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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA LOGÍSTICA E MEIO AMBIENTE Por: Juliana Marie dos Santos Orientador Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

LOGÍSTICA E MEIO AMBIENTE

Por: Juliana Marie dos Santos

Orientador

Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço

Rio de Janeiro

2012

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

LOGÍSTICA E MEIO AMBIENTE

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada

como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Logística Empresarial.

Por. Juliana Marie dos santos

3

AGRADECIMENTOS

... aos amigos e familiares, por todo apoio.

4

DEDICATÓRIA

...dedico em especial a minha mãe e ao meu

esposo por todo apoio.

5

RESUMO

Esta monografia tem como objetivo analisar a disciplina de Responsabilidade

Socioambiental sob a ótica das organizações a fim de avaliar o posicionamento dos

mesmos em relação à contribuição da Logística no âmbito corporativo. Tendo em

vista que as organizações focam seus objetivos em estratégias convidativas aos

consumidores e neste sentido torna-se necessária a inclusão de profissionais aptos

a elaborar diferencial que valorize a percepção ambiental da organização. Neste

sentido, no primeiro capítulo apresentou-se o histórico da RSA e suas definições

assim como o conceito da Responsabilidade Social e Desenvolvimento Sustentável,

Conceito de Responsabilidade Social Corporativa e por fim a Legislação Ambiental.

No segundo capítulo foi abordado sobre o histórico da Educação Ambiental,

Educação Ambiental nas Instituições de Ensino Superior privada e Responsabilidade

Socioambiental. Por fim no capítulo três foram abordadas as questões que norteiam

a Logística Empresarial.

6

METODOLOGIA

Quanto à metodologia utilizada, pode ser classificada da seguinte forma: i)

Quanto aos fins: foi elaborada uma descrição pautada no contexto da

Responsabilidade Socioambiental e a importância da inclusão no conceito de

Logística tornando desta forma o tema compreensivo aos leitores e fundamentando

a causa pelo qual foi escolhido para análise deste trabalho monográfico; ii) Quanto

aos meios: foram utilizados referência bibliográfica, livros, artigos e redes

eletrônicas.

Para o objeto de estudo deste projeto de monografia a metodologia citada se

enquadra, pois pretende-se inicialmente verificar o aspecto teórico do tema e após,

explicar a forma como as organizações inserem o contexto de Responsabilidade

Socioambiental na abordagem da Logística Empresarial.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................... 08

1 RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL: HISTÓRICOS E DEFINIÇÕES. 11

1.1 Conceito de Responsabilidade Social............................................................... 12

1.2 Responsabilidade Social Corporativa............................................................... 16

1.3 Legislação Ambiental Brasileira ....................................................................... 20

2 EDUCAÇÃO AMBIENTAL: HISTÓRICO........................................................ 23

2.1 Educação Ambiental nas Instituições de Ensino Superior Privadas................ 24

2.2 Responsabilidade Socioambiental nos Cursos ............................................... 26

3 A ORIGEM E EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA LOGÍSTICA............................... 30

3.1 Conceito de Logística........................................................................................ 32

3.2 Logística Verde................................................................................................. 34

CONCLUSÃO................................................................................................ 36

ANEXOS....................................................................................................... 38

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................. 46

INTRODUÇÃO

8

A partir da Revolução Industrial, ocorreu o surgimento de diversas

dificuldades tais como: deteorização do meio ambiente, desigualdade social,

subdesenvolvimento econômico em classes de menor poder aquisitivo, a utilização

descomedida dos recursos ambientais além do aumento populacional dos centros

urbanos. Com essa instabilidade mundial, as organizações e a sociedade, passam a

ter um papel importante nas questões ambientais, tornando este assunto relevante

para debates de desenvolvimento.

Esses aspectos criaram um questionamento onde a mudança de

posicionamento em relação ao cenário apresentado tornou-se fator essencial para a

ampliação social e ambiental, ou seja, se há utilização dos recursos, degradação do

ambiente, crescimento populacional urbano entre outros é necessário criar medidas

que auxilie na minimização destes problemas.

A partir desta problemática, a população, organizações e governo,

promoveram estratégias em prol de criar mudanças e amenizar o nível de

degradação do meio ambiente tendo como objetivo, gerar o Desenvolvimento

Sustentável1 e, desta forma, evitar que as gerações futuras sofram com a falta de

comprometimento da sociedade atual.

Com base nestes fatos podem-se citar algumas atitudes para

posicionamento mais firme em relação à preservação ambiental. Sendo: i) Agenda

21 conhecida como Eco 92 ou Rio 92, aprovado através de uma importante

conferência no ano de 1992, com o intuito de cooperar na melhoria da atitude social

e ambiental; ii) Protocolo de Quioto este trata de um acordo internacional que

objetiva a redução de poluentes a fim de evitar o efeito estufa; iii) Tratado de

Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, foi

apresentado durante a Rio 92 tornando-se referência para a educação ambiental.

1 Desenvolvimento Sustentável: é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. Disponível em: http://www.wwf.org.br/informacoes/questoes_ambientais/desenvolvimento_sustentavel/. Acesso em: 10 de Junho de 2012.

9

Diante do contexto apresentado acima, o tema delimita-se através da

seguinte pergunta de pesquisa: Como a Responsabilidade Socioambiental é

avaliada sob a ótica da Logística no sentido de contribuir na conscientização das

organizações?

A hipótese principal é que a Responsabilidade Socioambiental contribui na

formação dos profissionais das organizações, agregando valor nas atitudes e forma

de reflexão. Além de aliar a visão ambiental em sua vida social, pois por meio do

aprendizado adquirido ao longo do processo de inclusão ambiental, a capacidade de

desenvolver estratégias voltadas para abordagem ambiental torna-se pautada numa

decisão firme e objetiva.

O objetivo geral é analisar a inclusão da Responsabilidade Socioambiental

no ambiente Logístico. Desta forma, verificar o alcance do objetivo da abordagem e

conscientização deste tema.

A justificativa para este tema está ajustada em duas variáveis: i) a

importância de maior conhecimento e Desenvolvimento Socioambiental; e ii) análise

sobre a abordagem utilizada nas organizações para o desenvolvimento da Logística

Verde.

O tema é oportuno, principalmente porque é debatido com muita freqüência

não só no meio acadêmico, mas no organizacional e social devido à importância

relacionada ao mesmo. Portanto é valido identificar qual a visão das organizações

em relação ao contexto apresentado na abordagem deste tema para formação de

profissionais e organizações com consciência. Sendo assim pode-se afirmar a

viabilidade deste tema, pois os critérios utilizados para elaboração possuem fácil

acesso e disponibilidade de bibliografias.

A monografia está estruturada em três capítulos. No primeiro capítulo está

exposto o histórico da Responsabilidade Sócio Ambiental (RSA), abordagem sobre o

conceito de Responsabilidade Social e Desenvolvimento Sustentável,

Responsabilidade Social Corporativa e Legislação Ambiental.

10

O segundo capítulo menciona a importância que envolve os aspectos sobre

a Educação Ambiental. No último capítulo apresentam-se pontos da Logística

Empresarial.

11

CAPITULO 1

RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL: HISTÓRICO E

DEFINIÇÕES

A finalidade deste capítulo inicial é apresentar os pontos teóricos do tema

desta monografia a fim de subsidiar a análise da proposta deste trabalho, desta

forma ponderar o conceito da Responsabilidade Socioambiental (RSA) e elaborar

uma análise sob a ótica da organização. Para tanto será apresentado um breve

histórico e após serões abordados no presente capítulo os seguintes itens, a saber:

i) Conceito de Responsabilidade Social e Sustentabilidade; ii) Responsabilidade

Social Corporativa; iii) Legislação Ambiental.

