UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Por: Indiâna Margaréte Tardin. 3...

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE UNIVERSIDADE CORPORATIVA EDUCAÇÃO COMO ESTRATÉGIA DE NEGÓCIO Por: Indiâna Margaréte Tardin Orientador Profª Adelia Maria Oliveira de Araujo Brasília 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

UNIVERSIDADE CORPORATIVA

EDUCAÇÃO COMO ESTRATÉGIA DE NEGÓCIO

Por: Indiâna Margaréte Tardin

Orientador

Profª Adelia Maria Oliveira de Araujo

Brasília

2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

UNIVERSIDADE CORPORATIVA

EDUCAÇÃO COMO ESTRATÉGIA DE NEGÓCIO

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para a

conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu”

em Gestão de Recursos Humanos.

Por: Indiâna Margaréte Tardin

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço em primeiro lugar a

Deus por ter me dado a oportunidade

de poder concluir este curso.

Ao meu namorado por sempre

acreditar em mim.

A todos que me amam e que de

alguma forma me ajudaram.

4

DEDICATÓRIA

À minha mãe que partiu cedo

demais...

5

RESUMO

A proposta principal deste trabalho é verificar se há influência do gestor

em relação ao processo do autodesenvolvimento das pessoas que compõe a

sua equipe de trabalho. O referencial teórico tem por base as discussões sobre

Universidade Corporativa, as mudanças no mundo do trabalho, a necessidade

de qualificação profissional e o papel das universidades corporativas nas

organizações. Na primeira parte, o quadro referencial teórico apresentado

ofereceu os subsídios necessários à realização do estudo. A análise de

documentos subsidiou a composição do perfil da CAIXA e a descrição das

Diretrizes e Programas de sua Universidade. A aplicação de entrevista a

empregado da CAIXA que trabalha na Área de Educação Corporativa

possibilitou a obtenção de mais algumas informações necessárias para o

estudo da questão. Os resultados encontrados apontaram para o fato de que

os gestores e as universidades corporativas têm importante papel de educação

permanente e de desempenho profissional, gerando diferencial competitivo

para as empresas. Todavia, alega-se que são necessários alguns ajustes no

comportamento e desenvolvimento dos gestores para se adequar ao modelo

proposto por alguns autores, que pregam o aprendizado permanente e o

desempenho dos valores humanos da organização. Neste cenário, o papel do

gestor será fundamental para a construção desta nova gestão organizacional

se conseguir criar possibilidades de aprendizado e incentivar o

autodesenvolvimento de sua equipe no ambiente de trabalho. Para se reter

pessoas talentosas é preciso investir em seu desenvolvimento, incentivando a

busca por novas oportunidades, conhecimento e experiências.

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METODOLOGIA

Foram utilizadas referências teóricas publicadas em documentos,

conceitos pesquisados sobre Universidade Corporativa em materiais científicos

e técnicos publicados em livros, teses, revistas, apostilas e artigos consultados

na internet. Utilizou-se também entrevista com uma pessoa envolvida com o

projeto Universidade Corporativa CAIXA.

Este estudo está estruturado em 07 partes. A primeira é introdução, com

justificativas, objetivos, problema e metodologia adotada. A segundo parte

apresenta as principais características organizacionais e estruturais da CAIXA.

Na terceira é apresentada a área de concentração escolhida, com referencial

teórico. Na quarta parte define-se a Universidade Corporativa CAIXA. Na quinta

parte é e efetuada uma análise do papel do Gestor no processo de

autodesenvolvimento da equipe. A sexta apresentará uma entrevista com

pessoa ligada à Universidade Corporativa CAIXA. A sétima é finalmente a

conclusão do estudo.

Este estudo contribuiu amplamente para um maior conhecimento sobre

Educação Corporativa, hoje tão presente nas organizações e a descoberta da

influência do gestor no autodesenvolvimento de sua equipe.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO....................................................................................................... 8

Capítulo 1 - CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO...................................... 10

1.1 – Organização.................................................................................................. 10

1.1.1 – Missão........................................................................................................ 13

1.2 – Estrutura Administrativa................................................................................ 14

1.3 – Estrutura Organizacional............................................................................... 16

1.4 – Universidade Corporativa no contexto estratégico da CAIXA....................... 17

Capítulo 2 – A EDUCAÇÀO CORPORATIVA COMO ESTRATÉGIA DE RH...... 20

2.1 – Gestão de Pessoas...................................................................................... 20

2.2 – Sobre Universidades Corporativas................................................................ 24

2.3 – Universidade Corporativa x Treinamento Tradicional.................................... 26

2.4 – Universidades Corporativas no Brasil............................................................ 34

2.5 – O papel do Gestor no Processo de Autodesenvolvimento do Empregado... 37

Capítulo 3 - UNIVERSIDADE CORPORATIVA CAIXA........................................ 45

3.1 – Estrutura da Universidade Corporativa CAIXA.............................................. 51

3.2 – Modelo Pedagógico....................................................................................... 53

3.3 – Participação dos Colaboradores na Universidade Corporativa CAIXA......... 56

3.4 – Descrição das informações obtidas .............................................................. 57

CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................... 61

BIBLIOGRAFIA..................................................................................................... 66

ANEXOS................................................................................................................ 68

8

INTRODUÇÃO

O advento da globalização disponibiliza, em tempo real e sem fronteiras,

informações e todo tipo de conhecimento obrigando pessoas e empresas a

adaptarem às rápidas transformações, como condição para se colocarem de

forma competitiva no mundo globalizado.

Conforme afirma Chiavenato (1999), “na Era da Informação, fatores

tradicionais de produção como a terra, mão-de-obra e capital produzem

retornos cada vez menores. É a vez do conhecimento, do capital humano e do

capital intelectual e a maior responsabilidade é tornar o conhecimento útil e

produtivo.”

A CAIXA, assim como as demais empresas, tem sua sobrevivência

condicionada ao posicionamento dentro do mercado competitivo. O cenário

atual no qual as organizações desempenham suas funções atravessa

turbulências constantes. O novo século pede atitudes inéditas e urgentes por

parte dos responsáveis pela Administração.

Nesse contexto, a aprendizagem e a gestão do conhecimento passam a

ser o diferencial competitivo para o crescimento e sucesso da organização.

Para desenvolver este novo perfil é preciso que as empresas implantem

modelos que desenvolvam atitudes e habilidades e não apenas conhecimento

técnico. Nasce, neste momento, a Universidade Corporativa, que se enquadra

numa mudança de paradigma, no qual o foco do treinamento visa o

aprendizado como um todo.

É importante verificar como a Universidade Corporativa pode contribuir

para impulsionar a gestão do conhecimento nas organizações e qual o papel

do gestor neste contexto. Afinal, sem uma equipe preparada e comprometida

9

com os objetivos da organização esta, com certeza, não terá muitas chances

nesta arena.

O objetivo deste estudo é obter conhecimento teórico sobre

Universidade Corporativa, buscando apresentar algumas reflexões sobre o

papel do gestor em relação ao processo do autodesenvolvimento das pessoas

que compõe a sua equipe de trabalho.

Buscar-se-á analisar a experiência da Universidade Corporativa CAIXA

compilando informações sobre aprendizagem organizacional através da

Universidade Corporativa, seus modelos, recursos, o crescimento da sua

utilização e sua importância no momento atual.

Acredita-se que o Gestor exerça influência sobre o autodesenvolvimento

dos empregados e que equipes que trabalham em ambiente facilitador buscam

com mais freqüência os treinamentos via Universidade Corporativa.

O objeto do estudo tem como foco a análise do papel dos gestores na

sedimentação de uma cultura de educação corporativa continuada.

10

Capítulo I - CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

Este capítulo tem por objetivo apresentar um pouco da história da

CAIXA Econômica Federal e relatar a importância de sua existência para o

nosso país, além de apresentar a Universidade Corporativa dentro do contexto

estratégico de CAIXA.

1.1 Organização

A CAIXA ECONÔMICA FEDERAL – CEF, doravante denominada

simplesmente CAIXA, é uma instituição financeira voltada preponderantemente

para a solução de problemas decorrentes das necessidades sociais. Segundo

o site da empresa, as finalidades da CAIXA, dentre outras, consistem em

receber em depósito as economias populares, incentivando o hábito da

poupança; conceder empréstimos e financiamentos de natureza assistencial;

operar no setor habitacional, promovendo a aquisição da casa própria

prioritariamente para as classes de menor renda; explorar, com exclusividade,

os serviços das loterias federais; exercer o monopólio das operações sob

penhores civis; administrar o Programa de Integração Social (PIS) e realizar, no

mercado financeiro, como entidade do Sistema Financeiro Nacional, outras

operações comerciais.

Criada em 12 de janeiro de 1861, como CAIXA ECONÔMICA e Monte

de Socorro - instituição de economia popular, a Caixa nasceu com o objetivo de

coletar depósitos populares em forma de poupanças. Em 1934,

institucionalizaram-se as operações hipotecárias com que a CAIXA já vinha

trabalhando desde 1930, ocasião em que também passam a ser denominadas

instituições de previdência, adquirindo, em caráter permanente, o privilégio das

operações sob o penhor civil.

11

A confiança popular assegurou à CAIXA uma capacidade cada vez

maior de expansão de seus recursos e de suas funções. Aliados a produtos

tradicionais e históricos como a poupança e o penhor, encontram-se hoje,

produtos e serviços modernos que dão sustentação às políticas sociais da

Empresa. Assim, com a mesma desenvoltura com que administra o crédito

educativo e as loterias federais, a CAIXA atua em captação, empréstimos e

aplicações.

Em 1980, criou-se o Plano de Desenvolvimento de Recursos Humanos

da CAIXA com o objetivo de integrar e elevar o nível de qualificação dos

empregados. Dois anos depois, surge a Campanha de Bom Atendimento,

interagindo CAIXA e público através de um programa de treinamento que tem

por objetivo aperfeiçoar o padrão dos serviços e do atendimento nas agências.

No anseio pela melhoria contínua, surge um novo conceito da CAIXA

através de uma campanha publicitária promovida pela Empresa: “O Forte da

CAIXA é você”, iniciando em 1984 um processo de mudança no

relacionamento interpessoal dos empregados e no atendimento ao público. A

partir daí, a história da CAIXA é marcada pela busca contínua de mudanças

nas relações interpessoais, criando condições internas de auto-aprimoramento.

Ainda nesse período, a CAIXA inicia o modelo de gestão participativa,

contribuindo para a motivação, participação, envolvimento e valorização dos

empregados.

Com a absorção do BNH, em 1986, a CAIXA assume grande dimensão,

transformando-se na maior agência de desenvolvimento social da América do

Sul. Em conseqüência, assume também a administração do FGTS, tornando-

se órgão-chave na execução das políticas nacionais de desenvolvimento

urbano, habitação e saneamento.

12

Em 1989, a CAIXA é, praticamente, a única instituição bancária

brasileira financiadora de obras de saneamento básico e o mais importante

agente financiador de projetos habitacionais para as populações de baixa

renda e de obras de infra-estrutura urbana.

Em 1990, a Instituição foi incumbida de centralizar quase 130 milhões

de contas de FGTS que se encontravam distribuídas em 76 bancos. O desafio

foi vencido e, em 1993, ela efetuou o pagamento de cerca de 72 milhões de

contas inativas.

O aumento da concorrência devido à entrada dos bancos privados no

mercado de cadernetas de poupança faz com que a CAIXA procure novas

maneiras de agir. Assim, em 1991, a CAIXA finaliza junto ao Banco Central os

procedimentos para seu enquadramento definitivo como banco múltiplo,

reforçando sua atuação e aumentando sua abrangência nos diversos

segmentos da atividade de intermediação financeira. Novos produtos e

programas são lançados na CAIXA, solidificando ainda mais a sua atuação

como Banco Social e Múltiplo.

