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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA DISLEXIA: PROLEMAS, DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÔES Por: Rita de Cassia Defelippe Guimarães Orientador Profª. Simone Ferreira Niterói 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

DISLEXIA: PROLEMAS, DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÔES

Por: Rita de Cassia Defelippe Guimarães

Orientador

Profª. Simone Ferreira

Niterói

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

DISLEXIA: PROLEMAS, DIAGNÓSTICOS E INTERVENÇÔES

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Psicopedagogia.

Por: Rita de Cassia Defelippe Guimarães

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EPÍGRAFE

O segredo é não correr atrás das borboletas... é cuidar dos jardins para que

elas venham até você.

(Mário Quintana)

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, o que seria de mim

sem a fé que eu tenho Nele.

A minha amada mãe, que com a sua

presença e seu olhar carinhoso,

acalma o meu coração. Ao meu amado

pai (in memorian), que juntos foram

exemplos de vida, e não mediram

esforços para o meu sonho se tornar

realidade. Ao meu amado esposo,

amigo e companheiro de todas as

horas. Aos meus queridos filhos,

presentes de Deus, pelo incentivo de

todos os dias. Aos meus adorados

netos, que são a alegria da minha vida.

A minha querida nora, adorável amiga.

Meus irmãos, cunhados, tios e

sobrinhos. Aos professores, pela

paciência e atenção, disponibilizadas

em sala de aula. E especialmente a

minha orientadora Simone Ferreira,

pelo carinho, compreensão, apoio, e

ensinamentos dispensados à

concretização desta monografia.

Colegas de turma, por fazerem parte

da minha história. Aos amigos, e toda

família que, com muito amor e carinho,

estiveram presentes me ajudando para

concluir mais uma etapa de minha vida.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a minha amada mãe

Zilka, ao meu amado pai Darcy (in

memorian), aos meus queridos filhos,

Raphael e Rodrigo, aos meus adorados

netos, Rayane e Renan, a minha querida

nora Luciana, ao meu amado esposo

Mauro, aos meus irmãos, cunhados, tios e

sobrinhos, pessoas especiais em minha

vida, familiares e amigos.

Enfim, a todos que de alguma forma

tornaram este caminho mais fácil de ser

percorrido.

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RESUMO

A presente monografia teve como objetivo descrever a dislexia,

demonstrando seus principais aspectos, tipos, e os tratamentos possíveis.

Embora a dislexia seja uma dificuldade presente em sala de aula, ela é de

difícil entendimento e por este motivo, muitas vezes as crianças com essa

dificuldade, passam a ser mal interpretada, dificultando assim o diagnóstico.

Por este fato, é necessário que os professores estejam atentos, sobre o que é

a dislexia, evitando assim o diagnóstico tardio, o que dificulta no tratamento. A

prática psicopedagógica mais moderna tem mostrado que, mesmo na

ignorância a criança tem se mostrado persistente certamente por elaborar

mecanismos inteligentes de defesa ou de manutenção de uma dinâmica grupal

na qual se encontra inseridas. Contudo fica indispensável ressaltar que equipes

multidisciplinares compostas por médicos, pedagogos, psicopedagogos,

psicólogos, professores entre outros como pais envolvidos, cada vez mais se

colocam a serviço dos casos de problemas de aprendizagem, colaborando

para que as crianças encaminhadas possam desfrutar plenamente sua

cidadania.

Palavras Chave: Dislexia, Problemas, diagnósticos e intervenções

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METODOLOGIA

A importância de um trabalho de pesquisa, são seus aspectos

metodológicos, onde indicará sua eficácia.

O presente estudo fundamenta-se em bases práticas e teóricas

voltadas para a pesquisa bibliográficas, cujos autores mostram com sabedoria

suas vivências e estudos em relação à questão a ser desenvolvida no decorrer

do trabalho.

Assim, estarão disponibilizadas obras compostas por saberes

científicos que auxiliarão na fundamentação teórica no processo de busca a

novos aprendizados em relação ao tema proposto.

Portanto, farão parte desse referencial, os artigos, revistas, jornais,

livros, bem como sites da internet, que são de igual importância para aquilo que

se pretende realizar.

Dentre os autores consultados que fundamentaram a pesquisa,

encontram-se Luciana Alves Mendonça, Renata Mousinho, Simone Aparecida

Capellini e Vicente Martins.

Em princípio, espera-se selecionar algumas obras mais significativas

a respeito do tema. Depois disso, busca-se encontrar os melhores textos para

a análise, que tratam sobre o transtorno da dislexia.

Os referidos autores basearam-se em pesquisas que permitam

identificar os sinais da dislexia para ajudar os alunos disléxicos na sua vida

escolar, para que eles possam ter um futuro melhor. Pois, é grande a

preocupação dos professores com a falta de interesse dos alunos e o baixo

rendimento escolar.

Finalmente, sabe-se da importância do Psicopedagogo como

elemento da equipe multidisciplinar que trabalha em prol do desenvolvimento

do educando com qualidade, procurando não somente sanar o problema no

âmbito escolar, como no seio familiar, e na sociedade em que vive.

Proporcionando novas possibilidades para que a escola comece a reverter o

quadro da evasão desses alunos.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I - A Dislexia 11

CAPÍTULO II - Tipos de Dislexia 26

CAPÍTULO III – O Papel do Professor 32

CONCLUSÃO 43

ANEXOS 45

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 62

WEBGRAFIA 64

ÍNDICE 65

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INTRODUÇÃO

Estima-se que a dislexia acometa entre 10% e 15% da população

mundial. Este transtorno da aprendizagem aparece claramente na escola, onde

a criança falha no processo de aquisição da linguagem. O problema pode ser

decorrente de algumas falhas nas conexões cerebrais.

Acredita-se que atualmente no Brasil, existam cerca de 15 milhões de

pessoas que possuem algum tipo de necessidade especial, e estas podem ser

bem diferenciadas como por exemplo a mental, auditiva, visual, física, de

conduta ou várias deficiências em conjunto. Diante deste panorama, avalia-se

que cerca de 90% das crianças que estão cursando a educação básica

enfrentam algum transtorno de aprendizagem relacionado à linguagem como a

disgrafia, disortografia e a dislexia que é o tema central dessa pesquisa.

(DAVIS, 2004).

A habilidade dos disléxicos em determinadas áreas é muito grande,

mas, o transtorno de aprendizagem resultam em uma discrepância entre o seu

potencial intelectual e seu desempenho escolar. O transtorno da

aprendizagem, causados pela dislexia, pode ser desastroso em sua vida. O

diagnóstico e acompanhamento, adequado tornarão as implicações emocionais

quase imperceptíveis.

A dislexia é uma incapacidade específica de aprendizagem, de

origem neurológica e genética, caracterizada por dificuldades na leitura e na

escrita. O portador tem problemas para identificar automaticamente as palavras

e realizar uma leitura fluente, correta e compreensiva, embora seu cérebro seja

normal. Por ser um dos transtornos de aprendizagem mais discutidos na

atualidade entre autores, educadores e a sociedade como um todo, acredito

ser um tema importante a ser pesquisado no curso de Psicopedagogia

Institucional.

Esse é um transtorno que abrange: leitura, escrita, e soletração ou

uma combinação de duas ou três desta. Caracteriza-se por alterações

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quantitativas e qualitativas, total ou parcialmente irreversíveis. É o transtorno

do aprendizado mais freqüentemente identificado na sala de aula.

Sabe-se que a dislexia não é preguiça, falta de atenção,

desmotivação, condição sócio-econômica ou baixa inteligência. Através de

pesquisas, descobriu-se que ela atinge mais pessoas do sexo masculino do

que o feminino.

A dislexia, os problemas que acarretam e as possíveis intervenções

para que a aprendizagem ocorra de maneira eficiente e eficaz.

Quanto mais cedo for diagnosticada a dislexia maior a chance de

corrigir as falhas nas conexões cerebrais.

Esta monografia trata sobre a dislexia ou seja, um transtorno

especifico do processamento lingüístico. Estabelecendo critérios educativos

comuns, diagnosticando indivíduos com transtorno da aprendizagem, da leitura

e escrita, propiciando importantes trocas de informações, experiências entre

profissionais, escola e família. Assim, este estudo tem como base em uma

pesquisa teórica, partindo do conceito de dislexia, a história da dislexia no

Brasil, apresentando a identificação do disléxico e sua hereditariedade, o que

fazer quando a criança é disléxica, como também alguns pontos sobre a

interação da família/ escola e professores na aprendizagem destes alunos.

Ressalta- se ainda que este trabalho não têm a intenção de apresentar

modelos prontos e pré-determinados, indicando receitas possíveis de soluções.

A intenção desta pesquisa é demonstrar que a dislexia não tem cura,

mas tem como ser tratada e acompanhada.

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CAPÍTULO I

DISLEXIA

“Quando leio, somente escuto o que estou lendo e sou incapaz de

lembrar da imagem visual da palavra escrita”.

(Albert Einstein)

A dislexia é um transtorno genético e hereditário presente em

aproximadamente 10% da população mundial, muitas vezes confundida com

déficit de atenção, problemas psicológicos, sendo que esse transtorno se

caracteriza pela dificuldade do indivíduo em decodificar símbolos, ler, escrever,

soletrar, compreender um texto, reconhecer fonemas, exercer tarefas

relacionadas à coordenação motora; e pelo hábito de trocar, inverter, omitir ou

acrescentar letras/ palavras ao escrever.

Condemarin, marlys (1986), a dislexia se manifesta através de um

conjunto de sintomas que revelam uma disfunção parietal ou parietal

occipital,que afeta a aprendizagem da leitura em padrões que podem variar do

leve ao severo.

Já, para Fonseca (1995), a dislexia é um sintoma caracterizado

quando a criança não tem a capacidade de leitura fluente ou não consegue

encontrar sentido frente ao texto escrito.

Outros autores como Hout e Estienne (2001), acreditam que a

dislexia surge em crianças de inteligência normal, porém diferencia-se de

outros sintomas como transtornos secundários de leitura e de atrasos simples

em leitura, onde a criança tem uma certa deficiência, mas que ainda é

compatível com suas capacidades intelectuais.

A dislexia configura-se pela incapacidade de perceber e processar

signos da linguagem, ou seja, letras e números. Um disléxico pode apresentar

comprometimentos em nível da memória, noção espaço-temporal, esquema

corporal, coordenação motora, ritmo e etc.

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Em geral, a dislexia vem acompanhada de transtorno da escrita

(disgrafia), podendo ir de comprometimento leve a severo.

Os fatores desencadeantes da dislexia podem ser hereditários ou

adquiridos, quais sejam: alterações quanto à dominância lateral do cérebro;

origem genética; problemas emocionais; imaturidade cerebral; irregularidade no

equilíbrio químico cerebral; lesão cerebral mínima; deficiência pedagógica.

Normalmente, quando se ouve a palavra dislexia pensa-se apenas em

problemas que crianças estariam tendo na escola com leitura, escrita,

ortografia e matemática. Alguns a associam apenas a troca de letras ou

palavras, outros à lentidão de aprendizagem. Quase todos a consideram uma

forma de transtorno da aprendizagem. Na verdade, isso é apenas um aspecto

da dislexia. Quanto ao lado “positivo” da dislexia são encontradas pessoas que

são e foram considerados gênios, apesar de serem disléxicos. A genialidade

deles não ocorreu apesar da dislexia, mas por causa dela!

Ter dislexia não faz de cada disléxico um gênio, mas é bom para a

autoestima de todos os disléxicos saberem que suas mentes funcionam

exatamente do mesmo modo que as mentes de grandes gênios. Também é

importante saberem que o fato de terem um problema com leitura, escrita,

ortografia ou matemática não significa que sejam burros ou idiotas. A mesma

função mental que produz um gênio pode também produzir esses problemas.

Ronald D. Davis / 2004. A função mental que causa a dislexia é um dom, no

mais verdadeiro sentido da palavra: uma habilidade natural, um talento. Alguma

coisa especial que engrandece o indivíduo.