A Responsabilidade Social se define a partir do ano de 1968 em um

momento onde o clube de Roma concluiu que a redução da produção seria

necessária para que os recursos naturais fossem menos explorados pelas

indústrias. No ano de 1972, houve a I conferência mundial sobre Meio Ambiente

evento onde foi assinado o tratado de Estocolmo e neste mesmo período a ONU

elaborou o Programa das Nações Unidas para o meio Ambiente (PNUMA ou UNEP).

Em 1987, foi elaborado o protocolo de Montreal com o objetivo de solucionar a

degradação da camada de ozônio através da redução de gazes poluentes.

No ano de 1992, na cidade do Rio de Janeiro ocorreu a Reunião conhecida

como Rio 92 e os objetivos principais eram a abordagem sobre o clima e sobre a

biodiversidade. Nesta convenção foi também aprovada a Declaração do Meio

Ambiente e Desenvolvimento e a Agenda 21. No ano de 1997, foi firmado o

Protocolo de Quioto que passou a ser empregado no ano de 2005 e possui como

objetivo reduzir cerca de 5% da emissão de gazes poluentes na atmosfera entre os

anos de 2008 a 2012.

No ano de 1999, durante o Fórum Econômico de Davos foi lançados o Pacto

Global criando os dez princípios para o Desenvolvimento Sustentável visualizado no

12

quadro 1, termo este que está diretamente ligado a Responsabilidade Social

Corporativa.

Princípios de Direitos

Humanos

1. Respeitar e proteger os direitos humanos;

2. Impedir a violação dos direitos humanos;

Princípios de Direitos do

Trabalho

3 Apoiar a liberdade de associação no trabalho;

4 Abolir o trabalho forçado;

5 Abolir o trabalho infantil;

6 Eliminar a discriminação no ambiente de trabalho;

Princípios de Proteção

Ambiental

7 Apoiar uma abordagem preventiva aos desafios ambientais;

8 Promover a Responsabilidade Ambiental;

9 Encorajar tecnologias que não agridem o meio ambiente.

Principio contra a Corrupção 10 Combater a corrupção em todas as suas formas inclusive

extorsão e propina.

Quadro 1 – Dez princípios do Pacto Global

Fonte: PNUD, (2009)

1.1 Conceito de Responsabilidade Social

Nas últimas duas décadas, as questões econômicas têm passado por

alterações significativas, sendo, portanto alterado o comportamento das empresas

que antes tinham seus recursos elevados em totalidade. Portanto cabe ressaltar que

com o grande número de riquezas, as empresas passam a ter responsabilidade no

que tange as questões sociais.

De acordo com Harold Koontz e Cyril O'Donnell (1982, p 343)2 a

Responsabilidade Social se define como:

“Uma obrigação pessoal de cada um de quando age em seu próprio

interesse, garantir que os direitos e legítimos interesses dos outros não

sejam prejudicados (...). O indivíduo, certamente, tem direito de agir e falar

em seu próprio interesse, mas precisa sempre ter o devido cuidado para

que esta liberdade não impeça os outros de fazerem à mesma coisa”.

2 KOONTZ, Harold e O'DONNELL, Cyril. op. cít., 1982, p. 343.

13

A citação acima enfatiza que a Responsabilidade Social deve ser tratada

como um aspecto essencial para o crescimento e desenvolvimento da sociedade,

visto que cada indivíduo precisa buscar meios de disseminar o conceito social de

forma que os direitos de cada cidadão, diferentemente de raça, classe ou religião

seja respeitado.

Em meio aos contextos relacionados à importância da Responsabilidade

Social para a comunidade, há autores que contestam este raciocínio obtendo como

pensamento o baixo lucro por parte daqueles que participam diretamente da

empresa. Pode-se citar entre os autores:

FRIEDMAN (1986, p, 191) 3 que enfatiza que a “responsabilidade social é um

comportamento antimaximização de lucros, assumido para beneficiar outros que não

são acionistas da empresa”. O autor parte do pressuposto que esta prática não visa

o lucro total por parte dos funcionários, acionistas entre outros, mas sim a divisão do

mesmo para outros fins sociais desfigurando a forma de economia estipulada pelo

mercado.

TONIEES, (1973, p. 96) 4

(“...) Ninguém, fará alguma coisa para o outro, ninguém, desejará

conceder ou dar alguma coisa ao outro, a não ser em troca de um

serviço ou de um dom estimado, pelo menos como equivalente ao

seu”.

De acordo com o autor, a sociedade busca seus próprios interesses, ou seja,

as pessoas não visam apenas auxiliar uma comunidade ou pessoa sem que haja

3 FRIEDMAN, Milton. The social reeponsability of business is to increase its profits. Apud TOMEI, Patrícia A. op. cit., p. 191. 4 TÖNNIES, Ferdinand. Comunidade e sociedade como entidades típico-ideais. Apud FERNANDES, Florestan. Comunidade e Sociedade: leituras sobre problemas conceituais, metodológicas e de aplicação. 1973, p. 96-116.

14

algum interesse próprio em determinada ação. Isso enfatiza a característica singular

de cada um. Porém esta maneira de raciocínio, não cabe aos dias atuais tendo em

vista que a Responsabilidade Social é um meio que agrega maior lucro as empresas

tornando-as rentável. Fica claro que a empresa deve oferecer não só um bom

serviço, mas investir em programas sociais e ambientais que se tornam fator

indispensável para estabilidade.

Stahel (2003, p.108) diz:

Os desequilíbrios sociais e econômicos que se refletiam em níveis

crescentes de desemprego e marginalização social, nas

sociedades violentas entre diferentes grupos étnicos e raciais, na

degradação e no desenraizamento social, na concentração do

poder econômico, enfim: nos resultados de um sistema orientado

pelas necessidades da produção em detrimento das

necessidades do produtor – cidadão.

Na citação, pode-se avaliar que a partir da Revolução Industrial, houve

aumento da população nas cidades urbanas e do número de consumidores, porém

sobrou mão de obra. A migração da sociedade rural sem estrutura escolar e

conhecimentos básicos para diferenciar-se da demanda de desempregados dos

centros urbanos foi um dos fatores que contribuíram para a marginalização social.

A busca por melhores condições de vida em sua maioria não foi alcançada

devido à falta de oportunidade de emprego. Deste modo a formação de grupos sem

base familiar, cativos da fome, miséria, entre outros passaram a viver como

mendigos, alcoólatras e vítimas da ameaça das ruas.

Segundo Leff (2004, p.145): “a formação de uma racionalidade ambiental

implica a formação de um novo saber e a integração interdisciplinar do

conhecimento”. Essa percepção exposta pelo autor ressalta a importância do

desenvolvimento em prol da consciência social na característica humana, tendo em

15

vista que a sociedade hoje percebe e entende que a adaptação às mudanças é

imposta pela natureza. Cabe à humanidade refletir sobre a atitude buscando em si a

racionalidade do seu próprio conhecimento.

Segundo Sousa (2009):

A revolução industrial foi responsável por inúmeras mudanças que

podem ser avaliadas por suas características negativas e

positivas. Alguns dos avanços tecnológicos trazidos por essa

experiência trouxeram maior conforto à nossa vida. Por outro

lado, a questão ambiental (principalmente ao que se refere ao

aquecimento global) traz à tona a necessidade de repensarmos o

nosso modo de vida e a nossa relação com a natureza.

O autor aborda que em meio aos problemas causados na época da

revolução industrial, a sociedade não ficou totalmente desprovida de recursos

positivos, tendo em vista que a eficiência apresentada no processo produtivo

influenciou diretamente no preço dos produtos diminuindo o valor dos mesmos e

desta forma a acessibilidade possibilitou o consumo por parte da população. No

entanto com o avanço tecnológico, o nível de emprego obteve baixa, a poluição

ambiental passou a ter um crescimento significativo além do crescimento do meio

urbano, levando em consideração a falta de emprego nas cidades rurais.