Em 1992, no início de uma nova administração, foram construídos os

alicerces de um plano de ação que tinha como objetivo o fortalecimento da

CAIXA. Nas linhas de ação ressaltou-se a política de valorização do ser

humano. A extensão de esforços em capacitação, programas de motivação,

políticas de reconhecimento de desempenho, trabalho participativo e decisão

compartilhada, buscou o envolvimento do corpo funcional da CAIXA na filosofia

do modelo proposto.

A CAIXA é uma instituição financeira pública, de personalidade jurídica

de direito privado, com sede em Brasília/DF, Setor Bancário Sul, Quadra 04,

Lote 3/4, mas com representações em todo o território brasileiro.

13

1.1.1 Missão

A CAIXA está presente na vida de milhões de brasileiros, sejam eles

clientes do crédito imobiliário, do penhor, trabalhadores beneficiários do FGTS,

PIS ou Seguro-Desemprego, aposentados, estudantes assistidos pelo crédito

educativo, apostadores das loterias ou usuários dos serviços bancários. A

CAIXA direciona seus principais programas para a população de baixa renda

na medida em que prioriza os setores de habitação, saneamento básico, infra-

estrutura urbana e prestação de serviços.

A Caixa Econômica Federal tem como missão:

Promover a melhoria contínua da qualidade de vida da sociedade,

intermediando recursos e negócios financeiros de qualquer natureza, atuando,

prioritariamente, no fomento ao desenvolvimento urbano e nos segmentos de

habitação, saneamento e infra-estrutura e na administração de fundos,

programas e serviços de caráter social, tendo como valores:

• Direcionamento de ações para o atendimento das

expectativas da sociedade e dos clientes;

• Busca permanente de excelência na qualidade dos

serviços;

• Equilíbrio econômico-financeiro em todos os negócios;

• Conduta ética pautada exclusivamente nos valores da

sociedade;

• Respeito e valorização do ser humano.

1.2 - Estrutura Administrativa

A CAIXA é uma instituição sob forma de empresa pública, criada nos

termos do Decreto-Lei nº 759, de 12 de agosto de 1969, vinculado ao Ministério

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da Fazenda. Integrante do Sistema Financeiro Nacional e auxiliar da execução

de política de crédito do Governo Federal submetem-se às decisões e à

disciplina normativa do Ministério e à fiscalização do Banco Central do Brasil.

Suas contas e operações estão sujeitas a exame e julgamento pelo Tribunal de

Contas da União e Secretaria Federal de Controle do Ministério da Fazenda.

São órgãos de Administração da CAIXA:

I. O Conselho de Administração;

II. A Diretoria, constituída pela Presidência, Conselho Diretor, Vice-

Presidência responsável pela gestão de ativos de terceiros e Vice-Presidência

responsável pela administração ou operacionalização das loterias federais e

dos fundos instituídos pelo Governo Federal, nestes incluído o Fundo de

Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que compartilharão a representação

orgânica e a gestão da CEF.

O Conselho de Administração é o órgão de orientação geral dos

negócios da CAIXA, responsável pela definição das diretrizes, desafios e

objetivos corporativos e pelo monitoramento e avaliação dos resultados da

CAIXA, composto por sete conselheiros, como segue: cinco conselheiros

indicados pelo Ministro de Estado da Fazenda, dentre eles o Presidente do

Conselho; o Presidente da CAIXA, que exerce a Vice-Presidência do Conselho;

um conselheiro indicado pelo Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento

e Gestão.

O Conselho Diretor é órgão colegiado responsável pela gestão e

representação da CAIXA, composto pelo Presidente da CAIXA e por nove Vice-

Presidentes, nomeados e demitidos ad nutum pelo Presidente da República,

por indicação do Ministro de Estado da Fazenda, ouvido o Conselho de

Administração.

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Ao Conselho Diretor compete, entre outras atribuições, aprovar e

apresentar ao Conselho de Administração as políticas, as demonstrações

contábeis, as propostas orçamentárias e respectivos acompanhamentos

mensais de execução, a prestação de contas anual, o sistema de controles

internos; elaborar proposta de plano de implementação do plano estratégico da

CAIXA; aprovar os limites de alçadas, a arquitetura organizacional e o modelo

de funcionamento das Vice-Presidências e da Auditoria Interna; decidir sobre a

criação, instalação e supressão de unidades internas e agências, escritórios,

representações, dependências e outros pontos de atendimento no País.

O Estatuto da CAIXA dispõe ainda sobre o Conselho Fiscal,

integrado por cinco membros efetivos e respectivos suplentes, escolhidos e

designados pelo Ministro de Estado da Fazenda. Compete ao Conselho

exercer as atribuições relativas ao poder de fiscalização, conforme a legislação

vigente, inclusive fiscalizar os atos dos administradores, verificar o

cumprimento de seus deveres legais e estatutários e opinar sobre a prestação

de contas anual da CAIXA.

A CAIXA dispõe hoje de 100.916 mil colaboradores, sendo:

• 74.949 mil Empregados

• 10.456 mil Prestadores de Serviços

• 11.873 mil Estagiários

• 3.638 mil Menores

O organograma da organização, constante do anexo, demonstra

detalhadamente sua estrutura organizacional.

16

1.3 Estrutura Organizacional

Neste módulo será apresentada a estrutura organizacional da CAIXA e

sua representação em todo o país.

A estrutura organizacional da CAIXA é formada por Unidades da Matriz,

Filiais, Representações, Centralizadoras, Escritórios de Negócios e Pontos de

Venda.

A Matriz possui a representação de todos os processos que sustentam

as atividades da CAIXA, sendo responsável pela definição de diretrizes e pelo

controle dos resultados. Para tanto, está estruturada da seguinte forma:

§ Superintendências Nacionais - estão no primeiro nível

de gestão da Empresa;

§ Gerências Nacionais – estão no nível de gestão,

vinculadas a uma Superintendência Nacional ou a uma Diretoria.

Já as Filiais e Representações subordinadas às Superintendências

Nacionais ou às Gerências Nacionais, são extensões de determinados

processos existentes na Matriz e se caracterizam por unidades que

operacionalizam as atividades referentes àqueles processos, senso

responsáveis pela gestão dos negócios da CAIXA e da Rede de Pontos-de-

Venda (agências), no âmbito da região que em operam. Os pontos-de-Venda

respondem pela comercialização dos produtos e serviços da CAIXA.

A CAIXA possui 2.051 Agências que respondem pela venda dos seus

produtos e serviços, contando para execução dessas tarefas com 74.949

empregados em seu quadro próprio, além de estagiários e prestadores de

serviços.

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1.4 Universidade Corporativa no contexto estratégico da

CAIXA

A CAIXA é o principal agente das políticas públicas do governo federal e,

de uma forma ou de outra, está presente na vida de milhões de brasileiros. Isso

porque a CAIXA – uma empresa 100% pública – atende não só os seus

clientes bancários, mas todos os trabalhadores formais do Brasil, estes por

meio do pagamento de FGTS, PIS e seguro-desemprego; beneficiários de

programas sociais e apostadores das Loterias (site da CAIXA).

Além disso, ao priorizar setores como habitação, saneamento básico,

infra-estrutura e prestação de serviços, a CAIXA exerce um papel fundamental

na promoção do desenvolvimento urbano e da justiça social no país,

contribuindo para melhorar a qualidade de vida da população, especialmente a

de baixa renda. A atuação da CAIXA também se estende aos palcos, salas de

aula e pistas de corrida, com o apoio a iniciativas artístico-culturais,

educacionais e desportivas.

A CAIXA é o maior banco público da América Latina. Até mesmo quem

está fora do Brasil pode contar com a CAIXA. Desde 2004, os brasileiros

emigrados podem utilizar o CAIXA Internacional para fazer remessas de

recursos ao país.

Sua Visão de futuro compreende a CAIXA como referência mundial em

banco público integrado, rentável, socialmente responsável, eficiente, ágil e

com permanente capacidade de renovação; como líder na implementação de

políticas federais e parceira estratégica dos governos estaduais e municipais;

como o banco da maioria da população brasileira e com excelente

relacionamento com seus clientes; detentora de alta tecnologia da informação

em todos os canais de atendimento e se destacará na gestão de pessoas,

reconhecidas em seu mérito, capacitadas e com desenvolvido espírito público.

18

Para cumprir sua missão, alcançar sua visão e seus desafios construídos

para 2005 a 2015, a CAIXA possui grande capilaridade, como vimos

anteriormente, estando presente em todos os municípios brasileiros.

Atua em quatro grandes segmentos de negócios: desenvolvimento de

programas e financiamentos aos estados e municípios para o desenvolvimento

urbano; na administração e operacionalização de programas do governo

federal, cujo segmento é denominado transferência de benefícios; em

empréstimo, financiamentos, aplicação em fundos de investimento e

previdência, venda de seguros, a pessoa física e jurídica, estados e municípios,

denominado segmento de serviços bancários e, finalmente, na administração e

operação das Loterias federais, cuja arrecadação beneficia dezenas de ações

de esporte, cultura, entre outros.

Recebe uma das mais importantes missões do Governo Federal, o de

participar do maior programa de redistribuição de renda do mundo, que atende

a 11.400.000 famílias, o “Bolsa Família”.

Para todo esse desafio, a CAIXA conta com sua força de trabalho: 74.949

empregados, 11.873 estagiários e 3.638 adolescentes aprendizes (dados de

2008). E essa força de trabalho precisa estar capacitada e orientada para a

estratégia da empresa.

As ações educacionais devem desenvolver competências humanas e

profissionais com base nos princípios estratégicos para a geração de

resultados sustentáveis, para a CAIXA e para a sociedade em geral.

Neste contexto, a Universidade Corporativa CAIXA vem para fomentar o

aprendizado e o desenvolvimento contínuo das competências das pessoas

para o alcance destes resultados sustentáveis para a CAIXA e buscar soluções

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de aprendizagem para o desenvolvimento profissional e social da CAIXA e

seus parceiros.

O Modelo Pedagógico da Universidade Corporativa CAIXA tem como

função estabelecer as bases para o processo de aprendizagem na Empresa,

orientar todas as ações idealizadas e desenvolvidas pela Universidade e definir

o modelo de formação e capacitação técnico-profissional dos empregados, em

um processo coerente com o perfil de profissional exigido pela organização.

O alinhamento estratégico da Universidade Corporativa CAIXA aos

objetivos da Empresa viabiliza-se por meio de quatro políticas:

• Política I: a CAIXA reconhece o processo de educação corporativa

como estratégia de crescimento profissional e prioriza o investimento

contínuo em ações de desenvolvimento integradas com os seus

objetivos estratégicos.

• Política II: a CAIXA estimula o desenvolvimento permanente da sua

cadeia de valor como forma de valorizar a competência e a

profissionalização e fortalecer a responsabilidade social.

• Política III: a CAIXA reconhece o exercício da liderança educadora

como prática essencial na gestão de pessoas.

• Política IV: a atividade de instrutoria/tutoria é considerada de alta

relevância e prioridade para o processo de educação corporativa da

CAIXA.

A Universidade Corporativa representa um poderoso instrumento

viabilizador de uma base humana que sustente o desenvolvimento estratégico

da CAIXA.

20

Capítulo II – A EDUCAÇÃO CORPORATIVA COMO

ESTRATÉGIA DE RH

Neste capítulo é apresentada a fundamentação teórica do trabalho

realizado. Sua exploração abrange uma abordagem sobre Gestão de Pessoas;

História das Universidades Corporativas; a diferenciação entre Universidade

Corporativa x Treinamento Tradicional; Universidade Corporativa no Brasil e o

Papel do Gestor no processo de autoconhecimento do empregado. Tal revisão

de literatura busca esclarecer a importância do papel da educação e do Gestor

na capacitação e autodesenvolvimento do empregado, aumentando, desta

forma, o capital intelectual nas empresas.

2.1 Gestão de Pessoas

Ao longo do tempo, a gestão de pessoas tem refletido as mudanças na

organização do trabalho, no relacionamento entre empresa e empregados,

entre trabalho e pessoas e no comportamento do mercado. Estas mudanças

geram pressões entre os atores envolvidos, exigindo assim, uma revisão de

conceitos e ferramentas gerenciais.

Segundo Chiavenatto Gestão de Pessoas nas organizações é a função

que permite a colaboração eficaz das pessoas – empregados, funcionários,

recursos humanos ou qualquer denominação utilizada – para alcançar os

objetivos organizacionais e individuais.

A administração moderna desenvolve um estilo de direção muito aberto

e dinâmico, extremamente democrático, por meio do qual administrar é um

processo de criar oportunidades e encorajar o crescimento individual e

proporcionar orientação quanto a objetivos.

21

Segundo Brandão (2001), o objetivo da Gestão Estratégica de Recursos

Humanos em uma organização é a identificação, o desenvolvimento e a

alocação das competências que irão sustentar a intenção estratégica da

organização. A área funcional de Recursos Humanos deve atuar como um

parceiro estratégico, face à sua importância na agregação de valor ao negócio

e, como conseqüência, aos clientes.

É através da Gestão de Pessoas que se busca a Gestão do

Conhecimento, para um aprendizado contínuo, eficiente, rápido e abrangente,

com foco na estratégia e objetivos da empresa.

As empresas costumam enxergar seus empregados de duas maneiras:

• Como recursos organizacionais que compõem o patrimônio

contábil da empresa, neste caso, as pessoas devem ser administradas e

controladas, pois são sujeitos passivos da organização.

• Como parceiros da organização, cúmplices no cumprimento de

estratégias, pois são fornecedores do conhecimento, da inteligência, ou

seja, constituem o capital intelectual da empresa.

Os ativos estratégicos das empresas são formados por empregados

altamente produtivos. Vistos desta forma, os empregados constituem um

recurso valioso, tornando-se, portanto, fonte de vantagem competitiva e

diferencial da empresa.

No passado, os recursos humanos se preocupavam basicamente em

cumprir a burocracia de pessoal, zelando pelos aspectos legais e

administrativos dos empregados.

22

Atualmente, o sistema de recursos humanos – que identifica, atrai,

desenvolve e mantém as pessoas competentes – pode ser considerado um

departamento estratégico da empresa. O profissional de recursos humanos

precisa agregar valor à empresa, precisa trabalhar como um agente pró-ativo e

não reativo e maximizar a sua atuação no desempenho dos resultados da

empresa.

Diante de várias mudanças por que passaram as empresas nos últimos

anos com conseqüências diversas como demissões e downsizings,

globalização e outros, muitos empregados perderam o vínculo de lealdade que

estabeleciam com as empresas e passaram a privilegiar a gestão das próprias

carreiras.

Agora, as empresas estão buscando desenvolver meios para oferecer

oportunidades de realização pessoal aos empregados, fazendo com que os

objetivos e necessidades individuais das pessoas sejam valorizados, ou seja,

estão enxergando seus empregados mais como parceiros da organização.

Desta forma, as empresas tentam motivar seus empregados e aumentar o

comprometimento deles com os resultados empresariais.

Ulrich (1998) acredita que a próxima década será decisiva para o setor

de recursos humanos. O acelerado ritmo de transformação exigido pela

tecnologia, globalização, crescimento lucrativo e demandas do consumidor

coloca em pauta a competência da força de trabalho e as capacidades

organizacionais. Nos últimos anos, diversas iniciativas se tornaram cruciais ao

sucesso estável, como: programas de melhoria da qualidade, reengenharia,

melhoria de processo, competência essencial, aprendizado, disciplina de

mercado e liderança fundamentada.

Desta forma, torna-se cada dia mais importante a implementação de

novas metodologias que abordem as reais necessidades das pessoas que

23

formam as equipes e foquem no desenvolvimento, na atualização, na

reciclagem e especialização destas pessoas.

Neste contexto, a área de recursos humanos precisa alinhar a cultura do

passado com a nova, buscando o equilíbrio para a geração de novas práticas.

Eis o desafio desse novo profissional de RH.

Segundo Ulrich (1998):

Um departamento de recursos humanos deva ser dirigido para

o futuro, incluindo novas iniciativas, programas e prioridades.

Sua função para o ano 2000 estará enfocada no

gerenciamento global, nas capacidades organizacionais, na

mudança de cultura e no capital intelectual. (p. 10)

Em gestão de pessoas o gestor tem um papel muito importante, ele

deve agir como treinador. Deve conceder aos seus empregados a oportunidade

de serem criativos e aprenderem sempre.

Se a organização realmente estiver voltada para as pessoas sua cultura

deverá refletir essa realidade.

24

2.2 Sobre Universidades Corporativas

No ambiente competitivo e dinâmico em que as empresas estão hoje

inseridas, o modelo baseado em hierarquia, lentidão e estabilidade é quase

inaceitável. Na economia atual, o maior valor agregado é gerado pelo capital

humano. Desta forma é preciso que haja mudança de paradigma do

pensamento administrativo, e é preciso que o conhecimento seja disseminado

a toda organização.

Na era do conhecimento o foco não está mais na mão-de-obra braçal ou

nas habilidades físicas, mas sim no uso do conhecimento e das habilidades

intelectuais.

O ser humano é a base principal para o desenvolvimento da

universidade, sendo visto como um diferencial competitivo. Para isso, as

empresas precisam estar conscientes de seus objetivos e passá-los de forma

clara e transparente.

O conceito de universidade Corporativa surge devido à necessidade de

desenvolvimento do conhecimento de forma mais ampla e de modo contínuo e

ágil, mudando assim, o paradigma do treinamento tradicional.

As empresas estão percebendo o valor da aprendizagem como ativo

empresarial. Essa constatação tem permitido um incremento nas funções de

educação dentro da empresa, inclusive no que respeita a concessão de tempo

para estudos. Segundo César Souza “O objetivo de qualquer programa de

educação corporativa deve ser o de aumentar o Capital Intelectual (CI), aquele

ativo que não aparece nos balanços financeiros das empresas. As

universidades corporativas surgem justamente a partir desse incremento

qualitativo e quantitativo das atividades de educação empresarial.

25

Para Allen (2002), a razão para a criação da Universidade Corporativa

em uma organização é de ajudá-la a cumprir sua missão. A seu ver, como

existem muitas outras ferramentas que desempenham esta mesma função,

procura saber se a universidade corporativa é de fato a melhor ferramenta

educativa para todas as organizações. O autor conclui que ela só não se

enquadra bem às organizações muito pequenas ou às que dependem mais de

tecnologia automatizada do que trabalho humano.

Segundo Meister(1999), para entender a importância das universidades

corporativas é necessário compreender as forças que sustentaram seu

aparecimento, tais como:

• A emergência da organização não hierárquica,

enxuta e flexível, com capacidade de dar respostas rápidas ao

turbulento ambiente empresarial;

• O advento e a consolidação da “economia do

conhecimento”, onde o conhecimento é a nova base para a

formação da riqueza, quer seja no âmbito individual, empresarial,

nacional ou internacional.

• O novo foco na capacidade de

empregabilidade/ocupacionalidade para a vida toda em lugar do

emprego para a vida toda

• A mudança fundamental no mercado da educação,

evidenciando-se a necessidade de formar pessoas com visão

global e perspectivas internacionais dos negócios.

Para a autora, essas tendências abrangentes apontam para um

importante veículo para a criação de uma vantagem competitiva – o

comportamento da empresa com a educação e o desenvolvimento dos

26

funcionários. A nova realidade exige que as pessoas tenham desenvolvida a

capacidade de criar trabalho e conhecimento, contribuindo de maneira efetiva

para o sucesso da empresa em que trabalham.

A primeira universidade corporativa da qual se tem notícia foi criada há

pelo menos 50 anos, quando a General Eletric - GE lançou a Crotonville, em

1955. Contudo, foi a partir do final da década de 80 que se percebeu um

verdadeiro interesse pela utilização do modelo. Desde então, muitas empresas

vêm implantando e melhorando seu conceito de aprendizagem, antes

estritamente físico, para um conceito de gestão estratégica do conhecimento.

A universidade corporativa caracterizada também pela produção de

conhecimentos e tecnologia, ganha cada vez mais espaço. Nos últimos anos,

foram criadas mais de cem universidades corporativas no Brasil. Segundo

Meister(1999) a universidade corporativa emerge como estratégia

organizacional para o desenvolvimento continuado de pessoas, a fim de que

novos desafios das organizações contemporâneas possam ser

adequadamente enfrentados e superados.

2.3 Universidade Corporativa x Treinamento Tradicional

A Universidade Corporativa CAIXA apresenta um novo conceito de

educação empresarial, focado na gestão do conhecimento, indispensável à

competitividade e ao crescimento da organização.

Nesse contexto, é importante considerar o papel fundamental que os

gestores da CAIXA têm na sedimentação de uma cultura de educação

corporativa continuada, criando um conjunto de estratégias que auxiliem na

criação de um clima propício para o aprendizado.

27

Corroborando com essa premissa, vale destacar a contribuição de

Rosenberg (2002).

“A cultura deve reconhecer o aprendizado como parte valiosa

do que as pessoas fazem. Você tem de superar as percepções

de que o aprendizado e o trabalho são diferentes, que o

aprendizado só ocorre na sala de aula e que ele e o

treinamento são a mesma coisa.”

Para alguns autores, as universidades corporativas representam uma

evolução dos departamentos tradicionais de T&D. No entanto, além da radical

mudança de enfoque quanto aos meios que essas instituições utilizam para dar

respostas às organizações em que atuam, percebe-se a verdadeira revolução

precisamente nos seus fins. As universidades corporativas não se constituem

em sucessoras dos departamentos de T&D porque elas não são vistas como

T&D. Há uma mudança no status dessa para uma organização responsável

pela educação corporativa, ela se eleva do status logístico para a o estratégico.

Não é raro as universidades corporativas encontrarem-se subordinadas

diretamente à presidência da instituição.

Isto porque a universidade Corporativa deve gerar contribuições

corporativas específicas e significativas, agregando valor ao negócio

corporativo buscando alinhamento estratégico contínuo.

Nestes casos, ela é reconhecida dentro da empresa como um dos

principais alavancadores de negócios. Por trás disto está a crença, sobretudo

da alta administração, no papel do elemento humano na consecução dos

negócios e na sua capacidade em aprender.

A educação corporativa constitui um avanço em relação aos tradicionais

programas de treinamento porque busca desenvolver as competências em

28

sintonia com as estratégias das empresas. Seu foco está na organização que

aprende que estimula o aprendizado.

Segundo Meister (1999), dez princípios e objetivos são bastante claros

para a base do poder das Universidades Corporativas no sentido de mobilizar

os funcionários para a formação de uma força de trabalho de altíssima

qualidade:

• Oferecer oportunidade de aprendizagem que dêem sustentação às

questões empresariais mais importantes da organização.

• Considerar o modelo da universidade corporativa um processo e não

um espaço físico destinado à aprendizagem.

• Elaborar um currículo que incorpore os três C’s: Cidadania

Corporativa, Estrutura Contextual e Competências Básicas.

• Treinar a cadeia de valor e parceiros, inclusive clientes,

distribuidores, fornecedores de produtos terceirizados, assim como

universidades que possam fornecer os trabalhadores de amanhã.

• Passar o treinamento conduzido pelo instrutor para vários formatos

de apresentação de aprendizagem.

• Encorajar e facilitar o envolvimento dos líderes com o aprendizado.

• Passar o modelo de financiamento corporativo por alocação para o

“autofinanciamento” pelas unidades de negócio.

• Assumir o foco global no desenvolvimento de soluções de

aprendizagem.

• Criar um sistema de avaliação dos resultados e também dos

investimentos.

• Utilizar a universidade corporativa para obter vantagem competitiva e

entrar em novos mercados.

O conceito de Universidade Corporativa é distinto das tradicionais

atividades de T&D, na medida em que está voltada para desenvolver e educar

29

os funcionários, os clientes, os fornecedores e a comunidade. Ela deve cumprir

as estratégias empresariais da organização mantendo sua vantagem

competitiva, inspirada em um aprendizado permanente.

Meister (1999) relata a mudança de dois paradigmas nas organizações:

a do treinamento para a aprendizagem e a do departamento de treinamento

para a universidade corporativa.

Para a autora, as principais mudanças do paradigma do treinamento

para a aprendizagem são:

• no local: de prédio físico para a aprendizagem disponível em qualquer

lugar e hora;

• no conteúdo: de atualizar qualificações para desenvolver competências;

• na metodologia: de aprender ouvindo para aprender agindo;

• no público-alvo: de funcionários para equipes de funcionários, clientes e

fornecedores.

• no corpo docente: de professores, consultores externos para gerentes

Seniors internos, um grupo de professores universitários e consultores;

• na freqüência: de evento único para um processo contínuo de

aprendizagem;

• na meta: de desenvolver o estoque de qualificações do indivíduo para

solucionar problemas empresariais reais e melhorar o desempenho no

trabalho.

• na mudança de paradigma do departamento de treinamento para a

universidade corporativa as principais mudanças são (Meister, 1999,

p.23):

• no foco: de reativo para pro-ativo.

• no alcance: de tático para estratégico.

• na responsabilidade: do diretor de treinamento para os gerentes das

unidades de negócio.

30

As universidades tiveram que criar um novo ambiente de aprendizagem

para que o ensino estivesse disponível em qualquer lugar e a qualquer hora,

como um processo contínuo, de fato. Este ambiente é fundamentado no Ensino

a Distância, com a utilização de muita tecnologia para criar salas de áudio e

teleconferência, campus virtual, aprendizagem através de intranet e internet e

demais canais tecnológicos.

Eboli (1999) considera que a tendência é que apenas 20 a 30% dos

programas de desenvolvimento de pessoas, nas universidades corporativas,

sejam presenciais, os outros 70 ou 80% serão distribuídos pelos diversos

canais tecnológicos. A autora acrescenta que, o uso do Ensino a Distância

pelas universidades corporativas “tem-se mostrado essencial para aumentar a

autonomia dos aprendizes e descentralizar o processo de aprendizado,

favorecendo assim o aprendizado coletivo de forma concreta e não apenas

retórica” (Eboli, 1999, p.114).

O que diferencia um programa de treinamento organizacional de uma

universidade corporativa?

31

Quadro I – Treinamento Tradicional x Universidade Corporativa

Reativo

Fragmentada &

Descentralizada

Tático

Pouco/Nenhum

Instrutor

Diretor de Treinamento

Público-Alvo Amplo/

Profundidade Limitada

Inscrições Abertas

Aumento das Qualificações

Profissionais

Opera como Função

Administrativa

“Vá para o Treinamento”

Ditado pelo Departamento de

Treinamento

Foco

Organização

Alcance

Endosso/Responsa

bilidade

Apresentação

Responsável

Audiência

Inscrições

Resultado

Operação

Imagem

Marketing

Pró-ativo

Coesa & Centralizada

Estratégico

Administração e

Funcionários

Experiência com Várias

Tecnologias

Gerentes de Unidades

de Negócio

Currículo Personalizado

por Famílias de Cargo

Aprendizagem no

Momento Certo

Aumento no

Desempenho no Trabalho

Opera como Unidade de

Negócios (Centro de Lucros)

“Universidade como

Metáfora de Aprendizado”

Venda sob consulta

Fonte: Corporate University Xchange, Inc., 1997.

As Universidades Corporativas estão buscando hoje entrar em contato

com o conhecimento da organização como um todo, proporcionando a seus

colaboradores um processo de aprendizagem contínua, mudando o paradigma

do treinamento tradicional.

Para Meister (1999), as Universidades Corporativas devem agir como

unidades de negócio, determinando seu próprio mercado, alcance e papel

dentro da organização e também fora dela, orientada para o negócio e

vinculada às estratégias da empresa.

TREINAMENTO TRADICIONAL

UNIVERSIDADE CORPORATIVA

32

As Universidades Corporativas estão se tornando o centro estratégico

da organização que tem em mente oferecer soluções de aprendizagem

econômicas e de alta qualidade, um guarda-chuva estratégico para

sistematizar esforços de aprendizagem, na busca do aprendizado permanente.

A meta principal da Universidade Corporativa é fazer com que a

empresa aprenda mais depressa que a concorrência, buscando oferecer a

todos os níveis de funcionários o conhecimento e as qualificações necessárias

para atingir estes objetivos estratégicos.

Para isso é necessária a participação direta da alta cúpula da empresa

e a criação de um sistema de controle, um conselho, responsável pelo vínculo

das estratégias empresariais ao projeto e desenvolvimento de soluções de

aprendizagem. Este conselho é também responsável pelo esforço conjunto

com as altas e médias gerências no desenvolvimento de uma visão

compartilhada da universidade corporativa.

Os gerentes de nível médio são os responsáveis, neste modelo, pela

participação e motivação dos funcionários nos programas de aprendizagem da

Universidade Corporativa. A organização precisa clarificar os seus

colaboradores como utilizar os recursos de aprendizagem colocados a sua

disposição, bem como, as vantagens que a Universidade Corporativa lhes

trará, desenvolvendo sua empregabilidade.

A Universidade Corporativa tem ainda a obrigação, como inovadora na

busca de programas de aprendizado, de desenvolver experiências com

tecnologia, criando possibilidades de o funcionário estudar enquanto trabalha.

Desenvolver parcerias com instituições de educação superior para oferecer

conhecimento aos colaboradores, através de treinamentos ou até mesmo da

oferta de cursos de graduação e especialização em áreas específicas de

interesse da empresa. Estas parcerias visam à formação da rede de trabalho

da empresa, capacitando e aumentando a empregabilidade de profissionais.

33

As Universidades Corporativas estão, de fato, buscando parcerias com

as universidades tradicionais juntando os objetivos de todos os envolvidos no

processo: empregados/empresa/instituição de ensino.

Segundo Meister (1998), estimativas recentes de empresas americanas

criaram universidades-empresas, faculdades e institutos de ensino para

satisfazer as carências de conhecimento de seus empregados. O fato de a

universidade estar inserida dentro de um contexto empresarial, não impede que

ela receba a colaboração destes parceiros da aprendizagem.

As empresas estão se aprimorando na formação das pessoas, e é

natural que elas busquem criar estas parcerias como forma de sanar as falhas

educacionais relacionadas às suas demandas.

No treinamento tradicional, o processo de aprendizagem tem seu ciclo

próprio: começo, meio e fim. Ou seja, o aluno depois de formado pára de

aprender. Mas na Universidade Corporativa há uma continuidade do processo,

ou seja, durante toda a vida profissional do empregado a universidade se

responsabiliza pelo aprendizado das novas qualificações e competências que

se fizerem necessárias.

Não se pode afirmar que a universidade corporativa veio substituir a

universidade tradicional. Elas se complementam, na medida em que a

universidade tradicional fornece toda a formação conceitual e metodológica aos

profissionais, enquanto a corporativa favorece a formação focada no ambiente

de negócios, desenvolvendo as competências essenciais de cada organização.

Esse novo paradigma não atinge apenas a estrutura das empresas. O

próprio conceito de educação é ampliado. Enquanto os setores de treinamento

respondiam, totalmente, pelos resultados de treinamento e desenvolvimento na

empresa, hoje, todos os gestores de pessoas são chamados a responderem

34

pela educação e desenvolvimento de suas equipes de trabalho. Em muitas

empresas, onde o novo paradigma de educação já é uma realidade, os

gestores são avaliados pela sua competência em educar e preparar os seus

sucessores.

2.4 Universidades Corporativas no Brasil

A educação corporativa pode ser considerada uma ferramenta de

suporte à gestão do conhecimento, utilizada na disseminação do

conhecimento, oferecendo soluções de aprendizagem. O papel a ser

desempenhado pela TI e por RH é estratégico: ajudar o desenvolvimento do

conhecimento coletivo e do aprendizado contínuo, tornando mais fácil para as

pessoas na organização compartilharem do capital intelectual da empresa.

Por isso, a Universidade Corporativa é adotada pelas corporações como

uma solução para a gestão do conhecimento, unindo tecnologia e promovendo

a propagação de conhecimentos com a interatividade entre os participantes.

No Brasil, a adoção desse conceito começou na década de 90, com o

advento de um mercado cada vez mais globalizado, pressionando assim as

organizações a investirem na qualificação de seus colaboradores e

comprometerem-se com seu desenvolvimento contínuo, como um elemento-

chave na criação de diferencial competitivo (Éboli, 2004).

Em 1992, houve a iniciativa do Grupo Accor do Brasil, rede francesa de

hotelaria, alimentos e consultoria, presente em diversos países, apontada por

diversos autores como a primeira Universidade Corporativa brasileira (Éboli,

2004b). A Académie Accor foi a primeira UC do grupo fora da França.

35

Em seqüência temporal, Éboli (2004) relaciona o surgimento de outras

Universidades Corporativas no final dos anos de 1990, notadamente em

empresas multinacionais estabelecidas neste país:

“A Universidade Brahma em 1995, a Universidade do Hamburguer, do

McDonald´s em 1997, o Visa Training da Visa criado em 1997 que na

sua evolução deu origem à Universidade Visa lançada oficialmente em

2001, a Universidade Martins do Varejo, do Grupo Martins, a

Universidade Algar, a Alcatel University e o Siemens Management

Learning em 1998, a Boston School do Bank Boston e a Universidade

Datasul implantadas em 1999 (Éboli, 2006).”

Doze anos após a experiência de implantação de universidade

corporativa no Brasil pela Accor já existiam mais de cem organizações, tanto

na esfera pública como privada, que adotaram sistemas educacionais

baseados nos princípios e práticas das universidades corporativas.

No Brasil, há uma particularidade. Os dados do censo de 2000 do IBGE-

mostravam que setenta milhões de brasileiros maiores de quinze anos não

tinham concluído o ensino fundamental (da primeira à oitava série), sendo

cinqüenta e quatro milhões acima de vinte e quatro anos.

Com a abertura do mercado para exportação e o aumento da

concorrência internacional, as empresas brasileiras passaram a competir com

empresas com alto nível de recursos humanos.

Como muitos empregados brasileiros não possuem nem o ensino

básico, muitos empresários assumiram a responsabilidade de qualificar seus

empregados deste a alfabetização até os treinamentos técnicos.

Essa carência de ensino fundamental é muito grande no Brasil. Muitas

pessoas desejam estudar mais para se aperfeiçoar, mas não têm chance. Essa

atitude pró-ativa das empresas eleva a auto-estima do empregado, que

36

consegue se transformar e superar seus pontos fracos e melhorar sua

perspectiva quanto a sua vida. Desta forma, o empregado acaba expressando

seu reconhecimento para com a empresa, aumentando assim sua

produtividade .

