Idalberto Chiavenato INTRODUÇÃO À TEORIA GERAL DA ADMINISTRAÇÃO Elsevier/Campus .
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2012. 8. 9. · Autores como João...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
GESTÃO COM PESSOAS
Por: Rita de Cássia Valença Alvellos
Orientador
Prof. Vinicius Calegari
Niterói
2012
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
GESTÃO COM PESSOAS
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Gestão de Recursos
Humanos.
Por: Rita de Cássia Valença Alvellos
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AGRADECIMENTOS
A Deus pelas oportunidades que me foram dadas e por me manter
perseverante diante dos obstáculos encontrados no decorrer de minha vida.
Obrigada senhor pelo fim de mais esta etapa.
As minhas amigas Marcia, Aline, Lariça e Nathalia que me apoiaram em
toda minha formação acadêmica, orientando, discutindo e ajudando nas
duvidas sobre formatação. Em especial ao meu amigo Wanderson pelo apoio
na construção desta pesquisa e discussão do tema.
Aos meus amigos de faculdade Sonia, Luiz, Marcos e em especial a Rita
Alvarenga e Maria das Graças que estiveram juntas em todos os períodos
incentivando e não me deixando desistir nos momentos difíceis.
As minha amigas, que estão sempre presente em minha vida, Rosemary,
Wanda, Solange, Ninon. Julia, Aparecida, Dirce e Rita por mais de 30 anos de
amizade e companheirismo.
Aos meus amigos de Ibicui, que aturaram nos feriados prolongados as
minhas lamentações, meu desespero com as matérias, sempre me
incentivando a apoiando.
A minha equipe da agencia Moreira Cesar e aos meus colegas dos
Correios que sempre me incentivaram na minha formação e no meu
crescimento profissional.
A minha colaboradora Gloria, que me trata como a uma filha, obrigada por
seu carinho.
Aos meus professores que contribuíram com a minha formação, alguns de
uma forma mais incisiva, deixando exemplos, me fazendo refletir e se fazendo
lembrar para o resto de minha vida.
E em especial a minha família pelo amor e apoio que sempre me
dedicaram, estando sempre presentes nos momentos bons e ruins, meu filho
Matheus, minha sobrinha Karol e meu marido Luiz. Amo vocês.
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Lembrar de todos é muito difícil e acabamos cometendo injustiças. Tenho
certeza que muitas outras pessoas passaram pela minha vida e contribuíram
na construção dela. A todos que direta ou indiretamente me apoiaram muito
obrigada. Sem vocês nada disto seria possível.
5
DEDICATÓRIA
Aos meus pais (in memoriam) que
foram o alicerce na condução do meu
caráter e dos valores que desenvolvi no
decorrer da minha vida, permitindo que eu
me tornasse a pessoa que sou hoje.
A minha família, amigos e,
principalmente, ao meu marido e meu
filho pela paciência, carinho e apoio nos
momentos difíceis.
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RESUMO
A informação e o conhecimento se apresentam como as principais
ferramentas de competição na era contemporânea. Desta forma, este trabalho
evidencia a importância do capital intelectual dentro de uma organização,
focado na gestão com pessoas. A partir do estudo das escolas administrativas,
desde a Administração Científica até a Teoria Contingencial, concluímos que o
profissional possui o valor maior dos ativos de uma organização.
Diante desse contexto, o papel do Recursos Humanos aparece como
uma forma indispensável para gerir as vantagens competitivas às empresas
modernas. Ele apoia a gestão do conhecimento e suas estratégias, compondo
um papel diferenciador para a geração de novos valores, em busca de
inovações e excelências.
Palavras-chave: Administração, conhecimento, recursos humanos,
gestão com pessoas.
7
METODOLOGIA
Foram considerados como sujeito da pesquisa as teorias administrativas,
as pessoas que fazem parte da Administração e o papel dos recursos
humanos. Os dados, tratados de forma qualitativa e analisados de forma
estruturada, foram coletados a partir de uma pesquisa bibliográfica exploratória
em obras de autores reconhecidos.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I - HISTÓRIA DA ADMINISTRAÇÃO 11
CAPÍTULO II - CONHECIMENTO ORGANIZACIONAL 24
CAPÍTULO III – CAPITAL INTELECTUAL 32
CONCLUSÃO 41
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43
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INTRODUÇÃO
A Administração considerada como ciência, configurada como uma série
de estudos, data do final do século XIX. A ciência, por sua vez, está intrínseca
na construção do ser humano, na busca do conhecimento de si e do universo
que nos rodeia. Dela ramificam-se inúmeras áreas, todas participantes da
criação e da regulação do mundo em que vivemos. A Administração percorre
por mais de um século, como dito, como uma das principais ciências
estruturadoras da nossa sociedade.
Nesse contexto, o presente estudo teve por objetivo principal discutir a
visão organizacional ao longo do século XX, a fim de reconhecermos a
evolução administrativa, para chegarmos ao entendimento das novas
tendências da gestão com pessoas. O tema Gestão do Conhecimento tem sido
abordado por diversos autores que discorrem sobre como as mudanças
econômicas, teológicas, políticas e sociais vêm causando alterações na
estrutura e nos valores da sociedade. Hoje em dia, as empresas passam cada
vez mais para o colaborador a responsabilidade pelo seu próprio
desenvolvimento. E o motor desse desenvolvimento deve ser a capacidade do
aprendizado, visando às mudanças no ambiente.
Apresentou-se relevante para o direcionamento deste estudo, tendo
como objetivos específicos: o conhecimento acerca da história da
Administração e suas teorias; o capital intelectual, entendendo que pessoas e
processos são os ativos de conhecimento mais importantes nas organizações;
a gestão de Recursos Humanos e sua habilidade na formação de líderes; e o
desempenho x rentabilidade, discutindo como a gestão do conhecimento se
relaciona com a estratégia competitiva das empresas.
Há relevância neste estudo, pois o capital humano é um dos principais
recursos das organizações, mostrando-se necessário reconhecermos as novas
tendências de gestão com pessoas, para entendermos o significado do papel
10
dos administradores de hoje nas organizações, sendo importante também para
o meio acadêmico na construção da futura administração.
Este estudo pretendeu a partir do todo, ou seja, do histórico
administrativo, correlacionar fatos e dados a fim de destrinchar o papel do
administrador como um profissional do conhecimento, buscando o
reconhecimento de sua importância para o sucesso das organizações. A
pesquisa também ressaltou a necessidade de reformular as estratégias
empresarias e de mudar a cultura da organização, voltando-as para a
valorização e otimização do conhecimento e do aprendizado. Além disso, um
ponto que mereceu nossa atenção é a necessidade de fazer com que todos os
colaboradores conheçam e trabalhem integrados com essa cultura.
No primeiro capítulo foi abordada a história da administração,
englobando as principais teorias administrativas ou escolas da administração, a
fim de inserir o leitor no processo evolutivo organizacional.
O capítulo seguinte demonstra onde a evolução das escolas
administrativas nos levou, apontando para o conhecimento e sua gestão;
explicita-se suas estratégias e mudanças na cultura organizacional.
No terceiro e último capítulo está inserido o capital intelectual, objeto de
relevância para este estudo. Todo o discurso administrativo, segundo a linha do
tempo administrativa sobre a qual discorremos, evidencia este capital como a
alavanca mais importante das organizações. Assim como discorreremos acerca
do papel dos Recursos Humanos.
