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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE Gestão Estratégica do Planejamento de Produção Na Indústria Farmacêutica Por: Carla Regina Maciel Claudio Maran Ferreira Orientador Profª Emília Maria Mendonça Parentoni Rio de Janeiro 2007

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Gestão Estratégica do Planejamento de Produção

Na Indústria Farmacêutica

Por: Carla Regina Maciel Claudio Maran Ferreira

Orientador

Profª Emília Maria Mendonça Parentoni

Rio de Janeiro

2007

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

Gestão Estratégica do Planejamento de Produção

Na Indústria Farmacêutica

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Logística

Empresarial.

Por: . Carla Regina Maciel Claudio Maran Ferreira

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por mais este trabalho,

esposo e família que acreditaram em mim,

aos amigos que me auxiliaram na produção

desta monografia, em especial a Profª.

Emília Parentoni.

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DEDICATÓRIA

Ao meu esposo, família e amigos

que sempre me apoiaram nos

momentos mais difíceis.

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RESUMO

O presente trabalho tem como principal objetivo explicar como que deve

funcionar o processo de logística integrada em uma indústria farmacêutica,

através da explicação de como que os setores de planejamento, compras,

administração de materiais e distribuição devem interagir entre si e quais as

ferramentas disponíveis que devem ser utilizadas, para obtenção de uma maior

competitividade no mercado.

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“Não importa quantas vezes você cai... Apenas importa quantas vezes você se levanta novamente”.

Anne Geddes

METODOLOGIA

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Esta monografia foi baseada em pesquisas de livros e sites com credibilidade

no meio logístico, uma vez que o principal objetivo era buscar total veracidade

nos dados coletados, além da minha experiência de 10 anos no setor logístico

e algumas entrevistas com outros profissionais da área, a fim de obter mais

informações para sedimentar o trabalho apresentado.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

CAPÍTULO I - Logística Integrada

1.1. Contexto Histórico

1.2. Contexto Militar

1.3. Contexto Empresarial

CAPÍTULO II - Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos

2.1. Serviço ao Cliente

2.2. A logística na era do CRM

2.3. Fidelidade versus satisfação

2.4. Indicadores de desempenho de serviço ao cliente

CAPÍTULO III – Planejamento de Produção

3.1. Estratégia de Fabricação

3.2. Hierarquia de Planejamento

3.3. Planejamento e Controle de Produção

3.4. Plano Estratégico de Negócio

3.5. Plano de Produção

3.6. Plano Mestre de Produção

3.7. Plano de Requerimento de Materiais

3.8. Controle da Atividade de Produção

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CAPÍTULO IV – Estrutura de uma Organização / Instituição

4.1. Benchmarking

4.2. Competitividade

4.3. Cadeia de Abastecimento

4.4. Evolução Histórica da Logística

4.5. Sistema de informação aplicada à Logística

4.6. Custo e os Problemas da Logística no Brasil

4.7. Indicadores de desempenho logístico

4.8. Terceirização das operações logísticas

4.9. Centro de Distribuição

4.10. Marketing e Logística

4.11. Cadeia de Valor

CONCLUSÃO

BIBLIOGRAFIA

FOLHA DE AVALIAÇÃO

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INTRODUÇÃO

Durante o desenvolvimento desta pesquisa, será apresentado os

conceitos e as fases necessárias a consolidação do objetivo da monografia,

dividida em capítulos com referenciais teóricos e análises de Planejamento

Estratégico.

Temos como objetivo dar ênfase na obtenção da vantagem competitiva

por meio de excelência logística no contexto de mudanças.

Um número cada vez maior de empresas de destaque vem

reconhecendo que a logística é uma estratégia importante. Há necessidade de:

estudar, aprimorar e conhecer técnicas que auxiliem a aprender de modo

eficiente a logística do fluxo de materiais e a cadeia de suprimentos, dar ênfase

para este campo, onde a concorrência é cada vez mais acirrada e a logística

pode ser um diferencial no custo final do produto.

O trabalho procurou abranger os principais assuntos relacionados à

logística atual e demonstrar as tendências da logística numa economia

globalizada.

No Capítulo I a Logística Integrada dos diversos processos de negócios

e organizações, desde o usuário final até os fornecedores originais, que

proporcionam os produtos, serviços e informações que agregam valor para o

cliente.

Em seguida, o Capítulo II com a Competitividade e algumas

características do ambiente empresarial passado e atual em busca da

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competitividade sustentável no mercado com o Gerenciamento da Cadeia de

Suprimento.

No Capítulo III, o Planejamento de Produção, algumas empresas

fabricam poucos produtos diferentes, enquanto outras fabricam muitos

produtos. Entretanto, cada uma utiliza diversos processos, maquinários,

equipamentos, habilidades de trabalho e materiais.

No Capítulo IV falamos da Estrutura de uma Organização / Instituição de

Organização, suas definições e os desafios enfrentados para acompanharem

as constantes mudanças de um mercado em ritmo cada vez mais acelerado.

Por fim, a conclusão, a vantagem competitiva baseada em sistemas

integrados de gestão logística, ocorre com o entendimento da necessidade de

aquisição de tecnologia de informação para integração da cadeia produtiva, a

fim de atender o cliente final.

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CAPÍTULO I

LOGÍSTICA INTEGRADA

A logística tem suas origens nas organizações militares.

Semanticamente, a palavra tem suas raízes na França – proveniente do verbo

“loger” (alojar).

1.1 Contexto Histórico

Segundo SOUZA (2002), a logística originou-se no século XVIII, no

reinado de Luiz XIV, onde existia o posto de Marechal General de Lógis,

responsável pelo suprimento e pelo transporte do material bélico nas batalhas.

O sistema logístico foi desenvolvido com o intuito de abastecer,

transportar e alojar tropas propiciando que os recursos certos estivessem no

local certo e na hora certa. Este sistema operacional permitia que as

campanhas militares fossem realizadas e contribuía para a vitória das tropas

nos combates.

Fazendo uma analogia à indústria farmacêutica, pode-se afirmar que os

setores integrantes da logística, como: planejamento, compras, movimentação

de materiais e distribuição, devem trabalhar em sintonia, para que o objetivo

final da indústria seja alcançado, ou seja, ser competitiva no mercado

oferecendo produtos de qualidade assegurada.

De acordo com GALLO (1998), o primeiro general a utilizar o termo

logístico, foi o general Von Claussen de Frederico da Prússia, e foi

desenvolvido mais adiante pela Inteligência Americana – CIA, juntamente com

os professores de Harvard, para a Segunda Guerra Mundial. Em meados de

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1950, a logística, surge como matéria na Universidade de Harvard, nas

cadeiras de Engenharia e Administração de Empresas.

O autor ainda afirma que a partir do momento em que os militares

começaram a perceber o poder estratégico que o sistema logístico possuía,

deu-se mais atenção ao serviço de apoio que as equipes prestavam no sentido

de deslocamento de munição, víveres e socorro médico nas batalhas.

Conseqüentemente, despertou-se o interesse em estudos nesta área que foi

evoluindo após os resultados observados na Segunda Guerra Mundial em

relação ao sistema logístico utilizados pelos militares.

De acordo com os parágrafos anteriores, pode-se afirmar que baseado

em fatos e resultados, despertou-se um interesse em estudar, aprimorar e

aplica de forma mais eficiente as técnicas logísticas, a fim de se obter melhores

resultados, tanto no meio militar como no empresarial.

NASCIMENTO (2001), afirma que a educação formal em logística

nasceu da necessidade de administrar as diferenças espaciais entre produção

e consumo. Foi publicado em 1901 o primeiro texto sobre custos de

distribuição de produtos agrícolas, pois, nos Estados Unidos, as áreas de

produção se tornaram mais distantes dos grandes mercados de consumo. Em

1960 a Michigan State University, desenvolveu e iniciou os primeiros cursos

formais para treinamento para práticas logísticas acadêmicas. A partir daí,

houve uma união entre acadêmicos e militares para utilizarem os conceitos da

logística militar nas atividades do cotidiano.

De acordo com o Centro de Comunicação Social do Exército Brasileiro

(2006), as primeiras atividades logísticas desenvolvidas pelos militares

brasileiros remontam a época imperial. Em 1821, durante a regência de D.

Pedro I, foram efetuadas as primeiras incumbências referentes ao rancho da

tropa, ao fardamento, ao equipamento, ao material de acampamento, ao

arreamento e aos utensílios usados no Exército.

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Nas Forças Armadas do Brasil, a logística é parte integrante do Serviço

de Intendência criado em 1920 com a vinda da Missão Militar Francesa. As

atividades logísticas desenvolvidas nas organizações militares do Brasil

trabalham, tal qual nas empresas, no sentido de desenvolver um planejamento

eficaz e o provimento adequado, nos locais especificados e nas devidas

quantidades.

1.2 Contexto Militar

Após a Segunda Guerra Mundial, observou-se um grande avanço nas

questões ligadas a logística.

MENDES (2000), define que algumas condições econômicas e

tecnológicas contribuíram também para o desenvolvimento da logística, como:

“Alterações nos padrões e atitudes da demanda dos consumidores, pressão

por custo, avanços na tecnologia de computadores e experiência militar”.

O autor ainda afirma que a logística, através do Serviço de Intendência,

evoluiu muito dentro das Forças Armadas. Este setor deixou de ser apenas um

serviço de apoio ao combate, mas sim, um elemento de suma importância que

pode definir o curso de uma guerra. Em um recente conflito da era

Contemporânea, a Guerra do Golfo, pôde-se observar que o papel da logística

foi preponderante para a vitória das forças americanas prevendo e provendo os

recursos de maneira eficaz e na hora certa.

Pode-se dizer que os conceitos logísticos utilizados atualmente são

provenientes da logística militar da Segunda Guerra Mundial, infelizmente,

somente depois de muito tempo é que esse exemplo militar conseguiu

influenciar as atividades logísticas das empresas comerciais.

Diante dos avanços tecnológicos e da globalização, pode-se afirmar que

as indústrias farmacêuticas também precisam vencer batalhas diárias, onde

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todos os elementos da sociedade estão direta ou indiretamente envolvidos. É

necessário, que cada vez mais, os gerentes estejam atualizados nas mudanças

constantes que ocorrem no mercado. Para isto, é preciso usar a logística como

um diferencial competitivo delineando objetivos e estratégias na disputa da

competitividade travada entre as indústrias de medicamentos.

O Centro de Comunicação Social do Exército Brasileiro (2006) divulga

que o Serviço de Intendência, atualmente, é responsável pela distribuição de

fardamentos, equipamentos, além dos variados tipos de munição e gêneros

alimentícios. Dentro das organizações militares, o setor da logística é

incumbido de outras missões, como transporte de pessoal e suprimentos,

serviço de banho e lavanderia, suprimentos reembolsáveis e outros. Além

disso, os intendentes prestam o serviço de assessoramento aos comandantes

de Unidades Militares na parte de administração financeira, controle interno,

contabilidade e informática.

NOVAES (2003), fala que durante muito tempo nas empresas, tal como

no meio militar, as atividades relacionadas à logística eram tidas como um

serviço meramente de apoio e que não agregavam valor ao produto. O sistema

logístico era visto como um gerador de custos e sem nenhuma influência no

planejamento estratégico organizacional.

Pode-se dizer que a elaboração de um sistema logística dentro de uma

empresa deve ser feita de forma muito cuidadosa, uma vez que a logística

influencia muito na geração dos negócios de uma indústria farmacêutica.

Portanto, um profissional de logística deve atribuir o grau de relevância

adequado ao assunto logística.

1.3 Contexto Empresarial

Já no meio empresarial, Martins & Alt (2003), relatam que no Brasil, a

logística apareceu nos anos 1970, por meio de um de seus aspectos: a

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distribuição física, tanto interna quanto externa. Ao perceberem que, em um

país de dimensões continentais como o Brasil as empresas deveriam ter um

gerenciamento logístico eficaz, os empresários atentaram definitivamente para

a logística como um elemento que poder gerar vantagem em relação à

concorrência.

Os autores MARTINS & ALT (2003), expõem que até poucos anos atrás,

o termo logístico continuava associado a transportes, depósitos regionais e

atividades ligado a vendas. Hoje as empresas brasileiras já se deram conta do

imenso potencial implícito nas atividades integradas de um sistema logístico.

MARTINS & ALT (2003), dizem também que a logística é responsável

pelo planejamento, operação e controle de todo fluxo de mercadorias e

informação, desde a fonte fornecedora até o consumidor. Com o passar dos

anos, em função da grande preocupação das empresas com a redução de

estoques e com a busca da satisfação plena do cliente, a Logística Empresarial

evoluiu muito.

NOVAES (2003), fala que a Logística passou a agregar valor de lugar,

de tempo, de qualidade e de informação à cadeia produtiva. Além disso, a

Logística moderna procura eliminar do processo tudo que não tenha valor para

o cliente, ou seja, tudo que acarrete somente custos e perda te tempo.

As organizações comerciais e industriais brasileiras começaram a mudar

suas visões em relação aos clientes. Anteriormente, as empresas apenas

ofereciam seus serviços e produtos e não se preocupavam com a satisfação do

cliente.

A Logística Moderna na visão de NOVAES (2003), procura coligar todos

os elementos do processo, prazos, integração de setores da empresa e

formação de parcerias com fornecedores e clientes para satisfazer as

necessidades e preferências dos consumidores finais.

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Com base nos conceitos apresentados por Novaes (2003) e Martins &

Alt (2003), pode-se observar que eles se completam, pois falam da integração

dos setores, do fluxo de informações, da eliminação de tudo que não agrega

valor ao produto final e ao cliente, e principalmente de aproveitamento do

tempo para gerar maior produtividade.

Segundo SOUZA (2002), a mudança de visão fez com que as empresas

procurassem não mais possuir depósitos descentralizados, mas sim

centralizados e com maior poder de agilidade na distribuição, provocando uma

redução nos estoques e um melhor nível de serviço. A partir desse ponto de

vista, o ritmo de mudança acelerou e o gerenciamento da cadeia de suprimento

tornou-se importante.

O autor ainda afirma que a partir do momento em que os

administradores tomaram consciência do grau de relevância ocupada pelas

atividades logísticas nas empresas, os estudos direcionados à logística

empresarial passaram a ser mais afincos. Com isto, vários conceitos e

definições emergiram.

Segundo BALLOU (2006), a logística empresarial é um campo

relativamente novo do estudo de gestão integrada, das áreas tradicionais das

finanças, marketing e produção. As atividades logísticas foram durante muitos

anos exercidas por indivíduos. As empresas também estiveram

permanentemente envolvidas em atividades de movimentação-armazenagem

(transporte-estoque). A novidade deriva do conceito da gestão coordenada de

atividades inter-relacionadas, em substituição à prática histórica de administra-

las separadamente, e do conceito de que a logística agrega valor a produtos e

serviços essenciais para a satisfação do consumidor e o aumento das vendas.

Pode-se dizer que BALLOU consegue unificar todos os conceitos

primordiais da logística, pois fala das atividades feitas em conjunto de forma

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coordenada, de agregar valor para os produtos e para os clientes, aumento de

vendas, e conseqüentemente tornar a empresa mais produtiva, lucrativa e

competitiva

BALLOU (2006), diz que o primeiro livro-texto a sugerir os benefícios da

gestão logística coordenada foi publicado em 1961 por Edward W. Smykay,

Donald J. Bowersox, e Frank H. Mossman, Physical Distribution Management:

Logistic Problems of the Firm, o que em parte explica porque só agora se

consolida uma definição generalizada da logística empresarial.

Segundo BALLOU (2006), o termo logística diz que o ramo da ciência

militar que lida com a obtenção e o da manutenção e transporte de material,

pessoal e instalações.”

Essa definição situa a logística num contexto militar. Dadas às

distinções entre os objetivos e atividades empresariais e militares, essa

definição não engloba a essência da gestão da logística empresarial.

Uma representação mais fiel desse campo pode ser aquela refletida na

definição promulgada pelo Council of Logistics Management (CLM), uma

organização de gestores logísticos, educadores e profissionais da área criada

em 1962 para incentivar o ensino nesse campo e incentivar o intercâmbio de

idéias. É uma excelente definição, pois abrange a noção de que o fluxo das

mercadorias deve ser acompanhado desde o ponto em que existem como

matérias-primas até aquele em que são descartadas. Sua definição:

“Logística é o processo de planejamento, implantação e controle do fluxo eficiente e eficaz de mercadorias, serviços e das informações relativas desde o ponto de origem até o ponto de consumo com o propósito de atender às exigências dos clientes.” (Ballou, 2006, 27).

Pode-se dizer que no século XXI, os administradores deparam-se com

inúmeras decisões referentes às atividades logísticas devido ao crescimento do

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mercado, alargamento das linhas de produtos e dos vários meios de

comunicações existentes. Com isto, deve-se analisar severamente todas as

variáveis que circundam o sistema logístico, a fim de obter a otimização das

operações envolvidas no processo.

Segundo BALLOU (2006), A logística tem vários Trade Off, uma

expressão de origem inglesa que no âmbito da economia refere-se a uma

situação de escolha conflitante, ou seja, quando a solução para determinado

problema implica conseqüências negativas em outras áreas. Aplicando este

conceito na logística, pode-se afirmar que a mesma tem que buscar o equilíbrio

entre os objetivos da empresa e os desafios do mercado.

Com base nos conceitos e afirmações dos autores, pode-se perceber

que a logística tem vários objetivos e desafios na busca pela competitividade

no mercado, tais como:

Objetivos

• Redução dos custos globais;

• Altos giros de estoque;

• Continuidade do fornecimento;

• Obtenção da qualidade desejada;

• Rapidez nas entregas;

• Registros, controles e transmissão de dados instantâneos e confiáveis.

Desafios

• Explosão do serviço ao cliente;

• Compreensão do tempo;

• Globalização da indústria;

• Integração organizacional.

O tema logística estará sempre sob objeto de interesse dos empresários.

A redução dos custos logísticos aliados ao aumento de produtividade neste

setor nunca deixará de ser perseguido pelos gestores.

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Diante do mercado globalizado em que vivemos e com constantes

mudanças, qualquer alteração pode provocar incertezas para o planejamento e

operação das atividades logísticas. Isto exigirá habilidade e constante

atualização por parte da administração das empresas.

CAPÍTULO II

GERENCIAMENTO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS

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A intensa competição nos mercados globais e a grande expectativa dos

clientes fizeram com que as organizações dessem mais importância à cadeia

de suprimentos e nestes tempos modernos e dinâmicos em que a exigência de

consumidor atingiu o limite extremo, o SCM permite às empresas alcançarem

melhores padrões de competitividade, com o objetivo de reduzir os custos e

aumentar o nível de serviço é necessário que haja uma interação nos níveis da

cadeia de suprimento.

O nome Supply Chain Management como todo termo novo, tem

apresentado muita confusão no seu emprego. É mais comum confundi-lo como

uma nova definição de Logística, ou como uma extensão do conceito de

Logística, surgiu como uma evolução natural do conceito de Logística

Integrada, que conjuga os processos logísticos, que tratam do fluxo de

materiais e informações dentro e fora das empresas, com os relacionamentos

que surgem ao longo da cadeia para assegurar seus melhores resultados em

termos de redução de desperdício e agregação de valor.

O Supply Chain Management pode ser definido como uma metodologia

desenvolvida para alinhar todas as atividades de produção de forma

sincronizada, visando a reduzir custos, minimizar ciclos e maximizar o valor

percebido pelo cliente final por meio do rompimento das barreiras entre

departamentos e áreas.

POIRIER & REITER (1996) consideram o Supply Chain Management um

sistema que envolve todos os elementos de uma cadeia de produção, do

fornecedor de matéria-prima até a entrega do produto (ou serviço) pelo

comércio varejista (ou pela empresa prestadora de serviços) ao consumidor

final, visando à otimização da cadeia de valores como um todo.

Podemos concluir então que o “Supply Chain Management é a

integração dos diversos processos de negócios e organizações, desde o

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usuário final até os fornecedores originais, que proporcionam os produtos,

serviços e informações que agregam valor para o cliente".

Quando organizações trabalham independentemente, tendem a

desenvolver custos e ineficiências nas suas interfaces de negócios. Para serem

mais competitivas, necessitam de coordenação e colaboração com as demais

participantes da cadeia produtiva.

O conceito importante é a integração de processos. Processos são os

mecanismos fundamentais pelos quais o valor é criado. Alcançar a integração

de uma cadeia produtiva requer que os processos, não apenas de cada

empresa individualmente, mas de todas, sejam integradas.

Este cenário obriga uma grande interdependência entre todos os

membros da cadeia, exigindo cada vez mais parcerias e cooperações mútuas.

Para que as cadeias produtivas funcionem adequadamente, com processos

intensamente interligados, é necessário não só tecnologia, mas principalmente

abertura, confiança e disposição para compartilhar informações.

A gestão de cadeias de suprimentos é um conjunto de abordagem

utilizadas para integrar eficientemente fornecedores, fabricantes, depósitos e

armazéns de forma que a mercadoria seja produzida e distribuída na

quantidade certa para a localização certa e no tempo certo de forma a

minimizar os custos globais do sistema ao mesmo tempo em que atinge o nível

de serviço desejado.

Segundo CHRISTOPHER (2000), compartilhamento de informação entre

os participantes de uma cadeia de suprimentos só pode alavancar se for

através de integração de processos, ou seja, por uso comum de sistema e o

próprio compartilhamento de informações.

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Para LANCIONI (2000), uma cadeia de suprimentos ideal é aquela que

opera a baixos custos, com confiabilidade e qualidade de seus serviços. A

integração de todas as atividades através do uso comum da tecnologia da

informação numa cadeia de suprimentos é um dos parâmetros que precisam

ser atendidos para que seja considerada ideal.

Segundo VAN DER VORST (2000), cadeia de suprimentos é a rede de

atividades conectadas por fluxos de materiais e informações que cruzam

fronteiras organizacionais.

Para DENEUX e VLIEGER (2000), código de barras, satélites e vários

outros sistemas automatizados, tais como EDI (Eletronic Data Interchange),

WMS – Warehouse Management System e RFID – Radio Frequency

Identification permitem que as cadeias de suprimentos complexas se tornem

transparentes.

Existe uma proximidade e complemento dos conceitos sobre SCM

segundo CHRISTOPHER e LANCIONI, pois para que as decisões sejam mais

eficientes, as informações precisam ser rápidas e compartilhadas entre os

participantes de uma cadeia. Para que isso ocorra é preciso contar com o apoio

de um sistema de informação eficiente e eficaz.

2.1 Serviço ao Cliente

Como parte da rápida mudança da economia global, é essencial que

fiquemos alinhados com a direção de nossos clientes.

As empresas estão entrando em um mercado altamente competitivo,

onde os clientes estão cada vez mais exigentes. Neste cenário de mudanças,

três elementos tornaram-se cada vez mais críticos a um negócio: como pode

diferenciar-se de seus concorrentes, como se protegem e retêm base de

consumidores e como mantêm clientes fiéis com compras repetidas.

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Se uma empresa deseja ser líder, terá que tratar cada um destes

clientes em uma base muito singular e criar um relacionamento único para tal

cliente. É o que chamamos de logística orientada para puxar. Isso explica que

a empresa realiza negócios baseados nos termos dos clientes e direciona o

produto por meio de sua cadeia de abastecimento, baseada naquilo que o

cliente realmente precisa.

Cada vez mais, os clientes estão buscando parceiros comerciais que

ofereçam mais valor com um preço menor, valor este que se encontra nos

processos que compõem o ciclo do pedido que, por sua vez influenciam

diretamente os chamados fatores de diferenciação: prazo de entrega,

regularidade e flexibilidade, entre outras características que agregam valor ao

nosso produto e serviço, tornando-nos cada vez mais fortes na competição.

Para o gerenciamento destes processos é recomendável implementar

sistemas de indicadores de desempenho, que ajudam a tomar decisões e

também comparar os processos com a situação do antes e depois das

melhorias.

Os indicadores de desempenho são divididos em dois grupos: eficiência

e eficácia. Os indicadores de eficiência medem a utilização de recursos e os de

eficácia o atendimento aos clientes internos e externos.

Devidamente explorado, o desempenho logístico pode ajudar a ganhar e

manter clientes lucrativos. A qualidade do serviço ao cliente foi melhorada para

resultar na maior participação de mercado e propiciar ganhos de receita.

A competição está mudando de como as empresas constroem seus

produtos para o quanto bem servem os clientes antes e depois de conquistá-

los.

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Reconhecendo que satisfazer as necessidades dos clientes deve ser o

objetivo de uma empresa, muitas das empresas atuais mais progressistas e

bem sucedidas enfatizam o serviço logístico como um diferenciador

competitivo.

2.2 A logística na era do CRM

Como parte da rápida mudança da economia global, é essencial que

fiquemos alinhados a direção de nossos clientes.

Estudos realizados pela Arthur D. ittle indicam que a qualidade do

serviço de uma empresa pode fazer com que a empresa ganhe ou perca cerca

de 10% na receita de vendas. O serviço pode se a arena competitiva do futuro.

Aproximadamente 20% dos clientes de uma empresa geram 80% de

seus lucros, portanto mantê-los satisfeitos tem um grande efeito sobre seu

resultado final.

Existe um novo conceito circulando no mercado que é o CRM -

Gerenciamento do relacionamento com o cliente. Este conceito visa alcançar

duas coisas: entender melhor os clientes da forma que mesmo uma falha na

competição com concorrentes possa ser minimizada; e construir sobre essa

compreensão a força da relação que a escora para na verdade, vender mais

produtos ou serviços para os clientes.

Pela perspectiva do cliente, o elo pode ajudá-los a obter melhor serviço

e informação mais precisa sobre o pedido. No mínimo, o CRM força as

empresas a reconhecer que precisam dispor de informações acuradas sobre

capacidade e disponibilidade de prometer.

Não é novidade alguma que o mercado está mudando e continuará em

constante mutação. De uma forma geral, até pouco tempo as empresas

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conseguiam garantir seus resultados a partir da redução dos custos com

reestruturação de processos e até com a implementação da gestão integrada

(ERP’s), mas a “commoditização” dos produtos, bem como a perda de lealdade

para com a marca, tem apresentado novos desafios.

Nesta dinâmica de mercado, a palavra de ordem tem sido a

diferenciação dos consumidores, oferecendo-lhes produtos e serviços de valor

agregado, ou seja, entregando-lhe mais do que os requisitos atendidos pelo

produto.

O CRM tem permitido às empresas responder de forma mais eficaz e

direta ao atendimento das necessidades dos clientes, a cada pedido, criando o

diferencial em relação aos seus concorrentes e assegurando a realização de

negócios. Sendo assim, o CRM passa a ser uma ferramenta de administração

das necessidades dos clientes, tornando cada cliente uma entidade única,

atendida de acordo com suas expectativas.

2.3 Fidelidade versus satisfação

Fidelidade do cliente não é satisfação do cliente. A satisfação do cliente

é somente uma atitude em um determinado momento no tempo, normalmente

ao responder uma pesquisa verbal ou escrita. A fidelidade é um

comportamento real que resulta em múltiplos ciclos de compra durante um

período de tempo, é igual à retenção do cliente.

Entretanto, a fidelidade do cliente não pode ocorrer até que a empresa

tenha primeiramente realizado a fidelidade dos funcionários. Deve haver um

sincronismo e conscientização de todo o fluxo do negócio. Pois os clientes

colherão a fidelidade dos funcionários da empresa, a fim de saber se sentem

satisfeitos trabalhando e até mesmo comprando da própria empresa.

2.4 Indicadores de desempenho de serviço ao cliente

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27

• Nível de serviço: Este indicador é normalmente utilizado para quantificar

uma conformidade de mercado da empresa. É importante ter esse

indicador, pois a variabilidade da demanda e da produção e as

informações de lead time determinam a quantidade de estoque

necessário na cadeia de suprimentos.

• Satisfação do cliente: Essa pesquisa é utilizada para medir o

desempenho do departamento de vendas e também para realimentar

com informação sobre melhorias necessárias em produtos e serviços.

CAPÍTULO III

PLANEJAMENTO DE PRODUÇÃO

O autor ainda afirma que produzir é algo complexo. Algumas empresas

fabricam poucos produtos diferentes, enquanto outras fabricam muitos

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28

produtos. Entretanto, cada uma utiliza diversos processos, maquinários,

equipamentos, habilidades de trabalho e materiais.

3.1 Estratégia de Fabricação

Segundo ARNOLD (1999), uma empresa altamente orientada para o

mercado, focalizará o atingimento ou a superação das expectativas do cliente.

Para uma empresa com este perfil, todas as funções devem contribuir para a

obtenção de uma estratégia vencedora. Desse modo, as operações devem

possuir uma estratégia que lhes permita satisfazer às necessidades do

mercado e realizar entregas rápidas dentro do prazo.

Pode-se dizer que para ser competitiva e lucrativa, uma indústria

farmacêutica deve organizar todos os fatores citados acima por Arnold (1999),

para fabricar os produtos certos no tempo certo com o mais alto nível de

qualidade e fazê-lo tão economicamente quanto possível. Isso constitui um

problema complexo, sendo essencial ter-se um bom planejamento e controle

de produção.

De acordo com ARNOLD (1999), o planejamento de produção constitui o

primeiro passo em um sistema de planejamento e controle de produção. O

horizonte de planejamento mínimo depende do lead time relativo à compra de

material até a feitura do produto. O nível de detalhe não é muito alto.

Normalmente, o plano é feito para famílias de produtos com base em

semelhanças no processo de fabricação ou em alguma unidade comum.

Segundo ARNOLD (1999), um bom sistema de planejamento deve

responder a quatro questões, que são de prioridade e capacidade:

1. O que se pretende fabricar?

2. O que é necessário para fabricar o que se pretende?

3. O que a empresa possui?

4. De que a empresa precisa?

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29

A prioridade está relacionada a quais produtos, quantos e quando eles

são necessários. O mercado estabelece suas prioridades. A produção é

responsável por elaborar planos para satisfazer à demanda de mercado, se for

possível.

ARNOLD (1999), ainda diz que a capacidade é a competência

necessária para produzir bens e serviços. Às vezes, depende dos recursos da

empresa – maquinário, força de trabalho, recursos financeiros – e da

responsabilidade de material nos fornecedores. A curto prazo, capacidade é a

quantidade de trabalho que a força de trabalho e os equipamentos podem

desempenhar em um certo período.

De acordo com ARNOLD (1999), a longo e a curto prazo, a produção

deve elaborar planos para balancear as demandas de mercado de acordo com

os seus recursos e sua capacidade. Para decisões a longo prazo, como a

construção de novas plantas ou a compra de novos equipamentos, os planos

devem ser elaborados considerando-se muitos anos.

3.2 Hierarquia de Planejamento

Segundo ARNOLD (1999), os primeiros quatro níveis são de

planejamento. O resultado dos planos é uma autorização para comprar ou

fabricar o que é necessário. O nível final ocorre quando os planos são postos

em ação por meio de controle de atividade produtiva.

Figura 1

Sistema de planejamento e controle de produção

Plano Estratégico de Negócios

Plano de Produção

MPS

Plano Mestre

Planejamento

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30

Fonte: Arnold, 1999 – página 36

3.3 Planejamento e Controle de Produção

De acordo com ARNOLD (1999), há cinco níveis principais no sistema

de planejamento e controle de produção (PCP):

• Plano Estratégico de Negócios;

• Plano de Produção.

• Plano Mestre de Produção. (Master Production Schedule - MPS)

• Plano de Requerimento de Materiais. (Material Requirements Plan -

MRP)

• Controle de Atividades de Compras e de Produção.

3.4 Plano Estratégico de Negócio

Segundo ARNOLD (1999), o plano estratégico de negócio é uma

declaração dos principais objetivos e metas que a empresa espera atingir nos

próximos dois a dez anos ou mais. É uma declaração do direcionamento

amplo da empresa e mostra o tipo de negócio, as linhas de produtos, mercados

e assim por diante em que a empresa pretende atuar no futuro. O plano indica

como a empresa espera atingir esses objetivos. É baseado em previsões a

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31

longo prazo e inclui a participação de marketing, finanças, produção e

engenharia. Por sua vez, o plano estratégico de negócios fornece o

direcionamento e a coordenação entre os planos de marketing, de finanças, de

produção e de engenharia.

Marketing é responsável por analisar o mercado e decidir qual será a

resposta da empresa: os mercados a serem servidos, os produtos fornecidos,

os níveis desejados de serviço aos consumidores, o estabelecimento de

preços, as estratégias promocionais e assim por diante.

Finanças é responsável por decidir as fontes de aplicações de fundos

disponíveis para a empresa, o fluxo de caixa, lucros, retorno de investimentos e

orçamentos.

Produção é responsável para satisfazer às demandas do mercado.

Desempenha esse papel utilizando-se de plantas, maquinário, equipamentos,

força de trabalho e materiais, tão eficientemente quanto for possível.

Engenharia é responsável pela pesquisa, desenvolvimento e projeto de

novos produtos ou modificações nos existentes. A engenharia deve trabalhar

em conjunto com o marketing e produção para prover projetos de produtos que

sejam aceitos pelo mercado e possam ser fabricados do modo mais econômico

possível.

Segundo ARNOLD (1999), o desenvolvimento do plano estratégico de

negócios é responsabilidade da alta administração. Utilizando informações de

marketing, de finanças e de produção, o plano estratégico de negócios fornece

uma estrutura que estabelece objetivos e metas para planejamento posterior

pelas áreas de marketing, de finanças, de engenharia e de produção. Cada

área produz seus próprios planos para atingir os objetivos estabelecidos no

plano estratégico de negócios. Os planos estratégicos de negócios geralmente

são revisados semestral ou anualmente.

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32

Pode-se entender que todos os setores envolvidos no plano estratégico

de uma indústria farmacêutica devem funcionar como uma engrenagem, pois

um setor tem que completar o outro com um objetivo único, para que o

processo apresente bons resultados.

3.5 Plano de Produção

De acordo com ARNOLD (1999), a administração da produção envolve-

se com:

• Quantidades de cada grupo de produtos que deve ser fabricada a cada

período.

• Níveis de estoque desejados.

• Recursos como equipamentos, força de trabalho e materiais necessários

a cada período.

• Disponibilidade de recursos necessários.

Segundo ARNOLD (1999), os responsáveis pelo planejamento da

produção devem elaborar um plano para satisfazer à demanda de mercado

dentro dos limites dos recursos disponíveis pela empresa. Isso envolve a

determinação de recursos necessários que atendam à demanda de mercado, à

comparação dos resultados com os recursos disponíveis e à elaboração de um

plano que balanceie necessidades e disponibilidade.

Pode-se afirmar que o processo de determinação de recursos

necessários e de comparação aos recursos disponíveis tem lugar em cada um

dos níveis de planejamento e é uma questão de administração da capacidade.

3.6 Plano Mestre de Produção

Segundo ARNOLD (1999), o plano mestre de produção (Master

Production Schedule – MPS) é um plano para fabricação de itens individuais

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33

finais, ou seja, não se relaciona com os mínimos detalhes do que será

produzido. Reflete as necessidades do mercado e a capacidade produtiva,

formando desta forma um plano de prioridades para ser seguido pela produção,

conciliando desta forma a demanda e o plano de produção com os recursos

disponíveis da indústria, tais como: equipamento, mão-de-obra e materiais.

O autor afirma que o MPS é uma ferramenta de planejamento

extremamente importante que forma a base para a comunicação entre a área

de vendas e a de produção. O MPS é um elo vital no sistema de planejamento

da produção, pois:

• Forma o elo entre o planejamento da produção e o que a produção

realmente realizará.

• Forma a base para o cálculo da capacidade e dos recursos necessários.

• Orienta o plano de requerimento de material (Material Requirement Plan

– MRP). Como uma programação de itens a ser formulada, o MPS e as

listas de materiais determinam quais os insumos são necessários desde

a produção até a compra.

• Mantém válidas as prioridades, pois o MPS é um plano de prioridades

para a produção.

• Ajuda nas promessas de pedidos. O MPS é um plano para o que deve

ser produzido e quando produzi-lo. Como tal, ele informa ao

departamento de vendas e ao de produção quando as mercadorias

estarão disponíveis para entrega.

O autor ARNOLD (1999), ainda afirmar que o MPS deve ser realista com

respeito ao que a produção pode e irá fabricar, para não resultar em

sobrecarga ou ociosidade dos recursos da fábrica, programa não confiáveis

que podem resultar na má qualidade dos serviços de entrega, altos níveis de

estoque em processos, má qualidade de serviços aos clientes e perda de

credibilidade do sistema de planejamento.

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Os insumos do MPS, tais como: a previsão de itens individuais finais, os

pedidos de vendas, os estoques e a capacidade existente, são um plano de

produção. Portanto, o MPS é limitado pelo plano de produção, como por

exemplo: se o plano de produção mostra uma produção de 1.000 caixas de

vitaminas em uma determinada semana, o total de apresentações individuais

planejadas pelo MPS não deve ultrapassar as 1.000 unidades.

Pode-se afirmar que nível de detalhamento do MPS é maior do que o do

plano de produção. Enquanto o plano de produção baseia-se em famílias de

produtos, (exemplo: antibióticos) o MPS é desenvolvido para itens finais

individuais (cada apresentação dos antibióticos que uma indústria farmacêutica

fabrica).

ARNOLD (1999), afirma que horizonte de planejamento normalmente

estende-se de 03 a 18 meses, mas depende principalmente dos prazos de

entrega (lead time) de compras e de fabricação. Normalmente os planos são

revisados e modificados semanal ou mensalmente.

3.7 Plano de Requerimento de Materiais

De acordo com ARNOLD (1999), o plano de requerimento de materiais

(Material Requirements Plan – MRP) é um plano para a fabricação e compra

de insumos utilizados para a produção dos itens no MPS. Mostra as

quantidades necessárias e quando a produção pretende utiliza-las. O controle

da atividade de compras e de produção utiliza o MRP para decidir pela compra

ou fabricação de itens específicos. O MRP estabelece quando os insumos

serão necessários para fabricar cada item final.

Segundo ARNOLD (1999), para trabalhar de forma eficiente com o MRP,

é necessário ter 03 insumos:

• MPS.

• Registros de Estoque.

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• Listas de Materiais.

• MPS – É uma declaração dos itens finais que devem ser produzidos, a

quantidade de cada um e as datas que devem ser completados. Ele é o

responsável no direcionamento do MRP, fornecendo os insumos iniciais

para os itens necessários.

• Registros de Estoque – Ponto fundamento para o MRP, pois é

necessário para os cálculos que afetarão diretamente a produção, ou

seja, identifica o quanto é necessário produzir e mostram quais as

quantidades disponíveis.

• Listas de Materiais – Funciona como uma receita de bolo, pois traz todos

os insumos necessários para fabricação do produto.

De acordo com ARNOLD (1999), o horizonte de planejamento é de pelo

menos tão longo quanto os prazos de entrega combinados de compras e

fabricação. Do mesmo modo que o MPS, estende-se de 03 a 18 meses.

3.8 Controle da Atividade de Produção

Segundo ARNOLD (1999), o controle da atividade de produção (PAC –

Production Activity Control) é responsável pela execução do MPS e MRP,

assim como serve para orientar a mão-de-obra, boa utilização do maquinário,

minimização do estoque de produtos em processo e manter o atendimento aos

clientes. O PAC pode ser dividido em 03 etapas:

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• Planejamento – Serve para planejar o fluxo de trabalho em cada centro

de trabalho, de forma a cumprir as datas de entrega, ou seja, programar

as datas de início e finalização para cada pedido por encomenda.

• Implementação – Fase que se coloca em prática o planejamento do

cumprimento dos pedidos. Sempre orientando o chão de fábrica para

que tudo saia conforme definido na etapa do planejamento.

• Controle – Serve monitorar o que realmente está acontecendo das

seguintes formas:

o Classificar os pedidos de encomenda na ordem de seqüência por centro

de trabalho.

o Tomar medidas corretivas, replanejando, reprogramando ou ajustando a

capacidade para satisfazer às exigências de entrega final.

o Monitorar e controlar os produtos em processo, os prazos e as filas nos

centros de trabalho.

o Fazer relatórios de forma eficiente, com relação aos tempos de

operação, das quantidades de pedidos e dos refugos dos centros de

trabalho.

Pode-se dizer que o controle de atividade de produção transforma os

MRP´s em ações, faz relatórios dos resultados atingidos e quando necessário,

revisa os planos de ações a fim de atingir os resultados exigidos, pois não

adianta a empresa ter planos de produção e estratégico, MPS e MRP e não ter

controle das atividades de produção, pois não se administra o que não se

controla.

BALLOU (2006), dá enfoque a um planejamento logístico, onde o

mesmo é dividido em três níveis: estratégico, tático e o operacional. Onde a

principal diferença é o horizonte temporal.

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• Estratégico – Horizonte de mais de um ano, sendo considerado de longo

prazo. Trabalha muitas das vezes com dados incompletos e inexatos.

• Tático – Horizonte inferior a um ano, sendo considerado intermediário.

• Operacional – Horizonte diário, sendo considerado de curto prazo de

forma decisória. Trabalha com dados precisos, e os métodos para

planejamento devem ter condições de operar com maior parte desses

dados.

Segundo BALLOU (2006), as atenções devem ser voltadas para o

planejamento estratégico, uma vez que pode ser debatido recorrendo a uma

abordagem geral, quando o tático e operacional muitas das vezes exigem um

conhecimento profundo de determinado problema.

De acordo com BALLOU (2006), o planejamento logístico procura

resolver quatro grandes áreas de problemas:

• Níveis de serviços aos clientes – Afeta radicalmente o projeto do

sistema, pois serviços mínimos possibilitam um número menor de locais

de estocagem e transporte com custos mais baixos, no entanto bons

serviços significam exatamente o oposto. A principal meta do

planejamento em termos estratégico deve ser a determinação de níveis

apropriados de serviços aos clientes.

• Localização das instalações – Para se criar um rascunho do plano

logístico, deve-se dar atenção especial à localização geográfica dos

pontos de estoque de seus centros de abastecimento. Um escopo

adequado da questão de localização se dará ao abranger os custos de

toda a movimentação de produtos a partir da fábrica, vendedores ou

locais intermediários de estoque até sua entrega ao cliente.

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• Decisões sobre estoques – O enfoque principal é a forma como o

estoque é gerenciado, ou seja, como alocar estoques aos pontos de

armazenagem ou puxá-los para os pontos de estocagem de acordo com

as regras de reposição da empresa.

• Decisões sobre transportes – Este ponto envolve a seleção de modais, o

volume de cada embarque, as rotas e a programação. As questões de

maior peso são: proximidade ou distância entre os armazéns, os

clientes, e as fábricas. Os níveis de estoque também dependem das

decisões sobre transporte que variam conforme volume de cada

remessa.

CAPÍTULO IV

ESTRUTURA DE UMA ORGANIZAÇÃO / INSTITUIÇÃO

Antecipar-se às mudanças, visionar as oportunidades, observar com

olhos críticos o panorama sócio-econômico são pontos estratégicos que uma

organização precisa levar em consideração para garantir uma vantagem

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competitiva diante dos concorrentes visto as constantes mudanças no

ambiente dos negócios.

PORTER (1986) afirma que uma organização incapaz de controlar o

montante dos custos e despesas gerais, diferenciar os seus produtos entre os

concorrentes, ou não satisfazer as exigências de um grupo específico de

compradores, tende à estagnação e ao fracasso organizacional.

Segundo MCGONAGLE & VELLA (1990), um programa de inteligência

competitiva tenta assegurar que a organização tenha informação exata sobre

os seus concorrentes e um plano para utilização desta informação para sua

vantagem.

Segundo DRUKER, Peter F. (1998), organização é a instituição cuja

estrutura administrativa é organizada baseada em informações e ainda coloca

que a organização do futuro precisa estar fundamentada na responsabilidade,

compreensão, autodisciplina, respeito mútuo e liderança muito forte.

Segundo NONAKA, Ikujiro (2006), a organização de sucesso é aquela

que, de forma consistente cria novos conhecimentos, cujo negócio exclusivo é

a inovação contínua.

SENGE, Peter (1999), introduz o conceito de “organização que

aprende”. Trata-se de um aprendizado contínuo a partir do pensar coletivo da

organização e do uso apropriado da inteligência e a capacidade das pessoas

de gerar novas idéias, que lhe dá uma vantagem competitiva em relação aos

seus competidores.

MORGAN, Gareth (2002), diz que a organização é como um processo

racional e técnico, a imagem mecânica tende a subestimar os aspectos

humanos da organização e a negligenciar o fato de que as tarefas das

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organizações são muito mais complexas, incertas e difíceis do que as

desempenhadas pela maioria das máquinas.

Existe uma proximidade dos conceitos de organização segundo

NONAKA (2006) e SENGE(1999), pois basicamente o conhecimento e a

inteligência são fatores fundamentais dentro de uma organização que busca

um diferencial no mercado.

4.1 Benchmarking

Benchmarking surgiu como uma necessidade de informações e desejo

de aprender depressa, como corrigir um problema empresarial.

É necessário que as organizações que buscam o Benchmarking como

uma ferramenta de melhoria, assumam uma postura de "organização que

deseja aprender com os outros" para que possa justificar o esforço investido no

processo.

Benchmarking é o método de avaliar quão bem as funções e habilidade

de uma organização estão a ser desempenhadas em comparação com alguma

outra organização ou com um conjunto de organizações. O seu objetivo

principal é entender as melhorias de outras organizações e empreender ações

para atingir o melhor desempenho e os menores custos.

Outra vantagem do Benchmarking é a mudança da maneira de uma

organização pensar sobre a necessidade para melhoria. Benchmarking surge à

medida que, uma equipe, reconhece oportunidades de melhorias e tornam-se

motivados a se empenhar por excelência, inovação e aplicação de pensamento

inovador a fim de conseguir sua própria melhoria de processo.

Saber fazer e adaptar Benchmarking no processo da organização pode

permitir as organizações vislumbrar oportunidades e também ameaças

competitivas, constituindo um atalho seguro para a excelência, com a utilização

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de todo um trabalho intelectual acumulado por outras organizações evitando os

erros é armadilhas do caminho.

Mais do que uma palavra mágica, o Benchmarking é um conceito que

está alterando consideravelmente o enfoque da administração nas

organizações, onde o mesmo é composto de atributos que determinarão o

sucesso ou ainda a sobrevivência das empresas.

Trata-se de uma ferramenta que serve para comparar resultados, não

para copiar.

4.2 Competitividade

A competitividade mundial aumentou, acentuadamente nas últimas

décadas, obrigando as empresas a um contínuo aprimoramento de seus

processos, produtos e serviços, visando oferecer alta qualidade com baixo

custo e assumir uma posição de liderança no mercado onde atua. Na maioria

das vezes o aprimoramento exigido, sobretudo pelos clientes dos processos,

produtos e serviços, ultrapassa a capacidade das pessoas envolvidas, por

estarem elas presas aos seus próprios paradigmas.

Abaixo, destaco de acordo com alguns autores, algumas características

do ambiente empresarial passado e atual, analisando as novas variáveis que

contribuem para os ganhos de competitividade das empresas.

Na segunda metade do Século XX, a presença crescente de múltiplos

atores no cenário econômico mundial fez emergir a consciência de que a

competitividade, antes mais restrita a setores econômicos e a países e regiões

geográficas, haviam adquirido dimensões de uma hipercompetição global

(D’Aveni, 1995), que surpreendia até as mais experientes empresas.

“Para superar as ameaças e aproveitar ao máximo as oportunidades da hipercompetição, as empresas –

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como vem sucedendo nas economias avançadas e sucederá cada vez mais nas empresas latino-americanas – são levadas a romper a própria inércia e a se adaptar, muitas vezes dolorosamente, às novas realidades em mudança contínua da hipercompetição global” (Santos, 2.000, pp.47ss)

Desde o surgimento das primeiras organizações empresariais, um dos

principais objetivos dos gestores é manter uma empresa competitiva. Porém é

difícil dimensionar os elementos que mantêm este êxito organizacional porque

os fatores que determinam a competitividade sofrem modificações no tempo.

A história da administração nas organizações revelava que a

produtividade era sinônimo de competitividade. O foco da competitividade

estava relacionado às exigências internas da organização e não consultavam o

mercado quanto às suas necessidades.

Após a 2ª Guerra Mundial com a crescente inserção japonesa no

mercado ocidental houve a ampliação da concorrência; nos anos 70 e 80, à

medida que se reduzia a incorporação de inovações tecnológicas-vantagens

via diferenciação, segundo Porter (1989), as empresas em alguns setores

buscaram conquistar vantagens competitivas via redução de custo.

Atualmente, as empresas mais competitivas não são as que possuem

acesso aos insumos de baixo custo, mas sim aquelas que empregam

tecnologia e métodos mais avançados em sua gestão. Os melhores resultados

vem sendo alcançados por empresas que possuem habilidade organizacional

em adquirir novas competências e administrar as já existentes que diferenciam

seus produtos e serviços em relação aos concorrentes, PORTER e MILLAR,

1999.

Segundo PORTER, Michael E. (1989), competitividade é a busca por

uma posição favorável competitiva em uma organização. A posição competitiva

reflete uma batalha interminável e sustentável entre concorrentes.

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Competitividade é uma forma de lidar com a incerteza e de melhorar ou

defender posição.

LEE e WHANG (2002), diz que a palavra chave para obtenção da

vantagem competitiva é a integração da informação. Dessa forma todo o

processo logístico pode ser otimizado, permitindo a maior eficácia nos

processos internos e de comunicação com a cadeia de suprimento.

Segundo PINE (1993), competitividade é o fenômeno de mudança

generalizada no ambiente de negócios atingindo mercados, demanda de

clientes, tecnologias, domínios de mercado, produtos e processos.

Existe um complemento dos conceitos sobre Competitividade segundo

PORTER (1989) e PINE(1993), pois contribuem fortemente para que as

organizações se tornem mais eficiente e efetiva na geração de valor para os

seus clientes.

4.3 Cadeia de Abastecimento

A integração da cadeia de abastecimento, resposta rápida,

gerenciamento do estoque com a filosofia just-in-time revolucionaram não

somente a forma pela qual as empresas gerenciam suas atividades logísticas,

mas também como gerenciam todo o negócio.

Com a competitividade acelerada pela globalização, é de conhecimento

de todos que colocar produtos para os clientes mais rápido do que a

concorrência fará a empresa melhorar a sua posição competitiva. O processo

logístico cria “valor ao cliente” com o objetivo de assegurar a satisfação do

cliente. O conceito de oferecer ao cliente altos níveis de serviço se tornou uma

meta do profissional de logística. Portanto, serviço ao cliente se tornou um

componente-chave de qualquer definição de logística que sugere algum

conceito de valor.

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Claramente, a logística tem um papel fundamental na movimentação

mais rápida de produtos para os seus destinos, porém esta velocidade envolve

muito mais do que apenas entregas rápidas, envolve eliminação de perdas em

toda a cadeia de suprimentos.

A agilidade em colocar um produto no mercado é um fator vital para o

aumento das vendas. A principal vantagem diz respeito à diferença de tempo

entre a sua entrada no mercado e a de seu concorrente. Quanto mais rápido o

produto estiver disponível para o consumidor maior será a participação no

mercado. A disponibilidade do produto depende da habilidade da manufatura e

logística fluírem os produtos pela cadeia no menor tempo.

A eficiência dessa estratégia também contribui para a redução dos

custos para a organização. Isto porque alcançar uma disponibilidade mais

rápida para o cliente exige que as empresas reduzam o número de vezes que

o produto é movimentado, resultando numa significativa redução no inventário.

Poucas empresas vêem a Logística como um conteúdo estratégico para

o negócio e sim como uma ferramenta operacional, negando assim algumas

das vantagens mais lucrativas para a empresa.

Nos últimos anos, a logística, seus conceitos e elementos-chave

cresceram de forma exponencial. Basta recordar as ações militares no Golfo

Pérsico. Os Estados Unidos e seus aliados precisaram movimentar pessoas,

toneladas de materiais e equipamentos para quilômetros de distância em

períodos curtos, por terra, mar e ar. Sem dúvida de que a logística contribuiu

para isso.

Uma das definições mais divulgadas é a do Council of Logistics

Management, dos Estados Unidos, segundo a qual logística é “[...] o processo

de planejar, implementar e controlar eficientemente, ao custo correto, o fluxo e

armazenagem de matérias-primas, estoques durante a produção e produtos

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acabados, e as informações relativas a estas atividades, desde o ponto de

origem até o ponto de consumo, com o propósito de atender aos requisitos do

cliente”.

A definição do Council of Logistics Management é boa, pois menciona a

integração de todas as funções, ressalta o foco no cliente e, indiretamente,

transmite uma visão sistêmica.

A logística despontou no começo da década de 80 e evoluiu

rapidamente nos anos que se seguiram, impulsionada principalmente pela

revolução da tecnologia de informação e pelas exigências crescentes de

desempenho em serviços de distribuição, conseqüência principalmente dos

movimentos da produção enxuta e do JIT. Embora ainda em evolução, o

conceito de logística integrada já está bastante consolidado nas organizações

produtivas dos países mais desenvolvidos, tanto a nível conceitual quanto de

aplicação.

A qualidade dos processos logísticos representa um considerável fator

de sucesso para os negócios. Isto fica mais evidente, quando se considera que

o custo logístico em relação ao faturamento nas empresas de manufatura pode

perfeitamente chegar a 10% ou mais. Além disso, processos logísticos

eficientes oferecem oportunidades de criar vantagens em relação à

concorrência.

Para CHRISTOPHER, Martin (1997), Logística é o processo de

gerenciar estrategicamente a aquisição, movimentação e armazenagem de

materiais e produtos acabados, por meio da organização e de seus canais de

marketing de modo a maximizar as lucratividades presentes e futuras, com o

atendimento dos pedidos a baixo custo.

Para DIAS, a Logística deve ser vista como o elo de ligação entre o

mercado e a atividade operacional da empresa. O raio de ação da logística

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46

estende-se sobre toda a organização do gerenciamento de matéria-prima até a

entrega do produto final.

A Logística administra o fluxo das informações e produtos, ao passo que

o Supply Chain faz isso e também cuida do atendimento ao cliente da redução

de custos em toda a cadeia de abastecimento.

Segundo BALLOU (1995, p.24), a logística empresarial trata de todas as

atividades de movimentação e armazenagem, que facilitam o fluxo de

produtos, desde o ponto de aquisição da matéria-prima até o ponto de

consumo final, assim como dos fluxos de informação que colocam os produtos

em movimento, com o propósito de providenciar níveis de serviços adequados

aos clientes e um custo razoável.

Segundo a Organização Council of Logistic Management - CLM, 1999, a

logística é à parte do processo da cadeia de suprimentos que planeja,

implementa, controla o eficiente e efetivo fluxo e estocagem de bens, serviços

e informações relacionadas do ponto de origem a ponto de consumo, visando

atender aos requisitos dos consumidores.

Existe uma proximidade e complemento dos conceitos sobre Logística

segundo BALLOU (1995) e a CLM (1999), pois as mudanças no ambiente

competitivo vem tornando clientes e consumidores cada vez mais exigentes,

demandando por níveis crescentes de serviços logísticos.

4.4 Evolução Histórica da Logística

A primeira era, denominada "do campo ao mercado", teve seu início

situado na virada para o Século XX, sendo a economia agrária sua principal

influência teórica. A principal preocupação, no caso, era com questões de

transporte para escoamento da produção agrícola.

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A segunda era, rotulada de "funções segmentadas", teve início em 1940

estendendo-se até o início da década de 60, sofre grande influência militar por

garantir abastecimento das tropas nas guerras. A logística estava voltada, para

a eficiência no fluxo de materiais, em especial as questões de armazenamento

e transporte.

A terceira era, denominada de "funções integradas", vai do início da

década de 60 até os primeiros anos da década de 70. Como seu próprio nome

diz, trata-se do começo de uma visão integrada nas questões logísticas,

explorando-se aspectos como custo total e abordagem de sistemas.

A era seguinte, estendendo-se do início dos anos 70 até meados dos

anos 80, corresponde ao "foco no cliente". Seus principais focos são as

questões de produtividade e custos de estoques.

A quinta era, que vai de meados da década de 80 até o presente, tem

ênfase estratégica: "a logística como elemento diferenciador". É aí que surge o

conceito de Supply Chain Management, trazendo a globalização e o avanço na

tecnologia da informação.

4.5 Sistema de informação aplicada à Logística

A Logística é uma ferramenta que quando usada com a Tecnologia da

Informação (TI) possibilita à empresa gerenciar a cadeia de suprimentos com

maior eficácia e eficiência.

Para as organizações de hoje é importante reconhecer que estão

enfrentando um mercado muito competitivo no qual a tecnologia abriu portas

traduzidas em oportunidades antes nunca imaginadas.

Os sistemas de informação assumiram um papel determinante no

processo estratégico das empresas para auxiliarem na percepção das

oportunidades de negócios. Os sistemas de informação evoluíram de tal forma

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que hoje conseguem cobrir não somente os requisitos de informação de uma

empresa em particular, mas de duas ou mais instituições de negócios.

Os sistemas de informação suportam e integram as atividades diárias da

área de logística, tais como: TMS - Transportation Management Systems; WMS

- Warehouse Management Systems; ERP – Enterprise Resource Planning;

RFDI - Radio Frequency Identification, EDI – Eletronic Data Interchange e CRM

– Customer Relationship Management.

O fluxo de informações é um elemento de grande importância nas

operações logísticas. Pedidos de clientes e de ressuprimento, necessidades de

estoque, movimentações nos armazéns, documentação de transporte e faturas

são algumas das formas mais comuns de informações logísticas.

A transferência e o gerenciamento eletrônico de informações

proporcionam uma oportunidade de reduzir os custos logísticos. Além disso,

permite o aperfeiçoamento do serviço baseando-se principalmente na melhoria

da oferta de informações aos clientes.

A implementação de um sistema ERP permite que as empresas façam

uma revisão em seus processos, eliminando atividades que não agregam valor,

além de propiciar benefícios para uma gestão integrada, favorecendo as

operações logísticas.

Segundo MICHEL Porter, se uma empresa tem um ótimo sistema de

gestão do seu estoque, ela pode também oferecer uma entrega rápida, e fazer

isso de forma mais barata que uma empresa que não possua esse tipo de

sistema.

Dornier et al (2000) afirmam que essas tecnologias ajudam a tornar as

informações logísticas globais mais confiáveis, a industrializar seu

processamento e a aumentar a velocidade de transferência de informações.

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O mundo digital também tem sido um colaborador relevante na nova

formação das aplicações de negócios, desde um uso da Internet para obter

informações sobre pedidos de clientes, até os portais de serviços logísticos. A

Internet facilitou a comunicação e a troca de informação em tempo real entre as

empresas.

4.6 Custo e os Problemas da Logística no Brasil

No interligado e veloz cenário econômico atual, ter canais modernos e

eficientes de comercialização e distribuição são fatores que fazem a diferença.

A logística é considerada a última fronteira para redução de custo. Porém este

não é o cenário que vemos hoje no Brasil.

O modelo logístico do Brasil está essencialmente e excessivamente

focado no modal rodoviário, representando até 60% de todo o volume

transportado, além de ser o segundo modal mais caro perdendo somente para

o aéreo. Este custo é agravado, ainda mais, pelo precário estado de

conservação das estradas, principalmente no nordeste e norte do país,

considerando uma frota de veículo com mais de 15 anos de uso.

No sudeste e sul, somos privilegiados por termos estradas privatizadas

que de forma cara oferece um excelente serviço, mas estruturalmente falando,

precisamos de investimentos estratégicos em infra-estrutura, começando por

espaço para armazenagem e passando por todos os modais principalmente o

ferroviário e hidroviário que são alternativas muito econômicas e de grande

segurança para a realidade brasileira.

Uma solução apontada como melhor alternativa para a redução de

custos é o uso combinado de vários modais de transporte. Prevê-se que, em

2015, a participação do rodoviário seja reduzida em 50%, enquanto o

ferroviário deverá atingir 30% de participação no transporte de cargas.

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A situação nos portos não é diferente. Responsável por mais da metade

das exportações de produtos siderúrgicos do país, o Terminal de Praia Mole,

no Espírito Santo, nos últimos dois anos, passa por uma crise e revela o

incrível atraso dos portos do Brasil. Os prejuízos em 2005 chegaram a 22

milhões de dólares, relativos a pagamento de sobre estadia de navios, custos

adicionais para embarcar em outros terminais e renegociação de preços com

clientes devido à perda do prazo de entrega. Com rodovias esburacadas,

ferrovias mal conservadas, portos burocráticos e ineficientes pelo caminho,

nossas exportações correm sérios riscos com os efeitos negativos dessa

desestruturação do sistema de transportes.

A desestruturação da infra-estrutura de transportes e sua logística

ocasionam pesados danos à economia nacional, traduzidos em custos e

distorção na capacidade de competição, o que neutraliza parte do esforço de

combate à inflação pela compressão da demanda via taxa de juros elevados.

Os efeitos negativos dessas deficiências afetam as exportações em especial,

causando:

• Elevação dos custos e do preço FOB;

• Diminuição da margem de lucratividade da exportação;

• Geração da incerteza e diminuição da confiança como fornecedor

preferencial;

• Dificulta a competitividade do produto nacional em relação ao similar

importado;

Para continuar crescendo nos últimos anos, sem risco de ter que parar

no meio da estrada por causa dos buracos, ou por falta de pontes, o país

precisa investir urgentemente em infra-estrutura. Caso os recursos não

apareçam, as empresas encontrarão cada vez mais dificuldades para levar

seus produtos aos portos, ou mesmo, para os grandes centros de consumo.

A grande dúvida é que se o Brasil mantiver um crescimento do PIB na

ordem de 3% a 4% para os próximos dois anos, não teremos como escoar a

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produção nacional de forma competitiva. É importante que o sistema logístico

seja harmonioso, ou seja, que todos os estados tenham boa infra-estrutura.

Quanto mais desenvolvido é o país menor será o custo da logística em

relação ao seu Produto Interno Bruto (PIB). O Brasil tem ainda muito por fazer

para reduzir custo e melhorar o nível de serviço. Se conseguisse uma redução

do custo logístico em mais 2% ou 4% em relação ao PIB brasileiro, o resultado

seria uma economia de R$ 2 bilhões a R$ 4 bilhões.

De acordo com PETER WANKE, professor e pesquisador do Coppead,

grandes empresas têm um custo de cerca de 30% ao ano para manter

estoques. Esse percentual pode dobrar para empresas de menor porte. Por

isso, juros altos, como os que vem sido mantidos pelo Banco Central, obrigam

os empresários a procurarem cada vez mais a redução dos custos nas

operações logísticas, girando rápido as mercadorias e mantendo menos

estoques com a ajuda de um bom sistema de tecnologia da informação. O

custo total da logística representa, segundo ele, entre 4% e 20% do

faturamento das empresas, cabendo ao transporte o de maior peso – pode

chegar a 60% do total de despesas com logística. Estoques, com a infra-

estrutura necessária, como armazéns ou centros de distribuição, ficam com

20% e os restantes com tecnologia da informação e outros.

O Brasil estimava investir R$ 5 bilhões em infra-estrutura de transportes

em 2005, porém investiu apenas R$ 3,3 bilhões, segundo fontes oficiais do

Governo Federal. Isso representa apenas 0,17% do PIB de 2005, que foi de R$

1,937 trilhão, conforme dado divulgado pelo IBGE em março deste ano. Muito

pouco para um país no qual apenas 9,5% das estradas são pavimentadas,

sendo que desse total de asfalto, 75% apresentam algum tipo de imperfeição,

segundo pesquisa anual da Confederação Nacional do Transportes (CNT).

Algumas regiões do Brasil vem contribuindo para a redução dos custos

em logística, como por exemplo, a iniciativa do governo goiano em construir

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uma Plataforma Logística Multimodal. Localizada no entroncamento de

importantes vetores logísticos nacionais - rodoviários e ferroviários -, rota

principal do agronegócio do país e no centro estratégico do continente sul-

americano. Estimativas indicam que a redução de custos logísticos em tais

plataformas pode alcançar até 12%, além de colaborar para a redução dos

gargalos de transportes.

Enquanto o Brasil cresceu nas últimas quatro décadas a uma taxa média

anual de 5,2% do PIB, a região atinge a média de 8,3%. A estimativa é que o

Centro-Oeste será responsável por 9% do PIB do país em poucos anos.

Grandes consultorias do mercado financeiro, IBGE e o próprio Banco

Central (BC) brasileiro estimam que o Brasil não crescerá mais que 3,5% neste

ano.

Se compararmos nossos resultados, no campo econômico, aos de

outros países, o quadro é de desânimo. Argentina, nosso vizinho, crescerá em

torno de 8% neste ano. China e Índia, nossos maiores rivais no mercado

internacional, crescerão nesta ordem 10% e 9% em 2006.

Projeções feitas pelo Banco Mundial mostram que o mundo crescerá,

em média, acima de 4,5%. O Brasil, com esse resultado está contribuindo para

derrubar as médias mundiais de crescimento.

A mais recente modalidade logística lançada pela Infraero em 2001

como alternativa logística, voltada para a exportação é o conceito Aeroporto

Industrial. As empresas instaladas nesse sistema recebem tratamento tributário

diferenciado para exportação de produtos acabados de alto valor agregado

armazenados no espaço do Aeroporto Industrial além de trazer grandes

benefícios na redução de custos com armazenagem, transporte, impostos e

segurança. O que se pretende é incrementar ainda mais o volume das

exportações trazendo mais riqueza, mais progresso e mais desenvolvimento

para o Brasil.

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4.7 Indicadores de desempenho logístico

Ainda hoje, poucas empresas adotam a medição dos indicadores de

desempenho essenciais para gerenciar. Alguns até acreditam que o controle da

cadeia de abastecimento de suas empresas pode ser feito sem medições. Mas

neste caso, as chances de obterem sucesso em atingir seus objetivos são

pequenas, e aí será mais uma questão de sorte do que conquista.

Ter um sistema de medição definido, bem estruturado pode ser uma

diretriz para as organizações. As medidas de desempenho são métricas

empregadas para identificar, monitorar e controlar as ações de indivíduos e das

unidades organizacionais. Essas medidas são um grande instrumento de

comunicação, que traz os seguintes benefícios:

• Promover e compartilhar a cultura corporativa;

• Direcionar o comportamento gerencial;

• Fornecer “feedback”;

• Direcionar os esforços de melhorias;

• Aperfeiçoar o processo de tomada de decisão.

4.8 Terceirização das operações logísticas

A utilização de operadores logísticos é, sem dúvida nenhuma, uma das

mais importantes tendências empresariais modernas, tanto global quanto

localmente.

Em todo o mundo, o ambiente econômico e empresarial tem passado

por grandes transformações, que se vêm acelerando nos últimos 15 anos.

Como resultado, as operações logísticas têm-se tornado mais complexas com

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tendência em gerar mais custos, mais sofisticadas tecnologicamente, demando

mais investimentos e mais importante sob o ponto de vista estratégico,

favorecendo a utilização de especialistas.

Motivos para terceirizar – na visão da empresa:

• Maior dedicação ao próprio negócio;

• Reduzir e melhorar o controle dos custos logísticos;

• Reduzir problemas trabalhistas;

• Absorver “expertise” know-how;

• Evitar investimentos e substituir custos fixos por variáveis;

• Utilizar novos canais de distribuição;

• Otimizar a logística como forma de diferencial competitivo.

Ao delegar a atividade logística para um operador externo competente,

os executivos da empresa contratante liberam tempo e energia para se dedicar

à difícil e estratégica missão de desenvolver e aperfeiçoar a competência

central de seu negócio, além de reduzir investimentos em armazenagem, frota,

tecnologia de informação e até mesmo estoque, o que se reflete diretamente

na melhoria do retorno sobre ativos e investimento.

Operador Logístico, em síntese, cumpre o papel de ser a extensão da

empresa, tanto para o relacionamento com seus fornecedores como também

para com seus clientes. O advento do Operador Logístico é sem dúvida uma

das mais expressivas criações do segmento de logística e sem dúvida está

contribuindo para a melhoria contínua de todas as Cadeias de Suprimentos, de

forma acelerada.

Um problema em potencial na utilização de operadores logísticos é o

risco de perder o acesso às informações-chaves do mercado. O envolvimento

no dia-a-dia com as operações de campo, incluindo o contato direto com

clientes. Ao delegar para um terceiro esse tipo de contato, a empresa corre o

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risco de perder a sensibilidade de identificar a tempo as mudanças

necessárias.

4.9 Centro de Distribuição

De acordo com a Associação Brasileira de Logística (Aslog), o Centro de

Distribuição (CD) é um armazém que tem por missão realizar a gestão dos

estoques de mercadorias na distribuição física. As principais atividades num

CD segundo a Aslog, englobam: recebimento, movimentação, armazenagem,

seleção de pedidos, expedição e em alguns casos, agregação de valor

intrínseco, como a colocação de embalagens e rótulos e a preparação de kits

comerciais.

O objetivo principal é atender de forma rápida às necessidades dos

clientes de uma determinada área geográfica distante do centro produtor.

Um CD deve se um meio de minimização de custos, melhoria no uso

dos recursos e apoio ao processo de venda e pós-venda. Busca-se, nos CD’s,

uma ligação mais efetiva entre comprador/vendedor, que traga como resultado

a qualidade de serviços representada pelos itens:

• Entrega no prazo;

• Cumprimento do tempo de entrega;

• Precisão no atendimento;

• Qualidade do produto entregue;

• Suporte no pós-venda, quando necessário.

4.10 Marketing e Logística

Marketing e logística em conjunto representam um papel fundamental na

satisfação dos consumidores e na lucratividade das empresas.

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A integração entre marketing e logística gera os seguintes fatores

positivos para a empresa no que tange a sua sobrevivência ou lucratividade a

longo prazo:

• Níveis de serviços ótimos e competitivos;

• Vendas efetivas – com menor falta de estoque;

• Redução de custos totais;

• Controles e gestão de estoques nos diversos escalões do processo de

produção e distribuição;

• Geração, difusão e controle dos fluxos de informações;

• Pesquisa e desenvolvimento de fornecedores.

As atividades de marketing concentram-se nos esforços da organização

para atender aos desejos e às necessidades do cliente, com produtos e

serviços que ofereçam valor competitivo.

O marketing , como ação empresarial, visa conquistar e manter clientes,

e como ação gerencial procura analisar, planejar, implantar e estabelecer

mecanismos de controle. Portanto, torna-se necessário coletar e registrar

informações sobre o mercado e manter um banco de dados atualizado.

Outro aspecto importante é o canal de marketing, pois a luta para manter

espaço nas prateleiras dos distribuidores, é um dos desafios comuns no

gerenciamento de canais de marketing para todos os tipos de empresas,

grandes e pequenas. Os canais de marketing atuam como responsáveis por

colocar o produto onde o consumidor deseja.

4.11 Cadeia de Valor

O ambiente econômico mudou rapidamente, principalmente, a partir da

década de 1990. Essa mudança ocorreu nas funções produtivas, financeiras,

tecnológicas, comercial, política e social; e foi orientada por um novo padrão de

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inovação, a tecnologia da informação. Diante desse ambiente econômico

competitivo, as empresas brasileiras tiveram que repensar as suas ferramentas

estratégicas e se tornou crucial a preocupação sobre temas como

competitividade e custos. Assim, a organização desenvolve a sua análise de

custos para ter maior competitividade, reorientando suas estratégias

empresariais e observando tanto as relações internas quanto às externas a ela.

A compreensão desse posicionamento da organização e seus inter-

relacionamentos se desenvolvem pela análise da sua cadeia de valor.

A cadeia de valor é um modelo que descreve como um produto se

movimenta desde a etapa da matéria-prima até o consumidor final, sendo que

o objetivo é adicionar o máximo de valor aos elos da cadeia de maneira menos

dispendiosa possível.

Segundo o conceito de Porter (1989), as atividades que geram valor

podem ser agrupadas da seguinte forma:

• Atividades Primárias: Logística Interna; Operações; Logística Externa;

Marketing e Vendas e Serviços.

• Atividades de Apoio: Suprimentos de serviços e materiais;

desenvolvimento tecnológico; Gestão de Recursos Humanos; Infra-

estrutura da organização.

Segundo CHRISTOPHER (2000), estamos numa era de “competição de

rede”, onde serão recompensadas aquelas organizações que melhor se

estruturarem, coordenarem e gerenciarem os relacionamentos com seus

parceiros numa rede comprometida com melhores, mais próximas e mais ágeis

relações com os consumidores finais. Um serviço logístico bem estruturado

permite a entrega de valor ao mercado. Mas para que isso aconteça é

necessário que as organizações trabalhem em cadeias.

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Segundo VAN DER VORST (2000), satisfação do consumidor, ou seja,

valor ao consumidor é criado indo de encontro ou excedendo as expectativas

destes em três dimensões: resposta (presença ou disponibilidade dos produtos

e /ou serviços), qualidade (de acordo com os requerimentos do consumidor) e

eficiência de custos (ou produtividade no processo de distribuição).

Segundo PORTER (1990), cadeia de valores é o conjunto de atividades

de uma empresa que agregam valor, desde a entrada de matérias-primas até a

distribuição de produtos acabados.

Neste contexto, a administração logística ganha nova dimensão,

envolvendo a integração de todas as atividades ao longo da cadeia de valores

e do sistema de valores, das matérias-primas ao cliente final.

Quando a visão da empresa está na direção de construir uma cadeia de

valor integrada, questões tais como relacionamentos, velocidade, acuracidade

e tempo também se tornam importantíssimas. Isto muda a forma na qual as

empresas definem e avalia seus indicadores-chave do desempenho, a forma

na qual medem tanto a organização, quanto às pessoas.

O conceito de cadeia de valor está diretamente ligado aos conceitos da

Logística e sendo assim, podemos entender que as empresas que buscam a

otimização de seus processos logísticos buscam também adicionar valor aos

produtos e serviços ofertados aos seus clientes, fornecedores e colaboradores,

conseguindo assim, aumentar a sua vantagem competitiva.

Existe uma proximidade dos conceitos sobre Cadeia de Valor segundo

VAN DER VORST (2000) e CHISTOPHER (2000), pois a análise da cadeia de

valor busca enxergar a empresa como um conjunto de atividades inter-

relacionadas que buscam agregar valor específico ao cliente.

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CONCLUSÃO

As mudanças pelas quais o mundo moderno está passando exige das

organizações uma postura cada vez mais voltada para a satisfação do

consumidor final. Tudo isso provoca em algumas organizações uma crescente

preocupação em se adequar a essas novas exigências e assim alcançar a

excelência no seu desempenho perante este novo consumidor.

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Podemos concluir que o conceito da logística moderna procura eliminar

do processo tudo que não tenha valor para o cliente, ou seja, tudo o que

acarreta somente custos e perda de tempo, além do foco na otimização de

processo e recursos.

Uma organização para reter a sua competitividade necessita ser vista

pelo mercado como tendo uma vantagem competitiva. Esse atributo decorre da

sua capacidade de gerar valor para o cliente através dos seus produtos e

serviços.

Construir uma vantagem competitiva sustentável exige conhecimento de

todo o conjunto de entidades de valor relacionadas do qual a empresa e seus

concorrentes são e fazem parte, busca simultânea de custo baixo e de

diferenciação depende de uma compreensão sofisticada dos determinantes de

custo, receitas e ativos em cada atividade de valor e as interligações entre as

atividades de valor.

A vantagem competitiva baseada em sistemas integrados de gestão

logística, ocorre com o entendimento da necessidade de aquisição de

tecnologia de informação para integração da cadeia produtiva, a fim de atender

o cliente final.

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Revistas:

VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS DA ROCHE BRASIL. Ano XXVII, n.130,p.4-8, jan./fev.,2006. VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS DA ROCHE BRASIL. Conta Gotas. Ano XXVI, n.128,p.17, jul./ago./set.,2005. VEÍCULO DE COMUNICAÇÃO DOS FUNCIONÁRIOS DA ROCHE BRASIL. Conta Gotas. Ano XXVI, n.129,p.30, out./nov./dez.,2005.

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REVISTA VEJA, Logística: Empresas de entrega lucram no comércio global. Editora Abril edição 1970-ano 39 –nº 33. Em 23 ago.06. Dicionário:

Houaiss, Antônio (1915-1999) e Villar, Mauro de Salles (1939-) Minidicionário Houaiss da Língua Portuguesa / Antônio Houaiss e Mauro de Salles Villar, elaborado no instituto Antônio Houaiss de Lexicografia e Banco de Dados da Língua Portuguesa S/C Ltda. – Rio de Janeiro: Objetiva, 2003. Documentos Eletrônicos:

ASLOG – Associação Brasileira de Logística – Disponível em: <http//www.aslog.com.br>. Acesso em: 07 Dez/06. SANTORE, Jackson Leandro. A logística e o Mundo Globalizado, disponível em: <http//www.empreenderparatodos.adm.br/logística>. Acesso em: 16 Jan/07. TORRES, Marco Antonio. Vantagem Competitiva através do ERP e o perfil dos profissionais da área de TI , disponível em: <http//www.gestaouniversitaria.com.br/scripts/print_materia.php>. Acesso em: 02 Mar/07.

FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes – Instituto A Vez do

Mestre

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Título da Monografia: Gestão Estratégica do Planejamento de Produção na

Indústria Farmacêutica.

Autor: Carla Regina Maciel Claudio Maran Ferreira

Data da entrega: 23/05/07

Avaliado por: Profª Emília Maria Mendonça Parentoni Conceito: