UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · Nise da Silveira, foi quem iniciou a pesquisa...

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A LINGUAGEM DOS MATERIAIS: O LÁPIS DE COR Por: Debora da Silva Barbosa Orientadora Profª. Ms Fátima Alves Rio de Janeiro 2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A LINGUAGEM DOS MATERIAIS:

O LÁPIS DE COR

Por: Debora da Silva Barbosa

Orientadora Profª. Ms Fátima Alves

Rio de Janeiro

2012

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

A LINGUAGEM DOS MATERIAIS:

O LÁPIS DE COR

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Arteterapia em Educação e

Saúde.

Por: Debora da Silva Barbosa

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por me dar força

em todos os momentos.

Aos professores sempre estiveram

dispostos em nos atender e auxiliar.

DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia aos meus pais

que sempre estiveram do meu lado com

muito amor. A todos que participaram

direta ou indiretamente para a realização

desta pesquisa. E aos professores e

amigos com quem aprendi e convivi.

RESUMO

Esta pesquisa busca demonstrar o valor terapêutico do lápis de cor e

suas técnicas utilizadas na Arteterapia, reconhecendo a sua importância como

forma do indivíduo demonstrar a sua Criatividade e assim concretizar os

conteúdos do inconsciente. A arte é capaz de alcançar lugares no inconsciente

que, somente, a palavra não consegue chegar. Através da arte o indivíduo

pode expressar sentimentos, experiências muitas das vezes adormecidas e

emoções. Cada material tem a sua importância e o lápis de cor, um material

com várias possibilidades, também desperta no indivíduo sentimentos e

sensações únicas, cabe ao Arteterapeuta adequar cada material a

necessidade de cada cliente compartilhando, experimentando, construindo e

transformando.

METODOLOGIA

A metodologia utilizada para elaborar este trabalho de monografia, se

constitui em uma pesquisa de estudo bibliográfico, com base na seleção de

alguns livros, utilizando argumentos na Arteterapia, o valor terapêutico dos

materiais, principalmente o lápis de cor, buscando sua eficiência no processo

arteterapêutico; além de pesquisa via internet sobre o tema referido.

Os principais autores estudados foram: Ângela Philippini, Sandra Regina

dos Santos, Dina Lúcia Chaves Rocha, Urrutigarry, entre outros.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I -

O que é Arteterapia? 10

CAPÍTULO II - 16

Criatividade

CAPÍTULO III – 22

Materiais e técnicas: O lápis de cor na Arteterapia

CONCLUSÃO 30

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 32

WEBGRAFIA 34

ÍNDICE 35

8

INTRODUÇÃO

Este trabalho monográfico procura mostrar a história e os valores

terapêuticos do lápis de cor e como o material é utilizado por terapeutas e suas

respectivas técnicas na Arteterapia, como um importante objeto que propicia a

formação de simbolismos e experiências dos indivíduos, buscando a

criatividade no processo terapêutico.

A escolha deste tema é decorrência da motivação das aulas de

Linguagem dos Materiais, presenciadas no curso de pós – graduação, na

Universidade Candido Mendes.

O Arteterapeuta precisa conhecer os materiais e suas técnicas

interpretando o significado dos materiais e as possibilidades de sua expressão,

é muito importante que ele analise os objetos que possui, pois, eles penetram

de maneira rápida nos conflitos internos presentes no indivíduo.

A Arteterapia como processo terapêutico utiliza de vários recursos da

arte, com o objetivo de levar o indivíduo ao autoconhecimento levando-o a se

relacionar melhor com o mundo, com o outro e com si mesmo.

A fim de cumprir o objetivo deste trabalho, o mesmo foi dividido

em capítulos.

O primeiro capítulo analisará o que é a Arteterapia, fazendo a

contextualização histórica, demonstrando a importância e o trabalho do

Arteterapeuta e como a arte auxilia no processo Arteterapêutico tornando

visível o que não se vê.

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O segundo capítulo consistirá na importância da Criatividade da

expressão artística como linguagem humana e como produto que prioriza a

originalidade deste para o meio social.

O terceiro capítulo demonstrará a história, como deve ser utilizado e as

técnicas do lápis de cor no processo Arteterapêutico. É importante analisar a

sua história e valores terapêuticos, pois eles são compostos com prioridades

que mobilizam criatividade, emoções e sentimentos priorizando o

conhecimento e as transformações do indivíduo.

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CAPÍTULO I

O QUE É ARTETERAPIA?

...procura fornecer suportes materiais adequados para que a energia psíquica plasme símbolos e

criações diversas que retratem múltiplos estágios da psique ativando e realizando a comunicação

entre inconsciente e consciente. (CHRISTO apud SILVA, 2009, p. 13)

1.1 - Contextualização Histórica da Arteterapia

A relação do homem com a arte existe desde a época das cavernas,

em que o homem utilizava imagens para organizar, representar e dar

significado para o mundo ao seu redor, utilizando recursos como a dança, as

tatuagens, as pinturas e o canto em rituais de poder, de cura e de invocações

as forças da natureza.