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CAPÍTULO I
HISTÓRIA DA ADMINISTRAÇÃO
Para Anthony Giddens (1991), modernidade refere-se ao estilo de vida,
à organização social que foi estabelecida na Europa a partir do século XVII, a
fim de contestar alguns autores que dizem que vivemos num período pós-
moderno, onde há nítida disparidade com o passado, devido à sociedade do
consumo e da informação na qual estamos hoje inseridos. A partir da
Revolução Industrial, no século XVIII, houve um período mecanicista onde a
máquina passa a ocupar um lugar de destaque nas indústrias que surgiram e o
homem sente necessidade de uma organização respaldada numa
administração. Não mais a administração cujos métodos eram empíricos, mas
uma ciência, de cujas características fossem práticas e objetivas. Assim,
seguindo a linha de pensamento de Giddens, vivemos hoje uma conjuntura
moderna radicalizada, onde ocorrem mudanças com velocidade vertiginosa,
inserindo-se neste contexto a Administração.
Desta forma, precisamos abordar as principais escolas administrativas,
desde a sua criação até os dias atuais, a fim de conhecermos as teorias,
métodos e práticas de cada período e reconhecermos a importância de cada
estudo que foi feito, viabilizando o mundo contemporâneo.
O intuito deste capítulo está em apresentar as principais escolas
administrativas, abordando a Administração Científica, pioneira, até a Teoria da
Contingência, última relacionada como escola. Após, temos abordagens
consideradas como tendências, não constituindo ainda como escolas do
pensamento administrativo, ou como teorias de Administração, estas sim
objetos deste estudo.
Autores como João Pinheiro de Barros Neto, Reinaldo O. da Silva,
Idalberto Chiavenato, entre outros, abordam este assunto de forma eficiente.
Mas para este capítulo nos basearemos na obra Teorias da Administração, de
12
Antônio de Lima Ribeiro, que de forma concisa e crítica, sintetiza a evolução do
pensamento administrativo.
1.1 - Administração Científica, de 1980 a 1925
Frederick Winslow Taylor era americano, formado em engenharia e
trabalhava desde os 18 anos em fábricas, ascendendo futuramente a cargos
como engenheiro-chefe e diretor-geral. Atuando na área operacional, percebeu
problemas que poderiam ser corrigidos com um estudo a fim de elaborar
métodos para suprir as ineficiências.
Taylor associou esses problemas de baixa eficiência à baixa
remuneração dos funcionários gerando insatisfação. Para que houvesse
aumento da produção, ele criou um sistema de pagamentos diretamente ligado
a ela, lhe chamando de produção-padrão. Para estabelecer esta produção-
padrão era necessário criar um melhor caminho (the one best way) para a
realização das tarefas, que ficou conhecido como o estudo de tempos e
movimentos.
Por meio desse estudo do trabalho humano, utilizando um cronômetro,
era medido o tempo de cada tarefa por movimentos elementares,
racionalizando o trabalho, fragmentando as tarefas e especializando o
trabalhador. Busca-se assim as melhores formas para a obtenção do
rendimento. Leva-se em consideração o local de trabalho, as máquinas e as
ferramentas utilizadas, a fim de obter um maior aproveitamento. A cada êxito
na sistematização das tarefas, fazia-se registro documental para não mais
obter melhoras empíricas. Esta padronização se estendia em regras gerais,
como a melhor forma de se utilizar o corpo humano (movimentos de mãos,
braços, número de repetições, etc.), e como o local de trabalho (as
ferramentas, os materiais, a iluminação).
Ocorre a divisão do trabalho entre a direção e os trabalhadores, onde as
funções são separadas entre preparação e execução. Esta, sendo realizada
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com sucesso, garante prêmios de gratificação aos trabalhadores (produção-
padrão).
Outro nome conhecido, Henry Ford, foi também um alicerce para a
administração. Utilizando um sistema de concentração vertical em sua fábrica
de automóveis, produzia desde a matéria-prima inicial ao produto final
acabado, assim como usou a concentração horizontal, com uma cadeia de
distribuição comercial por meio de agências próprias. Ele inovou, pois utilizou a
produção em massa, estabeleceu salário mínimo, jornada de trabalho de oito
horas, enquanto na época os trabalhadores eram submetidos a péssimas
condições de trabalho e a jornadas mais longas.
1.2 - Administração Clássica ou Normativista, de 1980 a 1925
O nome expoente desta Escola de Administração é o de Henry Fayol,
engenheiro que trabalhava em minas de carvão, ascendendo a gerente geral,
passando a diretor de algumas empresas, chegando a se tornar diretor-geral
da “Société Commentry Fourchambault e Decaziville”. Da mesma época que
Taylor, anteriormente estudado, Fayol, que era europeu, baseou seus estudos
na sua região. Ele buscou a eficiência administrativa também de um ponto de
vista científico, porém não no nível operacional, mas com ênfase na estrutura.
Em seu livro Administração Geral e Industrial, publicado em 1916, ele
define seis funções de uma empresa, que são divididas em:
• Técnicas – onde se produz, fabrica e transforma;
• Comerciais – onde se deve conhecer o mercado e os
concorrentes, utilizando a inteligência comercial com o objetivo da
venda;
• Financeira – gerencia capitais;
• Segurança – a fim de proteger bens e pessoas na organização;
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• Contabilidade – para se ter maior compreensão do balanço da
empresa;
• Administrativa - prever, organizar, comandar, coordenar e
controlar.
Na função administrativa, tem-se:
• Previsão – visualiza-se o futuro, a fim de traçar programas de
ação;
• Organização – compõe a estrutura funcional da empresa;
• Comando – orienta e dirige o pessoal;
• Coordenação – une todos os esforços da empresa em torno do
seu objetivo;
• Controle – verifica se as ações estão ocorrendo dentro das
normas estabelecidas.
Para Fayol, as organizações eram analisadas de cima para baixo e do
todo até suas partes, isto é, da direção para a execução e da organização para
os seus departamentos. E quanto às funções administrativas, elas são
encontradas em todos os níveis da escala hierárquica, ou seja, descendo nesta
escala encontraríamos também funções de ordem administrativa.
1.3 - Escola de Relações Humanas, de 1927 a 1932
Como observamos, a Teoria Clássica objetivou como pontos mais
importantes a tecnologia e o método de trabalho. Até esse período não havia
nenhuma objeção, ou seja, nenhuma outra teoria que contradissesse a Teoria
Clássica. Porém, em contraponto ao mecanicismo que imperava e com a
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elaboração do número de pessoas nas empresas formando sindicatos, tornou-
se necessário uma nova atenção: os trabalhadores. Estes se sentiam
explorados, buscando uma solução, até que surge esta nova teoria: a Teoria
das Relações Humanas.
Considera-se que tudo começou com a experiência de Howthorne, da
Western Electric Company, uma fábrica de equipamentos telefônicos, situada
em Chicago, estudando atitudes e comportamentos dos operários. Levou-se
em consideração o meio de trabalho, os acidentes que ocorriam, entre outros
fatores, e como todos estes influenciavam na produtividade.
Elton Mayo foi um precursor nesta teoria, preocupando-se com o bem-
estar do trabalhador, introduzindo intervalos de descanso no trabalho,
contratando enfermeiras para dar assistência e preocupou-se também com a
autoestima dos funcionários, a qual seria fundamental para um bom
desempenho.
Logo, a ênfase nas tarefas e na estrutura, cede lugar à preocupação
com o ser humano. O homem social passa a substituir o Homo economicus.
Este novo homem necessita de integração social, possui necessidades não só
ligadas ao lucro ou ao bem estar material, mas de incentivos à motivação,
atenção para os aspectos emocionais e não racionais. Desta forma, a resposta
convergiria para uma maior eficiência.
Uma gerência autoritária, que é centralizada, distante de seus
funcionários e silenciosa, pois não se comunica com os demais, cede lugar à
liderança, que é mais participativa, aproxima-se das pessoas que ali se
integram e mais comunicativa. E o estudo sobre liderança permanece até os
dias atuais. Separou-se três tipos de liderança:
• Autocrática – diretrizes são fixadas sem participação, onde o líder
determina quem e o que será feito;
• Democrática – há debates para se estabelecer diretrizes,
dividindo-se tarefas a critério do próprio grupo e o líder procura
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igualar-se a este grupo, embora as competências sejam dos
subordinados;
• Liberal (laissez-faire) – a participação do líder é mínima, tanto
relacionado a escolhas nas divisões de tarefas feitas pelo grupo
como nem avalia os acontecimentos, limitando-se a comentários
eventuais.
1.4 - Escola do Comportamento Humano, ou Escola
Behaviorista, de 1932 a 1940
Como desmembramento da Escola de Relações Humanas, o indivíduo
não só possui valores e objetivos como é capaz de participar na organização,
tomando decisões e solucionando problemas. No livro O Comportamento
Administrativo, de Herbert Simon, há a definição do empregado neste sentido,
capaz de ser racional, um tomador de decisões.
Neste período surgem as Teorias X e Y. No livro The Human Side Of
Entrerprise, Douglas McGregor, baseando-se no comportamento humano,
detalha esta teoria.
As Teorias X e Y mostram a possibilidade de gerir a produtividade
humana nas organizações empresariais, assim como visualizar o
comportamento humano dentro das empresas.
A Teoria X representa o controle existente sobre os recursos humanos
da empresa. Segundo esta Teoria, o ser humano, em geral, não gosta de
trabalhar ou pretende trabalhar o mínimo possível, como tal, a grande parte dos
trabalhadores têm que ser coagidos, vigiados e ameaçados com castigos a fim
de alcançar os objetivos da empresa. Os empregados evitam
responsabilidades, preferem ordens formais sempre que possível, exibem
pouca ambição e colocam a segurança acima de todos os fatores associados
ao trabalho.
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A Teoria Y mostra o fato de que o desenvolvimento dos recursos
humanos é mais otimizado e pode ser mais bem aproveitado. Conforme esta
teoria, quando num ambiente favorável, o trabalho pode ser algo natural
levando ao prazer. O indivíduo, movido pela auto-orientação e pelo
autocontrole, coloca-se a serviço dos objetivos previstos dentro da empresa.
Neste ambiente, um funcionário, quando aliciado com uma recompensa,
empenha-se mais na realização da sua tarefa. No seu tempo este deixa de
estar apenas sob ordens e começa a procurar responsabilidades.
Para McGregor se uma empresa adota as concepções da Teoria X, os
seus funcionários apresentam-se desmotivados e com atitudes de
comportamentos preguiçosos. Por outro, lado se optar pela Teoria Y, as
pessoas vão interagir e apresentar características motivadoras.
Nessa Escola, as necessidades humanas passam a ser detalhadas e
divididas. Dentre elas encontram-se:
• Básicas – como alimentação, saúde e moradia;
• Sociais – reconhecimento profissional, com salários de acordo
com o desempenho, a fim de conferir-lhe bem-estar social;
• Status – para haver inserção na sociedade, reconhecimento dos
outros, o que se dá através de acúmulo de bens;
• Ambições Pessoais – relativo às ambições pessoais e seus
desejos;
Outra ideia que surge nesse período de grande importância para a
Administração é a Motivação, estimulada por líderes que valorizam seus
funcionários, promovem diálogos e demonstram entusiasmo.
Entendendo as necessidades humanas torna-se mais fácil encorajar a
motivação do funcionário. Para tal, Maslow criou a Hierarquia das
Necessidades (ver figura 1), dividindo estas em 5 grupos:
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• Fisiológicas – necessidades como fome, sede, sono, excreção e
abrigo;
• De Segurança – parte da necessidade de sentir-se seguro dentro
de uma casa a formas de segurança mais elaboradas, como
estabilidade num emprego, um plano de saúde, etc.;
• Sociais – afeto, amor, e sentimentos como a pertencer a um
grupo;
• De Autoestima – reconhecimento de capacidades pessoais e
reconhecimento dos outros quanto à nossa capacidade de
adequação às funções que desempenhamos;
• De Realização do Potencial – relacionado à autoestima, em que o
indivíduo procura tornar-se aquilo que ele pode ser.
F
Figura 1
1.5 - Escola Burocrática, 1940
A Teoria Clássica foi criticada diretamente pela Teoria das Relações
Humanas, devido ao seu mecanicismo. Porém, esta última, recebeu crítica
19
devido ao seu romantismo. Logo, estudiosos buscaram em obras do sociólogo
Max Weber fundamentos para esta nova teoria: a Teoria Burocrática.
Na sua concepção original, a burocracia deveria servir para introduzir
racionalidade à organização do trabalho. Nenhuma empresa principalmente, se
for organização de grande porte, pode sobreviver sem padrões mínimos de
confiabilidade, isto é, com as normas, procedimentos, hierarquias e controle.
Ela está diretamente relacionada com: precisão, rapidez, univocidade de
interpretação, uniformidade de rotinas e procedimentos, continuidade, redução
da fricção entre as pessoas, constância, subordinação dos mais novos aos
mais antigos, confiabilidade, benefícios sob o prisma das pessoas na
organização.
Para Weber, a Burocracia possui 10 características:
1. Caráter legal das normas e regulamentos;
2. Caráter formal das comunicações;
3. Caráter racional e divisão do trabalho;
4. Impessoalidade nas relações;
5. Hierarquia de autoridade;
6. Rotinas e procedimentos padronizados;
7. Competência técnica e mérito;
8. Especialização da administração que é separada da propriedade;
9. Profissionalização dos participantes;
10. Completa previsibilidade do funcionamento.
Com a burocracia, as organizações passaram a ser mais eficientes, pois
o meio foi adequado aos fins. O empirismo deixa de ser utilizado, para que haja
regras mais claras, mais racionais. As decisões são tomadas de forma mais
rápida, há menos atrito entre as pessoas, pois cada um conhece o seu papel e
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também transmite maior confiabilidade, já que as regras são conhecidas de
todos.
As empresas que utilizam o modelo burocrático demonstram, muitas das
vezes, uma disfunção da burocracia. Elas operam engessadas pelo excesso de
normas e procedimentos, sofrem com a falta de espírito empreendedor e
convivem com a apatia e falta de comprometimento dos funcionários. Ocorre
então, rigidez, alienação, baixo comprometimento e lentidão.
