UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os...
Transcript of UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os...
![Page 1: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/1.jpg)
<>
<>
<>
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
<>
<>
<>
<>
<>
MELHORIA NA GERÊNCIA PÚBLICA
<>
<>
<>
Por: Carla Cunha da Rosa
<>
<>
<>
Orientador
Prof. Willian Rocha
Rio de Janeiro
2011
![Page 2: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/2.jpg)
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
<>
<>
<>
<>
<>
MELHORIA NA GERÊNCIA PÚBLICA
<>
<>
<>
<>
<>
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Gestão
Pública.
Por: Carla Cunha da Rosa
![Page 3: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/3.jpg)
3
AGRADECIMENTOS
... aos amigos que colaboraram comigo
durante este curso.
![Page 4: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/4.jpg)
4
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho ao meu marido,
Wagner, meu eterno amor e minha
inspiração constante e a minha mãe
Maria, pelo exemplo de perseverança e
amor.
![Page 5: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/5.jpg)
5
RESUMO
Este trabalho assumiu duas dimensões da Teoria da Administração,
como ponto de partida para a definição dos conteúdos programáticos: tomou
de um lado, as principais funções da Administração no atual contexto das
organizações, que são o Planejamento, a Orientação e Direcionamento, o
Controle e Avaliação, e a Inovação e Desenvolvimento. De outro lado, os
papéis gerenciais mais demandados no atual contexto de trabalho, ou seja, os
papéis de gestor do projeto organizacional; gestor de recursos, processos e
serviços; e gestor de pessoas. Nas organizações, essas duas dimensões se
traduzem em práticas gerenciais, que ao serem devidamente conduzidas
produzem resultados desejáveis, que vão desde a eficiência e a eficácia
organizacional até a plena satisfação dos clientes, significando o cumprimento
dos objetivos organizacionais e a realização da sua missão.
Na forma como foi realizado este trabalho, pretende-se oferecer uma
visão ampla e atualizada da gerência pública, reunindo tanto os conteúdos e
práticas tradicionalmente incluídos na formação gerencial básica, como
aqueles que mais recentemente ganharam interesse e a preocupação dos
gerentes. Entretanto, a extensão dos conteúdos abordados é bem mais ampla
do que aqui apresentada, já que o maior objetivo é fornecer uma visão ampla
do todo da gerência pública, e não, aprofundar os conteúdos pertinentes ao
tema.
![Page 6: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/6.jpg)
6
METODOLOGIA
A metodologia aplicada para desenvolvimento do presente trabalho foi
leitura de livros, jornais, revistas, sites e artigos referentes à área de
administração e ao tema gerência pública. Após coleta de dados e revisão
bibliográfica, foram coletados materiais escritos dos principais autores no
assunto, sendo expostas suas afirmações.
![Page 7: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/7.jpg)
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Conceitos e tipologias de funções gerenciais 10
CAPÍTULO II - A gerência como gestora do projeto organizacional 19
CAPÍTULO III – A gerência como gestora de recursos, processos e serviços
49
CAPÍTULO IV - A gerência como gestora de pessoas 76
CONCLUSÃO 102
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 104
ÍNDICE 106
FOLHA DE AVALIAÇÃO 113
![Page 8: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/8.jpg)
8
INTRODUÇÃO
Com a reforma administrativa brasileira, nas décadas de 80 e 90, os
gestores se viram diante da necessidade de modernização do sistema público
e do desafio de melhoria da gestão para cumprir sua missão. A sociedade
brasileira tornou-se mais exigente no desempenho do governo para a
prestação de seus serviços, com transparência e participação social.
As transformações dos processos, padrões e tecnologias, repercutiram
na necessidade de desenhar estratégias para esses novos desafios da gestão
pública. Emerge a criação de novos espaços para uma gerência,
comprometida com a eficácia do sistema e a equidade social. Essa nova
gestão precisa gerir uma gama de conhecimento, ter habilidade na área
tecnológica e informações do contexto onde está inserido, bem como possuir
uma visão geral no seu negócio com compromisso social, para poder reagir a
essas transformações em que a noção de cidadania vem se ampliando.
Importante se torna explicar, mesmo com uma diversificação de
significados, que os profissionais da gerência pública estão contribuindo para
reforma administrativa, na medida em que demonstrem a capacidade para
gerenciar as organizações públicas, concebendo, implementando e avaliando
as reformas adaptáveis às necessidades atuais do setor público
Sob a visão de Castro e Gomes (2007, p. 51):
É necessário discutir as tendências recentes das
expectativas dos governos em relação ao treinamento
dos gerentes públicos. Em primeiro lugar, examinar as
principais tendências dessas expectativas. Em segundo,
identificar as habilidades exigidas dos gerentes públicos
para adequar se a essas tendências, e em terceiro,
oferecer algumas sugestões quanto aos modos de
transmissão dessas habilidades às instituições [...] que
proporcionam formação e treinamento dos gerentes
públicos.
![Page 9: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/9.jpg)
9
Dessa forma entende-se que o gerente público adequado ao século XXI,
que responda às proposições de eficiência e eficácia na aplicação dos
recursos públicos requer um permanente aprendizado do tipo inovador. Ainda,
de acordo com os autores acima citados, mais especificamente, Castro e
Gomes (2007, p. 60) o gerente público deve entender que seu aprendizado
deve ser um processo que se estende pela vida inteira assegurando assim o
comprometimento com a sua profissão.
![Page 10: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/10.jpg)
10
CAPÍTULO I
CONCEITOS E TIPOLOGIAS DE FUNÇÕES E PAPÉIS
GERENCIAIS
1.1 – As funções da Administração na Teoria organizacional
“Administração é a arte de fazer coisas através de pessoas” segundo
Mary Parker Follet.
A Administração seja ela uma arte, uma ciência, ou ambas, é praticada
o tempo todo no dia-a-dia. Sabe-se que a Administração obteve diversos
enfoques e visões diferentes através do tempo, contudo, apesar dos diferentes
tratamentos da Administração pelo tempo, ela permanece como forma de
aprimorar os meios para atingir os melhores fins. Seja através da arte, da
racionalização ou do uso de ambos, a Administração propõe o
desenvolvimento da melhor forma de agir para obter os resultados esperados.
Segundo Stoner (1999, p.4):
" A Administração é o processo de planejar, organizar,
liderar e controlar os esforços realizados pelos membros
da organização e o uso de todos os outros recursos
organizacionais para alcançar os objetivos estabelecidos”
(STONER, 1999, p.4).
Chiavenato (2000) parece concordar com o conceito de Stoner quando
diz que a Administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar
o uso de recursos a fim de alcançar objetivos. Chiavenato (2000, p. 5) ainda
complementa o conceito de Administração dizendo que “[...] a tarefa básica da
Administração é a de fazer as coisas por meio de pessoas de maneira eficiente
e eficaz”.
![Page 11: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/11.jpg)
11Processo de Administrar:
PLANEJAR (Eficácia) → ORGANIZAR (Eficiência) → LIDERAR (Eficácia) →
CONTROLAR (Eficiência)
São idéias amplas que se complementam, mas para entendê-las é
necessário compreender o significado dos conceitos usados em ambos:
Eficiência, Eficácia, Planejar, Organizar, Liderar e Controlar. De fato um bom
processo de administrar ocorre como descrito acima.
Eficiência
Eficiência é relativa aos meios, como fazer as coisas da melhor
maneira possível. Ser eficiente significa executar da melhor maneira possível,
evitando desperdícios e maximizando a produtividade.
Segundo Stoner (1999) eficiência é a capacidade de minimizar o uso
de recursos para alcançar os objetivos da organização, para Drucker (apud
STONER, 1999, p. 136) eficiência é “fazer as coisas certas”.
Uma abordagem da eficiência como uma medida de desempenho é
feita por Chiavenato (2000, p. 177) quando diz que: "[...] eficiência é uma
relação técnica entre entradas e saídas, [...] é uma relação entre custos e
benefícios, ou seja, uma relação entre os recursos aplicados e o resultado final
obtido: é a razão entre o esforço e o resultado, entre a despesa e a receita,
entre o custo e o benefício resultante."
Dessa forma pode-se medir o nível de eficiência da Administração
avaliando a maneira como os processos estão sendo executados. É importante
manter-se sempre eficiente evitando re-trabalhos e desperdício diversos para a
manutenção de um bom Processo Administrativo.
![Page 12: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/12.jpg)
12
Eficácia
Eficácia se relaciona aos fins, qual o objetivo correto a se perseguir. É
mais importante que a eficiência, pois sem o direcionamento correto a melhor
execução só levará a resultados desnecessários.
Segundo Stoner (1999) eficácia é a capacidade de determinar
objetivos apropriados, para Drucker (apud STONER, 1999, p. 136) eficácia é
“fazer as coisas certas”.
Uma abordagem da eficácia como uma medida de desempenho é feita
por Chiavenato (2000, p. 177) quando diz que: “[...] a eficácia de uma empresa
refere-se à sua capacidade de satisfazer necessidades da sociedade por meio
do suprimento de seus produtos (bens ou serviços)”.
Dessa forma deve-se medir o nível de eficácia da Administração
determinando os melhores objetivos a se perseguir. É fundamental manter-se
sempre eficaz, pois de nada adianta ter a melhor organização e produção se
os bens ou serviços produzidos não atendem às necessidades ou desejos da
sociedade.
Planejar
Planejar é o primeiro passo do Processo de Administrar, é pensar
antes de agir ou preparar as maneiras mais adequadas para a ação. Dessa
forma objetiva-se o melhor caminho para se atingir os resultados esperados.
Stoner (1999, p.5) diz que:
"Planejar significa que os administradores pensam
antecipadamente em seus objetivos e ações, e que seus
atos são baseados em algum método, plano ou lógica, e
não em palpites. São os planos que dão à organização
seus objetivos e que definem o melhor procedimento para
alcançá-los."
![Page 13: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/13.jpg)
13De forma semelhante, Chiavenato (2000, p.195) diz que:
"O Planejamento figura como a primeira função
administrativa, por ser aquela que serve de base para as
demais funções. O Planejamento é a função
administrativa que determina antecipadamente os
objetivos que devem ser atingidos e como se deve fazer
para alcançá-los."
O ato de planejar envolve sensibilidade ao mercado e à missão da
organização além de vários métodos e técnicas que tornam o planejamento
realmente eficaz. Assim a organização deixa de agir unicamente de maneira
intuitiva e passa a atuar de forma profissional e focada facilitando seu
desenvolvimento e sustentabilidade.
Organizar
Organizar é o segundo passo do Processo de Administrar, consiste em
procurar a melhor forma para executar o que foi planejado. Nesse momento é
importante a eficiência das operações.
Para Stoner (1999) organizar é o processo de arrumar e alocar o
trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização,
de modo que eles possam alcançar eficientemente os objetivos da mesma.
Segundo Chiavenato (2000, p. 202) organizar consiste em:
1. Determinar as atividades específicas necessárias ao alcance dos
objetivos planejados (especialização).
2. Agrupar as atividades em uma estrutura lógica (departamentalização).
3. Designar as atividades às específicas posições e pessoas (cargos e
tarefas).
![Page 14: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/14.jpg)
14Por isso, o processo de organizar exige racionalização do trabalho
objetivando minimizar desperdícios e otimizar a produtividade para alcançar
ótimos resultados. Organizar significa buscar a melhor maneira para agir.
Liderar
Liderar é a função mais difícil de definir, devido sua complexidade e
variedade de conceitos. Esse trabalho não pretende fazer uma grande
discussão sobre aos diferentes estilos de liderança e suas influências. Em
poucas palavras, liderar é usar das habilidades técnicas, conceituais e
principalmente humanas, para se construir junto às pessoas o resultado
esperado.
Para Stoner (1999) liderar significa dirigir, influenciar e motivar os
empregados a realizar tarefas essenciais.
Chiavenato (2000, p. 7) diz que:
"Definido o planejamento e estabelecida a organização,
resta fazer as coisas andarem e acontecerem. Este é o
papel da direção (liderança): acionar e dinamizar a
empresa. A direção (liderança) está relacionada com a
ação, com o colocar-se em marcha, e tem muito a ver
com as pessoas. Ela está relacionada diretamente com a
atuação sobre os recursos humanos da empresa."
Por sua relação direta e constante com as pessoas, a habilidade mais
preponderante na liderança é a habilidade pessoal. Saber se comunicar sem
ruídos, ter sensibilidade e facilidade em se relacionar bem com as pessoas é
imprescindível para que se possa construir e fazê-las construir os melhores
resultados.
![Page 15: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/15.jpg)
15
Controlar
Controlar é saber se o que foi planejado e organizado está dando os
resultados esperados, é medir o sucesso ou insucesso de todo o processo
administrativo. É fundamental o controle para garantir a eficiência e eficácia da
Administração.
Stoner (1999) divida a função de controle em 4 elementos: (1)
estabelecer padrões de desempenho; (2) medir o desempenho atual; (3)
comparar esse desempenho com os padrões estabelecidos; e (4) caso sejam
detectados desvios, executar ações corretivas.
Sobre a finalidade do Controle, Stoner (1999, p.7) diz que: “Através da
função de controlar, o administrador mantém a organização no caminho
escolhido”. De maneira semelhante, Chiavenato (2000) fala que a finalidade do
controle é assegurar que os resultados do que foi planejado, organizado e
dirigido se ajustem tanto quanto possível aos objetivos previamente
estabelecidos.
Portanto, através do Controle é possível identificar se o processo está
se desenvolvendo bem e melhorá-lo se possível ou se o processo está se
desenvolvendo de maneira insatisfatória e propor ações corretivas ou novos
direcionamentos para a Administração. É o Controle que garante os bons
resultados e a melhoria contínua do Processo de Administrar.
1.2 – Papéis gerenciais
O papel refere-se aos diversos comportamentos que as organizações e
as pessoas esperam de um indivíduo ou de um grupo em uma determinada
situação. Tais expectativas são influenciadas pela localização do papel na
hierarquia da organização, pelas atividades normalmente associadas ao papel,
e pelos padrões de interação social que normalmente estabelece.
![Page 16: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/16.jpg)
16Um dos temas centrais da Teoria da Administração é o estudo dos
papéis gerenciais, preocupação evidenciada desde os primeiros estudos e
pesquisas. Para Fayol, por exemplo, o trabalho do gerente/dirigente consistia
em tomar decisões, estabelecer metas, definir diretrizes e atribuir
responsabilidades, de forma que as funções planejar, organizar, comandar,
coordenar e controlar fossem atendidas numa sequência lógica.
“ Uma vez organizada uma empresa, seus colaboradores
necessitam de ordens para saber o que fazer, suas ações
precisam de coordenação e suas tarefas precisam de
controle gerencial. Esse é o papel dos gerentes ”
(MAXIMINIANO, 2000, p.57).
Cinquenta anos após Fayol, Mintzberg realizou uma pesquisa que
contribuiu muito para a compreensão dos papéis desempenhados pelos
gerentes. Mintzberg definiu o papel como sendo um conjunto organizado de
comportamentos que pertencem a uma função ou posição existente na
organização, e identificou 10 papéis, que foram agrupados em 3 segmentos:
papéis interpessoais, papéis de informação e papéis de decisão.
1.2. 1 – Papéis gerenciais segundo Mintzberg e Kotter.
Mintzberg
Mintzberg é uma das mais brilhantes mentes contemporâneas em
planejamento, estratégia e gerência de negócios. Autor de 13 livros e de mais
de 140 artigos, é um ousado estudioso da posição gerencial que desenvolveu
valorosos trabalhos sobre a atuação do gestor e dos tipos de empresa em que
estão inseridos. Em função da brevidade do texto, concentremos nossa
discussão acerca dos papéis ocupados pelos gerentes na visão de Mintzberg.
![Page 17: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/17.jpg)
17O autor vê claras diferenças entre o que os gerentes fazem e o que
são orientados a fazer, ele acredita que a prática cotidiana exige dos gerentes
um flexibilidade e agilidade nas decisões que os distancia da formação
acadêmica e dos regulamentos.
Para ele os gerentes precisam lidar com um grande e diverso número
de funções durante o dia de trabalho. Isso os leva a assumir diferentes papéis
que se integram para alcançar o melhor resultado funcional.
Mintzberg criou 3 categorias onde enquadrou 10 papéis gerenciais:
1 - Interpessoal:
• Testa-de-ferro – representa a empresa em sua figura física.
• Líder - procura fazer confluir os interesses da equipe e dos
funcionários.
• Conexão – cria relações horizontais com pares fora da organização.
2 - Informacional:
• Monitoramento – identifica os acontecimentos internos e externos que
interferem na organização.
• Transmissão – espalha as informações dentro da empresa.
• Porta-voz – leva ao ambiente externo informações acerca da
instituição.
3 - Decisória:
• Empreendedores – assumem a dianteira e acompanham decisões que
possam interferir nos rumos da organização.
• Gerenciador de conflitos – é o momento em que o momento precisa
reagir a fatos inesperados.
• Alocação de recursos – é a necessidade de movimentar os recursos da
empresa para atingir o melhor resultado, controlando tempo, material e
ações.
• Negociação – é a capacidade de lidar com outros gerentes preparados
para comprometer recursos, a fim de alcançar um resultado maior.
![Page 18: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/18.jpg)
18
Kotter
John Kotter que, assim como Mintzberg, verificou a dificuldade de
formatar o comportamento gerencial nas categorias de planejamento,
organização, controle. (Bowditch & Buono, 1992). Kotter identifica dois
desafios e dilemas no trabalho gerencial, quais sejam: lidar com a incerteza,
ambigüidade e sobrecarga de informações; e conseguir resultados satisfatórios
dentro do grupo o qual gerencia. Com vistas a atender a esses desafios, o
autor propõe as estratégias de estabelecimento de agenda, implementação da
rede e implementação da agenda.
O primeiro passo concentra-se basicamente no planejamento, em que
os gerentes lançam mão de dados de relatórios, reuniões, livros, opiniões e
outras fontes de informações, aplicados de forma consciente (analítica) ou
inconsciente (intuitiva). Investem ainda no desenvolvimento de redes de
relacionamentos cooperativos, almejando com isso o cumprimento da agenda.
Essa atividade de implementação de redes é centrada nas relações e na
motivação pessoal e direcionada a um grupo maior que os diretamente ligados
ao gerente.
A próxima etapa consiste na implementação da agenda, dando ênfase
às habilidades interpessoais do gerente, aos recursos orçamentários, à base
de informações e à sua capacidade de influenciar pessoas, traduzindo, sua
capacidade de liderança.
![Page 19: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/19.jpg)
19
CAPÍTULO II
A GERÊNCIA COMO GESTORA DO PROJETO
ORGANIZACIONAL
2.1 – Estrutura e dinâmica organizacional
A compreensão da gerência pública passa pelo entendimento da
dinâmica organizacional,que por sua vez está fundamentada numa estrutura
humana e de processos. A organização social, refere-se às maneiras segundo
as quais as pessoas se organizam socialmente, de forma a cumprirem os seus
objetivos. O fato de uma organização ter sido formalmente estabelecida não
significa que todas as atividades e interações de seus membros ocorram
estritamente de acordo com o quer foi planejado e definido. Dentro das
organizações formais aparecem sempre organizações informais, grupos que
desenvolvem seus próprios hábitos, valores, normas e relações sociais,
conforme seus membros trabalham e convivem juntos.
Em uma organização formalmente estabelecida existe um grupo
diretivo, que é responsável por fazer cumprir os objetivos estabelecidos, e uma
estrutura, que tem a finalidade de viabilizar os meios e processos que levarão
à concretização de tais objetivos. O estudo das organizações supõe
metodologias apropriadas, que fundamentam em diferentes teorias, de acordo
com a visão e propósitos que a elas deram origem.
![Page 20: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/20.jpg)
20
2.1.1 – Modelos que explicam as organizações
Teoria Clássica
A Teoria Clássica da Administração foi idealizada por Henri Fayol.
Caracteriza-se pela ênfase na estrutura organizacional, pela visão do Homem
Econômico e pela busca da máxima eficiência. Sofreu críticas como a
manipulação dos trabalhadores através dos incentivos materiais e salariais e a
excessiva unidade de comando e responsabilidade. Paralelamente aos
estudos de Frederick Winslow Taylor, Henri Fayol defendia princípios
semelhantes na Europa, baseado em sua experiência na alta administração.
Enquanto os métodos de Taylor eram estudados por executivos
Europeus, os seguidores da Administração Científica só deixaram de ignorar a
obra de Fayol quando a mesma foi publicada nos Estados Unidos. O atraso na
difusão generalizada das idéias de Fayol fez com que grandes contribuintes do
pensamento administrativo desconhecessem seus Princípios Básicos. Fayol
relacionou 14 princípios básicos que podem ser estudados de forma
complementar aos de Taylor:
1) Divisão do trabalho - Especialização dos funcionários desde o topo da
hierarquia até os operários da fábrica, assim, favorecendo a eficiência
da produção aumentando a produtividade.
2) Autoridade e responsabilidade - Autoridade é o direito dos superiores
darem ordens que teoricamente serão obedecidas. Responsabilidade é
a contrapartida da autoridade.
3) Unidade de comando - Um funcionário deve receber ordens de apenas
um chefe, evitando contra-ordens.
4) Unidade de direção - O controle único é possibilitado com a aplicação
de um plano para grupo de atividades com os mesmos objetivos.
5) Disciplina - Necessidade de estabelecer regras de conduta e de
trabalho válidas pra todos os funcionários. A ausência de disciplina
gera o caos na organização.
![Page 21: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/21.jpg)
216) Prevalência dos interesses gerais - Os interesses gerais da
organização devem prevalecer sobre os interesses individuais.
7) Remuneração - Deve ser suficiente para garantir a satisfação dos
funcionários e da própria organização.
8) Centralização - As atividades vitais da organização e sua autoridade
devem ser centralizadas.
9) Hierarquia - Defesa incondicional da estrutura hierárquica, respeitando
à risca uma linha de autoridade fixa.
10) Ordem - Deve ser mantida em toda organização, preservando um lugar
pra cada coisa e cada coisa em seu lugar.
11) Eqüidade - A justiça deve prevalecer em toda organização, justificando
a lealdade e a devoção de cada funcionário à empresa.
12) Estabilidade dos funcionários - Uma rotatividade alta tem
conseqüências negativas sobre desempenho da empresa e o moral
dos funcionários.
13) Iniciativa - Deve ser entendida como a capacidade de estabelecer um
plano e cumpri-lo.
14) Espírito de equipe - O trabalho deve ser conjunto, facilitado pela
comunicação dentro da equipe. Os integrantes de um mesmo grupo
precisam ter consciência de classe, para que defendam seus
propósitos.
Teoria Neoclássica
A teoria neoclássica da administração é o nome dado a um conjunto
de teorias que surgiram na década de 50 e que propõem uma retomada das
abordagens clássica e científica da administração. A teoria têm como principal
referência Peter Drucker, mas também inclui um grupo amplo de autores como
Willian Newman, Ernest Dale, Ralph Davis, Louis Allen e George Terry.
![Page 22: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/22.jpg)
22A abordagem neoclássica nada mais é do que a redenção da Teoria
Clássica devidamente atualizada e redimensionada aos problemas
administrativos atuais e ao tamanho das organizações de hoje.
Surgiu da necessidade de se utilizarem os conceitos válidos e
relevantes da Teoria Clássica, expurgando-os dos exageros e distorções
típicos de qualquer teoria pioneira e condensado-os com outros conceitos
igualmente válidos e relevantes oferecidos por outras teorias administrativas ao
longo das três últimas décadas.
Dentre os principais conceitos abordados, destacam-se:
§ Ênfase na prática da administração;
§ Reafirmação relativa das proposições clássicas;
§ Ênfase nos princípios gerais de gestão;
§ Ênfase nos objetivos e resultados
O ponto fundamental da Teoria Neoclássica é o de ser a Administração
uma técnica social básica. Isto leva à necessidade de o administrador
conhecer, além dos aspectos técnicos e específicos de seu trabalho, também
os aspectos relacionados com a direção de pessoas dentro das organizações.
Surgiu com o crescimento exagerado das organizações. Uma das
respostas que procurou dar foi a respeito do dilema centralização versus
descentralização. Boa parte do trabalho dos neoclássicos está voltada para
fatores que levam à decisão de descentralização, bem como às vantagens e
desvantagens que a descentralização proporciona.
As funções do administrador: O Planejamento, a organização, a
direção e o controle. No seu conjunto, essas funções administrativas formam o
processo administrativo...
![Page 23: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/23.jpg)
23
Abordagem Sistêmica
O biólogo alemão Ludwig Von Bertalanffy elaborou por volta da
década de 50 uma teoria interdisciplinar capaz de transcender aos
problemas exclusivos de cada ciência e proporcionar princípios gerais e
modelos gerais para todas as ciências envolvidas, de modo que as
descobertas efetuadas em cada ciência pudessem ser utilizadas pelas
demais. Essa teoria interdisciplinar – denominada Teoria Geral dos
Sistemas – demonstra o isomorfismo das várias ciências, permitindo maior
aproximação entre as suas fronteiras e o preenchimento dos espaços vazios
entre elas. Essa teoria é essencialmente totalizante: os sistemas não podem
ser plenamente compreendidos apenas pela análise separada e exclusiva de
cada uma de suas partes. Ela se baseia na compreensão da dependência
recíproca de todas as disciplinas e da necessidade de sua integração.Assim,
os diversos ramos do conhecimento – até então estranhos uns aos outros
pela intensa especialização e isolamento conseqüente – passaram a tratar
seus objetivos de estudos como sistemas. Dentre eles está
a Administração.
A Abordagem Sistêmica trata de três escolas principais:
• Cibernética e Administração
• Teoria Matemática da Administração
• Teoria de Sistemas
Cibernética e Administração
A Cibernética é uma ciência relativamente jovem. Foi criada por
Norbert Wiener entre os anos de 1943 e 1947, justamente na época em que
surgiu o primeiro computador de que se tem notícia, assim como a Teoria de
Sistemas.Cibernética é a ciência da comunicação e do controle, seja no
animal (homem, seres vivos), seja na máquina. A comunicação é que torna
os sistemas integrados e coerentes e o controle é que regula o seu
![Page 24: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/24.jpg)
24comportamento. A Cibernética compreende os processo e sistemas de
transformação da informação e sua concretização em processos físicos,
fisiológicos, psicológicos etc. de transformação da informação.A Cibernética
é uma teoria dos sistemas de controle baseada na comunicação
(transferência de informação) entre o sistema e o meio e dentro do sistema,
e do controle (retroação) da função dos sistemas com respeito ao ambiente.
Teoria Matemática da Administração
A Teoria Matemática aplicada aos problemas administrativos é mais
conhecida como Pesquisa Operacional.Teoria Matemática põe ênfase no
processo decisório e procura tratá-lo de modo lógico e racional, através de
uma abordagem quantitativa.
A Teoria Matemática desloca a ênfase na ação para a ênfase na
decisão que a antecede. O processo decisorial é a sequência de etapas que
formam uma decisão. A Tomada de decisão, conforme apresentada pelos
defensores dessa teoria, possui um aspecto matemática, dicotômico,
permitindo uma análise teoricamente precisa dos problemas (abordagem
quantitativa).
Teoria de Sistemas
A Teoria Geral de Sistemas (T.G.S.) surgiu com os trabalhos do
biólogo alemão Ludwig Von Bertalanffy. A Teoria Geral de Sistemas não
busca solucionar problemas ou tentar soluções práticas, mas sim produzir
teorias e formulações conceituais que possam criar condições de aplicações
na realidade empírica.Bertalanffy criticava a visão que se tem do mundo
dividida em diferentes áreas, como física, química, biologia, psicologia,
sociologia, etc. São divisões arbitrárias. E com fronteiras solidamente
definidas. E espaços vazios entre elas. A natureza não está dividida em
nenhuma dessas partes.
![Page 25: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/25.jpg)
25A Teoria Geral dos Sistemas afirma que as propriedades dos sistemas
não podem ser descritas significativamente em termos de seus elementos
separados. A compreensão dos sistemas somente ocorre quando estudamos
os sistemas globalmente, envolvendo todas as interdependências de suas
partes.
2.1.2 – Missão, objetivos e planos organizacionais
Missão
- Expressa a razão de ser da organização;
- Indica a direção a ser tomada;
- Definida com base nos valores e crenças.
Objetivos
- Indicam os caminhos a seguir;
- Definem os resultados a serem obtidos em um período;
- Escolhidos com base nos recursos existentes.
Planos
- Viabilizam os objetivos;
- Descrevem os detalhes das operações significativas;
- Definem e alocam os recursos necessários.
A missão como razão de ser da organização
Todas as organizações têm uma missão, que representa a razão da
sua existência, o motivo último pelo qual foi criada e se mantém viva. A
definição da missão organizacional deve responder a três perguntas básicas:
Quem somos? O que fazemos? E por que fazemos o que fazemos?
![Page 26: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/26.jpg)
26A missão envolve os objetivos essenciais da organização e geralmente
está focalizada fora dela, ou seja, no atendimento a demandas da sociedade e
dos usuários ou clientes. A missão funciona como o propósito orientador para
as atividades da organização e para fazer convergir os objetivos, os valores
básicos e as estratégias adotadas.
Não só deve refletir um consenso interno de toda a organização, mas
levar a esse consenso, devendo, portanto ser de fácil compreensão por todas
as pessoas, dentro e fora da organização. Traduz a filosofia da organização,
seus valores e crenças centrais, e serve como balizamento para a conduta,
que deve ser ética. É a missão que orienta a estratégia organizacional,
indicando o caminho a ser seguido pela organização.
Embora a missão seja relativamente fixa e estável, deve ser atualizada
e redimensionada com o passar do tempo e com as mudanças da sociedade e
nos negócios, quando couber. A missão da organização deve ser difundida
entre todos os funcionários para a conscientização e comprometimento
pessoal de todos em relação ao seu alcance.
2.1.3 – Estruturas Organizacionais
É entendida como o conjunto de padrões de organização do trabalho e
hierarquização do poder. Geralmente é concebida e desenhada focando o
grau de divisão e de especialização do trabalho e a forma como é controlada.
Ao gerente, como gestor do projeto organizacional, e no desempenho
da função de planejamento, cabe buscar que a estrutura da sua organização, e
em particular da unidade que gerencia, seja aquela que melhor possa atender
às caracteristicas e das demandas do trabalho
![Page 27: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/27.jpg)
27
2.1.4 – Principais Características dos tipos de estruturas
organizacionais
Estrutura Linear
• Comum em empresas pequenas, onde não há diversificação do
trabalho. Pouca especialização e trabalhos menos complexos.
• Baseada na estrutura dos antigos. Total autoridade do chefe. Rígida
unidade de comando.
• Todos os órgãos são estruturados sob uma única linha de
subordinação. Há centralização das decisões. As linhas formais de
comunicação, geralmente com fluxo descendente. Cada unidade de
trabalho executa tarefas especificas e bem definidas.
Vantagens:
• Autoridade única.
• Indicado para pequenas empresas.
• Mais simples e econômicas.
• Facilita a unidade de mando e disciplina (disciplina rígida).
• Clara delimitação de responsabilidade e autoridade.
Desvantagens:
• Tendência burocratizante.
• Diminui o poder de controle técnico.
• Comando único e direto, com menor cooperação das pessoas.
• Comunicação demorada e com distorções.
• Sobrecarrega a direção e as chefias.
• Não favorece o espírito de cooperação e equipe.
Obs.:
ü Rapidez no processo decisório.
ü Facilidade de Transmissão de ordens.
ü Discutível: Ver caso a caso.
![Page 28: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/28.jpg)
28
Estrutura Funcional
• É aquela em que se encontra uma chefia para cada função, de modo
que os subalternos exerçam mais de uma função, ficando sob o mando
de mais de um chefe.
• Organiza-se segundo os tipos de recursos técnicos utilizados.
• Objetivos são a longo prazo.
• Necessidade básica é a especialização.
• A organização se divide segundo diferentes funções, como: produção,
finanças, recursos humanos, marketing etc.
• Todos os níveis de execução se subordinam funcionalmente aos seus
correspondentes níveis de comando funcional.
Vantagens:
• Promove o aperfeiçoamento.
• Facilita a especialização, nos escalões hierárquicos superiores.
• Facilita o trabalho em equipe (formação de equipes).
• Dá maior flexibilidade de adaptação à empresa.
• O especialista sente-se mais valorizado.
Desvantagens:
• Muitas chefias, causando confusão.
• Não há unidade de mando, o que dificulta a disciplina.
• A coordenação é mais fácil.
• É mais dispendiosa.
• Confusão quanto aos objetivos.
• Aumento do conflito inter-funcional.
![Page 29: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/29.jpg)
29
Estrutura Matricial
• A estrutura matricial é multidimensional. Trata de maximizar as virtudes
e minimizar os defeitos das estruturas anteriores. Para isso combina a
clássica estrutura vertical funcional, com outra estrutura sobreposta a
ela, horizontal ou transversal: a dos projetos.
• As unidades de trabalho são os projetos. Os órgãos permanentes
atuam como prestadores de serviços nos projetos. A organização de
cada projeto é temporária. Maior versatilidade e otimização dos
recursos humanos.
• Dentre as suas principais vantagens temos o equilíbrio dos objetivos, a
coordenação entre os setores funcionais e a visão total do projeto
através do coordenador (gerente do projeto).
• Seu maior defeito é que o pessoal envolvido venha a ter dois chefes:
verticalmente, tem as ordens de seu chefe de departamento funcional;
horizontalmente, as ordens do coordenador ou gerentes do projeto. Em
uma situação de conflito, os funcionários poderão encontrar-se em
apuros.
Vantagens:
• Forma efetiva para conseguir resultados em projetos ou problemas
complexos.
• Mais fortemente orientada para resultados.
• Maior grau de especialização.
Desvantagens:
• Conflito linha/projeto (duplicidade de autoridade e comando)
![Page 30: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/30.jpg)
30
Estrutura em Rede
• Procura interagir, sob alçada de uma só organização, um vasto
conjunto de empresas externas e unidades internas
• Existência de um órgão central que coordena e otimiza a performance
conjunta, mas cada entidade na rede tem a sua própria autonomia
• Concilia a eficiência com a descentralização fazendo aproveitamento
de efeitos sinergéticos
• Partilha de recursos entre si e com unidades de outros Setores
Vantagens
• Elevado grau de adaptabilidade organizacional(apropriada a meios
envolventes em rápida mudança tecnológica e comercial)
• Permite conciliar eficácia competitiva com eficiência organizacional
(derivado da partilha de recursos)
Desvantagens
• Risco de negócio
• Evolução desfavorável do meio envolvente
2.2 – Poder e Liderança
Alguns autores descrevem a liderança nas organizações como sendo o
exercício do poder hierárquico, quanto mais alto estiver na hierarquia de
cargos, maior será o poder do indivíduo. Tratar a liderança como poder
hierárquico separa a pessoa do papel, o que acaba por resultar em pouca
atenção aos atributos humanos que interferem nos resultados organizacionais.
Toda posição hierárquica tem um certo grau de poder inerente, mesmo que o s
seus ocupantes não possuam atributos de liderança. Por outro lado, muitos
indivíduos e grupos possuem características de liderança, ainda que ocupem
cargos ou posições organizacionais com níveis mínimos de poder.
![Page 31: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/31.jpg)
31
2.2.1 – O poder nas organizações
Embora o tema "poder" venha sendo investigado há muito tempo, e
sob diversas abordagens, ainda não existe um consenso na literatura sobre o
conceito de poder. Segundo Weber (1947), é a possibilidade de alguém impor
a sua vontade sobre o comportamento de outras pessoas. French e Ravem
(1959) focalizaram as principais maneiras como uma pessoa poderá afetar a
outra, e definiram cinco tipos de poder: de recompensa, coercitivo, legítimo,
referente e especializado. Dahl (1957) viu o poder como uma relação entre A
e B, em que A tem poder para fazer B agir de determinada forma, que não
seria adotada se B não estivesse sujeito ao pode de A. Russel (1979) define
Poder como sendo a produção de efeitos desejados. Morgam (1986), por sua
vez, afirma que o poder é um meio para solucionar conflitos de interesse.
Mintzberg (1983), que focaliza o poder dentro e em torno das organizações,
coloca como premissa a existência de um jogo de poder, através do qual os
influenciadores, ou jogadores, tentariam controlar o comportamento das
organizações. Isso o leva a definir poder como sendo a capacidade de afetar
os resultados das organizações.
Bases e fontes do poder
French e Ravem (1959) identificaram como fontes de poder a
capacidade de recompensar e de controlar a obtenção de valências, os valores
interiorizados pelo indivíduo, a referência de quem possui o poder, o
conhecimento detido possui o poder.
Para Galbraith (1983), existem três bases de poder: poder condigno,
decorrente da possibilidade de infringir ou ameaçar consequências adversas;
poder compensatório, advindo do oferecimento de recompensa; poder
condicionado, decorrente do condicionamento de crenças e de hábitos. O
autor também cita três fontes de poder: a personalidade, que está relacionada
ao carisma pessoa; a propriedade, relacionada aos bens e recursos
![Page 32: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/32.jpg)
32possuídos; a organização, relacionada com o envolvimento das pessoas com
os objetivos, atividades e resultados das ações organizacionais.
Morgan (1986) identifica como fontes de poder no interior das
organizações: autoridade formal; controle sobre recursos escassos; estrutura
organizacional, regras e regulamentos; controle do processo decisório;
controle do conhecimento e da informação; controle dos limites; habilidades
para lidar com a incerteza; controle da tecnologia; alianças interpessoais,
redes de influência, e controle da organização informal; controle das
resistências à organização; gestão das percepções e do simbolismo; gestão
das relações de gênero; fatores estruturais que definem o estágio da ação;
poder anteriormente adquirido.
Para Mintzberg (1983) uma importante fonte de poder sobre o
indivíduo ou sobre a organização, é a dependência dos recursos necessários
para a obtenção dos resultados desejados, entendendo que esses recursos só
podem ser físicos, financeiros, políticos, de informação, conhecimentos ou
habilidades técnicas. Aponta ainda como fontes de poder, as prerrogativas
legais, expressas pelas leis e regulamentos vigentes, e o acesso privilegiado
aos poderosos, ou seja, detentores de fontes de poder.
Modelo de Mintzberg
O modelo de Mintzberg (1983) descreve a organização através da
Coalizão Externa, CE, e da Coalizão Interna, CI, que estão em interação, e que
barganham entre si, para obter e manter parcelas de Poder em relação à
organização. Para explicar a ação dos membros das coalizões, Mintzberg
parte do modelo de influência de Hirschman (1970) entendendo que um
participante de qualquer sistema, seja ele indivíduo ou organização, possui três
opções em relação a esse sistema: cooperar, ou seja, submeter-se e
contribuir conforme esperado; abandonar o sistema, retirando-se da sua
influência; influenciar, agindo no sentido de mudar o sistema visando um
estado desejado.
![Page 33: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/33.jpg)
33Segundo Mintzberg (1983) o ambiente externo é composto por
indivíduos ou organizações, que não atuam como empregados de tempo
integral da organização, mas que podem influenciar os resultados da mesma.
Entre eles estão os proprietários, os sindicatos, associações de empregados,
grupos de interesse, fornecedores, aliados, competidores, o público em geral,
que formam a Coalizão Externa. Os Conselhos de Administração de
organizações como as Sociedades Anônimas também está incluída na
Coalizão Externa, pois, como representantes de acionistas e de outros
interesses, participam apenas em tempo parcial das decisões internas, e
representam mais os interesses da CE do que da CI. A Coalização Externa
poderá se caracterizar como sendo dominadora, dividida ou passiva, de acordo
com a sua forma de atuação.
