UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · os constantes desafios que a revolução gerada...

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A IMPORTÂNCIA DA INOVAÇÃO NA GESTÃO DO CONHECIMENTO EM PLENA ERA DA SOCIEDADE PÓS - CAPITALISTA Por: PEDRO FRANCISCO LASZLO ZANKER Orientador Professora Ms. Maria Lúcia de Souza Moreira Rio de Janeiro 2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DA INOVAÇÃO NA GESTÃO DO CONHECIMENTO EM PLENA ERA DA SOCIEDADE PÓS - CAPITALISTA

Por: PEDRO FRANCISCO LASZLO ZANKER

Orientador

Professora Ms. Maria Lúcia de Souza Moreira

Rio de Janeiro

2010

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DA INOVAÇÃO NA GESTÃO DO

CONHECIMENTO EM PLENA ERA DA SOCIEDADE PÓS-

CAPITALISTA

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Pedagogia

Empresarial.

Por: Pedro Francisco Laszlo Zanker

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AGRADECIMENTOS

Aos professores do Curso de Pedagogia Empresarial pelos conhecimentos transmitidos,

incentivo a pesquisa e à reflexão.

Aos alunos da Turma C-044 do Curso de Pedagogia Empresarial pela oportunidade de

trocar experiências e em especial aos meus colegas dos grupos de trabalho em grupo que

formamos ao longo do curso: Nadja, Solange, Célia, Ivanete, Paloma e Valdonier.

4

DEDICATÓRIA

Dedico esse trabalho a minha esposa Rosa Maria, que como educadora e também uma

contadora de história, sempre procurou me incentivar em busca do alcance de mais um

objetivo em minha vida acadêmica e profissional.

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RESUMO

A influência da inovação na empresa e na gestão do conhecimento. Como pode a

organização que aprende capitalizar ganhos maiores em benefício dos acionistas, dos

empregados e da economia de um país?

A partir da globalização que teve início na década de 80 no século XX, já em plena

sociedade pós – capitalista as empresas que queriam crescer precisaram se preparar para

os constantes desafios que a revolução gerada pelo processo de inovação tem

modificado os conceitos da gestão empresarial. A área de gestão de recursos humanos

com a participação conjunta de administradores e pedagogos precisa estar consciente de

seu papel nesse contexto dinâmico de transformações adaptando as políticas de

Recursos Humanos à demanda sempre constante de conhecimento e aproximando a

empresa das entidades educacionais.

Nesse contexto, empresas em parceria com o mundo acadêmico investem em

conhecimento direcionado aos seus objetivos societários.

Mapeando o encadeamento existente entre os temas Inovação, Gestão do Conhecimento

e Organizações que Aprendem no contexto da Sociedade Pós-Capitalista, de Peter

Drucker, constata-se que a importância das parcerias entre empresas e universidades e

centros tecnológicos representa um diferencial para as empresas que querem e precisam

agregar maiores valores econômicos aos seus preços e lucros sendo dessa forma a

solução para o problema de aproximação do mundo acadêmico e o campo empresarial.

Os exemplos da Universidade Corporativa da Petrobrás – UP e do CENPES - o Centro

de Pesquisas da PETROBRAS, da Faculdade de Administração Postal, na UnB mantida

pela Empresa Brasileira de Correios, da Universidade Corporativa da Vale do Rio Doce

e da PUC - Rio com o seu Instituto Gênesis, incubadora tecnológica, servem de

referência ao presente estudo.

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METODOLOGIA

Em termos de metodologia o presente trabalho é o resultado de uma pesquisa

bibliográfica tendo como fonte o conteúdo teórico dos livros mais importantes na área

da inovação dos autores Peter Drucker, James M. Utterback, Peter M. Senge e W.

Edwards Deming que escreveram de forma revolucionária e inovadora sobre a era do

conhecimento. Foi feito um estudo comparativo de forma a identificar as referências

cruzadas e o encadeamento de assuntos entre os autores em relação aos temas

destacados. Além disso, foi desenvolvido em campo um estudo de casos envolvendo os

resultados mais relevantes das universidades corporativas das duas maiores empresas do

Brasil, a PETROBRAS e a VALE DO RIO DOCE e da Faculdade de Administração

Postal, única existente no Brasil mantida pelos Correios na capital federal e os projetos

da PUC – Rio na área tecnológica.

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SUMÁRIO

Páginas

Introdução 8

Capítulo I – O início da Sociedade Pós-Capitalista–A Revolução Industrial 10

Capítulo II – A criação de uma classe média formada por técnicos e

profissionais liberais 13

Capítulo III – A tecnologia e o conhecimento a serviço da Inovação e da

sustentabilidade. 15

Capítulo IV – Universidades, Centros de Pesquisa e Empresas focando o futuro

através de uma parceria perene. 21

Capítulo V – Estudo de Casos. Universidade Corporativa da PETROBRAS e o

CENPES. Universidade Corporativa da Vale do Rio Doce.

Faculdade de Administração Postal da EBCT, PUC – Rio e o

Instituto Gênesis. 23

Conclusão 40

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INTRODUÇÃO

Empurrado pela necessidade de competir num mundo de negócios globalizados

e respaldado nos últimos anos por uma economia mais estável e, portanto, previsível,

graças ao sucesso do chamado Plano Real, o Brasil investe como nunca em ciência e

tecnologia – entre 1,4 e 1,5 % do PIB nos últimos anos. Em termos absolutos os valores

previstos pelo BNDES em seu site podem alcançar a expressiva cifra acumulada de R$

50 bilhões nós próximos cinco anos. Esse montante vem principalmente dos orçamentos

de investimentos das empresas em centros tecnológicos próprios e em parcerias com

universidades e centros de pesquisas públicos.

Mais do que do que ser conhecido pela invenção da primeira lâmpada elétrica,

1879, o americano Thomas Edison foi um empreendedor de ciência, tecnologia e

inovação. Ele teve como grande mérito além das inúmeras invenções que lhe são

atribuídas, a criação do primeiro laboratório privado de pesquisas industriais de que se

tem notícia, onde foram desenhadas e desenvolvidas as bases para a viabilidade

econômica e comercial da iluminação elétrica em larga escala. Com quase 150 anos de

atraso o espírito desse gênio ilumina, esse é o termo, as discussões sobre os rumos do

desenvolvimento do Brasil. Governo e a iniciativa privada unem esforços e recursos

para aumentar a base tecnológica das cadeias produtivas brasileiras. A tarefa é árdua, já

que o país ainda é visto pelo mundo como um grande fornecedor de recursos naturais e

de alimentos, mas que tem gargalos imensos em educação, especialmente no aspecto

qualitativo, em infra-estrutura (transportes), e uma indústria pouco inovadora. O Brasil

importa tecnologia e para isso paga roaylties de forma explícita em contratos de uso de

patentes e marcas e implícitas no preço de produtos manufaturados que adquire no

exterior. Assim, sofisticar a economia requer estratégia ousada para deixar de ser

exceção no país a caminho de se tornar a quinta maior economia do mundo. O Brasil

precisa transformar ciência em riqueza.

O investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D) tem crescido. Segundo

dados do site do Ministério da Ciência e Tecnologia o percentual de aportes cresceu três

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pontos percentuais de 2000 a 2008. Atualmente, as empresas respondem por 46 % do

total aplicado. Nos países desenvolvidos, o setor privado responde por quase 70%dos

aportes. Na China – que demonstra fome de inovação e pretende investir 2,5% do PIB

em pesquisa e desenvolvimento até 2020, as empresas são responsáveis 70,4% do

dinheiro aplicado em ciência, tecnologia e inovação.

Um dos caminhos a trilhar para o sucesso dessa empreitada é unir os esforços

da academia com os das empresas em busca da excelência. Maior competitividade dos

produtos brasileiros no mercado internacional depende de menores custos de produção,

maior produtividade e maior valor agregado em termos de tecnologia e de itens

intangíveis. Valores intangíveis que são derivados do capital intelectual dependem dos

investimentos que o Brasil fizer em inovação e tecnologia.

O Brasil tem grande potencial para ser líder mundial em exploração de petróleo

na camada pré-sal, na pesquisa e industrialização de biocombustíveis, química verde e

agricultura sustentável. Para tanto, basta continuar investindo em pesquisa como vem

fazendo nos últimos anos. É bom lembrar que estão agora nas universidades os

cientistas do futuro que ajudarão o Brasil a dar esse passo certo para a autosuficiência e

excelência.

O presente trabalho objetiva demonstrar os resultados obtidos por algumas das

principais empresas brasileiras na área da participação conjunta com as melhores

universidades e centros de pesquisa. Apesar dessa participação conjunta de empresas e

universidades ainda estar numa fase inicial já é possível avaliar seus resultados e

projetar um futuro promissor para este país nas próximas décadas. O desfio está em

manter essa política de investimento na potencialidade dos colaboradores e estudantes

do país e aumentar a quantidade de empresas, universidades e centros de pesquisas

engajados no processo de criação da inovação e da sustentabilidade.

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CAPÍTULO I

O início da Sociedade Pós – Capitalista – A Revolução Industrial

Segundo Peter Drucker em seu livro Sociedade Pós – Capitalista, cujo

copyright é de 1993, a cada dois ou três séculos tem ocorrido na história ocidental uma

grande transformação. Essa transformação é precedida por um grande invento como o

caso da imprensa, da máquina a vapor, da eletricidade, da eletrônica, do computador, da

energia nuclear. Mais recentemente é possível citar que a INTERNET está criando no

mundo civilizado uma nova revolução. Interessante nesse fenômeno que a invenção em

si é de caráter incorpóreo, já que se trata de uma tecnologia na área das

telecomunicações e da informática, pois a INTERNET trabalha dentro dos aplicativos

dos computadores.

Até a chamada Revolução Industrial o mundo econômico e social era

comandado por senhores das terras também intitulados de senhores feudais, cujo setor

primário da economia, dividido pela Agricultura e Pecuária tinha relevância sobre as

demais atividades econômicas. Os meios de transportes eram rudimentares e a

produtividade era baixa pela falta de tecnologia, porque não dizer de um conhecimento

maior do processo produtivo. Não existia a Agronomia. Os proprietários eram pessoas

físicas e não corporações e os volumes de capital investidos eram bem menores do que

os de hoje.

Foi no século XVIII que surgiram as primeiras escolas técnicas que passaram a

formar técnicos em mecânica e quando foram escritos os primeiros manuais técnicos

aplicáveis as indústrias. Houve nessa época o surgimento da indústria química e seus

técnicos. As primeiras fábricas surgiram da fusão de diversas pequenas oficinas. O

conhecimento não podia ser aplicado em dezenas de milhares de pequenas oficinas

individuais dispersadas pelo país. Ela exigia a concentração da produção sob o mesmo

teto. Portanto, a velocidade das mudanças técnicas criou uma demanda por capital muito

acima da capacidade financeira de qualquer artesão. O artesanato como forma de

11

produção em grande escala estava em seus últimos dias. O mundo crescia e a população

também, e com isso a demanda por mais produtos a preços mais acessíveis.

O conceito clássico dos fatores de produção escritos por Adam Smith

necessitava de uma revisão, já que os fatores - Capital, Terra e Trabalho - já não tinham

o mesmo significado preconizados pelos economistas. Capital não era dispor apenas de

dinheiro suficiente, e sim dispor de dinheiro e conhecimento. Terra não significava

apenas recursos naturais e sim todos os elementos da natureza disponíveis em harmonia

com as necessidades de produção (terra, sol, água, temperatura, etc.). Trabalho não

significava apenas a força bruta dos trabalhadores e sim a disponibilidade na quantidade

de pessoal de qualidade para as tarefas que eram exigidas na produção.

A revolução industrial trouxe na verdade a revolução da produtividade, num

muito mais amplo e importante do que o conceito clássico de produção. Enquanto o

termo produção tinha um caráter meramente quantitativo, o conceito de produtividade

trazia a importância da qualidade, da relação econômica custo versus benefício. A

vitória do conhecimento sobre o volume de ferramentas e trabalhadores amontoados

numa produção sem racionalidade apenas preocupada no conceito de obtenção do

volume atingido. A partir do conceito produtividade estava sendo reescrito o método do

trabalho preocupado em melhor ocupar a mão de obra aplicada na produção tendo como

foco o treinamento e a especialização do pessoal e dos processos. Enquanto se achava

que produzir mais significava empregar mais gente ou trabalhar mais horas, a partir dos

estudos de F.W.Taylor, um dos pais da Teoria da Administração Científica que viveu

entre 1856 e 1915, e que primeiro escreveu sobre a análise dos processos produtivos, a

gestão industrial ganhou importância dentro da Economia e da Administração.

A Gerência Científica de Taylor era baseada no treinamento da força de

trabalho, ou seja, a aplicação do conhecimento ao trabalho. No século XX veio a

Revolução Gerencial e com ela o lançamento das bases para a própria Administração

como atividade científica com embasamento acadêmico.

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No século XXI o mundo se encontra na Era do Conhecimento onde o fator de

produção mais valioso é a capacidade gerencial. A capacidade essa que é a de tomar

decisão e modificar o rumo de uma empresa em busca do sucesso ou do fracasso. As

decisões compartilhadas. O poder distribuído. A valorização da opinião e das sugestões.

Quando duas cabeças pensam melhor do que uma.

A quinta disciplina e as redes neurais de Peter Senge (1990 ) nos sugerem que

uma organização composta de dezenas, centenas e milhares de indivíduos podem

aprender coletivamente e podem contribuir individual e coletivamente para o processo

contínuo de mudanças que este mundo competitivo lança a organização diariamente.

Apesar de vivermos ainda numa sociedade em que as pessoas são

individualistas, pois pensam em si antes de pensar nos outros, os seus atos são cada vez

mais influenciados por uma conduta que as obriga a seguir o grupo, seja ele familiar,

religioso, empresarial, profissional.

No campo das organizações verifica-se que a empresa é um todo composto de

sua força de trabalho, de seus gerentes e dirigentes e de seus projetos e metas a cumprir.

Peter Senge, em seu consagrado Best seller, A Quinta Disciplina, menciona que

uma organização que aprende ela evolui diariamente e que isso cria nela uma força que

a leva em alguma duração. Cabe aos seus dirigentes canalizar essa força na direção

certa. A visão compartilhada de seus colaboradores em prol da busca de soluções e

inovações para o negócio é um bom exemplo da força que uma organização tem quando

consideramos a soma de todos os seus componentes e a soma potencial de suas

contribuições para o bem comum.

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CAPÍTULO II

A criação de uma classe média formada por técnicos e profissionais liberais

Até o advento da revolução industrial o mundo econômico era formado de

camponeses e artesãos. Assim, basicamente havia de um lado os proprietários de terras,

a classe “A” da época e os camponeses ou colonos, a classe pobre. Dessa forma, não

havia a classe média. Os camponeses não tinham escolaridade que era restrita aos

detentores do poder e aos intelectuais que os cercavam. O consumo era, portanto,

restrito a um poder econômico limitado a uma minoria da população: os proprietários de

terras.

O progresso a partir da Revolução Industrial trouxe a necessidade da criação de

uma classe de técnicos especializados inicialmente nas áreas mecânicas e de aciaria e

depois na eletricidade. A criação das fábricas como unidades produtivas de larga escala

exigiu além dos técnicos, os supervisores e mais tarde os gerentes. Eram os primeiros

passos da Administração como ciência. Esse pessoal novo nas fabricavas precisava de

um nível intelectual e de formação superior sendo então criadas escolas técnicas e

faculdades e os cursos especializados. A invenção da imprensa gerou uma maior

demanda por informações que vinham dos periódicos e da produção literária com o

nascimento de diversos escritores e poetas, além dos filósofos, sociólogos e professores.

Essa nova classe de pessoas formada de técnicos, escritores, professores e seus

familiares, mercê sua maior renda e nível de escolaridade cresceu e muito rapidamente e

hoje é mais de 1/3 da população economicamente ativa. Nos dias atuais a classe média é

dividida em B, C e D, compondo uma parcela importante da economia responsável pelo

consumo mais relevante e pela influência nos processos eleitorais nas democracias pelo

mundo. A classe média atualmente é formada por profissionais liberais, militares,

professores, juristas, políticos e empregados das grandes empresas ocupantes de cargos

de direção, gerência e chefia.

