UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · uma menção a pedagogia e seus desdobramentos,...
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
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PEDAGOGIA EMPRESARIAL E A EAD ON-LINE NA EDUCAÇÃO
CORPORATIVA.
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Por: Lígia Maria de Andrade Rocha
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Orientador
Prof. Jorge Vieira Rocha
Rio de Janeiro
2010
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
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PEDAGOGIA EMPRESARIAL E A EAD ON-LINE NA EDUCAÇÃO
CORPORATIVA.
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Apresentação de monografia à Universidade
Cândido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Pedagogia
Empresarial
Por: . Lígia Maria de Andrade Rocha
3
AGRADECIMENTOS
A Deus, em primeiro lugar, que me
capacita e inspira a superar limites. Ao
meu marido, pela paciência e
compreensão. Aos Amigos que
trilharam comigo essa Jornada E aos
professores e funcionários do IAVM.
Obrigada a todos!
4
DEDICATÓRIA
À minha família, com amor.
5
RESUMO
Em síntese este trabalho trata da contextualização da Pedagogia
Empresarial na Era do conhecimento. Conceitua a pedagogia, principalmente
na empresa, refere-se as formas de atuação , objeto de estudo e objetivos. Faz
menção aos acontecimentos que antecederam a Era do conhecimento e situa-
se no contexto atual econômico global.
A sociedade do conhecimento, ou Era do conhecimento, está
influenciando na busca por novos modelos de treinamento, de gerenciamento,
de comportamentos etc. Portanto, a educação (continuada) é de interesse das
empresas inseridas num mercado competitivo, que faz com que a qualidade, a
produtividade e baixos custos sejam exigências indispensáveis para
alcançarem o sucesso, mas para tais necessidades é preciso mais do que
investirem em máquinas e sistemas automáticos e sofisticados, é essencial
investir no desenvolvimento de pessoas. A Pedagogia na empresa está
relacionada à identificação das necessidades educacionais, à qualificação e
requalificação profissional e ao apoio pedagógico em treinamentos para
promoverem o desenvolvimento do Capital Intelectual das empresas.
Novas tecnologias de Informação que acompanham o processo atual de
globalização podem ser utilizadas para promover educação no ambiente
organizacional. Assim a educação a distância on-line, ou e-learning é uma
ferramenta de grande auxílio nos processos de ensino-aprendizagem, podendo
facilitar o alcance da educação corporativa, auxiliar em processos de mudança
e de superação de defasagens profissionais, bem como, no desenvolvimento
de competências em uma gestão estratégica, com o apoio e assessoramento
da pedagogia empresarial..
6
METODOLOGIA
O presente trabalho utilizou o método de pesquisa bibliográfica baseada
em leituras de livros, revistas, jornais e Artigos publicados. Os principais
autores foram Marisa Eboli, José Abrantes, Marco Silva e a Organizadora
Eleonora Jorge Ricardo que reuni vários artigos sobre Educação Corporativa e
Educação a distância.
Com a observação dos processos de ensino-aprendizagem e as novas
tendências educacionais a proposta foi fazer uma abordagem referencial do
cenário atual empresarial, no qual empresas estão implementando a educação
corporativa e buscando o desenvolvimento de pessoas como diferencial de
competitividade.
Não foi realizado pesquisa de campo, sendo utilizado somente
pesquisas citadas por autores escolhidos. Primeiramente, o objetivo foi fazer
uma menção a pedagogia e seus desdobramentos, bem como objeto de
estudo e objetivos. O passo seguinte foi situar a inserção da pedagogia na
educação corporativa. Buscou-se também fazer a contextualização do que,
academicamente, está sendo denominado como Era do conhecimento. Por
último, buscou-se fazer uma apresentação da EAD on-line como uma
ferramenta a ser utilizada nos processos de educação continuada e de
atualização nos processos de defasagens profissionais e facilitadora de
processos de mudanças.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - A Pedagogia Empresarial 10
CAPÍTULO II - Educação Corporativa 21
CAPÍTULO III – Educação on-line 29
CONCLUSÃO 47
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43
WEBGRAFIA CONSULTADA 44
ÍNDICE 46
FOLHA DE AVALIAÇÃO
8
INTRODUÇÃO
O tema desta monografia é a importância da Pedagogia Empresarial e
a utilização da educação on-line na Educação corporativa. A questão central
deste estudo é destacar a educação on-line como ferramenta de grande
importância a ser considerada pela pedagogia empresarial nos processos de
ensino-aprendizagem, desenvolvimento de competências e amenizar
defasagens profissionais.
Este tema é de fundamental relevância, pois estamos na Era do
Conhecimento, em um mundo globalizado marcado pelo aumento de
competitividade entre as empresas e por inovações tecnológicas. Precisamos
cada vez mais acompanhar as mudanças no ritmo em que elas acontecem.
Devido a essa necessidade as empresas precisam de profissionais preparados
e de ações educacionais que permitam produzir e gerir o conhecimento de
seus funcionários de forma adequada para atingir os objetivos do negócio.
Dentro desse contexto a Pedagogia Empresarial é fundamental para
trabalhar a gestão do conhecimento e acompanhar os processos de mudanças
através de ações educacionais. O pedagogo empresarial, além de outras
competências, irá atuar nos processos de modificação de valores e no
desenvolvimento das pessoas dentro da empresa.
O uso da Internet e a aplicação de novas tecnologias na Educação à
Distância podem e devem ser usadas para que o Pedagogo Empresarial
desenvolva nos funcionários as habilidades e competências necessárias ao
desempenho de suas atividades. A Educação on-line oferece a possibilidade
de uma formação contextualizada à realidade da prática profissional com uma
grande abrangência na estrutura organizacional, sem que o funcionário tenha
que deixar o seu local de trabalho ou interromper suas funções. Permite
também a realização das atividades do curso de acordo com os horários mais
adequados.
9
O primeiro capítulo trata do conceito da pedagogia e da pedagogia
empresarial, da importância da educação no ambiente organizacional na
chamada era do conhecimento. Segundo ABRANTES (2009), educação,
treinamento e qualificação profissional são fatores que, com pouco
investimento financeiro, despertam a motivação para o trabalho e a vida.
O segundo capítulo trata da educação corporativa. Muitas empresas,
inclusive grandes corporações brasileiras, vem desenvolvendo projetos de
educação corporativa e Universidades Corporativas para promoverem
treinamento e qualificação profissional, além de estimularem seus funcionários
à educação contínua.
No terceiro capítulo o tema central é a educação on-line, tipos de
cursos que podem ajudar minimizar defasagens, e auxiliar nos processos de
mudanças e desenvolvimento de competências; considerações da pedagogia
ao utilizá-la no processo de ensino-aprendizagem e disseminação de
conhecimentos e valores organizacionais.
10
CAPÍTULO I
A Pedagogia Empresarial
O CONCEITO
“O ser humano é parte de um todo que chamamos de
universo” Albert Einstein
Muitas pessoas questionam sobre o que é Pedagogia, qual a sua
aplicação e como identificar sua atuação em suas vidas. Este capítulo
pretende elucidar não só o que é pedagogia, mas principalmente falar sobre a
Pedagogia na Empresa, ou seja, a Pedagogia no ambiente organizacional.
Izolda Lopes (2008) ressalta que, a Educação ocorre em todos os
momentos de vida do indivíduo, os processos educativos acontecem em uma
variedade de manifestações e atividades. E segundo EBOLI (2004), a
educação designa o processo de desenvolvimento e realização do potencial,
físico, espiritual, estético e afetivo existentes em cada ser humano. A educação
representa “a ponte que conduz a todos os processos evolutivos” em diferentes
seguimentos da sociedade. A tarefa da educação torna-se cada vez mais
complexa diante do mundo globalizado. Através da Educação busca-se que os
seres humanos sejam capazes de identificar metas e objetivos, que sejam
capazes de desenvolverem planos e estratégias diversas; que estejam
habilitados a relacionar-se com os outros, a criar valores e regras de
comportamentos sociais, que respeitem as dimensões físicas e espirituais. A
Educação conduz o homem a sua inclusão no universo social, promove a
reflexão sobre sua individualidade e o sistema que ele é parte integrante. A
Educação se encarrega de transformar experiências humanas em um sistema
integrado de valores, crenças e regras de condutas, ajuda o homem a
identificar sua cultura e a comunicá-la às novas gerações de forma organizada.
11
A educação acontece de diferentes formas e em muitos modelos adotados:
nas instituições de ensino, na família, nas igrejas, nos relacionamentos, no
trabalho, nas empresas, nos meios de comunicação, de modo formal ou
informal, a educação se mistura à vida humana. A Pedagogia encontra em
todos os processos de educação sua área de estudos científicos.
A origem da palavra Pedagogia vem da Grécia Antiga, paidós
(Criança) e agogé (condução), As crianças eram conduzidas aos locais de
ensinamento por adultos (geralmente escravos).
Atualmente a Pedagogia pode ser definida, de modo objetivo, como a
ciência da Educação. É importante mencionar que a Pedagogia possui uma
forte relação com outras ciências como a Antropologia, a Sociologia etc. Os
processos educacionais acontecem também no sentido de manter a memória
cultural á ser disseminada a outras gerações.
De acordo com o Catálogo Brasileiro de Ocupações (CBO), os
profissionais Pedagogos:
“Implementam, avaliam, coordenam e planejam o
desenvolvimento de projetos pedagógicos/instrucionais
nas modalidades de ensino presencial e/ou a distância,
aplicando metodologias e técnicas para facilitar o
processo de ensino e aprendizagem. Atuam em cursos
acadêmicos e/ou corporativos em todos os níveis de
ensino para atender as necessidades dos alunos,
acompanhando e avaliando os processos educacionais.
Viabilizam o trabalho coletivo, criando e organizando
mecanismos de participação em programas e projetos
educacionais, facilitando o processo comunicativo entre a
comunidade escolar e as associações a ela vinculadas.”
(www.mtecbo.gov.br)
A pedagogia se encarrega da pesquisa dos processos de ensino-
aprendizagem e a aplicação da educação como mediadora entre teoria e
prática no desenvolvimento do homem em um meio culturalmente organizado.
12
A pedagogia trara da teoria e da prática da educação de crianças e
adolescentes de modo sistemático, observando técnicas e modelos
pedagógicos.
A Andragogia é a ciência que trata da educação de pessoas adultas.
Muitos autores ao analisarem os conceitos de Pedagogia e Andragogia,
apresentam opiniões distintas, porém alguns concordam que as duas ciências
possuem o mesmo objeto de estudo – crianças, adolescentes e adultos – e o
mesmo objetivo que é a educação. A Andragogia leva em consideração as
experiências dos adultos, ou seja, “a experiência é a mais rica fonte para o
adulto aprender, por isto, o centro da metodologia da educação do adulto é a
análise das experiências.”(www.andragogia.com.br)
“Sabe-se que estudantes adultos retêm apenas 10% do
que ouvem, após 72 horas (três dias), entretanto serão
capazes de lembrar de 85% do que ouvem, veem e
fazem, após o mesmo prazo de três dias. As informações
mais lembradas são aquelas recebidas nos primeiros 15
minutos de uma aula ou palestra. Segundo o educador
kevim Miller, dependendo do método empregado, a
retenção da aprendizagem é de: 1) 5% em aula 2)10%
com leitura; 3) 20% com audiovisual; 4) 30% com
demonstração; 5) 50% com grupos de discussão; 6) 75%
com a prática (aprender fazendo); 7) 80% ao ensinar os
outros (quanto mais se ensina mais se aprende).”
(ABRANTES, JOSE, 2009, P.970)
A Heutagogia é uma conceituação bastante atual, que surge,
provavelmente com influência dos avanços tecnológicos. ABRANTES (2009)
ressalta que, foi criado em 2000 por Stewart Hase e C. Kenyon, em que, no
processo de aprendizagem, o aprendiz ou o aluno está sozinho, ou seja, não
existe a figura do professor ou do facilitador. É uma nova proposta de
conceituação de aprendizagem que se faz evidente na atualidade por meio de
13
ambientes virtuais e o uso da Internet, que se define como aprendizagem
eletrônica (e-learning). Segundo ABRANTES (2009), pode-se afirmar que a
Educação a Distância está baseada neste conceito.
A Pedagogia não está relacionada apenas aos ambientes escolares,
mas se faz necessária em muitos outros setores da sociedade, já que seu
objetivo é a formação e/ou instrução do homem com relação ao seu
desenvolvimento e integração com o meio em que está inserido. Entre as
várias áreas de Atuação do profissional Pedagogo encontramos uma muito
recente, principalmente no contexto brasileiro, que é a Pedagogia na Empresa.
“Um dos propósitos da Pedagogia na Empresa é a de
qualificar todo o pessoal da organização nas áreas
administrativas, operacional, gerencial, elevando a
qualidade e a produtividade organizacionais.”
(FERREIRA, 1985, apud, RIBEIRO, AMELIA, 2008, p.9)
A Pedagogia Empresarial corresponde à ação de um profissional
especializado em Educação, ou seja, um profissional que exerça a
tarefa/função de assessorar e apoiar os processos de aprendizagens nas
empresas, de modo a identificar quais as necessidades educacionais e quais
as melhores metodologias a serem utilizadas, de acordo com as
circunstâncias e os objetivos estratégicos da empresa, com a finalidade de
alcançar os resultados desejados.
Segundo a pesquisa de ABRANTES (2009) a Pedagogia Empresarial é
melhor definida como Antropogogia Empresarial por se referir a educação de
homens e mulheres adultas.
“Pedagogia, ou melhor, a Antropogogia1, Empresarial se
ocupa do desenvolvimento do capital intelectual da
empresa, ou seja, do desenvolvimento das pessoas,
1 ABRANTES (2009) ressalta que, Pedagogia e Pedagogia Empresarial não se aplicam as
empresas, pois estes termos se referem a crianças (e Jovens) e nas empresas só atuam adultos. A Andragogia e Antropogogia refere-se a educação de adultos enquanto funcionários de empresas.
14
homens e mulheres. Por meio de métodos e recursos
didático-pedagógicos, as pessoas aprendem e se
modificam, ou seja, mudam seus hábitos e
comportamentos.”(ABRANTES, JOSE, 2009, p,94).
Assim a Pedagogia Empresarial tem por finalidades atuar nos
processos educacionais nas empresas, ou seja, nos processos de formação,
requalificação, treinamento, avaliação, disseminação e outras áreas
importantes ao desenvolvimento humano dentro do ambiente organizacional,
através de métodos pedagógicos e instrucionais.
1.1 - A Pedagogia Empresarial na Era do Conhecimento
O século XXI se inicia num mundo globalizado, ou seja, num processo
de aprofundamento da Integração econômica, social, cultural e política,
caracterizado por alta competitividade, busca de novos mercados, aumento de
produtividade, busca por redução de custos, inovações tecnológicas,
inovações na área de gerenciamento e de relações de trabalho na chamada
Era do Conhecimento. Diante dessa dinâmica do capitalismo, que necessita
aproximar os países desenvolvidos e subdesenvolvidos formando uma aldeia
global para novos mercados, a Pedagogia Empresarial deve inserir-se na
tarefa de transmitir novos conhecimentos organizacionais, estabelecer
programas de qualificação e requalificação profissional e educação diversa às
capacidades dos funcionários, desenvolvendo habilidades e aumentando a
capacidade de adaptação às mudanças de forma consciente durante todos os
processos em que estejam inseridos, reconhecendo e internalizando os valores
organizacionais da empresa.
“A sociedade do Conhecimento, também chamada de
Nova Economia, coloca desafios grandes para um
processo de desenvolvimento inclusivo. A proliferação de
novas ferramentas tecnológicas pode evidentemente
15
facilitar o acesso ao saber, especialmente se governo e
sociedade se emprenharem em reduzir a exclusão digital.
Mas a velocidade de superação do conhecimento e os
desafios apresentados por esse novo instrumental põem
em xeque hábitos, formas de pensar e agir de populações
que não têm mecanismos de treinamento para utilizá-las,
o que torna a possibilidade de sucateamento de seres
humanos um pesadelo possível.”( EBOLI, MARISA, 2004,
p.19)
Para entendermos o que é a Era do conhecimento voltaremos um
pouco no contexto histórico que antecede aos dias de hoje. O Século XX ficou
marcado por duas grandes guerras, em decorrência de disputas ideológicas
que dividiam o mundo, porém após a Segunda Guerra Mundial as nações
vencedoras e as devastadas chegaram à conclusão de que necessitavam de
novos mecanismos diplomáticos e comerciais em benefício do futuro da
humanidade. A Democracia conquistou um número crescente de países e a
Tecnologia em expansão acelerada devolveu ao homem a esperança de
crescimento com relação ao progresso e à vida ascendente. O Mundo se
inseriu num novo cenário político e econômico: a Globalização.
“A globalização é um fenômeno capitalista e complexo
que começou na época dos Descobrimentos e que se
desenvolveu a partir da Revolução Industrial Mas o seu
conteúdo passou despercebido por muito tempo, e hoje
muitos economistas analisam a globalização como
resultado do pós Segunda Guerra Mundial, ou como
resultado da Revolução Tecnológica”
(http://pt.wikipedia.org)
Caracterizada pela expansão das grandes corporações pelo
mundo, uma vez que os mercados internos dos países desenvolvidos estavam
16
saturados, a globalização aumentou a competitividade e fez com que as
empresas buscassem novos meios de produção, mão-de-obra especializada,
matéria-prima barata, investimentos em novas máquinas, robotização,
equipamentos e computadores, desenvolvimento de softwares e no uso de
uma grande rede de informações – a Internet.
Tantas transformações trouxeram novos desafios. As empresas
precisam buscar elementos de diferenciação no mercado mundial, como por
exemplo, a qualidade, maior produtividade, manter-se atualizada no processo
de globalização, manter um bom relacionamento com seus clientes e
fornecedores, dentre outros.
Essas transformações afetaram a estrutura das organizações em
diferentes aspectos, que começaram a sofrer o impacto de mudanças cada vez
mais rápidas influenciadas por avanços em diversas áreas, principalmente nas
áreas tecnológicas e de Telecomunicações. A Internet e outras Tecnologias de
Informação possibilitaram o compartilhamento de conteúdos e a disseminação
de informações em uma velocidade e alcance impossíveis antes. O modelo
Taylorista-Fordista2 começa a ser substituídos por abordagens modernas e
mais flexíveis.
(]) “na sociedade industrial a educação era voltada
exclusivamente para a alfabetização e o provimento de
treinamento técnico, na sociedade do conhecimento a
educação passa a ser universal e os níveis de educação
crescem para as novas áreas de conhecimentos, que
requerem mais treinamento e educação atualizada para
2 O modelo administrativo Taylorista-Fordista é a junção das Práticas administrativas de dois
americanos precursores da história da administração que muito contribuíram com a Revolução Industrial. Frederick wisnlow Taylor (1856-1915) foi o fundador da Administração científica, como exemplo atual de suas práticas temos as produções típicas das linhas de montagem e o atendimento em massa. Henry Ford (1863-1947) foi considerado o líder empresarial mais importante do século XX, sua filosofia pode ser descrita como funções divididas, especialização, montagem em linha, decisões tomas por gerentes e o planejamento feito por líderes. Segundo EBOLI (2004), a troca de paradigma na gestão de empresas, a passagem da administração taylorista-fordista para a gestão flexível, gerou forte impacto no comportamento das organizações.
17
sua aplicação.” (ZABOT;SILVA, 2002, apud, SILVA,
MARCO, 2005, p.28)
Atualmente há uma tendência a valorização do conhecimento
acumulado por toda parte, seja nas redes virtuais, nas pessoas ou nas
organizações. O conhecimento, propriamente dito, não é o principal interesse
das empresas, mas a habilidade que as pessoas possuem em internalizar as
informações e transformá-las em ações. Quando incorporados, os
conhecimentos passam a influenciar o comportamento humano, manifestando-
se em habilidades, valores e atitudes. O somatório do conhecimento de todos
os seus funcionários constitui o Capital Intelectual da empresa, considerado
como Ativo Intangível3.
“A realidade mudou, exigindo que todas as pessoas em
todos os níveis da empresa tenham bem desenvolvida a
capacidade de criar trabalho e conhecimento
organizacional, contribuindo de maneira efetiva para o
sucesso dos negócios.” EBOLI, MARISA, 2005, p.46)
Diante dessa realidade é importante que o desenvolvimento
organizacional seja feito de forma contextualizada, oferecendo programas
educacionais de atualização e de desenvolvimento de talentos e habilidades,
promovendo um ambiente motivacional, integrando as aspirações de seus
funcionários aos objetivos da empresa. Atualmente as organizações buscam
uma gestão mais cognitiva, com ênfase na educação e no treinamento para
todos os funcionários promovendo a participação de todos nas decisões,
valorizando os processos de aprendizagens dando ênfase ao pensar e ao
aprender, à gestão das informações e do conhecimento, ou seja, começam a
agregar valor ao Intelecto dos funcionários, ao seu Capital Intelectual.
3 Ativos Intangíveis correspondem aos recursos disponíveis no ambiente organizacional que
contribuem para os processos produtivos e sociais. São de difícil qualificação, como por exemplo, funcionários competentes, motivados e habilitados.
18
As empresas estão diante de novas exigências de um mercado
altamente competitivo, os programas educacionais existentes, normalmente
restritos aos níveis gerenciais e à alta administração e treinamentos de
funcionários que seguem o tradicional centro de Treinamento &
Desenvolvimento, precisam ser mais amplos e abrangentes com a educação
de todos os colaboradores, preparando para novas necessidades profissionais
promovendo o desenvolvimento de novas competências necessárias aos
processos de mudanças e às estratégias da organização, contribuindo para
minimizar defasagens profissionais e para o desenvolvimento intelectual e
auto-organizacional dos funcionários. Segundo apontam as pesquisas de
Marisa Eboli (2004), é absolutamente necessário que as empresas
desenvolvam seus talentos e competências a fim de aumentar sua
competitividade e obter melhores resultados nos negócios.
Diante desse quadro atual surgem diferentes necessidades
educacionais.
“O avanço acelerado da tecnologia está trazendo a
necessidade urgente de novos profissionais qualificados
para funções que até pouco tempo nem existiam. Ao
passo que o desemprego triplicou de 1984 a 2007, entre
os jovens dos 16 aos 20 anos, de acordo com o Instituto
de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o mercado de
trabalho está repleto de vagas à espera de candidatos
que não existem. Esta discrepância pode ser explicada
pelo desconhecimento das autoridades, empresas e
universidades, de como preparar o país para uma nova
realidade.”
(http://jbonline.terra.com.br/pextra/2010/01/28/e28011844
8.asp)
De um lado encontramos a procura de empregos e de outro é possível
encontrar vagas a espera de pessoas qualificadas, é importante perceber que
existem carências na sociedade e nas empresas que precisam ser entendidas
19
e solucionadas de forma a contribuir para a valorização de diferentes
atividades profissionais. As empresas estão buscando no mercado de trabalho
profissionais que atendam as suas necessidades e em alguns casos
encontram dificuldades em selecionar pessoas com as competências
desejadas. Muitas empresas, inclusive brasileiras, estão investindo em projetos
educacionais que qualifiquem seus próprios funcionários para exercer novas
competências. É cada vez mais adotado nas grandes corporações um novo
modelo de Universidade, as chamadas Universidades Corporativas, com
objetivos de desenvolver em seus funcionários atitudes, habilidades e
competências importantes ao seus negócios.
É importante perceber que o pedagogo na empresa é o especialista em
educação que tem como pressupostos principais a filosofia e a política de
recursos humanos adotados pelas empresas, porém sua atuação ultrapassa o
Departamento de Recursos humanos. Enquanto a Psicologia Organizacional4,
tem por objeto de estudo fenômenos psicológicos presentes na organização, a
Pedagogia Empresarial tem como objeto de estudos a educação (continuada)
de adultos/funcionários, ou seja, o desenvolvimento Intelectual e profissional
que atendam tanto as necessidades individuais quanto aos objetivos
organizacionais. A Educação é fundamentalmente norteadora do sujeito e sua
interação com o meio em que está inserido.
A Pedagogia no ambiente corporativo, ao qual chamamos de
Pedagogia Empresarial, pode ser definida como:
“(]) relacionada à aprendizagem das empresas e de
seus funcionários ou, como é conhecida atualmente,
capital intelectual. A proposta da pedagogia Empresarial
é ajudar as empresas “a aprender a aprender”, isto dentro
do contexto da educação continuada, ou seja, para um
mundo em constante mudança.” (ABRANTES, JOSE,
2009, p, 94).
20
Em síntese, a Era do conhecimento compreende a grande disseminação
e democratização de informações, corresponde a valorização do
conhecimento que as pessoas transformam em ações dentro do ambiente
organizacional, representa um nova base para a economia globalizada. As
empresas estão inserindo a capacidade intelectual de seus funcionários ao seu
capital, como fator de competitividade. A educação campo de estudos
científicos da Pedagogia, é cada vez mais importante para os funcionários,
para empresas e para toda a sociedade.
4 A Psicologia Organizacional, inicialmente denominada como Psicologia Industrial, estuda os
fenômenos psicológicos presentes nas organizações. Mais especificamente, atua sobre os problemas organizacionais ligados à gestão de recursos humanos (ou gestão de pessoas) www.wikipédia.com.br
21
CAPÍTULO II
Educação Corporativa
“O Capital humano significa pessoas estudadas e
especializadas, que são hoje o ponto central na
transformação global” (Zabot e silva, apud. Ricardo, 2005,
p.27).
Como já mencionado anteriormente estamos na Era do Conhecimento,
que é caracterizado pela velocidade e o grande fluxo de informações
disseminadas a um número cada vez maior de pessoas em todo o mundo de
forma simultânea através da Internet, Tecnologias de Informação e meios de
comunicação influenciados pelo advento da globalização. Assim, atualmente,
as empresas vêm apostando na Educação Corporativa ou Universidade
Corporativa, um sistema de desenvolvimento de pessoas pautado pela gestão
de pessoas por competências, como mediadora entre teoria e prática.
“Exige-se cada vez mais das pessoas, em todos os níveis
hierárquicos, com uma postura voltada ao
autodesenvolvimento e à aprendizagem contínua. Para
22
criar esse novo perfil as empresas precisarão implantar
sistemas educacionais que privilegiem o desenvolvimento
de atitudes, posturas e habilidades, e não apenas a
aquisição de conhecimento técnico e instrumental.
Essas tendências apontam para um novo aspecto na
criação de vantagem competitiva sustentável: o
comprometimento da empresa com a educação e o
desenvolvimento de seus colaboradores. Emerge assim a
ideia da UC como veículo eficaz para o alinhamento e
desenvolvimento dos talentos humanos de acordo com as
estratégias empresariais.” (EBOLI, MARISA, 2004, p.37)
Segundo Marisa Eboli (2004), a Educação é um tema que interessa a
todos os setores da sociedade, inclusive o corporativo, e esta na agenda de
todas as empresas empenhadas em aumentar a competitividade.
O desenvolvimento de pessoas tornou-se fator de sucesso das
empresas. Nesse contexto surgem as universidades corporativas e institutos
de ensino com o propósito de desenvolvimento de habilidades e/ou de
amenizar as defasagens profissionais de funcionários através da educação
continuada, mas suas tendências ultrapassam a isso, uma vez que, atingem
todos os setores de atividade e as mais diversas organizações. Marisa Eboli
(2004) acrescenta ao conceito de Educação corporativa, no que diz respeito ao
desenvolvimento de competências, que se o conceito de competências é
incorporado e assimilado como um princípio organizacional, a empresa tende a
contratar por competência, e remunerar por competência, avaliar por
competência etc.
Os princípios inerentes à educação corporativa estão influenciando na
criação de um novo sistema de aprendizagem contínua, assim, é necessário
que toda empresa aprenda a trabalhar com novos processos e novas soluções
e entenda que a aprendizagem continuada é importante para as metas da
empresa.
23
“As organizações que aplicam os princípios inerentes a
UC estão criando um sistema de aprendizagem contínua
em que toda a empresa aprende e trabalha com novos
processos e novas soluções e compreende a importância
de aprendizagem contínua vinculada a metas
empresariais.” (EBOLI, MARISA, 2004, p.66)
A Pedagogia na empresa assume a tarefa de facilitar os processos de
aprendizagens sejam quais forem as modalidades de ensino, presencial e/ou a
distância. À pedagogia cabe a investigação das melhores práticas da educação
corporativa e o profissional pedagogo deve estar atento aos princípios que
darão origem a elaboração de um plano estratégico com a finalidade de que os
objetivos e a missão da empresa se tornem realidade sob o ponto de vista de
sua cultura organizacional5
1.1 - Competências e processos de mudanças
O grande desafio da Pedagogia Empresarial é a investigação de quais
as melhores técnicas para promover a educação continuada, internalizar novos
valores organizacionais, desenvolver novas competências nos funcionários e
assessorar e apoiar o processo de ensino e aprendizagem contribuindo para
a motivação, o estimulo a criatividade, ambiente favorável a novas idéias, o
trabalho em equipe, a habilidade de enfrentar e analisar situações complexas
práticas e problemas profissionais tanto em conjunto quanto individualmente.
Os avanços tecnológicos, fator considerado como positivo e, em muitos casos,
essencial para empresas da atualidade, não atendem sozinhos às expectativas
de obtenção de lucros e de sucesso no mercado empresarial. É cada vez mais
importante que os funcionários estejam envolvidos e comprometidos com as
tendências da atualidade. Assim, surgem novas formas de gerenciamento e
relações de trabalho.
24
“Do ponto de vista das inovações que mais afetam as
pessoas, pode-se afirmar que não são necessariamente
os objetos ou mesmo a tecnologia. A inovação mais
importante refere-se às transformações ocorridas. Destas
decorrem os estímulos que permitem/viabilizam (ou não)
o surgimento das demais inovações. A organização
humana transforma-se, pois, no maior fator de inovação.
Há uma interdependência entre organizações, sociedade
e as pessoas.” (RIBEIRO, AMÉLIA, 2008, p.42)
Através da educação corporativa, do gerenciamento do capital
intelectual e de estratégias organizacionais definidas por competências é
possível obter resultados eficazes nas empresas.
“A educação tem hoje em dia legitimidade
macroeconômica, pois há forte preocupação com sua
implicação no desenvolvimento econômico e na
competitividade de um país, e isso se agrega às outras
legitimidades, conforme aponta Kliksberg. Assim sendo,
fico inclinada a imaginar que serão as empresas que
darão o tom do sistema educacional nos próximos
tempos.” (EBOLI, MARISA, 2004, p.36)
As mudanças nas organizações, tema que está sendo bastante
abordado em livros, artigos, palestras, seminários etc., exigem cada vez mais
novas posturas profissionais, fazendo com que pessoas busquem a educação
em todos os momentos da vida, e que aprendam a administrar sua carreira nas
mais diferentes circunstâncias econômicas. Porém mudar não é uma tarefa
simples, acompanhar mudanças constantes também não. É preciso que as
5 A soma da cultura organizacional formal – representada por todos os procedimentos padrões em uma
organização – e a cultura informal – formada através dos grupos informais- é a cultura organizacional.
25
pessoas tomem consciência deste contexto e se sintam seguras para tomarem
decisões que levem ao melhor aproveitamento dos recursos organizacionais.
Portanto, as mudanças devem ocorrer de forma planejada, verificando as
situações que necessitam ou não de mudanças. Ações transparentes e bem
definidas são importantes para ação dos pressupostos geradores de
mudanças. .
“Hoje em dia, o ambiente econômico da maioria das
empresas muda com incrível rapidez. Os mercados estão
sendo velozmente (des) regulamentados, e as
incessantes fusões e aquisições impõem radicais
mudanças estruturais e culturais às empresas envolvidas
_ mudanças que ultrapassam a capacidade de
compreensão das pessoas e assoberbam tanto os
indivíduos quanto as próprias organizações. Em
decorrência disso, há um sentimento profundo e difuso
entre os gerentes e administradores de que, por mais que
trabalhem, não conseguem ter controle sobre as coisas.”
(RICARDO, ELEONORA JORGE, 2005, P. 113)
As “empresas que aprendem” encontram a possibilidade de enfrentar as
mudanças e gerar soluções para os desafios que acompanham o cenário
global de forma mais sustentável e assim tornam-se mais competitivas.
Apresentam-se mais flexíveis e preocupadas com sua contribuição para o
desenvolvimento social e a conservação ambiental.
Para tais aspectos desafiadores é preciso que a empresa ofereça á
seus funcionários o aproveitamento do conhecimento que cada um tem
internalizado, precisam fazer com os conhecimentos úteis às suas funções
sejam desenvolvidos. É preciso a criação de oportunidades de
compartilhamento com todos os conhecimentos existentes na empresa, que
os seus talentos sejam estimulados e desenvolvidos, proporcionando o
aprendizado, principalmente em situações práticas. E que sejam estabelecidos
(http://www.administradores.com.br/artigos/cultura_organizacional/12706/)
26
processos de reconhecimento das competências profissionais, estabelecendo
uma relação de vantagens recíprocas entre a necessidade de desenvolvimento
profissional da pessoa e o aproveitamento de seu conhecimento pela empresa
(RICARDO, ELEONORA JORGE, 2005, p.127)
O conceito de competência compreende a combinação de
conhecimento, habilidades e atitudes. O conhecimento resulta da
compreensão de conceitos e técnicas que darão origem ao saber a ser
aplicado. Habilidade é aptidão e a capacidade de realizar. Atitude é a postura e
o modo de agir configurado no desempenho da ação. A educação corporativa
vai articular essas competências, o conhecimento e aprendizagem para
aumentar a competitividade e o valor de mercado da empresa por meio do
aumento do valor das pessoas.
É importante destacar algumas competências essenciais ou críticas,
apresentadas em três níveis: empresariais, organizacionais e humanas, a
serem consideradas pela Pedagogia Empresarial de acordo com as novas
exigências em função das significativas mudanças em andamento no cenário
global:
• Competências críticas que ofereçam benefícios aos
clientes/consumidores.
• Competências críticas que dificultem a outras empresas a imitação.
• Competências críticas que possam ir além da organização, ou seja, que
contemplem os fornecedores, parceiros, sócios e etc.
1. “
Empresarias: são as competências críticas já
implantadas, ou a adquirir, para que a empresa consolide
e aumente cada vez mais sua capacidade de atuar com
excelência e de forma diferenciada em seu setor de
atividade.
2. O
rganizacionais: são as competências críticas, ainda na
esfera empresarial, que precisam ser adquiridas e
27
desenvolvidas nas principais áreas/processos ou
segmentos de negócios, para dar sustentação às
competências críticas empresarias.
3. H
umanas: são as competências que precisam ser
adquiridas e desenvolvidas na esfera individual para que
a empresa tenha sucesso em seus objetivos estratégicos.
Podem ser habilidades culturais, negociais, gerenciais,
técnicas, funcionais ou comportamentais para aqueles
que exercem funções críticas na empresa. Devem estar
alinhadas com as competências empresariais e
organizacionais, diagnosticadas anteriormente.”
(EBOLI,MARISA, 2004, p.90).
Uma gestão estratégica requer investimento em gestão de pessoas, em
retenção e desenvolvimento de talentos. Isso fará toda diferença nas empresas
do futuro. Empresas que desejarem elevar o seu patamar competitivo
empresarial deveram ter uma visão sempre à frente de seu tempo, e para isso
é importante a consolidação do desenvolvimento de instalações e de pessoas,
são as pessoas que desenvolvem a visão no futuro, inovam e se transformam
em agente de mudanças.
1.2 – Uma reflexão pedagógica: Educação e Empresa
“Eu prefiro morrer homem a viver por toda eternidade
como uma máquina” (filme: O homem bicentenário)
Uma família compra um robô chamado Andrew, como um novo
utensílio doméstico. O robô é programado com as três leis da robótica para
realizar tarefas simples. Porém aos poucos Andrew vai adquirindo
28
características humanas. Ele começa a aprender com as relações familiares,
com a observação do mundo a sua volta, com adoção de hábitos inerentes a
vida em sociedade. - Isto tem estudado sobre história. Guerras terríveis foram
travadas, onde milhões morreram por um ideal: a liberdade. E parece que ela
significa tanto para tanta gente. Deve valer a pena possuir. Andrew descobre
nos livros o conceito de liberdade, e através da educação ele começa a
questionar e a buscar respostas sobre o sentido de sua própria existência, ele
desenvolve a curiosidade, a inteligência, emoções e personalidade própria.
Apesar de Andrew, no filme Bicentennial Man, ser uma Inteligência Artificial,
ele busca a liberdade, as limitações e a complexidade do ser humano - “Eu
sempre tentei buscar o sentido das coisas. Deve existir uma razão para eu ser
o que sou”- o que podemos observar é a relação da educação, da busca pelo
conhecimento com as ações desta personagem.
Por analogia, podemos comparar as empresas que se preocupam com
o desenvolvimento de seus funcionários, promovendo a valorização do
trabalhador e a educação continuada com o personagem Andrew. Os avanços
tecnológicos associados ao desenvolvimento de pessoas podem ajudar as
empresas a alcançarem resultados sustentáveis, não só alcançarem lucros,
mas também alcançarem uma sólida participação na sociedade e no mundo
globalizado, na qual empresa e funcionários buscarão juntos ações integradas
para o sucesso de suas realizações. As empresas na Era do conhecimento
serão como Andrew, serão mais do que “algo” (Isto) criado com uma finalidade
especifica, como por exemplo, a obtenção de lucros para o negócio. Elas estão
transformando sistemas hierarquizados, robotizados, tecnológicos, de geração
de capital etc., em uma busca constante de conhecimentos e ações que
desenvolvam tanto a empresa quanto a vida dos serem humanos. As
organizações precisam ser mais do que “um corpo artificial”. “sua parte
máquina” só tem valor se ela desenvolve “sua parte humana”, e isso faz toda
diferença.
EBOLI (2004) ressalta que, é impossível querer que as pessoas
adquiram novos padrões culturais, ampliando e aprofundando desejos e
29
sonhos e ao mesmo tempo continuem inseridas em organizações fechadas e
conservadoras em que isso gere forte conflito entre o mundo interior e exterior.
O desenvolvimento de pessoas já faz parte da realidade de muitas empresas
brasileiras que estão repensando seus tradicionais centros de T&D de forma
que permitam contribuir com eficácia para as estratégias e o sucesso dos
negócios.
CAPÍTULO III
Educação on-line
1. A evolução da EAD.
A Educação a distância é um tema que desperta cada vez mais o
interesse dos assuntos pedagógicos da atualidade, pesquisas mostram que
essa modalidade de ensino vem aumentando em níveis percentuais, com o
incentivo do poder público e a adoção do sistema semipresencial nos cursos
de graduação e em cursos de pós-graduação de muitas instituições de ensino.
Surge então questões como: a EAD é algo novo, um modismo que vai passar
ou que veio para ficar? Quais as vantagens e as desvantagens? Esses são
alguns dos questionamentos que remetem a uma síntese da a evolução da
EAD no Brasil.
Há dois elementos que caracterizam o processo educacional como
sendo “a distância”: o tempo e o espaço. Pois se trata de uma modalidade de
30
ensino que permite que alunos e professores não estejam fisicamente
presentes em um mesmo ambiente formal de ensino e aprendizagem, permite
também que o aluno faça seu estudo em um tempo distinto. Considerando
essas características é possível afirmar que a prática do ensino a distância, de
forma empírica, vem desde de tempos antigos, como por exemplo, quando o
apóstolo Paulo enviava cartas contendo ensinamentos da fé cristã aos irmãos
de Corinto, já se praticava educação a distância. Atualmente a EAD está
regulamentada, segundo Farias Geovanni Farias (2006), como uma
modalidade educacional que conta com a mediação de tecnologias da
informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo
atividades educativas em lugares e tempos distintos. Assim, além da
modalidade de ensino presencial temos a semipresencial, na qual parte é
presencial e parte é a distância ou virtual, e a educação a distância(ou e-
learning).
Desde 1994, quando teve início a expansão da Internet no meio
universitário até os dias atuais, a EAD vem alcançando maior destaque,
visibilidade e força como uma modalidade de ensino que oferece vários níveis
instrucionais em diferentes situações e com grande flexibilidade, sendo um
mecanismo eficaz de disseminação de conhecimento e discernimento. A EAD
segue os avanços que a humanidade vem presenciando em ritmo de muitas
transformações e adaptações ao se utilizar de novos recursos tecnológicos em
tempos de transformações rápidas e cada vez mais intensas.
Quem nunca ouviu falar dos cursos por correspondência do Instituto
Universal Brasileiro ou não conheceu os Telecursos de primeiro e segundo
Graus da Fundação Roberto Marinho, que foram referências de educação a
distância no Brasil? Durante muito tempo a educação a distância manteve-se
vinculada a trabalhadores menos qualificados e/ou de baixa renda, porém com
os avanços tecnológicos ocorridos, principalmente, com a disseminação da
Internet essa percepção começou a se modificar no final do século XX. A EAD
ganhou uma nova modalidade de ensino-aprendizagem: a EAD on-line ou e-
learning.
31
“A cada inclusão de uma nova solução tecnológica, há um
avanço nas práticas educativas a distância. Do telefone à
Internet, a EAD conseguiu obter formas de interação e
superação de barreiras, anteriormente não imaginadas.
Com o progresso tecnológico, a EAD pôde aperfeiçoar a
entrega de conteúdos e proporcionar maior interatividade
entre membros de comunidades de aprendizagem. Essas
tecnologias, além de auxiliarem nas práticas interativas de
aprendizagem, permitem o registro das aulas.”
(RICARDO, ELEONORA JORGE, 2005, p.31)
A Tecnologia forneceu à Educação ferramentas de integração que à
torna mais audiovisual e abrangente. A educação on-line está ampliando o
conceito de EAD, uma vez que, antes ela utilizava apenas as ferramentas
tradicionais como o impresso via correio, o rádio e a TV. Hoje ela conta com
muitos outros recursos para proporcionar o ensino a alunos de diferentes perfis
ao mesmo tempo e em ambientes distintos. A Educação a distância, que é
caracterizada basicamente pela distância geográfica que separa fisicamente,
e em muitos casos temporalmente, alunos e professores no processo de
ensino-aprendizagem, passa a adotar novas ferramentas tecnológicas para
facilitar a interatividade entre ambos, assim o ensino tradicional a distância,
como o conhecemos, tende a acompanhar as mudanças do mundo
globalizado e adotar novos paradigmas.
“Na educação á distância, encontramos, hoje, inúmeras
possibilidades de combinar soluções pedagógicas
adaptadas a cada tipo de aluno, às peculiaridades da
organização, às necessidades de cada momento. Temos
possibilidades centradas nas tecnologias on-line no
modo-texto, no modo hipertextual, no multimídia.
Podemos combinar aulas ao vivo a distância por tele ou
videoconferência. Podemos combinar aulas com
32
interação via internet. Podemos combinar cursos com
apoio forte no texto impresso e pacotes com outros
semiprontos, que se complementam com atividades
colaborativas. Podemos elaborar uma proposta de curso
em que o próprio grupo escolhe o seu
caminho.”(RICARDO, ELEONORA JORGE, 2005, p.3)
De acordo com as pesquisas feitas em artigos que falam sobre a
educação corporativa e EAD, que se encontram nas referências bibliográficas
ao final deste trabalho, podemos destacar alguns tipos de cursos on-line:
1- Cursos com conteúdos prontos e específicos, com materiais on-line,
contendo cases, pequenos vídeos e algumas atividades para o aluno realizar
durante um determinado período e enviá-los para correção, que normalmente
ocorrerá de forma automática, a partir de conceitos pré-estabelecidos que
permitiram o avanço do aluno para uma nova etapa. Não é preciso formação
de turma com um determinado número de pessoas. Segundo José Manuel
Moran, a grande vantagem desses cursos é a flexibilidade de tempo. O
estudante pode começar e terminar dentro do seu ritmo e a qualquer tempo.
2- Cursos voltados para pequenos grupos: as atividades acontecem
simultaneamente em grupos, é possível organizar atividades individuais e em
grupos. O material e as atividades são preparadas por outros cursos. A
participação é estimulada, mas o sucesso depende do envolvimento do aluno.
Este tipo de curso precisa do apoio de professores e orientadores.
3- Cursos para grupos maiores: que se utilizam de TV educativas, ou
programas de televisão voltados a educação, um grande exemplo deste tipo de
curso e o Telecurso. Atualmente há os cursos de massa que utilizam o sistema
de teleconferências como mídia principal. Fazem uma junção de aulas ao vivo,
atividades on-line e materiais impressos. Há também cursos que utilizam a
videoconferência como principal mídia com uma integração com textos e a
Internet. Os alunos podem se reunir para assistirem juntos os cursos, os
alunos podem fazer atividades a partir de textos impressos e também através
da internet, neste caso orientados por orientadores on-line e/ou um tutor local.
33
4- Cursos on-line para diferentes ambientes e situações: Cursos
voltados para ambientes corporativos facilitadores do processo de ensino-
aprendizagem, neste caso necessidades das empresas e respeitando cada
tipo de aluno. Cursos preparados para amenizar defasagens profissionais, ou
para oferecer aperfeiçoamento técnico ou profissional. Cursos que facilitem o
desenvolvimento intelectual, afetivo, social e familiar.
O uso de novas Tecnologias para facilitar o ensino, seja presencial,
seja à distância, podem proporcionar um maior alcance em processos de
aprendizagem corporativa, principalmente para amenizar defasagens e orientar
nos processos de mudanças organizacionais.
1.1 Considerações da EAD on-line
O ensino a distância é uma importante ferramenta nos processos de
aprendizagem corporativa, sua utilização possibilita aos alunos/funcionários a
participação em diferentes níveis estratégicos, seja administrativo ou
operacional. Muitos argumentos podem ser levantados para justificar a
Educação on-line, como por exemplo, a facilidade de horários, a escolha
individual do momento ideal para que o aluno acompanhe os cursos, o
aprendizado contínuo com uma maior flexibilidade e acessibilidade etc.
Entretanto, é preciso que sejam escolhidas as ferramentas adequadas e que
se respeite o perfil de cada aluno/funcionário. A atuação do pedagogo, neste
caso é orientar, revisar e acompanhar os procedimentos e ferramentas
aplicadas ao ensino-aprendizagem on-line, pois nem todos estão preparados
para aprenderem sozinhos, muitos alunos e/ou funcionários que não estão
habituados até mesmo aos ensinos convencionais presenciais sentem muita
dificuldade, e até certo estranhamento, no processo aprendizagem a distância
e principalmente na modalidade EAD on-line.
De acordo com o Artigo escrito por Renata de Luca, a EAD também
contribui para a formação e um banco de Dados com as melhores práticas em
toda a organização. As empresas geralmente possuem redes internas, as
chamadas Intranets que oferecem acesso a todos os dados da empresa, no
34
qual podem dá suporte ao ensino on-line ou a criação de bibliotecas que
permitam a sistematização, o registro e a transformação do capital intelectual
em capital estrutural.
A Educação está se tornando cada vez mais ampla e complexa, para
atender uma demanda de informações que sejam geridas para o
desenvolvimento pessoal, profissional e social das pessoas e das empresas.
“Aprender a aprender” é o um dos desafios do profissional na Era do
Conhecimento.
“Cada vez se produz mais informação on-line socialmente
partilhada, é cada vez maior o número de pessoas cujo
trabalho é informar on-line, cada vez mais pessoas
dependem da informação on-line para trabalhar e viver. A
economia se assenta na informação on-line. As entidades
financeiras, as bolsas, as empresas nacionais e
multinacionais dependem dos novos sistemas de
informação on-line e progridem, ou não, à medida que os
vão absorvendo e desenvolvendo. A informação on-line
penetra a sociedade como uma rede capital e ao mesmo
tempo como infra-estrutura básica. A educação on-line
ganha adesão nesse contexto, garantindo aprendizagem
na flexibilidade e na interatividade próprias da Internet.”
(Silva, MARCO, 2006, p.21)
Quando se fala em educação continuada ou mesmo em “aprender a
aprender” está se falando também em acompanhar os processos de mudanças
contínuas influenciadas pela velocidade das transformações políticas,
econômicas, sociais e culturais que o cenário mundial vem sofrendo em virtude
das aldeias globais que se formam em função da manutenção do capitalismo.
Porém, nem sempre é possível que funcionários em níveis menos
estratégicos possam se ausentar de suas atividades para um desenvolvimento
mais abrangente que contribua com as estratégias na empresa. Em alguns
35
casos é comum encontrar funcionários em defasagens profissionais, em
função da velocidade com que as transformações influenciam as ações das
empresas. Tanto para o aperfeiçoamento de conhecimentos já existentes no
seu corpo funcional, quanto para amenizar defasagens que dificultam
processos de mudanças constantes, a Pedagogia encontra na educação on-
line uma ferramenta de ensino que pode estar acessível à boa parte dos seus
funcionários. A Educação a distância on-line permite um alcance mais
abrangente em todos os seguimentos organizacionais, diminui custos com
deslocamento de funcionários, facilita o treinamento e a disseminação de
conhecimento em grandes organizações de forma a contribuir para uma maior
compreensão simultânea de conteúdos.
Vamos analisar alguns pontos a serem considerados pela Pedagogia
na empresa com relação a ferramentas de ensino on-line:
• Para a implantação de EAD on-line em alguns casos é preciso que seja
inserido aos poucos na cultura organizacional das empresas. Os cursos
podem associar encontros presenciais com ensino on-line. As pessoas
precisam adquirir a prática de lidar com materiais, programas e
atividades a distância.
• É importante que os cursos on-line sejam de fácil compreensão na
utilização dos recursos tecnólógicos. O funcionário deve se sentir a
vontade no ambiente virtual.
• Os conteúdos que permitem uma interdisciplinaridade com as tarefas do
cotidiano dos funcionários podem facilitar o interesse em dar
continuidade aos cursos. O uso de recursos interativos proporciona um
aprendizado motivado em muitos casos. Adultos gostam de trocar
experiências, compartilhar informações de suas áreas de interesse,
como por exemplo: filhos, relacionamentos, músicas, vídeos,
dificuldades diversas, momentos de lazer etc.
• É importante inserir no ensino on-line cursos de requalificação, através
de levantamentos, tanto das necessidades operacionais, que atendam
as estratégias da empresa, quanto às de seus funcionários. Um
36
exemplo de empresa que utiliza a educação a distância em seus
programas é a empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, Segundo
Marisa Eboli, (2004) ela oferece no ensino à distância cursos de
graduação, extensão universitária, especializações, treinamentos em
local de trabalho, além de cursos de idiomas estrangeiros, informática
básica e estatística.
• É relevante observar o que é importante manter no ambiente presencial
e no ambiente on-line. O ambiente on-line permite que os conteúdos
fiquem disponíveis para consulta, através de bibliotecas e em alguns
casos de Wikipedias internas desenvolvidas para que os funcionários
construam e atualizem documentos e informações, compartilhando o
conhecimento e facilitando a comunicação dentro da empresa.
• Um aspecto muito mencionado na escolha da educação on-line é a
facilidade de horários, ou seja, o aluno/funcionário escolhe a hora mais
adequada para aprender, influenciado pela rotina de suas atividades ou
pelo interesse próprio. Pressupõe-se que ao escolher o melhor horário
para o aprendizado o aluno/funcionário está motivado a acompanhar o
curso proposto, porém o ensino à distância requer mais do que apenas
motivação, é preciso o compromisso individual em querer aprender algo,
requer auto-organização do aluno, fundamental para determinar se ele
irá dar seguimento ao seu aprendizado, se ele irá utilizar o horário que
ele dispõe para a manutenção de seu aprendizado contínuo. O
pedagogo deve considerar que “aprender a aprender” pode e deve ser
uma competência a ser desenvolvida nas pessoas. Diferentes são os
motivos que levam pessoas adultas a se integrarem a programas de
treinamento, qualificação e requalificação, cabe nestes casos que o
profissional pedagogo esteja preparado para uma investigação continua
de comportamentos, que serão determinantes para a utilização da
educação on-line.
37
• Muitos cursos corporativos possuem bons conteúdos preparados por
profissionais qualificados, porém, às vezes, não se fazem atrativos. Por
isso antes da implementação de programas de EAD é importante fazer
o estudo das reais necessidades do ambiente organizacional e qual a
viabilidade de implementação técnica e orçamentária. É importante
considerar que planejamento e execução devem estar integrados, ou
seja, o planejamento deve ter a participação das pessoas que irão
implementá-lo. É preciso que se faça uma seleção dos recursos
humanos que irá compor a equipe de produção bem como o devido
planejamento das ações da equipe e a escolha dos recursos
tecnológicos mais indicados a serem adotados.
• É importante que o pedagogo assuma uma postura de guia nos
processos de ensino-aprendizagem on-line, apoiando e assessorando
nos fundamentos educacionais, na elaboração metodológica, na
didática a ser aplicada.
Em muitos casos a implementação do ensino on-line costuma levantar
algumas questões sobre esse modelo de educação pela internet. Há alguns
argumentos contrários que se baseiam na falta de relacionamento pessoal,
uma vez que o ensino presencial permite o contato “olho no olho” a troca de
comunicação verbal, as conversas informais e o relacionamento entre alunos e
professores. Entretanto, é possível perceber que em muitas situações de sala
de aula, nem sempre é possível que o professor possa estar interagindo com
todos os alunos por ser ele, quase sempre, o centro da informação, e os
relacionamentos também ficam submetidos à correria da vida urbana. Na
empresa há a possibilidade de programas voltados para os relacionamentos
interpessoais, o que significa que a EAD on-line não interfere na comunicação
entre as pessoas, pelo contrário, ela amplia a comunicação buscando atender
a muitas pessoas ao mesmo tempo.
O pedagogo deve estar atento a eficácia do aprendizado dos
alunos/funcionários através da EAD on-line, pois mesmo que os cursos
38
disponibilizem tutores e/ou orientadores on-line para tirar dúvidas por e-mail
ou, em alguns casos, em horários determinados é preciso que os alunos sejam
estimulados a serem auto-suficientes e automotivados. A busca por
metodologias e por novas tecnologias aplicadas à educação deve ser contínua,
assim a tendência é que os cursos sejam os mais variados pedagogicamente e
com recursos tecnológicos que permitam cada vez mais a interação dos
aluno/funcionários com os tutores e com os outros participantes no ambiente
virtual.
“É difícil manter a motivação no presencial e muito mais
no virtual, se não envolvermos os alunos em processos
participativos, afetivos, que inspirem os alunos em
processo participativos, afetivos, que inspirem confiança.
Os cursos que se limitam á transmissão de informação,
de conteúdo – mesmo que estejam brilhantemente
produzidos – correm o risco da desmotivação a longo
prazo e, principalmente, de que a aprendizagem seja só
teórica, insuficiente para dar conta da relação
teoria/prática”.(RICARDO, ELEONORA JORGE, 2005,
p.21)
A educação corporativa através da educação on-line é resultado de
mudanças significativas e é necessário o investimento em profissionais
preparados para o processo complexo que o ensino exige, porém mudar não é
algo simples, em muitos casos, não se pode ficar apenas passivos diante das
transformações e procurando argumentos que justifiquem a inércia e a
defasagem profissional. Nesse sentido é que a EAD pode ser uma modalidade
auxiliada pela tecnologia, através de tecnologias de informação para facilitar o
ensino, de um ambiente virtual participativo – Internet, de profissionais
especializados, tem-se muitas possibilidades de aprendizagem que podem
combinar o que há de melhor no presencial com as facilidades dos ambientes
virtuais.
39
É importante destacar algumas metodologias e ferramentas que
podem ser combinadas com o ensino de alunos/funcionários tais como:
• Os chats, que em português significa conversação (“bate-papo”), podem
ser temas propostos para estimular a reflexão, o aprendizado, a
participação do grupo. Temas relacionados aos cursos, cases
relacionados a rotina da empresa, ou mesmo temas livres para estimular
a troca de conhecimento e a comunicação interna.
• Os fóruns temáticos representam uma ferramenta importante de
comunicação via Internet, facilitador do aprendizado no ambiente virtual.
Os fóruns podem ser feitos de forma aberta – onde alunos/funcionários
podem inserir o tema; e temáticos – onde os tutores podem inserir um
tema elaborado de acordo com os objetivos pedagógicos.
• Auto-avaliação é uma atividade que pode ser desenvolvida como
ferramenta de participação, ou seja, questões com respostas fechadas a
serem preenchidas em ambiente virtual e que apresentem a resposta
imediata.
• A elaboração de atividades de aprendizagem, em grupo ou
individualmente, permitem que os alunos/funcionários desenvolvam os
conteúdos disponibilizados. Com a criação de um sistema de avaliação
com comentários a respeito de erros e acertos.
• O acompanhamento dos alunos/funcionários deve ser feito por uma
equipe de diferentes profissionais: tutores, monitores, tutores-
coordenadores, supervisores, ou seja, profissionais que atuem nas
áreas pedagógica e tecnológica. O acompanhamento permite a
avaliação com base nas atividades colaborativas, a participação
quantitativa e qualificativa das contribuições dos alunos.
• As ferramentas audiovisuais, embora a sua aplicação não seja algo
novo nos processos de ensino-aprendizagem, podem ser utilizadas para
alcançarem a maior quantidade de pessoas, alcançarem diferentes
níveis hierárquicos e diminuir custos. O seu diferencial corresponde aos
novos recursos audiovisuais que além de gravações de aulas
transmitidas pela televisão também conta com a sua transmissão
40
através da Internet. Com a combinação de entretenimento, recursos
gráficos e auditivos a mensagem alcança níveis de compreensão mais
claros no que se deseja transmitir. É possível, por exemplo, a produção
de materiais feitos sob medida com objetivos educacionais nas próprias
instalações da empresa.
A educação on-line integrada às estratégias da empresa busca facilitar
o desenvolvimento de algumas competências que irão facilitar processos de
mudanças, de qualificação e requalificação, tais como:
1. “Aprender a aprender. O funcionário deve ser capaz de
fazer perguntas, buscar respostas e aplicar o
conhecimento existente a novas situações.
2. Comunicação e colaboração. Hoje é preciso saber
trabalhar em equipe, colaborar com o grupo para
compartilhar as melhores práticas do negócio e
relacionar-se com clientes e fornecedores.
3. Raciocínio criativo e resolução de problemas. Todos
devem contribuir para identificar problemas e apontar
soluções.
4. Conhecimento tecnológico. É preciso saber usar, por
exemplo, a Intranet e a Internet para pesquisar novos
produtos, serviços e ofertas competitivas.
5. Conhecimento de negócios globais. As pessoas
precisam conhecer a conjuntura Internacional para pensar
estratégias de negócios globalizados.
6. Desenvolvimento de liderança. Os funcionários devem
ser agentes de mudança em vez de receptores passivos
de instruções.
7. Autogerenciamento da carreira. Cabe ao próprio
funcionário traçar seu plano de carreira e buscar as
qualificações necessárias para a evolução.” (SILVA,
MARCO, 2006, p.476)
41
Segundo Izolda Lopes (2008), a tarefa da Educação consiste em
conduzir e em tornar produtivo, do ponto de vista pedagógico, esse processo
de relação participativa/interativa e, com isso, promover o desenvolvimento do
homem. Assim a EAD on-line amplia as possibilidades de alcance e de
resultados do ensino, promovendo o desenvolvimento dos funcionários,
fornecendo oportunidades de aprendizagem similares em todo o ambiente
organizacional.
CONCLUSÃO
De uma América a outra
Eu consigo passar num segundo
Giro um simples compasso
E num círculo eu faço o mundo...
(Toquinho)
A educação faz parte da vida humana. Desde o nascimento o ser
humano começa a aprender, e não importa com que velocidade, qualidade ou
quantidade, todos possuem a capacidade de aprender. A Pedagogia se
interessa por todos os processos de ensino-aprendizagem. A educação
acontece em todos os momentos da vida das pessoas. Elas Começam
aprendem com seus familiares, em instituições de ensino, nas relações
humanas, no trabalho etc.
42
A Era do conhecimento e o contexto da economia globalizada apresenta
duas fortes características: a necessidade de novos mercados
(competitividade) e as novas tecnologias de informação. Isso também gera
reflexões sobre as necessidades de mudanças nas formas de gestão e no
desenvolvimento de pessoas. A disseminação e o compartilhamento de
informações através de novas mídias de telecomunicações e principalmente
através de uma rede mundial de computadores, a Internet, possibilitaram um
aprofundamento nas relações mundiais. Diante de novas tendências no
cenário empresarial a educação corporativa é fator de diferenciação para
vencer a competitividade.
As empresas que investem em desenvolvimento humano em todos os
níveis hierárquicos, e valorizam e/ou promovem a educação continuada
encontram possibilidades de elevar os resultados do negócio. A atuação do
pedagogo na empresa, muitas vezes vinculado apenas as necessidade de
formação e preparação dos Recursos Humanos nas empresas, tem a sua
atuação em todos os processo de ensino-aprendizagem em diferentes níveis
estratégicos, disseminando, apoiando e assessorando a educação continuada.
A educação reflete-se na formação de funcionários saldáveis, felizes e
motivados. Reflete-se na formação de uma empresa sustentável, competitiva,
socialmente comprometida e de sucesso.
As novas tecnologias estão a serviço também da educação, e em
muitos casos, a educação on-line, pode aumentar o alcance de treinamentos,
cursos de capacitação, graduação, especialização etc. Ajuda a diminuir
defasagens através de curso preparados segundo o levantamento das
necessidades de cada empresa. Contribui para o desenvolvimento de
competências e habilidades necessárias a uma gestão estratégica. A
educação on-line oferece o compartilhamento do conhecimento
organizacional. Com a devida orientação pedagógica e escolha de métodos e
ferramentas pedagógicas adequadas ao ensino corporativo.
43
44
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RIBEIRO, Amélia Escotto do Amaral. Pedagogia Empresarial: atuação do
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47
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO
2
AGRADECIMENTO
3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
A Pedagogia Empresarial 10
1.1 - A pedagogia empresarial na Era do conhecimento 14
CAPÍTULO II
Educação Corporativa
1.1 – Competências e processos de mudanças 23
1.2 – Uma reflexão pedagógica: educação e empresa 27
CAPÍTULO III
Educação on-line 29
1.1 - A evolução da EAD
32
CONCLUSÃO 41
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 43
48
WEBGRAFIA CONSULTADA 44
ÍNDICE 46
49
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição:
Título da Monografia:
Autor:
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