A empresa Petrobrás, que atua no ramo de petróleo, petroquímica, gás

e energia, com alto faturamento e com mais de 46.500 empregados, possui

muitas vagas para técnicos, porém há carência no mercado destes

profissionais. A solução encontrada pela empresa foi a contratação de recém-

formados, que são treinados na Universidade Corporativa, além de participação

de convênios com faculdades e escolas técnicas. Outras grandes empresas

como a Vale do Rio Doce e IBM enfrentam esta mesma dificuldade.

O Brasil possui deficiências em vários ramos da educação, os

problemas vão desde a formação dos educadores e o ensino básico até o

ensino superior. Sem falar na precariedade das escolas, dos transportes para

os alunos. Ainda há muito que fazer para que o Brasil possa melhorar a

qualidade da educação e o proporcionar o acesso de todas as pessoas,

principalmente das mais carentes.

A educação Corporativa mostra-se como um importante processo de

ensino e de aperfeiçoamento que pode oferecer oportunidades para muitas

pessoas.

37

2.5 O Papel do Gestor em relação ao Processo de

Autodesenvolvimento

O objetivo aqui é apresentar algumas reflexões sobre o papel do gestor

em relação ao processo do autodesenvolvimento das pessoas que compõe a

sua equipe de trabalho.

O gestor da Unidade é considerado o Líder Educador no processo de

treinamento e desenvolvimento de suas equipes.

São papéis do gestor da CAIXA:

• Gerir, orientar e medir o desenvolvimento das equipes com as

quais atua;

• Aplicar e acompanhar as iniciativas de aprendizagem da

Universidade Corporativa CAIXA;

• Fortalecer os vínculos entre a sua equipe e a Universidade,

identificando necessidades, partilhando decisões e

compartilhando resultados.

• Disseminar estratégias organizacionais e temas relacionados a

sua área de gestão em eventos de desenvolvimento promovidos

pela Universidade.

• Acompanhar o desenvolvimento e o progresso da capacitação de

sua equipe, por meio do monitoramento das Trilhas de

Aprendizagem dos empregados de sua equipe.

É também papel do gestor incentivar e apoiar os empregados na busca

do autodesenvolvimento, promovendo a constante disseminação dos

conhecimentos adquiridos.

38

Sobre o papel do gestor na organização no século XXI, Harman e

Hormann (2001) acreditam que para que a organização contribua com o

surgimento de uma nova sociedade, através do trabalho criativo e de um novo

funcionamento de seus negócios, é necessário que o gestor favoreça e

desperte a criatividade das pessoas que compõe a sua equipe.

Isto significa, também, mudanças no comportamento de gestores e

lideres na organização. Dentre estas tendências estão: o poder do gestor ser

proveniente da sua percepção consciente; da liderança como papel de

prestação de serviços; da concentração do gestor nas necessidades de

clientes e empregados e a da busca do gestor pelo significado e pelo valor das

coisas que o rodeiam.

Estas novas tendências levam a uma nova postura do gestor da

organização inserida na sociedade industrial. Possibilitam também ao gestor

perceber as necessidades e poder incentivar a vivência do processo do

autodesenvolvimento dos empregados.

O próprio exercício do gestor em liderar uma equipe, da maneira

configurada por estas tendências, consiste no aprimoramento da sua

capacidade de liderança, e, conseqüentemente, lhe permite viver o seu

processo de autodesenvolvimento.

No Modelo de Desenvolvimento Profissional na CAIXA é importante que

se tenha como premissa trazer para o ambiente de trabalho a aprendizagem.

Para Rosenberg (2002):

“Um dos princípios mais importantes do e-learning é que ele

faz a ponte entre o trabalho e o aprendizado. Enquanto as

melhores experiências em sala de aula trazem o trabalho para

o ambiente de aprendizado, as melhores experiências d e-

learning trazem o aprendizado para o ambiente de

39

trabalho...Tão prático quanto possa parecer, geralmente há

uma resistência visível ou invisível ao e-learning no trabalho.

Um pouco dessa resistência vem da linha de frente da empresa

(dificuldade de equacionar o aprendizado com o trabalho).

Outra resistência vem dos líderes sêniors da empresa

(dificuldade para avaliar o valor do e-learning) (p.169).”

O sucesso para o processo de aprendizagem numa empresa, é que os

gestores têm um papel importante, igual ao dos empregados. Eles podem

encontrá-los antes e depois dos treinamentos, ajudando-os a integrar as novas

habilidades, conhecimentos e idéias ao local de trabalho. Não há ninguém mais

influente que os gestores; eles podem facilitar a mudança organizacional ou

desmotivá-la logo de início.

A Universidade Corporativa CAIXA apresenta um novo conceito de

educação empresarial, focado na gestão do conhecimento, indispensável à

competitividade e ao crescimento da organização. Destaca-se como ferramenta

de aprendizagem; como fonte de conhecimento e como oportunidade para o

auto-desenvolvimento.

Nesse contexto, é importante considerar o papel fundamental que os

gestores da CAIXA têm na sedimentação de uma cultura de educação

corporativa continuada, criando um conjunto de estratégias que auxiliem na

criação de um clima propício para o aprendizado.

Segundo Rosenberg (2002): A cultura deve reconhecer o aprendizado

como parte valiosa do que as pessoas fazem. Você tem de superar as

percepções de que o aprendizado e o trabalho são diferentes, que o

aprendizado só ocorre na sala de aula e que ele e o treinamento são a mesma

coisa.

40

O autor alerta ainda que se não houver uma ação para priorizar as

tarefas a serem executadas durante a jornada de trabalho e eliminar aquelas

que não sejam mais necessárias não haverá liberação do tempo para a

capacitação profissional. Mais uma vez ressalta-se o papel relevante do gestor

na aprendizagem corporativa.

Para Peter Senge (1990), são nas organizações onde as pessoas

ampliam continuamente sua capacidade de criar os resultados que desejam,

nas quais a aspiração coletiva é libertada e nas quais as pessoas aprendem,

permanentemente a aprender em grupo.

Senge (1990) elencou cinco disciplinas para se chegar às organizações

de aprendizagem:

• Maestria Pessoal: Tornar-se um craque naquilo que faz.

• Modelos Mentais: São as formas pelas quais vemos o mundo.

• Visão Compartilhada: Visão comum da empresa que se quer criar.

• Aprendizado em equipe: Desenvolver a inteligência em grupo.

• Pensamento Sistêmico: Capacidade de estabelecer relações.

As organizações aprendem através da criatividade e da inovação,

estando abertas às mudanças e sendo função dos gerentes estimular e

conduzir a mudança.

Segundo Senge (1990, p. 9):

“na organização da aprendizagem, o papel dos líderes é

radicalmente diferente do carismático tomador de decisões. Os

líderes são projetistas, professores e capitães. Esses papéis

exigem novas habilidades, a capacidade de conceber uma

visão comum, trazer à tona e questionar os modelos mentais

predominantes, estimular o raciocínio sistêmico”.

41

O líder é na verdade o responsável pelo aprendizado, em formar

organizações nas quais as pessoas ampliem constantemente sua capacidade

de moldar o futuro. Ele tem o papel de facilitador no desenvolvimento da

equipe, incentivando seus subordinados a pensar de forma nova e criativa. Isto

faz com que a equipe esteja constantemente aprendendo e crescendo, sem

medo de novas idéias.

O aprendizado pode ser visualizado também como facilitador do

trabalho em equipe na medida em que busca desenvolver nas pessoas a visão

estratégica dos destinos da organização. Esta macro visão da empresa é muito

importante para o envolvimento das pessoas no trabalho em equipes.

O treinamento via Universidade Corporativa é importante ferramenta na

otimização do trabalho das equipes, pois possibilita a orientação estratégica do

líder para cursos importantes para a atividade da equipe.

Dentro das reestruturações e modernizações que a CAIXA tem

implementado a área de recursos humanos se insere através de programas de

desenvolvimento dos empregados por processo contínuo de educação,

estímulo ao autodesenvolvimento do empregado CAIXA.

Em 1997 foi criado o Plano de Desenvolvimento de Pessoas – Crescer

com a CAIXA, visando adequar o treinamento e desenvolvimento dos

empregados para áreas de atuação e interesse da empresa.

O programa tem como pilares três premissas:

• Os gerentes são responsáveis pelo desenvolvimento de sua equipe.

• Os empregados são co-responsáveis pelo seu desenvolvimento.

• As ações de T&D devem estar focadas para melhores resultados

operacionais para a organização.

42

Observamos, mais uma vez, a responsabilidade e importância do

gestor/gerente no processo de aprendizagem e autodesenvolvimento dos

empregados.

A meta principal da Universidade Corporativa é fazer com que a

empresa aprenda mais depressa que a concorrência. Para isso, como já citado

anteriormente, é necessária a participação direta da alta cúpula da empresa e a

criação de um sistema de controle, um conselho, responsável pelo vínculo das

estratégias empresariais ao projeto e desenvolvimento de soluções de

aprendizagem. Este conselho é também responsável pelo esforço conjunto

com as altas e médias gerências no desenvolvimento de uma visão

compartilhada da universidade corporativa.

Os gerentes de nível médio são os responsáveis, neste modelo, pela

participação e motivação dos funcionários nos programas de aprendizagem da

Universidade Corporativa. A organização precisa clarificar os seus

colaboradores como utilizar os recursos de aprendizagem colocados a sua

disposição, bem como, as vantagens que a Universidade Corporativa lhes

trará, desenvolvendo sua empregabilidade.

Segundo Meister, algumas universidades corporativas resultaram da

reestruturação da função da educação em toda a organização. Ainda segundo

a autora: embora para os gerentes de nível médio, executivos de recursos

humanos ou diretores de treinamento seja clara a necessidade de uma

Universidade Corporativa, em geral ela não é criada de baixo para cima; pelo

contrário, um líder de nível sênior – em muitos casos o CEO – é o estímulo.

Isto mostra a importância de se ter o principal executivo da organização

no comando do processo, como seu principal patrocinador. Normalmente sem

este patrocínio, os gerentes não conseguem obter todos os componentes

necessários para o sucesso do empreendimento.

43

Nakamoto (2002) constatou em sua pesquisa junto a empregados

lotados em Agências da CAIXA de todo Brasil a necessidade de um maior

incentivo por parte dos gerentes para que os empregados façam cursos,

dando-lhes tempo e tranqüilidade para concluir os cursos com segurança.

Em entrevista feita com empregados CAIXA sobre o assunto, Lustoza

também verificou como é importante a influência da atuação do gestor no

incentivo ao autodesenvolvimento da equipe. Segundo a autora a opinião dos

entrevistados foi quase unânime sobre como é importante a influência da

atuação do gestor no incentivo da vivência do autodesenvolvimento das

pessoas que compõem a sua equipe. Para eles, esta influência ocorre sempre,

de maneira positiva ou negativa. E a forma mais consistente desta influencia

acontecer é através do exemplo, dado pelo próprio gestor, a sua equipe.

Os depoimentos confirmam não só a importância da influência do gestor

em relação ao incentivo do autodesenvolvimento das pessoas no trabalho,

como também evidencia a necessidade do próprio gestor vivenciar o

autodesenvolvimento para ter condições de ser um bom líder.

Segundo a autora, ao relatarem situações em que a atuação de algum

gestor incentivou o autodesenvolvimento das pessoas, os entrevistados

descreveram ações simples, como, por exemplo: o estímulo ao uso da

Universidade Corporativa e o desempenho de novas atividades. Foram ações

simples, mas que demonstraram ter havido, por parte do gestor, uma atitude de

respeito ao ser humano, de empatia com a equipe, de valorização da

aprendizagem e do estímulo ao auto-gerenciamento da carreira.

De outro modo, quando os empregados relataram exemplos de atitudes

de alguns gestores que não incentivaram a vivência do autodesenvolvimento

das pessoas, os entrevistados destacaram a ausência de uma proximidade

entre gestor e equipe e a falta de valorização da aprendizagem.

44

Podemos entender que a falta de uma política clara de Recursos

Humanos pode interferir no processo de crescimento e na manutenção dos

talentos humanos na organização.

45

Capítulo III - UNIVERSIDADE CORPORATIVA CAIXA

Até o início da década de 90, a maioria das ações de treinamento na

CAIXA era realizada em sala de aula, utilizando apoio de material impresso.

Nesta época a área de T&D era apenas uma operacionalizadora de ações já

pensadas pelos gestores.

Até 1987, a CAIXA fazia treinamento a distância utilizando material

impresso. Com o avanço da Tecnologia da Informação, pode-se incrementar e

complementar outras mídias.

A implantação da Universidade Corporativa CAIXA não foi uma iniciativa

isolada, ao contrário, resultou de um trabalho intenso, focado no

desenvolvimento integral das pessoas, iniciado em 1996, com o Programa

Crescer com a CAIXA (Almeida).

A partir da implantação desse Programa, a área de T&D passou a ser

vista sob um novo enfoque; ou seja, a de ser uma área de consultoria, com a

atribuição de propor soluções que viabilizassem as estratégias traçadas pela

empresa, através das pessoas.

Objetivava-se, com esse Programa, a inserção de novos elementos na

cultura educacional e desenvolvimento profissional da empresa, alicerçado em

três pilares: atuação dos gestores como líderes educadores; a co-

responsabilidade do aprendiz pelo seu desenvolvimento profissional e o foco

em resultados sustentáveis.

Entre as iniciativas implementadas dentro do Programa houve um

conjunto de ações cujo foco estava na introdução da tecnologia como meio de

treinamento e desenvolvimento dos empregados, desenvolvidas por meio de

um projeto específico, denominado Onda Azul, implantado em três fases:

46

• Aculturação do pessoal da CAIXA para uso do computador no

processo de aprendizagem corporativa (utilização de vídeos, CD

ROM e Material Impresso sobre a microinformática e seu uso);

• Absorção e experimentação de novas tecnologias, por meio da

produção interna de treinamentos técnicos com o uso de mídias

alternativas (Segurança da Informação e outros);

• Ampliação do espectro de tecnologias educacionais, com a

utilização da rede de computadores da CAIXA e busca de

parcerias externas (Intranet CAIXA – Um suporte à Gestão e

outros)

Para sedimentar esse processo e consolidar a política de vinculação das

ações de desenvolvimento aos objetivos estratégicos da Empresa iniciou-se o

projeto de criação da Universidade Corporativa Caixa, por meio da qual seria

possível compartilhar experiências e conhecimentos e disseminar um novo

modelo de educação e aprendizagem corporativas.

Segundo Almeida, a missão era construir a ponte entre o

desenvolvimento das pessoas e as estratégias de negócio da CAIXA.

A Universidade Corporativa Caixa foi estruturada de forma a utilizar a

tecnologia como meio para a obtenção do aprendizado natural, sem perder de

vista a valorização dos estilos de aprendizagem inerentes ao ser humano e as

possibilidades implícitas em cada modalidade de educação.

A evolução do programa resultou na implantação da Universidade

Corporativa CAIXA em 2001, cujo foco principal é vincular as ações de

desenvolvimento à estratégia da Empresa.

47

A Universidade Corporativa CAIXA nasceu com o propósito de identificar

e prover os recursos necessários ao desenvolvimento do corpo de empregados

da CAIXA, seus clientes, fornecedores, parceiros e comunidade, a fim de

cumprir suas estratégias empresariais como empresa cidadã e socialmente

responsável (site da Universidade CAIXA).

Com abrangência nacional de suas unidades e o elevado número de

empregados a desenvolver num curto espaço de tempo, a CAIXA necessitou

utilizar a tecnologia da educação à distância.

A Universidade Corporativa CAIXA tem como missão fomentar o

aprendizado contínuo e o desenvolvimento de competências, objetivando o

alcance de resultados sustentáveis para as pessoas, para a CAIXA e para a

sociedade. É o principal instrumento para a viabilização da educação

corporativa na CAIXA, na formação de profissionais detentores de múltiplas

competências, focadas na natureza do negócio, orientando, facilitando e

provendo processos de educação continuada.

A sua concepção de aprendizagem baseia-se na relevância da ação

educativa para a construção de mentes críticas, criativas e, sobretudo, capazes

de estabelecer paralelos entre o conhecimento e a prática vigentes na

Empresa.

Para a Universidade Corporativa CAIXA o desenvolvimento das pessoas

é um processo contínuo em que todos os vínculos essenciais da empresa –

seus empregados, clientes, fornecedores, parceiros, desenvolvem uma visão

compartilhada sobre a CAIXA, sua missão, seus valores e sua importância

junto à sociedade.

A CAIXA mantém, por meio da sua Universidade Corporativa, os

seguintes programas e ações de desenvolvimento, destinadas à formação,

atualização e ao aperfeiçoamento contínuo dos empregados:

48

• Seminários internos destinados à atualização técnica e gerencial;

• Cursos e outras ações de aprendizagem presenciais, a distância,

em serviço, auto-instrucionais;

• Programas focados no desenvolvimento de competências

essenciais ao atendimento ao cliente;

• Programas de desenvolvimento gerencial com foco nas

competências requeridas pela Empresa;

• Programas de incentivo à elevação da escolaridade e ao

aperfeiçoamento em nível superior;

• Bolsa de estudos para conclusão de curso de graduação;

• Oferta de cursos seqüenciais de nível superior, a distância;

• bolsa de pós-graduação lato sensu, em nível de especialização;

• Incentivo à pós-graduação stricto sensu, em nível de mestrado e

doutorado;

• Programas de incentivo ao desenvolvimento em idiomas

estrangeiros;

• Programas de MBA e Cursos de Pós-Graduação lato sensu

corporativos.

Além das ações citadas acima, a Universidade Corporativa CAIXA

desenvolve também programas e soluções específicos para a capacitação de

adolescentes que participam do Programa Adolescente Aprendiz da CAIXA,

cujo objetivo é oferecer capacitação qualificada e contribuir para a inclusão

desses menores no mercado de trabalho.

Além do “campus virtual”, em que ações de e-learning são oferecidas

por intermédio da Internet, a Universidade mantém um espaço físico dedicado

a atividades presenciais, instalado na cidade de São Paulo.

Entre os treinamentos oferecidos pela empresa, vale ressaltar a

experiência inovadora de capacitar empregados na Língua Brasileira de Sinais

49

(LIBRAS), como forma de permitir o atendimento a clientes deficientes

auditivos.

A Universidade Corporativa CAIXA proporciona o autodesenvolvimento

e o compartilhamento do conhecimento utilizando-se das metodologias a

seguir:

• Presencial – ocorre quando a ação educacional é desenvolvida

em sala de aula, com apresença física do aprendiz e dos mediadores do

processo de aprendizagem;

• À distância – ocorre quando a ação educacional é desenvolvida

sem a presença física do aprendiz e dos mediadores do processo de

aprendizagem, estando separados espacialmente e/ou temporariamente;

• Mista – quando a ação educacional ocorre com uso das

metodologias presencial e a distância;

• Em serviço – quando a ação educacional é realizada no próprio

local de trabalho do aprendiz, sob a coordenação do gestor ou de um

orientador por ele indicado.

A Universidade Corporativa CAIXA está alicerçada em 15 premissas,

que dão forma à sua atuação e fundamentam as ações por ela desenvolvidas,

quais sejam:

• A contribuição para o fortalecimento do papel da CAIXA como

agente governamental estratégico na implementação das políticas

públicas;

• A valorização, o desenvolvimento contínuo e a profissionalização

dos colaboradores internos, de forma integrada com os objetivos

organizacionais;

• A valorização, em todos os níveis da CAIXA, da cooperação, da

integração, da transparência nas ações, da atuação em equipe, do

espírito público e da gestão de pessoas;

50

• O reconhecimento e a valorização de cada colaborador interno,

inclusive daquele em vias de se aposentar, favorecendo a sua qualidade

de vida;

• O aproveitamento e o desenvolvimento do saber, dos aspectos

culturais desejáveis e da experiência individual e das equipes da CAIXA,

no processo de reconstrução cultural e formação de opinião;

• O reconhecimento de que aprender é um processo contínuo e de

que é na interação com pessoas e situações vivenciadas no dia-a-dia

que o aprendizado se consolida.

• O estabelecimento de um sistema de deveres e direitos mútuos -

Empresa e Empregado - em relação às ações de desenvolvimento.

• Valorização dos parceiros da CAIXA e a participação mais direta

na sua profissionalização;

• A contribuição para o aumento da produtividade e melhoria dos

serviços sociais prestados aos cidadãos;

• A contribuição para a sedimentação da conduta de transparência

e do respeito a todos os agentes envolvidos no âmbito de atuação da

Empresa;

• O favorecimento do equilíbrio econômico-financeiro-social e da

sustentação ao negócio da Empresa;

• A preservação dos valores éticos da sociedade em todos os

negócios e áreas de atuação da CAIXA;

• O desenvolvimento de competências individuais e coletivas que

sustentem as competências essenciais da CAIXA e garantam resultados

sustentáveis;

• O desenvolvimento de competências e sua efetividade dentro de

um contexto educacional que estimule o espírito crítico, criativo e

empreendedor e respeite a autonomia dos sujeitos;

• A busca da excelência em gestão pública, por meio do

desenvolvimento de lideranças mobilizadoras de pessoas e equipes

51

para o alcance de metas organizacionais sustentáveis e para a

implantação de soluções inovadora

Com uma estrutura curricular dinâmica e aderente às necessidades da

Empresa, a Universidade Corporativa CAIXA está sempre revendo modelos e

conteúdos.

A Universidade espera com isso, maior interação no processo de

aprendizagem corporativa, viabilizando aos profissionais da empresa novas

oportunidades de desenvolvimento e crescimento de forma orientada.

3.1 - Estrutura da Universidade Corporativa CAIXA

Para atender ao grande número de empregados em todos os cantos do

Brasil, a Universidade Corporativa CAIXA utiliza uma moderna tecnologia de

educação, com o uso de servidores de rede exclusivos, softwares de

gerenciamento de cursos e ferramentas de programação instrucional para o

ensino à distância.

As várias dimensões de ações educacionais estão organizados em

Escolas, aglutinando os recursos para desenvolvimento dos conhecimentos;

Cada Escola tem por objetivo desenvolver ações educacionais que orientem e

contribuam no processo de desenvolvimento, atualização e aperfeiçoamento de

competências relacionadas à dimensão de conteúdo que abrange:

Gestão - abrange os conteúdos necessários ao desenvolvimento de

líderes na gestão de negócios e de equipes para a realização dos resultados

planejados pela CAIXA.

52

Negócios e Desenvolvimento Urbano - abrange os conteúdos

necessários à realização de resultados nas áreas de atuação de Transferência

de Benefícios, Serviços Financeiros e Desenvolvimento Urbano.

Suporte Organizacional e Parceiros - abrange os conteúdos que apóiam

a realização dos negócios, a gestão de pessoas e de processos da Empresa, e

aqueles necessários ao relacionamento com os parceiros negociais.

Cidadania e Integração Institucional – abrange os conteúdos que

servem de base aos valores que pautam a atuação da CAIXA e são

fundamentais aos colaboradores da Empresa. Tem foco no fortalecimento da

imagem corporativa da empresa, baseada na responsabilidade social e na

construção do desenvolvimento associado à valorização do ser humano.

Formação Ampliada – objetiva expandir e diversificar os horizontes de

aprendizagem, desenvolvendo ações corporativas de natureza continuada ou

que busquem ampliar o desenvolvimento de competências críticas, por meio de

oportunidades disponíveis no mercado. Nessa Escola estão as ações com

foco em formação graduada, cursos seqüenciais equivalentes a nível superior,

extensões universitárias, pós-graduações, formação de instrutores e tutores,

eventos externos de oportunidade e idiomas estrangeiros.

Os cursos, na Universidade Corporativa CAIXA, estão disponibilizados

aos empregados - via intranet ou fora do local de trabalho - via Internet. O

aluno é quem faz a auto-inscrição no curso. Na sala de aula virtual o aluno

acompanha o seu progresso nas diversas lições do curso que está realizando.

Ao finalizar o curso, o aluno tem o registro automático desta conclusão no seu

currículo.

53

3.2 Modelo Pedagógico

A adoção de um Modelo Pedagógico dá consistência e fortalece a

qualidade das ações educacionais nas empresas.

O modelo pedagógico da Universidade CAIXA é centrado no aprendiz,

na aprendizagem significativa e no desenvolvimento de competências. É

mediado pela ação comunicativa e interativa entre os indivíduos, entendida

como um processo de relações recíprocas, fundamentais para a aprendizagem,

apoiadas em uma estrutura tecnológica que possibilita diferentes níveis de

interação: aprendiz X conteúdo; aprendiz X aprendiz; aprendiz X tutor/instrutor;

aprendiz X contexto empresarial; aprendiz X comunidade virtual. Tudo

convergindo para a construção do conhecimento.

A Universidade CAIXA adota a concepção interacionista na maneira de

compreender como e porque o indivíduo se desenvolve e do que precisa para

estar no mundo, bem como compreender a realidade de que o cerca e como

ela funciona.

A concepção interacionista fundamenta a Teoria Sócio-Histórico-Cultural

de Desenvolvimento Humano, que tem em Lev Vygotsky (1896-1934) um dos

seus principais teóricos. Essa teoria considera que o indivíduo tem uma

participação ativa na construção do seu desenvolvimento, porque vai formando

e transformando o conhecimento de si e do mundo, por meio da interação com

as outras pessoas do seu meio social. Dessa forma, o desenvolvimento

humano se caracteriza em uma dimensão social, cultural e histórica.

Segundo essa teoria, o desenvolvimento é influenciado pela

aprendizagem que ocorre nas relações que partilhamos, nas experiências que

vivenciamos e no contexto sócio-cultural do qual fazemos parte. Para as

organizações e para as pessoas que nelas estão inseridas, as experiências

54

enriquecedoras são aquelas que ocorrem intencionalmente, ou seja, de forma

consciente.

O desenvolvimento e a aprendizagem não vêm prontos e nem são

adquiridos passivamente pelo sujeito. O desenvolvimento é um processo

dinâmico de transformação de significados partilhados socialmente, em um

ambiente histórico, onde o sentido das coisas se transforma constantemente.

Nesse processo estão envolvidos o sujeito, o outro e suas representações

transformadoras do mundo.

No contexto da Universidade CAIXA, as ações de educação terão como

base o desenvolvimento e domínio de competências, dentro de um contexto

sócio-histórico-cultural, com foco em aprendizagens significativas, observadas

as seguintes premissas:

• A percepção do aprendiz sobre a relação entre o que está

aprendendo e sua realidade

• A segurança do aprendiz em relação ao seu processo de

aprendizagem, no qual seja garantido um ambiente livre de

ingerências externas

• A possibilidade de o aprendiz se colocar em confronto experimental

com problemas práticos

• A participação ativa e responsável do aprendiz em seu processo de

aprendizagem, a partir de discussões e debates o quê, como e por

que está aprendendo

• O incentivo à participação do aprendiz em atividades de

desenvolvimento que dêem ênfase a relações sociais

contextualizadas e mediadas por uma intencionalidade reflexiva

• O fornecimento da mediação necessária à concretização do

desenvolvimento do aprendiz

55

• O estímulo à independência, à criatividade e à autoconfiança do

aprendiz em decorrência de avaliação mediadora e justa, realizada

em atmosfera de liberdade

• A ênfase no compartilhamento de informações entre os aprendizes

de maneira a possibilitar a circulação do conhecimento tácito e

explícito na organização.

Os agentes de aprendizagem - são pessoas ou equipes com atribuições

e papéis definidos no processo de educação corporativa, que contribuem para

viabilizar a ação educacional.

O eixo pedagógico da Universidade Corporativa Caixa apóia-se na

atuação de vários tipos de agentes, cada um deles com papéis definidos dentro

do processo de aprendizagem: aprendiz, gestor, equipe de educação

corporativa da Caixa, instrutor/tutor interno, instrutor/tutor externo, mentor,

multiplicador, orientador conteudista, palestrante CAIXA e agente integrador do

negócio.

A avaliação do processo de aprendizagem deve estar em perfeita

sintonia com o planejamento da ação educacional, no qual devem estar

definidas as metas de aprendizagem, os objetivos de aprendizagem e as

competências que se pretende desenvolver – traduzidas em termos de

conhecimentos, habilidades, atitudes e comportamentos de entrega.

A avaliação constitui um instrumento de apoio tanto para o Aprendiz,

quanto para os demais agentes envolvidos no processo. Embora existam

pequenas diferenciações nos níveis definidos pelos autores, fica claro que

todos consideram o processo de avaliação fundamental para a eficácia da ação

educacional, constituindo-se em um dos maiores desafios para as empresas,

no campo da educação corporativa.

56

O processo de avaliação das ações educacionais, implantadas na

Universidade Corporativa CAIXA, adota os seguintes níveis:

• Reação

• Aprendizagem

• Impacto no Desempenho

• Impacto na Organização (equipe, unidade, empresa)

• Valor Final (retorno sobre o investimento e/ou impacto no

resultado)

A definição dos níveis de avaliação a serem adotados em cada ação

educacional, deve resultar da análise da relação investimento x benefício e

considerar os seguintes aspectos: importância estratégica da ação

educacional; valor do investimento da ação; abrangência do público-alvo;

resultados a serem impactados; custo da avaliação.

3.3 Participação dos Colaboradores em Ações da Universidade

Corporativa

Os dados abaixo refletem a atuação da Universidade CAIXA no ano de

2007:

• Cursos na Universidade Corporativa CAIXA: 394.354

• Pós-Graduação Lato e Stricto Sensu: 347

• Ensino Superior: 855

• Workshops e Seminários: 19.781

• Total de Participações: 415.337

57

3.4 Descrição das Informações Obtidas

O presente capítulo objetiva apresentar o resultado do segundo

instrumento de averiguação: entrevista. Dessa forma, procedo a uma descrição

das informações obtidas a partir de um formulário encaminhado a um

empregado da CAIXA envolvido com o projeto Universidade Corporativa

CAIXA.

A Universidade Corporativa CAIXA possui 26 cursos presenciais, 114

com metodologia à distância e 18 com metodologia semipresencial. Todas as

atividades à distância são disponibilizadas via intranet, assim como parte da

metodologia semipresencial. Além de 18 ações com metodologia à distância

que possuem acesso também pela Internet.

Para elaborar o planejamento orçamentário da Universidade Corporativa

CAIXA são levantadas as demandas de educação para determinado período,

geralmente para um ano inteiro, e a partir desse levantamento o orçamento é

definido. A Universidade Corporativa CAIXA possui orçamento específico.

A Universidade Corporativa CAIXA tem parceria com Universidades

convencionais, através de contratos pontuais com algumas instituições em

situações específicas como, por exemplo, a elaboração de MBAs ou cursos

exclusivos para os empregados da CAIXA.

A CAIXA não possui cursos de graduação, mas disponibiliza ao

empregado o Programa de Incentivo à Graduação, que o auxilia no custeio do

curso de sua primeira graduação em Universidades que possuem seus cursos

reconhecidos pelo MEC.

A Universidade Corporativa CAIXA não possui, ainda, medidores que

possam mensurar a satisfação do empregado com relação aos cursos

oferecidos.

58

Para que o empregado veja a Universidade Corporativa CAIXA como

um mecanismo para seu autodesenvolvimento são utilizadas pela Universidade

Corporativa CAIXA algumas estratégias, como por exemplo: disponibilização

de diversas atividades na intranet, ampla divulgação das ferramentas de

desenvolvimento, facilidade de acesso a algumas atividades pela Internet e

número ilimitado de vagas das atividades com metodologia à distância.

Para incentivar a participação dos empregados em cursos da

Universidade Corporativa a CAIXA pratica ações, como:

• Ampla divulgação dos cursos da Universidade Corporativa

CAIXA;

• Utilização das Trilhas de Desenvolvimento em Processos

Seletivos Internos;

• Emprego da Trilha Fundamental CAIXA como indicador de

desempenho em uma das perspectivas do sistema AV.

Gestão da empresa;

• Diversos gestores, no exercício de seus papéis de líderes

educadores, organizam entre suas equipes ações de

incentivo à capacitação como, por exemplo, entrega de

medalhas, de certificados, e outras.

Segundo pesquisas realizadas com empregados CAIXA em outros

trabalhos, foi observado que muitas vezes os empregados têm que optar entre

realizar os treinamentos ou engajarem-se em cumprir as metas organizacionais

propostas. A Universidade Corporativa CAIXA busca atuar nestes casos

despertando a co-responsabilidade que o empregado tem no seu

desenvolvimento. A Universidade Corporativa CAIXA oferece as ferramentas

para a capacitação dos empregados, buscando sempre garantir que as ações

educacionais disponíveis cumpram o propósito de gerar aprendizagem efetiva.

Ao empregado cabe organizar seu tempo de modo e se permitir investir em sua

capacitação e crescimento profissional.

59

Além disso, a Universidade Corporativa CAIXA se propõe a capacitar

todos os gestores no exercício do papel de líder educador para que contribuam

de forma efetiva com a capacitação de sua equipe.

A sensibilização dos gestores e seu engajamento na educação da

equipe, sobretudo quando da necessidade de disponibilizar horas da jornada

de trabalho para que o empregado possa se dedicar ao estudo no ambiente

profissional se dá no momento em que a Universidade Corporativa CAIXA

constrói um programa completo direcionado à capacitação dos gestores da

CAIXA, o Programa “Desafios em Gestão e Liderança”. Nesse programa há

algumas ações voltadas exclusivamente para a capacitação do gestor em seu

papel de líder educador.

Os fatores que dificultam a aprendizagem à distância, no caso da

Universidade Corporativa CAIXA, são: limitação de sistema, problemas de

acesso, falta de “organização” em questões de tempo e atenção dedicados à

aprendizagem por parte do aprendiz e o não apoio do gestor.

A Universidade Corporativa CAIXA apresenta um novo conceito de

educação empresarial, focado na gestão do conhecimento, indispensável à

competitividade e ao crescimento da organização.

Nesse contexto, para que haja a sedimentação de uma cultura de

educação corporativa continuada, que busca criar um conjunto de estratégias

que auxiliem na criação de um clima propício para o aprendizado e para o

autodesenvolvimento dos empregados é preciso que os gestores da CAIXA

desempenhem o papel de líderes educadores.

O gestor, quando atua como líder educador, se transforma no principal

agente de aprendizagem da Universidade Corporativa, uma vez que ele é o

responsável por garantir a consolidação do processo de aprendizagem na sua

equipe, seja por meio da disseminação de conhecimentos e estratégias, do

60

estímulo ao autodesenvolvimento e ao compartilhamento de conhecimentos, do

fornecimento e recebimento de feedback, etc.

61

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste item, o objetivo é apresentar algumas considerações sobre a

questão, que norteou esta monografia: Universidade Corporativa e o papel do

gestor no autodesenvolvimento do empregado.

No cenário atual em que as empresas estão inseridas o conhecimento é

o diferencial na luta pela sobrevivência. A aprendizagem das organizações,

baseada no desenvolvimento das pessoas, torna-se a maior vantagem

competitiva.

São grandes os desafios da universidade corporativa. Mas também são

muitos os benefícios que ela se propõe, como: aprendizagem contínua,

compartilhamento do aprendizado, desenvolvimento da capacitação dos

profissionais, melhoria na comunicação, desenvolvimento da cultura

organizacional voltada às necessidades impostas pela globalização e pelo

complexo cenário corporativo.

É preciso que as organizações não percam de vista o real propósito

desse modelo educacional, para que não caia apenas no modismo.

Lustoza, in Eboli (1999), faz referência ao desenvolvimento de uma

pesquisa feita pela The Gallup Organization, em 1998, com mais de 100.000

empregados, em 24 companhias espalhadas pelo mundo, cujo objetivo foi

responder as seguintes questões: O que as pessoas mais talentosas precisam

no trabalho? Como os executivos mais empolgantes, desenvolvem e mantêm

as pessoas mais talentosas?

Eboli declara que uma das descobertas mais importantes desta

pesquisa foi que as pessoas talentosas precisam de grandes gerentes. O

tempo de permanência destas pessoas numa organização é determinado pelo

62

seu relacionamento com sua chefia imediata. Para elas é melhor trabalhar

numa pequena empresa com um bom gerente, do que numa grande empresa e

com um gerente medíocre.

Esta pesquisa confirma a importância da função do gestor para o

crescimento das pessoas, para a construção de um ambiente de trabalho

significativo e para o incentivo da vivência do autodesenvolvimento.

O autodesenvolvimento pode ser a base necessária ao empregado para

que ele promova as mudanças desejadas pela organização. Assim sendo, os

gestores e a organização devem incentivar o processo de autodesnvolvimento,

buscando dessa forma ser um empresa que atenderá às demandas do mundo

globalizado.

Além disso, outro fator que pode contribuir para a transformação que a

empresa deseja é o investimento na formação e desenvolvimento dos seus

gestores. Para o gestor estar atualizado com a moderna política de gestão de

pessoas ele precisa apresentar sensibilidade e preocupação com as pessoas

que fazem parte de sua equipe, buscando incentivar e apoiar o crescimento de

todos. Ele precisa conhecer bem cada membro de sua equipe, saber

reconhecer um sucesso, delegar responsabilidade, confiar, exercer o

verdadeiro feedback, enfim, ele precisa se preocupar de verdade com o outro.

Nesta perspectiva de gestão de pessoas, o gestor precisa estar bem

preparado como profissional e como pessoa, ou seja, ele também precisa de

autodesenvolver.

Outro aspecto importante é a preocupação da empresa com as pessoas

que dela fazem parte. Falta de valorização do ser humano, falta de estrutura e

condições para o trabalho e outros fatores provocam um desgaste nas relações

de trabalho entre empregado e empresa. Isso pode gerar muitos prejuízos para

os o dois lados: ações da justiça; doenças, desmotivação, etc. É preciso

63

resgatar o lado humano no ambiente organizacional para que seja ambiente

seja bem saudável.

Considerando que as pessoas passam a maior parte de suas vidas na

empresa, a educação corporativa tem um papel muito mais abrangente do que

a capacitação técnica e profissional. A educação é um processo que deve ser

contínuo para o ser humano.

Portanto, a organização deve se responsabilizar pela educação das

pessoas que nela trabalham. Mas, ao fazer isso a empresa contribui muito mais

para o seu próprio desenvolvimento, principalmente seu lado social.

Rosenbluth e Peters afirmam que não há como agradar aos

consumidores sem contar com funcionários comprometidos com a qualidade e

felizes com o trabalho. Para estes autores a felicidade no ambiente de trabalho

é a chave para prestar serviços de alto nível. Eles aconselham as empresas a

criar e manter um ambiente em que as pessoas deixem as preocupações para

a empresa e possam se concentrar nos clientes. É o empregado em primeiro

lugar e o cliente em segundo.

Por isso, todas as ações e programas de educação corporativa e de

gestão deveriam ter “a pessoa” como a principal motivação. Isso faria com que

estas ações possam, de fato, ter sentido nas vidas dos humanos que fazer

parte da empresa. O gestor não deve estar comprometido apenas com o

resultado, mas com o ser humano como um todo, com sua realização e com

seu desenvolvimento.

Se o gestor tiver uma ação voltada no seu autodesenvolvimento, bem

como, no reconhecimento e incentivo ao autodesenvolvimento de cada

membro de sua equipe é possível, com certeza, ao ser humano se

autodesenvolver no trabalho. A ação do gestor está sempre exercendo uma

influência no crescimento das pessoas no ambiente de trabalho, assim como

64

as Políticas de Recursos Humanos que a organização adota. Dutra (2004)

reconhece que os gestores são os principais elos entre as pessoas e a

organização.

Acredito que algumas ações da CAIXA poderiam aumentar o incentivo

ao autodesenvolvimento de seus empregados, como por exemplo:

• Avaliação do gestor quanto a sua competência em educar e

preparar sua equipe e sucessores;

• Avaliação do comprometimento do gestor;

• Definição de ações que incentivem o autodesenvolvimento do

empregado;

• Disponibilização de cursos direcionados ao interesse de cada

Unidade;

• Divulgação dos cursos ligados à unidade de atuação de cada

empregado;

• Disponibilização de tempo para o empregado acessar os

programas;

• Maior tempo para conclusão dos cursos;

• Promoção de debate após a conclusão dos cursos, buscando

compartilhar o conhecimento entre a equipe;

• Maior visibilidade da política educacional da Caixa;

O gestor precisa agir como um líder educador que, além de conferir

poder aos outros, também proporciona o desenvolvimento de potencialidades,

talentos, aos seus liderados. Um bom educador é aquele que “conduz para

fora”, isto é, aquele que auxilia o potencial das pessoas a manifestar-se.

65

As organizações dependem de um aprendizado contínuo para se

adaptarem às mudanças. Já não basta ao gestor o exercício das funções

administrativas tradicionais focadas apenas no planejamento, na organização e

no controle, precisa preocupar-se também em oferecer as melhores condições

para a aprendizagem no cotidiano de trabalho.

Estimular o diálogo e o compartilhamento de informações e promover a

consciência sobre as mudanças fazem com que o empregado compreenda o

objetivo do seu trabalho. Cabe ao gestor facilitar a atualização das

potencialidades que permitem às pessoas o pensamento e a ação.

Por fim, cabe assinalar que a intenção desta pesquisa foi buscar

conhecimento no sentido de entender melhor o processo Universidade

Corporativa CAIXA e ressaltar a importância dos gestores para o sucesso do

autodesenvolvimento do empregado.

66

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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-BALLALAI, R (org.). Educação a distância. Niterói, RJ: Centro

Educacional de Niterói, Grafcen Editora, 1991.

- BALANÇO SOCIAL DA CAIXA, 2007

- CAIXA site [email protected]

-CAPRA, Fritjof. As Conexões Ocultas: ciência para uma vida

sustentável. São Paulo: Cultrix, 2003.

-CHIAVENATO, I. Gestão de Pessoas; o novo papel dos recursos

humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999.

-DUTRA, J.S. Gestão por Competências. São Paulo: Gente, 2001.

-HARMAN, W; HORMANN,J. O trabalho Criativo: o papel construtivo dos

negócios numa sociedade de transformação, São Paulo: Cultrix, 2001

-LUSTOZA, Andreza R.de S. O Autodesenvolvimento no Trabalho: Uma

Ação Possível Para o Gestor e Sua Equipe? – Um estudo de caso na

Caixa Econômica Federal. 2003.

-MEISTER, J. C. Educação Corporativa. São Paulo: Makron Books,

1999.

-NAKAMOTO, Thelma Harumy. A percepção dos empregados lotados

nas agências sobre o aprendizado via Web disponibilizado na

Universidade Corporativa CAIXA. Brasília - AEUDF, (2002).

-PETERS, Diane Mcferrin e ROSENBLUTH, Hal F. O cliente em

Segundo lugar: M Books, 2004.

67

-RH 150v008 – Educação Corporativa - CAIXA ECONÔMICA

FEDERAL, 09/06/2008

-ROSEMBERG, M. J. “E-learning” Book Summary 2. São Paulo: HSM

Management, p. 40, 2002-05-28.

-SANTIAGO JUNIOR, José Renato Satiro. Gestão do Conhecimento: A

chave para o Sucesso Empresarial.:editora Novatec, 2004

-SENGE, P. M. A Quinta Disciplina. São Paulo: Best-Seller, 1999.

-TEIXEIRA, A. Universidades Corporativas X Educação Corporativa. Rio

de Janeiro: Qualitymark, 2001.

68

ANEXO I - Roteiro de Entrevista com empregado envolvido

com a Universidade Corporativa CAIXA

1 Qual a média diária de acesso ao portal?

2 Quantos cursos são presenciais, quantos são via internet ou

intranet e quantos adotam ambas metodologias?

3 Como ocorre o planejamento orçamentário de uma UC? Há

orçamento específico para a Universidade Corporativa CAIXA?

4 Se houver, como se dá a parceria com Universidades

convencionais?

5 Os cursos de graduação da Universidade Corporativa CAIXA são

reconhecidos pelo MEC? Como é esse processo?

6 Que medidores são utilizados pela Universidade Corporativa

CAIXA para mensurar a satisfação do empregado com relação aos

cursos oferecidos?

7 Qual a estratégia adotada pela Universidade para que o

empregado veja a Universidade Corporativa CAIXA como mecanismo

para seu autodesenvolvimento?

8 Quais as ações da CAIXA para incentivar a participação dos

empregados em cursos da Universidade Corporativa?

9 Segundo pesquisas realizadas com empregados CAIXA em

outros trabalhos, foi observado que muitas vezes os empregados têm

que optar entre realizar os treinamentos ou engajarem-se em cumprir as

metas organizacionais propostas. Como a Universidade Corporativa

CAIXA busca atuar nestes casos?

10 Como se dá a sensibilização dos gestores e seu engajamento na

educação da equipe, sobretudo quando da necessidade de disponibilizar

horas da jornada de trabalho para que o empregado possa se dedicar ao

estudo no ambiente profissional?

11 Existe algum treinamento direcionado ao Gestor da CAIXA que o

oriente a incentivar e apoiar sua equipe a fazer os cursos oferecidos pela

Universidade Corporativa CAIXA?

69

12 Em sua opinião, quais os fatores dificultam a aprendizagem à

distância?

13 A Universidade Corporativa CAIXA apresenta um novo conceito

de educação empresarial, focado na gestão do conhecimento,

indispensável à competitividade e ao crescimento da organização.

Nesse contexto, qual é o papel que os gestores da CAIXA têm na

sedimentação de uma cultura de educação corporativa continuada, que

busca criar um conjunto de estratégias que auxiliem na criação de um

clima propício para o aprendizado e para o autodesenvolvimento dos

empregados?

70

ANEXO II – Organograma da CAIXA