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O que faz uma classe social crescer em sua importância e poder na sociedade

como um todo é sua capacidade de engajamento a causas, crenças e interesses comuns

que se constrói através das redes de relacionamento. Compondo a classe média hoje

temos além dos técnicos e profissionais liberais, militares, intelectuais e empresários

pequenos e médios responsáveis por uma fatia considerável da produção, pagamento de

impostos e geração de empregos. Esses empresários chamados também de

empreendedores acreditam na sua capacidade de gerir um negócio próprio maioria

oriunda de uma boa idéia ou de uma inovação. Aliás, a historia econômica está repleta

de exemplos de empreendedores que transformaram grandes idéias ou invenções em

empresas de âmbito mundial.

Os irmãos Mcdonalds, por exemplo, iniciaram na década de 50 do século

passado nos Estados Unidos num simples trailler o que é hoje o mais bem sucedido

negócio na área do fast food com mais de 80.000 lojas em todo mundo. A idéia: criar

um hamburger personalizado de acordo com o gosto do cliente. Atualmente milhões de

BigMcac são consumidos no mundo inteiro com o mesmo aroma, gosto e servido na

mesma embalagem em lojas próprias e em lojas franqueadas, uma nova forma de

comercialização.

No século XIX, George Eastman, criou a máquina fotográfica de filme e que

ficou popularizada com a marca KODAK, que veio a se tornar uma das maiores

empresas do mundo. Na época a máquina fotográfica de filme era uma inovação

fantástica, já que até então as pessoas, ambientes e locais eram apenas retratadas pelos

pintores, uma forma artesanal que não permitia a massificação. A KODAK reinou por

mais de 150 anos na indústria de máquinas e filmes e papeis fotográficos se tornando

uma das empresas mais admiradas no mundo. Reinado que durou até a chegada

fotografia digital que sepultou praticamente a máquina convencional que utiliza filme.

Mas, isto é tema do próximo capítulo desta monografia.

15

No século XX, mais precisamente na década de 70, Bill Gates um jovem

universitário fundou em sua garagem a Microsoft hoje a maior empresa do mundo no

setor de informática.

16

CAPÍTULO III

A tecnologia e o conhecimento a serviço da Inovação e da sustentabilidade.

Pergunte a dez empresários ou executivos qual a receita para garantir

crescimento e produtividade de suas empresas a fim enfrentar a acirrada competição

global. É bem provável que a resposta deles seja convergente numa única palavra:

inovação. Difícil, entretanto, será obter unanimidade caso a pergunte seguinte seja:

Como fazer? Encontrar a resposta sobre o caminho a seguir para colocar a teoria em

prática é o grande desafio que começa a ser enfrentado por métodos os agentes

envolvidos no tema. A boa notícia para o Brasil é que se consolidou um consenso

envolvendo o governo, empresas, entidades de classe e instituições e universidades

sobre a importância de se criar e implantar a cultura de inovação dos negócios sejam

eles de grande ou pequeno porte.

Parte significativa desse esforço deverá ser direcionada para uma tarefa que não

tem sido tão simples para as empresas: implantar um sistema estruturado de gestão da

inovação.

O consultor Maximiliano Carlomagno autor do livro Gestão da Inovação na

Prática ( Atlas, 2009) observa que as empresas começam a superar um condicionamento

de décadas. Segundo esse autor a inovação é um gene recessivo, não está no DNA da

maioria das organizações porque até agora a grande preocupação era ganhar escala e

operar com previsibilidade e não correr riscos. Isso não quer dizer que a empresa, ao

dar prioridade para a inovação, deva deixar de lado os cuidados com o equilíbrio da

operação e com a melhoria contínua de seus produtos. Afirma Carlomagno que elas não

coisas excludentes. Na verdade elas se completam como comer e respirar. Por outro

lado o receio dos especialistas é que aconteça com a inovação o mesmo atraso que

inovação pode ocorreu com os sistemas de qualidade que só emplacaram de fato com a

abertura do mercado nos anos 90.

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Embora haja grandes diferenças em relação à inserção global do Brasil nesses

últimos 20 anos ainda há resistências culturais a serem vencidas. No campo acadêmico é

voz corrente de que os dirigentes da maioria das empresas ainda examinam a questão

sob o ponto de vista do custo e não como um investimento. Esse é um paradigma que

precisa ser mudado para as empresas passem a investir em inovação acreditando

realmente no retorno proporcionado pelos investimentos em inovação.

Segundo o SEBRAE esse problema é ainda maior nas pequenas e médias

empresas, geralmente familiares que além de não contarem com estruturas ou equipes de

planejamento, há muita desinformação. Segundo Edson Fernan, gerente da unidade de

inovação do SEBRAE o pequeno empresário, em geral não sabe onde buscar

informações sobre fontes de financiamentos e tem dificuldade em tratar do tema devido

o linguajar excessivamente técnico. Segundo o site da CNI – Confederação Nacional da

Indústria, a entidade está elaborando um material didático que vai servir para

uniformizar conceitos e metodologias. Segundo o consultor da entidade, Fernando

Mattos deverão ser criados em 2010 um total de 35 núcleos de inovação, dos quais 20

irão operar por meio das federações de indústrias e outros 15 por meio de associações

setoriais.

A falta de investimentos em inovação estão levando os especialistas em

desenvolvimento econômico a questionar a consistência e a continuidade dos atuais

bons resultados da economia brasileira nos próximos anos. Ou seja, o desenvolvimento

econômico brasileiro não está assegurado apesar da justificada onde de otimismo atual,

conforme o que se lê na mídia. De fato, os números comprovam a modesta posição

brasileira em inovação. A última Pintec 2005 (Pesquisa de inovação Tecnológica

/IBGE) revelou que menos de 5.000 empresas fazem efetivamente pesquisa e

desenvolvimento de forma contínua no Brasil demonstrando com suas ações

consistência e estruturação em inovação. Isso é insuficiente frente às ambições do

Brasil. Os dados do desenvolvimento brasileiro têm apontado para a necessidade de

políticas mais ousadas e abrangentes, especialmente por parte do governo.

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Segundo pesquisa levada a efeito pela Câmara Americana de Comércio

(Amcham) com suas associadas, uma em cada três empresas tem a sustentabilidade

como um dos elementos essenciais para seus negócios. O citado levantamento foi

apresentado em dezembro de 2009, em São Paulo, no evento em homenagem aos

vencedores do prêmio Eco 2009, iniciativa do Jornal Valor Econômico com apoio da

Amcham. Para os organizadores do evento, inovação com foco na sustentabilidade foi o

principal aspecto dos 89 trabalhos de 75 empresas que concorreram ao prêmio. Fica

clara, assim, a forte ligação entre sustentabilidade e inovação. Essa proximidade não é

casual. Na prática, os dois conceitos são indissociáveis. E, o percurso da inovação pode,

finalmente, desse atalho representado pela sustentabilidade. Espera-se que esse novo

caminho seja menos sujeito a ciclos e instabilidades.

Toda atividade econômica impacta de alguma maneira o meio ambiente.

Mineração, exploração petrolífera, agro-pecuária, indústria e os meios de transportes são

alguns dos exemplos de atividades que acabam interferindo no meio ambiente. Umas

mais outras menos. Os exemplos de agressão ao meio ambiente se sucedem diariamente

na mídia, como é o caso do recente desastre ecológico no Golfo do México, pela

empresa BP ainda não está inteiramente controlado e as queimadas que ocorrem

atualmente no Brasil reduzindo progressivamente a área coberta por mata virgem e

florestas. O Brasil é considerado oxigênio do mundo. A recuperação de uma mata ou

floresta destruída pelo fogo pode levar muitos anos.

Outro ponto de convergência entre inovação e sustentabilidade que vale a pena

destacar é o da diferenciação. A inovação tanto quanto a preocupação com a

sustentabilidade possibilitam desenvolver produtos diferenciados para o atendimento

das necessidades do mercado e de aplicações pioneiras de forma sustentável,

normalmente com ganhos ambientais importantes. Esses produtos promovem

positivamente a imagem das empresas e alimentam o círculo virtuoso de agregação de

valor, estimulando mais desenvolvimentos pioneiros e diferenciados.

