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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS–GRADUAÇÃO ‘LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE
Ferramentas Financeiras para Tomada de Decisão
Por: Ana Paula Ribeiro da Silva
Orientador:
Professor: Mário Luis Trindade
Rio de Janeiro Julho/2008
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS–GRADUAÇÃO ‘LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE
Ferramentas Financeiras para Tomada de Decisão
Apresentação de monografia ao conjunto Universitário Cândido Mendes como condição prévia para a conclusão do curso de Pós-Graduação em Finanças e Gestão Corporativa. Por: Ana Paula Ribeiro da Silva
Rio de Janeiro Julho/2008
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente a Deus por ter me projetado no percurso desta jornada. Aos meus familiares, por todo amor, dedicação e incentivo. E, a todos os meus amigos que de alguma forma me estimularam a prossegui.
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DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos novos membros da família, meus sobrinhos Anna Luiza e Guilherme.
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RESUMO
Neste trabalho serão apresentadas as ferramentas financeiras de análise de
desempenho que atualmente são utilizadas por administradores. Estas
ferramentas fornecem informações que para o administrador são de extrema
importância, pois é possível se avaliar o negócio, tomar decisões e detectar
deficiências da empresa.
Para tanto, será desenvolvido um conteúdo teórico que contempla a parte
conceitual e explicativa de três ferramentas financeiras: O ROI (Return on
Investment – Retorno sobre os Investimentos), o EVA®® (Economic Value Added -
Valor Econômico Agregado) e o MVA (Market Value Added -Valor de Mercado
Agregado).
O desenvolvimento deste trabalho será realizado com base em
demonstrações de uma empresa hipotética.
Uma ferramenta financeira será demonstrada e desenvolvida a partir da
fórmula do ROI, ferramenta largamente utilizada. Esta demonstração prática
contempla o cálculo do ROI das divisões da empresa, indicando a rentável sobre
um retorno mínimo desejado e a que não está proporcionando o retorno esperado.
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METODOLOGIA
O presente trabalho foi do tipo descritivo bibliográfico, elaborado baseado em
dados bibliográficos relevantes ao assunto, para tanto as fontes utilizadas foram
basicamente, livros, artigos, apostilas e materiais disponíveis na Internet.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO............................................................................................ 08
CAPÍTULO I. ROI – RERTONO SOBRE O INVESTIMENTO................... 11
CAPÍTULO II. EVA®® - O VALOR ECONÔMICO ADICIONADO.............. 17
CAPÍTULO III. MVA – O VALOR DE MERCADO ADICIONADO............. 25
CONCLUSÃO............................................................................................. 30
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................... 33
ANEXOS..................................................................................................... 35
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INTRODUÇÃO
Novas propostas de gestão têm surgido no decorrer dos últimos anos,
ampliando os conceitos e as práticas gerenciais utilizadas pelos gestores de um
empreendimento, com isso novos elementos estão sendo agregados aos
ambientes organizacionais.
O mercado está em constante transformação no Brasil e no mundo. A
globalização é uma realidade e suas conseqüências afetam os procedimentos
gerenciais, pois administradores e acionistas se preocupam com a escassez de
recursos financeiros, com a competitividade do mercado, com a qualidade e a
produtividade de seu negócio. Para o gestor estas preocupações são freqüentes e
por estes motivos existe a necessidade de avaliar o desempenho do negócio, pois
as empresas lutam constantemente por sua sobrevivência em meio à concorrência
tão feroz.
Frente a isso, profissionais atuantes na área de gestão empresarial buscam
construir conhecimentos diversificados de métodos e práticas gerenciais, que
auxiliem nas estratégias que se pretendem tomar para manter a empresa
competitiva no mercado e lucrativa financeiramente. O papel deste profissional da
equipe de gestão financeira passou a abranger o planejamento estratégico, além
dele ser responsável por outras atividades que estão sob o seu controle, como as
operações e análises financeiras, as operações de tesouraria, o planejamento
fiscal e as relações com os investidores. Tais conhecimentos são necessários,
para se obter respostas sobre o alcance dos retornos que a empresa está
proporcionando, e se os mesmos estão atendendo as expectativas dos acionistas.
Para tanto, um caminho bastante utilizado atualmente são as ferramentas
financeiras, medidas que têm contribuído de forma decisiva para a tomada de
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decisão. Algumas medidas podem ser utilizadas para avaliar o desempenho
econômico-financeiro de uma empresa. Os indicadores para análise são utilizados
como medidas de desempenho conforme os aspectos desejados de avaliação.
Para Gitman (2006, p.42), a análise de índices envolve métodos de cálculo
e interpretação de índices financeiros visando analisar o desempenho da
empresa.
Neste trabalho serão apresentadas como ferramentas financeiras, O ROI
(Return on Investment – o Retorno sobre os Investimentos), o EVA®® (Economic
Value Added – o Valor Econômico Agregado) e o MVA (Market Value Added – o
Valor de Mercado Agregado). Avaliadores que se aplicam nos parâmetros de
análise necessários e que se destacam no contexto empresarial.
Medir é importante. O que não é medido não é gerenciado. (KAPLAN e NORTON,
1997, p. 21).
A medição de desempenho empresarial não é uma preocupação recente
dos investidores e gestores de um negócio. Saber se o empreendimento é
saudável financeiramente é de extrema importância e o seu acompanhamento
deve ser constante.
Para Catelli (2001, p.298), a avaliação de desempenho diz respeito à
avaliação dos resultados gerados pelas atividades sob responsabilidade dos
gestores.
Em geral, o desempenho de uma empresa, tanto no Brasil quanto no
exterior, é avaliado por meio de índices, que têm como objetivos contornar
deficiências empresariais.
Horngren, Datar e Foster (2004, p.250), afirmam que a avaliação de
desempenho é parte integrante de qualquer sistema de controle gerencial. E citam
que para a elaboração dos indicadores de desempenho com base na
contabilidade, são necessárias seis etapas: (1) escolher indicadores de
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desempenho que se alinham com as metas financeiras da alta direção; (2)
escolher o horizonte de tempo de cada indicador de desempenho; (3) definir os
componentes do indicador de desempenho; (4) escolher uma fonte de avaliação
para cada indicador de desempenho; (5) escolher um nível-meta de desempenho;
(6) escolher a periodicidade do feedback.
Marques (2002, p. 223), relata que muitas medidas de desempenho podem
ser organizadas de uma maneira estruturada de modo a formar modelos
integrados. Tal autor, afirma que ao longo do tempo as medidas de desempenho
fornecem informações sobre o comportamento operacional da empresa, sobre
tudo quando comparado a outras sociedades do mesmo ramo de atividade.
Os objetivos financeiros de uma empresa estão ligados à lucratividade. As
medidas utilizadas para o alcance destes objetivos associam a receita contábil
gerada com o nível de capital investido, o retorno sobre os investimentos, o
retorno sobre o capital investido e o valor econômico e de mercado agregados.
Ferramentas financeiras que serão abordadas no decorrer deste trabalho.
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CAPÍTULO I
RETORNO SOBRE O INVESTIMENTO (ROI-RETURN ON INVESTMENT)
Neste tópico será apresentado o ROI - o Retorno sobre os investimentos,
sigla de Return on investment, uma medida de desempenho que para Assaf Neto
(2003, p.113), é uma das opções para se avaliar o retorno produzido pelo total de
recursos aplicados pelos investidores.
O objetivo favorito da alta gestão é maximizar a sua lucratividade. O ROI
demonstra a relação entre o lucro gerado pelos ativos e os investimentos
aplicados, portanto é uma ferramenta finnceira que considera o montante dos
ativos investidos e demonstra o retorno sobre estes ativos.
Padoveze (2000, p. 182), afirma que o ROI é um modelo muito utilizado,
pois ele permite avaliar o investimento na mesma linha de avaliação que é feita na
análise de balanço, através dos conceitos de rentabilidade do ativo e rentabilidade
do patrimônio líquido.
Já que a empresa tem por objetivo avaliar a sua capacidade quanto ao
retorno sobre seus ativos totais (investimentos), Warren, et al. (2003, p. 277),
mencionam que a avaliação da taxa de retorno sobre o investimento é muito útil
porque envolve em seu cálculo três fatores que estão sujeitos ao controle dos
gerentes, como as receitas, as despesas e os ativos investidos. Pelo que estes
autores afirmam, pode-se concluir, que os gestores de um negócio podem
manipular tais fatores mencionados, de forma que seja gerado um retorno maior,
sendo assim a forma pela qual os gestores empregam os ativos também é
avaliada por esta ferramenta financeira.
Tais autores, afirmam que por medir a rentabilidade relativa à soma dos bens
investidos em cada divisão, a taxa de retorno sobre o investimento pode ser usada
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para comparar as divisões. Ou seja, o ROI é uma medida de desempenho
divisional, que propõe as empresas de diversos segmentos avaliar o desempenho
de cada departamento, setor, lojas, projetos, entre outros. O ROI tem a vantagem
sobre o lucro como medida de performance, porque as empresas de modo geral
têm divisões de tamanhos diferentes.
Groppelli (2002, p. 480), refere-se ao ROI como sendo um índice que ajuda
a empresa a determinar o grau de sua eficiência para gerar lucro com os ativos
disponíveis.
Já para Gitman (2004, p. 55) o ROI mede a eficácia geral da administração
de uma empresa em termos de geração de lucros com os ativos disponíveis.
Quanto mais alto for, melhor.
Segundo Kassai, et al. (2000, p. 175), o Roi é um indicador que evidencia o
retorno propiciado pelas decisões de investimentos, avaliando se o
empreendimento foi atrativo economicamente. Tais autores, afirmam que esta
medida serve de parâmetro para avaliação do desempenho da empresa em
relação a períodos anteriores, em relação ao mercado concorrente e também
como sinalizador em relação ao custo de capitais de terceiros.
Iudicibus (1998, p. 88), comenta que o lucro do empreendimento deve se
relacionar a algum valor que expresse uma “dimensão” relativa do mesmo, para se
analisar como a empresa se saiu em um determinado período. Para ele, esta
dimensão ora pode ser quanto ao volume das vendas, ora ao valor de vendas, ora
ao valor do ativo total, ora ao valor do ativo operacional, ora ao valor do patrimônio
líquido ou ora ao valor do capital social. Ou seja, depende de como a empresa
deseja avaliar o seu retorno.
O ROI é um termo geral utilizado para descrever a taxa de algumas
medidas do lucro sobre algumas medidas de investimento.
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Para avaliar a performance interna da empresa, os gestores utilizam a
medida de desempenho sobre o valor do ativo total, que é calculada da seguinte
forma:
ROI= Lucro Operacional
Investimento
Exemplo:
Divisão A Divisão B Divisão C
Investimentos R$ 100.000 R$ 350.000 R$ 250.000
Lucro Operacional R$ 20.000 R$ 42.000 R$ 37.500
ROI 20% 12% 15%
Embora a divisão B tenha um lucro operacional maior, a sua taxa de retorno
sobre o investimento foi de 12%, que dentre as três divisões foi a mais baixa.
Portanto esta divisão, em relação aos ativos investidos é a menos lucrativa.
O ROI também pode ser analisado através de uma equação expandida:
ROI= Lucro Operacional x Vendas Líquidas_
Vendas Líquidas Ativos Investidos
Warren, et al. (2003 p. 278) afirmam que na equação expandida, a taxa de
retorno sobre o investimento é produto de dois fatores. O primeiro é a proporção
entre o lucro operacional e as vendas e o segundo fator é a proporção entre as
vendas e os ativos investidos, muitas vezes chamados de giro de investimento.
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O desmembramento da equação permite analisar de forma clara que o
acréscimo das vendas por si só não altera ao ROI. O ROI depende do lucro e do
nível de investimento.
Atkinson, et al. (2000, p. 641), concordam que o ROI é a relação entre o
lucro operacional e o investimento, mas relatam que o ROI pode ser calculado de
outros dois modos:
ROI = Retorno sobre Vendas x Giro dos Ativos
ROI = Eficiência x Produtividade
Tais autores (p. 642), registram que as equações que originaram o ROI são
a relação de receita operacional sobre as vendas e a relação de vendas com os
investimentos.
Outra forma de avaliar a performance interna da empresa, como dito
anteriormente, é a medida de desempenho sobre o valor dos ativos (lucro líquido),
o Retorno sobre os Ativos – ROA sigla de Return on Assets, que é calculada da
seguinte maneira:
ROA = Lucro Operacional
Ativo Total
Assaf Neto (2003,p. 112) cita que este indicador revela o retorno produzido
pelo total das aplicações realizadas por uma empresa em seus ativos.
Uma terceira forma de avaliar a performance interna da empresa, agora
como uma medida de interesse dos acionistas, é a medida de desempenho sobre
o valor do patrimônio líquido, o Retorno sobre o Patrimônio Líquido – ROE sigla de
Return on Equity, que é calculada segundo Gitman (2004, p. 55), da seguinte
forma:
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ROE = Lucro disponível para os acionistas ordinários
Patrimônio dos acionistas ordinários
O autor cita que este indicador mede o retorno obtido no investimento do capital
dos acionistas da empresa e afirma que quanto mais alto for o ROE, melhor para
os acionistas.
Lucro Residual
O lucro residual é uma outra medida de avaliação de desempenho
divisional. É o lucro produzido pela divisão além da taxa de retorno mínima
necessária.
Warren, et al. (2003 p. 280), definem que o lucro residual é o excesso de
rendimentos de uma operação sobre a soma mínima do rendimento desejado das
operações.
Padoveze (2000, p. 183), afirma que no lucro residual considera-se lucro
apenas a parcela do resultado que exceder a um predeterminado custo de capital.
Para este autor, a alta administração da empresa entende que cada divisão deve
gerar um lucro sempre superior ao custo de capital que foi necessário para
financiar os investimentos à disposição das divisões.
O lucro residual é calculado da seguinte forma:
Lucro Residual= Lucro Operacional (-) Investimentos x ROI alvo
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Exemplo:
Divisão A Divisão B Divisão C
ROI Necessário
10%
ROI Necessário
10%
ROI Necessário
10%
Investimentos R$ 350.000 R$ 700.000 R$ 500.000
Lucro Operacional R$ 70.000 R$ 84.000 R$ 75.000
Retorno mínimo
necessário
(Investimento x
ROI desejado)
R$ 35.000 R$ 70.000 R$ 50.000
Lucro Residual R$ 35.000 R$ 14.000 R$ 25.000
A divisão A tem o maior lucro residual, mesmo tendo o menor lucro
operacional. Isso porque ela tem o menor montante de ativos entre as três
divisões. Assim, seu montante mínimo de retorno é o menor.
“A maior vantagem do lucro residual, como medida de desempenho, é que
ele considera tanto a valor mínimo de retorno como montante de lucro operacional
gerado por divisão” (WARREN, et al.,2003 p. 281).
O ROI é uma forma de se avaliar o desempenho empresarial no que tange
aos ativos da empresa. Este avaliador de desempenho pode fornecer sinais
importantes sobre a gestão financeira com relação aos investimentos realizados,
bem como alertar sobre pontos merecedores de maior atenção.
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CAPÍTULO II
VALOR ECONÔMICO ADICIONADO - EVA®®ECONOMIC VALUE ADDED
Neste tópico será apresentado o EVA®® - o Valor Econômico Adicionado,
sigla de Economic Value Added, uma medida de desempenho que
apropriadamente leva em consideração todas as maneiras pelas quais o valor
pode ser agregado ou perdido.
Como o objetivo fundamental de qualquer investimento é a geração de
riqueza para o investidor, Brigham e Houston (1999, p.91), comentam que essa
necessidade de ganhar mais do que o custo de capital investido é uma das idéias
mais antigas no mundo do negócio.
Na avaliação de desempenho, é fundamental saber se os gestores
financeiros foram capazes de adicionar valor ao capital investido por seus
acionistas ou se estes foram responsáveis por sua destruição.
A empresa está usando o dinheiro dos investidores adequadamente?
Responder a esta pergunta é uma das principais responsabilidades e um dos
maiores desafios de um gestor financeiro. Kaplan e Norton (1997, p.53), afirmam
que as empresas devem equilibrar os retornos esperados com o gerenciamento e
o controle dos riscos. Ou seja, a geração de riqueza só é obtida quando ocorre a
relação de equilíbrio entre o risco e o retorno esperados.
No desempenho operacional de uma empresa deve ser avaliado o valor
econômico gerado, de forma consistente e com objetivo de maximizar a riqueza
dos acionistas. Para se agregar valor, este desempenho deve promover
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resultados que remunerem os proprietários de capital de valores acima do retorno
mínimo almejado. Essa riqueza é maximizada à medida que a criação de valor
mantenha-se e a empresa consiga elevar seus níveis de investimentos.
Para Assaf neto (2003, p. 375), o fato de uma empresa poder ou não criar
valor depende da qualidade de suas decisões financeiras. Essas decisões são
formadas por diversos elementos e estratégias, que se compõem basicamente, do
custo de capital, do giro e da margem de contribuição, do volume e da atividade,
da produtividade, da capacidade gerencial e do investimento.
O EVA®® baseia-se na noção do lucro econômico, que considera que a
riqueza só é gerada quando a empresa cobre todos os seus custos operacionais e
de capitais, ou seja, a empresa só agrega valor econômico quando for capaz de
produzir um retorno operacional maior que o custo de suas fontes de capital. Esse
excedente de remuneração expressa um acréscimo na riqueza dos proprietários e
promove condições de valorização de mercado da empresa.
Brigham e Houston (1999, p. 342), comentam que as empresas só são
realmente lucrativas e criam valor quando a sua receita é maior que o custo de
todo o capital que foram utilizados para o financiamento de suas operações.
O EVA®® é uma marca registrada nos Estados Unidos. Foi desenvolvido e
popularizado pela empresa de consultoria Stern Stewart. (BRIGHAM e
HOUSTON, 1999, p. 91). O EVA®® é definido pela Stewart, como sendo a
diferença entre o resultado operacional líquido de um investimento, após o
imposto de renda e o custo dos fundos utilizados para financiá-lo.
Gitman (2004, p. 14), comenta que o EVA®® é uma medida popular muito
utilizada pelas empresas para determinação de um investimento, e afirma que
esta medida contribui positivamente para a riqueza dos acionistas.
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Um investimento com EVA®® positivo supera o custo de capital da empresa
e, portanto cria a riqueza. Damodaran (2002, p. 171), relata que as empresas que
têm o EVA®® positivo, são empresas que estão gerando valor extra e as que geram
um EVA®® negativo estão destruindo valor.
Marques (2002, p. 280) comenta que o EVA®® se envolve em conflitos
envolvidos na criação de valor, e ainda o define como sendo a diferença entre a
taxa de retorno sobre o capital e o custo de capital, multiplicada pelo valor
econômico de registro do capital compreendido no negócio.
Atkinson, et al. (2000, p. 649), afirmam que o EVA®® como o retorno sobre o
investimento (ROI), avalia a receita relativa ao nível de investimento requerido
para se ganhar tal receita.
O EVA®® pode ser utilizado para evidenciar se a remuneração do dinheiro
aplicado superou o patamar mínimo desejado pelos investidores, considerando o
risco associado ao negócio e quanto obteriam se colocassem este dinheiro em
outra opção de investimento.
O EVA®® proporciona uma medida mais adequada que o lucro contábil. Com
o tempo a correlação entre o preço da ação e o lucro por ação se torna mais forte.
A apuração do lucro inclui somente o custo do capital de terceiros, que são as
despesas financeiras, ao passo que o EVA®® utiliza o custo total de capital, tanto o
capital de terceiros quanto o capital próprio, que é um tipo de capital geralmente
alto. Além disso, os gastos com pesquisas e desenvolvimento (P&D) são tratados
como investimentos em produtos ou processos futuros e são considerados como
ativos, e não como despesa. Um EVA®® crescente pode sinalizar elevações futuras
do preço da ação.
As empresas que se utilizam desta ferramenta, acreditam que o EVA®®
possibilita um desempenho em geral superior. Os administradores que aplicam o
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EVA®® se concentram em alocar a gestão nos ativos, e não apenas nos lucros
contábeis. Essas empresas tendem a acelerar o desenvolvimento de novos
produtos, mesmo que em curto prazo o lucro seja reduzido. Mas embora isto
ocorra, o custo de um novo empreendimento será considerado como despesa e,
portanto o imposto de renda também reduzirá e conseqüentemente o fluxo de
caixa aumentará.
Alguns dos motivos para as empresas adotarem o EVA®® como métrica de
desempenho, são os seguintes: (1) os interesses dos acionistas e da
administração são tratados da mesma forma, encorajando o pessoal a pensar e
agir como donos; (2) é de fácil compreensão e aplicação; (3) ajusta-se aos
esforços para as melhorias operacionais, porque o sucesso requer uma melhoria
contínua do EVA®®; (4) correlaciona-se mais fortemente ao valor de mercado que
qualquer outra medida de desempenho operacional; (5) une-se diretamente às
expectativas do investidor através das melhorias objetivadas pelo EVA®®; (6)
enfoca o desempenho em longo prazo usando um banco de bônus e objetivos pré-
determinados de melhoria; (7) fornece uma linguagem comum para medida de
desempenho, apoio à decisão, compreensão e comunicação; (8) serve como
referencial central de um processo de implementação de estratégias.
Damodaran (2002, p. 171) refere-se ao EVA®® como sendo uma agregação
de valor que chamou atenção das empresas interessadas em aumentar o seu
valor e também dos administradores interessados em carteiras de ações para
bons investimentos.
Para o cálculo do EVA®®, o resultado líquido das demonstrações de lucros e
perdas é ajustado de maneira a transformar os critérios contábeis em lucro
econômico. Em seguida, subtrai-se do lucro econômico o custo do capital
necessário para gerá-lo. Da mesma forma que o resultado contábil, também o
capital investido pelos acionistas parte de informações contábeis que passam por
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vários ajustes até que se obtenha o capital econômico, como demonstra a
estrutura a seguir:
Lucro Operacional
( - ) IR/CSL
( - ) Custo Capital de terceiros
( = ) Lucro Líquido
( - ) Custo do capital próprio
( = ) EVA®®
Exemplos práticos:
1º caso: Uma empresa com lucro operacional de R$ 410.000, uma alíquota de
IR/CSL de 34%, com custo de capital próprio de R$ 75.000 e um custo de
financiamento de R$ 55.000. O seu EVA®® será de:
Lucro Operacional
( - ) IR/CSL
( - ) Custo Capital de terceiros
( = ) Lucro Líquido
( - ) Custo do capital próprio
( = ) EVA®®
410.000 139.400 55.000
215.600
75.000 140.600
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Neste exemplo o EVA®® foi positivo, o que significa dizer que a empresa gerou um
lucro capaz de cobrir o custo de capital de terceiro e o custo de capital próprio e
ainda remunerar os seus acionistas além da sua expectativa. Neste caso, além de
manter os acionistas satisfeitos, a empresa consegue atrair novos investidores.
2º caso: Uma empresa com lucro operacional de R$ 100.000, uma alíquota de
IR/CSL de 34%, com custo de capital próprio de R$ 25.000 e um custo de
financiamento de R$ 45.000. O seu EVA®® será de:
Lucro Operacional
( - ) IR/CSL
( - ) Custo Capital de terceiros
( = ) Lucro Líquido
( - ) Custo do capital próprio
( = ) EVA®®
100.000 34.000 45.000
21.000
25.000 (4.000)
Neste segundo exemplo o EVA®® foi negativo, o que significa dizer que a
empresa não foi capaz de gerar lucro para cobrir o custo de capital de terceiro e o
custo de capital próprio e não gerou riqueza suficiente para remunerar os
acionistas. Neste caso os investidores podem migrar para outros investimentos,
pois estão sendo remunerados abaixo da expectativa.
3º caso: Uma empresa com lucro operacional de R$ 350.000, uma alíquota de
IR/CSL de 34%, com custo de capital próprio de R$ 198.000 e um custo de
financiamento de R$ 33.000. O seu EVA®® será de:
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Lucro Operacional
( - ) IR/CSL
( - ) Custo Capital de terceiros
( = ) Lucro Líquido
( - ) Custo do capital próprio
( = ) EVA®®
350.000 119.000 33.000
198.000
198.000 0
Neste terceiro exemplo o EVA®® foi igual a zero, o que significa dizer que a
empresa gerou um lucro capaz de cobrir o custo de capital de terceiro e o custo de
capital próprio. Em outras palavras a empresa gerou riqueza suficiente para
remunerar os capitais investidos. Neste caso os acionistas e os credores ficam
satisfeitos.
Após o calculo do EVA®®, o gestor deve analisar a pertinência do resultado
obtido. Conforme o caso, pode tomar iniciativas no sentido de aumentar a riqueza
gerada pelas operações. Ou seja, tentando aumentar o EVA®®.
O EVA®® é uma maneira fundamental de medir e gerir o desempenho
empresarial, e é de interesse dos gestores que se mantenha positivo e crescente.
O EVA®® aumenta quando a eficiência operacional é alcançada e quando o valor
das adições de um novo empreendimento for otimizado.
Marques, (2002, p. 280), cita algumas formas para se alcançar um aumento
do EVA®®: (a) quando a taxa de retorno ganha sobre a base de capital existente,
isto é, mais lucros operacionais são gerados sem a obtenção de qualquer recurso
adicional do negócio; (b) quando o capital adicional do negócio é investido em
projetos que retornam mais que o custo em se obter o novo capital; (c) quando
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capital é liquidado ou o investimento adicional é contido em operações abaixo do
padrão, nos quais os retornos inadequados estavam sendo, ou seriam ganhos.
Para a empresa não perder valor para os acionistas é importante que no
mínimo a taxa de retorno do capital investido nas operações seja igualada ao
custo médio ponderado dos capitais empregados, de terceiros ou próprios.
Qualquer decisão bem sucedida que vise a alguma das três estratégias citadas
anteriormente ou combinações delas produz efeito na criação de valor para
organização do EVA®®.
Damodaran (2002, p. 171) acrescenta que embora o EVA®® seja
normalmente calculado utilizando o capital total, ele pode ser facilmente
modificado para se tornar uma medida de patrimônio líquido:
EVA®® do PL = Retorno sobre o patrimônio líquido x custo do patrimônio liquido
Pode-se concluir que o EVA®® é uma ferramenta de extrema utilidade para a
gestão estratégica de uma empresa. Tem a capacidade de resumir as
oportunidades de negócio, bem como os riscos associados, e servir como
indicador de desempenho econômico, em torno do qual os esforços de todos os
interessados se aglutinam. O EVA®® serve como base de avaliação de
desempenho, planejamento da estrutura de capitais e programa de remuneração
variável. Com ele a empresa pode contar com uma linguagem homogênea,
facilitadora do processo de planejamento estratégico, pois proporciona melhor
entendimento das oportunidades de negócios. Cabe aos gestores financeiros
compreender e disseminar a aplicação destes parâmetros de avaliação, no sentido
de contribuir financeiramente para com a empresa.
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CAPITULO III
O VALOR DE MERCADO ADICIONADO - MVA– MARKET VALUE ADDED
Neste tópico será apresentado o MVA, o Valor de Mercado Adicionado, sigla
de Market Value Added, também conhecido como Goodwill, uma ferramenta
financeira que compara o valor de mercado da empresa com o valor total investido
ao longo do tempo por seus investidores.
O MVA serve para avaliar o valor de mercado de uma empresa e tem por
objetivo medir a criação de valor. Brigham e Houston (1999, p.11), afirmam que a
maximização da riqueza dos acionistas é o principal objetivo das decisões
gerenciais, pois considera o risco e o tempo esperados, a fim de maximizar o
preço das ações da empresa.
Qual o valor da sua empresa? Obter esta resposta torna-se possível através
do cálculo do MVA. Para os proprietários, saber quanto está valendo o negócio é
de fundamental importância, pois quando a empresa começa a agregar valor o
risco diminui e quando o contrário acontece, este risco aumenta.
É importante ressaltar que nem sempre o aumento de preço no mercado de
ações traz resultados que geram riquezas para o acionista. A variação de preço
pode advir tanto da criação ou destruição de riqueza, quanto de um aumento ou
diminuição de capital sem que tenha havido qualquer alteração na riqueza.
Ao contrário do EVA®®, que representa o valor econômico adicionado
apenas por períodos passados ou projetados, o MVA para ser encontrado faz-se
necessário o acúmulo do EVA®®, ou seja, o MVA á a soma dos EVAs®® trazidos a
valor presente.
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Para Marques (2002, p. 300), o MVA expressa quanto em unidades
monetárias o mercado atribui à organização acima do montante de seu
investimento corrente (capital).
Para Assaf Neto (2000, p.242), o investimento do acionista revela
atratividade econômica somente quando a remuneração oferecida for suficiente
para remunerar o custo de oportunidade do capital próprio aplicado no negócio, e
ainda afirma, que a empresa destrói o valor quando, mesmo apurando o lucro
contábil, seu montante não consegue cobrir o custo mínimo de oportunidade de
capital investido. O retorno oferecido não se mostra capaz de remunerar o risco
assumido pelo acionista, formando um MVA negativo, indicativo de destruição de
valor.
O MVA corresponde ao valor dos ativos intangíveis, que podem ser: (1) o
capital humano; (2) os ativos estruturais de inovação e relacionamento; (3) cartela
de clientes; (4) marca registrada; (5) localização estratégica, entre outros. Sendo
assim, parte da geração do valor econômico agregado é atribuída a mais de um
intangível, por este motivo é importante que se reconheça a importância de cada
intangível para geração de riqueza.
O EVA®® depende da atuação dos gestores da empresa, já o MVA depende
dos fatores externos do mercado, podendo ser calculado por qualquer agente
interno ou externo à organização, pois depende apenas destas informações
públicas.
Alguns conceitos precisam ser apresentados, antes de ser demonstrado a
fórmula do MVA, tais como:
Capital próprio – Fundos de longo prazo fornecidos pelos proprietários da
empresa, os acionistas.(GITMAN, 2004, p. 717).
Capital de Terceiros – Todo capital de longo prazo obtido por empréstimo pela
empresa, incluindo as obrigações emitidas. (GITMAN, 2004, p. 717).
27
WACC (Weighted average cost of capital) - Custo médio ponderado de capital,
ou simplesmente, custo de capital. Representa o custo de oportunidade da
empresa obtido pela ponderação dos custos dos capitais próprios e de terceiros
com as respectivas participações no total de capital (passivo + patrimônio líquido).
(KASSAI, et al. 2002, p. 35).
O MVA através do EVA®®, pode ser calculado da seguinte maneira:
MVA == EVA®®
WWAACCCC
Kassai, et al. (2002, p. 35), afirmam que esta equação evidencia que a
parcela do valor da empresa, excedente ao montante de seus investimentos, é
representada pelo valor presente dos EVAs®® futuros, considerando-se a
perpetuidade e o WACC, como taxa de desconto.
Uma outra forma para se calcular o MVA, é através da avaliação do
patrimônio líquido, pela cotação de suas ações, que é calculado da seguinte
forma:
MVA = nº de ações x cotação – Patrimônio Líquido Contábil
Exemplo prático:
Uma empresa investiu em sua atividade operacional um montante equivalente a
R$ 1.000.000, sendo 60% financiado com recursos próprios e o restante com
capital de terceiros. O custo de capital de terceiros, já líquidos o imposto de renda
é de 10% e a remuneração prometida aos acionistas é de 18%. O lucro
operacional do período foi de R$ 420.000 e cada R$ 1.00 de seu capital próprio
corresponde a uma ação que está cotada na Bovespa, atualmente por R$ 4,33. O
seu MVA será de:
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O MVA através do EVA®®, é calculado desta forma:
Lucro Operacional
( - ) Custo Capital de terceiros
( = ) Lucro Líquido
( - ) Custo do capital próprio
( = ) EVA®®
420.000
40.000
380.000
108.000
272.000
MVA == 272.000 MVA = 1.942.857
00,,1144
O valor de mercado da empresa é igual à: 1.942.857 + 1.000.000 = 2.942.857
O MVA de mercado (cotação das ações) é calculado desta forma:
Capital de terceiros
(+ ) Patrimônio Líquido (600.000 x 4,33)
( = ) Valor da Empresa
( - ) Investimentos
( = ) MVA
400.000
2.598.000
2.998.000
1.000.000
1.998.000
O valor de mercado da empresa é igual à: 1.998.000 + 1.000.000 = 2.998.000
Pode-se verificar que tanto pelo método que se baseia no desempenho interno
(EVA) como pelo método que tem por base o mercado de capitais, os valores
encontrados foram muito próximos. Kassai, et al. (2002, p. 36), comenta que
29
existindo uma situação normal e de equilíbrio, estabelece-se uma hipótese de que
a razão entre esses dois resultados deva ser igual ou próximo à unidade. Neste
exemplo esta razão se estabelece, como demonstrado a seguir:
MVA (mercado de capitais) = 1.998.000 = 1,03
MVA (pelo EVA) 1.942.857
O MVA reflete a percepção do mercado em relação à sua capacidade de
criar valor. Ele resume o valor que o mercado atribui às suas operações, à sua
habilidade de alocar recursos, à administração, aos recursos humanos, materiais e
tecnológicos de que dispõe e ao valor presente líquido dos seus projetos futuros e
em andamento.
30
CONCLUSÃO
Este trabalho procurou apresentar as principais maneiras de avaliar o
desempenho econômico e financeiro das empresas. Através do emprego dos
indicadores apresentados, verificou-se que todos são de bastante utilidade para a
gerência financeira. Os métodos de avaliação têm a vantagem de nutrir os
gestores de um conjunto de informações que servem de parâmetros para a
tomada de decisões.
Mais importante do que ter uma posição financeira da empresa, estes avaliadores
demonstram os efeitos sobre a rentabilidade empresarial e os seus valores
agregados, sejam eles econômicos ou de mercado.
Pode-se observar que cada empreendimento possui uma estrutura de composição
diferente de recursos. Toda boa administração financeira deve sempre propor que
o investimento ou uso de capital mereça uma rigorosa análise de viabilidade.
Não basta somente ter as informações, é preciso que se façam projeções e que se
tomem decisões. Para tanto, é essencial que o gestor domine as ferramentas
financeiras e tenha bons conhecimentos contábeis, para ser capaz de manter a
lucratividade da empresa e a satisfação dos proprietários do empreendimento.
Das três medidas apresentadas, foi possível observar a potencialidade do EVA®®
em avaliar o desempenho passado da empresa, ele possibilita a identificação dos
pontos que devem ser focados na estratégia de criação de valor, além de permitir
uma visão divisional do processo de criação ou destruição de valor de uma
empresa. O MVA, através dos dados do mercado financeiro, avalia os ativos a
preço de mercado, alem de contribuir para o melhor desempenho da gestão
empresarial. Já o ROI, é uma ferramenta de avaliação que correlaciona o lucro
com os ativos empregados para gerá-los.
Tendo como objetivo da gestão a maximização da lucratividade, esta relação
fornece dados importantes e motiva as pessoas envolvidas a atingir determinados
objetivos, como veremos no modelo prático a seguir:
31
Modelo Prático: A Cia. Mix, empresa hipotética atuante no comércio varejista
está atualmente preocupada em avaliar o seu desempenho, sobre os
investimentos aplicados por seus proprietários. A empresa possui dois pontos de
venda em regiões diferentes. É de interesse do gestor financeiro avaliar o retorno
sobre os investimentos de forma individual. A empresa julga importante adotar
uma avaliação analítica do retorno sobre o investimento operacional, com base em
relatórios financeiros fornecidos e elaborados em moeda corrente, dados esses
que serão apresentados mais adiante.
O gestor almeja um retorno sobre os investimentos de 25%, pois considera
este percentual satisfatório e aceitável para atender as expectativas dos
acionistas.
Apuração dos Resultados: Diante do exposto e dentre as ferramentas
financeiras apresentadas neste trabalho, a melhor avaliação e a que possibilita
atender a solicitação do gestor da empresa Mix é o ROI. Ele expôs as
necessidades e suas expectativas e deixou claro que precisa de uma avaliação
por cada ponto de venda. O ROI é a melhor medida divisional para ser aplicada
neste caso, pois é uma medida individual de avaliação de desempenho.
A partir das informações financeiras da Cia MIX constates no anexo
deste trabalho, será demonstrada uma planilha elaborada para o cálculo do ROI
que possibilitará ao gestor financeiro tomar suas decisões sobre diversos
aspectos.
32
Cálculo do ROI
RIO DE JANEIRO SÃO PAULO
( A ) Total do Ativo $
81.263.00
$
58.594.00
$139.857.00
( B ) Lucro Operacional do
Período
$
17.590.00
$
15.700.00 $
33.290.00
ROI Meta 25% 25%
ROI Alcançado (B / A) 21.65% 26.79%
O cálculo demonstra o resultado do retorno sobre o investimento alcançado por
cada divisão do negócio. Pode-se verificar, que uma das divisões resultou em um
índice acima do retorno almejado de 25%. Já a outra divisão não atingiu tal meta.
A avaliação desse índice segundo Gitman (2004, p. 48), indica a eficiência
com que a empresa usa seus ativos para gerar vendas. Através deste índice o
gestor pode avaliar se para cada investimento há uma correspondente receita de
vendas.
Analisando os demonstrativos e o resultado pode-se observar que a
divisão São Paulo tem um bom nível de vendas, suas despesas são compatíveis
com o volume de receita gerado e os seus investimentos em conseqüência
mantem-se bem aplicados, por estes motivos o retorno sobre os investimentos
superaram as expectativas.
Já para melhorar o ROI da divisão Rio de Janeiro que atingiu um índice inferior a
25%, mesmo tendo um volume de vendas superior e um investimento maior com,
o melhor a se fazer será a reduzir seus estoques e traçar estratégias para
aumentar o volume das vendas.
33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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34
KASSAI, José Roberto.; KASSAI, Silvia. ASSAF NETO, Alexandre. Índice de Especulação de Valor Agregado – IEVA. Revista de Contabilidade e Finanças, número 30, páginas 32 – 45, USP, 2002. MARQUES, João Augusto Veiga da Costa. Análise Financeira das Empresas: Liquidez, Retorno e Criação de Valor – 1ª ed. Rio de Janeiro: UFRJ, 2002. PADOVEZE, Clóvis Luis. Contabilidade Gerencial: Um Enfoque em Sistema de Informação Contábil – 3ª ed. São Paulo: Atlas, 2000. WARREN, Carl S.; REEVE, James M.; FESS, Philip E. Contabilidade Gerencial – 6ª ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003.
35
ANEXOS ANEXO 1. DRE – CIA MIX
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO MIX CONFECÇÕES LTDA - 2007
RIO DE JANEIRO SÃO PAULO 1- RECEITAS SOBRE VENDAS 60,000.00 56,000.00 1.1 - Receitas sobre vendas à vista 25,000.00 27,000.00 1.2 - Receitas sobre vendas a prazo 35,000.00 29,000.00 2 - CUSTOS VARIÁVEIS DE PRODUÇÃO 7,150.00 6,950.00 2.1 - Custo da mercadoria vendida 5,000.00 4,500.00 2.2 - Manutenção de equipamentos 250.00 200.00 2.3 - Fretes sobre compras 650.00 600.00 2.4 - Serviços de terceiros 400.00 350.00 2.5 - Prêmio Produtividade 250.00 200.00 2.6 - Equipamentos de segurança 100.00 150.00 2.7 - Material de embalagem 300.00 700.00 2.8 - Gastos gerais de fabricação 200.00 250.00 3 - CUSTOS VARIÁVEIS DE VENDA 3,750.00 3,600.00 3.1 - ICMS 170.00 200.00 3.2 - IPI 250.00 250.00 3.3 - ISS 1,350.00 1,300.00 3.4 - PIS/COFINS/CSLL 1,680.00 1,400.00 3.5 - Frete sobre vendas 100.00 200.00 3.6 - Comissões sobre vendas 200.00 250.00 4 - CUSTO VARIÁVEL TOTAL (2 + 3) 10,900.00 10,550.00 5 - MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO (1 - 4) 49,100.00 45,450.00 6 - CUSTOS FIXOS 31,510.00 29,750.00 6.1 - Mão-de-obra direta + encargos 16,000.00 15,000.00 6.2 - Hora extra sem mão-de-obra direta 2,000.00 2,500.00 6.3 - Mão de obra indireta + encargos 3,500.00 3,100.00 6.4 - Hora extra indireta + encargos 300.00 300.00 6.5 - Telefone 350.00 400.00 6.6 - Pró-labore 5,000.00 5,000.00 6.7 - Material de expediente 150.00 100.00 6.8 - Despesas com correio 250.00 200.00 6.9 - Seguros 300.00 300.00 6.10 - Despesas de viagem 340.00 400.00 6.11 - Combustívele e lubrificantes 150.00 50.00 6.12 - Manutenção de veículos 120.00 60.00 6.13 - Honorários de advogados 130.00 70.00 6.14 - Honorários contábeis 140.00 80.00 6.15 - Seguro imóvel 150.00 90.00 6.16 - Depreciação 60.00 100.00 6.17 - Despesas com farmácia 170.00 200.00 6.18 - Manutenção de edifício 180.00 300.00 6.19 - Água 190.00 200.00 6.20 - Impostos e taxas municipais 200.00 200.00 6.21 - Despesas com propaganda 210.00 300.00
36
6.22 - Contribuição sindical 120.00 200.00 6.23 - Vale transporte 400.00 100.00 6.24 - Energia elétrica 400.00 200.00 6.25 - Material de limpeza 500.00 200.00 6.26 - Despesas diversas 200.00 100.00 7 - LUCRO OPERACIONAL (5 - 6) 17,590.00 15,700.00 8 - INVESTIMENTOS 9,500.00 5,200.00 8.1 - Leasing de veículos 2,500.00 2,500.00 8.2 - Leasing de máquinas 1,500.00 1,500.00 8.3 - Consórcio 500.00 500.00 8.4 - Imobilizado 5,000.00 700.00 9 - DESPESAS FINANCEIRAS 1,806.00 1,808.00 9.1 - Taxas bancárias 150.00 180.00 9.2 - Juros sobre cheque especial 250.00 300.00 9.3 - Juros com fornecedores 56.00 78.00 9.4 - Juros sobre empréstimos bancários 800.00 900.00 9.5 - Juros sobre empréstimos de terceiros 200.00 200.00 9.6 - Juros sobre desconto de duplicatas 350.00 150.00 10 - RECEITAS FINANCEIRAS 400.00 320.00 10.1 - Juros sobre aplicações 200.00 200.00 10.2 - Juros sobre duplicatas de clientes 200.00 120.00 11 - CONTRIBUIÇÃO SOCIAL 250.00 250.00 12 - I.R.P.J. 170.00 140.00 14 - LUCRO LÍQUIDO 6,264.00 8,622.00
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ANEXO 2. ATIVOS CIA MIX
DEMONSTRAÇÃO DE ATIVOS TOTAIS
MIX CONFECÇÕES LTDA - 2007
DIVISÕES
RIO DE JANEIRO SÃO PAULO Total Giro Caixa $ 1,556.00 $ 120.00 $ 1,676.00 Bancos $ 6,500.00 $ 2,030.00 $ 8,530.00 Aplicações Financeiras $ 1,500.00 $ 566.00 $ 2,066.00 Total Giro $ 9,556.00 $ 2,716.00 $ 12,272.00 Contas a Receber Clientes $ 18,772.00 $ 27,612.00 $ 46,384.00 Total Contas a Receber $ 18,772.00 $ 27,612.00 $ 46,384.00
Estoques Estoques para consumo $ 27,268.00 $ 12,598.00 $ 39,866.00 Total Estoques $ 27,268.00 $ 12,598.00 $ 39,866.00 Permanente Investimentos Imobilizado $ 25,667.00 $ 15,668.00 $ 41,335.00 Diferido Total Permanente $ 25,667.00 $ 15,668.00 $ 41,335.00 Total do Ativo $ 81,263.00 $ 58,594.00 $ 139,857.00