrai e desenvolve novas competências;
• Motiva sempre as pessoas e as equipes à renovação;
• Está sempre enxergando adiante, educando e buscando o consenso
para a aplicação do conhecimento inovador;
• É um formador de cultura (valores), de opinião (conhecimento), de
equipe (integração/verdades comuns), de pessoas (auto-
desenvolvimento) e de empresa (comprometimento com um bem
maior);
• Trabalhar com a verdade é ético.
Goleman (2002),20 comprovou através de pesquisas realizadas com
líderes de grandes empresas, que liderança não se nasce sabendo, aprende-
se. Com isso percebe-se a importância do desenvolvimento das habilidades
das pessoas assim como o auxílio aplicado a elas. Para ele, existem diversos
estilos de líderes:
1. Estilo Visionário
Procura manter seus funcionários valorizados, servem de
sustentação para apoio dos problemas deixando explícitos seus valores
ambientais e sociais criando um clima emocional bem agradável onde cada
pessoa compreende o seu papel dentro da organização;
20 GOLEMAN, Daniel. O Poder da Inteligência Emocional. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2002.
29
2. Estilo Conselheiro
É um estilo que os líderes exibem com menos freqüência que o
esperado, porém, consiste numa das ferramentas mais poderosas que os
líderes podem ter em mãos. Ela proporciona uma resposta emocional positiva
e melhores resultados. Os líderes conselheiros constroem relações de simpatia
e confiança com seus funcionários procurando dar importância às conversas
pessoais em vez de vê-lo como meras ferramentas de trabalho;
3. Estilo Agregador
Espalham harmonia, mantém seus funcionários satisfeitos e dão
prioridade as suas necessidades emocionais. O principal traço do estilo
agregador é ser firme nas repreensões quando necessário, mostrando uma
atitude imparcial.
4. Estímulo Democrático
Pertence a um estilo de líder que atua como participação mutua,
seus colaboradores trabalham em equipe e tem interesse em ouvir a opinião
dos outros, não decide sozinho. São pessoas participativas, colaboradoras,
cooperativas, transparentes, tranqüilas e pacientes;
5. Estilo Agressivo
É o estilo de líder que cria uma ressonância, atingindo metas
desafiadoras e estimulantes. Geralmente é extremamente negativo e quando
obtém sucesso, depende sempre de uma equipe motivada e competente.
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Schein (1984),21 afirma que o modo como os líderes de uma
organização compreendem o que venha a ser motivação no trabalho e as suas
suposições a cerca do conceito, influenciarão decisivamente as ações
necessárias sobre a construção de políticas e programas direcionados a
incentivos, recompensas e outros assuntos relacionados à motivação da força
de trabalho.
De acordo com Coda (1997),22 entre outros fatores de natureza
comportamental, o incentivo para o desenvolvimento e o crescimento
profissional, a qualidade e a freqüência de feedback que os líderes fornecem
aos colaboradores, a reflexão conjunta entre líderes e colaboradores a respeito
de desempenhos individuais e no grupo, devem ser considerados como
elementos substanciais que agregam qualidade em termos de disposições
recíprocas nas relações de trabalho.
Atualmente as tendências direcionam para a compreensão de que a
intensidade da colaboração e compartilhamento de poder visto como aceitável
na relação entre seguidores e lideres se encontra diretamente ligado as
características da tarefa, aos atributos do grupo de trabalho e aos demais
aspectos ambientais e históricos que conferem sentido à realidade social dos
envolvidos no processo de trabalho.
Avaliando esses aspectos, a qualidade da interação nas relações de
trabalho com influencia na motivação depende da exigência da tarefa e das
pessoas envolvidas na mesma, além das condições físicas e psicossociais do
ambiente organizacional.
21 SCHEIN, Edgar. Coming to a new awareness of organizational culture. Stoan Managements Review, v. 18, nº 3, 1984 22 CODA, R. Psicodinâmica da vida organizacional: motivação e liderança / organização. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997
31
CAPÍTULO III
O GESTOR DE RH
A visão estrategista utilizada nos dias atuais pelas organizações acabam
por levar aos profissionais de RH a assumir uma posição de certo modo
estratégica dentro do ambiente de trabalho, a ele caberá a responsabilidade
não só das pessoas, mas também na produção e nos processos. Ele tem de
ter pleno conhecimento de tudo que acontece na empresa, tanto do ponto de
vista humano, quanto da estrutura organizacional para que possa ter subsídios
de criar uma estratégia que não apenas satisfaça, mas que surpreenda as
expectativas da empresa.
Mesmo a parte de processos e produção ficando a cargo gerencial a
área de Recursos Humanos possui um papel de extrema importância no
desenvolvimento dos colaboradores. No entanto uma estratégia de
produtividade após ser muito bem planejada e implantada deve ser acolhida
por toda empresa sem exceção.
O que confirma Chiavenato:
“Há aspectos importantes que devem ser ancorá-lo como ação conjunta de todo à empresa e de cada pessoa; ambiente de ampla participação; clima de mútua confiança e de reciprocidade; espírito de inovação e de criatividade; avaliação dos resultados por meio de indicadores legítimos; investimentos e incentivos; produtividade e eficiência; produtividade e eficácia e produtividade gerencial”.(CHIAVENATO, Idalberto, 2003, p.217).
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A busca constante por sucesso e estabilidade no mercado desperta nas
empresas a busca de um recurso importantíssimo e não muito valorizado no
passado: O talento e a motivação dos funcionários como afirma Ulrich.
“Dessa forma, o desafio para as empresas é ter certeza de que tem a capacidade de encontrar, assimilar, desenvolver, remunerar e manter esses talentos”. Ulrich (2000, p.38)
O reconhecimento, a busca e a retenção desses talentos vem a ser
mais uma atribuição essencial na vida de um RH verdadeiramente estratégico,
diferente da visão do passado, de um RH visto apenas como uma área de
departamento de pessoal. No entanto hoje podemos destacar muitas
diferenças entre os dois: o RH (Recursos Humanos, hoje chamado de Gestão
Pessoal GRH) se responsabiliza pela contratação, isto é, verificar se as
pessoas estão aptas para um determinado cargo da empresa. Esta área faz os
testes pré-admissionais nos candidatos as vagas. Cuidam das de relações
humanas entre os colaboradores, apresentam palestras sobre motivação.
Fazem atividades voltadas paras as relações socio-afetivas dos colaboradores
etc.
Já o DP (departamento pessoal), é responsável pela parte burocrática e
documental (relativo a legislação Trabalhista e Previdenciária). É a área faz a
folha de pagamento dos funcionários, assina as carteiras dos colaboradores,
calcula as guias do INSS e FGTS para pagamento, cuida das demissões, etc.
33
Reforçando este pensamento de uma nova função da área de Recursos
Humanos temos Nakayama (2001, p.212).
“Seu planejamento passa a estar vinculado ao planejamento estratégico dos negócios da empresa. Assim, Recursos Humanos tem que desenvolver meios para que as pessoas possam caminhar proativamente na direção da obtenção dos resultados organizacionais, preocupar-se em se aproximar do principal cliente da empresa, o próprio funcionário, e atuar com o foco no cliente externo”.(MANSOUR, Ana Beatriz e colaboradores, 2001, p.212).
As mudanças são rotinas constantes na vida de todos, principalmente
das empresas que neste mundo globalizado tem que se adaptar a elas de
forma record para não perder seu lugar na corrida pela competitividade. O que
poderá fazer com que o colaborador tenha uma sensação de desconforto que
poderá ser remediada com ajuda da área de Recursos Humanos através de
constantes reciclagens e treinamentos para que os colaboradores se sintam
mais seguros e apoiados pela organização e se sintam parte do processo
apoiando e se comprometendo com a nova mudança como menciona Ulrich:
“Em seu novo papel os profissionais de RH devem ser responsáveis por garantir que os funcionários estejam comprometidos – que se sintam obrigados com a empresa e colaborem em tudo. No passado, o RH buscava esse comprometimento por meio do atendimento às necessidades sociais dos funcionários – piqueniques, festas etc. Embora essas atividades ainda devam ser organizadas, a nova pauta de RH as deixa em segundo plano, porque esse setor deve agora ser responsável por orientar e treinar a gerência de produção sobre a importância de elevar o moral dos funcionários e as formas de fazê-lo. Além disso, o novo RH deve ser a voz dos funcionários nas discussões gerenciais, oferecer a eles oportunidades para crescimento pessoal e profissional e proporcionar recursos que ajudem os funcionários a cumprir as exigências a eles impostas”.(ULRICH, 2000, p.43).
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O gestor do RH estratégico deve ser um profissional resiliente, ou seja,
ter flexibilidade para superar as dificuldades impostas pela sua nova postura,
pois suas novas atribuições possuem dois lados na empresa: por um lado ele é
a pessoa responsável pela motivação de todos os colaboradores e, além disso,
dar subsidio para que os mesmos possam se desenvolver bem e superarem as
expectativas da empresa. Por outro lado uma pessoa que representa a
empresa e fica na linha de frente repassando as decisões que são tomadas
pela alta gerencia a todos os funcionários, daí a necessidade da flexibilidade
para que o entendimento das novas estratégias e decisões não desmotivem os
colaboradores. Esta flexibilidade ele só conseguirá se ele for um profissional
“atento” com as coisas que estão ocorrendo, se ele souber fazer bom uso da
informação e ser um profissional estratégico.
A estratégia será sua grande amiga na percepção do melhor caminho que será percorrido para auxiliar seus colaboradores no processo de alimentar sua motivação. Como menciona Bergamini:
“Se no início deste século, o desafio era descobrir aquilo que se deveria fazer para motivar as pessoas, mais recentemente tal preocupação muda de sentido. Passase a perceber que cada um já trás, de alguma forma,
dentro de si sua próprias motivações. Aquilo que mais interessa, então é encontrar e adotar recursos organizacionais capazes de não sufocar as forças
motivacionais inerentes às próprias pessoas. O importante, então, é agir de tal forma que as pessoas não percam sua sinergia motivacional” (BERGAMINI, 997, p.23).
Será atribuição do gestor de Recursos Humanos a incumbência da
análise comportamental dos colaboradores e seu relacionamento com a
empresa e com o seu mundo social para que, como símbolo da empresa, não
seja ele o primeiro a esgotar as forças motivacionais de seus colaboradores,
mas que na verdade exerça um papel de verdadeiro estimulador junto aos
seus colaboradores, criando assim, um trabalho em comunhão. Cabe ressaltar
que o mesmo colaborador que passa a maior parte do seu tempo se dedicando
as tarefas da empresa é também um ser com vida social, sua vida vai além do
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ambiente de trabalho, ninguém consegue ficar alheio de seus problemas e,
querendo ou não, de uma forma ou de outra eles acabam por influenciar na
produção do colaborador como ressalta Motta:
“Não há como insistir em considerar o cumprimento rígido de carga horária, e o aumento de produção e eficiência como aspectos independentes da vida pessoal. Eles estão intrinsecamente ligados ao grau de satisfação interna de cada um. As empresas que atentarem para esta realidade conseguirão uma otimização do rendimento dos seus membros muito maior do que a obtida com as modalidades comuns de pressão”.(MOTTA, Sérgio, 1998, p.11).
As organizações que adotam esta linha de pensamento optam por
estratégias que mantém um conforto para a família de seus colaboradores
como descontos em universidades, assistência médica familiar, cestas
básicas, convênios com empresas de lazer etc. Estas supririam algumas
necessidades que não estão sendo disponibilizadas pelas autoridades
competentes.
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CONCLUSÃO
A motivação é uma energia interior que se altera a cada momento
durante toda a vida, ela direciona e intensifica os objetivos de uma pessoa. Por
isso, quando dizemos que a motivação é algo que vem de dentro, ou seja, que
está no interior de cada indivíduo de maneira particular, vendo por este ângulo,
estamos errados em dizer que certo alguém nos motiva ou desmotiva, pois
ninguém é capaz de motivar ou desmotivar diretamente outra.
Porém temos concordar que nosso eu interior é constantemente
influenciado pelos acontecimentos externos, incluindo pessoas e coisas.
Podemos sentir influencia pelo carisma de alguém que nos motiva a realizar
algo. E em determinadas ocasiões e dependendo do estado de espírito da
pessoa, ou mesmo da sua personalidade, pode nos desmotivar a seguir com
alguns projetos ou atividades.
Com o trabalho realizado concluímos que a motivação está dentro
de cada ser humano e que todos sem exceção são aptos a alimentá-la, no
entanto ela se apresentará de formas diferentes em cada indivíduo, pois cada
um possui sua própria necessidade e a mesma pode ser satisfeita de formas
diferentes.
A motivação para o trabalho não se torna satisfatória se as atitudes
no sentido de motivar são exclusivamente externas, sem considerar as
variáveis individuais e intrínsecas. As empresas não têm alcançado os
objetivos desejados única e exclusivamente por tentar utilizar seus
conhecimentos sobre a motivação de uma forma pragmática para alterar o
comportamento dos colaboradores. Essa atitude é uma visão de administração
específica para alguns resultados é resultado da perda do real sentido do
trabalho, que nos tempos modernos acabam por reduzir as pessoas como
simples recursos de produção.
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Em primeiro lugar, o que motiva é a essência do próprio objetivo.
O trabalho deve ser provido de sentido, deve ser gratificante, o colaborador
deve conhecer suas tarefas, ser responsável pelo que faz, possa desenvolver
criar, enfim, exercer seu próprio potencial.
É necessário que os colaboradores percebam sua inclusão no
trabalho para a conclusão dos objetivos da empresa, estejam preparados para
desenvolver de forma satisfatória as suas tarefas e possam relacionar-se com
os demais membros da equipe que fazem parte deste objetivo em comum.
Todavia, a empresa deve reconhecer nas pessoas a sua razão de existir e o
seu principal potencial de realização.
Além dos fatores mencionados, que são prioridades para o alcance
da motivação, por serem intrínsecos ao trabalho, deve-se elaborar um
relacionamento pessoal abrangente. O colaborador deve se sentir inserido em
todas as etapas deve existir uma cultura fluindo diretamente na empresa, que
o envolva desde a contratação, o treinamento e/ou aperfeiçoamento, avaliação
de seu desempenho, a promoção ou reconhecimento e até o sistema de
carreira.
Os estudiosos sempre buscaram para esclarecer suas dúvidas
respostas racionais que expliquem os fatores motivacionais, no entanto trata-
se de algo que se encontra dentro de cada um. Tais fatores precisam de uma
análise pessoal e muito detalhada. Os materiais existentes relatam maneiras
de desenvolver a motivação, mas chegar a uma única maneira que atenda a
todas as pessoas parece impossível, devido à complexidade e diversidade das
pessoas.
A questão da globalização é um fator que acaba atrapalhando os
processos de desenvolvimento motivacional pelo fato dos mesmos demorarem
a apresentar resultados. Outro obstáculo é o investimento necessário para
desenvolver a motivação do colaborador, pois com o alto número de pessoas
desempregadas que possuem boa qualificação, muitas organizações preferem
desligar o colaborador desmotivado e contratar um colaborador novo e
motivado para executar e satisfazer as necessidades da organização.
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Com o passar dos anos a preocupação com a qualidade de vida
dos colaboradores tem feito parte da rotina de algumas empresas que passam
a perceber o grande poder da motivação para o alcance de resultados acima
do esperado e duradouros. O funcionário nesta visão passa a ser considerado
um verdadeiro cliente interno e parceiro da empresa, devendo estar satisfeito e
motivado para que potencialize seus resultados e colabore com os objetivos da
organização.
Em plena era da informação todas as empresas possuem uma
prestação de serviços e valores quase que no mesmo patamar por isso torna-
se cada vez mais importante o diferencial no atendimento e na qualidade, o
que somente se consegue com o trabalho motivado das pessoas. A
humanização é uma tendência que crescerá muito ao longo do tempo.
39
BIBLIOGRAFIA
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BERGAMINI, Cecília Whitaker. Motivação nas Organizações. 4ª ed., São Paulo: Atlas, 1997.
41
ATIVIDADES CULTURAIS
42
FOLHA DE AVALIAÇÃO
NOME DA INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES TÍTULO DA MONOGRAFIA: COMPORTAMENTO HUMANO NAS ORGANIZAÇÕES: MOTIVAÇÃO AUTOR: GENEDELSON JOSE BASTOS JUNIOR DATA DA ENTREGA: AVALIADO POR: CONCEITO
43
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
(MOTIVAÇÃO ORGANIZACIONAL) 10
1.1 – Resumo Histórico 10
1.2 – Conceito 11
1.3 – A Motivação no Ambiente Organizacional 14
1.4 – Teorias da motivação 15
1.4 – Ciclo da Motivação 19
CAPÍTULO II
(A IMPORTANCIA DA MOTIVAÇÃO
NO DESEMPENHO DOS COLABORADORES) 21
2.1 – Fatores Motivacionais 22
2.2 – O Líder no Ambiente Psicossocial de Trabalho 27
CAPÍTULO III
(O GESTOR DE RH) 31
CONCLUSÃO 36
BIBLIOGRAFIA 39
ATIVIDADES CULTURAIS 41
FOLHA DE AVALIAÇÃO 42
ÍNDICE 43