O portador de dislexia, segundo a ABD (Associação Brasileira de

Dislexia), apresenta os seguintes indícios:

• Demora na fala;

• Demora em fazer laços nos sapatos;

• Dificuldade na aprendizagem das horas;

• Dificuldade em chutar bola e pular corda;

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• Dificuldades em escrever letras e números corretamente;

• Dificuldade em ordenar as letras do alfabeto, meses do ano, sílabas de

palavras longas;

• Dificuldades com relação à lateralidade (esquerda / direita);

• Dificuldade em fixar a linha do texto, ocasionando saltos entra as linhas;

• Escrita de modo espelhado;

• Omissão ou acréscimo de letras (bola-boa);

• Troca de posição das letras (sol-los; som-mos).

As Dificuldades muitas vezes são ocasionadas por:

• Problemas relacionados à velocidade, pois a leitura silábica dificulta a

compreensão do texto;

• Vocabulário pobre, tanto oral quanto visual, impedindo a compreensão

do texto lido;

• Utilização incorreta da pontuação alterando o sentido e o significado do

texto, a interpretação.

São dificuldades na leitura silenciosa:

• Comprometimento na atenção, concentração ou transtorno psicomotor

acarreta:

§ Lentidão na leitura com frequentes atitudes dispersivas;

§ Leitura subvocal, cochicho (não consegue emitir sons quando lê);

§ Necessidade de acompanhar as palavras com o dedo, régua ou

lápis;

§ Perde-se na frase/texto com frequência e tem dificuldades em

acompanhar a linha;

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§ Repete as mesmas palavras várias vezes.

São dificuldades na leitura oral:

• Comprometimento visual

§ Decorrente de comprometimento que interfere na diferenciação,

interpretação, atenção ou memorização das palavras (miopia,

estrabismo...).

• Comprometimento auditivo

§ Acarreta numa dificuldade quanto à discriminação dos sons,

principalmente daqueles fonemas acusticamente próximos face

aos pontos de articulação praticamente idênticos.

Estes são transtornos da escrita:

Disgrafia

• Dificuldade consistente em transmitir as informações visuais ao sistema

motor;

• Escrita deficiência e inabilidade na cópia de letras, palavras e números;

• Comumente associada à afasia e algumas vezes a apraxia;

As características mais comuns são:

Disgrafia (agrafia):

• Alteração na forma da letra;

• Traçado irregular (pressão no papel, tamanho, alinhamento);

• Traçado com movimentos inversos;

• Irregularidade no espaçamento das letras;

• Caligrafia ruim, etc.

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A discalculia

A palavra discalculia procede de acalculia, o qual descreve um

transtorno adquirido da habilidade para realizar operações matemáticas, depois

de estas se terem desenvolvido e consolidado.

Contrariamente à acalculia, a discalculia encontra-se, sobretudo em

crianças, pode ser evolutivo ou desenvolvimental, não deriva de uma lesão e

associa-se, sobretudo a dificuldades de matemática.

É uma perturbação que se manifesta na dificuldade de

aprendizagem do cálculo. Esta dificuldade pode-se manifestar em vários níveis

da aprendizagem.

Assim, podemos encontrar dificuldades ao nível da leitura, escrita e

compreensão de números ou símbolos, compreensão de conceitos e regras

matemáticas, memorização de fatos ou conceitos ou no raciocínio abstrato.

Podem até estar agregadas a dificuldades em compreender a ver as horas ou

lidar com o dinheiro.

Os sinais indicadores são:

• Dificuldades na identificação de números (visual e auditiva);

• Incapacidade para estabelecer uma correspondência recíproca (contar

objetos e associar um numeral a cada um);

• Escassa habilidade para contar;

• Dificuldade na compreensão de conjuntos;

• Dificuldade na compreensão de quantidade;

• Dificuldades nos cálculos;

• Dificuldades na compreensão do conceito de medida;

• Dificuldade para aprender a dizer a hora;

• Dificuldade na compreensão do valor das moedas;

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• Dificuldade de compreensão da linguagem matemática e dos símbolos;

• Dificuldade em resolver problemas orais.

Dificuldades de aprendizagem em matemática:

• Angústia e receio de fracassar dos alunos em decorrência de atitudes

transmitidas por pais, educadores, método e conteúdos muitas vezes

inadequados.

• A ausência de motivação, que pode ter sua causa na relação da própria

geração com os estudos (falta de valor dada pelos pais ao conhecimento

em si; na ligação da escola com castigos ou a algum tipo de pressão;

questões emocionais - ansiedade e agitação geradas por

acontecimentos novos; ansiedade exagerada causada pelos efeitos de

medicamentos que interferem no ânimo ou causam problemas de

memória ou concentração; problemas de maturação do Sistema

Nervoso Central; Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade(TDAH).

A dificuldade da memória auditiva:

• O individuo não consegue escutar os pronunciados que lhes são

passados verbalmente, sendo assim, não sabem conservar os fatos, isto

lhe incapacitaria para resolver os problemas matemáticos.

• Problemas de reorganização auditiva: a criança reconhece o número

quando ouve, mas tem dificuldade de lembrar-se do número com

rapidez.

§ Dificuldade da percepção visual: A criança pode trocar 6 por 9, ou

3 por 8 ou 2 por 5 por exemplo. Por não conseguirem se

lembrarem da aparência elas têm dificuldade em realizar cálculos.

§ Transtorno de escrita: Crianças com disgrafia têm dificuldade de

escrever letras e números.

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§ Transtorno de leitura: Os disléxicos e outras crianças com

transtornos de leitura apresentam dificuldade em ler o enunciado

do problema, mas podem fazer cálculos quando o problema é lido

em voz alta. É bom lembrar que os disléxicos podem ser

excelentes matemáticos, tendo habilidade de visualização em três

dimensões, que as ajudam a assimilar conceitos, podendo

resolver cálculos mentalmente mesmo sem decompor o cálculo.

Podem apresentar dificuldade na leitura do problema, mas não na

interpretação.

Os problemas associados:

• Dificuldade em organização visuo-espacial e integração não verbal: não

conseguem distinguir rapidamente as diferenças entre formas,

tamanhos, quantidades e comprimentos;

• Dificuldade ao nível da imagem corporal;

• Dificuldade de integração visuo-motora;

• Desorientação: dificuldade na distinção esquerda-direita;

• Dificuldades na percepção social e na realização de julgamentos:

maturidade social reduzida;

Tipos de dislexia adquirida

O termo dislexia foi usado primeiramente por médicos para explicar

as dificuldades de leitura e ortografia de adoentados que haviam sofrido certos

tipos de danos cerebrais. Estes danos podem ter sido ocasionados por

incidentes ou durante batalhas de guerra, ou como sequela de tumores,

embolias, transtornos psiquiátricos, drogas os efeitos do envelhecimento. A

dislexia não é doença, senão um termo que se usa para descobrir sintomas de

dano do cérebro: isto é a deterioração das funciones da leitura. Certos

pacientes só têm dificuldades para ler e soletrar palavras compridas e pouco

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comuns, no entanto outros demonstram dificuldades em reconhecer as letras

do alfabeto, e outros as "palavras pequenas" como "a", "se", "por", "porem".

Alguns não conseguem ler bem em voz alta; outros conseguem fazê-lo, mas

sem compreender o que leram. Cada vez mais especialistas apontam não só

meramente dentre graus de dificuldade de leitura, ortografia ou escrita,

problema ainda entre tipos de dislexia adquirida como: profunda, superficial,

central, semântica, auditiva e visual.

Em todos os casos de dislexia adquirida, os especialistas contam

com sinais diretos ou indiretos que possam apoiar a opinião de que tais

dificuldades são causadas em parte por dano cerebral. Os sinais diretos são

danos físicos ou lesão cerebral, e as evidencias reveladas por uma operação

ou autopsia, ou outros que apontem que pudesse haver lesões cerebrais ou

hemorragia, como numa embolia. Os sinais indiretos consistem em padrões

irregulares numa eletroencefalografia (EEG), reflexos anormais, ou dificuldades

na coordenação e orientação mão/olho, por exemplo.

A dislexia visual é a dificuldade para acompanhar e reter sequências

visórias e para o exame e conexão visual de quebra-cabeças e tarefas

similares. Esta dificuldade caracteriza-se pela inabilidade para captar o

significado dos símbolos da linguagem impressa. Não esta relacionado com

problemas de visão, só com a incapacidade de deter o que se vê. A maioria

percepciona letras invertidas e percepciona também invertidas algumas partes

das palavras e têm problemas com as sequências. Este tipo de dislexia é o

mais simples de corrigir, por meio de atividades adequadas pode-se aprender

os signos gráficos com precisão e gradualmente aprender sequências; porém a

lentidão pode persistir.

A dislexia auditiva é a dificuldade de distinguir os sons das letras,

reconhecer diferenças de sons, sequências de vocábulos, ordens e histórias.

Esta é a forma de dislexia mais complexa de corrigir e radica na inabilidade de

perceber os sons separados (descontínuos) da linguagem oral. A maioria dos

disléxicos auditivos apresenta uma audição normal. A sua faculdade

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discriminativa auditiva traz como consequência, grandes dificuldades no ditado

e na composição.

O ensinamento da fonética tradicional precisa de sentido para eles.

Também apresentam dificuldades em repetir palavras que rimem, interpretar

marcas diacríticas, aplicar generalizações fonéticas e pronunciar palavras com

exatidão, tendo estes indivíduos obstruídos as relações essenciais de sons e

símbolos da linguagem o seu transtorno fica complicado de corrigir, e as ideias

e exercícios especialmente pensados para eles requerem de muita paciência,

tanto para o docente como para a criança. Regra geral, os disléxicos auditivos

devem esboçar os seus próprios treinamentos de soletrar e outras tarefas

análogas.

Na dislexia profunda ou fonética encontram-se erros de tipo

semântico, dificuldade para compreender o significado das palavras, com

adição de prefixos e sufixos, maior desenvoltura para as palavras de conteúdo

que para as de função.

A dislexia fonológica, sobre a qual existem poucos trabalhos,

encontra-se menos erros que na profunda.

A dislexia superficial as crianças revelam dificuldades dependendo

da longitude e dificuldade das palavras, como ocorre a tantas crianças

disléxicas.

Dislexia do desenvolvimento

A dislexia do desenvolvimento recomenda, que não se fale do

desenvolvimento da dislexia, senão pode haver um retrocesso em algum

aspecto do desenvolvimento, alguma deficiência na maturação neural, que

ocasiona as dificuldades da criança. A dislexia congênita simplesmente

significa que a criança parece ter nascido com essas dificuldades.

Supostamente grande parte de crianças incapacitados padecem de problemas

disléxicos que se podem atribuir-se diretamente às suas incapacidades

primárias, como a paralisia cerebral e espinha bífida, porem o índice de

indivíduos inábil que também são disléxicos, é mínimo do que se deveria

esperar, se analisar a gravitação das disfunções físicas de que são vítimas.

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Sem apreensão, é focalizado aqui somente a atenção para aquelas crianças

que apresentam uma dislexia específica do desenvolvimento ou congênita,

sem que existam outras irregularidades relacionadas direta ou indiretamente

com as suas dificuldades de leitura, ortografia e escrita.

A diferença da dislexia adquirida, da dislexia do desenvolvimento,

explica ser na maior parte dos fatos a ausência de danos cerebrais diretos.

Também difere da primeira num aspecto fundamental: por dislexia adquirida se

compreende que o paciente já não atinge determinadas destrezas do que antes

era apto, em compensação a criança que manifesta uma dislexia do

desenvolvimento, tem dificuldades para aprender essas ditas destrezas.

É importante reconhecer as características de uma criança disléxica.

É o primeiro passo, a partir daí cria-se uma rotina familiar de aprendizado, de

tratamento especial com a criança e até mesmo a utilização de técnicas de

motivação, como os métodos multissensoriais, estruturados e cumulativos, são

a intervenção mais eficiente.

As crianças disléxicas além do déficit fonológico apresentam

dificuldades na memória auditiva e visual, os métodos de ensino

multissensoriais ajudam as crianças a aprender utilizando mais do que o

sentido, enfatizando e integrando o ouvir e o ver com o dizer e o escrever.

A aprendizagem multissensorial se dar na leitura e a escrita, as

crianças tem que olhar para as letras impressas, dizer, ou subvocalizar, os

sons fazer os movimentos necessários à escrita.

É necessário que o professor organize os conteúdos para uma

melhor aprendizagem no sentido linguístico e fonológico, iniciando com

elementos mais fáceis e básicos, progredindo gradualmente para os mais

difíceis. Os conceitos ensinados devem ser revistos sistematicamente para

manter e reforçar a sua memorização, para que não se sinta excluído e que

possa evitar anos de dificuldades e sofrimento, induzindo esta criança

fatalmente ao desinteresse pela escola e tudo que está em torno dela, gerando

às vezes quadros “quase fóbicos” desta criança em relação às tarefas que

exijam a leitura e a escrita.

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A literatura educacional já disponível, há exemplos de intervenções

que surtam efeito satisfatório no processo de aprendizagem dos diléxios. Pois,

sabemos que a educação deve ser um meio para promoção e o

desenvolvimento da pessoa, tanto a nível individual como social, não devendo

reduzir-se a um instrumento de seleção e classificação que só contempla aos

mais capacitados.

Atualmente, um dos principais problemas de pais com crianças em

idade escolar, é o fato das instituições de ensino, sendo estas públicas ou

privadas, independentemente do nível social, em sua maioria não fornecem

uma resposta adequada e, em tempo hábil, às crianças que apresentam

problemas de leitura e de escrita no ensino fundamental (ELLIS, 1995).

“Os pais tem papeis importantes a desempenhar no tratamento

de seus filhos disléxicos, como defensores, facilitadores de

intervenções apropriadas e fontes de apoio emocional.”

(PENNINGTON, BRUCE, 1997, p.81)

Instituições de ensino, professores, dentre outros relatam situações

em que crianças, supostamente inteligentes, não podem ou nao possuem

ortografia adequada para idade.

A mídia, o cotidiano escolar, e as reuniões de professores e equipes

pedagógicas tem mostrado casos de alunos que apresentam reduzido nível de

compreensão da leitura e ortografia ecrita.

Percebe-se também que estudantes do nível superior apresentam

essas característica e por vezes não conseguem acompanhar o nível de cada

segmento educacional, comissões de vestibulares explanam a questão

abertamente em revistas e jornais.

Pessoas disléxicas possuem mais desenvolvia a área lateral-direita

do cérebro, o que não acontece com quem não tem dislexia. Geralmente, por

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isso, é mais fácil para eles as questões relacionadas à criatividade, solução de

problemas, mecânica e esportes.

1.1- Diagnóstico e tratamento da dislexia

É importante para o clínico ser sensível a respeito de como tal

transtorno se manifestam em termos de comportamento da criança,

sintomatologia, história e resultados em testes (Pennington, 1997).

Nico (2005) recomenda que o diagnóstico seja feito por uma equipe

multidisciplinar (psicólogo, um fonoaudiólogo, um psicopedagogo e um

neurologista) não somente para se obter o diagnóstico de dislexia, mas para se

determinarem, ou eliminarem, fatores coexistentes de importância para o

tratamento. Além disso, o diagnóstico deve ser significativo para os pais e

educadores, assim como para a criança. Ou seja, simplesmente encontrar um

rótulo não deve ser o objetivo da avaliação, mas tentar estabelecer um

prognóstico e encontrar elementos significativos para o programa de

reeducação. É de grande importância que sejam obtidas informações sobre o

potencial da criança, bem como sobre suas características psiconeurológicas,

seu desempenho e o repertório já adquirido. Informações sobre métodos de

ensino pelos quais a criança foi submetida também são de grande significação.

1.2- Apresentação dos sintomas

Os sintomas-chave na dislexia são dificuldades para ler e soletrar,

freqüentemente com desempenho em matemática relativamente melhor. Como

algumas crianças disléxicas gostam de ler ou têm boa compreensão de leitura,

é importante verificar especificamente a leitura em voz alta e a aprendizagem

fônica. Pais e professores poderão relatar rítmos lentos de leitura ou de escrita,

inversão de letras e números, problemas na memorização dos fatos

matemáticos básicos e erros incomuns em leitura e soletração.

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O mais importante é que a indicação inicial pode ocorrer não pelos

sintomas cognitivos, mas pelos físicos ou emocionais, tais como ansiedade ou

depressão, relutância em ir à escola, dores de cabeça e problemas estomacais.

É importante verificar se esses sintomas ocorrem sempre ou só nos dias

escolares. Mesmo que ocorram sempre, a causa principal pode ser a dislexia

devido a fracassos (Pennington, 1997).

Alguns Sintomas de Dislexias:

• Dificuldade na aquisição e automação da leitura e escrita;

• Pobre conhecimento de rima (sons iguais no final das palavras) e

aliteração (sons iguais no início das palavras);

• Desatenção e dispersão;

• Dificuldade em copiar de livros e do quadro;

• Dificuldade na coordenação motora fina ,(desenhos, pintura), grossa

(ginástica, dança);

• Desorganização geral: podemos citar os constantes atrasos na entrega

de trabalhos escolares e perda de materiais escolares;

• Confusão entre esquerda e direita;

• Dificuldade em manusear mapas, dicionários, listas telefônicas;

• Vocabulário pobre, com sentenças curtas e imaturas ou sentenças

longas e vagas;

• Dificuldade na memória de curto prazo, como instruções, recados;

• Dificuldades em decorar sequências, como meses do ano, alfabeto e

tabuada;

• Dificuldade na matemática e desenho geométrico;

• Dificuldade na aprendizagem de uma segunda língua;

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• Problemas de conduta como: depressão, timidez excessiva ou o

"palhaço” da turma;

• Bom desempenho em provas orais. ou visuais.

Os sintomas de acordo com a faixa etária:

Crianças entre 4 e 6 anos:

• A omissão, inversão ou a confusão de fonemas;

• Vocabulário empobrecido;

• Dificuldade na expressão oral;

• Baixo nível de compreensão da Iinguagem;

• Dificuldade em aprender a diferenciar cores, formas, tamanhos,

posições;

• Problemas de lentidão motora.

Crianças entre 6 e 9 anos:

• Permanecem ou aumentam as inversões, confusões, trocas e omissões

de fonemas;

• Muito freqüente a presença de confusão entre letras, como por exemplo,

entre: a/o; a/e; u/o; b/d; p/q; u/n, assim como aparecem omissões,

inversões e adições de sílabas nas palavras, o que dificulta ainda mais o

entendimento do texto;

• A escrita e a estruturação das ideias são confusas.

Crianças com mais de 9 anos:

• Dificuldade na estruturação das frases;

• Inadequação no uso dos tempos verbais;

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• Escrita muito irregular, com incorreções ortográficas, semântica e

sintática;

• Transparecem as dificuldades às outras aprendizagens escolares que

tenham como base a leitura e sua compreensão;

• Negam-se ou evitam ler, principalmente em voz alta.

As crianças não superam sozinhas os problemas relacionados a

leitura e escrita. Precisam de profissionais especializados para que esse

atendimento comece mais cedo. Assim, menos complicações serão

desenvolvidas, tanto no âmbito escolar, como no emocional e social.

Espera-se da escola que tenha sensibilidade à questão e busque

aprimorar seus conhecimentos para descobrir os sintomas da dislexia.

Comunicar adequadamente aos pais suas suspeitas, incentivando sempre para

que as crianças sejam encaminhadas para fazer um diagnóstico, apoiando e

adotando as condutas orientadas pelos profissionais especializados como

ensino personalizado, avaliação adaptada e maior compreensão do

comportamento e necessidades da criança disléxica. Promover a integração

social através do respeito e do conhecimento de suas particularidades de

aprendizagem, visando melhorar a imagem negativa que em geral esses

alunos têm de si próprios.

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CAPÍTULO II

TIPOS DE DISLEXIA

“A palavra Progresso não terá qualquer sentido enquanto houver

crianças infelizes”.

(Albert Einstein)

A dislexia foi diagnosticada pela primeira vez em 1896, pelo

neurologista inglês Pringle Morgan, que a chamou de cegueira verbal

congênita2 e definiu-a como um transtorno de aprendizagem na leitura e na

escrita (OLIVEIRA, 2004).

Alguns autores classificam a dislexia tendo como base testes

diagnósticos, fonoaudiológico, pedagógicos e psicológicos.

Conforme Ianhez (2002), a dislexia pode ser classificada em:

• Dislexia disfonética: dificuldades de percepção auditiva na análise e

síntese de fonemas, dificuldades temporais, e nas percepções da

sucessão e da duração (troca de fonemas – sons, grafemas – diferentes,

dificuldades no reconhecimento e na leitura de palavras sem significado.

• Dislexia diseidética: dificuldade na percepção visual, na percepção

gestáltica, na análise e síntese de fonemas (leitura silábica, sem

conseguir a síntese das palavras, aglutinações e fragmentações de

palavras, troca por equivalentes fonéticos, maior dificuldade para a

leitura do que para a escrita);

• Dislexia visual: deficiência na percepção visual; na coordenação

visomotora (não visualiza cognitivamente o fonema);

• Dislexia auditiva: deficiência na percepção auditiva, na memória auditiva

(não audiabiliza cognitivamente o fonema).

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Já para Moojen apud Rotta (2006), é possível classificar a dislexia

em três tipos:

• Dislexia fonológica (sublexical ou disfonética): caracterizada por uma

exclusiva dificuldade na operação da rota fonológica durante a leitura,

apresentando, não obstante, um funcionamento aceitável da rota lexical;

com freqüência os problemas residem no conversor fonema-grafema ou

na hora de juntar em uma palavra completa os sons parciais. Sendo

assim, as dificuldades fundamentais residem na leitura de palavras não-

familiares, sílabas sem sentido ou pseudopalavras, mostrando melhor

desempenho na leitura de palavras já familiarizadas. Subjacente a essa

via, encontra-se dificuldades em tarefas de memória e consciência

fonológica. Considerando o grande esforço que fazem

para reconhecer as palavras, é obrigatório para manter uma informação

na memória do trabalho, repetir os sons para não perdê-los

definitivamente. Como consequência, toda essa concentração

despendida no reconhecimento das palavras acarreta em dificuldades

na compreensão do que foi lido.

• Dislexia lexical (de superfície): as dificuldades residem na operação da

rota lexical (preservada ou relativamente preservada a rota fonológica),

afetando fortemente a leitura de palavras irregulares. Nesses casos, os

disléxico leem lentamente, vacilando e errando com frequência, pois

ficam escravos da rota fonológica, que é morosa em seu funcionamento.

Diante disso, os erros habituais são silabações, repetições e

retificações, e , quando pressionados a ler rapidamente, cometem

substituições e lexicalizações; às vezes eles situam incorretamente o

acento prosódico das palavras.

• Dislexia Mista: nesse caso, os disléxicos apresentam problemas para

operar tanto com a rota fonológica quanto com a lexical. São assim

situações mais graves e exigem um esforço ainda maior para atenuar o

comprometimento das vias de acesso ao léxico.

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Entre as consequências da dislexia encontramos a repetência e

evasão, pois se o problema não é detectado e acompanhado, a criança não

aprende a ler e escrever. Acontece também o desestímulo, a solidão, se acham

incapazes e desprovidos de recursos intelectuais necessários para tal. Pode

apresentar uma conduta inadequada com o grupo, gerando problemas de

comportamento, como agressividade e até envolvimento com drogas. Como

podemos constatar que as sequelas são as mais abrangentes, em todos os

setores da vida. Começa com um transtorno de leitura e escrita e acaba com

vários tipos de problemas que os acompanham a vida toda.

2.1- A dislexia e a pré- escola

Lima (2002), coloca que é função da escola ampliar a experiência

humana, portanto a escola não pode ser limitada ao que é significativo para o

aluno, mas criar situações de ensino que ampliem a experiência, aumentando

os campos de significação.

Do ponto de vista do desenvolvimento e da construção de

significados, só pode ser significativo para a pessoa aquilo do qual ela possui

um mínimo de experiências e de informação.

Por isso, o disléxico precisa olhar e ouvir atentamente, observar os

movimentos da mão quando escrever e prestar atenção aos movimentos da

boca quando fala. Desta maneira, a criança disléxica associará a forma escrita

de uma letra tanto com seu som como com os movimentos, pois falar, ouvir, ler

e escrever, são atividades da linguagem.