A arte e sua utilização terapêutica, também é antiga, nos remota as

primeiras civilizações. Porém, só a partir de meados do século XX, é que ela

foi denominada de Arteterapia. Com isso ela começa a se estruturar com seu

próprio conhecimento e apresentação, isto ocorre devido às crises que a

sociedade estava enfrentando, devido ao fim da Guerra Mundial, levando a

quebra de paradigmas que existiam na sociedade, como por exemplo, que a

razão e a Ciência têm respostas para tudo. Os paradigmas foram quebrados

devido à necessidade que a sociedade tinha de explicações mais persuasivas

para as suas angústias.

Na chamada era pós-industrial, surge a Arteterapia, por volta do ano

de 1950, sustentada pela arte – educação. Margareth Naumberg (artista

plástica, educadora e psicóloga americana) foi a primeira que se interessou

11

pela arte como método terapêutico, ela utilizava o método Montessoriano com

a psicoterapia e a psiquiatria.

Carl Gustav Jung, na década de XX, utilizava a arte como parte do

tratamento psicoterápico, como agente transformador e libertador da energia

psíquica.

A partir de Jung, o inconsciente é, além de uma dimensão psíquica, o estado em que nos

encontrávamos a respeito de nossa própria natureza e razão de ser, isto é, inconscientes quanto ao nosso modo de ser... (SANTOS,

2008, p.22)

No Brasil, por volta do ano de 1923, inicia-se a Arteterapia, com

estudos da arte dos doentes mentais, feito no Hospital Juqueiry, no Rio de

Janeiro. Neste mesmo hospital, em 1925 foi criada a Escola Livre de Artes

Plásticas, pelo psiquiatra Osório César. Osório segue a conduta de Freud,

contudo acreditava, que por si só, as produções artísticas tinham a capacidade

de cura.

Entretanto, a Arteterapia e as Terapias Expressivas, são estimuladas

pelo trabalho de Nise da Silveira que transformou o tratamento dos doentes

mentais no Brasil.

Nascida em Maceió, estudou medicina na Bahia, Nise da Silveira,

entregou-se a Psiquiatria. Nise foi seguidora dos conceitos de Jung. Mudou-se

em 1927, para o Rio de Janeiro e começou seu trabalho no Hospital da Praia

Vermelha. Foi presa em 1936, por ser comunista, passando 15 meses no

Presídio Frei Caneca.

Passado a anistia, Nise voltou para a psiquiatria, iniciou o Centro

Psiquiátrico do Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, fundou a Seção de

Terapêutica Ocupacional, utilizando a arte como forma de recuperar a

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realidade dos pacientes através da expressão simbólica e da criatividade,

facilitando o contato do terapeuta com o paciente.

Nise fundou o Museu da Imagem e do Inconsciente, em 1952, um centro

de pesquisa e estudo contendo as obras produzidas por pacientes em seu

ateliê (hoje é considerado um dos mais importantes do mundo, por seu acervo

ser constituído de um verdadeiro guia antropológico da psique humana). A

Casa das Palmeiras, também foi criada por ela, em 1956, voltada para a

recuperação de pacientes, desejando a reintegração à sociedade

considerando, naquela época, um projeto revolucionário.

Graças a correspondências que mantinha com Carl Gustav Jung, Nise foi

estudar no Instituto Carl Gustav Jung em 1958 a 1961, fazendo-se a principal

divulgadora da psicologia junguiana no Brasil.

Em 1981, Nise escreveu o livro “Imagens do Inconsciente” que relata um

pouco do seu trabalho com os estudos entre os internos tratados com métodos

diferentes.

Nise da Silveira, foi quem iniciou a pesquisa das relações emocionais

entre animais e pacientes esquizofrênicos, publicou o livro “Gatos – A emoção

de lidar”, publicado no ano de 1998.

Nise faleceu em 30 de outubro de 1999 seus estudos inspiraram a

criação de museus, centros culturais e instituições terapêuticas no Brasil e no

mundo.

Para Nise, ‘é preciso se espantar, se indignar e se contagiar, só assim é

possível mudar a realidade”.

Todos os trabalhos de Nise foram baseados na liberdade e na afeição,

onde o seu objetivo era levar o paciente a mergulhar em seu inconsciente em

busca de respostas para o seu problema e iniciar a sua cura.

Na Arteterapia brasileira podemos encontrar nome de grandes pessoas

13

como Angela Phillipini, fundadora da Clínica Pomar, e Celma Ciornai,

arteterapeuta paulista que desenvolve seus trabalhos com o uso da

abordagem fenomenolígica – existencial.

Em 1970, aconteceu o primeiro curso de graduação em Arteterapia e

Terapias Expressivas. Porém o curso de pós - graduação só foi desenvolvido

em 1996. A Associação Brasileira de Arteterapia, fundada em 1999, só obteve

o reconhecimento satisfatório em 2003.

A Arteterapia usa de conhecimentos decorrentes da psicologia, como

também de atividades artísticas, onde desenvolve possibilidades terapêuticas e

de crescimento pessoal, utilizando técnicas vivenciais e expressivas como:

pintura, colagem, modelagem, narração de histórias, música, desenho, dança,

expressão corporal, dramatização e outros.

Através da expressão artística o indivíduo consegue expor sua forma

direta e verdadeira de existir. A Arteterapia é a pratica terapêutica que vai

através da arte e dos recursos materiais atingir os processos cognitivos e

afetivos, fazendo com que todos os conflitos sejam analisados e projetados,

fazendo com que assim haja a melhor compreensão de si mesmo.

1.2 - O papel do arteterapeuta

A Arteterapia é um processo terapêutico que utiliza técnicas que

englobam a psicologia e a arte. As atividades artísticas são desenvolvidas

como forma de expressão sem se preocupar com estética, estimulando a

criatividade, expressão emocional, a atividade ocupacional e etc.

O arteterapeuta tem a capacidade de auxiliar os clientes a alcançarem

praticas artísticas que buscam organizar a vida psíquica em relação a

sensações, pensamentos e sentimentos. Sua função é perceber, através da

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observação, a reação de cada cliente perante os materiais oferecidos

enquanto ele se manifesta perante uma nova construção.

Ao observar seu cliente o arteterapêuta precisa ser bem atencioso, pois

a criação de seu cliente e cheia de simbolismo e carregada de significados.

É importante que o arteterapeuta acompanhe cada etapa e momento da

criação de seu cliente, ajudando-o a superar os obstáculos que podem ser

encontrados, tornando amplas as oportunidades e possibilidades criativas para

que a arte possa exercer o seu efeito terapêutico, transformando as energias

destrutivas em construtivas.

O processo de amplificação simbólica bem desenvolvido integra linguagens plásticas e materiais expressivos diversos... ( PHILIPPINI, 2009, p. 17)

O arteterapêuta tem uma grande importância no processo de

autoconhecimento de seu cliente, devendo sempre está atento às escolhas

dos materiais e das técnicas, obter conhecimento da arte e da psicologia, ter

um embasamento teórico, viver experiências com materiais criativos e está

sempre praticando novas possibilidades para sua própria expressão.

O profissional em Arteterapia deve trabalhar com um vasto conjunto de

modalidades expressivas de materiais artísticos e possibilitar que a pessoa se

reconheça nas imagens realizadas e dialogar com a sua obra entre o

inconsciente e consciente, além de equilibrar a vida.

O arteterapeuta não é um psicólogo, porém é um profissional com a

capacidade de facilitar no cliente o processo de reconhecimento de si mesmo a

partir da escolha adequada dos materiais artísticos, partindo da observação

comportamental do cliente da orientação amorosa de muita paciência em cada

situação.

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O profissional da área de Arteterapia deve estar ciente de seus limites e

deve ser capaz de notar o momento em que pode haver a necessidade de

encaminhar seu cliente para outros profissionais. Os arteterapeutas são

facilitadores da busca de si mesmo. Não cabe ao arteterapeuta dizer ao cliente

como agir, mas lhe cabe a tarefa de observar com muito cuidado cada cliente e

delicadamente lhe sugerir o caminho adequado.

A Arteterapia pode ser trabalhada, tratando temas como: a auto-estima,

expressão de sentimentos bloqueados, amor incondicional, capacidade de

entrega, perdão, afeto, agressividade, sensualidade, sexualidade, morte e

entre outros temas que podem vir a levar o individuo a algum bloqueio. Esses

temas podem ser trabalhados com crianças, adolescentes, adultos, idosos e

até mesmo com excepcionais, desde que o arteterapeuta desenvolva o seu

trabalho através da estimulação de expressões favorecendo a libertação de

emoções, conflitos internos e imagens pertubadoras do inconsciente.

O arteterapeuta não é crítico e nem observador, ele é um profissional

com saberes acerca psicologia e arte que o capacitam a uma interpretação dos

trabalhos obtidos em associação aos transtornos sofridos pelo paciente. Ele

centra sobre o sujeito e cujos sintomas surgirão, através do inconsciente, de

forma subjetiva em sua arte. Ele auxilia o paciente em sua aventura de

descobrimento de si mesmo, e intervém quando necessário para coordenar

essa busca. Para isso faz uso de materiais distintos bem como da avaliação

verbal de tudo o que for produzido durante as sessões.

Na arteterapia, o indivíduo consegue colocar através da expressão

artística, ou seja, da arte, o seu verdadeiro “eu”, de maneira mais direta e sem

camuflar os seus conflitos, deixando claro tudo o que lhe é importante.

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CAPÍTULO II

CRIATIVIDADE Se quisermos entender a criatividade, devemos

procurá-la além dos limites do sujeito humano, de seus processos e produtos:devemos investigar seu meio social, seus valores e hábitos, enfim sua cultura É importante que busquemos compreender processo de criar com base em uma nova dimensão, na qual se articulam aspectos referentes ao campo social e ao indivíduo que organiza os dados herdados das instâncias anteriores. (CSIKSZENTMIHALY, 1998, p.27) 2.1 – O que é criatividade?

A palavra CRIATIVIDADE, derivada do Latim, tem sua origem etimológica na palavra CRIAR.

Existem variadas definições para o significado da palavra criatividade,

porém em todas é considerada uma capacidade humana, é o atributo que você

acrescenta à atividade que você está realizando. Ela é resultante de uma

atitude, de uma abordagem íntima e pessoal de como você vê as coisas.

Desde o início dos tempos a criatividade está presente na vida do ser

humano, quando o homem representava as suas pinturas, estas realizadas em

rochas, para realizar a tradução de seu cotidiano.

O homem a partir de suas necessidades se viu motivado a criar, a inventar, dar respostas e soluções criativas. Tinha o objetivo de facilitar as suas atividades diárias

de caça de animais, pesca coleta de frutos e raízes, que garantiam a sua sobrevivência.(ROCHA, 2009, p. 24)

Ao logo do tempo muitos autores estudam e definam a criatividade, como

Kant, que fez a ligação da criatividade com a genialidade; Alfred Binet, que

associava a criatividade à inteligência; Freud, que a definia como resultado da

realidade e o inconsciente, ou seja, ação e reação; Osório César usou a arte

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como propósito terapêutico; Wallas iniciou os estudos sobre o processo criativo

e suas fases, que deu origem ao mesmo (preparação, incubação, iluminação e

verificação); Guilford relacionou a criatividade com a aptidão intelectual, com o

pensamento divergente; Torrance tornou presente seus estudos sobre os

processos do pensamento criativo entre vários outros autores que contribuíram

e contribuem até hoje com a exposição das diversas faces da criatividade.

A criatividade é natural de todo ser humano e muitas são as pesquisas

que podem nos auxiliar a entender e explorar a essência da criatividade.

Acredita-se que o potencial criativo do ser humano tenha início na infância.

Quando as crianças têm suas iniciativas criativas elogiadas e incentivadas

pelos pais, tendem a ser adultos ousados, propensos a agir de forma

inovadora.

Todo ser humano é criativo, um mais outro menos, porém criativos. A

critividade, como habilidade, pode ser desenvolvida, trabalhada e estimulada.

A pessoa criativa é aquela que constantemente se autorrenova, autorrecria. Ao superar obstáculos e

barreiras,rapidamente reformula, ressignifica, abandonando antigos conceitos e buscando novas

possibilidades. (ROCHA, 2009,p.60)

Na antiguidade, sob o ponto de vista da filosofia, a criatividade era vista,

como parte da natureza humana, um dom divino. Existia também a concepção

que associava a criatividade à loucura, levando em conta as manifestações

criativas como um ato impensado, que iria suprir os desajustes e conflitos

inconsciente do ser humano. Quando as pessoas sabem que suas ações

serão valorizadas, tendem a criar mais. Quando sentem que não estão sob

ameaça as pessoas ignoram o medo de inovar e demonstram suas habilidades

criativas.Outras pessoas acreditam que entender a criatividade como

habilidade passível de desenvolvimento é um grande passo para o

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desenvolvimento humano, enquanto outras têm a compreendem de que a

criatividade é uma habilidade inata, voltada para fatores genético/hereditários

e, por conseguinte, determinista.

Criar só é possível quando o cérebro detém uma grandiosa e alargada

variedade de conhecimentos e instruções, fazendo com que as associações de

ideias, ocorram de uma forma mais fluida e direcionada. Essas associações

permitirão alcançar as ideias e conceitos novos, de uma forma única e original.

Porém, para que o processo criativo seja eficaz e eficiente, é necessário e

decisivo a aceitação, das suas ideias e da liberdade de expressão no meio em

que se realizam.

O processo criativo é referente a algo atendido por outras pessoas, e

que se harmonize com as expectativas e valores de um determinado grupo de

indivíduos

O homem, através de sua criatividade, aperfeiçoa, melhora e inova os

fundamentos de sua sobrevivência, a vida humana é um exercício contínuo de

criatividade. O exercício da criatividade impulsiona a todos os seres humanos,

por competitividade, a incrementar seu potencial criativo, adquirindo

consciência deste fenômeno e assumindo novas ferramentas de criatividade

que o impulsionem.

Desenvolvendo a criatividade que existe dentro de si, o individuo torna-

se capaz de lidar com com a dor, com o medo, com todas as emoções e os

sentimentos que o impedem de se desenvolver, de “continuar em frente”, de se

conhecer e crescer com ser humano.

A criatividade está no cotidiano e permeia toda a existência. Algumas

vezes não pode ser expressada por meio da escultura, pintura, mas ela pode

está lá num bolo,numa toalha bordada e até mesmo num arranjo de flores.

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Criatividade é o instrumento de ataque ou de defesa na conquista da

sobrevivência na vida dos seres humanos.

2.2 - A criatividade na Arteterapia

Arteterapia é um processo terapêutico que utiliza variadas técnicas de

atividades artísticas como forma de expressão, sendo que ela estimula a criar,

com propósito de abrir caminhos para a transformação, onde a grande

importância desta prática é ajudar o indivíduo a buscar um diálogo interno com

as suas produções artísticas, transformando e considerando novos significados

a sua vida.

Na Arte-Terapia o papel do processo criativo na mudança é central,

pretende-se estimular nos clientes o uso da criatividade, como meio de

entendimento do próprio e dos outros e na determinação da problemática

existencial.

A experiência artística pode tornar intensa a expressão de vivências, bem

como incrementar a conscientização do sensorial e do equilíbrio estético. No

contexto da Arte-Terapia, a facilitação de tal tomada de consciência pode ser

importante para favorecer a riqueza, a vitalidade e a qualidade de vida. A

expressão mediada possibilita também a mobilização de pulsões reprimidas,

facilitando assim uma vida psicológica mais livre. Imagens de transformação e

mudança, representadas nas criações artísticas, dão expressão à função

reparadora, no percurso do processo terapêutico.

É importante que cada ser humano possa criar e manter um espaço para

si mesmo, para entrar em contato com sua essência, e é nesse encontro que a

Arteterapia dá a sua contribuição, pois ela é um processo do qual as imagens

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serão guia e em que o surgimento dos símbolos pessoais terão as técnicas

como os agentes facilitadores.

Na Arteterapia o processo criativo pode ser utilizado no apoio e solução

de todos os tipos de dificuldades, como as de ordem psicomotora, cognitiva, de

comunicação, relações sociais e conflitos emocionais.

As técnicas criativas são muito atraentes e por isso todo o profissional

que com elas trabalha fica encantado. Porém, uma técnica só poderá ser

utilizada quando ela tiver algum significado, sentido, no propósito que o

indivíduo está trazendo.

Então, cabe a nós, arteterapeutas construir em nossa própria psique um

tempo de criação.

Algo que possa nos religar à memória ancestral,

revitalizar nossa conexão com o “Todo Criativo”

através de múltiplos rituais expressivos e

celebrações pela vida. ( PHILIPPINI, 2008,p.74)

A ação da criatividade ganha a cada dia mais espaço e importância na

consciência coletiva, pois assim trata-se de uma questão de sobrevivência.

A diversidade criadora é um elemento importante para o desenvolvimento

auto-sustentável. Assim, os indivíduos nutrem suas potencialidades criativas,

para que possam, com muito sucesso, se adaptar as mudanças do dia a dia, e

para que possam, descobrir diferentes formas, viáveis par o seu bem estar.

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Na Arteterapia, a expressão criativa propicia a descoberta do sentido de

eventos psíquicos até então obscuros, aumenta a possibilidade de

estruturação da personalidade e constrói maneiras mais produtivas para a

comunicação, interação e a sua presença no mundo.

Desse modo, o processo criativo se ativa, pode libertar movimentos

expressivos que geram outros gestos criativos.

Um arte terapeuta em sua prática estará podendo contribuir na formação desta teia, em cada dia,

sessão, grupo, oficina em que indivíduos estejam exercitando sua autonomia expressiva.(PHILIPPINI,

2008,p.74)

Caso a arte não se constitui num único espaço de criação, é sem dúvida um

terreno privilegiado para o desenvolvimento e realização do potencial criativo.

A Arteterapia tem muito a contribuir, uma vez que é um processo terapêutico

que ajuda a resgatar, desbloquear e fortalecer potenciais criativos, através de diversas

formas de expressões. Assim, este processo terapêutico facilita a cada um que

encontre, comunique e estenda o seu próprio caminho criativo singular. Favorece

através do ato criativo a expressão, revelação e reconhecimento do mundo interno e

inconsciente e permite liberar criaturas que nunca foram soltas.

Na Arteterapia é possível experimentar, inventar e ousar! Criatividade também é

liberdade e coragem de renovar!

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CAPÍTULO III

MATERIAIS E TÉCNICAS:

O LÁPIS DE COR NA ARTETERAPIA

Expressar com materiais requer o processo de ir elaborando internamente as relações com o material,sentindo as facilidades e as dificuldades na relação com o suporte, as ferramentas, os materiais, as técnicas e os elementos da linguagem plástica. (...) O homem e a matéria interagem e atuam em sua energia criativa, e ambos se modificam nessa relação. Há um diálogo, às vezes uma ‘briga’, encontros e

desencontros, em que o tempo e a dimensão espacial se transformam. Entre embates e buscas, a criação se processa e o indivíduo vai podendo ver na matéria o que vem de seu mundo subjetivo e de seu olhar mais consciente (SAVIANI, 2004, p. 72).

3.1 – A importância dos Materiais.

A Arteterapia é uma área delineada por expressões advindas da

pintura, do desenho livre, da expressão corporal; seja pela dança, pela música,

pela arte de interpretar, que promovem a integração do ser total ligado com o

cognitivo e o afetivo em um corpo que administra as relações com o mundo

externo. O criativo é o pano de fundo entre a utilização desses recursos

artísticos e a produção final, como resultado do proposto e a ação do sujeito

sobre os materiais escolhidos para serem utilizados nas oficinas criativas.

Na Arteterapia são utilizados vários materiais e técnicas

arteterapêuticas, que tem como função extrair a emoção oculta, através da arte

criada, onde o indivíduo consegue a estruturação de si mesmo,

compreendendo o sentido de suas atitudes e comportamentos, e com isso

consegue distinguir a reflexão de suas ações, oferecendo base para seu

desenvolvimento interno.

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Essa é uma forma de tratamento e de desenvolvimento da criatividade

que traz à tona e exerce com a sabedoria da nossa psique, com fatores que

auxiliam na auto-cura e que ensinam às pessoas como harmonizar a natureza

interna e planetária.

Ao planejar uma oficina criativa deve-se ter todo cuidado com o

material a ser utilizado, assim como a relação que esse material tem com o

objetivo do encontro. Considera-se o que esse recurso artístico poderá acionar

no sujeito, procurando cuidar do processo de amadurecimento desse ser em

questão, na busca pelo preservar de sua inocência emocional, pois cada

material tem sua propriedade e desperta no indivíduo um sentimento, uma

sensação que poderá estar a serviço do (re) significar de fraturas do eu interior.

Cada material desperta no ser humano uma sensação diferente. A

linguagem dos materiais deve está adequada com o sentimento que deve ser

entendido e trabalhado pelo cliente.

O arteterapeuta pode trabalhar com diversos materiais das artes

plásticas, como por exemplo, papel, lápis, tintas, argila, carvão, e oferecer

conhecimentos técnicos básicos para que o paciente possa lidar com esses

materiais. Não é obrigatório e nem exigido do paciente talento artístico, pois o

objetivo não é ensinar artes, nem é emitido qualquer juízo crítico ou avaliação

estética dos trabalhos criados pelo paciente. Qualquer pessoa pode tirar

proveito desse processo: crianças, adolescentes, adultos, idosos, doentes

mentais, dependentes químicos ou deficientes. Todos podem utilizar da

possibilidade de se expressar de um modo livre, natural e intuitivo, exercendo o

potencial humano da criatividade.

Com a possibilidade de nos expressarmos de forma criativa, com o

uso de diferentes linguagens e materiais diversificados, vamos construindo o

caminho da descoberta de nós mesmos, de sentimentos como amor, raiva e

medo, de nossas contradições, de impaciências, comodismos, inconstâncias,

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permanências, resistências e flexibilidades, ampliando a interação com tudo

que está à nossa volta: os símbolos, a natureza, os outros.

Os diferentes materiais, utilizados para a expressão, vão revelando nossas

limitações e possibilidades, nos colocando diante de novos desafios e novas

escolhas, expandindo a nossa percepção, a imaginação e a criatividade.

As diferentes linguagens são concretizadas por meio da produção de

múltiplas imagens, expressando e ampliando movimentos internos retratando

paisagens psíquicas, antes escondidas em nosso inconsciente. A forma de

como nos comunicamos e utilizamos os diferentes materiais esboça e registra

frágeis e profundos processos de transformação e para isso são necessárias

circunstâncias adequadas, com isso é importante compreender e conhecer as

propriedades terapêuticas ligadas as atividades artísticas desenvolvidas no

processo terapêutico.

É importante a qualidade e benefícios terapêuticos ligados as linguagens

plásticas, e a cada material expressivo utilizado, percebendo o momento mais

apropriado de sua utilização. Este conjunto de informações forma um campo

de conhecimento complexo e específico, próprio da prática dos arteterapeutas.

O importante é ter consciência de que existe toda

uma fundamentação teórica nessa escolha: haverá momentos em que será necessário facilitar a

libertação dos conteúdos inconscientes ; haverá outros em que teremos que permitir a estruturação dos conteúdos que surgiram previamente. Em alguns casos, a técnica deve ser a mais simples possível, como um desenho a pastem óleo, para a representação de um sonho, por exemplo; em outras situações é importante até mesmo minimizar os recursos oferecidos, por exemplo usando o crayon ( monocromático, preto ) em lugar do pastel oleoso (policromático, colorido),o que é uma forma indireta de vivenciar as limitações,restrições. (CHRISTO e SILVA, 2009, p. 14)

Cada material expressivo tem diversas possibilidades de uso, pois

cada um busca atender a individualidade de quem cria exercendo a função de

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instrumentos para estimular a criatividade, e depois desbloquear e trazer e a

consciência informações guardadas no inconsciente. O que é representado

revela o lado obscuro, e desconhecido ou reprimido da psique humana, que

quando manifesta à consciência através do processo terapêutico auxilia na

expansão de toda a estrutura psíquica.

Esses materiais são utilizados em ateliê arteterapêutico e são

planejados criteriosamente para que possam estar a serviço do construir e não

do destruir. Inicialmente se indica trabalhar com materiais estruturantes que

chamem para fora sentimentos de segurança e conforto.

