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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A psicomotricidade no desenvolvimento de crianças autistas Vanessa Martinho Santos Orientadora: Edla Trocoli Xavier da Silva Rio de Janeiro 2016 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA

A psicomotricidade no desenvolvimento de crianças autistas

Vanessa Martinho Santos

Orientadora: Edla Trocoli Xavier da Silva

Rio de Janeiro 2016

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA

A psicomotricidade no desenvolvimento de crianças autistas

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Educação Especial e

Inclusiva. Por: VANESSA MARTINHO SANTOS

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AGRADECIMENTOS

� A DEUS por ter traçado minha vida de forma tão grandiosa em todos os momentos � Aos meus pais e meu filho que são as pessoas mais importantes da minha vida ...A todos os professores e colegas de trabalho, pelas orientações, leitura, críticas e colaboração em todos os momentos solicitados e a minha orientadora Edla Trocoli Xavier da Silva. ... E a todos os meus alunos que direta ou indiretamente ajudaram a fazer deste trabalho a realização de mais um sonho concretizado.

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DEDICATÓRIA ...Ao meu aluno Lucas Eduardo Araujo,

que me inspira a cada dia a conhecer e

me preparar para essa missão de

educar e entender a inclusão de uma

forma pessoal e amorosa.

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RESUMO

A Psicomotricidade encontra-se nos menores gestos e em todas atividades que

desenvolve o movimento da criança. Ela tende o conhecimento e o domínio do

próprio corpo. O autismo infantil é um Transtorno do Desenvolvimento com

particularidades por déficits em muitas áreas como: interação social,

afetividade, comunicação, procedimento sensorial e comportamental e ação

intelectual. Nesse sentido, a psicomotricidade vem ajudar o indivíduo de

maneira integrada levando em conta todos os aspectos cognitivos, sociais,

afetivo-emocionais e motores contribuindo em conjunto.

METODOLOGIA

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A pesquisa se caracterizou em uma perspectiva qualitativa. Segundo Negrine

(1999), a pesquisa qualitativa tem seu centro na descrição, análise e

interpretação das informações recolhidas durante o processo de investigação.

Os instrumentos de coleta de informações mais utilizados na pesquisa

qualitativa é a observação aplicada a um objeto externo, como enfoca o autor.

Para realização da pesquisa teve como alicerce, material já publicado sobre o

tema; filme, livros, artigos científicos e materiais disponíveis na internet.

No sentido de melhor elaborar a pesquisa foram feitas etapas e técnicas onde

se procura a identificação preliminar bibliográfica, fichamento de resumo,

análise e interpretação do material obtido.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÂO

CAPÍTULO I: Breve histórico sobre o Autismo

CAPÌTULO II: Psicomotricidade um breve histórico

CAPÌTULO III: As contribuições da psicomotricidade e crianças autistas

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INTRODUÇÃO

O autismo consiste em déficits em diversas áreas da intimidade humana como

nas interações sociais, na comunicação, no desenvolvimento intelectual, nas

percepções sensoriais entre outras. A previsão e tratamento prematuro permite

que no futuro a criança autista tenha uma autonomia quase total em diversos

aspectos da vida.

O desenvolvimento psicomotor é presumido pelo autismo na medida em que a

criança portadora do transtorno não possui um critério amplo sobre sua

linguagem, principalmente a corporal. A fragmentação do significado das partes

do seu corpo torna difícil para o autista criar uma associação do seu corpo com

a sua personalidade.

A psicomotricidade é a ciência que tem como objetivo estudar o “ser’ por meio

do seu corpo e o seu movimento. Então, sem sombra de dúvida, está ligada ao

procedimento de maturação, onde o corpo é a origem das obtenções

intelectuais, sentimentais e orgânicas, ou seja, cativa o movimento, o cognitivo

e a ternura. Partindo deste entendimento a urgência de dar às crianças um

acolhimento que considere suas necessidades. Dessa maneira a pergunta que

se faz é sobre as contribuições da psicomotricidade para crianças com

autismo. Ao tentar responder aos questionamentos e inquietudes é preciso

reconhecer as contribuições da psicomotricidade em crianças com autismo,

ressaltando que este auxílio desenvolverá bem melhor e contribuirá para um

convívio social do autista.

A psicomotricidade é de muita relevância para criança, sobremaneira na

educação infantil, por isso que se reconhece a existência de uma enorme

correlação entre o desenvolvimento motor, afetivo e cognitivo. A atividade do

sistema nervoso central que cria um conhecimento do indivíduo sobre os

movimentos que faz por intermédio de modelos motores, como a velocidade, o

espaço e o tempo; é a psicomotricidade. Olhando por esse âmbito a educação

psicomotora é primordial na vida de uma criança, pois é refletida em seu

histórico quanto sujeito, no seu relacionamento com o mundo, a sua interação,

suas sensações e sentimentos, sendo trabalhados usando o seu próprio corpo.

Instrumento esse rico e significativo para o seu entendimento quanto cidadão.

Inegável a importância da psicomotricidade no trabalho com autista. Portanto,

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apresentar dessa forma sistematizada as contribuições da psicomotricidade,

numa perspectiva interdisciplinar, a fim de reunir novos conhecimentos e

estratégias e dessa feita aprimorar o ensino-aprendizado das crianças autistas.

Portanto abordarei no primeiro capítulo um breve histórico sobre o autismo,

conceitos, características e sintomas.

Já no segundo capítulo, apresentarei a relevância da psicomotricidade e a

relação do indivíduo com seu próprio corpo, um breve histórico, os conceitos de

autores diversos, numa visão ampla, evidenciando a importância da atividade

pedagógica e as crianças com autismo.

No terceiro capítulo, dedicarei as possíveis técnicas, recursos e a inclusão das

crianças autistas na escola.Esta pesquisa propõe em reconhecer as

contribuições da psicomotricidade em crianças autistas, ressaltando que esta

auxilia a criança a se desenvolver melhor, e aperfeiçoa, assim, para melhor

qualidade de vida.

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CAPÍTULO I

Breve histórico sobre o Autismo/ conceitos, causas e sintomas.

O autismo não é apenas um distúrbio. Na verdade, é um de cinco diferentes

distúrbios neurológicos que se classificam na categoria de Distúrbios

Comportamentais Invasivos. O DSM-IV-TR declara que esse conjunto de

distúrbios é um atraso grave e invasivo em numerosas áreas de

desenvolvimento. Os cinco distúrbios desse grupo são: Autismo, Distúrbio de

Asperger, Distúrbio Infantil Desintegrante, Distúrbio de Rett e Distúrbio Não-

Identificado.

O autismo ocorre com maior frequência em meninos, e poder afetar qualquer

indivíduo, independente de etinia, credo, classe social, ou educação. É

observado com frequência como um distúrbio misterioso com origens

ignoradas. No entanto não se sabe a causa precisa do autismo, acredita-se

que seja provocado por uma base ou função cerebral incomum. Pesquisas

mostram que há uma diferença entre a estrutura cerebral em crianças autistas

e não-autistas. Cientistas estudam incessantemente alguns fundamentos

ligados à genética, hereditariedade, ambientais, e história de problemas

médicos para auxiliar e determinar a causa exata.

Embora vários tipos de alterações neurológicas e/ou genéticas tenham sido

contadas como possíveis causas do autismo, não há nada aprovado ainda. O

transtorno pode estar exatamente ligado a problemas cromossômicos,

genéticos, metabólicos, e até mesmo doenças transmitidas ou adquiridas

durante a gestação, durante e após o parto. A complexidade em fazer um

diagnóstico de autismo é grande, quando há muitas síndromes possuem

sintomas semelhante.

De 75 a 80% das crianças com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista

apresenta algum tipo de retardo mental, o qual pode estar associado a

inúmeros fatores biológicos.

O autismo continua sendo um distúrbio difícil para as crianças e suas famílias,

mas a perspectiva atual é muito melhor do que na geração passada.

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Hoje, com o tratamento correto, muitos dos sintomas do autismo podem

melhorar. A maioria das pessoas com autismo consegue viver na escola, em

casa e na sociedade.

1.1. Breve Histórico sobre o autismo

A palavra “autismo” deriva do grego “autos”, que significa “voltar-se para sí

mesmo”. A primeira pessoa a usar foi o psiquiatra austríaco Eugen Bleuler para

citar a um dos juizos aplicados em sua época para a realização de um

diagnóstico de Esquizofrenia. Essa avaliação, a qual ficou conhecido como “os

quatro ‘A’s de Bleuler, são: alucinações, afeto desorganizado, contradição e

autismo. A palavra reporta-se a tendência do esquizofrênico de ensimesmar-

se, tornando-se alheio ao mundo social isolando-se em seu mundo, como até

hoje se acredita sobre o comportamento autista.

Os desbravadores na pesquisa do autismo eram Hans Asperger e Leão

Kanner. Estavam trabalhando separado nos anos 40. Asperger relatou crianças

muito capazes, enquanto Kanner descreveu as crianças que eram

severamente afetadas. Seus conceitos permaneceram úteis para médicos para

as três décadas seguintes.

Em 1943 o psicólogo norte americano Leo Kanner estudou com mais

dedicação 11 pacientes com diagnóstico de esquizofrenia. Analiso, o autismo

como característica mais marcante; neste instante, se deu o nascimento da

expressão Distúrbio Autístico do Contato Afetivo para se reportar a estas

crianças. O psicólogo chegou a relatar que as crianças autistas já nasciam

dessa maneira, certamente que o aparecimento da síndrome era muito

prematuro. A proporção que foi tendo proximidade com a família destas

crianças ele foi alterando a sua avaliação. Começou a analisar que os pais

destas crianças tinham um contato afetivo muito frio com elas, desenvolvendo

então o termo mãe geladeira para mencionar as mães de autistas, que com

seu jeito frio e distante de manter relações com os filhos nutriu neles uma

agressão inconsciente a qual seria conduzida para situações de busca social.

As teorias de Kanner tiveram forte influência no movimento psicanalítico da

síndrome que imagina uma causa emocional ou psicológica para o fenômeno,

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a qual teve como seus principais pioneiros os psicanalistas Bruno Bettelheim e

Francis Tustin.

Em 1944 Hans Asperger, trabalhando separado, estudou um grupo de

crianças. Essas crianças igualmente igualaram-se às descrições de Kanner. As

crianças que analisou, porém, não teve o echolalia como um problema

linguístico mas o raio como adulto. Igualmente, referiu que muitas das crianças

eram desastradas e diferentes das crianças normais em termos das

habilidades de motor finas.

Bettelheim, em sua terapia, estimulava as crianças a baterem, xingarem e

morderem em uma estátua que para ele, singnificava a mãe delas. Tustin, por

outro lado, acreditava em uma fase autística do desenvolvimento normal, na

qual a criança ainda não tinha aprendido condutas sociais e era chamada por

ela de fase do afeto materno, funcionando como uma ponte entre este estado e

a vida social.

O Rimland de Bernard era um psicólogo e um pai de uma criança com autismo.

Eles não concordaram com o Bettelheim. Discordaram que a causa do autismo

do seu filho era em consequência a suas habilidades de parenting da sua

esposa. Em 1964, o Rimland de Bernard publicou, Autismo Infantil: A Síndrome

e suas Implicações para uma Teoria Neural do Comportamento.

Na década de 60 o psicólogo Ivar Lovaas e seus métodos analítico

comportamentais começaram a ganhar espaço no tratamento da síndrome. Os

resultados de seus estudos apresentavam-se de maneira mais positiva que as

tradicionais terapias psicodinâmicas. E já naquela época as psicologias

comportamentais passavam por um forte preconceito por parte dos psicólogos

usavam outros tratamentos. Nas décadas de 60 e 70 os psicólogos

comportamentais eram consultados quase que apenas depois que todas as

outras expectativas haviam se esgotado e a conduta do autista passou a ser

insuportável para a família e muito prejudicial para a criança.

O Autismo veio ser mais falado nos anos 70. A Fundação de Erica começou a

educação e a terapia para crianças dementes no início dos anos 80. Muitos

pais ainda confundiram o autismo com o atraso mental e a psicose.

Justamente com a chegada da década do cérebro, as ideias começaram a ser

deixadas de lado, e por outro lado já não estarem satisfazendo as expectativas

dos pais. A partir de 1980 foram surgindo novas tecnologias de pesquisa, as

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quais permitiam indagação mais detalhada do funcionamento do cérebro do

indivíduo com exames como tomografia por emissão de pósitrons ou

ressonância magnética. Patologias que antes eram estudadas unicamente a

partir de um olhar psicodinâmica passaram a ser analisadas de maneiras mais

escrupuloso, deixando de lado o cogito cartesiano.

O trabalho de Asperger foi traduzido ao Inglês e publicado e entrava o

conhecimento; em 1980.

Nos anos 80,elaborou-se estudos no impulso de ganhar o autismo. Julgou-se

cada vez mais que parenting não teve nenhum papel na causa do autismo e

tinham uns distúrbios neurológicos e outras doenças genéticas como a

esclerose tuberosa, uns distúrbios metabólicos como PKU ou umas anomalias

cromossomáticas como a síndrome frágil de X.

A Asa de Lorna, junto com Christopher Gillberg em BNK (a Clínica

Neuropsiquiátrica das Crianças) na Suécia nos anos 80 encontrou a tríade da

Asa do contacto mútuo perturbado, de uma comunicação mútua perturbada e

da imaginação limitada. Nos anos 90 adicionaram um outro factor que faz lhe

um quadrado. O factor era capacidade pequena do planeamento.

Ivar Velho Lovaas pesquisou e susitou a análise comportável e o tratamento

das crianças com autismo. Lovaas conseguiu sucesso curto no começo da sua

análise experimental do comportamento. Desenvolveu-o para visar em casa

umas crianças mais novas (menos de 5 anos da idade) e o tratamento

realizado e aumentou-o a intensidade (uma medida da quantidade da “de

tempo terapia ") a aproximadamente 40 horas semanal. Lovaas escreveu

o Ensino de Crianças Desenvolvente Deficientes: Mim Livro em 1981. Em

2002, Lovaas escreveu,Ensinando Indivíduos Com Atrasos Desenvolventes:

Técnicas Básicas da Intervenção.

1.2. Causas

As causas que provocam o autismo ou o Transtorno Espectro Autista

(TEA) ainda é uma incógnita. A dificuldade desse Transtorno e a variação dos

sintomas e severidade (Espectro), certamente são quadros resultantes da

combinação de diferentes genes. Alguns problemas genéticos acontecem

espontaneamente e outros são herdados. Na verdade, pesquisas propõem

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uma herança muito alta, mais ainda quando se caracteriza a presença de

traços do espectro autista numa mesma família. Sobre elas parece ter um

modelo de autismo ou deficiência ligadas, concordando ainda mais a tese de

que esses Transtornos têm um princípio genético. No entanto, nenhum gene foi

identificado como motivador do autismo, cientistas estão procurando a

metamorfose no código genético que as crianças com autismo podem ter

recebido. Estudos atuais apontam, da mesma forma, que o autismo não é

orientado, unicamente, por causas hereditárias.

A partir de 1943 o autismo foi qualificado e prescrito pelo Dr. Leo Kanner do

Hospital John Hopkins, muitos fundamentos rodeiam a respeito do assunto.

Como:

Deficiências e anomalias cognitivas. O destaque cientifico recomenda que, na

maioria dos casos, o autismo é uma desordem genética. De certo, é uma das

desorganizações neurológicas com maior importância hereditária que existe.

Tanto é hereditária como a personalidade.

As pesquisas sobre indivíduos autistas descobriram discordâncias em alguns

territórios do cérebro, abrangendo o cerebelo, a amígdala, o hipocampo, o

septo e os corpos mamilares. Pessoalmente, a amígdala e o hipocampo

aparentemente incorporados povoados de neurónios, os quais são menores

que o normal e têm fibras nervosas que não apresentam desenvolvimento

normal. Estas últimas exercem interferência nos sinais nervosos. Igualmente se

encontrou que o cérebro de um autista é maior e mais pesa mais que o cérebro

de uma pessoa sem este transtorno. As alterações apareceram no autismo

resultado de um desenvolvimento incomum do cérebro durante o crescimento

embrionário. Porém, esta justificativa não satisfaz todos os casos, até porque

nem sempre aparecem estas particularidades diferenciadas no cérebro.

Fatores ambientais: As relações da criança autista e o seu ambiente familiar e

meio social. Nesta perspectiva, o autismo poderia ser proporcionado por certas

condições como a ausência de demonstração de carinho enquanto a criança é

pequena. A intoxicação por mercúrio, complicações durante a gravidez, do

parto ou o stress.

Certos métodos bioquímicos vitais. Descobriu-se uma demasia de serotonina

nas plaquetas dos autistas.

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Também em recentes estudos do Consórcio do Autismo de Boston, no qual

participaram, entre outros, o Hospital geral de Massachussets, o Hospital

Infantil de Boston e a empresa de CODE Genetics, distinguir-se uma

anormalidade cromossómica que parece ampliar a sensibilidade do autismo.

De acordo com os cientistas, um segmento do cromossoma 16 encontra-se

desaparecido ou duplicado em cerca de 1% de pessoas com autismo ou com

doenças agregadas, uma presença que é comparável à das outras síndromes

genéticas associadas a esse transtorno.

A possibilidade que um composto de algumas vacinas infantis, o timorosal,

pudesse ser responsável por essa modificação neurológica foi descartada. O

timerosal é um conservante proveniente do mercúrio que se aplicou

repetidamente na fabricação de vacinas e de outros produtos farmacêuticos a

partir da sua constatação nos anos 30.

Portanto, as últimas pesquisas descartaram esta eventualidade, logo o número

de casos de autismo na Califórnia continuou a crescer consideravelmente

apesar deste composto ter sido anulado quase por completo a partir do ano de

2001. A equipe orientada por Robert Schechter, do departamento californiano

de saúde pública, estudou a supremacia de transtornos do espectro autista

entre os anos de 1995 e 2007 em crianças entre os 3 e os 12 anos.

Levando em conta que o timerosal foi eliminado na maior parte das vacinas em

2001, os responsáveis pelo estudo explicaram que a taxa de crianças com

transtornos do espectro autista deveria ter-se reduzido rapidamente nessa fase

se essa fosse realmente a causa. No entanto, os dados demonstraram que não

foi dessa maneira. Muito pelo contrário, em 10 anos este número passou de 0,3

crianças por casa 1000 nascimentos em 1993 para 1,3 por cada 1000

nascimentos em 2003.

A causa sendo ignorada este transtorno neuropsíquico, não se encontrou um

tratamento eficiente que o extermine por completo. O único tratamento que se

pode acompanhar, o qual êxito depende do nível de autismo do indivíduo, é a

dedicação permanente por parte da família e da escola inclusiva.

Por certo, pode-se recorrer à psicoterapia, no entanto os resultados sejam

insuficientes devido ao défice cognitivo e de linguagem dificultarem a terapia. O

tratamento preferido está baseado em análises conduta aplicadas.

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Não existe cura conhecida para o autismo. A presença de determinados

modelos de comportamento baseia-se o diagnóstico médico. Quando

identificado indício de autismo ou mesmo acertado o diagnóstico mediação e

essencial para obtenção do repertório do entendimento da socialização,

autonomia e motora, básicas para o desenvolvimento da criança.

1.3. Sintomas

A criança autista prefere ficar sozinha, não cria relações pessoais, evita contato

íntimo, resiste às mudanças, olhar no olho a olho, é excessivamente presa a

objetos familiares e repete continuamente certos gestos e rituais. A criança

poderá ter um atraso na fala, ou seja, falar depois de outras crianças da

mesma idade, pode usar o idioma de um modo incomum, ou poderá não

conseguir por não poder ou não querer falar coisa alguma. Ao nos dirigir a

criança, ela amiúde tem dificuldade em compreender o que foi falado. Ela

poderá repetir as palavras que são ditas a ela (ecolalia) e inverter o uso

habitual de pronomes, principalmente usando o tu em vez de eu ou mim ao se

referir a si própria.

Os sintomas de autismo em uma criança levam o médico ao diagnóstico, que é

feito através da observação. Certamente, nenhum teste específico para

autismo esteja disponível, o médico poderá realizar determinados testes para

encontrar outras causas de desorganização cerebral.

Crianças autistas, na sua maioria, tem desempenho cognitivo assimétrico,

portanto, testar a inteligência não é uma tarefa nada fácil. Pode ser preciso

refazer os testes muitas vezes. As crianças autistas habitualmente se dão

melhor nos itens de atuação (habilidades motoras e espaciais) do que nos itens

orais durante testes padrão de Q.I. Aproximadamente 70 % das crianças com

autismo têm algum grau de atraso mental (Q.I. menor do que 70).

Entre 20 e 40 % das crianças autistas, especialmente aquelas com um Q.I.

abaixo de 50, começam a ter convulsões antes da adolescência.

Algumas crianças autistas apresentam aumento dos ventrículos cerebrais que

podem ser vistos na tomografia cerebral computadorizada. Em adultos com

autismo, as imagens da ressonância magnética podem mostrar anormalidades

cerebrais adicionais.

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De acordo com a ASA – AUTISM SOCIETY OF AMERICA, “Indivíduos com

Autismo usualmente exibem pelo menos metade das características abaixo

listadas. Estes sintomas têm âmbito do brando ao severo em intensidade de

sintoma. Além disso, o comportamento habitualmente ocorre através de muito

diferentes situações e é consistentemente inapropriado para sua idade”.

Dificuldade de relacionamento com outras crianças;

Risada inadequada;

Pouco ou nenhum contato visual;

Aparente indiferença à dor;

Preferência pelo isolamento; maneiras arredias;

Rotação de objetos;

Inadequada fixação em objetos;

Evidente iteratividade ou extrema inatividade;

Ausência de resposta aos métodos habituais de ensino;

Insistência em repetição, resistência em mudança de rotina;

Ausência real, medo do perigo (consciência de situações que envolvam

perigo);

Comportamento com poses estranhas

Ecolalia (repete palavras ou frases em lugar da linguagem normal);

Recusa colo ou afagos;

Atua como se estivesse surdo;

Dificuldade em expressar necessidades (usa gestos e aponta no lugar de

palavras);

Acesso de raiva (apresenta extrema aflição sem razão aparente);

Inconstante habilidade motora (pode não querer chutar uma bola, mas pode

arrumar blocos).

Ainda que o transtorno Autista possa vir associado a diversas dificuldades

neurológicos e/ou neuroquímicos, não existe ainda nenhum exame específico

que possa detectar a sua origem.

Os diagnósticos são formulados sempre a partir da observação de um conjunto

de sintomas apresentados pela pessoa, os sintomas podendo, ainda, incluir:

Anormalidades no ritmo do desenvolvimento e na aquisição de habilidades

físicas, sociais e de linguagem;

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Respostas incomum aos sentidos: o autista pode ter uma combinação qualquer

dos sentidos (visão, audição, olfato, equilíbrio, dor e paladar); a maneira como

a criança equilibra o seu corpo pode ser também inusitada;

Ausência ou atraso na fala ou de linguagem, embora podem se apresentar

algumas capacidades específicas de pensamento;

Maneira anormal de relacionamento com pessoas, objetos, lugares ou fatos.

Existem diversos sintomas que podem indicar autismo, e nem sempre a criança

apresentará todos eles.

É comum os sintomas de autismo durarem ao longo de toda da vida do

portador do transtorno.

Muitos especialistas acreditam que o prognóstico é duramente ligado o quanto

idioma usado a criança adquiriu até os sete anos de idade. Crianças autistas

com inteligência subnormal, por exemplo, aquelas com Q.I. abaixo de 50 em

testes padrão.

Já crianças autistas na faixa de Q.I. próximo ao normal ou mais alto,

frequentemente se beneficiam de psicoterapia e educação especial.

Fonoaudiologia é iniciada precocemente bem como a terapia ocupacional e a

fisioterapia.

Tratamento

Hoje, o tratamento do autismo não se prende a uma única terapia. O uso de

medicamentoso, antes representava um papel de essencial relevância no

tratamento, passa a ter a função de apenas aliviar os sintomas do autista para

que outras abordagens, como a reabilitação e a educação inclusiva, possam

ser adotadas e tenham resultados eficazes.

Os pacientes ainda crianças, o tratamento tem como prioridade desenvolver a

oralidade, além de agir na interação do paciente com a sociedade de maneira

geral, com familiares, amigos, colegas de escola.

Apesar do autismo não ter cura, o tratamento, quando é feito corretamente,

pode facilitar o cuidado com a criança, auxiliando a vida dos familiares. No

caso do autismo leve, a ingestão de medicamentos nem sempre é necessária e

o indivíduo pode levar uma vida aparentemente normal.

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Já na adolescência, o tratamento tem como o maior foco no crescimento

profissional e social. Nesta fase o paciente já está em transição para a fase

adulta, onde é preciso escolher profissão, saber lidar com pessoas, muitas

vezes a paixão por outra pessoa surge e são situações que o paciente vai

precisar de ajudar também psicológica, para aprender a lidar com possíveis

rejeições, sem que isso causa muitos danos ao andamento do tratamento.

Na fase adulta o centro do tratamento é que o paciente conquiste sua

autonomia e tenha uma boa convivência social em todas as áreas da vida,

como trabalho, educação, família e etc.

Independente da fase em que se encontra o tratamento, o objetivo é baseado

em quatro quesitos, são eles:

– Promover a interação social por meio da comunicação;

– Estimular o aprendizado e agilidade para sanar dúvidas e problemas;

– Preparar o paciente para lidar com questões do cotidiano, sem que isso seja

um problema para a pessoa;

– Sempre ajudar além do paciente autista, a família e pessoas que convivem

autistas, pois o entendimento do problema e forma com que as pessoas

próximas lidam com a questão da doença é muito importante e tem peso

significativo no tratamento.

O autismo não tem causas exatas pela medicina e por esse motivo não há

ações preventivas do problema.

A melhor maneira é manter a atenção aos sintomas do problema, pois se o

paciente sofrer de autismo o diagnóstico precoce é a melhor forma, contudo,

com isso já é possível começar o tratamento para ajudar o paciente nas

questões em que o autismo mais afeta a pessoa que tem esse transtorno.

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CAPÍTULO II

CAPITULO 2 – apresentarei a relevância da psicomotricidade e a relação

do indivíduo com seu próprio corpo, um breve histórico, os conceitos de

autores diversos, numa visão ampla, evidenciando a importância da

atividade pedagógica e as crianças com autismo.

A psicomotricidade existe em todas as atividades que .a criança faz e

desenvolve visando conhecer e dominar o seu próprio corpo. O corpo é para

criança, a primeira maneira de linguagem, pois com ele a criança se comunica

com o meio. A psicomotricidade desenvolve po intermédio do movimento as

capacidades intelectuais, afetivas e motoras. Além de estimular a criança de

forma concreta nos apectos psicológicos e assim classfica o processo

educacional, tornando a criança aberta para construção do seu conhecimeto.A

psicomotricidade é um fator básico e vital no desenvolvimento integral e

constante da criança.

O conhecimento do próprio corpo e o seu funcionamento são aspectos

fundamentais para o desenvolvimento da criança. A criança sendo bem

trabalhada, especialmente em seus movimentos de lateralidade, espaço, tempo

e percepção, ela poderá estar sendo melhor preparada para atuar na

sociedade em que vive. E por meio das atividades motoras se conquista

ganhos mais rápidos e trará benefícios por parte dos educandos e do educador

em todo o processo educativo.

Quando falamos de crianças portadoras do espectro autistas é certo afirmar

que o desenvolvimento psicomotor é prejudicado, pois ela não possui critério

amplo sobre sua linguagem, sobretudo a corporal. A separação do significado

das partes do seu corpo torna difícil para a criança autista conceber uma

conexão do seu corpo com a sua personalidade.

O acolhimento de atividades sensório-motoras com as mais diversas

abordagens poderá inspirar a criança no encontro do seu corpo como um todo.

Fará a criança acreditar que cada ponto do seu corpo se comunica, igualmente

como a mente e o corpo. Correr, pular, subir, descer, rolar no chão, como por

exemplo, é uma atividade que direciona bem para a criança essa interligação

sensorial. Simples movimentos são como terapia essencial para o

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fortalecimento dos vínculos familiares que por sua vez são a chave do convívio

em sociedade das crianças com espectro autistas com as demais.

2.1. Breve análise histórica da Psicomotricidade

A psicomotricidade está ligada diretamente ao movimento humano. É a relação

por meio da ação, isto é a associação do corpo com a natureza. Como ciência,

a psicomotricidade é determinada como objeto de estudo o homem por

intermédio de seu corpo em movimento ligado com a sociedade e consigo

mesmo.

“Psicomotricidade como a posição global do sujeito, que pode ser entendido

como a função de ser humano que sintetiza psiquismo e motricidade com o

propósito de permitir ao indivíduo adaptar de maneira flexível e harmoniosa ao

meio que o cerca” (DE LIÈVRE Y STAES 1992, p. 39).

O termo psicomotricidade, historicamente, aparece a partir do discurso médico,

mais precisamente neurológico, quando foi preciso, no início do século XIX,

designar as zonas do córtex cerebral situadas mais além das regiões motoras.

Com o desenvolvimento e as descobertas da neurofisiologia, inicia a

constatação que há diferentes disfunções graves sem que o cérebro esteja

marcado e sem que a lesão esteja claramente situada. As primeiras pesquisas

que dão origem ao campo psicomotor correspondem a uma perspectiva

altamente neurológica.

O neuropsiquiatra, Dupré, em 1909, foi de grande importância para a esfera

psicomotora, visto que é ele quem sustenta a independência da fraqueza

motora (antecedente do sintoma psicomotor) de um possível correspondente

neurológico.

Já em 1925, Henry Wallon, médico psicólogo, toma posse do movimento

humano oferecendo-lhe uma classe estrutural na construção do psiquismo.

Esta diferença permite a Wallon conferir o movimento ao afeto, à emoção, ao

meio ambiente e aos hábitos do indivíduo. íquico.

O neurologista, Edouard Guilmain, em 1935, desenvolve um exame psicomotor

com a finalidade de ter um diagnóstico, de indicação da terapêutica

psicomotora e de prognóstico. Em 1947, Julian de Ajuriaguerra, psiquiatra, deu

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um novo o conceito de tenuidade motora, descrevendo-a como uma síndrome

com suas próprias características. É ele quem limita com clareza os transtornos

psicomotores que variam entre o neurológico e o psiquiátrico. Com estes novos

subsídios, a psicomotricidade se distingue de outras disciplinas, assumindo sua

própria peculiaridade e autonomia.

Seguindo a linha afetiva e social Wallon (1949), substitui as emoções à raiz da

ação, sendo ela (a emoção) o agente de organização e meio de comunicação

com o mundo. Lapierre e Aucouturier (1984) indagam a exagerada valorização

do verbal e cognitivo no desenvolvimento, dando destaque a experiência do

movimento natural, em que os fatores emocionais devem ser levados em conta

na interpretação do comportamento ali exposta, em interação direta com o

profissional. Alguns se mencionam a conduta motora como sendo psicomotor a

cargo da abrangência cognitiva e afetiva na maior parte dos movimentos

realizados.

É importante destacar também, as contribuições de Piaget por considerá-las

pilares fundamentais na construção teórica no campo da motricidade. Para este

autor, a motricidade está relacionada com a inteligência, antes da aquisição da

linguagem (OLIVEIRA, p. 31, 2007). Para Piaget, a inteligência é uma

integração ao meio ambiente e para que ela ocorra é preciso que o indivíduo

explore o meio no qual está inserido. Dessa maneira, por intermédio de

vivências motoras ele percebeu as inter-relações entre a motricidade e a

percepção.

Na década de 70, Le Bouch, Lapierre, Acouturrier, Defrontaine, entre outros

sustentavam a ideia de que a educação psicomotora era vista como uma forma

de ajudar a criança com dificuldade de adaptação a participar do espaço

escolar, desenvolvendo todo seu potencial. A psicomotricidade, neste

momento, era vista como motricidade de relação, passando a existir uma

diferença entre postura reeducativa e terapêutica, dando-se, progressivamente,

maior importância à relação, à afetividade e ao emocional (VALENTIM, p.29,

2004). Desse modo, André Lapierre acrescentou o termo relacional a palavra

psicomotricidade com o plano de diferenciar suas concepções e práticas de

outras ações psicomotoras.

A partir de 1974, aparece dentro da psicomotricidade definições psicanalíticas

e autores como Sigmund Freud, Melanie Klein, Donald Winnicott, passam a ser

23

mencionados pelos psicomotricistas. De acordo com Levin (2004), é através da

contribuição da Psicanálise que são introduzidos na prática psicomotora

conceitos como inconsciente, transferência, imagem corporal, entre outros.

Levin (p.29, 2007) afirma: a passagem da terapia à clínica psicomotora implica

ocupar-se do sujeito e não mais da pessoa; ocupar-se da transferência e não

mais da empatia; ocupar-se da vertente simbólica e não da expressiva (...) a

clínica psicomotora é aquela no qual o eixo é a transferência e, nela, o corpo

real, imaginário e simbólico é dado a ver o olhar do psicomotricista.

Dessa maneira, pode-se notar que com a abertura da Psicanálise, a clínica

psicomotora olha o indivíduo com seu corpo, sua motricidade e inserido num

âmbito social.

Em 1975, Lydia F. de Coriat, apresenta modificações por escrito às autoridades

educacionais a necessidade da presença da profissão de psicomotricista na

Universidade de Buenos Aires. A pouca bibliografia traduzida sobre as práticas

psicomotoras nos anos 70 logo, ampliadas com o passar do tempo outros

autores franceses com Le Bouch, Pick, Vayer, Lebovici, Coste, Lapierre, No

entanto, Contudo, a eles, somam-se autores da Argentina como Dalila

Costallat, Esparza e Petroli, que se envolvem especialmente com a

psicomotricidade na infância.

Em 1977 é criada a Associación Argentina de Psicomotricidad, e a partir de

1980 a divulgação e ampliação da psicomotricidade na Argentina é estendida e

propagada, mas ainda sem um reconhecimento que legalize a sua prática.

Quando se refere a especificidade do psicomotricista coloca-se dessa forma,

no entendimento da gênese do psiquismo e dos elementos fundadores da

construção da imagem e da representação de si. O sintoma psicomotor se

abre, quando acontece um insucesso na integração somatopsíquica,

consequente de fatores variados, seja na origem do processo de constituição

do psiquismo, ou por seguinte em função de disfunções orgânicas e/ou

psíquicas. A patologia psicomotora é, contudo, uma doença do continente

psíquico, dos distúrbios da representação de si cuja sintomatologia pode se

apresentar no somático e/ou no psíquico.

24

2.2. A psicomotricidade no Brasil

A psicomotricidade, no Brasil, teve como menção a escola francesa. Nas

primeiras décadas, na época da 1ª Guerra Mundial, o século XX, a escola

francesa, também, influenciou mundialmente a psiquiatria infantil, a psicologia e

a pedagogia. Época essa em que as mulheres começaram a trocar trabalho

como donas de casa, pelo trabalho nas indústrias incumbindo a atividade dos

cuidados com os filhos as creches. Então, a atenção foi voltada a

psicomotricidade por ser no ambiente escolar o local no qual as crianças

tendem a se exibir e serem mais notadas em relação aos seus movimentos

corporais. Os principais difusores da psicomotricidade foram Antônio Lefévre,

persuadido pelas obras de Ajuriaguerra; psiquiatra francês que conceituou uma

nova definição de patologia motora e Ozeretski. Helena Antipoff que trouxe sua

experiência teórica e prática em deficiência mental para aplicação nas escolas

brasileiras e por último a doutora Dalila de Costallat que passa a partir da

década de 70 atuar junto com o ministério da educação brasileiro e com Helena

Antipoff trocando vivências do trabalho desenvolvido na argentina com os

trabalhos desenvolvidos no Brasil.

“No Brasil, Antônio Branco Lefévre buscou junto as obras de Ajuriaguerra e

Ozeretski, influenciado por sua formação em Paris, a organizaa primeira escala

de avaliação neuromotora para crianças brasileiras. Dra. Helena Antipoff,

assistente de Claparéde, em Genebra, no Institut Jean-Jacques Rosseau e

auxiliar de Binet e Simon em Paris, da escola experimental "La Maison de

Paris", trouxe ao Brasil sua experiência em deficiência mental, baseada na

Pedagogia do interesse, derivada do conhecimento do sujeito sobre si mesmo,

como via de conquista social... Em 1972, a argentina, Dra. Dalila de Costallat,

estagiária do Dr. Ajuriaguerra e da Dra. Soubiran em Paris, é convidada a falar

em Brasília às autoridades do Ministério da Educação, sobre seus trabalhos em

deficiência mental e inicia contatos e trocas permanentes com a Dra. Antipoff

no Brasil” (RAPPAPORT, 2007).

Das três áreas de atuação da psicomotricidade a que mais apresentou maior

quantidade de estudos e ampliação foi a educação psicomotora, devido ao fato

de grande emprego de atitudes e estímulos pertinentes à psicomotricidade

25

feitos pelas escolas, especialmente durante as fases da 1ª e 2ª infância e

durante a fase da adolescência visando o desenvolvimento integral do ser

humano por meio de atividades lúdicas.

“A educação psicomotora é dirigida à atuação dentro do âmbito escolar,

principalmente nos segmentos da Educação Infantil e no Ensino Fundamental.

Teve início na França, com o professor de Educação Física Lê Boulch, na

segunda metade da década de 60, já visando o desenvolvimento global do

indivíduo por meio dos movimentos e, mais especificamente, evitar distúrbios

de aprendizagem. Assim, a Psicomotricidade atua proporcionando ambientes

que estimulem as vivências corporais, ou seja, buscando desafiar os alunos,

atingindo suas zonas de desenvolvimentos, como defende Vygotsky. (...)Em

primeiro lugar, o brincar é um ato social que permite uma comunicação através

de gestos, mesmo que não haja comunicação verbal. É no brincar que a

criança tem a oportunidade de expressar o que está sentindo ou necessitando;

é através das brincadeiras, do faz de conta, que a criança constrói o seu

mundo imaginário situado em experiências vividas. A criança utiliza-se do

brincar para construir sua aprendizagem, porque é na brincadeira que ela

explora situações usando a imaginação e libera seu eu criativo, realizando seus

desejos mais íntimos.(...)Enfim, o brincar é maneira pela qual a criança busca

subsídios lúdicos para desenvolver-se. E o mais importante de tudo isso é que,

por meio do brincar, o professor assume um papel fundamental neste

processo, pois é ele que arma, de maneira planejada e não casual, as cenas

mais pertinentes para que esse desenvolvimento ocorra. É ele que fará com

que o sujeito não se fragmente, pois ele se oferece como elo de todos os

aspectos que constituem um indivíduo: os aspectos psicomotores, cognitivos e

sócioafetivos.(RAPPAPORT,2007)”

No Brasil alguns especialistas na área da Psicomotricidade, a partir de suas

referentes influências da formação em Paris, procuram arrumar a primeira

escala de avaliação neuromotora para crianças brasileiras. Em 1970 o estado

de São Paulo começou a dominar as primeiras experiências psicocinéticas,

posto que no ano de 1977 foi de máxima importância para a divulgação da

psicomotricidade no Brasil, apesar que, neste ano, aconteceu a fundação do

GAE (Grupo de Atividades Especializadas) então, houve o anúncio para todo o

país. Nos anos de 1980, 1983, 1986, 1988, 1990, 1992 e 1997 aconteceu

26

muitas reuniões Latino-americanos e Nacionais que cuidaram da

Psicomotricidade, dando destaque as influências da Escola da França, estes

encontros foram promovidos pelo GAE. Em 1996 ocorreu à legalização da

profissão do psicomotricista na Assembleia Nacional, neste ano, também, foi

fundada a O.N.P. (Ordem Nacional dos Psicomotricistas). Já 1992 o primeiro

curso de pós-graduação lato-sensu em psicomotricidade; 3000 profissionais já

estão formados através do ISPE (Instituto Superior de Psicomotricidade e

Educação). Nos 25 anos de criação o GAE já atendeu cerca de 2000 crianças

com dificuldades e patologias psicomotoras.

O Brasil é um País que está sempre aberto a receber novos conhecimentos e

novas teorias. Há um grande potencial, hoje no mercado, uma total elevação,

classificando alguns dos autores internacionais com obras em recorde de

vendagem. Algumas obras de autores famosos na área da psicomotricidade,

visto que se encontram esgotadas nas estantes. Nos dias atuais as grandes

obras que falam da psicomotricidade estão bem acessíveis nas grandes

livrarias brasileiras. Os psicomotricistas são mais solicitados de maneira mais

regular, como recursos de tecnologia para a educação nas escolas brasileiras.

Hospitais e consultórios oferecem a Psicomotricidade em seus serviços e áreas

de reabilitação e reeducação. O Brasil, contudo, tem muito que se embrenhar

na área da psicomotricidade, atualmente o país constrói a sua própria história

psicomotora. O país caminha em passos lentos, procurando a cada dia crescer

nesta área. Tendo fé que num futuro bem próximo ele será uma grande

referência nesta área.

2.3. Psicomotricidade e o Autista

O AUTISMO E A ESTIMULAÇÃO SENSORIAL: UM OLHAR PSICOMOTOR

A criança portadora do espectro autista tem dificuldades nas áreas, como:

comunicação, interação e cognição, conduta e em processar as emoções.

Obviamente, por certo, que cada criança é singular e seu desenvolvimento se

dá mediante o seu grau de gravidade e da maneira que é estimulada. Mesmo

que seja uma leve suspeita no diagnóstico do espectro autista, deverá mais

27

cedo que for possível, começar a ser estimulada adequadamente. Assim, terá

boas chances de ter um crescimento significativo.

O objetivo básico da psicomotricidade é trabalhar e analisar o ser humano de

forma integral, respeitando os seus aspectos motores, intelectuais, sócias e

afetivos. E trabalhando harmoniosamente, influenciando positivamente em

suas conexões consigo mesmo e no ambiente em que se encontra. Partindo

desse pressuposto, o olhar psicomotor voltado para a criança portadora do

espectro autista.

O olhar psicomotor voltado para a criança autista poderá mudar o espaço que

foi dado, de uma pessoa sem endereço, presente, futuro, sem a mínima

esperança, desse jeito, a sorte, a maneira e os cuidados serão ampliados. A

psicomotricidade irá apresentar as possibilidades de interação com essas

crianças, por meio de mediadores, na busca de reverter a sua dependência nas

tarefas diárias e por consequência aprimorando sua qualidade de vida.

É importante salientar que a observação deverá ser feita com muita cautela,

em todo trabalho com crianças portadoras do espectro autistas. As atitudes

como: observação detalhada por parte dos profissionais de saúde e de

educação, o conhecimento sobre o transtorno para o melhor entendimento e

assim ter um andamento adequado na estimulação. É necessário que a criança

tenha confiança nos profissionais que lidam com elas, visto que as

possibilidades de crescimento serão boas.

O ponto decisivo na teoria psicomotora é experiência corporal, pois ela age de

maneira a reparação a falta e realiza a vivência das emoções consentindo uma

nova modificação de si. A teoria psicomotora tem grandes contribuições na

educação das crianças autistas, à medida que esse fundamento passa a fazer

parte da prática pedagógica. Pois essas crianças se encontrarão enquanto

sujeito e as auxiliarão a diminuir as barreiras da oralidade entre elas e o

mundo.

No espaço escolar a criança autista deverá ser motivada a brincar, seja no

pátio, na brinquedoteca, no parquinho, na educação física e nos demais

lugares da escola, sempre com o olhar vigilante como deverá ser um educador

embasado teoricamente nas práticas psicomotoras. O professor seguro das

28

suas práticas pedagógicas permeadas na psicomotricidade, estabelecerá um

elo de afeto e estabelecendo à reconquista de distanciamento na relação com

o outro.

De acordo com BUENO (1998), a atividade dinâmica a partir dos objetos se

engaja em níveis de organização diferentes uns dos outros; do sensório-motor,

ao tônico emocional e ao perceptivo-mental. O jogo ou a brincadeira, o anseio

da criança é imaginário, encontra-se dessa maneira o fato básico da terapia

psicomotora. Por isso, a sua contribuição é tão importante, ela diminui a

distância entre o autista e o professor.

Segundo Rennó (2002), certas crianças começam, por uma simples

manipulação e deslocamento de objetos: esvaziar e derramar, conter, encher,

etc. Os objetos, o espaço e o adulto são apoio da experimentação.

O espaço para criança autista é o encontro do tempo necessário para realizar

sua vivência de coisas, o tempo as vezes lhe é negado, talvez ele caminha

muito rápido não estabelecendo a comunicação com o mundo no mesmo

raciocínio que as outras crianças têm.

A criança autista a proporção que conhece os limites e as proibições vai se

autorregulando e se tornam necessárias na dimensão que elas são suportadas

e incorporadas.

A contribuição da psicomotricidade para os professores é de grande relevância,

ela serve como ferramenta pedagógica de muita valia para auxiliar a criança

autista. Ela oferece suporte no processo educacional, na socialização e

transposição da barreira entre ela e o mundo. A escola na proporção que faz a

mediação corporal para o autista, ele terá a possibilidade de experimentar suas

aflições e por consequente poderão ser superadas ou suavizadas. Tendo como

base a terapia psicomotora.

A representação simbólica para o autista, muitas vezes são quase impossíveis.

Assim como, as possibilidades de associação, dessa maneira a atividade

psicomotora poderá consentir a reorganização necessária para os

29

experimentos da desordem de sentimentos e emoções. Na verdade, mesmo

que a representação simbólica não aconteça, ao menos, achega o autista ao

seu meio e o do seu próprio corpo.

No entanto é preciso ter cautela, quando for executar o jogo simbólico por meio

da mediação do próprio corpo. A proposta psicomotora, com crianças autistas,

em instituições escolares deverá ser realizada por professores que possuam

conhecimentos teóricos da psicomotricidade, um pouco de psicologia e

psicopedagogia.

Uma equipe multidisciplinar é o ideal e aconselhável, nas escolas, dessa forma

atenderá não somente as crianças autistas, como também os alunos de

inclusão, de mais a mais os que apresentam dificuldades e distúrbios de

aprendizagem.

O educador deverá trabalhar com a empatia tônica. O tônus é observado,

inicialmente, por meio do contato corporal. O diálogo tônico começa pelo corpo,

gradativamente é percebido à distância por intermédio da voz, do olhar e das

posturas.

O trabalho do professor com o autista, deverá ser sempre por meio de jogos

em seus modelos de jubilação (manifestação de intensa alegra) e expressão

(gestos, sentimentos, palavras). Atividades como: equilíbrio, locomoção,

habilidade manual, oposição e óculo-manuais. Sempre priorizando os jogos

com base corporal.

Os professores podem e devem amenizar os obstáculos entre o autista e o

mundo, com uma socialização de qualidade na sala de aula, em todo os

espaços da escola, na construção do conhecimento, com o esquema corporal,

a imagem do corpo, as comunicações não verbais, por quando trabalha meio

de:

- Prática de brincadeira livre na brinquedoteca;

- Aula de música;

- Oficinas de trabalhos manuais;

- Trabalho com literatura, releitura de uma de uma obra e dramatização;

- Culinária;

30

- Plantio de uma horta ou de sementes;

- Brincadeira de roda, danças;

- Brincadeiras utilizando as práticas esportivas;

- Atividades coletivas como banho de mangueira, excursões a museus,

parques, etc.

A biodança é uma prática que poderá surtir bons resultados. Ela consiste em

atividades graduais que propõe a início contatos aparentemente casuais,

breves e discretos.

A técnica do acariciamento, a criança aprende a receber carinho, a partir da

espontaneidade e o desejo recíproco de dar carinho. Exercícios de contato

amoroso, seguidos de estimulação gradual. Uso de música compassada e

melódica, com volume médio. Alcança-se um aprendizado mínimo da

comunicação verbal e corporal, é realizada a integração de forma paulatina, a

um grupo de alunos ditos normais. A estrutura do grupo em média de quatro

autistas, oito alunos ditos normais, com um educador e cinco mediadores

dando suporte.

A prática educacional do professor, com o autista, não é nada fácil. Até porque

algumas crianças têm resistência ou demoram a se integrar nas atividades

coletivas, apresentando irritabilidade e solidão. O educador deverá, sempre,

respeitar a individualidade de cada criança. As crianças deverão ser incluídas

com calma, uma a uma, sem apresentar ansiedade de realizar todas, ao

mesmo tempo, visto que o tempo do autista é somente dele.

A partir das considerações da terapia psicomotora, o trabalho com crianças

portadoras do espectro autista poderá acontecer de maneira individual, ou em

pequenos grupos. De acordo, necessidade e a situação do autista em questão.

Tendo bem claro, que a criança autista ao se matricular numa instituição

regular e como tal, deverá participar de todas as atividades diárias da escola,

com os outros colegas de turma. Se a criança está num ambiente escolar,

então, deverá ser incluída no processo de ensino e aprendizagem. E não,

simplesmente fazer número. A inclusão só se encontra ausente quando

esbarra na falta de conhecimento específico e a ineficácia do trabalho

pedagógico.

Numa perspectiva transdisciplinar, o professor deverá estudar de forma

sistemática, as contribuições da psicomotricidade, a fim de somar novos

31

conhecimentos, para aprimorar o processo de ensino-aprendizagem e inclusão

das crianças autistas.

O professor deverá ter como base para suas práticas pedagógicas, as

atividades psicomotoras. A psicomotricidade é uma grande aliada no processo

de inclusão educacional, visto que desenvolve no professor a capacidade de

analisar a criança, seus avanços, suas limitações, compreender, e por

consequência, aceitá-lo. Desenvolvendo nesse, habilidades e competências

que o permitam avançar mesmo que gradualmente. Ao trabalhar com

atividades psicomotoras os educadores tem a possibilidade de construir e

experimentar as relações entre corporeidade, afetividade e aprendizagem. Os

professores precisam de maior e melhor formação e conhecimento sobre as

várias contribuições da psicomotricidade para o desenvolvimento do aluno

integral. A partir da educação do movimento, logo permite o desenvolvimento

de certas percepções, da atenção e estimula a inteligência, fazendo com que o

aluno se desenvolva e chegue ao sucesso desejado. A psicomotricidade é uma

ferramenta preciosa especialmente para as crianças portadoras do transtorno

do espectro autistas e das demais, já que a torna a ação mais significativa para

elas.

32

CAPÌTULO III

CAPITULO 3 - as possíveis técnicas, recursos e a inclusão das crianças

autistas na escola.

As estratégias de ensino com crianças autistas são essenciais para qualquer

escola que recebem alunos que têm a síndrome. Os autistas têm dificuldade

em lidar com situações sociais, eles necessitam de espaços propiciadores e

reforçadores para a construção de um repertório comportamental habilidoso,

que leve em consideração sua maneira peculiar de comunicação. Por isso, há

a necessidade de pesquisar as possibilidades de intervenção com crianças

autistas tendo como ferramenta o treinamento em habilidades sociais, que se

estabelece numa tentativa direta e sistemática de ensinar estratégias e

habilidades interpessoais aos indivíduos, com a intenção de melhorar a

qualidade de suas interações em tipos específicos de situação.

O autismo é um transtorno do desenvolvimento que se manifesta

caracteristicamente antes dos três anos de idade, tendo como principais

sintomas o isolamento, desordens na comunicação e uma acentuada

necessidade de invariabilidade. Nos últimos anos tem acontecido um aumento

significativo na pesquisa científica sobre o autismo, visando o acréscimo do

conhecimento, tanto acerca da natureza do transtorno, como de possíveis

estratégias de tratamento.

3.1. Autismo: intervenções psicoeducacionais

A eficácia do tratamento depende da experiência e do conhecimento dos

profissionais de educação sobre o autismo e, principalmente, de sua habilidade

de trabalhar em equipe e com a família.

Realizando uma pesquisa na literatura médica, cita estratégias básicas de

tratamentos.

33

1. Estimular o desenvolvimento sócio e comunicativo: Crianças com

dificuldade de comunicação verbal necessitam alguma forma de comunicação

alternativa.

- Sistema de sinais: depende das habilidades da crianças e do grau de

comprometimento;

- Sistema de figuras: as figuras e fotos refletem as necessidades e interesses

individuais não exigindo muita habilidade cognitiva, linguística ou de memória;

- Pais usam estratégias efetivas e consistentes para estimular e estimular a

oralidade: pode ser deixado doces, biscoitos, brinquedos longe do alcance,

mas próximo a sua vista para que incentive a verbalização do seu desejo.

- Comunicação facilitada: fazem o uso de apoio físico para as mãos, braços ou

pulsos a fim de auxiliar as crianças a utilizar cartões de comunicação de vários

tipos, desta forma aprimorando as habilidades de linguagem.

- Dispositivos de comunicação computadorizados: têm sido especialmente

projetados para crianças com autismo. O foco desta em ativar a alternância dos

interlocutores e em encorajar a interação.

- TEACCH (Treatment and Education of Autistic and Related Communication

Handicapped Children): é um programa educacional que combina diferentes

materiais visuais para aperfeiçoar a linguagem, o aprendizado e reduzir

comportamentos inadequados. Usam cores áreas e vasilhas de cores

diferentes para instruir as crianças sobre o lugar adequado para elas estarem

em certo momento e qual a correspondente sequência de atividades durante o

dia, na escola.

Mesmo crianças sem dificuldades de oralidade evidentes podem também

requerer alguns sistemas reforçadores da comunicação, em algumas

situações. Perguntas repetitivas podem relacionar-se à necessidade de ser

sociável sem ter os instrumentos apropriados que os ajudariam a compreender

as mentes das outras pessoas.

2. Aprimorando o aprendizado e a capacidade de solucionar problemas

34

- Alguns estudos sugerem que, com educação apropriada, mais crianças

autistas são capazes de utilizar as habilidades cognitivas que possuem para

avançar em níveis acadêmicos;

- Existe indício de que prover educação formal de forma precoce, a partir dos

dois aos quatro anos, coligada à integração de todos os profissionais

envolvidos, é a abordagem terapêutica mais efetiva. Essas estratégias ajudam

a diminuir ou evitar problemas comportamentais posteriores, pois as crianças

aprendem rapidamente que suas condutas poderão servir como um meio para

controlar o seu habitat.

- Método de Lovaas: É um programa comportamental intensivo, geralmente

realizado na casa da criança, com pelo menos 20 horas semanais de trabalho

educacional. São trabalhadas diferentes áreas do desenvolvimento como a

oralidade, aspectos cognitivos, conduta social, etc. Impõe algumas restrições a

família.

3. Diminuindo comportamentos que interferem no aprendizado e no

acesso às oportunidades para experiências do cotidiano:

- Alguns estudos apresentaram que os comportamentos desafiadores têm

funções comunicativas importantes, como: indicar a necessidade de auxílio ou

atenção; escapar de situações ou atividades que causam sofrimento; obter

objetos desejados; protestar contra eventos, atividades não desejadas; obter

estimulação. O conhecimento de que os comportamentos desafiadores são

uma forma de comunicação também permitem que as pessoas respondam

melhor a essas condutas, pois elas sabem que eles são evocados devido à

comunicação pobre e, portanto, não são atos deliberados de agressão. Existem

aproximações que auxiliam a comunicação diminuindo os comportamentos

agressivos.

- Algumas condutas dos autistas podem se tornar inadequadas. Algumas

atitudes não devem ser excessivamente incentivadas, já que podem aumentar

e interferir no processo de aprendizagem se não forem colocadas sob controle.

É necessário um planejamento cauteloso.

35

- É importante que a mudança de comportamentos desafiadores seja feita

gradativamente, sendo a redução da ansiedade e do sofrimento o objetivo

principal;

- O mais eficiente é deixar que as crianças se observem e interajam com

naturalidade.

4. Ajudando famílias a lidar com o autismo

- Geralmente as mães ficam sob responsabilidade do cuidado da criança com

autismo. Pesquisas mostram que essa responsabilidade é quase que toda

sobre si devido as diferentes responsabilidades atribuídas a cada genitor na

criação da criança.

- O estabelecimento de rotinas familiares ajuda a crianças a entender evitar o

estresse parental;

- Troca de informações em nível interpessoal ajudam no apoio emocional e um

rumo de pertencer a uma rede social onde atuam a comunicação e

compreensão recíproca;

- Grupos de apoio com ajuda de profissionais especializados podem dar apoio

para as famílias a pelejarem com a criança, maneiras de tratamentos, suas

vantagens e desvantagens.

5. A importância do diagnóstico precoce

- As preocupações dos pais e dos profissionais recaem mais no atraso na fala

da criança do que nos aspectos sociais de comportamento. Outros

diagnósticos podem ser equivocados;

- Aos três anos de idade, as crianças tendem a preencher os critérios de

autismo em uma variedade de medidas diagnósticas. Novos estudos estão

sendo feitas afim de que este diagnóstico seja feito em crianças bem

pequenas, uma vez que o desenvolvimento de tratamentos e estratégias de

comunicação efetivas, em um estágio precoce da vida auxiliam a precaver o

comportamento hostil.

36

Recomendações

Ao estar diante de um diagnóstico de transtorno espectro autista, todas as

famílias meditam sobre qual tipo de intervenção psicoeducacional é a mais

eficaz. A resposta não é tão simples como parece, em comparação com a

grande quantidade de tratamentos que têm sido anunciados. Ainda que algum

tipo de melhora possa ser demonstrado em diferentes estudos, os resultados

devem ser interpretados com a devida cautela, uma vez que estudos

metodologicamente bem dirigidos são muito raros. Provavelmente, não existe

uma única aproximação que seja totalmente eficiente para todas as crianças,

em todas as diferentes etapas da vida. Ou seja, uma intervenção específica

que pode ter um bom resultado em certo período de tempo poderá apresentar

eficácia diferente nos anos seguintes. Isso acontecerá, em parte, porque as

famílias alteram suas possibilidades e valores com relação ao tratamento das

crianças de acordo com o desenvolvimento delas e do contexto familiar. Por

outro lado, um ponto de acordo na literatura é a importância da identificação e

intervenção precoce do autismo e seu relacionamento com o desenvolvimento

subsequente. Finalmente, outra questão que se deverá ter em mente é a

necessidade de focar-se em toda a família e não somente no indivíduo com

transtorno espectro autista.

Treinamento em Habilidades Sociais com Crianças Autistas

Murta (2005), diz que crianças com deficiência mental e autismo costumam ser

uma população alvo para este tipo de intervenção, haja vista ser comum neste

grupo de crianças comprometimentos graves em habilidades sociais. Dessa

maneira, a intervenção com essas crianças através do THS qualifica-se como

uma intervenção de ordem terciária. Este tipo de intervenção anela minimizar

consequências de déficits pronunciados em habilidades sociais, sem ter a

pretensão de cura.

Desde das ideias de Caballo (2003, 1996) e Del Prette e Del Prette (1999),

serão descritas algumas técnicas que podem ser utilizadas no THS com

crianças autistas:

37

Ensaio comportamental: esta é uma técnica frequentemente empregada no

THS. O objetivo a ser alcançado consiste em apreender novas formas de se

comportar diante de situações sociais. Através de instrumentos lúdicos, o

terapeuta pode tentar ensaiar com a criança maneiras de comunicação, que

podem ser verbais ou não verbais. Aspectos como postura e contato visual

também podem ser ensaiados. Em algum momento do processo, ao pretender-

se a instalação de uma classe de resposta, dentro das várias existentes no

repertório de habilidades sociais infantis, pode-se começar por componentes

menores, para que assim possa se atingir a aprendizagem do comportamento

como um todo. Por exemplo: crianças autistas que possuem o instrumento da

linguagem falada, mas que não conseguem manter conversação em um tom de

voz satisfatório, o ensaio comportamental pode começar com o componente

tom de voz. A grande vantagem desta técnica é que ela pode ser utilizada em

outros contextos, além do clínico.

Modelação: esta técnica é oriunda dos estudos de Bandura (1977, 1979) sobre

aprendizagem através da observação. Esta técnica baseada em promover

situações onde a criança possa observar alguém representando

comportamentos a serem conhecidos. Assim como no ensaio comportamental,

no processo de modelação pode ser feita a representação de todo o

comportamento ou claramente apenas uma parte que cria o comportamento

alvo. Em geral a modelação é mais eficaz quando o modelo a ser copiado é da

mesma idade e do mesmo sexo da criança. Nesse sentido, com crianças

autistas, é possível a participação de outro modelo que não seja o próprio

terapeuta. Diante de uma possibilidade lúdica, bonecos e fantoches também

podem servir como modelos. É necessário que o comportamento expresso pelo

modelo se apresente de maneira coerente com as capacidades apresentadas

pela criança. A modelação tem a vantagem de ilustrar os componentes verbais

e não verbais presentes no processo de comunicação, os quais são tão

precários em crianças autistas.

Reforçamento: o reforço pode ser entendido como a consequência que se

apresenta depois da emissão de um dado comportamento e que possui o

poder de aumentar sua frequência. O reforça mento está presente ao longo de

todas as sessões do THS e serve tanto para adquirir novos comportamentos,

38

recompensando aproximações sucessivas, como também para aumentar

comportamentos habilidosos presentes no repertório comportamental da

criança. O reforço pode assumir a forma verbal, ocorrendo através de elogios,

com pode ter um componente também não verbal, como sorrisos e aplausos.

Tarefas para casa: as tarefas para casa são uma parte essencial do THS, pois,

o que acontece na vida real proporciona subsídios que servirá como ferramenta

para intervenções clinicamente planejadas. Com crianças autistas, essas

tarefas podem estar destinadas ao registro do desempenho dessas crianças

em situações que exijam uma relação interpessoal. Estes registros podem ser

feitos pelos adultos que participam do dia-a-dia da criança. As tarefas de casa

constituem o veículo através do qual as habilidades aprendidas nas sessões de

treinamento possam ser praticadas em ambientes naturais. À medida que o

treinamento for progredindo, é importante que cada tarefa tenha o seu grau de

dificuldade aumentado.

Ao optar pelo treinamento em habilidades sociais (THS) como ferramenta de

intervenção com crianças autistas, é importante compreender que os ganhos a

serem alcançados podem manifestar-se de maneiras distintas em cada criança.

O impacto da intervenção está diretamente ligado a fatores como idade, grau

de déficit cognitivo, presença ou não de linguagem, como também da

gravidade dos sintomas apresentados pela criança. É necessário ter

consciência de que a maioria das crianças autistas não apresenta déficits em

todas as áreas de desenvolvimento, e que muitas possuem um ou mais

comportamentos disfuncionais por breves períodos de tempo ou mesmo em

situações especificas. Além disso, aspectos como funcionamento familiar e

apoio social devem ser devidamente considerados. O conhecimento do

profissional sobre autismo e sua habilidade em trabalhar com equipes

multiprofissionais e família apresentam significativa correlação com o sucesso

da intervenção (BOSA, 2006).

3.2. O autista e o professor/Desafios na sala de aula

O trabalho com autistas tem sido pouco conhecido na sociedade e precisa de

informações para a ajuda dos professores em ambiente escolar. Os autistas

fazem parte do grupo de pessoas portadoras de deficiências, requerendo assim

39

uma educação especial e inclusiva para a acessão de seu desenvolvimento.

Atualmente, os autistas não têm recebido a atenção essencial e devida e por

isso, o seu desenvolvimento e inclusão na sociedade se apresentam tão longe

do ideal e esperado.

Os professores, vistos como mediadores da construção do conhecimento

precisam de maiores informações a respeito destes alunos, que, apesar de

exibirem distúrbios severos, podem desenvolver muitas habilidades.

O professor tem como uma de suas responsabilidades a de intervenção na vida

humana por meio da reflexão e da ação pensativa, geradoras de estratégias

pedagógicas para o bem comum da criança. Portanto, o educador deverá se

organizar à procura de maneiras inovadoras, facilitadoras, diferenciadas e

produtivas para a construção de uma melhor qualidade de vida para a pessoa

com autismo. Por isso é obrigatório que o educador e os outros profissionais

que trabalhem junto à criança com autismo seja um sabedor da síndrome e de

suas características peculiares. No entanto, tais conhecimentos devem servir

como sustento positivo para o planejamento das ações a serem praticadas e

realizadas e não como desculpas para o abandono à causa. É necessário estar

consciente que para o autismo, conhecimento e habilidades possuem

definições diferentes. É preciso analisar o ambiente e evitar situações que

tenham impacto sobre os alunos e que as performances podem ser alteradas

se o ambiente também for. A escola deverá prover todo o suporte físico e

acadêmico para garantir a aprendizagem dos alunos incluídos.

Inclusão é muito mais do que simples trocas de espaços; é muito mais do que

dizer que a educação especial é um sistema segrega e a escola regular é o

local mais apropriado para onde todos deverão ir, sem regalia. Inclusão

imagina mudanças, transformações, e quando falamos em mudanças, não nos

reportamos basicamente à mudança de sistema de ensino, e sim, a

movimentos mais profundos. Igualmente, movimentos que repitam nas

questões subjetivas dos professores, suas convicções e valores, seus ideais e

seus entendimentos sobre “como ensinar” e “quem são esses autistas”.

Para que a aprendizagem seja construída pelos autistas no processo de

inclusão no ensino regular, a reestruturação da escola enquanto instituição é

vital.

40

Segundo Fonseca (in STOBÁUS e MOSQUERA, 2004, p. 45) que:

[...] a escola assume-se como uma instituição social anti discriminatória, na

qual todos os estudantes, com ou sem problemas, integrados ou

marginalizados, são acolhidos, na qual a exclusão é igual a zero, na qual todos

podem se considerar proprietários dum bem social e dum sentimento

comunitário profundo que é a inclusão total de todas as crianças na escola

independente da sua diversidade biossocial.

Um suporte adequado aos professores e aos alunos é necessário para o bom

andamento do processo aprendizagem. Esta base presume uma infraestrutura

de serviços que promovam o processo de inclusão, na maneira de parcerias

entre professores. Inclusão sem apoio, está destinada ao insucesso, logo se

perde a individualidade e as necessidades, corrompendo os indivíduos e

tornando-os coesos tendo como desculpa o processo da inclusão escolar. A

inclusão, como consequência de um ensino de qualidade para todos os alunos

provoca e exigem da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a

mais para que o ensino se modernize e para que os professores aperfeiçoem

as suas práticas. A convicção do professor é determinante para que a inclusão

aconteça de fato, pois é ele quem favorece as oportunidades para o aluno

aprender a partir do que sabe e chegar até onde é capaz de avançar.

A capacitação do professor é fundamental, pois através de um programa

organizado de diagnóstico e avaliação de soluções globais no processo de

aprendizagem, já que a criança autista se caracteriza pela falta de

uniformidade no seu rendimento, levando-se em consideração o nível de

desenvolvimento da aprendizagem em geral é lenta e gradativa.

As turmas deverão ser formadas por três (03) a cinco (05) alunos, no máximo,

sob a responsabilidade da professora, e um auxiliar que é de grande precisão,

para ter um trabalho no ensino regular, é dada atenção especial à

sensibilização dos alunos e dos envolvidos para saberem quem são e como se

comportam esses alunos com deficiência.

Com todo esse processo, a criança pode reagir de maneira truculenta quando

submetida ao excesso de pressão e diante disso, é preciso levar em conta, se

41

o programa está sendo positivo, se precisa haver outras mudanças, algo que

não prejudique a ambos. O professor precisará ter uma postura que não seja

agressiva, muita paciência, transmitindo segurança e controle da situação, e,

acima de tudo, muito amor pelo que está fazendo.

3.3. O papel do professor na prática corporal

A importância do ensino estruturado como no método TEACCH (Tratamento e

Educação para Autistas e Crianças com Deficiências relacionadas à

Comunicação). Onde deveremos ter em mente que, habitualmente, as crianças

à medida que vão se desenvolvendo, vão aprendendo a organizar seu

ambiente, enquanto que as crianças autistas e com distúrbios do

desenvolvimento, necessitam de uma estrutura externa para aperfeiçoar uma

situação de aprendizagem.

Algumas observações que o professor deverá ter ao receber um aluno autista:

- Professoras precisarão orientar o aluno, dar apoio físico, verbal, debates e

limites, ajuda no banheiro;

- Trabalhar a motricidade fina;

- Começar, realizar e concluir tarefas, guardar material e passar para outra

atividade;

- Encorajar a criança a caminhar, mastigar, comer, escovar os dentes, olhar,

falar, banheiro, etc.;

- Estimular o convívio e socialização trabalhando as regras sociais;

- Incentivar contato físico abraço, beijo e visual;

- Quadro de rotinas para habituá-los as atividades;

- Falar diretamente, como: comer, andar, pegar...;

- Nomear objetos, espaços, atividades, pessoas, sempre;

- Verbalizar e explicar o que é certo e errado e o motivo;

- Mão sobre a mão da criança para ensinar como fazer;

- Trabalhar com comandos normas e orientação;

- Trabalhar a ansiedade;

– Entregar objetos no canal visual. O adulto deve ter o objeto na mão diante

dos olhos para que a criança possa pegar o objeto tendo o rosto do adulto

dentro do seu campo de visão.

42

– Evitar falar muito, muito alto e toda situação que envolva muito estímulo

(pode ser até negativo para a criança);

- Conquistar a autonomia (rotina do dia a dia);

- Desenvolver rotinas que a criança possa predizer ou antecipar (pela repetição

e com o apoio de imagens que mostram o que vai ser feito no dia).

- Incentivar, parabenizar e gratificar moralmente as atividades corretas e

finalizadas;

– Perguntar sempre como foi a tarde ou o dia anterior, a qualidade do sono ou

se houver alguma alteração da rotina para se antecipar a estados emocionais

de ansiedade. Em caso de ansiedade, procurar utilizar elementos de interesse

e preferência da criança, com menor exigência para não ter birras ou maior

ansiedade.

– Em casos de birra, é importante ter algum conhecimento de técnicas de

modificação de conduta (time out, desvio de atenção, etc.), mas a primeira dica

é não se apavorar, tentar oferecer outros objetos e, no caso de não conseguir

acalmar a criança, explicar à turma o que está acontecendo e desenvolver

atividade com o grupo em outro lugar e dar a possibilidade da criança com TEA

de se acalmar.

O trabalho do educador com crianças autistas é fundamental ver o mundo

através de seus olhos, e usar esta perspectiva para ensiná-los a funcionar

inserido em nossa cultura de maneira mais autônoma possível. E sem dúvida a

qualidade do relacionamento professor aluno é que modifica o processo

educacional. É preciso que os professores sejam capacitados para atender à

crescente número de crianças com autismo. Infelizmente ainda é grande o

quantitativo de pessoas que enxergam esses indivíduos de forma errada e

acabam não realizando a inclusão da melhor maneira possível a esses alunos.

Porém em todas as pesquisas realizadas, ficou clara a importância da inclusão

dessas crianças em escolas regulares para promover experiências de

socialização atividades diárias, tornando-as cidadãs do mundo.

43

CONCLUSÃO

As perturbações e os desenvolvimentos devem ser intervencionadas

multidisciplinarmente o mais cedo possível de forma a minimizar os impactos

no contexto educacional e familiar e, também, por se observarem melhoras na

resposta ao tratamento quando comparado com crianças que foram

diagnosticadas mais tarde (Miguel & Cardoso, 2012).

Então, é correto afirmar que na Psicomotricidade, o corpo assume uma

importância básica, logo este que o ser humano terá experiência e sentirá o

mundo que o rodeia e o seu mundo interno. Igualmente será através do corpo

que o ser humano expressa intencionalidade, sendo o principal intermediário

entre o sujeito e o mundo.

A Psicomotricidade visa estimular o movimento com intenção de desenvolver o

pensamento e como atividade lúdica, um instrumento de intervenção que

favorecerá o desenvolvimento integral, por intermédio da aplicação de

situações problema e buscando a resolução do problema proposto.

Com crianças autistas a psicomotricidade trabalhará o corpo através de

estimulação sensorial e dessa forma terá uma melhoria na qualidade de vida.

Favorecendo os aspectos físicos, intelectuais, emocional e sócio emocional.

O autor Le Bouche, afirma (1969), a Psicomotricidade se dá através de

ações educativas de movimentos espontâneos e atitudes corporais da criança,

proporcionando-lhe uma imagem do corpo contribuindo para a formação de

sua personalidade.

O olhar psicomotor voltado para a criança com espectro autista poderá mudar o

lugar que lhe foi imposto, de um indivíduo sem futuro e sem esperança,

aumentando, portanto, as maneiras de tratamento. A psicomotricidade irá

apresentar a possibilidade de interação com as crianças autistas por meio de

mediadores verbais e não verbais.

Portanto, a psicomotricidade deveria ser o apoio fundamental para todos os

educadores em suas atividades. Logo, ela facilitará o trabalho do professor,

atingindo com flexibilidade e sensibilidade as possibilidades da criança autista.

44

Sem sombra de dúvida a psicomotricidade é uma arma forte no processo de

inclusão escolar. As capacidades e os conhecimentos são trabalhados, e dessa

feita, avançarão mesmo que a pequenos passos. Ao lançar mão de atividades

lúdicas os profissionais da educação terão a oportunidade de construir e

experimentar os vínculos entre o corpo, o afeto e o aprendizado. O que

realmente chamará a tenção é a relação de corporeidade, mente e emoção.

Essa favorecerá ao professor a exploração infinita dos talentos que a criança

autista tem e por certo são esquecidas ou pior desconhecidas.

Com todos esses benefícios a escola, assim como o professor deverá ter a

consciência que a educação pelo movimento é o alicerce mestre do trabalho

pedagógico, que permitirá à criança definir mais claramente as dificuldades

atuais de sua vida escolar e organizar, de contrapartida, presença futura no

mundo adulto.

45

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VALENTIM, p.29, 2004.

47

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

CONCEITUANDO A PSICOMOTRICIDADE 10

1.1 - Histórico da Psicomotricidade 11

1.2 - Conceitos de Psicomotricidade 13

1.3 - Esquema Corporal 16

CAPÍTULO II 20

AS CONTRIBUIÇÕES DA PSICOMOTRICIDADE NA APREDIZAGEM DE

CRIANÇASESPECIAIS 21

2.1. A Psicomotricidade na vida das crianças especiais 24

2.2. A psicomotricidade como recurso na educação especial 26

2.3. Educação inclusiva e a psicomotricidade 20

CAPÍTULO III

ATUAÇÃO DO PROFESSOR NA PRÁTICA CORPORAL 32

3.1. Prática Pedagógica Contextualizada 32

3.2. Prática corporal inclusiva 38

3.3. O papel do professor na prática corporal 41

48

CONCLUSÃO 45

BIBLIOGRAFIA 46

ÍNDICE 47