Fonseca (1995), retrata muito bem isso quando diz que uma coisa é

a criança que não quer aprender a ler, outra é a criança que não pode aprender

a ler com os métodos pedagógicos tradicionais. Não podemos assumir atitudes

reducionistas que afirmam que a dislexia não existe. De fato, a dislexia é muito

mais do que um transtorno na leitura. A dislexia normalmente não aparece

isolada, ela surge integrada numa constelação de problemas que justificam

uma deficiente manipulação do comportamento simbólico que trata de uma

aquisição exclusivamente humana.

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Muitos autores tem defendido o método fonético como o mais

adequado na pré- escola com disléxicos e não disléxicos. Os métodos

fonéticos favorecem a aquisição e o desenvolvimento da consciência

fonológica que é a capacidade de perceber que o discurso espontâneo é uma

sequência de sentenças e que estas são uma sequência de palavras

(consciência da palavra); que as palavras são uma sequência de sílabas

(consciência silábica) e que as sílabas são uma sequência de fonemas

(consciência fonêmica), o que auxiliaria muito nas dificuldades dos alunos

disléxicos.

Perfetti, Beck & Hughes (1981) propuseram técnicas que permitem

tratar o problema das relações recíprocas entre habilidades metafonológicas e

leitura chegando à conclusão de que a leitura favorece o desenvolvimento da

consciência fonológica e vice-versa. Tais autores mostraram que as tarefas que

exigem a síntese de fonemas (como /p/ + /l/ + /a/ = /pla/) produzem efeitos no

nível da leitura de pseudopalavras superiores aos efeitos que a leitura produz

sobre estas habilidades de síntese.

Sabemos que dislexia não é uma doença, pessoas disléxicas são

únicas, cada uma com as suas características, habilidades e inabilidades

próprias. Segundo Vitor Fonseca “Os pais não precisam de PHD em educação

para orientar seus filhos, (PhD é a sigla da expressão inglesa "Philosophy

Doctor", que corresponde ao título de Doutor no Brasil, para quem fez o curso

de doutoramento após ter terminado a faculdade)

O aspecto que os pais e professores pode fazer, é encorajando-as a

acreditar que podem superar obstáculos.” (FONSECA, 1995, P. 32).

Nós professores para ajudarmos os alunos disléxicos em suas

dificuldades escolares, devemos sempre respeitarmos seus limites,

compreender, apoiar, ter paciência, dar tempo suficiente para que eles

cumpram suas tarefas e, se necessário, repeti-las várias vezes para retê-las.

É importante, também, conscientizar toda a comunidade escolar que

estas “facilidades” dadas aos disléxicos, na verdade, representam a única

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maneira para que eles possam ter as mesmas condições de igualdade para

competir com os outros alunos.

2.2- As dificuldades na sala de aula

É importante que os professores proponham nas salas de aula uma

atmosfera afetiva, lúdica e relacional, a interação e a comunicação. Não

adiantará resolver os problemas da aprendizagem se os problemas de relação

não forem superados. Sem uma professora simpática, confiante, amiga e

conhecedora, a crianças não vence o ciclo vicioso entre a dificuldade de

aprendizagem e o desajustamento emocional, daí, a importância das

expectativas e do reforço positivo e de outros processos de modificação de

comportamento, a capacidade cognitiva, atenção, percepção, emoção,

memória, linguística são básicas e essências para que a criança aprenda a ler

e escrever facilmente. Antes de rotular crianças com “crianças disléxicas” ou

“crianças com dificuldades de aprendizagem”, temos antes que tentar

compreender o processo da leitura e extensão e dimensão das suas exigências

cognitivas, o que interessa a todo o sistema educacional, pois, sabemos que

quando uma criança não lê, ou lê mal, ela não falha só na leitura, antes

compromete todo o seu aproveitamento escolar e consequentemente toda sua

adaptação psicossocial.

“O estudo da dislexia, em sala de aula, tem

como ponto de partida a compreensão, das

quatro habilidades fundamentais da

linguagem verbal: a leitura, a escrita, a fala e

a escuta. Destas, a leitura é a habilidade

linguística mais difícil e complexa, e a mais

diretamente relacionada com a dificuldade

específica de acesso ao código escrito

denominado “dislexia”.

(PINTO, 2003).

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Trabalhos práticos

Podem surgir dificuldades quando estes trabalhos exigem escritas à

mão, por conter muitos erros de ortografia, ficando com uma apresentação

péssima.

• Deve ser permitida a entrega destes trabalhos impressos, portanto

escritos usando o computador.

Estratégias de apoio à avaliação e classificação

Deve sempre dar uma regeneração ao estudante sobre a avaliação

que fez do trabalho apresentado por ele. Sempre que necessário deve

conversar com ele sobre esse assunto.

Quando pontuar um trabalho usar marcadores diferentes para

diferenciar o conteúdo da apresentação (ortografia e gramática, bem como

organização das ideias).

O disléxico tem como predominante característica a dificuldade no

manejo da palavra quanto símbolo gráfico.

Em contrapartida tem:

• O disléxico tem uma excelente noção da situação, com sua capacidade

de contexto e oportunidade;

• Excelente memória fotográfica e orientação espacial;

• Grandes habilidades como estrategista e visão de conjunto;

• Importantes habilidades sociais e empatia;

• Desenvolvida competitividade e perfeccionismo;

• Natural criatividade e inventividade;

• Enorme alegria e espontaneidade.

Que o tornam... um vencedor.

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CAPÍTULO III

O PAPEL DO PROFESSOR

“Os olhares, as celebridades, os sorrisos... Eu queria mostrar que

era capaz de fazer o meu melhor, mas, também, que eu era capaz de ler”.

(Magic. Johnson)

O papel do professor é dirigir um olhar flexível para cada aluno que

tenha dificuldade, é compreender a natureza dessas dificuldades, é buscar um

diagnóstico especializado, uma orientação para melhorar o dia a dia da criança,

e se instrumentalizar, pois há muitos professores que lecionam e não sabem o

que é dislexia (FONSECA, 1995).

Coll (1995), propõem que os professores encontram-se

normalmente, diante de um grupo de alunos com diferentes níveis, na área da

comunicativo-linguística. Crianças que diferem quanto aos usos que fazem da

linguagem, em função da procedência geográfica, social e cultural.

Os professores precisam estar atentos para esta realidade, e para

as particularidades de seu grupo. Suspeitando dos sintomas, deve sugerir um

encaminhamento clínico para a criança e após diagnosticado o quadro, é

necessário que ele se dedique muito ao aluno, em sala de aula, e ao longo do

tratamento, que envolve em partes iguais a escola, a família e profissionais da

saúde.

A primeira tarefa do professor é resgatar a autoconfiança do aluno.

Descobrir suas habilidades para que possa acreditar em si mesmo ao se

destacar em outras áreas (FONSECA, 1995).

Somos de opinião que o professor do fundamental deve ele próprio

construir os seus instrumentos de diagnóstico pedagógico (diagnóstico

informal) a fim de conduzir a sua atividade mais coerentemente... é do maior

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interesse o uso de instrumentos que permitam detectar precocemente qualquer

transtorno na aprendizagem, pois só assim uma intervenção psicopedagógica

pode ser considerada socialmente útil, pois quanto mais tarde for identificada a

dificuldade, menos hipóteses haverá para solucionar corretamente.

(FONSECA, 1995)

O professor que deseja ajudar seus alunos, sabe que é necessário

encaminhá-lo para tratamento e colaborar nesse tratamento. Mas ele sabe

também, que o atendimento gratuito é sujeito a grande espera e que o nível

econômico da maioria dos escolares, não permite tratamento particular. Só

através de um trabalho paciente e constante, poderá prestar a ajuda, que a

criança tanto necessita.

O ideal é trabalhar a autonomia da criança, para que ela não

comece a sentir-se dependente em tudo. O professor deve acolher e respeitá-

lo, em suas diferenças, sem cair no sentimento de pena.

Cabe ao professor recorrer a diversas atividades e técnicas de

ensino e descobrir qual delas melhor se adapta a cada estudante e a cada

situação.

É de grande importância ressaltar, que a manutenção de turmas

pequenas, com no máximo 20 alunos, ou menos, é de extrema relevância, para

que o professor tenha oportunidade de observar de maneira adequada a todos

os educandos, como também dispor de tempo para auxiliá-los.

3.1- O Papel dos Pais

Os pais conhecem seus filhos melhor do que ninguém, por este

motivo precisam ficar atentos a frustrações, tensões, ansiedades, baixo

desempenho e desenvolvimento. É deles a responsabilidade de ajudar a

criança a ter resultados melhores, e deve partir deles, a procura de

profissionais para realizar um diagnóstico multidisciplinar a cerca das

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dificuldades da criança, porque quanto mais cedo for realizado o diagnóstico e

intervenção, maiores são as oportunidades de sucesso.

O encorajamento, a ajuda, a compreensão e a paciência (pois o

disléxico leva mais tempo para realizar algumas tarefas, e poderá ter de repeti-

las várias vezes para retê-las), faz parte do papel dos pais, assim como ir em

busca de uma instituição educacional que atenda da melhor maneira às

necessidades da criança (por exemplo, estudar o currículo da escola e seu

método de ensino). E ter uma relação de troca, fazendo um intercâmbio entre

os acontecimentos em casa, na escola e com os profissionais envolvidos.

Apesar de suas dificuldades o disléxico apresenta muitas

habilidades e talentos, como a facilidade para construir, ou consertar as coisas

quebradas, ser um ótimo amigo, ter ideias criativas, achar soluções originais

para os problemas, desenhar e/ou pintar muito bem, ter ótimo desempenho nos

esportes e na música, demonstrar grande afinidade com a matemática, revelar-

se bom contador de histórias, sobressair-se como ator ou dançarino e lembrar-

se de detalhes.

Portanto, é importante que os pais focalizem sempre o que ele faz

melhor, encorajando-o a fazê-lo. Faça elogios, por ele tentar fazer algo que

considera difícil e não o deixando desistir. Ressalte sempre as respostas

corretas e não as erradas, valorizando seus acertos. Deixe a criança tranquila,

pois apesar das dificuldades de aprendizagem, ela é inteligente e esperta. E

não deixe a criança sentir que o seu valor como pessoa está relacionado ao

seu desempenho escolar.

É importante, a criança notar que as pessoas a sua volta estão

auxiliando-a, para sentirem-se mais segura. O acompanhamento e/ou

programas especializados na alfabetização também auxiliam. Os pais precisam

mostrar para a criança que estão interessados nas suas dificuldades, pois

quanto mais ajuda, zelo, carinho, afeto e compreensão mais ela se sentirá

capaz para evoluir.

Os pais podem auxiliar seu filho disléxico, programando o seu dia,

através do horário do sono, incentivando a comunicação (falar e escutar são

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importantes), conversando bastante com a criança, expressando sentimentos,

demonstrando interesse, tendo vocabulário e fala fluente e estimulando suas

habilidades.

Para o disléxico organizar-se, é necessário dividir o tempo, para

fazer as lições de casa, dividir trabalhos longos em partes menores, ter um

lugar específico para fazer as lições e atividades, usar agenda, calendário

visíveis e fazer planejamento diário para suas tarefas.

O fundamental é identificar o problema e dar instrumentos para a

criança, apesar da dificuldade, levar vida normal do ponto de vista acadêmico,

familiar e afetivo. Há indivíduos que vão depender sempre de um corretor de

texto. Mas, muitos escritores famosos fazem isso sem constrangimento. Como

eles, os disléxicos também podem escrever livros belíssimos, desde que

corretamente orientados e incentivados.

3.2- Como o professor e a família pode ajudar o disléxico na

sua Aprendizagem

Identificar formas de atuação da família no auxílio do professor no

processo de alunos disléxicos.

Para Fonseca, é preciso avançar em algumas relações entre os

processos psicológicos e neurais, o primeiro em relação à dialética e o outro a

crítica com contundência à escola: “tenho a noção de que a escola, como

instituição, é essencialmente reveladora dos problemas das crianças e não dos

seus atributos e competências” (FONSECA, 1995, p. 87).

Há muitos indícios que atestam que as pessoas emocionalmente

competentes que conhecem e lidam bem com os próprios sentimentos,

entendem e levam em consideração os sentimentos do outro – levam

vantagem em qualquer setor da vida.

A criança está inserida no contexto familiar e escolar e sofre as

consequências que poderão advir do fracasso escolar em termos de

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autoimagem. Geralmente, as dificuldades que as crianças encontram no

processo educacional não são entendidas como a tal, mas, como falta de

interesse, desmotivação, preguiça e distração. Essas ideias fazem com que

pais e professores não respeitem os obstáculos educacionais que as crianças

encontram, elas acabam sendo rotuladas de más alunas sofrendo punições

devido ao seu fracasso.

É importante que os pais e professores tenham uma interação,

possibilitando ao disléxico um meio de aprendizagem, exemplo: Atividades

lúdicas, proporcionando experiência que condicionará o desenvolvimento do

vocabulário e mutação cognitiva. A tarefa dos pais é lembrar aos seus filhos

que ele é capaz e esplendido.

O professor pode criar estratégias que facilite a aprendizagem do

aluno disléxico como:

• Diminuir o comprimento dos textos;

• Propor questões intermediárias;

• Reduzir a velocidade de leitura em voz alta (a velocidade

aumentando consideravelmente os erros nas crianças disléxicas;

• Não obrigar a ler em voz alta na presença dos demais alunos;

• Ler sons complexos ao mesmo tempo em que ele e fazê-lo

repetir;

• Se na ficha/ teste de avaliação teve dificuldade em responder as

questões, verificar oralmente se compreendeu ou não o texto;

• No primeiro ano, fazer muitos exercícios de repetição ou

discriminação de silabas sem significado, de consoantes

próximos (chá, já, vá, pá, bá).

PIAGET (1991) Ressalta que “não se reconhecer os objetivos senão

agindo sobre eles e neles produzindo algumas informações”. Nessa

perspectiva, a aprendizagem é obtida, aprendida em decorrência da

experiência, podendo ser definida como aquisição de um conhecimento

específico. Refere-se á algo específico como aprender a seriar, classificar,

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escrever enquanto o desenvolvimento é o responsável pela formação dos

conhecimentos, consistindo em uma aprendizagem no sentido amplo.

A família deve observar os seus filhos de maneira sutil e

compreensiva, e jamais rotulando de nomes que as fazem ficarem

constrangidas.

A dislexia ou como transtorno do desenvolvimento da leitura,

manifesta-se na leitura oral lenta, com omissões, distorções e substituições de

palavras, com interrupções, correções, bloqueios, afetando também a

compreensão do leitor (a).

Uma das reclamações mais frequentes dos pais com filhos, é de que

as escolas, públicas ou privadas, não tem dado uma resposta adequada e

tempo hábil, as crianças que sofrem de dificuldades de leitura e escrita no

ensino fundamental.

Os pais devem estar juntos com os professores, trabalhando nas

tarefas e conteúdos escolares, para não desmotivar a criança que possui

dislexia, é necessário dar muita atenção para que a mesma sinta-se valorizada

e estimulada para a aprendizagem.

A escola ainda não responde eficazmente ao desafio de trabalhar

com as necessidades educacionais das crianças especiais, especialmente as

relacionadas com as dificuldades de linguagem como dislexia.

A dislexia ocorre quando uma criança não lê bem, não encontra

sentido diante do texto escrito, são distúrbios de letras déficits que preocupam

os pais, eles sabem que o sucesso escolar de seus filhos depende, e muito, da

aprendizagem eficiente da leitura, escrita e ortografia.

É importante que os pais sentem com seus filhos, e tenham uma

aula de gramática, que abra o dicionário escolar na tarefa coadjuvante de

ensinar a língua materna.

O diálogo dos pais com professores, é muito importante para que os

pais possam dar sequencias às gramáticas escolares, como são classificados

os fonemas quanto ao modo e ponto de articulação.

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Observar é um dos primeiros passos para a reeducação dos filhos

disléxicos, que deve fazer sempre os exercícios juntamente com o pai, mãe ou

irmão mais velho, primeiro ouvir o pai articular as palavras e em seguida repeti-

las, palavras de preferência do cotidiano.

Entender a dislexia como dificuldade e não como patologia, por exemplo,

não quer dizer que nós educadores, para podermos explicar as dificuldades de

leituras, não possamos recorrer à contribuição de teóricos das ciências da

saúde ou da linguagem clínica, especialmente as pesquisas na Neurologia e

Psicologia Clínica, que nos ajudam, realmente, a compreender o que ocorre

durante a aquisição, desenvolvimento e processamento da linguagem escrita

dos disléxicos. Conhecer o cérebro dos disléxicos é um passo que ilumina a

atuação profissional dos docentes, pais e os próprios alunos.

A Psicologia Cognitiva pode e deve ser uma grande aliada dos

profissionais de educação que atuam na intervenção pedagógica (quando o

método escolar de ensino de leitura falha) ou psicopedagógica (quando a

criança apresenta, por exemplo, um déficit de memória ou falta de motivação

para a leitura). Piaget (1975).

A dislexia passou a ter uma explicação mais plausível com a vinculação

da linguagem à cognição, no chamado cognitivismo. A aquisição e o

desenvolvimento da linguagem são processos, segundo a teoria cognitivista,

derivados dos processos do desenvolvimento do raciocínio na criança. Por

isso, os que desejam saber mais sobre dislexia, precisam também saber mais

sobre a linguagem oral, escrita, o processamento da informação, enfim, a

criança e os estágios do desenvolvimento cognitivo à luz das teorias

piagetianas. Piaget (1975).

Todavia, é bom lembrar que Piaget, assim como Vygotsky não estão

interessados diretamente em assuntos linguísticos ou patológicos da aquisição

da linguagem, mas na relação linguagem / pensamento. Estão sempre

preocupados com a epistemologia da linguagem. Aqui, então, podemos

explicar o disléxico como alguém que é capaz de construir estruturas

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(conhecimento) com base na experiência com o mundo físico, ao interagir e ao

reagir biologicamente a ele, no momento da interação. Piaget (1975).

Graças às teorias piagetianas ou construtivistas não se vê o disléxico

como um doente ou paciente, mas como alguém saudável que apresenta

dificuldade na aprendizagem da linguagem escrita, no momento de interação

com o sistema de escrita.

Pai e mãe, devem estar sempre dispostos a ensinar seus filhos,

mesmo não sendo pedagogos ou linguistas , com esse procedimento, ajudarão

muito na sua formação escolar.

3.3- Sugestões e recursos

Até 1983, segundo consulta ao site da ABD (Associação Brasileira de

Dislexia), não existia na história da dislexia no Brasil orientação educacional

adequada para as dificuldades de aprendizagem que a criança disléxica

apresenta. Foi a partir do interesse de um pai, que essa orientação passou a

ser fornecida no Brasil a partir da criação de ABD.

É necessário mencionar que a ABD foi criada pelo pai mencionado

acima, que se dirigiu a Inglaterra, onde obteve através da British Dyslexia

Association (BDA), o diagnóstico de dislexia. Tendo encontrado na BDA um

ponto de referência, pediu orientação e apoio desta para a abertura de uma

associação no Brasil.

A ABD – Associação Brasileira de Dislexia é uma entidade sem fins

lucrativos que tem por objetivo, atender e orientar a todas as pessoas

interessadas em distúrbios de aprendizagem, mais especificamente quanto á

dislexia. Desta forma a ABD atende a disléxicos, familiares, professores,

escolas, o público em geral e os profissionais das diversas áreas como

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fonodiólogos, psicólogos, psicopedagogos, neurologistas, oftalmologista,

geneticistas, pediatras e ainda outros.

Desde então, a ABD vem realizando atividades que objetivam a

divulgação da dislexia, a orientação e formação profissional e pesquisa quanto

à incidência e forma da dislexia no Brasil.

Em 1986, foi criado o Centro de Avaliação e Encaminhamento (CAE)

com o qual a ABD ampliou suas atividades, diagnosticando indivíduos com

distúrbios de aprendizagem, orientando familiares e profissionais quanto ao

acompanhamento adequado a cada caso.

Em 1994, Associação Brasileira de Dislexia (ABD), realizou uma

pesquisa sobre a diferença do volume dos lobos temporais direitos e

esquerdos, essa pesquisa não só vem confirmar a teoria do Dr. Galaburda (que

é neuropsicólogo e especialista em pesquisa sobre dislexia), onde os disléxicos

em sua grande maioria apresentam o volume do lobo temporal direito mais

aumentando, mas ainda inusitadamente vem confirmar a hipótese: o fator

hereditariedade em famílias disléxicas.

A ABD tem passado por um processo de reestruturação, com o objetivo

de aumentar a profissionalização e ampliação de suas atividades. Atualmente a

ABD tem por objetivo criar condições de autossustentação e de conquistar

novas parcerias para a execução de seus vários projetos: educacionais,

formação profissional, estudos e pesquisas.

O público da ABD é constituído de disléxicos de todas as idades,

compostas de famílias, professores, profissionais da área educacionais e

clínicas, podem contar com a orientação direcionada, diagnosticada e

encaminhamentos, cursos, palestras além de simpósios nacionais e

internacionais.

Infelizmente percebemos que não existe uma solida formação

acadêmica para ensinar o professor a lidar com a dislexia, pois conforme o

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próprio site da ABD já deixa claro, dessa forma nos vemos diante de uma

situação difícil, se as instancias de formação de professores dos grandes

centros urbanos não preparam seus alunos para trabalhar com essas

questões, esse déficit da capacitação que as instituições não oferecem para os

profissionais de educação.

A ABD (Associação Brasileira de Dislexia), faz algumas sugestões

para melhorar a qualidade de vida da criança disléxica, tais como:

• Estabelecendo horários para as refeições, sono, e outras atividades

diárias;

• Os tipos de roupas usadas por eles, precisa estar sempre arrumadas no

mesmo lugar para evitar confusões e preocupações à criança (simplificar

usando zíper em vez de botão, sapatos e tênis sem cordão e

camisetas);

• Sempre que for ensinar a criança a amarrar os sapatos, não fique de

frente para a ele, coloque-se ao seu lado, com os braços sobre o ombro

dela;

• Marque no relógio, com palavras, as horas das obrigações. Isso evita a

preocupação da criança;

• Faça uma marca na mão da criança, que tem dificuldades com direita e

esquerda. Isso pode ser feito com um relógio de pulso, um bracelete ou

um botão pregado no bolso do lado favorito;

• Diferentes texturas de materiais, como areia, papel, veludo, sabão e

outros, é mais fácil para ensinar a criança a “sentir” as letras.

• As histórias devem ser lidas, sempre de maneira que a criança entenda;

• Para ajudar as crianças canhotas, é melhor instruí-las precocemente,

que não assumam posturas pouco confortáveis e mesmo prejudiciais,

como encobrir o papel com a mão ao escrever;

• A criança deve usar sempre lápis ou caneta grossos, na forma de

triângulo, com película de borracha ao redor;

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• O volume de palavras e números, confundem as crianças disléxica

quando precisam se defrontar. Para evitar isso, arranjar um cartão de

aproximadamente 8 cm de comprimento por 2 cm de largura, com um

orifício no meio, da espessura de uma linha, e comprimento de 4 cm.

Deslizando o cartão na folha à medida que a criança lê. Com isso, sua

atenção será dirigida da esquerda para a direita.

A motivação também é muito importante para a criança disléxica,

pois, ao se sentir inferior, diferente das outras crianças, ela pode ficar revoltada

assumindo uma atitude negativa. Mas, quando sentem muita atenção e

carinho, ganha segurança e vontade de colaborar.

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CONCLUSÃO

Nesta pesquisa foi realizada uma coleta de informações acerca da

dislexia, suas causas, tipos, características e tratamentos, a fim de que possa

ser melhor compreendida por educadores e familiares, e até mesmo pelo

próprio disléxico. Podemos dizer que a dislexia é um transtorno de

aprendizagem que tem como causas atualmente estudadas, a genética. E que

nas últimas pesquisas, foi descoberto que existem processos cognitivos e

psicolinguísticos que se desenvolvem na etapa pré-escolar e que são decisivos

para o aprendizado da leitura na criança.

Também, foram citados trabalhos que demonstram a relação entre a

dislexia e as alterações do cérebro da criança, em áreas imprescindíveis para a

aprendizagem da linguagem e leitura, mas que mostram que, a qualidade

funcional do cérebro pode ser melhorada através do apoio dos educadores e

da família à criança, além da aplicação de terapias especializadas.

Existem inúmeras maneiras que podem ser adotadas para a

melhoria e tratamento de crianças disléxicas, incluindo-se fatores como por

exemplo, adotar programas de estudo especializados para cada criança; não

permitir que os colegas interfiram no psicológico da criança e, explicar às

crianças não-disléxicas o que é a dislexia pode ser de grande valia; animar e

elogiar sempre a criança pelos seus talentos e atitudes, evitando colocá-la em

situações de fracasso; outro ponto é favorecer a aprendizagem através dos

métodos utilizados fundamentados nas faculdades auditivas, visuais, táteis e

de movimento, quando o nível da criança corresponde à pré-escola; bem como

dar tempo extra nos exames e provas, além de períodos de descanso,

permitindo a utilização de equipamentos como calculadoras se necessário.

Apesar da realização desses métodos, é importante não abandonar

o lado psicológico da criança, sem diferenciá-la das outras crianças, pois, o que

pode ser trabalhado de maneira correta pelas técnicas existentes, caso não

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seja feito um bom trabalho psicológico adequado, pode atrapalhar o

tratamento.

Para a maioria dos autores nunca é tarde demais para ensinar

disléxicos a ler e a processar informações com mais eficiência, no entanto, a

leitura precisa ser ensinada, sendo que a fala não precisa, ela pode ser

adquirida por qualquer criança. E usando de métodos adequados como, muito

carinho e atenção, podem auxiliar na velocidade da evolução do indivíduo. As

crianças disléxicas que receberam tratamento mais cedo apresentam uma

menor dificuldade ao aprender a ler, o que evita com que a criança se atrase

na escola ou passe a desgostar dos estudos. Ou seja, crianças disléxicas que

foram tratadas desde cedo, não ficam curadas, mas, conseguem se

assemelhar àquelas que nunca tiveram qualquer transtorno de aprendizagem.

Por outro lado, é interessante ressaltar que a dislexia não se trata de

um problema superado com o tempo; é um transtorno que não pode passar

despercebido, e com isso, pais e professores precisam se esforçar para

identificar a possibilidade de seus filhos ou alunos sofrerem de dislexia.

Até os dias atuais já se desenvolveram inúmeros programas para

melhorar a dislexia. Não há um só método que seja adequado a todas as

pessoas, no entanto, a maioria dos que são adotados dão ênfase à assimilação

de fonemas, o desenvolvimento do vocabulário, a melhoria da compreensão e

fluência na leitura. E assim, auxiliam o disléxico a reconhecer sons, sílabas,

palavras e, por fim, frases. É aconselhável e de grande valia que a criança

disléxica leia em voz alta com um adulto para que ele possa corrigi-la.

Sabe-se que ajudar aos disléxicos a melhorar sua leitura, é bastante

trabalhoso e exige muita atenção e repetição, porém, um bom tratamento pode

dar bons resultados. Algumas pesquisas sugerem que se este for administrado

ainda cedo na vida escolar de uma criança, vai ajudar muito para que ela

possa ter uma vida normal e saudável.

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ANEXOS

Índice de anexo

Anexo 1-------- Exemplo de textos da Internet 46

Anexo 2 --------Exemplo de entrevistas 49

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ANEXO 1

DISLÉXICOS FAMOSOS

www.dislexia.com.br/famosos.htm

Hans Christian Andersen - Harry Anderson - Ann Bancroft - Harry

Belafonte - Neil Bush (filho de Barabara e George Bush) - Stephen J, Cannell -

Cher - Agatha Christie - Wiston Churchill - Tom Cruise - Fred Curry - Leonardo

da Vinci - Dr. Red Duke - Frank Dunkle - Tomima Edmark - Thomas Alva

Edison - Albert Einstein - Gustave Flaubert - Danny Glover - Tracey Gold -

Whoopi Goldberg - Dr. John R. Horner - William James - Bruce Jenner - Magic

Johnson - Thomas H. Kean - Greg Louganis - General George Patton - Robert

Rauschenberg - Nelson Rockefeller - Nolan Ryan - Charles Schwab - Jackie

Stewart - Richard Strauss - Roger W. Wilkins - Woodrow Wilson - Henry

Winkler - William Butler Yeats - Alexander Graham Bell - George Burns -

Stephen J. Cannell - Walt Disney - Henry Ford - William Lear - Jay Leno -

Quentin Tarantino.

Hans Christian Andersen, além de outros livros infantis é autor de

O Patinho Feio, história que bem reflete estados psicológicos de um disléxico

severo, sua baixa auto-estima, a consciência de seu potencial. Esse livro foi

traduzido em muitos idiomas através de quase todo o mundo. Por causa de sua

severa disgrafia, suas histórias foram ditadas a um escriba.

Andersen teve sérias dificuldades na escola e, durante toda a sua vida, não

conseguiu aprender a soletrar e a escrever em sua língua nativa.

Cher, cantora e atriz: "Meus dias na escola foram muito difíceis. Eu

só conseguia aprender quase tudo, através de meu canal auditivo. Por isto, em

meu boletim sempre constava a seguinte observação: "Não se valeu de todo

seu potencial para aprender".

Agatha Christie, escritora: "Eu, por mim mesma, sempre me

reconheci... como a 'mais lenta' da família. Isto era inteiramente uma verdade e

eu sabia disto e aceitava isto".

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Winston Churchill: "Fui totalmente desestimulado em tudo, em

meus dias de escola. E nada é mais desencorajador do que ser marginalizado

em sala de aula, o que leva a nos sentirmos inferiores em nossa origem

humana".

Tom Cruise, ator: "Eu tinha que treinar a mim mesmo para

concentrar minha atenção. Assim, me tornei muito visual e aprendi como criar

imagens mentais para poder compreender o que lia".

Leonardo da Vinci, artista, escultor, cientista: "Você poderia preferir

um bom cientista sem habilidades literárias, a um literata sem conhecimentos

científicos".

Dr. Red Duke, físico, âncora de TV americana: " Tenho mais que um

grande interesse em dislexia porque, como adulto, em algum lugar ao longo da

linha, finalmente, descobri que 'was' não é 'saw' e que tenho uma real e boa

tendência a memorizar palavras de trás para frente... Tenho boa memória;

graças a Deus, posso lembrar as coisas realmente rápido. Porém quando eu

era uma criança e porque ninguém sabia nada sobre dislexia, nós tínhamos

que encontrar o nosso jeito de ir adiante".

Thomas Alva Edison, o maior inventor de todos os tempos: "A mais

satisfatória forma de arrebatamento é pensar, pensar e pensar".

Albert Eisntein, um dos maiores cientistas de todos os tempos:

"Quando eu lia, somente ouvia o que estava lendo, e era incapaz de lembrar a

aparência visual da palavra que lia".

Danny Glover, ator: "As crianças faziam piada de mim por causa da

minha pele negra, de meu nariz grande, e porque eu era disléxico. Já como

ator, demorou um longo tempo para que eu pudesse entender por que as

palavras pareciam misturadas em minha mente e eu as

pronunciava de maneira diferente".

Tracey Gold, atriz: "Você tem que lutar duramente para ter sucesso.

Porém isto faz de você uma pessoa mais forte".

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Whopppi Goldberg, atriz: "Minhas lembranças da escola não são

minhas coisas favoritas... Nós não somos estúpidos - nós temos uma

deficiência e essa deficiência pode ser superada".

Magic Johnson, jogador americano de basquete: "Os olhares, as

celebridades, os sorrisos... Eu queria mostrar a cada um que podia fazer o meu

melhor, mas, também, que eu era capaz de ler".

Greg Louganis, duas vezes ganhador de Medalha de Ouro

Olímpica: "Dislexia! Este era eu; este foi meu problema. Você não pode

imaginar que alívio é para alguém com dezoito anos saber que ele não é

mentalmente retardado".

General George Patton, gênio militar da II Grande Guerra Mundial,

"Old Blood and Guts". Extraído da biografia escrita por Martin Blumenson: "

Jovem George... Embora brilhante, inteligente e transbordando energia, ele era

incapaz de ler e escrever. Para ele, as letras impressas nas páginas pareciam-

lhe de cabeça para baixo ou impressas em sentido de direção reversa... A

esposa de Patton corrigia sua soletração, sua pontuação, sua gramática".

Nelson Rockefeller, governou a cidade de New York: "Eu mesmo

fui uma daquelas crianças enigmáticas - um disléxico, ou leitor reverso - E para

mim, ainda hoje, é difícil ler".

Henry Winkler, ator, diretor e produtor americano: "Quando criança,

eu era rotulado de estúpido e preguiçoso. Meus pais não tinham nenhuma idéia

de que eu tinha dificuldades de aprendizado.

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ANEXO 2

Entrevista com Hélio Magri Filho: Autor do livro ‘Sou Disléxico

e Daí?’

setembro 10, 2011

Vejamos abaixo a entrevista de Hélio Magri Filho concedida ao Bigmae.com,

que poderá esclarecer e orientar mães, pais e educadores acerca do tema

Dislexia:

1- O que é dislexia?

A definição oficial, aceita pela Associação Brasileira de Dislexia: Dislexia é uma

dificuldade de aprendizagem de origem neurológica. É caracterizada pela

dificuldade com a fluência correta na leitura e por dificuldade na habilidade de

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decodificação e soletração. Essas dificuldades resultam tipicamente do déficit

no componente fonológico da linguagem que é inesperado em relação a outras

habilidades cognitivas consideradas na faixa etária.

Minha definição: Nosso cérebro, quando visto de cima, lembra duas metades

de uma noz. Cada metade recebe o nome de hemisfério cerebral. Os

hemisférios comunicam-se através de um feixe de fibras nervosas denominado

CORPO CALOSO. A grande maioria das pessoas foi acostumada a pensar e

agir de acordo com o paradigma cartesiano, baseado no raciocínio lógico,

linear, sequencial, deixando de lado suas emoções, a intuição, a criatividade, a

capacidade de ousar soluções diferentes. Utilizando mais o hemisfério

esquerdo, considerado racional, deixamos de usufruir dos benefícios contidos

no hemisfério direito, como a imaginação criativa, a serenidade, visão global,

capacidade de síntese e facilidade de memorizar, dentre outros. Eu costumo

dizer que não tenho “atleticidade” cerebral suficiente para cruzar a “ponte”

(corpo caloso) do hemisfério esquerdo para o direito, e vice versa, do meu

cérebro. Tenho uma tendência maior em permanecer no lado direito, ou seja,

mais no mundo da “lua”, comprometendo atenção, concentração e

aprendizagem.

2- Conte-nos um pouco da sua experiência de vida como disléxico.

A vida com dislexia, discalculia (dificuldades com números), desatenção e

outros “dis” me deixou sempre numa posição de questionamento, é como se eu

tivesse que mentalizar todos meus movimentos, minhas ações e reações,

antes de manifestá-los. Isso é desgastante, muito estressante, mas também

enriquecedor. Sempre sentia que era diferente, não conseguia me inserir no

cenário e questionava, interna e incessantemente minha postura. Isso para

quem está tentando assimilar os caminhos do mundo é um peso extra que

carregamos. Se não entendemos quem somos e como somos, como

poderemos entender a vida como ela é? Como tudo na vida parece ter sempre

um jeito, eu criava estratégias para lidar com números, evitava leituras em voz

alta, alegava sempre algum mal estar súbito e outras tantas desculpas. E

nessa introspecção eu fui descobrindo quem realmente soud e daí escolhi

manifestar isso todos os dias da minha vida.

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3- O que foi mais difícil em sua infância?

O mais difícil na infância, e na vida adulta, são os rótulos. Entendo que as

pessoas não têm a paciência suficiente, e nem o conhecimento necessário

para entender que somos diferentes. A crueldade destes rótulos, mais a

incapacidade de desempenhar tarefas consideradas normais para as outras

crianças deixaram suas marcas na auto-estima. A frustração de uma criança

que não consegue se ajustar é algo silencioso e pessoal. Uma batalha

constante. Isso foi o mais difícil: Cada dia era uma luta para se inserir nos

cenários e corresponder às expectativas da família, da escola e etc.

4- Como pode ser identificado precocemente que uma criança tem dislexia?

A dislexia pode ser identificada já nos primeiros anos escolares, sendo que a

primeira condição para o diagnóstico é que a criança já tenha sido alfabetizada

e que a criança já tenha tido uma vivência com a leitura e escrita de, pelo

menos, dois anos para que seja possível a caracterização das dificuldades

disléxicas.

A dislexia necessita de um tratamento apropriado. Por não ser um problema

que passa com o tempo, a dislexia merece atenção para não passar

despercebida. É importante que o diagnóstico seja efetuado o quanto antes,

assim, as crianças tratadas desde cedo, têm grandes chances de superar ou

conviver melhor com os sintomas.

São vários os sinais que identificam a dislexia: Dificuldade com cálculos

mentais, dificuldade em organizar tarefas, dificuldades com noções espaço-

temporais, entre outras. Podemos observar também um desempenho

inconstante com relação à aprendizagem da leitura e da escrita; Dificuldade

com os sons das palavras e, consequentemente, com a soletração; Escrita

incorreta, com trocas, omissões, junções e aglutinações de fonemas;

Relutância para escrever; Confusão entre letras de formas vizinhas, como

“moite” por “noite”, “espuerda” por “esquerda”; Confusão entre letras

foneticamente semelhantes: “tinda” por “tinta”, “popre” por “pobre”, “gomida” por

“comida”; Omissão de letras e/ou sílabas, como “entrando” por “encontrando”,

“giado” por “guiado”, “BNDT” por “Benedito”; Adição de letras e/ou sílabas:

“muimto” por “muito”, “fiaque” por “fique”, “aprendendendo” por “aprendendo”;

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União de uma ou mais palavras e/ou divisão inadequada de vocábulos:

“Eraumaves um omem” por “Era uma vez um homem”, “a mi versario” por

“aniversário”; Leitura e escrita em espelho; Existem ainda outros sinais

importantes de dislexia na idade escolar: Lentidão na aprendizagem dos

mecanismos da leitura e escrita; Trocas ortográficas, dependendo do tipo de

dislexia; Problema para reconhecer rimas e alterações; Desatenção e

dispersão; Desempenho escolar abaixo da média, em matérias específicas,

que dependem da linguagem escrita; Melhores resultados nas avaliações orais,

do que nas escritas; Dificuldade de coordenação motora fina (para desenhar,

escrever e pintar) e grossa (é descoordenada); Dificuldade de copiar as lições

do quadro, ou de um livro; Problema na lateralidade (confusão entre esquerda

e direita, ginástica) Dificuldades de expressão: vocabulário pobre, frases

curtas, estruturas simples, sentenças vagas; Dificuldades em manusear mapas

e dicionários; Esquecimento de palavras; Problema de conduta: retração,

timidez excessiva e depressão; Desinteresse ou negação da necessidade de

ler; Leitura demorada, silabadas e com erros. Esquecimento de tudo o que lê;

Salta linhas durante a leitura, acompanha a linha de leitura com o dedo;

Dificuldade em matemática, desenho geométrico e em decorar sequencias;

Desnível entre o que ouve e o que lê. Aproveita o que ouve, mas não o que lê;

Demora demasiado tempo na realização dos trabalhos de casa; Não gosta de ir

à escola; Apresenta “picos de aprendizagem”. Em alguns dias parece assimilar

e compreender os conteúdos e em outros, parece ter esquecido o que tinha

aprendido anteriormente; Pode evidenciar capacidade acima da média em

áreas como: desenho, pintura, música, teatro, esporte, etc.

Quando um aluno demonstra contínua dificuldade com os problemas acima,

deverá ser imediatamente encaminhado aos profissionais especializados, estes

farão averiguações concretas. O diagnóstico deve sempre ser feito por uma

equipe multidisciplinar composta de fonoaudiólogos, neuropsicólogos,

psicólogos, e etc.

5- Como devem agir os pais ao perceber que o filho tem dislexia?

Tudo deve ser feito em PARCERIA com a escola. Constatado a dislexia, é

fundamental que o professor esclareça em sala de aula quanto às dificuldades

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do colega, para que se mantenha um ambiente de respeito e consideração sem

rejeições. Quero enfatizar a importância do acompanhamento dos pais com o

disléxico, estes devem ser esclarecidos para que possam entender melhor as

dificuldades que seu filho demonstra e ajudá-lo a contorná-las. A Associação

Brasileira de Dislexia (ABD) através de seu site: www.dislexia.org.br

disponibiliza ferramentas, apoio e recursos que os pais podem usar para lidar

com o problema. Além de tudo isso, os pais devem encontrar uma escola que

possa atender as necessidades do seu filho disléxico. As escolas devem

oferecer adaptações do sistema escolar às necessidades do aluno disléxico,

para que ele possa entrar em contato com experiências e informações, para a

construção de sua aprendizagem. Não há uma escola perfeita, o fundamental

então é selecionar uma escola que mais se adapte às prioridades da Criança, e

acompanhar sistematicamente sua aprendizagem, contando com o auxílio de

uma equipe multidisciplinar. A busca por uma escola é essencial, pois no

Brasil, a maioria dos modelos de escola que conhecemos, públicas e

particulares, geralmente não foram feitas para disléxicos. Um bom programa

educacional para crianças disléxicas precisa estabelecer objetivos específicos

de progresso para o ano letivo. É necessário dedicar muita atenção para que a

dislexia seja superada; sendo assim, seja paciente com um aluno ou filho

disléxico, e não deixe que ele sofra de baixa auto-estima. Incentive-o a buscar

novas atividades e interesses, tais como esportes ou música, e sempre o

recompense quando ele progredir em seus estudos.

6- Porque em pleno 2011, os educadores e as escolas ainda têm dificuldade

em identificar a dislexia numa criança?

Eu tenho um sonho: O ideal seria que toda criança fosse testada para detectar

se ela sofre de dislexia. Porém, o sistema educacional brasileiro é deficiente e

há uma falta de recursos na maioria das escolas do País. Apesar das salas de

aula estarem lotadas e apesar da falta de recursos para pesquisas, a dislexia

precisa ser combatida. Muitos casos de dislexia passam despercebidos em

nossas escolas por causa da falta de conhecimento dos educadores, dos pais

e pelo próprio sistema de ensino que ignora as necessidades mais básicas de

alfabetização. Eu morei no exterior por mais de vinte anos, e em minhas

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pesquisas descobri que em outros países a questão da dislexia, e de outros

distúrbios de aprendizagem, está ligada aos assuntos de SAÚDE. Aqui no

Brasil, insistimos que isso tudo é do ENSINO. Muitas vezes, crianças

inteligentíssimas, mas que sofrem de dislexia, aparentam ser péssimos alunos;

muitas dessas crianças se envergonham de suas dificuldades acadêmicas,

abandonam a escola e se isolam de amigos e familiares. Muitos pais, ainda por

falta de conhecimento, se envergonham de ter um filho disléxico e evitam tratar

do problema. Isso é lamentável, pois crianças disléxicas que recebem um

tratamento apropriado podem não apenas superar essa dificuldade, mas até

utilizá-la como benefício para se sobressair pessoal e profissionalmente.

Não é suficiente incluir uma criança disléxica em sala de aula, precisamos,

antes de tudo, de professores e coordenadores capacitados em dislexia para

atender com eficiência as necessidades que estas crianças apresentam. A

abrangência da inclusão escolar é muito ampla. Uma educação para todos

precisa valorizar a diversidade em todos os sentidos, dinamizando e

enriquecendo as relações e interações, despertando nos alunos o desejo de

conhecer e conviver com grupos diferentes do seu. A escola é um lugar

privilegiado de encontro com o outro, onde o respeito às diferenças deve

prevalecer. Fica aqui um desafio para os professores: VOCÊ, COMO

EDUCADOR, É CAPAZ DE ENSINAR DE ACORDO COM A NECESSIDADE

DA CRIANÇA, OU ACHA QUE A CRIANÇA DEVE APRENDER DE ACORDO

COM O SEU MÉTODO DE ENSINO?

7- Qual caminho os pais devem seguir ao constatar que o filho tem dislexia?

Além do que já falamos anteriormente quero acrescentar ainda que, assim

como qualquer criança, os disléxicos necessitam do apoio dos pais. Não só

para a satisfação das suas necessidades imediatas e físicas, mas também para

ajudar na criação de mecanismos para superar suas dificuldades.

Usar exercícios criativos que envolvam a memória, tais como recitar poemas

infantis em conjunto, ler poemas, utilizar mímica, teatro, falar de imagens,

utilizar a ação, os jogos de tabuleiro, e cantar músicas, podem ser muito úteis.

Estas são algumas dicas/estratégias que também poderão ser importantes:

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* Incentivar a prática de exercício físico, em que se promova o atirar, capturar,

chutar bolas, saltar e treinar o equilíbrio;

* Incentivar a prática de atividades lúdicas e artísticas, como dança, pintura ou

outra que a criança se sinta inclinada;

* Incentivar o gosto pela leitura, usando a linguagem dos livros — as imagens,

as palavras e as letras — para perceber que os livros podem ser analisados,

lidos e desfrutados;

* Mostrar como segurar um livro, de que forma ele abre, onde começa a

história, onde é o topo da página e que direção segue o texto, apreciar as

imagens;

* Promover o aspecto cultural: visitar museus, assistir peças de teatro ou

musicais, conhecer outras cidades, etc.

* Ajudar a criança disléxica a aprender a seguir instruções, por exemplo, “por

favor pegue no lápis e coloque-o na caixa”, e fazer gradativamente sequencias

mais longas, por exemplo, “ir à prateleira, encontrar a caixa vermelha, traze-la

para mim”.

Incentive sempre a criança disléxica a repetir a instrução antes de realizar a

tarefa desejada.

8- Existe alguma metodologia de ensino específica para crianças disléxicas?

O professor, quando preocupado com o desempenho e o progresso de um

aluno, deve consultar os pais e a própria escola a fim de obter maiores

informações sobre a vida escolar do aluno. Se a preocupação e os sinais

persistirem, o professor deve sugerir, juntamente com o psicólogo da escola,

um acompanhamento clínico especializado. Desta forma, tornará sua ajuda

muito valiosa, já que não é o professor que fará as terapias e tratamento

necessários, mas tem o dever de identificar e posteriormente dedicar-se de

maneira especial ao aluno disléxico em sala de aula, resgatando também, sua

autoconfiança.

O professor de um aluno disléxico deve rever suas estratégias metodológicas e

descobrir habilidades nestes alunos, para que eles possam descobrir-se,

conhecer-se e possivelmente destacar-se em outras áreas, pois se os

disléxicos fracassarem no período escolar, significa que não fracassaram

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sozinhos: a escola, desde o gestor até o professor, também fracassou.

Não há um só tratamento, ou intervenção escolar, que seja adequado a todas

as pessoas. Contudo, a maioria dos tratamentos e intervenções enfatiza a

assimilação de fonemas, o desenvolvimento do vocabulário, a melhoria da

compreensão e fluência na leitura. Esses tratamentos e intervenções ajudam o

disléxico a reconhecer sons, sílabas, palavras e, por fim, frases. É

aconselhável que a criança disléxica leia em voz alta com um adulto para que

ele possa corrigi-la. É importante saber que ajudar disléxicos a melhorar sua

leitura é muito trabalhoso e exige muita atenção e repetição. Mas um bom

tratamento e intervenção adequados, certamente rendem bons resultados.

Alguns estudos sugerem que quando administrados ainda cedo na vida escolar

de uma criança, podem amenizar e até mesmo corrigir as falhas nas conexões

cerebrais.

9- O que fazer para facilitar a vida de uma criança disléxica?

Crianças precisam de amord Uma criança disléxica precisa de muito amor e

da conscientização, pelos pais e professores de três regras básicas: Nunca

julgue; Nunca critique e Nunca condene!

Se os pais e professores sabem que a dislexia persiste, apesar da boa

escolaridade. É necessário que estejam cientes de que um alto número de

crianças sofre de dislexia. Se você julgar, certamente confundirá dislexia com

preguiça ou má disciplina. E, se critica, certamente verá que as crianças

disléxicas expressam sua frustração por meio de mal-comportamento, dentro e

fora da sala de aula. Portanto, pais e educadores devem saber identificar, sem

condenar, os sinais que indicam que uma criança é disléxica – e não

preguiçosa, pouco inteligente ou mal-comportada.

10- Para finalizar deixe-nos as suas considerações finais sobre o tema

‘Dislexia’ que julgar importante ser esclarecido.

Nunca é tarde demais para ensinar disléxicos a ler e a processar informações

com mais eficiência. Entretanto, diferente da fala – que qualquer criança acaba

adquirindo – a leitura precisa ser ensinada. Utilizando métodos adequados de

tratamento e com muita atenção e carinho, a dislexia pode ser derrotada.

Crianças disléxicas que receberam tratamento desde cedo apresentam uma

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menor dificuldade ao aprender a ler. Isso evita com que a criança se atrase na

escola ou passe a detestar estudar.

O primeiro sinal de possível dislexia pode ser detectado quando a criança,

apesar de estudar numa boa escola, tem grande dificuldade em assimilar o que

é ensinado pelo professor. Crianças cujo desenvolvimento educacional é

retardatário podem ser bastante inteligentes, mas sofrer de dislexia. O melhor

procedimento a ser adotado é permitir que profissionais qualificados examinem

a criança para averiguar se ela é disléxica. A dislexia não é o único distúrbio

que inibe o aprendizado, mas é o mais comum.

São muitos os sinais que identificam a dislexia. Crianças disléxicas tendem a

confundir letras com grande freqüência. Entretanto, esse indicativo não é

totalmente confiável, pois muitas crianças, inclusive não-disléxicas,

freqüentemente confundem as letras do alfabeto e as escrevem de lado ou ao

contrário. No Jardim de Infância, crianças disléxicas demonstram dificuldade ao

tentar rimar palavras e reconhecer letras e fonemas. Na primeira série, elas

não conseguem ler palavras curtas e simples, têm dificuldade em identificar

fonemas e reclamam que ler é muito difícil. Da segunda à quinta série, crianças

disléxicas têm dificuldade em soletrar, ler em voz alta e memorizar palavras;

elas também freqüentemente confundem palavras. Esses são apenas alguns

dos muitos sinais que identificam que uma criança sofre de dislexia.

Um último esclarecimento: A dislexia é tão comum em meninos quanto em

meninas.

Os sintomas que podem indicar a dislexia, antes que seja feito um diagnóstico

multidisciplinar, só indicam um distúrbio de aprendizagem, mas não confirmam

a dislexia. Os mesmos sintomas podem indicar outras síndromes neurológicas

ou comportamentais.

Identificado o problema de rendimento escolar ou sintomas isolados, que

podem ser percebidos na escola ou mesmo em casa, deve-se procurar ajuda

especializada.

Uma equipe multidisciplinar formada por: Psicóloga, Fonoaudióloga e

Psicopedagoga Clínica deve iniciar uma minuciosa investigação. Essa mesma

equipe deve ainda garantir uma maior abrangência do processo de avaliação,

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verificando a necessidade do parecer de outros profissionais, como

Neurologista, Oftalmologista, Otorrinolaringologista e outros, conforme o caso.A

equipe de profissionais deve verificar todas as possibilidades antes de

confirmar ou descartar o diagnóstico de dislexia. É o que chamamos de

AVALIAÇÃO DIFERENCIAL MULTIDISCIPLINAR.

PORQUÊ.... SOMOS DISLÉXICOS??

COMO É A VIDA DE UMA PESSOA COM DISLÉXIA?...

Saiba , que entendo muito bem , quando vc fala (mal sabem eles o que tenho

de fazer para chegar ate onde cheguei.... ´´e horrivel para mim. Agora vou ter

que enfrentar um exame da ordem. Nao sei se mostro que sou dislexica ou nao

para fazer a prova. Tenho que decidir, gostaria que vcs me orientasse o que

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devo fazer) vou te dar varias razões, para você não esconder que é disléxica, e

outras tantas mais para você se cuidar e se respeitar em quanto há tempo.

Seja quem você realmente é !!!.Não seja preconceituosa com você mesma ,

como eu fui, por pura falta de conhecimento , coisa que você já tem.

e o mais importante ...tem a conciencia dos seus direitos como cidadã. O meu

conselho é: exerça seus direitos e cumpra seus deveres, como ser pensante e

atuante na nossa sociedade.

Como vc sabe , também sou disléxica, mas só tive conciencia do que estava

acontecendo comigo, depois que ...já tinha meu emocional todo comprometido.

E mesmo assim , tive que passar por mentirosa, pois já havia passado em um

concurso publico, atuava como professora alfabetizadora e estava fazendo

uma graduação em pedagogia. E te digo.só eu e deus, sabia o que eu

escondia. !

Vivi toda minha vida com medo, e com vergunha , quando alguèm percebia

meus erros ortograficos ,minha total incapacidade de escrever ao mesmo

tempo que outra pessoa falava, não consiguia anotar as informações.

Com tudo isto, fui desfaçando para conseguir viver neste mundo letrado!!!

Até que minha mente e meu corpo , não suportou o estress!!! E tudo ficou

encontrolavel, entrei em um processo de depressão, ansiedade e

hiperatividade altissimo.

Foi quando, fui em busca de ajuda medica. Sem saber o que eu escondia...os

profissionais de saúde, se desdobraram em busca de explicações para o meu

estado de saúde. Cada um chegou a um diagnostico conclusivo.

O psiquiatra, depressão e asiedade, que deveria ser trabalhada com terapia e

medicação. A psicologa, hiperatividade causada por meu comportamento

obcessivo de perfeição, e fata de confiança, deveria tentar me concentrar

melhor no presente. O reumatologista, para ele eu estava com fibromialgia e

outras coisas, causadas pelo estress, elevado, seria necessario procurar

auternativas de relaxamento, e medicação. Fiz , hidroterapia, acupuntura, rpg ,

caminhada, cessão de relaxamento mental, com os psicologos, participei de

programas para levantar minha auto-estima. Mais nada adiantava...tive outros

sintomas, como gagueira, que foi trabalhado com a fonaldiologa. Labirintite,

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refluxo, que foram tratados por medicos da aréa, especialistas.

Depois tive problemas na visão, ai foi que tudo se entrelaçou, o oftalmologista ,

pedio um exame para descartar , adivinha o que?

Esclerose multipla....ai na resomância deu possitivo!!! E tudo levava a crer,

neste diagnostico, quando se juntava tudo o que estava acontecendo com o

meu corpo!!!

Pensa que acabou por ai!!?? Não! Tudo só estava recomeçando...

Mas paralelo a tudo isto, que vinha se passando, eu não parei de estudar, herá

ponto de hora!!Para mim!! Fiquei de licença do trabalho , para tratamento, e

ainda tive que enfrentar a doença da minha mãe que estava com o diagnostico

de câncer. E meus filhos confusos e em plena adolecência. Eu estava

completamente perdida!!!! Sem estrutura emocional, e sem controle cognitivo,

esquecia as coisas , chorava muito,comecei a escrever e ler com muito mais

dificuldades , já estava saindo da realidade, que me parecia um pesadelo!!

Mas, como uma boa dislexica, até então sem saber, não deixei de lutar contra

o mundo. E quando estava fazendo minhas pesquisas para o trabalho do tcc,

para conclusão do curso de graduação em pedagogia, sobre o tema que mais

mim encomodava, os erros ortograficos em sala de aula e a visão do professor,

quanto os problemas de aprendizagem. Por acaso, entrei no site da associação

brasileira de dislexia, e quando estava lendo um depoimento de um dislexico

adulto!!! O chão se abriu e o céu também...e as coisas foram tendo sentido,

minha vida tava fazendo sentido. Eu estava diante , de uma explicação para a

minha total "burrice"!!! Diante dos meus maiores medos, das minhas grandes

vergunhas, das minhas piores dificuldades, e de tudo o que eu fazia questão de

esconder, que erá a minha incompetência, diante do desafio de ler e escrever!!!

Mas o que eu julgava ter diante de me, toda solução para explicar todos as

minhas angustias, sem fundamento , porquê , agora haveria uma razão. Senti

meu esprírito leve, despreoculpado, pensei, agora não vou mais ter que mentir

, tenho que revelar o meu maior segredo, e só atravez desta revelação serei

liberta do medo, da vergunha, desta vida prisioneira da culpa de ser o que eu

herá!!!

Bem , caros colegas, as coisas não foram, e não são tão faceis deste jeito que

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pensei...todos os profissionais de saúde que estavam , cuidando do meu

equilibrio, duvidaram da minha verdade. Passaram a olhar , para me, como se

eu estevesse, louca...e se perguntavam!!???

E questionavam, como eu tinha dislexia e tinha chegado onde cheguei sem

ajuda!!??? Como eu saberia ler e escrever !!??? Porque, e como poderia ter

escondido isto!!!?? Bem , as respostas para estas perguntas, só eu e deus

sabe o que tive que fazer,e tive que reunir forças,buscar conhecimento para

meus argumentos e levanta uma quantia em dinheiro, para ir até são Paulo, o

único lugar , onde teria profissionais seguramente competentes para fazer o

diagnostico, porquê todos os outros se mostravam completamente

impossibilitados para assinar um laudo fechado de um diagnostico sobre

dislexia.

E neste exato momento , luto contra todos os mesmos, sentimentos e há todos

os mesmos pré-conceitos. E tenho que usar os mesmos meios para continuar

sobrevivendo. Mas com uma diferença fundamental,hoje já não tenho tanta

vergonha de escrever errado, entendi que isto não mim tira o direito de ser

respeitada e que sou competente e capaz .

Imagina ser ...professora alfabetizadora, pedagoga e atualmente estou fazendo

pós- de psicopedagogia. Se tenho dificuldades...claro!! Se vejo discriminação

nos olhos de muitos ...simmm!!! Fui aposentada pelo governo do distrito

federal, por razões óbvias, que já não tenho forças para questionar.

Mas o que mais importa é que dessidi ir á luta, por mim e por nós!!

Quero que todo disléxico assuma sua condição, não somos doentes para

procurar há cura...devemos ir a procura do entendimento do nosso ser

pensante e atuante , diante desta sociedade letrada e preconceituosa.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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CONDEMARÍN, Mabel, BLOMQUIST, Marlys. (1986). Dislexia; manual de

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CUBA DOS SANTOS, C. Dislexia específica de evolução. São Paulo:

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HOUT, Anne Van, ESTIENNE, Françoise. (2001). Dislexias: descriçãçãçãção,

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LUCZYNSKI, Zeneide Bittencourt. Dislexia: você sabe o que é? Curitiba:

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WEBGRAFIA

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acesso: 04/07/2012.

Psicopedagogia On Line :: Portal da Educação e Saúde

www.psicopedagogia.com.br/ - data de acesso: 28/07/2012.

Dislexicosaibaseusdireitos.blogspot.com/ - data de acesso: 09/08/2012

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

EPÍGRAFE 03

AGRADECIMENTO 04

DEDICATÓRIA 05

RESUMO 06

METODOLOGIA 07

SUMÁRIO 08

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I

DISLEXIA 11

1.1 - Diagnóstico e tratamento da dislexia 22

1.2 - Apresentação dos sintomas 22

CAPÍTULO II

TIPOS DE DISLEXIA 26

2.1 - A Dislexia e a pré-escola 28

2.2- As dificuldades na sala de aula 30

CAPÍTULO III

O PAPEL DO PROFESSOR 32

3.1- O papel dos pais 33

3.2 - Como o professor e a família pode ajudar o disléxico

na sua aprendizagem 35

3.3 - Sugestões e recursos 39

CONCLUSÃO 43

ANEXOS 45

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 62

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WEBGRAFIA 64

ÍNDICE 65