UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren...
Transcript of UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren...
![Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/1.jpg)
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
LIDERANÇA – UMA COMPETÊNCIA ORGANIZACIONAL
Por: Tereza Teixeira Bosisio
Orientadora
Prof. Aleksandra Sliwowska
Rio de Janeiro
2012
![Page 2: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/2.jpg)
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
LIDERANÇA – UMA COMPETÊNCIA ORGANIZACIONAL
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Gestão Empresarial....
Por: . Tereza Teixeira Bosisio
![Page 3: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/3.jpg)
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu esposo, Paulo
Bosisio, que me deu força para
completar o curso.
![Page 4: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/4.jpg)
4
DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia ao meu esposo
Paulo e aos meus filhos, Rodrigo e
Beatriz.
![Page 5: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/5.jpg)
5
RESUMO
Este trabalho pretende mostrar alguns conceitos e teorias sobre liderança.
Comenta qual o perfil ideal do líder para se alcançar as metas estratégicas da
empresa, levando em consideração o cenário contemporâneo, movido por
aceleradas mudanças tecnológicas e a disputa acirrada do mercado pela
concorrência.
Elenca também a opinião de alguns autores quanto à competência da
liderança, e se ela é um talento nato ou se pode ser adquirido através de
treinamento.
Cita alguns líderes, que através de grandes feitos modificaram o rumo da
história.
![Page 6: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/6.jpg)
6
METODOLOGIA
A metodologia utilizada foi de pesquisa bibliográfica, através de livros de
autores como Robbins, Maximiano e Chiavenato.
![Page 7: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/7.jpg)
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Teorias sobre Liderança 10
CAPÍTULO II - O Papel do Líder na Organização 19
CAPÍTULO III – Líderes Treinados e Líderes Natos 33
CONCLUSÃO 44
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 45
ÍNDICE 46
![Page 8: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/8.jpg)
8
INTRODUÇÃO
Segundo definição de Warren Bennis(1988, P.179),
“O papel do líder é muito parecido com o de um regente
de orquestra. O trabalho real da organização é feito pelas
pessoas que se acham nela, assim como a música é
produzida pelos membros da orquestra. Mas o líder serve
ao papel crucial de assegurar que o trabalho certo seja
realizado na ocasião certa, que flua harmoniosamente em
conjunto e que o desempenho global tenha ritmo e a
coordenação apropriada, e cause o impacto desejado no
mundo externo. O grande líder, como o grande regente
de orquestra, busca o melhor que há em sua
organização.”
No capítulo I, serão citados vários autores que desenvolveram Teorias sobre a
liderança, tentando identificar semelhanças em traços de personalidade ou de
comportamento nos líderes. Muitas dessas teorias foram contestadas, porém
as Teorias Transacionais e Transformacionais ainda são utilizadas nas
discussões de liderança.
No capítulo II será mencionado como o líder é imprescindível para o sucesso
da empresa e se destacará que a cultura e os objetivos da organização
determinam o perfil adequado da liderança.
Com o cenário do mundo contemporâneo, movido por aceleradas mudanças
tecnológicas e com a disputa acirrada do mercado pela concorrência, o papel
do líder é fundamental para o alcance das metas da empresa. E para maior
sucesso ele deve possuir uma liderança visionária, pois não basta olhar o hoje,
as ações devem ser projetadas para o futuro.
![Page 9: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/9.jpg)
9
Na relação do líder com seus subordinados deve haver credibilidade,
confiança, lealdade e ética.
No capítulo III será citada a opinião de alguns autores que defendem a tese de
que a liderança é uma competência que pode ser desenvolvida.
A área de Recursos Humanos das empresas está promovendo treinamento
para desenvolvimento das competências de liderança para seus gestores.
Olhando para o curso de nossa história, encontramos alguns líderes que
através do carisma, conseguiram mobilizar muitos seguidores para a
realização de grandes feitos. Contudo vimos também alguns líderes que
transgredindo os padrões morais impulsionaram multidões de seguidores a
cometerem atos de crueldade.
![Page 10: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/10.jpg)
10
CAPÍTULO I
TEORIAS SOBRE LIDERANÇA
Para Warren Bennis,(1988, p.1),
“Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O
jovem a ataca e o velho se sente saudoso. Os pais a
perderam e a polícia está à sua procura. Os peritos
reivindicam-na e os artistas a rejeitam, enquanto os
eruditos a desejam. Os filósofos conciliam-na (como
autoridade) com liberdade e os teólogos demonstram sua
compatibilidade com a consciência. Enquanto os
burocratas fingem que a possuem, os políticos desejam
tê-la. Todos concordam em que há menos liderança do
que costumava haver.”
Segundo Gardner (1990, p.30),
“Nas burocracias empresariais e governamentais espera-
se que os empregados aceitem os superiores
hierárquicos como seus líderes. Mas, evidentemente, isso
com frequência não acontece. A presunção de altos
executivos de que, dados o seu cargo e a sua autoridade,
podem liderar sem ser líderes, é um dos motivos pelos
quais as burocracias entram em estagnação. Os
executivos recebem subordinados; precisam conquistar
seguidores.”
![Page 11: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/11.jpg)
11
O tema liderança serve de estudo para muitos autores, e alguns na
tentativa de identificar semelhanças em características pessoais ou de
comportamentos, definiram teorias ...
1.1 - Teorias de Traços de Personalidade
Estas são as teorias mais antigas no estudo da liderança. Nestas teorias é
observado os traços de um líder como qualidade ou característica marcantes
de personalidade, e define-se que tais características podem influenciar no
comportamento das demais pessoas. Estas teorias sofreram influências da
teoria do “grande homem” defendida por Carlyle, que diz que o mundo evoluiu
graças a realizações pessoais de homens que dominaram a história da
humanidade.(CHIAVENATO, 2003, p.124)
. Traços Físicos – Energia, aparência pessoal, estrutura e peso.
. Traços Intelectuais – Adaptabilidade, agressividade, entusiasmo e
autoconfiança.
. Traços Sociais – Cooperação, habilidades interpessoais e habilidade
administrativa.
. Traços Relacionados com a Tarefa – Impulso de realização, persistência e
iniciativa.
Essas teorias são muito criticadas, pois algumas características marcantes são
exigidas para alguns líderes e para outros não. Por exemplo, os traços
necessários para liderar uma missão de guerra não são as mesmas para uma
missão religiosa.
1.2 - Teorias sobre Estilos de Liderança
São teorias que estudam a liderança em termos de estilos de comportamento
do líder em relação aos seus subordinados. Enquanto a abordagem dos
traços se refere aquilo que o líder é, a abordagem dos estilos de liderança se
![Page 12: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/12.jpg)
12
refere àquilo que o líder faz, isto é, o estilo de comportamento para liderar.
(CHIAVENATO, 2003, p.124)
Para Maximiano (2004, p.313) o uso da autoridade é um tipo específico de
habilidade. A habilidade no uso da autoridade é outro foco importante no
estudo da liderança. Os termos Autocracia e democracia, transpostos do
terreno da política para o da administração, são empregados para definir duas
formas (ou estilos) de usar a autoridade, tanto a autoridade formal, quanto a
autoridade produzida pelo consentimento dos liderados.
O estilo pode ser autocrático ou democrático, dependendo se o líder centralizar
ou compartilhar a autoridade com o seus liberados. Esses estilos são
reconhecidos desde a Antiguidade clássica, assim como suas disfunções: o
excesso de democracia (a demagogia, que consiste em buscar a popularidade
com os governados) e a tirania (o abuso da autoridade). Ao longo dos séculos,
o conceito não mudou. (MAXIMIANO, 2004, P.313)
O famoso estudo pioneiro sobre liderança, de White e Lippitt (apud
Chiavenato, 2003, p.124) procurava verificar a influência causada por três
diferentes estilos de liderança nos resultados de desempenho e no
comportamento das pessoas :
Liderança Autocrática
O líder centraliza totalmente a autoridade e as decisões. Os subordinados não
têm nenhuma liberdade de escolha. O líder autocrático é dominador, emite
ordens e espera obediência plena e cega dos subordinados. Os grupos
submetidos à liderança autocrática apresentam o maior volume de trabalho
produzido, com evidentes sinais de tensão, frustração e agressividade. O líder
é temido pelo grupo, que só trabalha quando ele está presente.
Executivos de sucesso que se destacaram pelo seu estilo de liderança
autocrática: Robert Crandall, ex-presidente da American Airlines e Paul B.
Kazarian, ex-presidente da Sunbeam-Oester.
Liderança Liberal ( Laissez-Faire)
O líder permite total liberdade para a tomada de decisões individuais ou
grupais, delas participando apenas quando solicitado pelo grupo. O
![Page 13: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/13.jpg)
13
comportamento do líder é evasivo e sem firmeza. Os grupos submetidos à
liderança liberal não se saíram bem nem quanto à quantidade nem quanto à
qualidade de trabalho, com fortes sinais de individualismo, desagregação do
grupo, insatisfação, agressividade e pouco respeito ao líder.
Com este estilo de liderança podemos citar Bob Easton, presidente da
Daimler-Chrysler, como um líder de fala mansa, que evitava
deliberadamente tomar importantes decisões sobre produtos, delegando-
as às equipes.
Liderança Democrática
O líder é extremamente comunicativo, encoraja a participação das pessoas e
se preocupa igualmente como o trabalho e com o grupo. O líder funciona
como um facilitador para orientar o grupo, ajudando-o na definição dos
problemas e nas soluções, coordenando atividades e sugerindo ideias. Os
grupos submetidos à liderança democrática apresentaram boa quantidade de
trabalho, qualidade surpreendentemente melhor, acompanhada de um clima
de satisfação, de integração grupal, de responsabilidade e de
comprometimento das pessoas.
Chiavenato (2003, p.124) concluiu que na prática, o líder utiliza os três
processos de liderança, de acordo com a situação, com as pessoas e com a
tarefa a ser executada. O líder tanto manda cumprir ordens, como consulta os
subordinados antes de tomar uma decisão, como sugere a maneira de realizar
certas tarefas: ele utiliza a liderança autocrática, democrática e liberal. O
desafio da liderança é saber quando aplicar qual estilo, com quem e em que
circunstâncias e atividades.
1.3 - Liderança Situacional
A essência das teorias situacionais é que para o líder ser eficaz precisa
ajustar seu estilo a situação existente. O problema maior é como avaliar a
situação. (MAXIMIANO, 2004)
![Page 14: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/14.jpg)
14
Existem muitos defensores e muitos críticos destas teorias.
. Modelo de Tannenbaum e Schmidt
Tannenbaum e Schmidt (apud Maximiano ,2004, p.320) propõem três critérios
para avaliar a situação :
1) O próprio gerente: a forma como o líder comporta-se é influenciada
principalmente por sua formação, conhecimento, valores e experiência.
Uma pessoa que valoriza a iniciativa e a liberdade, por exemplo, tende a
dar prioridade aos comportamentos democráticos.
2) Os funcionários: as características dos funcionários influenciam a
escolha e a eficácia do estilo de liderança. Para Tannenbaum e
Schmidt, o dirigente deveria proporcionar maior participação e liberdade
de escolha para os funcionários quando estes apresentassem as
seguintes características, entre outras: capacidade de identificar os
objetivos da organização, desejo de assumir responsabilidade e tomar
decisões, experiência para resolver o problema eficientemente,
expectativa de participar e intensa necessidade de independência.
3) A situação: o clima da organização, o grupo de trabalho, a natureza da
tarefa e a pressão do tempo caracterizam a situação dentro da qual os
estilos funcionam com maior ou menos eficácia. Uma organização cuja
alta direção tenha cultura marcial, por exemplo, tenderá a fazer seus
gerentes favorecerem os estilos orientados para a tarefa.
. Modelo de Fiedler
Fred Fiedler (apud Maximiano, 2004, p.320) entende que as situações que os
líderes enfrentam podem ser avaliadas em três características:
1) Relação Líder - membro – o grau de intimidade, confiança e respeito
dos subordinados em relação ao líder.
2) Estrutura da tarefa – O grau em que as tarefas do cargo do subordinado
são estruturadas.
3) Poder da posição – O grau de influência exercida pelo líder sobre
variáveis como contratação, demissão, disciplina, promoções e aumento
de salário.
![Page 15: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/15.jpg)
15
Segundo Maximiano (2004, p.321), Fiedler e outros pesquisadores que
analisaram diferentes situações em inúmeras organizações, por meio de
questionários que medem o estilo do líder e as características da situação,
concluíram que a liderança orientada para a tarefa é eficaz nas situações que
são muito favoráveis para o líder, contudo a liderança orientada para as
pessoas é eficaz nas situações de dificuldade intermediária.
. Modelo de Hersey-Blanchard
Para Hersey e Blanchard (apud Maximiano, 2004, p.321) a capacidade e
interesse dos subordinados de fazer um bom trabalho, é a principal
característica da situação que qualquer líder enfrenta. A maturidade deve ser
analisada em relação a uma tarefa específica, de forma que uma pessoa ou
grupo não seja jamais imaturo de forma completa, porque pode dominar
diferentes tarefas de forma diferente.
Um dos pontos fortes nesta teoria é o reconhecimento da competência e
motivação como elementos importantes do processo de liderança. Por outro
lado, existem críticas a esta teoria onde se julga impossível medir confiável e
sistematicamente a maturidade das pessoas.
Todas as teorias da liderança sofrem muitas críticas, mas são valorizadas
quando propõem princípios como o da liderança situacional e o de que a
liderança deve ser flexível e ajustada a situação.
. Modelo do Caminho-objetivo
Segundo Robbins (2005, p.386) esta teoria aborda que a função de líder é
ajudar seus seguidores a alcançarem os seus objetivos, fornecendo a direção
e o apoio necessário para assegurar que sejam compatíveis como os objetivos
globais do grupo ou organização.
1.4 - Liderança Transacional
Para Maximiano( 2004, p.325),
![Page 16: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/16.jpg)
16
“O líder transacional é o que apela aos interesses,
especialmente às necessidades primárias dos seguidores.
Ele promete recompensas como aumentos salariais,
promoções, privilégios e vantagens no ambiente de
trabalho; ou ameaças para conseguir que os seguidores
(ou subordinados) trabalhem para realizar as metas.”
1.5 – Liderança Transformacional
Robbins(2005) ressalta que, líderes Transformacionais inspiram os seguidores
a transcender seus próprios interesses para o bem da organização, exercendo
um efeito profundo e extraordinário sobre eles. Conclui também que estes
líderes levam em conta as preocupações e as necessidades de
desenvolvimento de cada seguidor; transformam a consciência dos seguidores
sobre diversas questões, ajudando-os a considerar velhos problemas a partir
de novas perspectivas; e são capazes de instigar, despertar e inspirá-los a
dedicar esforço extra no alcance das metas do grupo.
Dentro da lista de executivos de sucesso que se destacam estão Jack Welch,
executivo da General Eletric; Bill Gates, da Microsoft, Ray Kroc, do
McDonald’s; Soichiro Honda, da Honda; Lee Iacocca, da Chrysler e Anita
Roddick, da Body Shop.
Liderança Carismática
A liderança carismática é um subconjunto da liderança transformacional.
(ROBBINS, 2005, P.398)
Segundo Ronald Deluga (apud MAXIMIANO, 2004, p.324 ),
“Carisma é a influência que o líder transformador exerce
sobre os seguidores. O carisma apela às emoções dos
![Page 17: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/17.jpg)
17
seguidores e estimula sua identificação com o líder. O
carisma é a condição mais importante, mas não é a única,
para que surja um líder transformador.”
O estudo da liderança carismática é um ramo importante do enfoque
comportamental na atualidade. O líder carismático pode ser inspirador,
transformador, revolucionário e agente de mudanças. (MAXIMIANO, 2004,
p.324)
Segundo Massie (Apud MAXIMIANO, p. 324 ),
“Qualquer que seja o qualificativo, o líder desse tipo é
alguém que leva os seguidores a transcenderem seus
próprios interesses e a trabalharem excepcionalmente
para a concretização da missão, meta ou causa. Para
alcançarem esse grau de comprometimento e realização,
os líderes carismáticos devem dar especial atenção para
as necessidades de desenvolvimento de seus seguidores.
No final das contas, os líderes carismáticos afetam
profundamente seus seguidores porque os encorajam e
inspiram, para que eles vejam os problemas de maneira
diferente, deem o máximo de si e apresentem novas
ideias.”
Para David Lohman (Apud MAXIMIANO, p. 324), “a liderança transformadora
consiste em estabelecer valores e padrões e criar os meios para guiar os
esforços coletivos na direção das metas.”
Muitos autores tentam definir conceitos para explicar a Liderança, alguns
desenvolveram teorias utilizando pesquisas para sustentá-las. A Teoria dos
traços de personalidade tentou definir algumas características que poderiam
![Page 18: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/18.jpg)
18
definir o perfil de um líder. Depois surgiram as Teorias situacionais, que
argumentavam que os líderes são criados por cada situação. A liderança
transacional aponta a relação do líder e liderados como uma troca, uma
recompensa por serviços. Nas ideias de liderança transformacional o líder
inspira seus seguidores a dedicarem esforço extra para alcançarem as metas.
Muitas outras teorias foram apresentadas mas a transacional e
transformacional ainda são utilizadas nas discussões sobre liderança.
![Page 19: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/19.jpg)
19
CAPÍTULO II
O PAPEL DO LIDER NA ORGANIZAÇÃO
Como já fora estudado, se for analisado o perfil de cada líder, se conclui que
existem várias categorias deles. Todos podem ser bem-sucedidos se
estiverem em sintonia com as necessidades da organização. Ele pode ser
centralizador ou participativo, focado em resultados ou em pessoas, olhar
apenas para dentro de empresa ou para o externo, ser desagregador ou
integrador de equipes, adepto do vale-tudo pelos objetivos ou íntegro.
O que vai determinar o perfil adequado é a cultura da empresa ou o momento
pelo qual ela está passando. Em tempos de crise, um líder centralizador e
focado em resultados é mais apropriado. Para organizações inovadoras, que
visam o longo prazo ou a sustentabilidade dos negócios, um participativo, que
interage com os funcionários e está atento às demandas do mercado é o
indicado.
Podermos descrever um tipo de líder que é focado em metas, tarefas, realiza-
se trancado na empresa, cumpre o combinado, lidera apenas sua equipe,
cujos profissionais são inspirados pela hierarquia, tornam-se seguidores do
chefe. É o líder do passado, comum em empresas conservadoras, cuja
característica centralizadora do fundador ainda persiste.
Por outro lado existe líder que tem um olhar de 360° e atua onde for
necessário, entregando sempre mais do que o combinado, compartilhando
com seu time causas e propósitos, de maneira integrada, criando valores para
todos os envolvidos – funcionários, clientes, comunidades – e, principalmente,
formando sucessores.
Este último tipo é a referência para o momento atual, com grandes mudanças
econômicas, sociais e políticas. Contudo, as empresas também têm que rever
conceitos. Precisam estar preparadas para esse cenário de constante
transformação que exige líderes capazes. E não adianta fazer benchmark com
corporações reconhecidas como modernas. Uma fórmula bem-sucedida em
![Page 20: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/20.jpg)
20
uma empresa não necessariamente dará certo em outra, a cultura e os
objetivos da organização determinam o perfil de liderança necessário.
Em uma organização, dificilmente a missão, visão e objetivos seriam
alcançados sem que houvesse um líder. A liderança está associada a estímulo
e incentivos que possam provocar a motivação nas pessoas para alcançarem
a realização das metas.
2.1 - Liderança Visionária
Para Roobins (2005, p.400),
“A liderança visionária é a habilidade para criar e articular
uma visão do futuro, realista, digna de crédito e atraente,
que cresce a partir do presente e o aperfeiçoa. Essa
visão, desde que corretamente escolhida e implementada,
é tão estimulante que efetivamente dá um arranque no
futuro ao instigar as habilidades, os talentos e os
recursos para fazer com que ele aconteça.”
Segundo Robbins(2005), a defesa da liderança visionária foi feita por diversos
autores, e cita várias afirmações:
“A organização do século XXI praticamente exige a liderança visionária. Não
pode funcionar sem ela, pois uma organização movida por acelerada mudança
tecnológica, cujos cargos são ocupados por uma mistura diversa, multicultural,
de trabalhadores dotados de elevado conhecimento intelectual, que lidam com
a complexidade global, um vasto caleidoscópio de necessidades de clientes
individualizados e demandas incessantes de clientelas múltiplas, simplesmente
se autodestruiria sem um sentido comum de direção.”
“A cola que liga os indivíduos a um grupo dotado de uma meta comum...
Quando compartilhada pelos funcionários, pode manter uma campanha inteira
avançando diante das dificuldades, capacitando e inspirando líderes e
funcionários da mesma forma.”
![Page 21: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/21.jpg)
21
“Uma visão é constituída de imagens claras e convincentes, que propiciam
uma forma inovadora de melhorar, reconhecer e utiliza as tradições, e se
vincula a ações que as pessoas podem empreender para realizar a mudança.
A visão recorre às emoções e a energia das pessoas. Corretamente
articulada, uma visão gera o entusiasmo que as pessoas possuem para os
eventos esportivos e as outras atividades de lazer, trazendo a energia e o
envolvimento para o local de trabalho.”
O debate sobre a importância da visão pode ser mais bem conciliado pelo
reconhecimento de que a liderança visionária precisa ser apoiada por planos
detalhados. O executivo de uma organização precisa de uma visão para guiar
as ações planejadas para o futuro e de um alto nível de atenção nas
operações cotidianas. Nenhuma grande visão pode substituir a boa
administração do dia-a-dia. Ambas são necessárias (ROBBINS,2005).
Para Tichy e Cohen (1999), os líderes que dispõem de história sobre o futuro
não são simplesmente líderes com uma visão. Hoje em dia, centenas de
consultorias em gestão prosperam ajudando líderes a desenvolver “visões
corporativas” e a realizar “workshops de visão”. Para as organizações isso é
de grande valia, pois seus líderes precisam saber onde pretendem chegar.
Mas, para uma organização ter sucesso não é suficiente ter uma visão,
simplesmente porque ser “razoavelmente eficiente” não basta. Para estar
consistente à frente, em um mundo que hoje muda em ritmo frenético, as
organizações precisam agir rápida e decisivamente. Isto significa que os
líderes precisam oferecer mais do que uma visão, ou mais que um instantâneo
estático de onde querem chegar. Eles precisam também de motivação e
planos de ação. Os líderes vencedores conseguem isso criando história.
Robbins (2005) explica que as propriedades fundamentais de uma visão
parecem ser possibilidades inspiradoras que sejam centradas em valores
realizáveis e comunicadas por meio de imagens e palavras superiores. As
visões devem criar possibilidades que sejam inspiradoras, ímpares e ofereçam
![Page 22: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/22.jpg)
22
uma nova ordem capaz de produzir distinção organizacional. Visões desejáveis
atendem aos tempos e às circunstâncias, e refletem a singularidade da
organização. As pessoas também precisam acreditar que a visão seja
alcançável, ela deve ser vista como desafio, mas um desafio factível. Visões
que possuem articulação clara e imagens poderosas são facilmente
compreendidas e aceitas.
Existem grandes lideres que fizeram história através de seu estilo visionário,
seguindo uma trajetória de sucesso, como alguns exemplos abaixo:
. Bill Gates é um líder visionário, porque criou uma direção para a Microsoft
que definiu o futuro da informática.
. Walt Disney, isoladamente, reinventou a ideia de um parque de diversões
quando descreveu sua visão da Disneylandia no início dos anos 1950.
. Rupert Murdoch foi uma das primeiras pessoas a ver o futuro da indústria de
comunicação na combinação entre entretenimento e mídia de notícias. Por
meio de sua News Corporation, Murdoch integrou com sucesso uma rede de
radiodifusão, canais de televisão, estúdios cinematográficos, editora e
distribuição global via satélite.
. Steve Jobs criou uma visão para a Apple que mobilizou os funcionários em
torno da ideia de não simplesmente montar computadores, mas mudar
radicalmente o mundo.
Robbins (2005) aponta quais habilidades os líderes visionários possuem.
Uma vez identificada a visão, esses líderes parecem ter três qualidades
relacionadas à eficácia em seus papéis visionários :
. A capacidade para explicar a visão aos demais. O líder precisa esclarecer a
visão, as ações e os objetivos almejados, por meio da clara comunicação oral
e escrita. A melhor visão pode ser ineficaz se o líder não for um grande
comunicador.
. Ser capaz de expressar a visão não apenas verbalmente, mas também pelo
comportamento de líder. O líder precisa se comportar de maneira a transmitir
constantemente e reforçar a visão.
![Page 23: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/23.jpg)
23
. Estender a visão para diferentes contextos de liderança. Trata-se da
habilidade de ordenar as atividades, de forma que a visão possa ser aplicada a
uma diversidade de situações.
2.2 - Credibilidade e Confiança
Para Gardner (1990, p.33),
“Os líderes podem fazer muito para preservar o nível necessário de confiança.
E a primeira exigência é que tenham a capacidade de, eles próprios, inspirar
confiança.”
Segundo Robbins(2005), se é necessário que as pessoas se disponham a
seguir alguém, seja no campo de batalha ou no conselho de diretores, elas
primeiro desejam se certificar de que esse alguém seja merecedor da
confiança. Além de serem honestos, os líderes confiáveis precisam ser
competentes e inspiradores. Eles possuem capacidade pessoal de transmitir
eficazmente confiança e entusiasmo. Dessa forma, os seguidores julgam a
credibilidade de um líder por sua honestidade, competência e habilidade para
inspirar.
“Um dos pré-requisitos mais importantes para a confiança num líder é a
firmeza. A necessidade de confiança é não apenas eticamente desejável, mas
também, em geral, uma necessidade prática.” (Gardner, 1990, p.49)
“Confiança é a convicção na integridade, caráter e habilidade do líder. Quando
os seguidores confiam em um líder, não temem se expor às suas ações
porque sentem confiança que seus direitos e interesses não serão
conspurcados.”(ROBBINS,2005, P.403)
Gardner (1990) conta que na Itália do século XVI, onde as relações entre os
reinos antagônicos eram uma briga de foice incessante, o conselho arrepiante
![Page 24: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/24.jpg)
24
de Maquiavel ao príncipe – “É necessário... ser fingido e dissimulado”, ou,
como outro tradutor interpreta a mesma passagem: “Deveis ser um grande
mentiroso e hipócrita” – pode ter sido justificado. E, comandando regimes
implacáveis, Hitler e Stalin puderam viver de traições. Mas, em nossa
sociedade, os líderes devem trabalhar para aumentar o nível de confiança.
Através de uma pesquisa, foram identificadas cinco dimensões subjacentes ao
conceito de confiabilidade: (ROBBINS,2005)
. Integridade: honestidade e sinceridade
. Competência: conhecimento e habilidades técnicas e interpessoais
. Consistência: confiança, previsibilidade e discernimento no controle das
situações
. Lealdade: disposição para proteger e salvar as aparências de uma pessoa
. Franqueza: disposição para compartilhar livremente ideias e informações
A avaliação máxima da honestidade como característica identificadora de
líderes admirados indica a importância da credibilidade e da confiabilidade
para a eficácia da liderança. É provável que essas qualidades sempre tenham
sido importantes, mas mudanças recentes no local de trabalho têm
redirecionado o foco da questão da formação de confiança das líderes.
Robbins (2005) concluiu que a tendência rumo à concessão de maior poder
aos indivíduos e à criação de equipes de trabalho autogeridas tem reduzido ou
eliminado muitos mecanismos de controle tradicionalmente utilizados para
monitorar os funcionários. Se um grupo de trabalhadores, por exemplo, é livre
para programar seu próprio trabalho, avaliar seu próprio desempenho e até
para tomar suas decisões de contratação para a equipe, a confiança se torna
crucial. Os funcionários precisam ter confiança de que a administração os
tratará com justiça ,e a administração precisa confiar que os trabalhadores
cumprirão escrupulosamente suas responsabilidades. E a tendência rumo à
ampliação das relações não hierárquicas dentro das organizações e entre elas
aumenta a necessidade da confiança interpessoal. Cada vez mais os gerentes
precisam liderar pessoas que estão fora de seu campo de atuação – membros
![Page 25: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/25.jpg)
25
de equipe interfuncionais, indivíduos que trabalham para fornecedores e
clientes, ou que representam outras organizações por meio de alianças e
parcerias estratégicas.
2.3 - Ética
A palavra ética, do grego ethos, significa hábitos e costumes. A ética é uma
disciplina que trata e avalia o comportamento de pessoas e organizações.
Existem códigos de ética que determinam valores que orientam o
comportamento das pessoas e das organizações com seus administradores.
Há muitos anos que este assunto é estudado nos principais livros de
administração, mas atualmente é dado mais importância a esta qualidade na
liderança.
O mundo contemporâneo questiona o comportamento das empresas, exigindo
atitudes politicamente corretas. A ética e a responsabilidade social das
organizações vêm sendo observadas nas questões de problemas globais,
como por exemplo: poluição, meio ambiente, corrupção, desemprego,
qualidade de vida, proteção dos consumidores,...
O líder na posição de grande executivo ou exercendo um cargo público de
responsabilidade social, deve estar acompanhando as mudanças de
tendências mundiais e a evolução acelerada da tecnologia. O líder deve estar
atento e pensar a frente para estar sempre efetuando ações preventivas para
evitar acidentes naturais.
Robbins (2005, p.414) descreve que a ética afeta a liderança em uma série de
pontos. Os líderes transformacionais, por exemplo, foram descritos por uma
autoridade no assunto, como fomentadores de virtude moral, quando tentam
mudar as atitudes e os comportamentos dos seguidores. Também o carisma
possui um componente ético. Líderes antiéticos tendem a usar seu carisma
para aumentar o poder sobre os seguidores, com vista a atender seus próprios
fins. Considera-se que os líderes éticos utilizam seu carisma de um modo
socialmente construtivo para atender aos outros. Há ainda a questão do abuso
de poder pelos líderes, por exemplo, quando atribuem a si mesmo salários e
![Page 26: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/26.jpg)
26
gratificações enormes e, ao mesmo templo, procuram reduzir custos demitindo
funcionários com muito tempo de casa. E, naturalmente, o tópico da confiança
refere-se explicitamente à honestidade e à integridade na liderança.
A eficácia na liderança precisa considerar os meios que um líder utiliza ao
tentar alcançar as metas, bem como o conteúdo delas. Jack Welch, executivo
da General Eletric, por exemplo, é constantemente descrito como um líder
altamente eficaz, porque conseguiu obter lucros excelentes para os acionistas.
Mas também é duramente criticado e conhecido como um dos executivos mais
inflexíveis e mais odiado do mundo. Do mesmo modo, o sucesso de Bill Gates
em levar a Microsoft ao domínio mundial do ramo de software foi obtido por
meio de uma cultura de trabalho extremamente exigente. A cultura da
Microsoft exige muitas horas de trabalho e não tolera indivíduos que desejam
equilibrar trabalho e vida pessoal.
Robbins (2005) acrescenta que a liderança ética deve considerar o conteúdo
das metas do líder e se as mudanças que o líder propõe para a organização
são moralmente aceitáveis. É questionável se um líder empresarial é eficaz
se construir o sucesso da organização vendendo produtos prejudiciais à saúde
de seus usuários, da mesma forma seria questionável os executivos da
indústria de cigarros. Poderia também ser discutido se um líder militar é
bem-sucedido se ganhar uma guerra que nem deveria ter começado.
A liderança não é isenta de valores. Antes de julgarmos algum líder como
eficaz, devemos considerar tanto os meios utilizados por ele para alcançar
suas metas como o conteúdo moral dessas metas.
O papel do líder, na empresa, é influenciar indivíduos e grupos para que as
metas da empresa sejam alcançadas. Quando se analisa a liderança como
positiva ou negativa está sendo levado em consideração os valores, não o
conceito de liderança. O chefe do Comando Vermelho pode exercer liderança
negativa, porque seus valores repudiam o crime, mas para os seguidores de tal
chefe sua liderança é muito positiva, uma vez que os valores deles não estão
referidos ao respeito a outras pessoas. O chefe do Comando Vermelho exerce
liderança em relação a um grupo de criminosos seus seguidores, assim como
![Page 27: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/27.jpg)
27
Mandela em relação aos sul-africanos. Ambos influenciaram indivíduos e
grupos cujos valores, motivação, expectativas e interesses estão com eles
sintonizados.
Os líderes que mais admiramos ajudam a revitalizar nossas crenças e valores
compartilhados. Sempre dispensaram uma parte de seu tempo ensinando a
estrutura de valores.
Às vezes a afirmação de valores do líder desafia a hipocrisia arraigada, ou
entra em conflito com os valores defendidos por um segmento do grupo de
seguidores.
2.4 - Liderança x Autoridade
(Gardner, 1990, p.30) A maior parte dos administradores exibe algumas
habilidades de liderança, e a maior parte dos líderes ocasionalmente se vê
administrando. Liderança e administração não é a mesma coisa, mas elas se
sobrepõem. Faz sentido incluir a administração, na lista dos encargos que os
líderes devem cumprir.
A palavra líder é frequentemente empregada para descrever os indivíduos que
detêm autoridade formal devido ao cargo hierárquico que possui na
organização. Porém nem sempre exibem comportamento de liderança. Por
outro lado, encontram-se pessoas que demonstram liderança nas
organizações, mesmo que não ocupem cargos formais.
Um dos pontos que um líder convive diariamente é a tomada de decisão. É
preciso optar por produtos, estratégias, mercados, políticas, operações,
tecnologias, objetivos, etc. No processo decisório, a informação tem um papel
muito importante, para minimizar as incertezas e assegurar o sucesso na
escolha. Neste sentido, o executivo busca métodos eficazes de coleta e uso
da informação, que está no ambiente interno da organização, no mercado e
nos veículos de pesquisas. Para armazenar e traduzir em resultados, utiliza
os recursos da informática para auxiliá-lo.
![Page 28: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/28.jpg)
28
2.5 - Liderança x Poder
“Os líderes precisam de poder como meio para facilitar o alcance da meta.
Poder é a capacidade de um líder de influenciar o comportamento de outro
indivíduo ou grupo, de forma que façam algo que, em outras circunstâncias,
não fariam.” (ROBBINS, 2005, p.404)
Para Gardner (1990, p.71),
“O poder é simplesmente a capacidade de provocar
certas consequências predeterminadas no
comportamento dos outros. Pais têm poder. Da mesma
forma professores, policiais, supervisores, executivos de
nível médio, todos em virtude da posição que ocupam.
Outros têm poder em virtude de qualidades intrínsecas,
tais como persuasão, beleza ou dons de liderança.”
Robbins (2005) acrescenta que talvez o aspecto mais importante do poder seja
o de que ele é uma função da dependência. Quando você possui um recurso
de que outros necessitam, mas que apenas você controla, você os torna seus
dependentes e, com isso, ganha poder sobre eles. Esse recurso pode ser
informação, dinheiro, status, habilidades, amigos em posição elevadas ou
qualquer outra coisa que os demais desejam. A dependência aumenta quando
o recurso que você controla é importante, escasso ou insubstituível. Se
ninguém desejar o que você tem, não haverá dependência. Para criar
dependência, portanto, o que você controla deve ser tido como importante.
Constatou-se, por exemplo, que as organizações buscam ativamente evitar a
incerteza.
Segundo Gardner (1990), os líderes quase nunca detêm tanto controle quanto
se diz, e os seguidores quase nunca são tão submissos quanto se imagina.
Não é recente a descoberta de que a influência e a pressão fluem em mão
![Page 29: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/29.jpg)
29
dupla. Os primeiros sociólogos que escreveram sobre esse tema já levantaram
a questão. Max Weber (1864-1920), ao discutir os líderes carismáticos, afirmou
que esses líderes surgem, em geral, em épocas de inquietação, e que seus
seguidores exibem “uma devoção nascida da aflição”. Em outras palavras, o
estado de espírito dos seguidores é um ingrediente de grande influência para
se explicar o surgimento do líder carismático.
Georg Simmel (1858-1918)(apud Gardner, 1990,p. 39), grande contemporâneo
de Weber, foi ainda mais explícito, sugerindo que os seguidores têm
praticamente tanta influência sobre seus líderes quanto os líderes sobre eles.
Os líderes não podem manter a autoridade, escreveu ele, a não ser que os
seguidores estejam preparados para acreditar nessa autoridade. Num certo
sentido a liderança é conferida pelos seguidores. Dizer que os seguidores
possuem uma influência substancial sobre os líderes pode soar como o ponto
de vista de alguém enraizado da tradição democrática. Mas Weber e Simmel
escreviam na Alemanha anterior à Primeira Guerra Mundial; seus pontos de
vista dificilmente são produtos de um meio populista.
Para Robbins (2005), tanto a liderança como o poder envolvem a tentativa de
influenciar os outros. Mas o poder não requer congruência de meta nem se
concentra isoladamente na influência vertical descendente. Não requer
compatibilidade da meta; requer apenas dependência. Por outro lado, a
liderança requer alguma congruência entre as metas do líder e as dos
liderados e tende a concentrar-se na influência vertical descendente dos
líderes. Ela minimiza a importância de padrões de influência laterais e verticais
ascendentes. O mesmo não acontece com o poder. O conceito de poder
reconhece que os iguais e os subordinados tentam frequentemente influenciar
o líder. Não é raro, por exemplo, que um membro de posição inferior em uma
organização filtre as informações que ele fornece ao seu chefe para tornar
mais atraentes certas opções de decisão. Essa iniciativa é, basicamente, uma
tentativa de utilizar influência vertical ascendente para fazer com que o chefe
se comporte de modo a favorecer sua posição.
![Page 30: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/30.jpg)
30
Se alguma coisa for abundante, sua posse não resultará em aumento de
poder. Para criar dependência, um recurso precisa ser percebido como
escasso. A escassez pode ajudar a explicar como os membros de posição
inferior em uma organização, que possuem conhecimento importante que não
se acha disponível aos membros de posição superior, obtêm poder sobre os
membros de posição mais elevada. Deter um recurso escasso, neste caso
conhecimento importante, torna o membro de posição superior dependente
daquele de posição inferior. (ROBBINS, 2005, P.406)
A tecnologia aumentou e ao mesmo tempo diminuiu o poder da informação
nas organizações atuais. As especializações se tornaram uma base de poder
cada vez mais influente nas organizações. Entretanto, as redes de
computadores ampliam a disponibilidade da informação e, ironicamente,
reduziram com isso o poder do líder. Quando os líderes eram os únicos que
sabiam das coisas, podiam usar esse conhecimento para controlar seus
seguidores. Isso já não é mais possível. A democratização da informação
diminuiu o poder de muitos líderes ao tornar a informação mais abundante.
(ROBBINS, 2005, P.406)
“É necessário distinguir entre líderes e pessoas que detêm poder. Por
definição, os líderes sempre têm poder. Mas muitos detentores do poder não
têm o menor traço de liderança.”(GARDNER, 1990, P.72)
Apesar da liderança e do exercício do poder serem atividades diferenciáveis,
elas se sobrepõem e se interligam de modos importantes. Tomem por exemplo
um diretor-executivo de uma corporação, que tem o dom de inspirar e
motivaras pessoas, que têm visão, que faz crescer o ânimo dos empregados
com um resultante aumento de produtividade e de qualidade do produto e uma
queda no rodízio de pessoal e no absenteísmo. Isso é liderança. Mas surgem
indícios de que a companhia está ficando para trás na corrida tecnológica.
Certo dia, de uma só penada, o diretor-executivo aumenta os fundos
![Page 31: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/31.jpg)
31
disponíveis para a divisão de pesquisas. Isso é exercício do poder. Uma
penada poderia ser feita por um executivo sem nenhuma das qualidades
associadas à liderança. (GARDNER, 1990, P.72)
Os líderes que ocupam posições elevadas em sistemas organizados têm poder
que brota de sua posição institucional, e não hesitam em utilizar esse poder
para promover seus propósitos. Podem ser muito convenientes, mas não
vivem só de persuasão – e sim de persuasão entremeada do exercício do
poder. (GARDNER, 1990)
Os líderes diferem de forma marcante entre si, na forma como usam seu
poder. Alguns o empregam para criar um clima de coerção e intimidação;
outros o empregam simplesmente como um útil complemento de seus dons de
persuasão e para promover um clima de colaboração e de esforço voluntário.
Em nossa sociedade democrática, concedemos poder a pessoas para
propósitos específicos. Se, por motivos ideológicos ou temperamentais, elas se
recusam a exercer o poder que lhes foi concedido, devemos buscar outras. Se
por exemplo: prefeitos, juízes, promotores públicos e outros cargos públicos,
não usam de forma apropriada os poderes de seus cargos, devem ser
substituídos.
Dizer que um líder se preocupa com o poder é como dizer que um jogador de
tênis de preocupa em fazer arremessos que um oponente não consiga
devolver. É lógico que os líderes se preocupam com o poder! As questões
significativas são: que meios utilizam para obtê-lo? Como o exercem? Para
que fins o exercem?
Hitler usou a traição e a intimidação para alcançar o poder, com o fim de
escravizar o povo alemão, escravizar os judeus e esmagar as nações da
Europa.
![Page 32: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/32.jpg)
32
Para alguns detentores do poder, não há outro fim que não o poder em si
mesmo. O puro prazer do domínio é o objeto do exercício. Aprendemos a não
admirar nem confiar nesse tipo de pessoa.
![Page 33: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/33.jpg)
33
CAPÍTULO III
LÍDERES TREINADOS E LÍDERES NATOS
Para Tichy e Cohen (1999, p.6), todas as pessoas têm potencial de liderança
represado, assim como têm potencial atlético represado. Existem diferenças
claras quanto à quantidade de potencial reprimido, por conta da natureza e
criação de um indivíduo, ou seja, genes e educação. Mas não importa o nível
de desempenho atlético ou de liderança que uma pessoa hoje apresenta, ele
ou ela podem realizar melhorias significativas. Não é todo mundo que pode
tornar-se presidente de uma empresa que fatura bilhões de dólares, assim
como não é todo mundo que pode ser um campeão nas Olimpíadas ou em
Wimbledon, mas com treinamento e prática podemos melhorar muito a partir
do ponto em que estamos. O importante é a liderança está dentro de você.
Para Bennis (1988), os líderes não são natos,
“As biografias dos grandes líderes algumas vezes são
lidas como se eles tivessem vindo ao mundo com uma
extraordinária dotação genética, como se de algum modo,
seu futuro papel de liderança estivesse predestinado. Não
acreditem nisso. A verdade é que as maiores
capacidades e competências dos líderes podem ser
aprendidas, e todos nós somos educáveis, pelo menos
se desejarmos aprender e se não sofrermos de sérios
problemas de aprendizagem. Além do mais, quaisquer
dotes naturais relacionados com liderança podem ser
melhorados; o aprendizado é mais importante do que a
carga genética na determinação de um líder de sucesso.”
Isto não visa a sugerir que é fácil aprender a ser um líder. Não existe fórmula
simples, nem ciência rigorosa, nem livro de receitas que leve inexoravelmente
à liderança de sucesso. Ao invés, tratar-se de um processo profundamente
![Page 34: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/34.jpg)
34
humano, cheio de tentativas e erros, vitórias e derrotas, ocasiões certas e
acasos, intuição e discernimento.
3.1 - Líderes desenvolvendo líderes
Tichy e Cohen (1999, p.201) explica que embora alguns executivos não
desenvolvam líderes, a maioria tem condições para isso. No entanto, isso
requer um forte compromisso. Um líder que aspire a ser um professor
vencedor organiza cada reunião, toma cada decisão e desenha cada estrutura
organizacional tendo em mente o desenvolvimento de outras pessoas. Para
os líderes vencedores, ensinar não é uma atividade secundária, paralela,
realizada uma vez ou outra. Está na essência de como lideram, na essência
de tudo que fazem.
Muitos executivos têm dificuldade em direcionar a competitividade de suas
equipes contra os concorrentes. Porém, para se ter líderes desenvolvendo
líderes, as pessoas precisam de uma perspectiva de recompensa pelos seus
esforços. Os líderes mais maduros devem convencer as pessoas que
desenvolver líderes é bom para eles, a curto e longo prazo. Antes de mais
nada, devem desenvolver um ponto de vista educativo para explicar e
convencer por que a existência de um sistema de formação de líderes é bom
para a empresa. Sem isso, ninguém assumirá com absoluta convicção o seu
compromisso, e qualquer tentativa de motivar o resto da organização irá se
parecer mais com campanhas motivacionais e comemorações internas do tipo
“eventos do mês” O desenvolvimento de líderes requer a energia e a
determinação de todos na organização. Assim, a primeira tarefa de um líder é
motivar e conseguir o entusiasmo e a adesão de todos os empregados pra o
esforço necessário. Depois disso, o líder precisa sustentar suas palavras com
ações que recompensem as pessoas, com base na totalidade de sua
contribuição e não apenas por seus resultados em um dado trimestre. ( TICHY
e COHEN,1999, p.201)
![Page 35: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/35.jpg)
35
Tichy e Cohen (1999, p.201) explica que ensinar e aprender são aspectos de
liderança que estão inextricavelmente entrelaçados. Liderança é a capacidade
de realizar coisas por meio de outras pessoas, transformando a estrutura
mental delas e energizando-as para a ação. Uma liderança de sucesso realiza
isso através de ideias e valores, e não através de coerção ou manipulação
maquiavélica. Isso vale para todos os níveis, desde um novo engenheiro tendo
que usar da liderança para influenciar colegas e superiores, ou um líder de
projeto de nível médio que precisa exercer liderança para cima, para baixo e
horizontalmente, até executivos no topo de corporações multibilionárias.
Organizações que querem vencer precisam de líderes, e a única maneira de
consegui-los é conscientemente ensiná-los e prepara-los.
3.2 - Motivação
(Gardner, 1990, p.30) Os líderes não criam motivação do nada. Eles liberam
ou canalizam motivos existentes. Qualquer grupo tem um grande emaranhado
de motivos. Os líderes eficazes estimulam aqueles que servem aos propósitos
da ação coletiva na busca de objetivos comuns. Conseguem alinhar objetivos
individuais e grupais. Intervêm nas circunstâncias que com mais frequência
levam membros do grupo a não darem o melhor de seus esforços. Pedem o
tipo de esforço e contenção, ímpeto e disciplina que levam a um grande
desempenho. Criam um clima em que existe orgulho em dar contribuições
significativas a objetivos comuns.
(Bennis, 1988, p.190) Os líderes lideram atraindo e não impelindo; inspirando e
não ordenando; criando expectativas realizáveis, embora desafiadoras, e
recompensando o progresso em sua direção, e não manipulando; capacitando
as pessoas ao uso de sua própria iniciativa e experiência, e não negando ou
restringindo suas experiências e ações.
Para Tichy e Cohen (1999, p.202), os líderes vencedores usam ativamente os
sistemas de gestão de recursos humanos da empresa para promover o
![Page 36: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/36.jpg)
36
desenvolvimento de líderes. Em muitas empresas, o departamento de
recursos humanos é relegado ao papel de um mal necessário. Mas os líderes
de empresas vencedoras, criam departamentos de recursos humanos com a
atribuição específica de elaborar e implantar uma estratégia de
desenvolvimento de lideranças. Com um membro respeitado da alta
administração à frente desse departamento, eles têm a atribuição de formar
uma cadeira de líderes, desde os novos contratados até o presidente. Esses
planos de desenvolvimento detalhados não somente asseguram que a
empresa tenha os líderes de que precisa em cada nível, como também que os
empregados recebam atribuições e oportunidades para expandirem suas
habilidades de liderança.
3.3 - A Liderança Carismática Ensinada
Vários autores tentaram identificar características pessoais do líder
carismático. A dúvida que “intriga” os estudiosos é se as pessoas podem
aprender a ser líderes carismáticos ou se as pessoas já nascem com esta
qualidade.
Segundo Robbins(2005, p. 400), embora uma pequena minoria de
pesquisadores ainda ache que o carisma não pode ser aprendido, a maioria
dos especialistas acredita que os indivíduos podem ser treinados a apresentar
comportamento carismático e, com isso, desfrutar dos benefícios decorrentes
do fato de ser rotulado como líder carismático. Estudos demonstraram que
uma pessoa pode aprender a ser carismática seguindo um processo de três
passos:
a) Primeiro, o indivíduo precisa desenvolver a aura de carisma, mantendo
uma visão otimista, utilizando a paixão como catalisador para gerar
entusiasmo e comunicar-se por meio do corpo inteiro, não só com
palavras.
b) Segundo, o indivíduo atrai as pessoas pela criação de um compromisso
que as inspira a segui-lo.
![Page 37: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/37.jpg)
37
c) Terceiro passo, o indivíduo extrai o potencial dos seguidores recorrendo
às suas emoções.
Essa abordagem parece funcionar, conforme é comprovado pelo sucesso
obtido por pesquisadores na programação efetiva de estudantes de
administração para “se fazerem de” carismáticos. Aos estudantes era
ensinado articular uma meta abrangente, comunicar expectativas de
desempenho elevado, exibir confiança na capacidade dos subordinados de
satisfazer essas expectativas e solidarizar-se com as necessidades de seus
subordinados.
Aprender a projetar uma presença poderosa, confiante e dinâmica e
praticavam o uso de um tom de voz cativante e envolvente. Para captar
ainda mais a dinâmica e a energia do carisma, os líderes eram treinados
para evocar características carismáticas não verbais : alternavam entre
andar pela sala e sentar-se nas extremidades de suas escrivaninhas,
inclinavam-se para os subordinados, mantinham contato direto como o
olhar, uma postura relaxada e expressões faciais animadas. Os
pesquisadores constataram que os estudantes podiam aprender a projetar
o carisma. Além disso, os subordinados desses líderes apresentavam
melhor desempenho de tarefas e ajustamento a elas, ao líder e ao grupo
que os que trabalhavam em grupos dirigidos por líderes não carismáticos.
A liderança carismática nem sempre é necessária para alcançar o melhor nível
de desempenho do funcionário. Pode ser muito apropriado quando a tarefa do
seguidor tiver um componente ideológico. Talvez seja essa a explicação do
por que, quando os líderes carismáticos aparecem, isso tende a acontecer na
política, na religião, em tempos de guerra ou quando uma empresa está
introduzindo um produto radicalmente novo ou enfrentando uma crise que
ameaça sua sobrevivência. Essas condições tendem a envolver preocupações
ideológicas. Steve Jobs obteve inabalável lealdade e compromisso do pessoal
técnico que supervisionava na Apple durante o final dos anos 1070 e início dos
anos 1980, articulando uma visão sobre os PCs, que iria alterar radicalmente o
modo de vida das pessoas. Franklin D.Roosevelt tinha como missão acabar
com a Grande Depressão. Na verdade, um líder carismático pode se tornar
![Page 38: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/38.jpg)
38
um passivo para uma organização, quando cessar a crise e a necessidade de
uma mudança drástica. Porque quando não há crise, provavelmente não é
necessária a esmagadora autoconfiança do líder carismático. Tampouco se
necessita do comportamento não convencional. E um líder carismático muitas
vezes é incapaz de ouvir os outros, torna-se desajeitado quando desafiado por
subordinados agressivos, e defende uma convicção rígida sobre seu “acerto”
nas questões.
3.4 - Líderes da História
Saindo um pouco do mundo organizacional...
Qualquer grupo social se for mais do que uma multidão de estranhos não
relacionados, tem necessidades, crenças, aspirações, valores, esperanças e
temores comuns. O grupo cria normas que tendem a controlar o
comportamento de seus membros, e essas normas constituem a ordem social.
É nesse contexto que surgem os líderes; e é esse contexto que determina que
tipo de líderes surgem e o que deles se espera. Um grupo de seguidores leais
é conquistado quando pessoas, conscientes ou inconscientemente, julgam o
líder capaz de resolver seus problemas e atender as suas necessidades,
quando o líder é encarado como alguém que simboliza suas normas, e quando
a imagem que fazem do líder (corresponda ou não à realidade) é congruente
com seu espaço interno de mito e lenda. ( Gardner, 1990, p.44)
Segundo David S.Penner, muitos livros sobre liderança concentram-se em uma
pessoa e seu papel na organização. Mesmo quando grandes companhias ou
pequenos grupos e equipes são estudadas, o foco frequentemente permanece
no indivíduo que está no topo. O papel do líder heroico é enfatizado não
somente na literatura, mas também nos esportes onde times ganham ou
perdem, mas indivíduos é que são as estrelas; ou nos filmes, onde indivíduos
se tornam maiores do que a própria vida e, sozinhos, são responsáveis por
salvarem o dia. No entanto, existe um crescente reconhecimento de que ocorre
![Page 39: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/39.jpg)
39
liderança em todos os níveis da organização, não somente no topo, e que
liderança pode ser uma atividade em grupo.
(Gardner, 1990, p.24) Muitas das mudanças buscadas pelos líderes levam
tempo: um grande número de anos, um longo debate público, lentas mudanças
de opinião. É possível que líderes só colham em vida um parco resultado de
seus esforços heroicos, mas podem estar preparando o cenário para vitórias
que lhes sucederão. Basta refletir sobre o longo e lento desenrolar das lutas
pela igualdade racial, ou pelos direitos da mulher. Os líderes que executaram
o trabalho prévio de importância vital morreram sem saber o que haviam
forjado.
(Gardner,p.23) O momento histórico é o contexto mais amplo a influenciar o
surgimento e o funcionamento dos líderes; mas cenários bastante diversos, de
uma natureza mais modesta, influenciam claramente a liderança. A
composição do grupo a ser liberado é, evidentemente, um aspecto crucial do
contexto.
Tichy e Cohen (1999, p.67) afirma que um dos grandes mitos que cercam a
liderança é que líderes extraordinários são criados por eventos ou
circunstâncias extraordinários. Alexandre, o Grande, conseguiu conquistar a
maior parte do mundo conhecido quando tinha 32 anos porque a geopolítica da
época posicionou-o excepcionalmente para isso. A formação aristocrática de
Winston Churchill e sua experiência única como jovem membro do parlamento
e Lorde do Tribunal da Marinha preparam-no para dar um passo importante em
um momento crucial e tornar-se um dos maiores primeiros-ministros da
Inglaterra. Mas o argumento de que você precisa de experiência extraordinária
para tornar-se um líder vencedor é ilógico. A vida de cada pessoa é feita de
experiências – traumáticas, frustrantes ou alegres – que podem ser a fonte de
um aprendizado valioso
![Page 40: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/40.jpg)
40
Os líderes são, inevitavelmente, símbolos. Operários destacados para a função
de supervisores descobrem que são separados de seus antigos companheiros
de forma sutis. Eles agora são símbolos de gerenciamento. Os sargentos
simbolizam suas igrejas. (GARDNER,1990, p.34)
Em um grupo ameaçado por rivalidade internas, o líder pode ser um símbolo
crucial de unidade. Na luta de um grupo minoritário para encontrar seu lugar ao
sol, líderes combativos – incômodos para outros – podem ser, para sua
própria gente, o símbolo perfeito de sua ira e de sua luta.
O líder máximo de uma comunidade ou nação simboliza a identidade coletiva e
a continuidade do grupo. Por esse motivo, a morte de um presidente produz
uma reação especial de dor e perda.
A maioria dos líderes toma rápida consciência dos aspectos simbólicos de
seus papéis e usam-nos de forma eficiente. Um dos líderes do século XX que
o fizeram com o máximo de habilidade foi Ghandi. Nas questões pelas quais
ele resolveu lutar, no modo como conduziu suas campanhas, nos períodos
passados na prisão e nos jejuns, em sua maneira de se vestir, ele simbolizou o
seu povo, com suas carências desesperadas, e a sua luta contra a opressão.
Winston Churchill conseguiu motivar e levar milhões de pessoas a fazer
sacrifícios enormes para vencer a Segunda Guerra Mundial, contando-lhes
histórias com as quais se identificavam. Ele definitivamente tinha pontos de
vista claros sobre o motivo que a Inglaterra e os Aliados tinham para vencer a
guerra, e como conseguiriam isso estrategicamente. Para isso acontecer ele
como líder, foi capaz de levar a mensagem a atingir o coração das pessoas,
que precisavam de esforço e sacrifício para vencer. Descrevendo o ditador
alemão Hitler como “um monstro de perversidade, insaciável na sua luxúria de
sangue e concupiscência”.
Martin Luther King Jr., usava história de ações heroicas futuras para mobilizar
dezenas de milhares de pessoas, na luta por direitos e justiça iguais para os
negros americanos. E como Churchill, fez isso relembrando os sofrimentos do
passado, oferecendo o sonho de um futuro muito melhor e desenvolvendo
![Page 41: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/41.jpg)
41
como poderia ser conquistado por meio de ações pacíficas de indivíduos
dedicados.
Os líderes não precisam de feitos heroicos, mas o princípio é o mesmo: seu
trabalho é fazer com que as pessoas realizem coisas insólitas e assustadoras,
e a forma de fazer isso é dramatizar suas razões e recompensas, bem como
os comportamentos necessários para atingir os objetivos desejados.
Muitos líderes utilizam dramatização em seus discursos para buscar a adesão
das pessoas pela causa defendida. Geralmente os fundamentos estão na
necessidade de mudança. É essencial que fique claro onde querem chegar e
como fazê-lo, especificando qual estratégia será tomada.
A transformação da GE por Jack Welch é um excelente exemplo de líder
criando uma história sobre o futuro de sua organização. Em 1981, quando se
tornou presidente da Ge, começou a traçar a história da GE como uma
empresa campeã. Logo assim que assumiu, uma das ideias centrais de
negócio era reestruturar a empresa para se preparar para enfrentar uma
competição cada vez mais acirrada como os concorrentes. Ele percebeu que
enfrentaria um período de avanços tecnológicos emergentes, globalização,
mercado livre e outras mudanças que ameaçariam seu espaço. Uma das
preocupações era como motivar e energizar as pessoas, então adotava
recompensas diferenciadas com base no desempenho.
3.5 - Os Transgressores
Gardner (1990, p.83): Dizemos que queremos uma liderança eficiente, mas
Hitler era eficiente. É necessário que haja critério além da eficiência.
Julgamos nossos líderes dentro de uma estrutura de valores. Essa estrutura
varia de uma cultura para outra e de uma era para outra. Na discussão que se
segue estão incluídos os valores desta sociedade, neste momento da história.
Vários tipos de líderes transgredem claramente os nossos padrões morais:
![Page 42: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/42.jpg)
42
. Primeiro, a imagem do rei mau dos contos de fadas é a do governante que
inflige um tratamento cruel a seus próprios súditos; e não há nenhuma
dificuldade em identificar as contrapartidas modernas do rei mau, os homens
que aterrorizam, torturam ou matam. Idi Amin, que governou Uganda de 1971
a 1979, matou cerca de cem mil de seus súditos, muitos dos quais foram
primeiro vítimas de torturas e mutilações. Sua selvageria era tão desmedida
que ele acabou afugentando todos os seus aliados potenciais e teve de fugir
do país.
Na União Soviética, entre, 1929 e 1933, Stalin impôs medidas que resultaram
na morte de dez a quinze milhões de camponeses.
. Em segundo lugar, existem os líderes que podem tratar seus próprios
seguidores bem, mas que os estimulam a fazer coisas cruéis com outras
pessoas. É neste sentido que os dirigentes da Ku Klux Klan são
transgressores. Já vimos líderes de grupos extremistas tanto de direita quanto
de esquerda estimularem seus seguidores a cometerem atos de brutalidade.
. Em Terceiro lugar, existem os líderes que podem ou não se envolveres em
atos de crueldade, mas que apelam para, e utilizam como uma fonte de
motivação nosso fanatismo, nossa capacidade de odiar, nosso desejo de
vingança, nosso medo e nossa paranoia, nossas superstições. Estas são
emoções e motivos cujo despertar mostrou-se claramente destrutivo na história
humana, e o ônus da prova recai sobre os líderes que acham necessário
evocá-los.
3.6 - Transição: A Continuidade Através da Descontinuidade
Para Tichy e Cohen (1999, p.202), teste final do compromisso de um líder para
como o futuro apresenta-se no final de sua carreira, quando chega a hora de
aposentar-se e deixar o caminho livre. Eles podem ter passado toda uma vida
desenvolvendo outras pessoas para serem líderes, mas quando chega o
momento de se afastar e entregar a liderança a outros, eles conseguem? Eles
![Page 43: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/43.jpg)
43
têm coragem de dar o passo difícil que os coloca fora do jogo? Os
vencedores, sim. Eles prezam demais o futuro e têm confiança suficiente no
sucesso de seus ensinamentos para saírem do meio do caminho e deixarem a
próxima geração de líderes assumir.
Abdicar é muito difícil para a maioria dos líderes. Mas é preciso. Trata-se do
paradoxo final: para permanecerem vencedores, as organizações precisam
aperfeiçoar-se continuamente, e a única maneira de conseguirem isso é
propiciando transições suaves, praticamente despercebidas, de uma geração
de líderes para outra. Se o novo líder tiver de se preocupar em agradar o
antigo chefe e pedir sua opinião, não está livre para liderar de acordo com
seus próprios instintos. Assim, os líderes mais fortes e melhores, aqueles mais
comprometidos com o futuro da organização, deixam-na quando seu tempo
acaba.
As empresas que adotam soluções de acomodação e não promovem
transições nos reais interesses da organização acabam tendo sérios
problemas de liderança.
![Page 44: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/44.jpg)
44
CONCLUSÃO
O estudo sobre liderança é estimulante e como existe material em abundância
para pesquisa, entusiasma a leitura dos pontos de vista de cada autor.
O líder sempre teve um papel crucial para a realização de todas as ações
coletivas, seja no âmbito da política, do esporte, das organizações e da
religião.
O mundo não teria evoluído tanto neste último século se não houvesse
pessoas com atitudes para criar e conduzir as realizações.
Muitas empresas estão oferecendo aos gestores treinamento em academias
de liderança, desenvolvendo técnicas para orientar o comportamento ideal de
um líder para conduzir um grupo de pessoas, porem em alguns casos o
treinamento não é suficiente pôs a personalidade do indivíduo influencia nas
atitudes.
Nas empresas, quando o líder desenvolve uma relação austera com seus
subordinados, com abuso no uso da autoridade, desconfiança excessiva e
agressividade no comando das tarefas, o ambiente de trabalho não fica
saudável, ocasionando a desmotivação do grupo para a realização do trabalho.
Atualmente as pessoas estão informadas dos seus direitos e questionam mais
o comportamento dos gestores, principalmente a geração que está entrando
no mercado. Paralelo a isto, as empresas estão mudando a cultura e dando
espaço para a liderança mais democrática.
Principalmente no campo político e religioso as figuras centrais desenvolvem
técnicas de liderança para se comunicar com seus seguidores. Porém a
liderança carismática assistida nesta relação, muitas vezes é uma maquiagem
utilizada para camuflar as articulações realizadas com hipocrisia e falsidade.
A fim de enganar e manipular, alguns líderes utilizam técnicas cênicas iludindo
seus seguidores e conquistando sua fidelidade. Esta habilidade de manipular
multidões de forma falsa não deve ser confundida com “carisma”.
![Page 45: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/45.jpg)
45
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BENNIS, Warren G. Líderes. São Paulo: Editora Harbra Ltda, 1988.
BENNIS, Warren G. A Invenção de Uma Vida. 3ª Edição: Rio de Janeiro:
Editora Campus, 1995
CHIAVENATO, Idalberto. Administração nos Novos Tempos. 2ª Edição. Rio de
Janeiro: Editora Campus, 2004
GARDNER, John W. Liderança. Rio de Janeiro: Editora Record, 1990
MAXIMIANO, Antônio Cesar Amaru. Teoria Geral da Administração: da
Revolução Urbana à Revolução Digital. 4ª edição.: São Paulo: Atlas, 2004
ROBBINS, Stephen P. Administração - Mudanças e Perspectivas. 1ª edição.:
São Paulo: Ed.Saraiva, 2005
TICHY,Noel M. e COHEN, Eli. O Motor da Liderança. São Paulo: Educator,
1999
![Page 46: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/46.jpg)
46
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
Teorias sobre Lideraça 10
1.1 – Teorias de Traços de Personalidade 11
1.2 – Teorias sobre Estilos de Liderança 11
1.3 – Liderança Situacional 13
1.4 – Liderança Transacional 15
1.5 – Liderança Transformacional 16
CAPÍTULO II
O Papel do Líder na Organização 19
2.1 – Liderança Visionária 20
2.2 – Credibilidade e Confiança 23
2.3 – Ética 25
2.4 – Liderança x Autoridade 27
2.5 – Liderança x Poder 28
CAPÍTULO III
Líderes Treinados e Líderes Natos 33
3.1 – Líderes Desenvolvendo Líderes 34
3.2 – Motivação 35
3.3 – A Liderança Carismática Ensinada 36
3.4 – Líderes da História 38
![Page 47: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO …TEORIAS SOBRE LIDERANÇA Para Warren Bennis,(1988, p.1), “Liderança” é uma palavra que está na boca de todos. O jovem](https://reader031.fdocumentos.tips/reader031/viewer/2022011911/5f9005fd062e5c368474ead7/html5/thumbnails/47.jpg)
47
3.5 – Os Transgressores 41
3.6 – Trasição: A Continuidade Através da
Descontinuidade 42
CONCLUSÃO 44
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 45
ÍNDICE 46