1.6 - Escola Estruturalista, 1950
Assim como a Escola Burocrática, a Escola Estruturalista busca
considerar tanto a organização formal da Teoria Clássica como a informalidade
das Relações Humanas, porém entendendo a organização como um sistema
aberto e menos rígido, contrariando assim o pensamento burocrático. Desta
forma, a sociedade moderna se apresenta como uma sociedade de
organizações que interagem entre si.
Aparece o conceito de homem organizacional, que é o trabalhador que
está inserido na organização e é capaz de se adaptar a mudanças. Ele é
flexível quanto às mudanças, possui tolerância aos conflitos, não tem
imediatismo por recompensas e tem desejo de realização, inovando,
contribuindo e cooperando sempre. É, portanto, um indivíduo coletivo e
cooperativo.
O Estruturalismo teve forte influência na Filosofia, na Psicologia, na
Antropologia, na Matemática e na Linguística. Um nome importante desta
Escola é Amitai Etzioni, sociólogo que dividiu as organizações em três tipos:
coercivas, utilitárias e normativas.
Em suma, esta Escola é um desdobramento da Burocrática, tentando
minimizar os impactos da rigidez desta, conciliando ideias clássicas e
humanistas. Ela não traz um conceito novo, mas sim uma busca pelo equilíbrio
da formalidade com a informalidade.
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1.7 - Escola de Sistemas, 1951
A Escola Estruturalista foi o prenúncio desta nova Escola, a de
Sistemas, visto que já se percebia a organização mantendo relacionamento
com o meio externo e não só focada para si mesma. E esta interação é o ponto
crucial para o estudo sistêmico, visto que sistema é um conjunto de elementos,
entre os quais se possa encontrar ou definir alguma relação (dicionário
Aurélio).
Um nome de destaque para esta Escola é Ludwig Von Bertalanffy, que
foi um dos maiores biólogos do século XX, criador da Teoria Geral dos
Sistemas. Esta, destacava sistemas em várias ciências como biologia,
fisiologia, física, economia, etc. Para a administração, o pensamento sistêmico
faz crescer a percepção do todo organizacional e sua constante interação com
o meio externo (chamado de ambiente, pois não faz parte do sistema, no caso
organização, e pode produzir mudanças no estado desta).
Um sistema pode ser fechado (onde o meio não influencia) ou aberto (há
relacionamento com o meio e é suscetível a mudanças). A organização é vista
como um sistema aberto devido a sua relação com a sociedade. Destaca-se a
visão do homem, o homem funcional, que se inter-relaciona com os demais
indivíduos, comunicando, contribuindo e buscando um propósito comum.
1.8 - Escola de Administração por Objetivos (APO) ou Escola
Neoclássica, 1954
Em 1954, nos EUA, é lançado o livro Prática da Administração de
Empresas por Peter F. Drucker, momento em que este país se encontrava em
guerra fria e havia um grande crescimento demográfico. Neste plano as
organizações estavam cada vez maiores e mais complexas, ansiando por uma
nova corrente de pensamento, surgindo o pensamento voltado para os
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objetivos. O enfoque deixou de ser no processo, nas atividades meio, para os
resultados e objetivos alcançados.
Peter Drucker, austríaco e americano, é considerado o Pai da gestão.
Sendo assim reconhecido como o fundador da gestão, devido as suas
publicações, trabalhos de consultoria e conferências. É considerado também
como o “guru dos gurus” no mundo da gestão, sendo este homem pioneiro e
influenciador.
A Teoria Neoclássica foi uma releitura da Teoria Clássica, expurgando
os exageros, enfatizando as funções do administrador, como: planejamento,
organização, direção e controle.
Com esta Teoria a organização desenvolveu uma especialização vertical
(níveis hierárquicos aumentados) e uma especialização horizontal
(departamentalização). Na APO fica estabelecido um conjunto de objetivos
para cada departamento entre o executivo e o seu superior; são elaborados
planos táticos e operacionais; possui um sistema de avaliação, revisão e
reciclagem dos planos; e tem um apoio intenso do staff.
1.9 - Escola do Desenvolvimento Organizacional (D.O.), 1962
Ao contrário das outras Escolas, a Escola de Desenvolvimento
Organizacional não surgiu de um estudo específico de um autor, mas de um
conjunto de pesquisas. Obteve grande contribuição com a APO, que focava
nos resultados, porém se aprofundou na motivação humana, demonstrando um
desdobramento da Teoria Comportamental.
As organizações estavam inseridas num momento de grandes
mudanças, tanto de tamanho e complexidade organizacional, como
tecnológicas e também no comportamento humano. Neste caso o ser humano
se apresenta como complexo, almejando conhecimento. Para tal ele deixa de
ser um funcionário controlado para ter autonomia, sendo constantemente
submetido a reuniões e treinamentos laboratoriais.
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Levando em consideração o relacionamento interpessoal, a D. O.
procura incentivar mudanças internas, sejam elas estruturais ou culturais.
Porém entende-se que as influências não ocorrem somente no ambiente
interno, mas também no externo. Surge o conceito de adaptação, onde as
pessoas devem estar preparadas para as constantes mudanças.
1.10 - Teoria da Contingência, 1972
Contingente – que pode ou não suceder; incerto (DICIONÁRIO
AURÉLIO).
Sob esta perspectiva, a Teoria da Contingência se atém às incertezas do
mercado e da tecnologia, não estipulando uma regra, ou um modelo exato para
cada situação. São levados em consideração a interação da empresa com o
ambiente em que está inserida e o tipo de organização.
Nesta Teoria existem três níveis organizacionais: Institucional, ou
estratégico, intermediário e operacional, e variáveis dependentes (estrutura e
comportamento organizacional) e independentes (ambiente e tecnologia).
As relações entre os elementos organizacionais são compreendidas
melhor, tais como empresa X ambiente externo e empresa X ambiente interno,
como as relações entre os departamentos, entre os indivíduos e entre o
indivíduo e a empresa. Dessa forma tornam-se necessárias constantes
adaptações para a organização crescer.
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CAPÍTULO II
CONHECIMENTO ORGANIZACIONAL
De acordo com a evolução do pensamento administrativo, muitas
ferramentas surgiram criando tendências para a administração moderna. A
importância marcada pela evolução do pensamento administrativo se mostrou
focado na geração do conhecimento e na sua gestão.
Dessa forma, faz-se necessário o reconhecimento da importância que
uma visão diferenciada e moderna traz às empresas.
2.1 - O Conhecimento Como Fator de Produção
Como vimos no capítulo anterior, no passado o conhecimento não tinha
como fim a capacidade, a habilidade para a criação e a produção. A aptidão
para produzir algo não era vista como conhecimento, mas como uma utilidade
específica para um fim específico. Os ensinamentos eram passados de pai
para filho e não eram disseminados.
Na sociedade industrial, os fatores de produção eram definidos apenas
como capital, terra e trabalho. Na sociedade atual, o conhecimento passou a
ser considerado não só mais um fator de produção, mas sim o mais importante
no processo produtivo e na geração de riqueza. Na busca de atingir um
desempenho superior, as organizações dependem, hoje, menos de recursos
materiais e mais da qualidade do conhecimento.
Na chamada “economia do conhecimento”, as atividades que agregam
mais valor e produzem mais riquezas para os indivíduos e para a sociedade
são as geradas pela inovação, e esta, principalmente, pela capacidade de usar
o conhecimento agregado aos produtos e serviços oferecidos.
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Conforme a economia passa de industrial para a economia do conhecimento, experimenta uma série de mudanças, como automação do trabalho, crescimento generalizado na indústria de serviços, redução no tamanho das empresas, mudança no perfil da força de trabalho, transformações demográficas e substituição do centro geográfico da economia, antes matérias-primas e bens de capital, hoje informações e conhecimentos. (ZABOT, 2002, p. 75).
Hoje, o conhecimento e a informação passam a ser vistos como
elementos básicos para o sucesso das organizações. As empresas começaram
a entender que a administração do conhecimento deve ser vista como atividade
estratégica. A possibilidade de gerir informação e gerar conhecimento permite
às empresas perceberem o comportamento futuro de seus clientes,
concorrentes, a necessidade de criação de novos produtos e serviços –
inclusive mudanças no ambiente, fazendo com que se mantenham no
mercado.
Para Teixeira Filho:
O conhecimento é a matéria-prima da carreira profissional dos indivíduos, dentro e fora da empresa. Geri-lo bem passa então a ser essencial no estágio atual da história da sociedade, tanto para as organizações quanto para as pessoas. (2000, p. 21).
Ultimamente, o avanço da tecnologia de informática, dos recursos de
telecomunicações e da Internet, tem provocado grandes impactos na economia
mundial e no modo das empresas administrarem seus negócios. O papel
estratégico da tecnologia da informação é ajudar no desenvolvimento do
conhecimento coletivo e do aprendizado contínuo, tornando mais fácil para as
pessoas compartilharem problemas, ideias e soluções nas organizações.
Sendo assim, a tecnologia da informação passa ser o principal recurso
estratégico para a organização e sua aplicação eficiente e eficaz torna-se fator
crítico de sucesso. Essa tecnologia tem permitido às organizações e aos
indivíduos que a compõem perceberem a utilidade e a importância da criação,
do acesso, do armazenamento e da disseminação do conhecimento; enfim, da
Gestão do Conhecimento no desenvolvimento de suas atividades.
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2.2 - Gestão do Conhecimento
A Gestão do Conhecimento é o processo de identificação, criação,
renovação e aplicação dos conhecimentos estratégicos dentro das
organizações.
A gestão do conhecimento leva as organizações a mensurar com mais segurança a sua eficiência, tomar decisões acertadas com relação a melhor estratégia a ser adotada em relação aos seus clientes, concorrentes, canais de distribuição e ciclos de vida de produtos e serviços, saber identificar as fontes de informações, saber administrar dados e informações, saber gerenciar seus conhecimentos. Trata-se da prática de agregar valor à informação e de distribuí-la. (SANTOS, 2001, p. 32).
O valor do conhecimento dentro das organizações é, portanto, cada vez
maior. É evidente que saber administrá-lo, geri-lo, é um fator determinante para
o sucesso da organização, bem como para o sucesso individual daqueles que
a compõem, ou seja, daqueles que possuem de fato o conhecimento.
O próprio conceito de aprendizado em organizações passa,
necessariamente, por testar continuamente as experiências adquiridas ao
longo dos tempos de forma a transformá-las em conhecimentos acessíveis a
todos os colaboradores, o que é essencial para seu crescimento e
perpetuação.
Nonaka e Takeuchi (1995 apud Terra, 2005) classificaram o
conhecimento em dois tipos: o conhecimento tácito e o conhecimento explícito.
Conhecimento tácito é aquele que as pessoas possuem, sendo subjetivo
e inerente às suas habilidades, contudo não está descrito em nenhum lugar. Os
funcionários são os que detêm o tal conhecimento tácito, os conceitos, ideias,
relacionamentos, enfim, o conhecimento da empresa, de seus processos e
produtos dentro de suas mentes. A melhor forma de transmiti-lo é através da
convivência, das interações com o grupo, via comunicação oral, no contato
direto com as pessoas.
27
Conhecimento explícito é aquele formal, claro, fácil de ser transmitido.
Geralmente está registrado em artigos, revistas, livros e documentos, desta
forma disponível para qualquer pessoa.
A Gestão do Conhecimento baseia-se na transformação do
conhecimento tácito em explícito e vice-versa. Esses conhecimentos são
complementares e a interação entre eles é a principal dinâmica da criação do
conhecimento organizacional.
Segundo o modelo proposto por Nonaka e Takeuchi (1995, apud Terra,
2005), existem quatro processos de conversão do conhecimento:
• Socialização: é a conversão do conhecimento tácito em tácito, ou
seja, um processo pelo qual se compartilham experiências e criam-
se modelos mentais e habilidades técnicas. Os membros da
organização adquirem conhecimento tácito diretamente uns dos
outros, o que pode ocorrer através de observação, imitação,
experimentação ou prática. Rossatto (2002) destaca que este é o
tipo de conversão mais difícil, uma vez que envolve apenas os
conhecimentos tácitos.
• Externalização: é a conversão do conhecimento tácito em explícito,
transformando um conhecimento subjetivo em conhecimento
articulável, através do uso de metáforas, analogias, modelos,
conceitos, hipóteses, imagens, gráficos e outras formas verbais ou
escritas. Segundo Terra (2005), este tipo de conversão é o mais
importante dentre os quatro, por permitir a criação de novos e
explícitos conceitos.
• Combinação: consiste na conversão de conhecimento explícito em
explícito, isto é, baseia-se na sistematização dos conceitos
explícitos, na padronização do conhecimento e, por fim, a
disseminação desse conhecimento pela empresa. Para isso, são
utilizados meios como documentos, manuais, reuniões formais,
redes computadorizadas, bancos de dados, entre outros. Dessa
forma, esse conhecimento passa a integrar a cultura da
28
organização e, portanto, deve orientar os processos de negócios e
as atividades dos seus funcionários (Rossatto, 2002).
• Internalização: é o processo de conversão do conhecimento
explícito em tácito, no qual novos conhecimentos explícitos são
compartilhados e mais pessoas começam a internalizá-los e utilizá-
los para aumentar seu próprio conhecimento tácito. Os indivíduos
aprendem através da prática, desenvolvendo o conhecimento
operacional.
A interação contínua e dinâmica entre os modos de conversão do
conhecimento é conhecida como “espiral do conhecimento”, conforme
demonstrado no Quadro 1.
Quadro 1- Modos de conversão do conhecimento
Fonte: Santos et al (2001, p. 31).
As empresas voltaram-se para a Gestão do Conhecimento no intuito de
entender, organizar, controlar e lucrar com esse valor intangível.
29
A Gestão do Conhecimento está, dessa maneira, intrinsecamente ligada à capacidade das empresas em utilizarem e combinarem as várias fontes e tipos de conhecimento organizacional para desenvolverem competências específicas e capacidade inovadora, que se traduzem, permanentemente, em novos produtos, processos, sistemas gerenciais e liderança de mercado. (TERRA, 2005, p. 85).
