UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2012. 3. 28. · 1.1.1- Como fazer as...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
CONDIÇÕES ESSENCIAIS PARA A REALIZAÇÃO EFETIVA DA
AÇÃO SUPERVISORA
Por: Patrícia Fernandes Ferreira
Orientador
Prof. Vilson Sérgio
Rio de Janeiro
2012
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
CONDIÇÕES ESSENCIAIS PARA A REALIZAÇÃO EFETIVA DA
AÇÃO SUPERVISORA
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em Administração e Supervisão
Escolar.
Por: . Patrícia Fernandes Ferreira
3
AGRADECIMENTOS
....a todos aqueles que de alguma
forma estiveram e estão próximos de
mim, fazendo esta vida valer cada vez
mais a pena.
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DEDICATÓRIA
.....dedica-se ao meu marido que sempre
me deu forças para continuar, sendo uma
pessoa especial na minha vida e que me
ensinou muitas coisas e que uma delas
foi que por mais que o caminho esteja
difícil e doloroso, devo prosseguir; pois lá
na frente quando esse caminho já estiver
no final, olharei para trás e me sentirei
vitoriosa.
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RESUMO
No contexto atual, o supervisor tem um papel político, pedagógico e de
liderança no espaço escolar, devendo ser um constante pesquisador e
articulador de todas as esferas que envolvem o processo de ensino-
aprendizagem, de modo a assegurar a qualidade na educação. Nesse sentido,
uma supervisão escolar eficiente será aquela comprometida com o trabalho
institucional coletivo. Desse modo, em linhas, gerais este estudo vem
apresentar que atribuições e funções se efetivam a partir de condições
externas e internas bem desenvolvidas. A dinâmica de atuação do supervisor
pressupõe condições externas (ambientais), onde haja um verdadeiro espírito
de equipe, no qual os diversos papéis possam ser exercidos de maneira
satisfatória e onde haja a compreensão, por parte de todos, do verdadeiro
papel do supervisor, com suas atribuições específicas. As condições internas ,
como, qualidades pessoais e técnicas que o profissional da supervisão possui,
também influenciam em grande escala a sua ação supervisora. Este deve
apresentar interesses, atitudes e ideais ligados à Educação. Deve, também se
capaz de identificar e conhecer o mundo social de que provém seus
discípulos, para o qual tem de ser preparados. As união destas condições,
interna e externa, possibilitam ao supervisor desenvolver um verdadeiro
espírito de equipe no ambiente escolar, e efetivar sua ação supervisora com
credibilidade e confiança.
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METODOLOGIA
O trabalho monográfico a seguir falará sobre as condições essenciais
para a realização efetiva da ação supervisora e tomaremos como
procedimento metodológico pesquisar bibliográficas no campo da Supervisão
Escolar. Estaremos a todo o momento dialogando com autores que nortearão
este conteúdo como Chiavenato, Libâneo, Montana, Passerino entre outros.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I - Supervisor Pedagógico: Condições Externas de Atuação ...... 08
CAPÍTULO II - Condições internas de atuação do Supervisor Pedagógico ....10
CAPÍTULO III - Funções e atribuições do Supervisor Pedagógico...................22
CONCLUSÃO - ................................................................................................42
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA - ....................................................................43
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INTRODUÇÃO
Na sociedade moderna, não há lugar para o técnico isolado. O
processo educacional deve ser fruto da participação de uma equipe. A
responsabilidade desta contribuição exige de todos uma formação básica –
externa, através de cursos e interna, através de uma participação efetiva e de
formação continuada – cujo objetivo principal será o desenvolvimento da
interação no processo educacional. Assim, antes demais nada, o supervisor
pedagógico é membro de uma equipe. Sua contribuição é, basicamente, um a
contribuição à equipe.
Como membro de uma equipe em que o feixe de interações dos
participantes é complexo, o supervisor pedagógico ocupa uma posição
importante. A posição ocupada e o papel exercido pelo supervisor no contexto
escolar são muito confusos, porque se situam num ponto de interseção entre
as estruturas formal e informal da escola. Ele relaciona-se, assim, como
administrador, juntamente com outros membros da equipe, catalisando e
orientando papéis e funções.
O supervisor, na atual realidade, deve ser capaz de pensar e agir com
inteligência, equilíbrio, liderança e autoridade, valores esses que requerem
habilidade para exercer suas atividades de forma responsável e comprometida.
Este estudo tem relevância devido a necessidade de compreensão, por
parte de todos, do verdadeiro papel do supervisor, com suas atribuições
específicas; assim como o reconhecimento das qualidades técnicas e pessoais
que irão oferecer credibilidade e confiança à sua ação supervisora.
O presente estudo tem, portanto, por objetivo estudar as condições
essenciais para a realização efetiva da ação supervisora.
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O capítulo “Supervisor Pedagógico: condições externas de atuação”,
propõe um estudo sobre as condições externas (ambientais) básicas da
organização escolar, no qual os diversos papéis possam ser exercidos de
maneira satisfatória.
Em “ Condições internas de atuação do Supervisor Pedagógico”,
destaco a importância das qualidades técnicas e pessoais do supervisor
educacional que são grandes aliados na sua prática cotidiana.
Finalmente esta apresentação será concluída com a confiança em
conceitos e práticas que identifiquem os supervisores educacionais como
pesquisadores do cotidiano da escola, que estudam, leem, participam,
questionam, observam, enfim, conceitos e práticas que os identifiquem como
profissionais curiosos, criativos e compromissados com a parte social, humana
e política, com a educação, em favor da qualidade do conhecimento associada
à qualidade de vida que todos, igualmente têm direito.
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CAPÍTULO I
SUPERVISOR PEDAGÓGICO: CONDIÇÕES EXTERNAS
DE ATUAÇÃO
Existir é relacionar-se!
A ideia de supervisão educacional encontra-se cada vez mais
presente hoje em dia, haja vista que a escola se apresenta como uma
organização completa. Esta estabelece relações, influencia e é influenciada
por diversos sistemas. Essas influências afetam seus princípios, sua
organização e suas práticas.
A supervisão envolve o planejamento, a organização e trabalho com
pessoas. É fundamental reconhecer que, de acordo com as demandas atuais,
não é mais permitido uma supervisão educacional somente com base em
experiências passadas e de forma intuitiva.
Uma realidade complexa como a que se apresenta hoje requer mais do
supervisor no enfrentamento de dificuldades e desafios. Novas posturas de
supervisão são requeridas, inclusive para que se compreenda que o supervisor
exerce, também, a função de um gestor.
O trabalho do supervisor educacional envolve, fundamentalmente,
trabalho em equipe, envolvendo professores e setores da escola. Este tipo de
atividade supõe condições de liderança, criatividade, confiança, inteligência
interpessoal, clima organizacional e convicção, que se mobilizem e incentivem
ações comprometidas com o projeto educativo da escola.
A dinâmica de atuação do supervisor pressupõe condições externas
(ambientais), onde haja um verdadeiro espírito de equipe, no qual os diversos
papéis possam ser exercidos de maneira satisfatória e onde haja a
compreensão, por parte de todos, do verdadeiro papel do supervisor, com suas
atribuições específicas.
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É importante ressaltar que o supervisor é um dos responsáveis pelo
surgimento ou progresso dessas condições ambientais, já que dele emana a
direção do processo. Ele precisará desenvolver em sua equipe a inteligência
interpessoal e trabalhar para que o clima organizacional esteja a favor de seu
trabalho.
1.1 – Relacionamento Interpessoal: a arte de lidar com as
pessoas
As relações interpessoais tiveram como um de seus primeiros
pesquisadores o psicólogo Kurt Lewin. MAILHIOT (1976:66), ao se referir a
uma das pesquisas realizadas por esse psicólogo, afirma que ele chegou à
constatação de que “a produtividade de um grupo e sua eficiência estão
estreitamente relacionadas não somente com a competência de seus
membros, mas, sobretudo com a solidariedade de suas relações
interpessoais”.
O êxito nos relacionamentos tem sido um dos maiores enigmas da
modernidade e cada vez mais isso tem importância também na vida
corporativa. A falta de habilidade nas relações humanas afeta também os
relacionamentos profissionais.
Segundo Chiavenato (1991 pág.1), a moderna sociedade em que
vivemos é constituída de organizações. Quase tudo de que o homem necessita
– senão tudo – é feito e produzido em organizações. O homem moderno passa
a maior parte de seu tempo e de sua vida dentro das organizações. Em suma,
ele diz que as organizações são constituídas de recursos como pessoas,
edifícios, máquinas e equipamentos, dinheiro etc. Geralmente falamos de
organizações sociais, pois sem pessoas elas simplesmente não funcionam. As
organizações não existe ao acaso, elas servem para produzir alguma coisa. A
produção é o objetivo fundamental de toda organização. Portanto, o supervisor
deve esta atento para poder proporcionar à organização escolar o que se
realmente espera dela.