A consciência ambiental surgida no bojo das transformações

culturais que ocorreram nas décadas de 60 e 70 ganhou

dimensão e situou o meio ambiente como um dos princípios mais

fundamentais do homem moderno. Na nova cultura, a fumaça

passou a ser vista como anomalia e não mais como uma

vantagem. DONAIRE (1999, p. 36)

16

De acordo com Donaire (1999), a Responsabilidade Socioambiental a

princípio não parecia ser algo de grande valor social, no entanto a sociedade e

organizações passaram a evidenciar a sua importância. A partir desta consciência

foi possível observar as ações de mobilização que possibilitaram a minimização dos

impactos sofridos pela população.

Para tanto foi necessária a maior participação das empresas para que o

desenvolvimento social e ambiental passasse a contribuir com a comunidade. Neste

sentido será abordado no próximo item, o conceito da Responsabilidade Social

Corporativa a fim de auxiliar na análise deste trabalho.

1.2 Responsabilidade Social Corporativa

A Responsabilidade Social é considerada hoje por diversas organizações,

contribuindo para a avaliação do conceito da Responsabilidade Social Corporativa

(RSC). Para tanto pode ser percebida abaixo as definições citadas por algumas

empresas para entendimento da Responsabilidade Social Corporativa.

Instituto Ethos (2010):

“ a forma de gestão que se define pela relação ética e

transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela

se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais que

impulsionem o Desenvolvimento Sustentável da sociedade,

preservando recursos ambientais e culturais para as gerações

futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das

desigualdades sociais”.

ABNT (NBR 16001: 2004, p. 3): “relação ética e transparente da organização

com todas as suas partes interessadas, visando o desenvolvimento sustentável”.

World Business Council for Sustainable Development (WBCSD): “a decisão

da empresa de contribuir ao desenvolvimento sustentável, trabalhando com seus

empregados, suas famílias e a comunidade local, assim como com a sociedade”.

17

As definições acima, destacam a Responsabilidade Social Corporativa

(RSC), evidenciando que as empresas estão seguindo a ideia de responsabilidade

organizacional, tornando esta prática uma ação necessária dentro da empresa e

incluindo os profissionais neste contexto. Abaixo podem ser identificados alguns

conceitos ligados a Responsabilidade Social Corporativa (RSC).

Filantropia Empresarial

Segundo Kotler e Lee (2005 apud Ethos 2005, p 144) 5 a estratégia de Filantropia

corporativa tem como objetivo a “contribuição direta para uma instituição de caridade

relacionada com uma causa específica”.

A citação demonstra que a Filantropia Corporativa tem como base das suas

atitudes a doação seja ela, de forma capitalizada ou prestação de serviços. Em sua

maioria as organizações buscam ajudar as entidades na área da saúde,

organizações sem fins lucrativos (ONG), projetos educacionais, ou seja, todo

trabalho que visa à melhoria de vida de uma comunidade. Não sendo esta uma

forma de requerer reconhecimento por parte da própria comunidade.

Marketing Social Corporativo

De acordo com Andreasen (2002, apud Ethos 2005, p.59) 6 afirma que: “aplicação

das tecnologias de marketing comercial à análise, planejamento, execução e

avaliação de programas projetados para influenciar o comportamento voluntário de

públicos-alvo com o intuito de melhorar seu bem-estar pessoal e o da sociedade”.

Pautada na citação acima descrita, pode-se entender que o Marketing

Corporativo alcança de forma indireta a mudança de comportamento, as

organizações utilizam meios de comunicação com o público para influenciar na

atitude social. Uma ferramenta muito utilizada por diversas empresas hoje é a

campanha publicitária que é vinculada em todos os meios de comunicação como 5 KOTLER, Philip; LEE, Nancy, Corporate Social Responsability: doing the most good for your company and your cause. United States: Jonh Wiley e Sons Inc, 2005. 6 ANDREASEN, Alan R. Ética e Marketing Social. São Paulo: Futura. 2002.

18

rádio, televisão, internet, outdoor entre outros. Tendo como base que algumas

empresas utilizam-se do seu reconhecimento para a prática desta ação.

Marketing de Causa Social

De acordo com Pringle e Thompson (2000, apud Ethos 2005, p.3) 7, o

Marketing de Causa Social pode ser definido como “uma ferramenta estratégica de

marketing e de posicionamento que associa uma empresa ou marca a uma questão

ou causa social.

A partir da citação dos autores, pode-se identificar que diferente do

Marketing Social onde a empresa visa apenas enfatizar na sociedade a consciência

da Responsabilidade Social e Ambiental, no Marketing de Causa Social a

organização faz uma ligação entre ONG e marca e desta forma cria na mídia um

valor agregado entre Causa Social e Marca. Em alguns casos as empresas revertem

parte da venda para uma causa específica e esta atitude influencia a compra do

produto ou serviço por parte dos consumidores.

Voluntariado Corporativo

Para Pascoal (2002, apud Ethos 2005) ·····.

A visão do Voluntariado como uma estratégia da nação, na

formação de lideranças voltadas aos projetos de cidadania e

protagonismo, é uma novidade maravilhosa para o Brasil. A

estratégia é estimular o gesto individual e criar uma rede dinâmica

que contribua nos programas sociais e educacionais, tão

necessários ao nosso País. O fortalecimento do Voluntariado

aumenta a confiança das pessoas no futuro do país, construindo

uma plataforma de esperança.

7 PRINGLE, Hamishi; THOMPSON, Marjore. Marketing Social: marketing para causas sociais e a construção das marcas. São Paulo: Makron Books, 2000.

19

Segundo a citação do autor se entende que, com o crescimento das ações

sociais dentro das organizações os funcionários passam a ter um interesse maior

em relação a essa iniciativa. Talvez não por determinação das empresas, chefes,

enfim, mas por interesse próprio de ajudar e incentivar a comunidade a se

desenvolver e buscar meios de gerar um futuro com uma nova percepção de vida.

Aliados a esta atitude eles passam a ter maior concepção da vida e das suas

próprias atitudes de forma individual.

Patrocínio

Segundo Ros (2003, apud Ethos 2005, p.7) 8, Patrocínio significa uma “contribuição

econômica na execução de um projeto que marca a estratégia de comunicação da

empresa, transmitindo valores sociais”.

A ideia do autor é demonstrar que nesta forma de estratégia, a

responsabilidade está mais focada na ONG do que na empresa, pois ela é quem

deve criar medidas que possam persuadir futuros doadores, ou seja, a ONG deve

influenciar empresas ou até mesmo pessoas físicas de maneira que eles sejam

capazes de entender o principal motivo para investirem em uma determinada causa.

A partir desta persuasão, a empresa ou pessoa física delimita o valor a ser investido

na ação apresentada não sendo este um ato constante em alguns casos.

Ação Social Responsável

Melo Neto e Froes (1999, apud Ethos 2005) ···.

Apoiar o desenvolvimento da comunidade e preservar o meio

ambiente não são suficientes para atribuir a uma empresa a

condição de socialmente responsável. É necessário investir no

bem-estar dos seus funcionários e dependentes e num ambiente

de trabalho saudável, além de promover comunicações

transparentes, dar retorno aos acionistas, assegurar sinergia com

8 ROS,Miguel Barrachinha. Accion Social. In:EURO-ENCUENTRO SOBRE RESPONSABILIDAD SOCIAL DE LAS EMPRESAS, 2003, Vaencia. Anais...Fundación de la solidariedad y el de la comunidade valenciana, 2003, p.5-7.

20

seus parceiros e garantir a satisfação dos seus clientes e

fornecedores.

Segundo citação, essa ação tomada pela empresa não visa apenas à

comunidade carente, mas também, o bem-estar dos funcionários, fornecedores,

distribuidores e entidades que estão vinculadas com o trabalho da organização, ou

seja, a questão de segurança, saúde e outras necessidades são desdobradas a

todos que fazem parte do processo de produção da empresa.

Pode-se perceber que as definições apresentadas sobre os conceitos que

envolvem a RSC, destacam a interligação do Desenvolvimento Sustentável com a

RSC, apresentando assim, uma tendência presente nas retóricas empresariais,

evidenciando que existe uma disposição destes conceitos a serem inseridos na

cultura das empresas.

1.3 Legislação Ambiental Brasileira

Baseado na necessidade de estruturar as questões que norteiam a

Responsabilidade Ambiental, leis foram criadas para impedir ações que possam

causar danos maiores à natureza. Desta forma segue abaixo algumas legislações

em vigor, conforme o quadro 29, onde são apresentadas algumas leis de grande

importância para a Responsabilidade Socioambiental.

9 PORTAL SÃO FRANCISCO, leis ambientais mais importantes do Brasil. Disponível em: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/meio-ambiente-extincao-das-especies/leis-ambientes-do brasil.php.Acesso em 14 de junho de 2012.

Nº LEI DATA DE

PUBLICAÇÃO

AÇÃO

21

Quadro 2 – Legislação Ambiental Brasileira

Fonte: Elaboração Própria /dados portal São Francisco

O Quadro 2 incita que a Legislação Ambiental esta pautada em normas que

disciplina a atividade humana em relação à postura de como a sociedade trata o

espaço onde habita. No Brasil essa questão começou a ser votada no ano de 1981

através da lei que criou a Política Nacional do Meio Ambiente. Hoje o Brasil possui

uma rede de proteção ambiental bastante completa com leis que focam várias áreas

ambientais, como pode ser visualizado no quadro acima.

Para que essas leis fossem de fato cumpridas pela população e pelas

empresas foi elaborado a partir do Decreto de Aprovação da Constituição nº CRP

1976, artigo nº 6610 os direitos e deveres do cidadão, onde foram determinados os

seguintes pontos:

Todos têm direito a um ambiente de vida humano, sadio e ecologicamente

equilibrado e o dever de defendê-lo;

10DECRETO CONSTITUCIONAL Nº CRP 1976 Disponível em: http://bdjur.almedina.net/item.php?field=item_id&value=229818, Acesso em: 14 de junho de 2012.

Lei, 7.347 24/07/1985 Civil Pública

Lei, 6.902 27/04/1981 Área de Proteção Ambiental

Lei, 9.605 12/02/1998 Crimes Ambientais

Lei, 5.197 03/01/1967 Fauna Silvestre

Lei, 4771 15/09/1965 Florestas

Lei, 7.735 22/02/1989 IBAMA

Lei, 6.766 19/12/1979 Parcelamento do solo urbano

Lei, 6.938 17/01/1981 Política Nacional do Meio Ambiente

Lei, 6.803 02/07/1980 Zoneamento Industrial nas Áreas

Críticas de Poluição

22

Para assegurar o direito ao ambiente, no quadro de um desenvolvimento

sustentável, incumbe ao Estado, por meio de organismos próprios e com o

envolvimento e a participação dos cidadãos;

Promover o aproveitamento racional dos recursos naturais, salvaguardando a

sua capacidade de renovação e a estabilidade ecológica, com respeito pelo

princípio da solidariedade entre gerações.

CAPITULO 2

23

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: HISTÓRICO

A Educação Ambiental traz um princípio fundamental para uma nova

estrutura relacionada ao aprendizado Social. Através deste conceito muito

esquecido anteriormente, a geração atual tem obtido uma postura diferenciada no

que tange a valorização da Responsabilidade Social e Ambiental.

A relação entre homem e Ambiente nunca foi tão favorável ao Planeta por

tanto se fez necessária o desenvolvimento da Educação Ambiental (EA) para que a

atitude da sociedade não se tornasse tão prejudicial. Desta forma podemos

observar no quadro um o histórico da Educação Ambiental para melhor

entendimento deste capítulo.

Ano Acontecimentos

1968

1. Nasce o Conselho para Educação Ambiental, no Reino Unido.

1972

á

1979

2. A Universidade Federal do Rio Grande do Sul criou o primeiro curso de pós-

graduação em Ecologia do país.

3. Encontro Internacional em Educação Ambiental

4. Realizada a Conferência Intergovernamental de Educação Ambiental em Tbilisi

5. Os cursos de Engenharia Sanitária já inseriam as matérias de Saneamento

Básico e Saneamento Ambiental

6. Realização do Seminário de Educação Ambiental para América Latina

1985

á

1988

7. Parecer 819/85 do MEC reforça a necessidade da inclusão de conteúdos

ecológicos ao longo do processo de formação do ensino de 1º e 2º graus,

8. Constituição da República Federativa do Brasil dedicou o Capítulo VI ao Meio

9. Ambiente e no Art. 225, Inciso VI, determina ao “... Poder Público, promover a

Educação Ambiental em todos os níveis de ensino.

1990

á

1999

10. Aprovada na Conferência Mundial sobre Educação para Todos

11. Portaria 678/91 do MEC determinou que a educação escolar devesse

contemplar a Educação Ambiental

12. Proposta do Programa Nacional de Educação Ambiental - PRONEA, elaborada

pelo MEC/MMA/MINC/MCT.

13. Foi criada a Câmara Técnica temporária de Educação Ambiental no Conselho

Nacional de Meio Ambiente – CONAMA

24

Quadro 1 – Histórico da Educação Ambiental

Fonte: Elaboração própria a partir do portal MEC

O ponto crucial para a adequação da Educação Ambiental foi à criação da

Política Nacional do Meio Ambiente que visa uma postura em prol da humanidade,

baseado em uma compreensão voltada para o ensino e desenvolvimento de novos

projetos para a mudança de postura da sociedade.

Desta forma, o que se pode perceber é a importância da participação das

Instituições de Ensino de todos os níveis neste processo de inclusão para que o

tema sustentabilidade seja percebido por aqueles que estão desprovidos do

conhecimento mais complexo em torno deste tema.

2.1 Educação Ambiental nas Instituições de Ensino Superior Privada

A Instituição de Ensino Superior (IES) é hoje fator primordial para que os

futuros profissionais possam desenvolver dentro da organização para melhoria

contínua em sua gestão social e ambiental. Por tanto toda IES deve ter a

preocupação em avaliar e analisar periodicamente o currículo do curso buscando

agregar maior valor e enquadramento as necessidades que o mercado impõe, pois a

Educação Ambiental é extremamente necessária para criação de novas estratégias

relacionadas ao tema.

Segundo TACHIZAWA et al (2000, p. 180)

14. Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade: Educação e

Consciência Pública para a Sustentabilidade

15. Promulgada a Lei nº 9.795 de 27 de abril de 1999 que institui a Política

Nacional de Educação Ambiental,

25

O currículo deve ser entendido dentro de sua dimensão mais

ampla de desempenhos esperados, e desejado relacionamento

com o meio a que servem suas instituições, organizações,

professores, alunos e empresa devendo-se sobrepujar ao

pragmatismo da própria instituição de ensino superior,

envolvendo – se com sua ideologia e filosofia de educação.

Na citação o autor expõe que o currículo do curso deve estar diretamente

ligado com a necessidade de todos aqueles que o tem por base de conhecimento.

Adaptado com as ações da própria Instituição de Ensino, e desta forma gerar um

alicerce educacional que agregue valor as partes, e alcance o interesse pessoal,

educacional e profissional.

Este aspecto é considerado necessário para o desenvolvimento de todo ser

humano, tendo em vista a situação de desmatamento, aquecimento, entre outros

esta cada vez mais agravante. A importância de desenvolver pessoas com maior

conscientização gera um movimento em prol deste tema que aos poucos ganha seu

espaço dentro das Instituições de Ensino de todos os níveis.

A lei nº 9.795/99 define que a educação Ambiental:

Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos

quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais,

conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas

para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do

povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.

Conforme citado, a educação ambiental busca entender as necessidades da

sociedade em relação ao meio ambiente, pois cada cidadão tem o direito de obter

26

conhecimento e avaliar quais são os fatores que prejudicam o desenvolvimento

social e de que forma isto é causado. E assim passam a criar estratégias que

possam minimizar as problemáticas encontradas. Sendo assim no próximo item,

será apresentada a inclusão da RSA no curso de Administração.

2.2 Responsabilidade Socioambiental no Curso de Administração

Segundo Gonçalves (1990),

Um processo de aprendizagem, longo e contínuo, que procura

esclarecer e fomentar valores éticos, de forma a desenvolver

atitudes racionais, responsáveis e solidárias entre os homens.

Tem por objetivo instrumentalizar os indivíduos, dotando-se de

competência para agir consciente e responsavelmente sobre o

meio ambiente, por meio de interpretação correta da complexidade

que encerra a temática ambiental e da relação existente entre

essa temática e os fatores políticos, econômicos e sociais.

A educação ambiental, não é baseada apenas em suas próprias criações e

análises, ela é um importante fator para o desenvolvimento de valores e

comportamentos sendo então necessária que este conhecimento seja estendido a

população por meio institucional. A educação ambiental não ignora as disciplinas já

existentes no currículo, ela as complementa de forma positiva. Pois a

Responsabilidade Social é algo que se vivencia a todo o momento.

Através da abordagem da RSA o educando pode analisar de forma

consciente a realidade em que vive com isso ele desenvolve valores que podem ser

repassados continuamente em todo seu âmbito social, cultural e profissional

buscando sempre agregar e conscientizar a sociedade onde está inserido.

O aluno é sujeito do seu processo educativo, uma vez que educar

é antes de tudo educar - se e, por isto mesmo, a instituição de

27

ensino superior deve proporcionar-lhe as condições e os

requisitos essenciais para que possa construir seu projeto de vida

e ser artífice de sua própria história. Tachizawa (p. 2000).

Quando a instituição de ensino fornece ao estudante a oportunidade de

aprendizado, cabe ao mesmo entender o seu papel perante a sociedade. A

universidade deve criar nestes alunos uma visão de empreender de forma a

enxergar o que está a sua volta e quais são as necessidades existentes na

sociedade. No momento em que o estudante passa ao nível profissional ele deve

estar inteirado deste conceito de forma ampla, relacionando as suas

responsabilidades como cidadão e como organização.

Segundo GUIMARÃES, 1995.

Eminente, interdisciplinar, orientada para a resolução de

problemas locais. É participativa, comunitárias, criativa e valoriza a

ação. É uma educação critica da realidade vivenciada, formadora

da cidadania. E transformadora de valores e atitudes por meio da

construção de novos hábitos e conhecimentos. Criadora de uma

nova ética, sensibilizadora e conscientizadora para as relações

integradas ser humano/sociedade/natureza, objetivando o

equilíbrio local e global, como forma de obtenção da melhoria da

qualidade de todos os níveis da vida.

A elaboração do currículo no curso de administração inserir contextos

diferenciais para a preparação dos discentes, baseando-se na observação e

exigência da sociedade. Desta forma é importante que os alunos em formação

entendam a capacidade de mudança, estratégia e atitude pró ativa, sendo esta parte

importante para o desenvolvimento organizacional e por isso a necessidade de

atingir e continuar aprofundando a RSA como contexto acadêmico.

28

ESTRATÉGIA OCASIÃO PARA USO VANTAGENS

Discussão Expor opinião Compreender as questões / Desenvolve autoconfiança

Discussão grupo Assuntos polêmicos Desenvolvimento positivo entre alunos e professores.

Trabalho grupo: Executar tarefas Responsabilidade / Organização

Questionário. Obter informações Produz excelentes resultados.

Imitação Levar info. aos grupos Forma efetiva de aprendizagem e ação social.

Projeto. Tarefas objetivas As pessoas recebem e executam o próprio trabalho

Quadro 2– Estratégias Educação Ambiental

Fonte: Site Ambiente Brasil/2012

O quadro 2 apresenta as estratégias da Educação Ambiental elaboradas

como apoio de dados da UNESCO, UNEP e IEEP, disponível no site do Ambiente

Brasil. No artigo foi apresentado um quadro, onde demonstra estratégias para a

aplicação da Educação ambiental.

O objetivo avaliado neste artigo está voltado à busca da melhor forma de

desenvolver o interesse de aprendizagem a fim de incentivar o aluno a criar

estratégia própria em relação à área Social e Ambiental, a Instituição de Ensino

desenvolvera um trabalho que ao longo do tempo será um processo natural de

aprendizado por parte do discente.

No site do Ministério do Meio Ambiente (MMA), podem-se visualizar vários

artigos com propostas para a sustentabilidade, dentre eles o Tratado de Educação

Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global. Este mesmo

trabalha basicamente com o mesmo objetivo da Educação Ambiental (EA),

buscando conscientizar e desenvolver a capacidade em gerar novos

posicionamentos para a sustentabilidade. Sendo assim, segue abaixo alguns

princípios relativos à Educação Ambiental.

29

Princípios da Educação para Sociedades sustentáveis e Responsabilidade Global

A educação é um direito de todos; somos todos aprendizes e educadores.

A educação ambiental deve ter como base o pensamento crítico e inovador, em qualquer tempo ou

lugar, em seus modos formal, não formal e informal, promovendo a transformação e a construção da

sociedade.

A educação ambiental é individual e coletiva. Tem o propósito de formar cidadãos com consciência

local e planetária que respeitem a autodeterminação dos povos e a soberania das nações.

Quadro 6 – Princípios da Educação Ambiental

Fonte: Ministério do Meio Ambiente

Nos capítulos iniciais, foram descritos alguns conceitos que abordam a

Responsabilidade Socioambiental, ou seja, os conceitos da RSA, Responsabilidade

Social Corporativa, Legislação, Educação Ambiental nas Instituições de Ensino

Superior. No terceiro capítulo será realizada uma análise da Logística Empresarial.

30

CAPÍTULO 3

A ORIGEM E A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA LOGÍSTICA11

A origem da palavra logística vem do grego “Logistikos”, do qual o latim

“Logisticus” é derivado, ambos significando cálculo e raciocínio no sentido

matemático.

Na área militar, a palavra logística representa a aquisição,

manutenção, transporte de materiais e de pessoal, mas a logística

não se limita apenas ao transporte, mas também ao suporte,

preparativos administrativos, reconhecimentos e inteligência

envolvidos na movimentação e sustentação das forças militares.

(SANTOS et al.,2004).

O planejamento quanto ao suprimento e movimentação de tropas,

entre outros, traçava os primeiros sinais logísticos, ainda que

restritos ao lugar onde se travavam as batalhas. Em períodos de

guerras, os exércitos tinham que movimentar grandes quantias de

materiais a grandes distâncias, em que se pensava em um tempo

extremamente curto. Foi aí que a logística ganhou sua importância

altamente proficiente, no planejamento, direção e execução das

atividades militares não abrangidas pela tática e estratégia.

(DEMARIA, 2004).

Na Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945), a logística teve um papel

importante no apoio Logístico avaliando fatores tático e estratégico. Entretanto, com

o término da Guerra, os exércitos tinham um grande número de estrategistas

ociosas e para não desperdiçar suas ideias, os generais alocaram o pessoal em

empresas estatais.

11 A origem e evolução histórica da Logistica: Disponível em: http://www.eumed.net/libros/2010d/794/Fundamentacao%20Teorica.htm, Acesso em: 30 de junho de 2012.

31

Neste ponto, surgiu a logística empresarial, que inexplicavelmente, somente

foi reconhecida a pouco tempo pelas organizações, que passaram a entender a

importância que o gerenciamento logístico poderia trazer para a empresa.

Segundo Segalla (2006),

a crescente internacionalização da economia mundial tem levado

as organizações a buscar novas abordagens para atingir maior

competitividade nas operações de comércio internacional. Sem

dúvida, a integração econômica e comercial entre países fomentou

o fenômeno da globalização e aumentou a circulação de

mercadorias, dinamizando a competitividade na troca de bens e

serviços entre as nações. Com o aumento brutal da circulação de

mercadorias e a pressão incessante por reduzir custos e aumentar

as vendas, as empresas voltaram os olhos para a importância de

desenvolver uma cadeia de suprimentos eficiente.

O conceito de Logística Integrada passou a considerar como elemento de

um sistema, as atividades de armazenagem e movimentação afim de, facilitar o fluxo

de produtos desde a aquisição do material até seu consumo final.

As novas tecnologias têm permitido um maior nível de

automatização, integrando as atividades de concepção, produção,

gerenciamento e comercialização, proporcionando às organizações

uma maior produtividade e flexibilidade às mudanças. (VIEIRA

NETO, 2004).

A gestão das cadeias de suprimento tornou-se básico para a sobrevivência e

exige grandes mudanças nas empresas e especialmente no ambiente de negócios

onde atuam, demandando infraestrutura, políticas públicas e competências cada vez

mais adequadas ao momento atual.

Os requisitos para a atividade logística passam pelo controle e identificação

de oportunidades de redução de custos, redução nos prazos de entrega e aumento

da qualidade no cumprimento do prazo, disponibilidade constante dos produtos,

programação das entregas, facilidade na gestão dos pedidos e flexibilização da

32

fabricação, análises de longo prazo com incrementos em inovação tecnológica,

novas metodologias de custeio, novas ferramentas para redefinição de processos e

adequação dos negócios.

3.1 Conceito de Logística12

O termo logística vem sendo muito utilizado ultimamente,

sobretudo em função do crescimento dos centros urbanos, da

distância entre os centros de produção e os de consumo, da

necessidade de diminuição de custos e de perdas de produtos e da

competição entre fornecedores/distribuidores. (ARAÚJO, 2005).

No Brasil, o uso do termo ainda é algo muito recente, só a partir dos anos

noventa, com a abertura comercial e a desvalorização do real, o termo ganha força.

Hoje, o termo logístico vem sendo discutido com frequência cada vez maior.

A logística se constitui num sistema de distribuição global, formado

pelo inter-relacionamento dos diversos segmentos ou setores que a

compõem. Compreende a embalagem e a armazenagem, o

manuseio, a movimentação e o transporte de um modo geral, a

estocagem em trânsito e todo o transporte necessário, a recepção,

o acondicionamento e a manipulação final, isto é, até o local de

utilização do produto pelo cliente. (MOURA, 1998, p. 51).

De acordo com Novaes (2001),

Logística é o processo de planejar, implementar e controlar

eficientemente o custo correto, o fluxo e armazenagem de

matérias-primas, estoques durante a produção e produtos

acabados, e as informações relativas a essas atividades, desde o

ponto de origem até o ponto de consumo, com o propósito de

atender aos requisitos do cliente.

12 Conceito de Logística: Disponível em: http://www.eumed.net/libros/2010d/794/Fundamentacao%20Teorica.htm. Acesso em: 30 de junho de 2012.

33

A Logística busca otimizar as atividades da empresa avaliando sempre a

melhoria no nível de serviço assim como, prover a empresa condições para

minimizar seus custos e competir com o mercado.

De acordo com Christopher (2001),

A logística é o processo de gerenciar estrategicamente a aquisição,

a movimentação e a armazenagem de materiais, peças e produtos

acabados (e os fluxos de informações correlatas), por meio da

organização e de seus canais de marketing, de modo a maximizar,

pelo atendimento dos pedidos a baixo custo, a lucratividade

presente e futura.

A novidade resulta no conceito de gerenciamento coordenado das

atividades relacionadas, em vez de praticadas separadamente e no

conceito de que logística agrega valor ao produto e aos serviços.

(BALLOU, 2001).

Para Lambert et al (1998), a integração de todas as áreas gerenciais da

empresa com a logística é de fundamental importância para a empresa. O

gerenciamento logístico, tendo a contribuição das pessoas, dos recursos naturais,

financeiros e de informação, interage com as ações gerenciais, buscando

desenvolver de maneira eficiente e eficaz as atividades logísticas, com o objetivo de

prover a empresa de vantagem competitiva, agregar valor aos produtos e atender,

assim, às necessidades dos clientes. Contribuindo com tal raciocínio, Porter (1999)

destaca que o levantamento de informações sobre o mercado no qual a empresa

está inserida e suas respectivas necessidades são de grande validade no processo

de planejamento da mesma, bem como, na definição de como serão utilizados os

recursos disponíveis, alocando-os da melhor maneira possível.

Sendo assim, de acordo com Glugoski (2008), não convém fechar grandes

contratos no exterior se o campo não está pronto. O gestor tem que fazer bom uso

dos diversos sistemas de que dispõe. Outro exemplo que Caixeta Filho (2001) cita, é

que o armazém é um sistema físico, mas a decisão sobre armazenar agora ou

depois, vender agora ou depois, faz enorme diferença para a logística e ao

34

atendimento ao cliente mais à frente. Dessa forma, percebe-se como a logística

supõe a integração entre as atividades.

Slack (1999) conclui que a logística integrada, ou seja, a gestão do

suprimento dos materiais e da distribuição de produtos, batizada de Supply Chain

Management (SCM) ou administração da cadeia de suprimentos, é a técnica de

levar produtos e serviços dos pontos de origem aos pontos de destino, enquanto

logística é mais comumente usada para designar apenas a distribuição de produtos.

A cadeia de suprimentos é definida por Arnold (1999) como a cadeia

completa do suprimento de matérias-primas, manufatura, montagem e distribuição

ao consumidor final. Assim, a cadeia de suprimento inclui todas as atividades e

processos necessários para fornecer um produto ou serviço a um consumidor final,

ou seja, os elementos básicos são os mesmos: suprimento, produção e distribuição.

Como definição, a logística está em torno de todas as áreas de uma

organização. Avaliando todas as necessidades de um processo produtivo. A maneira

como a mesma é gerenciada, define o nível de custo que a empresa terá.

3.2. Logística Verde

”... todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,

bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,

impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e

preservá-lo para as presentes e futuras gerações." (Artigo 225 da

Constituição Federal de 1988).

A Logística verde é um fator essencial de competitividade para as empresas. É

um ponto que demonstra diferenciação no modo como a empresa entende a questão de

Responsabilidade Socioambiental ou Sustentabilidade.

Preocupadas com questões ambientais as empresas estão cada vez

mais acompanhando o ciclo de vida de seus produtos. Isto torna-se

cada vez mais claro quando observamos um crescimento considerável

no número de empresas que trabalham com reciclagem de materiais,

um exemplo dessa preocupação é o projeto Replaneta, que consiste

35

em coleta de latas de alumínio e garrafas PET, para posterior

reciclagem, e que tem como bases de sustentação para o sucesso do

negócio a automação e uma eficiente operação de logística reversa

(MALINVERNI, 2002.)

As regulamentações Ambientais obrigam a logística a analisar o custo e

benefício relacionados aos investimentos. E, em função disto, a Logística verde é vista

como o novo conceito de gerenciamento para as empresas.

De acordo com ALCOFORADO (2002

A logística verde ou ecológica age em conjunto com a logística

reversa, no sentido de minimizar o impacto ambiental, não só dos

resíduos na esfera da produção e do pós-consumo, mas de todos os

impactos ao longo do ciclo de vida dos produtos.

Todas as empresas utilizam o conceito de Logística Verde, porém algumas não

percebem a importância desse processo como parte integrante de desenvolvimento da

empresa. Para que as empresas realmente desenvolvam um trabalho de excelência em

relação à Logística verde, é necessário elaborar pesquisas, fazer investimentos que

aumente o nível de participação no mercado.

As empresas devem perceber que cada investimento é necessário, pois os

benefícios adquiridos em um momento futuro será vantajoso não só para a empresa,

mas para a sociedade.

36

CONCLUSÃO

O tema pesquisado na presente monografia foi Logística e Meio Ambiente e

seu principal questionamento foi: Como a Responsabilidade Socioambiental é

avaliada sob a ótica da Logística no sentido de contribuir na conscientização das

organizações?

Ao longo do capítulo 1 é importante destacar três pontos de conclusão.

Primeiramente a criação da Agenda 21 no ano de 1992. Sendo este um programa

de conscientização ambiental estruturado para desenvolver a proteção do ambiente,

justiça social e a eficiência econômica.

Em segundo lugar, os dez princípios do pacto global que foi um fator

determinante para que a sociedade global desenvolvesse hábitos de

responsabilidade Social e Ambiental e desta forma valorizar estas questões de

forma ética e responsável, legalizando as questões de direitos humanos, condições

de trabalho, Meio ambiente e luta contra a corrupção.

E por último a Responsabilidade Social corporativa que aliada aos seis

conceitos traz mudança dentro das organizações que passam a elaborar estratégias

em prol de uma vida melhor para a população e para todos os que envolvem uma

empresa.

Na totalidade, as organizações buscam a estrutura sólida de seu aspecto

social e ambiental, ou seja, entende a importância em criar uma imagem vinculada a

atuação social apresentando em seu contexto uma postura ética e responsável nas

atitudes prestadas aos consumidores. Por outro lado a sociedade tende a requerer

dessas organizações posicionamento relativo aos atos de forma que possa ser

beneficiadas na estrutura quanto coletividade ou quanto individuo. A empresa deve

buscar forma consciente de atuação para que através desta possa inserir a

cidadania da população tendo isto como finalidade. Para que esse fator seja

realizado, é necessária a conscientização e ação das empresas.

37

No segundo capítulo cabe destacar os seguintes pontos: em primeiro lugar a

importância dada a Educação ambiental a partir do ano de 1968. Está questão é

relevante, pois trouxe a sociedade a consciência da preservação do meio ambiente

e isto reflete diretamente na sociedade hoje, pois a mudança de postura tem se

mostrado presente através da abordagem deste tema nas instituições de ensino.

Como segundo ponto deste capítulo cita-se a relevância neste da

regularização da Educação Ambiental através da lei 9.795/99 que enfatiza através

da sua estrutura a agregação de valor a partir da inclusão deste tema na grade

acadêmica das instituições de ensino.

No terceiro capítulo, foi abordado um pouco do Histórico da Logística que

teve seu inicio nos princípios militares por questões de estratégia de Guerra.

Destaca-se também a necessidade de investir na Logística Verde como

forma crescimento para própria empresa através da redução de custo que devem

ser acompanhados ao longo do investimento. Contudo entende-se que as

organizações têm contribuído através de estratégias e investimentos para a

formação profissional com maior consciência ambiental

38

ANEXO 1

LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA

Civil Pública (Lei 7.347 de 24/07/1985) - Lei de Interesses Difusos, que trata da ação

civil pública de responsabilidades por danos causados ao meio ambiente, ao

consumidor e ao patrimônio artístico, turístico ou paisagístico.

Agrotóxicos (Lei 7.802 de 11/07/1989) - A Lei dos Agrotóxicos regulamenta desde a

pesquisa e fabricação dos agrotóxicos até sua comercialização, aplicação, controle,

fiscalização e também o destino da embalagem. Impõe a obrigatoriedade do

receituário agronômico para venda de agrotóxicos ao consumidor. Também exige

registro dos produtos nos Ministérios da Agricultura e da Saúde e no Instituto

Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, IBAMA.

Área de Proteção Ambiental (Lei 6.902, de 27/04/1981) - Lei que criou as "Estações

Ecológicas" (áreas representativas de ecossistemas brasileiros, sendo que 90%

delas devem permanecer intocadas e 10% podem sofrer alterações para fins

científicos) e as "Áreas de Proteção Ambiental" ou APAs (onde podem permanecer

as propriedades privadas, mas o poder público limita atividades econômicas para

fins de proteção ambiental).

Atividades Nucleares (Lei 6.453 de 17/10/1977) - Dispõe sobre a responsabilidade

civil por danos nucleares e a responsabilidade criminal por atos relacionados com as

atividades nucleares. Entre outros, determina que quando houver um acidente

nuclear, a instituição autorizada a operar a instalação tem a responsabilidade civil

pelo dano, independente da existência de culpa. Em caso de acidente nuclear não

relacionado a qualquer operador, os danos serão suportados pela União. A lei

classifica como crime produzir, processar, fornecer, usar, importar, ou exportar

material sem autorização legal, extrair e comercializar ilegalmente minério nuclear,

transmitir informações sigilosas neste setor, ou deixar de seguir normas de

segurança relativas à instalação nuclear.

Crimes Ambientais (Lei 9.605, de 12/02/1998) - Reordena a legislação ambiental

brasileira no que se refere às infrações e punições. A pessoa jurídica, autora ou co-

39

autora da infração ambiental, pode ser penalizada, chegando à liquidação da

empresa, A lei criminaliza os atos de pichar edificações urbanas, fabricar ou soltar

balões, danificar as plantas de ornamentação, dificultar o acesso às praias ou

realizar desmatamento sem autorização prévia.

Engenharia Genética (Lei 8.974 de 05/01/1995) - Regulamentada pelo Decreto

1752, de 20/12/1995, a lei estabelece normas para aplicação da engenharia

genética, desde o cultivo, manipulação e transporte de organismos geneticamente

modificados (OGM), até sua comercialização, consumo e liberação no meio

ambiente.

Exploração Mineral (Lei 7.805 de 18/07/1989) - Regulamenta a atividade garimpeira.

A permissão da lavra é concedida pelo Departamento Nacional de Produção

Mineral, DNPM, o brasileiro ou cooperativa de garimpeiros autorizada a funcionar

como empresa, devendo ser renovada a cada cinco anos. É obrigatória a licença

ambiental prévia, que deve ser concedida pelo órgão ambiental competente.

Fauna Silvestre (Lei 5.197 de 03/01/1967) - A fauna silvestre é bem público (mesmo

que os animais estejam em propriedade particular). A lei classifica como crime o uso,

perseguição apanha de animais silvestres, caça profissional, comércio de espécimes

da fauna silvestres e produtos derivados de sua caça, além de proibir a introdução

de espécie exótica (importada) e a caça amadorística sem autorização do IBAMA.

Florestas (Lei 4771 de 15/09/1965) - Determina a proteção de florestas nativas e

define como áreas de preservação permanente (onde a conservação da vegetação é

obrigatória) uma faixa de 30 a 500 metros nas margens dos rios (dependendo da

largura do curso d´água), de lagos e de reservatórios, além dos topos de morro,

encostas com declividade superior a 45° e locais acima de 1800 metros de altitude.

Gerenciamento Costeiro (Lei 7661, de 16/05/1988) - Regulamentada pela Resolução

nº 01 da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar em 21/12/1990, esta lei

traz as diretrizes para criar o Plano Nacional de Gerenciamento Costeiro. Define

Zona Costeira como o espaço geográfico da interação do ar, do mar e da terra,

incluindo os recursos naturais e abrangendo uma faixa marítima e outra terrestre.

40

IBAMA (Lei 7.735, de 22/02/1989) - Criou o IBAMA, incorporando a Secretaria

Especial do Meio Ambiente (antes subordinada ao Ministério do Interior) e as

agências federais na área de pesca, desenvolvimento florestal e borracha. Ao

IBAMA compete executar e fazer executar a política nacional do meio ambiente,

atuando para conservar, fiscalizar, controlar e fomentar o uso racional dos recursos

naturais. Hoje subordina-se ao Ministério do Meio Ambiente, MMA.

Parcelamento do solo urbano (Lei, 6.766 de 19/12/1979) - Estabelece as regras para

loteamentos urbanos, proibidos em áreas de preservação ecológica, naquelas onde

a poluição representa perigo à saúde e em terrenos alagadiços.

Patrimônio Cultural (Decreto-Lei 25, de 30/11/1937) - Organizar a Proteção do

Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, incluindo como patrimônio nacional os

bens de valor etnográfico, arqueológico, os monumentos naturais, além dos sítios e

paisagens de valor notável pela natureza ou a partir de uma intervenção humana.

Política Agrícola (Lei 8.171 de 17/01/1991) - Coloca a proteção do meio ambiente

entre seus objetivos e como um de seus instrumentos. o Poder Público (federação,

estados, municípios) deve disciplinar e fiscalizar o uso racional do solo, da água, da

fauna e da flora; realizar zoneamentos agroecológicos para ordenar a ocupação de

diversas atividades produtivas (inclusive instalação de hidrelétricas), desenvolver

programas de educação ambiental, fomentar a produção de mudas de espécies

nativas, entre outros.

Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938, de 17/01/1981) - A mais importante

lei ambiental. O poluidor é obrigado a indenizar danos ambientais que causar,

independentemente de culpa. O Ministério Público (Promotor de Justiça ou

Procurador da República) pode propor ações de responsabilidade civil por danos ao

meio ambiente, impondo ao poluidor a obrigação de recuperar e/ou indenizar

prejuízos causados.

Recursos Hídricos (Lei 9.433 de 08/01/1997) - Institui a Política Nacional de

Recursos Hídricos e cria o Sistema Nacional de Recursos Hídricos. Define a água

como recurso natural limitado, dotado de valor econômico, que pode ter usos

múltiplos (consumo humano, produção de energia, transporte, lançamento de

41

esgotos). Descentraliza a gestão dos recursos hídricos, contando com a participação

do Poder Público, usuários e comunidades.

Zoneamento Industrial nas Áreas Críticas de Poluição (Lei 6.803, de02/07/1980) -

Atribui aos estados e municípios o poder de estabelecer limites e padrões

ambientais para a instalação e licenciamento das indústrias,

42

ANEXO 2

HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

1968

Nasce o Conselho para Educação Ambiental, no Reino Unido. Neste mesmo ano,

surge o Clube de Roma que em 1972, produz o relatório “Os Limites do Econômico”

que estudou ações para se obter no mundo um equilíbrio global como a redução do

consumo tendo em vista determinadas prioridades sociais.

1972

A Universidade Federal do Rio Grande do Sul criou o primeiro curso de pós-

graduação em Ecologia do país.

1975

Em resposta às recomendações da Conferência de Estocolmo, A UNESCO

promoveu em Belgrado (Iugoslávia) um Encontro Internacional em Educação

Ambiental onde criou o Programa Internacional de Educação Ambiental - PIEA que

formulou os seguintes princípios orientadores: a Educação Ambiental deve ser

continuada, multidisciplinar, integrada às diferenças regionais e voltada para os

interesses nacionais.

1976

Criação dos cursos de pós-graduação em Ecologia nas Universidades do

Amazonas, Brasília, Campinas, São Carlos e o Instituto Nacional de Pesquisas

Aéreas - INPA em São José dos Campos.

1977

Realizada a Conferência Intergovernamental de Educação Ambiental em Tbilisi (ex-

URSS) organizada pela UNESCO com a colaboração do PNUMA. Foi o ponto

culminante da primeira fase do Programa Internacional de Educação Ambiental,

iniciado em 1975.

43

1978

Os cursos de Engenharia Sanitária já inseriam as matérias de Saneamento Básico e

Saneamento Ambiental.

1979

Realização do Seminário de Educação Ambiental para América Latina realizado pela

UNESCO e PNUMA na Costa Rica.

1985

Parecer 819/85 do MEC reforça a necessidade da inclusão de conteúdos ecológicos

ao longo do processo de formação do ensino de 1º e 2º graus, integrados a todas as

áreas do conhecimento de forma sistematizada e progressiva, possibilitando a

“formação da consciência ecológica do futuro cidadão”.

1987

Estratégia Internacional de ação em matéria de educação e formação ambiental

para odecênio de 90 - documento final do Congresso Internacional sobre Educação

e Formação Relativas ao Meio-ambiente, realizado em 1987 em Moscou, Rússia,

promovido pela UNESCO. Ressalta a importância da formação de recursos

humanos nas áreas formais e não formais da EA e na inclusão da dimensão

ambiental nos currículos de todos os níveis. Plenário do Conselho Federal de

Educação aprovou por unanimidade, a conclusão da Câmara de Ensino a respeito

do parecer 226/87 que considerava necessária a inclusão da Educação Ambiental

dentre os conteúdos a serem explorados nas propostas curriculares das escolas de

1º e 2º graus, bem como sugeria a criação de Centros de Educação Ambiental.

1988

Constituição da República Federativa do Brasil dedicou o Capítulo VI ao Meio

Ambiente e no Art. 225, Inciso VI, determina ao “... Poder Público, promover a

Educação Ambiental em todos os níveis de ensino...”.

44

1990

A Declaração Mundial sobre Educação para Todos: Satisfação das Necessidades

Básicas de Aprendizagem, aprovada na Conferência Mundial sobre Educação para

todos, realizada Jontien, Tailândia, de 5 a 9 de março de 1990.

1991

Portaria 678/91 do MEC determinou que a educação escolar devesse contemplar a

Educação Ambiental permeando todo o currículo dos diferentes níveis e

modalidades de ensino.

1992

Carta Brasileira para a Educação Ambiental

1993

Portaria 773/93 do MEC institui em caráter permanente um Grupo de Trabalho para

EA com objetivo de coordenar, apoiar, acompanhar, avaliar e orientar as ações,

metas e estratégias para a implementação da EA nos sistemas de ensino em todos

os níveis e modalidades - concretizando as recomendações aprovadas na RIO -92.

1994

Proposta do Programa Nacional de Educação Ambiental - PRONEA, elaborada pelo

MEC/MMA/MINC/MCT com o objetivo de “capacitar o sistema de educação formal e

não-formal, supletivo e profissionalizante, em seus diversos níveis e modalidades.”

1995

Foi criada a Câmara Técnica temporária de Educação Ambiental no Conselho

Nacional de Meio Ambiente - CONAMA, determinante para o fortalecimento da

Educação Ambiental.

1996

Lei nº 9.276/96 que estabelece o Plano Plurianual do Governo 1996/1999, define

como principais objetivos da área de Meio Ambiente a “promoção da Educação

Ambiental, através da divulgação e uso de conhecimentos sobre tecnologias de

gestão sustentável dos recursos naturais”

45

1997

Conferência Internacional sobre Meio Ambiente e Sociedade: Educação e

Consciência Pública para a Sustentabilidade – Thessaloniki,1997 onde houve o

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