UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · que são determinados por normas e...
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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A NECESSIDADE DO INCREMENTO DA GESTÃO AMBIENTAL
NA SOCIEDADE
Por: Mariane Baptista Leite
Orientador
Prof. Ms. FRANCISCO CARRERA
Rio de Janeiro
2011
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A NECESSIDADE DO INCREMENTO DA GESTÃO AMBIENTAL
NA SOCIEDADE
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Gestão
Ambiental.
Por: Mariane Baptista Leite
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AGRADECIMENTOS
Agradeço, primeiramente a Deus, o
meu sustentador.
O apoio de minha mãe Conceição e do
meu noivo Roberto.
O incentivo de minha colega de curso,
Marcia Elisane, pela força para que eu
fizesse essa Pós-Graduação.
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DEDICATÓRIA
A Deus, que sempre esteve comigo nas
horas alegres e tristes.
Dedico a minha mãe e ao meu noivo,
pessoas muito importantes para mim.
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RESUMO
O Planeta Terra é muito antigo e os seres humanos, muito
recentes tendo em vista os fatos importantes em nossas vidas pessoais são
medidos em anos, dias ou horas, nossa vida em décadas, nossa história
familiar em séculos e, toda a nossa vida registrada em milênios. Contudo,
fomos precedidos por um enorme espaço de tempo medido em bilhões de
anos, que foi o tempo transcorrido entre o surgimento da Terra, da vida, da
evolução dos seres vivos e o desenvolvimento da parte da superfície terrestre
onde se encontra o homem, que é a biosfera.
A relação destrutiva que o homem está tendo com a biosfera é o
aspecto mais importante que vem à tona. Na sua história geológica, processos
exuberantes tiveram lugar antes do ser humano fazer o seu triunfal surgimento
e empregar todo o seu potencial biológico, enquanto espécie animal, de forma
a dar início a sua própria destruição e de toda a vida na terra com os seus atos
inconsequentes. O desenvolvimento nos campos da ciência e da tecnologia,
que são determinados por normas e legislações da sociedade, foram
maravilhosos. O homem, ao mesmo tempo, resolveu submeter a biosfera à
estas mesmas regras, tentando modificar o meio ambiente, tornando-a uma
"tecnosfera". Essa mudança, certamente, é um princípio impossível de ser
atingido. A conclusão a que se chega é que o homem provou ser incapaz de
coexistir com a natureza não gostando do seu planeta.
A impressão que é passada é a de que não se pode fazer
oposição à natureza e a todas as formas de vida existentes. O ser humano não
conseguiu, nem conseguirá, dominá-la, pois, o homem é parte da natureza.
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Para que possamos conseguir à coexistência com ela, precisamos mudar à
nossa postura e chegar às seguintes conclusões:
a) a sociedade humana é integrante da biosfera;
b) a tecnologia humana não pode ser enxergada como um
estranho para a biosfera, mas sim, como mais um estágio do nosso posterior
desenvolvimento que emergiu a partir da nossa sensibilidade, do nosso saber
e, principalmente, do modo de ver a própria natureza; e
c) a sociedade humana, que faz parte da biosfera, deve obedecer
as suas leis.
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METODOLOGIA
A metodologia que norteou este trabalho se deu por meio de uma
abordagem bibliográfica, em torno do tema da gestão ambiental, estendendo
por meio de consultas em livros e revistas com foco no tema em questão e
artigos especializados pesquisados na internet. Esta monografia focará
autores como José Carlos Barbieri, Fernando Almeida e Sabetai Calderoni.
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I - Evolução da Gestão Ambiental 11
CAPÍTULO II – Uma Cultura Focada na Gestão
Ambiental
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CAPÍTULO III – O Incremento da Consciência Ambiental
na Sociedade
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CONCLUSÃO 51
ANEXOS 55
ÍNDICE 60
FOLHA DE AVALIAÇÃO 62
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INTRODUÇÃO
Os desafios a superar quando se busca nortear as ações para o
aumento da qualidade das condições de vida no planeta são grandes. Um
deles diz respeito à alteração de comportamentos no relacionamento com o
principal patrimônio para a existência humana: o meio ambiente.
A ideia da gestão ambiental ganhou destaque no Brasil a partir da
década de 1970, com a rearticulação dos movimentos sociais e o surgimento
de pequenos grupos que apontavam a necessidade de incluir esse tema nas
discussões da sociedade.
A pesquisa envolve questões das mais variadas, como a
preservação do meio ambiente, manutenção dos recursos naturais e melhoria
da qualidade de vida nas cidades, serão abordados algumas questões e
soluções para problemas atuais como o que fazer para diminuir a quantidade
de lixo que vem se acumulando no planeta e degradando o meio ambiente.
Pretende-se a conscientização da sociedade sobre a grande
importância da participação, pois, a comunidade não é bem informada e
necessita ter os olhos abertos.
A educação ambiental deve ter no seu corpo a questão da
preservação - que, por sua vez, tem que estar além das quatro paredes da
escola. Professores e alunos devem levar as temas ambientais para o
conhecimento da comunidade e procurar interferir na solução de problemas
ecológicos locais.
Uma coisa é ter conhecimento teórico sobre o meio ambiente e
ficar informado sobre ele, outra é interagir diretamente com o meio ambiente,
entrar em contato estreito com os diferentes grupos sociais que o constituem,
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observar como as relações sociais permeiam o meio ambiente e o exploram,
angariar informações sobre as relacionamentos individuais com o meio
ambiente, enfim, aprender como a sociedade lida com ele. Agir assim é
experimentar comportamentos sociais em relação ao meio ambiente que
permitem verificar suas características e as respostas dele à nossa atuação.
Sabemos só aprende aquele que participa.
A pesquisa inicia-se mostrando como o homem começou a
danificar a natureza e, continua falando sobre o buraco na camada de ozônio,
as causas das alterações climáticas, porque existem quilômetros e quilômetros
de terra que se encontram em franco processo de desertificação e explora o
significado de desenvolvimento sustentável.
O propósito objetiva estimular na sociedade uma conscientização
que possibilite o interesse no meio ambiente, habilidades, atitudes, motivações
e compromissos para trabalhar individualmente e coletivamente na busca de
soluções para os problemas existentes e para a prevenção de novos.
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CAPÍTULO I
EVOLUÇÃO DA GESTÃO AMBIENTAL
A natureza criou o tapete sem fim que recobre a superfície
da terra. Dentro da pelagem desse tapete vivem todos os
animais, respeitosamente. Nenhum o estraga, nenhum o
rói, exceto o homem.
Monteiro Lobato
A gestão ambiental (GA) é uma prática muito recente, tendo
ganhado espaço nas organizações públicas e privadas. Por meio dela é viável
a mobilização das instituições para se adequar à propagação de um meio
ambiente ecologicamente equilibrado.
Seu objetivo é a busca de melhoria constante dos produtos,
serviços e ambiente de trabalho, em toda instituição, levando-se em conta o
resultado ambiental.
Atualmente é encarada como um fator estratégico, porque além de
estimular a qualidade ambiental também permite a diminuição de custos
diretos (redução de desperdícios com água, energia e matérias-primas) e
indiretos (por exemplo, indenizações por danos ambientais).
As expressões administração, gestão do meio ambiente, ou
simplesmente gestão ambiental podem ser entendidas como as diretrizes e as
atividades administrativas e operacionais, tais como, planejamento, direção,
controle, alocação de recursos e outras realizadas com o objetivo de obter
efeitos positivos sobre o meio ambiente, quer diminuindo ou eliminando os
danos ou problemas causados pelas ações humanas, quer evitando que eles
surjam.”
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De acordo com o Ministério Público Federal (MPF) a Gestão
Ambiental possui, por parte do governo, uma importância fundamental na
consolidação do desenvolvimento sustentável, porque ele é o responsável pela
promulgação das legislações que determinam os critérios ambientais que
devem ser seguidos pela sociedade em geral, particularmente o setor privado
que, em seus processos de produção de bens e serviços, faz uso dos recursos
naturais e gera materiais poluentes. Por isso mesmo, é essencial que o poder
público tenha uma posição coerente, responsabilizando-se também por moldar
seu comportamento ao princípio da sustentabilidade, tornando-se exemplo de
mudança de padrões de consumo e produção, adequando suas ações à ética
sócio ambiental, indo além da definição da legislação e sua fiscalização.
(www.pga.pgr.mpf.gov.br)
1.1 – O Homem e o Ambiente
Conforme definido por ALVES (1996) com os avanços científicos, a
capacidade de exploração e utilização do meio ambiente por parte da
sociedade desenvolveu intensamente. Em contrapartida, avançou também a
velocidade com que o ser humano consegue destruir e degradar o meio em
que vive.
Desde nossos ancestrais, dos primeiros primatas ao moderno
homo sapiens, o homem percebeu a necessidade de interagir com o meio em
que vive e habita, de forma a explorar da natureza toda espécie de recursos da
natureza que possibilitem a sua sobrevivência, desde alimentos até energia.
Nada mais era necessário, no início dos tempos, ao homem do que
buscar alimentos para sua manutenção diária, em atividade que almejava tão
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somente sua subsistência, não tendo o homem a capacidade de causar
maiores danos ao meio ambiente.
Com a evolução da ciência e da tecnologia, as necessidades
humanas foram além da simples busca de alimentos e materiais de proteção,
incluindo-se na relação aquilo que tornava-se necessário ao homem, levando
à busca de recursos naturais que pudessem suprir sua necessidade por um
fator que realça intensamente a sua capacidade destrutiva - a energia.
ALVES (1996) ainda confirma que os métodos adotados pelo ser
humano para gerar energia, sem sombra de dúvidas, estão entre os maiores
modificadores e destruidores do meio ambiente.
Prova disto esta em toda a destruição e mudança da natureza
necessária para a construção e ativação de uma usina geradora de energia.
Construção de barragens, mudanças de cursos d’água, degradação de
florestas, instalação de grandes equipamentos condutores de energia e outras
obras de grande vulto.
Para que se possa ativar uma hidrelétrica, é essencial a existência
de cursos d’água com grande volume, capazes de movimentar as enormes
turbinas que irão produzir a eletricidade. O Brasil possui o maior potencial
hidrelétrico do planeta, tendo em vista a grande quantidade de rios, outros
países não possuem essa capacidade, seja pela falta de rios ou até mesmo
pelo clima frio, congelando os rios em certas épocas do ano, sendo, portanto
nulos à produção de energia elétrica.
A necessidade de geração de energia, relacionada à falta de rios
com condições para esse fim, fez com que o homem criasse as usinas de
energia atômica ou nuclear, que por meio do beneficiamento de elementos
químicos específicos, sendo o urânio um deles, produzem energia em imensas
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quantidades, com capacidade para abastecer as necessidades elétricas para
conforto da sociedade. Mas, são devastadoras as consequências desta forma
de produção de energia ao ser humano e à natureza, bastando como exemplo
as experiências atômicas de Hiroshima e Nagazaki, e ainda o histórico
acidente nuclear na usina soviética de Chernobyl, na Ucrânia.(ALVES, 1996,
p. 32).
Tratando-se, ainda, sobre a busca por energia, talvez as
atividades que se referem à exploração, transporte e utilização do petróleo
sejam, hoje as mais nocivas ao meio ambiente.
Acontecimentos diretamente relacionados ao petróleo vêm
causando diversas tragédias ao meio ambiente, sendo mais fortes aqueles
ligados a vazamentos de óleo nos rios e baías mares, como o recente e
inaceitável vazamento de óleo provocado pela Petrobrás, na Baía de
Guanabara, no Rio de Janeiro, bem como o ocorrido no Golfo do México, em
2010.
TRIGUEIRO (2003) ressalta que o planeta não é apenas arrasado
pela alta tecnologia. A exploração do subsolo, através dos garimpos na busca
por pedras preciosas, carvão, metais e ouro, tornaram desertas inúmeras
regiões do planeta, com o exemplo brasileiro representado pelo garimpo de
Serra Pelada.
A própria utilização do solo de maneira errada pode fazer que uma
simples atividade agrícola tenha a capacidade de degradar o meio ambiente,
por meio do esgotamento das matérias primas essenciais ao plantio pela falta
do rodízio de culturas ou de adubação, ou até mesmo pela má utilização de
terras nas práticas pecuaristas, não deixando de lembrar, evidentemente, da
prática indiscriminada de queimadas por agricultores ao realizarem o
desmatamento.
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Após anos destruindo e devastando, com ênfase ao século
passado, quando o desenvolvimento tecnológico aconteceu em uma
velocidade incontrolável, o homem, a partir dessas transformações, passou a
mostrar preocupação com o meio ambiente, estabelecendo legislações que
permitam sua utilização, objetivando promover a sua preservação.
(TRIGUEIRO, 2003, p. 55).
Segundo CALDERONI (2001) a cada cem toneladas de lixo
produzidas no diariamente, aproximadamente trinta toneladas são deixadas
espalhadas pelas calçadas e ruas. Esse mesmo lixo encontrado pelo chão vai
parar em bueiros, entupindo-os e fazendo com que as ruas fiquem
semelhantes a uma pia com o seu ralo tampado, não permitindo o escoamento
da água.
Ao chover, as águas transbordam por falta de saídas para o seu
escoamento, provocando alagamentos, causando doenças, poluindo rios e
mares e, em consequência, gerando desequilíbrio na atmosfera, conforme
exemplifica a figura 1.
Imagem 1 – Rio Tietê (SP) Fonte: www.google.com.br
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Mesmo sendo contraditório, de acordo com VESENTINI (1999), o
homem é o principal causador da poluição, o homem e é o único capaz de
solucionar esse problema, devendo atentar para o fato de que jogando o lixo
nas ruas ele está também contribuindo para que a vida na terra fique mais
insuportável.
Esse mau costume não é permitido em outros países, pois a
fiscalização é bastante dura e as multas para esse tipo de infração são altas.
Até mesmo para ter um cachorro, em muitos destes lugares, deve-se ter
licença do governo e seu responsável deve estar preparado para tirar as fezes
do animal do lugar onde passam os pedestres.
O Brasil necessita de campanhas de divulgação das legislações,
bem como também deveria ter leis e fiscalizações mais sérias. Afinal, quem
sofre com isso é o próprio ser humano.
Segundo VESENTINI (1999) realça, além do problema do lixo, é
notório o conhecimento de que o ser humano sempre esteve atraído pela a
mecanização. O homem, inigualavelmente a outro ser vivo, consegue modificar
as matérias-primas de que dispõe, tornando-as úteis para si, utilizando-as
como máquinas, ferramentas e até como objetos de lazer ou arte.
Tendo em vista que a área de terras aproveitáveis à agricultura
não pode crescer na mesma velocidade que a população, o imprescindível
crescimento de produção só pode ser alcançado por meio um desenvolvimento
tecnológico nas áreas já disponíveis.
Para ALMEIDA (2007) torna-se fundamental, para alcançar esse
estágio, que a produção de fertilizantes - adubos orgânicos ou fertilizantes
minerais - busque a eficiência, com uma proteção eficiente das plantas
cultivadas que estejam sujeitas a ação de materiais contra pragas de origem
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animal ou vegetal. Embora aumentando a produção em até cinquenta por
cento, a necessidade do emprego de proteção por meios químicos é
amplamente criticável, porque, a fabricação e utilização de fertilizantes e
pesticidas são o segundo maior componente da poluição ambiental.
Mesmo afirmando que o controle é muito difícil, cabem as
autoridades governamentais a preocupação com o incremento da fiscalização
das indústrias, das plantações e dos alimentos antes de chegar nas mãos do
consumidor. Coisa, que, não está sendo feita, ou quando ocorre não é feita
seriamente. A apresentação do problema só se dá após a entrega dos
produtos ao mercado consumidor, quando as terras já foram contaminadas e a
população enganada.
Ainda continua VESENTINI (1999) a descrever que a melhoria da
qualidade de vida, no tocante a materiais industrializados, juntamente com o
aumento da população, está também na origem de uma ampliação da poluição
provocada pelos esgotos dos grandes centros urbanos. Carregam, além de
componentes orgânicos, sabões, detergentes e bactérias, que vão contaminar
a saúde da população e o meio ambiente.
Segundo divulgação da REVISTA VEJA (2002), do total de quase
mil e quinhentas toneladas de lixo recolhido diariamente em São Paulo,
apenas menos de um por cento é recolhido por meio de coleta seletiva. Ela foi
criada para que os resíduos sólidos sejam separados de acordo com o seu
tipo: um recipiente para vidros, outro para plásticos e outro para papéis. Essa
prática permite o reaproveitamento ou reciclagem de todos esses tipos de
materiais, que se transformam, voltando a ser comercializados novamente.
TRIGUEIRO (2003) relata a percepção de que a separação dos
resíduos sólidos não é praticada pela população como um todo, porque falta
envolvimento com o que está acontecendo no mundo. Apesar da existência de
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campanhas orientando a população para a reciclagem de seu lixo, torna-se
necessário, intensificar a prática dessa ação e desenvolvê-la em ritmo
acelerado junto aos alunos nas escolas.
Ressalta-se uma consideração, a de que os adultos são mais
difíceis de alterar seus hábitos e costumes e já as crianças, com a devida
orientação, podem mudar com grande facilidade. Sendo assim, eles
funcionariam como uma alavanca para reduzir os problemas com os quais o
meio ambiente vêm sendo envolvido.
A degradação do meio ambiente, geralmente, é o resultado de
ações humanas que agridem a natureza, gerando desequilíbrios. Sendo
consequência, também, das queimadas, das destruições de florestas e do
lançamento de poluentes no ar, por exemplo. Está confirmado que a poluição
atmosférica é um dos piores problemas enfrentados nos grandes centros
urbanos, causando muitas doenças respiratórias na população, atingindo
especialmente as crianças. (www.licenciamentoambiental.eng.br).
De acordo com VESENTINI (1999), calcula-se que a poluição
atmosférica tenha provocado uma intensificação no teor de gás carbônico, que
teria sofrido um aumento de quatorze por cento entre 1830 e 1930. Na final da
década de 1990, entrando já no presente século, esse aumento era
percentualmente de três décimos ao ano. As destruições de florestas
contribuíram bastante para isso, pois o desmatamento gera grande quantidade
de gás carbônico.
BARBIERI (2008) destaca que o gás carbônico tem a capacidade
de absorver calor, pelo fenômeno conhecido como “efeito estufa”. Assim, uma
ampliação, na atmosfera, da proporção desse gás provoca um aquecimento da
superfície do planeta.
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A poluição atmosférica se agrava principalmente no inverno,
período em que o calor da terra não é suficiente para aquecer o ar, o que faz
com que ele suba, carregando e levando os poluentes.
A falta de chuvas, no inverno, é outro fator que influencia a
poluição do ar. A estiagem atinge, nessa época, mais as regiões Sul e Sudeste
do Brasil, Áreas em que os resíduos poluentes ficam parados no ar mais
tempo.
As indústrias localizadas às margens de cursos d’água e lagos
recentemente foram obrigadas a tratar seu esgoto, numa busca de reduzir a
emissão de substâncias químicas, resíduos orgânicos (lixo provenientes de
alimentos) e bactérias aeróbias (microrganismos que retiram da água o
oxigênio para sobreviver), que tem prejudicado muito a vida aquática.
(BARBIERI, 2008, p. 158).
Os gases que são lançados na atmosfera por caminhões, ônibus e
automóveis são os maiores responsáveis pela poluição atmosférica – noventa
por cento. Para diminuir suas consequências, o rodízio de veículos foi adotado
por muitos países. No Brasil, a cidade de São Paulo é a única que resolveu
utilizar essa prática, até o momento.
Essa decisão, no entanto, nos faz pensar se seria acertada, pois,
tendo conhecimento que os maiores emissores são os caminhões, automóveis
e ônibus, entendem muitos especialistas que o governo deveria contactar os
fabricantes desses veículos para que pesquisassem uma maneira de diminuir
os gases lançados por eles. Ou, então, os fabricantes realizarem estudos com
novos combustíveis. (ALMEIDA, 2007, p. 73).
Um ambiente torna-se poluído quando sofre suficientes
transformações para prejudicar os seres vivos que ali vivem em equilíbrio. A
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retirada de substâncias de um ambiente não é a única causa de sua
degradação, pois se nele forem introduzidas substâncias em excesso, mesmo
que não sejam estranhas, mas que provoquem uma alteração nos seus ciclos,
o resultado será a poluição.
ALMEIDA (2002) estabelece que a poluição tende a atingir altos
índices nos países desenvolvidos, conhecidos, atualmente, como “sociedade
de consumo”. A publicidade intensa voltada para os lucros das empresas
conclama a sociedade a consumir cada vez mais. As embalagens plásticas,
papel ou alumínio tornam-se mais importantes que o próprio produto.
Para que novos produtos possam ser produzidos e lançados no
mercado, a moda se transforma por completo. As mercadorias são produzidas
para terem um período de duração cada vez mais reduzido, para não
desacelerar a velocidade do desenvolvimento, pois, hoje, um automóvel é
montado para durar quinze anos, no máximo; as construções têm durabilidade
muito menor que as de tempos passados e pode-se considerar o mesmo para
vestuário e outros produtos.
RIBEIRO (1996) constata que os debates populares por um
ambiente melhor e até os movimentos ecológicos, encontram-se mais
evoluídos nos países desenvolvidos. Isso porque a história democrática
nesses Estados é mais antiga e mais marcante. Uma das principais maneiras
de evoluirmos democraticamente consiste em reivindicar uma qualidade
melhor de vida, o que já vem sendo conduzidas por associações de
consumidores, que brigam por seus direitos, com as organizações de
moradores, que buscam melhorias para os seus bairros ou se engajam contra
a instalação de alguma indústria poluidora, além de outros órgãos.
Outro ponto visível do relacionamento sociedade e meio
ambiente, democraticamente falando, é percebido quando os habitantes de
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determinados países exigem e, em boa parte, conseguem - a aprovação de
leis que combatam a poluição e facilitam os processos judiciais contra
organizações que poluem o meio ambiente.
As autoridades desses países desenvolvidos que, normalmente,
têm uma preocupação acentuada com eleições e votos, são levadas a
voltarem-se para a questão ambiental, com o aumento da fiscalização sobre
organizações poluidoras, com projetos de reurbanização de determinadas
regiões e com alguns programas de reflorestamento ou preservação das
florestas originais que ainda sobrevivam. (RIBEIRO, 1996, p. 181).
É correto afirmar que os grandes culpados por praticamente toda a
poluição no planeta, pelo menos a que afetou o globo de maneira mais
acentuada, como a destruição da camada de ozônio, e o aumento da
temperatura global, são os países desenvolvidos, que descobriram e
dominaram as modernas tecnologias antes das nações pobres e
subdesenvolvidas, e a utilizaram objetivando apenas benefícios para si
próprios, sem dimensionar os efeitos, talvez também por não serem capazes
de tal avaliação. (www.licenciamentoambiental.eng.br).
O maior subdesenvolvimento dos países mais pobres, está talvez
na concepção de que devem seguir os mesmos passos em direção ao
crescimento, que os países desenvolvidos caminharam, inclusive com a
mesma cegueira com que lidaram com seu lixo industrial e químico, lançando-o
diretamente no solo, nos cursos d’água e na atmosfera, sem levar em conta os
resultados dessas ações. (ALVES, 1996, p. 132).
O poder de destruição do mau uso do meio ambiente é inigualável,
e suas consequências já possuem hoje diversos impactos em todo o planeta,
desde o derretimento de parte da calota glacial, até as alterações do clima
ocorridas recentemente e que foram apelidadas de El Niño e La Niña.
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Segundo TRIGUEIRO (2003) o clima é influenciado por fatores
naturais e por impactos provocados por algumas ações do homem. Grandes
metrópoles, como Rio de Janeiro e São Paulo, possuem, atualmente, o
chamado clima urbano, que é produto da poluição industrial e da emissão de
monóxido de carbono (CO) dos veículos, demonstrado na figura 2. Os gases
provocam nuvens que estacionam perto da superfície terrestre, permitindo a
retenção de parte da radiação infravermelha, o que provoca a elevação da
temperatura, e forma as chamadas "ilhas de calor".
Figura 2 – Poluição atmosférica em São Paulo Fonte: www.estadao.com.br
Os grandes centros urbanos também estão sujeitos a inversões
térmicas, que provocam no aumento da poluição atmosférica. Outro fator que
influencia no clima são as ocorrências de enchentes, tendo em vista que a
impermeabilização do solo não absorve com velocidade e rapidez as águas
pluviais.
A inversão térmica ocorre na estação do inverno, quando as
camadas atmosféricas próximas da superfície terrestre estão com menores
temperaturas que as camadas superiores, o que dificulta a dispersão dos
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gases. Consideráveis modificações do clima são provocadas também pela
destruição das florestas e matas. A temperatura do ar é aumentada pela
derrubada e queimadas que são impostas às florestas e que deixam a
superfície devastada, sem condições de reter a energia do sol nem de
conduzir o ar para a parte mais superior da atmosfera. Assim, não se formam
as nuvens e, por conseguinte não chove, o que prejudica a agricultura,
ameaçando a vegetação que ainda resta. (TRIGUEIRO, 2003, p. 82).
As fontes de reservas de água do planeta estão, em sua maioria,
comprometidas. A emissão de bilhões de quilos de partículas na atmosfera tem
criado sérias transformações climatológicas e intensificado o efeito estufa; o
solo tem perdido sua capacidade de fertilidade em extensas áreas. Nos
centros urbanos, que em poucos anos abrigarão cerca de oitenta por cento da
população do globo, as condições de moradia, de saúde, a qualidade das
águas e do ar tornam-se cada vez mais impróprias. (ALVES, 1996, p. 82).
Outro importante efeito da poluição atmosférico são as chuvas
ácidas que corroem prédios, monumentos, veículos e destroem a vegetação.
São chuvas que contêm substâncias ácidas poluentes ou corrosivas,
produzidas por reações químicas na atmosfera devido à mesclagem de
inúmeros tipos de gases com a água que existe no ar e origina as chuvas. E
não apenas os moradores e o meio ambiente das áreas industrializadas ou
com elevada quantidade de veículos são prejudicados pelas chuvas ácidas,
pois elas acontecem também em regiões longínquas da área poluidora, uma
vez que os ventos podem levar as nuvens para regiões distantes, quando
provocam prejuízos na agricultura, tornando colheitas inúteis, empobrecendo
os solos e até mesmo exterminando imensas quantidades de peixes nos rios
(VESENTINI, 1999, pág. 288).
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CAPÍTULO II
UMA CULTURA FOCADA NA GESTÃO AMBIENTAL
Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”
Constituição Federal - Art. 225.
Segundo CAMARGO (2002) no meio ambiente todos os recursos
têm limites. Todo processo de desenvolvimento, mais cedo ou mais
tardiamente, chegará ao nível em que as necessidades serão maiores que os
recursos, então, o sistema entrará em colapso, gerando uma maior quantidade
de combustível, maior quantidade de madeira e outras matérias primas. Isso
significa sempre, necessariamente, diminuição das reservas. Com isso ocorre
o aumento das regiões desérticas, aumenta a devastação dos mares, dos
cursos d’água e consequente degradação da atmosfera.
A gordura da riqueza cresce lado a lado com a expansão do
empobrecimento do nosso meio ambiente. Não é possível colocar lado a lado,
Estados Unidos e Equador, Japão e Gana, Alemanha e Bolívia. Segundo
ALVES (1996), uns morrem de fome enquanto outros possuem fartura
excessiva. Alguns não podem produzir alimentos por falta de materiais, como
adubo, por exemplo, enquanto outros praticam esportes em belíssimos
gramados, cultivados com o adubo que era difícil aos primeiros. Dois terços da
população do mundo padecem de subnutrição, enquanto se gasta
imensamente em armas.
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O mundo pode ser dividido entre poderosos e fracos, ricos e
pobres, entretanto, considerando o sistema biológico ele é uma unidade. No
caso de uma catástrofe os dois lados sofrerão igualmente. O ar contaminado
ou radioativo, os grandes espaços verdes transformados em desertos, as
águas poluídas, os alimentos contaminados com pesticidas, estas são duras
realidades, terrivelmente democráticas em sua crueldade. Ar, comida, água: se
eles se extinguirem a consequência será a morte. Não podemos importar ar,
água e alimentos de outras galáxias, pois estamos condenados a este
delicado, frágil e minúsculo espaço, perdido nas imensidões vazias e sem vida
do universo. (www.wwf.org.br).
2.1- A Água e o Futuro da Humanidade
Segundo TRIGUEIRO (2009) o volume de água na Terra está
estimado em um trilhão e trezentos e oitenta e seis bilhões de quilômetros
cúbicos (Km3), sendo a maior parte – noventa e sete por cento desse total -
formada pela água salgada dos mares e oceanos. Algo como quase dois por
cento da água total é encontrada sob a forma de gelo ou neve, no topo das
grandes cadeias montanhosas ou nas regiões polares. Outro aspecto é o da
água subterrânea, que corresponde a cerca de quase um por cento desse
total, sobrando então a água atmosférica (0,001%) e os rios e lagos de água
doce, que ficam com apenas 0,0092% dessa água existente na Terra .
Ainda ressalta que atualmente, a energia solar faz com que um
volume de aproximadamente quinhentos mil Km3 de água se evapore,
especialmente dos oceanos, mas também de águas e rios. Essa massa líquida
volta para os continentes e ilhas, ou para os oceanos, por meio de
precipitações como chuva ou até mesmo neve. Calcula-se que os continentes
e ilhas retirem dos oceanos perto de quarenta mil Km3 por ano. É esse saldo
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que mantém as nascentes dos cursos d’água, reabastece os depósitos
subterrâneos, e depois volta aos oceanos levados pelos cursos dos rios.
Contudo, de acordo com RIBEIRO (1996) a divulgação de estudos
da ONU mostrou que o desmatamento e a pecuária excessiva reduzem a
capacidade do solo em trabalhar como uma grande esponja, absorvendo
águas das chuvas e liberando seus conteúdos lentamente. A prática
desordenada de desmatamentos de períodos recentes, e o desenvolvimento
urbano e industrial, cuja necessidade cada vez maior de água, vem alterando o
ciclo hidrológico. As chuvas tendem a correr pela superfície e escorrer
rapidamente para os rios, na falta de áreas verdes, e com terrenos batidos ou
compactados, gerando como consequência a inundação de grandes áreas, o
aumento da velocidade no processo de erosão e a redução da estabilidade
dos cursos de água, que ficam menores fora da época de cheias, impactando,
substancialmente, a agricultura e a atividade da pesca.
TRIGUEIRO (2003) continuar a chamar a atenção de que os sinais
de escassez de água doce são visíveis. O nível dos lençóis freáticos diminui
constantemente, há o encolhimento de muitos lagos e outras áreas alagadas
que secam. Na indústria, na agricultura e na vida doméstica, as necessidades
de água não param de crescer, paralelamente ao aumento demográfico e à
elevação qualitativa nos padrões de vida, que buscam uma maior necessidade
do uso da água. Nos anos 1950, por exemplo, o consumo de água por pessoa
era de quatrocentos m3 por ano, em média no planeta, ao passo que hoje esse
consumo já é de quase mil m3 por pessoa. Em países cada vez mais
populosos, ou com pouca oferta em recursos hídricos, já se atingiu o limite de
utilização de água.
Constatou-se, de acordo com ALMEIDA (2007), que atualmente
vinte e seis países, a maioria localizada na África, totalizando
27
aproximadamente duzentos e trinta e cinco milhões de pessoas, sofrem com a
falta de água. Nas regiões onde o nível de extração das águas encontradas
abaixo da superfície terrestre é mais intensificado do que naturalmente se dá a
sua renovação, observa-se uma diminuição do nível de lençóis subterrâneos,
que acabam por exigir investimentos mais pesados para serem explorados e,
ao mesmo tempo, essas fontes de água vão se tornando mais salinas. As
demais regiões do planeta também não são poupadas. Sinais de crises já se
apresentam em nações que possuem reservas consideráveis.
2.2 - A Consciência Ecológica Alterando a Crise
Ambiental
ALVES (1996) nos traz a percepção de que a sociedade humana
vem se conscientizando de que temos um grande problema ambiental a nível
planetário, desde a década de 1970. Não se trata somente de poluição de
regiões isoladas, mas de uma verdadeira ameaça à sobrevivência de todos os
seres vivos. A intensificação de utilização de energia nuclear traz à tona a
questão do perigo iminente de um acidente radioativo impactando o meio
ambiente e provoca a discussão sobre o destino do perigoso lixo atômico. O
grande acúmulo de equipamentos nucleares nas décadas de 1950 a 1970
provocou um verdadeiro risco de extermínio, algo que nunca tinha sido
possível em épocas anteriores da história da Terra. A concentração cada vez
maior, na atmosfera, de gases tóxicos, também nos expõe a um risco de
catástrofe, pois provoca o aumento do efeito estufa, que levanta as médias de
temperaturas globais.
Podem ser lembrados outros problemas que impactam o meio
ambiente. Um deles é a contaminação de alimentos por produtos químicos
28
nocivos à saúde do ser humano, como adubos químicos, agrotóxicos,
hormônios e medicamentos aplicados comumente a animais para que se
desenvolvam mais rapidamente ou não contraiam doenças. É possível
considerar ainda a aumento da poluição dos mares e oceanos, o crescimento
da desertificação, o desmatamento em ritmo acelerado das últimas grandes
reservas verdes originais do planeta (bacia do rio Congo, Amazônia e Taiga),
a extinção, sem retorno, de milhões de espécies da flora e da fauna.
BARBIERI (2008) destaca que pode-se falar numa consciência
ecológica da sociedade humana em geral, embora com diferentes ritmos, mais
evoluída no Norte e mais lenta nos países subdesenvolvidos, que teve seu
início por volta da década de 1970, crescendo a cada ano. Relaciona-se ao
sentimento de nos encontrarmos todos numa mesma “nave espacial”, o
planeta Terra, o único que temos conhecimento e que possibilitou a existência
de uma biosfera. Trata-se do conhecimento de que é obrigatório para a própria
sobrevivência do homem modificar o nosso relacionamento com o meio
ambiente. A natureza deixa, paulatinamente, de ser observada como simples
recurso sem vida e passa a ser enxergada como um conjunto vivo do qual nos
integramos com a responsabilidade de procurar conviver harmoniosamente.
2.3 – Uma Questão Global
Um ponto que ficou claro desde os anos 1970 é que a questão
ambiental, embora possa apresentar aspectos diferenciados nacional e
regionalmente, é antes de mais nada global. Não se pode esquecer que a
atmosfera é única, que as águas se interligam, possuem o seu ciclo hidrológico
e que os fenômenos da natureza são planetários. Portanto, de nada adianta a
transferência de instalações industriais, poluidoras, de uma região ou país
para outra, pois quando se considera a biosfera não há mudança.
29
TRIGUEIRO (2003) considera o seguinte aspecto como
exemplificação: alguém encontra-se numa enorme casa, com todas as vias de
acesso trancadas, e há uma fogueira num quarto contaminando o ar. Alguém
propõe então mudar a fogueira para outro ambiente, considerado menos
nobre. Isso acaba com o problema do ar envenenado? Lógico que não. No
máximo pode dar a ideia de que por alguns instantes a situação dos que
ocupam o quarto nobre melhorou. Contudo, depois de um certo tempo, fica
evidente que o ar de todo o imóvel é somente um e que a poluição num
ambiente propaga-se para todo o resto.
A biosfera, onde se encontra o ar necessário a sobrevivência
humana, as águas e todos os ecossistemas, é somente uma e, logicamente,
muito maior que esse imóvel hipotético. O ar, existindo em grande quantidade,
na realidade é limitado e interligado em todas as áreas. O imóvel pode ter
abertas suas janelas e portas, mas isso é impossível para a biosfera, para o ar
ou para as massas líquidas do nosso planeta.
Praticamente tudo o que acontece em outras nações, acaba
afetando a todos, sendo esse outro dilema global que a crise ambiental imputa.
Há algumas décadas passadas, comumente se tinha a ideia de que ninguém
tinha nada a ver com os outros, cada Estado podia interferir na natureza como
bem entendesse, degradando o seu espaço territorial, bem como as suas
paisagens naturais. Nos dias atuais esse entendimento começa a mudar.
Torna-se óbvio que experiências nucleares, como as russas ou norte-
americanas, mesmo realizadas no subsolo ou em áreas de deserto desses
países, acabam contaminando todo o globo terrestre pela exposição da
radiação atômica.
As queimadas e os desmatamentos de florestas africanas,
asiáticas ou americanas não dizem respeito unicamente aos países que as
30
praticam, elas permitem a redução de áreas verdes sobre o planeta, o que
prejudica a produção de oxigênio. Bem como as ações poluidoras dos oceanos
e mares - e até dos cursos d’água, que afinal evoluem para os mares -,
acabam se expandindo, alcançando com o tempo outras nações. Muitos outros
exemplos poderiam ser citados. Todos nos motivam a concluir que o tema
relacionado ao meio ambiente é de caráter mundial, tornando-se essencial a
criação de métodos de proteção, que não fiquem apenas sob o encargo de
organizações regionais, mas que tenham uma visão global por parte dos
governos mundiais. (TRIGUEIRO, 2003, p. 77).
2.4 – Meio Ambiente e Política
Não somente as preocupações ecológicas aumentaram
imensamente nas discussões e nos programas de partidos e de políticos, como
também novas ideias foram geradas. A crise ambiental vem provocando
alterações no círculo político. Aproximadamente até a década de 1960 não era
comum encontrar um grupo político, em qualquer parte do mundo, que tivesse
alguma preocupação com o meio ambiente. Atualmente esse assunto ganha
um certo enfoque diversos círculos sociais e algumas vezes até na atuação
dos diversos partidos, em muitas partes do mundo. Multiplicaram-se os
amantes da ecologia, as organizações e os movimentos ecológicos, assim
como os partidos chamados verdes que abraçam uma política focada
basicamente em um novo relacionamento entre a sociedade e o meio
ambiente.
ALMEIDA (2002) ainda ressalta que mesmo no movimento “verde”
há muito oportunismo. Como infelizmente é comum em nossa época
mercantilizada, pois às vezes o embate a favor do meio ambiente tem como
consequência uma promoção particular, culminando em altos lucros. É o caso
31
das organizações que objetivam apenas a ganhos com o comércio de produtos
chamados naturais. É possível lembrar ainda os constantes eventos de
apresentações musicais cuja arrecadação seria direcionada aos indígenas ou
aos seringueiros da região Amazônica - que em geral até hoje nunca viram um
centavo dessa arrecadação. Apesar de tudo isso, não se pode fechar os olhos
à renovação que a questão ambiental ocasionou nas ideias políticas.
Há pouco tempo discursava-se tendo como temas o progresso ou
desenvolvimento e teoricamente todo mundo compreendia e aceitava. Porém o
que incitava maiores debates eram os métodos para que isso fosse alcançado,
pois para alguns a estrada era o capitalismo, para outros era o socialismo.
Muitos diziam que um governo democrático era melhor para se alcançar o
desenvolvimento, por outro lado outras acenavam na direção de que só um
regime autoritário e forte seria capaz de colocar ordem na sociedade e
promover o progresso. Mas o alvo era basicamente o mesmo: o
desenvolvimento rápido da economia, a construção cada vez maior de
rodovias, edifícios e aeroportos, hospitais e escolas, mais e mais automóveis
sendo fabricados, a expansão infinita das áreas de cultivo. O meio ambiente
não encontrava-se em foco. O único problema real era a quem seria
beneficiado por esse progresso: a maioria ou a minoria da população?
(ALMEIDA, 2002, p. 45).
Mais uma vez TRIGUEIRO (2003) nos leva a comparar que o
progresso era um trem no qual toda a humanidade viajava, com alguns na
frente e outros atrás, alguns confortavelmente sentados e outros de pé. Para
os ditos conservadores - ou seja, a “direita”-, isso era natural e inevitável:
sempre existiriam os privilegiados e os desfavorecidos. Para os chamados
progressistas – isto é, a “esquerda” -, essa situação era insuportável e tornava
essencial fazer uma reformulação para igualar a todos. Mas todos os
indivíduos aceitavam o pensamento de que o trem deveria continuar no seu
32
rumo, no caminho do desenvolvimento; havia até debates sobre o melhor
método para que esse veículo andasse mais rápido, esse é o espelho da
nossa sociedade.
A grande novidade da crise ambiental é que ela trouxe o seguinte
questionamento: Que rumo o trem está tomando? E a resposta parece ser:
Para uma catástrofe, para um abismo. De fato, ao engrandecer o
desenvolvimento durante centenas de anos, presumia-se que o meio ambiente
fosse inesgotável, ou seja, poderíamos continuar usando petróleo, ferro,
manganês, carvão, água, urânio à vontade, sem se preocupar com as
reservas. Sempre existiria uma nova área a ser ocupada, novas matérias
primas a serem descobertas e exploradas. A natureza, enxergada como uma
simples fonte de recurso para a economia, era assemelhada ao universo,
considerado infinito. (TRIGUEIRO, 2003, p. 58).
Mas hoje sabemos que o meio ambiente, que permite a
manutenção da vida e fornece os bens que utilizamos, ocorre somente no
planeta Terra, mais especificamente na superfície do planeta. E ele não é
inesgotável, muito pelo contrário, possui limites que, apesar de extensos, já
começam a ser degradados pela ação predatória do ser humano, em busca do
progresso. Não há espaço, atmosfera e recursos minerais para um
desenvolvimento sem fim. É necessário, portanto, reavaliar o modo de vida, a
produção e o consumo voltado unicamente para o ganho irrestrito e sem
nenhuma preocupação com a biosfera de amanhã. Esse é o valoroso debate
que os movimentos verdes trouxeram para a vida política. (www.wwf.org.br).
Destaca RIBEIRO (1996) que durante a guerra fria apenas os
grupos ecológicos e alguns pesquisadores chamavam a atenção da sociedade
sobre a possibilidade de catástrofes naturais, por descaso com o meio
ambiente, pois a questão ambiental era considerada secundária. Sendo a
33
grande preocupação dos governantes - e em especial das grandes potências
mundiais - com a ordem mundial bipolar, enfatizando o antagonismo entre o
socialismo e o capitalismo. A única grande ameaça que parecia existir era o de
ocorrência de uma outra Guerra Mundial, ou seja, uma guerra atômica entre as
superpotências existentes. Mas o final da guerra fria modificou essa situação.
Na década de 1990 o debate ambiental torna-se enfático no meio das
questões internacionais, nas interlocuções dos países - e principalmente dos
grandes centros mundiais de poder - quanto ao futuro da humanidade.
CAMARGO (2002) frisa que antes do fim da década de 1980
observava-se que as questões ecológicas levavam preocupações às
autoridades norte-americanas, soviéticas e outras, mas sem receberem muita
ênfase, houve em 1972, em Estocolmo, na Suécia, promovida pela ONU, a
Primeira Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente e com a presença de
dezenas de países. Naquele momento, a questão ambiental começava a ser
levantada como um embate internacional. Mas foi a partir da Segunda
Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente, a ECO-92 ou RIO-92, que
aconteceu no Brasil duas décadas após a primeira, que obteve o maior número
de conferencistas - quase cem países – sendo enviados não apenas
especialistas sem poder de decisão, como anteriormente, mas políticos e
pesquisadores de alta expressão em suas nações.
Essa segunda conferência aconteceu após o fim da guerra fria e
com a “ameaça comunista” ficando com o seu foco em segundo plano, a
questão ambiental foi colocada como um dos mais importantes fatores de risco
à estabilidade global na nova visão política. Além disso, os Chefes de Estados
se conscientizaram de que os riscos de catástrofes ambientais ou ecológicas
seriam mais sérias do que se pensava e precisavam ser resolvidas, e que
conservar uma natureza sadia tornava-se condição essencial para permitir um
futuro tranquilo às gerações que estavam por vir.
34
Todavia a questão ambiental levanta inúmeras discordâncias e
opositores. As nações desenvolvidas dirigem seus olhares para os
desmatamentos e as queimadas nas áreas tropicais, particularmente na região
Amazônica. Já os países subdesenvolvidos, e em especial aqueles que são
detentores de reservas florestais em áreas consideráveis, vêem com
naturalidade a exploração de seus recursos minerais e vegetais com o
propósito de se alcançar o progresso. (CAMARGO, 2002, p. 77).
Comentários de ALMEIDA (2002) apontam para a seguinte
questão: se as nações ricas destruíram suas florestas a partir do século
retrasado, por que não podemos fazer o mesmo hoje? Esse é o
questionamento de muitos. Outros chegam a afirmar que essa preocupação
com a depredação das matas tropicais ou com outros modos de poluição nos
países pobres - dos cursos d’água, das grandes cidades, diminuição do
potencial agrícola por uso incorreto do solo, crescimento da desertificação –
nada mais seria que uma ação dos países desenvolvidos em conter o
progresso dos subdesenvolvidos. A destruição das florestas e a poluição,
nesse contexto, seriam atos absolutamente naturais e até justificados para se
combater a miséria. Outros ainda – e mais uma vez nações ricas, como a
Noruega, a Suécia ou o Japão - afirmam que é um erro os Estados Unidos
liderarem uma cruzada global contra os agentes poluidores quando são
exatamente eles, os norte-americanos, os que mais exploram as matérias
primas do planeta.
Todas essas visões possuem uma certa razão, e todos eles são
analogamente limitados ou parciais. As atuais nações desenvolvidas, de fato,
em sua maior parte destruíram seus cenários naturais no século retrasado ou
na primeira metade do século XX, e isso foi primordial para o padrão de
progresso que abraçaram: o da Primeira ou da Segunda Revolução Industrial,
das indústrias automobilísticas e petroquímicas. Parece sensato então apontar
35
como farsante uma nação desenvolvida incomodada com a poluição atual nos
estados pobres. Mas existe um fator complicante: é que não faz muito tempo,
até por volta da década de 1970, o homem não sabia que a biosfera podia ser
irreparavelmente atingida pelas ações do homem e haviam muito mais matas
ou cenários nativos no século passado do que atualmente.
Para RIBEIRO (1996) parece que o planeta ficou menor e a
população global aumentou de forma espantosa nas últimas décadas,
provocando um maior desgaste nos recursos naturais e, ao mesmo tempo,
uma conscientização de que o meio ambiente não é ilimitado ou infinito. Desta
forma, considerar um novo tipo de progresso, diferente do ocorrido até a
década de 1980, que teve por base um intenso uso com consequente
desperdício de matérias primas não renováveis é um dos principais debates
que se levanta atualmente. E essa questão não é apenas nacional ou local e
sim mundial ou global. A sociedade humana vai tomando consciência de que é
única e que em pouco tempo terá que detalhar leis e normas convivência - pois
o que existiu até hoje foi a chamada “lei da selva” ou a “lei do mais forte” -,
inclusive com uma espécie de “Carta Magna” ou carta de gestão do planeta,
para o melhor uso do nosso espaço de convivência em comunidade. É apenas
uma questão de tempo para se chegar a esta conclusão, o que provavelmente
ocorrerá no presente século.
2.5 – A Diversidade das Espécies
Um fator que cresce e ganha destaque dentro da argumentação
ambiental é a biodiversidade, ou diversidade de espécies da flora e da fauna,
de fungos e até microrganismos. Preservar essa biodiversidade é circunstância
essencial para conservar uma natureza sadia no planeta, Todos os seres vivos
são interdependentes, pois fazem parte de ciclos alimentares e cadeias
36
reprodutivas, e tem-se o conhecimento de que os ecossistemas mais
complexos, com maior quantidade de espécies, são os mais duráveis e com
maior capacidade adaptativa às alterações do meio ambiente. Além disso, a
biodiversidade é primordial para a biotecnologia que é uma das atividades
industriais mais bem sucedida na Terceira Revolução Industrial que se
desenvolve atualmente. (www.licenciamentoambiental.eng.br).
Já foram catalogados e definidos quase um bilhão e meio de
organismos, mas isso é muito pouco. Calcula-se que a totalidade deles no
planeta alcance no mínimo dez bilhões, chegando talvez até a cem bilhões. E
a cada ano milhares de espécimes desaparecem para sempre, numa medida
que pode atingir trinta por cento das espécies totais dentro de trinta anos, se a
atual velocidade de desmatamentos e queimadas nas matas tropicais - que
são as mais ricas em biodiversidade –,de poluição nas águas e outros
impactos ambientais continuarem acelerados. Isso é trágico, pois essas
espécies resultam de milhões de anos de evolução no globo terrestre, e com
essa devastação a biosfera fica mais empobrecida em diversidade biológica, o
que é perigoso para qualquer ecossistema.
(www.licenciamentoambiental.eng.br).
A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o
desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem
comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações.
É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro realçado esse
entendimento na charge da figura 3.
37
Figura 3 – Charge sobre a destruição do meio ambiente Fonte: http://www.google.com.br
Essa definição apareceu pela primeira vez na Comissão Mundial
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pela Organização das Nações
Unidas para debater e propor métodos para harmonizar o desenvolvimento
econômico e a conservação ambiental. (www.wwf.org.br).
De acordo com a ONG WWF-Brasil, para ser atingido, o
desenvolvimento sustentável depende de planejamento e do reconhecimento
de que os recursos naturais são finitos. Esse conceito representou uma nova
forma de desenvolvimento econômico, que leva em conta o meio ambiente.
(www.wwf.org.br).
Não poucas vezes, desenvolvimento é confundido com
crescimento econômico, que depende do consumo cada vez maior de energia
e matérias primas. Esse tipo de desenvolvimento tende a ser insustentável,
pois leva ao esgotamento dos recursos naturais dos quais o ser humano
depende.
38
Segundo BARBIERI (2008) podem ser incentivadas atividades
econômicas em detrimento da base de recursos naturais das nações. Desses
recursos depende não só a existência da humanidade e a diversidade
biológica, bem como o próprio progresso econômico.
O crescimento econômico é primordial para as nações
subdesenvolvidas, mas o rumo a seguir não pode ser o mesmo adotado pelos
países desenvolvidos. Mesmo porque não seria possível.
O desenvolvimento sustentável, com a diminuição do uso de
matérias-primas e produtos e a implementação cada vez maior da reutilização
e da reciclagem, implica, de fato, qualidade em vez de quantidade.
A quantidade de combustíveis fósseis consumida nos dias de hoje
aumentaria dez vezes e a de recursos minerais, duzentas vezes, caso os
governos do países pobres seguissem os padrões dos governos das nações
ricas.
Ao contrário de elevar os níveis de consumo das nações em
desenvolvimento, é preciso diminuir os níveis adotados pelas nações
industrializadas.
Os crescimentos populacional e econômico das últimas décadas
têm sido caracterizados por desigualdades. Mesmo os países do hemisfério
norte possuam apenas um quinto da população da Terra, eles são detentores
de quatro quintos dos rendimentos globais e consomem setenta por cento da
energia produzida em todo o planeta, bem como setenta e cinco por cento dos
metais e oitenta e cinco por cento da produção de madeira mundial.
(BARBIERI, 2008, p. 143).
39
CAPÍTULO III
O INCREMENTO DA CONSCIÊNCIA AMBIENTAL NA
SOCIEDADE
Cada dia a natureza produz o suficiente para nossa
carência. Se cada um tomasse o que lhe fosse
necesário, não havia pobreza no mundo e ninguém
morreria de fome.
(Mahatma Gandhi)
3.1 – Caminhos Para a Preservação da Natureza
Segundo publicação na Revista Fórum (2011) o interesse de
profissionais ligados a área ambiental para atuar em regiões remotas do país –
como a Amazônica, por exemplo - é bastante modesto se comparado com
algumas universidades estrangeiras e minúscula diante das dimensões do
potencial a ser estudado e dos objetivos de órgãos que atuam nesse setor, tais
como gerar, promover e divulgar conhecimentos científicos e tecnológicos para
a conservação do meio ambiente e o desenvolvimento sustentável dos
recursos naturais, em benefício principalmente da população regional.
Segundo ALMEIDA (2002) o apetite estrangeiro tem aumentado
proporcionalmente quanto cresce o descaso nacional. A ex-Ministra do Meio
Ambiente Marina Silva, quando exercia antes dessa pasta o cargo de
senadora pelo Estado do Acre classificou pelo menos três modos distintos de
enxergar-se o interesse internacional. Uma delas é apontada pelo referencial
simbólico do que a Amazônia significa para o imaginário mundial. Do outro
lado, há uma forma de interesse econômico tangível que se relaciona à
40
apropriação de matérias primas, como a exploração de madeira, minérios e,
em particular, da biodiversidade por parte das indústrias de cosméticos e
farmacêutica, negócios com previsão de faturamento mundial próximo de
oitocentos bilhões de reais, para o próximo ano. Numa posição intermediária,
está o interesse mundial de cunho conservacionista e ambientalista. Nesse
sentido, aliás, o interesse global parece maior que o despertado dentro de
casa.
O racionamento de água num futuro não tão distante faz da força
hídrica amazônica um verdadeiro templo de adoração. E não há como não
citar o tema mais debatido nos dias de hoje, o aquecimento global, sem
mencionar os dois pólos da bateria amazônica. Um, o positivo, é o serviço que
a floresta efetua como absorvedora do gás carbônico, um dos principais gases
causadores do efeito estufa. O significativo volume de CO2 retirado da
biosfera por ser absorvida pela grande floresta faz dela um filtro ecológico. O
lado ruim é que o volume de gás emitido pelas queimadas estraga boa parte
desse esforço.
A reportagem referenciada na Revista Fórum, ainda ressalta:
“Para a ex-senadora e ex-Ministra, é compreensível a preocupação ecológica mundial. "Essa desconfiança decorre de nossa falta de planejamento, de utilização inadequada, falta de sustentabilidade, falta de alocação de recursos. Nossa política gerencial é falha", afirma Marina Silva.
Entretanto, observa ela, fazer discussão puramente ambientalista não interessa ao Brasil. A defesa do meio e da natureza tem de estar colada a interesses sociais. "Prejuízos ambientais são distribuídos para todos e a preocupação global com o equilíbrio é real, mas o principal interesse na internacionalização é econômico e, nesse ponto, nenhuma potência mundial pára para pensar que na Amazônia brasileira vivem quase 20 milhões de brasileiros." A senadora defende que um projeto nacional que almeje equilíbrio e desenvolvimento para a Amazônia requer visão desdobrada em cinco dimensões: sustentabilidade ambiental, econômica, social, cultural e política, não necessariamente nessa ordem. "Por fim, tudo isso tem de estar amarrado pela sustentabilidade ética. Nosso desafio ético é viabilizar o desenvolvimento sobre esses pilares. E todos os setores envolvidos, das populações ao governo central, precisam participar da formulação das soluções. Se tivermos
41
capacidade de dar essas respostas podemos colocar o Brasil no topo da respeitabilidade mundial." (Revista Fórum, p. 18).
Enquanto isso não acontece a imagem que fica é a da destruição.
Ambientalistas afirmam que a biodiversidade é a maior riqueza da Amazônia e
pode estar sendo perdida em razão do desmatamento e da exploração
predatória, pois o que acontece naquela floresta afeta todo o resto do planeta.
Se o Brasil não for competente, se não souber preservar, é lógico que as
pressões internacionais vão aumentar, pois o Brasil continua desmatando sem
regras. Avançam-se as fronteiras agrícolas até a região amazônica quando a
ciência já disse que o solo e o clima não favorecem a agricultura. Faz-se vias
de transporte que têm impacto ambiental enorme e constrói-se hidrelétricas
para produzir alumínio, que nenhum país do mundo quer fabricar devido aos
prejuízos ecológicos que causa, são alguns dos impactos ambientas que
estamos promovendo. (REVISTA FORUM, 2009, p. 21).
Certamente, o desequilíbrio entre as cabeças pensantes é tão
grande quanto a região amazônica. Mesmo alertados por pesquisadores,
fazendeiros desmataram grandes espaços de floresta para destiná-los à
agricultura. Boa parte dessa devastação irracional contou com apoios
governamentais. Foram necessários anos de prejuízos e desperdício de
recursos financeiros públicos, inclusive via Sudam e Banco da Amazônia, para
só agora algumas autoridades começarem a perceber que o solo da região é
praticamente inservivel para as culturas agropecuárias.
Segundo a REVISTA FORUM (2001) foi de autoria da própria
Marina Silva em seu primeiro ano de mandato, 1995, o primeiro projeto de
maior acessibilidade à biodiversidade brasileira, unindo desenvolvimento
sustentável e conservacionismo ambiental, que incluía, entre outros objetivos,
o acesso aos recursos naturais, buscando remunerar o saber, levando em
42
conta o reconhecimento das populações regionais. Segundo Marina, a
sustentabilidade tem de se dar mediante uma "tríplice aliança" onde participam
o Estado, o dono dos recursos – proprietário - e o investidor.
O projeto da ex-senadora e ex-ministra regulamentava o tratado da
biodiversidade estabelecido na ECO-92 e confirmado pelo Brasil em 1994 -
mas, sem nenhuma outra iniciativa por parte do governo federal. O Legislativo
aprovou, mas foi seguro pelo governo.
"Para tapar o buraco, e por uma necessidade circunstancial de legitimar um contrato envolvendo os interesses de uma multinacional, o governo apresentou medida provisória que nada mais foi que uma compilação malfeita do projeto original. Uma espécie de biopirataria institucional. Agora, que empresa séria fará investimentos eloqüentes e duradouros num assunto regulado por medida provisória?", questiona. Com a total negligência federal, Marina classifica os governos do Acre, do petista Jorge Viana, e do Amapá, do peessebista João Alberto Capiberibe, como dois raros pólos que estão levando a sério o desenvolvimento sustentável.
O governador do Amapá e a primeira-dama e deputada estadual, Janete Capiberibe (PSB), foram buscar o apoio que não encontram no governo federal em outras fronteiras com um programa de desenvolvimento sustentável na bagagem. E conquistaram credibilidade, e recursos, junto ao Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e instituições da Alemanha, França e Holanda para mostrar que quem tem projeto definido com controle social não precisa ter medo do bicho-papão da internacionalização. O resultado foi a viabilização de dezenas de iniciativas voltadas à educação, formação e geração de renda dirigidas às comunidades. (REVISTA FORUM, 2009, p. 19).
Ações localizadas ainda encontram-se distantes de significar uma
política global do país para a região amazônica. Menos de cinco por cento da
população da região está no Acre e Amapá. Mas apresentam-se como
referência importante. Marina Silva destacou, à época, a participação popular
como fundamental para projetos de desenvolvimento sustentável se firmarem.
"Assim como no espaço urbano as pessoas devem se mover pelo sonho da cidadania, parte importante da população do meu Estado já trabalha com outro conceito de sonho e de projeto: o de florestania." (REVISTA FORUM, 2009, p. 21).
43
Desta forma, tendo conhecimento dos elementos que formam um
ambiente e a maneira como interagem, podem ser tomadas várias ações
protetoras ou recuperadoras de áreas. Algumas delas, relevantes pela
diversidade de seus elementos formadores ou pela fragilidade de seu
equilíbrio, devem ser conservadas com o mínimo de interferência humana.
Funcionando como reservas ecológicas, elas devem servir à pesquisa e aos
estudos ambientais e relacionados à ecologia. O que permite ao homem
aumentar seus conhecimentos a respeito dos diversos ecossistemas que
compõem o nosso planeta.
Outras regiões, já alteradas pelo intenso uso que recebem
orientação incorreta, podem ser resgatadas por métodos de reutilização e de
processos eficientes de uso, servindo como espaços de lazer, de produção ou
mesmo de pesquisa e estudo.
A inquietação com a manutenção e com a preservação de áreas
tem motivado a criação de reservas, parques, estações ecológicas e espaços
de proteção ambiental, na maioria dos países, inclusive o Brasil. Estando sob
condições de regulamentos e administração diferenciados. Isso demonstra
algum interesse pela conservação do meio ambiente e constitui uma
oportunidade para que pessoas observem e estudem os fatos ambientais.
(ALVES, 1996, p. 103).
CAMARGO (2002) afirma que a aplicação de medidas reais de
proteção do meio ambiente tem sido reforçada pela participação popular, que
também tem se responsabilizado por denúncias de irregularidades. Muitos
incidentes ambientais, acarretando grandes perdas econômicas, podem ser
evitados havendo acompanhamento e pesquisas durante a fase de realização
dos projetos. Graças ao aumento do interesse e à receptividade popular, a
44
propagação de informações sobre temas relacionados ao meio ambiente e o
surgimento de bibliografias técnicas vêm evoluindo.
Não pode ser mantida somente ao encargo de governantes e
técnicos a atribuição pela preservação do meio ambiente e do nível qualitativo
de vida, mas tem de ser abraçada por todos aqueles que ainda crêem que o
ser humano é capaz de encontrar respostas para os seus questionamentos.
Por meio de estudos, da transferência de informações, debates e reflexão, o
homem adotará uma nova consciência, sendo possuidor de capacidade de
atuar efetivamente na procura de respostas para os questionamentos de hoje e
de processos preventivos para o amanhã.
Frente às cobranças, cada vez mais rotineiras, da população
global, os órgãos responsáveis pelo cumprimento e pela fiscalização dos
procedimentos de proteção ambiental são obrigados a uma participação mais
atuante.
De acordo com o publicado na REVISTA VEJA (2002) ressalta-se
que além de tudo, uma reclamação rotineira daqueles que se interessam pela
manutenção da natureza, por exemplo, é a inexistência de um programa de
coleta seletiva de resíduos, em alguns centros urbanos. Os habitantes que se
dispõem a colaborar, muitas vezes não têm um local específico para depositá-
los. Algumas associações de moradores que se organizaram para recolher
latas, vidros, papéis e garrafas nas residências, tentam atender uma diminuta
parte dessa necessidade.
Segundo um estudo, na cidade de São Paulo, do Instituto Polis,
havia em 2002, aproximadamente de setenta associações que recebem,
executam a triagem e comercializam material reciclável. Mas, isso não é
satisfatório, os governantes em parceria com essas associações deveriam
45
ampliar esse tipo de troca para o bem de todos os contribuintes. (REVISTA
VEJA, 2002, p. 24).
De acordo com CALDERONI (2001), os programas de reciclagem
criam lucro de bilhões de dólares, geram emprego e diminuem o efeito poluidor
no meio ambiente. Embalagens de leite longa vida são transformadas em
chapas de madeira, de garrafas plásticas produz-se fios que misturados ao
algodão são utilizados na confecção de jeans.
Outro modelo de apoio para a preservação do meio ambiente vem
de alguns fazendeiros que compram grandes extensões de terras para que
sejam transformadas em reservas florestais, como é o caso do advogado
paulista Jayme Vita Roso que adquiriu o Sítio Curucutu, há aproximadamente
trinta e cinco anos. Em lugar de fazer do local um loteamento resolveu utilizar
a área com um outro propósito - uma reserva florestal -, reconstruindo uma
parte da diminuta faixa de Mata Atlântica que sobrou dentro do município
paulista, resolveu transformar o sítio, com recursos próprios, na única floresta
urbana de São Paulo, com cerca de oitenta
hectares.(www.vidasimples.abril.com.br).
“A mata imaginada por Vita Roso começou com paineiras e cedros brancos plantados com suas próprias mãos. Até os amigos acharam que tudo aquilo era uma loucura e que ele não veria suas crias crescerem. “Algumas das árvores daquela época já atingiram 25 metros de altura, ou até mais”, sorri Vita Roso, satisfeito em contrariar a profecia agourenta.
Depois do início aleatório, o advogado passou a dar preferência às espécies nativas da região no reflorestamento. Pelas contas atualizadas, já foram plantadas cerca de 800 mil árvores, das quais 500 mil vingaram e formam grandes bosques. Entre elas estão o guapuruvu (cuja madeira era aproveitada pelos índios para fazer embarcações), a bracatinga, pinheiros chineses e japoneses, o angico, o pau-brasil, o jacarandá, o cedro, a peroba e a araucária. Hoje, Vita Roso calcula que as matas do Curucutu respondam por cerca de 0,5% do oxigênio consumido em São Paulo.
Mesmo acreditando pouco no apoio externo, Vita Roso nunca deixou de preparar legalmente a Curucutu para essa possibilidade. No fim de 1995, uma portaria do Ibama tornou 10,89 hectares da área uma Reserva Particular do Patrimônio Natural - até hoje, a
46
única do gênero localizada numa capital brasileira. No ano seguinte, foi constituída a Curucutu Parques Ambientais, uma ONG transformada em Organização da Sociedade Civil de Interesse Público em 2003. Com essa configuração, a entidade passa a ser administrada pelo Ministério da Justiça e fica capacitada a fazer parcerias com órgãos ou entidades públicos e privados, além de empresas e instituições nacionais e estrangeiras. (www.vidasimples.abril.com.br).
Esse tipo de empreendimento demonstra que os indivíduos e a
sociedade em geral podem participar de um jeito ou de outro, além disso
pequenas ações também podem ajudar com a preservação do meio ambiente.
3.2 – Por que Implantar Sistemas de Gestão
Ambiental?
O aumento da conscientização ambiental da sociedade intensificou
a pressão sobre o setor empresarial de que os modelos de produção e
consumo correntes não são sustentáveis. Assim, as organizações perceberam
que, para continuar o seu funcionamento em prol do progresso, terão que
buscar uma integração cada vez maior com elementos ambientais
relacionados aos seus planejamentos comerciais e seu planejamento
operacional.
Hoje, as instituições que permitem uma oferta maior de
informações sobre a sua atuação ambiental melhoram os relacionamentos com
consumidores, acionistas e fornecedores e isso significa uma vantagem
comercial.
Comumente, a implantação de um planejamento de gestão
ambiental deve possuir uma dinâmica de caráter voluntarioso. O grande
motivador para a instalação desse processo é que o meio ambiente
desempenha ao mesmo tempo situações de riscos e oportunidades, para que
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uma organização seja bem-sucedida ela deve ter o controle dos riscos e
buscar o desenvolvimento das oportunidades.
A opção pela implementação de um sistema de gestão ambiental
permite às empresas não se beneficiam apenas financeiramente, como
economia de recursos naturais, gastos menores com resíduos, evolução na
eficiência na produtividade e benefícios de mercado. Mas estão, também,
reduzindo os riscos de não administrar de forma adequada alguns pontos de
vistas relativos ao meio ambiente, como multas pelo não cumprimento das
normas ambientais, acidentes, incapacidade de conseguir vantagens junto aos
órgãos financeiros e outras aplicações de capitais e perda de mercados, por
não ser capaz de competir, situações essas que possam ser consideradas
para a concessão de tais benefícios. (www.licenciamentoambiental.eng.br).
3.3 – Recursos Naturais e Conservacionismo
De acordo com o publicado na REVISTA GLOBO CIÊNCIA (1997)
compõem os chamados recursos naturais tudo o que o ser humano faz uso
relacionado ao meio ambiente, como o solo, a água e o ar. Comumente
classifica-se os recursos naturais em dois grupos que são os renováveis -
aqueles que, uma vez utilizados pelo homem, podem ser repostos - e os não
renováveis - aqueles que se esgotam, ou seja, que não podem ser repostos.
Exemplificando, os recursos naturais renováveis são as águas em
geral (com exceção dos lençóis fósseis ou artesianos), a vegetação (com o
replantio), o ar e o solo (este pode ser recuperado por meio do pousio –
descanso do plantio por um período específico -, do preparo contra erosão, da
adubação adequada e da irrigação).
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Ainda exemplificando, os recursos naturais não renováveis são o
ferro, o carvão, o petróleo, o manganês, a bauxita, o urânio, o estanho e outras
matérias primas. Uma vez utilizado o petróleo, por exemplo, através da
produção - e da queima - da gasolina, do óleo diesel e do querosene, é óbvio
que não será possível repor ou reciclar o que restar.
Segundo estabelece RIBEIRO (1996) essa separação entre fontes
renováveis e não renováveis é somente relativa, pois o fato de um recurso ser
renovável, ou reciclável, não quer dizer que não possa ser depredado ou
desgastado, considere-se que havendo uso incorreto ou descuido com a
preservação, o recurso poderá ter as suas propriedades reduzidas. Como por
exemplo, destruição irreversível ou degradação de terrenos, extinção de uma
região de mata rica e complexa, que passa a ser substituída por outra pobre e
simples e outros casos. E mesmo o ar e a água, que são abundantes, existem
em proporções finitas no globo terrestre. As suas capacidades de se sustentar
ou absorver a poluição, sem reduzir as condições para existência da vida,
confiadamente, não é ilimitada. Assim, mesmo os recursos chamados
renováveis só podem ter seu uso de forma prolongada através de uma
consciência conservadora a nível global, ou seja, que todos procurem evitar os
abusos e os desperdícios.
Segundo define o dicionário eletrônico Lextec, emitido pelo
Instituto Camões:
“Denomina-se conservacionismo o movimento ético ambiental
que defende o uso dos recursos do planeta distribuído pelo tempo,
isto é, que defende a sustentabilidade da sua utilização, tendo em
conta as necessidades das gerações vindouras”.
(www.institutocamoes.pt).
Para ALVES (1996) conservar, nesse contexto, não tem o sentido
apenas de guardar, mas sim utilizar com racionalidade. A natureza deve ser
49
utilizada ou consumida para suprir às necessidades de sobrevivência da
humanidade, mas considerando em conta o futuro do planeta e do homem,
mas para os quais temos a responsabilidade de deixar uma natureza sadia.
Ressalta ainda que foi apenas a partir da destruição da natureza
pelo ser humano - e do desaparecimento de incontáveis espécies da fauna e
da flora - que surgiu uma nova consciência conservacionista. O uso da
natureza intensificado pela sociedade moderna levantou uma série de
questionamentos quanto ao futuro desse meio ambiente, como por exemplo,
quando se extinguirão algumas matérias primas, como o carvão ou o petróleo?
Como evitar o aniquilamento das reservas florestais que ainda resistem no
globo terrestre e ao mesmo tempo dar condições de que os seres vivos se
alimentem, bem como permitir recursos para a crescente população mundial?
O que fazer para que não ocorra o aniquilamento total de muitos espécimes
que já se encontram reduzidos, como as baleias? Como os países pobres ou
em desenvolvimento poderão solucionar suas questões de pobreza, fome e
subnutrição sem destruir o meio ambiente? O conservacionismo procura dar
uma resposta a esses e outros problemas idênticos conciliando o
desenvolvimento econômico com a manutenção da natureza, através do uso
correto de tudo que é fornecido pela natureza.
Para BARBIERI (2008) o conservacionismo é uma ação humana
necessária, mas não basta e também apenas o uso racional de matérias
primas não é suficiente, pois além da utilização consciente do meio ambiente,
ou seja, por mais tempo possível e beneficiando uma maior quantidade de
indivíduos, é primordial também preservá-la, resguardando-a tal como ela
ainda resiste em determinados espaços. Então por esse pensamento surge, no
seio da sociedade, a consciência de patrimônio ecológico e cultural da
humanidade. Trata-se de cenários naturais e culturais que possuem um
significado que não se atribui valor, como por exemplo, um ecossistema
50
biodiversificado, um monumento ou uma cidade que representem ou
simbolizem um período histórico ou uma civilização. Exemplos de patrimônios
culturais temos as pirâmides do Egito, a Grande Muralha da China e as
cidades de Jerusalém e Meca. Pode-se ainda exemplificar como patrimônio
ecológico o Pantanal Mato-Grossense - possuidor da fauna mais rica e
diversificada do continente americano -, as florestas Amazônica e do Congo,
esta na África e a Antártida, o continente gelado.
Com o avanço das indústrias e a modernidade gerenciando as
rotinas da sociedade, tudo se modifica, tudo é transformado constantemente
em nome do desenvolvimento. As memórias passadas e a multivariedade
gerada pela natureza são eliminadas todos os dias. Não se respeita nem a
tradição - as histórias e feitos das gerações que nos antecederam - nem o
meio ambiente (as diversidades dos ecossistemas).
Para que as gerações futuras tenham uma visão da riqueza
diversificada daquilo que foi gerado no globo terrestre, para que resistam
exemplares e fragmentos de todos os valores criados pela natureza ou pela
História, tanto culturais quanto naturais, é primordial delimitar esses
patrimônios, que são espaços a serem considerados intocados, resguardados
e protegidos contra a ganância do ganho comercial. O delineamento de
regiões protegidas ou tombadas pelos governantes significa um caminhar na
defesa do meio ambiente e das obras artísticas, arquitetônicas ou urbanísticas
importantes da história da humanidade. Sem esse cuidado, esses tesouros
estarão destinados à destruição para dar lucro a alguns poucos indivíduos ou
instituições. (BARBIERI, 2008, p. 310).
51
CONCLUSÃO
A sociedade humana é com certeza diferenciada na relação com a
biosfera, sendo ela regida por leis que não são observadas em nenhuma outra
parte. É claro, entretanto, que estas leis só podem ser legítimas até o momento
em que elas não contrariem as leis da natureza. Em outras palavras, a biosfera
tem poder de veto nas atividades humanas que a agridem.
Durante milhares de anos, o homem e todos os seres vivos
retiraram os recursos da natureza, necessários à sua existência, e, devolveram
outros, por meio de transformações bioquímicas realizadas por eles. A enorme
capacidade que os organismos, principalmente os decompositores
microscópicos, tem de reciclar a matéria orgânica produzida pelo ser humano
e fazê-las retornar ao ciclo da biosfera não alteraram significativamente o seu
perfil. Porém, nos últimos cem anos, a situação tem mudado radicalmente. Os
meios de produção continuaram a sua privação aos recursos naturais e tem
retornado substâncias (quase sempre, extremamente tóxicas) que não podem
ser recicladas pelas populações de decompositores. Consequentemente, o
caminho de materiais entre o ser humano e a biosfera agora possui uma única
direção, fluindo apenas no sentido da biosfera para o homem, trazendo
alterações na sua estrutura que estão interferindo na sua capacidade de
autodepuração e regeneração.
As respostas às nossas agressões estão começando a aparecer:
mudanças climáticas, tanto no hemisfério norte quanto no hemisfério sul; o
Efeito Estufa, provocado pelo aquecimento global da Terra; os buracos na
camada de Ozônio e, perda da produtividade dos ecossistemas terrestres e
marinhos, alterando diretamente a produção dos recursos alimentares.
52
Ainda não se conhece ao certo quais as consequências desses
fenômenos nem se a sua interrupção ou reversão será possível. Os reais
efeitos que a poluição e a exploração excessiva dos recursos naturais tiveram
sobre a biosfera não podem ser avaliados pela ciência. As simulações
realizadas por computadores dependem de muitas variáveis que a tecnologia
ainda não tem como medir, como por exemplo o tempo que uma floresta leva
ao atingir o seu ápice de desenvolvimento.
O problema do lixo pode ser o ponto de partida para a
conscientização da necessidade de mudança de comportamentos de toda a
sociedade organizada: industriais, comerciantes, comunidade científica,
governos e a população.
Cabem aos governos, orientados pela comunidade científica,
educar e conscientizar sua população além de disciplinar a produção das
indústrias e a comercialização destes mesmos produtos. A elaboração de leis
ambientais que repassem para as indústrias as despesas da exploração e
poluição da natureza, sem que eles sejam repassados ao consumidor, são
medidas efetivas para tentar interromper os sérios impactos ambientais que se
vislumbram.
Movimentos ambientalistas aprendem e divulgam que não pode
haver desenvolvimento econômico que não seja harmônico com o meio
ambiente. E ainda procura mostrar de uma forma convincente que a destruição
ambiental tem um impacto diferenciado. Ela atinge aos pobres mais
profundamente e, portanto, não há mais escolha, o desenvolvimento para os
pobres tem que levar em conta as questões ecológicas.
53
BIBLIOGRAFIA
ALMEIDA, F. O Bom Negócio da Sustentabilidade. Rio de Janeiro: Editora Campus Elsevier, 2002.
_________, F. Os Desafios da Sustentabilidade – Uma Ruptura Urgente. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
ALVES, R. "A gestação do futuro". Campinas: Papirus, 1996. 6 ed. Campinas: Papirus, 1996.
TRIGUEIRO, A. - Meio ambiente no século XXI. Rio de Janeiro: Editora Sextante, 2003.
Artigo. Disponível em http://www.licenciamentoambiental.eng.br/beneficios-da-implementacao-de-sistemas-de-gestao-ambiental/. Acessado em 15/02/2011.
BARBIERI, J. GESTÃO AMBIENTAL EMPRESARIAL – Conceitos Modelos e Instrumentos. São Paulo: Editora Saraiva, 2008.
CALDERONI, S. Os bilhões perdidos no lixo. FFLCH/USO. São Paulo: Humanitas, 2001, p.23
CAMARGO, A., CAPOBIANCO, J. e OLIVEIRA, J. Meio ambiente Brasil – avanços e obstáculos pós-Rio-92. Rio de Janeiro: FGV, 2002.
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GOOGLE. Disponível em http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://desentupidoraesgoto.com.br/wp. Acessado em 31/03/2011.
INSTITUTO CAMÕES. Disponível em http://www.instituto-camoes.pt/lextec/por/domain_1/definition/20551.html). Acessado em 08/03/2011.
54
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. Disponível em http://pga.pgr.mpf.gov.br/pga/gestao/que-e-ga/o-que-e-gestao-ambiental. Acessado em 04NOV2010.
O ESTADÃO. Disponível em http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,engenheiros-e-cientistas-discutem-no-rio-como-fabricar-motores-menos-poluentes,547986,0.htm. Acessado em 31/03/2011.
ONG WWF. Disponível em http://www.wwf.org.br/informacoes/questoes_ambientais/desenvolvimento_sustentavel/. Acessado em 07/03/2011
REVISTA FÓRUM (2011) – Edição 95. São Paulo: Editora Publisher, Fevereiro/2011.
REVISTA GALILEU, nº 235. São Paulo: Editora Globo, FEV/2011.
REVISTA GLOBO CIÊNCIA. Os latifundiários da ecologia. Rio de Janeiro: Editora Globo. Ano 6. 1997.
RIBEIRO, W. Desenvolvimento sustentável: mito ou realidade? São Paulo: Terra Livre nº 11 e 12, 1996.
VESENTINI, J. Brasil Sociedade e Espaço. 7ª edição. São Paulo: Editora Ática, 1999.
55
ANEXOS
Índice de anexos
Anexo 1 >> Rótulo de embalagem de garrafa da coca-cola que começa a utilizar a chamada garrafa verde, que contém 30% de PET originário da cana-de-açúcar, sendo a garrafa 100% reciclável.
Anexo 2 >> Sacola Oxi-biodegradável, que gastam menos tempo para se decompor; e
Anexo 3 >> Correspondência de Banco, que muitos outros vem apoiando o
uso de material reciclável e o plantio de árvores de reflorestamento.
Anexo 4 >> Página de revista informando à população sobre os créditos de
carbono, bem como apresentando o quanto se queima de carbono,
considerando as diversas atividades de nosso dia a dia.
56
ANEXO 1
Rótulo de embalagem de garrafa da coca-cola que começa a utilizar a
chamada garrafa verde, que contém 30% de PET originário da cana-de-
açúcar, sendo a garrafa 100% reciclável.
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ANEXO 2
Sacola oxi-biodegradável, já utilizada por muitos estabelecimentos comerciais,
que leva menos tempo para se decompor.
58
ANEXO 3
Correspondência de instituição bancária, como esse Banco muitos outros vêm
apoiando o uso de material reciclável e o incentivo de plantio de árvores de
reflorestamento
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ANEXO 4
Página de revista informando à população sobre os créditos de carbono, bem
como apresentando o quanto se queima de carbono, considerando as diversas
atividades de nosso dia a dia. (REVISTA GALILEU, nº 235. FEV/2011).
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ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTOS 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 7
SUMÁRIO 8
INTRODUÇÃO 9
CAPÍTULO I
Evolução da Gestão Ambiental 10
1.1 – O Homem e o Ambiente 12
CAPÍTULO II
Uma Cultura Focada na Gestão Ambiental 24
2.1 – A Água e o Futuro da Humanidade 25
2.2 – A Consciência Ecológica Alterou a Crise Ambiental 27
2.3 – Uma Questão Ambiental 28
2.4 – Meio Ambiente e Política 30
61
2.5 – A Diversidade das Espécies 35
CAPÍTULO III
O Incremento da Consciência Ambiental na Sociedade 39
3.1 – Caminhos para a Preservação da Natureza 39
3.2 – Por que Implementar Sistemas de Gestão Ambiental? 46
3.3 – Recursos Naturais e Consevacionismo 47
CONCLUSÃO 51
BIBLIOGRAFIA 53
ANEXOS 55
ÍNDICE 60