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A Inteligência Interpessoal é que faz surgir o humanismo nas relações
profissionais. Nos dias de hoje, desenvolver a habilidade de vender ideias e
conquistar a cooperação é de vital importância para que o supervisor
educacional construa uma carreira próspera, vitoriosa e consiga desenvolver
uma liderança efetiva. Essa inteligência é a diferença entre um profissional de
sucesso e um profissional mediano.
O supervisor educacional deve colocar esta inteligência a seu favor,
para que possa aprimorar sua experiência nas relações diplomáticas. Ele deve
ser um artista no saber orquestrar as relações com os diversos agentes do seu
contexto profissional.
1.1.1- Como fazer as pessoas gostarem mais de você
Um dos desafios do supervisor é aprimorar a habilidade de
comunicação com clareza e equilíbrio emocional para ser mais agradável e
eficaz, dando um feedback com habilidade. As verdades têm um valor
inestimável, mas, se “atiradas no meio da cara”, ao invés de ajudar, vão
machucar e, algumas vezes, machucar muito!
O supervisor precisa ter uma personalidade agradável, conseguir
agregar pessoas em torno de um objetivo comum, estimular o espírito de
cooperação, ter a habilidade de fazer com que as pessoas caminhem em
direção à sua visão, exercendo, portanto, o papel do líder. É esse alguém que
consegue olhar as coisas corriqueiras de maneira nova, mais ampla e tem o
dom de fazer com que os outros passem a enxergar da mesma maneira que
ele.
Este profissional deve desenvolver o hábito de encarar o mundo com
esperança, saber ver o lado bom das coisas, esperar sempre o melhor e não o
pior. Este comportamento lhe propicia bons relacionamentos, círculo de
amizades extenso, facilidade de fazer amigos. A ranzinzice, ao contrário, gera
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na pessoa a tendência de sempre se queixar das coisas e condenar tudo e
todos, ou seja, é a ante-sala da intolerância.
Esse comportamento intolerante reflete em sua postura, inclusive
física, e isso reflete no resultado do ser humano. A pessoa ranzinza tem
dificuldade em estabelecer sintonia, afinidade, plugar-se, criar empatia com a
outra pessoa. Dessa forma, tem dificuldade em efetivar sua ação supervisora
com os profissionais que trabalha.
As nossas crenças pessoais juntamente com os valores sociais
dificultam as boas relações interpessoais e o desenvolvimento do indivíduo. O
vício de ter sempre razão, de impor a sua vontade, de ser o dono da verdade
geram condutas viciosas, que resultam em sofrimento pessoal e coletivo. A
humildade de reconhecer que existem diferenças culturais e pessoais faz-nos
ver as coisas por um ponto de vista muito mais expandido. Cada um tem um
jeito, cada um tem o seu estilo, cada um tem o seu momento. O supervisor
deve ser perspicaz para perceber o jeito, o estilo e o momento de cada
pessoa que está sob o seu comando.
Se quiser construir relacionamentos duradouros com sua equipe de
trabalho, o supervisor deve aprender e ensinar o seu grupo a controlar a
crítica. Ela é um instrumento de defesa, a pessoa se fecha em sua redoma e
critica todo mundo. As pessoas muito críticas nunca se acham culpadas de
nada, nunca são ruins, nunca estão erradas. A culpa é sempre dos outros,
atacam como uma defesa para esconder as suas próprias fraquezas. Com a
crítica, as conexões humanas não são positivas, eficazes e construtivas.
Seja uma pessoa com uma personalidade mais agradável. Com um
sorriso você será bem aceito em qualquer lugar. Estamos falando do sorriso
espontâneo, autêntico, descontraído. O riso estabelece uma ponte entre as
pessoas, por onde transitam as conversas agradáveis, o que irá fluir em um
trabalho mais agradável para todos.
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O supervisor lida a todo o momento com pessoas que fazem as coisas
porque querem e porque têm de fazer. Quando você trata os outros com
gentileza, cordialidade, respeito e principalmente polidez, faz que queiram te
ajudar. Sendo gentil, você faz pessoa sentir-se importante, que é uma das
maiores necessidades do ser humano. Como conseqüência, consegue fazer
com que o trabalho junto à sua equipe seja otimizado, trazendo melhores
resultados. A cordialidade é uma grande geradora de empatia.
Um supervisor pode experimentar um grande sucesso profissional se
cuidar dos detalhes, ou pode sofrer uma grande derrocada caso se descuide
deles. Para que o sucesso ocorra ele deve ligar o radar e prestar atenção aos
detalhes. Fazendo isso, com certeza vai ter uma visão muito mais ampliada de
todo o relacionamento e será uma pessoa muito mais eficaz, muito mais
produtiva.
1.1.2 – Como desenvolver a habilidade de influenciar as pessoas
Influenciar pessoas é algo que todo supervisor deveria fazer com
grande habilidade. Se quiser influenciar as pessoas, precisa fazer com que
elas confiem em você. Precisa fazê-las imaginar que estão realizando algo
com um objetivo maior do que a simples obrigação. A rigor, influenciar pessoas
é conseguir colaboração e cooperação.
A todo o momento o supervisor educacional negocia com seus
companheiros de trabalho. Neste ato de negociação, o líder precisa
demonstrar resiliência, ou seja, a capacidade de resistir aos choques, às
situações desfavoráveis e voltar ao seu estado original. Sempre que este
estiver em uma situação na qual necessite influenciar pessoas é preciso partir
do princípio fundamental de que para obter o que você deseja, você deve
ajudar o outro lado a obter o que ele deseja.
Para ser um autêntico líder influenciador é preciso ser um diplomata;
saber ganhar as pessoas para conquistar aquilo que elas têm e que é de seu
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interesse. É ser elegante, cavalheiro, ser uma pessoa pontual. Isso precisa ser
construído, talhado com a paciência de um ourives.
O supervisor educacional deve se ver como um investigador, um
explorador e um pesquisador. Ele pesquisa temas, valoriza a informação e não
acredita que tenha as respostas. Observa as pessoas e o que elas podem
oferecer de melhor.
Montana (1999 pág. 174), em seu livro “Administração”, ao discutir a
Administração de Recursos Humanos, fala que cada pessoa traz para a
organização um talento diferente, um nível de expectativa diferente e, algumas
vezes, até um problema diferente.
O supervisor deve ter o olhar atento para o que cada professor está
trazendo para a instituição educacional, para que possa trabalhar a partir deste
ponta em prol de um objetivo comum.
Se o supervisor quiser cooperação de seus colaboradores, denote
interesse pelas ideias deles e, principalmente, respeite-as. A opinião de seus
colaboradores é como se fosse um filhote, é algo que eles conceberam.
Quando rebatemos a opinião de alguém é como é como se o estivéssemos
atacando. Será muito difícil, se não impossível, conseguir cooperação de
alguém nessas condições. É preciso respeitar a opinião alheia, assim como o
outro precisa respeitar a sua opinião. É uma via demão dupla!
Uma ferramenta muito poderosa para o campo em que o supervisor
educacional atua é com certeza a comunicação, tanto que ela é considerada
uma das competências essenciais para o êxito profissional. Muito do que não
acontece como o esperado é resultado do que não se disse, do que se disse
pela metade, do que se disse sem clareza, do que se disse sem tato, sem jeito,
do que foi mal-entendido, mal interpretado. Uma comunicação ineficaz pode
gerar grosserias e isso não é liderança, é apenas mando que gera insatisfação.
Ao lidar com sua equipe, o supervisor deve ter em mente alguns
princípios básicos: surpreenda a outra pessoa elogiando-a, é uma tendência
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do ser humano repetir uma ação que foi premiada; tenha instinto de
valorização, faça-as sentirem-se seguras; lance desafios com habilidade,
assim a pessoa se sente fortalecida pois cresceu, evoluiu; delegue tarefas, ou
seja, divida esforços para multiplicar resultados; se for preciso, recue;
tolerância com os erros alheios, achar pessoas prontas é como achar “agulha
em um palheiro”; e, por fim, controle-se, tenha autodomínio.
Dessa forma, o ambiente vai ficando limpo para elogios e a valorização
das pessoas. Seus colaboradores, com certeza, estarão ao seu lado rumo a
um objetivo comum.
1.1.3 – Como lidar com pessoas difíceis e administrar conflitos
O supervisor educacional atua em um ambiente impregnado de
atitudes negativas devido ao pouco valor que é dado à Educação e a seus
profissionais pela sociedade em que vivemos. Mudar essas atitudes, sem
deixá-las ressentidas, é, com certeza, uma habilidade desafiante para este
líder.
Alguns profissionais que atuam nas escolas públicas brasileiras são
muito desafiantes! Podem-se identificar os tipos agressivos, aqueles que estão
sempre agredindo alguém com palavras. Temos o tipo queixoso, que vive
reclamando dos outros e da vida. Um outro tipo também notório é o fechado ou
inibido, aquele que está sempre calado, parece uma ostra, impenetrável. Há
também o desconfiado, aquele que se sente ameaçado o tempo todo. Um dos
caso mais graves de pessoas difíceis são os viciados, com manias enraizadas
em seu cotidiano.
O supervisor tem a missão de lidar com todos esses tipos de pessoas
com eficiência. E, para que ele consiga chegar até elas é necessário que
desenvolva algumas atitudes. Primeiro, foque algo de bom na pessoa. Assim
os seus aspectos negativos se enfraquecem diante da força de suas
qualidades. Evite discussões e problemas desnecessários fazendo perguntas
que conduzam para a solução do problema apresentado. Quando se cria
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sintonia no primeiro momento fica mais fácil as pessoas aceitarem nossas
ideias e reverter situações difíceis.
Uma das características de um líder eficiente é a tolerância. Permita
que a outra pessoa tente novamente. É errando que se aprende; dos erros
colhem-se os ensinamentos que servirão de alavanca impulsionadora para o
sucesso. Estimule quanto houver progresso, pois o lado difícil das pessoas
desaparece quando percebem que o seu progresso está sendo reconhecido e
o seu desempenho está sendo elogiado.
Admita que você também erra, pois ao assumir a responsabilidade
pelos seus erros e pedir desculpas é uma das maiores manifestações de
inteligência, caráter e maturidade que pode existir. Sua autoridade não estará
balada, estará crescendo muito. O reconhecimento do próprio erro é um
exercício de humildade e também de honestidade, acima de tudo com você
mesmo.
Portanto, o supervisor educacional pode ser comparado a um técnico
de futebol. Ele é o tipo de profissional que precisa, antes de qualquer coisa, ser
um líder, saber lidar com todo tipo de pessoa. Um técnico de sucesso tem de
saber exercer um modelo de liderança forte, mas sem ferir suscetibilidades.
Tem de ter diplomacia. Não pode ser grosseiro. E uma das virtudes maiores de
um técnico e futebol é exatamente essa de saber dar a seus atletas uma
reputação para zelar. Quando dá a camisa de titular para um jogador, ele está
na verdade jogando uma enorme responsabilidade nas suas costas.O técnico
nessa hora está demonstrando que confia no jogador e espera que ele
corresponda.
Quando estiver conversando com uma pessoa que não seja de trato
muito fácil, você precisa ser educado, mas ao mesmo tempo ser firme, mostrar
quem tem o poder de mando e, ao mesmo tempo, ser cortês, ser polido, ser
um diplomata. O supervisor precisa estar atento ao seu time para poder lidar
com cada um de forma a levar todos a cooperarem com o seu trabalho.
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Para lidar com tipos dominadores e controladores, mostre respeito sem
ser submisso, tente mostrar seus pontos de vista diferentes sem atacar
diretamente, exercite a tolerância mesmo que o outro esteja errado. Para lidar
com pessoa agressivas ou duras, confronte claramente o comportamento e
não a pessoa, olhe nos olhos e dirija-se ao outro pelo nome, jamais humilhe ou
despreze, tenha coragem para interromper antes que as coisas fiquem sem
controle.
Ao lidar com pessoas desconfiadas, satisfaça sua necessidade básica
de segurança, responda com outras perguntas, ignore seus ataques, pergunte
se a desconfiança é sempre ou só naquele caso, permita-se uma certa
“desinteligência” momentânea e calculada. Ao lidar com pessoas caladas faça
perguntas mais abertas, construa pontes de diálogo, treine a paciência,
sufoque seu impulso de ajudar quebrando o gelo.
Para lidar com pessoas supersimpáticas, lembre-se de que são boas
demais para serem de verdade, cale-se simpaticamente ante as pretensões
demasiadas, aceite os pedidos de desculpas sem investigar seu grau de
veracidade, jamais pense que os galanteios são algo pessoal, treine a
habilidade de fazer perguntas seletivas. Para lidar com pessoas com mania de
grandeza, descreva os comportamentos que devem ser corrigidos, delegue a
ele tarefas grandiosas, escale essas pessoas para ensinar as crianças a
compartilhar atividades.
Ao lidar com pessimistas e negativistas, jamais se deixe contagiar, fale
devagar e tenha paciência, faça perguntas que peçam respostas com soluções
para as dificuldades, use sempre o bom humor. Ao lidar com dramáticos,
estabeleça limites por meio de articulações claras, deixe um tema pela metade
e fale de um assunto diferente, jamais se afogue no maremoto dramático,
mantenha o contato visual e pergunte o que ele faz de diferente para mudar as
coisas.
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E, por fim, para lidar com os intolerantes jamais se deixe intimidar,
interprete-os com gentileza, use um toque de ironia, coloque seus limites, só
vire a mesa como último recurso.
O supervisor precisa adquirir o hábito de empregar os instrumentos
disponíveis conforme a exigência do momento, ou seja, saber lançar mão dos
princípios no momento em que eles forem necessários. Isso será, com certeza,
um grande diferencial para este profissional das relações humanas, e o
conduzirá, sem dúvida, a uma vida mais próspera, mais justa e mais feliz.
1.2 – Gestão do Clima Organizacional
Estamos vivendo uma época nas instituições escolares e em tantas
outras instituições onde as pessoas – suas crenças, valores, comportamentos
e relacionamentos – passam a ser determinantes para o sucesso ou o fracasso
do trabalho do supervisor educacional. Somos influenciados pelas outras
pessoas e, ao mesmo tempo, as influenciamos também. Essa influencia que
exercermos uns sobre os outros também atua no ambiente em que
desenvolvemos nossas atividades profissionais.
Este ciclo de influências fará com que certas características da cultura
sejam amplificadas através de comportamentos repetidos nas relações do dia-
a-dia. Assim, se a cultura organizacional for virtuosa, esse ciclo amplificará
comportamentos construtivos, gerando mais produtividade com qualidade de
vida. Mas se a cultura for viciosa, o ciclo de influências arrastará a empresa
para comportamentos cada vez mais destrutivos, prejudicando a produtividade,
desgastando as pessoas e os seus relacionamentos. Portanto, torna-se vital o
supervisor educacional conhecer os fatores que dificultam a manutenção de
um clima organizacional produtivo se pretende intervir de forma significativa e
garantir a sua ação supervisora efetiva.
O clima organizacional é, portanto, a qualidade do ambiente que é
percebida ou experimentada pelos professores em uma instituição escolar
influencia o seu comportamento. É aquela “atmosfera psicológica” que todos
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nós percebemos quando entramos em um ambiente e que nos faz sentir mais
ou menos à vontade para ali permanecer, interagir e realizar. O supervisor
educacional tem a importante tarefa de prestar atenção e monitorar o clima na
instituição que gerencia diariamente.
Através do gerenciamento do clima organizacional é possível
estabelecer uma comunicação clara e eficiente entre os professores e
funcionários da escola, manter agradável ambiente de trabalho, estimular a
motivação e promover abertura para que todos se sintam participantes de
melhorias no processo educacional.
Bedani (2006) afirma que a gestão de cima organizacional é uma
importante ferramenta para o monitoramento do comportamento humano nas
organizações. Com esta ferramenta é possível avaliar os processos de
comunicação, trabalho em equipe, liderança, tomada de decisões,
comprometimento, as questões físicas do ambiente de trabalho, e as variáveis
que influenciam as atitudes, conduta, satisfação, produtividade e motivação
das pessoas.
Para Altmann (2000) apud Bedani (2006), para uma real eficácia de
investigação do clima é fundamental que a instituição implemente programas
de monitoração de clima organizacional. Para o autor, os principais benefícios
são o maior envolvimento dos funcionários em relação ao ambiente de
trabalho, consecutivamente, mais satisfação e menos faltas. Desenvolve,
também, a pró-atividade do supervisor, antecipando ou solucionando
problemas relativos ao ambiente de trabalho.
Existem diversas situações que o supervisor educacional pode utilizar
para compreender o nível de satisfação e motivação de seus professores
diante de vários aspectos da escola. Essas situações podem ser consideradas
como estratégias de levantamento da situação atual do clima organizacional.
Para Luz (2003, p.52), estratégias de avaliação do clima organizacional
são meios de identificar e conhecer detalhadamente o seu clima. Essas
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estratégias podem ser inicialmente feitas pelo contato realizado diretamente
com o supervisor de sua instituição escolar, e posteriormente como os
professores. Pode se fazer entrevistas e questionar o que os funcionários
buscam e suas necessidades, assim também, identificar os problemas
potenciais no ambiente de trabalho.
O supervisor pode lançar mão da ouvidoria para obter dados sobre a
satisfação dos professores, alunos e funcionários da escola. Promover dentro
da instituição um programa de sugestões ajudará a colher as informações,
ideias e sugestões do próprio “cliente” interno para melhorar os seus serviços.
Outra forma de monitorar o clima organizacional é a criação do sistema de
atendimento às queixas e reclamações, que possibilitará a liberdade de,
quando um funcionário, professor ou aluno quiser queixar-se quanto a
determinadas questões, estes podem procurar o supervisor que acolherá a
queixa e ficará encarregado de escutar e investigar a situação.
As reuniões de equipe com os professores e demais funcionários é
uma forma de manter uma boa relação com todos e geralmente fornecem uma
visão diferente para os supervisores sobre determinados problemas e
situações que não estavam sendo percebidas por quem está de fora da
situação.
Este ano será realizado nas escolas municipais do Rio de Janeiro uma
Assembléia Geral – semanal - com todos os alunos para que os diretores,
coordenadores e supervisores possam ouvir os alunos e perceber como está o
nível de satisfação deles na escola em que estudam.
Contudo, a estratégia mais completa entre todas as estratégias que os
supervisores educacionais podem utilizar é a própria pesquisa de clima. Com a
pesquisa de clima, é possível a instituição escolar avaliar os pontos fortes e
fracos, e o grau de satisfação e insatisfação de seus professores e
funcionários em relação a vários aspectos da organização.
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CAPÍTULO II
CONDIÇÕES INTERNAS DE ATUAÇÃO DO
SUPERVISOR EDUCACIONAL
“O maior líder é aquele que reconhece sua pequenez,
extrai força de sua humildade e experiência de sua
fragilidade”. (Augusto Cury)
O serviço de Supervisão Educacional torna-se parceira político-
pedagógica do educador para integrar a formação continuada no qual os
saberes e conhecimentos interagem para a melhoria do processo ensino-
aprendizagem. Segundo Pinzan e Maccarni (2003, p.21), a Supervisão
Escolar, comprometida com o trabalho coletivo, contribui na formação do
professor na medida em que não se limita ao controle, ou ao repasse de
técnicas aos professores, mas no sentido de oferecer-lhes assessoramento
teórico-metodológico diante dos problemas educacionais cotidianos, cria
momentos de reflexão teórico-prático e com o respaldo da fundamentação
teórica e uma visão do ato de ensinar e de aprender como algo articulado,
coordena tais discussões. (Referenciais da REME, 2008, p.43)
O Supervisor na qualidade de mediador no processo ensino-
aprendizagem desenvolve com os professores juntamente com o orientador e
o diretor, os valores e os objetivos que fundamentam as ações, conforme a
filosofia e a política da escola, buscando mudanças no processo da qualidade
na educação.
As qualidades pessoais e técnicas que o profissional da supervisão
possui influenciam em grande escala a sua ação supervisora. Este deve
apresentar interesses, atitudes e ideais ligados à Educação. Deve, também se
capaz de identificar e conhecer o mundo social de que provém seus
discípulos, para o qual tem de ser preparados.
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Sua prática precisa demonstrar conhecimentos especializados em
Educação: planejamento, implementação e avaliação, currículos e programas,
tecnologias educacionais, princípios e métodos de Supervisão Pedagógica e,
ainda, um embasamento científico de caráter biopsicossocial da Educação.
Além disso, deve apresentar conhecimentos gerais nas diversas disciplinas do
currículo e das respectivas “didáticas”, bom como conhecimentos sólidos em
Didática Geral.
Contudo, não só de qualidades técnicas sobrevive o trabalho do
supervisor. Este, deve apresentar qualidades pessoais bem específicas para
que desenvolva seu trabalho de forma eficiente. Receptividade às novas
ideias, criatividade, dinamismo, equilíbrio emocional, senso de
responsabilidade, curiosidade, sensibilidade para os problemas, capacidade
para gerenciar e resolvê-los, empatia e ética são algumas das qualidades que
estão resumidas no conceito de liderança e que devem andar lado a lado com
o supervisor educacional.
Já que o supervisor escolar também é um gerente, deve estar
constantemente atualizado em relação às novas teorias e técnicas
administrativas. Direcionar o seu trabalho e, por conseguinte, o trabalho de sua
equipe para a obtenção dos resultados pretendidos, tendo em vista a
qualidade destes resultados.
Na sua relação com os professores, o supervisor deve imprimir uma
condução de processo não só que assegura o crescimento do grupo, como o
de cada um dos membros da equipe em particular. Agir sempre com ética e
discernimento diante dos alunos e membros da sua equipe, valorizando,
também, que todos se conduzam da mesma maneira. Assim, ele irá conduzir o
cotidiano escolar oferecendo credibilidade e confiança tanto para o corpo
docente, bem como para o discente.
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2.1 – Qualidades Pessoais do Supervisor Educacional
Supervisionar o trabalho de outras pessoas pode ser uma experiência
que lhe traga recompensa e satisfação. Pode lhe dar a oportunidade para
coordenar as atividades de várias pessoas, ou de vários grupos de pessoas, e
ver o fruto de seus esforços transformar-se em um produto final plenamente
desenvolvido. Algo que uma pessoa sozinha não poderia produzir.
A fim de experimentar a satisfação e as recompensas de sua posição,
você também precisa vivenciar as dificuldades e frustrações de lidar com seus
colaboradores. Os problemas, as decepções e fracassos deles podem resultar
em tempos difíceis para ambos.
Assim, a chave para a supervisão bem sucedida é sua capacidade
para lidar com situações únicas e incomuns com as quais você se confrontará.
Como supervisor, você é o líder e o responsável pelas atividades e
desempenho dos outros, e não apenas pelos seus.
O supervisor precisa aprender a ser um mediador entre seus próprios
supervisores e seus colaboradores. Cada um desses grupos tem seus
objetivos, desejos e necessidades. Eles precisam se sentir razoavelmente
felizes e satisfeitos, ao mesmo tempo em que o supervisor deve se sentir feliz
e satisfeito.
O sucesso da ação supervisora começa com um termo muito vago:
liderança. Segundo Hemphil & Coons (1997, p.7), liderança é o
comportamento de um indivíduo quando está dirigindo as atividades de um
grupo em direção a um objetivo comum. Tannenbaum, Weschler & Massarik
(1961, p.24) conceituam liderança como uma influência pessoal exercida em
uma situação e dirigida através do processo de comunicação, no sentido do
atingimento de um objetivo específico ou objetivos. Rouch & Behling (1984,
p.46) dizem que liderança é o processo de influenciar as atividades de um
grupo organizado na direção da realização de um objetivo.
Basicamente, liderar é o processo de conduzir um grupo de pessoas,
transformando-o numa equipe que gera resultados. É a habilidade de motivar e
25
influenciar os liderados, de forma ética e positiva, para que contribuam
voluntariamente e com entusiasmo para alcançarem os objetivos da equipe e
da organização. Algumas habilidades são necessárias para que a liderança do
supervisor se efetive: confiança em sua própria habilidade, boas habilidades de
comunicação, capacidade de tomar decisões, confiança m seus funcionários
para execução do trabalho, desejo de desenvolver habilidade nos outros,
familiaridade com a tarefa de direcionar outras pessoas e habilidade de motivar
pessoas.
O supervisor de uma instituição educacional deve se preocupar com o
comportamento dos professores e estabelecer estratégias para gerenciá-lo.
Existem professores que gostam da rotina, buscam constantemente
aprovação; outros valorizam o dever e a lealdade, tem forte ética de trabalho;
uns são controladores e manipuladores; há os que gostam de trabalhar com
outras pessoas; os que buscam desafios e novas tarefas e os que gostam de
trabalhar sozinhos.
As escolas estão cheias de profissionais com estes tipos de perfil. O
supervisor deve dedicar alguns instantes a cada perfil e escrever o tipo de
metas mais prováveis e o curso de ação possível para atender às suas
necessidades.
O processo decisório é outra parte essencial e uma das mais difíceis
do trabalho de qualquer supervisor. Para abordar uma decisão, mantenha
realmente a mente aberta, não tome partido ou faça julgamentos enquanto não
examinar todas as informações; evite tomar partido, além de injusto para todos
os envolvidos, frequentemente pode resultar em uma má decisão; reconheça
sua própria tendenciosidade, o que parece óbvio para o supervisor talvez não
seja óbvio para os professores; não deixe que títulos ou prestígio influenciem
sua decisão, as decisões precisam ser tomadas com base no mérito da
situação; e, por fim, este deve evitar palavras “absolutas” em sua decisão.
Na educação as mudanças ocorrem em um tempo que, muitas vezes,
não conseguimos acompanhar. Geralmente ela é inevitável. O que funcionava
26
no passado ou, da mesma forma, o que funciona hoje pode não funcionar
amanhã. A mudança é um dos aspectos mais difíceis dos professores
aceitarem. Por natureza, a maioria dos seres humanos busca consistência e
familiaridade. A maioria das pessoas não gosta de correr riscos ou não é
aventureira; portanto, a mudança é desconfortável.
Cada vez que uma mudança ocorre, nosso nível de confiança cai.
Após, finalmente, aperfeiçoar uma tarefa ou aceitar uma ideia, precisamos
começar tudo novamente. Esse tipo de situação é constante na educação, o
que causa uma grande resistência por parte dos professores. Tanta mudança
cria um grande desafio para os supervisores. É preciso vender continuamente
a necessidade de mudança aos professores, além de aceitá-las pessoalmente.
Ao programar uma mudança na instituição educacional que orienta, o
supervisor precisa comprometer-se com a mudança que deve ser feita,
planejar cada fase da mudança, elaborar um plano de contingência, monitorar
o comportamento dos professores para garantir que elas sejam implementadas
e, principalmente aceitar e planejar os resultados da mudança.
O supervisor educacional é constantemente arrastado em todas as
direções por pessoas que trazem o que frequentemente parece ser um fluxo
interminável de problemas urgentes. Isso causa desperdiço de tempo. O que
fazer diante de tantas solicitações? O primeiro passo é estabelecer uma rotina
que o ajude a gerenciar melhor o seu tempo. Para gerir o seu tempo de forma
a otimizar a sua ação, o supervisor precisa experimentar as seguintes etapas:
• listar o que precisa fazer semanalmente e diariamente em ordem
de prioridade e assinalar cada tarefa concluída;
• planejar o que vai fazer com pelo menos um dia de antecedência;
• planejar os telefonemas e as reuniões com antecedência;
• avaliar o gerenciamento do seu tempo várias vezes durante o dia;
27
• analisar sua lista pessoal de principais causas de desperdício de
tempo;
• desenvolver um plano de ação para fazer alguma coisa sobre as
causas mais prejudiciais.
O supervisor educacional constantemente reúne-se com a direção,
coordenação pedagógica, professores e funcionários da escola em que atua.
Essas reuniões precisam ser produtivas para maximizar sua eficácia e para
que seu trabalho não perca a credibilidade. Antes de começar um encontro o
supervisor deve ter em mente o propósito dessa reunião, o tempo que vai
levar, o que irá dizer e em que ordem, o resultado desejado, as reações mais
prováveis ao que irá dizer e estar preparado para outros tópicos que surgirem.
A reunião só deve ser marcada se for realmente imprescindível a
sua realização. Evite uma reunião, se possível. Transmitindo as mesmas
informações via memorando ou através de um telefonema para cada pessoa,
as coisas provavelmente serão mais rápidas. Contudo, se a reunião for
realmente necessária, mantenha o grupo pequeno, pois eles tendem a
funcionar de forma mais rápida e eficaz. Além disso, iremos obter uma maior
interação, pois os participantes estarão mais dispostos a falar em grupos
menores. Outras ações importantes durante uma reunião são distribuir a
agenda a todos com antecedência, convidar apenas as pessoas que realmente
precisam participar, começar no horário e terminar logo que a agenda for
concluída e manter o foco na discussão.
Quando alguém sugerir uma ideia, anote e repita a ideia com
palavras ligeiramente diferentes. O Objetivo é fazer com que todo o grupo se
envolva com a nova ideia, e não apenas o indivíduo que a apresentou. Se
alguém criticar uma outra pessoa no grupo, interfira imediatamente e refaça
seu comentário de uma forma mais positiva.
O supervisor precisa conversar com todos, pressupondo-se que
todos têm uma razão para estar naquela reunião. Uma discussão calorosa ou
28
de divergências pode acontecer desde que não envolvam ataques pessoais.
Algumas novas ideias podem resultar da discussão, e o supervisor deseja
encorajar as pessoas a expressarem seu pensamento. O líder deve
permanecer calmo e neutro, independente do que acontecer. Sua função como
supervisor é moderar e facilitar, e não tomar partido ou desencorajar
comentários.
Quando está conduzindo uma reunião, cabe ao supervisor mantê-la
sob controle. Este precisa tratar rapidamente dos problemas que surgirem para
que eles não desviem a reunião. Os problemas mais típicos das reuniões
podem ser tratados de forma simples e eficaz, conforme descrevem as dicas a
seguir:
• quando uma ou duas pessoas dominarem a discussão,
estabeleça um limite de tempo para cada resposta;
• quando uma ou duas pessoas não falam, peça a opinião delas;
• quando as pessoas estão perdendo o interesse, peça a alguém
do grupo um exemplo específico ou passe para outro assunto;
• quando a discussão desvia-se do assunto, faça perguntas para
que as pessoas voltem ao tópico;
• quando desenvolve-se uma discussão, lembre ao grupo que é
certo que as pessoas tenham opiniões diferentes e encoraje todos a ouvir
ambos os pontos de vista;
• quando você comete um erro óbvio, admita e brinque com o erro.
As reuniões com resultados positivos são extremamente
influenciadas pela forma como o líder as administra. Seguindo as etapas
descritas acima, o supervisor estará a caminho de conduzir reuniões
produtivas que valem o tempo e o esforço de todos os envolvidos.
29
A supervisão é uma tarefa desafiadora e recompensadora que
combina muitas habilidades e talentos. O supervisor deve manter-se no topo
de sua profissão, melhorando constantemente suas próprias habilidades. O
supervisor perfeito está sempre em busca de alternativas melhores para
aperfeiçoar seu desempenho no trabalho, inclusive supervisionando.
2.2 – Qualidades Técnicas do Supervisor Educacional
A educação contemporânea exige profissionais que sejam capazes
de refletir sobre suas práticas e apresentar desenvoltura na busca de soluções
inovadoras no campo educacional. Neste sentido, a formação do Supervisor
Educacional deve proporcionar uma fundamentação teórico-prática centrada
na promoção de um processo de gestão pedagógica democrática, integradora
e transformadora.
O supervisor precisar ter conhecimentos técnicos que possibilitem
eficiência e eficácia nas ações do dia-a-dia do processo educacional, além de
possibilitar-lhe atuar com foco na ação de supervisionar, acompanhar e avaliar
instituições de ensino, reavaliando crítica e reflexivamente a ação pedagógica,
como agente mediador da promoção educacional.
Supervisionar é verificar o progresso das atividades do projeto. É
observação sistemática e objetiva. Implica também relatar o progresso dos
projetos aos contribuidores, implementadores e beneficiários do projeto. Esta
comunicação permite que a informação recolhida seja utilizada na tomada de
decisões para melhorar o desempenho do projeto. Para isso, ele precisa
supervisionar com técnica, sabendo o que está fazendo e passando segurança
para os que trabalham sob o seu comando.
A escola é uma organização que sempre precisou mostrar
resultados, o aprendizado dos alunos. Porém, em sempre eles são positivos.
Para evitar desperdício de esforços e fazer com que todos os objetivos sejam
atingidos ano após ano, sabe-se que é necessária a presença de supervisores
educacionais que atuem como líderes, capazes de implementar ações
30
direcionadas para esse foco. A concepção de que a liderança é primordial no
trabalho escolar começou a tomar corpo na segunda metade da década de
1990, com a universalização do ensino público. A formação e atuação de
líderes, até então restritas aos ambientes empresariais, foram adotadas pela
Educação e passaram a ser palavra de ordem para enfrentar os desafios.
O supervisor precisa apresentar entendimento sobre os padrões
comportamentais do atual mundo globalizado para ganhar habilidades técnicas
e gerenciar melhor os professores que atuam sob o seu comando, tornando-se
um líder de sucesso. Analisar cenários de mudança, identificando alternativas
para o crescimento individual e institucional; conhecer estilos gerenciais
(Teorias de McGregor e Blake-Mouton), analisando seus impactos na força do
trabalho; entender com funcionam os relacionamentos interpessoais na escola,
envolvendo supervisores, colegas e subordinados; conhecer os estilos de
motivação para o poder e suas influências no moral das pessoas; analisar o
uso de assertividade, empatia , empowerment e coaching; conhecer teorias de
motivação, buscando maior comprometimento dos professores e formando
pessoas empreendedoras; elaborar ações para viabilizar o sucesso de sua
participação enquanto líder são técnicas necessárias ao supervisor se ele
desejar desenvolver um trabalho buscando um resultado positivo.
A era dos supervisores resistentes a qualquer tipo de mudança, que
acham já deterem o conhecimento e os métodos invariáveis para lidar com
qualquer tipo de exigência educacional não cabe mais no mundo em que
vivemos. O supervisor-líder precisa dar, obter e dividir informações com seus
seguidores; compartilhar o poder, delegando e premiando iniciativas e
responsabilidades; criar um pouco em pouco tempo multiplicadores, gerando
confiança para eu possam atingir seus objetivos, com seus próprios esforços;
remover barreiras para liberar a energia e os talentos individuais; resolver
conflitos, impasses que paralisam a ação do grupo e, por fim, decidir sempre!
O campo da educação está passando por momentos difíceis e, o
supervisor precisa desenvolver técnicas para minimizar essas dificuldades. Ele
31
deve trabalhar para colocar a equipe novamente em condições de avançar,
aprender com os erros e evitar a entrada em uma espiral negativa. Manter a
atenção ao que virá, identificando o próximo projeto ou desafio, da forma mais
concreta possível, envolvendo a equipe nele, tão cedo quanto possível é o
primeiro passo para sair de uma situação difícil. O segundo passo é construir
um plano de ação concreto, tangível, e que possa conquistar a confiança de
todos, dando uma razão para seguir em frente.
O terceiro passo é registrar as lições aprendidas. Sempre há algo a
aprender com a derrota. Descubra o que a equipe poderia ter feito melhor,
divulgue estas informações internamente, aplique-as ao próximo projeto.
Contudo, nãos e limite à sua própria análise. Fale com os membros de sua
equipe e peça que identifiquem pontos altos e pontos baixos do projeto
fracassado, e também que alem sobre oportunidades e ameaças.
Liderar não se resume a motivar. A equipe espera que você vá além
de identificar e comunicar as falhas. Então, o próximo passo é resolver ou
promover a resolução dos problemas. Senão puder resolver alguns deles,
encontre uma forma de contorná-lo. Se os recursos disponíveis não eram os
melhores, encontre mais e melhores recursos e integre-os. Se não for possível,
adapte e promova melhorias nos seus próprios recursos o quanto antes.
O quinto passo é reconhecer o esforço de todos. Conhecer os
pontos de falha é essencial para a melhoria, mas para a motivação é
necessário algo mais: a consciência do que foi bem feito. Identifique e discuta
com o grupo quais foram os aspectos positivos e os acertos do projeto. Apesar
de não ter sido alcançado o resultado esperado, provavelmente a maior parte
da equipe se esforçou. O supervisor precisa ser generoso no momento de
reconhecer isto perante toda a equipe.
Por último, o supervisor educacional nãopode perder a motivação. A
derrota é parte da vida e da carreira, mas para sair dela é preciso continuar em
frente, inspirando o grupo. É impossível fazer isso com efetividade máxima se
o líder estiver desmotivado.
32
CAPÍTULO III
FUNÇÕES E ATRIBUIÇÕES DO SUPERVISOR
PEDAGÓGICO
“Se a educação sozinha não transforma a sociedade,
sem ela, tampouco a sociedade muda”.
Ao longo da história do Ensino no país muito já se sabe sobre a função
do supervisor escolar. Esta história nos traz o surgimento do supervisor, com o
surgimento das fábricas. Concebido como parte de um processo de controle do
povo e da nação. Nas escolas nasce como Inspetor Escolar, para fiscalizar o
ensino, o trabalho dos professores, como, por exemplo, realizar estatísticas
escolares, orientar quanto a implementação do ensino, coordenar e orientar o
ensino garantindo que a legislação fosse implementada.
A Constituição de 1891 definiu responsabilidade pelo ensino
secundário da União e a competência pelo gerenciamento do ensino primário e
do normal dos estados. Assim os estados seriam divididos em inspetorias e
cada uma dessas teria um inspetor responsável pelo controle do
funcionamento e da estatística escolar.
Com a Lei n.º 4024/61 a Inspeção tomou uma nova forma, que além
de inspecionar teria que orientar as escolas. Pois as escolas precisavam ser
orientadas na implantação de programas de ensino que atendessem a
organização curricular, adequando-se as demandas regionais. Para tanto, as
Secretarias de Educação estaduais passaram a organizar equipes de
supervisores para atender as escolas.
Com a fragmentação do ensino, foi estabelecida uma divisão
intencional e ideológica. Intencional por viabilizar uma concepção tecnicista de
educação, permeando as políticas educacionais do Governo Federal, atrelada
33
aos acordos do MEC/USAID. Ideológica, refletindo uma concepção de divisão
técnica do trabalho, acompanhando a lógica do capitalismo industrial.
Neste passar rápido pela trajetória do supervisor registra-se uma visão
fragmentada. Os estudos teóricos, as análises de diferentes pontos de vista, as
vivências de profissionais que atuam nesta área, a realidade encontrada hoje
em nossa sociedade, os saberes renovando-se a todo instante, as novas
necessidades enfrentadas nas escolas, levaram os supervisores a repensar a
sua prática para atender a nova demanda da escola.
O olhar que se tinha sobre o papel do Supervisor Escolar começou a
ter novos rumos para poder contemplar as necessidades desta nova clientela
de alunos, professores e comunidade escolar. A necessidade vai ao encontro
da superação de papéis que o supervisor assumia até o presente momento.
A supervisão surgiu no Brasil pela primeira vez com a reforma de
Francisco Campos, Decreto-Lei n.º 19.890, de 18/04/1931, concebida de forma
bem diferente da que se vinha realizando até aquele momento de simples
fiscalização, para assumir o caráter de supervisão. (RANGEL, 2001)
Ao falar em supervisão, é preciso situá-la quanto ao nível e ao âmbito
de ação. A supervisão da qual se fala neste contexto é a que se realiza na
escola, integrada à equipe docente, com âmbito de ação didática e curricular.
É preciso, entretanto, reconhecer outros níveis centrais e intermediários da
ação supervisora, à qual incubem ações de naturezas pedagógicas,
administrativas e de inspeção.
Conforme o dicionário, supervisão significa: “Orientação ou inspeção
em plano superior”. A leitura dessa definição remete a uma perspectiva de
movimento; ou seja; não dá para compreender a supervisão a partir de um só
lugar, operando apenas com semelhanças ou, ainda privilegiando a
homogeneidade.
Nessa perspectiva, ao se estabelecer um conceito de supervisão, é
importante esclarecer o sentido etimológico do termo. A palavra supervisão é
34
formada pelos vocábulos super (sobre) e visão (ação de ver). Indica a atitude
de ver com mais clareza uma ação qualquer. Como significação estrita do
termo, pode-se dizer que significa olhar de cima, dando uma “ideia de visão
global”.
A supervisão hoje, se encontra numa posição não muito favorável, pois
nas escolas não se vê com frequência um profissional desta área. Isso se deve
à vontade política, já que a educação não é uma área tão valorizada, como
deveria ser, por parte dos governantes. É importante que o governo volte sua
atenção a esse profissional, pois sua presença na instituição de ensino é de
suma importância para a mediação aluno – conhecimento dentro das
perspectivas de um ensino globalizante e eficaz para a sociedade em
constante transformação.
Entretanto, o que se percebe é que o supervisor escolar vem
recebendo uma formação baseada num modelo voltado para o controle de
produtividade do ensino, no qual sua função na escola consiste na fiscalização
da eficiência da tarefa educativa, resumindo-se às tarefas burocráticas.
Passerino (1996:39) estabelece alguns conceitos fundamentais que
dão suporte a uma nova concepção do supervisor educacional:
• Práxis via análise do cotidiano: é preciso olhar a realidade
presente em sala de aula e os conceitos trazidos pela criança para refletir os
métodos e modos como devem ser trabalhados no espaço escolar;
• Diálogo inclui conflito: o diálogo representa uma possibilidade de
desenvolvimento das relações interpessoais. Ser dialógico é permitir que cada
educando exponha seu modo de pensar mesmo que este não seja coerente
com a sua visão.
• Conscientização a partir da dúvida e do questionamento: o
supervisor deve atuar na dinamização de um clima de análise das rotinas da
escola para que as mesmas possam ser confrontadas com as novas ideias
que se almeja desenvolver.
35
• O método dialético supera a visão parcial: a aplicação do método
dialético proporciona uma visão objetiva de toda a realidade permitindo a
compreensão entre o velho e o novo. A partir destas, o supervisor pode
encaminhar estratégia concreta para a superação das dificuldades
encontradas;
• Participação crítica para a transformação: a escola segundo a
visão de educação libertadora, colabora para a emancipação humana à
medida que garantem o conhecimento às camadas menos favorecidas da
sociedadr. Assim sendo, o supervisor deve ser aquela pessoa que orienta e
estimula a concretização de um projeto transformador sob o qual são
elaborados esforços coletivos para a obtenção dos êxitos;
• Pela democracia, chega-se à liberdade: todo e qualquer trabalho
desenvolvido pelo supervisor deve partir dos conceitos de liberdade e
democracia, conceitos esses que serão desenvolvidos lentamente para que
possa se efetivar a condição de mudanças sociais.
Para Passerino (1996:40), “o trabalho do supervisor educacional deve
ser orientado pela concepção libertadora de educação. Ele exige um
compromisso muito amplo, não somente com a comunidade na qual se está
trabalhando, mas consigo mesmo”. Trata-se de um compromisso político que
induz a competência profissional e acaba por refletir na ação do educador, em
sala de aula, as mudanças almejadas. Todavia, a tarefa do supervisor é muito
difícil de ser realizado, exige participação para a integração em sua
complexidade.
Assim descreve Gandin (1998:89), esta ação não é fácil, porque exige
compromisso pessoal de todos; abertura de espaço para participação; há a
necessidade de crer, de ter fé nas pessoas e nas suas capacidades; requer
globalidade e distribuição de autoridade; igualdade de oportunidades em
tomada de decisões e democratização do saber.
36
A supervisão é um meio de garantir a execução do que foi planejado,
exigindo, cada vez mais, um profissional preparado para o exercício desta
função, desempenhando funções variadas que refletem em sua própria
diversidade de conceitos e posições políticas.
As atividades exercidas pelo supervisor educacional podem alcançar
fatores voltados para as relações entre alunos, professores, conteúdos,
métodos e contexto do ensino. Neste caso, cabe ao supervisor escolar dar
uma atenção especial às oportunidades de estudo compartilhado e de
coordenação cooperativa, gerando uma melhor articulação em relação ao
ensino e a aprendizagem. Deste modo, o supervisor escolar poderá evitar a
rotina e a mecanização das ações desenvolvidas na instituição e possibilitando
um ensino de melhor qualidade.
A função do supervisor deve ir além do trabalho do professor,
trabalhando como mediador entre o professor e o educando, estabelecendo
uma relação de parceria e de cumplicidade na ação pedagógica, voltando-se
para a compreensão do momento vivido, para a superação e a mudança das
propostas pedagógicas, objetivando a valorização do educando e de
professores, com intuito único de melhorar o relacionamento e a facilitação das
aprendizagens.
3.1 – A Articulação e a Ação Supervisora
O supervisor escolar é o funcionário destacado pela Secretaria de
Educação, geralmente um educador, para dar apoio às escolas e fazer a
interface do Executivo com elas. AS redes mais bem estruturadas dispõem de
uma equipe de supervisores que divide responsabilidades e se articula para
fazer a orientação dos diretores e apoiá-los nas questões do dia a dia, formar
os coordenadores pedagógicos e os professores e garantir a implementação
das políticas públicas, que são as orientações oficiais que dão unidade à rede.
Beatriz Gouveia, coordenadora do Programa Além das Letras, do Instituto
Avisa Lá, em São Paulo, que também faz formação de educadores, a forma
37
que esses técnicos da Secretaria devem ser os grandes parceiros da equipe
escolar: “Com a experiência que têm, eles podem garantir as condições para
que todas as escolas tenham um bom desempenho”.
A supervisão educacional tem por objetivo principal propiciar melhores
condições para o desenvolvimento de processo de ensino e aprendizagem,
analisando planos de ensino, constatando que há professores que
desconhecem a sistemática de planejamento, sendo assim, provavelmente o
supervisor educacional organizará um trabalho em conjunto com a
Administração da escola, os professores e os alunos, visando assim dirimir as
dificuldades encontradas no cotidiano escolar.
Libâneo (2004, p.215) destaca algumas características para o ato de
coordenar / supervisionar:
“A coordenação é um aspecto da direção, significando a
articulação e a convergência do esforço de cada
integrante de um grupo visando a atingir os objetivos.
Quem coordena tem a responsabilidade de integrar,
reunir esforços, liderar, concatenar o trabalho de diversas
pessoas.”
E ainda, elenca algumas atribuições para o profissional responsável
por esta área: “responde pela viabilização, integração e articulação do trabalho
pedagógico-didático em ligação direta com os professores, em função da
qualidade do ensino” (LIBÂNEO, 2004, p.219).
A supervisão em educação se apresenta como um instrumento vital de
controle da qualidade do produto no que este conceito tem de mais nobre. Ela
deve ser entendida como o ver crítico, construtivo, vitalizador das ações
educativas colocadas a serviço de indivíduos e dos grupos, tendo-se em vista
seu desenvolvimento e transformação para melhor.
Segundo Silva Júnior (1984, p.14), algumas das funções supervisoras
são: (...) coordenar a integração de projetos e atividades de ensino;
38
diagnosticar as necessidades de ensino na Unidade Escolar; opinar quanto à
necessidade e oportunidade de aperfeiçoamento e atualização docente;
elaborar e executar o plano de supervisão; acompanhar, controlar e avaliar o
desempenho global da Unidade Escolar; propor e promover,quando
autorizado, experiências pedagógicas na escola; desenvolver projetos e/ou
atividades de promoção, recuperação e agrupamento de alunos; acompanhar,
orientar e avaliar o desenvolvimento do currículo, da avaliação escolar e da
educação permanente, entre outras.
Para compreendermos a amplitude das funções do profissional
supervisor, revemos também Rangel (1990), que aponta, entre as atribuições
da supervisão na escola: planejamento, acompanhamento e avaliação da
construção e implementação coletiva do projeto político-pedagógico, com
propostas e temas específicos; coordenação do planejamento e
implementação de currículo e programas; apoio didático-pedagógico à equipe
docente, com especial atenção a práticas de ensino e avaliação que favoreçam
a aprendizagem; acompanhamento do fluxo de informações da escola e sua
circulação na comunidade, assim como de informações recebidas de outras
instâncias do sistema educacional; coordenação do estudo diagnóstico da
escola e da comunidade; coordenação de estudo crítico e contextualização da
legislação vigente; orientação, coordenação e acompanhamento de processos
de recuperação e atendimento especial a alunos com dificuldade de
aprendizagem; coordenação de atividades que propiciem a participação das
famílias e seu diálogo com os professores e demais serviços administrativos e
pedagógicos da escola, como o serviço de orientação educacional;
coordenação e formação docente continuada, trazendo subsídios de estudo e
pesquisas, além de outras atividades do processo e projeto sociopedagógico
da escola.
Raquel oferece uma visão ampla dos afazeres da supervisão, sem se
descuidar dos eixos básicos no cotidiano da escola: projeto político-
pedagógico, currículo e programas; processo de ensino-aprendizagem-
avaliação-recuperação; relações com as famílias e a comunidade; formação
39
docente continuada, entre outros aspectos da abrangência didático-
pedagógica e curricular da ação supervisora.
A concepção ampla encontra-se, também, na abordagem política de
Ferreira (1997, p.70), para quem “a supervisão se delineia a partir do momento
em que se estabelecem as relações entre o homem e o trabalho”, de modo
que a profissão neste campo “é precipuamente política e é na estrutura de
classes da sociedade capitalista brasileira que se devem buscar as causas que
determinam a função supervisora”.
A concepção ampla da função supervisora também é realçada por
Medina (1995), observando que a supervisão educacional tem como objeto de
trabalho ação docente, cujo acompanhamento se realiza visando à
aprendizagem dos alunos. Enfatiza-se o papel do supervisor educacional como
o de “conceber-se como um sujeito que produz, reproduz e pesquisa diferentes
maneiras de ensinar, de aprender e de orientar” (Ibid., p.155). Na
problematização da prática supervisora, está “implícita a ação que integra o
professor e a comunidade”. Assim, Medina (Ibid., p.158) observa que a
supervisão assume um trabalho de significativa dimensão na escola,
“envolvendo a ação de professores, o anseio da comunidade e o desejo dos
alunos” e, nesse sentido, destaca o seu empenho na mediação entre o
processo de ensino e o de aprendizagem, apoiando e acompanhando as
ações educativas, assumindo responsabilidades “pela ação curricular” e pelo
estímulo a que os professores avancem em seus estudos (IBID., p.28). As
questões relacionadas ao fazer pedagógico dos professores, suas possíveis
dificuldades, seus interesses, suas interrogações tornam-se prioridades nas
atenções dos supervisores, que, com eles, assumem os desafios a serem
vencidos no cotidiano da escola e em seus compromissos com a comunidade.
Veremos a leitura de Alonso (2008, p.173), que compreende o
supervisor como um articulador de reconstrução e da possível inovação do
currículo escolar, de modo que dê conta dos desafios da aprendizagem dos
alunos para a “incorporação futura ao mundo do trabalho e para a formação
40
cidadã e a participação efetiva na vida pública”. Por isso, o autor enfatiza, nas
práticas supervisoras, o “desenvolvimento de clima de camaradagem e
cooperação e valorização das experiências vividas em sala de aula pelos
educadores” (p.176) e a coordenação da formação docente continuada. A
ação pedagógica requer a integração de todos os setores e serviços da
escola, com o propósito de ampliar e aproximar visões e desempenhos
educativos. Nesse enfoque, compreende-se o supervisor educacional como
um líder e um incentivador da mobilização do coletivo da escola, em favor do
aperfeiçoamento dos serviços e, quando necessário das mudanças nesse
sentido.
Na dinâmica da Supervisão, a personalidade do Supervisor dentro da
escola, atuando com pessoas, recria atividades, métodos e técnicas. Dentre as
inúmeras atividades da Supervisão Pedagógica, apontaremos algumas,
consideradas básicas para a dinamização da equipe pedagógica.
Uma das atribuições do supervisor é participar do desenvolvimento do
microcurrículo, promovendo a articulação vertical das atividades, áreas de
estudo ou disciplinas; coordenar as atividades de planejamento, execução,
controle e avaliação; organizar e participar das reuniões do Conselho de
Classe, providenciando os instrumentos necessários para a sua efetivação;
coordenar o sistema de avaliação dos alunos; analisar os resultados do
rendimento escolar e propor reformulações; planejar, acompanhar e avaliar os
processos de recuperação, adaptação e complementação de programas e
propor à Direção a aquisição e/ou criação de novos recursos pedagógicos.
Ao supervisor cabe também manter o corpo docente atualizado quanto
à elaboração dos planos, legislação de ensino, métodos e técnicas de ensino,
problemática da educação em nosso tempo e bibliografia em educação. O
corpo docente deve ser orientado, também, quanto aos sistemas de avaliação
e recuperação; quanto à adaptação e complementação de programas; quanto
ao preenchimento de atas, formulários, diários de classe, fichas de
planejamento e avaliação e relatórios; quanto á confecção e interpretação de
41
tabelas e gráficos e quanto à construção e utilização de cronogramas de
atividades.
Outra faculdade inerente à ação supervisora é orientar os professores
no sentido de atenderem seus alunos em suas características, visando a uma
formação holística do sujeito, considerando a dimensão pessoal, profissional e
cidadã de cada um; além de fazer cumprir os prazos estabelecidos para as
atividades propostas.
É importante ressaltar que o trabalho do supervisor é diferente de um
estabelecimento para outro, varia de acordo com condições variáveis da
Administração de cada escola, pessoal administrativo, técnico e docente, com
as características da comunidade em que está inserida. Acredita-se que o
melhor caminho para o crescimento do grupo e dos professores é criar
condições para que estes descubram os princípios que deverão orientar seu
trabalho.
Para que isso ocorra, o supervisor não deve impor diretrizes ou
fornecer ao professor um material pronto para uso que nada exija de sua
capacidade. O professor é um profissional capaz de encontrar respostas para
suas dúvidas mediante sua própria atividade de pesquisa e reflexão. É
necessário, portanto que o supervisor forneça material variado sobre cada
assunto e organize sessões de estudo em que todos tenham oportunidade de
trazer sua colaboração e resolver dúvidas. Caberá a ele coordena as
atividades, orientar os professores e, em especial, estimulá-los
constantemente para o desenvolvimento e a atualização de suas
potencialidades.
42
CONCLUSÃO
Não é possível abordar a questão da supervisão sem ter claramente
explicitado o contexto em que sua ação se situa e as condições externas e
internas que interferem na sua efetiva ação supervisora. É por esta razão eu
algumas considerações foram apresentadas ao longo deste trabalho
monográfico.
A realidade que hoje se apresenta requer mais do supervisor. Novas
posturas de supervisão são requeridas, inclusive que se compreenda que o
supervisor exerce, também, a função de gestor.
A dinâmica de atuação do supervisor requer condições ambientais –
externas - , onde haja um verdadeiro espírito de equipe, no qual os diversos
papéis possam ser exercidos de maneira satisfatória e onde haja a
compreensão, por parte de todos, do verdadeiro papel do supervisor.
As qualidades pessoais e técnicas que o profissional da supervisão
possui, influenciam em grande escala a sua ação supervisora. Sua prática
precisa demonstrar conhecimentos especializados em Educação e qualidades
pessoais bem específicas, para que este desenvolva seu trabalho de forma
eficiente e eficaz.
Assim, para a realização efetiva da ação supervisora, é necessário que
o profissional da supervisão escolar desenvolva, no ambiente em que atua, um
verdadeiro espírito de equipe que, juntamente com suas qualidades técnicas e
pessoais serão grandes aliados na sua prática cotidiana.
43
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ALBUQUERQUE, Jamil. A arte de lidar com pessoas. São Paulo: Editora
Planeta do Brasil, 2007.
GIANCATERINO, Roberto. Supervisão escolar e gestão democrática: um
elo para o sucesso escolar. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2010.
RANGEL, Mary; FREIRE, Wendel (orgs.). Supervisão escolar: avanços e
conceitos. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2011.
ALVES, Nilda. Educação & Supervisão: o trabalho coletivo na escola. São
Paulo: Cortez, 2011
TEPPER, Bruce B. O novo supervisor: habilidades para o sucesso.
Tradução: Outras Palavras. São Paulo: IMAM, 1996.
RANGEL, Mary. Supervisão e gestão na escola: conceitos e práticas de
mediação. Campinas, São Paulo: Papirus, 2009. – (Coleção Magistério:
Formação e Trabalho Pedagógico)
MOREY, Stettner. O manual do novo gerente. Tradução de Eduardo
Refkalefsky – Rio de Janeiro: Sextante, 2006
FULTON, Roger. Supervisão: bom senso acima de tudo!. São Paulo: Editora
Harbra, 1995.
ARREDONDO, Lani. Aprenda a se comunicar com habilidade e clareza.
Tradução de Antônio Evangelista de Moura. Rio de Janeiro: Sextante, 2007.
44
ALARCÃO, Isabel. Escola reflexiva e supervisão: uma escola em
desenvolvimento e aprendizagem. Porto: Porto, 2001.
REVISTA – Nova Escola. Parceiros na Aprendizagem. Ano XXI; N.º 193. Junho
- julho: de 2006.
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
Supervisor Pedagógico: Condições Externas de Atuação 10
1.1 – Relacionamento Interpessoal: a arte de lidar com as pessoas 11
1.1.1 – Como fazer as pessoas gostarem mais de você 12
1.1.2 – Como desenvolver a habilidade de influenciar pessoas 14
1.1.3 – Como lidar com pessoas difíceis e administrar conflitos 16
1.2 – Gestão do Clima Organizacional 19
CAPÍTULO II
Condições Internas de Atuação do Supervisor Escolar 22
2.1 – Qualidades Pessoais do Supervisor Escolar 24
2.2 – Qualidades Técnicas do Supervisor Escolar 29
CAPÍTULO III
Funções a Atribuições do Supervisor Pedagógico 32
3.1 – A articulação e a ação supervisora 36
CONCLUSÃO 42
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43
ÍNDICE 45
46