O ambiente interno, por sua vez, constitui a Coalizão Interna, que é
formada pelos empregados em tempo integral, que decidem e agem afetando
regularmente a organização. A CI é formada pelo Presidente ou Executivo
Principal, pelos gerentes,pelos técnicos e especialistas, e pelos empregados
de um modo geral, ou seja, todos os que estejam vinculados internamente com
a organização, e que possuem parcelas de poder, ainda que pequenas, para
afetar os processos de trabalho e os resultados a serem apresentados por ela.
O modelo proposto por Mintzberg (1983) ressalta ainda a existência de
pelo menos 4 subsistemas que evidenciam a questão do poder nas
organizações:
1 - Subsistema de Autoridade, que é estabelecido a partir do
Presidente, e caracterizado pela cadeia de delegação de tarefas e
responsabilidades, que envolve a hierarquia da organização. O poder é
exercido através da alocação de recompensas e punições, ancorado nos
sistemas de controle pessoal e controle burocrático, que direcionam e limitam
o comportamento dos membros da CI.
O controle pessoal geralmente emana do superior para o subordinado,
e é expresso por ordens diretas, que estabelecem o que deve ser feito, por
definição de limites das decisões que os subordinados poderão tomar, e pela
prerrogativa do superior, em rever essas decisões dos subordinados.
![Page 34: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/34.jpg)
34O controle burocrático tem caráter impessoal, e é constituído por
diretrizes, normas e procedimentos referentes ao trabalho a ser executado, aos
desempenhos ou resultados a serem apresentados, e à padronização de
comportamentos esperados daqueles que ingressam na organização.
2 - Subsistema da Ideologia, que se refere ao conjunto de crenças e
pressupostos compartilhados pelos membros da organização, e que distingue
das demais. Nesse subsistema podem ser percebidos momentos ou situações
diferentes, tais como: o da criação da organização, pelos primeiros membros,
em função da missão estabelecida; o que vem a ser formado, ao longo do
tempo, através do desenvolvimento de tradições, hábitos e mitos que passam
a formar a cultura interna; quando do ingresso de novos membros, em
especial quando postulam valores que confrontam com a ideologia reinante.
3 - Subsistema Especialista, decorrente da necessidade da
organização em manter profissionais especializados para desempenhar
funções técnicas complexas. Esse subsistema ganha maior poder na medida
em que a organização necessita do conhecimento que possuem, para o
desempenho de suas atividades e a obtenção dos seus objetivos. Tal
dependência é tão mais crítica quanto menor for a possibilidade de
substituição dos especialistas, e quanto mais forte estiverem vinculados e
amparados por organismos de classe ou corporativistas.
4 - Subsistema Político, que segundo Mintzberg (1983), é típico de
organizações em crise, nem sempre é reconhecido pela autoridade formal,
pelos especialistas e nem pela ideologia interna.
Para Mintzberg (1983), as organizações apresentam-se, ainda, sob
diferentes configurações, podendo ser vistas como:
- Instrumento: quando há predomínio do uso da organização para
atender os objetivos de um individuo ou grupo participantes da Coalizão
Externa. Nessa configuração a coalização interna passa a ser burocrática,
tendendo a evidenciar uma hierarquia rígida, que perpassa toda a organização,
as pessoas tendem a se comportar de forma impessoal, sem
comprometimento com o que fazem; predomina a rotina, e praticamente não
há espaço para jogos políticos.
![Page 35: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/35.jpg)
35- Sistema fechado: quando a Coalizão Interna ou parte dela, em
especial os administradores, agem seguindo padrões internos, sem permitir
interferências ou trocas com o ambiente externo. A CI tende a assumir postura
utilitarista, e geralmente tem como bandeira a busca de benefícios, vantagens
e recompensas pessoais.
- Autocracia: quando o poder esta concentrado na cúpula da
organização, ou nos “gerentes poderosos”, não havendo espaço para a
participação do empregados na formatação de processos de trabalho, e muito
menos, para a definição de objetivos e metas. Nessa configuração o espaço
para os jogos políticos tende a ser muito restrito e até inexiste. Os gerentes
que ocupam posições intermediárias na hierarquia organizacional, tendem a
ser apenas repassadores de instruções recebidas da cúpula da organização, e
transmissores de informações e dados vindos dos segmentos operacionais da
organização. É uma configuração que geralmente aparece no início da vida
das organizações, e tende a permanecer enquanto o criador estiver à frente
dos seus destinos.
- Missionária: quando existe uma ideologia que consegue catalisar a
vocação e o emprenho da CI, e manter a CE passiva. As ações e atividades
são direcionadas por uma missão que perpassa e domina toda a organização,
e favorece uma forte identificação dos seus membros com as metas e
objetivos ideológicos. Nessa configuração o sistema de autoridade é fraco, e
os membros tendem a agir de forma participativa, dispensando o controle e a
supervisão, embora líderes carismáticos possam exercer grande influência
neste tipo de organização, que geralmente é pouco departamentalizada.
- Meritocracia: quando ocorre o predomínio de interesses dos
especialistas, que acabam poder aliciar parcelas de poder sobre os próprios
gerentes. Estes formam um sistema de autoridade fraco, e dificilmente
conseguem fazer frente ao corporativismo dos especialistas. A ideologia
profissional forte tende a gerar como contrapartida uma ideologia
organizacional fraca.
![Page 36: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/36.jpg)
36- Arena Política: surge com as crises que impactam as organizações,
e que reduzindo as forças que mantém a integração, levam a um significativo
aumento da atividade política. Tanto a CE como a CI, podem se transformar
em fontes de conflitos decorrentes da busca de parcelas de poder.
2.2.2 – A questão da liderança
A palavra liderança sempre foi usada para descrever ou caracterizar
situações de influência entre pessoas e entre organizações. Os primeiros
estudos realizados a respeito focalizavam a figura do líder; julgava-se que a
liderança seria consequência de algumas características pessoais que, quando
existentes, facilitariam ao portador conduzir outras pessoas já na busca de
objetivos pessoais e organizacionais. As pessoas nasceriam líderes.
Procurou-se dentro dessa perspectiva, características que explicassem a
liderança, tais como: aparência, força física, inteligência elevada,
autoconfiança, habilidades interpessoais, iniciativas, persistência, e outras.
Na sua maioria, os estudos orientados por essa suposição não
produziram os resultados visados. Quase que sem exceção, concluíram que
as características de personalidade, ou trações de personalidade
demonstravam ser ilusórias, já que as pessoas não permaneciam líderes o
tempo todo, nem em todas as situações. Da mesma forma, também os
estudos voltados para identificar características comuns, existentes nas
organizações líderes de mercado, mostraram não ser possível estabelecer tal
relação.
Os traços de personalidade, agrupados em conjuntos e relacionados a
situações típicas, deram origem as teorias sobre estilos de liderança. Já que
se comprovara que a liderança não era atributo inato, certamente poderia ser
aprendida e desenvolvida. A literatura aborda diferentes estilos, geralmente
vinculados às tarefas ou pessoas. Estudos posteriores deixaram evidente que
não existe um estilo melhor do que outro; todos apresentam vantagens e
![Page 37: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/37.jpg)
37desvantagens; todos são válidos dentro de certas circunstâncias, ou seja, o
estilo para ser adequado, depende do líder, da situação e do liderado.
Decepcionados com a não comprovação das hipóteses levantadas
anteriormente e estimulados pela importância do assunto para o entendimento
da questão proposta, os estudiosos passaram a considerar o líder dentro da
situação da liderança, ou seja, ele e todos os demais elementos com que
deveriam interagir no processo de liderar.
Embora sem abandonar por completo a idéia de um perfil “individual”
facilitador da ação de liderar, alguns autores concluíram que as demandas da
situação irão determinar, em grande parte, as qualidades características e
perícias exigidas de um líder. Se ele já possuir tais condições mais facilmente
conseguirá liderar. Se não possuir precisará adquiri-las rapidamente ou então,
deverá deixar o posto ou função. Ou seja, a situação vivenciada fará com que
o líder desenvolva características pessoais que, em outras circunstâncias,
talvez nunca fossem aprendidas.
A evolução da Teoria da Administração, o fato de que as organizações
estão submetidas a um acelerado processo de mudanças, em um clima de
grande competitividade, e, em especial, a constatação de que as pessoas são
elementos chave nesse processo, fizeram com que os estudiosos centrassem
no liderado a busca da explicação da liderança. O líder considerado mais
eficaz passou a ser, então aquele que consegue atender aos objetivos e
propósitos das pessoas que com ele trabalham, e, simultaneamente, canalizar
os esforços e expectativas destes, de forma a também atender aos objetivos e
propósitos da organização.
![Page 38: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/38.jpg)
38
2.2.3 – Fatores que afetam a maneira como o gerente ou o líder
enfrenta os desafios
Entre fatores que podem condicionar a eficiência do líder estão:
• a personalidade do líder, da qual decorrem os estilos de liderança por
ele adotados, de acordo com as situações que vivencia;
• a maturidade que possui, fruto das experiências diversificadas e
sedimentadas que acumulou ao longo da vida, em especial aquelas
que o ajudam a interagir de forma apropriada com as pessoas e com o
ambiente;
• as expectativas que mantém e manifesta em relação ao próprio
desempenho, decorrentes da imagem que faz de si mesmo, fruto tanto
da forma como percebe os papéis que lhe são atribuídos como das
crenças e valores que alimenta;
• as expectativas das demais pessoas sobre o seu desempenho, em
especial as apresentadas por seus superiores e por seus
subordinados, que tendem a influenciar diretamente a forma como se
comporta frente às demandas externas;
• os superiores, cuja competência e ousadia são indicadores ímpares,
na medida em que fazem exigências e colocam alvos crescente que
deverão ser atingidos pelo líder;
• os subordinados ou liderados, através dos quais deve fazer acontecer
os resultados de sua unidade de trabalho;
• os pares com os quais convive, e dos quais recebe colaboração e
demandas, que funcionam como estímulos para desempenhos
melhores e mais ousados;
• a liderança que exerce, para a qual deve possuir as competências
exigidas, em especial aquelas que interferem diretamente na
modelagem do desempenho das pessoas e dos resultados
organizacionais;
![Page 39: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/39.jpg)
39• o clima organizacional em que executa suas atividades, resultante,
pelo menos em parte, de sua própria atuação;
• as políticas da organização para a qual trabalha, que em síntese foram
a base sobre a qual está assentada a forma de ser e agir do líder.
2.3. – Controle e a avaliação no setor público
Controlar é uma função fundamental da gerência. Tem como
finalidade maior dar suporte à operacionalização das ações ou atividades que
foram planejadas. Entretanto, como muitas vezes o controle tem sido exercido
de forma autoritária e até mesmo arbitrária, ou então, feito de maneira
displicente e omissa, a palavra assumiu ao longo do tempo conotações
pejorativas. A gerência pública, mais do que outra qualquer, deve resgatar o
verdadeiro sentido da palavra. Controles servem para garantir que as ações
ou atividades planejadas em uma unidade de trabalho, ou organização,
ocorram conforme o previsto e dentro de princípios de eficiência, e levem aos
resultados esperados. Ou seja, o controle é uma função que visa garantir que
os objetivos sejam alcançados
Para que o gerente possa controlar adequadamente a sua unidade de
trabalho ele irá precisar:
• Um plano detalhado, contendo objetivos, metas, padrões de resultados
a serem perseguidos indicadores de desempenho;
• Acompanhar o trabalho dos seus colaboradores, ou equipe, de forma a
estar informado sobre o que ocorre, e poder antecipar ações
corretivas, caso sejam necessárias;
• Comparar o que ocorre com o que foi planejado, principalmente nos
momentos ou situações definidos como pontos de controle;
• Detectar obstáculos e desempenhos que possam comprometer os
resultados esperados, e principalmente, oportunidades que possam
melhorar tais resultados;
![Page 40: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/40.jpg)
40• Agir no sentido de eliminar ou reduzir os obstáculos surgidos, os
desempenhos insuficientes, e também no sentido de aproveitar as
oportunidades surgidas;
De forma resumida podemos dizer que o controle:
• Compara os planos de trabalho, decorrentes do planejamento, com a
respectiva execução; compara os objetivos propostos com os
resultados que ocorrem ao longo do percurso da execução;
• Apura as distorções que ocorrem na execução; e também incorpora
vantagens decorrentes de oportunidades surgidas;
• Corrige os desvios encontrados na execução, mediante:
a) Replanejamento, se o problema decorre do plano elaborado;
b) Maior proximidade da gerência, se o problema decorreu de falha
no acompanhamento;
c) Mudança de rumo, se o problema sinaliza mudança de cenários.
2.3.1 – Requisitos de um bom controle
Compatibilidade com o planejamento
O controle deve ser moldado tendo como referência o planejamento;
não é raro encontrar situações em que as pessoas que estabelecem os
controles desconhecem por completo o planejamento feito para um dado
período. Há organizações em que os procedimentos de controle foram
definidos em um determinado período, e jamais foram atualizados; em que as
pessoas preenchem formulários sem saber porque o fazem; em que,
decorrentes dos controles existentes, são produzidos relatórios alentados, que
vão parar na mão de pessoas que não têm a mínima idéia do que fazer com
eles.
![Page 41: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/41.jpg)
41
Ação Imediata
O controle ideal é aquele que permite tomar as medidas corretivas
antes que o problema se instale; ou então, aquele que aponta para um
caminho ou oportunidade, antes que outros a esgotem. Bons controles são
aqueles que permitem ações preventivas e pro ativas. Os controles que
retardam as informações, ou que só identificam o problema depois que ele
ocorreu, servem pouco como instrumento gerencial.
Compensar os Custos
O sistema de controle pode ser simples ou complicado, exigir pouco ou
muito investimento, seja financeiro, de pessoas, ou de tempo. Pense na
situação de um diretor que tenha que assinar pessoalmente autorizações
emitidas na sua unidade de trabalho, conferindo contra as solicitações que
deram origem às autorizações, e que isso tome cerca de duas horas diárias.
Ou seja, 25 % do seu precioso tempo será gasto no controle de uma atividade
que, mesmo sendo importante provavelmente poderia ser realizada por um ou
mais prepostos de confiança. Todo e qualquer controle deverá ter como
referência o benefício custo da sua manutenção.
O controle como propósito da administração pública
Conforme Dias (1999 p.3) o controle pode ser visto como um sistema,
uma reunião de entidades que reagem coerentemente, não é conjunto de
acontecimento dispersos, mas uma rede de informações fortemente integrada.
Para alguns é um processo, enquanto que para outros é um estado, pode ser
um comando determinando o que tem que ser feito, ou entendido como um
mecanismo que cria condições para as pessoas exercitarem as suas
capacidades. A leitura do texto, Análise das funções da organização pública e
de suas necessidades informacionais sob a ótica de sistemas viáveis, da
autora, é bem elucidativo sobre o tema, sendo sugerido como leitura
complementar desta apostila.
![Page 42: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/42.jpg)
42
2.4. – Mudança de paradigmas, novas estruturas e
aprendizagem organizacional
A mudança é um fato que afeta a todas as organizações. As principais
razões que forçam e justificam a mudança organizacional são a tecnologia, as
demandas e exigências da sociedade, e o comportamento das pessoas. Para
mudar, as organizações precisam aprender a agir de formas diferentes, de
acordo com as exigências que a elas são apresentadas. Ou seja, não basta
mudar a estrutura da organização, embora estruturas que permitam maior
flexibilidade sempre irão ajudar.
O grande foco da mudança é, na verdade, na aprendizagem e
mudança das pessoas. Para que uma organização aprende e muda, os
indivíduos precisam aprender; pois as organizações não mudam sem que isso
tenha origem nas pessoas. As organizações aprendem incorporando em seus
processos e políticas de trabalho, nos documentos e normas que emitam, o
conhecimento das pessoas. Conforme Simon (1991, ...), a aprendizagem
ocorre na cabeça das pessoas, e a organização só poderá aprender por meio
das pessoas que com ela colaboram.
Para entender a mudança de paradigma é bom que se conceitue
primeiro esse fenômeno. Um paradigma pode ser descrito como um conjunto
de suposições compartilhadas. O paradigma é a forma como percebemos o
mundo ou contexto em que vivemos, ou seja, o paradigma explica o mundo e
nos ajuda a prever o seu comportamento. Dito de outra forma paradigma é um
conjunto de regras e regulamentos, escritos ou não, que estabelece ou define
e indica como devemos nos comportar dentro desses limites. Assim, a
mudança de paradigma é uma mudança de pressupostos básicos, uma
mudança de regras, um novo conjunto de procedimentos.
A organização que muda radicalmente a sua estrutura certamente
estará mudando paradigma. Mas para mudar, e principalmente, mudar de
forma radical, a organização precisa aprender a pensar, sentir e agir de forma
diferente.
![Page 43: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/43.jpg)
43A aprendizagem organizacional poderá ser entendida como um
processo e como um produto ou resultado. Uma teoria que descreve a
aprendizagem organizacional é a Teoria da Ação, de Argyris e Schon, 1996,
que procura explicar como os indivíduos e as organizações operam ou agem.
A Teoria da Ação engloba 2 dimensões, a teoria proclamada, aquela que é
adotada conscientemente, que é revelada aos demais; é formal, aberta e
contém todas as justificativas para os comportamentos que são emitidos. A
segunda dimensão considera a teoria em uso, aquele que é praticada pelos
indivíduos e pela organização, que de fato é empregada nas ações e decisões
tomadas. A primeira ocorre no nível do discurso, e a segunda no nível da
ação.
A teoria em uso surge no cotidiano das organizações, podendo
decorrer das relações e interações existentes entre os membros da
organização. Pode ser tácita e não corresponder à teoria proclamada,
formalmente. Um documento escrito de políticas postuladas, ou descrito de
valores perseguidos em relação a clientes e aos negócios, poderá não retratar
o que na verdade é praticado na organização. Nas organizações, as teorias
proclamadas tendem a ser muitas idealistas e facilmente mutáveis; já as
teorias em uso, tendem a ser em número mais restrito e difíceis de mudar.
A aprendizagem organizacional ocorre quando as pessoas questionam
as situações vivenciadas e buscam soluções para elas, o que lhes permite
identificar descompassos existentes entre os resultados esperados e obtidos.
A reflexão sistemática levará as pessoas a mudarem a compreensão que
possuem do fenômeno organizacional, o que facilitará o realinhamento de
expectativas e de resultados, e dessa forma, a modificação da teoria praticada
na organização.
As organizações poderá facilitar ou inibir a aprendizagem das
pessoas, e consequentemente, a aprendizagem da própria organização. Entre
os elementos organizacionais que impactam esse processo estão as políticas
adotadas, as normas e rotinas praticadas, a comunicação formal e informal, os
sistemas adotados para a disseminação de informação, os incentivos
existentes à cooperação, a cultura organizacional existente.
![Page 44: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/44.jpg)
44
2.4.1 – Estrutura em rede: uma alternativa de organização
Quando as pessoas ou entidades se associam para realizar
determinado objetivo, elas precisam se organizar. A estrutura de organização
mais usualmente adotada é a piramidal. Outra estrutura de organização que
vem sendo experimentada já com bastante sucesso é a estrutura horizontal em
rede.
Uma estrutura em pirâmide corresponde ao que seu próprio nome
indica: as pessoas ou entidades se organizam em níveis hierárquicos, que se
superpõem, cada nível compreendendo menos integrantes do que o nível que
lhe é inferior. O conjunto se afunila a partir de uma base que pode ser mais ou
menos ampla, para chegar a um topo no qual pode se encontrar um único
integrante – o “o chefe”. A comunicação entre integrantes de diferentes níveis
se faz de cima para baixo ou de baixo para cima, através dos níveis
intermediários àqueles que se comunicam.
Uma estrutura em rede – que é uma alternativa à estrutura piramidal –
corresponde ao que seu nome indica: seus integrantes se ligam
horizontalmente a todos os demais, diretamente ou através dos que os
cercam. O conjunto resultante é como uma malha de múltiplos fios, que pode
se espalhar indefinidamente para todos os lados, sem que nenhum dos seus
nós possa ser considerado principal ou central, nem representante dos demais.
Não há um “chefe”, o que há é uma vontade coletiva de realizar determinado
objetivo.
O que a organização piramidal superpõe, de fato, são níveis de poder
de decisão, e com ele a responsabilidade pela realização dos objetivos
perseguidos. Esse poder e essa responsabilidade vão se concentrando, da
base da pirâmide ao seu topo, passando por tantas instâncias intermediárias
quanto o tamanho da organização o exigir, de modo inversamente proporcional
ao número dos que se encontram em cada nível: na base muitos, com pouco
poder e menos responsabilidade, no topo poucos, com muito poder e muita
responsabilidade.
![Page 45: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/45.jpg)
45Na estrutura organizacional em rede – horizontal – todos têm o mesmo
poder de decisão, porque decidem somente sobre sua própria ação e não
sobre a dos outros. Não há dirigentes nem dirigidos, ou os que mandam mais
e os que mandam menos. E todos têm o mesmo nível de responsabilidade –
que se transforma em co-responsabilidade – na realização dos objetivos da
rede.
Informação e poder
Os elos básicos – os fios – que dão consistência a uma rede são as
informações que transmitam pelos canais que interligam seus integrantes.
Inclusive podem se organizar redes com o único objetivo de intercâmbio de
informações.
Nas pirâmides, o poder se concentra, por isso também a informação,
que se esconde ou se guarda para ser usada no momento oportuno, com
vistas a se acumular e se concentrar mais poder. Nas redes, o poder se
desconcentra, por isso também a informação, que se distribui e se divulga para
que todos tenham acesso ao poder que sua posse representa.
Disciplina e comando
Quanto mais a realização dos objetivos de uma organização depende
da ação disciplinada de todos que a integram, mais se tende a organizá-la em
pirâmide, com seus níveis superiores comandando e controlando a ação dos
inferiores.
Quando a realização de um objetivo depende menos da disciplina dos
que dela participam do que do engajamento consciente de todos na ação,
menos cabe comandar e controlar o que os outros fazem ou deixam de fazer:
tem que se contar é com a lealdade de cada um para com todos baseada na
corresponsabilidade e na iniciativa de cada um, e a organização pode ser feita
numa estrutura em rede, horizontal.
![Page 46: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/46.jpg)
46
Mudanças culturais
Tanto as redes como as pirâmides funcionam melhor se entre seus
membros se aprofunda a colaboração, a solidariedade, a ajuda mútua, a
transparência e a corresponsabilidade.
Estas condições se desenvolvem no entanto mais facilmente em
estruturas horizontais do que em estruturas piramidais. O exercício da
liberdade, responsabilidade e democratização da informação, que a lógica das
redes desenvolve, ajuda a mudar, nos seus participantes, os padrões de
dominação, competição, autoritarismo e manipulação que a cultura dominante
introjeta em cada um de nós. É uma prática nova que reeduca – embora essa
reeducação possa ser um processo lento de superação dos hábitos, métodos e
perspectivas que nos cercam de todos os lados, continuamente.
2.4.2 – Tipos de redes nas organizações
Uma rede pode interligar tanto unicamente pessoas, como unicamente
entidades, como pessoas e entidades. As pessoas e/ ou entidades
interligadas numa rede podem ser do mesmo tipo ou inteiramente
heterogêneas. Tudo depende tão somente dos objetivos que a rede se propõe
alcançar.
As redes podem ser também de diferentes tamanhos – de uma equipe
que trabalhe em rede a uma rede de bairro ou de sala de aula, até uma rede
internacional. Podem existir igualmente redes de redes. E dentro de uma rede
podem se formar sub-redes, com objetivos específicos.
A interligação em rede, de pessoas e/ou entidades, se estabelece a
partir da identificação de objetivos comuns e/ou complementares cuja
realização melhor se assegurará com a formação da rede.
![Page 47: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/47.jpg)
47
Esses objetivos podem ser:
• A circulação de informações, base comum do funcionamento de todo e
qualquer tipo de rede;
• A formação de seus membros;
• A criação de laços de solidariedade entre os membros;
• A realização de ações em conjunto.
Quando se propõe, numa rede, uma ação conjunta, esta não precisará
ser necessariamente assumida por todos os seus integrantes, mas somente
por aqueles que livre e autonomamente decidirem participar. Numa rede
ninguém pode ser massa de manobra de ninguém.
Uma rede constituída somente para a circulação de informações ou
para a formação de seus membros pode propiciar o aparecimento de ações de
solidariedade ou de ações conjuntas não previstas em seus objetivos iniciais.
Se algum participante quiser fazer uma proposta de ação conjunta,
esta deverá circular por toda a rede como qualquer outra mensagem. A
organização da ação conjunta proposta caberá àqueles que a assumirem, sem
que haja obrigatoriedade de participação dos demais. As informações sobre o
andamento dessa organização e da própria ação constituem mensagens que
circularão pela rede, como as demais, se seus organizadores quiseram
comunicá-los aos demais.
Os participantes de uma rede podem se encontrar pessoalmente e se
reunir sempre que considerarem necessário ou possível – para debater
questões ou mesmo simplesmente para festejar. Dependendo das dimensões
da rede, tais encontros podem ser um elemento importante – e mesmo
decisivo – de sua consolidação, pelas relações interpessoais de amizade que
assim se estabelecem. Nenhuma reunião desse tipo pode ter, no entanto,
caráter deliberativo para o conjunto de participantes de rede. Quaisquer
deliberações só vinculam aqueles que as tenham assumido.
![Page 48: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/48.jpg)
48Uma rede está sempre aberta à entrada de novos membros que
aceitem as regras intercomunicação estabelecidas, ainda que as mesmas
possam e devam ser revistas à medida que a rede vá realizando seus objetivos
ou definindo novos objetivos. O auto-desligamento de qualquer de seus
membros não deve, por outro lado, constituir problema, para que se assegure
a plena liberdade de opção de cada um.
![Page 49: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/49.jpg)
49
CAPÍTULO III
A GERÊNCIA COMO GESTORA DE RECURSOS,
PROCESSOS E SERVIÇOS
3.1. – Principais ferramentas da prática gerencial pública
Entre as principais ferramentas que podem contribuir para a
melhoria da gerência pública e para o aperfeiçoamento do desempenho dos
gerentes, estão o Planejamento, o Orçamento, e o Mapeamento e Modelagem
de Processos de Trabalho, e a Gestão da Informação. Este trabalho terá
ênfase no Planejamento, incluindo o PPA – Planejamento e Programação de
Atividades, uma prática que vem se consolidando na administração pública
brasileira.
3.1.1 – Planejamento
Segundo Pedro Amato Muñoz:
“ a função de planejar é definida como a programação
do trabalho. É a formulação sistemática de um conjunto
de decisões, devidamente integrado, que expressa os
propósitos de uma empresa e condiciona os meios para
alcançá-los. (...) Consiste na definição de objetivos, na
ordenação de recursos materiais e humanos, na
determinação de métodos e formas de organização, no
estabelecimento de medidas de tempo, quantidade e
qualidade na localização especial de atividades e outras
especificações necessárias para canalizar racionalmente
![Page 50: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/50.jpg)
50a conduta de uma pessoa ou de um grupo. (...)”
(HECKHAUSEN, 1967, p.32).
Considerando que, nos dias atuais, as emergências começam a fazer
parte do nosso dia-a-dia como se fossem fatos normais, dados ao acúmulo de
tarefas e responsabilidades que são assumidos voluntariamente ou não, o
processo de planejamento torna-se cada vez mais importante, devida à
necessidade de priorização de escolhas no processo decisório.
Planejar é uma tentativa de controlar os eventos da gestão, é
especialmente uma busca de controlar o futuro. As mudanças rápidas que
caracterizam o contexto contemporâneo forçam a prática do planejamento em
todos os níveis da organização.
“ Para que as ações resultantes de um planejamento se
realizem, concretizando a implementação das políticas
públicas formuladas, é imprescindível que cada servidor
tenha pela consciência da missão institucional e pleno
conhecimento dos resultados globais desejados, de forma
a poder identificar qual é o espaço de sua contribuição
individual para que esses resultados sejam alcançados ”
(MARE, 1997, p.64).
Planejamento como ferramenta
Entre as funções gerenciais, planejar tende a ser considerada a mais
importante, devido o seu poder de condicionar as demais funções, ou seja, o
controle, o direcionamento e avaliação serão feitos tendo como referência o
planejamento.
O planejamento se caracteriza por ser uma ferramenta de previsão e
de desenvolvimento. Todo gerente precisa planejar se deseja manter
funcionando bem a sua unidade de trabalho, ou quando deseja mudar alguma
coisa. O descuido nesse particular acarreta várias distorções no processo de
gestão, entre as quais são:
![Page 51: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/51.jpg)
51• visão reduzida do que se pretende ou pode alcançar, identificada como
miopia administrativa;
• erros e baixa qualidade no trabalho;
• conflitos na execução das atividades;
• alienação e desmotivação dos colaboradores;
• retrabalho e falta de eficiência.
Considerada como ferramenta de desenvolvimento, o planejamento
permite:
• direcionar os rumos da gerência;
• criar padrões e indicadores de desempenho;
• melhorar a produtividade e a qualidade;
• aumentar os resultados da unidade de trabalho e da organização;
• integrar unidades de trabalho;
• aumentar a satisfação de clientes e usuários.
Requisito básico para o planejamento
Todo planejamento deverá forçosamente estar fundamentado em um
diagnóstico da situação da unidade de trabalho, ou da organização, conforme
o caso. Tal procedimento tem como finalidade reunir as informações
necessárias à avaliação objetiva do contexto em que a unidade de trabalho, ou
organização, estão situada. O diagnóstico irá fornecer maior precisão para
identificar e delimitar os aspectos que deverão ser alvo das ações de mudança
e para definir os objetivos e formular estratégias de atuação, que serão alvo do
planejamento.
De forma resumida pode-se dizer que o processo de planejamento
envolve:
• fazer diagnóstico ou levantar dados da realidade;
• definir os objetivos que precisam ser alcançados;
• prever os eventos que poderão interferir no percurso;
• estabelecer o caminho crítico a ser percorrido;
![Page 52: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/52.jpg)
52• estabelecer pontos de “chek” ou controle;
• acessar os recursos de informação;
• alocar tempo e os recursos financeiros, materiais e humanos
necessários;
• acompanhar a operacionalização do plano estabelecido;
• controlar o andamento nos pontos de controle estabelecidos;
• tratar as distorções identificadas pelo controle;
• avaliar os resultados.
Ferramentas que integram a gestão pública formal:
Planejamento e orçamento
ü PPA – Plano Plurianual
ü LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias
ü LOA – Lei Orçamentária Anual
Lei de Responsabilidade Fiscal
ü Reforça vínculos entre PPA, LDO e LOA.
Ø LOA compatível com o PPA e LDO
Ø Despesa adequada à LDO e compatível com PPA e LDO
Objetivos do PPA
ü ORGANIZAÇÃO POR PROGRAMAS
ü TRANSPARÊNCIA
ü PARCERIAS
ü GERENCIAMENTO
ü AVALIAÇÃO
Fundamentos do PPA
ü Desenvolvimento Sustentável
ü Eixos Nacionais de Integração e Desenvolvimento
ü Integração Plano-Orçamento: Programas
![Page 53: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/53.jpg)
53Conteúdo LDO (Arts. 165, §2º, e 169, §1º, inciso II)
Estabelece, em especial:
1. Metas e prioridades da Administração Pública Federal, incluindo as
despesas de capital para o exercício subsequente;
2. Orientações para a elaboração da lei orçamentária anual;
3. Dispõe sobre as alterações na legislação tributária;
4. A política da aplicação das agências financeiras oficiais de fomento;
5. Autorização para o aumento de remuneração; a criação de cargos,
empregos e funções; a alteração de estrutura de carreiras, bem como
a admissão ou contratação de pessoal.
3.1.2 – Gerenciamento das informações
A informação é o combustível básico para as ações de toda
organização, sendo o ponto inicial da atividade e porque não dizer também o
final de todo o trabalho realizado, mesmo que este seja o representado em
“produtos”, a existência dos mesmos, sua ausência ou insuficiência será
representado em informações, que serão utilizadas de modo diversificado
pelos diversos níveis e grupos funcionais que alcançar.
Informações podem ser consideradas como compostas a partir de
dados, constituindo uma organização e interpretação dos membros, sendo
correto o princípio que menciona “Informação gera poder”.
Entretanto, nos dias atuais, descobre-se cada vez mais
frequentemente, que a informação pode levar ao poder, mas o partilhar as
informações, viabilizando o conhecimento de dados pela maior parte dos
atores do processo de trabalho, é marca diferencial para atuação das
organizações e peça essencial no desenvolvimento das equipes de trabalho.
A especialização crescente e a necessidade de agilidade na
organização das atividades em todos os setores, do mundo atual, gerou uma
realidade de atuação cada vez mais integrada e interdependente entre os
membros de um mesmo centro de atividades; os membros de uma
![Page 54: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/54.jpg)
54organização cujas tarefas são interdependentes, precisam das informações
que lhes permitam fazer ajustes coordenativos In Locu e no tempo exato,
especificando os limites de atuação de cada um e sua influência no todo
produzido.
As organizações ganham e se desenvolvem com a agilização da
transmissão de informações, sendo justo considerar, frete às novas
tecnologias, todos os meios disponíveis para esta finalidade.
Isto porque, não basta deter a informação correta, mas é preciso
apresentá-la de forma adequada e ágil, a fim de acompanhar as necessidades
reais do serviço e contribuir para a melhoria organizacional.
As pessoas apresentam diferenças em suas aptidões para adquirir e
consumir informações de que precisam. Variam com relação às suas
habilidades para encontrar até em suas próprias atividades e vivências, os
dados que precisam em determinados momentos. Observa-se ainda a
existência de diversas formas, a partir do acesso às informações, proceder-se
à análise e crítica das mesmas. Por isso, às vezes tem-se: tantos relatórios
excessivamente longos e sem as informações essenciais; a duplicidade de
ações para coleta de dados e geração de informação e, a diminuição da
produtividade; a necessidade crescente de refazer-se tantos trabalhos, pois
partem de informações precárias (seja na fonte solicitante, seja na receptora)
Para que as informatividade ocorra, no contexto organizacional, é
necessário que os dados:
a) Estejam fisicamente ao alcance do receptor;
b) Sejam compreensíveis ao receptor;
c) Possam ser comprovados;
d) Sejam úteis ao receptor.
Em algumas organizações, seus colaboradores precisam utilizar
estratégias alternativas para obter ou das às informações, devido aos canais a
eles relativos não se encontrarem disponíveis ou mesmo devido à cultura
existente de ocultamento de dados, de acordo com a vontade dos escalões
inferiores ou superiores.
![Page 55: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/55.jpg)
55Nas organizações, cabe à administração desenvolver sistemas de
comunicação (informação/decisão) que melhor preencham os objetivos
organizacionais, viabilizando ainda o desenvolvimento da potencialidade dos
colaboradores dos mais diversos níveis hierárquicos.
3.1.2.1 – Melhorando o processo de gerenciamento da
informação
Na última década, centenas de empresas, literalmente tentaram
melhorar seus processos. Primeiro usando abordagens de qualidade total e de
aperfeiçoamento contínuo; depois, mais radicalmente usando métodos
reengenharia. Uma ampla variedade de processos recebeu ênfase. No
entanto, os métodos voltados à informação e ao conhecimento raramente
entraram no foco dos programas de aperfeiçoamento rigorosos. Isso é
verdade, acredito, por dois motivos. Em primeiro lugar, a maioria dos gerentes
simplesmente não está ciente da importância dessas atividades – até mesmo
quando o trabalho das áreas de informação e conhecimento é o núcleo –
chave de atividades geradoras de renda. Em segundo lugar, é difícil colocar
essas atividades no âmbito metodológico, porque seus praticantes são
trabalhadores autônomos e independentes.
Na tentativa de descobrir mais sobre esse fenômeno, Sirkka Jarvenpaa
(da Universidade do Texas) e Mike Beers (da Ernest & Young), estudara 30
casos de esforços no sentido de melhorar os processos de trabalho em
informação e conhecimento, chegaram a seguinte conclusão:
a) Abordagens de reengenharia de cima para baixo não funcionam bem
em ambientes profissionais de informação e conhecimento. Não
envolvem participação suficiente dos funcionários e buscam melhorias
radicais, não-mensuráveis, em processos de difícil quantificação;
b) A velha abordagem do trabalho de informação e conhecimento, que
pode ser resumida como “contrate gente inteligente e deixe-a agir
![Page 56: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/56.jpg)
56sozinha”, não é apropriada para estimular melhorias em coordenação e
produtividade;
c) Uma abordagem participativa que enfatize os resultados, e não passos
de trabalho detalhados – juntamente com fatores externos, como
espaço físico comum e trabalho em equipes – é a que oferece os
melhores resultados.
Em outras palavras, para aperfeiçoar os processos informacionais,
devem ser adotadas abordagens ecológicas. É preciso enfatizar o tempo todo
o aperfeiçoamento constante, papéis desempenhados pelas pessoas e o uso
de fatores múltiplos, inter-relacionados. (“...) a arquitetura da informação,
quando executada a partir de uma perspectiva ecológica – algo que pode
deixar pouco à vontade os profissionais de TI - , pode ser uma ferramenta
poderosa no aperfeiçoamento do uso da informação”.
O foco da gestão da informação está nas pessoas e na forma como
está informação pode agregar valor ao desenvolvimento organizacional, todo o
investimento do processo de equipar tecnologicamente a organização deve ser
acompanhado adequando desenvolvimento das pessoas que:
a) Captam a informação;
b) Processam a informação;
c) Usam a informação;
d) São afetadas pelas decisões tomadas com base nas informações.
3.2 – Cultura da prestação de serviços
A cultura organizacional é um tema que desde há muito está presente
nas preocupações dos estudiosos organizacionais, devido a inúmeros
fenômenos que dela decorrem ou que por ela são impactados. Schein (1985)
definiu a cultura organizacional como “um padrão de pressuposições básicas
partilhadas, e que foram inventadas, descobertas ou desenvolvidas por um
grupo à medida que seus integrantes se mostraram capazes de solucionar os
![Page 57: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/57.jpg)
57problemas de adaptação externa e de integração interna, soluções essas que
funcionaram suficientemente bem, a ponto de serem consideradas válidas para
serem ensinadas aos novos membros da organização, como a forma correta
de perceber, pensar e sentir, em relação àqueles problemas”. Pode-se
depreender do postulado por Schein que a cultura organizacional é um
conhecimento que é repassado de uns a outros, em particular daqueles que já
vivenciam um dado ambiente para os que nele ingressam, e que deverão
conviver com a realidade preexistente.
Uma das críticas formuladas ao Serviço Público tem como foco a
prestação dos serviços, que tende a ser feita dentro de padrões pré-definidos,
que muitas vezes não consideram as verdadeiras necessidades e expectativas
dos clientes desses serviços. Assim, entende-se que a melhoria da gerência
pública deve ter como medida de satisfação dos cidadãos clientes, sejam eles
externos ou internos às organizações públicas, sendo a cultura da prestação
de bons serviços um desafio a ser perseguido pelas gerências que fazem
acontecer o serviço público.
3.2.1 – Cultura organizacional
Para Schein (1985), o conceito de cultura compreende três níveis: o
dos artefatos e criações, que inclui a arquitetura da organização, o layout, a
formatação dos documentos, a tecnologia, a forma das pessoas se vestirem; o
nível dos valores, que considera as formas de tratar as situações e/ou
solucionar os problemas enfrentados pela organização; e o nível dos
pressupostos, que reflete as crenças do grupo sobre os aspectos da realidade
e as formas como estes são avaliados e julgados. Conforme o autor, a cultura
não existe fora de um grupo que a possua, e nem poderá ser formada a não
ser em um grupo com uma história em comum.
Diz ainda Schein que a cultura é continuamente formada, e que na
organização sempre haverá um processo de aprendizagem em andamento,
sempre haverá oportunidade para que uns compartilhem com os outros o
![Page 58: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/58.jpg)
58conhecimento que adquiriram; salienta o autor, entretanto,que as coisas
aprendidas que se tornaram profundamente enraizadas conferem estabilidade
ao grupo e são extremamente difíceis de serem mudadas.
Segundo Mintzberg (2000, p. 195) a cultura organizacional é integrada
por “crenças comuns que se refletem nas tradições e nos hábitos, bem como
em manifestações mais tangíveis – histórias, símbolos, ou mesmo edifícios e
produtos”, entende esse autor que a cultura é composta pelas interpretações
que as pessoas fazem da realidade e pelas atividades e artefatos que refletem
essas interpretações, e que será tão mais enraizada quanto mais fechada for a
trama que une interpretações e atividades.
Em níveis mais superficiais essas relações podem ser óbvias, já em
nível mais profundo o estabelecimento de relações entre atividades realizadas
e interpretações da cultura existente é bem mais difícil. Por exemplo: é fácil
estabelecer relação entre o uso obrigatório de terno e gravata e uma cultura
conservadora. Por outro lado, mesmo que um gerente repita a missão e o
credo que direcionam as ações da empresa para a qual trabalha,nada garante
que ele esteja percebendo a verdadeira natureza da cultura que está no
substrato das cartas de valores que repete com ênfase e prontamente. E se
para esse gerente é difícil estabelecer tais relações, mais ainda o será par
alguém de foram da organização. “Nossa suspeita é que grande parte disso
existe abaixo do nível consciente”, conclui Mintzberg (2000, p 195), que usa a
palavra ideologia para descrever a cultura organizacional caracterizada por “um
forte conjunto de crenças, compartilhadas apaixonadamente por seus
membros”.
Torquato (1991) diz que as culturas das organizações são diferentes
uma das outras, embora seja possível isolar componentes iguais a todas elas;
a cultura organizacional decorre tanto da estrutura formal da organização,
como da rede informal nela existente, caracterizada pelos laços informais de
relacionamento e pelas expressões de espontaneidade e descontração.
Terra (2000 p. 102), por sua vez afirma que a cultura organizacional
“pode ser entendida pelas normas e valores que ajudam a interpretar eventos
e avaliar o que é apropriado e inapropriado”. Diz também que tais normas e
![Page 59: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/59.jpg)
59valores poderão ser vistos como “sistemas de controle capazes de atingir
grande eficácia, uma vez que levam a um alto grau de conformação, ao
mesmo tempo em que conferem elevada sensação de autonomia”, o que para
o autor é o oposto dos sistemas formais de controle implantados em muitas
organizações, que levam as pessoas a sentirem uma sensação permanente de
restrição externa.
A cultura da organização não é única e nem homogenia, existem
subculturas; algumas unidades de trabalho podem apresentar culturas bem
diferentes da cultura organizacional predominante, até mesmo culturas opostas
a ela; pode ocorrer que crenças e valores professados em uma unidade de
trabalho não os sejam em outra. A literatura registra também a existência de
culturas fortes e fracas; a cultura organizacional forte causa maior impacto
sobre o comportamento das pessoas do que a cultura fraca; na cultura forte,
os valores postulados na organização são mantidos com maior zelo e são mais
disseminados; nela existe maior concordância entre os membros das equipes
de trabalho, maior coesão e controle do comportamento. Quanto mais forte a
cultura interna, menos será a necessidade de formalização, a definição de
regras e o estabelecimento de procedimentos.
A cultura aparece incorporada na maneira das pessoas agirem, no
julgamento que fazem da realidade, ou nas expectativas de uns em relação
aos outros. Em uma organização com cultura de compartilhamento de
conhecimento, as pessoas podem compartilhar idéias e insights porque elas
vêem isso como natura, e não porque existe um programa nesse sentido, ou
porque são forçadas a fazer isso; elas esperam que os demais também
compartilhem suas idéias, e assumem que esse procedimento é correto, e que
deve ocorrer naturalmente.
![Page 60: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/60.jpg)
60
3.2.1.1 – Mito, Rito e Clima Organizacional
O mito é a história preservada na memória de um evento passado que
transcende os limites do mundo objetivo externo, revelando um mundo ideal,
um mundo sujeito e objeto.
O papel do mito é mostrar “as contradições nas premissas básicas da
cultura”. Ao tornar inteligíveis fatos inexplicáveis ou inaceitáveis, o mito dá
sentido à existência do grupo ou sociedade que o narra.
Estrutura do mito é um relato sobre o passado que dá sentido ao
presente e orienta o futuro do grupo ou sociedade.
Rito é um conjunto de atividades planejadas que consolidam várias
formas de expressões culturais num só evento, executado por meio de
interações sociais. Possui um caráter de excepcionalidade e uma estrutura que
simboliza valores e crenças do grupo. Exemplos de ritos: ritos de passagem ,
de degradação (perda de poder e credibilidade), de reforçamento (aumento do
status), de renovação, de redução, de conflitos, de integração.
Clima organizacional é uma característica relativamente duradoura de
uma organização que a distingue das demais: inclui percepções coletivas dos
membros sobre sua organização com relação a dimensões como autonomia,
confiança, coesão, apoio, reconhecimento, inovação, honestidade, etc.; é
produzido pela interação dos membros; serve como uma base para interpretar
as situações; reflete as atitudes, normas e os valores prevalecentes da cultura
da organização; e atua como uma fonte de influência para comportamentos
apresentados.
Diferenças entre clima e cultura
Cultura Organizacional
• Refere-se conjunto de valores, padrões de comportamento, ritos,
símbolos, normas e crenças sustentados pelos membros;
• Essência da organização;
![Page 61: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/61.jpg)
61• Equivalente à filosofia;
• Duradoura.
Clima Organizacional
• Aspectos do ambiente social conscientemente percebidos pelos
membros;
• Relativamente temporário;
• Associado às políticas empregadas para a consecução da filosofia;
• Clima seria um produto da cultura da cultura da organização.
3.3 – Comunicação e conflitos na gestão pública
A confluência de ações inerentes à função de Controle e Avaliação,
com ações inerentes ao papel de Gestor de Recursos, processos e serviços,
evidencia a necessidade do gerente ocupar-se com questões relacionados
com a comunicação e os conflitos organizacionais. É bom lembrar que esses
dois temas, comunicação e conflitos, são constantemente lembrados no dia a
dia da gestão, devido as dificuldades que os gerentes encontram para
equacionarem as questões a eles relacionados.
3.3.1 – O processo de comunicação
O processo de comunicação entre pessoas inclui pelo menos 5
elementos básicos:
• uma fonte de informação, ou emissor, também conhecido como
transmissor;
• um receptor, aquele que recebe a informação;
![Page 62: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/62.jpg)
62• um código ou conjunto de símbolos que permite codificar a mensagem
de forma a que possa ser repassada;
• uma mensagem, ou informação, o conteúdo que é repassado;
• uma interpretação da mensagem, ou seja, o significado que o
transmissor da mensagem ao transmiti-la, e o receptor ao receber a
mensagem.
O emissor é o responsável pelo início de um evento ou ciclo de
comunicação, é quem escolhe o que será comunicado e como fará isso.
Partindo do emissor, a mensagem deverá atingir o receptor, mas isso ainda
não significa que haverá comunicação. Para que isto ocorra será necessário
que o emissor e o receptor falem ou usem o mesmo código, ou seja,
conheçam a mesma linguagem.
O significado de muitas palavras pode ser diferente, quando usadas
em diferentes regiões geográficas: o conhecido aipim do nordeste, é chamado
de mandioca, no sul.
O receptor é quem recebe, decodifica e interpreta a mensagem de um
emissor. Respostas dadas, atitudes evidenciadas ou decisões tomadas pelo
receptor são evidências de que uma mensagem foi recebida e de como foi
decodificada ou entendida por ele. Muita coisa pode interferir na recepção,
decodificação e interpretação da mensagem, tais como: desconhecimento do
código ou linguagem usado na mensagem; falta de interesse no ouvir;
audição seletiva; preconceitos.
Mensagem é aquilo que é transmitido do emissor para o receptor, com
a finalidade de comunicar alguma coisa, geralmente visando algum objetivo ou
resultado. É bom lembrar que um emissor poderá transmitir mensagens
diferentes daquelas que pretende repassar, ou até mesmo transmitir
mensagens sem querer. Embora a palavra falada e escrita sejam as formas
de codificação mais usadas, a expressão corporal, os gestos, o olhar, por
exemplos, são outras formas também muito praticadas, e que às vezes
passam mensagens que traem a vontade do emissor.
![Page 63: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/63.jpg)
63Uma mesma situação pode transmitir mensagens diferentes, e até
mesmo mensagens opostas. Alguém poderá estar falando alguma coisa, e
simultaneamente estar transmitindo outra com sua expressão corporal, ou com
o seu comportamento, e isso certamente irá comprometer a eficácia da
comunicação. Ou seja, alguém poderá verbalizar sobre normas e
procedimentos a cumprir, ou sobre hábitos, crenças, ou ainda, sobre coisas
que gosta ou não de gosta de fazer, mas na prática estar mostrando um
comportamento incoerente com o que diz.
Entre as muitas barreiras que dificultam a comunicação nas
organizações pode ser incluída a tautologia, que embora muito praticada, nem
sempre é lembrada como um erro a ser combatido.
3.3.2 – O conflito nas organizações de trabalho
A literatura registra a existência de elevado nível de conflitos entre as
chamadas áreas meio e fim, ou seja, entre gerentes dos níveis de apoio e os
da linha de frente. Estudos feitos mencionaram a tendência existente nas
áreas de apoio de ocorrerem ações voltadas mais para as necessidades
internas do que para o cliente. Um exemplo comum é o de adquirir bens
supérfluos ou de menor prioridade apenas para não devolver o saldo dos
recursos e correr o risco de ter o orçamento reduzido no ano seguinte.
3.3.3 – Conflito e gestão de conflitos
Ocorre conflito quando há uma divergência de interesses e/ou opiniões
entre os integrantes da equipe, impedindo um adequado funcionamento ou
prosseguimento das atividades da equipe.
O conflito em si não é danoso ou patológico. É uma constante da
dinâmica interpessoal reveladora do nível energético do sistema. Suas
consequências poderão ser positivas ou negativas, construtivas, em
![Page 64: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/64.jpg)
64decorrência do grau de aprofundamento e intensidade, da duração, do
contexto, da oportunidade e do modo como ele é enfrentado e administrativo.
A concordância permanente em um grupo pode ser muito agradável,
mas é um fator de estagnação do sistema, enquanto o desequilíbrio e a
controvérsia podem provocar crises que possibilitam mudanças significativas
para o desenvolvimento grupal, pessoal e social.
Há muitas maneiras de lidar com os inevitáveis conflitos, desde a
simples negação até a resolução adequada. O primeiro passo consiste em
admitir que exista, e que é preciso enfrentá-lo. O reconhecimento da
existência de um conflito predispõe as pessoas a agir, ao contrário do que
ocorre com a negação.
Diante desta situação as pessoas podem: buscar o diálogo, fugir da
situação ou lutar diante dos aspectos conflituosos.
Como tática de luta pode ser citada a competição, enquanto as fugas
abrangem a repressão e a evasão.
A tática da competição implica em reconhecer o conflito e engajar-se
na luta aberta contra o adversário. Cada um quer vencer outro, utilizando
diversas estratégicas.
A competição pode ser utilizada de forma positiva quando há ética e
respeito, entretanto, no contexto da equipe, por maior que seja o respeito, a
competição fragmenta a equipe, impedindo que a mesma possa alcançar os
seus objetivos. Imagine um time, onde o jogador quer ser o principal artilheiro
e detém a bola em todas as jogadas, para que ele marque o gol?
A repressão busca a utilização das energias disponíveis para aniquilar
o conflito. O que se consegue, na maior parte das vezes, é apenas a
repressão dos sintomas do conflito e não a sua eliminação.
A autoridade determina que haja o ajuste e ele deve aparentemente
ocorrer. Um conflito reprimido pela força não desaparece, recolhe-se e
mantém sua força para eclodir em diferentes momentos, também conduzindo à
fragmentação da equipe.
![Page 65: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/65.jpg)
65Na evasão, através da fuga, se ameniza a situação, mas como esta
não resolve, os problemas de relacionamento da equipe persistirão. A
persistência de uso da evasão pode agastar o grupo de uma visão mais clara
dos seus problemas e dificuldades, pois se elimina a discussão produtiva
acerca dos problemas existentes, para evitar confusões.
Entre as estratégias adequadas para enfrentamento de conflitos e a
busca de sua resolução, estão as que abrangem o diálogo, podendo ser
citadas: apaziguamento, negociação, confrontação e resolução de problemas.
O apaziguamento propicia o encaminhamento da situação de conflito
para uma negociação entre as partes.
A tática de negociação não pode efetuar-se em contexto de emoções
fortes negociações produtivas não acontecem durante uma rixa ou logo após
a mesma.
É preciso recuperar o equilíbrio emocional para encetar o diálogo
destinado a explorar condições, obstáculos e alternativas de solução do
conflito.
Quando as pessoas em conflito adotam a tática da negociação,
algumas condições devem ser observadas, a saber:
• Existência de mútua motivação positiva para negociação;
• Comunicação aberta e autêntica;
• Busca objetiva e clara da resolução do conflito;
• Capacidade de observar, considerar e respeitar a opinião do outro.
O processo de negociação leva à compreensão partilhada da situação
e das alternativas de ação que constituem os termos do contrato psicológico
para convivência futura do grupo.
A utilização da tática de confrontação exige maior habilidade
interpessoal de negociação entre a as partes em conflito, e ambas as partes
devem funcionar como um elemento neutro, que se propõe a acompanhar,
escutar apoiar os esforços dos membros em desacordo, sem interferir no
mérito da contenda.
![Page 66: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/66.jpg)
66A motivação positiva de ambas as partes é o fator isolado principal
para lidar com o conflito. Se não houver interesse autêntico dos dois lados
envolvidos e compreensão da validade do processo de confrontação, esta
pode degenerar em agressividade incontrolável e de desfecho imprevisível.
A tática de resolução de problemas inicia-se com o diálogo, a ser
realizado em duas etapas: diferenciação e integração. A diferenciação
compreende a exploração detida e aprofundada de percepções e sentimentos
de ambas as partes. Exerce função catártica, de alívio de tensão acumulada e
de aquecimento para a comunicação genuína. É a etapa mais demorada e
decisiva na administração do conflito. Se for limitada ou apressada com o
intuito de chegar logo a uma solução, esta pode não ser válida – uma vez que
não concedeu tempo suficiente para conhecer e apreciar as percepções,
preconceitos, idiossincrasias, pontos de vista, desejos e sentimentos de cada
um.
Com o tempo apropriado e tensão diminuída, pode-se distinguir idéias
de sentimentos, verificar e corrigir distorções da avaliação preconcebida, em
função da seletividade perceptiva individual.
Concomitantemente, o processo encaminha os participantes a uma
reformulação de posicionamento pessoal. Cada um conscientiza-se de sua
atuação pregressa e sua contribuição no surgimento, evolução e até
agravamento da situação conflitiva. Esse insight sobre a responsabilidade de
cada um no conflito é extremamente perturbador, desagradável e de difícil
aceitação.
A partir da reformulação dos problemas e das posições pessoais, as
alternativas de ação são discutidas em clima de resolução de problemas,
trazendo a assunção de responsabilidades, negociação de papéis e o
estabelecimento do contrato psicológico de interação no grupo.
![Page 67: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/67.jpg)
67
3.4 – Intervenção e mudança na organização
A intervenção da Função e Inovação e desenvolvimento e o papel de
Gestor de recursos, processos, e serviços, evidencia a necessidade e a
importância do gerente a se ocupar com técnicas e processos de intervenção,
que são ferramentas auxiliares para o desempenho do gerente nessa área.
3.4.1 – Razões que justificam intervenções do gerente
Existem muitas necessidades organizacionais que sugerem ou exigem
que o gerente assuma a responsabilidade por intervir nos processos
existentes, entre as quais poderão ser lembradas as necessidades de:
• Modificar estratégias administrativas que não estão correspondendo
com as demandas da organização;
• Imprimir mudanças de direção ou de políticas;
• Tornar a organização mais adequada para o atendimento de
demandas grupais, individuais e do ambiente;
• Mudar elementos da cultura organizacional;
• Mudar aspectos formais da organização;
• Melhorar a colaboração intragrupo e intergrupos de trabalhos;
• Aperfeiçoar a estrutura e a qualidade dos sistemas operacionais;
• Melhorar o planejamento e a definição de metas;
• Dar o devido suporte para elevar a motivação da equipe de trabalho;
• Permitir a adaptação a novos ambientes;
• Atender a exigências da sociedade;
• Melhorar a produtividade, etc.
São muitas as estratégias, técnicas e ferramentas de que o gerente
poderá fazer uso no seu dia a dia, mesmo sem ser um especialista em
intervenções organizacionais. Este trabalho pretende indicar alguns poucos
caminhos nesse sentido, alertando, entretanto, que existem vários outros que
poderão ser buscados.
![Page 68: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/68.jpg)
68
3.4.2 – Ferramentas e técnicas de intervenção
Alguns exemplos de processos e técnicas de intervenção aparecem
listados a seguir:
• Consultoria externa e interna
• Benchmarking
• Diagnósticos
• Análise SWOT
• Análise dos Fatores críticos de sucesso
• Análise Bom – mau lugar
• Entrevistas
• Grupo Focal
• Aplicação de questionários
• Aplicação de instrumentos
• Revalidação de instrumentos testados
Uma ferramenta de grande utilidade, que tem sua origem no modelo
do campo de forças, de Kurt Lewin, é a SWOT cuja sigla é formada pela
primeira letra das palavras Strenghts (forças), Weaknesses (fraquezas),
Opportunities (oportunidades) e Threats (ameaças). A análise SWOT é útil às
organizações que pretendem conhecer seus pontos fortes e fracos, para a
partir daí empreender mudanças visando melhorar o desempenho que
apresentam.
3.4.2.1 – A análise de forças e fraquezas da organização
Uma das ferramentas mais úteis no diagnóstico da realidade
organizacional de suas demandas é a análise SWOT, que é feita conforme
descrição a seguir.
![Page 69: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/69.jpg)
69A análise é dividida em duas partes: o ambiente externo à organização
(oportunidades e ameaças) e o ambiente interno à organização (pontos fortes
e pontos fracos). Esta divisão é necessária porque a organização tem que agir
de formas diferentes em um e em outro caso, como veremos a seguir.
Toda organização deve realizar a análise SWOT de maneira formal
pelo menos uma vez por ano, mas as informações mais importantes devem ser
monitoradas constantemente.
O ambiente interno pode ser controlado pelos dirigentes da
organização,já que ele é o resultado de estratégias de atuação definidas por
eles mesmos. Desta forma, quando percebemos um ponto forte em nossa
análise, devemos ressaltá-lo ainda mais; quando percebemos um ponto fraco,
devemos agir para controlá-lo ou, pelo menos, minimizar seu efeito. Já o
ambiente externo está totalmente fora do controle da organização. Isso não
significa que não seja útil conhecê-lo. Apesar de não podermos controlá-lo,
podemos monitorá-lo e procurar aproveitar as oportunidades da maneira mais
ágeis e eficientes e evitar as ameaças enquanto for possível.
Ambiente externo
Diversos fatores externos à organização podem afetar o seu
desempenho. E as mudanças no ambiente externo podem representar
oportunidades ou ameaças ao desenvolvimento do plano estratégico de
qualquer organização.
A avaliação do ambiente externo costuma ser dividida em duas partes:
• Fatores macroambientais – entre os quais podem ser citados questões
demográficas, econômicas, tecnológicas, políticas, legais, etc.
• Fatores microambientais – entre os quais podem ser citados os
beneficiários, suas famílias, as organizações congêneres, os principais
parceiros, os potenciais parceiros, etc.
![Page 70: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/70.jpg)
70Na prática, isso significa que mudanças que estão totalmente fora do
controle da organização podem afetar (positiva ou negativamente) seu
desempenho e sua forma de atuação. As mudanças no ambiente externo
sempre afetam de maneira homogênea todas as organizações que atuam
numa mesma área geográfica e num mesmo mercado e, desta forma,
representam oportunidades ou ameaças iguais para todo mundo. Quando
ocorre mudança na legislação, por exemplo, todas as organizações são
afetadas.
Uma organização que perceba que o ambiente externo está mudando
e que tenha agilidade para se adaptar a esta mudança aproveitará melhor as
oportunidades e sofrerá menos as consequências das ameaças. Por isso a
análise do ambiente externo é tão importante.
Toda a análise de ambiente externo deve ser acompanhada da análise
do grau de probabilidade de que um determinado evento ocorra. Por exemplo,
se as pesquisas de opinião pública indicam um maior contentamento com um
determinado governante, é mais provável que ele consiga aprovar as medidas
que propuser no Congresso. Se, ao contrário, a opinião pública indica uma
grande insatisfação com o governo atual, é provável que ele tenha dificuldade
em aprovar medidas no Congresso.
A análise da situação deve levar em consideração não apenas o que
está sendo sinalizado como uma alternativa de cenário, mas também qual é a
probabilidade de que aquele cenário se concretize. Esta análise de cenários
deve ser permanente, porque o ambiente externo é muito dinâmico e está
sendo alterado constantemente.
Ambiente interno
Uma coisa é perceber que o ambiente externo está mudando, outra é
ter competência ou condições para adaptar-se a estas mudanças
(aproveitando as oportunidades e/ou enfrentando as ameaças). Da mesma
maneira que ocorre em relação ao ambiente externo, o ambiente interno deve
ser monitorado permanentemente.
![Page 71: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/71.jpg)
71Em primeiro lugar, é importante fazer uma relação de quais são as
variáveis que devem ser monitoradas, por exemplo: capacidade de
atendimento, demanda pelos serviços prestados, satisfação do público-alvo
com o atendimento, crescimento do número de contribuintes, nível de
renovação das contribuições, dedicação dos funcionários, capacidades de
gestão das lideranças da organização, flexibilidade da organização etc.
Em seguida, deve-se criar uma escala para avaliar cada um destes
tópicos, como no exemplo abaixo:
Grande Força Força Característica
Neutra Fraqueza Grande Fraqueza
Capacidade de Atendimento
Demanda pelos serviços prestados
Satisfação do público alvo
Crescimento do número de contribuintes
Renovação das contribuições
Dedicação dos funcionários
Capacidade de gestão das lideranças
Flexibilidade da organização
Pode ser interessante avaliar também os seus principais
“concorrentes” em relação aos mesmos tópicos, para que se possa ter clareza
de quais são os diferenciais competitivos que cada organização tem em
relação às outras com as quais compete por recursos e/ou no atendimento ao
público-alvo.
O próximo passo é determinar qual é a importância que cada um
destes itens tem em relação aos objetivos da organização.
Quando temos claras quais são as áreas de maior importância e quais
as áreas que são consideradas fraquezas de nossas organizações, fica fácil
decidirmos onde devem ser alocados os esforços para melhoria, já que não
seria possível investir em todas as áreas ao mesmo tempo.
![Page 72: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/72.jpg)
72
Formulação de metas
Depois de ter realizado uma análise SWOT, a organização pode:
• Estabelecer metas de melhoria dos itens que tenham sido
considerados prioritários e de baixo desempenho;
• Estabelecer metas relacionadas à forma de atuação no que diz
respeito ao aproveitamento de oportunidades;
• Estabelecer quais as ações que serão importantes para evitar os
efeitos de eventuais ameaças.
Estas metas serão à base do planejamento anual de atividades da
organização.
A análise SWOT é, portanto, um instrumento de fácil aplicação e pode
ser de grande utilidade no planejamento das organizações sociais, assim como
vem sendo no planejamento de muitas organizações privadas.
3.4.2.2 – Grupo Focal
Uma outra ferramenta também muito útil é o grupo focal, que permite
obter informações predominantemente qualitativas.
Métodos e técnicas de coleta de dados e informações qualitativas são
objeto de estudo em diversas disciplinas. Estas áreas de conhecimento
envolve considerações sobe uma grande variedade de aspectos, tais como:
instrumentos de coleta de dados, estimativa de custos de obtenção, controle
de qualidade, confiabilidade, validação, seleção de amostras, métodos de
processamento, métodos de análise, métodos estatísticos, técnicas de
apresentação de relatórios, etc. A decisão sobre que instrumento utilizar, com,
onde e quando aplicar, etc., pode ser complexa, dependendo do porte e
abrangência do projeto. Por outro lado, projetos de menor porte, podem ser
monitorados e avaliados com dados obtidos a partir de instrumentos simples e
de baixo custo.
![Page 73: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/73.jpg)
73Um grupo focal é um grupo de discussão informal e de tamanho
reduzido (até no máximo 12 pessoas), com o propósito de obter informação
qualitativa em profundidade. As pessoas são convidadas para participar
possuem alguma característica em comum. Por exemplo: compartilham das
mesmas características demográficas tais como nível de escolaridade,
condição social, ou são todos funcionários de um mesmo setor do serviço
público.
É uma metodologia utilizada em processos de intervenção e de auto-
avaliação institucional, possibilitando identificar, analisar e entender a realidade
institucional, por meio de indicadores internos e externos; geralmente coloca
ênfase nos indicadores internos, construídos de forma participativa, e valoriza
a análise histórica de outros momentos avaliativos vividos na instituição.
A coleta de dados através de grupo focal tem como uma de suas
maiores riquezas se basear na tendência humana de formar opiniões e
atitudes na interação com outros indivíduos. Ele contrasta, nesse sentido, com
dados colhidos em questionários fechados ou entrevistas individuais, onde o
indivíduo é convocado a emitir opiniões sobre assuntos que talvez ele nunca
tenha pensado a respeito anteriormente. As pessoas em geral precisam ouvir
as opiniões dos outros antes de formar as suas próprias. E constantemente
mudam de posição (ou fundamentam melhor sua posição inicial) quando
expostas as discussões de grupo. É exatamente este processo que o grupo
focal tenta captar.
O processo de um grupo focal
A essência do grupo focal consiste na interação entre seus
participantes para colher dados, a partir de tópicos que são fornecidos pelo
moderador do grupo. Uma vez conduzido, o material obtido será a transcrição
de uma discussão em grupo, focada em um tópico específico ( por isso grupo
focal).
![Page 74: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/74.jpg)
74Os participantes de um grupo focal são incentivados a conversarem
entre si, trocando suas experiências, relatando suas necessidades,
observações, preferências, etc. A conversão é conduzida por um moderador,
cujo papel central é incentivar a interação entre os participantes. O moderador
incentiva a participação de todos, evitando que um ou outro tenha predomínio
sobre os demais, e conduz a discussão de modo que esta se mantenha dentro
do(s) tópico(s) de interesse.
O objetivo principal de qualquer grupo focal é revelar as percepções
dos participantes sobre os tópicos em discussão.
Grupos focais são úteis nos estágios exploratórios de uma pesquisa,
ou quando administradores querem ampliar sua compreensão a respeito de
um produto, projeto programa, serviço ou de uma determinada situação.
Grupos focais podem ser utilizados para monitorar um serviço em
execução, para verificar, por exemplo, o grau de satisfação das pessoas que
utilizam ou que o realizam, que mudanças gostariam de ver introduzidas ou
que dificuldades estão encontrando para usar ou para executar o serviço.
As entrevistas com grupos focais podem ser utilizadas em todas as
fases de um trabalho de investigação. São apropriadas para estudos que
buscam entender atitudes, preferências, necessidades e sentimentos.
São utilizadas, por exemplo, quando se investiga questões complexas
no desenvolvimento e implementação de programas, como aspectos
relacionados a dificuldades, necessidades ou conflitos não claros ou pouco
explicitados.
Os passos prévios mais importantes para a realização de um grupo
focal são:
• Seleção dos participantes;
• Preparação do guia do moderador (agenda).
O planejamento e montagem do grupo focal é talvez a parte mais
trabalhosa de um estudo que utiliza esse método de pesquisa. É claro que,
como qualquer outro estudo, as possibilidades a serem consideradas vão
depender de dois fatores básicos: tempo e recursos financeiros disponíveis.
![Page 75: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/75.jpg)
75De qualquer maneira, há demandas que precisam ser atendidas e que
se referem basicamente ao recrutamento de participantes, a escolha de um
moderador e seu(s) assistente(s), aos recursos técnicos para gravação das
sessões, local para realização dos trabalhos dos grupos e profissionais para
transcreverem e analisarem os dados.
![Page 76: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/76.jpg)
76
CAPÍTULO IV
A GERÊNCIA COMO GESTORA DE PESSOAS
4.1. – Incorporação, manutenção e desenvolvimento de
pessoas
É responsabilidade da gerência formar, manter e desenvolver um
quadro de pessoal competente, motivado e alinhado com as diretrizes e
valores da organização, e o recrutamento, seleção e incorporação de pessoas
são formas de atender a esse objetivo. O sistema de gestão de pessoas é
composto por diferentes subsistemas: Recrutamento, Seleção, Alocação,
Treinamento, Remuneração, Avaliação, Desenvolvimento.
Sabe-se que o ingresso no serviço público se dá, essencialmente, por
meio de concursos, sobre os quais o gerente tem pouca ingerência. Mas
existem inúmeras oportunidades de movimentação de pessoas, que de forma
ou outra poderão permitir o exercício de atividades de recrutamento, seleção e
alocação dentro de padrões que otimizam os resultados desses processos.
Observação semelhante poderá ser feita em relação à remuneração, em
grande parte pré-definida por instrumentos legais; mesmo assim, é uma área
que comporta inúmeras ações gerenciais, na medida em que o conceito
remuneração é ampliado, de forma a poder incorporar a concessão de
benefícios e recompensas. No tocante aos demais subsistemas da gestão de
pessoal, não existem dúvidas quanto à importância do papel do gerente, na
condução de ações a eles pertinentes. Treinamento, desenvolvimento,
orientação para a carreira e avaliação de pessoas são preocupações incluídas
nos planos de atuação dos gerentes. Ou seja, a estimulação das pessoas
para o que fazem, para que se mantenham motivadas, e para o
desenvolvimento do potencial que possuem são responsabilidades que dão
sentido à gerência pública e ao papel gerencial.
![Page 77: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/77.jpg)
77
4.1.1 – Empowerment e delegação
Empowerment é um termo atual usado para designar o processo de
atribuir poder às pessoas, juntamente com as tarefas que a elas são
delegadas; apresenta as mesmas características e condições exigidas para a
delegação, tendo, como diferença fundamental o fato de enfatizar que cabe ao
indivíduo, decidir sobre as coisas que interferem diretamente sobre o seu
desempenho, ao realizar a tarefa. Entretanto, cabe lembrar, que tanto na
abordagem do processo de empowerment, como no processo tradicional de
delegação, as decisões estratégicas são tomadas pelos respectivos níveis
estratégicos.
Uma das ferramentas que auxiliam o gerente a manter a formar os
seus colaboradores é a delegação de tarefas. Embora não seja nova, essa
ferramenta é ainda pouco utilizada como instrumento de formação de pessoas;
geralmente a sua prática é feita de forma incorreta, em momentos em que o
gerente está sobrecarregado de trabalho, e apenas repassa aos outros as
tarefas que estão acumuladas em sua mesa. Delegar não é isso. A delegação
exige planejamento, orientação, acompanhamento. Antes mesmo do preparo
dos colaboradores, ela exige que o gerente esteja preparado para delegar.
Uma outra ferramenta de grande utilidade na formação de pessoas é a
entrevista de avaliação de desempenho, momento em que o gerente poderá
orientar o desempenho dos seus colaboradores, destacando e reforçando os
pontos fortes e positivos, e fornecendo informações e meios para que os
indivíduos possam superar os seus pontos fracos ou negativos. Infelizmente a
entrevista de avaliação tem sido mal interpretada, e não são raros os gerentes
que abominam utilizá-la.
![Page 78: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/78.jpg)
78
4.1.1.1 – Delegação como recurso para a formação e o
desenvolvimento
Conceitualmente delegação é: transparência de autoridade e
responsabilidade para execução de uma tarefa que, no entender do delegante,
será mais propriamente executada pelo delegado.
Alguns comentários sobre este conceito se fazem necessários:
a) Só se pode delegar se se tem uma visão de conjunto;
b) Delega-se o urgente para ficar com o importante; o programável para
reter o não-programável; o rotineiro, para ficar com o que requer
inovação, criatividade;
c) Delegar o que não é do agrado do gerente constitui um grande risco,
na medida em que essas tarefas possam ser importantes, inovadoras,
mas possíveis de programação;
d) A delegação da responsabilidade será sempre parcial; perante a
Organização, o delegante será sempre o responsável final. Delega-se
a responsabilidade DE, nunca a responsabilidade PERANTE.
Preparando-se para delegar
• Faça uma lista de tudo que precisa ser feito.
• Classifique por prioridades A, B, C.
• Responda às seguintes questões:
a) Quais tarefas só podem ser executadas por você?
b) Quais você poderia dividir com outras pessoas?
c) Quais poderiam ser feitas totalmente por outros, com ou sem sua
orientação?
• Escolha as tarefas a serem delegadas.
• Defina o objetivo de cada trabalho (Por que aquilo precisa ser feito?).
• Defina suas expectativas (Como deve ficar depois de pronto?).
![Page 79: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/79.jpg)
79
Erros na delegação
• Delegar o “que” fazer, mas dizer também “como” deve ser feito à
tarefa, impedindo o subordinado de escolher seus próprios caminhos;
• Delegar responsabilidade (o que) mas não autoridade correspondente.
Admite-se a delegação gradual de autoridade, mas sempre existe um
mínimo de autoridade;
• Indefinição dos limites quanto a prazos, o início e término da tarefa,
grau de autoridade;
• Abdicação: “Não quero ver mais isso”. A chefia impede a colocação
de dúvidas por pare dos subordinados, aumentando a possibilidade
eventuais problemas na fase inicial da delegação;
• Não definir previamente formas de controle. É preciso definir o
controle como uma forma de ajuda, não como sintoma de
desconfiança em relação ao subordinado;
• Expectativas ideais/perfeccionismo. Esperar algo do subordinado, mas
não clarificar isso com ele; depois cobrar, como se tudo já fosse do
seu conhecimento. Esperar que o subordinado executasse a tarefa
igual ou melhor que a chefia (em curto prazo).;
Delegação eficiente
• Faça os subordinados saberem que você verificará periodicamente o
andamento das tarefas; defina os tipos de relatórios que deseja, sua
periodicidade, etc.
• Mostre interesse em ajudar os subordinados a solucionar problemas
importantes para eles (embora, às vezes, corriqueiros para você, como
gerente). Esteja acessível para responder perguntas;
• Conceda margem de erros. Não repreenda ninguém por reportar um
erro. Use o erro como oportunidade para o treinamento;
![Page 80: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/80.jpg)
80• Determine prazos realistas, que poderiam ser cumpridos por você
mesmo se fosse executar a tarefa;
• Partilhe os seus pensamentos e as suas expectativas com os
subordinados a fim de que tenham uma fase inicial para a tomada de
decisão;
• Defina até onde vai à autonomia de ação/decisão de cada subordinado
para cada tarefa;
• Não estruture demasiadamente a tarefa a ser desenvolvida pelos
subordinados; deixe margem para que eles escolham seus próprios
caminhos.
4.1.2 – Treinamento de pessoal
O treinamento é uma das responsabilidades gerenciais de maior
importância nos dias de hoje. Treinar é um ato intencional de fornecer os
meios para proporcionar a aprendizagem, é educar, ensinar, é mudar o
comportamento, é fazer com que as pessoas adquiram novos conhecimentos,
novas habilidades, é ensiná-las a mudar de atitudes. Treinar no sentido mais
profundo é ensinar a pensar, a criar e a aprender a aprender.
A missão do treinamento pode ser descrita como uma atividade que
visa: ambientar os novos funcionários; fornecer aos mesmos novos
conhecimentos e desenvolver comportamentos necessários para o bom
andamento do trabalho; e conscientizá-los da real importância de auto-
desenvolver-se.
Ao realizar um treinamento bem planejado e orientado, este pode se
tornar um dos instrumentos mais valiosos na solução de muitos problemas
organizacionais, tais como:
• Atrasos e faltas no trabalho;
• Conflitos internos;
• Gastos inúteis de materiais;
![Page 81: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/81.jpg)
81• Acomodação;
• Perda da motivação de buscar novos conhecimentos;
• Diminuição da capacidade produtiva;
• Perda da qualidade;
• Falta de sintonia com os avanços científicos e tecnológicos;
• Danos em ferramentas e máquinas;
• Lentidão na execução das tarefas;
O treinamento contribui para que o funcionário se sinta prestigiado
perante sua organização, e pode trazer outras vantagens, como:
• Aumento de produtividade;
• Redução de custos;
• Melhoria da qualidade;
• Flexibilidade dos empregados;
• Maior entrosamento;
• Descobertas de novas aptidões e habilidades.
4.2 – Comportamento grupal e intergrupal
4.2.1 – Grupo de trabalho
Não existe consenso sobre o conceito de grupo, que é definido de
várias formas: tendo como referência a percepção dos próprios integrantes em
relação ao mesmo, ou então, tomando como base a motivação das pessoas
para se agregarem ao grupo, ou ainda, tomando como base características
específicas, como a organização interna do grupo, a interação entre as
pessoas, ou a interdependência existente entre elas.
![Page 82: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/82.jpg)
82Existe concordância, entretanto, no entendimento de que para existir
um grupo é preciso algo mais do que a simples proximidade física. Pessoas
que caminham próximas, e até mesmo lado a lado, não caracterizam um
grupo; o mesmo ocorre com pessoas sentadas próximas em um teatro, por
exemplo. Mas pessoas que trabalham juntas, em uma mesma unidade
organizacional, constituem um grupo, podendo-se falar em grupo do setor A ou
B, ou grupo da organização X.
Quanto ao grupo de trabalho, segundo Guzzo e Dickson (1996), surge
quando os indivíduos percebem a si mesmo e são percebidos pelos demais,
como interdependentes na execução de suas tarefas. Machado (1998) define
o grupo de trabalho como um sistema de relações entre pessoas que
interagem e compartilham responsabilidades, procedimentos e normas na
execução de tarefas.
Na verdade, um grupo de trabalho implica em pelo menos três
elementos: a existência de duas ou mais pessoas; um ou mais objetivos ou
interesses em comum; e um mínimo de organização entre essas pessoas,
visando à obtenção dos seus objetivos ou interesse.
As organizações podem conter grupos de trabalho formais e informais.
Os grupos formais são aqueles previstos na estrutura organizacional, com
tarefas e missões definidas. Os grupos informais decorrem de alianças, de
acordos e de motivações individuais, que levam as pessoas a assumir
compromissos nem sempre previstos pela organização em que tais grupos se
instalam.
Os grupos podem também ser permanentes e temporários; entre os
primeiros, estão os comitês, as equipes gerenciais e os grupos que sobrevivem
ao longo do tempo nas organizações; já os grupos temporários, costumam
surgir para atender a determinadas demandas e geralmente se extinguem
quando elas deixam de existir; por exemplo, um grupo formado para estudar a
implantação de um serviço, e que perde sua finalidade após ocorrer a
implantação.
![Page 83: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/83.jpg)
83
4.2.2 – Grupos e equipes de trabalho – As equipes de alto
desempenho
A palavra equipe muitas vezes é usada para designar pessoas que
apenas trabalham lado a lado, dentro de um setor ou departamento, ou então,
grupos que se reúnem de forma provisória, para alcançar este ou aquele
objetivo. Na verdade, esses grupamentos humanos não formam uma equipe.
“ Equipe é um pequeno grupo de pessoas com
conhecimentos complementares e compromissadas com
um propósito comum e um conjunto de metas específicas
de performance. Seus membros têm o compromisso de
trabalhar uns com os outros visando alcançar o propósito
da equipe e mantendo-se cada um plena e conjuntamente
responsável pelos resultados da equipe ” (KATZENBACH
e SMITH, 1994, p.42).
“ O que se passava por equipe na organização da velha
história, guarda pouca semelhança com as equipes da
nova história. A equipe da velha história era um
microcosmo da organização com orientação mecanicista
que a gerou: rígida, de cima para baixo, cheia de
politicagem, sufocada pela burocracia e pela hierarquia,
dependente da grande organização para determinar seus
membros, sua estrutura, seus objetivos e sua liderança.
A equipe da nova história, em contraste, é um sistema
orgânico, vivo, caracterizado pela parceria em vez de
lutas por poder ” (GARFIELD, 1993, p.114).
![Page 84: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/84.jpg)
84A verdadeira equipe de trabalho apresenta características que exigem
esforço e persistência para serem conquistadas e desenvolvidas. Pode ser
comparada a uma corrente, composta por vários elementos ou elos. A força
ou o valor total da equipe, da mesma forma que na corrente, é igual à força ou
valor do elo mais fraco. Por tanto, na equipe todos se empenham em
fortalecer a si próprios.
4.2.3 – Características das verdadeiras equipes de trabalho
A condição básica para o surgimento de uma equipe é a existência de
um desafio significativo para todos os seus integrantes, algo que desperte o
gigante que existe em cada pessoa, e polarize suas emoções e competências
num sentido desejado.
A clareza dos objetivos, a comunicação aberta e o comportamento
transparente,a busca de metas significativas, a informação clara e a exigência
no cumprimento dos padrões acertados, o direcionamento dos esforços de
todos para os objetivos, a confiança recíproca e a cooperação mútua, o
compartilhamento de oportunidades e responsabilidades, a posse de
conhecimento, a disposição para estabelecer alianças, o respeito às pessoas e
a interação sinérgica, fazem com que as equipes se tornarem coesas e fortes.
10 Características das verdadeiras equipes de trabalho
1. Objetivos Comuns – Perseguidos por todos os elementos da equipe;
2. Existência de Desafios – Sonhos ou visões que animam e balizam o
direcionamento das ações;
3. Clareza de Papéis, Tarefas e Responsabilidades – Informação sobre
as responsabilidades individuais e grupais frente aos objetivos
propostos;
![Page 85: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/85.jpg)
854. Convergência de Esforços – Direcionamento das ações visando os
objetivos definidos;
5. Comprometimento – Engajamento consciente e ativo de cada
integrante;
6. Liderança Contigencial – Assumida pelos que apresentam maiores
condições em cada área ou situação vivenciada;
7. Competência – domínio e utilização adequada dos conhecimentos,
habilidades e atitudes pertinentes a cada situação;
8. Parceria – Atitude frente aos integrantes da equipe;
9. Valorização das Pessoas – Atitudes assumida perante todos os
integrantes da equipe;
10. Pequeno Número de Integrantes – Para garantir a simplicidade da
estrutura, a flexibilidades nas ações e a rapidez nas decisões.
4.2.4 – O que diferencia as equipes de alto desempenho
Pessoas altamente produtivas têm expectativas altas em relação a si
mesmas e aos demais, principalmente em relação àqueles com quem
trabalham diretamente. O berço ideal para embalar uma equipe nova, em
formação, é aquele em que ocorre um clima de expectativa em relação ao
desempenho das pessoas e onde há confiança em que todos estarão
empenhados na causa comum.
“ O alto grau de comprometimento de cada um para com
os demais faz a diferença entre as pessoas que
participam de equipes de alta performance ”
(KATZENBACH e SMITH, 1994, p.45).
![Page 86: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/86.jpg)
86A diferença entre uma equipe comum e uma equipe de alto
desempenho está relacionada à intensidade das ações realizadas e a algumas
atitudes e habilidades dos membros das equipes, das quais resultam maior
sedimentação da confiança existente entre eles, maior disposição para romper
marcos estabelecidos e realiza mais, e melhores condições para enfrentar os
desafios que recebem.
Na verdade, a equipe de alto desempenho é a equipe aperfeiçoada, o
que pressupõe uma vigília constante para garantir a curva ascendente do
desempenho bom já alcançado. O time que joga bem e faz gol precisa ser
continuamente aperfeiçoado para continuar a apresentar jogo sempre melhor e
fazer gols diferenciados e em maior número.
Nela as pessoas se sentem competentes e valorizadas pelo que
fazem, e isso funciona como disparador de energias para a produção de
resultados extraordinários.
Nas equipes de alto desempenho existe “senso mais profundo de
propósito, metas mais ambiciosas de performance, abordagens mais
completas, maior plenitude de responsabilidade mútua, intercambiabilidade e
complementaridade de conhecimentos. Tais diferenças podem, ao mesmo
tempo, ser visualizadas e sentidas” (KATZENBACH e SMITH, 1994, p.45).
4.2.4.1 – Como agem as equipes de alto desempenho
As equipes de alto desempenho agem como um todo, atuam de forma
integrada, mas conservam e valorizam as características de cada parte, de
cada integrante da equipe. Assim, conseguem reunir conhecimentos,
experiências e emoções que se completam, impossíveis de serem encontrados
todos em uma só pessoa. Essa a razão por que o desempenho da equipe
ultrapassa a soma dos desempenhos individuais e oferece à organização
condições melhores para atender aos múltiplos desafios contemporâneos.
São construídas deliberadamente por pessoas que querem pertencer a
uma equipe de alto desempenho. Elas não acontecem por acaso. A adesão e
![Page 87: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/87.jpg)
87o comprometimento das pessoas são consequências da vontade de aderir, de
pertencer à equipe. Existe um forte sentimento de inclusão; todos se sentem
partícipes e se mostram fiéis nos princípios e valores que permeiam a equipe.
Todos se empenham para o sucesso coletivo. Cada indivíduo é alvo e
merecedor da atenção e ajuda de todos, e em contrapartida, é responsável
pelo sucesso de cada um dos demais.
As equipes de alto desempenho experimentam e cultivam sentimentos
de lealdade e solidariedade,mantêm clima de total abertura e transparência de
propósitos, e praticam a amizade. Utilizam como instrumento para a correção
de erros e ajuda mútua; promovem o aperfeiçoamento individual e grupal;
valorizam o esforço realizado na direção dos objetivos e festejam amplamente
quando estes são conseguidos; impulsionam uns aos outros com palavras,
gestos e premiações; destacam e reforçam os que obtêm sucesso,
reconhecem e divulgam os êxitos alcançados, incentivam a cada um a persistir
sempre, a superar-se, a tornar-se um vitorioso.
Todos alimentam a auto-estima dos outros, e fazem com que se
sintam fortes e competentes. “Os participantes da equipe de alta performance
encontram-se muito compromissados entre si. Eles compreendem que a
sensatez das equipes surge ao se dar ênfase aos produtos do trabalho
coletivo, ao crescimento pessoal e aos resultados da performance”
(Katzenbach e Smith, 1994, p 47). Embora cada um tenha a sua parte de
responsabilidade, todos são responsáveis pelo projeto na sua globalidade.
Quando alguém se atrasa, outro vem em seu auxílio; quando um não pode
continuar, outro assume como sua a responsabilidade pela realização da tarefa
inconclusa.
Nessas equipes o trabalho é sinérgico, ou seja, o resultado final
apresenta um diferencial a mais sobre o total das soma do trabalho realizado
pelas partes. A aprendizagem é uma constante, a aquisição de conhecimentos
e o desenvolvimento de habilidades e atitudes é uma busca continuada. O
treinamento ocorre com extrema frequência, as pessoas estão sempre se
atualizando e mantêm o estado de alta competência.
![Page 88: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/88.jpg)
88
Comportamento GRUPAL e INTERGRUPAL Consequências observáveis da competição intergrupal
Dentro de grupos concorrentes Entre grupos concorrentes 1. Os grupos se tornam mais coesos.
2. As normas do grupo tendem a exigir mais lealdade de seus membros, a dissidência não é tolerada.
3. O clima no grupo se torna muito empresarial: as necessidades de trabalho aumentam, e as necessidades sociais são abandonadas.
4. Os membros do grupo toleram uma liderança mais autocrática, voltada para o trabalho, em contraste com uma liderança democrática.
5. A estrutura do grupo se torna aparente, papeis são mais formais.
1. Cada grupo percebe o outro como um inimigo, não como um grupo neutro.
2. Cada grupo vê o melhor em si e o pior nos outros grupos: ocorrem o “pensamento grupal” e outros estereótipos negativos;
3. A hostilidade aumenta, ao passo que a comunicação diminui.
4. Quando os grupos concorrentes são forçados a interagir, os membros de cada grupo prestam atenção ao próprio porta-voz, mas não aos dos outros.
Dentro de grupos vencedores Dentro de grupos derrotados
1. Os grupos se tornam ainda mais coesos.
2. Neste momento, as necessidades sociais recebem atenção; os membros se tornam mais brincalhões e mais relaxados.
3. Grande cooperação intergrupal, pouco interesse pelo trabalho.
4. Os membros do grupo acham que os seus estereótipos sobre si mesmos e os outros foram confirmados: eles são “bons” e os outros são “maus”.
1. Os grupos encontram maneiras de pôr a culpa nos outros, na situação, no árbitro e assim por diante.
2. Tendência interpessoais pendentes sobre a estratégia, o que levou à derrota e assim por diante.
3. Se o grupo estiver completamente desmoralizado, ele tende a trabalhar mais, a aprender as regras, a se politizar.
4. Inicialmente, os membros do grupo tendem a baixos níveis de cooperação intergrupal e preocupação com necessidades de seus colegas, preocupando-se principalmente em trabalhar com mais afinco.
5. Os membros do grupo aprendem sobre si mesmo, ao verem sua auto-imagem desmentida pela derrota, é provável que os perdedores se reagrupem e se tornem mais eficazes se a derrota for aceita de maneira realista.
![Page 89: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/89.jpg)
89
4.2.5 - Motivação no trabalho
A satisfação e a realização pessoal, que é um elemento para a
manutenção de pessoas no trabalho, depende de inúmeras variáveis, sendo a
motivação uma das mais significativas. A motivação pode ser entendida como
uma atitude pessoal, ou seja, embora os estímulos sejam externos, a
motivação é intrínseca, é a pessoa que escolhe estar motivada ou não.
Fatores motivacionais ou satisfacientes
São relacionados ao cargo
• O trabalho, as rotinas
• Auto-realização no trabalho
• Reconhecimento (prestígio)
• Progresso na carreira
• Responsabilidade
Fatores higiênicos ou insatisfacientes
São relacionados à organização
• Condição de trabalho
• Administração da empresa
• Salário
• Relações com o supervisor
• Benefícios e serviços sociais
![Page 90: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/90.jpg)
90
4.3. – Mobilização de pessoas e avaliação do desempenho
Ser capaz de mobilizar as pessoas é uma competência ainda a ser
desenvolvida em grande parte das organizações públicas. Não é raro ouvir-se
falar dos servidores como pessoas desmotivadas, que percebem no serviço
público muito mais em razão da segurança que possuem do que pela
satisfação que encontram no trabalho que realizam.
Entre os muitos papéis da gerência, seguramente está o de mobilizar
pessoas, o que significa, despertar capacidades, orientar sobre os rumos a
seguir, antever e solucionar dificuldades, atribuir méritos, reconhecer e
recompensar desempenhos. E para isso o gerente conta com algumas
ferramentas, entre as quais são aqui citadas a negociação de tarefas e a
avaliação de desempenho. É bom lembrar que a avaliação de desempenho é
uma ferramenta útil tanto para o controle e melhoria de resultados como para o
desenvolvimento de pessoas e organizações.
4.3.1 – A negociação de tarefas e de resultados
No papel de gestor de pessoas o gerente é frequentemente levado a
negociar tarefas que deverão ser executadas, níveis de profundidade que
deverão caracterizar alguns estudos, padrões de qualidade esperados,
resultados de desempenho, e outros. Para tanto precisa saber negociar, ou
seja, deve possuir a competência de negociador.
Negociação pode ser definida como o processo de buscar aceitação
de idéias, propósitos ou interesses visando ao melhor resultado possível, de tal
modo o que as partes envolvidas terminem a negociação conscientes de que
foram ouvidas, tiveram oportunidades de apresentar toda sua argumentação e
que o produto final seja maior do que a soma das contribuições individuais.
No processo de negociação irão estar entrando em cena diversas
habilidades do gerente-negociador, as relacionadas à tomada de decisão,
comunicação, motivação, administração de conflitos e condução de reuniões.
![Page 91: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/91.jpg)
91Uma fragilidade em qualquer uma destas habilidades pode levar o indivíduo ao
fracasso no processo de negociar.
4.3.1.1 – Climas positivos e negativos em uma negociação
O tipo de clima reinante no ambiente de negociação irá determinar
mito o êxito desta, sendo possível identificar algumas características dos tipos
de climas possíveis:
Positivos Negativos
• Confiabilidade abertura, transparência;
• Apoio - suporte, endosso, confirmação, compromisso mútuo
• Empatia - compreensão das necessidades do outro
• Encorajamento - oferta de auxílio ou esperança
• Criatividade - oferta de alternativas, abertura
• Motivação - convite ação do oponente
• Relaxamento – situação de conforto e bem-estar;
• Sensibilidade – atenção, interesse, acompanhamento passo a passo;
• Correção – firmeza, estabilidade; • Realismo – compreensão de
possibilidades e impossibilidades.
• Suspeita – sigilo, sonegação de dados;
• Defensiva – auto-preservação, ato de eximir-se, teimosia, intransigência;
• Neutralidade – indiferença, desinteresse pelas posições do outro;
• Inflexibilidade –rigidez de posições, trancamento;
• Manipulação – persuasão, técnica de convencimento;
• Intimidação – criação de tensão e ansiedade;
• Insensibilidade – indiferença pelos argumentos do outro;
• Mutalidade – alteração contínua de comportamento, blefe, jogadas de efeito;
• Voluntarismo – idealismo, metas sonhadoras, impraticabilidade, inflexibilidade.
![Page 92: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/92.jpg)
92
4.3.2 – Avaliação de Desempenho
As organizações dependem das pessoas para o cumprimento dos seus
objetivos, daí a grande importância que é dada ao desempenho humano. É
certo que muitas variáveis externas ao indivíduo podem comprometer o seu
desempenho, como a falta de informações, a tecnologia inadequada ou
obsoleta, a morosidade nas decisões, a indefinição política, e outras. Mesmo
assim, em última análise, estas variáveis poderão ser administradas por
pessoas, geralmente posicionadas em níveis hierárquicos superiores ao do
indivíduo que teve o seu desempenho comprometido, o que leva a atribuir ao
desempenho humano a maior responsabilidade pelos resultados
organizacionais.
4.3.2.1 – Ainda se deve falar em avaliação de desempenho?
Os sistemas de avaliação de desempenho se mostram inadequados
ou inócuos, na maioria das vezes. Em muitas situações, a introdução de tais
sistemas serviu mais para reduzir do que para estimular o desempenho das
pessoas.
São comuns as manifestações de descrenças em relação aos
propósitos e a eficiência da avaliação de desempenho. Muitos servidores se
dizem injustiçados e até prejudicados com os sistemas. As chefias
manifestam-se sobre o desgaste que as discussões da avaliação com os
avaliados tende a provocar, e sobre o desânimo e desmotivação que sucedem
à divulgação dos resultados da avaliação de desempenho. De uma forma
geral, quase todos reclamam da dificuldade em obter, através da avaliação de
desempenho, informações sobre a competência e o potencial das pessoas.
Por outro lado, tanto gerentes como executores, ou seja, avaliadores e
avaliados na linguagem tradicional, se manifestam a favor da avaliação como
diferenciadora de bons e maus desempenhos. Muitos executores clamam por
sistemas que mostrem quem trabalha mais e melhor, e que, portanto, deva ser
mais premiado. A idéia do mérito ainda está plantada muito fundo no
![Page 93: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/93.jpg)
93pensamento das pessoas, embora sejam condenadas as formas usadas
tradicionalmente para avaliá-lo.
Os gerentes, por sua vez, preocupados em obter melhores resultados,
buscam instrumentos que estimulem o desempenho das pessoas e distingam
quem apresenta maior potencial e está mais propício a colaborar e a se
comprometer com os objetivos da organização.
Na prática a avaliação de desempenho é vista de forma paradoxal. De
um lado, é considerada como sendo causa de conflitos e provocadora de
injustiças e desmotivação, e consequentemente, responsável por resultados de
baixa qualidade, aumentar produtividade, desenvolver pessoas e estimular o
comprometimento do funcionário com a organização para qual trabalha.
As posições de muitos autores que têm escrito sobre o tema, bem
como a observação da prática de muitas organizações, servem para confirmar
que a avaliação do desempenho, apesar das críticas de que é alvo e de todas
as distorções conhecidas, se mostra de grande importância no contexto
organizacional contemporâneo. Precisa, entretanto, adequar-se à realidade da
organização e observar certos princípios, sem os quais de pouco adiantará
fazer avaliações de desempenho.
As causas que levam um sistema de avaliação de desempenho a ter
sucesso ou fracasso podem estar localizadas tanto na construção como na
utilização do mesmo. Entre as causas relacionadas com a construção dos
sistemas estão os padrões estabelecidos para o desempenho, a não
observância da singularidade das situações e a multiplicidade de objetivos.
Padrões de desempenho
Os padrões definidos para o desempenho influenciam diretamente os
resultados de qualquer processo de avaliação de desempenho.
Padrões com pequeno grau de desafio, facilmente atingíveis, não
conseguem manter o interesse das pessoas. Estas passam a desempenhar
as tarefas de forma rotineira e desatenta, podendo, com o tempo, apresenta
maior nível de erros, ao invés de proficiência naquilo que fazem.
![Page 94: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/94.jpg)
94Da mesma forma, padrões com grau de desafio muito acima da
capacitação apresentada pelos executores, também podem gerar
desinteresse, neste caso devido à percepção da impossibilidade de obter
sucesso na tarefa. Isto fará com que as pessoas desistam de apresentar bom
desempenho naquela situação, às vezes antes mesmo de tentarem realizar a
tarefa proposta.
Em tempos de mudanças aceleradas, o passado serve pouco como
referencial para a definição de padrões, e o futuro aparece nebuloso, incerto.
Isso aumenta a complexidade da escolha de padrões acertados.
Não observância da singularidade das situações
Pessoas que estão em diferentes posições e situações devem ser
avaliadas com base em padrões diferentes. Padrões genéricos fornecem
poucas informações úteis, quando aplicados a situações específicas, não
orientam sobre o que as pessoas devem fazer, nem a forma como devem
proceder.
Multiplicidade de objetivos
Muitas organizações esperam que sistemas de avaliação atendam
simultaneamente a vários propósitos, chegando algumas a apresentar um
extenso “rol” de objetivos a alcançar. Quanto maior esse número, maior a
complexidade e a exigência de cuidados na construção e manutenção do
sistema. Consequentemente, maior a probabilidade de fracasso. Poucos
objetivos, definidos e explicitados claramente para todos os envolvidos tende a
fazer com que o sistema funcione melhor.
Entre as causas relacionados com a forma de utilização dos sistemas
de AD, estão a finalidade da avaliação, a perseverança no cumprimento dos
objetivos, e a decodificação dos padrões.
![Page 95: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/95.jpg)
95
Finalidade da avaliação
Em muitas situações a avaliação de desempenho tende a ser utilizada
como instrumento de dominação das pessoas. É conhecido o comportamento
da chefia que ameaça um subordinado, dizendo-lhe que irão se encontrar no
dia da avaliação; muito conhecido também o supervisor ou chefe que se vale
de sua posição e de seu papel de avaliador para atribuir grau baixo ao
empregado que não está atendendo a um padrão definido, sem que tenha
informado o trabalho que dele era esperado ou orientado o seu desempenho.
Tais situações certamente levarão o sistema ao fracasso. A maneira
como os sistemas de avaliação de desempenho são aplicados, precisa ser
acompanhada e revista continuamente, de forma a garantir que a avaliação
atenda as finalidades para a qual foi planejada, e que não ocorram desvios
indesejados.
Perseverança no cumprimento dos objetivos
Não é raro encontrar situações em que a avaliação se transformou em
um hábito, praticado apenas para cumprir normas estabelecidas, sem produzir
nenhum impacto sobre o desempenho ou consequência para as pessoas.
Em alguma data, geralmente definida através de documento formal, a
área de recursos humanos ou o setor de avaliação encaminha os formulários
para as chefias ou gerentes preencherem, avaliando o desempenho dos seus
subordinados.
Desse procedimento resulta um conjunto de dados que dificilmente
retratam o desempenho das pessoas e que servem, apenas, para atender o
dispositivos formais, sem qualquer poder para alterar a realidade do
desempenho apresentado. A conclusão, nesses casos, só poderá ser uma:
fracasso do sistema.
![Page 96: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/96.jpg)
96
Decodificação dos padrões
Avaliador e avaliado precisam dispor de um referencial de
comunicação que facilite o entendimento entre ambos e que permita direcionar
o desempenho.
O treinamento de avaliadores restringe-se, quase sempre, à
demonstração do uso dos formulários e à explicação da metodologia a ser
usada, não havendo oportunidade suficiente para o desenvolvimento das
habilidades de que o avaliador precisa para avaliar bem o seu pessoal.
No que se refere aos empregados a quem o sistema será aplicado, o
treinamento, nas poucas vezes em que ocorre, é ainda menor. Dificilmente
uma organização inclui como participantes dos programas de “Treinamento de
Avaliadores” os empregados que serão alvo da avaliação.
Na verdade, são eles os maiores interessados em conhecer
profundamente os critérios sob os quais terão o desempenho avaliados.
Devem participar ativamente do treinamento de avaliadores, já que deverão
estar continuamente confrontando o próprio desempenho com os padrões
definidos para eles. Estarão sempre fazendo auto-avaliação. O conhecimento
dos critérios irá permitir que direcionem suas ações de trabalho e ganhem
segurança na busca dos escores mais altos.
4.3.2.2 – O papel dos incentivos no gerenciamento de equipes
Incentivos são recursos utilizados pelos gerentes para despertar ou
mobilizar as pessoas com quem trabalham. A lógica do incentivo é
indiscutível: as pessoas precisam de uma razão para fazer as coisas. Para
que uma pessoa ou uma equipe possam ser incentivadas, o primeiro passo é
conhecer o que é valorizado e importante para elas. O incentivo à equipe pode
estar representado na manifestação do reconhecimento em relação a um
resultado clara quanto ao valor do trabalho executado.
![Page 97: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/97.jpg)
97Para que o incentivo possa ser escolhido de forma adequada, é
necessário que o gerente conheça sua equipe, e também diversifique os
incentivos adotados, pois um incentivo usado muito repetidamente perde o seu
valor instigador.
4.4 – Feedback e desenvolvimento individual e da equipe
O feedback é uma ferramenta gerencial de grande valia para o
desenvolvimento individual e grupal, caracterizando-se pela transmissão de
mensagem a uma pessoa ou grupo de trabalho com a finalidade de fornecer
informações sobre como sua atuação está sendo percebida. O momento da
entrevista de avaliação de desempenho permite criar condições para oferecer
feedback aos funcionários.
4.4.1 – Feedback como ferramenta de desenvolvimento
Feedback é um processo de ajuda mútua para mudanças de
comportamento, por meio da comunicação verbalizada ou não entre duas
pessoas ou entre pessoa e grupo, no sentido de passar informações, sem
julgamento de valor, referentes a como sua atuação afeta ou é percebida pelo
outro e vice-versa.
Crítica é um processo de comunicação verbalizada ou não, entre duas
pessoas ou entre pessoa e grupo, com o objetivo de passar nossos valores de
certo e errado. Geralmente traz consigo a intenção de acusar, julgar e
condenar e, não raro, com intensa carga emocional dos interlocutores.
Cortejando os conceitos de crítica e feedback percebe-se as diferenças
entre os dois. A crítica é eivada de julgamento de valores e o feedback precisa
ser aplicável para os interlocutores; neutro, sem acusação, julgamento e
condenação; específico, limitar-se à questão em foco e sem envolver
questões mal resolvidas de um passado distante; oportuno, o mais próximo
![Page 98: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/98.jpg)
98possível do fato, mas considerando as circunstâncias e o estado de humor dos
interlocutores; direto, sem interferência de terceiros; objetivo.
O importante aqui é que exista uma relação de confiança entre os
interlocutores e que a motivação de quem oferece o feedback seja contribuir
para que ambos cresçam.
Dar e receber feedback eficazmente requer treinamento qualificado
seguido de prática continuada pois quando não há o costume pode ser dado
uma conotação de crítica, com relevante carga emocional tanto para o emissor
quanto para o receptor. Isso provoca, não raro, reações de mágoa e agressão,
frequentemente descambando para um jogo de convencimento – de forças de
vontade, caprichos ou vaidades – no qual quanto mais o emissor se esforça
para convencer, mais aumenta a desconfiança e a resistência do receptor. O
que poderia ser uma excelente oportunidade de conhecimento e
aperfeiçoamento pessoal e mútuo acaba transformando-se num jogo perde-
perde.
4.4.1.1 – Dar e Receber o Feedback
Muitos gerentes encontram dificuldade de vivenciar esse processo e
encaram o dar feedback a um colega ou colaborador, como poder de mando,
criando inclusive situações constrangedoras e muitas vezes humilhantes para
quem se encontra numa situação desse gênero. Por outro lado tendem a
encarar o receber feedback como atitude desrespeitosa ou inadequada por
parte de seu colaborador.
Feedback é o processo de retorno da informação recebida conforme
foi entendida. É essencialmente importante uma vez que nivela o que foi dito
com o que foi entendido. É a base para a boa comunicação e para o bom
relacionamento, pois facilita mudanças comportamentais, constituindo-se
causas que dificultam o dar e receber feedback. Entre elas podemos citar:
![Page 99: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/99.jpg)
991. Causas que dificultam o recebimento de feedback
a) Desconhecimento das próprias falhas e dificultadas;
b) Dificuldades para lidar com a diversidade de idéias e valores;
c) Medo e insegurança diante da mudança;
d) Existência de desconfiança entre os envolvidos;
e) Comportamento defensivo;
f) Negação do erro ou da dificuldade.
2. Causas que dificultam o fornecimento do feedback
a) Comportamento de superioridade;
b) Falta de objetividade;
c) Tendência em avaliar o comportamento alheio segundo padrões
pessoais;
d) Desconsideração das diferenças individuais;
e) Desejo de agradar a todos;
f) Comportamentos preconceituosos.
4.4.2 – A entrevista de avaliação de desempenho
A grande maioria dos sistemas de avaliação exige que os superiores
avaliem e ofereçam feedback aos seus subordinados sob vários aspectos do
desempenho no trabalho. Independentemente do sistema utilizado o resultado
da avaliação é então comunicado ao empregado em uma entrevista de
avaliação. Trata-se de uma reunião na qual o supervisor fornece feedback aos
empregado sobre o desempenho passado e discute quaisquer problemas que
se também aos empregados seus futuros ganhos.
A necessidade de garantir estas múltiplas funções na entrevistas de
avaliação torna a mesma difícil para muitos chefes. Adicionalmente, existem
diversos problemas comportamentais inerentes ao processo. Este pode ter um
![Page 100: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/100.jpg)
100caráter de confrontação, caso cada uma das partes tente convencer a outra
que seu ponto de vista é o mais acurado. É também tipicamente emocional, já
que o papel de supervisão pressupõe uma perspectiva crítica, enquanto que o
desejo dos empregados “livrarem a cara” pode levar a atitudes defensivas.
Possui ainda caráter de julgamento, uma vez que o supervisor deve avaliar o
comportamento do empregado e os resultados obtidos, colocando o
funcionário claramente em uma posição de subordinação.
Em alguns casos os supervisores fracassam na condução de
entrevistas de avaliação por falta de habilidades imprescindíveis. Talvez não
tenham coletado informações sobre o desempenho de forma sistemática.
Talvez não tenham sido específicos e claros o suficiente sobre as melhores
necessárias de desempenho durante a entrevista anterior. Podem relutar em
fazer referência a tópicos difíceis ou falhar no envolvimento correto dos
empregados no processo de avaliação e de discussão. Outros supervisores
podem ter se tornado céticos quanto à probabilidade de que mudanças de
atitudes ou comportamentais realmente ocorram. Alguns podem até mesmo
encarar as avaliações como um jogo sem sentido e distorcer intencionalmente
as classificações e feedback fornecido.
Uma revisão das pesquisas sobre este assunto revela que as
avaliações apresentam maior possibilidade de sucesso quanto o avaliador:
conhece o conteúdo do cargo do empregado; tem a prática de reunir
informações frequentes sobre o desempenho; procura e se utiliza de
informações de outros observadores dentro da organização; limita a
quantidade de críticas (talvez a dois itens principais); oferece apoio, aceitação
e reconhecimento pelo trabalho bem realizado; permite participação nas
discussões.
A condução de avaliação de desempenho apresenta também
substanciais impactos nos avaliadores. Do lado positivo, um sistema de
avaliação de desempenho encoraja os administradores a realizarem uma
reflexão mais analítica e construtiva sobre seus funcionários. A necessidade
de uma entrevista de avaliação face a face encoraja gerentes a serem mais
específicos na identificação das habilidades, interesses e motivação de seus
![Page 101: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/101.jpg)
101empregados. Frequentemente acabam percebendo que seus funcionários são
pessoas diferentes e que merecem ser tratadas com tal. Por exemplo, maior
oportunidade de participação pode ser mais apropriada quando o empregado
conhecer bem o cargo, tiver forte necessidade de independência e demonstrar
um desempenho passado aceitável.
![Page 102: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/102.jpg)
102
CONCLUSÃO
O ambiente globalizado e os avanços tecnológicos trouxeram
mudanças rápidas ao ambiente corporativo privado, essa mudança já é sentida
no ambiente público. As organizações públicas passam por transformações
influenciadas tanto pelo mercado como pela sociedade, razão de sua
existência. Direcionadas a adaptar-se constantemente a essas novas
condições, de dinâmica e muita competitividade, vê-se a importância da
inovação e da renovação para a melhoria da gerência pública.
O gerenciamento é uma questão fundamental no setor governamental.
Implementar uma nova gestão pública é muito mais do que mudar estruturas e
sistemas, e sim mudar as práticas. As práticas são padrões de ação, cujo
desempenho depende dos hábitos, das habilidades e das convicções das
pessoas diretamente envolvidas. Gestores públicos devem identificar
estratégias para estimular as pessoas.
Para uma gerência bem sucedida, é necessário um aprendizado
contínuo, tanto no que é gerenciado, como no que gerencia. O gerente deve
ser cada vez mais inovador, observador do ambiente de trabalho. Às vezes, as
pessoas ficam intranqüilas e irrequietas só porque estão ficando cansadas com
seu ambiente e seus companheiros de trabalho. Não se pode obter a
concentração de uma pessoa que trabalha por sete ou oito horas sem
interrupção. Neste momento, entra a gerência que com bom senso e muita
habilidade, tem a função de fazer um ambiente melhor de trabalho para que os
funcionários fiquem cada vez mais motivados e contentes. A maioria das
pessoas trabalha com mais afinco quando o trabalho novamente se torna
agradável.
O gerente é o ponto central de uma organização, transmitindo
informações de dentro para fora e vice e versa, além de executar papéis
decisórios que envolvem a resolução de problemas e a tomada de decisões.
Predomina entre os gerentes uma avaliação favorável quanto ao desempenho
![Page 103: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/103.jpg)
103de suas funcionalidades. Os gerentes, em geral, apresentam condições de
desenvolver habilidades técnicas, humanas e conceituais dentro de uma
organização.
Uma coisa é certa, o dinamismo do mundo atual, certamente exigirá
cada vez mais habilidade, competência, seriedade, valores e flexibilidade dos
novos gestores.
![Page 104: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/104.jpg)
104
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
DIAS, Taciana de Lemos. Análise das Funções da Organização Pública e de
suas necessidades informacionais sob a ótica de sistemas de variáveis.
Revista IP – Informática Pública. Prefeitura de Belo Horizonte, ano 1. n. 1
junho 1999.
FAYOL, H. General and Industrial Management. Sir Isaac Pitman & Sons,
London, 1949.
FRENCH, J.R.P. & RAVEN, B.H. “The basis of social power”, in Cartwright
(ed.), Studies in Social Power, 1959.
GALBRAITH, John Kenneth. Anatomía do Poder. São Paulo: Pioneira, 1983.
GUZZO, Richard A.; DICKSON, Marcus M. Teams in Organizations: recent
research on performance and effectiveness. Annual Review of Psychology,
v.47, 1996.
KATZENBACH, Jon R.; SMITH, Douglas. A força e o poder das equipes. Sao
Paulo: Makron Books, 1994.
KOTTER, John P.; HESKETT, James L. Corporate culture and performance.
New York: Free Press, 1992.
MAXIMIANO, Antonio C. A. Teoria geral da administração: da revolução
urbana à revolução digital. - 3ª Edição – São Paulo: Atlas, 2002.
MINTZBERG, Henry. Power In and Around Organizacions. Englewood Cliffs,
N.J.: Prentice-Hall, 1983.
![Page 105: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/105.jpg)
105MINTZBERG, Henry; AHLSTRAND, Bruce & LAMPEL, Joseph. Safári de
estratégia: um roteiro pela selva do planejamento. Porto Alegre: Bookman,
2000.
MORGAN, G. Imagens da organização. São Paulo: Atlas, 1996.
SENGE, P. M. The leader’s new work: building learning organizations. Sloan
Management Review. 1993.
SCHEIN, E. Liderança e cultura organizacional. In: HESSELBEIN, F.,
GOLDSMITH, M.,
SCHEIN, Edgard. Consultoria de procedimentos: seu papel no
desenvolvimento organizacional. Rio de Janeiro: Prentice-Hall do Brasil, 1972.
SILVA, S.L..Informação e competitividade: A contextualização da gestão do
conhecimento nos processos organizacionais. Ciência da Informação, 31 (2),
1-17, 2002.
SIMON, H.. Bounded rationality and organizational learning. Organization
Science, 2 (1), 125-134, 1991.
STONER, J.A.F..Administração. (J.R.B.Azevedo, Trad.) Rio de Janeiro:
Prentice-Hall do Brasil, 1985.
TERRA, J.C.C..Gestão do conhecimento. São Paulo: Negócio Editora, 2000.
TREWATHA, R. e NEWPORT, M.G. Administração: funções e
comportamento. S.Paulo: Saraiva, 1982.
![Page 106: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/106.jpg)
106
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
Conceitos e tipologias de função e papéis gerenciais 10
1.1 – As funções da Administração na Teoria Organizacional 10
1.2 – Papéis gerenciais 15
1.2.1 - Papéis gerenciais segundo Mintzberg e Kotter 16
CAPÍTULO II
A Gerência como gestora do projeto organizacional 19
2.1 – Estrutura e dinâmica organizacional 19
2.1.1 – Modelos que explicam as organizações 20
2.1.2 – Missão, objetivos e planos organizacionais 25
2.1.3 – Estrutura organizacional 26
2.1.4 – Principais características dos tipos de estruturas
organizacionais 27
2.2 – Poder e Liderança 30
2.2.1 – O poder nas organizações 31
2.2.2 - A questão da liderança 36
2.2.3 – Fator que afetam como o gestor ou o líder
enfrenta os desafios 38
2.3 – Controle e avaliação no setor público 39
![Page 107: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/107.jpg)
1072.3.1 – Requesitos de um bom controle 41
2.4 – Mudanças de paradigmas, novas estruturas
e aprendizagem organizacional 42
2.4.1 – Estrutura em rede: uma alternativa de organização 15
2.4.2 – Tipos de redes nas organizações 46
CAPÍTULO III
A Gerência como gestora de recursos, processos e serviços 49
3.1 – Principais ferramentas da prática gerencial pública 49
3.1.1 – O Planejamento 49
3.1.2 – Gerenciamento das informações 53
3.1.2.1 – Melhorando o processo de gerenciamento
da informação 55
3.2 – Cultura da prestação de serviços 57
3.2.1 – Cultura organizacional 58
3.1.2.1 – Mito, rito e clima organizacional 60
3.3 – Comunicação e conflito na gestão pública 61
3.3.1 – O processo de comunicação 61
3.3.2 – O conflito nas organizações de trabalho 64
3.3.3 – Conflito e gestão de conflitos 64
3.4 – Intervenção e mudança na organização 67
3.4.1 – Razões que justificam intervenções do gerente 67
3.4.2 – Ferramentas e técnicas de intervenção 68
3.4.2.1 – A análise de forças e fraquezas da organização 68
3.4.2.1 – Grupo Focal 72
CAPÍTULO IV
A Gerência como gestora de pessoas 49
4.1 – Incorporação, manutenção e desenvolvimento de pessoas 76
4.1.1 – Empowerment e delegação 77
4.1.1.1 – Delegação como recurso para a formação e
o desenvolvimento 78
![Page 108: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/108.jpg)
108
4.1.2 – Treinamento de pessoal 80
4.2 – Comportamento grupal e intergrupal 81
4.2.1 – Grupos de trabalho 81
4.2.2 – Grupos e equipes – As equipes de alto desempenho 83
4.2.3 – Características das verdadeiras equipes de trabalho 84
4.2.4 – O que diferencia as equipes de alto desempenho 85
4.2.4.1 Como agem as equipes de alto desempenho 86
4.2.5 – Motivação no trabalho 89
4.3 – Mobilização de pessoas e avaliação de desempenho 90
4.3.1 – A negociação de tarefas e de resultados 90
4.3.1.1 - Climas positivos e negativos em uma negociação 91
4.3.2 – Avaliação de desempenho 92
4.3.2.1 – Ainda se deve falar em avaliação de desempenho? 92
4.3.2.2 – O papel dos incentivos no gerenciamento de equipes 96
4.4 – Feedback e desenvolvimento individual e da equipe 97
4.4.1 – Feedback como ferramenta de desenvolvimento 97
4.4.1.1 – Dar e receber feedback 98
4.4.2 – A entrevista de avaliação de desempenho 99
CONCLUSÃO 102
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 104
ÍNDICE 106
![Page 109: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · trabalho, a autoridade e os recursos entre os membros de uma organização, de modo que eles possam alcançar eficientemente os](https://reader030.fdocumentos.tips/reader030/viewer/2022011806/5bf7ef1e09d3f2e7208b83a0/html5/thumbnails/109.jpg)
109
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição:
Título da Monografia:
Autor:
Data da entrega:
Avaliado por: Conceito: