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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ - REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS PROJETO “ A VEZ DO MESTRE”
O USO DA SUCATA NA EDUCAÇÃO INFANTIL, DESENVOLVENDO
O RACIOCÍNIO LÓGICO – MATEMÁTICO E A LINGUAGEM
ADRIANA DE OLIVEIRA RODRIGUES
ORIENTADORA PROF ª FABIANE MUNIZ
RIO DE JANEIRO
02 / 2003
O USO DA SUCATA NA EDUCAÇÃO INFANTIL, DESENVOLVENDO O RACIOCÍNIO LÓGICO – MATEMÁTICO E A LINGUAGEM
ADRIANA DE OLIVEIRA RODRIGUES
TRABALHO MONOGRAFICO APRESENTADO COMO REQUISITO PARCIAL PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE ESPECIALISTA EM PSICOPEDAGOGIA.
RIO DE JANEIRO 02 / 2003
AGRADECIMENTOS
Deus em primeiro lugar pelas inúmeras oportunidades profissionais que
tem abençoado a minha vida que proporcionaram a realização e conclusão
deste curso. Também pela saúde, que sem ela nada podemos fazer.
Aos meus pais, que até hoje investiram na minha educação, pelo amor,
pelo apoio nos momentos de alegria e de dificuldades, cheguei até aqui, e
ainda tem muito mais..
Aos meus irmãos pelo carinho, apoio e incentivo.
Aos meus parentes de B.H., pelo carinho de hoje e sempre, apesar da
distância.
Ao meu namorado Michelle, pelo seu amor, paciência, incentivo, apoio
em todos os momentos, te amo muito.
A meus amigos que compreenderam muitas de minhas ausências para que
eu pudesse concretizar este curso, obrigada.
A Creche da Fiocruz e aos meus companheiros de trabalho durante estes
dez anos, pelo apoio e incentivo.
" Um mediador é alguém que, em cada momento, em cada circunstância,
toma decisões pedagógicas conscientes: nunca está limitado a corrigir ou
deixar errada, pois além de informar e respeitar o erro quando construtivo,
ele pode problematizar, questionar, ajudar a pensar. "
(Telma Weisz)
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO_________________________________________________7
O USO DA SUCATA NA EDUCAÇÃO INFANTIL. DESENVOLVENDO O
RACIOCÍNIO LÓGICO MATEMÁTICO E A LINGUAGEM_______________13
CAPÍTULO I
1.1-ASPECTOS DO PENSAMENTO DA POPULAÇÃO DE 4 E 5 ANO____15
CAPÍTULO 2
O TRABALHO COM SUCATA NA SALA DE AULA____________________26
2.1 CURIOSIDADES E JOGOS MATEMÁTICOS COMO RECURSOS
DIDÁTICOS __________________________________________________26
2.2 CRIANDO COM SUCATA_____________________________________30
2.3 COMO CRIAR UM SUCATÁRIO_______________________________33
2.4 O SUCATÁRIO NA SALA DE AULA_____________________________35
2.5 SUGESTÕES DE ATIVIDADES COM SUCATAS___________________37
LISTA DE SUCATAS____________________________________________40
CONCLUSÃO__________________________________________________45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS_________________________________46
ANEXOS______________________________________________________47
INTRODUÇÃO
Desde a Grécia antiga há uma preocupação com a educação. Nos escritos de
Aristóteles já se encontra clara a discussão sobre o papel do Estado na educação sobre a
importância desta na vida dos homens. Este pensador já afirmava que "a educação deveria
ser a única e igual para todos .... "A responsabilidade de educar é pública, não particular".
Durante vários períodos a educação tentou fazer da criança uma cópia do adulto,
esquecendo-se que a infância existe e precisa ser vivida.
É Rousseau, no Século XVIII quem dá uma virada na abordagem da Pedagogia. Para
ele, a natureza seria a grande mestra e o que se deveria ensinar seriam coisas úteis e não
muitas coisas. Rousseau nos dirá "Os sábios baseiam-se naquilo que o homem precisa
saber sem considerar aquilo que as crianças têm condições de aprender ".
No Século XVIII, a escola começou a ser pensada com mais consistência. Froebel,
considerado o criador dos Jardins de Infância organizou uma teoria de aprendizagem
baseada em diferentes jogos que permitiam às crianças construírem
conhecimentos através de atividades espontâneas.
Ainda no Século XX, a médica Maria Montessori procurou construir uma pedagogia
científica organizando o material de aprendizagem de modo que o mesmo fosse auto-
corretivo e graduado de acordo com as dificuldades de cada criança Montessori encarava
a educação como o meio através do qual a criança desenvolveria sua personalidade até que
adquirisse maturidade e independência. Suas primeiras pesquisas como médica e não como
pedagoga, foram feitas em hospitais e asilos de loucos, onde crianças com problemas
físicos e mentais de qualquer tipo eram mantidas isoladas do mundo. Por muitos anos ela
se dedicou à busca de um método que ajudasse essas crianças a retornarem ao mundo dito
normal.
No inicio do século, Dewey, filósofo americano, criou as bases do que no
Brasil viria a se tornar o movimento da "Escola Nova". Nesta teoria, o aluno é visto
como centro do processo e, por isso, as experiências educativas criadas deveriam
estar relacionadas aos seus interesses.
Um teórico que exerceu grande influência educação foi Piaget. Com formação em
Biologia, Piaget lançou as bases da Teoria Construtivista em educação.
Tendo pesquisado a gênese do conhecimento, Piaget, embora não tenha construído
uma teoria educacional, tornou-se uma referência nesta área.
Foram muitos os que, não sendo educadores, deram sua contribuição à educação.
Alguns como Celèstin Freinet, Paulo Freire e Lev Vygotsky, no entanto, foram
professores inquietos e ousados que, não satisfeitos com os rumos da educação construíram
teorias e/ou pedagógicas a partir de suas experiências e reflexões como educadores.
“ Quando vivemos a autenticidade vivida pela prática de ensinar
– aprender, participamos de uma experiência total. Diretiva,
política, ideológica, gnosiológica, pedagógica, estética e ética, em
que a boniteza deve achar-se de mãos dadas com a decência e
com a seriedade.”Paulo Freire (1977)
No Brasil, o pedagogo Paulo Freire também deixou marcas na educação
extrapolando os limites de seu próprio país. A Pedagogia da Esperança, a Pedagogia do
Oprimido de Paulo Freire fincou raízes em diversos países. Até hoje Paulo Freire continua
seu trabalho em busca da educação como prática da liberdade, através daqueles que como
ele comungaram do mesmo sonho. A grande preocupação de Paulo Freire é a maneira
como se deve educar:
"se deve educar para a tomada de decisões, para a
responsabilidade política e social".
Paulo Freire (1986)
O educando para ele não é um recipiente vazio que se deva encher de conteúdos.
Paulo Freire é contra o que ele mesmo chama de "educação bancária":
” a educação voltada para o depósito de conteúdos. Educar é
constituir o sujeito da transformação e para isto é preciso
respeitar o universo cultural dos educandos”.
Voltando no tempo, um outro professor que viveu no início do século na antiga União
Soviética muito contribuiu, também, na área da educação: Vygotsky
“ o ser humano constrói conhecimento na história e na cultura, a
partir de interações com outros homens e com a realidade em que
vive.”
Vygotsky (1987)
A linguagem, segundo Vygosky desempenha papel de grande importância na
construção de conhecimentos.Através das interações mediadas pela linguagem os sujeitos
constroem conhecimentos e se desenvolvem. Para Vygotsky a aprendizagem precede o
desenvolvimento numa relação dialética com este. Vygotsky e seus seguidores construíram
as bases da Teoria Histórico Cultural.
A partir da idéia de que o trabalho docente deve ter como objetivo o favorecimento de
práticas interdisciplinares, dentro de uma proposta construtivista, o professor deve buscar o
modo criativo e direto de atuar, oferecendo as crianças atividades diversas e construções
variadas em sala de aula, o que pode vir a melhorar a qualidade do ensino e da
aprendizagem. Nas diferentes propostas curriculares a sucata pode estar inserida.
“ Para conhecer os objetos, o sujeito deve agir sobre eles e
portanto transforma-los: deve desloca-los, liga-los, combina-los,
dissocia-los e reuni-los novamente(1977, p 72)
Paulo Freire ( 1977)
Costuma – se chamar de sucata todo o material descartável, que aparentemente não
tem mais utilidade, mas que, com um pouco de criatividade pode ser reaproveitado.
O uso deste material em sala de aula pode ajudar o professor a construir recursos que
enriquecerão e estimularão o desenvolvimento do raciocínio lógico – matemático e da
linguagem, paralelamente tornará o aprendizado do aluno mais lúdico, onde ele irá criar
seus jogos e brinquedos.
A criação de jogos e brinquedos com sucatas é também uma proposta de mudança e
um desafio à nossa capacidade criativa. É um convite para uma aventura.
Quando partilhamos com uma criança a descoberta de um jogo cuja utilização pode ser
reinventada, estamos mostrando também o valor e o encanto das pequenas coisas.
Esta atitude pode ser bem mais do que uma alternativa de materiais, que constitui em
alternativas para uma escala de valores.
O emprego da sucata é interessante não só por ser gratuita, mas porque nos
proporciona oportunidade para criar. O processo criativo uma vez iniciado, vai se
multiplicando, fazendo parte de uma criação contínua em que qualquer sucata passa a ser
um desafio.
“ Ela tem possibilidades educativas praticamente ilimitadas.
Trabalha com a imaginação, vira material didático de alta
qualidade. Nas mãos das crianças, libera a descarga de
criatividade. É usada sem preconceitos em escolas ricas e
pobres.”
Ricardo Falzeta
Nova Escola – Maio 1996
O emprego da sucata reforça o que foi ensinado e demonstra que as coisas usadas,
sobras e aquelas desprezadas ou que perderam utilidade, podem ser transformadas e
tornadas motivos de interesse.
Vejamos na matemática por exemplo: utilizando potes e tampas de frascos de
shampoo, creme, perfume, embalagens de iogurte, garrafas plásticas, caixas de diferentes
tamanhos, texturas e formas, em que a criança tem em suas mãos um valioso material que a
leva a descobrir através da brincadeira e da construção de brinquedos ou jogos, situações
que estimulam e desenvolvem também o seu raciocínio lógico – matemático, noções de
conjunto, adição, subtração, divisão e multiplicação; semelhanças e diferenças entre cores,
tamanhos, formas, textura, espessura, relação de objetos, e a partir daí formar conjuntos,
relacionar o numeral a quantidade, agrupar pela forma, tamanho, cores...
"O universo não é conhecido pelo homem senão através da lógica
e da matemática, produto de sua inteligência (espírito), mas ele só
pode compreender como ele construiu a matemática e a lógica,
estudando a si mesmo psicologicamente e biologicamente em
função do universo como um todo"
(Piaget, 1947b, p. 148).
No desenvolvimento da língua portuguesa, o seu vocabulário será enriquecido por
palavras de diferentes áreas do conhecimento geral: conjuntos, maior,menor, grande e
pequeno, mais e menos, reciclagem, rótulos, empilhas, noções de higiene e manutenção da
saúde...
"Um pensamento é como uma nuvem descarregando uma chuva
de palavras"...
(Vigotsky 1987:129)
Outras propostas de trabalho surgirão com a utilização do material reciclado. O
desenvolvimento da coordenação motora, noções de classificação, dramatizações
utilizando bonecos feitos com potes ou caixas, noções de organização no momento da
classificação dos objetos e na hora da arrumação.
Percebemos que Jean Piaget valoriza a iniciativa da criança, como um sujeito capaz de
concorrer para a própria aprendizagem:
“ O professor pode guia-las proporcionando-lhes os materiais
apropriados, mas o essencial é que uma criança entenda que deve
construir ela mesma, deve reinventar. Cada vez que ensinamos
algo a uma criança, estamos impedindo que ela descubra por si
mesma. Por outro lado, aquilo que permitimos que descubra por
si mesma, permanecerá com ela.”
Jean Piaget, 1977.
De todos os problemas existentes relacionados ao aprendizado da criança de 4 e 5
anos, me surpreendo com professores que ainda utilizam se de métodos didáticos
tradicionais para avaliar a compreensão da criança diante do raciocínio lógico matemático
e acreditam que a criança compreende a relação numeral / quantidade apenas de forma
abstrata, sem perceber a realidade social de seu aluno também diante do desenvolvimento
de seu vocabulário.
O USO DA SUCATA NA EDUCAÇÃO INFANTI, DESENVOLVENDO O RACIOCÍNIO
LÓGICO – MATEMÁTICO E A LINGUAGEM
Escolhi este tema, porque acredito que as crianças de 4 e 5 anos assimilam e
compreendem os conceitos matemáticos muito mais facilmente quando os recursos
utilizados pela escola são os concretos e não apenas o abstratos. É necessário que a criança
examine, experimente e compreenda através da sua vivência o porque de tais expressões
numéricas.
Acredito principalmente, que a reciclagem da sucata pode ser um grande aliado do
professor de diferentes classes sociais, de diferentes escolas que acreditam que o aluno
apreende melhor estes conceitos se sua criatividade for estimulada e se ele participar junto
a seu professor e colegas da criação de jogos e recursos didáticos que facilitarão o
desenvolvimento de seu raciocínio lógico matemático e do enriquecimento de seu
vocabulário.
Desta forma temos como objetivo de estudo desta pesquisa, descobrir de que forma a
utilização da sucata como material pedagógico pode contribuir na aprendizagem da
criança, estimulando o seu raciocínio lógico – matemático e a linguagem.
Vigotsky (1987:50) afirma: "A formação de conceitos é o resultado de uma atividade
complexa, em que todas as funções intelectuais básicas tomam parte. No entanto, o
processo não pode ser reduzido à atenção, à associação, à formação de imagens, à
inferência, ou às tendências determinantes. Todas são indispensáveis, porém
insuficientes sem o uso do signo, ou palavra, como meio pelo qual conduzimos as
nossas operações mentais, controlamos o seu curso e as canalizamos em direção à
solução do problema que enfrentamos."
CAPÍTULO I
ASPECTOS DO PENSAMENTO DA POPULAÇÃO DE 4 E 5 ANOS
O Aspecto cognitivo infantil será abordado aqui, tomando como referência a Teoria
Piagetiana .
Segundo Piaget, o conhecimento não pode ser concebido como algo predeterminado
pelas estruturas internas do sujeito (porquanto estas resultam de uma construção contínua)
nem pelas características do objeto (já que estas só são conhecidas graças à mediação
dessas estruturas). Todo conhecimento é uma construção, uma interação, contendo um
aspecto de elaboração novo.
A troca inicial entre sujeito/objeto se daria a partir da ação do sujeito.
Logo, para Piaget não existe conhecimento resultante do simples registro de
observações e informações, sem uma estrutura devida às atividades do próprio sujeito.
Não existem, também, estruturas inatas no homem. As estruturas formam-se mediante
uma organização de ações sucessivas exercidas sobre os objetos.
Piaget condena veementemente as hipóteses inatistas que concebem o sujeito como
estando, desde o início, munido de estruturas inatas, contradizendo Chomsky (1976) para
quem o ser humano é dotado geneticamente com a capacidade específica de aprender uma
língua, sendo, portanto, a aquisição desta, um processo de base biológica.
Para Piaget, a linguagem é uma construção da inteligência sensório-motora, preparada
passo a passo, até se concretizar no período pré-operatório, mais ou menos aos dois anos
de idade.
Ao analisar o desenvolvimento desde a sua gênese, Piaget o define como uma
equilibração progressiva, uma passagem de um estágio de menor equilíbrio para outro. Sob
este ponto de vista, o desenvolvimento mental é uma construção contínua, que se dá
obedecendo a passagem por níveis ou estágios de desenvolvimento qual sejam: sensório –
motor, pré – operatório, operatório – concreto, operações formais.
Em todos os níveis, a inteligência procura compreender e explicar o que se passa a sua
volta, só que embora as funções do interesse sejam comuns a todos os estágios, os
interesses variam de um nível para outro e as explicações assumem formas diferentes
de acordo com o grau de desenvolvimento intelectual, justamente porque as
estruturas progressivas ou formas de equilíbrio marcaram as diferenças de um nível de
conduta para outro.
Assim, em presença de um novo objeto, o bebê tende a incorporá-lo a seus esquemas
de ação (agitar, esfregar, balançar, sugar ) tentando compreende - lo pelo uso. Em
cada estágio, as tentativas de compreensão serão diferentes face ao grau de
desenvolvimento progressivo.
O conhecimento, portanto, procede da ação e, desta forma, toda ação que se generaliza
por aplicação a novos objetos gera um esquema, uma espécie de conceito prático. O que
constitui conhecimento não é apenas uma simples associação entre objetos, mas a
assimilação dos objetos aos esquemas do indivíduo. A assimilação cognitiva também é
realidade desta forma. É necessário um esquema que permita a assimilação do objeto de
conhecimento.
A estrutura de assimilação irá variar desde as formas mais simples de incorporação de
sucessivas percepções e movimentos até as operações superiores.
A partir da assimilação dos objetos, a ação e o pensamento se acomodam a estes,
reajustando-se.
Há, portanto, uma adaptação quando ocorre o equilíbrio entre assimilações e
acomodações. O desenvolvimento mental será sempre uma adaptação progressiva e cada
vez mais precisa à realidade.
Os mecanismos de assimilação / acomodação são gerais e se encontram nos diferentes
níveis do pensamento científico.
Cada estágio é responsável por determinadas construções sendo estas contínuas: no
estágio sensório-motor, anterior à linguagem, constitui-se uma lógica de ações, fecunda em
descobertas.
Assim, no início da vida do bebê, em seu universo primitivo não há objetos
permanentes, nem há separação entre o sujeito e o objeto.
Há uma indiferenciação completa entre o subjetivo e o objetivo. O sujeito não se
reconhece como origem das ações, porque as ações primitivas são como um todo
indissolúvel, ligando o corpo ao objeto (chupar, agarrar, etc.)
Só aos 18 meses, mais ou menos, nos primórdios da função simbólica e
da inteligência representativa, começa a haver a descentração das ações em
relação ao próprio corpo, podendo-se, então, falar de um sujeito que
começa a se conhecer como fonte/origem de seus movimentos.
No caso das ações primitivas, não coordenadas entre si, indiferenciadas, podem ocorrer
dois tipos de assimilação:
• assimilação por estrutura hereditária: como por exemplo a sucção, em que o bebê
tenta incorporar novos objetos a este esquema, sugando o peito, a mão, tudo que
estiver ao seu alcance;
• assimilação reprodutora: diante de uma situação inesperada, como por exemplo da
tentativa de agarrar um objeto pendurado, fazendo-o balançar no intuito de
reproduzir o gesto, formam-se novos esquemas, conduzindo à assimilação
recognitiva (balançar outro objeto) o que gera a assimilação generalizadora (objetos
que servem para balançar).
Gradativamente, o bebê realiza combinações novas, pela reunião de esquemas em
assimilações recíprocas (objetos que balançam e emitem sons e que, portanto, servem para
olhar e ouvir). Esta descoberta o levará a novas tentativas como a de agitar diferentes
brinquedos para descobrir se também fazem barulho.
Por mais modesto que seja este início, este é o modelo que se irá desenvolvendo
cada vez mais: a criança constrói combinações novas, combinando abstrações separadas
dos próprios objetos (como reconhecer num objeto suspenso algo para balançar) e
coordena os meios para atingir tal fim. O próprio reconhecimento de que o objeto serve
para balançar já implica uma abstração.
Desta forma, já no período sensório-motor, começam as coordenações e as relações de
ordens, os encadeamentos de ações necessários a essas coordenações, havendo, portanto, o
início de uma abstração reflexiva.
A partir destas observações, Piaget assevera que a estrutura do conhecimento forma-
se anteriormente ao domínio da linguagem, constituindo-se no plano da própria ação.
É, portanto, no nível da inteligência prática, no período sensório - motor, que
surgem as coordenações entre as ações, e os objetos começam a se diferenciar; só que
haverá, ainda, uma longa evolução até que as ações se interiorizem em operações
mentais.
Ainda que estas construções sejam muito elementares, já se percebe, segundo Piaget,
a existência dos primeiros instrumentos de interação cognitiva. Tais construções, no
entanto, estão situadas no plano das ações efetivas e não refletem um sistema "conceitual".
Com a capacidade de representação, o jogo simbólico, a imagem mental e a
linguagem, enfim, com a constituição da função simbólica (capacidade de representar um
significado através de um significante) a situação mudará.
Às ações simples sobrepõe-se um novo tipo de ação que é internalizado: o bebê, além
de poder fazer, por exemplo, um deslocamento de A para B, poderá representar esse
movimento no pensamento e enfocar, pelo pensamento, outros movimentos.
A representação implica a função simbólica e a criança torna-se capaz de representar
um significado (objeto ou acontecimento) através de um significante único e diferenciado,
tornando-se capaz de evocar os significados graças aos significantes.
Enquanto a inteligência sensório-motora é obrigada a seguir os acontecimentos, sem
poder ultrapassá-los ou evocá-los, no nível seguinte, pré-operatório, a inteligência, graças à
função simbólica, é capaz de abranger, num todo, elementos isolados, podendo também
evocar o passado, representar o presente e antecipar ações futuras.
”A inteligência é vista como um processo de sucessivas
adaptações, equilibrações entre assimilações e acomodações. No
começo, ela é prática, apoia-se nas percepções, movimentos,
ações, anteriores ao pensamento e à linguagem.”
Piaget, 1947
Se o campo da inteligência sensório-motora aplica-se somente a ações concretas, o da
inteligência representativa amplia-se, liberta-se da realidade concreta, torna possível a
manipulação simbólica de algo que não está visível.
No período pré-operatório (mais ou menos dos 2 aos 6 anos), a criança é capaz de
produzir imagens mentais, de usar palavras para referir-se a objetivos e situações, de
agrupar objetos de forma rudimentar. Nesta fase, as crianças usam o que Piaget chama de
pensamento intuitivo, raciocinando a partir de intuições e não de uma lógica semelhante à
do adulto.
A linguagem, neste período é comunicativa e egocêntrica. Comunicativa por ser usada
com a intenção de transmitir algo a alguém ou de procurar informações; e egocêntrica,
quando a criança fala pelo prazer de falar, numa espécie de monólogo, às vezes coletivo,
sem intenção de se comunicar com os outros.
Nesta fase as crianças ainda não se atêm às regras fixadas por não poderem, ainda,
conciliar seus próprios interesses e os do grupo.
Os juízos de valor são feitos à base das primeiras impressões, calcados em instituições
e dicotomias: certo/errado, melhor/pior.
A atividade simbólica da criança é chamada por Piaget, 1947 neste período, de pré-
conceitual, significando estar num período intermediário entre o símbolo imaginado e o
conceito propriamente dito.
O pensamento ainda não é capaz de descentração, fixando-se a criança em um ou outro
aspecto de uma relação.
No terceiro estágio, o do pensamento operatório concreto, mais ou menos dos 7 aos 12
anos, a criança torna-se capaz de efetuar operações mentalmente, lembrando o todo
enquanto divide partes, colocando idéias em seqüência, iniciando a construção de
operações reversíveis, podendo "conservar", isto é, considerar, ao mesmo tempo, tanto o
todo como vários reagrupamentos de suas partes.
Com esta possibilidade de reversibilidade, a criança passa a poder explorar diferentes
caminhos para resolver situações-problema, já que ela pode fazer e refazer mentalmente o
caminho de ida e volta.
No estágio das operações concretas, a criança é capaz de classificar, agrupar, tornar
reversíveis as operações que efetua e pensar sobre um fato a partir de diferentes
perspectivas.
Sua linguagem perde as características de egocentrismo. A criança, gradativamente,
também começa a discutir a questão das regras dos jogos dentro do grupo, tentando segui-
las.
No estágio das operações formais, a partir de 11/12 anos, a criança inicia sua
transmissão para o modo adulto de pensar, sendo capaz de pensar sobre idéias abstratas.
Ao final deste período, mais ou menos aos 15 anos, a pessoa atinge sua maturidade
intelectual.
O aspecto social da criança da educação infantil depende inicialmente de uma
vontade exterior, que é a de seus pais, parentes e outros adultos que ela respeita. Aos
poucos, os progressos na área social e cognitiva e o equilíbrio afetivo conduzem a criança
á conquista de sua autonomia moral.
“A finalidade da educação moral é contribuir para a formação de
personalidades autônomas que, por sua vez, permitirão o
florescimento de atitudes e sentimentos de cooperação entre as
crianças.”
Piaget ( p. 53)
A educação infantil é egocêntrica por ter uma visão limitada do mundo, não
possuindo ainda consciência do outro como um ser idêntico a ele. Devido a esse tipo de
percepção, as trocas intelectuais e a cooperação ficam prejudicadas, uma vez que a criança
não distingue ainda o ponto de vista da opinião dos outros.
Dois tipos de respeito são salientados: o respeito unilateral, no qual o mais forte se
faz respeitar, e o respeito mútuo no qual os indivíduos se consideram iguais e, por isso, se
respeitam reciprocamente.
O professor da educação infantil, atento ao desenvolvimento social de suas crianças,
organiza jogos e atividades propícias para serem realizados em pequenos grupos para que,
aos poucos, a criança consiga basear suas prelações no respeito mútuo, na cooperação e na
reciprocidade.
As regras ou normas disciplinares nunca devem ser impostas pelo adulto, uma vez
que as crianças ainda consideram essas normas obrigatórias e, como sabemos, para
chegarem a uma verdadeira autonomia é preciso que elas compreendam as razões e o
significado das regras.
Assim, quando houver necessidade de determinar as normas que orientarão as
atividades da sala, elas serão decididas em conjunto. Uma vez estabelecida, porém, a regra
deverá ser sempre cumprida.
Os diálogos entre o professor e as crianças proporcionam momentos de discussão,
levando, posteriormente, à tomada de decisões que impliquem num acordo mútuo entre as
partes.
"A essência da autonomia é que as crianças se tornam capazes de
tomar decisões por elas mesmas. Autonomia não é a mesma coisa
que liberdade completa. Autonomia significa ser capaz de
considerar os fatores relevantes para decidir qual deve ser o
melhor caminho da ação. Não pode haver moralidade quando
alguém considera somente o seu ponto de vista. Se também
consideramos o ponto de vista das outras pessoas, veremos que
não somos livres para mentir, quebrar promessas ou agir
irrefletidamente". (Kamii, 1986:72)
O trabalho em grupo, favorece a interação com os companheiros e possibilita à
criança a descentralização do pensamento egocêntrico, condição necessária para o alcance
da objetividade.
O comportamento do ser humano não é alguma coisa que deriva de dentro e se
manifesta exteriormente; deriva sempre da relação do ser com o conjunto de condições
totais e reais. Sabemos, entretanto, que não há situação sem história: as experiências
passadas refletem no momento presente a partir da organização do aqui e agora.
Sabe- se que não é possível estudar as características específicas do comportamento
de um indivíduo independentemente das influências do contexto sócio-cultural , sempre
presente e dificilmente controladas.
A criança de 4 e 6 anos encontra-se no período da espontaneidade máxima, possui
menos limitações internas do que a criança de 3 anos ou menos e também conhece menos
restrições externas socialmente impostas do que conhecerá mais tarde.
O comportamento social da educação infantil concentra-se em suas brincadeiras . É
brincando que a criança , pouco a pouco , vai tomando contato com a realidade; na
brincadeira ela oscila entre o real e o simbólico e tenta descobrir sua própria identidade e a
dos outros.
A criança de 4 anos ainda não entende exatamente o que é participar, revezar e o que
significam outros comportamentos que compreendem vivência em grupo: ela brinca mais
ao lado das outras do que com elas.
Aos 5 anos o auto controle é muito maior, e os sentimentos, embora intensos , são
transmitidos de maneira mais construtiva. Através de um senso de responsabilidade mais
maduro, a criança dessa faixa etária já é capaz de tolerar a frustração e já consegue adiar a
satisfação de seus desejos. Procurando alcançar sua autonomia, apresenta sentimentos
confusos: em alguns aspectos é bastante infantil e, em outros tenta igualar-se aos adultos.
Com 5 ou 6 anos a criança se torna mais tranqüila, sua identidade mais estabelecida
e as bases do caráter e da personalidade já estão assentadas. Aprende a colaborar e a
competir ao mesmo tempo, a controlar suas necessidades de auto – afirmação e a
mobilizar seus recursos pessoais para ser bem aceita no grupo.
Começa a compreender o que é fracasso, o que os adultos e companheiros esperam
dela e quanto o sucesso depende de seus próprios esforços.
Participar das brincadeiras da turma e do jogo organizado exige muito da criança. É
necessário que ela saiba respeitar a si mesma e aos outros. Deverá compreender que uma
coisa leva a outra ( relação causa e efeito) e como as partes podem adaptar-se para formar
uma totalidade, entender a lógica das normas e reconhecer o certo do errado. O professor
da educação infantil precisa ter claro que são necessárias qualidades emocionais, sociais e
intelectuais para que a criança atinja esse estágio de desenvolvimento.
O aspecto social compreende o elemento mais marcante na atividade lúdica da
criança da educação infantil; nos anos seguintes, será sem dúvida um dos componentes
mais importantes de seu desenvolvimento.. Deixando de lado o egocentrismo, a criança
passa a usar a linguagem para coordenar atividades de grupo, visando algum objetivo
comum. Os horizontes sociais da criança da educação infantil lentamente se ampliam aos
poucos a curiosidade recíproca se aparece e ela procura realizar trocas afetivas. O jogo
paralelo vai ceder lugar ao intercâmbio aberto.
Um dos aspectos mais importantes da personalidade humana é a criatividade. Ser
criativo não é apenas saber expressar-se com originalidade e senso estético através das
artes. Ao contrário, a arte é apenas uma das formas de comunicação interpessoal que
algumas pessoas criativas são capazes de utilizar. A auto-expressão criadora significa,
antes de mais nada liberdade de pensamento.
A criança da educação infantil não
possui ainda todas as características, mas é indispensável que a educação que lhe é
oferecida esteja basicamente preocupada em desenvolvê-las. A criança que recebe apenas
um mínimo de ordens taxativas, que é convocada a analisar e exprimir sua opinião sobre
projetos ou decisões e que, sem receber modelos estereotipados, pode expressar-se
livremente em todas as atividades, está sendo estimulada em seu pensamento crítico e em
sua capacidade criadora.
A criança da educação infantil que consegue se expressar “ recriando” seus
conhecimentos e reorganizando –se através de diferentes formas de linguagem, começa a
se colocar no mundo como um criador, capaz de produzir não apenas obras artísticas, mas
também de perceber problemas e encontrar soluções para eles.
A criança interage com o meio ambiente através da inteligência. Primeiramente ela
explora o local, manipulando objetos, materiais e brinquedos; depois passa a organizá-los,
e finalmente, consegue transforma-los, elaborando seu conhecimento.
Para alcançar este estágio é preciso que a criança tenha oportunidade de explorar
livremente o ambiente em que vive, seja na sua casa ou na escola.
A criança não pode queimar etapas no seu desenvolvimento. Para que a criança inicie
o processo de alfabetização ou o de raciocínio abstrato, é preciso passar por experiências
concretas que vão prepara-la para os conhecimentos mais complexos, de abstração.
Outra constatação, refere-se ao ritmo de desenvolvimento, único em cada criança.
Assim, apesar de ter a mesma idade, as crianças podem não se encontrar no mesmo estágio
o que leva a conclusão de que as situações de experiências vivenciadas na educação
infantil devem respeitar as diferenças individuais. Também é necessário considerar que a
passagem de um estágio para outro se processa sutilmente e por isso as atividades
propostas devem ser adequadas a todo um processo de desenvolvimento no qual a criança
se encontra.
Para formar indivíduos capazes de raciocinar em qualquer situação com espírito
crítico e flexível, com objetividade e coerência de pensamento, os educadores devem
oferecer inúmeras oportunidades de experiências que propiciem o desenvolvimento do
pensamento lógico- matemático. Este é estruturado através da ação reflexiva, que a
criança adquire quando manipula objetos.
O conhecimento físico acontece quando a criança descobre propriedades inerentes
ao objeto: pedrinhas “ pontudas” , “ duras” , “marrons”. Já o conhecimento lógico-
matemático deriva das ações que o indivíduo exerce sobre os objetos: a criança começa
naturalmente a contar as pedrinhas que antes ela apenas reconhecia pelos atributos.
“A distinção entre conhecimento físico e conhecimento lógico-
matemático é feita apenas para facilitar a compreensão dos
educadores que estudam o desenvolvimento infantil, o
conhecimento físico não pode ser construído sem um quadro
lógico – matemático. Nenhuma propriedade física dos objetos
pode ser abstraída sem um referencial de relações, classes,
medidas ou soma. Uma propriedade de um determinado objeto
descoberto pela criança é sempre relacionada a conhecimentos
anteriores: são novas estruturas que se formam, baseadas em
outras adquiridas a priori.”
Piaget, (1969)
O conhecimento lógico – matemático não pode ser ensinado: ele aparece através das
relações que a própria criança cria entre os objetos. É um conhecimento que tende a
progredir, não havendo possibilidade de regressão, uma vez apreendido não será mais
esquecido.
A criança estrutura o conhecimento físico e lógico – matemático através da
manipulação dos objetos e começa a compreende-los à medida que age sobre eles através
dos atos de pegar, apalpar, dobrar, deixar cair, apertar, esticar, sacudir, entortar, juntar,
separar, classificar etc...
“O brinquedo estimula a curiosidade a autoconfiança,
proporcionando desenvolvimento da linguagem, do pensamento,
da concentração e da atenção.
Vygotsky ( 1987)
Desta forma, a criança diariamente vai elaborando conceitos matemáticos e
paralelamente enriquecendo o seu vocabulário com palavras pertinentes a este seu processo
de aprendizagem, que torna-se prazeroso porque ela participa de todo o processo de
criação, construção e elaboração de regra, fazendo-a sentir –se sujeito ativo do processo.
CAPITULO II
O TRABALHO COM SUCATA NA SALA DE AULA
Neste processo, a criança acredita que tudo é brincadeira, mas ao brincar de forma
espontânea e com criatividade, a sucata, os restos, os refugos, a matéria antes de ser
elaborada e depois de haver sido usada, são um material rico, que não custa nada e que
muitas vezes estaria poluindo o meio ambiente por não ser biodegradável, no entanto, se
transformada, resurge como um material que bem aproveitado pelo professor, fará com
que as aulas tornem-se muito mais dinâmicas.
Dentre algumas das características da sucata está a transformação daquilo que
aparentemente perdeu sua utilidade, para um material de grande valor pedagógico, muitas
das vezes ainda não criado industrialmente.
2.1- CURIOSIDADES E JOGOS MATEMÁTICOS COMO RECURSOS DIDÁTICOS
Ensinar matemática é desenvolver o raciocínio lógico, estimular o pensamento
independente, a criatividade e a capacidade de resolver problemas. Nós, como educadores,
devemos procurar alternativas para aumentar a motivação para a aprendizagem,
desenvolver a autoconfiança, a organização, concentração, atenção, raciocínio lógico-
dedutivo e o senso cooperativo, desenvolvendo a socialização e aumentando as interações
do indivíduo com outras pessoas.
Os jogos, se convenientemente planejados, são um recurso pedagógico eficaz para a
construção do conhecimento matemático. Referimo-nos àqueles que implicam
conhecimentos matemáticos.
“Através do brinquedo a criança aprende a agir numa esfera
cognitivista, sendo livre para determinar suas próprias ações.”
Vygotsky( 1987)
Segundo eVygotsk, o brinquedo estimula a curiosidade e a autoconfiança, proporcionando
desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da concentração e da atenção.
Jogar não é estudar nem trabalhar, porque jogando, a aluno aprende, sobretudo, a
conhecer e compreender o mundo social que o rodeia.
Os jogos são educativos, sendo assim, requerem um plano de ação que permita a
aprendizagem de conceitos matemáticos e culturais de uma maneira geral. Já que os jogos
em sala de aula são importantes, devemos ocupar um horário dentro de nosso
planejamento, de modo a permitir que o professor possa explorar todo o potencial dos
jogos, processos de solução, registros e discussões sobre possíveis caminhos que poderão
surgir.
Os jogos podem ser utilizados pra introduzir, amadurecer conteúdos e preparar o aluno
para aprofundar os itens já trabalhados. Devem ser escolhidos e preparados com cuidado
para levar o estudante a adquirir conceitos matemáticos de importância
Devemos utilizá-los não como instrumentos recreativos na aprendizagem, mas como
facilitadores, colaborando para trabalhar os bloqueios que os alunos apresentam em relação
a alguns conteúdos matemáticos.
''Outro motivo para a introdução de jogos nas aulas de
matemática é a possibilidade de diminuir bloqueios apresentados
por muitos de nossos alunos que temem a Matemática e sentem-se
incapacitados para aprendê-la. Dentro da situação de jogo, onde
é impossível uma atitude passiva e a motivação é grande, notamos
que, ao mesmo tempo em que estes alunos falam Matemática,
apresentam também um melhor desempenho e atitudes mais
positivas frente a seus processos de aprendizagem.''
(Borin,1996,9)
Segundo Malba Tahan, 1968, ''para que os jogos produzam os efeitos desejados é
preciso que sejam, de certa forma, dirigidos pelos educadores''. Partindo do princípio que
as crianças pensam de maneira diferente dos adultos e de que nosso objetivo não é ensiná-
las a jogar, devemos acompanhar a maneira como as crianças jogam, sendo observadores
atentos, interferindo para colocar questões interessantes (sem perturbar a dinâmica dos
grupos) para, a partir disso, auxiliá-las a construir regras e a pensar de modo que elas
entendam.
Os jogos com regras são importantes para o desenvolvimento do pensamento lógico,
pois a aplicação sistemática das mesmas encaminha a deduções. São mais adequados para
o desenvolvimento de habilidades de pensamento do que para o trabalho com algum
conteúdo específico. As regras e os procedimentos devem ser apresentados aos jogadores
antes da partida e preestabelecer os limites e possibilidades de ação de cada jogador. A
responsabilidade de cumprir normas e zelar pelo seu cumprimento encoraja o
desenvolvimento da iniciativa, da mente alerta e da confiança em dizer honestamente o que
pensa.
Os jogos estão em correspondência direta com o pensamento matemático. Em ambos
temos regras, instruções, operações, definições, deduções, desenvolvimento, utilização de
normas e novos conhecimentos (resultados).
O trabalho com jogos matemáticos em sala de aula nos traz alguns benefícios:
• conseguimos detectar os alunos que estão com dificuldades reais;
• o aluno demonstra para seus colegas e professores se o assunto foi bem assimilado;
• existe uma competição entre os jogadores e os adversários, pois almejam vencer e
par isso aperfeiçoam-se e ultrapassam seus limites;
• durante o desenrolar de um jogo, observamos que o aluno se torna mais crítico,
alerta e confiante, expressando o que pensa, elaborando perguntas e tirando
conclusões sem necessidade da interferência ou aprovação do professor;
• não existe o medo de errar, pois o erro é considerado um degrau necessário para se
chegar a uma resposta correta;
• o aluno se empolga com o clima de uma aula diferente, o que faz com que aprenda
sem perceber.
Mas devemos, também, ter alguns cuidados ao escolher os jogos a serem aplicados:
• não tornar o jogo algo obrigatório;
• escolher jogos em que o fator sorte não interfira nas jogadas, permitindo que vença
aquele que descobrir as melhores estratégias;
• utilizar atividades que envolvam dois ou mais alunos, para oportunizar a interação
social;
• estabelecer regras, que podem ou não ser modificadas no decorrer de uma rodada;
• trabalhar a frustração pela derrota na criança, no sentido de minimizá-la;
• estudar o jogo antes de aplicá-lo (o que só é possível, jogando).
Temos de formar a consciência de que os sujeitos, ao aprenderem, não o fazem como
puros assimiladores de conhecimentos mas sim que, nesse processo, existem determinados
componentes internos que não podem deixar de ser ignorados pelos educadores.
Não é necessário ressaltar a grande importância da solução de problemas, pois vivemos
em um mundo o qual cada vez mais, exige que as pessoas pensem, questionem e se
arrisquem propondo soluções aos vários desafios os quais surgem no trabalho ou na vida
cotidiana.
Para a aprendizagem é necessário que o aprendiz tenha um determinado nível de
desenvolvimento. As situações de jogo são consideradas parte das atividades pedagógicas,
justamente por serem elementos estimuladores do desenvolvimento. É esse raciocínio de
que os sujeitos aprendem através dos jogos que nos leva a utilizá-los em sala de aula.
2.2 - CRIANDO COM A SUCATA
Ao brincar de forma espontânea e com criatividade, a sucata e os restos, a matéria
antes de ser elaborada e depois de ter sido usada, são um material muito rico, que não custa
nada e que muitas vezes estaria poluindo o meio ambiente por não ser biodegradável.
Dentre algumas das características da sucata está a transformação inerente por
exemplo, de um cabo de vassoura, sementes, caroços, um liquidificador quebrado, caixas
de papelão.... Outra característica é o fato de ser um brinquedo não estruturado. _ o que
construir com palitos de picolé, ou caixas de fósforos vazias, ou ainda tubos de retrós de
linha – surgem inúmeros objetos para satisfazer a satisfação e o ato de brincar.
“ É surpreendente o que uma criança pequena pode aprender
apenas brincando com o cartucho de papelão ou um rolo de
papel higiênico, ou quão construtivo e educativo pode ser brincar
com caixas vazias. Antigamente quando as linhas vinham em
carretéis de madeira, as crianças pequenas usavam os carretéis
como blocos, uma vez que sabiam que os carretéis de madeira
tinham uma função essencial nos trabalhos de costura de sua
mãe...”.
( Bettelheim, 1989, p.222)
Hoje, os carretéis são feitos de plástico, mas uma mãe que costura ainda pode guardá
- los para que seus filhos ainda brinquem com eles.
Quem brinca com brinquedo – sucata, permite a si mesmo desvendá - lo e dar- lhe
novo significado, visto ser um objeto que possui inúmeros significados que não são óbvios
nem estão evidentes. Surgem assim novas e inusitadas relações, que podem ser até mesmo
naquele momento absurdas.
Pode-se oferecer à criança brinquedos adquiridos em lojas sofisticadas, brinquedos
estes aos quais seria interessante que todas as crianças conhecessem. Segundo Bruno
Bettelheim,
“ o fato de propiciarmos um material lúdico não deve ser mais
do que uma afirmação nossa de que está tudo bem, caso ela
( criança) escolha brincar com ele; nosso presente nunca deve ser
o resultado de nosso desejo de que ela brinque com ele, ou de que
o faça como o fabricante previu. Essas atitudes não apenas
roubam a espontaneidade da brincadeira, o que já seria bastante
ruim, mas controlam o que deveria ajuda-la a afirmar sua
liberdade, a estar no comando, ao contrário do que acontece no
restante da sua vida, quando é controlada pelos adultos .”
Bettelheim, (1989,p.206 )
Brincar com sucata exerce na criança sua capacidade de escolha e que possa utilizar o
material que escolheu da maneira que quiser. Me parece que é até mais fácil dar essa
liberdade com materiais de sucata do que com os brinquedos comprados.
A criança com cerca de 3 anos de idade, passa a contar com nova alternativa de
expressão.
Na expressão “ atividade Lúdica Construtiva” cabem o desenhar, o brincar de “faz –
de – conta” (primeira forma de fazer teatro), o brincar com blocos e com sucata que serve
como bloco ( caixinhas de fósforo, rolhas, pedaços de madeira) e atividades plásticas como
modelar argila, moldar o papel, fazer colagens etc.
Uma criança recebe limite dos adultos e também estímulos para sentir-se amada ,
segura em busca de seu próprio caminho no seu limite de tempo, espaço, corporal, limite
do que é capaz de fazer em determinada idade. A forma escolhida por ela é a sua criação e
também é limitadora, escolheu aquela forma específica e deixou todas as outras
possibilidades de lado.
O emprego do material de sucata proporciona a descoberta das brincadeiras a partir do
simples empilhar dos objetos, assim como amassando-os, separando as peças duras e
moles, , classificando pela cor, forma ,tamanho, textura.
Isto deve acontecer naturalmente .
Nesta atividade, a necessidade de renovar os materiais para que a criança sinta-se
estimulada a experimentar, criar, que desperte o desejo de novas explorações.
A criatividade pode estar tanto na brincadeira exploratória como na brincadeira
construtiva; pode estar na criança e no meio ambiente; pode estar em mim bem como em
você . Cabe a nós pesquisa-la e desenvolve-la, por meio de sua exploração e de sua
construção com o sentir e o pensar.
2.3 COMO CRIAR UM SUCATÁRIO
Quando se trabalha com sucata a comunidade também pode participar (
comerciários, igrejas, familiares, posto de saúde ...) .
Pessoas que lidam com certos materiais específicos jogam fora muita coisa
interessante e “ reciclável” artisticamente, que poderia ser utilizada em atividades lúdicas.
Semanalmente, sugerimos as famílias que tragam sucata s que venham a enriquecer as
atividades desenvolvidas em sala de aula, recebemos potes de shampoo, amaciante de
roupas, tampas de creme de cabelo, perfume, pasta de dente, potes de iogurte, garrafas de
refrigerante, carretéis, caixas entre outros que serão citados mais a frente como sugestão a
ser pedida para a criança.
O sucatário deve estar limpo e esteticamente bonito, tão belo e nobre quanto um varal
de papéis de seda coloridos ou retalhinhos de papel camurça.
Que seja agradável de tocar, que seja estimulante e sugestivo, atraente e de vontade de
mexer, usar, sentir, pensar e ter idéias para brincar, trabalhar, transformar.
Outro forma de fazer a coleta de sucata é por fases. Fazer a lista de sucatas de acordo
com as estações do ano. Caroços de frutas da época, flores secas, pinha, casca de nozes; no
verão, palitos de picolé, potes de creme de bronzear, copos de água mineral, rótulos de
garrafa, tampas de refrigerante, no carnaval confetes, serpentinas, fantasias de carnaval já
usadas, isopor, plástico, máscaras; as festas juninas como restos de bandeirinha, caixas de
prendas, chapéus de palha, renda, retalhos de tecidos, e no natal enfeites de árvore,
fantasias de papai noel, tocos de vela e de pau, purpurina.
Assim propomos também, além da coleta de materiais de sucata uma maior
observação do meio ambiente e das pessoas, dos ritmos da cidade e da natureza,
resgatando uma linguagem lúdica associada ao trabalho.
2.4 O SUCATÁRIO NA SALA DE AULA: O RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA.
Diante da minha prática de sala de aula, o importante é ter prazer nesse trabalho e
encontrar um estilo próprio, seja na coleta, seja na organização.
A pessoa que não se identifica com o projeto de montagem de um sucatário não deve
nem começá-lo, pois não terá nenhum tipo de envolvimento lúdico e daí não surgirá
nenhuma força criadora.
Em sala de aula, estimulo as atividades utilizando as sucatas, sejam elas com o objetivo
de estimular o raciocínio lógico – matemático ou o enriquecimento do vocabulário. As
idéias para a utilização da sucata vão surgindo de acordo com o trabalho e conteúdos a
serem desenvolvidos e planejados juntos as crianças de 4 e 5 anos.
Na medida do tempo em que as sucatas vão chegando, inicio com as crianças a
organização do material, reaproveitando caixas, vasilhas, potes ou cestos para armazena –
las, e desta forma, inicia-se a transmissão e descoberta de conhecimentos ligados a
matemática e a linguagem porque desta forma, paralelamente estaremos nomeando ,
classificando, agrupando, contando.
Este material deverá estar em local de fácil acesso das crianças para que elas tenham a
oportunidade de manuseá-los e modificarem regras e posições quando os encontrarem.
Potes de shampoo por exemplo poderão tornar-se personagens de um teatro de
fantoches, ou peças de boliche, frascos de refresco ou água, serão classificados pela cor ou
tamanho ou serão objetos que servirão para o jogo de adivinhação de diferentes texturas
ou formas ( liso, áspero, grosso, fino, grande, pequeno, quadrado, circular...). nestes potes
se guardará a sucata por algum critério preestabelecido : material, cor, forma, textura..
Através de minha própria experiência de trabalho, acredito que a criança que aprende
conceitos que estimulem o seu raciocínio lógico matemático e desenvolvam e enriqueçam
o seu vocabulário, compreendem com muito mais clareza as diferenças e porquês dos
objetivos que se espera que ela construa no seu processo de aprendizagem.
Os potes de plástico de iogurte ou shampoo, caixas de ovos são bons para a sucata que
será usada por crianças pequenas. Existe também a opção de usar o que está contido na
caixa quando esta não for transparente, colado do lado de fora como legenda sem o uso da
palavra, o professor também pode optar pela legenda viva e interessar pela forma, pelo
desenho da palavra que significa o conteúdo da embalagem.
Este é um trabalho que leva do trabalho da matemática a linguagem e vice - versa.
Poderíamos fazer a separação por cores de papéis grandes e pequenos, separar por
tonalidades e texturas diferentes! Existe também um conteúdo filosófico e afetivo nesse
trabalho, quando as crianças percebem que o igual pode ser também diferente; que
parecido não é igual; e que cada pedacinho de papel é único e poderia se tornar
diferenciado por suas características.
Surge assim um colorido todo especial no sucatário, e os materiais ali, passam a ser tão
nobres quanto lápis de cera, hidrocor, papel celofane ou camurça com a diferença que são
materiais que já trazem em si uma história e uma trajetória ( já embrulhou um ovo de
páscoa ou brinquedo, já rasgou e pode ser consertado).
2.5 SUGESTÃO DE ATIVIDADES COM SUCATAS
Diversos jogos poderão ser criados a partir da sucata, adaptados a diferentes faixas
etárias.
Cabe ao professor, explorar a sua criatividade e a das crianças no processo de criação de
outros jogos, deixando para as crianças também a elaboração de regras para o jogo ou
brincadeira.
Sugiro abaixo, algumas atividades com esse rico material:
¬ Guarde tudo na caixinha
Objetos diversos que perderam o uso original, se transformam num jogo que desenvolve
a percepção visual.Cada um tem uma caixinha do seu tamanho. A criança recebe tudo
misturado e guarda cada objeto na sua caixa.
¬ Jogo da Memória
Tampas de plástico e figuras aos pares ou relacionadas formam o jogo de memória. O
objetivo é desenvolver a memorização. A criança vira duas tampas. Se for o par, tira as
peças do jogo. Se não, virá – as para baixo. Ganha quem ficar com mais peças. Sugestão:
tampa de Nescau, leite em pó.
Recortando figuras de um tecido, que podem ser costuradas individualmente sobre
outro (jeans, feltro, veludo), cria-se um jogo da memória que poderá ser lavado e
reconstruido quando for necessário.
¬ Colar de plaquetinhas
Montagem de um simples colar estimula a coordenação motora, a percepção visual e a
capacidade de seqüenciação. Usa-se um fio de plástico, barbante, lã, fio de saco de
laranja... e copinhos de Danoninho ou refrigerante recortados e furados com furador de
papel. Pede-se a criança que monte repetindo a seqüência de cores diferentes, formas ou
tamanhos.
¬ Loto de figuras geométricas
Um mostruário de fórmica serve também para a montagem deste jogo que contribui
para o reconhecimento das formas geométricas do mostruário. Ao ser sorteada uma figura,
coloca a peça igual sobre o local correspondente, até preencher a cartela toda.
¬ Bonecos
Furados os frascos viram personagens de histórias. Pregadores fazem bem o papel de
pernas e braços. Use duas tampas. A do próprio frasco, pinte olhos, boca, nariz. A outra
será o chapéu que segura o cabelo feito de lã. As roupas são de retalhos. Ao vestir o
boneco e encaixar as peças, a criança trabalha a lógica e sequenciação.
¬ Quebra – cabeça
Pode-se utilizar figuras de revistas, encartes de supermercados, propagandas de revistas
ou álbuns de figurinha da banca de jornal. Cola a figura em um papel mais grosso,
cartolina ou papelão, cobre com contact tranparente ou cola branca dissolvida em um
pouco de água e passa na figura. Depois é só escolher a forma como irá cortas, em linha
reta ou curva.
¬ Potes de iogurte
Com embalagens de iogurte em garrafinha (Bliss), junta-se diferentes cores e pede para
a criança individualmente ou em grupo, classificar quanto a cor, forma, tamanho,
espessura. Organiza-se em caixas de sapato
¬ Tapete de cores
Escolhe um retalho de tecido que pode ser jeans, feltro, veludo... costura-se botões de
diferentes cores e formas. Recorte e costure fazendo a “ casa” no meio, tecidos que
combinem com as cores dos botões. A criança terá que abotoar o tecido da mesma cor dos
botões.
Outras atividades e jogos surgirão a partir da criatividade de cada professor que terá
sensibilidade para olhar um objeto e transforma-lo num jogo para criança.
LISTA DE SUCATAS
A Adesivo Alça de sacola Algodão Aparelho doméstico Argolas Agulhas Alfinetes Anéis,Arame Areia Aviamentos Aspiral B Balde furado Bambus, Barbantes Benjamim Bobinas de todo tipo( foios, contura, tecido, papéis...) Bambolê Bandeja de isopor, papelão, plástico Bengalas Bijuterias C Caderno Cabo de vassoura Caixas de : brinquedo, catupiry,Chá, fio dental,Fita K-7,Fósforo,ovo,pasta de dente, ploenguinho, presentes, remédio, sabonete, sapatos Calendário Caneta Carimbos Canos Caroços de abacate,melancia,pêssego, uva... Carteiras Cartões de época ( natal , páscoa, aniversário) Cartolinas Casca de nozes Chapas de raio-X Chaveiro Colheres de: pau, brinquedo, alumínio, Cascalho Catálogo Chapas de metal Chapéu Chaves Cintas e Cinto Conchas Copos plásticos Cortiça Cubos Confetes Cordas
D Dados Dedais Discos Decalques Dinheiro antigo. E Embalagens Envelopes Escovas de: cabelo, dente, Mamadeira, Roupa, Sapato Esponja Espumas Espelho Estopa Estojo médico, de maquiagem,farmacêutico, médico e de lápis Eucatex Encartes F Fantasias Ferrolhos Fios ( de ferro de passar, encapados, metálicos...) Fitas Flores secas Formas e forminhas Fraldas Fitas K-7 Folhas, Fotografias Frascos. G Gamelas Grades Garrafas Grampos H Hastes de óculos I Imãs Impressos (coloridos, com fotografias) Instrumento cirúrgico ou odontológico Instrumentos musicais
J Jornais K L Lanternas Lã Lata de manteiga Linha Lustre Lenços Lista telefônica Latas de: Aveia, azeite,leite, batata – frita,cerveja, farinha, Nescau, importados, panettone, biscoitos, óleo, sorvete M Malas e maletas Manuais , Máscara, Meias, Moedas, Medalhas, Miniatura, Molduras N O Óculos P Paina Palha de milho, Palha de feira Palitos de: dente, picolé churrasco, fósforo Panfletos Panela Papéis Papelões Pastilhas Pedras Peneira Peruca Plugs Posters Parafuso Pasta de papéis Penas Percevejos Pluma
Pilões Potes de : bala,biscoito, creme de beleza Pregadores Q R Raladores Régua Relógio Revista Rendas Retalho de tecido Rolhas S Saches Sacola Sacos Sarrafos Sementes Serragem Solas Selos Sisal Serpentinas T Tábua de bater carne Tachinhas Tampas de : caneta, garrafa, lata, pasta de dente shampoo PVC, vidro Telas Terra Tigelas Toquinhos de marcenaria Telefone Tiara Toalhas Trinco “ Tupper – wares” U V Varetas Vassouras Vasos Velas
W X Y Z Zípers.
CONCLUSÃO
A proposta deste trabalho foi a de discutir “O uso da Sucata na Educação Infantil,
desenvolvendo o Raciocínio Lógico – Matemático e a Linguagem”.
Além da prática em sala de aula descrita neste trabalho, buscou-se fundamentação
teórica para respalda-lo.
A Literatura encontrada que aborda este assunto ainda é muito pequena, encontrou-se
pequenos comentários em alguns livros, e em revistas de educação.
No primeiro capítulo, procuramos abordar a educação como um todo, falar dos teóricos
vistos, a relevância das abordagens feitas por alguns deles e as contribuições que deixaram
para a educação e para entendermos o desenvolvimento global da criança. Sem dúvida,
essas considerações históricas subsidiaram a nossa reflexão. O desenvolvimento mental,
social e criativo foram amplamente abordados para que pudéssemos entender a criança
como um todo.
No capítulo 2, abordamos a prática da sala de aula, o relato de experiência sobre o uso
da sucata com crianças de 4 e 5 anos. Sugestões de materiais a serem criados, idéias de
como montar um sucatário com as crianças.
Gostaríamos que as reflexões aqui descritasnão apenas professores, mas diretores,
coordenadores, funcionários, pais de alunos compreendessem a importância da reciclagem
de material para o meio ambiente, para a escola e para o aprendizado muito mais criativo e
dinâmico das crianças, sem que haja a necessidade da utilização de livros de exercício
para crianças desta faixa etária.
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