Podemos afirmar que quando a organização torna- se mais ciente da
sua base de conhecimento, esta, articulada junto aos colaboradores, passa
cada vez mais a fazer a diferença junto às suas ações e atividades voltadas
para o atendimento dos seus objetivos organizacionais. Focadas na Gestão do
Conhecimento, as empresas começam a rever suas estratégias, sua estrutura
e sua cultura.
2.3 - Mudanças na Cultura Organizacional
Sendo a cultura organizacional o retrato da organização, conjunto das
suas crenças, costumes, padrões, valores e práticas que formam sua
identidade organizacional, torna-se uma tarefa muito difícil para os
administradores desenvolverem um processo de mudança na cultura sem que
haja resistências. As pessoas têm uma tendência natural a reagir a mudanças.
Mas a mudança cultural se torna essencial para a implementação da Gestão do
Conhecimento. Os administradores devem despertar a motivação e a inovação
nas pessoas para que entendam e se engajem no processo da gestão,
mostrando que elas fazem parte da evolução da organização no cenário
mundial, e que são os principais atores no contexto empresarial.
Essa consciência deve ser despertada através da realização de ações e eventos e do engajamento e da participação das pessoas no processo de gestão do conhecimento e na tomada de decisão, como meio de estimulá-las a mudar seu comportamento, quebrar tabus, reduzir a resistência às mudanças e minimizar mitos e como forma de trabalhar a visão dos indivíduos, principalmente dos gerentes, para eliminar conceitos equivocados sobre a disseminação de conhecimentos e para não associar ao conhecimento o
30
significado de poder, acabando com os guardiões da informação e mudando a tendência natural de procurar falhas e apresentar desculpas para justificar o não funcionamento ou fracasso de um processo ou atividade. (ROSSATTO, 2002, p. 35).
Como o conhecimento tornou-se o fator mais importante no ambiente
competitivo das organizações, faz- se necessário que a cultura esteja voltada
para uma orientação positiva para o conhecimento, possibilitando a aquisição e
compartilhamento do mesmo pelas pessoas.
Nesta perspectiva, Terra (2005) destaca entre as dimensões das
práticas gerenciais a serem adotadas pelas organizações na gestão do
conhecimento, os aspectos da cultura organizacional. O autor entende que
uma das preocupações da alta administração deve ser o desenvolvimento de
uma cultura organizacional voltada para a inovação, experimentação,
aprendizado contínuo e comprometida com resultados de longo prazo.
2.4 - Estratégia Organizacional
Para que as organizações possam implantar modelos de gestão do
conhecimento com sucesso, faz-se necessário que elas estejam preparadas. É
preciso que definam suas estratégias organizacionais, ou seja, foco do
negócio, da visão, da missão, dos valores, dos objetivos estratégicos, das
metas, e a utilização dos recursos físicos, financeiros e humanos, visando
alcançar os resultados esperados e tornarem-se cada vez mais competitivas.
Os métodos tradicionais de um planejamento estratégico não são mais
apropriados. No atual contexto econômico, caracterizado pela alta
competitividade e pela velocidade com que ocorrem as mudanças, as
organizações devem estar continuamente revisando seus processos
produtivos, seus produtos e serviços para atender as exigências do mercado.
31
Nas organizações onde Estratégias de Conhecimento são desenvolvidas, os documentos estratégicos não se limitam a falar de mercados, clientes, organização, receitas e custos. Eles incluem, de forma central e explícita, referências e estratégias para o desenvolvimento, disseminação, proteção e uso de competências, conhecimentos e ativos intangíveis. O planejamento estratégico da organização inclui, por exemplo, referências específicas a ações destinadas a melhorar algumas competências específicas dos colaboradores, à contratação de funcionários com perfis, experiências e competências estratégicas, ao estímulo ao compartilhamento de alguns tipos de melhores práticas, à proteção e retenção de conhecimentos e competências estratégicas etc. (TERRA, 2005, p. 114).
Não há vantagem competitiva sustentável sem que as organizações
implementem a gestão do conhecimento como um ponto chave para alavancar
mudanças e formular novas direções.
A gestão do conhecimento pode ser vista como uma coleção de
processos que governa a criação, disseminação e utilização do conhecimento
para atingir plenamente os objetivos da organização. (Teixeira Filho, 2000)
32
CAPÍTULO III
CAPITAL INTELECTUAL
Gerir o conhecimento de forma integrada à estratégia organizacional é
então o verdadeiro diferencial competitivo. Logo, a gestão do conhecimento só
será eficaz se ocorrer uma ampla mudança nas normas e valores que orientam
a gestão das pessoas na organização.
3.1 - Um Ativo Intangível
O capital intelectual passou a ser mais importante para as empresas do
que os ativos fundamentais e físicos. Para prosperar na nova economia e
explorar esse novo ativo, precisa-se de novas técnicas de gestão, novas
tecnologias e estratégias.
As empresas precisam aprender a gerenciar o conhecimento, saber
desenvolver as habilidades das pessoas para o alcance do sucesso individual e
organizacional.
No cenário atual, as empresas e os indivíduos dependem cada vez mais desse ativo intangível para crescer e obter sucesso, devendo administrá-lo eficiente e eficazmente, de modo a encontrar a melhor maneira de estimulá-lo, criá-lo, armazená-lo, compartilhá-lo e transformá-lo em valor e vantagem competitiva. (ROSSATTO, 2002, p. 18).
Sendo assim, as empresas devem atrair o conhecimento para o
cotidiano de seus funcionários e, mais do que isso, devem estimular o capital
intelectual de cada um deles, para que tragam novos conhecimentos para o
dia-a-dia da organização, ampliando sua rede de aprendizagem.
O capital intelectual é o ativo que traz mais retornos à organização,
sendo a principal alavanca para o sucesso organizacional.
33
Ele difere dos outros grupos de ativos – o capital patrimonial e o
financeiro – por ter seu valor vinculado aos colaboradores. A organização
detém os direitos, mas não a posse sobre esse capital, dada a possibilidade de
os colaboradores deixarem a empresa, pois não existem vínculos indissolúveis
entre as duas partes.
A gestão do capital intelectual deve também, tratá-lo não somente como
ativo ou insumo, mas como um produto da organização. Esse esforço
simultâneo alimenta o processo, legitima e aumenta a sua longevidade.
Quando se diz que o capital intelectual é responsável por uma parcela cada vez maior do valor das empresas, quer se destacar a importância do papel das pessoas na Gestão do Conhecimento e na competitividade das empresas. (TEIXEIRA FILHO, 2002, p.74).
Valorizarmos, portanto, o capital humano é o passo primordial para a
competitividade empresarial, pois a criatividade e a inovação através das ideias
que provém do conhecimento é que contribuem para a valorização total da
organização.
A gestão do capital intelectual deve valorizar essencialmente a captação
de talentos, a capacitação dos colaboradores através de programas de
aprendizagem contínua, e a retenção desses talentos.
3.2 - O Papel dos Recursos Humanos
A área de Recursos Humanos é, sem dúvida, responsável pela gestão
do principal ativo da organização – os colaboradores. Portanto, não pode
apenas apoiar a gestão do conhecimento, mas sim envolver-se efetivamente
neste processo.
A administração dos Recursos Humanos nas organizações deve
reconhecer a necessidade de ações referentes à conscientização das pessoas
34
quanto à gestão do conhecimento, onde se tem como premissa um sistema
organizacional participativo.
Com a decisão das empresas em implantar um projeto de gestão do
conhecimento, os Recursos Humanos assumem importante papel ao serem
requisitados para o desenvolvimento de diversas ações que contribuam para a
concretização desse projeto. Sendo assim, os Recursos Humanos representam
uma ponte entre a concretização dos objetivos da organização e o
envolvimento e comprometimento das pessoas para com projetos dessa
natureza.
Os melhores profissionais desta área já vêm atuando estrategicamente em suas organizações, por meio de inúmeras iniciativas ancoradas no objetivo fundamental de desenvolvimento das competências humanas, que em seu coletivo formam a competência coletiva. (TERRA, 2005, p. 187).
Os profissionais de Recursos Humanos devem buscar a melhor forma
de conduzir o conhecimento existente na empresa, presente em cada
indivíduo. Afinal, só as pessoas possuem o conhecimento e são capazes de
transformá-lo de forma útil e produtiva para a empresa.
O desafio das empresas, atualmente, é encontrar, contratar, gerenciar e
manter as pessoas que possuem o perfil necessário para que atinjam os
objetivos organizacionais. Segundo Teixeira Filho (2000), este perfil é
caracterizado por uma série de habilidades, como o pensamento sistêmico, a
abertura cultural, a propensão ao aprendizado contínuo, a capacidade de
comunicação, o compartilhamento de conhecimento, e outros.
Algumas etapas da gestão de pessoas, portanto, devem ser seguidas
pela empresa, para que consiga obter crescimento e valorização baseada no
capital intelectual.
A primeira delas é o recrutamento e seleção de pessoas capazes de
contribuir da forma mais satisfatória para o desenvolvimento das competências
35
empresariais. Atuando em um mercado altamente competitivo e em plena
expansão, a captação de talentos é um processo estratégico para a empresa.
Baseados na valorização do conhecimento, os processos de seleção de
pessoal vêm se tornando cada vez mais intensos e competitivos. O fator
determinante para a contratação deixou de ser o conhecimento técnico do
indivíduo, pois está em constante mudança e pode ser aperfeiçoado ao longo
do tempo. Além da sua capacidade intelectual e experiência, os profissionais
devem ser avaliados quanto à sua iniciativa, criatividade, capacidade de
trabalho em equipe e de resolução de problemas sob pressão. Na busca pelos
melhores profissionais do mercado, a empresa procura contratar pessoas que
se identifiquem com seus valores.
Os profissionais de Recursos Humanos buscam, sobretudo, pessoas
com habilidade de agir e aprender por conta própria, pessoas capazes tanto de
cumprir suas tarefas habituais, quanto de assumir uma postura empreendedora
e criativa, agregando valores ao trabalho realizado. Os responsáveis por este
setor devem ser bastante flexíveis, qualificados e usuários de uma gama de
recursos, técnicas e instrumentos, para que sejam capazes de contratar a
pessoa certa para o lugar certo.
A contratação mostra-se uma ferramenta para aumentar a criatividade e
a capacidade da empresa como um todo, uma vez que está associada a uma
diversidade de perfis profissionais, constituídos por indivíduos com
personalidade, experiência, formação e cultura diferentes (Terra, 2005).
A segunda destas etapas é o treinamento, que não se limita aos novos
contratados. Todos os colaboradores da empresa precisam estar atualizados e,
mais do que isso, cientes de que a aprendizagem deve ser contínua.
Programas de educação continuada dos colaboradores, políticas de
relações institucionais e a aprendizagem organizacional concedem ganhos nas
competências essenciais individuais e organizacionais, incrementando a
capacidade de ação e criatividade (inovações), e são bases fortes para a
criação de equipes gerenciais capacitadas e motivadas.
36
O modelo de treinamento adotado não deve ser voltado somente a
instruir tecnicamente os funcionários, e sim estimular e facilitar seu
aprendizado, visto que, dessa forma, eles podem desenvolver as habilidades e
competências que necessitam para desempenhar suas tarefas.
Zabot (2002) ressalta que a transmissão de conteúdos prontos tem dado
lugar à aprendizagem, de forma mais abrangente, visando proporcionar às
pessoas flexibilidade de aprender e se relacionar com os outros dentro da
organização.
O treinamento torna-se, além disso, uma forma de transferência de
conhecimento e de aprendizado coletivo, o que vem sendo cada vez mais
valorizado pelas empresas.
Outro papel dos Recursos Humanos neste aspecto passa a ser mapear
as competências dos funcionários. Isso significa identificar as habilidades,
capacidades e experiências dos colaboradores, assim como identificar quais
deles têm conhecimento sobre determinados assuntos, processos, produtos,
clientes ou concorrentes.
O conceito de competências, segundo Zabot (2002), refere-se a um
conjunto de comportamentos, composto por interesses, atitudes,
conhecimentos e habilidades. Os interesses estão relacionados à motivação
dos colaboradores pelo alcance dos objetivos pessoais e organizacionais. As
atitudes referem-se aos seus valores e crenças. Os conhecimentos são os
conceitos adquiridos pelas pessoas ao longo da vida. Já as habilidades são as
ferramentas que elas possuem para desempenhar suas tarefas dentro da
empresa.
O processo de mapeamento de competências tem como objetivo
aproveitar seus talentos da maneira mais vantajosa para a empresa, isto é,
alocando-os nas funções em que podem aplicar melhor seu potencial. Também
é importante para identificar as carências existentes no que se refere à
capacitação dos colaboradores, as quais devem ser supridas por programas de
treinamento específicos (Rossatto, 2002).
37
Isto traz consequências boas para os próprios indivíduos, já que eles
serão capazes de melhor atender aos objetivos empresariais, proporcionando
maior valorização pessoal e profissional.
(...) precisamos repensar profundamente nosso modelo de “administração de recursos humanos” e substituí-lo pelo de gestão e desenvolvimento de pessoas, passando a adotar novas e inovadoras estratégias, que nos permitam enfrentar os desafios deste novo século. Nesse sentido, o modelo mais promissor que vem sendo desenhado é o de realizar a gestão de pessoas dentro das organizações com base no enfoque das competências. (ZABOT, 2002, p. 95).
Nesse contexto, faz-se necessário estimular essas pessoas para que
busquem o seu sucesso pessoal, o desenvolvimento de suas carreiras, bem
como a obtenção de resultados dentro da organização, de forma a agregar
valor a produtos e serviços. Isto faz parte de um processo que leva os
trabalhadores a adquirir não só habilidades específicas, mas também uma
base de conhecimento que lhes permitam aprender e acompanhar, de forma
flexível e rápida, as constantes mudanças do ambiente de trabalho, que exige
criatividade e novas competências.
No entanto, mais que dar esse estímulo, é preciso que os profissionais
de Recursos Humanos façam com que os colaboradores compreendam a
importância de comprometerem-se com o aperfeiçoamento de suas
competências, buscando atender à necessidade dos processos de negócios
dos quais participam. Desenvolver as competências individuais é o primeiro
passo para alcançar as competências coletivas. Também é função desses
profissionais planejar e acompanhar esse desenvolvimento, para que sejam
capazes de providenciar os recursos e condições necessárias para o alcance
dos resultados esperados.
O papel dos Recursos Humanos deve ser focado em desenvolver uma
nova cultura organizacional e minimizar a evasão dos funcionários, isto é, reter
os talentos na empresa, através de programas de mobilização e motivação dos
colaboradores. Políticas de ambientação e de incentivo devem ser
38
implementadas, conforme os objetivos da organização, para que eles
(colaboradores) possam produzir seus conhecimentos de forma mais natural e
rápida e, que depois do processo inicial, tenham interesse de continuar no
processo criativo e permanecer na organização. Além disso, esses programas
incluem ações que busquem a integração, a criatividade e o envolvimento dos
colaboradores nos processos de negócios.
Dando continuidade ao processo de implantação da Gestão do
Conhecimento, devemos ressaltar a aplicação da avaliação dos resultados e
competências dos colaboradores para o alcance dos objetivos organizacionais
e como forma de incentivo ao crescimento profissional dos colaboradores.
Empresas inovadoras têm adotado sistemas de avaliação de pessoal
que envolvem as competências dos colaboradores, bem como sua capacidade
de trazer resultados. Dentro desses sistemas, podemos perceber que tem sido
valorizado o compromisso dos colaboradores com a aquisição de novas
habilidades, com o trabalho em equipe e com o desempenho geral da
organização.
Todos os níveis da empresa participam do processo de avaliação de
competências e resultados, onde cada colaborador é avaliado periodicamente,
levando em consideração o atendimento das metas estabelecidas e
capacidades como: trabalho em equipe, relacionamento interpessoal,
orientação estratégica, liderança, conhecimento do mercado, conhecimento
técnico, orientação para resultados, iniciativa, busca de novos conhecimentos,
entre outras. Para cada uma das metas e capacidades avaliadas é dado um
peso, que varia de acordo com a importância da habilidade na função exercida
pelo colaborador.
As informações decorrentes das avaliações de desempenho mostram o
desempenho dos colaboradores de forma quantitativa e qualitativa.
Essa é uma medida que dá retornos ao próprio funcionário – que
identifica seus pontos fortes e fracos, os quais devem ser aprimorados, e pode
planejar sua carreira –, à equipe, ao setor de recursos humanos – que percebe
39
onde é necessário investir em capacitação ou realizar mudanças para melhor
aproveitar o potencial dos seus colaboradores – e à empresa como um todo.
O processo de avaliação aumenta o empenho do colaborador em
desempenhar suas tarefas, uma vez que, com bons resultados nesta avaliação,
a empresa pode beneficiá-lo através de programas de progressão de carreira e
remuneração por competências, como participação de lucros.
O gestor tem uma visão de planejamento de longo prazo das
necessidades de sua área em termos de competências e potencial humano.
Tem também um discernimento melhor para decisões relacionadas com
aumentos de salário por mérito, relatividades salariais, promoções e outros
assuntos relacionados com gestão de pessoas.
A área de Recursos Humanos tem uma visão do perfil dos profissionais
avaliados, na percepção dos seus principais líderes, bem como das
necessidades dos funcionários e dos gestores, em termos de treinamento e
desenvolvimento.
Já a alta direção da empresa tem informações importantes sobre
aspectos que afetam diretamente a vitalidade da organização e terá condições
de fazer os ajustes necessários em seus planos estratégicos.
O reconhecimento dos talentos da organização é a principal forma de
retê-los na empresa. As empresas adotam programas formais de gestão de
talentos, ao reconhecerem a importância de determinados colaboradores no
seu resultado final.
Isto se traduz na prática na identificação de colaboradores que dispõem de habilidades, conhecimentos e competências críticas para o desempenho da organização. O objetivo é tanto de retenção destes talentos, como o de buscar que estes possam contribuir da maneira mais ampla e efetiva. Este tipo de iniciativa é muito importante também para planejamento de carreira/sucessão e para assegurar que os mais talentosos estão atuando como coachs e mentores de outros em suas áreas de expertise. (TERRA, 2005, p. 177).
Além de conceder ao colaborador a oportunidade de crescimento
profissional dentro da organização, o processo de planejamento de carreiras
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proporciona o acúmulo de novas experiências, aumenta o seu potencial de
criatividade e de conhecimento, que ele vai carregar consigo por toda sua vida
profissional.
41
CONCLUSÃO
Ao longo deste trabalho nos deparamos com a conjuntura sócio-político-
econômica estabelecida pelo capitalismo ao longo do século XX. Nesta
sociedade moderna radicalizada (Giddens, 1991), em que está inserida a
Administração, podemos analisar o pensamento administrativo em suas
escolas e teorias como uma linha do tempo.
A partir desses estudos, exemplificados no primeiro capítulo,
entendemos o norteamento tomado, iniciando-se com atitudes empíricas, para
o aprofundamento das questões de toda a estrutura organizacional, gerando
teorias embasadas. Denota-se, então, o interesse sobre a gestão estratégica
de recursos humanos, levando a conceitos como competência e desempenho.
Estes passam a fazer parte dos questionamentos das organizações e do meio
acadêmico, apresentando-se distintos e ao mesmo tempo interdependentes,
sendo valiosos instrumentos para a gestão de Recursos Humanos.
A estes instrumentos a área de Recursos Humanos alia práticas de
aprendizagem coletiva, desenvolvimento de equipes e gestão do conhecimento
gerando oportunidades de crescimento profissional e estímulos para que as
pessoas não só desenvolvam coletivamente competências, mas também as
compartilhe. Com isso, é possível ampliar os padrões de desempenho e
permitir que a organização seja formada por colaboradores capazes de adquirir
as competências necessárias para obter os resultados esperados.
Desta forma entendemos que, numa economia globalizada, com
acirrada competição entre as empresas, o papel do profissional do
conhecimento é determinante na construção de vantagem competitiva. E o
papel da organização no processo de criação do conhecimento está
relacionado ao fornecimento do contexto apropriado para facilitar as atividades
em grupo, criar e acumular conhecimento individualmente, de forma a permitir
a criação do conhecimento organizacional.
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Para tanto, vimos que a implantação da Gestão do Conhecimento exige
uma mudança na estrutura organizacional, na sua cultura e nos padrões de
gestão de recursos humanos, a fim de o conhecimento ser de fato refletido em
valor para a organização. Os colaboradores têm que estar cientes da
importância do conhecimento e da necessidade de se adaptarem a este novo
ambiente. Devem estar dispostos a participar deste processo e comprometidos
com o alcance dos objetivos da organização.
Para que a empresa consiga alcançar seus objetivos, é fundamental que
valorize as pessoas que a compõem. Ela deve se preocupar com o clima de
trabalho, a adoção de políticas transparentes, a disseminação de conhecimento
e o incentivo aos colaboradores; deve garantir que eles se sintam e sejam de
fato responsáveis pelas decisões na organização e pelo seu sucesso. Logo, as
mudanças na estratégia, nos processos de negócios e no ambiente
organizacional, baseadas na gestão do conhecimento, resultam numa
organização centrada nos colaboradores, flexível e capaz de se adaptar a
novos desafios, de forma a gerar crescimento e garantir vantagem competitiva
no mercado, alcançando a excelência.
43
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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PEREIRA NETO, André Faria de. Gestão de empresas na sociedade do
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44
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construindo a inteligência coletiva. São Paulo: Atlas, 2002. 142p.