Dito de outro modo, os meios plásticos atuam como se fossem feixes de luz coerentes a determinados padrões

ondulatórios da energia psíquica e possibilitam a sua revelação por meio de imagens simbólicas ou figurações alegóricas. Assim sendo, eles permitem focar as frequências de uma ordem interna,do self, como fonte original dos desdobramentos da vida psíquica. (URRUTIGARAY, 2007, p.132)

A cada oficina utilizam-se materiais variados e vivenciam-se

sentimentos que surgem a partir da produção plástica, resultado das

experiências com o material e o produto final. Ao finalizar, essa produção

funciona como parte de uma colcha de retalhos que vão sendo construídas

com o trabalho das outras oficinas. Os materiais e os instrumentos vão facilitar

ou dificultar a atuação e, junto com a linguagem, vão dar forma ao mundo

pertencente ao sujeito.

Deve-se ter o cuidado e atenção à finalidade de cada recurso

utilizado durante o processo, a sequencia e a lógica de cada um para que a

segurança, o bem estar e o propor do criativo estejam a serviço do

desenvolvimento cognitivo e afetivo de cada indivíduo.

26

Quando o ser humano cria, surgem símbolos que são importantes

para que ele entre em contato com aspectos a serem compreendidos e

transformados, os materiais para desenhar, as tintas os materiais para

colagens, as variadas formas de modelagem, os fios para a tecelagem, os

papéis para as dobraduras, a confecção de máscaras, a criação de

personagens, as miniaturas na caixa de areia, os materiais naturais como as

flores, elementos vitais como a água, o ar, a terra e o fogo e vários outros

materiais que podemos criar todos são proveitosos para auxiliar nesse

processo de encontro com o verdadeiro eu.

3.2 - Qual a origem do lápis de cor?

Assim como os vários materiais utilizados na Arteterapia,o lápis de

cor tem uma função muito importante.

Mesmo sendo um material econômico e muito comum tem o seu

valor desde muito tempo.

Os primeiros lápis vieram das montanhas de Cumberland

(Inglaterra), onde foi descoberta a primeira mina de grafite. No final do século

XVIII o químico Karl Wilhelm Scheele comprovou que o grafite era um

elemento próprio (carbono) e não um oriundo do chumbo.

A qualidade do grafite inglês e os lápis, que eram produzidos com

este grafite, foram desvalorizando-se a cada dia.

E somente por possuir o domínio do mercado é que a Inglaterra

conseguiu vender seus lápis de má qualidade por um preço alto. Para fazer

com que o grafite durasse por mais tempo, eles adicionavam a ele cola,

borracha, cimento e outros materiais.

27

O lápis surge na Alemanha pela primeira vez em 1644. Em 1761 na

aldeia de Stein, perto de Nuremberg, Kaspar Faber começa a sua própria

fábrica de produção de lápis na Alemanha. No século XIX, através de Lothar

Von Faber a região de Nuremberg se destacou como o centro da produção de

lápis na Alemanha.

A partir do ano de 1839 ocorre um aprimoramento do processo de

fabricação do grafite, com a soma de argila. A partir de então argila e grafite

triturados são misturados até formarem uma pequena vara e depois

queimados.

Através da mistura de argila com grafite fez-se então possível

fabricar lápis com diferentes graus de dureza.

Em 1856 Lothar Von Faber, assume uma mina de grafite na Sibéria,

que fabricava o melhor grafite da época.

Lothar Von Faber forneceu seus lápis de qualidade com seu nome.

Assim surgia na Alemanha os primeiros lápis com marca registrada. Lothar

Von Faber é conhecido como o criador dos lápis hexagonais e, além disso, foi

ele que e constituiu as normas em relação ao comprimento, à grossura e ao

grau de dureza destes dos lápis.

Até hoje, tanto a qualidade quanto a forma de produção dos lápis de

grafite e dos lápis de cor, vão sendo cada vez mais aperfeiçoadas.

Mesmo com que a forma e a aparência externa dos lápis tenham sido

mantidas iguais até hoje, não se pode comparar os lápis fabricados

antigamente com os produzidos atualmente, pois hoje podemos encontrar até

mesmo o lápis de cor aquarelável.

Desde 1964 o lápis é um material manuseado pelo homem a partir de

sua infância.

28

O lápis acompanha o ser humano em suas descobertas pro mundo e

permanece, sendo utilizada sua criatividade, seu trabalho e também em sua

expressão sobre a vida.

3.3 - O lápis de cor na Arteterapia

O estudo detalhado do material é muito importante em Arteterapia.

Cada material, em particular, tem propriedades que mobilizam emoções e

sentimentos de maneiras diversificadas a cada ser.

É necessário que o arteterapeuta analise o valor terapêutico do

material para cada cliente, pois podem penetrar de maneira mais eficiente e

em particular nos conflitos internos e inconscientes do indivíduo.

Na Arteterapia o lápis de cor aparece como um dos materiais de artes

restritores, ou seja, um material associado às técnicas de arte ou recursos

expressivos que limitam ou restringem emoções e sentimentos.

Como material gráfico, o lápis de cor é rico em de possibilidades a

serem desenvolvidas na Arteterapia.

Lápis de cor – material de infinitas possibilidades, apresentando em ampla gama de cores e “degradês”e também na forma AQUARELADA que permite depois do desenho pronto que se use água no pincel, para transformar o desenho em pintura. Permite uma boa definição e configuração da linha e dos detalhes das formas trabalhadas, bem como um bom trabalho de

sombra, com luz e contornos. (PHILIPPINI,2009, p. 53)

29

O lápis de cor pode ser utilizado no desenho onde a coordenação

motora fina é bastante trabalhada, portanto o controle é essencial, não só o

motor, mas principalmente o intelectual. A atenção, a concentração e o contato

com a realidade são explorados. Quando utilizamos o colorido, lidamos com os

profundos.

A Arte terapia se caracteriza como método de tratamento

psicológico, integrando no contexto psicoterapêutico mediadores artísticos. Tal

origina uma relação terapêutica particular, assente na interação entre o sujeito,

o objeto de arte e o terapeuta. O recurso à imaginação, ao simbolismo e a

metáforas enriquece e incrementa o processo.

Neste processo terapêutico através do lápis de cor é possível

desenvolver modalidades expressivas e plásticas.

30

CONCLUSÃO

A Arteterapia no seu aspecto terapêutico faz uso de diferentes materiais

para compreender o mundo,seja pintando, desenhando, cortando, construindo,

colando, amassando, ouvindo e até mesmo dançando.

No processo arteterapêutico que pressupõe restringir a inter-relação

entre sujeito-terapeuta, a arte assume forte potência como recurso, seja ela no

começo, no meio ou no fim. Não se trata de expor diversos materiais plásticos

num ateliê, e deixar o indivíduo “brincar”. Considera-se, utilizar, não

intencionalmente, o fazer artístico, através de variadas técnicas expressivas

torna oportuno o reencontro consigo mesmo a quem escolhe imergir em seu

próprio inconsciente, para tornar claros os pontos escuros de sua vida.

Sonhar, criar, fantasiar, faz parte do mundo fantástico da arte que tanto

encanta crianças, adolescente, adultos e idosos, fazendo o individuo ser capaz

de construir e reconstruir sua vida, sendo capaz de entender como se encontra

a individualidade.

Ao longo dessa pesquisa pode-se entender o quanto os diversos

materiais podem auxiliar no processo arteterapêutico, cada um desperta uma

sensação ou uma emoção diferente, dando a capacidade do encontro com o

“eu” verdadeiro. Fazendo com que um aspecto relacionado à prática da

Arteterapia torna - se mais plausível, ou seja, não existe uma norma padrão

quando se trata de acolher e “ouvir” as emoções de outras pessoas.

Quando os materiais e técnicas são utilizados, nota-se que eles ajudam

o desenvolvimento da criatividade, guiando a um relaxamento e uma sensação

de paz, na medida em que liberam sensações de agressividade, os medos, as

tensões e tudo o que está escondido no inconsciente. Esse relaxamento, essa

31

sensação de paz, favorece o autoconhecimento torna viável a integração das

ideias e a reorganização.

Investigar a reafirmação do pensamento e emoções com relação ao uso

dos materiais plásticos e técnicas terapêuticas mostra o quanto cada material

pode estimular específicas emoções e sensações expressando o indivíduo de

forma única.

Perante todo o processo de criação o indivíduo passa por diferentes

etapas, desenvolvendo a capacidade de analisar e aceitar as dificuldades e os

limites que cada técnica e material impõe, desenvolve a criatividade, o

desapego, ou seja, reflete na arte sua criação. Criar ou transformar um objeto,

fortalece a autoestima, com a sensação de criador e o domínio sobre a arte.

No conjunto de materiais a serem usados, o lápis de cor tem seu

destaque como um material rico em possibilidades e cores. Faz com que a arte

seja desenvolvida, podendo-se trabalhar o material de diversas maneiras:

deitado, em pé, fazendo com que o individuo possa se expressar claramente

em vários momentos de diversas formas, utilizando cores e enriquecendo a

sua arte de movimentos.

Em nós existe um mundo a ser percebido e sentido. É através da arte

que desenvolveremos o nosso inconsciente, observando e descobrindo ou

redescobrindo esse mundo despercebido existente em nós.

Utilizar diversos materiais e técnicas na Arteterapia é muito valioso, é o

que torna oportuno infinitas possibilidades de utilização frente ao indivíduo que

confia no arteterapeuta

32

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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www.faber-castell.com.br/>. Acesso em: 30/05/2012. Hora: 20:46

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em especial. 2010.Disponível em: <www.arteinfantil-elartes.blogspot.com.br/>

Acesso em: 07/05/2012. Hora: 21:07

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I 10

O QUE É ARTETERAPIA?

1.1 - Contextualização Histórica da Arteterapia 10 1.2 – O papel do arteterapeuta 13 CAPÍTULO II 16

CRIATIVIDADE

2.1 - O que é criatividade? 16

2.2 - A criatividade na Arteterapia 19

CAPÍTULO III 22

MATERIAIS E TÉCNICAS:

O LÁPIS DE COR NA ARTETERAPIA

3.1 - A importância dos Materiais 22

3.2 - Qual a origem do lápis de cor? 26

3.3 - O lápis de cor na Arteterapia 28

CONCLUSÃO 30

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 32

WEBGRAFIA 34

ÍNDICE 35

36