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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO-SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
EDUCAÇÃO FINANCEIRA, FERRAMENTA FUNDAMENTAL PARA GESTÃO DAS FINANÇAS PESSOAIS.
POR: EZIEL REIS CASTILHO
ORIENTADOR:
ANA CLAUDIA MORISSY
RIO DE JANEIRO 2010
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO-SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
EDUCAÇÃO FINANCEIRA, FERRAMENTA FUNDAMENTAL PARA GESTÃO DAS
FINANÇAS PESSOAIS.
Apresentação de monografia ao Instituto A
Vez do Mestre – Universidade Cândido
Mendes, como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em
Finanças e Gestão Corporativa.
Por: Eziel Reis Castilho
AGRADECIMENTOS
A Deus, Porque Dele, Por Ele, e para Ele são todas as
coisas.
A todos os amigos da empresa, pelo crédito e incentivo.
A minha mãe, pela luta que travou e que me possibilitou chegar até aqui.
DEDICATÓRIA
A Minha Mãe – Honra a quem merece honra. Eu sei todo
o esforço que a Senhora fez para que Eu chegasse até
aqui, obrigado por tudo.
RESUMO
A educação financeira tem como propósito fundamental, estudar os comportamentos
socioeconômicos dos indivíduos ou das famílias e suas estratégias de administração
e alocação de recursos. Tem como principal objetivo fomentar uma cultura de
poupança e formação de patrimônio, explicando à população como administrar suas
finanças, evitando o endividamento.
O objetivo deste estudo é demonstrar numa linguagem clara e de fácil compreensão,
como se valer da educação financeira para manter uma boa gestão das finanças
pessoais, evitar o endividamento e maximizar a receita, permitindo assim, uma
melhoria na qualidade de vida.
Palavras Chave: Educação Financeira e Finanças Pessoais
SUMÁRIO
Introdução-----------------------------------------------------------------------------------------------01
Capítulo I – DINHEIRO------------------------------------------------------------------------------02
I.2 – A História do dinheiro no Brasil--------------------------------------------------------------02
Capítulo II – FUNDAMENTOS DAS FINANÇAS---------------------------------------------07
II.1 – Finanças Públicas------------------------------------------------------------------------------07
II.2 – As Autoridades Monetárias------------------------------------------------------------------08
II.3 – Autoridades de Apoio-------------------------------------------------------------------------09
II.4 – Instituições Financeiras-----------------------------------------------------------------------09
II.5 – Finanças Empresariais------------------------------------------------------------------------12
Capítulo III – FINANÇAS PESSOAIS-----------------------------------------------------------14
III.1 – Conhecendo seu bolso-----------------------------------------------------------------------14
III.2 – Por que o Endividamento tem crescido?------------------------------------------------16
III.3 – A importância do Planejamento Financeiro---------------------------------------------19
Conclusão-----------------------------------------------------------------------------------------------22
Referências Bibliográficas---------------------------------------------------------------------------24
1
INTRODUÇÃO
Hoje, muitas pessoas estão em situações financeiras delicadas por pura falta
de informação e de noções básicas para administrar seus recursos financeiros.
Em pleno século XXI, com ajuda da internet há informações sobre tudo o
que acontece no planeta. Discute-se com amigos e parentes sobre diversos
assuntos, porém ainda é possível identificar uma grande dificuldade quando o
assunto é dinheiro. Essa dificuldade é notável dentro de lares onde pais não detêm
um controle em suas finanças e, por conseguinte não conseguem ensinar aos filhos
como gastar com moderação seu dinheiro, o resultado é que o número de jovens
endividados em nosso país é cada vez maior.
Analisando o mercado de crédito no Brasil, deparamos com um cenário
intrigante. O endividamento do brasileiro está em níveis recordes, com mais da
metade da população preocupada – deveria estar – com compromissos a saldar nos
próximos meses com uma financeira ou um banco. Nunca tivemos uma massa tão
grande de devedores, muitos deles sem ter a real dimensão de seu problema
pessoal e de suas conseqüências futuras. De servidores públicos a
empreendedores, trabalhadores braçais a executivos, jovens a aposentados, é difícil
encontrar algum grupo social livre de apertos financeiros. O uso do crédito vem
aumentando em termos quantitativos, porém está longe de crescer também em
qualidade. É notável, por exemplo, o volume de aposentados com dificuldades para
liquidar os compromissos assumidos a partir da onda do crédito consignado.
Este estudo almejou apresentar a história do dinheiro no Brasil, o conceito
de Finanças, a distinção entre Finanças Públicas, Empresariais e Pessoais, e as
vantagens e os benefícios advindos de um bom planejamento das Finanças
Pessoais, relatando técnicas e comportamentos necessários para se ter um bom
controle financeiro.
2
CAPÍTULO I
A ORIGEM DO DINHEIRO
Dinheiro
O dinheiro exerce grande influência na vida das pessoas e da sociedade,
independente de raça, credo religioso, etnia e nacionalidade, destaca-se a
capacidade do mesmo de reger as relações inter-pessoais na sociedade na qual
encontram-se inseridos os indivíduos. De forma que o fator preponderante para que
ele conquistasse esta propriedade, de regente, deve-se à forma de como o homem
relaciona-se com o mesmo desde a época do escambo do início de suas relações
comerciais, no mercantilismo até os tempos atuais.
“Dinheiro é o ativo monetário criado pelas forças do mercado e/ ou pelo poder do
estado, com aceitação geral, legal e social, para desempenhar todas as suas
funções clássicas, que são: função intermediária de trocas ou meio de circulação;
função de medida de valor ou denominador comum das relações de troca ou
então unidade de contratos, e, as funções básicas de reserva de valor ou poder de
compra entesourado, função liberatória ou com poder de saldar dívidas, liquidar
débitos ou livrar de situação passiva e função de padrão de pagamentos diferidos
ou promessa de pagamento” (COSTA, 1999, p.37).
I. 2 – A História do dinheiro no Brasil
Em seguida, um breve relato extraído do site: portalmatemático.com, sobre a
história do dinheiro no Brasil até a criação da 1ª instituição financeira nacional
(Banco do Brasil), e em seguida falaremos um pouco sobre finanças públicas e
como é o sistema financeiro nacional, atualmente.
3
“No início do período colonial, o meio circulante brasileiro foi sendo formado
de modo aleatório, com as moedas trazidas pelos colonizadores, invasores e piratas
que comercializavam na costa brasileira. Assim, ao lado das moedas portuguesas,
circularam também moedas das mais diversas nacionalidades, cuja equivalência era
estabelecida em função do seu valor intrínseco (conteúdo metálico).
A partir de 1580, com a formação da União Ibérica, verificou-se uma afluência
muito grande de moedas de prata espanholas (reales), provenientes do Peru, graças
ao florescente comércio que se desenvolveu através do Rio da Prata. Até o final do
século XVII, os reales espanhóis constituíram a parcela mais expressiva do dinheiro
em circulação no Brasil.
As moedas portuguesas que aqui circulavam eram as mesmas da Metrópole,
oriundas de diversos reinados. Cunhadas em ouro, prata e cobre, essas moedas
tinham os seus valores estabelecidos em réis e possuíam às vezes denominações
próprias, como Português, Cruzado, São Vicente, Tostão, Vintém. A moeda de 1
real, unidade do sistema monetário, era cunhada em cobre.
A longa guerra mantida contra os espanhóis, após a restauração da
independência de Portugal, custou elevadas somas à coroa portuguesa. Para
conseguir os recursos necessários, D. João IV (1640-1656) e D. Afonso VI (1656-
1667) recorreram a sucessivas alterações no padrão monetário, determinando
reduções nos pesos das novas moedas fabricadas e procedendo a aumentos no
valor das moedas em circulação. Posteriormente, durante o reinado de D. Pedro
(1667-1706), também foram efetuados aumentos nos valores correntes das moedas.
Nos dois primeiros séculos após o descobrimento, face à inexistência de uma
política monetária especial para a Colônia, a quantidade de moedas em circulação
era insuficiente para atender às necessidades locais. Por esse motivo, diversas
mercadorias foram utilizadas como dinheiro, inclusive pelo próprio governo, sendo
comuns os pagamentos realizados em açúcar, algodão, fumo, ferro, cacau e cravo,
entre outros.
Em algumas ocasiões, o uso de mercadorias como moeda obedeceu a
determinações legais. Em 1614, por exemplo, o Governador do Rio de Janeiro
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estabeleceu que o açúcar corresse como moeda legal, ordenando que os
comerciantes o aceitassem obrigatoriamente como pagamento. No Maranhão, que
constituía um estado politicamente separado do Brasil e onde a principal moeda
corrente era o algodão, foi legalmente estabelecida, em 1712, a circulação do
açúcar, cacau, cravo e tabaco como moeda.
Nas duas últimas décadas do século XVII agravou-se a situação de falta de
moeda no Brasil, comprometendo o funcionamento da economia e provocando
drástica redução nas rendas da Coroa. Inúmeras representações, pedindo solução
para o problema, foram encaminhadas ao rei pelos governadores gerais e das
capitanias, representantes das câmaras e membros da igreja e da nobreza. Em
1694, finalmente, D. Pedro II resolveu criar uma casa da moeda na Bahia, para a
cunhagem de moeda provincial para o Brasil.
Todas as moedas de ouro e prata em circulação na colônia deveriam ser
obrigatoriamente enviadas à Casa da Moeda, para serem transformadas em moedas
provinciais. Essa medida acarretava problemas às demais capitanias, em função das
dificuldades e riscos do transporte. Assim, para atender às necessidades da
população, a Casa da Moeda foi transferida em 1699 para o Rio de Janeiro e no ano
seguinte para Pernambuco, onde funcionou até 1702. Em 1703, por ordem de D.
Pedro II, foi instalada novamente no Rio de Janeiro, não mais com a finalidade de
cunhar moedas provinciais, mas para transformar o ouro em moedas para o reino.
Durante o reinado de D. João V, a Casa da Moeda de Lisboa fabricou moedas
de cobre de 10 e 20 réis, especialmente destinadas ao Brasil. Moedas com esses
mesmos valores foram cunhadas também pela Casa da Moeda da Bahia, que em
1729 realizou a primeira cunhagem de moedas de cobre no Brasil.
Quando havia insuficiência de recursos para o custeio das despesas, a
Administração dos Diamantes emitia bilhetes que eram resgatados quando
chegavam os suprimentos em moeda remetidos pela Fazenda Real. No início esses
bilhetes tinham grande credibilidade, sendo aceitos em todas as transações
comerciais da região.
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Para uniformizar o meio circulante brasileiro, onde moedas do mesmo metal e
do mesmo peso tinham valores diferentes, D. João determinou, em 1809, a aposição
de carimbo em forma de escudete nas moedas da série "J", para equipará-las às da
série das "patacas", e nas moedas de cobre cunhadas antes de 1799, para duplicar
seus valores.
A elevação do Brasil à condição de Reino Unido foi registrada nas peças em
ouro, prata em cobre cunhadas em 1816, com a legenda "João, por Graça de Deus,
Príncipe Regente de Portugal, Brasil e Algarves".
Face à inexistência de moedas de pequeno valor que se ajustassem ao troco
de pequenas quantidades de ouro em pó, D. João estabeleceu que o mesmo fosse
feito também com bilhetes impressos nos valores de 1, 2, 4, 8, 12 e 16 vinténs de
ouro, correspondendo cada vintém a 37 e 1/2 réis. Emitidos em grande quantidade,
esses bilhetes tiveram ampla circulação na capitania de Minas, integrando o seu
meio circulante. Posteriormente, em função do aparecimento de grande número de
bilhetes falsificados, sua emissão foi suspensa.
Em 1818 foram cunhadas moedas de cobre nos valores de 75 réis e 37 e 1/2
réis, para a realização do troco do ouro em pó.
A criação do Banco do Brasil, por meio de Alvará de 12 de outubro de 1808,
teve por principal objetivo dotar a Coroa de um instrumento para levantamento dos
recursos necessários à manutenção da corte.
De acordo com seus estatutos, o banco deveria emitir bilhetes pagáveis ao
portador, com valores a partir de 30 mil réis. As emissões do Banco tiveram início
em 1810 e a partir de 1813 foram emitidos bilhetes com valores abaixo do limite
mínimo inicialmente estabelecido.
Entre 1813 e 1820, as emissões atingiram 8.566 contos de réis, em grande
parte determinadas pelo fornecimento de moeda-papel para fazer face às crescentes
despesas da corte e da administração régia, que anualmente excediam a receita
arrecadada. A partir de 1817, os bilhetes do Banco começaram a perder a
credibilidade, sofrendo grande desvalorização.
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Em abril de 1821, antes de regressar a Portugal, o rei e toda a sua corte
resgataram todas as notas em seu poder, trocando-as por moedas, metais e jóias
depositados no Banco, obrigando a instituição a suspender, a partir de julho, a
conversibilidade dos bilhetes”.
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CAPÍTULO II
FUNDAMENTOS DAS FINANÇAS
Conforme definição publicada no site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Finanças,
consultado em 04/11/2008. “Finaças é a arte e a ciência da gestão de recursos. O
campo de estudo de instituições financeiras, dos mercados financeiros e do
funcionamento dos sistemas financeiros, tanto dentro de uma nação quanto no
mercado internacional, também é conhecido como finanças.
No nível micro, as finanças são o estudo do planejamento financeiro, da
gestão de ativos e da captação de recursos por empresas e instituições financeiras e
famílias.
O termo finanças pode assim incorporar os seguinte itens:
• O estudo do dinheiro e outros ativos.
• O gerenciamento e controle destes ativos (recursos).
• Analisar e gerenciar risco de projetos.
• Como verbo, “financiar” significa fornecer fundos para negócios e
projetos.”
Com base nesta definição, podemos separar finanças em 03 grupos, a saber:
Finanças pública, Empresarial e Pessoal.
II. 1 - Finanças Públicas
“Finanças Públicas abrangem a captação de recursos pelo Estado, sua estão e
seu gasto, para atendeer às necessidades da coletividade e do próprio Estado.
Nesse amplo campo de estudo, que constituem as Finanças Públicas, importa
destacar o tratamento especial dispensado à Tributação e aos Orçamentos, bem
como a interação com as normas disciplinadoras das Finanças
Privadas”(PUBLICAÇÃO: CENTRAL DE CONCUSTOS, 2008, P. 1)
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Ainda de acordo com a publicação, a captação compulsória de recursos pelo
Estado, através de tributos, (impostos, taxas e contribuições), é de grande
importância na economia. Assim, todos os aspectos da captação de recursos pelo
Estado, exceto os relativos aos tributos, bem como todos os aspectos sobre a
gestão e gasto desses recursos, exceto os relativos à repartição constitucional de
receitas tributárias, constituem o campo de estudo das Finanças Públicas.
A publicação afirma, por fim, que o estudo das Finanças Públicas abrange a
emissão de moeda e títulos públicos, a captação de recursos pelo Estado, sua
gestão e seu gasto, para atender às necessidades da coletividade e do próprio
Estado. Na captação dos recursos são estudadas as diversas formas de receitas,
obtidas em decorrência do patrimônio do Estado, do seu endvidamento ou por força
do seu poder tributário. Uma vez captados os recursos, impõe-se sua administração
até o efetivo dispêncio. Essa Administração ocorre no Sistema Financeiro Nacional,
e o site: economiabr.net, assim o discreve:
II. 2 - As autoridades monetárias:
• O Conselho Monetário Nacional: o CMN acaba sendo o conselho de
política econômica do país, visto que o mesmo é responsável pela fixação das
diretrizes da política monetária, creditícia e cambial. Atualmente, seu presidente é o
próprio Ministro da Fazenda.
• O Banco Central do Brasil: o BACEN é o órgão responsável pela
execução das normas que regulam o SFN. São suas atribuições agir como: banco
dos bancos, gestor do SFN, executor da política monetária, banco emissor e
banqueiro do governo. É muito discutida a elevação do grau de independência do
BACEN.
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II. 3 - Autoridades de apoio:
• A Comissão de Valores Mobiliários: a CVM é um órgão normativo
voltado ao mercado de ações e debêntures. Ela é vinculada ao Governo Federal e
seus objetivos podem sintetizados em apenas um: o fortalecimento do mercado
acionário.
• O Banco do Brasil: até janeiro de 1986 o BB assemelhava-se a uma
autoridade monetária mediante ajustamentos da conta movimento do BACEN e do
Tesouro Nacional. Hoje, é um banco comercial comum, embora responsável pela
Câmara de Confederação.
• O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social: contando
com recursos de programas e fundos de fomento, o BNDES é responsável pela
política de investimentos de LP do Governo e, a partir do Plano Collor, também pela
gestão do processo de privatização. É a principal instituição financeira de fomento
do Brasil por impulsionar o desenvolvimento econômico, atenuar desequilíbrios
regionais, promover o crescimento das exportações, dentre outras funções.
• A Caixa Econômica Federal: a CEF caracteriza-se por estar voltada ao
financiamento habitacional e ao saneamento básico. É um instrumento
governamental de financiamento social.
II. 4 - Instituições financeiras:
• Os Bancos Comerciais: os BC são intermediários financeiros que
transferem recursos dos agentes superavitários para os deficitários, mecanismo
esse que acaba por criar moeda através do efeito multiplicador. Os BC's podem
descontar títulos, realizar operações de abertura de crédito simples ou em conta
corrente, realizar operações especiais de crédito rural, de câmbio e comércio
internacional, captar depósitos à vista e a prazo fixo, obter recursos junto às
instituições oficiais para repasse aos clientes, etc.
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• Os Bancos de Desenvolvimento: o já citado BNDES é o principal
agente de financiamento do governo federal. Destacam-se outros bancos regionais
de desenvolvimento como, por exemplo, o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), o
Banco da Amazônia, dentre outros.
• As Cooperativas de Crédito: Equiparando-se às instituições financeiras,
as cooperativas normalmente atuam em setores primários da economia ou são
formadas entre os funcionários das empresas. No setor primário, permitem uma
melhor comercialização dos produtos rurais e criam facilidades para o escoamento
das safras agrícolas para os consumidores. No interior das empresas em geral, as
cooperativas oferecem possibilidades de crédito aos funcionários, os quais
contribuem mensalmente para a sobrevivência e crescimento da mesma. Todas as
operações facultadas às cooperativas são exclusivas aos cooperados.
• Os Bancos de Investimentos: os BI captam recursos através de
emissão de CDB e RDB, de capitação e repasse de recursos e de venda de cotas de
fundos de investimentos. Esses recursos são direcionados a empréstimos e
financiamentos específicos à aquisição de bens de capital pelas empresas ou
subscrição de ações e debêntures. Os BI não podem destinar recursos a
empreendimentos mobiliários e têm limites para investimentos no setor estatal.
• Sociedade de Crédito, Financiamento e Investimentos: as "financeiras"
captam recursos através de letras de câmbio e sua função é financiar bens de
consumo duráveis aos consumidores finais (crediário). Tratando-se de uma atividade
de alto risco, seu passivo é limitado a 12 vezes seu capital mais reservas.
• Sociedade Corretoras: essas sociedades operam com títulos e valores
mobiliários por conta de terceiros. São instituições que dependem do BACEN para
constituírem-se e da CVM para o exercício de suas atividades. As "corretoras"
podem efetuar lançamentos de ações, administrar carteiras e fundos de
investimentos, intermediar operações de câmbio, dentre outras funções.
• Sociedades Distribuidoras: tais instituições não têm acesso às bolsas
como as Sociedades Corretoras. Suas principais funções são a subscrições de
emissão de títulos e ações, intermediação e operações no mercado aberto. Elas
estão sujeitas a aprovação pelo BACEN.
• Sociedade de Arrendamento Mercantil: operam com operações de
"leasing" que se trata de locação de bens de forma que, no final do contrato, o
locatário pode renovar o contrato, adquirir o bem por um valor residencial ou
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devolver o bem locado à sociedade. Atualmente, tem sido comum operações de
leasing em que o valor residual é pago de forma diluída ao longo do período
contratual ou de forma antecipada, no início do período. As Sociedades de
Arrendamento Mercantil captam recursos através da emissão de debêntures, com
características de longo prazo.
• Associações de Poupança e Empréstimo: são sociedades civis onde os
associados têm direito à participação nos resultados. A captação de recursos ocorre
através de caderneta de poupança e seu objetivo é principalmente financiamento
imobiliário.
• Sociedades de Crédito Imobiliário: ao contrário das Caixas
Econômicas, essas sociedades são voltadas ao público de maior renda. A captação
ocorre através de Letras Imobiliárias depósitos de poupança e repasses de CEF.
Esses recursos são destinados, principalmente, aos financiamentos imobiliários
diretos ou indiretos.
• Investidores Institucionais: os principais investidores institucionais são:
Fundos Mútuos de Investimentos: são condomínios abertos que aplicam seus
recursos em títulos e valores mobiliários objetivando oferecer aos condomínios
maiores retornos e menores riscos. Entidades Fechadas de Previdência Privada: são
instituições mantidas por contribuições de um grupo de trabalhadores e da
mantenedora. Por determinação legal, parte de seus recursos devem ser destinados
ao mercado acionário. Seguradoras: são enquadradas coo instituições financeiras
segundo determinação legal. O BACEN orienta o percentual limite a ser destinado
aos mercados de renda fixar e variável.
• Companhias Hipotecárias: dependendo de autorização do BACEN para
funcionarem, tem objetivos de financiamento imobiliário, administração de crédito
hipotecário e de fundos de investimento imobiliário, dentre outros.
• Agências de Fomento: sob supervisão do BACEN, as agências de
fomento captam recursos através dos Orçamentos públicos e de linhas de créditos
de LP de bancos de desenvolvimento, destinando-os a financiamentos privados de
capital fixo e de giro.
• Bancos Múltiplos: como o próprio nome diz, tais bancos possuem pelo
menos duas das seguintes carteiras: comercial, de investimento, de crédito
imobiliário, de aceite, de desenvolvimento e de leasing. A vantagem é o ganho de
escala que tais bancos alcançam.
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• Bancos Cooperativos: são verdadeiros bancos comerciais surgidos a
partir de cooperativas de crédito. Sua principal restrição é limitar suas operações em
apenas uma UF, o que garante a permanência dos recursos onde são gerados,
impulsionando o desenvolvimento local.
II. 5 - Finanças Empresarias
“O que é Finanças de Empresa? Suponhamos que se decida abrir uma empresa
para fabricar bolas de tênis. Para este fim, contrata administradores para comprar
matéria prima e monta uma equipe de trabalhadores e funcionários para fabricar e
vender as bolas de tênis produzidas. No linguajar financeiro seria feito um
investimento em ativos, tais como estoques, maquinas terrenos e mão de obra. O
dinheiro aplicado em ativos deve ser contrabalançado por uma quantia idêntica de
dinheiro gerado por algum financiamento. Quando começar a vender bolas de
tênis, sua empresa irá gerar dinheiro. Essa é a base da criação de valor. A
finalidade da empresa é criar valor para o seu proprietário.” ROSS (2005, P. 19)
As empresas, como entidades que são, foram criadas para produzir bens ou
serviços para satisfação mútua, ou seja, das necessidades dos consumidores e das
expectativas de seus sócios ou acionistas. Assim como as famílias, as empresas
também se constituem de muitas formas e tamanhos. Num extremo, estão as
pequena empresas representadas por barzinhos, lojas de varejo , restaurantes de
propriedade de um único dono ou família, e, de outros, as grandes empresas que
empregam milhares de pessoas e são de outros mlhares de donos espalhados pelo
mundo inteiro. Dessas decsões financeiras é que trata a divisão das finanças
emrpesarias. Conforme BODIE; MERTON (1999, P. 29-30), as decisões financeiras
empresariais básicas são:
a) Decisões no Planejamento Estratégico
As Decisões no Planejamento Estratégico consistem em identificar que topo
de negócio a empresa deseja operar. É a decisão que envolve a avaliação de custos
e benefícios ao longo do tempo, o que torna esta etapa um processo de decisão
financeira.
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b) Decisões de Orçamento de Capital:
A partir das Decisões de Orçamento de Capital a empresa, após determinar
os projetos que deseja implantar, define os investiemntos, sendo então necessária
definição da fonte de financiamento, própria ou de terceiros.
c) Decisões de Capital de Giro
Decisões de Capital de Giro são as questões financeiras do dia-a-dia. É a
administração dos fluxos de caixa, essencial para o sucesso da empresa.
O fluxo de caixa, segundo ZDANOWICZ (2000, p.33) é o instrumento que
permite demonstrar as operações financeiras que serão realizadas pela empresa,
facilitando a análise e a decisão, de comprometer os recursos financiros, de
relacionar o uso das linhas de créditos menos onerosas, de determinar o quanto a
organização dispões de capitais próprios, bem como utilizar as disponibilidades da
melhor forma possível.
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CAPÍTULO III
FINANÇAS PESSOAIS
III. 1 - Conhecendo seu bolso
De acordo com BODIE; MERTON, 1999, P.25 “As pessoas que entendem de
finanças são de dois tipos: aquelas que são detentoras de vastas fortunas e aquelas
que não tem nada. Para o milionário de verdade, um milhão de dólares é algo real e
compreensível. Para o matemático zeloso e o conferencista de economia
(pressupondo-se que ambos estejam praticamente à míngua), um milhão de dólares
é pelo menos tão real, quanto mil dólares, visto que nunca possuíram nem uma
coisa nem outra. Contudo, o mundo está cheio de pessoas que se enquadram entre
estas duas categorias, desconhecendo os milhões, mas acostumadas a pensar em
termos de milhares, e é por essas pessoas que as assembléias financeiras são
basicamente formadas.”
A maioria das residências é composta por famílias, qu diferem em tamanho e
forma. Em um extremo, está a família amplianda, constituída por várias gerações
que vivem sob o mesmo teto e compartilham os mesmos recursos financeiros. No
outro, está o indivíduo que mora sozinho, e que para as finanças também é
considerado família.
De acordo com BODIE, MERTON (1999, P. 28), as famílias enfrentam quatro
tipos básicos de decisões financeiras:
a) Decisões de consumo e economia
As decisões de consumo e economia estabelecem quanto da riqueza atual
devem gastar em consumo e quanto da renda atual devem economizar para o
futuro.
b) Decisões de investimentos
As decisões de investimento devem estabelecer a forma de investir o dinheiro
que economizaram.
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c) Decisões de financiamento
As decisões de financiamento devem decidir quando e como usar o dinheiro
de terceiros para implementar seus planos de consumo e de investimentos.
d) Decisões de administração de risco
As decisões de administração de risco devem procurar formas de reduzir as
incertezas financeiras que enfrentam e quando devem aumentar os riscos.
Os investimentos pessoais formam os Ativos – quando se coloca dinheiro no bolso
- as pessoas acumulam um fundo de riqueza, com a economia de parte de sua
renda para uso futuro, mantido através de aplicações financeiras em conta
bancária e aquisição de imóvel ou participações societárias em algum negócio. Já
o Passivo, conforme definiçaõ simplista do autor, é algo que tira o dinheiro do
bolso, e é incorrido, quando as pessoas tomam dinheiro emprestado criando a
obrigação de devolvê-lo, acrescido de encargos e juros (KIOSAKI; LECHTER,
2000, P. 64-65)
De acordo com KIOSAKI; LECHTER (2000, p. 65), a principal causa da
dificuldade financeira, tanto para as famílias quanto para as empresas, está
simplesmente no desconhecimento da diferença entre um Ativo e um Passivo. O
analfabetismo tanto de palavras, quanto de números é a base para as dificuldades
financeiras pessoais e consequentemente organizacionais.
Uma grande parcela da população brasileira realiza mensalmente
movimentação financeira seja por meio de recebimentos de proventos como
salários; seja por meio de pagamento de contas básicas como energia elétrica,
água, telefone; seja por meio da utilização da conta bancária efetuando saques
através de cheques; seja pela utilização do cartão de cédito para compras ou pela
contratação de empréstimos ou financiamentos, porém poucos têm condições de
afirmar que são íntimos das finanças.
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Conhecer os fundamentos das finanças determinará quais atitudes serão
tomadas pelas pessoas no dia a dia financeiro e, os hábitos são completamente
diferentes entre as situações de conhecimento ou desconhecimento dessa ciência.
III. 2 - Por que o Endividamento tem crescido?
Segundo FERREIRA, 2008, p. D12, O endividamento está crescendo no
mundo todo. Embora não seja um problema exclusivo do Brasil, exige, aqui, atenção
rápida e eficaz, em função de sua amplitude.
Ainda de acordo com a Autora, Hoje é possível identificar duas categorias de
devedores: aqueles que se endividam por falta de meios (as despesas são sempre
mais altas do que as entradas, em função, por exemplo, de grande número de filhos,
empregos precários ou desemprego), e os que não teriam tantas dificuldades para
pagar suas contas, mas apesar disso, estão endividados (muitos, em alto grau),
revelando competência insuficiente para administrar seu dinheiro.
A autora fala por fim, de algumas variáveis que têm contribuído para o
crescente número de endividados no Brasil, São elas: aceitação social, que reduz o
estigma associado ao devedor; socialização econômica (como os assuntos ligados a
dinheiro foram tratados em família, desde a infância); comparação social (desejo de
atingir o nível do grupo de referência – mesmo estando em um padrão de difícil
alcance); o estilo de administrar as finanças pessoais; comportamos ligados a
consumo (por exemplo, o que é considerado essencial ou luxo); ausência de
definição de objetivos de curto, médio e longo prazo; etc.
Conclui-se daí, que a maneira de administrar o dinheiro é mais importante do
que o próprio nível de renda.
Uma associação entre o endividamento e os apelos ao consumo excessivo, é
processo vivido nos dias de hoje, visto que isto tem sido característico das últimas
décadas. Com maior oferta de produtos, expansão da comunicação de massa e
publicidade e, sobretudo, aumento da oferta de crédito que permite pagar parcelas
menores em inúmeras vezes, cresce, em igual proporção, a tendência a gastar mais
com itens considerados supérfluos, já que deles não depende a sobrevivência das
pessoas.
“São as escolhas que determinam, em última análise, até que ponto o indivíduo ou
a sua organização será bem sucedido. O resultado é a soma dessas escolhas,
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Pois na economia atual, poupar é a primeira batalha. Investir corretamente,
fazendo seu dinheiro crescer, é a segunda” (HALFELD, 2001, p. 17).
Nesse sentido, cabe ressaltar a distinção entre necessidade e desejo.
Enquanto a primeira está condicionada a aspectos fisiológicos que, no limite, serão
inadiáveis (comer ou abrigar-se, por exemplo), o segundo habita a esfera psíquica e
pode ter diferentes alvos, intercambiantes e provisórios. Isso significa que ao
perseguir sem se dar conta disso à satisfação de seu desejo, a pessoa corre o risco
de procurar inúmeros objetos – e tentar comprá-los, em muitos casos – sem que
jamais alcance uma real gratificação, já que esta escapa da realidade concreta das
coisas, por se situar em seu mundo emocional.
Ao mesmo tempo, a disseminação do uso do cartão de crédito e do cheque
pré-datado contribui para aumentar a possibilidade de endividar-se: separação e
distância, no tempo, entre o ato de comprar e dispêndio concreto de dinheiro
encoraja maiores gastos.
A este quadro, junte-se a parca tradição em relação à poupança. Sem o
hábito de guardar dinheiro, pratica-se o inverso, seu uso imediato. Este
comportamento encontra eco no funcionamento mental básico que, semelhante ao
infantil, visa reduzir a tensão interna de modo urgente – adiar gratificação representa
tensão aumentada, imposta à mente como frustração momentânea; a tendência será
para encontrar maneiras de diminuir aquele desconforto. Tudo que puder ser
comprado oferece a oportunidade aparentemente mais fácil de aplacar o desprazer
do momento – mesmo que se sofra à frente, quando a fatura do cartão chegar, o
cheque cair, etc. Estas operações mentais, contudo, são balizadas
predominantemente pelo presente e desconsideram o futuro.
O infortúnio do endividamento começa a ser diluído quando se reconhece a
falta de controle e criam-se meios para obtê-lo.
A educação financeira pode ajudar no processo anterior ao endividamento,
mostrando as razões que levam ao endividamento, permitindo ter maior clareza na
elaboração do planejamento orçamentário e trazendo maior racionalidade aos
financeiramente educados.
Ser financeiramente educado é planejar de forma inteligente sua vida financeira
para realizar tudo o que deseja com consciência e prazer. É saber como eliminar a
preocupação com dinheiro. É saber identificar e aproveitar as oportunidades que
lhe aparecem. É conhecer os princípios básicos de matemática financeira para
18
não ser enganado pelos números ou por pessoas mal-intencionadas (SEGUNDO
FILHO, 2003, p. 31).
Fazer planejamento orçamentário dos gastos e/ou da disponibilidade dos
recursos a serem gastos faz parte da vida de uma pessoa financeiramente educada.
A melhor maneira de ter um orçamento realista, que ajude a controlar as
contas no dia-a-dia e a realizar sonhos, é fazer um inventário completo dos seus
ganhos, das despesas e necessidades. Com o levantamento é possível analisar se o
orçamento cobre tudo o que se precisa e quer fazer. Também é possível planejar
investimentos específicos para o curto e médio prazo, além daqueles necessários
para a aposentadoria. É importante incluir no levantamento, não apenas os grandes
objetivos como comprar uma casa, mas também os pequenos desejos de consumo.
O planejamento financeiro só será eficiente se colocarmos os objetivos bem claros,
por mais banais que aparentam ser.
Com o planejamento, será possível enxergar quanto ganha e quanto gasta,
para poder ter um fluxo de caixa positivo, ou seja, chegar ao fim do mês com sobras,
e não no vermelho.
Após o planejamento e controle orçamentário da renda, há uma tendência a
busca da independência financeira. Muita gente acha que ser financeiramente
independente é ser rico.
Quando a sociedade passou a acreditar que tempo é dinheiro, concluiu que é
possível guardar a vida para aproveitar mais tarde. Assim o dinheiro passa a ser
encarado como o doce de compota da vida, onde se guarda os frutos produzidos no
verão para serem consumidos no inverno.
Muitas pessoas esperam chegar logo a sua independência financeira,
trabalham 12, 13 e até 14 horas por dia, objetivando acumular dinheiro para usufruir
depois. Comumente se tornam viciados em trabalho. A falta de tempo se tornou um
paradigma de sucesso. As pessoas descrevem com um misto de orgulho e
resignação, todas as atividades em que se está envolvido. Não ter tempo confere um
enorme status.
Mas, a verdade é que, para ser independente financeiramente, é fundamental
que, primeiro, se defina o estilo de vida a qual se quer levar, depois, risque os
excessos de sua vida. Os excessos podem não só tira-lo da rota da independência
19
financeira, mas, principalmente, debilitar a saúde financeira e por tabela o bem-estar
profissional e familiar.
Geralmente, pessoas fracassam não porque trabalham pouco, mas porque se
ocupam de muitas coisas sem importância. Sucesso financeiro tem muito a ver
com escolher o que precisa ser feito saber eleger prioridades. Fazer o que gosta
não é suficiente para ficar bem na vida. Mas, se você conseguir criar uma
disciplina para executar primeiro o que é desagradável, provavelmente ficará
numa situação muito privilegiada (HALFELD, 2007, p. 128).
Vários artigos publicados por jornais e revistas, afirmam que as pessoas mais
felizes são aquelas que dedicam mais tempo ao que gostam de fazer, aos amigos e
à família. O problema é que quando se acumula demandas financeiras tem de cada
vez mais abrir mão desse tempo para ter o suficiente para pagar as obrigações que
se acumulam mensalmente.
Dessa forma, o dinheiro que se trabalha tanto para ganhar não consegue
atingir aquele que deveria ser o principal alvo: o bem-estar.
A vida é uma corrida longa, uma maratona, portanto podem ocorrer
momentos em que se está numa condição de independência financeira, mas nada
pode assegurar quanto ao futuro. Portanto, sempre que se fizer necessário contrair
uma dívida, deve-se avaliar não apenas se a prestação cabe no bolso, mas também
o quanto ela pode prejudicar o projeto de independência financeira no futuro.
III. 3 - A importância do Planejamento Financeiro
Algumas questões fundamentais se colocam ao leigo em Economia quando
se depara com conceitos e análise desta ciência e, boa parte delas, é proveniente
de uma característica pessoal de todo o cidadão brasileiro.
“Construir um patrimônio sólido, não se apertar no fim do mês e ser dono do
próprio nariz são metas de quase todos os que vivem de salário. Nos anos de
hiperinflação, a preocupação dos brasileiros era descobrir como manter o poder de
compra. Com a estabilização da economia, o País entrou na era do crescimento
sustentado e o foco das pessoas mudou: elas agora querem estratégias para ficar
ricas ou se tornar empreendedoras de sucesso”. (RABELO; MENDES, 2007, p.
60).
20
Acostumados a conviver com taxas mensais de inflação que superavam a
duas casas decimais, provocadas pelos aumentos quase diários dos preços dos
produtos e serviços, o brasileiro, de uma forma geral, não se habituou a planejar sua
vida financeira.
Com o advento do Plano Real, em 1994, quando foi instituído o novo padrão
monetário no Brasil, o Real, a população brasileira passou a conviver com uma
situação diferente, em que os preços dos produtos e serviços passaram a ter um
comportamento mais estável e, como não estavam acostumados, passou a ter
sérios problemas financeiros.
Com a estabilização da economia após o Plano Real de 1994, que conseguiu
fazer com que a inflação mensal caísse para índices de um dígito. Com a economia
estável e os preços dos produtos e serviços deixando de ser reajustados
mensalmente, os prazos de financiamento das compras aumentaram, criando uma
ilusão no brasileiro, que passou a se endividar cada vez mais.
Como os salários também deixaram de ser corrigidos com a periodicidade
anterior, o desequilíbrio financeiro pessoal se instalou. Com isso, a falta de hábito do
planejamento das finanças pessoais se tornou mais grave, sendo um dos problemas
que levou ao endividamento de muitos brasileiros. Sem dinheiro para cumprir com os
compromissos do mês, o brasileiro passou a ter problemas de relacionamento
familiar e, no trabalho, teve sua produtividade reduzida, e com isto muita famílias
têm dificuldades para chegar ao final do mês com algum dinheiro.
O que fazer, então, para reverter essa situação? Como as pessoas, de
qualquer classe social, podem fazer para equilibrar seu orçamento, de forma que
“sobre” algum dinheiro para aplicar ou investir?
Percebemos que o segredo está em organizar-se e saber planejar, verbos
que praticamente não faziam parte do dicionário da população há até bem pouco
tempo.
Planejamento financeiro significa organizar a vida financeira de forma que você
possa ter reservas para os imprevistos da vida e, sistematicamente, construir uma
independência financeira que garanta, na aposentadoria, uma renda suficiente
para uma vida tranqüila e confortável (SEGUNDO FILHO, 2003, p.56).
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De acordo com artigo publicado no site: financenter.terra.com.br:
Planejamento financeiro é um processo racional de administrar sua renda, seus
investimentos, suas despesas, seu patrimônio, suas dívidas, objetivando tornar
realidade seus sonhos, desejos e objetivos, tais como: casa própria, poupar para a
educação dos filhos, fazer a viagem dos sonhos, investir de acordo com o perfil
pessoal, ser bem sucedido na carreira profissional, reduzir impostos, tornar-se
empresário, aposentar-se confortavelmente, planejar e administrar testamento,
partilha, ...
22
CONCLUSÃO
Um planejamento financeiro, quando bem elaborado, tende a fornecer
resultados muito positivos e possibilitar a realização de sonhos. Para isso, um
planejador financeiro e a utilização dos diversos instrumentos financeiros de que se
dispõe atualmente provavelmente contribuirão para tais resultados.
Porém, talvez mais importante do que a fase de elaboração seja a etapa de
implantação deste planejamento financeiro. No papel, tem-se a impressão de ser
tudo um pouco mais simples - economizando determinada quantia por mês,
investindo corretamente e atentando para algumas questões tributárias e
sucessórias, quase tudo se transforma em uma questão de tempo. Contudo, na
prática, todos são obrigados a tomar decisões constantemente, já que os desejos
são ilimitados, mas os recursos, finitos.
“A maioria das pessoas trata de suas finanças procurando gastar menos do que
ganha. Este é apenas um dos aspectos do planejamento. É necessário, entre
outros aspectos, estabelecer objetivos, sem os quais a pessoa age como um
barco sem rumo.
A vida produtiva tem várias fases, cada uma das quais apresenta seus desafios.
Através do planejamento é possível identificar as oportunidades e dificuldades de
cada uma, e definir, antecipadamente, estratégias para enfrentar cada situação.”
(Financenter.terra.com.br)
Para complicar um pouco mais, os consumidores são bombardeados por uma
série de informações para consumir e, de preferência, antecipar esta etapa em prol
do pagamento futuro (comprar a prazo, geralmente com juros). A evolução dos
instrumentos financeiros permite acesso ao crédito de forma cada vez mais simples -
com uma mera ligação à instituição financeira ou efetuando poucos cliques em um
caixa eletrônico ou na internet.
Como se não bastasse, a educação financeira é ainda um tema pouco
conhecido de muitos consumidores, o que também dificulta ainda mais a
implantação do planejamento financeiro pessoal ante as inúmeras decisões a serem
tomadas.
23
Desta forma, surgem desafios tanto ao planejador financeiro como aos
clientes. Os primeiros devem estar cada vez mais cientes da importância da
implantação do planejamento financeiro e, desta forma, levar em consideração
aspectos menos racionais e mais emocionais de seus clientes. Cabe ao planejador
realizar aconselhamento de investimentos e elaborar planejamentos financeiros
condizentes não somente com aspectos numéricos, mas também com fatores
individuais dos clientes - idade, histórico de decisões, composição da família, grau
de envolvimento e comprometimento dos parentes com o planejamento financeiro,
preferências individuais e da família do cliente.
Neste sentido, muitas vezes pouco importa provar matematicamente que
alugar pode ser melhor que comprar à vista quando a esposa do cliente não abre
mão de adquirir o imóvel próprio. Da mesma forma, o resultado tende a ser pífio
quando o planejador foca somente em números quando seu cliente passa, por
exemplo, por um momento emocional delicado, como o fim do casamento,
turbulências no âmbito profissional ou mesmo a perda de um ente querido.
Dessa forma, tão importante quanto às ciências matemáticas para realização
de projeções financeiras corretas, é levar em consideração a arte dos aspectos
emocionais e intangíveis relacionados aos clientes interessados em algum tipo de
serviço de um consultor financeiro pessoal. Caso contrário corre-se o sério risco de
se assistir a implantação de o planejamento financeiro não sair do papel.
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