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UNIVERSIDA DE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A IM PORTÂNCIA DA EDUCA ÇÃO A RTÍSTICA NA EDUCA ÇÃO INFA NTIL Por: Simone Bernardo da Silva Orientadora Profa. Fabiane Muniz da Silva Rio de Janeiro 2007

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO ARTÍSTICA NA EDUCAÇÃO

INFANTIL

Por: Simone Bernardo da Silva

Orientadora

Profa. Fabiane Muniz da Silva

Rio de Janeiro

2007

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO ARTÍSTICA NA EDUCAÇÃO

INFANTIL

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Educação Infantil e Desenvolvimento.

Por:. Simone Bernardo da Silva

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AGRADECIMENTOS

... À minha família pelo amor e apoio; aos

meus amigos (e irmãos de coração)

Raphaella Perlingeiro e Alexandre Guibert

pelo carinho de sempre; a Patrícia Jerônimo,

pelas dicas e conselhos; aos queridos

amigos Marcio de Souza, Adriana Martins,

Fernanda Campos, Priscila Suarez,

Pollyanna Cacau, Rednala e Tatiana

Neustadt que dividiram comigo os anseios e

conquistas de cada sábado; às professoras

Carol Kwee e Marise Pilotto; e,

especialmente, a Eduardo Dantas (meu co-

orientador), pela paciência e apoio durante

essa especialização e por ter me ensinado

que a arte é generosa e não pode ser

limitada por convenções acadêmicas.

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DEDICATÓRIA

A Deus por todos os momentos que vivi

durante esta especialização e por todos os

que virão, e ao meu amado companheiro

Wladmir de Castro, por ser a nota mais linda

da minha canção e por fazer parte dos

momentos mais belos de minha história.

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RESUMO

Esta monografia tem como objetivo apresentar as mudanças vivenciadas no

campo do ensino das artes desde o período colonial até meados dos anos 90,

evidenciando as mudanças estruturais e pedagógicas que tornaram este ensino

na como é compreendido atualmente. Inserido dentro da realidade informatizada

que a sociedade vivencia, buscando por iniciativas próprias, mas dita padrões,

sobretudo na forma de pensar e fazer a arte na Educação Infantil.

As mudanças sofridas no ensino das artes têm ligação direta com as

mudanças políticas e sociais do Brasil. E ao contrário de outras disciplinas, os

profissionais das artes tiveram que lutar pela inserção desse ensino nas escolas e

consequentemente pelo reconhecimento que a profissão de arte-educador

merece.

Além disso, irá abordar os benefícios desse ensino para as crianças,

auxiliando em sua formação física e psicológica. Os dilemas enfrentados pelos

professores na aplicação de novas práticas pedagógicas no ensino das artes e

com tais mudanças poderão ser vivenciados de forma positiva no ambiente

escolar, auxiliando a criança na construção de suas particularidades,

desenvolvimento cognitivo e criativo.

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Metodologia

Os procedimentos utilizados nesta monografia que levaram a análise do

ensino das artes no Brasil são de base teórica: leitura de livros de História do

Brasil, Educação Infantil, História da Arte e sites relacionados aos conteúdos

evidenciados. Partindo destes objetos, foram estabelecidas relações com as

teorias enfatizadas e as questões acerca do ensino das artes no Brasil.

Através desse processo foram observadas as diversas fases pelas quais

passou o ensino das artes no Brasil e como este ensino possui elementos

consideráveis para auxiliar diretamente na formação de indivíduos mais saudáveis

física e psicologicamente.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I – As Artes 10

CAPÍTULO II – A História do Ensino das Artes no Brasil 17

CAPÍTULO III – A arte como benefício para a Educação Infantil 25

CONCLUSÃO 33

BILBIOGRAFIA CONSULTADA 35

BIBLIOGRAFIA CITADA 37

ÍNDICE 38

FOLHA DE AVALIAÇÃO 40

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INTRODUÇÃO

Na história educacional podemos observar a presença de diversas teorias,

elaboradas por diferentes pesquisadores, sobre como ocorre o processo de

aprendizagem. Cada uma dessas teorias leva à escolha de diferentes práticas

educativas, nascidas de mobilizações culturais, pedagógicas, filosóficas, sociais e

no caso da arte, também estéticas e artísticas. Quando caracterizadas em seus

diferentes períodos históricos, ajudam a compreender melhor a questão do

processo educacional.

Do mesmo modo que o processo educacional, o ensino das artes também

passou por várias modificações. Desde que foi iniciado no Brasil no século XIX,

ocorreram diferentes mudanças conceituais no ensino das artes, sobretudo, no

que diz respeito a sua função: as artes deixaram de ser tidas apenas como um

conjunto de atividades extracurriculares, e se tornaram um elemento importante na

parte da formação dos jovens e especialmente das crianças.

A preocupação com a arte em educação tem mobilizado pesquisadores,

professores, estetas e artistas que vêm procurando fundamentar e intervir nessas

práticas educativas. Impulsionados por esse contexto, debates recentes

questionam sobre os modos tradicionais de se ensinar e aprender arte.

A sociedade contemporânea está cada vez mais informatizada. O apelo da

linguagem visual é considerável e fortalecido pela globalização. O outro lado deste

efeito é a massificação dos comportamentos e padrões que compromete as

culturas das sociedades em suas manifestações próprias e particulares.

Nesse sentido, mais do que ser responsável pela formação de cidadãos, a

educação - especialmente a Educação Infantil que é o mote desta monografia –

deve formar cidadãos que sejam capazes de se expressar criticamente diante da

sociedade, fornecendo às crianças meios de se desenvolverem física e

artisticamente. Mais do que uma forma de externar emoções e impressões, a arte

é um dos caminhos possíveis para auxiliá-las no reconhecimento dos outros, do

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mundo, de sua cultura e principalmente de si mesmo como parte de uma

sociedade.

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CAPÍTULO I

As Artes

"O futuro não é mais incerto que o presente."

-Walt Whitman

Antes de iniciar a discussão acerca da definição de artes, torna-se

necessário, abordamos de forma breve a sobre o significado da história da arte. O

termo História da Arte constitui o conjunto das obras de uma época, país ou

escola das artes visuais. A arte é uma forma de expressão do momento. Os

historiadores de arte procuram determinar os períodos que empregam um certo

estilo estético por 'movimentos'. A arte registra as idéias e os ideais das culturas e

etnias, sendo, assim, importante para a compreensão da história do homem e das

sociedades por ela representadas.

Na linguagem usual, o termo história da arte costuma referir-se à história

das artes visuais mais tradicionais, como a pintura, escultura e arquitetura.

Entretanto, as idéias sobre a definição de arte sofreram mudanças consideráveis

ao longo do tempo, levando os historiadores e estudiosos da arte a tentar

categorizar essas mudanças ao longo do tempo e compreender melhor a forma

como a arte modela e é modelada pelas perspectivas e impulsos criativos dos

seus praticantes.

1.1 – A definição de Arte

Segundo o dicionário Houaiss de Língua Portuguesa (2002), arte pode ser

definida como: “produção consciente de obras, formas ou objetos voltada para a

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concretização de um ideal de beleza e harmonia ou para a expressão da

subjetividade humana”.

Na busca pela definição de arte, nos defrontamos com a particularidade de

cada indíviduo, ou seja, aquilo o que cada um considera arte. Tal viés torna o

estudo da arte um campo vasto de dualidades e conceitos que vão sendo

transformados e recriados, conforme as sociedades que a formam, uma vez que

cada cultura possui saberes, códigos e valores próprios condicionando os

sistemas de comunicação. Também de indivíduo para indivíduo, mesmo sendo

contemporâneos, a sua arte varia caracterizando a capacidade de representação,

sensibilidade, personalidade e interesses de cada um.

“A arte sempre esteve presente em todas as formações culturais,

desde o início da história da humanidade.” (ZANIN, 2005).

Existem variadas formas pelas quais a arte se manifesta: a plástica, a

música, a escultura, o cinema, o teatro, a dança, a arquitetura etc. Pode ser vista

ou percebida pelo homem de três maneiras: visualizadas, ouvidas ou mistas

(audiovisuais), hoje alguns tipos de arte permitem que o apreciador participe da

obra.

Podemos verificar que existe uma mensagem nas obras de artes e que tais

expressões não estão soltas no contexto histórico, mas que se referem e dialogam

com determinados períodos e idéias. Mas do que isso: as artes são um caminho

precioso e importante na tentativa de entender a história da humanidade e suas

mudanças culturais e ideológicas.

Devido à diversidade das formas artísticas que existem, elas não serão

abordadas. As formas abordadas nesta monografia serão especificamente as

artes plásticas e a pintura.

1.2 - As Artes Plásticas

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As artes plásticas, também cohecidas como belas-artes são as formações

expressivas realizadas utilizando-se de técnicas de produção que manipulam

materiais para construir formas e imagens que revelem uma concepção estética e

poética em um dado momento histórico.

As primeiras manifestações artísticas datam do período Paleolítico

(aproximadamente 15000 a.C. a 9000 a.C.). Essas manifestações acompanham o

desenvolvimento humano. Dentre as diversas representações, a Antiguidade

Clássica é o que mais se destaca entre os períodos da antiguidade. Tanto que

sua influência será sentida séculos depois, sobretudo no Renascimento Cultural

(séculos XV e XVI) que terá na Antiguidade Clássica um de seus referenciais

artísticos e culturais.

O estudo das artes apresenta diversos estilos. Como estilo pode-se

entender o trabalho do artista que criou a obra e como este se coloca no tempo,

uma espécie de registro da sociedade da época. Vale ressaltar que tal

classificação é uma das formas que a sociedade ocidental encontrou, para

identificar as diversas obras criadas no decorrer dos séculos.

1.3 - Pintura

Pintura é a atividade artística que consiste na aplicação de pigmentos

coloridos em um plano bidimensional, geralmente em uma superfície previamente

preparada para tal uso.

A superfície de aplicação dos pigmentos também pode variar, desde murais

e paredes até as telas próprias para pintura. A pintura pode ser vinculada tanto à

produção de imagens decorativas quanto imagens de reapresentação, seja esta

figurativa ou abstrata.

A arte rupreste ou parietal recebeu este nome pelo fato de ter se

desenvolvido quase que exclusivamente em paredes de pedra, no interior de

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cavernas e grutas e, com menor freqüência, fora delas. O tema predominante

eram animais, caça ou figuras femininas nas quais a cabeça era um

prolongamento do pescoço; figuras masculinas não eram usadas.

Nos sítios de Nice, na França, há evidências da existência de pinturas,

de esculturas em pedra e mármore que datam de cerca de 25.000 anos atrás,

revelando a origem de uma expressão estética, fato que separa radicalmente o

homem das outras espécies.

O continente africano também possui algumas amostras da existência

antiqüíssima da representação pictórica. Nestas pinturas, há a constante

representação, por exemplo, de elementos ritualísticos.

A cultura egípcia foi a mais antiga, e que produziu um conjunto considerável

de obras na pintura. O conjunto de sua pintura, desenvolvido ao longo de três

milênios, refletiu as tradições da cultura em que esteve contextualizada através

das convenções iconográficas que marcavam o uso de imagens. Essas

convenções baseavam-se em signos visuais utilizados para a representação de

objetos e ações, o que tornava a obra bastante acessível e compreensível.

Os propósitos e o estilo da pintura foram radicalmente alterados com a

queda das civilizações antigas e com a chegada da era cristã. Passou a ter grande

importância, a exemplo da pintura egípcia, o simbolismo, na representação da

realidade. A arte cristã e bizantina tendeu ao estilo hierárquico e estático, com

algumas reminiscências da arte clássica. 1

O período da Renascença, em que a pintura passou a possuir uma

organização espacial coerente e equilibrada, teve seus conceitos irradiados,

sobretudo a partir do grande foco das artes européias de então, a Itália. Neste

período, surgiram nomes como Boticelli, Giorgoni, Veronese, Reni, Corregio,

Caracci, Perugino, Ticiano e outros. Os afrescos das capelas italianas mais

1 JANSON, H. W. Iniciação à história da arte; [tradução Jefferson Luiz Camargo] – 2ªEd. – São Paulo: Martins Fontes, 1996.

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famosas até hoje foram produzidos neste período por Michelangelo (afrescos da

Capela Sistina).

Na era barroca, são encontradas grandes diversidades nas produções dos

diversos artistas da época, diversidades estas que surgem tanto em nível de estilo

pessoal quanto em termos de nacionalidade da produção. No entanto, algumas

características são constantes: o jogo de luz e sombra, o que na verdade

representou o espírito do homem da época da contra-reforma.

No Século XVIII, surge um novo foco dispersor das tendências artísticas na

Europa. A França, mais precisamente Paris, passou a ser o centro das atividades

artísticas. O barroco abriu caminho para o estilo de caráter eminentemente

decorativo; o estilo hoje chamado rococó. Este estilo foi se encaminhando cada

vez mais para a mera frivolidade decorativa.

Nesse meio tempo, surgiam pintores que, inspirados pela Revolução

Francesa, fundaram as bases para o Romantismo e o Neoclassicismo. Tal período

artístico deu-se no final do Século XVIII.

O Romantismo caracterizou-se basicamente pela representação mais

subjetiva e emocional da realidade, incluindo a reapresentação de visões

pessoais. O escritor e gravador William Blake (1757-1827) explorou o mundo da

imaginação mítica, enquanto Eugene Delacroix (1798-1840) buscou a

representação do imaginário exótico das terras distantes, assim como do poder

primitivo dos animais e de imagens veiculadas à tragédia. Já o espanhol Francisco

de Goya (1746-1828) buscava explorar a face destrutiva e obscura da natureza

humana2.

Com o Século XIX, surgiram novos ideais estéticos e artísticos. A obra de

arte passou a ser encarada como instrumento de denúncia da realidade social,

2 JANSON, H. W. Iniciação à história da arte; [tradução Jefferson Luiz Camargo] – 2ªEd. – São Paulo: Martins Fontes, 1996.

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desafiando a estética subjetiva romântica com a representação de caráter

eminentemente objetivo.

Um dos primeiros representantes dessa nova perspectiva artística na

pintura francesa foi Gustave Coubert (1819-1877), cuja obra é marcada pela

constante representação de figuras de extração popular. A concepção artística

assumiu uma postura de preocupação com o desmascaramento dos fatos sociais.

A partir dos meados do século XIX, um grupo de jovens artistas surgiu,

tendo sido rotulados de impressionistas por uma crítica hostil as suas produções.

Paul Cézanne (1839-1906) foi responsável pela introdução de um tipo de

representação pictórica em que havia a dissolução atmosférica dos objetos.

Vincent Van Gogh (1853-1890) foi o grande representante do pós-

impressionismo. Na primeira década do século XIX, uma verdadeira explosão

experimentalista tomou conta das artes, desencadeada pelos mestres pós-

impressionistas. Foi o momento das vanguardas artísticas, que inicialmente teve

Paris como centro, mas logo foi deflagrada por toda a Europa e pelas Américas.

Com a arte moderna, surgem tendências diversas, como o Futurismo, o

Expressionismo e o movimento mais proeminente na pintura, o Cubismo, tendo

sido desenvolvido por Pablo Picasso (1881-1973) e Georges Braque (1882-1963).

O artista passou a realizar uma verdadeira reordenação da realidade através de

sua obra.

Caminho idêntico foi seguido pela chamada arte abstrata, que se baseia em

conceitos subjetivos, não possuindo referência no mundo objetivo. Representantes

dessa tendência foram Piet Mondrian (1872- 1944) e Wassily Kandinski (1866-

1944). Na década de 20 surgiu uma nova tendência, que explorava imagens e

realidades do subconsciente humano, tendo sido denominada Surrealismo.

Salvador Dali (1904-1989) foi o representante máximo dessa tendência.

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Nos anos 60, uma nova tendência artística foi surgindo como crítica e sátira

à massificação industrial e ao consumismo, arraigados aos costumes da

sociedade moderna. Foi a chamada "Pop Art", cujas bases foram criadas por

Richard Hamilton e da qual um dos mais célebres representantes foi Andy Warhol

(1928-1987).

Essas diversas fases da pintura mostram a variedade de estilos que

formaram, e ainda formam a história ocidental das artes. Estas mudanças terão

efeitos consideráveis sobre as iniciativas artísticas brasileiras e

conseqüentemente, sobre a educação.

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CAPÍTULO II

A HISTÓRIA DO ENSINO DAS ARTES NO BRASIL

"O importante não é vencer todos os dias, mas lutar sempre.” -Santo Agostinho

2.1 - A Missão Artística Francesa

No início do século XIX, Portugal foi invadido pelos exércitos de Napoleão

Bonaparte, obrigando Don João VI (então rei de Portugal), sua corte e família a

partirem para a colônia do Brasil.

Existia uma preocupação considerável por parte de Don João VI em relação

ao desenvolvimento cultural da colônia. Assim, o rei funda a primeira gráfica

brasileira, onde diversos livros e jornais foram impressos. Entre eles, destacou-se

o jornal A gazeta do Rio de Janeiro (1).

Com a chegada da Corte portuguesa, a colônia do Brasil passa a receber

uma forte influência européia, que se intensifica a partir de 1816, com a chegada

de um grupo de artistas franceses que também fugiam de Napoleão Bonaparte.

Don João VI encarregou a estes artistas a fundação da Academia de Belas

Artes (1816), nesta academia, os alunos poderiam aprender sobre artes e ofícios

artísticos. O grupo de artistas franceses ficou conhecido como Missão Artística

Francesa.

Os artistas desse grupo pintavam, desenhavam, esculpiam e construíam à

moda européia. O estilo que seguiam era o neoclássico, ou seja, um estilo que

propunha a volta aos padrões de arte clássica (greco-romana) da Antiguidade. As

principais fontes de inspiração eram as esculturas clássicas gregas e as pinturas

renascentistas italianas, sobretudo nas de Rafael, que era considerado o mestre

do equilíbrio da composição e da harmonia do colorido.

Como principais nomes de Missão Artística francesa, podemos destacar:

Nicolas-Antonie Taunay (1775-1830) pintor francês de grande destaque na corte

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de Napoleão Bonaparte e considerado um dos mais importantes da Missão.

Durante cinco anos, residiu no Brasil e retratou várias paisagens do Rio de

Janeiro.

Jean-baptiste Debret (1768-1848) foi chamado de “a alma da Missão

Francesa”. Debret foi desenhista, aquarelista, pintor cenográfico, decorador,

professor de pintura e organizador da primeira exposição de arte no Brasil (1829).

Em 1818 trabalhou no projeto de ornamentação da cidade do rio de Janeiro para

os festejos da aclamação de D. João VI como rei de Portugal, Brasil e Algrave.

Mas é em Viagem pitoresca ao Brasil, coleção composta de três volumes com um

total de 150 ilustrações, que ele retrata e descreve a sociedade colonial do Rio de

Janeiro. Seus temas preferidos eram a nobreza e as cenas do cotidiano da

sociedade. Suas obras permitem um vasto conhecimento das relações sociais

estabelecidas no século XIX.

Alguns artistas da Missão Francesa vieram para a colônia brasileira,

motivados pela paisagem paradisíaca e luminosa e pela existência de uma

burguesia rica e desejosa de ser retratada. É nessa perspectiva que se situa

alguns artistas europeus independentes da Missão Artística Francesa: Thomas

Ender era austríaco e chegou ao Brasil com a comitiva da princesa Leopoldina,

viajou pelo interior, retratando paisagens e cenas da vida do povo de Minas

Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Sua obra compõe-se de 800 desenhos e

aquarelas (2).

Outro artista que também merece destaque foi Johann-Moritz Rugendas:

alemão, esteve no Brasil entre 1821 e1825. Além do Brasil, visitou países da

América hispânica, documentando por meio de seus desenhos e aquarelas, a

paisagem e costumes dos lugares que conheceu.

Mais do que traduzir por meio de pinturas e manifestações artísticas a

realidade da sociedade colonial brasileira, estes artistas foram precursores na

relação que a sociedade brasileira estabeleceria futuramente com a arte.

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2.2 – Mudanças estruturais e pedagógicas no ensino das artes

Na segunda metade do século XIX, especificamente durante a década de

1870, um período de grandes transformações culturais se configurou tanto no

Brasil quanto nos Estados Unidos, impulsionadas pela industrialização. O ensino

das artes nesse contexto assume uma nova função. Através dele dava-se a

preparação de profissionais qualificados para “(...) ajudar a Nação a vencer a

concorrência comercial com a Europa”. 3

A exploração técnica do desenho inicia um conflito entre as Belas Artes e

as Artes Industriais. Nos Estados Unidos, o Industrial Drawing Act, incluso nos

currículos escolares, gera uma cultura que valorizava o lado tecnicista do

desenho, promovendo ações galgadas no preconceito contra as artes plásticas.

Atualmente, esse embate ainda é sentido uma vez que “(...) a reintegração da

tecnologia e da criatividade é o grande desafio educacional da nossa era”. 4

Novas mentalidades políticas influenciaram mudanças no ensino das artes.

“Com a queda da monarquia e a após a fase republicana no Brasil, a

mentalidade política, influenciada pelo liberalismo americano e o

positivismo francês elabora a criação de novas leis educacionais que

colaboram para a inclusão do desenho geométrico no currículo.”

(AUAD, 1998).

A arte passa a ser incluída no currículo escolar a partir de 1920. Sua função

era de integrar e apoiar o aprendizado de outras disciplinas. São mantidos os

exercícios de cópia.

Em 1922 a Semana de Arte Moderna é realizada. Sendo o grande marco

em relação às manifestações artísticas. Ocorre uma valorização da arte infantil a

partir das teorias expressionistas e obras de Freud. Através dos trabalhos

3 BARBOSA, Ana Mae. Teoria e Prática da Educação Artística. São Paulo: Cultrix, 1978.4 Idem.

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docentes de Mario e Andrade e Anita Malfatti, as idéias da livre expressão “para a

criança” são enaltecidas. (4)

“(...) A idéia de livre expressão, originada no expressionismo,

levou á idéia de que a Arte na educação tem como finalidade

principal permitir que a criança expresse seus sentimentos e á

idéia de que a Arte não é ensinada, mas expressada. Esses

novos conceitos, mais do que aos educadores, entusiasmaram

artistas e psicólogos, que foram os grandes divulgadores

dessas correntes e, talvez por isso, promover experiências

terapêuticas passou a ser considerada a maior missão da Arte

na Educação.” (BARBOSA, 1978).

O processo de renovação desencadeado a partir de 1922 é interrompido

pelo estado político ditatorial (1937-1945), afastando da educação homens como

Anísio Teixeira e Fernando Azevedo e solidificando clichês pedagógicos. O estilo

dialético que permeava o meio educacional brasileiro é rompido, e as ações

voltadas para a arte na educação perdem consideravelmente sua postura crítica,

retornando a condição de integradora de outras disciplinas, voltada

essencialmente para o domínio técnico; ou seja, visando uma aplicação imediata

com o trabalho.

Em 1971com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação nacional, a arte é

incluída no currículo escolar com o título de Educação Artística, entretanto, era

considerada como “atividade educativa” e não disciplina (5). Foi um considerável

avanço, considerando-se o viés humano desta disciplina.

“(...) No currículo estabelecido em 1971, as artes eram

aparentemente a única matéria que poderiam mostrar alguma

abertura em relação às humanidades e ao trabalho criativo,

porque mesmo a filosofia e história haviam sido eliminadas do

currículo.” (BARBOSA, 1983).

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Como na década de 70, não havia cursos de arte nas universidades

brasileiras, apenas para preparar professores de desenho, especialmente de

desenho geométrico; muitos professores não estavam habilitados e preparados

para o domínio de várias linguagens, que deveriam ser incluídas no conjunto das

atividades artísticas (Artes Plásticas, Educação Musical, Artes Cênicas), o

resultado foi contraditório e paradoxal.

A obrigatoriedade do ensino das artes nas escolas, não pôde receber como

docentes, os profissionais formados pelas Escolinhas, em sua maioria privadas,

oferecendo cursos de arte para crianças, adolescentes, professores e artistas (6).

Para capacitar os docentes, o Governo Federal criou um novo curso

universitário. Em 1973 cursos de artes foram criados, de forma que um currículo

básico pôde ser aplicado em todo o Brasil. Entretanto, entre a realidade vivenciada

pelos professores e os programas elaborados pelo governo existe uma lacuna.

“A falta de correspondência entre os objetivos e a prática real

na sala de aula é provada (...). Os objetivos são simplesmente

palavras escritas nos programas ou estatutos que não têm

sidos postos em prática.” (BARBOSA, 1983).

O sistema educacional não exige notas dos alunos, pois as artes são tidas

como atividades, mas não como uma disciplina de acordo com a interpretação da

lei educacional 5692. Em alguns casos, as escolas exigem notas para igualar a

condição das artes em relação às outras disciplinas; neste caso a maioria dos

professores deixa que os alunos se auto-avaliem ou as avalia tendo como

princípio o bom comportamento, interesse e dedicação aos trabalhos propostos

(7).

As imagens na sala de aula são limitadas: sejam através dos livros

didáticos ou nas folhas de colorir, até meados de 1980, as melhores imagens

obtidas eram aquelas produzidas pelas crianças. Apesar de o governo dar livros,

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muitos deles deixam a desejar. Visitas a exposições não são habituais. Nesse

viés, a televisão se coloca como a fornecedora de imagens para as crianças.

“A fonte mais freqüente de imagens para as crianças é a TV,

os fracos padrões dos desenhos para colorir e cartazes pela

cidade (outdoors)”. (BARBOSA, 1983).

Mesmo nas escolas privadas o uso da imagem é limitado. O ensino da arte

é oferecido, mas a possibilidade de ver as obras não. Os anos 80 sofreram

diretamente a imposição do regime militar. Isto empobreceu o viés crítico da

educação.

Com a restauração da democracia em 1983, teve início a campanha por

uma nova Constituição, que apagaria os resquícios do regime autoritário. Com a

nova Constituição da Nova República (1988), as artes são reconhecidas como

meio de proteger obras, garantir a liberdade de expressão e identidade nacional

(8).

Esse reconhecimento estava diretamente ligado aos esforços dos

professores que persuadiram políticos que tinham sob sua responsabilidade a

nova Constituição. As incitativas dos professores culminaram com a criação de

associações. Dentre elas destacaram a Associação de Arte-educadores de São

Paulo, a AESP (fundada em março de 1982), sendo esta a primeira associação

estadual, seguida pela ANARTE (Associação de Arte-educadores do Nordeste)

que agregava oito estados do nordeste, AGA (Associação de Arte-educadores do

Rio Grande do Sul), APAEP (Associação de profissionais em Arte-educação do

Paraná), entre outras. Até 1988, eram contabilizadas 14 associações estaduais,

que criaram a Federação Nacional (9).

A principal preocupação das referidas associações era a de politizar os

arte-educadores preparando-os para desviar a manipulação governamental. Essas

ações apresentaram bons resultados quanto a preparação política dos docentes.

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Entretanto, a preparação teórica e aperfeiçoamento intelectual não tiveram

resultados tão expressivos.

“Como resultado, nós chegamos a 1989 tendo arte-

educadores com uma atuação bastante ativa e consciente,

mas com uma formação fraca e superficial no que diz respeito

ao conhecimento de arte-educação e arte”. (BARBOSA, 1983)

Tal superficialidade levou as universidades federais e estaduais a

organizarem progressivamente cursos de especialização para professores

universitários de arte. Estes cursos eram curtos e intensivos e em geral eram

conduzidos por artistas e professores das mais diversas procedências. Mesmo

assim, a década de 1980 foi um período relativamente produtivo para os

professores de arte.

2.3. O ensino das artes nos anos 90

Nos primeiros anos da década de 1990 ainda ecoavam as iniciativas

criadas na década anterior. Entretanto, com menor caráter político, uma vez que a

democracia estava relativamente estabelecida no país.

Com o advento da tecnologia, sobretudo no campo da informática, o cotidiano de

professores, crianças e sociedade em geral torna-se mais dinâmico e o acesso as

informações mais rápido. O acesso a novas mídias transforma a maneira com que

as crianças percebem e entendem o mundo a sua volta.

Consequentemente, os professores tornaram-se mais insatisfeitos em

relação a sua prática devido à carência do modelo “tradicional” em não conseguir

responder e atender as novas demandas e questões que se apresentam. Dessa

maneira, empenham-se em desenvolver novas abordagens e um trabalho mais

interessante com o desenho e as artes em geral (10).

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Apesar das tentativas de mudanças, o viés considerado ”tradicional”

permanece direcionando as ações de grande parte dos docentes, fato que

prejudica consideravelmente novas práticas pedagógicas e abordagens no ensino

das artes.

“Construídas nas experiências de cada um, são idéias muito

arraigadas, por isso difíceis de serem mudadas e mesmo explicitadas

junto aos professores.” (GALVÃO, 1997).

Apesar do reconhecimento da importância das particularidades e

manifestações das crianças, é comum encontrar nas salas de arte, a proposta de

confecção de presentes para o “dia dos pais”, “dia das mães” e outras datas de

destaque. Na maioria das vezes esses presentes são pré-fabricados e permite a

criança qualquer atuação mais efetiva. Limitando-a cortar, colar e colorir dentro de

espaços bem delimitados pelo professor (11).

Um dos maiores desafios vivenciados por professores, sobretudo os que

trabalham com educação infantil, é o de possibilitar novas experiências artísticas

para as crianças, de forma que possam criar e experimentar esse processo.

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CAPÍTULO III

A arte como benefício para a Educação Infantil

“Faça o que puder, com o que se tem, onde estiver.”

Theodore Roosevelt

Como qualquer construção cultural, as artes possibilitam várias expressões

e teorias. Diversos intelectuais formularam princípios inovadores para o ensino

das artes plásticas, música, teatro e dança. Entretanto, devido a amplitude dessas

teorias, pretende-se evidenciar aquelas que mais fortemente influenciaram o

ensino das artes na educação infantil.

3.1. Teorias sobre a arte no ensino infantil

Em 1913, no período de pós-revolução no México, surgiram as Escuelas al

Aire Libre. Eram baseados no método desenvolvido por Best Maugard, e

pretendiam criar uma consciência cultural e política através do ensino das artes.

“A leitura dos padrões estéticos da arte pré-colonial mexicana,

o conhecimento da história destes padrões serviria de base

para a reconstrução do povo e da arte mexicana. A imagem da

arte estava sendo usada como espelho para que o povo

recuperasse sua auto-imagem.” (BETTIN, 2006).

O movimento artístico mexicano conhecido com muralismo foi furto dessa

experiência.

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Na década de 50, na Inglaterra, pensadores da educação artística iniciaram

um movimento conhecido como Basic Design Movement, que valorizava o fazer

artístico, a história da arte e a análise das obras de arte (12).

Os Estados Unidos vivenciaram na década de 60 as bases teóricas do que

hoje é denominado DBAE (Disciplined-Based-Art Education). Segundo BETTIN

(2006), este centro tem preparado professores de arte em todo os Estados Unidos

e Canadá. Esse sistema tem influenciado o ensino das artes em diversos países.

Outro movimento de destaque foi o “Movimento da Educação através da

arte”, era baseado principalmente nas idéias do filósofo inglês Hebert Read (1893-

1968). Esse movimento teve como manifestação mais conhecida a tendência da

livre expressão que, o mesmo tempo, foi largamente influenciado pelo trabalho

inovador de Viktor Lowenfeld (1947-1977), que acreditava que a potencialidade

criadora se desenvolveria naturalmente em estágios sucessivos desde que se

oferecessem condições adequadas para que a criança pudesse se expressar

livremente.

“Para Lowenfeld (1977) a arte desempenha um papel

potencialmente vital na educação das crianças. Desenhar,

pintar ou construir constituem um complexo em que a criança

reúne diversos elementos de sua experiência para formar um

novo e significado todo.” (ZANIN, 1994)

Esses fatos contribuíram imensamente no sentido da valorização da

produção criadora da criança, o que não ocorria na escola tradicional. O princípio

da livre expressão enraizou-se e espalhou-se pelas escolas, acompanhado pelo

“imprescindível” conceito de criatividade, curioso fenômeno de consenso

pedagógico, presença obrigatória em qualquer planejamento. Esse princípio tinha

como objetivo fundamental facilitar o desenvolvimento criador da criança. Mas,

como resultado, desencadeou-se uma descaracterização progressiva da área.

Outro intelectual de considerável importância é Jonh Dewey (1859-1952)

que no início dos anos 70, juntamente com Feldman, Thomas Munro e Elliot

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Eisner, se tornou responsável pela mudança de rumo do ensino de arte nos

Estados Unidos. A idéia básica do pensamento de Jonh Dewey sobre a educação

está centrada no desenvolvimento da capacidade de raciocínio e espírito crítico do

aluno (13).

Estes intelectuais afirmavam que o desenvolvimento artístico é resultado de

formas complexas de aprendizagem e, portanto, não ocorre automaticamente á

medida que a criança cresce; é tarefa do professor propiciar essa aprendizagem

por meio da instrução. Afirmavam também que as habilidades artísticas se

desenvolvem por meio de questões que se apresentam á criança no decorrer de

suas experiências de buscar meios para transformar idéias, sentimentos e

imagens num objeto material (14).

“Ao mesmo tempo, outras idéias e propostas de Educação

progressiva foram surgindo, boa parte delas influenciada por Dewey -

mas não necessariamente derivadas de suas teorias – tornaram-se

igualmente populares, umas mais ou menos aplicáveis na prática,

outras contraditórias, como registram historiadores, a exemplo de

Hebert Kliebard.” 5

As condições para o estabelecimento de um quadro de referências

conceituais solidamente fundamentado, foi possível graças aos intelectuais que

criaram tais condições. Focalizando a especificidade da área e definido seus

contornos com base nas características inerentes ao fenômeno artístico.

A partir disso, desenvolveram-se muitas pesquisas dentre as quais se

destacam as que investigam o modo de aprender dos artistas, as quais trouxeram

dados importantes para as propostas pedagógicas, que consideram tanto os

conteúdos a serem ensinados quanto os processos de aprendizagem dos alunos.

No Brasil, o ensino da arte faz referência às modalidades artísticas ligadas

à imagem, sons, movimentos e cenas.

5 Jonh Dewey, site: Wikipédia. Disponível em: 27 de novembro de 2006http:/wikipedia.org

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3.2. o papel das artes na educação infantil

“Toda criança desenha. Mesmo que não seja adequadamente

instrumentada para tal, a criança pequena quase sempre

encontra uma maneira de deixar, nas superfícies, o registro de

seus gestos: se não tiver papel, pode ser na terra, na areia ou

até mesmo na parede de casa; se não tiver lápis, serve um

pedaço de tijolo, uma pedra ou uma lasca de

carvão.”(GALVÂO,1997)

O papel das artes é de canalizar as emoções e expressões da criança de

maneira que se torne um adulto saudável física e psicologicamente. Mesmo a

escola sendo um ambiente de saber institucionalizado, torna-se necessário o

espaço para a manifestação da criatividade infantil. De preferência num espaço

próprio, organizado de acordo com a faixa etária da turma e priorizando uma maior

interação entre as crianças e os objetos que formam o ambiente.

O ambiente pedagógico tem influência sobre os vínculos que a criança

estabelece com o desenho. As regras rígidas estabelecidas em disciplinas

específicas (matemática, por exemplo) muitas vezes norteiam a postura dos

professores e comprometem a singularidade da criança (15).

Partindo das experiências vividas nas aulas de educação artística, o

professor pode conhecer melhor seus alunos e auxiliá-los em seu

desenvolvimento. A interdisciplinaridade tem mostrado ótimos resultados quando

diferentes disciplinas dialogam com as artes na apresentação de um determinado

conteúdo (16).

A arte contribui com o aprendizado, pois facilita e favorece o contato da

criança com o meio.

3.3. os benefícios adquiridos por meio das artes

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Desde o nascimento a criança se expressa. Partindo de certo desejo

instintivo de conhecer o mundo exterior, um mundo que a princípio, é

representado exclusivamente pela figura materna. Nos seus primeiros gestos e

sons, apresenta-se a linguagem primitiva de se comunicar com os outros (17).

Logo nas primeiras semanas de vida, nota-se que cada expressão é dirigida para

um fim específico; seja garantir a satisfação de um apetite como a fome ou

externar prazer e ansiedade.

Conforme evidenciado anteriormente, a arte favorece a aprendizagem,

visto que permite que a criança tenha contato com o meio. Isso tem início no

primeiro contato com o ambiente e com a sua reação a essas experiências

sensoriais.

“Tocar, cheirar, ver, manipular, saborear, escutar, enfim,

qualquer método de perceber o meio e reagir contra ele é, de

fato, a base essencial para a produção de formas artísticas.”

(ZANIN, 1994).

Quando a criança desenha está experimentando uma atividade integradora,

que lhe permitir estabelecer relações com seus sentidos e dá unidade aos

domínios cognitivo, perceptivo, afetivo e motor. O desenho se enquadra dentro

das regras da criança, ou seja, é um jogo.

“A criança desenha, entre outras tantas coisas, para se

divertir. Um jogo que não exige companheiros, onde a criança

é dona de suas próprias regras. Nesse jogo solitário, ela vai

aprender a estar só, “aprender a só ser”. O desenho é o palco

de suas encenações, a construção do seu universo particular.”

(DERDYK, 1989).

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Por meio de seus desenhos e expressões gráficas, a criança encontra um

meio de externar sua realidade interna. GALVÃO (1997) afirma que o ato

desenhar estabelece equilíbrio entre as realidades objetivas e subjetivas que

formam a criança. Nesse sentido, o processo de criação lhe confere determinado

equilíbrio em relação ao meio, sendo um dos meios pelo qual o objetivo é filtrado e

reinterpretado.

Além de auxiliar no equilíbrio das emoções infantis, a arte favorece a

construção das individualidades e preferências de cada criança. Uma vez que

todas as crianças são diferentes, o contato com o lado subjetivo possibilita-lhes

fortalecer e formar suas habilidades intelectuais, interesses e habilidades sociais e

também suas vidas emocionais e a capacidade de lidar com problemas.

No campo físico, os benefícios para o lado motor e visual são

consideravelmente favorecidos pelas manifestações artísticas. Ao manipular

objetos conforme sua curiosidade ou necessidade. No estágio pré-operacional -

segundo Piaget, compreendido entre os 18 meses e 6 anos - (19) irá favorecer o

início das representações, separando objetos dos símbolos.

Crianças em idade pré-escolar começam a se distanciar de si mesmas, ou

seja, ao entrarem em contato com outras relações sociais e pessoas, percebem

que o mundo não é visto pelos outros como elas o vêm. Piaget (1954) Chamou

este traço infantil de egocentrismo (20).

“Piaget via o pensamento do pré-escolar como rígido,

capturado pelas aparências, insensível a inconsistências e

preso á sua própria perspectiva - uma qualidade que Piaget

(1954) denominou egocentrismo. A criança não está sendo

egoísta; ela apenas pensa que todos vêm o mundo como ela

vê”. (BEE, 2003)

A tomada de perspectiva e noção de aparência e realidade; são alguns das

mudanças apontadas por BEE (2003) que ocorrem no desenvolvimento infantil.

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Estas mudanças se favorecidas pelo meio, ou seja, se a criança tiver espaço para

usufruir e experimentar seus novos conhecimentos irão refletir de forma positiva

quando esta entrar na idade escolar e nos anos que formam este processo de

construção do conhecimento institucionalizado.

Para ZANIN (1994), o desenho é imprescindível na estabilidade infantil e na

formação de um individuo estável psiquicamente. Deveria, portanto, ser tão

valorizado quanto andar e falar. Visto que através dessa experiência, novos

detalhes e novas estruturas são descobertas, estimulando seu lado cognitivo.

Partindo dos desenhos, uma vez que são as expressões que mais

permitem as leituras sobre os benefícios da arte, nota-se que as construções

simbólicas são importantes. Seja através da representação do esquema humano

ou de formas gráficas, existe um esquema e consequentemente uma leitura desse

esquema. Infelizmente, nem todos os adultos consegue perceber isso e

questionam a criança sobre sua criação.

Esse questionamento incorreto pode levar a criança a se tornar mais

introspectiva e seus desenhos limitados, ou seja, dentro do padrão determinado

pelos adultos. A criança precisa de liberdade para desenhar como deseja. Claro

que determinados padrões que se repetem podem ser prejudiciais, mas de modo

geral, a criança precisa de espaço par externar sua originalidade (21).

Quando a criança repete demais uma cor ou objeto, existe uma ligação

direta com os processos intelectuais da mesma. Com seu desenvolvimento e

amadurecimento, relações serão - como as de classe – serão estabelecidas. Cada

criança é única e únicas são suas relações com as cores. Quando esta consegue

estabelecer relações emocionais e associativas com a cor, ocorre a evolução de

seu pensamento abstrato e “mostra que a criança pode generalizá-lo a outras

situações, partindo de suas próprias experiências” (ZANIN, 1994).

Para a criança, a arte é expressão pessoal. Ao contrário dos adultos, não

existem padrões de julgamento como “feio” ou “bonito”. Seus desenhos são feitos

pelo desejo de criar algo próprio, sem a intervenção dos outros e no qual ela

possa exercer suas vontades livremente. A princípio estas criações serão

abstratas de qualquer valor e até mesmo de emoções mais fortes.

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Mas com o desenvolvimento e uma maior compreensão do que a cerca, a

criança muitas vezes utilizará o desenho como canal entre intrínseco e extrínseco.

Suas impressões, sensações e idéias serão refletidas nos objetos por ela

manipulados e utilizados. Suas particularidades serão externadas, fortalecidas e

desenvolvidas ao longo de seu amadurecimento. Se o contato infantil com as artes

for feito de forma positiva, sem a exigência de padrões que se afastam totalmente

da realidade da criança, existem grandes chances de se tornar um adulto mais

saudável física e psicologicamente, uma vez que sua criatividade e outras

inteligências encontraram espaço para serem reconhecidas.

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Conclusão

No mundo contemporâneo exigi-se cada vez mais o uso de diversas

competências e inteligências. Entretanto, as iniciativas particulares são

desconsideradas dentro do processo de massificação, sobretudo no campo

cultural. Nesse sentido, pensar em arte na educação infantil é tentar garantir as

crianças condições de formarem suas personalidades e desenvolverem suas

habilidades sem desconsiderar suas manifestações criativas.

Entretanto, a prática escolar está longe de favorecer as iniciativas próprias

das crianças. Mesmo reconhecendo os avanços do ensino das artes no Brasil e as

diversas mudanças pelas quais este ensino passou, ainda existe muito a ser feito.

Sobretudo no que diz respeito à imposição de modelos prontos. Que conferem à

arte uma linguagem unilateral.

Ao valorizar a arte como meio ou recurso, desconsideram-na como

conteúdo, uma linguagem específica que exige estudo e conhecimento referente.

É preciso repensar essa prática e ver a arte como um conhecimento também

importante na formação do individuo, não a limitando a condição de complemento

as outras disciplinas. A arte deve ser a finalidade específica da atividade.

Não se trata de apologias ou formar teorias que não condizem com a

realidade, mas o ensino das artes deve ser parte do cotidiano escolar da

Educação Infantil e que o desenho e as outras formas de expressão plásticas

sejam desenvolvidas em seu caráter específico como interdisciplinar.

A arte na Educação Infantil pode trazer grandes benefícios. Seja nos

primeiros anos de vida, ligado diretamente ao seu desenvolvimento da criança em

idade escolar, seja na vida adulta ligada as competências que irão auxiliar o

individuo a interagir nas esferas sociais, pessoais e profissionais.

O importante par que as mudanças ocorram é que professores e pais

estejam abertos ás mudanças, no sentido de aprofundarem mais os

conhecimentos relacionados a psicologia do desenvolvimento infantil, permitindo-

se ensinar arte ás crianças de forma que desde pequena ela tenha espaço e

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meios para se expressar. Dessa maneira, a arte terá real sentindo e validade na

Educação Infantil. Somente assim, a criança encontrará na arte meios de exprimir

seu mundo e seus sentimentos.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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LOWENFELD, Viktor e BRITTAIN, W. Lambert. Desenvolvimento da capacidadecriadora. São Paulo: EDUSP/Pioneira, 1989.

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Enciclopédias

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(acesso em 26/09/2006)

- Don João VI: http://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_VI_de_Portugal (acesso

em 28/12/2006)

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BIBLIOGRAFIA CITADA

(1) CERTEU, Michael de. A escrita da história. SL: Forenze Universitária, SD.

(2) NOVAIS, Fernando. A história da vida privada no Brasil. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 1997.

(3) e (4)AUAD, Ronaldo. Ensino da arte no Brasil – tendências pedagógicas. Barcelona, UB, 1997.

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(10), (11) e (15) GALVÃO, Izabel. O desenho na Pré-escola: O olhar e as expectativas do professor. 1997

(12) BETTIN, Márcia. O ensino da arte. Rio de janeiro: UCAM, 2006.

(13), (14), (16), (17) e (21) ZANIN, Vilma Pereira Martins. Arte e educação: um encontro possível. São Paulo, UNOESTE, Vl2, n.1, 1994.

(18) DERDYK, EDITH. Formas de pensar o desenho. São Paulo, Perspectiva, 1982.

(19) e (20) BEE, Helen. A criança em desenvolvimento. Porto Alegre, Artemd, 9ª Ed. 2003.

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

As Artes 10

1.1 – A definição de arte 10

1.2 - As artes plásticas 11

1.3 - Pintura 12

CAPÍTULO II 17

A história do ensino das artes no Brasil

2.1 – A missão artística francesa 17

2.2 – as mudanças estruturais e pedagógicas 19

no ensino das artes

2.3 – O ensino das artes nos anos 90 23

CAPÍTULO III

A arte como benefício para a Educação Infantil 25

3.1 – Teorias sobre a arte na educação Infantil 25

3.2 – O papel das artes na educação Infantil 27

3.3 – Os benefícios adquiridos por meio das artes 28

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CONCLUSÃO 33

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 35

BIBLIOGRAFIA CITADA 37

ÍNDICE 38

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

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