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Além disso, o Brasil aparece no centro das discussões, de forma privilegiada

devido a grande competitividade de seus recursos naturais. Mas, a simples

disponibilidade de recursos naturais não é suficiente para garantir uma posição

destacada nesse contexto de longo prazo. É necessário ir além e efetivar o potencial dos

recursos renováveis em ações e resultados concretos. Para tanto, novas tecnologias

devem ser desenvolvidas e disponibilizadas. Surge, assim, por meio de sustentabilidade,

uma nova demanda tecnológica por inovação. E de onde tem que vir essa tecnologia? A

resposta é: das universidades e dos centros de pesquisas em parcerias com o Governo e

com as empresas. Essas parcerias financiam pesquisas e viabilizam o trabalho nos

laboratórios de jovens talentos que irão ocupar cargos importantes nas organizações.

O sucesso dessas parcerias depende de um longo ciclo que inclui além dos

recursos financeiros, estratégia e planejamento. Segundo Utterberg ( 1997) inovar é

converter idéias em valor econômico ou, de forma direta, em lucro.O IPod da Apple e os

carros flex são exemplos bem conhecidos. São coisas novas que produziram resultados.

Empresas líderes, em geral, praticam inovação tecnológica para se diferenciar dos

concorrentes. Mas na maioria das vezes, a inovação ocorre pela simples introdução de

uma melhoria nos produtos e serviços da empresa. A questão que se coloca para a

maioria das empresas brasileiras é como gerenciar esse ciclo que vai da geração da idéia

até a sua implementação, após feita a devida avaliação de viabilidade econômica. De

acordo com Utterback a demanda das empresas se concentra em três pontos: melhorar a

taxa de sucesso dos produtos, desenvolver um modelo para escolher a melhor tecnologia

e implantar ferramentas de avaliação.

Não existe modelo único para todas as empresas, mas é possível descrever as

etapas que compõem o ciclo da inovação:

Estratégia >>>>> Planejamento >>>>> Geração de idéias >>>>>>Pipeline

20

Estratégia – Determina a visão de longo prazo e as condições vitais para

crescer e ganhar mercado. Nessa etapa define-se o papel da inovação na estratégia de

negócios e sua função como diferencial competitivo.

Planejamento – Identifica os problemas e elege os pontos em que a inovação é

necessária: tecnologia, produto, logística, processos ou modelos de negócios. O ideal é

ter um plano com metas de curto e longo prazo. É o momento de avaliar a necessidade

de novos equipamentos e capacitação do pessoal.

Geração de idéias – Estabelece rotinas para que as diversas áreas se envolvam

nos processos de inovação, a partir das diretrizes estratégicas. As áreas operacionais

podem ser envolvidas nos aspectos de melhoria. Para inovações radicais, o indicado é

criar um grupo específico. Os sistemas abertos envolvem parceiros externos.

Pipelinhe – Estabelece o portfólio de projetos e analisa cada estágio de

desenvolvimento para eliminar o que não serve e o que pode dar resultado. Faz-se a

alocação dos recursos para cada projeto e se confere se o resultado previsto atende a

estratégia de negócios.

Tanto a sustentabilidade quanto a inovação são fundamentais para a

competitividade das empresas no contexto global.

A incerteza crescente no mundo é caldo de cultura e ambiente propício para a

inovação conforme profetiza Utterback.

As empresas que se tornaram inovadoras ao longo de sua existência, de acordo

com Peter Drucker, são aquelas que perceberam que tinham que quebrar as barreiras

internas. Na maioria das vezes, a principal delas é o muro departamental, quando o tema

inovação fica restrito a uma diretoria técnica e não se espalha pela organização. Essa é

uma realidade que vem mudando nos últimos anos e atinge todas as organizações,

independentemente da nacionalidade. Os modelos de gestão e inovação em grandes

21

empresas tendem a ser abertos e globais. Assim, quebrar as barreiras internas é o

primeiro passo para avançar. Através da mobilização dos gerentes e lideranças da

empresa é possível promover uma agenda em favor de mudanças.

No estudo sobre a organização que aprende W.Edwards Deming ( Andrea

Gabor -2001) antecedeu a Peter Senge e foi considerado um dos profetas do Movimento

pela Qualidade e a Organização que aprende. Ele sofreu resistência em seu país, os

Estados Unidos, pois a grande maioria dos teóricos eram “tayloristas” e viam em suas

convicções uma ruptura com a administração científica. Esses “tayloristas” por seu

turno sempre viram os operários de uma linha de montagem como meros coadjuvantes

das máquinas que operavam, enquanto Deming e mais tarde Senge viam esses mesmos

operários como seres pensantes que tinham observações a fazer, coisas a sugerir, críticas

a fazer dos processos que participavam bastando abrir oportunidade para tal.

Numa sociedade mais humanista, sem a escravatura física dos negros e sem a

escravatura psicológica, que chegava, estavam surgindo uma nova geração de

administradores, psicólogos, pedagogos que iriam mudar o modo tecnicista de pensar do

mundo até então.

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CAPÍTULO IV

Universidades, Centros de Pesquisa e Empresas focando o futuro através de

parcerias. O SEBRAE e as pequenas empresas.

Há muito tempo que as empresas e as universidades e escolas técnicas

procuram trabalhar em parceria, buscando formar um profissional mais adequado as

necessidades das empresas. Por isso mesmo foram criados programas de estágio

remunerado, o CIEE – Centro de Integração Empresa Escola, o SENAC e o SENAI.

Todas essas entidades dedicam sua preocupação e recursos no treinamento prático dos

alunos dos últimos períodos e recém – formados.

Dessa parceria, tem saído sugestões para adaptação e modernização das grades

curriculares dos cursos técnicos e cursos universitários.

Até 2012, o SEBRAE pretende aumentar em 30 mil o número de empresas

inovadoras no Brasil. É o dobro do que existe hoje, considerando os últimos dados

oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e da Pesquisa Industrial

de Inovação Tecnológica (PINTEC), de 2008.

Trata-se na verdade de um trabalho de formiga, diante do universo de 6 milhões

de micro e pequenas empresas formais em atuação. O orçamento para o sistema

SEBRAE para 2010 é de R$ 350 milhões, informa Edson Fermann, gerente da unidade

de acesso à inovação e tecnologia da entidade, conforme boletim eletrônico da SEBRAE

em, seu site em julho de 2010. Fermann avalia que as iniciativas em relação à inovação

no Brasil ainda são muito tímidas. Segundo ele, o tema é algo muito ligado à indústria,

mas o potencial das áreas de serviços e comércio é muito grande.

Nesses dois setores, o foco da inovação está voltado sobre tudo para marketing

e processo organizacionais. Fermann afirma que micros e pequenas empresas enfrentam

23

dois grandes obstáculos. O primeiro deles é a falta de informação e a dificuldade de

entender o jargão técnico. O segundo é o valor do financiamento, tanto do BNDES

como da FINEP. O SEBRAE elegeu o tema inovação sua prioridade estratégica para o

período de 2009 a 2015. As ações nesse sentido seguem uma solução integrada que

abrange quatro etapas: sensibilização, capacitação, consultoria e recursos adicionais. Em

2009, foram realizados 200 workshops em todo o Brasil, especialmente fora das

capitais. Os eventos reuniram quase 20 mil participantes. Para apoiar o trabalho, o

SEBRAE elaborou uma cartilha na forma de história em quadrinhos. Um total de 115

mil exemplares foi distribuído diretamente a empresas escolhidas da carteira da

instituição. Outra iniciativa foi criar um portal na INTERNET contendo informações

sobre inovação para os pequenos negócios. Também fora m produzidos programas de

rádio e TV e um curso presencial de capacitação de 15 horas. O plano é capacitar 5 mil

MPEs em 2010. Na área de consultoria, o SEBRAE criou a figura do agente local de

inovação. O grupo de 540 consultores ajuda os pequenos empresários a responder os

editais de chamada para financiamento. O objetivo do SEBRAE é ampliar a quantidade

de projetos aprovados.

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CAPÍTULO V

Estudo de Casos. Universidade Corporativa da PETROBRAS e o CENPES.

Universidade Corporativa da Vale do Rio Doce. Faculdade de Administração

Postal da EBCT e UnB. PUC – Rio e o seu Instituto Gênesis.

A menor distância entre dois pontos é uma reta. Essa é uma definição objetiva

da Matemática. Na Gestão da Inovação a menor distância entre uma idéia e sua

implantação na empresa está na atuação da empresa e da universidade em parceria. Essa

parceria reduz o tempo que se gasta entre para desenvolver uma idéia a partir da

utilização de talentos dos pesquisadores e cientistas saídos dos bancos escolares e

laboratórios universitários e o trabalho de viabilizar sua implantação.

As grandes empresas sabem disso e por isso se multiplicam os programas de

estágios e de contratação de trainées. Acreditam na máxima que o estagiário de hoje

será o empregado ou colaborador de amanhã.

Neste trabalho serão mostradas algumas dessas parcerias bem sucedidas entre

empresas e universidades. São elas: o Projeto VALER da Cia. Vale do Rio Doce. A UP

– Universidade PETROBRÁS. A UnB – Universidade de Brasília e sua empresa júnior

e a Faculdade de Administração Postal em parceria com a EBCT. A PUC – RJ e seu

projeto de empresa júnior e o Instituto Gênesis – incubadora de negócios – os convênios

com pesquisas na área de tecnologia da informação (TI).

V.a – PROJETO VALER da Cia. Vale do Rio Doce

A Companhia Vale do Rio Doce é uma das maiores empresas do mundo na

área de mineração. Como exploradora e exportadora do minério de ferro é a maior

empresa do mundo nessa atividade. Segundo a Revista Exame – Melhores & Maiores –

As 1000 maiores empresas do Brasil – edição 971 de 2010, a Vale em 2009 faturou

25

quase US$ 16 bilhões com um Patrimônio Líquido de US$ 56 bilhões e uma força de

trabalho de 40 mil empregados.

Para a Cia. Vale do Rio Doce a educação é fundamental par a transformação

humana, das empresas e da sociedade. Para estimular a aprendizagem contínua de seus

empregados e fortalecer o processo educacional das comunidades onde a empresa está

presente, criou a Valer – Educação Vale. A Valer oferece ações educacionais dentro e

fora da empresa. Tendo como filosofia formar pessoas para o trabalho e para a vida, ao

possui ações de educação básica, técnica e gerencial, cidadania corporativa, e cultura e

arte, implementadas em parceria com instituições de todo o mundo.

Entre suas crenças a aposta em educação é fundamental para perpetuar a

competitividade e a excelência de desempenho e faz parte de sua estratégia de atração,

desenvolvimento e retenção de profissionais qualificados, em escassez no setor de

mineração. Nas comunidades, a Educação Valer abre oportunidades de acesso a

empregos e a renda, que movimentam as economias locais, criando bases para o

desenvolvimento sustentável.

Através de dois segmentos educacionais a Valer oferece educação não apenas

aos seus empregados, mas também aos públicos externos, conforme segue:

Educação interna – oferta de ações de educação técnica, gestão e liderança,

cidadania corporativa e cultura e arte para empregados da empresa.

Educação externa – oferta de ações de educação para públicos externos da

cadeia de valor Vale. As ações de educação externa da Vale vão da escolarização básica

e da oferta de ensino técnico, especialização, formação de educadores e concessão de

bolsas de estudos. Inclui ainda investimentos em centros de pesquisa de universidades

onde são desenvolvidos estudos de problemas e soluções que interessem diretamente a

empresa.

26

O trabalho da Valer é orientado pelo Modelo de Gestão das Competências, que

garante a conexão da educação com as estratégias do negócio. Trata-se do mapeamento

permanente das competências requeridas para todos os profissionais, funções e

processos da Vale. Com base nesse levantamento, feito em parceria com empregados

das áreas de negócios, os Currículos Vale são estruturados para os três grandes públicos

da empresa: técnico operacional, técnico especializado e líderes.

PÚBLICO CURRÍCULO VALE

Técnicos Operacionais Trilha Técnica

Técnicos Especializados Mapa de Desenvolvimento

Líderes Trilha Gerencial

Assim, para a Valer Educação competência é o conjunto de conhecimentos

(saber), habilidades (saber fazer) e atitudes (querer fazer) exigidos para uma

determinada função profissional.

Para oferecer educação dentro e fora da Vale, a Valer implanta ações em

parceria com instituições de ensino por todo o mundo. Alguns dos cursos estruturados

pela Valer são pioneiros no Brasil, como a pós-graduação em Portos, a especialização

em Transportes Ferroviários de Cargas e a especialização em Beneficiamento Mineral.

Outra estratégia para a oferta de ações educacionais é a qualificação de

educadores internos que capacita profissionais com grande experiência e conhecimentos

para a tarefa de disseminar conhecimentos críticos para os negócios da Vale.

Espaços de Aprendizagem da VALE:

Valer móvel

Para disseminar conhecimento entre os empregados que trabalham ao longo das

ferrovias, a Valer possui uma unidade de treinamento itinerante, a Valer Móvel.

27

Equipada com dois simuladores de trem, 15 computadores e aparelhos de áudio e vídeo,

a unidade leva educação a regiões remotas, além de reduzir o tempo dos empregados

fora de escala de trabalho e os custos com deslocamento para treinamento. Atualmente,

a carreta chega a percorrer 1.200 km, capacitando cerca de 500 maquinistas.

Sala de Descompressão

A Sala de Descompressão é um espaço inovador para treinamentos e reuniões

que estimula a criatividade e a inovação. Instalada em quatro localidades – Rio de

Janeiro, Paragominas ( PA), Belo Horizonte (MG) e em Xangai ( China ), tem um visual

futurista é lúdico, com pufes, bolas de ginástica e até um saco de boxe que estimulam a

inovação e promovem o bem – estar dos empregados.

Simuladores

Para propiciar o aperfeiçoamento de habilidades e competências técnicas, a

Valer faz uso de simuladores em situações de aprendizagem que permitem a reprodução

de situações muito próximas das enfrentadas no dia a dia.

Os simuladores de trem, por exemplo, recriam diferentes tipos de locomotivas,

vagões e perfis de linha de passagens e climas variados e fornecem aos maquinistas

dados como consumo de combustível, choques na composição e pressões de freios,

mostrando a importância de uma boa condução para excelência operacional da empresa.

Valer Online

A Valer Online faz parte da estratégia de consolidação da educação à distância

da Vale, técnica educacional muito difundida atualmente e trás uma série de benefícios e

poucas restrições. Para que os profissionais da empresa possam realizar treinamentos

virtuais, a Valer conta, em suas unidades, com salas com computadores conectados à

rede. Além de elevar o número de participações em treinamentos on-line, as salas

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ajudam a quebrar barreiras quanto à educação à distância e têm importante papel na

inclusão digital de seus empregados.

Biblioteca Valer

A Biblioteca Valer, instalada no Rio de Janeiro, é um canal permanente de

educação e desenvolvimento profissional, oferecendo livros, monografias, dissertações,

teses, periódicos, vídeos, CDs e DVDs. O acervo inclui quase 5.000 livros, volumes de

normas técnicas oficiais da ABNT, diversos periódicos nacionais e internacionais, CD

ROMs com palestras e artigos, e 700 títulos em DVD ( entre técnicos e de lazer). Todo

o acervo da Biblioteca está organizado por áreas de conhecimento.

Em 2009, a Biblioteca Valer passou a concentrar o atendimento a

pesquisadores externos, fazendo a interface com as áreas da Vale que são objeto de

estudo. A iniciativa tem como objetivo reunir e perpetuar o conhecimento gerado por

meio de novas teses, dissertações e monografias sobre os negócios da companhia. Esses

dados podem obtidos pelos terceiros interessados via INTERNET mediante mero

cadastramento.

A Vale do Rio Doce espera com esse investimento promover o surgimento de

talentos em todo âmbito da empresa e o aumento da criatividade via inovação.

V.b – A PETROBRÁS E A SUA UNIVERSIDADE CORPORATIVA

A PETROBRAS é a maior empresa do hemisfério sul e a maior compradora do

mercado brasileiro. Portanto, é uma empresa que tem um peso muito grande na

economia brasileira. Ela é responsável pela atual auto-suficiência do Brasil em petróleo

e derivados. O destaque dessa auto-suficiência é a tecnologia de exploração e produção

em águas profundas que a PETROBRAS domina e cujo conhecimento ( know-how) é

objeto de exportação nos diversos contratos de parceria da empresa em mais de 100

países onde a empresa mantém negócios. Seu números segundo a Revista Exame –

29

Melhores & Maiores, a coloca em primeiro lugar com um Patrimônio Liquido de US$

96 bilhões, faturamento em 2009 de US$ 103 bilhões e uma força de trabalho composta

de 56 mil empregados e 150 mil terceirizados.

Boa parte desse sucesso é devido aos investimentos em treinamento que a

empresa desenvolve anualmente em seu pessoal, através de programas internos e

externos, no Brasil e no Exterior. Entende a PETROBRAS que é impossível alcançar a

excelência sem valorizar as pessoas. E essa valorização se dá através de remuneração e

investimento no ser humano colaborador da empresa. Para a PETROBRAS os

empregados ou terceirizados são colaboradores, apesar da discussão que existe sobre a

forma de contratação, já que, como empresa estatal deveria contratar apenas via

concurso público.

O capital humano, considerado um ativo intangível não contabilizado, porém

reconhecido pela empresa em suas notas de balanço e pelo mercado que a considera

uma empresa padrão, é o componente fundamental na criação de valor e diferencial

competitivo, classificados como capital humano, organizacional, de relacionamento e

domínio tecnológico.

Uma das melhores do mundo a Universidade PETROBRAS é responsável pelo

treinamento e desenvolvimento das competências necessárias aos seus empregados.

Todo o dia cerca mil pessoas são treinadas nas unidades da empresa no Rio de

Janeiro, São Paulo e Salvador. Desenvolver seus profissionais sempre foi prioridade

devido à necessidade de mão-de-obra especializada na indústria de petróleo no país. O

resultado desse investimento é o reconhecimento da qualificação de corpo técnico

composto de mais de 5.000 engenheiros extremamente qualificados.

Concebido conforme os padrões do U.S. Green Building Council, o prédio da

Universidade PETROBRAS - UP na Praça XI, segue os mais modernos conceitos de

30

sustentabilidade. Os cuidados começaram na construção, que utilizou madeira

certificada, tintas com baixa emissão de gases corrosivos e insumos reciclados.

Toda a água destinada à irrigação de jardins, descargas e lavagem de vasos

sanitários se origina de captação pluviométrica e do reuso de água do sistema de ar-

condicionado. Além disso, a luz natural substitui, em grande parte, a artificial. Vidros

nas fachadas internas e externas e um átrio central coberto por uma clarabóia de 900

metros tornam isso possível.

Em termos em que a eco eficiência se torna cada vez mais necessária e a

consciência ecológica deve estar presente na vida das pessoas, a Companhia neste caso

dá uma lição de sustentabilidade.

A PETROBRAS em sua mensagem de publicidade na mídia diz que o “ O

desafio é a nossa energia”. A Companhia diz enfrentar diariamente desafios e que

costuma vencê-los, graças ao seu corpo técnico. Para encontrar as melhores soluções

conta com os estudos e a criatividade de seus pesquisadores. O Centro de Pesquisas da

PETROBRAS é famoso e respeitado por reunir centenas de cientistas e pesquisadores, a

maioria com doutorado no exterior em universidades top de linha. O CENPES da

PETROBRAS já registrou milhares de patentes industriais para área de petróleo e que

são exportadas para outras empresas situadas no mundo inteiro. A PETROBRAS recebe

generosos roylaties com essa venda de tecnologia via o licenciamento.

A PETROBRAS desenvolve soluções nas áreas de exploração e produção,

como mapeamento de bacias e revitalização de campos antigos. Também tem buscado

soluções logísticas que permitam superar longas distâncias dos campos de petróleo até a

costa, tanto no transporte de óleo e gás, como de equipamentos e pessoas. As pesquisas

têm ajudado a empresa a entregar produtos melhores. Assim, ao elaborar novos

combustíveis a empresa inova na área dos biocombustíveis. Tudo com o apoio de um

parque de refino que recebe investimentos em modernização e capacitação tecnológica.

31

Com o foco no futuro a empresa pesquisa fontes alternativas de energia, pois o

petróleo é uma matéria prima não renovável com fim certo de desaparecimento por

consumo dentro de aproximadamente 50 anos, considerados os níveis atuais de

produção e consumo da Terra. Além disso, o foco deve estar também numa tecnologia

aliada para o desenvolvimento de produtos com emissões cada vez mais baixas e na

implantação de soluções de conservação e recuperação de ecossistemas e da

biodiversidade.

Partindo da máxima de que duas cabeças pensam melhor do que uma, a

PETROBRAS criou uma rede de universidades em todo o país pesquisando em tempo

real as soluções tecnológicas que serão usadas no futuro. São chamadas também de

redes temáticas. Nesse sentido, a PETROBRAS desenvolveu um novo modelo de

parceria tecnológica com universidades e institutos de pesquisa que atuam em redes

colaborativas. A PETROBRAS desenvolveu um novo modelo de parceria tecnológica

com universidades e institutos de pesquisa. A concepção desse novo modelo foi

coordenado pelo CENPES e desenhada em articulação com todas as áreas da

Companhia envolvidas com o Sistema Tecnológico da PETROBRAS. Assim sendo,

dois modelos de relacionamento estratégico foram criados: os núcleos de competência e

as redes temáticas.

A PETROBRAS considera seu capital humano um ativo essencial e

proporciona aos seus empregados oportunidades de desenvolver e aprimorar

competências. Em 2009, pelo quarto ano consecutivo, a companhia foi considerada

benchmark no critério Desenvolvimento do Capital Humano do Dow Jones

Sustainability Indexes ( DJSI)- New York – USA.

Nos anos de 2008 e 2009 foram particularmente positivos para os processos de

pesquisa e desenvolvimento da PETROBRAS. Como resultado de grande investimento

em novas tecnologias e ampliação de sua base de conhecimento, a companhia aumentou

em 17 % o número de patentes depositadas no país. Sinal de esforço em seu capital

humano, disposto a criar permanentes melhoras para os processos produtivos. Por isso a

32

PETROBRAS se preocupa tanto em valorizar seus empregados, oferecendo

oportunidades de desenvolvimento e aprimoramento de competências. Não foi por acaso

que a empresa conquistou em 2009 de melhor reputação do mundo, em reconhecimento

oferecido pela instituição Reputation Institute (USA), provando que transparência e

diálogo aberto são marcas que levam uma empresa a construir uma imagem sólida junto

aos seus públicos de interesse.

O Supercomputador Netuno

Com o supercomputador Netuno, a PETROBRAS acrescentou 16 teraflops ( 16

trilhões de operações matemáticas por segundo) à capacidade de processar dados e

analisar informações das universidades parceiras nas Redes Temáticas de pesquisa. O

potencial máximo de processamento anterior estava na faixa das centenas de gigaflops (

bilhões de flops), no conjunto das 85 instituições de Ciência & Tecnologia conveniadas.

Esse supercomputador, colocado em operações em maio de 2008, é o primeiro

de uma série de seis computadores de alto desempenho que integrarão até o final de

2010 a grande Rede BR – rede que atuará interligada para o desenvolvimento de dos

projetos de interesse da PETROBRAS no mundo acadêmico. Em plena atividade, o

Netuno agiliza as pesquisas de apoio às atividades de exploração petrolífera realizadas

por quinze instituições que compõem a Rede de Geofísica Aplicada e cinco integrantes

da Rede de Modelagem e Observação Oceanográfica.

Na Rede de Geofísica, o computador propicia maior rapidez e precisão

matemática no tratamento, construção e análise de dados sísmicos. Isso permite o

desenvolvimento de programas numéricos para melhorar a visualização das camadas

geológicas do subsolo e, consequentemente, a identificação mais fácil de formações

geológicas favoráveis à acumulação de petróleo.

Quanto à Rede Oceanográfica, o supercomputador reduz de algumas semanas

para poucos dias o tempo de realização das simulações numéricas com informações

33

tridimensionais para mapeamento das correntes marinhas nas áreas exploratórias. Essas

informações são fundamentais para o licenciamento ambiental, bem como para o

completo conhecimento das condições operacionais e conseqüente dimensionamento

dos sistemas de produção dos sistemas de produção petrolífera.

A Universidade PETROBRAS (UP) tem hoje mais de 1200 alunos

matriculados em cursos regulares. Esses cursos na maioria dados dentro da empresa nas

excelentes instalações da Universidade PETROBRAS no Rio de Janeiro, onde fica a sua

sede, em São Paulo e em Salvador. O corpo de professores é formado por professores

das universidades conveniadas, professores e instrutores da própria PETROBRAS e de

professores convidados. Os certificados para fins de validade legal são emitidos pelas

universidades e todos os requisitos são observados, tais como carga horária, conteúdos

programáticos e controle de freqüência, avaliação, etc. A PETROBRAS programa os

cursos de acordo com a demanda das diversas gerências em relação ao aperfeiçoamento

da força de trabalho da empresa.

V.c – ESCOLA SUPERIOR DE ADMINISTRAÇÃO POSTAL - UMA

PARCERIA ENTRE A UnB A E EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E

TELÉGRAFOS – EBCT

Os serviços postais são muito importantes para um país, especialmente um pai

como o Brasil de dimensões continentais. Os Correios precisam ligar os mais de 5400

municípios brasileiros e seus 190 milhões de habitantes. São milhões de cartas e

encomendas indo de um lado par ao outro do país de forma rápida e seguro e por isso

mesmo confiável. O serviço postal brasileiro, basicamente um monopólio da empresa

pública EBCT conta com uma força de trabalho de cerca de 80.000 empregados, sendo a

maioria quantitativa formada pelos carteiros uniformizados de azul e amarelo. O serviço

postal de um país se liga aos serviços postais de mais de 200 países do mundo. Dessa

forma o sistema de trabalho desse serviço postal precisa estar alinhado

tecnologicamente com os serviços dos demais países. Os serviços postais a nível

internacional se completam entre o remetente e o destinatário.

34

Na década de 70 a EBCT passou por um grande processo de reorganização e

modernização tendo escolhido o modelo francês como o que iria seguir a partir dessa

época. Os consultores responsáveis pela implantação do novo modelo de gestão postal

encontraram uma empresa inchada com mais de 150 % de excesso de recursos humanos,

onde havia muita quantidade e pouca qualidade, oriundo de um processo que no passado

tinha transformado essa empresa pública num grande cabide de emprego. Os serviços

eram prestados com custos muito elevados e falta de eficiência. A empresa operava no

vermelho, ou seja, acumulando prejuízos.

A partir da reformulação, muitos empregados foram aposentados, ou demitidos

num programa de demissão voluntário ou até mesmo simplesmente mantidos em casa e

na folha de pagamento. Esses empregados eram mais baratos em casa do que na

empresa. Na empresa eles ocupariam espaço físico, consumiriam energia elétrica e

serviços de telecomunicações. Dessa forma, a empresa enxugou mais de 20.000

empregados de sua força de trabalho, até porque novos processos mais modernos

racionalizaram o trabalho de processamento das correspondências e encomendas dos

usuários dos serviços postais. Outra grande modificação foi a modernização das

agências dos Correios. Em todas as cidades brasileiras existe pelo menos um posto do

Correio. Outra medida moderna tomada foi a da criação da loja franqueada, espécie de

terceirização. A ampliação dos serviços prestados foi outra medida para otimizar o

ponto de venda de serviços. A criação do Banco Posta em convênio com o BRADESCO

possibilitou que cidades menores pudessem dispor de serviços bancários essenciais.

Uma loja dos Correios hoje presta diversos serviços que não só os postais. Algo

semelhante ocorreu com as lojas lotéricas licenciadas pela Caixa Econômica Federal

que atendem a outras necessidades da população.

A busca da excelência nos serviços postais e a necessidade permanente de

inovação para tirar a dependência externa de novas tecnologias na área da gestão postal,

obrigaram a empresa a implantar uma Faculdade de Administração Postal em parceria

com a Universidade Federal de Brasília. Essa escola de superior de administração postal

35

teria que trazer um modelo diferencial para a formação e desenvolvimento de recursos

humanos na EBCT.

A ESAP é a primeira e única escola superior de administração postal na

América Latina. Sua criação se deu em 1978 sucedendo a outro projeto que era uma

vitoriosa experiência no campo educacional empresarial que foi o curso de

especialização de administração postal, o CAP que funcionou entre 1971 e 1977 e

formou 110 técnicos de nível superior.

A ESAP oferece os seguintes cursos: Administração Postal, Formação de

Executivos ( uma espécie de Mestrado Profissional) e Formação de Inspetores de Alto

Nível. Os cursos têm carga horária mínima de 2000 horas/aula ou dois anos corridos,

sendo que no curso de administração, os dois primeiros anos ou quatro semestres são os

mesmos da faculdade de administração. Atualmente os cursos citados reúnem 500

alunos em Brasília. O curso de Administrador postal em 32 anos formou 1.300

profissionais especializados em gestão postal. Atualmente o curso é dado nas

instalações da Universidade dos Correios.

V.d – PUC – RIO E O INSTITUTO GÊNESIS – UM BERÇARIO PARA

INOVAÇÃO

A Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC – Rio é uma das

melhores universidades privadas do país e referência no desenvolvimento tecnológico

especialmente na área de informática. A PUC – Rio devido a essa excelência na área

acadêmica tornou-se a preferida na formação de parcerias com empresas privadas,

órgãos públicos e entidades de classe no desenvolvimento de projetos do interesse das

empresas e governos.

Localizada no bairro da Gávea, Zona Sul do Rio de Janeiro, a PUC – Rio

diferencia-se pela qualidade de seu ensino, que é reconhecido em todas as avaliações

dos órgãos governamentais pelo excelente nível do corpo docente da universidade

36

composto de centenas de mestre, doutores e pós-doutores, muitos atuando em regime de

tempo integral. A Universidade PUC – Rio apresenta diversos núcleos de pesquisa e

desenvolvimento científico que a coloca entre uma das mais instituições de ensino de

maior reconhecimento no exterior.

A universidade ocupa uma área arborizada de 104.497 metros quadrados, em

diversos prédios contendo 110 salas de aulas, 13 auditórios, 200 laboratórios, seis

anfiteatros, 13 oficinas didáticas e cinco bibliotecas das mais bem equipadas.

A PUC foi a primeira universidade no Rio de Janeiro a criar uma empresa

júnior multidisciplinar formada de por seus melhores alunos e professores e que

desenvolve trabalhos de consultoria empresarial. Foi criado também o Instituto Genesis,

um berçário destinado aos empreendedores na área tecnológica. Para poder dispo do

apoio do Instituto Gênesis necessário se faz que os empreendedores cumpram diversas

exigências, entre as quais dispor de um plano de negócios (business plan), uma boa

idéia inovadora (pode ser uma patente) e ser aluno ou ex-aluno da PUC – Rio.

A empresa júnior da PUC - Rio é pioneira na forma multidisciplinar de atuação.

Sua equipe é formada por alunos de diversos cursos, o que proporciona uma visão

ampla dos projetos, com diferentes pontos de vista que possibilitam, realmente, um

serviço personalizado. Ao longo de sua história, já realizou mais de 400 projetos.

Dentro desse portfólio, figuram empresas de porte de PETROBRÁS, Souza Cruz,

Ipiranga, Domino´s, Wizard, entre outros gigantes do mercado. Além desses nomes

expressivos, estão as inúmeras pequenas e médias empresas que a Empresa Júnior teve

orgulho em ajudar a entrar no mercado, se estruturar, planejar, divulgar ou realizar

qualquer outro serviço fundamental para a melhora do empreendimento.

De maneira geral, os serviços oferecidos são: Plano de negócios, Mapeamento

de Processos, Identidade Visual e Pesquisa de Mercado. Além desses serviços, devido a

variedade de conhecimentos da equipe multidisciplinar, desenvolve projetos totalmente

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voltados para cada empresa, respeitando suas particularidades e focando em um ponto

de melhoria específico.

Todos os projetos são supervisionados e assinados por professores orientadores

da PUC – Rio, garantindo o respaldo de uma das melhores universidades do país. Seus

custos são 50% inferiores aos praticados no mercado por empresas de consultoria.

Incubadora Tecnológica

O que é uma incubadora tecnológica ?

O prédio da Incubadora Tecnológica foi inaugurado em julho de 1997. com o

apoio de instituições como o Citibank, FINEP, Fundação Padre Leonel França, Rede de

Tecnologia do Rio de Janeiro, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e Governo do

Estado do Rio de Janeiro, da FAPERJ e da CEHAB que cederam o terreno para a

instalação do prédio.

A incubadora tecnológica Gênesis da PUC – Rio atua como canal de

transferência de conhecimento entre a Universidade e a sociedade, apoiando empresas

inovadoras nas seguintes áreas:

TI para telecomunicações

TI para a Educação a Distância

TI para Gestão do Conhecimento

TI para Energia

TI para Entretenimento

TI para Meio Ambiente

TI para Esporte

TI para Medicina

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Sua missão é gerar conhecimento de base tecnológica auto-sustentáveis e

capazes de impactar positivamente no desenvolvimento econômico da região onde estão

inseridos. Desta forma, a Incubadora Tecnológica acompanha e apóia os projetos desde

a confecção do protótipo até a formação de redes e consórcios empresariais.

Devido ao escopo de atuação do Instituto Gênesis, diversos projetos são

desenvolvidos em conjunto com as empresas incubadas nas áreas de obtenção de

patentes, prestação de serviços ao setor produtivo e pesquisa e desenvolvimento para

produtos e serviços inovadores em parceria com laboratórios e departamentos da

universidade.

No ano de 2002, a Incubadora Tecnológica aprovou um projeto junto ao CNPq

que visava a otimização do processo de inovação através de incubadoras. Esse estudo e

aplicação se contemplam a projetos dos anos de 2002 a 2003 apoiados pelo

SEBRAE/RJ. Um projeto sobre a Consolidação da Eficiência do Processo de Incubação

do Instituto Gênesis da PUC – Rio começou a ser desenvolvido com o apoio do CNPq.

Durante o período de incubação, as empresas usufruem da estrutura física, bem

como dos serviços oferecidos pelas Unidades Operacionais. Outros benefícios que a

incubadora são a proximidade dos centros de pesquisa da PUC – Rio, a possibilidade de

network com os demais empreendedores e incentivos fiscais.

Processo de seleção tecnológica

A Incubadora Tecnológica da PUC – Rio tem seu foco em negócios de

conhecimento multidisciplinar que façam uso intensivo da tecnologia da informação.

Portanto, o Edital vai privilegiar empresas que forneçam informações sob qualquer

forma (verbal e sonora, impressa ou em vídeo), em toda parte, com projetos inovadores

e intensivos em capital intelectual e tecnologia.

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A fim de gerar integração entre as empresas residentes e maior competitividade

no mercado global, privilegia-se empresas que agregam produtos e serviços às redes ou

Consórcios Empresariais Gênesis que sigam a lista de segmentos de tecnologia em

Telecomunicações, Energia, Meio Ambiente, Educação a Distância, etc.

São pré-requisitos para participar no processo seletivo ser:

a) Alunos da PUC – Rio

b) Ex-alunos da graduação ou de pós – graduação da PUC – Rio

c) Profissionais afiliados a Projetos junto a Centros de Pesquisa da PUC-Rio

Entre os critérios de seleção do Edital, destacam-se os seguintes critérios:

a) Viabilidade técnica e econômica de empreendimentos com potencial de

crescimento;

b) Grau de inovação e de competitividade dentro do foco da Incubadora

Tecnológica Gênesis;

c) Grau de importância da empresa no apoio às redes formadas por empresas

incubadas;

d) Conectividade com os Centros de Pesquisa da Universidade;

e) Responsabilidade social com a região;

f) Processo de produção não poluente (ruído, contaminação, etc.)

g) Constante busca pela inovação;

h) Erro como fonte de aprendizado;

i) Supremacia do Indivíduo sobre o Empreendimento;

j) Ética e Responsabilidade social;

k) Aderência aos valores do Instituo Gênesis.

l) Qualificação dos proponentes e da equipe quanto aos aspectos técnicos e

empreendedores.

As empresas atualmente (2010) incubadas são:

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AMBIO – SOLUÇÕES AMBIENTAIS

BITIX ( Tele – informática)

I – DUTTO – Instalações técnicas

WAGE – Sistemas interativos

ATIVA – Tecnologia em Petróleo, Gás Natural e Maio Ambiente

SILICON – Strategy – Soluções para automação de redes de dados.

SMART Decision – Soluções em sistemas para a tomada de decisões.

OVERMIND – Produtora de jogos e tecnologias de suporte.

Essas empresas já empregam e já possuem produtos inovadores patenteados.

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CONCLUSÃO

A FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos ligada a Ministério da Ciência e

Tecnologia, lançou edital em 16/08/2010 para financiar praticamente a fundo perdido

R$ 500 milhões projetos de inovação de empresas brasileiras.

A PUC – Rio lançou em 2010 um MBA em Empreendedorismo Inovador.

Em julho de 2010 foi realizado na PUC – Rio um seminário sobre Gestão de

Marcas – Diferencial Competitivo de Empresas Inovadoras.

O INSPER – IBMEC São Paulo realiza pela segunda vez no Brasil o

Innovation Challenge 2010, a principal competição de inovação corporativa do mundo.

Aberto exclusivamente para alunos do MBA e pós – graduação, a competição

proporciona o contato entre alunos e corporações no desenvolvimento de soluções

inovadoras para perguntas reais de empresas como PEPSICO, DIAGEO E

DPASCHOAL.

Todas as idéias são avaliadas por uma banca formada por especialistas no

mercado e executivos das empresas patrocinadoras. As melhores propostas serão

premiadas. A revista Época Negócios também apóia e divulga o evento.

Essas são algumas notícias correntes na mídia que demonstram como o tema

inovação está em plena evidência tanto no mundo acadêmico como no empresarial.

Nos estudos de casos apresentados neste trabalho verifica-se que as grandes

empresas investem cada vez mais na inovação tendo seus empregados, trainées,

estagiários como base desse investimento que além de garantir lucros, participação no

mercado, garante sustentabilidade e perenidade para a empresa e para o mundo.

42

Um papel importante também é reservado ao governo e as entidades de classe,

já que suas políticas gerais devem propor ações às empresas na busca da excelência de

seus produtos e serviços. E todas essas ações não podem e não devem caber a um só

interessado e sim a todos de forma coletiva. Daí a importância das parcerias e ações

conjuntas em busca de resultados para todos.

Cabe uma missão muito importante no contexto mostrado neste trabalho: a dos

pedagogos empresariais. Caberá a eles reduzir a distância física e das idéias entre a

academia e as empresas de forma a tornar viáveis as parcerias entre elas sem abrir mão

da importância acadêmica de se formar cada vez mais profissionais habilitados

tecnicamente, porém comprometidos com o seu papel na sociedade, lembrado que nem

sempre os fins justificam os meios.

Por último, uma mensagem aos futuros pesquisadores do tema. Obviamente

este trabalho não esgota um tema de tamanha relevância e atualidade. Recomenda-se aos

futuros pesquisadores que explorem a partir desta temática como inserir nos programas

de cursos das universidades e cursos técnicos conteúdos e práticas que levem os

estudantes a busca da inovação como um desfio a mais em suas carreiras.

43

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

Livros: AYRES, Fernando Arduine e LAROSA, Marco Antonio – Como produzir uma monografia – Wak Editora – Rio de Janeiro - 2008 CARLOMAGNO, Maximiliano Selistre e SHERER, Felipe Ostro – Gestão da Inovação na Prática – Atlas – São Paulo - 2009 DRUCKER, Peter F. – Sociedade Pós-Capitalista – Pioneira Thomson – São Paulo – 2002 GABOR, Andrea – Os filósofos do Capitalismo – Campus Editora – 2001 – Rio de Janeiro SENGE, Peter M. - A Quinta Disciplina – Best Seller – Rio de Janeiro – 1990 UTTERBACK, James M. – Dominando a Dinâmica da Inovação – Qualitymark Editora – Rio de Janeiro – RJ Revista: EXAME – Melhores &Maiores - As 1000 maiores empresas do Brasil – Editora Abril – Julho de 2010 Valor Especial – Tecnologia & Inovação – Junho de 2010 Jornal Valor Econômico – Caderno Especial Gestão da Inovação – 10/03/2010 Sites pesquisados: www.petrobras.com.br www.vale.com.br www.ebct.gov.br www.pucrio.org.br www.sebrae.org.br www.ministeriodaciênciaetecnologia.gov.br

www.bndes.gov.br

www.ufrj.gov.edu.br

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES – INSTITUTO A

VEZ DO MESTRE

Título da Monografia: A IMPORTÂNCIA DA INOVAÇÃO NA GESTÃO DO CONHECIMENTO EM PLENA ERA DA SOCIEDADE PÓS - CAPITALISTA

Autor: PEDRO FRANCISCO LASZLO ZANKER

Data da entrega: 31 DE AGOSTO DE 2010

Avaliado por: Conceito: